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1'''''
BRASIL
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS – SRH
COMPANHIA PERNAMBUCANA DE SANEAMENTO – COMPESA
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA –
PSHPE
Acordo de Empréstimo -BR
MANUAL DE OPERAÇÕES DO PROJETO –
VOLUME I
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 2
SIGLAS E ACRÔNIMOS
AAR Estudo De Avaliação Ambiental Regional
ADI Associação Internacional Para Desenvolvimento
ALFA Sistema ERP da COMPESA
ANA Agência Nacional Das Águas
APAC Agência Pernambucana De Água
APL Arranjo Produtivo Local
APP Áreas De Preservação Permanente
ARPE Agência Reguladora De Pernambuco
BIRD Banco Internacional Para Reconstrução E Desenvolvimento
CEL Comissão Especial De Licitação
COBHs Comitês De Bacias Hidrográficas
COMPESA Companhia Pernambucana De Saneamento
CONSU Conselhos De Usuários De Água
CPL Comissão Permanente De Licitação
CPRH Agência Estadual De Meio Ambiente E Recursos Hídricos
CRH Conselho Estadual De Recursos Hídricos
CSL Comissão Setorial De Licitação
EEA Estações Elevatórias De Água
EEE Estações Elevatórias De Esgoto
EFISCO Sistema de Informações Financeiras do Governo do Estado de Pernambuco
EIA Estudo de Impacto de Avaliação Ambiental
ELO Escritório Local da COMPESA
ETA Estações De Tratamento De Água
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
FEHIDRO Fundo Estadual De Recursos Hídricos
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
GOP Governo de Pernambuco
GPS Sistema de Posicionamento Global
ICB Licitação Competitiva Internacional
IFMIS Sistema De Informações Para Gestão Financeira Integrada
IFR Relatório Financeiro Interino
IPA Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária
ITEP Instituto de Tecnologia de Pernambuco
M&A Monitoramento e Avaliação
MMA Ministério do Meio Ambiente
NCB Licitação Competitiva Nacional
OGU Orçamento Geral da União
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 3
PA Plano de Aquisições
PAC Programa De Aceleração Do Crescimento
PAI Plano De Ações Imediatas
PDAA Planos Diretores De Abastecimento D´Água
PDES Planos Diretores De Esgotamento Sanitário
PERH Plano Estadual De Recursos Hídricos
PGA Plano De Gestão Ambiental
PGE Procuradoria Geral Do Estado
PISF Projeto De Integração Do São Francisco
PNAD Pesquisa Nacional De Amostragem Domiciliar
POA Plano Operativo Anual
PPPs Parcerias Públicas Privadas
PROÁGUA Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos
PROIP Projeto De Integração Do Sistema Pirapama
PROMATA Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata
PROMETRÓPOLE Programa de Infra-estrutura em Áreas de Baixa Renda da RMR
PRORURAL Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural de Pernambuco
PSHPE Projeto De Sustentabilidade Hídrica De Pernambuco
RMR Região Metropolitana Do Recife
SAA Sistema de Abastecimento de Água
SBD Edital Padrão Do Banco
SBQ Seleção com Base na Qualidade
SBQC Seleção com Base na Qualidade e Custo
SDEC Secretaria De Desenvolvimento Econômico
SECGE Secretaria De Controle Interno
SECTMA Secretaria De Ciência, Tecnologia E Meio Ambiente
SEFAZ Secretaria da Fazenda
SEPLAG Secretaria de Planejamento e Gestão
SES Sistema de Esgotamento Sanitário
SIG Sistema De Informações Geográficas
SIGMA Sistema de Informações Gerenciais para Meio Ambiente
SIGRH-PE Sistema Integrado De Gestão De Recursos Hídricos De Pernambuco
SIRH-PE Sistema De Informações De Recursos Hídricos De Pernambuco
SMC Seleção com base no Menor Custo
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SOE Declaração de Despesas
SQC Seleção com base na Qualidade do Consultor
SRH Secretaria De Recursos Hídricos
TCE-PE Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco
TDR Termo de Referência
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 4
TI Tecnologia da Informação
UGP Unidade de Gestão do Projeto
UIGA Unidade Integrada De Gestão Ambiental
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 5
SUMÁRIO Página
1. CONTEXTO E JUSTIFICATIVA DO PSHPE 8
1.1. A situação dos Recursos Hídricos em Pernambuco 8
1.2. O Desafio da Gestão dos Recursos Hídricos 11
1.3. O Desafio da Universalização do Abastecimento de Água 13
1.4. O Desafio da Universalização do Esgotamento Sanitário 15
1.5. As Metas e Estratégias do Estado 16
1.6. O PSHPE 21
2. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO PROJETO E CUSTOS 22
2.1. Componente 1 - Gestão e Desenvolvimento Institucional 22
2.2. Componente 2 – Eficiência 40
2.3. Componente 3 – Expansão 45
2.4. Custos 48
3. ARRANJOS DE IMPLEMENTAÇÃO 49
3.1. Órgãos envolvidos no Projeto 49
3.2. Unidade de Gestão do Projeto – UGP 50
3.3. A SRH 52
3.4. A COMPESA 58
3.5. Outros parceiros institucionais e suas atribuições 64
3.6. Banco Mundial 68
3.7. Matriz de Implementação do Projeto 69
4. ARRANJOS DE M&AVALIAÇÃO E MARCO DE RESULTADOS 74
4.1. Arranjos de M&A 74
4.2. Marco de Resultados 75
4.3. Avaliação de Impacto 80
5. ARRANJOS PARA GESTÃO FINANCEIRA 82
5.1. Responsabilidade das partes e setores envolvidos 82
5.2. Fluxo de recursos 95
5.3. Arranjos bancários e contábeis 106
5.4. Arranjos para desembolso 107
5.5. Sistemas 107
5.6. Relatórios financeiros e contábeis 109
5.7. Controle e supervisão 112
5.8. Auditoria 114
5.9. Diretrizes Anticorrupção 115
5.10. Gestão Patrimonial 117
6. ARRANJOS PARA AQUISIÇÕES 118
6.1. Aspectos Gerais 118
6.2. Responsáveis pelas aquisições 119
6.3. Gestão do Ciclo de Aquisições 121
6.4. Modalidades de contratação e respectivos procedimentos 124
6.5. Aquisições previstas no PSHPE por modalidades 129
6.6. Plano de Aquisições 132
6.7. Supervisão e Controle 132
6.8. Plano de ação para aquisições 133
7. SALVAGUARDAS, ANÁLISE AMBIENTAL E SOCIAL 139
7.1 Critérios e Procedimentos Socioambientais na Concepção e Avaliação de Projetos 139
7.2. Análise Social 157
8. ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA 159
8.1. Resultados 159
8.2. Análise Financeira da COMPESA 162
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 6
O presente Manual de Operações foi elaborado como parte integrante do Acordo de
Empréstimo BR, assinado entre o Governo do Estado de Pernambuco e o Banco
Mundial, referente ao Projeto de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco – PSHPE –
doravante denominado Projeto.
Este Manual tem as seguintes finalidades:
a) orientar os executores, parceiros e outras partes potencialmente interessadas, quanto à
concepção do Projeto;
b) fornecer diretrizes para o planejamento e execução de intervenções do Projeto; e
c) disciplinar os procedimentos de gestão e implementação do Projeto, quanto aos
aspectos operacionais, institucionais, de aquisições, de gestão financeira, de
salvaguardas, entre outros.
O Manual deverá ser periodicamente atualizado e aperfeiçoado, conforme as
necessidades que surgirem ao longo da implementação do Projeto. Quaisquer
modificações ao Manual deverão ser informadas ao Banco Mundial, e aprovadas pelo
mesmo.
Os anexos apresentados ao final do texto principal do Manual são parte integrante do
mesmo.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 7
TABELA-SÍNTESE DO PSHPE
Nome PROJETO DE SUSTENTABILIDADE
HÍDRICA DE PERNAMBUCO –
PSHPE
Mutuário Governo do Estado de Pernambuco
Gestor Secretaria de Recursos Hídricos - SRH
Executores Secretaria de Recursos Hídricos – SRH e
Companhia Pernambucana de Saneamento
– COMPESA
Objetivo Melhorar a oferta sustentável de água e
serviços de saneamento para a população
residente na bacia do rio Capibaribe e na
Região Metropolitana de Recife (RMR).
Componentes (1) Gestão e Desenvolvimento
Institucional do Setor de Recursos
Hídricos;
(2) Melhoria na Eficiência na Oferta de
Abastecimento de Água e Serviços de
Saneamento;
(3) Expansão na Oferta de Água e
Serviços de Saneamento.
Duração 5 anos
Valor US$ 410 milhões (US$ 190 milhões
Banco Mundial, US$ 220 milhões
contrapartida do Estado de Pernambuco)
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 8
1. CONTEXTO E JUSTIFICATIVA DO PSHPE
1.1. A situação dos Recursos Hídricos em Pernambuco
Pernambuco tem uma população de 8,4 milhões de habitantes, correspondente a 5% da
população brasileira e 18,3% da nordestina, com forte concentração na Região
Metropolitana do Recife – 41,8% da população total do Estado – e taxa de urbanização
de 76,2% (maior do Nordeste), registrando uma densidade demográfica de 75 habitantes
por quilômetro quadrado.
Pernambuco é o estado do País mais pobre em quantidade de água, sendo o mesmo
detentor de uma disponibilidade per capita de 1.320 m3/hab/ano, o equivalente a 3,5%
da disponibilidade per capita da média nacional.
O Estado de Pernambuco, por sua forma alongada no sentido leste-oeste, apresenta duas
características climáticas distintas: no litoral o clima é classificado como quente e
úmido, e no interior, como semi-árido – 89% do território do Estado de Pernambuco
está inserido na região semi-árida. No litoral e na Zona da Mata os índices
pluviométricos atingem 2.000 mm/ano e as chuvas se distribuem ao longo de seis
meses, enquanto no interior as chuvas são escassas e ocorrem de forma concentradas em
poucos meses, sendo registrados índices pluviométricos inferiores a 500 mm/ano.
Por não possuir condições morfológicas favoráveis à construção de grandes
reservatórios, o nível de aproveitamento do potencial hídrico existente na região semi-
árida do Estado é bastante reduzido. Em Pernambuco, 80% dos volumes aproveitáveis
estão localizados nas bacias do litoral e zona da mata pernambucanos, onde o volume
aproveitável dos recursos hídricos podem alcançar 80% de sua potencialidade, enquanto
que no agreste e sertão, que correspondem a 89% da área do Estado, estes valores
aproximam-se de 20%.
A baixa potencialidade hídrica da região semi-árida do Estado e a concentração
populacional e de atividades produtivas na sua região litorânea provocam uma grande
pressão sobre os recursos hídricos na maioria das bacias hidrográficas do Estado. O
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 9
grau de pressão sobre os recursos hídricos nas bacias hidrográficas estaduais é
apresentado na Figura 1, onde se evidencia o desequilíbrio entre demanda e
disponibilidade de água.
CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DO GRAU DE PRESSÃO SOBRE OS RECURSOS
HÍDRICOS
Demanda Total "D" / Q
média por UP (%)
Situação
D/Q < 5% Água considerada um bem livre, com pouca atividade de
gerenciamento sendo praticada
5% D/Q 10% Situação ainda confortável, com necessidade de
gerenciamento para solução de abastecimentos locais
10% < D/Q 20% Atividade de gerenciamento indispensável, com
investimentos médios
D/Q > 20% Situação crítica, exigindo intensa atividade de
gerenciamento e grandes investimentos
Q: Descarga média do rio principal da Unidade de Planejamento, em m³/s;
D: Demanda Total = Somatória das demandas para abastecimento humano,
abastecimento industrial, irrigação e dessedentação animal, em cada Unidade de
Planejamento, em m³/s.
Figura 1: Pressão Sobre os Recursos Hídricos em Pernambuco (Fonte: Atlas
Nordeste Abastecimento Urbano de Água)
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 10
No que diz respeito à Região Metropolitana do Recife, as principais fontes de água
incluem oito barragens que fornecem 50% da água disponível, nove pontos de captação
de água de rios, que produzem 37% da água, e mais de cem poços operados pela
COMPESA, que cobrem o restante 13% da demanda. Entretanto, a empresa carece de
instrumentos adequados de suporte à tomada de decisões e de gestão da informação,
para poder operar todo o sistema de forma integrada, minimizando custos e riscos de
falhas. São necessários investimentos para aumentar a flexibilidade na distribuição de
água, permitindo um leque mais amplo de estratégias operacionais. Tais melhorias
contribuiriam também para reduzir a pressão sobre certas fontes de água, especialmente
os aquíferos, e para atender a outras demandas, como por exemplo a proteção contra
enchentes.
Nos próximos cinco anos, o Estado de Pernambuco deve receber investimentos da
ordem de US$ 8,5 bilhões em infra-estrutura e projetos industriais. Consequentemente,
haverá um incremento significativo na pressão sobre os recursos hídricos, ao mesmo
tempo em que a escassa disponibilidade de água e a oferta limitada de serviços de
saneamento representam um obstáculo ao desenvolvimento econômico e social do
Estado.
Com o intuito de fortalecer a gestão dos recursos hídricos no Estado, o atual governo
recriou a Secretaria de Recursos Hídricos (extinta desde 2003, conforme descrito
abaixo), instituída como órgão gestor dos recursos hídricos do Estado e com a missão de
coordenar e executar as Políticas de Recursos Hídricos e de Saneamento do Estado de
Pernambuco.
A SRH-PE tem entre suas metas prioritárias promover a implantação da infra-estrutura
necessária para o atendimento dos serviços de água e esgotamento sanitário das áreas
urbanas de 100% dos municípios do Estado nos horizontes de oito e doze anos,
respectivamente.
Observe-se que, perseguindo a meta da universalização dos serviços de água e
saneamento, o Governo de Pernambuco visa contribuir a pelo menos três dos oito
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, notadamente o (1º) erradicar a pobreza
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 11
extrema, o (4º) reduzir a mortalidade materna, e o (7º) garantir a sustentabilidade
ambiental.
1.2. O Desafio da Gestão dos Recursos Hídricos
A atribuição de Órgão Gestor dos Recursos Hídricos de Pernambuco coube
inicialmente à SECTMA – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, através
de sua Diretoria de Recursos Hídricos, conforme estabelecido pela Lei Estadual 11.426
de 17 de janeiro de 1997.
Com o amadurecimento da consciência acerca da importância dos recursos hídricos, o
Estado criou a Secretaria de Recursos Hídricos, Lei nº 11.629/1999 e Decreto nº.
21.281/99, com a atribuição específica de órgão gestor dos recursos hídricos. Em 2003
o Governo do Estado realizou uma reforma administrativa, Lei complementar nº49 de
31 de janeiro de 2003, e extinguiu a Secretaria de Recursos Hídricos, criada em 1999,
passando suas atribuições para outros órgãos e entidades.
Com a recente mudança de Governo, o Estado recriou a Secretaria de Recursos
Hídricos, Lei 13.205, de 19 de janeiro de 2007, responsável pela implementação da
Política Estadual de Recursos Hídricos e de Saneamento.
Planos e diagnósticos de Recursos Hídricos foram elaborados para todas as bacias
hidrográficas do estado, propiciando uma base de informações importante para o
delineamento de um programa estratégico na área de recursos hídricos e saneamento. O
Estado de Pernambuco desenvolveu, entre 1997 e 1998, um primeiro Plano Estadual de
Recursos Hídricos (PERH), no qual foi elaborado o balanço hídrico e foram
estabelecidos programas e diretrizes com vistas a propor soluções e organizar o sistema
integrado de gestão de recursos hídricos do Estado. Além disso, um plano específico de
aproveitamento dos recursos hídricos foi elaborado para a Região Metropolitana do
Recife, Zona da Mata e Agreste Pernambucano, concluído em 2005, tendo em vista a
importância social e econômica desta região para o desenvolvimento do Estado.
Apesar dos avanços da política de recursos hídricos, seus instrumentos de
gerenciamento ainda são pouco efetivos. Os cadastros de usuários, essenciais para o
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 12
sistema de outorga, são incompletos e desatualizados. O conhecimento da
disponibilidade hídrica também é limitado em várias bacias, por falta de dados
adequados. A cobrança pelo uso dos recursos hídricos, apesar de prevista em lei, não
avançou. A rede de monitoramento hidrometeorológico precisa ser otimizada e
expandida, com informações sistematizadas para dar melhor suporte às decisões de
planejamento e gerenciamento de recursos hídricos.
O Estado investiu também no suporte à organização de conselhos de usuários em nove
açudes públicos, além da criação de nove comitês de bacias. Vários destes organismos
foram desativados (8 conselhos e 3 comitês) o que denota a necessidade de revisão da
estratégia do Estado no que se refere aos mecanismos de participação.
Há outros importantes obstáculos para a implementação da Política de Recursos
Hídricos e seus instrumentos, notadamente existe uma fragilidade na constituição de um
órgão gestor dos recursos hídricos no âmbito da administração direta do Estado. Com o
intuito de propiciar uma maior estabilidade institucional ao órgão executor da Política
Estadual de Recursos Hídricos, permitindo o desenvolvimento de um planejamento de
longo prazo e dando conseqüência às ações planejadas, fortalecendo assim o SIGRH-
PE, o Governo de Pernambuco está elaborando estudo de viabilidade econômico-
financeira e minuta de Projeto de Lei com vistas à criação da Agência Estadual das
Águas, autarquia especial, responsável pela execução da política de recursos hídricos no
Estado.
Entre as ações previstas para a implantação e consolidação da Agência Estadual das
Águas de Pernambuco está a realização de concurso público, para formação de corpo
técnico específico, instalação física da mesma e implantação de infra-estrutura
tecnológica compatível com as atividades a serem desenvolvidas.
Pernambuco foi o pioneiro na implementação de um Sistema de Informações sobre
Recursos Hídricos, o SIRH-PE, no âmbito de um órgão gestor. Em 1996, o Estado já
dispunha de um sistema consolidado, com interface gráfica e recursos de SIG e
disponibilidade de acesso pela internet. O SIRH-PE foi fundamental como instrumento
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 13
do desenvolvimento do primeiro plano de recursos hídricos de Pernambuco, bem como
instrumento suporte às decisões governamentais.
A vulnerabilidade causada pelas constantes mudanças na estrutura do Órgão Gestor dos
recursos hídricos e a ausência de uma estrutura de suporte ao SIRH-PE que promovesse
a sua constante atualização causou a descontinuidade do mesmo. Atualmente a SRH-PE
desenvolve um projeto de atualização tecnológica do Sistema, resgate e atualização dos
dados e ampliação/atualização de suas funcionalidades.
1.3. O Desafio da Universalização do Abastecimento de Água
A situação mais alarmante da questão hídrica no Estado diz respeito ao abastecimento
de água das sedes municipais.
Apesar de apresentar dados elevados de cobertura urbana dos serviços de água – 91%
dos domicílios urbanos conectados às redes públicas de abastecimento, segundo a
PNAD 2006, os serviços não apresentam regularidade e confiabilidade adequados. Dos
170 municípios operados pela empresa estadual COMPESA, apenas 30 apresentam
serviços regulares e confiáveis (água 24 horas por dia, 7 dias por semana). Mesmo na
capital os serviços obedecem a um regime de rodízio, em média de 24 h X 28 h. Ao
mesmo tempo, os serviços apresentam elevados níveis de perda – 60% em 2006, muito
acima da média nacional de 40%, também elevada. Tal quadro se mostra ainda mais
dramático em um estado com tamanha criticidade hídrica.
O “ATLAS NORDESTE - Abastecimento Urbano de Água”, estudo concluído em
2006, coordenado pela Agência Nacional de Águas em cooperação com as Secretarias
Estaduais de Recursos Hídricos e acompanhamento do Ministério da Integração
Nacional, Ministério das Cidades e Ministério da Saúde, aponta a necessidade premente
de investimentos na ampliação da oferta de água para os municípios.
A partir do estudo da ANA, a Secretaria de Recursos Hídricos elaborou o Plano
Estratégico de Recursos Hídricos e Saneamento, conforme acima mencionado. Nesse
trabalho foram levantadas as ações necessárias para a universalização do abastecimento
das sedes municipais, considerando os investimentos para a recuperação e ampliação
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 14
dos sistemas de distribuição, bem como os municípios não contemplados pelo ATLAS.
Os resultados indicam a necessidade de um aporte de investimentos de
aproximadamente R$ 3,06 bilhões, sem considerar os custos dos grandes sistemas
adutores a partir do rio São Francisco: Sistemas Adutores do Agreste e do Pajeú, com
recursos previstos nos programas da União, e Canal do Sertão Pernambucano,
provavelmente a ser financiado por parceria público-privada. Este canal tem
importância estratégica tanto para garantir o suprimento de água das cidades e distritos
mais a oeste de Pernambuco como para promover o desenvolvimento dessa região, onde
se situam as terras mais apropriadas para a agricultura irrigada do Estado.
O aporte de recursos desta magnitude em obras de infra-estrutura hídrica não pode estar
dissociado de ações que promovam uma operação eficiente das mesmas, o que tem
requerido profundas mudanças gerenciais na COMPESA, concessionária estadual de
água responsável pela operação da quase totalidade dos sistemas de abastecimento
existentes no Estado. Somente a oferta maior de água não será suficiente, e os
desperdícios serão ainda maiores, se a operação não for eficiente e se não forem
significativamente reduzidos os níveis de perdas. A ampliação dos sistemas deve ser
acompanhada de um amplo programa de eficiência operacional, focando a redução das
perdas físicas (aparentes e não aparentes) e comerciais, o que envolve elevados
investimentos em setorização, reservação, substituição de redes, automação de
elevatórias e válvulas, macro e micromedição, além de medidas de reorganização
operacional e corporativa, especialmente nos grandes sistemas de abastecimento.
Para enfrentar o desafio de desequilíbrio financeiro estrutural, garantir de forma
adequada a operação e manutenção de seus sistemas, a COMPESA estruturou o Plano
de Ações Imediatas – PAI com horizonte de curto prazo, no primeiro momento
abrangendo os exercícios de 2003/2004 devido à urgência em resgatar a governança
empresarial, especialmente em sua dimensão financeira. O PAI reverteu uma tendência
de prejuízo de longo prazo permitindo resultados anuais da ordem de R$ 40,0 milhões
de reais nos exercícios de 2005 e 2006.
No decorrer do exercício de 2005 foi elaborado o Plano Estratégico da empresa, que
definiu um caminho para o horizonte 2005/2010, traduzidos através da missão e visão
dos seus objetivos estratégicos, do perfil dos seus empregados e de 45 projetos
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 15
estruturadores que estão sendo implementados conforme programação prevista. Tal
Plano foi recentemente atualizado para abranger o horizonte temporal 2009-2013. Dos
projetos estratégicos em curso, destacam-se os voltados para redução das perdas,
racionalização do consumo de energia e melhoria do padrão de gestão dos principais
Elos do Recife.
1.4. O Desafio da Universalização do Esgotamento Sanitário
Segundo a PNAD 2006 do IBGE, nas cidades pernambucanas a cobertura dos serviços
de esgotos por meio de redes coletoras (incluindo redes mistas de drenagem de águas
pluviais) é de 47%, sendo que metade dos domicílios urbanos – 3.250 mil – não
dispõem sequer de fossa séptica.
Entre os 170 municípios com serviços de água prestados pela COMPESA, apenas 20
possuem sistema de esgotamento sanitário, com uma cobertura média total de apenas
20%, muito inferior à média nacional e regional. Mesmo em Recife o índice de coleta
de esgotos é muito baixo – 41%. Do esgoto atualmente coletado apenas 60% recebe
tratamento. Embora os impactos negativos deste quadro se propaguem sobre todo o
território estadual, eles se tornam mais agudos nas grandes concentrações populacionais,
como na Região Metropolitana.
Esta situação traz impactos diretos na população não atendida, com elevados riscos à
saúde pública, mas também à população atendida, de modo indireto, em função da
poluição dos recursos hídricos, que recebem a carga poluidora dos esgotos não tratados,
e das praias. Também é relevante a ameaça que a poluição decorrente dos esgotos
domésticos não tratados causa nos mananciais de abastecimento público. Alguns dos
principais mananciais de Pernambuco, como na Região Metropolitana (Tapacurá) e no
interior (Jucazinho, Carpina, entre outros), estão recebendo cargas poluidoras crescentes
em função de esgotos domésticos não tratados lançados a montante das captações e
barramentos. Os mananciais citados abastecem cerca de 2,6 milhões de pessoas.
O atual grau de identificação da situação e das soluções necessárias para a
universalização do esgotamento sanitário nas sedes municipais do Estado permite
apenas estimativas preliminares dos investimentos necessários, que são da ordem de R$
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 16
4,6 bilhões, segundo o Plano Estratégico de Recursos Hídricos e Saneamento já citado.
Observa-se, contudo, que ações desenvolvidas de forma esparsa ao longo dos anos,
através de políticas e instrumentos institucionais e financeiros disponíveis quando de
sua formulação, deixaram implantada no Estado uma infra-estrutura que não pode ser
desprezada, embora grande parte esteja inconclusa, operando de forma ineficiente ou
sem manutenção.
Se o quadro é crítico nas áreas urbanas do Estado, a situação não é melhor nas áreas
rurais do Estado. Apenas 21% dos domicílios rurais pernambucanos estão conectados ás
redes públicas de água, e 5% possuem rede coletora ou dispõem de fossas sépticas; 762
mil domicílios rurais pernambucanos (39% do total) não dispõem sequer de banheiros
exclusivos, e 1270 mil (64%) não possuem canalização interna de água. Tal quadro, que
não é uma exclusividade pernambucana, é reflexo da ausência de uma política
específica de saneamento rural no Estado.
Atualmente, a Secretaria de Recursos Hídricos está desenvolvendo esforços no sentido
de detalhar o diagnóstico da situação atual do saneamento básico na área rural do
Estado, complementando o Plano Estratégico que no primeiro momento avaliou as
ações de universalização dos serviços apenas para as áreas urbanas.
1.5. As Metas e Estratégias do Estado
O primeiro PERH desenvolvido na SRH contemplou as áreas de saneamento e recursos
hídricos, e estabeleceu os seguintes objetivos estratégicos:
Consolidação do sistema estadual de gestão de recursos hídricos envolvendo três
ações de organização (agências de água, conselhos, comitês e associações);
Universalização das disponibilidades dos serviços de abastecimento de água em
todas as áreas urbanas do Estado (sedes municipais) incluindo a garantia de
confiabilidade e regularidade dos serviços no prazo de oito anos;
Universalização das disponibilidades de serviços de esgotamento sanitário nas
áreas urbanas do Estado em 12 anos (2007-2018);
Implantação de programas de saneamento nas comunidades rurais do Estado,
utilizando tecnologias e modelos de gestão de financiamento apropriados.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 17
Como ações estratégicas para sua execução foram previstas as articulações
institucionais com outras instituições de setores correlatos, como o meio ambiente.
Entretanto, hoje o Estado de Pernambuco vive uma realidade hídrica e ambiental bem
diferente daquela dos anos de elaboração do primeiro PERH. Se, por um lado, houve o
agravamento de muitos problemas hídricos, ambientais e sociais, por outro lado
importantes ações estruturais estão sendo executadas. Ressaltem-se a transposição de
águas do rio São Francisco e a construção do canal do Sertão. Há ainda em andamento o
projeto de revitalização da bacia do rio Capibaribe e, no setor de saneamento, a busca da
universalização do saneamento.
A experiência na formulação e organização dos Sistemas Integrados de Gestão de
Recursos Hídricos em outros estados da Federação mostra a importância de se criar um
modelo institucional bem estruturado, apoiado em princípios fundamentais, diretrizes
claras e boas práticas gerenciais. Um bom Plano Estadual de Recursos Hídricos é o
instrumento que materializa e sintetiza essa base. Enfim, o plano deve apresentar um
quadro diagnóstico dos problemas existentes, dos recursos disponíveis e dele emergirem
programas e ações que proporcionem um conjunto de soluções estruturado e articulado
em eficientes políticas públicas.
Por outro lado, já são conhecidos alguns problemas que estão a exigir soluções
imediatas. Já há importantes ações em andamento que não podem ser paradas para
aguardar o novo PERH. Em consequência, a estratégia atualmente adotada pela SRH é
composta por dois tipos de ações: 1) as decorrentes de planejamentos anteriores e de
problemas que requerem ações imediatas; e 2) a reorganização do modelo institucional e
elaboração de um novo balanço hídrico para a situação vigente a serem consolidadas e
sintetizadas no novo PERH.
Para o novo PERH foram estabelecidos para o setor de recursos hídricos os seguintes
objetivos estratégicos:
Promover a gestão democrática, participativa e descentralizada dos recursos
hídricos fortalecendo as instituições do Sistema Integrado de Gerenciamento de
Recursos Hídricos de Pernambuco (SIGRH-Pe);
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 18
Desenvolver o arcabouço legal necessário à implementação das políticas de
recursos hídricos e saneamento;
Dinamizar os processos de planejamento e gerenciamento das demandas e
disponibilidades hídricas com a implementação dos instrumentos da Política de
Recursos Hídricos;
Ampliar a oferta hídrica, notadamente nas regiões semi-áridas
Implantar a infraestrutura necessária para a universalização dos serviços de água
e esgotamento sanitário, promovendo a melhoria da qualidade de vida das
populações.
Para o alcance das metas, o Estado de Pernambuco desenvolveu uma estratégia ampla
de atuação baseada em quatro pilares:
a. Gestão adequada dos recursos hídricos, incluindo planejamento das
ações e investimentos nas bacias hidrográficas;
b. Otimização dos sistemas e infra-estruturas existentes e aumento da
eficiência (operacional e econômica) dos serviços;
c. Expansão da oferta de serviços, incluindo a garantia da oferta hídrica
para os sistemas urbanos;
d. Implantação de um adequado sistema de gestão do saneamento rural.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 19
Figura 2 – Estratégias para Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco
Esta estratégia de ação se apoiou ainda em dois trabalhos basilares desenvolvidos pela
SRH no ano de 2007: o Plano Estratégico de Recursos Hídricos e Saneamento, já
comentado, e o Programa de Investimentos de Longo Prazo.
O Programa de Investimentos de Longo Prazo se concentra nos desafios da
universalização dos serviços urbanos de água e esgotos, alcançando o montante de
investimentos da ordem de R$ 7,6 bilhões (valores de 2007). Num primeiro horizonte
(2007-2010) este Programa prevê investimentos da ordem de R$ 3,9 bilhões, o que
requer um esforço de ampliação de investimentos, de capacidade de financiamento e de
implementação.
A busca de sinergias (complementariedade e potencialização) entre fontes e
modalidades de financiamento é elemento central da estratégia. Dessa forma, o Estado
vislumbrou a necessidade de parceiros locais, nacionais e internacionais para o
empreendimento. Entre esses parceiros estão, na esfera Federal, o Ministério das
Cidades, o Ministério da Integração Nacional e o Ministério da Saúde; na esfera
Objetivo:
Universalizar acesso aos
serviços de água e
esgotos
Pressuposto 1:
oferta sustentável
de recursos hídricos
Pressuposto 2:
Oferta adequada de
serviços de água e
de esgotos
Estratégia 1:
gestão e
planejamento
adequado dos
recursos hídricos
Estratégia 2:
Eficientização dos
serviços e infra-
estruturas existentes
Estratégia 3:
Expandir infra-
estrutura de
serviços de de água
e esgotos
Estratégia 4:
Implantar
tecnologias / gestão
adequados em
saneamento rural
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 20
Municipal, as prefeituras, as quais - mesmo com pequenas contribuições - devem
participar do empreendimento; no setor privado, serão feitas Parcerias Públicas Privadas
(PPPs) em projetos específicos; e na esfera internacional, financiadores como o Banco
Mundial. Ressalte-se que na parceria com o Governo Federal já foram alocados pelo
PAC Saneamento recursos superiores a R$ 700 milhões e cerca de R$ 300 milhões em
outros projetos correlatos. Contudo, o desafio é bem maior e requer outros parceiros
para financiamentos.
Da mesma forma, o Estado também vem utilizando investimentos de outras fontes,
como o PROÁGUA, o PROMETRÓPOLE, ambos financiados com recursos do Banco
Mundial, além de recursos próprios da geração de caixa da COMPESA, entre outros.
Este conjunto de investimentos com fontes de financiamento asseguradas nos anos de
2007 e 2008 monta a R$1,0 bilhão.
Como conclusão, o Estado necessita ampliar os investimentos no médio e longo prazo
para poder cumprir suas metas de atendimento dos serviços, complementando e
potencializando os recursos já assegurados. Ademais, para poder implantar sua
estratégia de ação, que envolve uma visão ampla do setor de água – recursos hídricos,
serviços urbanos de abastecimento de água e esgotamento sanitário e saneamento rural,
uma capacidade contínua de gestão e financiamento e estímulo ao aumento da eficiência
na prestação dos serviços, é necessário utilizar modalidades e fontes de financiamento
que permitam maior amplitude de ações e flexibilidade, ao mesmo tempo em que
apóiem o Estado no desenvolvimento de ações estruturantes centrais para
implementação de sua política de sustentabilidade hídrica.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 21
1.6. O PSHPE
O Projeto Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco é um dos principais instrumentos
para apoiar as ações que levem ao alcance do objetivo de segurança hídrica, na medida
em que apóia a consolidação e aprimoramento do sistema de gestão e regulação do uso
da água, por meio de ações desenvolvimento institucional, gestão participativa, planos e
estudos, regulação de uso, monitoramento e informações e revitalização de bacias.
O alcance da universalização dos serviços urbanos de água e esgotos requer
investimentos de aproximadamente R$8,0 bilhões, somente em expansão, dos quais
cerca de R$1 bilhão já se encontra contratado e outro R$1 bilhão com fonte assegurada,
incluindo os recursos do Projeto. Na medida em que os recursos do empréstimo
destinados a investimentos em serviços de água e esgotos representam uma pequena
parcela do montante necessário, sua utilização deve ser focada de modo a maximizar
seus resultados. Assim, foi dada a prioridade a investimentos que contribuam para a
sustentabilidade hídrica na Bacia do Rio Capibaribe (principal rio estadual) e Região
Metropolitana do Recife (40% da população do Estado), caracterizando o foco regional,
assim como o foco setorial, por meio da concentração de investimentos em eficiência
dos serviços e em coleta e tratamento de esgotos sanitários, visando a proteção dos
principais mananciais destinados ao consumo humano.
