géssica rogaleski eutrópio

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS DE CURITIBANOS CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE AGRONOMIA Géssica Rogaleski Eutrópio Revisão bibliográfica: Resultados promissores com o uso de pó de basalto em solos e nutrição de plantas Curitibanos 2021

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Page 1: Géssica Rogaleski Eutrópio

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CAMPUS DE CURITIBANOS

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CURSO DE AGRONOMIA

Géssica Rogaleski Eutrópio

Revisão bibliográfica: Resultados promissores com o uso de pó de basalto em solos e

nutrição de plantas

Curitibanos

2021

Page 2: Géssica Rogaleski Eutrópio

Géssica Rogaleski Eutrópio

Revisão bibliográfica: Resultados promissores com o uso de pó de basalto em solos e

nutrição de plantas

Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em

Agronomia do Centro de Ciências Rurais da

Universidade Federal de Santa Catarina como requisito

para a obtenção do Título de Bacharel em Agronomia.

Orientador: Prof. Dr. Antônio Lunardi Neto

Curitibanos

2021

Page 3: Géssica Rogaleski Eutrópio

Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,

através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Eutrópio, Géssica Rogaleski

Revisão bibliográfica: Resultados promissores com o uso

de pó de basalto em solos e nutrição de plantas / Géssica

Rogaleski Eutrópio ; orientador, Antônio Lunardi Neto, 2021.

41 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) -

Universidade Federal de Santa Catarina, Campus

Curitibanos, Graduação em Agronomia, Curitibanos, 2021.

Inclui referências.

1. Agronomia. 2. Fertilizantes minerais solúveis. 3.

Remineralizador. 4. Pó de rocha. I. Neto, Antônio Lunardi.

II. Universidade Federal de Santa Catarina. Graduação em

Agronomia. III. Título.

Page 4: Géssica Rogaleski Eutrópio

Géssica Rogaleski Eutrópio

Resultados promissores com o uso de pó de basalto em solos e nutrição de plantas

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de

Engenheiro Agrônomo, e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em

Agronomia

Curitibanos, 15 de setembro de 2021.

________________________

Prof. Dr. Samuel Luiz Fioreze

Coordenador do Curso de Agronomia

Banca Examinadora:

________________________

Prof. Dr. Antônio Lunardi Neto

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Dr Lírio Luiz dal Vesco

Membro da banca examinadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Dr. Douglas Adams Weiler

Membro da banca examinadora

Universidade Federal de Santa Catarina

Page 5: Géssica Rogaleski Eutrópio

Dedico esse trabalho em especial aos meus avós, Antônio e

Florentina, aos meus pais, Júlio e Isabel, para minha irmã

Ludmila e ao meu noivo Pablo, que sempre me apoiaram e

acreditaram em mim.

Page 6: Géssica Rogaleski Eutrópio

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, queria agradecer meus avós, Antônio Rogaleski e Florentina

Urbanek Rogaleski, por me amarem incondicionalmente, pelos carinhos, cuidados e

ensinamentos, além disso, me ensinaram que devemos ter caráter, ser honesta e humilde,

sempre.

A minha mãe, Isabel Rogaleski Eutrópio, por ser minha inspiração diária, pois sem a

ajuda e a confiança dela eu não estaria aqui hoje.

Ao meu pai, Júlio César Eutrópio Siqueira de Souza, pelos ensinamentos e conselhos

que me fez ser uma pessoa batalhadora e independente.

A minha irmã, Ludmila Rogaleski Eutrópio, por fazer meus dias ficarem mais

suportáveis.

Ao meu noivo, Pablo Henrique Waltrick, que me ajudou a superar todos os obstáculos,

que sempre esteve comigo em todos os momentos bons e ruins, que aguentou todas as minhas

crises e que nunca me deixou desistir.

Aos meus familiares por todo carinho, compreensão e pelas palavras de apoio que me

ajudaram a vencer essa jornada.

Aos meus amigos, Jhennifer Dias, Guilherme Nichele, Daniel Rodrigues, Christine

Mariot e Hellycson Barros, que a universidade me proporcionou e que irei levá-los para toda a

vida.

Agradeço imensamente ao Prof. Dr. Antônio Lunardi Neto por ter aceitado ser meu

orientador, pela paciência, dedicação e pelos seus ensinamentos.

A todos os professores, técnicos e colaboradores da UFSC – Campus Curitibanos que

me ensinaram e auxiliaram de alguma forma nesse período da graduação.

A Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Curitibanos que me proporcionou

que este grande dia chegasse e pelo ensino de grande qualidade.

Gratidão!!

Page 7: Géssica Rogaleski Eutrópio

“Não espere que outros realizem seus desejos, seus sonhos, suas

metas. Você é o único responsável por cada página da sua

história” J. M. Jardim.

Page 8: Géssica Rogaleski Eutrópio

RESUMO

A utilização de fertilizantes minerais solúveis teve início no século XIX, mas somente no século

XX seu uso foi intensificado, sendo generalizado após a Segunda Guerra Mundial. Com o

tempo, o consumo de fertilizantes minerais solúveis nos solos aumentou em todo planeta,

inclusive no Brasil, onde grande parte deles é importada. Atualmente, o Brasil é o quarto maior

consumidor mundial desses produtos. Devido aos elevados custos, e questões relativas ao

ambiente, especialistas de diversos setores, incluindo governo e universidades, iniciaram

discussões sobre a possibilidade de utilizarem-se os pós de rochas na agricultura brasileira. A

rochagem, definida como técnica de fertilização natural dos solos com pós de rochas, sem

quaisquer modificações químicas dos mesmos, apresenta-se como alternativa na nutrição de

plantas cultivadas, tendo como exemplos a utilização de calcário e de fosfatos naturais, há

tempos já utilizados. Nessa perspectiva, avançam os trabalhos de pesquisa com rochagem no

Brasil. Em 2016 oficializaram-se as normas para que os pós de rochas comercializados no país

sejam considerados remineralizadores de solos, de acordo com critérios estabelecidos

especialmente relativos aos teores mínimos de nutrientes que neles devem estar contidos, além

de outros requisitos. Devido ao estímulo às mineradoras, com a criação regulamentar desse

recente insumo agrícola, a questão do avanço na oferta de remineralizadores muito

provavelmente será questão de tempo, apenas. O basalto tem minerais essenciais relativamente

fáceis de serem intemperizados, apresentando ainda riqueza em macro e micronutrientes

essenciais às plantas. Ainda, é abundante na Região Sul, sendo material de origem dos solos

em aproximadamente 50% da área de cada Estado. Objetivou-se neste trabalho efetuar uma

revisão bibliográfica para identificação dos estudos relativos ao uso de pó de rocha de basalto

no Brasil, com relatos benéficos em solos e plantas. Com tal objetivo identificaram-se poucos

trabalhos, havendo lacuna, ainda, em pesquisas, para disseminação do uso. Como fertilizante,

geralmente, o pó de basalto é rico em cálcio, magnésio e micronutrientes como o ferro, zinco,

cobre e manganês, sendo ocasionalmente expressivos os teores de potássio e de fósforo. A

solubilização dos nutrientes é variável, dependendo de vários fatores, relativos ao intemperismo

químico e biológico, sendo parte dos nutrientes disponibilizada já no primeiro ano após a

aplicação no solo. O pó de basalto apresenta alta potencialidade para ser utilizado como

remineralizador em solos no cultivo de plantas, mas há necessidade, ainda, de muitas pesquisas

relacionadas ao tema.

Palavras-chave: Fertilizantes minerais solúveis. Remineralizador. Pó de rocha.

