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GUIA DE BOAS PRÁTICAS DE INOVACÃO: APRENDENDO COM A EXPERIÊNCIA DAS EMPRESAS EUROPEIAS (PROJETO IIT) ZABALA INNOVATION CONSULTING, S.A. 2017 Em colaboração com: UNIVERSIDAD DE AALTO UNIVERSIDAD DE MANCHESTER JOANNEUM CENTER UNIVERSIDAD DE TWENTE Projeto IIT ‘Industrial Innovation in Transition’ participado com financiamento da União Europeia através do programa Horizonte 2020.

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GUIA DE BOAS PRÁTICAS DE INOVACÃO: APRENDENDO COM A EXPERIÊNCIA DAS EMPRESAS EUROPEIAS (PROJETO IIT)

ZABALA INNOVATION CONSULTING, S.A. 2017 Em colaboração com:

UNIVERSIDAD DE AALTO

UNIVERSIDAD DE MANCHESTER

JOANNEUM CENTER

UNIVERSIDAD DE TWENTE

ProjetoIIT‘IndustrialInnovationinTransition’participadocomfinanciamentodaUniãoEuropeiaatravésdoprogramaHorizonte2020.

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ÍNDICE1.AGESTÃODAINOVAÇÃOEOECOSSISTEMADEINOVAÇÃO(IES).......................................................................4

1.1POSICIONAMENTONOIESERESPETIVOIMPACTO.............................................................................................51.2ESTRATÉGIASDEPOSICIONAMENTONOIES.......................................................................................................7

2.NOVOSMODELOSEFERRAMENTAS...................................................................................................................82.1MODELODEINOVAÇÃOORIENTADOAOCLIENTE..............................................................................................82.2FERRAMENTASWEB..........................................................................................................................................102.3BIGDATA...........................................................................................................................................................12

3.INOVAÇÃOABERTA.........................................................................................................................................153.1ESTRUTURASDEINOVAÇÃOABERTA................................................................................................................163.2TEMASCHAVESEMTODOSOSCASOSDEINOVAÇÃOABERTA.........................................................................18

4.ANÁLISEDOFUTUROAMBIENTEDAEMPRESA................................................................................................194.1FONTESEMÉTODOSPARAANÁLISEDOAMBIENTEFUTURODAEMPRESA.....................................................194.2RAZÕESPARAREALIZARUMAANÁLISEDOAMBIENTEFUTURODAEMPRESA................................................21

5.INOVAÇÃOEMPROCESSOEEMGESTÃO.........................................................................................................235.1ORGANIZAROPROCESSODEINOVAÇÃO..........................................................................................................235.2EQUILÍBRIOENTREINOVAÇÃOINCREMENTALERADICAL................................................................................25

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INTRODUÇÃOERESUMONunca foi tão importante como agora, a necessidade de inovar mais rapidamente e de forma mais

efetiva.Por isso,não surpreendequeos responsáveisdasempresasprocurem identificar aquilo “quefunciona”,pesquisandonashistóriasdesucessodasoutrasempresas.Existeumaamplaliteraturaqueintenta“encapsular” isto,emcatálogosde“boaspráticas”.Semembargo,nãosetratadeum“cliché”ouumafotofixa,umavezqueainovaçãoindustrialestáemtransição.OProjetoIIT“IndustrialInnovationinTransition”procuraavaliaraefetividadedapráticadainovaçãonaEuropa,analisandotambémseasatuaispráticasestãoadequadamenteapoiadasporferramentas,porpolíticas,desdeaadministraçãopublica.Parachegaraesteponto,oprojeto IITgerounovosdadose

conhecimentocorrespondente,a trêsníveis:1)práticadagestãoda inovaçãonasempresas,2)papeldosecossistemasdeinovação,e3)desenhodepolíticasemedidasdepromoçãodainovação.Este guia de boas práticas está baseado em 694 entrevistas e 10 casos de estudo realizados emempresasinovadorasde5sectoresem11paíseseuropeus,eabordaosdoisprimeirosníveisdeanálise(serápublicadoigualmenteuminformeseparadosobrepolíticas).Os5sectoresestudadossão:sectorTIC – Tecnologias da Informação e Comunicação (incluindo empresas de serviços TIC); sector demanufacturas;sectorbiofarmacêutico;sectoragroalimentar;esectordastecnologiaslimpas(incluindo

energiasrenováveis,armazenamentodaenergia,meio-ambiente,eágua,deacordocomadefiniçãodeKachan&Co,2012).Acoberturadoprojetoabrangeu11paísesqualificadoscomoLíderesTecnológicos,SeguidoreseInovadoresModerados:Alemanha,Áustria,Espanha,Estónia,Finlândia,Holanda, Irlanda,Itália,Portugal,ReinoUnidoeRepúblicaCheca.Este guia emprega métodos tanto quantitativos como qualitativos para investigar boas práticas emrelaçãoaosseguintesgrandestemas:1/EcossistemasdeInovação(IES):Osresultadosconfirmamclaramentequeasempresasusamosseus

“ecossistemasdeinovação”paraobterconhecimentoevisãosobreoportunidadestecnológicas(p.ex.emfornecedores);desenvolvernovoconhecimentoatravésdacolaboração;acederainformaçãosobrefuturas regulamentações; colaborar para explorar o futuro e entender melhor as necessidades dosclientes.Porém,nãoapenasparaisto,tambémparamodelarassuasIESatravésdepráticasacercadecomocomunicarasnecessidades futurasaospolicy-makers eaos reguladores,desenvolverumavisãocomumcomosseusassociados,edesenvolvertambémnovovaloremodelosdenegocio.Estasinter-relacõessãocadavezmaisimportantesparaempresasdetodosossectores.

2/ Novos modelos e ferramentas: Novos enfoques inovadores, como é o da inovação orientada aocliente,ouodeferramentaswebdeinovaçãoemaisrecentementeosbig-data,permitemàsempresas,combinarespaçosfísicosevirtuaisdentrodoprocessodeinovação,esãoelementosmuitoimportantesnasboaspráticasdeinovação.Estasferramentastornampossívelquepessoasdediferentesempresasou partes do processo de inovação cooperem, contribuam e se comprometam com atividades deinovação.

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3/InovaçãoAberta(OpenInnovation,OI):Aprecia-secadavezmaisnasempresasumamaioraberturadoprocessode inovaçãoquepermitapotenciaro conhecimento, as ideiaseos recursos,equeestesfluamdentroe foradaempresa.Maisdemetadedetodasasempresasestudadasacreditamjánesta

atitudede forma regular, ou estão cerca deo fazer, em conhecimento exterior. As estruturasOI sãoconsórcioscliente-fornecedor,consórcioscomuniversidades,colaboraçõescomclientesfinais,clusters,redes e plataformas. Sem embargo, continua a haver diversas interpretações de que práticas sãogenuínasdaOI,etambémalgunstemasqueasempresassegueminiciandocomcautela.4/ Análise do ambiente futuro:Num cenário de inovação cada vezmais fragmentado e disperso, émuito importante analisar qual vai ser a evolução futura, do mesmomodo que permite identificarnovastrajetórias,oportunidades,ameaças,competênciasealianças.Asempresascombinamdiferentes

fontesdeinformaçãoemétodosparaentendermelhoraevoluçãodoambientedeinovação,incluindométodos muito estruturados como as análise de patentes, a análise de cenários e os road-maps, etambém métodos mais informais como assistir a conferências ou feiras comerciais, ou manter oscontactos nas redes pessoais ou profissionais. As ferramentas web podem (devem) sermeiosmuitoimportantesparaidentificarprioridadesdeinvestigaçãoe inovação,querparaanalisartecnologias,ouparafazer“marketintelligence”ougerarnovasideias.Exemplosdissosãoorecursoàsredessociaisouao“crowdsourcing”.Amiúdeestasanálisesdoambientefuturosãoespecíficosparacadasector.

5/Inovaçãoemprocessoseemgestão:Atualmentehámúltiplosmodelosparaorganizaroprocessodeinovação, porém predomina amplamente o modelo “por etapas” (state-gate model). O segundo emimportância é aquele que está orientado ao cliente (lean start-upmodel) que se utiliza em projetosmaisdisruptivosoudeinovaçãoradical,eemespecialnasunidadesdeinovaçãocomumcaráctermaisautónomo.Porémacomplexidadedasatividadesdeinovação,incluindoasatividadesdecolaboração,ainovação aberta, os cada vez mais reduzidos prazos de desenvolvimento de produto, o uso deferramentasweb,etc., fazemcomqueseja indispensável implementarnovosmétodosorganizativosede gestão da inovação. Especialmente, absorver e integrar o conhecimento externo nos processosinternosde inovação, temvindoaserumdospontoscríticos,equerequerumespecialacoplamento

entreasestratégiasdenegócioedeinovação.Assim,opresenteguiaestáestruturadodaseguintemaneira:

Ecossistemas de inovação: implicações da crescente interdependência entre os atores dainovaçãoquantoaoquesereferea fluxosdeconhecimento,de financiamento,edepessoaseserviços.

