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Guia de Estudos Conselho Europeu Gabriela Filócomo Júlia Salenave Letícia Cardia Nickolas Vieira

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Guia de Estudos

Conselho Europeu

Gabriela Filócomo

Júlia Salenave

Letícia Cardia

Nickolas Vieira

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Sumário

Carta aos Delegados ............................................................................................ 3

I. Introdução .......................................................................................................... 4

1. Conselho Europeu ......................................................................................... 4

2. Comitê ........................................................................................................... 4

II. Contextualização ............................................................................................... 5

1. Europa atual .................................................................................................. 5

2. A crise de 2008 e seu impacto no continente europeu .................................. 9

3. Brexit ........................................................................................................... 11

III. A Questão dos Refugiados ............................................................................ 14

1. Crise de Refugiados .................................................................................... 14

1.1. Fronteiras .............................................................................................. 16

1.2. Inserção na sociedade .......................................................................... 18

2. Terrorismo ................................................................................................... 22

2.1. Segurança ............................................................................................. 24

2.2. Preconceito contra muçulmanos ........................................................... 25

IV. A crise europeia ............................................................................................. 25

1. Insuficiência do euro .................................................................................... 25

2. A crise da dívida pública da Zona do Euro .................................................. 26

Taxa de desemprego .......................................................................................... 28

Dívida pública como porcentagem do PIB .......................................................... 29

3. Desemprego ................................................................................................ 30

4. Problemas demográficos ............................................................................. 32

Pirâmide etária da União Europeia ..................................................................... 32

Expectativa de vida dos países membros da União Europeia em 2015 ............. 33

Taxa de fecundidade dos países membros da União Europeia em 2015 ........... 34

V. Política ............................................................................................................ 35

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1. Sentimento nacionalista .............................................................................. 35

2. Crise de identidade nacional ....................................................................... 36

3. Ideologias conservadoras e partidos extremistas ........................................ 36

3.1. Aurora Dourada (Grécia)....................................................................... 37

3.2. Alternativa para Alemanha (Alemanha) ................................................ 38

3.3. Partido para a Liberdade (Holanda) ...................................................... 39

3.4. Frente Nacional (França) ...................................................................... 40

3.5. Liga do Norte (Itália) ............................................................................. 41

3.6. Partido da Independência do Reino Unido (Reino Unido) .................... 42

3.7. Jobbik (Hungria) .................................................................................... 43

VI. Considerações Finais .................................................................................... 43

VII. Referências................................................................................................... 45

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Carta aos Delegados

Caros delegados,

Bem-vindos à 13ª edição do PoliONU e, em especial, ao Conselho Europeu. O

comitê abordará “A Crise Migratória e o Aumento da Instabilidade Europeia” durante

os 4 dias de debates.

Espera-se que o caráter social seja privilegiado durante a discussão, de

maneira que os Direitos Humanos sejam respeitados e garantidos.

Devido à relevância do debate, é de suma importância que os senhores tratem

a problemática com seriedade, visando uma resolução harmônica com as demais

delegações e seguindo suas respectivas políticas externas.

Para que a experiência dos senhores delegados seja enriquecedora e

completa, é essencial a presença e a participação de todos dentro do comitê.

Lembrando que deverá ser entregue na primeira sessão o Documento de Posição

Oficial (DPO), o qual reitera a política externa de cada delegação. Mais orientações

sobre a escrita desse documento encontram-se no Guia de Regras.

O Guia de Estudos é uma base inicial para as pesquisas que deverão ser

aprofundadas pelos senhores de maneira autônoma, sendo que este guia não deverá

ser citado como fonte durante o debate, pois será considerado como inexistente pela

Mesa Diretora.

Caso haja quaisquer dúvidas sobre o evento ou sobre o comitê, estamos à

disposição para ajudá-los.

Atenciosamente,

Gabriela Filócomo: [email protected]

Júlia Salenave: [email protected]

Letícia Cardia: [email protected]

Nickolas Vieira: [email protected]

E-mail da Mesa: [email protected]

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I. Introdução

Este guia de estudos serve para introduzir aos senhores a temática a ser debatida

no Conselho Europeu do PoliONU 2018, que será “A Crise Migratória e o Aumento da

Instabilidade Europeia”. É de extrema importância que os senhores aprofundem seu

conhecimento sobre o tema, utilizando outras fontes de pesquisa além do guia, visto

que este documento serve apenas como base inicial para o debate.

É imprescindível que tenham em mente o contexto político, econômico e social da

nação que irão representar, visando o melhor andamento do comitê. Acreditamos que

com a leitura do guia e as pesquisas realizadas, os senhores estarão aptos a debater

com clareza e eficácia, tornando as nossas sessões mais relevantes e produtivas.

1. Conselho Europeu

O Conselho Europeu foi criado em 1974 como uma instância informal de debate,

e somente em 2009 tornou-se uma das sete instituições oficiais da União Europeia.

Esse órgão é composto por Chefes de Estado e de Governo dos países membros da

UE, pelo Presidente do Conselho Europeu e pelo Presidente da Comissão Europeia.

O Conselho se reúne quatro vezes ao ano, mas caso seja necessário o Presidente,

Donald Tusk, pode convocar uma reunião extra para debater assuntos urgentes.

Sua função é definir as prioridades políticas do bloco, entre elas estabelecer a

política externa e de segurança comum da UE. Lembrando que o Conselho Europeu

não aprova legislação, ou seja, é de caráter recomendatório. As resoluções

normalmente são tomadas por consenso, mas pode ocorrer decisão por unanimidade

ou maioria qualificada, sendo que apenas Chefes de Estado ou de Governo possuem

direito de voto.

2. Comitê

Gostaríamos de ressaltar que, apesar do Conselho Europeu apresentar

burocracias e cargos específicos, estes não serão simulados em prol de um melhor

andamento dos debates no comitê. Assim, todos os participantes do Conselho

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Europeu do PoliONU 2018 exercerão o papel de delegados e deverão seguir o Guia

de Regras do evento. Mas, mesmo com essas alterações, apenas países membros

da União Europeia possuirão poder de voto em questões substanciais.

A pauta deste comitê é de extrema importância, e temos ciência da dificuldade de

se chegar a um consenso, devido à divergência de posicionamentos dentro da União

Europeia. Mesmo assim, reiteramos que é essencial que os senhores mantenham a

política externa de suas respectivas delegações durante o debate para

compreenderem quão complicada é a questão atual.

Um dos principais objetivos deste comitê é desconstruir a imagem idealizada da

Europa e a ideia de que os refugiados são a origem de sua instabilidade. Para isso,

este Guia de Estudos mostra as mais recentes crises que o continente enfrenta ou já

enfrentou. Além disso, é importante ressaltar que o comitê visa a proteção dos direitos

humanos e o aspecto social durante as discussões, mesmo ao tratar de questões

econômicas e políticas.

A crise econômica, a globalização e os ataques à segurança pública alarmaram a

população europeia e permitiram que partidos extremistas explorassem esse

sentimento de medo para ascender politicamente. Nesse contexto, os senhores terão

a oportunidade de experimentar e solucionar os impactos da crise de refugiados com

um ponto de vista regional. É importante ressaltar que os discursos devem ser sempre

baseados em argumentos concretos, e apesar das atrocidades que ocorrem no

continente, ações desrespeitosas não serão toleradas dentro do comitê.

II. Contextualização

1. Europa atual

Desde 2008, a Europa vem sofrendo uma instabilidade econômica que favorece

a crise social atual, iniciada em 2011, com o endividamento público de 5 países:

Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, os chamados PIIGS, também conhecidos

como países periféricos. Como consequência disso, houve várias revoltas populares,

por causa do aumento do desemprego e da drástica redução de gastos públicos.

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Com a intensificação das atividades militares no Oriente Médio e em países em

conflitos na África, houve um aumento de refugiados desses países e o destino

principal é a Europa. Entretanto, como a maioria dessas pessoas não têm acesso a

noticiários, redes de comunicação e internet, não sabem que a Europa está passando

por uma crise que eles próprios não conseguem resolver facilmente. A visão de que a

Europa é o destino perfeito, onde não há conflitos e desigualdade, é bastante difundida

fora do continente. Entretanto, nos anos de 2014 e 2015 um grande contingente

refugiado, vindo de diversas partes da África e do Oriente Médio, chegou ao Sul

europeu pelo Mar Mediterrâneo. Esse fluxo trouxe um grande problema para o

continente, exigindo a intervenção da ONU, que declarou ser essa a maior crise

migratória desde a Segunda Guerra Mundial.

O continente começa a sofrer mais uma crise, agora de refugiados que fogem

principalmente das áreas de conflito. Porém, esse não é o único motivo da busca por

refúgio. Refugiados não são somente aqueles que fogem da guerra, refugiado é

aquele que escapa de perseguições políticas, religiosas ou qualquer outra situação

que coloque sua vida em risco, vendo-se obrigado a solicitar refúgio para alguma

nação estrangeira. Até cidadãos de países que não estão em guerra, como Kosovo,

solicitam asilo por causa da pobreza que lá enfrentam.

