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REVISTA SINDLOC SP Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo GOL DE PLACA! Copa 2014 traz ao Brasil grandes perspectivas e oportunidades para o setor Ano XVIII – Edição 155 - março 2014 Gestão de frotas. Terceirização favorece atividade-fim, eficiência e rendimentos Novas tecnologias chegam ao mercado automotivo. Populares não foram esquecidos

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REVISTA

SindlocSp

Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo

Gol de placa!Copa 2014 traz ao Brasil grandes perspectivas e oportunidades para o setor

Ano XVIII – Edição 155 - março 2014

Gestão de frotas. Terceirização favorece atividade-fim, eficiência e rendimentos

Novas tecnologias chegam ao mercado automotivo. Populares não foram esquecidos

Job: 20645-002 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 20645-002-Renault-Varejo-AnRv-Sindloc-210x280_pag001.pdfRegistro: 114842 -- Data: 19:07:06 11/04/2013

revista sindloc 3

EDITORIAL

A Revista Sindloc SP é uma publicação do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente a empresas do setor, indústria automobilística, indústria do turismo, executivos financeiros e jornalistas.

Presidente: Alberto de Camargo VidigalVice-Presidente: Eladio Paniagua JuniorDiretor Financeiro: Luiz Carlos de Carvalho Pinto LangDiretor Secretário: Paulo Miguel Jr.Consultor de Gestão: Luiz Antonio CabralConselho Fiscal: Eliane Baida, Paulo Gaba Jr. e Paulo Hermas Bonilha JuniorProdução Editorial: Scritta – www.scritta.com.brCoordenação: Leandro LuizeRedação: Dalton L. C. de Almeida e Kátia SimõesRevisão: Leandro Luize e Inês Arbex

Diagramação: ECo Soluções em Conteúdo

www.ecoeditorial.com.br

Jornalista Responsável: Paulo Piratininga - MTPS 17.095 -

[email protected]

Impressão: Gráfica Revelação

Tiragem: 5 mil exemplares

Circulação: distribuição eletrônica para 7 mil leitores cadastrados

Endereço: Praça Ramos de Azevedo, 209 – cj. 22 e 23 Telefone: (11) 3123-3131

E-mail: [email protected]É permitida a reprodução total ou parcial das reportagens, desde que citada a fonte.

EXPEDIENTE

Quem quer maNTER a oRDEm?Quem quer CRIaR DESoRDEm?

Os brasileiros que tomaram as ruas em nome de justiça e dignidade deram lugar a jovens mascarados, dispostos a propagar uma onda de violência despropositada. Ônibus queimados, patrimônios depreda-dos e cinegrafista morto foram vítimas de um país sem identidade, sem projeto e sem respeito a quem pagou e continua pagando a conta. Enquanto isso, o governo federal pinta um Brasil imaginário, que segue em crescimento, fomentando oportunidades e à espera de legados que nenhum megaevento se mostra capaz de gerar. Afinal, quem representa a população?

Estamos reféns de conveniências políticas, com direito a suspeitas de pagamento a jovens para parti-cipar de manifestações. Em ano de eleições, os discursos do Planalto e das ruas cheias de máscaras soam como cortinas de fumaça. A ausência, leniência e insensibilidade do poder público imperam, ao mesmo tempo em que os mensaleiros não demonstram um mínimo de vergonha ao serem beneficiados por verdadeiras rifas para livrá-los de multas judiciais.

Para nós, empreendedores, resta a velha luta para encontrar oportunidades, como as que podem ser proporcionadas pelo movimento de turistas e delegações durante a Copa. Com raras exceções, os cami-nhos para o setor aproveitar a competição dependem dos nossos esforços. Do poder público, só temos esperado números desestimulantes.

A receita acumulada do setor de serviços em 2013 evoluiu somente 8,5%, contra 10% do ano anterior, segundo o IBGE. O instituto também anunciou em fevereiro um recuo de 3,5% na produção industrial brasileira. É o segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e a maior redução des-de dezembro de 2008, auge da crise econômica mundial. Dos 27 setores contemplados nessa análise, 22 apresentaram retração e o mercado automotivo foi o mais impactado.

Os ilusionistas do Poder Executivo tratarão logo de minimizar os números, alegando que nosso setor foi atingido pelas férias coletivas no fim do ano. Mas o mundo real quebra o encanto, como fez a Folha de S. Paulo em reportagem de 19 de fevereiro. Com base na avaliação das principais fabricantes, o Brasil passou a ser associado a dados negativos na performance global das marcas no ano passado, em função da pressão do câmbio e da inflação, dos gastos com adaptação de fábricas e com produção. O real des-valorizado comprometeu as receitas em dólar apuradas com as vendas no país e encareceu a compra de componentes importados dos carros. E os executivos das montadoras já cogitam aumentar preços para dividir a conta com o consumidor final, começando a projetar 2015 e 2016 justamente pela falta de perspectivas de recuperação em 2014.

Sem governos que subsidiam um plano sustentável de valorização econômica e social do Brasil, sem manifestantes imbuídos do real espírito da mudança, só nos resta exercitar a eterna arte da criatividade e do sacrifício. São essas virtudes que nos representam.

Alberto de Camargo VidigalPresidente do Sindloc-SP

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sumáRIO

08 mERCaDoCopa 2014. É hora de se organizar para a competição. Quais são as perspectivas e o que você, gestor, deve ter em mente.

12 ESPECIaLReinventar a roda não é uma boa para o sucesso. Acompanhe a primeira parte do especial sobre como a terceirização pode ajudar nos negócios.

mUNDo20 Airbags multiplicam-se e marcam presença em cada vez mais pontos dos automóveis. Agora, chegam com força aos bancos traseiros!

GESTÃo14 Nova legislação antifraude muda penalidades por desvios e amplia a importância da gestão de compliance.

18Empresário e dirigente capixaba concede entrevista sobre a locação no Espírito Santo e indica importantes lições para o setor.

LIDER SEToRIaL

16 INoVaÇÃoLançamentos de 2014 prometem trazer novas tecnologias para os carros populares. Saiba quais.

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A clara degeneração das contas públicas e a preocupante situ-ação econômica do Brasil são transparentes como um cristal para analistas nacionais e internacionais. O sufoco financeiro levou o governo a anunciar o retorno progressivo do IPI sobre automóveis em 2014, mesmo com as montadoras e todo o setor pedindo a manutenção da isenção. Segundo o discurso oficial, é chegada a hora de se retirar medidas anticíclicas usadas para amenizar a tur-bulência internacional sobre a atividade doméstica, como se a eco-nomia estivesse firme e forte. A realidade é que as estimativas do próprio governo indicam uma arrecadação de R$ 950 milhões só neste primeiro semestre e o Estado está faminto por divisas. O im-pacto, segundo as montadoras, será um aumento médio de preço na ordem de 2,2%. Mal das pernas, o poder público volta a sugar um pouco mais o segmento automotivo e seus participantes.

ARRECADAÇÃORetorno do IPI vai

render mais de R$ 950 milhões

O ano de 2013 viu um recrudescimento no combate à condução de au- to-móveis por motoristas alcoolizados. A Lei Seca ficou ainda mais rígida, com a implantação de tolerância zero para a ingestão de bebidas alcoólicas, e o valor das multas passou de R$ 957 para R$ 1.915, com a possibilidade de chegar a R$ 3.830 em caso de reincidência. Somado a isso, um maior número de blitzes, campa-nhas de conscientização e a possibilidade de se utilizar vídeos como prova da embriaguez fecharam ainda mais o cerco. O esforço rendeu frutos. Números da Polícia Rodoviária Federal (PRF) registraram uma diminuição de 6% nos acidentes relacionados à direção sob influência de bebidas nas estradas federais, em comparação com 2012. Atualmente, o sinistro mais comum é o de colisão traseira, seguido por saída de pista e colisão lateral. Ainda há muito que se avançar, mas locadoras podem colaborar mediante campanhas de conscientização voltadas a seus clientes.