Ferramentasemodelosparaumainovaçãoefetiva. Inovaçãoaberta:gestãodaaberturadosprocessosde inovaçãoparapermitiraentradaesaída

deideias,conhecimentoserecursos. Análisedoambientefuturo. Organizaçãoegestãodosprocessosdeinovação.

É preciso reconhecer que as diferenças das empresas por sectores, tamanhos de empresa,posicionamentonacadeiadevalor,eambientesregulatóriosecompetitivos,nãotornamprecisamentefácilfazercomparaçõesentreelas,emmatériadeinovação.Porisso,oobjetivodesteguia,ésobretudo,abrir o diálogo entre gestores de inovação, líderes empresariais e atores de inovação, ajudando na

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necessária reflexão sobre como se deve gerir a inovação para que se obtenha uma eficaz vantagemcompetitiva.

1. AGESTÃODAINOVAÇÃOEOECOSSISTEMADEINOVAÇÃO(IES)No trabalho diário, as empresas têm que enfrentar um número significativo de ambientes muitocambiantesedinâmicosquevoamais à frentedas suas competências técnicas.Mas,estasmudançasrápidasnosrequesitos,aindaenvolveincerteza,mastambémofereceoportunidades.OsresultadosquesetemobtidonasentrevistasfeitasnoprojetoIIT(InovaçãoIndustrialemTransição)mostramumagrandevariedadede inputsde inovaçãoquevãodesdeoambientedaempresa,equeajuda a compreender os desafios presentes e futuros em relação aos seus clientes, tecnologias,

regulações,necessidadeserequisitossociais.Estesresultadosclaramenteconfirmamqueasempresasrecebemdesdeosseusfornecedores,informaçõessobrenovastecnologias,ecomelesadquiremnovosconhecimentos (realizando projetos conjuntos), conseguindo aceder a informação sobre futurasregulações, também juntos fazem prospetiva do futuro e tratam de compreender ao máximo asnecessidades dos clientes finais. Porém, as empresas não usam o seu IES (Ecossistema de Inovação,unicamente como fonte de conhecimento e informação. Também, tratam de modelar este IEScomunicando-lhe quais são as suas futuras necessidades, por exemplo, dialogando com os policy-makerseosreguladores,eobtendoumavisãodefuturoemcomumcomosoutrosmembrosdeIES1.Asinter-relaçõessãocadavezmaisimportantesparaasempresas,emtodosossectores.

Maisadiante,vamo-nosreferiraesteambientecomoEcossistemadeInovação(IES).As inter-relaçõesdentrodesteIESsãocadavezmaisimportantesparaasempresas,emtodosossectores.Nosectordasmanufacturas, no agroalimentar ou no biofarmacêutico, as empresas assim o indicam de formapraticamente unânime; quanto às tecnologias limpas, cerca de 60%. Sem embargo, só 50% dasempresas TIC o reconhecem como um tema de grande importância, possivelmente porque já estãoatuandoassimdesdetempoatrás,ejáotêmassumido.

As empresas inovadoras caracterizam-se por ter um IESmuito amplo.Não só incluemnele a usual“cadeia de valor” composta pelos seus fornecedores e clientes; também incluem os organismospúblicos de investigação, investidores, fornecedores de infraestruturas, e também os reguladores,consultoresepolicy-makers.

1Adner,R.2006,MatchYourInnovationStrategytoYourInnovationEcosystem,HarwardBusinessReview,p.98ff.)

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Figura1:PrincipaisatoresdosEcossistemasdeInovação(dadosprópriosdoprojetoIIT)

“Quandofazemosesteprojetoalongoprazo,naturalmentefazemosnetworkingeprocuramosparceriascomtodososatoresdacadeiadevalor.Ecadasóciotemsuaprópriaespecialidadenanetwork.Enósanossa. E claro que incluímos o cliente final. Assim, somos favoráveis a este tipo de consórcios, com

aquelesquetemapossibilidadededesenvolveroprojetodesdeoinicioatéaofim”[Grandeempresamanufacturadora]

1.1 POSICIONAMENTONOIESERESPETIVOIMPACTO

Para compensar esse ambiente emmudança, as empresas geramestabilidade e reduzema incertezagraças aos conhecimentos e informações recebidas através do intercâmbio comos seus parceiros doIES. As oportunidades tecnológicas são capturadas por fornecedores, o conhecimento é desenvolvidoem projetos de I+D com universidades, informações recebidas dos policy-makers sobre os requisitosregulatóriosfuturoseosclientesqueestãoenvolvidoseminovações,oqueajudaaobterumavisãodofuturoambientede inovação.O impactona IESé certamentemaiorquandoasempresas influenciamativamenteesteIESeoseudesenvolvimentofuturo.

“Umamudançarelevantenonossocampotecnológicoéque,seprecisamosdeabrirumanovalinhadenegocio,precisamosdeterumaboareputaçãoprevia.Porqueteriaalguém,queconfiarnumaempresapouco conhecida com um projeto demilhões de euros? Ou: - Temos uma tecnologia disruptiva queconvence clientes potenciais, ou fazemos passo a passo um acercamento a esses clientes, comnetworking,protótipos,etc.“[Empresagrande,sectormanufacturador]

Assim, as empresas aplicam um amplo leque de estratégias, como participar em comités deestandardização e regulação, financiamento de cursos nas universidades, apoiar as associaçõesindustriaiseimpulsionartecnologiasespecíficasdentrodacadeiadevalor.

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ICT

Manufacturing

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"AempresacrescemnoâmbitodoAceleradordeInovaçãoFINODEX,quetemcomoobjetivoconstruir

umecossistemaabertoesustentávelemtornodeumaplataformadesoftwarelivreedirecionadoparaasaplicações (FIWARE -ambientede testesnãocomercialquepermite inovaçãoeexperimentações),facilitando o desenvolvimento de novas Smart Apps em múltiplos sectores. Graças ao FINODEX, foiobtido um total de 10,5 milhões de euros de financiamento adicional para 101 desenvolvimentosdiferentesem10paíseseuropeus."[PequenaempresaTIC]

A intensidade e o valor destasmudanças dependem do papel da empresa dentro do IES. Este papelpode ser alinhado à volta de dois eixos que demonstram a intensidade com que a empresa esteveenvolvidanoIES.Oprimeiro,identificaomododetrocaegeraçãodeconhecimento;podevariardesdea simples reunião de conhecimento e informação (por exemplo, em reuniões com associações), atéparticiparativamentenaco-criaçãodeconhecimento,porexemplo,emprojetosdeinovaçãoaberta.Osegundo,mostraquãoativaéaempresadentrodoIES;ouseja,seaempresasegueas iniciativasdosoutros, ou cria proactivamente oportunidades de aprendizagem, experimentação e desenvolvimentocolaborativos.

Pormeiodestaintensidadenatrocadeconhecimentoeinformação,revela-seaverdadeiravontadedaempresa para partilhar e criar conhecimento em comum. A estratégia que a empresa tem para seenvolvernoIESajudaporsuavez,aver,quemélídereoseguidordosprocessosdeinovação.Porém,todasasempresas,comosseusdiferentespapéis,contribuemparaadinâmicaefuncionamentodoIES.Com os resultados obtidos nas entrevistas, temos 4 tipos de atores ou membros do IES (papéisdesempenhados):

Omembro de “troca” é muito ativo fazendo troca de ideias e informação, por exemplo nas

reuniões, eventos, associações. Pode envolver-se em projetos de I+Dmas não irá atuar comoimpulsionadoroucondutordoamploespectrodoIES.

Omembrode“concorrência”forneceoseuconhecimentoavançadoecrucialsobreumprodutoouprocessoespecifico,eésempremuitobemaceitenosprojetosdeI+Dcolaborativos.

O“hubdeinovação”permiteacriaçãocolaborativadeconhecimento.Asempresasreforçamasua colaboraçãonão sóatravésde interfaces técnicas,mas também fornecem infraestruturaerecursos colaborativos, como “Factory labs” ou capital. Os integradores da inovação sãoexemplos desse papel intermediário e integrador dentro da cadeia de valor. Ao facilitar estasplataformasdeinovação,elasasseguramtambémpodereoportunidadedelideraroprocessode

inovação.Assim,ohubdeinovação,teminteresseemliderar,pelomenosparcialmente,oIES. O membro “inovação individual” tem uma estratégia de inovação centrada na empresa e,portanto, não mostra atenção para a inovação colaborativa, não quer depender ou confiarnoutrasempresasparaseuprópriosucessoinovador.Noentanto,issonãosignificaqueestetipodeempresanão se conecte comosoutrosouquenãoqueira influenciar o IES (policy-makers,associações,etc.)

