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Tradução de Diana V. Almeida Guia Completo de Auto-Hipnose Como usar a totalidade da sua mente para atingir o seu potencial pleno VALERIE AUSTIN

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Tradução de Diana V. Almeida

Guia Completo de Auto-Hipnose

Como usar a totalidade da sua mente para atingir o seu potencial pleno

Valerie austin

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Introdução

De Hollywood para a hipnoterapia

Aauto-hipnose pode ser usada para deixar de fumar, eliminar fobias, perder peso, ajudar a dormir melhor, reduzir o stresse,

desfrutar das suas relações, maximizar o seu potencial e mais ainda… de facto, a lista é interminável. E, para fazer estas mudanças, é ape-nas necessário usar palavras específicas no transe hipnótico. Soa tão fácil e, na verdade, é.

Para mais, ultrapassar um problema de “monta” pode criar um efeito bola de neve, pois, ao resolver uma situação, vai descobrir que muitas outras dificuldades, ligadas ao problema principal, começam também a evaporar-se. Por exemplo, pode usar a auto-hipnose para perder peso ou para ficar mais em forma, e, à medida que esta começa a surtir efeitos, a sua autoconfiança e a sua autoestima também aumen-tam. Pense nisto como uma limpeza da mente para começar o processo de criar a vida que quer. No entanto, a auto-hipnose não precisa apenas de ser usada para resolver problemas, e pode também ser utilizada para tornar a sua vida mais fácil, por exemplo, para lhe dar maior autocon-fiança, para permitir que desfrute mais da vida, para melhorar as suas capacidades desportivas, musicais ou artísticas, ou até para o ajudar a aprender uma língua ou qualquer outra coisa mais rapidamente.

Porém, antes de começar a ler sobre como usar a auto-hipnose para criar estes resultados ou outros ainda mais incríveis, deve estar a perguntar-se porque conseguirei eu ensinar-lhe como aproveitar ao máximo a auto-hipnose. Em parte, tal deve-se à minha pesquisa ex-tensiva e aos meus trinta anos de experiência na prática e no ensino da hipnoterapia, mas é sobretudo devido à perda de memória que sofri num acidente de automóvel quase fatal, em 1978, que acabou

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por me inspirar a mudar de trabalho de jornalista de Hollywood para hipnoterapeuta.

Depois do acidente, sofri de amnésia, que me deixou apenas com memórias das últimas vinte e quatro horas. Quando o jornal Daily Mirror ouviu falar deste estranho fenómeno, fizeram um artigo sobre mim intitulado: “Será que a noiva se vai lembrar do marido?” Na verdade, quando estava de férias na Califórnia, John Austin (editor internacional da revista Hollywood Reporter) tinha-me pedido em casamento. E qual era o problema? Eu corria o risco de me esquecer que ele sequer existia após voltar ao Reino Unido.

Um famoso hipnoterapeuta dos EUA (Gil Boyne) estava de visita a Londres e na altura contactou-me, depois de ter lido o artigo. Sob hipnose, foi capaz de me ajudar a recuperar parte da memória e, lite-ralmente, deu-me a minha vida de volta. Desde esse momento, fiquei muito interessada em compreender a complexidade do funciona-mento da mente mais profunda, o que me forneceu uma perspetiva única sobre a temática da hipnose.

Vivendo no “agora”

Quando tive o acidente de automóvel, só conseguia lembrar-me de um dia de cada vez e apenas de um pouco do passado, se me per-guntassem; caso contrário, vivia no “agora”. Incapaz de me lembrar das coisas corretamente, descobri que funcionava quase no “puro” subconsciente. Como resultado, quando me pediram para ensinar o meu curso de auto-hipnoterapia em universidades nem sequer fiz apontamentos, pois não me lembraria de que os tinha feito. Isto deixou-me sem qualquer alternativa senão trabalhar simplesmente a partir do subconsciente.

