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77777777777777777777Guia de Mudança climáti caSelo UNICEFMunicípio Aprovado

2013-2016

realização

parceiros regionais

apoio

Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF

Gary StahlREPRESENTANTE DO UNICEF NO BRASIL

Esperanza VivesREPRESENTANTE ADJUNTA DO UNICEF NO BRASIL

Escritório do Representante do UNICEF no BrasilSEPN 510 – BLOCO A – 2º ANDAR. BRASÍLIA/ DF – 70750-521

EQUIPE DO UNICEF NA AMAZÔNIA

Antônio Carlos CabralClaudia PortoDariane SousaEliana AlmeidaEmly CostaFrancisca MorganaFábio MoraisIda OliveiraUnai Sacona

CONSULTORAS UNICEF

Andreia BarbosaDaniela SilvaJaqueline AlmeidaLisandra Leite

ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO

Helvio Polito

EDIÇÃO

Inácio França

REVISÃO

Maura Dourado

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Libra Design

A reprodução desta publicação, na íntegra ou em parte, é permitida desde que citada a fonte.

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7 GUIA DE MUDANÇA CLIMÁTICASelo Unicef Município Aprovado

Edição 2013–2016

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Fundo das Nações Unidas para a InfânciaGuia de Mudança Climática - Selo UNICEF 2013-2016/

Fundo das Nações Unidas para a Infância - Brasília: UNICEF, 2014.

30 p.: il.1. Cidadania - Criança e Adolescente. 2- Clima. 3-

Mudança Climática. 4 - Situações de emergência. I. Título.

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Edição 2013–2016

Sumário6 Apresentação10 Mudança Climáti ca e seus impactos sobre as crianças: Por que esse tema?14 O empenho dos brasileiros para reduzir os efeitos da Mudança Climáti ca16 Como os municípios podem se organizar22 Ati vidades Propostas26 Dicas de Trabalho28 Como será a avaliação

Apresentação

O principal objetivo do eixo de Mobilização, Participação e Controle Social do Selo UNICEF Município Aprovado 2013-2016 é promover a capacidade dos municípios da Amazônia de articularem, envolverem e integrarem diferentes setores da sociedade na realização garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes a partir das políticas públicas.

Assim como estabelecido na Convenção Internacional dos Direitos das Crianças, bem como no Estatuto da Criança e do Adolescentes, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e os parceiros do Selo defendem que a redução das desigualdades dizem respeito a adoção de políticas especi� camente orientadas pelo conhecimento da realidade, inclusive no que se refere à violação dos direitos sociais básicos dos grupos mais vulneráveis. Os indicadores trabalhados no âmbito do Selo, assim como os debates e proposições egressas dos fóruns comunitários, também se constituem em boas fontes de informações para esse conhecimento.

A sustentabilidade de uma política pública depende da efetiva participação da sociedade em sua implementação, da ampla mobilização para que atinja todos os se-tores a serem bene� ciados e do exercício do controle social para � scalizá-la e monitorar seus resultados. En� m, a comunidade é a verdadeira protagonista das transformações, incluindo a participação das crianças e dos adolescentes no processo.

Todas as atividades propostas pelo UNICEF e seus parceiros para esse eixo mantêm um estreito diálogo com as principais políticas nacionais para a redução das desigualdades.

O Selo reforça o potencial de escuta e ação da gestão municipal. Por essa razão, o município deverá ser capaz de garantir a participação de gestores(as), operadores(as) do sistema de garantia de direitos; professores(as), pro� ssionais de saúde e de assistência social; além de pais, mães e principalmente das próprias crianças e adolescentes.

A participação dos adolescentes e também das crianças nas atividades desse eixo não deverá ser, jamais, � gurativa ou meramente presencial. Deverá ser efetiva, com espaço assegurado para suas diferentes vozes, opiniões e questionamentos em todas as etapas de desenvolvimento do tema deste guia.

A participação concreta de adolescentes e crianças na execução, gestão e acompa-nhamento das políticas públicas é imprescindível para que o esforço pela redução de desi-gualdades e garantia dos direitos aconteça de maneira contínua, equilibrada e permanente.

Por que é importante a participação concreta dos adolescentes? Nessa fase, uma grande reorganização cerebral propicia o aprendizado e intensi� ca a capacidade de raciocínio abstrato, por conseguinte, faculta melhor controle dos impulsos, ou seja

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possibilita melhor re� etir as consequências dos atos e amadurecer as relações sociais, ou em outras palavras, possibilita maior sociabilidade, empatia e solidariedade.

Dos processos de desenvolvimento da adolescência, três elementos se destacam: a construção da identidade, que gera questionamentos existenciais e permite uma nova maneira de se entender e se colocar no mundo; a sua capacidade de intera-ção com outros adolescentes e com pessoas de diferentes idades, ampliando sua rede de relacionamentos e sua habilidade de convivência em grupo; e a conquista da autonomia, quando o adolescente começa a assumir novas responsabilidades, buscar liberdade e fazer um plano de vida.

