giulliana da costa martins -...

44
Giulliana da Costa Martins Cirurgia ortognática com benefício antecipado para paciente portador de SAHOS: Relato de caso Brasília 2017

Upload: others

Post on 19-Jan-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

Giulliana da Costa Martins

Cirurgia ortognática com benefício antecipado para paciente

portador de SAHOS: Relato de caso

Brasília

2017

Page 2: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que
Page 3: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

Giulliana da Costa Martins

Cirurgia ortognática com benefício antecipado para paciente

portador de SAHOS: Relato de caso

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Odontologia da Faculdade de

Ciências da Saúde da Universidade de Brasília,

como requisito parcial para a conclusão do curso

de Graduação em Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Faber

Co-orientadora: Patrícia Valim

Brasília

2017

Page 4: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que
Page 5: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

A Deus e a minha família.

Page 6: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que
Page 7: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo seu infinito amor, por me capacitar e permitir chegar

até aqui.

A minha mãe, Eliana, por todo amor, cuidado, dedicação, apoio e

investimento.

Ao meu pai, José Ricardo, que mesmo distante, demonstra todo

seu amor e cuidado.

Aos meus avós, Oswaldo e Maria Lélia, por serem minha

inspiração.

Ao meu orientador Prof. Dr. Jorge Faber, pela oportunidade e

confiança, por todo tempo dedicado a este trabalho, por todo

aprendizado, por ser minha inspiração e exemplo de profissional.

A minha co-orientadora, (para mim Dra.) Patrícia Valim, por ser

uma pessoa maravilhosa, excelente profiossional e por toda

contribuição, apoio e infinita dedicação com este trabalho.

Aos meus queridos amigos e companheiros de TCC, Rebecca e

Lucas, por toda ajuda e por cada momento que compartilhamos

juntos.

A minha amiga e companheira de clínica, Natália, pela amizade,

paciência e carinho.

Ao meu melhor amigo, e namorado, Natan, que apesar da

distância se mantém sempre tão presente. Por todo amor,

companheirismo, apoio, carinho e paciência.

Page 8: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que
Page 9: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

EPÍGRAFE

“Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso para

cumprir o que prometera”.

Romanos 4, 21

Page 10: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que
Page 11: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

RESUMO

DA COSTA MARTINS, Giulliana. Cirurgia Ortognática com

benefício antecipado para paciente portador de SAHOS: Relato

de caso. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Odontologia) – Departamento de Odontologia da Faculdade de

Ciências da Saúde da Universidade de Brasília.

O tratamento ortodôntico-cirúrgico convencional foi desafiado nos

últimos anos por uma alternativa que antecipa a cirurgia para os

estágios iniciais, chamada de benefício antecipado. Embora essa

abordagem seja descrita com frequência para os casos de classe

III, talvez os pacientes que mais se beneficiem do tratamento

ortodôntico-cirúrgico com a antecipação da cirurgia sejam

aqueles portadores de classe II, pois muitos desses pacientes

apresentam a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do

Sono (SAHOS) como uma das indicações para o tratamento

ortodôntico-cirúrgico. O objetivo desse trabalho é relatar o caso

de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II

e SAHOS, que se submeteu ao tratamento com a abordagem do

benefício antecipado utilizando a ancoragem esquelética com

mini-implantes para viabilizar a correção ortodôntica. Ao fim do

tratamento observou-se a eliminação da SAHOS, além de

importante ganho estético facial.

Page 12: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que
Page 13: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

ABSTRACT

DA COSTA MARTINS, Giulliana. Surgery-first Orthognathic

Approach for patients with OSAHS: Case report. 2017.

Undergraduate Course Final Monograph (Undergraduate Course

in Dentistry) – Department of Dentistry, School of Health

Sciences, University of Brasília.

Conventional orthodontic-surgical treatment has been challenged

in recent years by an alternative that anticipates surgery for the

early stages, called sugery-first. Although this approach is often

described for class III cases, perhaps the patients who benefit

most from orthodontic-surgical treatment with the anticipation of

surgery are those with Class II, since many of these patients

present with Obstructive Sleep Apnea and Hipoapnea Syndrome

(OSAHS) as one of the indications for orthodontic-surgical

treatment. The objective of this study is to report the case of a 44-

year-old class II patient and OSAHS, who underwent treatment

with the anticipated benefit approach using skeletal anchorage

with mini-implants to enable orthodontic correction. At the end of

the treatment, the elimination of OSAHS was observed, besides

an important facial aesthetic gain.