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Muitos países são obrigados a aceitar a solicitação de refúgio, pois é um artigo da

Declaração Universal dos Direitos Humanos, o qual afirma que “ 1- Todo ser humano,

vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2-

Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada

por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das

Nações Unidas”. (Artigo 14).

Entretanto, a maioria dos países não aceitam esses imigrantes a priori, burlando,

portanto, o acordo. Um exemplo é a Arábia Saudita, que, segundo ela, aceita milhares

de estrangeiros, mas não como refugiados e sim como trabalhadores. Países com

muitas restrições para a entrada de migrantes como a Hungria, Áustria e Grécia,

mostram nitidamente sua “repulsão” acerca dos refugiados; as duas primeiras nações

citadas construíram um muro para evitar a passagem desses estrangeiros; já a Grécia

é motivada pelos problemas que enfrenta devido à grave crise financeira iniciada em

2008. Eslovênia, Sérvia e Croácia fecharam suas fronteiras para os refugiados em

2016, sendo que a primeira adotou uma legislação específica e mobilizou seu exército

para intervir nas fronteiras. Mas, posteriormente a mesma abriu as fronteiras a pedido

da Alemanha, que abrigaria esses imigrantes. Ademais, a Turquia, que é porta de

entrada para milhares de refugiados, foi “obrigada” a aceitar um acordo da União

Europeia para melhorar seus serviços de abrigos para refugiados, pois o país ainda

deseja ter um lugar no bloco.

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A questão torna-se ainda mais complexa quando constatamos que, com milhares

de pessoas chegando à Europa, de diversas religiões, posicionamentos políticos e

nacionalidades, o preconceito se intensifica no continente, aumentando a crise social.

Xenofobia, racismo, intolerância religiosa, islamofobia e antissemitismo são alguns

dos tipos de discriminação que os refugiados sofrem diariamente.

Muitos europeus questionam a permanência dos estrangeiros uma vez que estes

não pagaram impostos no continente e, teoricamente, estariam recebendo também

atendimento hospitalar e educacional. Sentem que estão tendo seus “lugares”

tomados, incitando um sentimento de privação. Assim, a crise humanitária piora cada

vez mais com o preconceito desenfreado, a falta de empregos no mercado europeu e

as guerras e pobreza da África e do Oriente Médio.

Porém, existem exceções. Ultimamente, alguns países estão adotando uma

política de “portas abertas” para aumentar a demografia das nações, como a

Alemanha fez em 2015. Um dos fatores que contribuiu para essa postura foi o fato de

a população alemã ter um contingente populacional idoso maior do que a taxa de

natalidade, fazendo com que a PEA (População Economicamente Ativa), futuramente,

seja baixa. Portanto, os estrangeiros poderiam minimizar o problema da falta de mão

de obra.

No ano de 2017, foram realizadas três eleições importantes na Europa: na Itália,

França e Alemanha. Foi possível observar que a crise atual que o continente enfrenta,

tanto econômica, quanto social, colabora para que alguns partidos políticos

conservadores se pronunciem, apresentando discursos cada vez mais extremos e

intolerantes.

Uma das possíveis explicações que os estudiosos dão para o crescimento da

extrema direita1 na Europa é a crise de identidade que afeta o continente, ou seja, ela

reflete a intolerância a estrangeiros, principalmente contra muçulmanos, que na

concepção desse grupo estão fazendo com que tal crise piore, influenciando

1 Para haver um melhor entendimento do assunto será explicado o conceito de “direita” e

“esquerda” na política, segundo o jornalista, escritor e autor da revista Veja, Felipe Moura Brasil: “Partidos de esquerda são aqueles que favorecem o controle estatal na economia, na vida social e idealizam a igualdade acima de outras considerações (religiosas, patriótica, cultural). Partidos de direita são conhecidos como os liberais de mercado, defendem os direitos individuais, e colocam culturas tradicionais, religião e o patriotismo acima de qualquer reforma da sociedade. Os extremistas de esquerda fazem com que a sociedade se submeta à uma ideologia revolucionária personificada num Partido-Estado e o igualitarismo é valorizado a um ponto em que há uma intervenção fiscal, judicial e policial. A extrema direita sugere uma criminalização da esquerda, impõe a religião e a moralidade como valor tradicional da nação e faz com que a sociedade seja patriótica, obediente e disciplinada”.

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negativamente a cultura ocidental, que pode acabar se fundindo com a cultura oriental,

o que seria totalmente contrário ao que pregam tais partidos.

A outra corrente de pensamento difundida pelos especialistas é que a extrema

direita cresce por causa das próprias instituições europeias, como o Banco Central

Europeu e o Parlamento Europeu, uma vez que a esquerda está confortável com as

medidas adotadas por essas instituições e não há um embate direto entre os

posicionamentos políticos. Segundo Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda

(BE), a esquerda não pode se limitar àquilo que as instituições europeias têm a

oferecer. Esses partidos extremistas de direita possuem discurso semelhante, na

Grécia, o Aurora Dourada declara “A Grécia pertence aos gregos”, e na França, a

Frente Nacional promete “Vamos devolver a França aos franceses”.

Esses discursos nacionalistas e, ao mesmo tempo, anti-imigração reforçam uma

ameaça ao modelo democrático de inúmeras nações. Mas eles não são originais e

também não é a primeira vez que esses são aplaudidos. Quando um continente passa

por uma crise, torna-se mais vulnerável a esses partidos extremistas que provocam

discursos de ódio, fazendo com que parte da população os apoie e deixe de valorizar

modelos políticos como a democracia.

2. A crise de 2008 e seu impacto no continente europeu

A crise de 2008 teve origem nos Estados Unidos e na quebra da sua bolha

imobiliária. O evento foi resultado de diversas artimanhas entre os grandes

investidores de Wall Street. No mercado financeiro, empresas e países são avaliados

em classificação de risco. Em poucas palavras, a nota é referente ao quão seguro é o

investimento, ou seja, a probabilidade de se receber o valor aplicado. Essa avaliação

afeta positivamente ou negativamente as chances de se obter um empréstimo, por

exemplo. O que os banqueiros norte americanos fizeram foi aplicar algo similar a um

seguro que reduzia artificialmente o risco, conhecido como “credit default swap”

(CDS).

Por exemplo, alguém quer comprar uma casa e para isso precisa de um

empréstimo do banco. É sensato que ele conceda o valor baseado no risco do acordo,

que é estipulado pela estabilidade financeira dessa pessoa. Agora, imagine que uma

terceira companhia vende algo que basicamente garante o valor prometido caso quem

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adquiriu o empréstimo não possa pagar. Apesar de uma porcentagem do valor ser

destinada a esse terceiro, parecia ser muito vantajoso adquirir um CDS, pois este

reduzia os riscos e libertava o capital do credor para novas aplicações.

Usufruindo desse método, praticamente todas as pessoas conseguiam

empréstimos bancários para a compra de imóveis. O problema dos CDS era que, além

de não possuírem fiscalização, pertenciam ao meio privado, e cada organização

aplicá-lo de forma diferente, eles não eliminavam realmente o risco. Alguém com

pouca renda se encontra na mesma situação após adquirir um CDS. Além disso,

essas propriedades de alto risco, conhecidas como subprime, eram divulgadas como

blocos de ótima classificação. Dessa forma, quando os empréstimos não foram pagos,

houve uma falência geral dos bancos.

Isso criou um efeito dominó na economia mundial. O setor financeiro dos Estados

Unidos, muito influente nacional e internacionalmente, não restringiu o colapso ao seu

território. As bolsas de valores de todo o globo sofreram o impacto, inclusive as

europeias. Logicamente, quando a economia “quebra”, a taxa de desemprego

aumenta, o que, acompanhado da recessão da economia, reduz o consumo.

A crise de 2008 não foi o que gerou a crise europeia atual, mas intensificou

problemas financeiros de países como os PIIGS. Para controlar suas economias

esses países realizaram diversos bailouts, ou seja, inseriram enormes quantidades de

dinheiro em empresas prestes a falir para evitar esse fim. Portanto, a aquisição de

empréstimos aumentou consideravelmente as dívidas públicas dessas nações.

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3. Brexit

O termo “Brexit” significa a saída do Reino Unido (Grã-Bretanha) da União

Europeia. Mas antes de prosseguir, é preciso entender qual é a relação do Reino

Unido com a UE. Em 1973, o país ingressa para a Comissão Econômica Europeia

(CEE), e vinte anos depois, integra o mercado único e a livre circulação de bens e

pessoas da União Europeia. A relação da região com a Comunidade Europeia nem

sempre foi boa, por exemplo, o Reino Unido não aceitou utilizar o euro como moeda

e continuou adotando a libra esterlina. Também não faz parte do Acordo de Schengen,

que aboliu as fronteiras de países, mesmo os que não fizessem parte da Comunidade.

