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1 Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2018 GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte

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Guia de estudos / Study Guide

OTANOrganização do Tratado do Atlântico Norte

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De 30 de maio a 02 de junho de 2018São Paulo

[email protected]

(11) 3662-7262

Guia de estudos / Study Guide

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Conselho de Curadores

PresidenteSrª. Celita Procopio de Carvalho

integrantesDr. Benjamin Augusto Baracchini Bueno

Dr. Octávio Plínio Botelho do AmaralDr. José Antonio de Seixas Pereira Neto

Srª. Maria Christina Farah Nassif Fioravanti

diretoria exeCutiva

diretor-PresidenteDr. Antonio Bias Bueno Guillon

assessoria da diretoria

assessor administrativo e FinanceiroSr. Tomio Ogassavara

assessor de assuntos acadêmicosProf. Rogério Massaro Suriani

FaCuldade de eConomia

diretoriaProf. Silvio Passarelli

Coordenação Profª. Fernanda Petená Magnotta

Prof. Paulo Dutra Costantin

Fórum FaaP de discussão estudantil - Coordenação Prof. Victor Dias Grinberg

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CARTA DE APRESENTAÇÃO

Bem-vindos à 15ª edição do Fórum FAAP de Discussão Estudantil. Estamos ansiosos em conhecê-los e

iniciarmos nossos trabalhos. Mas, antes, vamos nos apresentar e falar um pouquinho do que está por vir!

Dandara Melynna Ferraro está participando de seu 5º Fórum, tendo sido voluntária da AIEA (2015), dire-

tora do CDH (2016) e secretária-geral administrativa das duas edições de 2017. É apaixonada por tudo no

evento, em especial pelas pessoas, e por isso sempre volta! Está animadíssima para trabalhar com vocês

como diretora da OTAN!

Isabella Moraes está participando de seu 4º Fórum FAAP, tendo atuado como voluntária acadêmica da

OIT em 2015, diretora da OTAN em 2016 e diretora da União Africana na 14º edição. Enérgica e muito

engajada com a temática de Direitos Humanos, é apaixonada pelos comitês e pelas aulas de guerra

e está muito feliz e ansiosa para recebê-los e ajudá-los no desenvolvimento das discussões que serão

promovidas nessa edição.

Natália Marioto Siqueira está participando de seu 4º Fórum FAAP. Já foi delegada em 2015 no Gabinete

Russo e, em 2016, no CIDH, trabalhou como staff na 13º edição e como diretora-adjunta da CSNU na 14ª

edição. É encantada pelo Fórum e por tudo o que ele proporciona, pois sabe como pode transformar

alunos em cidadãos. Pretende fazer o possível para tornar essa edição inesquecível para seus delegados!

Giovanna Trindade Santos está participando de seu 2° Fórum FAAP. Na 13ª edição, foi voluntária acadê-

mica do comitê da OMS. Está entusiasmada para ser diretora-adjunta e espera que esse seja o melhor

Fórum, podendo proporcionar aos seus delegados uma experiência nova e motivadora.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte foi criada em 1949 como uma aliança militar entre os

Estados Unidos, Canadá e os principais países da Europa, com a intenção de se contrapor à União Soviética

e seu Pacto de Varsóvia. Com o fim da Guerra Fria, temáticas cada vez mais amplas se fizeram presentes

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dentro da organização, buscando permanecer relevante perante aos novos desafios da agenda inter-

nacional. Com isso em vista, a OTAN passa a trabalhar não só para a manutenção da segurança de seus

membros, mas também para promover a democracia e a resolução pacífica de disputas. Fica claro,

então, a relevância da temática dos refugiados para o comitê.

Nessa edição do Fórum, vamos ajudá-los a discutir e propor soluções de médio e longo prazo para lidar

da melhor forma possível com o fluxo de refugiados no Mediterrâneo. Para tal, também falaremos sobre

possíveis intervenções e/ou auxílio para os países de origem desse fluxo que enfrentam problemas sérios,

como a Síria, em guerra civil desde 2011. Sabemos dos desafios que estão à frente, mas temos certeza de

que, com preparo e força de vontade, vocês farão da OTAN, da 15ª edição do Fórum FAAP, um comitê

inesquecível! Estaremos ao lado de vocês do início ao fim! Vemo-nos em breve!

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HISTÓRICO DO COMITÊ

O término da Segunda Guerra Mundial abriu

caminho para que uma nova nação liderasse o

globo. Duas estavam aptas para tal empreitada:

os Estados Unidos da América, potência nuclear

capitalista, e a União Soviética, grande potência

socialista. Com isso, em 1947, teve início o conflito

ideológico conhecido como Guerra Fria. Como

ele envolvia constantes ameaças nucleares, os

países capitalistas da Europa decidiram criar um

tratado com o objetivo de conter a crescente

força soviética e sua influência nos países da

Europa Ocidental.

Esse foi o início da Organização do Tratado do Atlân-

tico Norte, assinado no dia 4 de Abril de 1949, por 12

países: Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos

da América, França, Islândia, Itália, Luxemburgo,

Noruega, Países Baixos, Portugal e Reino Unido.

Com o passar dos anos, o tratado foi se expandindo.

Em 1955, a Alemanha o adotou; em 1982, foi a vez

da Espanha; em 1999, a Hungria, a Polônia e a Repú-

blica Tcheca incorporaram o Tratado e cinco anos

mais tarde, a Bulgária, a Eslováquia, a Eslovênia, a

Estônia, a Grécia, a Letônia, a Lituânia, a Romênia

e a Turquia aderiram. Recentemente, em 2009, a

Albânia e a Croácia tornaram-se signatários.

Desde sua criação, os objetivos da Organização

mudaram e se adaptaram de acordo com o

contexto histórico em que estava. Hoje, seu prin-

cipal objetivo é garantir que os Estados-membros

compartilhem os riscos, ganhos e responsabilidades

de ser parte de uma defesa coletiva. Apoiado pelo

artigo 51 da Carta das Nações Unidas, que defende

o direito inerente de legítima defesa individual

ou coletiva no caso de um ataque contra algum

Estado-membro, o artigo 5 do Tratado reforça o

direito de autodefesa coletiva em caso de ataque

armado contra um dos signatários.

As Partes concordam que um ataque armado contra

um ou mais deles na Europa ou na América do Norte

deve ser considerado um ataque contra todos eles e,

consequentemente, eles concordam que, se ocorrer

tal ataque armado, cada um deles, no exercício do

direito do indivíduo ou autodefesa coletiva reconhecida

pelo Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, ajudará o

Partido ou as Partes a serem atacadas de imediato, de

forma individual e em conjunto com as outras Partes,

as medidas que julgar necessárias, incluindo o uso de

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armas armadas, para forçar, restaurar e manter a segu-

rança da área do Atlântico Norte (OTAN, 1949).

No que se refere à estrutura da OTAN, ela foi cons-

truída com o propósito de defender os interesses de

todos os Estados-membros em relação a assuntos

militares. O órgão supremo é o “North Atlantic

Council” (Conselho do Atlântico Norte) ou NAC, o

único órgão que possui autoridade máxima, desde

que a OTAN se tornou um órgão permanente

em 1952. Ele é encarregado de definir a atuação

da organização pelos órgãos subordinados. Há

também o “Nuclear Planning Group” (Grupo de

Planos Nucleares), responsável por assuntos polí-

ticos relacionados às forças nucleares. Abaixo

desses órgãos, estão os comitês subordinados que

são compostos por especialistas de vários países

signatários.

