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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana - SUPRAM CM SUPRAM - CENTRAL Rua Espírito Santo, 495 - Centro - CEP: 30160 -030 Belo Horizonte/MG Processo COPAM 12193/2009/002/2009 Página: 1/23 PARECER ÚNICO 242/2012 PROTOCOLO SIAM - 0491343/2012 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental 12193/2009/002/2009 Licença de Operação Corretiva - Validade 4 anos Outorgas: 14917/2010, 14918/2010, 14919/2010, 14920/2010 e 1491/2010. Empreendimento: Tear têxtil Ind. e Com. Ltda . Endereço: Av. Dom Cirilo, 196A - bairro Centro CEP 35.774-000 CNPJ : 03.123.987/0001-20 Município: Paraopeba/MG Unidade de Conservação: Amortecimento da FLONA de Paraopeba Apensado Manifestação de Dispensa pelo ICMBio – (protocolo R 007649/2011 de 21/01/2011). Bacia Hidrográfica: Rio Paraopeba Sub Bacia: Córrego do Matias Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe C-08-08-7 Fiação e tecelagem plana e tubular com fibras naturais e sintéticas, com acabamento. 6 Medidas mitigadoras: X SIM NÃO Medidas compensatórias: X SIM NÃO Condicionantes: Sim Automonitoramento: X SIM NÃO Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados Eng. Civil Hamilton de Lima Friche Registro de classe CREA MG 10966/D Fiscalizador/auto de fiscalização SUPRAMCM - 00280/2009 SUPRAMCM - 13331/2010 SUPRAMCM - 44498/2011 DATA 31/07/2009 05/02/2010 29/04/2011 Equipe Interdisciplinar Identificação: Assinatura Thalles Ming uta de Carvalho. MASP: 1.146.975-6 Gustavo de Araújo Soares. MASP: 1.153.428-6 Maria da Conceição Sampaio Bittencourt MASP: 1.202.509-4 Laércio Capanema Marques. MASP: 1.148.544-8 Angélica de Araújo de Oliveira MASP: 1.213.696-6 De acordo, Anderson Marques Martinez Lara Diretor de Apoio Técnico MASP 1.147.779-1 De acordo, Bruno Malta Pinto Diretor de Controle Processual MASP: 1.220.033- 3

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PARECER ÚNICO 242/2012 PROTOCOLO SIAM - 0491343/2012 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental 12193/2009/002/2009 Licença de Operação Corretiva - Validade 4 anos Outorgas: 14917/2010, 14918/2010, 14919/2010, 14920/2010 e 1491/2010.

Empreendimento: Tear têxtil Ind. e Com. Ltda . Endereço: Av. Dom Cirilo, 196A - bairro Centro CEP 35.774-000

CNPJ: 03.123.987/0001-20 Município: Paraopeba/MG

Unidade de Conservação: Amortecimento da FLONA de Paraopeba Apensado Manifestação de Dispensa pelo ICMBio – (protocolo R 007649/2011 de 21/01/2011). Bacia Hidrográfica: Rio Paraopeba Sub Bacia: Córrego do Matias

Atividades objeto do licenciamento:

Código DN 74/04 Descrição Classe C-08-08-7 Fiação e tecelagem plana e tubular com fibras naturais e sintéticas, com

acabamento. 6

Medidas mitigadoras: X SIM NÃO Medidas compensatórias: X SIM NÃO Condicionantes: Sim Automonitoramento: X SIM NÃO Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados Eng. Civil Hamilton de Lima Friche

Registro de classe CREA MG 10966/D

Fiscalizador/auto de fiscalização

SUPRAMCM - 00280/2009 SUPRAMCM - 13331/2010 SUPRAMCM - 44498/2011

DATA 31/07/2009 05/02/2010 29/04/2011

Equipe Interdisciplinar Identificação: Assinatura Thalles Ming uta de Carvalho. MASP: 1.146.975-6 Gustavo de Araújo Soares. MASP: 1.153.428-6 Maria da Conceição Sampaio Bittencourt MASP: 1.202.509-4 Laércio Capanema Marques. MASP: 1.148.544-8 Angélica de Araújo de Oliveira MASP: 1.213.696-6 De acordo, Anderson Marques Martinez Lara Diretor de Apoio Técnico

MASP 1.147.779-1

De acordo, Bruno Malta Pinto Diretor de Controle Processual

MASP: 1.220.033-3

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1 - INTRODUÇÃO O presente parecer visa subsidiar a Unidade Regional Colegiada Rio Paraopeba, do Conselho Estadual de Política Ambiental – URC Rio Paraopeba/COPAM, no julgamento do pedido de concessão da Licença Operação em caráter corretivo – LOC, para as atividades têxteis (fiação, tecelagem e acabamento a partir de fibras naturais e artificiais até o tecido acabado), do empreendimento Tear têxtil Indústria e Comércio Ltda, situado em área urbana do município de Paraopeba/MG. As edificações foram construídas no local do empreendimento para abrigar as atividades industriais de manufatura de produtos têxteis (fiação, tecelagem e acabamento). A primeira indústria a se instalar no local foi a PISA – Paraopeba Industrial S.A., que teve sua atividade descontinuada em 1975. A partir daí, o loco têxtil foi assumido pela empresa Cedro Cachoeira S.A., que operou de 1975 a 1999. Após essa data, a unidade industrial fora novamente vendida, dessa vez para empresa Franco e Matos Tintêxtil Ltda ., que continuou suas atividades têxteis industriais até ser adquirida pela empresa Tear Têxtil Ind. e Com. Ltda., ora pleiteadora da devida regularização ambiental mérito deste parecer. Esta ultima sucessão ocorreu em 04 de março de 2009 , e, em maio de 2009, foi iniciada , pelo atual empreendedor, a operação da planta industrial de produção de têxteis, com capacidade instalada de 23 Ton/dia contando com cerca de 850 funcionários . Em razão da natureza, a atividade é classificada como de grande potencial poluidor e grande porte, segundo a DN COPAM 74/2004. Dessa forma, o empreendimento foi enquadrado como classe 6 (fiação e tecelagem plana e tubular com fibras naturais e sintéticas com acabamento) . Ressalta-se que, anteriormente, funcionava no local a empresa Franco e Matos S.A., que também operava uma fabrica têxtil em ciclo completo, inclusive com o devido licenciamento ambiental. 2 - CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O projeto industrial ocupa um terreno urbano, localizado na Av. Dom Cirilo, nº 196 A, no centro da cidade de Paraopeba. O local do empreendimento é um loco de produção têxtil desde os anos 50, com área total de 7,11.90 ha, área útil de 2,91.65 ha e área construída de 26.449,44 m2 (figura1). Figura 1 - Vista geral do empreendimento e sua inserção no loco urbano de Paraopeba (em destaque).

Fonte: Adaptado RCA – croqui de localização. O empreendimento produz tecidos e fios têxteis a partir de fibras naturais (algodão), sintéticas (poliéster, viscose) e suas misturas, conforme a natureza do produto. Trabalha em regime de 3 turnos (8 horas /turno) durante as 24 hs .

Córrego do Matias

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O fornecimento de energia elétrica é oriundo da CEMIG, sendo o consumo médio de 3.000.000 Kwh/mês. Existe no empreendimento uma subestação para a redução de tensão. Além dessa fonte de energia, existe, no empreendimento, geração de energia térmica (vapor) para os processos industriais, por meio de 02 caldeiras alimentadas com biomassa (lenha) - 4.000 e 7.000 kg vapor/h respectivamente, 01 caldeiras a gás natural atualmente estacionada e não operante.