A saída do Reino Unido deixa toda a UE em alerta, pois a região é uma das

maiores economias do mundo e muitos países do bloco dependem dela. No dia 23 de

junho de 2016, a população britânica se reuniu nas urnas para uma votação informal

(plebiscito) sobre a saída ou não da UE. Isso relembra quando a Grécia estava em

um processo (que não foi cumprido) de deixar a Zona do Euro, o chamado Grexit, em

2012.

A causa da realização desse referendo foi David Cameron, que até julho de 2016

era o 1º Ministro do Reino Unido, o qual disse que durante seu mandato iria convocar

um plebiscito mesmo sendo contra a saída. Segundo alguns historiadores, um dos

motivos dessa saída é a falta de identidade europeia comum aos britânicos. O

resultado da votação, pronunciada por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu,

foram 52% dos votos favoráveis à saída da UE. Após isso, inúmeros partidos e

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representantes de Estado vieram a pronunciar a lamentável saída do país do bloco.

Desde então, Theresa May, primeira-ministra britânica, tem participado de várias

reuniões com chefes de Estado e representantes de blocos e, além disso, adiantado

o processo do Brexit formalmente.

O Reino Unido aciona o artigo 50 do Tratado de Lisboa para retirar-se do bloco:

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Segundo George Osborne, ex-membro do Parlamento Britânico, o Brexit teria um

resultado negativo para a Grã-Bretanha, pois deixaria um rombo nas contas públicas

de 30 bilhões de libras, aumentando os impostos, políticas de austeridade, e

diminuindo os gastos públicos na saúde, educação e segurança. Como consequência

para a UE, consoante à consultoria britânica, o bloco seria um parceiro comercial

menos atraente e, então, perderia poder globalmente e poderia ser alvo de

movimentos populistas e nacionalistas.

Do ponto de vista econômico, aqueles que queriam a saída defendiam um maior

controle da imigração, pois houve gastos elevados para manter todos os imigrantes

dos quais o bloco econômico impunha a permanência. Aqueles que são contra a saída

dizem que a tarifa de exportação continuaria a ser nula e na locomoção, as pessoas

não precisariam de visto.

Quando o resultado da votação foi divulgado, a moeda britânica apresentou uma

queda histórica:

Em meio a essa crise social enfrentada pela Europa, a questão da imigração

continua sendo importantíssima dentro do continente, gerando dúvidas se o Brexit

afetará o pensamento da sociedade contra os imigrantes, se a sociedade se tornará

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mais xenofóbica, se os ingleses não irão aceitar mais imigrantes africanos ou

muçulmanos, ou se a extrema direita irá interferir em políticas migratórias em toda a

Europa. Saiba que o processo do Brexit ainda está em andamento e, atualmente, o

país ainda continua na UE.

III. A Questão dos Refugiados

1. Crise de Refugiados

Diariamente, milhares de pessoas são obrigadas a abandonar tudo o que têm,

deixando seu país de origem em busca de um lugar seguro para viver. Para isso,

acabam se submetendo a diversas circunstâncias que colocam sua vida em risco. É

comum que esses indivíduos atravessem o Mar Mediterrâneo em um barco

clandestino, sem segurança alguma, tentando chegar à Europa, ou então, vivam em

acampamentos improvisados e construções abandonadas para não serem

encontradas. Infelizmente, essa é a realidade de homens, mulheres e crianças, que

de uma hora para outra deixam tudo para trás buscando um local protegido para

morar. Assim, entende-se por refugiado o indivíduo que fugiu de conflitos armados ou

perseguições que colocavam sua vida e/ou sua liberdade em risco. Normalmente, os

motivos dessas perseguições são: religião, etnia, nacionalidade, posição política ou

filiação em determinado grupo social.

O mundo está passando pela maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra

Mundial. A quantidade de pessoas que foram forçadas a deixar seu local de origem

por diferentes tipos de conflitos no final de 2016 foi de 65,6 milhões, um aumento de

300 mil em relação a 2015. Desses 65,6 milhões, 22,5 milhões correspondem à

quantidade de refugiados, 40,3 milhões à quantidade de deslocados dentro de seu

próprio país e 2,8 milhões aos solicitantes de refúgio. Segundo o Alto Comissário das

Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), um pouco mais da metade dos

refugiados tem origem em apenas três países: Sudão do Sul, Afeganistão e Síria.

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Fonte: www.unhcr.org/figures-at-a-glance.html. Imagem editada.

A Síria enfrenta, desde março de 2011, uma guerra civil que é considerada um

desdobramento da violenta repressão do governo de Bashar al-Assad aos protestos

durante a Primavera Árabe. Essa guerra já resultou em pelo menos 470 mil mortes,

segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, e gerou em torno de 11 milhões

de refugiados, sendo que desses, 5 milhões migraram para fora do país.

O Afeganistão também está passando por uma guerra. Ela se iniciou em 2001

com uma série de atos terroristas no dia 11 de setembro: o ataque às torres gêmeas

em Nova Iorque, um avião lançado no Pentágono e um avião que caiu no estado da

Virginia. O responsável pelo ato de terrorismo foi o grupo Al-Qaeda, financiado por

Osama Bin Laden, um fundamentalista Talibã. Em outubro daquele ano, os Estados

Unidos realizaram diversos ataques sobre o território afegão, que resultaram na

retirada do poder do grupo Talibã, mas somente em 2011, Osama Bin Laden foi morto

pelas forças armadas norte-americanas.

Em 2014, um acordo bilateral foi feito entre Estados Unidos e Afeganistão com o

objetivo de promover uma parceria entre os países, que fortaleceria a soberania, a

estabilidade e a prosperidade afegã, além de contribuir para derrotar a Al-Qaeda. Mas

mesmo assim, esse conflito continua até hoje e durante todos esses anos a violência

é tão grande que o número de indivíduos que tentam deixar o Afeganistão diariamente

é muito alto.

Já o Sudão do Sul está passando por uma guerra civil que teve início em 2013,

quando o presidente Salva Kiir acusou seu vice Riek Machar de estar organizando um

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golpe para tirá-lo do poder. Esse conflito adquiriu um caráter étnico e se estende até

os dias atuais, o que faz com que a população seja exposta à violência sem cuidados

médicos e assistência humanitária, além de enfrentar uma grave crise de fome. Por

isso, milhares de pessoas deixam suas casas todos os dias procurando refúgio em

outro país.

1.1. Fronteiras

Chegar à Europa é o desejo de todo refugiado, mas por conta das dificuldades

encontradas pelo caminho nem todos conseguem alcançar seu objetivo. Entre essas

dificuldades estão: o fato dos refugiados não terem muitas opções de fuga e, assim,

acabarem optando pela rota mais fácil, o que acaba os levando aos países vizinhos;

a dificuldade de obter transporte marítimo – muitas vezes, eles fazem a travessia em

barcos clandestinos sem segurança alguma; ou até mesmo a dificuldade na hora de

entrar em território europeu, o que lhes pode ser negado.

A União Europeia utiliza o Sistema Europeu Comum de Asilo (SECA), que

indica como o solicitante de asilo será tratado para ter acesso a uma autorização de

residência, ao mercado laboral e aos cuidados de saúde dentro da UE. Na teoria o

requerente passará pelo mesmo processo em toda a União Europeia. Todas as

pessoas podem solicitar asilo, mas para consegui-lo terão de passar pelas seguintes

etapas: ao solicitar asilo, o indivíduo ficará em um alojamento, receberá alimentação

e terá sua impressão digital recolhida para que haja a identificação do país de origem.

Após esse processo, ele será submetido a uma entrevista com um assistente da UE

especializado em direito, e com isso o asilo será ou não concedido. Caso não seja, o

requerente poderá recorrer ao tribunal como última instância e, se a decisão for a

mesma, o solicitante terá de retornar ao seu país de origem. Quando o asilo é aceito,

o indivíduo recebe determinados direitos, autorização de residência, trabalho e acesso

a atendimento médico.

1.1.1. Violência

Milhares de pessoas são obrigadas a abandonar tudo o que têm para fugir de uma

perseguição ou guerra, passam por diversas situações em que suas vidas são postas

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em perigo e quando chegam nas fronteiras da União Europeia, descobrem que ainda

não estão seguras. Os Estados-membros da UE estão cada vez mais impiedosos com

a chegada irregular de migrantes; existem guardas armados nas fronteiras e, caso

alguém tente atravessá-las sem autorização, a violência é a resposta.

As equipes humanitárias do Médicos Sem Fronteiras (MSF) que trabalham em

clínicas móveis registraram vários casos de pessoas que sofreram violência nas

fronteiras, principalmente de policiais croatas, húngaros e búlgaros. Na maioria dos

relatos, as vítimas foram espancadas, atingidas por spray de pimenta ou até mesmo

atacadas por cães. Muitos dos relatos são feitos por jovens e crianças, o que torna a

situação ainda mais complicada, pois elas se veem sem opção e acabam caindo nas

mãos dos contrabandistas.

