grande familia de ifÁ

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A GRANDE FAMILIA DE IFÁ. Orixás são elementos da natureza, cada orixá representa uma força da natureza.Quando cultuamos nossos orixás, cultuamos também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo, etc. Essa forças em equilíbrio produzem uma enorme energia (axé), que nos auxilia em nosso dia a dia, ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais favorável. Sendo assim, quando dizemos que adoramos deuses, nós nos referimos a estarmos adorando as forças da natureza, forças essas pertencentes a criação do grande pai. Pai esse conhecido por nós como "ólorum" (Deus supremo). No Brasil, erroneamente diz-se que Oxalá é o pai maior. Na verdade Oxalá é o mais velho* e respeitado entre os orixás. A grande maioria das nações africanas anterior a era cristã, conheciam a existência de Ólorum como grande criador, ser fundamental. Acreditamos que nosso deus "é o todo". E o todo é a natureza e seus integrantes, (animais, vegetais,homens,planetas,etc.). Nota: olorum está acima da vaidade pessoal e de religiões que buscam sempre monopolizar o seu poder.Nosso Deus jamais pune seus filhos tão pouco condena-os a fogueira eterna, também nunca os entregou ao seu maior inimigo (satanás) após cometer erros divinos chamado de pecados eternos, nosso deus não destrói países e não aniquila civilizações de filhos amados por ciúmes quando não adorado, amado ou seguido... Como pai, jamais deixaria de perdoar meus filhos, tão pouco condenaria-os ao extermínio por erros que cometem ou possam cometer.O verdadeiro pai perdoa, ensina, ama e protege seus filhos. Portanto nosso deus é um pai mais perfeito que qualquer outro pai... Nosso panteão nada mais é que a junção das energias de todo os elementos da natureza, cada elemento da natureza é por nós representado por um orixá... Aprendemos a sentir e manipular essas energias individualmente através de cada orixá, os filhos (iawos) nascidos sobre a influência do orixá detém mais energia do seu influente que os filhos de outros orixás.Exemplo: os filhos de ossain possuem mais energia voltada para as curas

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A GRANDE FAMILIA DE IFÁ.

Orixás são elementos da natureza, cada orixá representa uma força da natureza.Quando cultuamos nossos orixás, cultuamos também as forças

elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo, etc.Essa forças em equilíbrio produzem uma enorme energia (axé), que nos auxilia em nosso dia a dia, ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais

favorável. Sendo assim, quando dizemos que adoramos deuses, nós nos referimos a estarmos adorando as forças da natureza, forças essas

pertencentes a criação do grande pai. Pai esse conhecido por nós como "ólorum" (Deus supremo). No Brasil, erroneamente diz-se que Oxalá é o pai

maior. Na verdade Oxalá é o mais velho* e respeitado entre os orixás. A grande maioria das nações africanas anterior a era cristã, conheciam a

existência de Ólorum como grande criador, ser fundamental. Acreditamos que nosso deus "é o todo". E o todo é a natureza e seus integrantes, (animais,

vegetais,homens,planetas,etc.).Nota: olorum está acima da vaidade pessoal e de religiões que buscam sempre

monopolizar o seu poder.Nosso Deus jamais pune seus filhos tão pouco condena-os a fogueira eterna, também nunca os entregou ao seu maior inimigo

(satanás) após cometer erros divinos chamado de pecados eternos, nosso deus não destrói países e não aniquila civilizações de filhos amados por

ciúmes quando não adorado, amado ou seguido...Como pai, jamais deixaria de perdoar meus filhos, tão pouco condenaria-os ao

extermínio por erros que cometem ou possam cometer.O verdadeiro pai perdoa, ensina, ama e protege seus filhos.

Portanto nosso deus é um pai mais perfeito que qualquer outro pai...Nosso panteão nada mais é que a junção das energias de todo os elementos

da natureza, cada elemento da natureza é por nós representado por um orixá...Aprendemos a sentir e manipular essas energias individualmente através de cada orixá, os filhos (iawos) nascidos sobre a influência do orixá detém mais energia do seu influente que os filhos de outros orixás.Exemplo: os filhos de

ossain possuem mais energia voltada para as curas e plantas do que os filhos de oxum que possuem por sua vez mais energia voltada a sentimentos, a

magia etc.Em resumo, quase todos os orixás tiveram uma curta passagem pelo nosso

mundo, após fatos heróicos ou divinos, encantaram-se e retornaram ao orum (céu), deixando para nós, segredos e ensinamentos, encurtando a ligação do material ao espiritual. Ligação essa, que nós preservamos e usamos não só para nós, mas também para as pessoas que nos procuram, mesmo sem ter

ligações diretas com a religião.Em nossa religião, é fundamental a integração com a natureza, pois quanto maior o contato com a natureza, maior será seu desenvolvimento, sua energia, seu axé e, portanto, maior será o cordão (elo)

de ligação com seu orixá aproximando mais de Olorum(deus criador/construtor de todo o universo.)

Finalizando: energia = natureza; natureza = orixá; orixá = poder

Com a licença de Olofin no céu e na terra, que meus passos sejam guiados com firmeza e reta direção, que minhas palavras tenham axé de Exu o dono da palavra e o que eu fale seja reafirmado no céu e na terra pela sabedoria de Ifá e mandato de Orunmilá. Iluminado sejam meus caminhos pela sabedoria de Ifá

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e guardado seja meus caminhos pelo machado de Xangô pai da justiça. Que diante da destemperança e maldade deste mundo passe incólume com o axé de Obatalá o pai dos pais, supremo dos supremos Orixás. Que suavemente

minha vida vá sendo guiada como de mãos dadas uma criança é guiada com amor pelos pais.

ILÊ-IFÉ A ORIGEM DO MUNDO A cidade de Ilê-Ifé é considerada pelos yorubas o lugar de origem de suas primeiras tribos. lfé é o berço de toda religião tradicional yoruba (a religião dos Òrìsà, o Candomblé do Brasil) ,é um lugar sagrado, onde os deuses ali chegaram, criaram e povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os cultuarem, nos primórdios da civilização. Ilê-Ifé é o "Berço da Terra"."Em um tempo onde os Deuses e Heróis andavam na terra com os Homens."

OBA ÒRÁNGÚN DE ÌLÁ, UM DESCENDENTE DIRETO DE UM DOS SETE PRINCIPAIS FILHOS, DOS DEZESSEIS DE ODÙDUWÀ.

Olódùmarè

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Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo ao nosso, conhecido como Òrún, por isso Ele é também conhecido como Àjàlórún e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", que através dos Òrìsà por Ele criado, resolve incumbir um dos Òrìsà funfun (do branco), Òrínsànlá, (o grande Òrìsà) o primeiro a ser criado, também chamado de Òrìsà-nlá e de Obàtálá, de criar e governar o futuro Àiyé : a Terra, do nosso universo conhecido. Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da existência) o qual contém todas as coisas necessárias para a criação, e é aclamado como Aláàbáláàse, "Senhor que tem o poder de sugerir e realizar". Como a tradição mandava, para todos, antes de iniciar a viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá, com Òrúnmìlà, outro Òrìsà funfun, e este lhe orientou a fazer alguns sacrifícios a divindade Èsù, mas se ele já era orgulhoso e prepotente, mais ainda ficou, se recusou e nada fez, mas foi avisado que infortúnios poderiam ocorrer.Òrìsànlá, de posse do Àpò-Iwá, põe-se a caminhar pelo Òrún, para chegar à "porta do espaço", até então um vazio, que viria a ser o Àiyé. Ele é o Òrìsà que usa um cajado ritual conhecida como òpásóró, durante o caminho, com muita sede, ele se defronta com o igi-òpé (árvore do dendêzeiro) e com o seu òpásóró, perfura o caule da árvore da qual começa a "jorrar o emu" (vinho de palma), e põe-se a beber, a tal ponto, que

cai totalmente embriagado no pé da palmeira e dorme profundamente. O infortúnio começa acontecer.Odùduwà, outro Òrìsà funfun, o segundo criado por Olódùmarè, por conceito "irmão mais novo" de Òrìsànlá, ficou enciumado, porque Olódùmarè tinha entregado a Òrìsànlá o Àpò-Iwá, e o estava seguindo pelos caminhos do Òrún, esperando que ele cometesse algum deslize, o que de fato aconteceu. Odùduwà, encontrando-o naquele estado, apodera-se do Àpò-Iwá e leva-o até Olódùmarè, narrando o acontecido, e, por este fato, Olódùmarè delega a Odùduwà o poder de criar o Àiyé e por punição incumbe a Òrìsànlá de somente criar e modelar os corpos dos seres humanos no Òrún, sob sua supervisão e o proíbe terminantemente de nunca mais beber o emu. Odùduwà, então, cumpre a tradição e faz as obrigações, para se tornar o progenitor dos Yorubas, do Mundo : Olófin Odùduwà, o futuro Àjàlàiyé.Desde então a relação tempestuosa entre Odùduwà e Obàtálá se perpetuou, ora em disputas, discórdias, controvérsias e de outras formas, mas sempre munindo a eterna rivalidade.

ADÉ ARÉ ODÙDUWÀ - Oba Óòni Ifé

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- Suposta relíquia de Odùduwà, seria um ou seu Ade de Óònì de Ifé, aqui sem Aré propriamente dito (ler abaixo). –

- O Are propriamente dito. –(acima)Este é o Ade principal do Óònì de Ifé, fotos

acima, guardado em uma sala especial do Palácio Real de Ifé. O Are era originalmente somente a parte mais externa da coroa que dizem foi usada por Odùduwà, o Are é passada de um Óònì para o outro e nunca deve ser substituído, as outras partes podem ser escolhidas livremente por cada um. O Aré se tornou o próprio nome da coroa : Adé Aré. –

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- Óònì de Ilê-Ifé : Oba Adésojí Adérèmí, Atóbatélè I (02/09/1930-80), nascido em 15/11/1889, no clã (egbe) Akui, da Familia Real de Lajodogun.

Usando o Ade Are das fotos acima.

Ade Olójúmérìndilógún, é a coroa possuidora de 16 faces, que para alguns, faz alusão aos possíveis 16 filhos de Odùduwà.

Pode se ver o Oba Owá usando este tipo de ade. -

A FORMAÇÃO DA NAÇÃO YORUBA

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À partir de alguns dos filhos e/ou netos de Olófin Odùduwà, Óònì de Ilê-Ifé, Oba dos Ifé e Bàbánláàwa dos Yoruba :Uma Princesa, de nome desconhecido : filha ou neta de Odùduwà, que casou-se com um sacerdote, e foi mãe de Ajíbósìn, que se tornou o Olówu de Òwu. Ou não foi uma princesa e sim uma das esposas de Odùduwà : Omìtótó-Òsé, que foi a mãe de Ajíbósìn.Sopasan : Alákétu de Kétu, filho de Odùduwà com Omonide, uma de suas esposas; ou foi filho de uma princesa, filha ou neta de Odùduwà, de nome desconhecido, ou, que se chamava Oluwunku, que se casou com Paluku e foram então os pais de Sopasan, o qual fundou, num vale do monte Òkè-Oyan, a primeira cidade dos Kétu, que se chamou Arò-Kétu. O sétimo Alákétu o Oba Ede, transferiu sua corte da então capital do reino, Arò-Kétu para uma que fundou, à atual cidade de Kétu, hoje na República do Benin. Ajagunlà : Òrángún de Ìlá.Nome desconhecido : Onisabe, Reino dos Save, hoje na República do Benin.Idekòséroàké também conhecido como Okànbí Odara : Onípòpó, Reino dos Pòpó, hoje na República do Benin.Òrànmíyàn : Obaàbínín da cidade do Benin, destronando e o expulsando Ogìso, inicia a linhagem dos Oba no Benin, sua dinastia tem continuidade com Èwékà, seu filho com uma mulher do local, que o sucedeu após ele, Òrànmíyàn deixar a cidade.Òrànmíyàn : Aláàfin dos Oyó, funda a cidade após a conquista da cidade do Benin. Oyó se tornou um grande Reino e mais tarde, um poderoso Império.Àjàlekè : Aláké dos Ègbá.Ajíbógun : Owá Obókun das terras de Ilesa - Ijesa.Obàlùfan Aláyémore : Olùfan de Ifan .Àjàpondà : Déji de Àkúré.Olúgbórógan : Awùjalè das terras de Ìjèbu.Obaràdà : Um Reino, hoje na República do Benin.Onínàná : Um Reino, hoje na República de Gana.Ogbè : Ajèro de Ìjero........... : o clã dos Ido, das terras de Ègbádò, hoje parte destas cidades como Pobé, Saketé e Ajase ( Porto Novo) estão na República do Benin.Soropàsán : .......... dos Ìgbómínà.

