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GILMAR LUCIANO SANTOS ESCOLTA VIP BELO HORIZONTE/2012

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GILMAR LUCIANO SANTOS

ESCOLTA VIP

BELO HORIZONTE/2012

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GILMAR LUCIANO SANTOS

ESCOLTA VIP

Primeira Edição - Janeiro de 2012

Esta obra está inteiramente disponível em: www.professorgilmarluciano.com

Todos os direitos reservados

TEXTO:

Gilmar Luciano Santos

PRODUÇÃO EDITORIAL:

Thaíssa Lacerda

Francis Bossaert

Gilmar Luciano Santos

EDITORAÇÃO GRÁFICA:

Probabilis Assessoria LTDA.

COLABAORAÇÃO E VENDAS:

Centro de Oratória Gilmar Luciano

IMPRESSÃO:

Formato Artes Gráficas

APOIO:

Diplomata Livros

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GILMAR LUCIANO SANTOS

CAPÍTULO I .......... Erro! Indicador não

definido.

GENERALIDADES 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 10

2. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 10

3. QUALIDADE DO PRODUTO E QUALIDADE DO SERVIÇO ............................................. 11

4. CULTURA E POLÍTICA DE SEGURANÇA .......................................................................... 12

5. SISTEMA DE SEGURANÇA .................................................................................................... 13

6. SEGURANÇA PESSOAL .......................................................................................................... 14

7. POSTURA E VESTIMENTA DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA................................ 15

8. PODER DE CONVENCIMENTO ............................................................................................ 16

9. QUALIDADE COMPORTAMENTAL, EQUILÍBRIO E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

17

10. ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS E PROBLEMAS ......................................................... 17

11. PROFISSIONALISMO DO AGENTE DE SEGURANÇA ....................................................... 18

12. CONHECIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL E TREINAMENTO ................................ 20

CAPÍTULO II ....................................................................................................................................... 22

CONCEITUAÇÃO BÁSICA ............... 22 1. DIGNITÁRIO/AUTORIDADE ................................................................................................... 22

2. PROTEÇÃO DE VIP – SEGURANÇA PESSOAL ................................................................... 22

3. DISPOSITIVO DE SEGURANÇA (DS) ..................................................................................... 22

4. ESQUEMA DE SEGURANÇA (ES) ........................................................................................... 23

5. ORGANIZADOR LOCAL (OL) ................................................................................................. 23

6. PROGRAMA TENTATIVA ........................................................................................................ 23

7. SERVIÇO DE SEGURANÇA ...................................................................................................... 23 7.1 Importância do VIP ................................................................................................................................... 23

7.2 Comportamento do VIP ............................................................................................................................. 23

7.3 Conjuntura atual ........................................................................................................................................ 23

8. SEGURANÇA DE VIPs ............................................................................................................... 23 8.1 Classificação .............................................................................................................................................. 23

8.2 Quanto à modalidade ................................................................................................................................. 24

8.3 Tipos .......................................................................................................................................................... 24

8.4 Forma de atuação: ..................................................................................................................................... 25

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GILMAR LUCIANO SANTOS

8.5 CAUSAS DOS ATENTADOS ................................................................................................................. 25

CAPÍTLO III ........................................ 26

CLASSIFICAÇÂO DE SEGURANÇA

DE VIP ................................................. 26 1. SEGURANÇA DE PESSOAL ...................................................................................................... 26

2. SEGURANÇA DE CORRESPONDÊNCIA ............................................................................... 26

3. SEGURANÇA DAS COMUNICAÇÕES .................................................................................... 26

4. SEGURANÇA DE MATERIAL .................................................................................................. 27

5. SEGURANÇA DAS INSTALAÇÕES ......................................................................................... 27 5.1 Fatores a serem neutralizados: ................................................................................................................... 27

5.2 Fatores que afetam a segurança das instalações: ....................................................................................... 27

5.3 Medidas de Proteção ................................................................................................................................. 28

6. SEGURANÇA NOS DESLOCAMENTOS ................................................................................. 28 6.1 Tipos: ......................................................................................................................................................... 28

6.2 Classificação .............................................................................................................................................. 29

6.3 Medidas de segurança nos deslocamentos: ............................................................................................... 29

7. SEGURANÇA NOS ITINERÁRIOS .......................................................................................... 30 7.1 Classificação .............................................................................................................................................. 30

8. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ......................................................................................... 31

9. SEGURANÇA MÉDICA .............................................................................................................. 31

10. SEGURANÇA DE BAGAGEM ................................................................................................... 32

11. SEGURANÇA DA ALIMENTAÇÃO ......................................................................................... 32

CAPÍTULO IV .................................... 33

ESCOLTAS .......................................... 33 1. FINALIDADE ............................................................................................................................... 33

2. ESCOLTA A PÉ ............................................................................................................................ 33 2.1 Composição ............................................................................................................................................... 33

2.2 Formações básicas ..................................................................................................................................... 33

2.3 Regras básicas de proteção individual ....................................................................................................... 36

2.4 Equipamento individual dos “AS” ............................................................................................................ 36

3. ESCOLTA MOTORIZADA ........................................................................................................ 36 3.1 Composição ............................................................................................................................................... 36

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3.2 Comboio .................................................................................................................................................... 38

3.3 Normas de utilização das viaturas ............................................................................................................. 41

3.4 Equipamento da viatura ............................................................................................................................. 41

3.5 Situações a serem evitadas pelo motorista do VIP .................................................................................... 41

CAPÍTULO V ....................................... 42

ATAQUES AO VIP / ATUAÇÃO ....... 42 1. REGRAS BÁSICAS .................................................................................................................... 42

1.1 Ataques em deslocamento a pé .................................................................................................................. 42

1.2 Ataques em deslocamento motorizado ...................................................................................................... 42

1.3 Informações sobre o alvo: ......................................................................................................................... 43

1.4 Reconhecimento: ....................................................................................................................................... 43

1.5 Planejamento: ............................................................................................................................................ 43

1.6 Surpresa, Rapidez e Violência: .................................................................................................................. 43

1.7 Coordenação e Controle: ........................................................................................................................... 43

1.8 Mecanismo de Fuga: ................................................................................................................................. 43

1.9 Aproveitamento de Obstáculos: ................................................................................................................ 43

2 TIPOS DE EMBOSCADAS ....................................................................................................... 44 2.1 Emboscada Urbana: ...................................................................................................................................... 44

2.2 Emboscada Rural: ......................................................................................................................................... 44

3 CARACTERÍSTICAS ................................................................................................................. 44 3.1 Urbana: ...................................................................................................................................................... 44

3.2 Rural .......................................................................................................................................................... 44

4 ASPECTOS GERAIS .................................................................................................................. 45

5 FORMAS DE EMBOSCADA .................................................................................................... 45

6 CONDUTA NAS DIVERSAS SITUAÇÕES: ......................................................................... 45 6.1 Ataque sem bloqueio: ................................................................................................................................ 45

6.2 Ataque com bloqueio parcial à frente ........................................................................................................ 46

6.3 Ataque com bloqueio total à frente ........................................................................................................... 46

6.4 Ataque com bloqueio à frente e à retaguarda ............................................................................................ 46

6.5 Emboscadas Duplas ................................................................................................................................... 47

6.6 Procedimentos básicos .............................................................................................................................. 47

6.7 No caso específico das AÇÕES CONTRA EMBOSCADAS, podemos citar: .......................................... 47

6.8 Recomendações aos Motoristas ................................................................................................................. 47

7 CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 48

CAPÍTULO VI ........ Erro! Indicador não

definido.

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GILMAR LUCIANO SANTOS

PLANEJAMENTO DO APOIO DO

POLICIAMENTO OSTENSIVO ... Erro!

Indicador não definido. 1. PLANEJAMENTO ............................................................................ Erro! Indicador não definido.

1.1 Reconhecimento ......................................................................................... Erro! Indicador não definido.

1.2 Estudo de situação ...................................................................................... Erro! Indicador não definido.

2. EXECUÇÃO ....................................................................................... Erro! Indicador não definido.

CAPÍTULO VII .................................... 49

PLANEJAMENTO DE PROTEÇÃO

DE VIPs ................................................ 49 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 49

2. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PLANEJAMENTO ............................................................. 49 2.1 Programa Oficial ....................................................................................................................................... 49

2.2 A pessoa do VIP ........................................................................................................................................ 49

2.3 Riscos ........................................................................................................................................................ 49

2.4 Locais de Aparições em Público e Deslocamentos ................................................................................... 49

2.5 Meios disponíveis ...................................................................................................................................... 49

3. PLANO DE PROTEÇÃO DE AUTORIDADES ........................................................................ 50 3.1 Definição ................................................................................................................................................... 50

4. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 50

CAPÍTULO VIII .................................. 51

SEGURANÇA FÍSICA DAS INSTALAÇÕES .................................. 51

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 51

2. FATORES DE INFLUÊNCIA NO NÍVEL DE SEGURANÇA ................................................ 51 2.1 Área do Imóvel (dimensões) ..................................................................................................................... 51

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2.2 Localização do Imóvel ........................................................................................................................... 51

2.3 Tipos de Imóveis ..................................................................................................................................... 52

2.4 Densidade Populacional da área .......................................................................................................... 53

2.5 Estabilidade Emocional e Política da População ................................................................................ 53

2.6 Nível de Eficiência da Polícia e Órgãos de Segurança da Área........................................................ 53

2.7 Vias de Acesso da Área.......................................................................................................................... 53

2.8 Situação quanto a Pontos Dominantes ................................................................................................ 54

2.9 Condições Meteorológicas Predominantes ......................................................................................... 54

2.10 Definição e Limites ............................................................................................................................ 54

2.11 Assistência Médico-Hospitalar ........................................................................................................ 54

2.12 Sistema de Água e Esgoto................................................................................................................. 54

2.13 Sistema de Comunicações ................................................................................................................ 54

2.14 Sistema de Iluminação ...................................................................................................................... 54

2.15 Sistema de Barreiras .......................................................................................................................... 55

3. PLANO DE SEGURANÇA DE RESIDÊNCIAS E ESCRITÓRIOS ....................................... 55 3.1 Planta Geral e de localização do Imóvel ................................................................................................... 55

3.2 Conclusão .................................................................................................................................................. 60

4. PROVIDÊNCIAS BÁSICAS DA EQUIPE AVANÇADA EM EVENTOS NA RMBH ......... 60

5. PROVIDÊNCIAS BÁSICAS EM LOCAIS EXTERNOS (RMBH E INTERIOR) ................ 61 5.1 Aeroporto .................................................................................................................................................. 61

5.2 Recinto fechado ......................................................................................................................................... 62

5.3 Coquetel, jantar, almoço, recepção ............................................................................................................ 62

5.4 Uso de Garagem ........................................................................................................................................ 62

5.5 Uso de Elevadores ..................................................................................................................................... 62

5.6 Inaugurações ao ar Livre ........................................................................................................................... 63

5.7 Feiras exposições, passeios turísticos ........................................................................................................ 63

5.8 Palanque .................................................................................................................................................... 63

5.9 Cooper ....................................................................................................................................................... 63

6. PROVIDÊNCIAS PARA VIAGENS AO INTERIOR DO ESTADO ...................................... 63 6.1 Providência iniciais ................................................................................................................................... 63

6.2 Providências na cidade do evento .............................................................................................................. 64

6.3 Hospedagem do Governador e Comitiva ................................................................................................... 67

7 PROVIDÊNCIAS BÁSICAS EM VIAGENS A OUTROS ESTADOS .................................... 67

8 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA EVENTOS EM ESTÁDIOS ...................................... 68 8.1 Providências preliminares ......................................................................................................................... 68

8.2 Providências no dia do evento ................................................................................................................... 68

8.3 Providências em caso de emergências: ...................................................................................................... 70

CAPÍTULO IX ..................................... 71

VARREDURA ...................................... 71

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GILMAR LUCIANO SANTOS

1. CONCEITO ................................................................................................................................... 71

2. REQUISITOS DO INSPETOR ................................................................................................... 71 2.1 Cultura Geral. ............................................................................................................................................ 71

2.2 Conhecimentos específicos. ...................................................................................................................... 72

3. EQUIPES DE VARREDURA ...................................................................................................... 72

4. DIVISÃO DO AMBIENTE .......................................................................................................... 72

5. O QUE PROCURAR .................................................................................................................... 73

6. ONDE PROCURAR ..................................................................................................................... 74

7. COMO PROCURAR .................................................................................................................... 74

8. INDÍCIOS ...................................................................................................................................... 75

9. O ACHADO ................................................................................................................................... 75

10. SIGILO .......................................................................................................................................... 76

11. EQUIPAMENTOS ........................................................................................................................ 76

12. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 76

13. OBSERVAÇÃO............................................................................................................................. 76

CAPÍTULO X ...................................... 77

BOMBAS E EXPLOSIVOS ................ 77 1. CONCEITOS ................................................................................................................................. 77

2. EFEITOS IMEDIATOS DA EXPLOSÃO DE UMA BOMBA ................................................ 77

3. SENSIBILIDADE ......................................................................................................................... 77

4. CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................................ 77

5 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EXPLOSIVOS: ............................................................. 77

6 DETONADORES .......................................................................................................................... 79 6.1 Cápsulas explosivas não elétricas .............................................................................................................. 79

6.2 Cápsulas explosivas elétricas .................................................................................................................... 79

6.3 Regras de Segurança no Manuseio de Detonadores .................................................................................. 79

7 BOMBAS POSTAIS ..................................................................................................................... 80 7.1 Ponto de origem ........................................................................................................................................ 80

7.2 Escrita do remetente .................................................................................................................................. 80

7.3 Objetos soltos ............................................................................................................................................ 80

7.4 Peso ........................................................................................................................................................... 80

7.5 Flexibilidade .............................................................................................................................................. 80

7.6 Fio ou arame aparente ............................................................................................................................... 80

7.7 Orifício ...................................................................................................................................................... 80

7.8 Marcas de gordura ou graxa no envelope (ou umidade) ............................................................................ 80

7.9 Odor ........................................................................................................................................................... 81

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7.10 Rigidez ...................................................................................................................................................... 81

7.11 Espessura ................................................................................................................................................... 81

7.12 Envelope interno ....................................................................................................................................... 81

7.13 Formato ..................................................................................................................................................... 81

7.14 Selos e lacres alterados ou violados .......................................................................................................... 81

7.15 Emissão de sons ........................................................................................................................................ 81

8 FORMAS DE ACIONAMENTO ................................................................................................. 81

9 MEIOS DE DETECÇÃO ............................................................................................................. 81

10 MECANISMOS DE BOMBAS E EXPLOSIVOS ...................................................................... 82 10.1 Pressão: ..................................................................................................................................................... 82

10.2 Descompressão: ......................................................................................................................................... 82

10.3 Tensão: ...................................................................................................................................................... 82

10.4 Tração: ....................................................................................................................................................... 82

10.5 Tempo ou retardo: ..................................................................................................................................... 82

10.6 Elétrico: ..................................................................................................................................................... 82

11 INDÍCIOS DE EXISTÊNCIA DE BOMBAS ............................................................................. 82 11.1 Em instalações e áreas ............................................................................................................................... 82

12 SEGURANÇA E REVISTA DE AUTOMÓVEIS ...................................................................... 83 12.1 Revista Preliminar: .................................................................................................................................... 83

12.2 Revista completa: ...................................................................................................................................... 83

12.3 Material necessário .................................................................................................................................... 83

12.4 Procedimento do Agente ........................................................................................................................... 83

12.5 Procedimento do Chefe da equipe de segurança ....................................................................................... 83

13 MEDIDAS A SEREM ADOTADAS EM VARREDURAS DE ÁREAS E INSTALAÇÕES . 84 13.1 As técnicas para se proceder a uma varredura ........................................................................................... 84

CAPÍTULO XI ..................................... 85

DIREÇÃO DEFENSIVA E OFENSIVA

............................................................... 85 1. DIREÇÃO DEFENSIVA .............................................................................................................. 85

2. FONTES DE PERIGO ................................................................................................................. 87 2.1 Regras gerais de utilização de viaturas ...................................................................................................... 87

2.2 Deslocamentos prévios pelos itinerários escolhidos (reconhecimento):.................................................... 87

2.3 Cobertura do carro do dignitário: .............................................................................................................. 87

2.4 Relação ideal de equipamentos para viatura. ............................................................................................. 87

3. DIREÇÃO OFENSIVA ................................................................................................................ 88 3.1 Cavalo-de-Pau de frente ............................................................................................................................ 88

3.2 Cavalo-de-pau de ré................................................................................................................................... 88

4. AQUAPLANAGEM OU HIDROPLANAGEM ......................................................................... 89

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GILMAR LUCIANO SANTOS

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO Os profissionais de segurança privada estão preparados para atuar com plena segurança e motivados a enfrentar com sucesso as ameaças existentes, ou até mesmo realizar suas tarefas com qualidade? Nosso objetivo é repassar conhecimentos básicos de segurança de modo que o agente possa adotar com suas as metas da organização onde trabalha, administrando o seu tempo, organizando-se com mais eficácia e assim, através do conhecimento adquirido, não venha a criar conflitos e problemas, venha a administrá-los e solucioná-los. A conscientização profissional, aliada à qualidade comportamental e ao equilíbrio emocional, aumentará a credibilidade do profissional de segurança. A principal missão de um profissional de segurança privada é a de administrar conflitos e problemas. A iniciativa, o bom-senso e o discernimento são qualidades imprescindíveis àqueles que trabalham em segurança. A fase dos “leões-de-chácara” é cosia do passado e, aqueles que resistem a esse profissional e não aceita as mudanças, estará certamente fadado ao fracasso. Outro aspecto é que devemos estar sempre pensando em “prevenção”, pois, como sabemos, atitudes preventivas representam segurança. Em segurança privada, se não estivermos atentos às conseqüências de uma simples atitude, ação ou resposta, poderemos ser os responsáveis por prejuízos incalculáveis, sejam materiais como morais. Segurança é sinônimo de prevenção. 2. OBJETIVOS 2.1 Padronização das Linguagens e comportamentos, como ocorre em todo o Brasil, face às ações conjuntas dos Serviços de Segurança. 2.2 Permitir o conhecimento de técnicas pouco difundidas, más vitais na execução da atividade de segurança VIP.

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GILMAR LUCIANO SANTOS

3. QUALIDADE DO PRODUTO E QUALIDADE DO SERVIÇO Antes de falarmos a respeito de qualidade, temos que ter a visão de estar constantemente pesquisando, testando e reformulando os nossos produtos e serviços, sempre com um objetivo em mente: fornecer à autoridade atendida/protegida o que ela precisa para se sentir segura e apoiada. Proporcionar qualidade como a autoridade define, significa compreender plenamente ambas as dimensões da qualidade: qualidade do produto e qualidade do serviço. Se a qualidade do produto é a parte de “O que você obtém” da experiência da autoridade, a qualidade do serviço é a parte de “Como você o obtém”. Conseqüentemente, percebemos que a qualidade do produto é algo tangível, enquanto que a qualidade do serviço é classificada como algo intangível. Tendo em vista essas questões, percebemos que a administração de um serviço de apoio e segurança a uma autoridade exige um comprometimento e um trabalho bem mais imaginativo de forma a compreender que a qualidade do serviço pode se transformar numa arma altamente efetiva e a favor daqueles que o executam. Um melhor resultado, ou seja, um resultado mais efetivo de nossas ações, depende, preliminarmente, da combinação da qualidade do produto oferecido com a qualidade do nosso serviço e, certamente, podemos afirmar que, se temos qualidade no nosso serviço, seja pelo zelo, educação, atenção às tarefas, etc garantirão um produto de qualidade. Lembrando-se sempre que o sucesso de uma organização não garantirá a boa qualidade de uma prestação de serviço e seus produtos, pois muito se deve também à mudança de gostos, cenários político-social-econômico, etc. Assim, temos que ter sempre em mente o seguinte:

Crie uma visão que preserve sempre a autoridade: tenha uma visão clara sobre a sua posição na estrutura e sobre o que tem que ser feito, sem comprometer a autoridade. Lembre-se que você está empenhado em uma missão de fundamental importância para a Instituição a qual representa.

Desvencilhe-se da burocracia: as organizações que desenvolvem objetivos bem definidos e amplamente compartilhados despertam as suas sonolentas burocracias e começam realmente a servir bem a seus clientes.

Aprenda com os vitoriosos: aqueles que estudam os vitoriosos e vejam seus exemplos, tanto os que deram certo e os que falharam, estarão fortalecendo o seu compromisso em servir às autoridades com as quais trabalham e, certamente, aprenderão técnicas que ajudarão a descobrir e eliminar causas de insatisfações dos clientes.

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GILMAR LUCIANO SANTOS

Esteja sempre se medindo: Nas organizações em processo acelerado de melhoria, as pessoas medem quase tudo que possa lhes informar seu desempenho, contribuindo, assim, para a efetividade de suas ações. Deve-se analizar-se não somente em relação ao seu desempenho em ações passadas, mas também ao desejo da autoridade e em relação de quem esteja realizando melhor uma tarefa semelhante.

Faça o que você diz: lidere sempre pelo exemplo. 4. CULTURA E POLÍTICA DE SEGURANÇA “Conte-me e eu vou esquecer. Mostre-me e eu vou me lembrar. Envolva-me e eu vou entender”.

