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DIREITO ADMINISTRATIVO 3 AS BASES DO REGIME JURÍDICO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS DE TITULARIDADE ESTATAL Professor Luiz Gustavo Kaercher Loureiro

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Direito Administrativo 3 As bases do regime jurídico das atividades econômicas de titularidade estatal. Professor Luiz Gustavo Kaercher Loureiro. Conteúdo da disciplina. Parte III – A legislação geral Regime jurídico das concessões e permissões de serviço público (a Lei 8.987/95) - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Professor Luiz Gustavo Kaercher Loureiro

DIREITO ADMINISTRATIVO 3

AS BASES DO REGIME JURÍDICO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS DE TITULARIDADE ESTATAL

ProfessorLuiz Gustavo Kaercher Loureiro

Page 2: Professor Luiz Gustavo Kaercher Loureiro

CONTEÚDO DA DISCIPLINAPARTE I - TEMPOS INTERESSANTES:

ORIGEM E CONTEXTO DA REGULAÇÃO

  O Estado de Bem Estar e sua versão

brasileira; seus problemas, reais a alegados, e a crise da categoria do serviço público

A solução preconizada: “Estado Regulador” Características gerais Instrumentos jurídicos

A via brasileira das reformas: narrativa histórica

O problema: modelo regulatório e Constituição

 

 

PARTE III – A LEGISLAÇÃO GERAL  • Regime jurídico das concessões e permissões de serviço público (a Lei 8.987/95)• Concessão e permissão:

teoria do contrato administrativo

• Serviço adequado• Direitos e deveres dos

usuários• Política tarifária• Licitação• Poderes do concedente• Deveres e poderes da

concessionária• Extinção da concessão

• PPP’s

PARTE II – A CONSTITUIÇÃO  • A tradição constitucional em matéria de ordem econômica e a leitura corrente da Ordem Econômica• Crítica e proposta de modelo alternativo• Serviços públicos x atividades reservadas• Concessões de serviço público x

concessões• “As atividades regulamentadas”• Da Constituição à Lei

PARTE IV – SETORES ESPECÍFICOS• Energia elétrica• Petróleo• Mineração

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OBJETO DA DISCIPLINA

Estudo das diversas competências públicas em face de atividades econômicas

tipos, intensidade, justificação, fundamento normativo e regime

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MÉTODO DAS AULAS, PROVAS E BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Método: expositivo, com recursos de pp; discussão em aula

Avaliações:

Bibliografia básica:

AGUILLAR, Fernando Herren. Controle social de serviços públicos. São Paulo: Max Limonad, 1999.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Agências reguladoras e a evolução do direito administrativo econômico. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

--------------------------------------------------, Direito dos serviços públicos, Rio de Janeiro: Forense, 2007.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio, Curso de Direito Administrativo, São Paulo: Malheiros, 25ª ed.

BRASIL. Presidência da República. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, nov. 1995. GRAU, Eros Roberto. A Constituição de 1988 e a Ordem Econômica, São Paulo: Malheiros, 2008. JUSTEN FILHO, Marçal, O direito das agências reguladoras --------------------------------------, Teoria geral das concessões de serviços púbilcos, São Paulo:

Dialética, 2006

Bibliografia setorial

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PARTE I – TEMPOS INTERESSANTES

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O ESTADO DE BEM-ESTAR

Concepção de Estado no plano econômico agente fundamental da economia que concebe o processo produtivo e de circulação de riquezas como instrumento de realização de objetivos públicos e não como mero espaço de ações privadas que cumpre regular e que por isso

Conforma a economia: regulação “invasiva” (+ do que polícia); fomento de atividades

Atua diretamente oferecendo aos seus cidadãos utilidades e serviços materiais

Suas origens históricas: 1ª Guerra Mundial (Europa); Grande Depressão (EUA)

