guia do epi 2011 e amputados vencedores

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Jornal de Empregos e Estágios • 18 de março a 1º de abril de 2011 12 12 12 12 12 especial segurança para os trabalhadores Guia do EPI: Publicação será lançada neste mês com o objetivo de proteger a integridade física e a saúde do profissional, além de prevenir doenças que o mesmo esteja propício a ter no local em que atua Jéssica Flausino Jéssica Flausino Jéssica Flausino Jéssica Flausino Jéssica Flausino Estatísticas da Previdência Social mostram que mais de 700 mil aciden- tes do trabalho ocorrem no Brasil. São, aproximadamente, 7 mil mortes por ano. As áreas de Construção Civil e Indústria Metalúrgica são as respon- sáveis pelos maiores números de aci- dentes de trabalho registrados anual- mente. Com o intuito de ajudar os tra- balhadores e os empregadores do país, será lançado, neste mês de março, o Guia do EPI 2011. O Brasil possui o maior índice de mortalidade no ambiente de trabalho, só perdendo para a Coréia do Sul, El Salvador e Índia. Com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todas as empresas são obrigadas a fornecer gra- tuitamente aos seus colaboradores os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de acordo com o risco de cada função. O Guia do EPI é o mais completo manual que reúne os principais fabri- cantes de EPIs, revendedores, asses- soria, consultoria e todos os produtos e serviços que ajudam os profissionais da área de Segurança do Trabalho a encontrá-los de maneira mais fácil e completa. com o intuito de cuidar de suas vidas. “Criamos o guia para aju- dar na prevenção de acidentes que são causados no trabalho. Temos que le- var a conscientização do uso dos equi- pamentos de segurança”, explica a gerente de marketing do Guia do EPI, Bianca Alves. Segurança do Trabalho O Guia do EPI é feito por profissio- nais que atuam no campo de Segurança do Trabalho. Essa área reúne os con- juntos de medidas que são adotadas para minimizar os acidentes de trabalho, do- enças ocupacionais, bem como prote- ger a integridade e a capacidade de tra- balho do profissional. O técnico de se- gurança do trabalho, Douglas Evans, explica qual é o objetivo da área. “O cam- po de Segurança do Trabalho tenta cons- cientizar, educar, reconhecer e eliminar acidentes no trabalho”, comenta. O técnico de segurança do trabalho tem a função de inspecionar locais, ins- talações e equipamentos da empresa, observando as condições de trabalho para determinar fatores e riscos de aciden- tes, além de estabelecer normas e dis- positivos de segurança, para preveni-los. Os acidentes de trabalho são defi- nidos por incidentes que acontecem no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, às vezes po- dendo causar morte, perda ou redu- ção permanente ou temporária da ca- pacidade para o trabalho. Para Dou- glas Evans, as leis trabalhistas ajudam o profissional na hora em que ele so- fre um acidente ocupacional, mas ainda faltam alguns acertos. “As leis ajudam, porém ainda precisam ser revisadas, além de serem mais fiscalizadas, para que elas sejam mais respeitadas”, co- menta. Já a gerente de marketing do Guia do EPI, Bianca Alves, acredita que as leis trabalhistas não ajudam em quase nada os trabalhadores. “O que dá confiança ao colaborador é acredi- tar que nós, da área de segurança, es- tamos lá justamente para que ele não se acidente e não precise de qualquer lei para favorecê-lo, já que a saúde não será restabelecida por qualquer uma dessas leis”, argumenta. Mudança de vida Flávio Peralta de 42 anos é es- pecialista em palestras na área de Segurança do Trabalho, na Sema- na Interna de Segurança no Tra- balho (Sipat) e na Comissão de Pre- venção de Acidente (Cipa). Mas há 14 anos ele era um trabalhador de uma empresa que realizava troca de transformadores de alta tensão. “Eu trabalhava numa companhia que fazia troca de transformado- res de alta tensão. No dia 21 de agosto de 1997, saímos para fazer uma troca em uma chácara. Che- guei ao local e preparei todas as ferramentas para executar o ser- viço. Logo que subi a escada, le- vei um choque de 13.800 volts, fi- cando pendurado ao poste e preso ao cinto, o que evitou que eu caís- se”, explica. Com o acidente, Flávio teve que amputar os braços. “Meus equipa- mentos de proteção individual esta- vam irregulares