gilberto freyre - disruptiva.netdisruptiva.net/uploads/files/novo mundo nos...

24
GILBERTO FREYRE

Upload: nguyenthuy

Post on 30-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

GILBERTO FREYRE

COLECCAO LIVROS DO BRASIL

DO RIN DO DE CARVALHO CAPA DE

Reservados todos os direitos peJa JegisJar;iio em vigor

't R""""bl~ca Feidemt1va do Brasil Ven<da inter<U a na ~r-

__________________________ .. ~----------~ ---~ •• " •• ~ __ ~m_W7 __

GILBERTO FREYRE

NOVO MUNDO NOS TROPICOS

Tradw;iio de

OtivlO MONTENEGRO e LUiZ DE MIRANDA CORREA,

Revista, aumentada e actualizada peJo autor

EDI<;:AO "LIVROS DO BRAsIL» LISBOA

Rua dos Caetanos, 22

Do original norte-americana

NEW WORLD IN THE TROPICS

publicado na serie «VINTAGE BOOKS»

par Alfred A. Knopf, Inc.

e Random House, Inc.

(Nova Iorque - Canada)

1963

A traduc;:ao dos capitulos I a IV, VI

e V11I e de OLiVlO MONTENEGRO;

ados cap{tulos V, VII, IX e x e de

LUiz DE MIRANDA CORREA

Para

HEfTOR VILLA-LoBOS.

meu amigo.

------------------------.. ~~~ .. ---!!-------------

o que C<l<l'los Romero satlienta no seu «El OOsarrolo socia,l recorusideI"aoo)), fII1.lm pronunci.amtmto que partiJcuJmmIt':lllite inte­

ressa ao autor de New World in the Tropics, po.r ooinc:idilr com urn geU ja antigo critmo de tootartiva de a:n:a-lise e de ilIID!rpretat;3.0 de dvihlzac;5es mode-rnas em deoonvoLv:im.ento nos tr6pcicos, e 0

repudio dele e ootiIU'l estn.tdi'OSOl'i dl() a&'ruInto, qUeJr a uma ex:ODOmia,

quer :l uiI11a sociologia que, como de-neias horiz<:mtais, se julguem slliicientes para es.<lalS e ollitraJS 31nallises e ~nte:rpretac;6es. Dai pro­dmna,r, referindo-se a America LatIDa, (ria necesidad de dlffile!llltraiiar

el verdadero y matS profunoo 5ellItido de la hdstoma 1atino-ameri­cama para huoca<f en ella. la ra·fz prim~gema a ,partir de la mal se ha mo1rleado en el espacio y en tiempo La forma de set" del hom­bre y lao rultura e-n America La,tW»). Malis: para conseguw if a essru;

mizes 0 socdo\ogo ((debe aq>elarr a1 historiador, -.1 antr0p6logo, a,l

fil6.90fo de La histoda, es deriJr, a quirenes ... inmgan por e1 que­haeer humano en el espado y en el tiempo y trattar de descubrir el sentido rex:6ndito del hombre como hacroor de cultura y de historiam.

Preci9aunente 0 illIlpenhO que tern aJJ1imaJdo 0 aJUtor de New World in the Tropics em estud05 que, partiindo da mntartWa, da ana1ise e aa illltelprnta<;ao e da rultJul'a da soc.iedade brashldra, camo 90Ciedade e cu~tura siltuadas no mmpo e no espa.c;o, v&n st

esteooenoo a maiores aJUd<ici.ats: a formulao;ao de uma· 3tll'tropologia do Home:m situado no trrOpico. que va <ita <lll'tropologia biol6gica a fil!os6ficaJ. E que considere 0 desemvo1vlimenm OCJICi'aJ, em e<merlo com t.adS Slodedades e com esse Homem situ!3do, 'adem do seu sirmples d~nvolrvimemto ecooomioo e inrlepetndemte do mi.·to de progre:oo continuo e indefinido a que a rernnte e imo1umclria charhlitalrrice - cha·Tilartanri fibosOfiro-dentitfica - do alias angelica TciLhard de Charo,itn veio darr novo, emboro. transi-tOrio, vigm. Tao

tramitOrio que nao vern resistimdo sequel" aos: COl1Itmalgolpes da fila­rlia a.n.aJr'qulista - sob v<Mioo aspectc:t> extremamerrte Sllgesdva­de Herbert MarcuSle; nem Sllpemndo Jacques Maritain.

G. F. Santo Antonio de Apipocos, 1969.

26

INTRODU<;AO

Esta e a e.di<;ao revista de urn liiwo sobre 0 Brasil esctito e

public-ado em in.gles em 1945 SlOb 0 tltwlo Brazil: An Interpretation, ~ de5rle entao com voirias edit;6es na mesm'a lingua, ulJlla na ita­li'<ma, outra em espail1hol, ainda OUim'a> em japones. Mas ,nao 90'

!rata sOmer\lte dessa edd<;ao rev:i5tla, e sirm. tao i3JUmentada que veio a transfomnar-se (ainda em lingua itngIlesa), ern urn livro ([lOVO,

com ma,is qlJlaltro rnplru10s e longa IDrtrodut;ao tamJ.Dem nova: New \-Varld in the Tropics. P3['{e deste novo 'lTl'art:eriJaJl foi antes publi­eado nos Estada<; Utnidos em The Atlantic Monthly, Foreign Affairs e The Encyclopedia Americana, em Civilizations (Bruxela<»; em Progress e The Listener (ambos de Londres), 00 Year Book of Education, da Universidade de Londres; e em Lontinent (Viena). \1eus 3lgrarleoimen.tos .3(l5 edit0T'e5 das referidias publica.:;:Oes peIo uoo, em \,ivro, do referido malteIW,l: 1ivTo. mm aumentada, inti­tuilado rra liIl1Igua ing\esa New World in the Tropics, e com vanas

edi<;6es nessa Hngua e UIDl'3.· na jalponesa. No momento, rumhum pails oa America Latina pa!Itte at:radr

a aten~ao dos anglo-americ,lIllios com <II mesma illtensidarle com que 0 fa'LeTI1 cert'oS pafSffi da Europa, da, Asda e da Africa<. Con­tuoo, a America LaJtim: nao e urn espare;o geog;rMioo que os alll glo­-amerirnnos, ou OIS europ<;us ocidentais, possann 00r-.'le ao luxo de dest:onhecer devido a amores ou eru:uSliasm'06 nova>. Trata-.'le de uma regiao par de mais europeia e ocidenta,I para parler ser eonsi­dNada in{eirammte exotica do ponto de vista europeu OIl oci-

Z7

dias e pall'a COl1siderarrnos a escravidao epjs6dio ja etterrado, em­bora adnda com reflexo, na: histCmia da personalidade do brasilciro, mestiQO ou nao. Mesmo os brasilE'linxi com wm passado de familia ou IDdivriduaol que nada tenha aver, biol6gica au etlnicamente, com a Africa, juntam-se aos brasiJleiro> negrOides, mo sentimento, agora geral ainda que nao universal, de que nadia e honestJalrIleJJJte ou sin­cerarrnente brasHe.iro que negue au escon.dia a mfIuencia, dilrecta ou imdir~cta:, proxima ou remotal, do amerindio e do negro na for­ma\ao ou na cll'1tuu-a n ... cicmal.