Em complemento às transposições de água do Rio São Francisco, que vêm sendo
financiadas pelo Governo Federal, o Projeto pretende apoiar o desenvolvimento de um
complexo sistema de irrigação – Canal do Sertão, incluindo o desenvolvimento de
estudos técnicos e avaliação de modelos de gerenciamento e uso efetivo da água.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 22
2. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO PROJETO E CUSTOS
O PSHPE será apoiado por um empréstimo para investimento específico de US$ 190
milhões.
O objetivo de desenvolvimento do Projeto é melhorar a oferta sustentável de água e
serviços de saneamento para a população residente na bacia do rio Capibaribe e na
Região Metropolitana de Recife (RMR).
O Projeto é complementar e contribui à implementação do programa do setor de
recursos hídricos do Governo de Pernambuco através dos seguintes componentes: (1)
Gestão e Desenvolvimento Institucional do Setor de Recursos Hídricos; (2) Melhoria na
Eficiência na Oferta de Abastecimento de Água e Serviços de Saneamento; (3)
Expansão na Oferta de Água e Serviços de Saneamento.
2.1. Componente 1 - Gestão e Desenvolvimento Institucional do Setor de Recursos
Hídricos (US$ 29 milhões)
O Componente 1 do PSHPE contempla o fortalecimento das instituições e o
desenvolvimento de um eficiente modelo de regulação dos recursos hídricos, assim
como da capacidade do estado em planejamento, políticas públicas e gestão do setor.
Esse componente é executado pela SRH e financia atividades de assistência técnica,
aquisição de bens e serviços para consolidar, melhorar e implementar a gestão integrada
de recursos hídricos, através das seguintes atividades: (i) gestão integrada de recursos
hídricos, (ii) serviços e infraestrutura de recursos hídricos, e (iii) gerenciamento do
projeto.
Atividade 1.1 - Gestão Integrada de Recursos Hídricos. Essa atividade visa fortalecer o
marco institucional e regulatório do setor, assim como a capacidade do estado em
planejamento, políticas públicas e gestão integradas. Esta atividade financia as ações
descritas a seguir.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 23
Criação e organização da APAC - Agência Pernambucana de Água e Clima. A
APAC se tornará a responsável pelo planejamento e a gestão de recursos hídricos no
estado, inclusive facilitando parcerias com a Agência Nacional de Águas no que diz
respeito às águas de domínio da União. Serão financiadas a construção da sede da
APAC e instalação dos equipamentos necessários, o seu planejamento
organizacional, definição da sua missão e estratégia de negócios, processos
administrativos, tecnologia de informação, treinamento de pessoal e programas de
melhoria de desempenho.
Fortalecimento da gestão participativa - A participação de usuários nas decisões
constitui-se em um dos fundamentos da moderna política de águas no mundo.
Pretende-se do PSHPE avaliar os modelos aplicados no passado, propor novos
modelos e partir para uma ação efetiva de criação e fortalecimento das instituições e
mecanismos de participação. Na parte semi-árida, onde os rios permanecem secos
por seis meses ou mais, as fontes efetivas de água e objeto central do gerenciamento
são os reservatórios. O PSHPE prevê a formulação e implementação de conselhos
gestores de reservatórios aproveitando a experiência do Departamento Nacional de
Obras Contra as Secas e de outros estados da Federação. Assim, as atividades de
apoio à gestão participativa estarão concentradas na criação de conselhos de usuários
nos principais reservatórios da região do Sertão Pernambucano, no semi-árido da
Bacia do rio São Francisco, constituída por rios intermitentes que permanecem secos
durante a maior parte do ano. Estes reservatórios, que concentram a maior parte da
disponibilidade hídrica da região, foram em sua maioria construídos pelo Governo
Federal, e reservam, portanto, águas de domínio da União. O Projeto de Integração
do São Francisco (PISF) e a implantação da cobrança pelo uso da água de domínio
Federal, prestes a acontecer na Bacia do São Francisco, afetará fortemente a
dinâmica social e econômica desta região. A experiência do estado tem mostrado que
os conselhos de usuários (CONSUs) podem desempenhar papel relevante na
resolução de conflitos pelo uso da água e contribuem para um melhor gerenciamento
destas águas por meio de um processo de alocação negociada da água. Além disso,
apresentam potencial significativo para o fortalecimento da gestão compartilhada das
águas, sobretudo no que se refere ao empenho de entidades locais para a conservação
dos recursos naturais. Os conselhos também agem com maior presteza para
identificar problemas e encaminhar soluções por conta da proximidade entre seus
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 24
membros e da facilidade de acesso aos poderes públicos em suas localidades. Serão
financiadas as seguintes ações:
o Estudos para adequação dos Modelos de Organismos de Bacia na Região Semi-
Árida: estudos para a elaboração de propostas de adequação das agências de
bacias do semi-árido; estudos para elaboração de propostas para a participação
dos organismos de bacia no modelo de gestão institucional das transposições de
bacias e suas estruturas hidráulicas.
o Instalação de Comitês de Bacia (COBH) e Conselhos de Usuários (CONSU):
cadastro e mobilização de entidades dos segmentos Poder Público, Sociedade
Civil e Usuários; instalação de comissão provisória; elaboração, discussão e
aprovação de estatutos; instauração e homologação do colegiado; capacitação e
apoio ao planejamento; instalação de secretaria executiva; apoio ao
funcionamento no primeiro ano após a instauração. Tais atividades deverão levar
à implantação e funcionamento do Comitê da Bacia do rio Brígida e dos
Conselhos de Usuários dos rios Brígida, Terra Nova e Ipanema.
Atualização e complementação de planos de recursos hídricos. O Plano Estadual de
Recursos Hídricos foi elaborado em 1998 não tendo sido objeto de avaliação e
atualização até a presente data. Situação semelhante ocorreu com os planos das
bacias hidrográficas do Sertão Pernambucano, afluentes ao rio São Francisco. Além
da necessidade de se atualizar o balanço entre demandas e disponibilidades, já
bastante desatualizado, torna-se premente a prospecção de novos cenários
condizentes com a dinâmica das grandes intervenções ocorridas e previstas para a
citada região, ressaltando-se entre estas: o Projeto de Integração de Bacias (PISF), a
implementação da cobrança de água de domínio da União na Bacia do São Francisco
(que constitui a grande maioria dos reservatórios) e a implementação do Plano de
Universalização dos Serviços de Abastecimento e Saneamento Urbano ora em
implementação no Estado. Nesse sentido a revisão dos citados planos, em especial o
Plano Estadual, deverá contemplar estudos de adequação do arcabouço institucional
e legal necessários à gestão dos recursos hídricos no Estado em face de este novo
cenário.
Além disso, O Estado de Pernambuco dispõe de uma grande infraestrutura em termos
de reservatórios superficiais construídos no âmbito da política do Governo Federal de
combate às secas. Muitos dessas obras estão com pouco ou nenhum aproveitamento
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 25
de suas águas estocadas. Como fonte hídrica esses reservatórios devem ser abordados
e estudados no âmbito do PERH. Todavia, há necessidade de um projeto específico a
ser formulado e implementado para a administração sustentável desses recursos
hídricos. O projeto deverá estar articulado com o projeto de instalação de conselhos
gestores de reservatório no âmbito da ação 1.1.2.
Serão, portanto, financiadas as seguintes ações:
o Atualização do Plano Estadual de Recursos Hídricos – PERH: elaboração de
estudos de potencialidades, disponibilidades e demandas hídricas e atualização
do uso e ocupação do solo e do balanço hídrico nas UPs do Estado; elaboração
de cenários prospectivos de médio longo prazo para o desenvolvimento dos
recursos hídricos; avaliação do arcabouço institucional e legal para
implementação da Política de Recursos Hídricos; estabelecimento de metas de
racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos
recursos hídricos disponíveis, bem como propostas de programas e ações para o
atendimento das metas propostas.
o Planos de Aproveitamento da Infraestrutura Hídrica do Semi-Árido:
diagnósticos da situação das principais obras de infraestutura hídrica do semi-
árido; identificação dos usos prioritários de suas águas com base em análise de
cenários prospectivos de desenvolvimento econômico e social da região;
definição de ações necessárias e prioritárias para o uso múltiplo sustentável das
águas, a estruturação das cadeias produtivas locais e o fortalecimento
socioeconômico da região; proposição de um modelo institucional e legal que
promova o gerenciamento eficiente dessas infraestruturas; desenvolvimento de
instrumentos de acompanhamento e avaliação da implementação das ações
propostas, propiciando um gerenciamento dinâmico e eficaz da implementação
dos planos elaborados.
Estudos de aqüíferos: serão realizados, também, estudos dos principais aqüíferos do
Estado, localizados nas bacias sedimentares costeiras de Pernambuco-Paraíba e
Cabo-Ipojuca, e nas bacias sedimentares do Jatobá e Araripe, situadas na região
semi-árida. Neste sentido, considera-se prioritária a elaboração de estudos
hidrogeológicos referentes à área setentrional da Região Metropolitana do Recife de
modo a se estabelecer mapa digital de zoneamento explotável dos aqüíferos
Beberibe, Cabo e Barreiras, e orientar revisão de critérios de outorga. A
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 26
insuficiência dos serviços de abastecimento de água acarretou uma sobre-exploração
de águas subterrâneas na região litorânea do Estado. No semi-árido do estado,
existem algumas pequenas bacias sedimentares como São José do Belmonte,
Mirandiba, Betânia, Fátima, Araras, Carnaubeiras e Cedro, que constituem
importantes mananciais para abastecimento. O Estado já contratou estudo das bacias
sedimentares do Jatobá e São José do Belmonte, e pretende utilizar recursos do PSH
para replicar estes estudos nas bacias sedimentares de Mirandiba, Carnaubeira,
Betânia, Fátima e Cedro todas situadas no Sertão Pernambucano.
Serão portanto financiadas as seguintes ações:
o Atualização dos estudos hidrogeológicos da RMR: atualização e expansão de
cadastro de usuários de águas subterrâneas da RMR; Mapa de Zoneamento
Explotável da RMR; estudos qualitativos e quantitativos dos aqüíferos da RMR
e avaliações de potencialidade e disponibilidades de águas subterrâneas; revisão
do novo Mapa de Zoneamento Explotável existente (HIDROREC II – 2002) e
sua atualização em meio digital viabilizando, mediante geoprocessamento, a
localização rápida dos poços tubulares existentes e os que vierem a ser
perfurados, agilizando a consulta aos limites das Zonas de Restrições de
captação de água.
o Estudo dos Aqüíferos do Estado de Pernambuco: estudos hidrogeológicos para
caracterização dos aqüíferos nas bacias (Mirandiba, Carnaubeira da Penha,
Araras e Cedro) onde ainda não foram executados; cadastramento de poços com
nivelamento de uma rede selecionada; revisão da geologia a partir da correlação
de poços, análise de aero-fotos e imagens de satélite, perfis e levantamentos
geofísicos; potenciometria dos aqüíferos da bacia sedimentar; coleta de água e
realização de análises físico-químicas; avaliação da recarga natural dos
aqüíferos; realização e interpretação de ensaios de bombeamento com avaliação
dos parâmetros hidrodinâmicos dos aqüíferos; avaliação das reservas,
potencialidades e disponibilidades dos aqüíferos; planejamento de explotação.
Regulação do uso da água. Essa ação engloba quatro projetos integrados em torno do
sistema de outorga, quais sejam: normas e procedimentos institucionais, gestão
eletrônica dos processos de outorga, estudos de cobrança da água bruta, e cadastro de
usuários. Ficou acordado que o foco territorial desta ação será nas bacias litorâneas,
onde se localiza a maior parte dos recursos hídricos sob jurisdição do Estado. O
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 27
Estado pretende aprovar a introdução da cobrança ainda em 2008, iniciando a
cobrança do setor saneamento no primeiro semestre de 2009. A tramitação da lei de
introdução da cobrança será paralela à tramitação da lei de criação da APAC, tendo
em vista a papel da cobrança na sustentação financeira da agência. A cobrança de
outros setores será introduzida posteriormente em função dos estudos e atividades
previstos nesta ação do PSHPE (cadastro, outorga, fiscalização), provavelmente na
seguinte seqüência: captações para usos industriais, cobrança por lançamento de
efluentes e cobrança pelo uso na irrigação. No curto-médio prazo o Estado iniciará a
cobrança pelo uso da água nos aqüíferos costeiros, na área de influência da RMR, tão
logo o abastecimento público de água nesta área seja regularizado com a entrada em
funcionamento do sistema de Pirapama e as ações de melhoria de eficiência apoiadas
pelo PSHPE. Na área semi-árida do Estado, a disponibilidade de água está
fortemente associada ao rio São Francisco ou a reservatórios de domínio da União.
Com a criação da agência, o Estado pretende fazer as articulações necessárias para
obter a delegação pela ANA ao Estado para administração da outorga nestes
reservatórios.
Uma boa regulação do uso da água inclui a organização de um sistema de outorga de
direito do uso da água (quem tem direito a usar e quanto, e quem não tem tal direito).
O pagamento da água bruta é fundamental para um moderno gerenciamento dos
recursos hídricos. A experiência internacional mostra que sua implementação,
mesmo sendo um processo político, requer uma boa base técnica e modificações nas
leis. Estudos relativos à cobrança serão desenvolvidos visando dar maior sustentação
e velocidade à implementação da cobrança.
Serão financiadas as seguintes ações:
o Elaboração de normas e procedimentos institucionais relativos à outorga de
direito e uso da água e fiscalização do uso dos recursos hídricos: regulamentação
da Política Estadual de Recursos Hídricos no tocante à outorga de direito de uso
da água e fiscalização do uso dos recursos hídricos; definição de critérios de
outorga (isenção, vazão de referência, vazão máxima outorgável);
estabelecimento de instrumento formal - Manual de Outorga – contendo os
procedimentos internos da SRH e da tramitação integrada com o licenciamento
ambiental; revisão do Manual de Fiscalização do uso dos recursos hídricos;
elaboração do Manual Operacional para aplicação de multas.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 28
o Sistema de Gestão Eletrônica dos Processos de Outorga: desenvolvimento e
implantação de sistema (software) de consulta e gestão eletrônica dos processos
de outorga de uso da água; elaboração de manual de operação do sistema;
preparação de arquivo em meio digital de todos os documentos contidos nos
processos de outorga existentes; capacitação dos técnicos da SRH a utilizar o
software de consulta aos processos existentes em arquivo e implantação de
novos processos, bem como à geração automática de documentos (relatórios,
pareceres, notificações e Termos de Outorga), a partir dos dados cadastrados, de
acordo com modelos-padrão.
o Estudos de Cobrança de Água Bruta: elaboração de estudos com mecanismos
para definição de preços públicos a serem cobrados pelo uso da água em águas
de domínio de Pernambuco; avaliação do impacto econômico da cobrança para
os diversos setores usuários; estimativa da receita potencial a ser arrecadada com
a cobrança pelo uso da água, a partir de cadastro de usuários sujeitos à outorga;
elaboração de instrumentos normativos necessários à implementação da
cobrança pelo uso da água; elaboração de um Manual Técnico operativo para
Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos; oficinas para discussão da Cobrança
pelo Uso dos Recursos Hídricos com os setores usuários, comitês de bacias
hidrográficas e sociedade civil; treinamento de técnicos da SRH-PE para
utilização do sistema de cobrança.
o Cadastro de Usuários de Águas Superficiais: diagnóstico das áreas prioritárias
para elaboração de cadastro de usuários de águas superficiais, com definição de
tipo de usuário a ser cadastrado e metodologia de cadastro, incluindo estimativa
de volumes de água captados e retornados ao manancial; elaboração de cadastro
de usuários de águas superficiais em águas de domínio de Pernambuco, para o
setor de saneamento; elaboração de cadastro de usuários de águas superficiais
de grande porte em águas de domínio de Pernambuco, para o setor industrial;
processamento e disponibilização dos dados em meio digital, através de
planilhas e mapas.
Modernização e expansão da rede de monitoramento hidro-metereológica e da
qualidade da água. O monitoramento das fontes de águas irá permitir que se conheça
a evolução dos estados das fontes de águas superficiais e subterrâneas em seus
aspectos quantitativos e qualitativos. Esse acompanhamento proporciona uma
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 29
avaliação de tendência e permite tomadas de decisões antecipadas para evitar, ou
minimizar, crises no abastecimento e degradação da qualidade das águas. A ação
compreende cinco projetos que perpassam as três fases do ciclo hidrológico: aérea,
terrestre e subterrânea. Na parte subterrânea planeja-se a implantação do
monitoramento de aquíferos do Estado. Como não há recursos financeiros para
incluir todo o Estado, a implementação do sistema será precedida de um estudo de
hierarquia para delimitar áreas prioritárias. Na parte aérea o projeto contempla o
fortalecimento da atual rede de monitoramento meteorológico. Na parte superficial, o
projeto aborda as águas escoadas nos rios litorâneos que são, em muitos casos,
captadas a fio d’água. Há solicitações de outorgas de usos dessas águas sem que se
conheçam as disponibilidades. A bacia do Capibaribe é objeto de preocupações
especiais em virtude de concentrar a maior parte das populações e indústrias do
Estado. Dessa forma, previu-se um projeto específico de reestruturação do
monitoramento dessa bacia. Adicionalmente, prevê-se um projeto de estruturação de
unidades integradas de gestão ambiental para a área prioritária da bacia do
Capibaribe.
Serão objeto de financiamento as seguintes ações:
o Sistema de Monitoramento dos Aqüíferos do Estado de Pernambuco: estudos
para escolha dos locais onde serão implantados os sensores telemétricos; seleção
de pontos para implantação de sensores telemétricos onde os poços a serem
monitorados serão escolhidos1; aquisição e instalação dos sensores com
acompanhamento técnico; formação de uma equipe técnica para realização da
interpretação dos dados emitidos e elaboração de relatórios técnicos mensais;
manutenção preventiva contínua aos sensores.
1 As bacias sedimentares onde deverão ser implantadas redes de monitoramento
de águas subterrâneas com o respectivo número de estações telemétricas são
apresentadas a seguir. Bacia Sedimentar de São José do Belmonte: essa bacia
interiorana foi estudada recentemente, devendo ser apenas definidos os locais onde
deverão ser instaladas as estações telemétricas, em número proposto de 4 (quatro).
Bacia Sedimentar de Fátima: já possui estudos de locação das estações telemétricas
necessitando apenas a sua aquisição e implantação. São previstas 3 (três) estações.
Bacia Sedimentar do Jatobá: os estudos hidrogeológicos existentes na bacia
envolvem apenas os aqüíferos Tacaratu e Inajá, que constituem a base da seqüência
estratigráfica da bacia sedimentar. Estudos hidrogeológicos deverão ser desenvolvidos
com previsão de serem definidos os locais onde deverão ser implantados os sensores
telemétricos, em número de 6 (seis).
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 30
o Fortalecimento da Rede de Monitoramento Meteorológico: aquisição, instalação
de Plataformas Automáticas de Coletas de Dados para implantação de uma rede
automática com 26 estações meteorológicas completas, inclusive com medidas
de evaporação automática nas principais Bacias hidrográficas do Agreste e
Litoral do estado (uma delas também irá medir parâmetros oceanográficos
visando monitorar informações ambientais); aquisição e instalação de um
sistema de recepção de dados hidro-meteorológicos teletransmitidos via satélites
e/ou celular; implantação de um Sistema de Armazenamento de Dados em Rede
de forma a permitir operacionalização e disponibilidade do banco de dados e
ferramentas para recepção, tratamento, e disseminação de dados
hidrometeorológicos recebidos por teletransmissão.
o Ampliação do monitoramento de águas superficiais em áreas estratégicas,
incluindo estudo, instalação e monitoramento: identificação das áreas
estratégicas (carência de informação hidrológica x pressão de grandes demandas
hídricas); avaliação do tipo de monitoramento adequado às áreas identificadas;
aquisição e instalação de 250 estações fluviométricas manuais; realização de
campanhas de medição de vazões trimestrais; processamento e disponibilização
dos dados em meio digital, com interface gráfica.
o Estruturação da Unidade Integrada de Gestão Ambiental – UIGA das Bacias
Hidrográficas dos Rios Capibaribe e Ipojuca: oficinas com os gestores dos
municípios de Caruaru, Belo Jardim, Toritama, Riacho das Almas e Santa Cruz
do Capibaribe, objetivando o desenvolvimento de um Plano Operacional de
Ações Integradas para o Monitoramento Ambiental; treinamento da equipe
técnica da UIGA Caruaru e efetivo das Prefeituras dos municípios acima
referidos, objetivando o compartilhamento das ações de controle ambiental
(licenciamento, fiscalização e monitoramento); estruturação operacional
(equipamentos de TI, veículos, GPS, máquinas fotográficas, material de
expediente) da UIGA referendada, para melhor atendimento das demandas do
monitoramento ambiental; produção de material de divulgação das ações de
monitoramento ambiental conduzidas pela UIGA localizada na área de
abrangência das Bacias Hidrográficas dos Rios Capibaribe e Ipojuca.
o Reestruturação do Monitoramento da Qualidade da Água Superficial da Bacia
do Rio Capibaribe: diagnóstico da situação ambiental da bacia do rio Capibaribe
e identificação de zonas homogêneas para análise de qualidade da água;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 31
elaboração e implementação do plano de monitoramento reestruturado da bacia
do rio Capibaribe; aquisição de equipamentos e materiais de consumo para
aparelhamento da Agencia Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos;
treinamento da equipe de monitoramento da CPRH.
Revitalização de bacias. A bacia hidrográfica do rio Capibaribe apresenta grande
diversidade em sua área, desde solos bastante diferentes até as cadeias produtivas que
se instalaram em diferentes regiões da bacia. Ao longo do rio, vários tributários
levam suas contribuições hídricas e dão suporte a diversos níveis de ocupação em
cadeias produtivas na agropecuária, na industria e no setor de serviços. Em áreas com
maior intensidade de uso, ocorrem desequilíbrios ambientais que precisam ser
revertidos. O setor industrial na bacia é bastante diversificado. No Alto Capibaribe é
importante a participação da cadeia de confecções com relevantes demandas de água
e notável poder de promover agressões ambientais face aos efluentes que produzem
nos processos de lavagem e destonagem de tecidos. Não menos importante é a cadeia
produtiva sucroalcooleira que se situa no terço inferior da bacia, que tem como
característica a ocupação de grandes áreas onde são gerados elevados volumes de
efluentes, em geral utilizados nas próprias áreas de plantio. Essa prática
ocasionalmente responde por acidentes nos reservatórios de reunião de vinhoto,
provocando episódicos eventos de contaminação de mananciais. Na região
Metropolitana de Recife, onde a bacia possui áreas em alguns municípios, há ampla
diversificação de ramos industriais capazes de produzir impactos ambientais nem
sempre mitigados.
A SRH contratou, com recursos do Banco Mundial, no âmbito do ProÁgua, o Plano
Hidroambiental da Bacia do Capibaribe tendo como objetivos principais: (i)
diagnosticar os problemas e identificar as ações para recuperação hidroambiental da
bacia; (ii) construir cenários prospectivos; (iii) atualizar o balanço hídrico na área da
bacia; (iv) analisar e propor metas e ações para o enquadramento dos cursos de água,
considerando as propostas dos planos existentes e as políticas do Estado para os
recursos hídricos; (v) elaborar Planos de Investimentos que permitam ao Estado a sua
apropriação ao planejamento do setor, bem como a captação de recursos para a
implementação das ações indicadas; (vi) montar uma base de dados a ser apropriada
ao Sistema de Geoinformações da SRH/PE. O grande desafio, portanto, é a inserção
da dimensão ambiental em todos os processos que existem e existiram por demanda
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 32
da sociedade para atender a objetivos sócio-econômicos. È necessária a elaboração
de propostas concretas de remediação dos problemas, através de planos preliminares
que contenham os elementos que permitam a formulação de Projetos Básicos para a
implementação das ações. Construir parâmetros de sustentabilidade com participação
dos governos locais, dos segmentos produtivos e das comunidades, considerando de
forma articulada os aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais. O Comitê
da Bacia do Capibaribe e os Conselhos de Usuários de Água (CONSUS) deverão ser
instâncias de referência para a realização desse trabalho, sobretudo no que se refere à
mobilização das comunidades. O Plano, que deverá estar concluído no final de 2009,
oferecerá uma priorização dos investimentos nas ações ambientais na bacia,
oferecendo diretrizes para detalhamento das ações a serem financiadas pelo PSHPE,
que são aqui descritas de maneira preliminar. No contexto do PSHPE, estas ações se
somam àquelas de expansão dos serviços de esgotamento sanitário previstas na bacia
para manutenção da qualidade das águas dos principais reservatórios utilizados para
abastecimento de água.
As ações a serem financiadas pelo PSH-PE são descritas a seguir de forma
preliminar, sendo que poderão ser detalhadas após a conclusão do Plano
Hidroambiental, prevista para final de 2009.
o Sustententabilidade Ambiental da Bacia do Rio Capibaribe: recuperação,
proteção e preservação das principais nascentes e entorno dos reservatórios da
bacia hidrográfica do rio Capibaribe; fomento à participação dos agricultores nos
processos de proteção das Áreas de Preservação Permanente (APP´s), através do
apoio ao custeio e à assistência técnica para iniciativas de plantio fora dessas
áreas; promoção de cursos de capacitação sobre técnicas de plantio, manejo e de
conservação da água e do solo; atividades de mobilização social e educação
ambiental com as comunidades inseridas notadamente nas áreas de
intervenções; intercâmbio e troca de experiências, viabilizando a co-
responsabilidade dos usuários e dos órgãos normatizadores e fiscalizadores em
relação ao uso sustentável da água; capacitação visando geração de renda,
incentivando a exploração das atividades de navegação, ecoturismo e esportes
náuticos, além de cursos de técnicas de manejo da piscicultura com espécies
com função sanitária.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 33
Outras ações. Dentro dessa atividades, outras ações poderão ser propostas pelo
Governo do Estado de Pernambuco, e aprovadas, para financiamento, pelo Banco.
Atividade 1.2 - Serviços e Infraestrutura de Recursos Hídricos. Esta atividade, que
prevê assistência técnica e a aquisição de bens e serviços, foi desenhada para
desenvolver políticas e modelos institucionais específicos para a oferta e a regulação de
serviços de abastecimento de água e saneamento visando a universalização destes
serviços, assim como para a promoção da agricultura irrigada sustentável. As ações
previstas nessa atividade são descritas a seguir.
Modelo de Gestão do Saneamento Rural. A questão do saneamento rural é tratada
hoje de forma relativamente fragmentada por uma multiplicidade de atores
(COMPESA, SRH, Secretaria de Agricultura/IPA, PRORURAL, PROMATA,
Prefeituras). Com base na situação atual do Estado, é essencial aprimorar os
procedimentos praticados, definindo-se um modelo de gestão dos serviços de
saneamento rural em Pernambuco do ponto de vista de organização institucional, de
modo a melhor atender às comunidades. Além disso, considere-se que o Estado de
Pernambuco tem cerca de 850 distritos e povoados espalhados em seu território,
sendo a grande maioria desprovida de sistemas regulares de abastecimento de água
ou abastecidos de forma precária. Portanto, a implantação de ações integradas de
abastecimento e de saneamento nestas comunidades, sob a ótica de um modelo de
gestão diferenciado daquele aplicado às cidades, servirá como padrão para
multiplicação da experiência. Por isso, o Projeto financiará também até três projetos
piloto de SAA e SES em distritos rurais – respectivamente no Agreste e no Sertão.
Esta ação incluirá um diagnóstico da situação e das demandas de saneamento rural
no Estado e um plano para atendimento destas demandas, com estudo e identificação
de modelos de gestão mais apropriados. Mais especificamente, serão financiadas as
seguintes ações:
o Propostas de Modelos de Gestão para Saneamento Rural: análise dos sistemas de
gestão implantados em Pernambuco, principalmente na Zona da Mata, e em
outros estados da União; estudos para implantação de sistemas de gestão em
todo o Estado.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 34
o Implantação de sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário em
até três distritos: elaboração de projeto de SAA e SES e construção dos relativos
sistemas.
Modelo Regulatório em Abastecimento de Água e Saneamento. A ARPE – Agência
Reguladora de Pernambuco – é o órgão competente pela regulação de todos os
serviços públicos delegados pelo Estado de Pernambuco ou por ele diretamente
prestados, incluindo as seguintes áreas: saneamento, energia elétrica, rodovias,
ferrovias e hidrovias, telecomunicações, transporte, distribuição de gás canalizado,
inspeção e segurança veicular, coleta e tratamento de resíduos sólidos, loterias e
concursos. Em relação ao setor de saneamento, a ARPE tem os seguintes objetivos
de fortalecimento institucional:
- Aprimoramento do modelo regulatório, em direção a modelo de mais longo prazo,
com adoção de planos de negócio e metas de médio, curto prazo e longo prazo,
especialmente quando relacionadas a investimentos e melhorias operacionais.
- Aprimoramento do regime tarifário, incluindo mecanismos de incentivo à eficiência
(cujos ganhos deverão ser oportunamente distribuídos entre a empresa e os usuários).
- Aprimoramento do processo regulatório, aumentando sua previsibilidade e
transparência.
- Aprimoramento dos instrumentos jurídicos, técnicos e econômicos, considerando a
estrutura legal anterior (que rege a maioria dos contratos de concessão da
COMPESA) e a nova lei das diretrizes nacionais para o saneamento básico, que rege
os futuros contratos da COMPESA.
O Projeto apoiará ações pontuais, visando: (i) atender com mais eficiência as
necessidades da população, tendo em vista o melhoramento das atividades de
fiscalização e monitoramento da qualidade de água e tratamento de esgoto; (ii)
capacitar a Equipe Técnica relacionada com a Regulação Econômico-Financeira da
ARPE, que tem a atribuição de realizar os processos de revisão e reajuste das tarifas
da concessionária de saneamento do Estado, COMPESA; e (iii) formular uma nova
estrutura tarifária para o setor de saneamento em Pernambuco, visando tarifas mais
eficientes tanto para o prestador do serviço quanto para os usuários do sistema2.
2 Atualmente as revisões tarifárias anuais da COMPESA são regidas pelo Decreto
Estadual nº 18.251 de 2004, que estabelece revisões anuais pelo método do custo pelo
serviço, com uma taxa de remuneração máxima do capital investido estabelecida em até
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 35
Portanto, faz-se necessária a capacitação dirigida do corpo técnico da ARPE, ligada à
regulação econômica, visando o conhecimento das diversas experiências existentes, e os
variados aspectos técnicos das novas metodologias tarifárias que vêm sendo
desenvolvidas em nível mundial. A capacitação da equipe técnica é também
imprescindível para dotar a Agência de profissionais com a expertise necessária para
interagir com os diversos atores envolvidos no processo de montagem da nova
metodologia a ser contratada pela ARPE, visando à construção de um processo eficiente
e produtivo, e a posterior implementação do novo Modelo Tarifário, quando das futuras
revisões tarifárias da COMPESA. Além disso, faz-se necessário, para atender a
legislação vigente, um estudo mais aprofundado da realidade da regulação econômica
adotada pela ARPE para a COMPESA, e o desenvolvimento de uma metodologia
tarifária mais eficiente e adequada às características da prestação dos serviços de
saneamento em Pernambuco. O Projeto financiará, portanto, as seguintes atividades:
o Apoio às Atividades de Fiscalização da Qualidade dos Serviços de Saneamento:
aquisição e instalação de mobiliários e equipamentos; elaboração de relatórios
periódicos para acompanhamento da qualidade da água e tratamento de esgoto.
o Capacitação da Equipe Técnica da ARPE envolvida com a Regulação
Econômico-Financeira do setor de saneamento: contratação de empresas
especializadas no mercado, para realização in company de cursos relacionados
12% ao ano, que é definida com discricionariedade pela ARPE. Esse método, apesar de
ter aplicação simples, é bastante custoso para o regulador e para a concessionária, além
de ser ineficaz sob dois aspectos principais: o primeiro é que nem premia ganhos de
eficiência obtidos e a sua repartição entre as partes envolvidas, prestador e usuário, vez
que prevê remuneração de todo o custo incorrido pela concessionária. Também não
avalia, através de metodologias mais precisas, a remuneração necessária para o capital
investido. O segundo refere-se à manutenção da assimetria de informações entre
regulados e reguladores. A Lei Federal nº 11.445/2007 que traça Diretrizes Gerais para
o Setor, exige que as Agências no exercício da sua função regulatória adotem como
princípios a tecnicidade, a celeridade e a objetividade das decisões, estabelecendo
“tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a
modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos
serviços, e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.” (inciso IV
do art. 22). A adoção desses princípios contribui para reduzir a discricionariedade dos
dirigentes das Agências, quando é exigida uma base técnica para tomada de decisões
que causem impactos, por exemplo, no custo dos serviços e nas tarifas a serem pagas
pelos cidadãos.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 36
com a regulação econômico-tarifária do setor de saneamento, abordando temas
para a implementação da nova metodologia tarifária construída para a
COMPESA, tais como: experiências mundiais de regulação por incentivos,
metodologias tarifárias desenvolvidas com base na eficiência, contabilidade
regulatória, análise de custos regulatórios, determinação de fatores de
produtividade para o setor de saneamento, elaboração e aplicação de modelos
matemáticos para determinação da produtividade de empresas de saneamento,
modelos de avaliação de mercado e de remuneração de capitais.
o Desenvolvimento de Instrumentos e Procedimentos para o Setor de Saneamento
em Pernambuco: elaboração do novo modelo tarifário para o setor de
saneamento; apresentação e negociação da nova metodologia com os diversos
stakeholders do processo, através de reuniões e debates; realização de
Audiências Públicas para coleta de sugestões e realização de ajustes na
metodologia; realização da revisão tarifária da COMPESA em 2010, a partir do
novo modelo tarifário desenvolvido; avaliação e ajustes no modelo.
