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X CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA

IV SALÃO DE EXTENSÃO 08, 09 e 10/11/2017

ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL

LUTERANA DO BRASIL PRESIDENTE:

PAULO AUGUSTO SEIFERT VICE-PRESIDENTE: LEONIR MITTMANN CAPELÃO GERAL:

REV. MAXIMILIANO WOLFGRAMM SILVA

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM

REITOR: ILDO SCHLENDER

CAPELÃO: SÉRGIO MAURÍCIO REINHOLZ

DIRETOR ACADÊMICO: CELSO SHIGUETOSHI TANABE

ASSESSORA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO:

MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO

COORD. DO CURSO DE AGRONOMIA: RAIMUNDO COSME DE OLIVEIRA JUNIOR COORD. DO CURSO DE ARQUITETURA E

URBANISMO: FERNANDO AUGUSTO FERREIRA DO VALLE

COORD. DO CURSO DE DIREITO: JOSÉ RICARDO GELLER

COORD. DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO E LICENCIATURA: MANUEL ELBIO AQUINO SEQUEIRA COORD. DO CURSO DE ENG. CIVIL: ALESSANDRO SANTOS DE ARAÚJO

COORD. DO CURSO DE PEDAGOGIA: LORENI BRUCH DUTRA

COORD. DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL: IVONE DOMINGOS E SILVA

COORD. DO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO:

CARLOS ALBERTO PEDROSO ARAÚJO

INFRA-ESTRUTURA DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL:

ANDRIA ROBERTA FREITAS BARBOSA CPA: SELDON RODRIGUES DUARTE

CPD: RUSSEL DA SILVA JATI

FIES E PROUNI: JULIETE CRISTINA LOBO RODRIGUES

LEGISLAÇÃO E NORMAS: MARILZA DO CARMO SANTOS

NÚCLEO DE ESTÁGIOS: RAIMUNDA REIS DA SILVA

PREFEITURA: KÁTIA REGINA ALMEIDA AMORIM

SAJULBRA: ROSALICE MARIA FERNADES MONTEIRO

CAMARA SECRETARIA GERAL:

LUZENIL FIGUEIRA DE LEMOS SETOR DE COMPRAS:

SILVANA MARIY SOARES SETOR DE PESSOAL:

LILIAN REGINA BATISTA LIMA TESOURARIA:

EUNICE DA CONCEIÇÃO SOUSA DA SILVA

COMISSÃO EDITORIAL CELSO SHIGUETOSHI TANABE

MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO

COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE RESUMOS

NARELLY TAVARES RODRIGUES E MELO MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO

COMISSÃO CIENTÍFICA CELSO SHIGUETOSHI TANABE MARIA SHEYLA GAMA SOUSA

MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO RAFAELA FERANDES NICOLAU

ROSÂNGELA MARIA LIMA DE ANDRADE

CORRESPONDÊNCIA Av. Sergio Henn, 1787, Bairro Diamantino CEP:

68025 – 000 – Santarém – PA Fone/Fax: (0xx93) 3524-1055 E-mail: [email protected]

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251

Os resumos contidos neste “Caderno de Resumos Expandidos” são de

responsabilidade de seus autores.

Nenhuma parte desta obra deve ser reproduzida por meio impresso ou eletrônico sem a

devida autorização expressa dos organizadores.

Todos os direitos reservados e protegidos por Lei.

C749 Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia (11. : 2017: Santarém, PA).

Caderno de resumos expandidos do Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS ULBRA

Santarém: Políticas públicas e pesquisa na Amazônia. (n. 17, 2017) / Centro Universitário

Luterano de Santarém. CEULS/ULBRA, 2017.

ISSN 1808-3072.

104 resumos.

514 p. : il.

Evento realizado em Santarém, no Centro Universitário Luterano de Santarém nos dias 08, 09 e

10 de novembro de 2017.

1. Pesquisa Científica. 2. Resumos científicos, I. Centro Universitário Luterano de

Santarém. II. Educação e Ciência. III. Título.

CDU 001.891

Biblioteca Martinho Lutero / Setor de Processamento Técnico / Santarém – PA Bibliotecária Caroline Pinheiro – CRB-2/1536

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APRESENTAÇÃO

O Centro Universitário Luterano de Santarém realiza o Congresso de Ciência

e Tecnologia da Amazônia a cada dois anos, e anualmente o Salão de Iniciação

Científica com o Salão de Extensão, no mês de novembro.

Neste ano de 2017 comemora-se o X Congresso de Ciência e Tecnologia

da Amazônia para celebrar esta data contamos com a presença do Dr. Savio

Tulio Oselieri Raeder do Ministério de Ciência e Tecnologia para debater o tema

central Políticas Públicas e Pesquisa na Amazônia.

Com ampla repercussão entre a comunidade acadêmica regional o X

CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA; XVII

SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA E IV SALÃO DE

EXTENSÃO destacam a integração entre ensino, pesquisa e extensão

propiciando a interdisciplinaridade, bem como a socialização de trabalhos

realizados por acadêmicos do CEULS e demais instituições da cidade e região.

Estes eventos oferecem a oportunidade de divulgação científica em três

instâncias: a publicação de resumos em anais, a apresentação de pôsteres e a

comunicação oral. Como forma de incentivo à melhoria da qualidade das

publicações, é oferecida premiação àqueles alunos de Iniciação Científica que se

destacarem no evento.

O Caderno de resumos traz 104 Resumos Expandidos (dividido em 2

cadernos) e 71 Resumos Simples.

Sejam bem vindos a este espaço aberto à publicação e debate pela pesquisa.

Maria Viviani Escher Antero

Rosângela Maria Lima de Andrade

Professoras do CEULS ULBRA

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SUMÁRIO

CADERNO 001

CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA DE MADEIRA ................................. 17 Msc. Hugo Aquino

Débora Quézia Escócio

Graziella Escócio

Luiz Henrique Lemos Vieira

Cleveland Gustavo Canto

ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE

BELTERRA, PA ............................................................................................................................................. 22 Macelle de Souza Rego

Ellen Magda da Silva Machado

Darlisson Bentes dos Santos

Rafaela Nicolau dos Santos

Lucas Rayner da Cruz Silva

ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE

SANTARÉM-PA ............................................................................................................................................. 26 Ellen Magda da Silva Machado

Macelle de Souza Rego

Darlisson Bentes dos Santos

Rafaela Nicolau dos Santos

Jayne Ribeiro da Silva Machado

ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DAS ÁREAS DE PLANTIO DE SOJA NOS MUNICÍPIOS

DE BELTERRA, MOJUÍ DOS CAMPOS E SANTARÉM-PA ................................................................. 31 Ellen Magda da Silva Machado

Macelle Souza Rêgo

Darlisson Bentes dos Santos

Rafaela Nicolau dos Santos

Gláucia de Fátima Gomes

ANTRACNOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO .................................................................. 36 Ana Paula da Cruz Gato

Deilane Freitas Pontes

Eluziane dos Anjos Figueiredo

Igor Moraes de Miranda

Gilbson Santos Soares

ANTRACNOSE NA CULTURA DO MARACUJÁ .................................................................................... 40 Ana Paula da Cruz Gato

Deilane Freitas Pontes

Eluziane dos Anjos Figueiredo

Igor Moraes de Miranda

Gilbson Santos Soares

ANTRACNOSE NO CAJUEIRO NO DISTRITO DE ALTER-DO-CHÃO, SANTARÉM/PA ............. 45

Karin Thaianne Silva de Sousa

Rogér Murilo da Costa Rebelo

André Luiz Cardoso Moreira

Felipe Barros Sousa

Matheus Neves dos Santos

Gilbson Santos Soares

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DO

REPOLHO (BRASSICA OLERACEA CAPITATA) SOOSHU ............................................................... 49 Maria Lúcia Braga Farias

Nalyene Bianca de Lima Monteiro

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

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Darlisson Bentes dos Santos

Alessandra Damasceno da Silva

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NO PERIODO DE GERMINAÇÃO DE

MUDAS DE ALFACE (LACTUCA SATIVA L.) EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO ....... 53 Róger Murilo da Costa Rebelo

Vândrea Aline Rêgo de Sousa

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Daniel Rocha de Oliveira

BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS NEGRAS

PROVENIENTES DO CENTRO EXPERIMENTAL FLORESTA ATIVA NA RESEX TAPAJÓS

ARAPIUNS ..................................................................................................................................................... 57

Alailson Sousa Rêgo

Steve Macqueen Fernando Souza da Silva

Edna Reis Costa Araújo

Alessandra Damasceno da Silva

CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR E O DESMATAMENTO NO MUNICÍPIO DE ÓBIDOS

– PA NO PERÍODO DE 2012 A 2015 ........................................................................................................... 61

Ana Paula Santos Barros

Alessandra Damasceno da Silva

Isabel Cristina Tavares Martins

Darlisson Bentes dos Santos

Gláucia de Fática Gomes

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DOIS CASTANHAIS NATIVOS, NA

FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS, PARÁ E NA RESEX RIO CAJARI, AMAPÁ..................... 65

Everton Araújo Cavalcante

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Marcelino Carneiro Guedes

Daniel Rocha de Oliveira

Yash Brendon

CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE - LACTUCA SATIVA L. ........................................ 71

Cássia Solange Peixoto Hamburgo

Haylla Claudia Santos Souza

Járede Oliveira Panza

Nara Thaysa de Lira Costa

Gilbson Santos Soares

CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE – LACTUCA SATIVA L. ....................................... 76

Thayanny Fernanda Cunha da Silva

Ramon Vieira Farias

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM RESIDUOS DE COLHEITA DE PLANTIOS DE SOJA

NO OESTE PARAENSE ............................................................................................................................... 82

Nieli Eloine Rodrigues

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Daniel Rocha de Oliveira

Darlisson Bentes dos Santos

Alessandra Damasceno da Silva

CULTIVO DE BATATAS-DOCE EM VASOS COMO USO ALTERNATIVO EM HORTAS

URBANAS ....................................................................................................................................................... 87 Girlane Moraes dos Santos

Liliane Carmo dos Santos

Darlisson Bentes dos Santos

Isabel Cristina Tavares Martins

Alessandra Damasceno da Silva

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DENSIDADE DE CASTANHEIRAS E ESTRUTURA VERTICAL DE FLORESTAS COM

CASTANHAIS NA AMAZÔNIA ORIENTAL ........................................................................................... 91 Felipe Felix Costa

Marcelino Carneiro Guedes

Raimundo Cosme de Oliveira Júnior

Quezia Leandro de Moura Guerreiro

Daniel Rocha de Oliveir

DESEMPENHO PRODUTIVO DE ALFACE (LACTUCA SATIVA) EM REGIME DE

AQUAPONIA ................................................................................................................................................. 97 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

André Luiz Teixeira Dalagnol

Aline Maria Sousa Cruz

Daniel Rocha de Oliveira

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS ZEBU, CRIADAS NA REGIÃO DO BAIXO

AMAZONAS, EM CONDIÇÕES DE ESTRESS TÉRMICO E SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO

ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) ................................................................................................. 102 Alime Maria Sousa Cruz

Rayane Miguel de Sales

Daniel Rocha de Oliveira

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PRODUZIDOS NO MERCADO CENTRAL DE

SANTARÉM/PA ........................................................................................................................................... 107

Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

Isabel Cristina Tavares Martins

Andre Luiz Teixeira Dalagnol

Igor Moraes de Miranda

Edson Pereira dos Reis

DISPONIBILIDADE DE CÁLCIO E MAGNÉSIO EM SOLO, SOB DIFERENTES CULTIVOS NO

PLANALTO SANTARENO ........................................................................................................................ 111 Elen Kercy Siqueira da Cruz

Maria Albetiza Alves

Juliano Gallo

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Darlisson Bentes dos Santos

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE A DENSIDADE GLOBAL EM LATOSSOLO

AMARELO MUITO ARGILOSO EM PARAGOMINAS-PA ................................................................ 115 Hugo da Silva Alves

Paulo Ferreira Rodrigues Neto

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho

Darlisson Bentes dos Santos

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM

CULTURA DA SOJA NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP ..................................................................... 120 Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Quezia Leandro Moura Guerreiro

Daniel Rocha de Oliveira

Nagib Jorge Melem Junior

Rogerio Machado Alves

EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM

CULTURA DO MILHO NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP ................................................................. 125 Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Quezia Leandro Moura Guerreiro

Daniel Rocha de Oliveira

Nagib Jorge Melem Junior

Rogerio Machado Alves

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EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM

LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO DE PARAGOMINAS-PA ....................................... 130 Raimundo Cosme De Oliveira Junior

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho

Daniel Rocha De Oliveira

Troy Patrick Beldini

Darlisson Bentes Dos Santos

ESTOQUES DE NITROGÊNIO E CARBONO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE USO E MANEJO

DE UM LATOSSOLO AMARELO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS ....................................... 135 Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho

Willey Ferreira Machado

Darlisson Bentes dos Santos

Daniel Rocha de Oliveira

FLUXO DE CO2 NA INTERFACE SOLO-ATMOSFERA EM ÁREA DE FLORESTA NÃO

MANEJADA NA FLONA TAPAJÓS. ....................................................................................................... 139 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

Raiane Pereira de Abreu

André Luiz Teixeira Dalagnol

Daniel Rocha de Oliveira

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

FUSARIOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO ..................................................................... 144 Julio Matheus Gomes da Silva

Airam Erasmo Pereira de Sá

Denes Jermerson da Costa Silva

Jarlisson Batista dos Santos

Gilbson Santos Soares

FUSARIOSE NA CULTURA DE ALFACE AMERICANA .................................................................... 148 Benhur Ewerton Beggo Granella

Carlos Borre Dewes

Diego de Melo Correa

Jordan Borges Souza

Gilbson Santos Soares

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM .................. 153 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães

André Luiz Teixeira Dalagnol

Caio Mateus Silva de Souza

Giovanna Ferreira Diniz

Isabel Cristina Tavares Martins

MAL-DE-SETE-VOLTAS NA CULTURA DA CEBOLINHA – ALLIUM FISTULOSUM ............... 158 Andressa Lemos Rocha

Keyse Oliveira da Costa

Ana Flávia Lago

Apoena Garcia Vieira

Gilbson Santos Soares

NITROUS OXIDE FLUXES FROM INTENSIVELY MANAGED MAIZE FIELDS IN SANTAREM-

BELTERRA PLATEAU. ............................................................................................................................. 162 Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Troy Patrick Beldini

Plinio Barbosa de Camargo

Daniel Rocha de Oliveira

Raiane Pereira de Abreu Guimaraes

Darlisson Bentes dos Santos

PERDAS DE FRUTAS EM COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA ...... 167 Ana Cláudia Zolin

Alessandra Damasceno da Silva

Darlisson Bentes dos Santos

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257

Isabel Cristina Tavares Martins

Edson Pereira dos Reis

PODRIDÃO DE RAÍZES NA CULTURA DO ABACAXI – ANANASCOMOSUSL MERRIL – NO

MUNICÍPIO DE MOJUÍ DOS CAMPOS/PA ........................................................................................... 172

Thayanny Fernanda Cunha da Silva

Ramon Vieira Farias

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

PODRIDÃO NEGRA NA CULTURA DA COUVE MANTEIGA .......................................................... 176 Alan Gonçalves Andrade

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

PROTÓTIPO DE UM SISTEMA QUE SERÁ MANUSEADO POR AGENTES DE SAÚDE PARA

NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO MOSQUITO AEDES AEGYPTI............ 180 Bruno Renê Silveira e Silva

Elber Mateus Silva Oliveira

Jean Santos de Oliveira

João Luís de Brito Neto

Naydion Lima de Aquino

Carlos Eduardo Miléo Antunes

QUANTIFICACAO DA MINERALIZAÇÃO E DA NITRIFICAÇÃO EM PLANTIOS DE SOJA NO

OESTE PARAENSE .................................................................................................................................... 184 Nieli Eloine Rodrigues

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Darlisson Bentes dos Santos

Celso Shiguetoshi Tanabe

Daniel Rocha de Oliveira

RESIDUOS DE COLHEITA E QUANTIFICACAO DE RAIZES EM PLANTIOS DE SOJA NO

OESTE PARAENSE .................................................................................................................................... 190 Nieli Eloine Rodrigues

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Celso Shiguetoshi Tanabe

Daniel Rocha de Oliveira

Darlisson Bentes dos Santos

SIGATOKA-AMARELA: DOENÇA NA CULTURA DA BANANEIRA .............................................. 195 Igor Paula Afonso

Rodrigo Silva dos Santos

Gilbson Santos Soares

Darlisson Bentes dos Santos

Edson Pereira dos Reis

VARIABILIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM SOLO SOB

FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA FLONA TAPAJOS-PA........................................................... 200 Everton Araújo Cavalcante

Raimundo Cosme de Oliveira Junior

Daniel Rocha de Oliveira

Karin Thainne S de Sousa

Katriane Fernandes Correa

CIÊNCIAS EXATAS ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESFORÇOS SOBRE VIGAS SUBMETIDAS À FLEXÃO DEVIDO

À CONTRIBUIÇÃO DE LAJES MACIÇAS ............................................................................................ 206 Amilton José S. Viana

Rosane S. Sousa

Hugo Ricardo Aquino

Allan Dállen Almeida de Sousa

Alessandra Damasceno da Silva

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258

Roseclea Bezerra Gaspar

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO, NA CIDADE

DE SANTARÉM, NA REGIÃO AMAZÔNICA ....................................................................................... 211 Msc. Sérgio Gouvêa de Melo

Msc. Alessandro Santos de Araújo

Luiz Henrique Lemos Vieira

Adilson Guilherme Feitosa De Oliveira

Arthur Alvarenga Mesquita Rodrigues

Débora Quézia Escócio

Lukas Brito Carneiro

ANÁLISE DE CUSTOS ENTRE ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA DE CUSTO E ORÇAMENTO

ANALÍTICO: APLICAÇÃO EM UMA CASA POPULAR NO ESTADO DO PARÁ ......................... 216 Fernando Augusto Ferreira do Valle

Marlyson José Silveira Borges

Bruno Guilherme Lemos Vieira

Bruno Luiz Lacerda Figueiredo

Helito Barbosa da Silva

ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA ENTRE OS MÉTODOS: LIGHT STEEL FRAME E

CONVENCIONAL DE CRECHE EM SANTARÉM ............................................................................... 221 Aurizane Monteiro da Silva

Juliana Ester Martins Moura

NatanaFlexaFernades dos Santos

Diego Fernandes dos Santos

Fernando Augusto Ferreira do Valle

CAIPIRA MOBILE: APLICATIVO MÓVEL PARA CONTROLE DE CRIAÇÃO DO FRANGO

CAIPIRA ....................................................................................................................................................... 226 Mauricio Wendel Cavalcante Gonçalves

Marla Teresinha Barbosa Geller

CONFECÇÃO DE MODELO REDUZIDO DE PÓRTICO DE CONCRETO ARMADO –

PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO TÉCNICO DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DE

CONCRETO: APARATO DE PROTEÇÃO AO OVO – APO ............................................................... 231 Frank Alec Feitosa Maia

Alexandre Leite Dos Santos Junior

Gabriel Rodrigues Gomes

Marlysson José Silveira Borges

Vinicius Martins Ribeiro

Sérgio Gouvêa de Melo

DESENVOLVIMENTO DE UM JOGO DIGITAL DE PLATAFORMA .............................................. 237 Alleff Cristhian de Sousa Silva

Andrey Camurça da Silva

Márcio Darlen Lopes Cavalcante

DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO

DE CINCO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO ENTRE PREÇOS DO

SINAPI E SEDOP ......................................................................................................................................... 242 Vinícius Martins Ribeiro

Daniel Branco de Morais

Frank Alec Feitosa Maia

Gabriel Rodrigues Gomes

Hugo Ricardo Aquino

DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA SUPERESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO

DE QUATRO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS

REFERENCIAIS DE CUSTOS DO ESTADO DO PARÁ ....................................................................... 246 Gabriel Rodrigues Gomes

Daniel Branco de Morais

Dayana Trevisan

Frank Alec Feitosa Maia

Vinícius Martins Ribeiro

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259

Hugo Ricardo Aquino

EASY ENGLISH - OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS

BÁSICOS DE LÍNGUA INGLESA PARA ALUNOS DO 3ºANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:

FASE DE ANÁLISE E PROJETO. ............................................................................................................ 250 Carla Kalyanna Pereira Pinto

Matheus Cunha de Assis

Paulo Almeida de Castro Junior

Marla Teresinha Barbosa Geller

ESTUDO DE SOLO PARA FUNDAÇÕES EM ÁREAS DE POSSIVEL DESENVOLVIMENTO

URBANO DE SANTARÉM-PA .................................................................................................................. 255 Kayna Costa Gregório

Fernando Augusto Ferreira do Valle

Alessandro Santos de Araújo

José Reginaldo Pinto de Abreu

Paulo Henrique Neves Lobo

IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE ESTRUTURA E ALVENARIA NA ESCOLA ESTADUAL

DE ENSINO MÉDIO MAESTRO WILSON DIAS DA FONSECA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-

PA ................................................................................................................................................................... 261 Rodrigo Bezerra Gaspar

Alessandra Damasceno da Silva

Roseclea Bezerra Gaspar

Isabel Cristina Tavares Martins

Alessandro Santos Araújo

CADERNO 002

LEI DE RESFRIAMENTO DE NEWTON APLICADA À ENGENHARIA CIVIL - BLOCOS

CERÂMICOS ............................................................................................................................................... 266

Msc.Verônica Solimar dos Santos

Luiz Henrique Lemos Vieira

Dandara Benedita da Rocha Marques

Débora Quézia Escócio

LEI DO RESFRIAMENTO DE NEWTON: ANÁLISE DE TEMPERATURAS EM LAJOTAS

CERÂMICAS 40X40CM COM PEI IV E PEI V. ..................................................................................... 271 Adria Silva de Lima

Lauriane Tainá Paiva

Leandson Carvalho Pereira

Marlon Lima Borgaro

Wagne Júnior Mandrick

Veronica Solimar dos santos

MAPEAMENTO DE SOLOS COM BASE NO ENSAIO DE PENETRAÇÃO PADRÃO (SPT) ........ 276 Fernando Augusto Ferreira do Valle

Marlyson José Silveira Borges

Bruno Guilherme Lemos Vieira

Deborah Caroline Oliveira Pereira

Fabio Andrey Souza Melo

METODOLOGIA PARA ATUALIZAÇÃO DE MATERIAL DIGITAL UTILIZANDO A

PLATAFORMA CONSTRUCT 2: ESTUDO DE CASO NO JOGO “SITIO BITS E BYTES DA

CULTURA AMAZÔNICA” ....................................................................................................................... 281 Amélia Caroline de Souza Farias

Marla Teresinha Barbosa Geller

Marialina Correa Sobrinho

METODOLOGIAS AUXILIADORAS NO ENSINO DAS DISCIPLINAS DE ANÁLISE

ESTRUTURAL DOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL ................................................................... 286 Gabriel Rodrigues Gomes

Daniel Branco de Morais

Dayana Trevisan

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260

Frank Alec Feitosa Maia

Jordan Almeida Lobato

Vinicius Martins Ribeiro

Sérgio Gouvêa de Melo

MÉTODOS DE REPARO DE PATOLOGIAS NA ESCOLA MAESTRO WILSON DIAS DA

FONSECA NO BAIRRO DA NOVA REPÚBLICA EM SANTARÉM-PA ........................................... 290 Rodrigo Bezerra Gaspar

Alessandra Damasceno da Silva

Roseclea Bezerra Gaspar

Isabel Cristina Tavares Martins

Alessandro Santos Araújo

NOVAS PRÁTICAS NOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LINGUAGEM DE

PROGRAMAÇÃO SOB A LUZ DA TEORIA DA APRENDIZAGEM EXPANSIVA......................... 295 Carlos Alberto Pedroso Araújo

PROJETO TISI APRESENTANDO KAHOOT COMO PROPOSTA METODOLÓGICA A

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ............................................................................................ 300 Kássia Lima de Souza

Marialina Corrêa Sobrinho

PROJETO, EXECUÇÃO E IMPLANTAÇÃO DA BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO EM UMA

RESIDÊNCIA NO BAIRRO DO MAICÁ ................................................................................................. 305 Andrews Malone Pontes da Costa

Jarlivaldo Barroso da Costa

Adson da Silva Machado

Nadir Pires Martins

Alessandro Santos Araújo

SIGNIFICAÇÃO DO SOLAR BARÃO DE SANTARÉM PARA ARQUITETURA LOCAL E

PROPOSTA DE TOMBAMENTO ............................................................................................................. 312 Adriane Morais Lima

Melyssa Luane Noronha Andrade

Aline Maia Coimbra

Cíntia Giselle Batista Campos

VERIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS NA PAVIMENTAÇÃO DA AVENIDA MENDONÇA

FURTADO NO BAIRRO APARECIDA, SANTARÉM-PA .................................................................... 317 Arthur Almeida Silva

Wesley Aguiar Pinto

Verônica Solimar Dos Santos

Isabel Cristina Tavares Martins

Roseclea Bezerra Gaspar

Alessandro Santos Araújo

CIÊNCIAS HUMANAS A ANÁFORA COMO ELEMENTO DIDÁTICO PARA A COMPREENSÃO DE TEXTOS

CIENTÍFICOS NO ENSINO SUPERIOR ................................................................................................. 323 Maria Sheyla Gama Sousa

Poliana Felix de Souza

A EDUCAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO E SUAS DICOTOMIAS COM A EDUCAÇÃO

BRASILEIRA ............................................................................................................................................... 327 Samuel Rodrigo Marques Walker

A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ........................................................... 332 Leiliane Lourenço da silva

Maria Viviane Escher Antero

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA EM SALA DE AULA .............................................................. 335 Katiane do Nascimento Silva de Sousa

Emailer Marta Dias Silva

Lucicleide Ribeiro Sarmento

Paula Cristina Galdino Guimarães

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS ......................................... 339 Elis Mariana Tapajós Mota

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261

Marcelo da Costa Silva

Paula Cristina Galdino Guimarães

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA PARA UMA EDUCAÇÃO EMANCIPADORA ................... 343 Evanilde Pereira dos Santos

Luana Miranda Mota

Gabriela de Sousa Pereira

Paula Cristina Galdino de Oliveira

A PESQUISA COMO UM DOS PILARES ESSENCIAIS PARA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DO

CURSODE ENGENHARIA CIVIL DO CEULS/ ULBRA ...................................................................... 347 Roberta Campos Costa

Maria Viviani Escher Antero

A PRECARIZAÇÃO INSTITUCIONALIZADA DO TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A

EDUCAÇÃO BRASILEIRA. ...................................................................................................................... 351 Ledyane Lopes Barbosa

Gilberto César Lopes Rodrigues

A RIQUEZA DIDÁTICA DOS GIBIS E MANGÁS NA SALA DE AULA............................................ 356 Narelly Tavares Rodrigues e Melo

APRENDIZAGEM MEDIADA: A UTILIZAÇÃO DO SCRATCH PARA O DESENVOLVIMENTO

DE HABILIDADE PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE HARDWARE E SOFTWARE NO

CURSO MONTADOR E REPARADOR DE COMPUTADOR SENAI SANTARÉM ......................... 361 Ilarilda Duarte de Araújo Paiva

Márcio Darlen Lopes Cavalcante

CONDIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO ........................................................ 366 Arlison Carvalho dos Santos

Eduarda Zuila dos Santos Alencar

Fábio Raphael Godinho de Almeida

Paula Cristina Galdino Guimarães

CURRÍCULO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: A

HISTÓRIA DA AMAZÔNIA EM DISCUSSÃO....................................................................................... 370 Carolina Pantoja Brasil

Iamilia Brito de Oliveira

Claudia Cristina Soares Guimarães

Karolina carvalho do Amarante

Maria Antonia Vidal Ferreira

EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO:UMA REALIDADE EM CONSTRUÇÃO .......... 375 Loreni Bruch Dutra

ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL NA PERSPECTIVA DOCENTE ................................................... 380 Ledyane Lopes Barbosa

Anselmo Alencar Colares

HISTÓRIA DA AMAZÔNIA NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE

ÓBIDOS ........................................................................................................................................................ 385 Geanice Pinheiro dos Santos

Márcia Coêlho Nogueira

Maria Rubiane Rocha da Silva

Terlen Lana Vasconcelos de Sena

Maria Antonia Vidal Ferreira

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: COMBATE E PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS EM UMA

ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA. ............................................................. 390 Ledyane Lopes Barbosa

Lília Travassos de Sousa

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares

LITERATURA COMO FERRAMENTA IMPORTANTE NA FORMAÇÃO DO SER HUMANO ... 395 Wirllem Almeida Vasconcelos

Lauriza Marques Bentes

Ana Caroline Bezerra da Silva

Jéssica Poliana Sousa de Oliveira

Paula Cristina Galdino Guimarães

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262

MUAY THAI NO CONTEXTO ESCOLAR ............................................................................................. 398 Bruno Yan da Conceição Pacheco

Alesandra Cabreira

O COLÉGIO DOM AMANDO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA .............................. 403 André das Chagas Santos

Luan Moraes Ferreira

Yana dos Santos Pereira

Luciano Sales Vieira

O ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ......................................................................... 407 Wirllem Almeida Vasconcelos

Débora Cristina da Silva Borges

Naide Pedroso de Sousa

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM ...................................................................................................................... 411 Elvira Cleisiane de Sousa Oliveira

Josane Silva da Gama

Narelly Tavares Rodrigues e Melo

O PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR E EDUCAÇÃO INTEGRAL: OPÇÕES TEÓRICAS

E ENCAMINHAMENTOS LOCAIS ......................................................................................................... 417 Gisele Vidal Ferreira

Maria Lilia Imbiriba Sousa Colares

O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNÍCIPIO DE BELTERRA: GESTAO ESCOLAR COMO

FOCO ............................................................................................................................................................ 421 Diana Albuquerque dos Santos

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares

OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO PME NO MUNICÍPIO DE BELTERRA/PA, A PARTIR

DA PERCEPÇÃO DA EQUIPE GESTORA ............................................................................................. 426 Lília Travassos de Sousa

Maria Lília Imbiriba Sousa de Colares

PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA CIDADE DE SANTARÉM: CASTELINHO –

CASARÃO DE DONA ESTELINITA ........................................................................................................ 430 Melyssa Luane Noronha Andrade

Cíntia Giselle Batista Campos

PROGRAMA INDUTOR DE EDUCACAO INTEGRAL: ESTUDO DA IMPLEMENTAÇÃO DO

PROEMI EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTARÉM-PA ......................................................... 435 Geni Santos de Sousa Galúcio

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares

PROMOÇÃO DA LEITURA CRÍTICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DESAFIOS E

POSSIBILIDADES ....................................................................................................................................... 440 Paula Cristina Galdino Guimarães

SURDEZ E CULTURA COMO REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE SURDA ............................. 445 Pamela do Socorro da Silva Matos

Luciano Bruno dos Santos Lobato

Evanilde Pereira dos Santos

Risomar Moraes dos Santos

CIÊNCIAS DA SAÚDE A REALIDADE DO ESPORTE E LAZER NA COMUNIDADE RIBEIRINHA “BOCA DE CIMA DO

ARITAPERA” NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA ........................................................................... 453 Ana Cristina Vasconcelos Caetano

Ana Paula Rocha de Sousa

Ecilda Gabriele Santos Maciel

Katiane dos Santos de Sousa

Ludymyla Pinheiro dos Santos

Edna Ferreira Coelho Galvão

AÇÃO PARADOXAL DO MÚSCULO ÍLIOPSOAS ............................................................................... 458 Angélica CleicianeOliveira Vieira

Manuel Elbio Aquino Sequeira

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263

RESPOSTA CARDIOVASCULAR AO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS ...................... 462 Marcson Luiz Mota Branco

RESPOSTA ÓSSEA AO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS ............................................... 467 Marcson Luiz Mota Branco

SAÚDE DO HOMEM: ADESÃO E PRÁTICAS DO AUTOCUIDADO NA PREVENÇÃO DE

AGRAVOS A SAÚDE .................................................................................................................................. 473 Cristiano Gonçalves Morais

Antonia Irisley da Silva Blandes

Géssica Rodrigues Silveira

Gisele Ferreira de Sousa

Monica Karla Vojta Miranda

Yara Macambira Santana Lima

SÍNDROME METABÓLICA: UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO EM ADOLESCENTES

DO SEXO FEMININO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PARÁ .. 478 Aline Mendes Cardoso

Iza Belle Gomes Rodrigues

Larisse Oliveira Bezerra

Suely Viana da Silva

Albino Luciano Portela de Sousa

CIÊNCIAS SOCIAIS ALTERNATIVAS PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM SANTARÉM – PA NA HIPÓTESE

DE RESCISÃO DO CONTRATO COM A COSANPA ........................................................................... 483 Alarico Marques Pereira

Fabrício Soares dos Santos

Juliana Paranhos Vieira

Miguel Borghezan

ATUAÇÃO PSICOLÓGICA COM MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:

ESTUDO BIBLIOGRÁFICO ...................................................................................................................... 487 Patrik Hilliard Silva dos Santos

Luara Raissa Sousa Pinto

Isabela Silva de Vasconcelos

Lívia Cristinne Arrelias Costa

COMPETÊNCIA PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ALTER DO CHÃO NO MUNICÍPIO

DE SANTÁREM DO ESTADO DO PARÁ ............................................................................................... 493 Alarico Marques Pereira

Miguel Borghezan

Wesley Phelipe Corrêa da Conceição

DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO URBANO E A EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇAO DO

BAIRRO NOVA REPUBLICA EM SANTARÉM .................................................................................... 497 Jeisilene Maia Oliveira

Maria Lenilda Castro de Jesus

Ivone Domingos e Silva

DIAGNÓSTICO DO BAIRRO SANTA CLARA, SANTAREM, PA: EQUIPAMENTOS URBANOS E

MOBILIDADE URBANA EM 2016 ........................................................................................................... 501 Samuel Ivan Oliveira Moura

José Reginaldo Pinto de Abreu

OUTORGA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO PARÁ ..................................... 506 Alarico Marques Pereira

Alessandra Rodrigues Maciel

Miguel Borghezan

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NO BAIRRO ÁREA VERDE DE SANTARÉM/PA, E PAPEL DO

MUNICÍPIO. ................................................................................................................................................ 511 Alarico Marques Pereira

Ivone Domingos e Silva

Miguel Borghezan

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266

LEI DE RESFRIAMENTO DE NEWTON APLICADA À ENGENHARIA CIVIL - BLOCOS

CERÂMICOS

1Msc.Verônica Solimar dos Santos1

2Luiz Henrique Lemos Vieira2

[email protected]

Dandara Benedita da Rocha Marques2

Débora Quézia Escócio2

RESUMO: Uma das técnicas para a determinação do calor específico de sólidos e líquidos dispensa o uso de um

calorímetro e utiliza a lei de resfriamento de Newton na análise dos dados experimentais. O sucesso desta técnica

pressupõe que seja possível determinar, com pequenas incertezas, as temperaturas do sistema imediatamente antes e

imediatamente depois das transferências internas de calor devido a exposição do corpo a uma elevada temperatura.

Seguindo este contexto, este trabalho tem por objetivo determinar um modelo da Equação Diferencial Ordinária (EDO)

do resfriamento de Newton que determina a taxa de resfriamento de blocos cerâmicos em algumas condições especificas.

PALAVRAS-CHAVE: RESFRIAMENTO DE NEWTON, BLOCO CERÂMICO, EDO.

INTRODUÇÃO: Com o estudo das Equações Diferenciais é possível criar modelos que descrevem

fenômenos químicos, biológicos e físicos. Possui diversas aplicações práticas, principalmente na área

de engenharia, na qual são utilizadas, como exemplo, para projetar automóveis, aviões, pontes,

circuitos elétricos (SEGOBIA, SUSIN, CARGNELUTTI, 2013).

A modelagem de uma equação diferencial ordinária (EDO) presente na Lei de Resfriamento

de Newton, a qual descreve a variação de temperatura de um corpo em relação ao tempo e tem como

variáveis não só o tempo e a diferença de temperatura entre o corpo e o ambiente, mas também a

forma desse objeto e o calor específico do material que o compõe.

A metodologia apresentada neste trabalho refere-se à realização de um experimento que

utilizam-se de duas “mini paredes” confeccionadas com blocos cerâmicos e argamassa. Uma delas

com os blocos aparentes e outra revestida por argamassa. As diferentes formas e quantidades de

material possibilitam a análise do comportamento da variação de temperatura nos dois objetos de

estudo.

MÉTODO: A lei do resfriamento de Newton está baseada no conceito de absorção de calor e

observações, que Newton averiguou que o calor retirado de um objeto quente é levado pelo vento.

Assim, para comprovar a sua teoria, realizou um experimento no qual deixou um objeto quente em

repouso em um lugar isolado, para não perder calor por condução, verificou que com o tempo a

temperatura diminuía. Logo, a única forma de perder calor era para o ambiente. Desde modo, a Lei

de resfriamento de Newton afirma que a taxa de resfriamento é aproximadamente proporcional a

1Docente do curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus Santarém. Orientadora

da pesquisa. 1 2Acadêmicos do curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus Santarém. 2

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267

diferença entre temperaturas do objeto e do ambiente, isto para pequenas diferenças de temperaturas

(Pimentel & Diniz, 2013).

Ou seja, a lei refere-se a capacidade que um sistema de dois ou mais corpos tentem a alcançar

o equilíbrio térmico. Portanto, para corpos de diferentes temperaturas há tal equilíbrio entre os

mesmos, em decorrência da transferência de calor do corpo mais quente para o mais frio.

De acordo com Silva et al. (2003), supondo um sistema simplificado, no qual admita-se a

mesma temperatura T em todos os seus pontos, e supondo também que o sistema esteja em um

ambiente cuja temperatura T𝑎, assim, T𝑎 < T, ocorrerá um fluxo de calor do mais quente para o mais

frio. Sendo a temperatura de um corpo uniforme, ela será uma função do tempo, portanto, T = T(t),

quanto mais rápida for a variação de T(t) maior será | T - T𝑎|, assim:

𝑑𝑇

𝑑𝑡= ± 𝐾(| T − T𝑎|) (1)

onde para cada material, há um coeficiente de proporcionalidade K equivalente, onde depende do

calor específico do corpo, das características ambientais e climáticas. Resolvendo a equação

diferencial chega-se a solução:

𝑇(𝑡) = T𝑎 + ( T0 − T𝑎)𝑒−𝐾𝑡 (2)

Sendo que para a equação 2, para encontrar o coeficiente K utiliza-se a situação de contorno T(n),

onde n é um intervalo de tempo qualquer.

A etapa experimental para a aquisição dos dados para a análise foi realizada no laboratório de

materiais do Instituto Federal do Pará (IFPA), utilizando os seguintes materiais:

- Termômetro infravermelho laser (Figura 01-A);

- Estufa;

- 04 blocos cerâmicos de vedação;

- Cimento Portland Pozolânico (CP – IV);

- Agregado miúdo e

- Água.

Tais matérias foram usados para a produção dos corpos de provas (CPs) que representam a

estrutura de uma alvenaria sem a camada de revestimento, denominada reboco, e com a camada de

revestimento, de acordo com a Figura 01-B:

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268

Figura 1. A) Termômetro infravermelho. B) Corpos de prova.

Fonte: Os autores, 2017.

Primeiramente confeccionou-se o corpo de prova com blocos aparentes, ou seja, com argamassa

somente entre os blocos. O Segundo corpo de prova foi revestido com um centímetro de argamassa

em suas laterais ranhuradas. A argamassa foi misturada na proporção de três partes de areia para uma

de cimento. Após a secagem dos copos de prova, foram colocados em uma estufa por trinta minutos

a uma temperatura de 100ºC. Depois da retirada dos CPS, verificou-se a temperatura (T0) dos blocos,

e a cada dois minutos para formar uma tabela de dados para a modelagem da equação 2.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados coletados foram dispostos na tabela 1 e 2, e podem ser

analisados nos seus respectivos gráficos 1 e 2.

Tabela 1. Bloco Cerâmico Aparente Tabela 2. Bloco Cerâmico Revestido

Gráfico 1. Bloco Cerâmico Aparente. Gráfico2. Bloco Cerâmico Revestido

A B

INTERVALO TEMPO(Min) TEMPERATURA (°C)

1 0 56,9

2 2 51

3 4 46,3

4 6 44,1

5 8 42,1

INTERVALO TEMPO(Min) TEMPERATURA (°C)

1 0 49,1

2 2 44,2

3 4 42,1

4 6 39,7

5 8 37,8

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269

Para a modelagem da equação 2 para o bloco aparente, utilizando a situação de contorno T(8)

= 42,1 ºC e a T𝑎 = 25 ºC temos a seguinte equação:

𝑇 = 25 + 31,9𝑒−0,0077𝑡 (3)

Em seguida a modelagem da equação 2 para o bloco revestido, utilizando a situação de contorno

T(8) = 37,8 ºC e a T𝑎 = 25 ºC:

𝑇 = 25 + 24,1𝑒−0,0079𝑡 (4)

Com a equação 3 e 4, podemos estimar quanto tempo (t) os blocos levarão para chegar a

temperatura ambiente, para isso supomos uma temperatura final para os blocos de T = 25,05 ºC.

Bloco aparente – equação 3:

25,05 = 25 + 31,9𝑒−0,0077𝑡

0,001567 = 𝑒−0,0077𝑡

−6,458 = −0,077𝑡

𝑡 = 83,87 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠 Bloco revestido – equação 4:

25,05 = 25 + 24,1𝑒−0,0079𝑡

0,00207 = 𝑒−0,0077𝑡

−6,177 = −0,079𝑡

𝑡 = 78,05 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠

Ou seja, o bloco aparente irá resfriar até alcançar a temperatura ambiente em aproximadamente

uma hora e vinte e quatro minutos. E o bloco revestido em uma hora e dezoito minutos.

CONCLUSÃO: Analisando e comparando o tempo de resfriamento dos blocos juntamente com as

tabelas 1 e 2, nota-se que o bloco aparente absorve mais calor do que o bloco revestido, assim como

a necessita de um maior tempo para resfriar. Isto está associado ao conceito de calor específico da

termodinâmica, que indica que quanto maior o calor específico de um corpo mais difícil é aumentar

a sua temperatura. Demostrando que o revestimento influência no fluxo de calor entre a parede e o

meio, interferindo no conforto térmico da edificação.

Porém tal constante K é aferida neste trabalho somente nas condições apresentadas, seguindo a

dosagem da argamassa, condições climáticas, e só pode ser aplicada para os blocos de mesmo lote de

fabricação.

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270

REFERÊNCIAS

SEGOBIA, Pedro Bonfim. SUSIN, Robson. CARGNELUTTI, Jocelaine. APLICAÇÃO DA LEI

DO RESRIAMENTO DE NEWTON EM BLOCOS CERÂMICOS: MODELAGEM,

RESOLUÇÃO ANALÍTICA E COMPARAÇÃO PRÁTICA DOS RESULTADOS. I Semana da

Matemática da UTFPR. 201.

SILVA , Wilton Pereira da. PRECKER, Jürgen W.. SILVA, Cleide M. D. P. S. e,

SILVA, Diogo D. P. S. e. SILVA, Cleiton D. P. S. e. Medida de Calor Específico e Lei de

Resfriamento de Newton: Um Refinamento na Análise dos Dados Experimentais. Revista

Brasileira de Ensino de Física, Vol. 25, no. 4, Dezembro, 2003.

PIMENTEL, Paulo Augusto. DINIZ, Hugo Alex. O ESTUDO DA LEI DE ESFRIAMENTO DE

NEWTON NA ABORDAGEM LCP. Universidade Federal do Oeste do Pará – Brasil. VII

Congresso Ibero-americano de Educação Matemática. 2013.

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271

LEI DO RESFRIAMENTO DE NEWTON: ANÁLISE DE TEMPERATURAS EM

LAJOTAS CERÂMICAS 40X40CM COM PEI IV E PEI V.

3Adria Silva de Lima

Lauriane Tainá Paiva

Leandson Carvalho Pereira

Marlon Lima Borgaro

Wagne Júnior Mandrick

Veronica Solimar dos santos

[email protected]

RESUMO: A equações diferencias podem ser de grande utilidade para descrever fenômenos reais, como o

comportamento térmico dos materiais de construção perante à variação de temperatura em uma região de clima quente.

Dessa forma, nesse trabalho, utilizou-se a equação diferencial ordinária da Lei do Resfriamento de Newton para

determinação da variação de temperatura de lajotas cerâmicas de diferentes tipos de PEI (IV e V). Para tanto, o projeto

foi desenvolvido através das seguintes etapas: elevação brusca da temperatura de duas amostras cerâmicas, uma de cada

tipo, em estufa; após 24 h, retirada e medição da temperatura a cada 5 min, totalizando 40 min de ensaio; formação de

tabela com os dados coletados; montagem das equações de resfriamento; obtenção das temperaturas estimadas e cálculo

do tempo necessário para chegar à temperatura ambiente. Mediante as atividades realizadas foram obtidos os seguintes

resultados: a verificação que as temperaturas experimentais e as estimadas se aproximam, o que confirma a aplicação da

Lei estudada em um fenômeno real; além da comprovação de diferentes reações de cada uma durante o resfriamento.

PALAVRAS-CHAVE: EQUAÇÕES DIFERENCIAIS; TEMPERATURA; RESFRIAMENTO DE NEWTON;

PISOS CERÂMICOS.

1. INTRODUÇÃO: Na questão climática, a Região Norte apresenta temperatura que varia de 20ºC

a 35ºC, como consequência temos clima quente e úmido, desconforto térmico, problemas na saúde e

no meio ambiente. Esse quadro se agrava em famílias de baixa renda, onde se apresentam dificuldades

de planejar obras que possibilitem conforto no que tange à moradia. Isso porque não se tem estudos

e orientações sobre ventilação, materiais de construção civil a serem usados, compra de

eletrodomésticos adequados para condicionamento do ar, planejamento no posicionamento da

construção, nem outras condições para se conseguir conforto térmico. Dessa forma, o presente projeto

teve como objetivo de pesquisa aplicar o conhecimento da Lei do Resfriamento de Newton em lajotas

cerâmicas esmaltadas de diferentes tipos de PEI (IV e V), através da comparação do comportamento

de ambos perante a variação de temperatura.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Para melhor compreensão do experimento é necessário ter,

previamente, alguns conhecimentos técnicos e matemáticos. O primeiro em relação a classificação

dos tipos de piso cerâmicos escolhidos, e o segundo sobre a aplicação de equações diferenciais na

verificação da mudança de temperatura.

1 Graduação, Acadêmico do Ceuls Ulbra, Curso de Engenharia Civil. [email protected]

² Professora, Ceuls Ulbra. [email protected]

³ Graduação, Acadêmico do Ceuls Ulbra, Curso de Engenharia Civil. [email protected] 3

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272

2.1 ÍNDICE DE PEI

Dentro da categoria de especificação de placas cerâmicas quanto às características físicas,

utilizada pela NBR 13818:1997, está a classificação do grau de resistência a abrasão superficial de

cerâmicas esmaltadas. O qual é determinado através de ensaio normatizado utilizando esferas de aço,

óxido de alumínio branco fundido e água destilada.

Após o ensaio é gerada uma tabela onde as cerâmicas são divididas em classes de acordo com

o número de ciclos necessários para visualização da abrasão, onde 0 é a fraca e 5 a mais resistente. O

INMETRO faz uma recomendação da melhor aplicação para cada classe.

Tabela 1 - Estágios de Abrasão

Fonte: NBR 13818:1997

Tabela 2 - Ambientes mais adequados para cada índice de PEI.

PEI 1 Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente

com chinelos ou pés descalços. Exemplo: banheiros e dormitórios residenciais sem

portas para o exterior.

PEI 2 Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente

com sapatos. Exemplo: todas as dependências residenciais, com exceção das

cozinhas e entradas

PEI 3 Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente

com alguma quantidade de sujeira abrasiva que não seja areia e outros materiais de

dureza maior que areia (todas as dependências residenciais).

PEI 4 PEI 4: Produto recomendado para ambientes residenciais (todas as dependências)

e comerciais com alto tráfego. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lojas, bancos,

entradas, caminhos preferenciais, vendas e exposições abertas ao público e outras

dependências.

PEI 5 PEI 5: Produto recomendado para ambientes residenciais e comerciais com tráfego

muito elevado. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lanchonetes, lojas, bancos,

entradas, corredores, exposições abertas ao público, consultório, outras

dependências. Fonte: INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia)

27.2 LEI DO RESFRIAMENTO DE NEWTON

De acordo com BASSANEZZI e FERREIRA (1988), quando um corpo que não possui fonte

interna de calor é deixado em um ambiente com temperatura T, sua temperatura tende a entrar em

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273

equilíbrio com a temperatura do ambiente “Ta”. Se T<Ta este corpo se aquecera, já se T>Ta ele

resfriará.

Isso é comprovado pela conhecida Lei do Resfriamento de Newton, a qual afirma que “A taxa

de variação da temperatura de um corpo (sem fonte interna) é proporcional à diferença entre sua

temperatura e a do meio ambiente”. Matematicamente:

dT/dt= k(T-Ta) (1)

A solução geral da equação diferencial ordinária (1) é dada por:

T(t)=Ta + Cekt (2)

Onde T(t) é a função da temperatura do corpo variando em função do tempo “t”, através das

constantes “k” e “c” que dependem do material do corpo utilizado. “K” depende da superfície exposta,

do calor especifico do corpo e também das características ambientais e climáticas.

3. MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de diferentes tipos de piso cerâmico foram coladas em

estufa. Após 24h foram retiradas e fez-se, imediatamente, a primeira medição da temperatura. As

demais foram medidas em intervalo de cinco minutos, totalizando 40 min de ensaio. Os resultados

foram anotados para formação de tabela.

Em posse dos dados, foi possível calcular as constantes “C” e “k” e assim formar as equações

de resfriamento. Dessa forma, obteve-se não só as temperaturas estimadas, correspondentes aos

intervalos de ensaio, a fim de comparação com as obtidas em laboratório, como também descobrir o

tempo necessário para se chegar à temperatura ambiente.

3.1 MATERIAIS

Estufa;

2 lajotas (uma de cada tipo de PEI);

Termômetro a laser;

Cronômetro.

3.2 DADOS EXPERIMENTAIS

Tabela 3 - Variação da temperatura de cada cerâmica a cada 5 min após sair da estufa.

PEI

Hora

de

início

T

ambiente

(ºC)

T a cada 5 min (ºC) Hora de

término

T(0) T(5) T(10) T(15) T(20) T(25) T(30) T(35) T(40)

5 16:32 27 86 59 47 40 36 34 33 32 31 17:13

4 17:57 30 91 60 49 40 36 33 32 31 30 18:38

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274

3.3 CÁLCULOS

Usando a Equação (2) e os dados de T(0) acha-se a constante C para cada PEI.

Tabela 4

PEI 4 PEI 5

𝑇(0) = 𝑇𝑎 + 𝐶𝑒𝑘𝑡

91 = 30 + 𝐶𝑒0

91 − 30 = 𝐶

𝐶 = 61

𝑇(0) = 𝑇𝑎 + 𝐶𝑒𝑘𝑡

86 = 27 + 𝐶𝑒0

86 − 27 = 𝐶

𝐶 = 59

Já com os dados de T(5) do experimento, calcula-se a constante de proporcionalidade k.

Tabela 5

PEI 4 PEI 5

𝑇(5) = 30 + 61𝑒5𝑘

60 = 30 + 61𝑒5𝑘

𝑙𝑛𝑒5𝑘 = 𝑙𝑛0,492

5𝑘 = −0,709

𝑘 = −0,142

𝑇(5) = 27 + 59𝑒5𝑘

59 = 27 + 59𝑒5𝑘

𝑙𝑛𝑒5𝑘 = 𝑙𝑛0,542

5𝑘 = −0,612

𝑘 = −0,122

As equações finais são dadas por:

Tabela 6

PEI 4 PEI 5

𝑇(𝑡) = 30 + 61𝑒−0,142𝑡

𝑇(𝑡) = 27 + 59𝑒−0,122𝑡

Através das equações de cada tipo de lajota calcula-se as temperaturas correspondentes às de

ensaio.

Tabela 7

Intervalo

de

tempo

PEI 4 PEI 5

T(ºC)

de

ensaio

T(ºC)

Calculada

T(ºC)

de

ensaio

T(ºC)

calculada

T(0) 91 91,0 86 86,0

T(5) 60 60,0 59 59,1

T(10) 49 44,7 47 44,4

T(15) 40 37,2 40 36,5

T(20) 36 33,6 36 32,1

T(25) 33 31,8 34 29,8

T(30) 32 30,9 33 28,5

T(35) 31 30,4 32 27,8

T(40) 30 30,2 31 27,4

Com isso, é possível estimar também quanto tempo leva para cada uma chegar à temperatura

ambiente.

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275

Tabela 8

PEI 4 PEI 5

𝑇(𝑡) = 30 + 61𝑒−0,142𝑡

30,1 = 30 + 61𝑒−0,142𝑡

𝑙𝑛0,0016 = 𝑙𝑛𝑒−0,142𝑡

−0,142𝑡 = −6,438

𝑡 = 45,34𝑚𝑖𝑛

𝑇(𝑡) = 27 + 59𝑒−0,122𝑡

27,1 = 27 + 59𝑒−0,122𝑡

𝑙𝑛0,0017 = 𝑙𝑛𝑒−0,122𝑡

−0,122𝑡 = −6,377

𝑡 = 52,27𝑚𝑖𝑛

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Através deste trabalho pode-se perceber a aplicação da Lei do

Resfriamento de Newton na variação de temperatura de lajotas cerâmicas. Para atingir os objetivos,

fez-se experimento em laboratório e anotação dos dados, com os quais encontrou-se as Equações

Diferenciais Simplificadas de cada tipo de PEI.

Pelos resultados obtidos para as constantes “k”(Tabela 5) serem diferentes, notou-se que, apesar

ambos os tipos estudados se tratarem de lajotas cerâmicas, existem diferenças na composição e nas

condições de fabricação de cada PEI que, consequentemente, geram respostas diferentes à variação

de temperatura. Por isso, uma resfria mais rapidamente do que a outra. Nesse caso, foi a de menor

PEI (IV), com tempo estimado de 45,34 min (Tabela 8) para chegar a temperatura ambiente.

Com as equações também foi feita a comparação entre as temperaturas experimentais e as

estimadas (Tabela 7), onde se verificou a aproximação entre esses valores, o que comprova a

aplicação da Lei estudada em um fenômeno real. As pequenas variações entre os dados devem-se à

fatores externos ao sistema, como vento e luminosidade.

Considerando os resultados é mais apropriado para a Região Norte, entre os dois tipos

estudados, a utilização de lajotas de PEI IV, por terem uma resposta mais rápida à mudança do clima,

aprisionando o calor por menos tempo. Característica necessária para obras nessa região de

temperaturas elevadas.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13818: Placas Cerâmicas Para

Revestimento - Especificação e Métodos de Ensaios. Rio de Janeiro, 1997.

BASSANEZI, R. C. FERREIRA JR, W. C. Equações Diferenciais Com Aplicações. São Paulo:

Editora Harbra Ltda, 1998.

INMETRO. Revestimentos Cerâmicos (pisos e azulejos). Santa Catarina:INMETRO,1998.

Disponível em: <http://www.sitedoconsumidor.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp>.

Acesso em: 04 abr. 2017.

ZILL, Dennis G..Equações Diferenciais Com Aplicações Em Modelagem. Sao Paulo: Pioneira

Thomson Learning, 2003.

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MAPEAMENTO DE SOLOS COM BASE NO ENSAIO DE PENETRAÇÃO PADRÃO

(SPT)

4Fernando Augusto Ferreira do Valle1

[email protected]

Marlyson José Silveira Borges2

Bruno Guilherme Lemos Vieira3

Deborah Caroline Oliveira Pereira4

Fabio Andrey Souza Melo5

RESUMO: De forma geral o estudo do solo é de fundamental importância na construção civil, pois é através deste que

será possível dimensionar as fundações de futuras edificações. O Ensaio de Penetração Padrão (SPT) é uma das

ferramentas que possibilitam maior conhecimento nesta área. Este trabalho tem o intuito de indicar através de análise de

laudos de sondagens a diversificação de solos encontrados no Município de Santarém-PA, além das diferentes

características que este constitui. Por fim será feito um mapeamento dos bairros classificados pelas características

geotécnicas e análise dos laudos de sondagem, para que este facilite na escolha da fundação adequada para as áreas em

questão e ajude na resolução de possíveis problemas relacionados a fundações.

PALAVRAS CHAVES: LAUDOS DE SONDAGEM. MAPEAMENTO. CARACTERÍSTICAS.

1INTRODUÇÃO: Em qualquer construção antes de qualquer coisa, é necessário o estudo da área

onde se pretende construir, pois é através do estudo do solo que é feita a análise para dimensionar a

estrutura que este suportará. Existem vários métodos e ensaios para caracterizar o solo e subsolo, por

exemplo: SPT – “Standard Penetration Test”; SPT-T “Standard Penetration Test” complementando

com medidas de torque; CPT – Ensaio de Penetração de Cone; CPT-U Ensaio de Penetração de Cone

com medidas de pressões neutras, ou piezocone; Ensaio de Palheta – “Vane Test”; Ensaio

pressiômétrico de Ménard e auto perfurante; Ensaio dilatométrico de Marchetti; Ensaio de

carregamento de placa – provas de carga e ensaios geofísicos “Cross-Hole”.

O SPT é o ensaio mais utilizado no Mundo e no Brasil, por ter equipamentos de fácil utilização,

execução simples, baixo custo operacional e resultados confiáveis. Através deste ensaio é possível

obter uma gama de informações que catalogadas podem fazer muita diferença na execução de

fundações principalmente no município de Santarém. Num laudo de sondagem podem-se encontrar

as seguintes informações: Números de golpes para atingir a resistência aceitável do projeto; nível do

lençol freático, profundidade que deve ser assente a fundação e ainda a estratigrafia do subsolo.

No contexto atual, no Município de Santarém, pode-se observar o crescimento de edificações

de médio e grande porte, em que se torna fundamental a implantação de fundações resistentes e

seguras. Para isto buscou-se a existência de uma empresa que realiza o ensaio de penetração

padrão(SPT) no município, logo, este trabalho foi realizado a fim de catalogar os laudos de sondagem

1Professor M.Sc Eng. Civil, Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA

2Engenheiro Civil, Colaborador Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA4

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277

dos bairros: Jardim Santarém, Aeroporto Velho; Interventoria e Prainha, cedidos pela empresa Presim

para elaborar um mapa a partir de comparações entre os parâmetros obtidos da análise destes.

A justificativa desta pesquisa está no estudo e analise do solo de cada área, na aquisição de

conhecimentos através das características e informações dadas pelos laudos de sondagem. Desta

forma, o mapeamento realizado ajudará profissionais da construção civil a escolher a fundação

adequada para as áreas em questionamento, além de facilitar na resolução de problemas ocorridos em

fundações, minimizando seus efeitos, oferecendo qualidade e segurança para a estrutura.

2 MÉTODO: Conforme, Marconi e Lakatos, (2006) a pesquisa de campo é utilizada para conseguir

informações, ou conhecimento acerca de um problema, para qual se procura uma resposta, ou de

hipótese, que se queira comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos ou relações entre eles.Este

trabalho tem como metodologia caracterizar as informações a respeito do solo de Santarém na área

de influência dos laudos de sondagens apresentados, e analisar os dados de todos estes, além de

ilustrar o procedimento do método de execução do ensaio padrão.

Para esta finalidade foi realizada uma visita técnica na empresa PRESSIM, onde, foi consultada

a disponibilização de laudos de sondagens para o devido fim. Depois de vários contatos com

funcionários da empresa, esta disponibilizou cópias de laudos de sondagem no método SPT, de

terrenos nas áreas indicadas nesta pesquisa.

Após a catalogação dos laudos, foi possível fazer as devidas análises por zona, utilizando o

programa Excel, por meio da Média Aritmética entre os dados dos laudos, a fim de caracterizar

geotecnicamente as áreas e apresentar os resultados de forma qualitativa e quantitativa.O estudo visou

desenvolver uma análise documental de sondagem SPT com uma revisão bibliográfica ressaltando a

importância da análise do solo e subsolo e as vantagens e desvantagens do SPT.

“O objetivo da pesquisa documental é recolher, analisar e interpretar as contribuições teóricas

já existentes sobre determinado fato, assunto ou idéia” (Id., ibid., p. 91).Para Maria Lúcia Almeida

(1996), a pesquisa bibliográfica consiste no “levantamento, seleção e fichamento de documentos de

interesse para estudo de determinado assunto. Esta é realizada para acompanhar a evolução de uma

matéria ou para atualizar conhecimentos sobre o assunto” (p. 107).”

A pesquisa foi desenvolvida através de 16 laudos fornecidos pela empresa Pressim. Esses

laudos foram realizados em 04 (Quatro) bairros, neles estão contidas várias informações, dentre as

quais podemos destacar: Nome da empresa prestadora de serviço; Endereço da obra; Cliente; Data da

execução do ensaio; Numero da sondagem SPT; Numero do relatório; Profundidade do Ensaio e

profundidade da Camada (m); Nº de golpes/penetração (cm); Profundidade do Nível de água (m);

Gráfico; Consistência ou compacidade do solo; Classificação de material; Limite de sondagem;

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Características do equipamento; Identificação dos Engenheiros responsáveis pelo laudo;

Observações; Revestimento do furo e Profundidade limite do ensaio.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após definição da área para análise dos laudos os quais

previamente já haviam sido executados, foram determinados cinco pontos no município de Santarém,

que receberam a nomenclatura de zonas. As zonas abrangem quatro bairros da cidade que foram

investigados, sendo que estes estão em bairros diferentes para se determinar um mapeamento do solo

na região, a figura 01 apresenta a localização destas zonas.

Figura 01 – localização das zonas analisadas

Fonte: Autores, 2017

Após delimitação dos locais onde foram realizados os ensaios de SPT, foi possível gerar um

gráfico onde se apresenta a profundidade media e Número de Golpes (NSPT) médio em que os

ensaios foram paralisados, estre critério de paralização é apresentado na NBR 6484/2001, esta indica

os critérios que deveram ser considerados durante os ensaios. A profundidade e NSPT de cada zona

estãoapresentadas no gráfico 01.

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Gráfico 01 – Analise da profundidade e NSPT das zonas estudadas

Fonte: Autor, 2017

Como apresentado no gráfico, observa-se certa homogeneidade nos resultados, com exceção do

NSPT da ZONA 04 e 01, as quais evidenciaram valoresacima da media de 72 golpes. Em relação a

profundidade apresentou media de 16,4m o que pode ser considerado um resultado homogêneo.

Ainda através das analises dos laudos é possível averiguar os tipos de solos e profundidade em

cada camada presente naszonas, essa caracterização do tipo de solosé feita tátil/visualmente pelo

operador da sonda, o gráfico 02 apresenta as predominâncias de solos e profundidade das camadas

encontrados em cada zona.

Gráfico 02 – Características dos solos nas zonas

Fonte: Autores, 2017

A predominância do tipo de solo apresenta variações consideradas em todas as áreas. Não

podendo ser indicada como homogênea. É possível observar que a ZONA 01 apresenta quantidades

consideradas de AREIA ARGILOSA GROSSA, e que na ZONA 05, apresenta uma camada de

ARGILA ARENOSA, onde não é encontrada em nenhuma outra área, sendo assim para cálculos de

fundações devem serobservados estes tipos de solos para os paramentos geotécnicos a serem

adotados.

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4 CONCLUSÃO: O estudo da caracterização do solo com base no ensaio de SPT foi realizado

através de 16 laudos de 04 bairros diferentes, em que estes foram indicados através de zoneamento

das áreas. Através de análises e estudo dos laudos de sondagem, foi possível elaborar o aspecto global

do solo das zonas 01, 02, 03,04 e 05.

É possível observar que as zonas 01, 02, 03 e 04, destinam-se a pontos diferentes, mas que

apresentam perfil geotécnico relativamente similar, porém, para alcançar os critérios de paralisação

das sondagens, verificou-senúmeros de golpes diferentes para atingir a resistência do solo em cada

zona.

De forma geral, o solo característico das áreas estudadas é areia argilosa, ao passo que essa

característica vai mudando ao se aproximar do rio, tornando um solo mais argiloso do que arenoso,

tal como evidenciadonos dados da zona 05. Em que a presença de água contribui para escolha do tipo

de fundação,pois dificulta a implantação desta.

REFERENCIAS

AGUIAR, JacicleiAntonio Carneiro. Caracterização do Solo com Base no Ensaio de Penetração

Padrão (SPT), 2011,93f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Centro

Universitário Luterano de Santarém, Santarém, 2011.

AOKI, N.; VELLOSO D.A. (1975). An approximated method to estimate the bearing capacity of

piles. In: PAN-AMERICAN CONFERENCE ON SOIL AND FOUNDATION ENGINEERING,

1975, Buenos Aires, Anais… p.367-377.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: execução de sondagens de

simples reconhecimento dos solos: método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.

BARBOSA, Alyne Patrícia da Silva. Normas técnicas para trabalhos acadêmicos. / Alyne Patrícia da

Silva Barbosa, Andréa Katiane Bruch Dutra e Eliana Amoedo de Souza – 3.ed. rev. e atualizada –

Canoas: Ed. ULBRA, 2012. 200p.

TERZAGUI, K.; PECK, R.B. (1948). Soil Mechanics in Engineering Practice, New York: John

Willey & Sons.

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METODOLOGIA PARA ATUALIZAÇÃO DE MATERIAL DIGITAL UTILIZANDO A

PLATAFORMA CONSTRUCT 2: ESTUDO DE CASO NO JOGO “SITIO BITS E BYTES

DA CULTURA AMAZÔNICA”

5Amélia Caroline de Souza Farias 1

[email protected]

Marla Teresinha Barbosa Geller2

Marialina Correa Sobrinho3

RESUMO: As tecnologias presentes no dia a dia dos estudantes, como celulares, smartphones, tablets, laptops, podem

ser inseridas também como auxiliar nos processos de ensino e aprendizagem. Exemplos de recursos que tem estado

presentes nas salas de aula são o e-book e os jogos digitais. Porém, o material utilizado deve possuir os requisitos

necessários para que produza os resultados esperados. Uma das características fundamentais para que se tenha bons

resultados no uso de jogos para educação é a sua interface, que deve ser atrativa e ter boa usabilidade. Neste contexto, o

objetivo do projeto é aprimorar o material desenvolvido nas fases anteriores deste projeto, que fazem parte dos temas

transversais definidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). O material está composto por um ebook e um

jogo educativo abordando a cultura da Região Norte, para ser aplicado aos alunos do sexto ano do Ensino Fundamental,

na disciplina de Estudos Amazônicos. Nesta primeira etapa do trabalho apresenta-se a metodologia utilizada para

aprimoramento do jogo “Bits e Bytes da Cultura Amazônica”, que foi desenvolvido em fases anteriores.

PALAVRAS-CHAVE: JOGO EDUCACIONAL, CONSTRUCT, ENSINO E APRENDIZAGEM.

INTRODUÇÃO: O uso da tecnologia para auxiliar o ensino e aprendizagem em todos os contextos

e fases no processo educacional tem se mostrado como uma ferramenta imprescindível. Segundo

Nunes (2010 apud BETTEGA, p.15) a cooperação entre saberes, artes e técnicas, por um lado, e a

tecnologia, por outro, representam o novo potencial da educação neste século. Tarouco (2004) afirma

que:

[...] os efeitos do computador na escola dependem de diversos fatores, contudo a generalidade

da investigação aponta para a possibilidade de desenvolvimento de novas competências

cognitivas, entre elas: maior responsabilidade dos alunos pelo trabalho, novos laços de

entreajuda e novas relações professor-aluno.

A utilização da leitura de conteúdos através de e-books pode ser complementada com atividades

de fixação com a utilização de jogos digitais relacionados aos conteúdos lidos. Os jovens da era digital

são atraídos por este tipo de atividade de forma natural, pois vivem imersos na tecnologia. O uso de

jogos digitais tem sido utilizado há bastante tempo como diversão, mas jogos educativos devem

possuir um diferencial que os caracterize como material que possibilitará o aprendizado de conteúdos

importantes do currículo escolar e o desenvolvimento de habilidades para o crescimento e maturidade

intelectual do aluno. Segundo Moratori (2003), “a fórmula computador mais jogo se torna eficiente,

pois associa a riqueza dos jogos educativos com o poder de atração dos computadores”. Porém, a

escolha do recurso, seja um livro digital, um jogo, uma plataforma, um dispositivo, ou qualquer outro,

1Acadêmica do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA e Voluntária do PROICT.

5 2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA e Coordenadora do Projeto. 3 Professora do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA e Orientadora do Projeto.

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requer cuidados e amplo conhecimento dos requisitos necessários para que se obtenha bons

resultados. Um dos objetivos classificados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do

ensino fundamental é que os alunos saibam utilizar diferentes fontes de informação e recursos

tecnológicos para construir seus conhecimentos (PCNs, 1997). Uma das exigências do próprio aluno

é a facilidade de uso deste material nas diferentes plataformas, seja no desktop do laboratório da

escola, seja no seu smartphone, no tablets, etc. Para tal, é necessário que se aprimorem os métodos

visando a simplicidade e maior dinâmica no material proposto, tornando desta maneira a interação do

estudante com o jogo um processo educacional inovador e eficaz. A proposta deste trabalho foi

aprimorar um material educativo desenvolvido com a finalidade de abordar temas culturais da região

Norte, como as danças, lendas, culinária e vocabulário. O material é composto por um e-book

chamado “Bits e Bytes de Cultura da Amazônia” e um jogo nomeado “Sítio Bits e Bytes”. O jogo

tem como finalidade complementar a leitura do e-book, levando os usuários a assimilarem tudo o que

leram inicialmente (SILVA et al., 2015).

MÉTODO: Pretendendo aperfeiçoar as etapas que compõe o jogo “Bits e Bytes” fez-se a escolha de

um novo software voltado para o desenvolvimento de jogos. A escolha se deu a partir da necessidade

de recursos que pudessem tornar o jogo ainda mais simples e dinâmico, visando maior usabilidade e

interatividade para o usuário. Tal preocupação levou a escolha da ferramenta para desenvolvimento

de jogos Construct 2. Segundo Dias (2017) “o Construct 2 é uma game engine (motor de jogo) para

a criação de jogos digitais multiplataforma em 2D baseados em HTML 5. Ela permite criar games

para smartphones, tablets, computadores e navegadores”. Esta opção se justifica pelas facilidades de

manuseio e programação simples, além da disponibilidade de uma gama de recursos capazes de tornar

um jogo bastante dinâmico. Os passos iniciais para a remodelagem do jogo incluíram o estudo da

ferramenta Construct 2, visando alcançar o domínio dos recursos disponíveis. A figura 1 mostra a

página inicial desta ferramenta.

Figura 1 - Tela inicial do Construct 2

Fonte: www.scirra.com

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Conhecidos os recursos e dominadas as formas de programação da ferramenta as etapas

seguintes foram para a seleção dos novos componentes que integram cada uma das fases do jogo,

como personagens e backgrounds. Um dos métodos adotados para facilitação deste processo de

seleção foi desenhar manualmente cada fase do jogo, buscando definir detalhes de formas e cores de

todos o material que iria compor o jogo. A figura 2 mostra alguns desenhos produzidos nesta etapa.

Figura 2 - Desenhos para organização da interface do jogo Bits e Bytes

Fonte: Arquivo pessoal, 2017

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como resultado desta etapa do trabalho, concluiu-se o processo

de reorganização da interface do jogo, além da inclusão de novas atividades a serem propostas ao

usuário no decorrer das fases. Como todo o material foi redesenhado, para posteriormente ser

implementado na ferramenta, percebe-se a diferença entre o material original e o resultado desta

metodologia. Observa-se na figura 3 a interface original da atividade denominada “Lago das

Lendas”. A figura 4 apresenta o desenho do novo projeto para esta atividade e a figura 5 já com a

implementação na ferramenta Construct 2.

Figura 3 – Antiga interface da fase lago das lendas Figura 4 – Desenho da nova interface

Arquivo pessoal, 2017

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Figura 5 - Resultado final da fase Lago das Lendas

Fonte: Arquivo pessoal, 2017

A figura 6 apresenta a tela inicial do jogo antes do processo de atualização realizado neste

projeto e a figura 7, mostra o resultado do trabalho após o uso da ferramenta Construct 2. A partir

destas mudanças, as próximas fases deste trabalho incluem a conclusão da parte de programação das

fases restantes do jogo, seguidas da implementação e testes para que o material possa ser

disponibilizado para os professores como auxílio nos processos de ensino e aprendizagem.

Figura 6 – Tela inicial do jogo antes da atualização Figura 7 – Tela inicial após atualização

Fonte: SILVA et al., 2015 Fonte: Arquivo pessoal, 2017

CONCLUSÃO: Em virtude das necessidades de materiais voltados para o auxílio na educação

entende-se o quão importante a tecnologia se mostra neste cenário, para intervir com meios

inovadores nas formas que professores estão acostumados a apresentar os conteúdos de suas

disciplinas para os alunos. Adotada tal inovação, deve-se dar importância para a felicidade que elas

devem apresentar, além das familiaridades que os assuntos abordados devem trazer aos que irão

utiliza-las. Pela observação dos aspectos analisados a busca pelo aperfeiçoamento deste material fez-

se de extrema relevância, na esperança de garantir que usabilidade e a interatividade sejam fatores

totalmente acessíveis aos usuários. Neste momento foram apresentados os processos de melhoria e

adaptação do jogo Bits e Bytes, possibilitando que as próximas fases sejam concluídas com sucesso.

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REFERÊNCIAS

BETTEGA, M. H. S. Educação continuada na era digital. Coleção Questões da Nossa Época, São

Paulo: Cortez, V 18, 2. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. (1997) Parâmetros Curriculares Nacionais:

Apresentação dos Temas Transversais. Brasília: MEC/SEF. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf>. Acesso em: 25 outubro 2017.

DIAS, R. Construct 2: o guia completo. Disponível em: <http://producaodejogos.com/>.

Acesso em: 21 agosto 2017.

MORATORI, P. B. Por que utilizar Jogos educativos no Processo de Ensino e Aprendizagem. 2003.

33f. Trabalho da Disciplina de Introdução à Informática na educação - Universidade Federal do Rio

de Janeiro, RJ.

SCIRRA. Site oficial do Construct 2. Disponível em: <https://www.scirra.com/>. Acesso em: 27 de

agosto de 2017.

SILVA, David et al. Bits e Bytes de Cultura da Amazônia: a tecnologia e a inserção dos Temas

Transversais no Ensino Fundamental. Disponível em: <http://www.br-

ie.org/pub/index.php/wcbie/article/download/6098/4274>. Acesso em: 4 setembro 2017.

