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GOVERNO DO PARANÁ COLÉGIO ESTADUAL DO NÚCLEO DE SANTA LÚCIA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CORONEL VIVIDA, OUTUBRO DE 2010

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GOVERNO DO PARANÁ

COLÉGIO ESTADUAL DO NÚCLEO DE SANTA LÚCIA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETOPOLÍTICO PEDAGÓGICO

CORONEL VIVIDA, OUTUBRO DE 2010

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SUMÁRIO

Introdução.......................................................................................................................................05

Identificação....................................................................................................................................06

01. Apresentação do Projeto Político Pedagógico.......................................................................07

02. Aspectos históricos da escola...................................................................................................08

2.1.Oferta de curso e turmas............................................................................................................09

03. Marco Situacional....................................................................................................................10

3.1 Horário Escolar..........................................................................................................................11

3.2 Calendário Escolar.....................................................................................................................11

3.3. Diagnóstico da Realidade e Caracterização da População........................................................13

3.4 . Reflexão teórico-prática: Contradições e conflitos da prática docente....................................15

4. Marco Conceitual.......................................................................................................................17

4.1 Concepção de Educação.............................................................................................................17

4.2. Concepção de Homem..............................................................................................................18

4.3. Concepção de Mundo................................................................................................................19

4.4.Concepção de sociedade............................................................................................................19

4.5. Concepção de Cultura...............................................................................................................20

4.6. Concepção de Escola de Campo...............................................................................................22

4.7. Concepção de Cidadania e Cidadão..........................................................................................22

4.8. Concepção de Conhecimento ...................................................................................................24

4.9. Concepção de Currículo da Escola Pública..............................................................................25

4.10. Concepção de Tecnologia.......................................................................................................28

4.11. Concepção de Avaliação.........................................................................................................30

4.12. Concepção de Tempo..............................................................................................................32

4.13. Concepção de Gestão..............................................................................................................32

4.14. Concepção de Formação Continuada......................................................................................33

4.15. Concepção de Ensino/Aprendizagem.....................................................................................38

5. Marco Operacional....................................................................................................................44

5.1. Filosofia da Escola..................................................................................................................45

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5.2. Missão da escola.......................................................................................................................45

5.3. Objetivos Gerais........................................................................................................................45

5.4. Objetivos Específicos ...............................................................................................................46

5.5. Critérios para Organização Interna da escola............................................................................48

5.6. Da organização do Curso, sua estrutura e funcionamento........................................................49

5.7. Programas e Atividades.............................................................................................................49

5.8. Desafios Educacionais Contemporâneos..................................................................................55

5.9. Direção, Equipe Pedagógica, Professores, Técnico Administrativo e Auxiliares de Serviços

Gerais...............................................................................................................................................57

5.10. Organização Curricular...........................................................................................................58

5.11.Redimensionamento da Organização do Trabalho Pedagógico...............................................59

5.12.Tipo de Gestão – Gestão Democrática.....................................................................................61

5.13. Papel das Instâncias Colegiadas do Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia-EFM .......62

5.14. Recursos Utilizados para Realizar o Plano de Ação Pedagógico...........................................73

5.15. Critérios de Organização e Utilização do Espaços Educativos...............................................73

5.16. Critérios para Organização de turmas e Distribuição por Professor.......................................74

5.17. Diretrizes para avaliação de desempenho do pessoal docente e não docente, do currículo, das

atividades extra-curriculares e do Projeto Político Pedagógico.......................................................77

5.18. Acompanhamento do Alunado - FICA...................................................................................80

5.19. Práticas Avaliativas.................................................................................................................83

5.20. Avaliação Institucional............................................................................................................84

Considerações Finais .....................................................................................................................86

Referências Bibliográficas.............................................................................................................87

INTRODUÇÃO

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“O projeto de uma escola é fruto da projeção arquitetada por todos os envolvidos

com o processo educativo, considerando que é na prática que a teoria tem seu nascedouro, sua fonte de desenvolvimento e sua forma de construção e é na teoria que a prática busca seus fundamentos de existência e reconfiguração.” (VEIGA, 1995)

O Projeto Político Pedagógico é fruto da interação entre objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade.

Essa prática de construção do Projeto Político Pedagógico é amparada por concepções teóricas sólidas e supõe o aperfeiçoamento e a formação dos seus agentes. Só assim são rompidas as resistências em relação a novas práticas educativas. Trata-se, portanto, da conquista coletiva de um espaço para o exercício da autonomia.

Entendemos que a elaboração participativa e o comprometimento de todos os envolvidos neste Projeto Político Pedagógico está sendo uma oportunidade ímpar de refletirmos em conjunto, na escola estamos construindo, a distância que se encontra o horizonte almejado e a definição dos passos que estaremos dando para realizar esta proposta.

IDENTIFICAÇÃO

1.Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia – Ensino Fundamental e Médio.

2.Endereço: Rua Principal S/N – Localidade Santa Lúcia.

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3.Telefone: (46) 3232-1741.

4.Email: [email protected]

5.Município: Coronel Vivida – PR.

6.NRE: Pato Branco.

7.Entidade Mantenedora: Estado do Paraná.

O Colégio Estadual Núcleo Santa Lúcia – Ensino Fundamental e Médio - de modalidade regular, mantém o Ensino Fundamental – 5ª a 8ª séries, no turno matutino, autorizado pela Resolução nº 460/92 de 24/02/92, e a partir do ano de 2008, passa a ofertar o Ensino Médio, iniciando com uma turma de 1ª série, e, gradativamente aumentando a oferta de 2ª e 3ª séries, para os anos de 2009 e 2010, respectivamente. A autorização para o funcionamento do Ensino Médio se dá pela Resolução nº 5014/07 de 06/12/2007.

Os alunos da zona rural através de uma parceria com a secretaria municipal de educação, vêm até a escola através do transporte escolar que circula nos dois períodos.

A faixa etária dos alunos varia entre 10 anos e 18 anos.A escola é entendida como sendo de todos, independente de sua origem social, de país de

origem ou étnica. Os alunos com dificuldades especiais de aprendizagem recebem atendimento individualizado, realizado pela equipe pedagógica e por professores em hora atividade; atendimento em turno contrário. A inclusão, portanto, passa pelo cuidado que se adota para que todos os alunos tenham acesso à escola.

O nível de instrução escolar das famílias está entre as séries iniciais e alguns, através dos supletivos, cursam ou já concluíram o ensino fundamental.

Em termos de aprendizagem, vemos na escola um grande avanço, principalmente por adotarmos no Estado do Paraná, uma prática educativa progressista, comprometida politicamente com a socialização do conhecimento científico e cultural.

Nossos alunos, apesar de enfrentarem carências de ordem social e cultural, apresentam-se abertos ao saber, aptos a refletirem sobre o mundo que vivem e conscientes de que o conhecimento pode proporcionar transformações radicais em suas vidas. São alunos participativos em relação às oportunidades dadas.

O índice de aprovação é superior a 96% dos alunos matriculados. Muitos ingressam apresentando dificuldades de aprendizado, mas a escola é comprometida com o trabalho de recuperação de conteúdos. Investe-se na progressão e qualificação destes alunos.

1.APRESENTAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

“O Projeto Político Pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio-político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária.

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(...) Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da

intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.” (VEIGA, 1995)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação n.º 9394/96 sancionada no dia 20 de dezembro de 1996, determina, que "os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e os do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica".

Considerando esse preceito legal, o Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia - Ensino Fundamental e Médio, situado na localidade de Santa Lúcia, município de Coronel Vivida, Estado do Paraná, assumiu como principal tarefa o desafio da mudança e transformação para construir, executar e posteriormente avaliar o Projeto Político Pedagógico.

Autonomia esta, que faz a escola ser realmente um espaço democrático, que não se limite a reproduzir a realidade sócioeconômica em que está inserida, mas que a participação e a reflexão coletiva aconteçam junto à comunidade. Para que a construção do Projeto Político Pedagógico fosse possível, foram propiciadas, entre as equipes administrativas e pedagógica, professores, alunos, ex-alunos, pais e toda a comunidade escolar diversas situações que lhes permitiram consolidar um processo de ação-reflexão, que exigiu o esforço conjunto, a vontade política do coletivo escolar, aprender a pensar e a realizar o fazer pedagógico, a concepção de educação e sua relação com a sociedade de forma coerente. Estas situações foram desenvolvidas através de pesquisa, estudos, reflexões e discussões, determinando o caminho para a definição do projeto.

A construção do Projeto Político Pedagógico se fez em três momentos marcantes:

•Marco Situacional, nos levando a compreender como a sociedade atual se caracteriza, o contexto social onde a escola atua, o papel social da escola, o cidadão que desejamos formar, as mudanças necessárias no âmbito geral da escola.

•Marco Conceitual, revendo nossas concepções e visões diante da realidade situada.

•E o Marco Operacional implicando as tomadas de decisões de como atingir nossas finalidades, objetivos e metas.

“Desta forma, o projeto da escola torna-se uma ação consciente e organizada porque é planejada tendo em vista o futuro. Orienta-se para a capacidade de olhar as práticas e suas consequências e pela redução convergentes que sempre dominaram as escolas.”(VEIGA)

Este projeto surge como um instrumento de construção e reconstrução permanentes. Neste sentido os objetivos do mesmo são:

♦Conhecer a escola mais de perto colocando uma lente de aumento na dinâmica das relações e interações que constituem seu dia-a-dia, apreendendo as forças que a impulsionam ou que a

retém, identificando as estruturas de poder e os modos de organização do trabalho escolar, analisando a dinâmica de cada sujeito nesse complexo interacional;

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♦Estudar os conteúdos e conceitos básicos das várias áreas do conhecimento, em seus aspectos específicos e interdisciplinares, articulados às propostas metodológicas;

♦Proporcionar ambiente adequado ao processo de desenvolvimento do educando, criando condições para que seja agente de sua própria história, capaz de um profundo relacionamento consigo mesmo, com os outros e com o mundo;

♦Oportunizar o enriquecimento de vivências afetivas e cognitivas para que o trabalho do educando seja resultante da estimulação espontânea de seu intelecto, permitindo-lhe ensaiar e construir uma concepção de vida e de mundo, inteligente, criativa, embasada no amor e na liberdade;

♦Contribuir para a formação do caráter do educando, direcionando-o para o amor à Pátria e ao próximo, através dos ideais humanos de respeito, cooperação e solidariedade, consequentemente que em seu viver saiba amar, questionar, optar, criar, recriar, decidir e agir;

♦Construir a identidade social e política, de modo a viabilizar o exercício da cidadania plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que haja, efetivamente, uma reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o cidadão e também entre os diferentes grupos;

“Com isto se reconhece que cada escola é uma organização social, inserida num contexto local, com uma identidade e cultura própria, um espaço de autonomia a construir e descobrir, suscetível de se materializar num projeto educativo.’’ (Canário, 1992:166)

2.ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLA

“Quando está realmente viva, a memória não contempla a história, mas convida a fazê-la”.(GALEANO, 1999, p.261)

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia localiza-se a 18Km do centro do município de Coronel Vivida, na localidade que traz o mesmo nome da escola. A primeira escola de que se tem notícia começou em 1948, com o professor Horácio Silvério dos Santos. As aulas eram ministradas numa casa que foi adquirida pela comunidade para este fim. Em 1950, com o crescimento da comunidade, fez-se necessário que a Sra.Dileta Zanella também lecionasse na escola. Muitas famílias foram chegando, colonizando e povoando a localidade. A escola contava então com outros professores: Sr.Severino Valcarenghi e a Sra.Dirlei Pagnocelli. Em 1959 as aulas passaram a ser ministradas na igreja com os professores Domingos Hermann e Verônica Baldissera, pois a primeira escola estava muito velha. Em 1969 a comunidade construiu uma nova escola, que ainda hoje é usada. Vieram então novos professores: o Sr.Guerino Bochi, Sra.Irene Zanella (1974), juntamente com as Sras. Salete Locotti e Erondina Ribeiro. Em 1992, com o aumento da população, foram construídos novos prédios e a escola passaria a ofertar ensino de 1ª a 8ª séries. Isto trouxe à comunidade mais conforto e praticidade, pois os alunos não precisariam se deslocar até as escolas da cidade para concluir então o 1º Grau.

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Iniciou então, o ano letivo de 1992 com duas turmas de 5ª série somando um total de 78 alunos e sendo o corpo docente composto por: Lindonês Colferai, Liliane Poletto, Maria Marcolina e Marinez Polese. Não havia direção, vindo a ocupar esse cargo, por indicação a pofessora Marinez Polese, a partir de 1993. Passou a funcionar pelo Ato de Autorização de Funcionamento de Resolução nº 460/92 de 24/02/92, passando então a denominar-se Escola Estadual Núcleo Santa Lúcia – EPG, até então apenas Escola Municipal Santa Lúcia. A partir daí houve a municipalização do ensino de 1ª a 4ª série, ficando esse sob responsabilidade do município.

A Escola Estadual Núcleo Santa Lúcia – EPG, passou a ser Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia – EFM, no ano de 2008 a partir da autorização de funcionamento do Ensino Médio.

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia tem por Projeto Educacional, a Educação do Campo, compreendido a partir dos sujeitos que têm o campo como seu espaço de vida, pois, o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com a sua participação, vinculada à sua cultura e às suas necessidades humanas e sociais.

Segundo FERNANDES, “o campo é um lugar de vida onde as pessoas podem morar, trabalhar e estudar com dignidade de quem tem direito a seu lugar e sua identidade cultural”. Hoje a escola conta com uma clientela de 140 alunos (5ª a 8ª séries e 1ª a 3ª séries do E. M.), estando os mesmos distribuídos em 07 turmas com funcionamento no período matutino e vespertino. São alunos provenientes de localidades que circundam a escola (todos de zona rural), sendo estes de classe média baixa.

O corpo docente é composto por 19 professores: Alexsandro Pedroso da Silva, Andréia Tochetto dos Santos, Clebes Luís Carneiro da Luz, Cinara Aline Bosi, Danielle Pequito Filipe, Denise Valenza, Edinéia Tochetto, Elizabete Cristina Nunes, Fabiana Carboni Bassetto, Iana Rodrigues da Fonseca, Jean Ricardo Sviderski, Léia Souza da Silva, Liliane Terezinha Petzhold Poletto, Madalena de Oliveira Galvão, Marcelo Ricardo Zakaluka, Margarida Nichele, Olívia Pasinato, Sandra Maria Hermann Schiavini, Solange Terezinha Pasquatto, Tânia Patrícia dos Santos e duas professoras Pedagogas, Maira Alves Batista e Marlene Germano Barp. A equipe administrativa é composta pela diretora Ivone Caprini, pela secretária Laiane Borella Rek (Agente Educacional II) e Nelsi Magnabosco Viecelli como bibliotecária (Agente Educacional II), uma auxiliar de serviços gerais, Nadja Bageston (Técnica de Apoio) e uma merendeira, Helda Zanella (Agente Educacional I). No aspecto físico, o Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia – EFM está estruturado em três blocos, num total de 11 salas, sendo uma para a direção, uma secretaria, uma sala para os professores, uma sala de vídeo, uma biblioteca/laboratório de informática, química, física e biologia e sete salas de aula, uma quadra de esportes coberta e uma área coberta para recreação. A instituição é mantida pelo Governo do Estado do Paraná, através do Fundo Rotativo e do Programa Dinheiro Direto na Escola, conta ainda com o apoio da APMF Núcleo de Santa Lúcia. Portanto, a Entidade Mantenedora é o Estado do Paraná.

2.1.OFERTA DE CURSO E TURMAS

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, atualmente, oferta Ensino Fundamental de 5ª a 7ª série no período vespertino e a 8ª série, 1ª série a 3ª série do Ensino Médio, no período matutino sendo uma turma para cada série.

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3.MARCO SITUACIONAL

“[...] a teoria não deve estar desligada da realidade, mas deve partir do contexto social, econômico e político de onde vai atuar.” (ARANHA, 1987 ,p.440)

A partir da análise do contexto vivido, podemos indagar a respeito de que homem se quer formar, quais são os valores emergentes que se contrapõem a outros valores já decadentes, avaliar o currículo, as técnicas, os métodos, a fim de indagar se são adequados ou não aos fins propostos.

As reuniões de pais, avaliação institucional e encontros com a comunidade tem sido de grande valia para a escola, pois todos os responsáveis pela educação das crianças e jovens, avaliam as necessidades, dividem as tarefas e contribuem para a realização das mesmas.

Exercer o convívio social no âmbito escolar favorece a construção de uma identidade pessoal, pois a socialização se caracteriza por um lado pela diferenciação individual e por outro pela construção de padrões de identidade coletiva.

Muitos veem a escola como redentora da sociedade atual. Vê-se que a escola sozinha, não conseguirá mudar este perfil. Mas a escola, juntamente com os pais, os governantes e a comunidade local, podem e devem ajudar para que haja uma sociedade mais justa, mais pacífica e igualitária, e a maneira mais prática é a interação entre escola/sociedade, podendo, inclusive servir-se dos meios de comunicação existentes, como por exemplo, jornal, rádio...

Segundo reflexões realizadas com a comunidade escolar, reconhece-se que um trabalho de democratização está sendo realizado a cada período escolar, pois percebemos a preocupação constante na busca de alternativas que amenizem os problemas encontrados.

Em muitos momentos, a consciência de que precisamos estar mais preparados para lidar com a realidade atual: inclusão, diversidade cultural, excesso de informação e tecnologia, nos leva a refletirmos nossa ação educativa com seriedade e comprometimento.

Uma educação que assuma a acepção plena da palavra, contrapondo-se à qualquer forma de exclusão precisa passar por um processo educacional capaz de amenizar a divisão social. É necessário assumir um papel pró-ativo da promoção de uma educação de qualidade para todos.

Diante disso valoriza-se o conhecimento do aluno, considerando suas dúvidas e inquietações, promovendo situações de aprendizagem que façam sentido para ele.

Exercer o convívio social no âmbito escolar favorece a construção de uma identidade pessoal, pois a socialização se caracteriza por um lado pela diferenciação individual e por outro pela construção de padrões de identidade coletiva.

3.1.HORÁRIO ESCOLAR:

O horário escolar obedece ao tempo mínimo estabelecido pela legislação vigente para cada uma das áreas de aprendizagem do Currículo.

O Colégio Estadual Núcleo de Santa Lúcia – Ensino Fundamental e Médio, tem suas funções escolares realizadas no período matutino e vespertino, distribuídas em cinco aulas de 50 minutos cada. Sendo assim, os horários e intervalo são:

Período matutino: Período vespertino1ª aula: 7h30min – 8h20min 1ª aula: 13:00 h – 13:50 min

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2ª aula: 8h20min – 9h10min 2ª aula: 13:50 min – 14:40 min3ª aula: 9h10min – 10:00h 3ª aula: 14:40 min - 15:30 minIntervalo: 10:00h – 10h10min Intervalo: 15:30 min – 15:40 min4ª aula: 10h10min – 11:00h 4ª aula: 15:40 min – 16:30 min5ª aula: 11:00h – 11h50min 5ª aula: 16:30 min – 17:20 min

3.2.CALENDÁRIO ESCOLAR:

O Calendário Escolar no Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia – Ensino Fundamental e Médio, é elaborado anualmente de acordo com as exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 9394/96, que estabelece um mínimo de 800 horas (oitocentas horas), distribuídas por um mínimo de 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar, entendendo-se por efetivo trabalho escolar “todas as atividades pedagógicas programadas pelo estabelecimento, segundo nossa proposta pedagógica, com frequencia exigível e efetiva orientação por professores habilitados.

O calendário contempla:

. Início e término do ano letivo;

. Encontros pedagógicos e grupos de estudo;

. Conselhos de Classe bimestrais;

. Férias de professores e alunos;

. Comemorações escolares;

. Feriados oficiais.

Obs: Quando o Feriado Municipal coincide com dias letivos, realizamos reposição desse dia, com respectiva carga horária, garantindo o cumprimento de determinações legais.CALENDÁRIO ESCOLAR:

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3.3.DIAGNÓSTICO DA REALIDADE E CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

“São muitos e variados os problemas com que nos defrontamos diariamente na prática de educação escolar. Cada um deles exige de nós esforço para compreendê-lo e para buscar soluções. Esta busca nos move ao encalço de suas raízes e, muitas vezes, nos conduz às mesmas causas, às mesmas contradições subjacentes à maioria das práticas sociais. Compreendê-las e posicionar-se em relação a elas, não é um ato simples nem superficial. É uma exigência que nos persegue a vida toda, desafiando-nos a sermos sujeitos de transformação de nosso contexto” (LEFEBVRE, 1975:p.238)

As desigualdades econômico-sociais no Brasil são ainda relevantes. O número de desempregados continua grande e a equiparação salarial está distante.

Nossa sociedade é marcada pela desigualdade social, econômica e cultural. Revela-se segregada, excludente, competitiva, assistencialista e carente de valores éticos.

Em contrapartida, existem hoje, segmentos conscientes, preocupados na busca de soluções para amenizar as mazelas sociais.

As mudanças pelas quais passa o Brasil têm colocado na ordem do dia a reflexão sobre o papel da educação na transformação da realidade brasileira.

A pouca atenção historicamente dispensada à educação impediu a conformação de um processo educacional capaz de destruir a barreira entre pobres e ricos. Vivemos, hoje, em um país em que uma pequena parcela dos mais ricos da população se apropriam de aproximadamente metade da renda. Essa desigualdade se expressa na educação formal: o décimo mais rico da população

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apresenta a média de dez anos de estudo; já os 10% mais pobres não atingem, em média, quatro anos de estudo.

Mas a questão da desigualdade e da exclusão social não é só econômica, é também sociocultural. No Brasil, cerca de quinze milhões de pessoas com mais de quinze anos, que não sabem ler e escrever, 65% são negras ou pardas e somente 3% da população negra concluiu o Ensino Médio. Entre os analfabetos brasileiros, a metade são mulheres, e, entre elas, mais de 63% são negras.

Na sociedade capitalista, a escola – instância social da transmissão/assimilação/produção do conhecimento – é privilégio das camadas dominantes do capital. Nesta sociedade a escola cumpre a função de manter a hegemonia das camadas dominantes, pois os conhecimentos aí difundidos e produzidos acontecem no sentido de assegurar e manter os benefícios da minoria dominante, em detrimento e pela expropriação da maioria dominada. Por um lado, esta maioria fica alijada da escola devido às condições sociais desfavoráveis à sua frequência e pelos mecanismos internos que a escola opõe à sua permanência, e por outro, porque, ao trabalhar para sobreviver, libera a minoria dominante a permanecer longos anos na escola e se apossar dos conhecimentos.

Atualmente, sabemos que a realidade do ensino brasileiro não é um fato isolado, pois está ligado a outras causas como: desajuste familiar, desemprego, violência, tóxicos, falta de recursos materiais e humanos na escola, mudanças ou falta de metodologias adequadas, entre outros.

Em nosso município, porém, encontramos em meio a esta realidade, muitos esforços de segmentos da sociedade, assim como de órgãos públicos, que contribuem de formas variadas para que este quadro minimize e a democratização e qualidade que buscamos seja realmente possível.

As reuniões de pais, avaliação institucional e encontros com a comunidade tem sido de grande valia para a escola, pois todos os responsáveis pela educação das crianças e jovens, avaliam as necessidades, dividem as tarefas contribuindo para a resolução dos problemas.

Este estabelecimento abrange alunos oriundos da zona rural, vindos de famílias de nível sócio-econômico médio baixo. São em sua maioria pequenos proprietários e/ou arrendatários.

A escola enfrenta o problema do distanciamento com o centro urbano, diminuindo a possibilidade de recursos tecnológicos, como telefone .

Outro problema encontrado, segundo dados do INEP, é que ainda encontramos um grande número de jovens que vivem no campo, que não frequentam a escola, pois priorizam o trabalho nas lavouras.

Por este motivo se faz necessário lutarmos pelo cumprimento das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, definidas pela Resolução nº 1/2002 do CNE, que prevê a universalização do acesso à educação, a adoção de propostas pedagógicas respeitando a diversidade, flexibilidade do calendário escolar, o financiamento das escolas, a distribuição de responsabilidades entre União, Estados e Municípios e a remuneração digna dos profissionais.

O papel da educação/escola diante dessa realidade, deve constituir-se em uma ajuda intencional, sistemática, planejada e continuada, e que venha a esclarecer e ajudar a resolver situações problemáticas enfrentadas por nossos alunos e comunidade, somando ao trabalho, na mídia, no lazer e nos demais espaços de construção de conhecimentos e valores para o convívio social.

Diante disso valoriza-se o conhecimento do aluno, considerando suas dúvidas e inquietações, promovendo situações de aprendizagem que façam sentido para ele. Exercer o convívio social no âmbito escolar favorece a construção de uma identidade pessoal, pois a socialização se caracteriza por um lado pela diferenciação individual e por outro pela construção de padrões de identidade coletiva.

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Segundo RODRIGUES (1986,p.65), “o exercício pleno da cidadania requer a capacidade de

analisar e compreender a realidade, criticá-la e atuar sobre ela, o que conduz a aquisição da liberdade e possibilidade de fazer opções conscientes.”

A interação entre equipe escolar, alunos, pais e outros agentes educativos possibilita a construção de projetos que visam a melhor e mais completa formação do aluno.

A função da escola em proporcionar um conjunto de práticas preestabelecidas tem o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva com objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com competência e dignidade na sociedade, pois estamos vivendo um desenvolvimento tecnológico muito grande, e embora a clientela deste estabelecimento seja alunos oriundos de zona rural, que desde cedo acompanham seus pais nas tarefas do campo, não podem nem devem ficar alheios às inovações e mudanças tecnológicas e científicas que ocorrem em nossa sociedade atual.