OdùduwàOdùduwà chegando ao Àiyé, cria tudo o que era necessário e delega poderes às divindades que o seguiram, conhecidos como os Àgbà*, para governarem a criação, e volta ao Òrún, e só retornaria quando tudo estivesse realmente concluído. Òrìsànlá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então para o Àiyé, com seus seguidores, os Funfun*; fato que ocorre antes da volta de Odùduwà para o Àiyé. *Anexos.Quando Olófin Odùduwà retorna ao Àiyé, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a ser o primeiro Oba (rei) do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou seja, o primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a morada dos deuses e dos novos seres.Durante todo este tempo, Odùduwà que já estava casado com Ìyá Olóòkun, divindade feminina, responsável e dona dos mares, tem dois filhos, o primogênito, a divindade Ògún e uma filha de nome Ìsèdélè. O tempo passa, e Odùduwà, que era uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filho

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Ògún de ir para a aldeia de Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.Ògún, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido. Ora, Lakanje era espólio de Odùduwà, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas Lakanje era muito bela e extremamente sensual e Ògún não resistiu aos seus encantos e com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem de volta. Chegando a lfé, ele entrega os espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai Odùduwà, que também não resistiu aos lindos encantos da mortal Lakanje e por ela se apaixona e acabaram por casar-se. Ògún nada tinha contado a seu pai dos fatos ocorridos e logo após o casamento Lakanje está grávida, desta gravidez nasce um filho de nome Odéde.Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele de Ògún e metade branco, como a pele do albino Odùduwà, revelando assim, a traição de Ògún para com a confiança do seu pai, esta situação gerou muita discussão entre Odùduwà e Ògún, mas a principal foi "quem tinha razão", ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se posicionava com a seguinte frase : "a minha palavra triunfou" ou "a minha palavra é a correta", que aglutinada é Òrànmíyàn e foi assim que ele passou a ser chamado e conhecido.Com Lakanje, uma das muitas esposas de Odùduwà*, ou com outras, teve ou já tinha mais seis filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número maior ainda, enfim, alguns dos filhos destas esposas, geraram as linhagens dos Obas Yorubanos, uns foram os precursores de sete das principais tribos, ou mais, que deram origem à civilização dos yorubas, e religiosamente falando, todos os povos do mundo. Os filhos, netos ou bisnetos de Odùduwà, os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram a base da nação yoruba, portanto Olófin Odùduwà Àjàlàiyé é aclamado como "O Patriarca dos Yorubas". *AnexoObàtálá (Òrìsànlá) ,que também já estava no Àiyé com sua comitiva, mas devido a grande rivalidade com Odùduwà, foi expulso de Ilê-Ifé e funda a cidade de Ìgbò e se torna o primeiro Obà Ìgbò chamado também de Bàbá Ìgbò, pai dos ìgbòs. Numa sociedade polígama, Òrìsànlá é um caso raro de monogamia, pois a divindade Yemowo foi sua única esposa e não tiveram filhos.

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- Òpá Òrànmíyàn, em Ilê-Ifé, mais fotos e dados em Òrànmíyàn -

ÒrànmíyànApós grandes vitórias, Òrànmíyàn torna-se o braço direito de seu pai em Ilê-Ifê, pois seus outros irmãos foram povoar regiões distantes, menos Obàlùfan Ògbógbódirin. Odùduwà ordena então que Òrànmíyàn conquiste terras ao norte de Ifé, mas Òrànmíyàn não consegue cumprir a tarefa e sai derrotado e, com vergonha de encarar seu pai, não volta mais a Ifé, com isso funda uma nova cidade e lhe dá o nome de Oyó, tornando-se o primeiro Oba Aláàfin de Oyó. Casado com Morèmi, uma bela mortal ,nativa de Òfà ,que se tornou mais tarde uma heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de Ajaká. Após algum tempo, Òrànmíyàn investe em novas conquistas e volta a guerrear contra a Nação dos Tapas, onde havia sido derrotado, mas desta vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei dos Tapas. Por sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua filha Torosí, para que se case com ele. Retornando a Oyó, Òrànmíyàn casa-se com Torosí e com ela tem um filho, chamado de Sàngó, um mortal, nascido de uma mãe mortal e um pai semideus, portanto com ascendentes divinos por parte de pai.Após este período com inúmeras vitórias, a cidade de Oyó torna-se um poderoso império, Òrànmíyàn, prestigiado e redimido de sua vergonha, volta para Ilê-Ifé, deixando em seu lugar, em Oyó, o príncipe coroado, seu filho Ajaká, que torna-se o segundo Aláàfin de Oyó. Em uma de suas conquistas, a da cidade de Benin, anterior a fundação de Oyó, Òrànmíyàn termina com a dinastia de Ogìso, o então rei, expulsando-o e assumindo o trono, tornando-se o primeiro Obabínín, e inicia sua dinastia tendo um filho, chamado Èwékà, com uma mulher do local. Antes de deixar a cidade, ele torna Èwékà como seu sucessor no trono do Benin. (Atual cidade na Nigéria, antigo Reino do Benin, não confundir com a República do Benin, antigo país chamado Daomé.)Durante sua longa ausência em Ilê-Ifé, Obàlùfan Ògbógbódirin ,seu irmão mais velho, se tornou o segundo Óòni de Ifé, após o reinado de

Odùduwà. Quando Obàlùfan morreu, e ninguém sabia do paradeiro de

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Òrànmíyàn, o povo de Ifé aclamou Obàlùfan Aláyémore como sucessor direto de seu pai. Quando Òrànmíyàn chega em Ifé, Obàlùfan Aláyémore já reinava como o terceiro Óòni de Ifé, mas com um fraco reinado. Enfurecido com o povo de Ifé que haviam aclamado Aláyémore, e que o tinham chamado para combater possíveis inimigos, o poderoso guerreiro colérico ,comete varias atrocidades e só para quando uma anciã grita desesperada que ele está destruindo seus "próprios filhos", o seu povo. Atônito, ele finca no chão seu asà (escudo) que imediatamente se transforma em uma enorme laje de pedra ,num lugar hoje chamado de "Ìta Alásà" ,e decide ir embora e nunca mais voltar à Ifé. Quando rumava para fora dos arredores de Ifé ,em Mòpá, foi interceptado pelo povo que o saudavam como Óòni de Ifé e suplicavam por sua volta. Ele então satisfeito e envaidecido ,atende ao povo e finca no chão seu òpá (seu bastão de guerreiro) transformando-o em um monólito de granito (ver foto : Òpá Òrànmíyàn) selando assim o acordo com o povo e volta em uma procissão triunfante ao palácio de Ifé. Sabendo disso, Obàlùfan Aláyémore abandona o palácio e se exila na cidade de Ìlárá. Òrànmíyàn ascende ao trono e se torna o 4ª Óòni de Ifé até sua morte. Obàlùfan Aláyémore, retorna do exílio e reassume como o 5ª Óòni de Ifé e reina deste vez, com sucesso até a sua morte.

- Adé Òrìsà, tipo de coroa real tradicional, somente usada por alguns privilegiados reis que sejam descendentes de Odùduwà. -

AjakáO Aláàfin de Oyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico, apático e não realizava um bom governo. Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas ( Nupe), local de origem de Torosí, sua mãe, e mais tarde se instalou na cidade de Kòso, mesmo rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo tirânico, se aclamou como Oba Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu em Oyó, num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e com isso manteve seu titulo de Oba Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de seu irmão

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e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o terceiro Aláàfin de Oyó.Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade menor, Igboho ,vizinha de Oyó, e não poderia mais usar a coroa real de Oyó. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu reinado vai usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhados e que somente irá tira-la quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi roubado. Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados de búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Oyó, e esta chama-se Ade Bayánni (ver fotos). Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho que chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de Sàngó.Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa. Após um tempo, suicida-se, enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o fato consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o Ade Bayánni e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto Aláàfin de Oyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganju, neto de Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó. Com Aganju, termina o primeiro período da formação dos povos yoruba e após seu reinado se dá inicio ao segundo período, o dos reis históricos. Vimos : "De Ifé até Oyó, de Odùduwà a Aganju, passando por Sàngó."

- Adé Bayánni, tipo de coroa usada por Dadá Ajaká, durante seu exílio na cidade de Igboho. Veja este e outros ampliados em Bayánni -

SàngóO que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que se fala de Sàngó, e a sua história nos Candomblés do Brasil, e de outros acima descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em fatos irreais. Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Òrìsà funfun masculino e único, é o pai do povo yorubano e não uma simples "qualidade" de Òrìsànlá ou seja, são divindades totalmente distintas, inclusive, não se suportavam, pelos fatos vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a Dona do Mar, portanto da água salgada, é quem governa os oceanos e não o Òrìsà Yemojá, "Senhora do rio Yemojá e do rio Ògùn", divindade de água doce, e muito menos mãe de Ògún e de outros filhos Òrìsà à ela atribuídos. Notar a acentuação diferente no nome do Òrìsà Ògún e do rio, pois são palavras

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distintas.Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé, portanto quando morreu, tornou-se um egún, pois seus pais eram mortais. O que ocorreu em sua vida, foi que uma de suas esposas, e a única que o acompanhou em sua fuga de Oyó, era a divindade Oya, loucamente apaixonada por ele, e no instante de sua morte ela o pega com o seu poder de Òrìsà e o conduz diretamente a Olódùmarè, e por insistência de Oya, Ele o "ressuscita" como uma divindade, já que em vida, Oya, perdida de amores, ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o segredo do fogo que pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este poder e outros, por paixão.Esta afirmação é facilmente notada, pois Sàngó é a única divindade do panteão que é assentada de forma material completamente diferente, isto é, em madeira, numa gamela sobre um pilão, sua roupa ritual é composta de várias tiras de panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que lembra perfeitamente o tipo de roupa usada pelos Bàbá Egúngún (ancestrais) e seu animal preferido para sacrifício é também o mesmo dos egún, dos mortos comum, o carneiro; existe também outras minúcias, que aqui não cabe mencionar. Leia em artigos : O Culto dos EgúngúnNos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo "qualidades" de Sàngó, que agora sabemos isto não é possível, pois, Ajaká é seu meio irmão e Aganju é filho de Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho, notoriamente pessoas mortais e completamente distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não tiveram a honra de tornarem-se Òrìsà, mas são ancestrais ilustres. Também no Brasil, faz-se uma cerimônia chamada de "Coroa de Dadá" ou "Adê Baiani". que a coroa é levada ritualmente em uma charola durante as festas do ciclo de Sàngó chamada de Banni ou lyamasse, que representa a mãe de Sàngó. Ora, sabemos que quem usou este ade foi, Ajaká, apelidado de Dadá, de quem Sàngó lhe roubou o trono, e que a mãe de Sàngó foi Torosí, filha de Elémpe, rei dos Tapa, e que ela não tem nenhuma importância teológica, somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin.Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó, somente tentamos elucidar fatos notoriamente conhecidos na terra dos Yorubas, sob os aspectos histórico, através da tradição oral, e divino que se convergem e se conservam na grandiosidade de Sàngó.NOTA* : Os mitos e/ou fatos relatados, são baseados em dados religiosos, por vezes dogmáticos, que pertencem ao corpo da tradição oral yorubana. Sob o ponto de vista cientifico, são considerados parcialmente históricos, pois não são dados comprovados por documentos e nem tampouco pela arqueologia, que pouco investiu, os "pouquíssimos" artefatos que foram achados e datados pelo carbono 14, são de datas recentes, perto da longínqua História da Civilização Yoruba. No contraponto, em nenhum momento afirmamos que não exista a História dos Yorubas, isto sim, seria um absurdo afirmar. A tradição oral pode ser contraditória e a cronologia praticamente inexistente, pela forma cultural dos yorubas mensurarem o tempo, mas jamais poderá ser negligenciada e nem tampouco rejeitada.

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*Nota atual do autor para este site. - O atual Óònì Ilê-Ifé, Oba Okunade Sijuwade, Olúbùse II ,coroado em 1980, nasceu em 1º de janeiro de 1930, no clã (egbe) Óòni Ilare, da Familia Real de Ogbooru. -

- Estatua da figura de um Óònì não identificado, artefato arqueológico do século XIV ou XV, achado no sitio de Ìta Yemòmó, em Ilê-Ifé. A peça esta exposta no Museu de Ife. -

Os ÀgbàgbàOs "dezesseis" àgbà (anciões) que vieram com Odùduwà para criar o Àiyé, que por este motivo se tornou Olófin Odùduwà, o Àjàlàiyé.

