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Manual do Kit de Educação do UNICEF

Guia do Kit de

Desenvolvimento na Primeira Infância


Guia do Kit de

Desenvolvimento na Primeira Infância


INTRODUÇÃO

O Manual de Educação em Emergências (EeE) do UNICEF é uma ferramenta que disponibiliza formação e orientação curricular em apoio aos

kits de educação pré-embalados do UNICEF. Esta é a primeira versão do manual e foi testado no campo apenas parcialmente.

Consequentemente, todo o feedback é importante e bem-vindo para ajudar a informar a revisão prevista. Por favor, comunique à Unidade

de Educação da Divisão de Aprovisionamento do UNICEF todas as contribuições, críticas e sugestões relevantes.

O manual está disponível em francês e em inglês. Cada kit de educação enviado pela Divisão de Aprovisionamento conterá o respetivo

módulo. O Módulo Um, módulo de orientação geral, estará disponível mediante solicitação, ou no sítio da Internet do UNICEF, juntamente

com os outros módulos.

AGRADECIMENTOS

O Manual foi elaborado durante dezoito meses pelo pessoal do UNICEF das Secções de Educação do Programa, em Nova Iorque e Genebra,

e pela Divisão de Aprovisionamento em Copenhaga. O presente documento foi elaborado através de um processo consultivo liderado por

um consultor orientado pelo grupo de referência composto por funcionários do UNICEF dos Escritórios do País, dos Escritórios Regionais e

das Sedes. Foi também analisado de forma independente durante as várias fases por outros funcionários do UNICEF. Um agradecimento

especial é endereçado a todos que apoiaram este projecto.

Gestores do Projecto: Sra. Pilar Aguilar, Consultara de Educação Sénior na UNICEF em Genebra e Sr. Chris Cormency, Director do Centro

de Água, Saneamento e Educação (CASE), Divisão de Aprovisionamento, UNICEF, em Copenhaga

Autora: Sra. Miresi Busana

Editado, produzido e distribuído por CASE.

Primeira Edição, 2013

Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância iii


TERMINOLOGIA CHAVE

Definição de Criança: Os termos criança e crianças referem-se a todas as crianças e jovens do nascimento aos 18 anos, conforme

especificado na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. Se for visada uma determinada faixa etária de crianças, será

esclarecido no texto.

Faixas etárias: É importante destacar que as faixas etárias podem variar de acordo com o contexto e a cultura. Explicitamente, o Manual

destina-se às seguintes faixas:

1) Lactentes, crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar, aproximadamente do nascimento aos sete/oito anos.

2) Adolescentes jovens entre dez e catorze anos.

3) Adolescentes mais velhos entre 15 e 19 anos.

4) Jovens são adolescentes e jovens adultos com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (Referência: Definições das Nações

Unidas).

Definição de Aluno(s) e Estudante(s): O(s) termo(s) aluno(s) e estudante(s) refere(m)-se à(s) criança(s) a quem o professor ensina. Eles

são permutáveis.

Definição de Instutor(es), Prestador(es) de Cuidados e Professor(es): O(s) termo(s) instutor(es) refere(m)-se ao pessoal que realiza

actividades recreativas semi-estruturadas (Módulo Dois). O(s) termo(s) prestador(es) de cuidados refere(m)-se ao pessoal que realiza

actividades educativas para a primeira infância (Módulo Três). O(s) termo(s) professor(es) refere(m)-se ao pessoal que implementa o ensino

primário básico e a matemática e as ciências básicas (Módulo Quatro, Módulo Cinco e Módulo Seis). Voluntários são membros

da comunidade local que não são pagos que ajudam voluntariamente na realização das actividades. Eles não são funcionários, mas devem

assinar o Código de Conduta.

Definição de Formador(es): O(s) termo(s) formador(es) refere(em)-se ao pessoal que presta a formação aos instrutores, prestador(es) de

cuidados e professores (Módulo Um).

Definição de Formando(s): O(s) termo(s) formando(s) refer(em)-se a quem recebe formação. Podem ser: (1) formadores durante a

Formação de Formadores (FDF); ou (2) instrutores, prestador(es) de cuidados e/ou professores que recebem a formação de formadores.

Definição de Espaço(s)/Ambiente(s) Amigo(s) da Criança: O(s) termo(s) Espaço(s)/Ambiente(s) Amigo(s) da Criança (E/AACs) é/são

utilizado(s) no sentido lato. É importante destacar que existe muita bibliografia e em elaboração sobre a(s) definição(ões) de E/AACs que

envolve várias disciplinas. Também a terminologia utilizada para mencionar E/AACs pode variar entre as agências. No Manual, o(s) termo(s)

E/AAC(s) pode(m) referir-se a:

O(s) E/AAC(s), que são ‘locais concebidos e operados de forma participativa, onde as crianças afectadas por desastres naturais ou

conflitos armados podem usufruir de um ambiente seguro, onde se pode disponibilizar programação integrada, incluindo

representação, recreação, educação, saúde e apoio psicossocial, e de informação sobre serviços/apoios. Em geral, os Espaços Amigos

da Criança referem-se a respostas relativamente curtas de programas de médio prazo. Frequentemente operam em tendas e/ou

estruturas temporárias (p.e., em escolas, debaixo de uma árvore ou num edifício desocupado).’ UNICEF, 2009, ‘A Practical Guide for

Developing Child-Friendly Spaces’, p.9.

iv Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância

NOTA


Espaços de Aprendizagem Temporária (EAT) que são preparados imediatamente após a emergência.

Espaços de Aprendizagem Alternativos (EAA) que podem ser ‘preparados em qualquer local de acordo com o contexto. Espaços de

aprendizagem alternativos podem ser igrejas, mesquitas, templos, salas públicas, salas no escritório do chefe da comunidade, bibliotecas,

recintos, terras alocadas e um quarto não utilizado em casa privada ou até mesmo um barco’. UNICEF, 2009, Child Friendly Schools

Manual’, Capítulo 4, p.22.

Escolas existentes ou reabilitadas.

Escolas Amigas da Criança (EAC), conforme em UNICEF, 2009, ‘Child Friendly Schools Manual’.

Três documentos de referência chave podem ser descarregados no sítio da Internet do UNICEF para mais Informação sobre Espaços Amigos

da Criança: (1) ‘A Practical Guide for Developing Child-Friendly Spaces’, UNICEF, 2009; (2) ‘Guidelines for Child Friendly Spaces in

Emergencies’, 2011, versão de teste de campo elaborada e revista por Grupo Global de Educação, Cluster Global de Proteção, INEE e IASC;

(3) ‘Child Friendly Schools Manual’, UNICEF, 2009, Nova Iorque.

PRINCIPAIS SÍMBOLOS GRÁFICOS:

Os ícones a seguir têm o objectivo de facilitar a compreensão do texto:

1.

MENSAGEM CHAVE Resume em poucas palavras o conteúdo de aprendizagem importante.

2.

FORMAÇÃO Disponibiliza indicações sobre como transmitir as MENSAGENS CHAVE durante a sessão de

formação.

3. NOTA Apresenta uma sugestão, dica, incentivo, esclarecimento e ideia.

4.

REFLEXÃO Convida os leitores a reflectirem sobre a sua experiência e contexto.

5.

RESULTADOS DA APRENDIZAGEM

Indica o que se prevê que seja aprendido. Pode ajudar na monitorização e avaliação do

progresso da aprendizagem.

6.

TABELAS São listas de itens.

7.

FIGURAS São exemplos visuais dos conceitos chave descritos no texto.

8.

CAIXA Resume conteúdos gerais e ajuda a visualizá-los em conjunto.

9.

AMOSTRAS São exemplos do que se prevê que professores e prestador(es) de cuidados devem fazer.

10.

O TEU PAPEL Resume o que se espera do formador em Módulo Um e dos instrutores, prestador(es) de

cuidados e professores em Modules Dois, Três, Quatro, Cinco e Seis.

11.

ESTUDO DE CASO São exemplos de intervenções de educação já implementadas.

12.

LISTA DE VERIFICAÇÃO Indica pontos importantes a considerar antes e durante a realização das actividades.

13.

ACTIVIDADE Indica o início de um novo capítulo da unidade.

Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância v


INTRODUÇÃO AO TEXTO

1. Fundamentação do Manual de EeE

O direito à educação fica em maior risco durante as emergências e durante o período de transição após a crise. Nos países afectados por

conflitos, 28 milhões de crianças em idade escolar não frequentavam a escola em 2011, 42% do total mundial. Apenas 79% dos jovens

recebem literacia nos países afectados por conflitos, comparando com os 93% de outros países pobres. Além disso, as crianças que vivem

em zonas de conflito têm duas vezes mais probabilidade de morrer antes dos cinco anos do que as crianças de outros países pobres.

Os Compromissos Básicos com as Crianças (CBCs) na Acção Humanitária constituem a principal política humanitária do UNICEF para defender

os direitos das crianças afectadas pela crise humanitária. Constituem o quadro da acção humanitária em torno do qual a UNICEF procura

envolver-se com os parceiros. Os CBC actualizados continuam a promover acções humanitárias colectivas previsíveis, eficazes e atempadas

e a delinear com clareza as áreas onde a UNICEF pode contribuir melhor para os resultados, incluindo da educação.

Além disso, a Rede Inter-Agências para a Educação em Emergências (INEE) elaborou o Manual de Normas Mínimas. O Manual destina-se a

disponibilizar aos governos e aos trabalhadores humanitários as ferramentas necessárias para abordar o movimento de Educação para Todos

e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs) das Nações Unidas. É o primeiro passo para garantir que as iniciativas de educação

em situações de emergência disponibilizem uma base sólida e boa para a reconstrução após o conflito e após os desastres. Ambas as

ferramentas têm sido complementares e importantes na preparação e resposta da Reforma Humanitária do Comité Permanente Inter-

agências (IASC) lançada em 2005, que estabelece a abordagem do grupo da educação.

A UNICEF acredita que a educação não é apenas um direito humano básico, é uma estratégia fundamental para apoiar a recuperação. Ela

não só restabelece a escolarização e os respectivos benefícios para as pessoas afectadas, mas também ajuda os países a transformarem e a

reconstruírem as instituições e os sistemas destruídos durante a emergência. O restabelecimento da educação após a emergência não só

salvaguarda o direito fundamental das crianças à educação, mas também desempenha um papel importante na normalização do seu

ambiente. Isso ajuda as crianças a superarem o impacto psicossocial dos desastres e dos conflitos.

Iniciativas de Regresso à Escola (IRE): estratégia para aplicar os CBCs

A UNICEF e os seus parceiros coordenam com os ministérios para disponibilizar: espaços de aprendizagem temporários seguros; materiais

de ensino e aprendizagem; e formação de professores, pais, funcionários da educação e outros para prestarem educação de qualidade,

reduzir o abandono escolar e promover a retenção do estudante. Em suma, a iniciativa IRE apresenta a forma de aplicar os CBCs.

Com a introdução da primeira Iniciativa IRE apoiada pela UNICEF após o genocídio no Ruanda em 1994, estas iniciativas passaram a ser a

primeira resposta e estratégia eficazes para a facilitação do acesso a ambientes de aprendizagem abrigados para cerca de 27 milhões de

crianças afectadas por conflitos e desastres naturais. Estas iniciativas foram implementadas com grande sucesso em mais de 55 países durante

o período de 1994-2012, incluindo Afeganistão, Costa do Marfim, Haiti, Líbano, Estado da Palestina, Sudão do Sul e Uganda. As Iniciativas

IRE caracterizam-se por: 1) estabelecer metas possíveis do número de crianças a regressar a alguma forma de educação, o mais rápido

possível, após o início da emergência; 2) distribuir rapidamente material de educação na forma de kits, bem como material de ensino e

aprendizagem para ajudar no recomeço da educação; 3) estabelecer algum tipo de infraestruturas de aprendizagem temporária

vi Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância


conforme necessário, combinando com a reparação rápida das escolas danificadas; e 4) esforços intensos de advocacia, comunicação e

sensibilização social junto de governos, comunidades, doadores e organizações parceiras.

O Manual destina-se a disponibilizar formação e orientação curricular relacionadas com os materiais ou kits pré-embalados existentes.

Pretende fortalecer o impacto do UNICEF desde a primeira resposta inicial do material pedagógico para promover a aprendizagem, o

crescimento e o desenvolvimento. Com o Manual, os kits de educação e a formação de professores adequada, será possível alargar a utilidade

dos kits individuais, melhorar a qualidade da resposta da educação inicial das iniciativas IRE.

2. Objectivos do Manual

a) Disponibilizar orientações curriculares e instruções sobre como utilizar os materiais didácticos contidos nos kits para professores,

prestador(es) de cuidados e instrutores que trabalham em contextos de emergência. Uma cópia impressa de cada currículo encontra-

se no respectivo kit.

b) Apresentar orientações de formação para formadores envolvidos na resposta à emergência.

O Manual completo está disponível para descarregado através do sítio da Internet do UNICEF.

3. Vista Geral do Manual

CAIXA 1: Vista geral

MÓDULO CURRÍCULO KIT GRUPO(S) ALVO

MÓDULO UM Orientações para a Formação de

Formadores

Sem kit específico Formadores

MÓDULO DOIS Orientação do Kit de Recreação Kit de Recreação Instrutores

MÓDULO TRÊS Orientação do Kit de

Desenvolvimento na Primeira

Infância

Kit de Educação na Primeira

Infância

(DPI)

Prestador(es) de cuidados

MÓDULO QUATRO Orientação do Kit Escola na Caixa Kit Escola na Caixa (EnC) Professores

MÓDULO CINCO Orientação do Kit de Matemática Kit de Matemática Básica (KMB) Professores

MÓDULO SEIS Orientação do Kit de Ciências Kit de Ciências Básicas (KCB) Professores

4. Grupos Alvo do Manual

O Manual destina-se a três grupos:

a) Actores envolvidos na preparação e coordenação da resposta da educação às emergências. Estes actores são responsáveis

por comprar material didáctico, identificar e instalar espaços de aprendizagem e prestar formação de formadores, professores,

prestador(es) de cuidados e instrutores de acordo com as necessidades e prioridades do contexto. São funcionários do UNICEF Sede,

dos Escritórios Regionais e/ou dos Países, Pontos Focais e representantes do Ministério da Educação (MDE) ou outras Autoridades de

Educação envolvidas na preparação e coordenação da resposta da educação em emergências. Podem ser membros do pessoal dos

Parceiros de Implementação (PI), tais como Organizações Não Governamentais Internacionais (ONGIs), Organizações Não

Governamentais Nacionais (ONGs) e Organizações Baseadas na Comunidade (CBCs) locais e/ou profissionais.

Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância vii


b) Formadores envolvidos na formação de professores, prestador(es) de cuidados e instrutores antes (formão inicial) e também

possivelmente durante (formação em exercício) a resposta à emergência, de acordo com as necessidades específicas do contexto.

Normalmente, os formadores de EeE/C são formados com antecedência e colocados estrategicamente, por exemplo, nos Escritórios

Regionais, a fim de prestarem resposta rápida às emergências.

c) Professores, prestador(es) de cuidados e instrutores que implementam directamente os currículos da EeE com o apoio do

material didáctico contidos no respectivo kit de educação.

5. Vista Geral da Resposta da Educação em Emergências do UNICEF

A resposta da educação em situações de emergência do UNICEF tem uma ‘abordagem faseada’. A Caixa 2 a seguir apresenta a vista geral

por fases. É importante destacar que o Manual pode também ser utilizado em ambientes que não sejam de emergência.

CAIXA 2: Vista Geral da Resposta da Educação em Emergências do UNICEF

FASE CRONOGRAMA ACTIVIDADES

FASE ZERO:

Preparação:

Antes da emergência. Identificar e formar formadores.

Colocar prévia e estrategicamente os kits de educação do UNICEF.

FASE UM: Resposta Rápida:

As primeiras oito semanas após início da

emergência. Fase grave da emergência.

Identificar e instalar E/AACs de acordo com o contexto.

Distribuir kits de educação.

Realizar actividades recreativas semi-estruturadas e articuladas com os programas

de educação não formal.

Contratar e formar professores, prestador(es) de cuidados e instrutores.

FASE DOIS:

Recuperação Inicial:

Aproximadamente entre oito semanas e seis

meses desde o início da emergência. Fase

grave da emergência.

Implementar a educação não formal, enquanto o sistema nacional de educação é

restabelecido.

Se não for possível recuperar os currículos nacionais e os respetivos manuais,

elaborar novos currículos nacionais em colaboração com o Ministério da Educação

(MDE) ou com outras Autoridades da Educação.

Elaborar e imprimir manuais relacionados com os novos currículos.

No caso dos refugiados, estabelecer vínculos com os currículos de educação do

país de origem.

FASE TRÊS:

Fase de Transição:

Após aproximadamente seis a oito meses do

início da emergência.

As crianças recomeçam a escolaridade formal.

Introduzir o currículo formal.

Distribuir os manuais.

Referências: Comité Permanente Inter-agências (IASC), 2006, ‘Guidance Note on Using the Cluster Approach to Strengthen Humanitarian Response’,

Genebra.

UNICEF, 2010, ‘Core Commitments for Children in Humanitarian Action’, Nova Iorque, p.3.

UNICEF, 2010, ‘Emergency Field Handbook’, Nova Iorque, pp. 220 – 242.

viii Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância


Tipos de Educação prestada pelo Currículo Não Formal da EeE

O Currículo Não Formal da EeE/C apresenta diferentes tipos de educação de acordo com o contexto e as necessidades específicos.

Educação Formal refere-se ao sistema nacional de educação do país implementado e gerido pelo Ministério da Educação (MDE) ou por

outras Autoridades de Educação. A educação formal implica a existência de currículos nacionais e respetivos manuais. O Ensino da Matemática

Básica (Módulo 5) e o Ensino das Ciências Básicas (Módulo 6) destinam-se a ser um apoio extra aos currículos e manuais de referência

existentes.

Educação Não Formal (ENF) tem como alvo grupos desfavorecidos específicos que, devido às suas circunstâncias, necessitam de

programas educativos ad-hoc e adaptados. Os Programas de Aprendizagem Alternativos (PAA) para Refugiados e Deslocados Internos (IDPs)

são um exemplo de ENF. Os programas de ENF não são uma alternativa à educação formal. A Educação para o Desenvolvimento na Primeira

Infância (Módulo Três) e o Ensino Primário Básico (Módulo 4) são também programas de ENF.

Educação Informal é complementar aos Programas de Educação Formal e Não Formal. O Educação Informal apresenta actividades

extracurriculares em ambientes informais, tais como clubes de jovens ou grupos informais. As actividades do Educação Informal não são

realizadas durante as horas da Educação Formal ou Não Formal. A Educação Informal não é um substituto para a Educação Formal ou Não

Formal. As Actividades Recreativas (Módulo Dois) proporcionam actividades do Educação Informal.

CAIXA 3: Tipos de Educação prestada pelo Currículo da EeE/C do UNICEF

CURRÍCULO E KIT GRUPO ALVO TIPO DE EDUCAÇÃO

Actividades Recreativas – Kit de Recreação Crianças e adolescentes com

aproximadamente 7/8 – 19 anos

Educação Informal complementar à

Educação Formal e Não Formal.

Educação na Primeira Infância – Kit DPI Lactentes, crianças pequenas e crianças em

idade pré-escolar com aproximadamente 0

– 6 anos

Educação Não Formal

Ensino Primário Básico – Kit Escola na

Caixa (ENC)

Crianças e adolescentes com


Educação Não Formal para

Principiantes (P) e Não principiantes (N).

Matemática do Ensino Primário – KMB Crianças e adolescentes com


Educação Formal

Ciências do Ensino Primário – KCB Crianças e adolescentes com


Educação formal

Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância ix


Desenvolvimento dos Kits de Educação do UNICEF

A distribuição dos kits de educação do UNICEF está de acordo com as diferentes fases da emergência. A CAIXA 4 a seguir apresenta a vista

geral indicativa da distribuição dos kits por fases.