Mesmo o mundo estando interconectado, não há uma unificação econômica e cultural e muito menos igualdade no acesso aos recursos tecnológicos, e as pessoas que não têm acesso a esses meios ficam sem condições de plena participação no mundo atual, o que acentua ainda mais as desigualdades já existentes.

Estudos realizados em diferentes regiões do país mostram que o trabalho vem assumindo novos significados para muitos jovens. No entanto, os adolescentes e jovens se sentem distantes das questões do mundo do trabalho; não conseguem e nem se sentem motivados a vislumbrar um projeto de inserção profissional.

Diante dessa realidade vemos que muitas práticas pedagógicas estão distantes da vida real do nosso aluno e que precisamos mudar o rumo desta história.

A Declaração Mundial sobre a Educação para Todos destaca, em um dos seus artigos, que toda pessoa - criança, adolescente ou adulto - deve se beneficiar de uma formação concebida para responder às suas necessidades educativas fundamentais. Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos de aprendizagem essenciais (leitura, escrita, expressão oral, cálculos, resolução de problemas) como conteúdos educativos (conceitos, atitudes, valores), dos quais o ser humano tem necessidade para viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de sua existência, tomar decisões de forma esclarecida e continuar a aprender.

Depois da família, a escola é a instituição mais importante em nossa sociedade. Ela não apenas oferece conhecimentos teóricos e práticos, mas também trabalha os comportamentos emocional, social, vocacional e ético.

A força da escola está justamente em produzir, sem violência, uma concepção de vida, um modo de agir e de pensar. A escola não deve ser repassadora dos conhecimentos, mas mediadora, através das quais as mudanças podem acontecer. É a escola que proporcionará a socialização do saber sistematizado, indispensável para o exercício da cidadania.

A partir desse diagnóstico comprova-se a necessidade de investir na luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares, a marginalidade através da escola e engajar-se no esforço para garantir a todos um ensino da melhor qualidade, nas condições históricas atuais, entendendo que duas coisas devem andar juntas na educação: a melhoria pedagógica e o compromisso social. A valorização do ser humano e a busca por uma sociedade mais justa e igualitária só é possível a partir da percepção de que todos têm direitos e deveres. O papel da educação no projeto de (re)construção da cidadania é fundamental e ao mesmo tempo deve acontecer um movimento paralelo que é o de democratizar a educação.

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“A educação precisa ser vista sob dois aspectos: como um direito da população e um dever do Estado Democrático.” (PEE - Paraná, p.18)

3.4. REFLEXÃO TEÓRICO/PRÁTICO: CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA DOCENTE:

Atualmente os sinais dos tempos nos mostram que a missão da educação consiste na preparação de uma sociedade participativa.

Uma sociedade participativa seria aquela cuja estrutura sócio-econômica facilitaria o acesso de todas as camadas sociais, à propriedade e à gestão dos meios de produção, assim como usufruto equitativo dos bens materiais e culturais produzidos pelo esforço coletivo. Uma sociedade cujos valores dominantes reforçariam a equidade, a gratuidade e a solidariedade, combinando com equilíbrio, a justiça social com a liberdade.

A passagem da sociedade atual a uma sociedade participativa não depende só da educação, mas da luta dos movimentos populares organizados.

Numa sociedade democrática as pessoas devem saber expressar-se e não ter medo de fazê-lo. A educação ao desenvolver o hábito da liberdade de expressão se tornará fator chave para a participação.

A democracia exige que cada cidadão se valorize como tal, reconheça sua dignidade intrínseca como pessoa e se afirme como dom inalienável de Deus.

A base sobre a qual se fundamenta uma sociedade participativa é o grupo de cidadãos que não delega a outros e menos ainda ao estado as decisões e ações necessárias para construir sua vida, seu ambiente e sua sociedade, satisfatórios para todos os seres humanos.

A educação tem sido até recentemente a aprendizagem da anti-criatividade: as crianças aprendem respostas, mas não perguntas; e menos ainda a perguntar. Não surpreende a ninguém que nossa cultura tenha sido sempre uma cultura não problematizadora, acrítica, refletindo a apatia dos que estão inseridos na comunidade.

De maneira coerente, nas ditaduras a criatividade é considerada subversiva e a educação é utilizada para atrofiá-la antes que se transforme em ameaça para o sistema.

Os educadores, muitas vezes, também pela própria formação alienante, não sabem o porquê daquilo que estão desenvolvendo, não sabem o significado daquilo que ensinam e quando interrogados dão respostas evasivas, “é pré-requisito”, “cai no vestibular”, “hoje você não entende, mas daqui a dez anos vai entender” muitos alunos acabam achando que aquilo que se aprende na escola não é para entender mesmo, que só entenderão quando forem adultos, etc., ou seja, acabam se conformando com o ensino desprovido de sentido.

O educador deve agir como facilitador das relações e “problematizador das situações”. É indispensável que o mesmo domine o conteúdo e domine muito bem, para saber onde é mais importante dar ênfase, relacionar, criar, selecionar e organizar.

Se o educador tem consciência, é capaz de dar sentido àquilo que faz, podendo despertar no outro a necessidade, provocar o desejo, levando à mobilização.

O papel do educador, dessa forma, não seria apenas o de repassar as informações, mas de provocar no educando a abertura para aprendizagem e de colocar meios que possibilitem e direcionem esta aprendizagem.

Hoje temos muitos profissionais assumindo o título de professor, mas apesar da dedicação no ensino são geralmente treinados para não pensar sobre o que é ensinado. O que significa não

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participar do processo de produção do conhecimento. Este mecanismo em que alguns produzem conhecimentos enquanto outros o transmitem, somente empobrece o ensino.

A criticidade leva o aluno a se libertar das amarras da dependência intelectual, encontrar a sua criatividade e imaginação, aprender a pensar a partir do diálogo com o real e com obras culturais, se descobrir como cidadão e, consequentemente, como um agente transformador.

Temos em nossas mãos um grupo de pessoas suscetíveis a receber ideias, emoções, conhecimentos. Em nossas aulas teóricas devemos ter em mente esclarecer ao máximo as dúvidas, explicar de forma coerente e bem ilustrada os assuntos que serão abordados, e sempre que possível realizar estudos de campo, trabalhando nos alunos o papel de pesquisadores, questionadores e relatores.

É pelo conhecimento que o mundo adquire sentido. Só que este conhecimento possui níveis, sendo um deles uma interpretação empírica. A interpretação mais crítica requer uma explicação mais clara do que também se encontra oculta, este se constrói cientificamente O conhecimento construído social e historicamente por um grupo de sujeitos dialeticamente e também por assimilação destes na convivência, no seu cotidiano, pois o ser humano é a soma destas construções.

A memorização das informações sem que haja compreensão e devida relação com o mundo, é uma distorção e um modo de impedir que as consciências dos nossos educandos compreendam o contexto em que vivem, somente através de métodos adequados para a compreensão destes, que se terá a dimensão de uma reação diante dos problemas existentes, sejam socioeconômicos,culturais, buscando ações pertinentes às mudanças favoráveis as melhorias necessárias a todas as categorias sociais, sendo participativo.

Alguma saída para a incompreensão do mundo é de que deveríamos constantemente estar dispostos a repensar nossa forma de trabalho docente, pois a evolução do comportamento humano tem se modificado rápida e constantemente. Nossos alunos estão se tornando mais críticos e abertos a colocarem suas opiniões.

Temos um compromisso de levar nossos educandos ao desenvolvimento da crítica e da análise que transforma o elemento humano num real conhecimento da vida. Portanto, desenvolver a criatividade consiste também em problematizar os sistemas teóricos prontos, resignificando-os e utilizando métodos diversos que os façam construtores do seu próprio conhecimento.

Estamos hoje conscientes de que a forma de adaptação da nossa sociedade está no constante interesse pela atualização. Não existe um detentor do conhecimento absoluto, muito menos alguém que não tenha nada a acrescentar ao grupo que está inserido. Alunos e professores formam um centro de crítica aos problemas da cidade, do país e do mundo.

4.MARCO CONCEITUAL:

4.1.CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO:

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia percebe juntamente com a sociedade numa educação mediadora de um processo social. Compreende que pode realizar um projeto de sociedade transformadora, trabalhando pela democratização desta sociedade com seus determinantes e condicionantes, e pela sua transformação política, social e econômica.

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Pretende oferecer aos alunos oriundos das classes menos favorecidas, uma visão crítica da

sociedade vigente e também uma formação esmerada (a mesma que é oferecida às classes mais abastadas), podendo assim, competir por oportunidades que a vida lhes oferece.

Numa perspectiva Progressista Histórico-Crítica o papel da escola deve ser o do espaço social responsável pela apropriação do saber universal, da socialização do saber elaborado às camadas populares, entendendo a apropriação crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da realidade social e atuação crítica e democrática para a transformação desta realidade, contribuindo para diminuir a seletividade social.

Tendo em vista a desigualdade social, este estabelecimento tem como visão diminuir essas desigualdades através do acesso e permanência a todos os alunos à escola, inclusive os portadores de necessidades especiais.

“Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é ela própria, um processo de trabalho”. (SAVIANI, 1992,p.19).

Aprender e ensinar são processos inseparáveis. Isto acontece porque o ato de ensinar “é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (SAVIANI, 1995, p.17), apropriando-se dos elementos culturais que se fazem necessários no seu processo de humanização.

Respeitar “a forma”, o tempo e a maneira que cada aluno apreende o conhecimento, é estar atento à diversidade dentro do sistema democrático, não negligenciando o que deve ser ensinado em nome das dificuldades que o sujeito apresentar, mas mudando as técnicas e as abordagens metodológicas para que o aluno realmente aprenda e adquira conhecimento, voltando a instituição escolar ao que é demasiadamente importante, a inclusão, todos inseridos nesta engrenagem de comprometimento com a educação, adaptando espaços na escola para atender às necessidades individuais e coletivas que proporcione respostas educacionais a todos.

“O grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos.” (SEED/PR, 2005). O conhecimento é o resultado da integração dos sujeitos, daquele que ensina com aquele que aprende saindo da passividade entre o fazer e o do pensar apropriando-se do conhecimento compreendendo “o real do contraditório”.

4.2.CONCEPÇÃO DE HOMEM:

“O homem não existe à margem de sua história, da história de sua práxis, pois a História não existe como uma potência distinta, sobre-humana. O Homem e a História se conjugam. Os homens transformam e se transformam; a história dessas transformações é a história dos homens. Todo homem consciente ou não, executa uma práxis. ( Frei Beto)

O homem é um ser natural, social, histórico-cultural, político, ele age na natureza transformando-a segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação, ele envolve múltiplas relações em determinado momento histórico, assim, acumula experiências e em decorrência destas, ele produz conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-materiais que são apropriados de diferentes formas pelo homem.

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É necessária uma metodologia que se baseia numa concepção de homem e de

conhecimento onde se entende o homem como um ser ativo e isto significa que o conteúdo que o professor apresenta precisa ser trabalhado, refletido, re-elaborado pelo aluno, para haver uma sistematização desse. Caso contrário o educando não aprende, podendo, apresentar um comportamento condicionado, baseado na memória superficial., já que toda aprendizagem envolve a memória. Conforme Lima (2008, p.24), “todo ser humano tem memória e utiliza seus conteúdos a cada momento”, de acordo com o autor são três os movimentos da memória:

•O de arquivar, criando novas memórias (conhecimento, experiência ou ideias de longa duração);•O de evocar são aquelas experiências trazidas à consciência;•O de esquecer, as outras experiências, informações, vivências, imagens e ideias são esquecidas.

O que move ou modula a memória são as emoções, podendo os estados emocionais interferir , criar ou não novas memórias.A aprendizagem escolar e a assimilação dos novos conteúdos tornam-se um desafio para a educação em que as metodologias de ensino podem transformar a memória de curta duração em memória de longa duração, portanto o aluno deverá ser ensinado a refazer, retomar as atividades o que o levará a guardar o conteúdo na memória.

Conforme Saviani (1992), o homem necessita produzir continuamente sua própria existência. “Para tanto, em lugar de se adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo trabalho.”

4.3. CONCEPÇÂO DE MUNDO:

O homem é o mundo, de acordo com a DCE - Educação do Campo (2006, p.25), pois é ele quem o faz e faz também a cultura. Este homem cria alternativas as quais no âmbito econômico e social e as adapta conforme suas necessidades, neste mundo capitalista em que vivemos.

Em um dado momento da evolução cultural da humanidade, marcado pela invenção de sistemas simbólicos registrados, foi necessário introduzir novas formas de atividade humana para garantir a transmissão das novas formas de saberes que estavam sendo criadas.

O mundo se torna um espaço físico adaptável para que se desenvolva e se aperfeiçoe segundo as necessidades do homem.

4.4.CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE:

“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem, transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo e recolhe as contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua comunidade. Nesse sentido a sociedade cria o homem para si.”(PINTO, 1994).

Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e a natureza do trabalho educativo, enquanto docentes, parecemos sem iniciativa, “arredados ou deslocados pela força

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arroladora dos fatos, pela vertiginosa sucessão de acontecimentos que tornaram obsoletos os conteúdos e as práticas educativas.” (GÓMES, 1998). E para que isso não aconteça é que precisamos entender em que tipo de sociedade estamos inseridos. A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.

Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a sociedade não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento da sociedade. Obviamente que não se trata de leis naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constituem historicamente. A sociedade que temos é aquela baseada nos conhecimentos culturais e assimilados, apreendidos através dos tempos, de geração a geração, conjuntamente com os conhecimentos adquiridos e porque não construídos na escola, cientificamente. Para termos a sociedade que queremos devemos ter consciência do papel, ou função que desempenhamos, todos comprometidos dentro de suas especificidades, em prol da coletividade.

Atílio Boron (1986) questiona que tipo de sociedade deixa como legado estes quinze anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades de todo o tipo – classe, etnia, gênero, religião, entre outros – que foram exacerbadas com a aplicação das políticas neoliberais. Há um amplo setor social, um terço excluído e fatalmente condenado à marginalidade e que não pode ser “reconvertido” em termos laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalho formais dos capitais desenvolvidos. Essa crescente fragmentação do social que potencializaram as políticas conservadoras foi por sua vez reforçada pelo excepcional avanço tecnológico e científico e seu impacto sobre o paradigma produtivo contemporâneo.

Inês B. Oliveira diz que uma sociedade democrática não é aquela na qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os processos decisórios que dizem respeito a sua vida.

Nossa convicção funda-se no processo histórico que nos ensina que não há verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e Estado e que estas se fazem e se refazem pelo protagonismo dos seres sociais e que a busca de uma democracia substantiva, participante, regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um horizonte histórico.

4.5.CONCEPÇÃO DE CULTURA:

A realidade, na qual se insere o aluno, está intimamente ligada à questão da cultura popular e da cultura intelectualizada.

A cultura, na visão de GIROUX (1988) deve ser compreendida como parte da prática e do poder. É uma esfera de luta continuada de pessoas para afirmar suas histórias e espaços de vida. A dominação pela cultura vai se dar quando silenciam ativamente as culturas subordinadas.

A cultura para ser emancipatória, precisa ser uma expressão concreta da afirmação, da resistência e da luta do povo para ter lugar no mundo.

Para se discutir a questão da cultura, torna-se necessário fazer uma breve visão da relação cultura e educação no Brasil nos últimos anos.

BRANDÃO (1990) faz um retrospecto da cultura no Brasil, onde coloca que os primeiros trabalhos publicados buscavam as raízes da brasilidade na cultura popular. Essa fase é a da idealização romântica dos grupos étnicos (negro, índio e branco). A partir da década de 30, o homem

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rural começa a ser alvo, na valorização de tipos como o gaúcho, o Jeca Tatú, que passam a representar o “popular”.

Os anos 40 e a chegada dos meios de comunicação de massa trazem um novo elemento: a utilização da cultura popular pelo aparelho do Estado, na alternância da supervalorização e do controle. O processo de desenvolvimento que o Brasil atravessa traz, no final da década de 50, o “afã dos folcloristas” quando a tarefa do pesquisador passa a ser coletar o mais rápido possível os fragmentos da cultura popular, antes que a industrialização desapareça com ela.

A década de 60 assiste ao surgimento dos movimentos populares de cultura, mudando a concepção de que a cultura popular não só é um fato social e político, mas a prática política se dá via cultura. E, neste sentido, o que o povo faz é traduzido como modos alienados e desqualificados de inserção destes atores na sociedade e cabe aos intelectuais resgatar estas práticas, dar-lhes uma razão crítica e, finalmente, devolvê-las ao povo, para que a cultura popular não seja apenas fato social, mas fato político.

“A cultura é resultado de toda a produção humana. Para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os meios de sua subsistência. Ao fazer isso, ele inicia o processo de transformação da natureza, criando um mundo humano..” (SAVIANI, 1999,P.19)

Cultura diz respeito a todo o modo de vida de uma sociedade, referindo-se à forma como as pessoas e os grupos sociais produzem sua própria existência a partir das influências que recebem.

Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder. (Tomas Tadeu, 1999)

É um fato paradoxal, que a suposta diversidade conviva com fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural.

Ao mesmo tempo em que se tornam visíveis manifestações e expressões culturais de grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais produzidas e vinculadas pelos meios de comunicação de massa, nas quais aparecem de forma destacada as produções culturais em sua dimensão material e não-material.

Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa completar várias dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura. Na escola, em sua prática há a necessidade da consciência de tais diversidades culturais, especialmente da sua função de trabalhar as culturas populares de forma a levá-los à produção de uma cultura erudita.

Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e erudita, a escola aproveita essa diversidade e faz dela, um espaço motivador, aberto e democrático.

É importante considerar que o cidadão é antes de tudo um ser humano que deve conviver com outros seres, porém nunca na situação de dominado e subserviente, ou na de indiferente e omisso.

A conquista da cidadania exige trabalho, luta e esforço, constituindo-se em projeto histórico que pressupõe preparo e determinação.

“Cidadania é a posse dos direitos e o exercício dos deveres por todos os membros da sociedade.” (LUCKESI,P.34,1986)

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4.6.CONCEPÇÃO DE ESCOLA DO CAMPO:

“A Escola de Campo é aquela que está situada no campo e oferece educação para os alunos oriundos do campo. Deve atender as necessidades do povo do campo” e a escola deverá estar vinculada “as causas e desafios, saberes, histórias, cultura e sonhos dos trabalhadores rurais”.

De acordo com a DCE Educação do Campo (2006, p.16), a escola do campo deve corresponder à necessidade da formação integral dos povos do lugar e pensada a partir de suas particularidades.

“Um desafio está posto à educação do campo: considerar a cultura dos povos do lugar em sua dimensão empírica e fortalecer a educação escolar como processo de apropriação e elaboração de novos conhecimentos”.

A Educação do Campo ocorre tanto em espaços escolares quanto fora deles. Envolve saberes, métodos, tempos e espaços físicos diferenciados. Realiza-se na organização das comunidades e dos seus territórios, que se distanciam de uma lógica meramente produtivista da terra e do seu próprio trabalho.

A escola precisa intervir em uma interpretação da realidade que possibilite a construção de conhecimentos potencializadores, de novas matrizes tecnológicas, da produção econômica e de estratégias solidárias, que garantam a qualidade de vida dos que vivem no e do campo.

É no jeito peculiar de se, relacionar com a natureza, o trabalho na terra, a organização das atividades produtivas mediante a utilização da mão de obra dos membros da família, cultura e valores que enfatizam as relações familiares e de vizinhança, que valorizam as festas comunitárias e de celebração de colheita, o vínculo com uma rotina de trabalho que nem sempre segue o tempo do relógio mecânico, é que caracteriza os povos do campo.

Para que essa educação seja de qualidade, é necessário considerar os educandos como sujeitos da sua própria história, considerando a escola como local de apropriação do conhecimento científico historicamente produzido e produção desse conhecimento, o que deve ser feito através de conteúdos e metodologias significativas acompanhadas por uma avaliação diagnóstica e contínua.

4.7.CONCEPÇÃO DE CIDADANIA E CIDADÃO

“Cidadania é um processo histórico-social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador e de seu próprio destino”.

(BOFF, P.51, 2000)

O Brasil, historicamente, foi construído de cima para baixo e de fora para dentro – poderes coloniais, elites proprietárias, Estado realimentando as desigualdades e acentuando consideravelmente as exclusões. Neste momento, se quer uma nova base social, constituída por aqueles excluídos da história brasileira que, organizando-se na sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais, acumularam força e conseguem expressar-se, conduzindo seu destino, criando uma nação soberana e aberta ao diálogo e a participação.

Martins diz: “[...] a construção da cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e social e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A

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realização se faz através de lutas contra as discriminações, da abolição de barreiras segregativas entre indivíduos e contra as opressões e os tratamentos desiguais, ou seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela participação de todos na tomada de decisões.” É condição essencial da cidadania, reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente do interessado, uma vez que, quando a desigualdade é somente confrontada na arena pública, reina a tutela sobre a sociedade, fazendo-a dependente dos serviços públicos. No entanto estar interessado não dispensa apoio, pois os serviços públicos são sempre necessários e instrumentais.

O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se tornar cidadão consciente, organizado e participativo do processo de construção político-social e cultural.

Angel Pino in Boff SEVERINO A J., ZALUARA e outros p.15, 1992, consideram que “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e o exercício desse direito. Sem este, aquele é uma mera fórmula.” Portanto, a educação é como um dos principais instrumentos de formação da cidadania.

A realidade social e educacional atual de nosso país, requer o enfrentamento e a superação da contradição da estrutura que existe entre a declaração constitucional dos direitos sociais e a negação da prática desses direitos; uma ideologia que associa a pobreza material à cultural; de recolocar-se o problema da escola pública em termos de direito de todos, de acesso ao conhecimento elaborado; recolocar a questão do trabalho como atividade de produção/apropriação de conhecimento e não apenas mera operação mecânica, em repensar a relação escola/trabalho.

A cidadania requer a consciência clara sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a escola, que como instituição para o ensino, pode ser um locus excelente para a construção da cidadania.

As dimensões da cidadania, segundo BOFF, são cinco:

1)A dimensão econômica-produtiva: a massa é mantida intencionalmente, como produzida e cultivada, por isso é profundamente injusta.2)A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol de sua autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos.3)A dimensão popular: inclui somente os que tem acesso ao sistema produtivo e exclui os demais, sendo esta a dimensão vigente.4)A dimensão de co-cidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir ao Estado, precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo funcionar. Define também o cidadão mediante a solidariedade e a cooperação. 5)A cidadania Terrenal: apresenta a dimensão planetária na consciência de causas comuns, com a responsabilidade coletiva de garantir um futuro para a terra e a humanidade.

O autor cita ainda, que a cidadania pode caracterizar-se por ser: Seletiva, Menor ou Maior e Plena.

A Cidadania seletiva reduz a cidadania nacional, a autonomia do próprio país, pois envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal, coletiva e social em um projeto neoliberal.

A Cidadania Menor não leva em conta o capitalismo em sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador de oportunidades e de progresso.

No entanto, a Cidadania Maior, visa construir uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade inteira para a mudança, primando por uma sociedade sustentável

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que se desenvolva com a natureza e não contra ela, que produza o suficiente para todos e que não permita a acumulação para poucos.

4.8.CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

“Reafirmo que garantir a reapropriação do conhecimento é função da escola e é sua maneira de contribuir no próprio processo de humanização.” (KRAMER, p.16, 1998)

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho.

Na sociedade, o homem não se apropria da produção material de seu trabalho e nem dos conhecimentos produzidos nestas relações porque o trabalhador não domina as formas de produção e sistematização do conhecimento. Segundo Marx e Engels “... a classe que tem à disposição os modos de produção material controla concomitantemente os meios de produção intelectual, de sorte que, por essa razão geralmente as idéias daqueles que carecem desses meios ficam subordinadas a ela.” (FRIGOTTO, 1993,p.67)

Um dos elementos para compreender o processo de mudança que vivemos é o aumento progressivo da dependência dos países, dos governos, das empresas e dos indivíduos em relação ao conhecimento. Países e pessoas percebem melhor sua condição de dependência uns dos outros e o papel central que o conhecimento possui nessa dependência ou, pensando numa forma mais positiva, nessa partilha. A maneira como os homens partilham o conhecimento, criando outros, é facilitada pela sua rápida divulgação pelos meios de comunicação e pela tecnologia da informática.

Muitos autores que, diante das incertezas que o atual momento tende a despertar, indicam a importância do conhecimento para todos os indivíduos, sobretudo o jovem, para enfrentar o presente e o futuro.

Essa nova relação das pessoas com o conhecimento traz duas consequências para a escola brasileira. A primeira delas é o reforço de sua importância social, já que ela ainda é a porta de entrada da maior parte da população para acesso ao mundo do conhecimento. De fato, vivemos um período no qual a informação está disponível como nunca esteve e, contraditoriamente, inacessível a grandes parcelas da nossa população.

A segunda consequência, aliada à perspectiva democratizadora já considerada, é a necessidade de a escola repensar profundamente sua organização, sua gestão, sua maneira de definir os espaços, os meios e as formas de ensinar – ou seja, ensinar bem e preparar os indivíduos para exercer a cidadania e o trabalho no contexto de uma sociedade complexa, enquanto se realizam como pessoas.

O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as necessidades do homem a cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação para obtenção do conhecimento, mudando, portanto a forma de interferir na realidade. Essa interferência traz consequências para a escola, cabendo a ela garantir a socialização do conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações.

O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando mudanças internas e externas no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma intencionalidade.

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Para a escola pública, tais reflexões representam uma oportunidade para reconhecer que as

mudanças necessárias no sistema educacional são urgentes e demandam esforço coletivo de todos os que fazem educação, assim como da sociedade como um todo.