(Confúcio)

É necessário delimitar alguns conceitos, buscar sua fonte e significado para que possamos, muitas vezes, “fazer” o entendimento de algo e operá-lo de forma mais efetiva. Muito se tem falado de uma “cultura de segurança”, meio pelo qual busca-se na organização a aceitação e o entendimento de uma realidade. Devemos entender que uma “cultura de segurança”, não é um produto acabado que podemos simplesmente aplica-lo, ou seja, estamos diante do deságio de criar, mudar, enfatizar e reforçar comportamentos e práticas em seres humanos e que compreende processos de aceitação e de rejeição, calcados na personalidade, na ideologia e as escolhas individuais de cada um, onde interferências estruturais ou conjunturais do mundo agem ininterruptamente. A segurança precisa estruturar e trabalhar visando buscar uma gestão adequada aos seus propósitos, a partir do reconhecimento do ambiente onde se insere e atua. Estabelecer uma “cultura de segurança” exige o desprendimento do gestor, o entendimento de todas as nuanças e variáveis que interferem no assunto, em especial, o entendimento das diferenças que formam o coletivo. Afinal, para que serve ? Para estabelecermos uma “política de segurança” eficaz, efetiva e eficiente, devemos levar em conta essas análises ambientais e trabalhar com modelos adequados de sensibilização, reconhecimento e aceite. Fatores transversais como a ética, as relações sociais, a economia, a administração devem ser agregados ao propósito de tornar coletivo o interesse pela segurança. O conceito “preventivo”, o qual veremos em diversos momentos nesse manual, deve sr buscado em seus desdobramentos que agrupam o planejamento da segurança, a análise de riscos e o gerenciamento de riscos.

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GILMAR LUCIANO SANTOS

Em uma época que os riscos ampliam-se, é importante que se busque estabelecer uma política de segurança, calcada na cultura do comprometimento individual e coletivo, ou seja, é preciso gerar e cultivar a “cultura de segurança” para que a “política de segurança” funcione. 5. SISTEMA DE SEGURANÇA “A melhor vitória é aquela obtida sem a necessidade de combater”

(Sun Tzu)

A segurança fundamenta-se essencialmente na instituição de sistemas de segurança integrado (recursos humanos e tecnologia), com o escopo de inibir e impedir a ocorrência de evento crítico. A operação baseia-se na prevenção, na ação anteriormente planejada e preparada, capaz de dar uma resposta adequada ao “nível de ameaça” particularmente com as justificativas técnicas embasadas em análise de risco, perdas potenciais que poderão ocorrer, a credibilidade da estrutura de segurança e as medidas que elevam o nível desta segurança. Prevenção que se estrutura com vistas à provável repressão, ou seja, reagir a impedir a consumação da ação, quando, não tendo sido evitada ou dissimulada, estiver em fase de consumação. Prevenção sempre e repressão quando necessárias, são fases distintas e interdependentes. Quanto mais um sistema de segurança tiver condições e reagir, menos necessidade terá de faze-lo, eis que a simples ação preventiva, que a antecede, por si só é inibidora. O sistema de segurança deve ter a finalidade de garantir a integridade de terceiros e o patrimônio, o que exige particularmente condições de garantir a segurança dos integrantes do próprio sistema. O exercício da segurança exige por parte de seus integrantes e partícipes a plena conscientização da necessidade de uma doutrina de segurança e risco, de um ambiente mais organizado e de ferramentas adequadas. Nesse contexto, desde o responsável pela sua própria segurança, quanto os agentes responsáveis pela segurança, tem o dever de conhecer e avaliar os riscos prováveis que o cercam, a fim de evitá-los, de preveni-los e de inibi-los. Cabe, portanto, primordialmente a cada envolvido no processo, estar devidamente motivado e preparado para cumprir o seu papel de forma pontual e determinante.

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Exercer esta capacitação gerenciadora de riscos nada mais é do que cumprir com o dever elementar de garantir a vida e preservar o patrimônio. 6. SEGURANÇA PESSOAL A Segurança pessoal tem adquirido status de especialidade com o uso de técnicas apuradas de proteção a executivos, artistas e políticos. A figura de um “brutamontes”, com aparência truculenta, arma à mostra e atitude agressiva, que correspondiam à imagem de um profissional da área de segurança, foi superada. O profissional de segurança de hoje deve estar integrado aos modernos conceitos da atividade, treinado, atualizado, preparado física e intelectualmente, dispor de meios para cumprir sua tarefa e dedicar-se integralmente a ela. Um princípio básico da segurança pessoal é a preservação da integridade física da pessoa resguardada. Entre as situações a serem evitadas estão as acidentais ou as intencionais, estão desde as tentativas de seqüestros às ocasiões embaraçosas que possam afetar a imagem da autoridade protegida. Um dos objetivos finais da segurança é o de permitir a pessoa protegida para que ela possa realizar suas atividades com a tranqüilidade necessária. Podemos, ainda, distinguir outros dois tipos de segurança: proteção executiva e escolta. No caso da escolta, os veículos utilizados têm de ser compatíveis com o carro do protegido e devem possuir quatro portas. A comunicação é um fator primordial e podem ser utilizados rádios ou aparelhos celulares. A logística é item importante para a escolta, fatores como manutenção, limpeza, documentação, abastecimento, armas e munições são essenciais para a boa operação. Já a proteção executiva envolve planejamento e inteligência. Deve ser feito um estudo prévio da vida do cliente para que possa haver a preparação para eventuais ocorrências. O projeto elaborado inclui segurança monitorada, viagens, automóveis, sistema de comunicações e fatores de exposição do protegido. Algumas atitudes são fundamentais: observar, identificar, analisar e reagir são posturas indispensáveis para o profissional. Nosso principal instrumento de trabalho são os olhos e para cada cenário existe uma técnica diferente de atuação. Quando da elaboração de um plano de segurança, alguns pontos devem ser observados, tais como: seu poder aquisitivo, o grau de visibilidade e a probabilidade de ser seqüestrado, pois existem pessoas com alta visibilidade, mas com pouco risco de serem

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seqüestradas e outras com baixa visibilidade, porém altamente seqüestráveis. Além o seqüestro, crime típico dos grandes centros, elementos como religião, sistema governamental, conflitos internos e externos põem ser fatores de criminalidade e influenciam fortemente o projeto a ser elaborado. A permanência de um rígido esquema de segurança também esbarra na, maioria das vezes, na quebra da intimidade familiar. Assim, verificamos que existe a doutrina, a realidade e a demanda pela segurança, para as quais podemos definir, conforme esquema abaixo, o grau de risco existente: O sigilo das atividades desenvolvidas pela pessoa protegida deve ser mantido e preservado, a fim de que se preserve sua imagem e ainda contra chantagens, extorsões e espionagens. Devendo, se necessário, a adoção de termo de responsabilidade em caso de divulgação e informações. A prevenção é a principal arma da segurança e nela está inclusa a técnica de ocultamento, que consiste em negar o acesso de informações pelos seus antagonistas da gora e local em que a pessoa protegida se encontrará. A equipe de escolta é responsável pelo embarque e desembarque do protegido, juntando-se, posteriormente com a equipe de segurança para a proteção propriamente dita. O serviço de proteção a uma determinada pessoa é dinâmico, não pode ser estabelecido em rotinas e nem ser metódico, devendo o agente de segurança encarar as mudanças como crescimento pessoal e profissional, não se deixando contaminar pelo vírus da apatia e desleixo. Deve, ainda, ter comedimento em suas ações, ter austeridade, ser discreto e manter reserva na ações, ser uma pessoa sem vaidade e traja-se condizentemente com a função a que exerce 7. POSTURA E VESTIMENTA DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA A postura e a vestimenta do profissional evoluiu com os conceitos da atividade. O agente de segurança deve vestir-se se adaptando de acordo com a situação e o ambiente.

Doutrina

Realidade

Demanda

Indicação do

crescimento do grau

de risco para a

pessoa protegida

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Deve-se adaptar à situação e não obedecer a um estereótipo fixo. O comportamento padrão deve ser baseado na discrição, na educação contínua e falar somente o necessário. Características como capacidade de apreensão e memorização dos fatos, adaptação a diferentes situações, bem como conhecimento da linguagem corporal também são relevantes em uma profissão que substituiu a força física pelo uso do raciocínio. Atuar com diplomacia em qualquer situação é sempre a melhor estratégia. Tratar com respeito e educação também são linhas de ação preventiva, capazes de inibir uma ação delituosa. O profissional de segurança deve usar sempre o seu poder de convencimento, sua percepção, fazer uso do bom-senso e discernimento, pois, se sua linha de ação for sempre baseada no respeito, certamente em situações de conflito ele terá automaticamente o apoio de todos, o que é extremamente importante para a solução dos maiores problemas. Assim, através de sua postura, apresentação pessoal, atitude preventiva, linha de ação planejada, força de presença, atenção e respeito às pessoas; sem precisar usar sua arma, o profissional é capaz de inibir e abortar uma ação contra a pessoa protegida. A imagem desse tipo de profissional deve transmitir uma “sensação de segurança” àqueles que o rodeiam. Se durante a avaliação dos riscos, no planejamento da ação delituosa, o indivíduo desconfiar que o agente de segurança representa um problema em potencial, normalmente tal ação é abortada. 8. PODER DE CONVENCIMENTO É fundamental para um profissional de segurança ter poder de convencimento e, não é possível convencer uma pessoa se não dominamos o assunto com o qual estamos tratando. Sabemos que as palavras convencem, mas os exemplos arrastam e, em segurança, é necessário que estejamos sempre preocupados com o que as pessoas estão pensando a nosso respeito, não as pessoas com as quais trabalhamos, mas com as que estão ao nosso redor. Parece uma atitude fútil, sem muita importância; entretanto, se um agente de fato delituoso achar que somos uma presa fácil, ele não hesitará em atacar. Assim, ao contrário do que a maioria das pessoas acha, devemos usar o conhecimento,

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estrategicamente, para convence-los que, cãs tentem, representamos um problema em potencial para o sucesso da ação criminosa. É sempre importante lembrar que poder de convencimento é o domínio do conhecimento, da atividade e do assunto. O domínio do conhecimento técnico-profissional proporciona e facilita em muito a aquisição do poder de convencimento. Um outro fator que o profissional de segurança deve ter e posicionamento superior, que nada mais é que ouvir o inaudível e passar a observar o que as pessoas comuns não vêem. Deve trabalhar na essência da percepção, saber e compreender a diferença entre ouvir e escutar. Posicionar-se d forma superior é ouvir o inaudível, ou seja, perceber sons que possam de maneira substancial influenciar em nossa atividade, sons que as pessoas comuns não prestam atenção e, por conseguinte, não os captam. Quando realmente aprendemos a ouvir, adotamos uma posição superior e percebemos o que há no coração das pessoas, no olhar, na mente, em seus gestos e atitudes. Isso demonstrará de fazer com que os outros percebam que você é capaz de atua preventivamente e à frente deles. 9. QUALIDADE COMPORTAMENTAL, EQUILÍBRIO E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL “Confiar nos incultos e não se preparar é o maior dos crimes. Preparar-se de antemão para todas as contingências é a maior das virtudes”.

(Sun Tzu)

Através do equilíbrio emocional e da qualidade comportamental, os profissionais de segurança vendem uma determinada imagem. Com certeza, são necessidades estratégicas para o agente de segurança a sabedoria, a sinceridade, a humildade, a coragem e a exigência, são cinco dos atributos básicos indispensáveis de um profissional de segurança. Através da sabedoria, do conhecimento, o agente adquire o poder do convencimento. Através do conhecimento, desenvolve sua percepção e reconhece facilmente quando os riscos são eminentes e, conseqüentemente, inibe atitudes hostis. Se for sincero, através de suas linhas de ação e das suas atitudes, terá força de presença. Se for humano, amará o próximo e entenderá que o respeito é conseqüência do saber respeitar. Se for corajoso, alcançará a vitória em razão do treinamento constante, buscando sempre o condicionamento reflexivo. Se for exigente, será respeitado, pois age através do exemplo.

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10. ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS E PROBLEMAS “A dificuldade cria a capacidade de resolvê-la”.

(Oliver Wendell Holmes, Jr.)

A principal função de um profissional de segurança é administrar conflitos e problemas, e não provocá-los ou criá-los. Agir com iniciativa, bom-senso e discernimento, usando sempre empatia nas situações mais delicadas significa entender o real significado da palavra qualidade. É fundamental para quem trabalha no atendimento de pessoas e, só assim, seremos capazes de administrar todos os conflitos e problemas que porventura surgirem. Devemos perceber o que a pessoa protegida tem a nos dizer, sem jamais interrompê-la ou até mesmo que precise se expressar pela fala. Sabemos que comportamento gera comportamento, assim, devemos ter muito cuidado com a nossa conduta e atitude. Somos profissionais de segurança, precisamos entender que uma simples abordagem pode desencadear um grande problema. Determinados seguranças têm muita dificuldade de entender que um olhar “errado”, do tipo “arrogante”, “prepotente”, pode gerar muita confusão, pois tudo depende até mesmo o “estado emocional” do nosso cliente. Portanto, use o seu “feeling” constantemente, perceba e use seus sentimentos. 11. PROFISSIONALISMO DO AGENTE DE SEGURANÇA “O sucesso é uma questão de sorte. Pergunte a qualquer fracassado“. (Earl Wilson) Ter força de presença é questão de êxito ou fracasso para um profissional de segurança. Mas, o que é força de presença? Podemos definir que a força de presença é a sensação de respeito que se expressa a uma pessoa pelo simples fato ela estar ali. Algumas pessoas, pelo seu comportamento, poder de convencimento, administração de conflitos e problemas, adquirem, conseqüentemente, a chamada “força de presença”. Vários são os fatores que contribuem para o aumento da força de presença; o olhar a forma de observar, o ouvi, a postura, a apresentação pessoal, a atitude, as linhas de ação, enfim, o respeito.

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Quando o agente executa suas atribuições com profissionalismo, o respeito é ma conseqüência, mas quando ele não sabe se posicionar, torna-se um verdadeiro problema. É simples: se respeitarmos, seremos conseqüentemente respeitados. Segundo Clarence B. Randall, “O líder precisa saber, deve saber que sabe e deve ser capaz de deixar totalmente claro para os que estão à sua volta que sabe”, ou seja, ele deve se manter atualizado e inteirado do que está ocorrendo em seu local de serviço, a fim de conseguir repassar as orientações corretamente. Um bom profissional de segurança, através dos seus sentimentos, sabe reconhecer a importância do seu “cliente” e, conseqüentemente, a sua necessidade. Deve saber valorizar o seu cliente e prestar-lhe um bom serviço. Ao estabelecer um contato com a pessoa protegida, deve-se agir com naturalidade, falando sempre de forma clara, educadamente e em bom tom, sem a necessidade de gritar, usando bom-senso e o discernimento. Devemos iniciar o contato pessoal com um cumprimento, usando palavras agradáveis do tipo: por gentileza, obrigado, seja bem-vindo, por favor, etc., de preferência chamando-o pela forma de tratamento adequada seguida pelo nome/cargo. Não se deve utilizar “jargões” ou “gírias” nas conversações, a fim de se estabelecer um perfeito canal de comunicações. Ser profissionais significa ser competentes, para isso devemos executar nosso serviço com precisão. No decorrer de nossa atividade de segurança, devemos, ao observar algo ou alguém, avaliar a situação baseado em dados técnicos, não subestimando informações que podem ser preciosas para o sucesso da missão, do tipo: as expressões faciais, os lábios, os olhos, a forma de olhar, o ouvir, a pele, rubor, palidez, sudorese, tremores, aumento da freqüência cardíaca, disfunção respiratória, movimentos bruscos, ansiedade, nervosismo, etc. É muito importante aprender a observar as pessoas, é uma questão de treinamento. O estrategista Sun Tzu, em seu livro, diz que: “Se o teu objetivo é fazer com que o inimigo venha de boa vontade, tens de lhe oferecer vantagens. S não desejas que ele venha, terás que lhes mostrar as dificuldades”, ou seja, os profissionais de segurança só devem reagir em ultimo caso, e claro, se estiverem preparados; sempre com o máximo de cautela e com a devida reflexão, os exageros, os excessos, devem ser pesquisados com bastante cautela, com extremo cuidado. Pode ser que não seja nada, mas temos que usar o nosso “feeling” o tempo todo a fim de evitar uma situação constrangedora ou perigosa.

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Um profissional de segurança entusiasmado é capaz e inibir uma ação perigosa ou constrangedora, em razão das atitudes e linhas de ação que adota, isso não é contar com a sorte e sim um preparo para a atividade. O entusiasmo pode representar um problema em potencial. A palavra entusiasmo significa exaltação, arrebatamento, paixão viva, grande alegria. Assim, a conseqüência do entusiasmo só pode ser o sucesso, pois o profissional entusiasmado faz as coisas acontecerem. Entretanto, não podemos confundir entusiasmo com otimismo, já que otimismo é acreditar que uma determinada coisa vai da certo, torcer para que não dê errado, e entusiasmo e fazer a coisa dar certo, é fazer acontecer. O entusiasmo é que facilita a quebra de paradigmas, nos dá a visão de futuro e nos conduz ao sucesso. Podemos ainda utilizar duas frases ditas: a primeira por Dale Carnegie - “Entusiasmo é aquele ingrediente de vitalidade, misturado com uma firme convicção no que está fazendo, garantindo o êxito e qualquer projeto que você empreenda” – a segunda por Michel Lynberg onde “Os anos deixam rugas na pele, mas a perda do entusiasmo deixa rugas na alma”. 12. CONHECIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL E TREINAMENTO “Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, com muita humildade”.

(Provérbio chinês)

Diz que não saber não é o pior, o pior é pensar que sabe. Isso nos leva ao questionamento da importância da humildade ao receber algum ensinamento e outra pessoa mais experiente. As pessoas comuns aprendem com o próprio erro, entretanto existem aqueles que são considerados especiais, pois além de aprenderem procuram aprender com o erro dos outros, ou seja, busca na experiência alheia um crescimento profissional para si. Em segurança é muito importante que aprendamos com o erro dos outros. No mínimo com o próprio erro, contudo é bom lembrar que nem sempre teremos a chance de aprender com o próprio erro, pois muitas vezes o erro pode vir a ser fatal. Lao-tse disse que: “Aquele que conquista uma vitória sobre outro homem é forte, mas quem conquista uma vitória sobre si mesmo, é poderoso”. A par disso, o que foi discorrido até o presente momento, podemos afirmar que não há mistério, o grande segredo para que sejamos bons em alguma coisa é o treinamento e

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para atingirmos nossos objetivos teremos que sacrificar muitos prazeres que a vida nos oferece. Para a aquisição de um condicionamento reflexivo, existem três pontos que são fundamentais: a vocação, a dedicação e a constância de treinamento. Somente no treinamento diuturno é que conseguimos nos aprimorar nas nossas técnicas e atingir um grau de perfeição, a velocidade e a qualidade de nossas ações. A dedicação esta relacionada com a técnica e não adianta termos vocação para uma atividade se não possuirmos o conhecimento técnico e não adianta termos conhecimento técnico se não treinarmos constantemente. Sejamos pró-ativos a fim de adquirir o condicionamento reflexivo necessário. Qualquer pessoa que faça o mesmo movimento várias vezes, acaba adquirindo através da constância o condicionamento reflexivo e com muita dedicação e constância de treinamento, será possível mudar o comportamento. É importante que estejamos sempre quebrando aqueles velhos paradigmas que nos impedem de alçar vôos cada vez mais altos; é extremamente importante que deixemos de resistir às mudanças. Atualmente encontramo-nos na era do conhecimento, e como disse Andrew Carnegie “O preço da perfeição é a prática constante”, por isso é fundamental que estejamos sempre preocupados em, constantemente, amolar os nosso machado, assim, com menos golpes, seremos mais eficientes e eficazes.

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CAPÍTULO II

CONCEITUAÇÃO BÁSICA 1. DIGNITÁRIO/AUTORIDADE

Aquele que exerce cargo elevado ou tem alta graduação específica. VIP (Very Important Person). PMI (Persona Mucho Importante). O Estado assume a responsabilidade de prevenir eventuais danos, acidentais ou premeditados, à integridade física daqueles que, de alguma forma, representem altos interesses de determinado segmento social ou político, nacional ou estrangeiro. 2. PROTEÇÃO DE VIP – SEGURANÇA PESSOAL

É um conjunto de medidas que serão adotadas para a garantia da integridade física de um VIP dentro de uma área restrita, de responsabilidade de um número limitado de agentes, que se preocupa, quase exclusivamente, com a pessoa do VIP. O serviço de proteção e segurança é o conjunto de sistemas preventivos, adotados para proteger uma determinada pessoa. Está atividade pode ser desenvolvida durante um longo período de tempo, ou pode ser empregada para locais e datas definidas. Pode ser fixa ou móvel, de acordo com as necessidades da pessoa a ser escoltada. A segurança implica em uma série de responsabilidade para uma instituição e requerem medidas de prevenção, pela experiência técnica de serviço, pelo serviço de informação e pelas modalidades de cerimonial, deslocamentos e outros fatores distintos de momento e circunstância. Este sistema preventivo tem como principal finalidade, o resguardo da integridade física, a prevenção de atentados e outras ações que coloquem em risco a vida ou exponham a situações não prevista a pessoa a ser escoltada (VIP). Dentro de sua área de atuação e em cooperação com outras áreas, como relações públicas, imprensa, evitar a divulgação de situações constrangedoras ou particulares da autoridade, que não precisam ser veiculadas. 3. DISPOSITIVO DE SEGURANÇA (DS)

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Conjunto de medidas e meios empregados para assegurar a integridade física do VIP (Dignitário/Autoridade) na tentativa de defesa e proteção que garantem no sentido mais amplo, desde o inicio deslocamento até o termino do evento. 4. ESQUEMA DE SEGURANÇA (ES) Faz parte integrante do DS e se constitui pelo conjunto de meios empregados para assegurar a integridade física do VIP no local do evento. 5. ORGANIZADOR LOCAL (OL) É o responsável pelo convite ao VIP e medidas administrativas relacionadas com o evento. Normalmente, é o ponto de contato do Serviço de Segurança para adoção de medidas julgadas convenientes. 6. PROGRAMA TENTATIVA Sugestão apresentadas pelo OL sobre o programa a ser cumprido pela autoridade. Aprovada a sugestão torna-se Programa Oficial (PO). 7. SERVIÇO DE SEGURANÇA È o órgão destinado a propiciar proteção e segurança a uma VIP. Sua organização é condicionada pelos seguintes aspectos: 7.1 Importância do VIP

Refere-se ao grau de importância do VIP dentro de um contexto social. Sua importância vincula-se diretamente ao seu poder de influencia.