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Figura2:PapeldasempresasnosEcossistemasdeInovação

1.2 ESTRATÉGIASDEPOSICIONAMENTONOIES

Para fortalecer ou melhorar a sua posição no IES, as empresas de todos os sectores melhoram aqualidade dos seus produtos ou desenvolvem novas aplicações tecnológicas. Existe também outraestratégiadefortalecimentodaposiçãonoIESqueé:influenciaraquelesquedesenvolvemnormativaseregulamentos, através de alianças, por exemplo em associações. Raramente esse reforço ocorre pormeiodeaçõesdemarketing,comopublicidade,políticasdepreçosouaquisições.

"Aparticipaçãoativaemparceriasajudaasempresasafazerlobbysobreospolicy-makers,ainfluenciar

os regulamentos e padrões, projetar planos para criar valor e influenciar o sistema educacional"[Empresabiofarmacêuticadetamanhomédio]

Damesmaforma,osresultadosobtidosnosestudosdecasodoProjetoIIT,refletemespecialmentequeos projetos que envolvemmudanças significativas no IES exigem o envolvimento da alta direção da

empresa. Essesprojetosdevemser relevantesparamudançasnaestratégiade inovaçãodaempresa.Caso contrário, esses projetos podem ser descartados ou mudanças estratégicas podem não serimplementadas. No caso de empresas que evoluem para novas IES, as próprias competências daempresa também devem mudar. E isso é porque pode não ser possível reconhecer e entender osdesafiosdenovosclientes,comapenascompetênciasatuais.Alémdisso,quandomudamasestratégiase entramos em novos IES, vale a pena confiar o projeto a um projectmanager que tenha confiançadentro da empresa, em vez de confiar num que vem de fora. Além disso, o papel das unidades denegóciosnoprocessodemudançaparanovasIESdevesercomunicadoatodaaorganização.Emsuma,

asmudançasnoIESdevemserenfrentadaspassoapassoeporpartedaorganizaçãoondeobenefícioserámaisprovávelepróximo.EstebenefícioeosconhecimentosobtidospodemserusadosdiantedenovasmudançasnaIESnolongoprazoequeenvolvemmaiorrisco.AcriaçãodeconhecimentodentrodaIESpodeserorganizadodediferentesmaneirasenãoprecisaserlimitadoainovaçõesdecurtoprazo,mastambémalongoprazo.Porexemplo,osprojetosdeinovaçãosãogeralmenterealizadosatravésdecontratosdepesquisa,àsvezescomórgãospúblicos.Àsvezes,asações também são realizadas em colaboração com outras entidades, a fim de gerar novas ideias ou

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estabelecer rotas para futuros desenvolvimentos, complementando a visão interna da empresa. Ainovação aberta é outra oportunidade. Nas entrevistas, verificou-se que raramente as empresas quetêmumbaixoenvolvimentocomoIES,confiamemcolaborarcomoutrasentidades.

As empresas envolvem-se com outros parceiros dentro do IES para desenvolver habilidades comunsparasuperarosdéficesdeconhecimentoepodementãoserdisseminadasdentrodoIES.Asempresasbritânicasestabeleceramconsórciosatravésdegovernosnacionaiseregionais,bemcomouniversidadespróximasparacriarnovoscentrosdetecnologiacomumamassacríticacomcapacidadedeI+D.

"Asempresasentramemprogramasde formação juntocomoutrasempresasdo IESeespecialmente

comasuniversidades,conseguindoassimcobrirosdéficesdeformaçãodeseusfuncionários.Issoincluiprogramascomestudantesdedoutoramento"[EmpresamediaTICbritânica]

Asentrevistasmostramque,naEuropa,asempresasinovadorasestãobeminterligadasdentrodoIES.Adotam estratégias consistentes com sua posição no IES e estão dispostas a gerar e capturar novos

conhecimentos. As seções a seguir descrevem como a riqueza e a dinâmica do IES podem sertransferidasparapráticascomerciaisinovadoras.

2. NOVOSMODELOSEFERRAMENTASOsnovosmodeloseferramentasdeinovação-comoomodelodeinovaçãoorientadoparaocliente,asferramentas da web ou o big-data- permitem às empresas unir os ambientes de inovação física evirtual,fornecendorecursosimportantesparapráticasdeinovação.Essasferramentaspossibilitamquepessoas de diferentes empresas e partes do processo cooperem e se envolvam no processo deinovação.

2.1 MODELODEINOVAÇÃOORIENTADOAOCLIENTEAtualmenteosclientessãomuitomaiscolaboradoresecomprometidosenecessitamdeserescutados.Nessesentido,opapeldoclientenoprocessodeinovaçãodeixoudeserpassivoepassouaserativo.2Issoenvolvenovoscomportamentos: osclientesnãoseadaptamàsofertasdosseus fornecedores,edeterminamquaissãoosseusrequisitos.Emmuitasempresas,aformadepensarcentradanaempresaenopróprioproduto,estáamudarparaumaformadepensarfocadanoclienteenomercado.3

AsentrevistasdoProjetoIITconfirmaramqueasempresasestãoareorientarasuaatividadeinovadoraemrelaçãoaocliente.Amaioriadasempresasdetodosossectoresdescobriuqueasuaestratégiadeinovaçãoéprincipalmenteorganizadaemtornodasnecessidadesdosclientes(TIC:64,4%detodasasempresas pesquisadas; Manufacturas: 64,3%; Biofarmacêutica: 52,2%; Agroalimentar: 48,5% eTecnologiaslimpas:54,3%).Assim,nãoésurpreendentequeoprincipalatorexternoparaasempresas

2Bhalla (2011)CollaborationandCo-creation.NewPlatformsforMarketingand Innovation,SpringerScienceandBusinessMedia,LLC3 Archakova, K. and Mazur, O. (2011). Customer driven innovations. Master Thesis in Business Administration.GotlandUniversity

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em todos os sectores seja o cliente (TIC: 81,1% de todas as empresas entrevistadas; Manufacturas:82,0%;Biofarmacêutico:69,6%;Agroalimentar:76,8%eTecnologiasLimpas:70,7%).Mas,comoéqueasempresasfazemintegrarosseusclientesnoprocessodeinovação?

Asempresasenvolvemosseusclientesnoprocessodeinovaçãodediferentesmaneiras:háaquelesqueosenvolvemnumpapelbastantepassivo,eháoutrasqueusammétodosdeenvolvimentoativoparalograr atingir umamaior competitividade.O que é claro é que qualquer uma dasmaneiras usadaspara envolvero clientenoprocessode inovação requer competências internas adequadas. Asmaisbásicassãoashabilidadesdecomunicaçãoenegociação,mastambémaflexibilidadeeadaptabilidadeàs necessidades do cliente. Algumas empresas são responsáveis por, pelo menos, conhecer asnecessidades e tendências do cliente em primeiro lugar, e depois desenvolver em maior grau as

competências que serão essenciais. Outros colocam ênfase em treinar seus funcionários nosprocedimentosadequadospara lidarcomocliente.Emqualquercaso,essascompetênciassãoabasedeumacolaboraçãoestávelcomocliente.As formasmais passivas de envolvimento foramencontradasnesses sectores com ciclos deprodutoslongos e estáveis, por exemplo, no sector da manufactura e especificamente na engenharia deinstalações:osclientescomunicamaofornecedorqualotipodetecnologia,produtoouserviçodequeprecisam; especificações sobre o tipo de tecnologia, produto ou serviço, podem ser formuladas de

forma mais ou menos precisa. Os mais precisos são dados especialmente nos casos de tecnologias,produtosouserviçosqueterãomaiorcomponentedeI+D+i.

"Eles dizem-nos o que precisam e fazemos a I+D+i com base nas suas especificações; damos-lheexatamenteoqueelesprecisam"[Grandeempresabiofarmacêutica]

Oqueénovo,mesmoquandosetratadeenvolvimentopassivodocliente,équeagorainteressaextrairinformaçõesdoclientesobrenovosprodutosnecessários,nãoasobservaçõesgenéricasouentrevistasde satisfação, mas sim entrevistas pessoais com o cliente ou outros meios que permitem umconhecimento ótimo das suas necessidades. Algumas empresas reconhecem que estão em contatopermanentecomoclientegraçasaprojetosdedesenvolvimentodetecnologiae/ouprodutos.Outras empresas reconhecem formas bastante mais ativas de envolvimento do cliente, como

workshops ou sessões de trabalho com clientes, nas quais a empresa, trabalha em problemasespecíficos junto com os seus clientes, usabilidade de tecnologias, produtos ou serviços, oubrainstorming de ideias inovadoras para novas tecnologias ou produtos. Além disso, os trusts declientes estão envolvidos no teste ou na depuração de novos produtos, ou mesmo ajudando-os aalcançaromercado.