Mais dura, Lei Seca reduz mortes em 6%

ACIDENTES

As marcas de carros mais bem vistas pelos consumidores

RANKING

A edição do relatório anual Car Brand Perception, pre-parado pela União dos Consumidores, uma entidade de grande expressão nos Estados Unidos, avaliou como as pessoas enxergam as marcas de automóveis com base em sete categorias: qualidade, segurança, performance, valor, economia de combustível, design/estilo e tecnologia/inovação. Entre as influências identificadas estão o boca a boca, o marketing e as experiências no test drive. Pelo segundo ano consecutivo a Toyota conquistou a primeira

posição. Confira a classificação e os pon-tos obtidos por cada montadora:

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22/T

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Posição Montadora iMageM geral da Marca eM Pontos

1º Toyota 145

2º Ford 120

3º Honda 109

4º Chevrolet 105

5º Tesla 88

6º Subaru 87

7º Mercedes-Benz 82

8º Volvo 80

9º Cadillac 78

10º BMW 73

InfORmAçõEs úTEIsm

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Diego Berv

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Recentemente abriu-se nova possibilidade para as empresas questio-narem na justiça a cobrança do adicional de 10% do FGTS nos casos de demissão sem justa causa. Esse percentual foi criado pela Lei Complementar n° 110, de 29 de junho de 2001, sob a justi-ficativa de que os valores arrecadados seriam utilizados para pagar os expurgos inflacionários dos planos Verão e Collor.

Apesar de a constitucionalidade do adicional ter sido questionada desde a sua instituição, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que ele é constitucional. Contudo, foi ressalvado que a perda superveniente da justificativa para a manutenção da cobrança (o pagamento dos expurgos) po-deria ensejar nova análise da matéria. Frente a esta ressalva, era esperado que a constitucionalidade fosse novamente questionada.

Eis que, em 2012, houve a confirmação de que estes expurgos já haviam sido pagos. Como consequência, foi apresentado projeto de lei no Con-gresso Nacional, o qual foi aprovado, determinando a extinção da arreca-dação. Todavia, a presidente Dilma Rousseff vetou o projeto.

Os argumentos foram de que o governo não se preparou para tal extin-ção e tem utilizado os recursos em importantes projetos como o Minha Casa, Minha Vida. Como resposta à tentativa, o governo enviou um pro-jeto de lei ao Congresso para transferir legalmente os recursos do adicional para o programa.

Não obstante a finalidade para a qual as verbas arrecadadas são utili-zadas atualmente, o fato é que o FGTS é uma contribuição e o dinheiro arrecadado com contribuições é vinculado ao motivo para a qual foram criadas. Sendo assim, o fato de o déficit gerado pelos expurgos já ter sido pago representa um forte argumento para defender o fim da exigibilidade do excedente. Inclusive, foi com base neste argumento que três empresas (C&A, Grupo Folha e Emplavi Realizações Imobiliárias) obtiveram limina-res nas Varas Federais de Brasília que as autorizam a não recolher o valor nas demissões sem justa causa e a compensar os indevidamente pagos nos últimos cinco anos.

Entretanto, por mais que na teoria ele não deva mais ser exigido, deve-se considerar que o STF também é uma corte política e há grande pressão do governo para a manutenção da cobrança. Além de a presidente ter agido pela continuidade, o Ministério da Fazenda já se posicionou dizen-

o adicional de 10% do FGTS nas demissões

JURíDICa

cOLunA

do que continuará a exigir o pagamento. No mesmo sentido, a Advocacia Geral da União tem defendido que a referência aos expurgos inflacioná-

rios consta apenas na Exposição de Motivos da Lei Complementar n° 110, não sendo citado na própria lei. Desta forma, a finalidade do adicional seria o aporte ao FGTS, sem vinculação específica aos expurgos.

Sendo assim, por mais que juridicamente a demanda seja válida, há risco de a cobrança ser considerada constitucional mesmo após o total pagamento dos expurgos. Desta feita, é recomendável que as empresas que eventualmente a questionem na Justiça provisionem os valores em questão, e em caso de liminar ou sentença favorável, não se creditem dos valores recolhidos nos cinco anos anteriores à propositura da ação até o trânsito em julgado da decisão.

Fernando souza de ManDoutor em Direito Tributário pela Universidade de Maastricht, Holanda - Coordenador da Área Tributária do Escritório Queiroz e Lautenschläger Advogados

“Por mais que na teoria o adicional de 10% não deva mais ser exigido em razão de

sua finalidade ter sido cumprida, deve-se considerar que o Supremo Tribunal Federal

também é uma corte política, e há grande pressão do governo para sua manutenção”

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Os noticiários recentes deram conta de que o INSS anunciou seu intento de ingressar com ações regressivas contra ‘infratores’ que te-nham incorrido em atos qualificados como ‘dolosos’, por ingestão de álcool ou velocidades muito altas, pois estes acidentes de trânsi-to estariam causando prejuízos à Previdência.

Exemplificou-se que o INSS tem obtido sucesso em ações contra empregadores que negligenciam a segurança do trabalho e geram incapacidade, invalidez ou até óbito nos trabalhadores e, com isso, ônus para a Previdência. Outro exemplo foi o de seguradoras que quando o segurado age da forma citada exi-mem-se de responsabilidade.

Tal contexto, logicamente, causa preocu-pação para as locadoras, principalmente en-quanto perdurar o entendimento de que há solidariedade da locadora em relação aos pre-juízos causados pelo locatário no período de posse do veículo. O receio aumenta em casos de gravidade extrema, pois são situações em que sequer a seguradora privada garantiria a indenização (culpa grave, dolo, ingestão de álcool etc), e que seriam o foco principal do INSS.

Cabem algumas ponderações. Uma é que o fato do INSS ter tido sucesso em ações contra empresas que agiram com negligência não se trata de um avanço a ser elogiado e sim uma obrigação nos termos da Lei 8213/91. Clara, regulamenta as regras da Previdência e, em seu Art. 120, determina que a mesma deve propor ações dessa natureza contra quem agir com negligência em aspectos como segurança e higiene no trabalho e acarretem na geração de indenizações. Nesse caso, parece pender ainda uma uniformidade no entendimento de se a ação seria de natureza trabalhista (na Justiça do Trabalho) ou na Jus-tiça Federal, mas como destacado, ela decorre de uma obrigação legal.

Quanto às seguradoras, já é outra história que deve ser devidamen-te analisada e separada. No Brasil, temos o seguro DPVAT, criado pela Lei 6194/74, que tem um caráter de responsabilidade social ao nosso ver, pois suporta danos pessoais (lesões, morte, invalidez) de pessoas envolvidas em acidentes de trânsito em que haja veículo automotor, independente de quem tenha sido responsável. O DPVAT somente faz o regresso, autorizado por Lei, quando um dos veículos envolvidos

ações regressivas do INSS e as locadoras

TRâNSITo

não está com o seguro obrigatório pago, e não por motivo de res-ponsabilidade ou não na ocorrência. Já no seguro privado, este sim de responsabilidade civil, há uma relação contratual e a eventual negativa de indenização que decorra de aparente descumprimento de cláusula contratual. E, tendo ela suportado danos causados em seu segurado, subrroga-se no direito de regressar contra quem deu causa.

