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Grupo II - Classe V – Plenário TC 009.999/2006-2 Natureza: Auditoria Órgão: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente de dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA Interessado: Comissão de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados Advogado Constituído: não consta Sumário: Auditoria. IBAMA. Verificação de irregularidades. Determinações. Ciência a diversos órgãos. Remessa de cópias a entidades. Arquivamento do presente processo. Cuidam os presentes autos de Auditoria realizada no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em virtude de solicitação da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, cujo objetivo consiste em fiscalizar os procedimentos e as ações do Ministério do Meio Ambiente (MMA) destinados à criação de parques nacionais nos estados do Paraná e de Santa Catarina. A instrução do feito coube à 4ª SECEX, que elaborou a instrução de fls. 55, da qual extraio os excertos que se seguem. II – ANTECEDENTES DA CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA E HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO HUMANA 1.1 Mata Atlântica Nos termos do § 4° do art. 225 da CF/88, a Mata Atlântica foi alçada à condição de patrimônio nacional, sendo que sua utilização far-se-á na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. De acordo com o art. 3° do Decreto n. 750, de 10/02/93 [Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências] , considera-se Mata Atlântica, in verbis: ...as formações e ecossistemas associados inseridos no domínio Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de

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Grupo II - Classe V – PlenárioTC 009.999/2006-2Natureza: AuditoriaÓrgão: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente de dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMAInteressado: Comissão de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos DeputadosAdvogado Constituído: não consta

Sumário: Auditoria. IBAMA. Verificação de irregularidades. Determinações. Ciência a diversos órgãos. Remessa de cópias a entidades. Arquivamento do presente processo.

Cuidam os presentes autos de Auditoria realizada no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em virtude de solicitação da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, cujo objetivo consiste em fiscalizar os procedimentos e as ações do Ministério do Meio Ambiente (MMA) destinados à criação de parques nacionais nos estados do Paraná e de Santa Catarina.

A instrução do feito coube à 4ª SECEX, que elaborou a instrução de fls. 55, da qual extraio os excertos que se seguem.

“II – ANTECEDENTES DA CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA E HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO HUMANA

1.1 Mata Atlântica

Nos termos do § 4° do art. 225 da CF/88, a Mata Atlântica foi alçada à condição de patrimônio nacional, sendo que sua utilização far-se-á na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. De acordo com o art. 3° do Decreto n. 750, de 10/02/93 [Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências] , considera-se Mata Atlântica, in verbis:

...as formações e ecossistemas associados inseridos no domínio Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil, (IBGE, 1988): Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, manguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste. (grifei)

Verifica-se, desse modo, que o bioma é formado por mosaicos de diferentes fisionomias vegetais, apresentando estruturas e composições florísticas diferenciadas, em função de diferenças de solo, relevo e características climáticas existentes na ampla área de ocorrência. Há que se mencionar que este bioma estendia-se, originariamente, por cerca de 1.306.421 km² do território brasileiro (15%), ocorrendo ao longo da costa, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e adentrando centenas de quilômetros do continente, nas regiões Sul e Sudeste, chegando à Argentina e ao Paraguai, abrangendo, pois, integral ou parcialmente atuais 17 Estados da Federação [Alagoas (AL), Bahia (BA), Ceará (CE), Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Minas Gerais (MG), Mato Grosso do Sul (MS), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Paraná (PR), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN), Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC), Sergipe (SE) e São Paulo (SP)].

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC-009.999/2006-2

Atualmente, os remanescentes estão reduzidos a cerca de 7,84% de sua cobertura florestal original, sendo o segundo bioma mais ameaçado de extinção do mundo, perdendo apenas para as quase extintas florestas da ilha de Madagascar na costa da África.

O início da destruição da Mata Atlântica remonta à chegada dos portugueses em 1500, que devido à ausência de percepção da importância dos benefícios ambientais proporcionados pela cobertura florestal nativa e a valorização excessiva da madeira em detrimento de produtos não madeireiros, o que ocorre ainda hoje, levou à supressão de enormes áreas para expansão da agricultura e da pecuária e de assentamentos urbanos e à adoção de práticas de exploração seletiva e exaustiva de espécies.

Assim, este ciclo de exploração predatória começou com produtos madeireiros utilizados para extração de corante ou para a construção naval, edificações, móveis e outros usos nobres, como pau-brasil, tapinhoã, sucupira, canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucurana e vinhático. Ressalta-se que embora a Coroa Portuguesa não tenha investido ou incentivado o conhecimento das potencialidades da Mata Atlântica, algumas espécies não madeireiras também foram exploradas em diferentes épocas, como a salsaparrilha, ceras e bálsamos. A retirada de epífitas como bromélias, cactos e orquídeas também teve períodos de grande intensidade, sendo responsável pela destruição de grandes áreas de florestas, cujas árvores eram simplesmente derrubadas para facilitar a extração destas plantas.

Além disso, houve na época um significativo comércio exportador de penas e plumas, carapaças de tartarugas, couros e peles de onça, veado, lontra, cutia, paca, cobras, jacarés, anta e outros animais.

A este modelo predatório de exploração dos recursos da flora e da fauna somou-se o sistema de concessão de sesmarias, originando uma combinação fortemente destrutiva para o bioma. O proprietário recebia gratuitamente uma sesmaria que, após consumida toda a mata e explorada suas potencialidades, passava adiante por um valor irrisório e solicitava outra ao governo, ou simplesmente invadia uma outra terra pública. Destarte, destruir, passar a propriedade adiante e receber outra era um excelente negócio, o que, em certa medida, continua a ocorrer.

Seguiram-se os ciclos de mineração do ouro e dos diamantes, da criação de gado, das plantações de cana-de-açúcar e café, da industrialização, da exportação de madeira e, mais recentemente, do plantio de soja e do fumo.

Deve-se mencionar que a exploração madeireira da Mata Atlântica teve importância econômica em nível nacional até recentemente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em meados de 1970, esse bioma ainda contribuía com 47% de toda a produção de madeira em tora no País, com um total de 15 milhões de m³. Essa produção foi drasticamente reduzida para pouco mais da metade (7,9 milhões de m³) em 1988, devido ao esgotamento dos recursos pela exploração não sustentável. Atualmente, a indústria madeireira dependente de espécies da Mata Atlântica possui importância apenas regional, especificamente nos Estados do Paraná e de Santa Catarina, onde as indústrias moveleira e de madeiramento para construções continuam a exploração predatória da araucária.

Apesar da devastação, o Bioma ainda abriga uma das mais altas taxas de biodiversidade de todo o planeta [Mais de 20.000 espécies de plantas, sendo 50% endêmicas; 1.600.000 espécies animais, incluindo insetos]. Comparada com a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica apresenta, proporcionalmente, maior diversidade biológica. Mas toda esta riqueza natural continua fortemente ameaçada, uma vez que 120 milhões de brasileiros vivem na área de domínio do Bioma.1.2 Floresta Ombrófila Mista

A Floresta Ombrófila Mista, também chamada Floresta com Araucárias, Mata de Pinhais ou Mata de Araucária, Ecossistema do domínio da Mata Atlântica, recobria, originariamente, cerca de 200.000 km² dos Estados do Sul e Sudeste [40% do Paraná; 30% de Santa Catarina (40.807 km² ou 42,5% da cobertura vegetal original do Estado); 25% do Rio Grande do Sul. Também ocorria em maciços descontínuos, nas partes mais elevadas das Serras do Mar, Paranapiacaba, Bocaina e Mantiqueira, no sudeste e nordeste de São Paulo, noroeste do Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais e no leste da Província de Misiones na Argentina], principalmente, nos planaltos, regiões onde predomina o clima subtropical. Atualmente, os remanescentes desse rico Ecossistema estão extremamente fragmentados, não chegando a perfazer 5% de sua área original, dos quais irrisórios 0,7% poderiam ser considerados como áreas primitivas, ou seja, são áreas pouco ou nunca exploradas.

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Constitui-se em um Ecossistema regional complexo e variável que acolhe uma grande variedade de espécies, algumas das quais endêmicas. Sua feição é caracterizada por dois estratos arbóreos – um superior, dominado pela Araucaria angustifolia, popularmente conhecida como pinheiro-brasileiro, pinheiro-do-paraná ou simplesmente araucária, que confere à Floresta um desenho exclusivo, e outro inferior, dominado por variedades como a canela e a imbuia – e um estrato arbustivo no sub-bosque, onde predominam a erva-mate e o xaxim. É uma formação florestal associada a climas mais secos e frios e a regiões serranas e planaltos.