"Nós demonstramos isso para o trusts de clientes e permitimos que eles usem a tecnologia, possam

testá-la e se eles se sentirem satisfeitos com ela, vamos continuar com essa tecnologia até à suadisponibilidadetotal".[PequenaempresaTIC]

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Algumasempresasdesenvolvemformasmuitoativasdeenvolvimentodocliente,nasquaistrabalhamemmodoco-criaçãosejanodesenvolvimentodetecnologiaoudoproduto.Porexemplo,umaempresaaustríacalocalizaalgunsdosseustécnicosnasinstalaçõesdocliente.Lá,elesajudamoclientenousodo

produtoe,portanto,sãocapazesdeidentificarmelhoriasdeprodutojuntoscomocliente.Observemosocasodeumaempresabritânica:

"Nóstemos"casasquentes"ondenosencontramoscomumclienteeeledefineaoportunidadeouodesafioedisponibilizamosespecialistasqueinvestemtrêsdiasnaconcepçãodeumasoluçãoparaessaoportunidade".[PequenaempresadeTIC]

Osclientes tambémestãoenvolvidosnageraçãodenovas ideias.Asempresas lançamcampanhasdecrowdsourcingouestabelecemplataformasde ideiasdirigidasaosseusclientes,nasquaiselespodemcontribuircomsuasideias.

2.2 FERRAMENTASWEB

Os processos de inovação compreendem uma variedade de atividades nos níveis operacional e deadministração,erequeremdiferentesmeiosdesuporte.Asferramentasdawebajudamasistematizareestruturarasatividadeseosfluxosdeinformaçãoe,destaforma,tornaressasatividadesmaiseficientesemtermosderecursos(tempo,dinheiroerecursoshumanos)emaisefetivasemtermosderesultados.Em termos de gestão da inovação, as ferramentas web são usadas para administrar a carteira deinovação, monitorando e adaptando constantemente a estratégia de inovação da empresa para o

ambiente de negócios. Nas entrevistas do projeto IIT, verificou-se que as grandes empresas usamferramentas para estabelecer prioridades em I+D+i. Elas são usadas para capturar e analisarinformações tecnológicas e demercadoe assim facilitar o processodaprospetiva. Esta informaçãoéusadaparaestabelecerumrankingdeprojetoseinteresseseminovação.Asempresasqueusamessesrankingsenfatizamqueessetipodeavaliaçãoautomáticaémuitomaisobjetivo.

"Orankingajudam-nosaentenderquenãotemosqueaprovarelançartodososprojetosparateruma

boa imagem diante de nossos parceiros,mas apenas aqueles que realmente nos trazem benefícios."[Grandeempresadefabricaçãodebenstransacionáveis]

Outravantagemdosrankingsprioritárioséqueosprojetosdeinovaçãoquenãosejamcompetitivosouque não sejam mais lucrativos devido a mudanças no ambiente de negócios, são facilmenteidentificadosepodemserinterrompidos.Osrecursospodementãoserreorientadosparaprojetoscom

maiorpotencialesuperararelutânciadosfuncionáriosqueestãorelacionadoscomostaisprojetosquenãosãolucrativos.As pequenas empresas estão menos dispostas a administrar as suas inovações com a ajuda deferramentasdaweb. Issoéexplicadopelomenornúmerodeprojetosqueessasempresaspossuem.Além disso, as empresas mais pequenas possuem estruturas mais flexíveis e a comunicação entre

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funcionários funciona bastante bem e também mantém boa e intensa comunicação com os seusparceirosexternos.

"Estamosnumprédiodeumandar.Então,amelhormaneiradedarumainformaçãoéirláeestar/falarcomapessoa."[PequenaempresaTIC]

Aonívelorganizacional,existeumagrandevariedadedeferramentasqueajudamasempresasainovar.

Essasferramentassãodivididaseminternaseexternas.Internamente, os resultados do Projeto IIT mostram que as empresas tentam organizar os seusprocessos internos de inovação e os seus fluxos de conhecimento, duma forma aberta. Muitasempresas, independentemente do seu tamanho e do seu sector, introduzemplataformas/intranets eoutras ferramentas similaresparagerar ideiascriativas.Asempresasacreditamqueasoportunidadessão muitas vezes perdidas porque o potencial do conhecimento interno não é explorado. Essasplataformas são ferramentas que se abrem para todos os funcionários, incluindo parceiros externos,

clientes e fornecedores. Parte das empresas prefere obter ideias anonimamente porque perceberamque alguns funcionários subestimam as suas ideias e habilidades; outros estabeleceram concursos(crowdsourcing) para que as melhores ideias sejam recompensadas. Todas essasplataformas/ferramentasprecisamdemanutençãoedealguémquesejaresponsávelpelasuagestão.Por outro lado, as ferramentas externas facilitam a cooperação com colaboradores externos.Ferramentascomunssãooe-mail,ossistemasdevideoconferência(porexemplo,Skype),espaçosparapartilha e edição de documentos (por exemplo: Dropbox,Wikis e ferramentas na ‘cloud’ ou seja na

‘nuvem’). Essas ferramentas servem principalmente para apoiar projetos de inovação cooperativa efacilitaracoordenaçãoemlargaescaladecomunidades,clustersououtrasparceriaspúblico-privadas;mastambémapoiamainovaçãointernaentrefuncionáriosindividuaisoudepartamentos.

"EstamosenvolvidosnumclusterTIC[...].Assinergiasgeramalgomuitomaiseficientedoquequalquercoisaquepossamosfazerseparadamente."[EmpresadeTICmédia]

Existemoutrasferramentasexternascomumcarátermaisexperimental,living/innovationlabsnassuasdiferentesvariantes(virtual,presençafísicaoucombinadas).

"Nós estabelecemos uma ‘learning factory’. É projetada para que funcionários com diferentes

experiênciasediferentesníveisdeformação(nãoapenasacadémicas)sejuntemedesenvolvamnovasideias".[GrandeEmpresadetecnologiaslimpas]

Para interagir forados limitesdaempresaeconectá-lacomomundoexterior,asredessociais,comocrowdsourcing ou crowdfunding, têm um grande interesse. Complementares a essas ferramentasgeneralistas existem ferramentas orientadas para tarefas. Por exemplo, existem empresas

especializadas em inovação de produtos que frequentemente usam ferramentas orientadas para odesenhoe a engenharia deprocessos. Para a inovaçãonos serviços, existeumagrande variedadedeferramentasfocadasedandosuporteaodesenho,desenvolvimento,prototipagemevalidação.

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Embora as reuniões presenciais (mesmo lugar, mesmo tempo) ainda sejam importantes paraadministraroprocessodeinovação,umacaracterísticaimportantedasferramentaswebéquepodem

serusadasindependentementedolugaredahora.Oquedámuitaflexibilidadeàsempresasnosseushábitosdetrabalhoesãomuitocompetitivas.Nestecontexto,asentrevistasdoProjeto IITmostraramqueas ferramentaswebtêmuma influênciadrásticasobreaestruturatradicionaldaempresa.Asempresasqueestãooriginalmentelocalizadasnasáreasmais rurais, tiveramproblemas consideráveis para atrair profissionais altamentequalificados.Adigitalização da empresa e o uso emergente das novas ferramentas da web facilitam o trabalho àdistância.

"Nós decidimos dar uma solução para o problema da retenção de talentos na nossa região,estabelecendoumaestruturadeempresavirtual.Amaioriadosnossosfuncionáriosnãoestãosentadosaqui,agora."[Micro-empresaBiofarmacêutica]

2.3 BIGDATAA maioria das empresas entrevistadas no Projeto IIT reconheceu que conceitos como “Big-data” e"InternetdasCoisas" implicarãoumamudança crucialno futuropróximo. Estão conscientesdoaltopotencialdo“Big-data”emuitosdelesjogamcomdadosdeformamaisoumenosintensa.Noentanto,ousodo“Big-data“ematividadesdeinovaçãoeanálisesdomeioambienteinovadoraaindaestálonge

desernormalnamaioriadasempresas.

"Sim,nóscoletamosdados,fazemosissoporqueosdadosestãoláearmazená-losnãoéumcustoextra.Nóssomosum"pequenoGoogle"."[Grandeempresadetecnologiaslimpas]

A Figura 2 não é surpreendente no sentido de que as empresas de TIC sejam as primeiras a usarmétodosaquechamamos “grandesdados”.Cercade46,8%de todasasempresasTICentrevistadasrecolhemdadosemelevadograuefazemasuaanáliseparaseremmaisinovadorasecompetitivas.Sãoseguidasporempresasdetecnologiaslimpas(31,6%)eempresasbiofarmaceuticas(29,4%).