Canal do Sertão Pernambucano. Esta ação inclui atividades voltadas à preparação de
uma licitação para PPP (Parceria Público-Privado) para a implantação e gestão do
Canal do Sertão Pernambucano.
O Projeto do Canal do Sertão Pernambuco abrange terras de 17 municípios no estado
de Pernambuco e um município no estado da Bahia. Os estudos prevêem
originalmente a implantação de projeto de irrigação em dez áreas, totalizando cerca
de 140 mil ha. Uma área adicional, de cerca de 15.000 ha situada entre os estados da
Bahia e Pernambuco, deverá ter seu potencial edáfico também avaliado, para sua
eventual incorporação ao projeto original. O sistema capta água no Reservatório de
Sobradinho através de uma Estação de Bombeamento com cerca de 71,5 m3/s, e
conduz através de canais, aquedutos, barragens, túneis e estações de bombeamento,
ao longo de cerca de 550 km. O Projeto do Canal do Sertão Pernambuco teve os
estudos de viabilidade concluídos em 2002, e os Estudos Ambientais (EIA-RIMA) e
o Projeto Básico do trecho inicial de 50 km do canal (até a localidade de Rajada, em
Pernambuco) em 2007, sendo a sua continuidade imediata dependente da elaboração
e conclusão dos seguintes estudos e projetos: Estudos de Modelagem para PPP e
estudos básicos (cartografia e pedologia) para ampliação de Área para Irrigação da 1a
Etapa; Projeto Básico do Canal principal do trecho subseqüente de cerca de 50 km
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 37
em Pernambuco, e os Projetos Básicos dos Perímetros de Irrigação da 1a Etapa. O
Governo de Pernambuco pretende viabilizar a elaboração destes estudos e projetos
com recursos provenientes do empréstimo. O Canal do Sertão Pernambuco é,
portanto, em sua categoria, um dos maiores empreendimentos hídricos já concebidos
no país. Sua implantação possui atratividade para aproveitamentos múltiplos, tais
como floricultura, caprinocultura, bovinocultura, piscicultura, reflorestamento,
vinícola e de sucos, sucro-alcooleira e até mesmo como apoio à indústria do gesso.
Os mentores do projeto Canal do Sertão estão preocupados também com a
governança da implantação e operação do empreendimento. Ao se considerar a nova
realidade do papel do Estado quanto à sua influência na Economia, e as cada vez
maiores limitações orçamentárias quando na determinação de investimentos de infra-
estrutura e serviços públicos, passa a ser de importância estratégica a busca de
parcerias entre os setores público e privado. O modelo de exploração que melhor
atende à demanda política é o que se dá através da concessão do empreendimento a
uma sociedade de propósito específico, privada. Uma proposta cada vez mais
discutida são as PPPs, que se caracterizam por possibilitar um modelo de gestão mais
flexível e com maior potencial de investimentos.
No âmbito do PSH-PE foi identificada a oportunidade de dar prosseguimento à
complementação dos estudos de viabilidade existentes para a modelagem, na
modalidade de Parceria Publico Privada (PPP) do projeto de irrigação Canal do
Sertão Pernambucano. As atividades a serem financiadas pelo Projeto são as
seguintes:
o estudo de pedologia;
o elaboração de projeto básico de engenharia do canal (com orçamento da obra) e
definição do perímetro de irrigação;
o estudo sócio-ambiental do impacto do canal – a análise sócio-econômca inclui
um diagnóstico dos impactos sociais causados pela implementação do projeto
(migração de mão de obra, impacto nos municípios quanto à infraestrutura social
como escola, saúde, segurança, etc), incluindo a análise da relação entre os
pequenos produtores e as âncoras agrícolas tendo em vista e uma avaliação dos
benefícios da cana irrigada versus não irrigada;
o modelagem para licitação da concessão para PPP, que inclui: análise de
potencial agrícola, revisão da legislação, modelo de negócios, análise
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 38
econômico-financeira e de impacto fiscal, estudo tarifário, definição da
modalidade de licitação e elaboração das minutas de edital e contrato.
Atividade 1.3.1 – Gerenciamento do Projeto. Nesta atividade são executadas as ações
necessárias à gestão do Projeto, visando fortalecer a capacidade de implementação e
monitoramento do estado; a atividade inclui também as ações ligadas à gestão
ambiental, informação e comunicação, e estudos específicos, conforme descrito a
seguir.
Gestão do Projeto. Será fortalecida a UGP atualmente alocada no PROÁGUA (ver
seção sobre Arranjos de Implementação), através da contratação de diversos
consultores individuais e de aquisições voltadas a equipar a UGP.
Sistema de Monitoramento e Avaliação (M&A). Inclui o desenho e operação do
sistema assim como estudos para a avaliação de impacto do Projeto.
Informação e Comunicação. Inclui a concepção e implementação de ações de
informação e comunicação, transferência de conhecimento, troca de experiências e
disseminação de lições aprendidas, seja interna seja externamente ao Projeto, visando
conscientizar a respeito dos problemas dos recursos hídricos do estado e das ações do
Projeto.
Plano de Gestão Ambiental (PGA) e Marco de Reassentamento. Incluem a
elaboração de um plano ambiental urbano para o município de Toritama, estudos
para a reutilização em âmbito agrícola de resíduos líquidos tratados e sobre a
qualidade da água e as alternativas de controle da eutrofização dos reservatórios de
Carpina, Tapacurá e Jucazinho.
o Plano ambiental de Toritama. Deverá analisar o processo acelerado e
desordenado de crescimento urbano e populacional desse município, devido
principalmente à implantação/consolidação do APL – Arranjo Produtivo Local
de Confecções na região do Agreste Pernambucano e a sua sustentabilidade
ambiental em função das características naturais e sócio-econômicas da região.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 39
Nesse sentido, o estudo deverá avaliar as condições de infra-estrutura do Setor
de Confecções e a contaminação industrial do solo e recursos hídricos hoje
verificadas. Deverá também complementar e detalhar as ações na região
previstas no Plano Hidroambiental a ser elaborado para a Bacia, permitindo um
adequado desenho das intervenções físicas e articulações a serem realizadas pelo
PSHPE, com foco em esgotamento sanitário e controle de poluição industrial.
o Reuso de lodos. Os lodos resultantes da operação das estações de tratamento de
esgotos a serem implantadas na Bacia devem possuir destinação adequada. Uma
das alternativas consiste na sua utilização agrícola desde que atendendo às
normas técnicas e ambientais. Para isso será realizado o Estudo Piloto de Reuso
Agrícola de Efluentes Líquidos de ETE, visando identificar e caracterizar os
critérios para o uso e manejo agrícola e florestal do lodo de ETE, e elaborar o
Manual de Uso e Manejo do biossólido no Estado de Pernambuco. Os resultados
esperados do estudo são os seguintes: informações sobre o sistema de produção
com o uso de biossólido como fonte alternativa de matéria orgânica e nutrientes;
disposição segura do biossólido em áreas consideradas aptas ao cultivo agrícola
e florestal; disponibilização de tecnologias para o uso do biossólido com base
nos parâmetros de acordo com a legislação em vigor; maior acesso do produtor
aos padrões de exigências para o uso do biossólido; maior interação entre o setor
produtivo, os mercados e a indústria; disponiblização de informações quanto aos
procedimentos/sistemáticas que orientem a utilização de biossólidos no Estado
de Pernambuco; estabelecimento de base técnica para permitir, no âmbito da
COMPESA, o destino ambientalmente apropriado para resíduo de ETEs.
o Qualidade da água e controle de eutrofização. As cargas de fósforo existentes
nos esgotos sanitários das cidades localizadas a montante dos reservatórios de
abastecimento de água, contribuem para a eutrofização cada vez mais acentuada
destes. O estudo de eualidade das águas e alternativas para eutrofização de
Jucazinho, Tapacurá e Carpina será focado na avaliação das cargas orgânicas, de
nitrogênio e de fósforo, presentes nos efluentes domésticos das cidades de
Limoeiro, Surubim, Salgadinho, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Pombos e
Vitória de Santo Antão e a sua influencia na qualidade da água dos reservatórios
de Jucazinho, Carpina e Tapacurá, relatando as implicações que a atual
qualidade da água nas barragens citadas tem sobre o tratamento atual, e
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 40
estimando o custo de tratamento que seria necessário para manter as águas das
referidas barragens nos padrões das normas vigentes.
As responsabilidades da gestão ambiental são resumidas a seguir:
PROGRAMAS RESPONSÁVEIS
Gerenciamento ambiental do Projeto UGP e COMPESA
Critérios e procedimentos de avaliação ambiental de projetos UGP
Programa de comunicação social e de educação sanitária e
ambiental
COMPESA
Programa de adesão e eliminação de ligações cruzadas COMPESA
Programa de medidas compensatórias SRH/CPRH
Estudo de qualidade das águas e alternativas de solução para a
eutrofização dos reservatórios de Jucazinho, Tapacurá e Carpina
SRH
Estudo piloto de reuso agrícola de efluentes de lagoas COMPESA
Fortalecimento do monitoramento da qualidade das águas da bacia
do Capibaribe
CPRH
Fortalecimento da gestão ambiental na bacia CPRH
Gestão de lodos das ETEs COMPESA
Operação integrada dos reservatórios e captações a fio d´água da
RMR e bacia do Capibaribe
SRH/COMPESA
Plano hidroambiental da bacia do Capibaribe SRH/CPRH
Plano ambiental de Toritama SRH/CPRH
Avaliação da barragem Pirapama por um Painel Independente SRH/COMPESA
Implementação do Manual Ambiental de Construção COMPESA
Maiores detalhes sobre as respectivas responsabilidades da UGP e da COMPESA estão
disponíveis no Anexo 5, página 12 e seguintes.
2.2. Componente 2 – Melhoria da Eficiência no Fornecimento de Serviços de
Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário (US$ 52 milhões)
Este componente apóia a COMPESA, instituição responsável pela sua implementação,
visando melhorar o seu desempenho financeiro e operacional e fortalecer a sua
governança corporativa e gestão. Tal apoio é fornecido por meio de assistência técnica,
aquisição de bens e obras. As ações a serem financiadas pelo PSHPE estão descritas a
seguir.
Redução de Perdas. As perdas reais e aparentes representam um dos principais
problemas da COMPESA. Atualmente, a oferta de água na Região Metropolitana do
Recife – RMR – é feita em regime de rodízio, com cada área sendo abastecida
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 41
mediamente 3-4 dias por semana. A intermitência e baixa pressão na oferta de água
poderão ser solucionadas quando da entrada em operação do Sistema Produtor do
Pirapama, previsto para final do ano de 2010, que deverá ampliar a oferta de água
para a RMR em 48%. Entretanto, tal ampliação da oferta levará ao incremento da
pressão e do tempo de abastecimento, os quais, por sua vez, aumentarão as perdas
reais, se não forem tomadas as devidas medidas. Portanto, é extremamente necessária
e urgente a melhoria da gestão operacional e comercial das localidades a serem
beneficiadas pelo Sistema Pirapama, visando eliminar o rodízio no fornecimento de
água e reduzir o patamar das perdas de 60% para 25% ao longo de cinco anos. As
ações abaixo descritas visam garantir que, quando estiver funcionando a ampliação
da oferta de água, sejam maximizados os benefícios e minimizados os efeitos
negativos.
A COMPESA elaborou um programa de redução de perdas para a região sul da
RMR, que representa 90% da demanda de água da Região. O custo total do programa
é de US$ 117 milhões, dos quais 20 estão sendo atualmente implementados pela
COMPESA com recursos próprios. Sendo que nem o estado nem a COMPESA têm,
no médio prazo, recursos suficientes para realizar integralmente o programa de
redução de perdas, optou-se para uma abordagem gradual por zonas – das zonas sul
rumo às zonas norte da RMR – e por temas, incluindo nesses: (i) a setorização de
setores de distribuição, (ii) o gerenciamento de pressão, (iii) a renovação dos
principais trechos da rede. Segue a descrição de tais ações.
o Implementação de setores de distribuição e controle de pressões e vazões – nas
localidades de Prazeres, Jordão, Ibura, Jaboatão Velho, e complementação na
área dos cinco ELOs. O foco desse projeto é a reestruturação do sistema de
distribuição da água em zonas controláveis e a substituição das tubulações com
defeito. O controle da pressão reduzirá os volumes de perdas reais assim como a
frequência de quebras no sistema, o que – por sua vez – reduzirá os custos de
operação e manutenção e aumentará a vida útil daquelas partes das tubulações
que não precisam ser substituídas. A substituição das tubulações garantirá que o
sistema tenha a necessária capacidade de carga depois de setorizado. O projeto
visa evitar que as perdas subam a níveis não controláveis; mesmo que a meta
final de 724/l/con/dia esteja acima do valor atual de 599 l/con/dia, deve-se
considerar que o sistema ganhará eficiência sendo que estará pressurizado
durante 24 horas ao dia. Este projeto tem como principal finalidade executar as
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 42
obras e serviços de setorização (implantação e isolamento de 50 setores), com o
uso de dispositivos de controle para o gerenciamento das pressões, a fim de
garantir efetividade na redução das perdas reais. Cada setor será uma unidade de
gestão, equipada com um medidor para cálculo do seu balanço hídrico
individualizado. A renovação da rede de distribuição (construção de 44 km de
rede primária e de distribuição) tem como principal objetivo combater
preventivamente as causas que originam as perdas reais e manter as perdas
inerentes em patamares aceitáveis. Estima-se que a setorização permitirá que a
pressão média seja controlada em 15 m (uma modelagem hídrica mais detalhada
deverá ser realizada para validar esse dado). Alerta-se que toda a região a ser
beneficiada com o Sistema Produtor Pirapama tem na sua infra-estrutura de rede
de distribuição de água, canalizações com idade média superior a cinquenta
anos, com material em ferro fundido sem cimentação e fibro-cimento,
apresentando baixa resistência à variações de pressões e baixa capacidade de
transporte, além de comprometer a qualidade da água distribuída. Entende-se
que este projeto é o principal instrumento para o controle e gerenciamento das
perdas.
Serão financiados: estudos e projetos (topografia, diagnóstico, relatório técnico
preliminar, projeto básico) para aumento da eficiência dos SAA de Prazeres,
Jordão, Ibura e Jaboatão Velho; implantação e isolamento dos setores de
pressão, e a implantação de distritos de medição na zona sul da RMR, ambos a
serem alimentados através de pontos conectados ao sistema de transmissão,
sujeitos a macromedição e controle de pressão; melhoria de telemetria,
equipamentos e instalações elétricas; aquisição de equipamentos de
macromedição de vazão, medição de pressão, medição de nível, estações
pitométricas, válvulas redutoras de pressão, válvulas de bloqueio; obras para
setorização, gerenciamento de pressão e renovação da rede em Prazeres e
Jordão, Ibura e Jaboatão Velho, e na área dos 5 ELOs; consultorias em controle
de perdas e reabilitação da rede, monitoramento do progresso no controle de
perdas, qualidade das obras, identificação de assuntos relevantes e assessoria na
busca de soluções; treinamento de pessoal.
Conforme os custos e resultados das atividades acima descritas, na revisão de
médio termo do Projeto, o Governo de Pernambuco e o Banco Mundial poderão
considerar o uso de mecanismo baseados no desempenho para financiamento do
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 43
restantes das atividades. Nesse caso, serão realizados estudos para elaborar uma
lista de produtos com relativos custos, e definir os arranjos de implementação
necessários. Será também necessária uma avaliação de capacidade fiduciária
específica.
Assistência Técnica para Desenvolvimento Corporativo. Estão aqui previstas as
seguintes ações, voltadas a apoiar a implementação do plano de desenvolvimento
corporativo da COMPESA para o período 2005-2010, visando especificamente a
melhoria do equilíbrio financeiro da empresa, a satisfação dos usuários, a
produtividade do pessoal, e a organização e gestão corporativas.
o Apoio ao desenvolvimento do plano corporativo de controle de perdas: a
COMPESA dispõe de programas de perdas mas não tem um plano corporativo
para isso. Faltam instrumentos básicos como um cadastro técnico atualizado e
instrumentos de medição, sem os quais não pode haver uma ação proativa e
sustentável para redução de perdas. Há ações pontuais e reativas, baseadas em
tentativas e erros, que podem dar alguns resultados no imediato, mas que no
longo prazo não permitirão alcançar os objetivos almejados pela COMPESA. O
plano corporativo da COMPESA para controle de perdas inclui as seguintes
atividades a serem financiadas com recursos do empréstimo: modernização e
atualização do cadastro técnico através do uso de geotecnologia, incluindo a
aquisição de base cartográfica digital da região com software ESRI e o
desenvolvimento de aplicativos; contratação de uma empresa de consultoria com
experiência em controle de perdas, para registro, em colaboração com a
COMPESA, (i) do progresso na implementação do projeto; (ii) da qualidade das
obras; (iii) do progresso na redução das perdas; (iv) do controle de custos e
supervisão de contratos; (v) e para assessoria sobre problemas e soluções
específicos; tal consultora apoiará também a COMPESA na preparação de
relatórios semestrais de progresso e sobre salvaguardas, assim como na
elaboração do relatório final do projeto; contratação de uma consultoria
internacional para institucionalização do programa de controle de perdas e
treinamento dos técnicos da COMPESA.
o Planos Diretores de Abastecimento de Água (PDAA) e de Esgotamento
Sanitário (PDES) para a RMR e várias bacias hidrográficas no Estado, inclusive
a do rio Capibaribe. Nestas ações, os PDAAs servirão de ferramenta gerencial
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 44
para identificação de problemas e/ou deficiências dos SAA’s existentes e suas
possíveis soluções, sejam elas sistemas integrados ou isolados, indicando custos
versus retorno do investimento, objetivando priorizar as ações necessárias para a
universalização do fornecimento de água; enquanto os PDESs servirão de
documento balizador para subsidiar a política de governo em suas ações
prioritárias, visando sanear as áreas urbanizadas, reduzindo consideravelmente
custos despendidos atualmente com a saúde da população.
Serão financiadas as seguintes ações: elaboração dos TDRs e dos projetos;
definição da priorização dos investimentos levando em consideração a
rentabilidade de cada sistema, e a possível fonte de financiamento (PPP’s, OGU,
Mercado financeiro, recurso próprio, etc.).
o Reavaliação do ativo imobilizado da COMPESA. Esta atividade visa atender aos
seguintes objetivos: adequação dos valores do Ativo Imobilizado da Empresa;
melhor remuneração dos investimentos; aperfeiçoamento dos controles internos
do acervo dos bens patrimoniais. Ela se justifica pela existência de vários
Sistemas de Abastecimento de Água, que se encontram em operação há muitos
anos, e que continuam como obras em andamento; pelos valores defasados de
obras incorporadas; e por haver a ressalva de mais de vinte anos dos controles
dos Bens do Ativo Imobilizado pelos Auditores Externos.
Serão aqui financiadas as seguintes ações: levantamento e reavaliação dos bens
patrimoniais da COMPESA, por unidades operacionais dentro dos municípios
dos quais a mesma detém a concessão para exploração dos serviços de
abastecimento de água e/ou esgoto sanitário; pesquisa visando definir as taxas de
Depreciações adequadas para cada bem patrimonial, atendendo às mudanças
constantes da Lei 11.638/07.
o Estudos para a integração física e operacional de sistemas de abastecimento de
água na RMR. Esta atividade se justifica pela necessidade de eliminar o rodízio
de água na rede de distribuição de água do sistema integrado da RMR, com a
entrada em operação do sistema Pirapama a partir de 2010, com indicadores
empresariais dentro dos patamares das empresas de saneamento de referência do
setor, garantido o uso e manejo sustentável dos recursos hídricos disponíveis na
RMR. Serão financiadas as seguintes ações: elaboração do cadastro técnico dos
sistemas produtores da RMR e da rede de distribuição dos Municípios de
Paulista, Olinda, Abreu e Lima; Jaboatão dos Guararapes (Socorro e Sucupira);
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 45
Camaragibe, São Lourenço e Recife, com foco nos grandes anéis de distribuição
do Recife e Muribeca e sub-adutoras de água tratada que alimentam os centros
de reservação e/ou distribuição do sistema integrado; estudos e projetos de
otimização da operação do sistema produtor e de distribuição integrado da
RMR.
2.3. Componente 3 – Expansão dos Serviços de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário (US$ 320 milhões)
Este Componente visa contribuir a (i) aumentar o volume de água fornecido à RMR e
bacia do rio Capibaribe, reduzindo a parte de população sujeita ao rodízio de água; (ii)
expandir a rede de esgotamento sanitário das principais cidades localizadas acima dos
reservatórios da bacia do Capibaribe, reduzindo as cargas poluentes e melhorando a
qualidade da água; (iii) fortalecer a capacidade do estado de alavancar investimentos
futuros, revisando e elaborando projetos e desenhos de engenharia para sistemas de
água e de esgoto a serem futuramente implementados no estado. Este componente é
executado pela COMPESA, com foco na RMR e alguns municípios selecionados da
bacia do rio Capibaribe, e inclui os dois sub-componentes descritos a seguir.
Sub-componente 3.1 – Sistema de Abastecimento de Água Pirapama (US$ 220 milhões)
Neste sub-componente está incluída a contrapartida do Estado ao empréstimo do Banco,
representada pela expansão e integração do Sistema Pirapama; esta obra está estimada
em US$ 220 milhões, a serem financiados pelo PAC, e garantirá uma capacidade
máxima de aproximadamente 5,1 m3/s, aumentando em 50% a oferta de água para a
zona sul da RMR, beneficiando diretamente os municípios de Recife, Jaboatão dos
Guararapes e Cabo de Santo Agostinho. A obra deverá estar concluída em final de 2010.
Encontram-se atualmente em andamento as seguintes obras:
(i) Uma estação de bombeamento de água bruta próxima à barragem
Pirapama
(ii) Uma linha de transmissão de água bruta de 1700 milímetros de diâmetro e
3580 m de comprimento, ligando a estação de bombeamento à estação de
tratamento.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 46
(iii) Uma estação de tratamento convencional de água, desenhada em 4
módulos de 1,28 m3/s cada, com estação de tratamento de lodo.
(iv) Uma linha de transmissão de água potável de 1700 milímetros de diâmetro
e 19.500 m de comprimento para o reservatório Jordão ao longo da
BR101.
(v) Manilhas de água potável (800 milímetros) para fornecer água aos
reservatórios existentes de Cabo e Ponte dos Carvalhos, que também estão
sendo renovado e expandidos.
(vi) O reservatório de Jordão, com capacidade de armazenamento de 90.000
m3 de água potável.
Sub-componente 3.2 - Expansão dos Serviços (US$ 100 milhões). Os três principais
reservatórios da bacia do Capibaribe – Tapacurá, Carpina e Jucazinho – são altamente
poluídos principalmente por causa dos resíduos líquidos não tratados das cidades
próximas aos rios Tapacurá e Capibaribe. O reservatório de Tapacurá atende cerca de
1,25 milhões de pessoas dos municípios de Recife, Jaboatão, Camaragibe e São
Lourenço, na RMR; o reservatório de Carpina abastece cerca de 100.000 habitantes dos
municípios de Feira Nova, Glória de Goitá e Limoeiro (em 2010); o reservatório de
Jucazinho atende aproximadamente 400.000 pessoas nos municípios de Casinhas, Frei
Miguelinho, Salgadinho, Santa Maria do Cambucá, Surubim, Chéus, Vertente do Lério,
Vertentes, Caruaru, Cumaru, Passira and Riacho das Almas. A poluição contribui à
eutrofização dos reservatórios, principalmente os de Carpina e Tapacurá, onde há
elevada presença de algas.
Consequentemente, o Governo de Pernambuco decidiu priorizar, para financiamento do
Banco, a elaboração de projetos de SES e a sua construção para os municípios de
Paudalho, Limoeiro, Salgadinho, Toritama, e – complementando o sistema existente –
Vitória de Santo Antão. Este sub-componente financiará também serviços de
consultoria e supervisão relativos a estes sistemas. Os sistemas de esgotamento dos
municípios de Santa Cruz do Capibaribe e Surubim, que também foram priorizados,
deverão ser financiados através do PAC. Também foi priorizado o sistema de
esgotamento do município de Pombos: este poderá ser financiado pelo presente projeto,
se recursos se tornarem disponíveis.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 47
Maiores detalhes sobre estes sistemas estão disponíveis no Anexo 3 sobre Projetos
Técnicos.
Será também financiada assistência técnica para priorização de investimentos fututos
em sistemas de abastecimento de água e esgoto, na preparação de planos diretores
regionais e municipais de abastecimento de água, e na elaboração de projetos de SES e
de SAA, de acordo com critérios a serem definidos, mas que – preliminarmente –
incluem: (i) sistemas dentro da área de influência dos sistemas de abastecimento de
água a serem implementados ou expandidos; (ii) localidades dentro da área de
influência do projeto de transposição do Rio São Francisco, visando otimizar o uso
dessa oferta de água em prol das comunidades não servidas ou mau atendidas do semi-
árido; (iii) os impactos dos resíduos líquidos não tratados sobre a qualidade dos
mananciais; (iv) a disponibilidade de recursos para financiar as obras; e (v) as
prioridades a serem especificadas no Plano de Recursos Hídricos estadual, a ser
revisado no presente Projeto, e nos planos mestres de abastecimento de água e de
serviços de esgoto também previstos no Projeto.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 48
2.4. Custos
Custos do Projeto por Componente Banco Mundial
(US$ milhões)
Governo de Pernambuco
(US$ milhões)
Total (US$
milhões)
1 - Gestão e Desenvolvimento Institucional do Setor de Recursos
Hídricos
29,00 0,00 29,00
2 – Melhoria da Eficiência no Fornecimento de Serviços de
Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário
52,00 0,00 52,00
3 – Expansão dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento
Sanitário
100,00 220,00 320,00
Sub-total 181,00 220,00 401,00
Contingências 8,53 0,00 8,53
Custos totais do Projeto 189,53 220,00 409,53
Front-end Fee 0,47 0,00 0,47
Financiamento Total Solicitado 190,00 220,00 410,00
Tabela 1 - Custos do Projeto por Componentes
3. ARRANJOS DE IMPLEMENTAÇÃO
3.1. Órgãos envolvidos no Projeto
O Governo do Estado de Pernambuco (GOP) é o Mutuário no Acordo de Empréstimo com o Banco. A Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) é
a instituição do GOP que gerencia o PSHPE, sendo responsável – através da UGP – pelo planejamento, supervisão, coordenação e administração
das atividades do Projeto, assim como pelo monitoramento e avaliação do mesmo. A SRH representa o Mutuário no diálogo relativo ao Projeto
com o Banco.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 49
Mais especificamente, a SRH é o órgão executor do Componente 1 do Projeto (Gestão e Desenvolvimento Institucional). Para execução das
diversas atividades previstas nesse componente, serão mobilizados diferentes setores da SRH, conforme descrito mais adiante.
Algumas das responsabilidades da SRH na execução do Componente 1 (em especial da atividade Gestão de Recursos Hídricos) serão repassadas
à APAC quando da criação desta última. Mesmo assim, a SRH continuará a ser a agência executora do Projeto. A Lei Estadual que criará a
APAC definirá os arranjos de transição para as responsabilidades compartilhadas entre a SRH e a APAC, e um convênio entre a SRH e esta
última, sujeito à análise e aprovação do Banco no que diz respeito à capacidade técnica e fiduciária da APAC, definirá os respectivos papéis e
responsabilidades.
Entretanto, algumas das atividades do Componente 1 serão implementadas em cooperação com outros órgãos estaduais, notadamente: (i) a SDEC
– Secretaria de Desenvolvimento Econômico – para os estudos ligados ao PPP do Canal Sertão Pernambuco; (ii) a ARPE – Agência de
Regulação de Pernambuco – para ações ligadas à definição de um modelo regulatório em saneamento; (iii) a CPRH – Agência Estadual de Meio
Ambiente – para as ações de monitoramento e gestão ambiental; e (iv) o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP), para o reuso de lodos.
Os Componentes 2 e 3 (Eficiência e Expansão) serão implementados pela COMPESA, sob os termos de um acordo de implementação do PSHPE
a ser assinado entre o Estado de Pernambuco, representado pela SRH, e a COMPESA (Anexo 4). Tal acordo define os respectivos papéis e
responsabilidades para a implementação, monitoramento, avaliação do Projeto e elaboração de respectivos relatórios, e visa garantir que a
COMPESA implemente tais componentes em conformidade com as condições do Acordo de Empréstimo assim como o escopo do Projeto, as
diretrizes de monitoramento e os indicadores definidos no PAD.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 50
3.2. Unidade de Gestão do Projeto – UGP
Para implementação do Componente 1 e coordenação da implementação dos Componentes 2 e 3 do Projeto, não será criada uma Unidade de
Gestão específica, mas será utilizada – e oportunamente reforçada – a UGP já existente para gerenciamento do PROÁGUA. A UGP está ligada à
Secretaria Executiva de Recursos Hídricos, e já dispõe de recursos humanos qualificados, competências e know-how no gerenciamento de um
programa de âmbito estadual em recursos hídricos, assim como nas normas do Banco. As equipes, estruturas e procedimentos da UGP serão
revisados para atender às necessidades do PSHPE.
Profissionais alocados na UGP
A UGP do PROÁGUA será reforçada através da contratação dos seguintes profissionais, com dedicação exclusiva ao PSHPE:
o Coordenador geral
o Coordenador técnico-social-ambiental
o Engenheiro/fiscal de obras
o Especialista em economia e finanças
o Especialista em gestão financeira
o Especialista em aquisições
o Equipe de apoio administrativo
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 51
A UGP poderá ser apoiada por consultores individuais nos seguintes aspectos de implementação do Projeto: técnico, operacional, administrativo,
financeiro, de aquisições, de salvaguardas, de monitoramento e avaliação.
Funções da UGP
São de responsabilidade da UGP as seguintes funções:
o Garantir a coordenação geral do Projeto junto ao Banco, COMPESA, beneficiários e partes interessadas do Governo, e assegurar a
implementação dentro dos prazos previstos de todas as atividades do empréstimo;
o Definir prioridades, estabelecer parcerias, alocar recursos, elaborar cronogramas e planos de trabalho, e tomar as demais decisões necessárias
para garantir a implementação do Projeto;
o Planejar e supervisionar os procedimentos de aquisições (a serem executadas pelos setores de licitação da SRH e COMPESA), em
conformidade com as normas do Banco, e em coordenação com os setores tecnicamente competentes da SRH, COMPESA, e outros órgãos
estaduais envolvidos no Projeto; fornecer apoio, principalmente à COMPESA para execução dos componentes 2 e 3, na preparação de TDR,
nos processos licitatórios, nas contratações e na implementação e monitoramento das ações;
o Assumir responsabilidade direta para implementação do componente 1;
o Elaborar os Planos Operacionais Anuais e os Planos de Aquisições do Projeto, e apresentá-los para não-objeção ao Banco;
o Garantir a articulação e mobilização dos setores da SRH e da COMPESA envolvidos com a implementação do Projeto;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 52
o Promover a articulação com outros órgãos estaduais envolvidos na execução do Projeto (ARPE, CPRH, SDEC, ITEP), apoiando a preparação
de TdRs e a implementação das atividades;
o Implantar e liderar um Comitê de Gestão do Projeto que realizará a supervisão periódica do mesmo, envolvendo as partes interessadas para
acompanhar e monitorar os resultados e garantir que as medidas corretivas necessárias sejam tomadas para cumprir com os requisitos
fiduciários e assegurar que todo o que for necessário seja feito para alcançar os objetivos do Projeto;
o Preparar, com o apoio dos setores competentes, contratos, acordos, convênios e outros instrumentos normativos a serem assinados no âmbito
do Projeto, e submetê-los para aprovação aos órgãos competentes;
o Controlar a execução dos instrumentos normativos assinados;
o Administrar e alimentar o sistema de informações gerenciais do Projeto;
o Acompanhar a execução do Projeto e tomar as medidas necessárias para eventuais ajustes de rumo;
o Alimentar e analisar os indicadores do Marco de Resultados do Projeto, em colaboração com os setores competentes da SRH, COMPESA, e
outros órgãos estaduais envolvidos no Projeto;
o Garantir a comunicação com os órgãos estaduais responsáveis pelo planejamento orçamentário (SEPLAG) e execução financeira (SEFAZ), de
forma a assegurar a disponibilidade dos recursos;
o Elaborar relatórios financeiros e de progresso para o GOP e o Banco, e acompanhar a tramitação até a aprovação dos mesmos;
o Garantir que os relatórios de auditoria sejam elaborados e enviados ao Banco dentro dos padrões e prazos requeridos;
o Realizar e promover o diálogo e a comunicação constante com o Banco em todos os aspectos que forem relevantes para a implementação e
acompanhamento do Projeto;
o Organizar e promover atividades de divulgação do Projeto, comunicação social, e educação sanitária e ambiental;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 53
o Organizar, acompanhar e assessorar as missões do Banco, e das equipes do Ministério da Fazenda ou do Planejamento encarregadas da
supervisão do Projeto por parte do Fiador (Governo Federal);
o Atualizar o Manual de Operações do Projeto conforme oportuno;
o Produzir e manter toda a documentação do Projeto;
o Disseminar os resultados do Projeto de forma a fortalecer a reforma do setor de recursos hídricos do estado e garantir que sejam realizadas as
inovações institucionais decorrentes dos estudos e recomendações do PSHPE.
3.3 A SRH
A Secretaria de Recursos Hídricos – SRH – órgão da Administração Direta do Poder Executivo, tem por finalidade e competência coordenar a
formulação e a execução das políticas estaduais de Recursos Hídricos, de Saneamento e de Eletrificação do Estado de Pernambuco.
