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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA ADMINISTRATIVA NÚCELO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS 1 PROCESSO Nº PGE2010164172-0 PROCURADORIA GERAL DO ESTADO – PGE PARECER N° PA-NLC-LBC-VSN-207/2014 CONTRATO. Serviços terceirizados necessários ao funcionamento das atividades básicas de caráter geral dos órgãos e entidades da Administração Pública do Poder Executivo Estadual. Reajustamento e revisão contratual. Constituição Federal, Leis federais nº 8.666/03 e nº 10.192/01 e Leis estaduais nº 9.433/05 e nº 12.949/14. Instrução SAEB 008/2014. Considerações. Trata-se da padronização de orientação jurídica acerca da manutenção das condições das propostas pertinentes a contratos de serviços terceirizados necessários ao funcionamento das atividades básicas de caráter geral dos órgãos e entidades da Administração Pública do Poder Executivo Estadual capitulados no art. 67, parágrafo único, inciso IV, da Lei estadual nº 9.433/05 com regulamento do Decreto nº 12.366 de 30 de agosto de 2010. No âmbito desta Procuradoria Administrativa foi expedida a Ordem de Serviço nº PA-NLC-002/2014, que constituiu grupo de trabalho, composto pelas subscritoras deste parecer, para analisar e emitir pronunciamento sobre o tema, com o propósito de relacionar elementos e providências a serem adotadas na instrução dos processos de revisão e reajuste de tais contratos. É o relatório. Passamos a opinar. 1. Considerações iniciais A Constituição Federal elevou a garantia do equilíbrio econômico- financeiro do contrato administrativo à categoria de preceito constitucional ao

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA ADMINISTRATIVA

NÚCELO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

1

PROCESSO Nº PGE2010164172-0 PROCURADORIA GERAL DO ESTADO – PGE PARECER N° PA-NLC-LBC-VSN-207/2014

CONTRATO.Serviços terceirizados necessários ao funcionamento das atividades básicas de caráter geral dos órgãos e entidades da Administração Pública do Poder Executivo Estadual. Reajustamento e revisão contratual. Constituição Federal, Leis federais nº 8.666/03 e nº 10.192/01 e Leis estaduais nº 9.433/05 e nº 12.949/14. Instrução SAEB nº 008/2014. Considerações.

Trata-se da padronização de orientação jurídica acerca da manutenção

das condições das propostas pertinentes a contratos de serviços terceirizados necessários

ao funcionamento das atividades básicas de caráter geral dos órgãos e entidades da

Administração Pública do Poder Executivo Estadual capitulados no art. 67, parágrafo

único, inciso IV, da Lei estadual nº 9.433/05 com regulamento do Decreto nº 12.366 de

30 de agosto de 2010.

No âmbito desta Procuradoria Administrativa foi expedida a Ordem de

Serviço nº PA-NLC-002/2014, que constituiu grupo de trabalho, composto pelas

subscritoras deste parecer, para analisar e emitir pronunciamento sobre o tema, com o

propósito de relacionar elementos e providências a serem adotadas na instrução dos

processos de revisão e reajuste de tais contratos.

É o relatório. Passamos a opinar.

1. Considerações iniciais

A Constituição Federal elevou a garantia do equilíbrio econômico-

financeiro do contrato administrativo à categoria de preceito constitucional ao

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determinar, no inciso XXI do art. 37, a obrigatoriedade de inclusão nos respectivos

instrumentos de cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as

condições efetivas da proposta, nos termos da lei.

O momento da definição da equação econômico-financeiro do

contrato é a data da apresentação da proposta (Lei federal nº 10.192/01, art. 3º, §1º).

Acrescente-se que a Lei estadual nº 9.433/05, no parágrafo único do

art. 146, prescreve que:

Art. 146. Quando, antes da data do reajustamento, tiver ocorrido revisão do contrato para manutenção do seu equilíbrio econômico financeiro, exceto nas hipóteses de força maior, caso fortuito, agravação imprevista, fato da administração ou fato do príncipe, será a revisão considerada à ocasião do reajuste, para evitar acumulação injustificada.

Por seu turno, o Decreto estadual nº 12.366, de 30 de agosto de 2010,

estabelece normas atinentes à contratação de tais serviços, atribui competência à

Secretaria da Administração para acompanhar e avaliar os procedimentos licitatórios e

os processos de dispensa de licitação, bem como expedir as normas e os procedimentos

complementares necessários à licitação e contratação dos serviços (art. 13).

O Secretário da Administração do Estado da Bahia, no uso das

atribuições que lhe confere a alínea “h”, do inciso I, do art. 22, do Decreto nº 12.431, de

20 de outubro de 2010, expediu a Instrução SAEB nº 05/2011 (DOE de 21 de abril de

2011), orientando os órgãos e entidades da Administração Pública do Poder Executivo

Estadual, quanto aos procedimentos licitatórios e contratações destes serviços

terceirizados.

No item 7da mencionada Instrução SAEB nº 05/2011, com a redação

dada pela Instrução SAEB nº 06/2011, está materializada fórmula paramétrica para a

manutenção das condições da proposta, corrigindo os preços considerando a variação

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obtida pela categoria profissional em acordo, convenção ou dissídio coletivo de

trabalho, referente a salário e verbas conexas (revisão), e a variação ocorrida desde a

data da apresentação da proposta (reajustamento), os quais são representadas pelos

coeficientes (α) e (β), respectivamente

No coeficiente (α) compreendem-se as parcelas de natureza pessoal,

inclusive Encargos Sociais, em relação ao Custo Direto, que é atualizado pelo

∆Remuneratório, que corresponde à variação obtida pela categoria profissional em

acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho, referente a salário e verbas conexas.

Os demais componentes do preço respeitam ao coeficiente (β),

quecorrespondente aos insumos, em relação ao Custo Direto, o qual é atualizado com

base no ∆ INPC, correspondente à variação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor

do IBGE, verificada dentro da periodicidade permitida em lei federal, considerada a

partir da data da apresentação da proposta.