Suas propostas: em abstrato, maior intervenção na economia (em comparação com o Estado Liberal). Em especial, oferecimento, pelo poder público, de prestações e comodidades

materiais aos indivíduos, não mais apenas tutela da liberdade econômica

Gustavo
Sobre os problemas da distinção Estado de Bem Estar x Estado Polícia, v. Burdeau, Histoire de l'Administration française, p. 109 e segs. 135 e segs.
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O ESTADO DE BEM-ESTAR Seus mecanismos manejados por uma administração “burocrática” –

conjunto de competências definidas desempenhadas por cargos ocupados por sujeitos com formação profissional, organização hierárquica, controle a priori, procedimental

Incentiva atividades privadas consideradas importantes: benefícios fiscais, financiamentos de bancos nacionais de fomento, qualificação profissional

Regula a economia de forma intensa (“regulação interna”): dirigismo contratual funcionalização da propriedade imposição de condições para o exercício de empresa e profissão: preços, padrões

de qualidade, quantidades etc. Tutela de categorias sociais (consumidores, trabalhadores etc.)

Fiscaliza o cumprimento de sua regulação & pune o desrespeito a ela

Planeja: em maior ou menor grau, SUBSTITUI A LIVRE INICIATIVA E AS FORÇAS DA OFERTA/PROCURA OPERANTES NO MERCADO PELO “PLANO”, i.e., UMA DECISÃO POLÍTICA, CENTRALIZADA ACERCA DAS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E CONSUMO coordenação de atividades distintas, determinação de quantidades, limites e diretrizes de expansão, divisões de mercados etc.

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O ESTADO DE BEM-ESTAR

Torna-se AGENTE ECONÔMICO

em zonas exclusivas (monopólios de direito - publicatio)

em concorrência

E as realiza por meio de duas técnicas, originalmente distintas:

1ª. Delegação (técnica concessional)

2ª Empresa estatal (técnica de outorga)

É a época das nacionalizações, estatizações etc. EMPRESA ESTATAL

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OS REFLEXOS DESSA PROPOSTA NO DIREITO – A ORDEM ECONÔMICA DAS

CONSTITUIÇÕES

O conteúdo “mínimo” (ou clássico) de uma Constituição: Organização do poder político Estabelecimento de direitos e garantias (de liberdade, em

face do Estado)

O novo elemento: Ordem Econômica normas de diferente conteúdo Novos poderes ao Estado (monopólios, concessões,

regulação econômica) Novos direitos/deveres aos cidadãos Um exemplo: a Constituição de 1934

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A TEORIA JURÍDICA TÍPICA DO ESTADO DE BEM ESTAR – ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO

Serviço público é toda a atividade que atende a relevante interesse social ou coletivo, titularizada pelo Estado que a realiza por meio da aplicação de um regime jurídico de direito público (critérios material, orgânico e formal):

Publicatio nítida distinção público x privado

Monopólio jurídico da atividade e duas formas de execução: direta (outorga: empresa estatal) delegação (contrato: concessão de serviço público)

Regime jurídico geral e abrangente, desviante do direito privado:

Prerrogativas exorbitantes para a execução do serviço

Deveres de prestação, consubstanciados nos princípios do serviço público

Características da concessão: ato jurídico misto, regulamentar no que diz com as condições de execução do serviço (ausência de liberdade em sua realização tarifas, condições de serviço etc.); contrato quanto à equação econômico-financeira

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O SP TRADICIONAL

Realizado com uma disciplina jurídica completamente diferente daquela de direito privado, consagradora de

privilégios e ônus especiais para o agente que a executa

“Monopólico, igualitario, de mínimos, uniforme” (Ariño Ortiz)

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A VERSÃO BRASILEIRA

A expansão (30-70)

Primeiro governo Vargas (30-45):

Intervenções normativas: Código de Águas; de Minas; nova legislação portuária; Ordem Econômica na Constituição de 1934 (e 37); Lei das S.A.; Código da propriedade industrial etc.

Intervenções executivas: criação de diversas autarquias; CHESF; Cia. Siderúrgica Nacional;

Reformas administrativas (DASP)

Década de 50-60: Intervenções normativas: Lei do Petróleo; “código” da energia elétrica

(Dec. 41.019/57); Intervenções executivas: Petrobrás; Furnas; Eletrobrás; O Plano de Metas

Governo militar (64-86) Intervenções normativas Intervenções executivas Os Planos de Desenvolvimento

Uma constante: centralização federativa e ampliação do rol das atividades reservadas

Ao longo deste arco de tempo, o Estado esteve presente, agindo diretamente ou disciplinando a atividade nos mais variados setores:

• Agricultura (café, açúcar, trigo financiamentos, abastecimento, preços etc.) •Indústrias extrativas (borracha, minas, erva-mate, sal propriedade pública, regime de outorgas, política de preços etc.)