No entanto, quando trabalhava com os clientes, este entendi-mento ímpar do modo de funcionamento do subconsciente deu-me uma capacidade especial para resolver os seus problemas, o que foi fundamental para me tornar uma hipnoterapeuta de sucesso. Con-segui conceber novas e inovadoras técnicas de hipnose, facilmente

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transmissíveis devido à sua simplicidade. Estes novos métodos têm ajudado muitas pessoas ao longo dos anos a fazerem mudanças po-sitivas, que por vezes lhes salvam a vida.

Para além de ter estudado profundamente e de ter ensinado hipnoterapia e auto-hipnose a outros terapeutas e a clientes, sempre defendi que o segredo dos bons resultados da hipnoterapia é a capa-cidade de usar a auto-hipnose fora do gabinete de consultas. Testei os meus guiões de auto-hipnose com hipnoterapeutas e com clientes para medir a sua eficácia.

Nos últimos anos, fui capaz de ajudar dois amigos próximos a usarem a auto-hipnose para lidarem melhor com a provação de um diagnóstico de cancro. Já se reconheceu o poder da mente como um fator que contribui para o alívio da dor e para ajudar na recuperação de doenças graves, e ambos estes amigos admitiram que uma dose diária de auto-hipnose fez uma enorme diferença.

Não só formei centenas de terapeutas nas últimas três décadas, como trabalhei com milhares de clientes, e escrevi cinco livros que foram êxitos de vendas, que foram traduzidos em seis línguas. Acre-dito que as três razões mais importantes que me permitiram tornar uma hipnoterapeuta de topo vieram da minha experiência: primeiro, antes do meu acidente de automóvel, eu era uma das melhores ven-dedoras da minha empresa. Segundo, era jornalista de investigação para jornais de relevo, antes de me ter também tornado editora de duas importantes revistas londrinas, a London People e a Weekend People. Por fim, e mais significativamente, fui aluna de alguns dos hipnoterapeutas mais influentes da nossa época, incluindo Gil Boyne, o cirurgião Dr. Jack Gibson e Ormond McGill. O psicólogo John G. Watkins era amigo do meu marido e deu-me também uma grande ajuda, ao partilhar comigo as estratégias terapêuticas que se torna-ram a base da minha técnica para aceder a memórias traumáticas.

Neste livro, vai encontrar técnicas e guiões de auto-hipnose para mudar e melhorar a sua vida, e ainda para lidar com ques-tões como fobias e perda de peso, juntamente com estudos de caso da minha prática clínica e da prática dos hipnoterapeutas que for-mei ao longo dos anos. Estou desejosa de partilhar consigo este

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conhecimento e esta experiência, mostrando-lhe quão poderosa pode ser a hipnoterapia.

Notas “hipno”

Ao longo deste livro, uso alguns termos com um signifi-cado especial na linguagem da hipnose que enumero abaixo.

Aprofundadores: As palavras usadas para aprofundar um transe.Descontração: Estar completamente descontraído, a respirar profunda e ritmicamente. A descontração profunda parece simples, mas normalmente é algo que tem de ser aprendido pela prática, paciência e persistência.Guião: A formulação exata usada para formar um novo pro-grama para ser seguido pelo subconsciente.Hipnotizador: Alguém que pratica hipnose. A palavra “hip-noterapeuta” é relativamente recente e descreve um hipnoti-zador que faz terapia enquanto o seu paciente ou cliente está sob hipnose.Indução: As palavras usadas para induzir um transe hipnótico.Profundidade do transe: Expressão usada para descrever o nível de hipnose.Subconsciente: Na hipnose, o subconsciente, ou mente in-terna, parece estar mais próximo da superfície e é normal-mente mais acessível a sugestões.Sugestibilidade: A suscetibilidade de uma pessoa a aceitar sugestões num estado de hipnose.Sugestões: As palavras usadas na hipnose para instruir a mente subconsciente a criar mudanças. Hippolyte Bernheim, um médico francês do século xix e um dos fundadores da hipnoterapia moderna, explicou que “a sugestão é um aconte-cimento através do qual se introduz uma ideia que será aceite pela mente”.1

1 Alan Gauld, The History of Hypnotism (Cambridge University Press, 1992); 424.

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