Os editais-padrão aprovados pela Procuradoria Geral do Estado

disciplinam a matéria relativa à Manutenção das Condições da Proposta –

Reajustamento e Revisão no item XVII da Seção A – Preâmbulo e, nos subitens XVII-2

e XVII-3, estabelecendo que “O reajustamento dos preços constantes dos contratos

celebrados será procedido independentemente de requerimento do interessado” e que

“a revisão de preços, nos termos do inciso XXVI do art. 8º da Lei estadual nº 9.433/05,

dependerá de requerimento do interessado, a ser formulado no prazo máximo de um

ano a partir do fato que a ensejou, sob pena de decadência, em consonância com o art.

211 da Lei nº 10.406/02”.

A fórmula contempla, portanto, os mecanismos de readequação do

preço contratado, tanto por reajustamento quanto por revisão durante o curso da

relação contratual, cujos conceitos passamos a expor.

2. O Reajustamento

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O reajustamento ou reajuste dos preços visa compensar os efeitos da

variação inflacionária no curso normal do contrato — objetivando a manutenção do

equilíbrio econômico-financeiro inicialmente ajustado —, devendo retratar a alteração

dos custos de produção a fim de que sejam mantidas as condições efetivas da proposta e

observar a periodicidade anual para a sua concessão (Lei federal nº 10.192/2001: arts. 2º

e 3º).

É importante destacar que Lei federal nº 10.192, de 14/02/2001, nos

seus arts. 2º e 3º, considera nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste em

periodicidade inferior a um ano e estabelece que, nos contratos em que seja parte órgão

ou entidade da Administração Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, a periodicidade anual será contada a partir da data

limite para apresentação da proposta ou do orçamento a que essa se referir.

No mais, à vista do fato de a data limite para a apresentação da

proposta ser a data da primeira sessão pública da licitação, conforme previsão contida

no art. 2º, §§1º e 3º, e art. 3º, §1º, da Lei nº 10.192/2001 combinado com o art. 40,

inciso XI, da Lei nº 8.666/93 e o art. 79, inciso XII e art. 146, caput, da Lei nº 9.433/05,

o termo inicial do cômputo do prazo anual de reajuste é a data da primeira sessão

pública da licitação,

O critério de reajuste de preços, consoante dispõem os artigos 40,

inciso XI, e 55, inciso III, da Lei nº 8.666/93 e os artigos 79, inciso XII, e 126, inciso

III, da Lei nº 9.433/05, deve estar obrigatoriamente previsto no edital e no contrato.

Anote-se que a Lei nº 8.666/93 (art. 65, § 8º) e a Lei nº 9.433/05 (art.

135, inciso II c/c art. 143, §8º) estabelecem que, em se tratando de reajuste contratual, é

dispensada a celebração de termo aditivo, podendo ser registrado por simples apostila.

Consequentemente, a concessão de reajustamento independe de manifestação do órgão

de assessoramento jurídico, devendo ser procedida pela própria Administração.

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Estando legalmente disciplinada toda a matéria relativa a reajuste de

preços dos contratos administrativos celebrados pela Administração Pública, conclui-se

que compete à Administração proceder ao reajustamento contratual, (a) por meio de

apostila, (b) na periodicidade anual, (c) contando a periodicidade anual da primeira

concessão da data da apresentação da proposta na licitação, (d) em conformidade com

os índices previstos no edital (cujo critério deve retratar a variação efetiva do custo de

produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais) e que devem ser

reproduzidos no respectivo contrato.

Tanto o cálculo do índice quanto os pagamentos das diferenças

independem de requerimento do contratado, devendo ser procedidos pela Administração

exceto se houver renúncia expressa do contratado a esse direito, consignada em

documento escrito.

3. A Revisão

Arevisão de preços consiste na alteração do valor original do

contrato, para recompor o preço que se tornou insuficiente ou excessivo, objetivando a

manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicialmente ajustado, em razão da

superveniência de fatos imprevisíveis ou previsíveis, porém de consequências

incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso

de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica

extraordinária e extracontratual, bem como para reduzir o seu preço com vistas a

compatibilizá-lo com os valores de mercado (Lei nº 8.666/93: art. 65, inciso II, ‘d’; Lei

nº 9.433/05: art. 8º, XXVI; art. 143, inciso II, “d” e “e”).

Diferentemente do reajustamento (cujo lapso temporal da sua

ocorrência é anual), a revisão de preços pode ocorrer a qualquer tempo, desde que

realmente advenha o desequilíbrio na equação econômico-financeira do contrato,

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devidamente comprovado pelo contratado, e os efeitos da revisão devem retroagir à data

da efetiva ocorrência do fato ensejador do desequilíbrio.

Assinalamos também, por necessário, que a revisão consensual para a

redução de preços constantes do contrato, para manter o equilíbrio econômico-

financeiro em favor da Administração Pública, encontra fundamento tanto na

Constituição Federal (art. 37, inciso XXI), como na Lei nº 8.666/93 (art. 58, inciso I,

§§1º e 2º) e na Lei nº 9.433/05 (art. 143, inciso II, “e”).

Para a caracterização do desequilíbrio econômico-financeiro do ajuste,

justificador da revisão contratual, deve haver a devida comprovação da ocorrência de

um evento econômico excepcional, imprevisível ou previsível, mas de consequências

incalculáveis, e independente da vontade das partes contratantes, que tornou inexequível

ou demasiadamente oneroso o cumprimento do contrato, em razão da efetiva

repercussão do evento sobre a equação econômico-financeira inicialmente pactuada.

A Procuradoria Geral do Estado, por meio de inúmeros

pronunciamentos, firmou o entendimento de que a ocorrência de dissídio/convenção

coletiva que majore os salários de determinada categoria profissional é passível de

ensejar a revisão dos preços dos contratos celebrados pela Administração Pública

estadual, desde que haja efetiva repercussão sobre a equação econômico-financeira

inicialmente pactuada.

