guia de estudos de fundamentos de administração

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1 Ciências Contábeis Fundamentos da Administração Aula 1 Profa. Cristiane Marques de Mello

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1

Ciências

Contábeis

Fundamentos da Administração

Aula 1

Profa. Cristiane Marques de Mello

2

Fundamentos do Planejamento

Introdução

O que é planejar?

É possível fazer planos pessoais, planejamento da vida profissional, familiar,

financeiro, entre outros.

Como você planeja suas atividades pessoais?

Pense em como você planeja suas atividades pessoais e diárias,

e responda: você costuma anotar o que precisa fazer durante o

dia, semana, mês ou ano? Se você não tem este hábito é

provável que enfrente alguns problemas com a

administração do seu tempo.

Essa breve introdução tem como objetivo fazer você pensar sobre a

importância de se planejar as atividades, especialmente no que se refere às

atividades organizacionais.

Na sequência iremos tratar do processo de administração nas organizações e

conhecer um pouco mais sobre as funções e as atividades envolvidas nesse

processo.

1. O Processo de Administração

O processo de administração envolve quatro funções essenciais: planejar,

organizar, dirigir e controlar. A primeira a ser tratada aqui será a função de planejar.

O planejamento é a primeira atividade para aquele que necessita realizar ou

organizar alguma coisa. Henry Fayol foi o primeiro a pensar em gestão e a organizar

as empresas por funções (PECI; SOBRAL, 2012).

3

Fayol definiu a administração como um processo dinâmico, composto por

cinco funções: prever (ou planejar); organizar; comandar; coordenar e controlar. Peci

e Sobral (2012) descrevem essas funções da seguinte maneira:

Prever – investigar o futuro e traçar o programa de ações a serem

desenvolvidas.

Organizar – constituir os organismos material e social da organização.

Comandar – dirigir o pessoal evolvido nas atividades organizacionais.

Coordenar – significa ligar, unir todos os atos e esforços.

Controlar – monitorar para que tudo ocorra de acordo com regras e objetivos

estabelecidos.

Mais tarde, as funções comandar e coordenar foram suprimidos na função

dirigir. Desse modo, a maior parte dos autores descreve como principais funções:

planejar, organizar, dirigir e controlar. Essas funções estão interligadas entre si,

conforme representado na figura a seguir.

Figura 1: Processo de Administração.

1.1 As quatro principais funções da administração

Nesta seção apresentamos as principais funções da administração, conforme

apontadas anteriormente.

4

O planejamento

No planejamento há especificação das metas e dos objetivos a serem

alcançados, a definição de estratégias e ações, e o desenvolvimento de planos para

a integração e coordenação de atividades, com as especificações de quem, como e

quando as ações do planejamento serão realizadas.

É extremamente importante que todas as ações estejam definidas de modo

claro para todos os envolvidos, a fim de que cada membro da organização saiba

exatamente quais são suas responsabilidades, funções e atividades a serem

desenvolvidas para o alcance das metas e dos objetivos previamente estabelecidos.

A organização

Fonte: <http://www.boganpm.com/?page_id=56>.

É a função que distribui as tarefas e os recursos disponíveis da organização.

É nessa função que há a definição de quem tem autoridade sobre quem, e

estabelece quando e onde as decisões devem ser tomadas.

Uma das formas de representar a função “organização” é por meio de um

organograma, conforme modelo a seguir.

5

Figura 2: Modelo de um organograma.

Todos que compõem a organização precisam conhecer as relações de

hierarquia, autoridade e responsabilidade que envolvem seus departamentos e a

organização como um todo. Tanto as relações horizontais (de comunicação) quanto

as relações verticais (de níveis hierárquicos) precisam ser claramente estabelecidas.

A direção

A função direção tem como principal objetivo o de liderar, coordenar os

trabalhadores, selecionar o canal de comunicação mais adequado e resolver os

conflitos entre os subordinados.

Aqueles que irão conduzir os membros da organização necessitam

desenvolver algumas características como: liderança, comunicação interpessoal,

disposição, capacidade para resolver conflitos, dentre outras.

6

O controle

Controlar significa monitorar e avaliar o desempenho da organização;

comparar os resultados com objetivos planejados e corrigir os desvios encontrados.

As funções da administração podem variar de acordo com o nível

organizacional, tipo de organização (pública ou privada) e dimensão da organização

(tamanho).

Figura 3: Níveis hierárquicos.

Cada função administrativa varia em termos de relevância e intensidade,

conforme o nível hierárquico do gestor. Quanto mais próximo o gestor estiver do

nível mais elevado da organização, mais ele exercerá a função de planejamento e

menos de direção. Exemplo: um gerente de supermercado tem como função principal

fazer com que todas as coisas funcionem no estabelecimento, enquanto os altos

executivos da rede de supermercados irão desenvolver estratégias da organização

como um todo (PECI; ALKETA, 2012).

As organizações podem ser classificadas como pública ou privada, possuindo

tarefas e atividades semelhantes, mas com objetivos e formas de mensurar os

resultados diferentes.

As organizações também se diferem na sua dimensão, ou seja, no seu

tamanho. As diferenças encontram-se na intensidade e na importância e não nas

atividades organizacionais. O administrador de uma pequena ou micro empresa é

mais generalista; ele, muitas vezes, acumula funções dos três níveis. As estruturas

7

das grandes empresas “são mais complexas e mais burocratizadas e os sistemas de

avaliação e controle mais sofisticados” (PECI; ALKETA, 2012, p. 8).

A seguir sugerimos a aplicação das funções administrativas em uma pequena

fábrica de chocolates.

Prática e Aplicação

Funções Administrativas

Suponha que você seja o

dono de uma pequena

fábrica de chocolates. O

que você faz na época da Páscoa?

Planeja o quanto a mais de chocolates serão produzidos e de quantos

trabalhadores irá precisar.

Organiza a produção, contrata mais trabalhadores, distribui tarefas

(especificando, claramente, qual a função a ser desenvolvida por cada membro

da empresa) e recursos necessários ao desenvolvimento das atividades.

Dirige os funcionários, desenvolvendo o potencial dos antigos e treinando os

novos para as tarefas.

Controla e acompanha a produção para ver se tudo está correndo bem.

Em resumo, as empresas, nos dias atuais, precisam planejar para enfrentar

as mudanças que ocorrem na economia, na política, na cultura, nos estilos de vida e

na tecnologia.

Na seção seguinte, discutiremos a função “planejamento” de maneira mais

abrangente.

2. Fundamentos do Planejamento

O planejamento é a função da administração responsável pela definição dos

objetivos da organização e dos planos que integram e coordenam suas atividades.

8

Sem planejar a empresa fica sem rumo.

O planejamento pode ser formal (formalizado em documentos

escritos) ou informal (em que os objetivos são definidos sem muita

precisão). Além disso, o planejamento possui duas atribuições: (1)

definir o que deve ser feito e (2) como deve ser feito, conforme

apontam Peci e Alketa (2012).

Nas micro e pequenas empresas é comum haver um planejamento informal,

no qual as metas e objetivos são definidos sem muita clareza e precisão. Entretanto,

aqui estamos tratando de um planejamento formal para direcionar as organizações

na condução das suas ações.

A primeira atribuição do planejamento formal refere-se à descrição e ao

detalhamento de todas as ações e atividades que serão desenvolvidas pela

organização e seus membros para alcançar os objetivos preestabelecidos.

A segunda atribuição refere-se ao modo de como essas atividades e ações

serão realizadas e quais os recursos disponíveis para a efetivação das mesmas.

Você já pensou em como seria uma empresa aérea se não houvesse um

planejamento das atividades a serem executadas? Como os aviões fariam a

decolagem e o pouso se não houvesse um planejamento para o controle de voos?

O planejamento é essencial, especialmente para as empresas que atuam em

um ambiente turbulento e dinâmico, onde o melhor é minimizar os riscos e evitar as

perdas. Para o bom andamento da empresa é necessária a realização de um

planejamento anual, bem como um planejamento de suas atividades diárias.

9

Curiosidade

Os primeiros estudos sobre administração surgiram no século XX. Era uma época

em que as organizações atuavam em um ambiente estável e não havia uma

necessidade tão grande de planejamento como nos dias atuais. Dentre os principais

nomes relacionados aos primeiros estudos da Administração estão Frederick W.

Taylor, Henri Fayol e Henry Ford.

Para Taylor o planejamento refere-se ao estudo detalhado e minucioso do

trabalho do funcionário e ao estabelecimento de um método de trabalho.

O planejamento pode ser conceituado como a definição das metas ou

objetivos a ser alcançados, além dos meios a serem utilizados para o alcance dos

resultados esperados em um determinado período de tempo.