1.1.2. Apoio Humanitário

O mais preocupante sobre o que está acontecendo nas fronteiras é que os

governos sabem de todas essas atrocidades e não fazem nada, apenas fingem que

não veem e deixam as pessoas sofrerem sem dar nenhum tipo de apoio humanitário.

Apoio humanitário é uma assistência material, moral ou legal prestada para ajudar

indivíduos que passaram por alguma catástrofe natural, ou gerada pelo homem. Essa

ajuda se refere às necessidades básicas, como alimentação, saúde, educação e

proteção, entre muitas outras formas.

Essas pessoas que estão nas fronteiras não possuem lugar para ficar e acabam

tentando entrar na UE de qualquer jeito, por isso são impedidas de formas violentas.

Esses indivíduos não sabem o que vai acontecer com eles, se vão encontrar algo para

comer, se vão ter onde dormir e não contam com ninguém para ajudá-los.

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Diante dessa situação, algumas organizações humanitárias internacionais

tentam ajudar essas pessoas, como é o caso do Médicos Sem Fronteiras. Eles ficam

próximos às fronteiras trabalhando em clínicas móveis e ajudando os que foram

feridos ou estão com qualquer tipo de problema de saúde; mesmo assim, a maioria

dos refugiados não consegue chegar até eles e acaba morrendo pela falta de ajuda

humanitária no local em que se encontram.

1.2. Inserção na sociedade

Os refugiados que conseguem asilo na União Europeia têm acesso a

segurança dentro do país, a uma autorização de moradia, ao mercado laboral e

cuidados de saúde, mas ainda assim, eles são tratados de forma diferente. Isso

acontece principalmente porque existe um enorme preconceito dentro da população

europeia em relação aos refugiados. No entanto, aqueles que entram ilegalmente na

UE não possuem direitos, segurança, lugar para morar, acesso a saúde, a educação

e ao mercado de trabalho.

1.2.1. Escola

Na maioria das vezes, os refugiados chegam ao país de destino muito deslocados,

sem ter para onde ir. Estes acabam indo procurar qualquer trabalho, que não exija

qualificação alguma, por exemplo. Porém, hoje em dia, a maioria das profissões ou

trabalhos requer um mínimo de aprendizado. No entanto, é preciso que esses

imigrantes tenham um ensino básico, o que a maioria não teve, e, se teve, abriu mão

de tudo para sair do lugar em que vivia. Aproximadamente quatro milhões de

refugiados estão fora da escola, pois ela é a chave para integrá-los à Europa e dar um

fim ao preconceito. Mas, como foi dito anteriormente, os países do sul europeu estão

em crise e muitas das vezes nem conseguem oferecer educação o suficiente para sua

população, como é o caso da Itália, que sofre com a pobreza nas ruas.

De acordo com Felippo Grandi, alto comissário para refugiados, a educação dessa

população está abandonada, quando deveria ser uma oportunidade para construírem

uma geração futura mais promissora e mudar o destino de outros imigrantes.

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Comparando dados do ACNUR e da UNESCO, apenas 50% de crianças refugiadas

se matriculam no ensino primário enquanto a média mundial é de 90%. E essa

educação tende a piorar, devido à falta de logística nos países de destino, afetados

pelas crises, obrigados a fazer um esforço extra para administrar essa situação. A

maioria das crianças que não têm ensino provém de sete países: Chade, República

Democrática do Congo, Líbano, Quênia, Etiópia, Turquia e Paquistão.

Todavia, é preciso dar uma atenção especial nos refugiados para que os mesmos

tenham oportunidades, futuramente, de alcançarem o sucesso profissional e familiar,

entretanto isso só será possível se houver o apoio internacional de várias nações para

inseri-los na sociedade sem que haja nenhum tipo de exclusão social.

1.2.2. Moradia

A moradia é um direito humano que deve ser sempre respeitado. Porém, com a

grave crise humanitária, milhares de refugiados ficam deslocados a procura de um lar.

Os pedidos de asilo ocorrem em maior número na Itália, Grécia e Hungria, porém os

centros de acolhimento estão superlotados, dificultando sua administração e

impossibilitando a entrada de mais indivíduos. Para melhorar a administração foram

sugeridas algumas regras de asilo para a UE como, por exemplo, um controle de

dados dos imigrantes como impressões digitais.

A chamada “Regulação de Dublin” diz que o imigrante pede refúgio para o primeiro

país em que este pisar, e não para seu destino final. Entretanto, a Comissão Europeia

diz que essa regulação não está funcionando. Com esse problema, a Hungria defende

que a Alemanha e a Áustria deveriam registrar os refugiados que pretendem se abrigar

nesses países. O país argumenta que os imigrantes querem ir para nações mais ricas

como a própria Alemanha, então não é certo que esses sejam registrados em países

onde não irão ficar. No entanto, os países argumentam que nenhuma nação deve fugir

de suas responsabilidades humanitárias ou “empurrá-las” para Estados vizinhos.

Outra discussão na UE é a cota para o acolhimento de refugiados, pois isso

dividiria o “fardo” igualmente entre os países membros. A Comissão Europeia tentou

fazer isso com a distribuição de 40 mil sírios e eritreus, mas não teve sucesso. Uma

nota conjunta divulgada pela República Tcheca, Hungria, Eslováquia e Polônia

afirmou que “Qualquer proposta estipulando a introdução de cotas obrigatórias e

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permanentes como medidas solidárias seria inaceitável”, porém esse projeto ainda

tem o apoio da França, Itália e Alemanha. Donald Tusk defende uma proposta mais

ambiciosa, na qual cada país receberia cerca de 100 mil refugiados.

Cerca 80% dos refugiados vivem em zonas urbanas ao redor do mundo. Mas isso

não significa que eles tenham um lar. Milhares deles estão morando na rua, às vezes

sem ter o que comer e como se proteger do clima. A maioria das ações de

deslocamento para abrigar os refugiados são feitas pela ACNUR, a qual disponibilizou

inúmeros apartamentos (com recursos da UE) para mais de dois mil refugiados na

Grécia, no ano de 2016. Esta também doou mais de 200 mil vestimentas para os

imigrantes suportarem o frio europeu.

1.2.3. Emprego

Os refugiados não conseguem um emprego na Europa com a mesma facilidade

que alguém que nasceu lá e acabam, por isso, enfrentando alguns desafios. O

primeiro deles é a língua, pois muitos não sabem falar o idioma do país em que

chegam, tornando complicada a comunicação. Outro desafio é a demora para obter a

concessão de status de refugiado, e até que isso aconteça, eles não podem trabalhar,

ao menos legalmente. Mais um desafio é a dificuldade de avaliar o nível acadêmico

desses indivíduos, isso dificulta o conhecimento da sua qualificação profissional e, por

isso, dificulta a contratação. Além dessas dificuldades, o preconceito é outra barreira

para sua entrada no mercado de trabalho, pois caso haja duas pessoas procurando

emprego e uma delas tenha nascido na Europa, a chance de ser contratada é maior,

pelo simples fato de ser europeia.

Com isso, percebe-se a complexidade da situação dos refugiados para

conseguir um emprego na União Europeia; por esses motivos, acabam aceitando

qualquer trabalho. Isso faz com que muitos sejam explorados e/ou trabalhem

ilegalmente, pois necessitam de dinheiro para conseguir sobreviver, visto que muitos

gastaram tudo o que tinham na travessia. Assim se submetem a trabalhos extensivos,

com uma remuneração baixíssima ou nem sequer são remunerados e estão sujeitos

à violência diariamente.

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Um ponto que seria benéfico para a Europa caso aceitassem mais refugiados

no mercado de trabalho, é que eles poderiam ajudar a diminuir o problema de mão de

obra que a Europa está enfrentando. Como a população economicamente ativa (PEA)

está diminuindo cada vez mais e a população de jovens no futuro não será suficiente

para abastecer o mercado de trabalho, os refugiados poderiam contribuir para

fornecer mão de obra, pois parte deles possuem o segundo grau completo e às vezes

até mesmo curso superior. Por isso, muitos veem os refugiados como uma

oportunidade de mudar esse cenário, mas existem países da União Europeia que

ainda não concordam com essa ideia.

1.2.4. Saúde

Assistência básica de atendimento à saúde é algo a que todo ser humano tem

direito, mas infelizmente muitos não têm, em especial os refugiados.

A Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1946, prevê "o

mais alto padrão possível de saúde como um direito fundamental de todo ser

humano". O direito à saúde abrange liberdades e direitos, que são: a liberdade de

tomar as próprias decisões a respeito de sua saúde e de seu corpo, livre de

interferências externas; e direito a um sistema de proteção à saúde que dê o apoio

necessário para se ter uma boa saúde.

Além disso, a Declaração Universal de Direitos Humanos, art. 25(1), diz que “Todo

ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família

saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e

os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego,

doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência

fora de seu controle”.

Mesmo constando na Declaração Universal de Direitos Humanos, é comum que

os refugiados não desfrutem desse direito, nem mesmo em seus países devido aos

conflitos que ali ocorrem. Quando deixam tudo para trás em prol da sobrevivência,

esperam que suas vidas melhorem, porém, ao chegarem à Europa, o cenário é um

pouco diferente do que eles imaginavam.