Page 9: Géssica Rogaleski Eutrópio

ABSTRACT

The use of soluble mineral fertilizers started in the 19th century, but only in the 20th century

their use was intensified, being generalized after the Second World War. With time, the

consumption of soluble mineral fertilizers in soils increased all over the planet, including in

Brazil, where a large part of them are imported. Currently, Brazil is the world's fourth largest

consumer of these products. Due to the high costs, and environmental issues, specialists from

various sectors, including government and universities, began discussions about the possibility

of using rock powder in Brazilian agriculture. Rock farming, defined as a technique of natural

fertilization of the soil with rock powder, without any chemical modification of the same,

presents itself as an alternative in the nutrition of cultivated plants, having as examples the use

of limestone and natural phosphates, already used some time ago. In this perspective, the

research work with rock farming in Brazil is advancing. In 2016, the standards for rock powders

marketed in the country to be considered soil remineralizers were made official, according to

criteria established especially concerning the minimum nutrient content they should contain, in

addition to other requirements. Due to the stimulus to the mining companies, with the regulatory

creation of this recent agricultural input, the issue of advancement in the supply of

remineralizers will most likely only be a matter of time. Basalt has essential minerals that are

relatively easy to be weathered and is rich in macro and micronutrients essential to plants. It is

also abundant in the South Region, being the source material of soils in approximately 50% of

the area of each state. The objective of this work was to perform a literature review to identify

studies on the use of basalt rock powder in Brazil, with reports of benefits to soils and plants.

With this objective, few studies were identified, and there is still a gap in research for the

dissemination of its use. As a fertilizer, basalt powder is generally rich in calcium, magnesium,

and micronutrients such as iron, zinc, copper, and manganese, with occasional significant levels

of potassium and phosphorus. The solubilization of nutrients is variable, depending on several

factors, related to chemical and biological weathering, and part of the nutrients are already

available in the first year after application to the soil. Basalt powder presents a high potential

to be used as a remineralizer in soils in plant cultivation, but there is still a need for much

research related to the subject.

Keywords: Soluble mineral fertilizers. Remineralizer. Rock powder.

Page 10: Géssica Rogaleski Eutrópio

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Série de estabilidade para minerais primários das frações areia e silte ................... 20

Figura 2 - Solo com inóculo e pó-de-basalto ............................................................................ 30

Figura 3 - Solo com inóculo e sem pó-de-basalto .................................................................... 31

Figura 4 - Solo com microbiota endêmica com pó-de-basalto ................................................. 31

Figura 5 - Solo com microbiota endêmica sem pó-de-basalto ................................................. 31

Figura 6 - Análise de regressão para Si e Ca no solo em função das doses de pó de rocha nas

culturas da soja e sorgo. ............................................................................................................ 33

Page 11: Géssica Rogaleski Eutrópio

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Importações de fertilizantes nos últimos anos ......................................................... 15

Tabela 2 - Congressos Brasileiros de Rochagem ..................................................................... 16

Tabela 3 - Fertilizantes Entregues ao Mercado (em toneladas de produto) ............................. 22

Tabela 4 - Exemplos de composição média de rochas ígneas consolidadas a partir de magmas

graníticos, andesiticas e basálticos (valores em % em peso) .................................................... 27

Tabela 5 - Altura da muda (ALT), diâmetro do colo (DM) e número de ramos (NR) das mudas

de camu-camu em função de doses de pó de basalto e diferentes granulometrias. Boa Vista-RR

(2009) ....................................................................................................................................... 29

Tabela 6 - Médias dos teores de SB, CTC para soja e CTC efetiva no solo em função das doses

de pó de rocha na cultura do sorgo ........................................................................................... 33

Tabela 7 - Médias (± EP) de estatura da planta (EP), comprimento do sistema radicular (CSR),

diâmetro da inserção (DI), volume (V) e massa seca (MS), de alface cv. Verônica em resposta

à aplicação no solo de pó-de-basalto de diferentes origens, coletados nos municípios de São

Miguel do Oeste (SMO), São José do Cedro (SJC) e Belmonte (BM), em Santa Catarina ..... 34

Tabela 8 - Análise de fertilidade do solo para as doze parcelas do experimento com Fosforito

(F); Basalto (B); Latossolo (L) ................................................................................................. 35

Page 12: Géssica Rogaleski Eutrópio

LISTA DE EQUAÇÃO

Equação 1 - Reação de dissolução do gás carbônico na água: ................................................. 18

Equação 2 - Ação intempérica de feldspato sódico (albita), formando caulinita (argilomineral)

com liberação de cátion (Na+1): ................................................................................................ 19

Page 13: Géssica Rogaleski Eutrópio

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 18

2.1 MATERIAL DE ORIGEM DOS SOLOS, INTEMPERISMO QUÍMICO, BASALTO 18

2.2 FERTILIZANTES MINERAIS SOLÚVEIS .................................................................. 21

2.3 REMINERALIZADORES .............................................................................................. 23

3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 26

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 27

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 36

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 37

Page 14: Géssica Rogaleski Eutrópio

14

1 INTRODUÇÃO

A atividade agrícola iniciou há cerca de 12.000 anos pelos caçadores e/ou coletores, e

desde o final do século XX vem sendo desenvolvida, modificada e utilizada de maneira mais

intensiva. Anteriormente, a produção era voltada para os ciclos naturais e atualmente vem sendo

embasada por tecnologias de precisão. Na segunda metade do século XX, houve um período

denominado “Revolução Agrícola Contemporânea”. Nesse período foram selecionadas

algumas variedades de plantas e de animais que apresentavam potencial mais resistente, além

do aumento no uso de motores e mecanização, e o uso extensivo de fertilizantes minerais

solúveis, progredindo intensamente nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento

(MAZOYER; ROUDART, 2010).

No Brasil, há duas principais classes de solos com grande expressão geográfica, que

são os Latossolos e os Argissolos, sendo caracterizados como solos muito intemperizados,

profundos, geralmente ácidos, com baixa fertilidade natural (EMBRAPA, 2018) e alta

saturação por alumínio em certas situações. O Brasil foi considerado um dos maiores

importadores mundiais de fertilizantes, causando aumento na produtividade; a utilização de

remineralizadores na agricultura está sendo cada vez mais valorizada, tornando-se uma nova

opção de nutrientes às plantas. Essa prática é antiga, principalmente em relação à utilização de

calagem e fosfatagem natural (COLA; SIMÃO, 2012), que nada mais são que rochas moídas,

quimicamente ricas em carbonatos de cálcio e magnésio, e fosfatos, respectivamente.

Hensel, em 1870, publicou seu primeiro livro, chamado de “Pães de Pedra”, no qual

mencionava sobre a utilização de pós de rochas na agricultura e o quanto isso beneficiava as

plantas e os produtores. Os pós de rochas são de liberação lenta e contínua, com resultados

satisfatórios por terem duração de vários anos após a aplicação. Apesar da lenta solubilização,

nem sempre tal aspecto é considerado de forma negativa, pois os nutrientes presentes nos pós

serão liberados ao longo do tempo, não necessitando de aplicação constante no solo

(LANDGRAF et al., 2003), durante os cultivos.

Estudos mostram algumas vantagens sobre a utilização de rochagem na agricultura,

principalmente em relação ao custo, pois são bem menores e o seu efeito pode estender-se por

diversos anos, devido à disponibilidade dos nutrientes ser lenta; a produtividade em culturas de

ciclo longo apresentou valores maiores de 30% quando comparada com a fertilização de

minerais solúveis; e as raízes de plantas que recebem a rochagem são mais desenvolvidas e

Page 15: Géssica Rogaleski Eutrópio

15

possuem uma qualidade maior ao serem comparadas com as que recebem adubação

convencional (THEODORO, 2020).