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Figura3:Usode'bigdata'nasactividadesdeinovação;n=5611

1 não se excluem as empresas que dizem não conhecer se empregam big-data e as que não respondem a esta

pergunta.

As entrevistas mostraram que a análise do big-data é aplicada com diversos objetivos. Os maisfrequentessãoosseguintes:

Tendências do mercado consumidor e avaliação das necessidades: os entrevistadosresponderamque,paraanálisedetendências,usamdadosdasvendasoudadospúblicos.

Avaliaçãodoshábitosdeconsumo:umexemplomuitoclaroecomuméaavaliaçãodoconsumode energia através de tecnologias Smart-meter / Smart-grids. O grande volume de dados éarmazenadonanuvemeéusado,porexemplo,paraodesenvolvimentodenovosmodelosde

negóciosporfornecedoresdeenergiaelétrica. Avaliaçãoemelhoriadastecnologiasexistentes:algumasempresascomeçaramaregistartodosos dados fornecidos pelas suas tecnologias. Sendo capazes de usar esses dados, as empresasestão muito bem posicionadas para desenvolver novas versões de produtos, antecipar osproblemas e resolvê-los. Por exemplo, uma empresa britânica disse que monitorizam ofuncionamento, localização, uso e substituição de todas as suas células de combustível paraaprenderemelhorarastecnologias.

Descobrir novas áreas de aplicação: quando uma empresa avalia e melhora as tecnologias

atuais,novasáreasdeaplicaçãopodemserdescobertas. Sendocapazde lidar comumgrandevolumededados,épossívelcruzarinformaçõesentrecamposmuitodiferentesenovasáreasdeaplicaçãopodemserdescobertas.

Comosetemmencionadoanteriormenteexistemmuitasempresasqueestãoacoletardados,masissonão significa que realmente os estejam a usar. As maiores barreiras a este respeito são: a falta dequalificação e capacidade, uma vez que a quantidade de dados disponíveis geralmente excede acapacidadedeanáliseinstalada.Noutroscasos,sãoafaltaderecursos(financeiros,horários)eafaltadeumainfraestruturadeTICapropriada.Essesproblemassãobemconhecidospelosgrandesfornecedores

de dados e consultores em matéria de big-data. Esses provedores são especializados na geração eanálise de big-data para os seus clientes. E fornecem às empresas os recursos qualificados e asinfraestruturasnecessárias.

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No entanto, existe uma falta atual de concordância entre os avanços tecnológicos em big-data e aprocuraporessesavançosrealizadapelomercado.

"Tivemos um excelente projeto de inovação no ano passado que se concentrou especificamente naquestãodobig-data,masnão vimosqueerado interessedenossosprincipais clientes, e se o nossoclientenãoovaloriza,éclaroqueoprojetonãoserálucrativo".[Empresamédiadetecnologiaslimpas]

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3. INOVAÇÃOABERTAA Inovação Aberta é a abertura dos processos de inovação de empresas que permitem que novasideias, tecnologias e conhecimento de empresas externas fluam para a empresa, e além disso,procuramfazerissoemmodoativo.UmgrandenúmerodeempresasdasentrevistadasnoprojetoIIT,declararam-seidentificadascomesteconceito(porexemplo,90%noUK).Issoindicaclaramentequeas

empresasdependemcadavezmaisdeempresasexternasparaaumentaroseuníveldeinovação;pelomenos50%dasempresasentrevistadasfazemissoregularmenteouestãoacomeçarafazê-lo.

Figura4:Fontesexternasdeconhecimentoligadoàinovação(dadosprópriosprojetoIIT)

As motivações para se envolver na inovação aberta podem variar, desde querer resolver problemastécnicos(asempresasbiofarmaceuticassãoasquemaisfrequentementefazemisso)até,comonocasodasTIC,fazerumapesquisademercadomaisamplasobreosseusprodutoseserviços.

Figura5:Principaisaplicaçõesdainovaçãoaberta(dadosprópriosdoprojetoIIT)

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Um exemplo típico é o uso de técnicas de Inovação Aberta para desenvolver esses processos,tecnologiasouserviçosquenãosãofundamentaisparaaempresa,massãonecessáriosparaoferecê-losaomercado.

A inovação aberta geralmente leva a processos de aquisição de outras empresas, ou à compra depatentes, ou licenças para uso emmateriais, processos, etc.No que diz respeito à aquisição de umaempresa, não é muito comum fazê-lo se a tecnologia da empresa a adquirir está fora da área decompetência da empresa compradora, ou esta é uma empresa dedicada à integração de tecnologia.Nessascircunstâncias,émaiscomumcriarumajoint-venture.

"Nósdesempenhamosumpapelde integraçãotecnológica,eamelhor formaé formar jointventures,

emvezdecompraroutrasempresas".[GrandeEmpresamanufacturadora]

Écomumqueasempresasquenãopossuemdeterminadosprodutosdentrodoseuportfoliocomercialadquiramlicençasdetecnologiasou ideias,aoutrasempresas,desdequesejamcoerentescomoseu

modelo comercial. Também são adquiridas patentes ou licenças de produtos que não estão a serexploradasoupodemserexploradasdeformamaisintensa.A inovaçãoabertadentrodeparceriasou colaboraçõesde longoprazo tambémpode serusadaparafacilitarmudançasde longoprazonadireçãooumelhorias significativasnecessárias paraaumentar acompetitividadedaempresaeproduzirbenefíciosparatodososenvolvidos.

3.1 ESTRUTURASDEINOVAÇÃOABERTAAsseguintesestruturasdeinovaçãoabertapodemsermencionadas:consórciosentrefornecedoreseclientes; consórcios estratégicos com universidades; campanhas envolvendo utilizadores finais /consumidores; clusters. Todos eles facilitam o fluxo de conhecimento entre os participantes. Asempresas entrevistadas no projeto IIT identificam-se mais de perto com os consórcios entrefornecedoreseclientesesãoseguidasdeconsórcioscomentidadesdepesquisa.

Figura6:ImportânciadosatoresnosEcossistemasdeInovação(dadosprópriosprojetoIIT)

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Em termos de inovação aberta, os consórcios baseados no relacionamento fornecedor-clienteenvolvemco-criaçãoegerammaiorintegraçãoentreosdois,partilhandomaisinformaçõeserecursosegarantindoosciclosdesincronizaçãoeinovaçãoentreeles.Osbenefíciosmútuosderivadosdaprática

da inovação aberta são: a melhoria dos processos de produção, a melhoria das funcionalidades dosprodutos,aaceleraçãodaentradanomercadodenovosprodutosouserviços,apartilhaderiscos,etc.,epodemserfortalecidosatravésdeacordosformaisounão.

"Temosagoradoisconsórcios,nosquaistrocamosamostras,ejuntosfazemosalgumascaracterizaçõesbásicasquenosajudamaadquirirconhecimentoquenosconvémmutuamente.Tendemosavertudo

issodopontodevistapré-competitivo".

Osconsórciosabertosdeinovaçãotambémpodemserfeitosnocasodeempresasadjacentes,ouseja,asempresasparticipantesnãofazempartedamesmacadeiadefornecimentos,maspartilhamcanaisdecomercialização.

"Tambémcolaboramosemvárioscasoscomempresasadjacenteseestamosacrianroportunidadesdemercado. Um exemplo: colaboramos com um grande fabricante de eletrodomésticos. Nós cedemoslicenças de uma tecnologia relacionada com a água, o que lhes permite inovar em vários sistemas,usando um consumível que nós fornecemos. Então, não pertencemos à mesma cadeia deabastecimento, porém, o sucesso dos seus eletrodomésticos depende em grande parte de nós..."[Grandeempresademanufactura]

AinovaçãoabertanosectordeTICtendeaenvolverosutilizadores,comumaduplamotivaçãoque,porumlado,éacelerarainovaçãoemnovasaplicaçõeseplataformase,poroutrolado,criarfidelizaçãodeclientes.

"Nósnãousamosmuitoainovaçãoaberta,apenasnocampodosoftware...Porexemplo,enviamosum

código-fonteparaumaplataformapúblicaquepodeserusadagratuitamentepelopúblicoemgeral,eacreditamosqueissofazcomqueosutilizadorestenhamconhecimentoeusemosnossosprodutos,ouseja,jáosatraímosparaanossatecnologia.Portanto,ainovaçãoabertapodeserusadaparacriarnovosmercadosepromoverainovaçãodentrodanossaempresa."[GrandeempresadeTIC]

Muitasdasempresasentrevistadaspossuemconsórciosestratégicoscomuniversidades,comoumadasestruturasrelevantesparaainovaçãoalongoprazo.