A� nal, além de serem os principais destinatários –, o que já seria motivação su-� ciente para protagonizarem dinâmicas e processo que impactam suas vidas -, subli-nhamos o que diz a Convenção Internacional e o Estatuto da Criança e Adolescente rati� cando a importância da participação dos adolescentes, tanto na proposição, como na implementação de políticas públicas, sobretudo as que lhes dizem respeito.

A� nal, em poucos anos esses mesmos meninos e meninas deverão ser os res-ponsáveis pela execução dessas políticas. Daí o eixo de participação do Selo UNICEF Município Aprovado ter sido estruturado para contribuir na formação e no desenvol-vimento de cidadãos protagonistas e conscientes para atuar na vida social, política e administrativa dos seus municípios.

Nesse eixo, a participação da sociedade dar-se-á ao menos em atividades de Arte, Cultura e Comunicação para a Diversidade Étnico-racial; Mudança Climática e seus impactos sobre as crianças e adolescentes na Amazônia; Esporte & Cidadania; e, � nal-mente, na Semana do Bebê.

Este guia orienta os municípios a estimularem e envolverem os gestores, a socie-dade, suas crianças e adolescentes em debates e no processo de implementação, exe-cução e acompanhamento de políticas públicas capazes de reduzir as consequências das mudanças climáticas no município.

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Este guia se propõe prover informações su� cientes para motivar a sociedade como um todo, em especial gestores, crianças e adolescentes, a melhor compreenderem o fenômeno da mudança climática, por conseguinte estimular o debate, a proposição e a implementação de processos e procedimentos capazes de mitigar causas e conse-quências decorrentes desse fenômeno, particularmente nas situações de emergência.

Para isso, as principais referências para esta importante temática são a lei 12.608/2012, que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e cria o sistema de informações e monitoramento de desastres; o decreto 7.257/2010, que regulamenta o reconhecimento de situação de emergência e estado de calamidade pública, bem como o mecanismo de transferência de recursos � nanceiros para o socorro, a assistência às vítimas, o restabelecimento de serviços essenciais e a reconstrução nas áreas atingi-das por desastres; a lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; e o decreto 3.515/2000, que cria o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas a partir das recomendações da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em Kioto, na década de 1990. Assim como o Protocolo Nacional Para Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas e Pessoas com De� ciência em Situação de Risco e Desastres, que estabelece os passos e ações necessárias para garantir a proteção antes e depois de uma situação de emergência.

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Mudança Climáti ca e seus impactos sobre as crianças: Por que esse tema?

O fenômeno que hoje conhecemos como Mudança Climática é resultado de um proces-so tão antigo quanto a presença do homem sobre a Terra, mas que foi acelerado há 150 anos, quando a Revolução Industrial multiplicou a emissão de gases poluentes na at-mosfera. A concentração desses gases intensi� cou a capacidade da atmosfera em reter calor em níveis muito acima do normal. É o chamado efeito estufa, cujas consequências para a vida na Terra já começam a ser sentidas praticamente em todo o planeta.

Essas consequências podem ser bastante duradouras, pois o tempo de perma-nência do dióxido de carbono – gás que mais contribui para o aquecimento por causa da quantidade com que é emitido - na atmosfera é superior a 100 anos. Ou seja, o im-pacto no regime climático ao longo de vários séculos.

Além do dióxido de carbono (CO2), outros gases importantes para o efeito estu-fa são o metano e o óxido nitroso, que também estão aumentando de concentração. O CO2, contudo, é o gás que tem maior contribuição para o aquecimento global. Em 2004, o CO2 representou 77% das emissões globais de gases de efeito estufa.

O modelo de economia baseado na larga utilização dos recursos naturais, aliado a processos produtivos que emitem grande quantidade de carbono, foi decisivo para, a partir da segunda metade do século 19, destruir equilíbrios ambientais em diversas partes do planeta. O desmantelamento de vastos ecossistemas amplia ainda mais as

consequências do efeito estufa e altera profundamente ciclos de variações climáti-cas, modi� cando padrões no clima.

O fenômeno da Mudança Climática afeta a todos indistintamen-te, ou seja independentemente de gênero, idade, etnia ou mesmo

classe social. Entretanto, as condições de moradia, por exemplo, nas periferias urbanas, em áreas de encostas ou mesmo nas pro-

ximidades dos cursos d’água, rios, constituem condições de agravo e/ou vulnerabilidade. Não por acaso, são nessas áreas que, majoritariamente, vivem os mais pobres.

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Ainda objeto de diversos estudos e pesquisas, as variações indesejadas do clima, afetam a relação homem x natureza, sobretudo em razão da imprevisibilidade. Em di-ferentes situações e momentos, o excesso ou falta de chuva afeta atividade agrícolas e pesqueiras, a exemplo do que foi registrado recentemente na própria Amazônia, região mundialmente celebrada pela exuberância dos seus recursos naturais. Evidentemente que, o lado mais perverso desse fenômeno diz respeito à economia doméstica, em par-ticular a dos grupos mais vulneráveis, entre os quais as nossas crianças e adolescentes.

