à glória do grande arquiteto do universo arls expansão da ... · pdf...

Download À Glória do Grande Arquiteto do Universo ARLS Expansão da ... · PDF fileobjetivo um trabalho ... Mais tarde a Arquitetura era exercida em toda a Grécia pelos ... necessárias

If you can't read please download the document

Upload: truonghuong

Post on 06-Feb-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 1

    Glria do Grande Arquiteto do Universo

    ARLS Expanso da Luz n 35

    Fiat Lux

    Benemrita da Biblioteca Edgard Buytendorp

    Grande Oriente de Mato Grosso do Sul COMAB

    Centro de Estudos e Pesquisas Manicas Expanso da Luz

    O LIVRO DO APRENDIZ - 1894 OSWALD WIRTH

    CONHECIMENTOS FILOSFICOS SOBRE A HISTRIA GERAL DA FRANCO-MAONARIA

    CONSIDERAES PRELIMINARES

    Certas idias so suscetveis de exercer uma especial atrao sobre os indivduos isolados. Elas os agrupam, formando, assim o eixo intelectual de uma associao. Mas estas associaes no podem constituir-se por grupos desprovidos de toda estabilidade e de toda coeso. Um conglomerado de individualidades diversas no pode transformar-se em algo permanente, seno por meio de uma lei orgnica que institua a vida coletiva. Em toda associao, necessrio distinguir a idia da forma. A Idia ou o Esprito obra como um gerador abstrato: o Pai da coletividade, onde a Me est representada pelo princpio plstico que lhe d sua forma. Estes dois elementos de Gerao e de Organizao esto representados na Maonaria por duas colunas, onde a primeira (masculina ativa) faz aluso quilo que estabelece e fundamenta, enquanto que a segunda (feminina passiva) refere-se quilo que consolida e mantm. O historiador que conhece as luzes da filosofia no pode se abstrair destes dois fatores essenciais. Para ele, os anais de nossa instituio remontam-se mais alm do ano 1717, data da fundao da Franco-maonaria moderna; porque as idias que agora conseguem tomar corpo, em tempos anteriores deram lugar a numerosas tentativas de criaes similares. Uma coletividade que se estabelece, por outro lado, no saberia improvisar sua organizao. Todo Ser se constitui em conformidade sua espcie, beneficia-se pela experincia ancestral. Todo novo Ser, vem a ser assim o herdeiro de uma raa antiga que revive nele, como viveu ele mesmo em toda cadeia de seus antecessores. Desde este ponto de vista, permitido atribuir Franco-maonaria uma origem muito antiga, j que se assemelha a todas as confraternidades de iniciados do passado. Mas parece haver sado das primeiras associaes de construtores, como pode julgar-se, pela circunstncia de haver dado nascimento Arte de Edificar.

    AS ORIGENS DA MAONARIA

    A Franco-maonaria no se dedica hoje em dia, aos trabalhos materiais, mas deriva de uma confederao de talhadores de pedra e arquitetos, cujas ramificaes se estenderam na Idade Mdia sobre toda a Europa ocidental, transmitindo-se o segredo de sua arte. Esses construtores se conformavam com os usos antigos. Praticavam os ritos dos iniciados, que as lendas corporativas fazem remontar mais remota antiguidade. Devemos guardar-nos de tomar ao p da letra estas tradies ingnuas. Tem muito de mitolgicas e s vezes um sentido alegrico. (Segundo uma destas lendas, Ado havia sido recebido Maom conforme aos ritos da Ordem do Paraso pelo Pai Eterno). uma maneira de dizer que a

  • 2

    Franco-maonaria existiu sempre, seno realmente, pelo menos em estado latente, ou seja, que ela responde a uma necessidade primordial do esprito humano. Mas necessrio refletir sobre a influncia exercida primitivamente pela arte de construir, para formar-se a idia justa do rol civilizador que as mais antigas associaes tm desempenhado necessariamente. Estas associaes se constituram, desde o momento em que a Arquitetura se converteu numa Arte. Foram chamadas, sem dvida, a construir, claro, os muros das cidades antigas. Estas muralhas de defesa, construdas com pedras talhadas, no podiam ser, seno obras de obreiros exercitados e agrupados em tribos. No puderam estar, estes artesos, seno que associados e isto por duas razes: primeiro, porque, toda construo importante, no pode ser obra de indivduos isolados, e segundo, porque a prtica da arte de construir exige uma iniciao profissional. ento evidente, que, desde os tempos mais remotos, os Maons formaram grupos corporativos e que, pela fora das circunstncias, dividiram-se em aprendizes, companheiros e mestres. Quanto a sua misso civilizadora, se manifestou sob um duplo ponto de vista: por um lado, as cidades protegidas contra os assaltos da brutalidade, da barbrie, por slidas muralhas, converteram-se em centro das atividades, em abrigos inviolveis, reservados a uma frao mais culta que as multides de fora; por outro lado, os Maons deram o exemplo de associar-se, tendo como objetivo um trabalho comum. Pode-se assim afirmar, que a Arquitetura a me de toda civilizao, e justo o ttulo, que os antigos Maons consideravam sua arte, como a primeira e a mais estimvel de todas.