CAIXA 4: Desenvolvimento dos Kits de Educação em conformidade com a Fase de Emergência

FASE UM: Resposta Rápida Recreação – Kit

Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância

FASE DOIS: Recuperação Inicial Kit de Recreação


Kit Escola Numa Caixa

FASE TRÊS: Fase de Transição Kit de Recreação


Kit Escola Numa Caixa

Kit de Matemática Básica

Kit de Ciências Básicas

Formação relacionada com a implementação do Manual

O Manual requer dois conjuntos de formação:

Formação de Formadores (FDF): Os formadores são formados sobre como preparar e prestar a formação a instrutores, prestador(es) de

cuidados e professores. O Módulo Um apresenta as orientações para a formação relacionadas com os Currículos EeE/C. Segundo o Manual,

os formadores são identificados e formados durante a fase de preparação.

Formação de Instrutores, Prestador(es) de cuidados e Professores: Os instrutores, prestador(es) de cuidados e professores

que implementam os currículos EeE/C devem receber formação inicial que pode ser seguida por formação em exercício de acordo com

as necessidades e contexto específicos. Os instrutores, prestador(es) de cuidados e professores são formados no MÓDULO específico

que irão implementar. Os instrutores serão formados no Módulo Dois, os prestador(es) de cuidados serão formados no Módulo Três e

os professores serão formados nos Módulos Quatro, Cinco ou Seis.

x Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância


EDUCAÇÃO PARA O

DESENVOLVIMENTO NA

PRIMEIRA INFÂNCIA (DPI)

Bem-vindo ao Módulo Três do Manual de Educação em Emergências (EeE) do

UNICEF. No presente módulo aprenderá a implementar o Currículo de

Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI) com o apoio do Kit de Educação do

UNICEF para o Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI) no contexto de emergência

e de crise. O Currículo do DPI do UNICEF visa crianças do nascimento aos 8 anos.

Cada kit de educação disponibiliza materiais pedagógicos para aproximadamente 50

crianças. O Currículo e o Kit DPI são também adequados para ambientes com recursos

educativos limitados.

Está prestes a desempenhar um papel importante na vida de muitas crianças

pequenas que se encontram em circunstâncias difíceis e novas, quer porque vivem

em zonas de conflito quer porque sobreviveram a um desastre natural. Muitas destas

crianças viveram eventos traumáticos e angustiantes que mudaram a sua vida de

repente. É muito provável que tenha vivido os mesmos eventos.

Pode já ter alguma experiência em cuidar de crianças pequenas, ou pode ser

principiante. O objectivo do presente módulo é disponibilizar orientações práticas e

ferramentas que o podem ajudar nas suas tarefas de prestador de cuidados DPI. No

entanto, o êxito das actividades previstas será determinado pelo seu envolvimento

com as famílias, a comunidade e as autoridades locais, pela sua capacidade de lidar

positivamente com os desafios que irá enfrentar e pela sua dedicação ao bem-estar

das crianças ao seu cuidado.

Trabalhará em estreita colaboração com outros prestadores de cuidados, pais,

membros da comunidade, autoridades locais e outro pessoal de apoio, para facilitar

a boa gestão do Espaço/Ambiente Amigo da Criança (E/AAC). Além disso, colaborará

com o pessoal do UNICEF e/ou com os Parceiros de Implementação (PIs) designados

pela UNICEF. É provável que muitos dos desafios que irá encontrar não se resolverão

imediatamente, portanto, a sua paciência, criatividade e iniciativa percorrerão um

longo caminho para garantir que os seus esforços sejam bem-sucedidos.

Por favor, utilize as orientações a seguir na sua melhor capacidade e utilize a sua

melhor opinião na aplicação ao seu contexto. Obrigado pela sua valiosa contribuição!

Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância 1

RESULATADOS DA

APRENDIZAGEM

No fim do Módulo Três será capaz de:

1. Identificar o conteúdo do Kit de

Desenvolvimento na Primeira

Infância (DPI) do UNICEF

2. Demonstrar como realizar

actividades de aprendizagem,

utilizando as ferramentas do Kit

DPI


actividades psicossociais


actividades de protecção da

criança

5. Identificar e transmitir

mensagens que salvam vidas

relevantes para o contexto e

cultura

Os PIs podem ser

Organizações Não-Governamentais

locais (ONGs), Organizações

Baseadas na Comunidade (OBCs)

e/ou representantes das autoridades

locais da educação que colaboram

com o UNICEF na implementação

das intervenções de DPI.

Os funcionários do

UNICEF podem participar nos

programas de educação, protecção,

água e saneamento (WASH) e abrigo.

Este módulo faz parte do

Manual de EeE doUNICEF e requer

a sua participação no workshop de

formação de professores.

NOTA

NOTA

NOTA

ÍNDICE

Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................................... iii MÓDULO TRÊS: EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA (DPI) .................................................... 1

UNIDADE ONE: DESCRIÇÃO DOS ITENS CONTIDOS NO KIT DE DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA (DPI) .......................................................................................................................................................... 4

ACTIVIDADE UM: Que materiais e ensino e aprendizagem posso encontrar no KIT DPI DO UNICEF? ................................................................ 5

Armazenamento do KIT DPI DO UNICEF .................................................................................................................................................................. 8

Manutenção e reaprovisionamento dos materiais do Kit DPI .............................................................................................................................. 8

ACTIVIDADE DOIS: Como posso utilizar os materiais de ensino e aprendizagem do KIT DPI DO UNICEF na

realização das actividades? ........................................................................................................................................................................................................ 9

Actividades Artísticas e de Artesanato ..................................................................................................................................................................... 10

Actividades recreativas ................................................................................................................................................................................................. 11

Actividades de expressão ............................................................................................................................................................................................ 19

Actividades de leitura ................................................................................................................................................................................................... 21

UNIDADE DOIS: ACTIVIDADES PSICOSSOCIAIS .......................................................................................................................... 23

ACTIVIDADE UM: Actividades Psicossociais Artísticas e de Artesanato (A&C) ........................................................................................................... 25

ACTIVIDADE DOIS: Actividades Psicossociais para Estimular Brincadeira, Relaxamento e Autoconfiança ......................................................... 32

UNIDADE TRÊS: ACTIVIDADES DE PROTECÇÃO DA CRIANÇA ................................................................................................. 37

ACTIVIDADE UM: Criança mais velhas cuidam das crianças mais pequenas ............................................................................................................. 38

ACTIVIDADE DOIS: Mensagens e actividades que podem contribuir para a protecção das crianças ................................................................ 42

UNIDADE QUATRO: ACTIVIDADES RELACIONADAS COM MENSAGENS QUE SALVAM VIDAS ............................................ 45

ACTIVIDADE UM: Mensagens educativas e actividades de aprendizagem que podem prevenir ou

mitigar situações de risco ......................................................................................................................................................................................................... 46

Actividades de desminagem de minas e de explosivos remanescentes da guerra (ERW) ......................................................................... 46

Actividades de Redução do Risco de Desastres (RRD) ........................................................................................................................................ 47

Desenvolver o ‘Manter o plano de segurança’ ...................................................................................................................................................... 48

Actividades de promoção de saúde ......................................................................................................................................................................... 51

ACTIVIDADE DOIS: Actividades de paz e de reconciliação ............................................................................................................................................ 52

2 Guia do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância

ÍNDICE

Guida do Kit de Desenvolvimento na Primeira Infância

TABELA DE FIGURAS

FIGURA 1: Como utilizar a fiada de contas para estimular os lactentes .............................................................................................................................. 14

FIGURA 2: Mão previamente cortadas ......................................................................................................................................................................................... 25

FIGURA 3: Campo de jogo do jogo de cooperação ................................................................................................................................................................ 54

TABELA DE TABELAS

TABELA 1: Lista de material contido no Kit de Educação para o Desenvolvimento na

Primeira Infância (DPI) do UNICEF ................................................................................................................................................................................................... 5

TABELA 2: Rácio de supervisão adulto/criança .......................................................................................................................................................................... 38

TABELA 3: Exercícios de combate a incêndio e instruções para emergências .................................................................................................................. 48

TABELA DE LISTAS DE VERIFICAÇÃO

LISTA DE VERIFICAÇÃO 1: Envolver pais e encarregados de educação ............................................................................................................................. 24

LISTA DE VERIFICAÇÃO 2: Dicas sobre como interagir e conversar positivamente com crianças sobre os seus desenhos ................................. 30

LISTA DE VERIFICAÇÃO 3: Criança mais velhas cuidam das crianças mais pequenas .................................................................................................... 39

LISTA DE VERIFICAÇÃO 4: Avaliar os desastres no seu contexto ......................................................................................................................................... 48


UNIDADE UM:

DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS

PEDAGÓGICOS CONTIDOS NO KIT

DE DESENVOLVIMENTO NA

PRIMEIRA INFÂNCIA (DPI)

Na presente Unidade aprenderá a identificar os diferentes materiais pedagógicos contidos

no Kit DPI do UNICEF e como usá-los na realização das actividades. Alguns destes materiais

podem ser novos para si, portanto, é muito importante que leve o tempo necessário para

se familiarizar com eles.

O SEU PAPEL é familiarizar-se com os itens contidos no Kit DPI do UNICEF e

compreender como utilizá-los na realização das actividades.

O objectivo da Unidade Um é disponibilizar orientações gerais sobre como planificar e

implementar a Formação de Formadores. Também disponibilizar orientações de género.


RESULATADOS DA

APRENDIZAGEM

No fim da Unidade Um, será capaz de:

1. Identificar os materiais contidos no

Kit DPI do UNICEF

2. Explicar como armazenar e

reabastecer o Kit DPI do UNICEF

3. Demonstrar como realizar as

actividades de aprendizagem


ACTIVIDADE UM:

Que material de ensino e de aprendizagem posso encontrar no Kit

DPI do UNICEF?

A tabela a seguir apresenta a lista dos materiais contidos no KIT DPI do UNICEF. Ela

inclui a figura, a quantidade e uma breve descrição de cada material. Leia

cuidadosamente e verifique para garantir que constam todos os materiais na caixa que

recebeu. Reserve tempo para contar os materiais e familiarizar-se com o conteúdo.

Tabela 1: Lista de material contido no Kit de Educação para o Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI) do UNICEF

# ITENS FIGURA QUANTIDADE por caixa DESCRIÇÃO e USO

Material artístico e de artesanato

1 Blocos de desenho

20 blocos de desenho de 48 folhas

brancas lisas cada

Uso: Para actividades artísticas e de artesanato,

escrever de escala de serviço em cartazes, manter

os registos e escrever mensagens de aviso.

2 Lápis de cor

144 lápis de cor Uso: Para actividades artísticas e de artesanato

para crianças de 2 a 6 anos.

3 Lápis de cera Jumbo,

grande

48 lápis de cera grandes de cores

sortidas

Uso: Para actividades artísticas e de artesanato


4 Lápis de cera normal

24 lápis de cera normal de cores

sortidas



5 Lápis

20 lápis Uso: Para desenho e caligrafia pré-escolar.

6 Afiadores

20 afiadores Uso: Adequado para crianças em idade pré-

escolar.

7 Borrachas macias

20 borrachas macias para lápis Uso: Adequado para crianças em idade pré-

escolar.

8 Tesouras com

segurança

10 tesouras com segurança Uso: Para actividades artísticas e de artesanato


9 Rolo de papel branco

liso

1 rolo de papel branco liso Uso: Para actividades artísticas e de artesanato,

escrever escalas de serviço e horários das

actividades, e para utilizar como papel de

desenho para desenhos grandes.


UN

IDA

DE

UM

É possível que alguns dos

itens registados na Tabela 1 não

sejam os mesmos que recebeu. A

sua tarefa é identificar e registar os

itens e as quantidades que recebeu,

para que possa controlar os

materiais e reabastecer, se

necessário.

NOTA


10 Blocos de papel a

cores

10 blocos de 50 folhas de tamanho

A4


as papel de desenho e cartazes de aviso.

11 Fita-cola transparente

20 peças de fita-cola transparente Uso: Para afixar desenhos e cartazes na parede e

para actividades artísticas e de artesanato.

12 Plasticina

40 peças de plasticina a cores sortidas Uso: Para realizar actividades para crianças de2

a 8 anos.

13 Cola

1 frasco de cola (170 ml) Uso: Para colagens e actividades artísticas e de

artesanato para crianças de 2 a 8 anos.

Material de leitura

14 Livro em papelão

1 livro em papelão Livro em papelão adequado para contar histórias

a crianças de 0 a 3 anos.

Material de recreação - brinquedos

15 Blocos de construção

50 peças a cores de diferentes

tamanhos

Uso: Para realizar actividades para crianças de 2

a 8 anos.

16 Puzzle com peças de

madeira

24 peças de puzzle com peças de

madeira


a 6 anos.

17 Círculo de contagem

20 peças de madeira desmontáveis Uso: Para realizar actividades para crianças de 4

a 8 anos. Adequado para actividades de

numeracia pré-escolar.

18 Puzzle em cadeia

5 peças de madeira de cores

diferentes


a 2 anos.

19 Puzzle de blocos

12 blocos com figuras diferentes em

cada lado


a 6 anos.

20 Caixa de formas

1 caixa de plástico com peças de 5

cm com cores e formas diferentes


meses a 6 anos.

21 Jogo de empilhar e

agrupar

19 peças com formas e cores

diferentes


meses a 6 anos.

22 Jogo de dominó

28 peças de plástico com pontos com

cores coordenadas Uso: Para realizar actividades para crianças de 3

a 8 anos. Adequado para actividades de




23 Fiada de contas

50 contas de madeira de cores e

formas diferentes

Uso: Criar brinquedos para lactentes e para

realizar actividades para crianças de 3 a 8 anos.

24 Jogo de memória

32 cartões com diferentes figuras de

emparelhamento

Uso: Para realizar actividades para crianças de 2 a

8 anos.

25 Puzzle de tabuleiro

1 tabuleiro e 8 peças de madeira sem

pinos

Uso: Para realizar actividades para crianças de 0 a

3 anos.

26 Bolas de esponja

5 bolas de esponja com cores sortidas Uso: Para realizar actividades para crianças de 0 a

8 anos.

Actividades de expressão

27 Marionetes de animais

de mão

6 marionetes de animais de mão

macias

Uso: Para contar histórias e realizar actividades


28 Marionetes de animais

de dedo

6 marionetes de animais de dedo

macias

Uso: Para contar histórias e realizar actividades


Materiais para Prestadores de Cuidados

29 Sabonete

5 barras de sabonete embrulhadas Uso: Para lavar as mãos das crianças e para

higiene pessoal.

30 Recipiente plástico de

água

5 recipientes de água em PVC de 10

litros

Uso: Para armazenar água potável segura para as

crianças.

31 Cadernos de exercícios

10 cadernos de exercícios de 96

páginas

Uso: Para manutenção de registos, por exemplo,

para registar o nome das crianças e marcar a

presença diária e também para tomar nota.

32 Canetas pretas

10 esferográficas pretas Uso: Para escrever em papel.

33 Autocolantes de

decalque do UNICEF

2 autocolantes transferíveis do UNICEF Uso: Para marcar, onde adequado e seguro, a

propriedade do UNICEF.

34 Camisetes com o

logótipo do UNICEF

2 camisetes azuis de algodão com o

logótipo do UNICEF Uso: Para prestador(es) de cuidados e voluntários

do DPI.

Itens com o logótipo do UNICEF devem ser utilizados apenas em actividades

relacionadas com o DPI

35 Marcadores de flip chart

8 marcadores de flip chart com cores

sortidas

Uso: Para escrever em flip charts e papel. Não são

para ser utilizados em quadro preto.


UN

IDA

DE

UM

NOTA


36 Caixa de metal

1 caixa de metal com 2 cadeados de

código

Uso: Para guardar com segurança os materiais

do Kit DPI.

37 Sacos

5 sacos com o logótipo do UNICEF Uso: Para o(s) prestador(es) de cuidados do DPI

transportar(em) e/ou guardar materiais.

38 Módulo Três:

Educação para o DPI

1 brochura Uso: Orientar prestador(es) de cuidados do DPI

na realização de actividades de DPI.

Armazenamento do KIT DPI do UNICEF

A caixa de metal foi concebida para guardar os materiais do Kit DPI com segurança.

Recomenda-se que coloque a caixa com todo o conteúdo num local seguro quando as

actividades de DPI terminarem. Por vezes, os prestadores de cuidados do DPI não utilizam os

materiais do Kit DPI por receio de estragar os novos itens e preferem guardá-los no escritório

do director ou no armazém. Os materiais do Kit DPI do UNICEF destinam-se a motivar a

aprendizagem, proporcionar oportunidades para brincar e a serem utilizados em actividades

psicossociais, portanto, devem ser utilizados regularmente. Por favor, certifique-se de que utiliza

os materiais pedagógicos do DPI na realização das actividades curriculares do DPI.

O SEU PAPEL é certificar-se de que os materiais de DPI estão disponíveis para todas

as crianças, que são utilizados regularmente e que não são perdidos, roubados ou

danificados intencionalmente.

Manutenção e reaprovisionamento dos materiais do Kit DPI

Os materiais do Kit DPI devem ser guardados adequadamente para garantir utilização segura,

bem como uso duradouro. Prevê-se que os itens consumíveis do Kit DPI durem

aproximadamente 3 meses.

O Kits DPI podem ser reaprovisionados através de:

1. Reaprovisionamento externo: Quando os materiais recreativos não estão disponíveis

localmente, são comprados externamente, normalmente com o apoio do Escritório de

Aprovisionamento do UNICEF ou através dos Parceiros de Implementação (PIs).

2. Reaprovisionamento local: Os materiais recreativos são adquiridos no mercado local,

normalmente através dos PIs ou com o apoio da comunidade local. Neste caso, certifique-

se de que os materiais satisfazem os padrões de boa qualidade universais e uso seguro. O

reaprovisionamento local incentiva a participação da comunidade e a sustentabilidade dos

kits.

3. Reciclagem dos materiais locais: Use a sua imaginação e iniciativa e identifique

materiais locais disponíveis, tais como garrafas de plástico vazias, tampas de garrafa,

pedaços de madeira que podem ser utilizados no desenvolvimento de actividades

recreativas. A reciclagem dos materiais locais reduz os custos.


Nem todos os Kits DPI

vêm com uma caixa de metal; às

vezes os materiais de DPI vêm numa

caixa de papelão.

A responsabilidade pelo

armazenamento seguro e pelo

transporte do Kit DPI para o centro

de DPI pode ser partilhada entre os

voluntários e os prestadores de

cuidados.

Geralmente os escritórios

ficam muito satisfeitos em dar-lhe

papel de velho para reciclar. As lojas

locais ficam também muito satisfeitas

em dar recipientes de embalagem.

Peça ao comerciante para guardar os

materiais para si.

NOTA

NOTA

NOTA


Para prolongar a vida útil dos Kits DPI e usufruí-los por mais tempo, faça a verificação dos materiais

do Kit DPI uma rotina e mantenha o seu registo. Se algo faltar, pergunte às crianças e aos

voluntários se sabem onde os estão itens. Por vezes, é fácil colocar as coisas num local errado,

especialmente se estiver com pressa de arrumar o local. Certifique-se de que as crianças não levam

peças dos brinquedos para casa, é muito fácil as crianças colocarem pequenos objectos nos bolsos

e esquecerem-se deles. Faça uma rotina, pedir às crianças e aos voluntários para voltarem a pôr

os materiais na caixa após uso. É muito provável que depois de algum tempo os itens fiquem

sujos, porque as crianças gostam de tocar e de os explorar. Lave os brinquedos regularmente e

peça às crianças para lavarem as mãos antes de brincarem com eles, especialmente se for logo

depois de comer. Isso promoverá a higiene pessoal e desenvolverá também o sentido de cuidado.

ACTIVIDADE DOIS:

Como utilizar os materiais de ensino e aprendizagem do KIT DPI do UNICEF

na realização das actividades?

O objectivo do Kit DPI e do currículo é disponibilizar materiais essenciais que podem ajudar a

desenvolver actividades de aprendizagem, psicossociais e de protecção da criança e comunicar

mensagens que salvam vidas às crianças. Na secção a seguir, encontra ideias sobre como utilizar

os conteúdos do Kit DPI para realizar actividades adequadas para crianças entre o nascimento e

aproximadamente 8 anos.

O SEU PAPEL é utilizar os materiais para realizar actividades que respeitem e envolvam a

cultura local e que sejam relevantes para as crianças alvo em situações de emergência e de

crise.


UN

IDA

DE

UM

REFLEXÃO: Está familiarizado com

os itens do Kit DPI do UNICEF?