Atribuições legais da SRH
Legalmente, a SRH tem as seguintes competências:
I - Promover a gestão integrada, racional e participativa dos recursos hídricos do Estado e a implantação e consolidação dos instrumentos da
Política Estadual de Recursos Hídricos;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 54
II - Coordenar, gerenciar e executar estudos, pesquisas, programas, projetos, obras e serviços tocantes aos recursos hídricos, saneamento e
eletrificação, bem como promover a articulação dos órgãos e entidades estaduais com organismos federais e municipais atinentes a essas
matérias;
III - Administrar e fiscalizar as obras hídricas de reservação, captação e adução de água bruta no âmbito de sua competência;
IV – Administrar o Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO, submetendo o plano de aplicação dos recursos e as prestações de contas
ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH;
V - Exercer a Presidência e a Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH;
VI - Exercer a gestão dos programas e recursos destinados à eletrificação;
VII – Expedir outorgas de direito do uso das águas, de captação de construção de obras hídricas e de lançamento de efluentes;
VIII - Implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos em conjunto com outros órgãos do Sistema Integrado de Gerenciamento dos
Recursos Hídricos de Pernambuco, bem como programas e projetos estaduais referentes a este setor;
IX - Exercer o poder de polícia administrativa, fiscalizando o cumprimento da legislação dos Recursos Hídricos, podendo celebrar convênios
com órgãos federais, estaduais e municipais, civis ou militares;
X - Fiscalizar o uso dos recursos hídricos e aplicar as sanções administrativas cabíveis, previstas em leis e regulamentos próprios;
XI - Implantar a cobrança pelo uso da água, aplicar multas, juros e correções por inadimplência e supervisionar a aplicação dos recursos
provenientes da cobrança de acordo com as finalidades previstas em lei;
XII - Estimular a criação e apoiar o funcionamento dos Comitês de Bacias Hidrográficas - COBHs e Organizações Civis de Recursos Hídricos;
XIII – Outras que lhe forem delegadas pelos órgãos e ou entidades federais, estaduais e municipais competentes.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 55
Embora a entidade diretamente responsável pela gestão do Projeto, dentro da SRH, seja a UGP, diversos setores da Secretaria estão envolvidos
na preparação, execução, e acompanhamento de atividades do Projeto, de acordo com as respectivas competências técnicas.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 56
Organograma da SRH
O organograma a seguir fornece uma visão sintética da estrutura e dos setores da SRH;
na cor amarela estão indicados aqueles diretamente envolvidos na execução técnica de
ações do PSHPE.
Figura 3 – Organograma da SRH
Setores da SRH envolvidos no PSHPE
Mais especificamente, os setores da SRH envolvidos no Projeto são os seguintes:
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 57
o Gerência Geral de Planejamento e de Gestão de Programas e Projetos: tem a função
de coordenar o processo de planejamento dos recursos hídricos no Estado, bem como
os programas e projetos relacionados à gestão de recursos hídricos. No Projeto, é
responsável pela atualização do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH), e
pelos planos de aproveitamento da infra-estrutura hídrica do Semi-Árido.
o Gerência de Saneamento e Projetos Especiais: é responsável por coordenar o
processo de planejamento do saneamento, de eletrificação, o desenvolvimento de
infra-estrutura hídrica para as populações difusas e as ações de revitalização de
bacias hidrográficas no Estado. No Projeto tem responsabilidade direta pela
elaboração de um novo modelo de saneamento rural e pela implantação de um piloto
de SES em dois distritos.
o Gerência de Apoio à Gestão Participativa: é de sua competência oferecer suporte
técnico aos processos de formação e fortalecimento institucional das instâncias
colegiadas do sistema de gerenciamento integrado de recursos hídricos e atuar na
mediação de conflitos pelo uso da água. No Projeto é responsável pelas ações de
fortalecimento da gestão participativa: estudos para adequação dos modelos de
organismos de bacia na Região Semi-Árida, e instalação de Comitês de Bacia e
Conselhos Gestores de Reservatórios.
o Gerência de Monitoramento e Fiscalização: a sua função é monitorar os corpos de
água de domínio do Estado, fiscalizar os usos dos recursos hídricos, voltada à
garantia dos usos múltiplos da água e aplicar as sanções administrativas cabíveis. No
Projeto, é responsável pela atualização dos estudos hidrogeológicos da RMR, pelo
estudo dos aquíferos do estado de Pernambuco, e pelas ações de fortalecimento do
monitoramento e do sistema de informações de recursos hídricos (sistema de
monitoramento dos aqüíferos do estado de Pernambuco, fortalecimento da rede de
monitoramento meteorológico, ampliação do monitoramento de águas superficiais
em áreas estratégicas).
o Gerência de Outorga e Cobrança: cabe a ela controlar e disciplinar o uso dos recursos
hídricos superficiais e subterrâneos e implantar a cobrança pelo uso da água no
Estado de Pernambuco. No Projeto, é responsável pelas ações de regulação de uso da
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 58
água: elaboração de normas e procedimentos institucionais relativos à outorga de
direito e uso da água e fiscalização do uso dos recursos hídricos, sistema de gestão
eletrônica dos processos de outorga, estudos de cobrança de água bruta, cadastro de
usuários de águas superficiais).
o Gerência de Revitalização de Bacias: tem a função de executar as ações de
preservação e recuperação dos recursos hídricos visando à sustentabilidade
ambiental. No Projeto, é responsável pelas ações de revitalização da bacia do rio
Capibaribe.
Funções dos setores da SRH envolvidos no PSHPE
Os setores da SRH acima mencionados terão a responsabilidade pelas seguintes
funções:
o Apoiar a UGP, focando especialmente as especificações técnicas, os TDRs das
contratações a serem realizadas;
o Apoiar a UGP no acompanhamento e supervisão técnica dos contratos em
andamento;
o Apoiar, direcionar e acompanhar os estudos previstos;
o Elaborar e encaminhar à UGP informes de progresso das atividades e contratos de
respectiva competência;
o Preparar e encaminhar à UGP informações sistematizadas para alimentação dos
indicadores do Marco de Resultados;
o Preparar e encaminhar à UGP insumos para elaboração dos Planos Operacionais
Anuais e Plano de Aquisições
o Apoiar a organização das atividades de campo, utilizando os contatos e canais
disponíveis para mobilização dos atores locais (municípios, associações, instâncias
representativas, beneficiários etc.)
o Colaborar com a UGP na produção da documentação do Projeto.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 59
APAC
Está previsto no Projeto que, quando da formalização da Agência Pernambucana das
Águas - APAC, parte das responsabilidades atualmente exercidas pela SRH sejam
gradualmente repassadas a tal agência. Este repasse será regulamentado por meio de um
convênio de implementação do PSHPE entre SRH e APAC. Sendo que a APAC não
terá capacidade imediata para implementar todas as ações originariamente previstas no
PSHPE como de responsabilidade da SRH, o convênio deverá incluir regras transitórias,
permitindo à SRH efetuar aquisições e contratações em nome da APAC, enquanto que a
efetiva transferência de responsabilidade para esta última, no que diz respeito às
atividades do Projeto, deverá ser objeto de aprovação por parte do Banco.
3.4. A COMPESA
A COMPESA é o órgão responsável pela execução dos Componentes 2 e 3 do Projeto.
A relação entre a SRH e a COMPESA, para repasse a esta última da responsabilidade
pelas ações destes dois componentes do Projeto, deve ser regulada por meio de um
convênio de implementação. Para implementação do PSHPE, a COMPESA deverá
instalar uma Unidade de Implementação do Projeto (UIP), para coordenar a
implementação das atividades do Projeto sob responsabilidade da própria COMPESA.
A UIP deverá se reunir regularmente com a UGP/SRH para supervisão e
monitoramento do andamento do Projeto, e para garantir que todas as medidas
eventualmente necessárias sejam tomadas para cumprir com as normas fiduciárias e
para alcançar os objetivos do Projeto. A UIP será composta de 01 Gerente; 01
Administrador Financeiro; 01 Assessor Jurídico para licitações; 01 Engenheiro Civil,
para fiscalização de obras e 01 Engenheiro Sanitarista, para análise de projetos.
Atribuições legais da COMPESA
Compete à COMPESA o planejamento, a execução das obras e instalações, a operação e
manutenção dos sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgotos, a medição
dos consumos, o faturamento, a cobrança e arrecadação de valores, a aplicação de
penalidades e quaisquer outras medidas a ela relacionada na sua jurisdição, observados
os critérios e condições das concessões municipais.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 60
A missão da COMPESA é “prestar, com efetividade serviços de abastecimento de água
e esgotamento sanitário, de forma sustentável, conservando o meio ambiente e
contribuindo para a qualidade de vida da população”. Na sua visão de longo prazo
constam como metas a universalização sustentável dos serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário no âmbito de sua atuação, e a consolidação como empresa
econômica e financeiramente sustentável, ampliando a prestação e a qualidade dos
serviços.
Organograma da COMPESA
O organograma da COMPESA contempla seis Diretorias, cujas atribuições são descritas
a seguir, juntamente com as Superintendências de cada Diretoria.
DIRETOR PRESIDENTE – DP:
o Presidir a Diretoria Colegiada;
o Participar do Conselho de Administração;
o Coordenar atividades jurídicas, de planejamento, de auditoria e comunicação social.
Superintendências: de Planejamento e Regulação – SPR.
DIRETORIA DE GESTÃO CORPORATIVA – DGC:
o Manter o processo contínuo de renovação e busca de eficácia na organização, através
das pessoas, estruturas e processos;
o Avaliar a adequação, eficiência e eficácia dos controles internos e dos meios
utilizados para a proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros;
o Gerir, fiscalizar e controlar o sistema patrimonial da COMPESA.
Superintendências: de Controladoria – SCT; de Suprimentos – SSU; Jurídica – SJD; de
Gestão de Pessoas – SGP; de Tecnologia da Informação e Telecomunicação – STT.
DIRETORIA COMERCIAL E DE ATENDIMENTO – DCA:
o Prover os recursos financeiros necessários à universalização do atendimento da
população com os serviços de água e esgotos;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 61
o Estabelecer política de comercialização;
o Manter registro atualizado do mercado consumidor;
o Promover a medição dos consumos prediais;
o Faturar os serviços prestados;
o Promover a cobrança;Gerir o sistema da Informática.
Superintendências: de Operações Comerciais – SOC; de Mercado – SME; de Gestão
Comercial – SGC.
DIRETORIA DE ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE – DEM:
o Planejar, orientar e controlar tecnicamente as atividades relacionadas aos Projetos e
Programas de Investimentos;
o Captar recursos externos para realização dos Projetos e Programas prioritários;
o Monitorar e controlar todas as etapas de implantação dos Sistemas de Abastecimento
d’Água e dos Sistemas de Esgotamento Sanitário.
Superintendências: de Obras – SOB; de Projetos, Planejamento e Inovação – SPI.
DIRETORIA DE SERVIÇOS OPERACIONAIS – DSO:
o Administrar e controlar os diversos instrumentos gerenciais e operacionais que visem
a minimização dos riscos mediante acompanhamento, classificação e monitoramento
das Gerências Regionais;
o Executar a gestão dos serviços operacionais da rede distribuidora de água da RMR e
de todo os Sistemas de Abastecimento d’Água do interior do estado;
o Executar a gestão dos serviços operacionais de todas os Sistemas de Esgotamento
Sanitário em funcionamento na RMR e interior do estado.
Superintendências: de Manutenção e Operação – SMO; de Unidades de Negócio
Regionais – SNR; de Unidades de Negócio Metropolitanas – SNM.
DIRETORIA DE CONTROLE OPERACIONAL – DCO:
o Elaborar a política e os programas de controle operacional para os sistemas de água e
esgotos da Empresa;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 62
o Elaborar a política e os programas relativos à qualidade da água armazenada,
produzida e distribuída pela Compesa;
o Estabelecer regras para rodízio de atendimento em sistemas com deficiência de oferta
d’água de forma permitir o controle sistemático dos programas de racionalização e
racionamento da oferta de água do estado;
o Planejar as ações de Desenvolvimento Institucional-DI da Empresa, conjuntamente
com a Assessoria de Planejamento e demais Diretorias;
o Planejar e coordenar o programa de redução de perdas da Empresa;
o Desenvolver a normatização de processo e de modelos operacionais para os sistemas
de produção e distribuição de água no estado;
o Planejar e gerir o consumo de energia elétrica nas unidades operacionais e as ações
relativas à eficientização do uso dos equipamentos elétricos.
Superintendências: de Gestão operacional – SGO; de Controle de Processos – SCP.
Plano Estratégico 2005-2010 da COMPESA
A COMPESA elaborou o Plano Estratégico 2005-2010 de reorganização corporativa,
visando tornar a empresa apta a enfrentar o novo contexto e os novos desafios do setor
de saneamento, entre os quais merecem ser destacados os seguintes:
o Demanda de universalização dos serviços de saneamento;
o Necessidade de equilíbrio financeiro da empresa, buscando compatibilizar o retorno
para os acionistas com os benefícios (de preço e qualidade do serviço) para a
clientela;
o Necessidade de novos modelos em âmbito regulatório, de governança corporativa, e
de gestão dos serviços;
o Exigências crescentes de qualidade ambiental.
O Plano Estratégico da COMPESA inclui 45 projetos estratégicos, distribuídos entre
seis grandes objetivos (financeiro; mercado; expansão; desempenho operacional;
relacionamento institucional; desenvolvimento organizacional). Para medir os
resultados do Plano, foram desenvolvidos, e estão sendo usados, 23 indicadores
corporativos.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 63
As ações financiadas pelo PSHPE se encaixam no Plano Estratégico da COMPESA e
visam contribuir a alcançar as suas metas. Mais especificamente, através do PSHPE são
apoiados os seguintes projetos estratégicos da COMPESA:
o Controle de perdas
o Planos Diretores de SAA e SES
o Imobilização de ativos
o Integração do sistema Pirapama
o Expansão de SES.
Setores da COMPESA envolvidos no PSHPE
Os setores da COMPESA envolvidos com as ações financiadas pelo PSHPE são os
seguintes:
Controle de Perdas: Diretoria de Controle Operacional - DCO/Superintendência de
Gestão Operacional - SGO
Planos Diretores: Diretoria de Engenharia e Meio Ambiente - DEM /
Superintendência de Projetos, Planejamento e Inovação - SPI
Imobilização de ativos: Diretoria de Gestão Corporativa – DGC/Superintendência de
Controladoria - SCT
Projeto Integrado Pirapama: Diretoria de Controle Operacional -
DCO/Superintendência de Gestão Operacional - SGO
Expansão: Diretoria de Engenharia e Meio Ambiente - DEM/Superintendência de
Obras - SOB
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 64
Figura 4 – Organograma da COMPESA (em amarelo os setores envolvidos no PSHPE)
Funções da COMPESA no PSHPE
A COMPESA terá a responsabilidade pelas seguintes funções:
o Garantir a coordenação com a SRH/UGP e a implementação dentro dos prazos das
atividades previstas no Projeto;
o Assumir responsabilidade direta pela implementação dos componentes 2 e 3 do
Projeto, e pelo monitoramento, avaliação e preparação de relatórios sobre os
mesmos, conforme requerido pela UGP/SRH e pelo Estado, incluindo a apresentação
de relatórios financeiros e de desempenho dentro dos prazos, de forma a permitir à
UGP/SRH de cumprir com as suas obrigações junto ao Banco;
o Assumir a responsabilidade direta pelo processamento, implementação e conclusão,
de forma satisfatória, das atividades dos Componentes 2 e 3 do Projeto.
o Elaborar, em colaboração com a UGP, e focando especialmente as especificações
técnicas e os orçamentos das obras, os TDRs das contratações a serem realizadas
dentro dos Componentes 2 e 3;
o Garantir que as aquisições sejam realizadas em conformidade com as normas do
Banco e com o plano de aquisições previamente definido;
o Acompanhar e supervisionar tecnicamente os contratos em andamento dentro dos
Componentes 2 e 3, inclusive fiscalizando as obras e atestando os relativos produtos;
o Assegurar que os relatórios de auditoria sejam preparados e enviados à UGP/SRH
dentro dos prazos estabelecidos e em conformidade com os requisitos fiduciários do
Banco;
o Preparar e encaminhar à UGP informações sistematizadas para alimentação dos
indicadores do Marco de Resultados;
o Preparar e encaminhar à UGP insumos para elaboração dos Planos Operacionais
Anuais e Plano de Aquisições
o Apoiar a organização das atividades de campo, utilizando os contatos e canais
disponíveis para mobilização dos atores locais (municípios, associações, instâncias
representativas, beneficiários etc.)
o Receber e facilitar, junto à UGP/SRH, as missões de supervisão do Banco;
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 65
o Colaborar com o Banco para otimizar os resultados e impactos do Projeto;
o Colaborar com a UGP na produção da documentação do Projeto;
o Disseminar os resultados do Projeto de forma a fortalecer as reformas corporativas e
assegurar que as demais reformas decorrentes das recomendações do Projeto sejam
realizadas.
O desembolso seguirá os arranjos normais do Banco Mundial. Entretanto, (i) com base
nos custos e resultados do componente de Eficiência, e (ii) no caso do sistema
corporativo estar plenamente funcionando (inclusive um módulo que permita gerenciar
a execução física e financeira através de resultados e indicadores), na revisão de médio
termo, o Banco poderá considerar a possibilidade de adotar mecanismos de Desembolso
com base em Resultados ou de Ajuda com Base em Resultados, para financiar as
atividades restantes do Projeto.
3.5. Outros parceiros institucionais e suas atribuições
Algumas atividades financiadas pelo PSHPE serão executadas pela SRH, mas com a
colaboração e o apoio técnico de outros órgãos estaduais – respectivamente a ARPE,
CPRH, SDEC e ITEP. Tais arranjos são descritos a seguir. Observe-se que, em todos
esses casos, a SRH é a executora exclusiva das atividades previstas, tendo a
responsabilidade, inclusive, pelas contratações a serem realizadas. As relações entre a
SRH e estes órgãos serão reguladas por convênios de cooperação técnica. (Anexo 4).
3.5.1 ARPE
A ARPE – Agência Reguladora de Pernambuco – é o órgão competente pela regulação
de todos os serviços públicos delegados pelo Estado de Pernambuco ou por ele
diretamente prestados, incluindo as seguintes áreas: saneamento, energia elétrica,
rodovias, ferrovias e hidrovias, telecomunicações, transporte, distribuição de gás
canalizado, inspeção e segurança veicular, coleta e tratamento de resíduos sólidos,
loterias e concursos.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 66
Duas Diretorias da ARPE são envolvidas nas atividades financiadas pelo PSHPE,
conforme descrito a seguir.
o A Diretoria de Regulação Técnico-Operacional e, mais especificamente dentro desta,
a Coordenadoria de Saneamento e Resíduos Sólidos, colaboram com a UGP/SRH no
planejamento, execução e acompanhamento das ações de apoio à fiscalização da
qualidade dos serviços de saneamento.
o A Diretoria de Regulação Econômico-Financeira, e mais especificamente dentro
desta, a Coordenadoria de Tarifas e Estudos Econômicos Financeiros, colaboram
com a UGP/SRH no planejamento, execução e acompanhamento das ações
capacitação em regulação do setor de saneamento e implementação de um novo
modelo tarifário.
3.5.2 CPRH
A Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – CPRH, é entidade
autárquica especial estadual, vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente do Estado de Pernambuco – SECTMA, responsável pela execução da política
estadual de meio ambiente, e tem como missão exercer a função de órgão ambiental,
com atuação na proteção, conservação e pesquisa aplicada às atividades do controle
ambiental, para o aproveitamento dos recursos naturais do Estado.
A CPRH participará das seguintes ações: Estruturação da Unidade Integrada de Gestão
Ambiental – UIGA das Bacias Hidrográficas dos Rios Capibaribe e Ipojuca,
Reestruturação do Monitoramento da Qualidade da Água Superficial da Bacia do Rio
Capibaribe, e elaboração do Plano ambiental do Município de Toritama.
3.5.3 SDEC
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SDEC – é o órgão executor das
políticas do Governo de Pernambuco relativas às atividades de indústria, comércio,
serviços e portos; de apoio à atração de investimentos nas atividades produtivas do
Estado; e estímulo, apoio e orientação às atividades de expansão dos investimentos no
setor de serviços.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 67
A SDEC colaborará com o PSHPE, e mais especificamente, com a UGP/SRH, nas
atividades de estudos ligados ao PPP em irrigação – canal do Sertão Pernambucano.
3.5.4. ITEP
O Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP-OS), organização
social sem fins econômicos, é um centro de referência regional na
oferta de soluções tecnológicas para o setor produtivo, visando à
modernização e ao desenvolvimento sustentável de Pernambuco e da
Região Nordeste.
Criado em 1942, o ITEP atua no atendimento às principais demandas dos setores
econômicos estratégicos do Estado e do Nordeste, priorizando as propostas que
promovem a redução de desigualdades tecnológicas regionais e a inclusão social,
através da geração de novos empregos e novos empreendimentos, além da melhoria de
competitividade tecnológica dos empreendimentos já existentes e dos arranjos
produtivos locais. Atualmente, o ITEP-OS mantém contrato de gestão com a Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, para a execução de suas atividades em seis
áreas estratégicas:
- Tecnologia Ambiental
- Tecnologia de Alimentos
- Tecnologia de Materiais e Construção Civil
- Difusão Tecnológica
- Capacitação Tecnológica
- ITEP Institucional.
A participação do ITEP no PSHPE estará focada no tema do reuso de lodos.
Funções da ARPE, CPRH, SDEC e ITEP no PSHPE
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 68
Os setores envolvidos respectivamente da ARPE, CPRH e SDEC têm responsabilidade
pelas seguintes funções no PSHPE:
o Participar em reuniões técnicas relacionadas ao Projeto;
o Elaborar, em colaboração com a UGP, os TDRs e/ou especificações técnicas das
contratações a serem realizadas;
o Acompanhar e supervisionar tecnicamente e fazer o controle de qualidade dos
contratos em andamento, inclusive atestando os relativos produtos para pagamento;
o Revisar e comentar relatórios e estudos produzidos por consultores, inclusive
tomando decisões tempestivas quanto à continuidade das atividades contratadas;
o Implementar planos e recomendações eventualmente decorrentes das consultorias;
o Providenciar operação e manutenção adequadas dos equipamentos adquiridos pelo
Projeto e outros bens e ativos resultantes;
o Elaborar e encaminhar à UGP informes de progresso das atividades e contratos de
respectiva competência;
o Preparar e encaminhar à UGP informações sistematizadas para alimentação dos
indicadores do Marco de Resultados;
o Preparar e encaminhar à UGP insumos para elaboração dos Planos Operacionais
Anuais e do Plano de Aquisições
o Apoiar a organização das atividades de campo, utilizando os contatos e canais
disponíveis para mobilização dos atores locais (municípios, associações, instâncias
representativas, beneficiários etc.)
o Colaborar com a UGP na produção da documentação do Projeto.
Saneamento Rural
Para implementação dos projetos piloto de oferta de água e saneamento rural, previstos
no Componente 1, que poderão ser especificados após relativos estudos, um arranjo
específico de implementação poderá ser necessário. Nesse caso, as entidades
beneficiárias assinarão convênios de cooperação técnica com a SRH, satisfatórios para o
Banco, onde serão definidos os respectivos papéis e responsabilidades para a
implementação do Projeto.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 69
3.6. Banco Mundial
Nos primeiros dois anos do Projeto, o Banco efetuará pelo menos três missões de
supervisão, e pelo menos duas missões nos anos sucessivos. Além disso, a equipe do
Banco realizará as seguintes atividades:
Fornecer suporte para garantir, no máximo que for possível, um desempenho
adequado em todos os componentes do Projeto, bem como a elaboração de relatórios
sobre o mesmo;
Revisar e avaliar o desempenho na implementação pelos executores e beneficiários
do Projeto;
Acompanhar de perto o progresso na inserção das questões sociais e ambientais no
desenho do Projeto, bem como no monitoramento das cláusulas de salvaguardas e na
execução das obras.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 70
3.7. Matriz de Implementação do Projeto
COMPONENTES ATIVIDADES AÇÕES OU SUB-COMPONENTES AGÊNCIA
IMPLEMENTADORA
AGÊNCIAS
PARCEIRAS
INSTRUMENTO
DE
COOPERAÇÃO
1 - Gestão e
Desenvolvimento
Institucional do Setor
de Recursos Hídricos
1.1.GESTÃO INTEGRADA
DE RECURSOS HÍDRICOS
CRIAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA APAC SRH/UGP e APAC
FORTALECIMENTO DA GESTÃO
PARTICIPATIVA
SRH: UGP e Gerência de
Apoio à Gestão
Participativa
ATUALIZAÇÃO E COMPLEMENTAÇÃO
DE PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS
SRH: UGP e Gerência
Geral de Planejamento e de
Gestão de Programas e
Projetos
ESTUDOS DE AQÜÍFEROS SRH: UGP e Gerência de
Monitoramento e
Fiscalização
REGULAÇÃO DO USO DA ÁGUA SRH: UGP e Gerência de
Outorga e Cobrança
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 71
MODERNIZAÇÃO E EXPANSÃO DA
REDE DE MONITORAMENTO HIDRO-
METEREOLÓGICA E DA QUALIDADE DA
ÁGUA:
- Sistema de Monitoramento dos Aqüíferos do
Estado de Pernambuco; Fortalecimento da
Rede de Monitoramento Meteorológico
- Ampliação do monitoramento de águas
superficiais em áreas estratégicas: estudo,
instalação e monitoramento; Estruturação das
Unidades Integradas de Gestão Ambiental –
UIGA’s da Bacia Hidrográfica dos Rios
Capibaribe e Ipojuca; Reestruturação do
Monitoramento da Qualidade da Água
Superficial da Bacia do Rio Capibaribe
SRH: UGP e Gerência de
Monitoramento e
Fiscalização
SRH/UGP
CPRH
Convênio de
Cooperação
Técnica SRH -
CPRH
REVITALIZAÇÃO DE BACIAS SRH: UGP e Gerência de
Revitalização de Bacias
1.2. SERVIÇOS E INFRA-
ESTRUTURA DE
RECURSOS HÍDRICOS
MODELO DE GESTÃO DO SANEAMENTO
RURAL
SRH: UGP e Gerência de
Saneamento e Projetos
Especiais
MODELO REGULATÓRIO EM
ABASTECIMENTO DE ÁGUA E
SANEAMENTO
SRH/UGP ARPE Convênio de
Cooperação
Técnica SRH-
ARPE
CANAL DO SERTÃO PERNAMBUCANO SRH/UGP SDEC Convênio de
Cooperação
Técnica SRH -
SDEC
1.3 GERENCIAMENTO DO GESTÃO DO PROJETO SRH/UGP
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 72
PROJETO SISTEMA DE MONITORAMENTO E
AVALIAÇÃO (M&A)
SRH/UGP
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO SRH/UGP
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA) E
MARCO DE REASSENTAMENTO:
- Plano ambiental de Toritama
- Reuso de lodos
- Qualidade da água e controle de eutrofização
SRH/UGP e
COMPESA/UIP
CPRH
ITEP
Convênio de
Cooperação
Técnica SRH -
CPRH
Convênio de
Cooperação
Técnica SRH -
ITEP
2 – Melhoria da
Eficiência no
Fornecimento de
Serviços de
Abastecimento de Água
e de Esgotamento
Sanitário
2.1. REDUÇÃO DE
PERDAS
Implementação de setores de distribuição e
controle de pressões e vazões;
COMPESA: DCO/SGO COMPESA Convênio de
Implementação
SRH - COMPESA
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 73
2.2. ASSISTÊNCIA
TÉCNICA PARA
DESENVOLVIMENTO
CORPORATIVO
Apoio ao desenvolvimento do plano
corporativo de controle de perdas;
Planos Diretores de Abastecimento de Água
(PDAA) e de Esgotamento Sanitário (PDES)
para a RMR e várias bacias hidrográficas no
Estado, inclusive a do rio Capibaribe;
Reavaliação do ativo imobilizado da
COMPESA;
Estudos para a integração física e operacional
de sistemas de abastecimento de água na RMR
COMPESA: DCO/SGO
COMPESA: DEM/SPI
COMPESA: DGC/SCT
COMPESA: DCO/SGO
COMPESA
3. Expansão dos
Serviços de
Abastecimento de Água
e Esgotamento
Sanitário
SUB-COMPONENTE 3.1.
SISTEMA DE
ABASTECIMENTO DE
ÁGUA PIRAPAMA
COMPESA: DEM/SOB COMPESA Convênio de
Implementação
SRH - COMPESA
SUB-COMPONENTE 3.2
EXPANSÃO DOS
SERVIÇOS
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 74
Figura 5 - Relações entre os órgãos/setores envolvidos no PSHPE e fluxos de
informações
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 75
4. ARRANJOS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO E MARCO DE
RESULTADOS
4.1. Arranjos de M&A
O M&A do PSHPE visa: (i) acompanhar, e eventualmente corrigir, o desempenho da
execução do Projeto (monitoramento de inputs e outputs); (ii) avaliar os resultados do
mesmo (avaliação de outcomes); e (iii) realizar uma avaliação de impacto que permita
estabelecer relações de causa-efeito exclusivas entre intervenções do Projeto e
resultados (ver seção 4.3). Os itens (ii) e (iii) visam também apoiar o desenho de
operações futuras.
O M&A do Projeto é de responsabilidade da SRH/UGP, que será alimentada com dados
referentes ao andamento das atividades e com informações para construção dos
indicadores, pelos setores competentes da SRH e da COMPESA. Estes últimos, por sua
vez, serão responsáveis pela captura de dados e informações junto às empresas
contratadas, beneficiários, e parceiros, inclusive a ARPE, SEDEC e CPRH.
Para a execução do M&A, a UGP contará com um assessor especialista no assunto. No
início do Projeto, este assessor deverá elaborar um plano detalhado de M&A, onde
constem: os instrumentos e procedimentos a serem utilizados para coleta e
sistematização dos dados, os métodos, frequência e responsáveis pela coleta dos dados,
os métodos para tratamento das informações, o formato dos relatórios periódicos de
M&A. Assim que o plano estiver pronto, o assessor deverá apresentá-lo aos setores da
SRH e da COMPESA envolvidos no Projeto, capacitar as equipes destes setores
conforme necessário, supervisionar o cumprimento dos prazos para entrega dos dados
assim como efetuar o controle de qualidade dos mesmos, e apresentar aos mesmos
setores os relatórios periódicos de M&A.
O estado enviará ao Banco relatórios de progresso semestrais, dentro de um prazo de até
3 meses após a conclusão de cada semestre. Será realizada uma avaliação de meio termo
provavelmente no terceiro ano de implementação do Projeto. O relatório final do
Projeto poderá ser enviado em até 6 meses após o encerramento do mesmo.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 76
4.2. Marco de Resultados
Objetivo de Desenvolvimento Indicadores de Resultado do
Projeto
Uso dos dados de Resultado do
Projeto
Melhorar a oferta sustentável de
água e os serviços de saneamento
na bacia do rio Capibaribe e na
RMR
1. Redução do
percentual de população
atendida, sujeita ao
racionamento de água
na RMR, de 88% em
2008 para 10% em
2014.
2. Redução das
cargas poluentes dos
municípios beneficiados
por saneamento, de 0,0
toneladas de BOD/ano
em 2008 para 3.160,0
toneladas de BOD/ano
em 2014.
Avaliar a sustentabilidade da
oferta de água no estado.
Monitoramento e avaliação do
setor.
Planejamento integrado das
necessidades futuras de
investimento no setor.
Resultados Intermediários Indicadores dos Resultados
Intermediários
Uso do Monitoramento dos
Resultados Intermediários
Melhoria na governança do setor
de recursos hídricos do Estado de
Pernambuco.
3. Agência
Reguladora dos
Recursos Hídricos do
Estado (APAC)
plenamente operacional.
4. Cobrança de
água bruta
implementada
5. Modelo para a
participação privada no
Canal do Sertão
Pernambucano definido.
Planejamento, regulação e
monitoramento do setor.
Disseminação constante de
informações para uso na
formulação de políticas públicas
Aumento da eficiência no
fornecimento de abastecimento
de água e serviços de
saneamento.
6. Perdas de água
nas áreas alvo do
programa de controle de
perdas do Projeto
reduzidas de 975
l/ligação/dia em 2008
para 565 l/ligação/dia
em 2014.
7. O índice de
suficiência do fluxo de
caixa3 da COMPESA
melhorada de 103,8%
em 2008 para um valor
inferior a 115,0% em
2014.
Monitoramento e avaliação do
setor.
Apoio efetivo durante a
implementação do projeto
Disseminação constante de
informações para uso na
formulação de políticas públicas
Planejamento da demanda futura
para serviços de água e esgoto, e
para necessidades futuras de
investimentos.
As redes de abastecimento de
água e esgoto são expandidas.
8. Número de
ligações domiciliares
aos serviços de
esgotamento sanitário
aumentado de 8.169 em
Apoio efetivo durante a
implementação do projeto
Disseminação constante de
informações para uso na
3 Receita / (despesas operacionais + obrigações do serviço da dívida + despesas fiscais e
impostos)
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 77
2008 para 33.060 em
2014, nos municípios da
bacia do rio Capibaribe
alvos do Projeto.
9. 10 planos
mestres para
abastecimento de água e
serviços de esgoto
completados.
10. 5.13 m3/s
adicionais de água são
fornecidos à RMR pelo
Sistema Pirapama até
final de 2011.
formulação de políticas públicas
Planejamento de investimentos
futuros visando alcançar a meta
de longo prazo do acesso
universal.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 78
Arranjos para monitoramento de resultados Metas Coleta de Dados e Relatórios
Indicadores Linha de
base
2010 2011 2012 2013 2014 Frequência e
Relatórios
Instrumentos
de Coleta de
Dados
Responsáveis
pela Coleta
de Dados
Indicadores de Resultados
1. Redução do
percentual de
população
atendida, sujeita ao
racionamento de
água na RMR, de
88% em 2008 para
10% em 2014.
88% em
2009
73% 49% 45% 15% 10% Relatórios
anuais
SIP/GSAN,
relatórios de
progresso
COMPESA /
DCO e DCA
2. Redução das
cargas poluentes
dos municípios
beneficiados por
saneamento, de 0,0
toneladas de
BOD/ano em 2008
para 3.160,0
toneladas de
BOD/ano em
2014.
Nenhuma 2.285 3.160 Nos últimos
dois anos de
implementação
do projeto
Medições in
loco
SRH
Indicadores de Resultados Intermediários
3. Agência
Reguladora dos
Recursos Hídricos
do Estado (APAC)
plenamente
operacional.