TAROUCO, L. M. R. et al. Jogos Educacionais. Novas Tecnologias na Educação, Porto Alegre – RS,

V. 2 Nº 1, Março, 2004

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METODOLOGIAS AUXILIADORAS NO ENSINO DAS DISCIPLINAS DE ANÁLISE

ESTRUTURAL DOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL

6Gabriel Rodrigues Gomes1

[email protected]

Daniel Branco de Morais1

Dayana Trevisan1

Frank Alec Feitosa Maia1

Jordan Almeida Lobato1

Vinicius Martins Ribeiro1 7Sérgio Gouvêa de Melo2

RESUMO:Este presente trabalho tem como objetivo abordar três propostas metodológicas que permeiam o ensino das

disciplinas de análise estrutural dos cursos de engenharia civil. Os objetivos específicos baseiam-se no questionamento

do atual modelo da engenharia estrutural, discorrendo acerca do modelo estrutural em molas (Kit mola) enquanto

ferramenta de ensino e o software @Ftool enquanto ferramenta de auxílio ao educador. Percebe-se que o atual modelo

acadêmico tradicional brasileiro ainda é um empecilho para a inserção de novas didáticas, mas ressalta-se que as

mudanças e o sistema estrutural como um todo está sendo questionado, o que tem trazido algumas mudanças nos cursos

de engenharia. O modelo estrutural em molas é um inovador projeto e torna o ensino de estruturas mais lúdico e voltado

à situações reais práticas. O software Ftool constitui-se como uma grande ferramenta auxiliadora para professores,

apresentando análises satisfatórias que complementam visual e numericamente o conteúdo estudado nas disciplinas de

análise estrutural. Conclui-se que com a adequação do educador às novas metodologias, há uma evolução no processo de

aprendizagem. O modelo de ensino tradicional na engenharia é defasado e precisa ser repensado, auxiliando a isso a

inserção das metodologias supracitadas e de outras voltadas ao ensino na engenharia.

PALAVRAS-CHAVE: METODOLOGIA; ANÁLISE ESTRUTURAL; ENSINO.

INTRODUÇÃO: A análise estrutural é um ramo da engenharia que abrange principalmente as

engenharias civil, mecânica, naval e aeronáutica. A etapa de análise estrutural durante a graduação

em engenharia civil é ministrada nas disciplinas de Isostática, Hiperestática, Teoria das Estruturas e

Resistência dos Materiais/Mecânica dos Sólidos. As disciplinas compreendem desde a propedêutica

da temática até o nível tecnicista, geralmente focado na resolução de problemas físicos-numéricos.

O projeto estrutural de uma edificação é composto por etapas que devem ser observadas e

executadas criteriosamente. Entre esses passos estão na ordem: a concepção, análise,

dimensionamento e detalhamento estrutural. Todas essas competências fazem parte das atribuições

do engenheiro civil, que são repassadas aos acadêmicos durante a graduação.

A engenharia estrutural firma-se no princípio de oferecer segurança aos que irão usufruir de

uma edificação, quer seja de forma direta ou indireta. Logo, o projetista deve levar em consideração

cargas e parâmetros de cálculo não só da estrutura em si, como o peso próprio da estrutura e outras

cargas permanentes, mas também dos fatores externos em determinados casos, como cargas variáveis

e acidentais.

1Acadêmicos de Engenharia civil, ULBRA 6 2Engenheiro civil, Metre em Processos Construtivos e Saneamento e Professor da ULBRA 7

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A etapa que contempla esses aspectos supracitados é a análise estrutural, objeto deste

trabalho, daí a relevância da forma como o processo de ensino-aprendizagem ocorre. Se a análise do

problema ocorrer de forma errônea, todo o dimensionamento poderá estar comprometido, o que pode

levar a estrutura a colapso ou levá-la ao mau desempenho em serviço.

A necessidade de se pensar e repensar a forma como a temática vem sendo ensinada nas

escolas de engenharia é válida no sentido de propor possíveis parâmetros. Os questionamentos acerca

do assunto permeiam os seguintes aspectos: A didática e a forma como é repassado esse conteúdo é

satisfatória aos educandos para possilitar aos mesmos a capacidade de interpretação de problemas

reais e práticos da análise estrutural? A introdução em sala de aula de softwares de análise estrutural

como o @Ftool 3.01 é de valia no auxílio ao educador e quais suas possíveis contribuições? Quais

contribuições o modelo com sistemas de molas estruturais criados por Márcio Siqueira (2008) em sua

tese pode incrementar na interpretação do comportamento real das estruturas?

As hipóteses são que o modelo tradicional de ensino na engenharia é ainda muito voltado a

números, e não ao processo como um todo (SIQUEIRA, 2008). É inegável que a resolução numérica

é imprescindível mas o processo do comportamento estrutural real é tão importante quanto. Uma

analogia simbólica é comparar esses dois fatores com as asas de um pássaro, se uma das asas estiver

ferida, o vôo não funciona. Da mesma forma, o fator numérico é tão importante quanto a interpretação

do comportamento estrutural.

MÉTODOLOGIA: Este estudo constitui-se por uma investigação bibliográfica de fontes

secundárias baseadas na importância do desenvolvimento do aprendizado do acadêmico no curso de

engenharia civil. Os métodos de aprendizagem com utilização de modelo físico qualitativo,

aprendizagem ativa e utilização de software para colaborar com o desenvolvimento do conhecimento

do aluno. Este desenvolvimento pode ser analisado de forma qualitativa ou quantitativa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os métodos acima abordados precedem modos de aprendizagem

ativas, as quais colocam o aluno como o principal agente de seu aprendizado. O mais usual modo de

construção do conhecimento é baseado na teoria tradicional, a qual consta que o conhecimento é

transferido através apenas do professor. Esta metodologia é bastante questionada através de diversos

estudos que tem como base o pai da teoria do construtivismo, Piaget.

Tudo que se ensina a criança a impede de inventar e descobrir (...) A escola,

dessa forma, deveria dar a qualquer aluno a possibilidade de aprender por si

próprio, oportunidades de investigação individual, possibilitando-lhe todas as

tentativas, todos os tateios e ensaios que uma atividade real pressupõe

(PIAGET, apud REBELLO, 1992, p.15)

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Nas disciplinas de cálculo estrutural é possível notar a grande dificuldade dos alunos na

aprendizagem. Por se tratar de assuntos abstratos e nunca vistos antes, se torna cada vez mais

complicada a compreensão sobre os assuntos abordados. Os métodos propostos neste estudo facilitam

a interação do aluno de forma prática com o objeto de estudo, fazendo com que o mesmo possa

analisar de forma qualitativa quais os fenômenos que uma estrutura sofre ao ser exposta a efeitos

exteriores. Segundo Vinner (1991) o sujeito necessita ter o conhecimento primeiramente do conceito,

logo após o mesmo irá criar imagens conceituais através da ligação dos esquemas já existentes em

sua mente.

Com a utilização da Maquete estrutural e de softwares será possível a visualização dos esforços e

dos fenômenos sofridos pela estrutura. Será fornecido ao acadêmico imagens conceituais as quais

facilitarão a criação de esquemas mentais. Wadsworth (1996) aborda que, esquemas representam a

imagem de estruturas mentais, ou cognitivas, as quais as pessoas possam organizar e adaptar o meio.

Sendo assim, os esquemas são compostos de um processamento mental dentro do sistema nervoso,

ou seja, são construções hipotéticas, não sendo observáveis e, sim deduzidas.

Para facilitar a construção da imagem conceitual dos acadêmicos, a utilização de modelos físicos

qualitativos induzirá a está criação, já que ele estará em contato com o modelo, o qual poderá tocar,

aplicar força e ver a forma com que a mini estrutura se comporta

A utilização do software de análise estrutural “ftool” enquanto ferramenta de ensino

proporciona ao aluno uma maior familiarização do mesmo ao seu ambiente de trabalho. Com esta

ferramenta o acadêmico poderá desenvolver a capacidade de análise crítica dos fenômenos, e ao

mesmo tempo resolver problemas reais do cotidiano profissional.

(SEQUEIRA, 2008) defende a ideia que a concepção estrutural é fundamental tanto para o

engenheiro quanto para o arquiteto. Aconcepção estrutural pode ser desenvolvida através da

utilização dos modelos físicos qualitativos.

As primeiras e mais importantes decisões na concepção de um projeto

estrutural, que visa tanto os aspectos estéticos como também os econômicos,

são valores qualitativos e intuitivos. É de extrema importância que o

profissional envolvido neste processo seja ele o arquiteto ou o engenheiro,

tenha a habilidade de visualizar e compreender o comportamento das estruturas

em diferentes circunstâncias. (SIQUEIRA, 2008)

A utilização da maquete estrutural e do software “ftool” enquanto ferramentas no processo

de ensino-aprendizagem sãoferramentas que facilitam o processo de aprendizagem ativa, podendo ser

fundamentados em métodos como o Aprendizagem Baseada em Problemas.

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289

CONCLUSÃO: Conclui-se com este trabalho que o educador deve-se adequar às mudanças nos

processos metodológicos e didáticos, e assim se adequar ao evoluir do conhecimento. O modelo de

ensino tradicional na engenharia é defasado e precisa ser repensado, auxiliando a isso a inserção das

metodologias supracitadas e de outras didáticas voltadas ao ensino na engenharia.

REFERÊNCIAS

BELHOT, R. V. A Didática no Ensino de Engenharia. In: XXXIII CONGRESSO

BRASILEIRO DE ENSINO DE ENGENHARIA, Campina Grande - Pb, 2005, CD-ROM.

ENGEL, H. Sistemas estruturais. 1.ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.

FTOOL. Um Programa Gráfico-Interativo para Ensino de Comportamento de Estruturas.

Disponível em: < http://www.tecgraf.puc-rio.br/ftool/>. Acesso em: 05 maio de 2017.

HOUAISS, Antônio, VILAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de

Janeiro: objetiva, 2001.

MASETO, Marcos Tarciso. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo:

Summus, 1977.

OLIVEIRA, M. S. de. Modelo estrutural qualitativo para pré-avaliação do comportamento do

comportamento de estruturas metálicas. Ouro Preto, 2008.

RIBAS, P.A.V.e VIEIRA, J.E.S. Um espaço para reflexão sobre ensino-aprendizagem. In: XXIIII

CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO DE ENGENHARIA, 1996, Pernambuco. Anais, Recife,

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Contemporânea de Negócios, v. 05, p. 01-29, 2011.

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UNIPAM. 2014.

SÜSSEKIND, J.C. Curso de Análise Estrutural: Estruturas Isostáticas– Vol.1, 6ª ed. Editora Globo,

Porto Alegre, 1981.

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290

MÉTODOS DE REPARO DE PATOLOGIAS NA ESCOLA MAESTRO WILSON DIAS DA

FONSECA NO BAIRRO DA NOVA REPÚBLICA EM SANTARÉM-PA

8Rodrigo Bezerra Gaspar

1

[email protected] 9Alessandra Damasceno da Silva

2

10Roseclea Bezerra Gaspar3

11Isabel Cristina Tavares Martins4

12Alessandro Santos Araújo5

RESUMO – Este artigo teve como meta indicar de maneira coerente métodos de reparo eficientes para as patologias

encontradas na Escola Estadual Maestro Wilson Dias da Fonseca localizada no município de Santarém - PA. A

metodologia utilizada foi criada por Lichtenstein, esta consiste de maneira simplificada em três etapas: A fase de

levantamento de subsídios, consiste com uma vistoria do local, percebendo a natureza e origem das patologias; o

diagnóstico da situação, que visa a compreensão das manifestações, analisando as relações de causa e efeito para a correta

caracterização das patologias encontradas; e a definição de conduta, onde é proposto um tratamento adequado para as

manifestações. A Escola objeto desse estudo, apresentou vários problemas comuns de edificações tais como erosões,

eflorescências e trincas. Grande parte desses problemas manifestou-se graças à presença de umidade. A definição de

conduta para o reparo definitivo foi planejada levando em consideração as causas do problema, e tendo como objetivo o

reparo para reduzir ou cessar as causas detectadas. Chegou-se à conclusão que um programa eficiente de

inspeção/manutenção, assim como o manual do proprietário, assegura a maior durabilidade das edificações prevista na

fase de projeto.

PALAVRAS-CHAVE: MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS; ESCOLA; REPARO.

INTRODUÇÃO: A ausência de um planejamento da obra, o uso inadequado de materiais, falta de

análise do solo onde é localizado a obra, aliado à carência de cuidados na execução, tais como

acompanhamento de um profissional e mão de obra especializada e mesmo adaptações quando do seu

uso, adicionado à escassez de manutenção, vem gerando graves problemas nas estruturas dos prédios

que comprometem a vida e o bem estar de quem está presente nesse ambiente.

Tais manifestações patológicas podem, se caso não cuidadas, evoluir a tal ponto que sua reparação

seja inviável ou impossível, tendo como consequências um alto custo financeiro para a demolição do

prédio e a construção de um novo, além de colocar em risco vidas humanas, caso venha a ocorrer o

colapso da estrutura devido à má condição da edificação.

A escolha do local do tema em questão se dá, pois, o mesmo é o único ambiente de ensino para alunos

do ensino médio do Bairro da Nova República e este devido a sua grande importância para os

estudantes locais deve ser preservado da melhor maneira possível para que os alunos dessa escola

possam desfrutar de um ambiente de estudo com qualidade e segurança.

Sendo assim, a relevância da realização deste trabalho se deu devido à necessidade de se fazer um

levantamento das patologias detectadas, a qual a partir desta foi possível realizar um estudo para

1Engenheiro Civil. 8

2Ma. Ciências Ambientais. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 9 3Esp. Tecnologia de Alimentos. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 10 4Ma. Geofísica. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 11 5Me. Estruturas e Construção Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA . 12

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291

determinar as causas desse problema afim de melhorar a qualidade do edifício que é atualmente o

local de aprendizagem de inúmeros estudantes, com o objetivo de gerar um diagnóstico da situação

do edifício buscando a melhor solução para as patologias encontradas.

MÉTODO: O método que foi utilizado para diagnosticar as patologias encontradas no edifício foco

deste trabalho foi o criado por Liechtenstein. Esta metodologia proposta é compreendida em três

partes distintas explicadas a seguir.

Primeiramente é feito o levantamento de subsídios é a etapa onde as informações essenciais e

suficientes para o entendimento completo das manifestações patológicas são organizadas. Estas

informações são obtidas através de três formas: vistoria do local, levantamento do histórico do

problema e do edifício e o resultado das análises (LICHTENSTEIN, 1985).

Logo após é feito o diagnóstico da situação, segundo LIECHTENSTEIN (1985), é a

compreensão dos fenômenos, buscando identificar as relações de causa e efeito que normalmente

caracterizam uma patologia. Cada subsídio, segundo este autor, obtido na vistoria do local, na

anamnese ou nos exames complementares deve ser interpretado no sentido de compor um quadro de

entendimento de como trabalha o edifício, como reage à ação dos agentes agressivos, porque surgiu

e como se desenvolveu o problema patológico. O autor afirma ainda que o processo de diagnóstico

constitui na contínua redução da incerteza inicial pelo progressivo levantamento de dados.

Por último a definição de conduta, segundo LIECHTENSTEIN (1985), é a etapa que tem como

objetivo prescrever o trabalho a ser executado para resolver o problema, incluindo a definição sobre

os meios (material, mão-de-obra e equipamentos) e a previsão das consequências em termos do

desempenho final.

Desta maneira, pretende-se que o estudo das patologias possa ser desenvolvido até a fase desta

definição adotando este método, com a sugestão de soluções possíveis para as patologias analisadas

através de artigos e trabalhos a respeito das patologias encontradas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os problemas foram detectados por toda a extensão do bloco de

estudos e no seu redor. Algumas manifestações também foram localizadas nos outros blocos da

escola, foram casos como manchas, bolores, trincas entre outras. A seguir vem sendo apresentados

os casos mais pertinentes encontrados com suas respectivas soluções para a correta manutenção das

mesmas.

Caso 1 - Armadura estourando devido a oxidação.

Após anamnese observou-se que a armadura de viga calha na parte superior da estrutura onde

o telhado se apoia apresentava corrosão, onde ela pode ser compreendida por uma diminuição do

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diâmetro da armadura da viga por meio de oxidação. Foi possível perceber que está não possui

vedação adequada, pois há entrada de luz pela união viga-telhado. Este problema se observa em uma

longa parte da viga. ZUCHETTI (2015) sugere um passo a passo para a correta limpeza e reparo das

estruturas de concreto aramado como a que é encontrada na viga na Escola Wilson Fonseca, esta pode

ser observada abaixo:

Remoção do concreto contaminado com utilização de marreta, ponteiro, martelete, etc.;

Exposição da armadura afetada;

Limpeza da armadura atingida, com uso de escovas de aço, jato de areia ou choque térmico com

água. Caso haja perda de mais de 10% da seção da barra, esta deve ser substituída;

Imprimação da armadura através da utilização de epóxis ou argamassa com polímeros;

Execução de ponte de aderência por material acrílico;

Aplicação de camada de reparo por graute, argamassa estrutural modificada com polímeros, fibras

ou aditivo ou argamassa com inibidores de corrosão;

Cura;

Aplicação de tinta protetora.

Caso 2 - Erosão nas passarelas

É possível observar em vários trechos das passarelas na escola e nos corredores do prédio áreas

de erosão, onde a pintura de impermeabilização já foi retirada e o concreto está corroído, sendo que

a erosão pode ser descrita pela retirada da camada de tinta protetora e diminuição da camada de

concreto por abrasão devido a constante passagem de estudantes.

Na recuperação desta patologia, de acordo com LAPA (2008) duas situações podem se

apresentar ou as áreas a recuperar são percentualmente pequenas, da ordem de 20% a 30% da área

total, ou percentualmente consideráveis; no primeiro caso, a recuperação é localizada e artesanal e,

no segundo caso, é geral e mecanizada.

Ainda segundo LAPA (2008) em virtude das pequenas espessuras das camadas desgastadas, a

preparação superficial do concreto deve aumentar um pouco esta espessura, com auxílio de

escarificadores e alargar a área afetada; o material de reposição, deve ser, no mínimo, uma argamassa

de cimento Portland enriquecida por microsílica, acrílico, látex ou epóxi.

Caso 3 - Umidade e eflorescências nas calhas

É visível durante toda a calha do prédio a presença de umidade e eflorescências na parte lateral

e inferior das calhas, este fica ainda mais visível próximo aos tubos de despejo das águas pluviais.

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Segundo SANTOS FILHO (2008), a eflorescência é causada por três agentes: o teor de sais presentes

em materiais ou componentes, a presença de água, e a evaporação que faz com que a solução

resultante se desloque até a superfície.

No caso das eflorescências as manchas devem ser retiradas lavando o local com produtos especiais

recomendados para esse tipo de problema ou com solução ácida (por exemplo, uma solução de 10%

de ácido clorídrico) (AGENCE POUR LA PRÉVENTION DES DÉSORDRES ET

L.AMÉLIORATION DE LA QUALITÉ DE LA QUALITÉ DE LA CONSTRUCTION, 1995, Apud

RESENDE, 2001).

Caso 4 - Piso recalcado no laboratório interdisciplinar

No andar térreo, mais acentuadamente, no laboratório interdisciplinar, o piso está afundando,

gerando assim problema para a colocação de mobília e quebrando a louça e o piso de concreto. No

caso do recalque excessivo do piso faz-se necessário a vistoria para verificar se o recalque ativo ou

passivo através de vistoria periódica, caso está seja passiva, pode-se fazer o recobrimento do piso.

Caso o recalque seja ativo, já que o edifício foi construído sobre o que era um antigo aterro sanitário,

deve-se executar o reforço estrutural da fundação do prédio, através de uma análise precisa do solo

para ter conhecimento de como encontra as camadas de solo abaixo, após confirmação fazer o uso da

fundação mais adequada para reforço da estrutura, alguns exemplos que podem ser citados são as

estacas mega e estaca raiz, além do possível alargamento da base conforme cita LEAL (2001).

CONCLUSÃO: Conforme vistoria do local e levando-se em conta que o Colégio em estudo já possui

mais de dez anos, foram identificadas algumas patologias, que consistem basicamente em: manchas,

eflorescências, trincas e corrosão na armadura e o recalque excessivo do solo. Foi possível notar ainda

que a falta de atenção nos métodos construtivos acabou gerando algumas das patologias encontradas.

REFERÊNCIAS

LAPA, J. S. Patologia, recuperação e reparo das estruturas de Concreto. Tese de especialização.

Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte – MG, 2008.

LEAL, U. Recuperação por baixo. São Paulo. Pini. Disponível em <

http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/57/artigo286211-1.aspx>. Acesso em: Maio de 2017.

LICHTENSTEIN, N. B. Patologia das Construções: procedimento para formulação do

diagnóstico de falhas e definição de conduta adequada à recuperação de edificações: São Paulo:

Escola Politécnica da USP, 1985.

RESENDE, M. M. Apostila patologia dos revestimentos de argamassa. São Paulo, maio de 2001.

SANTOS FILHO, L. M. Apostila patologia das construções. Curitiba, outubro de 2008.

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294

THOMAZ, E. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo. Pini, Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de

São Paulo, 1989.

ZUCHETTI, P. A. B. Patologias da construção civil: investigação patológica em edifício

corporativo de administração pública no vale do Taquari/RS. UNIVATES. Lajeado, 2015.

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295

NOVAS PRÁTICAS NOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE

LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO SOB A LUZ DA TEORIA DA APRENDIZAGEM

EXPANSIVA

13Carlos Alberto Pedroso Araújo1

RESUMO: As disciplinas de linguagem de programação são consideradas por muitos estudiosos as principais

causadoras de um alto índice de evasão e reprovação nos cursos de computação. Este trabalho propõe o envolvimento de

discentes e docentes num trabalho colaborativo baseado na Teoria da Atividade de Engeström, em busca de práticas

pedagógicas que se ponham como alternativas às práticas correntes. O trabalho colaborativo em questão pressupõe o

emprego do ciclo de aprendizagem expansiva no desenvolvimento da atividade de ensino e aprendizagem na sala de aula.

Tal ciclo considera as contradições que surgem no esquema da atividade como fontes de desenvolvimento, de

aprendizagem mesmo. O ciclo inicia com o questionamento da prática corrente, sua análise histórica, passando pelo

desenho de uma nova solução, testes de validação, até chegar à implantação e consolidação no novo processo. A partir

disso é possível a reconceitualização do objeto/motivo da aprendizagem e a proposição de novos artefatos mediadores,

entre outros.

PALAVRAS-CHAVES: TEORIA DA ATIVIDADE. APRENDIZAGEM EXPANSIVA. EDUCAÇÃO EM

INFORMÁTICA.

INTRODUÇÃO: Os processos de ensino e aprendizagem de conceitos de linguagens de

programação a aprendizes iniciantes são marcados por inúmeras dificuldades, bastante estudadas no

mundo inteiro. Uma das maiores dificuldades dos alunos iniciantes é a compreensão de como elaborar

um modelo para resolver determinada tarefa. Somados a isso tem-se a relação da computação com a

matemática, a estruturação e criação de algoritmos, encontrar erros nos seus códigos e os conceitos

de programação mesmo, tais como recursão, ponteiros, tipos abstratos de dados, entre outros.

Nesse contexto, se buscou envolver os próprios sujeitos no processo de reconceitualizar a

atividade de ensino e aprendizagem de linguagem de programação, utilizando para isso os princípios

da Teoria da Atividade proposta por Engeström (1987), mais especificamente a aprendizagem

expansiva.

Procurou-se assim investigar, produzir, dimensionar e experimentar artefatos

mediadores/objetos/motivos de atividades didático-pedagógicas a partir do emprego do ciclo de

aprendizagem expansiva. Mais especificamente, tais artefatos/objetos/motivos deveriam promover a

capacidade de trabalhar em grupos, de pensar em soluções alternativas para um mesmo problema,

além de contribuir para o desenvolvimento da curiosidade, da habilidade investigativa, dentre outras

habilidades e competências.

A Teoria da Atividade (TA) originou-se a partir do trabalho de, principalmente, dois

psicólogos russos, Vigotski (2007) e Leontyev (2009). Foi originalmente concebida como um modelo

da psicologia humana, no entanto passou por adaptações a fim de permitir análises de situações mais

complexas que envolvem processos pessoais e organizacionais (LEONTYEV, 2009). A TA, que

1Mestre em educação, professor do Centro Universitário Luterano de Santarém 13

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expandiu o modelo mediado de Vygotsky, propôs uma metodologia para novos aprendizados no local

de trabalho (ENGESTRÖM, 1987). Entretanto, nesta investigação, buscamos adequar essa teoria às

atividades em processos de ensino e aprendizagem de linguagem de programação. Assim, a partir de

um contexto de atividade pedagógica, os elementos da TA de Engeström assumem outro significado:

sujeito são o professor e alunos; artefatos mediadores são os instrumentos eventualmente usados na

atividade; objeto é o problema de linguagem de programação que será estudado pelo professor e

alunos; regras são as normas e convenções da sala de aula; comunidade é formada pelo professor e

alunos/ambiente acadêmico e; divisão de trabalho consiste da negociação de tarefas e

responsabilidades na sala de aula.

Um dos cinco princípios da TA, segundo Engeström (2001), é a possibilidade de

transformações expansivas em sistemas de atividade. Os sistemas de atividade se movem através de

ciclos relativamente longos de transformações qualitativas. À medida que as contradições de um

sistema de atividade são agravadas, alguns indivíduos participantes começam a questionar e a se

desviar das normas estabelecidas. Em alguns casos, isto se transforma em uma visão colaborativa e

um esforço coletivo deliberado de mudança. Uma transformação expansiva é realizada quando o

objeto e o motivo da atividade são reconceitualizados para abarcar um horizonte radicalmente maior

de possibilidades do que no modo anterior da atividade.

Esta versão contemporânea da TA é a base do que Engeström (1987) chamou aprendizagem

expansiva. Ele empregou a noção de sistema de atividade como unidade básica de análise para

desenvolver a aprendizagem expansiva, que agrega uma metodologia para estudar novos

aprendizados no local de trabalho. A expansão é resultado de um processo de transição de ações

individuais que estão em curso para uma nova atividade coletiva. Uma transição de ação para

atividade é considerada expansiva quando envolve a transformação objetiva das ações mesmas e

quando os sujeitos tornam-se conscientes das contradições na sua atividade corrente na perspectiva

de uma nova forma de atividade (SANNINO; DANIELS; GUTIERREZ, 2009).

MÉTODO: Segundo Daniels (2011), a essência da pesquisa desenvolvimental “é que os indivíduos

são colocados numa situação em que o problema é identificado e eles também são munidos de

ferramentas para solucionar o problema, ou de meios pelos quais possam construir ferramentas para

solucionar o problema”.

Tal como já declarado acima, esta pesquisa baseia-se no ciclo de aprendizagem expansiva, a

qual consiste das seguintes etapas, adaptadas de Daniels (2011) aos processos de ensino e

aprendizagem:

a) questionar as práticas de ensino e aprendizagem correntes;

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b) analisar as origens históricas de práticas existentes e levar essas análises a dar suporte na

análise de dinâmicas correntes em e por meio dos processos de ensino e aprendizagem;

c) produzir um novo modelo de ensino e aprendizagem;

d) examinar o novo modelo para compreender suas dinâmicas, forças e armadilhas;

e) implantar o novo modelo e monitorar os processos e seus efeitos nas disposições e ações

dos alunos;

f) valer-se desses dados para refletir sobre os processos e resultados.

Este ciclo foi utilizado com 17 alunos do período 2017-1 das disciplinas Algoritmos e

Programação I e II do curso de Sistemas de Informação do Centro Universitário Luterano de

Santarém. Sendo que as fases a), b), c) e d) foram desenvolvidas com um grupo, menor de três alunos.

Após essas quatro fases iniciais, chegou a um modelo que propôs utilizar o Arduino14 como elemento

mediador, o qual foi o objeto de estudo de oficinas extraclasse com 5 alunos de Algoritmos e

Programação I, coordenadas pelo pesquisador, e atividades de sala de aula com os 12 alunos de

Algoritmos e Programação II, coordenadas pela professora da disciplina.

Durante as atividades, os alunos, organizados em pequenos grupos de dois ou três, foram

estimulados a escreverem programas que levassem ao funcionamento de protótipos construídos com

o Arduino. Tais programas exercitavam as estruturas básicas da linguagem de programação, que iam

evoluindo em grau de dificuldade. Em seguida, a fim de poder refletir sobre o modelo proposto, os

alunos participantes responderam a um questionário no qual pudessem expor suas percepções sobre

o modelo. As respostas dos acadêmicos são objeto de análise qualitativa na seção seguinte.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se nas respostas ao questionário, que os alunos

consideraram que o aprendizado utilizando esse objeto mediador é mais significativo, tornando as

aulas mais dinâmicas e divertidas e interativas.

A maioria dos respondentes também declarou que o uso do Arduino pode despertar um interesse

maior no aluno.

Entretanto, o que chamou mais atenção foi, o que era uma categoria de análise esperada, que os

alunos consideraram mais gratificante ver o resultado de seu código de programação na prática. Eles

acharam mais interessante pensar o código de modo mais prático.

Sobre isso, algumas respostas são ilustrativas:

“[...] é uma ferramenta que dá ao aluno mais uma forma de pensar no código de uma forma

mais prática.”

14 Arduino é uma plataforma eletrônica de código aberto baseada em software e hardware fácies de usar, onde qualquer

pessoa pode construir projetos interativos que são programáveis.

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“O método foi produtivo, pois com essa nova proposta podemos aplicar praticamente os nossos

algoritmos e não só imaginar.”

“As oficinas de Arduino são mais que essenciais, pois nos mostram os resultados da

programação na prática.”

Nota-se aqui na fala dos acadêmicos que ela vai ao encontro do que é apresentado em

Engeström (2002) no que diz respeito ao que ele chama de encapsulação da aprendizagem escolar,

onde ele considera que o modelo tradicional de ensino/aprendizagem está desconectado do

conhecimento historicamente construído fora do ambiente escolar. Resnick (1987) vai além e

denomina o aprendizado de regras simbólica de jogo da escola, no qual a escolarização não contribui

para o desempenho fora da escola, mas também de que o conhecimento adquirido fora da escola nem

sempre é usado para suportar a aprendizagem escolar.

Engeström (1987) ressignificou a Zona de Desenvolvimento Proximal*15 de Vigotski, ampliando

este conceito para o nível da atividade coletiva. Desse modo não se pode deixar de observar a

avaliação positiva feita por grande parte dos sujeitos participantes da pesquisa.

“Acho que depois do aluno escrever o código e vê-lo funcionando por suas próprias mãos é

muito gratificante.”

“Diferente do método tradicional de aprendizagem, as oficinas de Arduino fazem com que o

aluno tenha mais interesse em prestar mais atenção nas aulas [...]”

CONCLUSÃO: A motivação desta pesquisa, fundamentada na Teoria da Atividade Histórico

Cultural, foi propiciar ferramentas que se ponham como recursos alternativos ao modelo tradicional

de ensino/aprendizagem, geralmente desconectado do conhecimento histórico dos aprendizes.

Entende-se, no entanto, que essas ferramentas não necessariamente devem empregar tecnologias

digitais, mas devem privilegiar o conhecimento que os estudantes adquirem fora da sala de aula e o

trazem para o ambiente escolar.

A análise dos depoimentos dos alunos evidenciou que o uso dos instrumentos mediadores

utilizados propiciou um ganho de conhecimento e, mais que isso, o desenvolvimento das funções

psicológicas superiores. Entendemos que isso decorreu, principalmente, do sentido que os alunos

puderam perceber nas atividades realizadas.

Considera-se, desse modo, que os objetivos foram alcançados e definiu-se assim discutir no

âmbito do Núcleo Docente Estruturante do curso de Sistemas de Informação do Centro Universitário

Luterano de Santarém, a implantação do modelo nas disciplinas iniciais de programação, a saber,

* É a distância entre o nível de desenvolvimento real, definido pelos problemas que pode resolver de modo independente,

e o nível de desenvolvimento potencial, determinado por meio da solução de problemas sob a orientação de um professor

ou em colaboração com seus pares (VIGOTSKI, 2007). 15

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Algoritmos e Programação I e Algoritmos e Programação II, o que se constitui como a última fase do

ciclo de aprendizagem expansiva: a consolidação desta nova prática.

REFERÊNCIAS

DANIELS, H. Vygotsky e a pesquisa. São Paulo: Edições Loyola, 2011.

ENGESTRÖM, Y. Learning by expanding: an activity-theoretical approach to developmental

research. Helsinki: Orienta-Konsultit Oy, 1987.

ENGESTRÖM, Y. Non scolae sed vitae discimus: Como superar a encapsulação da aprendizagem

escolar. In: DANIELS, H. (Ed.). Uma introdução a Vygotsky. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

ENGESTRÖM, Y. Expansive Learning at Work: Toward an activity theoretical reconceptualization.

Journal of Education and Work, v. 14, n. 1, p. 133–156, fev. 2001.

LEONTYEV. Activity and Consciousness. Pacifica, CA: Marxists Internet Archive, 2009.

RESNICK, L. B. The 1987 presidential address: Learning in school and out. Educational researcher,

p. 13–54, 1987.

SANNINO, A.; DANIELS, H.; GUTIERREZ, K. D. (EDS.). Learning and expanding with activity

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VIGOTSKI, L. S. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos

superiores. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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300

PROJETO TISI APRESENTANDO KAHOOT COMO PROPOSTA METODOLÓGICA A

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

16 Kássia Lima de Souza1

[email protected]

Marialina Corrêa Sobrinho2

RESUMO: As estratégias tecnológicas educacionais têm alcançado resultados importantes para os processos de ensino

e aprendizagem que refletem na escola, professores e alunos. Como exemplo pode-se citar o Kahoot, plataforma para

avaliação interativa que funciona como quiz, onde o professor comanda e os alunos assumem o papel de competidores,

transformando a sala de aula em lugar descontraído. Dessa forma, o projeto Trabalho Interdisciplinar de Sistemas de

Informação (TISI) tem como objetivo apresentar o Kahoot à professores da Educação Básica como uma proposta de

método de ensino que pode ser facilmente aplicado em sala de aula com os alunos, independente da disciplina e conteúdo.

Quanto a metodologia de desenvolvimento adotada, a equipe do projeto elaborou um plano de ação que foi dividido em

dois momentos, agendados para acontecerem aos sábados, com duração de 2h cada, a fim de apresentar aos professores

o Kahoot na modalidade quiz. O primeiro momento aconteceu no dia 16 de setembro e contou com a participação de

professores da Escola Estadual Plácido de Castro e do Colégio Ulbra, que realizaram o cadastro com conta de professor

e testaram os Kahoots públicos da plataforma, tanto em computadores quanto em smartphones. Este trabalho encontra-se

em fase de desenvolvimento.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO, PROFESSORES, KAHOOT

INTRODUÇÃO: A escola é um ambiente educacional onde o conhecimento pode ser construído

através de metodologias de ensino inovadoras que envolvem o uso de recursos tecnológicos e

transformam a sala de aula, além de contribuírem para melhoria do relacionamento professor-aluno.

Entretanto, em oposição a esse modelo, existem as escolas que adotam métodos tradicionais de

ensino, onde professores se preocupam apenas em transmitir o conteúdo. Quanto a isto, Dewey (1979)

ressalta que “o esquema tradicional é, em essência, esquema de imposição de cima para baixo e de

fora para dentro. Impõe padrões, matérias de estudo e métodos de adulto sobre os que estão ainda

crescendo lentamente para a maturidade”, e transforma o ensino em algo estático, ligando o

significado de aprendizagem apenas ao que está nas páginas dos livros e na cabeça dos mais velhos.

Nesse sentido Freire (1981) também destaca que:

Em tal prática, os educadores são os possuidores do conhecimento, enquanto os educandos

são como se fossem “vasilhas vazias” que devem ser enchidas pelos depósitos dos

educadores. Desta forma, os educandos não têm porque perguntar, questionar, desde que sua

atitude não pode ser outra senão a de receber, passivamente, o conhecimento que os

educadores neles depositam (p.72)

No entanto, para Freire (1981), a educação deve ser libertadora, de forma que abra portas para

mudanças no modelo pedagógico adotado pelas escolas e nas metodologias educacionais escolhidas

pelos professores, despertando no educando a curiosidade, a criatividade, e a capacidade de realizar

um estudo dos objetos de forma consciente e contextualizada com a sua realidade.

1Aluna do 7º Semestre do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA, bolsista do TISI 2017.

16 2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA, coordenadora e orientadora do projeto.

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301

Desse modo, muito da teoria construcionista de Papert se assemelha com o que era defendido

por Paulo Freire, como o incentivo ao desenvolvimento daquilo que era de interesse dos alunos. A

convergência entre a ideia destes dois grandes influenciadores na área da educação, estimulam a

pesquisa e abrem portas para o investimento em estratégias que proporcionam a melhoria do

aprendizado (BLIKSTEIN, 2016).

Quanto a estas estratégias, as tecnológicas educacionais têm alcançado resultados importantes

para os processos de ensino e aprendizagem que refletem na escola, professores e alunos. Como

exemplo pode-se citar o Kahoot, plataforma para avaliação interativa que funciona como um quiz,

onde o professor comanda e os alunos assumem o papel de competidores, transformando a sala de

aula em um game show (WANG, 2015).

Dessa forma, o objetivo do trabalho é apresentar o Kahoot à professores da Educação Básica

como uma proposta de método de ensino que pode ser facilmente aplicado em sala de aula com os

alunos, independente da disciplina e conteúdo. Além disso, o uso da plataforma reforça a prática de

um modelo pedagógico que valoriza e agrega significado às atividades realizadas com o auxílio de

tecnologias educacionais.

Este resumo expandido está organizado em seções, onde após esta introdução encontra-se a

descrição da metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho. A seção seguinte aborda os

resultados e a última apresenta a conclusão.

MÉTODO: Este trabalho é resultado do projeto de extensão Trabalho Interdisciplinar de Sistemas

de Informação (TISI) do CEULS/ULBRA, coordenado pela professora Marialina Corrêa Sobrinho, e

desenvolvido desde o ano de 2008 com o intuito de contribuir de maneira multi, inter e

transdisciplinar para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem.

Assim sendo, o projeto envolve a participação de alunos do Curso de Sistemas de Informação,

do primeiro ao quinto semestre, e se estende à comunidade no entorno da instituição, levando os

conhecimentos científicos abordados no curso à professores e alunos de uma escola de educação

básica. Cabe ressaltar que, neste ano, os participantes são da Escola Estadual Plácido de Castro.

Quanto a sua principal abordagem, o TISI busca desenvolver nos participantes a capacidade de

elaboração de projetos com qualidade técnica e científica, de forma que os alunos de Sistemas de

Informação fiquem aptos a elaborar, entre outras produções acadêmicas, o seu Trabalho de Conclusão

de Curso com mais facilidade. E os professores e alunos da escola possam aplicar os resultados do

projeto apresentando soluções para os problemas da comunidade em que estão inseridos.

No entanto, é importante destacar que a metodologia de aplicação e desenvolvimento do projeto

também adapta-se às necessidades dos participantes. Além da abordagem de projetos, encontra-se em

desenvolvimento uma abordagem de formar para um melhor ensinar, envolvendo tecnologias

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302

educacionais, que tem como público-alvo os professores da Educação Básica. Essa visão é

corroborada por Perrenoud (2000) quando ressalta que “preparar para as novas tecnologias é, para

uma proporção crescente de alunos, atingir mais plenamente os mais ambiciosos objetivos da escola”.

Dessa forma, a equipe do projeto (coordenadora e bolsista) elaborou um plano de ação que foi

dividido em dois momentos, agendados para acontecerem aos sábados, com duração de 2h cada, a

fim de apresentar aos professores a plataforma de avaliação interativa Kahoot, que permite a criação

de jogos em quatro modalidades: quiz, jumble, discussion e survey (GET KAHOOT, 2017). Destas,

a modalidade escolhida para ser apresentada foi a de quiz. Quanto aos recursos necessários para

utilização do Kahoot em sala de aula, estes se resumem em um projetor multimídia, computadores,

smartphones ou tablets, e internet.

De acordo com a proposta, no primeiro momento os participantes devem acessar o site da

plataforma e realizar cadastro para ter acesso ao ambiente de desenvolvimento. Em seguida testar os

Kahoots disponíveis na plataforma, tanto no computador quanto em um dispositivo móvel (através

do aplicativo do Kahoot, disponível na PlayStore) para verificar como ele se comporta nos diferentes

dispositivos, e ainda, entender a perspectiva do aluno sobre a atividade.

No segundo momento, os participantes devem iniciar a construção do próprio quiz para entender

como funciona o ambiente que diz respeito ao professor, seguindo as instruções prévias dadas pela

equipe. Finalizado o processo de construção, é importante que os Kahoots sejam compartilhados entre

os demais participantes e testados, para promover a socialização dos resultados produzidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O primeiro momento ocorreu no dia 16 de setembro, data que

também correspondeu ao Dia da Responsabilidade Social conforme calendário do CEULS/ULBRA.

Dessa forma, participaram da ação três professoras da Escola Estadual Plácido de Castro, no horário

de 08h às 10h, e 10 professores do Colégio Ulbra, de 10h às 12h (Figuras 1 e 2).

Figuras 1 e 2 – Coordenadora do TISI com professoras da Escola Estadual Plácido de Castro e com

professores do Colégio Ulbra.

Fonte: Arquivo pessoal

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Com cada grupo de professores foi possível seguir o que estava planejado para o primeiro

momento. Inicialmente eles acessaram o site da plataforma www.getkahoot.com e realizaram o

cadastro escolhendo o tipo de conta de professor, para ter acesso ao ambiente de desenvolvimento do

quiz (Figuras 3 e 4).

Figuras 3 e 4 – Página inicial do site e escolha do tipo de conta.

Fonte: https://kahoot.com

Em seguida, na área Find Kahoots (Encontrar Kahoots) procuraram por Kahoots digitando

um conteúdo ou disciplina de interesse de cada um. Feita a escolha do material, as condutoras da ação

elegeram um quiz para ser testado com todos os professores. Desse modo, eles precisaram acessar o

ambiente do aluno por meio do endereço www.kahoot.it, onde é inserido apenas o PIN que identifica

o quiz (gerado automaticamente e informado pelo ambiente do professor) e um nickname

(apelido/nome) ou team name (nome do time), dependendo da forma de participação.

Como a participação deles aconteceu de forma individual, cada professor acessando por um

computador, foi necessário inserir apenas o PIN e um nome para identificá-los. Da mesma forma se

sucedeu o teste usando como dispositivos os smartphones dos professores, entretanto, para que isso

acontecesse, foi necessário realizar o download do aplicativo Kahoot! na PlayStore que, vale ressaltar,

dá acesso apenas ao ambiente do aluno.

CONCLUSÃO: O trabalho encontra-se em fase de desenvolvimento, visto que apenas o primeiro

momento do planejamento foi realizado. Entretanto, acredita-se que os primeiros passos foram dados

quanto à promoção de um novo olhar sobre os métodos educacionais que envolvem a tecnologia.

Nesse sentido, espera-se dar continuidade a este trabalho realizando o segundo momento com

os professores da Escola Estadual Plácido de Castro no dia 21 de outubro. As ações a serem

desenvolvidas neste dia devem seguir o que consta no planejamento da equipe, como início da

produção dos Kahoots individuais, teste e compartilhamento.

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REFERÊNCIAS

BLIKSTEIN, P. Viagens em Troia com Freire: a tecnologia como um agente de emancipação. Educ.

Pesqui. Vol. 42. n.3. São Paulo jul/set. 2016. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/ep/v42n3/1517-9702-ep-42-3-0837.pdf>. Acesso em: 08 out. 2017.

DEWEY, J. Experiência e educação. 3.ed. - vol.131. – São Paulo: Companhia Editora Nacional.

1979. Disponível em:

<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1062221/mod_resource/content/1/experiencia-e-

educacao-dewey.pdf>. Acesso em: 08 out. 2017.

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 5ª ed., Rio de Janeiro, Paz e

Terra. 1981. Disponível em:

<http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/paulofreire/paulo_freire_acao_cultural_para_a_liberda

de.pdf>. Acesso em: 08 out. 2017.

GET KAHOOT. Disponível em: <https://getkahoot.com/>. Acesso em: 09 out. 2017

PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. trad. Patrícia Chittoni Ramos. – Porto

Alegre: Artmed, 2000. Disponível em: <http://abenfisio.com.br/wp-content/uploads/2016/06/10-

novas-competencias-para-ensinar.pdf>. Acesso em: 09 out. 2017.

WANG, A. I. The wear out effect of a game-based student response system. Computers &

Education, 82:217–227. 2015. Disponível em:

<https://pdfs.semanticscholar.org/3d4e/e249d965acf7c294031d6ed25af69f396bfa.pdf>. Acesso em:

08 out. 2017.

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PROJETO, EXECUÇÃO E IMPLANTAÇÃO DA BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO

EM UMA RESIDÊNCIA NO BAIRRO DO MAICÁ

17Andrews Malone Pontes da Costa1

18Jarlivaldo Barroso da Costa2 19Adson da Silva Machado3

20Nadir Pires Martins4

21Alessandro Santos Araújo5

RESUMO – Os serviços de saneamento básico nas áreas urbanas ainda apresentam grandes falhas, principalmente em

áreas periféricas, necessitam da implantação de um sistema alternativo para disposição dos resíduos líquidos (esgotos)

locais, com a finalidade de evitar a contaminação do solo e da água. Na maioria dos casos, as regiões desfavorecidas são

desprovidas de redes coletoras de esgoto sanitário, obrigando a criação de meios alternativos para deposição dos resíduos

domésticos gerados. Grande parte desses resíduos são lançados de forma inadequada ao meio ambiente,

consequentemente provocando doenças e impactando diretamente com o crescimento do índice da mortalidade infantil.

Esses problemas podem ser minimizados utilizando sistemas simplificados para o tratamento de esgoto sanitário. Sistemas

como este devem ter como característica uma facilidade construtiva e um baixo custo, portanto acessível à população de

baixa renda. Uma proposta adequada para as regiões que não possuem rede coletora de esgoto e que mudaria esse conceito,

seria a aplicação de sistema de implantação da bacia de evapotranspiração, onde o seu dimensionamento tem como análise

prévia o tipo de residência, o número de moradores e aplicabilidade eficaz do sistema

PALAVRAS-CHAVE: ESGOTO SANITÁRIO; BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO; SISTEMA

ALTERNATIVO

INTRODUÇÃO: Conforme a NBR 9648 (1986), esgoto sanitário é o “despejo líquido constituído

de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária”.

O lançamento de esgotos tratados ou não em córregos e rios é uma das principais causas da

degradação de mananciais de água potável. O saneamento básico ainda está longe de ser uma

realidade para a população brasileira. Tanto na área urbana quanto na área rural tem a necessidade de

se implantar sistema de tratamento individual para a disposição de resíduos líquidos (esgoto), com a

finalidade de se evitar a contaminação da água e do solo. Em áreas Peri urbanos e rurais onde a

precariedade obriga a população a encontrar formas errôneas de despejar seus resíduos é notório a

real necessidade de um sistema funcional de tratamento de esgoto. Através deste projeto, será possível

se obter conhecimento técnico a respeito da bacia de evapotranspiração, onde a mesma se caracteriza

por ser um tratamento de aguas negras alternativo onde em fator econômico é viável não somente

pelo custo benefício mais também por ser uma forma sustentável de tratamento de esgoto.

A implantação e execução da BET – BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO é um sistema

fechado de tratamento de água negra, no que tange o tratamento de esgoto para pessoas de baixa

renda. Este sistema não gera nenhum efluente e evita a poluição do solo, das águas superficiais e do

1

17 Acadêmico Engenharia Civil. 2

18 Acadêmico Engenharia Civil 3

19 Engenheiro Civil com Esp. Em Segurança no Trabalho. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 4

420 Engenheiro Civil com Esp. Em Estatística. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 5

21 Me. Estruturas e Construção Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

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lençol freático. Nele os resíduos humanos são transformados em nutrientes para plantas e a água só

sai por evaporação, portanto completamente limpa, uma forma alternativa de tratamento de aguas

negras, visto que através de um processo natural a agua utilizada nas descargas da residência irá

irrigar certa quantidade de vegetação que por sua vez recobrirá a BET. De modo que a viabilidade

alternativa é benéfica tanto para a residência quanto para o meio ambiente. Foi escolhida uma

residência no bairro do Maicá, localizada na cidade de Santarém, levando em consideração a

necessidade da região de obter formas baratas de tratamento de esgoto visto que o meio ambiente

sofre com o despejo de resíduos de forma errada.

MÉTODO: Através de pesquisa bibliográfica e experimental o seguinte trabalho tem como objetivo

dimensionar um sistema de tratamento de aguas negras composto de tanque séptico, 30 pneus,

camadas de brita, camadas de areia, vegetação e viabilizar a implantação da mesma em uma

residência no bairro do maicá, na cidade de Santarém-Pa, adotando técnicas construtivas com

embasamento teórico na norma NBR 13969/97 onde trata de tanques sépticos – unidades de

tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – projeto, construção e operação.

Como primeiro passo, iniciar a execução de implantação do projeto, como primeira fase a escavação

e nivelamento do solo com as dimensões de 1,30 M X 2,00 M X 5,00 M. Como segunda etapa, a

construção do piso em concreto e a construção das paredes de alvenaria com 1,30 M de altura. Deste

modo, iniciar a instalação das ligações das tubulações hidráulicas de aguas negras da residência, com

tubulação em pvc rígido soldável com inclinação de 2% a câmara de pneus. Por fim preencher a BET

com camadas cacos de tijolos de 70 CM de altura, Brita com camada de 10 CM de altura, manta de

bidim, camada de areia com 20 CM de altura e por fim a cobertura vegetal com 30 CM DE ALTURA.

Desse modo recobrindo a mesma com solo e vegetação.

Arquivo – Fonte Pessoal

Escavação do solo nas dimensões 5 m x 2 m x 1,30 m.

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Fonte – Arquivo Pessoal

Solo em concreto, e paredes de alvenaria prontas nas dimensões 5 m x 2 m x 1,30 m.

Fonte – Arquivo Pessoal

Implantação da tubulação hidráulica e câmara de pneus.

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Fonte – Arquivo Pessoal

Preenchimento da bacia com cacos de tijolos e telhas e manta de bidim.

Fonte – Arquivo Pessoal

Preenchimento com areia e terra preta.

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Fonte – Arquivo Pessoal

Projeto implantado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como etapa inicial, a BET – BACIA DE

EVAPOTRANSPIRAÇÃO, tem como função primaria a fermentação, onde as aguas negras são

decompostas pelas bactérias da câmara bioseptica de pneus e nos espaços criados entre as pedras e os

tijolos colocados lado a lado da câmara.

Os patógenos (fezes) são presos no sistema por que não tem como garantir a sua total eliminação

pelo fato da estrutura interna da bacia ser fechada e sem saídas. Como já previsto a bacia de

evapotranspiração deve ser construída com técnicas onde se evite filtrações ou vazamentos. Desse

modo a agua no interior da bacia ficará presa, e irá percorrer toda a estrutura de baixo para cima se

separando dos resíduos sólidos humanos assim irá passar pelas camadas de areia, brita e solo com

destino final as raízes das plantas. Após todo esse processo a agua só sairá do sistema no tratamento

final em forma de vapor e sem contaminantes onde a evapotranspiração é realizada pelas plantas.

Com base nas etapas do processo construtivo, tem-se a discussão sobre a viabilidade financeira

e se o referido projeto atendia as necessidades de famílias de baixa renda em regiões de baixo

desenvolvimento. Visto que o referido projeto é voltado para famílias que não possuem sistema de

tratamento de esgoto. Por acreditar que o custo seja baixo, e ecologicamente correto. Os benefícios

deste sistema atendem a população de baixa renda e possibilita a diminuição de contaminação do solo

e despejo incorreto de resíduos no meio ambiente.

O tanque de evapotranspiração visa diminuir impactos ao meio ambiente e a saúde das pessoas

comparado com o sistema convencional de tratamento de esgoto, visando contribuir para a melhoria

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do saneamento no Brasil, contribuindo para melhor qualidade de vida da população nas áreas Peri

urbanos e rurais, o qual recebe uma atenção menor que os centro urbanos.

Para evitar que esses dejetos humanos poluam o solo e/ou corpos d’agua esses efluentes devem

ter sua destinação final na rede pública de esgoto, mas quando não há na cidade ou no bairro um

sistema coletor é necessário adotar outras medidas como estão contidas nas NBR’s 7229/93 e

13969/97 recomendam várias alternativas, como a implantação de um sistema individual de

tratamento de esgoto para disposição final desses efluentes, sendo o principal destino o solo.

Arquivo – Fonte pessoal

Bacia de evapotranspiração devidamente instalada.

CONCLUSÃO: Com base no processo construtivo, de execução e elaboração da implantação da

bacia de evapotranspiração verificou-se que o projeto atende as necessidades financeira e sustentável,

visto que parte dos materiais utilizados para fomentar a construção do mesmo, é de cunho alternativo,

como pneus velhos que hoje poluem várias partes da cidade, cacos de tijolo e telhas e etc. Sendo

assim um meio alternativo viável para população de baixa renda.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13969: Tanques sépticos -

Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção

e operação. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502: Rocha e Solo –

Terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229: Projeto, construção e

operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro: ABNT, 1993.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9648: Estudo de concepção de

sistemas de esgoto sanitário. Rio de Janeiro: ABNT, 1986.

BARBOSA, A.P.S; DUTRA, A.K.B; SOUZA, E.A. Normas técnicas para trabalhos acadêmicos. 3ª

edição. Canoas/RS. Editora da ULBRA, 2012. 197p.

CAPUTO, H.P., Mecânica dos Solos e suas Aplicações. Vol.2, 6ª ed. Livros Técnicos e Científicos

Editora S.A., Rio de Janeiro, 1973. 498 p.

CAPUTO. H. P. Mecânica dos Solos e suas aplicações. 3 Ed. V 1. Rio de Janeiro: Editora Livros

Técnicos e Científicos. 1988. 242p.

CAVINATTO, V. M. Saneamento básico: fonte de saúde e bem-estar. São Paulo: Ed.Moderna, 1992.

JUNIOR, A.P.M.; NETO, H.F.R. Sistema Individual De Tratamento De Esgoto: Fossa Séptica, Filtro

Anaeróbio e Sumidouro uma Alternativa para o Tratamento Sanitário em Comunidades de Baixa

Renda do Município de Belém. 2011. 97p. Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil –

UNAMA, Belém-PA.

LEAL, F. C. T. Juiz de Fora. 2008. Sistemas de saneamento ambiental. Faculdade de Engenharia da

UFJF. Departamento de Hidráulica e Saneamento. Curso de Especialização emanálise Ambiental. 4

ed. 2008. Notas de Aula.

NETO, J.M.M.; VIEIRA, P.M.C. Cálculo De Tensão Do Solo Para Determinação De Fundação Na

Cidade De Santarém – PA. Trabalho de Conclusão de Curso II – CEULS/ULBRA, Santarém-PA,

2012..

OLIVEIRA J.B., JACOMINE P.K.T., CAMARGO, M.N. Classes Gerais dos Solos do Brasil – Guia

auxiliar para seu reconhecimento. UNESP – São Paulo- SP, 1991.

PARCELAMENTO DE SOLO PARA FINS RESIDENCIAIS. Departamento de Meio Ambiente.

Relatório. Panambi, 2009. Relatório.

PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 Aulas. 3ª edição. São Paulo: Oficina de

Texto, 2006.

VARGAS, M. Introdução à mecânica dos solos. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.

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SIGNIFICAÇÃO DO SOLAR BARÃO DE SANTARÉM PARA ARQUITETURA LOCAL E

PROPOSTA DE TOMBAMENTO

22Adriane Morais Lima1

23Melyssa Luane Noronha Andrade2

[email protected] 24Co-autora: Aline Maia Coimbra3

25Co-autora:Cíntia Giselle Batista Campos4

RESUMO: Em Santarém no início do séc. XIX, começa a ser notada a diferença nas habitações que eram relativamente

simples em sua composição, entretanto como houve investimento nos seringais e consequentemente gerou-se lucro

advindo da matéria prima (borracha)na época isso começou a refletir também na arquitetura local já que o status Quo

aumentou, através disso. Então herdou-se edificações arquitetônicamente muito ricas nesse período.Contudo na

atualidade, a degradação se instaurou na maioria delas, as problemáticas são diversas e vão desde a desvalorização acerca

delas, até a falta de intervenção do poder público. Um exemplo de edificação de destaquedentro do casaril (sítio histórico)

da cidade é o Solar Barão de Santarém, que foi construído para abrigar a família do Coronel Miguel Antônio Pinto

Guimarães, agraciado com o título de Barão de Santarém em 1871, todavia a situação em que se encontra a edificação no

contexto atual, é bastante precária como a maioria do acervo arquitetônico-histórico ,sendo tal fato algo que poderia ser

evitado se houvesse uma preservação dessas edificações que constituem importantes elementos formadores do patrimônio

cultural da cidade.

PALAVRAS CHAVES: PRESERVAÇÃO, SOLAR DO BARÃO DE SANTARÉM, PATRIMÔNIO

HISTÓRICO.

INTRODUÇÃO: O Barão de Santarém, investiu na construção de um Solar para mostrar sua

influência diante a sociedade, esse acontecimento passa a ser um marco político, histórico e social,

uma vez que o proprietário buscou como referência o projeto do Palácio dos Governadores em

Portugal. Não sabe-se precisamente a data do início ou término da construção do Solar, acredita-se

que foi no período entre 1820 a 1860, apesar dessa imprecisão é consideradoo segundo mais antigo

da cidade (a Igreja Nossa Senhora da Conceiçãoé considerada a edificação mais antiga) e também o

primeiro prédio Santareno de três pavimentos.É importante ressaltar que a edificação situa-se à Av.

Sen. Lameira Bittencourt, antiga rua dos Mercadores, onde residiam vários comerciantes e políticos

locais que detinham bastante poder econômico, evidenciando assim que o Barão de Santarém foi

estratégico ao decidir a localidade a qual construiria sua residência.

No Solar do Barão, após o óbito do proprietário, funcionou o primeiro grupo escolar de

Santarém, a Agência Especial de Defesa Econômica, Agência do Banco do Brasil e também como

depósito de arroz e juta. Atualmente preserva-se a característica de ponto comercial no térreo. Quando

o casarão estava servindo de depósito para a empresa de arroz, foi exposto a toneladas excessivas que

1Acadêmica do bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Luterano de Santarém, sexto período. 22 2Acadêmica do bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Luterano de Santarém23 3Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade da Amazônia; Pós Graduada em Gerenciamento e

Planejamento e da Construção Civil pela ULBRA; Pós graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho pela

Universidade Cândido Mendes. 24 4Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Nilton Lins; pós graduada em Iluminação e Design de

Interiores pelo IPOG. 25

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313

causaram prejuízos na estrutura e conforme o passar do tempo nota-se mudanças gradativas. Exemplo

disso é a desproporcionalidade ocupacional e estética do térreo comparada ao restante do conjunto

arquitetônicos. Os azulejos portugueses no interior do térreo foram substituídos por pintura a óleo,

com isso o valor histórico ficou destituído.

Até o presente momento o Solar não passou pelo processo de tombamento. É importante

salientar que a construção conserva seus traços arquitetônicos bem definidos, manifestando-se como

um referencial para a cidade. Construído em três pavimentos, sendo seu estilo predominantemente

Colonial Português.

O objetivo desse estudo é trazer reflexões acerca de como os casaris Santarenos estão sendo

cada vez mais descaracterizados, já que a maioria da população local desconhece os processos legais

que asseguram a preservação do patrimônio e não existe de fato uma valorização ou sequer um

sentimento de posse capaz de conservar o que tem restado de arquitetura colonial bem definida na

cidade. Até existem recursos disponíveis para investimentos nesses processos mas como não há uma

manifestação, a situação tende a agravar-se com o tempo.

MATERIAIS E MÉTODOS: A metodologia empregada propôs-se a analisar os dados de forma

quantitativa, usando percepções e análises, bem como descrição da complexidade da problemática

abordada. Já os procedimentos utilizados, consistiram na coleta de dados com pesquisas

bibliográficas, análise iconográfica da fachada além da pesquisa in loco. Através disso obtivemos a

noção da dimensão temporal do objeto histórico estudado e sua evolução durante o decorrer do tempo

bem como seus processos construtivos e mediante essas informações ressalta-seo contexto regional

o qual foi construído a edificação e possíveis alterações provenientes de seu uso e por fim gerou-se

um diagnóstico do estado de conservação do objeto cultural.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo o “Guia de visitação: A Arquitetura histórica de

Santarém” o Solar Barão de Santarém encaixa-se no estilo de arquitetura Colonial com influência do

estilo eclético com domínio de linhas neoclássicas. Em uma análise arquitetônica da edificação logo

notamos a presença de um frontão triangular que abriga o brasão emblema do Barão de Santarém,

assim com a platibanda ao fim do segundo andar, escondendo o beiral. Como de caráter no estilo,

ocupação total do lote, assim como sacadas com peitoril em ferro, piso do andar térreo em tijoleira e

simetria na fachada. Sua estrutura foi pouco modificada ao longo dos anos mais ainda conserva o

número original de aberturas, escadaria, tipos pisos originais, e outros detalhes arquitetônicos da

época. Sua fachada encontra-se em sua composição original, desconsiderando o passar dos anos e a

falta de manutenção e a poluição visual causada pelas placas das lojas que ocupam o térreo do edifício.

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314

Seu estado de conservação atualmente é precário, logo na fachada percebe-se que a edificação não é

cuidada como deveria. O reboco, na parte inferior da fachada, está por sacar assim como infiltrações.

Além da falta de reparos e assistência na parte interna do Solar.

Paredes externas (Técnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos) Quanto às

paredes externas e internas, a técnica construtiva da época é taipa de pilão. Sua estrutura é de barro e

madeira. Quanto aos acabamentos das paredes externas, seu revestimento original é em tinta de cor

amarelo e terracota e os portais das janelas e das portas, são pintados de verde, atualmente as cores

utilizadas são alaranjado brasa e verde escuro. Como já citado anteriormente, a composição da

fachada do Solar é presente de: frontão triangular (sótão), platibanda, sacadas com grades de ferro,

sete janelas no térreo, sete no segundo pavimento e três no último. O estado de conservação das

paredes é precário, observa-se no rodapé a deterioração do reboco e com isso a exposição da estrutura,

assim como mofo e infiltração na parte superior da edificação. Seus traços originais foram

preservados.

Cobertura (Técnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos) Quanto à

cobertura sua estrutura é de madeira e as telhas são de barro tipo capa e canal. O telhado encontra-se

em estado precário e já sofreu diversas intervenções. Devido ao descuido gerou-se então, algumas

infiltrações e goteiras no prédio, que contribuíram para a deterioração do mesmo. A cobertura é de

duas águas, a edificação conta com a presença de um sótão, seu beiral é escondido por uma platibanda

no segundo pavimento e o frontão triangular no último, o método de escoamento das águas

“atualmente” é feito por calhas de PVC, que estão expostas pela fachada.

Aberturas e elementos integrados (Técnicas construtivas, Estruturas, Materiais e

Acabamentos) Quanto às aberturas, o Solar possui em sua fachada um total de dezessete aberturas,

são elas: sete no térreo, sete no segundo pavimento e três no terceiro pavimento “sótão”. O Solar

possui no total de 17 aberturas externas e 54 portas internas. Os caixilhos das portas e janelas

encontram-se em bom estado, assim como as folhas de madeira que compõe as mesmas (não se sabe

ao certo se foram substituídos ao longo dos anos), observa-se a falta de alguns vidros que fazem a

vedação dos portais das portas. De modo geral as aberturas e elementos integrados encontram-se em

bom estado de conservação.

-Análise iconográfica da Fachada do Solar do Barão:

Postal de 1974 de Santarém - Fonte: Livro Meu Baú Mocorongo vol.5

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Solar do barão julho de 1889. O Solar do Barão de Santarém

Fonte: Museu de Arte SacraFonte: Meu Baú Mocorongo vol. 3

A partir das informações obtidas neste presente estudo de caso, o Solar do Barão de Santarém

se encontra em processo de deterioração diante da falta de reparos tanto dos proprietários e do poder

municipal, e cabe ao mesmo entrar com processo de tombamento material. O tombamento é definido

como um ato de reconhecimento do valor histórico de um bem, transformando-o em patrimônio

oficial público e instituindo um regime jurídico especial de propriedade, levando em conta sua função

social e preservando a cédula de identidade de uma comunidade, e assim, garantir o respeito à

memória do local e a manutenção da qualidade de vida. Apesar de Santarém ser rica em edificações

históricas, não existe na lista do Iphan nenhum registro de entrada no processo de tombamento.

CONCLUSÃO:Segundo o site G1 notícias em novembro de 2014, a Câmara de Vereadores aprovou

o Projeto de Lei, de autoria do vereador Marcílio Cunha, que trata sobre o patrimônio histórico de

Santarém e que prevê a catalogação dos prédios antigos da cidade bem como a criação de um livro

de tombamento. Dentro do projeto de lei, também existe a criação do fundo municipal do patrimônio

cultural para facilitar a vinda de recursos federais (PAC) e estaduais para a preservação dos prédios

históricos. Projetos como esse são uma porta de entrada para os patrimônios históricos serem

reconhecidos, vale lembrar que a preservação desses bens poderá impulsionar o turismo no município

trazendo benefícios e renda para a população.

O reconhecimento e atribuição de valor é assegurado por meio do tombamento: instrumento

que atribui valor cultural a um bem material e determina sua proteção e preservação pelo Estado sem

alterar seu título de propriedade. Seria de extrema importância um tombamento no município, dando

um grande passo também para outros casarões serem preservados e valorizados nas áreas de entorno,

se um bem for tombado consequentemente os que estão próximos se beneficiam dessa salvaguarda.

A comunidade tem papel importante nesse processo, mas ainda é bastante desconhecedora quanto a

importância desses patrimônios históricos para as futuras gerações.

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316

REFERÊNCIAS

AMORIM, Antônia Terezinha dos Santos- Santarém: Uma Síntese Histórica- Editora: ULBRA,

1999. Primeira edição, Santarém- Pa

Faculdades integradas do Tapajós. Guia de visitação a arquitetura histórica de Santarém: [Projeto

Produção de Réplicas e Catalogação dos Prédios históricos de Santarém - II Etapa] / FIT:

[Coordenação de Antônia Teresinha dos Santos Amorim]. – Santarém: Gráfica Global, 2010.

FONSECA, Wilde Dias da - Santarém: Momentos Históricos, Gráfica e Editora Tiagão, quarta

edição, 1996, Santarém- Pa

Estefany Miléo de Couto. Casarõeshistóricos de Santarém- Um estudosobreossobrados e

prédioshistóricos e sua significaçãodentro da área central da cidade de Santarém. UFPA, 2013.

(Dissertação de Mestrado)

FONSECA, Wilde Dias da. O município de Santarém – Suas histórias e seus encantos. Santarém

Pa, 2002.

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317

VERIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS NA PAVIMENTAÇÃO DA AVENIDA MENDONÇA

FURTADO NO BAIRRO APARECIDA, SANTARÉM-PA

Arthur Almeida Silva¹

Wesley Aguiar Pinto2

[email protected]

Verônica Solimar Dos Santos3

Isabel Cristina Tavares Martins4

Roseclea Bezerra Gaspar5

Alessandro Santos Araújo6

RESUMO: O trabalho a seguir tem como objetivo geral a análise, seguindo as normas do DNIT, das patologias

referentes à pavimentação da Avenida Mendonça Furtado, do Bairro Aparecida, no município de Santarém – PA. O

objetivo específico é de servir como base para futuras ações de correção quanto 26 aos problemas analisados no presente

artigo. A justificativa é pautada no grande fluxo dessa via estudada, onde as patologias interferem na fluidez do trânsito.

A metodologia consiste em uma análise in loco dessa avenida do bairro Aparecida.

PALAVRAS-CHAVES: ANÁLISE. PATOLOGIAS. PAVIMENTAÇÃO.

INTRODUÇÃO: A pavimentação de uma via tem sua estrutura edificada acima de um terreno de

fundação, a qual deve resistir à ação do tempo e das cargas atuantes. O asfalto apresenta a seguinte

composição: camada de revestimento, camada de base e de sub-base. A primeira camada tem a

finalidade de impedir a infiltração das águas superficiais, podendo ser de asfalto ou concreto. A

segunda tem como objetivo diminuir a tensão das camadas abaixo, além de combater as deformações

e tensões que agem sobre a camada, e permite que a água infiltrada seja drenada. A camada de sub-

base tem o objetivo de diminuir Afundamentos em Trilha de Rodas (A.R.T) e a espessura da Base, e

também proteger o Subleito. Com base nestas necessidades o DNIT especificou as normas para

avaliação de qualidade do pavimento que são DNIT 005, DNIT 006, DNIT 007, DNIT 008 e DNIT

009 sendo que utilizaremos para avaliação desta pesquisa o DNIT 005 e DNIT 006.

Figura 1: Camadas de Composição do Asfalto

https://patologiaifap.wordpress.com

Devido à ação do tempo e das cargas que atuam sobre o asfalto, surgem as patologias, que

apresentam duas formas gerais: patologias estruturais e funcionais. As Estruturais são as que

1 Graduação, Acadêmico do Ceuls Ulbra, Curso de Engenharia Civil. 26

² Graduação, Acadêmico do Ceuls Ulbra, Curso de Engenharia Civil.

³ Professora, Ceuls Ulbra. 4Ma. Geofísica. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 5Esp. Tecnologia de Alimentos. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 6Me. Estruturas e Construção Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.

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318

interferem no pavimento quanto ao suporte das cargas atuantes sobre o mesmo. Já as funcionais,

ocorrem quando a segurança e as condições de tráfego são afetadas.

MÉTODO

1.1 MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS DE DEFEITOS CAMPO

Os estudos por meio da caminhada são usados para levantamentos que utilizam dados mais

precisos sobre a condição do trecho avaliado. Em quanto levantamentos que necessitam avaliações

de grandes trechos de uma rede são realizados com a ajuda de veículos.

1.1.1 Análise de combinados de defeitos

Para análise ser realizada com perfeição e necessário converter os dados dessas avaliações em

um valor, para um índice combinado de defeitos, que tenha como utilizar como método de avaliação

na tomada de decisão nas atividades de manutenção e reabilitação.

O (IGG) Índice de Gravidade Global e o utilizado no Brasil, que e um índice de defeitos

associados, definido por um número que possibilita a avaliação da situação de degradação de somente

uma seção. A norma do DNIT 006/2003 PRO, estabelece as condições necessárias da superfície de

pavimentos flexíveis e semirrígidos e estabelecer a forma de calcular o IGG, utilizando os defeitos

encontrados em campo.

O IGG e calculado com fatores de ponderação aplicáveis a cada evento (frequência relativa

estações com ocorrência de cada tipo de defeito),pesos caracteriza o danos causados no pavimento.

As Equações para seu cálculo são apresentadas a seguir (DNIT,2006):

∫ 𝑟 =𝑓𝑎𝑥 100

𝑛

𝐼𝐺𝐼 = 𝑓𝑟𝑋𝑓𝑝

𝐼𝐺𝐺 = ∑ 𝐼𝐺𝐼

Em que:

𝑛𝑗: numero de estações inventariadas

𝑓𝑝; fator de ponderação de defeito

IGI: Índice de Gravidade Individual (correspondente a cada evento

considerado isoladamente);

𝑓𝑎: frequência absoluta ( numero de vezes que a ocorrência e verificada)

𝑓𝑟: frequência relativa( numero de vezes e que a ocorrência e verificada em

relação ao total de estações.

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1.2 INVENTÁRIO DAS OCORRÊNCIAS

Para cada demarcação deve ser anotado a presença de ocorrência no pavimento, de acordo com

a norma DNIT 005/2003-TER com as particularidades:

A norma especifica que todas as trincas Isoladas serão tipo I

Os remendos serão a notados como remendos –R

Deve ser anotado, ainda, o tipo de seção de terraplenagem ocorrência na estação de avaliação

(A=Aterro, C=Corte, SMA= Secção mista, lado de aterro, SMC=Corte em rocha, PP=Ponto de

passagem).

1.3 CÁLCULOS

1.3.1 Frequência absolutas e relativas

Nas ocorrências a seguir de abordo com a descrição da Norma DNIT 005/2003-TER devem ser

calculadas as frequências absolutas e relativas das ocorrências: Tipo l - Trincas Isoladas (FI, TTC,

TTL, TLC, TLL e TRR) ; Tipo 2 - FC-2 (J e TB); Tipo 3 - FC-3 (JE e TBE); Tipo 4 - ALP e ATP;

Tipo 5 - O e P; Tipo 6 – EX; Tipo 7 – D eTipo 8 – R.

A frequência absoluta (fa) corresponde ao número de vezes em que a ocorrência foi verificada. A

frequência relativa (fr) é obtida através da fórmula:

∫ 𝑟 =𝑓𝑎𝑥 100

𝑛

fr - frequência relativa;fa- frequência absoluta;n - número de estações inventariadas

As categorias de classificação da qualidade do pavimento vão de PÉSSIMO a ÓTIMO,

passando por subclassificações, dependendo do IGG. A classificação de ÓTIMO tem IGG contido

entre 0 e 20; BOM tem IGG entre 20 e 40; REGULAR tem IGG entre 40 e 80; RUIM entre 80 e 160

e PÉSSIMO tem IGG maior que 160. O IGG é dado pela soma dos IGI dos trechos analisados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos dados coletados na pesquisa de campo com relação

à Avenida Mendonça Furtado foi elaborada a tabela seguinte, que foi construída com base nas normas

DNIT.

(1.1)

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320

Tabela 1: Composição do IGG

Fonte: DNIT 006/2003

De acordo com os cálculos, foi constatado que a Avenida se apresentou REGULAR segundo

as normas do DNIT, estando com IGG compreendido entre 40 e 80.

O pavimento pesquisado é o CBUQ, o mesmo apresentou desgaste regular devido sua

capacidade elevada de resistência ao tráfego de veículos, o que possibilitou a ocorrência de menor

quantidade de patologias com o avanço de sua idade.

CONCLUSÃO: De acordo com o que foi constatado, é possível depreender que a Avenida

Mendonça Furtado, no trecho contido no Bairro Aparecida, apresenta poucas falhas a serem

corrigidas. Dessa forma, o poder público precisará de poucos gastos para solucionar os problemas

ainda existentes nesse perímetro.

REFERÊNCIAS

NORMA DNIT 005/2003 TER- Defeitos nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos Terminologia

NORMA DNIT 006/2003 PRO - Avaliação objetiva da superfície de pavimentos flexíveis e

semi-rígidos - Procedimento

NORMA DNIT 007/2003 PRO - Levantamento para avaliação da condição de superfície de

subtrecho homogêneo de rodovias de pavimentos flexíveis e semi-rígidos para gerência de

pavimentos e estudos e projetos Procedimento

RODOVIA:Residencial Salvaçao DATA:05/10/2017 Folha:1

Estaca ou Quilomentro Estaca ou Quilomentro

Frenquencia

Frenquencia absoluta Frenquencia relativa Fator de ponderação Indice de gravidade Observaçoes

absoluta considerada individual

Trincas isoladas FI, TTC, TTL

TLC, TLL, TRR

Média aritmética dos valores

médios das flechas medias

em mm nas TRI e TRE

Média aritmética das

variancias das flecha medidas

em ambas as trilhas

20 77,51 Conceito

Visto

1,34

1

Arthur Almeida Silva

Ruim1 B) IGI = 40 quando F > 30

2 A) IGI = FV quando FV ≤ 50

2 B) IGI = 50 quando FV > 50

Operador

Conceito

N° TOTAL DE ESTAÇÕES Ʃ IND. GRAVID. IND. =IGG

1 A) IGI = F x 4/3 quando F ≤ 30

F =

Fv =10

0

1,34

1

0,2

0

0

0

1,5

18,67

0

0

0

55

0,9

1

0

5

0

0

0,3

0,6

93,33

0

0

0

55

TRI =

TRIv =

18,67

0

0

0

1

0

1

1

14

0

0

0

11

TRECHO:1

PLANILHA DE CALCULO DO INDICE DE GRAVIDADE GLOBAL

REVESTIMENTO TIPO:TSDSUB-TRECHO:

Item Natureza do defeito

1

2

3

4

5

7

8

9

D

R

(FC-2)J, TB

(FC-3) JE, TBE

ALP, ATP, ALC, ATC

O, P, E

6 EX

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NORMA DNIT 008/2003 PRO - Levantamento visual contínuo para avaliação da superfície de

pavimentos flexíveis e semi-rígidos Procedimento

NORMA DNIT 009/2003 PRO - Avaliação subjetiva da superfície de pavimentos flexíveis e

semi-rígidos Procedimento

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323

A ANÁFORA COMO ELEMENTO DIDÁTICO PARA A COMPREENSÃO DE TEXTOS

CIENTÍFICOS NO ENSINO SUPERIOR

27Maria Sheyla Gama Sousa1

28Poliana Felix de Souza2

RESUMO: O presente trabalho de pesquisa resulta do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PROICT),

financiado pelo CEULS ULBRA e visa descrever a contribuição que a consciência anafórica empresta às condições

leitoras de acadêmicos iniciantes na universidade. O público alvo constitui-se de alunos do CEULS, de todos os cursos

ofertados pela Instituição, mais precisamente de alunos matriculados na disciplina Comunicação e Expressão,

componente curricular comum a todos os alunos ingressantes na referida instituição. A metodologia praticada incluiu a

entrevista, a aplicação de testes e análise de resultados a partir de variáveis que mediram, por exemplo, a ocorrência de

tipos de anáfora e o impacto disso na percepção específica de elos coesivos em artigos lidos na disciplina. Os resultados

apontam que o estudo e a prática dos tipos de anáfora no ensino superior contribuem decisivamente para a prática mais

produtiva de textos em âmbito universitário.