7.2 Comportamento do VIP

É o fator importante na organização da segurança. As atitudes liberais em relação ao público em geral ensejam medidas mais abrangentes e de certa forma mais veladas. As preocupações em atender convites de forma pontual e a eleição de comportamentos imutáveis pelo VIP têm reflexos na sua segurança. O contrário também é fator condicionante. 7.3 Conjuntura atual

Levando em seus aspectos políticos, econômicos e sociais, geradores de sentimentos e de adoção de atitudes extremadas por indivíduos. 8. SEGURANÇA DE VIPs Constituem segurança as atenções e medidas proporcionadas a uma autoridade, que garantam a sua integridade física, tomada em sentido amplo.

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8.1 Classificação

Quanta a forma de obtenção 8.1.1 Passiva

Quando se oculta do público em geral o itinerário, a agenda, a programação, etc... 8.1.2 Ativa Quando se toma medidas efetivas de segurança como controle de trânsito, segurança ostensiva, etc... 8.2 Quanto à modalidade 8.2.1 Estática Quando se usa, por exemplo, AS ou policiais para guarnecimento de determinado ponto. 8.2.2 Dinâmica Quando se usa, por exemplo, AS no acompanhamento ao VIP durante seu deslocamento. 8.3 Tipos 8.3.1 Equipe de Proteção É o grupo de Agentes de Segurança (AS) que se desloca permanentemente com o VIP, sendo responsável pela sua proteção imediata e sua evacuação na configuração de um atentado ou situação crítica. 8.3.2 Equipe Precursora É o grupo de agentes que se desloca antes do VIP, a fim de verificar no local do evento, se todas as providências solicitadas anteriormente pelo serviço de segurança foram tomadas. 8.3.3 Equipe de Vistoria É um grupo de “AS” que se desloca anteriormente ao VIP, com tempo variável, a fim de detectar ou neutralizar, se possível, qualquer engenho explosivo ou dispositivo que ofereça periculosidade. Deve ser integrada por peritos em explosivos. 8.3.4 Equipe de Segurança Velada É o grupo cujos "AS" são distribuídos nos locais de eventos e/ou itinerários a serem percorridos pelo VIP, com trajes adequados à área e infiltrados na população com a finalidade de detectar imediatamente qualquer hostilização ou atentado.

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8.3.5 Ostensiva É um serviço de prevenção executado à vista da população, buscando, pela presença do elemento fardado ou não e colocado em destaque, a fim de anular ou inibir a ação de elementos adversos que atentam contra o VIP. Atua, ainda, em funções atribuídas legalmente às Frações (trânsito, prevenção e combate a incêndios, etc.). 8.4 Forma de atuação: Gráfico 8.5 CAUSAS DOS ATENTADOS

8.5.1 Ideológicas: Aquelas determinadas pela discordância ideológica, pelo descontentamento com as posições do VIP ou do segmento que ele representa, quanto ao sistema de idéias adotado, tais como o atentado terrorista. 8.5.2 Econômicas: Provocadas pela discordância na área econômica ou por eventuais prejuízos financeiros causados pelo VIP ou pelo segmento que ele representa, tais como o seqüestro. 8.5.3 Pessoais: Há uma grande diversidade de questões de natureza pessoal que podem dar ensejo ao atentado, como ciúme, ódio, vingança ou outros impulsos (fanatismo, psicopatia).

A

Equipe de Proteção

Equipe de Seg. Velada

Seg. Ostensiva

VIP

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UNIDADE III

CLASSIFICAÇÂO DE SEGURANÇA DE VIP

1. SEGURANÇA DE PESSOAL

Levada a efeito com direcionamento a pessoas que têm ou busquem acesso ao VIP. O serviço de Segurança deve fazer um levantamento de dados e acompanhamento de todo pessoal envolvido direta ou indiretamente com o VIP e seus familiares. O acompanhamento deve visar mudanças de comportamento atitudes não comuns nas pessoas envolvidas com o VIP, além de atualização de dados referentes à vida pregressa. A segurança de pessoal visa, assim, impedir que pessoas consideradas como ameaça à segurança do VIP ou que a ela possam importunar, obtenham acesso à mesma ou à instalação onde ela estiver presente. Deverá ser obtida através da identificação de funcionários, convidados, pessoal, imprensa. 2. SEGURANÇA DE CORRESPONDÊNCIA Direcionada à correspondência destinada ao VIP, sejam cartas, presentes, encomendas, etc, adotando-se o procedimento de vistoriá-las antes que cheguem às mãos do VIP, o que deve ser feito em local adequado, não próximo do VIP. 3. SEGURANÇA DAS COMUNICAÇÕES Levada a efeito com direcionamento às comunicações via rádio, executadas pelo serviço de segurança (Orgânicas), bem como aos equipamentos usados pelo VIP (Inorgânicas). Na orgânica, todas as comunicações do serviço de segurança devem desenvolver-se dentro de um sigilo tal a não comprometer a segurança e a não tornar público assuntos rotineiros inerentes ao VIP. Assim, é necessário codificar etapas de operações, funções do VIP, itinerários e seus pontos críticos e ordens que, no desenrolar das operações, se façam presentes. É importante que o serviço de segurança, através de sua Central de Comunicações, saiba a posição exata do VIP durante seu deslocamento. Para tal, devemos tomar eixos importantes da cidade e os elegermos como pontos, que serão codificados e informados pela Equipe de Segurança à central, quando a comitiva por eles passar. Está codificação deve ter no mínimo três chaves e fornecida ao pessoal de serviço do dia. Nos deslocamentos rotineiros do dia a dia, as codificações deverá ter no mínimo um número de cinco chaves e igual procedimento deve ser adotado quanto à sua divulgação, ou seja, somente as pessoas envolvidas na segurança deverá ter acesso a estas informações. Estas codificações devem ser alteradas periodicamente a fim de se

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evitar uma rotina. Na inorgânica, os aparelhos usados pelo VIP devem ser vistoriados com antecedência, correndo suas linhas, se for o caso, e mantidos idôneos durante o tempo potencial de uso pelo VIP. 4. SEGURANÇA DE MATERIAL Direcionada a materiais que possam servir de encobrimento de artefatos nocivos ou de materiais que pela sua composição estrutural ou formal possam atingir a integridade do VIP. Deve ser preocupação constante e uma prática imprescindível à busca de artefatos nocivos em móveis, adornos e etc, os quais podem apresentar perigo de desabamento (lustres) ou de ferimentos (móveis com partes pontiagudas ou cortantes). O tipo de piso também se enquadra nesta classificação. Pisos escorregadios devem ser cobertos por tapetes, e não sendo possível, evitar o uso de ceras. 5. SEGURANÇA DAS INSTALAÇÕES Direcionada às instalações a serem usadas pelo VIP, tais como sua residência, local de trabalho, locais de eventos, locais de pernoite, etc. É obtida através de medidas de proteção geral, fiscalização e controle do acesso àqueles locais, além dos que abrangem todos os dispositivos, atividades e técnicas que possam ser úteis à proteção física das instalações (iluminação, abastecimento, prevenção de incêndio, etc). 5.1 Fatores a serem neutralizados:

- Ameaça à instalação; - Atos de terrorismo e sabotagem; - Ações de furto; - Acidentes; - Incêndios; - Ações da natureza. 5.2 Fatores que afetam a segurança das instalações: - Topografia; - Localização (cidade, subúrbio, campo); - Característica (casa, apartamento, casa isolada, casa geminada); - Sistema de Comunicações; - Sistema de água e esgoto; - Sistema de iluminação; - Vias de Acesso; - Adjacências; - Densidade populacional; - Estabilidade emocional e política da população; - Nível de eficiência da Política e órgãos de segurança; - Índice de criminalidade; - Assistência médico-hospitalar;

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- Nível de eficiência do Corpo de Bombeiros; - Condições meteorológicas. 5.3 Medidas de Proteção 5.3.1 Barreira: Tudo aquilo que se pode colocar entre o conhecimento ou área que se deseja proteger e o indivíduo ou qualquer coisa que ofereça perigo ou ameaça. Podem ser Naturais (árvores, vertentes, etc), Estruturais (constituídas geralmente de alvenaria ou vegetais), Humanas, Animais (cães, etc), Eletro-eletrônicos (Cerca elétrica, interfone, circuito interno de TV e dispositivos de alarme). 5.3.2 Sistema de identificação e controle: Deve visar um controle total das instalações no que diz respeito a funcionários, visitantes, pessoal de manutenção e serviços, veículos, etc. Se a instalação for Hotel o sistema de segurança deve ocupar os apartamentos ao lado, acima e abaixo do VIP. Não sendo possível, deverá manter estreita vigilância sobre seus ocupantes, tendo, às mãos, relação de hóspedes e respectivos apartamentos. 5.3.3 Sistema de prevenção contra acidentes e incêndio: Se na instalação não houver este sistema, deve-se solicitar ao corpo de Bombeiros mais próximo, a efetivação de medidas de prevenção. 5.3.4 Sistema de Comunicações: Será direcionada às comunicações por telefones, via rádio, FAX e computadores e todos os equipamentos utilizados como meio de comunicação. A fim de manter a privacidade do VIP em sua conversas e despachos. 5.3.5 Sistema de circuito interno de TV: Consiste na instalação de circuito interno de TV acoplado a dispositivos de alarmes, em toda área externa da residência ou edifício, bem como em áreas não privativas, a fim de não retirar a privacidade do VIP. Nós portões e portadas deverão ser instalados interfones, a fim de se identificar os familiares, visitantes, funcionários, prestadores de serviços, que pretendam adentrar na residência ou edifico.

6. SEGURANÇA NOS DESLOCAMENTOS Deslocamento é o movimento de um VIP de um local para outro qualquer. 6.1 Tipos:

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- A pé; - Transportado (motorizado, animal); - Misto (Combinação de tipos). 6.2 Classificação 6.2.1 Quanto à missão: - Rotineiros: Deslocamentos que se sucedem no tempo de forma reiterada. É o que ocorre da residência para o local de trabalho ou escola por exemplo; - Especiais: Deslocamentos para atendimento a programações oficiais ou de cunho social; - Inopinados: Deslocamentos que se processam sem conhecimento prévio do serviço de segurança, ao contrário dos rotineiros e especiais. 6.2.2 Quanto à flexibilidade: - Flexíveis: Permite a mudança de um tipo para outro; - Não flexíveis: Não permite mudanças do tipo. 6.2.3 Quanto ao meio de transporte: - Aéreo; - Aquático (Lacustre, fluvial ou marítimo); - Terrestre. 6.2.4 Quanto ao sigilo: - Ostensivo: É de conhecimento público; - Sigiloso: É de conhecimento restrito. 6.2.5 Quanto ao horário: - Diurno; - Noturno. 6.2.6 Quanto aos meios empregados: - Simples: Quando não necessita de apoio de outros órgãos; - Complexo: Quando há necessidade de apoio em grande escala, podendo envolver maior número de órgãos, tais como CB, PM, PF, PRF, PC, etc. 6.3 Medidas de segurança nos deslocamentos: 6.3.1 Rotineiros - Trocar o horário; - Trocar o carro do VIP; - Mudar o itinerário; - Fazer o carro do VIP sair, sem este, em horário diversos.

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6.3.2 Especiais - Reconhecimento dos itinerários principais e alternativos com motoristas e elementos de segurança; - Estudo da expectativa de recepção ao VIP no dia do evento; - Tentar ganhar tempo, procurando atrasar o VIP; - Utilização e importância das comunicações. 6.3.3 Inopinados - Tentar ganhar tempo, procurando atrasar o VIP; - Mobilização das equipes do serviço de segurança; - Utilização e importância das comunicações. 7. SEGURANÇA NOS ITINERÁRIOS Itinerários é o caminho percorrido por um VIP, quando esta se desloca de um ponto para outro. 7.1 Classificação 7.1.1 Quanto à Importância: - Principal: É o itinerário eleito para o deslocamento por oferece maior segurança; - Alternativo: É o itinerário do qual se fará uso em caso de necessidade. 7.1.2 Quanto à flexibilidade: - Flexíveis: Permite mudança; - Não flexíveis: Não permite mudança, o itinerário é único. 7.1.3 Escolha do itinerário É uma decisão decorrente de um recolhimento de planejamento sobre o deslocamento a pé ou transportado, a ser percorrido por um VIP. Deve ser considerado na escolha a classificação do tipo de deslocamento. 7.1.4 Pontos Críticos São locais de maior risco no itinerário, e, por este motivo, devem ser guarnecidos, como por exemplo, os seguintes: - Local de tráfego intenso; - Sinais luminosos; - Passarelas; - Áreas pouco iluminadas;

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- Estradas com vegetação lateral; - Lombadas e Subidas íngremes; - Pontos dominantes; - Viadutos, túneis, pontes, desvios, quebra - molas, passagem de nível; - Obras, tapumes e bueiros. 7.1.5 Regras básicas de segurança na utilização dos itinerários - Evitar rotina; - Utilizar a maior velocidade possível e segura; - Redobrar os cuidados nos pontos críticos; - Usar veículo adequado à área e ao terreno; - Usar o caminho mais seguro, que nem sempre é o mais curto; - Utilizar apoio do Policiamento Ostensivo quando necessário; - Ter reserva à disposição. 8. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico é a formulação do conjunto de norams, ações e comportamento que são adotados para se preservar a autoridade. Este planejamento pode ser dividido em dois grandes planos de operações: Plano de Operações de Defesa das instalações e Plano de Operações dos Deslocamentos. As normas são resultado da análise da situação especifica a ser considerada, levando – se em consideração as peculiaridades de locais, pessoas, tipo de trabalho realizado, se local público, se local privado, se local de uso restrito ou controlado, etc... As ações são as respostas preestabelecidas a serem desencadeadas em caso de ameaças e outros fatores, que serão combinado e de prévio conhecimento de todo o pessoal envolvido na proteção e do própria VIP. Os comportamentos são processos utilizados na prevenção e resguardo efetivo do VIP. Os comportamentos são combinados a partir das análises e formulação das normas. 9. SEGURANÇA MÉDICA Levada a efeito com direcionamento à saúde do VIP, entendido de forma ampla, preventiva e ativamente. É obtida através da adoção de medidas destinadas a prestar assistência médica e odontológica, em caso de emergência e em qualquer local, mesmo durante deslocamento. É assegurada através das seguintes medidas:

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9.1 Hospitais de apoio:

O serviço de segurança deve ter um cadastramento dos hospitais em condições de atender o VIP, em qualquer local que ela se encontre. 9.2 Sala reservada:

Por ocasião de eventos deve-se reservar uma sala para atendimento ao VIP, se necessário. Esta deve ser idônea e guarnecida por AS (Agentes de Segurança) e de fácil acesso, inclusive a veículos. 9.3 Coordenador médico: O serviço de segurança deverá possuir em seus quadros profissionais da área de saúde que farão a coordenação medica em caso de necessidade, sendo responsável pelo cadastramento dos hospitais e atualização de suas performances. 9.4 Evacuação aéro-médica (EVAM): Deve ser feita uma previsão de EVAM com utilização de avião ou helicóptero, para este último elegendo-se heliportos ou helipontos. 9.5 Apoio Geral: Neste aspecto consideramos o apoio de pista, no caso de EVAM, o apoio de ambulâncias e equipamentos médicos próprios. 10. SEGURANÇA DE BAGAGEM Direcionada à bagagem do VIP, evitando-se o extravio e assegurando sua incolumidade. A bagagem deve ser etiquetada pelo serviço de segurança e conduzida por um AS, designado para tal tarefa. 11. SEGURANÇA DA ALIMENTAÇÃO Levada a efeito com direcionamento ao preparo, à higiene e à qualidade dos alimentos a serem servidos ao VIP. Deve ser feita uma vistoria na cozinha onde será preparada a alimentação, atentando-se para o local de armazenamento de gêneros e, ainda, eleger garçons que servirão o VIP.

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CAPÍTULO IV

ESCOLTAS 1. FINALIDADE

Escolta é a atividade levada a efeito pela Equipe de Proteção, consiste no emprego da técnica de segurança, objetivando a integridade do VIP, em sentido amplo, desenvolvendo-se a pé ou motorizada. 2. ESCOLTA A PÉ É a segurança proporcionada ao VIP quando está se desloca a pé. 2.1 Composição

A escolta a pé é constituída pela Equipe de Proteção, Equipe Precursora e Equipe de Segurança Velada, de uma forma mais ampla. Todavia na totalidade dos deslocamentos a pé, a equipe de proteção é que se faz presente. Sua composição é variável, dependendo do tipo de evento, aceitação pública do VIP, condições meteorológicas e etc. Normalmente é constituída por cinco AS, um dos quais o Chefe da Equipe Precursora, que nas formações não tem lugar fixo, devendo deslocar-se em posições que lhes assegure um maior controle da equipe e da situação. 2.2 Formações básicas 2.2.1 Losango É um tipo de processo de acompanhamento indicado para se fazer em locais fechados, como em corredores, entradas e saídas de salões ou auditórios, que necessite de deslocamento rápido, e o número de acompanhante for pequeno. É recomendado também nos deslocamentos de VIP dos locais fechados para a tomada de viaturas, onde se atravessa pequenos espaços, de hotéis para veículos, etc... É recomendado quando o VIP está se deslocando sozinho:

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Vantagens - É um processo ágil que permite deslocamentos rápidos; - Permite que o agente que vai à frente observe os locais a serem percorridos; - Da boa condição de visibilidade; - Permite o efeito sanfona (aproximar ou distanciar); - Isola pontos específicos de passagem, como portas e corredores perpendiculares; - Facilita uma retirada de emergência. Desvantagens - Deixa o VIP muito próximo ao público; - Permite eventuais infiltrações pelos lados; - Não bloqueia com antecedência; - É contra indicado para situações onde o VIP permanece estacionado. Regras de aplicação Deve ser montado com a participação de 05 agentes. O chefe estará sempre atrás e a direita da autoridade. Quando houver transposição de portas ou ambientes, passa o primeiro “AS”, ponta do losango, os dois diagonais passam cada um de cada vez à frente do VIP e em seguido o chefe e o ultimo AS. Fazem a proteção do VIP o “AS” diagonais e os agentes pontas do losango contra atacam. 2.2.2 Caixa: Utilizada quando se fizer necessário cerrar sobre o VIP. É o tipo de formação que proporciona também uma melhor segurança aproximada. 2.2.3 Cunha

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É um tipo de processo de acompanhamento indicado quando o VIP está acompanhado de outras autoridades ou convidados. É um processo que pode ser indicado para deslocamentos em lugares mais amplos, onde a possibilidade de atentados seja pouco provável. Locais como aeroportos, pátios de prédios onde são realizadas solenidades, etc... Vantagens - Permite melhor deslocamento do VIP e convidados, sem presença marcante da equipe de segurança; - Permite melhor cobertura dos acontecimentos por parte da imprensa; - A ação da equipe de segurança não compromete as solenidades; - A presença de outras pessoas tornam o alvo mais difícil. Desvantagens - Deixa a autoridade muito exposta; - Não controla eficientemente infiltrações da platéia; - Atua apenas nas laterais do espaço; - Dificulta uma retirada rápida ou de emergência; - Permite pouca mobilidade dos agentes. Regras de aplicação O chefe da equipe deve se postar o mais próximo possível, atrás e a direita do VIP. O número de agentes vai variar de acordo com o local a ser visitado ou número de pessoas envolvidas nos deslocamentos. As primeiras ações de proteção é do agente mais próximo do VIP.