No entanto, isso acontece de maneira distinta. A Mudança Climática gera pobre-za, e as primeiras e maiores vítimas são as famílias com maior grau de vulnerabilidade social e econômica, principalmente aquelas populações que interagem, dependem di-retamente da natureza para sobreviver. Isto quer dizer que, na Amazônia, pescadores, seringueiros, agricultores e os grupos que tiram seus sustentos do extrativismo de açaí e castanha, por exemplo, estão expostos aos efeitos do clima.

É verdade que a Mudança Climática é fruto da ação humana sobre a natureza, mas da ação humana coletiva, social, e não pela sua existência biológica. Não é a espé-cie humana que, biologicamente, quebra os ciclos ecossistêmicos, degradando signi-� cativamente o nosso habitat natural. Essa transformação é resultante da atuação da dita civilização, com seus valores, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências postas à disposição do atendimento das necessidades da sociedade de consumo. Esse modo de viver e de produzir foi construído sem qualquer preocupação com as reper-cussões na natureza.

O cenário atual justi� ca plenamente a inclusão do tema na metodologia desta edição do Selo UNICEF; a� nal, do ponto de vista dos conceitos ecológicos, hoje a possi-bilidade de uma quebra da “estabilidade ambiental” é considerada como algo possível de ocorrer. E a estabilidade pode ser quebrada de duas maneiras:

a. pela perda da capacidade de um ecossistema de resistir às perturbações e de manter intactos sua estrutura e seu funcionamento (capacidade de resistência);

b. perda da capacidade de se recuperar quando o sistema é deslocado do seu estado de equilíbrio por uma perturbação (capacidade de elasticidade ou resiliência).

Desenvolver políticas públicas e programas ambientais e ações coletivas capazes de favorecer a resiliência, ou seja, a capacidade de retornar às condições normais dos sistemas naturais, é um dos maiores desa� os contemporâneos impostos ao poder público e à sociedade.

A mobilização pelos ecossistemas é, no fundo, uma mobilização pelas crianças, adolescentes e suas famílias.

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Conhecendo um pouco os efeitos da Mudança Climática no Brasil

Os brasileiros já começam a conviver com as primeiras consequências das transformações que atingem o clima. A irregularidade das chuvas provocam crises de abastecimento d’água e de geração de energia em regiões que pareciam imunes a esse tipo de problema. Em outros locais, a população enfrenta situação oposta, pois as enchentes de proporções inéditas causam mortes e migração. E, em todo o Brasil, os verões estão cada vez mais quentes, pois a temperatura média subiu 0,6 graus, de acordo com o Fórum Brasileiro das Mudanças Climáticas.

O panorama previsto para as décadas que virão não é mais animador. Os cientistas que se dedicam ao estudo dos impactos da ação humana sobre o clima apontam algumas transformações que podem acontecer no País:

■ Os eventos climáticos extremos (tempestades, enchentes, secas prolongadas etc.) se tornarão mais intensos e mais frequentes.

■ A região Nordeste deverá se tornar mais árida. ■ Substituição gradual da � oresta amazônica oriental por vegetação de savana. ■ Diminuição na disponibilidade de água no semiárido. ■ Aumento médio no nível do mar (o aumento global chegou a 20 centímetros). ■ Impactos permanentes na agricultura, ou seja, na

capacidade de produção de alimentos. ■ Impactos no bem-estar e na saúde das populações, dentre outros.

Impactos das mudanças climáticas no Brasil

NortePerdas nos ecossistemas e biodiversidade na Amazônia; mas eventos extremos de chuva e secas; baixos níveis dos rios; condições favoráveis para mais queimadas; impactos na saúde e comércio; efeitos no transporte de umidade para as regiões Sul e Sudeste.

NortedesteMais veranicos; tendências para aridização; alta taxa de evaporação pode afetar nível dos açudes e agricultura de subsistência; escassez de água; migração do campo para cidades (refugiados do clima); possível elevação do nível do mar.

Centro OesteMais eventos extremos de chuva e seca; impactos no Pantanal e no Cerrado; alta taxas de evaporação e veranicos com ondas de calor que podem afetar saúde, agricultura e geração de hidroenergia.

Sudeste.Similar a Centro-Oeste; possível elevação no nível do mar.

SulMais eventos intensos de chuva; aumento na frequencia de noites quentes; altas temperaturas e chuvas intensas podem afetar saúde; impactos na Araucária.

FONTE: AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DOS DIREITOS DA INFÂNCIA (ANDI) A PARTIR DO RELATÓRIO DO CLIMA DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE)

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Essas mudanças se tornam ainda mais perceptíveis na Amazônia, porque a água é um elemento-chave em relação aos impactos dessas transformações. O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas indica que as alterações nos regimes de chuva devem levar a secas e enchentes mais frequentes e intensas, podendo também ter impacto sobre as águas subterrâneas.

Não foi à toa, portanto, que na região ocorreram duas grandes secas, em 2005 e 2010. Além disso, uma das piores enchentes ocorreu no ano de 2006, logo após uma seca extrema, afetando diversos setores da vida humana, como o transporte, agricultu-ra, saúde pública e saneamento, provocando signi� cativos impactos socioeconômicos.