A escola treina o indivíduo para o mercado de trabalho, de uma maneira que condiciona o aluno a realizar tarefas repetidas, ensina a respeitar a hierarquia sem questioná-la, transformando o profissional num ser monopolizado. Por isso o espaço pedagógico não deve ser repressivo, como um saber imposto ao aluno, visando somente uma cobrança sistemática nas avaliações, devendo ser aberto, de uma forma adequada, onde os alunos possam analisar e questionar tudo o que estão estudando, sendo que o professor deve avaliar, também, de forma coerente a resposta de seus alunos os problemas por eles elaborados.

4.9.CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA:

A educação existe para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitem o acesso ao saber elaborado, bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber.

Ao empreender a escola, a partir de sua razão histórica, a questão do conhecimento explicativo da organização da sociedade, de sua produção material e cultural, passa a ser central e direcionador da potencialidade da escola numa sociedade como a nossa.

A discussão em torno do resgate da essencialidade da escola conta hoje com a contribuição fundamental de educadores que perseguem a construção da pedagogia histórico-crítica, determinante na compreensão da tarefa escolar.

O currículo é o instrumento básico da organização do trabalho na escola. Nesse sentido, ele integra o formal e o não-formal, vinculando o escolar e o não escolar. Os conteúdos não são transmitidos de forma desvinculada do cotidiano.

A transmissão-assimilação do saber sistematizado é que deve nortear a definição dos métodos e processos de ensino-aprendizagem:

”Vê-se assim, que para existir a escola não basta a existência do saber sistematizado. É necessário viabilizar as condições de sua transmissão-assimilação. Isto implica dosá-lo e sequenciá-lo de modo que a criança passe do seu não domínio para o seu domínio. Ora, o saber dosado e sequenciado para efeitos de transmissão-assimilação no espaço escolar ao longo de um tempo determinado é o que convencionamos chamar de saber escolar.” (SAVIANI, 1984, p.12)

A mediação da escola visa à passagem do saber repetitivo, parcial, desarticulado que o aluno apresenta no início do processo de escolarização para o saber sistematizado, mais organicamente articulado ao final da escolarização do aluno, favorecendo, desta forma, a compreensão das relações sociais nas quais está inserido e instrumentalizando-o, ainda que parcialmente, para nela atuar.

Importa tornar a escola, nossa escola concreta, como local de apropriação do conhecimento científico, por parte de todos que dela participam. Urge, portanto, a definição de meios que favoreçam o estudo, o debate pedagógico, a tomada de decisões coletivas sobre a condução do ensino pela escola, bem como, a revisão de sua organização interna, sua relação com as diferentes instâncias da sociedade civil e com a comunidade usuária.

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A proposta de organização do Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia está em

consonância com o disposto no Artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que assim se pronuncia:

“Os currículos do Ensino Fundamental devem ter uma base nacional Comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.”

Os diferentes parágrafos desse artigo apresentam as diretrizes gerais para a organização dos currículos do ensino fundamental:

. Devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil;

. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos;

. A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos;

. O ensino da história do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e européia.

. Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da 5ª série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.

A LDB deixa expressa a necessidade de se trabalhar com diferentes áreas de conhecimento que contemplem uma formação plena dos alunos, no que diz respeito aos conhecimentos clássicos e à realidade social e política, dando especial enfoque ao ensino da história do Brasil, sob a justificativa da necessidade de conhecer nossas matrizes constituintes e sentir-se pertencente à nação. Explicita também a necessidade de haver uma base comum de conhecimentos para todos e o tratamento de questões específicas de cada localidade. É nesta perspectiva que foram organizado o nosso trabalho escolar, prevendo adequações as peculiaridades locais.

O artigo 27 apresenta as diretrizes também observadas para a escolha dos conteúdos curriculares:

I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, do respeito ao bem comum e à ordem democrática.

II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; III – Orientação para o trabalho; IV – Promoção “do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais”.

O artigo 28 cita:“Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as

adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente”:

I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesse dos alunos da zona rural;

II – organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;

III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.

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Pelo exposto, o currículo constitui o elemento nuclear do trabalho pedagógico, pois

materializa intenções, em consonância com seu sentido etimológico (do latim, “ato de correr, percurso”). No linguajar comum ainda predomina a idéia de currículo como o conjunto das disciplinas que o aluno deve percorrer. Se a afirmação é verdadeira no sentido de entender que o currículo quase sempre expressa interesses dos grupos sociais com mais poder econômico, social e político, segundo Libâneo (2004), é verdade, também, que ele pode concretizar objetivos e práticas que representam interesses sociais e políticos dos segmentos mais excluídos e explorados da sociedade. Desse modo, afirma Sacristán (1989:22) que o currículo:“é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação, entre o conhecimento e a cultura herdados e a aprendizagem dos alunos, entre a teoria (ideias, suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições”.

Ao se tomar o currículo nessa perspectiva, consideramos que ao pedagogo são requeridos conhecimentos, competências técnico-metodológicas (domínio do processo de trabalho) e competências subjetivas e comunicativas (capacidade de estabelecer relações humanas, sócio-comunicativas e participativas), que ampliem seu campo de atuação para além da sala de aula, exigindo dele um conhecimento da escola como um todo, em termos de organização e gestão. Nesse sentido, à tarefa de ensinar une-se a capacidade de contribuir para formar uma organização do trabalho escolar qualificante e participativa, assegurando a gestão democrática da escola.

Para isso, é importante considerar a escola como uma unidade social formada por grupos humanos intencionalmente constituídos. Sobre isso, afirma Forquin (1993:167):

“A escola é, também um mundo social que tem suas características de vida próprias, seus ritmos e seus ritos, sua linguagem, seu imaginário, seus modos próprios de regulação e transgressão, seu regime próprio de produção e de gestão de símbolos”. É a partir do entendimento dessa realidade que se pode vislumbrar uma gestão escolar, em que a participação de todos no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar se dê, assegurando uma gestão efetivamente democrática. Diante de tais considerações, é válido ressaltar que os atuais problemas do processo educativo não podem ser enfrentados com base em práticas geradas por modelos que ignoram o diálogo e a interação entre os indivíduos, entre educação e sociedade, técnica e política, superando posturas dicotômicas, que dirigiam um olhar sobre as práticas educativas fundamentada em valores cada vez mais individualizados, desconectados uns dos outros.

No contexto sócio-cultural brasileiro, a maioria dos profissionais da educação incorporou uma visão de mundo individualista, que urge ser substituída por uma vivência democrática, em que haja a participação de todos os membros da comunidade escolar e o exercício da cidadania no

ambiente escolar. A construção dessa nova estrutura organizacional educativa impele à busca de relações

intersubjetivas mais flexíveis, pautadas em atitudes de solidariedade, reciprocidade e participação coletiva; que favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos envolvidos no processo educativo.

A partir dessa mudança de percepção pedagógica, o fazer pedagógico não mais será um pacote fechado, limitado à sala de aula, mas algo construído, que emerge da ação do sujeito em interação com os outros. Portanto, é um processo baseado no diálogo transformador e nas possibilidades e peculiaridades das situações locais. Respeita a capacidade do educando de planejar, executar, criar e recriar o conhecimento, podendo ser alterado com base nas possibilidades e na ação individual e coletiva.

Entende-se que qualquer ação pedagógica desenvolvida nas escolas deve possibilitar aos

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envolvidos apreenderem-na e interpretarem-na em sua dimensão histórico-social, psicológica, ética e política.

O currículo das Escolas do Campo precisa se reestruturar a partir de uma lógica de desenvolvimento que privilegie o ser humano na sua integralidade, possibilitando a construção da sua cidadania e inclusão social, colocando os sujeitos do campo de volta ao processo produtivo com justiça e bem estar sócioeconômico.

4.10.CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA:

Perrenoud (2000) enfatiza que a maior característica que acompanha a sociedade moderna é a informação - quem não se informa, não participa - e também porque esses instrumentos estão presentes no cotidiano das pessoas, cercando-as com informações das mais variadas. Cabendo inclusive a alguns, como no caso da televisão, a educação de crianças, jovens e adultos, especialmente das classes menos favorecidas, o que Friedmann (apud PERRENOUD, 2000, p. 137) chama de escola paralela que mesmo proporcionando saber em gotas, um saber de jogos televisivos, “[...] que enriquece realmente apenas aqueles que desenvolveram estruturas de recepção, na escola ou no trabalho”.

Lima (1979, p. 65) defende que o homem “[...] tecnicamente capaz, é um ser livre na moderna sociedade, porque tem o mundo todo para exercício de sua participação”. Na contemporaneidade, um indivíduo que desconhece como se processa o desenvolvimento social, cultural e tecnológico passa, de certa forma, a encontrar-se em isolamento. Assim sendo, é responsabilidade da educação fazer com que os indivíduos tenham acesso, aprendam e participem. Para isso, é imperativo que a escola pública seja democratizada, ampliada nas oportunidades educacionais, que difunda os conhecimentos e leve os alunos a pensar criticamente, reelaborando novos conhecimentos, aprimorando a prática educativa escolar visando à elevação cultural e científica das camadas populares. (LIBÂNEO, 1996).

Tentando preencher essa lacuna, a educação brasileira desde a última década do século XX, vem tentando se organizar com fins de proporcionar a todos uma educação de qualidade, embora as propostas não sejam suficientes e nem alcancem todos os níveis de ensino, muito longe do que seria o ideal. Vejamos o que diz a LDB - Lei de Diretrizes e Base da Educação nº 9394/96, Seção III, Art. 32, capítulo II: estabelece que no ensino básico, prioritariamente no ensino fundamental, o aluno tenha “a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade” ( 2001, p. 39,) e no ensino médio etapa final da educação básica, Seção IV, Art. 35, capitulo I, quando se refere à avaliação requer que o aluno tenha “domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna”; ( 2001, p. 39,). No entanto, como um aluno da escola pública poderá apresentar um domínio dos princípios científicos e tecnológicos se ele e o seu professor e a escola de um modo geral, também não têm acesso a esses meios?

Consequentemente, as novas regras da educação foram reformuladas para se adaptar a essas novas exigências. Os governos vêm tentando, mesmo de uma forma precária, equipar as escolas com os aparatos técnicos e tecnológicos, com o intuito de se organizar e criar condições favoráveis. Os Parâmetros Curriculares Nacionais também enfatizam a necessidade do uso desses avanços tecnológicos no processo ensino-aprendizagem em arte, acompanhando as transformações estéticas e tecnológicas do novo milênio: fotografia, cinema, televisão, vídeo, computação, ( 1998).

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Contudo, para que os legados históricos, culturais e sociais, possam ser resgatados pela e em

prol da educação popular se faz necessário que o ensino acompanhe a dinâmica estabelecida pela modernidade, introduzindo em sala de aula meios de comunicação e de informação com o objetivo de intermediar a construção de conhecimentos e potencializar a sua capacidade por aparatos tecnológicos, sejam eles, computador, retroprojetor, datashow, câmeras de vídeo, videocassete, ilha de edição e televisão -, ou mesmos produtos como: Internet, CD ROMS, Softwares, cinema e vídeo, que denominamos tecnologia de ponta, ou tecnologia de primeira linha, que podem ser usados com bons resultados, no processo de ensino-aprendizado, tornando acessível o conjunto de saberes e habilidades elaboradas pela humanidade para que o domínio da leitura verbal, visual, da escrita e dos cálculos, seja equiparado em importância.

Em todas as épocas, os meios de comunicação e informação, reorganizaram a vida das sociedades politicamente e culturalmente. A arte visual, a música, a literatura e toda forma de expressão e comunicação humana continuam sendo criadas dentro do componente da imaginação e da criatividade, porém são transformadas e tornam-se dependentes desses meios. Baseando-se em Levy (1993), que diz que essas novas abordagens vêm interferindo de forma tal no comportamento dos indivíduos que passaram a interagir nas relações entre eles, levando o trabalho, a forma que se produz e se assimila o conhecimento, e até a própria inteligência a necessitar dos dispositivos tecnológicos. Apesar de que esse termo necessitar seja muito potente, ele pode ser explicado a partir de Zabala (1998) quando defende as práticas educativas contemporâneas dizendo que quem aprende não é a inteligência, mas seres inteligentes. Portanto, nossos alunos necessitam do que tem de mais inovador em termo de tecnologia, para que possam se estabelecer no mundo competitivo, para se estabelecerem também como seres inteligentes que são. Segundo Perrenoud (2000, p. 137), “[...] haverá nas redes e na mídia, cada vez mais informações científicas, vulgarização básica para ensinamento de alto nível, poderão verdadeiramente tirar partido disso, somente aqueles que tiverem uma boa formação escolar de base”.

Para tanto a escola deve preparar os alunos para entenderem as mensagens inteligentes ou não, contidas nas redes e na mídia, principalmente, as mais acessíveis no momento: cinema, televisão e vídeo. Sem esses aparatos tecnológicos em sala de aula fica muito mais difícil à aprendizagem.

4.11. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO:

Segundo HOFFMANN, “avaliar em um novo paradigma é dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor; e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendência, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos na construção de verdades formuladas e reformuladas.”

Avaliar significa, segundo o dicionário Aurélio, “determinar a valia ou o valor de; apreciar ou estimar o merecimento de;, o preço, o merecimento, calcular, estimar, fazer a apreciação; ajuizar. Medir significa determinar ou verificar, tendo por base uma escala fixa, a extensão, medida, ser a medida de.”

O elemento chave da definição de avaliação implica em julgamento, apreciação, valoração, e qualquer ato que comprometa em julgar, envolva quem o pratica tendo uma norma ou padrão que

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permita atribuir um dos valores possíveis a essa realidade. Ainda que avaliar implique alguma espécie de medição, a avaliação é muito mais ampla que mediação ou a qualificação. A avaliação não é um processo ensino-aprendizagem e nem linear porque deve ter reajustes permanentes.

Transformar a prática avaliativa significa questionar a educação desde as suas concepções, seus fundamentos, sua organização, suas normas burocráticas. Significa mudanças conceituais, redefinição de conteúdos, das funções docentes, entre outras.

O que se propõe é uma reestruturação interna na escola quanto à sua forma de avaliação. Necessita-se sobre tudo, de uma avaliação diagnóstica, contínua, formativa, cumulativa e processual na perspectiva do desenvolvimento integral do educando. O importante é estabelecer um diagnóstico correto para cada aluno e identificar as possíveis causas de seus fracassos e/ou dificuldades, visando uma maior qualificação e não somente uma qualificação da aprendizagem.

Avaliação Formativa, diagnóstica e contínua.

A avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais; fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender. Este enfoque tem um princípio fundamental: deve-se avaliar o que se ensina, durante todo o decorrer do período letivo, com a pretensão de verificar se os alunos estão atingindo os objetivos anteriormente planejados, encadeando a avaliação no mesmo processo de ensino-aprendizagem. Somente neste contexto é possível falar em avaliação inicial (avaliar para conhecer melhor o aluno e ensinar melhor) e avaliação final (avaliar ao finalizar um determinado processo didático).

Se a avaliação contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, pode-se dizer que ela se converte em ferramenta pedagógica, em um elemento que melhora a aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino. Este, o sentido definitivo de um processo de avaliação formativa.

Sentido e finalidade da avaliação:. Conhecer melhor o aluno: respeitando-o, pois cada um possui um processo e ritmos e estilo

de aprendizagem diferente, seus interesses e desenvoltura em executar suas tarefas;. Constatar o que está sendo aprendido: o professor recolhe informações, de forma contínua e

com diversos procedimentos metodológicos e julgando o grau de aprendizagem;. Adequar o processo de ensino aos alunos como grupo e àqueles que apresentam

dificuldades, tendo em vista os objetivos propostos;. Julgar globalmente um processo de ensino-aprendizagem: ao término de uma determinada

unidade.A partir destas finalidades, a avaliação teria as seguintes características:A avaliação deve ser contínua e integrada ao fazer diário do professor: o que nos coloca que

ela deve ser realizada sempre que possível, em situações normais, evitando a exclusividade da rotina artificial das situações de provas, nas quais o aluno é medido somente naquela situação específica, abandonando-se tudo aquilo que foi realizado em sala de aula antes da prova. A observação, registrada, é de grande ajuda para o professor na realização de um processo de avaliação contínua.

A avaliação será formativa, diagnóstica e contínua, se concebida como um meio pedagógico para ajudar o aluno em seu processo educativo. O aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estímulo para um estudo sistematizado, sendo esta orientadora e motivadora gerando mudanças em todos os níveis educacionais proporcionando ao educando e ao professor um “feedback”, para a melhora do processo ensino-aprendizagem.

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A avaliação do processo pedagógico envolve o planejamento e o desenvolvimento do

processo de ensino. Neste contexto é necessário que a avaliação cubra desde o Projeto Curricular e a Programação, do ensino em sala de aula e de seus resultados – a aprendizagem produzida nos alunos.

Recuperação Paralela:

“Todo estudante, em algum momento, apresenta dúvidas. Isso faz parte do processo de aprendizagem. A saída é enfrentar logo o problema, diversificando as estratégias” de ensino/aprendizagem, é preciso retomar os conteúdos. É no decorrer do período em sala de aula, avançando e retrocedendo, recordando o conteúdo trabalhado na aula anterior, que se fará com que o aluno recupere o que não aprendeu ou não assimilou, pois já é de conhecimento dos professores que todos tem condições de aprender, desenvolvendo a sua aprendizagem num ritmo particular.(MOÇO; MONROE, 2010, p.54-61).

Primeiramente o professor deve estar atento ao desenvolvimento educativo de seu aluno, então, trabalhará as dúvidas para que estas não se acumulem e o aluno apresente dificuldade para entender o conteúdo seguinte, pois a aprendizagem e a formação é contínua..

4.12.CONCEPÇÃO DE TEMPO:

Criar um espaço e um tempo separado da vida cotidiana para que as gerações se encontrassem com o objetivo de aprender e ensinar novos conhecimentos tornou-se necessário, então a escola foi criada.

Ao longo do processo histórico que envolve o ensino-aprendizagem, organizado sob o formato escolar, a gestão dos tempos e dos espaços escolares sempre foi relevante.

A organização social do tempo é um elemento que simultaneamente reflete e constitui as formas organizacionais mais amplas de uma dada sociedade. Dentre os meios de organização do tempo social destaca-se o tempo de escola que, sendo a mais importante referência para a vida das crianças e adolescentes, tem sido, no mundo contemporâneo, um pilar para a organização da vida em família e da sociedade em geral. (CAVALIERE, 2007, p.1015).

O tempo escolar é, portanto um tempo conjugado ao tempo pessoal e institucional e portanto organizado. Sendo considerado um instrumento no processo educacional, já que se compreende como seletivo, tendo perdas e ganhos, mas adquirindo-se avanços e progressos; um tempo construído social e culturalmente. (FRAGO, 1995).

É necessário que o tempo escolar seja sempre repensado para reconstruí-lo, ressaltando-se o tempo em sala de aula, as pesquisas realizadas pela escola, consolidando e aprofundando os conhecimentos já adquiridos pelos educandos para o aperfeiçoamento de sua autonomia intelectual, despertando condições para a formação de sua cidadania e também dando condições para o trabalho.

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4.13.CONCEPÇÂO DE GESTÃO :

“Gestão democrática é o processo político através do qual as pessoas na escola discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Este processo, sustentado no diálogo e na alteridade, tem como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o repeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.” (GOLVEIA )

Gestão, na sua origem etimológica, vem do latim “gero, gestum, genere”, significa chamar para si, executar, gerar. Para CURY (2000, p.164) “o termo gestão tem sua raiz etimológica em ger, que significa: fazer brotar, fazer nascer”. Aqui nasce a diferenciação entre gestão e administração. Gestão parte da interlocução, do diálogo, pela paciência em buscar respostas aos conflitos, sejam eles na política, na comunidade ou nas relações sociais.

Um dos desafios mais importantes hoje, é o de fortalecer os espaços para discussões participativas e políticas.

Com aprovação em 1996 da Lei 9.394, estabelecendo as diretrizes e base da educação, surge um novo perfil para o atendimento às redes públicas.

A União garante seu papel articulador através do MEC, aos Estados, que através da Emenda Constitucional 14/96 cabe atuar no ensino fundamental de 5ª a 8ª séries, o qual o FUNDEF garante-lhe recursos. Aos municípios cabe a ação prioritária na educação infantil e ensino fundamental até 4ª série.

Nessa articulação entre os Sistemas Federal, Estadual e Municipal, a escola se torna o último receptáculo da cadeia de instâncias públicas. E segundo OLIVEIRA (222, p.77), “Delas espera-se a gestão democrática, com a existência de colegiados que contam com a participação de representantes dos vários segmentos que as compõem bem como do meio no qual estão inseridas.”

Um dos elementos para compreender o processo de mudança que vivemos é o aumento progressivo da dependência dos países, dos governos, das empresas e dos indivíduos em relação ao conhecimento. Países e pessoas percebem melhor sua condição de dependência uns dos outros e o papel central que o conhecimento possui nessa dependência ou, pensando numa forma mais positiva, nessa partilha. A maneira como os homens partilham o conhecimento, criando outros, é facilitada pela sua rápida divulgação pelos meios de comunicação e pela tecnologia da informática.

4.14.CONCEPÇÃO DE FORMAÇÃO CONTINUADA:

Entendendo que a democratização do ensino passa pela formação, pela atuação, pela valorização dos educadores bem como por suas condições de trabalho, pesquisadores têm apontado a importância do investimento em seu desenvolvimento profissional.

A resolução nº 2007/05, dispõe sobre a Formação Continuada por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional e do Programa de Capacitação dos Profissionais da Educação da

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Rede Estadual de Educação Básica do Estado do Paraná. O programa de capacitação objetiva contribuir para a qualificação dos profissionais da educação focada na prática de ensino, no princípio de ação-reflexão-ação e compreende aperfeiçoamento e atualização. O desenvolvimento profissional dos educadores e dos demais profissionais da escola, deve constituir-se em objetivo de propostas educacionais que valorizem a sua formação, baseando-a não mais na racionalidade técnica, que os reduz a meros executores de decisões alheias, mas numa perspectiva que reconhece sua capacidade de participar, analisar, propor e decidir. Ao confrontar as ações cotidianas com as produções teóricas, os profissionais da educação precisam rever as práticas e as teorias que as informam, pesquisando a prática e produzindo novos conhecimentos para transformá-la e aprimorá-la.

A formação continuada não abrange apenas o professor, mas também inclui a formação dos componentes dos órgãos colegiados da escola e os outros profissionais da educação, como os diretores, os pedagogos, os orientadores educacionais e os administradores e funcionários da escola.

Entre outros objetivos, a formação continuada, busca propor novas metodologias e colocar os profissionais e pessoas que participam através dos órgãos colegiados, para ficar a par das discussões teóricas atuais, com a intenção de contribuir para as mudanças que se fazem necessárias para a melhoria da ação pedagógica na escola e consequentemente, na educação. É certo que conhecer novas teorias, faz parte do processo de construção profissional, mas não bastam, se estas não possibilitam ao professor relacioná-las com seu conhecimento prático construído no seu dia-a-dia (NÓVOA, 1995, PERRENOUD, 2000).

Hoje a (re)significação da atuação profissional em qualquer área, é uma necessidade imposta pelas mudanças de paradigmas, no avanço tecnológico, nas descobertas científicas e na evolução dos meios de comunicação. Não faz mais sentido o profissional pensar que, ao terminar sua formação escolar, estará acabado e pronto para atuar na sua profissão. As exigências, na área educacional, apesar da finalidade diferenciada, são afirmadas pelas entidades e profissionais que buscam a qualidade social, como também nos documentos oficiais que definem os encaminhamentos para a educação.

Procura-se uma formação que articule a prática e reflexão, a investigação e os conhecimentos teóricos requeridos para promover uma transformação na ação pedagógica, e não um acúmulo de teorias e técnicas; procura-se uma articulação, uma quebra o distanciamento teórico da formação do professor e a prática, o que auxiliará a utilização pelos alunos das teorias nas ações diárias, pois a teoria é um instrumento que ajuda apreender o real e a prática é de onde emergem as questões.

A formação continuada deve constituir-se num espaço de produção de novos conhecimentos, de troca de diferentes saberes, de repensar e refazer a prática do professor, da construção de competências do educador. Considerando o conhecimento como uma construção social, a linguagem tem importante papel no aspecto da interação e mediação na formação do professor (Vygotsky, 1994). O que geralmente acontece é que este espaço não é percebido “(...) como espaços de produção coletiva: neles a linguagem é propriedade de uns e deve ser comprada por outros (...) nos cursos de formação de professores a linguagem é pedaço... é eco” (Kramer, 1995, p.85).

A palavra tomada como movimento, que constrói e se constrói, não pode ser encarcerada em significados estanques e contraditórios. Compreender e captar o significado em cada uma das enunciações, em sentido mais estrito, “o contexto imediato “( Orlandi, 1999), que é o momento histórico, o contexto social, e a ideologia que perpassa todo o discurso. Também Bakhtin considera a palavra como “fenômeno ideológico por excelência” (Bakhtin, 1992, p.36), e que ao ser separado do contexto sócio-histórico, pode assumir o discurso de qualquer ideologia.

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Os contextos não são imobilizados e não se repetem. Estão sempre em movimento e

“encontram-se numa situação de interação e conflito tenso e ininterrupto” (Bakhtin, 1992, p.107). A memória do discurso tem características importantes e é definida por Orlandi (1999, p. 31) como: “o saber discursivo que torna possível todo, a dizer que retorna sob forma do pré-construído, o já-dito que está na base do dizível, sustentando cada tomada da palavra”. Todo saber que retorna o que já foi dito em outro tempo e lugar, também é parte essencial da linguagem.

Há uma questão essencial para a formação continuada para os educadores:A relação entre a teoria e a prática, uma ação consciente que estabelecemos como “práxis”.