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- Máscara de cobre, que dizem representar o segundo Óòni de Ilê-Ifé, o Oba Obàlùfan Ògbógbódirin, filho de Odùduwà, alguns falam que foi o primeiro Oba a ser realmente coroado e o primeiro a usar a então tradicional coroa, o Ade Aré. -1. Òrúnmìlà ou Àgbónmìrégún : "Senhor do Oráculo de Ifá", foi o primeiro companheiro e o Chefe Conselheiro de Odùduwà, um primeiro ministro, orientando sobre tudo e a todos, inclusive em assuntos governamentais de Ilê-Ifé.2. Obàtálá : também chamado de Òrìsànlá : considerado o primeiro e principal artesão, por modelar os corpos dos seres humano, é aclamado como Alámòrere, "Senhor da boa argila", por extensão, o patrono dos artistas, principalmente dos escultores.3. Olúorogbo ou Òrìsà Aláse : foi o terceiro àgbà em importância depois de Odùduwà, aquele que foi o "Salvador do Mundo", que fez chover numa grande seca, pois foi o chefe mensageiro entre o Oba Orún e o Oba Àiyé, ou seja entre Olódùmarè e Odùduwà.4. Obamèri : também chamado de Alapa-Aharemadà : foi o seu "general".5. Orèlúéré ou Orè (Oré) : Olóde Orè, o chefe dos caçadores e guardião das tradições e da moral. Para uns, após Odudùwà ter criado o mundo, o primeiro a pisar na terra e depois explora-la, foi Olóde Orè, antes de qualquer um, como manda a tradição era uma das funções dos caçadores, por isto é também aclamado como Onílè, "Senhor da terra". Dizem que mais tarde, ele se tornou um dos companheiros de Òbàtálá.6. Obasìn ou Èsù Obasin : Era quem controlava os intempéries da natureza, e mais tarde, tornou-se o principal assistente de Òrúnmìlà.7. Obàgèdè ou Obàgîdî : foi o chefe mensageiro de Obamèrì.8. Ògún : foi o chefe dos guerreiros.9. Obamakin : sem dados ...........................10. Obawinni Oreluko : também chamado de Oro-Apasa ,que mais tarde se tornou se tornou um dos companheiros de Òbàtálá, foi ele quem tornou Òbàtálá o 1º Oba dos Ìgbò, quando da retirada deles de Ilê-Ifé, imposta por Obamèri. Depois que Òbàtálá se foi, ele os liderou e se tornou o 2º Oba dos

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Ìgbò.11. Aje Sàlugá : "Senhor da Riqueza", foi o "financeiro" de Odùduwà. Outras fontes dizem que foi uma filha de Olóòkun com Odùduwà. É interessante notar, que como divindade masculino, seu símbolo seja uma grande concha marinha, que estranhamente é também um dos símbolos de Olóòkun.12. Èrìsilè : sem dados ..........................13. Élésìje: Foi um ervanário, que iniciou a pratica da medicina tradicional.14. Olósé : sem dados .......................... 15. Alajó : : sem dados ..........................16. Èsìdálè : que cuida daqueles que morrem tragicamente, como mulheres que morrem ao dar à luz, inclusive os suicidas.Outros, incluem na comitiva :Olóòkun : A primeira e favorita esposa de Odùduwà. A Deusa do Mar.Òrìsàtéko Ìjùgbè ou Obaresé : um grande guerreiro e companheiro muito ligado a Obàtálá.Yemowo : que foi a única esposa de Obàtálá.Outros não consideram Obàtálá como um dos 16, pois chegou somente após os 16, porém, antes da segunda vinda de Odùduwà. Uns dos seus partidários, dos 16, foram Orèlúéré e Obawinni.Os Òrìsà Funfun

Os "Òrìsà Funfun" são aqueles que vieram com Òbàtálá, seu líder, para Àiyé, ou posteriormente, aderiram ao grupo ou a ele. Praticamente são

considerados como um clã ou sua "própria família". Òbàtálá se tornou o mais conhecido e reverenciado de todos os Òrìsà, por toda terra dos Yorubas e por

extensão em todo o Mundo.

- Imagens de Òbàtálá e Yemowo, sua única esposa, no templo de Ìdèta-Ilê em Ilê-Ifé, no bairro de Itapa, anteriormente era no bairro de Ìdèta. -

Alguns dos Òrìsà Funfun* :

1. Òrìsàála, Òrìsà-nla, Òsàla, ou Òbàtálá : O primeiro Òrìsà a ser criado por Olódùmarè.

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2. Òrìsàteko ou Eteko Oba Dùgbè : Um grande guerreiro associado a Òbàtálá nas longas disputas de liderança com Odùduwà. Como seu principal templo é em Ìjúgbè, é também conhecido por Òrìsà Ìjùgbè. Este Òrìsà também esta relacionado com a agricultura, dizem que foi o primeiro a cultivar o inhame.

3. Òrìsà Akiré : Um guerreiro poderoso e rico e que tinha muitos escravos, tudo oriundo de espólios de suas conquistas. Seus principais templos são em Ìlàré e em Arùbídì. Dizem uns que Òrìsàkiré é um Òrìsà da paz, da produtividade e da opulência.

4. Òrìsà Aláse ou Olúorogbo : "Aquele que possui o infinito saber", quem ensinou ao Homem a se comunicar com símbolos e/ou marcas. Dizem que foi ele quem resolveu parte da longa e eterna disputa entre Òbàtálá e Odùduwà.

5. Òrìsàjiyán ou Ògiyán : também Ewúléèjìgbò na cidade de Èjìgbò.

6. Òrìsàlufan ou Olufan : também Òsàlufan na cidade de Ifan.

7. Òrìsà Oko : Òrìsà da agricultura. Da cidade de Ìràwò.

8. Òrìsà Òkè : Òrìsà das colinas e dos montes.

9. Òrìsàròwu ou Òrìsà Lòwu : Na cidade de Owu.

10. Òrìsà Ajagemo : Na cidade de Ede.

11. Òrìsà Olúwofín : Na cidade de Iwofin.

12. Òrìsà Pópó : Na cidade de Ògbómòsó.

13. Òrìsà Eguin : Na cidade de Owú.

14. Òrìsà Jayé : Na cidade de Ijàyé.

15. Òrìsàko : Na cidade de Oko.

16. Òrìsà Olóbà : Na cidade de Òbá.

17. Òrìsà Obaníjìta : ................

18. Òrìsà Alajere : ....................

19. Òrìsà Olójó : .......................

20. Òrìsà Oníkì : ......................

21. Òrìsà Onírinjà : .................

22. Òrìsà Àrówú : ....................

* Òrìsà funfun - divindades que tem como rito comum o uso de elementos e

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oferendas de cor branca ou derivada, e tabus alimentares ou outros, por vezes também semelhantes. Quando não, são também assim chamados por fazerem parte do processo da criação - que são os casos, principalmente de Odùduwà e Òrúnmìlà.

* O rito e o culto dos Òrìsà funfun, são tão semelhantes ou quase idênticos, que em vários casos é difícil distinguir se se trata de divindades distintas ou são qualidades de Òbàtálá, ou ainda, somente nomes diferentes do mesmo Òbàtálá. Pode, por estes ou outros inúmeros fatores, que o levaram a ser o mais conhecido Òrìsà do panteão, obviamente, sem se esquecer da sua real importância na gênesis yoruba.

ODU TORNA-SE ÌYÁMI

"Nos primórdios da criação, Olodumaré, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao aiyé (universo conhecido) três divindades: Ogun (senhor do fèrro), Obarixá (senhor da criação dos homens) (2) e Odu, a única mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos ela, que se queixou então a Olodumarê. Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça (igbá eleiye) e ela se tornou então, através do poder emanado de Olodumarê, Ìyáwon, nossa mãe para eternidade (também chamada de Iyami Oxoronga, minha mãe Oxorongá). Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la.

"Mas ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarixá foi até Orunmilá fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios, oferendas e astúcia.

"Obarixá e Odu foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que adorava Egun.

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Mostrou-lhe a roupa de Egun, o qual não tinha corpo, rosto nem tampouco falava. Juntos eles adoraram Egun.

"Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egun. Com um bastão na mão, Obarixá foi à cidade (o fato de Egun carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com todas as pessoas. quando Odu viu Egun andando e falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou homenagem a Egun e a Obarixá, conformando-se com a supremacia dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egun, e lhe outorgou o poder: tudo o que Egun disser acontecerá. Odu retirou-se para sempre do culto de Egungun."

O conjunto homem-mulher dá vida a Egun (a ancestralidade), mas restringe seu culto aos homens, os quais, todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas por Olodumarê através dos abusos de Odu. Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm direito à individualidade, através do culto a Egun.

(2) Um dos Orixás funfun, isto é, Orixás que têm como principal preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas; em algumas regiões ; Obarixá é adotado como um cognome de Oxalá.

Os textos litúrgicos aqui apresentados fazem parte do jogo de Ifá, no qual. seu senhor e oráculo, a divindade Orunmilá, nos ensina mitos e tradições que foram mantidos através do próprio jogo. Esses conhecimentos, transmitidos a todos oralmente, hoje se tornaram verdadeiras escrituras sagradas .

Através deles entendemos o porquê de certos ritos e preceitos usados e conservados no dia-a-dia dos cultos. Vários textos explicam o mesmo fato ou se complementam, e às vezes de forma diferente e aparentemente contraditória; mas isto é reflexo de se terem originado em diferentes regiões. De uma forma ou de outra, porém, chegam aos mesmos fundamentais conceitos religiosos.

(1) Atualmente, vários pesquisadores já registraram em livros as lendas colhidas oralmente entre os iniciados.

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- Os mortos do sexo feminino são chamados de Ìyámi Agba (minha mãe anciã) e cultuado como uma energia ancestral coletiva, representada por

Ìyámi Oxorongá. -

ORIGENS

"De quatro em quatro dias (uma semana iorubana), Iku (a Morte) vinha à cidade de Ilê-Ifé munida de um cajado (opá iku) e matava indiscriminadamente as pessoas. Nem mesmo os Orixás podiam com Iku.

"Um cidadão chamado Ameiyegun prometeu salvar as pessoas. Para tal, confeccionou uma roupa feita com várias tiras de pano, em diversas cores, que escondia todas as partes do seu corpo, inclusive a própria cabeça, e fez sacrifícios apropriados. No dia em que a Morte apareceu, ele e seus familiares vestiram as tais roupas e se esconderam no mercado.

"Quando a Morte chegou, eles apareceram pulando, correndo e gritando com vozes inumanas, e ela, apavorada, fugiu deixando cair seu cajado. Desde então a Morte deixou de atacar os habitantes de Ifé.

"Os babalawos (adivinhos e sacerdotes de Orunmilá) disseram a Ameiyegun que ele e seus familiares deveriam adorar e cultuar os mortos por todas as suas gerações, lembrando como eles venceram a Morte."

Egun é a terminação do nome de Ameiyegun, e é como hoje são conhecidos os ancestrais do seu clã (Egun ou Egungun). É a vitória da vida pós-morte: como no mito em que a vida venceu a morte, da mesma forma os Eguns se apresentam, hoje, cobertos de panos e portando um cajado.

Fonte:- http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Artigos/Ile_Ife/Ife.htm

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PORQUE CONSULTAR

É por meio de Orunmilá-Ifá que as pessoas podem saber como agradar a seus Orixás, pois ele é o conhecedor do destino de tudo o que há de vivente na Terra – passado, presente e futuro, pois Orunmilá estava presente no momento da criação do mundo; quando é consultado, é capaz de saber qual o destino e o caminho de cada ser humano.

Os yorubás consultam Orunmilá-Ifá antes de tomar qualquer decisão; um casamento, um noivado, ou o momento de escolher o nome de um filho.

Por meio do Jogo de Ifá, podemos traçar nossos destinos pelo melhor caminho, pois Orunmilá é o mais atuante e mais próximo de Olorun. A ele é dado o poder de conhecer nosso destino.

Entre em contato com o Awo Ifalona para uma consulta.

Atendimento particular, somente com hora marcada. Escrito por Awo Ifalona

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Olodumare (Deus Supremo)

Na mitologia Yoruba, Olodumare (Edumare ou Oloddumare) é um deus que se apresenta como uma força criativa que estabeleceu a existência e o Universo. Em algumas nações acredita-se que este é o verdadeiro criador do mundo, ser supremo somente abaixo de Olorum.

Deus possui muitos nomes, sendo o mais antigo Olodumare ou Edumare.

A palavra Olodumare constitui contração de 0% dumare (maré), o que significa Olo senhor da parte principal líder absoluto, chefe, autoridade Odu = muito grande, recipiente profundo, muito extenso pleno, maré = aquele que permanece aquele quem sempre é maré, aquele que é absolutamente perfeito, o supremo em qualidades.

Alguns outros nomes de Olodumare Deus são:

Olorun – o senhor do céu.

Orise – contração do ori (cabeça).

Olofin Orun – rei do céu.

São atributos do ser supremo único, criado rei onipotente, transcendente Juiz e eterno;

É considerado Oyigiyigi ato aiku o poderoso durável inalterável rocha que nunca morre, Não recebe cultos diretamente, porém sempre que uma divindade é cultuada a oração inicia por axé, para que Deus aceite o pedido.

Olodumare é infinito

Assim olodumare é infinito, ou seja, tem todas as perfeições em sumo e ilimitado grau.A natureza é um conjunto indivisível no qual tudo está contido- a totalidade do universo está presente em todas as partes e em todos os tempos que possam ser considerados. Sem dúvida alguma, existe uma interação completa e misteriosa entre todos os elementos do universo e essa interação une o universo numa única totalidade.

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Tudo que ocorre em nosso pequeno mundo está em relação com a imensidão cósmica, como se cada parte de qualquer mundo considerado contivesse em si a totalidade do universo. Conclui-se que todo e a parte são uma única e mesma coisa.- Tudo reflete todo resto. Cada região do espaço, por menor que seja contém a configuração completa do conjunto. O que quer que aconteça na terra é ditado por todas as hierarquias das estruturas do universo.Escrito por AWOIFALONA ORí

Para os yorubanos a palavra Ori tem vários significados.

-Primeiro é o senhor do corpo inteiro, isso porque dele pode-se perceber: olhos, boca, nariz, ouvido, celebro que toma conta de todo o organismo.

Assim o senhor desta divindade tão importante chama-se Olori (senhor ou proprietário de todo Ori.

-Isto significa que Orí é sem dúvida o senhor de tudo e para supera-lo só mesmo o próprio Olodunmare (senhor supremo) do destino e criador de todas as coisas no mundo físico e também espiritual, deste modo é superior a Ori e assim Olodunmare é criador também do Orí.

-No corpo humano Orí (cabeça) se divide em dois: cabeça física onde se encontra o cerebro que usamos para pensar e o cerebelo para controlar o corpo e é o nosso guardião mesmo em estado de inconsciência. Em conclusão o corpo depende de seu ori (cabeça).

-De outra forma o ori espiritual dividi-se também em dois sendo:

Ápárí InÚ ( parte externa espiritual do próprio Orí e Orí Apere que seria o Deus individual de cada pessoa, representando o destino que cada pessoa carrega.