• Energia (águas, petróleo, carvão, energia nuclear monopólio, regime de outorgas, planificação)

• Transporte (marítimo, ferroviário, aéreo regime de outorgas, planificação)

• Comunicações e serviço postal (rádio, televisão, telégrafo, correio regime de outorgas e monopólio)

• Produção e comércio (de variado tipo regime de produção, preços, controles de qualidade e quantidade etc.)

• Setor financeiro e de seguros (bancos e outras instituições disciplina da atividade)

• Comércio exterior

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A CRISE E O ESGOTAMENTO DO MODELO

A gênese: gigantismo (onerosidade e “abafamento” da liberdade econômica)

Os problemas econômicos: déficit público; alta carga tributária; crises econômicas mundiais (choques do petróleo)

Os problemas gerenciais:

ineficiência; ausência de inovações; “captura do Estado” por grupos de interesse “serviços para quem deles não precisa” falhas da regulação tradicional fundadasna gestão e planificação estatal, retribuição pelo custo e ação

coativa preços elevados, desincentivos, baixa qualidade, sobredimensionamento do investimento etc.

A crítica ideológica pós muro de Berlim: o neoliberalismo da Era Reagan e Tatcher “consenso de Washington”

A conformação de uma economia global competitiva e tecnológica sob a hegemonia norte-americana, para a qual a ação econômica estatal está mal aparelhada

Os problemas especificamente brasileiros: do “milagre” à depressão dos anos 80

Super investimento em época turbulenta, crise internacional e esgotamento da capacidade de investimento do Estado brasileiro

Usos políticos das estatais

A crise como resultado, em parte, de seu sucesso os “feitos” do Estado

Bem-Estar

O REFLEXO JURÍDICO: (NOVA) “CRISE” DO SERVIÇO PÚBLICO (não mais conceitual mas de fundo)

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O REFLEXO JURÍDICO– ABALO DA NOÇÃO JURÍDICA TRADICIONAL DE SP

Rejeita-se a idéia de titularidade estatal da atividade (publicatio)

Barreiras de entrada – decisão discricionária do poder público

“Regime de serviço público”

Exclusividade Conjunto de prerrogativas, privilégios e subsídios Uniformidade

UE: liberdade de comércio, de movimento de capitais, liberdade de trabalho e de estabelecimento serviços econômicos de interesse geral e “novo conceito de serviço público”

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A “CONSTITUIÇÃO” DOS NOVOS TEMPOS – CONSENSO DE WASHINGTON

Disciplina fiscal & reforma tributária que desonere a produção

Redirecionamento da despesa pública ampla oferta de serviços primários como educação e saúde

Taxas de juros flutuantes

Taxa de câmbio competitiva

Liberalização comercial - liberalização das importações, com especial ênfase na eliminação das restrições quantitativas (licenças, etc)

Liberalização do investimento direto estrangeiro

Privatização de empresas estatais

Desregulamentação - abolição de regulamentos que impedem a entrada no mercado ou restrinjam a concorrência, exceto para aqueles justificadas em matéria de segurança, questões ambientais e de proteção dos consumidores

Segurança jurídica para a propriedade intelectual.