Vamos pensar, por exemplo, em uma indústria de roupas. O planejamento

neste tipo de indústria deve incluir: objetivos (que podem estar vinculados a ganho

de mercado, aumento da produtividade, otimização de recursos e minimização de

custos de produção, entre outros), recursos necessários para alcance desses

objetivos (que podem ser humanos, financeiros, tecnológicos, materiais e

equipamentos, financiamentos etc.) e as ações que serão desenvolvidas em um

período de tempo a ser estabelecido (mensal, bimestral, trimestral, anual, bienal,

etc.). A divisão do trabalho precisa ser feita de maneira que todos possam

compreender qual é o seu papel e suas responsabilidades.

No que se refere às vantagens do planejamento formal, relacionamos os

seguintes aspectos:

proporciona senso de direção – provendo rumo para as atividades

organizacionais;

focaliza esforços – promovendo a integração e a coordenação das atividades

dos membros da organização;

maximiza a eficiência – estabelecendo o que é prioridade, evitando os

desperdícios e otimizando esforços e recursos;

10

reduz o impacto no ambiente – ajudando os administradores e gerentes a

enfrentarem as mudanças ocorridas no ambiente;

define parâmetros de controle – oferecendo critérios de avaliação de

desempenho organizacional e permitindo o controle da organização;

atua como fonte de motivação e comprometimento – facilitando a identificação

do papel desempenhado por cada funcionário e proporcionando maior

comprometimento e motivação;

favorece o ajuste do ambiente quando necessário e potencializa o

autoconhecimento organizacional – requerendo uma análise de forças e

fraquezas internas e das ameaças e oportunidades que provêm do ambiente

externo, buscando o melhor ajuste entre o ambiente interno e o externo;

direciona as ações organizacionais, de modo geral.

O planejamento precisa ser flexível e ser passível de mudanças. Sem o

planejamento a empresa fica sem direção.

A utilização do planejamento formal influencia o desempenho organizacional

positivamente, aumentando a rentabilidade em termos de lucros e retorno sobre os

investimentos.

Síntese

A preocupação com o modo como as organizações desenvolvem suas

atividades é algo que tem sido discutido por diversos precursores da administração

ao longo do tempo. Na verdade, pretende-se criar uma melhor compreensão do

papel das organizações na vida dos trabalhadores e da sociedade, na busca por

desenvolvimento próprio e na economia do país.

Vimos que são quatro as funções administrativas e que são extremamente

importantes para o bom andamento das atividades diárias das organizações. Sendo

assim, entender essas funções é de fundamental importância para o

desenvolvimento adequado das práticas organizacionais.

11

Nosso foco principal aqui foi o de abordar o planejamento. O processo de

planejar é uma das ferramentas mais utilizadas pelas organizações para administrar

suas atividades e suas relações com o ambiente que as cercam.

É na função “planejamento” que se definem a missão de uma organização, os

objetivos e as metas, os planos para alcançá-los e as atividades a serem executadas

por cada setor ou departamento da organização. O planejamento é uma ferramenta

que contribui para o enfrentamento da concorrência, no sentido de preparar a

organização para o mercado e ajudá-la a ver com clareza onde ela está e onde

pretende chegar.

Além dos resultados obtidos com o planejamento, o mais importante é o grau

de integração e motivação que ele desencadeia nos membros da organização, bem

como o aprendizado organizacional que ele proporciona.

12

Atividades

1. Suponha que você irá fazer uma viagem de férias com sua família, com

amigos ou sozinho - se preferir -, e que você será o responsável por todo o

planejamento da viagem. Assim:

Fonte: http://www.terra.com.br/turismo Fonte: http://www.terra.com.br/turismo

a) Como você planeja sua viagem?

b) Como você irá levantar os recursos necessários para a realização da viagem?

2. Suponhamos que você seja um dos gerentes de uma rede de restaurantes

bem conceituados na sua região ou Estado, e que o proprietário desta

empresa elegeu você e sua equipe para elaborar o planejamento anual da

empresa.

Fonte: http://vejasp.abril.com.brFonte: http://vejasp.abril.com.br

O foco principal está em conquistar novos clientes para aumentar as

vendas, além de minimizar os custos de produção das refeições. Sendo

assim, responda:

13

a) Quais serão as ações a serem tomadas no que se refere ao planejamento,

organização, direção e controle das atividades a serem realizadas?

b) Como você pretende conduzir o planejamento elaborado?

14

Referências

PECI, A.; SOBRAL, F. Fundamentos de Administração. São Paulo: Pearson

Brasil, 2012.

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Ciências Contábeis

Fundamentos da Administração

Aula 2

Profa. Cristiane Marques de Mello

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Introdução

Hoje, abordaremos os planos e objetivos organizacionais, bem como a relação

entre o planejamento e a estratégia empresarial.

O planejamento tem duas atribuições:

1. Definir o que deve ser feito – objetivos;

2. Definir como deve ser feito – planos.

Os objetivos especificam os estágios futuros que a

organização busca atingir e os planos estabelecem os

meios para alcançá-los.

A elaboração dos objetivos da organização, o planejamento e a definição da

estratégia são fundamentais para o bom andamento das atividades e práticas diárias

que são desenvolvidas no âmbito da organização.

Planos e Objetivos

Os objetivos são parte dos planos, e não é possível elaborar um plano sem

que o gestor determine, com antecedência, os objetivos futuros a serem alcançados.

O plano serve para dirigir os gestores no processo de suas atividades e de toda a

empresa.

Os planos podem ser caracterizados como a tradução formal do planejamento

em documentos que estabelecem o modo como os objetivos deverão ser

alcançados.

Peci e Sobral (2012) discorrem sobre alguns tipos de planos. Os planos

podem ser classificados de acordo com sua abrangência, horizonte temporal, grau

de especificidade e permanência.

1. Abrangência – os planos podem ser estratégicos, táticos ou operacionais.

3

No nível estratégico temos os administradores de topo, onde o planejamento

tem foco em toda a organização; a orientação é de longo prazo; os objetivos e

os planos são gerais.

No nível tático encontramos os gerentes. Neste nível, o planejamento tem

foco nos setores ou departamentos da organização; a orientação é de prazo

médio e é onde se definem as principais ações que cada departamento irá

desenvolver.

No nível operacional temos os supervisores de 1ª linha. O planejamento tem

foco em tarefas do dia a dia (rotineiras); são definidos procedimentos

específicos (dependendo das funções a serem desempenhadas por cada

setor ou departamento); os objetivos estão voltados para os resultados que

são esperados.

Perceba que aqui estamos focando em quem comanda cada nível, e que têm

participação mais direta no desenvolvimento desse plano.

1. Horizonte temporal – os planos podem ser de curto, médio e longo prazos.

2. Grau de especificidade – os planos podem ser específicos (foco no

processo) ou gerais (foco nos objetivos).

3. Permanência – os planos podem ser permanentes (tarefas de rotinas) ou

temporários (que se extinguem quando seus objetivos são alcançados).

Dica:

Junto à elaboração dos planos e objetivos, é

importante que o gestor também defina um

cronograma para a realização de cada uma das

etapas do processo.

4

Vimos que todo planejamento tem objetivos que são previamente

estabelecidos. Os objetivos, assim como os planos, também variam de acordo com o

nível organizacional, como demonstrado no quadro a seguir:

Quadro 1 – Objetivos por nível organizacional

Nível organizacional Tipos de

objetivos

Quais são os objetivos Quem formula

Nível estratégico

Objetivos

estratégicos

Referem-se à empresa

como um todo e buscam

traduzir a missão em

termos mais concretos.

Alta administração

Nível tático Objetivos táticos

Correspondem aos

resultados esperados para

as principais divisões ou

departamentos da

organização.

Gerentes de nível

médio

Nível operacional Objetivos

operacionais

Definem os resultados

específicos esperados de

grupos e indivíduos.

Supervisores de 1ª

linha e, em alguns

casos,

funcionários

Fonte: Peci e Sobral (2012, p. 18).

Perceba que os objetivos operacionais são os que possibilitam atingir os

objetivos táticos que, por sua vez, são sustentadores da realização dos objetivos

estratégicos.

A seguir vamos conhecer as características dos objetivos eficazes.

Características dos Objetivos Eficazes

Os objetivos eficazes devem ser:

5

1. Específicos – é necessário que haja clareza e objetividade quanto à

formulação dos objetivos.

2. Mensuráveis – os objetivos precisam ser quantificáveis, ou seja, é preciso ter

indicadores de medidas que possam apontar o alcance ou não alcance dos

objetivos preestabelecidos.

3. Desafiadores, mas alcançáveis - os objetivos precisam ser desafiadores no

sentido de motivar os membros da organização a alcançá-los, mas devem ser

passíveis de serem alcançados.

4. Definidos no tempo – os objetivos devem vir acompanhados de datas e

períodos definidos. Por exemplo, a empresa deseja aumentar suas vendas

em 5% em 12 meses.

5. Coerentes – os objetivos não podem ser contraditórios entre si, ou seja, a

empresa não pode pretender aumentar as vendas e, ao mesmo tempo, reduzir

a produção.

6. Hierarquizáveis – estabelecer prioridades, grau de importância. Em alguns

momentos, os gestores terão que tomar decisões, priorizando alguns objetivos

e deixando outros em segundo plano.