"Realizamosvigilânciatecnológicaeinovaçãocomumauniversidadenosúltimos5anos.Publicamosumbom número de patentes em conjunto, que compensou a universidade enquanto trabalhamos em

invenção. Os professores treinaram os seus alunos nas inovações conjuntas realizadas, e a nossaempresamelhorouosprocessosdeinovaçãocomoresultadodadivisãodetarefas".[Empresamedianabiofarmacêutica]

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Ambosos lados sãobeneficiadospor esses relacionamentosde longoprazo: as empresas acedemaoestado da arte e do conhecimento, e as universidades acedem a recursos e oportunidades paraobter/causarummaiorimpacto.

"... os laboratórios geralmente fazem revisão da bibliografia e dizem em quais áreas vão testar umdeterminadomedicamento,entãonósdamos-lheomedicamentoeelesrealizamostestes. Mas,porexemplo,identificandonovasformasdeusaromedicamento,ousefazemumadescobertaespetacularquefuncionacomessecancrodemamaemparticular... issoestáforadomodelodecolaboraçãoquetemoscomelesequeremosqueissomude."[Pequenaempresabiofarmacêutica]

Opatrocínioemconjunto comdoutoramentosoumestrados,éumaprática comummente citadanasentrevistas.Mashámaisaçõesestratégicas,comoacriaçãodeinstalaçõespartilhadas.

"Nós partilhamos uma instalação com uma universidade local, que emprega trabalhadores indiretos,

investigadoresetécnicosemgeral,tambémháespaçosdedicadosàformação.Éumedifíciodedicadoàcolaboração, e é um edifício aberto... Há espaço para ser usado por projetos geradosespontaneamente... A ideia é que ele irá servir para reunir pessoas de outras empresas e diferentesdisciplinas".[Grandeempresamanufacturadora]

Quandoofinanciamentopúblico-privadoécombinado,équando(frequentemente)essasestruturasde

inovaçãoabertasãogeradas.

"Esteéuminvestimentopúblico-privadonumanovagrande instalaçãodestinadaa levaraciênciadosmateriaisdeproduçãoassistidosporcomputadoraumnovostatusequeirábeneficiaraambos(nemnósnemauniversidadeteríamosfeitooinvestimentosozinhos),etambéméumespaçoabertoqueémuitopróximodoconceitodeecossistema".[Grandeempresamanufacturadora]

3.2 TEMASCHAVESEMTODOSOSCASOSDEINOVAÇÃOABERTA

Apesarda relevânciadaspráticasabertasde inovação,aindaháumasériedequestões fundamentaisrelacionadas à forma como as empresas definem e aplicam consistentemente a inovação aberta nassuasestratégias,quais sãoosbenefíciosmais importantesquedeladerivam,bemcomo tudoquantoestárelacionadocomapropriedadeeaproteçãodoconhecimentogerado.

Definição:asempresasdefinema inovaçãoabertadediferentesmaneiras.Emparticular,podeser entendido como: 1) colaboração com parceiros externos com regras estritas sobre quemexplora os resultados; 2) colaboração com parceiros externos livres para usar os resultadosconforme lhes são convenientes; 3) colaboração com parceiros externos com regras rigorosaspara publicação de resultados e 4) inovação interna com liberdade para partilhar resultadosabertamente.Cadaempresadevetercertezadequeentendeasuaprópriadefiniçãoeadosoutrosparceiros,afimdeevitarmal-entendidossobrecomopartilharbenefícioseriscos.

Benefíciocomum:quaissãoosbenefíciosgeradospelaInovaçãoAberta,comosãoimputadose

quais são os requisitos para diferentes parceiros, dependemuito do tamanho da empresa. Omodelodeinovaçãoabertaemgrandesempresaséqueéumaestratégiacomplementarparaaestratégia"normal"deinovação,egeralmenteenvolveaexistênciadeumdiretordeinovação

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abertaedeumdepartamento,alémdecompetiçõesdeinovaçãoabertaetambémplaneamentodeinovaçãoalongoprazodirigidoparaquestõesdeinovaçãoqueseenquadramforadomarcode inovação "central".As pequenas empresas, por outro lado, não possuem os recursos para

tornar a inovação aberta num complemento e, portanto, a sua implementação pode exigirinvestimentosconsideráveis,reestruturaçãoegrandesmudançasnaadministração.

Proteção: a propriedade intelectual pode ser realizada individualmente ou em conjunto entretodososparceiros,dependendodoslimiteserecursosquecadaparceirocolocaàdivulgaçãodoconhecimento.

Marcodeinovaçãoaberta:oenquadramentoemtornodaInovaçãoAbertaabrangeumasériededecisões estratégicas que têma ver com relacionamentosde gestãonos ecossistemasdeinovação.Porexemplo,asempresastêmqueseperguntarsequeremfazerumaaliançadelongo

prazo,umanovaequipae,emcasoafirmativo,comodevemsergovernadosequaisosrecursosquecontêm.

4. ANÁLISEDOFUTUROAMBIENTEDAEMPRESACom os processos de inovação cada vezmais fragmentados, analisar o ambiente de negócios e, emparticular, a sua evolução no futuro, é essencial para identificar tendências, novas oportunidades eameaças,concorrênciaealianças.

4.1 FONTESEMÉTODOSPARAANÁLISEDOAMBIENTEFUTURODAEMPRESAAsempresascombinamfontesemétodosmuitodiferentesparaentenderedesenvolveroseu futuroambiente de negócios. As fontes variam desde processos muito estruturados, tais como análises depatentes,cenárioseroad-maps,parafontesmaisinformais,comoiràsfeirasouusarredesdecontactospessoaiseprofissionais,quetambémsãomuitoimportantes.Formais % Informais %

Análisedemercados 43,4 Conferênciasefeiras 64,2

AnálisedeCenários/Horizontes 35,2 Contactospessoaiscomclientes 41,7

Análisedepatentes 29,8 Informaçãopública 35,7

Road-maps 26,5 Redesdecontactosprofissionais 31,2

Consultoria 26,0 Contactospessoaiscomparceiros 17,8

Pesquisasemparceria 20,2

Redessociais 15,4

Asempresasnão fazemanálises ambientais futuras apenas internamente, tambémcolaboram com

parceirosexternos.Encontrareabsorverconhecimentoexternoéessencialparaaempresa.Algumasempresastrabalhamcomanálisedetendências,queperscrutamtecnologiasemergentesoutendênciasdemercadoanívelmundial;outrosconvidamparceirosdedesenvolvimento,fornecedores,start-upsou

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investigadores, debates, reuniões estratégicas ou elaboração de road-maps sobre futurosdesenvolvimentos. Além disso, a necessidade de entender tudo isso nasceu como consequência daparticipaçãoemredesde I+Deecossistemasde inovação,sejapelas interaçõesnormaisqueocorrem

nessasações,sejaatravésdeprocessosdeprospecçãoqueasredesorganizamexplicitamente,àsvezesatravessando as fronteiras do ambiente industrial. No caso de uma grande empresa multinacionalholandesa, ela combinamétodos de prospetiva e desenho criativo junto com parceiros de inovação,utilizadoresfinaiseasprópriasadministrações.

"Recentemente, fizemospartedeumclusteremantivemosconjuntamenteumaaçãoprospetivacom

[empresa X] e outros fornecedores como parte de um grupo de trabalho de excelência". [Empresamanufacturadoradegrandeporte]

"...issoédegrandeimportânciaparanós.Colaboramosestreitamentecomuniversidadesecentrosde

pesquisa, convidamos, por exemplo, desenvolvedores e fornecedores de sistema uma vez por ano, epedimosquedigamparaondeofuturonosestáalevar.”[Empresamanufacturadoradegrandeporte]

As empresas estão a intensificar as suas atividades de análise futura e também realizammétodosmaissistemáticos.Algunsdessesmétodos,particularmenteosmaisestruturados,sãousadoscommaisfrequênciaporgrandesempresas(porexemplo,cercademetadedasempresasde>3.000empregados

envolvemmétodoscomoanálisedecenáriosouroad-maps,enquantoqueemempresasentre10e50funcionários,representamapenas26%e16%,respetivamente.Participar/organizar exposições ou conferências reflete dois aspectos relevantes da análise futura.Primeiro,ajudamasempresasaanalisaromeioambienteem termosdeoportunidades tecnológicas,requisitos regulamentareseevoluçãodos concorrentes; eemsegundo lugar, auxiliama identificar asopiniõesdoslíderessobrequaissãoaschavesparaofuturo.