Um Estado que arrecada menos, gasta menos, “libera” a economia (i.) de sua presença, (ii.) de mecanismos de resguardo da produção nacional e, ainda, reordena-a em direção à competição em todas as áreas (protegendo propriedade & contratos)

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AS RESPOSTAS: RETIRADA & NOVA REGULAÇÃO

A primeira resposta brasileira à crise desmantelamento da burocracia e PND

A segunda resposta PDRAE

PRIVATIZAÇÕES

DELEGAÇÕES DE EXECUÇÃO

REFORMAS DA BUROCRACIA

CONSTRUÇÃO DE “MARCOS REGULATÓRIOS”

“TERCEIRO SETOR”

Page 17: Professor Luiz Gustavo Kaercher Loureiro

O PRIMEIRO PND – LEI 8.031/90 Os objetivos do Programa: privatização de empresas estatais

Redimensionar o tamanho econômico do Estado retorno de atividades “indevidamente exploradas pelo setor público”

Diminuição da dívida pública saneamento das finanças do setor público; Retomada de investimentos nas empresas e atividades que vierem a ser

transferidas à iniciativa privada modernização do parque industrial do País concentração de esforços estatais nas atividades em que sua presença seja

fundamental fortalecimento do mercado de capitais

As suas bases : venda de estatais que não realizam “atividades de competência exclusiva da União” (art. 1º, § 3º) “privatização” (alienação dos direitos que asseguram o controle societário, segundo as modalidades previstas no art. 4º)

Estatais que atuam na esfera da livre iniciativa Estatais que prestam serviços públicos (art. 7º) outorga da concessão e criação

ad hoc do regime do serviço [??????]

Possibilidade de golden share da União (art. 8º)

Page 18: Professor Luiz Gustavo Kaercher Loureiro

O PRIMEIRO PND – LEI 8.031/90

Funcionamento:Diretoria do PND seleção das estataisDepósito das ações no FND (art. 10)Procedimento de venda, precedido de

publicidade

Os resultados originais do PND: inclusão de 68 empresas no Programa; desestatização de 18 empresas nos setores de siderurgia, fertilizantes e petroquímica; arrecadados US$ 4 bilhões; títulos da dívida pública utilizados como meio de pagamento

Page 19: Professor Luiz Gustavo Kaercher Loureiro

PLANO DIRETOR DE REFORMA DO APARELHO DO ESTADO

Comparado ao PND é um programa muito mais amplo e ambicioso (seu objeto é o ESTADO) processa-se em vários níveis (jurídico, político, institucional etc.) e alcança todos os âmbitos do Estado brasileiro (área econômica, administrativa, fiscal dentre outras)

A estrutura do PDRAE: Diagnóstico: “Crise do Estado” (não de governo) Descrição: identificação de diferentes funções no Estado Objetivos: (i.) gerais (p. 45); (ii.) setoriais Medidas: adoção de soluções para a crise, em conformidade com as diferentes

funções

Diagnóstico de “crise do Estado” Crise fiscal decréscimo da poupança e do crédito públicos Crise da estratégia estatizante (estatismo, substituição de importações etc.) Crise do funcionamento da burocracia (AP) – rigidez, ineficiência e manutenção

de velhas práticas

Para completar, o “retrocesso burocrático de 1988” “engessamento” da burocracia (p. 21)

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AS REFORMAS PRECONIZADAS PELO PDRAE

Ajuste fiscal (responsabilidade fiscal)

Reforma da previdência social

Reformulação do modo de funcionamento da AP DA AP BUROCRÁTICA À AP GERENCIAL

Maior autonomia ao gestor público, compensada por um maior controle a posteriori

Substituição do controle procedimental prévio pelo controle a posteriori de resultados

Contratualização das relações intra-administrativas (contrato de gestão)

Aproximação das técnicas administrativas àquelas empresariais privadas (concorrência interna, metas e resultados, remuneração compatível com o mercado etc.)

Retração do Estado no plano da ação prestacional direta e reforço (qualificação) de sua ação reguladora

Terceiro setor novas formas de relação público-privado (“parceiras”) Privatizações (na linha do PND) medida mais imediata Delegações uso da concessão e permissão + agências

De “administrado” a “cliente”, de “burocrata” a “gestor” palavra chave é EFICIÊNCIA (maior produtividade com menor volume de recursos)

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OS ÂMBITOS DA AÇÃO ESTATAL SEGUNDO O PDRAE

1. Governo - núcleo estratégico: formulação das normas e políticas públicas (atendimento ao interesse público e efetividade) objetivos, p. 45

Ação – funcionários (AP):

2. atividades exclusivas: consistem ou fazem uso em grande escala do poder extroverso do Estado (tributação, passaportes, polícia...) objetivos, p. 46