Em relação aos insumos , tem-se o algodão em pluma, com consumo máximo de 800 ton/mês, viscose com 28 ton/mês e linho 2 Ton/mês. Existem, no empreendimento, dois tanques aéreos de capacidade de 15 m3 para armazenamento de ácido sulfúrico, e 03 tanques aéreos com capacidade de 32 m3 para armazenagem de soda cáustica. Todos os tanques possuem dique de contenção. O empreendimento realizou e apresentou a análise quantitativa de risco – AQR e plano de gerenciamento de risco – PGR, que avaliaram e propuseram adequações de sua unidade fabril que devem ser implantadas e observadas conforme as normas pertinentes, além da constituição e treinamento da brigada de incêndio e emergências. A empresa apresentou projeto técnico de segurança contra incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais em 16/10/2008, porém este projeto encontra-se em nome da antecessora, ou seja, a empresa Franco Matos Tintêxtil. Será objeto de condicionante, deste parecer, a apresentação do certificado de vistoria final emitido pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais. É importante salientar que a empresa anterior (Franco Matos) teve suas atividades têxteis no mesmo loco industrial foco deste parecer de regularização ambiental devidamente suportada pelo LO Nº195/2009, de 31/04/2009 (revalidada) e válida até 31/04/2015. 3 - PROCESSO PRODUTIVO INDUSTRIAL No empreendimento, são processadas fibras de algodão, viscose e linho, pelas operações de fiação e tecelagem. Segue, abaixo, a descriçã o das atividades desenvolvidas: 3.1 - FIAÇÃO A fiação é o conjunto de operações que compreendem o tratamento dos diversos materiais fibrosos, sejam de origem natural, artificiais ou sintéticos, até sua transformação em fios. As matérias-primas (algodão e viscose) são recebidas e armazenadas no depósito de matérias-primas. Posteriormente são encaminhadas para a sala de abertura, onde são realizados os processos de abertura e limpeza. A abertura é a operação mediante a qual as fibras são submetidas, por meio de máquinas, a uma quantidade máxima possível de separação, objetivando facilitar os processos subseqüêntes. Essa separação ocorre nos abridores, que desagregam a matéria-prima em flocos. Neste processo, algumas impurezas do material são separadas e recolhidas na parte inferior do equipamento (porão). Dos abridores, os flocos abertos são aspirados, via tubulação, para as cardas. Estes equipamentos têm por finalidade separar as fibras e paralelizá -las, transformando-as em fita. Nessa etapa, é recolhida a maior parte do “piolho do material”, resíduo formado por fibras curtas e mortas, que fica retido nas cardas.

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Das cardas, as fitas são transportadas para os passadores, que têm por finalidade uniformizar a relação peso por unidade de comprimento através da duplicação das fibras, estirar e paralelizar os fios regularizando-os. O processo consiste de duas etapas de passagens sendo que, em cada etapa, entram oito fitas que são agregadas em apenas uma. Quando o fio a ser produzido é destinado a malharias, uma terceira etapa de passagem é realizada. Parte das mechas produzidas nos passadores é alimentada nas maçaroqueiras, também denominadas pavieros, que estiram e torcem as fitas, transformando-as em pavios. Estes são enviados aos filatórios de anel, onde ocorre a fabricação do fio propriamente dito. Através do estiramento do pavio vindo da maçaroqueira e da aplicação simultânea de uma torção no material, os fios são produzidos. A outra parte das mechas provenientes dos passadores é encaminhada para os filatórios de open end. Nestes equipamentos, a fita é desagregada em fibras que são lançadas no interior de pequenos corpos metálicos (rotores), que giram a altas velocidades, e são retiradas em forma de fio. No processo, as etapas de alimentação das fibras, a formação do fio no interior do rotor e sua retirada ocorrem simultânea e continuamente, produzindo-se, assim, os fios que são enrolados em bobinas dispensando, portanto, os processos de maçaroqueiras e filatórios.

3.2 - TECELAGEM

Antes de serem encaminhados à tecelagem, os fios passam por um processo de preparação. Nesta etapa, as bobinadeiras recebem os fios provenientes da fiação transferindo-os para cones. As bobinadeiras são dotadas de tensores e purgadores que servem para dar uniformidade no enrolamento e conferir os parâmetros de qualidade pré-estabelecidos ao fio. Este equipamento possui um soprador automático que trabalha retirando os resíduos e poeira acumulados em suas peças. As espuladeiras são responsáveis por enrolar os fios em espulas, que serão utilizadas na trama dos artigos a serem tecidos na tecelagem. A próxima etapa de preparação é a formação do rolo de urdume. Na urdideira, é reunida uma grande quantidade de bobinas e os fios são enrolados em um rolo tipo carretel. Neste rolo de urdume, os fios são dispostos paralelamente em uma quantidade previamente estabelecida, formando, assim, o urdume do artigo. Na engomadeira, vários rolos são reunidos em um único rolo de urdume que irá alimentar o tear, onde receberá certo número de fios de trama formando, assim, o tecido. A engomadeira tem por finalidade revestir e impregnar os fios com uma película de goma , a fim de torná-los mais lisos e resistentes para suportar os atritos que sofrerão durante o processo de tecelagem no tear. A solução de goma é preparada na cozinha de goma. Na sala de tecelagem, os rolos de urdume são instalados nos teares e os tecidos são produzidos pelo entrelaçamento dos fios de urdume, formados na urdideira e pelos fios de trama formados pelas espuladeiras, para os teares de lançadeiras, e diretamente da bobina para os teares a jato de ar. Os tecidos crus formados são acondicionados em rolos e envia dos para a etapa de acabamento. 3.3 - ACABAMENTO As operações de acabamento são responsáveis pelo beneficiamento dos tecidos crus, transformando-os em tecidos purgados, alvejados, tintos, estampados e acabados. É nesta etapa que ocorre a geração de efluente

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líquido. O processo de acabamento tem cinco fases: alvejamento, tinturaria, estamparia, acabamento físico e químico além da expedição. 3.3.1 - ALVEJAMENTO - pode ser realizado por dois processos: alvejamento por esgotamento ou por impregnação. O alvejamento por esgotamento é feito em tambles, Jiggeres e barcas que são alimentados com o tecido a ser alvejado e com as substâncias alvejantes. O material permanece sob agitação e aquecimento feito por vapor. Do banho, as peças são lavadas e, em seguida, secas através de tambores aquecidos por vapor. No alvejamento por impregnação, os rolos são instalados nos Foulards, onde são mergulhados na solução de alvejamento e deixados por 8 a 18 horas em repouso, para que a solução possa impregnar no tecido. O tecido é então lavado em água quente e enviado para a mesma secadeira do alvejamento por esgotamento. O tecido alvejado é então encaminhado para a estamparia ou rama de acabamento. 3.3.2 - TINTURARIA - O tecido a ser tingido é alvejado no mesmo equipamento em que receberá os pigmentos. Após o alvejamento, a solução é esgotada e são introduzidos umectantes, corantes e solução de NaCl. O tingimento é feito a quente, sendo o aquecimento do equipamento feito por vapor. Assim como o alvejamento, a tintura pode ser feita por impregnação. Depois de tinto, o tecido é lavado e encaminhado para a secadeira e posteriormente para rama de acabamento.