PALAVRAS-CHAVE: CONSCIÊNCIA ANAFÓRICA; GÊNERO TEXTUAL; ENSINO SUPERIOR.

INTRODUÇÃO: As estratégias de leitura no ensino superior remetem, dentre outros componentes

didáticos, ao contato do aluno em redes de comunicação científica, notadamente o artigo científico, a

dissertação acadêmica, o ensaio cientifico. A leitura de tais gêneros acadêmicos, demanda, por

conseguinte, uma prática não usual desses gêneros, antes da entrada no ensino superior. Nesse

processo de imersão do aluno em novas condições de reconhecimento textual, a disciplina

Comunicação e Expressão, ofertada, geralmente, nos primeiros semestres dos cursos do Centro

Universitário Luterano de Santarém, CEULS, tem como elemento didático importante os tipos

básicos de anáfora para a promoção da competência leitora. O presente trabalho visou identificar de

que forma a consciência anafórica, entendida como a percepção/domínio de elos coesivos entre

elementos textuais referentes e suas formas de substituição semântica no ato da leitura e da escrita,

influenciam para a apropriada compreensão de textos acadêmicos, notadamente os artigos científicos.

A pesquisa envolveu 114 alunos ingressantes nos cursos ofertados pelos CEULS em 2017 e teve

como método científico o levantamento quantitativo através de testes, bem como a análise qualitativa

dos mesmos, mediante variáveis determinantes para o estudo em questão, seguida de entrevistas com

os alunos envolvidos.

MÉTODO: Por se tratar de um estudo de avaliação didática, o que caracteriza condições de um

estudo quanti-qualificativo, o trabalho envolveu várias etapas: uma sequência didática desenvolvida

pela professora da disciplina, Maria Sheyla Gama, aplicação de testes, análise dos resultados,

1Professora do CEULS-Ciclo de Formação Geral, Mestre em Linguística, Pesquisadora PROICT ULBRA 27 2Acadêmica do Curso de Engenharia Civil, bolsista do PROICT ULBRA. 28

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efetivação de entrevistas, relato dos principais resultados, tarefas desempenhadas conjuntamente com

a bolsista do Proict, Polyana Felix de Souza.

Vários trabalhos dão conta da anáfora, conforme já publicado neste Congresso (cfr SOUSA E

SOUZA, 2016). A opção teórica que embasou a atual pesquisa recaiu sobre Mônica Cavalcante

(2003), por se tratar de uma obra que busca delinear uma classificação passível de compreensão ao

jovem acadêmico, a quem foi apresentada uma consideração teórica suficientemente prática para os

fins didáticos almejados. Fez-se uma diferenciação maior entre os tipos de anáfora, em dois grandes

blocos, adaptação a partir do pressuposto teórico adotado. De um lado, trabalhou-se a anáfora que se

remete integralmente ou parcialmente ao conteúdo do objeto referido; de outro, a anafóra que

promove um acréscimo de informação ao objeto textual referido, que busca renomear o objeto textual.

Ao primeiro tipo, usou-se o termo anáfora co-significativa e a outro tipo, o termo anáfora

encapsuladora.

A sequência didática proposta aos alunos constituiu-se de explicitação e discussão acerca das

relações lógico-semânticas, concretizadas gramaticalmente e estabelecidas em artigos científicos,

com a assistência da professora, mediante a leitura atenta de textos. Foram duas aulas de 03 horas

neste objetivo. Os alunos foram submetidos aos testes em dois momentos; para efeito quantitativo

deste trabalho, considerou-se apenas o segundo teste.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

TABELA 01: Desempenho por tipo de Anáfora

Tipos de

anáfora

Total de

acertos

previstos

por grupo

Grupo

A

Grupo

B

Grupo

C

Grupo

D

Grupo

E

Média de acertos

entre os grupos

Co-significativa 221 51 108 69 180 80 53,21%

Encapsuladora 195 47 93 120 171 72 48,2%

Fonte: As autoras, 2017.

A partir dos dados sintetizados na tabela acima, consideram-se os seguintes pontos de discussão

dos mesmos.

Ainda que os dados evidenciem que a maioria dos alunos investigados tenham domínio próximo

de 50% de acertos nos dois tipos, observa-se a pouca ou quase nula convivência com artigos

científicos, fato evidenciado quando os alunos foram entrevistados, pois a maioria, 93% deles, cursa

o primeiro ano de faculdade e não tiveram acesso a este gênero acadêmico.

As anáforas encapsuladoras do teste, cujo desempenho analisado apresentou menor incidência

de acertos, retomavam ou sintetizavam expressões ou informações voltadas à análise

problematizadora do tema Educação na contemporaneidade. O reconhecimento de tais retomadas

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325

durante ato de ler, de cunho predominantemente científico argumentativo, não é comum a boa parte

dos ingressantes na universidade. Nossa hipótese é que a não familiarização com artigos científicos

tenha provocado esse desempenho ou a pouca familiaridade com a noção de anáfora, visto que duas

aulas alternadas com duração de 03 horas cada uma, para uma parcela dos alunos, 26% foi

considerada insuficiente para apreender um assunto que nunca tinham visto anteriormente, mesmo

tendo estudado o tema “tipos de orações subordinadas e coordenadas” no ensino básico.

Acresce-se que o estudo da anáfora ainda não está popularizado nos espaços de ensino pré-

vestibular, tanto em salas de aula dos colégios quanto nas salas de cursinho santarenas. As entrevistas

demonstram tal defasagem e os testes também podem evidenciar isso.

As entrevistas também mostram que 75% dos alunos consideram que sua leitura apresenta

maior qualidade mediante a consciência anafórica e reconhecem que não prestavam anteriormente

atenção a determinadas relações entre palavras ou expressões que compunham os textos ou não foram

trabalhados didaticamente para isso.

CONCLUSÃO: O estudo em pauta evidencia a importância da anáfora como elemento didático, não

somente na universidade mas em todos os ambientes escolares. Os dados evidenciam que tal domínio

necessita que as relações coesivas textuais necessitam ser abordadas a partir de gêneros textuais

argumentativos, não só em práticas de leitura, mas também na construção de anáforas pelos alunos.

As habilidades de compreensão do texto a ser lido demanda também uma abordagem didática

mais sociointerativa, discursiva em sala de aula, mediante o diálogo sobre as relações textuais

concretizadas no texto, muitas vezes até provocando o debate e a troca de opiniões. Evidencia-se

também que a consciência anafórica deve ser uma ação didática contínua durante o semestre, visto

que esta auxilia no desenvolvimento de outros componentes curriculares, como o domínio das regras

cultas de concordância, a elaboração de paráfrase e de resenhas temáticas, também componentes da

disciplina Comunicação e Expressão.

Os dados levantados serviram para que os alunos recebessem maior atenção quanto à sua

consciência anafórica durante o semestre, marcada pela constante troca de informações e busca do

redirecionamento quanto às dificuldades obervadas.

REFERÊNCIAS

CAVALCANTE, M.; RODRIGUES, B.; CIULLA, A. (orgs.) Referenciação. São Paulo; Contexto –

(Coleção Clássicos da linguística), 2003.

KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 2002.

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326

KOCH, Ingedore Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2003.

KOCH, Ingedore Villaça. Introdução à lingüística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Atividades de referenciação, inferenciação e categorização na

produção de sentido. In: FELTES, Heloísa Pedroso de Moraes (org.). Produção de sentido: estudos

transdisciplinares. KOCH, Ingedore Villaça; MORATO, Edwiges Maria; BENTES, Anna Christina.

(Orgs.). Referenciação e discurso. São Paulo: Editora Contexto, 2005.

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Anáfora indireta: o barco e suas âncoras. In: KOCH, Ingedore

Villaça; MORATO, Edwiges Maria; BENTES, Anna Christina. (Orgs.). Referenciação e discurso.

São Paulo: Editora Contexto, 2005.

MONDADA, L.; DUBOIS, D. Construção dos objetos de discurso e categorização: Uma

abordagem dos processos de referenciação. In: RODRIGUES, B; CIULLA, A. (orgs.

Referenciação. São Paulo: Contexto – (coleção Clássicos da Linguística), 2003.

SOUSA, M. Sheyla Gama; SOUZA, Poliana Felix. A Progressão de ideias em textos

argumentativos: O papel da anáfora. In XVII Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia,

2016. CEULS/ULBRA. Caderno de Resumos Expandidos. Santarém-PA

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A EDUCAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO E SUAS DICOTOMIAS COM A

EDUCAÇÃO BRASILEIRA

29Samuel Rodrigo Marques Walker¹

[email protected]

Maria Lilia Imbiriba Colares2

RESUMO: No que se refere a Educação Brasileira, não é novidade trabalhos científicos que apontem suas falhas.

Porém o objetivo deste trabalho não seguirá esta linha de raciocínio, mas buscará nos exemplos de Educação bem-

sucedidas pelo mundo alternativas para a transformação da realidade educacional brasileira. Através de uma pesquisa

bibliográfica, ficou evidente, nos países abordados, a importância governamental e social dada ao papel do professor e a

atenção e manutenção da educação básica e secundária. O Brasil encontra-se no limiar da transformação, reconhecendo

que o atual sistema de ensino não alcança os resultados almejados, como aponta teóricos brasileiros, porém se faz

necessário mais que uma análise, mas sim uma práxis educacional, que busque a verdadeira valorização docente e

discente, entendendo que a sociedade está interligada com a educação e a educação com a sociedade, com a economia e

com a realidade cultural.

PALAVRAS-CHAVES: EDUCAÇÃO COMPARADA; EDUCAÇÃO BRASILEIRA; EDUCAÇÃO MUNDIAL.

INTRODUÇÃO: De acordo com Kandel, a importância de se fazer uma abordagem comparativa dos

problemas da educação em um país “recai em uma análise das causas que os produziram,

comparando-se as diferenças entre os diversos sistemas e as razões subjacentes e, finalmente, em um

estudo das soluções.” (KANDELL, 1933, p. xix). Partindo da concepção de Kandel, em uma estrutura

de análise, comparação e resolução, e através de uma análise do ranking feito pela Organização para

a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde o Brasil é classificado como 39º entre

40 países este trabalho é fundamentado. Sendo assim, fazer uma análise da dicotomia da educação

brasileira com os países melhores colocados do ranking da OCDE, sem ignorar as diferenças

socioculturais de cada país, se torna a questão a ser respondida e o objetivo principal deste trabalho.

Afinal, porque o Brasil encontra-se tão distante de uma realidade educacional de qualidade? A

resposta a esse questionamento vem de uma análise de 3 países do ranking: Finlândia, que possuí a

Educação mais eficiente e desenvolvida do mundo; de Luxemburgo, que é o país que mais valoriza a

educação fundamental no mundo; e o Canadá, país com uma diversidade étnica e cultural

diversificada, assim como o Brasil, e um dos países que mais valorizam os professores. Fazendo,

posteriormente, uma comparação dentre a educação nos países supracitados e a educação no Brasil.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quando nos deparamos com o ranking da OCDE, que tem como

critérios de avaliação o desempenho dos alunos no PISA (Programme for International Student

Assessment – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), a média de anos que os alunos

passam na escola e a porcentagem da população que está cursando ensino superior, podemos

1 Acadêmico de graduação em Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal do Oeste do Pará; Integrante do

HISTED/Br UFOPA; Bolsista PIBEX. 29

2 Pós doutora, professora na Universidade Federal do Oeste do Pará.

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328

evidenciar que a educação do Brasil não caminha no rumo certo, mas que há exemplos a seguir para

mudar este panorama. Mesmo gastando quase o mesmo valor do PIB em educação do que em países

desenvolvidos, o Brasil demonstra que tem gerenciado mal suas finanças, no que se diz respeito a

educação, devido os índices de evasão escolar, repetência e as recorrentes más colocações em

rankings de educação mundial. Praticamente todas tentativas de elaborar metodologias baseadas em

métodos de outros países no Brasil não obtiveram pleno êxito, como, por exemplo, o Escolanovismo,

e isso, principalmente, devido a ignorância das diferenças e realidades socioculturais e econômicas

entre os países. Mas então não existe nada que podemos nos aproveitar dos exemplos dos líderes do

ranking no que se refere a educação? Certamente que sim. Kendall demonstra, através de sua

Educação Comparada, que há meios para se apropriar dos exemplos dos sistemas de ensino de outros

países em prol do desenvolvimento educacional de outros países, nesse caso, do Brasil. Do ranking

da OCDE, três países se destacam por peculiaridades que podem ajudar e mostrar um norte para

educação brasileira. A Finlândia, primeiro país do Ranking da OCDE, se viu na necessidade, no

princípio de 1990, de começar uma reforma na Educação devido a desintegração da URSS, um dos

seus maiores parceiros comerciais. E essa reforma se deu quando “[...] os educadores e educadoras

finlandeses e os decisores políticos escrutinaram tudo, desde o curriculum e manuais até aos salários

e administração.” (AHO, PITKÄNEN & SAHLBERG, 2006, p. 1), e, no mesmo momento, a

formação docente sofreu uma revisão, buscando uma elevação a nível universitário. Diretor-Geral da

Mobilidade e Cooperação Internacionais no Ministério da Educação e Cultura da Finlândia e um dos

mais reconhecidos educadores finlandeses, Pasi Sahlberg, afirma que além da Nokia, principal marca

global do país, a “[...] Peruskoulu, a escola básica comum de 9 anos, foi o outro fator-chave desta

viragem da economia e da sociedade finlandesa” (SAHLBERG, 2011, pp. 1-2). Há alguns argumentos

que podem ser levantados acerca do sucesso da educação finlandesa, mas eles se resumem aos fatos

de a Finlândia ser um país pequeno e possuir uma sociedade homogênea. Entretanto nos EUA, onde

a educação é de incumbência de cada estado, e estados que são, muitas vezes, maiores que muitos

países da Europa, não se tem resultados semelhantes; e, desde a entrada na União Europeia a

diversidade étnica e cultural elevou-se de maneira considerável, fazendo com que algumas escolas da

Helsínquia possuíssem metade de sua população escolar de filhos de imigrantes. Certamente o papel

do professor na Finlândia é de crucial importância para a sua ascensão educacional, social e

econômica, como afirma Niemi

Na Finlândia, os professores e professoras representam uma profissão de elevada qualidade

acadêmica e ética. Têm de assumir um papel ativo na problematização daquilo que ensinam,

como ensinam e dos fins que têm em vista. Devem considerar-se a si próprios e a si próprias

como intelectuais públicos que combinam concepção e aplicação, pensamento e prática, na

sua ação em favor de uma cultura de valores e justiça democráticos. Têm o direito e a

obrigação de articular as necessidades e desafios educacionais na sociedade que servem.

(NIEMI, 2012, p. 35).

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329

Luxemburgo tem feito aquilo que o Brasil deveria estar fazendo a muito tempo no que se refere

a Educação Básica. De acordo com a OCDE, Luxemburgo é o país que mais gasta com a educação

básica no mundo (US$ 21,2 mil), e o resultado desse investimento é visível nas taxas de alfabetização,

onde cem por cento dos jovens com mais de 15 anos de Luxemburgo são alfabetizados e pelas notas

do PISA (29º em matemática; 32º em português; 34º em ciências). Como afirma Fonseca, “Muitos

estudos vem mostrando a importância desse período [educação básica] para o lançamento de alicerce

de um desenvolvimento integral, sadio e harmonioso da criança, do jovem e do adulto. ” (FONSECA,

1999, p. 198). Este subsídio e forma de organização na distribuição visa uma melhor preparação dos

estudantes para a educação superior, demonstrando um compromisso do governo na formação, desde

o princípio, compreendendo que a sociedade se resume na educação que é ministrada em sala de aula.

Apesar de estar a apenas quatro posições acima do Brasil no ranking da OCDE, a diferença

educacional, econômica e social de Luxemburgo para o Brasil é gritante, entretanto gera a esperança

que não estamos tão longe assim da transformação. No Canadá, apesar de ser uma país diversificado

culturalmente, com uma extensão territorial de larga escala e possuir 2 línguas oficiais (Inglês e

Francês) não impede que a taxa de alfabetização da população seja de 99%, e de que o cargo de

professor seja valorizado e até almejado. 95% dos estudantes do Canadá estão matriculados em

escolas públicas, isso não impede que o país ocupe o décimo lugar no ranking da OCDE. A principal

característica da educação do Canadá que poderia ser utilizado no Brasil e em outros países visando

o desenvolvimento integral da educação é, segundo Kenicke o

Planejamento e formulação de políticas educacionais de longo prazo; formação adequada e

permanente de professores; adaptação de currículos às características regionais, sem prejuízo

do aprendizado de base, na elaboração de projetos pedagógicos; flexibilidade do currículo,

com oferta de disciplinas obrigatórias e eletivas a partir do ensino médio. (KENICKE, 2014,

p. 103)

São três países diferentes culturalmente e economicamente, porém que possuem um ponto em

comum: a consciência governamental e social da importância de uma educação de qualidade, o que

se reflete no pleno desenvolvimento de cada país.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Quando se analisa a sistema de ensino dos países que são referências

em cada âmbito, seja na organização e no sistema de ensino como a Finlândia; no uso devido e

consciente do dinheiro público em educação, como Luxemburgo; ou na valorização da profissão

docente, como no Canadá, fica manifesto as modificações que devem ser feitos no sistema de ensino

brasileiro. Em um contexto histórico, nenhum dos países citados nasceu com uma educação

desenvolvida, mas buscou no decorrer de sua história esse desenvolvimento, com lutas e desafios.

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330

Assim também o Brasil deve se colocar mediante a atual situação do seu sistema educacional, como

diz Vázquez

A teoria em si [...] não transforma o mundo. Pode contribuir para a sua transformação, mas

para isso tem que sair de si mesma, e, em primeiro lugar tem que ser assimilada pelos que

vão ocasionar, com seus atos reais, efetivos, tal transformação. Entre a teoria e a atividade

prática transformadora se insere um trabalho de educação das consciências, de organização

dos meios materiais e planos concretos de ação; tudo isso como passagem indispensável para

desenvolver ações reais, efetivas. Nesse sentido, uma teoria é prática na medida em que

materializa, através de uma série de mediações, o que antes só existia idealmente, como

conhecimento da realidade ou antecipação ideal de sua transformação. (1968: 206-7)

Com base no ranking da OCDE, podemos observar que não são os países mais ricos que

possuem os melhores sistemas educativos, mas sim os países que mais valorizam a educação, através

de políticas públicas que visem o social, o educacional, não apenas o econômico. Para desenvolver o

seu sistema de ensino o Brasil não precisa primeiramente se desenvolver economicamente, pelo

contrário, o Brasil só se desenvolverá economicamente se sua educação estiver estruturada e

organizada, com melhores metodologias e com professores capacitados e valorizados.

REFERÊNCIAS

KANDEL, I. Comparative education. New York: Houghton Mifflin, 1933.

O Problema da Educação. Disponível em: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-problema-

da-educacao,70001997932. Acesso em: 01 out. 2017.

AHO, Erkki & Pitkänen, KARI & SAHLBERG, Pasi (2006). Policy Development and Reform

Principles of Basic and Secondary Education in Finland since 1968. Washington: The World

Bank, Education Working Paper Series, Nº 2, 159 p. Disponível em:

http://siteresources.worldbank.org/EDUCATION/Resources/2782001099079877269/547664-

1099079967208/Education_in_Finland_May06.pdf Acesso em: 01 out. 2017.

SAHLBERG, Pasi (2011). Finnish lessons: what can the world learn from educational change in

Finland. New York: Teachers College Press, 208 p.

OCDE: Brasil está entre os que menos gastam com ensino primário, mas tem investimento ‘europeu’ em

universidade. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/ocde-brasil-esta-entre-os-que-

menos-gastam-com-ensino-primario-mas-tem-investimento-europeu-em-universidade.ghtml. Aceso

em: 01 out. 2017.

Niemi, Hannele (2012). 2. The Societal Factors Contributing to Education and Schooling in

Finland. In Hannele Niemi & Auli Toom & Arto Kallioniemi (Edited by), Miracle of Education –

The Principles and Practices of Teaching and Learning in Finnish Schools. Rotterdam: Sense

Publishers, 302 p., ix-xi., 19-38.

FONSECA, João Pedro da. A Educação Infantil. In: MENESES et al. Estrutura e Funcionamento da

Educação Básica. São Paulo: Pioneira, 1999.

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331

O sistema educacional canadense. Disponível em:

http://www.studycanada.ca/brazil/educacion.htm. Acessado em 02 out. 2017.

VASQUEZ, A. Filosofia da Práxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.

KENICKE, Marisa. Educação básica e ensino médio no Canadá: as peculiaridades do sistema

educacional da província do Quebec. Mundo afora: Educaçã básica e Ensino Médio, On-line, Brasília,

nº 11, p. 96-117. Disponível em: http://professor.luzerna.ifc.edu.br/ricardo-antonello/wp-

content/uploads/sites/8/2016/11/itamarati.pdf. Acessado em: 02 out. 2017.

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332

A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

30Leiliane Lourenço da silva ¹

Maria Viviane Escher Antero ²

RESUMO: Este trabalho expõe o significado da relação de alfabetização e letramento, embora sejam dois conceitos

distintos procuram andar sempre juntos, justificou-se a importância desse estudo para o papel fundamental que o professor

estabelece na mediação e construção do verdadeiro letrado, revendo e analisando conceitos em sala de aula. Trata-se de

uma pesquisa bibliográfica a partir da leitura de autores renomados sobre o tema, a fim de buscar evidencias de conceitos

atuais sobre o letramento e como facilitar esse processo em sala de aula, todos os profissionais devem ser capacitados

levando a atualização de práticas construtivas de leitura que constituem não só habilidades significativas de aprendizado,

mas de grande formação cultural. Conclui-se que o verdadeiro significado de alfabetização e letramento não comporta

apenas a dimensão individual, mas inclui uma ampla forma de compreensão do mundo, levando o discente a um profundo

conhecimento sobre as diferentes formas de interpretação e analise de um texto ou determinado assunto.

PALAVRA-CHAVE: ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO, FORMAÇÃO.

INTRODUÇÃO: A pratica pedagógica do aprendizado da leitura por meio de cartilha perdurou por

bastante tempo, sendo baseada no ensino conhecido como tradicional. Tornou-se suficiente dada as

condições da época, próprios para a aprendizado da leitura como cartas, bilhetes etc. tornando-se um

recurso eficiente entre interlocutores distantes em consequência da falta de tecnologia.

O estudo constituiu-se importante na medida em que o professor e fundamental na mediação

da construção do verdadeiro alfabetizar-letrando, pois o educador deve garantir que as práticas

escolares estabeleçam-se enquanto assimila ideias, visto que o educando possa aprender a descobrir

os prazeres que se pode experimentar revendo e analisando conceitos em sala de aula.

Percebe-se, na atualidade, que há alguns anos, a alfabetização e letramento são estudados de

forma conjunta por estudiosos, buscando, portanto, que a relação dada entre eles deve ser revista

dentro do âmbito escolar, como algo que deve ser sempre aprimorado. Assim, este objetiva

compreender a relação entre alfabetização e letramento.

MÉTODO: A pesquisa caracteriza-se por ser bibliográfica, a fim de conhecer as abordagens e

posicionamentos de autores sobre esse tema. A abordagem e qualitativa no que se refere ao tema,

enfatizando os seguintes autores Kleiman 1990), Cagliari (1994) e Soares (2002).

RESULTADOS E DISCURSÕES: A partir dos conceitos dados sobre alfabetização e letramento,

segue a questão de como alfabetizar letrando, mediante as dificuldades que comporta o alunos no

meio social. O resultado adquirido durante os estudos gera debate sobre a capacitação dos docentes

em relação leitura e escrita.

¹ VI Semestre do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém

² Orientadora do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém 30

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333

No processo tradicional o letramento era imposto de forma obrigatória sem a interpretação,

apenas com a finalidade de codificação e decodificação. Hoje, o letramento busca analisar e

desenvolver a criticidade por meio da interpretação gerada pelo mediador em sala de aula,

desenvolvendo também a formação cultural, cientifica e ideológica do aprendiz.

Em se tratando de habilidades, o processo de alfabetização e letramento se dá através da leitura

e escrita em sala de aula, de modo contextualizado o acesso a deferentes gêneros textuais. A partir

dela, forma-se um consenso de ideias que são trocadas entre professor-aluno facilitando a busca de

atividades pedagógicas que se associa a condição de cada aluno, formando o processo e aprendizagem

significativa do letramento na turma.

Cabe à escola considerar a importância e a necessidade de fundamentar sua pratica pedagógica

em uma clara concepção desses aspectos sociais da leitura e da escrita. Assim, o caráter histórico da

comunicação e do papel da leitura e da escrita se efetiva nesse contexto. O ponto de partida para a

formação do educador–alfabetizador, que pretende desempenhar sua função docente dentro do

desenvolvimento de processos educativos de ensino e aprendizagem, voltados, seja para crianças, seja

para jovens ou adultos.

Essa pesquisa foi realizada para garantir um estudo inicial sobre alfabetização e letramento,

visto que os profissionais necessitam estar sempre se atualizando em relação das práticas de sala de

aula.

O desafio do educador e procurar estabelecer em sala de aula o verdadeiro conceito de

letramento, ou seja, ir além de decodificar palavras e sim procurar desenvolver o senso crítico,

questionador, interpretador do aluno, mediante um texto, e ensiná-lo a procurar desenvolver o

verdadeiro significado a cada frase lida.

No que se refere a alfabetização, como passo inicial do processo educativo, cabe ressaltar, segundo

KLEIMAN:

(...) esta etapa se caracteriza pelo fato de desenvolver, juntamente com os conteúdos relativos

a textualidade (coesão, coerência, unidade, temática, clareza, concordância, que modelo tradicional

alfabetização não levara em conta), também os conteúdos pertinentes a codificação e decodificação

(letras, silabas, famílias silábicas, direção da escrita, segmentação e etc.)

Kleiman (2000, p.41).

Os docentes devem buscar capacitações em suas áreas de atuação, mediante o processo de

globalização que influencia em todas as áreas profissionais levando cada um a se encaixar no padrão

de exigências imposta pelo mercado de trabalho.

Na pratica pedagógica, o verdadeiro significado de alfabetização e letramento, não compõe

apenas as dimensões individuais, mas inclui as diferentes práticas sociais de leitura e escrita. Visto

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que a finalidade da mediação e procurar a interação entre a escola e o meio social. segundo

VERDIANI:(2005).

Fica aparente, portanto, que de um ponto de vista sociointeracionista, a alfabetização enquanto

processo individual não se completa nunca, visto que a sociedade estar em continuo processo de

mudança, e atualização individual para acompanhar essas mudanças constantes. Verdiani

(p.15,2005).

A ênfase do letramento e sempre colocada nas práticas, habilidades e conhecimentos voltados

sempre para a codificação ou decodificação dos textos escritos (TFOUNI,2006).

Como afirma o autor acima o letramento e fundamental na vida de cada ser humano, a partir

dos seus primeiros anos de vida, pois e algo que vai estar presente no decorrer do processo escolar,

visto que o mesmo e algo significante, pois sem essa base fica difícil sua interação na sociedade.

CONCLUSÃO: Conclui-se que o verdadeiro significado de alfabetização e letramento, não

comporta apenas a dimensão individual, mas inclui as diferentes práticas sociais que o mediador

estabelece em sala de aula a partir de diversos textos, levando o discente a um profundo conhecimento

sobre as diferentes formas de interpretação e analise de um texto, ou determinado assunto. Quando o

aluno adquire a escrita, torna-se alfabetizado e letrado que vivem em uma sociedade que se organiza

fundamentalmente por meio de práticas escritas, ou seja, uma sociedade letrada.

REFERÊNCIAS

CAGLIARI, L.C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione,1994.

SOARES, M. letramento: um tema em três gêneros.2 ed. Belo Horizonte.

KLEIMAN, L..R, et al, substituído teórico - metodológico de língua portuguesa. Campo Grande:

SEE-MS,1998, (serie subsídios-ciclos 1).

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335

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA EM SALA DE AULA

31Katiane do Nascimento Silva de Sousa1

[email protected] 32Emailer Marta Dias Silva2

[email protected] 33Lucicleide Ribeiro Sarmento3

[email protected] 34Paula Cristina Galdino Guimarães4

[email protected]

RESUMO: Formar leitores é um dos maiores objetivos da escola, visto que nesta sociedade letrada ser leitor é condição

para a participação social. Tendo em vista que a leitura prazerosa é que cativa, este estudo objetivou expor conhecimentos

que mostrem a contribuição da literatura em sala de aula para a formação de leitores, além de compreender sua importância

no processo de ensino-aprendizagem como um todo. Este estudo consistiu em pesquisa bibliográfica e integrou atividades

do Subprojeto de Pedagogia PIBID/CEULS no intuito de desenvolver ações de incentivo à leitura. Os resultados mostram

que a formação de leitores literários nas séries iniciais proporciona aos educandos um olhar crítico e reflexivo sobre os

vários contextos na sociedade. Neste sentido faz-se necessário proporcionar meios que favoreçam a prática da leitura

literária, contribuindo para um aprendizado significativo, e isso não se restringe somente a sala de aula, mas deve ser

estendido para os diversos ambientes em que o mesmo convive. A literatura pode ser inserida no ambiente escolar através

de diversas atividades, como mediação de leitura, leitura deleite, contação de histórias a fim de levar o educando a ler o

mundo através das palavras de modo mais reflexivo e humano.

PALAVRAS-CHAVE: LEITURA, LITERATURA, ESCOLA.

INTRODUÇÃO: Cabe à escola, através dos professores e coordenadores, promover os meios

necessários para se trabalhar a literatura em sala de aula desde os primeiros anos de vida escolar,

processo este que, para muitos educadores, é bastante dificultoso, ainda mais quando os alunos não

têm apoio e o incentivo dos pais. Todo esse contexto desafiante dificulta e retarda o processo de

aprendizagem que é notório nas séries iniciais. Devido a essa realidade, é relevante aprofundar

conhecimentos sobre este assunto, pois é essencial que se tome ciência de como agir para promover

o trabalho da literatura em sala de aula

A partir destas situações houve a necessidade de realizar um estudo bibliográfico mais

aprofundado, com o objetivo de expor conhecimentos que mostrem a contribuição da literatura em

sala de aula para a formação de leitores, além de compreender sua importância no processo de ensino-

aprendizagem como um todo.

Vale salientar que o presente estudo se desenvolveu dentro do Programa Institucional de Bolsas

de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES, no Subprojeto de Pedagogia do Centro Universitário

1Acadêmicas VI Semestre do Curso de Pedagogia, bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à

Docência – PIBID do CEULS/ULBRA 31 2Acadêmicas V Semestre do Curso de Pedagogia, bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à 3Docência – PIBID do CEULS/ULBRA 32

Acadêmicas IV Semestre do Curso de Pedagogia, bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência

– PIBID do CEULS/ULBRA 33 4Orientadora profa. Curso de Pedagogia CEULS/ULBRA.

34

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336

Luterano de Santarém. O programa promove o aperfeiçoamento e a valorização da formação dos

acadêmicos de licenciatura plena enquanto professor da educação básica, neste sentido surgiu

questionamentos e a necessidade de se conhecer a fundo de que forma a escola deve utilizar a

literatura para formação de bons leitores.

MÉTODOS: O estudo da importância da literatura em sala de aula desenvolveu-se a partir de

pesquisa bibliográfica. Esta metodologia utiliza-se de obras já elaboradas, que advém de livros,

revistas entre outros e, segundo GIL (2006, p.75), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir

de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

A pesquisa bibliográfica é realizada em fases, segundo Gil (1998, p. 25), elas percorrem este

caminho: a escolha do assunto é o primeiro passo da pesquisa, mas não o mais simples. Não faltam,

evidentemente, assuntos para a pesquisa a dificuldade está em decidir por um deles. Em seguida vem

a formulação dos questionamentos, nesta fase transforma-se o tema em problema. Depois se iniciam

os estudos exploratórios na terceira fase, na qual se faz o levantamento do material necessário. A

quarta fase é a estrutura do relatório, a elaboração do plano de assunto. Esta fase da pesquisa é feita

dentro de certas normas metodológicas estéticas, objetivando a simplicidade, a comunicação fluente

e a clareza.

Desta forma a pesquisa bibliográfica é de grande importância para os acadêmicos, para que

obtenham um melhor entendimento de um assunto, pois as referências teóricas são uma fonte

inesgotável de saber. A pesquisa bibliográfica possibilita uma melhor compreensão do estudo, pois

através dela pode-se ir a fundo num determinado assunto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A literatura, quando inserida em sala de aula de forma a envolver

os educandos, faz com os mesmos se encantem e gostem de cada vez mais buscar novas obras para

ler, o mais importante nesta prática é contribuir para a formação dos mesmos de forma significativa

levando-os a compreenderem sua vivência em sociedade.

A literatura proporciona experiências que enriquecem o processo de formação do leitor, pois,

como defende Fanny Abramovich (1995), “Ao ler uma história, a criança também desenvolve todo

um potencial crítico. A partir daí, ela pode pensar, duvidar, se perguntar, questionar... se sentir

inquietada, cutucada, querendo saber mais e melhor”. A leitura literária possibilita ao educando

expandir seus conhecimentos, encontrando motivos para ir além do que ele faz em sala de aula.

O trabalho com as obras literárias em sala de aula deve levar em conta a escolha do livro, quanto

a sua qualidade, ao ler o aluno deve ser instigado a debater sobre o assunto ali proposto, a questionar-

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se. Ao desenvolver a capacidade de leitura de obras literárias, tem-se a construção de sua identidade

e ampliação de sua sensibilidade a partir da experiência estética proporcionada pela arte da palavra.

A leitura literária possibilita ao educando uma mudança, amplia horizonte como afirma Caio

Riter (2009):

Cada vez que saímos da leitura de um bom texto, mesmo que não notemos, estamos

transformados. E para melhor. A leitura literária tem a função de aprimorar o humano que

reside em nós. Daí, a necessidade de o professor não pensar as atividades de leitura apenas

como fruição, mas também como possibilidade d conhecimento reflexivo e,

consequentemente, de qualificação de seus alunos e de si mesmo. (RITER, p 54 2009)

Neste sentido, a leitura desenvolve no educando uma mudança necessária para construção de

um ser humano melhor, cada vez mais instigado a traçar um caminho no qual tem um aprendizado

significativo diante de sua realidade, dessa maneira progredindo no seu processo de formação. Assim,

com ressalta Brito (2015), “a experiência da leitura, especialmente (mas não só) a que se realiza pelo

texto literário, representa a possibilidade de descoberta e de renovação de nossa experiência

intelectual e moral, de adestramento reflexivo, de um exercício de conhecimento do mundo, de nós

mesmos e dos outros”.

Machado (2011.p.19) ressalta que “o poder da literatura para conseguir isso é estupendo maior

que o de qualquer outra forma de conhecimento. Ao se apresentarem como uma construção

imaginária, um romance e um poema têm uma capacidade assombrosa, quase mágica: nos fazem

viver outra vida sem que abandonemos a nossa”, desta forma a literatura tem esse poder de

proporcionar vivenciar a obra profundamente.

Assim, a literatura oportuniza aos educandos um contato com as obras na qual pode-se absorver

conhecimentos que lhes serão úteis no decorrer de sua vida. Ao sentir-se tocado por uma obra, faz

com que a criança queira cada vez mais ter esta experiência. Dessa forma, tem mais pessoas

conscientes de si mesmo e do mundo que as cerca, pois ao ler a pessoa se humaniza.

Portanto a literatura em sala de aula amplia conhecimentos no que tange ao ensino-

aprendizagem de modo geral, mas sobretudo no que refere à formação do leitor. Desta maneira,

contribui de forma positiva no desenvolvimento do educando. A construção de um ser humano

perpassa por caminhos no quais a ação de ler propicia novos horizontes, desafiando-se a atuar de

modo relevante em sociedade.

CONCLUSÃO: A prática da leitura literária nas séries iniciais é desafiadora e ao mesmo tempo

prazerosa. Quando propiciamos atividades baseadas nas leituras, percebemos o quanto aquele

educando adquiriu conhecimento, nota-se que houve uma transformação e que cada vez mais os

mesmos buscam aprender.

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O aprendizado a partir do uso da literatura em sala de aula propicia ao educando encontrar

caminhos para refletir a sua vivência em sociedade, fazendo com o mesmo amplie seus

conhecimentos, tornando-os pessoas mais humanas.

Trabalhar a literatura sem sala de aula é relevante pela gama de conhecimento que é

possibilitado ao educando. O uso da literatura leva o aluno a ter um olhar crítico e reflexivo sobre os

vários contextos da sociedade. Dessa forma, desenvolve o gosto pela leitura, pois, além de prender a

atenção do leitor, propicia novos conhecimentos, desenvolvendo cidadãos autônomos, enriquecendo

o processo de formação do mesmo. O gostar de ler deve ser estimulado no ser humano desde a

infância, contribuindo para a formação de pessoas críticas, reflexivas, para que possam atuar de forma

positiva na sociedade.

Portanto o estudo possibilitou a compreensão do quanto é importante trabalhar a literatura em

sala de aula, nos levando a refletir que esta prática contribui significativamente para o estímulo à

leitura e para o processo de ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil. 5ª ed. São Paulo. Scipione.1995.

BRITTO, Luiz Percival Leme. No lugar da leitura: biblioteca e formação [recurso eletrônico] -

Rio de Janeiro: Edições Brasil Literário, 2015.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,1991.

_______________. Métodos e técnicas de pesquisa social.5º.ed.São Paulo; Atlas S.A,2006

MACHADO, Ana Maria, Silenciosa algazarra: reflexões sobre livros e práticas de leituras. São

Paulo; Companhia das letras,2011

RITER, Caio. A formação do leitor literário em casa e na escola. São Paulo: Biruta, 2009.

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339

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS

35Elis Mariana Tapajós Mota1

Marcelo da Costa Silva1

[email protected] 36Paula Cristina Galdino Guimarães2

RESUMO: Desenvolver o gosto leitura é uma das maiores missões da escola e tem sido um grande desafio, o que se

mostra visivelmente no percentual de leitores brasileiros que são apenas 56% de acordo com pesquisa promovida, em

2015, pelo Instituto Pró-livro. Tendo em vista que o livro de literatura está presente desde os anos iniciais, este estudo

objetivou investigar quais os benefícios da literatura, especialmente da literatura infantil para a formação de leitores. A

metodologia consistiu em estudo bibliográfico, no qual as respostas encontram-se nos autores. Osresultados mostram que

a literatura é o caminho que estimula o gosto pela leitura na medida em que leva a criança a desenvolver a imaginação,

emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. Através da literatura, a criança pode sonhar, encantar-se,

refletir, expandir o pensamento e abri os horizontes, tornando-se mais crítica; além disso, aumenta a competência narrativa

e oferece ferramentas através da história que lemos para uma leitura do mundo. Assim, a literatura infantil deve ser

introduzida na vida da criança desde cedo para que elas despertem o gosto pela leitura de modo emancipador.

PALAVRAS-CHAVE: literatura infantil; imaginação; gosto pela leitura.

INTRODUÇÃO:Sabemos que vivemos em um país que não tem um hábito de ler com muita

frequência e tem poucos leitores, apenas 56% segundo dados da pesquisa promovida pelo Instituto

Pró-livro, no ano de 2015. Sabe-se, contudo, que a literatura infantil está presente desde os anos

iniciais. Os primeiros livros direcionados ao público infantil surgiram no século XVIII, contando

principalmente os contos de fadas. De lá para cá, a literatura infantil foi ocupando seu espaço e

apresentando sua relevância. No intuito de compreender a importância da literatura e como ela pode

contribuir para desenvolver o gosto pela leitura,o presente trabalho está focado em dois momentos:

no primeiro, abordaremos o porquê trabalhar com literatura na escola, ou seja, o foco é para o

incentivo da literatura para formação de leitores por gosto e não por obrigações; no segundo,

abordaremos como trabalhar a literatura infantil nas escolas para que de fato cumpra o seu papel

social.

MÉTODO:A metodologia consistiu inicialmente em pesquisa bibliográfica, de acordoFONSECA

(2002, p. 32) pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já

analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de

web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao

pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Assim, estudo embasou-se nos autores

CANDIDO (1995), ABRAMOVICH (1997), LAJOLO (1994) e SORDI (1991); além da seleção das

fontes (sites) na internet, como CASTRO (2010) e CASSIANO (2009).

1Acadêmica(o) do III Semestre do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA 35

2 Orientadora Professora do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA 36

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340

RESULTADOS E DISCUSSÃO: É função da escola desenvolver o gosto e o hábito da leitura, sendo

que o hábito não se faz da noite por dia, ele precisa de repetição e um trabalho sistematizado. E por

que na escola? Para muitas crianças, a escola será o único lugar a lhe oferecer essa vivência fantástica,

ou seja, é o único lugar que elas vão ter o contato com literatura e os livros, pois na maioria dos lares

a literatura não é uma forma de entretenimento e prazer. Falta o incentivo dos pais, sendo que ela não

os ver com livros na hora de descanso ou em finais de semana, enfim isso é uma realidade para a

maioria do povo brasileiro.

O estímulo à leitura deve ser iniciado com o hábito de ler em família, fazendo da

leitura algo cotidiano, pois esse é um processo que a torna algo simples e natural. Mas

a realidade é outra, muitas vezes, a família não participa da educação para a leitura.

(CASSIANO, p. 8, 2009)

Mas não devemos “culpar” pais e mães, pois muitos não leem porque a literatura só foi

introduzida em sua vida como forma de cobranças escolares e que tinham que ler porque ia cair na

prova aquele livro e não como uma forma de prazer de você sentir o gosto por estar com uma história

boa. É papel da escola introduzir projetos de leitura para incentivar alunos e professores na prática da

leitura para, assim, termos futuros leitores, pra que se formem cidadãos críticos com opinião própria,

isto será possível se desde o início da vida escolar estas crianças forem introduzidas na leitura sempre

com ajuda de um mediador de leitura que o incentive a ter gosto pela pelo livro.

A literatura infantil tem grande importância no processo de formação dos alunos nos anos

iniciais. Vale destacar que hoje em dia a educação infantil não é só aquele ambiente aonde a criança

vai apenas aprender contas e escrever, transformou-se num local para se desenvolver buscar novos

horizontes, conhecer pessoas, ou seja, interação social e os contos de fada fazem parte desse

desenvolvimento onde ao ouvir uma historia a criança se imagina naquele cenário naquela historia

imagina os personagens e isso só é possível quando o professor proporciona este momento a estas

crianças com contação de historias de forma lúdica e através destas atividades estão incentivando

esses alunos desde cedo a gostarem de leitura. Existem muitas formas para despertar o gosto destes

alunos pela leitura de uma simples contação na sala de aula a utilização do teatro de fantoche contando

determinada historias e muitos outros métodos que variam de acordo com a criatividade do professor.

Acima de tudo, o livro deve ser lido pelo prazer de ser lido, explorando ilustrações, de se

encantar por elas e viajar na fantasia. O livro deve ser dado principalmente como uma forma de prazer,

vale ressaltar que ele não deve vir como uma função tarefeira por obrigatoriedade. O trabalho com a

literatura deve almejar que as crianças possam vivenciar essa história, discutir com os colegas e que

sintam o prazer dessa bela historia que se tem na mão.

É necessário que, no ambiente escolar, tenha um local adequado para essas práticas, como por

exemplo, uma sala de leitura utilizada somente para estes fins onde professores e aluno fiquem à

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341

vontade. Ao iniciar a leitura de uma história infantil, o professor deve explorar ao máximo a

criatividade das crianças fazendo muitas atividades para explorar o texto.

A literatura infantil tem grande influência sobre o processo de alfabetização de crianças nos

anos iniciais. É necessário destacar que estes contos fazem parte de uma imaginação criada pelas

crianças. Por isso é importante que estes professores de educação infantil busquem se aprimorar

façam cursos adquiram técnicas para um melhor desenvolvimento desta ferramenta de ensino. É

necessário que estes educadores não somente mostrem as obras aos alunos, mas também despertem

o gosto pela leitura para que futuramente sejam leitores ativos que gostem de ler e busquem sentido

sua leitura, ler por prazer e não por obrigação.

Por estes motivos, faz-se necessário a busca por metodologias prazerosas de leitura nos anos

iniciais do ensino fundamental, pra que se formem leitores por gosto e não por obrigação, para este

aluno buscar sentido na sua leitura e assim viajar num mundo imaginário que só é possível com este

hábito, e para que aconteça este processo de aprendizagem com a utilização da literatura infantil é

importante destacar que os professores são os principais responsáveis pela formação destes leitores,

pois cabe a eles a introdução da literatura infantil na fase inicial da educação básica. Existem muitas

formas de se utilizar livros na sala de aula, mesmo sem recursos, podemos criar atividades lúdicas

para mostrar a esses alunos a importância da leitura.

Cândido (1995) afirma que a Literatura desenvolve em nós a sensibilidade, tornando-nos mais

compreensivos, reflexivos, críticos e abertos para novos olhares e possibilidades diante da nossa

condição humana. A leitura literária permite-nos refletir sobre o mundo em nossa volta, abrindo

nossos horizontes, ampliando os conhecimentos, possibilitando novas perspectivas.

É necessário que a escola valorize a literatura infantil no processo de ensino aprendizagem, pois

esta exerce amplo poder sobre a mente das crianças contribuindo assim para o desenvolvimento

cognitivo destes alunos, pois a criança viaja na história que ouve, existem também na literatura

infantil as fabulas que sempre tem no final uma lição de moral sempre com animais como personagens

do enredo. As fábulas também tem grande influência sob o desenvolvimento do leitor em formação,

pois elas sempre nos deixam uma mensagem para o dia a dia. A literatura infantil também è utilizada

com crianças para mostrar a elas que sempre vai existir o bem e o mal, sendo esse um conceito que

ela vai levar para a vida.

CONCLUSÃO:Da investigação realizada sobre a importância da literatura infantil nos anos iniciais

foi possível constatar que a literatura possibilita a criança a ter o acesso a leitura de maneira divertida

e prazerosa despertando nela o prazer pela leitura. Além de desenvolver o gosto pela leitura, a

literatura permiti a criar e a dominar imaginação, as emoções e sentimentos da criança.

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342

Para finalizarmos deixamos está mensagem de incentivo para os professores, onde eles têm usar e

abusar de sua criatividade, para trabalha a literatura infantil, pois tem muitas coisas a ser feitas e é

muito importante que seja feita para que a criança seja contaminada pelo gosto da leitura. E todos nós

devemos também está fazendo a corrente de incentivo a leitura, e vamos todos impulsionar o

desenvolvimento do gosto pela leitura através da literatura.

REFERÊNCIAS

CANDIDO, Antônio. O direito à literatura. In:Vários escritos, 3 ed. São Paulo: Duas Cidades, 1995.

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices.2ed. São Paulo:

Scipicione,1997. 174p.

CASTRO, Eline Fernandes. A importância da leitura infantil para o desenvolvimentoda criança.

[S.L.], 2010. Disponível em: httphttp://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-

literatura-infantil-para-desenvolvimento.htm, Acesso em: 24 set 2017.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo : Ática, 1994.

SORDI, Rose. Magistrando a língua portuguesa: literatura brasileira, redação, gramática,

metodologia de ensino e literatura infantil. São Paulo: Moderna, 1991. Vol. 2

CASSIANO, Adriana Aparecida. O prazer de ler: o incentivo da leitura na educação infantil.

Londrina: Universidade Estadual de Londrina. 2009. p. 48. Curso de Pedagogia, Universidade

Estadual de Londrina, Londrina, 2009. Disponível em:

http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/moci/article/viewFile/2162/1359, Acesso em: 26 set

2017.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

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343

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA PARA UMA EDUCAÇÃO EMANCIPADORA

37Evanilde Pereira dos Santos1

[email protected]

Luana Miranda Mota2

[email protected]

Gabriela de Sousa Pereira3

[email protected]

Paula Cristina Galdino de Oliveira4

[email protected]

RESUMO- Sabemos que, para efetivarmos o discurso de sujeito ativo, é necessário munir os educandos de

possibilidades que os levem a descobrir a si mesmo e a um mundo despertado pelos conhecimentos advindos do ato de

ler. Com a preocupação em formar sujeitos críticos, surgem as discussões do papel da escola, do professor e do que é

proporcionado a este leitor em formação pela literatura. O objetivo deste trabalho é buscar analisar a importância da

literatura para uma educação emancipadora. Esse trabalho se justifica pela necessidade de esclarecer os conceitos

referentes à literatura e em que medida ela pode ser um instrumento da educação emancipadora. A metodologia adotada

para o desenvolvimento deste trabalho foi o estudo bibliográfico, feito a partir de levantamentos de referências teóricas

já analisadas e publicadas por meio de escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos etc. Conclui-se que é

imprescindível o acesso democrático à literatura e condições em que seja dada autonomia ao aluno-leitor para opinar,

questionar, discutir, rebelar-se e novamente apaixonar-se pela nova maneira de ver o mundo, oportunizada pela literatura,

tendo essa um papel fundamental para a emancipação do jovem leitor.

PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA, EDUCAÇÃO EMANCIPADORA, FORMAÇÃO.

INTRODUÇÃO: A educação enquanto processo formador nos remete à ideia do sujeito enquanto

construtor de conhecimentos, que possui competências para atuar no meio social. Sendo assim, a

leitura que faz do mundo pode levá-lo de maneira competente a contribuir para a transformação da

sua realidade.

Sabemos que, para efetivarmos o discurso de sujeito ativo, é necessário munir os leitores

educandos de possibilidades que os levem a descobrir a si mesmo e a um mundo despertado pelos

conhecimentos advindos do ato de ler. Com a preocupação em formar leitores críticos, surgem às

discussões do papel da escola, do professor e do que é proporcionado a este leitor em formação pela

literatura.

Neste contexto, surge a literatura e inúmeras discussões acerca dos conceitos vinculados a

ela, alguns teóricos associam-na às artes, ao entretenimento, à ideia de subjetividade e extravagância;

por outro lado, há os que a defendem no campo do fazer científico, da indagação e produção de

1 acadêmica do VIII semestre do curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e bolsista de iniciação a docência do subprojeto

de Pedagogia PIBID/CEULS. 2 acadêmica do VII semestre do curso de Pedagoga do CEULS/ ULBRA e bolsista de iniciação a docência do subprojeto

de Pedagogia PIBID/CEULS . 3 acadêmica do III semestre do curso de Pedagogia do CEULS/ ULBRA e bolsista de iniciação a docência do subprojeto

de Pedagogia PIBID/CEULS. 4 Profa. do curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e bolsista coordenadora de área subprojeto de pedagogia

PIBID/CEULS. 37

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344

conhecimento. Mais que isso, as discussões englobam uma série de fatores que vão desde as

conceituações e funções às contribuições da literatura para o ser humano.

Afinal, questionamo-nos o que é a literatura? Quais os enfoques teóricos consideráveis

acerca dela? De fato, ela serve apenas para nos emocionar ou tem em sua essência a função

questionadora, problematizadora e reflexiva? Enquanto educadores, preocupamo-nos com a função

social da literatura e o impacto que esta traz a vida dos sujeitos, se o emancipa ou se o afasta do meio

social ao qual deveria estar inserido. Deste modo, este estudo buscou esclarecer os conceitos

referentes à literatura e em que medida ela pode ser um importante instrumento da educação

emancipadora. Salientamos que a pesquisa se desenvolveu dentro do Subprojeto de Pedagogia do

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CEULS.

MÉTODO: Para o desenvolvimento desta pesquisa, utilizou-se o estudo bibliográfico que se baseia

em analise de materiais impressos (livros, textos, periódicos ...) e também de materiais digitalizados,

disponíveis em sites e blogs. Segundo GIL (1991, p.48), a pesquisa bibliográfica é “desenvolvida

com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

Assim, o estudo bibliográfico é feito a partir de levantamentos de referencias teóricas já

analisadas e publicadas por meio de escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, paginas

da web sites. Qualquer trabalho inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador

conhecer o que já estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam

unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de

recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a

resposta (FONSECA, 2002, p.32).

MARCONI E LAKATOS (2006, p. 71), dizem que “a pesquisa bibliográfica não é mera

repetição do que já foi dito ou escrito sobre determinado assunto, mas propicia o exame de um tema

sob um novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A literatura é uma arte capaz de proporcionar a criatividade e a

imaginação de cada indivíduo. A partir do momento que o sujeito se encontra com a leitura, ele passa

a viver em diversos mundos, viaja sobre inúmeras histórias e conhece o seu interior. A literatura tem

a função de atuar nas mentes de cada ser humano e transformar o seu pensamento, tornando-o um

sujeito critico, desde que estimulado.

A literatura nos diz o que somos e nos incentiva a desejar e a expressar o mundo por nós

mesmos. E isso se dá porque a literatura é uma experiência a ser realizada. É mais que um

conhecimento a ser reelaborada, ela e a incorporação do outro em mim sem renuncia da

minha própria identidade. No exercício da literatura, podemos ser outros, podemos viver

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345

como os outros, podemos romper o limite do tempo e do espaço da nossa existência e, ainda

assim sermos nos mesmos. (COSSON, 2016, p.17)

No exercício da literatura, o indivíduo pode vivenciar diversas histórias dentro de um livro

pode leva-lo a conhecer-se, conhecer os outros e, assim, conhecer o universo humano. A literatura

colabora para a emancipação do ser humano, pois a mesma possibilita ao sujeito conhecimentos

políticos, sociais, e outros necessários para a construção de um cidadão capaz de expressar seus

pensamentos e pontos de vistas com a chance de argumentar. Assim como a literatura transforma o

indivíduo e sua personalidade, ela também pode reinventar a mentalidade de uma sociedade nova.

Precisamos de historias, poema e de toda a literatura possível na escola, não para sublinhar

ideias principais, mas para favorecer uma educação sentimental. Não para identificar a moral

da historia, ensinamentos e valores, mas para empreendermos essa antiga tarefa do “conhece-

te a ti mesmo” e “conheça os demais”. (REYES, 2012, p.28)

Quando o homem entra em contato com a literatura, começa a interagir com o mundo, passa

a compreender o que está em sua volta e entende a sociedade em que vive. É lendo que o sujeito

transforma sua forma de pensar diante de inúmeras situações, evita a ignorância e alimenta suas

ideias. É por este motivo que a leitura precisa ser necessária na vida do homem desde a sua infância,

acostumar-se com este habito, para que ele seja critico e entenda a sua realidade e a realidade do

mundo.

O texto e a leitura literária também se supõem irresponsável, mas não no sentido do

esquecimento de si e dos problemas da vida para poder continuar vivendo-os naturalmente,

mas no sentido de pensar para nada, pensar para ser, ler para ser, inventar para viver, ler para

inventar, num movimento continuo, sempre a estimular e a incomodar. (BRITTO, 2015,

p.57.)

Levando em consideração o papel da literatura na formação do sujeito e no desenvolvimento

de sua aprendizagem, esta se torna uma ferramenta para se trabalhar a formação deste indivíduo. Por

isso, não deve ser trabalhada de forma equivocada, voltada apenas para a alfabetização do leitor. Mas

como lhe é próprio, deve trazer uma aprendizagem significativa, em que através da literatura, este

educando seja capaz de ler não só o que está escrito explicitamente, decodificando signos, mas

também faça uma leitura global, associando o texto implícito a seu cotidiano, a sua realidade

tornando-se capaz de transformá-la e crescer com autonomia no sentido de se tornar liberto para

construir seu próprio conhecimento a partir de leituras.

CONCLUSÃO

Ao discutirmos sobre a abrangência dos termos e conceitos vinculados à literatura percebemos

que há tanto aspectos divergentes quanto consensuais que enriquecem o conhecimento que

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precisamos ter sobre a temática. As análises nos dão a dimensão da necessidade de compreendermos

as situações em que se faz necessário o uso da literatura e seus atributos formadores, bem como

promovermos, enquanto professores, o acesso a ela, pois o discurso de que as políticas públicas

alcançam igualmente a todos é contraditório, uma vez que estas, em sua maioria, desconsideram o

contexto cultural e social do leitor, seus interesses e a sua opinião, levando-o a distanciar-se do que é

exposto nos livros e demais suportes literários.

No que concerne à educação, são inúmeros os desafios vivenciados na tarefa de formar sujeitos

críticos e conscientes do seu papel social, e a literatura com a função de apresentar uma visão

abrangente de mundo ao leitor torna-se uma grande aliada e oportuniza questionamentos e

contribuições que levam a transformação do meio social dos indivíduos por ela impactados.

REFERÊNCIAS

BRITTO, Luiz Percival Leme. Ao Revés do Avesso: leitura e formação- São Paulo: Pulo do Gato,

2015.

COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e pratica. 2. Ed, 6a reimpressão – São Paulo:

contexto. 2016.

FONSECA, J.J.S. Metodologia da pesquisa cientifica. Fortaleza: UEC, 2002. APOSTILA.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1991.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKARTO, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: Planejamento e

execução de pesquisa, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, analise e interpretação

de dados. 6o Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

REYES, Yolanda. Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação; tradução: Rodrigo

Petrônio- São Paulo: Pulo do Gato, 2012.

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347

A PESQUISA COMO UM DOS PILARES ESSENCIAIS PARA FORMAÇÃO DO

ACADÊMICO DO CURSODE ENGENHARIA CIVIL DO CEULS/ ULBRA

38Roberta Campos Costa1

39Profª Msc. Maria Viviani Escher Antero2

RESUMO: O referido trabalho, tem como principal objetivo apresentar as principais linhas de pesquisas mais adotadas

pelo curso de Engenharia Civil do CEULS/ULBRA. Para tanto, foi necessário realizar um levantamentode dados

referentes aos Trabalhos de Conclusão do Curso apresentados pelos acadêmicos, entre os anos de 2011 a 2016. Ademais

a possibilidade de redirecionamento das linhas de pesquisas ao mercado de trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: PESQUISA. ENGENHARIA CIVIL. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO.

INTRODUÇÃO:Apesquisa científica propõe contato com a informação de várias formas, ampliando

seus conhecimentos. A compreensão da realidade e a intervenção sobre ela, requer do professor e

aluno-pesquisador algumas capacidades indispensáveis ao total desenvolvimento de suas funções.

Nessa perspectiva, o curso de Engenharia Civil se encontra com a pesquisa no momento em que

incentiva seus acadêmicos a buscar, de forma empírica, soluções para problemas que ocorrem no

ambiente urbano, tento em vista que o referido curso é a área do conhecimento responsável pela concepção

de projetos, construção e manutenção de todos os tipos de infraestruturas arquitetônicas, visando sempre o

bem-estar e o desenvolvimento da sociedade moderna. Aliás, a pesquisa ajudaa formarprofissionais totalmente

qualificados para ingressar no mercado de trabalho.

Isto posto, o presente trabalho objetivou, através de uma pesquisa aprofundadano que se refere a

catalogação dos Trabalhos de Conclusão do Curso - TCC,traçar as linhas de pesquisas mais utilizadas pelos

acadêmicos e desenvolvidas pelos Professores do curso de Engenharia Civil do CEULS/ULBRA. Com

isso, traçou-se o perfil institucional do referido curso presente na IES, para então verificar se ocorre o

redirecionamento das principiais linhas de pesquisas adotadas ao mercado de trabalho.

MÉTODO: Ao presente estudo empregou-se a pesquisabibliográfica que é segundo

(PRODANOV E FREITAS, 2013, p. 54) “constituída principalmente de: livros, revistas, publicações

em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material

cartográfico e internet”, bem como a pesquisa documental que segundo (PRODANOV E FREITAS,

2013, p. 55) “baseia-se em materiais que não receberam ainda um tratamento analítico ou que podem

ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.”. De forma exploratória, no sentido de

“descrever ou caracterizar a natureza das variáveis que se quer conhecer” (KOCHE, 2015 p. 126) e

descritiva pois “estuda as relações entre duas ou mais variáveis de um dado fenômeno sem manipulá-

1Graduanda em Direito, Centro Universitário Luterano de Santarém, CEULS/ULBRA.

38 2Mestra em Educação e Coordenadora do Projeto, CEULS/ULBRA.

39

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348

las. ” (KOCHE, 2015 p. 124), buscou-se, dentro dos acervos da bibliotecae da coordenação do Curso,

os Trabalhos de Conclusão de Curso apresentados pelos acadêmicos no período de 2011 a 2016

daEngenharia Civil do CEULS/ULBRA. Para isso, foi necessáriorealizar um levantamento de todos

o TCCs apresentados nos anos supracitados, bem como utilização da matriz curricular e a ementa das

disciplinas, as quais encontram-se localizadas no próprio site do CEULS/ULBRA.

A posteriori, fora elaborada uma tabela referente a cada ano, contendo em seu corpoo título do

Trabalho de Conclusão do Curso, o nome do orientador e sua titulação. Logo em seguida, com apoio

de dois acadêmicos do referido curso, foi analisado,ano por ano,cada trabalho individualmente,

inserindo em cada um a linha de pesquisa correspondente. A ementa das disciplinas e a matriz

curricular, foram ferramentas essenciais, visto que auxiliou a compreensão das linhas de pesquisa e

suas finalidades.

Concluído os ajustes, agrupou-se todas as linhas de pesquisas adotadas pelos acadêmicos em

cada ano separadamente. Posteriormente reuniu-seem uma única tabela todas as linhas de pesquisas

decorrente de todos os anos. Após reunião, foram aglutinadas as linhas de pesquisas mais elaboradas

pelos acadêmicos, inseridoo docente responsável pelo desenvolvimento da linha de pesquisa bem

como a correlação com seu perfil curricular. Por fim, verificou se ocorre o redirecionamento das

referidas linhas para o mercado de trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Finalizada a primeira etapa,passou-se a análise. A princípio,

verificou-se o número total de trabalhos apresentados durantes os anos em estudo e as linhas de

pesquisa adotadas por cada um de forma individual. Cada linha de pesquisa adotada a seguir, equivale

a um campo da Engenharia Civil.O ramo “outros” corresponde a linhas de pesquisas que contém

apenas um trabalho desenvolvido, sendo aglutinados para melhor contabilização.

16%

13%

10%

8%6%5%

5%

5%

5%

4%

3%3%

3%3%

2%1%1%1%1%3%

QUANTIDADE DE TCCS POR CAMPO DA ENGENHARIA CIVIL 2011 -

2016TECNOLOGIA DO CONCRETOORÇAMENTO, CONTROLE E INCORPORAÇÃOLEGISLAÇÃO, ÉTICA E SEGURANÇA DO TRABALHOPATOLOGIA E RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURASTECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO IIPROJETO DE PAVIMENTAÇÃO RODIVIÁRIATRANSPORTE E TRÁFEGO URBANOIMPACTO AMBIENTALPROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADOTECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO IPROJETO DE SISTEMAS DE ESGOSTOS SANITRÁRIOSPROJETO DE FUNDAÇÕESPROJETO DE SISTEMAS HIDRÁULICOSOBRAS GEOTÉCNICASOUTROS

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349

Como demonstra a tabela, as linhas de pesquisasmais desenvolvidas, em um apanhado de

aproximadamente 210 trabalhos, foram: Tecnologia do Concretocom 34 trabalhos; Orçamento,

Controle e Incorporação com 26 trabalhos; Legislação, Ética e Segurança do Trabalho com 21

trabalhos; Patologia e Recuperação de Estruturas com 17 trabalhos; Tecnologia da Construção II com

12 trabalhos; Projeto de Pavimentação Rodoviária com 11 trabalhos concorrendo com Transporte e

Tráfego Urbano que também contém 11 trabalhos, bem como Impacto Ambiental e Projeto de

Estruturas de Concreto Armado, onde ambos possuem 10 trabalhos.

Em se tratando das principais linhas e seu redirecionamento ao mercado de trabalho,

oEngenheiro Civil pode atuar tanto no setor público quanto no privado. De acordo com o Projeto

Político Pedagógico do Curso:

No mercado de trabalho, o egresso poderá trabalhar como administrador; projetista; na área

de fiscalização e de execução de obras; nas áreas de cálculo estrutural e fundações, e de

transportes; nas áreas de computação, principalmente, na parte referente à programação das

áreas de engenharia civil; nas áreas de projeto e execução de instalações hidráulicas,

sanitárias e elétricas; nas áreas de rodovias, ferrovias, portos e hidrovias.(PPPC, 2015, p.14)

Além do mais, segundo (PPPC, 2015, p.16)“a matriz curricular do curso estrutura-se nos ramos

da construção civil, estruturas, transportes, saneamento e instalações. ”. Isto posto, dentre as

principais linhas de pesquisa, merece destaque as áreas de atuação apresentada na tabela a seguir:

Áreas de atuação Conceito

Especialização em Orçamento, Planejamento e

Controle na Construção Civil

Fazer o planejamento completo de uma obra

civil, bem como gerir a mão de obra contratada,

além de realizar corretamente os orçamentos de

obras civis.

Engenharia de Segurança do Trabalho

Zelar pela saúde e pela integridade física do

trabalhador, reduzindo ou eliminando o risco

de acidentes no ambiente de trabalho e entre

outros.

Engenharia de Infraestrutura e Transporte

Oferecer as melhores soluções para a

organização da sociedade em um ambiente,

como por exemplo projetar estradas, viadutos,

metrôs, portos, etc.

Especialização em Patologia das Construções

Diagnosticar e prevenir anomalias construtivas

e falhas de manutenção em construções, repará-

las e recuperá-las adequadamente, quando

necessário.

Especialização em Engenharia Ambiental

Contribuir para a redução dos efeitos adversos

das atividades produtivas nos meios físicos e

biológicos, buscando implantar modelos de

desenvolvimento econômico.

Especialização em Engenharia de Estruturas

Análise e dimensionamento de estruturas de

concreto armado e aço, o quais são utilizados

nas mais diversas áreas da construção civil,

como construção de pontes, de edifícios

residenciais e comerciais, etc.

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350

CONCLUSÃO:A Engenharia Civil aliada a pesquisatem como um de seus objetivos incentivar os

orientadores e orientandos a expansão de seus horizontes alémestimular o senso crítico e metodológico do

acadêmico. Desta forma, conclui-se que as linhas de pesquisas mais traçadas pelos acadêmicos em

seus TCCs, encontram-se redirecionadas ao mercado de trabalho, onde estão inseridas nos mais

variados setores da Engenharia Civil, tanto de maneira individual como agrupadas com outras linhas

de pesquisas, principalmente em forma de especializações. Neste enfoque, o perfil do curso possui

característica generalista, uma vez que contém a formação em ciências básicas e de engenharia,

juntamente com à capacidade para solucionar problemas e incrementar inovações na esfera urbana.

REFERÊNCIAS

MARINHO, Renan “As 10 principais áreas de atuação de um engenheiro civil”. 2016. Disponível

em:civilizacaoengenheira.wordpress.com/2016/06/10/as-10-principais-areas-de-atuacao-de-um-

engenheiro-civil/. Acesso em: 23/09/2017

ESCHER, Maria Viviani Antero. A Pesquisa e o Trabalho de Conclusão de Curso dos Alunos de

Graduação. IN:Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia, 9, 2015, Santarém. O Saber Pensar

pela Pesquisa. Anais eletrônico. Santarém: CEULS, 2015. Disponível em:

http://www.ulbra.br/santarem/pesquisa/congresso-de-ciencia-e-tecnologia-da-amazonia-e-salao-de-

iniciacao-cientifica. Acesso em: 19/09/2017

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do Trabalho Científico:

Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico: 2ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM. Coordenação do curso de Engenharia

Civil. Projeto Político Pedagógico do Curso de Engenharia Civil. Santarém, 2015.

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351

A PRECARIZAÇÃO INSTITUCIONALIZADA DO TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES

PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA.

40Ledyane Lopes Barbosa. HISTEDBR. UFOPA1

[email protected] 41Gilberto César Lopes Rodrigues. HISTEDBR. UFOPA2

RESUMO – O estudo objetivou refletir acerca da configuração atual do trabalho analisando suas implicações para a

educação brasileira, tendo em vista a nova legislação trabalhista que institucionalizou a precarização sob a desculpa da

“modernização” das relações de trabalho. Nosso foco foi responder ao questionamento: “o que esperar da organização

educacional brasileira para os próximos anos: atender essa nova realidade do mercado de trabalho ou formar cidadãos

críticos e autônomos?” Assim, foi necessário realizar uma leitura da nova configuração do estado brasileiro que ampliou

o receituário neoliberal e examinar o sistema educacional brasileiro na perspectiva de vislumbrar o cenário futuro para o

país no que diz respeito a relação entre educação e formação humana. O estudo é de natureza qualitativa, e caracteriza-se

como um estudo bibliográfico. As análises apontam que a resposta a questão norteadora desse trabalho envolve uma

análise crítica do modo de produção vigente que opera sobre a lógica da exclusão, uma vez que diante do cenário político

atual que o país atravessa a previsão para os próximos anos é de instabilidade na área educacional e em outros campos

em função das alterações nas políticas educacionais e trabalhistas que estão sendo efetuadas e que alterarão o projeto de

sociedade brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO. TRABALHO. PRECARIZAÇÃO.

INTRODUÇÃO: A presente pesquisa resultou da análise crítica sobre a relação entre educação,

sociedade e trabalho. Examinamos a atual precarização do trabalho imposta pela lei 13.467/2017342 e

sua implicação para o sistema educacional e para a sociedade brasileira. Objetivamente procuramos

responder ao seguinte questionamento: “O que esperar da organização educacional brasileira para os

próximos anos tendo em vista a precarização das relações de trabalho?”. Nossa motivação considerou

as recentes estratégias adotadas pelo atual governo que acelerou o neoliberalismo desmantelando

rapidamente as políticas públicas até então conquistadas mediante anos de lutas e demandou a

alteração do sistema educacional brasileiro através do chamado “Novo Ensino Médio”. Ao nosso ver,

essas mudanças implicam no rebaixamento do acesso ao saber sistematizado e a relativização da

formação alterando profundamente a sociedade brasileira cujos reflexos serão sentidos nas próximas

gerações.

Para tanto, em um primeiro momento apresentamos alguns apontamentos acerca da concepção

de trabalho presente no primeiro capítulo do livro A face oculta da escola: educação e trabalho no

capitalismo, que tem por título “O trabalho atual como forma histórica” de autoria de Enguita (1989)

1 Graduanda do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia 2014. Programa de Educação. Instituto de Ciências da

Educação – ICED. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas “Historia, Sociedade e Educação no

Brasil/HISTEDBR/UFOPA”. E-mail: [email protected] 2 Doutor em Educação pela Unicamp. Docente do Instituto de Ciências da Educação – ICED, Líder da Linha 3: Estado,

Trabalho e Minorias do Grupo de Estudos e Pesquisas “Historia, Sociedade e Educação no Brasil/HISTEDBR/UFOPA”.

Orientador da pesquisadora. E-mail: [email protected] 41 3 Lei 13.467 de 13 de julho de 2017, altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei

no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de

24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. 42

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comparando com as concepções de trabalho explicitadas no artigo intitulado “Sob a reestruturação

produtiva, enfermeiros, professores e montadores de automóveis se encontram no sofrimento do

trabalho” de autoria de Kuenzer (2001).

Por fim, realizamos uma leitura do atual sistema educacional brasileiro na perspectiva de

vislumbrar o cenário futuro para o país no campo educacional e nas demais áreas procurando desvelar

suas implicações para a sociedade nacional das próximas gerações.

MÉTODO: Tratou-se de um estudo bibliográfico onde utilizou-se uma abordagem qualitativa. Para

Lakatos e Marconi (2003, p. 183) a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda

bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,

jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de

comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua

finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre

determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por

alguma forma, quer publicadas, quer gravadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para entender o trabalho atual é necessário um resgate histórico a

fim de entender as transformações ocorridas bem como as formas de trabalho que anteriormente

existiam, já que o tipo de trabalho está historicamente posicionado em um tempo. De acordo com

Enguita (1989), a atual forma de trabalho mudou até o conceito de liberdade, pois, na economia de

subsistência há mais liberdade do que no trabalho assalariado. Embora Hegel443(1973) insista em

afirmar que o “homem só se reconhece livre no trabalho” ao passo que Marx5 (1977) destaca o

“trabalho como elemento constitutivo e distintivo do homem, como indivíduo e como espécie”

evidenciando que o trabalho é o que diferencia os homens dos demais seres vivos e de outros animais,

deixando claro o caráter humanizante do trabalho.

O conceito de trabalho aqui abordado é aquele preconizado como ação para satisfazer as

necessidades humanas. E é nesse sentido que Saviani (2011, p. 12) afirma que “o homem necessita

produzir continuamente sua própria existência” para isso tendo que transformar a natureza ao invés

de adaptar-se à ela, lógica esta que o capital usa como mecanismo de acumulação e degradação do

espaço natural. Nessa perspectiva, é perceptível o fato de que o trabalho atual não satisfaz as

necessidades humanas, como ocorria nas sociedades pré-capitalistas que, sem dúvida, estavam mais

4 HEGEL (1973); 5 MARX (1977); Ver mais informações em: ENGUITA, Mariano Fernández. A face oculta da escola:

educação e trabalho no capitalismo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. 272p. 43

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conectadas à natureza e não precisavam dos inúmeros bens de consumo intensamente divulgados pela

mídia de massa como sendo extremamente necessária a vida humana.

Enguita (1989) no primeiro capítulo do seu livro A face oculta da escola, que tem por título “O

trabalho atual como forma histórica” apresenta as ideias centrais para legitimar sua concepção de que

o trabalho é condicionado a sua forma histórica. O objetivo do autor é de analisar a forma histórica

que o trabalho foi assumindo até a forma atual. Tais ideias consistem em demonstrar que o trabalho

está situado em um tempo histórico, e, do mesmo modo que estamos inseridos em um tempo histórico

e sermos seres históricos que produzem história, Enguita (1989) aponta que o trabalho contemporâneo

na forma assalariada como o conhecemos é a forma atualmente dominante sob outras formas de

trabalho, no entanto, deixando evidente que nem sempre foi assim. O autor parte do pressuposto de

que há dois tipos de trabalho, um voltado para suprir as necessidades pessoais do ser humano

(apresentado na forma de uma economia de subsistência anteriormente e que estava mais conectada

à natureza) e, outra voltada para suprir as demandas do capital (sob a forma do trabalho assalariado

na atualidade e que visa satisfazer as necessidades impostas ao homem e não por ele criado).