Proposta de
Lei
elaborada e
encaminhada
ao Gabinete
do
Lei aprovada
na Assembléia
Legislativa
Leis
secundárias/
Decretos de
regulamentação
elaborados
APAC instalada e
dotada de recursos
humanos
Plano
estratégico da
APAC
elaborado
Instrumentos
para outorga,
cobrança e
monitoramento
das águas,
consolidados e
Relatórios
anuais
Atos
legislativos e
relatórios de
progresso
SRH / APAC
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 79
Metas Coleta de Dados e Relatórios
Indicadores Linha de
base
2010 2011 2012 2013 2014 Frequência e
Relatórios
Instrumentos
de Coleta de
Dados
Responsáveis
pela Coleta
de Dados
Governador sendo usados
pela APAC
4. Cobrança de
água bruta
implementada.
Nenhuma Proposta de Lei
de Cobrança da
Água elaborada
e enviada ao
Gabinete do
Governador
Proposta de
Lei de
Cobrança da
Água
aprovada pela
Assembléia
Legislativa
Cobrança de
água
implementada
Anuais Atos
legislativos e
relatórios de
progresso
SRH / APAC
5. Modelo para a
participação
privada no Canal
do Sertão
Pernambucano
definido.
Estudos de
viabilidade Documentos
para licitação
do PPP do
Canal do
Sertão
Pernambucano
publicados
Anuais Documentos
técnicos e
jurídicos e
relatórios de
progresso
SRH e
SEDEC
6. Perdas de água
nas áreas alvo do
programa de
controle de perdas
do Projeto
reduzidas de 975
l/ligação/dia em
2008 para 565
l/ligação/dia em
2014.
975
l/ligação/dia
936
l/ligação/dia
842
l/ligação/dia
741 l/ligação/dia 652
l/ligação/dia
565
l/ligação/dia
Semestrais SIP COMPESA /
DCO
7. O índice de
suficiência do
fluxo de caixa4 da
COMPESA
103,8% em
2008
110,1% 111,7% 113,3% 114,6% > 115,0% Anuais Demonstrativos
financeiros
anuais da
COMPESA
COMPESA /
DGC
4 Receita / (despesas operacionais + obrigações do serviço da dívida + despesas fiscais e impostos)
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 80
Metas Coleta de Dados e Relatórios
Indicadores Linha de
base
2010 2011 2012 2013 2014 Frequência e
Relatórios
Instrumentos
de Coleta de
Dados
Responsáveis
pela Coleta
de Dados
melhorada de
103,8% em 2008
para um valor
inferior a 115,0%
em 2014
auditados
8. Número de
ligações
domiciliares aos
serviços de
esgotamento
sanitário
aumentado de
8169 em 2008 para
33.060 em 2014,
nos municípios da
bacia do rio
Capibaribe alvos
do Projeto
8169
ligações nas
áreas alvo do
projeto em
2008
8169 8169 8169 24.849 33.060 Anuais SIP / GSAN COMPESA /
DEM
9. 10 planos
mestres para
abastecimento de
água e serviços de
esgoto
completados.
0 3 planos mestres
para
abastecimento de
água e 3 planos
mestres para
serviços de esgoto
completados
2 planos
mestres para
abastecimento
de água e 2
planos mestres
para serviços
de esgoto
completados
Nos últimos 3
anos de
implementação
do projeto
Relatórios de
progresso
COMPESA /
DEM
11. 5.13 m3/s
adicionais de água
são fornecidos à
RMR pelo Sistema
Pirapama até final
de 2011.
Zero m3/s de
água
fornecidos à
RMR pelo
Sistema
Pirapama em
1,00 m3/s de
água
fornecidos à
RMR pelo
Sistema
Pirapama em
4,13 m3/s de
água
fornecidos à
RMR pelo
Sistema
Pirapama em
5.13 m3/s de água
fornecidos à RMR
pelo Sistema
Pirapama
5.13 m3/s de
água
fornecidos à
RMR pelo
Sistema
Pirapama
5.13 m3/s de
água
fornecidos à
RMR pelo
Sistema
Pirapama
Semestrais SIP COMPESA /
DCO
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 81
Metas Coleta de Dados e Relatórios
Indicadores Linha de
base
2010 2011 2012 2013 2014 Frequência e
Relatórios
Instrumentos
de Coleta de
Dados
Responsáveis
pela Coleta
de Dados
2009 2010 2011
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 82
4.3. Avaliação de Impacto
Uma avaliação de impacto será realizada para identificar se os principais investimentos
do Projeto tiveram um impacto significativo na melhoria dos serviços de abastecimento
de água na bacia do rio Capibaribe e na RMR. Uma estratégia detalhada de avaliação de
impacto será elaborada em conjunto e acordada com o estado de Pernambuco durante o
primeiro ano de implementação do Projeto.
O objetivo da avaliação de impacto é medir se, e em que medida, os investimentos têm
um impacto significativo sobre os resultados do programa, comparando os mesmos
dados com aqueles de uma área semelhante que não recebeu investimentos equivalentes
(contra-factual). Portanto, serão selecionados, analisados e comparados um grupo de
tratamento e um grupo de controle. A finalidade de uma avaliação de impacto é definir
se houve relação causal entre intervenções e resultados – ou seja: se e em que proporção
as modificações observadas nos indicadores de resultados são atribuíveis ao Projeto e
não a outras variáveis de contexto. Para construção da linha de base (ou marco zero), o
Projeto utilizará dados a serem produzidos pela avaliação de recursos hídricos/ambiental
que deve ser encomendada pela SRH ao ProAgua.
A estratégia de preparação da avaliação de impacto seguirá as seguintes diretrizes:
o Dois tipos de áreas serão comparadas: (i) grupo de controle: municípios/áreas
beneficiadas por investimentos do Projeto, e (ii) municípios/áreas não
beneficiadas por investimentos do Projeto (e, possivelmente, tampouco
beneficiadas por intervenções equivalentes às do Projeto). O grupo de controle
será selecionado com base em técnicas de pareamento para garantir que algumas
características relevantes iniciais sejam semelhantes àquelas do grupo de
tratamento.
o A linha de base de ambos os grupos será coletada no primeiro ano de
implementação do Projeto. Outra pesquisa de campo, de follow-up, será
realizada ao final do Projeto para comparar as informações e analisar a evolução
dos indicadores dos dois grupos.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 83
A comparação entre os dados da linha de base e do follow-up, e entre os dois
grupos, será realizada através da técnica da diferença-com-diferença (comparação da
diferença linha de base/follow-up de um grupo e do outro). Serão também usadas
técnicas de pareamento de propensity scores entre indivíduos da amostra para melhorar
a qualidade do grupo de controle.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 84
5. ARRANJOS PARA GESTÃO FINANCEIRA
A Gestão Financeira é um elemento fundamental para uma execução eficiente do
PSHPE, reduzindo atrasos e obstáculos na disponibilização e desembolso dos recursos,
garantindo transparência e controle sobre os mesmos, e fornecendo informações que
retroalimentam a tomada de decisões. Os arranjos aqui descritos poderão sofrer
modificações ao longo da implementação do Projeto. Nesse caso, tais mudanças
deverão ser refletidas nesse Manual de Operações, o qual deverá, consequentemente, ser
atualizado após aprovação das modificações por parte do Banco.
5.1. Responsabilidade das partes e setores envolvidos
A SRH e a COMPESA têm estruturas e procedimentos separados para gestão
financeira. Ambas têm responsabilidade pela gestão financeira e contábil dos
respectivos Componentes. Entretanto, somente a SRH tem responsabilidade, nesse
assunto, perante o Banco e perante o Governo do Estado, sendo de sua exclusiva
atribuição: os fluxos de recursos, o desembolso, e a elaboração de relatórios. A
COMPESA realiza a gestão financeira das atividades de sua competência (Componentes
2 e 3 do Projeto), processa e repassa as informações relativas à SRH.
Os setores envolvidos na gestão financeira são os seguintes.
5.1.1.SRH
Figura 6 – Setores da SRH envolvidos na gestão financeira do PSHPE
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 85
Aspectos Legais:
Lei Nº 13.205, de 19.01.07 institui a SRH.
Decreto Nº 30.329 de 30.03.07, alterado pelo Decreto Nº 30.968 de 31.10.07,
estabelece o Regulamento da SRH, definindo, entre outros, estrutura e funções dos
setores da Secretaria.
Decreto Nº 31.265 de 28.12.07, estabelece o Manual de Serviços da SRH, onde,
entre outros, são detalhadas as atribuições e funcionamento dos órgãos da
estrutura administrativa da Secretaria, entre os quais se destacam como relevantes
para a Gestão Financeira do PSHPE:
o A Gerência de Planejamento e Orçamento, e suas respectivas
Unidades: de Planejamento, de Orçamento e Finanças, de Apoio ao
Planejamento e Orçamento
o A Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário, com suas
unidades: Tesouraria e Prestação de Contas
Aspectos Operacionais:
Conforme o Decreto Nº 31.265/2007, Anexo I – 6 – XI, XII, XVII, XVIII, XIX e XX,
as atribuições dos órgãos da SRH ligados à Gestão Financeira são as seguintes:
Gerência de Planejamento e Orçamento: supervisionar, controlar e avaliar o processo
de planejamento, orçamento e finanças da Secretaria, revisando e orientando todas as
atividades da área, bem como prestar assessoramento à Superintendência Técnica;
negociar junto à SEPLAG a inclusão dos pleitos da SRH no PPA e LOA (ou
eventuais suplementações orçamentárias), e junto à SEFAZ a programação
financeira.
o Chefia da Unidade de Planejamento: desempenhar as funções de órgão
setorial de planejamento, nos âmbitos estratégicos, operacionais e
orçamentários; subsidiar a Superintendência Técnica na elaboração do
Plano Plurianual, na Proposta orçamentária, no acompanhamento das
ações das diretrizes, bem como na avaliação das atividades do órgão;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 86
apoiar o processo de elaboração dos relatórios das ações executadas; e
subsidiar o sistema de informação do Estado (SEPLAG);
o Chefia da Unidade de Orçamento e Finanças: promover a gestão do
processo de execução orçamentária; monitoramento financeiro dos
programas e ações da Secretaria; elaborar a proposta orçamentária e
preparar instrumentos e controlar o fluxo e procedimentos sobre
liberação de recursos e fundos aprovados, bem como acompanhar a
aplicação e o movimento das disponibilidades financeiras da SRH;
o Chefia da Unidade de Apoio ao Planejamento e Orçamento:
desempenhar as funções de apoio ao planejamento estratégico,
operacionais e orçamentários da Secretaria bem como ao processo de
execução orçamentária; monitoramento financeiro.
Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário: planejar, programar e executar
atividades contábeis, financeiras e de controle orçamentário de programas e projetos,
bem como acompanhar a aplicação dos recursos financeiros junto aos órgãos
executores, observando a legislação vigente; empenhos e pagamentos.
o Tesouraria: efetuar os pagamentos dos contratos/convênios vigentes,
contra atesto do setor técnico competente e apresentação de nota
fiscal/fatura.
o Prestação de Contas: consolidar a documentação relativa aos pagamentos
efetuados e elaborar relatórios.
Tais setores dispõem do pessoal indicado na tabela a seguir.
SETOR FORMAÇÃO EXPERIÊNCIA
Gerência de Planejamento e
Orçamento Tec. Administração 20 anos
Unidade de Apoio ao
Planejamento e Orçamento Contabilidade/Administração 20 anos
Unidade de Planejamento Comunicação Social 10 anos
Unidade de Orçamento e
Finanças Ensino Médio completo 02 anos
Gerência de Apoio
Financeiro e Orçamentário Tec. Contabilidade 31 anos
Tesouraria Relações Públicas 28 anos
Prestação de Contas Contabilidade 02 anos
Tabela 2 – Profissionais dos setores da SRH envolvidos na gestão financeira.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 87
Todos os profissionais acima fazem parte do quadro do Estado, tendo portanto
estabilidade funcional. Entretanto, trata-se de funcionários colocados à disposição da
SRH, não tendo, portanto, garantia de permanência no quadro dessa Secretaria. É
oportuno que haja comprometimento formal por parte do GOP em manter tal pessoal na
SRH, ou - caso seja transferido – que seja substituído por profissionais com experiência
equivalente. Além disso, os responsáveis dos setores acima descritos indicaram a
eventual necessidade de complementação do quadro atualmente disponível, através da
contratação de pessoal de apoio operacional. Tal necessidade deverá ser avaliada após o
início do PSHPE, e – caso seja confirmada – deverá se proceder às contratações que
forem oportunas.
A SRH possui experiência de gestão financeira de projetos financiados pelo Banco
Mundial. Atualmente executa o “Additional Financing” ao Programa PROÁGUA/Semi-
Árido (PROÁGUA NACIONAL) – Programa do Governo Federal, financiado em parte
com recursos do Banco Mundial, através de Convênios firmados com a Agência
Nacional de Águas – ANA e Ministério da Integração Nacional. A experiência de
execução remonta desde fase inicial do início do Programa, em 1997. A estrutura
organizacional e o pessoal atualmente disponível são adequados para as necessidades de
gerenciamento financeiro do PROÁGUA. Entretanto, para a absorção do PSHPE é
necessário reforço de pessoal, em especial técnicos das áreas de engenharia, licitação e
financeira, com experiência em projetos financiados por organismos internacionais. A
contratação de tais técnicos pela UGP está prevista no Plano de Aquisições.
No que diz respeito à gestão financeira, a UGP será encarregada, entre outras, das
seguintes funções: (a) atualizar periodicamente o sistema SIGMA; (b) revisar a
documentação de suporte dos gastos do Projeto, verificando a elegibilidade e as
percentuais das categorias de desembolso; (c) manter um sistema de arquivos da
documentação do Projeto; (d) preparar e enviar ao Banco os IFRs trimestrais; (e)
reconciliar periodicamente os gastos do empréstimo e respectivas contas, no e-Fisco e
SIGMA, e garantir o acompanhamento imediato de eventuais discrepâncias; (e) preparar
e fornecer toda a documentação e relatórios financeiros solicitados pelo Banco e pelos
auditores.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 88
A política de treinamento a ser adotada para as equipes de contabilidade e finanças é a
da Secretaria da Fazenda, que através do seu quadro de auditores proporciona
capacitações constantes nas diversas áreas de finanças através do sistema EFISCO (ver
mais adiante), prestação de contas, convênios e outros.
Ambas as equipes de gestão financeira – da SRH e da COMPESA – necessitam de
treinamento nos procedimentos do Banco.
5.1.2. COMPESA
Aspectos Legais:
A COMPESA foi constituída pela Lei Estadual nº 6.307, de 29 de julho de 1971.
A COMPESA rege-se pela legislação geral que lhe é aplicável, por seus estatutos
sociais, pelo Regulamento Geral, por seu regimento interno e pelos atos administrativos,
normas e instruções que adotar.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 89
Aspectos Operacionais:
Figura 7 – Organograma dos setores financeiros e contábeis da COMPESA
São atribuições específicas da Gerência Financeira - GFI:
a) planejar e coordenar as atividades de gestão e controle financeiro de
recursos próprios ou financiados, bem como a movimentação de
entrada e saída de numerários via tesouraria e rede bancária;
b) garantir que os profissionais da Empresa sejam devidamente
orientados quanto às políticas e metodologia de trabalho de atividades
que tenham impacto no financeiro;
c) fornecer elementos necessários à formulação da política econômico-
financeira da Empresa e elaborar propostas de normas, instruções e
manuais de gestão e controle financeiro e tesouraria;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 90
d) coordenar planos, projetos e programas visando o desenvolvimento e
aperfeiçoamento de processos e técnicas de gestão e controle
financeiro;
e) coordenar estudos e propor alternativas de obtenção de recursos
financeiros;
f) providenciar a emissão de cheques, borderôs e ordens bancárias junto
à Coordenação de Tesouraria e Contas a Pagar-CTP;
g) promover e coordenar o controle de contratos de financiamentos;
h) outras correlatas.
São atribuições específicas da Coordenação de Arrecadação-CAR:
a) gerir as entradas de recursos, realizando as devidas conciliações;
b) manter os arquivos atualizados e organizados devidamente;
c) identificar oportunidades para aperfeiçoar o processo de arrecadação;
d) fornecer informações de inadimplência decorrente de conciliação de
recebimentos;
e) viabilizar convênios com órgãos arrecadadores buscando facilitar o
acesso dos clientes para o pagamento das faturas;
f) outras correlatas.
São atribuições específicas da Coordenação de Tesouraria e Contas a Pagar-CTP:
a) orientar, controlar e apoiar tecnicamente as movimentações de
numerários executadas de forma descentralizada, bem como analisar
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 91
as referidas movimentações para fins de conciliação e de registros
contábeis;
b) movimentar contas bancárias em conjunto com a autoridade
competente, por delegação expressa do Diretor Presidente;
c) fornecer à Coordenação de Controle de Disponibilidades Financeiras-
CDF os dados necessários ao controle do fluxo de caixa e outros
controles financeiros;
d) manter arquivadas e em segurança, procurações outorgadas pela
Companhia, sob custódia em bancos, títulos ou documentos entregues
por terceiros como garantia de contratos ou operações;
e) elaborar e fornecer recibos de retenções legais ou contratuais
referentes aos pagamentos efetuados;
f) elaborar boletins e relatórios relativos à movimentação de fundos e
posição de disponibilidades, necessárias à administração dos recursos
financeiros;
g) manter, sob sua guarda, numerários, cheques e valores em geral;
h) emitir, assinar e autenticar recibos de numerários ou de valores
entregues à Empresa;
i) programar e executar as atividades centralizadas de saída de recursos
financeiros;
j) administrar as contas a pagar (recursos próprios e de terceiros);
k) identificar e solicitar à Coordenação de Controle de Disponibilidades
Financeiras-CDF a necessidade de captação de recursos de curto
prazo;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 92
l) fornecer à Superintendência de Planejamento e Regulação-SPR dados
e informações necessárias ao planejamento econômico-financeiro;
m) fornecer declarações para fins de Imposto de Renda;
n) outras correlatas.
São atribuições específicas da Coordenação de Controle de Disponibilidades
Financeiras-CDF:
a) programar e executar a administração e controle dos contratos de
empréstimos e financiamentos firmados com entidades públicas ou
privadas, nacionais ou estrangeiras;
b) realizar e controlar as prestações de contas dos recursos citados
acima;
c) elaborar e apresentar relatórios objetivando a análise, pelos escalões
superiores, do desembolso e adoção das medidas que se fizerem
necessárias;
d) calcular e informar, periodicamente, às unidades responsáveis pelo
controle de obras, serviços e materiais financiados, os encargos
financeiros incidentes sobre os recursos;
e) elaborar e encaminhar aos órgãos financiadores, os pedidos de
adiantamento de desembolso;
f) fornecer à Coordenação de Tesouraria e Contas a Pagar-CTP a
relação de obrigações financeiras relativas aos contratos, e outros
dados para fins de programação financeira;
g) manter, devidamente organizados e atualizados, controles de
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 93
compromissos assumidos com recursos financiados;
h) fornecer à Superintendência de Planejamento e Regulação-SPR os
dados necessários ao planejamento econômico-financeiro e outros de
sua alçada;
i) outras correlatas.
São atribuições específicas da Gerência de Contabilidade – GCT:
a) planejar e coordenar a execução das atividades de contabilidade
geral, do controle de prestadores de contas, da análise de previsões e
liberações desenvolvidas a nível central, do registro e análise contábil
e do controle e apuração dos custos e das despesas referentes aos
serviços ofertados pela Empresa, do controle orçamentário e da
execução financeira desenvolvida de forma descentralizada;
b) acompanhar e apoiar tecnicamente as atividades desenvolvidas de
forma descentralizada que produzam documentação contábil;
c) gerir a execução de registro, análise e controle de custos relativos às
despesas e aos serviços ofertados pela empresa;
d) desenvolver o planejamento e a execução do controle das dotações
orçamentárias estabelecidas no planejamento operativo;
e) planejar e coordenar o controle da execução financeira desenvolvida
de forma descentralizada;
f) coordenar a elaboração e análise do Balanço Geral e de planos,
programas e projetos visando o aperfeiçoamento e desenvolvimento
dos processos e registros contábeis;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 94
g) monitorar a gestão de custos e sua evolução;
h) fornecer elementos necessários à formulação das políticas
econômico-financeiras e elaborar propostas de normas, instruções e
manuais relativos à contabilidade, custos e ao controle orçamentário;
i) disponibilizar, em tempo hábil, à Superintendência de Planejamento e
Regulação-SPR, informações que se antecipem às necessidades de
reprogramação e que facilitem a elaboração do orçamento
empresarial do exercício seguinte;
j) coordenar a elaboração do Balanço Patrimonial e da Demonstração
do Resultado do Exercício, devendo o Gerente assinar os ditos
documentos juntamente com o Coordenador de Contabilidade Geral-
CCG e com os Diretores;
k) comunicar aos superiores a necessidade da adoção de medidas e
solicitar ações de auditoria em contas ou documentos, quando
verificada a necessidade;
l) outras correlatas.
São atribuições específicas da Coordenação de Gestão Patrimonial-CGP:
a) coordenar o registro dos bens patrimoniais, com as devidas
identificações dos dados, para efeito de controle patrimonial e
depreciação;
b) controlar as transferências de bens patrimoniais entre unidades, assim
como para realização de manutenções;
c) realizar o controle dos bens patrimoniais pelos centros de resultados
definidos;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 95
d) efetuar correções (monetária e depreciação) e controle do ativo
imobilizado;
e) realizar o tombamento dos bens patrimoniais, de acordo com política
estabelecida;
f) realizar o controle de inventários e baixas de bens patrimoniais;
g) providenciar, em conjunto com a área Jurídica, a documentação e
legalização dos bens;
h) outras correlatas.
São atribuições específicas da Coordenação de Planejamento e Gestão Tributária-
CPT:
a) estabelecer o planejamento tributário da Empresa;
b) manter atualização de resoluções e deliberações legais que tenham
impacto na carga tributária;
c) desenvolver programas para utilização de créditos e benefícios
fiscais;
d) coordenar o registro dos lançamentos fiscais;
e) controlar o preenchimento de guias e o pagamento de todas as
obrigações fiscais;
f) gerir as obrigações acessórias da Empresa;
g) elaborar e assinar termos de abertura e encerramento de livros fiscais
obrigatórios;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 96
h) outras correlatas.
São atribuições específicas da Coordenação de Contabilidade Geral-CCG:
a) programar e executar os trabalhos de classificação e contabilização
dos fatos administrativos;
b) proceder à análise das contas, utilizando as conciliações que se
fizerem necessárias;
c) elaborar e assinar o Balanço Patrimonial, a Demonstração do
Resultado do Exercício e demais Demonstrações obrigatórias, de
acordo com as normas;
d) manter atualizado o plano de contas e organizada, com segurança,
toda a documentação contábil;
e) informar erros, omissões e irregularidades encontradas em
documentos, contas e registros, com vistas a acertos pelos órgãos
responsáveis e apurações e inspeções pela auditoria da Empresa;
f) fornecer elementos à elaboração de normas, instruções e manuais, e
participar da elaboração de planos, programas e projetos de
desenvolvimento e aperfeiçoamento dos processos contábeis;
g) outras correlatas.
São atribuições específicas da Coordenação de Custos-COC:
a) acompanhar os custos, de acordo com a alocação dos mesmos nos
centros de resultados definidos. Sempre que necessário indicar
revisão no plano de contas para melhor gestão dos custos;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 97
b) fornecer informações dos custos para a Superintendência de
Planejamento e Regulação-SPR para a elaboração do planejamento
empresarial;
c) outras correlatas.
5.2. Fluxos de recursos
A Gerência de Planejamento e Orçamento da SRH mantém articulação constante com a
Secretaria da Fazenda do Estado (SEFAZ), órgão responsável pela execução financeira
e descentralização dos recursos do Tesouro Estadual, e pelos repasses de recursos à
SRH. A mesma Gerência se articula também com a Secretaria de Planejamento e Gestão
(SEPLAG), para garantir a inclusão das ações do Projeto na LOA, através de solicitação
de suplementação orçamentária, discriminando os aportes por fonte de financiamento.
A SRH executa os gastos de sua competência (Componente 1) através da Gerência de
Apoio Financeiro e Orçamentário, e solicita à SEFAZ, através da Gerência de
Planejamento e Orçamento, a liberação dos recursos correspondentes. Igualmente, a
COMPESA executa os gastos que lhe competem (Componentes 2 e 3) e solicita a
liberação dos recursos correspondentes à UGP/SRH.
Todos os pagamentos são realizados pelos sistemas E-FISCO (SRH) e ALFA
(COMPESA), descritos abaixo. Para a realização dos pagamentos, as faturas são
precedidas de medições previamente autorizadas pelos técnicos que são responsáveis
pela execução de cada meta/contrato, onde são checados todos os valores cobrados com
as planilhas que fazem parte de cada contrato.
A COMPESA, após a execução e contabilização em seu sistema financeiro – ALFA –
envia a prestação de contas à SRH. Tal informação é integrada àquela processada pela
SRH e referente aos seus gastos. A UGP/SRH elabora no sistema SIGMA (ver seção
7.5) o IFR, e após conciliação com as liberações efetuadas, envia o mesmo ao Banco,
que – após aprovação – efetua o desembolso correspondente para a SEFAZ,
realimentando a conta designada do empréstimo.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 98
Figura 8 - Fluxos financeiros
BIRD SEFAZ SRH COMPESA CONTRATADOS
Conta do
empréstimo
em US$
Conta
designada do
GOP em US$
Internaliza
US$ por
solicitação da
SRH
Conta
operativa em
R$
Conta
executiva em
R$
Solicita à
SEFAZ a
internalização
dos recursos
do empréstimo
Atesta
execução dos
serviços e
solicita
recursos,
produzindo
documentação
de suporte;
controla
pagamentos
Atesta
execução dos
serviços e
solicita
recursos,
encaminhando
documentação
de suporte;
controla
pagamentos
Contratados
emitem Notas
Fiscais e Faturas
Registra no E-
FISCO e no
SIGMA e
elabora
prestação de
contas e
encaminha
documentação
de suporte
Registra no
ALFA e
elabora
prestação de
contas e
encaminha
documentação
de suporte
Aprova IFRs
e realimenta
conta do
empréstimo
Verifica,
consolida e
encaminha
IFRs ao Banco
e solicita
realimentação
de recursos
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 99
De acordo com a figura acima, segue a descrição dos fluxos financeiros do PSHPE.
(1) A SEFAZ abre, em nome do Governo do Estado de Pernambuco, uma conta em
dólares americanos num banco nos Estados Unidos; nesta conta são depositadas
pelo Banco Mundial as parcelas dos recursos do empréstimo, de acordo com os
pedidos da SRH.
(2) A SEFAZ transfere os recursos para uma conta operativa exclusiva do PSHPE
em Recife.
(3) Parte desses recursos (referentes aos Componentes 2 e 3) é transferida para uma
conta executiva da COMPESA.
(4) Os recursos são utilizados para pagamento de serviços realizados por empresas
ou consultores individuais contratad(a)os, ou pela SRH (nesse caso são usados
recursos da conta operativa) ou pela COMPESA (nesse caso são usados recursos
da conta executiva). Este processo é realizado através (i) da emissão, pelos
contratados, de notas fiscais ou faturas; (ii) do atesto dos serviços pelo setor
técnico competente da SRH ou da COMPESA; (iii) da solicitação, pela
COMPESA via SRH, ou diretamente pela SRH, dos relativos recursos à SEFAZ;
(iv) da internalização da SEFAZ à SRH dos recursos para pagamento, que ainda
são repassados à COMPESA para os serviços contratados, e (v) da liquidação da
despesa e do pagamento.
(5) Sucessivamente, a SRH e a COMPESA registram, nos respectivos sistemas
contábeis, os pagamentos efetuados com relativa prestação de contas, e juntam a
documentação de suporte dos mesmos.
(6) Os dados de execução, seja da SRH seja da COMPESA, são consolidados pela
SRH nos relatórios financeiros interinos trimestrais (IFRs), junto com a
solicitação de novos recursos; os IFRs são encaminhados ao Banco Mundial
para aprovação e liberação de novos recursos, dando assim início a um novo
ciclo, voltando para a etapa (1) acima.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 10
0
Na tabela a seguir, são indicados os setores responsáveis para cada etapa do fluxo acima
descrito.
ETAPA DO
FLUXO
RESPONSÁVEIS
1. Alimentação da
conta em US$
A movimentação é solicitada através de IFR preparado pela
UGP/SRH e assinado pelo Secretário Executivo da SRH,
Coordenador da UGP e Técnico responsável pela elaboração. A
conta é operada pela SEFAZ.
2. Internalização
dos recursos na
conta operativa
A movimentação é realizada através de Ofício para a SEFAZ e
dessa para o banco da conta operativa, com fechamento de
Contrato de Câmbio, convertendo dólares em reais e transferindo o
saldo para conta do Tesouro do Estado, sendo o ofício assinado
pelo Coordenador da UGP.
3. Transferência
para a conta
executiva
SRH/Gerência de Planejamento e Orçamento.
COMPESA/GFI/ Coordenação de Controle de Disponibilidades
Financeiras
SRH/Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário
4. Empenho e
pagamento
SRH/Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário;
COMPESA/GFI/Coordenação de Tesouraria e Contas a Pagar
5. Prestação de
contas
SRH/ Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário; COMPESA:
GFI/Coordenadoria de Controle de Disponibilidades Financeiras e
CGT/Coordenação de Contabilidade Geral
6. IFRs SRH/UGP
Tabela 3 – Setores responsáveis pelo fluxo financeiro e contábil
São signatários autorizados para as contas bancárias na COMPESA: o Diretor
Presidente e o Diretor de Gestão Corporativa.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 10
1
Figura 9 – Fluxograma de liberação de recursos – SRH
Gerencia de Planejamento e Orçamento Solicita a SECRETARIA DE PLANEJAMENTO Suplementação Orçamentária
Gerencia Geral ou Superintendência após análise encaminha ao Secretário para
autorização
Gerência Financeira da SRH Emite Nota de Empenho e encaminha para a Superintendência Técnica para elaboração do Contrato.
Superintendência Técnica elabora o Contrato
e encaminha à Gerência Responsável para
emissão da ordem de serviço ou fornecimento e acompanhamento da
execução.
Gerência Responsável após a atestar a execução ou fornecimento na Nota Fiscal encaminha à Gerência Financeira da SRH para liquidação e pagamento.
Gerencia de Responsável solicita à Gerência Geral ou Superintendência a contratação das obras, serviços ou compras através de: - Comunicação Interna - Termo de referência ou Projeto básico - Cotação de preços ou Planilha de custos unitários
O Secretário devolve à Gerência Geral ou Superintendência responsável com o despacho de indeferimento
O Secretário encaminha à Gerência Geral ou Superintendência com despacho de autorização, que solicita a Gerencia de Planejamento e Orçamento disponibilidade de Orçamento e Programação financeira
O Secretário delibera quanto à autorização
Gerencia de Planejamento e Orçamento
verifica disponibilidade de Orçamento.
Superintendência de Gestão encaminha para
a CPL/CEL para licitação.
CPL/CEL, após licitação, encaminha a Gerência Financeira para emissão da Nota de
Empenho da despesa.
Gerencia de Planejamento e Orçamento Solicita a SECRETARIA DA FAZENDA a Programação Financeira
SECRETARIA DA FAZENDA analisa
controle no sistema E-Fisco e libera
Programação Financeira para a SRH
Gerencia de Planejamento e Orçamento verifica liberação da Programação Financeira
e transfere para Gerência Financeira da SRH
e encaminha o processo à Superintendência
de Gestão.
Gerência Financeira da SRH Emite Nota de Liquidação - NL Emite Previsão de desembolso – PD para o Credor.
A
A
SECRETARIA DA FAZENDA analisa controle Libera PD para a geração da Ordem Bancária OB.
Gerência Financeira da SRH Gera Ordem Bancária - OB Emite Relação Externa – RE p/assinatura Envia ao Banco p/crédito conta do credor
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 10
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De acordo com a figura acima, segue a descrição do fluxo de liberação de recursos da
SRH.
(1) A Gerência Responsável pela obra ou serviço solicita à Gerência Geral a
contratação das obras ou serviços através de: Comunicação Interna, Termo de
referência ou Projeto básico e Cotação de preços ou Planilha de custos
unitários.
(2) A Gerência Geral após análise encaminha ao Secretário para autorização.
(3) O Secretário delibera quanto à autorização e Devolve à Gerência responsável
com o despacho de indeferimento ou Encaminha com despacho de autorização
à Gerencia de Planejamento e Orçamento para disponibilidade de Orçamento e
Programação financeira.
(4) A Gerência de Planejamento e Orçamento verifica a disponibilidade
orçamentária; caso não haja, solicita à SEPLAG suplementação orçamentária;
sucessivamente, solicita à SEFAZ programação financeira.
(5) A Gerência de Planejamento e Orçamento verifica a liberação da programação
financeira e transfere para a Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário e
encaminha o processo para a Superintendência de Gestão.
(6) A Superintendência de Gestão encaminha para a Comissão Permanente de
Licitação (CPL) ou Comissão Especial de Licitação (CEL) para o
procedimento licitatório.
(7) A CPL/CEL, após licitação, encaminha à Gerência de Apoio Financeiro e
Orçamentário para emissão da Nota de Empenho da despesa.
(8) A Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário da SRH Emite Nota de
Empenho e encaminha para a Superintendência Técnica para elaboração do
Contrato.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 10
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(9) A Superintendência Técnica elabora o Contrato e encaminha à Gerência
Responsável para emissão da ordem de serviço e acompanhamento da
execução.
(10) A Gerência Responsável emite a ordem de serviços, acompanha sua execução e
após atestar a execução na Nota Fiscal e medição encaminha à Gerência
Financeira da SRH para liquidação e pagamento.