Alias a tendenda que se acerntuano Brasil e para 0 brasilciro perder quamo Ihe resta de corurienda de Tall,;a ou de rar;as. Cons­cieooa nele creoscM temen1e suibstitufda por outIra: a de meta!lTa~. A de seT uma alem-~a, como tip<> nacionaI. Aswnto do meu recente «0 Brasile1ro como tipo naciOIll3il de Homem situado 00 Tropico e, I1aJ wa Maioria, Morenw), puMicado no .n." 6, 1970, da Revista Brasileira de Cultura_ Ai sao re>Umidas consider3!\Oes ja expootalS em conferencia proferida em Illngua inglesa nol U mversi­dade de Su5sex (Inglaterra) e em portui!'Uffi, em Lisboa, na Fun­dal;ao Gulibenkian.

170

--- - ---- -"'"-----

v o BRASIL COMO CiVILlZA~AO

EUROPEIA NOS TROPICOS

O ESDE 0 seculo XVI os eIlr0peu5 viarm com ceTta suspeita as

terras da America e do Brasil tropicais: imagimarvam a Ammua, do SuI, 0 tropico arrnericano. 0 trOpico ba'[email protected],

ora como urm pa'l<lliso, ora como wn inferno. Homens do Norte da Europa., par exempl'O, tentaram cooquis­

tar a<; 'ten"aS amaz6nicas e ali estabelecer coloniza,\-ao. Mas faIha­

raJITl em sen intento. SOrnente os hlspano-port;ugueses e setlli des­cemdmtes lograram cooquist.arr aquelas terras onde se dizia, que agua e floresta corrioon l:roo .a lado .mesdarndo-se de tal forma que tomatVam a presen<;:a humana na regiao difidlima para uns e impas­

sivel para outros. H. W. Bates foi 0 homem que mais fez, no seculo XIX, para

destruir aJgurrnas das supersti<;:6es europei<lS acerca do clima anna-2O:nico, tendo vivido du:ramte ooze amos na selva, ondie tomou con­tacto com a<> nisticos estaibeleoimentos de piondros portugueses ou b:rasileiros 'na floresta amazonica. Quando chegou a hora de

voltar a IlfIglaten-a, hesitou em ahamdonw- 0 tr6piro. Escreveu, entao, que a ideia de tornar a viver em paises frios, europeus, fazia surgilr em .geU pensa:men.to «quadros er>parntosamente nitidos, qlUe Ihe recordaivatn sombrios invernOS', longas e cinzemtas tanies, sam­bras alongadas, prhnaveras frialS, yerOes launacentos; chamines de

171

""---'-;

fabricas ( . .. ), quaatos confinab, \'.ida aortiIKiaI ( ... )>> , enquanto que, de:iXlmdo 0 Brasil tropical «abaindonava urn pais de verao ~ ( . .. )~. Mas tambem e verdade que aoreencontrar-se com a Europa, e.9:; reveria: «de!pois de tres a:nos de rmovOOa exrperi&tcia na !Tlgltatt.:na e que perC't'bo 0 qoanto a vida dvilizada e incompa­raveimena: ~perior), 11 vida nao de rodo civilizada como e!e conhe­cera n.a Amaz6nia brasiledra C).

A [ffiudalfl~a de opiniao ~ 8J<e; sugere a pergonfa : e ou nao po$i'vel rombina!" ·as vailltagOO6 da vi-da cMl:izada com as do clima tropical? A experienda. ou tentativa bratSilcira parece dar respoota

a essa inoerrogac;ao. E a resposta parece 9E!" um «sim ». 0 Bm<;il e lUll dto& maiores ~ rraciooais do mundo. f. como urma RUssia americana ou uma Chima tropical. NeID! vasto espaoc;o nacional do> tT6picos ,i ve urn IX'vo mja ('UlruTa ooropeia e principalt'11.Oll«: lJ!is.. plnirca -au joberica - e cat61ica . e ruj-a ~ 6tn:k:a tambem e consideravelOll!Ul'te hispanica ou ib6rica: prmcipa1lmente de origem portuguesa. E ho~ a sua e ~ a maior, 00, pelo menos, -a mais avan.;,ada. dvi1iza~o moderna criada e I!'lJn processo de desenvolvi­mento em regiao tropica'!.

t verdade que 3> vasta area amaz6nka pe1'It~ncente ao Brasil continua <II.!8' urn desafto a capacidade bra9ilw-a de limr COOl as di!ficuldades tropicais que ali sao tao aC'Mwadi3!S. Mati ja se apresen­t¥n sln'ais encorajadores 00 esforc;o 'brasi!eiro para sobrepuja-Jas, cri3ndo ali 3' :tneSnJ'3I civilizat;io q~ OS pkmeir-os poTlUgues:es e seus descend:ootes, geralmente homens de sangue mestir;o, bramco e arne­rindio, conhecidos como ((ba1'lldcirante:;1" cooseguiram eriar em

OUCTas regi6es do Brasil. A rea)jUM;30 descles «bandeirantes» foram octiveis, 0 bastante pelo mmos paJ1"3 ~rmos aceita>r a misrura de brancos e amerindios como combinat;ao etnica saudavel. Os «ban­deiran-resn enfrentaram. com rara energia, OOda sort.e de oposit;ao humana - 2 oposi~ao daIS .{emz.es trihos amenrxlias, a dos espa­nh6is, a dos jesuitas. E houve ainda, contra eles, 0\1t:l"00 obstaculos: o perigo dos imectos, 0 dos animais i>r"aIor..os. as ah as montanh<t5, os ~, os pantana;:. as chuvas tropimis. IJ.usnre hlstoriador

(I) HE NRY WALTER BATES; A Naturalist on the Rivu Amazon, Lon­dres, edh;i o de f 91S. p. 388.