3.3.3 - ESTAMPARIA - Destina -se a transformar os tecidos alvejados em tecidos estampados, conferindo-lhes características próprias. O setor de estamparia é composto pela máquina de estampar Stork e pela cozinha de tintas. A cozinha de tintas mistura as pastas e tintas para a máquina de estampar. A máquina de estampar é do tipo rotativa por cilindro perfurado. Os cilindros perfurados são instalados no equipamento de acordo com a estampa a qual se deseja produzir . O tecido alvejado seco entra na máquina. A pasta já adicionada com os pigmentos nas cores do desenho é bombeada para dentro dos cilindros e espatulada, à medida que o tecido corre pelo equipamento, produzindo, assim, o desenho determinado. 3.3.4 - EXPEDIÇAO – a expedição é composta por um conjunto de processos que têm por finalidade revisar, cortar, embalar e despachar o tecido, em conformidade com os padrões e parâmetros solicitados pelos clientes. 3.4 – UTILIDADES E ESTRUTURAS DE APOIO O empreendimento, para exercer a atividade têxtil, necessita de atividades de utilidade de todo o ciclo têxtil, tais como a geração de vapor, geração de ar comprimido, ETE, sub-estação elétrica, armazenagem de produtos químicos em tanques, armazenagem de lenha, entre outros. Com relação aos tanques aéreos que armazenam insumo para o ciclo produtivo, o empreendimento possui três tanques de soda cáustica e dois tanques de ácido sulfúrico. Todos esses tanques são dotados do devido dique de contenção. Outro insumo utilizado pelo empreendimento é o gás natural, fornecido por meio do sistema de cilindros, via transporte rodoviári o, agendado de acordo com a demanda. Tal utilidade está devidamente instalada de acordo com as normas técnicas aplicáveis. Está apenso a esse processo de regularização ambiental a análise qualitativa de risco - AQR - e o Plano de gerenciamento de risco – PGR, elaborados pelos profissionais competentes que realizaram a avaliação de risco

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do empreendimento. A partir desse diagnóstico, elaborou-se o devido plano para gerenciamento dos riscos diagnosticados. As recomendações elencadas nesses estudos deverão ser adotadas pelo empreendedor. 4 - CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL 4.1 - AVALIAÇÃO DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL O município de Paraopeba localiza–se na região Central de Minas Gerais, possuindo uma área de 625 Km2. Limita-se ao Norte com o município de Curvelo, a Leste, os municípios de Cordisburgo, Araçaí e Sete lagoas, ao Sul com o município de Inhaúma e a Oeste com o município de Papagaios. O município possui a temperatura média anual de 20,9ºC e a precipitação média anual em 1328 mm. A umidade relativa do ar, nos meses secos, chega a 60%. O clima, segundo a classificação de Köppen, é classificado como Cwa, ou seja, temperaturas moderadas com verão quente e chuvoso. No mês mais frio a média de temperatura é menor que 20°C. Sua topografia é composta por áreas de chapadas de plano a ligeiramente ondulado. Predominam, na região, basicamente 3 tipos de solos do tipo Latossolos, podzólicos e cambisolos. Esses são ocupados geralmente com agropecuária e silvicultura do eucalipto para fins energéticos, com áreas de vegetação de cerrado e regeneração em variados graus de evolução. O bioma da região é o cerrado - savana brasileira -, sendo identificadas algumas espécies típicas. O Cerrado na região apresenta as mais diversas formas de vegetação, desde campos sem árvores ou arbustos, até o cerrado lenhoso denso com a mata de galeria junto aos corpos hídricos. 4.1.1 - RESTRIÇÃO AMBIENTAL RELAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Com relação a Unidades de Conservação e Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade em Minas Gerais, as informações obtidas a partir do Atlas da Fundação Biodivérsitas e de consulta à base de dados georreferenciada do SIAM, acessado em 25/01/2010, apresentaram o seguinte resultado: Tabela 1 – Resumo da consulta com foco nas unidades de conservação:

Identificador Distância (Km) Tipo Nome Município

304 1.31 FLONA Paraopeba Paraopeba , Caetanópolis

O empreendimento não está inserido dentro de nenhuma de unidade de conservação – UC. No entanto, o mesmo se encontra nas proximidades da FLONA de Paraopeba, criada pela Portaria IBAMA nº 248, de 18 de julho de 2001. Vale esclarecer que esta UC de uso sustentável está inserida perifericamente à cidade de Paraopeba e era um horto florestal que, em 2001, foi enquadrada como Floresta Nacional. Foi apensada ao processo a devida manifestação desta unidade de conservação, atestando que não há interação que cause depreciação nesta unidade de conservação (protocolo R018598/2011 de 11/02/2011). Tabela 2 – Resumo da relevância ambiental em relação às Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade em Minas Gerais:

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Identificador Distância (m) Tipo Local Categoria

29 Coordenada dentro da Área Invertebrados Região de Paraopeba EXTREMA

Com relação a áreas prioritárias, o local se encontra dentro de área com status extrema para a proteção dos invertebrados. Convém salientar que a atividade do empreendimento é de natureza industrial, implantado dentro do núcleo urbano de Paraopeba, numa escala de tamanho considerada pequena, sendo o impacto ambiental mitigável e restrito à área do empreendimento. Logo, entende-se pela não relevância deste indicativo na situação específica deste empreendimento (circunstância da localização). A biodiversidade local foi alterada em virtude de ser um núcleo urbano do município de Paraopeba. Assim sendo, devido às ações antrópicas, o meio biótico encontra-se descaracterizado, quanto aos aspectos originais da fauna e flora locais. 5 - DA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS. Os recursos hídricos da região do empreendimento são constituídos pelo córrego do Matias, que é afluente do Córrego do Cedro. Estes corpos d’água pertencem à Bacia Hidrográfica Estadual do Rio Paraopeba e Bacia Hidrográfica Federal do Rio São Francisco. A finalidade do uso de recursos hídrico no empreendimento se dá da seguinte forma (tabela 3): Tabela 3 - Demanda hídrica da atividade industrial do empreendimento

Fonte: Adaptado Relatório técnico dos processos de outorgas avaliados concomitantemente. O consumo total estimado no empreendimento é de cerca de 300.000 m3/mês. O consumo industrial perfaz o valor de 27.814,40 m3/mês e é empregado nas diversas etapas do processo produtivo além da parte de utilidades (produção de vapor) este uso corresponde a 92,7 % da demanda hídrica total. Outros usos para irrigação de jardins, limpeza de instalações e consumo humano (dessedentação e uso sanitário) utilizam um volume de 2.185,20 m3/mês e correspondem aos 7,3 % restantes. Existe no empreendimento explotação de recursos hídrico que é realizado em 04 poços subterrâneos e uma captação em poço escavado (poço manual - cisterna) com os processos de outorga devidamente formalizados e avaliados de forma concomitante a este procedimento de regularização ambiental e descrito conforme tabela abaixo:

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Tabela 3 – Tabela resumo das premissas técnicas para explotação de recursos hídrico com fins de outorga de explotação de uso.

Processo de outorga

Modo de Uso Finalidade Vazão outorgada.