É que a superveniência de tais eventos pode caracterizar álea

econômica extraordinária e cujo fato (dissídio/convenção coletiva), embora previsível

que vai ocorrer, tem consequências incalculáveis, que, sempre que ensejar o

desequilíbrio econômico-financeiro inicial do ajuste, justifica a alteração contratual,

para que seja procedida a revisão dos preços, com base no disposto no art. 65, inciso II,

alínea “d” da Lei 8.666/93 e no art. 143, inciso II, alínea “d” da Lei estadual nº

9.433/05.

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A revisão dos preços deve ser formalizada por meio de termo aditivo

contratual específico, no qual deve constar (i) o evento ensejador da revisão, (ii) a

fundamentação legal da revisão, (iii) os novos valores a serem praticados no contrato,

(iv) o novo preço global do contrato e (v) a data a partir da qual os novos preços

passam a ser devidos.

Também a revisão de preços pode ser objeto de renúncia expressa por

parte da contratada, consignada em documento escrito. Assim, caso a empresa não

tenha renunciado expressamente, fará jus ao reajuste do preço e/ou à revisão contratual

como acima exposto. Por outro lado, em tendo a contratada renunciado ao reajuste ou à

revisão, por qualquer motivo, inclusive para justificar a vantajosidade da prorrogação

contratual, esses mecanismos de reequilíbrio econômico-financeiro não podem ser

concedidos posteriormente.

Impende destacar que o documento escrito que consigne a renúncia ao

reajuste e/ou a revisão contratual deve indicar o período à que ser referem, a fim de

delimitar de forma clara e precisa o período concessivo de novos reajustes e/ou revisões.

4. A nova operacionalização do reequilíbrio motivada pela Lei

estadual nº 12.949, de 14 de fevereiro de 2014.

A Lei estadual nº 12.949, de 14 de fevereiro de 2014, instituiu

mecanismo de controle do patrimônio público do Estado da Bahia, dispondo sobre

provisões de encargos trabalhistas a serem pagos às empresas contratadas para prestar

serviços de forma contínua, e que, no seu art. 11, determinou, in verbis: Art. 11 - Para assegurar o quanto estabelecido na presente Lei, fica assegurado à empresa contratada o direito ao recebimento, dentro do prazo de vencimento, previsto no contrato das faturas mensais pelos serviços executados, com obediência à ordem cronológica dos vencimentos, assim como o direito a receber os reequilíbrios econômicos financeiros do contrato, decorrentes de aumento de remuneração e benefícios gerados pelas convenções, dissídios ou acordos coletivos de trabalho e dos reajustes previstos contratualmente em até

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90 (noventa) dias da data da solicitação por parte da contratada. (Grifos aditados).

A alteração legislativa determinou a modificação do modus operandi

dos processos revisionais, até então centralizados na Secretaria da Administração, a fim

de permitir o atendimento no prazo de 90 dias.

Na esteira do novo comando legislativo, a Instrução nº 008/2014

modificou a Instrução nº 05/2011 para alterar as atribuições e acrescentar outras à

Superintendência de Serviços Administrativos da Secretaria da Administração

(SSA/SAEB) e para as Diretorias Gerais (DG), por intermédio das Diretorias

Administrativas (DA) ou Unidades equivalentes dos órgãos e entidades, conforme se

segue:

3. Compete à Secretaria da Administração: [...] 3.2 através da Superintendência de Serviços Administrativos - SSA: [...] 3.2.5 capacitar os servidores indicados pelas unidades gestoras para elaboração dos cálculos de revisão e reajuste de preços dos contratos de serviços terceirizados, em cumprimento ao quanto disposto na alínea “k”, inciso II, artigo 20 do Decreto n° 12.431/2010; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 3.2.6 orientar e prestar apoio técnico, nos cálculos de revisão e reajuste de preços dos contratos de serviços terceirizados; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 3.2.7 divulgar mensalmente as variações pro-rata acumuladas anuais do INPC/IBGE utilizados para o cálculo de reajuste, por intermédio do comprasnet.ba; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 3.2.8 identificar os percentuais de revisões decorrentes de Normas Coletivas de Trabalho, a serem aplicados nos preços dos contratos dos serviços terceirizados relativos à presente instrução, a serem divulgados por meio de portaria do Secretário da Administração. (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4. Compete às Diretorias Gerais – DG, por intermédio das Diretorias Administrativas – DA, ou Unidades equivalentes dos órgãos e entidades: [...]

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4.11 indicar servidores a serem capacitados pela SAEB/SSA para elaboração dos cálculos de revisão e reajuste contratual; (Alterado pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4.12 instruir os processos relativos à revisão e reajuste de preços com, no mínimo, os seguintes documentos: (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4.12.1 pleito da contratada; 4.12.2 cópia do edital da licitação, do contrato celebrado e de seus aditivos ou apostilas, se houver; 4.12.3 proposta de preço que resultou na contratação, com planilha de composição de preços unitários; 4.12.4 convenção coletiva de trabalho da respectiva categoria profissional ou documento referente ao fato gerador da revisão alegada. 4.13 proceder ao cálculo de revisão e reajuste contratual dos serviços terceirizados, verificando o que segue: (008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4.13.1 abrangência da Norma Coletiva de Trabalho da Categoria nos locais da prestação de serviços; 4.13.2 comprovação, pela empresa contratada, do efetivo repasse aos seus funcionários dos valores estabelecidos na Norma Coletiva de Trabalho da Categoria; 4.14 submeter o processo de revisão ao órgão de assessoramento jurídico para emissão de parecer, salvo se dispensada a oitiva por ato administrativo próprio; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4.15 verificar, por ocasião da celebração do aditivo de revisão: 4.15.1 o cumprimento das respectivas obrigações sociais, trabalhistas, previdenciárias e tributárias por parte da contratada; 4.15.2 a regularidade de toda a documentação da empresa contratada no que se refere ao cumprimento das obrigações inicialmente pactuadas; 4.15.3 apuração da existência de eventuais diferenças, considerando os preços unitários calculados, os quantitativos praticados mês a mês e os valores efetivamente pagos à empresa.