Existem itens que não tem a certeza

de como utilizar nas actividades de

aprendizagem? Discuta isso com os

seus colegas (outros prestadores de

cuidados) e/ou funcionários do

UNICEF ou PIs.

Lembre-se de NÃO deixar

os materiais ao ar livre, porque a

chuva, as altas temperaturas e o

orvalho podem provocar danos.

A UNICEF ‘Early Childhood Development Kit: a Treasure Box of

Activities’ centra-se especificamente na realização de actividades utilizando

os brinquedos contidos no Kit DPI. Pode descarregar a cópia em pdf do

‘UNICEF Treasure Box of Activities’ em https://supply.unicef.org.

NOTA


ACTIVIDADES ARTÍSTICAS E DE ARTESANATO

No Kit DPI existem vários materiais que podem ser utilizados para actividades artísticas e de

artesanato. A seguir estão sugestões sobre como realizar actividades utilizando os materiais

artísticos e de artesanato listados na Actividade Um da presente unidade.

Desenho por tema: Seleccione semanalmente um tema, por exemplo: as estações do

ano; animais domésticos e selvagens; membros da família; árvores; e flores. Estes temas

orientarão as actividades de desenho.

Desenho por mensagem: Identifique mensagens que salvam vidas importantes e

relevantes para o seu contexto e utilize as sessões de desenho como forma de transmitir

essas mensagens. Veja a Unidade Quatro do presente módulo para actividades que

transmitem mensagens que salvam vidas.

Colagens e mosaicos: Utilize folhas naturais, flores, papel, tecido e recorte figuras de

revistas e jornais para criar histórias, colando-os num cartaz e colorindo à sua volta. Pode

utilizar pedaços de papel velho de revistas para criar colagens.

Festas: Celebre as festas culturais, pedindo às crianças para escreverem cartões de

felicitações ou desenharem os rituais da celebração. Pode organizar um cartaz de

aniversário para as crianças.

O SEU PAPEL é adaptar as actividades às diferentes faixas etárias.

Actividade Artística 1: Actividades de desenho utilizando quadros de referência

Material: Livro em papelão, blocos de puzzle ou a puzzle com peças de madeira, papel, lápis

de cera Jumbo para crianças mais pequenas, lápis de cera e lápis de cor para crianças mais

velhas.

Idade: Crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar.

Aprendizagem: Desenvolver a imaginação das crianças e a sua capacidade de desenhar e

colorir.

O que pode fazer:

Sente-se num grupo e coloque o livro em papelão ou as figuras dos blocos do puzzle

ou puzzle com peças de madeira à frente das crianças. Pergunte às crianças o que

vêem no livro em papelão ou nas figuras dos blocos do puzzle ou no puzzle com

peças de madeira.

Convide as crianças a descrever as figuras detalhadamente.

Peça às crianças para contarem uma história sobre as figuras.

Peça às crianças para desenharem a história utilizando lápis de cera e papel.

Actividade Artística 2: Modelagem com plasticina

Material: Plasticina.

Idade: Bebés, crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar.

Aprendizagem: Desenvolver a criatividade das crianças, o manuseamento (tocar) dos

materiais e a capacidade de criar figuras e formas.


Exponha o trabalho das

crianças ao redor da sala de aula;

isso ajudará a torná-la mais colorida

e a tornar as crianças orgulhosas do

seu trabalho ou, se preferirem,

permitir que as crianças levem o

trabalho para casa.

Algumas crianças podem

não saber em que dia fazem anos.

Se assim for, peça-lhes apenas para

escolherem a data que gostam para

data de aniversário. O objectivo é

celebrar um dia especial para cada

criança e fazê-la sentir-se importante

e querida. Lembre-se também de

entoar uma canção!

Adapte as actividades de

acordo com a faixa etária.

Também pode copiar as

figuras do livro em papelão para o

papel e convidar as crianças para

pintarem.

NOTA

NOTA

NOTA

NOTA


O que pode fazer:

Coloque a caixa de plasticina a cores para as crianças e deixe-as criar formas e figuras

e brincar livremente. Incentive as crianças a explorar o novo material.

Incentive as crianças a experimentar combinar a plasticina com itens naturais, tais como

conchas, folhas e galhos pequenos. Pode utilizar materiais reciclados, tais como tampas

de garrafas, garrafas de plástico e recipientes para reproduzir formas.

Encene uma história. Convide as crianças a usarem a plasticina para reproduzir os

personagens da sua história favorita e use-os para criar diálogos que envolvem os

personagens de plasticina. A plasticina pode também ser utilizada para moldar carros,

árvores e casas, para apoiar a narração da história.

ACTIVIDADES RECREATIVAS

Aqui pode encontrar sugestões sobre como utilizar os brinquedos listados na Actividade Um da

presente Unidade para realizar actividades de acordo com as faixas etárias. Além disso, pode

encontrar ideias sobre como realizar actividades recreativas ao ar livre e dentro de casa.

O SEU PAPEL é adaptar as actividades às diferentes faixas etárias.

Actividades recreativas ao ar livre

Se o seu contexto permitir, experimente organizar actividades ao ar livre para as crianças com

a ajuda de pais e de voluntários. Por exemplo, pode organizar visitas a parques ou a zonas onde

as crianças podem brincar com segurança e livremente. Certifique-se de que quando organiza

actividades ao ar livre dá tempo suficiente. Por favor, utilize o rácio criança/prestador de

cuidados conforme indicado na Unidade Três do presente módulo.

Actividades recreativas dentro de casa

Organize grupos de recreação. Normalmente os grupos de mesma idade (colegas) funcionam

melhor nas actividades recreativas, porque as crianças da mesma idade têm necessidades de

desenvolvimento e força física semelhantes. Grupos de faixas etárias mistas podem também ser

muito eficazes, especialmente quando as crianças mais velhas apoiam as crianças mais

pequenas. Ver Unidade Três do presente módulo. Algumas das actividades a seguir foram

adaptadas de UNICEF ‘Early Childhood Development Kit: a Treasure Box of Activities’.

Actividade Recreativa 1: O túnel

Idade: Bebés e crianças pequenas; crianças em idade pré-escolar.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade de equilibrar, sentar, ajoelhar e rastejar, utilizando

diferentes partes do corpo.

O que pode fazer:

Por as crianças aos pares de mãos dadas para fazerem um túnel em diferentes partes

da área de recreação. Incentive as crianças a rastejarem pelos túneis.


UN

IDA

DE

UM

Actividades para bebés

visam estimular o toque

(manuseamento) nos materiais.

Basta permitir que os bebés sintam a

plasticina com as mãos. Certifique-

se de que eles não a põem na boca.

Certifique-se de que as

crianças não engolem a plasticina.

REFLEXÃO: Lembra-se de algum

jogo de infância? Porquê que não

joga com as crianças?


crianças com deficiência estão

incluídas nas actividades. Pode

envolver as crianças mais velhas

para apoio extra.

NOTA

NOTA

NOTA


Entoe uma canção fácil de lembrar enquanto estiverem a jogar.

Pode também adaptar esta actividade ao ar livre, se houver condições adequadas.

Actividade Recreativa 2: Brincar a encontrar objectos e pessoas


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade dos bebés e crianças pequenas de reconhecer

objectos e analisar o seu ambiente.

O que pode fazer:

Escolha um objecto ou uma pessoa que vê na sala ou ao ar livre.

Entoe uma canção sobre isso e peça às crianças para tocarem no objecto ou na

pessoa sobre quem está a cantar.

Incentive as crianças a cantar.

Actividade Recreativa 3: Andar em círculo


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade dos bebés e crianças pequenas a coordenar os

movimentos e a responder a comandos.

O que pode fazer:

Peça às crianças para segurarem as mãos consigo num círculo fechado.

Entoe uma canção enquanto você e as crianças andam em conjunto em círculo de

mãos dadas.

Na canção, utilize palavras que digam às crianças para se sentarem, levantarem,

saltarem para a frente, saltarem para trás, girar à volta, etc., de acordo com as suas

capacidades.

Actividade Recreativa 4: Jogos com bolas de esponja


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade de controlar os movimentos no manuseio da bola

e de fortalecer os músculos. As crianças desenvolvem as suas capacidades motoras e

aprendem sobre concentração e precisão ao perseguir e pegar na bola, enquanto estão em

movimento.

O que pode fazer:

Role a bola de esponja para uma criança e deixe-a observar como a bola rola pelo

chão. Incentive a criança a tocar e a segurar na bola e sentir a sua maciez.

Role uma ou mais bolas de esponja para um pequeno grupo de crianças e deixe-as

chutar, lançar e pegar na(s) bola (s).

Peça às crianças para se sentarem em círculo consigo e role uma bola para uma

criança e peça-lhe para rolar de volta. Incentive as crianças a participarem no jogo.

Peça às crianças mais velhas, quer em pares quer em grupo, para passarem a bola

entre si. O jogador que não deixar cair a bola ganha.


Esta é uma boa actividade

para envolver crianças com

deficiência. Sente-se com a criança

e apoie-a ou peça a uma criança

mais velha para o ajudar.

NOTA

Use versos e músicas

locais. Certifique-se de que as crianças

com deficiência estão também

incluídas!

NOTA


Realize actividades para bebés e crianças pequenas (0 a 3 anos) utilizando

os brinquedos do Kit DPI

Na secção a seguir, encontra exemplos de como usar os brinquedos do Kit DPI para realizar

actividades de aprendizagem adequadas para crianças pequenas. É uma boa prática dividir

as crianças em pequenos grupos de recreação e rodar o uso dos brinquedos.

Actividade 1 com brinquedo: Brincar com o puzzle de tabuleiro sem pinos

Idade: 0 a 3 anos.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade dos bebés utilizarem os olhos para chegar e

pegar em objectos de diferentes formas, texturas e tamanhos.

O que pode fazer:

Incentive o bebé a tirar as peças do puzzle e a segurá-las. Deixe o bebé brincar com

as diferentes peças e a senti-las nos seus dedos.

Permita que o bebé combine com as figuras das peças do puzzle.

Converse com as crianças e refira-se às cores, figuras e formas do puzzle.

Esconda uma das peças do puzzle debaixo de um pano. Fale sobre o que está a

fazer. Peça ao bebé para o encontrar.

Componha uma história sobre as diferentes figuras do puzzle.

Actividade 2 com Brinquedo: Brincar com o puzzle em cadeia

Idade: 1 a 2 anos.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade dos bebés de usarem os olhos para chegar e

pegar em objectos de diferentes formas, texturas e tamanhos. Desenvolver a capacidade das

crianças pequenas de separar coisas e de reuni-las e começar a contar e apontar para as

cores.

O que pode fazer:

Incentive o bebé a tirar as peças do puzzle e a segurá-las. Deixe o bebé brincar com

as diferentes peças e a senti-las com os dedos.

Retire o puzzle e coloque as peças num recipiente vazio. Deixe o bebé esvaziar o

recipiente e peça-lhe para as colocar de novo no recipiente.

Incentive a criança pequena a contar as peças do puzzle, enquanto brinca com elas.

Peça à criança para pegar em peças de cores diferentes.

Converse e componha histórias com cores, números e formas.

Actividade 3 com Brinquedo: Brincar com a caixa de formas

Idade: 0 a 3 anos.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade de coordenação mãos/olhos dos bebés e de


UN

IDA

DE

UM

Certifique-se que o bebé

não coloca as peças na boca.

Certifique-se de que o

bebé NÃO coloca as peças na

boca.

NOTA

NOTA


controlo no manuseamento dos objectos. As crianças pequenas aprendem cores e formas

diferentes e melhoram a compreensão da orientação espacial.

O que pode fazer:

Coloque a caixa de formas com as formas com cores diferentes à frente dos bebés e

deixe-os brincar livremente com as várias partes. Incentive os bebés a sentirem as

diferentes formas com os dedos. Fale sobre as formas e as suas cores.

Deixe o bebé descobrir como abrir a caixa de formas. Esvazie o recipiente da caixa

de formas e peça ao bebé para o voltar a encher.

Deixe as crianças pequenas brincarem com a caixa de formas e a explorar como cada

peça cabe no seu buraco.

Diga qual é a forma da peça que a criança manuseia e incentive-a a encontrar o

buraco correspondente à forma do recipiente.

Actividade 4 com Brinquedo: Brincar com a fiada de contas

Idade: Bebés e crianças pequenas.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade de coordenação mão/olho dos bebés, fazendo-

os tentar tocar, pegar ou puxar os objectos pendurados por cima deles. As crianças pequenas

aprendem diferentes cores e formas e aprendem a manusear pequenos objectos.

O que pode fazer:

Coloque contas de diferentes tamanhos e cores nas extremidades de vários fios.

Amarre os fios firmemente para evitar que as contas saiam. Coloque um dos fios à

frente do bebé onde ele está sentado. Mostre-lhe como puxá-lo para que o

brinquedo se move para ele. Dê ao bebé o fio para puxar e envolva o bebé a brincar

consigo.

Ajude e incentive as crianças pequenas a colocarem contas no fio por cores e formas.

Conte as contas com elas e faça um colar e pulseiras que eles podem usar.

FIGURA 1: Como Utilizar a Fiada de Contas para Estimular os Lactentes


Pode fazer objectos

móveis utilizando as contas e formas

de diferentes cores para pendurar

por cima do local onde o bebé

dorme. Isso estimula os bebés

quando estão acordados.


crianças são supervisionadas

permanentemente. Objectos

pequenos tais como as contas são

muito fáceis de engolir.

NOTA

Nunca deixe os bebés

sozinhos. Supervisione-os

permanentemente e certifique-se de

que eles não põem as peças do

classificador de formas na boca.

NOTA

NOTA


Actividade 5 com Brinquedo: Brincar com o kit de empilhar e agrupar

Idade: 0 a 3 anos.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade dos bebés colocarem objectos um por cima do

outro. As crianças pequenas aprendem tamanhos diferentes e podem comparar as peças mais

pequenas com as maiores.

O que pode fazer:

Coloque um objecto à frente do bebé e empilhe outro no topo, enquanto ele observa.

Dê um ao bebé para empilhar. Fale sobre o que ele está a fazer e dê-lhe tempo para

explorar esses materiais livremente.

Coloque o kit de empilhamento no meio de um pequeno grupo de crianças e deixe-

os jogar livremente com os materiais. Observe como as crianças pequenas exploram

um novo objecto e deixe-as colocar os objectos em cima uns dos outros sozinha.

Fale sobre como os objectos são semelhantes. Fale sobre a cor, tamanho e forma de

cada objecto e como alguns são pequenos e outros são grandes. Mostre às crianças

como empilhar os objectos e observe se elas o imitam.

Peça às crianças para encontrarem todos os itens da mesma cor.

Actividade 6 com Brinquedo: Brincar com blocos de construção

Idade: Crianças pequenas.

Aprendizagem: Consolidar a capacidade de coordenação mão/olhos das crianças pequenas

e o seu controlo no manuseio de objectos de formas diferentes.

O que pode fazer:

Sente as crianças em círculo e coloque os blocos de construção no meio, onde as

crianças podem brincar com eles livremente.

Fale com a criança sobre a cor e a forma dos blocos que ela está a utilizar. Peça à

criança para pegar noutro bloco com a mesma cor ou forma.

Actividade 7 com Brinquedo: Brincar com os blocos do puzzle

Idade: Crianças pequenas.

Aprendizagem: Consolidar a capacidade das crianças de pensar e de raciocinar.

O que pode fazer:

Mostre a um grupo de crianças pequenas as todas as diferentes figuras do puzzle.

Explique às crianças pequenas os diferentes objectos que compõem cada figura.

Mostre às crianças pequenas que os diferentes blocos do puzzle têm figuras, ao girar

os cubos.

Deixe as crianças brincar livremente e explorar os diferentes cubos do puzzle.

Organize os diferentes cubos para completar a figura e incentive as crianças pequenas

a imitá-lo.


UN

IDA

DE

UM


Realize actividades para crianças do pré-escolar (4 a 7/8 anos) utilizando os

brinquedos do Kit DPI

Actividade 1 com Brinquedo: Brincar com a caixa de formas

Idade: Crianças em idade pré-escolar.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade de reconhecer e nomear formas e de as combinar

com os respectivos buracos.

O que pode fazer:

Deixe as crianças brincar e divertir-se com a caixa de formas sozinha.

Coloque todas as peças no chão. Chame pelo nome das formas e peça às crianças

para mostrarem onde estão os rectângulos, os triângulos, etc.

Se as crianças não conseguirem encontrar a forma certa, pegue na peça e mostre-

lhes. Peça novamente às crianças para a encontrar.

Incentive as crianças a identificar formas e a repetir os seus nomes.

Actividade 2 com Brinquedo: Brincar com a fiada de contas


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade de coordenar movimentos, de se lembrar das

cores e de contar.

O que pode fazer:

Deixe as crianças juntar vários tipos de objetos à sua maneira. Pergunte às crianças

sobre as coisas que escolheram para a sequência. Indique as cores e incentive-as a

contar.

Pode acrescentar outros materiais ao fio, tais como pedaços de papel a cores,

materiais texturizados e flores.

Actividade 3 com Brinquedo: Brincar com o kit de empilhar e agrupar


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças de contar e de selecionar os objetos

por tamanho, forma e cor. Actividades de numeracia pré-escolar.

O que pode fazer:

Incentive as crianças a seleccionar os itens de acordo com a sua forma criativa. Deixe-

as brincar livremente com os diferentes itens.

Utilizando itens de empilhar/seleccionar, peça às crianças para porem por ordem os

objectos segundo a cor, em seguida, o tamanho e a forma. Deixe as crianças tentarem

sozinhas e peça-lhes para:

i. Encontrar os itens com o mesmo tamanho.

ii. Encontrar os itens com a mesma forma.

iii. Faça uma fila de itens do menor ao maior.

iv. Faça uma pilha de os itens com a mesma cor.

Pergunte às crianças:

i. Quantos itens estão nos diferentes grupos?


Repita a actividade várias

vezes e certifique-se de todas as

crianças são envolvidas.

NOTA


ii. Qual é o grupo maior?

iii. Qual é o grupo menor?

Peça às crianças para contarem os itens de cada grupo.

Peça às crianças para alinhar os 10 itens à sua frente. Repita a palavra ‘dez’ e mostre

que o número corresponde aos itens alinhados. Compare o número 10 com o número

de dedos das mãos ou dos pés. Repita esta actividade com números diferentes de 1 a

10.

Actividade 4 com Brinquedo: Brincar com o jogo de dominó


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças de contar e de reconhecer os números;


O que pode fazer:

Deixe as crianças observarem as diferentes peças de dominó. Aponte para os pontos

em ambas as extremidades. Diga às crianças que os pontos representam um número.

Peça às crianças para contar os pontos e identificar o número.

Sente-se em círculo com um pequeno grupo de crianças. Dê a cada jogador 5 peças

de dominó e coloque o resto numa pilha no meio do círculo.

O primeiro jogador coloca uma das suas cinco peças de dominó.

O próximo jogador deve juntar o dominó ao um no meio que corresponde ao número

de pontos. Se o jogador não puder fazer a correspondência, ele tira uma nova peça

de dominó da pilha no meio.

Repita o processo com o próximo jogador. Ele deve juntar a peça de dominó a uma

que está no meio e que corresponde ao número de pontos. Se o jogador não puder

fazer a correspondência, tira uma nova peça da pilha no meio.

Continue a jogar até que um jogador fique fora do dominó.

Actividade 5 com Brinquedo: Brincar com os blocos de construção


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças cooperarem com os pares e

desenvolver a sua coordenação mão/olhos e boas capacidades motoras.

O que pode fazer:

Coloque um conjunto de blocos a cores onde as crianças possam brincar com eles

livremente. Peça às crianças para montar os blocos e fazer uma casa, ponte ou

qualquer outra construção.

Para promover a cooperação, dê a cada criança um bloco para construírem uma

estrutura em conjunto. Deixe cada criança colocar o seu bloco, uma de cada vez, até

que a estrutura esteja construída.

Actividade 6 com Brinquedo: Brincar com os blocos do puzzle


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade de memorizar números e a capacidade


UN

IDA

DE

UM

Com as crianças mais

velhas, pode adaptar esta actividade

com operações mais difíceis como

adicionar e subtrair objectos.

Os jogadores podem

combinar os números de ambas as

extremidades das peças de dominó.

NOTA

NOTA


de resolução de problemas e de cooperação; desenvolver a coordenação mão/olhos e boas

capacidades motoras.