A araucária chega a viver até 700 anos e a alcançar 50 metros de altura e seu caule atinge diâmetro superior a dois metros, sendo uma das duas únicas coníferas existentes nas florestas subtropicais da América do Sul (a outra espécie do gênero, a Araucaria araucana, ocorre na região andina entre o Chile e a Argentina), misturando-se de forma singular às demais árvores características desse Ecossistema. O pinheiro-brasileiro apresenta valores de abundância, dominância e freqüência bem superiores às demais espécies, chegando a responder por mais de 40% dos indivíduos arbóreos dessa formação.

A qualidade da madeira, leve e sem folhas, fez com que a araucária fosse intensamente explorada, principalmente a partir do início do século XX. O marco inicial da exploração econômica da araucária foi a Primeira Guerra Mundial, que devido ao bloqueio da comercialização de uma espécie de pinheiro da Letônia, suscitou a proliferação de serrarias nos Estados do Paraná e Santa Catarina, instaladas para abastecer alguns dos principais centros consumidores de madeira do mundo. Calcula-se que entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados. Nas décadas de 1950 e 1960, a madeira de araucária figurou no topo da lista das exportações brasileiras.

Essa situação é cotidianamente agravada pela exploração legal (planos de manejo [A Lei n. 4.771, de 15/09/65 (Código Florestal) e o Decreto n. 750/93 facultam aos proprietários rurais o direito de explorar, seletivamente, as florestas nativas existentes em suas propriedades, mediante apresentação, ao Ibama ou ao órgão estadual devidamente autorizado, de um plano de manejo fundamentado técnica e cientificamente, que assegure a existência de condições que permitam a conservação das espécies a serem exploradas. Porém, a inconsistência técnico-científica desses planos de manejo é evidente.] autorizados, mas, muitas vezes, não fiscalizados) e ilegal da madeira e pela conversão da Floresta em áreas agrícolas e reflorestamentos de espécies exóticas como o Pinus, aumentando ainda mais o isolamento e insularização dos remanescentes, que apresentam evidentes alterações estruturais.

Na Floresta com Araucárias e nos campos naturais associados [Os campos associados ao domínio da Floresta Ombrófila Mista constituem uma formação fitossociológica surgida há cerca de 60.000.000 de anos, anterior, portanto, ao surgimento da Floresta Ombrófila Mista, caracterizada por altitudes que variam de 750 metros a 1200 metros e por apresentar depressões circulares de até 100 metros de profundidade. Sua fisionomia é marcada por pequenos refúgios de vegetação, chamados capões, que se desenvolvem próximo aos pontos de afloramento de água, constituindo a denominada Floresta Ombrófila Mista Montana. Em outras situações, os pinheiros compõem longas faixas de vegetação, chamadas faxinais ou catanduvas, e florestas de galeria que acompanham o trajeto sinuoso dos rios lajeados, constituindo a Floresta Ombrófila Mista Aluvial], há também uma extensa lista de espécies da fauna ameaçadas pela redução de seu habitat natural [Gralha azul, macuco, inambu, jacutinga, jacu, curicaca, surucuás, araponga, papagaio-charão, lontra, bugio, onça-parda, jaguatirica, gato-do-mato, cachorro-do-mato, mão-pelada, quati, veados, capivara, tatu e pica-pau do campo.]. Além das espécies da flora ameaçadas existem outras raras ou endêmicas, que também precisam ser conservadas, como a canela-amarela, tanheiro, sapopema, canela-fogo, canela-burra, xaxim-mono, pimenteira, erva-mate, carne-de-vaca, peroba, racha-ligeiro, pindabuna, açoita-cavalo, varaneira, coqueiro-gerivá, vassourão-branco, cedro, guarirobas, uvaia, guamirim, entre outras.

Desse modo, pouco mais de um século de exploração econômica sem planejamento levou essa rica e singular Floresta a uma situação de visível decadência biológica, inclusive pela erosão genética, devido a sua fragmentação e sobre-exploração. Em muitos fragmentos florestais, hoje só restam árvores raquíticas e tortas. Em outros, a extração foi tão intensa que não sobraram árvores adultas em fase de produção de sementes.

Esse fato é tão preocupante que levou o Instituto Socioambiental (ISA), em dezembro de 2000, a propor ação civil pública com pedido de liminar, na Justiça Federal em Santa Catarina, requerendo a suspensão das autorizações para o transporte e a exploração ou o corte seletivo de espécies nativas da

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Mata Atlântica, ameaçadas de extinção, tomando como base a lista oficial de espécies ameaçadas de extinção editada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em janeiro de 2001, o Juiz da 3ª Vara da Justiça Federal em Florianópolis acatou o pedido de liminar, sendo a decisão confirmada em fevereiro de 2001 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.

Diante dessa situação, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou a Resolução/Conama n. 278, de 24/05/2001, posteriormente alterada pela Resolução/Conama n. 300, de 20/03/2002, que determinou ao Ibama a suspensão das autorizações para corte e exploração de espécies ameaçadas de extinção, constantes da lista oficial daquela Entidade, em populações naturais no Bioma Mata Atlântica, até que fossem estabelecidos critérios técnicos, cientificamente embasados, que garantissem a sustentabilidade da exploração e a conservação genética das populações exploráveis. 2 CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NOS ESTADOS DO PARANÁ E DE SANTA CATARINA

Tendo em vista a exploração não sustentável da Floresta Ombrófila Mista e dos campos naturais associados, fazia-se mister a adoção de medidas [Promover um zoneamento ecogeográfico a partir da caracterização genética das populações remanescentes, identificar interações bióticas e abióticas, aprimorar o conhecimento relativo à biologia reprodutiva de suas espécies, aprofundar as investigações relativas à regeneração natural e definir populações prioritárias para a conservação, adotando-se mecanismos eficientes de proteção integral desses remanescentes, são algumas das medidas estabelecidas como necessárias no curto prazo.] para conter sua degradação e conservar representantes significativos do Ecossistema.

Em 06/02/2002 , o MMA criou, por meio da Portaria n. 49, um Grupo de Trabalho (GT) para elaborar estudo e apresentar propostas de preservação dos remanescentes e de recuperação de áreas degradadas para conservação do Ecossistema em Santa Catarina (atas, convocações e lista de presença das reuniões às fls. 126/166 do Anexo I). Entre as atribuições desse GT, estava a identificação de áreas prioritárias para a criação de unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável, conforme disposto na Lei n. 9.985, de 18/07/2000 (instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC).

Em junho de 2002, o GT entregou seu relatório ao Ministério recomendando as seguintes medidas:- criação de estações ecológicas nas áreas dos remanescentes florestais nativos existentes na

região noroeste de Santa Catarina;- criação de uma área de proteção ambiental (APA), visando à implantação de um corredor

ecológico entre essas estações ecológicas, que poderia conectar-se a remanescentes do ecossistema localizados na região sudoeste do Paraná;

- ampliação do Parque Nacional de São Joaquim;- criação de um parque nacional abrangendo áreas no Município de Santa Terezinha, adjacentes à

Área de Relevante Interesse Ecológico da Serra da Abelha.O GT recomendou, também, o estabelecimento de um programa de estímulo à criação de unidades

de conservação municipais em todos os fragmentos de Floresta com Araucárias acima de 10 ha e à criação de reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) visando, assim, constituir corredores ecológicos em duas regiões catarinenses importantes para proteger o habitat natural do papagaio-charão, espécie endêmica considerada sob risco de extinção, e a diversidade genética da Araucaria angustifólia. A criação de RPPNs foi apresentada como solução para conservar os remanescentes contidos na Fazenda Guamirim-Gateado, no sudoeste catarinense, que acolhe populações de araucária com os mais altos índices de variabilidade genética registrados no Estado.

O GT propôs, por fim, uma moratória de 12 meses no plantio de Pinus sp e de eucaliptos no entorno dos fragmentos com mais de 100 ha, sugerindo que em tal período fossem realizados estudos para definir medidas que evitassem o isolamento desses remanescentes por plantações de árvores exóticas.