Para a representação militar, a OTAN dispõe de

três órgãos, o “Military Committee/MC” (Comitê

Militar), o “Allied Command Operations/ACO”

(Operação do Comando Aliado) e o “Allied

Command Transformation/ACT” (Comando Aliado

de Transformação). Os dois últimos formam a “Inte-

grated Military Command Structure” (Estrutura

Integrada do Comando Militar). O Comitê Militar

é o mais alto órgão que trata de ações militares e

tem como função dar assessoria política e estraté-

gica para os Estados quando suas ações implicam

decisões militares. Há também a responsabilidade

de comandar o ACO e o ACT.

O ACO é composto por quartéis generais e tem

o intuito de planejar e executar as ações mili-

tares definidas pelos outros órgãos. O Supremo

Comando Aliado, SACEUR, está localizado na

Bélgica e é responsável pelas operações militares. Já

o ACT tem a função de treinar e exercitar as forças

armadas, conduzindo novos experimentos para

criar estratégias e técnicas militares. O Supremo

Comando Aliado de Transformação é o principal

ACT e está localizado nos Estados Unidos. O secre-

tário-geral é responsável por representar a aliança

que há entre os Estados-membros e garantir que

os acordos sejam cumpridos. Ele também é encar-

regado de liderar os funcionários administrativos,

que trabalham no dia a dia da organização e não

representam nenhum país.

Após anos de atuação, a OTAN não escapou de

críticas internas. Desde sua posse em 2017, o presi-

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dente dos EUA, Donald Trump, mantinha um posi-

cionamento bastante crítico em relação à OTAN e

suas atividades. Em uma entrevista para o jornal

britânico the times, ele chamou a agência de

“obsoleta”, uma vez que ela não estava dando a

atenção necessária ao terrorismo. Trump também

critica a atitude dos outros membros com o compro-

misso financeiro com a OTAN, uma vez que os EUA

é o maior contribuinte, eles arcam com os mais altos

custos, enquanto alguns países deixam de pagar ou

pagam substancialmente menos que outros.

HISTÓRICO DO PROBLEMA

O principal destino dos refugiados que saem da

África e Oriente Médio fugindo de guerras e situa-

ções de perigo tem sido a Europa.

Os países europeus, como Grécia e Itália, constituem

os refúgios mais próximos, por exemplo, para quem

sai da Síria e de algumas regiões do Oriente Médio.

Outro atrativo é a economia europeia e o desenvol-

vimento tecnológico que se observa nos países do

continente. [...] O continente sempre foi visto, depois

da Guerra [Mundial], como estado do bem estar social

por ter conseguido garantir à sua população o acesso

aos bens fundamentais, como educação, saúde, segu-

rança, transporte público. (MARÇAL, 2015)

Essa onda de imigração tem sido, em alguns

aspectos, positiva para o continente, “suprindo

a falta de mão de obra europeia, carente em

algumas áreas que exigem menos qualificação”,

complementando “a população economicamente

ativa europeia em alguns países” (ALCKMIN apud

MARÇAL, 2015). Entretanto, o fluxo cada vez maior

de imigrantes em busca de refúgio dos conflitos

e instabilidades frequentes nos dias de hoje, se

tornou motivo de preocupação para os países esco-

lhidos como destino, o que nem sempre garante

“uma grande abertura para o acolhimento”

(MARÇAL, 2015).

O acolhimento dos refugiados é um tema polê-

mico entre parte das populações locais, principal-

mente aquela que se identifica com movimentos

de extrema direita, em ascensão na política norte-

-americana e europeia, que defendem leis anti-

-imigração, lista de banimentos/impedimentos e

fortalecimento de fronteiras. Esses movimentos

encontram respaldo nos recentes atentados terro-

ristas de lobos solitários como os que aconteceram

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em Paris (França) e Manchester (Inglaterra) para

argumentar que a entrada de refugiados pode ser

uma ameaça à segurança nacional, uma vez que a

identificação de possíveis terroristas seria imprati-

cável. É comum, também, o receio da inclusão dos

imigrantes em economias que ainda se encontram

em vias de recuperação da crise de 2008, argumen-

tando-se que eles poderiam “roubar” empregos e

representar custos excessivos para os governos.

Montagem para campanha eleitoral divulgada por Donald

Trump Jr. pelo Twitter – a inclusão de refugiados seria uma

ameaça à segurança nacional. Fonte: BBC

Embora não haja um consenso nos países de

destino sobre a inserção dos refugiados em

suas sociedades, eles terão de se organizar para

encontrar medidas para lidar com a situação,

uma vez que não são capazes de cessar o fluxo

de pessoas saindo da África e Oriente Médio em

busca de melhores condições de vida. Lidar com

esse fluxo requer um entendimento básico das

origens de sua intensificação. A chanceler da

Alemanha, Angela Merkel, chegou a afirmar ser

necessário agir “contra o que origina esses fluxos

de imigração”, com o objetivo de impedir “que

as pessoas sigam morrendo de maneira tão cruel,

na porta da Europa” (G1, 2015), numa travessia

extremamente perigosa.

Em 2014, a maior parte dos refugiados que

chegaram à Europa pertencia às nacionalidades

eritreia e síria (G1, 2015). Também são pontos de

partida comuns os países que enfrentam com as

consequências da presença do Estado Islâmico e

outros grupos terroristas, como o Iraque, Afega-

nistão, Nigéria, Paquistão e a própria Síria, que

lidera a solicitação de asilo no mundo inteiro

desde 2014. A Líbia também é um dos principais

pontos de saída da África, não só para os líbios

fugindo da instabilidade politica do país, mas de

pessoas de várias nacionalidades, por ser mais

próximo do continente europeu.

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Fonte na imagem.

Desde seu início, em 2011, a guerra civil na Síria

foi responsável pela morte ou deslocamento de

pelo menos metade da população – que antes da

guerra ultrapassava o montante de 11 milhões

de pessoas. Os sírios estão no epicentro da crise

em volta do fl uxo de refugiados no Mediter-

râneo, representando o maior grupo em busca

de refúgio na Europa, enfrentando os desafi os

da travessia e muitas vezes impedidos de seguir

viagem por dentro do continente. No entanto,

a maior parte dos refugiados sírios é acolhida

por seus países vizinhos, como Turquia, Líbano e

Jordânia. Muitos ainda escaparam para o norte

do Iraque, onde agora se encontram presos no

meio de outro confl ito. De acordo com as Nações

Unidas, 4,6 bilhões de dólares foram requisi-

tados, em 2017, para assistência de refugiados

sírios, mas menos da metade do valor foi rece-

bido – 1,7 bilhões (MERCY CORPS, 2017).

Fonte na imagem.

A crise na Síria se origina de manifestações anti-

governo iniciadas em março de 2011, dentro do

contexto da Primavera Árabe, como fi cou conhe-

cida a série de manifestações populares que se

deram na região na época. A resposta do governo

de Bashar al-Assad foi violenta, gerando reações

de grupos de oposição armados, entre eles o

Free Syrian Army (Exército de Libertação Síria),

dando início à guerra civil síria que perdura até

os dias de hoje. De acordo com a Mercy Corps,

em sete anos de guerra, mais de 480 mil pessoas

foram mortas, cidades e vilas foram destruídas

e violações absurdas dos Direitos Humanos têm

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se tornado comuns, como os ataques com armas

químicas contra civis. Nesse cenário, necessidades

básicas como comida e atendimento médico são

raramente atendidas.