3. Atividades não exclusivas: envolvem diretamente direitos fundamentais e/ou economias externas não alocáveis pelo mercado (saúde e educação) objetivos, p. 47

4. Atividades empresariais: voltadas para o lucro, foram reservadas ao Estado por falta de iniciativa privada e/ou caráter monopolista objetivos, p. 47

Reformulação dos objetivos e modos de ação de cada função de Estado, segundo suas peculiaridades, em distintos

planos, incluindo aquele jurídico

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AINDA O PDRAE

As reformas preconizadas no núcleo estratégico (governo): qualificar a AP burocrática e libertar o Executivo de certas amarras.

Atividades exclusivas: APG (“agencificação executiva”, via contrato de gestão) e intensificação do controle social

Atividades não exclusivas: APG e “publicização” (terceiro setor + contrato de gestão + participação e controle social)

Atividades empresariais: privatizações e APG, com ênfase para a “função regulatória” ESTADO REGULADOR

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O TERCEIRO SETOR

“Espaço público não-estatal” realiza, sem vínculo orgânico com o Estado, atividades NÃO reservadas de reconhecido interesse coletivo sem fins lucrativos

Pessoas jurídicas de direito privado não integrantes da Administração Pública (AD ou AI) e não delegadas

Têm por objetivo realizar tarefas socialmente relevantes Ausência de intenção de lucro

Organizações da Sociedade Civil Interesse Público (OSCIP’s)

Organizações Sociais (OS’s)

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O “NOVO” TERCEIRO SETOR

O “novo”

utilização dele em larga escala, para fins de diminuição da ação direta estatal,

com incremento de auxílio público (mais intensidade e novas formas)

e reformulação completa dos procedimentos de habilitação e controle

NOVA FORMA DE RELACIONAMENTO JURÍDICO

Page 25: Professor Luiz Gustavo Kaercher Loureiro

O REGIME JURÍDICO DO TERCEIRO SETOR

A idéia de fundo é semelhante à delegação de atividades Estado se desincumbe de algumas tarefas suas por meio de agente privados

Não são exclusivas: ação privada se dá por direito próprio saúde e educação (arts. 199 e 200 CF)

Não há delegação de exercício de competência

O Estado auxilia e em contrapartida recebe parcela do poder de gestão e poderes de controle

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ORGANIZAÇÕES SOCIAIS PJ deve ter as seguintes características:

Sem fins lucrativos Algum dos objetivos do art. 1º da Lei 9.637 Requisitos organizacionais e estruturais do art. 2º (certa estrutura de controle

e participação pública)

“Credenciamento” art. 20: (a.) critérios para credenciamento; (b.) absorção de atividades e consequências Requerimento ao Ministério competente (art. 11) que as reconhecerá como “entidades

de interesse social e utilidade pública”

O vínculo jurídico: contrato de gestão (def. art. 5º) que deverá conter: Especificação do programa de trabalho e metas (art. 6º) Critérios de avaliação e desempenho Política de remuneração dos dirigentes

Tipos de auxílio estatal: (a.) recursos orçamentários; (b.) bens públicos; (c.) cessão de servidores

públicos, com ônus para a origem (art. 14)

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OSCIP (LEI 9.790) Características da sociedade:

Ausência de finalidade lucrativa Objetivos “altruístas” (art. 3º - casos do art. 2º) Regras estatutárias específicas (art. 4º)

Habilitação junto ao MJ

“Termo de parceria”: “vínculo de cooperação para fomento e execução das atividades de interesse público” Objeto: especificação do programa de trabalho Metas e cronograma Critérios de avaliação e desempenho Regras de custeio

Participação pública: Recursos (e bens, cfe. art. 4º, VII, d) O poder público não ingressa na PJ mas ela deve respeitar certas regras

de transparência e controles

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AINDA O PDRAE

Os planos da reforma:

Jurídico REFORMAS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS

No que aqui interessa, o PDRAE contém uma proposta clara pelo Estado Regulador.

Trata-se de uma especificidade histórica e não da identificação de uma nova tarefa pública (“regulação” no sentido de normatização)