As taxas de vazão dos rios também sofrerão variação. No leste da Amazônia e no Nordeste, as perdas podem chegar a 20%, sendo que na bacia do Tocantins o valor é de 30%. A Agência Nacional de Águas prevê que mais de 2 mil municípios terão problema de abastecimento de água em 2015.

Por entender que não há mais tempo a perder e é necessário o envolvimento de todos, o Selo UNICEF pretende reconhecer e estimular as experiências municipais de enfrentamento às Mudanças Climáticas na Amazônia que mobilizem a sociedade com foco na proteção do futuro de suas crianças e adolescentes.

FONTE: AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DOS DIREITOS DA INFÂNCIA (ANDI) A PARTIR DO RELATÓRIO DO CLIMA DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE)

Possíveis cenários climáticos futuros

Região Projeção do clima futuro. Altas emissões (A2)

Projeção do clima futuro. Baixas emissões (B2)

Possíveis impactos

Norte (inclusive Amazônia)

4 a 8°C mais quente, com redução de 15% a 20% do volume de chuvas, atrasos na estação chuvosa e possíveis aumentos na frequência de extremos de chuva no oeste da Amazônia

3 a 5°C mais quente, com redução de 5% a 15% nas chuvas. O impacto não é muito diferente daquele previsto pelo cenário A2.

Impactos na biodiversidade, risco da � oresta ser substituída por outro tipo de vegetação (tipo cerrado). Baixos níveis dos rios amazônicos podendo afetar transporte. Risco de incêndios � orestais devido ao ar mais cedo e quente. Impactos no transporte de umidade atmosférica para as regiões Sul e Sudeste, com consequências para a agricultura e geração de energia hidroelétricas.

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O empenho dos brasileiros para reduzir os efeitos da Mudança Climáti ca.

Enfrentar os danos causados pela Mudança Climática e encontrar soluções para reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa são preocupações que passaram a fazer parte da agenda das políticas públicas brasileiras a partir do início deste século.

A estratégia brasileira é norteada pela Política Nacional sobre Mudança do Clima, instituída em 2009, e pelo Plano Nacional sobre Mudança do Clima, concluído no ano anterior. Ambos estabelecem a integração das políticas e das ações do poder público. A avaliação da sua execução, o monitoramento dos seus resultados e seu aperfeiçoamen-to devem acontecer de forma participativa, isto é, com presença ativa da sociedade.

O Plano Nacional de� niu metas objetivas que o Brasil está perseguindo desde então:

■ Redução do índice de desmatamento anual da Amazônia (redução de 80% até 2020, de acordo com o Decreto nº 7390/2010).

■ Ampliação em 11% ao ano, nos próximos dez anos, do consumo interno de etanol.

■ Duplicação da área de � orestas plantadas, para 11 milhões de hectares em 2020, sendo 2 milhões de hectares com uso de espécies nativas.

■ Troca de 1 milhão de geladeiras antigas por ano, em 10 anos. ■ Aumento da reciclagem de resíduos sólidos urbanos em 20%, até 2015. ■ Aumento da oferta de energia elétrica de cogeração,

principalmente a do bagaço de cana-de-açúcar, para 11,4% da oferta total de eletricidade no país, em 2030.

■ Redução das perdas não técnicas na distribuição de energia elétrica à taxa de 1.000 GWH por ano, nos próximos 10 anos.

A realização do Plano e o alcance das metas propostas, entretanto, não é tarefa de um só agente, mas de uma rede de agentes implementadores. A dimensão e a importância dessa questão exigem a efetiva participação de todos os atores sociais, incluindo sindi-catos, empresas, religiosos, famílias, escolas etc.

O controle social, a� nal, é ferramenta fundamental no processo de tomadas de decisão, de construção de políticas públicas e da realização das ações para o enfrenta-mento local às mudanças climáticas.

Para isso é preciso investir no empoderamento da sociedade, que se constitui em fator decisivo para a execução de uma política pública e para as ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A participação institucionalizada das representa-ções da sociedade na gestão dos assuntos de interesse público assegura poder e cida-dania. A oportunidade da comunidade decidir e controlar seu próprio destino implica na responsabilidade e respeito aos direitos coletivos.

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De acordo com os princípios da Política Nacional, o UNICEF e seus parceiros compreendem a elaboração e implantação de ações para a mitigação e adaptação aos efeitos das Mudanças Climáticas como um aprendizado coletivo e constante. Nesse processo, manter-se aberto às novas ideias e realidades é imprescindível para adequar processos, instrumentos e ações que possam redirecionar a atuação mitigadora e adap-tadora aos efeitos das mudanças do clima no âmbito local.Nesse processo, manter-se aberto às novas ideias e realidades é imprescindível para adequar processos, instrumen-tos e ações que possam redirecionar a atuação mitigadora e adaptadora aos efeitos das mudanças do clima no âmbito local.

Esses princípios também estão presentes em toda a legislação brasileira sobre o tema, como a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, a Política Nacional de Resí-duos Sólidos e as iniciativas que têm como base a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, mais conhecido como Protocolo de Kioto.