O que pode fazer:

Deixe as crianças explorarem os blocos de puzzle e descobrirem como funcionam

sozinhas.

Peça às crianças que concluam o puzzle e memorizem cada uma das suas peças.

Forme um grupo de crianças e desafie-as a concluírem o puzzle, o mais rápido

possível. Os participantes são convidados a contribuir para completar o puzzle.

Actividade 7 com Brinquedo: Brincar ao jogo de memória


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças de reconhecer semelhanças,

diferenças e categorias, e usar a lógica. Desenvolver as capacidades de memória uma de cada

vez.

O que pode fazer:

Deixe as crianças explorarem as figuras nos cartões. Diga às crianças o que cada

figura representa e destaque que há mais cartões com a mesma figura.

Coloque todos os cartões virados para baixo à frente de um grupo de crianças

sentadas em círculo. Cada jogador escolhe em seguida 2 cartas e vira-as para que os

outros jogadores possam ver muito bem a figura no cartão e onde o cartão está

localizado.

Se ambas as cartas tiverem a mesma figura, o jogador fica com elas e tem uma

segunda tentativa para virar mais 2 cartas. Se o jogador não tiver sucesso, é a vez do

próximo jogador.

Durante o jogo, todos vêem as figuras de cada cartão e a sua localização, e os

jogadores podem começar a memorizar os locais dos cartões correspondentes. As

crianças podem, em seguida, escolher pares de cartas correspondentes de memória

e guardar os pares que combinam.

O jogador com mais cartões a corresponderem ganha.

Actividade 8 com Brinquedo: Brincar com o puzzle de contagem, papel e lápis de

cera


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças de contar até 20 objectos, escrever

o nome dos números de 1 a 10 e começar a tratar das operações simples, tais como subtrações

e adições de números, utilizando objectos concretos; numeracia pré-escolar.

O que pode fazer:

Deixe as crianças brincar livremente com o puzzle de contagem e explorar as peças,

os números e pontos nele representados.

Peça às crianças para montar o puzzle. Fale sobre o número de peças do puzzle.

Ajude as crianças a aprender os números apontando e contando o número de pontos


O jogo pode parecer difícil

no início. Incentive e oriente as

crianças nas primeiras tentativas e

verá que elas aprendem muito rápido.

Experimente o jogo com os seus

colegas, isso tornará mais fácil de

entender como ele é jogado.

NOTA


de cada peça.

Dê uma peça do puzzle a cada criança. Peça-lhes para encontrarem as peças

correspondentes à peça com 1 ponto, à peça com 2 pontos, etc.

Peça às crianças que completarem o puzzle do círculo, acrescentando cada par de

números por ordem. Dê às crianças muitos objectos práticos e pessoas à sua volta para

contar.

Escreva os números de 1 a 10 nos cartões, utilizando papel e lápis de cera, um número

escrito por cartão.

Dê a cada criança um cartão e peça-lhe para encontrar a peça do puzzle com o mesmo

número de pontos.

Utilize cartões, peças de puzzle e outras crianças para ajudar as crianças a aprenderem

a adição e a subtração simples. Por exemplo: sente-se em círculo; peça a cinco crianças

para ficarem de pé; peça a uma criança para se sentar; peça às crianças para contarem:

Quantas crianças estão ainda de pé?

Peça a uma criança para encontrar a peça do puzzle com 3 pontos. Peça a outra

criança para encontrar a peça com 2 pontos. Conte o número total de pontos. Quantos

tens agora? (5); Encontra a peça do puzzle com o número 5? Repita isso muitas vezes.

Componha músicas e versos, utilizando os números de 1 a 10.

Actividade 9 com Brinquedo: Brincar com o puzzle de peças de madeira


Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças trabalharem com os seus pares e a

desenvolverem as suas capacidades de literacia, associando as palavras e às figuras.

O que pode fazer:

Deixe um pequeno grupo de crianças tirar as peças do puzzle e colocar livremente as

peças juntas de novo. Ajude as crianças, se for muito difícil.

Use palavras para ajudar as crianças a verem o passo seguinte, desloque ligeiramente

a peça para a criança ver a resposta.

ACTIVIDADES DE EXPRESSÃO

Encenação: Envolva as crianças na representação de personagens das histórias. Convide-as a

reproduzir sons naturais, tais como do vento, do mar e das árvores. Isso estimula a sua

imaginação e também envolvê-las-á activamente na exploração de seu ambiente.

Material: Marionetes de mão e de dedo.

Actividade 1 de Teatro: Brincar com as marionetes de mão e de dedo

Idade: Crianças pequenas e crianças em idade pré-escolar.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças interagirem com os colegas e adultos;

estimular a imaginação das crianças e ajudá-las a se identificar com as marionetes e a recontar

os eventos que viveram.


UN

IDA

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UM

O jogo pode parecer difícil

no início. Incentive e oriente as

crianças nas primeiras tentativas,

verá que elas aprendem muito

rápido. Dê oportunidade no jogo com

os seus colegas, isso tornará mais

fácil entender como se joga o jogo.


crianças são supervisionadas

permanentemente. Envolva os

voluntários da comunidade para

ajudarem na supervisão das

crianças.

Certifique-se de que utiliza

marionetes sensíveis à cultura. Em

algumas culturas existem animais que

são sagrados ou proibidos

culturalmente e, portanto, não são

adequados para brincar.

NOTA

NOTA

NOTA


O que pode fazer:

Conte uma história utilizando marionetes. Coloque uma marionete na mão e dê a

cada criança uma marionete para segurar. Diga a cada criança que a marionete estará

na história.

Peça às crianças para ouvirem atentamente para saberem quando as suas marionetes

irão falar.

Comece a contar a história. Quando chegar a hora da marionete da criança dizer

algo, incentive a criança a pôr a marionete a falar. Ajude, se necessário. As crianças

acharão mais fácil após tentarem várias vezes.

Escolha outra história e convide outras crianças para pegarem nas marionetes e

encenarem novamente.

Actividade 2 de Teatro: Brincar a imitar


Aprendizagem: Consolidar a capacidade das crianças de imitar gestos e de aprender a mover

os seus corpos.

O que pode fazer:

Fique à frente de um grupo de crianças e entoe uma canção sobre as diferentes

partes do corpo, enquanto as move.

Incentive as crianças a imitá-lo ou a imitar uma criança mais velha, enquanto canta.

Actividade 3 de Teatro: Encenar uma história/conto de fadas/canção tradicional

ou compor uma história


Aprendizagem: Consolidar a capacidade das crianças de desempenhar papéis e a interpretar

personagens.

O que pode fazer:

Consulte as crianças para escolher uma história/conto de fadas/saga tradicional ou

componha a história que pretende encenar.

Discuta com as crianças a lista de personagens que participarão na encenação.

Certifique-se de que todas as crianças estão envolvidas na encenação. Pode criar

papéis para grandes números que também podem envolver crianças com deficiência.

Por exemplo, na representação de uma floresta as crianças podem ser árvores,

vegetação, flores, relva, etc.

Com as crianças mais pequenas pode ter uma voz externa que narra as principais

partes da história, enquanto as crianças estão envolvidas nos seus papéis. Com as

crianças pequenas mantenha um mínimo de diálogos, porque é difícil para elas

memorizar frases longas.

Utilize a dança e a música no desenvolvimento das cenas.

Pode convidar pais e membros da comunidade para a apresentação; pode utilizar a

representação para marcar um dia importante ou para angariar fundos (recolher

recursos).


Apoie os bebés nos seus

esforços e certifique-se de que as

crianças com deficiência participam

plenamente.

NOTA


Narração da história: Pode convidar uma pessoa idosa ou um dos pais para contar histórias

sobre a comunidade.

Acompanhe as sessões de narração de histórias com sessões artísticas e de artesanato ou teatro,

quando as crianças souberem desenhar alguns dos personagens ou puderem encenar alguns

dos eventos mais importantes das histórias. Isso ajudará as crianças a reelaborarem com as suas

palavras e figuras do que aprenderam da história.

Actividade 1 da narração da história: Narração da história

Idade: 2 a 8 anos.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças de usarem a sua imaginação, de

interagirem com os outros membros da comunidade e de aprender sobre o seu ambiente e

cultura.

O que pode fazer:

Sente-se com as crianças e peça-lhes para ouvirem, atentamente, a história que lhes

vai contar. Pode escolher uma história familiar ou tradicional ou compor uma.

Convide uma pessoa idosa da comunidade para contar histórias relacionadas com a

cultura e a história da comunidade.

ACTIVIDADE DE LEITURA

As actividades de leitura são o ideal quando pretende relaxar e acalmar as crianças. A leitura em

conjunto com as crianças é também uma forma divertida de estimular processos de

aprendizagem e de fortalecer a relação adulto/criança.

Livros: O Kit DPI contém um livro em papelão que pode utilizar para ler histórias para as

crianças. Outra possibilidade é criar os seus livros de leitura, utilizando materiais artísticos e de

artesanato do Kit DPI; desta forma pode adaptar a actividade à faixa etária e ao contexto.

Actividade 1de Leitura: Brincar com o livro em papelão e criar histórias

Idade: 0 a 8 anos.

Aprendizagem: Desenvolver a capacidade das crianças ficarem emocional, física e

mentalmente relaxadas. As crianças aprendem a se envolverem com os adultos e a criar relações

fiáveis e significativas, enquanto desenvolvem a sua curiosidade.

O que pode fazer:

Incentive as crianças a virar as páginas, enquanto fala sobre as figuras do livro. Fale

com os bebés o máximo que puder. A partir dos 3 meses, os bebés desenvolvem um

melhor alcance de visão.

Repita lentamente as palavras das figuras e deixe as crianças observarem o movimento

dos seus lábios e as palavras que usa.


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histórias são adequadas à faixa

etária. Acorde previamente o tema

da história com o orador convidado.

Utilize expressões faciais

e inflexões de voz, enquanto

conversa, isso ajuda a atrair a

atenção das crianças.

Envolver pessoas idosas

ajuda as crianças a interagirem com

diferentes gerações e a aprenderem

sobre a cultura e a história da

comunidade. Também permite que

os idosos se sintam incluídos.

Supervisione sempre as

crianças e acorde previamente com o

orador convidado sobre as histórias

que são adequados.

NOTA

NOTA

NOTA

NOTA


Incentive as crianças a repetir palavras e sons.

Aponte para uma figura e diga a palavra associada juntamente com a criança

pequena. Faça perguntas simples sobre as figuras para apoiar a sua compreensão

das palavras.

Componha histórias, utilizando as diferentes figuras do livro em papelão. Fale sobre

as cores, conte os objectos representados no livro e incentive as crianças a ajudá-lo.

Actividade 2 de Leitura: Criar os seus livros de leitura

1. Escolha uma pequena história popular ou componha uma com as crianças.

2. Seleccione 5 ou 6 figuras que representam eventos importantes da história.

3. Envolva as crianças a desenhar as figuras.

4. Escreva frases curtas sob cada figura.

5. Cole as páginas com cola ou com fita-cola.


Pode ter vários grupos de

crianças a trabalhar em histórias

diferentes. Terá muitos livros de

leitura e muita diversão em muito

pouco tempo, e as crianças sentir-se-

ão muito orgulhosos delas!

NOTA

UNIDADE DOIS:

ACTIVIDADES

PSICOSSOCIAIS

O bem-estar psicossocial refere-se aos sentimentos, pensamentos e percepções da criança,

bem como às suas relações e ligações positivas com pessoas da sua família ou comunidade.

Estas ligações prestam apoio e ajudam a criança a sentir-se segura, saudável, protegida,

respeitada, ouvida e feliz. Em emergências, situações de conflito e crises, o apoio psicossocial

ajuda as crianças a se adaptarem às mudanças na sua vida. Pode ajudar a recriar confiança,

sentido de pertença, autoestima e esperança no futuro. O apoio psicossocial tem dois

objectivos que são os seguintes: segurança, criação da comunidade e apoio à

expressão.

O SEU PAPEL é concentrar-se em ser particularmente paciente e em entender-se com

as crianças. Cada criança reage de forma diferente numa emergência e as suas reações

estão fora do seu controlo. O seu silêncio ou irritação é uma forma de lidar com o seu

trauma e aflição. Ajudar a lembrar as crianças que o que estão a viver após um evento

traumático é uma reação normal a uma situação anormal.

O objectivo da Unidade Dois é disponibilizar orientações sobre como realizar actividades de

apoio psicossocial e prático simples para as crianças através do uso da arte e da representação.


RESULTADOS DA

APRENDIZAGEM

No fim da Unidade Dois, você e as

crianças serão capazes de:

1. Utilizar a arte e a brincadeira

para estabelecer segurança, criar

comunidade e interagir umas

com as outras

2. Sentir-se seguro para brincar e

expressar pensamentos,

sentimentos e memórias

3. Compreender como apoiar de

forma positiva o desenvolvimento

na primeira infância

Algumas crianças podem

necessitar de apoio mais

especializado do que o grupo de

actividades psicossociais pode

prestar. Se você, outro prestador de

cuidados ou pai(mãe)/prestadores

de cuidados observar que uma

criança é cruelmente retirada e

separada dos colegas, tem

alterações súbitas de humor ou se

comporta de forma muito agressiva,

esta criança pode estar deprimida

ou gravemente angustiada e deve

ser encaminhada para

aconselhamento e cuidados

especializados.

NOTA


O SEU PAPEL é realizar actividades psicossociais relevantes para o seu contexto de

emergência e a sua cultura com o grupo de crianças ao seu cuidado. Permita-lhes

segurança, aceitação e em pré-julgamento para brincarem livremente.

Lista de Verificação 1: Envolver pais e encarregados de educação

Conhecer os pais/encarregados de educação dos estudantes.

Ao falar com os pais/encarregados de educação dar enfoque aos pontos fortes e às qualidades

positivas da criança.

Incentivar os pais/encarregados de educação a continuarem a apoiar a representação e a

expressão do seu filho em casa. Explicar que é normal que a criança apresente mudanças no

comportamento após um evento desgastante. As crianças podem ter dificuldades em dormir, ter

pesadelos, ficar mais ligadas ao pai/mãe ou rejeitá-lo/la e manifestar irritação.

Incentivar os pais/encarregados de educação a serem solidários, mostrar compreensão e paciência,

ouvir as preocupações e confusão do seu filho, permitir-lhe que chore, que se sinta triste e

tenha tempo para explicar ao seu filho porquê que há mudanças na sua vida e o que esperar em

seguida.

Também pode convidar os pais/encarregados de educação para uma reunião ou workshop onde lhes

ensinará exercícios de relaxamento e discutirá como grupo, como ajudar os seus filhos em casa. Os

pais/encarregados de educação terão também vivido a emergência e beneficiarão também das

actividades psicossociais para pais/encarregados de educação. Considerar actividades como convidá-

los a traçar e a decorar a mão e a fazer um Círculo com as Mãos dos Pais/Encarregados de Educação.

Falar com os pais/encarregados de educação sobre a importância das rotinas e dos costumes

em casa.


REFLEXÃO: Lembra-se de como

brincava quando era criança? O que

gostava de fazer? O que o ajudou a

sentir-se mais forte e feliz? Ao

trabalhar com crianças pequenas, é

benéfico para si, para o professor ou

prestador de cuidados, participar

também nas actividades do grupo. É

incentivado a ser divertido nas suas

interacções com as crianças.

Encontre a criança dentro de si e

deixe-a sair!

REFLEXÃO: Existem diferenças

se a emergência ou o conflito

estiver ainda a acontecer de

forma ativa à sua volta e das

crianças e/ou se estiver a viver

um cenário pós-emergência. A

realização das actividades

descritas a seguir dependerá do

seu ambiente e cultura. Pense em

como melhor adaptar as

actividades ao ambiente e à sua

cultura, tendo em mente os

principais objectivos psicossociais

de estabelecer segurança, criar

interação com a comunidade e

incentivar a expressão.

REFLEXÃO: Quais são as outras

formas de incluir

pais/encarregados de educação no

apoio psicossocial? Como você e

os seus colegas podem também

prestar apoio psicossocial entre si?


ACTIVIDADE UM:

Actividades Psicossociais Artísticas e de Artesanato (a&c)

ACTIVIDADES PSICOSSOCIAIS ARTÍSTICAS E DE ARTESANATO (A&C)

# Actividade Faixas etárias

1. Nosso Círculo de Mãos 2-8 anos

2. Desenho Livre 2-8 anos

3. Desenho com Temas e Instruções 4-8 anos

4. Desenhos de grupo 2-8 anos

5. Objectos de Transição 2-8 anos

6. Recipiente de Preocupações da Sala de Aula 4-8 anos

O SEU PAPEL é adaptar as actividades à faixa etária e garantir que sejam sensíveis à cultura.

Actividade Psicossocial A&C Um: O Nosso Círculo de Mãos

Idades: 2 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Durante a crise, é importante que as crianças se sintam seguras

e sintam que pertencem à comunidade. O seu ambiente de aprendizagem pode-lhes

proporcionar uma comunidade ou espaço mais seguro e mais forte durante a emergência.

Recomenda-se que esta actividade seja realizada no primeiro dia ou na semana após ou

durante a situação de emergência. Ela constrói a comunidade, sentido de pertença,

segurança e ligação entre as crianças e os prestadores de cuidados/professores. Pode

também ser usada como ritual contínuo para trazer novas crianças para a turma.

Material: Papel de desenho branco, lápis de cera, lápis de cor, tesoura, cola, fita-cola.

Preparação: Antes de as crianças chegarem à sala de aula, trace o contorno da sua mão

numa folha de papel de desenho branco. Utilize uma tesoura para cortar o desenho da

mão no papel para ter uma mão de papel de tamanho natural. Corte contornos de mão

suficientes para cada criança, prestador de cuidados e professor da turma. Por exemplo,

se houver 30 crianças e prestador de cuidados, tenha 30 mãos previamente cortadas para

toda a turma.


As crianças mais pequenas

terão dificuldade em segurar nos

lápis de cor. Dê às crianças de 2-4

anos os lápis de cera Jumbo maiores

e às crianças 4-6 anos de idade os

lápis de cera normais e lápis de cor.

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NOTA


FASE 1: Convide as crianças a sentarem-se em círculo no chão. Sente-se no chão com elas.

FASE 2: Dê as boas-vindas às crianças à turma. Com entusiasmo e positividade, explique que

está interessado em conhecer as crianças como pessoas e como grupo.

FASE 3: Confirme que sabe que elas passaram por evento(s) difícil(eis), assustador(es) e

confuso(s) e que existem mudanças nas suas vidas em casa e na sua comunidade.

FASE 4: Explique que este é um espaço seguro onde elas se podem sentir livres para brincar,

divertir-se, fazer perguntas, fazer amigos e receber apoio dos adultos e dos colegas.

FASE 5: Explique que para começar a se conhecerem uns aos outros, irão fazer algo em

conjunto.

FASE 6: Distribua os materiais artísticos e dê a cada criança e prestador de cuidados (incluindo

você) uma mão de papel.

FASE 7: Convide as crianças a decorarem as mãos como quiserem. Elas podem escrever os

nomes, desenhar símbolos, linhas, colorir as mãos, traçar as mãos por dentro, etc.

FASE 8: Dê ao grupo cerca de 30 minutos para terminar as mãos.

FASE 9: Uma vez terminado, inicie a fase seguinte sentando-se em círculo. Diga o seu nome

em voz alta, enquanto coloca a mão decorada no chão à sua frente em direção ao centro do

círculo. Peça à criança ao seu lado para apresentar o nome dizendo em voz alta: “O meu nome

é ____”, enquanto coloca a sua mão de papel ao lado da sua.

Percorra o círculo com cada criança e prestador de cuidados a dizerem os seus nomes,

enquanto ligam as suas mãos de papel ao círculo de mãos que se está a formar.

FASE 10: Após todos apresentarem os seus nomes, deve haver um círculo de mãos de papel

ligadas. Pergunte às crianças: Como se sentem ao verem as nossas mãos ligadas?

FASE 11: Fale brevemente com as crianças sobre como usamos as mãos para nos

cumprimentarmos e nos ajudarmos uns aos outros. Peça-lhes que partilhem outras coisas

onde se usam as mãos.

FASE 12: Use a cola para ligar permanentemente as mãos. O círculo pode ser usado para

decorar o ambiente de aprendizagem.