Peci e Sobral (2012) enfatizam que as empresas podem optar entre dois

sistemas de definição dos objetivos: aquele que é tradicional e centralizado e o que

é descentralizado.

O sistema de definição de objetivos

1. Tradicional e centralizado – esse tipo de sistema está baseado na hierarquia

organizacional. Os objetivos são elaborados pela alta administração da

empresa e, posteriormente, são subdivididos em objetivos específicos

distribuídos em cada nível organizacional.

2. Descentralizada – Administração por Objetivos (APO) – nesse sistema todos

os membros são envolvidos na definição de objetivos.

6

Na Administração por Objetivos (APO), os objetivos definidos de forma

participativa são utilizados para monitorar, avaliar e controlar os desempenhos

organizacionais e individuais.

Na sequência, apresentaremos as principais vantagens e as principais

desvantagens da APO.

Vantagens

1. Foca as tarefas e atividades diretamente relacionadas ao cumprimento dos objetivos.

2. Obriga os administradores a estabelecerem prioridades, metas e medidas de desempenho.

3. Estimula a participação, a motivação e o comprometimento de todos os funcionários.

4. Proporciona uma noção de funções, responsabilidades e autoridade.

5. Aumenta a capacidade da empresa de responder às alterações do ambiente externo.

6. Proporciona maior ligação entre os objetivos gerais da empresa e os objetivos individuais.

Desvantagens

1. Depende do apoio e do empenho da administração do topo.

2. Pode ser inútil e desmotivador em ambientes ou fases de mudança dinâmica.

3. Sobrevaloriza os objetivos individuais em detrimento dos objetivos organizacionais.

4. Concentra os esforços no curto prazo com prejuízo ao planejamento de longo prazo.

5. Pode consumir tempo excessivo e dar origem a muita burocracia (PECI; SOBRAL, 2012, p. 23).

Para finalizar nossa breve discussão sobre planos e objetivos, vamos verificar

como eles podem ser colocados em prática.

7

Aplicação

Planos e Objetivos

Vamos supor que uma empresa qualquer quer elaborar um

planejamento para alcançar determinado objetivo. Então,

primeiramente, essa empresa precisa estabelecer o objetivo

e, posteriormente, definir os planos para o alcance do

objetivo principal, como mostramos a seguir.

Exemplo:

1. Objetivo – aumentar as vendas.

2. Planos (como alcançar o objetivo) – realizar

promoções; otimização dos recursos e redução nos

preços; aumentar meios de divulgação etc.

Lembrando que se estivermos falando de uma definição de objetivos em uma

organização que possui uma estrutura tradicional e centralizada, esses objetivos

serão definidos pela alta administração da empresa.

Agora, se estivermos falando de uma empresa que tem uma estrutura

descentralizada e que utiliza a Administração por Objetivos (APO), então esses

objetivos serão definidos por todos os membros da organização.

Na sequência discutiremos o planejamento relacionado às estratégias

organizacionais.

Planejamento e Estratégia

Nesta seção vamos tratar de dois assuntos e sua inter-relação, o planejamento

e a estratégia organizacionais.

8

A estratégia se refere ao caminho que a organização segue para conseguir

sobreviver. Visa, por meio de um plano de ação, desenvolver e ajustar a empresa,

buscando vantagem competitiva.

A Segunda Guerra Mundial gerou consequências para os negócios, as

organizações cresceram, se diversificaram e o ambiente se tornou mais dinâmico.

A estratégia teve origem no contexto militar.

Figura 1: Combate entre exércitos.

Fonte: http://mootee.typepad.com/photos/uncategorized/2008/02/01/battle.jpg

O termo strategos (ou strategia) se referia à arte de ser general, liderar

exércitos e destruir inimigos. A estratégia pode ser traduzida por “Ciência dos

movimentos guerreiros”.

Ao longo dos dois milênios seguintes, refinamentos do conceito de estratégia

continuaram a focalizar interpretações militares.

Sun Tzu dizia “conheça seu inimigo, conheça a si mesmo e sua vitória não será

ameaçada. Conheça o terreno, conheça o tempo e sua vitória será completa.”

(comandante do exército chinês que viveu por volta de 500 a. c.)

Dica:

Para saber mais sobre esse influente comandante chinês, Sun Tzu, e seu famoso livro

“A Arte da Guerra”, visite o link abaixo, que trata de um documentário a respeito do livro:

http://www.youtube.com/watch?v=f21Lo-jVzLQ&feature=related

9

A Universidade de Harvard teve forte influência na disseminação do conceito

de estratégia e na sua relação com a prática nas organizações. Os professores mais

influentes foram Andrews e Chandler, este último teve experiência no militarismo na

Segunda Guerra Mundial.

Nessa Universidade havia uma disciplina chamada de Política de Negócios, a

qual passou a ser chamada, posteriormente, de Estratégia.

Para saber mais

Sobre a origem da estratégia nas organizações e sua

institucionalização no ambiente empresarial, sugerimos a leitura do

livro:

VIZEU, F.; GONÇALVES, S. Pensamento estratégico: origens,

princípios e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010.

Um modelo de estratégia que ficou bem conhecido é o modelo SWOT, sigla

proveniente das palavras inglesas: strengths (forças), weaknesses (fraquezas),

opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). O objetivo desse modelo,

desenvolvido por Andrews, é o de apontar as principais competências da

organização e possibilitar os ajustes necessários mediante às mudanças do

mercado. Essa ferramenta auxilia a empresa a identificar e avaliar seus pontos

fortes e fracos (olhando para dentro) e as possíveis ameaças e oportunidades

(olhando par fora) que estão no mercado.

Outra forte influência no campo da estratégia é um modelo representado

pelas “Cinco Forças de Porter”.

10

1. Rivalidade entre os concorrentes.

2. Ameaça de entrada de novos entrantes (ou novas empresas que estão

entrando no mercado).

3. Ameaça de produtos (bens e serviços) substitutos.

4. Poder de barganha dos fornecedores.

5. Poder de barganha dos compradores.

Porter afirma que são as forças competitivas que moldam a estratégia das

organizações. O modelo das cinco forças é um modelo de análise dos fatores que

afetam a competitividade das empresas; visa compreender o ambiente no qual a

organização está inserida e identificar as melhores ações e estratégias para a

obtenção de uma vantagem competitiva no mercado.

Vimos uma mudança no uso de termos, como: política de negócios,

planejamento estratégico, administração estratégica e pensamento estratégico.

Nas últimas décadas, conforme apontam Peci e Sobral (2012), começaram a

combinar o pensamento estratégico com as metodologias do planejamento

estratégico, possibilitando a elaboração de estratégias mais adequadas a um

ambiente competitivo.

11

É importante ressaltar que uma estratégia não precisa, necessariamente, ser

resultado de um plano deliberado, mas pode também ser emergente, ou seja, surgir

em resposta a uma circunstância externa que pode afetar, de algum modo, a

organização.

Estratégias Deliberadas e Emergentes

As estratégias podem ser entendidas como deliberadas e/ou emergentes.

As organizações desenvolvem planos futuros, olhando também para situações

passadas. Inicialmente, eles estabelecem planos estratégicos que são deliberados/

planejados. Algumas dessas estratégias serão realizadas e outras não, devido às

situações inesperadas ou não previstas que podem vir a ocorrer ao longo do tempo.

Existem ainda as estratégias que serão elaboradas e implementadas durante

o percurso, ou seja, as estratégias emergentes. Esse tipo de estratégia é aplicada

no momento em que um padrão realizado não é expressamente planejado ou

pretendido.

Os estrategistas precisam efetuar previsões para a elaboração de estratégias

deliberadas e serem capazes de reagir diante de eventos inesperados para

identificação e definição das estratégias emergentes.

12

Para saber mais

Sobre estratégias deliberadas e emergentes, leia:

MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, J.; LAMPEL, J. Safári de

Estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto

Alegre: Bookman, 2000.

O Processo de Administração Estratégica

A Administração Estratégica se caracteriza como um processo que contém

seis etapas, conforme demonstramos na figura a seguir.

Primeiramente é realizado o diagnóstico atual da organização, no qual são

identificados visão, missão, objetivos e estratégias. Além disso, realiza-se tanto uma

análise interna (recursos, capacidade financeira e tecnológica, qualificação dos

funcionários etc.) quanto externa (ações estratégicas dos concorrentes,

necessidades dos clientes, economia etc.) da empresa, com o intuito de identificar,

nesses ambientes, os fatores que possam afetar o desempenho organizacional.

Após a realização dessa análise, o gestor formula as ações estratégicas de

acordo com os objetivos propostos e expectativas futuras. Em seguida, é o momento

de implementar as estratégias, definindo recursos e meios necessários para sua

execução, e a responsabilidade de cada setor e/ou colaborador.

A última etapa refere-se ao controle estratégico; nesta fase os gestores irão

monitorar a implementação das estratégias e avaliar o desempenho da organização,

13

procurando relacionar os resultados alcançados com os objetivos preestabelecidos

anteriormente.