(11) A Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário da SRH:
- Emite Nota de Liquidação - NL
- Emite Previsão de Desembolso - PD
- Aguarda a SEFAZ liberar a PD para a geração de Ordem Bancária- OB
- Gera a OB e a Relação Externa – RE, colhe assinaturas e envia ao banco para
quitação ao credor
- Presta contas
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 104
Figura 10 – Fluxos financeiros e contábeis – COMPESA
(A) Conciliação bancária
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 105
(B) Gestão do fluxo de caixa
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 106
(C) Controle de capital de terceiros (inclui prestação de contas)
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 107
Segue a descrição da figura acima, referente aos fluxos financeiros e contábeis da
COMPESA.
A) A Coordenação de Arrecadação/GFI (responsável pela gestão de recebimento de
recursos), a Coordenação de Tesouraria e Contas a Pagar/GFI (responsável pelas contas
a pagar), e a Coordenação de Controle de Disponibilidades Financeiras/GFI
(responsável pelo controle de capital de terceiros/recursos de convênios) fornecem
informações, que são processadas diariamente pela Coordenadoria de Tesouraria e
Contas a Pagar, que realiza as Conciliações Bancárias (eventuais correções devem ser
realizadas dentro de um prazo de 4 dias do recebimento dos extratos bancários).
B) A Gestão do Fluxo de Caixa é realizada pela Coordenadoria de Controle de
Disponibilidades Financeiras/GFI, que efetua uma análise diária dos relatórios de
previsões e realizações; com base nesse último é feita a priorização dos pagamentos
pelo Gerente Financeiro e é encaminhada à SRH a eventual solicitação de recursos de
convênios pelo mesmo Gerente Financeiro, sob aprovação do Superintendente de
Controladoria. No PSHPE, a princípio não serão necessárias as operações indicadas na
figura referentes à captação ou aplicação de novos recursos, pois estes serão garantidos
pelo convênio com a SRH referente ao empréstimo do Banco (opção “transferência
possível – sim”).
C.1) Controle de Convênios e Contratos de Empréstimo/Financiamentos/ Aplicações
Financeiras (controle de capital de terceiros): todos os convênios (inclusive aquele com
a SRH relativo ao empréstimo do Banco) e contratos de empréstimos/ financiamentos e
aplicações financeiras devem ser administrados pela Coordenação de Controle de
Disponibilidades Financeiras/GFI. É de responsabilidade desta área o acompanhamento
da liberação dos recursos e de sua aplicação através do cronograma financeiro. Também
é responsável pela composição da documentação comprobatória para fins de prestação
de contas. Cabe ao gestor de Contratos o acompanhamento da aplicação dos recursos
através do Plano de Trabalho, realizando o controle físico-financeiro. Com esse
controle, a área de contratos deverá habilitar as faturas dos serviços relacionados ao
financiamento/convênio.
Obs: Os contratos dos serviços/ materiais originados do financiamento/ convênio devem
estar alinhados ao Plano de Trabalho.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 108
C.2) Prestação de Contas: para a realização das prestações de contas, o Coordenador de
Controle de Disponibilidades Financeiras deve solicitar às devidas áreas toda a
documentação necessária e realizar a prestação de contas. Após a prestação de contas
dos contratos, toda documentação deve ser encaminhada para a Coordenação de
Contabilidade Geral/CGT.
C.3) Arquivo de Documentação de Empréstimos e Financiamentos: todo arquivamento
de documentações de contratos de empréstimos e financiamentos deve ser centralizado
na Coordenação de Contabilidade Geral/CGT, seguindo uma metodologia que atenda às
exigências de arquivo, de acordo com as peculiaridades de cada contrato.
5.3. Arranjos bancários e contábeis
O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria da Fazenda (SEFAZ), irá operar em
seu nome uma conta designada para o empréstimo, em Dólar Americano, no Banco (a
definir) de (a definir). Nessa conta, serão depositados os recursos oriundos do
empréstimo do Banco para o PSHPE, os quais serão transferidos para uma conta
operativa exclusiva do Projeto da SRH em Recife, e desta, para outra conta executiva do
Projeto, operada pela COMPESA.
A SRH deverá contatar a SEFAZ para confirmar os procedimentos necessários para
abertura de contas.
Na SRH o regime contábil utilizado é de Caixa para a Receita e Competência para a
despesa. A SRH segue a Lei Contábil Federal (Lei 4320/64)
Na COMPESA é utilizada a contabilidade das Sociedades Anônimas (Lei 11.638),
através do Enterprise Resource Planning – ERP, da IFS – Industrial and Financial
Systems.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 109
5.4. Arranjos para desembolso
A SRH não está preparada para desembolsar por relatórios (IFRs), portanto o
desembolso será via SOE.
A SRH receberá da COMPESA as informações sobre a execução financeira e entrará os
dados no SIGMA.
Os pedidos de saque serão preparados pela própria SRH.
No que diz respeito à administração dos desembolsos do Banco, há experiência na SRH
para o formato do PROÁGUA, que funciona via convênios com a Agência Nacional de
Água (ANA). O formato previsto para o PSHPE é diferente – com repasses diretos do
Banco ao GOP – consequentemente, foram treinados os técnicos da UGP e das áreas
financeiras da SRH quanto às normas e procedimentos do Banco. Já no caso da
COMPESA, há experiência em desembolsos de acordo com as normas do Banco no
PROMETRÓPOLE.
Gestão Financeira da Contrapartida
No PSHPE, não há previsão de co-financiamento e pari-passu de atividades, uma vez
que o banco financiará 100% de atividades e o estado 100% de outras, que, juntas,
integrarão o programa. A verificação da contrapartida se dará, então, por meio dos
sistemas de gestão financeira próprios do Estado e da COMPESA.
5.5. Sistemas
A SRH utilizará os sistemas E-FISCO e SIGMA, respectivamente para contabilidade do
projeto e para monitoramento/gerenciamento financeiro. Os projetos executados pelo
Estado (através da administração direta) utilizam o sistema E-FISCO para o controle
estadual. Quando se trata de convênios entre o Estado e a União (como no caso do
PROÁGUA) utiliza-se, ainda, o sistema SIGMA.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 110
O sistema E-FISCO é um robusto Sistema de Informações para Gestão Financeira
Integrada (IFMIS). Foi desenhado de forma a cumprir com as exigências de lei fiscais e
orçamentárias do Estado. A sua gestão é de responsabilidade da Secretaria da Fazenda.
O E-FISCO permite o registro adequado das transações financeiras, incluindo a
alocação de despesas de acordo com os respectivos componentes, categorias de
desembolso e fontes de recursos. O E-FISCO pode identificar os programas e atividades
financiados pelo empréstimo, por meio de códigos contábeis que registram todas as
fontes e usos desses recursos.
O SIGMA é utilizado para o gerenciamento da base de dados e informações utilizadas
na administração do PROÁGUA Nacional. Mais especificamente, o SIGMA permite (i)
elaborar todos os relatórios financeiros necessários para o Banco, de acordo com as
categorias de desembolso deste último, e (ii) alocar custos dentre as varias fontes de
recursos com exatidão e de acordo com os contratos/acordos estabelecidos, desde que
sejam feitas as adaptações necessárias para o PSHPE. Além disso, o SIGMA possibilita
o efetivo acompanhamento das ações previstas versus realizadas pelos órgãos
executores.
A SRH oficializou junto ao MMA a utilização do SIGMA para o Projeto e solicitou
apoio que adaptou o SIGMA ao Projeto, incluindo desenho do projeto, IFRs, SOEs e
conciliações bancárias.
Tanto o EFISCO quanto o SIGMA não permitem acesso quando os lançamentos e/ou
informações não são corretas, permitindo, assim, controles prévios referentes à
preparação e aprovação das transações, que assegurem que as mesmas sejam feitas
corretamente e explicadas adequadamente.
Na COMPESA os controles referentes à preparação e aprovação das transações são
realizados pelo ERP, que também elabora os relatórios financeiros. A COMPESA está
implantando o sistema corporativo ALFA. A contabilidade dos componentes 2 e 3 será
feita no sistema ALFA. Nesse sistema, deverá ser desenvolvido um dispositivo para
registrar todas as transações do empréstimo, a ser estruturado de acordo com a estrutura
de custos do empréstimo, de forma que sejam registradas as transações por fontes de
recursos, categorias de despesas e componente/atividade.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 111
5.6. Relatórios financeiros e contábeis
(A) Plano Operativo Anual (POA)
Este Plano inclui as seguintes informações:
Programação detalhada de todas as atividades do Projeto, para o ano seguinte,
organizadas mensalmente;
Programação de todas as atividades do Projeto, para os demais anos até o
encerramento do Projeto, organizadas semestralmente.
Estas programações devem ser apresentadas em formato de cronograma físico-
financeiro. Eventuais atividades não previamente previstas devem ser acompanhadas de
uma descrição de seus objetivos e de uma adequada justificativa para sua inclusão.
(B) Relatórios Financeiros Interinos (IFRs)
Os relatórios financeiros e contábeis serão consolidados pela SRH, sendo gerados pelo
sistema SIGMA.
A COMPESA enviará 5 dias findo cada mês para a SRH os dados sobre a
implementação do respectivo período.
A SRH alimentará o SIGMA com as informações da COMPESA, e consolidará e
confrontará as informações com aquelas do E-FISCO a fim de preparar os relatórios
financeiros 1-A e 1-B que deverão ser enviados ao Banco 45 dias findo cada trimestre,
impreterivelmente. Para o depósito inicial deverá ser providenciado um IFR de
programação abrangendo o período dos seis primeiros meses do Programa
Modelos dos IFRs 1-A e 1-B estão disponíveis no SIGMA, mas necessitarão ser
adaptados ao projeto (ver tais modelos no Anexo 9).
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 112
Os relatórios IFR deverão conter as informações indicadas a seguir:
IFR 1A – Relatório das Fontes e Usos dos Fundos, acumulativo (do início do
projeto até a data atual; do início do ano até a data atual) e para o período
considerado (trimestre), indicando os valores orçados versus as despesas
efetivas, incluindo uma análise da diferença observada.
IFR 1B – Demonstrativo de Fontes e Uso por componente e subcomponente,
cumulativo (do início do projeto até a data atual; do início do ano até a data
atual) e para o período considerado (trimestre), indicando os valores orçados
versus as despesas efetivas, incluindo uma análise da diferença observada.
Os relatórios terão que ser avaliados e aprovados, no formato e no conteúdo, pelo
Banco, e atrasos no envio dos relatórios, esperados para até 45 dias findos cada
trimestre, serão considerados não cumprimento de clausulas contratuais; a aprovação
dos IFR é condição para que possa ser submetido o pedido de saque dos recursos do
empréstimo ao próprio Banco. O quarto IFR de cada ano, com os valores acumulados
do ano, deverá ser submetido aos auditores dentro da auditoria anual prevista.
.
(C) Relatórios de Progresso
Deverão ser elaborados Relatórios de Progresso ou de Execução cujo objetivo é
informar ao Banco a situação da implementação do Projeto, tanto do ponto de vista
técnico como físico-financeiro. O documento deverá conter pelo menos as seguintes
informações:
Folha de Rosto. Indicar: (i) nome do Projeto; (ii) nº de Identificação do Projeto; (iii)
nº do Acordo de Empréstimo; (iv) agência executora; (v) nº do Relatório; e (vi)
período a que o Relatório se refere;
Dados do Projeto. Relacionar: (i) valor original do Acordo de Empréstimo; (ii) valor
revisado (caso aplicável); (iii) data de encerramento do Projeto (Closing Date); (iv)
data revisada de Encerramento do Projeto (caso aplicável); (v) nº de extensões (caso
aplicável); (vi) nº de aditivos ao Acordo de Empréstimo (caso aplicável); (vii)
resumo da natureza do aditivo (caso aplicável); (viii) data da última missão de
supervisão.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 113
Considerações Gerais. Descrever, de forma resumida, as questões relevantes que
mereçam atenção do Mutuário e do Banco. Devem ser citados os êxitos e
dificuldades encontradas, bem como as ações tomadas pelo Mutuário para mitigar os
riscos de implementação do Projeto. As seguintes questões podem ser consideradas
na elaboração desta seção: (i) a implementação está no caminho certo para atingir os
objetivos do Projeto? (ii) há atrasos significantes na implementação das atividades?
(iii) existem riscos externos que possam comprometer a execução do Projeto? (iv) os
dados para o acompanhamento dos indicadores estão disponíveis? (v) o desembolso
está atrasado? (vi) existem problemas com os compromissos legais previstos no
Acordo de Empréstimo ou relacionados à auditoria? (vii) existem ações críticas que
deveriam ser tomadas pelo Mutuário ou pelo Banco?
Implementação por Componentes e Respectivos Subcomponentes/Atividades.
Descrever, para cada componente, os objetivos e resultados alcançados. Tal
descrição deve comparar o planejado com o realizado no período, indicar a
participação de outras agências executoras, bem como indicar quaisquer outras
informações relevantes referentes à implementação;
Indicadores. Descrever a situação dos indicadores de resultados e resultados
intermediários do Marco Lógico do Projeto;
Custos do Projeto e Financiamento. Indicar pelo menos: (i) custos do Projeto por
componente; (ii) custos do Projeto por modalidade de licitação; e (iii) financiamento
do Projeto por componente;
Licitações. Anexar o Plano de Aquisições aprovado e o efetivamente realizado no
período. Fazer uma análise detalhada sobre as diferenças e descrever as causas dos
atrasos ou quaisquer outros problemas de execução existentes;
Desembolso. Indicar o valor desembolsado até o momento, comparado com o valor
total do Acordo de Empréstimo, bem como quaisquer problemas existentes nesta
área. Informar orçamento estimado e atual para o período do relatório;
Auditoria. Descrever sucintamente os resultados do relatório de auditoria e indicar
as medidas adotadas para atender as recomendações feitas pelos auditores;
Participação de outras Agências Executoras. Descrever participação de cada uma
das agências e comparar o plano de ação acordado com o realizado, incluindo valores
repassados e efetivamente gastos;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 114
Compromissos Legais. Incluir tabela listando os principais compromissos legais,
conforme descrito no Acordo de Empréstimo.
Os IFRs do segundo e do quarto trimestres de cada ano deverão fazer parte integrante
dos Relatórios de Progresso.
5.7 Controle e supervisão
O arranjo do Estado de Pernambuco para supervisão e controle dos dados orçamentários
e financeiros está baseado num sistema recentemente implantado, chefiado pela
Secretaria de Controle Interno – SECGE. A SECGE é responsável para a definição das
normas e padrões para controles e auditorias internas, participa de grupos de estudo que
buscam melhorar a eficiência do gasto público e combater fraudes e corrupção, e
salvaguarda a integridade dos recursos públicos.
Internamente ao Projeto, o controle será realizado através da segregação de funções,
acessos hierarquizados aos sistemas informatizados, treinamentos e revisão dos
controles pelos auditores independentes.
Na SRH há segregação de funções entre quem ordena (Gerência de Planejamento e
Orçamento) e quem executa (Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário).
Entretanto, na COMPESA, ambas estas funções são realizadas pela Coordenação de
Controle de Disponibilidades Financeiras.
Além disso, tanto o sistema estadual de contabilidade pública EFISCO quanto o
SIGMA não permitem acesso quando os lançamentos e/ou informações não estão
corretas. Na COMPESA, as autorizações das transações são efetuadas através do
sistema ERP (ALFA) que parametriza os níveis hierárquicos dentro dos perfis
estabelecidos.
Atualmente, na SRH assim como na COMPESA, as conciliações bancárias são
preparadas pelas mesmas pessoas que fazem pagamentos.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 115
Na SRH, todos os documentos contábeis e de suporte são mantidos de forma
permanente em um sistema que permite fácil acesso aos usuários autorizados, e
principalmente a auditorias, na Gerência de Apoio Financeiro e Orçamentário da SRH.
As missões do Banco de supervisão da gestão financeira serão realizadas
semestralmente no primeiro ano do Projeto, e anualmente nos anos sucessivos, se tal
gestão for avaliada adequada às normas do Banco. Serão objeto das missões de
supervisão:
A revisão dos IFRs trimestrais;
A revisão dos relatórios de auditoria e o acompanhamento dos assuntos por estes
levantados;
O acompanhamento dos assuntos ligados aos relatórios financeiros e desembolso;
O acompanhamento do relatório de auditoria de controle interno;
O acompanhamento do plano de ação.
Foi acordado um plano de ação onde constam as seguintes atividades:
a. A SRH e a COMPESA deverão desenhar e atualizar os respectivos
sistemas de gestão financeira com um diagrama de contas do Projeto,
conforme o desenho deste último.
b. A SRH e a COMPESA deverão identificar e designar as equipes
financeiras a serem parte das respectivas unidades de implementação do
Projeto.
c. A SRH deverá contatar a Secretaria da Fazenda para discutir e decidir a
respeito do fluxo de recursos, procedimentos de desembolso e respectivos
arranjos.
d. A SRH e a COMPESA deverão fornecer ao Banco um diagrama com o
fluxo de recursos do Projeto.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 116
e. A SRH e a COMPESA deverão fortalecer os mecanismos de controle
interno, inclusive a segregação de funções, as rotinas das tarefas das equipes,
os arranjos de backup, a operação do sistema de informações.
f. Garantir que a proposta de orçamento (LOA) seja preparada seguindo o
desenho dos componentes do Projeto, como em outros projetos já em
andamento no estado.
g. A SRH e a COMPESA deverão preparar um documento que especifique
as rotinas diárias das equipes, as suas atividades e responsabilidades,
garantindo a segregação de funções e o pleno entendimento do desenho do
Projeto. Este documento deverá ser enviado ao Banco para revisão e
comentários.
5.8. Auditoria
Não existe na SRH algum órgão para auditoria interna, enquanto existe na COMPESA.
Em relação à auditoria externa, periodicamente a instituição é auditada pela Auditoria
da Secretaria da Fazenda Estadual; pela Auditoria do Tribunal de Contas do Estado; e
Auditorias Federais, nos casos de recursos federais.
A auditoria do Projeto será realizada em coincidência com a auditoria financeira anual
(período 01 de Janeiro-31 de Dezembro) das contas do Projeto, por uma empresa de
auditoria independente, que seja aceitável pelo Banco para realizar auditorias de
projetos financiados pelo mesmo no Estado. A auditoria será feita conforme termos de
referência que sejam aceitáveis pelo Banco (ver Anexo 10). O relatório de auditoria será
encaminhado ao Banco até o dia 30 de Junho do ano sucessivo àquele objeto da própria
auditoria. Os termos de referência deverão incluir o envio de uma carta sobre a gestão
dos controles internos até seis meses após a efetividade do Projeto, assim como a
auditoria do financiamento retroativo.
A COMPESA é auditada pelo TCE-PE e por uma empresa de auditoria independente
contratada. Os relatórios são emitidos logo após o fechamento do balanço anual. Em
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 117
relação aos padrões de auditoria, a partir de 2009 será implantado o IFRS –
Internacional Financial Reporting Conversion Service.
Junto com o relatório anual de auditoria do Projeto deverá ser anexado e enviado ao
Banco o relatório de auditoria da COMPESA.
5.9. Diretrizes Anticorrupção
Fraude e Corrupção
O Banco requer que os Mutuários (inclusive os beneficiários dos empréstimos do
Banco), como também concorrentes/fornecedores/contratados conforme os
contratos financiados pelo Banco, observem o mais alto padrão de ética durante a
aquisição e execução de tais contratos. Em conseqüência desta política, o Banco:
(a) define, com os propósitos dessa disposição, os seguintes termos mostrados
abaixo:
(i) “prática corrupta” significa a oferta, a doação, o recebimento ou a
solicitação de qualquer coisa de valor para influenciar a ação de um
funcionário público no processo de aquisição ou execução do Contrato;
e
(ii) “prática fraudulenta” significa a deturpação dos fatos a fim de influenciar
um processo de aquisição ou a execução de um Contrato em
detrimento do Mutuário, e inclui prática conspiratória entre os
concorrentes (antes ou após a apresentação da proposta) destinados a
estabelecer os preços das propostas a níveis artificiais não-competitivos
e privar o Mutuário dos benefícios da competição livre e aberta;
(iii) “pratica conspiratória” significa um esquema ou arranjos entre dois ou
mais concorrentes, com ou sem o conhecimento do Mutuário,
destinado a estabelecer os preços das propostas a níveis artificiais não
competitivos; e
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 118
(iv) “prática coercitiva” significa prejudicar ou ameaçar prejudicar,
diretamente ou indiretamente, pessoas ou suas propriedade a fim de
influenciar a participação delas no processo de aquisição ou afetar a
execução de um contrato;
(v) “prática obstrutiva” significa
(aa) destruir, falsificar, alterar ou esconder intencionalmente provas
materiais para investigação ou oferecer informações falsas aos
investigadores com o objetivo de impeder uma investigação do
Banco sobre alegações de corrupção, fraude, coerção ou
conspiração; significa ainda ameaçar, assediar ou intimidar
qualquer parte envolvida com vistas a impedir a liberação de
informações ou conhecimentos que sejam relevantes para a
investigação; ou
(bb) agir intencionalmente com o objetivo de impeder o exercício do
direito do Banco de investigar e auditar.
(b) rejeitará uma proposta para adjudicação se este determinar que o concorrente
recomendado para adjudicação, diretamente ou por um agente, envolveu-se
em práticas corruptas, fraudulentas, conspiratórias ou coercitivas durante a
competição para o Contrato em questão;
(c) cancelará a parcela do empréstimo alocada a um contrato, se o Banco
determinar, a qualquer momento, que os representantes do Mutuário ou de
um beneficiário do empréstimo envolveram-se em práticas corruptas,
fraudulentas, conspiratórias ou coercitivas durante a aquisição ou a execução
daquele contrato, sem que o Mutuário tenha tomado satisfatoriamente as
medidas adequadas e devidas para que o Banco venha a corrigir a situação;
(d) sancionará uma empresa ou indivíduo, inclusive declarando-os inelegíveis,
indefinidamente ou por um período determinado de tempo, para adjudicação
de contrato financiado pelo Banco, se este a qualquer momento determinar
que eles, diretamente ou por um agente envolveram-se em práticas corruptas,
fraudulentas, conspiratórias ou coercitivas durante a competição ou na
execução de um contrato financiado pelo Banco; e
(e) terá o direito de exigir que uma disposição seja incluída nos Documentos de
Licitação e nos contratos financiados por um Empréstimo do Banco,
exigindo que concorrentes, provedores, contratantes e fornecedores
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 119
autorizem o Banco inspecionar suas contas e registros e outros documentos
relativos à apresentação da Proposta e execução do contrato a fim de serem
examinados pelos auditores designados pelo Banco.
Além disto, os concorrentes deverão estar cientes da disposição determinada nas
Condições do Contrato que tratam do direito do Banco de inspecionar contas e
registros do fornecedor.
5.10 Gestão patrimonial
As normas para gestão patrimonial da SRH e da COMPESA estão disponíveis no
Anexo 12.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 120
6. ARRANJOS PARA AQUISIÇÕES
6.1. Aspectos Gerais
As aquisições para o Projeto serão realizadas em conformidade (i) com o documento do
Banco Mundial “Diretrizes: Aquisições nos Empréstimos do BIRD e Créditos da ADI”,
de Maio 2004, revisado em Outubro 2006; (ii) com o documento “Diretrizes: Seleção e
Contratação de Consultores por parte de Mutuários do Banco Mundial” também de
Maio 2004, revisado em Outubro 2006; (iii) com as disposições do Acordo de
Empréstimo; e (iv) o Plano de Aquisições (Anexo 1). As categorias de despesas
previstas estão descritas abaixo. Para cada contrato a ser financiado com recursos do
empréstimo, devem ser acordados no Plano de Aquisições, entre o Mutuário e o Banco:
os métodos a serem usados de aquisições ou seleção de consultores, a necessidade de
pré-qualificação, os custos estimados, a necessidade de revisão prévia, e o cronograma.
A aplicação da Lei 8666/93 e suas emendas é generalizada no Estado de Pernambuco,
inclusive na SRH e na COMPESA. Entretanto, há diferenças entre estas agências, sendo
que a SRH faz parte da administração direta, e a COMPESA da administração indireta.
A Lei Federal 10502/02 introduz mais uma modalidade de contratação – o pregão – que
é amplamente utilizada para aquisições de bens e serviços. Além disso, o Estado de
Pernambuco dispõe da sua própria lei regulamentando o uso do pregão (Lei Estadual
12340). Enfim, condições especiais para as aquisições em Pernambuco são
estabelecidas pela Lei Estadual 11424, que define o limite de um ano para a composição
das comissões de avaliação de propostas, e define o IGP-M como índice para reajuste de
contratos.
Observe-se que seja a legislação nacional, seja as Diretrizes do Banco, priorizam, nos
procedimentos de aquisições, os princípios de economia e eficiência.
Consequentemente, a própria Lei 8.666/93 prevê que, em aquisições feitas com recursos
de origem internacional, sejam aplicadas as regras da entidade financiadora.
Especificamente para a utilização dos recursos do PSHPE, o Mutuário deverá observar
as seguintes condições:
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 121
o os recursos somente serão utilizados, conforme faculta o artigo 42, parágrafo 5
da Lei nº 8.666/93, para adquirir itens nos termos das normas para aquisições
com empréstimos do BIRD e créditos do IDA e serviços de consultoria
contratados de acordo com as normas para uso de consultores por mutuários do
Banco Mundial e pelo Banco Mundial como entidade executora e de acordo com
cláusulas específicas do Acordo de Empréstimo com o Banco Mundial; e
o os recursos somente serão utilizados para realização de despesas referentes aos
projetos previamente aprovados.
As despesas realizadas, atendendo a essas condições, serão consideradas despesas
elegíveis.
O Mutuário deve observar, também, que os recursos não poderão ser utilizados para as
finalidades indicadas a seguir:
o adquirir itens não incluídos no Projeto e na descrição de categorias definida no
Acordo de Empréstimo;
o efetuar pagamentos devidos, referentes a bens que foram entregues, obras e
serviços prestados após a data de encerramento do Acordo de Empréstimo; e
o pagar multas por mora de pagamento impostas por fornecedores mesmo que
judicialmente.
.
6.2. Responsáveis pelas aquisições
As funções de aquisição do PSHPE serão realizadas pela SRH (no que diz respeito ao
Componente 1) e pela COMPESA (Componentes 2 e 3).
A estrutura para licitações das duas agências é a seguinte.
(a) SRH
Na SRH existem duas comissões de licitação:
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 122
(a.1) Comissão Permanente de Licitação (CPL) com um presidente e quatro membros,
todos profissionais, e um assistente administrativo; dispõe de equipamentos de
escritório suficientes e o espaço físico é adequado.
(a.2) Comissão Especial de Licitação (CEL) com um presidente e quatro membros,
todos profissionais, e dois assistentes administrativos.
Com exceção dos dois presidentes, todos os membros das duas Comissões de Licitação
exercem também outras funções dentro da SRH.
(b) COMPESA
Na COMPESA existem três comissões de licitação:
(b.1.) Comissão Permanente de Licitação (CPL) com um presidente e quatro membros,
todos profissionais, e um assistente administrativo; dispõe de equipamentos de
escritório suficientes e o espaço físico é adequado. Realiza concorrências públicas
preferencialmente de serviços realizando também concorrências de obras e serviços de
engenharia e tomadas de preços de obras e serviços de engenharia.
(b.2) Comissão Especial de Licitação (CEL) com um presidente e quatro membros,
todos profissionais, e dois assistentes administrativos; dispõe de equipamentos de
escritório suficientes e o espaço físico é adequado. Realiza concorrências públicas
relativas a obras e serviços de engenharia, nacionais e internacionais, prioritariamente
na modalidade concorrência, podendo de acordo com a demanda, elaborar tomada de
preços.
(b.3) Comissão Setorial de Licitação (CSL) com um presidente e quatro membros, todos
profissionais, e um assistente administrativo; dispõe de equipamentos de escritório
suficientes e o espaço físico é adequado. Realiza tomadas de preços de obras de
engenharia e serviços e todas as cartas convites.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 123
Todas as Comissões de Licitação dispõem do apoio jurídico, econômico/financeiro, de
tecnologia da informação, e técnico, necessário para executar as suas funções
devidamente.
As responsabilidades dos setores de aquisições em ambas as agências incluem no
mínimo as seguintes atividades: planejamento, implementação e monitoramento das
aquisições, garantindo a qualidade dos documentos licitatórios e participando nos
julgamentos das licitações.
A avaliação feita pelo Banco da capacidade em aquisições na SRH e na COMPESA
determinou que um consultor especialista em aquisições seja contratado conforme
demanda, para dar assistência nas fases mais críticas dos processos de aquisições, em
ambas as agências.
A UGP do PROÁGUA na SRH e a Comissão Especial de Licitação na COMPESA
terão que ser fortalecidas de forma que tenham a capacidade requerida para implementar
as aquisições do Projeto. Além disso, é crucial que as equipes de licitação de ambas as
agências sejam envolvidas e integradas desde as fases iniciais na preparação do projeto.
6.3. Gestão do Ciclo de Aquisições
6.3.1. Planejamento das aquisições: o plano de aquisições do Projeto é preparado com
base em requisitos claros para bens, serviços e obras em cada componente do Projeto,
com a devida consideração para as prioridades do Projeto, a lógica das atividades, os
produtos esperados durante a duração do Projeto, e as limitações técnicas, financeiras,
gerenciais e de implementação existentes. A duração de cada tarefa e atividade a serem
realizadas durante o processo de aquisições deve ser devidamente estimada. A equipe
do Banco fornecerá o suporte necessário para que o planejamento geral para bens,
serviços e obras seja feito num nível de detalhamento suficiente para produzir uma
definição realística das ações do Projeto, cronogramas efetivamente realizáveis, e
estimativas de custos precisas. Um cuidado especial deve ser dado às licitações de
obras, pelos valores elevados e pelo fato destas representarem os investimentos
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 124
individuais mais vultosos do Projeto. O próprio Projeto deverá contribuir a fortalecer as
capacidades de aquisições das instituições envolvidas. Mais especificamente, as Ações 1
e 2 do Plano de Ação (ver abaixo) se referem ao fortalecimento dos sistemas de
planejamento e monitoramento. O Plano de Aquisições deve ser atualizado no mínimo
anualmente, cobrindo no mínimo os 12 meses seguintes.
6.3.2. Divulgação geral das aquisições: no início do Projeto, a UGP/SRH deverá
publicar um Aviso Geral de Licitações (AGL), no qual estejam contidas as aquisições
que o Projeto pretende realizar, especificamente (i) as de obras, bens e serviços não de
consultoria cuja modalidade seja a Licitação Pública Internacional, e (ii) os serviços de
consultoria com valor previsto acima de US$ 200.000. O aviso deverá seguir uma
minuta padrão (ver Anexo 2), e deverá ser publicado, após aprovação do Banco, (i) no
Development Business online (UNDB online) e no Development Gateway Market
(dgMarket), e (ii) em pelo menos um jornal de difusão nacional. O sistema do Banco
chamado Client Connection possibilita esta publicação, e os avisos específicos de forma
gratuita e de fácil acesso.
6.3.3. Preparação da documentação para licitações: em Pernambuco, a padronização de
documentos para licitações está limitada a poucos tipos de contratos, como, por
exemplo, serviços de limpeza e segurança, os quais são de responsabilidade da
Secretaria de Administração, quando os valores são acima de R$ 200.000,00. Além
desses, os únicos documentos padronizados para licitações atualmente em uso na SRH e
na COMPESA são aqueles do Banco. No caso de Concorrências Nacionais (NCB),
recomenda-se que sejam usados os documentos padronizados de licitação para bens e
obras acordados com o Ministério de Planejamento e disponibilizados pelo Banco.
6.3.4. Gerenciamento dos processos licitatórios: os contratos a serem adjudicados em
base competitiva deverão ser publicados. No caso de Concorrências Nacionais (NCB), a
publicação será feita num jornal de circulação nacional, e no caso de Concorrência
Internacional (ICB), também no Development Business e dgMarket. As diretrizes do
Banco serão seguidas no que diz respeito aos prazos mínimos a serem permitidos para
os concorrentes obterem documentos e preparar as licitações para bens, serviços e obras.
A comunicação com os concorrentes será permitida somente durante o período
consentido para esclarecimentos, e somente através de canais oficiais. Os pedidos de
esclarecimentos serão respondidos rapidamente e de forma completa, por escrito. Os
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 125
esclarecimentos, minutas de conferências preparatórias das licitações, e modificações da
documentação serão prontamente comunicados a todos os potenciais participantes à
licitação, aos quais será dado também tempo suficiente para revisão das suas propostas.
A SRH e a COMPESA manterão com acurácia e de forma completa os registros de
todas as comunicações com os concorrentes (antes e depois do prazo de submissão das
propostas). As propostas técnicas e financeiras recebidas antes do prazo serão guardadas
num local seguro. A abertura pública das propostas será realizada num lugar pré-
determinado logo após o prazo de submissão das propostas – geralmente, no mesmo dia.
Todos os concorrentes serão convidados a estarem presentes na abertura.
6.3.5. Julgamento das propostas: os procedimentos de abertura das propostas seguem as
disposições das Diretrizes do Banco. As Comissões Especiais de Licitação,
respectivamente da SRH e da COMPESA, serão responsáveis pelo processo. Um ou
mais de um dos membros dessas Comissões farão parte da comissão de avaliação das
propostas. Os julgamentos são realizados com base exclusivamente nos critérios
determinados na documentação da licitação. Os registros dos processos de julgamento
de propostas pelas CEL de ambas as agências, analisados pelo Banco, contêm toda a
informação necessária, de forma clara e completa.
6.3.6. Adjudicação do contrato:os contratos são adjudicados à empresa concorrente com
a melhor pontuação entre as empresas qualificadas.
6.3.7. Preparação e assinatura do contrato: os contratos são preparados de acordo com
os modelos anexados à documentação para a licitação. Pelas normas do Banco, o aviso
de adjudicação do contrato deve ser publicado dentro de até duas semanas a partir do
recebimento da não objeção do Banco ao contrato.