Levar o professor a identificar as concepções que embasam as teorias discutidas nos encontros de formação e relacioná-las com a sua ação na escola é diferenciar o “saber” da “ideologia” (Chauí, 1997). O “saber” ou conhecer pressupõe compreender, analisar e utilizar profissionalmente os novos dados e descobertas cujo acesso lhes é possibilitado, por que:

“Aqueles que dominam o conhecimento intervêm nas relações sociais, ao fazer que um mundo determinado se aceite ou se transforme, isto é, que o domínio da teoria não pode ser desligado das práticas sociais” (Sacristán, 1999, p. 25).

É necessário compreendermos que as teorias são a base para as concepções que direcionam o trabalho em sala de aula.

Na formação continuada necessita-se de maior integração entre os espaços sociais, visando a preparar o aluno para viver melhor na sociedade do conhecimento. Como previa Herbert McLuhan, na década de 60, o planeta tornou-se a nossa sala de aula e o nosso endereço. O ciberespaço rompeu com a ideia de tempo próprio para a aprendizagem. O espaço da aprendizagem é aqui, em qualquer lugar; o tempo de aprender é hoje e sempre.

Hoje vale tudo para aprender. Isso vai além da “reciclagem” e da atualização de conhecimentos e muito mais além da “assimilação” de conhecimentos. A sociedade do conhecimento é uma sociedade de múltiplas oportunidades de aprendizagem. As conseqüências para a escola, para o professor e para a educação em geral são enormes: ensinar a pensar; saber comunicar-se; saber pesquisar; ter raciocínio lógico; fazer sínteses e elaborações teóricas; saber organizar o seu próprio trabalho; ter disciplina para o trabalho; ser independente e autônomo; saber articular o conhecimento com a prática; ser aprendiz autônomo e a distância.

Nesse contexto, o professor é muito mais um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. O aluno precisa construir e reconstruir conhecimento a partir do que faz. Para isso o professor também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o fazer dos seus alunos. Ele deixará de ser um “lecionador” para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem.

Em resumo, poderíamos dizer que o professor se tornou um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador.

Em sua essência, ser professor hoje, não é nem mais difícil nem mais fácil do que era há algumas décadas atrás. É diferente. Diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece e morre, diante de um mundo em constante mudança, seu papel vem mudando, senão na essencial tarefa de educar, pelo menos na tarefa de ensinar, de conduzir a aprendizagem e na sua própria formação que se tornou permanentemente necessária.

As novas tecnologias criaram novos espaços do conhecimento. Agora, além da escola, também o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se educativos. Cada dia mais pessoas

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estudam em casa, pois podem, de lá, acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem à distância, buscar “fora” – a informação disponível nas redes de computadores interligados – serviços que respondem às suas demandas de conhecimento. Por outro lado, a sociedade civil (ONGs, associações, sindicatos, igrejas...) está se fortalecendo, não apenas como espaço de trabalho, mas também como espaço de difusão e de reconstrução de conhecimentos.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação em seu artigo 67, estabelece que os sistemas de ensino precisam promover a valorização dos profissionais. Sendo assim, o Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, organiza o processo de formação continuada “Grupos de Estudo” realizado com professores, equipe pedagógica, direção e equipe administrativa e visa possibilitar momentos de trocas de experiências, vivências, discussões, reflexões, ideias, estudos e aprofundamento entre os professores e especialistas, para enriquecimento de aulas, projetos e temas geradores.

Este projeto oportuniza aos profissionais da educação, assuntos referentes a problemática educacional, ao currículo e objetivos a serem atingidos: disciplina, avaliação e trabalho de apoio ao aluno com dificuldades de aprendizado, trabalho participativo, envolvimento dos pais e comunidades e outros escolhidos, conforme a necessidade do momento após avaliação, estudo, análise e reflexão sobre os mesmos e andamento do Projeto Político Pedagógico.

Um objetivo relevante é constituir um trabalho coletivo concebendo a diversidade do grupo como um ponto a explorar para enriquecimento, assim como, desenvolver projetos interdisciplinares relacionados às necessidades dos alunos e comunidade escolar.

A formação continuada vem de encontro ao fato de que, na sociedade do conhecimento e no mundo do trabalho, será preciso achar formas de continuar aprendendo sempre e desenvolver-se profissionalmente. No caso do professor, a escola é o contexto privilegiado da formação continuada, o lugar para continuar aprendendo e se desenvolver profissionalmente. No entanto esta condição privilegiada só será eficaz se o professor puder ser protagonista do projeto pedagógico da escola em que trabalha e da sua formação, a partir da consciência das suas reais e concretas necessidades para exercer o papel de gestor do ensino e da aprendizagem dos alunos.

O PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) “é um programa que prevê avanços na carreira e tempo livre de estudos, demonstra a justa preocupação com a formação permanente” dos profissionais da educação, destina-se a professores QPM do quadro próprio do magistério, que se encontram no nível II, classe 8 da tabela de vencimentos do plano de carreira.

Sua duração consta de dois de anos, sendo que no primeiro, o professor PDE será afastado de suas funções em 100% do tempo e no segundo ano 25% . É uma política pública que estabelece o diálogo entre professores da Educação Superior e os da Educação Básica, através de atividades teórico – práticas orientadas, tendo como resultado a produção de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública do Paraná.

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE oferecerá cursos e atividades nas modalidades presenciais e à distância e disponibilizará apoio logístico e meios tecnológicos para o funcionamento do Programa.

Capacitação Descentralizada acontece no início do ano letivo e em Julho, prevista em Calendário Escolar, ofertada a professores, funcionários, equipe pedagógica e direção; necessária para a formação continuada dos profissionais da nossa instituição de ensino e considerada também como um ato político.

A formação passa necessariamente, pelo estudo da teoria-discussão-reflexão da prática. Sendo assim, esses estudos são de suma importância para a troca de experiências, entrosamento dos profissionais da educação e busca coletiva de possíveis soluções para os problemas escolares.

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Junto aos pais, realiza-se periodicamente “reuniões” para troca de idéias, avaliações e

planejamento de atividades que envolvem toda a comunidade escolar.Todos os professores têm por espaço formador e articulador, a “Hora-atividade”. Espaço,

este que permite ao professor, tempo para organização do seu trabalho pedagógico.Como princípio, a SEED entende que a hora-atividade deve ser distribuída de forma a

favorecer o trabalho coletivo dos professores que atuam na mesma área de conhecimento ou que favoreçam o trabalho interdisciplinar.

A hora-atividade é de responsabilidade do conjunto de professores que vão desempenhar as ações, sob a orientação, supervisão e acompanhamento da equipe pedagógica e/ou diretor.

A hora-atividade, tempo reservado ao professor em exercício de docência – item 06 da Instrução 02/2003 – SUED - é destinada para planejamento, reuniões pedagógicas, correção de tarefas dos alunos, estudos de reflexão sobre os conteúdos curriculares e ações, projetos e propostas metodológicas, troca de experiências, atendimento de alunos e pais e outros assuntos educacionais de interesse dos professores.

O planejamento, execução, acompanhamento e avaliação das ações a serem executadas na hora-atividade dos professores, são de responsabilidade do conjunto de professores que vão desempenhar as ações, sob orientação, supervisão e acompanhamento da equipe pedagógica ou do diretor da escola, e por isto, devem vir acompanhados de um processo de reflexão sobre as necessidades e possibilidades do trabalho docente na escola. A cultura específica de cada escola tem evidenciado as possíveis formas de organização da hora-atividade.

A Instituição Escolar tem cultura própria, produzida pelos profissionais e agentes da escola, que desenvolvem atividades práticas com inovações na área pedagógica, apropriando-se de recursos e linguagens construídos em diversos campos e vínculos entre o moderno trabalho capitalista e as necessidades emergentes do cotidiano da vida social.

A escola interpreta e incorpora os parâmetros conforme suas necessidades e possibilidades. Para grupos de estudos e discussão de assuntos que organizam e apóiam a equipe

Pedagógica e direção, participamos do “CGE” – que é a Coordenação de Gestão Escolar.Estas jornadas pedagógicas são coordenadas pela equipe de ensino do NRE. Essa atividade

permite a troca experiências no dia a dia e aprofunda de discussões sobre o verdadeiro papel do pedagogo e como inserir-se no imaginário da comunidade escolar. Nos encontros pedagógicos por Pólos, além de Coronel Vivida, participam os pedagogos de outros municípios.

Toda comunidade escolar tem à sua disposição, através da Internet, o Portal Dia a Dia Educação, onde informações, projetos, atividades entre outros, em nível de Estado, são acessíveis a todos os profissionais.

A todos os profissionais e órgãos colegiados do Estado do Paraná, através da SEED, são ofertados “simpósios”, em um Programa de Capacitação, em Curitiba, Cascavel e Faxinal do Céu. Estes são caracterizados como espaços de encontro de caráter presencial, que proporcionam e organizam a comunicação, a interação e produções. Estes simpósios buscam a uniformidade de ações, firmando as políticas educacionais traçada pelos interessados na educação e pelo atual governo do Estado do Paraná.

Entre os objetivos, estão os de criar condições para a atualização de conhecimentos e sistematização das discussões sobre a prática docente, mediante a interação dos agentes desse conhecimento: palestrantes, mediadores e professores, com vistas à melhoria na qualidade da educação; estabelecer a discussão sobre as diretrizes curriculares e propostas pedagógicas de cada nível, modalidade e ou área do conhecimento e sistematizar os conhecimentos decorrentes das

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discussões realizadas, como forma de proporcionar em toda a rede educacional a possibilidade de leitura e de rediscussão da produção dos simpósios, na instância escolar.

4.15.CONCEPÇÃO DE ENSINO/APRENDIZAGEM:

“A educação é determinada pela sociedade. Contudo, essa determinação é relativa e, na forma de ação, é recíproca. O determinado também reage sobre o determinante (Saviani, 1991). Desse modo, a educação também pode contribuir para as mudanças sociais.”

Como os problemas da escola são também problemas da sociedade em geral, e, como a busca de métodos mais abrangentes é a condição básica para a compreensão desses problemas, nada mais lógico do que a união dos interessados na tentativa de solução dos impasses.

Se a educação traz a perspectiva clara de reconstrução social, todas as práticas escolares deverão acompanhar essa perspectiva. A reconstrução social não pode ser um ideal, mas uma prática concreta, diária, comunitária, assumida pelo maior número de pessoas que a escola tenha capacidade de congregar. A capacidade de organizar e trabalhar coletivamente é a grande meta de nossa escola, que, ao ser objetivada, ao longo do tempo, da história, quer provocar transformações necessárias para o estabelecimento da dignidade.

Ao sair a escola de dentro de si mesma, ao interagir com outras escolas, com associações, sindicatos, diretórios estudantis, elementos da comunidade, a proposta de uma nova sociedade, viabilizada também pela educação, começa a se gestar. Ao sair a escola de seus problemas exclusivamente internos, ela estará, também, sob determinado prisma, operacionalizando um novo método de trabalho que, assim como alarga a compreensão da realidade de alguns, elimina outros que optam pela manutenção da ordem estabelecida.

Entendemos que a democratização não é conquistada por lutas individuais, mas é um processo coletivo de aprendizado. As transformações das práticas pedagógicas só se efetivam na medida em que os educadores ampliam sua consciência sobre a própria prática, a de sala de aula e a do espaço educacional como um todo. Precisam conhecer a prática dos sistemas de ensino e das políticas públicas, que interferem e influenciam na sua atividade. Mas elas, em certa medida, também são determinadas pelos resultados do conhecimento que ele produz ao atuar. Para isso, é necessário ter o domínio de conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade. Esse modo de entender o papel do profissional da educação ressalta sua colaboração na transformação das práticas educacionais em termos de gestão, de currículo, de organização, de projetos educacionais e de formas de trabalho pedagógico.

Considerar o trabalho partilhado/coletivo nas disciplinas e no conjunto do trabalho pedagógico e administrativo, e realizar o trabalho interdisciplinar articulado, através de eixos temáticos; com articulação entre os docentes, é um grande passo para o trabalho coletivo como prática transformadora.

O professor que se propõe ser um mediador pedagógico desenvolverá algumas características, de acordo com MASETTO (2000, p.168-70):

1.Num processo de ensino, estará mais voltado para a aprendizagem do aluno, assumindo que o aprendiz é o centro desse processo e em função dele e de seu desenvolvimento é que precisará

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definir e planejar as ações. Esta concepção de aprendizagem há que ser vivida e praticada. Trata-se de uma ação contínua sua e de seus alunos, sabendo esperar, compartilhar, construir juntos. Entender e viver a aprendizagem como interaprendizagem.

2.Professor e aluno constituem-se como célula básica do desenvolvimento da aprendizagem, por meio de uma ação conjunta, ou de ações conjuntas em direção à aprendizagem; de relações de empatia para se colocar no lugar do outro seja nos momentos de incertezas, dúvidas, erros, ou nos momentos de avanço e de sucesso; sempre com confiança no aprendiz.

3.Co-responsabilidade e parcerias são atitudes básicas incluindo o planejamento das atividades, sua realização e avaliação, conforme já vimos quando dialogamos sobre o processo de avaliação.

4. É preciso criar um clima de mútuo respeito para que todos deem ênfase a estratégias cooperativas de aprendizagem, estabelecendo uma atmosfera de mútua confiança, envolvendo os aprendizes num planejamento em conjunto de métodos e direções curriculares com base no diagnóstico de suas próprias necessidades, encorajando-os a identificar os recursos e estratégias que lhes permitam atingir seus objetivos, envolvendo-os na avaliação de sua aprendizagem, principalmente através do uso de métodos de avaliação qualitativa.

5.Domínio profundo de sua área de conhecimento, demonstrando competência atualizada quanto às informações e aos assuntos afetos a essa área, para que não se valorize apenas uma perspectiva metodológica a ser empregada ou uma atitude que venha a cair no vazio. A construção do conhecimento é o eixo da articulação da prática educativa e ela não pode faltar. Ela não será feita sem estudo, reflexão, investigação e intercâmbio de experiências. Incentivar a pesquisa entre os alunos e ajudá-los a desenvolver uma metodologia científica adequada estarão entre as grandes preocupações do professor.

6.Criatividade, como uma atitude de alerta para buscar, com o aluno, soluções para situações novas e inesperadas, e ter presente que cada aluno é um aluno, diferente do outro.

7.Disponibilidade para o diálogo. Com novas tecnologias, o diálogo tornar-se-á muito mais frequente e contínuo, com outra dimensão de espaço e tempo (não só o encontro semanal com os alunos, durante as aulas). A qualquer momento e de qualquer lugar os aprendizes poderão acessar o professor, esperando uma resposta o quanto antes possível, e não só no próximo encontro presencial. Para tanto, a disponibilidade é fundamental.

8.Subjetividade e individualidade. O professor que está atuando é um ser humano, ou seja, é alguém possuidor de condições pessoais, sentimentos, compromissos, momentos de indisposição para dialogar; é uma pessoa que, em decorrência da situação pela qual possa estar passando, às vezes pode usar uma linguagem mais dura, outras vezes mais carinhosa.O aluno também é um indivíduo. Cada um tem algo de próprio que o professor deverá levar em conta quando se comunicar por intermédio da máquina. A reação dos alunos às manifestações do professor será diferente, e a partir dessas diferenças o diálogo tomará um significado próprio.

9.Comunicação e expressão em função da aprendizagem. No uso das novas tecnologias, principalmente à distância, o meio de que dispomos para nos comunicar é a linguagem, ou seja, são

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nossas palavras e expressões. Sem poder contar com a visualização de seu interlocutor, que também não ouvirá o tom de suas palavras, nem com as reações instantâneas de quem o ouve, o professor poderá cuidar muito de sua expressão e comunicação para que elas sempre estejam em condições de ajudar a aprendizagem e incentivar o aprendiz em seu trabalho.

Assim, de um lado, impõe-se considerar que a atividade do profissional da educação tem uma natureza pedagógica, isto é, vincula-se a objetivos educativos de formação humana e a processos metodológicos e organizacionais de transmissão e apropriação de saberes e modos de ação. O trabalho pedagógico está impregnado de intencionalidade, pois visa à formação humana através de conteúdos e habilidades de pensamento e ação, implicando escolhas, valores, compromissos éticos.

Quais as características do ato pedagógico de um profissional comprometido politicamente nesta sociedade do século XXI?

Ele precisa ensinar a produzir, a criar coisas novas, não apenas a comercializar. Precisa ensinar também a priorizar o valor de uso e não apenas o valor de troca.

Precisa ainda defender a escola como um sistema permanente, orgânico, cujos efeitos positivos são de longo alcance, superando a necessidade dos projetos especiais de caráter político-eleitoral..

Precisa entender e ensinar que a sociedade pós-industrial e virtual em que vive produz ampla margem de tempo livre, que pode tornar-se um tempo de desemprego ou de criatividade, de vazio ou de liberdade, de destruição ou de preservação, de barbárie ou de solidariedade.

Um educador competente e politicamente compromissado ensina os alunos que, se a escola do passado (séculos XIX e XX) qualificou ex-escravos e migrantes para a cidadania industrial, a escola do século XXI precisa preparar ex-trabalhadores industriais para a nova cidadania pós-industrial e virtual, criando novas formas de distribuição de riquezas. Acredita-se na possibilidade de novas relações entre os seres humanos, através de processos, que resgatem a auto-estima de nosso aluno e melhorem sua capacidade de comunicar-se, de conviver, de respeitar as diferenças individuais e culturais, de amor e de luta pela cidadania plena.

O homem, numa era planetária caracterizada por uma explosão técnica sem precedentes, é submetido a uma acelerada tempestade de informações e imagens. A consciência humana, como um espelho fragmentado, encontra seriíssimas dificuldades para se recompor a luz de um princípio pedagógico unitário. O espaço humano é fragmentado, banalizado ou até mesmo destruído. As pessoas, quando tentam se encontrar e se autocentrar, esbarram em fragmentos de filmes e documentários, em imagens fortes e autoritárias que ofuscam sua realidade e escamoteiam a fragilidade cotidiana.

Encontrar homens para além das ilusões dessas imagens e integrar suas atividades de produção e de prazer é o grande desafio atual da educação. Só no caminho incandescente da consciência, as informações, à luz do projeto elaborado pelo sujeito, podem educar. Se a mecânica se encarrega cada vez mais dos trabalhos fatigosos, a escola precisa encarregar-se de ensinar ao homem como comandar as máquinas e como usufruir solidariamente dos bens da vida.

Pedagogia Progressista:

A Pedagogia Progressista tem como ponto de partida a primazia dos conteúdos. O objetivo de tal pedagogia é o de levar o aluno a um conhecimento verdadeiro, científico,

que lhe possibilita uma formação e de posse do conhecimento acumulado pela humanidade possa

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participar das lutas de seu tempo, possa contribuir para a transformação da sociedade. E isto só pode ser feito se o conteúdo, o saber escolar, estiver em continuidade com a realidade dos alunos e ao mesmo tempo lhes forneça elementos para uma ruptura com a ideologia dominante.

Nesta perspectiva, o papel do professor é o de direção, de quem vai guiar os alunos na sua busca, que vai ajudar-lhes neste movimento de continuidade e rupturas. Esta pedagogia pressupõe fundamentalmente uma reavaliação crítica da cultura. Não se trata apenas de “passar quaisquer conceitos e conhecimentos” aos alunos. Trata-se de reavaliar a cultura que está sob o domínio das classes dominantes e colocá-la a serviço das classes dominadas, retirando dela os seus elementos originais, o seu caráter de luta, de descobertas, de avanços, de síntese de uma dada realidade, de progresso.

A Pedagogia Progressista dá primazia aos conteúdos, mas não se resume a eles. É o seu ponto de partida, é de onde se definem os seus métodos. Sua metodologia é concebida a partir da teoria do conhecimento marxista, pela dialética materialista, pelo movimento de continuidade e ruptura. Parte-se da necessidade e aspirações dos alunos, de sua realidade, para então realizar as rupturas, sair do imediato e chegar ao teórico, ao abstrato; e depois retornar ao real com uma nova visão que possibilita uma nova ação sobre ele.

Esta pedagogia não é a educação socialista, ou a de uma sociedade sem classes, mas sim a que busca contribuir, se inserir na luta de classes para a sua superação. Para Snyders a escola é palco da luta de classes, e por isto deve ser utilizada pelas classes exploradas, pelas forças progressistas, como um dos seus instrumentos de libertação.

É interessante observar que embora Snyders esteja constantemente se referindo a luta de classes, a dominação, a exploração e a ideologia dominante capitalista, este, em momento algum de sua obra trata do Estado, das relações entre o Estado e a educação. Sua visão de transformação social e da escola, passa pela formação de “zonas de consenso”, através da união de diversos setores de classes, contra as classes dominantes, e neste sentido nada diz sobre o Estado.

Qual o modelo de educação certa para o povo? Ou melhor, qual o projeto educacional que trará a verdadeira liberdade as classes oprimidas?

O que estamos vendo hoje é uma busca não pela verdadeira pedagogia da transformação e da cidadania, mas sim, por uma pedagogia dos comprimidos, que propõe uma carapuça ideológica no problema educacional brasileiro.

ideológico do Estado, e por isso, repassa em programas educacionais, id A escola é um aparelho eologias para as classes menos favorecidas ou oprimidas. É a violência ideológica que explora e mantém um "stato quo" na sociedade.

A luta de classes sempre existiu e é histórica, e essa busca pela liberdade também é histórica e dolorosa, pois há um medo de um novo, do homem e da mulher, que irão nascer com a liberdade, autênticos e humanistas, com uma nova leitura de mundo.

O professor Paulo Freire (1983) nos diz que - "esta pedagogia não pode ser elaborada nem praticada pelos opressores", os opressores citados são os que dirigem os poderes do Estado. Quando uma classe assume o poder e passa a desenvolver uma educação ideológica, ela passa de oprimida a opressora, pois não desenvolve uma pedagogia livre da superestrutura, ao contrário, torna os alienadores da, já alienada, sociedade dos oprimidos.

Todos os projetos pedagógicos que são desenvolvidos no Brasil são cercados de uma propaganda massificada, que tem como fundo uma conscientização de alienação coletiva com dosagens de mudanças apenas de ideologia, formando um sistema educacional mediado por um conjunto incoerente de unidades múltiplas de elementos reunidos sob um único princípio: a ideologia.

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O ensino público, hoje no Brasil, ensina a submissão dos alunos e alunas, com uma

prática ideológica alienante. A concepção de projeto educacional progressista está centrada em definições acabadas, em que o diálogo é apenas mera verbalização alienante e na qual não se pode denunciar a falta da democracia educacional. É um ativismo que nega a práxis pedagógica verdadeira, reduz a reflexão ao conjunto já pré-determinado pelos intelectuais orgânicos do sistema educacional vigente. Há no fundo, uma dicotomia entre a palavra liberdade e o seu sentido etimológico e o significado para os educadores da pedagogia dos oprimidos. Pois o diálogo esgota na relação "eu-tu", e os caminhos são impostos ao mundo existencial e fazem do diálogo um depósito de ideias, pois o sujeito da ação é o Estado "dono da verdade" e do "saber".

O grande problema educacional, hoje no Brasil, é que os projetos pedagógicos são feitos por pessoas que não têm compromisso com a cultura em si própria: livre e neutra, mas com a cultura ideológica; infectada pelas doenças da ignorância, imoralidade e classista partidária.

A Pedagogia Histórico-Crítica foi sendo tecida, segundo Libâneo (1991, p.31), “na linha das sugestões das teorias marxistas que não se satisfazendo com as teorias crítico-reprodutivistas postulam a possibilidade de uma teoria crítica da educação que capte criticamente a escola como instrumento coadjuvante no projeto de transformação social”.

A base da formulação da Pedagogia Histórico-Crítica é a tentativa de superar tanto os limites das pedagogias não críticas como também os das teorias crítico-reprodutivistas e o empenho em analisar e compreender a questão educacional a partir do desenvolvimento histórico-objetivo. Tem, portanto, sua concepção pressuposta no materialismo histórico. De acordo com Saviani (1991, p. 75) a pedagogia histórico-crítica “procurava reter o caráter crítico de articulação com as condicionantes sociais que a visão reprodutivista possui, vinculado, porém à dimensão histórica que o reprodutivismo perde de vista”.

Saviani considera que a nomenclatura de Pedagogia Histórico-Crítica pode ser considerada como sinônimo de Pedagogia Dialética, pois tem como objetivo a busca de um pensamento crítico dialético para a educação. No entanto preferiu denominá-la de Pedagogia Histórico-Crítica não só para estimular a curiosidade dos leitores e criar oportunidades de debater o tema, mas também para evitar uma interpretação idealista da dialética ou mesmo a visão errônea da palavra dialética, considerando o conceito pessoal que cada leitor tem desta palavra.

A expressão Pedagogia Histórico-Crítica é utilizada segundo Saviani (1991, p. 95) para traduzir a passagem da visão crítico mecanicista, para uma visão crítico dialética, ou seja, histórico crítica da educação. O sentido básico da expressão Pedagogia Histórico Crítica é a articulação de uma proposta pedagógica que tenha o compromisso não apenas de manter a sociedade, mas de transformá-la a partir da compreensão dos condicionantes sociais e da visão pois a sociedade exerce determinação sobre a educação e esta reciprocamente interfere sobre a sociedade contribuindo para a sua transformação.

Método: O método preconizado por Saviani situa-se além dos métodos tradicionais e novos e, conforme esse autor, “deriva de uma concepção que articula educação e sociedade, e parte da constatação de que a sociedade em que vivemos é dividida em classes com interesses opostos”.