O Brasil e outros países que são altamente dependentes de fertilizantes minerais

solúveis estão optando pela nova tecnologia que vem sendo desenvolvida que é a rochagem, a

qual permite a restauração do domínio alimentar e econômico dos países agrícolas

(THEODORO et al., 2012).

A produção de fertilizantes minerais solúveis, no Brasil, é insuficiente para atender a

própria demanda, com necessidade de importação para abastecimento do mercado interno

(OLIVEIRA, 2019). Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior

e Serviços – MDIC (2021) o valor gasto com as importações de fertilizantes aumenta a cada

ano, conforme mostra a Tabela 1. Em 2021, para um tipo de categoria, foram gastos

1.646.294.022 dólares americanos, equivalente a R$ 8.659.269.855,72.

Tabela 1 - Importações de fertilizantes nos últimos anos

Ano Código SH4 Valor FOB

(US$)

2015 3105¹ $2.031.594.291

2016 3105¹ $2.057.488.680

2017 3105¹ $2.567.981.044

2018 3105¹ $2.696.154.324

2019 3105¹ $2.785.147.668

2020 3105¹ $2.586.639.415

2021 3105¹ $1.646.294.022

¹Descrição do código: Adubos (fertilizantes) minerais ou químicos, contendo dois ou três dos seguintes

elementos fertilizantes: azoto (nitrogénio), fósforo e potássio; outros adubos (fertilizantes); produtos do presente

capítulo apresentados em tabletes ou formas semelhantes.

Fonte: Adaptado de MDIC (2021).

No ano de 2019, no Brasil, foram importados em torno de 73% do nitrogênio (N), 34%

do fósforo (P) e 92% do potássio (K). E no ano de 2018, a quantidade importada de fertilizantes

NPK foi de aproximadamente 80%. Observa-se que esses três macronutrientes estão, cada vez

mais, aumentando de forma bastante significativa a demanda no decorrer dos anos

(MACHADO et al., 2019).

O uso dos fertilizantes minerais solúveis pode ocasionar dois problemas de ordem

ambiental: o excesso de rejeitos gerados pela mineração (por exemplo, no entorno de jazidas)

e a utilização excessiva de produtos altamente solúveis, pois a agricultura moderna utiliza de

Page 16: Géssica Rogaleski Eutrópio

16

diferentes manejos e tipos de culturas e ao executar o manejo de forma inadequada em relação

a esses produtos (THEODORO et al., 2006), poderá gerar problemas como exemplo a

lixiviação de nitratos para águas subterrâneas. Com isso, pesquisas estão sendo realizadas, as

quais buscam por fontes de nutrientes eficientes, econômicos e mais acessíveis aos produtores.

Alguns Congressos realizados em diferentes Estados brasileiros (Tabela 2) abordaram

o tema sobre o uso de rochagem (remineralização de solos com rocha moída ou pó de rocha)

na agricultura, nos quais houve a participação de muitos pesquisadores. O evento atualmente

busca transmitir a importância do uso, da característica e da eficiência agronômica dos

remineralizadores de solos; e também elaborar propostas, publicar anais e estabelecer o

andamento em relação às licenças para uso e comercialização dos mesmos (UFG, 2020).

A Embrapa Cerrados efetuou alguns estudos com utilização de pós de rochas, em solos

cultivados, com publicações em Anais de Congressos, em diferentes Estados Brasileiros,

abordando o tema rochagem, na qual diversos autores apresentaram resultados obtidos em

experimentos.

Tabela 2 - Congressos Brasileiros de Rochagem

Congressos Local Ano

I Brasília, DF 2009

II Poço de Caldas-MG 2013

III Pelotas-RS 2016

IV* Catalão-GO 2021

*O IV Congresso Brasileiro de Rochagem está previsto para os dias 08 a 11 de novembro de 2021.

Fonte: Embrapa.

O I Congresso Brasileiro de Rochagem apresentou estudos envolvendo a utilização de

pós de rochas, em especial o basalto, em sistemas produtivos da agricultura familiar baseando-

se nos princípios agroecológicos, como alternativa de recuperação viável em relação à

fertilidade do solo (ALMEIDA; SILVA, 2010).

Alguns exemplos de rochas que são bastante utilizadas na remineralização dos solos

são: micaxisto, basalto, kamafugito, glauconita, fonolito, nefelina, carbonatitos, dentre outras,

que são fontes de fósforo, potássio, magnésio, silício, cálcio e micronutrientes de plantas

(PENHA; GUALBERTO, 2020). As rochas vulcânicas máficas (basalto, por exemplo) são as

mais indicadas para o uso pelas características geoquímicas e por possuírem (potencialmente)

maiores quantidades de nutrientes (THEODORO et al., 2010).

Page 17: Géssica Rogaleski Eutrópio

17

Diversas rochas e minerais são aplicadas em solos possibilitando a produção em

situações mais favoráveis ao desenvolvimento das culturas. Uma rocha que é classificada como

sendo um dos principais remineralizadores é o basalto (BRUGNERA, 2012). Ao ser espalhado

sobre a área, o pó de rocha entra em contato com o solo e aos poucos vai penetrando nas

camadas. Com o tempo, as reações químicas vão ocorrendo e libertando os elementos químicos

constituintes dos minerais da rocha, nutrientes das plantas (ZANOVELLO et al., 2018). Pode

também ser aplicado sobre o solo e incorporado na camada superficial com lavrações e

gradagens.

Além dos manejos como o cultivo consorciado, a rotação de culturas e a utilização de

cobertura morta, dentre outros métodos, atualmente as pesquisas estão voltadas a novas fontes

de nutrientes com a utilização de materiais orgânicos ou minerais que até então não eram

explorados comercialmente. Entre essas pesquisas está a utilização de pós de rochas in natura

colocados nos solos, a qual se tornou estratégia importante, auxiliando na redução dos impactos

negativos devido às importações de fertilizantes minerais solúveis (BRANDÃO, 2012).

Theodoro et al. (2010) relatam que há uma barreira adicional com relação ao uso de

pós de rochas em solos, que é a lenta velocidade de disponibilização ou solubilização dos

nutrientes presentes nos minerais constituintes das rochas. Relatam o uso de bactérias

inoculantes e fixadoras de nitrogênio, material orgânico compostado com rocha e adubação

verde incorporada aos solos junto com pós de rochas, com resultados promissores, quando

utilizados no cultivo de plantas demandantes de muitos nutrientes em pouco tempo. Afirmam

ainda que a inoculação de bactérias, micorrizas e outros microrganismos potencializa a ação de

solubilização dos nutrientes nos pós, em níveis não comprometedores ao meio ambiente.

O objetivo deste trabalho é efetuar revisão bibliográfica acerca do uso e dos resultados

positivos de pesquisas com pó de rocha de basalto no cultivo de plantas nos solos brasileiros.

Escolheu-se tal rocha por ser abundante na região Sul do Brasil, tendo aproximadamente 50%

de cada um dos 3 Estados do Sul recobertos de solos desenvolvidos a partir do intemperismo

principalmente dessa rocha.

Page 18: Géssica Rogaleski Eutrópio

18

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MATERIAL DE ORIGEM DOS SOLOS, INTEMPERISMO QUÍMICO, BASALTO

Os fatores de formação dos solos são representados pela atuação conjunta do clima e

organismos no material de origem, em determinado relevo através do tempo, fatores esses

estabelecidos pelo eminente pesquisador Vasily Vasilyevich Dokuchaev, 1879, na antiga

Rússia, considerado por muitos pesquisadores o “Pai da Ciência do Solo”. É a partir do material

de origem, portanto, que os solos são formados (DOKUCHAEV, V.V. 1879). A maioria dos

solos são minerais, isto é, desenvolvidos a partir do intemperismo das rochas. Solos orgânicos

são muito menores em extensão, comparados aos minerais. As rochas geralmente são um

conjunto de minerais, os quais apresentam diferentes composições químicas.