Vamos agora aos exemplos de aplicabilidade.

Aplicação

Exemplos de estratégias

Aqui há duas empresas representadas pelos seus símbolos,

que são Habib’s e McDonald’s.

Vejamos abaixo alguns produtos comercializados por essas

empresas.

Primeiramente, vamos pensar na empresa Habib’s

Vejamos agora alguns produtos oferecidos no cardápio do McDonald’s.

14

Fonte: http://www.mcdonalds.co.uk/ukhome/Food.html

Fonte: http://www.ppow.com.br/portal/2011/09/27/novo-cardapio-mc-donald

Podemos perceber algo em comum nas duas empresas: mudança no cardápio

ao longo do tempo.

O que pode ter motivado essas empresas a incluir novas opções de produtos?

Vimos que para as empresas elaborarem um planejamento para suas ações

estratégicas, faz-se necessário realizar uma análise interna e externa, e é

exatamente o que essas empresas têm feito. Mudanças na sociedade como, por

exemplo, a preocupação com a saúde e a alimentação, fez com que saladas, sucos

e frutas fossem incluídos nos cardápios dessas empresas. Foram inseridas novas

opções no cardápio, porque perceberam uma necessidade no mercado (análise do

ambiente externo) - a de comer bem, com qualidade e por um preço acessível.

Além da análise externa, é necessário também ter-se uma preocupação com

o ambiente interno e identificar se a empresa terá todos os recursos (humanos,

financeiros, materiais etc.) necessários para a realização das mudanças.

15

Questões

1. Quais foram as estratégias adotadas por essas empresas para ganhar

vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes?

2. Qual sua percepção sobre o tipo de estratégias adotadas por essas empresas?

Elas se caracterizam como deliberadas ou emergentes? Explique.

Síntese

Não existe planejamento sem estabelecimento de objetivos e planos. Os planos

estão vinculados aos níveis hierárquicos (estratégicos, táticos e operacionais) e se

diferenciam quanto aos seus objetivos.

Vimos que as mudanças ocorridas nas organizações após a Segunda Guerra

Mundial provocaram novas formas de gestão, especialmente voltada para a

Administração de Estratégias. Desse modo, abordamos de maneira resumida o tema

estratégia e o planejamento, mostrando sua relação e o processo de elaboração das

ações estratégicas nas organizações.

Além disso, concluímos que só depois de realizar uma análise interna e

externa é que a empresa terá condições de elaborar a estratégia de forma mais

adequada e implementá-la com maior chance de sucesso. Essa é a melhor maneira

de planejar.

16

Referências

PECI, A.; SOBRAL, F. Fundamentos de Administração. São Paulo: Pearson

Brasil, 2012.

1

Ciências

Contábeis

Fundamentos da Administração

Aula 3

Profa. Cristiane Marques de Mello

2

Introdução

Organização é o assunto principal a ser abordado nesta aula. Agora, pense

por um instante e responda:

O que é organização?

É uma função administrativa ou uma unidade social?

O início dos estudos será dado pela explanação dos fundamentos da

organização.

Fundamentos de Organização

A função de organização consiste em reunir e organizar os recursos da

empresa para alcançar os objetivos.

O planejamento define o que fazer, enquanto a organização estabelece como

fazer. Organizar é dispor os recursos humanos e materiais em uma estrutura.

A função de organização é:

distribuir tarefas e recursos;

determinar quem tem autoridade sobre quem;

estabelecer quando e onde se devem tomar decisões.

O processo de organização envolve a tomada de decisão. O administrador

divide, integra e coordena as atividades e os recursos para alcançar as metas

definidas.

Divisão do trabalho: envolve a especialização das tarefas; hierarquia e

disposição de autoridades e responsabilidades; diferenças horizontais que

existem entre os departamentos.

Integração: se manifesta nos cargos, posições e funções; nos critérios de

departamentalização responsáveis por agrupar atividades e recursos em

departamentos.

3

Coordenação: corresponde à utilização de mecanismos que buscam a

colaboração entre os vários departamentos para alcançar os objetivos globais

da organização.

Estrutura Organizacional

Especifica os papéis, as relações e os procedimentos que possibilitam uma

ação coordenada de seus membros.

Organograma: é uma forma visual de representação da estrutura

organizacional, que mostra as funções, os departamentos e os cargos da

organização, e como estes se relacionam.

Figura 1: Modelo de organograma.

A organização e os níveis hierárquicos

Os administradores de topo definem o desenho estrutural da organização.

Os gerentes de nível tático estruturam e organizam os departamentos.

Os administradores operacionais definem o desenho dos cargos e as tarefas.

Figura 2: Níveis organizacionais.

4

O nível estratégico também pode ser denominado de nível institucional. O

nível tático também pode ser chamado de nível intermediário ou nível gerencial. E o

nível operacional também pode ser chamado de nível técnico.

Elementos do Processo de Organização

Existem seis princípios que envolvem o processo de organização:

1. Especialização do trabalho: é o grau em que as tarefas são divididas e

padronizadas. Por meio da divisão do trabalho cada indivíduo realiza

atividades nas quais vai se especializar.

Cada trabalhador pode ser especialista em desempenhar uma determinada

função ou atividade.

2. Cadeia de comando: está associada à unidade de comando, autoridade e

responsabilidade. Identifica quem deve responder a quem, representa a

distribuição de autoridade. O objetivo é que cada pessoa tenha apenas um

superior. A seguir será apresentado um modelo de organograma a fim de que

você possa identificar a cadeia de comando, as linhas de comunicação e as

unidades de trabalho compostas por cargos e departamentos.

Figura 3: Modelo de um organograma.

3. Amplitude de controle: é o resultado da distribuição de autoridade e

responsabilidade. Está relacionada ao número de funcionários que se

5

reportam a um superior. Quando se tem muitos funcionários para comandar, a

amplitude de controle é grande. Quando se tem poucos funcionários para

cada superior, a hierarquia tende a ser alta.

4. Departamentalização: permite simplificar o trabalho do administrador. O

departamento refere-se a uma unidade de trabalho que agrega atividades

semelhantes entre si.

Os tipos de departamentalização podem ser classificados como:

Funcional: as atividades da organização são agregadas de acordo com a

área funcional (marketing, finanças, recursos humanos, entre outras). Esse

tipo de departamentalização pode ser usado em qualquer organização, mas

as funções mudam, de forma a refletir os objetivos finais da organização.

Figura 4: Modelo de organograma funcional.

Por produto: a departamentalização por produto agrupa as tarefas em

unidades organizacionais responsáveis por tipos de produtos ou serviços da

empresa. Cada linha de produto ou serviço tem como gerente um especialista

nesse setor.

Figura 5: Departamentalização por produto.

6

Esse tipo de departamentalização é mais adequado quando cada produto ou

serviço demanda uma tecnologia de produção diferente e formas de comercialização

diferenciadas.

Por cliente: consiste em agrupar atividades e recursos de acordo com o tipo

de cliente. É mais utilizada quando a empresa atende setores com

necessidades muito distintas, como, por exemplo, operadoras de telefonia

que podem ser departamentalizadas em clientes corporativos e clientes

individuais. Grande parte das lojas de departamentos também adota esse tipo

de departamentalização.

Figura 6: Departamentalização por cliente.

Essa forma de departamentalização possibilita aos gestores e funcionários

conhecerem bem as expectativas e demandas de seus clientes, podendo _tende-los

de forma personalizada, e, ainda permite avaliação de desempenho por setor.

Geográfica ou territorial: agrupa tarefas e recursos organizacionais com

base em áreas geográficas, por exemplo, pode ser dividido em região sul,

sudeste e nordeste do país. Para as empresas que comercializam seus

produtos para outros países, essas áreas geográficas podem ser

representadas da seguinte forma: América do Norte, América Latina, Europa,

etc., sempre de acordo com as áreas atendidas pela empresa.

7

Figura 7: Departamentalização geográfica ou territorial.

Os administradores e funcionários de cada região tornam-se especialistas nas

características do território sob sua responsabilidade. Além disso, esse tipo de

departamentalização possibilita a avaliação de desempenho para cada área

geográfica.

Por processo: agrega atividades e recursos com base nos processos-chave

da organização, conforme visualiza-se na figura 7. Cada unidade

organizacional reúne as habilidades específicas demandadas em cada

processo.

Figura 8: Divisão por processo de uma confecção de jeans.

1. Centralização e descentralização: na centralização, a autoridade para tomar

decisões está centrada no topo. No que se refere à descentralização, há

distribuição de autoridade em outros níveis e não apenas no topo da pirâmide

hierárquica.

2. Formalização: se refere ao grau de controle da organização sobre o indivíduo

e se materializa em manuais, códigos de conduta, padronização de processos

de trabalho, horários de trabalho, etc. O grau de formalização de

8

uma empresa é definido pelo volume de normas e procedimentos que ela

utiliza para lidar com os fatores ambientais.

Dentre os fatores que afetam o grau de formalização encontram-se:

tecnologia, tradição e processo decisório.