14917/2010 Captação em poço tubular - Poço 1

Consumo humano e industrial

10,15 m3/h durante 16 h/dia, 30 dias/mês = 4872,0m³/mês

14918/2010 Captação em poço tubular - Poço 2

Consumo humano e industrial

14,8 m3/h durante 16 h/dia, 30 dias/mês = 7104,0m³/mês

14919/2010 Captação em poço tubular - Poço 4

Consumo humano e industrial

5,0 m3/h durante 16 h/dia, 30 dias/mês = 2400,0m³/mês

14920/2010 Captação em poço

tubular - Poço 5 Consumo humano e

industrial 6,7 m3/h durante 16 h/dia, 30

dias/mês = 3216,0m³/mês

14921/2010 Captação em poço manual - Poço 3

Consumo humano e industrial

18 m3/h durante 16 h/dia , 30 dias/mês =9180,0m³/mês

Volume de água outorgado 26.772m³/mês Fonte: Premissas técnicas para concessão das outorgas pleiteadas. Existe também a circunstância de que parte do consumo de água é atendida pela concessionária local . O volume desta explotação é tido como complementar e em situações de manutenção de algum conjunto de recalque dos poços subterrâneos do empreendimento. Em razão das concessões apresentadas, verificadas e regularizadas em função dos volumes de explotação em relação às necessidades do empreendimento, entende-se que o em relação ao uso de recursos hídricos encontram adequadamente regularizados . O empreendimento contempla uma estação de tratamento de efluentes líquidos industriais e sanitários - ETE, que encontra em funcionamento e vem atendendo os parâmetros descritos na legislação aplicável, inclusive com programa de auto monitoramento. O Córrego do Matias é o receptor dos efluentes tratados. Existe um acompanhamento trimestral (automonitoramento do empreendimento) a montante e a jusante do ponto de lançamento e não foi evidenciada alteração significativa de parâmetros técnicos deste acompanhamento. Conforme determina a Portaria IGAM 29/2009, em seu Art. 4°, os empreendimentos que estiverem fora da área de drenagem da Sub Bacia do Ribeirão da Mata, Bacia Hidrográfica Estadual do Rio das Velhas, bem como as pessoas físicas incluídas no interior da área de drenagem, estarão temporariamente isentos da outorga de lançamento de efluentes, até que ocorra a convocação pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas para esse fim. Diante do exposto, até que haja convocação pelo órgão ambiental, o empreendimento em questão está, temporariamente, dispensado de solicitar a outorga para “lançamento de efluentes tratados” em curso d’água. O empreendimento atende as normas relacionadas ao uso de recursos hídricos em nossa avaliação.

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6 - RESERVA LEGAL E ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E EXPLORAÇÃO FLORESTAL Com relação a Reserva Legal, a mesma não se aplica, uma vez que o empreendimento não está localizado em área rural. O empreendimento possui área de preservação permanente - APP - dentro de seu terreno ou delimitando o mesmo , considerando-se uma faixa de 30 metros a partir da margem do leito do córrego do Matias. A maior parte desta área é ocupada com um bosque de indivíduos arbóreos nativos , devidamente preservado pelo empreendedor e inseridos na gleba do empreendimento. Uma pequena porção tem um acesso externo secundário do empreendimento. Ressalta-se que o córrego do Matias já se encontra parcialmente canalizado e urbanizado, a montante e na parte periférica ao empreendimento , estando devidamente licenciado por meio do certificado de LP+LI Nº 048/2012, tendo como empreendedor a Prefeitura de Paraopeba. Esta intervenção tem o caráter de utilidade pública , devidamente formalizado de forma a descaracterizar completamente a pertinência de uma APP neste local. Em razão desta ocupação considera-se pela não aplicabilidade das restrições pertinentes a APP, em razão das circunstâncias elencadas acima . O empreendimento utiliza lenha para a geração de energia térmica e foi apensado ao processo o devido cadastro de consumidor de produtos florestais expedido pelo IEF, com validade até 31/01/2013. 7 - IMPACTOS AMBIENTAIS E MITIGAÇÕES Os principais impactos ambientais proveni entes da atividade desenvolvida pela empresa, identificados no RCA são:

• Geração de efluentes líquidos provenientes das atividades industriais; • Geração de emissões atmosféricas provenientes das caldeiras e aquecedor de óleo térmico e

desidratação de lodo da ETE; • Geração e disposição de resíduos sólidos industriais; • Despejos de efluentes sanitários; • Geração de emissões de ruídos; • Dispersões fugitivas de substâncias odoríficas;

7.1 - EFLUENTE LÍQUIDO INDUSTRIAL Os efluentes líquidos serão gerados em todas as fases do empreendimento, produzindo vazões significativas e com altas cargas orgânicas e químicas, o que exigem tratamento adequado para seu lançamento no curso d’água. A vazão diária gerada está estimada em 35 m3/hora, vazão contínua com picos de até 40 m3/h e com período de operação contínuo (24 hs). Estes efluentes são provenientes dos setores industriais de beneficiamento, estamparia, engomadeira, do setor de caldeiras e secagem de lodos e são acrescidos dos efluentes sanitários (parte). Tais efluentes são direcionados à ETE que realiza o tratamento. Esta ETE baseia-se no sistema de lodos ativados.

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O sistema de mitigação para os efluentes líquidos industriais e sanitários tem a seguinte sistemática de tratamento:

• gradeamento; • tanque de equalização; • tanque de correção de pH; • tanque de aeração; • decantador; • re-circulador de lodo; • adensador de lodo dinâmico; • prensa desaguadora de lodo.

Ressalta-se que a ETE encontra-se instalada e operante e acompanhada por um programa de auto monitoramento realizado pelo atual empreendedor. Vale destacar que a ETE está em fase final de atualização tecnológica e de reforma de equipamentos e estruturas da mesma , sendo a exemplo:

• limpeza do tanque de equalização e dos tanques de aeração (material decantado); • instalação de peneira com escova rotativa na entrada do tanque de equalização; • troca da comporta de medição de vazão; • instalação de nebulizador para neutralizar odores; • melhorias hidráulicas - “afogamento” das tubulações de retorno de água de lavagem da prensa e

escoamento do adensador de lodo; • substituição do aerador superficial do tanque de equalização; • reforma dos ponto onde concreto tinha as ferragens expostas na ETE; • troca de todos os guarda corpos da ETE; • instalação da rede e difusores de ar no fundo do tanque de aeração; • recuperação do tanque do decantador secundário (limpeza do material sedimentado, troca de

tubulações avariadas); • troca dos raspadores inferiores e superiores; • atualização de equipamento e instrumentos do laboratório de análise para acompanhamento dos

processos da ETE; • troca de varias bombas obsoletas da ETE; • troca da pressa de lodos antiga por uma mais eficiente; • instalação de sensor de PH; • troca do tanque de armazenagem e bomba de ácido sulfúrico.

Conforme informado pelo empreendedor, a ETE foi instalada pela antiga empresa têxtil que empreendia a planta industrial , com uma vazão de trabalho de 80 m3/h. Conclui -se, dessa maneira, que a ETE instalada atende plenamente a atual demanda dos efluentes líquidos produzidos pelo processo produtivo da Tear Têxtil, em razão da redução da vazão de operação, com a manutenção de características do efluente industrial líquido oriundo da atividade têxtil (PCA Anexo 17 pág – 368). No pré tratamento , o efluente l íquido industrial bruto segrega-se de sólidos mais grosseiros , por meio de uma peneira estática. O efluente sanitário e dos vestiários são conduzido para um taque séptico antes da equalização. Mesmo destino é dado a todo o efluente industrial proveniente dos setores industriais. Segue, abaixo, o fluxograma do sistema de tratamento de efluentes líquidos industriais .