Page 14: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que
Page 15: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

SUMÁRIO

Artigo Científico ........................................................................... 17 Folha de Título ........................................................................ 19 Resumo ................................................................................... 20 Abstract ................................................................................... 22 Introdução................................................................................ 23 Diagnóstico e Etiologia ............................................................ 24

Objetivos do tratamento .......................................................... 27 Tratamentos alternativos ......................................................... 27

Progresso do tratamento ......................................................... 28 Resultados do tratamento ....................................................... 30 Discussão ................................................................................ 34 Conclusão ................................................................................ 36 Referências ............................................................................. 37

Anexos ......................................................................................... 41

Normas da Revista .................................................................. 41

Page 16: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que
Page 17: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

17

ARTIGO CIENTÍFICO

Este trabalho de Conclusão de Curso é baseado no artigo

científico:

MARTINS, Giulliana; VALIM, Patrícia; FABER, Jorge. Cirurgia

Ortognática com benefício antecipado para paciente portador de

SAHOS: Relato de caso

Apresentado sob as normas de publicação da Revista American

Journal of Othodontics and Dentofacial Orthopedics (AJO-DO) de

Ortodontia.

Page 18: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

18

Page 19: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

19

FOLHA DE TÍTULO

Cirurgia Ortognática com benefício antecipado para paciente

portador de SAHOS: Relato de caso

Surgery-first Orthognathic Approach for patients with OSAHS:

Case report.

Giulliana da Costa Martins1

Jorge Faber2

Patrícia Valim3

1 Aluna de Graduação em Odontologia da Universidade de Brasília. 2 Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade de Brasília (UnB). 3 Ortodontista em clínica privada

Correspondência: Prof. Dr. Jorge Faber

Campus Universitário Darcy Ribeiro - UnB - Faculdade de

Ciências da Saúde - Departamento de Odontologia - 70910-900 -

Asa Norte - Brasília - DF

E-mail: [email protected] / Telefone: (61) 31071849

Page 20: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

20

RESUMO

Cirurgia Ortognática com benefício antecipado para paciente

portador de SAHOS: Relato de caso

Resumo

O tratamento ortodôntico-cirúrgico convencional foi desafiado nos

últimos anos por uma alternativa que antecipa a cirurgia para os

estágios iniciais, chamada de benefício antecipado. Embora essa

abordagem seja descrita com frequência para os casos de classe

III, talvez os pacientes que mais se beneficiem do tratamento

ortodôntico-cirúrgico com a antecipação da cirurgia sejam

aqueles portadores de classe II, pois muitos desses pacientes

apresentam a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do

Sono (SAHOS) como uma das indicações para o tratamento

ortodôntico-cirúrgico. O objetivo desse trabalho é relatar o caso

de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II

e SAHOS, que se submeteu ao tratamento com a abordagem do

benefício antecipado utilizando a ancoragem esquelética com

mini-implantes para viabilizar a correção ortodôntica. Ao fim do

tratamento observou-se a eliminação da SAHOS, além de

importante ganho estético facial.

Palavras-chave

Cirurgia ortognática; benefício antecipado; síndrome da apneia e

hipopneia obstrutiva do sono; classe II, tratamento ortodôntico-

cirúrgico.

Relevância Clínica

A demonstração da possiblidade de antecipar a cirurgia

ortognática nos pacientes portadores da Síndrome da Apneia e

Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) grave amplia as

Page 21: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

21

possiblidades de tratamento para os mesmos, diminuindo as

possíveis complicações que a doença traz, o que leva a

diminuição do risco de morte e uma melhora da qualidade de

vida desses pacientes.

Page 22: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

22

ABSTRACT

Surgery-first Orthognathic Approach for patients with OSAHS:

Case report.

Abstract

Conventional orthodontic-surgical treatment has been challenged

in recent years by an alternative that anticipates surgery for the

early stages, called surgery-first. Although this approach is often

described for class III cases, perhaps the patients who benefit

most from orthodontic-surgical treatment with the anticipation of

surgery are those with Class II, since many of these patients

present with Obstructive Sleep Apnea and Hipoapnea Syndrome

(OSAHS) as one of the indications for orthodontic-surgical

treatment. The objective of this study is to report the case of a 44-

year-old class II patient and OSAHS, who underwent treatment

with the anticipated benefit approach using skeletal anchorage

with mini-implants to enable orthodontic correction. At the end of

the treatment, the elimination of OSAHS was observed, besides

an important facial aesthetic gain.

Keywords

Orthognathic surgery, surgery-first, Obstructive Sleep Apnea and

Hipoapnea Syndrome, class II, orthodontic-surgical treatment.

Page 23: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

23

INTRODUÇÃO

O tratamento ortodôntico-cirúrgico convencional foi

desafiado nos últimos anos por uma alternativa que antecipa a

cirurgia para os estágios iniciais. Essa abordagem tem sido

descrita na literatura com mais frequência para o tratamento da

classe III1,2,3,4,5,6 e existem evidências sugerindo que a

antecipação da cirurgia nesses casos melhora a qualidade de

vida do paciente por propiciar os ganhos da cirurgia em fase

inicial do tratamento2,7.