Competirá à SAEB, com a nova sistemática, não mais proceder ao

cálculo da revisão e reajuste contratual dos serviços terceirizados, cabendo-lhe,

doravante, a identificação dos percentuais de reajustamento (item 3.2.7) e revisões

decorrentes de Normas Coletivas de Trabalho, (item 3.2.8), competindo às próprias

unidades contratantes a elaboração dos cálculos (item 4.13).

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Os percentuais de variação remuneratória deverão ser lançados em

Portaria da SAEB (item 3.2.8), sendo oportunizada, por outro lado, a dispensa de oitiva

do órgão de assessoramento jurídico, mediante ato administrativo próprio (item 4.14).

Estes dispositivos constituem a espinha dorsal do novo procedimento,

e sobre eles, pensamos ser possível definir a seguinte rotina:

Para fins de reajustamento, a SAEB deve divulgar mensalmente as

variações pro-rata acumuladas anuais do INPC/IBGE (3.2.7).

Caberá a cada unidade contratante a aplicação da fórmula paramétrica

prevista no contrato,atentando que o primeiro reajuste contratual é devido a partir do dia

em que completou um ano da data da sessão pública de apresentação da proposta,

com base no disposto na Lei federal nº 10.192/2001: arts. 2º e 3º; na Lei federal nº

8.666/93: art. 40, inciso XI; na Lei estadual nº 9.433/05: art. 79, inciso XII e art. 146,

caput, e no Contrato.

Para fins de revisão contratual, a SAEB deve identificar os

percentuais de revisões decorrentes de Normas Coletivas de Trabalho, a serem aplicados

nos preços dos contratos dos serviços terceirizados relativos (3.2.8), remetendo o

processo respectivo ao exame do órgão de assessoramento jurídico. Uma vez aferida

aocorrência da hipótese revisional, os coeficientesdeverão ser divulgados por meio de

portaria do Secretário da Administração, a qual deverá também materializar o número

do processo no bojo do qual a Procuradoria Geral do Estado examinou os percentuais e

respectivos coeficientes.

Caberá a cada unidade contratante instruir o processo revisional com:

(I) o requerimento do contratado;

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É importante salientar que o órgão contratante deve estar atento à

tempestividade do requerimento de revisão formulado pelo contratado e ao prazo

decadencial de um ano a partir do fato que a ensejou.

(II) o edital e no contrato;

(III) a aferição das cidades abrangidas pela base territorial da

Convenção Coletiva de Trabalho, uma vez que os preços calculados pela Administração

estão condicionados à prestação de serviços em tais localidades.

No que concerne à parcela referente ao Município não abrangido pela

Convenção Coletiva de Trabalho apresentada pela contratada aplica-se a orientação

traçada no parecer GAB-PAE-AGR-18/2013, recepcionado e atribuído caráter

sistêmico pelo Exmo. Procurador Geral do Estado no processo nº 0200120422382-

0, [cuja ficha do SICAJ anexamos ao presente.]

Vale anotar, ainda, que, à vista de notícia, em processos que tramitam

nesta Procuradoria Geral do Estado, da existência de conflito positivo, relativamente à

representação sindical da categoria nesta Capital, deve ser verificada a identidade das

parcelas e índices de aumento a que se referem a SINDILIMP/SEAC-BA e a

SINTRAL/SEAC.

(IV) os novos valores estabelecidos na nova Convenção Coletiva de

Trabalho – CCT, considerando-se a data base da categoria conforme CCT, bem como

que a CCT passa a vigorar após 03 (três) dias da data da entrega (protocolo) perante o

Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional

ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência

Social, nos demais casos (§1º do art. 614 da CLT);

5. Das diferenças apuradas

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Registramos, outrossim, que a realização dos cálculos para apuração

dos valores devidos a título de reajuste e/ou revisão constitui ato eminentemente técnico

não jurídico, em razão do que compete aos setores técnicos dos órgãos contratantes a

sua realização e conferência, pois o setor competente do órgão contratante é que detém

os elementos necessários à apuração dos valores, inclusive por ter o conhecimento dos

quantitativos de serviços mensalmente prestados e dos valores efetivamente faturados

em cada período de vigência do contrato.

Acrescentamos, todavia, que somente poderá ser efetuado qualquer

pagamento a título de reajuste e revisão em favor da empresa contratada após o órgão

contratante se certificar, através do setor técnico competente, se houve, por parte da

contratada, (i) o efetivo repasse dos valores estabelecidos na norma coletiva aos

empregados vinculados à execução do objeto pactuado, e(ii) o correto recolhimento

do FGTS, INSS, pagamento de salários e demais obrigações sociais, trabalhista,

previdenciárias e tributárias previstas no contrato.

Ademais, deve, ainda, o órgão de origem (a) verificar eventual

existência de penalidades, inclusive de multas administrativas, e (b) a existência ou não

de processos trabalhista e/ou condenação do Estado em virtude da responsabilidade

subsidiária por débitos trabalhistas por ela inadimplidos.

6. Da dispensa de oitiva do órgão de assessoramento jurídico

Como acima delineado, a manifestação do órgão jurídico dar-se-á no

processo encetado pela SAEB para aferição do desequilíbrio provocado pela convenção

ou dissídio coletivo, substituindo-se ao exame de dezenas de outros processos.