Quanto à avaliação se a ação foi dolosa ou culposa, parece que o INSS está não só se superando, mas superando até o STF, e preci-sa dar a fórmula de como conseguiria chegar tão facilmente a essa

conclusão. Restam algumas dúvidas: e se o causador já for bene-ficiário (aposentado), o INSS cessará seus proventos, ou fará o pa-gamento e depois tentará reavê-lo? E se o próprio beneficiário for o causador, perderá seus direitos? Quanto ao caráter educativo da medida, cremos que o engajamento em campanhas e outras ações para segurança de trânsito serão bem aceitas, mas não parece ser a finalidade principal de uma ação regressiva.

“O INSS está não só se superando, mas superando até o STF, e precisará explicar por

qual fórmula será capaz de determinar se uma ação que leve a seu acionamento para pagamento

de indenizações teve causa dolosa ou culposa”

Marcelo José Araújo Advogado e Consultor do SINDLOC/SP. Presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR

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mERcADO

Os números são de encher os olhos. A Copa do Mundo Fifa 2014 de-verá agregar ao PIB brasileiro cerca de R$ 183 bilhões, com um montante de R$ 135,7 bilhões em dinheiro circulando na economia nacional e R$ 9,4 bilhões de receitas adicionais devido ao fluxo turístico. Estima-se que 3,1 milhões de turistas nacionais e 600 mil estrangeiros visitem as 12 sedes da competição entre os meses de junho e julho, de acordo com levantamen-to da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Sebrae.

E São Paulo já começou a sentir os efeitos positivos da Copa. Quase metade das 32 confederações optou por cidades da Região Metropolita-na e/ou do interior paulista como QG de suas seleções. “E a escolha não está atrelada apenas ao futebol. Ele torna-se um gancho para aproximar os empresários locais de suas contrapartes internacionais. Em Ribeirão Preto, já reforçamos laços econômicos e culturais com a França”, exem-

plifica Márcio Santiago, presidente da Federação dos Convention and Visitors Bureaux (FCVB) do Esta-do de São Paulo e secretário Executivo do Conse-lho Estadual de Turismo de São Paulo, à frente do processo de candidatura que tornou o município

sede da seleção francesa. A força da Copa é indiscutível, a ponto de o estu-

do da FGV e do Sebrae mapear 929 oportunidades de negócios apenas nas 12 cidades-sede, em dez setores:

turismo, economia criativa, comércio varejista, serviços, artesanato, construção civil, madeira e móveis, agronegócios, tecnologia da infor-mação, comunicação e moda. “Apesar de estarmos a quatro meses do torneio, ainda é possível investir em diversas áreas, principalmente nas de turismo, varejo e serviços”, avalia Carlos Alberto Santos, diretor téc-nico nacional do Sebrae. Segundo o executivo, a principal dificuldade dos empreendedores é não estar preparados para atender às deman-das de produtos e serviços decorrentes de contratações no padrão Fifa ou de clientes nacionais e estrangeiros mais exigentes.

Durante a Copa das Confederações realizada no ano passado no Rio de Janeiro, em Recife e Belo Horizonte, o Sebrae acompanhou de perto o desempenho das empresas para diagnosticar a performance dos pequenos negócios durante os eventos esportivos. O levanta-

Pelos caminhos da CoPa

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márcio Santiago, presidente da FCVB

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mento identificou pontos fortes nos centros de artesanato e nos centros gastronômicos, como a valorização da identidade local, mas também constatou que há vários pontos a serem melhorados. Entre os mais críticos estão a falta de sinalização externa do negócio com placas, acessibilidade para pessoas com deficiência, inexistência de tabelas de preço ou menu em outros idiomas, ausência de identi-dade visual da marca e ações sustentáveis, como coleta seletiva e adoção de programas de resíduos sólidos.

Como parte das medidas de recepção e para garantir que os ganhos de relacionamento entre a França e Ribeirão Preto sejam perenes, ultra-passando o mero período de competição, o município enumera alguns investimentos possíveis pela iniciativa privada e estatal. “Há investimentos em segurança, com troca de expertise entre a polícia local e a francesa; construção civil, aproximando nossos arquitetos e engenheiros de novas tecnologias e desenvolvimentos; línguas, a ponto de que todas as escolas de francês da cidade estejam cheias e programas de treinamento possam ser oferecidos a profissionais como os de locação; além de parcerias em

segmentos como o de serviços”, reforça Santiago.Para aproveitar as oportunidades, os empresários

precisam investir mais em soluções direcionadas ao vi-trinismo e layout das lojas, a fim de chamar a atenção

dos clientes. “Agregar valor aos produtos com aspectos relacionados à identidade local e ações de fidelização do cliente podem ajudar a fomentar ainda mais o sucesso dos pequenos negócios”, sugere Luiz Barreto, presidente do Sebrae Nacional.

Mas o empresário deve levar em conta o tipo de negócio, se a clien-tela é permanente ou flutuante. Deve apostar, ainda, no planejamento, pois não pode encarar um incremento pontual nas vendas, em função da Copa do Mundo, como algo permanente.

PArA CruzAr o PAísAlém dos turistas nacionais que circularão pelos aeroportos, é preciso

ficar de olho nos estrangeiros, dos quais 50% deverão ser sul-americanos. Um filão e tanto para o segmento automotivo, já que a maioria deve se deslocar de carro próprio ou alugado de uma sede para outra e para as ci-dades turísticas ao redor. Chamar a atenção e cativar este público significa abrir uma grande oportunidade de engordar o caixa.

Dentro deste cenário, a locação de veículos poderá ser a primeira op-ção de transporte para o turista da Copa, caso siga a mesma tendência ve-rificada pela FGV durante os jogos de 2010, na África do Sul. As oportuni-dades multiplicam-se às cidades próximas às sedes, como Campinas (SP), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Foz do Iguaçu (PR), além

de destinos do interior paulista ricos na oferta de atrações de ecoturismo e turismo de aventura. Há oportunidades nos arredores dos centros de trei-namento das seleções nas cidades onde os jogadores ficarão hospedados.

As locadoras de veículos também estão otimistas e esperam significativo crescimento no período. O avanço deve incrementar sensivelmente a dimensão da frota, que alcançou cerca de 500 mil veículos ao

final de 2012. “O segredo para lucrar neste perío-do chama-se planejamento”, afirma Leonel Rossi Júnior, vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV). “As locadoras preci-sam ajustar a frota, garantir um volume de carros

suficiente para preencher a demanda. Se for preciso, remanejando, sem nunca perder a perspectiva de oferecer um serviço de qualidade a pre-ços justos e competitivos.”

A opinião é partilhada por Edmar Bull, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corpora-tivas (Abracorp). “Para garantir um bom desempenho não só no período da Copa, mas ao longo do ano, as empresas de locação precisam investir mais em tec-nologia, diminuir a burocracia e o tempo de espera em cada processo de locação”, afirma. Paralelamente, as locadoras deveriam investir em parceria com as agências de viagem, a fim de incrementar as ofertas de fly and drive. “É preciso criar o hábito, mostrar o serviço. Quem não é visto não é lembrado”, adverte Bull.