As rochas podem ser classificadas em sedimentares, metamórficas e ígneas ou

magmáticas (BERTOLINO; PALERMO; BERTOLINO, 2012), com relação à origem. Ao

conjunto de processos que conduzem à decomposição das rochas chama-se intemperismo, que

pode ser de natureza física, química e biológica (SANTOS; REICHERT, 2007), geralmente

atuando conjuntamente, em rochas localizadas em regiões de clima úmido.

O intemperismo químico pode apresentar vários processos diferenciados, sendo a

hidrólise um processo amplamente disseminado junto às rochas na formação dos solos. As

rochas, constituídas de minerais, são submetidas, no processo de hidrólise, à meteorização ou

intemperização, mediante o contato com solução ácida, a qual atua no rompimento das ligações

químicas existentes entre os elementos químicos constituintes dos minerais; isso dá-se devido

à ação do hidrogênio na água (parte do CO2 é dissolvido na água, conferindo acidez à mesma)

liberando-os para o meio circundante aquoso, onde recombinam-se em solução formando novos

minerais, chamados de argilominerais, e/ou óxidos de alumínio e/ou óxidos de ferro. Também

há, na liberação de elementos químicos, a liberação de nutrientes às plantas, os quais são

principalmente lixiviados no processo de formação dos solos, considerando um longo tempo na

formação dos mesmos. Tais minerais novos formados irão fazer parte da fração argila dos solos.

Equação 1 - Reação de dissolução do gás carbônico na água:

H2O + CO2 H2CO3 H+ + HCO3

-

A equação abaixo (KAMPF et al, 2009) está resumidamente simbolizada.

Page 19: Géssica Rogaleski Eutrópio

19

Equação 2 - Ação intempérica de feldspato sódico (albita), formando caulinita

(argilomineral) com liberação de cátion (Na+1):

2NaAlSi3O8 + 2H +9H2O ↔ Al2Si2O5(OH)4 + 4H4SiO4 + 2Na+1

Sendo o intemperismo dos minerais das rochas naturalmente um processo lento, com

a diminuição da área superficial específica dos minerais, transformando-os até o tamanho de

pó, há então uma facilitação maior no intemperismo químico e na consequente liberação dos

nutrientes neles contidos, os quais poderão ficar na solução e também serem adsorvidos nas

cargas negativas do solo; durante o desenvolvimento das plantas cultivadas, essas poderão

aproveitá-los, quando estiverem diretamente na solução, ou então posteriormente, quando

passarem a fazer parte das cargas negativas do solo, de onde poderão ser trocados com outros

cátions provenientes da solução.

O processo intempérico, sendo efetuado ao longo de alguns poucos anos, trará reflexos

na lixiviação de cátions nutrientes das plantas, a qual será pouco efetiva, pois acontecerá de

forma gradativa, com possibilidade de a planta absorver o nutriente liberado ou então dele poder

ser adsorvido às cargas negativas do solo, de onde não é lixiviado. De acordo com Theodoro et

al. (2010), com relação à liberação dos nutrientes da rede cristalina dos minerais, também

ocorrem processos pela ação de ácidos orgânicos produzidos por plantas e microrganismos no

solo.

Os minerais constituintes das rochas apresentam diferentes resistências ao

intemperismo químico. Goldich em 1938, ao estudar os minerais presentes em sedimentos, sob

variadas condições ambientais, elaborou uma série de estabilidade para minerais silicatos mais

comuns, que ilustram a estabilidade relativa (ou a susceptibilidade ao intemperismo), conforme

abaixo (KAMPF et al., 2009):

Page 20: Géssica Rogaleski Eutrópio

20

Figura 1 - Série de estabilidade para minerais primários das frações areia e silte

Olivina Plagioclásio-Ca

Augita Plagioclásio-Ca-Na

Hornblenda Plagioclásio-Na-Ca

Biotita Plagioclásio-Na

Feldspato-K

Muscovita

Quartzo Fonte: Série de estabilidade de minerais de Goldich (1938) adaptada por KAMPF et al. (2009).

Na série, os minerais mais acima (olivina, plagioclásio-Ca) são os menos resistentes

ao intemperismo químico, aumentando a resistência à medida que se vão afastando dos

primeiros. Os últimos são os mais difíceis de intemperizar (muscovita, quartzo). O quartzo

basicamente não intemperiza quimicamente, nas frações areia e silte, permanecendo nessas

frações, principalmente, nos solos, como herança das rochas que o continham.

Na Série de Reação de Bowen (BOWEN, 1928) houve por parte desse autor um estudo

com a ordem de cristalização dos minerais, a partir do magma. A Série de Estabilidade acima

verificada é semelhante à Série de Reação de Bowen, onde os minerais primários cristalizam

inicialmente, em temperaturas mais elevadas e, à medida que a temperatura do magma se vai

arrefecendo, outros minerais se vão formando, tendo no quartzo o de menor temperatura

(570ºC) e na olivina o de maior temperatura (1890ºC). A estreita relação entre as Séries é

explicada pelo grau de desequilíbrio entre o ambiente da alta temperatura do magma, no qual o

mineral se forma, e a baixa temperatura do ambiente terrestre, na qual o mineral é intemperizado

(KAMPF et al., 2009).

O basalto é uma rocha vulcânica extrusiva, isto é, vem à superfície do planeta o magma

oriundo do manto, apresentando um rápido resfriamento, o que ocasiona na rocha a formação

de cristais de minerais de tamanhos muito pequenos, microscópicos. O basalto apresenta teor

de SiO2 entre 45 e 52%, em peso, sendo classificada como rocha básica (baixo teor, comparada

com outras rochas magmáticas), tendo esse termo sido assim apresentado no início dos estudos

de rochas, há mais de um século, e permanecido desde então até os dias atuais. Apresenta

coloração geralmente cinza escuro a preto, devido à presença expressiva dos elementos químios

Fe, Mg e Ca, junto aos minerais essenciais constituintes, quais sejam: piroxênios e plagioclásios

Page 21: Géssica Rogaleski Eutrópio

21

cálcicos, além de outros minerais acessórios, como olivinas e anfibólios, que possuem também

Fe, Mg (nas olivinas) e Fe, Mg, Ca (nos anfibólios).

Tais minerais, visualizados nas Séries anteriores, são cristalizados em condições de

elevadas temperaturas. São, portanto, minerais mais facilmente intemperizáveis, em igualdade

de condições ambientais, quando comparados aos minerais que foram formados em condições

de menores temperaturas, os quais são de mais difícil intemperismo químico.

Em comparação com rochas com maiores teores de SiO2 (rochas ácidas, com teores

acima de 65% e rochas intermediárias, com teores entre 52 e 65%) o basalto apresenta baixo

conteúdo em SiO2, com potencial de disponibilizar grande quantidade de elementos químicos,

nutrientes das plantas.

São importantes essas considerações pelo fato de o basalto representar importante

fonte de matéria-prima para fertilizar solos, de vez que normalmente atinge os critérios exigidos

para remineralizadores, estabelecidos pela IN do MAPA. Além disso, a presença de minerais

essenciais, existentes em grandes quantidades no basalto, de relativamente fácil intemperismo

químico, poderá projetá-lo em alvo importante na explotação e comercialização por

mineradoras, com maior oferta aos produtores.

2.2 FERTILIZANTES MINERAIS SOLÚVEIS

A utilização de fertilizantes minerais solúveis em solos teve início no século XIX na

Europa, com intensificação de uso no século XX, e sendo generalizado somente após a Segunda

Guerra Mundial. A partir de 1990 aumentou a concentração do setor de fertilizantes

(OLIVEIRA; MALAGOLLI; CELLA, 2019).