A situação na Síria se tornou mais complexa

com o envolvimento de forças externas, desde

grandes países, como Rússia e Estados Unidos,

a grupos terroristas como o Estado Islâmico. Em

dezembro do ano passado, as partes em conflito

concordaram em evacuar a parte leste da cidade

de Aleppo, intensificando o deslocamento de

civis. No entanto, a evacuação, por parte dos

grupos armados, não foi completa. Enquanto

isso, Raqqa, uma das maiores cidade sírias, loca-

lizada no norte do país, esteve sob domínio do

Estado Islâmico desde 2013, sendo apenas reto-

mada em outubro de 2017 por milícias sírias

apoiadas pelo governo norte-americano com o

nome de Forças Democráticas Sírias. Ainda assim,

de acordo com estimativas das Nações Unidas,

80% da cidade permanece inabitável, fontes

de água foram inutilizáveis e serviços de saúde

estão indisponíveis (MERCY CORPS, 2017). Assim,

o número de deslocados pela crise tem aumen-

tado exponencialmente desde seu início e deve

continuar em ascendência até que a guerra civil

termine.

Fonte na imagem.

Embora a maior parte dos indivíduos tentando

atravessar o Mediterrâneo seja de origem síria,

como já visto anteriormente, outras nacio-

nalidades também fazem parte desse fluxo.

Passamos, então, a traçar brevemente as origens

para o deslocamento de iraquianos, afegãos,

nigerianos, eritreus e líbios. Instabilidade polí-

tica, assim como economias precárias e insegu-

rança, geralmente relacionada com a presença

de grupos terroristas, são fatores comuns para

a migração em massa a partir da Nigéria – prin-

cipal foco de atuação do grupo Boko Haram – e

Afeganistão – que permanece instável desde a

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intervenção e retirada militar norte-americana.

No caso específico do Afeganistão, ironicamente,

muitos fogem para o Paquistão, também ponto

de partida de muitos refugiados com destino à

Europa, por ser também um país que enfrenta

as mesmas instabilidades presentes no Afega-

nistão. Afegãos representaram 20% das pessoas

que chegaram à Europa em busca de refúgio em

2015. (MERCY CORPS, 2017).

A Eritreia é o país africano de onde se originam

a maior parte dos refugiados cruzando o Medi-

terrâneo. “Um dos países mais jovens da África,

a Eritreia viveu uma guerra civil por décadas e a

população sobrevive praticamente com agricul-

tura de subsistência” (G1, 2015). Assim, os eritreus

fogem da ditatura (de acordo com relatório das

Nações Unidas, eleições não são realizadas na

Eritreia desde sua independência, em 1993) e

repressão presentes em seu país, onde milhares

de pessoas são encarceradas sem acusação

formal, o que limita a liberdade de imprensa e

expressão (RAMME, 2016). Muitos jovens eritreus

fazem parte do fluxo de refugiados, em fuga da

obrigação de servir à tropa militar de seu país por

tempo ilimitado e das condições precárias de vida.

Em Asmara, a capital da Eritreia, não é difícil encon-

trar jovens que estão a considerar a hipótese de

fugir, devido às dificuldades em levar uma vida

digna no país. No mercado paralelo, um litro de

óleo custa seis euros. Paga-se o mesmo por meio

quilo de massa. Um litro de gasolina custa três euros.

O salário médio raramente ultrapassa os 50 euros

por mês. A frustração entre os cidadãos é enorme.

(RAMME, 2016)

Há, ainda, uma parcela de iraquianos no fluxo

de refugiados passando pelo Mediterrâneo,

buscando melhores condições do que aquelas

encontradas em seu país de origem, ainda em

recuperação após um período de intenso conflito

armado. Mosul, segunda maior cidade do Iraque,

localizada no norte do país, caiu no controle

do Estado Islâmico em 2014. Uma ofensiva das

forças militares iraquianas em 2015 reconquistou

partes da parcela norte da cidade, que voltou

completamente ao controle do estado iraquiano

no fim de 2016 numa batalha que deslocou apro-

ximadamente 900 mil civis – muitos utilizados

como escudos humanos pelas forças do Estado

Islâmico. Mesmo com o fim do conflito, a região

permanece instável, com falta de comida, água,

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habitação e outros bens básicos, e civis perma-

necem deslocados (MERCY CORPS, 2017). As

condições são ainda mais precárias para os refu-

giados sírios que se deslocaram para a região.

Fonte na imagem

Por fim, cabe se debruçar brevemente sobre os

acontecimentos na Líbia, ponto mais próximo

da Europa no Mediterrâneo. O país esteve no

centro da Primavera Árabe em 2011, quando seu

então chefe de Estado, Muammar Gaddafi, foi

destituído e morto graças à revolta popular e

com auxílio das forças da OTAN. A Líbia, desde

então, é palco de transtornos violentos e insta-

bilidade econômica, com um governo provisório

em busca de legitimidade e cerca de 300 mil

líbios deslocados (ACNUR, 2017). Grande parte

dos deslocados se encontra em centros peniten-

ciários, onde também são direcionados civis de

outras nacionalidades que buscam refúgio fora

de seu país de origem por meio da travessia do

Mediterrâneo.

Problemas relacionados a contrabando tornaram-se

mais frequentes, não somente por conta da insta-

bilidade contínua e da localização da Líbia, mas

também porque os contrabandistas se alimentam

do desespero dos refugiados e dos migrantes que

querem atravessar o mar Mediterrâneo para chegar

na Europa. Mais de 1.364 homens, mulheres e

crianças desapareceram ou morreram ao tentar

fazer essa viagem (ACNUR, 2017).

Assim como nos demais países estudados aqui,

a população da Líbia foi gravemente afetada

pelo colapso da lei e da ordem (ACNUR, 2017),

encontrando dificuldades severas no acesso a

elementos básicos de sobrevivência, como água,

abrigo e alimentação.

[...] estes padrões de migração são muito complexos

– e tratar a raiz do problema, como a pobreza, é

essencial. Também precisamos fortalecer a forma

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com a qual os países de trânsito lidam com os fluxos.

As pessoas chegam aqui por devido a uma varie-

dade de problemas em outros lugares (GRANDI

apud ACNUR, 2017).

Como já visto anteriormente, a Líbia também é

ponto de partida para refugiados originados de

outros países.

Cerca da metade das pessoas que chegam à Líbia está

em busca de trabalho, mas acabam sendo forçadas a

fugir para a Europa para escapar de risco de morte,

instabilidade, condições econômicas difíceis, assim

como exploração e abusos generalizados no país.

[...] Os cidadãos estrangeiros que estão indo para a

Líbia fazem parte de um fluxo migratório misto, ou

seja, composto por pessoas vindas de diferentes

contextos, mas que viajam juntos pelas mesmas

rotas, muitas vezes com o auxílio de contrabandistas

e gangues criminosas. Os grupos são compostos por

refugiados, solicitantes de refúgio, migrantes econô-

micos, menores desacompanhados, deslocados por

motivos de catástrofes ambientais, vítimas de tráfico

humano, entre outros (ONUBR, 2017).