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Figura 2 – Fluxograma do tratamento de efluente líquidos oriundos da atividade têxtil (em destaque).

Fonte: Adaptado RCA. Após o pré tratamento, o efluente é equalizado e verificado, caso necessário, é feita a neutralização do mesmo . Deste ponto, o efluente é encaminhado aos tanques de aeração (2 tanques), onde é realizada a movimentação e turbilhonamento por aeradores superficiais. Aqui o empreendedor instalou o sistema de ar difuso por sopradores, que atualmente aguarda adequação da parte elétrica para entrar em funcionamento. Os aeradores superficiais ficam em caráter de reserva. O efluente tratado nos tanques de aeração segue por gravidade para tanque do decantador secundário, onde, após , realizada a decantação, o efluente clarificado é vertido e o lodo é decantado. Esse lodo pode ser re-circulado para o tanque de aeração ou enviado para o adensador de lodos , para iniciar o seu processo de desaguamento com o envio do lodo adensado para o sistema de prensa, seguido do sistema de desidratação pelo secador de lodos. O efluente líquido, após tratamento, é lançado no córrego do Matias, que se apresenta com a qualidade de suas águas comprometidas, independentemente do lançamento das águas residuárias da empresa Tear Têxtil Ind. e Com. ltda, devido ao recebimento dos esgotos sanitários da quase totalidade dos habitantes da cidade de Paraopeba, que as tornam impróprias para um uso mais exigente. Outro aspecto a ser mencionado é que a empresa desenvolve um sistema de tratamento complementar para reaproveitamento da água industrial - ETA, com um sistema de tratamento de água (clarificação e desinfecção), com a capacidade de 60 m3/h e com um volume total médio de 240 m3/dia de água reutilizada. Este volume de água é bombeado para a caixa de água principal (água para fins industriais), para suprir a demanda hídrica da atividade da manufatura têxtil. O lodo resultante da operação da ETA é encaminhado ao decantador da ETE. Ressalta-se que, de acordo com o auto monitoramento executado no ano de 2011, foram verificadas violações pontuais dos parâmetros de lançamento de efluentes líquidos em curso d’água. Em razão disto, o empreendedor foi devidamente enquadrado no AI Nº 57866/2011, originando o PA nº 12193/2009/004/2011, bem como foi determinado ao empreendedor que tomasse as devidas medidas técnicas para a conformidade integral dos parâmetros de lançamento de efluente tratado em cursos d’água.

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As últimas análises referentes ao ano 2012 (jan a abril), o efluente tratado encontra-se em conformidade com os parâmetros de lançamento estabelecidos pela legislação (DN conjunta COPAMA CERH 01/2008). O último laudo de monitoramento foi-nos apresentado em 10/05/2012 protocolo nº R238915/2012, que apontou atendimento aos limites estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 001/2008. Em razão da situação precária da qualidade hídrica do córrego do Diogo que recebe quase a totalidade do esgotamento sanitário da cidade de Paraopeba, as análises deste curso d’água antes e depois do lançamento do efluente tratado apresentam oscilações nos padrões, não permitindo uma caracterização adequada. A equipe técnica da Supram Central expõe sua preocupação com a situação acima relatada, uma vez que o município de Paraopeba não apresenta Estação de Tratamento de Esgotos - ETE, estando o córrego do Diogo nitidamente impactado com o lançamento direto dos efluentes domésticos das residências do município. Como este Parecer Único limita-se a abordar aspectos ligados ao licenciamento ambiental de operação corretiva da Tear Têxtil Ind. e Com. Ltda., não há como estabelecer, neste documento, medidas para serem cumpridas pela Prefeitura Municipal de Paraopeba. 7.2 EFLUENTE LÍQUIDO SANITÁRIO O número de funcionários perfaz um contingente de 850 pessoas, que estão distribuídos em 03 turnos de 8 horas cada , durante 24 h/dia e 7 dias da semana. A estimativa de geração de efluente sanitário e de águas servidas dos vestiários gerados pelos colaboradores e eventuais pessoas externas ao empreendimento é da ordem de 59,5 m3/dia. Parte do efluente sanitário é incorporado ao efluente industrial no tanque de equalização para, depois, ser tratado. A equipe técnica da Supram Central considera tecnicamente tolerável esta forma de destinação, uma vez que a vazão do efluente sanitário em relação à vazão do efluente industrial têxtil é pequena . Ressalta-se que verificamos que o esgotamento sanitário do galpão da fiação está interligado ao sistema de água pluvial , desaguando no córrego do Matias. Já os banheiros da área administrativa e vestiários estão interligados a coleta municipal , que também está direcionado para o mesmo córrego. Em razão desta circunstância , é necessária a devida adequação que consiste na interligação do ponto de geração com a linha de efluente bruto ou, no caso especifico desta impossibilidade, a devida instalação de um sistema independente tipo fossa séptica, seguida de filtro anaeróbico e sumidouro, observando a norma NBR 7229/93. Tal medida será objeto de condicionante, deste parecer. 7.3 EMISSÃO ATMOSFÉRICA e EFLUENTE FUGITIVOS ODORIFICOS Os efluentes atmosféricos originam-se da queima de biomassa (lenha) em duas caldeiras, sendo: uma de 7.000 kg/vapor hora (titular) com um tempo médio de operação de 24 horas e outra com 4.000 kg/vapor /hora (reserva). Existem também dois aquecedores de óleo térmico, sendo que o titular tem como combustível a lenha em regime de funcionamento de 24 h e o reserva tem como funcionamento o gás natural. Outro equipamento que utiliza energia térmica é o secador de lodos que tem como combustível o gás natural , com tempo médio de operação de 8 h/dia para a desidratação do lodo oriundo da ETE.

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A título de conhecimento, toda a estrutura de geração de vapor movida a óleo BPF (caldeira, tanque de armazenamento e outros) foi descomissionada e substituída pela caldeira à biomassa. Esta medida propicia a adequação deste aspecto ambiental em relação aos vizinhos , além do uso de uma fonte renovável de energia. Já existe implantado, sistema de multiciclone no aquecedor de óleo térmico movido a lenha e de multiciclone e lavador de gases na caldeira principal. O monitoramento inicial realizado pela empresa, em meados de julho de 2011, quando assumiu as atividades no empreendimento, ratificou a situação de manutenção precária nos aparatos mitigatórios das emissões atmosféricas na caldeira principal. Em razão disso, foi determinada institucionalmente pela Supram CM por meio do OF nº 2180/2011, ações para a devida adequação e atendimento aos parâmetros de emissão. Trata-se da caldeira reserva (lenha) tem o lavador já adquirido e com previsão do término da montagem para meados de julho/2012. Salientamos que a operação desta caldeira fica condicionada a completa instalação deste sistema de tratamento. Outras fontes de emissões, sobretudo de particulados , são os setores de fiação e tecelagem. Além disto, são gerados vapores nos vários equipamentos utilizados no processo produtivo, como: engomadeira (cilindros de secagem do fio), lavadoras, estamparia. Estes vapores têm potencial de veicular frações de soluções alcalinas, goma, pigmentos, amaciantes. Nestes ambientes, existem sistemas de exaustão de vapores, os quais são retirados do ambiente ocupacional e lançados externamente às instalações do empreendimento. Está sendo desenvolvido pela empresa um estudo sobre odores do processo têxtil, sendo estabelecido, até o fim do mês de junho para encaminhamento do estudo e suas recomendações. Estas melhorias estão sendo preventivamente condicionadas, caso o estudo aponte relevâncias neste aspecto, inclusive encampando todas as recomendações técnica descritas no escopo do mesmo. 7.4 RESÍDUOS SÓLIDOS A geração de resíduos sólidos contempla principalmente resíduo do processo têxtil (resíduos do algodão), embalagens em geral (bombonas, tambores, bag), resíduos do processo de embalagem e escritório (papel, plástico), cinza oriunda do sistema de caldeiras, lodo orgânico, lixo doméstico, entre outros e está quantificada na tabela a seguir inclusive com sua forma de destinação. Tabela 4– Tabela resumo da geração de resíduos referente à operação industrial têxtil do TEAR TÊXTIL em Paraopeba