Kuenzer644 (2001) em seu artigo intitulado “Sob a reestruturação produtiva, enfermeiros,

professores e montadores de automóveis se encontram no sofrimento do trabalho745” discute a dupla

face do trabalho enquanto produtor do uso de valores e de trocas, além de discutir as possibilidades e

os limites da intervenção social e da satisfação profissional dos trabalhadores da área da saúde

buscando um paralelo entre estes e os da área da educação. O trabalho é dialético porque apresenta

uma dupla faceta que tem como característica mais geral o fato de não depender do modo de produção

vigente para existir, além de ser qualificador, prazeroso e produzir um valor de uso. Já o trabalho em

sua característica concreta/real depende do modo de produção, além de se apresentar atualmente

através do trabalho assalariado, e ser desqualificador, sofrido, explorador e produzir valor de troca a

partir do excedente produzido, da exploração da mais valia.

Assim, diante da configuração atual do trabalho, a escola surge como um importante espaço de

preparação de mão-de-obra futura para as relações de trabalho assalariado. A escola assume o papel

de condicionar o futuro trabalhador à ordem vigente dentro de uma política neoliberal, mediante a

oferta de uma instrução mais fragmentada possível, não permitindo o acesso aos conhecimentos

elaborados pelo conjunto da humanidade em detrimento da inserção da pedagogia das competências

que contribuem para o crescente individualismo. A teoria do capital humano, também ganha destaque

6 Professora titular aposentada da Universidade Federal do Paraná, pesquisadora da área de Educação e Trabalho. Doutora

em Educação pela PUC/SP. [email protected] 44 7 Artigo elaborado a partir de conferência realizada no 53º Congresso Brasileiro de Enfermagem — CBEn, realizado em

Curitiba, de 9 a 14 de outubro de 2001, publicado com autorização dos organizadores. 45

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a partir do momento que se veicula que é a constante instrução do trabalhador que vai permitir-lhe

um melhor posto de trabalho, e, por conseguinte, mobilidade social.

Contudo, não devemos esquecer que o espaço escolar também é lugar de contradições, de lutas,

pois, ao mesmo tempo em que a escola pública pode alienar o indivíduo, também pode contribuir

para uma formação crítica que vai propiciar o pensamento crítico acerca da sociedade e das relações

desiguais que existem bem como ambicionar sua transformação por meio de uma educação

emancipatória tendo por base os conteúdos alicerçados nos conhecimentos elaborados pelo conjunto

da humanidade. O que se pretende destacar é que a origem da escola como a conhecemos hoje esteve

totalmente conectada ao capital, portanto, historicamente serviu aos interesses deste.

O cenário futuro para a educação brasileira não é dos melhores, por algumas razões. Em

primeiro lugar, por conta da PEC846 55 recentemente aprovada que limita os gastos públicos pelos

próximos vinte anos, onde o campo educacional está inserido (embora o pagamento da dívida pública

não entre nessa conta). De acordo com a PEC 55 os gastos com a educação tendem a diminuir e não

aumentar no caso da arrecadação aumentar, isso porque o valor investido na educação seria corrigido

apenas pela inflação (um absurdo certamente). Atualmente os gastos com a despesa primária estão

em torno de 20% e em vinte anos deve reduzir para 12%, sendo que os investimentos em educação

estão inseridos nas despesas primárias. Portanto, para a área educacional no caso de o teto ser

alcançado, são impostas algumas vedações, o que ocasionará um desmonte do funcionalismo público.

Além disso, o atual PNE (Plano Nacional de Educação) aprovado em junho de 2014 está ameaçado

de morte, porque muitas das suas metas e estratégias estão impossibilitadas por esta PEC que, por

exemplo, previa concursos públicos, melhores salários para os professores, ampliação do número de

escolas, dentre outras medidas. Portanto, pensar na educação brasileira para os próximos anos é

também refletir sobre o modo de produção vigente que opera sobre a lógica da exclusão.

CONCLUSÃO: As novas relações de trabalho foram alteradas pela lei 13.467/2017

institucionalizando a precarização, entendemos que seus efeitos sobre a formação escolar terão

impactos importantes. O chamado Novo Ensino Médio sinaliza essas mudanças em direção a

precarização e a flexibilização do trabalho e do trabalhador na medida em que a quantidade de

conhecimento disponível foi rebaixada e, ao aluno, foi explicitamente flexibilizado o “direito” de

escolher sua formação técnica em detrimento da formação humana e ao acesso ao conhecimento

historicamente elaborado pela humanidade cuja posse traz autonomia. Essas mudanças se refletirão

profundamente na sociedade brasileira e deixarão marcas nas próximas gerações. Por isso, um exame

crítico sobre elas, bem como refletir sobre as consequências que a precarização do trabalhado traz a

8Proposta de Emenda Constitucional anteriormente denominada de PEC 241. 46

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história da humanidade, permite desnaturalizar o olhar que naturaliza as injustiças sociais, a miséria,

a exclusão social, que sob a forma do capitalismo culpabiliza o indivíduo por seu estado de decadência

e ainda o estimula a tirar as conquistas do outro enfraquecendo assim o coletivo em detrimento do

individualismo exacerbado que prima pelas conquistas individuais. Faz-se necessário percebermos

que somos produtos históricos e que a educação que recebemos na escola está intimamente

relacionada ao modo como o trabalho é organizado na sociedade que vivemos e participa da

construção subjetiva de todos. Por isso, precisamos de um novo tipo de sociedade, de escola e de

relações de trabalho voltados as necessidades reais humanas e que construa uma sociedade coletiva

onde o humano volte a ser o centro de nossas preocupações e atividades.

REFERÊNCIAS

ENGUITA, Mariano Fernández. A face oculta da escola: educação e trabalho no capitalismo. Porto

Alegre: Artes Médicas, 1989. 272p.

KUENZER, Acacia Zeneida. Sob a reestruturação produtiva, enfermeiros, professores e

montadores de automóveis se encontram no sofrimento do trabalho. Conferência. 53º Congresso

Brasileiro de Enfermagem - CBEn, Curitiba. 9 a 14 de outubro de 2001.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica.

5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11 ed. Ver. Campinas,

SP: Autores Associados, 2011. (Coleção educação contemporânea).

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A RIQUEZA DIDÁTICA DOS GIBIS E MANGÁS NA SALA DE AULA

47Narelly Tavares Rodrigues e Melo1

[email protected]

RESUMO: O estudo objetivou argumentar sobre a utilização das Histórias em Quadrinhos (HQ) e dos Mangás

(quadrinhos japoneses) na sala de aula, bem como conhecer as contribuições para a educação; relacionar as características

das HQs e dos mangás existentes; e verificar os resultados da utilização por alunos e professores na sala de aula. A

metodologia utilizada foi à pesquisa do tipo bibliográfica e a abordagem qualitativa. Constatou-se que as HQs e os Mangás

são um gênero literário bastante atraente que provoca fascínios em crianças, jovens e até em adultos. Houve um período

em que os gibis e mangás foram rotulados de subliteratura e acusados de serem responsáveis pela delinquência juvenil,

porém, sabe-se que hoje são uma expressão literária presente no mundo todo proporcionando entretenimento e

informação. Os Gibis e Mangás apresentam um potencial enorme para a aceitação por parte dos estudantes, pois, o

entusiasmo dos jovens por esse tipo de leitura é justamente a literatura atraente, as artes plásticas, a composição

descontraída e jovial, por isso, vem a ser instrumento pedagógico eficaz para o professor, oferecendo boas oportunidades

para a utilização de diversas técnicas de ensino que estimulem e valorizem cada oportunidade de crescimento e

fortalecimento das habilidades dos alunos. Foi possível concluir que a particularidade de reunir riquíssimas formas de

expressões culturais torna os gibis e os mangás em uma fonte preciosa de inspiração para iniciativas didáticas e até para

a integração e correlação das diversas disciplinas, promovendo a interdisciplinaridade.

PALAVRAS-CHAVE: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS – MANGÁS. PROFESSOR. FERRAMENTAS

DIDÁTICAS.

INTRODUÇÃO: Há mais de dez anos foi realizada na França uma pesquisa sobre o personagem das

histórias mais popular entre a população, Jesus Cristo ficou em primeiro lugar, com 100% das

preferências; e em segundo lugar Mickey Mouse, com 97,7% dos votos. Esse resultado ilustrou a

importância dos gibis na vida das pessoas e a sua interferência na sociedade.

As Histórias em quadrinhos (HQs), mais conhecida como gibis e os Mangás (quadrinhos

japoneses) são gêneros literários de características peculiares, com narrativas cheias de conversações

e imagens sequenciadas. São ricos em cultura, informação e descontração, aonde na maioria das vezes

abordam a luta do bem contra o mal, ou o dia-a-dia de pessoas comuns, ou simplesmente personagens

neuróticos ou mal-resolvidos. Primeiramente foram criados para o público infantil, entretanto, hoje

são produzidos gibis e mangás com diversos temas, para várias idades, gêneros, gostos e povos

diferentes. Houve um período em que foram rotulados de subliteratura e acusados de serem

responsáveis pela delinqüência juvenil, na década de 50, por exemplo, muitos quadrinhos foram

queimados em praça pública nos Estados Unidos (SERPA, ALENCAR, 1998). Toda essa especulação

chamou a atenção para o que verdadeiramente estava em “cheque”, à utilização de gibis como

instrumento de disseminação de idéias e informações para crianças, jovens e adultos.

Desta forma, fez-se necessário realizar uma pesquisa a fim de compreender as contribuições das

HQs e dos mangás para a educação, identificar as possibilidades da sua utilização na sala de aula,

relacionar as características das HQs e dos mangás existentes classificando-os a fim de discernir para

1 Pedagoga, especialista em Gestão Escolar e Docente do CEULS ULBRA. 47

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qual público deverá ser voltado; coletar e enumerar as dinâmicas que podem ser utilizadas através

deste recurso; e verificar os resultados da utilização por alunos e professores.

MÉTODOS: Optou-se em utilizar a pesquisa do tipo bibliográfica, realizada a partir de material já

publicado, constituído principalmente de livros, artigos, periódicos e com o material disponibilizado

na Internet.

A abordagem é qualitativa, no sentido de compreender a importância do recurso para a

educação, bem como interpretar as ações e reações humanas na utilização do recurso em sala de aula.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Supõe-se que as Histórias em Quadrinhos existem a mais ou

menos 110 anos no mundo (ALENCAR, 2005) e no Brasil provavelmente desde o início do século

XX (WIKIPÉDIA, 2008), onde prevalece o estilo de tira. As HQs normalmente são classificadas de

acordo com a produtora ou época, por exemplo, existem os tipos de gibis clássicos de super-heróis,

produzidos pela MARVEL e DC Comics; ou gibis comuns da década de 90, caracterizados pelo estilo

Pop-Art.

Já os Quadrinhos Japoneses são bem mais antigos que os Quadrinhos Ocidentais, remontam

desde o período Nara248, com pinturas japonesas encontradas em rolos, chamadas de Emakimono. A

sociedade japonesa é especialmente preocupada com a educação, por isso é muito normal o gosto

pela leitura e logo pelos mangás.

Os mangás têm um abrangente público, isso por que os temas abordados são os mais diversos

possíveis, como: a vida escolar, o trabalhador, o esporte, o amor, a guerra, o medo, a economia e a

culinária. Desta forma os mangás são classificados de acordo com seu público-alvo, os gêneros mais

comuns de mangás são:

Quadro 1 – Característica dos principais gêneros de Mangás.

GÊNERO CARACTERÍSTICA

Shoujo (garota jovem em japonês). Voltado para o público feminino.

Mahou Shoujo Mangás caracterizados por garotas com poderes mágicos.

Shounen (garoto jovem, adolescente

em japonês). Voltado para o público masculino jovem.

Seinen (homens jovens em japonês). Voltados para adultos e adolescentes masculinos.

Josei (mulheres jovens em japonês). Voltado para mulheres e adolescentes femininos.

Kodomo (criança em japonês). Voltado para crianças pequenas.

Mecha Mangás com robôs gigantes. Fonte: WIKIPÉDIA, 2008 (adaptado).

Uma vertente que vem crescendo muito no mundo, e de forma expressiva no Brasil é os fanzines

(vem da palavra fã e magazine [revista em inglês]), que são revistas produzidas por fãs, autores

2 (século VIII d.C.)

48

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independentes, que criam histórias inéditas ou dão sua versão a alguma série famosa. A maioria desses

fanzines tem um acabamento simples e são comercializadas pelos correios ou via Internet.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que são uma série de propostas para a mudança

dos conteúdos disciplinares, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação n° 9394/ 1996 (LDB), lei que

rege a educação nacional; são as duas instâncias que incentivam a utilização de novos métodos para

a diversificação do currículo. O volume dos PCNs dedicado ao ensino da Língua Portuguesa de 1° a

4° série do Ensino Fundamental aconselha o uso das histórias em quadrinhos nas escolas como

recurso didático-pedagógico (SERPA, ALENCAR, 1998, p. 11). Entre as alternativas metodológicas

para as disciplinas recomenda-se:

Quadro 2 – Possibilidades para utilização nas diversas disciplinas.

DISCIPLINA ATIVIDADES SUGERIDAS

Língua

Portuguesa

Utilizar tiras para apresentar as primeiras letras aos alunos da educação infantil.

Essa alternativa é muito eficaz, pois, para compreender a história de um gibi não

é preciso saber ler, os quadrinhos são coloridos, com pouco texto e sempre muito

chamativos. O professor pode levar cópias ou projetá-las nas aulas pedindo para

os alunos identificarem as letras que aparecem nas histórias;

Apagar os textos dos balões de diálogos e pedir aos alunos que completem a

história. Essa iniciativa ajudará as crianças a compreender o enredo e interpretar

as expressões dos personagens;

Leitura compartilhada. Isso é eficaz para exercitar a leitura dos recém-

alfabetizados, pois a leitura oportunizará a uniformidade do desempenho da

turma;

Ler as histórias em voz alta. Essa alternativa permitirá aos alunos conhecerem

de fato as histórias e também ajudará o professor a iniciar assuntos de elementos

textuais, como: tipo de narrador, tipo de discurso, personagens, tempo e espaço

(sincronia e diacronia), níveis de linguagem, variações e preconceitos lingüísticos,

coerência textual, além de expandir o vocabulário e etc.;

Utilização de quadrinhos específicos como Chico Bento e a Turma da Mônica.

No caso esses dois poderão auxiliar no conteúdo sobre variação lingüística,

verificar os erros que Cebolinha e Chico Bento cometem na fala e esclarecer os

regionalismos.

Arte

Pedir aos alunos que produzam seus personagens e histórias próprias;

Utilizar colagem, e montagem a partir de diversas histórias, produzindo algo

novo.

Matemática Incentivar os alunos a criarem histórias específicas, utilizando enredos e

personagens de gibis que se envolvam em tramas que exijam raciocínio lógico e

operações.

Geografia

Muitos gibis abordam temas sociais, econômicos e espaciais. O professor pode

orientar e articular a leitura desses gibis e a discussão na sala de aula, por exemplo:

em 1988 e 1990 surgiram dois gibis que abordavam temas muito polêmicos para

a época, um foi o Strip AIDS U.S.A., que denunciava a segregação dos portadores

do vírus da AIDS, e o outro era o El Muro, que discorria sobre a queda do muro

de Berlim e seus efeitos no mundo todo (essas são temáticas usadas tanto para as

aulas de geografia, quanto para as aulas de história);

Ciências e/ou

Biologia É muito difícil encontrar gibis e mangás que abordem temas específicos nessas

disciplinas, mas, o professor precisa ler gibis com um olhar de pesquisador; por

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exemplo: o professor poderia observar no gibi dos X-men, o conceito de mutação,

o que seria um bom começo para aulas sobre Darwin; ou, utilizar o gibi Pererê,

que aborda sempre conteúdos ecológicos e ambientais, ou ainda iniciar as aulas

sobre gravidade utilizando a capacidade dos super-heróis poderem voar, o que

desfia a lei da gravidade (assunto bem encaixado também nas aulas de

matemática).

História

Além de utilizar gibis e mangás uma grande aliada também são gravuras, tiras e

charges. A charge, em especial, é um recurso gráfico utilizado para satirizar,

valendo-se da caricatura e do humor. O professor poderia levar para sala de aula

algumas charges e instigar os alunos a observarem o seu conteúdo com um olhar

crítico, dando-lhes uma compreensão sobre os fatos ilustrados naquela(s)

charge(s).

Transdisciplinar

ou

Interdisciplinar

Num trabalho Transdisciplinar ou Interdisciplinar, os professores das diversas

matérias poderiam pedir aos alunos que façam Fanzines correlacionando essas

disciplinas ou apenas abordando assuntos específicos sobre cada uma delas. Fonte: (Serpa, Alencar, 1998, p. 12 - 18), (Oliveira, 2005, p. 27 - 28), (Braga, 2005, p.25).

Essas são apenas algumas das tantas possibilidades de utilização dos gibis ocidentais e orientais

na educação. É verdade que a utilização de alguns métodos, senão todos, somente serão possíveis se

o professor realmente conhecer os gibis, e tiver gosto pela leitura, que antes de tudo serve para

divertir.

CONCLUSÃO: Através da pesquisa foi possível conhecer obras de autores que descrevem

experiências de sucesso em escolas que utilizam gibis como ferramentas didáticas. No Município de

Santarém é possível encontrar exemplos desta utilização, onde algumas escolas utilizam a leitura, não

só de HQs e Mangás, mas de todo tipo de literatura como recurso metodológico e são um verdadeiro

sucesso, pode-se citar: o Projeto “Casinha da Leitura”, a “Gibiteca” do CEULS/ ULBRA, e as

anônimas prestezas dos professores santarenos em suas salas de aula.

O resultado é sem dúvida a comprovação de que o ensino e aprendizagem eficazes podem

decorrer de qualquer meio, desde os gibis até aos contos de fadas; desde aulas na sala até debaixo de

uma árvore. O segredo está na competência do trabalho do professor e no seu desejo em promover a

aprendizagem dos alunos.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Walda de Andrade (coord.). Lendo e Formando Leitores: Orientações para o trabalho

com a literatura infantil. São Paulo: Global, 2004.

BRAGA, ODONIZA FARIAS. Trabalhando com charges: Desenhos humorísticos facilitam a

aprendizagem de conteúdos de História. Revista do Professor, Porto Alegre, ano XXI, n°83, p. 25-

27, jul. – set., 2005.

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360

CALAZANS, Flávio; ALENCAR, Marcelo. A Riqueza dos HQs: dos gibis americanos aos mangás.

Revista Nova Escola, São Paulo, ano XX, n°. 182, p. 60 – 62, maio – 2005.

OLIVEIRA, Ivan Carlo Andrade de. Gibis: Exploração didática da História em Quadrinhos na sala

de aula. Revista do Professor, Porto Alegre, ano XXI, n°84, p. 22-28, out. – dez., 2005.

SERPA, Dagmar; ALENCAR, Marcelo. As boas lições que aparecem nos gibis. Revista Nova

Escola, São Paulo, ano XIII, n°.111, p. 10 – 19, abr. – 1998.

RODRIGUES, Rosângela. Histórias em Quadrinhos: É preciso explorar com o aluno as infinitas

possibilidades do imaginário. Revista do Professor. Porto Alegre, ano XXIII, n° 91, p. 18-24, jul. –

set., 2007.

THUMS, Jorge. Acesso a Realidade: Técnica de Pesquisa e construção do conhecimento. Porto

Alegre: Sulina Ulbra, 2000.

WIKIPEDIA. História em Quadrinhos e a Educação no Brasil. Disponível em:

<pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3rias_em_quadrinhos_e_a_educa%C3%A7%C3%A3o_no_Bra

sil> Acesso em: 26 set. 2008.

WIKIPEDIA. Mangá. Disponível em: < pt.wikipedia.org/wiki/Mang%C3%A1> Acesso em 26

set.2008.

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361

APRENDIZAGEM MEDIADA: A UTILIZAÇÃO DO SCRATCH PARA O

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADE PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE

HARDWARE E SOFTWARE NO CURSO MONTADOR E REPARADOR DE

COMPUTADOR SENAI SANTARÉM

49Ilarilda Duarte de Araújo Paiva1

[email protected]

50Márcio Darlen Lopes Cavalcante2

RESUMO: Este artigo aborda o processo de aprendizagem mediada por meio da utilização da ferramenta

computacional Scratch pelos alunos do curso Montador e Reparador de Computador, do Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial da cidade de Santarém-Pará, como forma de motivação para o desenvolvimento de habilidades

de concentração e trabalho em equipe na solução de problemas em Hardware e Software. Através da análise feita em um

diário de bordo, quanto ao desenvolvimento de jogos, foi verificado que contextos colaborativos de aprendizagem

acontecem e estes são concretizados por meio de práticas pedagógicas baseadas na criação de jogos.

PALAVRAS-CHAVE: SCRATCH, MOTIVAÇÃO, JOGOS.

INTRODUÇÃO: As tecnologias digitais na educação têm sido consideradas cada vez mais

elementos diferenciadores na formação do aluno. Essas tecnologias fazem com que surjam novas

perspectivas no método de ensino e aprendizagem.

Para Papert (1986 apud BRESSAN; AMARAL, 2015) um dos maiores desafios da educação,

é formar sujeitos reflexivos, construtores de seus próprios projetos, sendo estes elaborados fora das

salas de aula, possibilitando uma aprendizagem significativa. Moreira e Masini (1982, p.7) descrevem

que para David Ausubel a aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova informação

se relaciona com o aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo.

Ausubel (1982 apud PELIZZARI et al., 2002) propõe que os conhecimentos prévios dos

alunos sejam valorizados para que possam construir estruturas mentais, utilizando como meio, mapas

conceituais que permitam aos alunos descobrir e redescobrir outros conhecimentos, caracterizando

uma aprendizagem prazerosa e eficaz.

À medida que o entendimento prévio do aluno é incorporado às estruturas de aprender o

conteúdo adquire significado e a relação professor-aluno é aprimorada. Durante o processo de

construção de conhecimento é trabalhada também a mediação pedagógica como forma de integração

dentro de sala de aula, buscando abrir caminhos de aceitação e respeito com colegas.

Para Rocha-Trindade (1988) o termo “Mediatizar” significa

Escolher, para um dado contexto e situação de comunicação, o modo mais eficaz de

assegurá-la; selecionar o médium (meio) mais adequado a esse fim; em função deste,

conceber e elaborar o discurso que constitui a forma de revestir a substância do tema ou

matéria a transmitir.

1 Acadêmica do curso de Pós-graduação em Informática e as Novas Tecnologias Educacionais, CEULS ULBRA 49 2 Mestre em Educação, CEULS ULBRA 50

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362

Vale ressaltar que por vezes a aprendizagem sofre por problemas agravados devido às

características do meio, físico e social envolvente, o que afeta o comportamento do aluno em sala de

aula. Compete ao professor motivar e mediar atividades que vão de encontro às perspectivas do aluno,

para que os seus objetivos possam ser alcançados.

Dessa forma foi trabalhada a tecnologia Scratch (linguagem de programação baseada em

blocos) considerada uma linguagem de programação visual/gráfica, que aliada ao pensamento

computacional de Wing (2006 apud BARCELOS; SILVEIRA, 2012) envolve as competências

relacionadas à abstração e decomposição de problemas de forma a permitir sua resolução, usando

recursos computacionais e estratégias algorítmicas mediatizados pelo professor, fazendo com que o

aluno se torne capaz de encontrar solução lógica em uma situação adversa.

Baseado no contexto apresentado, este artigo tem por objetivo demonstrar a contribuição do

Scratch como forma de estimular nos alunos, do Curso Montador e Reparador de Computador do

SENAI, a concentração para a solução de problemas de Hardware e Software de maneira lógica.

Segundo Resnick (2007 apud VOELCKER, et. Al, 2008)

Ao criarem seus projetos em Scratch, os jovens aprendem muitas habilidades do século

21 que serão críticas para um futuro de sucesso: pensar criativamente, comunicar-se

claramente, analisar sistematicamente, usar tecnologias fluentemente, colaborar

efetivamente, projetar iterativamente e aprender continuamente.

Para Lévy (1997) o computador e a rede de informações (Internet) é um terceiro processo de

desenvolvimento das “tecnologias intelectuais” sendo o primeiro a passagem da oralidade para a

utilização da escrita e o segundo o advento da imprensa, que acelerou enormemente a disseminação

do conhecimento por meio dos livros.

MÉTODO: Participaram da pesquisa 16 alunos divididos em 8 duplas, do curso de Montador e

Reparador de Computador, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI, com faixa etária

entre 16 a 19 anos, no período de 08 de agosto a 21 de setembro de 2017. As aulas foram realizadas

no laboratório de informática da instituição, sendo que os dados foram coletados na forma de diário

de bordo (caderno ou pasta onde se registra as etapas de desenvolvimento do projeto), onde foram

analisadas as situações de aprendizagem, dificuldades, indagações e feito anotações sobre os testes

dos resultados apresentados, sendo que a produção do jogo foi feito durante as aulas de lógica de

programação.

Segundo Huizinga (2000) por distinguir-se da vida “comum” deve-se levar alguns fatores em

consideração para a criação dos jogos: regras, limitação de tempo e espaço, e ser processado no

interior de um campo previamente delimitado. Diante disso, os alunos receberam uma base teórica

de lógica de programação para a construção do jogo, onde deveriam trabalhar em dupla, chegando a

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363

um consenso de como seria e o que teria esse jogo, considerando que o objetivo proposto do jogo

deveria ter pelo menos quatro fases.

As aulas de Scratch apresentaram os seguintes conteúdos: Introdução ao Scratch,

Compreensão sobre a criação de movimento; Eixo cartesiano; Ângulo e direção; como utilizar os

comandos; Operadores matemáticos, Condições (if, else); Controles; Variáveis: O que são e como

funcionam; Quais estão pré-definidas; Como criar variáveis.

Assim, Moratori (2003, p.25), em seu trabalho de mestrado, considera que:

A participação em jogos contribui para a formação de atitudes sociais como respeito

mútuo, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade, senso de justiça,

iniciativa pessoal e grupal, o jogo é o vínculo que une a vontade e o prazer durante a

realização de uma atividade. O ensino utilizando meios lúdicos permite criar ambientes

gratificantes e atraentes servindo como estímulo para o desenvolvimento integral dos

usuários.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir de observações e conversas com as equipes, nas aulas de

construção do jogo no Scratch feitas no laboratório de informática do Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial, foi verificado que após o desafio de construção de jogos, os alunos se

mantinham concentrados para finalizar e obter um resultado satisfatório e empolgante. Semanalmente

cada equipe mostrava o progresso do jogo, e ouvia sugestões quanto ao que estava sendo apresentado.

Na forma de aplausos e solicitações para testar, os alunos elegeram um jogo que eles consideraram

mais atraente, que foi o jogo feito pela dupla de alunos Mauro Sérgio dos Santos Moura e Andrey

Gomes Vieira, denominado coração guerreiro, único que preencheu o requisito básico (colocado no

início da proposta de criação de jogo: ganharia mais aplausos jogo que ao final das apresentações

tivesse o maior numero de solicitações para uso e testes): interesse de outros alunos de jogar. O que

ratifica a teoria de Ausubel, citada acima onde o professor, para obter o interesse do aluno, deve

descobrir o que o aluno sabe fazer e se basear nisso para dar significado ao conteúdo, para que assim

os seus objetivos sejam alcançados. O jogo “Coração Guerreiro” foi o resultado de um processo

ensino e aprendizagem que deu certo, onde foi percebida que a cada apresentação das etapas dos

jogos, os alunos se viam maravilhados com a sua capacidade de criação e de aprendizado.

A seguir são apresentados os principais elementos dos jogos digitais aplicados ao game “Coração

Guerreiro”:

Nome do Jogo: Coração Guerreiro.

História: O jogo se passa em uma caixa, onde os alunos desenhados em sprites351 dão as dicas

para o início, sendo que o personagem principal é o coração.

3 Objetos gráficos de programação. 51

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Cenário: Um quadrado, com plano de fundo preto, onde após cada desafio cumprido irão

aparecer novos obstáculos.

Objetivo: Fazer com que o coração escape de todas as armadilhas.

Fases: Existem 10 fases, onde cada fase tem um tempo de um minuto.

Avatares/personagens: Existem dois avatares Mauro e o Jorge (alunos que foram desenhados

por eles mesmos e colocados no jogo) que indicam ao usuário quando ganham ou quando perdem,

não tem som, pois os mesmos julgaram desnecessário para o jogo.

Controles: Ao abrir o jogo o usuário deve apertar na bandeira verde que fica localizado na parte

superior do lado direito, o jogador deve apertar a letra “s” para iniciar o jogo, sendo que a

movimentação é feita pelas setas direita, esquerda, para cima e para baixo.

Regras: fazer com que o coração saia ileso dos desafios. O jogo tem um personagem principal

que é o –coração, que é manipulado pelo jogador, ao pressionar a bandeira verde para o início do

jogo, o jogador tem cem vidas, ele tem que fazer com que o coração desvie do ataque das espadas,

dos tiros de revolver, das caveiras que soltam raios pelos olhos, passar sem encostar nas laterais de

uma ponta curva e fugir das mãos do monstro, se deixar de cumprir qualquer dessas instruções o

jogador perderá vidas e desse modo perderá o jogo.

CONCLUSÃO: Mediante os resultados apresentados foi constatada a relevância do uso do Scratch

no curso de Montador e Reparador de Computador, como forma de motivar o aluno no processo de

aprendizagem, que exige concentração e trabalho em equipe produzindo assim, um ambiente criativo

e colaborativo, habilidades estas defendidas por Resnick, e observadas através de empenho nas

atividades propostas e na solução dos problemas em outras disciplinas. Os resultados sugerem que

quando desafiado, o aluno torna a aprendizagem mais prazerosa e atraente, pois se sente parte do jogo

onde o aprendizado é a chave para ir para a próxima fase.

REFERÊNCIAS

BARCELOS, T.S.; SILVEIRA, I.F. Pensamento Computacional e Educação Matemática:

relações para o ensino de Computação na Educação Básica, in Anais do XXXII CSBC, Curitiba,

2012.

BRESSAN, M.L.Q.; AMARAL, M.A. Avaliando a Contribuição do Scratch para a

Aprendizagem pela Solução de Problemas e o Desenvolvimento do Pensamento Criativo. Rev.

Intersaberes | vol.10, n.21, p. 509-526, 2015.

HUIZINGA, Joan. Homo Ludens. 2. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.

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365

LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência: O Futuro do Pensamento na Era da Informática.

Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.

MORATORI, P.B. Por que Utilizar Jogos Educativos no Processo de Ensino Aprendizagem.

UFRJ. Rio de Janeiro, 2003.

MOREIRA, A.M.; MASINI, E.F.S; Aprendizagem Significativa: A Teoria de David Ausubel. São

Paulo, Editora Moraes Ltd, 1982.

PELIZZARI, A.; KRIEGL, M.L.; BARON, M.P.; FINCK, N.T.L.; DOROCINSKI, S.I. Teoria Da

Aprendizagem Significativa Segundo Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p.37-42, jul. 2001-jul.

2002.

ROCHA-TRINDADE, M.B. A Mediatização do Discurso Científico. In: Análise social, v. 24, n. 3,

Lisboa: 1988.

VOELCKER. M.D.; FAGUNDES. L. da C.; SEIDEL. S; Fluência Digital e Ambientes de Autoria

Multimídia. Rev. Renote – Novas Tecnologias da Educação, v 6; Nº 1; jul, 2008.

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366

CONDIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO

52Arlison Carvalho dos Santos1

Eduarda Zuila dos Santos Alencar1

[email protected]

Fábio Raphael Godinho de Almeida1

53Paula Cristina Galdino Guimarães2

RESUMO: Formar leitores é um dos principais compromissos da escola e, para isso, há diversas condições, não sendo

suficiente apenas apresentar ao educando diversas leituras sem qualquer contexto, de forma vaga e nada significativa.

Neste contexto, objetivou-se salientar a importância da criação de condições para a formação de leitores, ressaltando a

importância deste processo na sua formação. A metodologia consistiu em estudo bibliográfico acerca da formação do

leitor através da literatura, sendo realizado dentro do PIBID-Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência,

no Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS a fim de embasar ações desenvolvidas em contexto escolar. Os resultados

mostram que a missão de formar leitores dentro do espaço escolar requer condições desde a estrutura física do ambiente

de estudo às metodologias ainda utilizadas hoje, que direcionam o discente a tornar-se um mero “decifrador de códigos”,

deixando de catalisar as potencialidades através da inserção na literatura e o quanto ela pode agregar conhecimentos

relevantes a sua percepção do mundo, contribuindo também para a sua formação sociocultural e social.

PALAVRAS-CHAVE: LEITOR; LEITURA; FORMAÇÃO.

INTRODUÇÃO: A dificuldade em formar leitores por intermédio da literatura (principalmente no

segmento público de ensino) tem se mostrado um trabalho árduo para os educadores. As metodologias

e os recursos– livros didáticos, cartilhas, leituras mecanizadas etc - que ainda são usadas na atualidade

não correspondem mais às demandas do público que se quer atingir.

Para formar leitores literários de fato, além de professores também leitores que conhecem em

profundidade os títulos aos quais desejem compartilhar com o público discente, a escola precisa

munir-se de novas metodologias que tornem o ensino mais significativo, de obras não apenas em

caráter quantitativo e sim qualitativo e que contemplem todas as faixas etárias do seu público,

selecionando criteriosamente essas obras literárias e seus variados gêneros, objetivando a

continuidade e a valorização progressiva do conhecimento da literatura desde a base, das primeiras

vivências com a leitura no espaço escolar e mantendo o desenvolvimento dessas atividades no

decorrer dos futuros anos letivos.

Neste estudo, buscou-se aprofundar a reflexão sobre as condições citadas, os desafios

encontrados pelos educadores para que se consiga formar não só leitores literários, mas leitores do

mundo, que adquiram habilidades de interpretar as situações em que se encontram na sociedade e até

mesmo dos seus papéis dentro dela através da literatura, da importância de sua inserção desde os anos

escolares iniciais aos subsequentes no processo de construção de uma comunidade leitora ativa, capaz

de questionar, de construir ideias, de refletir e de se apropriar do hábito de ler com gosto pela prática.

1 Acadêmicos do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e bolsistas de iniciação à docência do PIBID/CEULS,

subprojeto de Pedagogia. 52

2 Profa. Esp. no Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e bolsista coordenadora de área do PIBID/CEULS, subprojeto

de Pedagogia. 53

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367

METODOLOGIA: O presente trabalho consistiu em estudo bibliográfico, que, segundo a professora

Márcia Rita Trindade Leite Malheiros (2010), levanta o conhecimento disponível na área,

possibilitando que o pesquisador conheça as teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua

contribuição para compreender ou explicar o seu problema objeto de investigação.

Assim, para o alcance dos objetivos, várias obras foram consultadas como referências teóricas,

dentre elas, as dos autores Luiz Percival Leme Britto e de Maria Helena Zancan Frantz, que nos levou

a perceber a leitura e o processo de formação do leitor literário, de forma reflexiva sobre as práticas

limitantes que ainda circundam o desenvolvimento do ensino-aprendizado concernentes à promoção

da leitura e principalmente da literatura.

Vale citar que o este estudo foi realizado dentro do PIBID- Programa Institucional de Bolsas

de Iniciação à Docência, no Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS a fim de embasar ações

desenvolvidas em contexto escolar.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Ao longo do estudo, percebeu-se que o sucesso para a formação

do leitor ativo se consolida quando a base que este teve desde os anos iniciais foi continuada como

um processo cirúrgico, respeitando cada fase de sua evolução afinada com o repertório literário

correspondente às etapas da aprendizagem, além de fatores ambientais onde se desenvolvem as

atividades, pois, o ambiente usado para educar precisa ser acolhedor, atraente e que desperte o bem-

estar dos discentes.

Foi fazendo essa análise que muitos educadores das séries iniciais perceberam a arte (por

exemplo) como recurso didático de significativas contribuições para o enriquecimento das aulas com

o objetivo de trabalhar a literatura de forma lúdica, fazendo da sala de aula um lugar onde se aprenda

divertidamente, pois, a chave para formar leitores de si mesmos e do mundo é apresentar o processo

de maneira mágica, despertando a imaginação para a construção da realidade, uma vez que “ a

literatura é também ludismo, é fantasia, é questionamento, e dessa forma consegue ajudar a encontrar

respostas para as inúmeras indagações do mundo infantil, enriquecendo no leitor a capacidade de

percepção das coisas”, segundo Maria Helena Zancan Frantz ( 2011, p. 20 ).

Além disso, a escola precisa preocupar-se se o professor é também um leitor, conforme

abordagem de Maria Helena Zancan Frantz:

“O ponto de partida é sempre um professor-leitor, com amplo conhecimento do acervo da

literatura infantil disponível, que através do seu testemunho de amor pelo livro possa ajudar

seu aluno a também estabelecer laços afetivos com a leitura”( FRANTZ, 2011, p. 19).

Outro fator importante é a forma em que se dá o acesso à literatura, a qual deve ser

proporcionada de forma prazerosa, valendo-se de estratégias pedagógicas para que a leitura seja

envolvente, além de se preocupar em utilizar gêneros literários adequados à percepção intelectual dos

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discentes. De acordo Nelly Novaes (1997), os estágios psicológicos da criança em consonância com

a literatura que se caracterizam em: pré-leitor( primeira e segunda infância-faixa etária entre 17 meses

e 3 anos), no qual a criança está no processo de conquista da linguagem; leitor iniciante ( a partir dos

6/7 anos), neste já se trabalha a significação dos signos alfabéticos, sílabas simples e complexas,

socialização e racionalização da realidade embora que o adulto ainda seja importante agente

estimulador; leitor em processo ( 8 a 9 anos), que já domina a leitura mas que ainda precisa do

estímulo do adulto para questionar e motivar sua prática e entendimento; e o leitor fluente ( 10 a 11

anos) que já independe do adulto, domina a leitura e a entende, mas que precisa ser desafiado por ele

para desenvolver ainda mais a inteligência e o pensamento formal e crítico.

Em suma, o professor não deve se enxergar como aquele que determina o que se deve ler, mas

sim aquele que oportuniza ao aluno o contato com a diversidade de materiais de leitura – jornais,

revistas, livros, gibis... – sempre respeitando o nível de aprendizado de cada um.

Contudo, para o sucesso de todo o processo, a escola como um todo precisa envolver-se,

desenvolvendo projetos que estimulem a ler com intensidade e com frequência, não vendo a leitura

como mera prática de decifração de códigos e significados e “ à intelecção de signos gráficos que

representam a linguagem oral”, conforme destaca Britto ( 2016, p. 25 ), mas considerando o processo

de aquisição dessa habilidade como elemento indispensável à formação de todos para a prática da

cidadania, através da literatura.

CONCLUSÃO: A literatura contribui de forma rica para a formação de um indivíduo crítico e

reflexivo diante da realidade que o cerca, sendo a escola muito importante na sua promoção,

instigando o indivíduo na busca de novas leituras. Assim, faz-se necessário pensar em formas

diferenciadas de promover a leitura no âmbito escolar no sentido de formar o leitor literário, aliando

novas metodologias com a inserção da arte como recurso pedagógico para enriquecer o conteúdo das

aulas, valorizar o lúdico trazendo variados gêneros literários para serem compartilhados, estando

sempre atento às particularidades de cada um no decorrer do desenvolvimento das práticas de

aquisição da leitura em alinhamento com a percepção e interpretação do que se está lendo, com o

objetivo de catalisar as dificuldades e entraves que podem comprometer o leitor em formação e

trabalhando outras formas de saná-las, despertando assim, o prazer pela leitura e dando abertura para

novas leituras que auxiliarão a formação, não só no sentido educacional, mas no sentido pleno de

cidadão.

REFERÊNCIAS

COELHO, Nelly Novaes..Literatura infantil. Teoria, análise, didática. 6oed. São Paulo:

Àtica,1997.

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369

BRITTO, Luiz Percival Leme. No lugar da leitura – biblioteca e formação - Rio de Janeiro: Edições

Brasil Literário., 2015.

FRANTZ, Maria Helena Zancan. A literatura nas séries iniciais. 1 ed. – Rio de Janeiro : Vozes,

2011

GUILHERME, Denise. Nova Escola gestão escolar: desafio da formação de leitores na escola.

Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/573/desafios-da-formacao-de-leitores-na-escola.

Acesso em:28/09/2017 às 22:44

MALHEIROS, Márcia Rita Trindade Leite . Pesquisa na Graduação.

Disponível:www.profwillian.com/_diversos/download/prof/marciarita/Pesquisa_na_Graduacao.pdf.

Acessado em: 27/04/2010.

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CURRÍCULO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:

A HISTÓRIA DA AMAZÔNIA EM DISCUSSÃO

54Carolina Pantoja Brasil1

Iamilia Brito de Oliveira1

[email protected]

Claudia Cristina Soares Guimarães1

clcris16hotmail.com

Karolina carvalho do Amarante1

[email protected]

55Maria Antonia Vidal Ferreira2

[email protected]

RESUMO - A história da Amazônia é referência do povo amazônico no contexto de suas particularidades locais. O

presente trabalho tem o intuito investigar de que forma esses conteúdos estão inseridos no currículo do 1º ano do ensino

fundamental. Em vista disso, objetivou-se analisar as diretrizes curriculares para o ensino fundamental e as práticas

metodológicas aplicadas em sala de aula sobre o ensino da história da Amazônia. O referido estudo foi desenvolvido a

partir de pesquisa bibliográfica e documental com abordagem qualitativa, além de coleta de dados, por meio de entrevistas

com profissionais de uma escola do município de Óbidos. Os resultados levantados demonstram que o ensino de história

da Amazônia não está presente no currículo do 1º ano como disciplina específica, mas é sugerida de forma interdisciplinar

inserida em outras matérias. Diante disso, contatou-se que temas relacionados a esta área do conhecimento são pouco

suscitados nas práticas metodológicas da escola pelos professores.

PALAVRAS-CHAVE: HISTÓRIA DA AMAZÔNIA. CURRÍCULO. REFLEXÕES.

INTRODUÇÃO: O presente estudo surgiu do interesse em analisar de que forma a história da

Amazônia integra o currículo do 1º ano do ensino fundamental, por se considerar sua inestimável

contribuição na formação de identidades sociais das crianças. Em que pese essa importância, ela tem

sido menosprezada ou trabalhada esporadicamente nos anos iniciais. Assim sendo, o trabalho tem por

objetivos analisar as Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental nos anos iniciais,

correlacionando-as ao planejamento das práticas metodológicas aplicadas em sala de aula sobre o

ensino de história da Amazônia.

Dentre as possibilidades formativas ensejadas por essa disciplina ressaltamos as vivências e

organizações sociais, que em diferentes tempos e espaços foram se constituindo na história. Também

é importante para uma melhor valorização do espaço amazônico, estimulando práticas pedagógicas

de resgate dos conhecimentos históricos e culturais de saberes próprios de cada localidade, que na

maioria das vezes perdem-se com o tempo.

Uma reflexão trazida por Melo (2016) é a de que o currículo acaba por universalizar o ensino,

principalmente da história e cultura, priorizando a aculturação por meio dos livros didáticos que

tratam de forma simplória os aspectos de outras regiões. Por outro lado, incluir o ensino desta

disciplina, proporciona aos alunos, o conhecimento de suas histórias no processo de construção e

aceitação de sua identidade local, inserida numa identidade nacional.

1Acadêmica do 5º semestre do Curso de Pedagogia da Ufopa. 54 2 Doutora em Educação. Docente da Universidade Federal do Oeste do Pará. Orientadora da pesquisa. 55

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371

De acordo com Alves (2016) a história da Amazônia constitui-se em saberes de referência

do povo nortista, e que as escolas recriam em saberes escolares. No entanto, foi somente a partir dos

anos de 1990 que as questões da região amazônica vieram para o centro dos debates no âmbito

educacional.

Almeida (2013), em seu trabalho, ressalta que as práticas metodológicas de construção do

ambiente amazônico devem partir de reflexões suscitadas em sala de aula para as realidades

amazônicas que vivem o povo nortista, levando “os alunos (as) a perceberem os diferentes espaços

amazônicos existentes, bem como as mudanças ocasionadas nesses espaços pela intervenção do

homem” (2013, p. 4).

O artigo 26 da LDB 9.394/96 trata da obrigatoriedade dos conteúdos regionais, que

complementam os currículos escolares do ensino básico. Desse modo, o ensino da história da

Amazônia compõe a parte diversificada, e que em nossa região é trabalhada por meio da disciplina

estudos amazônicos. Porém é importante frisar que o ensino desta disciplina só é contemplada a partir

do 6ª ano do ensino fundamental.

A Resolução Nº 003/2014-CME-OBIDOS-PA, em seu artigo 26, trata da parte diversificada,

também a partir do 6º ano e contempla conteúdos como Estudos Regionais e Estudos Paraenses na

matriz curricular do ensino fundamental. Vale ressaltar que a sua inclusão nas redes de ensino reforça

a necessidade de se pensar sobre relações entre tempo, espaço, sociedade, cultura e meio ambiente na

Amazônia, trazendo para sala de aula discussões sobre a história da sociedade amazônica e suas

transformações.

MÉTODO: Os procedimentos metodológicos para elaboração deste trabalho incluíram a pesquisa

bibliográfica, documental e de campo, entendida conforme Ludwig (2015, p. 55) “como coleta de

dados no local onde acontecem os fenômenos”. Os instrumentos utilizados foram: entrevista com

professores do ensino fundamental, levantamento em fontes como livros, artigos, leis e diretrizes

curriculares, entre outras pesquisas em sites especializados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A criança de 6 (seis) anos que está adentrando à segunda etapa da

educação básica, deve ser vista como um ser que possui conhecimentos adquiridos na sua curta,

porém diversificada história de vida. Entendemos que as aprendizagens se realizam com

progressividade, de acordo com seu desenvolvimento cognitivo. Outro ponto a ser destacado é de que

os conteúdos neste 1º ciclo não devem se reduzir apenas à alfabetização e ao letramento, mas agregar

outros campos do conhecimento, pois “São eles que, ao descortinarem às crianças o conhecimento

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do mundo por meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de exercitar a leitura e a escrita

de um modo mais significativo”. (BRASIL/MEC, 2013, p.121).

Os anos iniciais (1º, 2º e 3º) do ensino fundamental estão imbricados em um processo

pedagógico primordial na aprendizagem básica do ensino infantil e que não podem ser interrompidos.

Estes devem trabalhar conteúdos de acordo com as diretrizes, como

a) a alfabetização e o letramento;

b) o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado da Língua

Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física, assim como o

aprendizado da Matemática, de Ciências, de História e de Geografia;

c) a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de

alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um

todo, e, particularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste

para o terceiro (BRASIL/MEC, 2013, p.125).

Insistimos nessas ponderações acerca da temática para confrontar com o cotidiano da sala

de aula em uma escola do município de Óbidos com intuito de verificar como essa área do

conhecimento está inserida na matriz curricular do 1º Ano do ensino fundamental e quais as práticas

metodológicas trabalhadas em sala de aula.

De acordo com a análise da proposta curricular da escola pesquisada, esses ciclos tem por

finalidades o processo de aprendizagem das crianças de forma progressiva. Os sistemas de ciclos, ou

seja, a ampliação da alfabetização para três anos se justifica pela possibilidade de o ensino propiciar

a produção/apropriação da escrita e da leitura baseados nos princípios da continuidade e do

aprofundamento.

Nesse contexto, a construção/apropriação dos conhecimentos, pelos estudantes, se daria em

progresso durante o período maior para que o aluno pudesse atingir as competências propostas. No

1º ano os alunos vão ter somente uma noção de determinados conteúdos que devem estar relacionados

com a sua realidade social. Os conhecimentos serão introduzidos (I) gradativamente. No 2º ano a ação

educativa deve garantir o aprofundamento (A) do conhecimento. E no 3º ano a aprendizagem deve

ser consolidada (C). Como podemos observar um determinado conhecimento ou capacidade pode ser

introduzido em um ano e aprofundado nos anos seguintes.

Voltando o foco para o 1º ano, não há uma disciplina específica para se trabalhar o conteúdo

de história da Amazônia, porém encontra-se inclusa no currículo dentro da disciplina Geografia, na

qual o professor terá que ensinar aos alunos a reconhecer a relação entre sociedade e natureza na

dinâmica do seu cotidiano e na paisagem local, bem como as mudanças ao longo do tempo.

Conforme a pesquisa realizada nessa escola, é possível pontuar os seguintes resultados.

Segundo a professora do 1º ano a disciplina Estudos Amazônicos não está com esta nomenclatura no

currículo do fundamental menor, porém temas relacionados ao Estudo da Amazônia estão incluídos

no currículo e devem ser trabalhados de maneira interdisciplinar. No entanto, nessa escola, se observa

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que essa temática é trabalhada somente em datas comemorativas com o objetivo de fazer com que os

alunos apenas decorem datas.

A professora afirma que na ficha avaliativa dos alunos constam algumas aprendizagens que

eles deveriam adquirir e que não estão sendo trabalhadas, mas os alunos estão sendo avaliados assim

mesmo. O que se observa é que os professores valorizam as disciplinas como a Língua Portuguesa e

a Matemática, em detrimento das demais áreas do conhecimento.

De acordo com a coordenadora da escola em questão a disciplina Estudos Amazônicos não

está inclusa no ensino fundamental menor enquanto disciplina, entretanto ela vem sendo trabalhada

na escola por meio de lendas, parlendas, cantigas de roda e outras atividades relacionadas à Amazônia.

Diante disso, se confirma estudos anteriores (Melo, 2016, p. 3-4) em que os conteúdos são trabalhados

de forma simplória e resumidos, entre outras razões, pela “falta de sistematização/interpretação dos

conteúdos amazônicos, no sentido de relacioná-los com a formação da sociedade e da historiografia

brasileira”. Aspectos importantes da história e da cultura da Amazônia, da história da própria cidade

de Óbidos que proporcionariam aos alunos conhecerem melhor sua região, ajudando-os na construção

de sua identidade são ignorados.

CONCLUSÃO: O propósito fundamental deste trabalho foi analisar o conteúdo dos documentos

legais e as práticas curriculares sobre o ensino da história da Amazônia no 1º ano do ensino

fundamental em uma escola de Óbidos. Foi constatado que a disciplina Estudos Amazônicos só é

obrigatória a partir do 6º ano e que o ensino sobre a Amazônia deve ser inserido de forma

interdisciplinar como uma proposta curricular do ensino fundamental do 1º ano.

No entanto, de acordo com a pesquisa realizada, na escola, foi observado que temas

relacionados a essa área do conhecimento são poucos trabalhados. Talvez por não constar na proposta

curricular como uma obrigatoriedade, isso explica a falta desta temática nesse ciclo. Como no 1º ano

essa matéria não se apresenta com nomenclatura definida nas orientações curriculares, ela se insere

no eixo Natureza e Sociedade, que precisa ser traduzido em práticas metodológicas das escolas.

Com isso constatamos ser insipiente tal conteúdo no referido educandário o que inviabiliza

a reflexão dos alunos ao pensamento crítico em relação a historia do seu município no contexto da

Amazônia.

REFERENCIA

ALMEIDA, Daniel Vater de. A disciplina intitulada estudos amazônicos constituindo-se como mais

um espaço para o conhecimento geográfico em sala de aula. Peru: Anais do Encuentro de Geográfos

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ralaensenanza/40.pdf> Acesso em: 2 de agosto de 2017.

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http://www.congresso2016.congressohistoriajatai.org/resources/anais/6/1475123582_ARQUIVO_V

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm> Acesso em: 2 de agosto de 2017.

LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamentos e prática da Metodologia Científica. 3. Ed.

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MELO, Wilverson Rodrigo Silva de Melo. O Ensino de História da Amazônia: algumas reflexões

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OBIDOS, Conselho Municipal de Educação. Resolução nº 003, de 2014. Dispõe sobre a

regulamentação e a consolidação das normas Municipais, Estaduais e Nacionais aplicáveis à

Educação Básica no Sistema Municipal de Ensino de Óbidos-Pará. Óbidos, Pa, p. 11, dez. 2014.

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EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO:UMA REALIDADE EM CONSTRUÇÃO

56LoreniBruch Dutra1

[email protected]

RESUMO –Esta pesquisa tem por objetivo identificar como a educação prepara seus educandos para a vivencia

profissional, num mundo onde o desemprego está presente aliado as oportunidade de trabalho. Pretende-se ver os

caminhosda empregabilidade por meio de concursos públicos e a estabilidade no emprego com segurança de

sustentabilidade do cidadão no exercício de sua profissão. Por outro lado as experiências de empreendedorismo e os

caminhos do alcance do sucesso depende de uma pequena parcela da população estudantil que sonha em construir a seu

próprio caminho para as realizações pessoais e profissionais. Realizou-se uma pesquisa com 300 sujeitos em 2016 e a

coleta de dados teve como instrumento um questionário auto-aplacável com 10 questões fechadas. Os resultados indicam

que 10%pensa e acredita no empreendedorismo; 40% realizam algum tipo de empreendedorismo de forma aleatória; 60%

ainda espera uma vaga no mercado informal. Consta-se que embora um conceito não substitui o outro

empregabilidade/empreendedorismo, como um novo modo de exploração capitalista e de dominação no mundo do

trabalho, que busca reconstruir uma cultura do trabalho e do desemprego, haja vista o risco de insegurança na sociedade

contemporânea e o empreendedorismo passa a ser uma oportunidade de realização profissional.

PALAVRAS-CHAVE: TRABALHO.EMPREENDEDORISMO. OPORTUNIDADE.

INTRODUÇÃO: A pós-modernidade caminha na busca de mudanças significativas no mundo do

trabalho e da empregabilidade. Nunca existiu emprego para todos, isso é constatado pela grande

reserva de mercado de desempregados onde se atribui a esse caso, a falta de preparação para exercer

uma profissão. Fato constatado no decorrer da história pela mão de obra não qualificada e justificada

pela oferta de mercado com salários muito distante de atender as necessidades reais do ser humano

que busca no trabalho o sustento pessoal e familiar.

O mercado de reserva sempre foi muito útil para a exploração do trabalho, visto que as

estatísticas apontam para o trabalhador, que ele é um privilegiado por estar atuando no mercado de

trabalho, enquanto outros precisam estar no mercado informal para atender as necessidades básicas

de sobrevivência. Cria-se aí o mito que o trabalho assalariado garante estabilidade e condições dignas

de vida, enquanto que os que não fazem parte deste universo são alienados do processo produtivo que

gera as mazelas do sistema capitalista. Neste sentido o trabalho assalariado pode ser

[...] a um conjunto repetitivo de atividades cuja somatória resultava no trabalho coletivo

produtor dos veículos. Uma linha rígida de produção articulava os diferentes trabalhos,

tecendo vínculos entre as ações individuais das quais a esteira fazia as interligações, dando o

ritmo e o tempo necessários para realização das tarefas. Esse processo produtivo

caracterizou-se, portanto, pela mescla da produção em série fordista com o cronômetro

taylorista, além de uma separação rígida entre elaboração e execução (ANTUNES, 2004, p.

37)

Este conceito de empregabilidade surge, neste ínterim, como ummecanismo que retira do

capital e do Estado a responsabilidadepela implementação de medidas capazes de garantir o

mínimode condições de sobrevivência para a população. Hoje cria-se para justificar as desigualdades

1 Professora do Ciclo Básico e Coordenadora do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém.

56

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a distribuição de renda, ou seja a estratificação social, que sempre existiu, por meio de bolsa família,

bolsa verde, auxilio maternidade, auxílio desemprego entre outros.

Ao seresponsabilizar os indivíduos pelo estabelecimento de estratégiascapazes de inseri-los no

mercado de trabalho, justifica-se odesemprego pela falta de preparação dos mesmos

paraacompanharem as mudanças existentes no mundo do trabalho.Onde a necessidade dos indivíduos

de qualificar-se através de uma educação sistematizada com habilidades e conhecimentos adequados

aosinteresses da produção para asuperação do desemprego existente.

Nesta superação surge um conceito diferente de profissional do novo milênio o do profissional

empreendedor que é capaz de flexibilizar a produção e reestruturar as ocupações dos trabalhadores,

integrando-osaos setores da produção e multi-funcionalidade navalorização dos saberes não ligados

ao trabalho apenas mas na proatividade de sua função.

A partir desta visão grandes empresas optampor comprar serviços das micro e pequenas

empresas, em vez de comprar mão-de-obra. O processo de terceirização exige um micro ou pequena

empresa que assumem as tarefas produtivas compradas com menos custos e maior eficiência.

Nesta nova visão sistêmica para atender as demandas é necessário um novo tipo de profissional

que seja educado para as mudanças constantes do mercado de produção, na qual a inserção não se

opera somente pela via do trabalho concursado ou Carteira assinada, mas profissionais liberais que

assumem atividades que garantam a produção eficiente. Nesta parceria entram as instituições federais

técnicas e universidades que serviram de bases de formação destas competências com transformações

e mudanças de cunho tecnológico e organizacional do produção. Este modelo de profissional deverá

ser preparado não somente através de uma base técnica, mas também com características e habilidades

comportamentaistais como criatividade, trabalho em grupo, decisão, resolução de problemas,

comunicação entre outras; tornando-se um trabalhador polivalente.

[...] chamamos empreendedores não só aqueles homens de negócios “independentes”, de uma

economia mercantil [...] como também todos os que, realmente preenchem, aquela função

que definimos; ainda que, como está sendo a regra, sejam empregados “dependentes” de uma

companhia [...] por outro lado, o nosso conceito é mais restrito que o tradicional, pelo fato de

não abranger todos os diretores de firmas, gerentes ou industriais que, simplesmente, apenas

dirigem um negócio estabelecido [...].(SCHUMPETER, 1961a, p. 103-104).

E, para se tornar empreendedor, é necessário que o indivíduo adquira eaprimore constantemente

suas qualidades pessoais, pois a consecução de umnegócio lucrativo, perpassa pelos quatro pilares da

educação, ou seja, a formação continuada o conhecimento precisa ser aprimorado pois as mudanças

estão visíveis, o aprender a fazer preciso ter o conhecimento teórico aliado a prática, precisa-se

aprender a pois é na diversidade de ideias que se constrói novas expectativas e avanços significativos

e no aprender a conviver em grupos troca-se experiências valiosas que constrói grandes parcerias

necessárias ao mundo produtivo (DELORS 1999).Nessa situação, pode-se incluir o quinto pilar da

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educação aprender a empreender, fazer uso dos quatro pilares para progredir no mundo dos negócios

e aprender a se valorizar enquanto profissional.

O profissionalempreendedor à medida em que busca o conhecimento de si mesmo como

empreendedor é um dos aspectosmais importantes para o sucesso de um negócio, pois pode-se será

ferramenta do próprio trabalho. Estes empreendedores são pessoas que perseguem o

benefício,trabalham individual e coletivamente, inovam, identificam e criam oportunidades

denegócios, montam e coordenam novas combinações de recursos(funções de produção), para extrair

os melhores de inovações num meio incerto. Mas também desenvolvem a habilidade para negociar,

com as outras pessoas, adquire experiência,aprendem a ouvir que as pessoas e são bons negociantes.

MÉTODO: Para verificar in loco destas constatações teóricas no mercado santareno, realizou-se uma

pesquisa de campo em 2016 com 300 participantes. Os instrumentos para coleta de dados por meio

da aplicação de questionários, com 10 questões fechadas para verificar se as pessoas que atuam como

microempreendedores tem esta visão de profissional que é capaz de atuar com eficiência e eficácia

no setor produtivo da região, criando oportunidades de negócio e de trabalho.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Apenas 10% da amostra compreende o que significa ser um

profissional que busca na sua própria competência a realização de seus sonhos pessoais e

profissionais, 40% estão atuando de forma aleatória por não ter outra fonte de renda; 50% atuam

como trabalhadores do mercado formal e mas horas de folga do trabalho renumerado fazem o que

consideramos um extra ou popularmente conhecido com bico.

Ao indagar sobre qual a importância do empreendorismo na sua vida financeira 20% declara

que é o caminho a seguir para mudar de vida; 60% ainda espera uma vaga no mercado formal pela

questão da aposentadoria e segurança,20% ainda estão em dúvida sobre o que desejam para suas

vidas. Reconhecem que o empreendedorismo é o caminho viável, porém as atitudes de

comportamento estão dissociadasda realidade vivenciada por eles.

Questionados sobre o planejamento financeiro e estratégico do negócio, apenas 10% se

preocupa com este conhecimento, 90% faz pelo improviso e não buscam auxilio técnico para sanar a

deficiência.

Sobre o diferencial do seu negócio, 80% não souberam responder a questão formulada,20% tem

uma visão clara do diferencial do seu negócio.

Sobre o investimento do capital e a gestão de recursos somente 10% faz orçamento e aplica

totalmente os ganhos em novas mercadorias e ganhos futuros, 90% utiliza os recursos para o

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pagamento de despesas pessoais como alimentação, moradia, vestuário entre outros trabalhando

conforme a necessidade do momento.

CONSIDERAÇÃO FINAL: Diante da pesquisa realizada percebe-se que estes profissionais ainda

precisam buscar parcerias para alcançar sucesso através do mercado informal. Compreender as

estratégias do mercado produtivo e principalmente aprender a fazer uma leitura do processo de

globalização e suas consequências no mundo do trabalho.

Por outro lado a educação financeira ainda não contempla a totalidade da compreensão dos

educandos no que se refere a saber cuidar dos seus investimentos. O consumo ainda é maior do que

o orçamento e passa a ser apenas um capital passivo. Poucos conseguem ver o capital ativo como

uma mudança de atitude e de aplicação de investimento onde o empreendedorismo passa a ser uma

oportunidade de mudança.

REFERENCIAS

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São Paulo: Boitempo, 1999.

______. A desertificação neoliberal no Brasil (Collor, FHC e Lula). Campinas, SP:Autores

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KOSIK, Karel. Dialética do concreto. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

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379

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OKAMOTTO, Paulo. Temos um ambiente perverso para as pequenas empresas.Vencer, São Paulo:

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OLIVEIRA, Ramon de. Empregabilidade e competência: conceitos novossustentando velhos

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380

ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL NA PERSPECTIVA DOCENTE

57Ledyane Lopes Barbosa. HISTEDBR. UFOPA1

[email protected]

58Anselmo Alencar Colares. HISTEDBR. UFOPA2

Agência financiadora: UFOPA

RESUMO – Quando se fala em escolas de tempo integral, a infraestrutura é um fator importante, mas não deve ser o

único fator a ser considerado capaz de promover as condições necessárias para o desenvolvimento de uma educação

integral de fato e de direito. Assim, esta investigação objetivou identificar a concepção docente sobre educação integral,

além de analisar como os professores avaliam a política de educação integral que vem sendo implantada na escola em

que atuam, tendo como locus duas escolas da rede municipal da cidade de Santarém/PA. A pesquisa é de caráter

qualitativa, contou com revisão bibliográfica e documental. Houve aplicação de questionários semiestruturados com 15

docentes. Os dados evidenciaram que os docentes apresentam uma fragilidade conceitual sobre educação integral e de

tempo integral, e avaliam de forma satisfatória a política de educação integral que está sendo implantada em suas

respectivas escolas. Detectou-se que o corpo docente aponta proposições para melhorar a experiência da educação de

tempo integral, no sentido de contratação de pessoal para trabalhar em tempo integral, além da continuidade dos projetos

iniciados pelos professores do turno regular.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO INTEGRAL. ENSINO APRENDIZAGEM. EDUCAÇÃO DE TEMPO

INTEGRAL.

INTRODUÇÃO: Este trabalho retrata uma pesquisa vinculada ao Programa Institucional de Bolsa

de Iniciação cientifica-PIBIC/UFOPA. Está em sintonia com o projeto denominado “Políticas de

Educação Integral nos municípios de Santarém e Belterra/PA”, que tem por objetivo analisar como a

política nacional de educação integral está sendo implementada nos municípios de Santarém e

Belterra (PA).

A pesquisa é de cunho qualitativa, e foi desenvolvida no âmbito do Grupo de Estudos e

Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR/UFOPA359, que tem como líder

o Professor Dr. Anselmo Alencar Colares e como líder adjunta a Professora Dra. Maria Lília Imbiriba

Sousa Colares.

A investigação objetivou identificar a concepção docente sobre educação integral, além de

analisar como os professores avaliam a política de educação integral que vem sendo implantada na

escola, tendo como locus duas escolas da rede municipal da cidade de Santarém/PA. A escolha por

duas escolas da rede municipal deve-se ao fato de que há somente duas escolas consideradas de tempo

integral, uma localizada na zona urbana e outra situada no campo.

1 Estudante da Universidade Federal do Oeste do Pará. Instituto de Ciências da Educação – ICED. Programa de Educação.

Bolsista de iniciação científica UFOPA. Curso de Pedagogia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas “Historia,

Sociedade e Educação no Brasil/HISTEDBR/UFOPA”. E-mail: [email protected] 2 Pós-doutor em Educação pela Unicamp. Docente do Instituto de Ciências da Educação – ICED, Programa de Pós-

graduação em Educação. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas “Historia, Sociedade e Educação no

Brasil/HISTEDBR/UFOPA”. Orientador da pesquisadora. E-mail: [email protected] 3 O Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” HISTEDBR/UFOPA é vinculado ao Grupo

Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR, coordenado pelo Prof. Dr.

Dermeval Saviani, da Universidade Estadual de Campinas – (HISTEDBR/UNICAMP). 59

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381

MÉTODO: A proposta deste trabalho consistiu numa abordagem qualitativa, sob a configuração da

pesquisa de campo.

Neste sentido, a coleta de dados se deu por meio da aplicação de questionários semiestruturados.

Assim, o campo de pesquisa da investigação compreendeu duas escolas municipais do município de

Santarém-PA, denominadas nesta pesquisa com códigos (A e B), para manter o sigilo e a integridade

ética das instituições, assim como dos profissionais envolvidos tendo como sujeitos 15 professores,

sendo 7 da EA e 8 da EB.

O Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de

perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o

pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de

preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo. (LAKATOS e MARCONI, 2003, p. 201)

Foram aplicados 15 questionários semiestruturados tendo como finalidade apreender as

concepções que os docentes possuem sobre a educação integral e de tempo integral, bem como do

modo como avaliam a política de educação integral que vem sendo desenvolvida em suas respectivas

escolas.

Posterior a coleta de dados que ocorreu no período de fevereiro a abril de 2017, houve o

tratamento dos dados em consonância com Gadotti (2009); Lima e Almada (2013); Saviani (2011);

Ferreira (2016) entre outros, além dos dispositivos legais como a LDB (Lei nº 9.394/96) e o PNE

((Lei nº13.005, de 25 de junho de 2014) e posterior escrita do relatório final de iniciação científica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A pesquisa foi desenvolvida no município de Santarém, situado

ao norte do Brasil, na Mesorregião do Baixo Amazonas, microrregião de Santarém, é o centro

polarizador da Região Oeste do Pará – área que abrange 722.358 km² e abriga vinte e sete Municípios.

Com base nos objetivos propostos detectou-se que os docentes apresentam concepções

reducionistas acerca da educação integral e de tempo integral, conforme podemos analisar nas falas

dos sujeitos quando interpelados sobre haver ou não diferenças entre educação integral e educação

de tempo integral.

Na escola A:

Quando questionados se há diferença entre educação integral e educação de tempo integral, (4)

professores responderam que não há diferenças entre os termos, e (3) professores informaram que

acreditam existir diferença entre educação integral e de tempo integral.

No tocante a uma das justificativas para a negativa dessa questão, temos:

Acredito que a educação integral está interligada com a educação de tempo

integral. Suas práticas pedagógicas que são diferenciadas. (P1)

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Acredito que os dois termos são iguais, já que em uma escola pública, os

alunos ficam mais tempo na escola. (P3)

Quanto aos professores que afirmam existir diferença entre a educação integral e educação de

tempo integral, temos:

Na educação de tempo integral, o aluno tem a oportunidade de aprender

várias atividades. (P2)

A educação integral é como uma educação que abrange a educação como um

todo, onde o foco é apenas o acumulo de conteúdo. Enquanto a educação de

tempo integral trabalha muito mais a educação focada na vivência, focando

não na quantidade de conteúdos mais na qualidade da aprendizagem. (P4)

Na escola B:

Quando interpelados sobre haver ou não diferença entre educação integral e educação de tempo

integral, três professores deixaram em branco essa assertiva (P5, P6, P7), o que pode ser subentendido

que não sabiam responder por desconhecimento da temática ou por manifestarem dúvidas sobre como

responder, o que de todo modo representa uma preocupação da fato séria, uma vez que esses

professores trabalham em uma escola de tempo integral.

Os demais professores responderam à esse questionamento do seguinte modo:

Não tem diferença nenhuma (P1).

Não há diferença, pois, a educação integral está inclusa na educação de tempo

integral, na nossa realidade falta muito para essa educação ser concretizada

(P2).

Acredito que não deve ter diferenças, pois, as crianças deveriam passar mais

tempo nos espaços escolares, já que nos países desenvolvidos isso já ocorre.

(P3).

Há bastante diferença, pois, na educação integral a criança passa o dia na

escola, além das aulas desenvolvem projetos e são orientados como lidar com

os colegas (P4)

Conforme podemos notar há uma discrepância entre os professores quanto ao que entendem por

educação integral e educação de tempo integral, tanto que o P4 embora tenha afirmado que há

diferenças entre os termos não soube explicar. Outros não entraram no mérito da questão como o P1

que apenas explicitou que não vê diferença entre ambos os termos. E ainda há quem entenda que

educação integral é sinônimo de ampliação da jornada escolar como o P3. Tais respostas devem

suscitar no mínimo uma preocupação com a formação desses professores que deve se dar de forma

contínua.

Acerca da forma como avaliam a política de educação que vem sendo implantada em ambas as

escolas, verificamos que a avaliação dos docentes está pautada no desenvolvimento das atividades

realizadas na escola, e assim a questão estrutural e de pessoal ganha destaque sendo um dos pontos

negativos apontados na experiência da educação de tempo integral.

Sendo que os pontos positivos elencados pelos docentes de ambas as escolas relacionadas a

implementação da escola de tempo integral consistiu nas atividades desenvolvidas de cunho

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383

ambiental, na questão da retirada dos alunos das ruas passando mais tempo na escola, mas sem tirar

o lazer deles, no aspecto lúdico das aprendizagens, como por exemplo, no ensino de matemática onde

os alunos tem encontrado dificuldade de aprender na sala de aula, além do aspecto socializador e de

afastar as crianças das ruas enquanto estes aprendem e socializam por mais tempo na escola.

Por fim, observamos a predominância do olhar assistencialista que concebe as crianças

atendidas na escola de tempo integral como ‘carentes’ em todos as aspectos. Destaca-se que a escola

dessa forma contribui para condicionar o aluno para o futuro mercado de trabalho, uma vez que as

crianças se adaptam a uma rotina com regras, e horários assim como acontece no trabalho a ser

desenvolvido sob os moldes do sistema capitalista.

CONCLUSÃO: A pesquisa realizada com foco na concepção docente revelou aspectos que

necessitam serem repensados para o aperfeiçoamento da proposta da escola de tempo integral nas

escolas municipais pesquisadas.

Os resultados apontaram que existem contribuições positivas apresentadas pelos professores e

que representam reinvindicações mais que justas. Um fato que chamou a atenção é o ato político que

grande parte do corpo docente tem ao cobrar do poder público mais investimento para a escola de

tempo integral, por entenderem que a ETI é resultado de ações coletivas em prol de uma educação

integral que se estenda a todos os alunos sem distinção de gênero, raça, cor, credo religioso e etc.,

Embora o estudo tenha mostrado que os sujeitos da pesquisa apresentam concepções

reducionistas sobre educação integral e de tempo integral. Contudo, apontam proposições visando a

melhoria da experiência de educação integral em suas respectivas escolas, como: a contratação de

enfermeiros em tempo integral, a contratação de pessoal para ficar com as crianças no período de

descanso entre o almoço e o retorno às atividades e que haja continuidade dos projetos iniciados pelos

professores do turno regular.

Detectou-se ainda, que os professores de ambas as escolas concebem a política de educação

integral como satisfatória, mesmo apontando demandas estruturais e de pessoal como aspectos a

serem sanados para melhorar a experiência nas escolas de tempo integral. Aspectos estes relacionados

a formação do professor e a estrutura física das escolas.

As reflexões em torno de uma educação integral precisam ir além do espaço físico, daí, a

importância de identificar as concepções docentes sobre educação integral, bem como analisar a

política de educação integral desenvolvida nas escolas. Porque trata-se de um exercício onde é

possível identificar as concepções de educação integral que estão direcionando as atividades

pedagógicas nas escolas pesquisadas, refletindo assim como essa política tem sido compreendida e

implementada nesses espaços de formação.

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384

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº

9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF, 1996.

_______. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação. Lei nº 13.005/2014. Brasília, DF,

2014.

FERREIRA, Gerusa Vidal. Educação de Tempo Integral em Santarém: Ações da secretaria

municipal de educação no período de 2008 a 2014. Dissertação. Santarém, PA, 2016.

GADOTTI, Moacir. Educação Integral no Brasil: inovações em processo. São Paulo: Editora e

Livraria Instituto Paulo Freire, 2009. (Educação Cidadã; 4).

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica.

5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

LIMA, Francisca das Chagas Silva; ALMADA, Jhonatan Uelson Pereira Sousa de. Educação

Integral: concepções, experiências e a sinalização do projeto de lei do Plano Nacional de

Educação 2011-2020. In: Educação Integral: ideário pedagógico, políticas e práticas. LIMA,

Francisca das Chagas Silva; LIMA, Lucinete Marques; CARDOZO, Maria José Pires Barros

(Organizadoras). São Luís: Edufma, 2013.

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HISTÓRIA DA AMAZÔNIA NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO

DE ÓBIDOS

60Geanice Pinheiro dos Santos1

Márcia Coêlho Nogueira1

Maria Rubiane Rocha da Silva1

Terlen Lana Vasconcelos de Sena1

61Maria Antonia Vidal Ferreira2

[email protected]

RESUMO: O objetivo do presente artigo é analisar como a história da Amazônia está sendo trabalhada no 2º ano do

ensino fundamental do município de Óbidos. Caracteriza-se como pesquisa bibliográfica, documental e de campo, tendo

a entrevista com a professora da turma como levantamento de informações. A partir de uma abordagem qualitativa,

analisamos a legislação vigente no que diz respeito ao ensino da história local e regional, confrontando simultaneamente

com as práticas metodológicas e com os recursos didáticos utilizados pelos professores. Verificamos uma padronização

nos currículos escolares, nos planos de ensino e nos recursos didáticos e isso nos conduz a concluir que, a mediação entre

os conhecimentos sistematizados e os adquiridos por meio da cultura regional, deve partir de uma visão crítico-reflexiva,

considerando as diversidades culturais existentes no país, favorecendo assim, a legitimidade por parte dos alunos de sua

identidade e o reconhecimento destes sobre o ambiente político e social ao qual estão inseridos.

PALAVRAS CHAVE: ENSINO DE HISTÓRIA. AMAZÔNIA. CURRÍCULO ESCOLAR.

INTRODUÇÃO: O ensino da história propicia ao aluno compreender sua identidade e seu papel

como sujeito atuante no meio que o cerca. Nesta perspectiva a escola deve reconhecer que é também

seu papel oferecer um ensino baseado na preservação e valorização dos bens culturais locais e

regionais para superar dialeticamente a homogeneização cultural evidenciada nos livros didáticos.