No entanto, talvez os pacientes que mais se beneficiem

do tratamento ortodôntico-cirúrgico com a antecipação da cirurgia

não sejam os pacientes portadores de classe III, mas aqueles

portadores de problemas que estão no espectro das

deformidades dentofaciais de classe II. Muitos desses pacientes

apresentam a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do

Sono8 (SAHOS) como uma das indicações para o tratamento

ortodôntico-cirúrgico7,9, e o tratamento desses indivíduos tem

sido historicamente negligenciado. Ainda que um preparo

ortodôntico para cirurgia em pacientes portadores de SAHOS já

tenha sido sugerido10, este somente deveria ser executado

nesses casos se os pacientes utilizassem um CPAP (Continuous

Positive Airway Pressure) durante todo esse período.

Infelizmente sua utilização nesse cenário não é comum e não foi

possível encontrar qualquer estudo publicado na literatura que

relatasse essa associação.

Dados os aumentados riscos de doenças

cardiovasculares, de acidentes devido à sonolência excessiva

diurna, de declínio cognitivo, entre outros problemas 12,13, não é

indicado esperar o prazo do preparo ortodôntico-cirúrgico

convencional – de duração média próxima a um ano e meio11 -

para a realização da cirurgia. Sendo assim, a demonstração da

possibilidade de antecipar a cirurgia ortognática em pacientes

portadores de SAHOS grave, apesar de aumentar a

complexidade do tratamento ortodôntico-cirúrgico, é de grande

Page 24: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

24

relevância para as áreas da ortodontia, cirurgia ortognática e

medicina do sono.

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de tratamento

ortodôntico-cirúrgico com a antecipação da cirurgia de um

paciente portador de deformidade de classe II e SAHOS grave e

discutir as vantagens desse tratamento.

DIAGÓSTICO E ETIOLOGIA

Paciente, 44 anos, do sexo masculino, foi encaminhado

para avaliação pelo médico do sono com diagnóstico já

estabelecido de Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do

Sono (SAHOS), conforme polissonografia noturna

(AHI=39,7/hora). Apresentava como queixa principal sonolência

excessiva diurna.

Ele fizera tratamento ortodôntico anterior, quando dois pré-

molares superiores foram extraídos para permitir a retração dos

dentes anteriores e correção da maloclusão. Em termos gerais, o

resultado do tratamento compensatório que fora realizado foi

bom (Fig. 1).

Figura 1 – Fotografias extra e intrabucais do paciente. Note o leve

desvio e severa retrognatia mandibular.

Page 25: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

25

A análise facial revelou uma face assimétrica, com leve

desvio mandibular para a direita e nariz desviado (Fig. 1). O perfil

era convexo e havia selamento labial. Em exame clínico intraoral

observou-se a ausência dos primeiros pré-molares superiores,

implante na região do 34 e uma relação molar de classe II de

Angle bilateralmente, com corretas relações de caninos. A linha

média inferior estava desviada 1.5 mm para a direita; o overbite e

o overjet eram de 4mm (Fig.1 e 2). Não havia lesões de cárie ou

outras patologias e o tecido periodontal encontrava-se saudável.

Figura 2 – Modelos de estudo iniciais. A relação oclusal era satisfatória.

Em decorrência das extrações dos primeiros pré-molares superiores em

um tratamento pregresso, o paciente apresentava relação molar de

classe II.

A análise cefalométrica foi realizada em duas etapas:

inicialmente foi realizada uma sobreposição do traçado com o

Padrão Bolton com a radiografia cefalométrica (Fig. 3) utilizando

um “best fit” do neurocrânio e, em seguida, foi realizado o

traçado e análise cefalométrica convencionais (Tabela 1). Essas

Page 26: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

26

análises confirmaram os achados clínicos de severa retrognatia

mandibular (Nper-B= -26 mm) e maxilar (Nper-A= -8 mm).

A inclinação vestibular dos incisivos inferiores era

acentuada, enquanto os superiores mostravam leve

retroinclinação, fruto da compensação dentária para o problema

esquelético realizada anteriormente.

Figura 3 – Radiografia cefalométrica inicial (A), traçado cefalométrico

inicial (B) e sobreposição da radiografia cefalométrica inicial com o

traçado Padrão Bolton (C). Fica claro o significativo retrognatismo

mandibular e a retrusão maxilar, bem como a importante projeção dos

incisivos inferiores.

Figura 4 – Radiografia panorâmica inicial. Observe a presença de implante na região do 34.