Ao invés de passos, Saviani preferiu falar de momentos que caracterizam esse método, sendo que esses momentos devem ser articulados em um movimento único, cuja duração de cada um deles deve variar de acordo com as situações específicas que envolvem a prática pedagógica. O primeiro momento ou o ponto de partida do ensino é a prática social que é comum a professores e alunos embora do ponto de vista pedagógico professores e alunos possam apresentar diferentes níveis de conhecimento e experiência desta prática social. O segundo momento é a

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problematização e tem como objetivo identificar que questões precisam ser resolvidas dentro da prática social e que conhecimentos é preciso dominar para resolver estes problemas. O terceiro momento é a instrumentalização, ou seja, apropriação dos instrumentos teóricos e práticos necessários à solução dos problemas identificados, que depende da transmissão dos conhecimentos do professor para que essa apropriação aconteça já que esses instrumentos são produzidos socialmente e preservados historicamente. O quarto momento é a catarse que é a efetiva incorporação dos instrumentos culturais e a forma elaborada de entender a transformação social. O quinto e último momento é a prática social, definida agora, como ponto de chegada em que os alunos atingem uma compreensão que supostamente já se encontrava o professor no ponto de partida. A prática social neste sentido é alterada qualitativamente pela mediação da ação pedagógica.

Para que uma teoria histórico-crítica da educação possa se constituir em pedagogia histórico-crítica, ela precisa assumir um posicionamento sobre o que é educação e o que significa educar seres humanos. Segundo Saviani, (1991, p.103): Partindo da concepção de natureza humana proposta por Marx e Engels de que o homem necessita produzir continuamente sua existência e é pelo trabalho que ele age sobre a natureza adaptando-a às suas necessidades, Saviani define a educação como um processo de trabalho não material (diferente do trabalho material que visa a produção de bens materiais para subsistência), no qual o produto não se separa do ato de produção. O trabalho educativo é “o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens” (Saviani, 1991, p 21).

A produção intencional da humanidade implica a produção de idéias, conceitos valores, hábitos, atitudes, conhecimentos, ou seja, a produção do saber ou a forma pela qual o homem apreende o mundo e é humanizado. Conforme Saviani (1991, p. 21) “O que não é garantido pela natureza deve ser produzido historicamente pelos homens”. Assim o saber objetivo é considerado matéria prima para a atividade educativa e deve ter primazia sobre o mundo da natureza, ou seja, sobre o saber natural, espontâneo.

Apoiado em Gramsci, Saviani (1991, p. 103) define a escola como “uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber elaborado, e não do saber espontâneo, do saber sistematizado e não do saber fragmentado, da cultura erudita e não da cultura popular”.

O projeto pedagógico resultante da pedagogia Histórico Crítica é pautado nessas reflexões sobre o conceito de educação e de escola e a tarefa a que se propõe essa Pedagogia em relação a educação escolar de acordo com Saviani (1991, p. 16,17) implica: a) identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações bem como as tendências atuais de transformação;

b) conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pelos alunos no espaço e tempo escolares;

c) provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas apreendam o processo de sua produção bem como as tendências de sua transformação.

“Ao estudar Marx, Gramsci, Kosik, Suchodolski, Snyders, Vieira

Pinto, etc. Saviani não justapõe as ideias desses autores às suas, mas retira deles os elementos que enriquecem sua reflexão e a forma de realizá-la, reelaborando-os tendo em vista sua opção por determinados valores”.

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Saviani considera que o método é essencial ao processo pedagógico, mas ele por si só não se garante e nem garante uma alteração qualitativa da compreensão da prática social. É necessário que os agentes sociais, responsáveis pela mediação da ação pedagógica, sejam agentes sociais ativos, reais, uma vez que eles também são elementos objetivos da prática social. É nesse sentido que Saviani (1985, p 77) valoriza e conceitua a educação como “uma atividade mediadora no seio da prática social global”. Mediação que deve servir de critério para se aferir o grau de democratização no interior das escolas, considerando que a natureza da prática pedagógica supõe uma desigualdade real e uma igualdade possível. Nessa ótica, há que se perceber que Saviani vislumbra no professor um agente social ativo, comprometido politicamente com as transformações da sociedade.

5.MARCO OPERACIONAL:

O Ato Operacional orienta-nos quanto a realização de nossa ação. É o momento de nos posicionarmos com relação às atividades a serem assumidas para transformar a realidade da escola. Implica, também a tomada de decisão de como vamos atingir nossas finalidades, nossos objetivos e nossas metas.

Na operacionalização do projeto pedagógico, verificamos as decisões e nos posicionamos nas revisões e reformulações.

5.1.FILOSOFIA DA ESCOLA:

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia – Ensino Fundamental e Médio proporciona um ambiente adequado ao processo de desenvolvimento do educando, criando condições para que seja agente de seu destino e de sua própria história, capaz de um profundo relacionamento consigo mesmo, com os outros e com o mundo.

Também contribui para a formação do caráter do educando, direcionando-o para o amor ao próximo, através dos ideais humanos de respeito, cooperação e solidariedade para que saiba amar, questionar, optar, criar, recriar, decidir e agir à luz de valores verdadeiros.

Compreendemos que a educação básica é o instrumento necessário à construção da sociedade democrática, e diante desta constatação é imprescindível a participação consciente dos educadores. É a escola que proporciona a socialização do saber sistematizado, indispensável para o exercício da cidadania.

5.2.MISSÃO DA ESCOLA

“Aprendendo a ser para aprender a conviver!”

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia – Ensino Fundamental e Médio pretende oportunizar ao aluno, de acordo com sua realidade, o desenvolvimento global de suas potencialidades intelectuais, físicas e emocionais, bem como oferecer subsídios para uma formação consciente de cidadão atuante e crítico.

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5.3.OBJETIVOS GERAIS

Qualidade do ensino! Eis o objetivo perseguido com afinco e disposição por todos os envolvidos no processo educativo do Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia – Ensino Fundamental e Médio.

Este projeto surge como um instrumento de construção e reconstrução permanentes. Neste sentido os objetivos gerais do mesmo são: •Garantir uma educação de qualidade significa percorrer vários caminhos, dentre os quais: envolvimento da comunidade e dos pais, participação dos alunos, professores comprometidos com seu trabalho, transparência na administração, APMF e Conselho Escolar atuantes, organização, preocupação com todos os aspectos didático-pedagógicos, cuidados com segurança e com um ambiente escolar limpo e acolhedor.•Buscar qualidade na educação atendendo às necessidades presentes e futuras dos alunos. Assim, faz-se necessário trabalhar por melhorias contínuas em todas as facetas relacionadas com o ensino, avaliando o que foi realizado, estabelecendo novos objetivos e enfrentando os desafios com serenidade e perseverança. •Promover a inclusão social com ensino de qualidade; combater a evasão e a repetência; aumentar o tempo e permanência dos alunos na escola, formando alunos comprometidos e preocupados com os problemas sociais, para que sejam no futuro adultos atuantes, sempre buscando a excelência no ensino e novas experiências pedagógicas.

Somos todos agentes transformadores da realidade e entendemos que a gestão escolar deve ser participativa, centrada no trabalho coletivo e na dinâmica das relações entre a comunidade escolar. Ideais compartilhados e ações conjuntas levam às realizações que proporcionam satisfação por constatar que a luta compensa e fortalece. O planejar, o agir, o avaliar, o diagnosticar... É compreender que sozinhos somos frágeis.

A educação é um processo amplo, como vemos em um dos itens da Declaração dos Direitos da Criança: “A criança tem direito à educação para desenvolver as suas aptidões, as suas opiniões e o seu sentido de responsabilidade moral e social”. “E vale ressaltar, aqui, que a escola é um espaço privilegiado para práticas participativas e para formar cidadãos capazes de partilhar responsabilidades, conhecer seus direitos e deveres e conquistar mais qualidade de vida e de educação”.

Somos todos agentes transformadores da realidade e entendemos que a gestão escolar deve ser participativa, centrada no trabalho coletivo e na dinâmica das relações entre a comunidade escolar. De acordo com a LDB, o ensino fundamental no Brasil tem por objetivo a formação básica do cidadão mediante:

I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

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IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de

tolerância recíproca em que se assenta a vida social.”(LDB, p. 1996)Em concordância a estes objetivos, o Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, cita ainda

os objetivos específicos da instituição:

5.4.OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

•Formar pessoas intelectual e moralmente autônomas, livres para refletir, questionar, pensar e agir, contribuindo para a melhoria de sua sociedade;•Trabalhar valores éticos e morais para que a escola cumpra sua função social na formação integral do indivíduo;•Através do contato com cada aluno, percebê-lo e assisti-lo em todas as suas necessidades;•Estimular a pesquisa e a descoberta, respeitando suas características e valorizando as habilidades naturais;•Desenvolver estreita relação entre família e escola, visando comprometimento com o crescimento integral dos alunos;•Promover as relações sociais e a cidadania, compreendendo a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças;•Propiciar o desenvolvimento nas áreas: cognitiva, física, afetiva e emocional;•Resgatar o valor do conhecimento como válvula de emancipação humana e ética;•Considerar a escola como tempo de vivência cultural, traduzindo no currículo as dimensões culturais que o perpassam;•Garantir aos sujeitos a participação na construção dos conhecimentos tornando a escola um espaço de produção coletiva;•Oferecer educação de qualidade para combater a repetência e a evasão escolar;•Instrumentalizar o aluno com conhecimento científico e permitir que seja capaz de raciocinar;•Investir na materialidade da escola e nas mudanças na estrutura escolar existentes na Rede Estadual de Ensino, tornando-a mais formadora para os alunos e profissionais;•Considerar a vivência de cada idade de formação sem interrupção, redefinindo os tempos e espaço da organização escolar a fim de garantir os direitos da infância, adolescência e da idade adulta;•Oportunizar os alunos da Rede Pública a ingressarem na sociedade com igualdade de condições;•Aprender a conhecer sua história e valorizá-la;•Estimular o aluno a aprender o que fazer para enfrentar os desafios da vida na sociedade;•Valorizar a cultura local;•Formar cidadãos conscientes quanto à necessidade de respeitar as diversidades;

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•Resgatar o indivíduo de uma cultura de massa para uma construção do sujeito que atua comovido pelo seu entorno socioambiental;•Desenvolver o conhecimento através do aprender a viver, buscando autonomia inteligente, realização e resolução de problemas nos conflitos existentes;•Permitir que a comunidade escolar se utilize de diferentes linguagens, como meio para produzir, expressar e comunicar ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações;•Tornar possível a utilização de diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;•Estimular a educação comprometida no desenvolvimento pessoal através do aprender a ser, elaborando um pensamento autônomo e crítico formulando seu próprio juízo frente às proposições da vida;•Compreender a Avaliação como um processo constante de repensar a prática educacional;•Baseados nos objetivos anteriores formamos o ser humano íntegro, capaz de formar suas opiniões e transformar em boas ações todos que passarem por esta escola, ou seja, a fonte inspiradora para todo o profissional que venha exercer suas funções.

5.5.CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA:

Não pode educar sem ao mesmo tempo ensinar; uma educação sem aprendizagem é vazia e portanto degenera, com muita facilidade, em retórica moral e emocional. (H. Arendt)

A organização interna da escola busca firmar os princípios da identidade, da diversidade e da autonomia, da interdisciplinaridade e da contextualização.

A identidade supõe uma inserção no meio social que leva à definição de vocações próprias, que se diversificam ao incorporar as necessidades locais, as características dos alunos e a participação dos professores e das famílias no desenho institucional considerado adequado para a escola. O aprimoramento do educando como pessoa humana destaca a ética, a autonomia intelectual e o pensamento crítico. Em outras palavras, convoca a constituição de uma identidade autônoma.

É necessário que a escola tenha identidade e que essa identidade seja diversificada em função das características do meio social e dos educandos. Diversidade, no entanto, não se confunde com fragmentação, inspirada nos ideais da justiça, a diversidade reconhece que para alcançar a igualdade não bastam oportunidades iguais. É necessário também tratamento diferenciado. Dessa forma, a diversidade é necessária para contemplar as desigualdades nos pontos de partida de sua clientela, que requer diferenças de tratamento como forma mais eficaz de garantir a todos um patamar comum nos pontos de chegada.

Será indispensável, portanto, que existam mecanismos de avaliação dos resultados para aferir se os pontos de chegada estão sendo comuns. E para que tais mecanismos funcionem como sinalizadores eficazes, deverão ter como regentes as competências de caráter geral que se quer constituir em todos os alunos e um corpo básico de conteúdos, cujo ensino e aprendizagem, se bem sucedidos, propiciam a constituição de tais competências.

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Estar atento à diversidade, é considerar não só as capacidades intelectuais e os

conhecimentos de que o aluno dispõe, mas também seus interesses e motivações. Esse conjunto constitui a capacidade geral do aluno para aprendizagem em um determinado momento.

No âmbito da sala de aula, o professor leva em conta fatores sociais, culturais e a história educativa de cada aluno, como também características pessoais de déficit sensorial, motor, mental ou psíquico, ou de superdotação intelectual.

É necessário, portanto, que a escola busque sua extensão aos diferentes campos de atuação. É necessário também que as decisões assumidas pelo professor auxiliem os alunos a desenvolver essas atitudes e a aprender os procedimentos adequados a uma postura autônoma, que só será efetivamente alcançada por meio de investimentos sistemáticos ao longo de toda a escolaridade.

A interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição de disciplinas e, ao mesmo tempo, evitar a diluição delas em generalidades. Todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conhecimentos, que pode ser de questionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos.

É importante enfatizar que, a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Neste sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários. Explicação, compreensão, intervenção são processos que requerem um conhecimento que vai além da descrição da realidade e mobiliza competências cognitivas para deduzir, tirar inferências ou fazer previsões a partir do fato observado.

A interdisciplinaridade pode ser também compreendida se considerarmos a relação entre o pensamento e a linguagem, descoberta pelos estudos sócio-interacionistas, desenvolvimento e aprendizagem. Esses estudos revelam que, seja nas situações de aprendizagem espontânea, seja naquelas estruturadas ou escolares, há uma relação sempre presente entre os conceitos e as palavras.

5.6.DA ORGANIZAÇÃO DO CURSO, SUA ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

Tem em seu projeto de implantação, explicitando a estrutura e funcionamento de ensino mencionado anteriormente, aprovados por atos próprios, pelo órgão competente da Secretaria de Estado da Educação, de acordo com a oferta educacional.

A Proposta Pedagógica inclusa no Projeto de Implantação, contemplam a filosofia e as diretrizes do Projeto Político Pedagógico.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), dispõe “a Educação Básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurando-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos” (artigo 22). E fornece o amparo legal para que a escola se organize de formas variadas, desde que sejam observadas as normas curriculares e os demais dispositivos da legislação.

Portanto, a organização interna da escola, adequada à realidade pública, deverá compatibilizar qualidade e produtividade, possibilitando a interação entre aluno, professor, família e comunidade, partindo do individual e particular para a aquisição de dimensões mais amplas.

No desenvolvimento dos programas e aulas são usadas várias metodologias. Podemos citar trabalhos em grupo ou individual, estudos do meio, sequência de atividades, pesquisas, elaboração de textos, discussões de um tema ou problema, entrevistas, investigações, dramatizações, feiras, seminários, simpósios, oficinas ou laboratórios (workshop). Para isso são utilizados recursos didáticos como: vídeos, retro-projetor, TV Pendrive, Atlas, mapas, globos, revistas, jornais,

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materiais de laboratório e informática, livros didáticos, apostilas, transparências e outras tecnologias educacionais.

5.7.PROGRAMAS E ATIVIDADES:

Programa Fera Com ciência:

São as atividades curriculares e de Complementação Curricular nas escolas públicas estaduais. É uma Feira do Conhecimento, com o objetivo de socializar os conhecimentos produzidos pelos alunos e professores, na comunidade escolar, para que o trabalho pedagógico seja valorizado. É a junção de dois momentos pedagógicos, O Com Ciência , um encontro anual que envolve trabalhos de estudantes do Ensino Fundamental e Médio das escolas públicas estaduais do Paraná; e instituições públicas e particulares que estejam desenvolvendo projetos e trabalhos de relevância em pesquisa e tecnologia, e O FERA – Festival de Arte da Rede Estudantil - faz parte da REC - Rede Estudantil Cultural, que insere a arte no processo educacional da Rede de Ensino do Estado do Paraná que visa estimular o desenvolvimento de atividades artísticas, culturais e de entretenimento para formar e transformar pessoas, e ainda enriquecer o espaço e o tempo escolar, sendo que O FERA também é um grande encontro para apresentação e mostras das atividades artísticas produzidas pelos alunos da Rede Pública Estadual de Ensino, inscritos e selecionados pelos Núcleos Regionais de Educação, com:

•Apresentações e Mostras de Arte dos Alunos.

•Mostra Paralela de Humor.

•Oficinas de Arte para Alunos e para Professores.

•Atividades da Hora.

•Artistas Profissionais da Música, Teatro, Dança, Artes Visuais, Literárias e Audiovisual.

•Dinâmicas e Recreações.

Entende-se que o processo educacional transcende a abordagem curricular organizada e sistematizada pelo ambiente escolar. Esta se dá no entorno do aluno e da comunidade escolar, que transforma e é transformada pelas interações que nesse meio ocorrem. Num mundo onde o fluxo de informações é cada vez maior, a escola deve estar atenta às manifestações que surgem e dão significado à vida das pessoas no contexto onde elas se inserem.

A riqueza está na diversidade de informações, no acesso às diferentes áreas do conhecimento, na viagem ao universo cultural.

O FERA e Com Ciência vem para atender a este princípio, o de oferecer aos nossos alunos atividades verdadeiramente enriquecedoras e construtoras de uma escola de qualidade, alegre, de olhos espertos para o mundo, constrituida por alunos críticos, articulados e conscientes de seu papel transformador.

Programa Viva a Escola:

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Significado de Complementação Curricular, organizado por Núcleos de Conhecimento.

Documento construído coletivamente no âmbito escolar. Toma as Diretrizes Curriculares como referência. As metodologias são diferenciadas das metodologias propostas no ensino regular, evitando que todo o trabalho se reduz a uma mera reprodução do conhecimento e não cumpre o caráter de reforço de conteúdos.

No Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia são apresentadas duas atividades no programa em contra-turno. No turno da manhã são atendidos os alunos da tarde (Ensino Fundamental), com as atividades dos Jogos Matemáticos com a professora Edinéia Tochetto Capelin e no turno da tarde os alunos do período matutino (Fundamental e Médio) atendidos pela professora Sandra Maria Hermann Schiavinni com Atividades Literárias, abordando poesias, canções, teatro. Com o objetivo de ensinar e aprender sob uma perspectiva diferente.

Programa CELEM:

O ensino de Língua Estrangeira Moderna, faz parte das necessidades educativas do aluno para que possa participar e compreender as relações estabelecidas entre as sociedades e culturas do mundo moderno, inserindo-se na comunidade local.

O CELEM de Língua Espanhola é mais um saber que visa contribuir para o conhecimento de mais uma língua além do Inglês, sendo que a primeira se faz útil, sendo considerada língua universal.

Além de resgatar a função social e educacional do ensino da LEM em toda a Educação Básica ,também atende os cursos profissionalizantes, os funcionários e toda a comunidade: o respeito a diversidade (cultural, linguística), pautado no ensino de línguas que não priorize a manutenção da hegemonia cultural. Contribuindo para a criticidade, refletindo suas práticas fazendo parte da renovação do conhecimento.

É a aprendizagem através da compreensão do processo da produção do saber e das tendências de sua transformação além de apenas assimilação do saber. Entender a comunicação como uma ferramenta imprescindível no mundo moderno, com vistas à formação profissional, acadêmica ou pessoal, deve ser a grande meta do ensino de línguas estrangeiras modernas efetuando o pretendido.

Possibilitando dentro das práticas abordadas no discurso em sua totalidade e garantir a compreensão do aluno na LEM – Espanholas, garantindo as seguintes práticas: Leitura, Escrita e oralidade.

Projeto: Meio ambiente – Solo, ar e água:Reflorestamento de Mata Ciliar:

Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente:

O projeto Meio Ambiente traz aos alunos, oportunidade de interferirem no meio em que vivem, de forma preventiva e ativa. Procuramos desenvolver a consciência crítica, para que toda a comunidade escolar, compreenda-se participante e responsável por seu espaço.

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O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, pertence ao meio rural e está diretamente

inserida em toda a problemática ambiental.Abrimos espaço para órgãos públicos, como Secretaria do Meio Ambiente, da Saúde,

Vigilância Sanitária, Agricultura, Urbanismo, assim como à Sanepar, para realizarem palestras e ações que contribuam para este projeto de conscientização.

Projeto: Os 10 hábitos:Palestras: Saúde física e mental:

Certos da necessidade de que nossos alunos recebam informações coerentes com a realidade atual, procuramos inserir em nossas aulas, palestras relacionadas à sexualidade, gravidez, saúde, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros.

Complementando, aplicamos o Projeto: Os 10 hábitos, que fortalecem os cuidados com a saúde física e mental.

Projeto de Leitura

Exige-se da escola, principalmente, o redimensionamento de todo o trabalho educativo que engloba: ousadia, seleção de materiais variados, espaço para socialização, respeito a opiniões divergentes, enfim novas propostas de trabalhos pedagógicos com leituras críticas e variadas.

O exercício e prática da leitura transcendem ao uso de materiais como meios auxiliares de ensino, empregados como modismos em sala de aula ou como atividade ligada à lição e a intenção didática instrucional.

Além da leitura como informação e, consequentemente, como fonte de acesso ao conhecimento e ao poder, o mais importante é a capacidade de se aliar isso ao prazer e entretenimento, pois é de se deduzir, por essa linha de pensamento que, o prazer na prática da leitura levará automaticamente o leitor ao conhecimento.

Assim, a leitura singular dos livros didáticos devem dividir espaço com livros de literatura, jornais, revistas, gibis, bulas de remédios, receitas caseiras, etc., que fazem parte dos objetos de uso cotidiano, articulado a uma leitura significativa e, portanto, compreensiva e mais agradável como processo pedagógico.

Leitura é conhecimento, e o conhecimento é um processo de construção em que o protagonista é o aluno, segundo Paulo Freire:

“Uma educação que procura desenvolver a tomada de consciências e a atitude crítica, graças à qual o homem escolhe e decide, liberta-o em lugar de submetê-lo, de domesticá-lo, de adaptá-lo, como faz com muita frequência a educação em vigor num grande número de países do mundo, educação que tende a ajustar o indivíduo à sociedade em lugar de promovê-lo em sua própria linha.”

Com essa ideologia na prática pedagógica, propomos alternativas de promoção de leitura, objetivando despertar o interesse e a vontade de ler por parte dos alunos através, por exemplo, das seguintes ações:a)Disponibilidade de livros de literatura à toda comunidade escolar;

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b)Leitura semanal e mensal, com atividades variadas;c)Dramatizações com a participação dos alunos;d)Atividades com ORIGAMI, arte japonesa que constitui na dobradura artística de papéis, criando personagens das histórias;e)Manipulação de argila e construção de maquetes, fundamentados na releitura das histórias; f)Exploração de receitas culinárias, textos informativos, bulas de remédios, folders, entre outros; g)Trabalho com jornais;

A realização destas propostas pedagógicas, como alternativas complementares, estimulam nos alunos a vontade e o prazer em ler.

Festa Junina

Considerando que a escola é uma instituição de ensino formal, porém com a função de sistematizar, socializar e universalizar o conhecimento acerca do real, e de que as danças populares fazem parte deste conhecimento, poderíamos concluir que a dança popular é um "tema-conteúdo" a ser tratado dentro da escola.

Esse tratamento, no entanto, deve guardar suas principais características, quais sejam: ser uma expressão da visão de mundo, principalmente, das camadas subalternas da população e possuírem elementos que se repetem dentro de uma mesma estrutura apesar das recriações de seus participantes.

Realizadas em todos os níveis de ensino da Escola, é uma forma de vivenciar a cultura e os costumes de nosso povo. Há quadrilhas, barracas e comidas típicas.

Atividades Cívicas

Semanalmente, os alunos de toda a Escola fazem o hasteamento da bandeira e cantam o hino nacional. São despertados para a importância do patriotismo e à conscientização dos direitos e deveres de cidadão.

Os professores de Português e História, trabalham também, a leitura e interpretação dos hinos.

Datas Comemorativas

Algumas datas comemorativas são lembradas na Escola através de homenagens, festas, reflexões, tais como: Dia Mundial da Saúde, Dia Internacional da Mulher, Dia do Índio, Dia Internacional do Planeta Terra, Dia do Trabalho, Dia das Mães, Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia dos Pais, Dia do Estudante, Semana da Pátria, Dia Nacional ao Combate as Drogas, Dia do Professor, Dia da Bandeira e Natal.

Reunião com Pais

São realizadas reuniões para que os pais conheçam os serviços da Escola e exponham suas críticas e sugestões, assim como, para juntos avaliarmos o processo educativo e o desenvolvimento dos alunos.

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Jogos Interclasses e Intercolegiais

Quando as Vivências e os Jogos utilizados são Cooperativos, o processo de aprendizagem é potencializado, pois não existindo o temor da exclusão, corpo e mente, ficam livres da tensão gerada pela competição, dedicando-se integralmente ao processo criativo e a participação ativa no aprendizado.

Os Jogos Cooperativos, ao promoverem um tipo de relação com o outro baseado não na competição, mas antes na capacidade de Cooperar, poderão constituir um valioso instrumento na formação do cidadão. Em lugar de um modelo de atuação em que o indivíduo está em competição com o mundo, os Jogos Cooperativos ajudam a desenvolver uma relação com o exterior, baseada no respeito e no agir com o outro em prol de um objetivo coletivo.

Anualmente, a escola realiza os Jogos interclasses que têm princípios baseados na solidariedade, no respeito às diferenças e na democracia, garantindo o acesso às práticas esportivas: jogos de damas, xadrez, voleibol, basquetebol, futsal, futebol, handebol, atletismo, recreação, são as modalidades praticadas por meninos e meninas de diversas idades, integrando toda a comunidade escolar.

