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GRUPO DE ESTUDO SOBRE: A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA EM CICLOS 2015

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GRUPO DE ESTUDO SOBRE: A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA EM

CICLOS

2015

1. Experiências de outros lugares que tem o Sistema organizado por Ciclos.

2. Avaliação no Sistema Ciclado: Relatórios de Avaliação/Concepção/aprovação/reprovação (Eficácia dos instrumentos).

3. Trabalho com a heterogeneidade e homogeneidade (Atividades diferenciadas/diversificadas)

4. Questões Legais (PNAIC Deliberações e etc)

5. Papel de cada um e de todos com a implantação / Mudança de Sistema.

6. Organização na Educação de Jovens e Adultos: Aprendizagem ao longo da Vida.

A implantação surgiu de discussões sobre:

O papel da escola pública (garantia do avanço dos direitos sociais de todos os cidadão Intervindo nas estruturas excludentes do Sistema Escolar ).

Elevados índices de reprovação e Evasão

Distorção idade/série

Inverter o quadro do fracasso escolar

A implantação se deu a partir de 2001 com a mudança de gestão.

“No primeiro momento ficoumuito confuso porque a maiorpreocupação era de saber qualseria o atendimento para essascrianças, como iria ser feito isto,de que maneira é que as criançasiriam passar, se iam chegar na 4ªsérie sem saber escrever...”

(diretora de escola)

O principal objetivo era dar a criança a possibilidade de completar, sem retrocesso o Seu Processo de apropriação do conhecimento e do desenvolvimento cognitivo emocional.

Foi implantado um ano a mais ao Ensino Fundamental (crianças iniciavam o Ensino Fundamental a partir dos seis anos).

A adoção de Sistema de Ensino garantiu mais autonomia para algumas reformulações e mudanças.

A nova forma de organizar os tempos desestabilizou questões em relação a concepção e cultura escolar: Trabalho do docente no Ciclo (trajetória/ Acompanhamento até o final ou não), concepções de escola, avaliação, aluno entre outros.

Insegurança de docentes de assumir turmas com certas defasagens.

1º Ciclo: grupos organizados com base naidade (*6, 7 e 8 anos) _ Trabalho com ashabilidades básicas de leitura, escrita e odesenvolvimento do pensamento lógicomatemático.

2º Ciclo: “continuum” de 2 anos ... Tevecomo referência 3ª e 4ª série a princípio eposteriormente foi se constituindo comcrianças de 9 e 10 anos.

Classe de Aceleração: Projeto específicopara atender alunos em distorçãosérie/idade

Classes de apoio: atender os alunos comdificuldades de aprendizagem do 1º e do2º Ciclo e também das classes deAlfabetização (contra-turno/tempointegral).

Ausência de notas.

Ficha descritiva individual.

Conselho de Avaliação (corpo docente/representantes de pais equipe diretiva).

Não se trata apenas de aprovar automaticamente... Há a preocupação constante com a aprendizagem dos alunos

A reprovação não foi abolida totalmente, sendo que os alunos poderiam ficar retidos ao Final de cada Ciclo.

Ao final de 4 anos ( 2001/2004) percebia-se que:

Os índices de reprovação diminuíram de 12,34 (2000)para 4,45% (2004).

Se corrigiu a distorção série/idade com as Classes de Aceleração, enfrentando o problema do Fracasso escolar destes alunos envolvendo todos os profissionais da escola.

Com a correção idade série e a organização das classes por idade foi minimizado problemas de indisciplina.

Inclusão das crianças de 6 anos.

Eu acho que o Ciclo ganha da sérieporque o Ciclo dá oportunidade paraque todos cheguem no topo. Na sérievocê caminha um pedacinho da corrida edaí tem que voltar lá no começonovamente. O ciclo respeita o teu ritmo,ele respeita você enquanto SER humanoque aprende e tem ritmo próprio deaprendizagem. A Série não. A sérierotula, o Ciclo dá margens de contarquem você é, quais suas possibilidades,suas habilidades. Você mostra suasdificuldades mas consegue superá-las ea série não faz isto.

(I.J. Pedagoga)

“Se a gente fosse esperar toda a estrutura ideal, não teria acontecido. Claro que a gente sonha com uma escola maravilhosa. É claro que a gente ainda tem dificuldade, mas já conseguimos melhorar muito...