Page 27: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

27

OBJETIVOS DO TRATAMENTO

O objetivo geral do tratamento era a redução do AHI

(índice de apneia-hipopneia)

Os objetivos específicos a seguir foram determinados:

1. Melhorar a discrepância anteroposterior entre maxila

e mandíbula.

2. Melhorar a estética facial.

3. Manter a oclusão satisfatória.

4. Melhorar a inclinação dos incisivos em relação às

suas bases ósseas.

5. Atingir corretas relações das linhas médias dentárias

e esquelética.

6. Corrigir overjet e overbite.

TRATAMENTOS ALTERNATIVOS

Três alternativas de tratamento foram consideradas. A

primeira seria realizar um preparo ortodôntico convencional para

cirurgia ortognática, com a remoção do implante inferior

correspondente ao dente 34 e exodontia do 44. O fechamento

dos espaços ancorado em mini-implantes instalados na

mandíbula aumentaria o overjet e permitiria um avanço

mandibular maior que o maxilar. A limitação dessa forma de

tratamento é que ela requer a necessidade de uso de um CPAP

durante o período de preparo para a cirurgia ortognática.

A segunda alternativa seria realizar um tratamento

ortodôntico-cirúrgico com benefício antecipado, sem a remoção

do implante e do pré-molar. Neste caso, após a montagem do

aparelho ortodôntico, um giro anti-horário da maxila com

impacção anterior seria implementado para viabilizar o avanço

mandibular. A deficiência dessa modalidade terapêutica que tem

sido muito implementada é a não priorização da estética do

sorriso no tratamento. No entanto, ela tem a vantagem de ser

mais rápida, pois mínima intervenção ortodôntica é necessária.

Page 28: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

28

A terceira seria realizar o planejamento da movimentação

dentária de forma similar à da primeira alternativa de tratamento.

Montar o aparelho e operar, realizando as movimentações

dentárias após a cirurgia. A remoção do implante (referente ao

dente 34), a exodontia (dente 44), e a instalação de mini-

implantes de ancoragem seriam realizadas durante a cirurgia

ortognática. Esta foi a alternativa de escolha de tratamento.

PROGRESSO DE TRATAMENTO

O tratamento ortodôntico-cirúrgico foi planejado em

conjunto pelo ortodontista e pelo cirurgião. Ele seguiu passos de

planejamento já descritos7. De forma breve, inicialmente o

ortodontista planejou toda a retração dos dentes anteriores

inferiores e correção da inclinação dos incisivos superiores. A

retração inferior foi planejada de forma que nenhuma perda de

ancoragem ocorresse no arco inferior. Um set up virtual realizado

com um programa de animação gráfica (3DS Max, Autodesk, CA,

EUA) auxiliou na determinação da mudança de angulação e

posição em milímetros que os incisivos inferiores sofreriam com

o fechamento dos espaços dos pré-molares inferiores. Essa

informação foi utilizada para se realizar o VTO (da sigla em

inglês de visualização dos objetivos do tratamento).

O aparelho ortodôntico edgewise pré-ajustado 0.022” x

0.028” foi montado de forma indireta 24 dias antes da cirurgia e

arcos 0.014 de NiTi foram instalados. No momento de realizar as

moldagens para a cirurgia de modelos, os arcos de NiTi foram

levados à chama do maçarico para tornarem-se passivos. Novos

arcos 0.014’’ de NiTi foram instalados no dia anterior à cirurgia,

que foi realizada com os arcos ativos.

Durante a cirurgia ortognática foi realizada a extração do

elemento 44 e a remoção do implante que ocupava a posição do

34. Mini-implantes foram instalados na mesial dos primeiros

molares inferiores.

Page 29: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

29

O paciente retornou para consulta ortodôntica 12 dias

após a cirurgia e molas de NiTi foram inseridas dos mini-

implantes aos caninos inferiores para iniciar a retração dos

dentes anteriores inferiores. Nessa etapa o paciente possuía

uma relação molar de classe I, porém mordida cruzada anterior

(Fig. 5).

Figura 5 - Fotografias extra e intrabucais do paciente 12 dias após a

cirurgia (A a F), e intrabucais 39 semanas após a cirurgia (G e I). Note a

moderada projeção do lábio inferior em decorrência da mordida cruzada

anterior em A. Batentes em ionômero de vidro (KetacTM Cem Easymix,

3M, Neuss, Alemanha) foram instituídos para facilitar a correção da

mordida cruzada anterior (G a I).

Page 30: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

30

Na sequência, foi instalado um arco ortodôntico 0.020”

em aço na arcada inferior e os arcos ortodônticos foram

evoluídos na arcada superior para 0.016”, 0.018” em NiTi, e

0.020” em aço. Em seguida, foram instalados arcos em aço

0.017”x 0.025” em ambas as arcadas.