Mensagem a transmitir às crianças: Tal como o círculo das mãos, nós também estamos

ligados. Podemos utilizar as mãos para demonstrar cuidado e gentileza, e para dar e receber

ajuda dos outros.

Actividade Psicossocial A&C Dois: Desenho Livre

Idades: 2 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: As crianças beneficiarem de espaço e de tempo normais, onde

podem expressar livre e espontaneamente os seus pensamentos, emoções, ideias, histórias ou

recordações. Durante o desenho livre as crianças comunicarão naturalmente e expressarão as

suas preocupações, experiências, medos, sonhos e interesses. Utilize o desenho livre com

crianças 1 a 2 horas por semana.



pontas do corte da mão se

sobrepõem e que estão ligadas.

Se uma nova criança se

juntar à turma mais tarde, dê-lhe um

novo contorno da mão para decorar

com o seu nome, símbolo ou

desenho. Para apresentar a nova

criança, peça às as crianças para se

sentarem em círculo à volta do

círculo das mãos que criaram na

primeira semana e revezam-se a

apresentar os seus nomes à nova

criança. Em seguida, convide a nova

criança a apresentar o seu nome,

enquanto liga a sua mão decorada

ao círculo de mãos. Garanta que se

cola a sua mão ao Círculo das Mãos.

Se esta actividade for

realizada ao ar livre, utilize plástico ou

lona (plástico, se disponível) para se

sentarem durante as actividades,

porque ajuda a definir a área segura

do grupo.

Incentive sempre as

crianças a partilharem e a utilizarem

as cores que quiserem enquanto

desenham.

É importante que cuide do

círculo de mãos, porque agora é um

símbolo de ligação, segurança,

comunidade, empatia e confiança

para as crianças.

NOTA

NOTA

NOTA

NOTA

NOTA


Material: Papel de desenho branco ou a cores A3 ou A4, lápis de cera de cor, lápis de cor.

Preparação: Reveja a Lista de Verificação 2 a seguir, ‘Como interagir positivamente e

conversar com as crianças sobre o seu trabalho artístico’. Esteja preparado para responder com

apoio e compreensão as figuras difíceis, reconhecer os pontos fortes das histórias das crianças e

facilitar breves discussões sobre o trabalho artístico.

FASE 1: Utilize um pequeno exercício de relaxamento ou físico para acalmar e concentrar as

crianças.

FASE 2: Distribua papel e material de desenho a cada criança. As crianças podem sentar-se em

círculo no chão, sentar-se nas carteiras, ou encontrar o seu espaço numa sala ou no ambiente

de aprendizagem para se sentar e desenhar.

FASE 3: Explique às crianças que podem desenhar o que quiserem. Incentive-as a levar 20-40

minutos a desenhar o que lhes vier à cabeça. Explique que não existem coisas ou formas certas

ou erradas de desenhar e que este é o momento para elas se divertirem a desenhar livremente.

FASE 4: Quando as crianças terminarem, coloque os desenhos em círculo no chão, ou pendure-

os na parede e peça às crianças que circulem e observem os desenhos dos colegas.

FASE 5: Comece por perguntar às crianças se alguém gostaria de partilhar uma história sobre

o seu desenho.

Se as crianças desenharem imagens da situação de emergência ou de conflito, utilize-as como

oportunidade para explorar medos, confusão ou perguntas que a turma possa ter sobre

acontecimentos angustiantes. Termine sempre as discussões, reforçando os pontos fortes

positivos (p.e., que elas estão agora seguras, que superaram as dificuldades, que estão a fazer

novos amigos).

Actividade Psicossocial A&C Três: Desenho com Temas e Orientações

Idades: 4 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Utilizar os temas e as orientações para os desenhos é uma forma de

incentivar as crianças a reconhecerem os pontos fortes individuais da sua comunidade, as

histórias de sobrevivência e as interacções positivas. Estas actividades destinam-se a crianças de

4 a 6 anos, mas também podem ser cuidadosamente explicadas às crianças de 2 a 3 anos, que

beneficiarão com o desenho, mesmo que não compreendam as orientações.

Material: Papel de desenho branco A3 ou A4, lápis de cera, lápis de cor, lápis.

Preparação: Reveja a Lista de Verificação 2 'Como interagir positivamente e conversar com

as crianças sobre os seus trabalhos artísticos a seguir. Escolha um tema para as crianças

desenharem que as incentive a reconhecer os seus pontos fortes individuais e da comunidade,

histórias de sobrevivência e interacções positivas. Distribua material artístico a cada criança e, em

seguida, apresente o tema para a actividade de desenho. Primeiro, utilize alguns minutos para

explorar o tema e fazer perguntas que incentivem a sua imaginação e ideias. Dê às crianças 30-

40 minutos para desenharem. Coloque os desenhos em círculo ou exponha na parede e facilite

a reflexão e a história da turma, partilhando o tempo com os desenhos.


Veja actividades de

relaxamento a seguir.

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Utilize ideias da lista de

verificação para incentivar as crianças

a falarem sobre o seu trabalho

artístico.

Por vezes as crianças não

querem partilhar ou falar sobre o seu

trabalho artístico. Isso é bom. O ato

de desenhar ajuda-as mesmo que

não falem sobre isso. Certifique-se

de que você ou a criança escreve o

nome da criança na parte de trás de

cada desenho. Isso ajuda as

crianças a reconhecerem a sua

propriedade do trabalho artístico e

constrói a sua autoestima. Permita

que as crianças escolham se

desejam levar o desenho para casa

ou expô-lo na sala de aula.

NOTA

NOTA

NOTA


Exemplos de Temas para as crianças desenharem:

Eu como realmente forte. Inclui o que te ajuda a continuar forte. Exemplo: alimentos,

família, amigos.

A minha coisa favorita sobre mim. Exemplo: Sou muito bom a dançar/jogar

futebol/cantar.

A minha coisa favorita sobre alguém que gosto/amo.

O meu jogo favorito/animal/amigo/alimento.

Alguém ou algo que me ajudou a sentir-me seguro ou a superar algo difícil.

Como posso ajudar alguém ou como ajudei alguém. Exemplo: Pegar a mão da minha

amiga quando estava triste.

Desenhe uma linha no meio da folha de papel. De um lado desenhe a imagem de uma

recordação ou experiência triste. Do outro lado desenhe a imagem da recordação de

uma experiência feliz.

O meu local favorito. Como é o meu local favorito? Como me sinto quando estou lá?

Actividade Psicossocial A&C Quatro: Desenhos em Grupo

Idades: 2 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Esta actividade proporciona a oportunidade para as crianças

trabalharem em conjunto em grupos mais pequenos, construir a comunidade e proporciona

um espaço de expressão maior.

Material: Rolo de papel branco, lápis de cera, lápis de cor, lápis, cola e fita-cola. Incentive as

crianças a utilizarem o que encontrarem no ambiente circundante (folhas, pedras, lixo, madeira,

tampas de garrafas, areia, pedaços de tecido, barro, paus, tampas de garrafas, garrafas de

plástico não utilizadas, sacos, etc.). Elas podem construir esculturas, criar trabalhos artísticos,

ou criar novos jogos com estes objectivos.

Preparação: Planifique dividir a turma em grupos com 4 a 5 crianças por grupo. Corte folhas

de papel grandes do rolo de papel branco. O papel deve ser grande o suficiente para 4 a 5

crianças se sentarem e desenharem simultaneamente.

FASE 1: Dê a cada grupo uma folha de papel grande.

FASE 2: Peça às crianças que pensem num tema para o desenho em grupo e conversem

sobre isso em conjunto. Cada grupo pode fazer um tema diferente, ou a turma pode escolher

um tema. Permita-lhes decidir. Incentive as crianças a trabalharem em seguida em conjunto e

a desenharem a ideia do grupo no papel grande.

FASE 3: Pode também fazer desenhos em grupo sobre o tema de desenhar o mapa da

comunidade e oferecer às crianças a opção de colar objectos, tais como pedras, tampas de

garrafas e outros materiais no seu mapa da comunidade para representar locais diferentes. Dê

às crianças 1 a 2 horas para trabalharem no desenho em grupo. Também é uma actividade

que pode continuar a trabalhar ao longo do tempo.


As crianças mais pequenas

estão no processo de aprendizagem

das suas emoções e de como

reconhecer a diferença entre tristeza,

irritação, felicidade, medo, alegria e

outros sentimentos, tanto dentro de si

como em relação aos outros. Quando

a criança partilha a história sobre o

seu desenho ou fala consigo, esteja

ciente da expressão no seu rosto e

linguagem corporal e, em seguida,

ajude-a encontrar as palavras para

descrever o sentimento

experimentado. Use palavras para

classificar a emoção da criança. Com

crianças de 4 a 8 anos, pode ter

conversas em grupo sobre emoções e

incentivar as crianças a darem

conselhos aos seus colegas. Por

exemplo: “Quando te sentes triste? O

que sentes? O que ajuda a te sentires

feliz?“

Não se sinta limitado

pelos materiais disponibilizados na

caixa. OLHE À SUA VOLTA!

NOTA

NOTA


Actividade Psicossocial A&C Cinco: Objectos de Transição

Idades: 2 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Quando as crianças começarem a sentirem-se seguras e ligadas, será

útil para elas terem um objecto para levar para casa que lhes lembre a força e a comunidade que

sentem no seu ambiente de aprendizagem. Isso constitui uma ponte positiva entre a escola e o

ambiente familiar. O objecto de transição deve ser algo significativo que represente a sua

comunidade de capacitação na escola.

Material: Papel de desenho branco, lápis de cera, lápis de cor e outros materiais que as crianças

escolherem para utilizar dependendo da actividade específica.

Orientações: Existem várias formas para as crianças poderem criar objectos de transição.

Mãos para Casa: Convide as crianças a decorar o contorno da 2ª mão para levarem

para casa. Use as fases da primeira actividade (O Nosso Círculo de Mãos), mas não cole

as mãos umas às outras. Deixe as crianças levarem a sua mão de papel para casa.

Explique-lhes que agora têm consigo um pedaço do círculo da sua turma, mesmo

quando estiverem fora do ambiente de aprendizagem.

Partilhar a Arte: Peça às crianças para desenhar algo que as faça sentirem-se felizes

ou fortes. Uma vez terminado, convide as crianças a trocarem os seus desenhos com a

pessoa sentada ao seu lado. Agora têm em casa um lembrete de algo especial de um

dos seus colegas da escola. Isso também dá oportunidade às crianças de ajudar e de se

apoiarem mutuamente, o que é fortalecedor.

Peças de Puzzle: Crie um puzzle de papel para as crianças, utilizando uma folha de

papel branco A4 e um pedaço de papel a cores A4 do kit. Para preparar a actividade,

coloque o pedaço branco no topo do pedaço a cores e cole as duas peças uma à outra.

No lado a cores, divida o papel em diferentes formas, desenhando linhas no papel em

diferentes direcções aleatoriamente. Certifique-se de que o número de formas

corresponde ao número de crianças do grupo e têm tamanho semelhante. Corte as

peças do puzzle de papel. Enquanto estiverem sentados em círculo, dê a cada criança

uma peça do puzzle e convide a decorar livremente a sua peça utilizando lápis de cera

ou lápis. Certifique-se de que disse às crianças para decorarem e desenharem no lado

branco da peça do puzzle. Uma vez terminado, peça às crianças que trabalhem em

grupo para montarem o seu puzzle. Ele só funcionará se todos mantiverem o lado

branco do puzzle para cima. Depois de montarem o puzzle, explique que podem levar

a sua peça para casa. Agora cada um tem uma peça do conjunto.

Actividade Psicossocial A&C Seis: Recipiente de Preocupações da Sala de Aula

Idades: 4 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: As crianças em emergências têm preocupações que podem ter

soluções, mas também podem grandes preocupações que não são facilmente resolvidas. Esta

actividade ajuda as crianças a identificarem o que as perturba, ao mesmo tempo que as


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incentiva e lhes proporciona uma forma de se lembrarem o que fazer para se sentirem

melhor. Constrói também comunidade e confiança.

O SEU PAPEL como prestador de cuidados é disponibilizar um recipiente seguro para

as suas preocupações. Isso ajuda as crianças a saberem que as suas preocupações e

medos estão a ser ouvidos e reconhecidos, e que o adulto em quem eles confiam está a

considera as preocupações por elas.

Material: Papel a cores ou branco A4, tesouras, canetas, lápis, recipiente tal como uma caixa

ou saco pequeno.

Preparação: Corte o papel a cores em pedaços mais pequenos.

FASE 1: Comece a discussão com as crianças sobre a partilha do que as preocupa. Pode

iniciar a conversa, dando um exemplo de uma preocupação pouco grave, como atrasar à

escola. Peça ao grupo para pensar em soluções para um problema simples.

FASE 2: Peça às crianças para desenharem o problema num lado do papel e a solução do

outro lado.

FASE 3: Antes de cada criança colocar a sua preocupação no recipiente, discuta a

preocupação e a solução em grupo.

Explicação: Algumas preocupações são maiores do que outras e não são de fácil resolução,

mas o recipiente pode tirar a preocupação de ti e assumir a preocupação por ti.

FASE 4: Pegue no recipiente que te, e à medida que forem colocando o papel com a

preocupação no recipiente, explique ao grupo que agora a preocupação e a solução será

mantida em segurança no Recipiente das Preocupações da Turma. Peça à turma para escolher

onde guardar o Recipiente das Preocupações no ambiente de aprendizagem.

Mensagem a transmitir às crianças: É normal ter-se pensamentos, sentimentos e

emoções difíceis e é importante poder exprimi-los e pensar em soluções para nos sentirmos

melhor. As tuas preocupações e soluções estão ser ouvidas e guardadas por um adulto de

forma segura. Informe que semanalmente elas poderão deitar uma preocupação/solução no

recipiente da turma, ou sempre que necessário, uma vez que podem surgir preocupações

urgentes. As crianças podem também optar por tirar do recipiente preocupações anteriores.

Lista de Verificação 2: Dicas sobre como interagir e conversar positivamente com crianças sobre os seus desenhos

Discuta e estabeleça regras básicas sobre como se sentir seguro e respeitado. Inclua as ideias das

crianças. A presente lista pode ser exposta na turma. A lista não precisa ser necessariamente por

escrito. Como alternativa, ela pode ser desenhada ou ser uma colecção de itens que podem ser

utilizados como símbolos/lembretes destes acordos. Acordos possíveis: sejam simpáticos uns com os

outros; pede autorização antes de desenhares no papel de alguém; respeitem o trabalho artístico e

as ideias uns dos outros; ouve quando alguém fala; ajuda a limpar o espaço de trabalho depois de

concluída a actividade.

Explique às crianças que não existe forma certa ou errada de desenhar durante as actividades

artísticas. (Por exemplo: é aceitável que a criança desenhe um céu verde, uma árvore azul ou uma

pessoa com pele vermelha).


O ideal será utilizar um

recipiente que se possa fechar e

manter permanentemente no

ambiente de aprendizagem para ser

devolvido semanalmente.

Mantenha os pedaços

grandes apenas o suficiente para as

crianças terem espaço para desenhar

ou escrever com lápis e caneta.

Não force os estudantes a

contar as suas preocupações ao

resto da turma. Se eles preferirem,

podem simplesmente desenhar as

suas preocupações e soluções e

colocá-las no recipiente.

Podem surgir problemas

graves quando as crianças expressam

as suas preocupações que podem

necessitar de intervenção de adultos

(p.e., problemas de protecção ou de

saúde). Além disso, enquanto as

crianças expressam as suas

preocupações, pode parecer que

algumas crianças necessitam de mais

aconselhamento psicossocial e de

cuidados. É importante relatar estas

questões e garantir que elas sejam

tratadas. Seja discreto.

NOTA

NOTA

A

NOTA

NOTA


Conheça as fases de desenvolvimento dos desenhos de criança: Crianças com idades entre 1

a 3 anos desenham rabiscos, pontos e linhas aleatórias que podem não se parecer com nada. No entanto,

pergunte à criança se o seu desenho tem uma história. As crianças entre 4 a 6 anos desenham figuras e

objectos mais definidos. Só porque não vê o que a figura é, não significa que ela não tenha sentido. Não

suponha que entende o desenho sem a explicação da criança.

Não corrija o desenho da criança: Aceite e aprove o seu discurso e acções sobre os seus desenhos

e expressão.

Não assuma que a criança concluiu o seu trabalho artístico: Pergunte se ela terminou. Se

necessário, pode conceder tempo extra ou oportunidade de terminar noutro dia.

Ouça sem julgamento.

Não pressione as crianças a partilhar ou a falar sobre o seu trabalho artístico: Confie que a

criança partilhará quando estiver pronto. Seja paciente se a criança for resistente. Quanto mais

confortável e segura a criança se sentir, maior a probabilidade de ela exprimir sentimentos.

Primeiro, faça perguntas fechadas sobre o trabalho artístico. Isso dá oportunidade às crianças de

controlar quando partilham. Por exemplo: comece por perguntar: “O teu desenho tem uma história que

desejas partilhar?” Se elas disserem “Sim”, então pode começar a fazer perguntas mais abertas sobre os

detalhes do desenho e da história.

Dê às crianças a oportunidade de se concentrarem na sobrevivência, coragem, resistência, compaixão,

esperança, alegria, desejos, sonhos e pontos fortes relacionados com o seu desenho. (Por exemplo: Se a

criança desenhar uma cena ou contar uma história de uma rapariga ao lado de uma casa que está a ser

fustigada pelo vento e pela chuva, em primeiro lugar, reconheça sempre a experiência e as emoções

difíceis, tal como o medo ou a tristeza. Em seguida, faça perguntas à criança que a ajudem a criar uma

história positiva sobre como as pessoas que vivem na casa podem sobreviver e ficar fortes novamente:

“Gostaria de saber se há alguém que pode ajudar a reconstruir a casa?” Ou: “Gostaria de saber o que

esta rapariga está a sentir ao ver a casa? Gostaria de saber se há algo que a rapariga quer dizer ou

fazer?”)

Reconheça a expressão de emoções tanto negativas como positivas.

Pode ser intimidante e esmagador para as crianças partilhar as suas histórias num grupo grande. Se mais

de um professor estiver disponível, as crianças podem ser organizadas em grupos mais pequenos

quando discutirem os seus desenhos e as suas histórias.

Respeite e cuide dos trabalhos artísticos: Mantenha-os o mais limpo e protegidos possível.

Incentive as crianças a sentirem-se orgulhosas dos seus trabalhos artísticos e a escreverem os seus

nomes na parte de trás dos desenhos. Mostre às crianças onde e como guarda com segurança o seu

trabalho artístico.

Exponha os trabalhos artísticos na turma, colando-os na parede ou no ambiente de aprendizagem,

MAS primeiro peça às crianças permissão para expor os seus trabalhos artísticos.


UN

IDA

DE

DO

IS


ACTIVIDADE DOIS:

Actividades psicossociais para estimular brincadeira, relaxamento e

autoconfiança (BRA) ACTIVIDADES PSICOSSOCIAIS ARTÍSTICAS E DE ARTESANATO (A&A)

# Actividade Faixas etárias

1. Rede de Ligações 3-8 anos

2. Do Meu Coração para o Teu Coração 4-8 anos

3. Exercícios para Relaxar, Acalmar e Confortar 3-8 anos

4. Narração de Histórias com Marionetes 2-3 e 4-8 anos

5. Rituais e Rotinas 2-8 anos

O SEU PAPEL é adaptar as actividades à faixa etária e assegurar que sejam sensíveis à cultura.

Actividade Psicossocial – BRA Um: Rede de Ligações

Idades: 3 to 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Experiências angustiantes podem fazer com que as crianças

se sintam desconfortáveis ou presas ao seu corpo. Elas podem também achar difícil

interagir com as pessoas e com o seu ambiente. Esta actividade liberta e solta energia

no ambiente de aprendizagem, e ajuda a promover a ligação entre as crianças e os

prestadores de cuidados. Dá também oportunidade para aprender e lembrar dos

nomes.

Material: Uma bola ou uma marionete macia do kit e espaço para sentar em grupo.

FASE 1: Sentem-se em círculo. Inclua você e outros prestadores de cuidados

presentes.

FASE 2: Lance ou role uma bola ou marionete para qualquer criança no círculo,

enquanto diz o seu nome em voz alta.

