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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Porto Alegre - Brasil Faculdade de Psicologia Programa de Pós-Graduação em Psicologia Grupo de Pesquisa “Processos e Organizações dos Pequenos grupos” Coord. Prof. Dr. Nedio Seminotti www.pucrs.br/psico/pos/pequenosgrupo s A observação dos organizadores do processo de grupo

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Porto Alegre - Brasil Faculdade de Psicologia Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Grupo de Pesquisa “Processos e Organizações dos Pequenos grupos” Coord. Prof. Dr. Nedio Seminotti www.pucrs.br/psico/pos/pequenosgrupo s - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Grupo de Pesquisa  “Processos e Organizações dos Pequenos grupos” Coord. Prof. Dr. Nedio Seminotti

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulPorto Alegre - Brasil

Faculdade de Psicologia Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Grupo de Pesquisa “Processos e Organizações dos Pequenos grupos”

Coord. Prof. Dr. Nedio Seminottiwww.pucrs.br/psico/pos/pequenosgrupos

A observação dos organizadores do processo de

grupo

Page 2: Grupo de Pesquisa  “Processos e Organizações dos Pequenos grupos” Coord. Prof. Dr. Nedio Seminotti

Contexto e Problema da Pesquisa

O pensamento acadêmico atual sugere que o professor não pode mais limitar-se à tarefa de dar aulas;

É desejável que crie um ambiente que fomente a produção de conhecimento e o desenvolvimento das consciências do/as aluno/as;

Os organizadores formais da tradição da universidade estão mais voltados para o dar aulas/transmitir conhecimentos.

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O grupo em sala de aula

A sala de aula vista desde a perspectiva de um grupo, cujo processo é organizado por uma multiplicidade de organizadores: indivíduos, subgrupos, relações entre os subgrupos e dentro deles mesmos (SEMINOTTI, 2001);

A observação da turma como grupo privilegia as relações, os indivíduos e os sujeitos produtores e produtos do processo (MORIN, 2002).

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O Objeto Grupo

O Grupo passou a ser uma unidade complexa (unitas multiplex), quando deixou de ser apenas um conjunto de representações, fantasias coletivas, uma totalidade dinâmica ou a soma dos indivíduos (ALVES, SEMINOTTI, 2005);

O grupo pode ser mais, ou menos que a soma das partes e, seguramente, é um objeto com propriedades distintas. É simples e complexo (MORIN, 2002);

O grupo - processo, relações, vida e fluxos intangíveis - é complexidade. Os organizadores do processo permitem a simplificação.

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Noção de ProcessoProcesso (no latim procedere é verbo que

indica a ação de avançar, ir para frente (pro+cedere). É conjunto seqüencial e peculiar de ações que objetivam atingir uma meta;

Aurélio: ir por diante, prosseguir. “Sucessão de estados ou de mudanças”;

Ferrater Mora: processo se opõe à noção de polaridade. Com isso, se torna possível o movimento e, ao mesmo tempo, evita o choque, o conflito entre oposições e polaridades. A solução para contemplar as oposições é o pensamento dialético.

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Processos grupais

Pichon-Rivière (1994) parece indicar que processo de grupo é a sucessão de acontecimentos com certas denominações;

Processo remete ao fato do próprio grupo ser uma experiência histórica expressa nas contradições que emergem no grupo (LANE, 1984; MARTÍN-BARÓ, 2003);

O processo ou a vida do grupo é imaterial, intangível que só pode ser observado, descrito e analisado segundo organizadores (SEMINOTTI, BORGES, CRUZ, 2004);

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Processos grupais

Os processos dos grupos, mesmo que sejam imateriais, produzem sujeitos. Por ex., o clima de grupo é quase físico (LEWIN, 1948);

Embora abstrato, o clima é reconhecido pelos participantes do grupo;

Para Ponciano Ribeiro (1993), processo tem sentido de mudança. Há uma dimensão permanente denominada matriz e outra transitória que é o processo;

O processo emerge da tensão entre a serialização e totalização (LAPASSADE, 1983).

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Estratégias Metodológicas

Do processo o observador definirá, a priori, o que quer observar, segundo os organizadores acordados por uma comunidade qualquer;

Observar é intervir e sofrer intervenção;As produções do observador são descritas e

fazem parte do corpus de análise (MORIN, A., 2004).

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Estratégias Metodológicas

Organizadores propostos por Anzieu (1993) e Kaës (1995) vem de Spitz (1996), que os tomou da embriologia;

Esta proposta tem apoio no desenvolvimento psicossexual e, por isso, permitem uma certa nomeação do processo;

Bion, Pichon-Rivière, Lewin e Moreno propuseram organizadores de grupo, segundo seus pressupostos teóricos, mas não os nomearam assim.