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Dentro da União Europeia, cada governo organiza os cuidados de saúde e vê a

melhor forma de colocá-los em prática. Também existe uma política de saúde aplicada

em toda UE que consiste em: prevenir a doença através de hábitos mais saudáveis;

assegurar que todos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade; fazer com

que as pessoas permaneçam saudáveis até uma idade avançada e investir em novos

sistemas modernos de saúde.

Para os cidadãos europeus ou imigrantes legais existe um sistema chamado

Cartão Europeu de Seguro de Doenças, que lhes garante acesso aos cuidados de

saúde caso visitem qualquer um dos 28 países da UE, Islândia, Lichtenstein, Noruega

e Suíça, além do seguro de saúde do país em que vivem. Já os refugiados ilegais não

possuem qualquer tipo de assistência à saúde seja nas fronteiras ou dentro do país,

então a única opção que lhes resta é procurar as organizações humanitárias

internacionais.

2. Terrorismo

Entende-se por terrorismo, segundo a ONU, “Atos de criminosos pretendidos ou

calculados para provocar um estado de terror no público geral”. Para Reginaldo

Nasser, um cientista político, terrorismo seria: “Método psicológico inspirador de

repetidas ações violentas, empregado por indivíduos, grupos organizados, ou Estados

[...] por razões políticas, segundo as quais, ao contrário do assassinato, os alvos

diretos da violência não são as principais metas. As vítimas são geralmente escolhidas

ao acaso ou de forma seletiva, como alvos simbólicos de uma população”. Então

basicamente esses atos de terror são cometidos em prol de interesses políticos, para

causar pânico na sociedade, movimentando a imprensa, redes sociais e órgãos

governamentais. Até 11 de setembro de 2001, nunca tinha sido visto no mundo um

ataque terrorista semelhante, quanto ao número de vítimas e à forma como foi

planejado, que foi simultâneo contra símbolos de poder norte-americanos.

Recentemente, a Europa tem sido alvo de vários atentados terroristas na Bélgica,

França e Inglaterra. Porém, por mais que gere essa sensação, não há nenhum país

da Europa no ranking dos 10 países que mais sofrem ataques terroristas no mundo.

Os três países que mais sofrem com o terrorismo são: Iêmen, Somália e Afeganistão.

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Infelizmente, há um senso comum, um pensamento em vários lugares do mundo de

que, quando acontece um atentado em regiões de conflito, como no Oriente Médio e

na África, este é considerado normal e, no geral, não há muita indignação, como

aconteceu recentemente na Somália. Mas quando se fala de atentados no continente

europeu, o episódio ganha repercussão no mundo inteiro, com fundos monetários

criados para ajudar as vítimas, e aparentemente, mostrando uma comoção maior da

mídia.

Agora, o porquê de estes grupos terroristas atuarem tanto na Europa ainda se

desconhece. Alguns exemplos de grupos radicais são: Talibã, ISIS, ETA e IRA.

O Talibã é um grupo político que no início era considerado bem liberal, o que não

agradou os extremistas do islã. Então, com o apoio dessa ala extrema, o partido

realizou um golpe de Estado em Cabul, capital do Afeganistão. O grupo proíbe

qualquer cultura ocidental, obriga a uma interpretação rígida do texto islã e às

mulheres é imposto o uso da burca. Após perder o poder em 2001, o grupo pretende

tomá-lo novamente e obrigar a população a utilizar seus costumes, ou seja, a questão

é política e religiosa.

O ISIS, também conhecido como Estado Islâmico, é o grupo mais evidente hoje.

Este foi beneficiado com a Guerra da Síria, tomando grandes campos de petróleo para

financiar o terrorismo. O grupo já matou centenas de muçulmanos não radicais e

fazem crianças de soldados para que se tornem adeptos a esse radicalismo.

O grupo terrorista ETA (Pátria Basca e Liberdade) é um grupo separatista do

governo espanhol que quer a independência do país Basco. No passado, o grupo

realizou inúmeros atentados no país, porém a população basca não aprovou tais

episódios, pois ela quer a independência sem armas.

O IRA, ou Exército Republicano Irlandês, é um grupo militar separatista que exige

a segregação da Irlanda do Norte do Reino Unido e a adesão à República da Irlanda.

Antes de 2005, o grupo utilizou o terror como forma de solução para esse problema,

deixando milhares de mortos. Atualmente, o grupo utiliza meios políticos para tratar

do problema, entretanto ainda é considerado uma ameaça à paz na região.

O assunto do terrorismo deve ser tratado com cuidado, pois ele está ligado à

questão da xenofobia e da intolerância, tanto por parte dos terroristas quanto dos

europeus.

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2.1. Segurança

Devido à onda de terrorismo na Europa, as nações estão aumentando a

segurança nacional para deter os atentados e quem os pratica. Os ataques à

população ameaçam os direitos e a liberdade dos cidadãos europeus. Contudo, a UE

adotou uma abordagem global em quatro medidas:

• Regras reforçadas para prevenir novas formas de terrorismo;

• Intensificação no controle das fronteiras externas;

• Melhor controle de armas de fogo;

• Criação de um organismo específico para combater a propaganda terrorista.

Em 2005, o Conselho Europeu aprovou uma estratégia antiterrorista da UE que

se baseia em quatro princípios: prevenir, proteger, perseguir e responder.

No ano passado, o Ministério da Defesa da Bélgica disse que iria reforçar a

segurança do país com mais 1.250 militares nas ruas para conter os terroristas até

2020. No mesmo ano, o país foi alvo de um ataque terrorista do grupo jihadista ISIS,

no qual um homem tentou agredir militares com um facão em Bruxelas, mas logo foi

neutralizado. Aumentar a segurança, para muitos países do Ocidente Europeu,

significa ter mais militares nas ruas, mais patrulhas, rondas e batalhões presentes nas

capitais de cada nação, porém isso só traz medo para a população.

Mesmo que os países europeus reforcem a segurança, combater o terrorismo é

um grande desafio. No intervalo de um ano, acontecem em média cerca de 25

atentados, e muito menos quando são ataques em massa; ou seja, sua ocorrência é

imprevisível. Com pouco mais de 2.300 organizações reconhecidas pelo GTD (Global

Terrorism Database) desde 1970, 70% destas foram constituídas há menos de um

ano. Portanto, o Conselho Europeu, a ONU e várias outras instituições estão tentando

desenvolver uma estratégia que combata de uma vez por todas essa ameaça.

Uma medida política adotada por Donald Trump, que repercutiu em 2017, foi o

banimento de cidadãos de cinco países, que a princípio eram: Somália, Irã, Líbia, Síria

e Iêmen. Mesmo que nenhum destes estivessem envolvidos com os ataques

terroristas desde o 11 de setembro, ainda eram considerados uma ameaça de

infiltração terrorista.

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2.2. Preconceito contra muçulmanos

O preconceito contra muçulmanos pode levar a um ciclo vicioso de isolamento e

radicalização de jovens imigrantes, intensificando a exclusão social, a discriminação

e hostilidade europeia, território que abriga 20 milhões de muçulmanos. As

autoridades europeias têm discutido recentemente formas de melhorar a condição de

vida do grupo muçulmano, construindo mesquitas e melhorando a educação para dar

oportunidade aos religiosos e manter a cultura islâmica, que é a que mais cresce, com

mais adeptos recentes.

Assim, apesar dessa onda de discriminação na Europa, em alguns lugares do

continente os muçulmanos estão tendo seus direitos respeitados. Com

aproximadamente dois milhões de muçulmanos na capital inglesa, o prefeito da cidade

é adepto do islã, um exemplo de diversidade cultural na região.

Ao mesmo tempo, um movimento anti-imigração em resposta ao extremismo

terrorista acontece na Finlândia. O grupo chamado “Soldados de Odin”, criado em 19

de setembro de 2015, atua como uma milícia urbana, fazendo patrulhas em cidades

finlandesas com o argumento de proteger a população, reagindo ao fluxo migratório

muçulmano na Europa.

Contudo, é preciso saber qual será o futuro do continente acerca desta crescente

xenofobia, discriminação, intolerância e hostilidade europeia contra os estrangeiros

refugiados para se chegar a um consenso continental e resolver este impasse de

forma definitiva.

IV. A crise europeia

1. Insuficiência do euro

O euro foi criado a partir de um objetivo político, que era ligar os países

economicamente de forma que isso garantisse a paz. Assim, ele possui falhas quando

analisado do ponto de vista econômico. Quando um país possui sua própria moeda,

ele tem a liberdade de imprimi-la de acordo com suas necessidades econômicas e

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sociais. Por exemplo, quando a taxa de desemprego está alta, é interessante emitir

mais moedas, porque barateia seus produtos no mercado internacional, amplia o

turismo e atrai investidores. Já com taxas maiores, imprimir menos dinheiro aumenta

o poder de compra da população.