e em mau estado. Ao sair da empresa eu levei comigo: cin- to de segurança, capacete, luvas, ater- ramento e detector. Acontece que esses materiais estavam em péssimas condições. As minhas luvas estavam furadas e os meus dedos ficavam expostos a qualquer incidente. No momento em que levei o choque eu não estava nem usando as luvas. Não usei aquelas e vou ter que usar as luvas da minha pró- tese para o resto a minha vida” comenta. Por causa do acidente, Flávio estudou e se espe- cializou em Segurança do Trabalho começando uma nova carreira ministrando palestras, além de criar uma cartilha denominada “Vamos Praticar Segurança no Traba- lho” e ser o autor do livro “Am- putados Vencedores – Porque a Vida Continua”, lançado em 2010. Hoje Flávio é casado e tem um filho de 7 anos. “O Guia do EPI é meu parceiro na luta pela vida do trabalhador. Esse Guia é muito importante para todas as empresas, principalmente por ter um conteúdo da área da Segurança no Trabalho e de ter sua distribuição gratui- ta”, finaliza Flávio Peral- ta. Quero um Guia! Para você receber o Guia do EPI em casa, é necessário acessar o site <www.guiadoepi.com.br> e clicar no link cadastro. O guia será entregue gratuitamente no local solicitado. Prevenindo acidentes A ocorrência de um acidente ou incidente de trabalho é raramente oca- sionada apenas por um fator, mas sim por um conjunto de eventos que aca- bam levando a uma perda. Tão impor- tante quanto as medidas preventivas de acidentes são as medidas de mini- mização das consequências do aciden- te. Muitos profissionais e empresas ainda não entendem que as medidas pós-acidentes devem fazer parte de um programa de segurança do trabalho. Para Bianca Alves, os profissionais devem, primeiramente, conhecer os ris- cos da sua profissão. “Conhecer per- feitamente os riscos aos quais eles es- tão expostos, no seu trabalho, é o pri- meiro passo para utilizar corretamente o equipamento de proteção individual que a empresa oferece”, explica. Já Douglas Evans acredita que, antes de qualquer conscientização, é necessário respeitar os equipamentos de seguran- ça. “A falta de respeito que o profissio- nal tem com a máquina ou com os equi- pamentos com os quais ele trabalha faz com que os acidentes aconteçam. Por isso, é preciso respeitar o seu local de trabalho”, comenta o técnico de segu- rança do trabalho. Os acidentes mais frequentes são quedas, batidas fortes, cortes e choques. Douglas Evans ex- plica que os tipos de acidente variam com a atividade exercida pelo profissi- onal. “Existe a lesão grave ou fatal que inclui lesões sérias e incapacitantes, acidentes com danos à propriedade e as lesões menores”, comenta. Acima, a gerente de marketing do Guia do EPI, Bianca Alves. Ao lado, profissional da construção civil usando seus devidos equipamentos de segurança Guia do EPI O Guia do EPI existe desde 2004, em versão on-line e, desde 2009, em versão impressa. Criado para benefici- ar empregados e empregadores, o guia é a primeira publicação no Brasil espe- cializada em onde encontrar produtos e serviços de segurança e saúde no tra- balho. “O guia é feito para conscienti- zar sobre o uso dos equipamentos de segurança”, comenta a gerente de ma- rketing do Guia do EPI. O guia oferece dicas de como utili- zar os equipamentos de proteção indi- vidual, além de informações sobre os equipamentos de proteção individuais ou coletivos. A publicação é dividida em tempo para encontrar o que se busca. Bianca Alves explica como aconte- ce a separação do guia. “Essa divisão foi feita para que todos encontrem e localizem de maneira mais rápida o que desejam. Dividimos por botas, botinas, biqueiras de aço, pernas e pés, além de separarmos por cadernos as categori- as para facilitar a busca do material ou serviço necessário”, comenta. O Guia do EPI é gratuito e distribuído em todo o território nacional. A maior distribui- ção está focalizada nas indústrias, mas também nos cadastros de solicitantes através do site. Na sua terceira edição, o Guia do EPI vem ganhando espaço e esse sucesso se transformou em uma excelente oportunidade de negócio. A tiragem do guia é de 30 mil exemplares e, no total, são mais de 90 mil leitores. categorias e subcategorias. A pesquisa para a criação do Guia do EPI é uma grande preocupação da equipe para fa- cilitar o uso do exemplar e economizar