FASE 3: Essa criança vai então lançar ou rolar ou atirar a bola para outra criança,

enquanto diz o nome da outra criança em voz alta. Repita isso até que todas as crianças

peguem na bola, com cada criança a receber a bola apenas uma vez, até que a bola

seja devolvida a você.

FASE 4: Faça o exercício novamente, na mesma ordem. Peça às crianças para

tentarem repetir o padrão; tentar passar a bola de criança para criança na mesma

ordem, enquanto dizem o nome em voz alta.

FASE 5: Repita o exercício mais algumas vezes, mantendo o padrão. Pode também

acrescentar emoções ou sentimentos à bola, tais como está lenta, rápida, quente, fria,

triste ou feliz.


Use os materiais registados

na Actividade Um da Unidade Um

deste Módulo para a realização das

actividades a seguir.

NOTA


Actividade Psicossocial – BRA Dois: Do Meu Coração ao Teu Coração

Idades: 4 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Uma actividade lúdica e rápida que liga as crianças, constrói

relacionamentos entre colegas e promove o sentido de comunidade e de apoio positivo. Esta é

uma actividade útil para utilizar durante a primeira semana de aula ou durante momentos de

tensão na sala de aula. Inclui professores, prestadores de cuidados e voluntários. Esta é também

uma actividade que pode utilizar com um grupo de pais, ou com um grupo de professores, para

incentivar o apoio entre colegas.

Material: Espaço para estar e brincar.

Preparação: Primeiro, pratique esta actividade com um colega antes de a apresentar às

crianças.

FASE 1: Convide as crianças a formarem pares. Inclua-se num par.

FASE 2: Utilizando o seu parceiro, demonstre às crianças como devem pronunciar as palavras

quando falam entre si. Comece por dizer: “Do meu coração ao teu coração, desejo-te boa sorte”,

enquanto aponta para o seu coração e, em seguida, aponta para o coração do seu parceiro.

Revezem-se, a dizer isso um ao outro. Dê tempo às crianças para começarem com os seus

parceiros.

FASE 3: Em seguida, leve as crianças através de outras ligações de partes do corpo. Por

exemplo: “De meu ombro para o teu ombro, desejo-te boa sorte”, enquanto aponta ou liga o

seu ombro ao ombro do seu parceiro. Deixe as crianças acompanharem o que está a fazer com

os seus parceiros. Outras ligações: “Dos meus dedos dos pés aos teus dedos dos pés, desejo-te

boa sorte”; “da minha mão à tua mão, desejo-te boa sorte”; “Do meu joelho ao teu joelho, desejo-

te boa sorte”.

FASE 4: Uma vez feitas entre 5 a 15 ligações do corpo, pergunte às crianças como se sentem

por ter alguém que lhes deseja boa sorte?

Mensagem a transmitir às crianças: Cada um pode expressar e mostrar aos outros que nos

cuidamos e apoiamos uns aos outros. É agradável mostrar empatia e desejar aos nossos amigos,

família e comunidade boa sorte.

Actividade Psicossocial – BRA Três: Exercícios para Relaxar, Acalmar e Confortar

Idades: 3 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Facilitar e incentivar as crianças a se sentirem presentes no seu corpo

e a aprender actividades que as ajudarão se sentirem relaxadas, calmas e confortadas. Pode

ensinar as crianças a utilizarem estas técnicas quando se sentirem assustadas, ansiosas, tristes,

zangadas ou preocupadas. Ensine um destes exercícios às crianças semanalmente e utilize, pelo

menos, um exercício de relaxamento diariamente. Eles podem ser utilizados antes de uma

actividade artística ou quando notar que as crianças necessitam de diminuir o seu nível de energia

ou de ansiedade. Você e as crianças podem também escolher uma actividade de relaxamento

para terminar o dia como ritual reconfortante e para as ajudar a irem relaxadas para casa.


UN

IDA

DE

DO

IS

Garanta que as normas

culturais locais sejam respeitadas, e

permita apenas que as crianças se

toquem durante a actividade, se

apropriado, e que a privacidade

pessoal seja respeitada. Por

exemplo, ao dizer: “Do meu ouvido

ao teu ouvido, desejo-te boa sorte”, a

criança pode tocar na sua orelha e,

em seguida, na orelha do seu

parceiro. Se o toque não for cultural

ou emocionalmente apropriado, a

criança pode simplesmente apontar

para a parte do corpo mencionada.

NOTA


Material: Espaço aberto onde se pode deitar ou estar em grupo. Pode ser realizado dentro

de casas ou ao ar livre. Se disponível, use folhas de plástico, lona ou esteiras quando se

deitarem no chão.

Exercício A: Respirar Fundo

FASE 1: Ensine as crianças a terem consciência da sua respiração e a respirar fundo,

enquanto utilizam também a sua imaginação. Utilize este exercício de respiração a fundo

rápido diariamente com as crianças.

FASE 2: Enquanto estiverem sentados ou de pé, peça às crianças para fecharem o punho da

mão direita e imaginarem que estão a segurar uma flor, uma fruta ou um alimento favorito

que com cheiro adocicado.

FASE 3: Em seguida, peça às crianças para fecharam o punho da mão esquerda e simularem

que estão a segurar numa vela ou em fogo.

FASE 4: Oriente as crianças a inspirar fundo o cheiro da flor/fruta/alimento na sua mão

esquerda e, em seguida, a soprarem na vela e no fogo na mão direita. Continuem a inspirar

fundo o cheiro adocicado pelo nariz e a expirar para o fogo pela boca. Repita o ciclo de

inspiração e expiração pelo menos três vezes.

Exercício B: Marionetes

FASE 1: Use as marionetes incluídas no kit como exemplos, quando ensinar este exercício.

Explique às crianças que por vezes é bom simular ser uma boneca ou uma marionete e ter

braços, pernas, mãos e pés soltos.

FASE 2: Comece por tremer com as pernas, em seguida, com os braços, o pescoço, os

ombros e o torso. Incentive as crianças a serem tão tolas quanto necessário quando relaxarem

o seu corpo para se moverem como uma marionete.

FASE 3: Peça às crianças para notarem se alguma parte do seu corpo se sente mais tensa

ou rígida do que as outras partes. Convide-as a prestarem atenção e cuidado extra para

tremer e libertar essa parte do seu corpo.

Exercício C: Abraços em Borboleta

FASE 1: Cruze os braços ao peito como se estivesse a se segurar, para que a sua mão

esquerda esteja no seu ombro direito e para que a mão direita esteja no seu ombro esquerdo.

Peça às crianças para o imitarem.

FASE 2: Mantenha os braços cruzados e toque alternadamente com cada uma das mãos no

ombro que está a tocar: toque no ombro direito com a mão esquerda; depois toque no ombro

esquerdo com a mão direita; em seguida, continue a repetir este padrão. Tocar num lado de

cada vez é a parte mais importante deste exercício.

FASE 3: Pode dizer às crianças que o toque das suas mãos é semelhante às asas da borboleta

ou de um pássaro move-se para cima e para baixo. Uma asa move-se para cima e desce e

em seguida a outra asa move-se para cima e desce. Peça às crianças para tocarem durante 1

minuto e depois parar e respirar, e observe como elas se sentem. Pergunte aos alunos: Como

se sentem?

FASE 4: Continue a tocar. Pode fazer este exercício durante o tempo necessário até que

você e as crianças se sintam confortáveis e tantas vezes ao dia, conforme necessário.


REFLEXÃO: É boa ideia experimentar

os exercícios com os seus colegas e

com voluntários, e discutir como os

realizar melhor com as crianças. Estes

exercícios ajudam quando sente

pressão ou ansiedade? Porquê?


Exercício D: Respiração Abdominal

FASE 1: Peça às crianças para se deitarem de costas e porem as mãos no estômago.

FASE 2: Oriente-as a respirar fundo lentamente pelo nariz e a expirar pela boca com um som

suave “a-h-h-h-h-h-h”. Diga-lhes que devem sentir e ver a mão no estômago a mexer-se para

cima e para baixo quando inspiram e expiram.

FASE 3: Inspire lentamente e conte 2, 3, 4 e expire e conte 2, 3 e 4. Repita várias vezes.

FASE 4: Pergunte às crianças como se sentiram com o exercício. Pratique a técnica com elas

regularmente. Fale-lhes sobre quando usá-lo, por exemplo, quando estão preocupadas, irritadas

ou assustadas. Incentive-as a usarem a técnica em casa quando forem dormir.

Exercício E: Rir

O riso é uma forma de as crianças poderem libertar naturalmente a pressão e relaxar. Pense em

brincadeiras ou formas de fazer rir as crianças. Por exemplo, sente-se ou fique em pé com as

crianças em círculo e ponha-as, uma de cada vez, a tentar fazer rir uns aos outros, fazendo sons

ou expressões engraçados com o rosto e com o corpo, ou contar histórias engraçadas. Discuta

com elas o que as faz rir.

Actividade Psicossocial – BRA Quatro: Conto de Histórias com Marionetes

Idades: 2 a 3 anos e 4 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: As crianças acham mais fácil falar sobre eventos abertamente, através

do uso de personagens e de histórias mágicas ou com fantasia. Através da fantasia, as crianças

a representar podem expressar com segurança e resolver as suas preocupações, medos,

pensamentos, sonhos e esperanças. A parte mais importante do jogo psicossocial com

marionetes é que você e os outros prestadores de cuidados ouvem e prestam atenção às histórias

das crianças e ajudam a encontrar uma solução na sua representação.

Material: Marionetes de dedo e de mão e outros materiais para construir o cenário para as

marionetes, tais como papel, plasticina, outros brinquedos do kit ou objectos do ambiente

circundante.

Preparação: Reúna os materiais acima mencionados.

Exemplos de Representação com Marionetes:

FASE 1: Tenha uma discussão com as crianças sobre a emergência (considere as perguntas que

elas possam ter sobre quem, o quê, onde e porquê). Convide as crianças como grupo a utilizarem

as marionetes e outros materiais para representarem os eventos que se lembram da emergência.

FASE 2: Peça às crianças para comporem a sua história e representarem à vontade. Pode dividir

as crianças em grupos de 2 a 5 crianças, garantindo que cada grupo tem pelo menos duas

marionetes. Cada pequeno grupo pode representar a sua história, à vez, para o grupo maior.


UN

IDA

DE

DO

IS Crianças e adultos de

qualquer idade podem beneficiar

destas actividades de relaxamento.

Utilize estas técnicas para si quando

se sentir pressionado ou oprimido.

Também pode ensinar as capacidades

ao/à pai(mãe)/ encarregado de

educação da criança e incentivá-los a

utilizar em casa para se libertar da

ansiedade e da pressão.

Este tema pode ser difícil e

emocional para as crianças. É

importante que lhes dê espaço para

expressarem com segurança os seus

sentimentos e experiências. Se

escolher introduzir este tema, deve

ouvir MUITO atentamente as crianças

e orientar a sua narrativa para uma

história positiva de sobrevivência e de

força. Incentive-os a pensar em formas

através das quais as marionetes

podem resolver problemas ou ajudar

uns aos outros durante a emergência.

NOTA

NOTA


FASE 3: Divida as crianças em grupos mais pequenos e convide-as a utilizarem as

marionetes para contar uma história sobre como um personagem estava triste e as outras a

ajudaram a sentir-se melhor, ou como a marionete estava com medo e recebeu ajuda para

se sentir segura e protegida. Incentive as crianças a utilizarem as marionetes para

representarem como receberam ajuda. Era alguém, algo, uma palavra, uma acção, um local?

Apresente ideias às crianças, tais como ensinar às marionetes os exercícios de relaxamento

que estão a aprender. Ao ajudar as suas marionetes em dificuldades, as crianças podem criar

confiança e autoestima.

Actividade Psicossocial – BRA Cinco: Rituais e Rotinas

Idades: 2 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Durante as emergências e as situações de conflito, os rituais e as

rotinas familiares das crianças em casa e na escola são interrompidos. É importante introduzir

a estrutura dos rituais e das rotinas no seu ambiente de aprendizagem. Quanto mais previsível

for o seu dia, mais seguras e protegidas as crianças se sentirão. Ajude-lhes a identificarem

rituais ou rotinas durante o seu dia na escola ou em casa. Peça-lhes para pensarem em rituais

antigos e novos, costumes e rotinas que sejam significativos, agradáveis e importantes para

elas.

Exemplos:

Peça às crianças para decidirem sobre o ritual para iniciar e terminar o dia na escola.

Pode ser uma canção ou jogo especial que elas cantam ou jogam em conjunto no início

do dia e uma actividade de relaxamento antes de irem para casa.

As crianças têm muita energia e podem ter dificuldade em se concentrarem numa

actividade artística ou numa aula. Inicie com um novo ritual de 2 minutos para libertar a

energia antes de realizar a actividade ou a aula. Esta poderia ser dançar em círculo,

levantar os braços para o céu, contrair e descontrair os músculos, passar ou rolar a bola

um para o outro, ou qualquer outro jogo culturalmente relevante. Termine a actividade

física de 1 a 2 minutos com as crianças, respirando fundo 2 vezes todos em conjunto.

Ao fazer isso ajuda as crianças a libertarem energia, bem como a acalmar o seu corpo.

Em seguida, peça-lhes para se sentarem enquanto explica a actividade artística ou a

lição. Esta sequência de actividades de rotina é uma forma de proporcionar conforto e

compreensão ao ambiente de aprendizagem.

Cada vez que as crianças terminarem uma actividade artística, peça permissão para

colocar o trabalho artístico na parede ou em círculo no chão antes de as convidar a

passar um minuto a andar à volta a observar o trabalho artístico dos seus colegas de

turma.

Estabeleça rituais relacionados com a limpeza após as actividades artísticas e de

representação, tais como, onde arrumar os brinquedos e os materiais.

Fale com os pais/encarregados de educação sobre a importância das rotinas e dos

costumes em casa.

Tenha discussões com as crianças sobre rituais e rotinas em casa que as fazem sentirem-

se felizes ou seguras. Pergunte aos estudantes: A que horas vais dormir? Quais são os

rituais e rotinas de manhã ou à noite? Quais são os seus costumes ou rituais religiosos

ou culturais?


REFLEXÃO: Quais são outros rituais

e rotinas que pode implementar no

ambiente de aprendizagem?

UNIDADE TRÊS:

ACTIVIDADES DE

PROTECÇÃO DA

CRIANÇA

A protecção das crianças contra todas as formas de danos deve ser a principal preocupação

dos pais, professores, prestadores de cuidados e pessoas que tenham crianças ao seu

cuidado. A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) expressa este ‘dever de diligência‘.

Ao assinarem o ‘Código de Conduta‘ e o ‘Contrato de Emprego’, os prestadores de cuidados

assumem a responsabilidade de implementar boas normas de cuidados das crianças que

previnam danos e mantenham as crianças seguras e protegidas permanentemente,

enquanto estiverem sob os seus cuidados.

Principais mensagens sobre protecção da criança a transmitir às crianças sob

os seus cuidados: As crianças devem saber:

1. Como reconhecer situações de perigo.

2. Que elas têm o direito e o poder de dizer não às pessoas e às situações que lhes podem

causar danos.

3. A quem, onde e como pedir ajuda.

O objectivo da Unidade Três é fortalecer a protecção da criança no Espaço/Ambiente

Amigo da Criança (E/AAC).


Crianças, mesmo as muito

pequenas, podem sentir e dizer quando

uma pessoa e/ou uma situação são

ameaçadoras e perigosas.

RESULTADOS DA

APRENDIZAGEM

No fim da Unidade Três, você e as


1. Demonstrar como fortalecer a

protecção das crianças enquanto

estão sob os seus cuidados


actividades de protecção da

criança

Lembre-se que ninguém

tem permissão para ofender a criança

física, sexual ou emocionalmente, ou

por negligência, nem mesmo outra

criança ou membro da família ou

professor ou prestador de cuidados. A

protecção das crianças é

responsabilidade dos adultos.

NOTA

NOTA


ACTIVIDADE UM:

Como posso fortalecer a protecção das crianças?

As crianças pequenas exigem supervisão e cuidados constantes, para garantir a sua segurança e o

seu bem-estar. A secção a seguir contém sugestões sobre como fortalecer a protecção da criança

no centro DPI.

Gestão de grupos grandes de crianças

Uma das melhores estratégias para gerir grupos grandes de crianças é dividi-los em grupos e

indicar um adulto ou uma criança mais velha como líder de cada grupo.

Os cuidados das crianças pequenas são muito exigentes. Portanto, é importante que se respeite o

rácio líder/adulto por criança adequado para garantir uma supervisão e protecção eficazes. A

tabela a seguir indica quantos adultos são necessários para garantir que todas as crianças de uma

determinada faixa etária sejam devidamente supervisionadas e apoiadas. Esta informação ajudará

também a planificar as suas actividades e a saber, aproximadamente, quantos voluntários

necessitará envolver nas actividades. Dê nome e indique um líder para cada grupo - isso facilitará

o bom andamento das actividades, porque é mais fácil agrupar as crianças chamando pelo nome

do grupo.

Tabela 2: Rácio de supervisão adulto/criança

FAIXA ETÁRIA RÁCIO ADULTO/CRIANÇA

Lactentes/bebés de 0 a 1

ano

1 prestador de cuidados adulto para cada 5 crianças

Crianças pequenas de 2 a

3 anos

1 prestador de cuidados adulto para cada 10 ou 15 crianças

Crianças em idade pré-

escolar de 4 a 8 anos

1 prestador de cuidados adulto para cada 20 ou 25 crianças

Crianças mais velhas cuidam das crianças mais pequenas

O objectivo de envolver crianças mais velhas na prestação de cuidados às crianças mais pequenas

é reconhecer e desenvolver a capacidade natural das crianças de partilhar, aprender, experimentar

e de se divertirem em conjunto. Em muitos contextos familiares reais, as crianças mais velhas, muito

frequentemente raparigas, têm de cuidar dos seus irmãos mais novos ou de membros da família

com idade muito jovem.

Em situações de emergência e de crise, o envolvimento das crianças mais velhas na prestação de

cuidados a crianças mais pequenas é particularmente importante. Desenvolver a capacidade das

crianças mais velhas para cuidarem, brincarem, entenderem e responderem às necessidades das

crianças mais pequenas contribui para a criação de confiança nas crianças mais velhas. Dá a estas

crianças mais velhas a oportunidade magnífica de se sentirem bem consigo próprias, porque estão

a ajudar os outros e a contribuir para a sua comunidade. O envolvimento de crianças mais velhas

fortalece também a protecção da criança, porque as crianças mais velhas contribuem para


Envolva as crianças na

escolha do nome do seu grupo - é

divertido e cria sentido de

propriedade. Também pode envolver

as crianças no desenho do símbolo

do seu grupo (por exemplo, uma

palmeira para o Grupo Palmeira).

Registe os nomes das crianças no

seu caderno de exercícios e escreva

os nomes das crianças sob cada

grupo. Isso ajudará a manter o

controlo da sua presença e também

a aprender os seus nomes

rapidamente.

Lembre-se que quando as

crianças estão envolvidas em

actividades de aprendizagem

interessantes e agradáveis, torna-se

mais fácil geri-las.

Destaque que os cuidados

prestados às crianças são um dever

que os/as prestadores(as) de

cuidados partilham.

NOTA

NOTA

NOTA


a supervisão e a qualidade dos cuidados prestados às crianças mais pequenas.

Esta sessão é adaptada dos materiais de Confiança de Criança para Criança: ‘Child-to-Child and

Children Living in Camps’ editado por Clare Hanbury e 'The River of Hope' Healthlink Worldwide,

2006.

Lista de Verificação 3: Crianças mais velhas cuidam das crianças mais pequenas

Por favor, reflicta sobre as seguintes considerações, quando envolver crianças mais velhas na prestação de

cuidados às crianças mais pequenas:

Capacitá-las para compreenderem e responderem às necessidades das crianças mais pequenas.

Explique o que espera que elas façam ao cuidarem das crianças mais pequenas.

Recompense-as e elogie-as pelos esforços que realizam.

Observe-as e escute-as e crie um tempo especial para elas discutirem o que apreciam e o que acham

difícil na prestação de cuidados às crianças mais pequenas.

Crie oportunidades especiais para elas representarem a responsabilidade de cuidar das crianças mais

pequenas.

Certifique-se de que elas recebem também a mesma qualidade de cuidados que prestam às crianças

mais pequenas.