Mundialmente, o consumo de fertilizantes compreendido entre as safras 1993/94 a

1997/98 aumentou de 120 para 136 milhões de toneladas, contendo uma taxa média anual de

crescimento de 3%. No Brasil, a partir de 1970 até 2000 as estatísticas mostraram um aumento

no consumo de fertilizantes, com evolução média anual de 6,5%, ultrapassando de 990 mil

toneladas para 6.568 mil toneladas de nutrientes (ANDA, 2018).

O Brasil é caracterizado como um dos pilares da agricultura mundial, sendo,

atualmente, importante produtor e exportador de produtos agrícolas. Além disso, continua

expandindo e impulsionando sua economia devido ao grande potencial produtivo que apresenta.

Dessa forma, há grande aumento na procura por fertilizantes (FAROUTINE, 2018), tornando-

se atualmente o quarto maior consumidor mundial, com elevados custos de importações. Nessa

Page 22: Géssica Rogaleski Eutrópio

22

ótica, os remineralizadores podem representar alternativa para diminuir o uso de fertilizantes

minerais solúveis e também os custos de produção (EMBRAPA, 2020).

Segundo a Associação Nacional Para Difusão de Adubos - ANDA (2021) a quantidade

de fertilizantes minerais solúveis entregues ao mercado aumenta a cada ano no Brasil (Tabela

3). No mês de julho/2021 foi disponibilizado um relatório sobre o mercado de fertilizantes entre

os meses de janeiro a fevereiro do mesmo ano. Só em fevereiro as entregas de fertilizantes

foram de 3.042 mil ton, com aumento de 18,3% comparado ao mesmo mês de 2020. Ao somar-

se o acumulado de janeiro a fevereiro de 2021 chega-se a 6.440 mil ton, ultrapassando a

quantidade entregue no ano de 2020, que foi de 5.619 mil ton.

No Brasil, o sistema de desenvolvimento agrícola empregado atualmente requer alta

demanda por nutrientes para as plantas, sendo fornecidos por meio do uso de adubos solúveis,

à base de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), podendo ser relacionado ou não à utilização de

macro e micronutrientes (ERHART, 2009).

Tabela 3 - Fertilizantes Entregues ao Mercado (em toneladas de produto)

2018 2019 2020 2021 2021x2020

Janeiro 2.443.088 2.762.157 3.046.746 3.397.952 11,5%

Fevereiro 2.118.836 2.235.156 2.571.859 3.042.183 18,3%

Março 1.773.529 1.623.922 1.875.598

Abril 1.721.942 1.637.469 2.059.897

Maio 1.775.479 2.458.117 3.120.093

Junho 2.985.578 3.099.378 3.611.897

Julho 3.964.455 3.811.462 4.168.557

Agosto 4.824.692 4.436.869 4.414.657

Setembro 4.247.932 4.270.476 4.613.620

Outubro 4.060.674 4.116.433 4.173.316

Novembro 3.220.439 3.154.588 3.595.904

Dezembro 2.369.678 2.632.354 3.311.994

Janeiro a

Fevereiro

4.561.924 4.997.313 5.618.605 6.440.135 14,6%

Total do Ano 35.506.322 36.238.381 40.564.138

Fonte: Adaptado de ANDA (2021).

Page 23: Géssica Rogaleski Eutrópio

23

2.3 REMINERALIZADORES

A rochagem é expressão utilizada para representar uma técnica de fertilização natural

dos solos com pós de rochas, também denominados agrominerais ou remineralizadores, sendo

fonte alternativa de nutrientes às plantas (especificamente, o termo remineralizador é aquele pó

de rocha que atende aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Agricultura para

comercialização, porém os pós de rochas são remineralizadores, desde que possuam nutrientes

às plantas). As rochas são moídas e peneiradas sem passarem por modificações químicas,

sofrendo apenas redução de tamanho. Esse produto (pó de rocha) é classificado como excelente

para a nutrição de plantas cultivadas, dado que as rochas são diferenciadas, tanto em

quantidades quanto em variedades segundo o processo de formação, dispondo de macro e

micronutrientes que são de extrema importância para o desenvolvimento das plantas (REIS,

2015).

Devido à composição química, o pó de rocha possui potencial adequado no

enriquecimento de solos com baixa fertilidade e/ou na restauração daqueles exauridos pela

lixiviação. Mas a utilização desse produto é questionada por causa da solubilidade baixa dos

nutrientes; Santos (2020) relatou que existe uma forma de aumentar a disponibilidade dos

elementos químicos existentes no pó de rocha através da utilização de microrganismos

solubilizadores, capazes de ocasionar a solubilização dos nutrientes das rochas, aumentando o

processo de liberação no solo.

Em meados dos anos 2000, um grupo de representantes de vários setores, incluindo

universidades e governo, iniciou discussões sobre a possibilidade da normatização dos pós de

rochas em uma Instrução Normativa, a ser editada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA). Por falta de consenso, não houve o enquadramento legal

(THEODORO, 2016). Finalmente, em 2016, foi criada a Instrução Normativa nº 5/2016 em

relação à definição e normatização para comercialização de remineralizadores (MAPA, 2016)

em solos, no país.

No Brasil, as pesquisas estão aumentando em relação aos efeitos da aplicação desses

pós de rochas para melhorar as propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos e a

produtividade dos cultivos. Buscam-se informações confiáveis quanto aos tipos de rochas que

são mais eficazes, e à granulometria mais adequada, e se os efeitos são de curto e médio prazo,

Page 24: Géssica Rogaleski Eutrópio

24

relacionados com as propriedades do solo, e de que modo esses nutrientes podem ser

disponibilizados de forma mais rápida (BENEDUZZI, 2011).

Mas, e o que vem a ser o conceito de remineralizador? Tal conceito foi incluído na Lei

6894/1980 , alterada pela LEI Nº 12.890 DE 10 DE DEZEMBRO DE 2013 (essa alterou a Lei

nº 6.894, de 16 de dezembro de 1980, para incluir nela os remineralizadores como uma

categoria de insumo destinado à agricultura, além de outras providências) definindo

remineralizador: “o material de origem mineral que tenha sofrido apenas redução e classificação

de tamanho por processos mecânicos e que altere os índices de fertilidade do solo por meio da

adição de macro e micronutrientes para as plantas, bem como promova a melhoria das

propriedades físicas ou físico-químicas ou da atividade biológica do solo.”

Lobato (2016) relatou que os remineralizadores foram registrados no Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento como novos insumos, constituídos de rochas silicáticas

moídas. Até então não havia especificações e garantias na comercialização do produto

classificado como remineralizador, o que veio a ser publicado na Instrução Normativa (IN)

05/2016 do Ministério da Agricultura (MAPA, 2016, Pág. 2):

Especificações e Garantias do Produto

Subseção I

Remineralizadores

Art. 4o Os remineralizadores deverão apresentar as seguintes

especificações e garantias mínimas:

I - em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo

I desta Instrução Normativa;

II - em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou

superior a 9% (nove por cento) em peso/peso;

III - em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou

superior a 1% (um por cento) em peso/peso; e

IV - em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor

conforme declarado pelo registrante.

§ 1o Quando os remineralizadores contiverem naturalmente o

macronutriente fósforo e micronutrientes, os seus teores podem ser

declarados somente se forem iguais ou superiores aos valores expressos

no Anexo II desta Instrução Normativa.