6.3.8. Gestão do contrato: a gestão do contrato é de responsabilidade da área técnica
competente. O Banco espera que um sistema informatizado para aquisições e
acompanhamento de contratos seja implementado antes da efetividade do Projeto. O
Banco sugere também que os procedimentos para acompanhamento da entrega de
produtos, a sua qualidade e respeito dos prazos tornem-se mais claros. Recomenda-se
que a área técnica torne-se plenamente ciente disso. Caso existam disputas, espera-se
que essas sejam, normalmente, resolvidas amigavelmente e através de negociações
informais. Se essas falharem, as disputas serão tratadas em conformidade com as
disposições dos contratos.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 126
Maiores detalhes a respeito dos procedimentos gerais acima descritos são apresentados,
para cada modalidade de aquisição, na seção a seguir.
6.4. Modalidades de contratação e respectivos procedimentos
O Banco Mundial utiliza as seguintes modalidades de aquisições:
o Para bens, obras e serviços que não sejam de consultoria: Licitação Pública
Internacional (LPI), Licitação Pública Nacional (LPI), shopping, pregão
eletrônico em sistema aceitável pelo Banco.
o Para serviços de consultoria: Seleção com Base na Qualidade e Custo (SBQC),
Seleção com Base na Qualidade (SBQ), Seleção com base na Qualificação do
Consultor (SQC), Seleção pelo Menor Preço (SMC).
Os respectivos procedimentos são descritos a seguir.
Bens, Obras e Serviços Não de Consultoria
Para as aquisições através de LPI, deve ser previamente publicado um Aviso
Específico de Licitação em pelo menos um jornal de circulação nacional, o UNDB
online, e o dgMarket; tais avisos específicos devem também ser enviados às
entidades que manifestaram interesse em resposta ao Aviso Geral de Licitações. Para
as aquisições através de LPN, é obrigatória a publicação em pelo menos um jornal de
circulação nacional, ficando à critério do Mutuário a publicação no UNDB online e
no dgMarket. A LPI é a modalidade obrigatória e padrão em licitações de obras
acima de US$ 20 milhões, e em aquisições de bens ou serviços não de consultoria
acima de US$ 5 milhões. Os contratos adjudicados através de LPI devem ser
publicados no UNDP online e no dgMarket, indicando (i) o nome, o endereço, os
preços de todas as propostas e o preço final da proposta do licitante ganhador; (ii) o
nome e preços avaliados das propostas de todos os licitantes avaliados; e (iii) os
nomes dos licitantes cujas propostas foram rechaçadas, a razão pela qual elas foram
rechaçadas, assim como a duração e o escopo resumido do contrato ganhador. Todos
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 127
os processos dessa modalidade (editais, avisos de divulgação e relativos
procedimentos, seleção de lista curta, relatórios de avaliação e comparação das
propostas, adjudicações, contratos e eventuais aditivos a estes últimos) são sujeitos a
revisão prévia, e portanto não objeção, do Banco. Cópias dos contratos devem ser
enviados ao Banco antes do primeiro pagamento ao contratado. Os documentos
originais dos processos de aquisições devem ser arquivados pela SRH até dois anos
após o encerramento do Projeto.
A LPN se aplica em licitações de obras acima de US$ 500.000 até US$ 20 milhões, e
em aquisições de bens ou serviços não de consultoria acima de US$ 100.000 até US$
5 milhões. Nas LPNs, são sujeitas a revisão prévia do Banco as etapas do processo
acima indicadas, respectivamente para a primeira contratação e todas as contratações
sucessivas acima de US$ 5 milhões para obras, e para a primeira contratação e todas
as contratações sucessivas acima de US$ 500.000 para bens e serviços não de
consultoria. O Banco não exige a publicação dos resultados das licitações públicas
nacionais, entretanto devem ser atendidos os requisitos da legislação nacional,
referentes à publicação do extrato do contrato.
A modalidade de shopping prevê a comparação de preços de pelo menos três
cotações, e deve ser utilizada em licitações de obras iguais ou abaixo de US$
500.000, e em aquisições de bens ou serviços não de consultoria iguais ou abaixo de
US$ 100.000. Somente o primeiro processo é sujeito a revisão prévia. Dentro desses
limites, para aquisição de bens ou serviços comuns pode também ser utilizada a
modalidade do pregão eletrônico desde que o sistema seja aceitável pelo Banco.
Pregão eletrônico é a modalidade de licitação, do tipo menor preço, em que a disputa
pelo fornecimento de bens ou pela prestação de serviços comuns é realizada via
Internet. No pregão eletrônico não é consentido negociar a oferta com preço mais
baixo.
Serviços de Consultoria
O processo de seleção de consultores é composto pelas seguintes etapas: (i)
elaboração de termos de referência (TDR) e estimativas de custo do serviço (TDR);
(ii) divulgação através de solicitação de manifestação de interesse; (iii) seleção de
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 128
uma lista curta entre as entidades que manifestaram interesse; (iv) elaboração de uma
solicitação de proposta (SDP) e envio de carta convite com a SDP e instruções aos
consultores (ITC) às empresas da lista curta; (v) recebimento e avaliação das
propostas e seleção do ganhador; (vi) negociação e outorga do contrato; (vii)
publicação do contrato. Tais etapas são individualmente sujeitas a revisão prévia para
não objeção do Banco, de acordo com os limites de custos estimados de cada
contratação, conforme abaixo indicado.
Cada seleção de consultores deve ser previamente divulgada pela UGP por meio de
publicação de solicitação de manifestação de interesses em pelo menos um jornal de
circulação nacional e outro de difusão local. Nos casos de contratos com valores
estimados acima de US$ 200.000, a publicação deve ser feita também no UNDB
online e no dgMarket.
A Seleção com Base na Qualidade e Custo (SBQC) é o procedimento padrão para
contratação de consultores. Normalmente, tal seleção atribui, na base de critérios pré-
definidos, uma pontuação às propostas técnicas recebidas, que é ponderado com uma
pontuação baseada no ranking dos respectivos preços. A proposta com a melhor
pontuação resultante é declarada vencedora e chamada para negociação do contrato.
Se utiliza em todas as circunstâncias onde não sejam aplicáveis os critérios
específicos para as demais modalidades, abaixo descritas. Todas as etapas do
processo de seleção acima listadas são sujeitas a revisão prévia em contratações via
SBQC com custos estimados como superiores a US$ 200.000; a revisão prévia se
aplica também ao primeiro processo se o valor estimado for entre US$ 100.000 e
US$ 200.000.
Seleção com Base na Qualidade (SBQ): se aplica a serviços de consultoria altamente
complexos ou especializados, de difícil definição no TDR ou dificilmente
comparáveis devido à possibilidade de abordagens muito diferenciadas. A
aplicabilidade dessa modalidade é avaliada caso a caso pelo Banco. Todos os
processos de seleção com SBQ são sujeitos a revisão prévia em contratações com
custos estimados como superiores a US$ 500.000.
Seleção pelo Menor Custo (SMC): aplicável no caso de serviços de natureza
padronizada ou rotineira (auditorias, projetos de engenharia de obras sem
complexidade, etc.) onde já existem práticas e padrões bem estabelecidos, até o
limite de US$ 500.000 inclusos. Todos os processos via SMC são sujeitos a revisão
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 129
prévia quando o valor estimado do serviço esteja superior a US$ 200.000 até US$
500.000 inclusos; caso tal valor esteja acima de US$ 100.000 e até US$ 200.000
inclusos, somente o primeiro processo é sujeito a revisão prévia.
Seleção com Base nas Qualificações do Consultor (SQC): se aplica em serviços
orçados em valores inferiores ou iguais a US$ 100.000, onde, pela natureza do
serviço, não se justifica um processo competitivo. As etapas do processo de seleção
acima listadas são sujeitas a revisão prévia somente na primeira contratação dessa
modalidade de seleção de consultores.
Seleção de consultores individuais: se utiliza para serviços onde não seja necessário
o trabalho de uma equipe nem apóio logístico, sendo a experiência e as qualificações
da pessoa os critérios para seleção da pessoa. As etapas do processo de seleção acima
listadas são sujeitas a revisão prévia em todos os processos acima de US$ 100.000.
Contratação direta: pode ser usada somente em casos excepcionais, normalmente
quando houver continuação de um serviço anteriormente contratado (mas nesse caso,
a primeira contratação deve ter seguido um processo competitivo), ou quando
somente uma empresa tiver experiência de valor excepcional para a execução do
serviço. Está sempre sujeita a revisão prévia.
No que diz respeito às seguintes modalidade: SBQC, SBQ, SOF e SMC, a SRH deve
publicar no UNDB e no dgMarket: (i) o nome dos consultores que apresentaram
proposta; (ii) a pontuação técnica de cada consultor; (iii) os preços avaliados
correspondentes a cada consultor (quando aplicável); (iv) a classificação final dos
consultores de acordo com a pontuação obtida; (v) o nome do consultor vencedor, o
preço, a duração e o escopo resumido do contrato. Todos os consultores devem ser
informados do resultado da avaliação técnica (pontuação recebida por cada empresa)
antes da abertura das propostas financeiras e ao final do processo de seleção os
resultados também deverão ser informados. A SRH ou COMPESA deverão informar
aos consultores não selecionados as razões pelas quais o contrato não lhes foi
adjudicado.
Os resultados das contratações diretas e das SQCs são publicadas trimestralmente e de
forma mais simples.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 130
Cópias dos contratos devem ser enviados ao Banco antes do primeiro pagamento ao
contratado. Os documentos originais dos processos de aquisições devem ser arquivados
pela SRH até dois anos após o encerramento do Projeto.
Na tabela a seguir são resumidos os limites recomendados para cada modalidade de
aquisição e os limites para revisão prévia
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 131
Natureza do Contrato
Método de
Licitação
Limites
(US$) Revisão Prévia
Obras
ICB (LPI)
> 20.000.000
Todos os processos
NCB (LPN)
500.000 ≥ ≤
20.000.000
O primeiro processo e todos
os processos sucessivos
acima de US$ 5.000.000
Shopping ≤ 500.000 O primeiro processo
Bens
ICB (LPI)
> 5.000.000
Todos os processos
NCB (LPN)
100.000 ≥ ≤
5.000.000
O primeiro processo e todos
os processos sucessivos
acima de US$ 500.000
Shopping ≤ 100.000 O primeiro processo
Serviços não de
consultoria (inclusive
treinamento,
comunicação)
ICB (LPI)
> 5.000.000
Todos os processos
NCB (LPN)
100.000 ≥ ≤
5.000.000
O primeiro processo e todos
os processos sucessivos
acima de US$ 500.000
Shopping ≤ 100.000 O primeiro processo
Serviços de
consultoria
Método de
Licitação
Limites
(US$) Revisão Prévia
Firmas
SBQC ou SBQ > 500,000
Todos os processos
SBQC ou SMC 500,000 ≥ ≤
200,000 Todos os processos
SBQC ou SMC 100.000 ≤
200.000
O primeiro processo por cada
modalidade de seleção e
todos os processos acima de
US$ 200.000 SQC ou SMC ≤ 100.000
Consultor Individual Seção V –
Guidelines de
Consultoria
Todos os processos acima de
US$100,000
Contratação direta Todos os casos independente
do valor
Tabela 4 – Limites das modalidades de aquisições e tipo de revisão por categoria de
desembolso
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 132
Modificações contratuais
Qualquer modificação contratual que ocorrer deve ser notificada ao Banco.
Modificações nos prazos de execução de contratos que não ultrapassem a data de
encerramento do Projeto podem ser notificadas posteriormente ao Banco.
Modificações nos valores dos contratos que não excedam em mais de 15% o valor
originário do contrato podem ser notificadas posteriormente ao Banco. As
modificações cujo valor seja superior a 15% do contrato originário necessitam de não
objeção do Banco.
Sempre que os contratos estiverem sujeitos à revisão prévia e antes de conceder
substancial prorrogação do prazo especificado para sua execução, de concordar com
qualquer expressiva modificação no escopo dos serviços, substituir a equipe
principal, dispensar condições do contrato ou fazer quaisquer alterações que possam,
em conjunto, elevar em mais de 15% o valor original do instrumento legal, o
Mutuário deverá solicitar a “não-objeção” do Banco para a proposta de extensão de
prazo, modificação, substituição, dispensa ou alteração. Se o Banco determinar que a
proposta é incompatível com as disposições do Acordo de Empréstimo e/ou do Plano
de Aquisições, ele informará prontamente o Mutuário, declarando as razões de sua
decisão. A cópia de todas as modificações feitas no contrato deverá ser fornecida ao
Banco.
6.5. Aquisições previstas no PSHPE por modalidades
6.51. Aquisições de Obras: as obras previstas no Projeto incluem a construção da sede
da APAC, a implantação de SAA e SES em dois distritos rurais, obras para controle de
perdas na RMR, e a construção ou complementação de SES nos municípios de
Paudalho, Limoeiro, Salgadinho, Toritama e Vitória de Santo Antão. As licitações serão
conduzidas usando o Edital Padrão do Banco (SBD) para todas as Licitações
Internacionais (LPI) e o Edital Padrão Nacional para as Licitações Nacionais. Está
prevista a modalidade LPI para as seguintes obras:
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 133
1 2 3 4 5 6
Contrato (descrição) Custo
estimado
Modalidade
de aquisição
Preferência
nacional
(s/n)
Revisão
do
Banco
Data
estimada
de abertura
da
licitação
Complementação do
sistema de
esgotamento sanitário
de Vitória de Santo
Antão
US$ 28
milhões
LPI sim prévia ND
Tabela 5 – Obras previstas com modalidade LPI
6.5.2. Aquisições de Bens: os bens a serem adquiridos no Projeto incluem estações
telemétricas para monitoramento de aquíferos, plataformas de coleta de dados
hidrometereológicas, sistema de recepção de dados satelitários dessas últimas, estações
fluviométricas, veículos, equipamentos eletrônicos e informáticos, mobiliário,
reagentes, mudas, equipamentos para promoção da navegação, equipamentos para a
ARPE (fiscalização da qualidade do saneamento), equipamentos para controle de
perdas, equipamentos para cadastro técnico. As licitações serão conduzidas usando o
Edital Padrão do Banco (SBD) para todas as Licitações Internacionais (LPI) e o Edital
Padrão Nacional para as Licitações Nacionais. No Plano de Aquisições atual, não há
previsão de aquisição de Bens acima do limite para ICB.
6.5.3. Aquisições de Serviços Não de Consultoria: os serviços não de consultoria
previstos no Projeto incluem capacitações, produção de material de divulgação,
aquisição de passagens aéreas. Não estão previstos serviços acima do limite da LPI;
portanto, serão utilizadas as modalidades de LPN (modelo de Edital Padrão Nacional) e
Shopping.
6.5.4. Seleção de consultores: o Projeto prevê a contratação de um grande número de
consultorias, principalmente de empresas, mas também de consultores individuais. As
consultorias previstas para firmas incluem a elaboração de projetos de obras (sede da
APAC, SAS e SES), planos estratégicos e modelos de governança, regulação e tarifas,
estudos, cadastros, manuais, minutas de decretos, sistemas informatizados, diagnósticos,
mobilização e assistência técnica de beneficiários, modelagem para PPP, análises
ambientais e educação sócio-ambiental, acompanhamento do projeto de controle de
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 134
perdas, elaboração de Planos Diretores de Abastecimento de Água e de Serviços de
Esgotamento, avaliação de patrimônio imobilizado, supervisão de obras. As
consultorias individuais previstas incluem a contratação dos consultores para
fortalecimento da UGP, a elaboração de TDRs, de um hidrogeólogo, de um especialista
internacional em controle de perdas. As listas curtas e consultores para serviços com
custo estimado abaixo de US$ 500.000 por contrato podem ser compostas
exclusivamente por consultores nacionais, conforme as disposições do parágrafo 2.7 das
Diretrizes para consultores do Banco. No Plano de Aquisições atual estão previstas as
seguintes contratações com lista curta de empresas internacionais (iguais ou acima de
US$ 500.000):
1 2 3 4 5
Descrição Custo
estimado
Modalidade de
aquisição
Revisão
do Banco
Data estimada
de abertura da
licitação
Estudos hidrológicos US$ 1
milhão
SBQC Prévia
Modelagem da licitação
para concessão do Canal
Sertão Pernambucano
US$ 1
milhão
SBQC Prévia
Projetos de engenharia US$
920.000
SBQC Prévia
Projetos de engenharia US$ 13
milhões
SBQC Prévia
Supervisão da obra de
Limoeiro
US$ 1
milhão
SBQC Prévia
Tabela 6 – Contratações previstas na modalidade SBQC
6.5.5. Custos operacionais: foi acordado que o Projeto financiará as seguintes despesas
operacionais: despesas relacionadas às equipes, suprimentos, custos de viagem e per
diem. Tais despesas serão realizadas usando os procedimentos de aquisições próprios
dos executores, que foram revisados e aceitos pelo Banco.
6.5.6. Outros (bolsas, doações etc.): não está previsto o financiamento, por parte do
Banco, de outros tipos de despesas ligados ao Projeto. Na fase de preparação do Projeto
não foi identificada a necessidade de contratação de universidades, ONGs, fundações
etc., que poderiam requerer arranjos de aquisições diferentes.
_________________________________________________________________________________
PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 135
Todos os documentos para aquisições e relativos contratos deverão incluir as clausulas
anti-corrupção do Banco.
6.6. Plano de Aquisições
O Mutuário preparou, na fase de preparação do Projeto, um plano de aquisições para
implementação do Projeto, que fornece as bases para os métodos de aquisições a serem
utilizados. Este plano tem sido acordado entre o Mutuário e a equipe do Banco em 15 de
Abril de 2009, e está disponível na SRH e no Image Bank. Estará também disponível no
banco de dados do Projeto e no website externo do Banco. O Plano de Aquisições será
atualizado, de acordo com o Banco, anualmente ou conforme necessário para refletir as
necessidades atuais de implementação do Projeto e as melhorias na capacidade
institucional da SRH e da COMPESA.
O Plano de Aquisições está disponível no Anexo 1.
6.7. Supervisão e controles
6.7.1. Sistemas de controle do Estado
Todas as aquisições são sujeitas à revisão pela entidade de controle externo, o Tribunal
de Contas do Estado (TCE). O TCE requer um relatório listando todas as licitações, das
quais é selecionada uma amostra para revisão. A Procuradoria Geral do Estado (PGE)
revisa os processos acima de R$ 700.000 previamente à assinatura do contrato. Nesse
papel, a PGE atua como uma entidade de controle interno, controlando a conformidade
dos procedimentos de contratação com as leis ou prevenindo que procedam, caso
irregularidades sejam detectadas. A COMPESA dispõe de um sistema interno de
monitoramento e controle de aquisições. A COMPESA acabou de implantar o sistema
ERP ALFA, com os seguintes módulos: financeiro, gestão eletrônica de documentos,
fornecedores, contabilidade, orçamento, contratos, pagamentos, recursos humanos,
projetos. Embora o sistema seja muito bom, foi ressaltado pelo Banco que nele falta um
módulo de aquisições.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 136
6.7.2. Controles e supervisão do Banco
O risco em aquisições da SRH e COMPESA foi definido como médio pelo Banco.
Além da revisão prévia a ser realizada pelo Banco (conforme acima descrito), a
avaliação de capacidade da SRH e da COMPESA feita pelo Banco recomendou missões
de supervisão anuais para revisão posterior das aquisições. O tamanho da amostra para
revisão posterior é de 1 a cada 10 processos, em média. Essa proporção pode ser
ajustada no decorrer da implementação do Projeto, dependendo do desempenho da
agência e dos resultados das revisões.
6.8. Plano de ação para aquisições
O risco principal detectado na avaliação do Banco é que, integrando a implementação
do Projeto dentro das estruturas existentes da SRH e da COMPESA, perda-se o foco nos
objetivos específicos e resultados esperados do Projeto. Espera-se que este risco seja
reduzido ao longo do tempo, na medida em que as agências implementadoras ganhem
experiência, trabalhando nesse novo ambiente.
Entretanto, foi elaborado pelo Banco o seguinte Plano de Ação, para fortalecer, no
longo prazo, a capacidade da SRH e da COMPESA na área de aquisições. As ações
propostas se referem a aspectos de recursos humanos, planejamento e monitoramento
das aquisições, e capacitação continuada.
Riscos/Assuntos Medidas corretivas Prazos
1. Falta de Planejamento
das Aquisições
Implementar o planejamento
de aquisições como
obrigatório
Plano de aquisições inicial
aprovado em 29.06.09. O
planejamento de aquisições
continuará durante toda a
implementação do Projeto.
2. Falta de
Monitoramento das
Desenvolver e implementar
um módulo de planejamento
Em até 6 meses após a
efetividade
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 137
Aquisições (SRH) e monitoramento de
aquisições
Integrar o módulo de
planejamento e
monitoramento com o
sistema contábil/financeiro
1 ano após a efetividade
3. Necessidade de
capacitação continuada
em aquisições
Implementar a capacitação
em associação com a Escola
do Estado e/ou a
Universidade
Em até 6 meses após a
efetividade
4. Foi identificado um
conhecimento escasso das
regras e procedimentos de
aquisições do Banco
Contratar um consultor em
aquisições com experiência
nas regras e procedimentos
de aquisições do Banco
Em até 6 meses após a
efetividade
Tabela 7 – Plano de Ação para Aquisições
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 138
MACRO FLUXO DE PROCESSOS – AQUISIÇÕES PSHPE
Figura 11 – Macro fluxo de processos de aquisição
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 139
FLUXOGRAMA DE LICITAÇÃO PÚBLICA INTERNACIONAL (LPI) COM REVISÃO PRÉVIA DO BANCO Figura 12 – Fluxograma de Processo de Licitação Pública Internacional – LPI
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 140
FLUXOGRAMA DE LICITAÇÃO PÚBLICA NACIONAL (LPN) SEM REVISÃO PRÉVIA DO BANCO
Figura 13 – Fluxograma de Processo de Licitação Pública Nacional (LPN)
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 141
FLUXOGRAMA DE SELEÇÃO DE CONSULTORES ATRAVÉS DE SBQC
Figura 14 – Fluxograma de Processo de Seleção de Consultores (SBQC)
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 142
7. SALVAGUARDAS, ANÁLISE AMBIENTAL E SOCIAL
7.1. Critérios e Procedimentos Socioambientais na Concepção e Avaliação de Projetos
Pelas suas características, o Programa de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco - PSHPE recebeu do Banco Mundial a classificação de
Categoria Ambiental “A”, de acordo com as políticas de salvaguarda correspondentes. As políticas de salvaguardas do BIRD referidas ao
Programa incluem: OP 4.01 - Avaliação Ambiental; OP 4.04 - Habitats Naturais; OP 4.11 – Recursos Físico-Culturais; OP 4.12 -
Reassentamento Involuntário; e OP 4.37 – Segurança de Barragens. Em relação às salvaguardas, podem ser destacados:
Avaliação ambiental (4.01) – O programa foi objeto de preparação de Relatório referente à Análise Ambiental e Social de Obras Infra-Estrutura
Hídrica e de Saneamento e Arcabouço para o Gerenciamento Ambiental e Social do Projeto, obedecendo às diretrizes do Banco para projetos
classificados como categoria A. O Programa contempla intervenções relacionadas com: (i) fortalecimento da gestão de recursos hídricos no
Estado; (ii) aprimoramento da gestão de saneamento; e (iii) intervenções em infra-estrutura hídrica e de saneamento. As medidas mitigadoras dos
impactos negativos foram incluídas em um Plano de Gestão Ambiental, contendo os custos associados, as responsabilidades pela sua
implementação e os cronogramas de implantação.
As intervenções de infra-estrutura encontram-se agregadas em dois conjuntos: (i) o primeiro referente à contrapartida do Estado relacionado às
obras em andamento com recursos do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento e; (ii) o segundo referente ao financiamento do Banco
Mundial consistindo em obras de melhoria da eficiência dos sistemas de abastecimento de água existentes e de implantação de sistemas de
esgotamento sanitário na Bacia do rio Capibaribe.
Para o primeiro conjunto de intervenções, foi realizada uma avaliação ambiental específica contemplando as salvaguardas ambientais do Banco
onde se avaliou os procedimentos de reassentamento de famílias dessas intervenções (ver abaixo).
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 143
Para o segundo conjunto de intervenções ainda não se dispunha, na fase de preparação, de estudos de concepção ou projetos de engenharia que
dessem condições de detalhar as características ou processos envolvidos, o que se fará durante a execução do PSH, seguindo os procedimentos a
seguir apresentados.
Foram realizadas consultas públicas no âmbito do Comitê da Bacia do rio Capibaribe. Essas consultas auxiliaram o processo de tomada de
decisão na finalização dos componentes do Programa.
O Programa também promoverá o fortalecimento da gestão ambiental da Secretaria de Recursos Hídricos e da CPRH – Agência Ambiental de
Pernambuco.
Habitats Naturais (4.04) – A maior parte das áreas utilizadas para implantação do Projeto são antropizadas e de baixa densidade populacional. A
concepção de localização das intervenções deve evitar ao máximo a incidência em áreas naturais com vegetação e com unidades de conservação.
No entanto, nos trechos do sistema produtor as intervenções vão necessitar da supressão de 3,0 hectares de Mata Atlântica, considerando
inclusive o trecho de APP do rio Jaboatão, e já possuem a devida Autorização da CPRH. Medidas de compensação estão sendo adotadas.
O programa de controle ambiental de obras, presente no Plano de Gestão Ambiental, contempla as ações necessárias para a atuação em todos os
sistemas a serem projetados. (Ver Anexo 5)
Reassentamento Involuntário (4.12) – A construção do Sistema Produtor de Pirapama, que se encontra em execução financiada com recursos
governamentais e constitui a contrapartida fiannceira do PSH-PE, requereu o reassentamento de 202 famílias e a aquisição de 92 propriedades
(terra). O reassentamento de famílias também será necessário por ocasião da realização das obras da construção do reservatório de água
localizado no Jordão (139 famílias), como também para a expansão do sistema principal de produção de água (63 famílias) segundo a avaliação
preliminar realizada pela COMPESA e SRH, que resultou na elaboração de um Plano de Reassentamento Involuntário de Famílias – Fase 2,
apresentado no ANEXO 6. Mais uma familia foi reassentada em decorrência da instalação do reservatório de água elevada Ponte de Carvalho. A
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 144
aquisição de terras foi requerida para garantir o acesso a uma faixa ao lado das linhas principais de oferta de água, mantendo aos proprietários o
direito de uso, com algumas restrições em relação aos tipos de cultivo permitidos. Das 202 famílias reassentadas, 187 foram removidas de uma
área de propriedade da COMPESA, e 4 de uma área de propriedade de uma agência federal.
O reassentamento foi efetuado dentro de um amplo programa social do Governo do Estado, que incluiu: (i) apoio por parte de profissionais
sociais qualificados; (ii) a adoção de adequados parâmetros de indenização dos ativos das famílias reassentadas; (iii) o uso de metodologias
apropriadas de consulta; e (iv) métodos apropriados para entrega da indenização. Este programa foi analisado pelo Banco e foi considerado
adequado.
Embora não estejam previstos reassentamentos involuntários para as obras a serem financiados pelo Projeto, não pode-se descartar que, durante a
execução das obras, apareça a necessidade de reassentamentos. Visando esta possibilidade, e de acordo com as normativas do Banco, foi
preparado um Marco de Reassentamento Involuntário, que encontra-se disponível no Anexo 7.
Segurança de Barragens (4.37) – A barragem de Pirapama foi concluída em 2000 e possui as respectivas licenças ambientais emitidas pela
CPRH e a outorga pela SRH. O reservatório atualmente já fornece cerca de 1,0 m3/s para o sistema Gurjaú. Porém, considerando que o
reservatório deverá fornecer um total de 5,13 m3/s a partir de 2010 e as características da barragem com cerca de 20 metros de altura, a mesma
deverá ser objeto de avaliação por Painel Independente de Segurança de Barragens.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 145
Proteção ao Patrimônio Cultural (11.03) – Não foram detectadas interferências com sítios arqueológicos nas atividades e obras previstas no
Programa. Adicionalmente, o Programa de Controle Ambiental de Obras, constante do Plano de Gestão ambiental – PGA traz procedimentos de
“salvamento ao acaso” a serem adotados na fase de planejamento e execução das obras.
7.1.1. Procedimentos sócio-ambientais
A UGP deverá adotar procedimentos sócio-ambientais durante a execução do Programa envolvendo os seguintes conjuntos:
(i) o primeiro referente à contrapartida do Estado relacionado às obras em andamento com recursos do PAC – Plano de Aceleração do
Crescimento e;
(ii) o segundo referente ao financiamento do Banco Mundial.
(i) Obras de Contrapartida – Sistema Produtor de Pirapama
Na avaliação ambiental empreendida para as obras do Sistema Produtor de Pirapama, foram discriminadas ações ambientais que se encontravam
em implantação, e que deverão ter o acompanhamento da UGP, assim como ações adicionais recomendadas que deverão ser implementadas.
Nesse sentido, duas situações se verificam:
a) Monitoramento das ações ambientais em implementação
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 146
A UGP deverá acompanhar a implementação das seguintes ações a cargo da COMPESA, e enviar relatórios específicos (trimestrais e ao final de
cada ação):
Demarcação da faixa de preservação permanente no entorno do lago
Reflorestamento de 120 hectares por ano no entorno do lago totalizando 360 hectares
Compensação relativa à supressão de vegetação nas adutoras de água bruta e tratada.
Recuperação das áreas utilizadas como bota-fora e jazidas de empréstimo.
b) Implementação de ações adicionais
Realização de Avaliação por Painel Independente de Segurança de Barragens, a ser contratado pela SRH, ao início do Programa e
antes do início de intervenções financiadas com recursos do Banco.
Implementação, acompanhamento e monitoramento do Plano de Reassentamento de Famílias – Fase 2 – Sub-adutora do Jordão
(constante do Anexo 6).
(ii) Intervenções com Recursos do Banco Mundial
O PGA traz os critérios técnico-ambientais a serem observados na concepção dos projetos pela COMPESA e na avaliação dos mesmos pela
UGP. A UGP deverá adotar procedimentos sócio-ambientais durante a execução do Programa envolvendo as seguintes fases:
Fase A - Detalhamento dos Projetos (Estudos de Concepção e Projetos de Engenharia) dos Componentes 2 e 3.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 147
Durante o detalhamento dos projetos deverão ser seguidos os seguintes procedimentos:
Critérios sócio-ambientais para a concepção dos projetos;
Licenciamento ambiental dos projetos;
Procedimentos de Divulgação e Consulta;
Relatório Ambiental de acordo com as Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco.
Fase B – Implantação dos Projetos (obras)
Durante a implantação dos projetos (obras) deverão adotados procedimentos relativos à Supervisão Ambiental de Obras.
Fase A - Detalhamento dos Projetos
Durante a execução do Programa deverão ser detalhados os projetos de engenharia, em nível de concepção e de projeto básico, para fins de
licitação das obras, e posteriormente em nível de projeto executivo.
Esta fase de detalhamento deverá ter acompanhamento direto da UGP garantindo que sejam observados: (i) os critérios ambientais e sociais do
BIRD; (ii) os critérios sócio-ambientais constantes do Relatório de Avaliação Ambiental (Análise Ambiental e Social de Obras Infra-Estrutura
Hídrica e de Saneamento e Arcabouço para o Gerenciamento Ambiental e Social do Projeto) e da política de reassentamento involuntário; (iii)
as condicionantes das licenças ambientais (prévia e de instalação); (iv) as medidas ambientais recomendadas no Relatório de Análise Ambiental e
Social de Obras Infra-Estrutura Hídrica e de Saneamento e Arcabouço para o Gerenciamento Ambiental e Social do Projeto); (v) as medidas e
critérios ambientais constantes do PAD.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 148
a) Critérios e Procedimentos para Concepção e Avaliação Ambiental de Projetos
Essas fases estão detalhadas no presente item logo a seguir considerando que as intervenções previstas referem-se principalmente aos sistemas de
esgotamento sanitário nas cidades da Bacia do rio Capibaribe.
Sistemas de Esgotamento Sanitário
No âmbito do Programa PSH-PE estão previstas ações: (i) expansão de sistemas coletores de esgotamento sanitário (redes, interceptores, estações
elevatórias, etc.), e de ampliação de tratamento de esgotos; e (ii) implantação de sistemas completos de esgotamento sanitário.
Concepção dos Sistemas
Para a concepção das intervenções de expansão dos sistemas de coleta e transporte de esgotos deve-se inicialmente promover uma avaliação
ambiental do sistema existente (no caso dos municípios de São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão) considerando, principalmente, os
seguintes itens: (i) Compatibilidade com as licenças ambientais expedidas; (ii) Características do sistema atual (rede, fossas); (iii) Estado geral de
conservação, possibilidade de vazamentos/contaminação de áreas; (iv) Tipologia de tratamento de esgotos previsto - nível de eficiência de
remoção de DBO, coliformes fecais, etc., destino final dos lodos; (v) Procedimentos de controle ambiental; e (vi) Eventuais pendências com
órgãos ambientais / Ministério Público.
Na concepção de complementação e/ou melhoria do sistema coletor existente, devem ser avaliadas:
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 149
i) as interferências com áreas de fragilidade ambiental e/ou intensamente utilizadas e/ou áreas protegidas por legislação - Deve ser evitado que
as obras atravessem áreas de fragilidade ambiental ou protegidas e que os aterros, escavações e terraplenagem venham a promover alterações em
áreas protegidas por lei.
As alternativas adotadas em alguns sistemas de esgotamento podem prever a implantação de estações elevatórias. Essas unidades, quando
localizadas em situações críticas, devem ser dotadas de alguma medida de segurança, para o caso de falhas no fornecimento de energia elétrica,
tais como tanques de contenção de esgotos e geradores de energia a diesel.
Deve-se, também realizar uma análise da possibilidade de ocorrência de patrimônio cultural (arqueológico ou paleontológico) nas áreas de
intervenção.
ii) a necessidade de Reassentamento de População. A localização das unidades dos sistemas deve ser planejada de modo a evitar a necessidade
de relocação e reassentamento de famílias. Na eventualidade de ocorrer essa necessidade, deve-se elaborar plano específico de reassentamento de
acordo com o que dispõe a OP. 4.12 do Banco Mundial e o Marco Conceitual de Reassentamento constante do PGA.
iii) a situação de destino final dos esgotos. Na interligação de rede, coletor-tronco ou interceptor com sistema existente deve-se avaliar o destino
desse efluente e o nível de tratamento existente e se está adequado ao corpo receptor. Deve-se evitar a implantação de redes, coletores-tronco,
interceptores, etc. sem um destino adequado ao efluente (deve-se evitar o re-lançamento de esgotos sem tratamento nos corpos receptores
existentes).