Essas propostas levaram à edição das Portarias/MMA de números 507 e 508 (fls. 86/87 do Anexo I), ambas de 20/12/2002, que consideraram prioritárias para criação de unidades de conservação as três áreas sugeridas pelo GT, bem como todos os fragmentos florestais nativos de Floresta Ombrófila Mista primários e nos estágios médio e avançado de regeneração situados em uma faixa de 10 km de seus limites. Além disso, as Portarias definiram a responsabilidade do Ibama em elaborar estudos para

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criação das unidades, instituíram condicionantes ao corte e à supressão de espécies da flora nativa e suspenderam o plantio de espécies exóticas no interior e no entorno das áreas descritas, até que fossem realizados estudos conclusivos e determinadas outras medidas de proteção e recuperação do Ecossistema.

Ocorre que a imposição dessas condicionantes na faixa de 10 km suscitou diversas manifestações contrárias do setor público dos Estados afetados e dos setores agropecuário e madeireiro local (NOTA TÉCNICA/NAPMA N. 02/03, de 10/03/2003, fls. 89/91; Ofício Circular /SBF/n. 019/2003, de 19/03/2003, fls. 92/94; ata da reunião realizada em 25/03/2003, fls. 95/103; Ofício n. 17/03, de 01/04/2003, fls. 104/105; OFÍCIO N. GP – 044/2003, de 28/03/2003, fls. 106/110; Ofício n. GP/039/2003, de 27/03/2003, fls. 111/119; documento da Associação de Defesa e Orientação do Cidadão de 23/07/2003, fls. 120/122; lista de presença de reunião realizada no Município de Ponte Serrada em Santa Catarina para discutir a Portaria/MMA n. 508/2002, fls. 123/124; todos do Anexo I), com alegações de que tais medidas poderiam inviabilizar a plantação e colheita de espécies agrícolas e reflorestamentos com espécies exóticas e nativas feitos anteriormente à edição das Portarias, afetando sobremaneira a economia da região. Em decorrência, foram editadas as Portarias/MMA de números 176 e 178 (fl. 88 do Anexo I), ambas de 07/04/2003, que alteraram as Portarias/MMA de números 507 e 508/2002 [Foi apresentado o PDC n. 1.783/2005, em 22/06/2005, pelo Deputado Federal Abelardo Lupion do PFL/PR, com proposta de sustação dos efeitos jurídicos das referidas Portarias. Tal Projeto encontra-se na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJ), com parecer pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.], retirando a proibição de plantio e corte pelos setores agropecuário e madeireiro de espécies exóticas e nativas feitas anteriormente à edição daquelas primeiras Portarias, na referida faixa de 10 km.

Após estes eventos, e tendo em vista que o GT criado pela Portaria/MMA n. 49/2002, estava adstrito à Santa Catarina, o que foi um equívoco, pois o Ecossistema também abrange os Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, em 25/03/2003 (ata da reunião realizada em 25/03/2003, fls. 95/103 do Anexo I), o MMA institui outro Grupo de Trabalho, denominado Araucárias Sul, composto por representantes do Governo Federal, dos governos estaduais e municipais e de setores acadêmicos, empresariais e organizações não governamentais dos três Estados da Região Sul [3 representantes do MMA; 3 representantes do Ibama; 1 representante das Gerex/Ibama do PR, de SC e do RS; 1 representante das Secretarias de Meio Ambiente do PR, de SC e do RS; 2 representantes de ONGs de cada um dos Estados, indicados pela Rede de ONGs da Mata Atlântica; 1 representante da Federação das Indústrias de cada um dos Estados; 1 representante da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de cada um dos Estados; 1 representante de instituição de pesquisa de cada um dos Estados; um representante da Associação de Prefeitos de cada Estado; 1 representante do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica; 1 representante da Embrapa Florestas do Paraná; convidado especial Dr. Paulo Nogueira Neto; representantes convidados de diversas outras instituições: Assembléias Legislativas do PR, de SC e do RS, Câmara Federal, associações empresarias, universidades regionais e locais, etc..], com o objetivo de construir uma estratégia participativa de preservação e recuperação do Ecossistema. O GT Araucárias Sul realizou reuniões no Paraná e em Santa Catarina, no período de 12/06 a 15/08/2003 (Memo. Circular N. 025/2003/SBF/MMA, de 06/06/2003, fls. 137/138; lista de presença da reunião realizada em Curitiba no dia 12/06/2003, fls. 139/155; Ofício-Circular N. 237/2003/SBF/MMA, de 07/08/2003, fls. 156/157; lista de presença da reunião realizada em Florianópolis no dia 15/08/2003, fls. 158/166; todos do Anexo I), a fim de construir a citada estratégia (Ofício Circular Nº 369/2003/SBF/MMA, de 03/11/2003, fls. 167/174; documento do GT Araucárias Sul, fls. 175/194, documento datado de 14/08/2003, fls. 195/196; Ofício Circular Nº 002/2004/SBF/MMA, de 29/04/2004, fls. 199/204; todos do Anexo I). Ao mesmo tempo, o Ibama iniciou a Operação Araucária, que se constituiu de uma série de ações fiscalizatórias, realizadas na região abrangida pelas Portarias/MMA de números 507 e 508/2002, com o intuito de coibir a exploração ilegal do Ecossistema.

Além disso, em outubro de 2003, a Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério (SBF/MMA), a Diretoria de Ecossistemas do Ibama (Direc/Ibama) e as Gerências Executivas do Ibama no Paraná e em Santa Catarina, instituíram uma força tarefa de técnicos para realizar estudos de campo, necessários para definir áreas para criação de novas unidades de conservação (Ofício Circular Nº 001/2004/NAPMA/SBF/MMA, de 20/01/2004, fls. 197/198 do Anexo I) [Integraram a Força Tarefa das Araucárias representantes de órgãos/entidades de meio ambiente dos três níveis de governo e especialistas

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de instituições públicas e ONGs de diferentes áreas do conhecimento. Ao todo, participaram das etapas de campo 40 técnicos de 16 instituições, que percorreram mais de 41.000 km nos Estados do Paraná e de Santa Catarina. Foram considerados critérios para definição das unidades: a) incluir o máximo possível de áreas com cobertura florestal original (matas nativas) e campos naturais ainda preservados; b) manter a integridade dos fragmentos florestais e dos campos associados; c) excluir dos limites das novas unidades, sempre que possível, residências e atividades agropecuárias; d) incluir nascentes que abastecem os rios da região do entorno.]. Esses estudos levaram, em 15/04/2005, à apresentação e ao lançamento de uma cartilha de 16 páginas contendo o detalhamento das novas unidades de conservação.

Cabe mencionar as ações prioritárias apontadas pelos integrantes do GT Araucárias Sul, no que tange à criação de unidades de conservação e corredores ecológicos:

- criação de unidades de conservação federais de proteção integral;- estímulo para criação de RPPNs na Floresta Ombrófila Mista;- designação de equipe técnica para a gestão, o estabelecimento de cronograma para indenizações

dos proprietários a serem desapropriados, bem como, a elaboração de planos de manejo, após a criação das unidades;

- criação de unidades de conservação de uso sustentável (preferencialmente APAs e Aries);- estabelecimento de ações imediatas para formação de corredores ecológicos em araucárias;- ações para a gestão em mosaicos de unidades de conservação na Floresta.Acrescida a essas, a estratégia do Governo Federal incorporou as seguintes ações

complementares, também apontadas pelo GT e enquadradas como urgentíssimas, urgentes ou importantes:

- estabelecimento de mecanismos que obriguem e garantam a recuperação das áreas de preservação permanente e reservas legais nas propriedades privadas;

- criação de unidades de conservação estaduais no ecossistema da Floresta Ombrófila Mista em cada um dos três Estados do Sul;

- estímulo ao enriquecimento de florestas secundárias com espécies nativas;- aprovação do Projeto de Lei n. 3.285/92, de 19/01/92 (Mata Atlântica), pelo Congresso Nacional;- estabelecimento de viveiros e produção de mudas de espécies nativas da Floresta Ombrófila