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Como os municípios podem se organizar

Nenhuma proposta de enfrentamento às consequências e causas do efeito estufa terá resultados se não for realizada no nível municipal. Os especialistas consideram a atua-ção local na proteção e preservação ambiental como um fator relevante para a mitiga-ção e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.

Por mitigação devemos entender a ação humana para reduzir as emissões por fontes ou ampliar os sumidouros de gases de efeito estufa. As ações de adaptação, por sua vez, devem ser compreendidas como um conjunto de iniciativas e estratégias que permitem a adaptação, nos sistemas naturais ou criados pelos homens, a um novo am-biente, em resposta à mudança do clima em andamento ou prevista.

As respostas às mudanças climáticas exigem ações estratégicas do município a serem planejadas e executadas de maneira coordenada com os níveis nacional, esta-dual e até mesmo internacional. Essas iniciativas têm de considerar as especi� cidades socioeconômicas e setoriais, assim como os impactos e as vulnerabilidades do território e realidade de cada localidade.

A integração das ações precisa acontecer tanto entre as várias esferas de gover-no como no próprio município, envolvendo diferentes pastas da administração pública, setores da sociedade, empresários e a universidade.

E não basta a integração. Para assegurar a qualidade de vida das crianças, ado-lescentes e de suas famílias, é preciso priorizar a promoção do desenvolvimento social e econômico sustentável com a precaução ambiental necessária.

Em síntese, a ação dos municípios no enfrentamento às mudanças climáticas deve ser conduzida com os seguintes princípios:

■ A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais.

■ A precaução ambiental como orientadora das ações a serem adotadas. ■ A mitigação das ações humanas que possam favorecer

à aceleração das mudanças no clima. ■ A publicidade sobre o tema através da informação

transparente, cientí� ca e democrática. ■ A abordagem do tema numa perspectiva cientí� ca

com inter, multi e transdisciplinaridade. ■ A utilização da ciência e da tecnologia com fator de

adaptação social às mudanças climáticas. ■ A mudança de práticas no modo de vida social e nos processos produtivos, que

preparem a sociedade para novas realidades na relação com o meio ambiente. ■ A preparação para o enfrentamento de eventos climáticos extremos. ■ A criação de instrumentos e o desenvolvimento de

ações para uma maior resiliência social.

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A partir desses princípios, os gestores municipais, os técnicos, a sociedade e os adolescentes devem se organizar de maneira semelhante aos outros temas do eixo de Participação Social do Selo UNICEF.

As atividades dos temas do eixo de Participação Social exigem que os municí-pios se preparem e planejem o que vão fazer e como vão fazer para incluir na sua agen-da de implementação ações que fortaleçam a diversidade social na implementação das políticas públicas. Como já diz o próprio título do eixo, é necessário ir além daqueles que já compõem a comissão intersetorial e incorporar pessoas de outros segmentos da comunidade. Isso é fundamental para que as atividades sejam realizadas de forma lúdica, com envolvimento de todos e muita interatividade.

A escolha do mobilizador

Antes de qualquer outra coisa, a primeira providência é a escolha de alguém que te-nha preferencialmente alguma intimidade com mudança climática e/ou, situações de emergência, para atuar como “mobilizador” do município para as atividades relacionada a esse tema. Portanto, o articulador do Selo UNICEF Município Aprovado e a comissão intersetorial devem escolher a pessoa mais adequada para a função.

É recomendável que o “mobilizador” seja uma pessoa ligada à Secretaria Munici-pal de Educação, Meio Ambiente, ou tenha intimidade com os assuntos relacionados à defesa civil. Boa parte das atividades serão desenvolvidas a partir das escolas (em con-tato direto com a comunidade) e deverão estar em sintonia com a proposta pedagógica adotada na rede municipal de ensino.

Junte-se a nós!

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Não basta conhecer o assunto. O “mobilizador” terá de montar um grupo para trabalhar (por isso mesmo, vamos chamá-lo aqui de Grupo de Trabalho) e acompanhar de perto como o tema está sendo desenvolvido no município.

Na hora de escolher o “mobilizador”, o articulador e a comissão precisam levar em conta se a pessoa escolhida é animada, se está motivada para atuar no Selo, se é bem articulada e comprometida com a educação de qualidade. Essa pessoa deverá manter contato continuamente com a comissão intersetorial, tanto para mantê-la informada quanto para solicitar apoio.

Como líder das ações do tema, entre outras coisas, o mobilizador deverá: ■ Ser a principal referência na hora de colocar em prática as

propostas e tarefas recomendadas neste guia. ■ Formar o Grupo de Trabalho agregando mais pessoas interessadas

no tema e dispostas a apresentar, incentivar e acompanhar as ações a serem desenvolvidas nas escolas e na comunidade.

■ Incentivar a integração das escolas municipais nas atividades do tema. ■ Viabilizar as condições para que as atividades sejam documentadas. ■ Ajudar a organizar, juntamente com o Grupo de Trabalho, a

apresentação/exposição dos produtos desenvolvidos por ocasião do 2º Fórum Comunitário, conforme será detalhado mais adiante.