Exemplos

Com base no que foi discutido sobre os tipos de departamentalização e

organogramas, observe um segundo exemplo de departamentalização por cliente.

Figura 9: Exemplo de departamentalização por cliente.

Esse organograma representa uma organização ou empresa que tem seus

setores organizados por departamentos: infantil e feminino e que cada departamento

tem seções específicas. Desse modo, a empresa consegue organizar com maior

eficiência e eficácia as tarefas e atividades a serem desempenhadas diariamente

para o alcance dos objetivos organizacionais.

Agora, observe outro caso, mais especificamente, relacionado com a

distribuição de funções e responsabilidades nas organizações. Utiliza-se aqui como

exemplo uma empresa de móveis sob medida.

9

Distribuição de funções e responsabilidades (resumido)

Cargo Funções/Responsabilidades

Gerente/Projetista Projetos do ambiente; apresentar projeto para o cliente. Fazer orçamentos.

Marceneiro Estudar o plano de corte do móvel. Fabricar o móvel.

Ajudante de marceneiro

Realizar acabamento no móvel. Limpeza do móvel. Montagem de gavetas. Colocação de corrediças e pequenos trabalhos.

Secretária Atendimento telefônico. Agendamento de orçamentos e entregas . Atualizar site da empresa. Emissão de boleto bancário. Cadastro dos clientes.

Síntese

A organização da vida pessoal pode até parecer uma tarefa simples, mas,

depois dessa aula, percebe-se que a função organização não é tão fácil quando se

trata de uma empresa.

Observou-se, na aula de hoje, que a organização está baseada em como

fazer as coisas na organização. Diante disso, é necessária a distribuição de cargos,

funções e tarefas, a fim de que haja organização do trabalho e melhor distribuição

de recursos nos departamentos e setores da empresa.

A função organização preocupa-se em reunir e organizar os recursos humanos

e materiais da empresa, buscando alcançar de modo eficaz as metas e os objetivos

organizacionais.

10

Atividades

1. O que mostra um organograma?

2. Com base nas formas de departamentalização estudadas nessa aula, tente

identificar: qual é o tipo de departamentalização da empresa onde você

trabalha (ou conhece)?

3. Agora pense em um grande restaurante e descreva:

a. Quais são as atividades diárias realizadas em um estabelecimento como

esse?

b. Quais são os cargos/funções que existem nesse tipo de empresa.

c. Quais são as tarefas desempenhadas por cada funcionário? Relacione as

tarefas de acordo com o cargo exercido.

11

Referências

MAXIMIANO, A. C. A. Fundamentos de administração: manual compacto para as

disciplinas TGA e introdução à administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

PECI, A.; SOBRAL, F. Fundamentos de administração. São Paulo: Pearson Brasil,

2012.

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Ciências Contábeis

Fundamentos da Administração

Aula 4

Profa. Cristiane Marques de Mello

2

Introdução

Normalmente, as notícias políticas são sobre pessoas que detêm o poder.

Nessa aula, será analisado o poder nas organizações e os tipos de poder e

autoridade nas estruturas formais e informais.

Poder e Estrutura Organizacional

A estrutura organizacional tem o objetivo de controlar as atividades da

empresa. Dessa maneira, será identificado alguns tipos de estruturas mais

tradicionais e outras estruturas novas, a fim de que haja maior compreensão sobre a

relação entre poder e estruturas organizacionais.

Tipos de autoridade

A autoridade se fundamenta em regras e normas estabelecidas por um

regulamento aceito por todos os membros da organização.

As estruturas organizacionais especificam as fontes formais do exercício de

poder na empresa.

Nas organizações existem autoridades de linha e as de assessoria, conforme

descrições a seguir.

Autoridade de linha: é relativa aos gestores; são as que desempenham as

tarefas e que refletem a meta principal e a missão da empresa. Não existe

interferência entre chefe e subordinados. Pelo fato de as atividades de linha

serem dependentes dos objetivos organizacionais, podem variar de uma

organização para a outra. Ou seja, os departamentos de linha de uma

universidade (responsáveis pelo ensino e pesquisa) se diferem de uma

indústria, onde, comumente, os departamentos de linha são os responsáveis

pela produção e venda do que é produzido.

3

Autoridade de assessoria: refere-se à autoridade dos departamentos,

grupos ou indivíduos que apoiam os gestores de linha em áreas específicas.

O chefe recebe auxílio de uma função de apoio, ao lado da linha de comando.

À medida que uma empresa cresce, cargos e departamentos são

naturalmente acrescentados, a fim de apoiar os departamentos de linha.

Observe, a seguir, a ilustração das autoridades de linha e de assessoria.

Figura 1: Organização de linha.

Figura 2: Organização de linha e assessoria.

4

Figura 3: Exemplo prático de organização com autoridades de linha e assessoria.

Tipos e fontes de poder

O conceito de poder refere-se à capacidade de exercer influência sobre uma

pessoa ou grupo e de alterar seu comportamento. É preciso compreender que

nenhum indivíduo ou grupo tem poder de modo isolado, mas quando se relacionam

com um ou mais indivíduos, isso ocorre na interação.

Falando em tipos de poder, o que difere um do outro é a relação de

dependência entre aquele que detém o poder e aquele que recebe as ordens.

A fim de deixar isso mais claro, apresenta-se, no Quadro 1, os tipos mais

comuns de poder e suas características.

Quadro 1

Tipos de poder Definição Exemplos

Poder coercitivo

Resulta da capacidade, daquele que detém o poder, de punir ou recomendar sanções.

Os indivíduos podem modificar seu comportamento por receio de serem castigados.

Ditadores (de todos os tipos), chefes de gangues, entre outros.

Poder de recompensa

Variante positiva do poder coercitivo.

As pessoas agem motivadas pelas recompensas que

Diretores de uma empresa e funcionários agem em função do pagamento de bônus ou de outros tipos de

5

recebem. recompensas.

Poder legítimo

Decorre da posição hierárquica, ou seja, da posse de autoridade formal.

Administradores de empresas, gestores, governadores, etc.

Poder carismático

É associado a uma imagem altamente favorável, o que faz com que os outros acreditem e admirem suas ideias.

Nesse caso, podemos citar como exemplos: os políticos (Nelson Mandela, Ex- presidente do Brasil Lula, Presidente dos Estados Unidos Obama), líderes religiosos, entre outros. Além disso, também podemos encontrar esse tipo de poder nas empresas.

Poder de

competência

Resulta de competências, conhecimentos e aptidões distintivas.

Um consultor ou gestor com competências técnicas e administrativas que possam ajudar a organização.

Fonte: Adaptado de Peci e Sobral (2012, p. 62).

A questão é: como alguém consegue obter o poder?

As fontes mais comuns de poder, são:

Cargo ou posição que uma pessoa ocupa em uma organização;

Carisma e características pessoais da pessoa;

Conhecimento específico, que está vinculado com a técnica e/ou capacidade

para desempenhar determinada função ou tarefa específica na organização;

Acesso à informação privilegiada;

Controle sobre as fontes de incerteza;

Posse dos recursos escassos.

O poder pode se manifestar na estrutura informal (relações interpessoais na

organização), mas nem sempre são representadas no organograma. Um exemplo

disso é o poder que as secretárias ou assistentes têm em relação ao acesso à

executivos de uma empresa.

6

Pode-se, então, perceber que a manifestação de poder pode ocorrer tanto

nas estruturas informais quanto nas formais das organizações.

Serão apresentadas, agora, as diferentes estruturas. Há três tipos tradicionais

de estruturas organizacionais: funcional, divisional e matricial. Além dessas, temos

também a estrutura em rede.

Desenho Estrutural de Organizações

Estrutura funcional

Refere-se à agregação de tarefas, de acordo com a área funcional atendida

(marketing, finanças, recursos humanos, etc.). As atividades da organização são

coordenadas de modo vertical, por meio de uma supervisão hierárquica, com regras,

normas e planos.

Esse tipo de estrutura pode ser encontrado em organizações: (a) que possui

uma reduzida dimensão, que oferecem uma limitada linha de produtos ou serviços;

(b) que estão na fase inicial de atividade; (c) que têm uma pequena diversificação

tecnológica ou de produtos; (d) que vendem ou distribuem produtos pelos mesmos

canais de distribuição; (e) que atuam em uma única área geográfica e que operam

em uma indústria caracterizada por um ambiente externo estável.

Estrutura divisional

Reúne as tarefas em diferentes unidades semiautônomas, de acordo com seu

objetivo: produtos, mercados ou clientes. Esse tipo de estrutura produz melhores

resultados quando os objetivos da organização necessitam de uma ação

coordenada para satisfazer os clientes e/ou inovar. Cada divisão possui os recursos

necessários (produção, marketing, logística, etc.) para realizar suas atividades

relacionadas aos produtos ou serviços oferecidos aos clientes.

7

Figura 4: Representação de uma estrutura funcional ou divisional.