§ 2o Não serão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento - MAPA, ficando vedadas a produção, importação e

comercialização no país de remineralizadores que contiverem:

I- em relação ao SiO2 livre presente no produto, teor superiora 25%

(vinte e cinco por cento) em volume/volume; e

II - em relação aos elementos potencialmente tóxicos presentes no

produto, teores superiores a:

Page 25: Géssica Rogaleski Eutrópio

25

a) para Arsênio (As): 15 ppm;

b) para Cádmio (Cd): 10 ppm;

c) para Mercúrio (Hg): 0,1 ppm; e

d) para Chumbo (Pb): 200 ppm.

Os termos referentes ao Anexo I, que está sendo abordado no artigo 4º da Instrução

Normativa nº 5, estão representados abaixo:

ESPECIFICAÇÕES DE NATUREZA FÍSICA DOS

REMINERALIZADORES ESPECIFICAÇÃO DE NATUREZA

FÍSICA GARANTIA GRANULOMÉTRICA

Peneira Partículas Passantes (peso/peso)

Filler 0,3 mm (ABNT nº 50) 100%

Pó 2,0 mm (ABNT nº 10) 100% 0,84 mm (ABNT nº 20) 70% mínimo

0,3 mm (ABNT nº 50) 50% mínimo

FARELADO 4,8 mm (ABNT nº 4) 100% 2,8 mm (ABNT nº 7) 80%

mínimo 0,84 mm (ABNT nº 20) 25% máximo

O tipo “filler” seria o mais facilmente intemperizado, em igualdade de condições, aos

do tipo farelado e pó, devido à maior área superficial específica ocasionada pela diminuição do

tamanho da partícula mineral. Certamente é o produto mais oneroso quanto aos custos, devido

à necessidade de maiores gastos de energia nos processos de moagem, ou então devido à menor

quantidade de material de menor tamanho que sai do processo de moagem em relação ao pó e

ao farelado, o que refletirá em mais altos custos de aquisição também ao produtor.

A partir de então inicia-se no Brasil um novo marco na regulamentação de utilização

de pós de rochas comercializados com o termo remineralizador. Ou seja, para ser

comercializado como tal, o produto deve atender aos requisitos estabelecidos pelo MAPA, a

fim de que o produtor rural possua garantias mínimas do que esteja adquirindo. Cabe aqui

ressaltar que não há impedimento de comercialização de pós de rochas no país, porém a

comercialização de tais produtos com o termo específico “remineralizador” há necessidade de

registro no MAPA, e, para tanto, deve atender aos requisitos estabelecidos na IN 05/2016 do

referido órgão.

Page 26: Géssica Rogaleski Eutrópio

26

3 METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho efetuou-se uma pesquisa em relação ao uso de pó de

basalto em solos, seu comportamento quanto à solubilização dos nutrientes e disponibilização

às plantas cultivadas. Realizou-se uma listagem de artigos, trabalhos acadêmicos, teses,

dissertações, anais, revistas e livros. Após a leitura desses materiais, selecionaram-se as

informações principais. Relatam-se alguns dos resultados científicos envolvendo a utilização

de pós de rochas em diferentes solos e culturas e os resultados alcançados, de forma promissora.

Os trabalhos acadêmicos, teses e dissertações pesquisados foram de universidades

brasileiras como: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), União

Dinâmica de Faculdade Cataratas (UDC), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ). Os periódicos científicos

encontrados que possuíam artigos referentes ao tema foram: Universidade Estadual Paulista

(UNESP), Revista South American Journal of Basic Education, Technical and Technological

(SAJEBTT), Revista Verde, Revista do Instituto Geológico, Revista Ceres, Revista Interface

Tecnológica, Revista Campo & Negócios, Revista Espaço & Geografia, Revista Brasileira de

Geografia Física, Revista de Ciências Agroveterinárias, Revista Geociências, Revista Brasileira

de Fruticultura e algumas instituições públicas como a Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (EMBRAPA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

e a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).

A revisão bibliográfica foi elaborada a partir de diversos estudos, sendo que as

pesquisas realizadas foram por universidades e instituições públicas.

Page 27: Géssica Rogaleski Eutrópio

27

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Estudo realizado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) utilizou

pós de rochas de basalto na cultura do feijoeiro, sendo que alguns valores apresentados em

porcentagem em peso são em relação à composição média de rochas ígneas consolidadas a

partir de magmas basálticos (rocha básica), andesíticos (rocha intermediária) e graníticos (rocha

ácida), os quais estão presentes na Tabela 4. Percebe-se que no basalto há menores teores de

SiO2, maiores teores de CaO, MgO e FeO (maior riqueza química em Ca, Mg e Fe em

comparação às rochas com maiores teores de SiO2). Contudo, os resultados encontrados no

primeiro ciclo de cultivo não apresentaram diferenças entre os tratamentos; entretanto, tudo

indica que ao decorrer do tempo a dissolução dos minerais presentes nos materiais aplicados

irão sendo liberados aos poucos (NICHELE, 2006).

Tabela 4 - Exemplos de composição média de rochas ígneas consolidadas a partir de magmas

graníticos, andesiticas e basálticos (valores em % em peso)

Rocha/magma/óxido Granito Andesito Basalto

SiO2 72,08 54,20 50,83

TiO2 0,37 1,31 2,03

Al2O3 13,86 17,17 14,07

Fe2O3 0,86 3,48 2,88

FeO 1,67 5,49 9,05

MnO 0,06 0,15 0,18

MgO 0,52 4,36 6,34

CaO 1,33 7,92 10,42

Na2O 3,08 3,67 2,23

K2O 5,46 1,11 0,82

P2O5 0,18 0,28 0,23

H2O 0,53 0,86 0,91

Total 100 100 100 Fonte: Adaptado de NICHELE (2006).

Page 28: Géssica Rogaleski Eutrópio

28

A liberação mais lenta pode ser um dos grandes trunfos da rochagem, dentro dos

parâmetros de sustentabilidade ambiental e de produção, assinalam Theodoro et al. (2010),

explicando que do ponto de vista ambiental, não haverá contaminação dos solos e dos recursos

hídricos pelo excesso de nutrientes solúveis nos solos e não aproveitados pelas plantas.

Afirmam ainda que do ponto de vista de produção, a disponibilização mais lenta dos principais

macro e micronutrientes garantirá que a oferta permanecerá por períodos mais longos nos solos.

Nesse sentido, a Rochagem pode ser comparada a um “banco de nutrientes” que é utilizado no

solo pelas plantas na medida do necessário. Por tal característica, ela pode ser entendida como

um fertilizante inteligente onde não se desperdiça nutriente (THEODORO et al., 2010).

Em trabalho publicado na Revista de Ciências Agroveterinárias há resultados

encontrados sobre a aplicação de basalto moído na fertilidade do solo e nutrição de Eucalyptus

benthamii. A aplicação de basalto trouxe benefícios do ponto de vista fisiológico para a planta,

pois observaram-se altos teores de K e Si nas folhas. O K foi encontrado nos mecanismos de

defesa da planta, e os teores altos ajudam na síntese e no acúmulo de compostos fenólicos.

Concluíram que a utilização de pós de rochas em solos de florestas é alternativa viável

economicamente, pois foi viabilizado o fornecimento de K para as plantas de eucalipto (SILVA

et al., 2012).

Segundo Souza (2016), em estudo desenvolvido pela Universidade Federal de São

Carlos, o mesmo avaliou o efeito de pó de basalto, vinhaça e plantas de cobertura no

desenvolvimento do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) e em atributos químicos do solo. Ao

observar os resultados o autor concluiu que plantas de cobertura mais o pó de basalto é

alternativa de adubação para as culturas agrícolas, porém deve observar-se o manejo e o tempo

adotados; a utilização de plantas de cobertura e vinhaça ajudaram a acelerar a solubilização do

pó, podendo ser mais eficiente em solos que são mais pobres em nutrientes. A influência dos

fatores sobre as características do feijoeiro demonstrou que a aplicação de doses de

remineralizadores aumentou a altura da planta, a área foliar específica (IAF) e a quantidade de

macronutrientes foliares (N, P, Ca, Mg e S).