"Nós sempre incluímos os ‘reguladores’ como observadores ou participantes nas discussões, porqueneste sector eles têm uma visão e compreensão do desenvolvimento tecnológico, e as suasintervenções e perguntas são cruciais para a estratégia da nossa empresa". [Empresa de tecnologiaslimpasdetamanhomédio]

As empresas médias e grandes às vezes têm departamentos, seja em escritórios centrais ou emunidadesdeoperações,querealizamanálisesambientaisfuturas.

"Temosumgrupocientíficoestratégicoquerealizaanálisesdelongoprazoparatodasascategoriasdeprodutos que fabricamos, incluindo a análise das capacidades dos fornecedores e estratégias de

inovaçãodosnossosconcorrentes".[Grandeempresamanufacturadora]

Devido a restrições estruturais ou de recursos, as empresas geralmente não possuem equipamentosfuturosdeanálisedomeioambiente.Àsvezesusamrecursoshumanostemporariamentededicadosaisso,queincluembolseirosoudoutorandos.

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As revisões bibliográficas que estes alunos realizam, juntamente com participação em conferências,

forneceminformaçõesvitaisparaentenderoambientede inovaçãoatuale futuro". [Grandeempresadetecnologiaslimpas]

As ferramentas da Web são importantes como um meio de identificar e selecionar prioridades depesquisaeinovação,eparaanalisartecnologiaseinteligênciacompetitiva;tambémageraçãodeideias,atravésderedessociais,ocrowd-sourcing,etc.

“Aempresa levaacaboVigilânciaTecnológicadegrandesfornecedoresparaconhecernovasmatériasprimas que vão poder ser usadas (p.ex.: nano-compostos). Isso faz-se com ajuda de um centrotecnológico especializado em utilizar motores de busca combinados com assessoria tecnológicaespecializada.”[Empresamanufacturadoramediana]

Apresentar projetos a convocatórias de ajudas à I+D, como as do programa Horizonte 2020, podemservirpararealizaranálisedoambientedeinovação.

4.2 RAZÕESPARAREALIZARUMAANÁLISEDOAMBIENTEFUTURODAEMPRESA

Aanálisedofuturoambienteéaplicada,entreoutrascoisas,natomadadedecisõesestratégicas,natomadadedecisõesemrelaçãoaosprojetos,ouparainfluenciaroecossistema.Éprecisocobrirumasérie de questões que afetam a inovação atual e futura, e as empresas fazem isso de maneirasdiferentes.Amaioriaanalisaas tecnologias,depoisosconcorrenteseocomportamentodomercado;menos frequentemente as políticas e regulamentos. E é notável que a questão do desenvolvimentoeconómicointeressasóaumaemcadaquatroempresas.As empresas analisam vários aspetos do seu ambiente,mas apenas algumas prestam atenção aos

desenvolvimentos fora do seu sector: apenas um em cada seis presta atenção a outrosmercados enegócios e, portanto, incorreno riscodenãoperceberosdesafios e asoportunidadesqueemergemparaalémdoseuambiente.

Figura7:Ambientefuturo:principaiselementosquesemonitorizam(dadosdoprojetoIIT)

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Algunsaspetossãomaisimportantesemcertossectores.Onúmerodeempresasqueseconcentramemtecnologias é especialmente elevado nos sectores de TIC, manufacturas e tecnologias limpas. As

políticas e regulamentos, em tecnologias limpas e biofarmaceuticas (que realizam monitorizaçãocontínuadasmudançasregulatórias).Ocomportamentodoclienteémais importanteparaa indústriade alimentos emenos para a biofarmacêutica. Além disso, o tamanho tem que ver, de acordo comdeterminados aspetos. As grandes empresas (>3.000 funcionários) frequentemente tomam emconsideração outros mercados e negócios, enquanto sintonia com as políticas e regulamentos, e odesenvolvimentoeconómicomerecemaisatençãoporpartedasmaispequenas.Essasquestõesanalisadastêmavercomasáreasdoecossistemadeinovaçãoquesãomaisimportantes

paracadaempresa.Descobrimosqueasempresasparaasquaisoecossistemadeinovaçãoédegrandeoumédiaimportância,colocammaiorênfasenasanálisespolíticaseregulatórias,nodesenvolvimentoeconómicoenocomportamentodoclienteemcomparaçãocomaquelesparaosquaisoecossistemadeinovaçãotemimportânciaapenasmédiaoubaixa.Tambémdescobrimosquecertosmétodosdeanálisesãomaiscomunsnasempresasquevalorizammaisoecossistemadeinovação:concretamenteoroad-mapping,consultoria,métodossistemáticosprospetivoseprospetivosemparceria.Os resultados obtidos a partir dos váriosmétodos de análise do futuro ambiente são utilizados para

diferentesfins.Anívelestratégico,sãomuitoimportantesparaodesenvolvimentodeestratégias(41%)e para explorar novas oportunidades de negócios (35%). Além disso, também são usados parainfluenciar o ecossistema e identificar novos parceiros (20%) e, em alguns casos, também para oplaneamento de ações (11%). Os resultados também são utilizados para a tomada de decisões emprojetosespecíficos,particularmenteparaolançamentodenovosprojetosinovadores(59%)etambémparaprojetosexistentesquerepresentamosmaioresdesafios(27%).

"Nós usamos isso intensamente. Por exemplo, se num workshop, encontramos uma tendência e é

provável que tenhamos que empreender um projeto de tecnologia em relação a essa tendência,dizemos, vá em frente, vamo-nos concentrar nela. E alocamos um orçamento, digamos 200.000 ou300.000 euros. [...] Se vemos que não está dando resultados, então cancelamos. " [Grande empresamanufacturadora]

"Estadecisão foi importante, dois ou três anos atrás, depois dissemos, ondeháumdesenvolvimentoglobal, mercados futuros, onde devemos estar em 5 ou 10 anos ... então decidimos esse novoposicionamentodanossaempresa,commercadosmuitoprecisos.Eissocausouumagrandemudançananossaempresa."[SMEagroalimentar]

Como visão geral, vemos a tendência das empresas para aumentarem as suas atividades de análiseambientalefazê-lodeformamaissistemática.Uns15%dasempresascomeçaramouestãoacomeçaraintensificaressaatitude, istoémaisclaronosectoragroalimentar (26%)ecercade23%estãoa fazerissodeformamaissistemáticadoqueantes.

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5. INOVAÇÃOEMPROCESSOEEMGESTÃO

5.1 ORGANIZAROPROCESSODEINOVAÇÃOExistem várias possibilidades para organizar os processos de inovação existentes. Os resultados doprojeto IIT indicamque, independentementedosector,masparticularmenteemgrandesempresas,aprática da inovação gira em torno domodelo do stage-gate. O segundomodelomais frequente é ainovaçãoorientadaparao cliente. Isso temvindo a crescer empopularidadenos últimos anos, pelas

razões que explicamos abaixo. É notável que, embora essas duas práticas possam ser consideradascomoopostasdopontodevistadaorganização,noprojetoIITfoivistoquenãosãoexcludentesentreelasmesmas.Naverdade,maisdeumaempresausaasduaspráticassimultaneamentepelosmotivosquetambémsãoexplicados.Outra questão a destacar na organização e gestão do processo de inovação, é a relação entre aestratégiaglobaldenegócioseaestratégiadeinovaçãomaisespecífica(seexistircomotalnaempresa).Emrelaçãoaisso,osresultadosdoprojetoIITsugeremqueaestratégiadeinovaçãoestágeralmentesujeitaàestratégiadenegócios,mas tambémpode sero contrário.De facto,os resultados indicam

que existem empresas nas quais esta bi-direcionalidade ocorre, em cada um dos cinco sectoresanalisados.Noentanto,osresultadostambémapontamparacertasdiferençassectoriaisnaprevalênciadeumaestratégia sobreaoutra.Assim,os resultados indicamqueos sectoresbiofarmacêuticoeTICpossuemasmaiorespercentagensdeempresasnasquaisaestratégiadeinovaçãolevaáestratégiadenegócio. Emqualquer caso,os resultados deixam claro que é importante que as empresas vejamapossibilidadedeumarelaçãobidirecionalentreosdois.

"AestratégiadeinovaçãoégeradanaunidadedeI+D,erealmenteconduzcompletamenteonegócioda

empresa,porqueatecnologiaéabsolutamentecríticaparaacompetitividadedaempresa.Oconsumodeenergia"quase0"tornou-seumfactorchavenonossoprodutoe,portanto,apesquisadeeficiênciaenergética representa mais de 40% da I+D que desenvolve a nossa empresa "[Grande empresamanufacturadora]

Emrelaçãoaosmecanismosdeintegraçãodasatividadesdeinovaçãonaestratégiageraldaempresa,osresultados do projeto IITmostramque os processos são o principalmecanismo de integração (48%),seguidode estruturas (39%) e atores (37%). Em termos sectoriais, os processos são realmentemuitoimportantesnafabricação(55%),enquantoosatoressãoosmenosimportantesnaáreadetecnologiaslimpas(26%).Em termos de tamanho da empresa, em grandes empresas, a inovação é integrada na estratégia de

negócios através de entidades específicas. Estes podem consistir em processos de acompanhamentointernos,taiscomoreuniõesinternasdeinovaçãoousessõesdebrainstorming.