A escola deve inserir em sua proposta curricular elementos que possibilitem aos discentes

contextualizar sua vivência individual a uma história coletiva, isto é, estabelecer uma conexão entre

passado e presente nos vários espaços de convivência.

Diante do exposto, surge a seguinte proposição: as escolas que atendem os alunos do 2º ano

do Ensino Fundamental já apresentam mudanças estruturais nos currículos escolares no que tange a

inserção de conteúdos e práticas metodológicas voltadas para o ensino da história local e regional?

Essa questão orientou a construção deste trabalho que teve por objetivo analisar, na legislação

vigente, as orientações sobre o ensino da cultura regional, bem como analisar as práticas

metodológicas e os recursos didáticos utilizados no ensino da história da Amazônia constantes no

plano de aula do professor do 2º ano do Ensino Fundamental.

A formação histórica do Brasil deriva da diversidade cultural resultante da forte influência

político-social de outros povos que chegaram ao país com o intuito de explorar recursos aqui

existentes, visto que, as terras brasileiras possuíam e ainda possuem uma grande variedade de riquezas

naturais (minérios, borracha, madeira, etc), que funcionaram como um atrativo as nações estrangeiras.

1 Acadêmica do Curso de Pedagogia da UFOPA. Campus Óbidos.

60 2 Professora da Ufopa. Campus Óbidos. Orientadora da pesquisa. 61

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A respeito da diversidade cultural, Pescaria e Colares (2017, p. 9) asseveram que “a

sociedade brasileira [...] formou–se ao longo de sua história com intensas miscigenações [...]

religiosas, étnicas, de gênero, [...] que devem ser considerados no momento em que se pensa a

educação escolar para os povos da Amazônia”.

Tal diversidade precisa ser contextualizada a partir dos acontecimentos da história universal,

a fim de perceber as relações entre essas temáticas. Nesse sentido, Costa e Correa (2016, p. 81)

afirmam que “posições dicotômicas que concebem o ensino prioritariamente voltado para o

conhecimento que se produz nos entornos de sua realidade em detrimento do conhecimento universal,

não podem levar o homem além do óbvio das reproduções de senso comum”.

Entretanto ao adotar o ensino do saber universal em detrimento do saber local e regional,

acaba-se por limitar a educação oferecida pela escola, que promove desta maneira, a alienação do

sujeito e a reprodução de valores externos à sua realidade. É de fundamental importância que o

educando se aproprie da história de sua região para que tenha embasamento teórico suficiente para

assumir uma postura crítica diante da realidade, a fim de intervir com ações de caráter emancipatório

e transformador.

No contexto amazônico, “[...] isso significa fazer com que o aluno compreenda a sua própria

história e a partir dela tenha a possibilidade de transgredir à sua realidade, numa dinâmica de

movimento que não deve se vincular somente ao pragmático [...]” (COSTA; CORREA, 2016, p. 81).

MÉTODO: Este trabalho foi construído a partir de uma pesquisa bibliográfica, documental e de

campo entendida conforme Ludwig (2015, p. 55) “como coleta de dados no local onde acontecem os

fenômenos”. As fontes bibliográficas e documentais foram: artigos, livros, sites especializados e

legislação vigente, além dos planos de curso e livros didáticos referentes ao 2º ano do ensino

fundamental no município de Óbidos. A metodologia partiu de uma abordagem qualitativa, cuja

análise crítica possibilitou investigar de que forma o ensino de história da Amazônia está sendo

trabalho no âmbito da sala de aula.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A leitura mais detida sobre a proposta curricular para o 2º Ano do

ensino fundamental, especialmente sobre o componente História da Amazônia, mostra que existe

uma importante lacuna de conteúdo, conforme afirma Teixeira Junior (2016, p. 21):

Ainda que, se anuncie estudos da Amazônia, em seu título, os conteúdos indicados pela

Secretaria de Educação do Estado do Pará, parte citados aqui, são de “História do Pará”, uma

“História” que começa com a vinda da Família Real para o Brasil, e que menciona apenas a

matriz de cultura branca, excluindo povos Indígenas e Negros. Um conteúdo, novamente, no

singular. Essa ausência de conteúdo regional fere a LDB, uma vez que de acordo com a lei,

o aluno precisa conhecer a realidade em que está inserido, e nesse aspecto as matrizes se

cultura africana e indígena precisam está contempladas nas aulas ministradas, por essa área

do conhecimento.

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Neste sentido, as práticas pedagógicas deixam a desejar no tocante aos conteúdos regionais,

pois o ensino dos aspectos locais e regionais em todos os níveis de ensino da educação básica está

previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/1996 em seu Artigo 26, quando

esta define que o sistema de ensino esteja organizado por uma base comum nacional que será

complementada por uma parte diversificada (BRASIL, 1996).

De igual modo o sistema de ensino do município Óbidos, localizado no Oeste do estado do

Pará, por meio da Resolução nº 003/2014 do Conselho Municipal de Educação de Óbidos prevê em

seu Artigo 27 que:

O currículo do Ensino Fundamental no Sistema Municipal de Ensino do Município de

Óbidos, Estado do Pará, incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das

crianças e dos adolescentes, aqueles elencados nas respectivas Diretrizes Curriculares

Nacionais e na presente Resolução, bem como uma parte diversificada, que deverá ser

constituída a partir da seleção dos seguintes conteúdos: [...] d) Estudos regionais; [...] f)

Estudos paraenses; [...] o) Cultura e sociedade; [...] q) Educação para a cidadania. Parágrafo

único. As Instituições de ensino poderão incluir na parte diversificada de seu currículo,

conteúdos não elencados no caput, visando ao atendimento das necessidades locais.

(ÓBIDOS, 2014).

Contudo, o profissional que atua nesse nível de ensino, ainda se encontra limitado a

conteúdos previamente programados, não avançando além dos planos de curso ditados pelos sistemas

de ensino. Permanece refém desse modelo reprodutivo de conteúdos e de práticas metodológicas

cristalizadas.

Entretanto, existem outros meios que o professor pode utilizar como recurso didático,

aliando ensino com pesquisa para conhecer a história amazônica, a partir das referências locais que

se encontram esquecidas e que muito tem a contribuir com o ensino da região. (LOUREIRO, 2007,

p. 20).

Deste modo, é relevante que a atuação do professor esteja voltada para a contextualização

das propostas curriculares à realidade local, visto que estas orientações são disponibilizadas de

maneira generalizada e distanciadas da vivência do aluno. Isso “tem a ver com o tipo de escola que

se quer para Amazônia, pois no processo de reconhecimento da história de um povo é necessário não

para aprisionar as particularidades, e sim, para funcionar como referência na tomada de decisões”.

(COSTA; CORREA, 2016, p.81).

A disciplina História de Óbidos atualmente faz parte da matriz curricular do Ensino

Fundamental anos finais (6º ao 9º ano) do sistema de ensino do município de Óbidos. Ela foi

institucionalizada em 25 de março de 2002 através da Resolução nº 216 do Conselho Estadual de

Educação do Pará. Porém, esta disciplina não consta nos Anos iniciais do ensino fundamental.

Portanto, ao analisarmos os livros didáticos, o plano de curso e os planos de aula do 2º ano

do Ensino Fundamental em duas escolas da zona urbana do município de Óbidos, verificou-se uma

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grande ausência de conteúdo programático e de prática pedagógica no que concerne ao estudo da

história da Amazônia em especial a história do município de Óbidos.

No livro didático percebeu-se que os conteúdos presentes tratam da história de forma

generalizada sem abordar as especificidades da região amazônica, mas isso se deve ao fato de ser

elaborado para uso nacional e encaminhado para as escolas através do Programa Nacional do Livro

Didático - PNLD vinculado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/FNDE.

Os conteúdos encontrados nos livros didáticos giram em torno das seguintes temáticas:

contos que evidenciam passagens da história do Brasil; análise de imagens de jornais e documentos

pessoais antigos; comparação entre ferramentas de trabalhos atuais e antigos como, por exemplo:

máquina de escrever/computador, ferro a carvão/ ferro elétrico); pesquisa de histórias pessoais

vivenciadas por familiares ou amigos, noções sobre o tempo presente, passado e futuro entre outros.

Já no plano de curso do 2º ano do ensino fundamental e plano de aula identificou-se que são

trabalhados os seguintes conteúdos programáticos: distinguir e ordenar temporalmente os fatos

históricos locais, regionais e nacionais; articular e estabelecer correlações entre os fatos históricos

(locais, regionais e nacionais) e a vida vivida no tempo presente.

Neste sentido, cabe ao profissional da educação proporcionar ao educando um mergulho

profundo que o possibilite conhecer sua própria região em diferentes contextos, pois o levará a ter

uma reflexão sobre a realidade histórica e suas especificidades, consolidando, assim, a cultura local.

CONCLUSÃO: Durante o estudo, observou-se que são poucos ou quase inexistentes os recursos

didáticos utilizados pelos professores que contemplem a realidade do município de Óbidos. Quando

o professor não demonstra habilidade em ser criativo e dinâmico no desenvolvimento de suas

atividades em sala de aula, este se vê obrigado a propiciar um ensino limitado e distanciado das

vivências de seus alunos, promovendo deficitariamente ao processo de ensino e aprendizagem.

Neste sentido o aluno vive em constante contradição entre o que ele recebe como teorias do

conhecimento historicamente produzido e o que ele percebe em seu cotidiano, apropriando-se de uma

cultura externa que não condiz com sua realidade.

Portanto, para que o educador seja um mediador entre os conhecimentos sistematizados,

propostos na legislação vigente e os adquiridos através da cultura regional, é relevante que se trabalhe

com uma visão crítico-reflexiva, considerando as diversidades culturais existentes no país,

favorecendo assim, a legitimidade por parte dos alunos de sua identidade e o reconhecimento destes

sobre o ambiente político e social ao qual estão inseridos.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, LDB. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm> Acesso em: 03 ago.2017.

COSTA, Danielle Caroline Batista da; CORREA, Martina de Siqueira. Uma escola para a Amazônia?

In: Educação e realidade amazônica. Uberlândia: Navegando Publicações, 2016. cap. 4, p. 73-84.

LOUREIRO, Violeta Refkalefsky. Educação e sociedade na Amazônia em mais de meio século.

Disponível em: <https://paginas.uepa.br/seer/index.php/cocar/article/ view/141/115> Acessado em

02 ago. 2017.

LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamentos e prática da Metodologia Científica. 3. Ed.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

ÓBIDOS, Resolução nº 003/2014. Sistema Municipal de Ensino de Óbidos. Disponível em

http://semed.obidos.pa.gov.br/gestoreducacional/paginas/publico /fm_legislacao.xhtml?dswid=-

1071 Acessado em 10 ago.2017.

PESCARIA, Carolina Whitaker; COLARES, Anselmo Alencar. A Educação escolar a partir da

perspectiva das diversidades. In: Educação e realidade amazônica. Vol. 2. Uberlândia: Navegando

Publicações, 2017. cap. 1, p. 9-21.

TEIXEIRA JUNIOR, Tiese. Ditos e escritos sobre os estudos amazônicos, no ensino básico, do

Estado do Pará. Disponível em: <file:///C:/Users/GE/ Downloads/2310-7737-1-PB%20(1).pdf>

Acessado em 02 ago.2017.

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INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: COMBATE E PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS EM

UMA ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA.

62Ledyane Lopes Barbosa. HISTEDBR. UFOPA1

[email protected]

63 Lília Travassos de Sousa HISTEDBR. UFOPA2

64Maria Lília Imbiriba Sousa Colares. HISTEDBR. UFOPA3

RESUMO – Este trabalho tem como campo investigativo a pesquisa-ação, por se tratar de um projeto de intervenção

que objetivou promover a realização de um dia “D” no combate e prevenção ao uso de drogas em uma escola da rede

estadual de ensino do município de Santarém/PA. A ação de intervenção constituiu-se a partir de uma diagnose

apresentada pelo pedagogo do turno vespertino, apontando a questão do uso recorrente das drogas nesse ambiente escolar,

como um dos malefícios para o processo de aprendizagem de seus educandos. Os resultados apontaram a importância da

promoção de ações nas escola e comunidade com o intuito de informar, em um processo preventivo, as consequências

que acarretam o uso de drogas. A atuação da família é imprescindível para cooperar com a busca de soluções para essa

questão, pois fica inviável a escola tomar para si a responsabilidade desse problema. O conhecimento apresenta-se como

a melhor estratégia para a prevenção de práticas nocivas ao homem, devendo esta prevenção ser repetitiva e quotidiana.

PALAVRAS-CHAVE: GESTÃO EDUCACIONAL. INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA. ESTÁGIO

SUPERVISIONADO.

INTRODUÇÃO: A gestão democrática enquanto princípio para a educação brasileira está

assegurada na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 206, e, ratificada em leis complementares

como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/19916).

A democratização dos sistemas de ensino e da escola implica aprendizado e vivência do

exercício de participação e de tomadas de decisão. Trata-se de um processo a ser construído

coletivamente, que considera a especificidade e a possibilidade histórica e cultural de cada sistema

de ensino: municipal, distrital, estadual ou federal de cada escola. (BRASIL, 2004)

Assim tratar sobre a gestão educacional na perspectiva democrática pressupõe levar em

consideração o contexto sociocultural dos agentes que compõem o corpo escolar valorizando-se esses

sujeitos e, por conseguinte, toda a comunidade discente. E é nessa perspectiva que o projeto de

intervenção aplicado em uma escola da rede estadual do município de Santarém se apresentou, como

uma alternativa viável para estimular o debate e a ação reflexiva por parte da equipe gestora da escola

1 Estudante da Universidade Federal do Oeste do Pará. Instituto de Ciências da Educação – ICED. Programa de Educação.

Bolsista de iniciação científica UFOPA. Curso de Pedagogia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas “Historia,

Sociedade e Educação no Brasil/HISTEDBR/UFOPA”. E-mail: [email protected] 2 Estudante da Universidade Federal do Oeste do Pará. Instituto de Ciências da Educação – ICED. Programa de Educação.

Bolsista de iniciação científica UFOPA. Curso de Pedagogia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas “Historia,

Sociedade e Educação no Brasil/HISTEDBR/UFOPA”. E-mail: [email protected]

3 Doutora e Pós-doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do Programa de Pós-graduação em Educação da

Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA. Coordenadora Institucional do Programa Nacional Escola de Gestores

da Educação Básica Pública/UFOPA. Coordenadora Associada II do Projeto: “As Experiências Pedagógicas das

Políticas de Educação Integral na Amazônia: Rede de Pesquisa e Formação Acadêmica”, UNICAMP/UNIR/UFOPA,

Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD) – Edital nº 071/2013. Líder Adjunta do Grupo de Estudos

e Pesquisas “História, Sociedade e Educação” no Brasil (HISTEDBR-UFOPA). E-mail: [email protected]

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e comunidade discente. A ação de intervenção surgiu a partir de uma diagnose465 realizada entre a

equipe proponente e o pedagogo do período vespertino que apontou que a escola enfrenta problemas

concernentes ao uso de drogas lícitas e ilícitas, tanto que até uma operação policial já foi realizada no

entorno da escola. Assim, compreendemos que a intervenção deve assumir um caráter preventivo e

paleativo.

A intervenção pedagógica realizada em setembro durante o período diurno em uma escola

estadual do município de Santarém, teve por objetivo geral: promover a realização de atividade no

combate e prevenção ao uso de drogas. E por objetivos específicos: conscientizar e sensibilizar os

alunos sobre os malefícios que as drogas tem causado à sociedade; estimular o pensamento crítico, o

respeito à vida e a autonomia do corpo discente; e contribuir para estreitar a relação entre academia e

escola. O público-alvo da ação foram alunos do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e Ensino Médio

(1ª a 3ª série).

Destaca-se que o projeto de intervenção acima mencionado surgiu a partir do componente

curricular de Estágio em Gestão Educacional (total de 50h) ministrado pela Profª Drª Maria Lília

Imbiriba Sousa Colares nas turmas de pedagogia 2013 e 2014 da Universidade Federal do Oeste do

Pará (UFOPA), onde o trio de estagiárias proponentes566 foram desafiadas a pensar e realizar um

projeto de intervenção que metodologicamente está situado dentro da pesquisa – ação.

MÉTODO: O trabalho de investigação foi desenvolvido dentro da modalidade da pesquisa-ação.

Segundo Thiollent (1988 apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009) a pesquisa ação é um tipo de

investigação social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma

ação ou com a resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes

representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

Desse modo, este tipo de pesquisa exige do pesquisador um planejamento prévio em relação ao

problema a ser investigado objetivando sua alteração posterior em função de uma intervenção em

uma situação social em conjunto. Sendo que a participação do pesquisador nesta modalidade de

pesquisa é de fundamental importância, uma vez que deixa de ser observador para se tonar ativo no

processo de transformação de uma dada realidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A ação realizada consistiu no dia “D” no combate e prevenção ao

uso de drogas. Houve a realização de atividades de cunho reflexivas, como palestras, exibição de

4 A carga horária do estágio realizado na escola foi 38h envolvendo observação, participação e intervenção. Assim, a

diagnose foi realizada a partir de uma reunião entre o pedagogo do turno vespertino e o trio proponente no dia 08 de

agosto de 2017. 65 5 As autoras sob supervisão da professora-orientadora. 66

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documentários, momentos de lazer e apresentações culturais durante o período diurno nas

dependências de uma escola da rede estadual do município de Santarém/PA.

Imagem 1: Registro pós-palestra de abertura da intervenção pedagógica realizada pelo PROERD667.

Fonte: Darlice Costa, 2017.

Imagem 2: Registro da roda de conversa realizada por membro do trio proponente da ação.

Fonte: Darlice Costa, 2017.

Buscou-se descobrir por meio da aplicação de questionários direcionado para os alunos com

questões fechadas, de que forma a escola está agindo em relação a temas transversais que permeiam

o cotidiano dos alunos como praticas nocivas tanto na saúde quanto no processo de ensino-

aprendizagem. Os 208 alunos do turno matutino e vespertino que participaram do projeto de

intervenção no dia 14 de setembro foram os mesmos que responderam aos questionários fechados no

dia 21 de setembro.

6 Programa Educacional de Resistência as Drogas e à Violência, do 3º Batalhão da Polícia Militar, 2ª Cia Orgânica, do

Estado do Pará. 67

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Nos gráficos a seguir podemos identificar por meio de participação dos que estiveram presente

nas atividades nos turnos manhã e tarde, as percepções sobre a ação desenvolvida na escola abordando

a temática das drogas.

No primeiro e segundo gráficos é perceptível que os alunos consideraram relevante a ação

promovida sobre a prevenção e combate ao uso das drogas, pois 67% dos alunos avaliaram como

excelente esse evento, 30% bom, e somente 1% informaram que foi regular.

No terceiro e quarto gráficos, foi possível evidenciar que a escola não aborda com frequência

assuntos relacionados as drogas, onde 71% alunos enunciaram que de vez em quando esse tema é

trabalhado dentro do ambiente escolar e 23% quase nunca, sendo somente 6% os alunos que disseram

que a escola trabalha frequentemente esse tema na escola.

Entretanto, 67% desses alunos acham muito importante e 32% consideram importante trabalhar

em sala de aula esses temas transversais que tanto permeiam o cotidiano desses alunos, e apenas 1%

acham pouco importante trabalhar esses conteúdos em classe.

69%

30%1%1%

Gráfico 1: Como você considerou aação promovida na escolaintitulada dia "D" no combate eprevençao ao uso de drogas?

69% Excelente

30% Bom

1% Regular

0% Ruim 100%

0%

Gráfico 2: Você acha importanteque ações como esta sejamrealizadas nas escolas, nacomunidade, para compartilharinformações sobre os malefícioscausados pelo uso de drogas?

100% SIM

0% NÃO

71%

23%6%

Gráfico 3: Com que frequênciaassuntos relacionados asdrogas é abordado pela escola?

71% DE VEZEM QUANDO

23% QUASENUNCA

6%FREQUENTEMENTE

67%

32%1%

Gráfico 4: O que você achadesses temas como: drogas,sexualidade, violência, entreoutros, serem trabalhadosem sala de aula?

67% Muitoimportante

32%Importante

1% Poucoimportante

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Com base nos dados obtidos, podemos afirmar que os discentes foram unânimes em concordar

que é importante a realização desses eventos na escola e comunidades, para o compartilhamento

dessas informações sobre os malefícios causados pelo uso de drogas. Haja vista que a escola é um

espaço que agrega pluralidades, relações e conflitos.

CONCLUSÃO: O uso de drogas atualmente constitui-se como um grande problema de saúde

pública, com sérios malefícios pessoais e sociais na vida de jovens e adolescentes. O projeto de

intervenção aplicado adveio de um diagnóstico por parte da escola pesquisada, haja vista que a mesma

encontra-se em uma área de risco e vulnerabilidade social, onde o conhecimento acerca da prevenção,

apresenta-se como o mais eficaz argumento quando se trata do uso de drogas.

Diante disso, foi possível entendermos que a realização de ações na escola e nos espaços

comunitários, com temáticas que permeiam o cotidiano dos educandos, é relevante para promover

conhecimentos, por meio de diálogos e debate de ideias, atuando na prevenção e combate de práticas

prejudiciais à saúde, como também ao processo de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacional de

Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Gestão da educação escolar. Brasília: UnB, CEAD, 2004

vol. 5. p. 25).

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (Orgs.). Métodos de pesquisa. Universidade

Aberta do Brasil – UAB/UFRGS. Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o

Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

SANTA CATARINA. Governo do Estado de Santa Catarina. Projeto Viva sem drogas: a prioridade

é a vida. Florianópolis. 2009.

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395

LITERATURA COMO FERRAMENTA IMPORTANTE NA FORMAÇÃO DO SER

HUMANO

68Wirllem Almeida Vasconcelos1

[email protected]

Lauriza Marques Bentes1

Ana Caroline Bezerra da Silva1

Jéssica Poliana Sousa de Oliveira1

Paula Cristina Galdino Guimarães²

RESUMO: A literatura está presente no contexto escolar desde os anos iniciais, através das cantigas de roda, contação

de histórias, mediação de leitura. Deste modo, investigar suas contribuições constitui-se relevante para melhor promove-

la no espaço escolar. Assim, este estudo objetivou refletir o uso e a contribuição da literatura na formação do ser humano

e também de seu gosto pelo leitura. Visto que ela tem sido inserida desde o Ensino Fundamental na vida dos alunos. A

metodologia consistiu em estudo bibliográfico, no qual se consultou diversos autores. Esta atividade foi desenvolvida

dentro Subprojeto de Pedagogia PIBID/CEULS a fim de subsidiar ações desenvolvidas em ambiente escolar. Os

resultados mostram que através da literatura o indivíduo (aluno) torna-se mais capaz de compreender o mundo em que

vive percebendo de modo mais sensível e crítico o mundo que o cerca, além de desenvolver o costume da leitura que se

faz imprescindível para o desenvolvimento na vida escolar. Assim, é importante que a literatura tenha seu espaço em toda

a vida escolar, pois, além de estimular o gosto pela leitura, permite ampliar conhecimentos sobre a vida, o ser humano e

seu universo, colaborando para o crescimento de cada indivíduo, ajudando-o na sua própria formação como ser humano.

PALAVRAS – CHAVE: LITERATURA, FORMAÇÃO, PIBID – PEDAGOGIA CEULS/ULBRA.

INTRODUÇÃO: As escolas são os espaços responsáveis por ensinar a ler e estimular os alunos ao

hábito da leitura, podendo a literatura ser importante instrumento para a formação de leitores. No

entanto, muitas cometem o erro na direção deste objetivo e acabam não conseguindo disseminar o

gosto pela leitura.

Salienta-se que esse estudo se desenvolveu dentro do Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação à Docência – PIBID/CEULS, subprojeto do Curso de Pedagogia, tendo como foco central

buscar respostas sobre como a literatura se faz importante para uma educação emancipadora e para a

formação de leitores críticos e reflexivos dentro da realidade em que vivem.

MÉTODO: A realização deste estudo se deu a partir da pesquisa bibliográfica que, segundo GIL

(2008), é aquela que é desenvolvida com base em material escrito já elaborado, constituído

principalmente de livros e artigos científicos, com o objetivo de reunir informações e dados que

servirão para construir respostas às indagações sobre o tema determinado.

1Acadêmico(a) do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia do CEULS/ULBRA e bolsista de iniciação à docência no

Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 68

² Profa Esp. no Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e bolsista coordenadora de área no Subprojeto de Pedagogia do

PIBID/CEULS.

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396

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A literatura é um instrumento valioso na formação humana, capaz

de proporcionar fruição lúdico-estética para seu leitor. Com ela, é possível abrir um leque de

informações para que a pessoa enriqueça assim a sua bagagem cultural.

O texto literário tem a capacidade de desvelar o mundo em seu interior, pois a ela o que é

conveniente “não é apenas o fato sobre o qual se escreve, mas as formas do homem pensar e sentir

esse fato que o identifica com outros homens de tempos e lugares diversos” (AGUIAR, 1988:14). Se

fazendo ainda a literatura como arte, e ao mesmo tempo, expressando-o, como afirma Nelly Coelho

(2000): é um fenômeno de linguagem, resultante de uma experiência existencial/social/cultural.

Como afirma Yolanda (2011), a literatura permite descobrir que se pode pensar, nomear,

sonhar, encontrar, comover e decifrar. Por isso se faz importante essa conexão com o mundo literário,

criando um vínculo de formação leitora com os indivíduos.

Há ainda que se preocupar com a abordagem da obra literária, pois fazer uso de textos literários

implica não somente em proporcionar a criança o contato com o livro, segundo BORDINI (1985: 27-

28) “a literatura deve aliar à informação ao prazer do jogo, envolvendo razão e emoção numa

atividade integrativa, conquistando o leitor por inteiro e não apenas na sua esfera cognitiva”. Assim,

vale pensar situações pedagógicas que promovam a devida vivencia com o texto literário.

Assim, no âmbito escolar, a literatura é aliada do professor e do seu aluno, pois ela busca

compreender o mundo e o ser humano. Com isso, cabe ao docente possuir um amplo conhecimento

literário advindo de sua experiência leitora com uma imensa quantidade de obras literárias. “Como

afirma Maria Helena Frantz (2002: 49), ‘‘Para acompanhar o processo de formação de aluno-leitor é

imprescindível que o professor tenha construído ou esteja construindo, para si próprio, uma história

de leitor”.

Portanto tornar-se perceptível os benefícios que a literatura proporciona, uma vez que ela

permite aos leitores serem mais ativo na sociedade quando passam a conhecê-la de maneira crítica, e

ainda possam experimentar a literatura em sua dimensão socializadora.

CONCLUSÃO: Faz-se necessário introduzir a literatura como agente de formação no processo de

ensino-aprendizagem, pois ela é capaz de desenvolver o senso crítico, imaginativo e a capacidade de

sintetizar e condensar a realidade.

Através do mundo literário, o aluno enriquece seus conhecimentos e passa a contribuir no

contexto social em que vive, já que portam de modo ampliado, através da leitura, visões mais plenas

daqueles que desconhecem tal mundo, podendo transformar e moldar situações as quais é

participante. Sendo desenvolvedores de posição ativa diante da realidade que estão inseridos.

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397

Indo além de apenas algo que auxilia na construção do intelecto do ser humano, mas fazendo-

se também instrumento que dá asas, levando a mundos distantes, que permitem um deleite de algo

inimaginável. Oferecendo ao homem ferramentas para socializar-se com os demais, proporcionando

a possibilidade de que ele acumule conhecimentos à medida que sua leitura progrida.

REFERÊNCIAS

COELHO, Nelly Novaes. A natureza da literatura infantil, de Nelly Novaes Coelho. In: COELHO,

Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Ática, 1997, p.24 a 28.

FRANTZ, Maria Helena Zancan. A literatura nas séries iniciais: a procura do fio da meada, de Maria

Helena Zancan Frantz. In: FRANTZ, Maria Helena Zancan. A literatura nas séries iniciais. – Rio

de Janeiro: Vozes, 2011.

REYES, Yolanda. O que a literatura pode ensinar, de Yolanda Reyes. In: REYES, Yolanda. Ler e

brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. Tradução: Rodrigo Petrônio. – São Paulo: Pulo

do gato, 2012.

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398

MUAY THAI NO CONTEXTO ESCOLAR

69Bruno Yan da Conceição Pacheco¹

[email protected]

Alesandra Cabreira2

[email protected]

RESUMO: O objetivo deste estudo foi analisar as opiniões de 56 alunos, com faixa etária entre 10 a 14 anos, de uma

instituição pública, referente às lutas “Muay Thai” no contexto escolar. Foram aplicados questionários contendo 10

perguntas voltadas à modalidade esportiva, para a coleta de informações, 29 pertenciam ao turno matutino e 27 ao turno

vespertino. O mesmo questionário foi aplicado duas vezes aos mesmos alunos. Das 10 questões, apenas duas foram

utilizadas para a elaboração deste trabalho científico. Dos resultados obtidos, verificou-se que dos 56 participantes 39%

responderam negativamente a respeito dos benefícios advindos da prática da luta, antes da palestra e 61% responderam

positivamente. Após, houve uma mudança significativa nas opiniões onde apenas 7% permaneceram com resposta

negativa aumentando a quantidade dos que responderam positivamente, passando de 61% para 93%. Para a segunda

questão utilizada, referente ao professor trabalhar as lutas em suas aulas, antes da palestra 30% dos 56 discentes respondeu

não e 70% foram positivos em suas respostas. Após, 4% permaneceram com sua resposta negativa, o que significa ter

ocorrido mudança na compreensão de 26% dos alunos que a princípio haviam respondido negativamente, acarretando

aumento dos 70% dos que responderam sim para 96%.

PALAVRA-CHAVE: BENEFÍCIOS, LUTAS, MUAY THAI.

INTRODUÇÃO: As lutas estão inseridas nos PCNs, assim como várias outras modalidades, mas o

que se ver na realidade das escolas públicas, é somente a aplicação do futebol, futsal, voleibol,

handebol e basquetebol. As lutas não são inseridas no plano de ensino anual elaborada pelos

professores, talvez pelos dias letivos que não são suficientes para que a luta escolar possa ser aplicada

ou pela falta de domínio sobre o conteúdo.

O objetivo deste trabalho visa expor aos alunos da instituição sobre a modalidade esportiva

Muay Thai dentro do ambiente escolar, os benefícios à saúde, ao desenvolvimento mental, físico e

social dos participantes. A importância desta no cenário escolar, para que os alunos possam melhorar

alguns sistemas fisiológicos contribuindo para um bom condicionamento físico para a prática de

atividades e exercícios físicos. E o mais importante, expor aos alunos que a luta Muay Thai não é

utilizada com o intuito de violentar o outro no momento do treinamento. Que esta é utilizada para a

autodefesa e ataque quando necessário.

É necessário que os professores de Educação Física, tenham know how para mediar este

processo de ensino e aprendizagem no ambiente escolar, sabendo como se posicionar referente ao

trabalho com lutas, além disso, mostrando a comunidade escolar que a luta não é uma briga e sim um

esporte que tem valores, regras, preceitos, hierarquia e leis que regem a modalidade esportiva, foi

repassado aos alunos à teoria e a prática.

1 Graduando do Curso de Licenciatura em Educação Física – ULBRA – Universidade Luterana do Brasil. 2 Professora do curso de Licenciatura em Educação Física CEULS/ULBRA e UEPA doutoranda em ciências da

reabilitação UNINOVE.69

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MÉTODO: Este trabalho norteia 03 métodos de estudo, Pesquisa Bibliográfica, Pesquisa-Ação, pois

segundo Elliott (1997, p.15), a pesquisa-ação permite superar as lacunas existentes entre a pesquisa

educativa e a prática docente, ou seja, entre a teoria e a prática, e os resultados ampliam as capacidades

de compreensão dos professores e suas práticas, por isso favorecem amplamente as mudanças.

Pesquisa de Campo, pois segundo Fuzzi (2010, p.1) A pesquisa de campo procede à observação

de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e,

finalmente, à análise e interpretação desses dados, com fundamentação teórica consistente em

compreender, as opiniões dos alunos referentes às lutas no contexto escolar.

A local da ação foi na Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquin Cavalcante Maia,

situada na cidade de Santarém-PA no bairro Santo André. Foi utilizado o ginásio poliesportivo, local

todo coberto, a área ocupada é toda protegida por grades, há dois banheiros e arquibancadas.

Participaram da culminância deste trabalho 56 alunos de ambos os gêneros de 4º, 5º ano e acelera,

devidamente matriculados na instituição, com faixa etária de 10 aos 14 anos. O instrumento utilizado

para a análise foi um questionário, contendo 10 questões fechadas, para adquirirão de informações, o

mesmo foi aplicado antes e depois da programação proposta aos alunos.

A ação foi realizada no dia 07/11/16 em dois períodos, manhã no horário das 9h30min às 11h

e tarde das 16h30 minutos às 18h, no ginásio da escola. Todas as turmas e professores foram

convidados a participarem da palestra, mas foram selecionadas as turmas de 4º, 5º ano e acelera, na

faixa etária de 10 aos 14 anos para vivenciarem a pratica da luta. Antes da ação foi aplicado um

questionário referente ao Muay Thai à turma do 5° ano, no término da ação o questionário foi

reaplicado para a coleta de dados.

Para a elaboração das perguntas foram utilizados alguns artigos, referente ao Muay thai e seus

benefícios. As questões eram objetivas, onde os alunos teriam apenas que marcar sim ou não. 56

alunos responderam aos questionários, 29 no turno da manhã e 27 no turno da tarde. A duração da

programação foi de 1h30 minutos para ambos os turnos, fracionada da seguinte forma: 1º momento:

Foi aplicado o questionário com duração de 15 minutos. 2º momento: Palestra sobre o histórico do

muay thai e sua importância no meio escolar (15 minutos).

3º momento: As turmas citadas à cima experienciaram as técnicas básicas e movimentos

corporais do esporte, mediada pelo instrutor de luta (45 minutos).

Do questionário aplicado apenas duas questões foram utilizadas, onde indagava-se o seguinte:

“a pratica do Muay Thai traz algum benefício a saúde? O professor de Educação Física deve trabalhar

as lutas na escola?”

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400

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Para chegar aos resultados da pesquisa, foram calculadas as

porcentagens, representadas pela quantidade de crianças que responderam sim e quantas responderam

não antes e depois da palestra, com intuito de saber se houve mudança de opinião sobre a prática da

luta, sendo representadas pelas figuras abaixo:

Figura 1: Antes da palestra Figura 2: Após a palestra

Foi direcionada aos alunos a seguinte pergunta: “Se a luta Muay Thai traz benefícios à saúde

dos praticantes”, a figura 01 aponta que 34 alunos (representando 61%) responderam positivamente

e 22 (39%) responderam negativamente. Após a palestra foi feito uma análise dos questionários onde

se constatou uma mudança expressiva na compreensão dos discentes a respeito dos benefícios

advindos da pratica da luta, havendo uma diminuição na quantidade de crianças que responderam

não.

A figura 02 acima mostra que apenas 04 participantes (configurando 7%) mantiveram a mesma

opinião e 18 alunos (representando 32%) mudaram de opinião, respondendo que sim, que a luta traz

benefícios a saúde totalizando 93% (correspondente a 52 participantes) que responderam sim. Alguns

autores relatam que os pais levam os filhos para as escolinhas de Artes Marciais para gastarem

energia, porém estes não sabem que esta prática vai além de gasto energético.

No questionário aplicado uma das questões indagava-se “se o professor de Educação Física

deveria incluir em suas aulas as lutas”, antes da palestra os discentes tinham uma opinião sobre o

Muay Thai e após, puderam compreender melhor a importância desta prática para a vida do ser

humano. Os resultados serão apresentados nas figuras a seguir:

61%

39%

TÍTULO DO GRÁFICO

SIM NÃO

93%

7%

TÍTULO DO GRÁFICO

SIM NÃO

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401

Figura 3: Antes da palestra Figura 4: Após a palestra

Como aponta a figura 3 os resultados obtidos sobre essa questão mostram que antes de os

discentes absorverem algum conhecimento sobre os benefícios que o Muay Thai traz a saúde, 17

destes (configurando 30%) responderam que não seria importante o professor de Educação Física

trabalhar a luta em suas aulas e 39 (correspondendo 70%) responderam positivamente ao

questionário.

Após serem compartilhadas as informações a respeito deste elemento, foram propostas aos 56

alunos, houve uma diminuição na quantidade de alunos que haviam respondido não, saindo de 17

(30%) para 02, que permaneceram dizendo que não, correspondendo a apenas 4% do total de

participantes. Dos 17 que haviam respondido não, 15 mudaram de opinião e responderam que sim

aos questionários aplicados após a palestra e atividades, aumentando o número de alunos que acham

ser importante a inserção da luta na escola, totalizando 54 alunos (96%) dos participantes.

Enquanto a nossa realidade nos mostra a falta de capacitação dos profissionais para trabalharem

as lutas no ambiente escolar, o estudo de Ferreira apud Mazini (2014) “investigou professores de

Fortaleza no Ceará com possivelmente diferentes grades institucionais e maiores possibilidades de

competições de lutas diversificadas por se tratar de uma capital”. Nos estudos realizados através de

diversos trabalhos científicos, verificamos que nos estudos de Mazini (2014) dos 18 docentes

entrevistados 08 se mostraram resistentes ao conteúdo lutas.

Neste mesmo estudo encontrou-se resultados em que 25% (2) afirmaram não terem instruções

para tal prática, enquanto que no estudo de Ferreira 41,17% (14) de 34 utilizados na amostra

mostraram-se resistentes ao trabalho com lutas por desconhecerem instruções específicas de como

conduzir as atividades

70%

30%

TÍTULO DO GRÁFICO

SIM NÃO

97%

5%

TÍTULO DO GRÁFICO

SIM NÃO

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402

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante dos resultados encontrados no presente estudo observa-se que

há um entendimento compartilhado de que é necessário trabalhar com a ampliação da cultura corporal

de movimento, rompendo com a Educação Física tradicional, baseada no esportivismo e no

tecnicismo. As lutas “muay thai” na escola é sumamente importante para o desenvolvimento global

do praticante, por meio do trabalho bem elaborado e instruído pelo professor facilitador da

aprendizagem.

Portanto, as lutas estão devidamente inseridas nos Parâmetros Curriculares Nacionais-PCNs,

portanto cabe ao professor Licenciado em Educação Física buscar outros meios de conhecimento,

através de palestras, treinamentos, cursos específicos da área, livros, revistas, acervos de obras

literárias, teses, dissertações e a internet, para trabalhar de forma diferenciada em sua profissão.

REFERÊNCIAS

BRASIL Escola. Metodologia de Pesquisa Ação. Disponível em:

http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/pesquisa-acao.htm.

FUZZI, Ludmila Pena. Metodologia Científica. Segunda-feira, 29 de março de 2010. Disponível

em:http://profludfuzzimetodologia.blogspot.com.br/.

GRAÇA, Romulo Luiz da; SILVA, Alisson Vidoto da.Muay thai: benefícios comportamentais nas

crianças praticantes na cidade de cocal do sul –sc. Disponível em:

http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/3095/1/Alisson%20Vidoto%20da%20Silva.pdf.

MAZINI, Mauro Lúcio Filho et al. O ensino de lutas nas aulas de Educação Física Escolar. Revista

do Departamento de Educação Física e Saúde e do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade

de Santa Cruz do Sul / Unisc. Volume 15 - Número 4 - Outubro/Dezembro 2014.

BETTI, Mauro; SO, Marcos Roberto. Saber ou fazer? O ensino de lutas na educação física escolar.

Disponível em:http://www.ufscar.br/~defmh/spqmh/pdf/2009/so_betti.pdf?id=196.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Terceiro e Quarto ciclos do Ensino

Fundamental, Educação Física, 1998. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf

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403

O COLÉGIO DOM AMANDO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

70André das Chagas Santos1

Luan Moraes Ferreira2

Yana dos Santos Pereira2

71Luciano Sales Vieira2

RESUMO: O objetivo deste texto é compreender a História do Colégio Dom Amando a partir da história da educação

e da realidade política e econômica brasileira. Para o alcance dos objetivos dividimos o trabalho em etapas: (a) pesquisa

bibliográfica sobre a história da educação brasileira; (b) pesquisa em fontes bibliográficas e documentais sobre e do

colégio Dom Amando; (c) análise dos dados. A partir dos dados levantados chegamos aos seguintes resultados. Ao longo

de seus 74 anos, o Colégio Dom Amando passou por inúmeros cenários nacionais em que a educação fora diretamente

influenciada. Conforme o contexto da educação que vigorava no Brasil em determinada época; a instituição modificou

seus métodos de instrução e conteúdos lecionados, adequando-se a demanda exigida. As diversas transformações

possibilitaram o crescimento do colégio que ─ desde sua fundação ─ é respeitado pela qualidade do ensino que propõe

aos estudantes, de acordo com aquilo que lhes é cobrado pela sociedade em que vivem.

INTRODUÇÃO: Este trabalho é o primeiro resultado material do Grupo de Estudos em Ciências

Humanas do colégio Dom Amando (GECH). O grupo é um coletivo de alunos com interesse em

discutir temas nas áreas da História, Filosofia, Geografia, Sociologia entre outras.

O grupo surgiu por iniciativa dos alunos que expressaram os seus anseios de formar um grupo

de estudos e junto com o professor André das Chagas Santos, resolveram materializar as discussões

sobre a temática das Ciências Humanas em grupo.

As reuniões do grupo iniciaram no primeiro semestre do ano de 2017 com as leituras e

discussões sobre alguns textos de Marx e Maquiavel. No segundo semestre o professor André, lançou

o desafio ao grupo de produzir o primeiro trabalho científico no X CONGRESSO DE CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA IV

SALÃO DE EXTENSÃO do Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS/ULBRA).

Este primeiro trabalho tem o objetivo deste texto é compreender a História do Colégio Dom

Amando a partir da história da educação e da realidade política e econômica brasileira. Para a

realização da pesquisa foram feitas leituras sobre a História da Educação, e sobre a história do Brasil

a partir de meados do século XX.

MÉTODO: Para o alcance dos objetivos dividimos a pesquisa em etapas: (a) pesquisa bibliográfica

sobre a história da educação brasileira, nesta etapa fizemos dos seguintes autores: SANTOS (2014);

Saviani (2004); Ferreira (2012); (b) pesquisa em fontes bibliográficas e documentais sobre e do

colégio Dom Amando.

1 Professor do Colégio Dom amando. Licenciado em História do (CEULS/ULBRA). Mestre em Educação (UNIOESTE).

Doutorando do Programa de Pós Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (UFOPA); 70

2 Discente do Colégio Dom Amando no nível médio. 71

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RESULTADO E DISCUSSÃO: As origens do Colégio Dom Amando remontam ao cenário político

pós revolução de 1930, mais especificamente ao ano de 1943, no fim do Era Vargas. Este foi um

momento importante na História da educação Brasileira, pois foi durante na Era Vargas que

percebemos a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, e desta forma, o destaque da área

da Educação, com a criação de um ministério.

Naquele momento a educação foi entendida como um meio para a modernização e formação da

identidade do Estado Nacional. Desta forma, ,

Em 1943, o bispo de Santarém, Dom Anselmo Pietrulla em companhia de um grupo de frades

franciscanos fundou o Ginásio Dom Amando (GDA) no antigo prédio do Hospital São José. O termo

‘‘Ginásio’’ provém da divisão dos níveis escolares da época, que se bifurcava em Primário e Ginásio

(correspondente ao nível secundário). O termo ‘‘Ginásio’’ origina da palavra grega

γυμνάσιον [gymnasion], onde os rapazes tinham acesso à Educação Física e Intelectual. Assim sendo,

quando surgiu, o GDA atendia o ensino primário e ginasial e era voltado somente aos rapazes, que

neste primeiro ano atendeu 63 estudantes.

Nos primeiros anos a escola esteve sob a responsabilidade dos Monges Franciscanos. Em 1952,

os irmãos de Santa Cruz assumem a responsabilidade de desenvolver uma proposta de educação de

rapazes para a cidade de Santarém, implantando um modelo de ensino pragmático em oposição ao

modelo alemão baseado em uma educação propedêutica.

Para os Pioneiros, a educação deveria abrir mão de uma formação humanística e literária e

dar lugar a uma escola com caráter mais técnico. Percebemos, então, que essas propostas não

possuíam um caráter de transformação social, mas expressavam o pensamento conservador

de um período, em que a burguesia, sobretudo na Europa, passava de classe triunfante e

revolucionária à classe conservadora (SANTOS, 2014, p. 21)

A partir de 1961, com a lei 4024/1961, houve uma mudança significativa, tanto no cenário

particular da Instituição, quanto no contexto nacional de ensino. A começar pelo fato do Ginásio, que

além de passar a se chamar Colégio Dom Amando, extinguiu o ensino no nível hoje conhecido como

Fundamental 1. Além disso, ainda nessa década, em 1967, o Colégio passou a aceitar meninas, ainda

que em turmas separadas.

A partir década de 1960, com os governos militares (1964-1985), a educação brasileira

passou a assumir alguns dos princípios da escola tecnicista, no sentido da obrigatoriedade

das escolas profissionalizantes. Essa forma de atuação tinha o intuito de diminuir a demanda

por vagas em cursos de Ensino Superior, e também fornecer mão de obra especializada para

atender a demandas das indústrias no território brasileiro, sobretudo as do setor

automobilístico. (SANTOS, 2014, p. 22)

Juntamente a centralização e censura típica dos governos militares, houve a instituição do curso

de segundo grau de caráter profissionalizante, que foi adotado pelo Colégio Dom Amando, que

oferecia formação de técnico em administração.

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405

A transição da década de 1980 para a década de 1990 ocorreram importantes transformações

no âmbito da política e da economia, com repercussões no campo educacional. No Brasil, o período

marcou as discussões para a elaboração da nova Constituição Federal, promulgada em 1988, e a

eleição direta para presidente da República, em 1989, após mais de vinte anos. A sociedade, em meio

a euforia democrática, buscou participar da elaboração das propostas curriculares em alguns estados

e municípios.

Em 1990, o Brasil participou da Conferência Mundial de Educação para Todos, em Jomtien,

na Tailândia, convocada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

Cultura (UNESCO) Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Plano das Nações

Unidas pelo desenvolvimento (PNUD) e Banco Mundial. Após essa conferência, o Brasil e

os demais países, influenciados por esses organismos internacionais, elaboraram medidas que

priorizassem melhorias no desempenho educacional, tudo em razão de que essas medidas

eram requisito para a obtenção de empréstimos internacionais. (SANTOS, 2014, p. 44)

A partir deste período buscou se adequar aos fins da educação neoliberal, com o

desenvolvimento da concepção produtivista de educação e o capital humano, isto é, a preparação de

indivíduos aptos para o sistema produtivo vigente no Brasil principalmente a partir da década de

1990.

Percebemos ainda na década de 1990 a formulação e aprovação da atual LDB, a lei nº 9394/96,

e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio, com uma

fundamentação baseada na em teorias pós modernas e na Pedagogia Nova. Neste contexto o Colégio

Dom Amando, buscou se adequar as formulações da legislação, ofertando vagas na Educação Infantil,

Ensino Fundamental I. Os cursos de formação técnica foram substituídos pelo ensino Médio, com

formação geral.

Com a redemocratização, a educação brasileira passou a se focar no modelo chamado de

concepção produtivista de educação, que se foca em desenvolver o capital humano, isto é, preparar

indivíduos aptos para o sistema produtivo capitalista neoliberal vigente no Brasil principalmente a

partir da década de 90. O Dom Amando, a partir desse momento, passou a incorporar elementos

educacionais presentes nas capitais, trazendo para a cidade de Santarém, métodos focados no ingresso

em universidades, com o objetivo de evitar a ida dos estudantes para Belém, tornando-se um centro

de referência na área.

CONCLUSÃO: Tal como a educação brasileira, o Colégio Dom Amando passou por transformações

significativas em suas estruturas de ensino ao longo do século XX, indo de concepções regionais

próprias de uma sociedade rural para uma educação voltada para à produção de pessoas produtivas

para o mercado de trabalho e ingresso em universidades em escala nacional.

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Ao longo de seus 74 anos, o Colégio Dom Amando passou por inúmeros cenários nacionais em

que a educação fora diretamente influenciada. Conforme o contexto da educação que vigorava no

Brasil em determinada época, a instituição modificou seus métodos de instrução e conteúdos

lecionados, adequando-se a demanda exigida. As diversas transformações possibilitaram o

crescimento do colégio que ─ desde sua fundação ─ é respeitado pela qualidade do ensino que propõe

aos estudantes, de acordo com aquilo que lhes é cobrado pela sociedade em que vivem.

REFERENCIAS

FERREIRA, G C G. História e Memória da Educação: A educação do século XX pela ótica de

um filho da época. In: IX Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas 'História, Sociedade e

Educação no Brasil', 2012, João Pessoa. História e Memória da Educação: A educação do século XX

pela ótica de um filho da época, 2012

SANTOS, André das Chagas. O ensino de História nos anos iniciais do ensino fundamental nas

escolas públicas do município de Cascavel (1990-2013): Desafios e impasses teórico-

metodológicos. 2014. 163 f. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Estadual do Oeste

do Paraná, Cascavel, 2014.

SAVIANI, D. A escola pública brasileira no longo século XX (1890-2001). In: III Congresso

Brasileiro de História da Educação, 2004, Curitiba. Anais do III Congresso Brasileira de História da

Educação, 2004. v. CD-Rom

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O ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

72Wirllem Almeida Vasconcelos1

[email protected]

Débora Cristina da Silva Borges1

73Naide Pedroso de Sousa2

RESUMO: o presente projeto teve por objetivo investigar através de estudo Bibliográfico e Pesquisa de Levantamento,

se o ensino da música contribui no processo de ensino-aprendizagem das crianças da educação infantil. Para que se saiba

a relevância sobre o trabalho musical nessa fase de desenvolvimento da aprendizagem, onde se destaca a importância de

conhecer como funciona o trabalho musical na sala de aula junto às crianças e se os (as) professores (as) dessa área veem

resultado quando cantam e ensinam músicas para elas. Tendo como recurso a aplicação de questionários, onde os mesmos

foram aplicados a 30 professores (as) de Unidades Municipais de Educação Infantil – UMEIS das cidades de Santarém e

Mojuí dos Campos. Logo após a análise dos resultados verificou-se segundo os professores que a música contribui e

bastante na aprendizagem das crianças quando esse recurso é utilizado.

PALAVRAS-CHAVE: MÚSICA, EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO-APRENDIZAGEM.

INTRODUÇÃO: A música se faz um elemento valioso na Educação Infantil, pois ela permite aos

ouvintes certo nível de aquisição de conhecimento. CHIARELLI; BARRETO (2005) diz que as

atividades de musicalização permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua

noção de esquema corporal, e também permite a comunicação com o outro.

Além de ser um recurso que simboliza divertimento para as crianças, a música quando é

utilizada em sala de aula, acaba que tornando a aprendizagem prazerosa. E por consequência as

crianças passam a aprender mais rápido. Uma situação, por exemplo, onde o professor (a) quer

explanar o alfabeto, numerais, falar de saúde, alimentação, higiene etc., ele fazendo uso da música às

crianças conseguirão entender de maneira mais rápida e farão associação toda vez que passarem por

cada situação onde trarão à memória a música respectiva aos assuntos retratados em sala de aula.

E quando o professor (a) transfere conhecimento através da música, ele passa a formar cidadãos

ouvintes, participativos, sensíveis, equilibrados ou até futuros artistas. Por isso é importante que a

música esteja presente na vida das crianças, pois é por meio deste contato que poderão desenvolver

muitas de suas habilidades. Tanto é que a presença da musicalização na educação infantil se faz de

suma importância, uma vez que a música é a linguagem do conhecimento que se constrói. Trás

alegria, descontração, entusiasmo, tudo o que se precisa para o trabalho escolar. (LIMA, 2010).

E se tal recurso é bem visto enquanto método pedagógico, porque não utilizá-lo? E é então a

partir de tal indagação que surge como objeto de pesquisa a necessidade de se investigar a música na

Educação Infantil e se a mesma segundo o que é retrado em teoria se faz presente na prática.

Objetivando ainda destacar quão importante a música se faz para as crianças em sala de aula.

1 Acadêmico(a) do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia do CEULS/ULBRA.

72 2 Docente orientadora do projeto.

73

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MÉTODO: Para realização da pesquisa foram utilizados recursos bibliográficos referentes ao tema

tratado, e para maior conhecimento e busca de respostas a cerca do assunto pesquisado utilizou-se

recursos técnicos como a Pesquisa de Levantamento, que segundo (GIL, 2008) caracteriza-se pela

interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Onde se solicita informações

de um determinado grupo significativo de pessoas a cerca do problema estudado para que logo após

mediante análise quantitativa, adquira-se conclusões correspondentes aos dados coletados.

Os questionários foram aplicados a 30 professores (as) das Unidades Municipais de Educação

Infantil – UMEIS, localizadas nas cidades de Mojuí dos Campos e Santarém-Pa. Utilizando a norma

510/16 para aplicação dos mesmos, onde a mesma regulamenta o pleno exercício dos direitos dos

participantes da pesquisa, devendo esta ser concebida, avaliada e realizada de modo a prever e evitar

possíveis danos aos participantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados analisados vêm de questionários aplicados a 30

professores (as) de educação infantil, sendo quinze aplicados aos professores (as) da cidade de Mojuí

dos Campos e os outros quinze na cidade de Santarém-Pa. Os questionários formulados eram

compostos por seis questões, sendo duas abertas e quatro fechadas. As quais buscavam respostas a

cerca dos benefícios da utilização da música como forma de ensino.

A seguir, serão analisados os dados coletados:

Dos 30 professores (as) que responderam o questionário, todos consentiram a música como

importante no processo de ensino-aprendizagem. E fazem uso desse recurso como forma de ensino.

Fonte: Questionário discente

100%

Gráfico 1 - Contribuição da música no processo de ensino-aprendizagem

A música contribui noprocesso de ensino-aprendizagem

Não contribui no processode ensino-aprendizagem

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Quando questionados quanto à frequência em que trabalham a música, 18 professores (as)

disseram que trabalham a música todos os dias, 5 trabalham apenas três vezes na semana, 3 trabalham

duas vezes e 4 apenas uma vez na semana.

Fonte: Questionário discente

Quanto às contribuições da música 10 professores (as) disseram que auxilia na aprendizagem, 8

relataram que auxilia na linguagem oral, 5 responderam que ajuda na coordenação motora e 7 que a

música é suporte para desenvolver o cognitivo.

Fonte: Questionário discente

E todos utilizam a música na roda de conversa, na acolhida dos alunos e nos diversos momentos

que requer a mesma. E se tratando da reação das crianças relataram que as mesmas se sentem felizes

em relação à música.

54%26%

8%

12%

Gráfico 2 - Frequêcia da utilização da música

Todos os dias dasemana

3 veszes na semana

2 vezes na semana

1 vez na semana

35%

29%

8%

28%

Gráfico 3 - Contribuições da música

Auxilia na aprendizagem

Linguagem oral

Coordenação motora

Cognitivo

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Fonte: Questionário discente

CONCLUSÕES FINAIS: A pesquisa teve por objetivo ressaltar a importância da música no ensino

da educação infantil, enfatizando que a música é um importante instrumento de comunicação e forma

de expressão. Tendo um papel especial para a formação sociocognitiva da criança, imbricada de

diversos benefícios.

Por intermédio da coleta de dados dos questionários, nos preocupamos em linear a importância

dos professores (as) realizarem o trabalho musical com as crianças na educação infantil. E com base

na análise dos 30 questionários que foram aplicados, os professores (as) puderam perceber a

relevância do trabalho musical no ensino da educação infantil e como este por sua vez contribui no

processo de ensino-aprendizagem.

Com isso espera-se que os resultados obtidos da pesquisa contribuam com os professores (as)

e demais profissionais da área da educação infantil, e que estes percebam que a música tem um poder

transformador no processo de ensino.

REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

PEREIRA, Kleide Ferreira do Amaral. Pesquisa em música e educação. Rio de Janeiro: Edição da

autora, 1983.

100%

Gráfico 4 - Reação das crianças com relação à música

Alegria

Tristeza

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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

74Elvira Cleisiane de Sousa Oliveira1

[email protected]

Josane Silva da Gama¹

[email protected]

Narelly Tavares Rodrigues²

[email protected]

RESUMO: O presente estudo tem como tema “O Lúdico na Educação Infantil: a importância do brincar no processo

ensino-aprendizagem” que buscou destacar o potencial do brincar da criança, valorizando a proposta pedagógica da

educação infantil. Assim, a pesquisa objetivou evidenciar que o lúdico é enriquecedor para o desenvolvimento integral

da criança; apresentar o brincar como fonte de conhecimento. Verificou-se na pesquisa bibliográfica que a brincadeira é

uma prática agradável e espontânea na vida das crianças e a partir do momento em que passa a ser aproveitada na

educação, torna-se pedagógica e significativa, auxiliando na aprendizagem dos alunos e na atuação docente. Para o

aprofundamento da pesquisa, utilizou-se também a pesquisa-ação e de campo com aplicação de questionários aos docentes

da educação infantil da UMEI Caranazal no primeiro semestre de 2017. Conclui-se que o processo de aprendizagem das

crianças ocorre de maneira constante nas diversas etapas de sua vida e que os jogos e brincadeiras como método

pedagógico de ensino torna a aprendizagem mais prazerosa, ocorre o estímulo das capacidades e habilidades, além do

aperfeiçoamento da cognição, contribui significativamente para a criatividade, a autoconfiança, a autonomia, o respeito e

auxiliar com a didática docente e promove uma educação de qualidade com equidade.

PALAVRAS-CHAVES: LÚDICO. EDUCAÇÃO INFANTIL. ENSINO-APRENDIZAGEM.

INTRODUÇÃO: O brincar é uma atividade lúdica habitual na vida da criança, por meio do qual elas

reproduzem sentimentos e comportamentos, além de possibilitar a evidenciação de diversas

capacidades. Brincando a criança se desenvolve de maneira espontânea e prazerosa, o que contribui

para que ela possa interiorizar suas habilidades e conhecimento de mundo.

O educador como mediador de conhecimento, precisa observar e analisar a contribuição que

a proposta lúdica trás nos diferentes estágios de desenvolvimento da criança e na construção de

saberes. Necessita incorporar essas atividades no ambiente educacional de modo criativo,

considerando o conhecimento que têm sobre as crianças, assim com suas necessidades e realidades,

entendendo assim a valorização da ludicidade na formação dos aspectos: físico, afetivo, intelectual e

social do individuo.

Diante disso, surgem as problematizações: De que maneira as atividades lúdicas podem

contribuir no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil? Qual a importância do brincar

na mediação do ensino? Desta forma, sentiu-se a necessidade de enfatizar a importância do lúdico na

educação infantil como meio de construção de conhecimento e desenvolvimento da criança, por meio

de ações que as evidenciem. Por meio de atividades lúdicas realizadas na UMEI Caranazal e

questionários aplicados aos professores, pode-se evidenciar que a ludicidade é importantíssima na

¹ Acadêmicas IV Semestre do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA.

² Orientadora da Pesquisa e docente do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA.

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aprendizagem das crianças. Além de destacar que as práticas lúdicas são essenciais quando inseridas

como metodologias de ensino dos professores, pois contribui não somente para o aprendizado das

crianças, mas também colabora para o aperfeiçoamento dos educadores.

As metodologias de pesquisa utilizadas foram necessárias para concretizar a essencialidade

das propostas lúdicas, onde se obteve por meio da prática e da percepção acerca da visão do educador,

resultados consistentes de que há de fato a ampliação do conhecimento de forma envolvente e

construtiva.

Entende-se que a ludicidade como prática pedagógica contribui significativamente no

desenvolvimento integral da criança. Além de contribuir aos professores melhores práticas de ensino,

colaborando assim para uma educação de qualidade.

MÉTODO: Foi utilizado três tipos de pesquisas para alcançar os objetivos, que foram: Pesquisa

bibliográfica, a Pesquisa de campo e a pesquisa-ação, esta especificadamente é uma

pesquisa social com base empírica que concebida e realizada em estreita associação com uma

ação ou resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes

representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo e

participativo. (THIOLLENT, 2005, p.16)

Para fortalecimento da contribuição lúdica na educação é imprescindível à formação de

vínculos entre educandos e educadores. Diante disso, a população ao qual o projeto destinou-se foram

turmas do maternal I e II do turno vespertino e as profissionais que atuam na área de Educação Infantil

Caranazal (UMEI).

Para o levantamento bibliográfico utilizamos diversas publicações fundamentadas em obras

de Adriana Friedmann (2012), Maria Raul (2012), Maria Duprat (2014), Hermínia Marinho (2012) e

Janet Moyles (2002).

Na pesquisa-ação foram realizadas atividades para as crianças do maternal I e II que

evidenciam a ligação entre ludicidade e aprendizagem, baseadas em canções, contação de histórias,

atividades motoras de colagem e pintura, assim como jogos e brincadeiras de simples realização,

todos adaptados e planejados segundo a faixa etária das crianças.

Para a pesquisa de campo foram organizados questionários que resultaram em perguntas

destinadas a educadoras titulares das turmas, que foram aplicadas mediante autorização da escola

pelas acadêmicas pesquisadoras, as quais após sua conclusão foi feito o recolhimento análise e

interpretação dos questionários.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Diante da aplicação do projeto pedagógico para as crianças da

Unidade de Educação Infantil Caranazal, com idade de 2 e 3 anos, os resultados da pesquisa-ação

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evidenciaram que as atividades lúdicas desenvolvidas com as mesmas lhes proporcionaram uma

aprendizagem mais dinâmica e prazerosa. Elas colaboraram e participaram de tudo que foi realizado,

cada uma de acordo com sua faixa etária e fase de desenvolvimento. Pode-se afirmar diante disso

que as atividades lúdicas são de fato essenciais no processo de ensino e aprendizagem dos educandos,

como afirma Friedmann (2012, p.40):

A atividade lúdica é decisiva no desenvolvimento das crianças porque as liberta de situações

difíceis. No brincar, as coisas e as ações são o que aparentam ser; e, em situações imaginárias,

as crianças começam a agir independentemente do que veem e a ser orientadas pelo

significado da situação.

A criança inserida no mundo lúdico desenvolve de forma integral seus aspectos físico-

motores, cognitivos, morais, sociais, linguísticos. Isso ocorre quando a criança passa a ter contato

com o mundo a sua volta e vai agindo sobre ele. Tendo esta interação com o mesmo, ela vai

adquirindo determinadas informações, de acordo com sua etapa de desenvolvimento.

Por meio dos questionários aplicados na pesquisa de campo para as professoras atuantes há

mais de 5 anos na educação infantil, foi possível constatar que elas têm o conhecimento e valorizam

a importância que a ludicidade tem como auxiliadora para o desenvolvimento das crianças,

principalmente na educação infantil.

De acordo com as professoras A e B a ludicidade: “É a única maneira eficaz no processo de

ensino-aprendizagem das crianças, pois somente desta forma elas conseguirão adquirir

conhecimentos acerca daquela área específica que o professor tem que ensinar”. (PROFESSORA A).

E “Considero o lúdico como de fundamental importância na etapa de educação infantil, até porque

ela está fundamentada no tripé: Cuidar, educar e brincar, as bases da primeira infância”

(PROFESSORA B). Estas afirmações da importância da ludicidade ficam firmada na visão dos

autores Marinho et al (2012, p 84) no qual salientam que a mesma é essencial no processo de ensino-

aprendizagem destes indivíduos.

As professoras afirmam utilizar diversos materiais para realização de suas aulas. Como

destaca a professora A: “Normalmente utilizo atividades que estejam disponíveis na UMEI e também

ao meu alcance como brinquedos, cartazes material concreto como fantoche, livros, jogos

pedagógicos variados e as próprias crianças”. A professora B destaca que utiliza: “Jogos, músicas,

histórias e também o dia do brinquedo, no qual os alunos trazem seu brinquedo pessoal preferido e

brincamos na área aberta da unidade”.

Em relação aos questionamentos sobre a seleção de suas atividades para suas práticas

pedagógicas, as professoras A e B relatam:

A seleção da atividade lúdica é realizada da forma mais viável possível, tanto para o professor

quanto para o aluno, ou seja, a mais acessível e disponível na UMEI, doada pelos pais, como

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os jogos pedagógicos ou providenciada pelo próprio professor. (PROFESSORA A). Gosto

muito de pesquisar na internet em sites específicos da educação infantil, adaptando-os aos

assuntos do meu plano de aula. (PROFESSORA B)

De acordo com o autor RAU (2012, p. 6) as atividades lúdicas não são algo que já estão

prontas e acabadas, apenas encontradas em livros. Fica evidente então que as seguintes educadoras

infantis sempre buscam inovações para suas práticas pedagógicas, ou utilizam materiais que estão em

seus alcances.

As professoras em suas percepções consideram as atividades lúdicas relevantes no processo

de ensino-aprendizagem. Elas afirmam que em suas práticas percebem o desenvolvimento de

aprendizagem nas crianças, pois o brincar é algo da natureza delas, que quando é oferecido, torna o

aprendizado mais fácil. Percebe-se então que as mesmas sabem da essencialidade que estas propostas

de ensino podem contribuir aos alunos.

Estas práticas lúdicas são propostas das próprias professoras, que é também reforçada pela

Secretaria de Educação de Santarém (SEMED). Algo importante destacado pelas educadoras é a

importância também das brincadeiras livres, que segundo elas colaboram no desenvolvimento

intelectual, socialização entre as crianças, mudanças comportamentais, disciplina, concentração,

dentre outros.

Diante da análise feita nos resultados obtidos na realização do projeto e dos questionários fica

evidente a influência e o reconhecimento que as atividades lúdicas têm no contexto escolar, ao

permitir às crianças momentos de aprendizagem aliados a satisfação e alegria. Também é explícito

que para que as atividades lúdicas sejam inseridas como metodologia de uso do professor, é

importante que esse docente passe a aceitar e reconhecer o grau de eficácia que a ludicidade trás em

sua essência, além de intermediar essas práticas de modo que elas beneficiem o desenvolvimento

integral do aluno, sempre buscando inovações.

O autor Moyles (2002, p.43) esta correto em afirmar, que o educador deve elaborar atividades

que favoreçam todos os processos evolutivos que englobam os aspectos construtivos da criança. Estes

devem estar interligados, para que assim seja formado um sujeito integral e crítico e esses fatores

devem estar claros para o professor, uma vez que ele será um dos responsáveis por instruir as

atividades pedagógicas.

Friedmann (2012, p.43) também reforça que o professor deve estar atento as brincadeiras das

crianças, assim como a relação estabelecida entre elas e com os objetos a sua volta. Isso deve ser

observado, pois posteriormente o professor poderá adequar-se as propostas lúdicas de acordo com o

desenvolvimento de cada uma.

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Esta afirmação ficou evidenciada com a prática do projeto com o tema: O Lúdico na Educação

Infantil: brincando e aprendendo, no qual se observou as dificuldades apresentadas por cada criança,

colaborando para a análise de como poderiam ser realizadas as atividades.

Esse e qualquer tipo de planejamento que se propõe aplicar devem ser considerados pelo

professor, independente da faixa etária que o docente esteja trabalhando, para que assim promova de

maneira adequada e estimulante o interesse do educando, avaliando e considerando que muitos têm

suas dificuldades e inseguranças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa que buscou enfatizar e evidenciar a importância que a

educação lúdica tem no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil, dando relevância a

todos os benefícios que as atividades lúdicas, se mediada de maneira correta, têm no desenvolvimento

da criança.

Nesta pesquisa, por meio do projeto pedagógico e das pesquisas aplicadas, foi possível

constatar que a fundamentação bibliográfica utilizada foi confirmada na prática com as crianças e na

pesquisa com as docentes. Compreendeu-se que o lúdico é essencial como auxiliador positivo para a

apresentação dos conteúdos ao aluno. As brincadeiras livres, os jogos, as atividades diversificadas

instigam o educando a querer aprender, de maneira mais prazerosa, que é brincando. Por meio dela,

a criança explora o ambiente e materiais utilizados de maneira espontânea e livre. A criança não se

sente pressionada a realizar as atividades propostas, obviamente tendo uma aprendizagem mais

significativa, pois o que lhe é apresentado chamará atenção.

O lúdico para muitos professores é de extrema importância no processo de ensino e

aprendizagem das crianças e deles próprios, que além de colaborar no seu desenvolvimento integral,

auxiliar na construção de valores e formação crítica dos mesmos.

Diante da aplicação do projeto, ficou claro que as crianças sentem-se interessadas e motivadas

a realizar as atividades propostas, cada uma com sua necessidade e particularidade, mas com o

acompanhamento do educador os resultados fluem com mais facilidade.

Desta forma, percebe-se que o professor como intermediador do conhecimento é fundamental

na educação lúdica, ele deve promover em suas propostas pedagógicas, meios diversificados e que

causem interesse nos educandos, incentivando-os a sua realização.

REFERÊNCIAS

BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Sousa. Projeto de pesquisa:

propostas metodológicas. 16.ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

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CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia Científica. Ed.

6. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

FRIEDMANN, Adriana. O brincar na educação infantil: Observação adequação e inclusão. São

Paulo: Editora Moderna, 2012.

MARINHO, Hermínia Regina Bugeste et al. Pedagogia do movimento: Universo lúdico e

psicomotricidade. Curitiba: Intersaberes, 2012.

MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na Educação infantil. Porto Alegre: Artmed

Editora, 2002.

RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A Ludicidade na educação: uma atitude pedagógica.

Curitiba:InterSaberes, 2012.

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação.14º. São Paulo: Cortez, 2005.

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O PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR E EDUCAÇÃO INTEGRAL: OPÇÕES

TEÓRICAS E ENCAMINHAMENTOS LOCAIS

75Gisele Vidal Ferreira1

[email protected]

76Maria Lilia Imbiriba Sousa Colares2

[email protected]

RESUMO - Este estudo teve por objetivo investigar a gestão da educação integral em uma escola pública da rede

estadual de ensino no município de Santarém/PA. Utilizamos a pesquisa-ação e abordagem qualitativa com os

procedimentos metodológicos de levantamento bibliográfico, análise documental, realização das entrevistas. Os sujeitos

da pesquisa foram docentes do ensino médio que desenvolveram atividades no programa Ensino Médio Inovador/Proemi.

Os resultados demonstraram que as dificuldades de implementação de programas na rede estadual se deve a fatores, que

vão desde a concepção reducionista dos docentes e gestores sobre a temática da educação integral, até a estrutura física

das escolas; a falta de uma visão mais ampliada do conceito de educação integral; o modelo de educação que vigora nas

escolas: currículo fragmentado, a divisão entre turno e contra turno, ensino de quatro horas, entre outros. Concluímos que

os desafios tais como: superação do paralelismo turno e contra turno, e não simplesmente a ampliação do número de aulas

e disciplinas devem ser considerados. Além disso, a escola e comunidade precisam dialogar entre si, minimizando a

distância entre elas. A cidade pode ser também um espaço de múltiplas possibilidades educativas.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO INTEGRAL, EDUCAÇÃO DE TEMPO INTEGRAL, POLÍTICAS

EDUCACIONAIS.

INTRODUÇÃO: A educação integral no Brasil não é um tema recente, porém caminha a passos

lentos em muitas regiões do país. O sistema educacional está alicerçado em um modelo cartesiano,

que privilegia o conhecimento científico como único válido. A escola fragmenta suas práticas

curriculares, fechando-se aos saberes culturais provenientes das comunidades. Quando trabalham

essas práticas, o fazem de forma esporádica, dificultando o desenvolvimento das potencialidades dos

alunos em suas dimensões: cognitivas, afetivas, psicossociais, artísticas e culturais.

A opção teórica sobre educação integral, aqui explicitada, concebe o pleno desenvolvimento

do indivíduo, entendendo que as dimensões do desenvolvimento humano são processadas ao longo

da vida. O Artigo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) afirma que a educação tem

como finalidade o pleno desenvolvimento do educando e prepará-lo para exercitar sua cidadania, o

que também prevê uma educação que dialogue com os diversos setores da sociedade. Assim,

educação integral não é uma modalidade de ensino, mas seu próprio conceito. Defendemos que

somente haverá educação se esta for integral. Essa ideia de educação já vem sendo discutida no Brasil

há algum tempo e, o primeiro modelo foi desenvolvido em 1950 por Anísio Teixeira.

De acordo com Mool, (2009, p. 16)

1 Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal do Oeste do Pará, em 2012. Especialista em Informática e as

Novas Tecnologia Educacionais pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, em 2009. Especialista em Metodologia

do Ensino de História e Geografia pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão - IBPEX, em 2004. Licenciada

Plena em Pedagogia com Habilitação em Orientação Educacional pela Universidade Federal do Pará - UFPA, em 1999. 75

2 Pós-Doutora em Educação FE/UNICAMP, com Estágio Pós Doutoral na Facultad de Filosofia y Humanidades,

Universidad Nacional de Córdoba, Argentina - Projeto CAPG-BA 060/12 CAPES - (2013) 76

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[...] Anísio Teixeira colocou em prática no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, implantado

em Salvador, na Bahia, na década de 1950...encontramos as atividades, historicamente

entendidas como escolares, sendo trabalhadas nas Escolas-Classe, bem como outra série de

atividades acontecendo no contra turno escolar, no espaço que o educador denominou de

Escola-Parque.

Anísio Teixeira idealizava um sistema educacional que além de garantir o acesso à escola,

permitisse também ao aluno uma formação para a cidadania, dando-lhes as mínimas condições de

saúde, cultura, esporte, lazer e alimentação.

Nesse contexto, Miguel Arroyo (2013) esclarece a diferença entre as concepções de educação

integral e de tempo integral. Para ele, educação integral não é sinônimo de escola de tempo integral.

A primeira entende o ser humano como um ser total, integral, em todas as suas dimensões (social,

cultural, história, afetiva, artística, etc.) e assim sendo, a educação deve dar conta de todas essas

dimensões ao longo da formação do ser humano. E a segunda concepção vem para atender a

necessidade da formação integral do indivíduo e, para tal, é necessário mais tempo. Porém, isso não

significa apenas mais tempo na escola, já que para Arroyo a escola não é necessariamente o tempo

da educação integral.

A qualidade do tempo é fator fundamental para a educação que envolva as múltiplas dimensões

do indivíduo. Esse indivíduo precisa de locais onde ocorram vivências que provoquem a reflexão, o

discernimento e a inferência consciente diante da realidade que se apresenta. A escola pública precisa

gerar essas condições de forma mais eficaz. Segundo Cavaliere (2007, p. 8):

A escola pública, quase sempre precária, nunca teve condições de assumir um papel

socializador forte, como assumem as escolas da elite, onde a homogeneidade ideológica e a

clareza de objetivos entre família, aluno e escola tornam a tarefa bem mais fácil. No caso da

escola pública, vive-se uma grande confusão em relação à sua própria identidade [e]

ressentem-se de terem que fazer muito mais do que o ensino dos conteúdos escolares, sem

terem recursos para tal.

As políticas para a educação integral implementadas ao longo do tempo, pelo Estado,

carregam o discurso de que seria necessário enfrentar e minimizar as desigualdades sociais e,

consequentemente, as educacionais. Fundamentado no princípio da qualidade da educação, se propôs

um conjunto de ideias e práticas, de caráter nacional, que culminasse com a Educação Integral.

Se as classes médias assumem a complementação de estudos para seus filhos, o mesmo não

ocorre com as classes populares, devido às dificuldades financeiras. Cabe, então, ao Estado prover

essa educação, implantando programas federais e estratégias locais que viabilizem tais projetos. Essa

é a ideia mais geral que motivou o programa Mais Educação (MOLL, 2009).

O Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI), instituído pela Portaria nº 971/2009, faz

parte das ações do Plano de Desenvolvimento da Escola voltadas para a restruturação dos currículos

do ensino médio dentro da perspectiva da educação integral, cujo objetivo é promover ações que

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419

ampliem o tempo do aluno na escola, diversificando as práticas pedagógicas e que integre

comunidade e escola.

MÉTODO: Optamos pela pesquisa-ação e abordagem qualitativa. Trata-se de compreender os

modos de atuação de uma escola, como organização educativa e social. Nosso objeto de estudo situou-

se na educação integral numa realidade específica. Os sujeitos da pesquisa foram os docentes que

atuam no ensino médio envolvidos no programa Ensino Médio Inovador. Cinco professores

participaram livremente da entrevista semiestruturada, além da observação participante. O

levantamento de dados considerou os documentos como o Plano de Desenvolvimento da Escola,

Projeto Político Pedagógico, diário dos professores, bem como entrevistas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em resumo, os docentes entrevistados apontaram como principal

desafio a ser enfrentado para implementação do Programa, a infraestrutura inadequada da escola para

atender alunos no contra turno. Não há espaços para a realização das oficinas planejadas pela escola

Outro aspecto que merece uma reflexão é a percepção dos professores entrevistados sobre o

que seria necessário para concretizar a qualidade das aprendizagens dos alunos, considerando estes,

como o centro do fazer educativo na escola. Os professores entendem que é necessário: práticas de

motivação e interesse pelo conhecimento, sensibilização dos alunos e família sobre a importância

dos projetos desenvolvidos na e pela escola. Logo, seria necessária uma ação conjunta família e

escola para que a educação se tornasse significativa para o aluno, e que contribuísse com sua

atuação consciente perante a sociedade. Dificilmente o professor se coloca como corresponsável

dessa tarefa: é preciso motivação, mas quem deve motivar é a família e a escola por meio de seus

projetos. Assim, fica subtendido que os projetos devem ser planejados pela gestão.

Quanto à concepção dos entrevistados sobre educação integral, todos argumentaram a favor

da ampliação da jornada escolar (turno, contra turno). Inferimos desse argumento, uma concepção de

educação integral que se restringe a ampliação do tempo do aluno no espaço escolar. No entendimento

dos professores entrevistados, os entraves para a realização da educação integral são: infraestrutura

inadequada das escolas, falta de sensibilização e práticas de motivação por parte da escola e família

no sentido de se implantar efetivamente uma educação participativa onde todos estejam realmente

comprometidos com o sucesso escolar. É necessário ainda, para se conseguir melhores resultados na

educação, a ampliação da jornada escolar (havendo turno e contra turno) já que o currículo é extenso.

Entendemos que é justificável os argumentos dos professores quando se referem a falta de

infraestrutura. É difícil realizar uma educação de qualidade com escolas sem infraestrutura e cidades

onde as condições de vida são precárias desde o saneamento ao acesso a saúde. Pois a educação

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420

integral envolve a ideia de que a pessoa será educada na cidade conhecendo o que ela possui, como

funciona e de que forma se pode contribuir.

CONCLUSÃO: Quando se analisa a realidade de escolas que adotaram programas voltados à

educação integral, notamos que alguns pontos precisam ser revistos. Os programas vetores da

educação integral precisam ser desenvolvidos da forma como eles foram planejados em sua essência.

O que percebemos é uma desvirtuação de tais programas. Em muitos casos, há uma “Educação

Integral” de baixa qualidade, onde escolas acabam oferendo oficinas esporádicas aos alunos ou

apenas mais um pouco de tempo para que estes permaneçam na escola. Atividades que são

desenvolvidas no espaço escolar que não “dialogam” com o currículo, como se fossem atividades

paralelas oferecidas na escola, mas que não são vistas como importantes para o crescimento

educacional do aluno.

Há ainda outros desafios a serem enfrentados tais como: superação do paralelismo turno e

contra turno, articulando esses momentos (turno e contra turno) e não simplesmente a ampliação do

número de aulas e disciplinas. Além disso, a escola e comunidade devem dialogar entre si. Há um

desafio de se minimizar a distância da escola e seu entorno, sendo visto como possibilidades de

aprendizagens. A cidade pode ser também um espaço de múltiplas possibilidades educativas.

Um grave problema que perpassa as políticas públicas é a falta de continuidade dos programas

que em sua essência vislumbram garantir a formação integral do aluno. O PROEMI, foco deste

estudo, foi encerrado nas instituições estaduais de Santarém, saindo da lista de prioridades do estado

para educação, constituindo-se no impedimento de atingir resultados mais consistentes.

REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel. O direito a tempos-espaços de um justo e digno viver. In: MOLL, Jackeline (org.).

Caminhos da Educação Integral no Brasil: Direito a outros tempos e espaços educativos. Porto

Alegre: Penso, 2012, p. 33-45. Disponível em:

<http://www.piraquara.pr.gov.br/aprefeitura/secretariaseorgaos/ educacao/ upload

Address/O_direito_a_temposespau00E7os_de_um_justo_e_digno_viver%5B1271%5D.pdf>.

Acesso: 22 jun. 2015.

BRASIL. Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional – LDB. Lei Federal nº. 9394/96.

Brasília: Mec/SEF/COEDI, 1996. Disponível em: <https://www.puc-

campinas.edu.br/midia/arquivos/2013/abr/proavi---lei-n-93941996.pdf>. Acesso em 15 jun. 2015.

CAVALIERE, Ana Maria. Tempo de Escola e Qualidade a Educação Pública. Campinas, vol. 28,

n. 100 - Especial, p. 1015-1035, out. 2007. Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso

em 20 jun. 2015.

MOLL, Jaqueline (org.). Educação Integral: texto de referência para o debate nacional. Brasília:

Mec, Secad, 2009. (Série Mais Educação). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/

cadfinal_educ_integral.pdf>. Acesso em: 21 mai. 2015.

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421

O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNÍCIPIO DE BELTERRA: GESTAO

ESCOLAR COMO FOCO

77Diana Albuquerque dos Santos1

[email protected]

78Maria Lília Imbiriba Sousa Colares2

RESUMO: O presente estudo aborda as concepções de gestão democrática de gestores que atuaram em escolas com

Programa Mais Educação/PME no município de Belterra/PA. Teve como objetivo geral identificar as concepções de

gestão democrática e verificar as principais dificuldades para a realização do PME. Trata-se de um estudo qualitativa, na

qual utilizou-se como recurso metodológico análise documental, bibliográfica, entrevistas semiestruturadas e aplicação

de questionários. Os resultados demonstraram que o PME não atingiu a meta de aumentar o desempenho no ensino de

língua portuguesa e matemática, como proposto pela coordenação do programa, devido a falta de estrutura adequada e de

transporte. Referente as concepções acerca da gestão democrática, todos entendem o conceito de democracia, mas, em

alguns momentos as falas dos gestores revelam uma concepção de gestão pseudodemocrática. Identificamos que a gestão

democrática é essencial para que programas como o Mais Educação atinjam seus objetivos, pois trata-se de um

instrumento para o desenvolvimento da qualidade educacional.

PALAVRAS-CHAVE: PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO. FORMAÇÃO CONTINUADA. GESTÃO

DEMOCRÁTICA.

INTRODUÇÃO: Coordenado pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e criado pela Portaria

Interministerial nº 17/2007, o Programa Mais Educação (PME) foi desenvolvido em 2007 durante o

governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010), teve como finalidade contribuir para o

desenvolvimento da qualidade da educação, por meio da ampliação de tempo, objetivando a redução

da evasão escolar, bem como diminuir a deficiência do ensino de língua portuguesa e matemática. De

acordo com Gadotti (2013, p.98), “A educação integral em tempo integral possibilita ao educando o

contato com poetas, artistas, religiosos, músicos, artesões e outros [...]”.

Para que ocorra uma educação de qualidade é necessário que se tenha uma gestão

democrática, e para que ocorra a democracia é necessário que haja uma educação que possa trabalhar

a importância de se fazer democracia. Além disso, a democracia no âmbito educacional é frisada a

Constituição Federal de 1988, resultado de uma intensa luta social.

Desta forma, o presente estudo discute as Concepções de gestores que atuaram em escolas que

possuíam o Programa Mais Educação no Município de Belterra/PA. Entendemos que compreender

a concepção de gestão democrática no âmbito do PME é importante para buscar meios de desenvolver

uma educação de qualidade, uma vez que é um tema discutido em documentos legais, como a

Constituição Federal de 1998 e a Lei de Diretrizes e Base da Educação (Lei nº 9.394). Assim, a

pesquisa teve por objetivos: Verificar o perfil dos gestores que trabalham com o PME; Identificar as

1 Estudante de graduação da Universidade Federal do Oeste do Pará. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas História,

Sociedade e Educação no Brasil/HISTEDBR-UFOPA. Bolsista PIBIC/UFOPA. 77

2 Doutora e Pós-doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do Programa de pós-graduação em educação/PPGE da

Universidade Federal do Oeste do Pará. Líder Adjunta Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no

Brasil/HISTEDBR-UFOPA. Orientadora da Pesquisa. 78

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concepções de gestão democrática desses gestores; Averiguar as principais dificuldades para a

realização desse programa e Verificar a importância da formação continuada para a qualidade do

programa. Essa pesquisa encontra-se pautada nos estudos de COLARES (2003); PARO (1997) e

GADOTTI (2013).

MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual se utilizou como recurso metodológico

pesquisa documental, análise bibliográfica, entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários.

O método de aplicação do questionário consistiu no Contato direto individual. Entendemos que esse

método é importante e eficaz. Pois, “[...] No contato direto, o pesquisador pode explicar e discutir os

objetivos da pesquisa e do questionário, respondendo dúvidas que os entrevistados tenham em certas

perguntas” (RICHARDSON, 2014, p. 196). As Entrevista ocorreram em 2 (duas) etapas, a primeira

consistiu na definição das escolas a serem pesquisadas no município de Belterra/PA. Foi realizada

entrevista com a diretora de ensino da Secretaria de Educação do Município de Belterra (SEMED),

para a obtenção dos dados acerca das escolas que trabalham e/ou trabalharam com o PME no

município. A segunda etapa da pesquisa consistiu na Entrevista com gestores e coordenadores das

escolas selecionadas. De acordo com Richardson (2014, p. 210), “A entrevista desenvolve-se a partir

de perguntas precisas, pré-formuladas e com uma ordem preestabelecida [...]”.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: De acordo com os dados coletados, verificou-se que 19

(dezenove) escolas aderiram ao Programa Mais educação no ano de 2012 a 2015. A seleção das

escolas para a pesquisa teve como critérios: serem de área urbana e terem o programa por dois anos

consecutivos. Levando em consideração esses critérios 4 (quatro) escolas foram selecionadas, na qual

denominamos de: Escola Municipal A; Escola Municipal B; Escola Municipal C e Escola Municipal

D. Quanto aos participantes da pesquisa esses foram denominados de Gestor A, Gestor B, Gestor C

e Gestor D.

Na pesquisa realizada através dos questionários verificamos que os participantes da pesquisa

são: 50% do sexo feminino, estão na faixa etária de 31 a 50 anos, 75% são formados em letras e 25%

em pedagogia.

Outro dado a ser destacado é a questão da formação continuada, todos tem um curso de

especialização em gestão escolar. Entendemos que a formação continuada tem como papel

possibilitar aos sujeitos que trabalham com a educação, em particular os gestores, uma nova forma

de fazer e entender a gestão democrática. De acordo com as entrevistas realizadas com os gestores,

verificou-se que eles entendem a importância da formação continuada no que tange a realização do

Programa Mais Educação:

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Gestor B - A formação continuada ela sempre vai ser importante, pois nós temos a situação

do programa, que o programa ele sempre os desafios da comunidade [...].

Compreendemos que “A discussão sobre democratização das relações escolares passa pelo resgate

de políticas concretas que incluem o questionamento e novos acenos aos atuais marcos de formação,

incorporado, desse modo, à formação continuada a melhoria das condições de trabalho [...]”

(FERREIRA, 2011, p. 111-112).

Referente ao PME as escolas pesquisadas buscavam desenvolver ações em parceria com a

comunidade, através de eventos, como por exemplo, festa junina e torneio de futebol. Porém, alguns

gestores do Programa Mais Educação mencionaram a falta da participação efetiva dos pais dentro do

âmbito escolar, bem como a falta de formação para os pais compreenderem os objetivos do programa,

como pode-se verificar nas falas a seguir:

GESTOR A: - O maior desafio da escola hoje é ter uma participação efetiva dos pais [...] a

gente sabe que tem muitos fatores e a gente precisa driblar esses fatores, na verdade é a

grande dificuldade que eu chamaria de gargalo [...].

Sabemos que a participação dos pais dentro do âmbito escolar é fundamental para que haja

um bom funcionamento da escola, bem como dos projetos realizados por ela, como por exemplo, o

Mais Educação. Pois, a escola não é apenas formada pela comunidade interna, mas também pela

comunidade externa. Para esse problema recorrente nas escolas, seja ela de tempo integral ou não,

Paro (1997) sugere que,

Não basta permitir formalmente que os pais dos alunos participem da administração da

escola, é preciso que haja condições materiais propiciadoras dessa participação. A este

respeito, uma medida que acredito que deva ser tomada pelo Congresso Constituinte é a

instituição de dispositivo constitucional que facilite a participação dos pais na vida da escola,

por meio da progressiva isenção de horas de trabalho nas empresas [...]” (p. 13).

Além disso, todos os gestores frisaram que o maior problema que se teve dentro do município

para a realização do programa Mais Educação foi à falta de espaço adequado.

Gestor A: [...] A questão do espaço do Mais Educação eu acredito que é um ponto muito

comum nas escolas, as escolas na maioria não dispõe, pelo menos na minha experiência [...],

geralmente as salas não são criadas para os Mais Educação, não existe uma projeção do

governo municipal e do federal, também, [...] de mandar condições para estruturar o espaço

[...].

Verifica-se nessa e em outras falas, aqui não citadas, que a falta de espaços adequados ainda

é um problema para o desenvolvimento do programa. Uma outra questão frisada pelos participantes

da pesquisa foi a falta de transporte urbano na cidade de Belterra, pois alguns alunos que

frequentavam o programa moravam em bairros distantes, dificultando, assim, o deslocamento.

Quanto as concepções de gestão democrática dos gestores participantes, de acordo com

Colares (2003) a concepção de gestão pode se dar de três formas: a primeira denominada de “Gestão

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autoritária”, onde o diretor isoladamente toma as decisões e determina como deve-se proceder; a

segunda denominada de “Gestão pseudodemocrática”, conforme a autora frisa, “Trata-se da forma de

gestão em que geralmente uma consulta, por parte do diretor, a seus auxiliares mais direto ou até

mesmo à comunidade, nos momentos que antecedem, ou logo após as tomadas de decisões”(p.86); a

terceira, “a gestão democrática”, como explica Colares “é marcada pelo crescente envolvimento na

comunidade escolar na tomada de decisões, no acompanhamento e na fiscalização de todo o processo

de gestão [...]” (p.87).

Levando em consideração o estudo de Colares (2003), de acordo com as entrevistas realizadas

com os gestores verifica-se que estes definem a gestão democrática como aquela em que todas as

decisões escolares são tomadas em coletivo, como podemos verificar abaixo:

Gestor A: - [...] Na verdade, a gestão democrática ela passa nas decisões em grupo dentro

de um coletivo, um colegiado [...]. A gestão se torna democrática quando ela se torna

participativa em todo o seu conjunto [...].

Gestor C: - A gestão democrática é uma gestão participativa onde todo tem direito e vez

[...] na verdade uma gestão democrática ela é um coletivo de participação.

Mas, em alguns momentos observa-se na fala de participantes da pesquisa que estes adotam

uma concepção de “pseudodemocracia”, onde o gestor exerce “[...] uma gestão não inteiramente

autoritária e tampouco democrática [...]" (COLARES, 2003, p. 86).

Gestor C: - [...] a gente organiza a pauta da reunião, coloca lá o que a gente decidiu entre

a coordenação pedagógica, a gestão, a esquipe gestora, mas na hora que a gente leva pra

reunião a gente toma decisões.

Gestor D: - As decisões são tomadas em conjunto, só a parte mais administrativa que tem

que ser rapidamente, aí a gente toma as decisões.

A priori, observa-se que os participantes da pesquisa compreendem o conceito de gestão

democrática. Todavia, em outros momentos da entrevista, verifica-se que os gestores em suas falas

conceituam uma gestão “pseudodemocrática”. Assim, identificamos que os gestores têm em mente

clareza do que seria praticar uma gestão democrática, mas quando desenvolvem a gestão praticam a

gestão “pseudodemocrática”.

CONCLUSÃO: Por meio das entrevistas constatou-se que os participantes da pesquisa consideram

que o gestor precisa conhecer o sistema de gestão, e como deve ser realizada a gestão, precisa

conhecer e entender os artifícios legais e compreender acerca de administração, para realizar um

trabalho que proporcione melhores resultados nas escolas em termos de aprendizagens do aluno e

formação para a cidadania. Quando tratamos de educação em tempo integral, consideramos o PME

que é um referencial a nível nacional, observou-se que o programa não atingiu a meta de aumentar o

desempenho no ensino de língua portuguesa e matemática, como era esperado pela coordenação do

PME, porque foram muitas as dificuldades, principalmente no que tange a estrutura, além disso, a

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falta de transporte também é citada como principal dificuldade de se realizar o programa. Além do

mais, é importante que órgãos como o governo federal, municipal e estadual busquem trabalhar em

resolver problemas que dificultam a realização do programa.

REFERÊNCIAS

BRASIL, MEC. Programa Mais Educação: gestão Inter setorial no território – Brasília: Ministério

da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº.9.394, de 1996. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm.

COLARES, M.L.I.S. Concepção de gestão educacional: rumo à democracia participativa. In:

COLARES, A.A; COLARES, M.L.I.S. Do autoritarismo repressivo à construção da democracia

participativa. Campinas, SP: Autores Associados, ANPAE, 2003. p. 75-130.

FERREIRA, N. S. C. (Org.). Gestão democrática da educação atuais tendências, novos desafios.

7ª Ed. São Paulo: Cortez, 2011.

GADOTTI, M. Educação integral e tempo integral. In: GADOTTI, M. Educação integral no Brasil:

inovação em Processo. Editora e Livraria Instituto Paulo Freire. São Paulo, 2013. (Educação Cidadã:

4). p.21-28.

PARO, H. V. Gestão democrática da Escola pública. Editora Ática, São Paulo, 1997.

RICHARDSON, R. J. Colaboradores José Augusto de Souza Peres (et al). Pesquisa Social: métodos

e técnicas. 3.ed. 15, reimpr. São Paulo: Atlas, 2014.

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OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO PME NO MUNICÍPIO DE BELTERRA/PA, A

PARTIR DA PERCEPÇÃO DA EQUIPE GESTORA

79Lília Travassos de Sousa1

[email protected]

Maria Lília Imbiriba Sousa de Colares²

[email protected]

RESUMO: Este estudo integra o projeto "As experiências pedagógicas das políticas de educação integral na Amazônia:

rede de pesquisa e formação Acadêmica", do PROCAD-CAPES. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com o objetivo de

investigar os desafios da implementação do PME, na perspectiva da equipe gestora de escolas municipais no Município

de Belterra/PA. Foi desenvolvido por meio de análise documental e pesquisa de campo, com entrevista da equipe gestora.

Os resultados apontaram que estão começando a entender os conceitos de educação integral e educação de tempo integral,

pois a primeira implica em uma educação global e a segunda refere-se a extensão do tempo do aluno na escola. A

implementação do Programa Mais Educação nesta escola enfrentou dois grandes desafios, um foi referente a

infraestrutura, pois a escola não tinha espaço para realização das oficinas. O segundo estava relacionado a falta de

transporte escolar. Foi possível identificar que a Educação Integral possibilita ao indivíduo o desenvolvimento em suas

múltiplas dimensões, porém para sua efetivação, a escola necessita de um planejamento pedagógico que favoreça tempos

e espaços qualitativos.

PALAVRA-CHAVE: EDUCAÇÃO INTEGRAL. EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL. PME.

INTRODUÇÃO: A educação integral de tempo ganhou destaque com a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, assegurando como direito educacional, a ampliação da jornada escolar, prevista

nos artigos 34, § 2º e 87, §5º onde enfatizam que “Serão conjugados todos os esforços objetivando a

progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de

tempo integral”. (BRASIL, 1996)

O Plano Nacional da Educação (PNE), Lei nº 13.005/2014, também faz referência a educação

integral, trazendo legalmente como Meta 6 do PNE 2014-2024, assegurando a educação em tempo

integral, apresentando como estratégia: “Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo,

cinquenta por cento das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, vinte e cinco por cento dos

alunos da educação básica”. (BRASIL, 2014, p.33). Alguns questionamentos devem ser levados em

consideração a esse respeito: Qual a concepção de educação integral de tempo integral da equipe

gestora das escolas? Quais os desafios da implementação do programa mais educação em escolas

municipais? Como estão delineadas as formas de organizar a educação integral de tempo integral no

projeto político pedagógico?

A educação Integral precisa ser pensada numa perspectiva de desenvolvimento integral do

indivíduo, que considere todas as experiências educativas oportunizadas para o educando vivenciadas

tanto dentro quanto fora do ambiente escolar, já que esse processo de desenvolvimento acontece de

maneira contínua durante toda a sua vida.

¹Graduanda em Licenciatura Plena em Pedagogia. Bolsista de Iniciação Cientifica pela Universidade Federal do Oeste do

Pará – UFOPA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Sociedade e Educação do Brasil-HISTEDBR.

²Doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do PPGE/UFOPA. Líder Adjunta do Grupo de Estudos e Pesquisas em

História, Sociedade e Educação do Brasil-HISTEDBR/UFOPA.

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Contudo, essas ações para se concretizarem necessitam de uma parceria entre governo, escola

e comunidade, na tentativa de oferecer melhores condições de aprendizagens, valorizando os atores

envolvidos nesse processo educativo.

Nessa perspectiva, o Programa Mais Educação foi implementado como política indutora da

Educação Integral pelo Ministério da Educação em conjunto com outros ministérios. (BRASIL,

2009). Além de aumentar a jornada escola do aluno, como direito educacional, o programa trouxe

como proposta a articulação do currículo base com diferentes campos de conhecimentos, podendo

induzir as escolas a reorganizar sua agenda cotidiana, oportunizando diversas atividades

socioeducativas para os educandos.

MÉTODO: Este trabalho tem como base os aspectos teóricos metodológicos da pesquisa qualitativa.

É um estudo de caso sobre o PME como estratégia indutora da educação integral em tempo integral,

em escolas municipais da cidade de Belterra/PA, foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica

e análise documental. A coleta de dados se efetivou por meio de entrevista semi estruturada, na qual

participaram a equipe gestora da escola (gestora e coordenadora pedagógica).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Programa Mais Educação (PME) foi criado como uma

estratégia indutora de políticas de Educação Integral por meio da Portaria Normativa Interministerial

n° 17 de 24 de abril de 2007, envolvidos os ministérios da Educação, da Cultura, do Esporte e do

Desenvolvimento e Combate à fome, regulamentada pelo Decreto n° 7.083, de 27 de janeiro de 2010,

integrando as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação(PDE), conforme prevê (BRASIL,

2010), onde o PME estabelece como prioridade o atendimento as escolas que apresentassem Baixo

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e cujo alunos estivessem em situação de

vulnerabilidade social, objetivando-se a diminuir as desigualdades educacionais, através de um tempo

estendido na permanência escolar. As escolas que integram o este programa passaram a adotar jornada

com no mínimo sete horas diárias.

Em 2012, foi implantado na escola pesquisada o programa Mais Educação, como política

indutora de educação integral, sendo que as atividades começaram a ser realizadas em 2013

encerrando-se em 2015, e que esta somente trabalhou no ano de 2015 porque ainda possuía recurso

financeiro da 2ª parcela do ano de 2014, tendo em vista que em 2015 e 2016 não houve repasse de

recurso do PME para o município.

O Programa Mais Educação estabelece critérios a serem adotados na seleção de seus

participantes. Entretanto, a escola em consonância com sua comunidade poderá definir quais e

quantos alunos deveram ser assistidos pelo programa, como também as atividades a serem

ministradas no contra turno escolar. (BRASIL, 2009)

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No quadro n. 01 podemos identificar como estava organizado o Programa Mais Educação,

como a quantidade de alunos participantes do programa, assim como as atividades ofertadas e o

número de monitores que ministravam as oficinas na escola pesquisada.

Quadro 05: Representação do Programa Mais Educação nessa escola de 2013 a 2015.

Nº de alunos Nº de monitores Atividades

95 04 Teatro, dança, esporte na escola,

campos do conhecimento. Fonte: Elaborado pela autora com base nas informações obtidas na SEMED/Belterra-PA, 2017.

O Programa Mais Educação surgiu como política indutora da educação integral, por meio da

ampliação do tempo escolar. A partir dessa afirmação, as entrevistadas foram indagadas a responder

sobre o seu entendimento em relação aos conceitos de Educação em Tempo Integral e Educação

Integral. Ambas consideraram os conceitos distintos, pois o primeiro refere-se a extensão do tempo

do aluno na escola, e o segundo implica em uma educação voltada para a aprendizagem. Entretanto,

uma delas relacionou a Educação Integral apenas ao aspecto cognitivo do aluno, enquanto a outra

associa a uma educação global, como ratifica Gonçalves:

Educação integral engloba “o sujeito em sua condição multidimensional, não apenas na sua

dimensão cognitiva, como também na compreensão de um sujeito que é sujeito corpóreo, tem

afetos e está inserido num contexto de relações. (...) que deve ser considerado em sua

dimensão bio-psicossocial.” (GONÇALVES, 2006, p. 130)

A implementação dessas políticas públicas como o Programa Mais Educação acarretam

inúmeros desafios a serem vencidos, já que a maioria das escolas não dispõem de infraestrutura

adequada para subsidiar esse programa, com banheiros que possibilitem os alunos tomarem banhos,

lugar para o descanso e de profissionais qualificados para ministrarem essas atividades.

No quadro de n. 02 estão descritos os desafios enfrentados pela escola no processo de

implementação do Programa Mais Educação.

Quadro 08: Desafios da implementação do PME na escola pesquisada (2013-2015)

DESAFIOS PARA A

IMPLEMENTAÇÃO

DO PME

TRECHOS DE FALAS DAS ENTREVISTADAS

INFRAESTRUTURA

“Nós não temos espaços adequados, local para atender os alunos do Programa Mais

Educação.” (G)

“A infraestrutura, porque a escola mesmo não tem um espaço para o Mais Educação”

(C P)

LOGÍSTICA

(Transporte escolar)

“A questão do escolar (ônibus) é um dos principais pontos, precisamos dele para tudo.

” (G)

“Os alunos dependem de forma integral do transporte escolar. ” (C P)

Fonte: Elaborado pela autora a partir das entrevistas realizadas, 2017

Como podemos identificar no quadro 02, os principais desafios enfrentados foram relacionados

a infraestrutura da escola e a falta de transporte. Em relação a infraestrutura, mesmo sem espaço físico

disponível na escola para a realização das atividades do programa, foi possível contar com a ajuda da

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comunidade para disponibilizar um local (barracão comunitário) que pudesse realizar as atividades

referente ao PME, e essa cooperação foi um dos pontos positivos apontados pelas entrevistadas, pois

houve aproximação da família com a escola. Quanto ao transporte , a gestora pediu que a SEMED de

seu município, disponibilizasse um ônibus para que os alunos que moravam distante pudessem

participar das atividades do Mais, pois quando o mesmo não se faz disponível para a locomoção

desses alunos, a escola suspendia as aulas deste dia. A escola não obteve êxito em seu pedido referente

ao ônibus para ser utilizado com o PME deixando de promover uma integração entre os diversos

sujeitos que compõem as salas de aulas, em um processo de exclusão, haja vista que uns pudem ser

atendidos pelo programa e outros não.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Educação Integral possibilita ao indivíduo o desenvolvimento em

suas múltiplas dimensões, porém para sua efetivação, a escola necessita de um planejamento

pedagógico que favoreça tempos e espaços, em seus aspectos qualitativos.

Uma escola que objetiva promover a educação integral, precisa considerar a ressignificação de outros

tempos e espaços, deixando de ser o único lugar de aprendizagem, ultrapassando seus muros,

integrando os diversos espaços educativos e os diferentes saberes, em um processo contínuo de

aprendizagem para a vida

Assim, a construção de uma educação integral não depende somente da escola e de programas

como o PME, mas necessita efetivamente da colaboração de todos para a reconfiguração do papel

escolar associando-o a sua comunidade, por meio de práticas integradoras, que dialoguem com os

outros tempos de formação humana.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Educação Integral: texto de referência para o debate nacional. Organização de MOLL,

Jaqueline. Brasília: Mec, Secad, 2009. (Série Mais Educação). Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/dmdocumentscadfinal_educ_integral.pdf>. Acesso em 17 dez. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em 12 dez. 2016.

BRASIL. Plano Nacional de Educação. Lei n. 13.005 de 25 de junho de 2014 –Aprova o Plano

Nacional de Educação, Brasília, 2014a. Disponível em:

<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm>. Acesso em 15 dez.

2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa Mais Educação: passo a passo, 2010. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/passoapasso_maiseducação.pdf>. Acesso em 15 de dez.

2016.

GONÇALVES, Antônio Sérgio. Reflexões sobre educação integral e escola de tempo integral.

In: Cadernos CENPEC, n. 2, 2006.

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PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA CIDADE DE SANTARÉM:

CASTELINHO – CASARÃO DE DONA ESTELINITA

80Adriane Morais Lima1

Melyssa Luane Noronha Andrade1

[email protected]

81Co-Orientadora: Cíntia Giselle Batista Campos2

RESUMO: A valorização, manutenção e divulgação dos monumentos e prédios históricos da cidade de Santarém são

uns dos instrumentos de divulgação da história local e dos fatos que possam servir para gerações seguintes.Apesar disso

existem inúmeros casarios históricos santarenos em estado de deterioração e sem reparos.Observa-se também que essa

problemática existe devido muitas dificuldades que vão desde a falta de conscientização do poder público e da

comunidade, até a inexistência de políticas públicas claras de proteção ao patrimônio. É importante transmitir para a

população a valorização da arquitetura santarena para gerar uma conscientização sobre a temática. O Casarão da Estelinita

Rodrigues localizado na Avenida Adriano Pimentel, prédio de dois pavimentos é um dos poucos construídos em

Santarém/PA em estilo eclético. Conhecido por ser um sobrado de vários estilos, e considerado o casario histórico com

maior número de detalhes arquitetônicos. Em alguns anos essa edificaçãoencontrava em estado de desocupação e devido

isso houve uma deterioração mais rápida, e após o seu processo de restauração que está sendo realizado recentemente

pelo proprietário pôde-se dar ênfase na importância de sua preservação para a sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: CASARÃO, ECLÉTICO, PRESERVAÇÃO, RESTAURO.

INTRODUÇÃO: Na cidade de Santarém, existem inúmeros casarios reconhecidos como patrimônio

histórico da cidade. Apesar de uma recente mudança de pensamento nos habitantes locais, ainda

existem muitas pessoas que desconhecem os processos que asseguram a preservação dessas

edificações que constituem importantes elementos formadores do patrimônio cultural da cidade, eles

permitem que o passado interaja com o presente, transmitindo de um modo geral a identidade de

Santarém.

O patrimônio histórico segundo o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional), refere- se a um bem móvel, imóvel ou natural, que possua valor significativo para uma

sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico já a

preservação, consiste em realizar uma série de ações cujo objetivo é garantir a integridade e a

perenidade de algo; defesa, salvaguarda e conservação. A preservação do patrimônio histórico teve

início como atividade sistemática no séc. XIX, após a revolução Francesa e a Revolução Industrial,

devido esses períodos serem conflituosos o objetivo inicial era restaurar os monumentos e edifícios

danificados durante as guerras,Eugène Emannuel Viollet-le-Duc foi um arquiteto francês ligado

à arquitetura revivalista do século XIX e um dos primeiros teóricos da preservação do património

histórico.

1Acadêmica do bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Luterano de Santarém 80 2Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Nilton Lins; pós graduada em Iluminação e Design de

Interiores pelo IPOG81

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431

É possível notar que o acervo histórico-Arquitetônico Santareno é bem peculiar e extenso, com

isso esse trabalho visa promover a conscientização do patrimônio e mostrar como a preservação pode

ser importante nesse contexto, ressaltando também que as técnicas retrospectivas não podem perder

seu foco e transformar o bem histórico em uma mera mercadoria, a exemplo de Olinda e Cristo

Redentor. Porque o que ocorre nessas cidades é geração de lucro em cima do turismo, então os

patrimônios acabam perdendo seu valor já que as pessoas visam mais em comprar lembrancinhas e

com o fenômeno das “Selfies” entender realmente a importância do bem cultural fica a segundo plano.

MATERIAIS E MÉTODOS:Através de coleta de dados com pesquisas bibliográficas, estudo e

análise iconográfica e entrevistas pôde-se ter noção da dimensão temporal do objeto histórico-

arquitetônico e seu diacronismo social destacando o surgimento da edificação e possíveis alterações

ao longo do tempo e por fim gerou-se um diagnóstico do estado de conservação do objeto cultural.

Sendo assim a metodologia utilizada é pesquisa exploratória a mesma é realizada sobre um

problema ou questão de pesquisa que geralmente são assuntos com pouco ou nenhum estudo anterior

a seu respeito. O objetivo desse tipo de estudo é procurar padrões, ideias ou hipóteses. A ideia não é

testar ou confirmar uma determinada hipótese, e sim realizar descobertas. As técnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratória são estudos de caso, observações ou análise históricas, e seus

resultados fornecem geralmente dados qualitativos ou quantitativos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

- Análise iconográfica da fachada

Fachada no séc. XX Fachada no início do séc. XXI

Fonte: Autor Desconhecido Fonte: Melyssa Andrade

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Fachada em 2016 Fachada em 2017

Fonte: Melyssa Andrade Fonte: Adriane Lima

Um exemplo, da arquitetura Santarena a qual reflete a história local, denomina-se popularmente

de Castelinho, situado na avenida Adriano Pimentel. Esse casarão foi construído no último quarto do

século XIX, construído para Dona Estelinita Rodrigues Dos Santos, tia de Paulo Rodrigues dos Santos

– Figura de destaque na cidade. Estelinita casou-se com o filho do Barão de Santarém. A união dessas

famílias ricas, aumentou o prestígio do casarão que segundo relatos era palco de eventos sociais na

cidade... em análise se pode encontrar importantes elementos arquitetônicos nessa edificação, por

exemplo, Estilo Eclético- combina elementos da arquitetura clássica, renascentista, barroca e

neoclássica

Além de detalhes na fachada que na época só construíam aqueles que detinham de alto poder

aquisitivo: frontão redondo, pinhas, brasão da família, frisos escalonados, consoles, arco aviajado,

balaústres, e coluna toscana. Com isso percebe-se o quanto era luxuosa, ali aconteciam festas de

casamentos e reuniões. Como a neta de Estelinita não deixou herdeiros para tomar posse do casarão,

ele foi vendido a parentes colaterais até chegar posse no atual dono, que é Engenheiro civil e tem

apresso a imóveis antigos, tanto que está investindo na restauração dessa edificação com finalidade

de torná-lo um Centro Cultural digital que possa reunir fotografias e documentos que contenham a

história da cidade de Santarém como uma espécie de museu interativo no térreo, além de um

bar/restaurante no pavimento superior, dessa forma nota-se uma postura interessante do proprietário

pois ele deu uma nova funcionalidade para o local, percebe -se então que a revitalização é um modo

seguro de preservação do patrimônio.

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Análise da Fachada: Castelinho

Fonte: Adriane Lima

CONCLUSÃO: O Casarão da Estelinita Rodrigues está em processo final de revitalização para se

fazer o uso da edificação para bens comerciais. Ele é considerado um dos casaris com maior número

de detalhes arquitetônicos em Santarém, estava sem utilização e estará retornando para a função que

outrora lhe pertencia que era receber as pessoas em ocasiões de entretenimento. Então com essa

restauração e o museu interativo implantado na edificação estudada, haverá uma forma de manter a

memória histórica de Santarena.

Considerando o prédio com vários estilos, e rico em detalhes mantidos depois do restauro, a

preservação do bem material será importante como exemplo para a valorização dos patrimônios

históricos Santarenos. Vale lembrar que deverá ter contribuição e preocupação tanto da população,

como dosarquitetos e urbanistas de Santarém para promover a valorização do patrimônio histórico e

outros profissionais inseridos nessa interdisciplinaridade tais como antropólogos, historiadores e

sociólogos. Isso pode acontecer através da conscientização propondo o valor da preservação, a partir

de cartilhas educativas e palestras expondo sua relevância na sociedade. Outro ponto importante para

a valorização da preservação é a intenção do fortalecimento no turismo na região.

A contribuição do patrimônio histórico para a formação da cidadania brasileira ainda é pouco

explorado, por isso é necessário umdestaque para a temática quando tratamos de preservação para

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que dessa forma o cidadão possa ter a compreensão do momento histórico que aquele monumento

representou para a sociedade, e que ele possa manter viva essa consciência de cidadania através das

gerações.

REFERÊNCIAS

Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/872 > Acesso em 5 nov. 2017

Faculdades integradas do Tapajós. Guia de visitação a arquitetura histórica de Santarém: [Projeto

Produção de Réplicas e Catalogação dos Prédios históricos de Santarém - II Etapa] / FIT:

[Coordenação de Antônia Teresinha dos Santos Amorim]. – Santarém: Gráfica Global, 2010.

Estefany Miléo de Couto. Casarõeshistóricos de Santarém- Um estudosobreossobrados e

prédioshistóricos e sua significaçãodentro da área central da cidade de Santarém. UFPA, 2013.

(Dissertação de Mestrado)

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PROGRAMA INDUTOR DE EDUCACAO INTEGRAL: ESTUDO DA IMPLEMENTAÇÃO

DO PROEMI EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTARÉM-PA

82Geni Santos de Sousa Galúcio1

[email protected]

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares²

[email protected]

RESUMO: A presente pesquisa está vinculada ao projeto: as experiências pedagógicas das políticas de educação

integral na Amazônia: rede de pesquisa e formação acadêmica, vinculada ao Programa Nacional de Cooperação

Acadêmica, PROCAD-CAPES. Teve como objetivo identificar e registrar as experiências pedagógicas voltadas para a

educação integral em escolas estaduais de Santarém/PA, a partir da adesão e implementação do PROEMI no período de

2012-2015, além de distinguir a concepção de educação integral para a coordenação do PROEMI e dos professores

envolvidos na elaboração e desenvolvimento dos planos de ação referentes ao programa. A investigação, de natureza

qualitativa com realização de pesquisa bibliográfica, análise documental, realização de entrevistas e foi desenvolvida em

uma escola estadual do município de Santarém/PA. Os resultados apontaram que a escola desenvolveu em 2013,

juntamente com a secretaria estadual de educação o programa ensino médio inovador (PROEMI), com 1.043 alunos

participantes do programa visando apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras e busca

garantir a formação integral dos alunos com a inserção de atividades que tornem o currículo mais dinâmico, atendendo

também as expectativas dos estudantes.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO INTEGRAL; EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL; PROEMI

INTRODUÇÃO: As políticas públicas para a educação integral começaram a ter visibilidade à partir

de sua inclusão nos dispositivos legais que regem a educação brasileira, à partir de 1996, com a

aprovação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), determinando que seja

“progressivamente ampliado o período de permanência na escola” (lei nº 9.394/96, artigo 34). O

artigo 205 da Constituição federal estabelece a educação como direito de todos, mesmo com este

direito assegurado muitos continuam fora da escola.

O Plano Nacional de Educação (PNE) em vigor, com vigência de 2014 a 2024, propõe que 50%

das instituições públicas de educação Básica ampliem a jornada de tempo integral até 2024. Outro

importante suporte para o fortalecimento da política da educação integral para os estados e municípios

foi a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação (FUNDEB), aprovado pelo congresso Nacional, através da emenda

constitucional nº 53 de 19 de Dezembro de 2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo

Decreto nº 6.253/2007, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino

Fundamental e de valorização do magistério (Fundef), que vigorou de 1998 a 2006. E para a rede

Estadual de Ensino, voltado para o ensino médio, foi a criação do Programa Ensino Médio Inovador

(PROEMI), instituído pela portaria nº 971, de 09 de Outubro de 2009, que integra as ações do Plano

1 Graduanda em Licenciatura Plena em Pedagogia. Bolsista de Iniciação científica pela Universidade Federal do Oeste do

Pará-UFOPA. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em História, Sociedade e Educação do Brasil-

HISTEDBR/UFOPA. Bolsista CAPES. 82

² Doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do PPGE/UFOPA. Líder Adjunta do Grupo de Estudos e Pesquisas em

História, Sociedade e Educação do Brasil- HISTEDBR/UFOPA.

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de Desenvolvimento da Educação (PDE), instituído em 2007. Nota-se, portanto, que o poder público,

por meio de dispositivos legais, vem desenvolvendo estratégias para estimular a ampliação do tempo

escolar.

A escola de tempo integral necessita oferecer uma educação que forme o aluno integralmente

em suas múltiplas dimensões: Física, emocional, intelectual, cultural e social, visando sua

emancipação e o tornando um indivíduo crítico e reflexivo, tendo subsídios para ajudar a transformar

a sociedade em que vive.

O Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI), é uma política de indução de educação

integral, cujo objetivo central está na elaboração do Redesenho Curricular (PRC), na perspectiva da

integração curricular e articular as 4 dimensões das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino

Médio (DCNEM), que são: trabalho, ciência, cultura e tecnologia.

METODOLOGIA: Trata-se de estudo de caso com abordagem qualitativa desenvolvida em uma

escola Estadual de ensino fundamental e médio do munícipio de Santarém/PA. Foi realizada revisão

bibliográfica sobre políticas de educação integral; leitura de textos e fichamentos mensais, sobre a

educação integral no Brasil, aspectos históricos e conceituais, análise documental e entrevistas

semiestruturadas com a professora articuladora e 1 professor da disciplina português, envolvidos na

elaboração e desenvolvimento do plano de ação referentes ao programa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Realizou-se, incialmente a pesquisa de campo junto a 5ª URE

(Unidade Regional de Ensino), que integra a Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará

(SEDUC), com o objetivo de mapear as escolas estaduais que aderiram ao PROEMI entre os anos de

2012-2015 em Santarém/PA.

As experiências pedagógicas voltadas para a educação integral, a partir da adesão e

implementação do PROEMI contidas no plano de ação da escola pesquisada, foram desenvolvidas

através dos macrocampos contidos no documento orientador do PROEMI. Além dos macrocampos

obrigatórios, que são: Acompanhamento pedagógico, matemática, ciências humanas e ciências da

natureza; Iniciação cientifica e Leitura e letramento, a escola escolheu mais 2 que foram:

Comunicação, cultura corporal e uso de mídias e também produção e fruição das artes, totalizando as

ações do programa em 5 macrocampos.

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QUADRO 01: Plano de ação à partir das propostas do PROEMI

Fonte: Elaborado pela autora através do plano de ação do PROEMI da escola 2017.

*macrocampos obrigatórios

O programa foi desenvolvido com as turmas do 1º ano do ensino médio, e aconteceu com mais

ênfase nas disciplinas português e matemática, mas outras disciplinas também foram contempladas

como física, sociologia, geografia, história e educação física.

Desta forma para o professor da disciplina português que desenvolveu a metodologia agente

jovem do macrocampo comunicação, cultura digital e uso de mídias, educação integral é todo um

arcabouço de informações que o professor possa transmitir e o aluno possa usufruir e se beneficiar, e

são também de conhecimentos prévios que os alunos trazem para a sala de aula. Como podemos

observar na fala do professor:

“A educação integral é isso levar em consideração o aluno como pessoa como um todo, é a

ele favorecer esses conhecimentos variados, (...), ora se vou considerar o aluno como sujeito,

como pessoa, ele está carregando consigo toda uma carga de emoção e experiências, algumas

experiências dolorosas, nefastas, outras experiências positivas e as suas emoções e seus

sentimentos, então isso é fazer educação integral é considerar o aluno integralmente”.

(Professor da disc. Português).

Observa-se na fala do professor que a educação integral está relacionada a interdisciplinaridade

e também que as emoções dos alunos devem ser levadas em consideração pelos professores, percebe-

se aqui uma das dimensões da educação integral que é a dimensão emocional.

Para a professora articuladora do PROEMI da escola pesquisada, a concepção de educação

integral diz respeito a formação do aluno em todas as suas dimensões.

“A educação integral visa garantir o desenvolvimento dos sujeitos, em todas as suas

dimensões, como projeto coletivo compartilhado com todos que fazem parte da escola”.

(Professora articuladora)

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Desta forma observa-se que para os professores participantes da pesquisa, a educação integral

perpassa pela interdisciplinaridade e pela formação do aluno como ser que tem emoções, que precisa

que seja levado em consideração seus conhecimentos prévios, e também para que essa educação

aconteça, todos devem fazer parte desse processo educativo, como família, professores, gestores e

comunidade em geral. Percebe-se por meio dos fragmentos das falas dos professores entrevistados,

que a concepção de educação integral se aproxima do que é realmente a educação integral defendida

por vários autores que abordam o tema. Segundo (GADOTTI, 2009, p. 11).

A educação integral quer superar o currículo fragmentado, organizado em grades e

fundamentado no isolamento das disciplinas que, por conseguinte, isola as pessoas e cria

guetos de aprendizagem. O problema é que via de regra, e ainda com poucas exceções,

continuamos a ensinar nossos alunos sem levar em conta seus conhecimentos prévios, a sua

“cultura primeira”, as suas outras experiências vitais, separando educação informal, formal e

não formal.

De acordo com a professora articuladora, o PROEMI não obteve resultados satisfatórios, pois

os alunos apresentavam uma certa resistência em retornar a escola para o contra turno onde algumas

atividades eram desenvolvidas, muitos alegavam que eram proibidos pelos pais de irem a escola no

contra turno, outros diziam não ter condições de pagar transporte, e outros trabalhavam no horário

em que não estavam na escola. A maior parte das atividades do programa foram feitas no turno em

que os alunos estudavam, para evitar que eles tivessem que voltar no contra turno, pois a escola não

possuía estrutura para que os alunos permanecessem na escola em tempo integral. Neste sentido,

MOLL e LECLERC, 2009, afirmam que:

Uma Educação Integral em uma escola de tempo integral pode efetivamente apontar as

condições diferenciadas para que acessem, permaneçam e aprendam no interior das escolas,

aquelas crianças e jovens cujos pais foram excluídos e esquecidos, em função da obrigação

de produzir sua vida material, reproduzindo eles mesmos a condição de seus pais e avós nas

regiões mais pobres do país. (MOLL, LECLERC, 2009, P. 108).

CONCLUSÃO: A educação integral é uma concepção de educação que visa o pleno

desenvolvimento do educando e para tanto é necessário que tenha a participação de todos os

envolvidos no processo educativo, e precisa ultrapassar os espaços escolares e se apropriar de outros

espaços onde essa educação também possa acontecer.

A educação integral aliada a ampliação de tempo escolar, é de fundamental importância para

o processo formativo de jovens e adolescentes da contemporaneidade, pois a partir desta educação o

aluno tende a ter uma formação integral tornando-se um indivíduo flexível para atuar no mercado de

trabalho e na sociedade Contemporânea.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Documento orientador PROEMI 2014.disponível em:

http://portal.mec.gov.br acessado em 21 de maio de 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. Disponível em: http://portal.mec.gov.br acessado em 21 de maio de 2017.

GADOTTI, Moacir. Educação Integral no Brasil: Inovações em processo. SP: Editora e Livraria

Instituto Paulo Freire, 2009 (Educação cidadã, 4).

MOLL, J. LECLERC, G. F. E. Programa mais educação: avanços e desafios para uma estratégia

indutora da educação integral e em tempo integral. Curitiba, Brasil: ed. UFPR, p. 91-110.

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PROMOÇÃO DA LEITURA CRÍTICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DESAFIOS E

POSSIBILIDADES

83Paula Cristina Galdino Guimarães1

[email protected]

RESUMO: A promoção da leitura crítica é um dos maiores objetivos do sistema escolar, mas estudos recentes do

Instituto Pró-livro e do Sistema de Avaliação da Educação Básica mostram que a escola tem influenciado pouco o gosto

pela leitura, bem como seu ensino crítico, em que a maioria dos alunos concluem o ensino médio com níveis básicos de

compreensão do texto. Mediante esta realidade, este objetivou investigar os entraves para a pouca formação de leitores

no Brasil, bem como verificar os desafios e possibilidades para a promoção da leitura no espaço escolar. Este estudo

consistiu em pesquisa bibliográfica e realizou-se dentro da etapa de instrumentalização científica do projeto de extensão

“Práticas de leitura e escrita no ensino fundamental: fomentando a formação de leitores”, cadastrado na coordenação de

pós-graduação, pesquisa e extensão do CEULS/ULBRA. Os resultados apontam como principais entraves à formação de

leitores as desigualdades socioestruturais que precarizam as condições de acesso à leitura e refletem nos desafios do

espaço escolar para promovê-la. Contudo, as possibilidades de promoção da leitura crítica implicam professores leitores,

espaços de leitura, como bibliotecas e ricos acervos literários, ações que estimulem ler intensamente e com profundidade,

bem como o ensino das estratégias de leitura crítica.

PALAVRAS-CHAVE: FORMAÇÃO DE LEITORES, PROMOÇÃO DA LEITURA, CONTEXTO ESCOLAR.

INTRODUÇÃO: Na sociedade grafocêntrica em que vivemos, onde circulam diariamente diversos

textos escritos mediando nossas atividades, faz-se necessário não apenas ensinar o aluno a

compreendê-los, porém, mais do que apreender a mensagem, desvendar os propósitos, as intenções,

ideologias, seu contexto, para posicionar-se criticamente diante do texto. Deste modo, a promoção da

leitura crítica é imprescindível no contexto escolar, significa proporcionar ao educando ler

intensamente, com maior frequência e criticidade.

No entanto, o estímulo e desenvolvimento da leitura crítica no sistema escolar público pouco

tem ocorrido conforme apontam estudos recentes. De acordo com dados de 2015 do SAEB – Sistema

de Avaliação da Educação básica, que verifica o nível de proficiência em língua portuguesa e em

matemática, os alunos concluem o ensino fundamental e médio, com níveis básicos de leitura, ainda

limitados à extração de informações e compreensão no nível superficial do texto.

Tendo em vista que os estímulos à leitura frequente e crítica ainda constituem grandes desafios

para o sistema escolar, este trabalho objetivou investigar, à luz de teóricos e de documentos, os

principais entraves à promoção da leitura crítica e sua intensidade, bem apontar os caminhos para

superar os desafios e promovê-la no espaço escolar.

METODOLOGIA: Estudo é fruto da fase de instrumentalização teórica do projeto de extensão

“Práticas de leitura e escrita no ensino fundamental: fomentando a formação de leitores”, cadastrado

1 Professora especialista no Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e coordenadora do projeto de extensão “Práticas de

leitura e escrita no ensino fundamental: fomentando a formação de leitores”, cadastrado na coordenação de pós-graduação,

pesquisa e extensão do CEULS/ULBRA. 83

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e acompanhado pela Coordenação de pós-graduação, pesquisa e extensão do CEULS/ULBRA.

Assim, consistiu em pesquisa bibliográfica que, consoante Teixeira (2011), implica consultar autores

estudiosos do tema em suas obras bibliográficas. Na busca da compreensão das condições de

promoção da leitura, foram referências neste estudo Ana Carolina Brandão (2006), Ana Maria

Machado (2011), Ezequiel Theodoro da Silva (1998), Luiz Percival Leme Britto (2011, 2015), José

Marques de Melo (2009) e Magda Soares (1999).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A compreensão dos entraves para a formação de leitores, em que

o Brasil, até 2015, tinha apenas 56% de sua população considerada leitora segundo o estudo “Retratos

da Leitura no Brasil”, pesquisa realizada pelo Instituto Pró-livro, passa pela análise das barreiras

socioestruturais que ainda persistem em nosso país, como bem se verifica no mesmo estudo: o

percentual de leitores é maior nas classes A e B, atingindo 76% de leitores e a quantidade de livros

lidos aumenta quanto maior é o poder aquisitivo. Na análise do estudo do Instituto Pró-livro, que

iniciou em 2007: “Os resultados de 2015 reforçam uma tendência percebida desde 2007: quanto maior

a escolaridade e a renda, maior é o hábito de leitura de livros, assim como também é maior entre

aqueles que ainda são estudantes.”, ou seja, a quantidade de livros lidos aumenta ou diminui

proporcionalmente a renda, classe social e escolaridade.

Logo, podemos concordar com José Marques de Melo (1999), Magda Soares (1999), Ezequiel

(1998) e Britto (2015), entre outros autores, que o acesso à leitura, em nossa sociedade capitalista,

sofre condições sociais diferenciadas, que o contingente incipiente de leitores reflete as desigualdades

socioestruturais em que a luta pela sobrevivência precariza as condições objetivas (tempo, lugar,

material apropriado...) e mesmo as condições subjetivas (conhecimento, competência, formação...).

Neste mesmo contexto, existe uma íntima relação entre o acesso ao livro e à educação,

conforme a pesquisa realizada pelo instituto, quanto maior o nível de escolaridade maior o percentual

de leitores, que atinge 93% dos que estão na educação superior, e estão entre estes os 2% (dois por

cento) que leem mais de quatro ou cinco livros durante no período de três meses, mostrando a

intensidade a leitura, enquanto 73% ler apenas um livro no mesmo período, e 22%, dois ou três livros.

Isso mostra que é preciso investir mais no acesso e na qualidade da educação.

Considerando o fato de haver menos leitores na educação básica e que apenas 7% dos

entrevistados considerados leitores afirmaram ter tido influência da escola, vejamos caminhos para

promover a leitura nesse nível de ensino que é mais universalizado.

Uma das condições destacada pelos autores referenciados é promover a leitura por prazer, pois

é ela que nos torna leitores de fato (Brandão, 2006). Nesse objetivo, ganha espaço privilegiado a

literatura, por, além de despertar o deleite e a fruição estética, promove a leitura reflexiva,

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proporcionando fugir das leituras automatizadas, utilitárias e muitas vezes alienantes, como bem

expõe Britto:

O simples hábito de ler de forma descomprometida, sem a reflexão aguda do sentido das

coisas, numa situação em que a pessoa é levada pelas circunstâncias e motivada por interesses

pragmáticos, caracteriza-se como uma alienação. O que é alienado é automatizado, é feito

mecanicamente, sem consciência ou domínio dos processos de significação e, portanto, sem

capacidade de ampliação de horizontes. (BRITTO, 2011, p.21)

Assim, além do ensino da leitura e da produção de gêneros textuais do cotidiano, é preciso

promover a leitura literária que, por sua vez, implica numa outra condição, a escola dispor de

biblioteca ou de um rico acervo literário, e infelizmente isso ainda não é uma realidade na maioria

das escolas. Como bem se sabe, em 2010, foi promulgada a Lei nº 12.244, que dispõe sobre a

universalização das bibliotecas até 2020, porém, até 2015, 53% das escolas não possuíam bibliotecas

ou sala de leitura (fonte: portal Qedu, da Fundação Lemann). A realidade nos convida a lutar por esse

espaço que, embora direito por lei, ainda não se efetivou na maioria das escolas. Além disso, é preciso

dinamizá-lo, promovendo encontros, compartilhamento de leituras, tornando-o um espaço onde os

estudantes se tornem leitores de fato, e não apenas pesquisadores de assuntos para trabalhos escolares,

pois, como expõe José Marques de Melo (2009), “[...]o leitor formado obrigatoriamente a partir de

tarefas escolares deixa de ser leitor quando abandona a escola. Torna-se um leitor ocasional, casual.”

Portanto, é importante que as ações de promoção da leitura não se vinculem apenas à rotina da

aprendizagem, mas que se ampliem as experiências de leitura, proporcionando ao aluno diversas

vivenciar suas diversas finalidades e frequentemente o prazer aliado à reflexão, fundamentalmente

presente nas obras literárias.

Porém, tal finalidade de ler por prazer não significa simplesmente que a leitura seja

descompromissada, é importante ensinar o aluno a ler com profundidade um texto, desvelando e

confrontando suas ideologias e intenções, descortinando todo o contexto que a cerca. Isso requer todo

um planejamento em torno dessa leitura, em que o professor é peça fundamental em sugerir obras e,

a partir delas, planejar situações antes, durante e/ou pós-leitura que proporcionem ao aluno lê-la de

modo reflexivo, crítico, intelectualmente ativo. O ensino da leitura crítica é outro consenso entre os

estudiosos do tema:

A formação do leitor, no âmbito da educação escolar, corresponde aos processos pedagógicos

que fazem com que o aluno alcance a condição de leitor, isto é, que seja alguém que, com

crítica e autonomia, realize as atividades que caracterizam o leitor. (BRITTO, 2016, p. 21)

[...]o trabalho que se faz com o texto na sala de aula também será determinante para a

formação de um leitor ativo, crítico, inteligente e questionador, tão almejado por todos nós.

(BRANDÃO, 2006, p. 60)

[...] existe uma relação indissolúvel entre a leitura crítica e a escola problematizadora [...]

(SILVA, 1998, p. 30)

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Isso também implica uma outra condição, que o professor seja leitor, pois o aluno, na sua

condição de leitor iniciante ou em processo, necessita do norte do professor, de sua experiência leitora

como exemplo, como modelo, como grande influenciador. E como seria interessante se a escola

fizesse oficinas de leitura com os pais também, habilitando-os a continuarem o estímulo em casa,

pois, como diz Ana Maria Machado (2011), “Pais e professores leitores que leem têm um papel

poderosíssimo na transmissão do gosto pelos livros”.

Tais ações, por sua vez, requerem uma luta política, na escola e em todo o sistema educacional

brasileiro, que efetive essas diversas condições. É importante que o espaço da leitura literária integre

o projeto político pedagógico da escola e inclusive o currículo da educação básica, como ocorre na

França, onde, desde 2004, faz parte do programa destinar obrigatoriamente duas horas e meia de

leituras diárias em todas as escolas (MACHADO, 2011). Isso requer também que a escola disponha

de um rico acervo, de uma biblioteca, com profissionais capacitados, em que o diálogo entre

bibliotecário-professor-aluno seja intenso nas práticas de incentivo à leitura. Além disso,

imprescindivelmente, como já dito, é preciso que os professores sejam leitores, sem essas condições

fica muito inviável a promoção da leitura no contexto escolar.

CONCLUSÃO: Tendo em vista que as barreiras socioestruturais são imensas, cabe

fundamentalmente a escola ajudar a vencê-las em seu espaço, até porque a leitura crítica não surge

automaticamente, mas surge na comunhão da experiência de vida com a experiência de leitura. É

preciso estimular a ler intensamente, de modo a termos um maior no de leitores de livros, e a ler

criticamente, de modo a saber selecionar, julgar, transformar, se posicionar com fundamento frente o

texto.

Assim, fazem-se necessárias diversas políticas de promoção da leitura em todo o sistema de

ensino, em que haja, desde a formação inicial docente, programas de estímulo à leitura para que os

professores se constituam leitores e de modo especial de literatura. É necessário também que haja no

contexto escolar bibliotecas e projetos que dinamizem esse espaço, promovendo partilhas, troca de

experiências com o livro, encontro de leitores; e que, na sala de aula, o ensino da leitura crítica seja

intensamente promovido, pois é preciso ensiná-la. Em suma, que haja efetivamente políticas e

práticas de valorização da leitura no sistema educacional.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Ana Carolina. O ensino das estratégias de leitura e a formação do leitor. In:

BARBOSA, Maria Lúcia Ferreira de Figueiredo; SOUZA, Ivane Pedrosa de (Orgs.). Práticas de

leitura no ensino fundamental. — Belo Horizonte : Autêntica, 2006. PDF

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BRITTO, Luiz Percival Leme. Ao revés do avesso: leitura e formação. – São Paulo: Pulo do gato,

2015.

_________. No lugar da leitura - biblioteca e formação [recurso eletrônico] - Rio de Janeiro: Edições

Brasil Literário, 2015. Recurso digital.

_______. O papel da biblioteca na formação do leitor. In: Salto para o futuro – biblioteca escolar:

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MACHADO, Ana Maria Machado. Silenciosa algazarra: reflexões sobre livros e práticas de leitura.

– São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

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Valdir Heitor (Org.). Estado de leitura. 2. ed. – Campinas, SP: Mercado das Letras, 2009.

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SOARES, Magda Becker. As condições sociais da leitura. ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel

Theodoro da (Org.). Leitura: perspectivas interdisciplinares. 4ª. ed. – São Paulo: Ática,1998.

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SURDEZ E CULTURA COMO REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE SURDA

84Pamela do Socorro da Silva Matos1

[email protected]

Luciano Bruno dos Santos Lobato ²

[email protected]

Evanilde Pereira dos Santos3

[email protected]

Risomar Moraes dos Santos4

[email protected]

RESUMO: O objetivo deste artigo é apresentar a identidade surda através da relação de representação social na cultura

surda e no contexto da realidade social das pessoas surdas. O texto aborda o conceito de representação social a partir da

visão da sociedade em relação ao “ser surdo”, apresentando um breve histórico social da cultura surda, identidade surda

e suas representações estruturamente socializadas na realidade da sociedade atual.

PALAVRAS-CHAVE: IDENTIDADE, REPRESENTAÇÃO SOCIAL, CULTURA SURDA.

INTRODUÇÃO: Este artigo trata-se de uma pesquisa concluída, e procura fazer uma relação entre

o conceito de “representação social” na visão de Moscovici (2003) e Oliveira (2005) e a visão de

representação social explanada principalmente pela autora surda Strobel (2008).

Destaca o conceito de cultura e como ela influencia na representação da identidade do sujeito

surdo como cidadão detentor de uma identidade cultural própria. Mostra que as experiências visuais

são muitos importantes para que os surdos reproduzam através de sua própria visão uma

representação do outro. Explana que a família pode contribuir ou não para que o sujeito surdo se

desenvolva nas suas próprias especificidades.

REPRESENTAÇÃO SOCIAL NA VISÃO DE MOSCOVICI

A proposta de Moscovici é que as representações sociais deixem de ser um conceito e passem

a ser um fenômeno a ser considerado de maneira mais profunda (Moscovici, 2003). Ele destaca ainda

que tipos de representações sociais são influentes em suas pesquisas:

“Elas são as de nossa sociedade atual, de nosso solo político, cientifico, humano, que nem sempre

tem tempo suficiente para se sedimentar completamente para se tornarem tradições imutáveis.

[...] E a característica especifica dessas representações é precisamente a de que elas

“corporificam ideias” em experiências coletivas e interações em comportamento, que podem,

com mais vantagem, ser comparadas a obras de arte do que a reações mecânicas. O escritor

bíblico já estava consciente disso quando afirmou que (a palavra) se fez carne; e o marxismo

1 Mestre em educação da UEPA, graduada em licenciatura em pedagogia (UVA) e licenciatura em letras libras (UFSC).

Professora do magistério superior na Universidade Federal do Amapá (Unifap).

²Academico do II semestre do curso em Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém, Professor do Pacto

Nacional de Alfabetização na Idade Certa – PNAIC/MEC e Professor/Intérprete de Libras da Superação Consultoria

Educacional. 3Academica do VIII semestre do curso de pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém, Bolsista de Iniciação

a docência PIBID/CEULS subprojeto Pedagogia.] 4 Orientadora: Especialista em Educação Especial e Inclusiva. Professora de Educação Inclusiva do Curso de Educação

Física do CEULS/ULBRA. Professora do Ciclo Básico do CEULS/ULBRA.

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confirma isso quando afirma que as ideias, uma vez disseminadas entre as massas, são e se

comportam como forças materiais.” (2003:48)

A sociedade atual é aquela que estabelece uma imagem sobre o outro através de comparações

com a maioria; se a maioria tem certa característica predominante são aqueles indivíduos que vão ser

“normais”, mas se há um entre eles que possui uma característica diferenciada, ele vai ser visto como

o “diferente”. Por isso,Moscovici (2003) destaca o que a sociedade espera que realmente aconteça:

“Espera-se que sempre aconteçam, sempre de novo, as mesmas situações, gestos, ideias. A

mudança como tal somente é percebida e aceita desde que ela apresente um tipo de vivencia e

evite o murchar do diálogo, sob o peso da repetição. Em seu todo a dinâmica de familiarização,

onde os objetos, pessoas e acontecimentos são percebidos e compreendidos em relação a prévios

encontros e paradigmas.” (2003:54,55)

É com essa expectativa que a representação feita sobre certo grupo prevalece, mesmo passando

anos e anos espera-se que haja um padrão com respeito ao comportamento e a cultura. E quando se

deparam com um padrão diferente do usual a tendência é de não aceitação do outro, o incomodo, pois

estas pessoas são como nós e, contudo não são como nós; assim nós podemos dizer que eles são “sem

cultura”, “bárbaros”, “irracionais” etc (MOSCOVICI, 2003:56).

Este imaginário se dá por relatos da sociedade a nossa volta, mas quando nos deparamos com

a real situação é como se levássemos um choque diante da “diferença”. Isso se comprova num

exemplo dado por Oliveira (2005):

“‘Gente!, quando ele chegou aqui na escola no primeiro dia de aula, nossa, os professores se

assustaram, nunca viram uma coisa, como um aluno na escola que era totalmente paraplégico,

não andava, era uma pessoa que para nossa sociedade era inútil. Como uma mãe tem coragem

de colocar um filho assim na escola normal, noturna?’ (Professora Diana/ SP).” (2005:174)

O que está impregnado nas mentes de tais pessoas é a visão passada de geração a geração de

que o ser deficiente é o ser inútil e incapaz.

A SURDEZ, IDENTIDADE E SUAS REPRESENTAÇÕES

A história como forma de representar o surdo

Nos últimos anos a surdez vem gerando uma série de discussões relativas a sua “normalidade”

e “anormalidade”, em busca de soluções para que a mesma legislativamente dita como deficiência

pudesse alcançar um patamar elevado, que possibilitasse as pessoas surdas as mesmas oportunidades

que as pessoas ditas ouvintes. Infelizmente não ocorreu conforme a principal necessidade dos surdos

tais como acessibilidade, reconhecimento de sua língua, aceitação de sua cultura, apesar de toda a

legislação que ampara os seus direitos, há muita coisa a se fazer para cumpri-las.

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No passado os surdos não eram considerados seres humanos capazes, a audição e a oralidade

eram vista como uma forma privilegiada e através dessas era possível manifestar a sua inteligência e

a educação escolar dos mesmos sempre esteve voltada para o desenvolvimento da fala.

Berthier (1984, p. 165) apud Nascimento (2006) relata que a “criança” surda “era prontamente

asfixiada ou tinha sua garganta cortada ou era lançada de um precipício para dentro das ondas. Era

uma traição poupar uma criatura de quem a nação nada poderia esperar.”

Os sinais não eram considerados como língua, mas como gestos primitivos. Assim, quem não

ouvia e não falava oralmente também não pensava (Quadros, 2006). Sendo assim, reconhecer o surdo

é olhar para o seu diagnóstico, reconhecendo-o apenas pela sua “deficiência” e não pela sua

“diferença” como um ser normal, ativo e social.

Oliveira (2003:173) diz que alunos e professores agem desta forma:

“Eu não quero uma criança com deficiência auditiva na minha sala. [...] eu não quero, eu não

gosto, sabe, eu não me sinto bem. [...] a maioria das pessoas pensa que criança assim não aprende.

[...] A escola não aceita, os professores tem medo, não aceitam, reclamam.” (Professora

Beatriz/SP). (OLIVEIRA, 2003:174)

Santana e Bergamo (2005) observam que os surdos sempre foram “historicamente,

estigmatizados, considerados de menos valor social”, pois faltava-lhes “a característica

eminentemente humana: a linguagem oral e suas virtudes cognitivas. Diante disso, os surdos eram

humanamente inferiores.”

Devido a isso, além dos surdos antigamente serem vistos como pessoas “anormais”,

“ineducáveis” e “doente das orelhas”, por muitos anos não tiveram direito a vida considerados seres

nascidos por maldição.

Os sujeitos surdos eram rejeitados pela sociedade e posteriormente eram isolados nos asilos

para que pudessem ser protegidos, pois não se acreditavam que pudessem ter uma educação em

função de sua anormalidade, ou seja, aquela conduta marcada pela intolerância obscura na visão

negativa sobre os surdos viam-nos como anormais ou doentes. (PERLIN; STROBEL, 2006)

Nesse contexto, as pessoas surdas passaram a ser vistas como um grupo minoritário, que

necessita ser curada, ou seja, pessoas sem representação social. Segundo Santos (2009):

“[...] é uma representação aberta e incompleta, a comunidade é ela própria dificilmente

representável – ou é – o apenas vagamente – e os elementos constitutivos, também eles abertos

e inacabados, furtam-se a enumerações exaustivas.”

Segundo Moscovici (2003):

“A representação é fundamentalmente, um sistema de classificação e de denotação, de alocação

de categorias e nomes. Tais coisas, que nos parecem estranhas e perturbadoras tem também algo

a nos ensinar sobre a maneira como as pessoas pensam e o que as pessoas pensam.”

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Partindo dessa ideia, a surdez além de seu diagnóstico também é representada de forma

diversificada com conceito de um determinado grupo social, residentes em locais diferentes,

experiências próprias e de classe sociais opostas, mas que estão sempre ligados a algo incomum: A

cultura.

A CULTURA COMO FORMA DE REPRESENTAR O SUJEITO SURDO

Strobel (2008) fala um pouco sobre cultura:

“Nos estudos e pesquisas sobre a cultura percebem-se variações desde concepções tradicionais

até as mais recentes. As várias suposições limitadas em compreender a cultura resultam de um

conjunto corriqueiro para referir unicamente as manifestações artísticas. Ou é identificada como

os meios de comunicação em massa ou, então, cultura diz respeito as festas e cerimônias

tradicionais, as lendas e crenças de um povo, seu modo de se vestir, sua comida e a sua língua.”

Quando focamos no conceito de cultura surda, passamos a perceber que ela se manifesta de

um jeito diferente dentro de uma cultura predominante que é a cultura ouvinte, e que os sujeitos

surdos passam produzir sua própria cultura. Ainda citando a autora Strobel (2008), ela vem mostrando

quais os aspectos marcantes que formam a identidade surda, através da cultura:

“o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modifica-lo a fim de se torna-lo acessível e

habitável ajustando-o com suas percepções visuais, que contribuem para a definição das

identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas isto significa que abrange a língua, as

ideias, as crenças, os costumes e os hábitos do povo surdo.” (STRTOBEL, 2008)

Outra autora surda complementa este conceito fazendo uma ligação com a identidade surda:

[...] As identidades surdas são construídas dentro das representações possíveis da cultura surda,

elas moldam-se de acordo com a maior ou menor receptividade cultural assumida pelo sujeito.

E dentro dessa receptividade cultural também surge aquela luta política ou consciência

oposicional pela qual o individuo representa a si mesmo, se defende da homogeneização, dos

aspectos que o tornam corpo menos habitável, da sensação de invalidez, da inclusão entre os

deficientes, de menosvalia social.” (PERLIN, 2004)

Na comunidade surda existem vários artefatos que em conjunto formam uma representação de

seu grupo e que “na cultura constitui produções do sujeito que tem seu próprio modo de ser, ver,

entender e transformar o mundo”. (Strobel, 2008:37)

A partir daí surge uma identidade, a que é cultural que se refere “ao sentimento de

pertencimento a uma cultura, isto é na interação do sujeito surdo com sua comunidade.” (Strobel,

2008)

No contexto da representação social sabe-se que caracteriza-se a produção de saberes sociais

focalizando na construção e na transformação do conhecimento da sociedade, entretanto a

representação está sempre relacionada com o sujeito e o objeto, porém elas são conhecimentos

construídos na relação do homem com ambiente a sua volta.

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Já na questão da surdez, é inevitável a discussão entre representação x surdez, pois oportuniza

a relação dialética entre o individuo “surdo” e a sociedade em geral, abrangendo uma visão mais

ampla sobre suas reais características que são tanto “plurais” quanto singulares.

Perlin (2004, p. 76) apud Strobel(2008, p. 97) afirma: “percebe-se que o sujeito surdo está

descentrado de uma cultura e possui outra cultura. Percebe-se o surdo em seu deslocamento da cultura

ouvinte ou cultura universal e emergente na problemática da diferença cultural própria.”

A experiência visual, a linguística, a família, além de outros são alguns aspectos representativos

dessa identidade, porém neste artigo serão destacado apenas quatro desses aspectos.

A experiência visual

Os autores surdos Perlin e Miranda (2003, p. 218) apud Strobel (2008) dizem:

Experiência visual significa a utilização da visão, em (substituição total a audição), como meio

de comunicação. Desta experiência visual surge a cultura surda representada pela língua de

sinais, pelo modo diferente de ser, de expressar, de conhecer o mundo, de entrar nas artes, no

conhecimento cientifico e acadêmico. A cultura surda comporta a língua de sinais, a necessidade

do interprete, de tecnologia de leitura.”

É comum um grupo de surdos se encontrarem para conversar, é também comum um grupo de

ouvintes saírem para conversar, porém, se esses grupos saem à noite e se acontece um problema de

falta de energia qual deles vai continuar se comunicando? É claro indicar o segundo grupo, o de

ouvintes, pois a sua cultura dos surdos é totalmente visual e se há um impedimento para tais essa

representação visual é interrompida. Também é muito importante para as crianças surdas entrarem

em contato com a sua língua materna para que elas criem a sua própria representação, de modo que

isso “proporcionará acesso a linguagem e desta forma, estará também assegurada a identidade e a

cultura surda, que é transmitida naturalmente a criança surda em contato com a comunidade surda.”

(Strobel, 2008)

Cultura linguística

A língua de sinais é uma língua que se utiliza em sinais, gramaticalmente com cinco

parâmetros básicos entre eles, tendo a expressão facial e corporal ao invés de sons. Elas são de

aquisição extremamente visual e produção espacial e motora é a língua natural dos surdos. Há no

mundo muitas línguas de sinais usadas como forma de representação comunicativa entre pessoas

surdas e todos os envolvidos na comunidade surda.

Falando sobre a língua de sinais Strobel (2008) destaca que:

[...] Se uma língua transborda de uma cultura, é um modo de organizar uma realidade de um

grupo que discursa a mesma língua como elemento em comum, concluímos que a cultura surda

e a língua de sinais seriam uma das referencias do povo surdo [...].

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Na fala da autora, podemos observar que foram citadas duas representações (língua de sinais e

cultura surda), de acordo com Moscovici (2004), um “sistema de classificação”, no entanto,

desconhecida por muitos.

A comunidade surda não é baseada apenas como grupos de pessoas surdas, mas envolvem

também as famílias, amigos e professores especialmente aqueles que dividem os mesmos interesses

e lutas em comum voltadas em defesa da língua de sinais.