Nome do resíduo Equipamento ou

operação geradora de resíduo

Classe de resíduos (NBR 10.004/2004)

Taxa mensal máxima de

geração Destinação

Material têxtil Fiação e engomadeira II 55.000 Kg/mês

Doação ou venda

Papel/plásticos Geral II 7.000

Kg/mês Doação ou

venda Embalagens

contaminadas com produtos químicos e

oleosos

Engomadeira, beneficiamento/

estamparia I 400 und/mês

Doação ou venda

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Resíduo de algodão Fiação IIA 44.170 Kg/mês

*Aterro municipal

Outros resíduos não perigosos diversos

Geral II 12.000 Kg/mês

* Aterro municipal

Sucata de madeira

Geral

II 5.000

Kg/mês Doação ou

venda

Sucatas metais ferrosos

Geral II 30 T/mês Doação ou venda

Sucatas metais não ferrosos

Geral II 300 Kg/mês Doação ou venda

Lâmpadas Geral I 3.000 und/ano

Doação ou venda

Lodo da ETE ETE IIA 100 T/mês Aterro

industrial de terceiros.

Óleo lubrificante Manutenção 1 5.000 L/mês Doação ou

venda Fonte: Adaptado RCA/PCA. Enfatiza-se a necessária destinação à empresas licenciadas, para garantir a correta destinação dos resíduos gerados no empreendimento. Os resíduos sólidos gerados no processo produtivo, constituídos basicamente por pedaços de fios, casquinhas e fibrilhas de algodão e pontas de malhas, são, via de regra, comercializados . O lodo da ETE é direcionado para o sistema de secagem implantado na área da empresa e posteriormente encaminhado para o aterro industrial da empresa Essencis Soluções Ambientais. Este lodo é caracterizado de tempos em tempos, segundo a NBR 10.004, sendo considerado como resíduo Classe II -A – Não Inerte. Os resíduos de papel e papelão são vendidos para empresas recicladoras, assim como os resíduos de algodão, segundo constam nas planilhas de resíduos encaminhadas a SUPRAM. Outros resíduos não perigosos diversos são enviados ao deposito de lixo municipal. De acordo com o verificado no SIAM, a municipalidade de Paraopeba não realizou ainda a devida regularização deste deposito de resíduo sólido urbano. Em razão disto, fica condicionado ao empreendedor destinar integralmente todos os seus resíduos não segregáveis a aterro industrial ou aterro sanitário devidamente regularizado. Está condicionada a melhoria do galpão de armazenagem provisório de resíduos do empreendimento, de modo a garantir a total adequação técnica na segregação e armazenamento provisório até a sua destinação final . Deverá o empreendedor ainda protocolar junto à SUPRAM CM, semestralmente, os comprovantes de destinação final dos resíduos recicláveis, dos resíduos não recicláveis, das embalagens plásticas, resíduos oleosos e da destinação do lodo da ETE, conforme disposto em condicionante, deste parecer.

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7.5 RUÍDOS Os ruídos gerados no empreendimento foram alvo de medição técnica nos estudos ambientais. Por ocasião da vistoria, foi verificada, na área do processo industrial, a incidência de ruído em níveis que necessitem de uma mitigação aos trabalhadores (Epi’s). Os arredores da fábrica é mitigada pelo enclausuramento não se percebendo ruído que cause incomodo a vizinhos ou transeuntes. Foi -nos apresentado em 20/01/2012 sob nº R194594/2012 laudo da campanha de caracterização de pressão sonora , em cinco pontos (Relatório Técnico nº 010/2012), emitido pela empresa SEGMA o qual apontou atendimento aos limites definidos pela Lei Estadual 10.100/90. O documento conclui que o empreendimento está atendendo a legislação aplicável na matéria. Esta avaliação será adotada no programa de auto monitoramento para o acompanhamento deste parâmetro. 8 ASSINATURA DE TAC E SEU ATEDIMENTO No dia 31/07/2009, foi realizada uma vistoria técnica no empreendimento , para embasamento deste parecer único sobre o pleito de regularização ambiental. Este procedi mento foi formalizado pelo auto de fiscalização – AF nº 00280/2009 e subsidiou a lavratura do Auto de infração nº 009972/2009. Este procedimento deu origem ao processo administrativo nº 2193/2009/001/2009 (em análise jurídica), determinando a multa pecuniária e suspensão das atividades, em razão da falta da devida licença ambiental sem a constatação de poluição. No dia 24/08/2009, foi firmado o Termo de Ajuste de Conduta entre a SEMAD, interveniada pela SUPRAM CM, e o empreendedor, para, em caráter extraordinário, poder funcionar suas atividades e se comprometer e aprazar o processo de ajuste de incoerência na regularização ambiental. Em 19/11/2009, o empreendedor formalizou o pleito de regularização ambiental do empreendimento Tear TÊXTIL Ind. e Com. Ltda da unidade industrial de Paraopeba para a atividade de fiação, tecelagem plana e tubular , com acabamento com fibras naturais e sintéticas – código C 08-08-7, classe 6.

No dia 05/02/2010, foi realizada uma segunda vistoria técnica no empreendimento para a verificação da situação atual , bem como avaliar a situação dos itens do Termo de Ajuste de Conduta. Este procedimento foi formalizado pelo auto de fiscalização – AF nº 013331/2010. O empreendedor solicitou e justificou a prorrogação do prazo de vigência do TAC (protocolo R104125/2010), que é foi respondido pelo AF nº 716/2011 , indicando pela postergação até a concessão da devida regularização ambiental. A seguir, apresentamos os tópicos relativos ao item 2 – Obrigações, acrescido do status de atendimento, para a possibilidade do funcionamento excepcional do empreendimento: Item – 1 “Apresentar documentação para a formalização do processo de Licença de Operação Corretiva solicitada no Formulário de Orientação Básico. Prazo:90 dias.” Status: OK - Processo Administrativo formalizado adotando o nº 00079/1986/006/2009 junto a SUPRAM CM e evidenciado pelo recibo de documentos nº 668612/2009, de 19/11/2009. Item – 2 “Acompanhar o processo de licenciamento atendendo às requisições de informações técnicas, quando efetuadas pela equipe da SUPRAM CM. Prazo: de imediato .”