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Nos últimos anos, a Europa recebeu a maioria

dos indivíduos em busca de refúgio. Como vimos,

grande parte desse fluxo se origina de situações

de conflito, como a Guerra Civil na Síria, mas

não somente. Por isso, é importante se debruçar

sobre os critérios para que o status de refugiado

possa ser concedido e qual o ordenamento

jurídico que fundamenta a questão. Para tal, é

preciso estudar algumas termologias específicas:

um migrante é definido como sendo qualquer

pessoa que se desloca ou tenha se deslocado através

de uma fronteira internacional ou dentro de um país,

fora de sua residência habitual, independentemente

de sua situação jurídica; da natureza voluntária ou

involuntária do deslocamento; das causas do deslo-

camento; ou da duração da sua estadia. (OIM apud

ANNONI; DUARTE, 2017).

Os migrantes podem ser separados em catego-

riais, tais como os refugiados, os deslocados inter-

namente e os migrantes econômicos (JUBILUT,

2010). A principal diferença entre eles é o caráter

da migração: voluntária ou forçada.

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a migração voluntária ocorre quando a vontade de

deslocar-se para outra região ou outro país advém

do próprio indivíduo ou família. A oportunidade de

melhores condições de vida em outro lugar faz com

que essas pessoas busquem um lugar com maior

qualidade de vida, seja por motivo social, econômico

ou climático. Nas migrações voluntárias, a decisão

migratória acontece em função das vantagens ofere-

cidas pelo lugar de destino, ainda quando o lugar de

origem não está obrigando a partida e o regresso ao

país de origem não está impossibilitado o retorno.

(ANNONI; DUARTE, 2017)

Migrantes econômicos geralmente se encaixam

nessa categoria, que por sua vez não é objeto de

nenhuma norma do direito internacional, ficando

a critério dos estados que os recebem a permissão,

a duração e as condições de sua estada:

Con el proceso de migración internacional, los dere-

chos humanos tienen dificultades de servir de base

para legitimar políticas. En el momento en que

una persona sale de su Estado, los mecanismos de

protección de derechos humanos se complican,

puesto que estos dependen de los Estados, quienes

tienen el monopolio del “derecho de admisión” y del

“derecho de reconocimiento a través de derechos”.

(ZAPATA-BARRERO, 2004)

O que há são normas internacionais que, ao regu-

larem questões como segurança, nacionalidade,

apatridia, liberdade de circulação de pessoas, unifi-

cação familiar, direitos humanos, saúde, tráfico de

pessoas, refúgio, asilo, tocam na temática das migra-

ções; ou, ainda, normas de proteção geral aos seres

humanos que se aplicam também às pessoas em

movimento. [...] A proteção internacional específica

é bastante precária em relação aos migrantes, o que

deve ser revisto. [...] Dessa forma, ter-se-ia assegu-

rado um mínimo de proteção, enquanto se tenta

coadunar os interesses dos Estados com as neces-

sidades dos migrantes e elaborar documentos mais

específicos de proteção. (JUBILUT, 2010)

Assim, haveria uma diferença crucial entre os

refugiados e os migrantes econômicos que resul-

tariam em ordenamentos jurídicos distintos.

Enquanto no segundo caso a migração é consi-

derada voluntária, no primeiro fala-se de

migração forçada. De acordo com o ACNUR,

os refugiados são caracterizados por estarem

“fora de seus países de origem por fundados

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temores de perseguição, conflito, violência ou

outras circunstâncias que perturbam seriamente

a ordem pública e que, como resultado, neces-

sitam de proteção internacional.” (ANNONI;

DUARTE, 2017). Não podendo retornar aos seu

país de origem, os refugiados contam com um

amparo jurídico internacional.

A Convenção das Nações Unidas relativa ao

Estatuto dos Refugiados, adotada em 28 de

julho de 1951 e seu Protocolo, datado de 1967,

constituem a principal legislação em âmbito

internacional da matéria. Os países signatários

desse ordenamento acordaram que os refu-

giados estão protegidos pelo princípio do non-

-refoulement, ou da não devolução, que define

que um Estado não pode obrigar um indivíduo

a retornar às fronteiras de um território onde

a sua vida ou liberdade estejam ameaças. Esse

princípio previsto pelo artigo 33 da Convenção

de 1951, é considerado um dos mais importantes

alicerces do direito internacional e dos direitos

humanos, possuindo caráter jus cogens, ou seja,

peremptórias ou inderrogáveis pela vontade das

partes (ANNONI; DUARTE, 2017).

Migrações motivadas por fatores ambientais,

políticos ou sociais podem colocar o indivíduo

no mesmo patamar de um refugiado, lhe dando

direito à mesma proteção legal. Logo, definir

se a natureza de uma migração é voluntária ou

forçada pode ser desafiador. De tal modo, é

comum migrantes voluntários solicitarem status

de refúgio como forma de garantir direitos e

proteção amparados pelo direito internacional,

assim como também é comum migrantes forçados,

desinformados sobre seus direitos ou com medo

de serem estigmatizados, não solicitarem o status

de refugiado. O ordenamento jurídico interna-

cional no que tange aos movimentos migratórios

deve servir de pano de fundo para quaisquer deci-

sões e medidas tomadas para lidar com o fluxo de

pessoas passando pelo Mediterrâneo.

A Europa, como visto anteriormente, é um dos

destinos mais cobiçados de uma ampla gama de

migrantes e “o Mediterrâneo tem sido, desde

longa data, e continua a ser uma rota crucial

para o fluxo de migrantes e refugiados” (SASSEN

apud ANNONI; DUARTE). Isso se daria graças à

proximidade entre os países que nele possuem

costa, o que não significa que é uma rota segura.

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Como a entrada pelos Balcãs foi dificultada pela

construção de cercas pela Hungria, Eslovênia

e Bulgária (BBC, 2016) e medidas restritivas

adotadas pelos governos austríaco e macedônio,

as rotas do Mediterrâneo se tornaram as princi-

pais para o atual fluxo de refugiados.

Fonte: Folha de São Paulo

A maior parte dos refugiados acaba se concen-

trando na Itália e na Grécia, ambos com costa

no Mediterrâneo, mesmo que não sejam seus

destinos por escolha – muitas vezes impedidos

de continuar caminho pelo continente, perma-

necem nos países onde conseguiram entrada. A

União Europeia determina que refugiados devem

solicitar asilo no estado-membro pelo qual aden-

trou a zona de integração. Esses países, por sua

vez, se deparam com inúmeros problemas para

atender todos os refugiados aportando em

suas terras, faltando-lhes infraestrutura para

tal. Assim, os governos italiano e grego acabam

permitindo a passagem de pessoas para países

como Alemanha, França e Reino Unido.

Em setembro de 2016, os ministros do interior da

União Europeia chegaram a aprovar um plano

para realocar 120 mil imigrantes pelo continente

por meio de cotas obrigatórias (BBC, 2016).

Entretanto, apesar dos esforços para auxiliar

Itália e Grécia, apenas pequenos grupos de refu-

giados têm sido realocados, com muitos estados

europeus rejeitando-se a aceitá-los. Há anos a

União Europeia encontra dificuldade em adotar

uma política única de asilo, com cada membro

seguindo regras e medidas próprias.