Mista;- reintrodução da araucária em pequenas propriedades rurais, como forma de contribuir na

conservação da biodiversidade e fornecimento de produtos madeireiros e alimentos aos produtores;- fortalecimento da agricultura familiar;- estímulo e adoção da servidão florestal como forma de manter e recuperar reservas legais nas

microbacias;- estabelecimento de ações para o controle de espécies exóticas invasoras;- legislação específica para proteção dos campos sulinos e campos de altitude;- envolvimento das terras indígenas no processo de conservação e recuperação da Floresta

Ombrófila Mista;- criação de unidades de conservação municipais na maioria ou em todos os municípios

abrangidos pela Floresta Ombrófila Mista;- estímulo à criação de RPPN, pelos proprietários de áreas com remanescentes da araucária; - estímulo a projetos de ação climáticas que considerem a conservação e recuperação da

biodiversidade e a participação das populações locais;- estabelecimento de incentivos tributários para a conservação de remanescentes de Floresta com

Araucárias e campos sulinos.Há que se mencionar que, posteriormente, foi editado o Decreto n. 5.092, de 21/05/2004 [Define

regras para identificação de áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade, no âmbito das atribuições do Ministério do Meio Ambiente.] , que estabelece que as áreas prioritárias para instituição de unidades de conservação, pesquisa e inventário da biodiversidade, utilização, recuperação de áreas degradadas e de espécies sobreexploradas ou ameaçadas de extinção e repartição de benefícios derivados do acesso a recursos genéticos e ao conhecimento tradicional associado, devem respeitar as áreas identificadas no Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio).

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Não obstante alguns percalços, a seguir relatados como achados de auditoria, mas de modo a tentar reverter o quadro de degradação, com conseqüente perda da biodiversidade da Floresta Ombrófila Mista, foram criados o Parque Nacional das Araucárias [Além dos estudos da força tarefa, foram levados em consideração para criação das unidades a Lei n. 9.985/2000, e os Decretos de números 4.340, de 22/08/2002 (regulamenta o SNUC), e 5.092/2004. Cabe mencionar que todas são Unidades de Conservação de Proteção Integral, conforme estabelecido no art. 8° da Lei n. 9.985/2000, cujo objetivo básico, conforme o § 1° do art. 7° da mesma Lei, é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos naquela Lei.] , por meio do Decreto de 19/10/2005 (fls. 12/21), nos Municípios de Ponte Serrada e Passos Maia em Santa Catarina, com cerca de 12.841 ha; a Estação Ecológica da Mata Preta, por meio do Decreto de 19/10/2005 (fls. 22/28), no Município de Abelardo Luz em Santa Catarina, com cerca de 6.563 ha; a Reserva Biológica das Perobas, por meio do Decreto de 20/03/2006 (fls. 29/30), nos Municípios de Tuneiras do Oeste e Cianorte no Paraná, com cerca de 8.716 ha; a Reserva Biológica das Araucárias, por meio do Decreto de 23/03/2006 (fls 31/44), nos Municípios de Imbituva, Ipiranga e Teixeira Soares no Paraná, com cerca de 14.919,42 ha; o Parque Nacional dos Campos Gerais, por meio do Decreto de 23/03/2006 (fls. 45/51), nos Municípios de Ponta Grossa, Castro e Carambeí no Paraná, com cerca de 21.286 ha; e, o Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas, por meio do Decreto n. 03/04/2006 (fls. 52/54), nos Municípios de Palmas e General Carneiro no Paraná, com cerca de 16.582 ha, todos com algum atributo importante a ser preservado do Ecossistema de Floresta com Araucárias. III – ACHADOS DE AUDITORIA

Para compor a amostra, foram solicitados, conforme Ofício de Requisição n. 01/2006, de 14/06/2006 (fls. 10/11), encaminhado ao Diretor da Direc, Sr. Valmir Gabriel Ortega, os autos relacionados às seguintes unidades de conservação federais criadas nos Estados do Paraná e Santa Catarina, no período de junho/2005 a junho/2006:

Parque Nacional das Araucárias (Processo 02001.002206/2005-11);Estação Ecológica da Mata Preta (Processo 02001.002211/2005-15);Reserva Biológica das Perobas (Processo 02001.002205/2005-68); Reserva Biológica das Araucárias (Processo 02001.002208/2005-00); e,Parque Nacional dos Campos Gerais (Processo 02001.002204/2005-13).

Da análise dos autos, foram constatados os seguintes achados de auditoria, que serão apresentados de maneira conjunta, pois são os mesmos para todos os processos.

a) Achado: Falhas na elaboração dos estudos técnicos, como não realização de levantamento preliminar de usos e ocupações em todas as áreas afetadas pela criação das Unidades de Conservação, ausência de indicação de alternativas econômicas e/ou locacionais viáveis para os setores produtivos atingidos, sinalizando a pouca atenção dada às manifestações desses setores durante a fase de elaboração dos estudos, e ausência de estimativa de custos para implantação das Unidades.

Situação encontrada: Constataram-se falhas na elaboração dos estudos técnicos que precederam à criação das Unidades de Conservação, tais como a não realização de levantamento preliminar de usos e ocupações em todas as áreas diretamente afetadas pelas Unidades, de modo a definir o adequado limite das Ucs, excluindo-se aqueles usos/atividades que teriam que permanecer nas áreas, sem fragmentar por demais o ecossistema, assim como, a estabelecer os valores a serem pagos a título de indenização por eventuais desapropriações, evitando irregularidades. Além disso, constatou-se ausência de indicação de alternativas econômicas e/ou locacionais viáveis para os setores produtivos atingidos com a criação das Unidades, a fim de evitar prejuízos à economia local, como, por exemplo, com perda de postos de trabalho, e conseqüente perda de renda para os trabalhadores e suas famílias, de receitas e investimentos para os municípios, sinalizando, este fato, a pouca atenção dada às manifestações desses setores durante a fase de elaboração dos estudos. Foi constatada, também, ausência de estimativa de custos para implantação das UCs.

Da análise dos estudos técnicos constantes dos autos, verifica-se a existência de levantamentos gerais por municípios abrangidos pelas áreas das Unidades, sem, no entanto, haver detalhamento por áreas diretamente afetadas. Contudo, no processo de criação da Reserva Biológica das Araucárias, consta uma avaliação de área no perímetro do Município de Imbituva no Estado do Paraná, que poderia ter sido realizada nas demais áreas. (fls. 19/20 do Anexo 5).

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No que se refere ao estabelecimento dos limites das Unidades de Conservação, verifica-se, da mesma forma, que houve uma série de mudanças posteriores à definição proposta pelo GT e que poderiam ter sido levadas em conta quando da realização dos trabalhos.

Há que se mencionar que a proposta de criação das Unidades de Conservação em tela gerou um clima de descontentamento do setor produtivo local (agropecuário e madeireiro, principalmente) e dos governos municipais e estadual [O Governador do Estado do Paraná, Roberto Requião, mostrou-se favorável à criação das Unidades em seu Estado, conforme expediente datado de 11/05/2005, encaminhado à Ministra de Estado do Meio Ambiente, Marina Silva, às fls. 37/38 do Anexo 4. Contudo, manifestou preocupação com a criação das Unidades nos termos proposto pelo GT, o Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná, Orlando Pessuti, segundo o GS/0433/05 datado de 17/05/2005, encaminhado ao Deputado Federal, Luiz Carlos Hauly, à fl. 48 do Anexo 4.] , bem como do poder legislativo das três esferas de governo (apresentação de monções e requerimentos para suspender os processos de criação), com fundamento nos possíveis prejuízos à economia local. Não constam dos autos esclarecimentos por parte do Governo Federal para esses questionamentos.

A título de exemplificação, em 26/04/2005, as Prefeituras dos Municípios de Abelardo Luz, Bom Jesus, Ipuaçu, Ouro Verde, São Domingos e o Deputado Estadual Gelson Sergatto solicitaram a suspensão do processo de criação das unidades de conservação em Santa Catarina.

Também foi enviado o Ofício n. 321/SAN/05, de 26/04/2005, do Secretário de Estado da Articulação Nacional do Estado de Santa Catarina, Sr. Valdir Colatto, para a Ministra de Estado do Meio Ambiente, Sra. Marina Silva, indagando, dentre outros, sobre existência de recursos para pagamento de indenizações, identificação em campo dos limites das áreas eleitas, levantamento de cada propriedade e realocação de proprietários que se encontravam no limites das áreas indicadas.