Nas zonas rurais os surdos também desenvolvem suas representações linguísticas, mesmo não

tendo contato com as comunidades surdas dos centros urbanos e nem aprendendo a língua de sinais,

assim eles criam sua própria forma de se comunicar que são os “sinais caseiros” ou “sinais

emergentes”. Strobel (2008) destaca como se dá esse processo:

“[...] sem ter a noção das horas e dias de semana, observa ao seu redor que tem um dia da semana

em que as frutas sempre são colhidas, o dia certo de ir a igreja, os dias em que o caminhão vem

pegar o lixo e de quando o sol aparece no horizonte é a hora de ordenhar e pegar ovos, etc. Ele

acompanha esta rotina de acordo com o seu “olhar” do dia-a-dia de sua vida e cria sinais que

representam seu cotidiano.” (2008:44)

No Brasil, a língua de sinais é reconhecida legalmente sob a lei 10.436 de abril de 2002,

denominado Língua Brasileira de Sinais sob a sigla Libras. Assim como no Brasil, cada país tem sua

própria representação em relação à língua de sinais, pois ela não é universal. Dessa forma a Libras

representa um grupo de falantes que nesse caso são os surdos representados por uma língua de sinais.

Cultura familiar

As representações da pessoa surda tem muito a influencia de sua própria família, Quadros

(1997) destaca o papel da mãe e do pai nesse processo:

“Certamente o papel de pai e de mãe, na sua teoria de mundo, representa aspectos fundamentais

na formação de sua personalidade. Ao mesmo tempo, essa teoria de mundo será construída

mediante interação efetiva através da língua de sinais.” (1997:81)

Quando uma criança nasce surda ou fica surda, há muitas divergências sobre em qual

“caminho” a família deve colocar o seu filho. Os conselhos de especialistas da saúde e de especialistas

na educação de surdos se diferem, famílias ouvintes que seguem o conselho de especialistas da saúde

também ouvintes tem a esperança de tornar sues filhos “normais”, ao passo que famílias de surdos

procuram seguir o conselho do povo surdo que ao colocar seus filhos em contato com a língua de

sinais possam se desenvolver adquirindo sua identidade desde a tenra idade e se identificando como

pessoa normal, e não como pessoa deficiente.

A autora surda Laboritt (1994:59) citada por Strobel (2008) mostra ainda o que acontece com

aquelas crianças surdas que são privadas da sua língua natural:

“Os adultos ouvintes que privam seus filhos da língua de sinais nunca compreenderão o que se

passa na cabeça de uma criança surda. Há a solidão, e a resistência, a sede de se comunicar e

algumas vezes, o ódio. A exclusão da família, da casa onde todos falam sem se preocupar com

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você. Porque é preciso sempre pedir, puxar alguém pela manga ou pelo vestido para saber, um

pouco, um pouquinho, daquilo que se passa em sua volta. Caso contrário, a vida é um filme

mudo, sem legendas”.

Muitas vezes os sujeitos surdos tem o sentimento de ódio por terem nascidos surdos, se sentindo

inúteis e incapazes de participar da sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: No decorrer dessa pesquisa pode-se notar que cada pessoa tem a sua

representação na visão do outro e na sua própria visão. No contexto da educação especial é importante

destacar que os educadores ainda precisam se refinar para que ações discriminatórias sejam acuadas

a ponto de serem erradicadas numa sociedade inclusiva. Essa é uma tarefa árdua que talvez não tenha

resultados satisfatórios, entretanto se cada um tiver respeito pelo outro criando uma representação de

igualdade, e uma visão de que todos são capazes de acordo com suas próprias especificidades, será

dado um passo muito importante para uma mudança de atitudes e modo de ver as pessoas com

deficiência, e não as encarando como “deficientes”, mas sim “diferentes”, isto é, diferente no sentido

de ter uma maneira diferente de ensinar e lidar.

Portanto, assim como qualquer outra cultura, a cultura surda está presente em nossas vidas,

apenas não a percebemos de maneira clara como os próprios sujeitos surdos, ela é rica, valiosa e

inerente a cada ser, fazendo com que eles tenham uma representação na sociedade.

REFERÊNCIAS

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2007.

MOSCOVICI, Serge. Representações sociais: investigação em psicologia social. Rio de Janeiro,

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acessado em 20/12/2014.

PADDEN, Carol; HUMPHRIES, Tom. Deaf in America: voicesfrom a culture. Cambridge:

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PERLIN, Gladis. O lugar da cultura surda. In: THOMA, Adriana da Silva. LOPES, Maura Corcini

(Org.) A invenção da surdez: cultura, alteridade, identidade e diferença no campo da educação, Santa

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A REALIDADE DO ESPORTE E LAZER NA COMUNIDADE RIBEIRINHA “BOCA DE

CIMA DO ARITAPERA” NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA

85Ana Cristina Vasconcelos Caetano1

Ana Paula Rocha de Sousa1

Ecilda Gabriele Santos Maciel1

Katiane dos Santos de Sousa1

[email protected]

Ludymyla Pinheiro dos Santos1

86Edna Ferreira Coelho Galvão2

RESUMO - Este trabalho teve por objetivo analisar a realidade do esporte e lazer segundo as concepções dos

moradores da comunidade ribeirinha “Boca de Cima do Aritapera” do município de Santarém/PA. A intenção é refletir,

e quem sabe, despertar o interesse para a criação de políticas públicas voltadas para as áreas ribeirinhas do município,

considerando que o esporte e lazer são direitos fundamentais para a garantia do desenvolvimento social de todos. Trata-

se de uma pesquisa de campo do tipo exploratória com abordagem qualitativa, fundamentada no aporte teórico das

representações sociais, priorizando as falas dos sujeitos como fonte de informações. Após a coleta e análise dos dados,

concluiu-se que o futebol é a prática mais comum na comunidade ribeirinha pesquisada.

PALAVRAS-CHAVE: ESPORTE, LAZER, COMUNIDADE.

INTRODUÇÃO: O lazer é um direito garantido à população, isto está presente especificamente no

art. 6º, da Constituição Federal Brasileira de 1988. No que tange o esporte na perspectiva do lazer,

este possui grande importância para a comunidade, pois a expressão “esporte”, atualmente é

considerada patrimônio histórico-cultural da humanidade (ISAYAMA e RAMOS, 2009).

No entanto, a maioria da população não tem acesso as práticas de esporte e lazer, o que pode

ser justificado por inúmeros fatores como a desinformação quanto ao direito ao lazer, falta de

infraestrutura, fatores culturais, ausência da gestão municipal, fatores estes que impedem a chegada

de políticas públicas principalmente nas áreas menos favoráveis (ISAYAMA, 2011).

Levando isto em consideração formulou-se então o problema desta pesquisa: qual a realidade

do esporte e lazer de acordo com as concepções dos moradores da comunidade ribeirinha Boca de

Cima do Aritapera do município de Santarém/PA? Diante disso, os objetivos da pesquisa foram

analisar a realidade do esporte e lazer segundo as concepções dos moradores da comunidade

ribeirinha Boca de Cima do Aritapera do município de Santarém/PA, levantar o perfil

sociodemográfico dos participantes, identificar como o esporte e lazer está inserido nesta

comunidade, verificar se existem políticas públicas de esporte e lazer voltadas para esta comunidade,

conhecer os espaços e/ou equipamentos de esporte e lazer presentes nesta área e verificar que

atividades os moradores desta comunidade referenciam como atividades de esporte e lazer.

1 Graduanda do Curso de Licenciatura em Educação Física na Universidade do Estado do Pará – UEPA. 85 2 Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Docente do Curso de Licenciatura em Educação

Física na Universidade do Estado do Pará – UEPA. 86

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Observou-se também a necessidade de levantar as reais condições do esporte e lazer na

comunidade pesquisada, tendo em vista notória valorização de políticas públicas nas áreas urbanas e

ausência destas voltadas para as áreas rurais e ribeirinhas. Ressalta-se a possibilidade desta pesquisa

ser um meio de despertar o interesse para criação de políticas públicas voltadas para essas áreas,

considerando que o esporte e lazer são direitos fundamentais para a garantia do desenvolvimento

social.

MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de campo do tipo exploratória, de abordagem qualitativa,

apresentando dados que buscam verificar a relação da realidade com o objeto de estudo, obtendo

várias interpretações a partir de sua análise (RAMOS; RAMOS; BUSNELLO, 2003).

Esta é uma abordagem que busca o aprofundamento da compreensão da realidade.

Foram selecionados como participantes desta pesquisa um morador, com idade acima de 18

anos, de cada residência da comunidade pesquisada, obtendo-se um total de trinta e nove participantes

entre o período de 09 de março à 22 de maio de 2017.

Os dados foram coletados por meio de observação direta não participante, de caráter

sistemático e entrevista semi-estruturada. Alguns dados também foram coletados em documentos

disponibilizado pelo Núcleo de Esporte e Lazer (NEL) de Santarém.

A análise dos dados foi realizada através da média aritmética para se obter os dados

referentes ao perfil sociodemográfico dos participantes, e pela análise de conteúdo de Bardin (2009),

com apoio do software IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de

Textes et de Questionnaires), que permite diferentes processamentos e análises de textos produzidos.

Pelo software as palavras foram agrupadas e organizadas graficamente, de acordo com a frequência

em que apareceram nas entrevistas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com relação ao perfil sociodemográfico, 13 dos participantes são

do sexo masculino, somando 46,42%, e 15 dos participantes são do sexo feminino somando 53,58%

do total. Quanto à faixa etária, identificou-se que a maioria dos participantes tem entre 20 e 39 anos,

correspondendo à 46,42% dos entrevistados. Quanto ao estado civil, destacou-se que a maioria era

casado, com um total de 64,28% dos participantes.

No que se refere à escolaridade, a maioria possui o Ensino Fundamental incompleto, somando

35,71% do total de participantes, nota-se ainda que apenas 10,71% dos participantes possuem o

ensino superior. Constatou-se também que a maioria dos entrevistados possui a profissão de pescador,

correspondendo à 46,42% dos participantes.

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E como resultados do nível socioeconômico, a maior parte da amostra possui renda igual ou

inferior à um salário mínimo, correspondendo à 78,56% dos participantes, apenas 21,42%

apresentaram uma renda que varia entre um e dois salários mínimos.

Com relação à compreensão do esporte e lazer pelos moradores da comunidade, alega-se que

as práticas de esporte e lazer culminam em certos prejuízos e riscos, sendo estes financeiros ou físicos

aos praticantes. Porém, mesmo acreditando que as práticas esportivas possuem características

prejudiciais, os moradores que não praticam nenhuma modalidade esportiva, entendem que o esporte

e lazer são importantes para a comunidade.

Para os moradores as práticas de esporte e lazer possuem, dentre seus benefícios, a capacidade

de auxiliar na formação dos cidadãos, a prevenção de doenças, a melhoria do convívio social, além

da contribuição para o bem-estar da comunidade em geral. Referente as experiências com o esporte

e lazer, notou-se que apenas uma pequena parcela da amostra, 18,9%, são adeptos à alguma vivência

de esporte e lazer. Essas vivências resumem-se nas práticas de jogar futebol e de passeio, trazendo

consigo benefícios para o ser social.

Vale ressaltar ainda que houve uma parcela dos participantes que atribui suas atividades de

lazer, ao próprio ato de trabalho, assim como também as atividades que lhes são subjetivas, e que os

trazem um momento de prazer, como visitar amigos, parentes, ir à igreja, passear e dança, dado que

corresponde a afirmação de Marcelino (2002), quando expõem que as práticas de lazer abrangem a

subjetividade, correspondente a atitude, e a experiência vivida.

Na comunidade pesquisada, a religião possui forte influência sobre o comportamento dos fiéis,

motivo pelo qual muitos não praticam esportes, para este grupo o lazer se traduz em participar das

programações ocorridas na igreja. Este dado converge com as ideias apresentadas por Haro (2009),

para este autor a história do esporte demonstra, em determinados períodos, uma estreita relação com

princípios religiosos, ora foi relacionado a prática de deuses, considerando o campo de disputa lugar

sagrado, ora foi relacionado a perdição da alma, sendo proibido e condenado como prática social. Há

que se considerar o contexto, a intencionalidade e as relações que se estabelecem no uso do tempo

livre em cada grupo/sociedade a fim de compreender as interconexões que envolvem as vivencias

lúdicas pelos diferentes grupos humanos.

Quanto aos espaços e/ou equipamentos, identificou-se que os equipamentos utilizados pelos

moradores para a prática de esporte e lazer são basicamente as bolas de futebol dos clubes, e as bolas

que a escola utiliza nas aulas de Educação Física, enquanto que os principais espaços utilizados são:

os campos de futebol, as sedes dos clubes de futebol, a escola e as igrejas. Com relação a organização,

os participantes destacam que as atividades existentes na comunidade são desenvolvidas por meio de

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eventos promovidos pelos próprios moradores, e os principais responsáveis são os presidentes dos

clubes de futebol local e o conselho escolar.

O futebol de campo, atividade mais citada pelos moradores, é mais praticado pelo sexo

masculino, e o voleibol é praticado principalmente pelos alunos na escola da comunidade. E as festas

religiosas e dos clubes de futebol, proporcionam um momento de diversão e interação entre os

moradores da comunidade. Destaca-se que a atividade de futebol, ocorre quase que diariamente, e as

demais atividades acontecem com maior frequência aos domingos.

Compreende-se, assim, que apesar da falta de políticas públicas voltadas para as regiões

ribeirinhas, confirmada em levantamento feito na Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer

de Santarém (SEMJEL), especificamente no Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), os moradores

conseguem, dentro de suas possibilidades, ter acesso às atividades de esporte e lazer.

Constatou-se a ausência de relatos sobre atividades específicas para os idosos, estes

descreveram apenas as visitas à igreja como lazer. Neste sentido, Mori e Silva (2010), destacam que

a falta de acesso e conhecimento sobre atividades de lazer é um fator primordial para a restrição da

terceira idade, que acaba vendo-se impossibilitada a adquirir novos hábitos.

Quanto as dificuldades encontradas nas práticas de esporte e lazer na comunidade, os moradores

mencionam as características climáticas como uma das dificuldades enfrentadas, além da falta de

apoio do Estado, pois como já constatado, as políticas públicas de esporte e lazer não chegam à

comunidade de Boca de Cima do Aritapera.

Os participantes relatam ainda que não possuem tempo disponível para as atividades de esporte

e lazer, o fator econômico também aparece como uma das dificuldades. Marcellino (2002) corrobora

com essa afirmação ao mencionar que o fator econômico é uma das barreiras para o lazer, atuando

como determinante até mesmo na distribuição do tempo disponível entre as classes sociais,

contribuindo assim para a apropriação desigual do lazer.

CONCLUSÃO: Percebeu-se que em geral as práticas de Esporte e Lazer estão voltadas para o

fenômeno cultural do futebol, manifestação esta massificada e intensificada midiaticamente, sendo

fortemente presente neste meio social. Também notou-se que as políticas públicas voltadas às práticas

de esporte e lazer desenvolvidas pela gestão municipal, não chegam à esta comunidade. Logo, a

organização dos eventos de esporte e lazer existente na comunidade é realizada pelos próprios

comunitários, que mesmo sem o incentivo dos órgãos competentes, realizam várias atividades no ano

por acreditar no seu potencial para o desenvolvimento e bem estar da comunidade.

Percebeu-se também que as questões religiosas, muito forte nesta comunidade, inibem as

vivencias do esporte e lazer para uma boa parcela dos moradores, em contrapartida, a própria

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atividade religiosa é caracterizada como lazer. Compreende-se que as práticas de esporte e lazer se

mostram necessária para a comunidade pesquisada, considerando que os moradores entendem que

estas trazem inúmeros benefícios que transitam entre os aspectos cultural, social e de bem-estar/saúde.

Assim, faz-se necessário ampliar os processos educativos das comunidades ribeirinhas quanto

aos benefícios das vivências do esporte e lazer, assim como dos seus direitos de acesso a políticas

públicas nesta área, a fim de que possa haver mobilização das diferentes comunidades em prol de

reivindicação de políticas públicas de esporte e lazer em suas comunidades a exemplo do que se

promove nos centros das cidades.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm > Acesso em: 15 mar

2017.

HARO, Guilherme Krummenauer. Futebol e valores religiosos: uma revisão da literatura. Porto

Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso –

Educação Física, Porto Alegre, 2009.

ISAYAMA, Hélder Ferreira; RAMOS, Renata. Lazer e esporte: olhar dos professores de disciplinas

esportivas do curso de educação física. Revista brasileira de Educação Física e Esporte, v. 23, n.

4, p. 379-391, São Paulo, out./nov. 2009.

ISAYAMA, Hélder Ferreira et al. Gestão de políticas de esporte e lazer: experiências, inovações,

potencialidades e desafios. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica.

6 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudos do Lazer. Campinas, São Paulo: Autores Associados,

2002.

MORI, Guilherme; SILVA, Luciene Ferreira. Lazer na terceira idade: desenvolvimento humano e

qualidade de vida. Motriz, Rio Claro, v.16, n. 4, p. 950-957, out/dez. 2010.

RAMOS, Paulo; RAMOS, Magda Maria; BUSNELLO, Saul José. Manual prático de metodologia

da pesquisa: artigo, resenha, monografia, dissertação e tese. Blumenau: Acadêmica, 2003.

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AÇÃO PARADOXAL DO MÚSCULO ÍLIOPSOAS

87Angélica CleicianeOliveira Vieira1

Manuel Elbio Aquino Sequeira2

[email protected]

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi investigar na literatura a chamada ação paradoxal do músculo ílio psoas, que,

tendo como uma das suas funções o equilíbrio do eixo corporal, em determinadas situações da execução de exercícios

abdominais por repetição numa relação de causa e efeito modificam este eixo provocando desvios posturais e lesões

produto da falta de orientação profissional com respeito à posição correta que anula esta ação ao se exercitar a musculatura

abdominal. O método utilizado foi de revisão bibliográfica e o resultado obtido é a concordância de todos os autores

consultados sobre a importância da anulação desta ação paradoxal do músculo ílio-psoas para como profilaxia de desvios

posturais provocados pela falta de orientação profissional e ou informação do praticante da forma correta em que os

exercícios abdominais devem ser executados.

PALAVRAS CHAVES: MÚSCULO ÍLIO PSOAS, EQUILÍBRIO, PROBLEMAS DE POSTURA.

Introdução: O tema atualmente faz parte de diversas discussões, por influenciar em praticamente

todos os movimentos da pelve e da coluna. Originalmente o ílio psoas é um flexor da coluna e também

um anteversor da pelve, porém em determinados momentos ele acaba sendo também um extensor da

coluna lombar. Este é um grupamento muscular (psoas maior, psoas menor e ilíaco), responsável pelo

equilíbriodo corpo, pois é o único que liga a coluna lombar ao fêmur, o músculo psoas maior e menor

por se originar na coluna lombar, quando saudável possibilita maior flexibilidade para movimentos

de alongamento. O músculo psoas é também o mais profundo e estabilizador do corpo humano. No

entanto se for contraído demasiadamente, pode ser responsável por diversos desequilíbrios posturais.

MÉTODO: A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica, em obras específicas sobre o

assunto citadas nas referências do presente trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo Campos (2004), O grupo muscular do ílio psoas é

dividido em três músculos: psoas maior, psoas menor e ilíaco, devido a suas ações serem no mesmo

sentido são chamados de ílio psoas. O músculo psoas maior se inicia na região lateral da última

vértebra torácica (T 12) e de todas as vértebras lombares, o psoas menor também se inicia nas laterais

da ultima vértebra torácica e todas as vértebras lombares. O psoas maior se insere na região superior

do fêmur e enquanto o psoas menor se insere na pelve; Ilíaco se inicia nos dois terços da fossa ilíaca,

lábio interno da crista ilíaca e ligamentos ílio lombar e sacroilíaco. Seu ponto de inserção é próximo

a lateral do tendão do psoas maior edistalmente, na parte superior do fêmur.

¹Acadêmica do Curso de Educação Física CEULS/ULBRA

² Mestre em Ciência da Motricidade Humana CEULS/ULBRA 87

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A ação do ílio psoas é flexionar o quadril, trazendo o fêmur sobre o tronco; o mesmo ainda

auxilia na rotação lateral na postura em pé e na rotação medial do quadrildurante a postura sentada,

também pode auxiliar na abdução do quadril, porém se a contração for bilateral, com os membros

inferiores fixos, é o quadril será flexionado e é tronco que será movimentado em direção ao fêmur,

este fato aumenta as pressões sobre a coluna lombar. (Campos, 2004, p.22).

A autora Germain (2013), também ressalta nos movimentos de elevação de Membros inferiores o que

ocorre é uma flexão do quadril em cadeia cinemática aberta, este é um dos motivos que acaba gerando

um desequilíbrio muscular, pois fortifica os músculos já encurtados(ílio psoas), enquanto fortifica de

maneira menos intensa os músculos da parede abdominal.

Vieira (2015) Complementa, quando há a flexão de tronco com os membros inferiores estão

completamente estendidos ou fixos, ou em exercícios de elevação de membros inferiores, também

chamado de abdominal infra, no momento do torque inicial, o músculo psoas primeiro puxa a coluna

lombar em direção ao local que se insere, causando extensão da coluna lombar, este fato ocorre por

ele se originar nas vértebras lombares. Esta é a ação paradoxal do ílio psoas.

Campos (2004) afirma que a explicação biomecânica para a ocorrência desta extensão da

coluna lombar, ocorre no momento que a articulação do quadril está em extensão, o músculo

íliopsoasesta alongado, sendo influenciado pela relação força – comprimento, em que a força total de

um músculo, reside quando ele está alongado (Campos, 2004, p. 77).

Pinheiro e Góes (2010), afirmam que o ílio psoas é um dos principais responsáveis por

disfunções na coluna lombar, visto que este músculo, por meio de sua ação sinergista, promove

estabilização da mesma, mas alterações no comprimento deste músculo comprometem o equilíbrio

com seus pares antagônicos, gerando desvios na coluna.

Segundo Campos (2004), A melhor forma de evitar extensão da coluna lombar e

conseqüente pressão e cisalhamentos durante os exercícios, é manter as articulações do quadril e

joelhos flexionados, durante todo o movimento. Esta prática evita também a insuficiência passiva de

outros músculos flexores do quadril: Sartório, tensor da fáscia lata e reto femoral.

Há ainda formas de alongar as articulações do quadril, de maneira isométrica ou dinâmica,

essas duas formas se mostraram eficazes, estes alongamentos induzem o músculo a voltar a sua forma

inicial, restaurando o equilíbrio muscular do indivíduo (Pinheiro e Góes, 2010, p 595).

Campos (2004) e Vieira (2015), ambos afirmam que a extensão que ocorre na coluna lombar

é causada pela posição dos músculos ílio psoas no momento do torque inicial, se o mesmo se encontrar

alongado, ele terá mais força devido a relação força/comprimento.

Vieira (2015) e Germain (2013), ambos denotam que o exercício abdominal infra, ou flexão

de quadril em cadeia cinemática aberta, tem um papel primordial na ação paradoxal do ílio psoas,

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pois afraqueza dos músculos da parede abdominal irá impedir, que eles se contraiam fortemente

realizando a retroversão da pelve e impedindo que ela anteverta no início ou durante o exercício.

Campos (2004) nos trouxe as origens do grupo muscular íliopsoas, colocando em pauta as

origens de cada músculo bem como a sua inserção, o que evidencia, que na extensão da coluna, tema

que foi tratado acima, é psoas que participa ativamente, pois este músculo se origina na última

vértebra torácica e em todas as vértebras lombares. O autor também frisou sobre a relação

força/comprimento exercida pelo grupo muscular ílio psoas quando o mesmo está alongado,

evidenciando a melhor forma de evitar esta ocorrência, que é colocando as articulações do quadril e

joelho em flexão, ou seja deitado em decúbito dorsal com membros inferiores dobrados, apoiados no

chão em uma superfície de apoio, pode ser uma bola de estabilidade ou um banco. Ele evidência ainda

que outros flexores do quadril bi articulares, podem causar essa extensão da coluna lombar, e com a

pratica do exercício com as articulações flexionadas evita – se este desvio postural.

A autora Germain (2013), ressalta a que durante o exercício de elevação de pernas o que

ocorre na verdade e uma flexão de quadril em cadeia cinemática aberta, o que gera o conseqüente

fortalecimento do grupo muscular ílio psoas, além de outros fortes flexores do quadril, a combinação

deste fortalecimento e encurtamento dos músculos flexores do quadril, em contrapartida com o

enfraquecimento e alongamentos dos músculos antagônicos ao redor da pelve dão origem ao que

chamamos de síndrome da pelve cruzada, sendo este mais um agravante para a ocorrência da ação

paradoxal do ílio psoas.

De acordo com Pinheiro e Góes (2015), o Grupo Muscular íliopsoas tem um papel de suma

importância para o equilíbrio tanto da pelve como da postura anatômica, já que ele faz parte do

Cinturão pélvico também responsável pela locomoção e impulsão do corpo, porém se entrarem em

desequilíbrio causam diversas patologias da coluna vertebral. Eles também afirmam que o

alongamento do ílio psoas é possível tanto de forma isométrica como dinâmica, ambas as versões

geraram resultados positivos.

CONCLUSÃO: Sabemos que o grupo muscular íliopsoas, é de suma importância para a manutenção

da postura tanto em contração dinâmica como estática, No entanto por diversos motivos esses

músculos que formam o cinturão pélvico acabam perdendo seu equilíbrio, trazendo desconforto ao

indivíduo, O músculo psoas maior e menor o mais profundo músculo estabilizador, além disso

estudos recentes também consideram o psoas, um órgão de percepção composto por tecido bio-

inteligente considerado mensageiro primário do SNC ao estar ligado ao diafragma através de um

tecido conjuntivo, influenciando em nossa respiração e no medo reflexo.

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Portanto para manter a saúde e o equilíbrio de nosso corpo, devemos fortalecer nossos pares

antagônicos, principalmente os estabilizadores do nosso tronco, os músculos que circundam nossa

pelve, Fortalecendo os fracos e alongados ao mesmo tempoque alongamos os encurtados e retesados,

Ganhando com isso um maior equilíbrio, prevenindo assim qualquer tipo de lesão e desvio postural.

REFERÊNCIAS

CAMPOS. M. A. Exercícios Abdominais uma Abordagem Prática e Científica. Editora Sprint.

Rio de janeiro, 2004, 20p.

GERMAIN. B. C. Abdominais Sem Risco. Editora Manole, 2013, 16p.

VIEIRA. W. H. de B. Cintura Pélvica e Quadril.Editora Eixo. Curitiba2015, 4p

CAMPOS. M. A. Exercícios Abdominais uma Abordagem Prática e Científica. Editora Sprint.

Rio de janeiro, 2004, 66p.

PINHEIRO. I. de M; GÓES. A. L. B. Efeitos Imediatos de Alongamento em Diferentes

Posicionamentos.Editora Eixo. Curitiba, 2010, 595p.

CAMPOS. M. A. Exercícios Abdominais uma Abordagem Prática e Científica. Editora Sprint.

Rio de janeiro, 2004, 77p.

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RESPOSTA CARDIOVASCULAR AO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS

88Marcson Luiz Mota Branco1

[email protected]

RESUMO– O presente trabalho teve como meta demonstrar, através de referenciais teóricos, os benefícios do

treinamento resistido com pesos para saúde cardiovascular. Da mesma forma, constatar que grande parte dos pacientes

cardíacos devem participar de um programa de exercícios individualizados para atingir uma saúde física ideal. Os

resultados da pesquisa para esta forma ginástica de treinamento foram positivos, utilizando-se várias intensidades,

impondo-se um duplo produto menor que as atividades aeróbias, influenciadas pelo número de repetições e não a carga.

Conclui-se que esta forma de treinamento, sobre supervisão adequada é eficiente e segura para a grande maioria da

população, devendo ser parte integrante na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares.

PALAVRAS CHAVES: TREINAMENTO, EXERCÍCIO, AERÓBIO.

INTRODUÇÃO: O estágio atual do conhecimento não permite afirmar que apenas exercícios

aeróbios apresentam benefícios cardiovasculares. Para analisar esse contexto, dentre os aspectos que

devem ser considerados estão asaúde e a aptidão.

Os exercícios resistidos são reconhecidos como um componente significativo para qualquer

programa que contemple a saúde de ambos os gêneros, pois são um conjunto de processos e meios

que levam ao aumento e ao aperfeiçoamento da força muscular (ACSM, 1990)

Estudos epidemiológicos documentam que a saúde cardiovascular é estimulada pela atividade

física, independentemente de haver aprimoramento de parâmetros de aptidão hemodinâmicos.

Guedes (2005) afirma que os exercícios resistidos, mesmo em alta intensidade são eficientes

e seguros para a grande maioria da população, inclusive para pacientes cardíacos, sendo parte

integrante da prevenção e do tratamento dessas doenças.

Fica claro, então, que aquele que possuir uma maior força muscular, proveniente do

treinamento resistido com pesos, conseguirá realizar trabalhos da vida diária com um menor esforço,

exigindo uma menor pressão arterial e frequência cardíaca(GUEDES, 2005).

METODOLOGIA: Este trabalho compõe-se de uma pesquisa bibliográfica, desenvolvida, analisada

e compreendida através de conceitos, classificações e consensos acerca do tema pesquisado.Possui

uma abordagem de caráter exploratório com relacionamento de dados de outros pesquisadores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em períodos pretéritos o treinamento resistido com pesos foi

considerado de pouca importância para a cardiologia por várias razões, dentre elas, por serem

considerados pouco eficientes em diminuir os riscos de doenças cardíacas, além de serem julgados

insuficientes para aprimorar a função cardíaca e aumentar a oxigenação dos tecidos. Imaginava-se

1 Especialista em Fisiologia do Exercício - CEULS/ULBRA 88

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que poderia ocorrer hipertrofia patológica do coração, temendo-se que os praticantes pudessem

desenvolver hipertensão arterial (SANTARÉM, 2000).

Por conta dos fatos supracitados, os exercícios resistidos sempre foram desencorajados para

pacientes cardíacos, mas em 1990, o American College Sports Medicine reconheceu pela primeira

vez como um componente significativo para qualquer programa que contemple a saúde e fitness, de

ambos os gêneros, e para adultos de qualquer idade (ACSM, 2003).

Em seus estudos Simão (2004) declara que qualquer tipo de treinamento eleva a pressão

arterial, tanto em homens como em mulheres, apresentando alguns efeitos fisiológicos do exercício

físico, classificados como agudos imediatos, agudos tardios e crônicos.

Conforme Santarém (2000), a ausência de informações sobre os efeitos positivos dos

exercícios resistidos na literatura científica era interpretada como indicativa de que esses exercícios

não possuíam qualidades equivalentes ao treinamento aeróbio.

Para Smith (2001) muito se sabia sobre os benefícios dos exercícios aeróbios para a saúde do

coração, porém, o treinamento resistido com pesos pode exercer papel, importante na saúde cardíaca,

por melhorar a razão musculo/gordura, colocando menos tensão no miocárdio, exercendo efeitos

benéficos sobre a pressão arterial e o perfil lipídico sanguíneo, além de aumentar o nível de HDL.

A evidência adicional para confirmação se deu em 1995, quando o NationalInstitutesof Health

e o Centers for DiseaseControlandPrevention, órgãos do governo norte-americano, reviram todos os

trabalhos científicos sobre atividade física e saúde, e concluíram que todos os tipos de exercícios

parecem ter os mesmos efeitos benéficos para a saúde geral e do coração.

Para Santarém (2000), as hipóteses de que os exercícios aeróbios fossem mais salutares não

foi comprovada nesses estudos de seguimento populacional, os quais também mencionam o

sedentarismo como o principal fator de risco a ser evitado, visando prevenir declínios no estado de

saúde.

Para o autor o estágio atual do conhecimento não permite afirmar que apenas os exercícios

aeróbios apresentam benefícios cardiovasculares. Para analisar esse contexto, dois aspectos devem

ser considerados: a saúde e a aptidão. Estudos epidemiológicos documentam que a saúde

cardiovascular é estimulada pela atividade física, independentemente de haver aprimoramento de

parâmetros de aptidão hemodinâmicos.

Os mecanismos envolvidos, para o bom funcionamento do sistema cardiovascular, já

identificados são as elevações da taxa metabólica, devido ao aumento de massa muscular magra, a

tendência para o balanço calórico negativo, o aumento da sensibilidade das células à insulina, o

estímulo do metabolismo dos carboidratos, a melhora do perfil lipídico do sangue, a redução da

sensibilidade dos vasos e do miocárdio à ação da adrenalina e a redução do estresse emocional

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464

(SANTARÉM, 2000).

Santarém (2000) afirma que, a sobrecarga de volume sanguíneo proporcionada pelo

treinamento com exercícios contínuos leva a adaptações anatômicas cardíacas diferentes das

proporcionadas pela sobrecarga de pressão dos exercícios com pesos.

Basicamente, para o autor os exercícios contínuos produzem menor hipertrofia das paredes do

coração e maior aumento de câmaras cardíacas, comparativamente aos exercícios com pesos. A maior

hipertrofia do miocárdio produzida pelos exercícios com pesos é fisiológica, não se acompanhando

das complicações da hipertrofia patológica produzida pela hipertensão arterial crônica.

Não se encontrou associação causal entre hipertensão arterial e treinamento com pesos, logo

para Santarém (2000) o aumento da pressão arterial durante os exercícios com pesos é considerado

discreto com cargas sub-máximas.

Com relação aos esforços e trabalhos da vida diária, que eleva a pressão em mulheres idosas,

aquela que possua uma maior força muscular, proveniente do treinamento resistido com pesos,

conseguirá realizar esses trabalhos com um menor esforço, exigindo uma menor pressão arterial e

frequência cardíaca (GUEDES, 2005).

Concordando com o autor, Santarém (1999), também declara que os aumentos perigosos de

pressão arterial e de frequência cardíaca que muitas mulheres idosas apresentam nas atividades da

vida diária apenas conseguem ser revertidos com o aumento de massa muscular induzido pelos

exercícios com pesos.

Para pessoas enfraquecidas, os esforços da vida diária são de alta intensidade, determinando

respostas hemodinâmicas excessivas. Pessoas mais fortesterão esforços de menor intensidade,

exigindo menor grau de esforço muscular, e consequentemente induzindo menores alterações de

pressão arterial e frequência cardíaca (SANTARÉM, 1999).

A diminuição da frequência cardíaca em repouso, pressão arterial e mudança no perfil lipídico

no sangue são adaptações ao treinamento de força. Mudanças na morfologia cardíaca, volume de

ejeção e débito cardíaco em repouso são de interesse por que podem indicar função cardíaca normal

(SIMÃO, 2003).

Conforme Fleck e Kraemer (1999), atletas altamente treinados em força têm frequência

cardíaca de repouso média ou abaixo da média. Estudos longitudinais demonstram decréscimos

significativos de 5% a 12% na frequência cardíaca de repouso, atribuída a uma combinação de tônus

parassimpático aumentado e simpático diminuído.

Quando fazemos a relação treinamento resistido com pesos e resposta cardiovascular, Simão

(2003) afirma que a maior frequência e pressão arterial, normalmente ocorrem durante as últimas

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repetições de um conjunto de fadiga voluntária. Pressões arteriais maiores ocorrem durante a fase

concêntrica, mais do que a excêntrica.

Porém, durante o treinamento com pesos, um dos cuidados que se deve ter é com relação

aapneia, interrompendo a série quando houver tendência para a mesma, para se evitar um pico

acentuado na pressão arterial (SANTARÉM, 2000).

A taxa máxima ventricular esquerda de alargamento da câmara, a taxa máxima de

adelgaçamento e a taxa de preenchimento máximo atrial têm sido reportadas como maiores em

levantadores de potência do que em indivíduos normais. Isso indica um incremento da função

diastólica ventricular esquerda. Em virtude da escassez de estudos examinando a função diastólica

em atletas de treinamento de força, os resultados devem ser considerados com cautela. Entretanto é

possível que o treinamento de força não afete a função diastólica no repouso, apesar de um aumento

na massa ventricular esquerda (SIMÃO, 2004).

Ainda segundo Simão (2004) a produção cardíaca aumentada não contribui para pressões

cardíacas elevadas durante o treinamento de força, no entanto, as pressões arteriais aumentadas

podem limitar a produção cardíaca durante esse tipo de exercício.

Para o autor, os aumentos induzidos mecanicamente na resistência periférica são as razões

mais prováveis para as pressões arteriais serem mais altas durante a porção concêntrica versus a

excêntrica em um exercício.

Guedes (2005) afirma que, os exercícios resistidos, mesmo em alta intensidade são eficientes

e seguros para a grande maioria da população, inclusive para pacientes cardíacos, sendo parte

integrante da prevenção e do tratamento dessas doenças.

Os exercícios resistidos escolhidos para pacientes com doenças cardiovasculares devem

abranger pequenos grupos musculares, as sessões não devem ser muito extensas, as repetições baixas

e as amplitudes do movimento podem aumentar gradativamente. Os intervalos devem ser de dois a

três minutos, a frequência de dois a três vezes por semana e a respiração bloqueada deve ser evitada

(GUEDES, 2005).

Diante dos resultados da pesquisa é de suma importância perceber que o treinamento com

pesos somados ao tratamento de reabilitação convencional apresenta resultados superiores ao

tratamento convencional isoladamente (MCCARTENEY, 1998).

Verifica-se os grandes efeitos do TRP para saúde e qualidade de vida de homens e mulheres,

na utilização de algumas séries com intensidades elevadas para cada grupo muscular, duas ou três

vezes por semana, com repetições baixas, intervalos longos entre séries e a interrupção da série duas

ou três repetições antes da falência muscular.

Vale ressaltar ainda, que segundo Santarém, (2000) muitos grupos estão investigando os

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exercícios resistidos com pesos em reabilitação cardíaca, tanto em homens como em mulheres, e

todos estão chegando às mesmas conclusões com relação à eficiência e segurança dessa atividade.

CONCLUSÃO: Através da discussão sobre otema supracitado percebemos que exercícios resistidos

com pesos são de extrema importância para profilaxia e tratamento de grande parte de indivíduos

portadores de problemas cardíacos.

Porém, deve-se levar em conta vários cuidados relacionados à prescrição e acompanhamento

por parte de profissional habilitado com formação na área.

O presente estudo possibilitou compreendermos que os antigos postulados sobre a prescrição

de um programa de exercícios com peso eram controversos pela dificuldade de conteúdos a respeito

do tema, embora saibamos hoje que o TRP é de suma importância para saúde e qualidade de vida de

portadores de patologias cardíacas.

REFERÊNCIAS

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467

RESPOSTA ÓSSEA AO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS

89Marcson Luiz Mota Branco1

[email protected]

RESUMO - O presente estudo teve como objetivo demonstrar, através de referencial teórico, os efeitos positivos do

treinamento resistido com pesos para saúde óssea de homens e mulheres, independente da idade. Da mesma forma

esclarecer que a redução da densidade mineral óssea, assim como a deterioração da microarquitetura do tecido ósseo,

levam ao aumento da fragilidade esquelética e ao risco de fraturas. Os resultados da pesquisa para esta forma ginástica de

treinamento foram extremamente positivos no sentido de concluirmos ser o mais eficiente estímulo ambiental para o

aumento da massa óssea, abrindo perspectivas não apenas para o tratamento da osteoporose, mas também para a sua

profilaxia.

PALAVRAS CHAVES: TREINAMENTO, OSTEOPOROSE, PESOS.

INTRODUÇÃO: Segundo o posicionamento oficial do American College of Sports Medicine

(1995), exercícios aeróbicos e resistidos com pesos tem demonstrado maximizar a massa óssea

durante a infância e no inicio da vida adulta, mantendo-a durante a pré-menopausa e prevenindo ou

atenuando a redução óssea na pós-menopausa.

Porém, com relação aos efeitos do treinamento resistido com pesos e dos exercícios aeróbios,

diversos estudos indicam que a sobrecarga contribui decisivamente para o aumento da massa óssea

(SANTARÉM, 2001).

Percebe-se que a sobrecarga necessária para o aumento da densidade óssea deve induzir forças

que sejam maiores do que aquelas das atividades da vida diária, estimulando significativamente o

osso a responder de forma a atender as demandas para as cargas aumentadas (ACSM, 2003).

A literatura, então, tem se posicionado no sentido de que o treinamento de força muscular tem

maior impacto sobre a densidade óssea quando comparado as atividade de resistência aeróbia, por

promover maior estímulo para o aumento do conteúdo mineral ósseo, quando comparado à corrida e

caminhadas (NUNES, 2001).

METODOLOGIA: Este trabalho compõe-se de uma pesquisa bibliográfica, desenvolvida, analisada

e compreendida através de conceitos, classificações e consensos acerca do tema pesquisado. Possui

uma abordagem de caráter exploratório com relacionamento de dados de outros pesquisadores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O desenvolvimento socioeconômico e cultural aliado ao

aprimoramento tecnológico propiciou um significativo aumento da expectativa de vida mundial e do

número de idosos (PAPALEO NETTO, 2000).

1 Especialista em Fisiologia do Exercício - CEULS/ULBRA 89

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468

O envelhecimento é um processo único e inexorável, caracterizado pela redução gradativa

da capacidade dos vários sistemas orgânicos em realizar de maneira eficaz suas funções (MONTEIRO

et al., 1999). E muito desta redução associada ao processo de envelhecimento pode ser resultado do

estilo de vida dos indivíduos, e não apenas uma característica própria e inevitável deste processo

(BARBOSA et al., 2000).

Conforme RASO et al. (1997), as principais alterações que ocorrem com o processo de

envelhecimento e estão relacionadas à aptidão física, são as variáveis antropométricas, incluindo

incremento do peso e da adiposidade corporal, afetando o índice de massa corporal; diminuição da

densidade óssea e redução da massa livre de gordura.

Dentro dessas variáveis, a diminuição da densidade mineral óssea é, entretanto, um dos

fatores que está mais diretamente relacionado com a saúde e a independência funcional em mulheres

idosas (RASO et al., 1997), podendo significar a diferença entre uma vida autônoma ou dependente

(MONTEIRO et al., 1999).

O tecido ósseo é composto basicamente por células, principalmente, osteoblastos e

osteoclastos, matriz orgânica composta de cálcio e fósforo, além de matriz óssea que trabalham de

forma equilibrada entre si, proporcionando uma extrema rigidez resultante da interação entre estes

componentes orgânicos (KESSEL, 2001).

Os osteoblastos são responsáveis pela formação do osso, sintetizando e mineralizando a

matriz orgânica proteica, além de promover a reabsorção óssea, mantendo assim uma constante

remodelação tecidual (GUYTON, 2000).

Meninas que não tem densidades ósseas normais estão mais propensas a lesões esqueléticas.

Isso ocorre com mais frequência em atividades esportivas pelo fato de algumas exigirem uma

resistência ao esforço elevada, como a ginástica (FLECK, 2001).

Além dos índices de reabsorção e remodelação estarem reduzidos, há um grande desequilíbrio

entre estes dois processos. Os osteoblastos, apesar de ativos, não são capazes de reconstruir

completamente as cavidades ósseas reabsorvidas pelos osteoclastos e a partir daí inicia-se uma perda

excessiva de massa óssea (FREIRE & ARAGÃO, 2004).

Esta relação de perda óssea pode ter seu processo ainda mais intensificado, quando esta

estrutura se encontra exposta a alguns fatores de risco como idade avançada, hereditariedade,

diabetes, fumo, álcool em excesso, falta de atividade física, dieta e fatores hormonais segundo

(Mcilwain, 1999), promovendo consequentemente o enfraquecimento dos ossos, tornando-os mais

porosos e susceptíveis a fraturas, resultando em osteoporose (NUNES, 2001).

Estreitamente relacionada ao envelhecimento, a osteoporose é uma enfermidade crônica,

multifatorial caracterizada pela redução da densidade mineral óssea, com deterioração da

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microarquitetura do tecido ósseo, levando a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de

fraturas (CARVALHO et al., 2004), apresentando maior incidência em mulheres do que em homens

(NUNES, 2001).

As mulheres após a menopausa apresentam deficiência estrogênica como causa comum na

incidência de osteoporose (TENÓRIO et al., 2005). A patologia desta doença representa uma

importante questão de saúde pública em função de sua alta prevalência e seus efeitos na saúde física

e social de mulheres idosas, sobretudo, pós-menopáusicas (NUNES, 2001). Afeta a autonomia e gera

diversos gastos com tratamento e reabilitação (FLORINDO, 2000).

Como medida de prevenção e tratamento da osteoporose, uma alimentação balanceada,

práticas regulares de exercícios físicos aliados à terapia de reposição hormonal vêm sendo

preconizado (CARVALHO et al., 2002).

Na população brasileira, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

apontam que a incidência de osteoporose teria duplicado no período de 1980 com cerca de 7,5 milhões

para 15 milhões no ano de 2000, com estimativas de alcançar em 2020 cerca de 32 milhões, com

prevalência em mulheres brancas na pós-menopausa (PINTO-NETO, 2002).

A preocupação é tamanha que Fleck (2001) tem chamado a osteoporose de doença pediátrica,

sendo que até mesmo meninas precisam praticar exercícios de força e outras atividades para melhorar

a taxa de deposição óssea.

Evidências mostram que a força mecânica aplicada através de apoio de cargas e contrações

musculares pode alterar a arquitetura óssea local, sendo que a falta destes estímulos resultam na

depleção da massa esquelética (FRATESCHI, 2002).

O receio de que levantamento de peso prejudica o crescimento é infudado, pois o mesmo é

considerado o exercício mais poderoso de estímulo ao crescimento e desenvolvimento ósseo por seus

benefícios serem maiores que os riscos (SIMÃO, 2003).

Este processo tem sido justificado pelo efeito mecânico provocado com a contração muscular,

que provoca deformações ósseas diminuindo a reabsorção e estimulando a formação óssea na região

submetida à carga (PINTO-NETO, 2002). Assim, quanto maior a deformação imposta, maior seria a

ativação dos osteoblastos, sendo necessários estímulos mecânicos para estimular a resposta óssea

local, proporcionando crescimento e remodelamento (CARVALHO et al., 2002).

O princípio da estimulação osteogênica no exercício resistido com pesos está associado

diretamente à tensão muscular (estresse mecânico), envolvida na musculatura acionada. Essa

deformidade momentânea acarreta uma cascata de eventos osteoblásticos em resposta às

modificações na tensão do osso (TENÓRIO et al., 2005).

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470

Outro efeito relevante no treinamento com pesos é a maior eficiência para o estímulo

piezoelétrico no osso, gerando maior atividade osteoblástica e aumentando a formação óssea através

do incremento a síntese de DNA (RASO et al., 1997).

Os treinamentos com peso de alto impacto garantem melhores resultados em comparação com

os de treinamento de resistência. Este pode ser explicado pelo fato de que a intensidade da carga é

muito mais importante do que o número de ciclos (ACSM, 1995).

Conforme Santarém (1999), os exercícios com pesos constituem o mais eficiente estímulo

ambiental para aumentar a massa óssea, já que atletas treinados com pesos chegam a apresentar 40 %

mais tecido ósseo nas vértebras em relação a controles sedentários. Este efeito abre perspectivas não

apenas para o tratamento da osteoporose, mas também para a sua profilaxia.

Pesquisas examinando os programas de intervenção com caminhada demonstraram que esta

atividade comumente prescrita para mulheres na pós-menopausa, não previne a perda óssea

(NELSON et al., 1991).

O efeito encontrado nesta atividade pode estar relacionado à carga imposta, pois a sobrecarga

necessária para melhorar a massa óssea deve induzir forças que sejam maiores do que aquelas das

atividades da vida diária, estimulando significativamente o osso a responder de forma a atender as

demandas para as cargas aumentadas (ACSM, 2003).

Neste sentido, exercícios de caráter aeróbio, que não envolve o uso de pesos, acabam por não

exercer efeitos tão significativos sobre a densidade óssea quanto às atividades de curta duração e alta

intensidade (SANTARÉM, 2001).

As contribuições dos exercícios resistidos com pesos comparativamente aos exercícios

aeróbios têm mostrado que atividades físicas com carga apresentam melhores efeitos sobre os ossos,

apresentando vantagem sobre os exercícios aeróbios em mulheres idosas, por promover

paralelamente o aumento da massa muscular (PINTO NETO, 2002).

Os efeitos benéficos do exercício resistido com pesos podem ser averiguados no estudo

desenvolvido por Nelson et al. (1991), onde ao submeter 39 mulheres na faixa etária de 50 a 70 anos

a um programa de exercícios com peso de alta intensidade, verificou que após 52 semanas de

treinamento a amostra apresentou um incremento na densidade mineral óssea do colo do fêmur e da

coluna lombar, paralelamente o grupo controle demonstrou reduções nestas mesmas variáveis.

Outro resultado pode ser averiguado no estudo feito por Sandler (1989), onde foram

verificados significantes incrementos no osso mineral lombar de mulheres saudáveis na pós-

menopausa submetidas a um treinamento composto por exercícios resistido por um período de 9 a 22

meses.

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471

CONCLUSÃO: Desta forma, analisando os efeitos do treinamento resistido com pesos em relação

ao estímulo e aumento da massa óssea, verifica-se que esta forma ginástica que aumenta a força e a

massa muscular em mulheres pré-púberes e adolescentes, proporciona efeitos positivos e superiores

em relação a atividades aeróbias sobre o desenvolvimento e manutenção da massa óssea, prevenindo

a osteoporose e retardando o desenvolvimento da osteopenia em idades mais avançadas

(SANTARÉM, 1997).

REFERÊNCIAS

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prescrição. 4ª ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

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473

SAÚDE DO HOMEM: ADESÃO E PRÁTICAS DO AUTOCUIDADO NA PREVENÇÃO DE

AGRAVOS A SAÚDE

90Cristiano Gonçalves Morais1

[email protected]

Antonia Irisley da Silva Blandes¹

Géssica Rodrigues Silveira¹

Gisele Ferreira de Sousa¹ 91Monica Karla Vojta Miranda2

92Yara Macambira Santana Lima3

RESUMO: A saúde é um dos grandes desafios das políticas públicas no Brasil fato advindo das lacunas e déficits

apresentados quando o assunto é saúde dos homens. Objetivo: Caracterizar o quadro de saúde dos homens cadastrados

no Programa Hiperdia. Metodologia: Trata-se de um estudo de campo, descritivo quantitativo, realizado pelos discentes

da Universidade do Estado do Pará em uma unidade de saúde de Santarém. Fizeram parte desta pesquisa 36 homens que

se voluntariaram a participar do estudo, os dados foram analisados no software Excel 2016. Resultados: Cerca de 67%

auto referiram como hipertensos, 17% como diabéticos e cerca de 58% informaram que a principal conduta ao se sentir

mal era ir à unidade de saúde mais próxima a sua casa. Conclusão: Foi observado neste estudo que a maioria dos homens

fazem acompanhamento na unidade de saúde em busca de uma assistência em saúde, além disso observou-se a grande

adesão dos pacientes ao tratamento para hipertensão e diabetes mellitus com fins de evitar agravos a saúde.

PALAVRAS-CHAVE: SAÚDE DO HOMEM; AUTOCUIDADO

INTRODUÇÃO: Na atenção primária se é observada a pouca procura por serviços de saúde

associada a saúde do homem, além disso existem grandes lacunas no que refere as políticas e ações

públicas voltadas para os homens que vivem menos sete anos que as mulheres e que apresentam maior

ocorrência de agravos a saúde e de enfermidades entre a população geral. A cultura é um dos fatores

preponderantes para os déficits de autocuidado do público masculino (SILVA; FREITAS; SOUZA,

2013). Objetivo: Identificar a adesão e práticas de autocuidado para prevenção de doenças

cardiovasculares com diabéticos e hipertensos em tratamento.

MÉTODO: Este estudo é uma pesquisa de campo, descritiva, transversal de cunho quantitativo. Foi

realizada pelos discentes e docentes do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará,

nos meses de julho e agosto de 2016. Os dados coletados, através de um instrumento previamente

elaborado para os fins da pesquisa, medicante ao consentimento expresso no Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As variáveis avaliadas foram: estado civil, ocupação,

renda, casos de mal-estar, locais ou ações que realizada quando está enfermo, presença e tempo de

doença crônica não transmissível. As informações obtidas foram tabuladas, analisadas no software

Excel 2016.

1 Discentes do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, campus XII.

90 2 Mestre em Gestão de Empresas/Saúde pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Docente pela

Universidade do Estado do Pará, Campus XII. 91

3 Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Docente pela Universidade do Estado do Pará,

Campus XII 92

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474

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com relação a doenças crônicas em particular a hipertensão

arterial, as desigualdades sociais e dificuldade no acesso ao diagnóstico são dois fatores que

contribuem para a epidemiologia desta doença (MOURA; NOGUEIRA, 2013). A análise de dados

apontou que cerca de 79% dos homens eram casados, 50% dos participantes exercem algum tipo de

atividade laboral e quanto a renda mensal predominante foi de 1 salário mínimo para 84% dos

participantes (Tabela 1).

Tabela 1-Caracterização sociodemográfica dos homens cadastrados no programa do Hiperdia de uma

unidade de saúde, em uma pesquisa realizada nos meses de julho e agosto de 2016, no Município de

Santarém.

Variável F Fr. (%)

Estado civil

Casado 30 79

Separado 2 5

Solteiro 2 5

União estável 4 11

Total 38 100

Ocupação Não exerce atividade laboral 18 47

Exerce atividade laboral 19 50

Não informou 1 3

Total 38 100

Renda 1 32 84

< 1 6 16

Total 38 100

Fonte: Dados obtidos nesta pesquisa

A hipertensão arterial e diabetes mellitus do tipo 2 são duas enfermidades que afetam

diretamente o sistema cardiovascular que apresentam expressivo número de pessoas acometidas, em

comparativo entre gêneros, as mulheres apresentam maior número de casos do que o sexo oposto, no

entanto, os homens apresentam maior número de casos em que há a evolução da enfermidade com

repercussões danosas a saúde ao extremo de se fazer necessário internações, tanta diferença se deve

a maior procura por serviços de saúde para a manutenção da saúde (BRITO; SANTOS, 2011).

A análise dos dados do presente estudo com relação aos casos de hipertensão arterial e diabetes

mellitus foi que cerca de 67% apresentaram hipertensão arterial, 17% diabetes mellitus do tipo 2 e

17% ambas as enfermidades (Gráfico 1). Relacionado a isto tanto a hipertensão arterial quanto a

diabetes mellitus são doenças diretamente envolvidas a ocorrência de doenças cardiovasculares, estas

doenças são as que apresentam, no Brasil, grandes índices de morbimortalidade (BRITO; SANTOS,

2011).

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475

Gráfico 1- Tempo de hipertensão arterial e diabetes mellitus em homens cadastrados no programa

do Hiperdia de uma unidade de saúde, em uma pesquisa nos meses de julho e agosto de 2016, no

Município de Santarém

Fonte: Dados obtidos nesta pesquisa

Com relação ao tempo de diagnóstico e tratamento medicamentoso cerca de 92% e 53%

informaram ter hipertensão arterial e diabetes mellitus do tipo 2 a tempo inferior a dez anos e 47% e

8% dos que se auto refeririam hipertensos e diabéticos a tempo superior a dez anos (Gráfico 2). Há

dois tipos principais de tratamento para hipertensos medicamentoso e não medicamentoso, embora

ambos devam ser realizados juntos no tratamento da hipertensão arterial se observa na adesão dos

mesmos (DEMONER; RAMOS; PEREIRA, 2012). A falta de adesão ao tratamento é listada como

um importante fator ligado ao tratamento de hipertensão arterial (DEMONER; RAMOS; PEREIRA,

2012; GUEDES; OLIVEIRA, 2010).

Gráfico 2- Tempo de diagnóstico e hipertensão arterial e diabetes mellitus em homens cadastrados

no programa do Hiperdia de uma unidade de saúde, em uma pesquisa nos meses de julho e agosto de

2016, no Município de Santarém.

Fonte: Dados obtidos nesta pesquisa

O sexo masculino lidera o perfil de morbidades e mortalidades, quando comparada as mulheres

apesar do quantitativo de informações que reafirmam e fundamentam os déficits de autocuidado que

os homens apresentam, é observado a pouca procura destes aos serviços básicos de saúde o fazendo

apenas em casos de necessidade (GOMES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007). Os dados observados

neste estudo foram que cerca de 58% informaram ter tido algum mal-estar durante a última semana,

além disso foi averiguado, qual o principal local ou conduta realizada pelos participantes em caso de

adoecimento e cerca de 58% informaram ir à unidade básica de saúde (Tabela 2).

67

17 17

0

50

100

Hipertensão arterial Diabetes mellitus Hipertensão arterial e

Diabetes mellitusN°

de

resp

ost

as

(%)

Doenças crônicas não transmissiveis

53 4792

8

0

50

100

< 10 anos > 10 anos

de

resp

ost

as

(%)

Tempo de doença

Hipertensão arterial Diabetes mellitus

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476

Tabela 2-Condições e ações de saúde praticada pelos homens cadastrados no programa do Hiperdia

de uma unidade de saúde, em uma pesquisa realizada nos meses de julho e agosto de 2016, no

Município de Santarém.

Variável F* Fr. (%)

Mal-estar

Não 16 42

Sim 22 58

Total 38 100

Ações realizadas em caso de doença Automedicação 1 3

Casa 4 11

Hospital 9 24

Outros 1 3

Unidade de saúde 22 58

Unidade de Pronto Atendimento 1 3

Total 38 100

Fonte: Dados obtidos nesta pesquisa

CONCLUSÃO: Foi observado nesta pesquisa o maior número de pacientes hipertensos, que realizam

tratamento a menos de 10 anos para a enfermidade, além disso a maioria dos participantes refeririam

a unidade de saúde como principal local de busca por serviços de assistência em saúde. Os homens

apresentam dificuldades em práticas voltadas para a prevenção e promoção de autocuidado, isto

ocorre devido a diversos fatores sociais e culturais. A atenção primária é um dos locais para a

avaliação e tratamento de doenças inseridos no Sistema Único de Saúde que o tornam um os principais

meios para realizar a atuação junto a essa população com fins de evitar agravos. Pesquisas voltadas

para este público se fazem necessária, pois servem para evidenciar as necessidades e problemas

enfrentados pelos homens.

REFERÊNCIAS

DEMONER, Márcia Simonia; RAMOS, Edivan Rodrigo de Paula; PEREIRA, Eliane Ramos. Fatores

associados à adesão ao tratamento anti-hipertensivo em unidade básica de saúde. Acta Paulista de

Enfermagem, vol. 25, núm. 1, pp. 27-34, 2012.

GOMES, Romeu; NASCIMENTO, Elaine Ferreira do; ARAÚJO, Fábio Carvalho de. Por que os

homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com

baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cad. Saúde Pública, 23(3):565-574, 2007.

GUEDES, Nirla Gomes; LOPES; Marcos Venícios de Oliveira. Exercício físico em portadores de

hipertensão arterial: uma análise conceitual. Revista Gaúcha Enfermagem., Porto Alegre (RS) 2010

jun;31(2):367-74.

MOURA, André Almeida de; NOGUEIRA, Maria Suely. Enfermagem e educação em saúde de

hipertensos: revisão da literatura. J Manag Prim Health Care; 4(1):36-41, 2013.

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477

SILVA, Bibione Tercia de Oliveira; FREITAS, Mayanna Machado; SOUZA, Gleice de Barros

Santos; HARDMAN, Mônica Nascimento; SOBRAL, Heliosania Clingea Fontes; SILVA, Ana Maria

Laurindo da. Promoção e prevenção da saúde do homem. Interfaces Científicas - Saúde e

Ambiente. V.2 (.1), p. 95-101, 2013.

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SÍNDROME METABÓLICA: UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO EM

ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO

DE SANTARÉM-PARÁ

93Aline Mendes Cardoso¹

Iza Belle Gomes Rodrigues¹

Larisse Oliveira Bezerra¹

Suely Viana da Silva1

Albino Luciano Portela de Sousa2

RESUMO: A síndrome metabólica é um transtorno representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular

relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina, cuja prevalência se manifesta progressivamente em

adolescentes do sexo feminino. Justifica-se discutir essa temática, para despertar o interesse na promoção da saúde,

cuidado e prevenção dos agravos relacionados à síndrome metabólica. Esta pesquisa objetivou investigar os fatores de

risco associados ao desenvolvimento dessa patologia em adolescentes do sexo feminino de uma escola pública do

município de Santarém-Pará. Utilizou-se a Metodologia da Problematização, baseado no Arco de Maguerez, com um

enfoque quantitativo de caráter descritivo, exploratório e experimental, em três passos: histórico clínico, exame físico e

laboratorial. Participaram do estudo 8 alunas do ensino fundamental, com idade média de 13 anos. Os parâmetros

analisados foram: Índice de massa corporal, circunferência abdominal, altura, pressão arterial, glicemia, colesterol,

triglicerídeos, lipoproteína de alta densidade, lipoproteína de baixa densidade. Os resultados mostraram que duas

participantes apresentaram síndrome metabólica e outras quatro encontram-se na faixa de risco. É necessário à realização

de estratégias que visem o controle e à prevenção dos fatores de risco, para minimizar o aparecimento de doenças,

principalmente, cardiovasculares.

PALAVRAS-CHAVE: SÍNDROME METABÓLICA, OBESIDADE, RESISTÊNCIA À INSULINA.

INTRODUÇÃO: A Síndrome Metabólica (SM), segundo Diehl (2016), é um conjunto de fatores de

risco cardiovascular que tendem a ocorrer de forma associada em um mesmo indivíduo, havendo

íntima relação com o acúmulo de gordura no compartimento intra-abdominal e a resistência tecidual

às ações biológicas da insulina.

A I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica aponta para o

uso preferencial dos critérios do NCEP-ATP III, com algumas ressalvas, como os pacientes

hipertensivos e hipolipemiantes. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2004). Assim,

a I Diretriz define SM na presença de quaisquer 3 (ou mais) dos seguintes critérios: Circunfêncial

abdominal (>88 cm em mulheres/>102 cm em homens), Glicemia em jejum ou diagnóstico prévio de

Diabetes Mellitus (≥110mg/dL), Triglicérides ou uso de tratamento específico (≥150mg/dL),

Colesterol (<50mg/dL em mulheres/ <40mg/dL em homens) e Pressão arterial ou uso de tratamento

específico (≥130x85 mmHg)..

Outrossim, vale destacar que a resistência à insulina parece ser mais frequente em

adolescentes do sexo feminino (ALVAREZ et al., 2006). Essa anormalidade significa uma

diminuição na sua capacidade em estimular a utilização da glicose (OLIVEIRA et al, 2004). Ao estar

¹ Graduandos em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará. 2 Licenciatura Plena em Ciências Biológicas (UFPA-2003), Especialização em Educação em Ciências (UFPA-2006) e

Mestrado em Genética e Biologia Molecular (UFPA-2008). Doutorando no Programa de Pós-Graduação Sociedade,

Natureza e Desenvolvimento da Universidade Federal do Oeste do Pará. Docente na Universidade do Estado do Pará. 93

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479

nesse quadro, quanto maior o nível de resistência a esse hormônio, maior o número de fatores

cardiometabólicos presentes, o que revela uma predisposição para o desenvolvimento futuro de

diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular (ALVAREZ et al., 2006).

Diante disso, o objetivo desta pesquisa é investigar os fatores de risco associados ao

desenvolvimento da SM em adolescentes do sexo feminino de uma escola pública do município de

Santarém-Pará, de acordo com os critérios do NCEP-ATP III. Faz–se necessário discutir acerca dessa

temática, a fim de despertar nos alunos o interesse e os cuidados para a promoção em saúde e a

prevenção de agravos relacionados à síndrome metabólica.

MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa descritiva, experimental com uma abordagem quantitativa,

desenvolvida pelos discentes do 3º semestre do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do

Pará (UEPA). Utilizou-se a trajetória metodológica segundo a Metodologia da Problematização –

MP, com base no arco de Maguerez (EVANGELISTA, 2012; BERBEL, 1996).

A partir do embasamento teórico, decidiu-se a realização da pesquisa tendo como base o

critério de diagnóstico NCEP-ATP III. Em razão disso, a coleta de dados foi realizada em dois

momentos, primeiramente com a investigação do histórico clínico e realização do exame físico e em

outro momento houve a coleta do material biológico para o exame laboratorial.

O histórico clínico foi realizado por meio de um questionário, contendo cinco perguntas

fechadas e objetivas com finalidade de verificar as condições de saúde e estilo de vida, como: prática

de atividade física, tabagismo, etilismos, histórico familiar e uso de medicamentos regulares.

O exame físico fez a avaliação da massa corporal, estatura e circunferência abdominal, para

tanto foi utilizado, respectivamente, balança digital, estadiometro e fita métrica. De posse das medidas

de massa corporal e estatura, foi calculado o índice de massa corporal através do índice de Quetelet

(PITANGA, 2005), conforme a fórmula: [IMC=massa (Kg) /Estatura2(m)] e classificados com base

nos parâmetros da OMS. Foi realizada também a mensuração da pressão arterial (PA), com auxílio

do esfigmomanômetro e estetoscópio, de acordo com os resultados obtidos da aferição da PA, os

indivíduos foram classificados em diferentes categorias, de acordo com os critérios estabelecidos pelo

Ministério da Saúde (BRASIL, 2001).

No que concerne ao exame laboratorial, coletou-se amostras (3 mL) de sangue dos pacientes

por punção venosa, após um jejum de 12 horas. Analisou-se as concentrações do colesterol total,

triglicérides e glicose por um método enzimático colorimétrico, utilizando o analisador COBAS

MIRA PLUS (Roche Diagnostics, Suíça). A concentração de HDL-c foi medida após precipitação

das frações de LDL-c e VLDL-c pelo ácido fosfotungstico e cloreto de magnésio. Os níveis de LDL-

c foram calculados por aplicação da equação de Friedewald [LDL-c = colesterol total – (HDL-c +

triglicérides/5)], uma vez que não havia valores de TG > 400 mg/dl.

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480

Os dados obtidos foram lidos, observados e analisados utilizando os programas Word e Excel

(Microsoft Office para Windows-2013) para produção textual, gráficos e tabelas. Por fim. A pesquisa

foi realizada de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, com aplicação do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) respeitando os aspectos éticos, para a utilização

dos dados levantados na pesquisa e foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) da UEPA

campus XII conforme parecer 1.318.965.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos dados coletados, as participantes do estudo

mostraram uma média de idade de 13 anos. Quando questionadas acerca da prática de atividade física

a maioria (63%), afirmou não realizar nenhum tipo de atividade. Em pesquisa semelhante elaborada

por Faria (2007) no município de Viçosa-MG, o percentual observado foi de 55% para a mesma

pergunta.

Em relação ao tabagismo, todas as amostras afirmaram não fazer uso de cigarros. Porém,

quando questionadas sobre o consumo bebidas alcoólicas, 35% revelaram a presença do etilismo.

Barbosa (2006) ao estudar adolescentes do sexo feminino de 14 a 18 anos de idade acerca da mesma

temática, em uma escola no estado de Minas Gerais, encontrou 0% e 8% respectivamente.

Quando indagados sobre a presença de familiares de distúrbios metabólicos, um número

significante (87%) respondeu que apresenta algum parente com tais doenças. No estudo de Faria

(2007), observou-se em 93% das adolescentes a presença de familiares próximos com histórico de

obesidade, diabetes, hipertensão arterial, entre outros.

Diante dos dados obtidos relacionados ao exame físico, observou-se que uma participante

apresentou peso desproporcional em relação a estatura, que segundo a OMS indica grau de obesidade

classe I. Além disso, constatou-se que duas adolescentes se encontravam com sobrepeso. Em razão

disso, esses dados se mostram preocupantes, pois de acordo com o estudo realizado por Santos et al.

(2006), a maioria dos casos de SM ocorre em indivíduos com excesso de peso, devido a presença de

acúmulo de gordura prejudicar a sensibilidade à insulina.

A partir da avaliação da circunferência abdominal, foi possível identificar três participantes

com parâmetros acima do considerado adequado. De acordo com Penalva (2008), o excesso de tecido

adiposo libera produtos que aparentemente exacerbam o risco para distúrbios metabólicos. Ao

analisar os resultados da aferição da pressão arterial sistólica e diastólica, foi identificado que as

amostras não apresentaram alterações.

Quanto ao metabolismo glicídico, verificou-se que as amostras apresentaram glicemia de

jejum com valores normais. Assim como no estudo de Ferreira et al. (2007), na qual nenhum

participante foi diagnosticado com glicemia de jejum alterada, pois segundo Weiss et al. (2004) esse

distúrbio é muito raro em jovens.

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No que se refere aos triglicerídeos, é notório a apresentação de níveis elevados em 63% das

participantes. Em pesquisa semelhante, Giuliano et al. (2005), encontrou hipertrigliceridemias em

22%, colesterol total e LDL acima do normal em 28% e 14%, respectivamente, e HDL baixo em 5%

dos adolescentes. Acerca do colesterol, observou-se em todas as amostras a presença de baixos níveis

de HDL, caracterizando uma alteração metabólica preocupante, pois níveis baixos de HDL podem

levar à maior probabilidade de acúmulo de gordura nas paredes das artérias.

CONCLUSÃO: A partir de todas as informações obtidas e com base nos critérios preconizados pelo

NCEP-ATP III, pode-se constatar que quatro participantes não apresentam SM, todavia, encontram-

se em uma faixa de risco por apresentarem dois fatores com níveis alterados. Não obstante, duas

participantes apresentaram SM, pois foi evidenciado três ou mais fatores alterados, somado a uma

possível predisposição genética.

Apesar dos dados analisados na pesquisa pertencerem a grupo específico de adolescentes,

evidenciou-se que entre os fatores de relevância para o desenvolvimento da SM, 63% das

participantes do estudo apresentaram o metabolismo glicídico aumentados e 100% apresentaram

HDL abaixo dos níveis considerados normais. Outrossim, os resultados obtidos pelo cálculo do IMC

mostraram que uma participante apresentou grau de obesidade classe I e outras duas apresentaram

sobrepeso.

REFERÊNCIA

ALVAREZ, Marlene Merino; VIEIRA, Ana Carolina Reiff; MOURAC, Aníbal Sanches; VEIGA,

Gloria Valeria da. Insulin resistance in Brazilian adolescent girls: Association with overweight

and metabolic disorders. Diabetes Research and Clinical Practice. 2006; 74:183–8.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e

Hipertensão Arteiral. Hipertensão arterial sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM): protocolo

/Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão

Arterial. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

DIEHL, Leandro Arthur. Principais temas em Endocrinologia para residência médica. SIC clínica

médica. 1. ed. v. 1, São Paulo: Medcel, 2016.

LOTTENBERG, S. A.; GLEZER, A.; TURATTI, L. A. Síndrome metabólica: identificando

fatores de risco. Jornal de Pediatria (Rio J.), Porto Alegre,v.83, n.5, nov. 2007.

NCEP-ATP III. Executive summary of the third report of national Cholesterol Education

Program (NCEP) Expert Panel On Detectin, Evoluationn, And Treatment Of.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. I Diretriz Brasileira de diagnóstico e Tratamento

da Síndrome Metabólica. Revista da sociedade Brasileira de Hipertensão, v (4), 2004.

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ALTERNATIVAS PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM SANTARÉM – PA NA

HIPÓTESE DE RESCISÃO DO CONTRATO COM A COSANPA

94Alarico Marques Pereira1

95Fabrício Soares dos Santos2

96Juliana Paranhos Vieira3

97Miguel Borghezan4

[email protected]

RESUMO: O Município de Santarém/PA vem enfrentando diversos problemas no fornecimento de água potável. O

abastecimento não deveria ser problema em nossa região, visto que abundante o recurso natural. Neste trabalho

realizaremos uma análise sobre as possibilidades de prestação do serviço no caso de rescisão contratual com a COSANPA,

com o objetivo de atender plenamente a população, efetivando o direito fundamental de acesso à água potável. Incluímos

dados de pesquisa de campo, nos quais se constata a negligência do Poder Público Municipal em fiscalizar o contrato

concessão para a COSANPA.

PALAVRAS-CHAVE: ABASTECIMENTO DE ÁGUA. ALTERNATIVAS. DIREITO FUNDAMENTAL.

INTRODUÇÃO: O Ministério Público do Pará ajuizou Ação Civil Pública na qual pede, em liminar,

a rescisão do contrato de abastecimento de água do Município de Santarém com o Estado do Pará e

a COSANPA598 sem indenização, em virtude da ineficiência do serviço. Requer, ainda, que o

Município assuma o serviço ou deflagre processo licitatório para contratar terceiro. Este trabalho tem

por objetivo discutir alternativas para o abastecimento de água em Santarém, no caso de rescisão.

Nossa análise baseia-se em pesquisa de campo do Programa de Iniciação Científica do

CEULS/ULBRA, no Projeto "Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em

Santarém (PA), Políticas Públicas e o Judiciário”699. São alternativas nesse cenário: a) privatização do

serviço; b) implantação de microssistemas7100; c) criação da Companhia Municipal de Saneamento

Básico.

MÉTODO: Trata-se de analisar, com apoio em pesquisa de campo feita em vários bairros do

Município de Santarém/PA, adensada com pesquisa em doutrina, normas legais, matérias e dados

públicos em Municípios modelos. Houve aplicação de formulário na pesquisa de campo para levantar

dados junto a representantes das Associações de Moradores dos bairros visitados, sendo mais

quantitativa e com aspectos qualitativos. O método de abordagem é o hipotético dedutivo, sob as

bases e parâmetros propostos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: O abastecimento público de água consiste nas atividades,

infraestruturas e instalações que abrangem desde a captação até as ligações domiciliares, além dos

1 Acadêmico do 10° semestre do Curso de Direito, Pesquisador do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do

Projeto de Pesquisa : "Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas

Públicas e o Judiciário" do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 94 2 Acadêmico do 9° semestre do Curso de Direito e Voluntária do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica. do

CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 95 3 Acadêmica do 10° semestre do Curso de Direito e Voluntário do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica. do

CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 96 4 Professor do Curso de Direito e Pesquisador do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Mestre em Direitos Fundamentais e

Relações Sociais. Advogado. Presidente do FOPIESS. 97

5 Concessionária responsável pelo sistema público de abastecimento de água na área urbana de Santarém – Pará. 98 6 Projeto coordenado pelo Prof.Msc. Miguel Borghezan, do curso de Direito do CEULS/ULBRA.

99 7 É o conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água a uma comunidade para fins de

consumo, por meio do qual são construídos poços artesianos ou semi-artesianos para captação, reservatórios para o

armazenamento da agua e uma rede de distribuição. 100

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instrumentos de medição do consumo (art. 3º, I, a, Lei nº 11.445/07). A Constituição Federal, no

artigo 5°, caput, reconhece a igualdade de todos perante a lei, garantindo a inviolabilidade do direito

à vida e à dignidade humana. O acesso à água potável está ligado diretamente aos princípios da

dignidade humana e da saúde, garantidos na Carta Magna (art. 1º, III, e art. 196). Para esses fins

exige-se um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem comum e direito de todos, conforme

disposto no art. 225 da CF. Isto remete diretamente à competência e atuação do Estado, cumprindo

deveres e compromissos de interesse público e social. A Carta Magna, no art. 30, inciso V, atribuiu

aos Municípios a competência para o abastecimento de água, além de outras previsões normativas.