Estrutura matricial

É usada para lidar com projetos ou negócios que precisem de equipes

multidisciplinares temporárias. A estrutura matricial permite coordenar pessoas de

diferentes áreas funcionais, participantes de um projeto. Essas pessoas podem

trabalhar em diferentes projetos, simultaneamente. Nesse caso, serão coordenadas

por diversos gerentes de projetos.

Figura 5: Representação de uma estrutura matricial.

8

Figura 5A: Representação de uma estrutura matricial.

Fonte: <http://www.vertex42.com/ExcelTemplates/organizational-chart.html>.

Estrutura em rede

Proporciona maior flexibilidade e inovação. São chamadas de organizações

em redes, clusters, organizações baseadas na informação ou pós-industriais.

Clusters, no contexto empresarial, quer dizer a reunião de empresas de

mesma natureza que cooperam de alguma forma entre si.

Figura 6: Representação de uma estrutura em rede.

9

Alguns fatores impulsionaram o surgimento das estruturas em rede, entre

eles: mudanças das características ambientais e necessidade de adaptação a elas;

impacto da globalização - que elevou a competitividade; necessidade de inovação

em processos, produtos e serviços - para competir em um ambiente que muda com

grande frequência; e a natureza da tarefa da organização - na qual existe,

atualmente, uma tendência para a descentralização de poder e foco no cliente.

As estruturas em rede são encontradas em indústrias de biotecnologia, moda,

música, cinema, entre outras.

Saiba Mais

O maior exemplo de clusters na indústria conhecido

mundialmente é o do Vale do Silício, na Califórnia.

Esse modelo envolve empresas de microeletrônica,

tecnologia da informação e biotecnologia. No Brasil,

temos os polos calçadistas no Rio Grande do Sul e a

indústria têxtil, em Cianorte no Paraná.

Para conhecer um pouco mais sobre o Vale do Silício

e sobre alguns brasileiros que fazem sucesso por lá,

acesse o link:

<http://www.youtube.com/watch?v=MOYTQ6fsia8>.

Será estudada, agora, a aplicação prática dessas estruturas nas

organizações.

10

Estrutura funcional

Figura 7: Exemplo prático de uma estrutura funcional.

Estrutura divisional

Figura 8: Exemplo prático de uma estrutura divisional.

11

Estrutura matricial

Figura 9: Exemplo prático de uma estrutura matricial.

Síntese

Existem diferentes tipos de poder que podem ser identificadas não apenas

dentro de uma estrutura formal. Ou seja, não existe apenas a autoridade, que é

formalizada dentro de uma estrutura organizacional, mas é possível encontrar

também o exercício do poder fora de uma estrutura formal - o que denominamos de

estrutura informal.

Há diferentes tipos de estruturas e cada uma se ajusta melhor a um tipo

específico de empresa.

Nesta aula, foram apresentadas as formas mais tradicionais de estruturas:

funcional, divisional e matricial. Além disso, há estruturas menos tradicionais como

as redes, que funcionam bem em ambientes externos dinâmicos.

12

Esperamos que todos esses conceitos tenham sido entendidos por você. E

não esqueça de voltar aos conceitos sempre que for necessário.

Bons estudos!

13

Atividades

Observe os desenhos das estruturas e responda:

1. Quais as vantagens e desvantagens de cada um dos tipos de desenho

estrutural representados pelas figuras a seguir? Considere que se trata de

uma mesma empresa com 3 linhas de produtos. Apresente pelo menos 3

vantagens e 3 desvantagens para a utilização de cada uma das estruturas -

funcional e divisional.

a) Estrutura funcional

Presidente da

Info-Tech

P&D Produção Contabilidade Marketing

b) Estrutura divisional por produto

Presidente da

Info-Tech

Editoração Eletrônica Automação de Escritórios Realidade Virtual

P&D Fabr Cont Mkt P&D Fabr Cont Mkt P&D Fabr Cont Mkt

2. Suponhamos que você resolva abrir um negócio e escolha um desenho

estrutural como o que está apresentado na figura a seguir. Desse modo,

responda, conforme solicitado.

14

a) Apresente sua empresa, indicando áreas, departamentos, cargos e

composição. Analise brevemente como estão estruturados os sistemas de

autoridade e indique as autoridades de linha e de assessoria.

Sua Empresa

b) Você acha que essa estrutura é adequada para sua empresa? Por quê?

c) Você utilizaria outro tipo de desenho estrutural? Justifique sua resposta.

3. Cite dois critérios que servem de base para a estrutura funcional.

15

Referências

MAXIMIANO, A. C. A. Fundamentos de administração: manual compacto para as

disciplinas TGA e introdução à administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

PECI, A.; SOBRAL, F. Fundamentos de administração. São Paulo: Pearson Brasil,

2012.

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Ciências Contábeis

Fundamentos da Administração

Aula 5

Profa. Cristiane Marques de Mello

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Introdução

A direção é responsável pelas atividades organizacionais que envolvem a

interação entre os administradores e os funcionários. Essa é uma função muito

pessoal, pois visa conduzir pessoas ao alcance de objetivos específicos dentro das

organizações.

Dirigir significa orientar os esforços individuais para um propósito comum.

Para isso, o gestor precisa conhecer o comportamento das pessoas no ambiente de

trabalho e a forma como se relacionam na interação com os outros membros do

grupo e da organização como um todo.

Fundamentos de Direção

A direção é a única função administrativa que envolve, diretamente, um

processo interpessoal de relacionamento entre o gestor e os seus subordinados.

Além disso, a direção envolve a orientação, a motivação, a comunicação e a

liderança dos trabalhadores. Essa função implica em transmitir aos colaboradores as

atividades que devem ser realizadas e conseguir a contribuição dos mesmos para o

alcance dos objetivos organizacionais, buscando utilização adequada dos recursos

disponíveis.

Contribuições da abordagem comportamental

A teoria que deu início a uma série de estudos sobre as pessoas nas

organizações ficou conhecida como “escola comportamental”.

Foi a partir da abordagem comportamental nas organizações que o indivíduo

passou a ser observado no local de trabalho. Com isso, deu-se maior importância

aos aspectos relacionados à condução dos indivíduos no desenvolvimento do seu

trabalho, ou seja, o foco estava na função direção.

e y.

Um dos estudos que foram realizados resultou no desenvolvimento da teoria x

3

A teoria x e a teoria y de McGregor pressupõem a existência de dois tipos de

trabalhadores.

Teoria x – as pessoas são preguiçosas, evitam o trabalho e não gostam de

assumir responsabilidades.

Nesse caso, os administradores tendem a dirigir e a controlar com maior

rigidez.

Teoria y – os trabalhadores obtêm satisfação em suas atividades. No caso da

teoria y, os administradores tendem a administrar de forma participativa e a oferecer

novas responsabilidades e desafios aos funcionários.

A teoria de McGregor não foi validada na prática, ou seja, não foi comprovado

que um administrador que aceita a teoria y dirige seus subordinados de uma forma

mais eficaz do que aquele que assume a teoria x.

A escola comportamental deu origem a uma nova área - o comportamento

organizacional.

Comportamento organizacional

O principal foco do comportamento organizacional está na análise das ações

e dos comportamentos das pessoas nas organizações.

O administrador deve procurar entender:

Por que as pessoas respondem a algumas situações e não a outras;

O que as motiva;

Por que têm determinados comportamentos;

Quais os estilos de liderança mais adequados em situações específicas.

Os conceitos anteriores enfatizam a importância de o administrador precisa estar

atento ao comportamento dos indivíduos, a fim de que consiga liderar sua equipe

com maior eficiência e eficácia, procurando alocar, de modo mais acertado, cada

membro da organização nas suas devidas funções.

4

Bases do comportamento individual e em grupo

O comportamento organizacional compreende:

Comportamento individual – envolve: atitudes, personalidade, percepção e

aprendizagem e pode ser entendido sob a perspectiva da psicologia;

Comportamento em grupo – engloba os papéis, as normas, o status e a

coesão do grupo. As principais contribuições para o desenvolvimento do

estudo sobre comportamento em grupo vêm da sociologia e da psicologia

social.

Apresenta-se na figura a seguir os principais assuntos abordados pela

psicologia e sociologia no que se refere ao estudo sobre indivíduos e grupos.

Figura 1: Contribuições da psicologia e sociologia para o estudo do comportamento de grupos e de indivíduos.

Fonte: Adaptado de Maximiano (2007).

Sobre as bases do comportamento individual, tem-se:

Atitudes - com relação ao trabalho, como o envolvimento e

comprometimento. Representam predisposições dos indivíduos em relação a

5

objetivos, pessoas, situações e eventos. Os tipos de atitudes mais analisados

são: (a) satisfação no trabalho, (b) envolvimento no trabalho e (c)

comprometimento organizacional.

Personalidade – refere-se às características psicológicas de um indivíduo

que o diferenciam de outros indivíduos, as quais irão se refletir na sua

conduta. A compreensão da personalidade dos colaboradores dentro das

organizações pode ajudar os gestores no processo de seleção e ajustamento

aos cargos.