/ 72

dk-se desges homens que ·nao s6 tomararIl possive! 0 vasto Br¥il de ~ dias como, tambem, lam t;aralffi milh5es de Libras de ouro na econompa m undial nos a<n:as crudais em que a Inglat'erm se traoofonnava..no maior poder baocario e industriaJ dos secula. XVIII e XlX. Esse historiador, 0 Prof. Pzul Shaw, continua S'Ua a~ao sobre as ((ha.nOOirasll hr36Heirns r ), lemhrando-nos a& paoJavras de Werner SomW(, 0 conhecidlO socialogo .uemao: (($em 0 ouro bra­sileiro nao ter1aan06 0 homem econom.ico actuah, e a declar~a.o igu3<\menre significa.t.fva de OUtro hisroriador, este ingles, Wi.ngfield Stntford. de que 0 inf1uxo do OUTO hr.;Gieiro, desr:re 0 seculo XVlI. na lnglaterra, contribuiu p;u'ol 011 criat;ao cia economia moderna que desabrocharia de modo vigorooo oIlO seculo XVlJl. Se ist'O e venbde. tem06 que cunclu ir que grupos de mestit;os branca> e arnerindios _ gente onergica e brillVa - nao s6mente la~aralffi as lxwes de novo tipo de clvi:lizac;ao 00. America tropic.d. 0 Brasil rnOOermo, como ·ainda COl'J'trfuuirom para a base da moderna economia euro­peia . Foram per.nnagens de urn drama amcncamo e de ~Utro,

mundi-at Tambem Olqui 0 negro a fr icano e seus descendente:s brasileiros

representaf'am impona'llt.e .paopel ne:sses doi:s dramas. Amerindios e africa.nos, a8Sim como europeus e seus descendeotes mestit;05, con­

tribufram de forma activa para- 0 dfsemvolvimento do Brasil. Isto parece explk ar porqUie na America: JX>rtuguesa se encon­

tra , acwalme11'te , urna, ctvilizac;ao de tao vivas C3Il'acteristicas sendo descrita por algums atlItores como uma dernocracia 6tn:ica, senao

perfcita,- bamante imperfcila, ainda - avan~. Mudtas das caraCrer1sticas da modmna dviliz~ao brasi\eira se

omg.inam no facto de que 0 negro, devido 00 tra.t~ compa­rmivamente benigro que recebeu em otl OS9O pa ts, pOde expresm--se,

d:esde os com~ n aciona'is 00 BrasH, como brasileiro, sem nunca teor sido sistematicalmente obrigado a agir como urn intruso &nico e cultural nesse nO\'o e sociadmMte fiex ivel sistema nadona] de conviv,@.nckl . DOli de viT se comportainOO como brasilciro de origem africana e nao como «negro brasileil'O') - dife:rindo 3!S9im funda-

(tJ Ensaio niio-publicado escrito QUilIldo 0 professor Sw.w e:nsinava Hist6ria das Americas na Universidade: de: Sao Paulo.

/73

mentahnente do «'negro america-nol>, dot> Esnados Uilldos. Claro que a mesma coisa aconteceu, de .~ \:lliindia· rmais vivide, cum 0

ametindio; 0 mesmo esr.a ..::onteamdo com os imigl"all1U5 japone­ses; 0 mesmo Vf'nt 5UL'OOendo com os 'lI·\emaes, italianos, poloneses. siria;, I.lbaneses hoje brasilciroo. Alguns dele; logo na segunda gera­~ao tem-'Se tornado preem.inentes na vida politica br.as:iicira, nao corno reuro-brasileiros, fta l~iJeiros, polones-brasileiros, n ipo­--brasileiros, sfrio-br.as:tleiros, mas como brasileiros; e por 0000 lado

des tarrnhem vem .a.ssu mimoo - elt'S e jude\J5 e descendentes de judeus - seu Jugar na artie e 'Da liten'1altur.a brasileim (escrita. e claro_ em lM~a pot'ItUguesil!: llI!l'l:a lingua portuguesa Gl"e'lcent.emente enriquedda com palavras de outros idk¥oos sem percler Sll'a estnI­

tura pol'IiUguoesra). A nova Hte.ratura brn6ilcira ~ a atTair tlJnta

atem~ao dos eul"OpeUS e l1Ol"te-a~riC<lllOS como sua moder!n-a rurquii. rectura, SlIa musica e sua cozinha.

Pode-se dizer que a civiJ.jza~30 que 0 Brasil esta deseuwolv:endo II10S tnSpicos nao e pttrammN'e ocidtmllal 00. europeia. Sob vanos aspectos, ja se .ap~nta ext-rao-eu roptia . Ou rn~·~a. Este aspocro fui ja dovidamente comjdermio pot urn cienoista anglo­

-americana, Marston B¥eS_ l\.-1tarrston Bates escreve m tivro famooo sobre os tropicos que «~, America· Lanina t aJNez pudesse ser citada

tm apo:iu a tese de que a civil.iz~ao OC'idental, mIl ~a forma mas pura, 00'0 se ad~ dtpidamonte as rondi~C'xl<; tropicads». Mas aOl"e9C:e7lI'a:: '(Esta teoria diflcilment:e sera accita Q nao ser par aque­Ies que consDderam a vatiante ocidenta1 como a <mica forma pas­~el de civiliza~ao n.I> A<>5i!nala.em relacao a ane mexicana - uma das 'lTlaKres expressOes da CUlhh modcrna nos l!r6picos ­que ,<,leU mrere;re reside exactaJmente em nao ser 1:1pica:mremt'e ro­dental. em virtude do enriquecimento ak~ e do apro\o'{~.ka­memo reaHzado pelos mexkanos de eiunootos locals, 00 sejam, os tropicais.

A mesma coisa pode ser dita quanto it chiliz~ que OS bra­!Oileiros" estao diesenvolvondo rna America. tropical. Nao se trata

apenas de urna' civiliza~30 subwropcia. Ela e -predontinantemmk

(l) MA~ BATES: Where Winter Never Comes. Nova lorque. 1952, p. 11'3.

(74

eu-ropeia, mas nao inteiramoote ~ropeia. Em alguns aspectos, repj­ta-se que. sem se ter tornado antieuropeia chega a set extra~UIopeia.