Através do esporte, os alunos trabalham a disciplina, as regras, a competição saudável.

Olimpíada de Matemática

A Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP) é uma competição organizada pela Sociedade Brasileira de Matemática e aberta a todos os estudantes do Ensino Fundamental (a partir da 5ª série), médio e universitário.

Em torno desta competição, a Sociedade Brasileira de Matemática, em estreita cooperação com o IMPA, elaborou um projeto que visa empregar competições matemáticas como veículos para a melhoria do ensino de matemática no país, além de contribuir para a descoberta precoce de talentos para as Ciências em geral.

A Escola Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, tem participado desta Olimpíada há 4 anos, o que tem proporcionado aos alunos do Ensino Fundamental um incentivo ao estudo da matemática.

Olimpíada de Língua Portuguesa

A Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP) é uma oportunidade para alunos descobrirem o poder que as palavras têm.

Este concurso tem como objetivo contribuir na melhoria da qualidade de ensino e para o aperfeiçoamento da escrita dos alunos das 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental, e 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

O projeto contribui para que escolas e professores revejam os métodos convencionais de ensino de escrita e passem a empregar métodos que mobilizem seus alunos para a produção e aperfeiçoamento de textos. Além disso, identifica, valoriza e divulga textos que mostrem a competência dos alunos da escola pública no uso da Língua Portuguesa.

Paz no Trânsito

Precisamos conscientizar a sociedade, valorizar e preservar a VIDA e compreender que esse é o nosso bem maior.

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O tema “educação para o trânsito” não pode ser visto como mais um conteúdo a ser decorado

ou aprendido mecanicamente, ele precisa ser sentido, fazer parte do cotidiano de investigação que motiva a escola.

Promover a reflexão de alunos e professores sobre as questões de trânsito de sua cidade, possibilita:•O conhecimento das regras e normas de trânsito.•A compreensão da necessidade de obediência das normas e regras de trânsito para o bem da coletividade.•A mudança de comportamento gerando atitudes responsáveis e cidadãs.

O Rebu

De acordo com o Regulamento Rebu (2010), as finalidades são proporcionar a integração entre os Colégios, favorecendo a convivência entre os heterogêneos, possibilitando a troca de experiências, desenvolvendo e incentivando atividades formativas , culturais, lazer e esportivas e reflexão de temas da atualidade.

Para o estreitamento de laços de amizade e camaradagem entre os integrantes do evento, alunos de 2ª Série do Ensino Médio dos Colégios pertencentes aos municípios que compõe o NRE, que é promovido e organizado pela Associação Brasileira de Educação e Cultura – ABEC, através do Centro Social Marista em parceria com o Núcleo Regional de Educação de Pato Branco que conta com o apoio de professores e funcionários pertencentes ao mesmo. Tendo uma Comissão Central Organizadora (CCO), e caberá a este a organização, execução e supervisão do evento.

Encontros das Escolas do Campo

O encontro das escolas do Campo teve seu início no ano de 2010, tendo como objetivo principal a integração dos alunos, professores, pedagogos, agentes educacionais I e II e diretores, das escolas do campo do município de Coronel Vivida, criando momentos de esporte, lazer, socialização e oportunizando a todos novas amizades. As escolas que participam deste programa são: Escola Estadual Duque de Caxias – EF, localizado em Abundância, o Colégio Estadual Castelo Branco - EFM, localizado no Distrito de Vista Alegre e o Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, na localidade de Santa Lúcia.

5.8.DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS:

A Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos vinculada ao Departamento da Diversidade, atuante desde 2007, é composta por seis equipes que atendem as demandas de Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento à Violência nas Escolas, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, e Sexualidade.

Desafios Educacionais Contemporâneos são demandas que possuem uma historicidade, por vezes oriundas dos anseios dos movimentos sociais, outras vezes fruto das contradições da sociedade capitalista e, por isso, prementes na sociedade contemporânea. São de relevância para a comunidade escolar pois estão presentes nas experiências, práticas, representações e identidades de educandos e educadores.

Buscando oferecer um suporte às escolas para o enfrentamento destas questões, a

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Coordenação concentra seus trabalhos em dois eixos: formação continuada dos profissionais da educação e produção de material de apoio didático-pedagógico.

Estas ações buscam subsidiar nossos educadores, bem como fomentar no interior das escolas um trabalho voltado ao atendimento da diversidade, vista aqui como um dos princípios da atual gestão.

Contempladas no Projeto Político-Pedagógico, muito além de uma simples pedagogia de projetos (pautada por ações esporádicas e pontuais), a abordagem pedagógica desses assuntos a partir dos conteúdos historicamente acumulados, visam resgatar a função social da escola.

Para este intento, buscamos um diálogo permanente com instituições governamentais (nas esferas municipal, estadual e nacional), com organizações não governamentais e entidades representativas dos movimentos sociais, bem como viabilizar o cumprimento do que precede a legislação, tendo como documento orientador da abordagem pedagógica, as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná.

•Educação ambiental:

A SEED visa implementar a Lei 9795/99 e promover o desenvolvimento da Educação Ambiental em um processo permanente de formação e de busca de informação voltada para a preservação do equilíbrio ambiental, para a qualidade de vida e para a compreensão das relações entre o homem e o meio bio-físico, bem como para os problemas relacionados a estes fatores. Assim como, subsidiar os educadores para que, a partir de uma compreensão crítica e histórica das questões relacionadas ao meio ambiente, possam por meio do tratamento pedagógico e orientados pelas Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná, construir a identidade da Educação Ambiental na escola pública.

•Educação Fiscal - Um convite à cidadania:

Esse programa visa despertar a consciência dos estudantes sobre direitos e deveres em relação ao valor social dos tributos e do controle social do estado democrático.

A dinâmica de arrecadação de recursos pelo Estado e o papel dos cidadãos no acompanhamento da arrecadação e de sua aplicação em benefícios da sociedade são debatidos em oficinas, seminários regionais e no Curso de Disseminadores em Educação Fiscal.

A abordagem pedagógica desses assuntos a partir dos conteúdos historicamente acumulados, são a tônica da Educação Fiscal nas escolas.

•História e Cultura Afro-brasileira e africana:

A SEED trabalha na implementação da Lei 10.639/03 e na consolidação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, acrescida da Deliberação Estadual nº 04/06 do CEE.

Busca promover o reconhecimento da identidade, da história e da cultura da população negra paranaense, assegurando a igualdade e valorização das raízes africanas ao lado das indígenas, européias e asiáticas a partir do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Tem ainda, por objetivo, desenvolver ações de formação continuada voltada aos profissionais da educação, produzir material didático-pedagógico para subsidiar a comunidade escolar, bem como

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promover o diálogo permanente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, grupos e entidades representativas dos Movimentos Sociais, em especial do Movimento Negro.

•Enfrentamento a violência:

A SEED visa ampliar a compreensão e formar uma consciência crítica sobre a violência e, assim, transformar a escola em espaço onde o conhecimento toma o lugar da força. O Enfrentamento à Violência na Escola requer formação continuada dos profissionais da educação sobre as causas da violência e suas manifestações, bem como a produção de material de apoio didático-pedagógico. Para isso estão sendo construídos cadernos temáticos, ofertados grupos de estudos aos educadores, oficinas à comunidade escolar e aplicadas pesquisas nas escolas. Ainda com vistas a construir suportes que viabilizem o Enfrentamento à Violência nas Escolas, a SEED tem buscado parceria com outras instituições e participado da construção do Plano Estadual de Enfrentamento à Violência. •Prevenção ao Uso Indevido de Drogas:

A Prevenção ao Uso Indevido de Drogas é um trabalho desafiador, que requer tratamento adequado e cuidadoso, fundamentado em resultados de pesquisa, desprovido de valores e crenças pessoais.

Por meio da busca do conhecimento, educadores e educandos são instigados a conhecer a legislação que reporta direta ou indiretamente a esse desafio educacional contemporâneo, bem como a debater assuntos presentes em nosso cotidiano como: vulnerabilidade, preconceito e discriminação ao usuário de drogas, narcotráfico, violência, influência da mídia, entre outros.

•Gênero e Diversidade:

Respeitar o próprio corpo e o dos outros, tratar com objetividade os assuntos íntimos e ter informações para planejar uma vida sexual saudável, estes são os principais objetivos que se precisa ter em mente ao abordar esse tema. Ainda nos dias atuais encontram-se muitos professores e pais que preferem ignorar esse assunto, seja por falta de formação específica, ou por não se sentir a vontade para conversar sobre este tema com crianças e adolescentes. Esta omissão leva os alunos a achar que temas relativos à sexualidade não devem ser discutidos com os adultos.

O tema é muito relevante e não deve ser deixado de lado, porém, organizar palestras isoladas não surte efeito. O que funciona mesmo é trabalhar os assuntos sem medo nem preconceito - afinal, algumas questões precisam ser retomadas com diferentes graus de aprofundamento conforme mudam as dúvidas e o nível de compreensão dos estudantes.

5.9.DIREÇÃO, EQUIPE PEDAGÓGICA, PROFESSORES, TÉCNICO ADMINISTRATIVO E AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia conta com:

•Diretora: Ivone Caprini

•Secretária: Laiane Borella Rek (Agente Educacional II)

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•Bibliotecária: Nelsi Magnabosco Viecelli (Agente Educacional II)•Auxiliar de serviços Gerais: Nadja Bageston. (Técnica de Apoio)•Merendeira: Helda Zanella. (Agente Educacional I)•Professoras Pedagogas: Maira Alves Batista e Marlene Germano Barp.

•Professores: 1.Alexsandro Pedroso da Silva,2. Andréia Tochetto dos Santos, 3.Clebes Luís Carneiro da Luz, 4.Cinara Aline Bosi, 5.Danielle Pequito Filipe, 6.Denise Valenza, 7.Edinéia Tochetto, 8.Elizabete Cristina Nunes,9.Fabiana Carboni Bassetto,10.Iana Rodrigues da Fonseca, 11.Jean Ricardo Sviderski, 12.Léia Souza da Silva, 13.Liliane Terezinha Petzhold Poletto, 14.Madalena de Oliveira Galvão,15.Marcelo Ricardo Zakaluka, 16.Margarida Nichele, 17.Olívia Pasinato, 18.Sandra Maria Hermann Schiavini, 19.Solange Terezinha Pasquatto, 20.Tânia Patrícia dos Santos.

5.10. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

A organização Curricular é feita por disciplinas. O funcionamento da Escola é anual dividido em quatro bimestres.

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, oferta o curso de Ensino Fundamental e de Ensino Médio.

A Matriz Curricular é constituída de uma Base Nacional Comum e de uma Parte Diversificada.

A distribuição do número de aulas para cada disciplina na Matriz Curricular, obedece ao princípio de equidade. E as especificidades sociais, culturais, econômicas no âmbito regional e local são observadas no interior de cada disciplina da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada.

O Ensino Religioso – como disciplina –nas 5ª e 6ª séries é contemplado com uma aula semanal.

5.11. REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

“O fim da educação é permitir ao homem ser sujeito, construir-se como pessoa, estabelecer relações de reciprocidade, transformar o mundo, fazer

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história, enfim, exercer verdadeiramente seu direito à cidadania; a educação é, antes de tudo, um ato político. O homem é o sujeito da educação e a educação se dá dentro de um determinado contexto histórico-social.” (Falsarella, 1998)

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, acredita que grandes avanços são possíveis na construção de um trabalho pedagógico, onde a democratização do saber e das relações escolares, são possíveis.

A finalidade da educação escolar é a transmissão sistemática dos conteúdos de ensino – os conhecimentos produzidos e acumulados no movimento histórico pela humanidade – de modo a assegurar que os alunos deles se apropriem ativamente e possam reelaborar novos conhecimentos, processando uma crítica não abstrata, mas embasada na compreensão científica do real. Os conhecimentos (a ciência, a técnica, a arte) traduzem-se nos instrumentos que possibilitam aos seres humanos não se submeterem passivamente às leis da natureza, mas interferirem nelas, dominando os seus princípios e transformando-os a fim de colocá-los a serviço da sobrevivência e da melhoria das condições de vida. Na sociedade complexa, a relação homem-natureza, deixou de ser direta e imediata. Ao contrário, essa relação se dá por múltiplas mediações constituídas pelas diversas instâncias sociais, que a seu modo reinterpretam, transformam, valorizam e utilizam as leis naturais conforme os interesses sociais dos grupos que têm acesso aos conhecimentos. Isto é, os conhecimentos são produzidos e reinterpretados no movimento histórico.

Segundo Libâneo (1984), a organização da escola nos aspectos didático-metodológicos, deve observar os seguintes pressupostos:

1.A escola deve transmitir a todas as crianças os saberes que são investidos na vida cotidiana – não só os saberes fundamentais (leitura, escrita e bases matemáticas), mas também os saberes tecnológicos, econômicos e jurídicos (fundamentos do mundo social adulto). Esse ensino deve ser diretamente articulado com a experiência social da criança;

2.A escola deve esforçar-se por dar a todas as crianças uma formação científica e tecnológica ligada à luta contra as fontes da desigualdade social;

3.A escola deve preceder à transmissão sistemática do saber não como um corpo de conhecimentos voltado para si mesmo, mas utilizará o saber como necessário para melhor compreensão dos problemas sociais;

4.A escola deve conceber a cultura humana como formação da personalidade social e não como assimilação pelos indivíduos de conteúdos culturais que têm um valor em si. (Charlot, 1979,p.304).Para Selma Garrido Pimenta, (1986, p.31) a escola, enquanto instância que procede à

mediação entre a criança e os modelos sociais adultos, pelo confronto entre eles, possibilitando-lhes um alargamento do seu próprio modelo social, é necessária. É através do contato imediato com o professor que se processa essa mediação Pelo trabalho docente é que se dá o encontro formativo entre o aluno e a matéria de ensino. O trabalho docente é intencional, sistemático. O professor desempenha a função de mediação entre a criança e o mundo social, adulto, possibilitando a ela o confronto entre ambos, fazendo com que ela vá adquirindo a capacidade de compreender e

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transformar saberes. O núcleo do trabalho docente é o ensino, e ensinar de modo que os alunos aprendam.

A organização do trabalho na escola precisa delinear um novo perfil de competência coletiva, no qual se expressa uma primeira forma de divisão técnica de trabalho, um uso mais equilibrado e racional dos recursos materiais do ensino, uma capacidade de programar, realizar e controlar a ação educacional. “Aqui situam-se as novas funções decorrentes da necessidade de oferecer apoios específicos, de compensar carências de ingresso, de acompanhar o desenvolvimento do currículo em suas mínimas fases, funções que devem ser consideradas como constitutivas do trabalho didático.”. (Maragliano, Et Alii, 1986, P.27)

Desta forma, nossa concepção é baseada na Pedagogia Progressista, onde compreendemos a escola, condicionada pelos aspectos sociais, políticos e culturais, mas contraditoriamente, existe nela um espaço que aponta a possibilidade de transformação social.

A educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social e explicita o papel do sujeito construtor/transformador dessa mesma realidade.

Por isso deve-se valorizar o conhecimento do aluno, considerando suas dúvidas e inquietações, promovendo situações de aprendizagem que façam sentido para ele. Exercer o convívio social no âmbito escolar favorece a construção de uma identidade pessoal, pois a socialização se caracteriza por um lado pela diferenciação individual e por outro pela construção de padrões de identidade coletiva.

É uma teoria crítica, pois sustenta a finalidade sócio-política da educação. É instrumento de luta de professores ao lado de outras práticas sociais.

É uma tendência Histórico-Crítica, onde sua prática pedagógica propõe uma interação entre conteúdo e realidade concreta, visando a transformação da sociedade. O Enfoque está no conteúdo como produção histórico-social de todos os homens e procura superar as visões não-críticas e crítico-reprodutivistas da educação.

Defende a escola como socializadora dos conhecimentos e saberes universais. A ação educativa pressupõe uma articulação entre o ato político e pedagógico. Há grande interação entre professor-aluno-conhecimento e contexto histórico-social.

Reconhece-se como concepção dialética da história, que tem por representantes teóricos, Demerval Saviani, Jamil Cury, Gaudêncio Frigotto, Luiz Carlos de Freitas, Acácia Zeneida Kuenzer, José Carlos Libâneo, Marx, Gramsci, G. Snyders, M. Manacorda, Makarenko, Suchodolki.

Na área da Psicologia, Vygotski, Lúria, Leontiev e Wallon. “Mas a luta pedagógica não é senão uma forma de luta, ao lado da luta econômica, social e

política”. (Charlot, 1979, p.302)Como se dá a aprendizagem?Vygotsky, atribui importância especial ao meio social e ao adulto educador no processo de

aprendizagem. Apresenta o conceito de zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial da criança. O aprendiz tem possibilidade de resolver problemas sob orientação de outro, o professor. O professor resgata seu papel de incentivador e aproximar cada vez mais a criança dos conhecimentos que estão no mundo.

Assim, do ponto de vista cognitivo, a função do professor é provocar desequilíbrios, através de situações desafiadoras, estimulando a pesquisa e o esforço e levando o aluno a ser cada vez mais independente. Essa independência na apropriação do conhecimento se constrói na relação da criança com o meio e com o outro.

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Citamos também, a importância dos conteúdos culturais como instrumentos de luta pela

emancipação social. A apropriação dos conteúdos é fundamental como ponto de partida para sua própria superação.

O educador engajado na prática transformadora conhece o conteúdo que ensina e sabe que este, está em constante reelaboração. Sabe ainda como o aluno aprende, mas também, que sua ação é política. Tem consciência que os conteúdos culturais são criações coletivas, desmistificando com aqueles que orientam as imposições de modelos únicos e acabados.

5.12.GESTÃO DEMOCRÁTICA:

A escola é uma instituição na medida em que a concebemos como a organização das relações sociais entre os indivíduos dos diferentes segmentos, ou então como o conjunto de normas e orientações que regem essa organização.

Analisar a escola como instituição é apreender o sentido global de suas estruturas e de seu conjunto de normas, valores e relações, numa dinâmica singular e viva.

Nesse sentido, cabe a esta gestão organizar a diversidade, construir espaços de autonomia, gerar a descentralização e impulsionar atitudes democráticas e comunicativas.

“A escola tem de ser encarada como uma comunidade educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos atores sociais e dos grupos profissionais em torno de um projeto comum. Para tal é preciso realizar um esforço de demarcação dos espaços próprios de ação, pois só na clarificação destes limites se pode alicerçar uma colaboração efetiva.” (NÓVOA, 1995,p.3)

Gestão Escolar é o processo que rege o funcionamento da escola, compreendendo tomada de decisão, planejamento, execução, acompanhamento e avaliação das questões administrativas e pedagógicas, no âmbito da unidade escolar, baseada na legislação em vigor e nas diretrizes pedagógico-administrativas fixadas pela Secretaria de Estado da Educação.

O funcionamento de uma organização escolar é fruto de um compromisso entre estrutura formal e as interações que se produzem no seu interior. Destacamos duas áreas das instâncias colegiadas da escola:

. A estrutura pedagógica-administrativa da escola: gestão colegiada, tomada de decisão e instância avaliativa;

. A estrutura social da escola: relação entre professores, funcionários e participação dos pais e auto-organização dos alunos.

Segundo Zilah de Passos A. Veiga, quando os educandos percebem a escola como um local de trabalho, estudo e auto-organização para realizar suas atividades e seus interesses, eles se envolvem no “coletivo” e a escola se transforma em local de formação, preparação para o trabalho e exercício da cidadania.

É necessário considerar, portanto, a inter-relação das instâncias colegiadas. Esse é um desafio: o compromisso e a participação ativa dos integrantes da comunidade escolar, mobilizados pela reflexão crítica, de projetarem-se para o futuro.

Dois aspectos em relação a gestão escolar, se destacam da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96:

. Flexibilidade – a ênfase está colocada muito mais nos resultados a serem alcançados do que nos meios, no “como fazer”.

. Descentralização administrativa – com ênfase na autonomia das escolas e na participação comunitária nos processos decisórios, organizativos e de execução.

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Dessas características resulta uma maior amplitude de ação por parte da escola e de seus

membros, com proporcional aumento de responsabilidade. Há uma maior liberdade de ação, acompanhado de uma constante preocupação em avaliar os resultados obtidos. O importante é garantir a todos o direito de aprender conteúdos significativos para sua vida pessoal, comunitária e profissional.

5.13. PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS DO COLÉGIO ESTADUAL DO NÚCLEO DE SANTA LÚCIA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

Em decorrência da publicação da Resolução nº 3399/2010, que define os critérios de composição das Equipes Multidisciplinares de Educação das Relações Étnico-Raciais nos NREs e nos Estabelecimentos de Ensino da Rede Estadual de Educação, e da Instrução nº 010/2010 que indica as atribuições e a organização do trabalho das referidas equipes multidisciplinares.

A Equipe Multidisciplinar do Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia é composta de:

−Pedagoga: Maira Alves Batista;−Agente Educacional: Laiane Borella Reck;−Representantes das Instâncias Colegiadas: Andréia Tochetto dos Santos;−Professor da área das humanas: Sandra Maria Hermann Shiavini;−Professor da área das exatas: Edinéia Tochetto Capelin;−Professor da área de biológicas: Solange Terezinha Pasquatto.

CONSELHO ESCOLAR

Reconhecendo a necessidade de criar órgãos de gestão que garantam, por um lado, a representatividade e, por outro, a continuidade e consequentemente a legitimidade, o Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia incentiva a atuação e permanência do Conselho Escolar.

“O conselho Escolar é concebido como local de debate e tomada de decisões. Como espaço de debates e discussões, permite que professores, funcionários, pais e alunos explicitem seus interesses, suas reivindicações. A instância de caráter mais deliberativo, de tomada de decisões sobre os assuntos substantivos da escola, proporciona momentos em que os interesses contraditórios vêm à tona.”(PARO, 1995)

Segundo Zilah de Passos A. Veiga, o Conselho Escolar favorece a aproximação dos centros de decisão dos atores. Facilita a comunicação, pois, rompendo com as relações burocráticas e formais, permite a comunicação vertical e também horizontal. Sob esta ótica, o Conselho possibilita a delegação de responsabilidades e o envolvimento de diversos participantes. É um gerador de descentralização. E, como órgão máximo de decisão no interior da escola, procura defender uma nova visão de trabalho.

O Estatuto do Conselho escolar do Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, é constituído segundo as disposições contidas no parecer número 41/95, homologado pelo Chefe do Núcleo de Educação.

De acordo com o Estatuto, Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva e fiscal, não tendo caráter político-partidário, religioso, racial e nem lucrativo, não sendo remunerados seus dirigentes e/ou conselheiros. Tem por finalidade efetivar a gestão escolar, na

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forma de colegiado, promovendo a articulação entre os segmentos da comunidade escolar e os setores da escola, constituindo-se um órgão auxiliar da direção do Estabelecimento de Ensino.

Os objetivos do Conselho Escolar são:I – democratizar as relações no âmbito da escola, visando a qualidade de ensino através de

uma educação transformadora que prepare o indivíduo para o exercício da plena cidadania;II – promover a articulação entre os segmentos da comunidade escolar e os setores da escola,

a fim de garantir o cumprimento da sua função que é ensinar;III – estabelecer, para âmbito da escola, diretrizes e critérios gerais relativos a sua

organização, funcionamento e articulação com a comunidade, de forma compatível com as orientações da política educacional da Secretaria de Estado da Educação, participando e responsabilizando-se social e coletivamente, pela implementação de suas deliberações.

ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS

A APMF é uma instituição auxiliar que tem como finalidade colaborar no aprimoramento da educação e na integração família-escola-comunidade. Teve sua regulamentação definitiva, na sua estrutura atual, em 1978 (GADOTTI, 1988, p.25).

Segundo o Estatuto do Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, art.1º, a APMF é um órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários do Estabelecimento de Ensino, não tendo caráter político-partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus dirigentes e conselheiros, sendo constituído por prazo indeterminado.

A APMF exerce a função de sustentadora jurídica das verbas públicas recebidas e aplicadas pela escola, com a participação dos pais no seu cotidiano em cumplicidade com a administração.

É de suma importância que, corpo docente, discente, administrativo e, principalmente a diretoria da escola, dê espaço para que os pais possam opinar, reivindicar e compreender a relevância de seu papel na vida da escola. É importante mobilizar a população para uma educação mais democrática e compromissada. Isso fará com que o Poder Público, além de fornecer recursos, propicie as condições de execução dos planos de educação, tendo a população como o eixo propulsor de uma educação despojada do autoritarismo estatal. Gadotti (1990,p.167) afirma que uma escola pública deverá “ter a qualidade da escola controlada pela comunidade, cujas decisões a ela caibam, e não sejam entregues aos devaneios e ao lirismo tecnológico dos planejadores”.

A participação de pais, professores, alunos e funcionários, por meio da APMF, dão autonomia à escola, favorecendo a participação de todos na tomada de decisões no que concerne às atividades curriculares e culturais, à elaboração do calendário escolar, horário de aulas, entre outros. Enfim, a definição da política global da escola.

Segundo MINASI, “A APM, com a participação de pais, professores, alunos e funcionários, seria o órgão mais importante de uma escola autônoma, estando envolvido na organização do trabalho pedagógico e no funcionamento administrativo da escola” (1996, p. 42).