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Jornal de Empregos e Estágios • 18 de março a 1º de abril de 2011

12121212121212121212 especial

segurança para os trabalhadoresGuia do EPI:

Publicação será lançada neste mês com o objetivo de proteger a integridade física e a saúdedo profissional, além de prevenir doenças que o mesmo esteja propício a ter no local em que atua

Jéssica FlausinoJéssica FlausinoJéssica FlausinoJéssica FlausinoJéssica Flausino

Estatísticas da Previdência Socialmostram que mais de 700 mil aciden-tes do trabalho ocorrem no Brasil. São,aproximadamente, 7 mil mortes porano. As áreas de Construção Civil eIndústria Metalúrgica são as respon-sáveis pelos maiores números de aci-dentes de trabalho registrados anual-mente. Com o intuito de ajudar os tra-balhadores e os empregadores do país,será lançado, neste mês de março, oGuia do EPI 2011.

O Brasil possui o maior índice demortalidade no ambiente de trabalho,só perdendo para a Coréia do Sul, ElSalvador e Índia. Com a Consolidaçãodas Leis do Trabalho (CLT), todas asempresas são obrigadas a fornecer gra-tuitamente aos seus colaboradores osEquipamentos de Proteção Individual(EPIs), de acordo com o risco de cadafunção.

O Guia do EPI é o mais completomanual que reúne os principais fabri-cantes de EPIs, revendedores, asses-soria, consultoria e todos os produtose serviços que ajudam os profissionaisda área de Segurança do Trabalho aencontrá-los de maneira mais fácil ecompleta. com o intuito de cuidar desuas vidas. “Criamos o guia para aju-dar na prevenção de acidentes que sãocausados no trabalho. Temos que le-var a conscientização do uso dos equi-pamentos de segurança”, explica agerente de marketing do Guia do EPI,Bianca Alves.

Segurança do Trabalho

O Guia do EPI é feito por profissio-nais que atuam no campo de Segurançado Trabalho. Essa área reúne os con-juntos de medidas que são adotadas paraminimizar os acidentes de trabalho, do-enças ocupacionais, bem como prote-ger a integridade e a capacidade de tra-balho do profissional. O técnico de se-gurança do trabalho, Douglas Evans,explica qual é o objetivo da área. “O cam-po de Segurança do Trabalho tenta cons-cientizar, educar, reconhecer e eliminaracidentes no trabalho”, comenta.

O técnico de segurança do trabalhotem a função de inspecionar locais, ins-talações e equipamentos da empresa,observando as condições de trabalho paradeterminar fatores e riscos de aciden-tes, além de estabelecer normas e dis-positivos de segurança, para preveni-los.

Os acidentes de trabalho são defi-nidos por incidentes que acontecemno exercício do trabalho a serviço daempresa, provocando lesão corporalou perturbação funcional, às vezes po-dendo causar morte, perda ou redu-ção permanente ou temporária da ca-pacidade para o trabalho. Para Dou-glas Evans, as leis trabalhistas ajudamo profissional na hora em que ele so-fre um acidente ocupacional, mas aindafaltam alguns acertos. “As leis ajudam,porém ainda precisam ser revisadas,além de serem mais fiscalizadas, paraque elas sejam mais respeitadas”, co-menta. Já a gerente de marketing doGuia do EPI, Bianca Alves, acreditaque as leis trabalhistas não ajudam emquase nada os trabalhadores. “O quedá confiança ao colaborador é acredi-tar que nós, da área de segurança, es-tamos lá justamente para que ele nãose acidente e não precise de qualquerlei para favorecê-lo, já que a saúde nãoserá restabelecida por qualquer umadessas leis”, argumenta.

Mudança de vidaFlávio Peralta de 42 anos é es-

pecialista em palestras na área deSegurança do Trabalho, na Sema-na Interna de Segurança no Tra-balho (Sipat) e na Comissão de Pre-venção de Acidente (Cipa). Mas há14 anos ele era um trabalhador deuma empresa que realizava trocade transformadores de alta tensão.“Eu trabalhava numa companhiaque fazia troca de transformado-res de alta tensão. No dia 21 deagosto de 1997, saímos para fazeruma troca em uma chácara. Che-guei ao local e preparei todas asferramentas para executar o ser-viço. Logo que subi a escada, le-vei um choque de 13.800 volts, fi-cando pendurado ao poste e presoao cinto, o que evitou que eu caís-se”, explica.