Além da desvalorização da moeda, movimentar capital para áreas mais afetadas

é um meio de minimizar danos gerados por crises. Mas, uma vez que não se trata de

uma única nação, transferir dinheiro de um país para o outro geralmente não é aceito

pela população do mais estabilizado. Portanto, a não ser que os países da Zona do

Euro tenham as mesmas necessidades ou um sentimento mais forte de unidade, o

euro não poderá satisfazer completamente as suas diferentes economias.

Ter uma moeda única também exige uma maior fiscalização de orçamentos e de

políticas de reforma econômica entre os países. Tudo se torna mais delicado, uma

vez que a recessão de um país membro prejudica os demais. Portanto, como

ressaltado pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, “decisões

de política econômica se tornam, em grande parte, decisões coletivas”.

2. A crise da dívida pública da Zona do Euro

A Zona do Euro é composta por 19 países

membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre,

Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Finlândia,

França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta,

Holanda, Portugal, Grécia e Espanha – sendo

que Dinamarca e Reino Unido negociaram sua

inatividade. A sua política econômica e

monetária é administrada pelo Banco Central

Europeu (BCE), em Frankfurt, Alemanha, que

tem o objetivo de manter a estabilidade dos

preços, promover o desenvolvimento

econômico e a criação de emprego. Dentre as

suas funções destacam-se o gerenciamento

da produção das notas do euro, a supervisão Banco Central Europeu (BCE)

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dos mercados e instituições financeiras e o controle das taxas de juros de

empréstimos feitos aos bancos comerciais da Zona do Euro. Ele também supervisiona

as reservas de divisa, que é a quantidade de moeda estrangeira depositada de cada

país, e a compra e venda destas para o controle das taxas de câmbio entre os países.

Todos os países da União Europeia devem buscar o uso do euro. Para entrar e

permanecer na política monetária, a nação deve cumprir diversos requisitos,

conhecidos como critérios de Maastricht ou de convergência. Eles exigem que a

inflação esteja sob controle, assim como a estabilidade cambial e a convergência de

taxas de juros. Além disso, ele limita a dívida pública, que não pode ultrapassar o valor

equivalente a 60% do PIB. Já os déficits públicos devem ser menores que 3% do PIB.

Caso isso não ocorra, o país pode ser submetido a um Procedimento Relativo aos

Déficits Excessivos (EDP), que o obriga a depositar o equivalente a 0,2% do PIB como

garantia. Dessa forma, diversas recomendações serão feitas e, caso ele não tenha

sucesso em cumpri-las, esse depósito será tomado como multa e sanções financeiras

serão averiguadas pelos demais países-membros.

O déficit público é avaliado anualmente e equivale a quanto os gastos do governo

foram superiores à sua receita. Quando isso ocorre, o país adquire empréstimos e,

consequentemente, endivida-se. Dessa forma, a dívida pública é o conjunto de déficits

acumulados pelo governo. Ter uma dívida pública alta é negativo porque o que é

gerado pelo país deixa de ser investido nele para quitar algo que já foi utilizado.

Entretanto, se esta for baixa e bem administrada, não é algo pejorativo.

No período pré-crise, devido aos critérios de convergência, pertencer à Zona

do Euro trouxe maior credibilidade aos países com economias menores como

Espanha, Grécia e Portugal. A impressão geral era de que os requisitos seriam

respeitados e, caso alguma economia ameaçasse cair, o BCE iria recuperá-la. Assim,

o risco associado aos países mais fracos era igual ao da Alemanha, que é considerada

a economia mais sólida do mundo.

A crise estadunidense afetou intensamente o continente europeu porque diversas

instituições financeiras, pincipalmente alemãs, investiam no mercado subprime.

Dessa forma, quando a crise estourou, muitas empresas faliram, o que elevou

drasticamente o desemprego.

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Taxa de desemprego

Gráfico feito pelo Google Public Data a partir de dados da Eurostat. www.google.com/publicdata/explore?ds=z8o7pt6rd5uqa6_&hl=pt

Para evitar que isso continuasse ocorrendo, os governos europeus realizaram

diversos bailouts em seus mercados financeiros. Essa medida exigiu muito da receita

pública e aumentou a necessidade de empréstimos que, consequentemente,

aumentaram as dívidas públicas. Além disso, devido a sua recessão, os Estados

Unidos reduziram as importações provenientes da União Europeia, cujo lucro era

essencial para o bloco econômico.

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Dívida pública como porcentagem do PIB

Gráfico feito pelo Google Public Data a partir de dados da Eurostat. www.google.com/publicdata/explore?ds=ds22a34krhq5p_&hl=pt

Quando as dívidas atingiram o seu ápice, a “Troika” (Comissão Europeia, Fundo

Monetário Internacional e Banco Central Europeu) impôs medidas de austeridade

fiscal aos países mais insolventes (Irlanda, Portugal, Itália, Espanha, Chipre e,

principalmente, Grécia) ao mesmo tempo que fornecia pacotes de ajuda financeira.

Sua intenção é recuperar a credibilidade destes a longo prazo, mas em um primeiro

momento essa ação aumentou a tributação, os preços, e ainda mais, o desemprego.

Acompanhados da redução dos gastos públicos e dos salários reais esses resultados

causaram uma enorme insatisfação popular, em meio de protestos e greves,

dificultando a resolução da crise.

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3. Desemprego

A falta de postos de trabalho é a principal causa do desemprego no continente

europeu. O problema explodiu junto com a crise de 2008 após a falência de diversas

instituições. Entretanto, não foi apenas resultado da recessão econômica, mas

também do processo de globalização, da corrupção e de ações indevidas da Troika.

Para competir no mercado mundial, as empresas europeias gradualmente

trocaram seus funcionários por máquinas para baratear a produção. Porém, essa

mudança na forma de produzir gera o desemprego estrutural. Ademais, atingidas pela

crise que assola o continente, muitas empresas reduziram a sua produtividade.

Consequentemente, elas demitiram parte de seus funcionários. Esse tipo de

desemprego é conhecido como desemprego cíclico. Seu nome remete ao ciclo

interminável de diminuição da produção por causa do baixo consumo e a redução de

contratados.

As políticas de austeridade impostas pela Troika tiveram um impacto negativo na

disponibilidade de trabalho, uma vez que exigiam o aumento dos impostos e a redução

de gastos, inclusive com cargos públicos. Elas diminuíram o poder aquisitivo da

população porque desregulamentaram o mercado, que abaixou os salários. Dessa

forma, o consumo e a produção de emprego caíram. Além disso, os pacotes de ajuda

financeira foram mal aplicados pelos bancos, pois deveriam ajudar famílias e

pequenas e médias empresas, mas foram utilizados em processos que diminuem

ainda mais os postos de trabalho, como a fusão de duas grandes empresas.

Após uma década, as taxas de desemprego estão finalmente se assemelhando

às de antes da crise. Porém, os empregos criados são piores que os anteriores e o

bloco econômico ainda enfrenta o desemprego de longo prazo e o desemprego juvenil,

que afeta a população entre 16 e 25 anos. Constantemente as empresas assinam

contratos curtos com os seus funcionários, que não são renovados caso a economia

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reduza seu desempenho. Portanto, mesmo que estejam empregadas, as pessoas não

têm mais a estabilidade financeira anterior à recessão.

No começo de 2017, quase metade (44,6%) dos desempregados da União

Europeia buscavam trabalho há mais de um ano. O desemprego de longo prazo é um

grande desafio para o continente, uma vez que quanto mais tempo as pessoas ficam

afastadas do mercado de trabalho, mais difícil é reinseri-las. Além disso, essas ficam

expostas à pobreza e à exclusão social. Tendo em vista que essa situação deteriora

a confiança da população na política e na economia das nações, é muito importante

estimular os desempregados a continuar buscando a contratação. Dessa forma, essa

situação exige o aconselhamento especializado e individual, contudo os centros de

busca de trabalho não cumprem as expectativas quanto à quantidade e qualidade de

serviços.

A inatividade de jovens varia muito entre os países da UE, atingindo 6,6% na

Alemanha e 41,5% na Espanha, por exemplo. De acordo com a Eurostat, em fevereiro

de 2017, 3,9 milhões de jovens da UE estavam desocupados. A causa desses

números é simples: como esse grupo não possui uma grande experiência profissional,

as empresas preferem destinar suas vagas limitadas aos mais experientes. Acredita-

se que a geração atual não terá a mesma renda que os seus responsáveis, caso a

escassez de emprego continue. A falta de experiência acarreta em salários menores

e cargos baixos, portanto o seu poder aquisitivo não será tão grande quanto seria caso

tivessem mais oportunidades.

Para ambas as ramificações do desemprego, cada membro do bloco aplica

medidas diferentes. As mais difundidas são o fornecimento de vagas públicas

temporárias, incentivos fiscais para empresas que contratem essa mão de obra e o

investimento em programas de formação para qualificar os trabalhadores. Contudo, a

verba governamental vem majoritariamente dos impostos e é muito caro manter

empregos e cargos públicos. Portanto, é essencial atrair e incentivar o

empreendedorismo junto com essas medidas.