ORÁCULO DIVINATÓRIO DE IFÁ

Denomina-se “Oráculo Divinatório de Ifá” o sistema de adivinhação utilizado pelos “Babalawos”,sacerdotesconsagrados ao culto de Orunmilá – o Deus da adivinhação e da sabedoria, considerado como a principal divindade do sistema religioso de culto aos Orixás. O Babalawo (Pai que possui o segredo) é o sacerdote de maior

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importância dentro do sistema religioso em questão, todos os procedimentos ritualísticos e iniciáticos dependem de sua orientação e nada pode escapar de seu controle. Para absoluta segurança e garantia de sua função o Babalawo dispõe de três formas distintas de acessar o Oráculo e, por intermédio delas, interpretar os desejos e determinações das Divindades e de outros Seres Espirituais.

O JOGO DE IKIN

O Jogo de Ikin é utilizado exclusivamente em cerimônias de maior relevância e só pode ser acessado pelos Babalawos, sendo direito exclusivo desta casta sacerdotal.

São utilizados dezesseis cocos de dendezeiro, devidamente liberados de suas polpas, tratados e consagrados ritualisticamente. Os Ikins são depositados na mão esquerda do Babalawo que, com a direita, tenta em um único golpe, recolher o maior número possível de sementes, na intenção de deixar na esquerda, apenas um ou dois ikins. Se na tentativa sobrar um único ikin, o sacerdote assinalará no Opon-Ifá (Tábua de Madeira) revestida de Yerossun, um sinal duplo (II), começando a inscrição do ODU, sempre da direita para a esquerda. Se restarem dois ikins em sua mão esquerda, o Babalawo assinala um sinal simples (I), se, todavia, sobrarem mais de dois ou nenhum ikin, o lançamento é considerado nulo.

Esta operação é repetida tantas vezes quantas forem necessárias para que se obtenham duas figuras compostas, cada uma, de quatro sinais simples ou duplos, superpostos verticalmente o que proporcionará o surgimento de duas colunas, inscritas da direita para a esquerda, uma ao lado da outra.

O JOGO DE OPELE-IFÁ

O Jogo de Opele-Ifá, também é de exclusividade dos Babalawos. O Babalawo faz uso de um pequeno rosário ou corrente onde foram previamente colocadas oito conchas, sementes, pedaços de casca de coco, não importando a natureza destes objetos que devem, para que proporcione certo equilíbrio à corrente da qual fazem parte, possuírem, além de um lado côncavo e o outro convexo, tamanho, formato e peso idênticos, além de estarem distribuídos na corrente, de forma eqüidistante uns dos outros. O Babalawo segura a corrente pelo meio, com sua mão direita e faz um único lançamento para obter uma figura dupla completa, o que agiliza e simplifica o processo.

A leitura é feita de acordo com a disposição dos elementos que compõem a corrente divinatória (Opele-Ifá), sendo que a parte côncava é representada por um sinal simples (I), de um só ponto ou traço e a parte convexa determina a marcação de um sinal duplo (II), dois pontos ou dois traços que são assinalados no Opon-Ifá , revestido de Yerossun, da direita para a esquerda.

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Todo o procedimento é idêntico ao do Jogo de Ikin, as figuras são inscritas no Opon-Ifá, saudadas, interpretadas e decodificada pelo Babalawo.

COMO SURGIU O JOGO DE ORUNMILÁ IFÁ

Como prova de sua indispensabilidade é importante mencionar que, quando Orúnmilá foi enfurecido por um de seus filhos, deixou a terra e foi para o céu. Com a ausência de Orunmila na terra surgiram grandes problemas, a ordem natural de todas as coisas e atividades inverteram-se, quando então, todas as pessoas reclamavam e buscavam alternativas para paz e normalidade.

Orunmilá, finalmente, desceu do céu à terra e deixou Ikin (caroço sagrado) a seus filhos, para o representar, servindo também para encontrar soluções para todos os problemas na terra.

“Assim, o Ikin é mais que um simples caroço que as pessoas vêem, ele possui extrema importância na transmissão do conhecimento de Orunmila para homens e deuses”.

IFÁ é a forma de adivinhação apresentada por Orunmila Ifá. Existem várias formas de jogo de Ifá, Orúnmila Ifá é uma dessas formas. Orunmila-Ifá é um dos nomes da divindade de Ifá; é certamente o sistema tradicional mais seguro para a confirmação do òrìsà do consulente, isto porque, Orunmilá está presente quando da criação do ser humano, e por este motivo é conhecido como Eléríí Ipín (testemunha a criação). Ele é o segundo braço de Olódúnmaré (Deus criador), é por isso que o babalawo quando joga interpreta as lendas indicadas pelo Odu de Ifa, para dar respostas ao consulente, de acordo com a queda do Opele-Ifá.

O ERINDILOGUN OU JOGO DE BÚZIOS

Búzios

O jogo de búzios (èrindinlógun) é uma das artes divinatórias das Religiões Afro-brasileiras, que consiste no arremesso de um conjunto de 16 búzios sobre uma mesa previamente preparada, e na análise da configuração que os búzios adoptam ao cair sobre ela. O adivinho, antes reza e saúda todos os Orixás e durante os arremessos, conversa com as divindades e faz-lhes perguntas. Considera-se que as divindades afectam o modo como os búzios se espalham pela mesa, dando assim as respostas às dúvidas que lhes são colocadas.

No Brasil os búzios (conchas pequenas de praia), (cawris na África eram usados como dinheiro, foi moeda corrente) são usados pelos Babalorixás e Iyalorixás para comunicação com os Orixás, como adorno em roupas dos Orixás e para confecção de alguns fio-de-contas. Também é usado em outras religiões afro-descendentes em vários países.

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Merindinlogun é um dos muitos métodos divinatórios utilizado pelos Babalawos, Babalorixás e Iyalorixás que conta com 16 búzios. É um método diferente do jogo de búzios, pois nele ocorre a interpretação das caídas dos búzios de acordo com a mitologia iorubá.

No merindilogun, as caídas são dadas conforme a quantidade de búzios abertos e fechados resultante de cada arremesso. Para cada quantidade de búzios abertos e fechados, corresponde um Odù e como ocorre no Opele-Ifá, esse odù deve ser interpretado, transmitindo-se ao consulente tanto o significado da caída, quanto o que deve ser feito para solucionar o problema.

Cada odù indica diversas passagens da mitologia iorubá.

Odu é um conceito do orixa.

No sistema Ifá, que é o sistema de adicinhação iorubá, os 16 odus são os caminhos da vida. Cada pessoa tem o seu odu.

O Erindilogun ou Jogo de Búzios, tornou-se Brasil, o sistema Oracular mais amplamente aceito e difundido. Raras são as pessoas residentes em nossa terra que nunca tenham recorrido aos seus serviços que seja por simples curiosidade, quer seja por real necessidade.

Em decorrência de sua excessiva popularização, o jogo de Búzios sofreu deformações acentuadas que ocasionaram sua total descaracterização, não podendo, devido as deformidades observadas em sua prática atual, ser considerado sequer um arremedo daquele praticado pelos Babalorisas e Yalorisas antigos. Tanto o Jogo de Ikin, o Opele-Ifá e o Jogo de Búzios, requer ritualística e iniciação específicas e sua prática e aprendizado exigem de seus adeptos, muito estudo e capacidade intuitiva.

Egungun é um culto muito importante entre os Yorubas. Eles são aqueles que os yorubas chamam de Ara-orun kinkin (o povo de céu). Os yorubas acreditam que os mortos devem ficar em forma de espírito entre o Orun (céu) e Aiye (terra).

Os Yorubás acreditam que existem duas formas de Egungun:

Egungun Ara Orun

Egungun Ara Aiye

Egungun Ara Orun:- É uma forma de Egungun que existe quando a pessoa morre no

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tempo certo e logo ele volta para orun na forma espírita enquanto o corpo é enterrado.

Este tipo de egun geralmente não perturba muito, ele volta para terra para ajudar a família quando necessário.

Quando este egungun segue dependente do estado do odu (destino) da pessoa é determinado se ele (egungun) conseguirá ou não ajudar a família.

Por exemplo: Se a pessoa não tem odu que transforma esta energia para boa, esta energia vai acabar. Se der resultado negativo, a pessoa precisará fazer ebó para egungun para transformar esta energia em boa.

Egungun Ara Aiye: São tipos de egungun que passaram pela morte antes do tempo estipulado pelo destino (odu), eles não ficam no orun (céu) ou aiye (terra), eles voam entre os dois e geralmente são eguns que incomodam, principalmente pessoas que são mortas repentinamente. Este tipo de Egungun é tão perigoso que até a família da vítima dele é perturbada. Escrito por AWO IFALONA

OS DEZESSEIS PRINCIPAIS ODU DE IFÁ

QUE SÃO MAIS USADOS NO CULTO

Éji Ógbe - Óyékú Méjí - Iwórí Méjí - Odí Méjí - Óbárá Méjí -Ókónrón Méjí -

Írósún Méjí - Owónrín Méjí - Ógúndá Méji – Ósá Méjí - Oturupón Méjí - Irété

Méjí - Óturá Méjí - Ósé Méjí - Ofun Méji - Ika Méjí

O que é EBO?

Palavra yorubana que significa oferenda. Dentro do culto aos Òrísà, quando necessário deverá ser feito um Ebo,

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é assim que o babalawo dizdepois de consultar o jogo de Opele Ifa.

Através deste jogo o babalawo pode ver qual é o Odú que rege o consulente e que tipo deenergia está se manifestando no mesmo.

Tem pessoas que chegam até o babalawo com energia negativa superior a energia positiva, como sabemos, para que aja um equilíbrio perfeito temos que estar com a energia positiva equivalente a energia negativa.

Quando isto não ocorre, o consulente está em desarmonia em sua vida e é aí que entra o pedido do ebo pra equilibrar esta energia. Nos Ebos feitos no culto aos orisás são usados alguns materiais como: fava, ervas, pós e até mesmo eje (sangue) de um determinado animal.

Quando do oferecimento destes Ebos, são rezados alguns tipos de Àdurá, para que o òrísà escute o pedido do babalawo e receba o Ebo ali ofertado.

Ebo também é feito para agradecimento por graça alcançada pelos Òrísàs e é tão importante como o Ebo de pedido, pois de pedimos alguma coisa e recebemos a graça, temos a obrigação de agradecer, pois da próxima vez o Òrísà se lembrará disto.

IYAMI OSORONGA

Iyami Osoronga É uma comunidade de poderes femininos que possuem energias especiais tanto na forma positiva quanto na negativa.

Iyami Osoronga é uma convicção, freqüentemente herdada, e às vezes adquirida por atributos orgânicos de uma pessoa. Este atributo faz com que a pessoa tenha poderes que podem prejudicar ou ajudar outros, a uma distância e através de meios de descuido. Mais adiante, a mesma convicção é que uma pessoa pode ter este poder, mas desde que ele não sinta motivos hostis contra outros, permanece dormente e não os afeta. Inveja, fúria, ódio, malícia são os tipos de sentimentos viciosos em que se fixam o poder de bruxaria, se a pessoa possuí-los isto deverá ser trabalhado.

Acredita-se que uma pessoa pode ter este poder e não ter conhecimento disto, até que os sentimentos viciosos dela seja fixados para trabalhar contra os outros. Em alguns casos, bruxaria é a expressão de tensão ou o mecanismo de conflito entre duas pessoas. Então, bruxaria é um conflito de interesse entre o acusador em uma mão, e o acusado na outra.

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Como dito anteriormente, os Yorubas acreditam que todos os destacamentos das coisas devem-se à própria essência delas. Para afetar uma pessoa ou situação, feiticeiros, herboristas, Babalawo, etc., extrai a essência por rituais

Èsù

Para a cultura Yorùbá, Èsù é o justiceiro Divino, aquele que olha tudo, que leva a Olódùnmarè os anseios do homem e o trás de volta em forma de benefício, Àse ou não.

Tudo o que existe tem sua polaridade, e Èsù será aquele que nos dará a pista de qual o caminho tomar, ele traduz a linguagem densa de nossa crosta terrestre para chegar no divino, gerando caminhos (Odú), portanto ele é a primeira semente geradora

Ele será plantado em uma pedra, chamada Yangi na qual os sacerdotes invocarão um espírito, e daí por diante você deverá criar uma afinidade de tal forma que tudo o que faça possa com ele dialogar, em todos os momentos, todos os dias e horas, se não fisicamente, mentalmente, criar uma simbiose. Forças são energias vivas que não podem ficar paradas, se você não tem este contato, com o tempo se vão, e aí você perderá novamente este elo de ligação, e só lhe restará uma pedra.

Yangi é o primeiro ser criado da existência, é conhecido como Èsù Agba, o Ancestral primordial, e seus assentamentos mais antigos tradicionais eram simples pedras de laterita vermelha, colocadas no chão e, onde eram feitas suas oferendas e sacrifícios.

Yangi é o símbolo da existência diferenciada, o elemento dinâmico que leva a propulsão, à mobilização, à transformação e ao crescimento. Ele é o principio dinâmico de tudo que existe e do que virá a existir.

Conta a lenda que Exu se descontrolou e passou a devorar toda a preexistência, sendo então obrigado por Orunmilà, após uma longa perseguição, a vomitar tudo de volta. Foi cortado em milhares de pedaços e transforma-se em “hum” multiplicado pelo infinito.

Èsù

NOMES DOS ESUS E SEUS ATRIBUTOS

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YANGI = É o principio de tudo, a própria memória de Olodunmare, seu criador .

AGBA = O mais velho e, por conseqüência, o pai que é retratado no mito em que Orunmila o persegue através dos nove Orun.

IGBA KETA = É o terceiro aspecto mais importante de Exu que está ligado ao numero três, a terceira cabaça, na qual ele é representado pela figura de barro junto aos elementos da criação

OKORITÀ META = É ligado ao encontro dos caminhos ou à encruzilhada: o encontro de três ruas (Y).