Leonel Rossi Jr., vice-presidente da aBaV Nacional

Edmar Bull, presidente da

abracorp

Luiz Barreto, presidente do Sebrae Nacional

A expectativa é que o aluguel de carros seja o principal meio de transporte dos turistas na Copa do Mundo de 2014, assim como foi na África do Sul, em 2010

origem dos TurisTAs

50% sul-americanos

30% europeus13%

norte-americanos 5%

asiáticos

2% africanos e oceânicosFonte: Estudo Sebrae/FGV

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Job: 2014-Fiat-Varejo-Janeiro -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 30375-003-FIAT-PECAS-REV-SINDILOC-JAN-21X28_pag001.pdfRegistro: 140042 -- Data: 18:08:58 07/01/2014

mERcADO

efeiTo dominóDas 32 seleções que disputarão a Copa do Mundo no Brasil, 15 es-

colheram o Estado de São Paulo para fazer a preparação (veja a tabela completa ao lado). A disputa para abrigar cada uma destas estrelas foi grande. E não poderia ser diferente. Muitos países contribuíram para melhorar as instalações e até para erguer algumas do zero.

De acordo com Raquel Verdanacci, coordenadora executiva do Comitê Paulista, ter seleções espalha-das pelo estado será mais uma forma de levar as oportunidades da Copa do Mundo a outros mu-nicípios paulistas. “Além de movimentar a econo-mia de forma direta, as delegações, a imprensa e os torcedores serão um canal importante para as cidades divulgarem seus atrativos, promoverem eventos e se consolidarem como destino, não só para o turista internacional, mas especialmente

para os nacionais e regionais, que ainda conhecem pouco do poten-cial turístico do nosso estado”, declara.

Ribeirão Preto, neste contexto, foi um destaque à parte, por ser a primeira sede escolhida. “A França nos selecionou antes mesmo de confirmar a classificação. Foi o fruto de um intenso trabalho. Preparamos um amplo projeto, avaliado pela comunidade local, seguido de um rico material gráfico encaminhado para as 200 se-leções afiliadas da Fifa. Nele apresentávamos nossa infraestrutura hoteleira, médica e de segurança, além de nossa capacidade para receber os atletas. Em seguida nos concentramos em ser incluídos no book de indicações da própria entidade, para depois nos foca-mos nas 50 maiores seleções do ranking mundial”, lembra Santia-

go, que confidencia que a cidade ainda esteve muito próxima de fechar com a Bélgica, Suíça, Coreia do Sul e Honduras.

Disposto a atrair o maior número de seleções para o Estado, o Comitê Paulista realizou dezenas de visitas a possíveis candidatos a centro de treinamento para verificar as condições e divulgar as oportunidades de se ter uma candidatura aprovada. O trabalho, iniciado há cinco anos, resultou em 30 candidaturas na edição fi-nal do catálogo da Fifa, de um total de 83 em todo o Brasil. Destas, 15 foram escolhidas em 12 municípios. “O sucesso do estado en-tre as seleções é resultado da ótima qualidade dos equipamentos inscritos e da infraestrutura de que São Paulo dispõe, com exce-lentes rodovias, aeroportos e oferta de serviços”, afirma Raquel.

Márcio Santiago explica que, nas entrevistas, os representantes das seleções foram sempre muito exigentes na questão da infra-estrutura. “Eles buscavam o melhor acesso possível em relação ao aeroporto a partir do hotel, saber sobre as condições do local em que a seleção iria se hospedar, incluindo boa estrutura para a mídia e opções de lazer para os atletas, suas famílias e os turistas”, detalha.

Dentro da proposta de levar os benefícios da Copa além das cidades sede, o Comitê Paulista desenvolveu, também, o GOL - Guia de Orientação Local. Além de organizar as informações so-bre a Copa do Mundo, o manual traz dicas para as cidades promo-verem seus atrativos turísticos, realizando eventos, por exemplo, sem infringir direitos comerciais da Fifa e de seus patrocinadores. “Cativar o turista com o atendimento é uma das principais ma-neiras de fazer essa promoção: lembrar daquela boa experiência que o fará voltar e indicar o destino a seus familiares e amigos”, destaca Raquel.

estado de são Paulo no Foco das seleções

País Cidade-sedeArgélia SorocabaBélgica Mogi das CruzesBósnia Guarujá

Colômbia CotiaCosta do Marfim Águas de Lindoia

Costa RicaSantos

MéxicoEstados Unidos São Paulo

França Ribeirão PretoHonduras Porto Feliz

Irã GuarulhosJapão

ItuRússiaNigéria

CampinasPortugal

os números dA CoPA do mundo

r$ 183 bilhões deverão ser agregados ao PIB brasileiro

r$ 135,7 bilhões é o volume da circulação de dinheiro gerado na economia nacional

r$ 9,4 bilhões é o valor das receitas adicionais decorrentes do aumento no fluxo de turistas

Fonte: Estudo Sebrae/FGV

Raquel Verdenacci, coordenadora executiva do Comitê Paulista

Job: 2014-Fiat-Varejo-Janeiro -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 30375-003-FIAT-PECAS-REV-SINDILOC-JAN-21X28_pag001.pdfRegistro: 140042 -- Data: 18:08:58 07/01/2014

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Já foi o tempo em que o segmento esteve limitado a isoladas e au-tossuficientes locadoras, sobrecarregadas na execução de cada aspecto, detalhe e demanda correlatas à gestão de frotas. Como todo mercado que amadurece e se consolida, hoje com mais de 2.400 locadoras em atividade pelo país, novas empresas surgem com opções de terceiriza-ção para que os players se dediquem ao que realmente interessa: a ativi-dade-fim de seu negócio.

A tendência à divisão e especialização de trabalhos é natural, ainda mais quando se tem em vista a complexidade das atividades cotidianas do setor, que envolvem compra e mobilização, manutenção preventiva, corretiva, assessoria ao locatário na utilização do veículo locado, gestão de recursos relacionados à frota, desmobilização, venda dos automoto-res aposentados, entre outros. Um conjunto de atividades que não têm como ser realizadas com o máximo de eficiência por um empreende-dor solitário, especialmente na faixa dos pequenos e médios.

Cada vez mais as empresas estão se conscientizando de que terceiri-zar a gestão de sua frota é uma forma de terceirizar recursos e se focar na locação. “Este é o novo paradigma de mercado: deixar de se concentrar em tarefas que demandam tempo, dinheiro e não são as responsáveis pelos rendimentos do empreendimento, repassando-as a especialistas e assegurando economia de custos”, explica Roberto Bottura, diretor co-mercial da Control Motors.

mobilizAção, desmobilizAção, ‘PArqueAmenTo’ e Pedigree

Um bom exemplo de terceirização, que envolve não só locadoras como também concessionárias, está nos trabalhos de mobilização e desmobilização de frotas. Segundo Bottura, restrições causadas pelo alto custo imobiliário do metro quadrado impedem que a maior par-te das concessionárias mantenham pátios extensos e adequados para receber uma grande encomenda de automóveis. Além disso, não apre-sentam número de funcionários e eficiência suficiente para revisar e li-berar os automóveis em tempo hábil, sem prejuízos.

“Quando uma locadora compra junto à montadora, precisa de uma concessionária para a entrega do pedido. O problema é que o espaço físico não é, na maioria das vezes, adaptado para encomendas de grande tamanho”, ressalta Bottura. “Um locador de grande porte ainda conse-gue negociar o uso do pátio da própria montadora, mas e o de peque-no e médio? Como fica? E a concessionária vai dar conta de fazer o PDI (Pre Delivery Inspection) de dezenas ou centenas de carros em um curto espaço de tempo?”, completa. É aí que entram em campo a terceiriza-ção do ‘parqueamento’ dos veículos e a pré-inspeção em larga escala por equipes especializadas. “Isso viabiliza o negócio da concessionária, impe-dindo que ela decline do pedido por incapacidade de atendimento, e evita prejuízos para o locatário que tem pressa em colocar seus carros para rodar”, justifica.