Muitas pesquisas sobre a personalidade (ou perfil psicológico) do indivíduo

partiram dos estudos de Carl Jung. Jung apresenta quatro dimensões

bipolares da personalidade, conforme ilustra a figura a seguir.

Figura 2: Quatro dimensões básicas da personalidade.

Fonte: Maximiano (2007).

Percepção da realidade – por meio do qual as pessoas atribuem significado

aos ambientes. Pesquisas têm demonstrado que a experiência do

administrador influencia sua percepção seletiva, direcionando sua atenção

para informações relacionadas com sua área funcional e que isso pode

causar distorções.

6

A percepção pode ser ajustada a variações no comportamento dos estímulos.

A percepção pode ser seletiva, na qual apenas uma pequena parte dos

estímulos é percebida e onde pode-se produzir julgamentos apressados.

Aprendizagem – está relacionada à forma como as pessoas aprendem.

Entender o modo como os indivíduos aprendem, contribui para o

entendimento sobre como eles se comportam.

O comportamento individual é produto de diferentes fatores, ou seja, a

biografia do indivíduo, a sociedade, a convivência em grupo irão exercer forte

influência na sua forma de agir e se comportar, conforme demonstra a figura

a seguir.

Figura 3: Influências no comportamento individual.

Fonte: Maximiano (2007).

Além das características individuais, também é necessário compreender o

comportamento das pessoas quando estas fazem parte de um determinado grupo,

especialmente no ambiente de trabalho.

Passaremos agora à análise das bases do comportamento em grupo.

Um grupo pode ser criado de modo intencional ou de modo espontâneo,

dentro ou fora das organizações.

7

Comumente, um grupo se forma quando dois ou mais indivíduos interagem a

fim de alcançar objetivos comuns.

Grupos formais – são estruturados para realizar tarefas e objetivos

específicos, com distribuição de autoridades e responsabilidades. Peci e

Sobral (2012) ressaltam que existem diferentes tipos de grupos formais nas

organizações: os comitês, comissões e conselhos são permanentes e criados

para resolverem problemas e tomarem decisões rotineiras da empresa.

Também encontramos forças-tarefa e equipes que são formadas para

realização de um projeto específico por um determinado período de tempo.

Grupos informais – surgem naturalmente nas organizações, por razões não

formais, como convívio social, amizades ou interesses. Os grupos informais

aparecem de modo espontâneo nas organizações sociais por meio das

interações entre as pessoas que participam dos grupos formais. Esses grupos

são criados por iniciativa de seus próprios integrantes, com a finalidade de

defenderem seus interesses ou ainda de atenderem a necessidade de

convivência social. Os grupos informais encontram-se dentro dos grupos

formais e exercem forte influência no funcionamento e no andamento das

atividades formais da organização.

Os grupos apresentam suas particularidades, entretanto, há características

que são semelhantes nos mais diferentes grupos no que se referem, por exemplo,

aos papéis desempenhados, normas, status e coesão. Na sequência, examina-se

esses aspectos.

Características dos grupos

1. Papéis desempenhados – são padrões esperados de comportamento. É

importante conhecer o papel desempenhado por cada membro da

organização e no grupo de trabalho.

2. As normas que guiam seu comportamento – referem-se aos padrões

aceitáveis e desejáveis de comportamento. Podem ser representadas por

regras (implícitas ou explícitas), que foram criadas por grupos e que

determinam o comportamento dos indivíduos.

8

3. O status – se refere ao nível ou posição de seus membros. O status está

vinculado a um cargo específico, e normalmente, está relacionado ao nível de

escolaridade, ao conhecimento, experiência etc. É importante salientar que

cada cargo tem um papel correspondente a ser desempenhado. É necessário

buscar coerência entre a distribuição formal da autoridade e o status.

4. A coesão da equipe – refere-se ao grau de união e compartilhamento de

objetivos. É uma medida de solidariedade e um importante indicador sobre a

influência que o grupo exerce em seus membros. Representa o grau em que

os membros do grupo são atraídos entre si e motivados a permanecer como

grupo.

Saiba Mais

Veja o vídeo – “O problema não é meu”. Esse vídeo trata do comportamento

dos indivíduos dentro de uma organização, que estão preocupados apenas

com suas atividades rotineiras e que não estão dispostos a solucionar um

problema que não está ligado ao seu setor. Até que percebem que se não

colaborarem um com o outro, todos serão prejudicados pela maximização do

problema. É também possível concluir (a partir desse vídeo) o quanto a

função direção é importante e que se não houver um líder que conduza o

grupo, os problemas da organização acabam ficando bem mais difíceis de

serem resolvidos.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=0avmZws 58Pc>.

Aplicações Práticas nas Organizações

Papel dos gerentes

Papel de um diretor de escola. Qual o papel desempenhado por um diretor?

Papel de um proprietário de uma empresa.

A função principal desses dirigentes é o de orientar os colaboradores, e

conduzi-los ao alcance dos objetivos organizacionais.

9

Veja também a dica a seguir para entender melhor como os indivíduos podem

se comportar quando estão em grupo em busca de um objetivo comum.

Dica

Fazendo uma analogia com as práticas organizacionais no que se

refere ao comportamento em grupo. Veja o vídeo que está disponível

em: <http://www.youtube.com/watch?v=4We7SNkSYT>.

Síntese

Observou-se que a direção é a função mais pessoal da administração. Por isso,

o gestor exerce um papel muito importante no exercício dessa função.

Também foi abordado o comportamento individual que pode afetar o

comportamento em grupo. A partir dessa afirmação, entende-se que é

extremamente necessário compreender como as pessoas se comportam

individualmente e em grupo nas organizações.

É primordial que o gestor compreenda o comportamento organizacional para que

consiga dirigir as pessoas de modo eficiente e eficaz, rumo ao alcance das metas e

dos objetivos da organização.

10

Atividades

1. Você acredita que as interações sociais que ocorrem nos grupos informais

podem de algum modo, contribuir para o alcance dos objetivos

organizacionais, que é foco dos grupos formais?

2. Descreva as principais atividades desenvolvidas pela função direção, a partir

do conteúdo que foi abordado nesta aula.

3. De acordo com o que foi abordado nesta aula e com seus conhecimentos

práticos, responda: qual a importância de os gestores em conhecer os

comportamentos individuais e em grupo para exercer a função direção?

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Referências

MAXIMIANO, A. C. A. Fundamentos de administração: manual compacto para as

disciplinas TGA e Introdução à Administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

PECI, A.; SOBRAL, F. Fundamentos de administração. São Paulo: Pearson Brasil,

2012.

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Ciências Contábeis

Fundamentos da Administração

Aula 6

Profa. Cristiane Marques de Mello

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Introdução

O que é motivação? Em primeiro lugar pense no sentido dessa palavra, ou

seja, pode-se dizer que a motivação implica “um motivo para a ação”.

O que desperta em você a motivação? Pense naquilo que motiva para a

ação.

Qual é o papel de um líder, no que se refere à condução das pessoas para se

mover na direção do alcance das metas? Entendemos que um líder precisa

ser também um motivador.

Em sua opinião, quais são as habilidades necessárias para ser um líder?

Nesta aula serão tratadas as principais habilidades de um líder e os principais

elementos motivacionais começando pela motivação.

Motivação

Pode ser definida como algo que nos leva a realizar alguma coisa com

vontade. Na organização, a motivação pode ser definida como a predisposição para

exercer esforços que busquem o alcance de metas organizacionais.

Os motivos para a ação podem vir, especialmente, de duas fontes: internas e

externas. Veja a representação na figura a seguir.

Figura 1: Motivos internos e externos.

3

As fontes internas estão relacionadas com a automotivação, ou seja, aquilo

que é próprio do indivíduo, enquanto que as fontes externas referem-se aos motivos

e estímulos que provêm do ambiente, o que é externo ao indivíduo.

Quando falamos em motivos externos no contexto organizacional, podemos

considerar que bônus, benefícios, promoções, premiações, incentivos financeiros e a

liderança são fatores que funcionam como propulsores para a ação dos membros da

organização.

Na figura a seguir, há a representação dos elementos da motivação que

envolve as metas organizacionais, o esforço e as necessidades.

Analise o que a figura a seguir pode nos dizer:

Figura 2: Elementos da motivação.

Fonte: Sobral e Peci (2008, p. 208) apud Peci e Sobral (2012, p. 99).

A motivação está relacionada a um esforço do indivíduo, que precisa ser

aproveitado para atingir os objetivos organizacionais.

O desafio do administrador é canalizar os esforços individuais para o alcance

das metas da organização, buscando melhorias do desempenho dos funcionários.

A motivação almeja satisfazer alguma necessidade, ou seja, normalmente, os

indivíduos se esforçam por causa de algum desconforto criado por uma necessidade

4

ainda não satisfeita. Será tratado mais sobre esse assunto na teoria das

necessidades de Maslow.

Teorias de motivação

Existem diversas teorias que abordam a motivação de modo diferenciado,

algumas focam no conteúdo, outras focam no processo.