Nesse contexto, foi elaborada a Moção regional sobre a criação de unidades de conservação de 02/05/2005, da Associação dos Municípios do Alto Irani, propondo a suspensão da criação. Além disso, parlamentares federais e estaduais, o Governador do Estado de Santa Catarina, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina, bem como a Indústria de Madeiras Tozzo S/A também solicitaram a suspensão da criação.

Não se pode deixar de dizer que, em contraposição, em 03/05/2005, a Rede de Organizações Não Governamentais da Mata Atlântica (RMA) encaminhou ao MMA lista de adesões à Campanha SOS Araucárias, apoiando a criação das Unidades de Conservação.

Critérios: § 2° do art. 22 da Lei n. 9.985/2000; art. 4° do Decreto n. 4.340/2002; Decreto n. 5.758, de 13/04/2006 (institui o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas – PNAP, seus princípios, diretrizes, objetivos e estratégias, e dá outras providências).

Evidências: Documentos às fls. 01/84 e 167/204 do Anexo 1; Ofício n. 17/03, de 01/04/2003, às fls. 104/105 do Anexo 1; Ofício N. GP – 044/2003, de 28/03/2003, às fls. 106/111 do Anexo 1; Ofício n. GP/039/2003, de 27/03/2003, às fls. 111/119 do Anexo 1; Ofícios de números 062 e 061/2005/DAP/SBF/MMA, de 29/03/2005, às fls. 10/11 do Anexo 2, respectivamente; Ofício Circular n. 015/2005/DAP/SBF/MMA, de 04/05/2005, às fls. 12/18 do Anexo 2; Ofício de números 056, 053 e 052/2005/DAP/MMA, de 29/04/2005, às fls. 19/22 do Anexo 2, respectivamente; Ofício Circular n. 015/2005/DAP/SBF/MMA, de 04/05/2005, às fls. 23/24 do Anexo 2; OF. FIESC N. 321/2005, de 25/04/2005, às fls. 96/97 do Anexo 2; Documentos às fls. 98/102 do Anexo 2; Ofício n. 321/SAN/05, de 26/04/2005, às fls. 103/104 do Anexo 2; Ofício n. 00571/2005, de 27/04/2005, à fl. 105 do Anexo 2; Ofício N. 300/DAF, de 13/05/2005, às fls. 109/117 do Anexo 2; Ofício GP/DP/0278/2005, de 03/05/2005, às fls. 118/119 do Anexo 2; Ofício GP/DP/0299/2005, de 09/05/2005, às fls. 120/124 do Anexo 2; Ofício n. 0382/2005-GAB/GRPU/SC, de 09/05/2005, às fls. 125/126 do Anexo 2; Ofício n. PRCC 4841/050, de 11/05/2005, às fls. 127/129 do Anexo 2; Documentos às fls. 130/144 do Anexo 2; Ofício GP/DP/0318/2005, de 16/05/2005, às fls. 148/152 do Anexo 2; Ofício n. 418/05, de 31/05/2005, às fls. 153/155 do Anexo 2; Ofício n. 441/05, de 31/05/2005, à fl. 156 do Anexo 2; Ofício DP/0421/2005, de 02/05/2005, às fls. 157/158 do Anexo 2; Ofício n. 892/2005-GAB/SAF/SCPAI/PR, de 01/06/2005, às fls. 159/164 do Anexo 2; Ofício GP n. 070/2005, de 01/06/2005, à fl. 165 do Anexo 2; Ofício N. 496/2005/GM-MAPA, de 03/06/2005, às fls. 166/174 do Anexo 2; Ofício GP n. 071/2005, de 06/06/2005, às fls. 175/176 do Anexo 2; OF.EXT.GSLP N. 603/05, de 06/06/2005, à fl. 176 do Anexo 2; Ofício GP n. 075/2005, de 06/06/2005, à fl. 178/179 do Anexo 2; Documentos às fls. 180/182 do Anexo 2; Ofício Gab. N. 343/2005, de 07/06/2005, à fl. 183 do Anexo 2; Ofício n. 446/SAN/05, de 08/06/2005, às fls. 184/185

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do Anexo 2; OF.EXT.GSLP N. 288/05, de 25/04/2005, à fl. 187 do Anexo 2; Documentos às fls. 190/192 do Anexo 2; OF. 04/05, de 19/04/2005, às fls. 194/195 do Anexo 2; Documentos às fls. 197/199 do Anexo 2; Nota Técnica n. 014/2005 MMA/SBF/DAF, de 01/08/2005, às fls. 04/10 do Anexo 3; Ofício Circular n. 024 DAP/SBF/MMA, de 05/08/2005, à fl. 11 do Anexo 3; Ofício Circular n. 025 DAP/SBF/MMA, de 05/08/2005, à fl. 12 do Anexo 3; ata resumida da reunião com as comissões técnicas de Ponte Serrada e Passos Maia para propor ajustes às propostas de criação do Parque Nacional das Araucárias, de 11/08/2005, às fls. 13/18 do Anexo 3; Documentos às fls. 19/75 do Anexo 3; OFÍCIO/INCRA/SR(10)G/N. 295/2005, de 04/05/2005, às fls. 127/151 do Anexo 3; OFÍCIO/INCRA/SR(10)G/N. 426/2005, de 04/07/2005, às fls. 152/153 do Anexo 3; OFÍCIO/INCRA/SR(10)G/N. 125/2005, de 26/07/2005, às fls. 154/155 do Anexo 3; Of. 0382/2005-GLT, de 28/06/2005, às fls. 156/159 do Anexo 3; Documentos às fls. 160/191 do Anexo 3; Documentos às fls. 192/196 do Anexo 3; Documentos às fls. 04/38 do Anexo 4; Ofício N. 300/DAF , de 13/05/2005, à fl. 39 do Anexo 4; Of. N. 617/2005/PN-GRPU/PR, de 06/05/2005, à fl. 40 do Anexo 4; OFÍCIO/INCRA/SR(09)G N. 982, de 17/05/2005, às fls. 41/42 do Anexo 4; Of. N. 617/2005/PN-GRPU/PR, de 06/05/2005, à fl. 43 do Anexo 4; Documentos às fls. 47/55 do Anexo 4; Documentos às fls. 66/86 do Anexo 4; Nota Técnica PROGE/COEPA N. 093/2005, de 16/05/2005, às fls. 88/90 do Anexo 4; Despacho N. 0382/2005 – PROGE/COEPA, de 16/05/2005, à fl. 91 do Anexo 4; Despacho N. 0979/2005 – PROGE/GABIN, de 16/05/2005, fl. 92 do Anexo 4; Parecer N. 020/2005, de 17/05/2005, às fls. 93/95 do Anexo 4; Documentos às fls. 96/107 do Anexo 4; Nota Técnica n. 08/2006 MMA/SBF/DAP, de 24/02/2006, às fls. 108/111 do Anexo 4; Nota Informativa n. 06/DAP/SBF/MMA, de 24/02/2006, à fl. 112 do Anexo 4; Nota Técnica n. 12/2006 MMA/SBF/DAP, de 24/02/2006, às fls. 113/116 do Anexo 4; Nota Técnica n. 015/2005 MMA/SBF/DAP, de 01/08/2005, às fls. 138/143 do Anexo 4; ata resumida da reunião com a comissão técnica de Abelardo Luz criada para propor ajustes à proposta de criação da Estação Ecológica da Mata Preta às fls. 144/149 do Anexo 4; Documentos às fls. 150/197 do Anexo 4; Documentos às fls. 01/17 do Anexo 5; Documentos de avaliação de área para orientar o processo de criação da Reserva Biológica das Araucárias às fls. 19/20 do Anexo 5; Documentos às fls. 109/195 do Anexo 5.

Causa: ausência de procedimentos a serem observados quando da realização de estudos técnicos que incluam, entre outros, a composição adequada do grupo de trabalho a ser formado, inclusive com representantes de todos os setores diretamente afetados, de levantamento preliminar de usos e ocupações existentes na área antes da criação da unidade, e de estimativa de custos para implantação da unidade.

Efeito: comprometimento da implantação e gestão participativa das Unidades. Além disso, a ausência de levantamento preliminar prejudicará o estabelecimento de valores a serem pagos a título de indenização por desapropriação, uma vez que não se terá a certeza dos bens (móveis, semoventes, imóveis, benfeitorias) existentes antes da criação das Unidades, e quem ocupava a área naquela data e a que título (propriedade, posse, etc.).