Batentes em ionômero de vidro (KetacTM Cem Easymix,

3M, Neuss, Alemanha) foram instituídos nos primeiros molares

inferiores para diminuir o overbite e facilitar a correção da

mordida cruzada anterior (Fig 5 G a I). Esses foram

gradualmente removidos à medida em que a mordida cruzada

anterior foi corrigida.

A retração foi continuada até que o fechamento de

espaço fosse completado. Nesse momento o paciente possuía

um overjet e overbite adequados. Após 36 meses de tratamento

a contenção inferior tipo 3x3 foi colada e o aparelho ortodôntico

foi removido. O paciente faz uso de aparelho móvel superior com

grampo do tipo wraparound como contenção.

RESULTADOS DO TRATAMENTO

A polissonografia 8 meses após a cirurgia demonstrou

eliminação da SAHOS (AHI = 1/hora).

Ao fim do tratamento, o paciente exibia importante ganho

estético facial (Fig. 6 A a C). Adicionalmente, havia boa oclusão

com adequados overjet e overbite (Fig. 6 D a F e Fig. 7), além de

coincidência das linhas médias dentárias (Fig. 6 e 7). Houve

importante melhora na inclinação dos incisivos e posição

anteroposterior da mandíbula e da maxila (Tabela 1, Fig. 8 e 9).

Page 31: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

31

Figura 6 - Fotografias extra e intrabucais do paciente ao final do

tratamento.

Figura 7 – Modelos de estudo ao final do tratamento.

Page 32: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

32

Figura 8 – Radiografias cefalométrica e panorâmica ao final do

tratamento.

Figura 9 – Sobreposições cefalométricas final sobre inicial total (A) e

parciais (B e C). Em A podemos observar a magnitude de avanço da

maxila e mandíbula e a melhora do perfil. Em C fica demonstrada a

retração dos incisivos que foi realizada.

Page 33: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

33

Tabela 1 – Medidas cefalométricas iniciais e ao final do tratamento

MEDIDA PADRÃO INICIAL FINAL

ANÁLISE ANTERO-POSTERIOR

SnV - ULP 1 a 2 mm 2mm 2,6 mm

SnV - LLP 0 a -1 mm -4,3mm -3,8 mm

SnV - Po' -1 a -4 mm -17,5mm -6,5 mm

ANL 110° 98° 105°

ANÁLISE VERTICAL

1/Stms 1 a 4 mm 1,2mm 0 mm

G -Sn 50% 48% 47%

Sn - Me' 50% 52% 53%

Sn - Stms 33% da 1/2 inf 38% 37%

Stmi - Me' 66% da 1/2 inf 61% 63%

ILG 0 a 3 mm 2mm 0 mm

ANÁLISE DA POSIÇÂO DE INCISIVOS

1/ - HP 114° a 116° 108° 108°

1/ - PP 110° +- 5° 105° 105°

/1 - GoMe 95° +- 5° 108,5° 88°

ANÁLISE DE TECIDOS DUROS

Nper - A 1 mm -8mm -3 mm

Nper - B -3 mm -26mm -13 mm

GoGn-SN 32° 43° 42°

Comp Mand

masc. 127+/-5 fem 119+/-4 108 mm 119 mm

Comp Max masc. 114+/-4 fem 105+/-3 84 mm 87 mm

Page 34: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

34

DISCUSSÃO

A SAHOS é uma condição comum (atingindo cerca de

300 milhões de pessoas em todo mundo), e envolve o colapso da

via aérea superior durante o sono. Essa condição é associada a

significativa morbidade e mortalidade cardiovasculares14, 15, 16. O

colapso da via aérea superior pode ocorrer devido a posição de

estruturas anatômicas em associação ou não a outros fatores,

como musculares e/ou acúmulo de gordura em torno da via

aérea superior. Afeta cerca de 2% das mulheres e 4% dos

homens12,13.

Sonolência diurna excessiva, ronco alto, despertares

durante o sono e falta de concentração são alguns sinais e

sintomas classicos13,17,18,19. Além disso, obesidade, hipertensão

sitêmica, disritimias cardíacas relacionadas ao sono e insônia

são alguns fatores associados a essa síndrome. Pode-se citar

como fatores predisponentes: o sexo masculino, anormalidades

craniofaciais, como hipoplasia maxilomandibular, história familiar,

entre outros 18.

Existem várias modalidades de tratamento para a

SAHOS, que vão desde a higiene do sono até procedimentos

cirúrgicos, além de tratamentos clínicos com CPAP e aparelhos

intraorais17. Apesar de altamente eficaz, o uso do CPAP é pouco

aderido por parte dos indivíduos19. Cerca de 36% dos pacientes

não aceitam esse tipo de tratamento, especialmente aqueles com

grau moderado da síndrome20. O avanço maxilomandibular

proporciona altas taxas de sucesso no tratamento da SAHOS19, e

é uma excelente alternativa ao CPAP.