Nesta mesma linha entra o processo de desmobilização, marcado por um alto grau de complexidade e diversidade de procedimentos que impactam diretamente na eficiência do negócio de locação. “Para as pe-

EspEcIAL

FoCo FIRmE na atividade-fima crescente diversidade de opções em terceirização para locação abre perspectivas de aperfeiçoamento e melhores rendimentos para todo o setor

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revista sindloc 13

quenas e médias locadoras, os veículos são como ouro, são capital ma-terializado e que precisam desmobilizar com o melhor retorno possível para viabilizar as operações”, comenta o executivo da Control Motors. A empresa conta com uma equipe de mais de 40 funcionários e toda uma ampla estrutura dedicada a proceder com velocidade a verifica-ção dos automóveis, a apresentação em tempo real das informações ao proprietário, as atividades de reparo e também a venda pela internet.

“O que nós fazemos é a valorização do carro. Recebemos a frota e ra-pidamente preparamos um laudo de vistoria completo, no qual apon-tamos e registramos as avarias causadas”, resume Bottura. Com essas informações em mãos, além de poder cobrar eventuais ressarcimentos, o locador também é informado sobre quanto vale o automotor no estado, quanto custaria uma reparação e em quanto isso valorizaria o bem para revenda. Também terá acesso aos preços mais acessíveis, no varejo e no atacado.

O laudo, combinado às fotografias de antes e depois (no caso de autorizado o trabalho de funilaria e mecânica), mais a vistoria do Dena-tran, histórico sobre sinistros de grande monta, o preço final e o valor se comparado à tabela Fipe, ainda são disponibilizados na plataforma eletrônica de vendas. “Oferecemos um apoio completo, que envolve consultoria de preços, reparação, preparo de todo o pedigree e, ainda, a possibilidade deste cliente oferecer o carro para a venda com todas es-sas informações – o que é único no mercado – diretamente em nosso portal, em distintos espaços para pessoas físicas e jurídicas. Atuamos do começo ao fim no processo de desmobilização”, reforça o executivo.

Para este tipo de atividade, a rapidez de um serviço massificado e em tempo real é um importante diferencial, pois permite rápidas tomadas de decisão pelo empresário. “Hoje, informação é poder e o locador, mu-nido de dados, poderá alinhar a melhor estratégia de desmobilização com vista a seus objetivos”, pontua Bottura.

Neste contexto, cabe destacar que o processo de venda virtual é opcional e o proprietário, a seu critério, poderá recorrer a outras me-cânicas, como disponibilizar os automóveis em concessionária própria, para leilão tradicional, em outras plataformas digitais ou, também, pela modalidade de leilão desenvolvida pelo sindloc-sP em parceria com a casa de leilões Sodré Santoro. (Leia mais sobre essa modalidade na edi-ção 144 de abril de 2013 da Revista do Sindloc-SP, disponível em nosso site)

CredenCiAmenTo de ofiCinAs e mAnuTençõesDe acordo com Cláudio Guimarães, gerente geral da PersonalCar,

geralmente as pequenas locadoras, com 50, 100 ou 150 carros, não possuem uma estrutura bem definida para cuidar de atividades como

credenciamento de oficinas ou atendimento telefônico ao cliente. E ain-da que contenham uma pessoa responsável, enfrentam uma série de dificuldades na hora de credenciar uma mecânica para manutenções preventivas e/ou corretivas em uma localidade diferente de sua central.

Desenvolver um fornecedor pode levar de dois a três dias, tempo em que um automóvel estará parado perdendo diárias. “Daí a praticidade de se contratar ou contatar, para um trabalho pontual, uma terceirizada que atenda a esse tipo de demanda e que possa responder questões como: ‘para qual oficina encaminhar meu cliente?’, ‘o diagnóstico dessa empresa é confiável?’, ‘quem irá desmobilizar minha frota na cidade x?’,‘ esse orçamento tem um preço justo?’. Dúvidas que podem ser respon-didas por quem monitora os preços de mercado, dispõe de uma central de atendimento e tem uma ampla rede de fornecedores credenciados por todo o território nacional”, exemplifica Guimarães.

A expertise de avaliar orçamentos, a velocidade em atender a ligação de um cliente com problemas, a certeza de contar com uma rede de for-necedores pré-credenciados, constantemente auditados e com pré-requi-sitos definidos, entre outros vários produtos relacionados, são elementos que dão segurança, rapidez e confiabilidade aos serviços de uma locadora junto a seu locatário. Ao mesmo tempo, reduzem custos com pessoal e prejuízos advindos da falta de estrutura no atendimento dessas demandas.

“ ”Um carro na faixa de R$ 25 mil, parado, gera, em média, R$ 10 de prejuízo ao dia

“”

os três pilares para atender a locação são agilidade, qualidade e preço bom/competitivo.

É o segredo para que todos ganhem: a terceirizada, a locadora, o fornecedor e o locatárioCláudio Guimarães, gerente geral da PersonalCar

merCAdo em ebuliçãoCom centenas de milhares de automóveis locados pelas ruas do país,

um grande mercado abre-se para empreendedores interessados em fornecer serviços de qualidade, eficiência e a preço justo. Essa tendên-cia, que encampa mobilização, desmobilização, atendimento telefôni-co, credenciamento de fornecedores, análise de orçamentos, vendas, manutenção preventiva e corretiva, entre outros, é resultado da con-solidação do segmento e um grande benefício em favor de uma maior competitividade para os pequenos e médios empresários. O futuro, se-gundo os entrevistados, será das companhias que mantiverem foco per-manente na atividade-fim. Àquelas que não se importarem com isso, infelizmente, restará a lanterna na atual e ferrenha competição.

Roberto Bottura, diretor comercial da Control motors

14 revista sindloc

cação de setores com maiores riscos de de-sobediência, treinamento e comunicação”, complementa Laudo, do IBGC.

A atividade pode parecer complexa e invi-ável para um pequeno e médio negócio, mas isso é um engano. Seu objetivo não é consumir recursos ou gerar burocracias, mas sim, servir como uma consultoria aberta a todos os co-laboradores. “Ela irá definir o que é proibido e permitido, se posso presentear alguém no go-verno, se a ida a uma reunião oficial deve ser fei-ta de forma solitária ou acompanhada, e o que fazer se pedirem propina”, exemplifica Rogéria.

ACessíVel Aos Pequenos e médiosA área pode limitar-se a um único funcio-

nário, explica Lopes. “Pode ser um chapéu de compliance, alguém que lide com o tema em parte de seu tempo. Entretanto, esse profissio-nal precisa ter independência e apoio da lide-rança diretiva”. Inclusive, essa é uma questão importante, pois ele será o responsável por fomentar de forma organizada, metódica e documentada o incentivo ao exercício ético e correto das atividades da companhia. Afinal, da mesma forma que a lei permite a conde-nação de uma empresa, mesmo por uma ati-tude interna e que não conte com apoio dos gestores do negócio, a existência de um setor formal de compliance suavizaria a punição.

Na opinião dos entrevistados, para uma atuação eficiente é preciso no mínimo um ad-vogado, devido à necessidade de boa interpre-

tação de legislações e normas. Ainda sim, se possível, o ideal é uma equi-

pe multidisciplinar que englobe as diversas facetas do negócio. O gestor atento e responsável, além de estimular uma atitude

ética, poderá blindar sua empre-sa contra a corrupção.