É importante destacar a alteração promovida pela Instrução nº

008/2014 na Instrução nº 05/2011, que introduziu o seguinte preceito: 4.14 submeter o processo de revisão ao órgão de assessoramento jurídico para emissão de parecer, salvo se

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dispensada a oitiva por ato administrativo próprio; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014)

Considerando que os eventos de revisão contratual atingem categorias

profissionais diversas, e que o número de contratos celebrados pelos órgãos da

Administração Pública do Poder Executivo é igualmente relevante, entendemos

oportuno sugerir a alteração da PORTARIA Nº PGE - 089/2012, a fim de contemplar a

seguinte disposição: PORTARIA Nº PGE - XXX/2014 O PROCURADOR GERAL DO ESTADO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 32 da Lei Complementar nº 34, de 06 de fevereiro de 2009,

RESOLVE Art.1º - Acrescentar o inciso XVI ao art. 1º da PORTARIA Nº PGE - 089/2012, tornando dispensável a manifestação da Procuradoria Geral do Estado, salvo relevante indagação jurídica, na seguinte hipótese:

(...) XVI. Aditivos de revisão dos preços dos contratos previstos no Decreto nº 12.366, de 30 de agosto de 2010, cuja variação remuneratória tenha sido aferida pela Secretaria da Administração em processo específico, remetidas ao exame da Procuradoria Geral do Estado e divulgadas por portaria do Secretário da Administração na forma da Instrução SAEB nº 05/2011, com a redação da Instrução SAEB nº 008/2014, e desde que seja observada a orientação traçada no parecer n° PA-NLC-LBC-VSN-207/2014.

Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário, em especial as previstas na Ordem de Serviço PGE n.º 011/2010. GABINETE DO PROCURADOR GERAL DO ESTADO, XX de XXXXX de 2014.

Ass) RUI MORAES CRUZ Procurador Geral do Estado

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Diante de todo o exposto, concluímos que todos os atos de concessão

e/ou pagamento de reajuste e/ou de revisão contratual devem observar as orientações

traçadas neste parecer.

É o parecer. S.S.J.

Ao exame da Procuradora Assistente do Núcleo de Licitações e

Contratos.

PROCURADORIA ADMINISTRATIVA, Núcleo de Licitações e

Contratos, em 15 de maio de 2014.

LEYLA BIANCA C. L. DA COSTA VERÔNICA S. DE NOVAES MENEZES Procuradora do Estado Procuradora do Estado

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PGE - PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCESSO Nº PGE2010164172-0 INTERESSADO: PROCURADORIA ADMINSITRATIVA MATÉRIA: ORDEM DE SERVIÇO Nº PA-012/2014

DESPACHO

Considerando a publicação da Lei 12.949, de 14 de fevereiro de 2014;

Considerando o quanto determinado no art. 11, do mesmo diploma legal, segundo o

qual a empresa contratada tem “o direito a receber os reequilíbrios econômicos

financeiros do contrato, decorrentes de aumento de remuneração e benefícios gerados

pelas convenções, dissídios ou acordos coletivos de trabalho e dos reajustes previstos

contratualmenteem até 90(noventa) dias da data da solicitação;

Considerando a necessidade de serem adotadas providências no sentido de orientar os

órgãos e entidades da administração pública estadual na instrução dos processos de

revisão e reajuste de contratos de prestação de serviços terceirizados;

Considerando o quanto disposto no art. 4º, Inciso IV, do Decreto nº 11.737, de 30 de

setembro de 2009;

Foi expedida a Ordem de Serviço nº PA-012/2014, em 23 de fevereiro de 2014, da lavra

desta subscritora, quando exercia a Chefia desta Procuradoria Administrativa em

substituição à i. Procuradora Chefe Cláudia Maria de Souza Moura. Esta Ordem de

Serviçodesignou as Procuradoras Leyla Bianca Correia Lima da Costa e Verônica S. de

Novaes Menezes para elaborar parecer relacionando elementos e providências a serem

adotadas na instrução dos processos de Revisão e Reajuste de contratos e prestação de

serviços terceirizados, orientando os órgãos e entidades da administração pública.

Após cuidadoso trabalho desenvolvido pelas i. Procuradoras os autos retornam com a

emissão do Parecer nº PA-NÇC-LBC-VSN-207/2014 (fls. 187). Neste Parecerestão

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traçadas orientações jurídicas que servirão de base para a padronização das rotinas, no

âmbito dos órgãos e entidades da administração pública, relativas às providências a

serem tomadas no âmbito dos processos de reajuste e revisão dos contratos de serviços

terceirizados.

As orientações jurídicas foram divididas em 6 tópicos:

1. Considerações Iniciais

2. O Reajustamento

3. A Revisão

4. A nova operacionalização do reequilíbrio motivada pela Lei Estadual nº 12.949, de

14 de fevereiro de 2014;

5. Das diferenças apuradas

6. Da dispensa de oitiva do órgão de assessoramento jurídico.

Nas Considerações Iniciais foram dados os fundamentos jurídicos da revisão/reajuste

com respectivos comentários dos dispositivos normativos pertinentes (art. 37, XXI, da

CF/88; Art. 146 da Lei 9.433/2005, Decreto Estadual 12.366/2010, Instrução SAEB nº

005/2011, alterada pela Instrução SAEB nº 06/2011). Também foi destacado que a

fórmulaparamétrica utilizada na manutenção das condições da proposta, prevista na IN

05, com a redação da IN06/201, contempla os mecanismos de readequação do preço

contratado.

Importante ressaltar que essa fórmula paramétrica é fruto de um trabalho técnico

executado pela DS/SAEB e, portanto, extrapola a matéria jurídica, não sendo atribuição

desta PGE aferir a sua metodologia de concepção.

No item 2, referente ao reajustamento, partiu-se do regramento previsto na Lei

10.192/2001, segundo o qual é vedada a estipulação de reajuste em periodicidade

inferior a um ano. Outrossim, a periodicidade será contada a partir da data limite para

apresentação da proposta ou orçamento a que essa se referir.

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Como a data limite para a apresentação da proposta é a data da primeira sessão pública

de licitação, conforme regramento legal, ficou definido que o termo inicial do cômputo

do prazo anual de reajuste é a data da primeira sessão pública. Considero pertinente esta

definição uma vez que se trata de um direito constitucional ao equilíbrio econômico e

financeiro da proposta.

Também foram dadas as seguintes orientações:

a) O critério/índice de reajuste deve ser previsto em edital e o direito ao reajuste

independe de termo aditivo, podendo ser registrado por apostila.

b) Havendo renúncia à pretensão de reajustamento, deve ser consignada em documento

expresso.