(H. Diretora de escola)

A experiência indica que é possível mudar, desde que se

tenha um projeto de mudança que brote do contexto real,

que haja vontade política e paciência pedagógica para

entender que a mudança é processo, que não ocorre de um

dia para o outro... Faz-se necessário reconstrução em

relação à novas concepções de escola, de educação, aluno,

avaliação que este movimento exija novas respostas das

instituições educacionais para garantia do avanço dos

direitos sociais de todos os cidadão.

Fazem parte da mudança

•Resistência

•Ruptura da resistência

•Tomada de consciência

•“Ninguém muda porque o outro assim o deseja ou impõe”

•Buscar o novo não deve significar uma batalha contra o velho, negando a experiência e os valores cultivados por uma instituição e seus educadores.

Pensar diferente –só acontece apartir do diálogo entre todos oselementos da ação educativa –e dareflexão sobre a prática.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=-YP-7l6oAZM

... E a mudança para nossa Rede???

Quando ocorrerá? Ou será que já

começou? Como Ocorrerá/Quando

começou?

Como estão nossas reflexões a

cerca do fracasso escolar?

A mudança do Sistema Ciclado para

o seriado é mesmo necessária/O

que nos diz a Legislação?

“ Art. 30 (…)

III- a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo e, particularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro.

§ 1º Mesmo quando o sistema de ensino ou a escola, no uso de sua autonomia, fizerem opção pelo regime seriado, será necessário considerar os três anos iniciais do Ensino Fundamental como um bloco pedagógico ou um ciclo sequencial não passível de interrupção, voltado para ampliar a todos os alunos as oportunidades de sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindíveis para o prosseguimento

dos estudos.”

§ 1º Devem, portanto, adotar as providências necessárias para que a operacionalização do princípio da continuidade não seja traduzida como "promoção automática" de alunos de um ano, série ou ciclo para o seguinte, e para que o combate à repetência não se transforme em descompromisso com o ensino e a aprendizagem

REGIME SERIADO REGIME CICLADO

Apenas 1 ano dedicado à alfabetização Maior flexibilidade, com novas formas

de organizar os tempos e espaços

escolares.

Altos índices de reprovação na 1ª série Continuidade e aprofundamento no

processo.

Adoção de uma lógica excludente e

competitiva

Adoção de uma lógica de inclusão e

solidariedade .

Busca da homogeneização Valorização da heterogeneidade e da

diversidade de saberes, práticas e valores

construídos pelo grupo.

Processo de alfabetização pautado na

concepção de leitura e escrita como

decodificação e codificação baseada na

memorização

Processo de alfabetização como construção

ativa do sujeito.

Avaliação com perspectiva classificatória –

apenas o aluno é avaliado, sendo único

responsável por seu sucesso ou fracasso.

Avaliação com perspectiva formativa – os

resultados são repensados globalmente, não

é somente o aluno que é avaliado, mas

também o professor e a escola.

Fonte: Cadernos PNAIC

Quais destas características ainda temos hoje no nosso Sistema?

Temos apenas um ano dedicado a Alfabetização?

Como as formações do PNAIC vem abordando questões sobre o tempo de alfabetização?

A lógica da reprovação no Sistema Ciclado e Seriado é a mesma? Onde está o foco?

Nossos índices de reprovação são maiores em quais séries?

Por que só quando se fala se fala em Ciclos/promoção automática surge a preocupação em pegar alunos de determinados docentes ou ainda nos preocupamos com aqueles que não aprendem?

Em vários documentos se fala da complexidade do processo de Alfabetização geralmente se referindo a crianças e no universo adulto, como estas reflexões acontecem?

Temos refletido sobre o processo de alfabetização na EJA? quanto tempo é dedicado para este processo atualmente? É suficiente? Quanto tempo precisamos?

E diferente avaliar no ciclo e na série?

Quais instrumentos que temos hoje para avaliar nossos alunos e redimensionar nossa prática?

Desde quando a rede municipal adota Sistema de Avaliação com notas e também Relatórios?

Os Relatórios de Avaliação nos auxiliam?

Que relação fazemos dos Relatórios com a nota do aluno?

E possível afirmar que a Rede tem este domínio?

Que elementos um relatório de avaliação pode nos dar em relação a aprendizagem do aluno?