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Estratégias Metodológicas

No grupo há uma multiplicidade de organizadores dos quais sublinhamos os subgrupos e as relações intra e intersubgrupos (SEMINOTTI, 2000);

A organização, desde o ponto de vista sistêmico, torna possível a conexão entre os elementos, regula e estrutura suas relações e dá coerência e sentido as interações entre as unidades (MORIN, 1982/2002).

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Socioculturais (KAËS, 1995);

Intrapsíquicos (ANZIEU, 1993 e KAËS, 1995);

Emergentes ou auto-organizados (MORIN, 2001) instituídos pelas pessoas agrupadas (propriedades particulares de cada grupo).

Estratégias Metodológicas

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Organizadores do Grupo em Aula1 Socioculturais

Dizem respeito às formas de ser de uma sociedade que dispõem sobre os modos de proceder (como uma pessoa deve agir em seu cotidiano considerando os costumes, valores etc...);

Normas de relacionamento próprios de determinadas camadas sociais, gêneros, gerações etc., que auxiliam na codificação e normatização da realidade psíquica.

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2 InstitucionaisTradicionais

São organizadores, em sala de aula, da relação professor/a do/as aluno/as instituídos já na origem da Universidade;

Séc. XVII: Jesuítas organizavam as classes em grupos de dez indivíduos (decúria) comandados por um chefe (FOUCAULT, 2002);

Após 1762: alunos posicionados lado a lado, em fileiras, observados por um mestre (FOUCAULT, 2002);

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Na maioria das vezes o número de alunos em aula vai além de 40 e, as vezes, chega a uma centena;

Ficam dispostos em filas um atrás do outro; Ao professor, na condição de líder formal, cabe

ocupar o lugar à frente dos alunos, junto ao quadro negro;

Sua principal tarefa é dar aula; É desejável que o professor faça esforços para

criar um ambiente de pesquisa que fomente a produção de conhecimento e propicie o desenvolvimento pessoal do aluno.

3 Institucionais Contemporâneos

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3 Institucionais Contemporâneos

A instituição organiza a sala de aula através do guia acadêmico, regimentos, resoluções, etc;

Implicitamente através da cultura universitária impregnada pelas condições sócio-econômicas a qual pertence;

Professor dá aulas, verifica presença e se os alunos fixaram as informações, aprova/reprova etc.;

Aluno-cliente cumpre as rotinas e as exigências do professor e se sente no direito de obter o certificado.

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3 Institucionais Contemporâneos

Planejamento arquitetônico que supõe uma organização que é respeitada pelas rotinas dos responsáveis pela limpeza e organização dos móveis da sala de aula;

O Professor tem um modo particular e rotineiro de dar em aula, tornando-se, às vezes, secundários os organizadores formais, institucionais.

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3 Institucionais Contemporâneos

Alunos influenciados pelos organizadores institucionais tendem a se organizar geograficamente (distribuição dos móveis);

Sugerem a proximidade ou afastamento entre alunos, conformando subgrupos (panelinhas);

Tendem a permanecer ocupando regiões fixas do ambiente físico.

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3.1 Organizadores do Pequeno Grupo

Os alunos, os subgrupos e o grupo como uma totalidade passam a organizar seus processos com outros organizadores, além dos formais;Na co-operação instituem e re-instituem organizadores do grupos: o enquadre, a coordenação, a tarefa, o projeto, os papéis, as lideranças, os subgrupos, os padrões de relações, as comunicações etc.; Possibilita a criação de um ambiente que fomenta a produção de conhecimento e o desenvolvimento das consciências do/as aluno/as.

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3.1.1 Organizadores intra-psíquicos dos pequenos grupos

As pessoas, ao serem estimuladas a trabalhar em grupo, têm fomentadas suas fantasias, representações etc. e, ao mesmo tempo, constroem auto-organização, ou esperam que o Prof. as organize (ANZIEU, 1993; BION,1970; KAËS, 1995);

Os organizadores do grupo supõem a articulação com estágios de desorganização do grupo (KAËS,1995).

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4 Organizadores institucionais e outros organizadores

O aluno é estimulado e orientado a buscar conhecimento em distintas fontes e a produzir conhecimento;

O professor, como líder formal e coordenador de grupo, favorece a participação do aluno no ambiente de aprendizagem e dá continência ao seu desenvolvimento pessoal;

Assim, estimula o desenvolvimento científico-tecnológico e das consciências e viabiliza que o primeiro seja efetivamente profícuo ao bem-estar humano (MORIN, 2001).

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5 Achados da pesquisa

A pesquisa sugere que há necessidade de uma multiplicidade de organizadores para contemplar os processos desencadeados em sala de aula e sejam canalizados para os objetivos mencionados;

Das 21 turmas pesquisadas, 18 estavam organizadas na forma tradicional se auto-organizaram ao receberem a tarefa de grupo;

Os alunos quando estimulados a discutir preferem organizações distintas da tradicional.

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OBRIGADO!

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