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Os agentes que estiverem mais perto do sinistro é que oferecerão resistência, enquanto os outros retiram o VIP do local. 2.2.4 Em Cunha Invertida ou “V”: Utilizada quando a frente para onde se desloca o VIP já se encontra protegida. É o tipo de formação que menos chama a atenção e a que melhor favorece a imagem do VIP. 2.3 Regras básicas de proteção individual - Formações Flexíveis; - Cobertura do corpo; - Manter a imagem do VIP; - Observação constante; - Manutenção de intervalos e distâncias; - Mínimo um agente às costas do VIP; - Procedimento diante das câmeras; - Cuidado com emboscadas duplas. 2.4 Equipamento individual dos “AS” - Colete a prova de bala; - Armamento individual; - Estojo de primeiros socorros; - Equipamento de comunicações. 3. ESCOLTA MOTORIZADA É a segurança proporcionada ao VIP quando está se desloca em veículos. 3.1 Composição

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A composição de uma Escolta Motorizada não deve obedecer a rígidos padrões, devendo variar conforme a necessidade. Todavia a prática nos tem mostrado que a composição mínima ideal é a segurança a dois carros. Não se considera aqui a viatura reserva. A viatura do VIP deve ser conduzida por um AS e outro deve se deslocar à direita deste para proteção imediata. Este AS é conhecido nos meios de segurança em todo o país como “Mosca”. É um AS treinado e automatizado para cobrir o corpo do VIP com o seu próprio em caso de atentados. Assim, a composição básica de uma escolta é a seguinte: Legenda: VIP V Ch Equipe de Proteção X Sub Ch Equipe de Proteção / Agente de Segurança Motorista M Viatura de Segurança “A” Viatura de Segurança “B”

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3.2 Comboio Vários são os tipos e formações do comboio. No entanto, devemos buscar na sua formação uma disposição que realmente ofereça segurança, com diminuição dos riscos. Assim é que propomos as seguintes formações nas situações que se seguem.

3.2.1 Deslocamentos Simples EM PARADAS EM MOVIMENTO

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3.2.2 Deslocamentos Complexos a) Situação Normal Batedores Batedores ores Piloto Seg. B Seg. B Vtr VIP Vtr VIP Seg. A Seg A Batedores Fecha-comboio

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b) Situação Anormal Varredura Piloto Seg B Vtr. VIP Seg. A Fecha-comboio

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3.3 Normas de utilização das viaturas - Carro examinado e guardado (sempre idôneo); - Inspeção antes do uso; - Deslocamento pelo itinerário previamente escolhido; - Portas trancadas e vidros fechados (Sem ar condicionado abertura de cinco cm); - Máxima velocidade, com segurança; - Estacionar sempre, após o desembarque, com a frente voltada para a saída; - O motorista não deve permanecer sentado no carro estacionado. 3.4 Equipamento da viatura - Estojo de primeiros socorros; - Armas longas; - Dois estepes; - Ferramentas e lanternas; - Máscara contra gás; - Equipamento de comunicações; - Pertences pessoais para pernoite. 3.5 Situações a serem evitadas pelo motorista do VIP - Parada, ainda que rápida, ao lado de ônibus, veículos fechados ou caminhões; - Parada próxima ao meio-fio; - Parada próxima a filas de coletivos; - Parada próxima a bancas e carrinhos de vendedores ambulantes; - Deslocamento junto ao meio-fio.

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CAPÍTULO V

ATAQUES AO VIP / ATUAÇÃO

1. REGRAS BÁSICAS PROTEÇÃO DO VIP REMOÇÃO DO VIP REAÇÃO ADEQUADA 1.1 Ataques em deslocamento a pé

1.1.1 Ataque verbal:

Multidão xingando, ofensas verbais Cerrara formação e passar rapidamente, buscar local idôneo.

1.1.2 Ataque físico:

Agressão a socos, pedradas, pauladas etc Fechar a formação e apressar o passo, reação adequada, retirar o VIP da área, caso necessário. 1.1.3 Ataque com armas: Alerta em imediato (Gritar “Arma ou Faca”), Cerrar a formação, reagir rápido com armas ou golpes, curvar o VIP e retirá-lo da área. 1.1.4 Ataque com bomba ou granada: Alerta em imediato (Gritar “Bomba”) e deitar-se no solo e sobre o VIP cobrindo seu corpo, retirá-lo da área, assim que possível. 1.1.5 Ataque com armas de longo alcance: Proteger o corpo do VIP, retirando-o da área para abrigá-lo.

1.2 Ataques em deslocamento motorizado

1.2.1 Emboscada 1.2.1.1 Conceito A emboscada é um ataque de surpresa contra um alvo em movimento, ou temporariamente parado, com a finalidade de destruí-lo, capturá-lo, inquietá-lo ou causar-lhe danos apreciáveis em pessoal e material. Consiste, essencialmente, em forma concentrado, repentino, de posições variadas, normalmente cobertas e vantajosas. Poderá ser precedida de uma ação de bloqueio de itinerário, com o objetivo de causar

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uma parada do alvo, ainda que momentaneamente, reforçando, assim a vantagem do agressor. 1.2.1.2 Aspectos da emboscada Tendo em vista a principal característica desse tipo de ação – a SURPRESA – torna-se difícil o estabelecimento de padrões de conduta para as AÇÕES CONTRA EMBOSCADAS. No entanto, ao analisarmos os objetivos atingidos por agressores em casos já conhecidos, podemos chegar a algumas idéias básicas que nos levam a concluir pela adoção de várias medidas que possam evitar e, até mesmo, repelir, com sucesso, esse tipo de ataque. A idéia principal seria: “A MELHOR FORMA DE SE EVITAR UMA EMBOSCADA É NÃO ENTRAR NELA”. Os agressores de um VIP, normalmente, levam em consideração os seguintes aspectos para suas ações: 1.3 Informações sobre o alvo:

Por menores que sejam, são exploradas ao máximo no planejamento, na preparação e execução da emboscada. Normalmente, são obtidas através de dados veiculados na imprensa, levantamentos da rotina descuidada da vítima, por intermédio de informações e até elementos infiltrados em ambientes freqüentados pelo VIP; 1.4 Reconhecimento:

Visando a ambientação com a área e a escolha do local exato para a ação, posições alternativas, bem como vias de fuga rápidas e seguras; 1.5 Planejamento:

Considerando todas as linhas de ação prováveis de serem adotadas pelo alvo. Uma vez concluída esta fase, a ação deve ser submetida a ensaio(s) em áreas semelhantes e distantes da escolhida, de preferência no exterior; 1.6 Surpresa, Rapidez e Violência:

Caracterizam, inicialmente, a superioridade do atacante e tendem a inibir a capacidade de reação do alvo; 1.7 Coordenação e Controle:

Estabelecidos no planejamento e reforçados no(s) ensaio(s), onde cada atacante conhece exatamente sua atuação individual e em relação ao grupo; 1.8 Mecanismo de Fuga:

Com itinerários bem definidos no Reconhecimento, usados distintamente pelos componentes da força agressora, conduzindo-os a locais seguros, podendo chegar até mesmo ao exterior; e 1.9 Aproveitamento de Obstáculos:

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Naturais ou artificiais que dificultam ou impeçam a manobra e a fuga do alvo, tais como pontes, barrancos, construções, etc. 2 TIPOS DE EMBOSCADAS Existem, basicamente, 02 (dois) tipos de emboscadas: DELIBERADAS E INOPINADAS Nos casos de ações contra autoridades trataremos das DELIBERADAS, pois o agressor escolhe antecipadamente o seu alvo, o local de ação e o(s) seu(s) objetivos(s): A partir dessa classificação, chegamos a 02 (dois) grupos: 2.1 Emboscada Urbana:

Normalmente utilizada para tentativas de seqüestro. Dentre os casos conhecidos, a incidência foi maior; 2.2 Emboscada Rural:

Normalmente utilizada para a tentativa de assassinatos. Tendo em vista que as ações empreendidas contra autoridades demonstram, normalmente, um quadro político instável, é normal que tais personalidades evitem deslocamentos freqüentes a regiões mais distantes, evitando dessa forma uma exposição perigosa. Surge aí a particular eficiência da EMBOSCADA URBANA. 3 CARACTERÍSTICAS 3.1 Urbana:

3.1.1 Normalmente utilizada para tentativas de seqüestro com fins políticos ou obtenção de fundo. Poderá, ainda, objetivar assassinatos, desde que não haja oportunidade de realizá-la em área rural ou periferias; 3.1.2 Reconhecimento minucioso, em função dos hábitos ou rotina do alvo, bem como das várias opções de locais adequados, itinerários e vias de fuga; 3.1.3 Os agressores tem facilidade de se confundirem com a população ou de se ocultarem temporariamente, auxiliados por elementos da própria organização, colaboradores ou simpatizantes; 3.1.4 As investigações são dificultadas, entre outros, pelos seguintes fatores: 1) densidade populacional; 2) grau de simpatia ao movimento; 3) Medo de represálias. 3.1.5 A fuga pode ser prejudicada em funções do adestramento e do estado de alerta das Forças de Segurança; 3.1.6 Os efeitos alcançados têm maior repercussão.

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3.2 Rural 3.2.1 Normalmente utilizada para assassinatos, pois as ações serão desencadeadas em áreas esparsamente povoadas e com poucas opções de itinerários; 3.2.2 Ações de Reconhecimento mais fáceis em função do menor número de alternativas; 3.2.3 Necessidade de utilização de Estória-cobertura, tendo em vista as características da população e da área; 3.2.4 As repercussões não serão tão imediatas como na área urbana; 3.2.5 Haverá, normalmente, maior tempo e melhores condições para a fuga. 4 ASPECTOS GERAIS Em ambos os casos, o planejamento da emboscada deverá levar em consideração, além do tipo de agressão e grau de violência, os seguintes aspectos: 4.1 A surpresa; 4.2 A dispersão dos agressores após a ação; 4.3 Os esconderijos; 4.4 ação policial; 4.5 A repercussão. 5 FORMAS DE EMBOSCADA Ao analisarmos os casos conhecidos de ataques contra o VIP, foram extraídas as situações típicas abaixo: 5.1 Ataque sem bloqueio; 5.2 Ataque com bloqueio à frente (parcial); 5.3 Ataque com bloqueio à frente (total); 5.4 Ataque com bloqueio à frente e à retaguarda ; 5.5 Emboscada duplas. 6 CONDUTA NAS DIVERSAS SITUAÇÕES: 6.1 Ataque sem bloqueio:

6.1.1 O primeiro Agente de Segurança (AS) que pressentir ou avistar o ataque, avisa “EMBOSCADA!”; 6.1.2 Deverá ser feito, imediatamente, o contato com os meios em reforço ou apoio; 6.1.3 O “mosca” protege o VIP; 6.1.4 A(s) viatura(s) de comboio cerra(m) sobre a do VIP enquadrando-a; 6.1.5 O grupo continua o deslocamento, aumentando a velocidade, afastando-se do local rapidamente; 6.1.6 A resposta ao fogo é imediata e no maior volume possível; 6.1.7 Não deverá haver qualquer tipo de engajamento com os agressores.

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6.2 Ataque com bloqueio parcial à frente 6.2.1 O primeiro Agente de Segurança (AS) que pressentir ou avistar o ataque, avisa “EMBOSCADA”. Deverá ser feito, imediatamente, o contato com os meios em reforço ou apoio; 6.2.2 O “mosca” protege o VIP; 6.2.3 A(s) viatura(s) de comboio cerra(m) sobre a do VIP enquadrando-a; 6.2.4 A resposta ao fogo é imediata e no maior volume possível; 6.2.5 - As viaturas tentam, vencer a barreira e afastam-se do local aumentando a velocidade. Esse deslocamento poderá ser à frente ou à retaguarda, conforme o posicionamento do bloqueio; e 6.2.6 Não deverá haver qualquer tipo de engajamento com os agressores. 6.3 Ataque com bloqueio total à frente 6.3.1 O primeiro Agente de Segurança (AS) que pressentir ou avistar o ataque, avisa “EMBOSCADA”. Deverá ser feito, imediatamente, o contato com os meios em reforço ou apoio; 6.3.2 O “mosca” protege o VIP; 6.3.3 Comboio a três carros; 6.3.4 Uma viatura da segurança se detém e age agressivamente contra os atacantes, protegendo a manobra das demais; 6.3.5 Outra, enquadrando o veículo do VIP, manobra e procura sair da área o mais rápido possível, podendo desdobrar o bloqueio ou deslocar-se de ré, conforme as condições da estrada; 6.3.6 Comboio a dois carros; 6.3.7 A manobra é idêntica, não existindo porém o engajamento de uma das viaturas; 6.3.8 Em ambos os casos, a resposta ao fogo é imediata e no maior volume possível. 6.4 Ataque com bloqueio à frente e à retaguarda 6.4.1 O primeiro Agente de Segurança (AS) que pressentir ou avistar o ataque, avisa “EMBOSCADA”! 6.4.2 Deverá ser feito, imediatamente, o contato com os meios em reforço ou apoio; 6.4.3 O “mosca” protege o VIP; 6.4.4 Devido às reduzidas possibilidades de utilização de uma via de fuga, a segurança deve adotar, inicialmente, três condutas básicas: 1) Enquadrar o VIP, protegendo-a do fogo e aproveitando o abrigo fornecido pelas viaturas; 2) A reação deverá se caracterizar pelo grau de agressividade e volume de fogo; 3) Aproveitando a cobertura estabelecida, o Chefe da Segurança deverá remover o VIP para um abrigo mais seguro.

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6.4.5 Poderá ocorrer a situação em que seja visualizada uma via de fuga, quando então um dos grupos da segurança dará cobertura ao retraimento do restante do comboio. 6.5 Emboscadas Duplas 6.5.1 Em quaisquer das hipóteses tratadas anteriormente, poderá haver o risco de que, após desengajar-se dos agressores, o comboio enfrente nova emboscada. Pela situação vivida, poderá ficar com o dispositivo alterado, o efetivo reduzido e desgastado; 6.5.2 Tendo em vista que essa possibilidade deve ser considerada, é conveniente que a segurança estabeleça alguma norma de conduta que possibilite evitar tal situação ou enfrentá-la de forma decisiva. Deve ser avaliado, ainda, que as novas emboscadas deverão ser executadas de forma semelhante às mostradas anteriormente. Portanto, em caso de novo ataque, as ações do comboio poderão ser repetidas em função do efetivo em pessoal e viaturas. Como medida que evite novas incursões. 6.6 Procedimentos básicos Quaisquer que seja as missões desempenhadas por um Serviço de Segurança, existem procedimentos básicos que podem evitar situações inopinadas e desgastantes. São eles: 6.6.1 Selecionar bem os agentes e treiná-los constantemente, em especial os motoristas; 6.6.2 Dispor sempre de uma reserva para utilização imediata; 6.6.3 Manter o armamento individual e coletivo em condições de emprego imediato; 6.6.4 Possuir viaturas potentes, devidamente adaptadas para o serviço e bem manutenidas; 6.6.5 Estabelecer boa rede de comunicações; 6.6.6 Distribuir equipamentos à prova de balas, que possam oferecer segurança ao pessoal e às viaturas; 6.6.7 Manter ligações constantes com os Órgãos de Segurança da área; 6.6.8 Adquirir e manter atualizados os conhecimentos idênticos sobre explosivos e primeiros socorros. 6.7 No caso específico das AÇÕES CONTRA EMBOSCADAS, podemos citar: 6.7.1 Agentes atentos e conversando somente o indispensável; 6.7.2 Alertar imediatamente; 6.7.3 Proteger o VIP; 6.7.4 Remover o VIP; 6.7.5 Agir rápida e agressivamente; 6.7.6 Usar a reação adequada para cada caso; 6.7.7 Engajar-se somente o indispensável; 6.7.8 Ter cuidado com emboscadas duplas; 6.7.9 Evitar a rotina. 6.8 Recomendações aos Motoristas 6.8.1 Estar sempre atento;

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6.8.2 Os carros do comboio dão cobertura ao do VIP nos cruzamentos e pontos críticos; 6.8.3 Manter distância entre as viaturas de forma que; 6.8.4 Impeçam ou desestimulem as tentativas de outros veículos se infiltrarem no comboio; 6.8.5 Permitam frenagem rápida, sem haver choque com o carro da frente; 6.8.6 Permitam mudanças de pista; 6.8.7 Dirigir afastado do meio-fio; 6.8.8 Evitar paradas próximas a ônibus, veículos fechados, caminhões, filas para coletivos, vendedores ambulantes, ou quaisquer elementos suspeitos; 6.8.9 Sempre que possível, dirigir próximo à linha divisória das pistas (a manobra para a esquerda facilita a fuga, enquanto para a direita dá espaços para o agressor). OBS: Em velocidade reduzida: Manter uma distância de 1,5m entre os carros de segurança; Em alta Velocidade: Manter uma distância de 2,5 a 3,0m entre os carros de segurança. 7 CONCLUSÃO Ao analisarmos as principais características da EMBOSCADA: SURPRESA, RAPIDEZ E VIOLÊNCIA, concluímos que as ações contrárias a elas, na maioria das vezes, serão empregadas como conduta de momento. Daí a importância de aproveitarmos casos reais, acontecidos em várias épocas, para avaliarmos a atuação dos agressores e, a partir dela, estabelecermos certas idéias, em termos de conduta, que, uma vez assimiladas através de treinamento constante, poderão e deverão mesmo se transformar em reflexos condicionados.

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CAPÍTULO VI

PLANEJAMENTO DE PROTEÇÃO DE VIPs

1. INTRODUÇÃO

Um planejamento deve abordar todos os aspectos de um problema: deve prever, até onde for possível, as suas conseqüências. Quando posto em prática, deve ser desenvolvido dentro de um quadro da realidade presente, sem perder de vista o objetivo principal visado. Na atividade de Proteção de VIPs, o planejamento deve nortear as ações, antecipar acontecimentos e ter sempre por normas: “é melhor prevenir do que remediar”. O planejamento de Proteção de VIPs deve ser flexível. A necessidade de se fazer modificações no decurso desse trabalho é da própria essência do processo de planejar, é o caráter dinâmico do planejamento. 2. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PLANEJAMENTO São fatores que condicionam a execução de uma Proteção de VIPs, ora facilitando, ora dificultando e, até mesmo, impedindo a sua execução. São eles: o programa oficial, a pessoa do VIP, os Riscos, os locais de aparições em público e os meios disponíveis. 2.1 Programa Oficial

É o grande condicionamento das ações que serão planejadas e executadas. Normalmente já vem impostos e com muita pouca flexibilidade, o que ocasiona um esforço maior na execução da proteção do VIP. 2.2 A pessoa do VIP É o objetivo do planejamento. A pessoa do VIP deve ser estudada em detalhes, visando a identificação de suas características pessoais, personalidades e hábitos, para facilitar a definição da melhor proposta de execução da proteção. 2.3 Riscos Consiste em obter dados sobre a conjuntura do momento, bem como sobre as repercussões que poderão ser desencadeadas pela presença do VIP em determinado local. 2.4 Locais de Aparições em Público e Deslocamentos É a área que será freqüentada pelo VIP, bem como os itinerários que serão percorridos. Suas características interferem nas ações, razão pela qual requer um conhecimento minucioso e um estudo detalhado. 2.5 Meios disponíveis

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São os recursos em pessoal e material colocados à disposição do Chefe do Serviço de Segurança para o cumprimento da missão. Os meios deverão ser adequados e suficientes, de acordo com a importância do VIP e com a conjuntura do momento, sendo que estes condicionam o emprego de diferentes meios e a montagem das propostas de execução. 3. PLANO DE PROTEÇÃO VIP 3.1 Definição

É o documento elaborado pela Seção de Operações, que tem por finalidades orientar a execução da proteção de VIPs. O Plano de Proteção de VIPs deve ter grandes flexibilidades, pois o desenrolar das ações poderá determinar alterações em termos de execução. O Plano de Proteção de VIPs compreende os tópicos a seguir: OBS: - Se for um documento escrito, o cabeçalho é a critério da organização; - Neste Caso, como se trata de um documento sigiloso, seguir as normas segurança de documentos. 4. CONCLUSÃO Planejar é, antes de tudo, prever para prover. Consiste no estudo meticuloso dos Elementos essenciais e na avaliação dos Meios necessários para cumprir a missão. Sabido é que todo Esquema de Segurança, por melhor que esteja montado, possui as suas falhas. Por esta razão deve haver o maior empenho em se eliminar os erros de Planejamento, para não expor mais do que necessário a vida do VIP e dos agentes.

1. Situação:

a) VIP

- importância;

- comportamento.

b) Conjuntura do momento

- área que vai receber o VIP;

- riscos.

2. Missão:

a) Programa Oficial

- aparições em público (anexo

1);

- deslocamentos (anexo 2);

- listas de convidados.

3. Execução

a) Composição dos meios

- pessoal orgânico e de apoio

4. Medidas Administrativas

a) alimentação

b) Hospedagem/Residência

c) Transporte

d) Saúde

5. Coordenação e Controle

a) Ligações: CSA, outros;

b) Reuniões

c) Comunicações (anexo 3)

- Sistemas;

- Códigos.

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CAPÍTULO VII

SEGURANÇA FÍSICA DAS INSTALAÇÕES 1. INTRODUÇÃO

Trataremos, neste tópico, das medidas de segurança física de instalações, especificamente no que diz respeito a residências e escritórios, ou seja: locais de moradia permanentes ou transitórios e locais de trabalho. Sabemos que a Segurança perfeita e absoluta jamais será alcançada. Entretanto, há princípios gerais que podem ser aplicados a qualquer tipo de instalação e que poderão influir no nível de Segurança desejado. 2. FATORES DE INFLUÊNCIA NO NÍVEL DE SEGURANÇA 2.1 Área do Imóvel (dimensões)

Dependendo da área do imóvel, poderá haver necessidade de maior ou menor quantidade de recursos humanos e materiais. 2.2 Localização do Imóvel 2.2.1 Na cidade * Vantagens: - Variedade de vias de acesso; - Facilidade de comunicações e serviços; - Proximidades dos órgãos policiais e de segurança; - Boas condições de iluminação; - Proximidades de hospitais e médicos. * Desvantagens: - Densidade populacional; - Dificuldades de locomoção; - Aglomerações e anonimato das pessoas, estimulando-as à prática de atos ilícitos; - População mais politizada e intranqüila. 2.2.2 No subúrbio * vantagens: - Menor densidade populacional; - Maior dificuldade das pessoas permanecerem no anonimato; - Facilidade para detectar comportamentos destoantes e suspeitos;

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- Maiores facilidades de locomoção. * Desvantagens: - Dificuldades de transportes, de assistência médico-hospitalar e de outros serviços, como bombeiros, energia elétrica, etc.; - Deficiência nas comunicações. 2.2.3 No campo * Vantagens: - Reduzida densidade populacional, facilitando a identificação de qualquer movimento ou comportamento suspeito; - População mais tranqüila; - Fácil controle de visitantes. * Desvantagens: - Poucas vias de acesso; - Maiores dificuldades de comunicações; - Ausência ou deficiência de serviços essenciais (água, luz, assistência médico-hospitalar, etc.); - Distância dos órgãos de apoio (policial e de segurança – bombeiros). 2.3 Tipos de Imóveis 2.3.1 Hotel * vantagens: - A administração facilita os serviços de limpeza, arrumação, lavagem de roupas, alimentação, etc.; - Permite a ocupação do último andar, para facilitar o controle do acesso de pessoas. * Desvantagens: - O acesso ao hotel é livre, não se tendo um controle efetivo dos que entram e saem; - A existência de escada de incêndio favorece os atentados. 2.3.2 Apartamentos * Vantagens: - O acesso ao imóvel é controlado; - Os elementos que circulam no prédio geralmente são conhecidos (vizinhos); - As entradas ou saídas são em menor número, o que também pode ser uma desvantagem. * Desvantagens: - Em atividades comerciais, o acesso é coletivo, e de fácil controle; - Escadas de incêndios, quando existentes, podem favorecer os atentados.

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2.3.3 Casas geminadas * Desvantagens: - As entradas, sendo juntas, dificultam a adoção de medidas de Segurança, principalmente o controle do acesso; - Os telhados normalmente dão acesso de uma para outra casa; - Pode-se ouvir conversas através das paredes; - A casa vizinha pode ser utilizada como apoio para um atentado. 2.3.4 Casas isoladas * Vantagens: - É a situação ideal, facilita a Segurança; - Permite, em melhores condições, as diversas medidas de proteção (sistema de alarmes, comunicações, gerador reserva, etc.); - Facilita o controle do acesso de pessoas e veículos. * Desvantagens: - A existência de pontos dominantes dificultam a Segurança. 2.4 Densidade Populacional da área Grandes concentrações populacionais podem trazer sérias dificuldades, tais como locomoção, adoção de medidas de controle, além de oferecer facilidades para acobertar quem deseja realizar um atentado qualquer. As pessoas são mais instáveis emocional e psicologicamente. 2.5 Estabilidade Emocional e Política da População 2.5.1 É aconselhável obter informações a respeito do assunto, pois, se a população da área se caracteriza como instável, a Segurança será afetada de tal maneira que poderá mesmo impedir a instalação do VIP no local; 2.5.2 Devem-se levantar as características da área com respeito a manifestações públicas, passeatas, protestos, comícios, racismo e índice de criminalidade; 2.5.3 Observar as lideranças locais, existência ou não, de agitadores que desejam a subversão da ordem. 2.6 Nível de Eficiência da Polícia e Órgãos de Segurança da Área 2.6.1 Verificar a existência ou não desses órgãos na área, seus efetivos e formas de atuação; 2.6.2 Analisar se estão aptos a apoiar eficazmente a Segurança ou anular esforços de quaisquer grupos contrários. 2.7 Vias de Acesso da Área 2.7.1 As vias de acesso podem ser Gerais e Particulares; 2.7.2 As suas características e as condições de utilização são das mais variadas;

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2.7.3 As vias de acesso podem ser controladas. Nas particulares, este controle é facilitado; nas Gerais, devem ser, pelos menos, vigiada; 2.7.4 Se a situação exigir, as vias de acesso devem ser bloqueadas ou desviadas. 2.8 Situação quanto a Pontos Dominantes A existência de pontos dominantes (edifícios, morros, elevados, etc.) nas proximidades de um imóvel dificulta a adoção de medidas de segurança. 2.9 Condições Meteorológicas Predominantes 2.9.1 O conhecimento dessas condições de uma determinada área é importante para o estabelecimento de um sistema de segurança; 2.9.2 Chuvas ou nevascas, por exemplo, podem tornar impraticável as vias de acesso, dificultando as comunicações, etc. 2.10 Definição e Limites 2.10.1 Esta definição é importante porque nas adjacências do imóvel podem existir fatores que irão influir no nível de Segurança. Lotes vagos, prédios, casas vizinhas, estabelecimentos, fábricas, etc., devem ser analisados sob o aspecto de oferecer ou não perigo, de facilitar ou não a aproximação de pessoas indesejáveis, de favorecer ou não a agressão ao VIP; 2.10.2 Podem existir também, nas proximidades do imóvel, matas, depósitos de inflamáveis, etc., que ofereçam perigo às instalações. 2.11 Assistência Médico-Hospitalar Assistência ou não, na área, de médicos (com a respectiva especialidade) e de hospitais ou casas de saúde, verificando as vias de acesso, a distância, o nível do pessoal e dos equipamentos, são fatores que também influirão nas medidas de segurança. 2.12 Sistema de Água e Esgoto 2.12.1 Condições do abastecimento d’água, se tratada ou não; 2.12.2 Localização das caixas d’água e reservatórios; 2.12.3 Localização da rede de água e esgoto; 2.12.4 Condições e deficiências da rede de esgoto, tipo de tubulação. 2.13 Sistema de Comunicações 2.13.1 Ligação com as unidades de apoio (Polícia, Bombeiros, Segurança); 2.13.2 Existência de um sistema auxiliar de comunicações, caso haja no sistema principal. 2.14 Sistema de Iluminação 2.14.1 Situação das linhas de distribuição e transmissão. As linhas aéreas são mais vulneráveis por estarem expostas a danos fortuitos ou provocados;

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2.14.2 A iluminação do imóvel deve ser de modo a facilitar a observação da parte externa da instalação. 2.15 Sistema de Barreiras 2.15.1 As barreiras podem ser NATURAIS e ARTIFICIAIS; 2.15.2 Barreiras Naturais são os acidentes da natureza aproveitados pelo homem para dificultar o acesso à instalação (rios, montanhas, precipícios, pântanos, etc.); 2.15.3 Barreiras Artificiais são as estabelecidas pelo homem, podem ser: 2.15.3.1 Humanas: - Vigias; - Guardas; - Sentinelas. 2.15.3.2 Animais: -cães adestrados; - animais ferozes. 2.15.3.3 Materiais: - Elétricas: cerca eletrificada; - Eletrônicas: alarmes; - Mecanismos de fechamento. 3. PLANO DE SEGURANÇA DE RESIDÊNCIAS E ESCRITÓRIOS O planejamento da Proteção de residências e escritórios consiste numa seleção de medidas adequadas, levando-se em conta a situação particular de cada imóvel. Após um detalhado Estudo de Situação, onde são analisados todos os fatores que podem influir na Segurança do imóvel, procede-se a confecção do plano propriamente dito. Este plano deve conter, basicamente, os seguintes elementos: 3.1 Planta Geral e de localização do Imóvel

Nela, deve-se detalhar as medidas de proteção existentes, tais como: 3.1.1 Plano de Localização de Barreiras 3.1.1.1 Constando os locais exatos das diversas barreiras e suas vulnerabilidades, locais de transposição; 3.1.1.2 Distribuição dos postos de guarda nos pontos mais importantes, de acordo com planejamento feito: 3.1.1.3 Entradas e saídas, pontos de comunicações, chave geral de energia, abastecimento e demais pontos sensíveis; 3.1.1.4 Configuração geral da Segurança. 3.1.2 Plano de Iluminação Localização do gerador reserva, quadro de luz, linhas de distribuição, torres, etc.

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3.1.3 Sistema de Comunicações 3.1.3.1 Telefones, rádios, intercomunicadores, telex, caixa de terminais telefônicos, sinais luminosos e acústicos; 3.1.3.2 Ligações com a Polícia, Bombeiros, hospitais, etc. 3.1.4 Sistema de Alarmes 3.1.4.1 Sonoros (acústicos); 3.1.4.2 Silenciosos. 3.1.5 Sistema de Água e Esgoto Deverá constar, na planta geral, a localização dos encanamentos, caixas d’água, reservatórios (capacidade) e rede de esgoto com suas caixas e tubulações. 3.1.6 Pontos Críticos Uma planta da área do imóvel e adjacências, localizando todos os pontos críticos, tais como: edifícios, elevação, vias de acesso, etc. 3.1.7 Medidas de Proteção de Rotina São aquelas relacionadas com a atribuição de função e tarefas ao pessoal da Segurança e aos empregados de um modo geral. Devem prever, dentre outros, os seguintes procedimentos, enumerando os responsáveis e as finalidades dos mesmos: 3.1.7.1 Exames Periódicos das Instalações e Viaturas Com a finalidade de detectar e remover quaisquer ameaças à integridade do VIP, seus familiares e demais integrantes da equipe de Segurança e auxiliares. Como exemplo, citamos a colocação de explosivos, equipamentos eletrônicos (transmissores, gravadores), etc. 3.1.7.2 Controle do Acesso do Pessoal e Visitantes: - As entradas e saídas deverão ser em menor número possível e totalmente controladas; - A entrada de pessoal deverá ser separada da entrada de viaturas; - O controle de entrada e saída deverá ser feito através de cartão de identificação. Todos os transeuntes dentro da área do imóvel deverá ser rigorosamente controlado pela equipe de Segurança e, para facilidade de controle, serão de diversas cores (cada cor para um determinado fim: Segurança, empregados, assessores, visitantes, etc.); Observações importantes: Cuidados especiais com a entrada de técnicos (eletricistas, bombeiros, gás, companhia telefônica, elevadores) previstas ou não. Um elemento de Segurança deverá acompanhar o serviço. 3.1.7.3 Controle e Revista do Material Recebido: Todos os materiais recebidos (correspondências, pacotes, presentes, flores, etc.) devem ser minuciosamente inspecionados por um elemento da Segurança, previamente

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designado, em local apropriado. Caso haja suspeita de bomba, deverá ser chamado imediatamente um técnico em explosivos, e isolado o local. 3.1.7.4 Controle e Prova de Alimentos e Bebidas: O serviço de Segurança deverá possuir um elemento para acompanhamento da confecção da alimentação, desde o princípio. 3.1.7.5 Sistema de Alarmes, Comunicações e Iluminação, Circuito interno de TV: Deverá haver inspeções periódicas para testar o funcionamento desses diversos sistemas. 3.1.7.6 Controle das Chaves: Todas as chaves da instalação deverão ser controladas, através de um livro de registro de entrega e devolução: - No caso de perda de uma chave, deverá ser trocada a respectiva fechadura; - Os lugares mais importantes e reservados, além das chaves, devem possuir outros

dispositivos de proteção. 3.1.7.7 Normas para Postos de Guarda: - O Chefe da Segurança deve estabelecer normas para os postos de guarda, definindo áreas, responsabilidades e atribuições; - O número de postos vai depender da disponibilidade de pessoal, das características do imóvel, da importância do VIP e de outras medidas de proteção existentes; - Os Postos devem ser inspecionados com freqüência. 3.1.7.8 Emprego de Cães: Os cães substituem com eficiência o emprego de guardas, sendo o PASTOR ALEMÃO e o DOBERMANN os mais utilizados: - Características dos cães de guarda: PASTOR ALEMÃO: > Pêlo, rabo e orelhas grandes; > Menos sanguinário, mais dócil no emprego. DOBERMANN: > Pêlo, rabo e orelhas curtas; > Inquieto e sanguinário; > Foi empregado em campos de concentração; > Alimentação: deve ser dada no mesmo vasilhame e sempre pelo mesmo treinador. NEUTRALIZAÇÃO: > Cadelas no cio; > Luvas especiais e faca; > Arma de fogo com silenciador.

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3.1.7.9 Medidas de Proteção de Emergência: - São aquelas onde são previstas atribuições de tarefas específicas a cada elemento, bem

como a maneira e os meios para executá-las; - Não só o pessoal da Segurança como também os empregados devem receber tarefas

ou, pelo menos, no caso destes últimos, instruções de procedimento individual em caso de emergência;

- Dentre esses casos que podem ser considerados como de emergência, e que demandam ações específicas, podemos citar:

1) Incêndio - A instalação deve possuir um Plano de Prevenção e Combate à Incêndio, onde estejam previstas as atribuições e procedimentos necessários; - O encarregado da Segurança deve conhecer os recursos de combate ao fogo da

instalação (extintores de incêndio e outros equipamentos), suas localizações e os elementos encarregados de utilizá-los, se necessário;

- A manutenção e recarga dos extintores devem ser observadas com atenção; - Na prevenção, especial atenção deve ser dada à instrução e ao treinamento de pessoal, às medidas preventivas, assim como à localização e cuidados com o material inflamável ou de fácil combustão, existente na instalação; - Deve haver previsão de um local reserva para levar o VIP no caso de uma emergência. 2) Sabotagem - Nas instalações elétricas; - Na rede de abastecimento de água; - No sistema de comunicações, etc.; Procedimento: a segurança deve tentar neutralizar ou minimizar os efeitos da sabotagem e solicitar imediatamente o apoio do órgão competente. Dependendo da situação, poderá haver necessidade de evacuar a instalação. 3) Acidentes Pessoais - O Serviço de Segurança deve possuir equipamentos e materiais de Primeiros Socorros, bem como saber utilizá-los. O grupo sangüíneo do VIP e dos familiares também deve ser conhecido; - Deverá haver um planejamento, constando o endereço de médicos, como localizá-los rapidamente, e de hospitais com os itinerários melhores até eles. 4) Ataque ou Assaltos - Proteger o VIP; - Procurar comunicação imediata com os órgãos policiais e de Segurança da área, assim como tentar repelir ou minimizar a ação dos agressores; - Evacuar a instalação, se for o caso.

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5) Manifestações nas Proximidades - Comunicar aos órgãos competentes; - Reforçar a Segurança ativando todas as medidas de proteção (barreiras, postos de guarda, etc.). 6) Ameaças (telefonemas, bilhetes, etc.) - Ativar as medidas de proteção; - Comunicar aos órgãos competentes. 7) Corte nos Sistemas de Abastecimento (água, luz, etc.) - Colocar em funcionamento os equipamentos reservas; - Comunicar aos órgãos competentes; - Tentar localizar a origem dos cortes; - Ativar as medidas de proteção, se necessário. 8) Medidas de Proteção e Conduta do Universo Familiar - São aquelas de caráter geral e que dizem respeito a todo o pessoal que vive ou trabalha no imóvel. - Elas se caracterizam mais pelo aspecto normativo de conduta e controle de atitudes e procedimentos de todo o pessoal ou instalação a que diz respeito ao Plano de Proteção. - - Assemelham-se às Medidas de Segurança de Pessoal contidas nas atividades de Contra-Informação. - Devem prever regras de sigilo e de conduta a serem seguidas por todos os envolvidos, bem como critérios para admissão e dispensa de funcionários ou empregados. 9) Critérios de Admissão e Dispensa - O processo de admissão e dispensa de empregados deve ser normalizado; - Deve ser feito um levantamento da vida pregressa dos candidatos, onde se possa conhecer a capacidade, a lealdade, vulnerabilidade, motivações dos mesmos, em face das atividades que irão desempenhar; - Fazer um acompanhamento e controle dos empregados (fichário); - Os critérios de dispensa de um empregado devem ser bem planejados, de modo que não fique revoltado, pois passa a representar riscos, principalmente pelos conhecimentos obtidos a respeito das pessoas, instalações e procedimentos de segurança existentes no imóvel. 10) Classificação de Acesso - Os integrantes da Segurança e os empregados devem ser classificados quanto ao acesso às áreas e documentos sigilosos, em função das atividades que desempenham e da confiança que desfrutam.

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11) Mudanças de Segredos, Fechaduras e Chaves - A fim de aumentar a segurança, estabelecer um plano de mudanças de chaves, segredos e mecanismos de fechamento. No caso de perder alguma chave ou segredo, deve-se mudar imediatamente a fechadura. 12) Mudanças de Posição de Mobiliário - Mudar com alguma freqüência a posição do mobiliário, evitando colocá-lo próximo a

janelas, se possível mudar até os quartos; - Este procedimento facilita a identificação da presença de equipamentos eletrônicos ou artefatos explosivos colocados clandestinamente. 13) Treinamento para Situações de Emergência - Treinamento e instruções sobre os procedimentos nos casos de emergência: Prevenção a Incêndio e evacuação das instalações. 14) Mudanças na Rotina da Vida Familiar do VIP - Evitar a rotina: os mesmos locais, os mesmos itinerários, diversões e hábitos. 3.2 Conclusão

Finalmente, cabe mais uma vez lembrar que a segurança de uma instalação ou imóvel, e, conseqüentemente de seus ocupantes, é difícil de ser obtida, e esta dificuldade somente poderá ser atenuada se o PLANO DE SEGURANÇA for fruto de um minucioso Estudo de Situação, levando-se em conta os aspectos básicos aqui enumerados, e mais aqueles peculiares ao imóvel a ser protegido, decorrente de suas características e das circunstâncias que o envolvem. 4. PROVIDÊNCIAS BÁSICAS DA EQUIPE AVANÇADA EM EVENTOS NA RMBH

4.1 Tomar conhecimento do horário e local do evento através da programação enviada pelo Cerimonial do Governo; 4.2 Providenciar itinerário com antecedência e, se possível, fazer reconhecimento com motoristas; 4.3 Fazer reconhecimento do local e suas vias de acesso; 4.4 Fazer contato com a pessoa responsável pelo evento, no local, solicitando que mostre a área onde será realizada a solenidade; 4.5 Anotar nome e telefone de contato da pessoa encarregada do evento e um número de telefone do local do evento, para casos de uma emergência; 4.6 Verificar instalações sanitárias, saídas de emergência e opcionais, atendimento médico (se for o caso); 4.7 Verificar e anotar nomes de autoridades políticas e outras, que irão participar do evento; 4.8 Verificar nome da autoridade que irá receber o Governador, observando ainda se há sala vip ou local reservado onde o Sr. Governador ficará, caso chegue antes do horário previsto para o evento;

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4.9 Caso o evento seja em prédio e em andar superior, reservar elevador exclusivo para a chegada do Sr. Governador, deixando um agente para operar o mesmo, ou acompanhar o serviço do ascensorista; 4.10 Se necessário adentrar pela garagem do prédio, reservar vaga para os veículos da autoridade e comitiva; 4.11 Confirmar o número aproximado de pessoas que irão participar do evento; 4.12 Confirmar o horário previsto para o início da solenidade; 4.13 Solicitar Policiamento de Trânsito e/ou ostensivo com duas horas de antecedência, determinando que seja reservada as vagas necessárias para o estacionamento dos veículos da autoridade e comitiva; 4.14 Chegar no local do evento com 1 (uma) hora de antecedência; 4.15 Após conferir todos os dados, fazer contato telefônico com a SIS, ajudante-de-ordens e Cmt da Equipe de Proteção, passando todas informações do local, dando o sinal verde ou não, para que se inicie o deslocamento do Sr. Governador, em termos de segurança; 4.16 Se o evento for realizado em local fechado (auditório, salão, etc.) verificar portas de acesso, níveis/saguões superiores, onde haverá ocupação de participantes do evento e se oferecem algum tipo de risco aa autoridade; 4.17 Deverão ser passadas as seguintes informações para o Ajudante-de-ordens e Comandante da Equipe de Proteção: a. Local de parada do Veículo da autoridade; b. Órgãos de imprensa presentes; c. Autoridades presentes (nome e função); d. Anfitrião da solenidade (nome e presença); e. Nº de pessoas presentes; f. Presença de manifestantes, quantidade, caráter da manifestação e dizeres de faixas; 4.18 Manter contatos com o responsável do Cerimonial do Governo e do evento para maiores esclarecimentos; 4.19 Havendo deslocamentos internos (parte do evento – visitações, etc.) conhecer o trajeto e possíveis alternativas, meio de transporte a ser utilizado, pontos críticos no itinerário, duração do percurso, etc. 5. PROVIDÊNCIAS BÁSICAS EM LOCAIS EXTERNOS (RMBH E INTERIOR)

5.1 Aeroporto

5.1.1 Verificar a pessoa de contato, responsável pelo aeroporto ou local de pouso; 5.1.2 Obter os telefones de contato; 5.1.3 Checar o comprimento, a largura e a extensão da pista ou do campo de pouso; 5.1.4 Observar a capacidade de estacionamento do pátio para as aeronaves; 5.1.5 Tirar as coordenadas com GPS; 5.1.6 Fazer croqui do local de pouso; 5.1.7 Verificar a sala VIP, os banheiros e o local para estacionamento do comboio; 5.1.8 Verificar se o local é fechado (em toda sua extensão);

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5.1.9 Observar se existe a possibilidade de pessoas ou animais circularem na pista, tomando as providências necessárias para a segurança no local; 5.1.10 Credenciar as pessoas que terão acesso à sala VIP e à pista. 5.2 Recinto fechado

5.2.1 Pessoa de contato, responsável pelo recinto; 5.2.2 Obter os telefones de contato; 5.2.3 Verificar as saídas de emergência; 5.2.4 Reservar uma sala VIP e um banheiro para o Sr. Governador; 5.2.5 Identificar os telefones mais próximos e local dos extintores e quadro de energia elétrica; 5.2.6 Dispensar os funcionários desnecessários; 5.2.7 Identificar com credenciais os funcionários que permanecerão no recinto; 5.2.8 Fazer, juntamente com o cerimonial, o credenciamento dos convidados e da imprensa. 5.3 Coquetel, jantar, almoço, recepção

5.3.1 Quando o almoço for seguido de coquetel, o local de ambos deve ser próximo; 5.3.2 Evitar pisos e escadas de acesso muito lisos, encerados ou escorregadios (caso necessário usar tapetes, passarelas, etc); 5.3.3 Nos almoços e jantares não colocar o governador no centro do dispositivo; 5.3.4 Manter o local reservado para o Governador com as costas voltadas para a parede; 5.3.5 A mesa reservada para o Governador deve estar afastada da janela, de entradas, banheiros e outros acessos; 5.3.6 Reservar uma mesa para a segurança, próxima e ao lado da mesa principal, de preferência na linha de visão da autoridade; 5.3.7 Fazer, juntamente com o cerimonial, o credenciamento dos convidados; 5.3.8 Quando o almoço for em restaurante aberto ao público, deve-se fazer reserva da mesa com antecedência para o Governador e para a equipe de proteção e seguranças; 5.3.9 Não sendo possível a reserva, as mesas deverão ser ocupadas pelos agentes, com antecedência. 5.4 Uso de Garagem

5.4.1 Verificar a capacidade de estacionamento de veículos; 5.4.2 Reservar as vagas para o comboio; 5.4.3 Verificar as saídas para os veículos; 5.4.4 Checar os elevadores.

5.5 Uso de Elevadores

5.5.1 Treinar um agente para operar o elevador, caso necessário; 5.5.2 O Governador, ao embarcar no elevador, deverá ficar sempre no fundo, nunca na porta; 5.5.2 Atentar quanto à capacidade de carga do elevador.

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5.6 Inaugurações ao ar Livre

5.6.1 Evitar posicionar o Governador de frente para o sol; 5.6.2 Prever alternativa para o caso de chuva; 5.6.3 Verificar as condições do local quanto à circulação e estacionamento de veículos; 5.6.4 Atentar para a situação do palanque; 5.6.5 Verificar a existência de banheiros no local; 5.6.6 Identificar o local destinado à imprensa. 5.7 Feiras exposições, passeios turísticos

5.7.1 Itinerário previamente estabelecido e, se possível, demarcado, e não longo; 5.7.2 Evitar retorno pelo mesmo trajeto; 5.7.3 Permitir o embarque ao final do trajeto; 5.7.4 Se possível, os veículos farão o acompanhamento. 5.8 Palanque

5.8.1 Local de montagem (sempre que possível de costas para o Sol); 5.8.2 Solicitar dos bombeiros uma vistoria de segurança; 5.8.3 Verificar as dimensões; 5.8.4 Verificar a capacidade (manter 1 pessoa por metro quadrado); 5.8.5 Verificar escadas (colocar corrimão); 5.8.6 Verificar a resistência do palanque, multiplicar a metragem da área do palanque pela a média de peso por pessoa (aproximadamente setenta quilos); 5.8.7 Deverá ser feito um teste de uso; 5.8.8 Fazer, juntamente com o cerimonial, o credenciamento dos convidados que terão acesso ao palanque. 5.9 Cooper

5.9.1 Os “AS” devem ser bons corredores; 5.9.2 Deve-se escolher local adequado; 5.9.3 Se possível veículos para fazer o acompanhamento; 5.9.4 Deve-se fazer a previsão de segurança médica para o local. 6. PROVIDÊNCIAS PARA VIAGENS AO INTERIOR DO ESTADO

6.1 Providência iniciais

6.1.1 Oficial Cmt da Equipe Precursora 6.1.1.1 Conhecer a finalidade específica da viagem, os locais, a serem que serem visitados, as cidades mais próximas, as pessoas que poderão apoiar os trabalhos em hospitais, prefeitura, unidades da Polícia Militar no local determinado; 6.1.1.2 Solicitar do Cerimonial de Governo a programação da viagem; 6.1.1.3 Apanhar a pasta de viagem e um aparelho telefônico celular na SIS; 6.1.1.4 Preencher o relatório final de viagem para DP.

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6.1.2 Sgt Auxiliar 6.1.2.1 Proceder a chamada de todos os agentes escalados; 6.1.2.2 Conferir o material de viagem, com o agente da equipe; 6.1.2.3 Confirmar junto aos motoristas escalados as condições dos veículos, o abastecimento, a limpeza e a manutenção de primeiro escalão; 6.1.2.4 Dar o anúncio final ao oficial cmt da equipe precursora; 6.1.2.5 Fazer o relatório interno de viagem para arquivo da SIS. 6.1.3 Agente(s) 6.1.3.1 Chegar, no mínimo, com 30 minutos de antecedência da chamada; 6.1.3.2 Auxiliar o Sargento na conferência do material de viagem. 6.1.4 Motoristas 6.1.4.1 Chegar, no mínimo, com 30 minutos de antecedência da chamada; 6.1.4.2 Conhecer o veículo escalado; 6.1.4.3 Checar as condições do veículo, providenciar o abastecimento, a limpeza e a manutenção de primeiro escalão; 6.1.4.4 Conhecer o itinerário proposto para viagem; 6.1.4.5 Verificar os pontos de apoio, tais como Regionais do DER, Unidades da Polícia Militar, postos de gasolina; 6.1.4.6 Providenciar a ficha de abastecimento para os DERs; 6.1.4.7 No final da viagem, fazer a ficha de movimentação de veículo. 6.2 Providências na cidade do evento

6.2.1 Oficial Cmt da Equipe Precursora 6.2.1.1 Dar conhecimento ao Chefe da SIS da chegada da equipe no destino; 6.2.1.2 Apresentar na Unidade PM, dando ciência da presença da equipe precursora na cidade; 6.2.1.3 Fazer contato com o representante do Cerimonial do Governo que estiver na cidade; 6.2.1.4 Fazer contato com o Chefe de Gabinete da Prefeitura ou representante da empresa (ou entidade) promotora do evento; 6.2.1.5 Marcar e coordenar a reunião com os órgãos envolvidos no evento (Cerimonial, Prefeitura, Corpo de Bombeiro, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal, Diretores de empresas, etc); 6.2.1.6 Fazer o reconhecimento do aeroporto (local de pouso da aeronave, local para os pilotos, sala vip ou sala de recepção para a comitiva), local do evento, itinerários, hotel e hospital; 6.2.1.7 Marcar o dia e horário para o treinamento do comboio; 6.2.1.8 Fazer uma reunião final com todos os agentes, distribuindo as funções e missões para o evento; 6.2.1.9 Assinar as credenciais de embarque das autoridades e as credenciais de veículos;

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6.2.1.10 Comandar o comboio no deslocamento do vip; 6.2.1.11 Toda equipe deverá acompanhar a reunião, ratificando a sintonia das ações. 6.2.2 Sgt Auxiliar 6.2.2.1 Após a reunião, distribuir as missões em conjunto com o PC; 6.2.2.2 Acompanhar o chefe da equipe no reconhecimento do aeroporto (local de pouso da aeronave, local para os pilotos, sala vip ou sala de recepção), local do evento e itinerários; 6.2.2.3 Confeccionar o croqui do local de pouso de aeronave e enviar juntamente com as coordenadas; 6.2.2.4 Confeccionar os itinerários, os codinomes e os telefones úteis; 6.2.2.5 Comandará o avançado no dia do evento; 6.2.2.6 Orientar os motoristas quanto ao traje utilizado, limpeza dos veículos, abastecimento e procedimentos durante os deslocamentos; 6.2.3 Agente (s) 6.2.3.1 Durante os deslocamentos e os reconhecimentos, colher os dados para a confecção do relatório de viagem para DI; 6.2.3.2 Ficará responsável pelo material, bem como colocará as baterias dos rádios para carregar; 6.2.3.3 No dia do evento, irá compor a escolta, dando apoio ao oficial cmt da Equipe Precursora. 6.2.4 Motoristas 6.2.4.1 Reconhecer o itinerário (principal e alternativo); 6.2.4.2 Reconhecer o itinerário do hospital; 6.2.4.3 Montar e credenciar os carros do comboio; 6.2.4.4 Colher os dados dos motoristas do comboio; 6.2.4.5 Executar o abastecimento e a limpeza dos veículos do GMG 6.2.4.6 Os motoristas serão responsáveis pelo comboio e farão o controle dos veículos e motoristas civis.

6.2.5 Policiais Militares da UEOp 6.2.5.1 Realizar o policiamento de trânsito no aeroporto, itinerário (pontos críticos) e local do evento; 6.2.5.2 Reservar o local de estacionamento do comboio; 6.2.5.3 Compor a Ala de Policias Militares prevista no cerimonial; 6.2.5.4 Providenciar segurança para as aeronaves; 6.2.5.5 Executar o Policiamento velado; 6.2.5.6 Realizar viatura piloto, fecha comboio e batedores.

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6.2.6 Bombeiro Militar 6.2.6.1 Realizar a prevenção contra incêndios e acidentes, durante os pousos e as decolagens das aeronaves; 6.2.6.2 Fazer a vistoria nos palanques e nos locais dos eventos; 6.2.6.3 Providenciar a vistoria nos locais de fogos e artifícios. 6.2.7 Policia Rodoviária Estadual 6.2.7.1 Implementar o policiamento de trânsito no itinerário, quando houver deslocamento em rodovia estadual. 6.2.8 Policia Rodoviária Federal 6.2.8.1 Providenciar o policiamento de trânsito no itinerário, quando houver deslocamento em rodovia federal. 6.2.9 Prefeitura 6.2.9.1 Quando necessário e possível prestará apoio de veículos para atendimento à comitiva; 6.2.9.2 Dentro do possível, disponibilizará uma ambulância para acompanhar o comboio; 6.2.9.3 Caso o evento seja promovido por empresas ou entidades particulares, o apoio de veículos deverá ser dirigido aos organizadores. 6.2.10 Hospital 6.2.10.1 Coleta de dados: a. Endereço; b. Telefone; c. Pessoa de contato; d. Nome do médico de plantão; e. Telefone comercial; f. Telefone residencial; g. Especialidade; h. Reserva do tipo sangüíneo do Sr. Governador; i. Reserva de um apartamento. 6.2.11 Local de Fogos e Artifícios 6.2.11.1 Verificar se a pessoa/responsável que fará a montagem e o acionamento dos fogos é credenciada pelo exército; 6.2.11.2 Verificar se o local dos fogos oferece risco de incêndio; 6.2.11.3 Solicitar junto à unidade BM uma vistoria de prevenção; 6.2.11.4 No momento da soltura dos fogos, verificar a posição do vento.

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6.3 Hospedagem do Governador e Comitiva

6.3.1 Hotel 6.3.1.1 Relacionar endereço, telefones, fax e e-mail; 6.3.3.2 Relacionar o nome da pessoa de contato no hotel; 6.3.3.3 Confirmar junto ao oficial ajudante-de-ordens, a permanência da autoridade na cidade visitada, bem como a reserva do hotel; 6.3.3.4 Fazer o reconhecimento e a vistoria dos apartamentos; 6.3.3.5 Reservar o apartamento o mais próximo da autoridade; 6.3.3.6 Verificar os horários de desjejum, almoço e jantar, bem como os locais onde serão feitas as refeições; 6.3.3.7 Verificar os elevadores e as saídas de emergência; 6.3.3.8 Solicitar à Unidade PM, providenciar o policiamento ostensivo nas imediações; 6.3.3.9 Solicitar agentes velados para fazer o pernoite no hotel; 6.3.3.10 Saber quem são os demais hóspedes que se encontram no mesmo andar que a autoridade. 6.3.2 Bagagens 6.3.2.1 Conferir a identificação das bagagens, através das etiquetas; 6.3.2.2 Conferir a quantidade de malas e documentos. 7 PROVIDÊNCIAS BÁSICAS EM VIAGENS A OUTROS ESTADOS

7.1 Tomar conhecimento do horário e local de chegada (Aeroporto), mantendo contato com o responsável pela sala de apoio; 7.2 Comparecer ao Departamento de Polícia Federal localizado no interior do Aeroporto, solicitando livre acesso na seção de embarque e desembaraços, caso esteja portando arma de fogo; 7.3 Providenciar itinerário com antecedência e, se possível, fazer reconhecimento com os motoristas; 7.4 Fazer reconhecimento dos locais e suas vias de acesso; 7.5 Verificar instalações sanitárias, saídas de emergência e opcionais, atendimento médico (se for o caso); 7.6 Solicitar antecipadamente a respectiva reserva em Hotel, caso necessário; 7.7 Manter estreito contato com os pilotos da aeronave, visando acertar os detalhes do retorno do Governador e pedido de comissaria; 7.8 Quando necessário e solicitado pelo Sr. Governador, solicitar o devido apoio de carros oficiais e agentes de segurança para a estada da autoridade nas cidades de destino; 7.9 Possuir os contatos telefônicos da Chefia do Gabinete Militar do Estado a ser visitado, em especial a dos oficiais que trabalham diretamente na escolta dos Governadores; 7.10 Tomar conhecimento das mudanças de direção do tráfego nos logradouros; 7.11 Solicitar da Diretoria de Transporte Aéreo, com pelo menos vinte e quatro horas de antecedência, o respectivo slot;

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7.12 Para as diligências com o embarque e o desembarque da autoridade em São Paulo no aeroporto de Guarulhos, providenciar ofícios ao Superintendente do Centro de Negócios Aeroportuários/INFRAERO; ao Delegado Chefe da Delegacia do Aeroporto Internacional/Guarulhos e ao Inspetor Chefe da Alfândega no Aeroporto Guarulhos, solicitando o devido apoio dos órgão envolvidos, bem como reserva da sala vip e autorização de trânsito livre no interior do aeroporto para os agentes de segurança envolvidos. (Deve-se informar no bojo do ofício os nomes dos passageiros, nome do agente de segurança que irá acompanhar a autoridade, o prefixo da aeronave empenhada na diligência com a data e o horário de chegada/saída, e os números de telefones para contatos); 7.13 Em diligências à cidade de Brasília, manter contato telefônico com o Escritório de Representação de MG, confirmando o apoio de transporte terrestre; 7.14 Para as diligências com pernoite nas cidades citadas, confirmar a devida reserva de hospedagem da autoridade e comitiva junto à Secretária-Executiva; 7.15 Realizar reconhecimento nos prédios públicos visando acerto de itinerários. 8 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA EVENTOS EM ESTÁDIOS

8.1 Providências preliminares

8.1.1 Contato junto aos organizadores do evento ou responsáveis pelo local para identificar: 8.1.1.1 a programação e a motivação pelo qual será realizado; 8.1.1.2 local onde esse se realizará, identificando os pontos de ocupações pelas autoridades, agentes de imprensa e convidados; 8.1.1.3 reserva da cabine destinada à autoridade, sempre que necessário; 8.1.1.4 a previsão quantitativa e qualitativa do público participante do evento; 8.1.1.5 meios de acesso ao local onde se realizará o evento ou onde a autoridade se posicionará; 8.1.1.6 a autoridade responsável pela recepção da autoridade no evento; 8.1.1.7 a existência e localização de banheiros, privativos ou não, para uso da autoridade; 8.1.1.8 portas de acesso, níveis/saguões onde haverá a ocupação de outras pessoas que participarão do evento e se oferecem algum tipo de risco à autoridade; 8.1.1.9 deslocamentos no interior dos estádios bem como os respectivos trajetos e possíveis alternativas, meio de transporte a ser utilizado, pontos críticos no itinerário; 8.2 Providências no dia do evento

8.2.1 Equipe precursora (avançado) 8.2.1.1 Deverá deslocar-se antecipadamente para o local do evento a fim de verificar a existência de manifestações no local; 8.2.1.2 Havendo manifestações, identificar a quantidade e ânimo dos participantes, bem como o caráter da manifestação e dizeres de faixas e cartazes; 8.2.1.3 Nos estádios, separar um elevador para uso exclusivo da autoridade quando de sua chegada e a sua saída, monitorando o trabalho do ascensorista;

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8.2.1.4 Verificar se o local reservado para a autoridade encontra-se em condições de recebe-lo, incluindo a comissaria, caso essa tenha sido solicitada; 8.2.1.5 Conhecer os locais de acesso às demais dependências do estádio (vestiários/camarins, campo/pista, palco/palanque, etc.); 8.2.1.6 Identificar e preservar o local onde os veículos ficarão estacionados e caminhos que poderão ser utilizados pela autoridade, caso tenha que deixar o 8.2.1.7 local por algum outro acesso que não o da chegada; 8.2.1.8 Identificar a localização dos extintores de incêndio e quadros de energia elétrica, verificando a devida proximidade do local onde a autoridade for permanecer; 8.2.1.9 Manter contato com a administração, solicitando caso necessário, a permanência de um funcionário conhecedor das instalações físicas dos estádios, para um possível monitoramento em caso de deslocamentos à locais desconhecidos pelos agentes de segurança; 8.2.1.10 Acompanhar o deslocamento da autoridade, via rádio/telefone, preparando o local para a sua chegada, avisando, caso necessário, o responsável pelo estádio para a devida recepção; 8.2.1.11 Verificar itinerário alternativo quando do uso da aeronave, com o pouso no Hangar do Governo e deslocamento posterior via terrestre a partir desse ponto até os Estádios. 8.2.2 Equipe principal (Escolta) 8.2.2.1 Quando necessário, deverá solicitar batedores para o deslocamento da autoridade e comitiva até o estádio; 8.2.2.2 Coordenar a montagem do comboio incluindo comitiva/convidados da autoridade; 8.2.2.3 Definir o itinerário principal e alternativo a ser utilizado para o deslocamento da autoridade; 8.2.2.4 Manter contato com a chefia do CICOP checando a situação das principais vias de acesso, verificando ainda a fluidez do trânsito (engarrafamentos, acidentes automobilísticos, etc.), bem como a situação semafórica (se há algum problema que possa estar ocasionando congestionamentos); 8.2.2.5 Durante a realização do evento, implementar a escolta da autoridade e prestar assistência aos demais convidados; 8.2.2.6 Manter a comunicação via rádio com a BASE e a equipe precursora, dando-lhes conhecimento do início dos deslocamentos; 8.2.2.7 Compartilhar as informações obtidas pela equipe avançada com o oficial Ajudande-de-Ordens; 8.2.2.8 Distribuir funções específicas aos agentes de segurança no local do evento; 8.2.2.9 Verificar a localização das saídas de emergência e, se necessário, posicionar os veículos para a retirada rápida da autoridade; 8.2.2.10 Manter conto com o oficial comandante do policiamento no estádio, visando acertar os detalhes da visita da autoridade.

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8.3 Providências em caso de emergências:

8.3.1 Havendo situações que possam constranger ou colocar em risco a integridade física da autoridade, transmitir antecipadamente as informações ao Gabinete Militar, visando avaliar a viabilidade ou não do real comparecimento ao evento; 8.3.2 Se durante a permanência da autoridade no estádio, ocorrer alguma situação que possa vir a constranger ou colocar em risco a sua integridade física, deverão ser adotadas todas as medidas que visem à sua retirada do local no menor tempo possível, sem que isso possa vir a comprometer ainda mais a situação; 8.3.3 Solicitar o respectivo reforço de policiais militares a serem empenhados nos locais em que a autoridade irá se deslocar, visando principalmente a segurança quando da saída do estádio.

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CAPÍTULO IX

VARREDURA 1. CONCEITO

Denominamos varreduras as inspeções realizadas em edifícios, salas, gabinetes e outros ambientes, viaturas, estradas, presentes, correspondências, etc..., visando a eliminar a presença de artefatos explosivos ou incendiários, equipamentos eletrônicos de escutas diretas ou de gravações de som e imagens clandestinas e também outros riscos que possam colocar em perigo a integridade física, moral ou psicológica de um VIP sob nossa custódia. Trataremos primeiramente das varreduras realizadas no interior de ambientes fechados. Estas inspeções podem ser processadas de três maneiras, a saber: - Inspeção física; - Instrumentada, com detectores próprios para explosivos ou escutas; - Com animais treinados (cães farejadores) (a) É importante ressaltar que se pode e se deve combinar o primeiro procedimento com os outros, sempre que possível ou necessário. A inspeção física, normalmente é a que apresenta mais resultados positivos, pois para determinados tipos de perigos não existem detectores, devendo, este procedimento, ser sempre executado para um bom resultado da varredura. Nas inspeções físicas o treinamento e o grau de conhecimento são fatores preponderantes. Os motivos que determinam uma varredura podem ser: 1.1 Rotina. Quando se verifica se está tudo coreto num ambiente normalmente conhecido, usado freqüentemente pelo VIP, embora sob nossa constante vigilância; 1.2 Visita. Quando de eventos na própria cidade sede, fora do ambiente normal de trabalho, ou em outras cidades; 1.3 Vazamentos e infiltrações. Quando se tem notícia de vazamento de informações ou de violação de ambiente reservado; 1.4 Perigo eminente. Quando de ameaças por carta, telefonemas etc..., perturbação da ordem, queda brusca ou ascensão rápida de prestígio; 1.5 Instalação. Quando da assunção de função ou quando ocupar, temporariamente ou em definitivo, uma instalação qualquer para despachos ou residência. 2. REQUISITOS DO INSPETOR

2.1 Cultura Geral.

Tal que lhe permita identificar materiais e substâncias, tecnologias diversas e seus avanços, meios e métodos em uso ou que poderão ser postos em prática diante de determinadas circunstâncias, apreciar, julgar e concluir em tempo hábil.

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2.2 Conhecimentos específicos.

O ideal é que cada equipe de varredura se componha de elementos com conhecimentos nas áreas de eletricidade, eletrônica, mecânica, telecomunicações, cinefoto, combate a incêndio. 3. EQUIPES DE VARREDURA

A observação e a prática tem demonstrado que uma equipe de varredura deve ser constituída por no mínimo duas pessoas. As práticas solitárias muitas vezes levam à dúvida e à exaustão dos sentidos. Assim sendo, mais de uma pessoa para desempenhar a tarefa, além de proporcionar um companheiro para sanar dúvidas, traz também uma testemunha e um estímulo. Uma pessoa realizando sozinha uma inspeção, dependendo do tamanho do que examinar, necessita de grande força de vontade e perícia. Em contrapartida, equipes muito grandes não são recomendáveis, pois a presença de várias pessoas em um ambiente pequeno tumultua e dificulta a execução dos trabalhos. O ideal são equipes de no máximo quatro elementos. Caso a área a ser vistoriada seja muito grande e se faça necessário agilizar os trabalhos, o recomendável é que se divida a área e se aumente o número de equipes e não o tamanho da equipe. As tarefas deverão ser distribuídas proporcionalmente ao número de elementos de cada equipe, devendo sempre procurar, o coordenador da varredura, mesclar o conhecimento de seus auxiliares por ocasião da formação dos grupos e divisão do ambiente, a fim de obter o melhor resultado possível com os recursos humanos empregados. 4. DIVISÃO DO AMBIENTE

O local a ser vistoriado deve ser considerado em todas as suas dimensões, com todos os acesso observados e também as adjacências, tendo-se sempre a preocupação de saber vistoriar, se possível, o que existe em cima, embaixo, e nas laterais. Caso não seja um ambiente independente, mas faça parte de uma construção como um todo, os acessos e instalações comuns como água, telefone, energia elétrica, ar condicionado, contra incêndios, elevadores, garagens, geradores de emergência, etc. .., também deverão ser motivo de vistoria. Estas considerações fazem parte do planejamento inicial, devendo ser o passo seguinte a divisão do ambiente em partes a serem vistoriadas pelos membros da equipe. Na contagem das partes não omitir o teto e solo que entram na divisão juntamente com as paredes e são consideradas partes a serem vistoriadas. Quando alguma parte for muito extensa ou se mostrar complexa diante de fatores peculiares, como por exemplo uma estante de biblioteca, deve ser dividida em setores menores e redistribuída a equipe.

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Na execução da varredura deve ser estabelecido um sentido de rotação, de maneira que um elemento não atrapalhe a movimentação do companheiro e assegure que todas partes serão vistoriadas. Normalmente, os equipamentos e ferramentas utilizadas são colocadas no meio do ambiente para uso de todos, é comum deixar este local para ser vistoriado no encerramento dos trabalhos, o que leva ao esquecimento, terminando por ficar este último sem ser inspecionado. O mobiliário e utensílios que compõem um recinto não se encontram tão somente junto às paredes, mas em todas as partes do ambiente. Por isso recomenda-se que na hora da divisão sejam traçadas diagonais que determinem a quem cabe inspecionar os objetos situados mais ao centro. À medida que se vai realizando o trabalho, os locais que apresentarem dúvidas ou suspeitas devem ser marcados para a revisão final, quando os membros da equipe poderão até emitir parecer a respeito. Em hipótese nenhuma se deve interromper a inspeção, salvo perigo de vida iminente, sob pena de se detectar um artefato ou algo interessante e deixar passar desapercebido os demais. (finta ou disfarce de intenção). Uma vez terminada a inspeção física na parte que compete a cada elemento, munidos da ferramenta adequada ou equipamento detetor, iniciar a revisão das partes marcadas como duvidosas ou suspeitas. A revisão pode e deve, sempre que possível, contar com a colaboração dos demais membros da equipe ou com aquele que detenha mais conhecimentos na área suspeita. Em ambientes, cobertos ou não, sem divisões internas, cinemas, ginásios, clubes, grandes salões para convenções e outros, pode-se, dependendo do tempo e tipo de varredura solicitada, efetuar-se um dispositivo em linha, determinando-se para isto o setor de cada elemento da equipe sem deixar dúvidas. (pente fino). 5. O QUE PROCURAR

5.1 Explosivos e/ou inflamáveis: Colocados de propósito ou estocados erroneamente. 5.2 Escutas: Alojadas em telefones, em outros equipamentos ou mesmo autônomas. 5.3 Máquinas fotográficas: Possíveis locais de ocultamente, acionamento de tempo ou remoto. Frestas ou mesmo janelas que propiciem a tirada de fotos. 5.4 Câmeras de vídeos ou filmadoras: Com as mesmas possibilidades do item anterior. 5.5 Sabotagem: Ações que possam expor a riscos ou vexames o VIP. Exemplo: tapete escorregadios, interruptores que não funcionam, instalações sanitárias entupidas que transbordam etc. ... 5.6 Perigos diversos: Choques elétricos, perigo de incêndio ou queimaduras, desabamento total ou parcial, falta de energia, envenenamento, (b) posição de tiro ou observação, etc. ...

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6. ONDE PROCURAR

6.1 Em todos os lugares possíveis e imagináveis. Não existem barreiras para a imaginação e a criatividade, haja vista que a grande maioria dos fatos observados são praticados com meios de fortuna, pouco se utilizando material ou meio convencional. A cada dia surgem novidades e é preciso acompanhar os acontecimentos e o desenvolvimento de novas técnicas e novos materiais. Um indivíduo dotado de imaginação e conhecimentos técnicos com a gama de materiais que a moderna tecnologia coloca à sua disposição, pode com facilidade atingir seu objetivo, se os elementos que se encarregam das varreduras não estiverem a sua altura. Portanto, deve-se abrir bem os olhos, ouvidos e o espírito, e manter-se informado e atualizado. Tudo que se move, abre ou fecha, gira, aperta ou puxa, acende ou apaga, deve ser examinado e depois testado em seu funcionamento. 6.2 Os locais mais lógicos para escutas e filmagens, que permitam boa audição e ângulo para filmagens, onde você próprio escolheria como ideal. 6.3 Nas caixas de luz e força, nos distribuidores telefônicos, instalações contra incêndios, casa de máquinas dos elevadores, geradores de emergência, saunas, etc. 6.4 Cuidado com o óbvio. Muitas vezes determinados objetos ornamentais ou não, são colocados bem próximos do VIP, que com seu aspecto inocente ou cuja presença se faz constante, nos leva a desconsiderá-los como ameaças reais. 6.5 Aparelhos eletrônicos e peças de decoração oferecem excelentes disfarces. 6.6 A verificação não deve se restringir somente ao interior do ambiente, os andares superiores, inferiores e laterais devem estar incluídos no plano de vistorias bem como todos os acessos existentes. Cogitar também, quando de edificações isoladas, dos telhados, sótãos, porões, jardins, etc. Quando sob alerta de bomba o cuidado tem que ser redobrado e outros fatores merecem consideração como, o tempo, tamanho do local, se está ocupado e funcionando, e o tamanho da equipe. Objetos (maletas, malas, pacotes e embrulhos) abandonados ou sem a presença do proprietário passam a ser suspeitos e inspiram cuidados no sem manuseio. 7. COMO PROCURAR

A varredura é uma busca que além de se basear no que os nossos sentidos percebem e os instrumentos indicam, deve procurar também indícios e pistas que nos levem a conclusões e conseqüentemente a localização pretendida. O que motivou a varredura é sempre o primeiro indício de como se proceder a procura. É sempre bom, principalmente nos objetos que apresentem partes móveis, que se observe atentamente antes de tocar ou mover. Verifique em toda volta, ilumine-o se necessário, use espelhos para os acesso difíceis. Certifique-se do seu funcionamento, pergunte se não souber. Seja cauteloso, verifique uma parte de cada vez e obedeça sempre o sentido de rotação.

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Tenha sempre à mão a planta das edificações a serem vistoriadas, principalmente a elétrica. Se não a possuir, providencie para que seja feito um esboço do local, para arquivo e vistoria posteriores. Observe antes de tocar, olhe, escute, cheire antes de mover. Não guarde dúvidas. A instrução ajuda a salvar vidas. Não corra riscos desnecessários, tais como: sentar ou deitar-se em poltronas ou camas com o feito de testá-las sem antes proceder a uma verificação minuciosa. 8. INDÍCIOS

Colocamos aqui alguns dos aspectos que podem ser considerados como indícios de um atentado ou escutas clandestinas. Claro que muitos outros podem se apresentar: 8.1 Paredes pintadas recentemente ou parte delas; 8.2 Danos na pintura ou esboço, das paredes, rodapés, etc; 8.3 Danos na pintura ou móveis e utensílios, principalmente próximos a junções; 8.4 Marcas deixadas pela poeira que indiquem remoção de móveis, objetos de decoração, tapetes e outros; 8.5 Marcas descoradas deixadas pela exposição a luz do sol, em assoalhos ou móveis, servem para determinar a posição anterior; 8.6 Objetos não compatíveis; 8.7 Capas e restos de fios e fita isolante; 8.8 Cheiros estranhos; 8.9 Grampos novos, costuras e colas recentes, tecidos com cores diferentes, etc.; 8.10 Arranhões em determinadas peças, incluindo-se fechaduras; 8.11 Marcas de mão na pintura em locais de pouco uso ou difícil acesso; 8.12 Reportagens, fotos e filmagens não autorizados. 9. O ACHADO

Uma vez seja constatada a presença de qualquer anormalidade, o procedimento seguinte deve ser adotado de acordo com a natureza do achado: 9.1 Marque o local. Use o método combinado pela equipe; 9.2 Isole a área. Isolar para impedir que alguém ou algo inicie o processo. (No caso de explosivos); 9.3 Não desmonte; Chame a equipe especializada; 9.4 Evite divulgação do fato; 9.5 Esteja pronto para fazer uma descrição do objeto e sua localização; 9.6 Providencie a evacuação da área. Utilize o plano se houver um, caso contrário estabeleça uma forma que evite o tumulto e o pânico; 9.7 Mantenha a segurança do local.

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10. SIGILO

Dependendo do tipo de varredura e local onde a mesma se realizará, a operação normalmente terá caráter sigiloso, principalmente, quando se tratar de contramedida eletrônica. Portanto, recomenda-se que informações como: Formação das equipes; Localização de algo anormal; Relatórios; Datas e locais; sejam classificadas. Durante varreduras que visem descobrir equipamentos de escuta, deve-se evitar conversas que tenham como assunto justamente o trabalho que está sendo realizado, sob pena de se perder uma das principais pistas, caso o equipamento seja de controle remoto. 11. EQUIPAMENTOS

Além do condicionamento dos sentidos, um instrumental moderno e eficiente contribui muito para um bom resultado. É sempre vantajoso contar com os seguintes equipamentos: 10.1 Ferramenta apropriada para o perito em explosivos; 10.2 Detetor de metais; 10.3 Detetor de gazes de explosivos; 10.4 Detetor e Localizador de Rádio-Frequência (RF); 10.5 Frequencímetros; 10.6 Equipamento de Raio-X. 12. CONCLUSÃO

Uma varredura realizada com critério proporciona certo grau de segurança e tranqüilidade, tanto para o VIP como também para a equipe encarregada da custódia. Notar que não é necessário que um atentado seja concretizado. Em alguns casos, basta que sejam divulgadas informações que o pressuponham, para que determinado efeito seja conseguido. Exemplo: Pode ser frustado um espetáculo qualquer, simplesmente mediante boatos de atentado à bomba. Portanto, equipes bem adestradas, conhecimentos atualizados, equipamentos adequados, força de vontade e crer sempre na possibilidade, constituem a chave para o sucesso da missão e economia de vidas humanas. 13. OBSERVAÇÃO

13.1 Necessita conhecimento e treinamento especializado; 13.2 Dificílimo de ser detectado. Melhor acompanhar sua confecção.

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CAPÍTULO IX

BOMBAS E EXPLOSIVOS

1. CONCEITOS

1.1 Explosivos

São substâncias capazes de fornecer, ou uma reação química rápida ou brusca, um grande volume de gases, que são elevados a altas temperaturas pelo calor desprendido na reação (exotérmica). 1.2 Bomba

É uma carga explosiva, geralmente contida em um invólucro de metal, dotada de um mecanismo de acionamento que, por uma ação exterior, ocasionará a explosão. 2. EFEITOS IMEDIATOS DA EXPLOSÃO DE UMA BOMBA

1.1 Deslocamento de ar (concussão); 1.2 Fragmentação; 1.3 Efeito térmico. 2. SENSIBILIDADE

A sensibilidade de um explosivo refere-se à facilidade com que ele pode ser detonado através do calor, choque (impacto), atrito, eletricidade, fricção ou mesmo da chama. 3. CLASSIFICAÇÃO

4.1 Quando ao uso:

3.1.1 Militares – trinitrotolueno (TNT), explosivos plásticos, dinamites, etc. 3.1.2 Comerciais – Pólvora, dinamites, fogos de artifício. 3.1.3 De fabricação caseira – misturas incendiárias, pólvora, etc. 4.2 Quanto à velocidade de detonação:

É a medida em m/s da rapidez com que a onda de detonação se propaga através de uma coluna de um determinado explosivo. 4.2.1 Baixos explosivos: São também denominados explosivos de baixa força, Ex.: Pólvora. 4.2.2 Explosivos intermediários: São explosivos sensíveis ao choque, calor e fricção, conseqüentemente, usados como iniciadores. Ex.: fulminato de mercúrio, azida de chumbo, nitrato de amônia. 4.2.3 Altos explosivos: Apresenta uma velocidade de detonação muito rápida (acima de 6.000 m/s). Ex.: TNT, dinamites, etc. 5 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EXPLOSIVOS:

5.1 Pólvora

É um baixo explosivo ou explosivo deflagrante, estável, de forma variável; detonação somente quando confinada e iniciação através de chama, faísca ou filamento incandescente.

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5.2 Dinamite

Em 1867, o sueco Alfred Nobel dessensibilizou com êxito a Nitroglicerina, inventando a dinamite. As dinamites são altos explosivos, estáveis em seu estado normal, porém quando em exsudação torna-se um explosivo altamente perigoso. Apresenta-se sob a forma de uma massa de cor amarela, encartuchada em papel parafinado (bananas) e sua iniciação se dá através de detonadores (espoletas). As dinamites podem ser: 5.2.1 dinamite gelatinosa comum; 5.2.2 dinamite de baixa temperatura de explosão; 5.2.3 dinamite de baixo ponto de congelamento. As dinamites possuem uma composição variável, de acordo com o fabricante, mas os principais compostos são: nitroglicerina, nitrocelulose, nitrato de amônia, carbonato de sódio e o material absorvente, que pode ser serragem, algodão colódio ou terra de infusórios. As dinamites militares possuem ainda a RDX ou a nitropenta (PETN). A velocidade de detonação varia de 5.000 a 6.000 m/s. 5.3 Nitroglicerina

Alto explosivo de uso militar e comercial, muito sensível e instável, apresenta-se sob a forma de líquido viscoso e que explode com atrito, calor, eletricidade, etc. A temperatura ideal para armazenagem é de 13°C. É usada principalmente na fabricação da Dinamite. 5.4 Trinitrotolueno (TNT)

Sinônimo TROTIL – Alto explosivo, de uso militar, estável, apresenta-se sob a forma sólida de blocos ou tabletes de cor amarela, impermeável, velocidade de detonação igual a 6.900 m/s; sendo a iniciação feita através de espoleta ou detonador. É um dos mais seguros explosivos. 5.5 Tetril

Alto explosivo, de uso militar, principalmente em granadas, estável, forma granulada de coloração amarelo pardo, velocidade de detonação semelhante ao TNT (7.800 m/s) e iniciação feita através de espoleta ou detonador. Quim. Trinitrofenilmetilnitramina. 5.6 Nitropenta (PETN)

Alto explosivo, de uso militar e comercial, é a núcleo branco do cordel detonante que é usado em pedreiras para interligar as cargas de dinamite. O emprego militar é para demolição de pontes, estruturas metálicas, túneis, etc. É relativamente estável, sendo o cordel impermeável. Possui velocidade de detonação de 6.500 m/s e é acionado através de espoleta. E o tetranitrato de pentaeritritol. 5.7 Fulminato de mercúrio

É um explosivo intermediário, militar e comercial, instável, utilizado em detonadores e espoletas, de cor amarelo claro, com velocidade de detonação igual a 5.000 m/s e iniciação por choque, calor, atrito, etc.

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5.8 Nitrato de amônia

É um explosivo intermediário, de uso comercial, encontrado em fertilizantes agrícolas (“NITRIFLEX”), quando adicionado a óleo diesel forma um explosivo com velocidade de detonação de 3.500 m/s. É estável, de forma granulada, necessitando de um detonador para provocar explosão. NH4 NO 3. 5.9 Azida de chumbo

É um explosivo intermediário, instável, de uso militar e comercial, cor cinza, utilizado em espoletas, com velocidade de detonação de aproximadamente 5.100 m/s e com iniciação através de choque, atrito, calor etc. 5.10 Explosivos plásticos

Alto explosivo, de uso militar, estável, composto por RDX (explosivo) e substância plástica de boa consistência e moldável, iniciação através de detonador. Tipos C2, C3 e C4, sendo o C2 e C3 amarelo escuro, contém PETN e RDX e velocidade de detonação igual a 7.000 m/s, enquanto o C4 apresenta uma cor branca, com 95% de RDX e velocidade de detonação igual a 7.900 m/s. RDX-hexahidro 1,3,5: Trinitro-s-Triazina ou Hexogênio. 6 DETONADORES

6.1 Cápsulas explosivas não elétricas

Apresentam-se como um pequeno cilindro metálico (AI ou Cu) com comprimento variável de 4 a 8 cm, aberto numa das extremidades para a introdução do estopim, que deve ser bem fixado. Possuem um explosivo bastante sensível (Fulminato de Hg ou Azida de chumbo). 6.2 Cápsulas explosivas elétricas

Possuem 2 fios condutores que penetram na cápsula, formando uma ponte, e são mantidos em contato com o explosivo sensível. Com o circuito fechado e com a carga de uma bateria, o filamento se incandesce e causa a detonação. 6.3 Regras de Segurança no Manuseio de Detonadores

6.3.1 Separar explosivos de detonadores. 6.3.2 Tratando-se de detonadores comuns, acondicioná-los, separadamente, com algodão ou espuma, para evitar atrito. 6.3.3 Sendo detonadores elétricos unir as pontas dos fios para isolar. 6.3.4 Não transportar cápsula explosiva elétrica no porta-luvas de viaturas que possuam equipamentos eletrônicos (rádio transmissor). Eletricidade induzida (os fios funcionam como antenas). 6.3.5 Não usar próximo à rede de alta tensão, pois poderá detonar por eletricidade estática. 6.3.6 A espoleta elétrica deve ser colocada no chão e os fios desenrolados também no chão.

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7 BOMBAS POSTAIS

Bombas podem ser fabricadas para adaptação dentro de pacotes, embrulhos e catas, para despacho através do Correio, ou mesmo, entregues à mão. Tais bombas são preparadas para explodir quando o pacote ou carta for aberto. O tamanho pode variar, mas pacotes do tamanho de um livro, calendários, álbuns fotográficos e grossas cartas, são mais freqüentes. A detecção de bombas postais não é difícil, principalmente se algumas precauções forem tomadas. Como as mesmas são enviadas pelo correio, pode-se concluir que elas são relativamente seguras ao manuseio e assim, durante a normal distribuição postal, os objetos suspeitos podem ser colocados em separado, ou seja, as pessoas que recebem correspondência devem separar envelopes ou embalagens suspeitosamente pesados ou espessos. As indicações de suspeição de um pacote ou carta são as seguintes: 7.1 Ponto de origem

Através do carimbo do correio ou mesmo do remetente, se houver ou for legível. Se o ponto de origem é pouco usual ou o remetente é desconhecido, tratar como suspeito. 7.2 Escrita do remetente

Se apresenta estilo ou caracteres estrangeiros, tratar como suspeito. Letras recortadas e coladas. 7.3 Objetos soltos

Se o embrulho ou carta apresenta algo solto internamente, algo como um lápis ou pequenas pilhas. 7.4 Peso

Se apresentar estar com excesso de peso em relação ao volume e acima de 25g. 7.5 Flexibilidade

Se no fundo ou nos lados do pacote há uma menor resistência, tratar como suspeito. 7.6 Fio ou arame aparente

Mesmo nos melhores dispositivos pode um arame soltar-se e ficar saliente no pacote. 7.7 Orifício

Se há um pequeno orifício no pacote ou envelope, considerá-lo suspeito. (poderia ser armado através do furo). 7.8 Marcas de gordura ou graxa no envelope (ou umidade)

Pode ser resultante da exsudação da substância explosiva.

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7.9 Odor

Se o envelope apresenta um odor forte de amêndoas ou mesmo de amoníaco, considerá-lo como suspeito. 7.10 Rigidez

Através do tato teremos indicação de rigidez, dureza de metais, etc., ou saberemos se há papel dobrado. 7.11 Espessura

As cartas-bomba são inusitadamente grossas (acima de 5 mm). 7.12 Envelope interno

Se há um envelope adicional internamente, considerá-lo como muito suspeito. 7.13 Formato

Embalagens com formato de livros ou de caixas. 7.14 Selos e lacres alterados ou violados

Possibilidade de ter sido feita uma substituição de correspondência. 7.15 Emissão de sons

Quando a remessa é feita por um estafeta. 8 FORMAS DE ACIONAMENTO

Os mecanismos mais usuais de acionamento de uma carta-bomba são os de descompressão e/ou tração. Assim, é razoável supor que uma bomba postal não desengatilhará até que seja aberta. De qualquer forma, um manuseio indevido com material considerado suspeito não deve ocorrer, assim como uma tentativa de abertura ou neutralização. A neutralização de um artefato explosivo somente deverá ser feita por equipe especializada e com equipamentos apropriados; A constituição básica de uma bomba postal é a seguinte: carga explosiva, espoleta e um isolante. Não tente desativar. Se for possível faça a remoção do material para outro local seguro e proceda a sua destruição; Os locais adequados para manuseio devem ser a “céu aberto”; Não colocar o material suspeito dentro d’água. 9 MEIOS DE DETECÇÃO

9.1 Exame visual ou tátil. 9.2 Exame com aparelho de raio X. 9.3 Detetor de metais. 9.4 Detetor de gases (XL-85). Capaz de detectar 18 diferentes tipos de gases. 9.5 Cães especialmente treinados.

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10 MECANISMOS DE BOMBAS E EXPLOSIVOS

10.1 Pressão:

É um dispositivo que exige pressão para soltar um mecanismo de percussão ou fechar um circuito elétrico. É um mecanismo de acionamento muito utilizado em assentos de veículos, estofados em geral, tapetes, colchões, assoalhos, etc. O mecanismo pode ser controlado de acordo com a pressão exercida. Ex.: minas militares (anti-carro e anti-pessoal). 10.2 Descompressão:

O mecanismo funciona pela remoção de um objeto ou da pressão. É muito utilizado em cartas-bomba. Os exemplos práticos são muitos, como ao se abrir um livro, uma porta, uma maleta ou ao se retirar um telefone do gancho. 10.3 Tensão:

É empregado nas armadilhas em que há um rio ou arame esticado e no caso deste romper-se, liberará um percursos ou fechará um circuito elétrico. Ex.: cabos de tropeço. 10.4 Tração:

É o mecanismo de eleição nos casos de carta-bomba. Funciona normalmente com um isolante, que ao ser tracionado, permitirá que o circuito elétrico seja fechado. Um simples puxão num fio poderá também soltar um pino percursos previamente armado. 10.5 Tempo ou retardo:

É o tipo característicos das bombas-relógio, podendo ser também do tipo químico (corrosão) ou mesmo usando-se estopins. 10.6 Elétrico:

É acionado quando fechamos um circuito elétrico, acendemos uma lâmpada ou damos a partida na ignição de um veículo. Além dos citados, temos inúmeros sistemas de acionamento de uma bomba, tais como: posição, térmico, controle remoto, célula fotoelétrica, eletromagnético (ex.: marcha-lenta automática), freqüência de ondas, fricção, etc. 11 INDÍCIOS DE EXISTÊNCIA DE BOMBAS

11.1 Em instalações e áreas

11.1.1 Afundamento ou saliência de assentos, encostos, assoalhos (tacos soltos ou salientes, desnivelados), carpetes ou tapetes. 11.1.2 Existência de anormalidades em qualquer objeto ou parte. 11.1.3 Pegadas no solo ou em lugares impróprios. 11.1.4 Pedaços de fitas isolantes, capas de condutores ou pedaços de fios. 11.1.5 Existência de arame tensos ou frouxos. 11.1.6 Fios elétricos soltos ou ligados a lugares inadequados. 11.1.7 Pinos, pregos e parafusos soltos.

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11.1.8 Terra revolvida. 11.1.9 Portas, janelas, gavetas, cortinas e persianas parcialmente fechadas ou mesmo abertas. 11.1.10 Cheiro característico de qualquer substância química. 11.1.11 Forros de cadeiras, colchão e travesseiros descosturados. 11.1.12 Móveis, relógios e objetos em lugares inadequados ou trocados de posição recente. 12 SEGURANÇA E REVISTA DE AUTOMÓVEIS

12.1 Revista Preliminar:

Aspectos a serem observados: se o carro está limpo, existência de digitais nos vidros e/ou lataria, etc. 12.2 Revista completa:

12.1.1 Divisão do veículo. 12.1.2 Seqüência da revista completa: painel e banco dianteiro, banco traseiro, porta malas, pára-choque traseiro, rodas, calotas e pneus traseiros, rodas, calotas e pneus dianteiros, pára-choque dianteiro, debaixo do veículo. 12.1.3 Abrir o capô do motor parcialmente, passando uma cartolina ou arame em toda a abertura. 12.1.4 Imediatamente desligar a bateria. Motorista e agente fazem exame detalhado. 12.1.5 Abrir a porta do motorista. O agente fica do outro lado do carro, observando se há algo estranho. 12.1.1.3 Deve-se abrir o mínimo e passar uma cartolina. Baixar o vidro com cuidado. 12.1.1.4 Proceder da mesma forma em todas as outras partes e baixar todos os vidros para reduzir o efeito do deslocamento de ar, no caso da bomba vir a explodir. 12.1.1.5 Exame manual dos bancos traseiro e dianteiro. 12.1.1.6 Para o exame do porta-malas proceder da mesma forma quando da abertura do capô. 12.1.1.7 Exame nos espaços vazios na parte externa do carro (pára-lamas, pára-choques, calotas, etc.). 12.3 Material necessário

Espelho, cartão ou fio de arame, lanterna, alicate, chaves de fenda, chave inglesa, corda, etc. 12.4 Procedimento do Agente

12.4.1 Caso descobrir algo, não tocar. 12.4.2 Fazer uma descrição geral. 12.4.3 Avisar o chefe da equipe. 12.5 Procedimento do Chefe da equipe de segurança

12.5.1 Examinar e confirmar ou não o informe recebido. 12.5.2 Evacuar todo o pessoal do local, inclusive o VIP com palavra código.

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12.5.3 Isolar o local e preservar com guardas. 12.5.4 Informar ao Coordenador de Segurança. 12.5.5 Chamar a Equipe de Neutralização. 13 MEDIDAS A SEREM ADOTADAS EM VARREDURAS DE ÁREAS E

INSTALAÇÕES

As varreduras de segurança devem ser minuciosas e completas. Em local interno, devemos sistematizar o procedimento, a fim de que possamos inspecionar toda a área dentro do tempo disponível. A finalidade das varreduras é verificar se existe no local de um determinado evento algum perigo natural ou intencional ao VIP que estará presente. São as seguintes as medidas:

Não entrar no local pela porta principal;

Estar atento com possíveis ruídos;

Após um exame prévio, deve-se abrir todas as portas e janelas.

Efetuar busca minuciosa acompanhado por elemento que conheça bem o local;

Para se abrir gavetas, deve-se amarrar uma corda e puxar de longe, estando em local protegido;

Retirar das proximidades todo material inflamável ou explosivo, porventura ali guardados;

Providenciar o desligamento da energia elétrica e do gás;

Não sentar antes de examinar o assento;

Não andar em grupo. Nunca deve ficar mais de um agente no mesmo ambiente;

Evitar fazer coisas muito lógicas ou naturais;

Evitar o caminho mais indicado;

Não cortar fios, arames ou mesmo um cordão que estejam ligados a objeto suspeito;

Caso algo de anormal seja encontrado, procurar saber a quem pertence, quem o deixou no local, etc;

Não tentar abrir pacotes suspeitos no local;

Cercar o material suspeito encontrado, com sacos de areia;

Evitar ser valente. 13.1 As técnicas para se proceder a uma varredura

13.1.1 Em retângulo: mais empregada em salões, residências, etc. 13.1.2 Em espiral: em compartimentos menores. 13.1.3 Em linha: usada preferencialmente quando em trabalho de equipe.

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CAPÍTULO X

DIREÇÃO DEFENSIVA E OFENSIVA 1. DIREÇÃO DEFENSIVA

O condutor de um veículo empenhado em missão de segurança é um elemento vital para a operação. Por isso deve observar as seguintes regras básicas: 1.1 Deve o condutor dirigir com todo o cuidado, ofensiva e agressivamente, porém, com todas as precauções. Se alguma razão de ordem pessoal lhe reduz estas condições, leve ao conhecimento do chefe da equipe. 1.2 Familiarize-se com o veículo com o qual vai trabalhar, mais do que com o seu próprio carro. O mesmo deve fazer com o equipamento, veja se tudo funciona bem. Teste o veículo, corrija eventuais defeitos. Não passe por alto, certifique-se de que tudo está perfeito. 1.3 Mantenha sempre seu senso de humor, porém não dê muita atenção às piadas que estejam sendo contadas. Não procure descobrir uma para contar, isto lhe diminuirá os reflexos que deve ter, sempre que esteja com o veículo em movimento. 1.4 Sente-se confortavelmente ao volante do veículo, ajuste o assento de modo que possa melhor manejar os comandos. Os retrovisores interno e externos devem estar bem ajustados; lembre-se que o motorista deve também verificar o que vem ao seu lado ou atrás, porém, através dos retrovisores. No máximo, pequenos e rápidos giros com a cabeça, para melhor certificar-se de algo que não pode ser visto pelos espelhos. 1.5 Não saia em disparada, certifique-se que tudo está em ordem, portas fechadas, equipamento completo, bem como se o pessoal que deve viajar com você está todo acomodado no interior do veículo. 1.6 Pouca velocidade é convite a um ataque, excesso de velocidade é convite a acidentes. Mantenha uma marcha normal e segura, conforme o estabelecido pelo chefe do comboio para o itinerário. 1.7 Não dê freiadas bruscas e reduções violentas, nem entre em curvas com velocidade excessiva. Evite que o pessoal o qual você está conduzindo seja jogado para frente ou para os lados, pois poderá feri-los. 1.8 Lembre-se , também, que quando de uma parada necessária, em muitas ocasiões, os agentes devem abandonar rapidamente o veículo, vez que o carro que segue a alguns metros a frente com o VIP já está parado. Nestes casos, capriche nessa parada, calcule bem a distância e o faça com precisão milimetrada para que os agentes não sejam jogados bruscamente para frente, de volta para o interior do veículo, ou no solo, fora do veículo. 1.9 Não se esqueça da sinalização que deve ser antecedida a uma parada, pois poderá ter um outro veículo colocado em sua traseira, ocorrendo a possibilidade de ferimentos nos ocupantes de ambos os veículos.

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1.10 Quando o seu veículo for o da segurança, sua missão é ainda mais importante. Lembre-se que deve estar atento ao carro do VIP, seguí-lo, mantendo a distância adequada, protegê-lo de qualquer forma, no deslocamento, aproximando-se um pouco mais em cruzamentos, dando a cobertura quando de um balão, pontes, veículos suspeitos à frente, colocando-se quase ao lado deste, mas não permitindo que nenhum outro veículo se ponha atrás daquele, faça sinais antes que isto aconteça, porém, atento à sinalização do carro que vai à frente. É claro que antes da partida do comboio, você recebeu as instruções quanto ao itinerário a ser seguido (ou esta se processará via radio inter-veículos) logo no início da viagem e, por outro lado, você manteve entendimentos com o seu colega da frente, convencionando detalhes de sinalização a ser obedecida entre ambos, no percurso. 1.11 Lembre-se quando da partida em missão de escolta, sua posição inicial é atrás e um pouco ao lado do veículo do dignitário. Quando o veículo der sinal de partida, você deve evitar que qualquer veículo que venha atrás de você, impeça a partida do primeiro e igualmente a sua, pois isto o deixará em má situação. 1.12 Mantenha uma visão ampla da área no trajeto sem contudo desviar sua atenção da estrada. Desconfie de tudo quanto possa parecer natural: veículos parados, pessoas colocadas em certas posições ao longo da estrada, de maneira que, se necessário, possa dar volta ao veículo e afastar-se imediatamente. 1.13 Se perceber que está sendo seguido, certifique-se disto, mudando a rota inesperadamente. Se confirmada a suspeita, coloque-se em alerta e tome todas as medidas e precauções necessárias. Não banque o herói, não se afobe, não abandone o veículo; coloque-o em posição de defesa e proteja-se. 1.14 Ataques geralmente são rápidos e não duram mais que alguns segundos. Não se esqueça, você é o alvo, e como tal deve defender-se e proteger seus passageiros. Se não houver outra alternativa e o veículo já estiver parado, jogue-se no piso e permaneça até que tudo esteja calmo. 1.15 Em caso de emergência e a alternativa seja a de abandonar o local, rua ou estrada, procure fazê-lo com o veículo em velocidade moderada, a fim de evitar que o mesmo sofra danos na suspensão, caixa de câmbio, radiador, pneus, amassamentos, etc., isto poderá imobiliza seu veículo e ficar à mercê de qualquer atentado. 1.16 Investir o veículo contra os atacantes, só em casos extremos, e assim mesmo nunca o faça com a frente do veículo, e sim com a ponta dos pára-choques dianteiro ou traseiro, atingindo parte vital do funcionamento do outro veículo, logo após, abandone imediatamente o local. 1.17 Balas penetram facilmente em vidros e seguem seu destino normal. Na lataria, estas também penetram, mas perdem velocidade e desviam-se. Em caso de ataque, tome posição adequada, diminuindo a possibilidade de ser atingido por disparos através do pára-brisa e do vidro traseiro de seu veículo. As colunas dianteiras, laterais e traseiras do seu veículo são resistentes e não permitem a penetração de balas.

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2. FONTES DE PERIGO

Diversas são as fontes de perigo a um dignitário. Porém, para o caso particular do deslocamento em viaturas, podemos dizer que os perigos poderão vir: 2.1 Da própria viatura (defeito natural ou sabotagem); 2.2 Da própria via de acesso (perigo natural ou intencional); 2.3 De grupos antagônicos (seqüestro ou atentado). 2.1 Regras gerais de utilização de viaturas

2.1.1 Carro examinado e guardado; 2.1.2 Inspeção antes do uso. 2.2 Deslocamentos prévios pelos itinerários escolhidos (reconhecimento):

2.2.1 Variar as rotas; 2.2.2 No carro do VIP: portas trancadas e vidros com abertura máxima de 5 cm; 2.2.3 Máxima velocidade com segurança; 2.2.4 Manter distância e intervalos; 2.2.5 Em caso de ataque, manter-se em movimento; 2.2.6 Estacionar sempre com a frente voltada para a saída; 2.2.7 Não permanecer sentado na viatura estacionada. 2.3 Cobertura do carro do dignitário:

2.3.1 Evitar paradas, ainda que rápidas, próximas a locais perigosos (ao lado de ônibus, caminhões, viaturas fechadas, meio-fio, bancas de vendedores ambulantes); 2.3.2 Deslocamento afastado da calçada ou meio-fio (mais próximo da linha divisória da pista); 2.3.3 Atenção redobrada nos pontos críticos; 2.3.4 Manter reserva à disposição. 2.4 Relação ideal de equipamentos para viatura.

2.4.1 Estojo de primeiros socorros; 2.4.2 Armas longas (metralhadora, espingarda, fuzil); 2.4.3 Dois estepes; 2.4.4 Ferramentas e lanternas (normas); 2.4.5 Ferramentas de sapa (pá, picareta, machadinha, etc.); 2.4.6 Sirene; 2.4.7 Equipamento de comunicações; 2.4.8 Pertences pessoais para pernoite; 2.4.9 Macacões e luvas; 2.4.10 Granadas (fumígenas, gás lacrimogêneo, etc.); 2.4.11 Máscaras contra gases.

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3. DIREÇÃO OFENSIVA

Direção Ofensiva é quando o carro está sendo conduzido desafiando algumas regras de segurança e normas de trânsito. É nesse momento que o carro suporta severos desgastes e precisa estar com todos os sistemas e componentes funcionando bem. Apesar das condições severas, de uso nesse tipo de condução, nunca podemos abrir mão do mínimo de segurança. Temos que deixar sempre uma saída segura na nossa trajetória. 3.1 Cavalo-de-Pau de frente

É uma manobra arriscada que auxilia num retorno rápido, mesmo numa via estreita. O importante é ter noção de lateralidade e prever os movimentos que o carro fará. A velocidade dependerá do tipo de solo, peso do veículo, tipo de pneu, etc. 3.1.1 Procedimento:

3.1.1.1 Escolha o local apropriado; 3.1.1.2 Atinja a velocidade suficiente; 3.1.3 Pressione o pedal da embreagem; 3.1.1.4 Acione totalmente o freio de mão, até que as rodas traseiras travem; 3.1.1.5 Vire rapidamente o volante para a direita ou esquerda, de acordo com o espaço disponível; 3.1.1.6 Enquanto o carro gira, engate a 1ª marcha; 3.1.1.7 Quando o carro estiver na direção desejada, solte o freio de mão e arranque. É preciso muita cautela para não danificar a caixa de marcha do veículo, quando arrancar. 3.2 Cavalo-de-pau de ré

É um outro tipo de retorno rápido. A diferença fundamental é que nesse tipo de manobra não utilizamos nenhum tipo de freio. 3.2.1 Procedimento: 3.2.1.1 Escolha o local apropriado; 3.2.1.2 Atinja a velocidade apropriada, em marcha ré; 3.2.1.3 Acione o pedal da embreagem; 3.2.1.4 Gire rapidamente o volante para a direita ou esquerda, de acordo com o espaço disponível; 3.2.1.5 Enquanto o caro gira, engate a 1ª marcha; 3.2.1.6 Quando o carro estiver na direção desejada, arranque rapidamente.

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Em todas essas manobras, o importante é ficar atento com os obstáculos artificiais ou naturais, tais como árvores, postes, guias, hidrantes, etc. 4. AQUAPLANAGEM OU HIDROPLANAGEM

A estabilidade de um veículo depende do contato entre os pneus e o solo. À medida que a velocidade aumenta, esse contado com o solo diminui devido à penetração do ar entre a pista e o veículo. Esta aderência entre o pneu e a pista tende a desaparecer nos dias de chuva ou no encontro dos pneus com poças de água. Pesquisas realizadas por diversas instituições demonstraram que os pneus adquirem velocidade numa pista seca e perdem velocidade quando atingem pistas molhadas ou poças de água. Os pneus ficam suspensos, fora do pavimento e rodam sobre a água. Isso causa nas rodas uma queda de rotação e elas podem até parar completamente. Exemplo: um veículo que se desloca sobre a pista com 2,5 mm de água a 80 Km/h, terá que remover 5 (cinco) litros de água por segundo em cada um dos seus pneus, a fim de manter contato com o solo. É evidente que um pneu liso não conseguirá fazê-lo, pois, não possuirá os frisos ou canaletas para a remoção de água. Geralmente o pneu liso empurra a água para a frente e sobe na camada de água formada. A falta de contato entre o pneu e a pista faz com que ele inicie a derrapagem, e você então perde o controle do veículo. Este processo é chamado de Hidroplanagem ou Aquaplanagem, que em outras palavras significa que o pneu está rodando sobre o topo da água ao invés de rodar sobre o pavimento.

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GILMAR LUCIANO SANTOS

Dados do autor

Gilmar Luciano Santos é MAJOR da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), bacharel em Ciências Militares pela Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, trabalhou por sete anos no Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), no qual atuou como negociador em ocorrências com reféns localizados durante cinco anos. Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), especialista em Direito Público pela As s o c i ação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages), Especialista em Segurança Pública pela Fundação João Pinheiro / Academia da Polícia Militar e mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é professor de Direito Penal, Direito Processual Penal e Direito Constitucional. Professor de oratória e criador do Centro de Oratória Gilmar Luciano, prepara os alunos para sustentações orais, entrevistas, palestras e seminários utilizando as ferramentas da Programação Neurolinguística e Psicanálise. Trabalha como consultor nas áreas de defesa pessoal, chefia e liderança, motivação e sucesso, atendimento ao cliente e em gerenciamento de crises.

Gilmar Luciano Santos é também autor de:

Como vejo a crise: gerenciamento de ocorrências policiais de alta complexidade (livro);

Negociação em Ocorrências de Alta Complexidade;

Liberte-se do medo de falar em público e das demais fobias (DVD);

O Direito para a prática policial (DVD);

Curso de oratória (DVD).

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GILMAR LUCIANO SANTOS