Encaminhamento: determinar ao MMA e ao Ibama que constituam grupo de trabalho para, em 60 dias, elaborar procedimentos a serem observados quando da realização de estudos técnicos para criação de unidades de conservação, que incluam entre outros, composição mínima do grupo de estudos, de forma a conter representantes de todos os setores diretamente afetados, garantindo, assim, participação ampla nas discussões antecedentes à criação da unidade de conservação, levantamento preliminar de usos e ocupações existentes na área antes da criação da unidade para definição coerente de seus limites e coibição de possíveis irregularidades quando do pagamento de indenização por desapropriação, e estimativas de custo para implantação da unidade.

Benefício da proposta: estabelecimento de procedimentos internos que orientem a elaboração de estudos técnicos para criação de unidades de conservação, a fim de tornar viável sua implantação e sua gestão, bem como garantir padrões mínimos para o acompanhamento e o controle do processo.

b) Achado: consultas públicas falharam por não fornecer informações adequadas e inteligíveis à população afetada sobre a criação das Unidades de Conservação.

Situação encontrada: Constatou-se que, durante a realização das consultas, os esclarecimentos prestados sobre a criação das Unidades de Conservação não indicaram todas as implicações do ato aos interessados, de modo a que se pudessem colher subsídios complementares aos estudos técnicos para definição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para as Unidades. Ao contrário, as consultas serviram para acusações de que não houve participação do setor produtivo local, mormente o agropecuário e o madeireiro, e dos Municípios abrangidos pelas Unidades, nas discussões anteriores,

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bem como de que não houve sinalização do Governo Federal de que haveria recursos para implantação das Unidades.

Neste contexto, em 26/04/2005, foi marcada a realização de consulta pública no Município de Ponte Serrada no Estado de Santa Catarina para criação do Parque Nacional das Araucárias. Conforme relato da consulta pública de 26/04/2005 (fls. 02/03 do Anexo 2), realizada no Clube Aymoré de Ponte Serrada, o auditório, com capacidade para 250 pessoas, estava lotado, com portas fechadas. Um forte contingente policial procurava controlar o grande número de pessoas fora do recinto, que não conseguiram entrar (inclusive militantes do Movimento dos Sem Terra – MST). O ambiente estava tumultuado, e, por questão de segurança do local, a consulta foi cancelada.

A nova consulta pública para criação do Parque foi realizada em 22/06/2005 (fls. 101/111 do Anexo 3), no mesmo Clube Aymoré de Ponte Serrada. Destacam-se as seguintes indagações feitas pelos presentes e para as quais não consta resposta dos representantes do Ministério ou do Ibama da respectiva ata:

- não participação de prefeitos da região no GT Araucárias Sul;- existência de recursos para implantação da unidade e para investimentos em turismo;- perda de investimentos na região.Cabe mencionar que nas consultas públicas realizadas nos Municípios de Passos Maia e Abelardo

Luz no Estado de Santa Catarina, conforme atas resumidas (fls. 90/100 do Anexo 3, e fls. 121/134 do Anexo 4, respectivamente), os questionamentos foram no mesmo sentido dos efetuados em Ponte Serrada.

A fim de tentar reverter o quadro de oposição, a Ministra do Meio Ambiente propôs que os municípios afetados pela criação do Parque, instituíssem comissões técnicas para realizar estudos e propor medidas que considerassem pertinentes, as quais seriam analisadas pelo Ministério. Destarte, foram criadas comissões técnicas nos Municípios de Ponte Serrada e Passos Maia (Ofício GP 090/2005, da Prefeitura Municipal de Ponte Serrada às fls. 117/119 do Anexo 3, e Decreto n. 174/2005, da Prefeitura Municipal de Passos Maia), que propuseram ajustes e aprimoramento dos limites do Parque, os quais foram parcialmente acatados, conforme Notas Técnicas constantes dos autos.

Na consulta pública realizada no Município de Imbituva no Estado do Paraná (fls. 21/29 do Anexo 5), também foram questionados pontos semelhantes aos já citados. Deve-se mencionar que nos termos do § 4° do art. 22 da Lei n. 9.985/2000, na criação de estação ecológica ou de reserva biológica não é obrigatória realização de consulta pública. No entanto, o Ibama realizou consulta para criação da Reserva Biológica das Araucárias.

Critérios: §§ 2°, 3° e 4° do art. 22 da Lei n. 9.985/2000; arts. 4° e 5° do Decreto n. 4.340/2002; Decreto n. 5.758/2006.

Evidências: Documento à fl. 12 do Anexo 1; relato das consultas públicas programadas para os Municípios de Abelardo Luz e Ponte Serrada no Estado de Santa Catarina às fls. 02/03 do Anexo 2; publicação no DOU do aviso de consulta pública à fl. 04, e publicação em jornais locais de convite para as consultas públicas às fls. 05/09 do Anexo 2; Ofício Circular n. 024/2005/SBF/MMA, de 11/04/2005, às fls. 25/26 do Anexo 2; Ofício N. CM 023/2005, de 08/04/2005, à fl. 27 do Anexo 2; Fac-Símile N. 0533/CMI/2005, de 25/04/2005, à fl. 28 do Anexo 2; Ofício N. 032/05-RMA/CG, de 03/05/2005, às fls. 29/94 do Anexo 2; Ofício CJ/GP/CONJUR n. 003/2005, de 12/05/2005, à fl. 147 do Anexo 2; apresentação em Power Point da consulta pública para criação do Parque Nacional das Araucárias às fls. 76/89 do Anexo 3; ata resumida da consulta pública para criação do Parque Nacional das Araucárias no Município de Passos Maia no Estado de Santa Catarina às fls. 90/100 do Anexo 3; ata resumida da consulta pública para criação do Parque Nacional das Araucárias no Município de Ponte Serrada no Estado de Santa Catarina às fls. 101/111 do Anexo 3; lista de presença das consultas públicas realizadas nos Municípios de Passos Maia e Ponte Serrada às fls. 112/116 do Anexo 3; Ofício GP n. 090/2005, de 22/06/2005, às fls. 117/119; Ofício Circular 053/2005/GABIN/SBF/MMA, de 16/06/2005, às fls. 121/124 do Anexo 3; Ofício Circular n. 048/2005/GM/MMA, de 07/07/2005, às fls. 125/126 do Anexo 3; notícias sobre reuniões técnicas veiculadas em jornais locais às fls. 56/62 do Anexo 4; Ofício n. 016/2005, de 15/07/2005, às fls. 99/100 do Anexo 4; correspondência de 12/02/2006 às fls. 103/107 do Anexo 4; Nota Técnica n. 08/2006 MMA/SBF/DAP, de 24/02/2006, às fls. 108/111; Nota Informativa n. 06/DAP/SBF/MMA, de 24/02/2006, à fl. 112 do Anexo 4; Nota Técnica n. 12/2006 MMA/SBF/DAP, de 24/02/2006, às fls. 113/116 do Anexo 4; ata resumida da consulta pública para criação da Estação Ecológica da Mata Preta no Município de Abelardo Luz no Estado de Santa Catarina

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às fls. 121/134 do Anexo 4; Ofício n. 049/05, de 05/07/2005, às fls. 135/137 do Anexo 4; Nota Técnica n. 015/2005 MMA/SBF/DAP, de 01/08/2005, fls. 138/143 do Anexo 4; ata resumida da reunião com a comissão técnica de Abelardo Luz criada para propor ajustes à proposta de criação da Estação Ecológica da Mata Preta às fls. 144/149 do Anexo 4; relatório sobre a consulta pública para criação da Reserva Biológica das Araucárias e do Refúgio de Silvestre do Rio Tibagi às fls. 21/29 do Anexo 5; Ofício N. 199/2005, de 22/06/2005, às fls. 42/44 do Anexo 5; Ofício 410/05, de 15/07/2005, às fls. 45/49 do Anexo 5; ata resumida da reunião com as comissões técnicas dos Municípios dos Campos Gerais para propor ajustes às propostas de criação de unidades de conservação no Estado do Paraná às fls. 50/58 do Anexo 5; Relatório de Atividades n. 01/2005 MMA/SBF/DAP, de 15/09/2005, às fls. 59/83 do Anexo 5; Nota Técnica 2005 MMA/SBF/DAP, de 10/10/2005, às fls. 84/92 do Anexo 5; Nota Técnica n. 25/2005 MMA/SBF/DAP, de 24/11/2005, às fls. 93/108 do Anexo 5; Nota Técnica n. 07/2006 MMA/SBF/DAP, de 23/02/2006, às fls. 196/204 do Anexo 5; Nota Informativa n. 07/DAP/SBF/MMA, de 24/02/2006, à fl. 205.