Procura adaptal'oSe a condi~ que 000 sao europeias e sim lro­pkais: c1.ma tropical, veg&a\ao tropical, 'P~ tropical, JUl

tropical, cores tropicais_

Sao F\"wlo, tendo-se tr an<torunado oW que c ger.almenre des­aito como 0 maior centro industrial da America Latina, MO des·

me-me tal t~naia. Sao Pau:lo "(>Ode .9t!IT a antocip~a.o de urn desenvolvimmto t&:mico au tecoolOgico, que pam::e preceder outras tiipos de desenvolvirnento em outras aa-eas do Brasil- inclusive 0

Nor~ e 0 extremo Ncrre, a ~ equalOl1ial. do pais - 5ml que e,$Ie desenvolvimMto ou essa mod~o de fomJa5 tecnol6gica5 .:re produ~ao 00 detrallf¥l~ verma a .jrnpor.tar em ~lassiii~30

de pais tropical que :mim se rnodemiza. o que vern acontecendo ona mustria. na criaol;ao de gada e

n·a agricuhura do BrasH - sua modemiza~ sern prejuizo de sua tropicaltdade -tannhllmocorre em rda~ao a OUtlral'i actividades humanas que fazero parte de urna civilizaliao 00 de urna cukura. A arte da jardinagem, poe exemplo. Atraves do usa dos mesmos metodos uu das mesmas recma.., oombinando a experi&lcia tr0-

pical com a cienda europeia, 0 Brasil tml desmwolvido .gel1 estiic.

pr6pt'io de ja:rdins or.nollIll'dlolJaJi COlnIp1ementares ao SIeU estilo ja diferente do<; europeus tranto quanta d:os anglo-americ.an1()i. Nisto. como om outrtlS ar>peetos, os brasilllCiros concordam com G. V. Jacks e R_ O. Whyte, quaI¥'o os aurores de The Rope of Earth alir­marrn com a aprovat;ao de R. J. Ha1J"lio;on Church, em Stll. livro

Modern Colonization (Londres, 1951), que OS etl1'Op8lS, 3 despeit'O d!c! sua capaddade de dominaJr a Tl'ilt\lTIeZa aprenderam sbmem.te a rultiviW 0 solo europeu em seu c1im3 pr6pr;io: a tempoeorndo. Nao

sahem lidar com solos tropk'ius. Daial.guns estudiosos actuailS, d't'S.ge e de ourtros problemas

relacionados C(lm a expans30 de civ-iliza~ao em area<; Mo-cur<>­pciaI>. acham que urma nova oi@<ncia tl'l1l que ser criada - ou SlL ....

rentada - a fim de Iidar com problettoos assim complexes sob urn ponto de vista tropicol6gico. que Slerta complementar ao ooroJX',l, au l:xlreal . que ate agora tm1 dominado CiCnci.aLS e 'teCOOiogiias. au que taJvez vreSSle a. substituf-Io rooo.4mm'te a ~ exdU9ivismo euro-

peu-no Ir.Jto de eertos problemas eooJogramente tropiea.is. Par que nao uma ci&lcia especi.ll- a tropioologia - que lidana corn a adapra<;ao da oencia e da tecnologia europcias a si.tua~5es tro­pleais, chegamdo mesmo a inven~ao de novas t ecnicas que venham a ser criadas p-.lra ~solvef prob\oemas peculia~ .lOS trOpicos? Pro­blemas nao aperliIS relatiV'05 a atia\30 de gado, a agriCultura, a arquROClUl'a, a urbaniza.:;ao e ao planejalmento regional. m:as ram­oem It psrologia, a edt!ca\ao, a organiw;ao politica e a higiene

mental, ochretudo nos tr6picos. Pais 0 oompomaJIOOntO do homem nos ,t!r6picos tern que Slef onca(["ado, rob alguns aspectos, em rel:a<;ao

a' si,tu~6es e condi~Oes pec1l,liares 00 ambiente tropical; ao facto.

por e~pk>, de que wn dima tropicai flWOrecc 0 coOClalCOO intima e informal entre multid5es e seus Ifdexes politicos, nas: pca<;3IS publi­cas. gem a nece51"Jidarle de retlni6es f~ a parrt:as fechadas as quais tMderiam J. farvorece:r exdusivismos ideo16gio:Js ou ·fanartkos de

scita au de partido. A musica, ° drarma, as represema<;3es ,tea,traas,

os ritos re1igiooos podem set analogamente afectados pelo dima raopical, de maneira a de.gel'l'Volverom novas foemas a.tr3:Ves de

novas re."af;5es lilOCiais e p&icolOgicas: entre os ~, 0$ Ilderes

religiosos, e ~ g7"andes muhid5es: u:ma. rel* que nio sera alean­

\-lda pela ra.dio ou peJa te1evisao, C'Uja impoldncia, provavelmen'tk!,

permanececi muito maior 1100 paises boreads dl() que nos tropicalis. Uma eols.l, pelo n\ieIlQ), e certa: 0 desenv"olvimfmto de. uma

ciV<iliza<;ao rnodel"na no Bra9il e;ci pla<mtalldo 0 desonvolvimento

de novo .apo d~ civiliza'\3o. 0 que podera fazer dos brasi&eiros, ja piorriTOS histOricos. pionciros de urn novo e fa>cinante futuro: o de homens civilhados situados nos ta"6picos, Mais do que qua1-

quer ou,tro povo e1es estao deienvoJvendn, nos tr6picoo, novas

formas de civiliZO\do cujos tr~os fundaanlemtais sao ouropoos, mas

cuj as perspectivas - e preci<io insistir neste ponto - sao extra­-europt"ias. Ma<is-qu~ropeia5.

Os portu&U~ enrontTalram ·n.l America. tropical esp.l~ ideal para a expaJEao e 0 clescnvo1virnento de sua dviliza~ao etnicao­mente demDCratica' - apesar de essa civilizar;ao ter sido, em alguns aspectos, aristtxritica e mesmo :feudal. A civiliz,a<;ao que come9OU a florescer nos tr6picos afric;ma;: e ~cos como rota de colo-

/76

niz~ao portuguf'33. cedo adqumu no Brasil aspectn'i umbem Ik

.lutocOO:miza~o,

Seguindo metodUi que parecem ter .lpTt'J"ldido dos :rm:ntros, os portugue9C5 ~iram ~xito m<llior do que 0 de qu<lll,quer ourtro pavo e\lropell pdo facoo de terml assimiladlO a in9tirui.;f:Jes de formas SlQCXH; e estilos de cultura de Portugal. ou da Europa- crista

e latina. popula~ tropica.is que, mesmo ho}e em ilia. ape9.R' de prOOoncinantemente amracelas, no Slell aspeC'tO etnico, oomo 3IC'OO­

reee em MacaJU, 00 predom~na!llttJlll'eme paMaS, como n.l fndia, 00

mesmo negrar>. como entre os neg:ros as&imrilados, na Africa', se considera:rrl, adma de tudo, portuguesas. 0 Prof. H. MOT'SIe Ste­

phens, de ('..ambridge, cu jos esrudos soibre -a- prese.nt;a de POl"l'Ugai

no Oriente .fornaTarn-no autoridade no assunto.refere-se. numa de SU'3& paginas: mais lucidas, a ~ poIItica do5 porru~~ como (oinka 11a hist6ria dos europeus na, flxiial) e ( de 'IDngo alcance quamo a SleUS resI\.lltados ... ». Naverdade, foi ,rn~m:o UniC.l na his.­tOrla da expan5a'o europeia ·roos ttOpicos; p.rodu2Jiu farms e com­pensmres I"Mlkados. e teve infIu~Jlcio.l. ~ as" actUars condi~Oes dos europeus oos regiOes tropieais, apesa.r de 4!eJ:m()6 que admitir que os espri6is, em algumas des&as regiOes, agiram de modo semelhante ao do> portugueses.

o Brasil e uma area- tropicaJ ffiUi10 ,mOOs Vasta, do que a fndia Portuguesa e Ill!O ent.lnro aqud, em 450 '3!llQ5 cr presern;a et:nicl e, espedalmenre. eulturnl 00 ~ ~m assimilaT nlo sOrrK'Irlte ~~l nUme:sn dos mo muitos aTTJIerlndios meon· 1:r'ado5 TI'3. parre da AmCrica que e oobJ..wn.mte 0 Brasil, mas tam ·

hem os es::~ africaoos impcn.ado5 de var:ias reg!Oes do coll'ti­trent!!" negro para trabalh'3lJ" 'M agria.drum, e, ,mais recent.eJ:nentte, al6m de esp.l.lnh6is - par 21gum tempo serl!hOTeS abroh,rtn> do BrasiJ - i't'aii.antl'>, a!emaes, poione;Jf'S, sfrios, ja.pooeses e OUtros imigrantes. Ho;e em dia 0 BrasH ~ 'llOt<I.vel pela su.a umidade, apesat' de alguns grupo& de im,igrantes. quahlo .linda ,no prirneiro e:9tagio do proces:so de mrnila-;ao, ~ vrem eom:rac:Hzendo est3' a-finnatliva. Mas 0 provarvel e que IQa(['nbhn estes sigam os passus <los grupot5 mais antigos e se ,torm:m ccolbgicamente brasi­lei:ros: .ltraves do modo de vida ja tehmro, pol'tUgu~, ou luso-bra­siloe.iro. 0 que nao signmca q.ue para mm pnxederem tenharn que

I 2 • TJl.6PlCO$ 177

moorndar ~alS c3:facterlsticas ~sas q-ue se hal"lRlruzem com sua, condi'Yao de lrrasilciros. 0 Brasil foi, e parece COIlIt:im.m a ser, exemplo de dive~ 00 de <pItu:atidade Ctnica e ctlltlUrat I:bI.tro da. Ullidade, embora a diversidade possivelmeote esteja se tornando meoos -eWdente do q~ a unidade (I).

Cabe indagar se, derulro ~ tprocm:;o de integra-;ao os gnipos etnicos e culturais de origem nao-pontug.,Je6a, nao tmham a desem­pmhar, cada urn deles, ,urn rpaJpel ~oo e ~culiar lIla mo­«bna 50Ciedade e na cultur.l. crescentemODtle compk:xa, do BrasiL Na soc.ierlaide brasileira - em seu desenvolvaall't'ITito como complex'3

i') Referindo-~ .l cid4de de Sao Paulo, como ele a viu durante a pri­meirot decotda do siculo actual, 0 observ;ad« britSnico ~IILES iJoMVILU:­

·FlFE escreveu: .0 elemento cosmopolita. tal como os italianos, que fonnam quase metade dot populot~o dot ddade. os portuguese; e OS espotnh6is, apesar de, em muitos ca~O!!, na.~cid05 sob ceus europeus. e devwdo ksaldade a Silas 1I..fajestades os reis dOl It.tlia, Espanha e Ponugal, esquecem logo suas terras de ori):lem e se tornam br3sileiros de cora~ao.. (The Unit/!'d Stares of Brtlzll, Londres. 1910. p. 209.) De acordo com <I mesmo observador. na cidade de Slo P.lulo . ~ multidao de nacionalidades vari3das_ eu «confusa ". apesat da alegria predominance _na maior pane dao; sectores", com ((tra­

balho e !:.'ipa~o para tooos •. Contudo ele achou que 0 trab~lhador. nurn hll!:'u como Sao Paulo, nao gozava de danta liberd.ade e seguran~a. como sob a monarquia constitucional da Gra-Bret~nhh .

.I: intere~nte assinabH'e que, meio seculo antes de Do),(vILl.E·FIFE

outro ingles, WU.lJAM HADfIELD. nao se mQ5.trara as.sim tao optimista quanto lis possibilid~des da imigra .. ~o europeia para 0 Brasil. HADfiELD escreveu em seu livro Brazil and t~ Rivu Pm/! (l ondres. ,869) . «que 0 trabalho escravo constitub. estarvo a um afluxo maior de europeus~ (p. IS). Achava que «os grandts iatifundiatios, cu jas terras, actu~lmente. siio utilizadas apenas em pmc, podcri~m reservat uma parceta das mesmas aos recem-chegados ( ... ) >>

{p. I55}. Quanto as provfndas do Nordeste do Imperio. sua impre5s1o era ~ que a «nalarna » de seu . dima _ 3dapuva..se mais _2 povo como 0 chines do que .lOS eutopeUs •. Achava .linda que oa inuodw;ao lutura de africanos como nabalhadores livres poderia ser muito unl:tJosa- (p. 156).

Bern mais optimista foi W!AIlLts D.E/I,'T. em 1886. No seu livro A Yrat in Bt!lZiI, DENT, desaevendo 0 que vira no vale do .Rio Camapu:lo~, obser­vou que h~via oCSpac;o hastantc para _uma imigrae;ao europeia em larga (:$(:ala para urn 005 c:Umas mais saud.tveis quI': exiStem, como fiCO\! demon.o;.. trado pela colJ)fliza~lio alem3 em Pctr6polis. (p. I3-i). DENT foi precedido em seu optimlsmo por SCULlY.

178

sociedade .nacional - sim: esse6 ~ ja deram, e oolltinuam a dar, rl0t3.veis conlr~buiQ5es pall'a urn desenvolVlimentorotal. com­preensivo e pan.-numano, e nao estmWamente pocrugues, ou sOrnente luso-brasneiro de vak'lres e de e9tilcr; naci.o.nais de vida_ Na. polHica ·ruio ~ sido amm, pols: ,nao exisre • . no BralSliil, urn «voto ·aJemaOJJ ou urn nVQto italiaooll, e. multo ·menos, urn ,<voto negro», <:anO aICOntece 'J'JIOS Eslados U~,

A auseOOa dessas ex'press6es. espedficamellte poUtiCa5, de exclusividade nacional &nico-cukurol, de cetro modo subnaclonal, na polltica· brasiJcira, parece itxticar que, em oosso pais, a tlen­

d&1aia dos grupo5 etnkos ;naclona;is, ou subniacionCliis. em perma­necer afootados como gtUpo'i 'monolft:icoo na c·ultura. e, mesmo, na sociedade nacional. rnOSU'a·se 'muito rnenos V'ilgorooa do que nos Estadocs UniOOs. A reDdenda paora. '0 ofusio'rft;mo etniro e cult.u.-ral tern sido iOO Bmlllil mllito maIi5 decisiva como base para atitudes de significa.;-fro e de e>ep.reSSlo oooionaI, de ordem poiit.ic..l, ou mesmo cultu.l"!a'I. do que nos Estadoo Ull1ri.doIS. - Ou ~ se t:amrarmoS

10 case dos India>., ou dos amerindios, em 'partiru&tr -em Qlgumas Ollitras repubocas ammcalilas, ,naG qU<cis 0 chama.do «,problema indio» wm assumido, .por vezes, -a <Uiligura:;ao de revohas­etnico-<:uoorais IOU, pelo ,menos. de revolta oon.oc~ - oukuoral ou socia)mente 'eltnocena..i.cas - contra os g!NpIl5 brancos ou quase lFaIlCOIS que vern, nessa6ll'cpublicas, deteil100 o.podier". Grupos - os cbes dmninad'on!s brancClS 00 c3UcaOOidts - consider~ por al.§llillS observ~ «oIiga.rquicps)) e are com algumas QaTacberu­

tioas de IIC:tst'aS», mn sua comrposi~ao e Ifn\ seu canportamento. iSl'O .n1l0 quer dizer que 0 Brasil SO"" 00. tonha sido, urn

p.liTaiso comparado com as l'epUblicalS irmas do conllineote ou com as t'I!:aI\i')es nao-americanas <k .estruI!lJ;t'a. nacional $CIl'Ielhante a sua, isto e, forunadas .par e1emeotC6 etnica e culturnllll:flIllte heteroge­neos, dos quais um v~ooa sendo exdusivamente pnxiominante, se nao W\"OIO oIigarquria em1ca, pelo monnc; cu~ral, ocon6mka·, ou .poHtica. 0 que aoonrece, ou vern ac~. IS que no Hiras:il as mais impo::rtaJnres de:laJjuSteS Ie as crises maois agudas ·a!tra:vessadaiS pel.a nar;ao. t&11 sido 00 c.rusados muiro menos por con.f'Dtai mtre pLl'jXlS 6tniC06 rubnaciana·'" - ·ansilOl905 pelo com'T6le da s.itua~ao nacional. 00 agastadof;: poe serem tr~ como lI infemioresll, de-

179

-

v:Jdo a sua ror 00 a sua ra<;a - do que pot:' comlitos entre culru1'2s regionai:s. em con.9Cquencia do isolamen.to. a dcsarticuo\.a~ao -econo.. mica ~, por ~ujnte. da difttcrnoiaI;3o regoioIlaI, de a!.guns de:sses §I'lU,p05 oultUiJ'ais om reJ~o aquM t6:nica e in1:~be Wffiinantts.

Mesmo os an~Rna,: de dasse - mals poderOtS06 no Brasil 00 que os oonflitos raciais - Slflmpre estDVlt"<¥m cia i.nJtertiJg.ados cx:m ootr'O"> tipa'> de desajust'arlYmOOS - ~emt06 inoor~

nais Cl3I1lS«<b; pelo ,isolamenro que tern feitn cam que certos grupos se t.enham .tornado inten.9amente «an:aacn'»> em rel~ Q06 «pro­~» - que OS soaiOlogas disoni.~1'($ y@m concordamdo que tom desa?~os inQr..regiooais foram., Ie aQttb, sao. os mrais cOt.I.u e dramoi!ticOlS, na moderna ~. ou me\hm. lb'>rg<Uliza!;ao social, cultural, econOnOOa. Ie poIltioa do conrjunto brasileiro. Falla ::to Brasil. geogr.1f'icamentr ·iroenso e .~­

temente f~ como se tJem revelado em. SUQ unidade cultural­inclusive Iii poUtica - urn equiHbAo .moor-regional ~, ba­~ em urn pr.mejamento econ6mioo 100 qu:a:.l a indUMa. e a aJgricultJura gejarrn melhor inrer..relaci<>naidas, e me:thoor interligadoos o litoraJ e: OS StTti5es.

o facto e que a s,it1\JtaK;oo mais proxima de ~rra civil que o Brasil ja ~ -de VeL que 0 pais jamQi<; atrav~ uma ~1f'lTa civil an larga escala a:mro a doo Estakb; Unidos. au a cha­mada Revolu~ao Mexicana,. ambas f!rtemente matizadas por COIl­fl.itoI5 dlJ!re ra.;as, 00 travadas a .tim de Jtr.¥Dter" ou alteral" 0 status de urn tnIpo etrtioo particu\oaa', au para, mordlficar 0 t:rnrtaancnro que ~ deveria receber de uma rla~ao au «republica », 0011\0 um todo nacionaJ. - foram mais ronf'lioos entre suibgrupos, regianal­me.trte dilouldados em sua cultura 00 8JI sua acti-viA:bIe (0')00-ffilica . do que entre ~bgrupos @\acioIl!alis» ou C(etm.COl'ill desajustJa... do!; em rel~ a comunidade mcioml. ExmlpIo caractn19llico de ~1.&amonto do prirneiro <tipo foi ~ chama:b «GUfllT3 de Canu-1:b>)I; aISl'illI\tt> do fam090 .)iwo de Euclides cIa C1J!I1oha, Os SertOes.