A Revista Brasileira de Fruticultura publicou um trabalho utilizando pó de basalto em

mudas de camu-camu (Myrciaria dubia). Os resultados encontrados em relação ao número

(NR) e ao diâmetro de ramos (DM) não obtiveram valores afetados significativamente pela

granulometria 0,05mm. Em relação à altura das mudas (ALT), na granulometria de 0,05mm as

mudas que foram submetidas às doses de 4,17 e 8,33 g/kg, e na granulometria de 0,10mm com

Page 29: Géssica Rogaleski Eutrópio

29

8,33 g/Kg obtiveram resultados maiores do que as demais doses de pó de basalto, conforme

mostra a Tabela 5 (WELTER et al. 2011).

Tabela 5 - Altura da muda (ALT), diâmetro do colo (DM) e número de ramos (NR) das

mudas de camu-camu em função de doses de pó de basalto e diferentes granulometrias. Boa

Vista-RR (2009)

Dose

(g/kg)

ALT (cm) DM (mm) NR

Granulometria (mm)

0,05 0,10 0,05 0,10 0,05 0,10

0 39,52 d A 27,56 c B 4,12 a A 2,80 c B 3 a A 3 a A

0,42 47,02 d A 29,74 c B 4,40 a A 3,04 bc B 3 a A 3 a A

1,04 70,10 c A 49,22 b B 4,44 a A 3,64 abc A 3 a A 3 a A

2,08 71,40 bc A 51,98 b B 4,50 a A 3,66 abc A 2 a A 2 a A

4,17 78,90 b A 65,56 a B 5,08 a A 4,60 ab A 2 a A 2 a A

8,33 88,00 a A 70,18 a B 5,48 a A 4,86 a A 2 a A 2 a A

CV (%) 7,97 20,56 53,25

Fonte: Adaptado de WELTER et al. (2011).

Melo et al. (2012) estudaram pó de basalto em Latossolo Amarelo ácido de baixa CTC,

da formação geológica Boa Vista, no estado de Roraima. Os tratamentos consistiram em

incorporação e incubação de oito doses do pó da rocha (0; 0,85; 1,70; 3,35; 5,03; 10,05; 20,40

e 40,80 g kg-1, correspondentes a 0; 2,0; 4,0; 8,0; 12,0; 24,0; 48,0 e 96 Mg ha-1). O delineamento

experimental foi inteiramente casualizado com oito tratamentos e três repetições. Após a

incorporação do basalto moído ao solo e por 180 dias de incubação, o solo foi analisado quanto

aos teores de Ca2+, Mg2+ e Al3+ trocáveis, acidez potencial (H+Al), teores disponíveis de Zn,

Fe, Cu e Mn e valores de pH em H2O e em KCl. A dose de 20,40 g kg-1 de basalto proporcionou

a máxima redução da acidez ativa, com pH aumentando de 4,8 para 5,5. Os teores de Ca2+ e

Mg2+ trocáveis aumentaram, porém proporcionaram baixos incrementos desses cátions no solo.

As doses de basalto apresentaram alta eficiência para a neutralização da acidez potencial. Os

autores concluíram que a adição do basalto moído proporcionou incremento nos teores de Zn,

Fe e Cu no solo com o tempo de incubação.

Page 30: Géssica Rogaleski Eutrópio

30

Abreu et al. (2013) analisaram a viabilidade do uso de metabasalto (basalto

hidrotermalizado) residual da exploração de geodos de ametista, do município de Ametista do

Sul, RS. Considerando os teores de nutrientes encontrados através da caracterização do

material, em composição química e mineralógica, julgaram-no com potencialidade para uso em

práticas de rochagem. (Esse material, em específico, fica regionalmente restrito aos arredores

de Ametista do Sul que exploram a ametista, não sendo de característica abundante nos três

Estados do Sul, a exemplo do basalto comumente designado.)

No II Congresso Brasileiro de Rochagem elaborou-se um estudo sobre a ação de

microrganismos em pó de basalto. Nas Figuras 2, 3, 4 e 5 são mostrados os resultados obtidos

com aumento no teor de nutrientes em solução quando o pó de basalto estava presente, dado

que ao realizar a inoculação de microrganismos com a junção da microbiota do solo parece ter

existido estímulo a essa liberação, de acordo com os autores. Outro resultado observado foi o

estímulo aos microrganismos para solubilização dos elementos químicos com a presença de pó

de basalto, liberando alta quantidade de K (SILVA; AZEVEDO; FILHO, 2013).

Figura 2 - Solo com inóculo e pó-de-basalto

SM (Solo com microrganismos nativos + microrganismos inoculados) e (+) com adição de basalto.

Fonte: SILVA et al. (2013).

Page 31: Géssica Rogaleski Eutrópio

31

Figura 3 - Solo com inóculo e sem pó-de-basalto

SM (Solo com microrganismos nativos + microrganismos inoculados) e (-) sem adição de basalto.

Fonte: SILVA et al. (2013).

Figura 4 - Solo com microbiota endêmica com pó-de-basalto

SO (Solo com microrganismos nativos) e (+) com adição de basalto.

Fonte: SILVA et al. (2013).

Figura 5 - Solo com microbiota endêmica sem pó-de-basalto

SO (Solo com microrganismos nativos) e (-) sem adição de basalto.

Fonte: SILVA et al. (2013).

Publicou-se um estudo sobre a sistematização de experiências de agricultores

familiares com pó de basalto, com os resultados obtidos efetuados através de levantamento, o

qual continha informações bastante claras em relação ao potencial de utilização, tanto na

agricultura quanto na pecuária. Os produtores relataram algumas experiências em relação ao

Page 32: Géssica Rogaleski Eutrópio

32

aumento da produtividade e ao vigor das plantas, o que foi significativo. Um dos elementos

destacado foi o silício, pois observou-se que houve um aumento na nutrição das plantas, relação

com incidência e severidade de doenças e redução do ataque de pragas em vegetais (BORGES;

SILVA; CARVALHO, 2017).

Estudo preliminar de aplicação de basalto com zeólitas (mineral com elevada CTC)

como remineralizador de solo em plantio de eucalipto foi um trabalho publicado no III

Congresso Brasileiro de Rochagem. Nesse estudo observou-se que os elementos Ca, K e P

foram abundantes e que foram de fácil solubilização, sendo tal remineralizador capaz de

fornecer os macronutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas de eucalipto

(RAMOS et al., 2017).

No III Congresso apresentaram-se vários estudos sobre rochagem com pó de basalto.

Um deles foi em relação aos atributos químicos de um Latossolo Vermelho-Amarelo sob

cultivo de soja e sorgo submetido ao uso de basalto moído. Na Figura 6 observam-se os dados

obtidos por esse trabalho; tanto na soja quanto no sorgo os teores de cálcio foram superiores no

solo com maiores doses de pó de rocha; o mesmo aconteceu com o silício, sendo maior no

cultivo do sorgo. Os teores de Saturação de Bases (SB) e capacidade de troca de cátions (CTC)

da soja e a CTC efetiva (CTCef) nas parcelas do sorgo estão apresentados na Tabela 6. Tanto a

SB da soja quanto a CTCef nas parcelas do sorgo apresentaram maiores valores quando os solos

continham maiores doses de basalto. Com os resultados concluíram os autores que em áreas de

pastagens degradadas em Latossolo Vermelho-Amarelo pode ser feita a utilização de basalto

em forma de pó de rocha, e ao ser cultivado com soja e sorgo, o mesmo pode ser empregado no

manejo da fertilidade de solos (BATISTA et al., 2017).