Objetivos da APMF, segundo o Artigo 3º do Estatuto do Colégio de Santa Lúcia:I – discutir, no âmbito de ação, sobre ações e assistência ao educando, de aprimoramento do

ensino e integração família-escola-comunidade, enviando sugestões, em consonância com a proposta pedagógica para apreciação do Conselho Escolar e equipe pedagógica-administrativa;

II – prestar assistência aos educandos, professores e funcionários, assegurando-lhes melhores condições de eficiência escolar em consonância com a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

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III – buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada, no contexto escolar,

discutindo a política educacional, visando sempre a realidade dessa comunidade;IV – proporcionar condições ao educando, para participar de todo processo escolar,

estimulando sua organização em Grêmio Estudantil com apoio da APMF e o Conselho Escolar;V – representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo dessa forma, para

melhoria da qualidade de ensino, visando uma escola pública, gratuita e universal;VI – promover o entrosamento entre pais, alunos, professores e funcionários e toda a

comunidade, através de atividade sócio-educativa-cultural-desportivas, ouvido o Conselho Escolar;VII – gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem repassados

através de convênios, de acordo com as prioridades estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho Escolar, com registro em livro de ata.

VIII – colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas instalações, conscientizando sempre a comunidade para a importância desta ação.

GRÊMIO ESTUDANTIL

A organização estudantil é a instância onde se cultiva gradativamente o interesse do aluno, para além da sala de aula. A consciência dos direitos individuais vem acoplada à ideia de que estes se conquistam numa participação social solidária. Numa escola onde a auto-organização dos alunos não seja na prática, as oportunidades de êxito ficam minimizadas. Para Jélvez,

“Há um círculo cristalizado que permeia e perpassa as estruturas e o ensino nas escolas; o autoritarismo e o controle que as direções exercem sobre a ação global que os professores transmitem nas salas de aula e a ausência de instâncias que propiciem a participação efetiva dos pais, dos alunos, dos professores, dos funcionários e da direção.”

Esse círculo que se transforma em vicioso, reproduz nos jovens estudantes uma consciência passiva e alienada do contexto socioeconômico e político que o país vive. Se, por um lado, os alunos caracterizam-se pela passividade e pelo individualismo ligados às relações de estrutura político-social em que vivem, por outro, vale salientar que os movimentos estudantis foram interrompidos pela forma autoritária de gerir a sociedade brasileira, a partir de 1964.

Isso trouxe como silenciamento da voz do aluno provocado pelo controle, pelo cerceamento e pela desarticulação do movimento estudantil. Em 1985, foi sancionada a Lei 7.398/85, explicitando que a criação e a organização do grêmio estudantil, de caráter facultativo, elimina a obrigatoriedade do centro cívico, instância de caráter tutelar. A Lei Federal conferiu autonomia aos estudantes da educação básica, para organizarem seus grêmios como entidades representativas de seus interesses, “com finalidades educacionais, culturais, cívicas e sociais” (Art.1º).

O Grêmio Estudantil é caracterizado pelo documento legal como órgão independente da direção da escola ou de qualquer outra instância de controle e tutela que possa ser reivindicada pela instituição. O parágrafo 2º define que compete aos educandos organizar o grêmio estudantil, estabelecendo seu estatuto, que será aprovado ou rejeitado por uma Assembléia Geral convocada para esse fim específico.

O parágrafo 3º estabelece que os representantes do grêmio estudantil serão escolhidos pelo voto direto e secreto. O processo de eleição deve ser precedido de discursos, debates, confronto de

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ideias e explanação de programas, “gerando um saudável hábito de reflexão e participação política visando a um amadurecimento dos estudantes frente a sua própria problemática.” (JELVÉZ, 1990b, p.56).

O Grêmio estudantil é instalado como instituição autônoma dentro da escola. Ele é uma entidade representativa. Portanto, não é um órgão tutelar nem algo imposto. Ele é um mecanismo democrático, reflexo dos alunos, pois os representa e serve de elo de ligação com a direção e a equipe técnica da escola e a comunidade onde está inserida a instituição educativa.

“O Grêmio Estudantil não é instrumento de luta contra a direção da escola, mas uma organização onde se cultiva o interesse dos estudantes, onde eles têm possibilidade de democratizar decisões e formar o sentimento de responsabilidade. Eles aprendem a resolver seus problemas entre si, o que visa intromissões em suas vidas.” (PISTRAK 1981, p.131)

Para que aconteça uma verdadeira ação educativa na escola, precisamos garantir a autonomia dos alunos que interagem no processo educativo. Para tanto, deve adotar mecanismos que levem em conta a importância da participação dos alunos e demais integrantes da organização do trabalho pedagógico. Essa concepção de representação estudantil deve ser pensada como processo e produto da ação dos alunos, sujeitos coletivos concretos.

ELEIÇÃO DE ALUNO REPRESENTANTE DE TURMA

“O aluno deve se colocar na posição de sujeito, participar ativamente na construção do seu estudo.”(MEDEIROS, 2004)

Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo XXIX, “todo homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade seja possível.”

Sendo assim, acreditamos que a escola pode proporcionar espaço para que o aluno desenvolva-se plenamente, agindo de forma organizada e democrática, argumentando e lutando por seus direitos.

É o exercício da cidadania que faz com que o indivíduo passe à condição de sujeito construtor da história.

Mediante a escolha periódica, de um aluno representante de turma, é possível a troca de ideias, o conhecimento dos anseios, ideais e identidade de cada turma.

CONSELHO DE CLASSE

“A prática social tão complexa de apropriação das forças materiais e socioculturais em que participam os trabalhadores modernos é o processo mais eficaz na formação de um novo ser humano. Por aí podemos dizer que a melhor revolução pedagógica, passa por fazer com que as relações sociais sejam mais ricas humanamente, mais formadoras.” (ARROYO, 1989, P.57)

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Segundo Dalben, Conselho de Classe, segundo um processo mais dinâmico e educativo para

o profissional e a escola, “é uma constante experimentação, é a busca de melhoria de qualidade, momento de feed back educacional, momento de aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem.”

Observamos que o Conselho de Classe guarda em si a possibilidade de articular os diversos segmentos da escola e tem por objeto de estudo o processo de ensino, que é o eixo central em torno do qual se desenvolve o processo de trabalho escolar.

O Conselho de Classe é uma instância colegiada contraditória. De um lado, ele se reduz em grande parte a um mecanismo de reforço das tensões e dos conflitos, vistas à manutenção da estrutura vigente, tornando-se peça chave para o fortalecimento da fragmentação e da burocratização do processo de trabalho pedagógico. Por outro lado, o Conselho de Classe pode ser concebido como uma instância colegiada que, ao buscar a superação da organização prescritiva e burocrática, se preocupa com processos avaliativos capazes de reconfigurar o conhecimento, de rever as relações pedagógicas alternativas e contribuir para alterar a própria organização do trabalho pedagógico.

É importante destacar que a tarefa central do ensino é oportunizar situações didáticas para que a aprendizagem ocorra. A aprendizagem é a atividade do aluno e isso exige uma disposição em querer aprender. Nesse sentido, o aluno “presta atenção, observa, faz anotações e exercícios, discute em grupo, estuda, exemplifica, generaliza, faz síntese integradora, expõe com as próprias palavras, toma consciência das dificuldades, usa materiais diversos, avalia, etc.” (VEIGA, 1996, p. 160).

Nessa perspectiva, avaliar é efetivar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento contínuo dos professores que levará o aluno a novas questões. O objetivo do Conselho de Classe é o ensino e suas relações com a avaliação da aprendizagem. Cabe a este órgão dar conta de importantes questões didático-pedagógicas, aproveitando seu potencial de gerador de ideias e como um espaço educativo. É fundamental que os educadores explorem as possibilidades educativas do Conselho de Classe, mesmo enfrentando as adversas condições de trabalho, bem como as exigências burocráticas que têm que cumprir.

É necessário enfrentar o desafio urgente e necessário de democratizar realmente a instituição educativa: trazer o aluno e sua família para o interior da escola, propiciando também a democratização de sua permanência.

DIREÇÃO

À Direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de garantir o alcance dos objetivos educacionais do Estabelecimento de Ensino.

Submetendo o Plano Anual de trabalho à aprovação do Conselho Escolar, convocando e presidindo as reuniões do Conselho Escolar, elaborando os planos de aplicação financeira, às respectivas prestações de contas e submetendo à apreciação e aprovação do Conselho Escolar, elaborando os planos de aplicação do Conselho Escolar às diretrizes específicas da administração do estabelecimento, em consonância com as normas e organizações gerais emanadas da Secretaria de Estado da Educação; Instituindo grupos de trabalho ou comissões encarregados de estudar e propor alternativas de solução, para aos problemas de natureza pedagógica, administrativa e situações emergenciais. Propor à Secretaria de Estado da Educação, alterações na oferta de serviços de ensino prestados pela escola, extinguindo ou abrindo cursos, ampliando ou reduzindo o número de turnos e turmas e a composição das classes; a implantação de experiências pedagógicas ou de inovações de gestão administrativas; aplicando normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela Secretaria de Estado da Educação; mantendo o fluxo de informações entre o estabelecimento e os

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órgãos da administração: reuniões, encontros, grupos de estudos e outros eventos; administrando o Patrimônio Escolar em conformidade com a lei vigente;avaliando os resultados dos Planos e propondo sua realimentação quando necessário; estabelecendo relações com outros Estabelecimentos ou Instituições com que o estabelecimento mantenha entrosamento ou inter-complementariedade, convocando e presidindo reuniões com o Corpo Docente , Conselho de Classe, APMF, Grêmio Estudantil, entre outros. Exercendo as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar, concernente à especificidade de sua função.

EQUIPE PEDAGÓGICA

“Cabe a educadoras e educadores progressistas, armados de clareza e decisão política, de coerência, de competência pedagógica e científica, da necessária sabedoria que percebe as relações entre táticas e estratégias, não se deixarem intimidar. Cabe a eles e a elas realizar o possível de hoje para que concretizem, amanhã, o impossível de hoje”.

Paulo Freire

Ser pedagogo ou pedagoga implica na consciência do que somos e do que desejamos, questionando a nós mesmos, a organização da Escola e o Sistema educacional. Na assunção de que não há construção isolada de um projeto de escola, de educação e de sociedade.

É trabalho coletivo permanente, que exige participação, superação, construção e diálogo. Cabe ao pedagogo, fomentar a organização de espaços da escola, para o debate, para organizar o trabalho pedagógico, definindo em conjunto horários, metodologias, reuniões por área, atividades extra-curriculares, o currículo, questões disciplinares, avaliação, relação com a comunidade, entre outros.

Seu trabalho na organização está, também, diretamente vinculado ao debate acerca do modelo de organização e de gestão da escola, da construção cotidiana do projeto político pedagógico, de como tomar decisões, em que instâncias, na transparência no uso dos recursos públicos na escola, a relação funcionários-professores-equipe pedagógica-direção, a composição e as ações do Conselho Escolar, o Regimento e suas implicações. Questões diretamente relacionadas com o pedagógico, com o exercício cotidiano de busca de coerência entre a teoria e prática. A Equipe Pedagógica é o órgão responsável pela coordenação, implantação neste estabelecimento de ensino, das diretrizes pedagógicas emanadas da Secretaria de Estado da Educação.

CORPO DOCENTE

Compete ao Corpo Docente, elaborar com a Equipe Pedagógica, o Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino, em consonância com as diretrizes pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação; escolher juntamente com a Equipe Pedagógica livros e materiais didáticos comprometidos com a política educacional da Secretaria de Estado da Educação; desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão do conhecimento pelo aluno; proceder ao processo de avaliação, tendo em vista a apropriação ativa e crítica do conhecimento filosófico - científico pelo aluno; promover e participar de reuniões de estudo, encontros, cursos, seminários e outros eventos, tendo em vista o seu constante aperfeiçoamento profissional; assegurar

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que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminado de cor, raça, sexo, religião e classe social; estabelecer processos de ensino – aprendizagem resguardando sempre o respeito humano ao aluno; manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos, pais e com os segmentos da comunidade; participar da elaboração dos planos de recuperação a serem proporcionados aos alunos que obtiverem resultados de aprendizagem abaixo dos desejados; proceder a processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola com vistas ao melhor rendimento do processo ensino – aprendizagem.

EQUIPE ADMINISTRATIVA

A Equipe Administrativa é o setor que serve de suporte ao funcionamento de todos os setores do estabelecimento de ensino, proporcionando condições para que os mesmos cumpram suas reais funções.

A Equipe Administrativa mencionada do estabelecimento é composto por Secretário e Serviços Gerais.

SECRETARIA

A Secretaria é o setor que tem a seu cargo todo o serviço de escrituração escolar e correspondência do estabelecimento.

Os serviços da Secretaria são coordenados e supervisionados pela Direção, ficando a ela subordinados. O cargo de Secretário é exercido por um funcionário, de acordo com as normas da Secretaria de Estado da Educação, em ato específico.

Compete ao Secretário, cumprir e fazer cumprir as determinações dos seus superiores hierárquicos; distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos seus auxiliares; redigir a correspondência que lhe for confiada, organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes, ordens de serviços, circulares, resoluções e demais documentos; rever todo o expediente a ser submetido a despacho do Diretor; elaborar relatórios e processos a serem encaminhados a autoridades competentes; apresentar ao Diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser assinados; organizar e manter em dia o protocolo, o arquivo escolar e o registro de assentamento dos alunos, de forma a permitir, em qualquer época, a verificação:da identidade e regularidade da vida escolar do aluno; da autenticidade dos documentos escolares, coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à matrícula, transferência, adaptação de cursos.

AGENTE EDUCACIONAL II

Responsabilidades e Atribuições do Secretário Escolar:

I. Conhecer o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

II. Cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da SEED, que regem o registro escolar do aluno e a vida legal do estabelecimento de ensino;

III. Distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos demais técnicos administrativos;

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IV. Receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;

V. Organizar e manter atualizados a coletânea de legislação, resoluções, instruções normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;

VI. Efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula, transferência e conclusão de curso;

VII. Elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem encaminhados às autoridades competentes;

VIII. Encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem ser assinados;

IX. Organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o inativo, de forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da regularidade da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos escolares;

X. Responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar do aluno, respondendo por qualquer irregularidade;

XI. Manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema informatizado;

XII. Organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida legal da escola, referentes à sua estrutura e funcionamento;

XIII. Atender a comunidade escolar, na área de sua competência, prestando informações e orientações sobre a legislação vigente e a organização e funcionamento do

estabelecimento de ensino, conforme disposições do Regimento Escolar;

XIV. Zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos da secretaria;

XV. Orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de Classe com os resultados da frequência e do aproveitamento escolar dos alunos;

XVI. Cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão parcial, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;

XVII. Organizar o livro-ponto de professores e funcionários, encaminhando ao setor competente a sua frequência, em formulário próprio;

XVIII. Secretariar os Conselhos de Classe e reuniões, redigindo as respectivas Atas;

XIX. Conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;

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XX. Comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer na secretaria da escola;

XXI. Participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa própria,

desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;

XXII. Organizar a documentação dos alunos matriculados no ensino extracurricular;

XXIII. Auxiliar a equipe pedagógica e direção para manter atualizado os dados no Sistema de Controle e Remanejamento dos Livros Didáticos;

XXIV. Fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria escolar, quando solicitado;

XXV. Participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;

XXVI. Zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

XXVII. Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

XXVIII. Participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as específicas da sua função.

Cabe também, manter e organizar a biblioteca da escola bem como catalogar livros, DVDs,registrar os empréstimos dos livros […].

BIBLIOTECA

No Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, a Biblioteca é o setor que atende às necessidades culturais, educativas, informativas e recreativas da comunidade escolar. O seu papel é ser um agente de transformação, não se limitando a transmissão de conhecimento. A biblioteca é um espaço democrático, ela serve para despertar a sensibilidade para vida através da leitura prazerosa em um ambiente voltado para a alegria de aprender, através da pesquisa, leitura e empréstimos de obras literárias.

Regulamento da Biblioteca

A  fim de  que  o  responsável  pela  biblioteca   tenha  uma orientação   segura  para realizar   seu   trabalho,  melhor   atender  os   usuários   e   preservar  o   acervo  bibliográfico  é importante   que   a   biblioteca   tenha   seu  Regulamento  de   utilização   do   espaço  e Empréstimo.

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A biblioteca Escolar, do Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, fará empréstimo domiciliar, atendimento de pesquisa e ocupação do espaço de acordo com o que consta no Regulamento:

Regras de Funcionamento

•Somente poderão retirar livros os leitores devidamente inscritos na biblioteca e com seu cadastro em dia; •A biblioteca emprestará livros de literatura e de outros assuntos observando que estes não sejam materiais usados com muita frequência ou, neste caso, que no acervo exista mais de um exemplar;•Não   serão   emprestados   livros   da   coleção  de   referência   (dicionários,   enciclopédias, Atlas, etc.);•Será feito empréstimo de um livro de cada vez;•O   prazo   de   empréstimo   é   de   14   (quatorze)   dias,   podendo   haver   renovação   do empréstimo por mais um período.•O período de empréstimo só pode ser renovado  uma vez, desde que o primeiro prazo não tenha sido ultrapassado e não haja interessados em lista de espera.•O leitor assume toda responsabilidade pelas obras e material que são retiradas por empréstimo da biblioteca. Em caso de perda ou extravio de livros ou outros materiais retirados,   ele   deverá   repor   na   biblioteca   o   mesmo   livro   perdido,   ou   indenizar   a instituição caso a edição do livro esteja esgotado. •A   devolução   de   livros   poderá   ser   feita   em   qualquer   período   de   atendimento   da biblioteca.   •As obras requisitadas não podem ser cedidas a terceiros e a sua devolução deve ser feita diretamente na biblioteca não devendo em casa algum o requisitante entregar a (s) obra(s) em outro local ou a outra pessoa  ou repô­las nas estantes sem antes passar pelas mãos do atendente da biblioteca para dar baixa do registro.•O usuário em débito com a Biblioteca não poderá retirar obras literárias sem antes regularizar a sua situação.•As publicações consultadas devem ser deixadas sobre a mesa para posterior recolocação nas prateleiras pelas bibliotecárias. •  Não será  permitida a entrada na Biblioteca de pessoas portando alimento, bebida mesmo sendo no horário de contra­turno.•O aluno deve assinar o livro de registro, para comprovar sua presença na biblioteca.•Os usuários têm livre acesso às estantes podendo escolher as obras literárias que lhe interessam.•Os usuários devem respeitar as regras de funcionamento da biblioteca, que é ambiente de trabalho, de estudo, mantendo­se em silêncio e deslocando­se respeitosamente.      

Solicitação de Pesquisa 

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•O   professor   deverá   comparecer   a   biblioteca   e   informar   ao   responsável   sobre   a solicitação da pesquisa e verificar a disponibilidade do acervo bibliográfico junto com a bibliotecária antes de solicitar aos alunos;•O aluno deverá solicitar ao professor as referências bibliográficas a serem pesquisadas; para direcionar e agilizar o atendimento das bibliotecárias;

Agendamento de Horário 

•O professor   deverá   comparecer   a   biblioteca   e   agendar  horário   de   atendimento;   e informar ao responsável sobre a solicitação de empréstimo de livros literários e didáticos para pesquisa e verificar a disponibilidade do acervo bibliográfico junto com o atendente da biblioteca;•O professor  deverá   acompanhar   seus  alunos  durante  a  pesquisa  no   laboratório  de informática adjunto a biblioteca. A Internet poderá ser utilizada somente para trabalhos escolares (pesquisa). Os utilizadores da internet zelarão pela utilização em integridade do equipamento.•Os responsáveis da biblioteca poderão impedir a utilização temporária do equipamento aos usuários que não respeitarem as normas de utilização da internet.  

AGENTE EDUCACIONAL I

Os serviços Gerais têm a seu encargo a manutenção e limpeza, preservação do ambiente escolar, a merenda (estar atento à validade, conservação e preparação da alimentação escolar), interação com o educando, a segurança e zelar pela organização funcional do estabelecimento, sendo coordenado e supervisionado pela Direção, ficando a ela subordinado. Os Serviços Gerais deste estabelecimento é composto por: Servente e Merendeira e outros previstos em ato específico da Secretaria de Estado da Educação.

5.14.RECURSOS UTILIZADOS PARA REALIZAR O PLANO DE AÇÃO PEDAGÓGICO

Os recursos para a realização do Projeto Político Pedagógico foram de forma relevante, os recursos humanos.

Nos Encontros de Sensibilização para a Construção do Projeto Político Pedagógico, obtem-se como resultados o posicionamento comprometido dos pais, equipe administrativa, alunos, professores, equipe pedagógica e direção.

O embasamento teórico é decisivo para todo este processo de construção.

5.15.CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS

A escola conta com 4 turmas de Ensino Fundamental e 03 turmas de Ensino Médio, por ser de acordo com o número de matrículas, 2 turmas do Programa Viva a Escola (manhã: jogos

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matemáticos e a tarde: atividades literárias, além de 1 turma do CELEM, todas essas atividades em contra turno) sendo assim distribuídas:

•1 turma de 5ª série;

•1 turma de 6ª série;

•1 turma de 7ª série;

•1 turma de 8ª série;

•1 turma de 1ª série do Ensino Médio.

•1 turma de 2ª série do Ensino Médio.

•1 turma de 3ª série do Ensino Médio

•2 turmas do Programa Viva a Escola.

•1 turma do Curso Celem

A instituição escolar busca proporcionar um ambiente agradável para a comunidade escolar, regida pelo respeito, compreensão, liberdade de expressão e responsabilidade mútuos, através de reuniões com pais, alunos, APMF, Conselho Escolar e comunidade, bem como palestras educativas que têm como objetivo minimizar dificuldades encontradas na escola.

A escola mantém e promove um relacionamento cooperativo de trabalho com toda equipe, pais, alunos e diversos segmentos, nos limites da legislação em vigor e compatíveis com as diretrizes e política educacional vigente.

ESPAÇO FÍSICO

A escola, no espaço físico, está estruturada em três blocos, somando ao todo onze salas, sendo sete ocupadas para salas de aula, uma secretaria, uma sala para professores, uma sala de vídeo e uma biblioteca/laboratório de informática do Programa Paraná Digital. Conta ainda com uma cozinha, banheiros masculinos e femininos, uma quadra de esporte ao ar livre.

Para o ambiente em sala de aula tornar-se agradável, acolhedor e propício à aprendizagem, a escola dispõe do número de alunos permitidos legalmente em cada classe, bem como carteiras adequadas, iluminação e ventilação.

Todas as dependências da escola são utilizadas por discentes e docentes sempre que necessário.

A higiene e a limpeza da escola são mantidas diariamente, sendo que, sempre que possível os alunos são envolvidos nesse trabalho por projetos elaborados em sala de aula, para que valorizem e conservem o mesmo.

A quadra de esportes é utilizada para as atividades de educação física e atividades recreativas.

A biblioteca possui algumas mesas que são utilizadas quando os alunos precisam fazer trabalhos de pesquisa ou leitura e para a escolha dos livros de leitura. Compreendemos este espaço

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como local de grande importância para os alunos. Prazer, curiosidade, fascínio... Os alunos mexem e remexem nos livros, mostram aos colegas, conversam, dão opiniões, trocam vontades e informações. Escolhem livros, anotam, e assim, ampliam sua visão de mundo.

O pátio de recreação é amplo, com áreas arborizadas e propícias para brincadeiras e lazer dos alunos.

5.16.CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

A organização curricular do Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia - Ensino Fundamental e Médio épor disciplinas. O funcionamento da escola é anual dividido em quatro bimestres, onde diversas atividades são desenvolvidas através de projetos e temas geradores.

MATRIZ CURRICULAR

Na elaboração da Matriz Curricular observamos:

. LDB 9394/96;

. Legislação do CNE e CEE;

. Resoluções e instruções da SEED;

. Orientações Curriculares;

. Princípio democrático e participação dos profissionais da Educação.

De acordo com a instrução nº 04/2005 SUED, nosso estabelecimento elaborou a Matriz Curricular para ser efetivada de forma simultânea. O número de aulas obedece ao princípio da equidade, e as especificidades sociais, culturais, econômicas no âmbito local, observados no interior de todas as disciplinas da Matriz Curricular, da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada.

ENSINO RELIGIOSO

O artigo 33 da LDBEN (Lei 9394/96), alterado pela Lei 9475/97, o qual estabelece que o Ensino Religioso seja de matrícula facultativa;

Artigo 5º da Deliberação nº 003/2002 do Conselho Estadual de Educação, o qual estabelece a realização de opção formal, no ato da matrícula, para a participação na disciplina de Ensino Religioso.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Ensino Religioso constitui-se como disciplina, com um novo olhar, uma nova perspectiva configurada na LDBEN 9394 / 96, artigo 33 e nova redação na Lei 9475 / 97, superando o proselitismo no espaço escolar. Implica em uma concepção que temos por base o multiculturalismo religioso, possibilitam a reflexão sobre a realidade, numa perspectiva de compreensão sobre si e para o outro, na diversidade universal do conhecimento religioso.

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No sentido, democraticamente de uma sociedade multicultural é preciso conhecer e respeitar

as diferentes culturas e grupos que a constitui, proporcionando ao educando do Ensino Religioso sua formação integral.

O Ensino Religioso é ministrado por professores habilitados e admitidos pelos sistemas de ensino.

A Resolução CEB Nº 2 de 7 de abril de 1998, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional define a Educação de Educação Religiosa, como área de conhecimento.

A Educação Religiosa ou Ensino Religioso fundamenta-se na fenomenologia religiosa e objetiva instrumentalizar o aluno com o conhecimento do fenômeno religioso, tendo como ponto de partida a realidade sociocultural do mesmo, com enfoque centrado no conhecimento religioso, historicamente produzido e acumulado pela humanidade, sem perder de vista as questões que se relacionam ao aprendizado da convivência baseada em valores éticos.

A metodologia Interconfessional orienta o Ensino Religioso a sensibilização que permite a interação, o diálogo e uma postura perante a vida e o fenômeno religioso. A abordagem indisciplinar do conhecimento é um princípio para a estruturação curricular. Sendo o Ensino Religioso, uma área de conhecimento ele é enfocado em articulação com os demais aspectos da cidadania e com outras áreas de conhecimento.