Atividade com relatórios de avaliação

Ex. 1

2º ANO

“Apresenta muita dificuldade não acompanha as atividades propostas e não apresenta condições para resolver as atividades sozinho, não tem autonomia, não lê, não faz atividades até mesmo para copiar é indisciplinado. Não escreve nem lê...

Registro de ata C.C.

Escola X em Dez./2014

Ex. 2:

O aluno Produz textos estabelecendo as

relações fonema /grafema (biunívocas), faz

trocas de alguns sons, por exemplo: figo/fico e

morango / moranco. Lê soletrando as palavras

com padrão silábico: consoante - vogal, mas

com compreensão.Consegue voltar na sílaba

(repete) até formar a palavra toda. Realiza

contagem de 1em 1, lê e registro os símbolos

numéricos até 50 com o auxílio da tabela

numérica, ficha de sobre posição.

Registro de ata Escola X em junho/2014

Qual dos dois tem mais elementos em relação a aprendizagem dos alunos?

As informações contidas são suficientes para nortear o trabalho pedagógico com estes alunos?

Quais elementos faltam?

No primeiro exemplo o aluno seria aprovado/reprovado?

E no segundo exemplo?

•Avaliar é refletir sobre essas questões:

•Quem é este aluno “caso perdido”? Quais foram seus avanços?

•Saber a respeito de sua história pessoal/familiar

•Como evoluiu em suas tarefas e trabalhos?

•Perceber avanços, retrocessos, dúvidas repetitivas?

•Lê e compreende?

•Escreve com clareza e correção?

O exercício de observar, anotar e refletir ao longo do cotidiano escolar transforma o fazer pedagógico do professor e de toda a escola.

•Quando dois ou mais professores relatam sobre um único aluno, por exemplo, apontam aspectos diferentes de sua aprendizagem, trazem visões distintas acerca de suas atitudes em sala de aula.

TRABALHO EM GRUPO

4 GRUPOS

15 minutos

Relatório Escola 1 “O aluno B, também é mais falta de interesse, muita

brincadeira, não faz as tarefas, a professora Z diz que concorda com a professora J, que os dois alunos só querem brincar, não copiam e não fazem, e que os pais não colaboram e isso deixa o aluno ainda mais desintereçado, a professora Y que deu aula para a aluna G no ano passado relata que no ano anterior a aluna passou com muito mérito e ela é uma aluna com problemas familiares, um tempo com o pai, outro com a mãe, claro que isso não justifica o seu comportamento preguiçoso desse ano, pelas considerações os dois serão reprovados”... 5º ano

Escola 2

“O aluno C do primeiro ano é um aluno de estatura pequena e sempre muito distraído a necessidade de estar sempre estar chamando sua atenção. Sugestão: chamar os familiares para conversa para que o aluno seja encaminhado para a saúde pois a criança é muito pequena”...

Escola 3

“Está apresentando grandes avanços, pois no início do ano letivo não conhecia todo o alfabeto, fazia junção oral de algumas relações biunívocas e ao registrar invertia o que havia falado. Exemplo: se falasse BA =/bá/, registrava AB. Agora já consegue registrar sem auxílio várias relações grafema/fonema e quando não sabe, perguntada como se dá a construção do SEA, responde. Ainda tem dificuldades para organizar seu pensamento através da escrita, mas com pouco auxílio o faz. Compreende as ideias dos textos ouvidos sem problemas. Necessita de apontamento para fazer a leitura, mas já está fazendo-a, mesmo que de forma silabada. Quando fica nervosa silaba inclusive as relações biunívocas, não conseguindo compreender o que lê. Tem um traçado bem legível (caixa alta e manuscrita), ao copiar, obedece o espaçamento entre as palavras. Para a produção de texto, necessita que se faça a retomada do que já registrou senão se perde. Necessita de auxílio constante para segmentar as palavras, para grafar palavras com relações fonema/grafema cruzadas e arbitrárias e, precisa da aprovação pra fazer os espaçamentos entre as palavras”... 4º ano