Em tempos de troca de favores, fraude em licitações e negociações promíscuas entre o setor público e o privado, surge uma luz que pode virar este jogo. Desde o dia 29 de janei-ro está em vigor a Lei 12.846/13. Conhecida como a “lei da empresa limpa”, ela traz meca-nismos de responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas, com sanções con-centradas no plano administrativo ao invés do penal, e promete iniciar uma moralização das relações entre o Estado e as empresas.

Envolvido com diversos escalões estatais por meio de licitações e contratos de forne-cimento de serviços, o segmento de locação precisa manter-se atento à novidade. A lei prevê penalidades que vão de multas sobre o faturamento bruto e o impedimento de se participar de licitações ao encerramento de atividades. É de suma importância que o novo cenário seja entendido, em especial no que se refere a compliance (conformidade em inglês) e seu papel na prevenção de desvios.

A lei“A legislação é um sopro de modernida-

de, pois traz a responsabilidade objetiva e a garantia de

punição, já que ela será automática e não mais estará submetida à comprovação de in-

tenção do agente”, des-creve Rogéria Gieremek,

gerente executiva de com-pliance da Serasa Experian para a América La-tina, que considera uma mudança de cultura que levará tempo.

Segundo Leonardo Lopes, especialista da PricewaterhouseCoopers (Pwc), embora a lei ainda careça de regulamentação por parte do Poder Executivo, a intenção é boa. “Seu

escopo está em limitar atos lesivos à admi-nistração pública e também em eliminar um gap de nosso sistema legal: o impedimento de se responsabilizar a pessoa jurídica”, explica o executivo, confiante de que ela não se torna-rá letra morta, visto a internacionalização dos negócios que demandam instrumentos como este pelos investidores externos.

“É uma questão de efetividade das regras, que acaba com o sentimento de impunidade e fomenta um comportamento correto dos agentes econômicos”, sentencia João Laudo, conselheiro administrativo do Instituto Bra-sileiro de Gestão Corporativa (IBGC), que vê na lei um impulso para que as empresas sejam

mais ativas no comba-te à corrupção em

todos os seus níveis de gestão, conforme a tría-de base da com-

pliance: prevenir, detectar e remediar.

ComPliAnCeA atividade de compliance tem como fun-

ção desenvolver, para cada realidade e cultura empresarial, metodologias, procedimentos internos e cuidados para mitigar riscos. “Ela protege a imagem da empresa, funcionando como uma orientadora para que esta entenda melhor as regras e leis, e se afaste de irregula-ridades”, define Rogéria, da Serasa. Nesta mes-ma linha, Lopes, da Pwc, considera que o objetivo final é fazer a gestão do risco de compliance, o que abarca questões tributárias, ambientais etc. “Em suma, é uma área que trabalha para garantir aderência de todos às normas, obediência às regras, um programa de identifi-

João Laudo de Camargo, do IBGC

Dra. Rogéria Gieremek, do Serasa

Leonardo Lopes, da Pwc

GEsTÃO

PREPaRE-SE, a era da empresa limpa chegou

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InOVAçÃO

Uma FESTa de LaNÇamENToS e NoVaS TECNoLoGIaS

Este ano promete ser animado no setor automotivo. Serão mais de 50 lançamentos para o mercado brasileiro, entre carros de entrada, intermediários, luxo e esportivos. Uma quantida-de muito significativa, ainda mais em tempos de pessimismo sobre a força da economia brasileira. O destaque é que eles trazem uma série de inovações técnicas em segurança, conec-tividade, consumo de combustível, entre outros quesitos. As-pectos para os quais as locadoras devem estar atentas, pois são diferenciais relevantes para escolher o carro mais adequado aos desejos dos clientes.

As tecnologias são muitas e alcançam tanto modelos de luxo como também os mais próximos do público. Inclusive, alguns dos mais importantes lançamentos de 2014 serão neste último segmento.

PoPulAresHá novidades que prometem abalar o status quo reinante no

mercado. A Ford já tem planejado, para o fim do primeiro semes-tre, o novo Ka, com base em um carro-conceito apresentado re-centemente à imprensa. O automotor que será comercializado em todo o mundo, com especial destaque para a Índia – onde receberá o nome de Figo –, provavelmente virá equipado com o motor que está mudando a cara dos modelos de entrada: o três cilindros 1.0.

Com capacidades superiores à de seus congêneres 1.0 de qua-tro cilindros, a inovação garante menos peso para o veículo, mais aproveitamento de espaço, redução da frente dos carros, mais eficiência na utilização de combustível, mais cavalos de potência e menor custo de produção. Outros que já contam com essa tecnologia são o Hyundai HB20, um sucesso de vendas em 2013, o VW Fox Blue Motion, que na opinião dos críticos precisaria ter um motor um pouco mais potente devido ao seu próprio peso, e o VW up!. Este último é o mais novo automóvel de entrada da Volks e chega com a missão de ser tão popular quando o antigo Fusca e substituir o bem sucedido Gol.

Fora o motor, o up! traz ainda freios ABS com EBD, a famosa transmissão MQ200, que, para os especialistas, ainda não possui equivalente no mercado quando o assunto é precisão no engate das marchas. Também contará com a fixação de cadeirinhas in-fantis por meio do sistema Isofix, que pode se tornar em breve uma exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Já o amplo porta-malas com 285 litros, que tem como opcional o sistema s.a.v.e, é indicado para dividir melhor o espaço de for-

ma a manter bagagens mais delicadas seguras e aproveitar a ampla altura vertical do bagagei-ro. Vale destacar que as versões completas dispõem do Maps & More, um GPS com aplicativos ideais para economia de com-bustível, além de direção com assistência elétrica – o easy drive, leve e firme para manobras precisas em velocidade.

O up! é a primeira das opções de en-trada a chegar ao mercado, mas tam-bém há outras versões mais completas, seguindo a tradição da Volks de possi-bilitar a customização do carro segun-do os desejos do cliente. O que em si já é um benefício, pois permite à locadora adaptar o automóvel segundo as necessi-dades especificadas do locatário. Aliada às no-vidades tecnológicas anteriores, uma que não é visível chama a atenção. Trata-se do uso de aços de “ultra-alta-resistência” no chassi. Com 7,8% deste tipo de me-tal, forjado a quente, ele possui uma liga formada a 900ºC e que foi aplicada nas partes responsáveis pela proteção da célula de sobrevi-vência, algo totalmente inédito no segmento. Ainda deixou o carro 14 quilos mais leve na comparação com o uso do aço comum.

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latin ncaP *

Montadora/Modelo núMero de estrelasano do teste

Adultos Crianças

Volkswagen up! 5 4 2014

Ford EcoSport 5 3 2013

Ford Focus Hatch 5 4 2013

Volkswagen Jetta 5 4 2013

Hyundai HB20S 4 3 2013

Chevrolet Malibu 4 1 2013

Toyota Etios Hatch 4 2 2012

Ford New Fiesta 4 4 2012

Renault Fluence 4 2 2012

Honda City 4 4 2012

Volkswagen Polo Hatch 4 3 2012

Chevrolet Cruze LT 4 3 2011

Toyota Corolla Xei 4 1 2010

Renault Clio** 3 1 2014

Volkswagen Gol Trend 1.6*** 3 2 2010

Nissan March 2 1 2011

Peugeot 207 Compact 1.4 2 2 2010

JAC J3 1 2 2012

Renault Sandero 1 2 2012

Chevrolet Celta 1 2 2011

Chevrolet Classic 1 1 2011

Fiat Uno Evo 1 2 2011

Ford Ka (antigo) 1 3 2011

eleVAndo o níVelA tecnologia estrutural

puxa o nível da categoria inteira para cima. Graças a ela, o up! obteve

a melhor nota da história da Latin NCAP, conquistando cinco estrelas para adultos e quatro para crianças

(veja quadro). Somado a isso, registrou o menor índice de reparabili-dade do mercado nacional no Car Group, feito pelo Cesvi, alcançan-do 11 pontos de 60 (quanto mais próximo de 10, o mínimo, melhor) e retirando o posto do Citröen C3. O “susto” no mercado é tanto que a siderúrgica Arcelor Mittal anunciou um investimento de US$ 15 milhões para a ampliar a produção deste aço de alta resistência, já prevendo um incremento, nos próximos 11 anos, de 6% para 25% do mercado devido à demanda das montadoras.