[...] as negociações na UE são marcadas por perma-

nentes tensões entre os países de chegada e trânsito e

os países de acolhimento, com acusações constantes

entre os parceiros europeus de falta de compreensão

e de solidariedade entre si. [...] Assim, atualmente

existem 28 políticas, 28 sensibilidades e 28 interesses

distintos nesta matéria. (FERREIRA, 2016)

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Ainda assim, inúmeras pessoas têm arriscado a

vida tentando a travessia pelo Mediterrâneo.

A travessia do Mediterrâneo é feita em botes ou em

embarcações superlotadas, sem os mínimos requi-

sitos de segurança, por traficantes de pessoas, que

chegam a cobrar até R$ 10 mil por pessoa, as embar-

cações transportam, homens, idosos, mulheres e

crianças. Este tipo de negócio é altamente lucra-

tivo, pois uma única embarcação pode render até 1

milhão de reais, em virtude disso, é comum que os

traficantes em algumas ocasiões cheguem a entrar

em conflito armado com a guarda costeira dos

países europeus, sobretudo, Grécia, Itália, Espanha

e Malta, que servem de porta de entrada para eles.

(ALVES; BARBOSA, 2016)

Survivors often report violence and abuse by people

traffickers, who charge thousands of dollars per

person for their services. The chaos in Libya in

particular has given traffickers freedom to exploit

migrants and refugees desperate to reach Europe.

(BBC, 2016)

Assombrados com o número crescente de mortes

no Mediterrâneo, em 2015, o Parlamento Europeu

aprovou uma nova política de imigração que

visa “impedir esse tipo de tragédia e regular a

entrada de pessoas alheias à Comunidade” e que

“embora traga medidas de proteção às fronteiras

dos países-membros, assim como o melhor apare-

lhamento das agências de proteção desta, é insu-

ficiente para conter o fluxo de imigração vindo

da África e do Oriente Médio via Mar Mediter-

râneo” (ALVES; BARBOSA, 2016). A Agenda Euro-

peia de Migrações recomenda medidas de curto,

médio e longo prazo para lidar com a situação,

já indicando a possibilidade de envolvimento da

OTAN e outros atores fora da UE.

As medidas de caráter urgente adotadas pela UE

para fazer frente à crise migratória inscrevem-se

numa abordagem global das migrações, que tem

como objetivo tratar tanto os sintomas como as suas

causas. Se é certo que este é o objetivo principal

que guia o desenho de uma política de imigração

europeia, constatamos que, na realidade, a maioria

das medidas adotadas são de curto ou médio prazo

e se centram nas questões da gestão de fronteiras.

(FERREIRA, 2016)

Para médio e longo prazo, a Agenda propõe

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quatro grandes orientações, sendo elas: reduzir

incentivos à migração irregular; gerenciar

formas de salvar vidas sem deixar de garantir a

segurança das fronteiras; desenvolver uma polí-

tica comum de asilo, reavaliando o Regulamento

de Dublin; estabelecer uma nova política para

modernizar a migração legal, melhorando as

políticas de integração. (ALVES; BARBOSA, 2016).

No curto prazo, os países europeus acordaram as

seguintes medidas:

1. Intensificar os esforços de resgate.

Destina-se a restaurar o nível de intervenção

obtido quando da vigência da Operação

Mare Nostrum, triplicando o orçamento

destinado às operações Triton e Poseidon,

seus meios de atuação e âmbito geográfico

[...].

2. Perseguir as redes criminosas que

exploram os imigrantes. Utilizando as infor-

mações para identificar e processar os trafi-

cantes, por exemplo, por meio do reforço

da EUROPOL, esse recurso inclui a captura e

destruição sistemática das embarcações utili-

zadas pelos traficantes [...].

3. Melhora nos sistemas de concessão de

asilos dos Estados-membros. Por essa regra,

se propõe que seja ativado o mecanismo de

intervenção de emergência previsto no artí-

culo 78.3 do Tratado de Funcionamento da

União Europeia, por meio do qual se estabe-

leceria um regime de repartição temporária

de refugiados com a finalidade de garantir a

participação equitativa e isonômica de todos

os Estados-membros, desse modo se faria um

regime de distribuição de 20.000 solicitações

de asilo que a ACNUR fixou como objetivo

anual para a UE até o ano 2020.

4. Trabalhar em parceria com países de fora

da UE para tratar o tema da imigração desde

sua origem. Com essa medida, a UE desti-

nará 30 milhões de euros ao fortalecimento

de programas de desenvolvimento regional

e proteção na Nigéria e criará um “centro

piloto polivalente” para facilitar informações,

proporcionar uma proteção a nível local e

oferecer oportunidades de reinstalação para

aqueles que dela necessitam, além de apoiar

também as atividades para países de fora do

bloco, ajudará a reforçar domínio da gestão

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das fronteiras e empreenderá esforços no

sentido de promover a estabilidade, particu-

larmente na Líbia e na Síria [...].

5. Ajudar os Estados-membros com

maiores fluxo de imigração fronteiriça. A

Agenda define a necessidade de imple-

mentar uma nova abordagem, chamada

de “pontos críticos” com base em uma

maior coordenação entre a Oficina Euro-

peia de Apoio ao Asilo (OEAA), a FRONTEX

e a EUROPOL, bem como entre estas e os

Estados-membros na linha de frente das

fronteiras externas, tais como Grécia, Itália

e Espanha, de modo a proceder rapida-

mente a identificação, registro e recolha

de impressões digitais dos imigrantes, bem

como a disponibilização de mais 60 milhões

de euros para o financiamento de meios de

salvamento e prestação de serviços à saúde

desses. (ALVES; BARBOSA, 2016)

Para realizar a primeira medida, a Agenda esti-

pulou a triplicação imediata dos recursos dispo-

níveis para as operações Triton e Poseidon reali-

zadas pela FRONTEX com intuito de desmantelar

redes de tráfico de imigrantes (ALVES; BARBOSA,

2016). Triton e Poseidon substituem a operação

italiana Mare Nostrum, iniciada em 2013, com

quase dois milhões de euros do Fundo para as

Fronteiras Exteriores da UE. Foi bem acolhida

pela comunidade internacional por seu amplo

âmbito geográfico, que compreendia desde

a costa italiana até a zona marítima da costa

da Líbia, resgatando mais de 150 mil pessoas

tentando atravessar o Mediterrâneo (ALVES;

BARBOSA, 2016).

Porém, a operação deixou de contar com apoio

financeiro europeu, encerrando-se em outubro

de 2014, dando lugar às operações Triton e

Poseidon, criticadas por, ao menos inicialmente,

se limitarem ao controle das fronteiras, não

estando autorizadas a realizar resgastes em

casos de emergência, e por seu âmbito geográ-

fico mais restrito. Para uma melhor coorde-

nação e controle das fronteiras exteriores, a UE

também estuda a criação de uma Guarda Euro-

peia de Fronteiras e Costeira, integrada numa

nova agência que incorporaria a atual FRONTEX.

“Este corpo de segurança seria responsável pela

gestão da fronteira externa da UE e teria capaci-

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dade de atuar, em situações de emergência, sem

autorização do país afetado por uma eventual

crise migratória” (FERREIRA, 2016).

Comparativo entre as operações. Créditos na imagem.