Causas: os GTs que elaboraram os estudos técnicos não continham representantes de todos os setores diretamente afetados pela criação das Unidades de Conservação, que só foram chamados a participar do processo por meio da instituição de comissões técnicas posteriores aos estudos e à realização das consultas, e cujas propostas de alterações das áreas das Unidades só foram parcialmente acatadas. Isso, acrescido dos problemas constantes dos estudos técnicos, impossibilitou uma discussão ampla e democrática sobre a criação das Unidades.

Efeito: dificuldades para promover a gestão participativa das Unidades de Conservação analisadas, colocando em risco a proteção do Ecossistema de Floresta com Araucárias.

Encaminhamento: determinar ao MMA e ao Ibama que, quando da criação de unidades de conservação, conforme disposto nos §§ 2°, 3° e 4° do art. 22 da Lei n. 9.985/2000 c/c os arts. 4° e 5° do Decreto n. 4.340/2002, realizem oitivas dos setores afetados, fornecendo informações adequadas e inteligíveis, inclusive com as implicações do ato, de modo a que a proposta de criação represente, ao máximo, um consenso entre os envolvidos, tornando mais factível a implantação e a gestão da unidade.

Benefício da proposta: possibilitar uma discussão ampla e democrática de todos os setores envolvidos na criação de unidades de conservação, a fim de assegurar a viabilidade de sua implantação e de sua gestão.

c) Achado: ausência de indicação de recursos financeiros, humanos e materiais para implantação das Unidades de Conservação.

Situação encontrada: não consta dos autos analisados, indicação da existência de recursos financeiros (menção apenas à compensação ambiental a ser paga pela Usina Hidrelétrica de Barra Grande no Estado de Santa Catarina), humanos e materiais para implantação das Unidades. Cabe citar que durante a realização dos trabalhos de auditoria, alguns técnicos do Ibama mencionaram algumas ações emergenciais e paliativas para proteção das áreas, sem haver uma estratégia para implantação das Unidades, ficando prejudicada a instituição de conselhos consultivos e a elaboração de planos de manejo (nenhuma das Unidades os possui), e todas as demais ações necessárias a efetivar a implantação das Unidades.

Critérios: art. 73 do Decreto-lei n. 200, de 25/02/67; art. 16 da Lei Complementar n. 101, de 04/05/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal); arts. 27 e 29 da Lei n. 9.985/2000 c/c os arts. 12 e 17 do Decreto n. 4.340/2002; Decreto n. 5.758/2006.

Evidência: ausência de documentos constantes dos autos que indicassem situação diversa da constatada, bem como confirmação por parte dos técnicos do Ibama.

Causas: ausência de estimativa de custos para implantação das Unidades quando da elaboração dos estudos técnicos, bem como de fontes de custeio das despesas decorrentes, além dos recursos humanos e materiais necessários, indicando fragilidades no planejamento estratégico do Governo Federal no tocante à política de conservação da biodiversidade nacional por meio da criação de unidades de conservação.

Efeito: inviabilidade de implantação e gestão, no curto e médio prazos, das Unidades criadas, comprometendo a proteção da biodiversidade.

Encaminhamento: determinar ao MMA e ao Ibama que ao criar uma unidade de conservação, elaborem um projeto para implantação da unidade, indicando, entre outros, finalidade, objetivos e metas a serem atingidas, prazos, recursos financeiros, humanos e materiais existentes e necessários, bem como, fontes de custeio reais e potenciais, de modo a garantir a implantação da unidade, fazendo com que esta

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cumpra sua função de conservação da biodiversidade nacional.Benefício da proposta: garantir a eficiência e a eficácia da política pública de conservação da

biodiversidade por meio da criação de unidades de conservação, com a implantação e a gestão participativa das unidades. IV – CONCLUSÃO

Tendo em vista que a criação das Unidades de Conservação em análise foi precedida de diversas manifestações contrárias, tanto do setor público, quanto do privado, com alegações de que essas ocasionariam prejuízos aos municípios envolvidos, devido, principalmente, à perda de áreas para atividade agropecuária e para extração madeireira, com conseqüente diminuição de arrecadação tributária, de geração e manutenção de empregos e, por sua vez, de renda, e de investimentos para a região, e que o Governo Federal, durante a realização dos estudos, não apresentou argumentos refutando essas afirmações ou alternativas econômicas capazes de serem tão atrativas quanto àquelas atividades, e nem sequer apresentou estimativa de custos para implantação das Unidades, o que inclui regularização fundiária (com pagamento de indenização por desapropriação), elaboração de planos de manejo e outras ações, além de não ter envolvido todos os setores afetados na discussão, tornam-se improváveis a implantação e a gestão das Unidades no curto ou médio prazos, mormente, se levados em conta os recursos públicos escassos para a área ambiental federal.

Esse quadro indica falhas na política pública adotada para conservação da biodiversidade nacional por meio da criação de unidades de conservação, uma vez que não estão garantidas as condições necessárias para implantação e gestão eficientes e eficazes das unidades criadas, colocando em questionamento se a simples criação contribui para conter a destruição da biodiversidade, dado que a situação da maior parte das unidades de conservação é bastante precária, conforme já constatado em outros trabalhos realizados por este Tribunal, e que a cada ano as fontes orçamentárias estão menores, e as extra-orçamentárias, como a da compensação ambiental prevista no art. 36 do SNUC, ainda são controversas. Esse é um ponto que, s.m.j., merece avaliação para atestar o sucesso ou o fracasso dessa política.

V – PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo: I - com fundamento no inciso I do art. 43 da Lei n. 8.443/92 c/c o inciso II do art. 250 do

Regimento Interno deste Tribunal, determinar ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que:

a) constituam grupo de trabalho para, em 60 dias, elaborar procedimentos a serem observados quando da realização de estudos técnicos para a criação de unidades de conservação, que incluam entre outros, composição mínima do grupo de estudos, de forma a conter representantes de todos os setores diretamente afetados, garantindo, assim, participação ampla nas discussões antecedentes à criação da unidade de conservação, levantamento preliminar de usos e ocupações existentes na área antes da criação da unidade para definição coerente de seus limites e coibição de possíveis irregularidades quando do pagamento de indenização por desapropriação, e estimativas de custo para implantação da unidade, informando a este Tribunal o resultado dos trabalhos;

b) ao criar unidades de conservação, realizem oitivas dos setores afetados, fornecendo informações adequadas e inteligíveis, inclusive com as implicações do ato, de modo a que a proposta de criação represente, ao máximo, um consenso entre os envolvidos, tornando mais factível a implantação e a gestão da unidade, conforme disposto nos §§ 2°, 3° e 4° do art. 22 da Lei n. 9.985/2000 c/c os arts. 4° e 5° do Decreto n. 4.340/2002,

c- ao criar uma unidade de conservação, elaborem um projeto para implantação da unidade, indicando, entre outros, finalidade, objetivos e metas a serem atingidas, prazos, recursos financeiros, humanos e materiais existentes e necessários, bem como fontes de custeio reais e potenciais, de modo a garantir a implantação da unidade, fazendo com esta cumpra sua função de conservação da biodiversidade nacional;

II - enviar cópias da decisão que vier a ser proferida para a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados (CAPADR), para a Comissão de

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Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados (CMADS) e para a Secretaria Federal de Controle Interno (SFC);

III - Arquivar os presentes autos.”

É o Relatório.

VOTO

Versa a espécie sobre Auditoria realizada no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em virtude de solicitação da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, cujo objetivo consiste em fiscalizar os procedimentos e as ações do Ministério do Meio Ambiente (MMA) destinados à criação de parques nacionais nos estados do Paraná e de Santa Catarina.