OKOTO = É representado pelo caracol-agulha, mostra a evolução de tudo que existe sobre a terra, e está ligado ao Orisà Ajé Saluga, o antigo Orisà da riqueza dos yorubas.

OBASIN = É por este nome que é conhecido e cultuado em Ilé Ifè .

ODARA = É o que, se satisfeito através do sacrifício, traz a felicidade ao sacrificante.

OJISÈ EBÒ = É o que observa todos os sacrifícios rituais e recomenda sua aceitação levando as suplicas a Olodunmare.

ELERU = É o que leva os carregos dos iniciados (Erupin).

ENUGBARIJÒ = (O COLETIVO) É o que devolve a todos o sacrifício em forma de benefícios.

ELEGBARA = É o todo poderoso que transforma o mal em bem, cujo poder reside na transformação das coisas.

GBARA = É um dos mais importantes aspectos de Èsù, pois ele é o Èsù do movimento do corpo humano, infundido no corpo pré-humano, ainda no Orun por Obatalà, sendo “assentado” no momento da iniciação, junto com o Ori e o Orisa individual.

ONA ou OLONA = É o senhor de todos os caminhos.

OLOBÈ ou OBÈ = É o senhor da faca, tem de ser reverenciado ao começar todos os sacrifícios, onde a faca é necessária.

ELEBÒ = É o carregador de todos os Ebòs.

ELEPO = É ele que recebe o sacrifício do azeite de dendê .

INA = Um dos aspectos mais importantes desse Èsù primordial é presidir o Ipade, sendo o dono do fogo.

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No Brasil também se cultua os seguintes ESU:

LONA - ODARA – LALU- TIRIRI- ALAKETU- AKESAN—LODE- BARABO,

IJELU- BARA ALAJEKI - etc.

Orisa

Olodumare é o Deus supremo do povo Yoruba, que criou as divindades chamadas Orixá para representar todos os seus domínios aqui na terra, mas não são considerados deuses.

Exu, Orixá guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.

Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.

Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.

Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca

Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.

Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas.

Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris.

Ossaim, Orixá dos remédios, conhece o segredo de todas as folhas.

Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestade, e do Rio Niger

Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, jogo de búzios, e amor.

Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.

Nanã, Orixá feminino dos pântanos e da morte, mãe de Obaluaiê.

Ewá, Orixá feminino do Rio Ewá.

Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô

Axabó, Orixá feminino da família de Xangô

Ibeji Orixá dos gêmeos

Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).

Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.

Onilé, Orixá do culto de Egungun

Omolu, Orixá da terra e da saúde

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Oxalá, é um nome genérico para vários Orixás Funfun (branco)

OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos

Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.

Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.

Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua.

Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká.

Olokun, Orixá divindade do mar.

Oxalufon, Orixá velho e sábio.

Oxaguian, Orixá jovem e guerreiro.

Orixá Oko, Orixá da agricultura.

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A verdade sobre Egúngún

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egúngún

Texto: Babalawo Ifagbaiyin

Na cultura yoruba a morte é encarada com naturalidade, o povo deste território tem uma forma bem clara para definir esse momento ,a morte não representa o fim, ela representa sim o começo de um novo ciclo.A morte não é o fim da vida, existe um outro mundo paralelo ao nosso, conhecido como orun(céu),que é dividido em nove partes.

Este local para o povo yoruba é a morada dos orisas e dos antepassados, sendo assim o contato entre o orun(céu) e o aiye (terra) acontece de forma constante.O fato de poder ir e vir é um privilégio, somente espíritos com um caráter exemplar serão escolhidos para serem cultuado como egungun.

Continuar voltando a terra para ver seus descendentes é um prazer, participar da vida da comunidade ou da família possibilita ao individuo eternizar-se,entrar para historia e ser louvado por seus descendentes.Tenho assistido algumas discussões sobre esse tema com surpresa,a desinformação sobre esse assunto é muito grande,existe uma aura de mistério confundida com mentiras e interesses que distancia muito os iniciados da verdade,imagina-se então o que acontece com o público leigo que ignora completamente a realidade.

Passarei agora a uma analise dos fatos sempre considerando a visão do povo yoruba de forma tradicional e não a conhecida visão afro brasileira.

Não existe egungun do orisa Ogun ou de Osun Ou de Obatala,esse é um erro bastante comum,existe sim um espírito de um ancestral (egungun) que um dia foi feito para um determinado orisa,ou não.

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Não existe comida de orisa que se serve para um determinado egungun,existe sim pratos tradicionais de um povo que podem ser servidos ou não,de acordo com a preferência do antepassado.

Não existe interditos de egungun,como sal e cor vermelha,tais interditos deixam de existir no momento da morte do individuo.

É possível sim que um espírito feminino seja homenageado após a sua morte em um ritual de egungun.È permitido sim a permanência de mulheres nos rituais para egungun,eu não acredito quais seriam os objetivos de tais rituais que não fossem os de manter a família e a estrutura de um povo sem que a presença da mulher deixe de ser fundamental.Todas as casas que cultuam orisa devem ter sim um assentamento de egungun,todos temos antepassados.Sim é necessário o culto de egungun e orisa assim como de iya mi no mesmo local,um ritual se completa com o outro, até por que estamos prestando homenagens a espíritos evoluídos e de grande compreensão,espírito desinformado não merece tais rituais e sim outros.

Uma pessoa com cargo de Babalorisa sim pode ser um iniciado em Egungun,e outros cultos como o de Iya mi e de Baba Oro,sem nenhum problema,como disse anteriormente os rituais se completam pois todos temos antepassados femininos e masculinos .

Uma pessoa deve sim cultuar egungun de sua família,assim como o egungun da família de orisa a qual ela foi iniciada;cultuar um egungun de alguém que não tem nada em comum com vc é no mínimo desperdício para não dizer total desinformação.Assentamento de egungun sim pode ser feito em casa alugada,quando a pessoa vai mudar para um outro lugar tem um ritual que deve ser feito com uma parte da terra do local,e o assentamento jamais deve ser desfeito e sim transferido.

Toda pessoa um dia pode ser um egungun cultuado sim,o que vai diferenciar quem merece ou não ser cultuado é a finalidade do assentamento,para ser mais claro se eu quero um amigo que vai me orientar,não assentarei o espírito de um qualquer.Existe sim um odu que autoriza a abertura de um buraco no chão para culto dos antepassados, não mencionaremos aqui por razões óbvias ,mas todo ritual em nossa religião consta dos versos dos odus de Ifa.Sim um egungun assim como um orisa não necessita de um número exato de

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animais para ser assentado,acontece que o homem esta tão pretensioso que administra os rituais sem mesmo questionar a divindade e suas preferências.

Quanto a questão da roupa volto a dizer de forma bem clara, quem quiser acreditar em historia de faz de conta que assim o faça, somente quem conhece os rituais de preparação de uma roupa de egungun sabe a importância da mesma na preservação dos membros ali envolvidos.

Quanto ao fato de usar egungun para fazer maldade, eu sei que faz parte da historia humana lançar mão de tudo que é possível para atingir seus intentos, mas é bem verdade que se amamos um egungun e o respeitamos jamais pediremos para interferir em nosso beneficio causando qualquer tipo de dificuldade ao outro,é claro que isso faz parte da formação da pessoa e não de uma religião específica,algumas pessoas não merecem ter o acesso a tais informações mas isso é uma outra história.

BABA EGUNGUN OLOMO KI NSUN OMAA SUN KI O MAA GBAGBE ILEMA FI OWO DIGI IGBAGBE MU LORUN

UM ANCESTRAL QUE POSSUI FILHOS E DEVOTOS NAO DORMENÃO DORME E NAO ESQUECE SUA CASANO ORUN , MEU PAI , JAMAIS ABRACE A ARVORE DO ESQUECIMENTO ( JAMAIS ESQUEÇA DAS PESSOAS QUE TE LOUVAM )

EGUNGUNEgungun

No ritual de Egungun, reside um dos maiores mistérios da cultura e ritualística Yorubana e Dahomeana. O culto ao Egungun, é um culto aos antepassados das pessoas falecidas que eram iniciadas no ritual dos Orixás ou Voduns ou ainda, no próprio ritual de Egun. Este ritual não é uma propriedade africana única. No Japão, existe uma semelhança no culto aos antepassados também, e que é de prática nacional. É tão sério e popular, que consegue manter a nação unida em torno desta prática. A única diferença entre estes dois cultos é que no Japão não existe a materialização dos antepassados, enquanto que na Nigéria, no Togo, Benin e Brasil, estas “aparições” são comuns e visíveis a todos os presentes.É também comum na Nigéria vê-se os Ojés (sacerdotes de Egungun), provocando estas materializações, quando jogam várias roupas (axós – trajes) de Egungun no chão e minutos após, estas começam a inflar e tomar formatos humanos como se corpos existissem dentro de cada uma delas. Tais fenômenos acontecem em plena luz do dia, na rua e diante dos olhos de todos.

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O ritual começa no Ojubó (camarinha secreta), com oferendas, local onde as roupas são abençoadas e recheadas dos “axés”(força e poder), do ritual. Posteriormente, é feita a oferenda de um “agutã”(carneiro), sobre o “gbodô (pilão

o qual será levado à praça pública e invertido no chão, ou seja, colocado de cabeça para baixo. Após tais atos o Ologbô (sumo sacerdote de Egun) manda distribuir as roupas de cada Egungun que irá se materializar, no chão separadas a cada três metros. Ato contínuo, começam as cantorias sob o rítimo frenético dos “abados” (abanadores de palha) batidos em bocas de porrões” (grandes vasos de barro com bocas largas), acompanhados por “gans e agogôs” (sinetas de metal). – Tudo isto segue uma ritualística e está rigidamente dentro de uma hierarquia milenar.Os “cargos” (títulos sacerdotais) estão dentro de uma nominação que assim está determinada em escala ascendente: 1 Ojé – 2 Eiedun – 3 Ojé Lese Egun – 4 Ojé alagbá – 5-Alapini–6-Alagbá-7Ologbô. BABÁ-EGÚN-FAMOSOS – Nigéria – Benin – Bahia – Pernambuco Estes são alguns dos Babás Egungun mais famosos no eixo África - Brasil.

Ojé Ladê – Opetenan – Fatunuké – MamaTeni – Atô – Arô – Ologbojô – Aguian – Baká Baká - Alapiagan – Jootolú – Obilaré – Okin – Arisojí – Ode Layielú – Oba Olá – Oyá Biyí – Lapampa – Sembé – Aparaká – Olúlu – Oyé Ati – Élewe – Alarinsó – Ajóbiéwe – Ajofoyinbó – Aiyegunlá – Alapansanpa – Elegbodó – Awuró - Ijépa – Épa – Élé Fin – Ilóró – Pepéiye – Olókótun – Nouvavou – Mazaca – Zazi Boulonin – Zantahí – Wawá – Nibho – Rataloni – Obé Erin – Ólójé – Ólóhan – Olóbá – Aládáfa – Eléfí, Babá ALAPALÁ e Babá BANBUSHÊ ADINIMÓDÓ.

Estes são os mais famosos Babás do ritual de Egungun do Brasil e na África e, que, de uma certa forma “capitaneiam” os destinos das pessoas e por quê não dizer, o destino do Brasil.

Egungun - Ancestralidade

Dentro da mitologia yorubá, Egúngún é um ancestral para adivinhação e dar sequência a uma espiritualidade. Egúngún dá sua referência à coletividade espiritual e também a ancestralidade dos mortos “Arà-orun-kìnkìn” ; a Orìsà Oyá é a deidade mãe de Egún (esqueleto). Por se acreditar que os mortos se mantêm no mesmo espaço que nós vivos, faz-se rituais em sua homenagem (odùn Egúngún) para que eles venham ao Àíye (mundo).

O principio de Egungun chegar ao nosso mundo se dá para trazer o equilíbrio e também julgar nossas habilidades aqui na terra, devemos agradecer nesta ocasião a vinda deles a terra para nos dar a vida eterna. Tradicionalmente, cada família deve ter seu Egungun em sua casa para que não haja regressão em todos os rituais e sim

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progressão, o nome de cada Egungun nesse caso de cada família é diferente. O lugar de onde provêm os Orìsà dos mortos se denomina Igbo Igbàlélé(Igbàle) e dos ancestrais(familiares ou Olorisa) ojú orì..

Outras visões filosóficas e místicas dos povos yorubá estão contidas na palavra Ehìn ìwà (vida após a morte ). O sentido de cultuar e adorar os ancestrais se dá à vida após a morte, após morrer a vida não acaba. Esta experiência é primordialmente necessária para se passar uma vida mais justa neste espaço antes de morrer. Este pensamento é extenso a partir do ponto que a ancestral parte, pode-o ter comprida a missão e não retornar (ire aiku, sorte vida longa/imortalidade), ou retornar como dever de cumprir os rituais na sua nova vida.

ÀGÁN

Àgán refere-se ao poder de Egungun, usado para destruir coisas diabólicas, e coisas que podem atrapalhar particularidades em nossa vida, o Egungun tem uma ligação com alguns animais tais deles como o Ìjìmere (macaco amarelado), eiye egà (um tipo de pássaro tecedor) entre outros, de fato alguns destes ìjìmere fazem parte do àse que deu nascimento a Egungun. O àgán foi descrito pelos anciões pela Sociedade Egungun para ser um invisível poder que não pode ser entendido pelo homem, exceto se ele ou ela tiverem conhecimento misticamente, e souberem destruir as magias/espíritos diabólicos. Este àgán começou a ser usado por alguns sacerdotes dentro da sociedade Egungun de inicio para rejeitar a regras do Obá( Rei de Oyo), isto começava cortando a arvore Iroko com espíritos maldosos e destruir pessoas empreendedoras para o lado maligno.