Outra estrela no segmento de entrada é o Fiat Palio Fire 2014. En-tre os mais baratos da categoria, exibirá instrumentos como o eco-nômetro e irá disputar espaço com VW up!, Toyota Etios, Honda Fit, Ford Ka, Fiat Uno, Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Renault Sandero e o Novo Ford Ka. O panorama futuro é de ainda mais novidades e de disputa ferrenha pelos clientes. A pecha de que automotores de entrada são, a priori, simplórios, sem graça ou sem avanços técnicos relevantes cada vez mais está obsoleta.

fuTuroOs avanços que, em breve, devem chegar aos populares, por hora

estão no nível dos carros de luxo. Uma das principais inovações fica a cargo do estacionamento com câmera 360º graus do futuro novo Audi A8 e seu sistema Lane Assist, capaz de corrigir automatica-

mente mudanças involuntárias de faixa, ampliando a segurança no trânsito.

Já o BMW Série 4 Coupé trará um mecanismo de controle de temperatura automático que leva em conta os

valores dos ambientes internos, externos e a própria velocidade de deslocamento do veículo. Já o Mini Cooper 2014 ostentará confor-tos como o controle de cruzeiro adaptativo e um alerta de colisão. Todas as opções, sem sombra de dúvidas, valorizam seus produtos e entram no hall de desejos do consumidor final ou do frotista.

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* Teste controlado que avalia a efetividade de carros na manutenção da saúde física dos passageiros em caso de acidentes **Com airbag e ABS ***Com airbags

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LÍDER sETORIAL

VERSaTILIDaDE E RESPoNSaBILIDaDE,

A RECEITA DA BoA LoCAção!empresário capixaba vê a diversificação e o contínuo empreendedorismo como segredos da estabilidade, mas alerta para a necessidade de reformulação do sistema estatal para contratação de serviços de locação.

O espírito santo está entre os maiores PiBs brasileiros. Como isso impacta e influencia o setor de locação local?

A força do estado reside na diversificação, com destaque para o segmento de commodities e para a indústria. Temos algumas gran-des companhias do país, como a Vale e a Petrobras, uma forte side-rurgia (Arcelor Mittal), além de fábricas de chocolate, agronegócios, mármores e granitos, papel e celulose. A locação, neste contexto, atende pequenas e médias empresas.

Grandes empresas do setor petrolífero e de mineração não são fon-te de demanda?

Sim e não. As grandes como a Petrobras, por exemplo, contam com seleção apenas entre empresas convidadas, em um processo que não cos-tuma contemplar as pequenas e médias locadoras. Subsidiárias de outras multinacionais, por sua vez, já se instalam com contratos firmados com gigantes da locação nacional. Deste mercado, sobra uma pequena fatia de não mais que 15% a ser atendida pelas locais.

então, a perspectiva do pré-sal, seus royalties e as empresas relacio-nadas não têm impacto significativo?

Não quero dizer que os avanços no pré-sal não tragam boas perspec-tivas, apenas que elas fluem muito lentamente. A maior fatia ficará com locadoras de fora. Já a questão dos royalties, hoje, corre para ter o mesmo destino do Fundo de Desenvolvimento da Atividade Portuária (Fundap), que foi um verdadeiro motor regional por muitos anos, responsável por investimentos em infraestrutura e por aquecer nossa demanda. Com seu fim, o mercado arrefeceu e, agora, com a nova destinação dos royalties, sentiremos outro impacto.

O setor no espírito santo estará em risco?Não, estamos bem consolidados e temos como ponto forte a diversi-

dade de setores, o que nos afasta de flutuações de um mercado específico. Percentualmente, a divisão atual da locação está em 20% para aluguéis à administração pública e 60% para as empresas privadas, enquanto apenas 20% são destinados ao rent a car. A preocupação quanto à “redestinação” dos recursos mora no impacto direto na infraestrutura. O petróleo traz

divisas, pessoas, empresas e isso nos afeta. Sem que a cidade acompanhe esse fluxo, corremos o risco de enfrentar dificuldades.

Como superaram o fim do Fundap? esse foi o único desafio?A superação deu-se por meio da diversificação. Sabíamos que o

fundo não duraria para sempre. Este, claro, é apenas um de muitos desafios. O início da união sindical no estado foi outro, mas com o tempo e acompanhando o mercado em expansão, o segmento evo-luiu e conquistou confiança junto ao governo estadual, tendo como resultado uma diminuição de 50% no IPVA e reduções no ISS. Em contrapartida, essa época trouxe os aventureiros, que se instalaram e acabaram arranhando nossa imagem. A verdade é que estamos na época de vacas magras e só sobreviverão os empreendedores capazes de criar novos produtos, dançar conforme a música do mercado e oferecerem serviços de alta qualidade, customizados e a preços justos.

O que são esses aventureiros? São empresas especulativas que entraram no mercado com preços

baixos e insuficientes para uma operação funcional. O problema é que é difícil avaliar uma locadora até ser tarde demais: quando os serviços de manutenção, substituição, renovação e atendimento são demandados. Elas mancharam a imagem de empresários sérios, levando muitos clientes a desistir da terceirização. Uma responsabilidade que é também do esta-do, devido à má estratégia da seleção de fornecedores.

O senhor fala dos pregões eletrônicos? Quais os problemas e riscos dessa prática?

Por baixo da aparência de eficiência, velocidade, praticidade e isonomia, trazem sistemáticos prejuízos ao estado. A forma de seleção é pelo preço, o que não funciona com locação, pois se pode vencer o pregão com um valor abaixo de um nível mínimo para o atendimento. Resultado? Um serviço ruim e que trará prejuízos ao erário. A solução seria cancelar o con-trato, mas isso normalmente não acontece e ele é levado até o fim. A alter-nativa são os pregões presenciais, com alguém pronto a ser questionado. Isso seleciona, de saída, fornecedores sérios. Do jeito que é feito aqui e no restante do país, o patrimônio público está sendo lentamente dilapidado.

Para Eduardo Corrêa da Silva, diretor geral da Ranking Rent a Car, ex-presidente do Sindloc-ES e representante do conselho fiscal da ABLA, a fila de navios no Porto de Vitória (ES) é um termômetro. Há mais de 24 anos no ramo de locação de veículos, ele elenca qualidade, diversidade, seriedade e em-preendedorismo como elementos-chave para os negócios. “Quando saio de Vitória, sempre olho nosso porto. Se houver mais de 30 navios, as coisas vão bem, mas menos de 15 é crise. A dinâmica dele reflete a economia e as demandas de nosso mercado”, disse em entrevista à Revista do SINDLOC-SP.