Infelizmente, não é comum a prática de investigar a

existência de distúrbio do sono em pacientes portadores de

deformidade dentofacial de classe II, o que pode representar um

importante risco à saúde do paciente. Em alguns casos a opção

por uma abordagem compensatória pode se adequar ao quadro

clínico dentário, porém negligenciar o tratamento de uma doença

que causa tanto impacto na qualidade de vida, e um aumento no

Page 35: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

35

risco de morte, como a SAHOS. É de suma importância que os

profissionais de saúde envolvidos no tratamento estejam atentos

para este fato e sejam capazes de realizar uma boa anamnese,

correto diagnóstico e adequado tratamento para esses pacientes.

O paciente apresentado neste relato de caso exibiu

melhoras consideráveis decorrentes do avanço

maxilomandibular. Um fator importante foi a cirurgia ser realizada

logo ao início do tratamento ortodôntico, dispensando a

necessidade de um preparo ortodôntico convencional para a

cirurgia ortognática. Essa conduta de tratamento ao paciente

portador de uma deformidade dentofacial de classe II esquelética

não é a convencional, pois tipicamente um preparo ortodôntico

antecede a cirurgia. A não realização da descompensação

dentária, seja ela anterior ou posterior a cirurgia, limita a

magnitude de avanço mandibular em decorrência de não se ter

um overjet adequado para realizar este procedimento.

Este relato de caso demonstra, acima de tudo, que os

mesmos movimentos dentários que são feitos durante o preparo

convencional para a descompensação de um caso para a

cirurgia ortognática, em um paciente portador de classe II, podem

ser realizados após a cirurgia no protocolo do benefício

antecipado. Essa abordagem possibilita que resultados

previsíveis de tratamentos, similares àqueles obtidos com

tratamentos convencionais, possam ser atingidos.

Estudos com maior número de casos precisam ser

realizados para se entender a capacidade de se executar esse

tipo de tratamento de forma mais frequente.

Page 36: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

36

CONCLUSÃO

O tratamento ortodôntico-cirúrgico com a abordagem do

benefício antecipado para pacientes portadores de SAHOS é

uma alternativa de tratamento que, embora seja mais complexa,

tem como principal vantagem a antecipação dos ganhos

decorrentes da cirurgia, como a eliminação da SAHOS e

melhora estética facial, fatores estes que contribuem para a

melhora na qualidade de vida desses pacientes.

Page 37: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

37

REFERÊNCIAS 1. Uribe F, Agarwal S, Shafer D, Nanda R. Increasing Orthodontic and

orthognathic surgery treatment efficiency with a modified surgery-

first approach. American Journal of Orthodontics and Dentofacial

Orthopedics 2015.

2. Guijarro MAP, Martinez RG, Alfaro FH. Surgery first in orthognathic

surgery: A systematic review of literature 2016.

3. Baek S, Ahn HW, Kwon YH, Choi JY. Surgery-first approach in

skeletal class III malocclusion treated with 2-jaw surgery: evaluation

of surgical movement and postoperative orthodontic treatment. J

Craniofac Surg 2010;21:332-8.

4. Choi JW, Lee JY, Yang SJ, Koh KS. The reliability of a surgery-first

orthognathic approach without presurgical orthodontic treatment for

skeletal class III dentofacial deformity. Ann Plast Surg 2015;74: 333-

41.

5. Gandedkar NH, Chng CK, Tan W. Surgery-first orthognathic

approach case series: Salient features and guidelines. J Orthodont

Sci 2016;5:35-42.

6. Tadashi Akamatsu, Ushio Hanai, Muneo Miyasaka, Hiroyuki

Muramatsu & Shou Yamamoto (2015): Comparison of mandibular

stability after SSRO with surgery-first approach versus conventional

ortho-first approach, Journal of Plastic Surgery and Hand Surgery,

DOI: 10.3109/2000656X.2015.1071262

7.  Faber J. Benefício Antecipado: uma nova abordagem para o

tratamento com cirurgia ortognática que elimina o preparo

ortodôntico convencional. Dental Press J. Orthod. 2010.