Figura 3: Resumo das teorias da motivação.

Na figura 3, é possível visualizar um resumo das principais teorias que tratam

da motivação.

As teorias sobre a motivação dividem-se em dois grandes blocos:

Teoria de processo;

Teoria de conteúdo.

De modo também resumido, será descrito os pontos principais de duas

teorias que fazem parte da teoria de processo.

A teoria da expectativa entende que o esforço de trabalho de um indivíduo

para alcançar um objetivo ou um melhor nível de desempenho está relacionado à

5

expectativa que se tem do resultado a ser alcançado. A pergunta a ser feita é: “a

recompensa vale todo o esforço despendido?”.

Pensando na prática de um esporte, por exemplo, as expectativas que se tem

a respeito do resultado influenciam as decisões dos indivíduos. O comportamento é

afetado por uma combinação de fatores individuais e ambientais.

A teoria da equidade foi desenvolvida por Stacey Adams; essa teoria

defende a ideia de que, na motivação, deve-se avaliar a percepção do colaborador

acerca da equidade (justiça) da recompensa recebida pelos resultados alcançados,

quando comparado com seus colegas.

Quando as pessoas avaliam o modo como são tratadas no ambiente de

trabalho, elas considerarão dois fatores: as recompensas (refere-se ao que o

indivíduo recebe: pagamento, reconhecimento, benefícios, entre outros) e os

insumos (refere-se à contribuição da pessoa à organização: tempo, esforço,

comprometimento etc.). A equidade pode ser definida como a relação entre os

insumos e as recompensas.

Sucintamente, serão explicadas, a seguir, duas teorias vinculadas à teoria de

conteúdo.

A teoria dos dois fatores foi desenvolvida por Frederick Herzberg - os

fatores que influenciam o desempenho são divididos em dois grupos: os que se

relacionam ao conteúdo e os que se relacionam ao contexto do trabalho.

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Os fatores motivacionais referem-se a fatores que influenciam a satisfação no

trabalho: realização, reconhecimento, exercício de responsabilidade, possibilidade

de crescimento e possibilidade de aprendizagem.

Já os fatores higiênicos são aqueles responsáveis pela insatisfação no

trabalho, ou seja, quando fatores como salários, condições de trabalho, segurança e

relacionamentos interpessoais não são suficientes, podem gerar insatisfação do

trabalhador.

Na teoria das necessidades, Maslow apresenta uma pirâmide, na qual

podemos visualizar diferentes tipos de necessidades do ser humano. De acordo com

a teoria de Abraham Maslow, o comportamento dos indivíduos está relacionado às

suas necessidades e que servem como estímulos para a ação dos mesmos.

Segundo Maslow, as necessidades humanas são organizadas em um sistema

de hierarquia, conforme apresentado na figura 4.

Figura 4: Pirâmide de Maslow.

A partir da década de 1950, teorias de motivação mais amplas começaram a

ser desenvolvidas. Tais teorias procuravam identificar os fatores que poderiam afetar

a motivação.

Ainda temos a teoria do reforço de motivação, que busca compreender

como as consequências de condutas anteriores influenciam as ações futuras. Essa

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teoria enfatiza que os comportamentos reforçados positivamente tendem a se

repetir.

As práticas motivacionais baseadas em recompensa e punição dominam o

cenário organizacional e são muito utilizadas.

Visão contemporânea da motivação

A motivação é influenciada pelas características dos funcionários, das tarefas

e do ambiente de trabalho – políticas, sistemas de recompensas e cultura

organizacional.

Algumas técnicas motivacionais contemporâneas podem ser aplicadas

com o intuito de aumentar a produtividade e a satisfação dos trabalhadores, tais

como: rotatividade de cargo, expansão de cargo e enriquecimento de cargo.

Outra tendência contemporânea está relacionada à descentralização das

estruturas organizacionais - o empowerment - que consiste na delegação de

autoridade para os subordinados. O objetivo é aumentar o comprometimento dos

funcionários e a motivação como consequência disso.

Dica

Um bom exemplo de motivação foi retratado no filme “De Porta em

Porta”, que relata a história real de um homem com algumas limitações

neurológicas, mas com objetivos na sua vida profissional. É uma bela

história que irá motivar você a não desistir de seus sonhos e objetivos

em qualquer área da sua vida.

Liderança

Capacidade de convencer outros a obterem resultados desejados e

esperados. É o processo social de dirigir e influenciar o comportamento dos

membros da organização, levando-os à realização de determinados objetivos.

Observe, na figura 5, os elementos da liderança.

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Figura 5: Elementos da liderança.

A liderança envolve pessoas com disposição para seguir as orientações de

um líder. O poder se concentra nas mãos de poucas pessoas. A liderança é a

capacidade de usar o poder para influenciar o comportamento dos seguidores.

Os líderes possuem características diferentes, com estilos de liderança que

se diferenciam entre si. Na sequência, serão abordados os estilos mais comuns

encontrados nas organizações, conforme apontam Peci e Sobral (2012).

Estilos de líderes (Lewin e Lippitt)

Autocrático: centralização de autoridade no chefe.

Democrático: há a participação dos funcionários nas decisões.

Laissez-faire (ou liberal): o gestor dá liberdade aos funcionários para tomarem

decisões. Líderes com esse estilo, por vezes, são chamados de líderes de

“rédea solta”. Esse tipo de liberdade pode passar a impressão de que não

existe, de fato, liderança.

A seguir apresentamos um quadro com o resumo das principais

características referentes aos estilos autocrático e democrático.

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Quadro 1: Estilos básicos de liderança.

Fonte: Maximiano (2006).

São várias as teorias que tratam da liderança.

A teoria caminho-meta (Evans e House), por exemplo, propõe que o líder

ajude os funcionários a obterem recompensas individuais, mostrando o caminho a

ser percorrido.

Essa teoria trabalha com os seguintes estilos de liderança:

Líder diretivo: especifica as tarefas e define as metas;

Líder compreensivo: é amigável e preocupado com as necessidades dos

funcionários;

Líder participativo: é democrático e consulta os funcionários,

descentralizando a tomada de decisão;

Líder realizador: desafia os subordinados com objetivos ambiciosos.

O líder eficaz é alguém cujos seguidores fazem as coisas certas e do modo

correto. O líder influencia os comportamentos e as ações dos liderados, com o

intuito de atingir objetivos preestabelecidos de interesse comum.

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Aplicação – exemplos de líderes nas organizações

Visionário - capacidade de inspirar aqueles que trabalham com ele e que o

seguem, pela visão que possui diante do negócio. Ele também se encaixa no

perfil de líder estressado, agressivo, exigente e rápido.

Steve Jobs (Apple).

Sociável (carismático) - esse líder costuma ser adorado por todos; é

carismático, animado, valoriza o trabalho em equipe e traz resultados pelo

poder do discurso.

Em termos práticos, pode pecar por atrasos, falta de organização e

esquecimentos.

Sílvio Santos (SBT).

Perfeccionista - costuma ser obsessivo por detalhes. Geralmente é mais

voltado à área técnica do que propriamente à gestão de pessoas. Pode ser

metódico e centralizador, o que pode prejudicar o ritmo de crescimento da

empresa.

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Bill Gates (Microsoft).

Veja outros exemplos em: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/7-exemplos-

de-lideranca-para-os-empreendedores?page=1

Síntese

Tanto a motivação quanto a liderança fazem parte da função administrativa

“direção”.

Para dirigir, o gestor precisa saber motivar e conduzir a equipe, exercendo a

liderança. A motivação afeta diretamente o comportamento e o desempenho dos

indivíduos.

Além disso, para ser líder é necessário desenvolver habilidades interpessoais,

a fim de conseguir a colaboração de todos nas suas práticas diárias, para o alcance

dos objetivos organizacionais. É papel do líder conhecer sua equipe, para saber

como motivá-los.

Dica

Para a visualização do papel de um líder, bem como as dificuldades

enfrentadas por ele na condução de uma equipe ao alcance de um

objetivo comum, assista ao filme “Desafiando Gigantes”.

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Atividades

1. Provavelmente você já ouviu, determinadas vezes, alguém dizer que estava sem

motivação para realizar seu trabalho, que seu desempenho já não era o mesmo e

que acreditava que merecia mais recompensas e maior reconhecimento. Baseado

no que foi estudado nessa aula, explique com suas palavras:

a) O que é motivação?

b) Qual a relação entre recompensas e desempenho? Explique.

2. Ao estudar os estilos de liderança, percebe-se que cada estilo apresenta

diferentes características. Considerando os estilos autocrático, democrático e

laissez-faire, descreva em que situações (no contexto das organizações) cada um

desses estilos funcionariam melhor?

Descreva uma situação para cada estilo. Você pode responder essa questão com

um exemplo prático, seja em uma situação da sua organização ou de outra

organização que você conheça.

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Referências

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à

revolução digital. 6 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2006.

PECI, A.; SOBRAL, F. Fundamentos de administração. São Paulo: Pearson Brasil,

2012.