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GUERRAS INDÍGENAS NO BRASIL COLONIAL O objetivo dessa aula é introduzir ao aluno as mobilizações entre as populações ameríndias no Brasil contra o domínio cultural e a escravidão, conforme a habilidade a seguir presente na BNCC: (EF06HI08) Identificar os espaços territoriais ocupados e os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos dos astecas, maias e incas e dos povos indígenas de diversas regiões brasileiras.

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Page 1: Guerras indígenas no Brasil colonial · ameríndias no Brasil contra o domínio cultural e a escravidão, conforme a habilidade a seguir presente na BNCC: (EF06HI08) Identificar

GUERRAS INDÍGENAS

NO BRASIL COLONIAL

O objetivo dessa aula é introduzir ao aluno as mobilizações entre as populações ameríndias no Brasil contra o domínio cultural e a escravidão, conforme a habilidade a seguir presente na BNCC: (EF06HI08) Identificar os espaços territoriais ocupados e os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos dos astecas, maias e incas e dos povos indígenas de diversas regiões brasileiras.

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Ocupação do Brasil no século 16.

• As capitanias hereditárias, criadas em 1534, em grande

parte fracassaram pelos ataques de grupos indígenas. As

duas capitanias que mais deram certo, São Vicente e

Pernambuco, foram aquelas em que os donatários (que

receberam ouso da terra pelo rei de Portugal) contaram

com o apoio de lideranças indígenas com os laços de

aliança.

• Se muitos indígenas receberam europeus de forma

cordial, não fizeram por ingenuidade ou tolice. A abertura

ao contato com o outro é uma característica cultural de

muitos grupos indígenas americanos. Outros grupos, no

entanto, tinham diferentes características culturais e foram

bastante hostis aos estrangeiros.

• Já a catequese passou por várias mudanças devido à

resistência dos indígenas.

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Mapa das capitanias conforme o tratado de Tordesilhas de 1494

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Ocupação real

do território

Legenda:

(área cinza)

Zona de ocupação

portuguesa mais ou

menos estável;

Principais rotas de

expansão

portuguesa;

• Cidades;

Presença jesuíta:

Salvador da Bahia e

Espírito Santo

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Como se tentou entender o povo da

américa: • Desde cedo os portugueses se preocuparam em

classificar os índios, estabelecendo distinção entre eles,

porém fizeram isso de acordo com suas formas de

compreensão e interesses. Basicamente, foram divididos

entre dois grupos: os aliados e os inimigos, chamados de

bárbaros pelos europeus.

• TUPIS – POVOS DO LITORAL

• TAPUIAS – TODO O RESTO (TAPUIA SIGNIFICA

BÁRBARO NA LÍNGUA TUPI)

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Conflitos

• A partir da década de 1530, se acentuava cada vez mais

os conflitos e hostilidades entre índios e europeus. Os

Portugueses, dependentes dos indígenas, esbarravam

em dificuldades porque o trabalho na lavoura ficava cada

vez mais pesado e os Índios trabalhavam por seus

próprios interesses, assim, quando as exigências

começaram a ir além do que eles estavam dispostos,

passaram a recusar trabalho.

• Como os portugueses precisavam de mão de obra,

começaram a apelar para a escravidão, o que levou a

violenta reação por parte dos povos indígenas.

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Iremos ver agora duas guerras coloniais,

mas houveram várias outras:

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CONFEDERAÇÃO DOS

TAMOIOS

(1554 – 1567)

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Contexto:

• Povos envolvidos: Franceses, portugueses,

Guaianases,Tupiniquins, Aimorés e Temiminós.

• Onde: Na região entre o litoral paulista e o sul fluminense,

hoje desde Bertioga até a cidade de Cabo Frio.

• Motivo: Escravização dos indígenas

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Imagem atribuída a

João Ramalho e seu

filho

• João Ramalho, amigo do governador da Capitania de São Vicente, se casou com uma filha da tribo dos Guaianases e havia a tradição de que quando um português casava com uma indígena, ele passava a fazer parte da tribo.

• Foi com essa aliança que comandaram um ataque contra os tupinambás para escravizá-los. Acabaram capturando o chefe da tribo Caiçuru que acabou morrendo por maus-tratos

Guerra entre:

• Guaianases x Tupinambás

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A confederação (aliança) • O filho de Caiçuru, chamado Aimberê assumiu o

comando de sua tribo, declarando, em seguida, guerra

aos portugueses e aos guaianases.