Impõe-se consignar a natureza dos presentes autos, qual seja, além de atender solicitação da Câmara dos Deputados, em consonância com o disposto no art. 71, IV, da Constituição Federal, a presente auditoria possui o condão de aprofundar o conhecimento acerca dos procedimentos adotados pelo MMA com o intuito de criar parques nacionais nos estados, bem como a possibilidade de elevar a qualidade das atividades daquela Entidade em decorrência dos achados verificados pela equipe de auditoria.

Após realizar percuciente descrição da caracterização da área e histórico da ocupação humana no objeto auditado, bem como da criação das unidades de conservação nos estados do Paraná e de Santa Catarina, a zelosa 4ª SECEX descreve os achados de auditoria, que passam a ser analisados.

Foram analisados os autos dos procedimentos destinados à criação das seguintes unidades de conservação federais criadas nos estados do Paraná e Santa Catarina: Parque Nacional das Araucárias, Estação Ecológica da Mata Preta, Reserva Biológica das Perobas, Reserva Biológica das Araucárias, Parque Nacional dos Campos Gerais.

Da análise dos autos desses, verificaram-se achados que se repetiam, motivo por que serão analisados em conjunto.

Foram verificadas impropriedades na elaboração dos estudos técnicos que precederam a criação das unidades de conservação, como não realização de levantamento preliminar de usos e ocupações em todas as áreas afetadas pela criação das Unidades de Conservação, ausência de indicação de alternativas econômicas e/ou locacionais viáveis para os setores produtivos atingidos, sinalizando a pouca atenção dada às manifestações desses setores durante a fase de elaboração dos estudos, e ausência de estimativa de custos para implantação das Unidades.

Como conseqüência de falhas na elaboração desses estudos técnicos, pode haver o comprometimento das unidades de conservação no que tange à implantação e à gestão participativa dessas unidades.

Ademais, esse fato poderá prejudicar a definição do valor a ser pago a título de indenização decorrente de desapropriação, pois não haverá a precisa especificação dos bens (móveis, semoventes, imóveis, benfeitorias) existentes quando da criação das unidades, além da identificação do regular proprietário desses bens.

Nesse sentido, entendo pertinente acolher a proposta da Unidade Técnica, com os ajustes pertinentes, no sentido de se “determinar ao MMA e ao Ibama que constituam grupo de trabalho para, em 60 dias, elaborar procedimentos a serem observados quando da realização de estudos técnicos para criação de unidades de conservação, que incluam entre outros, composição mínima do grupo de estudos, de forma a conter representantes de todos os setores diretamente afetados, garantindo, assim, participação ampla nas discussões antecedentes à criação da unidade de conservação, levantamento preliminar de usos e ocupações existentes na área antes da criação da unidade para definição coerente de seus limites e coibição de possíveis irregularidades quando do pagamento de indenização por desapropriação, e estimativas de custo para implantação da unidade.”

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Entretanto, com relação ao prazo de sessenta dias para a implementação dessa determinação, entendo pertinente que o mesmo deva ser elevado para 180 dias, a fim de possibilitar melhores condições aos órgãos envolvidos em sua consecução.

Outra impropriedade verificada diz respeito às falhas verificadas nas consultas públicas sobre a criação das unidades de conservação, já que os quesitos formulados não foram precisos. Segundo mencionado pela equipe de auditoria, não houve adequação das perguntas às finalidades desejadas.

Nos termos do art. 22, §§ 2º, 3º e 4º da Lei nº 9.985/2000, deve preceder à criação de unidade de conservação a realização de consulta pública “que permita identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade”, além da obrigatoriedade de serem fornecidas informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas, quando da realização dessa consulta.

Uma vez não observado esse dispositivo, entendo pertinente acolher a proposta da Unidade Técnica de determinação ao Ministério do Meio Ambiente e ao IBAMA no sentido de que “quando da criação de unidades de conservação, conforme disposto nos §§ 2°, 3° e 4° do art. 22 da Lei n. 9.985/2000 c/c os arts. 4° e 5° do Decreto n. 4.340/2002, realizem oitivas dos setores afetados, fornecendo informações adequadas e inteligíveis, inclusive com as implicações do ato, de modo que a proposta de criação represente, ao máximo, um consenso entre os envolvidos, tornando mais factível a implantação e a gestão da unidade.”

O terceiro achado de auditoria diz respeito à ausência de indicação dos recursos financeiros, humanos e materiais para implantação das unidades de conservação.

Embora desse achado não tenha decorrido nenhum dano aos cofres públicos segundo os documentos constantes dos autos, verifica-se violação ao disposto no art. 73 do Decreto-lei nº 200/1967, o qual estabelece que nenhuma despesa poderá ser realizada sem a existência de crédito que a comporte.

Nesse sentido, entendo pertinente acolher a proposta da Unidade Técnica no sentido de se “determinar ao MMA e ao Ibama que ao criar uma unidade de conservação, elaborem um projeto para implantação da unidade, indicando, entre outros, finalidade, objetivos e metas a serem atingidas, prazos, recursos financeiros, humanos e materiais existentes e necessários, bem como, fontes de custeio reais e potenciais, de modo a garantir a implantação da unidade, fazendo com que esta cumpra sua função de conservação da biodiversidade nacional.”

Outrossim, deve-se encaminhar cópia da decisão a ser proferida, bem como do Relatório e Voto que a fundamentarem, à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados e à Secretaria Federal de Controle Internos, nos termos propostos pela 4ª SECEX.

Ante o exposto, acolhendo a proposta formulada pela Unidade Técnica, com os ajustes julgados necessários, VOTO por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto à apreciação deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões, 27 de setembro de 2006.

BENJAMIN ZYMLERRelator

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ACÓRDÃO Nº 1770/2006- TCU - PLENÁRIO

1. Processo nº 009.999/2006-2 – com 5 anexos.2. Grupo II – Classe V Auditoria.3. Interessado: Comissão de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.4. Órgão: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente de dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.6. Representante do Ministério Público: não atuou.7. Unidade Técnica: 4ª SECEX.8. Advogado Constituído: Não consta.

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Auditoria no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em decorrência de solicitação da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Plenário, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. De acordo com o art. 43, I, da Lei nº 8.443/1992, combinado com o art. 250 do Regimento Interno do TCU, determinar ao Ministério do Meio Ambiente e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis que:

9.1.1. constituam grupo de trabalho para, em 180 (cento e oitenta) dias, elaborar procedimentos a serem observados quando da realização de estudos técnicos para a criação de unidades de conservação, que incluam, entre outros, composição mínima do grupo de estudos, de forma a conter representantes de todos os setores diretamente afetados, garantindo, assim, participação ampla nas discussões antecedentes à criação da unidade de conservação, levantamento preliminar de usos e ocupações existentes na área antes da criação da unidade para definição coerente de seus limites e coibição de possíveis irregularidades quando do pagamento de indenização por desapropriação, e estimativas de custo para implantação da unidade, informando a este Tribunal o resultado dos trabalhos;

9.1.2. ao criar unidades de conservação, realizem oitivas dos setores afetados, fornecendo informações adequadas e inteligíveis, inclusive com as implicações do ato, a fim de que a proposta de criação represente, ao máximo, um consenso entre os envolvidos, tornando mais factível a implantação e a gestão da unidade, conforme disposto nos §§ 2°, 3° e 4°, do art. 22 ,da Lei nº 9.985/2000, c/c os arts. 4° e 5° do Decreto nº 4.340/2002;

9.1.3. ao criar uma unidade de conservação, elaborem projeto para implantação da unidade, indicando, entre outros, finalidade, objetivos e metas a serem atingidos, prazos, recursos financeiros, humanos e materiais existentes e necessários, bem como fontes de custeio reais e potenciais, para garantir a implantação da unidade, fazendo com esta cumpra sua função de conservação da biodiversidade nacional;

9.2. encaminhar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, à Secretaria Federal de Controle Internos, ao IBAMA e ao Ministério do Meio ambiente;

9.3. determinar o arquivamento do presente processo.

10. Ata n° 39/2006 – Plenário11. Data da Sessão: 27/9/2006 – Ordinária12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1770-39/06-P

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13. Especificação do quórum:13.1. Ministros presentes: Guilherme Palmeira (Presidente), Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler (Relator) e Augusto Nardes.13.2. Auditores convocados: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

GUILHERME PALMEIRA BENJAMIN ZYMLERPresidente Relator

Fui presente:

PAULO SOARES BUGARINProcurador-Geral em exercício