Page 38: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

38

8. Filho VAP, Jeremias F, Tedeschi L, Souza RF. Avaliação

cefalométrica do espaço aéreo posterior em pacientes com oclusão

Classe II submetidos à cirurgia ortognática. R Dental Press

OrtodonOrtopFacial . 2007

9.   Ubaldo ED, et al. Cephalometric analysis and long-term outcomes

of orthognathic surgical treatment for obstructive sleep apnoea, Int J

Oral MaxillofacSurg (2015),

http://dx.doi.org/10.1016/j.ijom.2015.01.022

10. Vigneron A, Tamisier R, Orset E, Pepin JL, Bettega G. J

Craniomaxillofac Surg. 2017 Feb;45(2):183-191. doi:

10.1016/j.jcms.2016.12.001. Epub 2016 Dec 7. Maxillomandibular

advancement for obstructive sleep apnea syndrome treatment:

Long-term results.

11. Luther F, Morris DO, Hart C. Orthodontic preparation for

orthognathic surgery: how long does it take and why? A

retrospective study. Br J Oral MaxillofacSurg2003;41:401-6.

12.   Silva VG, Pinheiro LAM, Silveira PL, Duarte ASM, Faria AC,

Carvalho EGB, et al. Correlation between cephalometric data and

severity of sleep apnea. Braz J Otorhinolaryngol. 2014;80:191-5.

13.   Mohamad Bayat ,MahsaShariati , VahidRakhshan , Mohsen

Abbasi, Ali Fateh , FarhadSobouti&ZeinabDavoudmanesh (2016):

Cephalometric risk factors of obstructive sleep apnea, CRANIO®,

DOI: 10.1080/08869634.2016.1239850

14. Levy P, Ryan S, Oldenburg O, Parati G. Sleep apnoea and the

heart. Eur Respir Rev 2013; 22: 333–352 | DOI:

10.1183/09059180.00004513.

Page 39: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

39

15. Young T; Finn L; Peppard PE; Szklo-Coxe M; Austin D; Nieto FJ;

Stubbs R; Hla KM. Sleep disordered breathing and mortality:

eighteen-year follow-up of the wisconsin sleep cohort. SLEEP

2008;31(8):1071-1078.

16. Levy P, Pepin JL, McNocholas WT. Should all sleep apnoea

patients be treated? Yes. Sleep Medicine Reviews, Vol. 6. No. pp.

17-26, 2002. Doi:10.1053/smrv.2002.020917.

17. Almeida MAO, Teixeira AOB, Vieira LS, Quintão CCA. Tratamento

da syndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono com

aparelhos intrabucais. Rev Bras Otorrinolaringol 2006; 72(5):699-

703

18. Flemons WW, Buysse D, Redline S, Oack A, Strohl K, Wheatley J et

al.Sleep-related breathing disorders in adults: Recommendations for

syndrome definition and measurement techniques in clinical

research. Sleep. 1999 Aug 1;22(5):667-689.

19. Bittencourt LRA, Haddand AM, Fabbro CD, Cintra FD, Rios L.

Abordagem geral do paciente com síndrome da apneia obstrutiva

do sono.RevBrasHipertens vol.16(3):158-163, 2009.

20. O'Sullivan RA, Hillman DR, Mateljan R, Pantin C, Finucane KE.

Mandibular advancement splint: an appliance to treat snoring and

obstructive sleep apnea. Am J Respir Crit Care Med 1995;151:194-

8.

21. O'Sullivan RA, Hillman DR, Mateljan R, Pantin C, Finucane KE.

Mandibular advancement splint: an appliance to treat snoring and

obstructive sleep apnea. Am J Respir Crit Care Med 1995;151:194-

8.

Page 40: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

40

Page 41: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

41

ANEXOS

NORMAS DA REVISTA

Guidelines for AJODO Case Reports

Case reports are published on a regular basis in the AJODO.

Case Reports are interesting to the clinician in private practice,

and they provide a unique and important forum for the

presentation and discussion of orthodontic treatment of unusual

and perplexing clinical situations. In order for the author to

present the clinical records in the most informative manner, and

in order for the reader to glean the most valuable details, case

reports that are published in the AJODO must follow a specific

format. During the review process for each case report, each of

these sections of the manuscript is evaluated to determine if it is

complete and conveys the appropriate information to the reader.

Authors are encouraged to use these guidelines in preparing or

editing their manuscript.

INTRODUCTION

In this section, the author must introduce the reader to the

general topic or problem that is illustrated by the case report. The

introduction should consist of one or two paragraphs, and should

not be longer than one page (double-spaced). The introduction

should briefly refer to specific literature that has discussed the

topic of the case report. The introduction should begin with a

general description of the problem to be illustrated by the case

report, and should end with a sentence that leads the reader into

a specific description of the patient's records.

DIAGNOSIS AND ETIOLOGY

In this section, the author summarizes the patient's skeletal and

dental diagnostic findings. It is important to focus on the abnormal

factors and not to dwell on the normal findings. The author should

give the patient's age, classification of the malocclusion, specific

unusual dental problems, hereditary factors, periodontal or

restorative complications, etiology of the malocclusion, and other

Page 42: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

42

criteria that will influence the treatment plan. The author should

refer to specific cephalometric measurements if necessary, and

refer the reader to specific figures containing pretreatment

cephalometric and intraoral radiographs, intraoral and facial

photographs, and as well as photographs of the dental casts.