Escola 4

“Língua Portuguesa: representa suas ideias através da fala, do desenho e da tentativa de escrita. Compreende as principais ideias presentes em gêneros textuais estudados (parlenda, receita, texto expositivo, e bilhete). Os desenhos são disformes e sem detalhes. Faz tentativas de escrita, mas não estabelece as relações fonema/grafema biunívocas, usa as letras aleatoriamente (nível pré-silábico), apresenta dificuldades no espaçamento entre as palavras e legibilidade. Lê somente as letras, precisa de auxílio para formar os sons e as palavras. Matemática: preenche e analisa com auxílio dados em gráficos e tabelas construídos coletivamente em sala ( aniversariantes de cada mês e brinquedos preferidos). Percebe a ideia da adição (aditiva) de juntar quantidades para formar uma quantidade maior, através de situações problemas presentes no livro : Poemas e Problemas. Realiza com auxílio leitura e registro de números naturais até centena, e com uso de recursos como: tabela numérica, fichas de sobreposição e material dourado”... 2º ano

Precisa ser diagnóstica,

contínua e permanente,

onde tem que considerar

todos os avanços dos

alunos, respeitando suas

limitações.

O critério deverá ser

adaptado de acordo com a

necessidade do aluno

(Flexibilização Curricular).

ATIVIDADES

DIVERSIFICADASSão possibilidades de Reorganização dos conhecimentos pelos

indivíduos (várias linguagens,tempos, aprofundamento e recursos).

Como ensino? Como são as minhas aulas? Quais os tipos de

atividades que escolho nos meus PTDs? Sempre as mesmas? Hádiversidade? É importante abordar atividades diversificadas? Qual amaneira que meus alunos aprendem? Por que determinadosmétodos/atividades dão certo para alguns e para outros não? Quaisalunos tem direito a atividades diversificadas? Meus PTDscontemplam tais atividades?

Planejar atividades de acordo com as

necessidades e interesses de cada aluno.

São realizados ao longo do processo,

encaminhamentos pedagógicos de acordo

com os percursos individuais (sem deixar

de desenvolver o trabalho coletivo).

Em quais relatórios é possível perceber

elementos que demonstram avanço dos

alunos?

Em quais faltam elementos? As

informações que apresenta são relevantes

para a aprendizagem?

Há relatórios que refletem a prática

docente em relação a aprendizagem do

aluno?

Nos relatórios é possível perceber a

concepção de avaliação do professor?

Em quais é possível afirmar que a

Avaliação está sendo diagnóstica, contínua

e permanente, considerando todos os

avanços dos alunos e respeitando suas

limitações?

Como está organizada a EJA?

Como se dá o avanço dos alunos de uma etapa a outra?

Quanto tempo temos destinado a Alfabetização/letramento na EJA?

Tem sido suficiente?

E a reprovação na EJA o que traz aos alunos?

Que tipo de organização seria possível/ viavel?

O compromisso da aprendizagem é, sobretudo, criar estratégias interativas,

organizar situações e espaços educativos onde ocorra a maior variedade possível de trocas

entre os alunos e com o professor.

Tempo de admiração e não de reprovação

avaliar em educação significa acompanhar as surpreendentes mudanças “admirando” aluno por aluno seus jeitos especiais de viver, de aprender a ler e a escrever, em suas formas de conviver com os outros para ajudá-los a prosseguir em suas descobertas, a superar seus anseios, dúvidas e obstáculos naturais ao desenvolvimento.

Alfabetização de Jovens e Adultos

Visita Pedagógica nas turmas destinadas a Alfabetização da EJA

• Fazer um trabalho com os docentes que atuam na EJA de acompanhamento buscando focar o processo de Alfabetização/letramento.

• Aproximadamente 03 encontros.• Analisando material dos alunos e dos

docentes.• Buscando contribuir com Leituras e

sugestões que venham auxiliar tal processo.

https://www.youtube.com/watch?v=XHJNE__nfzw

A Escola Organizada Por Ciclos: O Processo Histórico Da Sua Implantação Na Rede Municipal De Ensino Da Cidade De Ponta Grossa – Paraná, No Período De 2001 A 2004 (http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada6/trabalhos/1339/1339.pdf).

https://www.youtube.com/watch?v=XHJNE__nfzw

https://www.youtube.com/watch?v=-YP-7l6oAZM

Cadernos PENAIC 2013.

Schwartz, S. Alfabetização de jovens e Adultos.

HOFFMANN,Jussara http://jcconcursos.uol.com.br/vip/Arquivos/Biblioteca/Arquivos/257.pdf

Elaboração: Jimmy S.Fernandes e Helen T. Winter com contribuição de demais coordenadoras da SMED.