• Aimberê se reuniu com os chefes de outras tribos

tupinambás, Pindobuçu, Koakira e Cunhambembe, a fim

de fortalecer a batalha. Assim, estava formada a

Confederação dos Tamoios.

Guaianases

Portugueses

Tupinambás

Pindobuçu

Koakira

Cunhambembe

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Chegada dos Franceses • Nessa mesma época, os franceses de Villegaignon

estavam chegando ao Rio de Janeiro para colonizar e,

para conseguir combater os portugueses, para isso se

uniram aos Cunhambembe oferecendo armas;

• Mas houve uma epidemia que matou inclusive o chefe da

Confederação, Cunhambebe, e enfraqueceu a revolta.

Aimberê, que havia se tornado chefe com a morte de

Cunhambebe, deu continuidade ao conflito e conseguiu

mais uma aliança com o líder Tibiriçá.

Guaianases

Portugueses

Tupinambás

Pindobuçu

Koakira

Cunhambembe x

Franceses

Tibiriçá

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Fim do conflito

• Mas Tibiriçá acabou se mostrando fiel aos portugueses e

dizimou boa parte da tribo dos guaianases. Foi somente

em 1567, quando Estácio de Sá chegou, que pôs fim ao

conflito com a expulsão dos franceses e dos tamoios.

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GUERRAS GUARANÍTICAS

(1753 e 1756)

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Contexto • Povos envolvidos: Guaranis, Espanhóis, Portugueses

• Onde: Região Sul

• Motivos: Mudanças de administração colonial na região.

• Expulsão de indígenas do território

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Conflito

• Na região sul do Brasil, jesuítas espanhóis fundaram diversas

reduções conhecidas como Sete Povos das Missões do

Uruguai. Ao longo de sua trajetória, os clérigos sofreram com o

assédio de grupos bandeirantes e, muitas vezes, utilizavam da

própria população indígena para se defender desses ataques.

A partir da segunda metade do século XVIII (18), novos

confrontos envolveriam essa população no momento em que

Portugal e Espanha passaram a discutir a redefinição de suas

fronteiras coloniais.

Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, os

portugueses passariam a controlar os territórios dos Sete

Povos das Missões que, em contrapartida, cederiam um foco

de colonização na região de Sacramento.

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Diferenças entre o tratado de Tordesilhas

e o novo tratado de Madrid:

• Brasil fica

mais próximo

do formato

atual

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Mapa que mostra as terras das missões e colônia de

sacramento

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Conflito

• Além da administração mudar para Portugal, esse tratado

estipulava a remoção dos indígenas e jesuítas para o

lado espanhol das fronteiras naturais estabelecidas pelo

Rio Uruguai. O absurdo dessa proposta não levava em

consideração o fato de que tal mudança envolvia o

deslocamento de cerca de 30 mil índios e 700 mil

cabeças de gado.

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Trabalho escravo:

• Além dos problemas de deslocamento, os indígenas

rejeitavam completamente sua inserção no ambiente

colonial espanhol. Tal resistência se justificava pelo fato

da administração colonial espanhola permitir oficialmente

o uso de indígenas para o trabalho escravo. Mediante tal

impasse, os jesuítas decidiram armar as populações

indígenas contra as tropas espanholas e portuguesas

designadas para cumprir o Tratado de Madri.

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Término:

• Entre os anos de 1753 e 1756, um sangrento conflito

entre índios e colonizadores tomou conta de toda aquela

região. Por fim, o saldo trágico desse conflito deu fim à

vida de milhares de índios e, sob o aspecto político,

motivou o decreto português que exigia a expulsão dos

jesuítas do Brasil. Essa disputa só viria ter fim quando,

em 1801, o Tratado de Badajós colocou a região dos

Sete Povos sob domínio lusitano e a colônia de

Sacramento ao controle dos espanhóis.

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Atividade: • Após a leitura do conteúdo, pesquise sobre UM dos povos

abaixo:

• Guaianases

• Tupi

• Guaraní

• Tupiniquim

• Aimoré

• Tupinambá

• Temiminó

• A pesquisa deve conter os seguintes tópicos: a) Em que região viveram (ou vivem)? B) Um pouco de sua História c) Que práticas eles tinham que eram diferentes das práticas que você tem?