O àgán é algumas vezes representada por uma longa roupa branca carregada por vários sacerdotes de Egungun durantes os festivais, e tem mais ou menos 2 metros e meio de tamanho(medida) ou mais e sempre carregada durante a noite. Este poder não é muito usado pelos anciões da sociedade aos Egungun, mas em algumas emergências, quando o àgán começa a se manifestar, deve-se sempre aclamar isto:

Máfojú kò mi

Enikán kí fo jù kan Orombo

Ni ijo ti Àgán ba jadé òsán

Ìgbo a mà jo nà tagbatagba

Odán a si jonà teruwà teruwà

Difá fún Máfojúakanmi

Ti i je àgán

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Você não deve ver meu rosto

Ninguém pode ver Orombo

Sempre que Agan sair afora pela noite

Um vendaval ficará furioso

Cairão arvores atrás de arvores

As florestas estarão em chamas

E as terras savanas estarão queimando completamente

Estas eram as declarações de Ifá por meio de Mafojukanmi (Não veja meu rosto

Quem se chamava Agan...

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Aso EGUNGUN - Roupa de Egungun

Awo Ifadayo Orisatalabi Elebuibon

DIVINDADES IORUBÁS (Irúnmọl )ẹ̀Q > Egúngún

Egúngún - O Ancestral que vence a Morte (Esquecimento)

*Bàbá Egúngún, fonte Internet

Egúngún, o que é?

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Um Culto?

Uma atividade folclórica?

Uma Divindade?

Um conjunto de Divindades?

A representação dos mortos?

Enfim... O que é e para que serve Egúngún?

Você quer descobrir?

Se você amigo, deseja realmente entender um pouco mais sobre isso, viaje comigo nesta leitura e desvende alguns dos vários mistérios que envolvem essa Divindade: EGÚNGÚN.

Egúngún é um termo só, mas que representa muitas coisas, primeiramente é preciso entender que Egúngún é o culto aos ancestrais veneráveis do sexo masculino, note que a palavra venerável designa pessoas veneráveis, ou seja, não é qualquer ancestral. Na visão tradicionalista yorùbá, um homem, para se tornar um ancestral venerável, precisa concluir algumas etapas na vida material e espiritual. Algumas delas são: Ser iniciado, especialmente em Ifá, que é o grande revelador do destino humano, ter cumprido as determinações de Ifá, ter sido um devoto ou sacerdote de òrìsà sério e comprometido, ter após seu falecimento, sido submetido aos rituais de ajéjé (rituais fúnebres). No campo material ele necessita de algumas coisas como, ter adquirido casa própria, constituído família (ter muitos filhos), ter atingido idade avançada (mais de 60 anos de idade), ter uma influência social e familiar muito grande. Esses são alguns dos requisitos necessários para que um homem, após seu falecimento, seja considerado pela sociedade yorùbá, um ancestral venerável, ou seja, um homem digno de culto, um membro da sociedade Egúngún.

Ora, eu disse sociedade Egúngún certo? Certo! Pois é isso que Egúngún é, uma sociedade que representa os ancestrais masculinos dignos de culto.

Além disso, a palavra Egúngún representa um òrìsà, ou seja, uma divindade que lidera e representa essa sociedade. Muitos dizem que Egúngún não é òrìsà, o que é um grande equivoco, pois, na visão yorùbá, tudo aquilo que é cultuado para trazer benefícios aos seres humanos, é considerado òrìsà. Assim como, tudo aquilo que é APENAS (veja, APENAS) apaziguado para não prejudicar o homem é considerado um Ajògún.

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*Zarcel Carnielli (Olóbàtálá Òsàlásínà) celebrando Àwon Egúngún no Àjòdún Egúngún em Capinas - São Paulo, Abril de 2012

Sendo, Egúngún um òrìsà, porque razão seu culto é diferente das demais divindades? Eu digo! Pelo simples fato de que nenhum culto é igual ao outro! Ifá é òrìsà, porém possui um culto e símbolos diferentes das demais divindades, assim como Ògún, Òsàlá, Òsun e muitas outras divindades. Todas possuem suas particularidades, logo, é preciso entender que a iniciação visa muito mais que fazer uma festa no domingo e apresentar o Ìyàwó (Adósù, Elégùn, Awòrìsà) a

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comunidade, a iniciação em qualquer òrìsà, tem como objetivo principal tornar aquela pessoa um membro do culto daquela determinada divindade. No Brasil, talvez pelo egoísmo de nosso povo, foi aglomerado, num mesmo sacerdote, várias funções, que faz com que o mesmo, independente de ser iniciado ou não em determinado òrìsà, inicie outras pessoas, não condeno isso, porém isso foge do principio de que, só podemos dar aquilo que temos. Sendo assim, só posso dar o àse de Òsun para alguém, se eu tiver este àse, se não, o máximo que posso fazer é indicar alguém de confiança que o tenha. Na Nigéria é assim que funciona, uma pessoa pode perfeitamente, ser iniciada em quantas divindades quiser e PUDER, para isso existe Ifá, para mostrar a necessidade daquele determinado Orí (cabeça).

Logo, qualquer culto tem seu grupo de devotos e sacerdotes, que podem adorar outras divindades, sem problema, mas, sabendo que cada culto e cada divindade tem sua forma e suas particularidades.

Voltando à Egúngún, bem, já sabemos que além de tudo, Egúngún é um òrìsà com um culto diferenciado, mas é uma divindade que auxilia o ser humano em seu desenvolvimento material, mental e espiritual, agora nos resta saber pra que serve essa energia, certo?

Bem, Egúngún pode ser saudado, evocado e reverenciado por vários motivos, alguns deles são:

Òkànràn méjì: Mostra a necessidade de se cultuar Egúngún para que o ancestral não fique em esquecimento e para que a vida de seus descendentes seja de alegria e felicidade.

Òfún méjì: Mostra a necessidade de agradar Egúngún para evitar que o espirito de uma criança abortada (propositalmente) retorne na forma de Àbíkú.

Òwónrín méjì: Mostra a necessidade de cultuar Egúngún para que a pessoa volte a dormir bem, pois pode estar sendo vítima de algum ègún (espírito maléfico).

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* Hérick Lechinski (Olóòrìsà Ejòtolà) celebrando Egúngún no Àjòdún Egúngún em Campinas - SP, Abril de 2012

Lembrando que, Egúngún representa a divindade e o culto, em quanto Égún representa um determinado ancestral venerável, já a palavra Ègún representa qualquer espírito que esteja perdido e que se alimenta da energia vital das pessoas, causando à elas insônia e outros tipos de problemas.

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Egúngún também é muito cultuado para que a pessoa tenha longevidade, saúde e resistência. É usado também para solucionar problemas na família, ou seja, o espírito continua orientando os descendentes nos assuntos familiares. Egúngún também pode quebrar com certas negatividades que perseguem uma mesma família por 7 gerações, ou seja, se aquela família sofre muito com mudanças por 7 gerações, o problema pode estar em algum erro cometido por algum ancestral, que só será solucionado através do culto de Egúngún.

Por último, desejo falar sobre a polêmica: MULHER X EGÚNGÚN, PODE OU NÃO PODE?

SIM, PODE! O porquê, eu explico:

Mulheres também possuem pai, avô, bisavô e etc...

Logo, o que as impediria de terem contato com o culto de Egúngún? Nada!

Na Nigéria, algumas mulheres, por orientação de Ifá, precisam cultuar Egúngún e são iniciadas neste culto, esta são as Ìyá-agan.

Elas possuem uma responsabilidade igual a dos Òjè e Olójè, a diferença é que as mulheres não podem vestir a roupa, isso a tarefa para os homens.

No Brasil este interdito foi criado por algum motivo, que realmente desconheço, talvez pelo fato de terem associado aqui, Egúngún à uma outra energia que representa os ancestrais masculinos, esta chamada de Orò, que de fato, as mulheres não podem ter nenhum tipo de envolvimento.

Há uma cantiga de Orò que a tradução seria mais ou menos assim:

“A mulher pode descobrir o awo de Gèlèdè,

Elas podem descobrir o awo de Egúngún,

Elas podem descobrir o awo de Ìgúnnukò

Elas podem assistir Agemo

Porém, elas não podem descobrir o awo de Orò.”(...)

Awo é uma palavra que possui vários sentidos, nesse seria segredo.

Ìgúnnukò e Agemo são outros tipos de culto aos ancestrais.

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Para Egúngún podemos oferecer de tudo, uma comida que algum ancestral nosso gostava, bebidas e etc...

Porém, as oferendas prediletas do Òrìsà Egúngún são: Èko (akassa), Àkàrà (acarajé), Obì, Orógbó, Otí (Gyn) e Àgbò (carneiro).

Lembremos que, a religião dos orixás é uma religião INICIÁTICA, ou seja, para fazer certas coisas é necessário ter INICIAÇÃO, pois só através dela que se adquiri o axé para colocar em prática certos conhecimentos e até se aprofundar mais. E no que se diz respeito à Egúngún, isso deve ser levado muito a sério, há uma orin (cântico) que explica bem isso:

“Bàbá ímàlè

Mo le o,

Bàbá ímàlè

Ogberi to l’oun fé seré awo

Bàbá ímàlè le o!” (...)

“O pai dos imalé,

É bravo!

O pai dos imalé,

Com o não iniciado que quer descobrir o awo (segredo)” (...)

Ousar a praticar atos que você nunca viu, ou a evocar e alimentar energias que você desconhece, é um risco muito grande!

Tudo tem seu tempo e sua hora, por isso, tenha Súùrú (paciência).

Eu Zarcel Carnielli (Òsàlásínà) espero que este texto tenha lhe ajudado a desvendar um pouco, dos muitos mistérios criado em torno desta energia...

Desejo a todos que o Àse de Egúngún os acompanhe por toda a vida!

Ire o!

Por Zarcel Carnielli (Ọlọ́5bàtálá Òṣàláṣínà)

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Orunmilá quem determina o Anjo da GuardaOrunmilá quem determina o Anjo da GuardaPorque é Orunmilá quem determina o Anjo da Guarda de uma pessoa?

O Babalawo é o único encarregado de averiguar o futuro do povo do santeiro (povo de santo) a consulta se dá mediante ao que chamamos de “Baixada de Orunmilá”, e é o que se utiliza para saber o Orixá da pessoa. O Opele (instrumento ou rosário que se emprega normalmente em uma consulta cotidiana) não é valido para perguntar o orixá de ninguém.Essa consulta ou melhor “baixada” é uma obrigação que começa com uma matança dando ciencia a Orun, a Elegua, Ogun, Oxossi, Ozun e Orunmilá. Onde depois se dá ozé e no terceiro dia se pergunta o Anjo da Guarda.Esta investigação requer grande rigor, pois a cabeça do iniciado não deve ir outro Orixá que não seja o seu verdadeiro, que lhe corresponde como Alaleyó (Anjo da Guarda).O erro da tirada do Alaleyó tem grandes e nefastas conseqüências para a vida do iniciado.O que logo se percebe pela pessoa fazer o “santo” e não melhorar a vida em nada já que seu Orixá foi subjugado a favor de outro.O motivo pelo qual é o Babalawo que deve perguntar o Alaleyó de uma pessoa e não o pai ou mãe de santo são bem claros e lógicos. Orunmilá é imparcial e o sacerdote de Ifá (Babalawo), como representante de Orunmilá na Terra, não pode ser quem leva a cerimônia de Kariosha ou “consagração de Orixá”, por isso não tem nenhuma inclinação ou interesse de que a pessoa seja de um Orixá especifico. Certos seladores de Santo querem impor determinados Orixás para futuros filhos para seu beneficio próprio, sabendo que seu Orixá tem restrições em fazer a pessoas daqueles Orixás muda o Orixá da pessoa para que possa fazer a pessoa. Visando somente seus interesses pessoais. Sendo assim o Babalawo é imparcial, ou seja, o Orixá que marque Orunmilá é o que vai estar de fato valendo.São dois patakies (historias) que respaldam o que se esta falando aqui. Esta nos Oduns Osa Roso e Oyekun Berdurá.

Pataki

Quando se determinava o Anjo da Guarda por búzios.

Em uma terra onde viviam todos os Orixás e Obatalá era o Obá, todos determinavam o Anjo da Guarda com búzios. Porem um dia os Orixás começaram uma discussão com o Obá porque Xangô começou a notar que havia mas filhos de Babá que dos outros Orixás. Xangô chamou aos demais Orixas e todos se puseram de acordo para ir reclamar com Obatalá por que

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sua casa nunca saia um filho de outro Orixá que não fosse ele.Quando chegaram a casa de Obatalá, este lhe perguntou porque vinham com tanto alvoroço. Então Xangô lhe disse: “Queremos saber porque quando você determina o Anjo da Guarda, nenhum de nós sai como dono da cabeça?” E Babá lhe disse: “ Em minha casa eu determino assim!”Então Xangô assinalou que isso não estava correto nem igualitário e que melhor seria ir a casa de Orunmilá para que lhes ajudasse a resolver esse problema.Obatalá aceitou e disse: “ Vocês tem razão, porque Orunmila não faz Orixá e vocês estão desconfiados de mim, porem eu também desconfio de vocês. Por isso, enquanto existir mundo Orunmilá determinará o Anjo da Guarda de cada um, por intermédio de seus representantes (Babalawos), já que são imparciais. To Iban Eshu! E é por isso que não se determina o Anjo da Guarda por búzios, porque Babalawo não joga búzios.