Certifique-se de que elas compreendem que tanto rapazes como raparigas podem prestar cuidados

às crianças mais pequenas.

Certifique-se de que as apoia o suficiente nas suas tarefas.

Certifique-se de que não as sobrecarrega com responsabilidades; elas devem ajudá-lo, mas não

substitui-lo.

Elabore o horário para quando envolver as crianças mais velhas nas actividades do centro DPI e partilhe-

o com os seus professores. O apoio das crianças mais velhas no centro DPI não deve interferir com a sua

frequência escolar.

A secção a seguir apresenta actividades que pode realizar com as crianças mais velhas (7-8

anos e acima) quando as envolver na prestação de cuidados às crianças mais pequenas.

Coordenar estas actividades com os professores do ensino primário do Espaço/Ambiente Amigo

da Criança (E/AAC).

Actividade A das crianças mais velhas: história da Abdiwahab

Idade: 7 a 8 anos e acima.

Aprendizagem: Capacitar as crianças mais velhas para compreenderem e cuidarem das crianças

mais pequenas; permitir que as crianças mais velhas se sintam úteis e valorizadas pela sua

contribuição para a comunidade.

O que pode fazer:

Desenhe no papel a figura simples de uma criança (com cerca de 18 meses). Utilize o rolo

de papel e os lápis de cera contidos no Kit DPI.


UN

IDA

DE

TR

ÊS


Conte a história de Abdiwahab.

Abdiwahab era um bebé feliz. Estava bem alimentado. A mãe e o pai brincavam com ele e ele

costumava rir e tentava imitar as suas acções e palavras. Aprendeu a andar por volta dos 14 meses.

A maior parte das vezes, ria-se e divertia-se: correndo atrás das galinhas, batendo nas panelas ou

brincando com as suas irmãs mais velhas. A mãe observava-o e mantinha-o longe de perigos, tal

como o fogo. Quando se magoava, a mãe ia buscá-lo e confortava-o. Ela cuidava bem da sua

higiene pessoal: certificava-se de que Abdiwahab não punha as mãos sujas na boca, que a fralda

estava limpa, que as mãos eram lavadas com sabão regularmente, que com cerca de um ano

começou a aprender a usar o bacio e que estava protegido do fogo, de objectos aguçados e de

situações de perigo.

Então, um dia o pai de Abdiwahab foi-se embora. Logo a seguir, a mãe ficou muito doente. Tinha

de passar grande parte do tempo a descansar na cama. Ninguém tinha tempo para cuidar de

Abdiwahab. Os irmãos mais velhos davam-lhe uma tigela de papas, mas ninguém o ajudava a

comer. Ele começou a emagrecer. Os irmãos estavam agora ocupados com as tarefas domésticas

e a cuidar da mãe. Ninguém tinha tempo para mimá-lo, brincar com ele ou ensinar-lhe a falar.

Quando chorava, não havia ninguém para ir pegar nele e confortá-lo. Um dia queimou a mão no

fogo. Com o passar do tempo, ficou doente e fraco. Sentava-se no canto da casa balançando-se

silenciosamente.

Divida as crianças em grupos. Peça-lhes para discutirem os problemas que Abdiwahab

enfrentou.

Peça a cada grupo para relatar os problemas de Abdiwahab e escrevê-los à volta da figura

que desenharam anteriormente. Certifique-se de que utilizou espaço suficiente para

desenhar uma figura visível para todas as crianças e que escreveu palavras chave simples

com letra legível.

Ao discutir a história de Abdiwahab com as crianças mais velhas, destaque os seguintes

pontos:

Perda de cuidados dos pais/prestados de cuidados, atenção, protecção, conforto e

menos oportunidade de brincar;

Menos estímulos; ninguém tem tempo para ensinar Abdiwahab a falar;

Menos cuidados; a higiene pessoal de Abdiwahab é negligenciada e corre maior

risco de ficar doente;

Menos conforto e apoio; Abdiwahab fica sozinho em grande parte do tempo;

Não recebe alimentos suficientes de boa qualidade; não recebe ajuda suficiente para

comer;

Perda de supervisão e de protecção.

Peça às crianças que reflictam sobre possíveis soluções para os problemas.

Actividade B das crianças mais velhas: Actividades práticas

Idade: 8 anos e acima.

Aprendizagem: Capacitar as crianças mais velhas para ajudarem as crianças mais pequenas.



O que pode fazer:

Divida as crianças mais velhas em grupos (pode utilizar os mesmos grupos da

Actividade 1).

Peça aos grupos que imaginem que Abdiwahab é uma das crianças do

Espaço/Ambiente Amigo da Criança (E/AAC). Peça a uma crianças de cada grupo para

representar o papel de Abdiwahab e peça a cada grupo para representar o papel de

como cuidariam de Abdiwahab. Seguem-se algumas ideias:

Confortá-lo; brincar com ele com os brinquedos do Kit DPI; ajudá-lo a falar; cantar

para ele; ensinar-lhe versos; contar-lhe histórias; elogiá-lo; incentivá-lo a comer.

Peça a um dos grupos para realizarem a encenação e discutirem com as crianças o que

fazer para ajudar as crianças mais pequenas do E/AAC.

Peça a cada grupo para discutir as acções que podem realizar para apoiar as crianças

mais pequenas no E/AAC.

Faça a lista das actividades que crianças mais velhas podem realizar no E/AAC. Seguem-

se algumas sugestões:

Faça a lista de todos os jogos e canções que as crianças gostam;

Faça a lista das histórias que elas podem contar às crianças mais pequenas;

Elabore livros simples para crianças mais pequenas, utilizando os materiais do Kit

DPI (para as instruções, ver Unidade Um);

Apoie as crianças mais pequenas a brincar com os brinquedos do Kit DPI;

Ajude os voluntários e os prestadores de cuidados do E/AAC a reforçar a boa

higiene das crianças mais pequenas;

Faça a lista e desenhe figuras de como proteger e supervisionar as crianças mais

pequenas e o que fazer em caso de emergência;

Faça a lista e desenhe figuras de como melhorar a segurança das crianças mais

pequenas (p.e., mantê-las longe do fogo, de objetos aguçados e de sacos

plásticos);

Conheça as necessidades especiais das crianças mais pequenas com deficiência;

Ouça as crianças mais pequenas e garanta que elas sejam supervisionadas

permanentemente.

As crianças mais velhas podem estar geminadas às crianças mais pequenas. Podem

atender as crianças de manhã, quando chegam ao E/AAC.

Discuta com as crianças mais velhas questões relacionadas com a protecção da criança

e envolva as crianças mais velhas na realização da ACTIVIDADE DOIS: Mensagens e

actividades que podem contribuir para a protecção das crianças.


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Certifique-se de que o

apoio das crianças mais velhas do

E/AAC não interfere com a sua

frequência escolar (especialmente

para as raparigas).


crianças mais lhe relatam as

preocupações relacionadas com o

bem-estar das crianças

imediatamente.

NOTA

NOTA


ACTIVIDADE DOIS:

Mensagens e actividades que podem contribuir para a protecção das crianças

As actividades a seguir visam a capacitação das crianças em autoprotecção, ensinando-lhes como

reconhecer e responder a situações de perigo. Algumas das actividades da presente sessão foram

adaptadas de www. keepingchildrensafe.org.uk.

Actividade Um de protecção da criança: Bons e maus toques

Faixa etária: 2 a 3 anos e 4 a 8 anos.

Material: Lápis de cera Jumbo e papel de desenho.

Preparação: Distribua a cada criança uma folha de papel de desenho e um lápis de cera.

Jogo: Peça às crianças para desenharem as suas mãos fazendo o seu contorno com o lápis de

cera. Convide-as a pintarem as mãos no papel e a acrescentar pormenores. Ajude as crianças mais

pequenas a fazerem o desenho do contorno das mãos com o lápis de cera. Incentive as crianças

a serem criativas na decoração das suas mãos no papel.

Discuta com as crianças:

O que as mãos têm de bom? (P.e., ajudam-nos a ser criativos, são úteis, podemos tocar

nos objectos e nas pessoas).

Todo o tipo de toque é bom? Quem é que te pode tocar? Quem é que não te pode

tocar?

Quais são os bons toques e quais são os maus toques?

Bons toques são os das pessoas que cuidam de ti. Elas fazem com que te sintas protegida

e alimentada. Maus toques são os das pessoas que NÃO cuidam de ti. Elas fazem com

que sintas ameaçada e assustada. Fazem com que sintas desconfortável e triste. Elas

ferem-te.

Porquê que os maus toques são maus?

Quando sentimos um mau toque, o que devemos dizer ou fazer?

Faça um cartaz ou mural, utilizando impressões digitais e mensagens de protecção da

criança, e exponha-o no E/AAC. Esta é uma boa forma de aumentar a sensibilidade para

com a protecção da criança e de lembrar às crianças o que devem fazer.

Mensagem a transmitir às crianças: Quando sentires um toque mau diz: “PARE, eu não gosto

disso!”, e vai-te embora imediatamente. Conta o que aconteceu ao adulto em quem confias, o

mais rápido possível.

Actividade Dois de protecção da criança: Grita, FOGO!


Material: Nenhum.

Preparação: Explique às crianças que se elas forem abordadas de forma que não gostam, se elas

forem solicitadas a tocar em alguém de forma que não gostam ou se sentirem medo por qualquer

motivo, devem:


Adapte esta actividade à

faixa etária e ao contexto cultural.

Certifique-se de que as raparigas e

os rapazes são envolvidos na

discussão. Também é necessário

separar as sessões por sexo, para

que cada sexo se sinta confortável

para se expressar. Certifique-se de

que existem adultos do sexo feminino

com as raparigas e adultos do sexo

masculino com os rapazes.

NOTA


GRITA o mais alto que puderes.

GRITA ‘FOGO, FOGO, FOGO’, para chamar a atenção.

CORRE para local seguro, o mais rápido possível.

Representação: Peça às crianças para representarem este cenário simples aos pares:

1. Uma criança representa o papel de um estranho a pedir que a criança venha com ele;

2. A outra criança grita: ‘FOGO, FOGO, FOGO’ e foge.

Mensagem a transmitir às crianças: As pessoas prestarão mais atenção se estiveres em

perigo e gritares FOGO! Se vires um amigo em perigo, podes também gritar FOGO! Diz sempre

a alguém em quem confias porquê que gritaste FOGO!

Actividade Três de protecção da criança: A história da Mia


Material: Nenhum.

Preparação: A história de Mia fala sobre situações perigosas e o que as crianças devem fazer

caso se encontrem em situação semelhante. Pode utilizar as marionetes contidos no Kit DPI para

ajudar a contar a história. Pode alterar o nome dos personagens principais da história.

Narração da história: “Como Mia e Arwo Aprenderam a Manterem-se em Segurança”

Como Mia e Arwo Aprenderam a Manterem-se em Segurança

A gazela Mia nasceu num dia de sol na savana quente de Maasai Mara. A mãe e o pai de Mia

estavam muito felizes, enquanto esperavam durante muito tempo pela Mia e pelo seu irmão

gémeo, Arwo. A mãe e o pai receberam Mia e Arwo com muita felicidade. Os pais garantiram

um local seguro, onde eles poderão dormir e brincar, e muitos alimentos e água segura para

eles crescerem saudáveis e felizes A savana é um local muito perigoso, por isso a mãe e o pai

garantem protecção permanente a Mia e ao Arwo.

Mia e Arwo eram crianças muito felizes. Brincavam a maior parte do dia fazendo aventuras no

mato, utilizando as árvores para brincar às escondidas. A mãe e o papai eram sempre muito

protectores. A mãe dizia frequentemente à Mia e ao Arwo para não irem para muito longe. Dizia-

lhes para brincar por perto, onde ela os pudesse ver. Mia e Arwo adoravam correr na savana e

correr um atrás do outro.

Numa tarde, enquanto Mia e Arwo estavam a correr, aventuraram-se e foram para longe de casa

para um local isolado. Enquanto brincavam, uma velha gazela aproximou-se deles. A velha

gazela se apresentou com o nome de Sr. Bino. Ele se admirava da brincadeira e da velocidade

de Mia e Arwo e passou algum tempo a conversar com eles e até se juntou às suas brincadeiras.

Mia pensou que era muito estranho um adulto brincar com eles, mas gostou da brincadeira e

continuou a brincar. Ela notou também que, enquanto brincavam o Sr. Bino tocou nela muito

frequentemente, abraçando-a e acariciando-a de uma forma que ela não gostou. Após algum

tempo, ela sentiu-se muito desconfortável, mas não sabia o que fazer para impedir o Sr. Bino de

se comportar daquela forma.


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Após algum tempo, o Sr. Bino disse a Mia e Arwo que a sua casa ficava perto e que tinha muitos

doces e brinquedos para partilhar com eles. O Sr. Bino disse que conhecia os seus pais e que os

seus pais não se importariam que fossem com ele para a sua casa. Mia e Arwo sabiam que a mãe

e o pai estavam à espera deles em casa e que eles lhes disseram para nunca irem com pessoas

que não conheciam bem, mas o Sr. Bino era muito insistente. Arwo quase seguia o Sr. Bino, mas

Mia era muito forte e decidida. Ela não gostou do Sr. Bino e disse a Arwo que tinham que ir para

casa, caso contrário, a mãe e o pai iriam castigá-los. Enquanto eles voltavam para casa, Mia disse

a Arwo que ela não gostou do Sr. Bino e que se sentiu muito desconfortável com ele, mas Arwo

não entendeu o que Mia estava a dizer. Ele achava que o Sr. Bino era uma gazela velha e

engraçada.

Mia ficou muito aborrecida. O seu irmão não entendeu porquê que ela se sentiu desconfortável.

Ela sentiu-se muito sozinha e ficou muito calada. A mãe de Mia percebeu esta súbita mudança de

comportamento e perguntou a Mia se se estava a sentir bem. Mia tinha muita vergonha de contar

à mãe o que sentiu quando o Sr. Bino a tocou. A mãe de Mia perguntou-lhe novamente, com

palavras muito gentis, qual era o problema. Mia sabia que podia confiar nela e finalmente contou-

lhe o que tinha acontecido com o Sr. Bino e como se sentiu.

A mãe abraçou e consolou Mia, que finalmente adormeceu. No dia seguinte, a mãe e o pai

conversaram com Mia e Arwo e explicaram que não ficavam satisfeitos quando eles não estavam

perto da casa e não os podiam ver. A mãe explicou que o Sr. Bino não era uma gazela simpática

e que eles nunca deveriam ter brincado com ele, nem deviam ter confiado nele. O pai explicou

que ele e a mãe não conheciam o Sr. Bino e que o Sr. Bino era um mentiroso, o Sr. Bino mentiu

quando disse que conhecia os seus pais. O pai explicou também que, o que o Sr. Bino fez, enquanto

estava a brincar com Mia, estava muito errado e que se algo semelhante acontecesse de novo, Mia

e Arwo deveriam gritar ‘fogo, fogo, fogo’ o mais alto possível e fugir imediatamente. Nunca devem

seguir estranhos. Mia e Arwo entenderam que tinham feito algo perigoso ao brincar longe de casa.

Arwo pediu desculpas a Mia e agradeceu por ter insistido para voltarem para casa, em vez de

seguir o Sr. Bino. De agora em diante ele ouvirá sempre o que a sua irmã lhe disser e gritará 'fogo,

fogo, fogo' em caso de perigo.

Mensagem a transmitir às crianças: Nunca te aventures para lugares isolados sozinha.

Certifica-te do tipo de adultos e de crianças mais velhas que estão à tua volta. Não ouças pessoas

estranhas. Grita ‘fogo, fogo, fogo’ quando te sentires em perigo - as pessoas prestarão mais

atenção ao que está a acontecer contigo.


Adapte a história de Mia e

Arwo ao seu contexto e à sua cultura.

NOTA

UNIDADE QUATRO:

ACTIVIDADES RELACIONADAS

COM MENSAGENS QUE SALVAM

VIDAS

Em contextos de emergência, a educação pode transmitir mensagens importantes que podem ajudar

as crianças a se protegerem de danos. Estas mensagens importantes variam segundo o contexto. A

secção a seguir apresenta actividades que podem transmitir mensagens que salvam vidas e que

apoiam as crianças em contextos de emergência. Na presente unidade são desenvolvidas três áreas

de mensagens que salvam vidas:

Actividades de desminagem de minas e de explosivos remanescentes da guerra (ERW)

Actividades de Redução do Risco de Desastres (RRD)

Actividades de Promoção de Saúde

Alem disso, a Actividade Dois da presente unidade apresenta actividades que transmitem mensagens

de paz e de reconciliação.

O SEU PAPEL é seleccionar mensagens e actividades relevantes para o seu contexto de emergência e realizá-las com o grupo de crianças ao seu cuidado.

O objectivo da Unidade Quatro é apresentar exemplos práticos de como transmitir mensagens que

salvam vidas relacionadas com o contexto e a cultura, e de como realizar actividades de paz e de

reconciliação.


RESULTADOS DA

APRENDIZAGEM

No fim da Unidade Quatro, você e as


1. Realizar actividades de desminagem

de minas e de explosivos

remanescentes da guerra (ERW)

2. Realizar actividades de Redução do

Risco de Desastres (RRD)

3. Realizar actividades de Promoção de

Saúde

4. Realizar actividades de paz e de

reconciliação

As mensagens que

salvam vidas destinam-se a

transmitir às crianças

conhecimentos, habilidades e

atitudes importantes que podem

contribuir para protegê-las de danos.

REFLEXÃO: Leia as actividades e as

mensagens que salvam vidas. No seu

contexto, quais são as mensagens que

salvam vidas relevantes? Porquê?

Discuta com os seus colegas e com a

equipa do UNICEF ou com os Parceiros

de Implementação (PIs) quais as

mensagens que salvam vidas e

actividades de aprendizagem que deve

realizar no E/AAC.

Se tiver actividades e

mensagens extras que sejam

especificamente relevantes para o

seu contexto, envolva os seus

colegas na sua elaboração.

NOTA

NOTA


ACTIVIDADE UM:

Mensagens educativas e actividades de aprendizagem que podem prevenir ou

mitigar situações de risco

Actividades de desminagem de minas e de explosivos remanescentes da guerra

(ERW)

As minas e os explosivos encontram-se normalmente em contextos de conflito armado. Os campos

minados são uma táctica de guerra destinada a matar pessoas. É um facto que a maior parte das

minas e dos explosivos matam civis, e crianças que brincam especificamente em áreas com minas

e explosivos. As minas e os explosivos podem apresentar formas e cores diferentes.

Actividade 1 relacionada com Minas: Não toque em objectos perigosos!

Faixa etária: 2 a 4 anos.

Material: Objectos familiares que se podem encontrar em casa. Por exemplo, copos, chávenas,

panelas, garrafas de refrigerante, tampas de garrafas de refrigerante, folhas e pedaços de resíduos.

Protótipos de minas e de explosivos utilizados na ‘educação sobre o risco das minas’, ou sobre as

suas fotos.

Explicação: Diga às crianças que na sua zona existem objectos perigosos que podem provocar

terríveis consequências para as crianças que tocam neles, como decepar um membro ou mesmo

matar. Apresente objectos perigosos às crianças.

Representação: Coloque objectos familiares e protótipos ou fotos de minas aleatoriamente ao

redor da área de jogo. Peça a um grupo de crianças (o ideal é um grupo até 10 crianças no

máximo) para pegar nos objectos seguros colocados no chão. De cada vez que uma criança pega

numa ‘mina ou explosivo’ ou toca nele inadvertidamente, faça muito barulho e peça à criança para

se deitar no chão, fechar os olhos e ficar quieta.

Pergunte às crianças: ‘O que aconteceu com... (diga o nome da criança)? O que devia (diga o

nome da criança) ter feito? Repita a mensagem: não toque em objectos desconhecidos, mesmo

que sejam atractivos e chame à atenção! Podias ter morrido ou ficado ferido.

Mensagem a transmitir às crianças: Não toques em minas nem em explosivos. Não toques

em objectos desconhecidos que encontres no chão. Mantém-te afastada das zonas perigosas.

Brinca sempre em áreas seguras e anda por caminhos e estradas seguros. Informa a um adulto se

vires um objecto suspeito, não tentes tocar ou removê-lo.

Actividade Dois relacionada com Minas: A história de Saul

Faixa etária: 3/4 a 8 anos.