Portanto, o Município de Santarém tem o dever de “organizar e prestar, diretamente ou sob regime

de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local” (art. 30, V, CF/88). Sabe-se que

a obrigação de abastecimento de água na área urbana de Santarém foi repassado para a COSANPA

(Lei nº 18.745, de 04.10.2011, do Município de Santarém), todavia, até a presente data, a rede de

abastecimento da empresa chega apenas a 56% (cinquenta e seis por cento) da população, sendo o

restante, em sua grande maioria, abastecida por microssistemas instalados nos bairros. Após o pedido

de rescisão contratual feito pelo Ministério Público Estadual surge a questão: Quem assumiria tarefa

tão vital para a população da cidade? O MPE pediu para o município assumir a deflagração de novo

processo licitatório para contratar terceiro capacitado. Mas será esta a melhor solução para atender as

necessidades de água potável da população Santarena? Antes de abrir processo licitatório e conceder

a um terceiro a prestação do serviço, deve-se questionar o próprio modelo de gestão. Devemos buscar

um modelo técnico mais apropriado para a realidade local, que trate da res pública com moralidade,

legalidade e eficiência e não como questões meramente partidárias. Essa falta de visão atrapalha toda

e qualquer política pública pensada a médio e longo prazo, pois quebra-se a lógica de prioridades do

governo no início de um novo mandato, sempre que outra legenda assume o poder. Dentre as

alternativas para a prestação do serviço cabe abordar a privatização, que consiste na exploração

econômica, por um particular, de um serviço de competência do poder público. Como se trata de

uma empresa privada que visa o lucro, todo e qualquer ato, seja de projetos de investimentos de

manutenção ou expansão de rede, deverá necessariamente passar pelo crivo da rentabilidade. Logo,

revela-se perigoso entregar, sem mais nada, a um particular o abastecimento de água, uma vez que,

ao mostrar-se necessária a adoção de determinada medida para o melhor atendimento da população,

há o risco de não implementação por não demonstrar retorno financeiro

mínimo. Tivemos um exemplo de privatização do serviço aqui próximo, em Manaus Capital do

Amazonas no ano de 2000 a Companhia de Saneamento do Amazonas (COSAMA) foi privatizada

em leilão na bolsa de valores de São Paulo por R$193 milhões, passando ao controle do grupo francês

Suez Lyonnaise des Eaux. Obteve contrato de concessão do sistema por trinta anos, prorrogáveis por

mais quinze anos. Ocorre que a empresa francesa, adotando o nome de Águas do Amazonas, não

cumpriu suas obrigações, mesmo após diversas negociações, dilações de prazo para cumprimento de

metas em aditivos contratuais. Resultou na quebra do contrato e substituição pela empresa Manaus

Ambiental. Depois de 14 anos da privatização do serviço a distribuição de água na capital do

Amazonas começou a ser cumprida (ainda não integralmente), com início das operações da Estação

Ponta das Lajes, construída com verba pública dos governos do Amazonas e Federal no valor de R$

365 milhões, no projeto denominado Programa Águas para Manaus (Proama). Conforme

levantamento realizado pela agência Amazônia Real, em 2014 havia 626 mil pessoas sem acesso à

rede de abastecimento de água na capital amazonense8101. Logo, mostra-se muito arriscada perigosa a

possibilidade de deixarmos, a cargo de uma empresa privada, a concessão de serviço tão importante.

Uma Possibilidade é a utilização de microssistemas de abastecimento, que consiste na construção de

poços semiartesianos com recursos do Município e gestão a cargo de uma associação de moradores,

que cobrará, as tarifas de cada domicílio e, com esses valores, custeará o funcionamento, rede,

trabalhadores e manutenção. A proposta é interessante uma vez que na região encontra-se água

subterrânea com certa facilidade, não se olvidando a rapidez de acesso à administração do

8 Fonte: popers do NAEA n° 217. “Grupo Suez em Manaus, privatização do serviços de água e impactos sobre as

mulheres “. Edna Castro. Disponível no site www.naea.ufpa.br, acesso em 06.10.2017.. 101

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microssistema por parte do usuário-final e, por conseguinte, de resposta rápida na resolução de algum

eventual problema. Some-se a isto o baixo custo da obra em relação a uma estação de tratamento

público que, no caso de manutenção, necessitaria de muitos recursos e afetaria uma quantidade muito

maior de usuários. Este modelo já é utilizado em alguns bairros em Santarém onde, a COSANPA não

presta o serviço, como por exemplo, São José (Loteamento Planalto), Mararu, Nova Vitória, etc.,

onde há fornecimento diário regular de água por certas horas, coisa que não ocorre com segurança

em bairros atendidos pela companhia estadual. A maior fragilidade desse sistema é a possibilidade de

atender sua demanda no longo prazo, tendo em vista o natural aumento da população. Um modelo

que tem dado certo em vários Municípios é o da criação de companhias ou departamentos de prestação

do serviço na esfera municipal. Este é o caso de Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul que, após

passar por uma situação parecida com a do Município de Santarém, em 1989 autorizou a criação da

empresa de economia mista chamada Companhia Municipal de Saneamento (COMUSA). Em 2008

a COMUSA tornou-se autarquia municipal, e hoje (2016) atende 98% (noventa e oito por cento) da

população urbana, sendo modelo de saneamento em todo país. A própria Fundação Nacional de Saúde

(Funasa), que entre as várias funções de sua competência está o gerenciamento de recursos federais

para financiamento de obras na área de saneamento, indica a gestão por via indireta através da criação

de autarquias municipais de direito público. As autarquias são entes administrativos autônomos,

criados por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio e

atribuições outorgadas na forma da lei, tendo como princípio fundamental a descentralização.

Diferentemente dos departamentos, possuem total autonomia jurídica, administrativa e financeira,

competindo- lhes em geral exercer todas as atividades relacionadas à administração, à operação, à

manutenção e à expansão dos serviços de água e esgoto. Os serviços de água e esgoto são

desmembrados da administração direta, ou seja, do aparelho administrativo da prefeitura, e agrupados

em uma autarquia municipal com o objetivo de integrar, num mesmo órgão, as atividades-fim e as

atividades-meio. As autarquias são consideradas um prolongamento do poder público, portanto,

conservam os mesmos privilégios reservados aos entes públicos, tais como, imunidade de tributos e

encargos, prescrição de dívidas passivas, impenhorabilidade de bens e condições especiais em

processos jurídicos, entre outros. Por essas mesmas razões, estão sujeitas aos processos de controle

social e da administração direta, sendo obrigadas a submeter suas contas e atos administrativos ao

Poder Executivo, à Câmara Municipal e aos Tribunais de Contas.

CONCLUSÃO: A realidade em que se encontra o Município de Santarém/PA, quanto ao

abastecimento de água, por meio da COSANPA, é de intensa insatisfação, pois o serviço prestado

pela companhia não é eficiente. Mostra-se incoerente que um Município com aproximadamente

300.000 mil habitantes ainda não tenha adequada rede de distribuição de água. Em relação ao

descumprimento do contrato de concessão, pela COSANPA, o MPE/PA9102 pede no Judiciário que o

Município assuma a obrigação ou deflagre novo processo licitatório para contratar terceiro capaz para

realizar os serviços. É fato notório não haver abastecimento de água em bairros inteiros de Santarém

que, paradoxalmente, está rodeada por abundantes águas superficiais e tem acesso fácil ao imenso

aquífero Alter do Chão. Parece faltar compromisso para atender, de modo razoável e adequado, o

direito fundamental de acesso à água em nossa cidade. Diante da pesquisa realizada, concluímos que

a privatização não será alternativa mais viável à realidade santarena, visto que prioriza a obtenção de

lucro, sem demonstrar preocupação superlativa com o cumprimento da obrigação legal (art. 2º, I, Lei

nº 11.445/07) fornecer água potável a todos na área urbana. Desse modo, a instalação de

microssistemas nos bairros de Santarém pode ser uma alterativa adequada temporária na transição do

sistema atual para uma Companhia municipal de saneamento básico, tendo em vista que a criação

dessa autarquia municipal requer tempo e investimentos para poder iniciar seu regular funcionamento.

9 Ministério Publico do Estado do Pará102

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REFERÊNCIAS

BORGHEZAN, Miguel. O acesso à água doce potável: um direito fundamental? Belém: UFPA,

2006, 192 p. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Direitos Fundamentais e Relações Sociais).

UFPA.

ANGHER, Anne Joyce (Org.). Vade Mecum acadêmico de direito. 24º.ed. atual. eampl. São Paulo:

Rideel, 2017. xi, 2061 p.

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ATUAÇÃO PSICOLÓGICA COM MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:

ESTUDO BIBLIOGRÁFICO

103Patrik Hilliard Silva dos Santos1

[email protected]

Luara Raissa Sousa Pinto1

[email protected]

Isabela Silva de Vasconcelos1

[email protected]

104Lívia Cristinne Arrelias Costa2

[email protected]

RESUMO: A violência doméstica contra a mulher constitui-se um problema de saúde pública, merecendo atenção

multiprofissional e atuação multimetodológica. A pesquisa teve como objetivos definir a violência doméstica contra a

mulher e suas formas de manifestação; identificar os principais fatores que motivam este tipo de violência; identificar

suas principais consequências; descrever sobre a atuação do psicólogo junto a mulheres vítimas de violência doméstica.

Justifica-se pela necessidade de ter uma visão mais atualizada da realidade brasileira acerca da violência doméstica contra

a mulher, assim como possibilita novas formas de intervenção. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de cunho descritivo

e exploratório. Foram analisados artigos científicos e livros que abordam a temática. O principal agressor é o

companheiro/marido e o ambiente doméstico constitui-se o principal local da consumação da violência. Os motivos estão

relacionados, principalmente, ao uso de drogas ilícitas e álcool. As principais consequências são marcas e deformações

no corpo da vitima, assim como traumas psicológicos e doenças psicossomáticas. As intervenções psicológicas

proporcionam a vítima uma visão mais ampla e funcional de sua realidade, para que consiga se proteger da violência e

recuperar sua autoestima e autonomia, o que indica a eficiência da intervenção psicológica.

PALAVRAS-CHAVE: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA; MULHER; PSICÓLOGO.

INTRODUÇÃO: A violência contra a mulher se manifesta de diferentes maneiras e em ocasiões

diversas, das quais se destacam aquelas perpetradas dentro do ambiente instituído histórico e

socialmente para o gênero feminino, que é o âmbito doméstico e familiar. Constitui-se um problema

de saúde pública, uma vez que prejudica a saúde de diversas mulheres em todo o país e atinge todo o

grupo familiar. A presente pesquisa teve como objetivos definir a violência doméstica contra a mulher

e suas formas de manifestação; identificar os principais fatores que motivam este tipo de violência;

identificar as principais consequências da violência doméstica contra o referido público, assim como

descrever sobre a atuação do psicólogo a mulheres vítima de violência doméstica. A presente pesquisa

justifica-se por sua relevância social e acadêmica, uma vez que, para enfrentar essa problemática, é

necessário ter uma visão atualizada da realidade brasileira, assim como dos aspectos sociais,

históricos, culturais e psicológicos que perpetuam essa realidade. A partir das informações colhidas,

torna-se possível desenvolver novas estratégias de prevenção, intervenção e cuidado para erradicação

ou minimização da violência doméstica contra a mulher.

1Acadêmico(a) de Psicologia do 8° Semestre – Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES103 2Docente do curso de Psicologia do Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES104

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MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico que, segundo Gil (2016), é

desenvolvida a partir do conhecimento teórico já existente, sendo constituída a partir da consulta a

livros e artigos científicos. Seguiu os preceitos do estudo descritivo exploratório, visando maior

familiarização com o tema proposto, proporcionado, assim, maior compreensão e aprofundamento

sobre o fenômeno estudado.

A metodologia utilizada foi pesquisa e seleção de artigos e livros a serem utilizados para

embasamento teórico sobre a temática. Utilizou-se como meio para o levantamento das informações,

artigos publicados em revistas e indexados ao Lilacs, SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),

Portal de Periódicos eletrônicos de psicologia (PePSIC), além de livros. O material bibliográfico

utilizado corresponde ao período de 2000 até 2016. Os dados foram organizados, analisados e

sintetizados. Como descritores utilizou-se: violência domestica contra mulher; violência familiar;

atuação do psicólogo; psicologia e violência doméstica. Foram selecionados 13 artigos, 7 livros, 2

dissertações de mestrado e uma monografia, todos escritos em português, com exceção de um livro

norte americano, e publicados em revistas e editoras brasileiras e da América Latina.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A violência doméstica contra a mulher constitui-se um problema

de saúde publica no Brasil e no mundo. Segundo Botellho et al. (2012), a violência doméstica

caracteriza-se como qualquer ação ou omissão que provoque prejuízos à saúde e ao pleno

funcionamento biopsicossocial de qualquer membro da família, prejudicando, assim, sua integridade

física, psicológica e social, limitando seu direito de ir e vir.

A violência contra a mulher se manifesta de diferentes maneiras e em ocasiões diversas, das

quais se destacam aquelas perpetradas dentro do ambiente instituído histórico e socialmente para o

gênero feminino, que é o âmbito domestico e familiar (SANTI; NAKANO; LATTIERE, 2010).

Estudos revelam que 1 a cada 3 mulheres já sofreram algum tipo de violência doméstica, direta ou

indiretamente, durante a vida (OLIVEIRA et al., 2003). A faixa etária das vítimas esta entre 18 e 35

anos (BOTELHO et al., 2012; TEIXEIRA; PINTO; MORAES, 2010; SOUSA; NOGUEIRA;

GRADIM, 2013).

O patriarcalismo foi, e ainda é, um dos principais fatores que contribuem para a universalidade

e a normatividade da violência doméstica contra a mulher, uma vez que tal sistema promove

preconceitos, abusos de poder, desigualdades sociais, devido aos papeis sociais de homem e de

mulher instituídos historicamente (SAFFIOTI, 2004; VELLOSO, 2013).

De acordo com Silva e Caveião (2014), existem quatro tipos de violência doméstica que são

consideradas as mais comuns: a violência física, psicológica, sexual e a negligência. O percurso da

violência doméstica inicia de forma sutil e verbal e vai se intensificando ate chegar às agressões

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físicas e, em casos mais graves, pode levar ao óbito da vítima. Isto permite concluir que a violência

psicológica é a porta de entrada para que outros tipos de violência se instalem no relacionamento

(HIRIGOYEN, 2006; PIMENTEL, 2011).

Vários autores afirmam que o ambiente doméstico constitui-se como o principal local onde

ocorrem os atos de violência perpetrados contra a mulher (AUGUSTO et al., 2015; COSTA et al.,

2011; SALIBA et al., 2007) e que o principal agressor normalmente é o parceiro/marido da vítima

(DAY, 2003; OLIVEIRA et al., 2003; SCHRAIBER et al., 2007; SILVA; CAVEIÃO, 2014;

VELLOSO, 2013). A maioria das vítimas de violência doméstica possui algum vínculo íntimo com

o agressor, que pode ser de cunho sexual, afetivo, financeiro, parental, etc. (OLIVEIRA et al., 2003;

SILVA; CAVEIÃO, 2014). Muitas vezes, o agressor se utiliza de alguns métodos para manter a

vítima em silêncio, tais como a restrição da liberdade da mulher por meio de ameaças, coerções e

chantagens (ALGUSTO et al., 2015).

Segundo Schraiber et al. (2007), a sociedade deixa de ver a violência doméstica como uma

violação dos direitos humanos, sendo com frequência invisibilizada e caracterizada como algo

normal, o que automaticamente contribui para o aumento dos casos de violência que não são

denunciados. Outro aspecto relevante é o fato de as próprias vítimas não reconhecerem os maus tratos

como violência. Assim como pode acontecer da mulher se sentir culpada e envergonhada pelas

agressões sofridas, o que consequentemente leva ao ocultamento da realidade vivenciada

(MONTEIRO; SOUZA, 2007; SCHRAIBER et al., 2007).

Com a criação da Lei 11.340 de 7 de Agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, a

temática da violência doméstica contra a mulher ganhou destaque nos principais meios de

comunicação, o que consequentemente gerou um aumento nos índices de mulheres que passaram a

denunciar seus agressores (SANTI; NAKANO; LATTIERE, 2010).

O uso e abuso de substâncias psicoativas tais como álcool e outras drogas e o ciúme patológico

costumam fazer parte do rol dos principais motivadores da violência doméstica contra mulher (LIMA

et al., 2009). Estudos revelam que normalmente os agressores possuem algumas características

semelhantes, tais como perfil antissocial, personalidade emocionalmente instável, ou mesmo é

usuário de drogas ou álcool (ALGUSTO et al., 2015).

Acosta et al. (2015) postulam quatro categorias de motivos que levam à violência contra a

mulher: a naturalização da supremacia masculina como geradora de sofrimento e submissão;

problemas decorrentes de uso de álcool e outras drogas; problemas relacionados aos (as) filhos (as) e

problemas com divisão de bens.

As consequências da violência doméstica se estendem a todas as áreas da vida da vítima. Elas

deixam marcas profundas, quer sejam físicas, psicológicas ou sociais. Normalmente, as mulheres

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violentadas apresentam sentimentos de vergonha, tristeza, derrota, solidão, medo, insegurança,

frustração e desamparo (OLIVEIRA et al., 2003). Segundo Borin (2007), o tipo de medo vivenciado

por mulheres vítimas de violência doméstica não é natural e pode levá-las a desenvolver diversos

transtornos mentais, tais como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, assim

como ao uso de drogas psicoativas e, nos casos mais graves, podem chegar ao suicídio.

A violência demonstra possuir estreita relação com problemas graves de saúde, tais como os

físicos, relacionados a lesões corporais e distúrbios gastrointestinais, dores crônicas, assim como

problemas mentais e desenvolvimento de psicopatologias (BARNETT, 2000; OLIVEIRA et al.,

2003).

Independente do método, abordagem, ou local do seu atendimento, o profissional psicólogo

deve ter uma postura de aceitação incondicional para com a mulher vítima de violência doméstica,

para que a mesma se sinta acolhida, confortável e segura, proporcionando assim a criação do vinculo

terapêutico, para que então a mesma consiga compartilhar suas experiências de vida que lhe causam

sofrimento (PIMENTEL, 2011; SOARES, 2005).

Bastos (2009) afirma que a escuta ativa do psicólogo facilita a auto expressão da pessoa em

atendimento, sendo imprescindível para a compreensão da forma como está estruturada a vida da

mulher em situação de violência doméstica, suas relações interpessoais, de poder e dependência,

assim como suas vivências, fantasias e expectativas de vida. É necessário que o psicólogo faça as

devidas intervenções para que a pessoa consiga ter uma visão mais ampla e funcional de sua realidade,

para que ela consiga se proteger da violência e recuperar sua autoestima e autonomia (HIRIGOYEN,

2006; SOARES, 2005).

Os sentimentos e crenças de culpa, desamparo e desvalor são alvos da atuação do psicólogo,

que visa trabalhar para que a pessoa se sinta livre de culpa e responsável pelo próprio destino

(HIRIGOYEN, 2006).

CONCLUSÃO: No Brasil, milhares de mulheres são ou já foram vítimas de algum tipo de violência

doméstica. Os autores consultados na elaboração deste estudo comprovam que as agressões causam

sequelas físicas, psicológicas, morais, sociais, patrimoniais e na saúde física da vítima. O lugar

destinado ao refugio e acolhimento é o principal local onde são realizadas as agressões, sendo o autor

o próprio companheiro/cônjuge na maioria das vezes. Normalmente, o agressor costuma intimidar a

vitima através de ameaças, coerções e chantagens, além de culpabilizar a vítima como responsável

pelos seus atos agressivos. Os valores patriarcais instituídos historicamente corroboram para visão de

inferioridade da mulher em relação ao homem, o que consequentemente faz com as mulheres sejam

vistas como objetos e propriedades. A sociedade ainda se omite em reconhecer a violência doméstica

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como violação dos direitos humanos, sendo muitas vezes vista como algo normal e sem relevância.

Portanto, verifica-se a atuação do psicólogo como fundamental no atendimento a mulheres vítima de

violência doméstica, uma vez que este proporciona um espaço de acolhimento, atenção e crescimento

pessoal, onde a pessoa sente-se bem recebida e segura para falar sobre seus sentimentos, desejos,

anseios, conflitos, e expectativas.

REFERENCIAS

ACOSTA, D. F. et al. Violência contra a mulher por parceiro intimo: (in) visibilidade do problema.

Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 121-127, Jan/Mar. 2015.

AUGUSTO, A. O. et al. Mapeamento dos casos de violência contra a mulher na região metropolitana

de Belém narrados pela mídia impressa do estado do Pará. Revista Paraense de Medicina. v. 29, n.

2, Abr/Jun. 2015.

BARNETT, O. W. It could happen to anyone: why battered women stay. California, USA: Sage

Publications, 2000.

BASTOS, A. D. A. Considerações sobre a clínica psicanalítica na instituição pública destinada

ao atendimento de usuários de álcool e/ou drogas. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-

Graduação em Psicanálise, UERJ, Rio de Janeiro, 2009.

BORIN, T. B. Violência doméstica contra a mulher: percepções sobre a violência em mulheres

agredidas. 146f. Dissertação (Mestrado em Psicologia), Universidade de São Paulo, Departamento de

Psicologia e Educação, Ribeirão Preto, 2007.

BOTELHO, N. M. et al. Perfil das Mulheres Vítimas de Agressão pelo Parceiro, Atendidas no

Instituto Médico Legal. Rev. Paraense de Med. Pará. v. 26, 2012.

COSTA, A. M. et al. Violência contra a Mulher: Caracterização de Casos Atendidos em um Centro

Estadual de Referências. Rev. Rene. Fortaleza, v. 12 n. 3, p. 627 -635, 2011.

DAY, V. P. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Revista de Psiquiatria do Rio

Grande do Sul – SPRS. P. 9-2, abr. 2003.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5° Ed, São Paulo: Atlas: 2016.

HIRIGOYEN, M. F. A Violência no Casal: da coação psicológica à agressão física. Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil, 2006.

LIMA, V. L. A. et al. Violência contra mulheres amazônicas. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v. 17,

n. 6, 2009.

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=281421912007. Acessado em 11 de setembro

de 2017.

MONTEIRO, C. F. S.; SOUZA, I. E. O. Vivencia da violência conjugal: fatos do cotidiano. Texto

Contexto Enferm. v. 16, n. 1, p. 26-31, 2007.

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OLIVEIRA, E. N. et al. Perfil e sofrimento de mulheres vítimas de violência atendidas em uma

delegacia especializada. Rev. RENE, Fortaleza, v. 4, n. 2, p. 30-37, jul/dez. 2003.

PIMENTEL, A. Violência Psicológica nas Relações Conjugais: Pesquisa e Intervenção Clínica. São

Paulo: Summus, 2011.

SAFFIOTI, H. Gênero, Patriarcado e Violência. 1. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

SALIBA, O. et al. Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência

doméstica. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 3, Jun. 2007.

SANTI, L. N.; NAKANO, A. M. S.; LATTIERE, A. Percepção de mulheres em situação de violência

sobre o suporte e apoio recebido em seu contexto social. Texto Contexto Enferm, v. 19, n. 3, p. 417-

424, 2010.

SCHRAIBER, L.B et al. Prevalência da violência contra a mulher por parceiro intimo em Regiões do

Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 5, p. 797-807, 2007.

SILVA, J. A. M.; CAVEIÃO, C. Mulheres vitimas de violência domestica e a intervenção do

serviço social nas unidades pronto atendimento. 18° REDOR, Recife-PE, 2014.

SOARES, B. M. IN: BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para as

Mulheres. Enfrentando a Violência contra a mulher, Brasília: Secretaria Especial de Políticas para

as Mulheres, 64p. 2005.

SOUSA, A. K. A.; NOGUEIRA, D. A.; GRADIM, C. V. C. Perfil da violência doméstica e familiar

contra a mulher em um município de Minas Gerais, Brasil. Cad. saúde colet. v. 21, n. 4, p.425-431,

2013.

TEXEIRA, P. A.; PINTO, A. S.; MORAES, O. C. R. Dossiê Mulher 2010. Rio de Janeiro:

Riossegurança, 2010.

VELLOSO, B. B. A violência contra a mulher no município de Rio das Ostras e a atuação da

casa da mulher: analisando percalços, limites e potencialidades. 104f. Monografia (Graduação em

Serviço Social) – Faculdade Federal de Rio das Ostras, Universidade Federal Fluminense, Rio das

Ostras, 2013.

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COMPETÊNCIA PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ALTER DO CHÃO NO

MUNICÍPIO DE SANTÁREM DO ESTADO DO PARÁ

105Alarico Marques Pereira1

106 Miguel Borghezan2

107Wesley Phelipe Corrêa da Conceição3

[email protected]

RESUMO: Este artigo tem por objeto o estudo de aspectos jurídicos sobre a competência para o abastecimento de

água, que envolvem o serviço privado de abastecimento de água e outros métodos de abastecimento por microssistemas

alternativos na Vila de Alter do Chão. A partir da análise da água como bem público, essencial à vida de todos, que deve

ser protegida para atender a saúde humana e conservar o meio ambiental ecologicamente equilibrado às presentes e futuras

gerações, investigaremos a quem compete o abastecimento de água como um serviço público de natureza essencial à

coletividade, na vila de Alter do Chão.

PALAVRAS-CHAVE: COMPETÊNCIA, ABASTECIMENTO DE ÁGUA, ALTER DO CHÃO.

INTRODUÇÃO: O presente trabalho trata de aspectos que envolvem o serviço de abastecimento de

água em Alter do Chão4108, no Município de Santarém-PA, e os microssistemas109 alternativos. Para

tanto, inicia-se com a análise de água como um bem público, essencial à vida de todos os seres

humanos, animais e vegetais, parte do patrimônio substancial do planeta. Deve ser protegida para

atender a saúde humana e preserva o meio ambiente ecologicamente equilibrado, às presentes e

futuras gerações. Busca-se aqui determinar a competência legal para fazer o abastecimento de água

em Alter do Chão. A definição dá-se a partir da Constituição Federal de 1988, da Lei Orgânica do

Município e da análise das características dos serviços públicos como meios de atuação dos poderes

públicos para a realização de seus fins. Tal identificação se deu por meio de pesquisa5110 de campo

realizada em Alter do chão, e agora queremos juridicamente investigar que ente público tem

competência legal para o abastecimento na formosa Vila.

1Acadêmico do 10° semestre do Curso de Direito, Pesquisador do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do

Projeto de Pesquisa: "Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas

Públicas e o Judiciário" do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 105 2Professor do Curso de Direito e Pesquisador do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Mestre em Direitos Fundamentais e

Relações Sociais. Advogado. Presidente do FOPIESS. 106

3Acadêmico do 8° semestre do Curso de Direito, Pesquisador do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do

Projeto de pesquisa “Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas

Públicas e o Judiciário" do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 107 4Alter do Chão é um dos distritos administrativos do município de Santarém, no estado do Pará. Localizado na margem

direita do Rio Tapajós, dista do centro da cidade cerca de 37 quilômetros através da rodovia Everaldo Martins (PA-457). 108

5É o conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água a uma comunidade para fins de

consumo, por meio do qual são construídos poços artesianos ou semi-artesianos para captação, reservatórios para o

armazenamento da agua e uma rede de distribuição. 109

6Projeto de pesquisa, coordenado pelo Prof. Miguel Borghezan, do curso de Direito do CEULS/ULBRA: "Principais

causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas Públicas e o Judiciário". A visita de

campo no bairro Pérola do Maicá foi realizada em 03 de setembro de 2016. 110

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MÉTODO: Trata-se de analisar a competência para o abastecimento, com apoio em pesquisa de

campo feita em vários bairros do Município de Santarém/PA, entre eles os dois principais bairros de

Alter do Chão, União e Nova União, adensada com pesquisa em doutrina, normas legais, matérias e

dados públicos em Municípios modelo. Houve aplicação de formulário na pesquisa de campo para

levantar dados junto a representantes das Associações de Moradores dos bairros visitados, sendo de

identificação mais quantitativa, com aspectos qualitativos. O método de abordagem é o hipotético

dedutivo, sob as bases e parâmetros propostos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ALTER DO CHÃO,

COMPETÊNCIA DO ESTADO DO PARÁ OU DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM?

A preocupação com o acesso à água potável foi diversas vezes tratada na ONU7111, que

reconheceu, em 28 de julho de 2010, o acesso à água potável como direito humano fundamental,

acrescentando que quase 900 milhões de pessoas carecem do atendimento desse direito. No Brasil, a

Carta Magna de 1988 trata do abastecimento no art. 30, inciso V8112, mas não inclui o acesso à potável

entre os direitos fundamentais no seu art. 5º, embora seja um direito ligado ao princípio da dignidade

da pessoa humana.

A Lei Federal nº 9.433/979113, que trata dos Recursos Hídricos, reconhece ser a água bem de

domínio público (art. 1º, I). No art. 1º, II, prescreve que a água é um recurso natural limitado, dotado

de valor econômico. Percebe-se, então, que a água é bem público, de reconhecido valor econômico e

socioambiental. Essa fundamentação exige a concessão de outorga para o uso de água por particulares

ou pelo prestador do serviço de abastecimento público (art. 12, I, II, Lei nº 9.433/97). Observa-se que

Alter do Chão, um distrito do Município de Santarém, dista do centro da cidade cerca de 37

quilômetros. É o principal ponto turístico de Santarém, pois abriga belas praias fluviais e o lago verde.

No entanto, Alter do Chão sofre com problemas de infraestrutura em relação ao abastecimento de

água, não havendo prestação de serviço pelo Município nem pela Companhia de Saneamento do Pará

(COSANPA).

Em pesquisa de campo pelo projeto de iniciação cientifica do Centro Universitário Luterano de

Santarém “As principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém-PA.

Políticas públicas e o Judiciário”, realizada em 27 de maio de 2017, verificou-se possuir

microssistemas de água para atender a população, mas insuficientes diante da grande demanda dos

7Organizações das Nações Unidas.

111 8Art. 30, V da CF/88 “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos

de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial” 112

9Política Nacional de Recursos Hídricos 113

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usuários consumidores. Visitamos dois microssistemas de grande importância para Alter do Chão.

Um situa-se no bairro União, com aproximadamente 175 domicílios cadastrados na Associação dos

Moradores e apenas 20 domicílios não cadastrados, somando mais de 1.365 moradores que dependem

desse microssistema para ter água em casa. O outro no bairro Nova União, tem cerca de 170

domicílios, com aproximadamente 1.360 moradores, sendo que só 145 domicílios recebem água do

microssistema. As tarifas cobradas pelas Associações de Moradores para fornecer a água giram em

torno de 15 R$ e 20 R$ por domicílio, valores destinados para trabalhadores, manutenção e a

infraestrutura dos microssistemas. Os microssistemas são totalmente autônomos, não dependem do

Município nem da COSANPA para funcionarem. Sucede, porém, que os microssistemas usam água

subterrâneas, que são bens dos Estados (art. 26, I, CF/88). Para usá-los, exige-se ou não outorga? A

priori, deve-se considerar que o art. 45 da Lei nº 11.445/0710114, obriga a ligação dos domicílios à rede

de abastecimento público (onde houver). Como não há eu Alter do Chão, o abastecimento por

microssistema é temporário e transitório, até chegar o abastecimento público. Logo, entremostra ser

competência municipal, porém, não cabe ao Estado cobrar a outorga do direito de uso das águas

subterrâneas deve ser aplicado, neste caso, a exceção prevista no artigo 12, § 1º, da Lei nº 9.433/07,

que dispensa a outorga para pequenos núcleos rurais, ao qual Alter do Chão dever ser equiparado

para fins de abastecimento por microssistema. Ressalta-se não ser necessário a outorga visto que o

Município não fornece o serviço público de abastecimento. Assim, por ser um elemento inerente a

vida, proteção do princípio da dignidade da pessoa humana, as associações devem ficar isentas do

pagamento de outorga, garantia mínima de um Estado de Direito, até que seja ofertado o serviço

público.

CONCLUSÃO: A realidade encontrada em Alter do Chão, quanto ao abastecimento de água, e de

completa e total omissão. Pelo Poder Público Municipal. Mostra-se absurdo que, nesta altura, um

distrito com mais de sete mil moradores ainda não tenha rede pública de distribuição de água potável.

Para definir a competência do abastecimento de água em Alter do Chão, deve-se antes determinar se

a formoso distrito é área urbana ou não. Nos termos do art. 32 do CTN11115 percebe-se que a Vila de

1Lei Federal do Saneamento Básico 114 2Art. 32 do Código Tributário Nacional “O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e

territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por

acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. 115

§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito

mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos

pelo Poder Público: =

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II - abastecimento de água;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.”

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Alter de Chão atende os requisitos para ser considerada área urbana. Logo, por essa compreensão, o

abastecimento lá competiria ao Município (art. 30, V, CF/88). Vale ressaltar que se trata de um serviço

público de interesse local, portanto, o Município de Santarém é competente para fornecer o serviço

de abastecimento, possibilitando o acesso à água potável para aquela população, que sofre com a

omissão. O Município deve assumir a sua função constitucional ou deflagrar processo licitatório para

contratar terceiro capaz para realizar os serviços.

Enquanto isso não ocorrer, o estado do Pará (SEMAS) não pode exigir outorga das associações

que prestam precariamente por microssistemas o serviço de abastecimento na formosa Vila de Alter

do Chão.

REFERÊNCIAS

BORGHEZAN, Miguel. O acesso à água doce potável: um direito fundamental? Belém: UFPA,

2006, 192 p. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Direitos Fundamentais e Relações Sociais).

UFPA.

ANGHER, Anne Joyce (Org.). Vade Mecum acadêmico de direito. 24º.ed. atual. eampl. São Paulo:

Rideel, 2017. xi, 2056 p.

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DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO URBANO E A EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇAO

DO BAIRRO NOVA REPUBLICA EM SANTARÉM

116Jeisilene Maia Oliveira1

[email protected]

Maria Lenilda Castro de Jesus2

Ivone Domingos e Silva3

RESUMO- O presente artigo tem por finalidade demonstrar o Bairro Nova República em Santarém como um modelo

desenvolvimentista no contexto da política de Getúlio Vargas nas décadas de 60 e 70, onde a proposta do município junto

com governo do Estado foi criar um Bairro modelo que pudesse alcançar o nível urbano organizado e planejado evitando

crescimento desordenado na cidade de Santarém, que causa uma série de problemas tanto no meio ambiente como na

qualidade de vida, pelos impactos sócio ambientais, como consequências dessas situações. Esses problemas se expressam

de mudanças e obstáculos que envolve a vida cotidiana complexa adaptativo, como círculo social, familiar, cultural, entre

outros, pois são expressões que propiciam resiliência, para enfrentar o direito à moradia e suas diversidades, direitos

cívicos políticos democráticos.

PALAVRA CHAVE: DIREITO, MORADIA, DESENVOLVIMENTO.

INTRODUÇAO: Apresenta-se o progresso do Bairro Nova República hoje reconhecido como um

Bairro modelo e um polo de comércio local que contribui com o desenvolvimento da cidade de

Santarém. O Bairro Nova República é distante do centro da cidade mas dispõem de várias linhas de

Ônibus, Unidade Básica de Saúde com atendimento 24 horas, um Centro de Referência e Assistência

Social, Escolas de Ensino Fundamental e Médio, uma Creche, Escolas particulares de Ensino Infantil,

Redes de Farmácias, Casa Lotérica, Igrejas de várias denominações, Quadra Poliesportivas, Campo

de Futebol, Delegacia de Polícia Pacificadora, Praças de Eventos, e variedades de comércios de

grandes e médios portes, incluindo Academias de Ginásticas e outros. Os seus benefícios abrangem

direta e indiretamente todos os outros bairros em seu entorno. A área está localizada no perímetro

entre avenida Sérgio Hein e Rodovia Santarém Cuiabá, a fim de acomodar uma população que se

encontrava desalojadas que migravam de diferentes localidades, em busca de emprego e melhores

condições de vida.

METODOLOGIA: Pesquisas bibliográficas, pesquisa em internet, entrevista com um dos

moradores mais antigos, que na época contribuiu com a propagação do Bairro Nova República como

membro atuante na primeira diretoria, e atual presidente da associação de moradores do bairro.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: O Bairro Nova República desdobrou-se na ideologia

desenvolvimentista da década de 60 e 70, do governo de Getúlio Vargas, quando o Brasil passou por

muitas transformações políticas e econômicas, desvelando um processo de Urbanização desordenado,

Segundo Oliveira (2010, p.40). Nos primeiros lustros da década de 80, nessa época o país passava

¹ Acadêmica do 6º semestre Curso de serviço CEULS ULBRA

² 6º semestre Curso de Serviço Social CEULS ULBRA

³ Mestre em PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO.116

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por intensas transições e reformas, planos econômicos que tiveram grande repercussão na sociedade

Brasileira, o que foi suficiente para desencadear graves problemas sociais Com a C/F 88, o Pais passa

pelo Regime democrático dando aos cidadãos os direitos cívicos e sociais.

O crescimento acelerado da população urbana no Brasil, provocada por êxodo rural

descomunal, produziu uma urbanização predatória, desigual e exerceu forte pressão sobre a

infraestrutura das cidades, exigindo a superação de inúmeros desafios importantes nas áreas

de habitação, abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo, transporte urbano

e especialmente preservação do meio ambiente. A partir de meados dos anos 50, mais

intensamente após os anos 60, o processo de urbanização assume papel importante no

processo de desenvolvimento nacional. Passou a ser vital ao modelo adotado à medida que

tinha que acolher os enormes contingentes rural-urbano. Manifestação que já se apresentava

e teve efetivamente seu início no período populista de Getúlio Vargas, que através da criação

da legislação trabalhista e dos institutos básicos de previdência social. Eles estabeleceram as

normas e as estruturas de regulamentação do fator trabalho no Brasil. (2004, p. 25)

A eclosão do Bairro Nova República foi na década de 1980 que a cada dia sobrevinha em

diversos pontos da Cidade de Santarém uma ocupação ilegal, em um determinado Bairro da Cidade

hoje já reconhecido como Livramento foi onde houve conflitos, demolição e desespero com o

mandado de desocupação, e a desagregação das famílias. Um Sr. Chamado Paulo Brasil, líder

comunitário, sensibilizado com a necessidade das famílias, fez uma proposta de criar uma comissão

para representação das pessoas carentes de moradia junto ao poder público Municipal.

Essa comissão fez o levantamento que comprovou a carência de muitos que estavam

desalojados, o que antecedeu ao poder Municipal e ao Estado um projeto de Implantação de um novo

Bairro que atendesse aquela demanda. Nesse processo foram feitas várias reuniões e debates entre as

partes interessadas no desenvolvimento do Bairro. Entre tantos voluntários era notório os senhores

Gerson Gelar, Raimundo Ferreira Ferreth, que ajudavam de forma braçal na marcação dos espaços.

Assim prossegue as quadras dividida em lotes, na área destinada ao C.D.I. (Canteiro de

desenvolvimento Industrial). Para organização desse processo foram enviadas para área duas

assistentes sociais que contribuíram fundamentalmente nessa perspectiva. Elas faziam os cadastros

comprovavam a necessidade e entregavam os lotes. Orientavam a atuação das pessoas que estavam

na linha de frente das negociações em relação a questão burocrática e que procedimentos tomar. Na

época eram 2.188 lotes, em média 2.030 famílias assentados, vale ressaltar nesse contexto que com o

suporte técnico das assistentes sociais foi formada a primeira associação de moradores no novo bairro

no dia 21 de janeiro de 1988 e que construiu o primeiro empreendimento social no bairro, que foi a

construção do barracão comunitário em parceria com o Governo municipal e comunidade.

O espaço urbano pode ser entendido aqui como um processo construído historicamente por

agentes que produzem e consomem esse espaço, como um produto social, fragmentado e

articulado, permeado de símbolos e, também, como um campo de lutas, tendo a cidade como

sua forma, que expressa não só a localização e arranjo de lugares, expressa um modo de vida.

Esse modo de vida não está ligado somente ao modo de produção econômica, embora sofra

seus efeitos, mas está ligado a todas as esferas da vida social, cultural, simbólica, psicológica,

ambiental, religiosa e educacional.

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Com sua nova identidade sob o amparo do Governo Municipal a associação de moradores

ganha força para correr atrás dos benefícios que lhe são de direitos.

Juntos e reunidos, com a confederação dos Bairros, foi desenvolvendo e ganhando forças, e os

primeiros benefícios foram 5 torneiras de onde os moradores se serviam de água. Porém muitos outros

benefícios foram conseguidos através dos movimentos e articulações entre governo e comunidade no

decorrer do tempo: iluminação, segurança, transporte, saúde, educação. Os primeiros comércios

foram surgindo com o crescimento. A violência foi um dos pontos negativos que chegou junto com

o progresso do bairro, o que não é diferente dos outros bairros. Entretanto a segurança pública sempre

foi presente através do Projeto Povo, esse projeto se tratava de um acordo firmado entre o governo

do Estado e uma comissão formada por todos os representantes da grande área (nove bairros) através

da secretaria de segurança. Que com ajuda dos comerciantes da grande área construíram um posto

policial para alojar o contingente do 3ºBPM que a partir desse momento passou a fazer segurança do

bairro e dos outros ao seu redor. Segundo Sr: Raimundo |Ferreira Ferreth em (17/09/2017)

CONCLUSÃO: Portanto a Urbanização passou a ser regulamentada a partir da C/F de 88 e amparada

pela Lei 10.257/2001 que certamente vem dá o direito e determina o uso Urbano e posse legal de

propriedades. Se conclui que é fundamental que o povo esteja unido na luta pelo seu espaço que é

incapaz de evoluir sem um controle social. Compreende-se que sem as parcerias entre população e

poder público que é o responsável pelo cuidado da população, acarretam a vulnerabilidade dos Bairros

e periferias e também o crescimento vertiginoso dos problemas sociais, impactos ambientais e outros.

É preciso que o crescimento aconteça de maneira organizada onde todos possam trabalhar e viver

dignamente, conforme determinação constitucional em artigos 182 e 183 que dá direito ao uso da

propriedade urbana, ao uso da mesma para sua sustentabilidade, regulamentada pelo estatuto da

cidade, Que desenvolve a promoção do bem estar do ser social, dispondo das políticas sociais

vigentes na lei que no artigo 2º vem garantir a todo cidadão o direito à moradia digna , como também

toda pavimentação e infraestrutura urbanística, assim os órgãos devem selar para que as futuras

gerações possam usufruir dos mesmos direitos. Hoje o Bairro Nova República precisa estar

desenvolvendo e contribuindo com o progresso do município visto que a população aumenta a cada

dia conforme o senso de 2010 o número de habitantes do bairro Nova República estava na faixa de

8,001 habitantes.

Outros bairros surgiram em seu entorno, fazendo parte da grande área e juntos lutam pela

preservação do meio ambiente, inclusive no cuidado com a APA Saúbal, para que não seja depredada

esse patrimônio natural que servirá ponto turístico e uma forma de contribuição para o

desenvolvimento e geração de renda para o município.

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REFERENCIAS

HÉBETTE (2004, p.25, Apud MENDES Luz Augusto Soares; OLIVEIRA Janete Marília Gentil,

2010, p 4), “Expansão Urbana e a produção de periferia em Santarém Pará. Um Estudo sobre

o Entorno da Fernando Guilhon” disponível

http://www.agb.org.br/evento/download.php?idTrabalho=288 . Acesso 15/10/2017

MEDEIROS. Alexandro M. Politicas Publicas de desenvolvimento Urbano disponível em:

http://www.portalconscienciapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-politica/politicas-publicas/politica-

urbana/ acesso em 15/10/2017

POPULAÇÃO NOVA REPÚBLICA –SANTARÉM. Disponível em:

http://populacao.net.br/populacao-nova-republica_santarem_pa.html acesso em 15/10/1017

Brasil. Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001.

Estatuto da Cidade e Legislação Correlata. — 2. ed., atual. — Brasília: Senado Federal,

Subsecretaria de Edições Técnicas, 2002. ... Política urbana, estatuto, Brasil. Disponível em:

www.geomatica.ufpr.br/portal/wp-content/uploads/2015/03/Estatuto-da-Cidade. Acesso 15/10/2017

Código Civil/Ane Joice Angeher, Organização e [Coordenação]. -17.ed.-São Paulo:Rideel,2011. -

(Coleção de Leis Rideel. Série Compacta. Inclui: Constituição e Legislação ISBN 978-339-1691-

31Direito Civil-legislação-Brasil 1-Angher Anne Joyce II. Titulo. III Série

Portela, Rosilene de Souza Políticas habitacionais em cidades amazônicas: Belém e São Luís na

perspectiva comparativa / Rosilene de Souza Portela; orientadora Edna M. Ramos de Castro.

2011.disponivel em:

http://www.ppgdstu.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/teses/TESES/2011/ROSELENE%

20DE%20SOUZA%20PORTELA. Acesso 15/10/2017.

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DIAGNÓSTICO DO BAIRRO SANTA CLARA, SANTAREM, PA: EQUIPAMENTOS

URBANOS E MOBILIDADE URBANA EM 2016

117Samuel Ivan Oliveira Moura1

118Orientador: José Reginaldo Pinto de Abreu2

RESUMO: O Crescimento urbano desordenado e a falta do acompanhamento, por parte do poder público, das

adequações dos serviços às demandas da sociedade, levaram à depreciação da cidade. Cada recorte da cidade, pode-se

dizer que retratam diferentes necessidades. Considerando o bairro do Santa Clara em Santarém do Pará, como um recorte

da cidade, para avalia-lo foi feita investigação através de consulta à população residente, com vistas a nortear a

qualificação daquele espaço urbano, da área central da cidade, de maneira a contribuir no planejamento futuro e promover

a qualidade de vida naquele espaço, que todos os munícipes utilizam.

Palavras-chaves: PLANEJAMENTO URBANO, DIAGNÓSTICO, BAIRRO, MOBILIDADE URBANA,

EQUIPAMENTOS URBANOS.

INTRODUÇÃO: Historicamente, segundo o site oficial da Prefeitura Municipal de Santarém

(2016), “os Marianos começaram um trabalho de catequese que deu origem às novas comunidades

religiosas que se tornaram bairros de Santarém. Assim nasceriam a comunidade de Nossa Senhora

das Graças (bairro Santa Clara)”. O bairro Santa Clara é um bairro que, comparativamente a outros,

poucas pessoas residem (2972 pessoas, segundo IBGE, 2010). Sua principal função na morfologia da

cidade, parece ser a de fazer a ligação com outros bairros, não percebendo-se outra função importante.

Um diagnóstico é necessário para avaliar o atual espaço físico, no qual essa parte da população da

cidade, reside e, também possíveis necessidades com o objetivo de identificar a eficácia dos

equipamentos urbanos, a localização os prédios públicos que atendem aquela localidade e, se os

critérios de mobilidade urbana atendem aquela população e à cidade como um todo. Os instrumentos

que avaliam esses equipamentos embasam-se em critérios para o planejamento urbano.

Para o planejamento urbano que é um conceito que carrega a ideia de futuro, ao prever a evolução do

fenômeno ao qual se liga, pois, planejar é “[...]conhecer os possíveis desdobramentos de um processo,

para identificar os problemas ou ainda aproveitar os benefícios resultantes dessas ações.” (SOUZA,

2006).

Através desse conceito nota-se a importância do planejamento urbano para cidade, visando o

bem estar para os habitantes, pois prever comportamentos e identificar problemas pode-se propor

melhorias.

1Acadêmico do Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Luterano de Santarém; Acadêmico do

Bacharelado em Gestão Pública e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Oeste do Pará. E-mail:

[email protected]. 117 2Mestre em Processos Construtivos e Saneamento Urbano, pela Universidade Federal do Pará; Especialista em Paisagismo

Tropical Urbano, pela Universidade de Amazônia; Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade da

Amazônia. E-mail: [email protected]. 118

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MATERIAIS E MÉTODOS: Preliminarmente foram elaborados mapas de situação, indicando a

localização do bairro Santa Clara, malha viária e prédios de maior importância no bairro. Com as

informações acima, foram feitas visitas, com o apoio de cinco colegas voluntários, visando levantar

as características reais do bairro, assim como os anseios da população residente através da aplicação

de um formulário. Nesse processo, os moradores foram bem participativos quanto a pesquisa,

mostrando opiniões diversas entre pontos fortes e fracos, além de propor mudanças e melhorias em

alguns pontos do bairro. A pesquisa surge como uma necessidade de se realizar um estudo voltado

para o contexto local, com enfoque na mobilidade urbana, para que numa futura análise possa se

realizar propostas de ações de acordo com os anseios da população, além do fato de que existem

poucas literaturas nesse sentido.

A pesquisa bibliográfica utilizada pautou-se nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatísticas (IBGE), Plano Diretor Municipal 2006 – 2016 (PDM), e pesquisa de campo, com

questionário quantitativo-qualitativo, onde o público-alvo foram os residentes do bairro Santa Clara.

RESULTADOS: Segundo a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Título II Capítulo I Seção

II Art. 22 o Bairro Santa Clara faz parte do Sítio Histórico Urbano de Santarém. Pois no Título I

Capitulo II Art. 8 os incisos VI e VII, fazem referência aos conjuntos arquitetônicos dos Colégio Dom

Amando e Santa Clara como objetos de relevância arquitetônica, histórica e cultural da cidade; de

acordo com o Plano Diretor Municipal, o Bairro Santa Clara faz parte do distrito norte ou grande área

da Aldeia, conforme figura 1: Mapa de Situação.

Como descrição, o Santa Clara possui a zona institucional do cemitério municipal, e se encontra

vizinho da zona comercial da cidade, sendo para a mesma um acesso. Em seu interior encontra-se

Figura 1: Mapa de Situação do Bairro Santa clara

Fonte: Dados georreferenciados e de densidade demográfica do IBGE, 2010;

Informações adicionais cedidas pela Prefeitura Municipal de Santarém, 2016;

Elaborado pelo Autor.

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comércios, residências, Hospital Municipal de Santarém, 16ª Seccional de Polícia Civil, de Escolas

Públicas são: Escola Diocesana São Francisco, Escola Estadual Álvaro Adolfo e Escola Municipal

Fluminense, e os Colégios: Batista de Santarém, Dom Amando e Santa Clara. etc., conforme figura

2: Mapa de Infraestrutura. O bairro enquadra-se em uma zona mista, uma vez que o próprio mapa da

prefeitura não lhe dá uma diretriz. Segundo o Plano Diretor uma Zona de uso Misto, são áreas de

ocupação promíscua – residências, comercio, indústria e outras – e para as quais não há indicação de

utilização específica e excludentes pelas normas urbanísticas. (Título III, Capítulo III, seção IV, Art.

128).

Quanto aos resultados do questionário aplicado, 54% era do gênero feminino, e quando

perguntados sobre a sinalização pública, 76,93% respondeu que a mesma era insuficiente. Em relação

ao estacionamento, 54% declarou que é insuficiente, onde 31% não soube opinar. Em relação ao

transporte público coletivo, 54% mostram-se insatisfeitos, por entenderem que os ônibus não realizam

manutenção ou que estes, continuamente, estão com impurezas. Os pontos de ônibus não são

adequados, segundo 69,23% dos entrevistados.

Na última pergunta, a qualitativa, ficava aberto às sugestões de em qual setor o bairro precisaria

melhorar, 31,25% dos entrevistados responderam que a segurança pública, 18,75% mencionou a

sinalização pública e a iluminação pública foi mal avaliada por 12,50% destes.

Figura 2: Mapa de Infraestrutura do Bairro Santa Clara

Fonte: Dados georreferenciados do IBGE, 2010; Informações adicionais por

pesquisa de campo; Elaborado pelo Autor.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados do diagnóstico do bairro do Santa Clara, revelados na

pesquisa, pelos residentes entrevistados, demonstrou como maior problema do bairro a segurança

pública, com um grau de insatisfação de cerca de 1/3 e, quanto a problemática relativa a mobilidade

urbana, 18,75% demonstraram-se insatisfeitos, e a sinalização das vias de tráfego, foi o que mais

chamou atenção, por se tratar de um bairro por onde atravessam vias arteriais – que ligam à outros

bairros – sobretudo ao principal Centro de Comércio e Serviços da cidade. Estes dois itens relevantes

diagnosticados podem refletir os fatos ocorridos, nos últimos anos na cidade, em que houve uma

intensificação, principalmente, no aumento de veículo automotores, como a motocicleta que estão

incluídas nas estatísticas de violência por morte no trânsito, além de delitos que ocorrem nos grandes

centros urbanos.

O Recorte de uma cidade, como o bairro do Santa Clara em Santarém, pode revelar resultados

diferentes comparativamente a outras regiões da cidade, este trabalho poderá ser utilizado como

complemento para trabalhos futuros que visem comparar os resultados obtidos aqui com vistas ao

planejamento da cidade como um todo.

REFERÊNCIAS

FONSECA, Wilde Dias da - Santarém: Momentos Históricos, 1996

SEMMA, Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Informações Municipais de Santarém, 2013;

Disponível em: < http://www.santarem.pa.gov.br/semma/info> Acesso em 15 fev. 2016

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico - População. 2010.

Disponível em: < http://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso em: 12 mar. 2016.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Dados Georreferenciados. 2010. Disponível

em:

<https://ww2.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?lang=&codmun=150680&search=para%7csant

arem> Acesso em 15 mar. 2016.

Gráfico 1: Resultados da Pesquisa Qualitativa

Fonte: do Autor

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505

PMS - Prefeitura Municipal de Santarém. Plano diretor Municipal de Santarém, 2016;

______. Secretaria de Mobilidade e Trânsito, Dados de Uso do Solo. Disponível em:

<http://www.santarem.pa.gov.br/conteudo/?item=121&fa=60> Acesso em 12 mar. 2016.

SOUZA, Marcelo L. de; RODRIGUES, Glauco B. Planejamento urbano e ativismos sociais. São

Paulo: UNESP, 2004.

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OUTORGA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO PARÁ

119Alarico Marques Pereira 1

120Alessandra Rodrigues Maciel2

121Miguel Borghezan3

[email protected]

RESUMO: A água é bem de domínio público. Seu acesso às necessidades básicas nos é garantido, sendo competência

do Município a criação de mecanismos para a efetivação desse direito. No Estado do Pará, a Lei/PA n° 6.381/015122 institui

as diretrizes para o uso e gerenciamento dos recursos hídricos estaduais (art. 26, I, CF). A Resolução CERH nº 3, de

20086123, melhor regulamenta a outorga do direito de uso de recursos hídricos no Pará, sendo órgão regulador para

gerenciamento a SEMAS. Neste trabalho analisaremos em linhas gerais do modelo, procedimentos e isenções da outorga.

PALAVRAS-CHAVE: OUTORGA. USO DE ÁGUA. ESTADO DO PARÁ.

INTRODUÇÃO: A água é um recurso natural limitado, público, insubstituível e de valor econômico

(art. 1º, I e II, Lei nº 9.433/977124). A Constituição de 1988 atribui aos Municípios a prestação do

serviço de abastecimento e do acesso à água. O uso desse recurso natural deve ser feito na forma

da lei. Considera-se infração a falta de outorga para utilização de águas com finalidades

econômicas. A Lei/PA nº 6.381/01 dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e institui o

Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos no Pará. Foi criada para resguardar direitos

atribuídos aos Estados pela Constituição, também atendendo a norma-princípio do art. 225 da CF/88.

A outorga é um dos instrumentos da Política Nacional e Estadual de Recursos Hídricos, por meio da

qual o Poder Público autoriza um usuário a receber recursos hídricos, sob certas condições. Verificar

os procedimentos para sua concessão no Estado do Pará e a disciplina das normas de regência, será

objeto deste trabalho.

MÉTODO: Trata-se de analisar o assunto sob as lentes da Lei/PA n° 6.381/01 e nas Resoluções do

Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH/PA), dentre outras normas. Adensaremos com

pesquisa em doutrinas, analisando as funções do poder outorgantes e dos usuários dos recursos

hídricos sujeitos a outorga, além dos requisitos para sua concessão. O método de abordagem é o

dedutivo, com avaliações dialéticas, sob as bases e parâmetros propostos.

1 Acadêmico do 10° semestre do Curso de Direito, Pesquisador do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do

Projeto de Pesquisa: "Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas

Públicas e o Judiciário" do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 119 2 Acadêmica do 9° semestre do Curso de Direito e Pesquisadora do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica. do

CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 120 3 Professor do Curso de Direito e Pesquisador do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Mestre em Direitos Fundamentais e 4 Relações Sociais. Advogado. Presidente do FOPIESS. 121 5 Política Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Pará122 6 Dispõe sobre Outorga de direito de uso de recursos hídricos do Estado do Pará 123 7 Política Nacional de Recursos Hídricos 124

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RESULTADOS E DISCUSSÕES: A outorga do direito de uso de recursos hídricos8125 é um dos

instrumentos da Política Nacional e Estadual de Recursos Hídricos pelo qual o Poder Público autoriza,

sob condições preestabelecidas, sua utilização por particulares, empresas de economia mista e órgãos

públicos. Exige-se outorga quando houver interferências nos corpos d’água, derivadas do seu

consumo para atividades produtivas ou econômicas. São dois os sujeitos da efetivação desse serviço.

O outorgado, que passa a ser titular do direito de uso de recursos hídricos, respondendo por todas as

obrigações decorrentes do ato de outorga. E o outorgante, autoridade responsável pela outorga do

direito de uso de recursos hídricos. No Estado do Pará a SEMAS9126 é competente para a concessão e

fiscalização do uso das águas estaduais (art. 26, I, CF). A Lei/PA nº 6.381/01 disciplina três

modalidades de outorga: a) Outorga Preventiva de Uso dos Recursos Hídricos, que confere ao

interessado expectativa de direito de uso de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos; b) Outorga

de Direito de Uso dos Recursos Hídricos, que confere ao seu titular efetivo direito de uso de recursos

hídricos superficiais ou subterrâneos; c) e a Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica, que

será fornecida dentro do processo de concessão, autorização e permissão para o setor elétrico. Estão

sujeitos à outorga no Estado do Pará, regra geral, os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos10127:

I - a derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo

final, inclusive abastecimento público ou insumo de processo produtivo;

II - a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo

produtivo;

III - lançamento de esgotos e demais resíduos, tratados ou não, em corpo de água, com o fim

de sua diluição, transporte ou disposição final;

IV- aproveitamento de potenciais hidrelétricos;

V - utilização das hidrovias para o transporte;

VI - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um

corpo de água.

A Lei/PA nº 6.381/01, no art. 13, traz duas situações de dispensa de outorga do direito de uso:

a) águas destinadas à satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no

meio rural; b) as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes. A captação

superficial insignificante é a que não exceda a vazão máxima de86m3/dia, com vazão instantânea

máxima de 1L/s, para qualquer uso (art. 2º, Resolução nº 9/09, do CERH/PA11128). Já a extração

subterrânea insignificante é a do abastecimento residencial unifamiliar até o máximo de 40m3/dia

para uso residencial; e até o máximo de 5m3/dia para os demais usos. Para o processo de outorga ser

8 Há autores que distinguem águas e recursos hídricos, com atribuição a estes de algum aproveitamento econômico (Cid

Tomanik Pompeu. Direito de águas no Brasil. 2 ed. São Paulo: RT, 2010, p. 70/71). Já Paulo Affonso Leme Machado

(Recursos hídricos: direito brasileiro e internacional. Malheiros: São Paulo, 2002, p. 23/24), defende não haver essa

necessária distinção, embora os conceitos não sejam absolutamente coincidentes. Neste artigo acompanharemos Paulo

Affonso Leme Machado. 125 9 SEMAS é a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará.

126 10 Esses usos estão previstos de modo expresso no art. 12 da Lei/PA nº 6.381/01. 127 11 CERGH é o Conselho Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado do Pará, criado pela Lei/PA nº

6.381/01, arts. 41 a 53. 128

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liberado o interessado deverá solicitar à gerência da central de atendimento da SEMAS (GECAT) o

documento de arrecadação correspondente que, pago, dará direito de receber o instrumento da

outorga. Os aspectos a serem observados no cálculo dos valores para uso dos recursos hídricos estão

previstos no art. 25 da Lei/PA nº 6.381/01. Os pedidos de outorga para perfuração de poço e captação

de água subterrânea, deverão atender os requisitos listados no § 8º, do art. 13, da Resolução nº 10 do

CERH/PA. O empreendimento com mais de um (01) poço na mesma dependência deverá solicitar a

outorga em um único processo, abrangendo todos os usos dessa área locacional. Será formalizado um

único processo de outorga para o interessado naquele local, abrangendo todos os usos pretendidos

(consumo final, abastecimento público, insumo de processo produtivo; lançamento de esgotos ou

outros resíduos, tratados ou não, em corpo d'água, para diluição, transporte ou disposição final = art.

12, I e III, Lei/PA nº 6.381/01). Serão individuais os formulários técnicos, devendo cada um conter

todos os dados técnicos do uso pretendido. Quando as solicitações de captações ou lançamentos de

efluentes forem para mais de um ponto, no mesmo corpo hídrico, todas as indicações semelhantes

requeridas serão somadas para determinação dos volumes totais, cuja outorga será então concedida,

ou negada, nos termos das normas de regência para esse empreendimento. Não se concederá outorga

para empreendimentos sujeitos a licenciamento antes de sua realização, pois este deve sempre

anteceder a qualquer uso de recursos hídricos. O que poderá haver é a declaração de reserva de

disponibilidade hídrica, para assegurar ao interessado a real possibilidade de acesso à água, na

quantidade e qualidade desejada para o empreendimento. Sob esse aspecto, como indica Jérson

Kelman, "a outorga tem valor econômico para quem a recebe, na medida em que oferece garantia de

acesso a um bem escasso"12129. Contudo, a concessão de outorga não constitui direito absoluto para o

outorgado, visto que a vazão do curso d'água não é constante, mas sujeita a efeitos não controláveis

pelo homem. Por isto, a própria lei permite suspensão, parcial ou total, dos efeitos da outorga nas

situações indicadas no art. 15 da Lei nº 9.433/97 e no art. 16 da Lei/PA nº 6.381/01, por ser prioritário

em situação de escassez o uso das águas para consumo humano e dessedentação13130 dos animais em

geral (art. 1º, III, Lei nº 9.433/97).

Importante e necessário realçar nesta altura o dever de todos manterem íntegras as áreas de

preservação permanentes, na dimensão protetiva das águas prevista no art. 4º do Código Florestal

(Lei nº 12.651/12). Aquele que descumprir normas em relação as APPs14131 não pode ser beneficiado

por outorga. Em claras palavras, quem não protege as águas ofende bem comum de todos, e por isto

não pode ter garantia do fornecimento delas pelo poder público mediante outorga, vantagem

econômica individual, mesmo pagando o preço público correspondente. A ninguém é lícito

12 Apud Paulo Affonso Leme Machado, in op. cit. p. 59. 129 13 Mitigar ou saciar a sede de qualquer forma . 130

14 Áreas de Preservação Permanente 131

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beneficiar-se da própria torpeza, sendo obrigatório observar o componente ético-jurídico no

gerenciamento das águas, também exigência do princípio constitucional previsto no art. 170, VI, da

CF. Merece ser destacado ainda que o Município tem competência para registrar, fiscalizar e

acompanhar as concessões, as outorgas e explorações de recursos hídricos feitas em seu território,

conforme previsto no art. 23, XI, da Constituição. É que as águas não são bens dominicais particulares

dos Estados (art. 26, I, CF) ou da União (art. 20, III, CF), mas apenas para fins de gestão. Por esses

motivos, o art. 63 da Lei/PA nº 6.381/01 de modo expresso prevê que "O Estado poderá delegar ao

Município que se organizar técnica e administrativamente o gerenciamento de recursos hídricos de

interesse exclusivamente local, compreendendo, dentre outros, os de bacias hidrográficas que se

situem exclusivamente no território do Município e os aquíferos subterrâneos situados em sua área

de domínio". O Município de Santarém firmou Convênio nesse sentido durante o XV Encontro de

Águas Doces, realizado nos dias 04 e 05 de maio de 2017, o que mostra interesse, cuidado e

compromisso com as águas. Também foi previsto, no art. art. 29 da Lei/PA nº 6.381/01, a

possibilidade de estabelecer mecanismos de compensação para os Municípios, devendo isto ser feito

por lei específica no âmbito do Estado. Vê-se aí a grande importância dos Municípios no

gerenciamento dos recursos hídricos, visto que todos vivem nele. As outorgas de direito de uso de

recursos hídricos, conforme art. 17 da Lei/PA nº 6.381/01, terão prazos de vigência, os quais serão

fixados em função da natureza e do porte do empreendedor, levando-se em consideração, quando for

o caso, o período de retorno do investimento, não podendo ultrapassar 35 (trinta e cinco) anos,

permitida a renovação. A parte administrativa para a gestão e o gerenciamento dos recursos hídricos

está se organizando no Pará, e precisa ser mais divulgada e discutida para atingir seus elevados

objetivos e finalidades.

CONCLUSÃO: A água é bem público dotado de valor econômico. Precisa de controle e

gerenciamento adequando para atender interesses e direitos das presentes e futuras gerações. A

Lei/PA n° 6.381/01, sua regulamentação e as Resoluções do CERH são a salvaguarda de todos para

o uso equilibrado dos recursos hídricos no Pará, vez que são normas estruturantes reguladoras da

quantidade e qualidade de nossas águas. A outorga é um dos principais instrumentos na gestão das

águas, e o Pará precisa da urgente colaboração dos Municípios para evitar a degradação e usos

indevidos. Para isto é necessário por em prática os mecanismos de compensação prometidos na

Lei/PA n° 6.381/01. Em nossa visão, será fundamental a atuação de Municípios no gerenciamento

dos recursos hídricos no Pará, tendo em vista a extensão do seu território. Impõe-se agir logo para

evitar que as águas sejam poluídas, virem esgotos, como ocorreu no sul, sudeste e nordeste. Grandioso

é aprender com os erros dos outros. Os usos das águas devem articular-se com os projetos de

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desenvolvimento do Estado, mantendo o meio ambiente natural ecologicamente equilibrado. Sem isto

os reflexos ambientais, sociais e econômicos serão graves, pois ter-se-á de gastar bilhões e esperar

um largo tempo para recuperar as águas. O Pará ainda pode/deve evitar a degradação das águas. A

dignidade humana exige prevenir os problemas, e o Pará poderá crescer 30 anos ou mais em 10 anos,

superar históricas desigualdades no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e melhorar as

condições de vida de todos, se cuidar adequadamente de suas águas.

REFERÊNCIAS

ANGHER, Anne Joyce (org.). Vade mecum acadêmico de direito. 24. ed. São Paulo: Rideel, 2017.

MACHADO, Paulo A. Leme. Recursos hídricos: direito brasileiro e internacional. Malheiros: São

Paulo, 2002.

POMPEU, Cid Tomanik. Direito de águas no Brasil. 2 ed. São Paulo: RT, 2010.

Brasil. Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a política nacional de recursos hídricos e

cria o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e dá outras providências. Brasília,

janeiro de 1997.

Brasil, Pará. Lei/PA n. 6.381, de 25 de julho de 2001. Dispõe sobre a política estadual de recursos

hídricos, institui o sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos e dá outras

providências. Belém, julho de 2001.

Conselho Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Normas que dispõe sobre outorga do

direito de uso de recursos hídricos. Belém, Pará.

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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NO BAIRRO ÁREA VERDE DE SANTARÉM/PA, E

PAPEL DO MUNICÍPIO.

132Alarico Marques Pereira1

133Ivone Domingos e Silva2

134Miguel Borghezan3

[email protected]

RESUMO: O Bairro Área Verde, no Município de Santarém/PA enfrenta constantes problemas de desenvolvimento

por conta da falta de documentação fundiária. O projeto, em parceria com MP/PA4135 visa auxiliar interessados a pleitear

junto ao Poder Público Municipal a legalização dos terrenos em prol das famílias possuidoras. A regularização fundiária

é um grande problema em nossa região, visto que grande parte dos terrenos foram adquiridos pelo instituto da enfiteuse5136

extinto no Código Civil de 2002. Neste trabalho realizaremos uma análise sobre a condição fundiária do citado bairro, e

o direito fundamental de habitação de interesse local.

PALAVRAS-CHAVE: REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA. HABITAÇÃO. COMPETÊNCIA MUNICIPAL.

INTRODUÇÃO: A pesquisa sobre situação fundiária no bairro Área Verde em Santarém-PA, foi

idealizada pelo programa Ministério Público e Comunidade, e projeto Mediação Comunitária em

Interesses Difusos e Coletivos, em parceria com o Projeto de Pesquisa “A produção do espaço urbano

na cidade de Santarém – PA e os impactos ambientais e sociais causados pela ocupação desordenada

do solo urbano em recentes áeras ocupadas ou que estão em processo de ocupação”6137. Assim, foram

realizadas diversas visitas no bairro Área verde para catalogar informações pertinentes sobre a

questão fundiária, por meio de questionários aplicados em aproximadamente 1500 domicilios,

verificou-se a ausência do Poder Público Municipal no ordenamento territorial na regularização

fundiária (art.30, inciso VIII, CF/88)7138. Este artigo tem por objetivo discutir a problemática fundiária

e a possibilidade de documentar as terras sob o ponto de vista jurídico e extrajudicial. Será possível

1 Acadêmico do 10° semestre do Curso de Direito, Bolsista do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do Projeto

de Pesquisa: “A produção do espaço urbano na cidade de Santarém – PA e os impactos ambientais e sociais causados

pela ocupação desordenada do solo urbano em recentes áeras ocupadas ou que estão em processo de ocupação” e

voluntário do projeto: Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém (PA), Políticas

Públicas e o Judiciário" do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. 132 2 Professora e coordenadora do Curso de Serviço Social e Pesquisadora do CEULS/ULBRA de Santarém. Mestre em

Desenvolvimento e Planejamento pela UFPA. Professora da UFOPA. 133

3 Professor do Curso de Direito e Pesquisador do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Mestre em Direitos Fundamentais e

Relações Sociais pela UFPA. Advogado. Presidente do FOPIESS. 134

4 Ministério Público do Estado do Pará. 135 5 A enfiteuse é instituto do Direito Civil e o mais amplo de todos os direitos reais, pois consiste na permissão dada ao

proprietário de entregar a outrem todos os direitos sobre a coisa de tal forma que o terceiro que recebeu (enfiteuta) passe

a ter o domínio útil da coisa mediante pagamento de uma pensão ou foro ao senhorio. Assim, pela enfiteuse o foreiro ou

enfiteuta tem sobre a coisa alheia o direito de posse, uso, gozo e inclusive poderá alienar ou transmitir por herança,

contudo com a eterna obrigação de pagar a pensão ao senhorio direto. 136

6 Projeto de pesquisa, coordenado pela Profa. Ivone Domingos e Silva " A produção do espaço urbano na cidade de

Santarém – PA e os impactos ambientais e sociais causados pela ocupação desordenada do solo urbano em recentes áeras

ocupadas ou que estão em processo de ocupação. " As visitas de campo no bairro Área Verde iniciou de maio de 2017. 137

7 Art. 30. Compete aos Municípios: VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante

planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. 138

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exigir do Município a regularização fundiária (de interesse social ou especifico Lei 11.977/09) dos

terrenos, garantindo, assim, o direito de propriedade dos moradores ocupantes?

MÉTODO: Trata-se de analise a situação fundiária com apoio em pesquisa de campo feita no bairro

Área Verde, Santarém/PA, adensada com pesquisa em doutrina e normas aplicáveis. Verifica-se como

será possível regularizar a documentação legal aos terrenos dos moradores do bairro Área Verde e o

problema de pesquisa de fundo quantitativo e com aspectos qualitativos. O método de abordagem é

o hipotético dedutivo, sob as bases e parâmetros propostos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: A regularização fundiária no bairro Área Verde é um dos grandes

problemas que dificulta o regular desenvolvimento daquele bairro. Várias vezes alguns moradores,

com auxilio da Associação dos Moradores tentaram regularizar a situação, mas até o momento o

Município não tomou providência no sentido de solucionar o problema. A partir da Constituição

Federal de 1988 os Municípios foram consagrados como entidade federativa com plena autonomia,

ou seja, com capacidade de auto-organização e normatização própria. Assim, o Município deveria

criar algum programa que favorecesse a regularização fundiária urbana, pois a da Carta Magna

competência exclusiva, a de “promover, no que couber, o adequado ordenamento territorial, mediante

planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano” (art. 30, inciso VIII,

CF/88). Com base em relatos de moradores, o povoamento iniciou a partir do ano de mil novecentos

e oitenta e um (1981), com a chegada de famílias, que compraram terrenos que se diziam donos. Em

meados de mil novecentos e noventa e oito (1998), teve inicio a regularização do bairro, sendo assim,

a criação da primeira Associação denominada Associação Comunitária Área Verde Agrícola de

Santarém – ASCAVAS. De acordo com levantamento feito pela Secretária Municipal de Saúde de

Santarém, em 2016 a Área Verde conta com aproximadamente 6 mil moradores e 1500 domicílios,

portanto, bairro populoso para padrões locais regionais, ainda sem a atenção necessária. Por meio de

um Programa de Mediação do Ministério Público do Estado do Pará, como forma de organizar todos

os procedimentos adotados na mediação, foi instaurado o Pedido de Providencias nº 001/2014-MP,

cujos interessados são os comunitários do Bairro Área Verde. A Lei Federal nº 11.977/098139 conferiu

a todos os entes federados legitimidade para regularizar e documentar terras: “a regularização

fundiária poderá ser promovida pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios”

(art. 50). Em 2001 foi aprovada a Lei Federal nº 10.2579140, chamada de Estatuto da Cidade, que

estabelece diretrizes gerais da política urbana, regulamentando os artigos 182 e 183 da Constituição

8 Lei do Programa Minha Casa Minha Vida 139 9 Estatuto da Cidade140

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Federal de 1988. Entretendo, não houve regulamentação local especificando o papel do Município de

Santarém na formulação, planejamento e implementação da política fundiária urbano. O Estatuto da

Cidade não só consolidou o espaço da competência jurídica e da ação política municipal, como

também, ampliou sua área de atuação, sobretudo no que toca à questão da regularização fundiária

urbana. Há obrigatoriedade de atuação do Município como ente federado mais próximo dos cidadãos

urbanos, ou seja, mais de 80% das pessoas moram, constroem, trabalham e vivem nas cidades. Assim,

o Município desponta como principal ente público responsável pela questão da regularização

fundiária, justamente pelo fato de estar mais próximo dos problemas, sendo um de seus papéis

essenciais, definidos na Constituição e outras normas, melhorar as condições de moradia (art. 23,

inciso IX,CF/88) para o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade. Sendo assim, o

Município deve criar programas para favorecer a regularização fundiárias aos bairros que ainda não

possuam documentação legal das terras, para que assim seus moradores possam sentir-se seguros,

valorizados e viabilizando as condições para melhorar a qualidade de vida.

CONCLUSÃO: A realidade fundiária encontrada no bairro Área Verde, é um problema recorrente

na cidade que se estende a vários outros bairros do Município de Santarém. O Poder Público

Municipal tem obrigação constitucional com o direito a moradia, por ser o ente mais próximo dos

moradores, deve tratar dos assuntos de interesse local. Nesse sentido o papel do Município é de

extrema importância no que tange a legalização dos terrenos dos moradores da Área Verde, para que

o bairro possa se desenvolver atendendo as funções sócias da cidade. Os moradores que não possuem

a propriedade de seus terrenos podem ter auxílio do projeto do MP/PA para assim pleitear

extrajudicialmente, junto ao Poder Municipal. Caso o Município se omita, a via judicial será o

caminho por meio de uma Ação Civil Pública, e então pleitear a solução adequada no âmbito da

regularização fundiária no bairro da Área Verde.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 11.977, de 07 de julho de 2009. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha

Vida e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas. Brasília. DF:

2009.

ALFONSIN, Betânia. O significado do Estatuto da Cidade para os processos de regularização

fundiária no Brasil, in Regularização Fundiária Plena. Brasília, Ministério das Cidades. 2007.

ANGHER, Anne Joyce (Org.). Vade Mecum acadêmico de direito. 24º.ed. atual. eampl. São Paulo:

Rideel, 2017.

BARBOSA, Alyne Patrícia da Silva; DUTRA, Andréa Katiane Bruch; SOUZA, Eliana Amoedo de.

Normas técnicas para trabalhos acadêmicos. 7. Ed. Canoas: Ed. ULBRA, 2015.

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