Como formar o Grupo de Trabalho

A primeira tarefa do “mobilizador” será a escolha dos integran-tes do Grupo de Trabalho (GT) que irão se dedicar ao tema “Mudança Climática e seus impactos sobre as crianças”.

Podem fazer parte do GT, por exemplo, as diretoras ou coordenadoras pedagógicas das escolas participantes, representantes das secretarias municipais de Educação, de Assistência Social, de Meio Ambiente, de Planejamento e Defesa Civil, representante do Corpo de Bombeiros, pessoas que atuam em ONGs, lideranças quilombolas ou de po-vos indígenas, associações comunitárias, sindicatos rurais e os adolescentes que

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participam do Selo por meio do Núcleo de Mobilização dos Adolescentes (ver o Guia de Participação dos Adolescentes).

Sempre é bom lembrar que a participação dos adolescentes nesse tema como em qualquer outra atividade do Selo não é facultativa nem deve acontecer apenas de maneira simbólica ou para executar as tarefas decididas pelos adultos. A� nal, como está dito no Guia de Participação dos Adolescentes, “é uma questão de coerência e não uma imposição arbitrária, pois interagir, participar e contribuir nas decisões é fundamental para o desenvolvimento das potencialidades de todo adolescente”.

Os municípios que já participaram das edições anteriores do Selo devem con-siderar a participação de quem já atuou nas outras oportunidades, pois começar o trabalho com a experiência acumulada e a partir de algo já realizado pode facilitar o desenvolvimento das atividades.Ao longo do processo, o GT não pode perder de vista alguns aspectos importantes:

■ Manter contato constante com o articulador municipal do Selo e a Comissão Intersetorial.

■ Elaborar um plano de trabalho para a realização das atividades propostas pelo Selo UNICEF para o tema.

■ Elaborar um plano de comunicação – envolvendo divulgação e mobilização. ■ Envolver e motivar a direção, os professores e os alunos das

escolas municipais, considerando o número mínimo proposto pelo UNICEF, conforme será detalhado mais adiante.

■ Estimular o registro das várias etapas das atividades: em fotogra� as, vídeos, depoimentos em áudio etc. Isso será fundamental quando as equipes estiverem preparando a apresentação dos trabalhos.

■ Acompanhar o desenvolvimento dos temas nas escolas, receber os relatórios e sistematizar as informações tanto para a apresentação � nal quanto para o processo de avaliação.

■ Garantir apoio aos participantes na apresentação � nal das ações, por ocasião do 2º Fórum Comunitário.

Como elaborar um plano de trabalho

O primeiro passo para construir o plano para desenvolver as atividades desse tema é ler e compreender todo o conteúdo deste guia. Uma boa dica seria, depois que todos tivessem lido esse material, promover um encontro entre os integran-tes do Grupo de Trabalho para uma troca de opiniões e um momento para tirar eventuais dúvidas.

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Um plano de trabalho é, na verdade, uma lista completa de tarefas. Com isso, o GT poderá prever os desa� os e di� culdades a serem superados e se programar para superá-los.

Para organizar melhor o plano, a equipe do Selo UNICEF sugere fazer uma tabela para cada uma das duas atividades propostas nas páginas seguintes. As tabelas devem detalhar as seguintes informações:

■ As ações a serem realizadas. ■ Os nomes dos responsáveis pela execução

de cada uma dessas ações. ■ Data para início e � m das ações ou tarefas. ■ Descrição dos recursos materiais ou humanos necessários

para a realização (por exemplo: material de escritório, câmera fotográ� ca, meio de transporte etc.).

■ Ter clareza de quais públicos quer mobilizar e quais os materiais de comunicação mais adequados a cada um deles. Por exemplo, usar os barqueiros para divulgar as atividades com as comunidades ribeirinhas.

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Ati vidades propostas

As atividades do tema acontecem com o envolvimento dos adolescentes matriculados nas escolas dos municípios, mas necessariamente precisam ir além dos limites do am-biente escolar. A natureza do tema e das atividades que serão detalhadas a seguir de-� nem, necessariamente, que as ações sejam desenvolvidas no território do município como um todo, incorporando a presença ativa de representantes de todos os setores da sociedade.

O município deverá realizar pelo menos uma das atividades recomendadas pelo Selo UNICEF. Antes do detalhamento de cada atividade, faz-se necessário destacar três aspectos fundamentais nesse tema:

■ O Selo UNICEF estabelece um número mínimo de escolas participando desse tema. Será necessário envolver uma quantidade de escolas que represente 10% do total de matrículas no ensino fundamental da rede pública municipal. É necessário ainda garantir a participação de, pelo menos, três escolas da zona urbana e duas da zona rural.

■ É preciso incorporar o tema ao planejamento dos currículos escolares e à proposta pedagógica em curso na rede municipal de ensino. Para isso, o Selo UNICEF recomenda a formação de grupos de estudos nas escolas com a participação de alunos, professores, pais e representantes da comunidade.