O caminho da cabeça

Patakin:Uma vez Elegua chegou a uma terra e viu que ali os omós Orixás estavam tirando o Anjo da Guarda das pessoas. Como Elegguá era Babalawo, foi a casa de Olofin a dar queixa do que estavam fazendo os omós Orixás em contra sua disposição. Quando chegou ao palácio disse a Olofin que os omós de Orixá não só estavam tirando o Anjo da Guarda como também faziam matança para que estas cerimônias se realizassem.Então Olofin chamou a Ogún e lhe ordenou que arrancasse a cabeça de cada um e que as trocasse pelas as outras. Rapidamente Ogún partiu a cumprir a vontade de Olofin, cortando as cabeças e as colocando trocada nas consagrações de Orixá que estavam fazendo.Enquanto Ogún facia seu trabalho, Orunmilá se consultava e viu esse Odu onde Ifá disse que estavam trocando as cabeças. Orunmilá saiu imediatamente e quando chegou onde estavam fazendo as consagrações, encontrou com Ogún já tendo feito estragos a todos, faltando somente a uma cabeça por cortar, que era a do iyawó.Quando Ogún foi a arrancar a cabeça, Orunmilá o deteve dizendo-lhe que para que não caisse em falta com Olofin, lhe permitiria a ele fazer a troca de cabeça ao iyawó no tabuleiro.Ogún deixou que Orunmilá assi o fizesse.Mas tarde Olofin lhe perguntou como podia ser que o iyawó estava ainda com sua cabeça, e Orunmilá o respondeu que como ele havia o encarregado de acertar aos assuntos da Terra, quis salvar ao último que faltava para que as pessoas se enterassem de que Olofin lhe havia dado o Ashé ate para fazer a troca de uma cabeça.Assim Olofin disse: “Orunmilá, eu te coloquei para acertar as coisas do mundo.

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Se quiseste salvar a este iyawó, eu o aprovo. To Iban Eshu.

Esta é outra razão pela qual Orunmilá (e seus representantes) são os únicos que podem tirar o Anjo da Guarda de uma pessoa e o único a fazer a matança das consagrações de Orixá

AWO ADELE OBA DILOGUN O PORQUE OS AWOS NÃO JOGAM COM DILOGUN NEM OS OBAS NÃO FALAM IFÁ.AWO ADELE OBA DILOGUNO PORQUE OS AWOS NÃO JOGAM COM DILOGUN NEM OS OBAS NÃO FALAM IFÁ.

ORUNMILÁ TINHA UM AFILHADO PREDILETO, QUE SE CHAMAVA OMOLU, QUE ERA REI DA TERRA ADIFA. ELE O HAVIA DEIXADO COMO REI DESSA TERRA DE IFÁ. QUANDO A GANHOU POR SENTENÇA DE OLOFIN, AO ADIVINHAR QUE A MULHER DE OLOFIN ESTAVA GRAVIDA.OMOLU TINHA UM FILHO MAIOR CHAMADO ADELE (DILOGUN), ESTE ERA HERDEIRO DE OMOLU, QUEM O HAVIA ENCAREGADO DE SER O INTERMEDIARIO DE TODOS OS ORIXÁS NA SUA AUSENCIA, POIS ELE SEMPRE SE ENCONTRAVA MUITO OCUPADO NAS TAREFAS DE IFÁ.POR TANTO TODOS OS ORIXÁS, ATE MESMO OS GUERREIROS, E SEUS EXERCITOS, ESTAVAM BAIXO SEU MANDO E DEPENDIAM DELE.

ADELE SE VENDO COM TANTO PODER, SEU ORGULO O CEGOU E COMEÇOU ACREDITAR QUE ERA MAIOR QUE SEU PAI OMOLU, CHEGANDO A CONSPIRAR CONTRA ELE. PREPARANDO SECRETAMENTE UM EXERCITO PARA DESTRONÁ-LO.

ENTÃO ORUNMILÁ COMO OBA DE IFÁ, JOGOU PARA OMOLU E LHE SAIU ESTE ODU, ONDE IFÁ LHE DISSE QUE UM DA FAMILIA O QUERIA ESCRAVIZAR E ERA UM FILHO SEU QUE MORAVA LONGE. ENTÃO PERGUNTOU QUEM ERA E SAIU FALANDO COM O LERI DE OMOLU LOWO ARAYE ADELE. SAINDO RAPIDAMENTE OMOLU PARA ADIFA.

QUANDO CHEGOU A REBELIÃO ESTAVA EM ANDAMENTO E OS EXERCITOS DE ADELE PREPARADOS PARA ARRASAR O PALACIO DE OMOLU, POREM COMO ORUNMILÁ ERA O PADRINHO DE DILOGUN E TAMBEM DE TODOS OS ORIXÁS, FALOU A TODOS: “POR VOCÊ SER FILHO DE OMOLU E ESTA SER A TERRA DADA A MIM, POR OLOFIN. TODOS TEEM QUE REPEITAR E QUERER A OMOLU”. ONDE TODOS ACLAMARAM A OMOLU, COMO REI ABSOLUTO DA TERRA DE ADIFA.

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ENTÃO ORUNMILÁ CHAMOU ADELE E LHE DISSE: “COMO OLOFIN SENTENCIOU TEU CARGO, SEGUIRÁS SENDO O ENCAREGADO DE EXPRESSAR O DESEJO DOS ORIXÁS; POREM COM OS ABERI KOLA, NÃO COM OMOLU”. E PARA EVITAR TRAGEDIAS FUTURAS TE DESTITUO PARA SEMPRE DO REINO DE TEU PAI OMOLU, NENHUM DOS TEUS IRMÃOS PODERAM VOLTAR A TE CHAMAR PARA NADA. E QUE ASSIM NÃO DESCUMPRA A ESTE JURAMENTO E A ESTA SETENÇA. DESDE AGORA EM DIANTE ASSIM SERÁ. ASHE TO, ASHE BO, ASHE BIMA, TO IBAN ESHU.

SAIU ENTÃO TRANQUILAMENTE ADELE PARA SEU NOVO REINO JUNTO AO RIO OSHE. AQUI FOI ONDE SE SEPARARAM OMOLU E ADELE, QUE MESMO QUE PARENTES TEM DISTINTOS NOMES NO ORACULO E POR ISSO O AWO NÃO DEVE NUNCA JOGAR CARACOIS PARA NÃO FALTAR A SETENÇA DE ORUNMILÁ E JURAMENTO DE OMOLU, NEM OS ORIATES PODEM FALAR IFÁ. AQUI FOI ONDE TAMBÉM BOTARAM AZOWANU DA TERRA YORUBA E SE DIVIDIRAM OS ORISHAS E OSHAS, OU SEJA, UNS QUE FALAM POR DILOGUN E OUTROS POR IFÁ. ES DIZER UNS COM ADELES E OUTRO COM OS DILOGUNS.

DEVEMOS ENSINAR O QUE SABEMOS A NOVA GERAÇÃO PORQUE DEVEMOS ENSINAR O QUE SABEMOS A NOVA GERAÇÃONeste Odu diz Ifá: “Que por mando de Olofin a sabedoria deve ser repartida”.

Olofin vendo que o ser humano passava muito trabalho na Terra para subsistir decidiu ajudar a humanidade. Então escolheu um homem que seria protegido e dotado de muita sabedoria, este homem tinha um guiro em seu colo, onde tinha todos os segredos que Olofin o tinha entregado, para que repartisse aqui na Terra. Este homem durante sua vida se voltou arrogante por ver-se com canto conhecimento e finalmente não cumpriu com sua missão. Já passado os anos esse homem só desejava morrer, pois dentro de si mesmo guardava uma sabedoria tão grande que por não compartilhá-la tal como Olofin lhe havia ordenado, se sentia incompreendido pelo resto da humanidade, em cada um dos seus atos e pensamentos.Certo dia esse homem de tanto pedir e desejar a morte sentiu que havia chegado a hora de morrer. Então foi para Ilê nigbe e ali se encostou, já que segundo seus instintos ele acreditava que finalmente iria morrer, mesmo que sem cumprir com sua missão. Então no momento que se colocava a relaxar para poder se entregar por completo a Ikú, apresentou-se uma imagem que era Olofin, que do alto lhe perguntou: “Você deseja morrer?”“Sim, por favor,” lhe implorou o homem.Então Olofin lhe disse: “Eu lhe dei os secretos que você guarda nesse guiro,

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com uma missão muito importante e você não há cumpriu. Você deveria ter repartido a sabedoria que esta no guiro com a humanidade em seus momentos, para que essa se salvasse e se desenvolvesse, e você não o fez. Pois então ate que você não termine de repartir todo conhecimento que esta dentro do guiro à humanidade, você não terá descanso e não poderá morrer”. To Iban Eshu!

Então para que não sejas incompreendido em atos e pensamentos.Se não quer ser engolido por sua arrogância. E viver uma vida solitária e infeliz ao ponto de querer morrer. Comece a ensinar a nova geração para que não fiques em divida com Olofin.

ORUNMILÁ

Orunmila é o Orixá de adivinhação, o supremo oráculo. É o grande benfeitor da humanidade e seu principal conselheiro. Revela o futuro através do segredo Ifá. É também um curador, quem ignora seus conselhos podem experimentar os danos causados por Eshu.Orula representa sabedoria, inteligência, astúcia e esperteza para superar o mal. Quando Olodumare criou o universo, Orula estava lá como testemunha. Essa é a razão pela qual conhece o destino de tudo o que existe. Por isso é chamado de eleri-ipin ibikeji Olodumare (Testemunha de toda a criação e o segundo no comando de Olodumare)."Orula elerí ipínIré keji Olodumare Onatumo agbedebeyoAlapa siyan iwi OduduwaAché ishe miní, Orula somo somoOrula Iboru, Orula Iboyá, Orula Ibosheshé"

Orula é o primeiro profeta da religião ioruba, enviado por Olodumare para fiscalizar os nascimentos, mortes e desenvolvimento dos seres humanos e outras espécies. Adivinho e proprietário Oráculos de Ifá intérprete por excelência. Esteve na terra como um profeta com os 16 antepassados celestiais (os Meyi de IFA), entre 2000 e 4000 aC Seu culto provém Ile Ife eo seu nome Òrúnmìlà provém do Yorùbá ( "Só o céu sabe quem são os que se salvaram).

Encarna a sabedoria e a capacidade de influenciar o futuro, mesmo os mais adversos. Quem não respeitar o parecer da Orula, seja homem ou Orixás podem ser vítimas dos Osogbos enviados por Eshu.

CERIMÔNIA DE IKOFA (APETEBI) E AWOFAKAN

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A Cerimônia

Para a realização da cerimônia de Ikofá e Awofakan, é necessária a participação de no mínimo três babalawos. Dependendo do número de pessoas que serão consagradas naquela iniciação (Plante/barco).A cerimônia se realiza durante três dias. Sem embargo, o padrinho deve levar a cabo uma serie de atividades e obras durante o período da entrega.Geralmente, tanto a entrega dos Guerreiros, como de Ikofá ou Awofakan, se desenrolam um conjunto de coisas, pelo qual o padrinho deve com antecedência reunir-se com cada um de seus futuros afilhados para determinar o caminho do Exu (Elegbará) de cada um deles, e buscar seu fundamento nos lugares da natureza que correspondam a cada qual; do mesmo modo sanará qualquer duvida que o iniciante tenha com respeito aos procedimentos da cerimônia, inclusive com respeito ao direito (pagamento/salva) pela mesma, lista de material, bichos etc. O cerimonial se inicia com a chegada dos Babalawos participantes, que se encarregaram do preparo e de todos os detalhes necessários para o plante (barco). Neste dia se prepara um banho de ervas (omieró), o qual deve ser utilizado no decorrer do plante (barco).Também se da ciência aos mortos familiares, ancestrais e mortos que nos acompanham que será realizada um ato religioso de iniciação e que necessitamos da aprovação deles para seguirmos no plante(barco).Próximo passo é a lavagem e o nascimento dos Orixas, que são entregues no plante, com os respectivos sacrifícios de animais destinados a esse fim. Bem como cerimônias especificas feitas pelos Babalawos dentro do quarto de consagração (Ibodu) que constituem parte fundamental do ritual secreto da iniciação. Ao final desta etapa as pessoas tomaram banho com o omieró (banho de ervas).

Segundo día

O segundo dia é um dia de suma importância religiosa, pois Orunmilá já nasceu para cada um dos neófitos no dia anterior e observa pela primeira vez seus filhos para dar conta dos aspectos que estes devem seguir em suas vidas para que possam melhorá-las em todos os sentidos. Os neófitos devem ter a consciência de terem boa conduta para que não altere de forma negativa a observação de Orunmilá para eles. Trata-se de um dia para reflexão, recolhimento espiritual e pedidos a Orunmilá de misericórdia por eventuais atos ruins na terra.Neste dia se faz o bori para que as cabeças dos neófitos estejam forte para receber os conselhos de Orunmilá para suas vidas no terceiro dia.