Colaboração por país para a operação Triton. Itália entraria

com navios para alto-mar e patrulha, além de aviões.

Créditos na imagem.

Em conjunto com as operações no Mediterrâneo,

a UE também optou por realizar um acordo com

a Turquia, principal país de trânsito nas rotas do

Mediterrâneo Oriental e dos Balcãs.

O acordo celebrado em março de 2016 tem como

objetivo reduzir drasticamente a intensidade dos

fluxos migratórios nesta rota: todos os novos

imigrantes irregulares que cheguem às ilhas gregas

através da Turquia serão devolvidos a este país; por

cada sírio que chegar ilegalmente à Grécia devolvido

à Turquia, outro sírio vindo diretamente da Turquia

será reinstalado num Estado-Membro, com base

numa regra de um-por-um (com um limite máximo de

72 mil). Segundo a UE esta é uma medida com caráter

“extraordinário” e “temporário”. (FERREIRA, 2016)

Dessa forma, a Turquia torna-se elemento-chave

na gestão da crise migratória no Mediterrâneo,

“comprometendo-se a tomar medidas para evitar

a abertura de novas rotas de imigração irregular”

(FERREIRA, 2016). Entretanto, a Agenda Europeia

de Migrações, as operações Triton e Poseidon e

o acordo UE-Turquia não parecem ter sido sufi-

cientes para lidar com a situação, e inúmeros

acidentes continuam ocorrendo no Mediter-

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râneo. A pedido de Alemanha, Grécia e Turquia, a

OTAN se envolveu na região, iniciando operações

próprias. Em fevereiro de 2017, enviou navios de

guerra ao mar Egeu (FOLHA DE SÃO PAULO, 2017)

para interceptar barcos e perseguir as máfias que

realizam o tráfico de pessoas. O envolvimento da

OTAN implica reconhecer o fracasso dos disposi-

tivos da FRONTEX (EL PAÍS, 2016).

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg,

se apressou a esclarecer que o foco da operação

seria monitoramento e vigilância (ESTADÃO,

2017) com aumento nas missões de reconheci-

mento na fronteira entre Turquia e Síria (aten-

dendo pedido do governo de Ancara). A força

empregada pela OTAN na região é liderada

pela Alemanha e busca recolher informações

a respeito do tráfico de pessoas para as autori-

dades turcas e gregas, além da FRONTEX, tendo

como objetivo primordial entender melhor como

os traficantes tem operado. No caso de emer-

gências nas quais a vida de imigrantes seja amea-

çada, as forças da OTAN tentaram resgatá-las e

enviá-las para a Turquia, com consentimento do

governo turco (DW, 2017).

Região na qual a OTAN opera. Fonte: DW

O governo turco afirma que a operação no Mar

Egeu reduziu o fluxo de refugiados na região

próxima à Grécia significativamente, e que suas

forças podem se voltar completamente para

apoiar outra missão separada da União Europeia

na região costeira da Líbia para reduzir o fluxo em

direção à Itália (para qual a OTAN já tem enviado

reforços). Entretanto, dar fim à missão da OTAN

no Mar Egeu parece estar fora de questão para

os europeus, assim havendo um impasse que,

por sua vez, tem gerado tensão política.

Diplomats say Turkey is unhappy with NATO ships

moving about in waters that Turkey and Greece have

long contested and is worried that Greece could gain

the upper hand in a dispute about a group of islets in

the Aegean Sea […] An EU deal with Turkey remains

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in place and is providing Ankara with billions of euros

so long as Turkey keeps refugees on its territory

and stops people smugglers moving them across

the Aegean to Greece. Unlike the EU’s mission off

the Italian coast, which brings rescued migrants to

Europe’s shores, migrants are returned to Turkey

even if they are picked up in Greek waters. Germany

and Britain, with U.S. support, see the presence of

NATO ships patrolling the waters between historic

rivals Greece and Turkey as a way to uphold the EU

agreement with Turkey. NATO Secretary-General

Jens Stoltenberg also defended the mission, saying

NATO ships were able to spot people smugglers

much more quickly than Turkish and Greece coast-

guards. (EMMOTT; SIEBOLD, 2017)

Há tensão, também, na relação entre os governos

europeus e as organizações não governamentais

que vêm atuando no Mar Mediterrâneo. ONGs

foram impedidas de prestar auxílio no resgate

em inúmeros casos, acusadas de estarem traba-

lhando em parceria com traficantes.

It’s a ludicrous accusation that’s diverting atten-

tion from the real problem. The real problem is that

people are dying. There’s a gap in assistance and

we’re starting to wonder whether this is part of a

deliberate plan to step the migration flow…a deadly

deterrent. (ARGENZIANO apud DEARDEN, 2017)

Stefano Argenziano, gerente de operações

da instituição Médicos Sem Fronteiras, afirma

que as intervenções das autoridades euro-

peias, com exceção da guarda costeira italiana,

são usualmente pouco significativas e tardias,

condenando-as por não assegurarem rotas mais

seguras (DEARDEN, 2017). Pelo contrário, elas

têm transferido a responsabilidade de resgate

para a Líbia, onde também prendem imigrantes

em centros de detenções, e tentado evitar que

estes cheguem às suas costas, de onde não

poderiam mais ser enviados de volta sem passar

pelo devido processo de avaliação do pedido de

refúgio. Por esse motivo, autoridades têm urgido

pelo fechamento da rota do Mediterrâneo e

cessão das operações de resgate.

A rescue in the open sea cannot be a ticket to

Europe, because it hands organized traffickers

every argument to persuade people to escape for

economic reasons, [Stopping crossings] is the only

way to end the tragic and senseless deaths in the

Mediterranean. (SOBOTKA apud DEARDEN, 2017)

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PANORAMA

ALEMANHA

Por séculos a Alemanha foi construída por

migrantes “convidados”, porém nunca houve

uma política que os incluísse em sua sociedade

e cultura. Desde 2014, com a intensificação

dos conflitos no Mediterrâneo, o número de

refugiados e migrantes que buscam asilo na

Alemanha cresceu. Com esse histórico, em 7 de

julho de 2016 foi aprovada a primeira Lei de Inte-

gração de Migrantes e Refugiados, que define a

criação de 100 mil oportunidades de trabalho

para eles, garantindo auxílio-moradia e apoio

financeiro, e ainda suspende por três anos uma

lei que dá preferência a alemães e cidadãos da

União Europeia nas vagas de emprego. Com a

aprovação da lei de integração, milhares de cida-

dãos foram às ruas protestar contra a política de

portas abertas de Angela Merkel. Para grande

parte da população alemã, o aumento de refu-

giados no país foi responsável pelo aumento da

criminalidade no mesmo período. O novo chan-

celer Frank-Walter Steinmeier clama por maior

colaboração dos países europeus, alegando que

a Alemanha e a Itália estão carregando o fardo

pela Europa.