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Status: OK - O empreendedor vem atendendo prontamente as solicitações da equipe da SUPRAM CM. Item – 3 “Apresentar o cronograma da mudança informado as medidas de controle adotadas para cada etapa do processo produtivo. Prazo: 10 dias”. Status: OK Atendido formalmente, conforme documento protocolado em 01/09/2009, sob nº R 267032/2009. Item – 4 “Apresentar relatório descritivo e fotográfico comprovando a execução das etapas de mudança e medidas de controle adotadas. Prazo: Bimestral.” Status: OK Foi atendido por meio da apresentação das informações: Protocol os nº R 290618/2009 de 27/10/2009; R309491/2009 de 18/12/2009; R023207/2010 de 02/03/2010; R 053345/2010 de 13/05/2010 e R 075502/2010 de 08/07/2010), até a finalização da mudança. Item – 5 “Implantar o Programa de Automonitoramento realizado na unidade de Contagem na unidade de Paraopeba. Prazo: De acordo com a periodicidade aprovada”. Status: OK – Foi verificado, em vistoria, que o Plano de Gerenciamento de Resíduo Sólido foi implantado e está nos moldes da unidade de Contagem. Foi evidenciada a análise de pressão sonora e controle de resíduos sólidos e destinação (R010554/2010, de 29/01/2010). As gerações de efluentes líquidos estão sob monitoramento sistematizado e acompanhados pela Supram Cm. Foi adotado o devido monitoramento dos efluentes líquidos, bruto e tratado, e particulados atmosféricos . Considera-se que a atividade industrial vem sendo satisfatoriamente acompanhada pelo programa de auto-monitoramento da Tear Têxtil , Unidade de Paraopeba . De acordo com o constatado e evidenciado acima , as cláusulas do TAC encontram-se adequadamente cumpridas. Enfatiza-se que a documentação que evidencia formalmente o atendimento aos itens acima enumerados encontram-se apensados aos PA’s nº 12193/2009/001/2009 (AI), PA nº 12193/2009/002/2009 (LOC) e PA nº 2193/2009/004/2011 (AI). Além disso, ressalta-se que, de acordo com o auto monitoramento executado no ano de 2011, foram verificadas violações pontuais dos parâmetros de lançamento de efluentes líquidos em curso d’água. Em razão disto, o empreendedor foi devidamente enquadrado no AI Nº 57866/2011, originando o PA nº 12193/2009/004/2011, bem como foi determinado ao empreendedor que tomasse as devidas medidas técnicas para a conformidade integral dos parâmetros de lançamento de efluente tratado em cursos d’água. 10. Compensação Ambiental Com relação à compensação ambiental estabelecida pela Lei Federal no 9.985/2000 e Decreto Estadual 45.175/09 (SNUC), constatou-se que a operação da atividade acarreta significativo impacto ambiental, ciclo têxtil completo da fiação ao acabamento em relação à deterioração da qualidade de vida da população marginal a unidade industrial. A seguir, seguem alguns argumentos: - Está instalada em um loco misto, predominantemente urbano, sendo a atividade têxtil consumidora de volumosa quantidade de água por dia;

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- A atividade de acabamento é classificada como grande potencial poluidor em razão da grande quantidade de insumos químicos utilizados, do expressivo consumo de água e da geração de efluente líquido industrial de certa complexidade para o tratamento; - Existem a percepção de odores emanado pela atividade, agravado ainda por não existir legislação que regulamenta a questão. - Promove um fluxo de caminhões com produtos e insumos na empresa que causa certo distúrbio na área urbana do Município (barulho, fuligem principalmente). 11 Controle Processual O processo encontra-se formalizado e instruído com a documentação listada no Formulário de Orientação Básica – FOB, constando, dentre outros, a Declaração da Prefeitura Municipal de Paraopeba de que a atividade e o local de instalação do empreendimento estão em conformidade com as leis e regulamentos administrati vos do município, fls. 23. Em atendimento ao Princípio da Publicidade e ao previsto na Deliberação Normativa COPAM Nº. 13/95 foi publicado pelo empreendedor em jornal de grande circulação o requerimento da Licença de Operação Corretiva e pelo órgão ambien tal foi publicado no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, fls. 413 e 416. Os custos de análise foram quitados em sua integralidade e comprovados através dos recibos acostados aos autos do processo. Os estudos apresentados estão acompanhados das ARTs dos responsáveis técnicos , anotado junto aos respectivos órgãos de classe dos profissionais, fls. 295 e 411. A certidão negativa de débito ambiental foi expedida pela Diretoria Operacional da SUPRAM CM, dando conta da inexistência de débitos ambientais até aquela data. Em referência a Compensação Ambiental, Dispõe o artigo 2º do Decreto 45.175/2009, alterado pelo Decreto 45.629/2011, que Incide a compensação ambiental nos casos de licenciamento de empreendimentos considerados, com fundamento em EIA/RIMA, como causadores de significativo impacto ambiental pelo órgão competente. O §2º do artigo 5º, do mesmo diploma, estabelece que os empreendimentos em implantação ou operação e não licenciados estão sujeitos a compensação ambiental na licença corretiva, desde que tenha ocorrido significativo impacto ambiental a partir de 19 de julho de 2000. Identificada pela análise técnica a ocorrência de significativos impactos ambientais na operação do empreendimento, nos termos acima expostos, incide a compensação ambiental, com fundamento no artigo 10 do decreto 45.629/2011, que afasta, nesta hipótese, a obrigatoriedade da apresentação de EIA/RIMA para identificação de impactos significativos e fundamento de tal incidência. Trata-se de um empreendimento classe 6 (seis), cuja análise técnica é conclusiva para concessão da Licença de Operação Corretiva, com validade de 4 (quatro) anos, condicionado às determinações constantes nos anexos deste parecer. Deste modo, não havendo óbice, recomendamos o deferimento nos termos do parecer técnico.

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12. Conclusão Este parecer é favorável à concessão da licença de operação em caráter corretivo ao empreendimento Tear Têxtil – unidade fabril de Paraopeba, para a atividade de fiação e tecelagem plana e tubular com fibras naturais e sintética com acabamento, classe 6, processo administrativo COPAM nº 12193/2009/002/2009, condicionando esta licença ao atendimento das exigências no ANEXO I e II dentro dos prazos estipulados.

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana - SUPRAM CM

SUPRAM - CENTRAL

Rua Espírito Santo, 495 - Centro - CEP: 30160-030 Belo Horizonte/MG

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ANEXO I CONDICIONANTES DA LICENÇA

Processo COPAM Nº: 12193/2009/002/2009

Classe/Porte: 6 / Grande

Empreendimento: Tear Têxtil – unidade fabril de Paraopeba Atividade: Fiação e tecelagem plana e tubular com fibras naturais e sintética sem acabamento. Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 4 anos

ITEM DESCRIÇÃO PRAZO*

1

Protocolar perante a Gerência de Compensação Ambiental do IEF, no prazo máximo de 30 dias contados do recebimento da Licença, processo de compensação ambiental, conforme procedimentos estipulados pela Portaria IEF Nº.: 55, de 23 de abril de 2012

30 dias

2

Adequar os dois pontos de geração de efluente sanitário, sendo um deles localizado no galpão de fiação e o outro oriundo dos banheiros da área administrativa e vestiário. Deverá ser devidamente dimensionadas pelo número de usuários caso seja adotado o tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbica e sumidouro ou interligado com a rede coletora de efluente bruto com destino a ETE do empreendimento existente.