Por fim, os escândalos de corrupção iniciados após a divulgação do Panama

Papers (documentos referentes às contas secretas em paraísos fiscais que

expuseram políticos de todo o mundo) interferiram ainda mais na instabilidade

europeia. Toda essa incerteza sobre o governo, a sociedade e a economia afasta

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possíveis investidores, que são essenciais para o crescimento econômico e a geração

de emprego.

4. Problemas demográficos

O envelhecimento da população europeia está alarmando seus governantes, pois,

junto à baixa taxa de natalidade do continente e ao aumento da emigração, pode gerar

sérios problemas ao desenvolvimento econômico. Ter uma baixa taxa de mortalidade

não é algo necessariamente ruim porque é fruto de uma boa qualidade de vida, mas

se torna algo maléfico ao sobrecarregar a População Economicamente Ativa (PEA)

de seu país.

A PEA é composta pelos habitantes com capacidade produtiva, geralmente entre

15 e 64 anos, portanto é a que mais garante ganhos econômicos à nação. A sua

redução implica menos mão de obra, que gera menos arrecadação de impostos,

menor consumo e salários maiores, conforme a lei da oferta e procura. Essas

características criam uma fuga de capital, uma vez que são desfavoráveis aos

empresários por diminuírem seus lucros.

Pirâmide etária da União Europeia

Fonte: Eurostat. Legenda: Cor sólida – 2016. Não preenchida – 2001. Azul: Homens/Laranja: Mulheres

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A terceira idade demanda mais previdências sociais, principalmente na área de

saúde, o que eleva os gastos públicos. Diante disso, em setembro de 2017, foi

realizada em Lisboa, Portugal, uma conferência da Comissão Econômica das Nações

Unidas para a Europa (UNECE) para definir estratégias que mantenham os idosos no

mercado de trabalho por mais tempo. Sua discussão foi baseada em três tópicos:

como fazer a sociedade reconhecer o potencial e as competências dos idosos, como

prolongar sua vida ativa e minimizar o impacto das inovações tecnológicas e, por fim,

como garantir um envelhecimento com dignidade que reduza a necessidade de

assistência.

Expectativa de vida dos países membros da União

Europeia em 2015

Fonte: Banco Mundial, 2017.

A Europa precisa manter o máximo de pessoas possível em sua PEA, pois a

insuficiência de nascimentos e o aumento da emigração indicam que sua reposição

ainda não está garantida. Para que isso ocorra, a taxa de fecundidade, número de

filhos por mulher fértil, deve ser superior a 2,1. Entretanto, nenhum país da União

Europeia supre as exigências. A sua redução é causada pela introdução da mulher no

mercado de trabalho e da ampliação de métodos contraceptivos. A prioridade do sexo

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feminino deixou de ser o casamento e se tornou os estudos e a carreira. Dessa forma,

a formação de família é adiada e feita em número reduzido. Uma pesquisa feita pelo

Instituto Max Plank mostra que medidas de política familiar, como a criação de

unidades de cuidado infantil, horários de trabalho flexíveis e a equiparação dos sexos,

são favoráveis porque facilitam o cotidiano da criação dos filhos. A França, por

exemplo, fornece ajuda financeira a partir do primeiro nascimento e maiores

benefícios após o terceiro filho. Seu objetivo é manter as mulheres no mercado de

trabalho ao mesmo tempo que constroem uma família.

Taxa de fecundidade dos países membros da União

Europeia em 2015

Fonte: Banco Mundial, 2017.

Após as crises que atingiram o continente, o fluxo de migração dentro do bloco

econômico cresceu. O desemprego foi a maior motivação para os europeus deixarem

seus países de origem, seja com destino regional ou internacional. Entretanto, a

emigração não é um problema social e econômico tão grande quanto os já discutidos

até aqui. De acordo com o Eurostat, serviço de estatística da União Europeia, a

migração pode ser utilizada para solucionar problemas pontuais, como escassez de

mão de obra, mas, sozinha, não interfere no envelhecimento da população.

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V. Política

1. Sentimento nacionalista

O nacionalismo representa o sentimento de um cidadão de pertencer a um grupo

de pessoas, seja em consequência dos vínculos étnicos, linguísticos, culturais ou

históricos. Esse grupo reivindica o direito de formar uma nação independente, da qual

sentem imenso orgulho. Durante a formação dos Estados-nação, no século XVIII, era

essencial que fosse despertado na população o sentimento nacionalista e, assim

como ocorreu em toda a Europa, criaram-se fortes nacionalismos em todos os países

europeus que, atualmente, estão mais fortes. Porém, o amor à sua nação tornou-se

também ódio contra as outras, o que motivou grandes conflitos, como as guerras

mundiais, que transformaram um sentimento de pertencimento em um sentimento de

superioridade.

Ao final das guerras, foi percebida a urgência em acabar com o ódio entre as

nações para evitar um novo conflito e assim nasceu um “projeto europeu” de união

que incentivou o nacionalismo europeu, ou seja, o povo europeu como um único

grupo. Esse “pan-nacionalismo” alavancou o surgimento da União Europeia como um

bloco econômico, com o objetivo de recriar a grandiosidade dos grandes impérios que

originaram os Estados europeus e transformar-se novamente em uma das maiores

potências mundiais. Todavia, segundo Micael Sousa, analista histórico, em seu artigo

para a Associação Portuguesa de Estudos Europeus (APEE), o projeto não teve êxito,

uma vez que a unidade nacional europeia não foi capaz de vencer o nacionalismo já

enraizado e com tendências separatistas.

O analista afirma que a origem dos problemas da Europa está na falta de unidade

entre os países e no repúdio aos estrangeiros, o que gerou as crises econômicas, de

identidade e a questão do Brexit. Com a intensa crise migratória de refugiados

islâmicos no território europeu, todos esses problemas se agravaram, principalmente

os econômicos. A população sofre diretamente com isso, o que inconscientemente,

gera uma aversão ainda maior ao estrangeiro, principalmente aos islâmicos, incluindo

aqueles que são europeus por nascença. A superioridade ilusória do nacionalismo

abre espaço para a responsabilização de outras culturas pelos problemas de uma

nação, assim como foi feito pela Alemanha nazista em relação aos judeus e assim

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como está sendo feito pelos novos partidos de extrema direita europeus, que ganham

cada vez mais força, em relação aos muçulmanos, por exemplo.

2. Crise de identidade nacional

A identidade nacional é fruto direto do nacionalismo, uma vez que é o sentimento

de fazer parte de uma nação ou sociedade, valorizando sua cultura e seus costumes.

Ela forma o ser humano como cidadão; o nacionalismo, como citado anteriormente, é

a sensação de pertencimento a um grupo e o desejo de formar, com esse grupo, uma

nação. Pela falta de unidade dos países europeus e a grande crise migratória de

muçulmanos para a Europa, percebe-se uma crise de identidade nacional europeia,

gerada pelo grande “caldeirão cultural” formado. Ou seja, a falta de unidade

enfraquece a cultura europeia, e a migração leva a cultura islâmica em massa ao

território da Europa, enquanto o europeu sente que seus costumes, sua cultura e sua

identidade nacional perdem valor dentro de seu país.

A “islamização da Europa” faz com que o cidadão europeu tenha medo que sua

cultura se perca ou se transforme, isso desperta, na sociedade, o conservadorismo e

a “islamofobia”, levando à marginalização e ao ódio contra os refugiados e os

islâmicos europeus. Porém, não só a cultura do país é abalada, mas também a

economia, como explicado no tópico anterior, a qual se enfraquece, pois não tem

capacidade de sustentar a grande massa de refugiados que precisa de abrigo,

alimentação, água limpa e cuidados médicos. Por isso, o europeu também culpa o

imigrante pela crise econômica que o atinge diretamente, seja pelo aumento de

impostos, ou até mesmo pelo desemprego, aumentando o ódio e o conservadorismo.

Um outro motivo pelo qual o europeu torna-se islamofóbico é o terrorismo que

assola o continente. O número de ataques aumentou nos últimos anos, por

consequência do movimento migratório, o que preocupa não só a comunidade

europeia, mas toda a comunidade internacional. Não há dúvidas de que isso faz com

que os Estados fechem suas portas aos refugiados, prezando pela segurança e pela

vontade da população.

3. Ideologias conservadoras e partidos extremistas

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Ao juntar a crise econômica, o nacionalismo enraizado e a crise migratória, com

todas as suas consequências, desperta-se o conservadorismo na sociedade europeia,

como um instinto protecionista para com sua nação e sua cultura. Dessa forma, abre-

se espaço para partidos políticos de extrema direita, os quais ascendem com força

em toda a União Europeia. Esses partidos defendem mudanças radicais na economia,

como a saída do bloco, por exemplo, o fechamento das fronteiras para refugiados e,

muitas vezes, são contra a manifestação da cultura islâmica dentro do país.

O resultado das últimas eleições em alguns países é extremamente preocupante,

pois esses partidos ganharam muito espaço nos congressos e quase chegaram à

liderança do governo com um grande apoio populacional. Ideologias que se

aproximam do fascismo e do nazismo se fortaleceram em países extremamente

liberais e democráticos, como a Holanda, o que preocupa os governos locais, a

população e a comunidade internacional. Esse movimento conservador divide ainda

mais a Europa, entre aqueles que são a favor da ideologia e os que são a favor da

entrada dos refugiados, gerando uma onda de protestos de ambos os lados e

aumentando a instabilidade política do continente.

3.1. Aurora Dourada (Grécia)

Fonte: www.zerohora.clicrbs.com.br/rbs/image/16536619.jpg?w=700

O partido político Aurora Dourada, da Grécia, é considerado o mais radical

dentre todos os de extrema direita e é constantemente comparado ao Partido Nacional

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dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), conhecido como partido nazista alemão de

Adolf Hitler. Liderado por Nikoláos Michaloliákos, o partido é antiliberal, antimarxista e

contra a entrada de imigrantes. Considerado violento, racista, xenófobo, islamofóbico,

antissemita, homofóbico e sexista, defende a expulsão de todos os imigrantes ilegais

do país, pois os culpa pela enorme crise financeira que a Grécia enfrenta desde 2008.

Utilizam símbolos semelhantes aos nazifascistas, como a saudação romana, e

sua bandeira lembra a suástica de Hitler, embora eles neguem ser neonazistas ou

fascistas. Nas últimas eleições gregas, obtiveram quase 10% dos votos, conquistando

então três cadeiras no Parlamento. O partido vem crescendo desde 2009 e ganha a

aprovação de parte da população, mesmo que alguns de seus integrantes sejam

acusados de crimes de ódio contra imigrantes, homossexuais e minorias étnicas.

3.2. Alternativa para Alemanha (Alemanha)

Fonte: www.nexojornal.com.br/incoming/imagens/Candidata_AFD.jpg/BINARY/Candidata_AFD.jpg

O jovem partido “Alternativa para Alemanha”, ou AFD, foi fundado em 2013 por

um pequeno grupo de professores eurocéticos, ou seja, anti-euro. Comandado por

Alexander Gauland e Alice Weidel, o partido defende a dissolução da União Europeia,

a volta do marco alemão, o liberalismo econômico e o fechamento das fronteiras para

imigrantes. Apesar de negar quaisquer influências neonazistas, é abertamente

xenófobo e conservador, sendo o primeiro partido de extrema direita a conquistar

espaço nas urnas e no Parlamento Alemão desde 1945.

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Na última eleição para chancelaria, o AFD ficou em segundo lugar, atrás apenas

de Angela Merkel, que alcançou 30% dos votos, nunca havia obtido um resultado tão

baixo, enquanto o novo partido alemão cresce exponencialmente. Entretanto, grande

parte da população critica o partido e lamenta que uma ideologia neonazista tenha

espaço na Alemanha, país que sofrera imensamente nas mãos de Hitler.

3.3. Partido para a Liberdade (Holanda)

Fonte: www.cdn.images.express.co.uk/img/dynamic/78/590x/geert-685943.jpg

O Partido para a Liberdade, ou PVV, é relativamente novo, fundado em 2006 pelo

político Geert Wilders como um partido de uma única pessoa, mas rapidamente

ganhou filiados. Defende o intervencionismo na economia e é teoricamente de centro-

direita, porém é tratado na mídia como de extrema direita por defender medidas contra

a imigração. Preza pela cultura ocidental cristã, é extremamente conservador e

assumidamente anti-islã.

Já no primeiro ano de vida, nas eleições de 2006, o PVV assumiu 9 cadeiras no

Parlamento Holandês, com quase 6% dos votos; desde então, o partido cresce e

ganha o apoio do povo. Nas eleições de 2010, tornou-se o terceiro maior partido do

país, o que é contraditório, visto que a Holanda é um dos países mais liberais e

progressistas do mundo. Foi o primeiro país a legalizar o casamento de pessoas do

mesmo sexo, a eutanásia, e a descriminalizar o usuário de maconha, mas é também

o país onde o conservadorismo e a xenofobia estão cada vez mais presentes.

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3.4. Frente Nacional (França)

Fonte: www.nexojornal.com.br/incoming/imagens/Le-en/ALTERNATES/LANDSCAPE_640/Le%20Pen

Um pouco mais antigo que os demais, a Frente Nacional é o partido conservador

da França, fundado em 1972. No início, era um partido fraco e sem muito apoio, mas

atualmente é o terceiro maior partido da França; sua líder, Marine Le Pen, teve mais

de 30% dos votos no segundo turno da última eleição presidencial. Essa é uma

conquista que vem desde 2002, ano em que o antigo líder, Jean-Marie Le Pen, chegou

ao segundo turno para a presidência.

Nacionalista, protecionista, anti-imigração e eurocética, a Frente Nacional mostra

a transformação do país, conhecido pela democracia e pela liberdade em um país

xenófobo e conservador. O berço da fraternidade agora fecha as fronteiras para

refugiados, e criminaliza a manifestação da cultura islâmica. A França enfrenta sérios

problemas econômicos e de segurança, devido aos últimos ataques terroristas, que

amedrontam toda a população, a solução, segundo a Frente Nacional, é a expulsão

de imigrantes ilegais.

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3.5. Liga do Norte (Itália)

Fonte: www.gaceta.es/wp-content/uploads/2017/06/salvini2.jpg

País que sofreu com a crise de 2008, a Itália não poderia estar de fora da lista. A

Liga do Norte é um partido conservador em ideologia, mesmo defendendo uma

economia liberal. O presidente do partido, Matteo Salvini, lidera o partido desde sua

fundação, em 1991, com princípios anti-corrupção; assim, logo conquistou a

população, a qual sofria com a grande corrupção da I República Italiana. Apesar de

criticar o modelo atual da UE, não defende o fim do bloco, e sim uma reforma, a fim

de dar mais poder ao Parlamento Europeu.

Recentemente, com o fluxo de refugiados para a região, o partido se mostrou

xenófobo, anti-islã, sendo então contra a imigração. Tem representatividade tanto em

parlamentos regionais quanto no Parlamento Europeu, porém o partido se mostra

estagnado, sem um crescimento considerável em representatividade. Ainda assim, é

forte dentro da Itália, país que deu origem ao fascismo com Mussolini.

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3.6. Partido da Independência do Reino Unido (Reino Unido)

Fonte:

www.static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=DN&type=generate&name=original&id=8808604&s

ource=ng8827477.jpg&w=579&t=20170929200100

Um dos grandes apoiadores do Brexit, o Partido de Independência do Reino

Unido, mais conhecido como UKIP, chegou a ser o terceiro maior partido do Reino

Unido. Não havia representatividade até 2014, quando ficou em primeiro lugar nas

eleições, conquistando 24 de 73 cadeiras no Parlamento Europeu. Defende o

liberalismo econômico, é contra a União Europeia e a imigração, sendo então acusado

de xenofobia e racismo pela mídia.

A UKIP tem decaído desde 2016, a população é polarizada entre os que o apoiam

e os que o criticam fortemente. Hoje, não tem a mesma representatividade que tinha

anteriormente no Reino Unido, mesmo sendo ainda um partido forte dentro do país;

isso fez com que seu antigo líder, Paul Nuttall, renunciasse, sendo substituído por

Henry Bolton, em 2017.

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3.7. Jobbik (Hungria)

Fonte: www.jobbik.com/sites/default/files/users/user72/vona_iroda.jpg

Jobbik, ou Movimento por uma Hungria Melhor, é um dos partidos mais

extremistas da Europa. Fundado em 2003 pelo atual líder, Gabór Vona, é o terceiro

maior partido húngaro atualmente, e conquistou, nas eleições de 2014, mais de 20%

dos assentos no Parlamento, com apoio crescente da população.

Embora negue, é acusado de ser neonazista, racista, antissemita, e homofóbico,

e era fortemente criticado pela mídia, até o Tribunal de Última Instância Húngaro

proibir a mídia de fazer tais acusações. Ultranacionalista, o partido defende os valores

cristãos e os interesses húngaros, sendo totalmente contra a imigração e a integração

europeia, rejeitando o bloco e o capitalismo global.

VI. Considerações Finais

O comitê trouxe essa temática, pois acredita que a situação abordada não é

exclusiva do continente europeu. A questão política e humanitária traz uma reflexão

sobre a sociedade brasileira atual. Também é importante desconstruir a ideia de que

a Europa não tem complicações; assim como qualquer continente do mundo, ela tem

seus problemas, e o senso crítico deve prevalecer.

Esperamos que aproveitem essa experiência e absorvam o máximo

conhecimento possível das discussões para que levem consigo algum aprendizado.

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Vale ressaltar que a participação e a dedicação de todos são essenciais para que a

experiência seja completa e agradável. Desejamos aos senhores um ótimo evento e

uma excelente simulação.

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VII. Referências

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Economia

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