Os «stt IW~JJ de OTaidos - v.iriI e mbgico subgrupo IKIe­rado pur AnttSniIo Conselhclro, u.m mistico - nao ,formavam tlIm

conjumo etnico c1aramente difuutciado: fl'am. 'l1eSIle parricu.}a:r, urna PQPUlw;io heterogeflea'. Sua unidade ~ na sua situa-

180

\00 regional - no espac;o - e 'DO retardamc:nto h5t6rico - (Je!mpO

- como opopulat;ao isolada daqrurles elementos 'P0Utica e cuktumt. mente dctnina;nres dev.i.dos tanto a 9U3' localiz~o fisica, ern dis­ta.ntJe ·regilo do interior do Brasil, como ,pe1o: fracto de que, assim Nl:Itados, mantinharn, no 9IXu1o XlX, cosrumes e padrOes oulwrais que haviam prevalecido nos s6cukls XV1 e xvu .

Con1Utos aIl1terior~, que ilJgMaralm a vida brasim.a: em rua fo1tie colonial c m,aio;: t~, N ,imperial e, .tinaimente, na republi­cama, fara.rn do m.esm() can\.orer, rom ,uma au duas signiflica.tiva; exrep\'Qe;:. Uma de:mas except;6es, a cbamada Revo]u,;ao MaJ@. l1I3.

Bahia, fui unw. revolta de II"5CI!<1VOf> contra urn grupo, polkic.a, econ6rnicao e Luiturallllt'nte d'cmU.na~; a IreYOlu.-;ao de UIffi su~

grupo que podia ser ("~ como vaga- .minoria nacional ou etm~co-cu1tural, lutatndQ pelos: :geUiS dd~lros rnioocit:h'oos. Foi essra. uma revolm prindpalmente de escravos amcanos (categorioa mea) que.seguiam a, Ie tnao<XnIetaIla (ca<egoria mats cllltw"at do que maio­lla'l) e que, como subgrupo afr<Nllaometano. se sentia oprirrudo pelos cat'6licos bnancos e qU39'! brancai:. Ma;, lJl't!$JDO em casas mm. pode-5e d:i7Jeol" que a categoria, rnaoi<mal ou etnica em seCU!ll.­

daria . ape9>lr de presente,. e que a verdadeUa bage da ocl;ao V'io­lenta dr:sses domiooOOs ("i(:mtl1a grurpos damia'mJ,tI:l; era a rovoka contr~ 0 statu~· ecoo6mko e soci3l que O'i males. como subgrupo corJSciente de 5ua wperiorrlade cultur·al fI!lm rela<;ao a outros sub­grupos de escravos afuiCa0005 consirleraN'alffi ~njusto. Mas seRa it Icmg.=- de ma!5 :aifinnar que os.mal€s. ou outro6 subgrupos no BraWl, agiram, ~\ qualquer epoca - a revolta doe l\Umall'eS, no reculo XVI.