90 dias

3

Implantar/Adequar o sistema de gerenciamento de resíduos sólidos gerados no empreendimento , com coleta, separação dos resíduos segregáveis e adequar local para triagem e armazenamento temporário desses materiais, conforme legislações vigentes.

90 dias

4 Apresentar o certificado de vistoria final emitido pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais.

30 (trinta) dias após a emissão do mesmo pelo

CBMG

5

Adotar integralmente todas as sugestões de melhoria sugeridas no estudo de percepção/geração de odores do processo têxtil abordados no escopo deste estudo. O cronograma de execução fica restrito para até 180 dias.

180 dias

6 Regularizar a emissão do efluente tratado (outorga para a emissão de efluente tratado) no córrego Matias.

90 dias

7

Destinar integralmente os resíduos sólidos não segregáveis exclusivamen te a aterro sanitário ou ao aterro industrial devidamente regulariza do ambientalmente.

Durante a vigência da Licença

8

Comunicar ao SISEMA por meio da SUPRAM CENTRAL METROPOLITANA a respeito de qualquer modificação nos equipamentos e/ou processos que causem qualquer mudança em algum parâmetro ambiental e Relatar formalmente ao SISEMA todos os fatos que ocorram no empreendimento que causem ou possam causar impacto ambiental negativo imediatamente à constatação.

Durante a validade da Licença

9

Executar o programa de auto-monitoramento dos efluentes líquidos industriais e sanitários, resíduos sólidos, emissões gasosas e ruídos sonoros conforme definido pelo Programa de Auto-monitoramento, anexo I I.

Durante a validade da Licença

(*) Contado a partir da data de concessão da LOC ou outro especificado

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OBSERVAÇÕES I - O não atendimento aos itens especificados acima, assim como o não cumprimento de qualquer dos itens do PCA apresentado ou mesmo qualquer situação que descaracterize o objeto desta licença, sujeitará a empresa á aplicação das penalidades previstas na Legislação Ambiental e ao cancelamento da Licença de Operação obtida;

II - Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas no Anexo único deste parecer poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM, mediante análise técnica e jurídica, desde que não alterem o mérito/conteúdo das condicionantes. III - Em razão do que dispõe o art. 6º da Deliberação Normativa COPAM nº.13/1995, o empreendedor tem o prazo de 10 (dez) dias para a publicação, em periódico local ou regional de grande circulação, da concessão da presente licença. IV) Cabe esclarecer que a SUPRAM CM não possui responsabilidade técnica sobre os projetos de controle ambiental e programas de treinamentos aprovados para implantação, sendo a execução, operação, comprovação de eficiência e/ou gerenciamento dos mesmos de inteira responsabilidade da própria empresa, seu projetista e/ou prepostos.

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Anexo II

PROGRAMA DE AUTOMONITORAMENTO

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Classe/Porte: 6 / Grande

Empreendimento: Tear Têxtil – unidade fabril de Paraopeba Atividade: Fiação e tecelagem plana e tubular com fibras naturais e sintética com acabamento.

1. Efluentes líquidos industriais e sanitários

Local de amostragem Parâmetro Freqüência pH, temperatura, vazão média diária

Diária

Entrada da ETE (após remoção de sólidos

grosseiros)

Sólidos em suspensão, sólidos sedimentáveis, DQO

Semanal

DBO, Óleo e Graxas e detergentes

Quinzenal

pH, temperatura, vazão média diária Diária

Saída da ETE Sólidos em suspensão, sólidos sedimentáveis, DQO, cor.

Semanal

DBO, óleos e graxas e detergentes Quinzenal

Córrego do Matias (a montante e

a jusante do lançamento do efluente tratado)

PH, sólidos sedimentáveis, temperatura, OD e DBO, cor.

Trimestral

(*) justificar tecnicamente, no primeiro relatório, a distância tomada à jusante Apresentar à Feam, até o dia 31 de março de cada ano, a Declaração de Carga Poluidora referente ao ano civil anterior, de acordo Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH 01/2008. Ø Relatórios : Enviar semestralmente a SUPRAM CM, até o dia 10 do mês subseqüente, os resultados das

análises efetuadas, e informar a produção industrial e número de empregados, no período. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises.

Ø Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO, ou na ausência delas, no Standard Methods for

Examination of Water and Wastewater APHA – AWWA, última edição.

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2. Efluentes atmosféricos

Local de amostragem Parâmetro Freqüência Chaminé da caldeira 1 Material Particulado Semestral

Chaminé da caldeira 2 Material Particulado Semestral

Chaminé do aquecedor de óleo Kronus

Material Particulado Semestral

Secador de lodo Material Particulado Semestral

Ø Relatórios de amostragem: Enviar anualmente à SUPRAM CM até 45 dias após a data de realização da

amostragem, os resultados das análises efetuadas, acompanhados pelas respectivas planilhas de campo e de laboratório, bem como dos certificados de calibração do equipamento de amostragem. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas amostragens. Para os parâmetros previstos na DN COPAM n.º 011/86, os resultados apresentados nos laudos analíticos deverão ser expressos nas mesmas unidades dos padrões de emissão.

Ø Método de amostragem: normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency-EPA.

3- Resíduos Sólidos Deverão ser enviadas semestralmente à SUPRAM CM planilhas mensais de controle da geração e disposição dos resíduos sólidos gerados, contendo, no mínimo, os dados do modelo abaixo, bem como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações:

Resíduo Taxa de geração no

período

Transportador (nome,endereço,

telefone)

Empresa receptora (nome, endereço,

telefone)

Forma de disposiçã

o final (*)

Denominação Origem

(*) 1- Reutilização 2 - Reciclagem 3 - Aterro sanitário 4 - Aterro industrial 5 - Incineração 6 - Co-processamento 7 - Aplicação no solo 8 - Estocagem temporária (informar quantidade estocada) 9 - Outras (especificar) Ø Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá comunicar previamente

a SUPRAM CM, para verificação da necessidade de licenciamento específico.

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Ø As notas fiscais de vendas e/ou movimentação de resíduos deverão ser mantidas disponíveis pelo empreendedor, para fins de fiscalização.

Ø As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas. Ø Deverá ser apresentada declaração da empresa proprietária do aterro industrial, informando o volume

de resíduo recebido e sua destinação final, sempre que houver o envio. Ø Manter atualizada a documentação da Licença Ambiental do Aterro Industrial destinado ao recebimento

dos resíduos sólidos. 4 – Ruído Ambiental

Local de Amostragem Parâmetros Freqüência

No entorno do empreendimento, baseando-se na Lei Estadual 10.100

de 17/01/90

Nível de pressão sonora (ruído) Semestral 1ª medição: apresentar laudo

em até 60 (sessenta) dias após a concessão da licença

Enviar semestralmente a SUPRAM – CENTRAL os resultados das medições de ruídos, em no mínimo 4 pontos, nos limites da empresa, durante período de funcionamento do empreendimento, de acordo com a Lei Estadual nº 10.100 de 17/01/1990, sendo que o primeiro relatório deverá ser enviado a SUPRAM - CENTRAL, no máximo em 60 (sessenta) dias, contados a partir da data de concessão da Licença de Operação Corretiva. Os demais resultados das análises efetuadas, até o 10º dia do mês de vencimento do prazo estabelecido. O relatório deverá ser de laboratórios cadastrados conforme DN 167/2011 e deve conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises.