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OLIBERAL BELÉM, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE OUTUBRO DE 2017 4 n PODER POLÍTICA Educação Aposentados, pensionistas e pessoas idosas ficam alegres e satisfeitas quando tomam conhecimento de informação que elevam o Estado do Pará, principalmente na área edu- cacional, como a divulgada neste jornal, segunda-feira, dia 23 do corrente: “Educa- ção no Estado tem o segundo maior crescimento no Ensino Médio”. Ficariam mais ra- diantes ainda se o governa- dor, antes de concluir o seu mandato, deixasse um lega- do de importância imensu- rável à sociedade paraense, determinando que o ensino sobre o envelhecimento fosse inserido nos cursos formais e na Universidade Estadual, conforme recomendado nas Leis de Política Nacional, nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, e Estatuto do Idoso, nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Superávit Não temos a mínima dú- vida sobre a Previdência Social do Regime Geral ser superavitária. Há muitos anos vimos acompanhando o desempenho dessa insti- tuição que sempre apresen- tou resultados financeiros saudáveis. E isso sabem as autoridades da área, princi- palmente, as que exercem funções no Poder Executivo. Igualmente, é do conheci- mento do Poder Legislativo que tantas vezes tomou ci- ência das contas previden- ciárias, transmitidas pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionis- tas (Cobap), Associação de Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) e Fundação Anfip. As análi- ses publicadas pela Anfip e Fundação Anfip, anualmen- te, confirmam a existência de superávit. Seguridade Com o advento da atual Constituição Federal, pro- mulgada em 5 de outubro de 1988, surge o Capítulo da Seguridade Social, esta- belecendo dispositivos para assegurar recursos financei- ros, com custeio específico à saúde, à assistência social e à previdência social. Esta nova estrutura veio conso- lidar ainda mais o RGPS, no qual está vinculado o INSS, responsável exclusivo pelo pagamento de proventos de todos os segurados contri- buintes da instituição. Des- de então, a conta sempre foi superavitária, com saldos em destaque nos registros contá- beis do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e flu- xo de caixa do Ministério da Previdência Social (MPS). Déficit Eis o motivo para repetir- mos, mais uma vez, a nota que publicamos no dia 8 de fevereiro de 2016: “O Fala- cioso Déficit da Previdência Social”, do Juiz Federal e Doutor em Direito Tributá- rio Andrei Pitten Velloso: “O Governo Federal difun- de essa falácia há anos, pa- ra sustentar o seu discurso ad terrorem de que a previ- dência social é deficitária e economicamente insusten- tável, com o único propósi- to de lograr o apoio político necessário para mutilar os direitos dos aposentados e pensionistas. O déficit da previdência é uma mentira construída a partir dos mais variados artifícios financei- ros. Não existe sequer um orçamento da previdência social que permita identifi- car o déficit propalado pelo governo”. Publicação da As- sociação dos Juízes Federais do Rio Grande do Sul - AJU- PERGS. Malfeitos O que o Juiz Federal disse no ano passado foi confirmado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previ- dência Social, presidada pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e relator Hélio José (PROS-DF). No relatório final chegou-se a conclusão que a Previdência Social não é deficitária, mas sim, alvo de má gestão, ou se- ja, gestão desequilibrada com prejuízos desmedidos para o segurado do sistema, haven- do, inclusive, manipulação de dados por parte do Governo Federal, com fito de assegu- rar a reforma previdenciária. Apresentam cálculos força- dos e irreais, premiando os sonegadores, em detrimento aos que cumprem com seus deveres e obrigações. Que as recomendações da CPI sejam acatadas corrigindo-se os malfeitos. Desmandos Os desmandos na área eco- nômica e a infeliz gestão ad- ministrativa na Previdência Social não devem ser fator preponderante para culpar aposentados, pensionistas e segurados contribuintes do RGPS. Se os governos passa- dos e atual claudicaram na aplicação dos recursos finan- ceiros próprios arrecadados para a Seguridade Social, não cabe punição aos participan- tes do Regime Geral. Tem que haver o reconhecimento, por parte do Governo Federal, de que a retirada de valores para outros fins, foi a causa para a alegação de necessidade de reforma da previdência. Por- tanto, fica evidente que o erro a ser corrigido está caracteri- zado na indevida retirada de recursos da conta Seguridade Social. Barganha A barganha com recursos fi- nanceiros públicos prevaleceu nos acordos entre os poderes Executivo e Legislativo para barrar as denúncias contra o presidente Michel Temer. É o que foi demonstrado na mí- dia. Diz-se que o valor distri- buído alcançou o montante de R$ 32,1 bilhões. Aposentados e pensionistas esperam que tais valores não tenham sido retirados do Orçamento da Seguridade Social e o Gover- no reconheça que os recursos arrecadados na nossa conta Seguridade, tem que ser apli- cados nos gastos exclusivos com saúde, assistência social e previdência social, como preconizado na Constituição Federal. Há necessidade de se por um fim nesta forma im- própria de agir. Orçamento As retiradas que o Gover- no fez do orçamento da Seguridade Social, a partir de 1988, ultrapassa R$ 1,4 trilhão, levando-se em con- sideração que a cada ano re- tirou, em média, cinquenta bilhões de reais. São dados que poderão ser confirma- dos nas análises divulgadas pela Anfip e Fundação An- fip. Portanto, propagar que a Previdência Social é deficitá- ria, insustentável e poderá ir a falência, não passa de um único propósito de lograr o apoio político para promo- ver a improcedente reforma previdenciária. Há de se eli- minar a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e aplicar os recursos arreca- dados em saúde, assistência e previdência. Família “A família é o contrato mais ambicioso que existe e, ao mes- mo tempo, o mais maravilho- so”. (São João Paulo II). Gilmar Mendes, do STF, vira alvo de “tomataço” REJEIÇÃO Manifestantes protestam em evento sobre Direito Constitucional A acadêmica Amélia Regina Coelho foi retirada pela Po- lícia Militar de um evento com a presença dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexan- dre Morares na manhã deste sábado, 28, em São Paulo. A “acusação” contra Amélia foi carregar três sacolas com papéis, lanche e água. A PM foi acionada por seguranças que se identificaram como estando a serviço de “uma autoridade”. Todos os inscritos para assis- tir às palestras dos ministros no XXVI Encontro Nacional de Direito Constitucional passa- ram por processo de inscrição e revista, antes de entrar no au- ditório onde estariam Mendes e Moraes. Do lado de fora, um grupo de três manifestantes fez um “tomataço” contra Gil- mar Mendes. Os seguranças que pediram a saída de Amélia do evento não justificaram o motivo pelo qual a acadêmica foi impedida de acompanhar o evento. Um deles, que não se identificou, disse que ela estava ali para Agência Estado SÃO PAULO Acadêmica detida portava uma sacola com papéis, água e lanche atrapalhar e não para participar do evento. A policial militar que condu- ziu Amélia para fora também não explicou o motivo da retirada da mulher. Os seguranças ofere- ceram à acadêmica a opção de deixar as sacolas em outro lugar mas ela recusou a oferta. Em vez disso, esvaziou os volumes dentro do auditório. Nas sacolas ela car- regava diversos papéis, livros, re- vistas, um sanduíche, uma maçã e duas garrafas pequenas de água. “Tenho muita sede”, disse ela. A expulsão da mulher provocou reações na pla- teia do evento. Alguns de- fendiam o direito dela con- tinuar no auditório, outros pediam sua saída argumen- tando que estava atrasando o início das palestras. Na chegada, Gilmar Men- des não quis comentar a ex- pulsão da acadêmica mas falou sobre o “tomataço”. “Deviam doar (os tomates) para alguma entidade bene- ficente”, disse o ministro. O ministro conseguiu entrar no local do evento sem ser visto pelos mani- festantes. Os três realizado- res do “tomataço” chegaram a jogar as frutas em um car- ro preto com vidros fumê, pensando que se tratava do ministro. Depois, diante de um boato de que o carro era de Moraes, o ex-empresário Ricardo Rocci disse: “Tudo bem, ele também merece.” Na verdade, o carro não era nem de Mendes nem de Moraes. Além dos tomates eles carregavam um me- gafone no qual xingavam Mendes com palavras co- mo “pilantra” e “desonesto” e citavam manifestações de militares, entre eles o gene- ral Hamilton Mourão, sobre a atuação do ministro do STF. Uma delas usava uma camiseta com um desenho da presidente cassada Dil- ma Rousseff e a palavra “Pinóquia”. Gilmar Mendes falou sobre o ato: “Deviam doar (os tomates) para alguma entidade beneficente” MARIVALDO OLIVEIRA - CÓDIGO19 - ESTADÃO CONTEÚDO Temer deve deixar hospital ainda hoje Agência Estado SÃO PAULO O Hospital Sírio-Libanês informou ontem, por meio de um boletim médico, que o estado de saúde do presiden- te Michel Temer é estável. Ele passou por uma cirurgia para desobstrução da uretra na noi- te de sexta-feira e, ontem pela manhã, foi submetido a um procedimento de retirada da sonda vesical. O hospital reforçou tam- bém que Temer deve receber alta na segunda-feira, acres- centando, dessa vez, que o presidente deverá ser liberado no início da tarde. O presidente, que está in- ternado em São Paulo desde sexta-feira, é acompanhado pelas equipes coordenadas pelos médicos Roberto Kalil Filho, Miguel Srougi e Felipe A. Barroso Braga. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, visitou, ontem, Michel Temer no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, onde se recupera de uma cirur- gia de desobstrução da uretra. Skaf, ao deixar o hospital, contou que o presidente lhe disse que está “muito bem” e que deve mesmo receber alta hoje, como já ha- via informado a equipe médica responsável no sábado. Skaf afirmou ainda que não conversou so- bre política com o pre- sidente, apenas sobre “amenidades”. REESTRUTURAÇÃO Mesmo após perder a receita dos nove aero- portos já concedidos e de outros 13 que estão na fila de transferência à iniciativa privada, o go- verno de Michel Temer deve deixar de lado os planos para reestrutu- rar a Infraero e garantir sua sustentabilidade. Is- so porque a desistência de leiloar o Aeroporto de Congonhas, principal fonte de receitas da es- tatal, vai permitir que a empresa chegue ao fim de 2018 sem depender de dinheiro do Tesouro Nacional para pagar des- pesas de custeio. “As medidas já to- madas e as que estão planejadas permitem dar fôlego financeiro para a Infraero até que o próximo governo resol- va o que fazer”, disse à reportagem o secretário de Aviação Civil do Mi- nistério dos Transpor- tes, Dario Reis.

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o liberal Belém, segunda-feira, 30 de outuBro de 20174 n poder

política

EducaçãoAposentados, pensionistas e pessoas idosas ficam alegres e satisfeitas quando tomam conhecimento de informação que elevam o Estado do Pará, principalmente na área edu-cacional, como a divulgada neste jornal, segunda-feira, dia 23 do corrente: “Educa-ção no Estado tem o segundo maior crescimento no Ensino Médio”. Ficariam mais ra-diantes ainda se o governa-dor, antes de concluir o seu mandato, deixasse um lega-do de importância imensu-rável à sociedade paraense, determinando que o ensino sobre o envelhecimento fosse inserido nos cursos formais e na Universidade Estadual, conforme recomendado nas Leis de Política Nacional, nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, e Estatuto do Idoso, nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.

Superávit

Não temos a mínima dú-vida sobre a Previdência Social do Regime Geral ser superavitária. Há muitos anos vimos acompanhando o desempenho dessa insti-tuição que sempre apresen-tou resultados financeiros saudáveis. E isso sabem as autoridades da área, princi-palmente, as que exercem funções no Poder Executivo. Igualmente, é do conheci-mento do Poder Legislativo que tantas vezes tomou ci-ência das contas previden-ciárias, transmitidas pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionis-tas (Cobap), Associação de Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) e Fundação Anfip. As análi-ses publicadas pela Anfip e Fundação Anfip, anualmen-te, confirmam a existência de superávit.

SeguridadeCom o advento da atual Constituição Federal, pro-mulgada em 5 de outubro de 1988, surge o Capítulo da Seguridade Social, esta-belecendo dispositivos para assegurar recursos financei-ros, com custeio específico à saúde, à assistência social e à previdência social. Esta nova estrutura veio conso-lidar ainda mais o RGPS, no qual está vinculado o INSS, responsável exclusivo pelo pagamento de proventos de todos os segurados contri-buintes da instituição. Des-de então, a conta sempre foi superavitária, com saldos em destaque nos registros contá-beis do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e flu-xo de caixa do Ministério da Previdência Social (MPS).

Déficit

Eis o motivo para repetir-mos, mais uma vez, a nota que publicamos no dia 8 de fevereiro de 2016: “O Fala-cioso Déficit da Previdência Social”, do Juiz Federal e Doutor em Direito Tributá-rio Andrei Pitten Velloso: “O Governo Federal difun-de essa falácia há anos, pa-ra sustentar o seu discurso ad terrorem de que a previ-dência social é deficitária e economicamente insusten-tável, com o único propósi-to de lograr o apoio político necessário para mutilar os direitos dos aposentados e pensionistas. O déficit da previdência é uma mentira construída a partir dos mais variados artifícios financei-ros. Não existe sequer um orçamento da previdência social que permita identifi-car o déficit propalado pelo governo”. Publicação da As-sociação dos Juízes Federais do Rio Grande do Sul - AJU-PERGS.

Malfeitos

O que o Juiz Federal disse no ano passado foi confirmado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previ-dência Social, presidada pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e relator Hélio José (PROS-DF). No relatório final chegou-se a conclusão que a Previdência Social não é deficitária, mas sim, alvo de má gestão, ou se-ja, gestão desequilibrada com prejuízos desmedidos para o segurado do sistema, haven-do, inclusive, manipulação de dados por parte do Governo Federal, com fito de assegu-rar a reforma previdenciária. Apresentam cálculos força-dos e irreais, premiando os sonegadores, em detrimento aos que cumprem com seus deveres e obrigações. Que as recomendações da CPI sejam acatadas corrigindo-se os malfeitos.

Desmandos

Os desmandos na área eco-nômica e a infeliz gestão ad-ministrativa na Previdência Social não devem ser fator preponderante para culpar aposentados, pensionistas e segurados contribuintes do RGPS. Se os governos passa-dos e atual claudicaram na aplicação dos recursos finan-ceiros próprios arrecadados para a Seguridade Social, não cabe punição aos participan-tes do Regime Geral. Tem que haver o reconhecimento, por parte do Governo Federal, de que a retirada de valores para outros fins, foi a causa para a alegação de necessidade de reforma da previdência. Por-tanto, fica evidente que o erro a ser corrigido está caracteri-zado na indevida retirada de recursos da conta Seguridade Social.

Barganha

A barganha com recursos fi-nanceiros públicos prevaleceu nos acordos entre os poderes Executivo e Legislativo para barrar as denúncias contra o presidente Michel Temer. É o que foi demonstrado na mí-dia. Diz-se que o valor distri-buído alcançou o montante de R$ 32,1 bilhões. Aposentados e pensionistas esperam que tais valores não tenham sido retirados do Orçamento da Seguridade Social e o Gover-no reconheça que os recursos arrecadados na nossa conta Seguridade, tem que ser apli-cados nos gastos exclusivos com saúde, assistência social e previdência social, como preconizado na Constituição Federal. Há necessidade de se por um fim nesta forma im-própria de agir.

orçamento

As retiradas que o Gover-no fez do orçamento da Seguridade Social, a partir de 1988, ultrapassa R$ 1,4 trilhão, levando-se em con-sideração que a cada ano re-tirou, em média, cinquenta bilhões de reais. São dados que poderão ser confirma-dos nas análises divulgadas pela Anfip e Fundação An-fip. Portanto, propagar que a Previdência Social é deficitá-ria, insustentável e poderá ir a falência, não passa de um único propósito de lograr o apoio político para promo-ver a improcedente reforma previdenciária. Há de se eli-minar a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e aplicar os recursos arreca-dados em saúde, assistência e previdência.

Família

“A família é o contrato mais ambicioso que existe e, ao mes-mo tempo, o mais maravilho-so”. (São João Paulo II).

Gilmar Mendes, do STF, vira alvo de “tomataço”REJEIÇÃOManifestantesprotestam em evento sobre DireitoConstitucional

A acadêmica Amélia Regina Coelho foi retirada pela Po-lícia Militar de um evento

com a presença dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexan-dre Morares na manhã deste sábado, 28, em São Paulo.

A “acusação” contra Amélia foi carregar três sacolas com papéis, lanche e água. A PM foi acionada por seguranças que se identificaram como estando a serviço de “uma autoridade”. Todos os inscritos para assis-tir às palestras dos ministros no XXVI Encontro Nacional de Direito Constitucional passa-ram por processo de inscrição e revista, antes de entrar no au-ditório onde estariam Mendes e Moraes. Do lado de fora, um grupo de três manifestantes fez um “tomataço” contra Gil-mar Mendes.

Os seguranças que pediram a saída de Amélia do evento não justificaram o motivo pelo qual a acadêmica foi impedida de acompanhar o evento. Um deles, que não se identificou, disse que ela estava ali para

Agência EstadoSão Paulo

Acadêmica detida portava uma sacola com papéis, água e lanche

atrapalhar e não para participar do evento.

A policial militar que condu-ziu Amélia para fora também não explicou o motivo da retirada da mulher. Os seguranças ofere-ceram à acadêmica a opção de deixar as sacolas em outro lugar mas ela recusou a oferta. Em vez disso, esvaziou os volumes dentro do auditório. Nas sacolas ela car-regava diversos papéis, livros, re-vistas, um sanduíche, uma maçã e duas garrafas pequenas de água. “Tenho muita sede”, disse ela.

A expulsão da mulher provocou reações na pla-teia do evento. Alguns de-fendiam o direito dela con-tinuar no auditório, outros pediam sua saída argumen-tando que estava atrasando o início das palestras.

Na chegada, Gilmar Men-des não quis comentar a ex-pulsão da acadêmica mas falou sobre o “tomataço”. “Deviam doar (os tomates) para alguma entidade bene-ficente”, disse o ministro.

O ministro conseguiu entrar no local do evento sem ser visto pelos mani-

festantes. Os três realizado-res do “tomataço” chegaram a jogar as frutas em um car-ro preto com vidros fumê, pensando que se tratava do ministro. Depois, diante de um boato de que o carro era de Moraes, o ex-empresário Ricardo Rocci disse: “Tudo bem, ele também merece.”

Na verdade, o carro não era nem de Mendes nem de Moraes. Além dos tomates eles carregavam um me-gafone no qual xingavam Mendes com palavras co-mo “pilantra” e “desonesto” e citavam manifestações de militares, entre eles o gene-ral Hamilton Mourão, sobre a atuação do ministro do STF. Uma delas usava uma camiseta com um desenho da presidente cassada Dil-ma Rousseff e a palavra “Pinóquia”.

Gilmar Mendes falou sobre o ato: “Deviam doar (os tomates) para alguma entidade beneficente”

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Agência EstadoSão Paulo

O Hospital Sírio-Libanês informou ontem, por meio de um boletim médico, que o estado de saúde do presiden-te Michel Temer é estável. Ele passou por uma cirurgia para desobstrução da uretra na noi-te de sexta-feira e, ontem pela manhã, foi submetido a um procedimento de retirada da sonda vesical.

O hospital reforçou tam-bém que Temer deve receber alta na segunda-feira, acres-centando, dessa vez, que o presidente deverá ser liberado no início da tarde.

O presidente, que está in-ternado em São Paulo desde sexta-feira, é acompanhado pelas equipes coordenadas pelos médicos Roberto Kalil Filho, Miguel Srougi e Felipe A. Barroso Braga.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, visitou, ontem, Michel Temer no Hospital Sírio-Libanês, na

capital paulista, onde se recupera de uma cirur-gia de desobstrução da uretra. Skaf, ao deixar o hospital, contou que o presidente lhe disse que está “muito bem” e que deve mesmo receber alta hoje, como já ha-via informado a equipe médica responsável no sábado.

Skaf afirmou ainda que não conversou so-bre política com o pre-sidente, apenas sobre “amenidades”.

REESTRUTURAÇÃO

Mesmo após perder a receita dos nove aero-portos já concedidos e de outros 13 que estão na fila de transferência à iniciativa privada, o go-verno de Michel Temer deve deixar de lado os planos para reestrutu-rar a Infraero e garantir sua sustentabilidade. Is-so porque a desistência de leiloar o Aeroporto de Congonhas, principal fonte de receitas da es-tatal, vai permitir que a empresa chegue ao fim de 2018 sem depender de dinheiro do Tesouro Nacional para pagar des-pesas de custeio.

“As medidas já to-madas e as que estão planejadas permitem dar fôlego financeiro para a Infraero até que o próximo governo resol-va o que fazer”, disse à reportagem o secretário de Aviação Civil do Mi-nistério dos Transpor-tes, Dario Reis.

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