Quanto à avaliação, não se atribui uma “nota” como avaliação, porém ela deve ser contínua e integrada diante do olhar do professor, que deve estar atento ao entendimento ou não entendimento do educando.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, compreende o espaço educativo como um espaço acolhedor, que garante o acesso e a permanência do aluno. Às diferenças individuais estão sempre presentes e a atenção à diversidade é o eixo norteador da inclusão educacional.

AVALIAÇÃO

Em todo processo avaliativo será preciso lembrar que diferentes pessoas têm modos diferentes de pensar, ver e sentir os elementos da realidade em que está e de reagir a eles. As diferenças devem ser respeitadas e o professor atento poderá ajudar o aluno a melhorar seu empenho sobre vários aspectos. A capacidade de observação, por exemplo, pode ser potencializada sob suas diversas formas. Essa é uma condição importante para qualquer aquisição de conhecimentos e experiências sócios culturais. Tema este que proporciona a compreensão das diferentes relações que indivíduos, grupos sociais estabelecem com a natureza no dia-a-dia, por meio de problematizações, de situações vividas na qual os alunos encontram-se inseridos.

A avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais é realizada no contexto escolar contando com a participação do professor e da equipe técnico-pedagógica da escola, de modo processual e contínuo, com o objetivo de avaliar os conhecimentos prévios, as potencialidades, as possibilidades, assim como as necessidades que comprometem o processo de aquisição de aprendizagem. Esse processo avaliativo ajuda o professor a investigar e acompanhar o desenvolvimento, tanto do processo de ensino quanto de aprendizagem, refletindo sobre sua prática pedagógica e reformulando-a quando necessário. Ele também aponta os tipos de recursos educacionais que a escola terá que disponibilizar quando forem requisitados.

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A avaliação deve ser vista como processo norteador no aprendizado, devendo ser contínua,

diagnóstica e acumulativa, visando analisar o progresso adquirido pelos alunos, a fim de minimizar as defasagens do ensino aprendizagem, enfatizando suas potencialidades para torná-los mais reflexivos sobre suas ações.

Para isso, serão realizados relatórios descritivos semestrais nas áreas específicas.A avaliação será diagnóstica, através atividades diversas. Todas as atividades podem e devem ser permanentemente avaliadas, considerando-se que o caráter da avaliação consiste em verificar se as atividades propostas e realizadas atingiram o objetivo da aprendizagem.

METODOLOGIAS

Acredita-se que a aprendizagem significativa das ideias e técnicas ocorrem quando o aluno se defronta com situações que exijam investigação, reflexão, construção e empenho.

As atividades escolares, de Matemática e Língua Portuguesa, não são olhar para os fatos prontos e definidos, mas a construção e a apropriação de um conhecimento que servirá para compreender e transformar sua realidade. Busca-se para isso, ampliar os conhecimentos introduzindo atividades diversificadas e o desenvolvimento das mesmas, de forma que garanta o envolvimento e a aprendizagem dos alunos.

Serão explorados recursos didáticos como jogos, histórias das ciências, livros infantis, resolução de problemas, atividades de laboratório de informática, teatros, dramatizações, contação de histórias, dinâmicas, brincadeiras lúdicas, Internet, pesquisa de campo, vídeos, jornais, revistas, cd-rom, gráficos, jograis, músicas, e outros materiais que apresentem importante papel na construção do conhecimento tratando os assuntos de maneira menos formal, mas menos importante.

Tendo esse espaço próprio, o professor se sente cada vez mais incentivado a buscar novos meios de tornar o ensino mais eficiente e significativo para o aluno.

5.17.DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE, DO CURRÍCULO, DAS ATIVIDADES EXTRA-ESCOLARES E DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

“ A avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisões.”(Luckesi)

A avaliação é um dos mais complexos processos pedagógicos, porque envolve valores, atitudes, crenças, concepções educacionais, mas principalmente atitudes de poder.

Estar ciente de todos os aspectos envolvidos em um processo avaliativo, é o primeiro passo para que esse possa se desenvolver de forma a cumprir o verdadeiro papel da avaliação: o de possibilitar o fortalecimento dos pontos positivos e a superação dos limitantes, conduzindo a aproximações sucessivas, tanto do estudante quanto do professor.

Como escola, buscamos integrar todos os componentes da comunidade escolar, para que juntos possamos não só avaliar os planos internos, realizando a auto-avaliação contínua, como também os acompanhamentos do Projeto Político Pedagógico.

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Esta avaliação se dará em reuniões periódicas, de preferência mensais, e em projetos ; a

avaliação dar-se-á após o término do projeto, para que assim, possamos rapidamente detectar aquilo que poderá ser mudado ou não.

A avaliação deve ser entendida como um meio de se obter informações e subsídios para favorecer o desenvolvimento dos projetos e a ampliação dos mesmos.

Os projetos são elaborados tendo em vista a realidade e as necessidades dos alunos e das comunidades nas quais vivem, buscando avaliar os trabalhos realizados de maneira diversificada (pesquisas, palestras, passeios e visitas culturais, entrevistas, teatros, debates, entre outros).

Entendemos que a avaliação deve consistir numa busca contínua para que o processo ensino-aprendizagem seja continuamente aperfeiçoado, possibilitando consequentemente, novas alternativas para o planejamento do Estabelecimento de Ensino e do Sistema de Ensino como um todo.

As propostas curriculares atuais, bem como a legislação vigente, primam por conceder uma grande importância à avaliação, reiterando que ela deve ser: contínua, formativa e personalizada, concebendo-a como mais um elemento do processo de ensino-aprendizagem, o qual nos permite conhecer o resultado de nossas ações didáticas e, por conseguinte, melhorá-las.A função da escola é introduzir o educando no mundo da cultura e do trabalho, de acordo com as perspectivas traçadas pela sociedade, contando com a colaboração do professor. Já a função pedagógica trabalha com as influências externas e internas do aluno, cabendo ao professor organizar a prática de ensino sem perder o objetivo de desenvolver a autonomia e independência do aluno. Sendo assim, a quantificação deve contar com a apreciação qualitativa dos resultados obtidos.

Se a nota for obtida somente com base na prova escrita, ela pode deixar de demonstrar o resultado real da aprendizagem, pois o torna muito limitado. Mas, a prova escrita aliada à outros instrumentos de verificação são meios necessários para a informação do rendimento escolar, levando em conta que tanto a escola, como os professores, os pais e os alunos precisam de dados para comprovar, analisar e avaliar os trabalhos desenvolvidos resultando na aprendizagem. Além do que, a nota representa um estímulo externo que desafia o aluno a desenvolver as suas capacidades.

Não se pode discutir avaliação a partir do interior da escola como querem muitos autores. A avaliação feita na escola decorre dos objetivos fixados e estes são fixados, principalmente, a partir da sociedade concreta na qual a escola está inserida. Se é uma escola capitalista, com certeza expressará os objetivos da escola capitalista bem pautada nos princípios liberais. Se perguntarmos aos profissionais da educação ou buscarmos os objetivos expressos em qualquer projeto político pedagógico das escolas nos parecerá que todos têm uma causa nobre em defesa do ser humano, porém, ao analisar-se o "processo de avaliação" percebe-se os objetivos não proclamados pela escola.

LUCKESI (1995, p.69) entende “avaliação como um juízo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão”. Estes são os elementos que compõem a compreensão constitutiva da avaliação.

Entende-se juízo como afirmações ou negações sobre alguma coisa, e juízo de qualidade expressa a qualidade do objeto que está sendo ajuizado, porém deve incidir sobre uma realidade atribuída ao objeto. O juízo de qualidade é produzido por um processo comparativo entre o objeto que está sendo ajuizado e o padrão ideal de julgamento.

O juízo de qualidade está fundamentado sobre os dados relevantes da realidade, a partir de caracteres do objeto (propriedades físicas); que no caso da aprendizagem são as condutas aprendidas e manifestadas pelos alunos. Se estas propriedades físicas não estiverem no processo de avaliação, pode-se cair no arbitrarismo, ou seja, o professor qualifica ou desqualifica gratuitamente o aluno.

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A tomada de decisão é uma tomada de posição, isto é, um estar a favor ou contra aquilo que

foi julgado, sendo que isto implica em três possibilidades: continuar na situação, introduzir modificações ou suprimir a situação ou objeto. Na avaliação da aprendizagem, refere-se à decisão do que fazer com o aluno, quando a sua aprendizagem se manifesta satisfatória ou insatisfatória. Ao se desrespeitar esta etapa, o ato de avaliar não completará seu ciclo constitutivo.

HOFFMANN (1993), entende avaliação como uma ação provocativa do professor, desafiando o aluno a refletir sobre as experiências vividas, a formular e reformular hipóteses, direcionando para um saber enriquecido.

Já o termo verificação que tem sido amplamente utilizado, é referido por LUCKESI (1995), como aquele que emerge das determinações da conduta de, buscar “ver se algo é assim mesmo”, investigar a verdade de alguma coisa. O processo de verificar compreende a observação, obtenção, análise e síntese dos dados ou informações que delimitam o ato com o qual se está trabalhando, encerrando-se com a configuração do objeto ou ato de investigação.

A diferença fundamental entre verificação e avaliação, é que a primeira é um ato estático e a segunda é um processo dinâmico e re-encaminha a ação.

Ao refletirmos sobre a condução do processo de avaliação surgem alguns questionamentos: por que o aluno não aprende? A avaliação promove ou exclui o aluno? Os professores sabem avaliar? Qual o objetivo do processo de avaliação?

As respostas para estas questões ainda se constituem em grandes desafios. Percebemos que ela não tem sido utilizada como instrumento para aprendizagem, mas sim

como fim em si mesmo. A avaliação na prática escolar, tem sido um mecanismo de conservação e reprodução da sociedade através do autoritarismo.

Nesta concepção, encontramos em LUCKESI (1995), alguns pontos que nos auxiliam a compreender estas questões. O ato de avaliar tem sido utilizado como forma de classificação e não como meio de diagnóstico, sendo que isto é péssimo para a prática pedagógica. A avaliação deveria ser um momento de “fôlego”, uma pausa para pensar a prática e retornar a ela, como um meio de julgar a prática. Sendo utilizada como uma função diagnóstica, seria um momento dialético do processo para avançar no desenvolvimento da ação, do crescimento para a autonomia e competência. Como função classificatória, constitui-se num instrumento estático e freador do processo de crescimento, subtraindo do processo de avaliação aquilo que lhe é constitutivo, isto é, a tomada de decisão quanto à ação, quando ela está avaliando uma ação.

Desta forma, a avaliação desempenha um papel significativo para o modelo social liberal-conservador, ou seja, o papel disciplinador. Os “dados relevantes” que devem ser considerados para o julgamento de valor, tornam-se “irrelevantes”, sendo que o padrão de exigência fica ao livre arbítrio do professor. O professor ao planejar suas atividades não estabelece o mínimo necessário a ser aprendido efetivamente pelo aluno, utilizando-se da “média” de notas, o que não expressa a competência do aluno, não permitindo a sua reorientação.

A média então, é realizada a partir da quantidade e não da qualidade, não garantindo o mínimo de conhecimento, (LUCKESI, 1995).

Esta prática torna a avaliação nas mãos do professor um instrumento disciplinador de condutas sociais, utilizando-a como controle e critério para aprovação dos alunos, buscando controlar e disciplinar, retirando destes a espontaneidade, criticidade e criatividade, transformando-os em “cordeiros” de um sistema autoritário e antipedagógico.

Surge então, o castigo escolar a partir do erro, apresentando-se de várias formas, desde agressões físicas, tão utilizadas no passado, assim como as morais e psicológicas presentes ainda hoje.

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Concordamos com LUCKESI (1995), quando diz que o erro pode ser utilizado como fonte de

virtude, sendo que o professor deve estar “aberto” para observar o acontecimento como acontecimento e não como erro. O insucesso deve servir de trampolim para o sucesso, nesse contexto, não significa erro. A compreensão do erro é o passo fundamental para a sua superação, servindo para reorientar seu entendimento e a prática. O erro não deve ser fonte de castigo, mas sim um suporte para sua compreensão, retirando dele os mais significativos benefícios.

Porém, o que predomina ainda hoje é a avaliação como instrumento do “medo” (controle social), gerando inseguranças e uma exacerbada submissão forçando o aluno a viver sob sua égide. Neste contexto, a avaliação encontra-se apoiada na “pedagogia do exame”, voltada para a atenção na promoção e nas provas. Assim sendo, a atenção está centrada na nota e não no caminho percorrido para obtê-la, estas são operadas e manipuladas como se nada tivessem a ver com a trajetória do processo de aprendizagem. Os professores utilizam as provas como ameaça e tortura prévia, como um fator negativo de motivação. Os alunos são conduzidos a estudar, pensar e agir em função de uma nota e não pela obtenção do saber. O estabelecimento do ensino está estruturado com base nos resultados de provas e exames, assim a dinâmica do processo educativo permanece obnubilada pela supervalorização da avaliação centrada nas estatísticas das notas.

As consequências destas ações podem provocar nos avaliados, problemas pedagógicos, psicológicos e sociológicos, podendo desencadear várias doenças, sem contarmos com o constante stress que acometem os alunos e a família.

A aprendizagem neste contexto, deixa de ser algo prazeroso e solidário, passando a ser um processo solitário e desmotivador, contribuindo para a seletividade social, principalmente para atender as exigências do sistema econômico vigente.

Segundo HOFFMANN (1996, p.66) “Quando a finalidade é seletiva, o instrumento de avaliação é constatativo, prova irrevogável. Mas as tarefas, na escola, deveriam ter o caráter problematizador e dialógico, momentos de trocas de ideias entre educadores e educandos na busca de um conhecimento gradativamente aprofundado.”

5.18.ACOMPANHAMENTO DO ALUNADO – (FICA)

“A garantia da escola pública para todos significa dar acesso àqueles que a ela se reportam. Apenas a matrícula não garante a permanência do aluno na escola. A cultura escolar deverá permitir aos educandos um transcurso contínuo e progressivo no Estabelecimento de Ensino, com apresentação de resultados positivos de aprendizagem.”,

(CEE, 2003, p.46)

Com base nas diretrizes da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, que contemplam a articulação, integração e conscientização de todos os envolvidos no processo de ensino da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, a Assessoria de Relações Externas e Interinstitucionais, por meio do Núcleo de Garantia dos Direitos Educacionais e com o apoio do Ministério Público do Estado do Paraná, estabelece o Programa de Mobilização para a Inclusão Escolar e a Valorização da Vida.

Com este programa, a Secretaria busca confirmar a concepção democrática de escola como direito de todos. Não apenas um direito legal, com a preocupação com situações que impeçam a permanência ou o acesso de crianças e adolescentes na escola. Com a implantação de um documento

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denominado FICA, pretende-se criar uma rede de enfrentamento à evasão, promovendo a inserção, no sistema educacional, das crianças e dos adolescentes que tenham sido excluídos.

A escola, para nós, deverá sempre representar “(...) um espaço democrático e emancipatório por excelência, constituindo-se, juntamente com a família, em extraordinária agência de socialização do ser humano, destinada aos propósitos de formação, valorização e respeito ao semelhante. É, sobretudo na escola que a criança e o adolescente, encontram condições de enriquecimento no campo das relações interpessoais, de desenvolvimento do senso crítico, de consciência da responsabilidade social, do sentimento de solidariedade e de participação, de exercício da criatividade, de manifestação franca e livre do pensamento, de desenvolvimento, enfim de suas potencialidades e talentos, em necessário preparo ao pleno exercício da cidadania.” (NETO, 2004, p.1)

Portanto, é de responsabilidade de todos os profissionais ligados direta ou indiretamente à educação preocupar-se com a inclusão escolar. Nem sempre isso acontece e as ações de enfrentamento a esta forma de exclusão acabam ficando restritas à escola.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90, “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.”

A permanência e o crescimento dos alunos não dependem somente da escola, mas envolvem ações da família e da comunidade onde vivem estes alunos.

“Estudos têm demonstrado que a evasão escolar pode ocorrer por diversos motivos e dentre eles estão as repetências constantes, a necessidade do trabalho infantil para compor a renda familiar, a pobreza e a falta de comida em casa, a longa distância entre a escola e a casa, a falta de transporte, a falta de uniforme e material escolar, que dificultam a ida à escola todos os dias, além de motivos de ordem mais social, como o abuso sexual, dentro e fora de casa, ou até mesmo na escola; exploração sexual, a violência física ou psicológica com a criança ou entre seus familiares, o abuso físico e/ ou psicológico na escola e/ou em casa, a não valorização do ensino por parte dos adultos, o casamento e/ou gravidez precoces, o uso e tráfico de drogas, a falta de segurança na localidade ou próximo à escola, brigas de gangues e dificuldades no acompanhamento dos conteúdos curriculares.” (MISSÃO CRIANÇA, 2001, p.2)

Combate à Evasão Escolar

A escola tem o papel mais importante nesta ação, pois o aluno está diretamente vinculado a ela em seu dia-a-dia. É necessário que a escola tome todas as iniciativas para garantir a permanência

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do aluno no sistema educacional, conscientizando-o da importância da educação em sua vida e para seu futuro, mantendo contato frequente e direto com os pais ou responsáveis, enfatizando a sua responsabilidade na educação e formação dos filhos.

Combate à Exclusão Escolar

É responsabilidade de todos garantirem a inclusão da população infanto-juvenil no sistema educacional. É importante que haja o compromisso de cada cidadão, verificando se há em sua comunidade crianças e/ou jovens que não tenham tido ou não têm acesso à rede de ensino.

De maneira participativa e consciente, a escola Estadual Núcleo de Santa Lúcia, entra neste programa, buscando parcerias com a comunidade e instituições sensíveis e solidários nesta luta.

Citamos algumas ações, sugeridas pelo programa “FICA”, que como escola e comunidade podemos empreender para combater a evasão e a exclusão escolar:

. Conhecer as verdadeiras causas pelas quais as crianças e adolescentes deixam de frequentar a escola;

. Envolver toda a comunidade escolar na discussão e definição de ações de enfrentamentos das possíveis causas do abandono e da evasão.

. Estabelecer metas para redução dos índices de abandono;

. Criar um ambiente de respeito, onde os alunos sintam que são bem recebidos e que a sua presença é valorizada;

. Promover a cooperação e a solidariedade entre os alunos, desestimulando qualquer atitude de preconceito ou discriminação;

. Trabalhar para tornar a escola relevante na vida dos alunos, principalmente daqueles em situação de risco, realçando a importância da educação na vida e no futuro de cada um;

. Realizar reuniões periódicas com os pais e Conselho Tutelar, para discutir em conjunto as possíveis alternativas para a solução dos problemas detectados, tanto no plano individual quanto no coletivo;

. Acompanhar diariamente a presença/ ausência dos alunos, sobretudo daqueles em situação de risco e/ou abandono, procurando descobrir os motivos das faltas e o que pode ser feito para reverter a situação;

. Desenvolver sistemáticas de controle e acompanhamento da evasão escolar individual;

. Tomar providências concretas sempre que um aluno deixar de comparecer à escola.

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

(Constituição Federal, Artigo 205)

5.19.PRÁTICAS AVALIATIVAS

“Ensinar, aprender e avaliar não são momentos separados. Formam um contínuo em interação permanente.” ( Méndez, 2005, p.25)

A avaliação é um processo natural, que nos permite ter consciência do que fazemos, da qualidade do que fazemos e das consequências que acarretam nossas ações.

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Segundo Ilma Passos Veiga, a avaliação é ponto de referência. É um processo constante de

repensar a prática educacional, em todos os segmentos.Para que a avaliação em nossa prática, cumpra uma de suas funções básicas, que é a

função formativa, devemos avaliar levando em conta aquele que está aprendendo. Por isso é tão importante que, antes de avaliarmos, nos perguntemos: “A serviço de quem está a avaliação, quem se beneficia com a avaliação que se faz desses alunos concretos?” Este processo avaliativo precisa estar mediado por uma confiança mútua e pelo trabalho em equipe, pelo compromisso de um trabalho honesto, por um acordo claro entre pessoas que desejam realmente aprender. Nessa interpretação, a avaliação converte-se em exercício crítico de reflexão e pesquisa em sala de aula, que desenvolve e aperfeiçoa a dimensão profissional do professor.

Em sala de aula, devemos valorizar o processo de aprender a aprender, a formação das capacidades, o desenvolvimento da criatividade pessoal e do reconhecimento do outro como sujeito, a criação de atividade que privilegiem o conhecimento e, por fim, a possibilidade de verificar o desempenho dos alunos nas diversas práticas escolares, para encadear sempre a correção de rumos e replanejar.

No processo de avaliação os professores devem conhecer seus alunos, seus avanços e dificuldades, e também que o próprio aluno deve aprender a se avaliar e descobrir o que é preciso mudar para garantir melhor desempenho. É importante que os alunos reflitam sobre seus relacionamentos, de forma a alterar as regras quando necessário, para que todos alcancem os objetivos estabelecidos coletivamente.

A avaliação deve ser conscientemente vinculada à concepção de mundo, de sociedade, e de ensino que queremos, permeando toda a prática pedagógica e as decisões metodológicas. Sendo assim, a avaliação não deve representar o fim do processo de aprendizagem, nem tampouco a escolha inconsciente de instrumentos avaliativos, e sim a escolha de um caminho a percorrer na busca de uma escola necessária.

O processo de avaliação é um aspecto organizador do discurso e da ação pedagógica, é significativo para a reflexão sobre a prática escolar e a interação entre estes dois âmbitos. Avaliar exige uma análise do processo vivido, o que coloca em evidência aspectos que expõem sua complexidade; esta capacidade reconstrutiva pode contribuir para a reflexão.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

A avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho com finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valores expressos em notas de 0.0 a 10.0 (zero a dez, vírgula zero), considerando que o desenvolvimento escolar do aluno terá que ser atingido a média final 6.0 (seis).

A avaliação deve dar condições para que seja possível ao professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem.

Deve proporcionar dados que permitam ao estabelecimento de ensino promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino.

Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua, permanente e cumulativa.

Caberá ao Conselho de Classe o acompanhamento do processo de avaliação da série, grau ou período, devendo debater e analisar todos os dados intervenientes na aprendizagem.

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RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

Para alunos de baixo rendimento escolar, a escola proporciona recuperação de estudos, de forma paralela, ao longo da série e período letivo.

A recuperação de estudos é planejada, constituindo-se num conjunto integrado ao processo de ensino, além de se adequar às dificuldades do aluno.

Na recuperação de estudos, o professor considera a aprendizagem do aluno no decorrer do processo e, para aferição do bimestre, entre a nota da avaliação e da recuperação, prevalecerá sempre a maior.

A equipe pedagógica mantém o acompanhamento destes alunos.

LIVRO DE REGISTRO

O Livro de Registro de Classe é o documento no qual se registram todas as atividades do professor, e serve em qualquer tempo como prova das atividades realizadas junto aos alunos. Assim, o seu preenchimento correto é de extrema importância para garantir os direitos do corpo docente e discente.

É um instrumento de escrituração escolar diária e manual, elaborado com a finalidade de documentar frequência, conteúdos e aproveitamento escolar.

5.20. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL:

O Plano de Avaliação Institucional de acordo com a Deliberação nº 10/99 – C.E.E. é um processo que busca avaliar de forma global, contemplando todos os elementos que constituem em função de sua finalidade, através de instrumentos que permitam a manifestação das suas características próprias (identidade) e que desvelem em que medida a instituição se aproxima do cumprimento do seu compromisso social.

A Avaliação Institucional – SEED é uma política da atual gestão, que objetiva conhecer de forma sistemática a realidade das instâncias do sistema através da intensa participação de seus profissionais.

Constitui-se, portanto, um processo sistemático de discussão permanente sobre as práticas vivenciadas na escola, intrínseco à construção da sua autonomia, já que fornece subsídios para a melhoria e o aperfeiçoamento da qualidade do seu trabalho. Essa autonomia não desvincula a escola das demais instâncias do sistema, uma vez que a Avaliação Institucional articula as demais avaliações, possibilitando uma leitura da totalidade das instituições e do sistema.

Foi constituído de forma coletiva, ouvindo os profissionais da educação (Escolas, Núcleos Regionais de Educação e SEED), através de decisões coletivas.

Este processo ocorrerá nas três instâncias de forma integrada, pois entende-se que a gestão democrática é condição fundamental do sistema de um todo.

A concepção de avaliação que norteia este processo é a de que esta avaliação deva permitir as pessoas conhecerem em que ponto do caminho ela se encontram, a fim de conhecer os avanços e as fragilidades do percurso, em função dos objetivos traçados.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Segundo Maria Ciavatta, “a educação é a instituição visível para todo tipo de transformação que se pretenda. Se ela, como é sobejamente conhecido, é incapaz de mudara sociedade desigual em que vivemos, ela é uma porta relevante para compreensão dos fundamentos da desigualdade e para a geração de uma nova institucionalidade no país”. (2004, p.41)

Compreendendo o papel da educação, que o Colégio Estadual do Núcleo de Santa Lúcia, se propõe a execução e acompanhamento do Projeto Político Pedagógico.

Pelo fato da escola ser a instituição social, que por sua natureza e especificidade, trabalha diretamente com o conhecimento e com o ser humano, que é constante o desafio de estar em constante processo de discussão e reelaboração de suas ações para não só acompanhar os processos evolutivos da sociedade, mas para interferir nas necessárias transformações.

Nossas conquistas exigem trabalho, luta e esforço, e constitui-se em projeto histórico que pressupõe preparo e determinação. Reconhecemos que o exercício pleno de nossas funções requerem capacidade de analisar e compreender a realidade, criticá-la e atuar sobre ela, o que conduzirá, a aquisição da liberdade e à possibilidade de fazer opções conscientes.

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