No item referente à Revisão (Item 3) foi introduzida a distinção entre “Reajuste” e

“Revisão”, o que considero de extrema importância, a fim de deixar claro para a

Administração que são termos que não se confundem.

Foi dada a noção de “revisão consensual”, admitindo, inclusive, a possibilidade de

redução de preços, além de ser devidamentecaracterizado o desequilíbrio econômico

financeiro, com a informação de que o entendimento prevalente na PGE é pela

possibilidade de revisão de preços decorrentes de Convenção Coletiva/dissídio.

Outrossim, foram relacionados os elementos que devem instruir a revisão a ser

formalizada por termo aditivo. No caso de renúncia á pretensão de revisão deve ser

expressa, consignada em documento escrito, indicando o período a que se refere.

A nova operacionalização do reequilíbriomotivada pela Lei Estadual nº 12.949,d e 14 de

fevereiro de 2014, foi objeto de análise no item 4.

Este Diploma Legal dispõe sobre mecanismos de provisionamento de encargos

trabalhistas a que estão obrigadas as empresas terceirizadas. Neste sentido, os processos

de revisão passarão a ser descentralizados e o prazo legal máximo para o recebimento

decorrente dos pedidos de revisão será 90(noventa) dias.

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Para tanto, foi expedida a Instrução Normativa nº 008/2014, publicadano DOE de 26 e

27 de abril de 2014, cuja redação contou com a orientação jurídica das i. Procuradoras

Leyla Bianca Correia Lima da Costa e Verônica S. de Novaes Menezes. Assim,a partir

desta data, as próprias unidades contratantes elaborarão os cálculos que antes estavam

centralizados na DS/SAEB.

Contudo, permanece com a DS/SAEB a atribuição de lançar, através de Portaria, os

percentuais de variação remuneratória, dispensada a oitiva do órgão jurídico mediante

ato administrativo próprio (item4.14 da In 008/2014). Também é atribuição da SAEB

divulgar mensalmente as variações pro-rata acumuladas anuais do INPC/IBGE,

utilizadas no cálculo dos reajustes.

Com base nesta Instrução Normativa, as i. Procuradoras fixaram rotinas procedimentais

a serem operacionalizadas no âmbito das unidades contratantes para as situações

distintas de revisão e reajuste, relacionando os elementos que devem instruir o processo

revisional.

O item 5 faz referência às “Diferenças apuradas”, que tratou de destacar o caráter

eminentemente técnico da apuração dos valores devidos a título de revisão e/ou reajuste,

competindo aos setores técnicos a realização e conferência dos respectivos cálculos.

Ademais, a unidade contratante foi alertada para o feto de que qualquer

pagamentodecorrente de revisão e/ou reajuste somente deve ser efetivado após a

comprovação do repasse dos valores aos empregados vinculados ao contrato em

questão, além de verificar eventual penalidade aplicada à contratada, bem como a

existência de processo judicial decorrente do não cumprimento de obrigações

trabalhistas.

Finalmente, o item 6 propõe a dispensa de oitiva do órgão jurídico, com base no item

4.14 da IN 008/2014, segundo o qual pode ser dispensada por ato administrativo

próprio, emanado da unidade contratante.

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Para tanto, as i. Procuradoras sugerem a alteração da Portaria nº PGE-089/2012,

acrescentando o inciso XVI ao art. 1º, tornando dispensável a manifestação da PGE,

salvo relevante indagação jurídica, nos aditivos de revisão de preços dos contratos

previstos no Decreto 12.366/2010, desde que seja observada a orientação traçada no

parecer nº PA-NLC-VSN-207/2014.

Estou totalmente de acordo com os termosconsignados no Parece sob exame.

Considero de extrema relevância a adoção de medidas que permitam a otimização da

gestão, in casu, a fixação de rotinas procedimentais com base nas orientações jurídicas

contidas no parecer nº PA-NLC-VSN-207/2014.

Com efeito, a nova sistemática de revisão/reajuste introduzida pela Lei 12.949/2014

exige novas estratégias de gestão a serem adotadas pela SAEB juntamente com as

unidades contratantes. Para tanto, considero indispensável a participação da

PGE/PA/NLC neste processo desde o nascedouro dos atos normativos.

É o que observamos com a publicação da IN 008/2014, conforme já registrado.

Penso que as orientações jurídicas contidas no Parecer sob exame irão servir de base

para a padronização das rotinas procedimentais no âmbito dos órgãos e entidades da

Administração Estadual, cujo resultado deve ser a maior eficiência e qualidade no

serviço público, razão pela qual estou de acordo com o Parecer nº PA-NLC-LBC-

VSN-207/2014 da lavra das i. Procuradoras designados pela Ordem de Serviço nº PA

012/2014.

Com estas considerações, evoluo os autos à consideração superior da i. Chefia.

NÚCLEO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS, em 28 de maio de 2014.

SORAYA SANTOS LOPES

Procuradora Assistente

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PROCESSO: PGE/2010164172-0 INTERESSADO: PROCURADORIA ADMINISTRATIVA

DESPACHO

Cuida o presente expediente de padronização de orientação jurídica, em face da Ordem

de Serviço nº PA-NLC-002/2014, expedida pela ilustre Procuradora Assistente Soraya

Santos Lopes, na qual constituiu grupo de trabalho, integrado pelas ilustres

Procuradoras Leyla Bianca Correia Lima da Costa e Verônica Santos de Novaes

Menezes, para analisar e emitir pronunciamento sobre a manutenção das condições das

propostas pertinentes a contratos de serviços terceirizados, sujeitos à disciplina do

Decreto nº 12.336/2010, com o propósito de relacionar elementos e providências a

serem adotadas na instrução dos processos de revisão e reajuste de tais contratos.

As ilustres Procuradorasofertaram o Parecer PA-NLC-LBC-VSN-207/2014, no qual

traçaram as orientações a serem adotadas para a concessão e pagamento de reajuste e/ou

revisão contratual, com endosso da i. Procuradora Assistente Soraya Santos Lopes

(fls.175/190).