    A ARTE SAGRADA Primitivamente tudo se revestia de um carter sagrado; mas a arte de construir estava mais particularmente rodeada de um carter divino. Os homens que a ela se dedicavam exerciam um sacerdcio. Eram sacerdotes a sua maneira. Talhando as pedras, preparando-as e posicionando-as para construir os edifcios, acreditavam render um culto divindade. Toda construo til era santa, destru-la era um sacrilgio, e as mais antigas inscries ameaavam com a vingana divina o homem mpio que destrura ou atacara os monumentos. Os construtores tinham uma religio prpria, inteiramente baseada na arte de construir. O Universo era, a seus olhos, um imenso canteiro de obras onde cada ser era chamado a contribuir com seus esforos edificao de um monumento nico. Encontravam-se num trabalho incessante, que no havia comeado jamais e no devia terminar nunca, mas que construa por todas as partes, segundo as instrues de um mesmo plano. Da vem a idia da Grande Obra, dedicada construo de um Templo Ideal, cada vez mais e mais perfeito. Da o uso tradicional entre os Maons de

    Consagrar seus trabalhos GDGADU.

    PRIMEIROS DADOS HISTRICOS Ns no conhecemos mais que informaes precrias sobre as mais antigas corporaes construtoras dos povos do Oriente. Mas singular encontrar nos escritos acdios o A como sinal da slaba (Bou)... que significa Fazer, Construir. Se isto no mais que uma simples coincidncia, , de todas as maneiras, significativo e os Maons apaixonados podero ver nisto, um indcio da remota antiguidade de seu smbolo, pois, os monumentos Caldeus, onde se lhes encontram remontam h mais de 4.500 anos antes de nossa era. Os autores desconhecidos dos mais antigos livros sagrados da China, no ignoravam, claro, o valor simblico do compasso e do esquadro, insgnias do sbio, que possua o segredo e sabia conduzir-se conforme as instrues do Primeiro Construtor. No Egito, o sacerdote ensinava as cincias e as artes. Certos hierofantes se especializavam na Engenharia e na Arquitetura. Os artesos postos a suas ordens no tinham direito a nenhuma iniciativa. Os Escultores e talhadores de pedras, foram mais livres na Sria. Formaram associaes religiosas que percorreram toda a sia Menor, para erigir por todas as partes templos, segundo a convenincia dos diferentes cultos. assim que, por l, pelo ano 1000 antes de Jesus Cristo, Hiram, rei de Rito, pde enviar a Salomo os obreiros necessrios construo do templo de Jerusalm, do palcio real e dos muros da cidade. Estes mesmos construtores fizeram parte igualmente, na fundao de Palmira. Mais tarde a Arquitetura era exercida em toda a Grcia pelos Pontfices de Dionsio e, Numa Pompilio aperfeioou suas organizaes l pelo ano 715 antes da era Crist.

  • 3

    A legislao romana constituiu os Colgios de Construtores, encarregados de executar todos os trabalhos pblicos. Estas corporaes tinham sua autonomia e a lei lhes garantia numerosos privilgios. Cada uma delas praticava suas cerimnias religiosas particulares, apropriadas aos ofcios que exerciam seus membros. Estes exerciam todas as profisses necessrias arquitetura religiosa, civil, militar, naval e hidrulica. Estas laboriosas confraternidades, se espalharam por todo o imprio. Seguiam a marcha das legies romanas para construir as pontes, os caminhos, os aquedutos, os campos entrincheirados, as cidades, os templos, os anfiteatros, etc. Enfim, eles contriburam para civilizar os povos vencidos, instruindo-lhes nas artes da paz. Subsistiram florescentes at a invaso dos brbaros. No sculo terceiro, Teofastro os descreve nos seguintes termos:

    Segundo as tradies da arte estaturia antiga, os escultores e talhadores de pedra, viajavam de um lado a outro da terra com os utenslios necessrios para trabalhar o mrmore, o marfim, a madeira, o ouro e outros metais. A matria informe lhes bastava abastecer para elevar os templos, segundo modelos divinos.

    O CRISTIANISMO As religies profissionais se conformavam ao gnio do politesmo greco-romano; enquanto este reinou, ningum podia sonhar em ter em conta superar as corporaes arquitetnicas em seus ensinamentos religiosos. Mas, no foi o mesmo quando o Cristianismo passou a ser a religio do estado, no tempo de Constantino, que pretendeu fundar a unidade de culto e de crenas. O Supremo Arquiteto do Universo se encaixava com o monotesmo, a quem parecia haver-se adiantado. Mas esta simplicidade, esta impreciso propcia s adaptaes contraditrias, no podiam satisfazer nova religio, que formulava dogmas imperiosos e precisos e para quem era do todo necessrio que desde a em diante se lhes submetessem. Fiis suas tradies, os construtores se resguardaram de contrariar a f oficial. Se fizeram batizar, reservando-se a adaptar-se ao Cristianismo s doutrinas da metafsica arquitetnica. Assim nasceu uma religio oculta, parente do Gnosticismo que se abstm cuidadosamente de toda manifestao exterior. Alm disso, encontraremos um indcio nesta singular facilidade, com a qual os artistas bizantinos e coptos se posicionavam indiferentemente ao servio das diferentes seitas crists e depois s muulmanas. Exteriormente submissas ao absolutismo cristo, as associaes de construtores, puderam prosperar sob o amparo do Imprio do Oriente, enquanto que desapareciam no Ocidente, submersa pela invaso dos brbaros. Um perodo veio, ento,