Com o acidente, Flávio teve queamputar os braços. “Meus equipa-mentos de proteção individual esta-vam irregulares e em mau estado. Aosair da empresa eu levei comigo: cin-to de segurança, capacete, luvas, ater-ramento e detector. Acontece queesses materiais estavam em péssimascondições. As minhas luvas estavam

furadas e os meus dedos ficavamexpostos a qualquer incidente. Nomomento em que levei o choque eunão estava nem usando as luvas.Não usei aquelas e vou ter queusar as luvas da minha pró-tese para o resto a minhavida” comenta.

Por causa do acidente,Flávio estudou e se espe-cializou em Segurança doTrabalho começando umanova carreira ministrandopalestras, além de criar umacartilha denominada “VamosPraticar Segurança no Traba-lho” e ser o autor do livro “Am-putados Vencedores – Porque aVida Continua”, lançado em 2010.Hoje Flávio é casado e tem umfilho de 7 anos. “O Guia do EPIé meu parceiro na luta pela vidado trabalhador. Esse Guia émuito importante para todas asempresas, principalmente porter um conteúdo da área daSegurança no Trabalho e deter sua distribuição gratui-ta”, finaliza Flávio Peral-ta.

Quero um Guia!Para você receber o Guia doEPI em casa, é necessárioacessar o site<www.guiadoepi.com.br> eclicar no link cadastro. O guiaserá entregue gratuitamenteno local solicitado.

Prevenindoacidentes

A ocorrência de um acidente ouincidente de trabalho é raramente oca-sionada apenas por um fator, mas simpor um conjunto de eventos que aca-bam levando a uma perda. Tão impor-tante quanto as medidas preventivasde acidentes são as medidas de mini-mização das consequências do aciden-te. Muitos profissionais e empresasainda não entendem que as medidaspós-acidentes devem fazer parte de umprograma de segurança do trabalho.

Para Bianca Alves, os profissionaisdevem, primeiramente, conhecer os ris-cos da sua profissão. “Conhecer per-feitamente os riscos aos quais eles es-tão expostos, no seu trabalho, é o pri-meiro passo para utilizar corretamenteo equipamento de proteção individualque a empresa oferece”, explica. JáDouglas Evans acredita que, antes dequalquer conscientização, é necessáriorespeitar os equipamentos de seguran-ça. “A falta de respeito que o profissio-nal tem com a máquina ou com os equi-pamentos com os quais ele trabalha fazcom que os acidentes aconteçam. Porisso, é preciso respeitar o seu local detrabalho”, comenta o técnico de segu-rança do trabalho. Os acidentes maisfrequentes são quedas, batidas fortes,cortes e choques. Douglas Evans ex-plica que os tipos de acidente variamcom a atividade exercida pelo profissi-onal. “Existe a lesão grave ou fatal queinclui lesões sérias e incapacitantes,acidentes com danos à propriedade eas lesões menores”, comenta.

Acima, a gerente de marketing do Guia do EPI, Bianca Alves. Ao lado, profissional da construção civil usando seus devidos equipamentos de segurança

Guia do EPIO Guia do EPI existe desde 2004,

em versão on-line e, desde 2009, emversão impressa. Criado para benefici-ar empregados e empregadores, o guiaé a primeira publicação no Brasil espe-cializada em onde encontrar produtose serviços de segurança e saúde no tra-balho. “O guia é feito para conscienti-zar sobre o uso dos equipamentos desegurança”, comenta a gerente de ma-rketing do Guia do EPI.

O guia oferece dicas de como utili-zar os equipamentos de proteção indi-vidual, além de informações sobre osequipamentos de proteção individuaisou coletivos. A publicação é dividida em

tempo para encontrar o que se busca.Bianca Alves explica como aconte-

ce a separação do guia. “Essa divisãofoi feita para que todos encontrem elocalizem de maneira mais rápida o quedesejam. Dividimos por botas, botinas,biqueiras de aço, pernas e pés, além desepararmos por cadernos as categori-as para facilitar a busca do material ouserviço necessário”, comenta. O Guiado EPI é gratuito e distribuído em todoo território nacional. A maior distribui-ção está focalizada nas indústrias, mastambém nos cadastros de solicitantesatravés do site. Na sua terceira edição,o Guia do EPI vem ganhando espaço eesse sucesso se transformou em umaexcelente oportunidade de negócio. Atiragem do guia é de 30 mil exemplarese, no total, são mais de 90 mil leitores.

categorias e subcategorias. A pesquisapara a criação do Guia do EPI é umagrande preocupação da equipe para fa-cilitar o uso do exemplar e economizar