CANADá

Ao contrário de seu vizinho, o Canadá abriu

suas fronteiras para os refugiado. De acordo

com o governo de Ottawa, desde o fim do ano

de 2015, o Canadá recebeu mais de 40 mil refu-

giados sírios. Esses estão recebendo cursos de

capacitação e ajuda para achar emprego. Para o

Canadá, receber refugiados é um investimento

já que sua população atingiu um patamar onde

há mais idosos que crianças. Segundo a Orga-

nização de Cooperação e Desenvolvimento

Econômico (OCDE), houve um aumento de 31%

de trabalhadores altamente qualificados desde

2000, 40 anos depois que a “política de portas

abertas” foi imposta. Em setembro de 2017, o

primeiro-ministro, Justin Trudeau, requisitou a

instalação de tendas com energia elétrica para

500 refugiados haitianos que cruzavam a fron-

teira a pé por medo da polícia americana. Sua

meta era receber 300 mil imigrantes no ano de

2017 para diminuir a pressão econômica, tripli-

cando a população até 2020.

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EuROPA OCIDENTAL

A Agência da Organização das Nações Unidas

para Refugiados (ACNUR) estimou que, até 2016,

mais de 65 milhões de pessoas deixaram seus

países e chegaram à Europa Ocidental como refu-

giados. Só em 2017, esse número foi de 2 milhões.

Entre os países mais procurados estão a Áustria, a

Alemanha, a França, a Itália e a Suécia. Em 2014,

a Espanha fortificou as cercas das regiões de

Ceuta e Melilla com o intuito de barrar a entrada

de pessoas por Marrocos. Dois anos mais tarde,

o Reino Unido iniciou uma cerca de segurança

de mais de três quilômetros de comprimento no

norte da França, com o objetivo de impossibilitar

a passagem de refugiados por meio de caminhões

para chegarem até a ilha. Já a Dinamarca anun-

ciou que cortaria os benefícios para quem preci-

sasse de asilo, para assim diminuir o número de

refugiados no país. O mesmo fez a Áustria com

o propósito de tornar o país menos acessível. Em

março de 2016, ocorreu uma negociação entre

os 28 líderes europeus e o primeiro-ministro da

Turquia, Ahmet Davutoglu. Foi decidido que a

Europa daria à Turquia 6 milhões de dólares para

que o país evitasse que os refugiados chegassem

ao continente. Também foi aceito o plano de reas-

sentamento de 60 mil refugiados.

ESTADOS uNIDOS

Apesar da política nacionalista de Donald

Trump, os Estados Unidos são o país que mais

contribui, dispondo de 3,61% de seu PIB, ou seja,

por volta de 670 bilhões de dólares para o finan-

ciamento coletivo que mantém as operações

militares e civis da OTAN. Logo que entrou no

poder, Donald Trump decretou sua nova polí-

tica de imigração, conhecido como Travel Ban,

que proibia por 120 dias a entrada de cidadãos

de sete países nos Estados Unidos, sendo eles

Iraque, Iêmen, Irã, Líbia, Síria, Somália e Sudão.

Isso causou manifestações em Nova Iorque, São

Francisco, Los Angeles e em várias outras cidades

americanas. Em setembro de 2017, a adminis-

tração do republicano barrou mais três países,

Chade, Venezuela e Coreia do Norte. Um mês

depois, no dia 24 de outubro de 2017, o presi-

dente voltou a autorizar a entrada de refugiados

no país. Porém, em um novo decreto, de duração

de 3 meses, ele dificultou o processo de requeri-

mentos de asilo para cidadãos de 11 países, sem

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citar quais são. Enquanto o ex-presidente Barack

Obama colocou um limite de 110.000 refu-

giados, Donald Trump exige que para 2018, esse

número caia para 45.000. Apesar disso, no dia 2

de dezembro, os Estados Unidos anunciaram que

abandonaram o Pacto Mundial da ONU sobre

Proteção de Refugiados e Migração. Este pacto

tinha como objetivo defender os direitos dos

refugiados, ajudando-os em sua educação e na

procura por emprego.

FRANÇA

Em defesa da identidade nacional francesa, a

entrada de migrantes no país é sistemática e

seletiva. No início da crise, em 2014, o ex-presi-

dente François Hollande pediu maior controle

dos países europeus em relação ao fluxo migra-

tório, e em 2015, junto da ex-chanceler alemã,

propuseram aos países vizinhos um mecanismo

que obrigava a todos assumirem uma quanti-

dade obrigatória de refugiados, com o objetivo

de desafogar seus territórios. Em 2017, Édouard

Philippe, primeiro-ministro francês, anunciou

a criação de 12.500 vagas para acolhimento de

refugiados e requisitantes de asilo, porém o

plano não se aplica aos migrantes econômicos,

que serão sistematicamente expulsos. Apesar

da tardia política francesa de acolhimento de

migrantes, parte da população não se sente

confortável com esses migrantes, dificultando

sua integração.

ITáLIA

A maior parte dos refugiados que passam pela

rota do Mediterrâneo aporta em território

italiano e, muitas vezes, lá permanecem graças

às políticas de imigração adotada pelos demais

países, sobretudo os europeus, muito dos quais –

Polônia, Hungria e República Checa, por exemplo

– não tem cumprido com as cotas propostas pelo

governo alemão para auxiliar a Itália. De acordo

com a Organização Internacional de Migrações

(OIM), mais de 100 mil estrangeiros desembar-

caram na Europa nos primeiros seis meses de

2017. Desses, 85% usam a Itália como porta de

entrada, o que tem gerado tensões em algumas

regiões do país (CHADE, 2017) e conflitos entre o

país e seus vizinhos. Assim, “os apelos de Roma

à solidariedade de seus parceiros são ignorados.

O governo italiano ergueu a voz, ameaçando

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restringir a chegada de barcos com imigrantes”

(EL PAÍS, 2017).

A Itália acusa os demais governos europeus de

rejeitar compartilhar os refugiados e imigrantes,

deixando grande parte da carga para os italianos.

“Estamos sob pressão e exigimos uma verdadeira

cooperação europeia”, disse o premiê italiano, Paolo

Gentiloni (CHADE, 2017).

O governo da Áustria chegou a colocar seu exér-

cito em estado de alerta para que pudesse ser

convocado na fronteira com a Itália; parte das

medidas de controle que está colocando em

prática para conter o fluxo de imigrantes e refu-

giados em seu país. Desde 2015, a Áustria já

mantinha controles na fronteira com a Hungria

– um dos fatores que, em conjunto com o

acordo entre UE e Turquia, reduziu a chegada

de imigrantes pela rota dos Balcãs –, mas, dentro

dos acordos de livre circulação em vigência

na Europa, suas fronteiras com demais terri-

tórios permaneciam abertas. “Para o governo

austríaco, o uso de soldados na fronteira com

a Itália será ‘indispensável se o fluxo (vindo do

Mediterrâneo) não for reduzido” (CHADE, 2017).

Policiamento extra também foi utilizado pela

Suíça em sua fronteira com a Itália para conter o

deslocamento de imigrantes.

Roma concordou em abastecer a guarda costeira

do país, acusada de estar intencionalmente

matando e abusando de imigrantes, com novos

barcos e capital para novas iniciativas (DEARDEN,

2017). Entretanto, anunciou, em junho de 2017,

que vai impedir que barcos de outros países trans-

portando imigrantes atraquem em seus portos.

A Guarda Costeira italiana passou a liderar as opera-

ções de resgate no Mediterrâneo Central, mas muitos

dos barcos que transportam migrantes pertencem

a organizações não-governamentais que navegam

com bandeiras de outras nações, incluindo de países

da UE, como Malta e a Alemanha. A possibilidade

de bloquear navios humanitários com bandeiras

estrangeiras e de impedi-los de atracarem em portos

italianos foi discutida (VIANA, 2017).

