gládis kaercher - ufrgs - diversidade
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Há uma ambiência de conflito no cotidiano da
escola: xingamentos, agressões (verbais, físicas, simbólicas)
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Há um estranhamento por parte dos professores sobre os conflitos: como intervir?
Há um desejo intenso de que a escola possa ser (re) configurada como um espaço possível de
aprendizagens, de cidadania, de acolhida...
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A diversidade (e as diferenças) integram a humanidade.
Diferir enriquece o humano (não é um problema).
Isto não significa situar as diferenças na natureza: precisamos atentar para os modos como a cultura cria estas diferenças.
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O problema está na hierarquização das diferenças: a partir dela promovemos desigualdades.
A escola, como construção humana, é cada vez mais um lugar onde a diversidade e as diferenças devem estar.
A cultura constrói identidades através das representações.
Estas representações se materializam nos artefatos que circulam dentro e fora da escola.
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Todo artefato tem um “estatuto pedagógico”: educa o olhar para ver determinados sentidos e não outros quaisquer.
Ao mostrarmos de um determinado modo, hierarquizado e inferiorizado determinadas raças, etnias, corporeidades, gêneros, classes (dentre outros), perpetuamos a imagem de inferioridade destes marcadores e educamos para o preconceito e a discriminação.
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Os livros de Literatura e didáticos são um artefato priorizado dentro da escola e, portanto, ensinam sobre os marcadores identitários: gênero, raça, etnia, classe, nacionalidade, sexualidade, corporeidade, dentre outros.
Os marcadores identitários não são neutros nem fixos: se articulam, uns com os outros, deslocando as identidades e promovendo ajustes constantes.
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A ação pedagógica, e nossas escolhas cotidianas são, portanto, FUNDAMENTAIS!!! O que usamos nas aulas (filmes, imagens, livros, músicas, brinquedos, etc.) narra identidades: modos de ser e de viver a pertença aos marcadores identitários.
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O Brasil, mestiço, funde (confunde) raça/cor/etnia
• Nos documento oficiais (DNV)• Nas representações presentes na cultura• Nas práticas cotidianas das salas de aula• Nos produtos direcionados à infância
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Antecedentes do conceito de raça
• Medicina : Anatomia e a busca por catalogar os tipos humanos - Cesare Lombroso (Anatomia patológica – relacionando características fenotípicas à criminalidade) Séc. XIX
• Biologia: o conceito de eugenia (pureza racial)• Foucault: a transformação das guerras
nacionais em “guerras raciais”/racismo• Regimes fascistas (2ª. Guerra) e a invenção da
etnia no pós-guerra
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“[...] é justo aí que aparece a necessidade de teorizar as “raças” como elas são, ou seja, construtos sociais, formas de identidade baseadas em uma idéia biologicamente errônea, mas socialmente eficaz para construir, manter e reproduzir diferenças, privilégios. (Guimarães:1999, p.64).”
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Tomar o branco como incolor é uma fantasia.
Cabe perguntar para quem a branquidade é invisível? (Kaercher: 2006, p. 113)
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Cor sob o signo da negritude
Em outros países, tais como Estados Unidos ou África do Sul, podemos perceber a existência de uma “linha de cor”, que separa brancos de não-brancos – não interessando, para tanto, as nuanças cromáticas.
No Brasil uma zona racial intermediáriaque flutua até certo ponto ao sabor do observador e das circunstâncias fazendo com que os mestiços com traços negróides disfarçáveis principalmente quando portadores de atributos que implicam status médio ou elevado (diploma superior, riqueza e outros) possam ser incorporados ao grupo branco.
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O termo deriva do grego O termo deriva do grego ethnikosethnikos, adjetivo de , adjetivo de ethosethos, e refere-se a povo ou nação. , e refere-se a povo ou nação.
Descreve um grupo possuidor de algum grau de Descreve um grupo possuidor de algum grau de coerência e solidariedade, composto coerência e solidariedade, composto por por pessoas conscientes de pessoas conscientes de terem origens e terem origens e interesses comunsinteresses comuns. .
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As condições de possibilidades que antecedem as leis: movimento negro e indígena, militância negra e indígena nos partidos políticos, pressão da sociedade civil, etc.
Constituição de 1988 Criação da SECAD (Secretaria de Educação
continuada, Alfabetização e Diversidade) LDBEN 9394/96 Lei nº 10639/2003 Lei nº 11645/2009 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
das Relações Étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira (CNE – Parecer 003/2004)
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Da Necessidade de uma Educação Anti-Racista
Porque negros e não-negros (brancos, índios) precisam ser educados: ambiências pedagógicas plurais.
Para que diferenças não se transformem em desigualdades: combate às hierarquizações.
Os preconceitos não se constroem isoladamente: machismo, homofobia, “os anormais”.
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Precisamos promover uma educação
antirracista, não por força de lei, mas pela
ÉTICA!!!
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Compromisso da comunidade escolar
Cursos de formação para os educadores sobre a história e cultura da África, história e cultura indígenas.
Equipamento das Escolas: bibliotecas, acesso à internet, espaços para convivência e promoção de cursos
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Educar todas as raças para a valorização da raça negra e dos povos indígenas: compromisso de impregnar as salas/escolas/vida de representações positivas da negritude e indianidade
Respeito à diferença como pressuposto para uma educação anti-racista
Diferença não implica desigualdade
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Ambiência multi-racial: brinquedos, livros, filmes, imagens “publicitárias”, etc. que representem as diferentes raças.
Projetos pedagógicos e ações pedagógicas voltadas para a valorização e conhecimento da raça negra e dos povos indígenas.
Ação pedagógica anti-racista:
Postura anti-racista clara do professor
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Espaço para externar o racismo (rodas de conversa, debates, diálogos informais)
Para tensionar o racismo: como um argumento que se apresenta
“lógico” só podemos desconstruir o racismo através da lógica.
AÇÃO PEDAGÓGICA SISTEMÁTICA, CONSTANTE, PROPOSITIVA