Page 33: Géssica Rogaleski Eutrópio

33

Figura 6 - Análise de regressão para Si e Ca no solo em função das doses de pó de rocha nas

culturas da soja e sorgo.

(Barras verticais representam a DMS).

Fonte: BATISTA et al. (2017).

Tabela 6 - Médias dos teores de SB, CTC para soja e CTC efetiva no solo em função das

doses de pó de rocha na cultura do sorgo

Doses pó de rocha SOJA SORGO

SB CTC CTC efetiva

.........g/dm³....... ....cmolc/dm³.... ....mg/dm³.... ......cmolc/dm³......

0 2,72 c 5,78 a 5,47 b

1,92

2,93

c

5,7

a

5,57

ab

3,84

3,06

bc

5,81

a

5,59

ab

7,68

2,98

abc

5,79

a

5,61

ab

11,52

3,45

ab

6,04

a

5,89

ab

15,36

3,49

a

6,1

a

5,88

a

Fonte: Adaptado de Anais III Congresso Brasileiro de Rochagem (2017).

A revista de Ciências Agroveterinárias publicou um trabalho desenvolvido pela

Universidade Federal de Pelotas – RS. No referente trabalho verificaram-se os efeitos do pó de

basalto no desenvolvimento da cultura da alface. Primeiramente, fez-se a caracterização

química dos pós de basalto, que foram coletados em três municípios diferentes pertencentes ao

Estado de Santa Catarina, sendo eles: Belmonte (BM), São Miguel do Oeste (SMO) e São José

Page 34: Géssica Rogaleski Eutrópio

34

do Cedro (SJC). Os dados obtidos em relação à composição química demonstraram que os pós

apresentaram ligeiras diferenças nos teores de dióxido de silício (SiO2), pois nos três municípios

(Belmonte, São Miguel do Oeste e São José do Cedro) os valores foram de 48,5%; 45,3% e

46,7% respectivamente. Esse composto (SiO2) presente no pó de basalto foi apontado como o

principal responsável pelo elevado desenvolvimento radicular e estrutural das plantas. Ao

serem comparadas com a testemunha, as mudas de alface que continham pó de basalto nos

canteiros apresentaram um incremento significativo na massa seca, no crescimento do sistema

radicular e na estatura da planta, conforme ilustrado na Tabela 7 (GROTH et al., 2017).

Tabela 7 - Médias (± EP) de estatura da planta (EP), comprimento do sistema radicular

(CSR), diâmetro da inserção (DI), volume (V) e massa seca (MS), de alface cv. Verônica em

resposta à aplicação no solo de pó-de-basalto de diferentes origens, coletados nos municípios

de São Miguel do Oeste (SMO), São José do Cedro (SJC) e Belmonte (BM), em Santa

Catarina

Tratamentos EP (cm) CSR (cm) DI (cm) V (cm) MS (g)

SMO 29,70±1,55a 19,46±1,67a 5,62±0,55a 3,44±0,54a 1,32±0,21a

SJC 28,60±1,45a 18,08±1,89a 5,46±0,21a 3,50±0,43a 1,22±0,18a

BM 29,22±1,65a 18,46±1,75a 5,18±0,89a 4,88±0,28a 1,21±0,54a

Testemunha 19,82±1,21b 9,08±1,08b 5,06±0,55a 2,02±0,73a 0,82±0,15b

Fonte: Adaptado de GROTH et al. (2017).

A revista Geociências publicou um trabalho analisando doze parcelas com diferentes

amostras, utilizando pós de rochas basálticas e de rochas fosfatadas. As análises foram feitas

depois de um ano e, com isso, notou-se que com a rochagem, de um modo geral, aumentou a

saturação por bases (V), o pH, e o fósforo (P) disponível, havendo diminuição, de forma

drástica, na saturação por alumínio (m) (Tabela 8). Também observou-se diminuição no teor de

matéria orgânica (MO) do solo, tendo acontecido devido ao aumento da atividade microbiana

(TOSCANI; CAMPOS, 2017).

Page 35: Géssica Rogaleski Eutrópio

35

Tabela 8 - Análise de fertilidade do solo para as doze parcelas do experimento com Fosforito

(F); Basalto (B); Latossolo (L)

Tratamento Valor m pH P. Disp. M.O

V Al H2O Mehlich g/kg

% Mg/dm³

F (120Kg) 36 0 5,9 4,8 49,6

F (60 Kg) + B

(80Kg)

63 0 6,7 6,0 26,8

F (20Kg) + B

(80Kg)

43 8 6,6 2,2 37,4

B (120Kg) 63 0 7,0 1,7 38,4

L* 26 11 5,6 3,2 57,9

*O Latossolo foi usado como testemunha.

Fonte: Adaptado de TOSCANI; CAMPOS (2017).

Writz et al. (2019) avaliaram a eficiência do pó de rocha de basalto (PRB), usado na

forma pura ou associado com cama de frango (CF) no desenvolvimento das plantas e

produtividade de grãos do milho pipoca em Latossolo com alta fertilidade. Em condições de

campo foram avaliados por dois anos consecutivos os seguintes tratamentos: T1 - milho pipoca

+ 40000 Mg ha-1 de PRB; T2 - milho pipoca + 1855 Mg ha-1 de CF; T3 - milho pipoca + 40000

Mg ha-1 de PRB + 1855 Mg ha-1 de CF; T4 - milho pipoca + NPK químico; e T5 - milho pipoca

(testemunha). Foram avaliados os parâmetros de altura de plantas, diâmetro de colmos e número

de folhas aos 30, 60 e 90 dias após a semeadura. No pleno florescimento das plantas

determinaram a produtividade de matéria seca da parte aérea. Na maturação fisiológica

efetuaram a colheita para avaliação de produtividade de grãos, bem como nas espigas, o

comprimento, diâmetro e número de fileiras por espiga. O crescimento das plantas e

produtividade de grãos nos tratamentos PRB + CF e PRB puro apresentaram resultados iguais

à fertilização química, mostrando o potencial da fertilização alternativa em solo de alta

fertilidade na cultura do milho pipoca. Concluíram que o uso de PRB puro ou misturado com

CF pode ser utilizado como fertilizante alternativo.

Page 36: Géssica Rogaleski Eutrópio

36

5 CONCLUSÃO

De modo geral, o pó de basalto apresenta-se promissor para uso como remineralizador

de solos. É rico em elementos químicos nutrientes das plantas, em especial Ca, Mg, Fe, e, em

alguns casos, K e P, além de micronutrientes.

Um entrave ao uso do pó de rocha é a lenta solubilização dos nutrientes da sua

composição. A partícula do pó deve intemperizar de forma química e/ou biológica para

liberação dos nutrientes, contidos nos constituintes minerais. Porém a lenta solubilização não

necessariamente é fator negativo, pois os nutrientes, lentamente disponibilizados, serão

absorvidos conforme a necessidade da planta.

Microrganismos solubilizadores e compostos orgânicos, na forma de estercos e/ou

adubos verdes, aumentam a solubilização dos elementos químicos presentes no pó de rocha.

Isso pode acelerar o intemperismo químico, com disponibilização mais rápida de nutrientes

para as plantas, especialmente em cultivo de plantas anuais, que necessitam dos nutrientes

durante seu curto ciclo.

Em certos casos, a solubilização dos nutrientes no pó de basalto, apresenta variações,

podendo ser disponibilizados às plantas cultivadas durante o primeiro ano após a aplicação ao

solo.

Page 37: Géssica Rogaleski Eutrópio

37

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