Para o caso de Ampliação ou Implantação de Estação de Tratamento de Esgotos – ETEs, além dos itens acima, deve-se avaliar também:
iv) localização de unidades do sistema - A localização das unidades do sistema deve ser planejada de modo a não apresentar interferência com
áreas de preservação / fragilidade ambiental e usos da terra. A localização das ETEs em relação à área urbana deve considerar a predominância
de ventos e a distância mínima de 500 metros de residências e/ou áreas urbanas planejadas.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 150
No caso dessa situação ser inviável, a concepção da ETE deve prever um afastamento mínimo de cerca de 100 metros de edificações e tratamento
adequado de gases com eliminação de odores.
v) As condições do regime hídrico e da qualidade da água do corpo receptor - O grau de tratamento a ser adotado deve levar em consideração a
situação do corpo receptor e sua capacidade de depuração.
Para situações de implantação de sistema completo de esgotamento sanitário com rede de coleta, interceptores, tratamento e disposição final, o
principal aspecto refere-se ao tipo e grau de tratamento e a correspondente carga orgânica a ser lançada no corpo receptor. O grau de alteração no
corpo hídrico é determinado pela carga orgânica lançada associada à sua capacidade de autodepuração. A primeira e mais simples constatação
sobre a alteração provocada pelo lançamento de efluentes sanitários é com relação à capacidade de diluição do corpo hídrico. A partir da
confrontação entre as concentrações de DBO (demanda bioquímica de oxigênio) e de O.D. (oxigênio dissolvido), tanto nos efluentes sanitários
quanto no corpo receptor, pode-se calcular quais serão as concentrações da mistura, logo após o lançamento.
O grau de tratamento a ser adotado deve levar em consideração a situação do corpo receptor.
Na região de abrangência do PSH-PE deve-se promover essa avaliação considerando que as condições do rio Capibaribe e seus afluentes é de
intermitência. Nessa situação deve-se considerar a situação com vazão nula e com pouca vazão, e os usos a jusante. Entre as considerações a
serem realizadas citam-se, no mínimo:
grau de tratamento que possibilite um efluente com características da classe do rio:
possibilidade e promoção de reuso do efluente para irrigação de forrageiras e/ou infiltração no solo;
medidas de controle de acesso de pessoas na área de lançamento do efluente de modo a reduzir possibilidade de contaminação, etc.;
Considerando adicionalmente as condições dos reservatórios da Bacia do rio Capibaribe – Jucazinho, Tapacurá e Carpina que se encontram
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 151
eutrofizados, a concepção das Estações de Tratamento de Esgotos – ETEs deverá promover a redução de fósforo no nível a ser estabelecido por
estudo ambiental detalhado (modelagem de qualidade das águas e alternativas de redução do quadro de eutrofização) a ser realizado no primeiro
ano do Projeto. Este estudo encontra-se previsto no Plano de Gestão Ambiental.
vi) As interferências com outros usos do corpo receptor - Deve ser avaliado o comprometimento dos principais usos da água do corpo receptor à
jusante do lançamento previsto do efluente sanitário.
vii) Medidas de Mitigação - Sempre que ficar caracterizada a existência de potencial impacto negativo significativo deverão ser indicadas as
medidas a serem adotadas para sua atenuação.
Deverão ser avaliadas e, se for o caso, concebidas medidas como:
Apoio institucional às prefeituras com o objetivo de incluir na legislação municipal e planos diretores a garantia de manutenção das áreas do
entorno das ETEs como non aedificandi, etc.;
Projeto de arborização do entorno da ETE;
Monitoramento da eficiência da ETE e da qualidade das águas do corpo receptor;
Programas adicionais de adesão da população ao sistema de esgotamento e de eliminação de ligações clandestinas cruzadas.
Os custos das medidas mitigadoras e do projeto de monitoramento devem integrar os custos do Programa.
b) Licenciamento Ambiental do Programa e dos Componentes.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 152
As intervenções em sistemas de esgotamento sanitário serão objeto de licenciamento ambiental específico (para cada sistema), de acordo com a
legislação ambiental vigente e aplicável, considerando os requisitos e condições exigíveis para cada tipologia de intervenção.
Isso significa, por exemplo, que cada projeto de abastecimento de água e de esgotamento sanitário deverá seguir o rito próprio do licenciamento
ambiental, atendendo as exigências documentais, processuais, de prazo, etc., vinculadas às normas e procedimentos definidos pelo órgão
licenciador – a CPRH.
Caberá à COMPESA a adoção dos procedimentos de licenciamento ambiental dos empreendimentos, de acordo com orientação geral da CPRH.
Caberá à UGP a supervisão dos processos de licenciamento ambiental, envolvendo as solicitações respectivas e a elaboração dos estudos
ambientais exigidos (seja para a fase da licença prévia como para a fase de licença de instalação).
É importante, também, ressaltar que as eventuais condicionantes constantes da Licença Prévia - LP e/ou da Licença de Instalação - LI devem
estar contempladas no âmbito do PSH-PE seja no próprio Projeto básico/executivo da intervenção específica ou por meio de outras ações
correlatas constantes ou a constarem do Programa.
c) Plano de Gestão Sócio-Ambiental
O Plano de Gestão Ambiental - PGA é um elemento norteador das ações de atenuação e prevenção dos efeitos ambientais adversos gerados pela
implementação das ações no Programa de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco – PSHPE. O PGA reúne - na forma de programas, planos e
ações integradas - as estratégias de recuperação e proteção ambiental, melhorias urbanas, desenvolvimento sócio-econômico, etc. associadas à
sustentabilidade ambiental das áreas de mananciais.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 153
Os Programas que constituem o PGA são descritos a seguir:
Gestão do PGA - O gerenciamento do Programa será feito por meio da Unidade de Gerenciamento do Programa – UGP, a qual será responsável
pela administração do mesmo, sendo elo entre o Governo do Estado e Secretaria de Recursos Hídricos, o Banco Mundial - BIRD e as
organizações públicas ou privadas que participam da execução do Programa. A UGP efetuará o controle do licenciamento ambiental do
Programa, a coordenação da implantação de todos os programas contidos no Plano de Gestão Ambiental e o cumprimento das normas e diretrizes
contidas no programa de controle ambiental de obras. Esse controle será exercido pelo especialista ambiental da UGP, conforme perfil e
capacitação já acordados com a UGP e, ainda, com um profissional de supervisão ambiental de obras.
Comunicação Social e Educação Sanitária e Ambiental. Essa atividade tem a finalidade de favorecer a implementação do Projeto, mediante o
envolvimento da população direta e indiretamente atingida pelas intervenções e das áreas de influência. As ações do Plano de Comunicação
envolvem principalmente as ações relativas à convivência da população com as obras a serem realizadas, que devem ser desenvolvidos de forma
integrada para o alcance dos objetivos propostos.
Essa atividade está a cargo da UGP e da COMPESA.
Programa de Adesão ao Sistema de Esgoto e Eliminação de Ligações Clandestinas.
O programa pretende desenvolver ações informativas e educativas, visando à valorização da água tratada e destino adequado do esgoto
doméstico. Para tanto deverá sensibilizar e informar a população sobre a importância da adesão dos imóveis ao sistema e ainda orientar sobre a
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 154
forma correta e o prazo máximo para fazê-la, de modo a assegurar os benefícios provenientes da implantação dos serviços de coleta e tratamento
do esgoto doméstico. Nesta ocasião, os clientes serão comunicados sobre os custos financeiros gerados pela manutenção dos serviços que estarão
sendo prestados.
Deve-se, também, sensibilizar a população beneficiada pela implantação dos serviços de abastecimento sobre a importância e o uso racional da água,
bem como a manutenção e conservação das instalações públicas.
Após a efetivação da ligação domiciliar à rede coletora de esgoto, o cliente deverá ser orientado a usar corretamente o sistema assegurando sua
durabilidade, como também a qualidade dos serviços prestados. Nesta etapa haverá a retomada da mensagem sobre os benefícios alcançados
(através da conclusão das obras e da adesão domiciliar à rede) estimulando e reforçando a adoção de procedimentos adequados para a
manutenção do sistema.
Esta atividade está sob a responsabilidade da COMPESA.
Com relação à Eliminação de Ligações Clandestinas, são dois os principais objetivos desse projeto: (i) a identificação, cadastramento e
transferência para a rede coletora de esgotos, de todo ramal (ligação domiciliar) que se encontre ligado ao sistema de drenagem de águas pluviais;
e (ii) a identificação, cadastramento e eliminação de qualquer água pluvial que possa ir para a rede coletora de esgotos.
Programa de Medidas Compensatórias
Compreende a utilização dos recursos de compensação ambiental referentes às obras dos sistemas de esgotamento sanitário a serem implantados
nos municípios da Bacia do Capibaribe de acordo com a Lei do SNUC para serem aplicados em Unidades de Conservação.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 155
De acordo com entendimentos mantidos com a CPRH, o valor da compensação ambiental deverá ser proposto para destinação às Unidades de
Conservação Estadual, incluindo áreas do bioma Caatinga. A definição da alocação é de responsabilidade do Conselho de Compensação
Ambiental. A destinação dos recursos deverá ser objeto de convênio entre a SRH e a CPRH.
Estudo de Qualidade das Águas e Alternativas para Minimização da Eutrofização dos Reservatórios Jucazinho, Tapacurá e Carpina.
Realização de estudo detalhado e aprofundado da bacia com simulação da qualidade da água em seus diversos trechos e de eutrofização dos
reservatórios, além de avaliação das capacidades e características operacionais de cada reservatório. Essas simulações devem também analisar
diversas alternativas de redução de aporte de fósforo incluindo a área agrícola e alternativas de tipologias de tratamento de esgotos com remoção
de nutrientes, incluindo os custos de implantação e de operação e manutenção, assim como de alternativas não-estruturais (operação dos
reservatórios)
Estudo Piloto de Reuso de Efluentes. Considerando que uma das alternativas de tratamento que pode ser considerada para algumas cidades da
Bacia, onde o tratamento será realizado por lagoas, é a de reuso do efluente em atividades agrícolas, deverá ser realizado estudo aprofundado
sobre a sua viabilidade técnica econômica e ambiental incluindo os resultados em termos de tecnologia a ser adotada (micro-aspersão,
gotejamento, etc.) e de remoção de nutrientes, além de parâmetros de custos de implantação e operação.
Este estudo deve ser realizado pela COMPESA, na ETE de Vitória de Santo Antão, com apoio da universidade ou do Instituto Agronômico de
Pernambuco. O Estudo deverá se iniciar imediatamente após a assinatura de contrato com o Banco.
Estudo de reuso de efluentes tratados, também, deverá ser considerado e avaliado para uso industrial, especialmente no Pólo de Toritama. O
sistema de esgotamento sanitário de Toritama poderá ser um “estudo de caso” para reuso industrial.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 156
Fortalecimento do Monitoramento da Qualidade das Águas da Bacia do Capibaribe. O Objetivo do programa é o de aprimorar o sistema de
monitoramento da qualidade da água da bacia do rio Capibaribe com vistas à sua utilização como instrumento da gestão ambiental e dos recursos
hídricos.
Fortalecimento da Gestão Ambiental na Bacia. Compreende a Estruturação da Unidade Integrada de Gestão Ambiental – UIGA das Bacias
Hidrográficas dos Rios Capibaribe e Ipojuca. O objetivo é o de promover a melhoria na estrutura operacional da Unidade de Gestão Integrada –
UIGA do Município de Caruaru para o efetivo exercício do controle ambiental (licenciamento, fiscalização e monitoramento), na área de
abrangência da bacia hidrográfica do Rio Capibaribe e Ipojuca, com especial atenção às atividades da indústria têxtil e confecção do “Pólo de
Jeans” instalados nos Municípios de Caruaru, Belo Jardim, Toritama, Riacho das Almas e Santa Cruz do Capibaribe; ao disciplinamento do uso e
ocupação do solo, principalmente àqueles empreendimentos e atividades localizadas às margens dos rios referendados e; os projetos
estruturadores de saneamento previstos nos Planos Hidroambientais.
Gestão de Lodos das ETEs. Os lodos resultantes da operação das estações de tratamento de esgotos a serem implantadas na Bacia devem possuir
destinação adequada. Uma das alternativas consiste na sua utilização agrícola desde que atendendo às normas técnicas e ambientais. O programa
pretende apoiar esforços da COMPESA em convênio a ser firmado com a IPA – Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária para o
desenvolvimento de estudos e pesquisas para utilização agrícola e florestal dos lodos das ETEs. Este convênio tem como objetivo principal
identificar e caracterizar os critérios para o uso e manejo agrícola e florestal do lodo de ETE para elaboração do Manual de Uso e Manejo do
biossólido no Estado de Pernambuco.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 157
Operação Integrada dos Reservatórios e Captações a Fio D’água da RMR e Bacia do Capibaribe. A ser definido no âmbito do Componente 1
– Gestão e Desenvolvimento Institucional do Programa. Síntese desse programa se insere aqui pela sua importância na recuperação da qualidade
das águas dos reservatórios/açudes da bacia.
Plano Hidroambiental da Bacia. No âmbito do PROÁGUA encontra-se em fase de elaboração/concepção estudo referente ao Plano
Hidroambiental da Bacia do Capibaribe. Este estudo será composto de Diagnóstico, Cenários Tendenciais e Sustentáveis, Planos de
Investimentos e Base de Dados Sistematizada, visando à revitalização e reversão dos processos de degradação da bacia, com vistas à melhoria da
qualidade e quantidade da água.
O Plano Hidroambiental deverá apresentar como um plano de investimentos na bacia com propostas exeqüíveis tendo como meta reverter o
processo de degradação dos recursos naturais da bacia do Capibaribe. Para tanto devem priorizar a melhoria da qualidade e quantidade das águas
no sentido da sustentabilidade social, econômica e ambiental, sempre com a participação efetiva da comunidade, através de uma agenda sócio-
ambiental para mobilização e educação ambiental. A Concepção do Plano Hidroambiental deverá ser concluída até fins de 2009.
Plano Ambiental Toritama. Elaboração de Estudo de Avaliação Ambiental Regional – AAR que deverá analisar o processo acelerado e
desordenado de crescimento urbano e populacional do município de Toritama, devido principalmente à implantação/consolidação do APL –
Arranjo Produtivo Local de Confecções na região do Agreste Pernambucano e a sua sustentabilidade ambiental em função das características
naturais e sócio-econômicas da região.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 158
Nesse sentido, a AAR deverá avaliar as condições de infra-estrutura do Setor de Confecções e a contaminação industrial do solo e recursos
hídricos hoje verificadas. A AAR deverá complementar e detalhar as ações na região previstas no Plano Hidroambiental a ser elaborado para a
Bacia, permitindo um adequado desenho das intervenções físicas e articulações a serem realizadas pelo PSH/PE, com foco em esgotamento
sanitário e controle de poluição industrial. Deverá ser considerada a possibilidade de reuso de efluentes tratados para fins industriais.
Marco Conceitual de Reassentamento. O Marco Conceitual de Reassentamento, encontra-se no Anexo 7 e contempla o seguinte conteúdo:(i)
caracterização, objetivos e justificativas dos empreendimentos que se relacionem à necessidade de remoções; (ii) fundamentos, diretrizes da
Política de Atendimento; (iii) critérios de elegibilidade; (iv) marco legal; (v) arranjos institucionais para o reassentamento; (vi) mecanismos de
atendimento a comunidades e consultas públicas; (vii) custos e cronogramas; (viii) proposição da metodologia de monitoramento e avaliação ex-
post; (ix) definição do conteúdo mínimo para elaboração do Plano de Reassentamento.
Fase B – Implantação dos Projetos (obras)
a) Critérios Ambientais na Licitação de Obras
Os editais de licitação de obras deverão conter expressamente cópia do Manual Ambiental de Construção – MAC (Anexo 8) constante do Plano
de Gestão Sócio-ambiental de modo que as empresas construtoras tenham conhecimento das exigências e procedimentos a serem adotados
durante a construção.
Os editais de licitação devem prever, também:
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 159
Exigência de aplicação e cumprimento do plano de controle ambiental de obras;
Cláusulas de penalização financeira para o não cumprimento dessas normas.
Exigência da construtora possuir equipe sócio-ambiental nas obras de esgotamento sanitário, etc, de acordo com o previsto no MAC.
O Edital de Obras deverá prever o detalhamento do Planejamento Ambiental de Obras pela(s) empresa(s) construtora(s) vencedora(s) da licitação. O
Plano deverá ser elaborado, a nível executivo, em escala compatível com o empreendimento, considerando tanto o detalhamento, a cada trecho, das
técnicas construtivas para as áreas não-problemáticas quanto para as áreas especiais (áreas urbanas e áreas com alta declividade) e para as áreas
altamente sensíveis (travessias de cursos d’água, áreas protegidas, áreas com necessidades de contenção de encostas e com alta susceptibilidade à
erosão, etc.) onde devem ser detalhadas as técnicas construtivas a serem adotadas.
b) Planejamento Ambiental das Obras
Os editais de licitação das obras deverão prever a exigência de aplicação e cumprimento do Manual Ambiental de Construção.
O Planejamento Ambiental deve ser realizado logo ao início do contrato com a empresa construtora e atualizado permanentemente.
A empresa construtora deverá, 30 dias antes do início das obras, apresentar à supervisão ambiental um detalhamento do Manual Ambiental de
Construção, com base: (i) no projeto executivo elaborado; (ii) nas diretrizes gerais constantes do Manual Ambiental de Construção; (iii) nos
programas constantes nos estudos ambientais; (iv) nas medidas constantes das licenças de instalação – LI. Este detalhamento deverá conter:
As medidas adotadas, ou a serem adotadas, para cumprimento das exigências e condicionantes de execução de obras constantes dos
estudos ambientais, da Autorização do IPHAN e da Licença de Instalação – LI;
A definição dos locais para implantação de canteiros, áreas de bota-foras e de áreas de empréstimo com as devidas licenças ambientais;
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 160
A aquisição de substâncias minerais (pedras, areias e argilas) de mineradores que possuam áreas legalizadas quanto aos aspectos
minerário e ambiental, e que desenvolvam planos de controle ambiental em seus empreendimentos, evitando adquirir materiais pétreos
provenientes de lavras clandestinas.
O planejamento ambiental das obras a serem executadas, prevendo-se: (i) um plano global para o lote contratado; e (ii) plano detalhado
para o período de 3 meses.
Nesses planos deverão constar:
Os métodos de construção propostos para cada tipo de intervenção;
O planejamento de sua execução;
Os principais aspectos ambientais a serem considerados e as principais medidas construtivas a serem adotadas
As interferências previstas com redes de infra-estrutura e a articulação com as concessionárias de serviços públicos com vistas
à sua compatibilização / solução;
A articulação com os programas ambientais previstos no PGA;
O início das obras só será autorizado pela Coordenação da UGP, após parecer favorável da Supervisão Ambiental, do Plano Ambiental acima
proposto.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 161
c) Supervisão Ambiental de Obras
De acordo com o arranjo institucional proposto para o gerenciamento e execução do PSH/PE, a função de supervisão das obras é realizada pela
empresa gerenciadora.
Para tanto, a Empresa gerenciadora disponibiliza profissionais que são responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento dos requisitos
técnicos e ambientais que constam do contrato de execução das obras. Esses profissionais são responsáveis por verificar e atestar que todas as
atividades relativas ao meio ambiente envolvidas na construção das obras estão sendo executadas dentro dos padrões de qualidade ambiental
recomendados nas especificações de construção e montagem, nas licenças ambientais expedidas e no Manual Ambiental de Construção.
A supervisão ambiental deve trabalhar em coordenação permanente com os demais integrantes da gestão ambiental do empreendimento,
executando inspeções técnicas nas diferentes frentes de obra ou atividades correlatas em desenvolvimento.
À Supervisão Ambiental cabe:
Acordar, aprovar e revisar o planejamento ambiental de obras, por meio de reuniões quinzenais com a coordenação ambiental do
programa e os responsáveis ambientais de cada construtora / lote de obras;
Implementar inspeções ambientais, para verificar o grau de adequação das atividades executadas, em relação aos requisitos
ambientais estabelecidos para as obras e sub-programas ambientais a elas ligados;
Verificar o atendimento às exigências dos órgãos ambientais relativas ao processo de licenciamento do empreendimento e às
recomendações das entidades financiadoras internacionais;
Inspecionar, periodicamente, e sem aviso prévio, as distintas frentes de serviço no campo, para acompanhar a execução das obras
e sua adequação ou não aos programas de gestão ambiental;
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Avaliar as atividades das equipes ambientais das empresas construtoras;
Sugerir ações e procedimentos, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos potenciais;
Propor, no caso de não atendimento dos requisitos ambientais, ou seja, na situação de configuração de não – conformidades
significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões quinzenais de planejamento, penalidades contra a empresa construtora.
Avaliar, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de continuidade sistemática de não-conformidades
significativas, a necessidade de paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a tempo, de medidas
corretivas. Nesse caso, a supervisão deve preparar relatório sintético à coordenação de gestão sócio-ambiental, informando das questões
envolvidas e da proposição de paralisação.
Avaliar periodicamente a eficiência dos programas ambientais relacionados às intervenções físicas previstas e propor os ajustes
necessários;
Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental ao empreendedor e às entidades financiadoras nacionais e
internacionais. Os relatórios de supervisão devem ser, no mínimo, trimestrais.
d) Relatórios Ambientais durante a Construção
Durante a execução das obras, o acompanhamento dos aspectos ambientais deve ser realizado por meio de uma série de relatórios periódicos.
Esses relatórios, de periodicidade mensal, devem contemplar, de um lado, as realizações quantitativas nos aspectos ambientais, permitindo a
medição e o pagamento correspondente à empresa construtora. Por outro lado, devem apontar as medidas adotadas para cumprimento das demais
exigências do licenciamento, possibilitando o acompanhamento por parte do empreendedor e do órgão licenciador.
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Os relatórios para acompanhamento devem ter, sempre que possível, registros fotográficos da evolução da obra e das medidas e programas
ambientais, servindo, posteriormente, aos demais programas constantes do PGA.
Os relatórios a serem enviados ao Banco Mundial devem ter a periodicidade trimestral.
7.2. Análise Social
Durante a fase de preparação do Projeto, foram realizadas as análises ambiental e social. Nessa última, foram analisadas as principais
características sócio-econômicas dos municípios da Bacia do Capibaribe e realizada uma análise dos indicadores sociais de oito municípios
localizados no curso principal do rio e de seu principal afluente – rio Tapacurá.
A Bacia do Capibaribe é formada por 43 municípios, dos quais 27 estão com suas sedes inseridas na bacia. De acordo com IBGE, em 2000, esse
grupo de municípios contava com uma população de 3.474.198 habitantes, cerca de 43% da população do estado, dos quais 87,2% residiam em
zona urbana, especialmente em parte da Região Metropolitana de Recife – RMR no Baixo Capibaribe.
As principais características sócio-econômicas dos oito municípios estão descritas na tabela a seguir.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 164
Tabela 8 – Características sócio-econômicas dos oito municípios alvo do PSHPE
De forma geral, a análise efetuada permite considerar que:
A renda per capita média dessa população, em 2000, foi de aproximadamente 0,7 salários mínimos, sendo que 59% das pessoas vivem com
menos de ¼ de salário mínimo por mês, em média. nos municípios.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 165
O IDH dos municípios da bacia do Capibaribe é 0,637, versus 0,780 para a Região Metropolitana de Recife, e 0,705 para o Estado de
Pernambuco.
A taxa média de mortalidade na infância (até os cinco anos) entre os municípios é considerada alta, cerca de 60 por mil, se comparado à média
do estado de 54,60 por mil e a do Brasil, de 39,32 por mil.
As cidades selecionadas para implantação de sistemas de esgotos apresentam população com vulnerabilidade social alta e déficits
significativos nos serviços de saneamento, não possuindo praticamente sistemas de coleta e tratamento de esgotos.
Há demandas significativas para melhoria das condições de salubridade ambiental para populações de baixa renda, conseqüentemente
reduzindo a vulnerabilidade social desses contingentes.
A população de baixa renda poderá se beneficiar da tarifa social adotada pela Compesa com subsídio de 59% sobre a conta mínima;
O PSH-PE prevê a implantação de ramais intra-domiciliares para a população de baixa renda, o que, juntamente com o subsídio acima,
possibilitará a ligação dessa população aos novos sistemas.
Além disso, as intervenções a serem realizadas pelo Projeto deverão aumentar a possibilidade de atração de investimentos, assim melhorando
a competitividade dos municípios.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 166
8. ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA
Após a análise econômica e financeira, o PSHPE resultou ser econômica e
financeiramente viável, com benefícios econômicos líquidos de US$ 766 milhões, e
uma taxa interna de retorno de 37%. O benefício financeiro líquido é de US$ 446
milhões, e a taxa interna de retorno de 23%. Foram realizadas detalhadas análises
financeira, econômica e distributiva para o Projeto, complementadas por análises de
risco e de sensibilidade. Uma panorâmica destas análises e os seus resultados são
apresentados a seguir.
Metodologia
Com base nos objetivos do Projeto, foi realizada a análise de custo-benefício para
determinar a viabilidade econômica e financeira das duas componentes: (i) redução das
perdas de água em algumas áreas da RMR, e (ii) expansão dos serviços de saneamento
em determinados municípios na Bacia do Rio Capibaribe, através da expansão da rede
de saneamento e aumento do tratamento de esgoto. O benefício líquido de cada
componente é igual à diferença entre os benefícios incrementais e os custos
incrementais de dois cenários: "com" e "sem" projeto.
A análise de custo-benefício foi construída a partir de três perspectivas: financeira,
econômica, e de análise distributiva. Para descrição da metodologia utilizada, ver o
Anexo 11. Os resultados da análise são apresentados a seguir.
8.1. Resultados
Resultados Econômicos
Os resultados econômicos mostram retornos positivos para ambos os componentes. O
componente de redução de perdas é altamente lucrativo, com benefícios econômicos
acima de US$ 700 milhões, e taxa interna de retorno de 39%. O componente de
saneamento mostra lucros de US$ 23 milhões e taxa de retorno interno de 19%. O
Projeto como um todo mostra um retorno líquido de US$ 766 milhões e lucros de 37%.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 167
Resultados da análise econômica
Atividade de
Investimento
Valor Líquido Atual (milhões de
US$)
Taxa de
Retorno
Interno
(%) Benefícios Custos
Benefício
Líquido
Eficiência na Oferta
de Água
Controle de
Perdas 1,050 307 743 39%
Saneamento
Expansão da
rede de esgoto 72 49 23 19%
Total 1,122 355 766 37%
Tabela 9 – Resultado da Análise Econômica
Resultados Financeiros
O componente de controle de perdas é financeiramente viável, com retornos de US$ 449
milhões e taxa de retorno interna de 24%. O componente de saneamento está próximo
ao seu ponto de retorno, com os benefícios que cobrem quase inteiramente os custos.
Para o Projeto no seu conjunto estima-se um lucro líquido de US$ 446 milhões e uma
taxa interna de retorno de 23%.
Resultados da análise financeira
Atividade de
Investimento
Valor Líquido Atual (milhões de
US$)
Taxa de
Retorno
Interno
(%) Benefícios Custos
Benefício
Líquido
Eficiência na Oferta
de Água
Controle de
Perdas 822 373 449 24%
Saneamento
Expansão da
rede de esgoto 61 63 (2) 9%
Total 883 436 446 23%
Tabela 10 – Resultado da Análise Financeira
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 168
Análise Distributiva
Quem ganha e quem perde com o Projeto é identificado desagregando os custos
econômicos e financeiros para cada insumo do Projeto, e comparando as diferenças. A
diferença entre os fluxos econômico e financeiro representa ganhos que vão para outros
atores que a COMPESA. Os impostos representam ganhos para o governo. Os
principais ganhadores são os consumidores, com um retorno de US$ 238 milhões. Tais
ganhos provêm de gastos que deixam de ocorrer quando se reduz ou elimina o rodízio
no abastecimento de água, e quando os serviços de esgoto se tornam disponíveis; estes
ganhos ultrapassam os pagamentos que os consumidores têm que fazer à COMPESA
quando são ligados à rede, assim como os investimentos que eles têm que realizar para
implantar as ligações domésticas. O ganho líquido para a economia como um todo é de
US$ 319 milhões.
Análise de Sensitividade e de Riscos
Pela Análise de Sensitividade, as variáveis que acarretam maior risco para o
componente de saneamento são as seguintes: o percentual de ligações à rede, que deve
ser superior a 64% para garantir retornos econômicos; e os atrasos nos projetos, que
devem ser menores de 4% para assegurar um retorno. No componente de controle de
perdas, todas as variáveis selecionadas indicam um baixo risco, inclusive o resultado da
redução de perdas, que poderia ser de 50% e ainda mostrar um retorno econômico
positivo.
A Análise de Riscos das avaliações econômica e financeira confirma a solidez do
Projeto, conforme a tabela abaixo. A probabilidade de obter retornos negativos é
praticamente inexistente.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 169
Variáveis de Risco e seu impacto sobre os resultados econômicos e financeiros
Resultados Financeiros Resultados Econômicos
Componente
Probabilidade
de VLA
positivo
VLA médio
esperado
Probabilidade
de VLA
positivo
VLA
médio
esperado
Controle de Perdas 100% 582 100% 724
Saneamento n/a n/a 72% 5
Total para o Projeto 100% 564 100% 729
Tabela 11 – Variáveis de risco sobre resultados econômicos e financeiros
VLA: Valor Líquido Atual
8.2 Análise Financeira da COMPESA
Foi realizada uma avaliação financeira da COMPESA com base no seu desempenho nos
anos 2004-2007 (anos auditados, mais dados preliminares para 2008), e projeções para
os próximos dez anos (assumindo determinadas metas de consumo de água, população
atendida, investimentos).
Situação financeira da COMPESA no período 2004-2007
Recuperação de custos – nesse período, as tarifas têm subido 17% acima da inflação, o
que contribuiu para aumentar as entradas em 39%.
As entradas têm sido suficientes para cobrir as despesas operacionais, mesmo incluindo
as depreciações. A razão entre despesas operacionais (com depreciação) e entradas é de
0,93, o que significa que o restante 7% das entradas fica disponível para cobrir os gastos
financeiros. A margem operacional tem sido maior que 20%, mesmo tendo diminuído
de 32% em 2004 para 23% em 2008.
A COMPESA mostrou um retorno líquido de aproximadamente US$ 17 milhões ao ano,
apesar de um aumento de 67% nas despesas operacionais, explicada principalmente pelo
aumento nos custos de energia, que dobraram nos últimos quatro anos.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 170
Eficiência Comercial – nesse setor, a COMPESA mostra resultados desapontadores. A
taxa de eficiência no recebimento das receitas é de aproximadamente 86%; as contas a
receber são maiores do que as contas agregadas de quatro meses, e os maus débitos
estiveram entre 8% e 20% nos últimos quatro anos.
Eficiência Operacional – o nível da água não tarifada tem sido próximo a 60% nos
últimos quatro anos, o que é um valor elevado se comparado com aquele de outras
concessionárias semelhantes à COMPESA.
Estrutura da Dívida – os indicadores da dívida mostram bons níveis para o período
considerado. A razão do passivo total em relação às ações é menor de 30%; o estoque
da dívida está abaixo de 60% das receitas operacionais; a razão da liquidez é maior de
2,0, e os passivos totais estão próximos a 20% dos ativos totais. Entretanto, a estrutura
da dívida indica uma elevada composição dos passivos correntes, que era equivalente a
52% dos passivos totais em 2007. O baixo nível de dívida mostrado pela COMPESA se
explica basicamente pelo fato do Governo de Pernambuco financiar a maioria dos
custos de investimento da empresa em troca de mais ações.
O desempenho financeiro futuro da COMPESA
Pressupostos – Foi construído um cenário para projetar a situação financeira da
COMPESA nos próximos dez anos. A projeção incluiu as metas do plano de
investimento atual da empresa para os próximos cinco anos, inclusive o projeto do
Banco Mundial. As metas esperadas são as seguintes: (i) aumento na confiabilidade da
oferta de água; (ii) aumento na cobertura da rede de esgoto; (iii) redução de perdas de
água; (iv) melhorias de eficiência comercial.
Resultados – com base nesses pressupostos, a COMPESA aparece ser financeiramente
viável e com capacidade de operar e manter os investimentos previstos, se as melhorias
esperadas no desempenho se realizarem e se o pagamento do empréstimo do Banco for
feito com regularidade. As margens operacionais aumentarão de 19% em 2009 para
38% em 2014. A relação entre despesas operacionais (com depreciação) e receitas
operacionais diminuirá de 0,96 para 0,75. A relação entre rendimento líquido e receita
aumentará de 0,6% para 19% em 2014.
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PROJETO DE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DE PERNAMBUCO - MANUAL DE OPERAÇÕES 171
Espera-se que a eficiência comercial aumente quando todas as atividades do Projeto e os
investimentos complementares serão implementados. Consequentemente, as contas a
receber deverão diminuir de 4,5 meses de tarifação para 3 meses. Ao aumentar a
eficiência comercial, os maus débitos deverão se reduzir, sendo que a taxa de
recebimento das receitas deverá aumentar.
Os indicadores da dívida mostram resultados satisfatórios e garantem a sustentabilidade
financeira da COMPESA durante toda a implementação e operação do Projeto. O
estoque da dívida em relação à receita está abaixo de 80% durante o período projetado,
a alavancagem está abaixo de 30%, e a relação entre passivo e ações é menor de 40% -
todos esses valores são aceitáveis pelos padrões do setor. No período projetado, espera-
se que a dívida de curto prazo diminua a sua participação no passivo total de 33% em
2009 para 19% em 2014.