■ Como já foi dito anteriormente, as atividades devem ser desenvolvidas com o envolvimento das escolas, mas a participação da sociedade é imprescindível. Conselheiros municipais, agentes de saúde, sindicalistas, integrantes de ONGs, grupos de mães ou de jovens, religiosos, comunicadores e lideranças comunitárias devem ser procurados pelos participantes para contribuir.

Criação da Comissão Municipal de Defesa Civil e identi fi cação das áreas vulneráveisA legislação brasileira estabelece que é competência do município executar a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil com a participação efetiva da sociedade. Literal-mente, a lei 12.608/2102 determina que cada município promova “a participação de entidades privadas, associações de voluntários, clubes de serviços, organizações não governamentais e associações de classe e comunitárias”.

É nisso que se baseia o Selo UNICEF Município Aprovado ao propor a participação da sociedade em geral , e dos adolescentes em particular. A criação do órgão municipal de Defesa Civil é uma condição imprescindível para o município pontuar nesse tema, mas isso não é o bastante, pois é necessário garantir as condições para seu funciona-mento. Ou seja, o ato jurídico para a criação formal não é o bastante. A comissão precisa

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funcionar de acordo com as normas e recomendações estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional (ver lei 12.608/2012).

Para o Selo UNICEF, a primeira ação concreta da comissão deverá ser a identi� -cação e o mapeamento das áreas de vulnerabilidade (ou pontos de risco) do município. É aí que entram os adolescentes, suas famílias, as lideranças comunitárias, os represen-tantes das associações, sindicatos, clubes e outras organizações.

A participação social é considerada prioritária, pois geralmente as áreas de risco são de conhecimento da própria comunidade. Proporcionar visibilidade a esse conheci-mento é uma estratégia e� ciente para tornar mais rápida a reação aos casos de alarme precoce de desastres naturais ou eventos naturais extremos.

O mapeamento deve acontecer seguindo as etapas abaixo:1ª etapa: estudo do tema — O grupo de estudo promoverá encontros preparatórios com alunos, professores e técnicos da Comissão Municipal de Defesa Civil, mesmo que ela esteja em fase de formação. Nesses encontros, os técnicos especializados irão apresentar os temas e discutir as estratégias para realização do trabalho de campo. Professores e alunos deverão pesquisar o tema. Um bom ponto de partida deverá ser o capítulo deste guia intitulado “Mudança Climática e seus impactos sobre as crianças: Por que esse tema?”. Os textos e a legislação disponíveis podem complementar os estudos.

2ª etapa: de� nição dos roteiros — Os adolescentes mobilizados deverão se dividir em equipes e, a partir dessa divisão, de� nir quais áreas da cidade serão cobertas. A partir dessa etapa, é recomendável que os adolescentes contem sempre com o acompanhamento direto de um técnico especializado no assunto. A mobilização das lideranças e representantes de entidade de cada uma dessas áreas deverá ser de responsabilidade de cada equipe designada para cobri-la.

3ª etapa: trabalho de campo (identi� cação) — Por meio de entrevistas e visitas, os adolescentes deverão identi� car os pontos de vulnerabilidade do município, registrando seus respectivos endereços, número de famílias em risco, número de integrantes de cada família, destacando o número de crianças com suas idades.

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4ª etapa: mapeamento — Os pontos identi� cados deverão ser marcados na base cartográ� ca produzida por ocasião do 1º Fórum Comunitário, o que deverá enriquecer ainda mais o mapa produzido naquela fase. Em seguida, o mapeamento deverá ser apresentado à população em um evento público. Antes de ser compartilhado, o mapeamento deve ser validado pela Comissão Municipal de Defesa Civil já em funcionamento.

5ª etapa: Treinamento — Sempre de acordo com o estabelecido na legislação, a apresentação do mapeamento deve vir acompanhada de treinamento para que a população das áreas de risco saiba o que fazer em caso de desastres naturais (deslocamento, rota de fuga, rota para abrigos a serem disponibilizados, informações sobre os direitos de cada um, serviços médicos etc). Como

Fazer

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Todos contra o superaquecimento!

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Dicas de trabalho!

Sugere-se que o município faça adesão ao “Protocolo Nacional Conjunto para Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas e Pessoas com De� ciência em situa-ção de Riscos e Desastres”, seguindo as orientações da Secretaria de Direitos Humanos e Ministério de Integração Nacional (Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail – [email protected]).

Criar e operacionalizar o Comité Municipal de “Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas e Pessoas com De� ciência em situação de Riscos e Desastres”, articulando com os respectivos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos Direitos da Pessoa Idosa, dos Direitos da Pessoa com De� ciência e as instancias da defasa civil.

Garantir, preferencialmente, a participação no Comité de representante dos respectivos Conselhos e dos órgãos responsáveis pela proteção e defesa civil, assistência social, saúde, educação, infraestrutura urbana, direitos humanos e segurança pública, bem como convidar à participação representantes do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos Conselhos Tutelares.