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"Temosumasessãodebrainstormingtodasassemanas,emquecadafuncionáriopodeproporassuas

ideias sobre inovações; novas start-ups, que puderam ser interessantes para comprar; atividadesabertasedenetworking,queseenvolvemaomesmotempo".[GrandeempresadeTIC]

Em contrapartida, as empresas mais pequenas nem sempre possuem mecanismos que integraminovações com a estratégia de negócios. Nessas empresas, a integração ocorre através de reuniõessobreinovação,brainstormingetambématravésdeaçõesdiretasdosatoresdainovaçãoedonegócio.

"Estamos muito felizes porque agora temos uma pequena equipa de desenvolvimento muito coesa.Estamosconectadosetrabalhamosjuntosdeformaeficiente.Éporissoqueamaioriadasnovasideiaspara projetos de inovação estão vindo de nós pessoalmente ou das nossas conversas com clientes."[Pequenaempresademanufactura]

Aquestão-chavequantoàsestruturasdegestãodosprocessosdeinovaçãodentrodaempresaéseasatividades de inovação ocorrem em unidades ou linhas de negócios ou num departamento de I+Dcentralizada. Os resultados do projeto IIT indicam que ambos os casos ocorrem em empresas, emuitasvezessãocombinados.

"CadaáreadenegóciospossuioseuprópriodepartamentodeI+D,queéresponsávelporgerarnovas

ideiaseampliaroportfóliodeprodutos.AlémdessesdepartamentosespecíficosdeI+Demcadaárea,existeumdepartamentocentraldeI+D.Eleconcentra-seempesquisaedesenvolvimentoavançadoeminovaçõesinteiramentenovas."[Grandeempresamanufacturadora]

Emrelaçãoaosdecision-makers,osresultadosdoprojetoIITmostramqueostomadoresdedecisãonomaisaltograusãodiretoresgerais(maisde70%emtodosossectores),seguidosdosdepartamentosdeI+D.Aesterespeito,noentanto,écostumequeodiretorgeralprocureoconselhododepartamentodeI+D,asunidadesdenegóciosoufuncionáriosconcretos,sobetendênciasounecessidadesdeclientesemercados.

"Asideiassãocoletadasdediferentesfontesecontrastam-secomasespecificaçõestécnicas,emtermos

de custo e prazo. Numa primeira aproximação, as ideias mais interessantes são selecionadas e sãoapresentadasádireção.Elaentãodecidequaissãoosprojetosquedevemserempreendidosequaissãomuitoarriscadosounãoencaixamnaestratégia."[Grandeempresademanufactura]

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Figura8:Principais‘decision-makers’noprocessodeinovação(dadosdoprojetoIIT)

Emtermosdefunçõesorganizacionaiscomuns,osresultadosdoprojetoIITmostramque,entretodasasfunções responsáveis pela gestão da inovação (por exemplo, I+D, Marketing, Unidades de Negócio,outras),aI+Ddestaca-seemtodosossectores,46%nosectordeTICaté62%nosectoragroalimentar.Noentanto,oMarketingtambémérelevantenaagroalimentar(28%)enasTIC(27%).EasunidadesdenegóciostambémsãorelevantesemTIC(33%).

5.2 EQUILÍBRIOENTREINOVAÇÃOINCREMENTALERADICAL

Os resultados do Projeto IIT mostram que as estratégias de negócios muitas vezes apoiam odesenvolvimentodeprodutosemercadosexistentes,quetambémcondicionamprocessoseestruturasdentro da organização. Isso, potencialmente, gera uma tendência para a inovação incremental naorganização. Orientar apenas para a melhoria de produtos e serviços atuais, pode levar a um baixoinvestimento na renovação da empresa e a problemas em tempos de transição. Por outro lado, um

investimentomuito elevado na inovação radical pode levar a perdas inatingíveis de lucros e posiçãocompetitiva. Assim, as estratégias e práticas "ambidestras" são preferidas, combinando inovaçõesincrementaisacurtoprazocominovaçõesradicaisalongoprazo.

"Comosabe,nãotemosbarreirasoulimitaçõesformaisnasnossasatividadesdeinovação.Noentanto,conhecemos os nossos negócios e os nossos clientes. É por isso que pensamos que as novas ideiasdevemserencaixadasnanossaestratégiaatual,nonossonegócioatual.Nãofazpartedonossonegócio

irmuitomaislonge."[GrandeempresadeTIC]

"É importante ter um portfólio equilibrado, realmente inovador, em que os projetos de risco sejamrealizados paralelamente aos projetos de inovação incremental, estes contribuemmais para a nossa

economia. É importanteque exista umequilíbrio entre projetos de risco e projetos economicamenteatraentes"[Grandeempresabio-farmacêutica]

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OsresultadosdoprojetoIITrevelamque,mesmoumaboaestruturaorganizacionalpodegerarconflitosdianteda inovação.Assim,nasgrandesempresasestruturadasemunidadesdenegócios,comosseusprojetos tipicamente executados pelo método 'stage-gate', essas unidades podem tornar-se uma

espéciede"guarda"dasuapartedonegócio.Eissoéparcialmenteporqueamesmaestruturagovernaaatividade de inovação e a estratégia de negócios e, em seguida, todas as atividades de inovação sãoavaliadas de acordo comos critérios das unidades de negócios. Como resultado, o potencial a longoprazoparaainovaçãopodeservisivelmenteprejudicado.Esteéoconflitotípicoemqueumaempresanão realizaumprojeto radicalmente inovadorporque ‘canibaliza’ umprodutoqueatualmentepossuinuma das suas unidades de negócios. Esse problema organizacional pode levar a uma "miopia"inovadora,especialmentenasgrandesempresasestruturadasemunidadesdenegócios.

OsresultadosdoprojetoIITdestacamqueasempresas,paracontraporaessetipodeconflito,podemadotar, durante um longo período de tempo, a organização da inovação dominada pela unidade denegóciosassimcomoaqueestábaseadanumaunidadedeI+Dcentralizada.Outrasoluçãoéacriaçãode comités de inovação para equilibrar as necessidades de negócios e de inovação, a curto e longoprazos.Seasatividadesdeinovaçãoforemdeixadassobaresponsabilidadedasunidadesdenegócios,essasatividadessãofragmentadasedispersas,desdeumaperspetivadaestratégiadenegócios.Seoscomitésdeinovaçãocuidamdo‘todo’,elespodemefetivamenteneutralizaresseefeito.

Outraestratégiaparacontrariara"miopia" inovadoraépromoverprojetosquetrabalhememestreitacolaboraçãocomosclientes.Estaestratégiaincluioenvolvimentoinicialdoclienteparaqueestepossaentenderonovoprojetoepossairfazendoajustamentosàssuasnecessidades(aprototipagemrápidaéuma ferramentaeficazpara isso). Tambémsepode separardepartamentosque realizam inovaçõesincrementaiseradicais.Etambémépossívelseparardasunidadesdenegócio,umaoumaisunidadesdedicadasàinovaçãoradicalequepodemfuncionardeformaautónomaesempressãoacurtoprazo.OsresultadosdoprojetoIITindicamqueébenéficoqueessestiposdeunidadesdependamdiretamentedo CEO da empresa. Esta organização tática pode até praticar a inovação aberta, e atuar comoincubadoradestart-ups.

Figura9:Diferentesviasparaorganizarosprocessosdeinovação(dadosprópriosdoprojetoIIT)

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Háumdebate,claroquehá,sobresedevemosounão,separarasatividadesdeinovaçãoconcentradasno produto atual, da inovação focada em futuras gerações de produtos. Algumas linhas deaconselhamento vão na direção de separar estritamente os dois, favorecendo unidades nas que se

favorecemoimpulsodeempreendedorismo,chegandoàgeraçãodespin-offsequesejamresistentesàtendência das unidades de negócios em "pisar" este tipo de iniciativas. Mas, outros pensam, pelocontrário, que estas spin-offs terão dificuldades para crescer se não tiverem o apoio de toda aorganização e, especialmente, dos recursos demarketing. Os resultados do projeto IITmostram queexistem empresas que usam uma combinação de ambos; são aquelas que são considerados"ambidestras" e, portanto, em favor da combinação de inovações incrementais a curto prazo cominovaçõesradicaisalongoprazo.

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VersãoemlínguaportuguesaAutor:

AlexandreSousa([email protected])

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