TREATMENT OBJECTIVES

The list of problems itemized in the diagnosis and etiology should

naturally lead the author and reader to a list of specific treatment

objectives to solve each of these problems. The treatment

objectives should include references to the maxilla, mandible,

maxillary dentition, mandibular dentition, occlusion, and facial

esthetics. The objectives should include goals for correcting

problems in the transverse, vertical, and anterior and posterior

planes of space if appropriate.

TREATMENT ALTERNATIVES

The next logical step in the treatment planning process is for the

author to articulate the various treatment alternatives that are

possible to accomplish the list of treatment objectives. The author

must be complete and refer to all possible treatment plans, and

briefly describe the advantages and disadvantages of each

treatment alternative. Usually, the alternative with the least

disadvantages is chosen by the author to treat the patient's

problems.

TREATMENT PROGRESS

In this section, the author must describe the step-by-step process

of treatment for the patient. Since the audience that is reading the

case report has an orthodontic background, minor steps may be

eliminated, and the author should focus on the important details

of treating the patient's unique set of problems. The author should

include the types of appliances, length of treatment, interaction

with other aspects of dentistry, and special decisions that were

made during treatment.

TREATMENT RESULTS

In this section the author should describe the results of

orthodontic treatment. The results should parallel the objectives

Page 43: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

43

of treatment, and therefore be presented in the same sequence.

In other words, the results should be described relative to the

maxilla, mandible, maxillary dentition, mandibular dentition,

occlusion, and facial esthetics. The author should identify both

expected and unexpected outcomes and how they affected the

overall treatment result.

DISCUSSION

This is perhaps the most important section of the entire case

report. However, it is the portion that is often eliminated or

underexpressed. In order to be published in the AJODO, the

discussion must be an integral part of the manuscript. This

section discusses the specific problems that made this case

report unique, how they relate to the decisions made by the

author, and finally, how the treatment relates to the published

literature on the topic. The discussion must contain references to

the literature. The discussion should focus on four or five points

that made the case report or the treatment of the patient unique.

Each point is discussed in a separate paragraph with reference to

the patient's treatment and the appropriate literature. The

discussion should be between two and three pages in length

(double-spaced).

SUMMARY AND CONCLUSIONS

This should be the shortest section of the case report. It should

consist of one paragraph that summarizes the most important

points gained from the treatment of the patient.

RERERENCES

This section of the manuscript must list the literature citations that

were referenced in the introduction and discussion. The format for

this section is the same as that found in scientific articles in the

AJODO.

RECORDS

Most published case reports will include the following records:

pre- and posttreatment records: facial and intraoral photographs,

radiographs, tracings, and photographs of dental casts; other

figures should be included as needed. Authors may be asked to

Page 44: Giulliana da Costa Martins - UnBbdm.unb.br/bitstream/10483/19728/1/2017_GiullianaDaCostaMartins… · de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que

44

submit the actual dental casts so they can be photographed in a

standard format.

Evaluation of AJODO Case Reports

Case reports submitted to the AJODO are peer-reviewed prior to

publication. The review process involves an objective assessment

and scoring of specific aspects of the case report. Five areas are

evaluated. Each of these areas is weighted based upon its

relative importance. The five areas are: 1. Uniqueness of the

case - The AJODO will give highest priority for publication to case

reports that exhibit unique skeletal, dental, or occlusal problems.

2. Completeness of the records - Case reports will seldom be

published without complete records, including preand

posttreatment facial and intraoral photographs, intraoral and

cephalometric radiographs, and photographs of dental casts.

Progress photographs illustrating specific and unique treatment

aspects are encouraged. This area has the highest weighting. 3.

Quality of the records - The quality of the photographs,

radiographs, and dental casts are a high priority. They reflect

upon the clinician/author, the AJODO, and the orthodontic

profession, and they must be of high quality. Authors may be

required to submit original records, including models, to the

AJODO where they will be photographed. 4. Quality of the

treatment - Again, the quality of the treatment reflects on the

clinician/author. The AJODO realizes that unique cases often

have unique treatment plans that make ideal results impossible.

Although ideal results are not mandatory, the quality of treatment

has the second highest weighting. 5. Quality of the manuscript -

The Guidelines for AJODO Case Reports is available to the

author and gives a framework for creating a well-written

manuscript to accompany the photographs of the patient's

records. A highquality manuscript will contain the following

sections: introduction, diagnosis and etiology, treatment

objectives, treatment alternatives, treatment progress, results,

and discussion.