Tercer día

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O dia do Itá ou registro de Orunmilá. É quando se marca o Odu (signo) de vida de cada pessoa e determina-se o Anjo da Guarda daqueles que ainda não tenham feito um Tefá / Baixada (jogo com os caroços de Dendê do Ifá de um Babalawo) para saber seu Anjo da Guarda.A cerimônia começa muito cedo, quando o sol (Olorun) começa a despontar no céu, seguindo os Babalawos a darem graças e ciência a Olorun (sol) a cerca do plante (barco), pedindo a este e aos Orixás as bênçãos necessárias para todos e para a continuação do plante. Esta cerimônia é chamada de Nangareo (nome de uma bebida de milho etc) que é tomada após a cerimônia por todos.Na continuação todos tomaram café da manhã, e aproveitaram para se conhecerem melhor, pois já fazem parte da família de Ifá, e necessitaram deste contato para posteriori escolher qual será seu Ojugbona (segundo Padrinho).Então se dará conhecimento aos Guerreiros bem como a Orunmilá que se vai fazer um Ita para se conhecer qual o Odun (signo) de cada um.Ao termino de cada Ita individual, ou durante o mesmo, se procede a limpeza (Apayerú) no tabuleiro de Ifá (Ebó Opon).Finalizando a jornada do Itá, se reuniram os Babalawos para fazer a entrega formal dos Orixás aos iniciados. Bem como a escolhe dos iniciados aos seus respectivos Ojugbonas (segundo padrinho), e a finalização das cerimônias de entrega e do plante.

Tendo o interesse de todos segue-se a “festa” de confraternização de todos.

O que é um Awofakan?

O Awofakan

O homem ao se iniciar nos segredos de Ifá se torna um Awofakan. Onde ele recebe a primeira mão de Orunmilá, podendo vir em outra cerimônia pegar a segunda mão de Orunmilá se este preencher os requisitos necessários para pegar a segunda mão.

Esta é uma consagração que se dá junto ou posterior aos Guerreiros, é uma consagração de Ifá na qual participam ao menos duas Babalawos, seu nome vem da palavra Owo Ifa kan que significa uma mão de Ifa.

Tanto o homem que se torna Awofakan quanto à mulher que se torna Apetebi passam por uma cerimônia de três dias, onde serão lavados, assentados e entregues com cerimônia cinco Orixás. Estes Orixás são:

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Eleguá, Ogun, Oxossi, Ozun, Orunmilá.

O Awofakan é aquele que assegura, protege o segredo de Ifá. Ele é o braço direito do Babalawo nas diversas tarefas que este realiza. É o aprendiz de Ifá que um dia poderá se tornar um Babalawo, se assim preencher os requisitos necessários.

Querendo saber mais sobre Awofakan entre em contato conosco.

OLOKUN SENIADE - RAINHA DOS YORUBA

Aboru Aboye o!

Ejí Ogbé

Ototo-tó,

Orooro-ro,

Otooto l`à á je epá,

Otooto l`à á je ìmumu,

Ohún torí n`torí,

Ohún t’òòrè n’t’òòrè

Àt’orí àt’òòrè Orunmílà ni ó d’ogún yéké

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Mo ní ó d`ogbon yéké

Ìsepe awo ile Olokun

Adífá fun Olokun

Ojo ti omi ilé Olokun kò tó böjú

Ìtí awo t`ilé Olokun

Adífá fun Olokun

L`ojo ti omi ilé Olokun kò tó bù w`ese

Bèbè otún, Awo Olokun

L`ó dífá fun Olokun

L`ojo ti omi ilé Olökun kò tó nkankan.

Bèbè òsì, Awo Olokun

L`ó dífá fun Olokun

Ojo ti omi okun kò tile níláárí rárá.

As coisas são feitas em ordem

As coisas são feitastranquilamente

Separadamente nós comemosamendoim.

Separadamente nós comemos imumu(amendoim especial).

O que pertence a cabeça é a cabeça(aela mesma)

O que pertence a Oore é Oore

Com a cabeça e Oore, Orunmilacontou vinte,

Eu contei trinta.

Isepe era o sacerdote da casa deOlokun

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Foi quem consultou Ifa para Olokun

Iti foi o sacerdote da casa de Olokun

Foi quem lançou Ifa para Olokun

Quando as águas de Olokun não eramsuficientes para lavar os pés

Lado-direito-da-margem-do rio,sacerdote de Olokun

Lançou Ifá para Olokun

Quando as águas de Olokun nãovaliam nada

Lado-esquerdo-da-margem do rio,sacerdote de Olokun

Lançou Ifa para Olokun

Quando as água de Olokun não tinhanenhum valor as coisas.

Existiram os quatros sacerdotes que consultaram Ifa para Olokun quando Olokun necessitava de ajuda: Isepe, Iti, Bebe otun, e Bebe Osi. Eles disseram que Olokun não iria mais se banhar com suas próprias águas, então Olokun procurou seu sacerdote conhecido como Ota-ribiribi, o sacerdote das águas. Ota-ribiribi disse a Olokun não temer porque ela voltaria a ser como era antes. Foi então dito a Olokun fazer um sacrifício com dez ovos cruz (eyin) e dez bananas (ogede omìní) , e ela ofereceu.

Ele havia dito a ela andar em frente a sua casa, em uma direção até o sol que estava diretamente com o zênite(ponto astral) e qualquer lugar que ela fosse deveria quebrar um ovo e uma banana naquele local e então voltaria para casa ( eyin l`orò, bo bá ti bálçe fifo ló nfó – Eu digo ao ovo, isso cai e quebre aos cair) . Ela fez então, caminhando em diferentes direções todos os dias até ela exaustada, quebrar todas os ovos e bananas logo, ela olhou a sua direita e sua esquerda, e todos aqueles caminhos estavam se enchendo de águas. Ela escutou as águas baterem umas as outras tão longe que seus olhos até podiam ver, e como ficou tão feliz cantou uma música(Orin) agradecendo seu sacerdote:

Oyígìyígì, Otá omi,

Oyígìyígì, Otá omi.

Oyígìyígì, Otá àikú,

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Oyígìyígì, Otá omi.

Oyígìyígì a pedra dentro daságuas,

Oyígìyígì a pedra dentro daságuas.

Oyígìyígì a eterna pedra,

Oyígìyígì a pedra dentro daságuas.

Então Olokun voltou rica e prospera e “todo seu corpo” voltou a ter água novamente por toda sua terra. Entretando Olokun voltou a sua casa e viu aqueles sacerdotes que disseram que ela não teria mais nada, ela então joguei sua areia para cima deles e os jogaram para longe do suas terras. Quando Olokun ficou nervosa chorando suas areais para longe, uma musica foi cantada:

Omi n`wo yànrín geréré o

Omi n`wo yànrín geréré

Omi o l`owo, omi o l`ese

Béé l`omi n`wo yànrín geréré

Veja como a água puxa a areia semresistência

Olhe a água escavando a areia semresistência

A água necessita das mãos,necessita das pernas

Ainda que a água puxa a areia semresistência

E Olokun nunca se esqueceu do seu sacerdote Ota-ribiribi, o sacerdote que vive dentro das águas e conhece todos os segredos das forças que as abrangem.

Este verso do odu Ejiogbe é só um detalhe que explica como é importante para os povos denominados yorubacultua-la de forma precisa para que nos dê riqueza e saúde. Olokun é um Orisa que dança igual uma majestade real, dando-nos seus cawries(ôwô-erô – búzios) para nos abençoar infinitamente com a riqueza. Olokun faz junção não só todos os oceanos mas

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também todas as águas do Universo, então elas traz todas as bênçãos através das águas para acalmar nossos corações e nos dar saúde e alegria. Olókun sempre traz boas mensagens, a mais significantes delas são duas: a benção advém das responsabilidades, e o respeito (ibôwô) adquire-se com a honra ( owà )e caráter ( ìwà). Existe uma frase de um Oríkì àwon Orí que revela os traços de Olókun com as jóias preciosas, como os okún(buzios), ileké`s em forma de idé(idé olokun) e sua Ade em forma de buzios, com sua roupa toda branca mostrando o poder dos Orisa funfun(brancos) signo da pureza e suavidade ao qual Osún, Yemója, Oluweri, Orisa Aje, Olosa empregaram para aprimorar os poderes misticos no universo:

Ìjúbà Olokun

Ibá Ajágunmôlé Oluwo ode orun

Iba Aromogányìn onibode àyeòun orun,

Iba Awonámàjá Bábálawo tiin komo n’Ifá ojú õrun.

Ibá Akoda

Ibá Aseda

Ibá Ogere àfokoyerí

Ibá Olokun Seniàde

Ifá Olokun a soro dáyo

Ifá kò ba mi se

Ki Olodúmárè kò ba wà se

Ôkútà lá pe mo şe je

Etí g`bure obí ri kítí,

Olokun ni ka le

Arín na kò ire afoyà ìbì

Agbe ni gbe ire kó Olókun

Aluko ni ngbe ire kó Olosá

Orí mi gbe mi de ìbì ire,

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Ese mi wo ìbì ire ki o sin mi yá.

Orí Olokun,

Orí ni Ooníde,

Orí gbe mi o!

SaudaçõesAjagunmole, sacerdote real do além(Orun),Saudações Aromoganyin, a porta real do além,Saudações Awonamaja, sacerdote que ensina Ifa dentro dos sonhos.Saudações daquele que criouo mundo

Saudações daquele que criou o serhumano

Saudações aos Orisa da terra

Saudações a Olokun Seniade

Ifá Olokun me disse alegria/riqueza

Ifa faça o bem para nós

Olodumare faça o bem a nos

É a pedra que quebra de repente, semsangrar, o que traz notícias boas.

Sempre encontramos a sorte e que o malse afaste

Que traga sorte do mar para mim

Que traga sorte da lagoa pra mim

Minha cabeça me guie para um lugar bom

E me leve onde tiver sorte.

Ori senhor dos mares,

Ori senhor dos ides

Ori me salve!

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Quando Olokun deixou Oduduwa(seu marido) em Ile Ifé, ela pegou tudo o que tinha que levar e foi parar na escuridão. Olokun saiu do reino de seu marido infeliz e triste com sua vida, então ela pediu a Olodumare a se transformar em água, Desta maneira Olókun se tornou água, flutou dentro do oceano, dentro deste contexto ela voltou a ser rica e poderosa. Olokun Seniade mandou uma mensagem para perguntar a Ôrunmìlá ( Orisa da adivinhação ) para ele continuar ao lado dela em sua companhia(1), quando Orunmila escutou o pedido ele aceitou ir e encontrou muito conforto e riqueza. Ele ficou um tanto quanto confortável e feliz que não voltou a Ile Ifé por volta de vinte anos, esqueceu de todas suas resposabilidades como Orisa do destino de todos os Orisa`s. Eles trabalharam juntos para dar benções a aqueles que tinham coração e ìwà(caráter). Orunmila consulto Ifa para Olokun Seniade, Quando ela estava preparada para administrar sobre sua riqueza para a humanidade, Isto foi dito entre os adivinhos, Porque os segredos e mistérios naturais de Olokun, Não podem ser encontrados por ela mesma para dar a humanidade. Ela não pode dividir seus segredos da prosperidade Até quando Ifa confirme o trabalho a ser feito e seu destino. Mas quando ela puder, Isto marcara a pessoa como tendo uma grande oportunidade Para uma grande riqueza Se esta responsabilidade estiver sob a responsabilidade. Do ser humano no seu destino.

1 – Orunmila não era muito rico e prestigiado na vida,quando ele conheceu Olokun ganhou honras e previlégios, por isso o texto em seu Oríkì: IfáOlökun a soro dayo - Ifá Olokun me disse alegria/riqueza.

A Ebi Olokun Seniade desde de seu começo de jornada dentro do culto indigianista yorubá, não deixo de perder o seu brilhantismo dado por nosso Rainha Ìyá mì Olókun Seniade. É ela a soma de todas as riquezas do mundo, que trouxe ao mundo Yemojá, Òsún, Ajé estes sim "frutos" de uma boa riqueza e aiku(longentividade). Olokun além de Ifá, Esu e Ogun é um dos Orisa mais adorados no panteão yoruba e muito respeitada, porque ela mostrou como é liderar um povo com respeito e dignidade. Quem não pratica com respeito, dignidade, carater e corretamente, nada têm desse Orisa por mais que alguém peça o sua própria força, a riqueza e longentividade.

O Ilé Ìyámì Olókun Seniàde(Casa minha mae Olokun Seniade) é um Ile Orisa de pratica indigianista ocidental do culto a yorubá, que resgata a pratica tradicional dos Orisa buscando a verdade sempre, ajudando as pessoas com os ensinamentos de Ifá, Ìyámì Osóronga, Oso, Egungun, Egbé e os Orisa somando com os òògun(magia/medicina) que não pode faltar em nenhuma casa de Ifá Orisa. É um trabalho àrduo mas de grande valia, já que além de nos trazer trazer ensinamentos, nos faz querer ajudar o próximo e esse sim, é com o trabalho eito corretamente traz o merecimento de enrequicimento espiritual e social.

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E ma bèrè, t`Olokun ase mo pe, t`Olokun aseE ma bèrè gbogbo ire aikuT`Olokun ase mo pe, t`Olokun aseE ma bèrè gbogbo ire AjeT`Olokun ase mo pe, t`Olokun aseE ma bèrè gbogbo ire Aya/okoT`Olokun ase mo pe, t`Olokun ase

Mo dupe l`owo awon Ìyá mi Olókun Seniade Olasedowà!Mo dupe l`owo Ìyamí Ìyálòrísà Olokungbemi!

"Kò mà mà s`amúnimúyè tí m`awo o, Orunmílà o o o"

Não existe feitiço que enfraqueça a memória de um Awo

**Bibliografia – F. Fatoba, Healing Energies in Yoruba Ifa religion;

Wande Abimbola, Ifa An Exposition of Ifa Literary Corpus

Texto: Baba Awo Ifádàyo