O procurador-geral italiano já havia acusado

essas organizações operando na costa italiana de

operarem em conluio com os traficantes da Líbia,

baseando-se em supostos telefonemas entre

as partes. “As organizações refutam as acusa-

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ções, garantindo que se têm limitado a fazer os

resgates que as autoridades italianas e a Frontex

se recusam a fazer apesar de estarem obrigadas

a isso pela lei internacional.” (VIANA, 2017).

Filippo Grandi, alto-comissário das Nações

Unidas para Refugiados declarou que a Itália

precisa de assistência internacional para ajudar

aqueles cruzando o Mediterrâneo, declarando

que a situação, hoje, é de uma “tragédia em

desenvolvimento”.

Ele enfatizou que isso não pode ser um problema

italiano apenas. “É, em primeiro lugar, uma questão

de interesse internacional, que exige uma abor-

dagem regional abrangente”. Grandi disse que a

Europa em particular precisa ser mais envolvida

através de um sistema de distribuição urgente, do

aumento do envolvimento externo e de vias legais

adicionais de admissão. Ele também pediu esforços

mais amplos de todos os envolvidos para abordar

as causas profundas das pressões migratórias, criar

uma melhor proteção para as pessoas em trânsito e

enfrentar o contrabando e o tráfico (ONUBR, 2017).

LESTE EuROPEu

Nos países do Leste Europeu, o principal problema

com os refugiados é que seus territórios são o

caminho mais seguro para a Europa. Segundo a

Organização Internacional de Migração (OIM),

em 2015, cerca de 34.900 refugiados fizeram

o percurso rumo à Europa pelo Leste Europeu,

passando pelos Bálcãs, pela Polônia e Hungria.

Alguns países tiveram maior dificuldade em

resolver a crise migratória e acabaram tomando

decisões extremas em ordem de controlar o

fluxo. A República Tcheca, Polônia e a Hungria,

em específico, se recusaram a receber migrantes

por um tempo, até que a União Europeia os pres-

sionou a voltar atrás.

REINO uNIDO

Por sua posição geográfica afastada do conti-

nente europeu, os britânicos seguem um histórico

de atuação mantendo-se afastados na questão

da migração. Com a crise migratória iniciada em

2014 no Mediterrâneo, o Reino Unido tornou-se

um país de desejo dos refugiados, em busca de

segurança e oportunidades. Nesse mesmo ano,

foi aprovada a Lei da Imigração, que visa faci-

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litar a remoção dos imigrantes ilegais do país. Em

2015, Theresa May, líder do partido Conservador,

propôs um sistema de dois níveis que desenco-

rajam as pessoas de arriscar irem para a Ilha,

tentando manter o país fora da crise migratória.

Em 2016, o governo britânico anunciou que até

2020 terá aceito cerca de 20.000 refugiados, e

alegou ter contribuído com mais de 1,1 bilhões

de euros desde 2012 com alimentos e suporte.

TuRquIA

Entre os países que mais recebem refugiados

sírios, a Turquia está em primeiro lugar, visto

que é um estado vizinho e fácil para os refu-

giados escaparam da guerra civil que acontece

na Síria. De acordo com o Alto Comissariado das

Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), entre

os anos de 2011 e 2015, o Estado recebeu por

volta de 1.9 milhão de sírios. Em março de 2016, a

primeira-ministra alemã, Angela Merkel, e o

presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan,

chegaram a um acordo sobre os refugiados. Foi

definido que a Turquia deveria reter os refu-

giados em troca de milhões de euros que a

Europa pagaria para o país, isenção da cobrança

de vistos para turcos e adesão à União Europeia.

Um ano depois, em março de 2017, a Turquia

começou a ameaçar a Europa dizendo que permi-

tiria o envio de 15 mil refugiados por dia para o

continente europeu acusando-o de não cumprir

o pacto. Em junho de 2017, foi estimado que 3

milhões e 50 mil cidadãos sírios foram acolhidos

pela Turquia.

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DOCuMENTO DE POSIÇÃO

OFICIAL (DPO)

Os Documentos de Posição Oficial são os apon-

tamentos formais que sua delegação deve fazer

para que outras delegações conheçam o ponto

de vista de sua nação. Eles podem ser usados

em seus discursos iniciais (que serão realizados

na primeira sessão) e todos estarão disponí-

veis durantes as sessões na mesa diretora para

eventuais consultas. Portanto, o DPO deve ser

entregue por todas as delegações e versar sobre

o fluxo de refugiados e como lidar com o mesmo

no Mediterrâneo perante a política de suas

respectivas delegações.

O DPO deve observar a seguinte formatação:

Margens: 2cm.

Fonte: Times New Roman, tamanho 12.

Texto Justificado com Parágrafo 1,25 cm.

Texto em cor preta.

Brasão do Comitê do lado esquerdo, brasão de

armas ou Emblema Nacional do lado direito, com

o nome oficial do país em caixa-alta, centrali-

zado, com o nome do comitê logo abaixo.

No fim da página, no canto inferior direito, a

assinatura e o cargo do delegado.

O DPO deve conter somente uma página.

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CONCLuSÃO

Em 2017, mais de mil pessoas morreram ou desa-

pareceram tentando atravessar o Mediterrâneo

apenas no trecho entre Líbia e Itália, de acordo com

a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas

para os Refugiados). Não podendo mais negar o

caráter trágico da situação e a importância de um

tratamento humano para aqueles em busca de

condições de vida mais seguras, nos unimos nesse

comitê para encontrar novas posturas e medidas.

Para reduzir o número de mortes e apaziguar os

conflitos e tensões existentes nos locais de origem e

destino das migrações, esperamos que os senhores

estudem mais profundamente a respeito desse

fluxo, suas origens e consequências, entendendo

este Guia de Estudos apenas como uma base e

não como único material de trabalho. Existem

diversas perspectivas sobre quais medidas devem

ser tomadas e o motivo, entendê-las e procurar um

equilíbrio é nosso maior objetivo. Vocês poderão

propor ações de curto, médio e longo prazo, assim

como a OTAN já tem feito:

Ao mesmo tempo em que conduz a operação

no Mar Mediterrâneo, a OTAN dá continui-

dade às conversas a respeito do conflito na Síria

e a campanha militar contra o Estado Islâmico,

“buscando mais contribuições para o esforço, entre

elas mais treinamento para as forças rebeldes sírias

e os militares iraquianos” (ESTADÃO, 2017)

A ação conjunta de vários Estados e organizações,

privadas e públicas, no sentido de trazer paz ao

evitar novos choques de violência e acidentes é

essencial para a solução do problema.

Nenhum Estado-Membro pode resolver esta crise

sozinho, pelo que os interesses nacionais deverão ser

postos de parte para encontrar uma resposta conjunta.

E o desafio passa por encontrar um equilíbrio entre o

controlo das fronteiras externas para a manutenção da

segurança interna e a sua obrigação internacional para

com os migrantes e refugiados. Uma gestão conjunta e

coordenada dos fluxos migratórios é do interesse parti-

cular de cada um dos estados. (FERREIRA, 2016)

Cientes do desafio que estão prestes a enfrentar

nos próximos dias, mas confiantes na capacidade

e empenho dos senhores, desejamo-lhes bons

estudos e esperamos um bom debate!

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