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Em 2014, o Brasil deu novo passo na segurança e oficializou a obrigatoriedade dos airbags nos modelos fabricados aqui. Demo-rou, visto existirem desde 1973, quando o Oldsmobile Toronado tor-nou-se o primeiro. A medida é uma esperança para a redução dos índices de mortes no trânsito, que, segundo a Organização Mundial da Saúde, já superam os 30 mil ao ano no país.

A tecnologia vai muito além das tradicionais bolsas para o condu-tor e passageiro e chegam aos bancos traseiros.

diAnTeiros e TrAseirosHá uma histórica falta de atenção aos airbags para bancos tra-

seiros e o motivo é estatístico: na maioria dos países a média é de apenas 1,5 ocupantes ou menos por carro em cidades e estradas, salvo períodos de viagens e feriados. Como a região frontal é mais ocupada e exposta, tornou-se prioridade.

O resultado foi a diversificação dos airbags dianteiros com op-ções como os para os joelhos; para as laterais do corpo, com função de cortina que evitam o impacto da cabeça dos ocupantes contra as janelas; entre o condutor e o passageiro, que impedem que um seja jogado sobre o outro; etc. Agora, a competição de mercado e a busca por segurança aquece as pesquisas para os bancos traseiros.

imPACTo lATerAlResponsável por um terço das mortes no trânsito, os impactos

laterais são um problema. Ao contrário da frente, a lateral não amor-tece bem batidas e acaba descontando a energia nos passageiros. Para combater isso, a TRW desenvolveu três novos airbags, dois dos quais para quem está atrás.

O primeiro, entre os ocupantes, tem como função evitar a con-cussão entre eles. Já o segundo, um airbag interno de grandes di-

aIRBaGS mensões, trabalha em conjunto com os bancos dianteiros - capazes de se deslocar para o centro do veículo em um movimento rotacional 50 milissegundos antes da batida - para que abram espaço para ele inflar. A superbolsa leva 15 milissegundos para inflar e funciona junto com um sistema de cintos de dois estágios (pré e pós-choque).

O terceiro, prestes a chegar ao mercado, fica sob o piso do carro, na parte externa inferior, e, como um escudo, amortece batidas late-rais. Testes mostraram não só redução de ferimentos, como no nível de invasão do habitáculo por objetos. O acionamento automático é realizado por sensores e câmeras.

Já a Toyota projetou um airbag para o quinto passageiro (aquele no meio do banco traseiro) e outro para proteger a parte posterior da cabeça dos indivíduos na segunda fileira. O primeiro evita que as três pessoas batam umas contra as outras, de forma similar ao já presente nos bancos dianteiros, enquanto o segundo gera uma cor-tina inflável que circunda os apoios de cabeça e atenua o impacto de batidas traseiras e a entrada de estilhaços.

Para os consumidores da locação, quanto mais opções de airbags, melhor e maior o valor do modelo no quesito segurança. Afinal, ninguém quer colidir, mas se for inevitável, que seja com o máximo de elementos de proteção.

14% de redução na morte de condutores*11% de redução na morte de passageiros dianteiros85% de redução de choques entre cabeça e veículo59% de redução de lesões moderadas no tórax**45% de redução em lesões moderadas nos membros superiores***Dados do governo norte-americano indicam 40% de redução** Airbag+cinto de segurança, contra airbag sem cinto

Fonte: TRW

aIRBaGS Em NúmERoS:

para todos

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ARTIGO

CoNTaBILIDaDE sob medida para as PEQUENaS e mÉDIaS EmPRESaS

Sancionada no fim de 2007, a Lei 11.638/07 – conhecida como Nova Lei das S/A –, provocou uma série de alterações nas normas e práticas contábeis, de forma a compatibilizar as regras nacionais ao padrão internacional, conhecido como International Financial Reporting Standards (IFRS). Desde então, a rotina dos contadores nunca mais foi a mesma, pois as modificações e exigências são enor-mes. Em princípio, muito trabalho à vista para os profissionais do setor e para os empresários e gestores. Mas por outro lado, os bene-fícios podem ser imensuráveis.

As pequenas e médias empresas (PMEs) contam com um pro-nunciamento contábil específico, que as definiu como sociedades fechadas desobrigadas a fazer a prestação pública de suas contas. Na prática, esse pronunciamento é válido para uma grande fatia de companhias brasileiras, que ainda hoje preparam a contabilidade apenas para finalidades fiscais.

Estima-se que existam mais de 2 milhões de empresas enqua-dradas nesse grupo no Brasil. Para elas, a legislação tributária está sempre acima da legislação contábil. Entretanto, a partir das novas normas, todas passaram a ser obrigadas a adaptar sua contabilidade às regras globais, o que requer mudança de cultura e de postura com relação ao tratamento destinado às informações contábeis.

O objetivo é transformar as diversas práticas contábeis em uma única linguagem mundial. Mas qual o benefício para pe-quenos e médios empreendimentos? A resposta é simples. Mais facilidade na obtenção de crédito e de investimentos. Por isso, as informações contábeis padronizadas, de acordo com o IFRS proporcionam clareza e qualidade às empresas, ao reunir infor-mações importantes para a tomada de decisões e para a atração de potenciais investidores, e aos usuários das informações con-tábeis, como bancos, sócios e governos.

Com a padronização, um investidor estrangeiro pode compreen-der facilmente as demonstrações contábeis de empresas de qual-quer parte do mundo, o que facilita o aumento do fluxo de capitais para as empresas brasileiras, valendo-se do fato de que o país está em grande evidência no cenário econômico atual. Quanto maior a transparência e a comparabilidade das demonstrações contábeis, mais úteis elas se tornam, facilitando, dessa maneira, as ações e estra-tégias de expansão das empresas.

dioclécio oechsler Auditor contábil

no bAlAnço PATrimoniAl:• Novo subgrupo “intangível” no Permanente, desdobrado do ativo imobilizado• extinção da reavaliação dos bens do ativo imobilizado e elimi-nação das Reservas de Reavaliação• Restrição do diferido ao registro das despesas pré-operacionais e aos gastos de reestruturação• eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos acumulados” man-tendo somente a conta “Prejuízos acumulados”• Criação, no Patrimônio Líquido, do subgrupo “ajuste de avalia-ção patrimonial”, englobando as “Reservas de Capital”, e a Reser-va de lucro a realizar

ouTrAs:• Publicação das demonstrações dos Fluxos de Caixas – dFC.• Publicação obrigatória da demonstração do Valor adicionado – dVa para as companhias abertas• aumentos ou diminuições de valores nos saldos de ativos e pas-sivos decorrentes de avaliações e preço de mercado serão regis-trados na conta de ajuste de avaliação Patrimonial, no Patrimô-nio Líquido• ativo permanente passa a ser dividido em: investimentos, imo-bilizado, intangível e diferido• saldos passam a ser vertidos a valor de mercados em casos de: fusões, cisões ou incorporações• Companhias abertas e sociedades de grande porte de capital fechado devem apresentar demonstrações contábeis segundo os padrões da Lei das s.as. e auditadas por auditores independentes• deverá ocorrer segregação entre escrituração mercantil e tri-butária.• a CVM expedirá normas contábeis em consonância com as Nor-mas internacionais de Contabilidade (iFRs)• sociedades controladas (que fazem parte de mesmo grupo e sob influência de controle comum), serão avaliadas pelo método de equivalência patrimonial.

Fonte: Contabeis.com.br

CoNhEÇa aS PRINCIPaIS NoVIDaDES Na LEI 11.638/ 2007

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