Estou de acordo com o cuidadoso Parecer lançadopelas i. Procuradoras e despacho da

Procuradora Assistente, com ressalva pontual no que respeita à obrigatoriedade de

manifestação da Procuradorianos processos de que trata o item 3.2.8 da Instrução nº

005/2011 (acrescido pela Instrução nº 08/2014), concernente à fixação de percentual

de revisão decorrente de Norma Coletiva de Trabalho, a ser aplicado em preços de

contrato de serviço terceirizado, e divulgado por meio de portaria do Secretário da

Administração.

É que o procedimento de responsabilidade da SAEB, deidentificar os percentuais de

revisões decorrentes de Normas Coletivas de Trabalho, a serem aplicados nos preços

dos contratos dos serviços terceirizados, envolve a realização dos cálculos para

apuração dos valores devidos e constitui ato eminentemente técnico, de maneira que a

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manifestação da Procuradoria deve cingir-se às hipóteses nas quais identificada pelo

órgão competente, a SAEB, indagação jurídica a atrair a necessidade de atuação do

órgão de assessoramento jurídico do Estado.

Como bem destacaram as i. Procuradoras, no item 7 da Instrução SAEB nº 05/2011,

com a redação dada pela Instrução SAEB nº06/2011, está materializada fórmula

paramétrica para a manutenção das condições da proposta, e os editais-padrão

aprovados pela PGE disciplinam a matéria relativa à Manutenção das Condições da

Proposta - Reajustamento e Revisão no item XVII da Seção A - Preâmbulo e nos

subitens XVII-2 e XVII-3, de maneira que se encontram perfeitamente delineados os

mecanismos de readequação do preço contratado, tanto por reajustamento quanto por

revisão durante o curso da relação contratual.

Outrossim, conforme art. 11 da Lei nº 12.949/2014, à empresa contratada é assegurado

o “direito a receber os reequilíbrios econômicos financeiros do contrato, decorrentes de

aumento de remuneração e benefícios gerados pelas convenções, dissídios ou acordos

coletivos de trabalho e dos reajustes previstos contratualmente em até 90 (noventa) dias

da data da solicitação por parte da contratada”.

Na esteira do novo comando legislativo, a Instrução SAEB nº 008/2014 modificou a

Instrução nº05/2011 de maneira que não maiscompete à SAEB e, sim, às próprias

unidades contratantes, proceder ao cálculo da revisão e reajuste contratual dos serviços

terceirizados (item 4.13), incumbindo à SAEB, precedentemente, a identificação dos

percentuais de reajustamento (item 3.2.7) e revisões decorrentes de Normas Coletivas

de Trabalho (item 3.2.8).

O reajustamento, é sabido, pode ser registrado por simples apostilamento, sendo

dispensada a manifestação da PGE, nos termos do inciso VIII do artigo 1º da Portaria

PGE nº 89/2012.

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22

Outrossim, é entendimento de longa data prevalecente na PGE que a ocorrência de

dissídio/convenção coletiva, que majore a remuneração ou gere benefícios para

determinada categoria profissional, é passível de ensejar a revisão dos preços dos

contratos celebrados pela Administração Pública estadual, desde que haja efetiva

repercussão sobre a equação econômico-financeira inicialmente pactuada.

Nesse contexto, e àvista das demais diretrizes lançadas no parecer PA-NLC-LBC-VSN-

207/2014, cabe recensear a nova sistemática a ser adotada nos processos de

revisão/reajuste contratual, referente a serviços terceirizados, nos seguintes termos:

I - Para fins de Reajustamento contratual:

a) o termo inicial do cômputo do prazo anual de reajuste é a data da primeira sessão

pública da licitação;

b) o critério de reajuste de preços deve estar obrigatoriamente previsto no edital e

no contrato;

c) a SAEB deve divulgar mensalmente as variações pro-rata acumuladas anuais do

INPC/IBGE utilizados para o cálculo de reajuste;

d) caberá a cada unidade contratante a aplicação da fórmula paramétrica prevista no

contrato;

e) em se tratando de reajuste contratual, é dispensada a celebração de termo

aditivo, podendo ser registrado por simples apostila;

f) o pagamento das diferenças e o cálculo dos índices correspondentes não

dependem de requerimento do contratado, devendo ser procedidos de ofício pela

Administração, exceto se houver renúncia expressa do contratado a esse direito,

consignada em documento escrito, com indicação do período a que se refere, com vistas

a delimitar de forma clara e precisa o período concessivo de novos reajustes.

II - Para fins de Revisão contratual:

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a) a revisão de preços pode ocorrer a qualquer tempo, desde que devidamente

comprovado pelo contratado o advento do desequilíbrio na equação econômico-

financeira do contrato, formulando o correspondente requerimento;

b) a SAEB deve identificar os percentuais de revisões decorrentes de Normas

Coletivas de Trabalho, a serem aplicados nos preços dos contratos dos serviços

terceirizados e divulgados por meio de portaria do Secretário da Administração,

dispensada a análise da PGE a respeito desta questão específica, salvo se houver

indagação jurídica.

c) na instrução dos processos relativos à revisão de preços, em face de

dissídio/convenção coletiva, caberá ao contratado/requerente apresentar a Convenção

Coletiva de Trabalho em que se fundamenta o pleito revisional, devidamente registrada,

acompanhada da demonstração do impacto do novo preço na folha de pagamento dos

empregados vinculados ao contrato respectivo, sob pena de arquivamento nos termos do

art. 24, §2º, da Lei estadual nº 12.209/2014;

d) o pedido de revisão deve ser indeferido se o requerimento formulado pelo

contratado for protocolado após o prazo decadencial de um ano a partir do fato que a

ensejou;

e) a revisão de preços pode ser objeto de renúncia expressa do contratado a esse

direito, em documento escrito que deve consignar o evento a que se refere, hipótese na

qual o percentual de reequilíbrio econômico-financeiro, relativo ao específico evento

não pode ser concedido posteriormente;

f) a revisão dos preços deve ser formalizada por meio de termo aditivo contratual

específico, no qual deve constar (i) o evento ensejador da revisão, (ii) a fundamentação

legal da revisão, (iii) os novos valores a serem praticados no contrato, (iv) o novo preço

global do contrato e (v) a data a partir da qual os novos preços passam a ser devidos;

g) os efeitos da revisão devem retroagir à data da efetiva ocorrência do fato

ensejador do desequilíbrio;

h) Caberá a unidade contratante:

h.1) estar atenta à tempestividade do requerimento de revisão formulado pelo contratado

e ao prazo decadencial de um ano a partir do fato que a ensejou;