Leia ou narre a história:


Peça à equipa do UNICEF

ou aos PIs ou a outras agências que

trabalham na sua área para fazerem

a lista de fotos dos tipos mais

comuns de minas e de explosivos

que se podem encontrar na sua

zona. Certifique-se também se tem a

lista/mapa dos locais perigosos que

devem ser evitados. Envolva as

agências de desminagem na

‘educação sobre minas nos E/AAC’.

Durante a actividade e

enquanto na presença das crianças,

NÃO toque arbitrariamente nos

protótipos ou nas fotos que

representam minas e explosivos. Isso

deve ajudar as crianças a entenderem

a mensagem, NUNCA toque.

NOTA

NOTA


A história de Saul

Num dia de sol, Saul e os seus amigos saíram da aldeia para recolher mel na floresta. As crianças

seguiam o caminho entre arbustos e campos. No caminho, Saul encontrou um objecto estranho

do tamanho de uma bola de ténis. Saul ficou muito curioso e decidiu investigar. Pegou no objecto

e lançou-o contra uma rocha grande. Os seus amigos assustaram-se e fugiram. No segundo

lançamento de Saul, o objecto explodiu. Com a explosão, Saul ficou ferimentos profundos em

todo o corpo. Saul perdeu a perna esquerda e ficou com lesões internas. Saul sobreviveu após

passar muitas semanas no hospital, mas não pode correr e brincar como antes porque perdeu

uma perna.

Pergunte às crianças: O que fez Saul? Quais foram as consequências? O que o Saul deveria

ter feito?

Mensagem a transmitir às crianças: Não toques em objectos desconhecidos, mesmo que

sejam atractivos e chamem à atenção! Podes morrer ou ficar ferido.

Actividades de Redução do Risco de Desastres (RRD)

As actividades de Redução de Risco de Desastres visam prevenir e/ou mitigar o impacto que os

desastres podem ter na comunidade, na escola e/ou no E/AAC. Você e a sua comunidade podem

já ter sido vítimas de desastres naturais ou de conflitos. Na preparação para uma emergência, é

boa prática elaborar o plano de preparação para riscos. O objectivo do plano de preparação

para riscos é garantir que crianças, prestadores de cuidados, professores e outro pessoal que

trabalha nos E/AAC estejam plenamente conscientes dos procedimentos básicos a seguir em

caso de situação perigosa.

Actividade 1 de RRD: Como elaborar o ‘plano de preparação para riscos’

Faixa etária: Crianças pequenas, mães com lactentes, crianças em idade pré-escolar.

Preparação: A melhor forma de elaborar o plano de preparação para riscos é conhecer os

riscos que a sua comunidade corre e avaliar os actuais perigos que o E/AAC corre.

As fases a seguir ajudarão a elaborar o ‘plano de preparação para riscos’ para o E/AAC do seu

contexto.

Reúna informação relevante sobre os riscos que a sua comunidade corre, fazendo

perguntas importantes e avaliando os actuais perigos existentes no E/AAC.


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Pode mudar o nome do

personagem da história e utilizar

nomes e lugares locais para tornar a

história culturalmente mais relevante.

O importante é que as crianças

entendam que não se deve tocar ou

pegar em objectos não identificados.

NOTA

Pode dar um nome ao seu

plano de preparação para riscos que

seja fácil de memorizar e relevante

para o seu contexto. Use palavras

fáceis de memorizar que as crianças

possam lembrar-se facilmente como,

por exemplo, ‘Manter o Plano de

Segurança’.

NOTA


Lista de Verificação 4: Avaliar os desastres no seu contexto

A sua comunidade já foi atingida por algum desastre natural? Se sim, qual?

O que aconteceu quando ocorreu o desastre?

Quais são os riscos que existem no centro DPI ou E/AAC? Por exemplo, é provável que o incêndio comece na

cozinha? O pátio de recreio está livre de perigos?

O centro DPI ou E/AAC tem um local seguro para onde as crianças podem ir em caso de emergência?

A quem pode pedir ajuda em caso de emergência?

Após reunir a informação importante, compreenderá melhor os desastres que poderão,

possivelmente, atingir a sua comunidade e os perigos específicos existentes no E/AAC.

Desenvolver o ‘Manter o plano de segurança’

Para prevenir e mitigar desastres, as orientações específicas para a Redução do Risco de Desastres

devem ser adaptadas ao contexto específico e à emergência. A tabela a seguir apresenta ideias sobre

o que fazer em caso de incêndio ou de terremoto. Envolva a equipa do UNICEF ou os PIs para

ajudarem a elaborar o plano de preparação para riscos adequado ao seu contexto.

Tabela 3: Exercícios de combate a incêndio e instruções para

emergências

Emergência O que as crianças devem fazer em caso de incêndio?

Incêndio

Logo que ouvirem os exercícios de combate a incêndio, vão para a saída

mais próxima sem se apressarem ou empurrarem as outras crianças

Vão para o ponto de encontro fora do E/AAC

Se houver muito fumo, as crianças devem cobrir a boca e rastejar

Emergência O que as crianças devem fazer em caso de terramoto?

Terramoto

Encontrar um local seguro e lançarem-se ao chão - por exemplo,

esconderem-se debaixo da mesa ou da soleira da porta

Cobrir as cabeças e os pescoços

Ficar longe dos guarda-fatos ou de móveis pesados que podem cair sobre

elas e causar ferimentos

Segurar em algo seguro

Após encontrarem um local seguro, ficam lá sem se moverem até que pare

a agitação

Mantenha-se calmo e entoe uma canção, enquanto esperam pelo resgate


Se houver perigos

estruturais que possam ser

removidos, envolva o Comité

Directivo do DPI e a equipa do

UNICEF ou os PIs para removê-los

o mais rápido possível.

As crianças podem

entender e memorizar instruções

simples para locais seguros ou

pontos de encontro. Repita as

instruções regularmente para

reforçar a memorização.

NOTA

NOTA


Actividade 2 de RRD: Como comunicar mensagens importantes de preparação para

riscos

Faixa etária: crianças pequenas, mães com lactentes, crianças em idade pré-escolar.

Eis algumas ideias sobre como comunicar o que fazer em caso de desastre:

Actividades Artísticas e de Artesanato: Peça às crianças para desenharem o que

devem fazer em caso de emergência.

Teatro, canções e danças tradicionais: Representação. Juntamente com as

crianças e os prestadores de cuidados, encenar uma possível situação de emergência.

Brinquedos: Utilize os brinquedos do Kit DPI para demonstrar as consequências dos

desastres naturais. Por exemplo, utilize os blocos de construção e as marionetes de

animais para mostrar o que pode acontecer no caso de um terremoto ou tornado.

O SEU PAPEL é elaborar instruções básicas para as crianças seguirem em caso de

emergência e para comunicar e repetir regularmente.

Actividade 3 de RRD: Projecto de ambiente de grupo

Idades: 4 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Incentivar a exploração e a familiarização com o meio circundante e

dar oportunidade para trabalhar em grupos mais pequenos. Incentivar também o pensamento

criativo e a resolução de problemas.

Material: Papel, lápis de cera, lápis de cor, cola e objectos da área circundante ao centro de

aprendizagem ou da casa das crianças.

Preparação: Apresentação do tema: desastres naturais. Fale sobre o que aconteceu durante a

emergência. Passe algum tempo com as crianças a caminhar fora do ambiente de aprendizagem.

Incentive-as a observarem como o seu ambiente mudou como consequência do desastre.

Incentive-as a pegarem nos objectos que pretendem utilizar para o projecto do grupo. Podem

ser: varas, folhas, pedras, madeira, pedaços de plástico ou metal, papel usado, tecido ou qualquer

outra coisa que encontrem e pretendam utilizar.

FASE 1: Divida as crianças em grupos mais pequenos de 3 a 4. Discuta o que elas observaram.

FASE 2: Discuta com as crianças o que aconteceu durante o desastre natural e partilhe ideias

sobre como prevenir que aconteçam futuros desastres naturais.

FASE 3: Peça-lhes para se sentarem com os objectos recolhidos e construírem ou criarem um

quadro do desastre natural. Elas podem: colar coisas no papel, fazer um brinquedo, criar um

jogo ou contar uma história, utilizando objectos diferentes.

O SEU PAPEL é adaptar as actividades ao seu contexto e cenário de emergência.

Mensagem a transmitir às crianças: O ambiente em que vivemos é um amigo muito especial

e delicado. Se não cuidarmos dele de forma adequada, haverá muito mais probabilidade de

ocorrência de desastres naturais.


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Actividade Quatro de RRD: Mova-se como a natureza

Idades: 2 a 3 anos e 4 a 8 anos.

Objectivo Psicossocial: Conhecer a natureza, manifestar sentimentos e proporcionar libertação

física. Quanto mais as crianças conhecerem o mundo que as rodeia melhor. Esta actividade é

especialmente útil após desastres naturais. A natureza pode provocar destruição, mas também é

resiliente e regenera-se.

Material: Pedaços de papel, canetas e um recipiente como um chapéu, tigela ou caixa para

colocar os pedaços de papel; um espaço onde as crianças se podem movimentar e brincar.

Preparação: Escreva as palavras com forças ou qualidades diferentes da natureza em pedaços

de papel. Escreva uma em cada pedaço de papel. Escolha palavras da natureza com base na faixa

etária e no ambiente natural com o qual as crianças estão familiarizadas. Algumas sugestões são:

vento, chuva, brilho do sol, furacão, ciclone, tempestade, rochas, tornado, seca, terremoto, maré,

ondas, vento/chuva suave, vento/chuva forte, vulcão, árvore a crescer, monção, cheias, capim alto

a mover-se num dia de vento e vento/chuva ruidoso. Coloque os pedaços de papel no recipiente.

FASE 1: Peça às crianças que fiquem de pé ou que se sentem em círculo no chão.

FASE 2: Explique às crianças que irão jogar um jogo sobre a natureza. Tenha uma breve discussão

sobre as diferentes forças da natureza, concentrando-se nas palavras que escreveu.

FASE 3: Convide as crianças a irem, uma a uma, ao recipiente e tirar um pedaço de papel.

FASE 4: Após a criança escolher o pedaço de papel, ela deve usar o seu corpo para expressar a

sua compreensão sobre a palavra para o grupo. Esteja pronto para ajudar a ler a palavra num tom

que as outras crianças não ouçam do que se trata.

FASE 5: Explique que as crianças podem usar os braços e as pernas para se movimentar como a

palavra, e usar os pés, as mãos e a voz para produzir sons. Por exemplo, o som da chuva ou do

vento suave pode ser produzido esfregando mãos rapidamente.

FASE 6: As outras crianças podem tentar adivinhar a palavra. Elas podem ser também voluntárias

para ajudar os seus colegas a comunicar a palavra, se necessário. Incentive as crianças a

trabalharem em conjunto para entenderem a palavra. Faça discussão em grupo após cada criança

dizer a sua palavra. O que sabem as crianças sobre essa palavra da natureza? Elas já a viram ou

viveram? Têm ideia porquê que isso acontece?

FASE 7: Contextualize esta actividade dentro do seu contexto de emergência. Fale sobre o que

aconteceu durante o desastre natural. Trabalhe com as crianças e identifique as acções relevantes

de redução de risco que elas podem realizar (p.e., exercícios de combate a incêndios, encontrar

segurança debaixo da mesa e afastar-se das janelas).


É muito importante incluir

tanto forças naturais positivas como

forças assustadoras e destrutivas.

Para idades entre 2 e 3

anos, pode orientá-las, introduzindo e

descrevendo oralmente a palavra e

expressando-a em conjunto em

grupo.

NOTA

NOTA


Actividades de Promoção de Saúde

Mensagens de promoção de saúde podem salvar vidas quando implementadas regularmente.

As principais mensagens importantes sobre higiene pessoal e práticas de saneamento podem

diminuir o risco de contrair doenças transmitidas pela água que colocam a vida em risco, como

a diarreia. A secção a seguir apresenta alguns exemplos de actividades de promoção de saúde:

Actividade Um de Promoção de Saúde: Lavar as mãos regularmente


Material: Sabonete.

Preparação: Explique às crianças que devem lavar as mãos com sabonete (ou cinza) e água

após irem à casa de banho e antes de comer. Explique que não devem pôr as mãos ou os dedos

sujos na boca. Explique que as bactérias nocivas (que são coisas muito pequenas e más) vivem

nas unhas e nas mãos, mesmo que não as possamos ver. As bactérias podem pôr-nos muito

doentes. Ao usar água e sabonete, matamos essas bactérias.

O que pode fazer:

Crie uma canção que ensine as crianças a lavar as mãos de cada vez que foram à casa

de banho.

Acrescente movimentos que melhorem a lavagem das palmas e as costas das mãos,

entre os dedos e as unhas com água e sabonete (ou cinza).

Diga às crianças para não porem as mãos sujas na boca.

Actividade Dois de Promoção de Saúde: ‘Sr. Cocó e Sra. Xixi vão à casa de banho’


Material: Nenhum.

Preparação: Explique às crianças que devem levar sempre o ‘Sr. Cocó e a Sra. Xixi’ à casa de

banho. Devem informar aos adultos ou às crianças mais velhas, com tempo suficiente, quando

precisarem de ir à casa de banho. Também podem pedir ajuda às crianças mais velhas.

O que pode fazer:

Crie uma canção, um poema, um verso que incentive as crianças a dizer quando tiverem

necessidade de ir à casa de banho. Por exemplo: ‘Diz sempre à tua mãezinha quando

quiseres fazer xixi! Diz sempre ao teu paizinho quando quiseres fazer cocó. Se a tua

mãezinha não estiver, diz ao teu irmão; se o teu paizinho não estiver, diz à tua irmã!’

Acrescente movimentos à canção que representem através da mímica o que as crianças

devem fazer.

Componha histórias sobre o Sr. Cocó e a Sra. Xixi. Diga às crianças que devem levar o

Sr. Cocó e a Sra. Xixi à casa de banho. Diga-lhes que as crianças ficarão doentes se não

levarem o Sr. Cocó e Sra. Xixi à casa de banho.


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ACTIVIDADE DOIS:

Actividades de Paz e de Reconciliação

Na Educação da Primeira Infância, as crianças aprendem a lidar com conflitos através das suas

interacções com os colegas e adultos. Nesta idade, a educação para a paz e a reconciliação incide

em aprender a lidar com os conflitos de forma positiva sem recorrer a comportamentos agressivos.

É muito difícil falar de paz em contextos onde violência extrema e a injustiça fazem parte da vida

diária e onde as crianças sofrem constantemente de comportamentos agressivos.

Se não houver uma atmosfera boa, positiva e de colaboração no centro E/AAC, será muito difícil

realizar actividades de paz e de reconciliação com as crianças. Também a educação para a paz e

a reconciliação perde o seu sentido, se a punição física e emocional e os comportamentos de

bullying forem tolerados e praticados.

O SEU PAPEL é proporcionar um ambiente de aprendizagem onde as crianças podem

experimentar comportamentos positivos e aprender a lidar com os conflitos de forma

positiva.

Actividade para a Paz e a Reconciliação Um: Resolução de Conflitos de Forma Positiva


Material: Marionetes de mão e de dedo ou, como alternativa, fronhas brancas e a cores, se preferir

usar desenhos em vez de marionetes; o brinquedo azul da caixa de formas contido no Kit DPI.

Preparação: Adapte a história a seguir ao seu contexto. Pode pretender referir-se a uma situação

que realmente ocorreu no Espaço/AAC ou na sua turma. Pode utilizar nomes diferentes e também

animais ou personagens diferentes. Caso não se senta confortável a utilizar marionetes de animais

por motivos religiosos ou culturais, pode utilizar desenhos ou outros objectos. Existe 5 personagens

(pessoas) na história, da seguinte forma:

1. O professor (figura de adulto) - você

2. Rosa (personagem feminina) – 1 das crianças

3. Jimmy (personagem masculina) – 1 das crianças

4. Henrique (personagem masculina) – 1 das crianças

5. Joana (personagem feminina) – 1 das crianças

Organize as crianças em círculo, para que todos o possam ver.

Leia e represente: PARTE A: A coelha Rosa e o sapo Jimmy são 2 amigos que frequentam

o Centro da Primeira Infância. Um dia, a Sra. professora Ursa trouxe um brinquedo novo para

brincar: uma caixa azul bonita com muitas figuras e objectos coloridos diferentes chamada

caixa de formas.

Acção: Pegue na marionete ursa, traga a caixa da caixa de formas com as figuras para o meio do

círculo onde as crianças estão sentadas. Torne divertido e fale sobre as diferentes peças da caixa e

capte a atenção das crianças.


Se a marionete ursa não

estiver disponível utilize outra.

Lembre-se que o objectivo

desta história é incentivar as crianças

a encontrarem soluções positivas

para as situações de conflito que

possam enfrentar.

NOTA

NOTA


Leia e represente: PARTE B: Logo que a Sra. professora Ursa colocou a caixa da caixa de formas no chão no meio do círculo de crianças, a coelha Rosa e o sapo Jimmy correram para pegar na caixa da caixa de formas azul, porque querem brincar com ela imediatamente.

Acção: Peça às crianças para pegarem nas marionetes coelha Rosa e sapo Jimmy para

repetirem a cena e correrem para a caixa de formas. Com crianças mais pequenas, pode ter

que as ajudar.

Leia e represente: PARTE C: A coelha Rosa e a sapo Jimmy querem ambos a caixa da

caixa de formas azul e começam a gritar, enquanto agarram a caixa. O ruído é

insuportável. O sapo Jimmy empurra a coelha Rosa que empurra o sapo Jimmy. Ambas

as crianças querem a caixa e parece que não há solução para a sua luta.

Acção: Peça às crianças para dramatizarem a cena e começarem a lutar.

Leia e represente: PARTE D: O cão Henrique e a rata Joana vão ajudar o sapo Jimmy e

a coelha Rosa, e dão-lhes sugestões sobre como resolver o seu desacordo

Acção: Peça às crianças para segurar as marionetes cão Henrique e rata Joana para darem

sugestões sobre como resolver o desacordo e encontrar uma solução.

O SEU PAPEL é perguntar às crianças: O que disse o cão Henrique? O que disse a rata Joana? Quem deve brincar com a caixa de formas azul? Permita que todas as crianças dêem sugestões e tenham algo a dizer na história. O que o sapo Jimmy e a coelha Rosa devem fazer?

Mensagem a transmitir às crianças: Lutar não é boa solução, porque acabarás por brincar

sozinha, perder amigos e não te divertires. Também provocará muita infelicidade a ti e às

pessoas à tua volta.

ALTERNATIVA: Com as crianças mais pequenas, pode contar simplesmente a história,

utilizando as marionetes de dedo contidas no Kit DPI e envolvendo as crianças no fim da história,

pedindo-lhes para encontrarem soluções para a luta.

Actividade Dois de Paz e de Reconciliação: Jogo de Cooperação


Material: Um pedaço de tecido colorido ou um lenço.

Preparação: Divida as crianças em 2 grupos/equipas (máximo de 10 crianças por grupo, 5 se

forem crianças muito pequenas). Alinhe as crianças em 2 colunas: 1 coluna à sua direita e 1

coluna à sua esquerda. Deve ficar à frente das 2 filas. Dê o mesmo número (ou cor) à 1ª, 2ª, 3ª,

etc., crianças de cada uma das 2 filas.


UN

IDA

DE

QU

AT

RO

As crianças devem

apresentar as suas soluções e

compor os seus diálogos.

NOTA


FIGURA 3: CAMPO DE JOGO DO JOGO DE COOPERAÇÃO

= Posição do suporte do lenço

1, 2, 3, etc. = Posição dos jogadores da equipa

M = linha do meio

Jogo: Segure o pedaço de material colorido ao meio, num nível onde as crianças podem

alcançá-lo facilmente. As crianças de cada equipa não podem pisar a linha do meio. O objectivo

do jogo é pegar o pedaço de material e correr de volta para a posição na linha sem ser tocado

por outro jogador. A equipa que marcar mais pontos ganha.

Mensagem a transmitir às crianças: O sucesso da equipa depende da cooperação entre

todos os jogadores.


Com crianças muito

pequenas, pode precisar de chamar pelo

nome dos jogadores. Por exemplo:

"Número um, Lea e Pablo".

NOTA

guia do kit de desenvolvimento na primeira infância · manual do kit de ... jovens são...

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