Criar e apoiar o órgão municipal de Proteção e Defesa Civil – COMPDEC e os Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil – NUPDED, em especial o NUPDEC Jovem.

Assegurar que o Plano de Ação contemple os Princípios de Proteção a Crianças e Adolescentes, a seguir: Proteção integral; convivência familiar e comunitária; condição da criança e do adolescente como sujeito de direitos; condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; prioridade absoluta; corresponsabilidade da família, da sociedade e do poder pública; melhor interesse da criança e do adolescente.

Seguir, na elaboração do Plano e na execução das ações e diretrizes para as políticas de atendimento a crianças e adolescentes:

■ Gerais: Intersetor alidade e fortalecimento das capacidades locais e controle social.

■ Especi� cas: Minimização dos danos; não � exibilização dos direitos; imparcialidade e respeito a cultura e aos costumes.

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Identi� car no plano de ação, estratégias e providencias a serem desenvolvidas em cada um dos eixos de forma interesetorial, com de� nição de � uxo de atendimento, assim como aquelas especi� cas as áreas de proteção social e defesa civil, saúde, assistência social, educação e segurança pública.

Identi� car a avaliar junto aos órgãos envolvidos na gestão dos abrigos temporários ou acampamentos a possibilidade de formas alternativas de acolhimento a famílias desabrigadas com crianças e adolescentes, tais como aluguel social ou acolhimento em residências de amigos, parentes ou famílias acolhedoras, sempre garantindo a não separação dos núcleos familiares.

Estabelecer, o mais explicitamente possível, normas para funcionamento de abrigos temporários e acampamentos, as quais garantam acolhimento de crianças e adolescentes junto as suas famílias (ou, em caso destes estarem desacompanhados, providenciar serviço de acolhimento previamente habilitado na rede assistencial), em ambiente com boas condições de salubridade e segurança.

De� nir mecanismo para apresentação de denúncias de violação dos direitos das crianças e adolescentes e monitoramento das respostas.

Realizar capacitações dos integrantes do Comité Local e demais agentes a serem envolvidos nas ações a respeito do conteúdo do Protocolo.

Divulgar junto a comunidade a adesão e operacionalização do Protocolo, incluindo escolas, especialmente aquelas que se encontram em área de risco.

Realizar mapeamento e criar material de divulgação/comunicação a respeito das redes de proteção a crianças e adolescentes. Mobilizar escolas e comunidade para o tema.

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Como será a avaliação?

O tema Mudança Climática deverá cumprir com as orientações metodológicas deste guia, respeitando as seguintes etapas:

Formação e Atuação do Grupo de Trabalho: organização e de� nição da comissão organizadora, intersetorialidade da comissão, levantamento de informações, de� nição de um plano de trabalho e reuniões.

Implantação da Comissão Municipal de Defesa Civil: formalização da Comissão Municipal, instalação física e disponibilidade de recursos humanos.

Mobilização Social e Divulgação do Tema: realização de ao menos três eventos para mostrar os riscos às comunidades, elaboração de propostas participativas frente aos desa� os enfrentados, mecanismos de informação e comunicação, pluralidade dos participantes.

Elaboração do mapeamento de áreas vulneráveis: elaboração, de forma participativa, do mapeamento de pontos de risco em situações de desastres naturais, conforme orientação deste guia.

Ao propor e estimular a realização de atividades relacionadas ao tema deste Guia, o UNI-CEF rati� ca o signi� cado e a importância da Mudança Climática na vida das pessoas. Esperamos que a apropriação desse entendimento impulsione estados e municípios a priorizarem essa agenda no planejamento, execução e monitoramento de políticas pú-blicas que de fato mitiguem causas e efeitos vinculados à mudança do clima, sobretudo porque seu impacto se percebe com maior força nas populações mais vulneráveis, entre as quais as crianças e adolescentes, atores igualmente imprescindíveis para a sustentabi-lidade e a longevidade dessas políticas.

Bom trabalho.

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Endereços dos Escritórios do UNICEF

UNICEF – Brasília – Escritório do Representante do UNICEF no Brasil SEPN 510, Bloco A / 2º andar Caixa Postal: 08584Brasília, DF. CEP 70750-521Telefone: (61) 3035-1900/ Fax (61) 3349-0606E-mail: [email protected] Representante do UNICEF no Brasil: Gary Stahl

Escritórios que atuam na Amazônia Legal Brasileira

UNICEF em Belém Trav. Dom Romualdo Coelho, nº 500.Bairro Umarizal.Belém, PA. CEP 66055-190 Telefone: (91) 3073-5700 / FAX 3073-5709E-mail: [email protected]

UNICEF em Manaus Av. Darcy Vargas, nº 77.Secretária de Assistência Social do Estado do Amazonas, Bairro Chapada. Manaus, AM. CEP 69050- 020 Telefone: (92) 4009-0850E-mail: [email protected]

UNICEF em São LuísRua Santo Antônio, nº 246. Bairro Centro.São Luís, MA. CEP 65010-590Telefone: (98) 4009-5700Fax: (98) 4009-5708 E-mail: [email protected]

www.unicef.org.br www.selounicef.org.br