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h.2) aferir as cidades abrangidas pela base territorial da Convenção Coletiva de

Trabalho, uma vez que os preços calculados pela Administração estão condicionados à

prestação de serviços em tais localidades;

h.3) certificar-se, através do setor técnico competente, se houve, por parte da contratada,

o efetivo repasse dos valores estabelecidos na norma coletiva aos empregados

vinculados à execução do objeto pactuado, e o correto recolhimento do FGTS, INSS,

pagamento de salários e demais obrigações sociais, trabalhista, previdenciárias e

tributárias previstas no contrato;

h.4) verificar eventual existência de penalidades, inclusive de multas administrativas, e

a existência ou não de processos trabalhista e/ou condenação do Estado em virtude da

responsabilidade subsidiária por débitos trabalhistas por ela inadimplidos, com vistas a

proceder aos descontos / retenções correspondentes.

Assim sendo, ao Parecer PA-NLC-LBC-VSN-207/2014, das i. Procuradoras Leyla

Bianca Correia Lima da Costa eVerônica Santos de Novaes Menezes, com endosso da i.

Procuradora Assistente Soraya Santos Lopes, e ajuste decorrente da ressalva pontual

inicialmente externada, nos termos acima sumariados,confiro qualificação de parecer

uniforme, nos termos do art. 4º, inciso II, do Decreto 11.737/2009, que assim considera

“o entendimento pacificado no âmbito de uma Procuradoria, com aprovação do

Procurador Chefe, sobre questão de significativo interesse sistêmico ou suscetível de

acarretar prejuízos ao erário, de observância obrigatória na esfera de competência da

respectiva Procuradoria”, ao tempo em que sugiro ao Exmo. Procurador Geral do

Estado seja conferido efeito sistêmico, consoante inciso III do artigo mencionado.

Por fim, empresto inteira adesão àsugestão das i. Procuradoras de evoluir os autos à

apreciação do Exmo. Procurador Geral do Estado, para exame da viabilidade de

alteração da Portaria nº PGE - 089/2012, para acrescentar o inciso XVI ao art.1º deste

ato, tornando dispensável a manifestação da PGE na hipótese de aditivo de revisão de

preços dos contratos de terceirização, em face daocorrência de dissídio/convenção

coletiva que majore a remuneração ou gere benefícios para determinada categoria

profissional, cuja variação remuneratória tenha sido aferida pela Secretaria da

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Administração em processo específico e divulgadas por portaria do Secretário da

Administração, considerando que se encontram perfeitamente delineados, na hipótese,

os mecanismos de readequação do preço contratado.

Em harmonia com o quanto alinhado anteriormente,sugere-se a seguinte redação para o

inciso XVI, do art.1º da Portaria nº PGE - 089/2012, deve ser assim descrito:

“XVI. Aditivos de revisão dos preços dos contratosde serviços terceirizados, previstos

no Decreto nº 12.366, de 30 de agosto de 2010, cuja variação remuneratória tenha sido

aferida pela Secretaria da Administração em processo específico e divulgadas por

portaria do Secretário da Administração na forma do disposto no item 3.2.8 da

Instrução SAEB nº 05/2011, com a redação da Instrução SAEB nº 008/2014, e desde

que seja observada a orientação traçada no parecer nº PA-NLC-LBC-VSN-207/2014.”

Ao Exmo. Procurador Geral do Estado.

PROCURADORIA ADMINISTRATIVA, 08 de agosto de 2014.

CLAUDIA MARIA DE SOUZA MOURA

Procuradora Chefe

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PROCESSO: PGE 2010164172-0 INTERESSADO: PROCURADORIA ADMINISTRATIVA REF.: REEQUILIBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO - SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

D E S P A C H O

Acompanho a manifestação da i. Procuradora Cláudia Moura, Chefe da

Procuradoria Administrativa (fls. 191/193), que chancela o Parecer PA-NLC- LBC-

VSN- 207/2014 (fls.175/ 190), da lavra das i. Procuradoras Leyla Bianca Correia Lima

da Costa e Verônica Santos de Novaes Menezes, oriundo dos trabalhos efetuados pelo

Grupo de Trabalho instituído pela OS nº PA-NLC-002/2014,atribuindo-lhe caráter

sistêmico.

No tocante ao subitem h.3, constante de fls. 193, sugiro a redação a seguir, com

vistas a realçar a necessidade de comprovação do pagamento das obrigações trabalhistas

já reajustadas, como condição inarredável ao adimplemento do preço contratual já

revisado:

h.3) certificar-se, através do setor técnico competente, se houve, por parte da

contratada, o efetivo repasse dos valores estabelecidos na norma coletiva aos

empregados vinculados à execução do objeto pactuado, e o correto recolhimento do

FGTS, INSS, pagamento de salários e demais obrigações sociais, trabalhistas,

previdenciárias e tributárias previstas no contrato, como condição indispensável ao

pagamento das faturas com base no preço já revisado;

Tornem os autos à Procuradoria Administrativa para as medidas pertinentes,

dando-se conhecimento ao Centro de Estudos e Aperfeiçoamento - CEA para

publicação do referido opinativo no site oficial da PGE.

GABINETE DO PROCURADOR GERAL DO ESTADO, 01 de setembro de 2014.

RUI MORAES CRUZ

Procurador Geral do Estado