pede aqui ser-recordada - de ma'lleira. siIstmn3(jjrn e ocmtinua. COOlO

grupo, ou sub~upo etnicos, conscientes de direitos «'nacionais'l afri­C3IIl(l&, au am:eriOOios, face a \lima popub~ oomo a brasilffi'a.

~~~o que sempre foi. de9::Ie os dias C'OIoniais, predomi:mnt:e­mente europeta e crista nos aspectos dedsivos eo caracrensticoo de SU41 culrura. qucr p~n3'Ciana1, qua ilacicma1; e ms "e~ deci­sivas e carac~"<l.s de ~ C"OIII~lelltO polinko como pre­-~ao, au 00f\1() na~ao bm&:iLen.

A mrenda de atitude <k ~ma.t.ica e corrtint1a ~o .a.:fri­cana 00 aomerindia a OOminar,:ao europeia .no Bra6il parece Ugar-se ao facto deo qtlle 0 predomIDio ~uropett ffiI A'Dlhica poI'tUguesa

IBI

numca chegou 'C) ser agudamontle exclusM), o::mJO 0 anglo-ameli­c.mo nas areas de colOJlliz~50 anoglo.5ax6nica e, mesmo 0 espa_ mol, «n certas partes da America· ~ Que e9l'a. predorni_ naoncia tenJhQ ex:isnido fila Amernca. POI1n~Q:3 explica' que 0 Brasil, -a despei-to de suas grandes PQPU1~Ot-s mo.europetas, coobmJ~ a ser Ulna' area caracterlmic:apela presmt;a. de uma civiliza.<;ao pre­domiruntmltmte ooropeia e crista: -~, mantida e desen­vWvida, com ntu~Oes ine"iltaveis e ate ~awis - nao .sO por ~t.!I'W!s de europeus mas tarnb6m par desccndelntes de ,n!o­·«!I.llupeus; em sua ~.io et:nica e un suas origm<; cuhurais.

o ITof. Eric Fischer parece ter toda" a !!1arz..ao qu<mdo. em seu The l'assins of the European Age - a Study of the Transfer of Western Civilization and Its Renewal in the Contiaents ('), declara qlue, al6m ida mud:Nll;<J; de centros de pocier poHtico de areas eu.ro­.peias parao n3O<'1\lropeias, vern ocorren:lo ooda uma -transf'er€lIlda gradu:al de cmtTOs CUJlt'Urnts predom-inal1WrneJlte europeus da Eu­ropa JXI ..... palSIeS naO<tlropeus: em .pamrular, para' os pam arne-­~. 0 B~asn e um de.stges paises: 0 oontto da literaturaportu­gue5la', poi" exempJo. 3(waimenne esta iDO Brasil e .nao dTl.ais em Potrugal. E 0 caso bNsile!ro parec.e ser uma finne nog~ao da 1ron'a-mantida l por cerros brancos Ida Africa do SuI -para jus­tilK'3l" SIl-a poIlrica de apartheid - de que, oode umoa popula.-;:ao se mesda etnicarmen'f'e, na'o re ... ta nenhuma. rpossioMhidade para a Sl()bre­vivmcia de uma civil-iza9io eminentrmonte C:l'ucaroide, como aquela deswvolvida pela Europa crista.

o BI'QSiI c 'Il.lOO" ~rea onde Sle desenvolveu uma ciV'iliz~ao flacioml: cujas caracberiseicas decisYvas sao -europeia; ~ sao. tam­

Min - coon todas illS SlIas deiiiciendas - cristas _ cult'lllraJmen~ ~ e 9OcioIogicamen::~ nistis. Isro arpesar de os n5o--euro­pous, em relar;:ao aos CUropeus, virem oondo numc!l"OSU'; desde 0

s:e..:tllo XVI, na popul~ao Irasil:eica, IN qual tambem nao.cristaos v€m 5eII'ldo admitidos em mimero cons:ideravel, natS lHtirnas deca­das. ~ ~ UIIllIa politica de wlerinci'.l religiosa que pOe a prova Q vita-lidade cult'llra-l do cristianBno f3(:e a imigranr.cs mao­rnetamoo. japoneges e judeus.

(lJ Cambridg~. M~ss..1 chuse tt.'l , 1948. e. a tese m~ntjd<l neste Iivro.

18'2

I

I I , i r

Isto nao implica que os br:aIIli.lei!us, pelo 'facto de Sletern por­raOOres, 00 st'Dtioo sociol6gico, d~ uma oM1iz~ao que deve ser coDSider.lda. ern 5elIS tra(.os docisivos, rebenro de uma civim~o crim3. de origem t'lI.Il"Opeira, sejam apenas, e pamvaTrumte, a expres-­sao de urna civili~ Sllbeuropria. Ao cont:rario: des sao, cada vez rnai:s, ultra--.-europeus; e tem desenvoIvido .trnU> ~ moais formas novas, ou nrodif,icada.s, de dvil1iZ3lt;ao ocidlemta,1 InO amtinonte arne­ncano como .~ao. Formas e suw!incia6:: va\o«s c lI'}turais wropeus que em an-as tropLCais amemcanas vern oo-quWialdo 00Y05 il!SpectoS'. As l:0ll'di\6es flskas dessas areas tbn sjdo as prilmeiras a exigir a adapt<lr;ao de "'-arLos desses vakxres e de fonnas-e esti.los de oukura de OOgml europeia a novo amb-i~. 0 pr6prio facto <r a rrr;OOr parte 00 Brasil ser trapicaI, e todo ~le tropical. qlmrit Tropical e p'antropicai em sua' cuitura' naoional. cons-tlitw estinw.lo a difcrenc·~30 .scxiai e 0010.11"301 do& bmsiJeiros: mn reia~io a Europa e a ado~ao, pot brasiJciroEi de v3ri.a5 origens etnicas e cuh:urais - ital.iaino5, alemaes, poloneses, japonegeS, etc. - de maDeir.l5 de VMr e vestir, de OJliml.ria-, de estila; arquftct6rric05, de futmas de ~o e de tendendrasnrusicais que represmtem urn.l adap­tac;aa picxlriraomnJte iniciada par ~ de valores europeus e siwac;Oets tIl"Opicad5. Adapta~i)es batiearlas ~rn experi6n.cias portu~ gtu'sas na Africa tropical e flO Ordenre t7Qpical, anteriol"C'i a colo-­niZ-a90 lw~t-ana do Brasil.

Talvez ist"o eXlplique por ~ue imigrarl'tleS .nao-pormgueses, om­bora capazes de rn'troditzir lila vllricmte brooileira da civilizar;:ao europeia e crista. valores pr6prios de SUJa6 c llilturas-germanismos, iralicismoi;, anglicismos-, ga:Ucismos, e tc. - ven"ham rev.elando a tdl­

dencia patt"a- SIe ronformar com rtmla estnltura luso-bmsilcira ckm:l variam,te de COITelac;3es: 'lMlloa civjliz-al,;ao luso-4:"Opioal de base lusi­rana. E.ssa estrrutura lusrtana no BraBil e um rt'en6meoo naoioIDl e nan regional. Dweo1":iQS 'acrescimos 6tliUcos e culruralis vern enri­queconcb e;.qa t'StnlTUra gem <kstrul-la: a iemaes, ~m Santa Ca-ta­noo e em pa'rte do Rio Gramde do SuJ; itarli3lll~, no Rio Gra:nde do Sui e em Sit) Paulo; poIoneses. no Par:ar.:a: j~. em sao Paulo e agora em parte da re~o I3maz6rrica e iJlQ Nordeste; sIrlo6, tam­hem em sao Paulo - - todos 0SBeS neobrasiJeiI"O& vern concorrendo para Mriquoccr a dvi!iza.-;:30 brasile-i ra. HouYe, na regiao SuI, tem-

183

" "

perada. do 8rasil -peqUMa$ ilt!!n.talWas da parae de urn ou dois ~ grupos etnicos nao-porrugueses: ;pa1'3 ge manterem sepamdos <fa ccmunida:le Iust>brasileira. 00 ~ndta, ou seja, da maior parre da comurridade OIl d vilizae;ao IUOO<tl"opioaI . Mas peQ.,ue­ms e Jn6cuas tentativas.

«CiMi~o luso-tropioab e uma. eXipre:&lo que venho suge­:rrindo porn caracrerizar aquito que me parett uma forma pat'!ticular de comportamento, e tambem \Jm3i lemma pat'IlioJlar do por.trugufs y;jr.S(: ~ no roondo: sua lbuiencia para- prefoir 0'> t.r6pico5 para sua expa,rmo extra~ a .9l1a calp3ddade para penna­necer com exlro ml esp~ e ambimtes ~ais e a Cl'eSCer e mult.iplicar«. £xitt> tooIoto do p:lIltD de vdai rultural como biol6-gio:l, intermedimas: que tern sm, mais que qualquer OUtro eu.l'O­

petJ , entre .l cultlUra wropeia e 3IS oultums tl'Qpicais. como aqueJ.as que mcomraram nra Africa:, Illldia, Mal3si.a e rna pane da Armerioa que se transfonmou no Brasil. Fsta ~o nao pede se.r consi­derClda extrnva,ganre. pais h.a.nnaniza~ com G ,cend&!oia- existenCle eD.tJ'e a1gu.ns historioadum; e soc:i6logos -ITlO(kIlIlQS om d:aI- oa:nooiIes intercOl'lJtlinJentta)) - tal como faz. Oscar Halecki em ~ artigo. .'f.he Place of Ouistendoon lt, -m History of Monkind, opubHoado no loom1 of Word History (I), a regi5es 6tnD:-a e culturaWm.oote inter. ~;a,rias romo a do 'tipo eurasiooo, par exmnplo. Como no CW)

de ,uma conoop(j"iio eumsiana de histOria. a ~ao luso-llI'UpIical de: thlst&ia e sociologia, pal'eao: abrir urn campo de ~udo inteira­mente novo baseado, como e, lJli3KjuHo que 0 Prof. Arnold Toynbee chamia de «C'<IItl}Ja> intel.igfveis do eS'ti\Q)) , cr.iacIos nao pclas na~ individUialmomc. lllilS sim par grandes comwJidacks 00 w lturas que pocbn :sel denolillnad;.v; rrarwnadcmail5. AlMs exist!": joi urn con­criro espedfi.rnmern brasiJleiro e funn,almenlX! sodo16gico do que serja transnational, que esta 56Ildo rak:bptado ,per juristas e nerna­

cionaHsras d!":ntre os marls modtmos. oomo 0 Prof. Mario Pessoa.. Com 0 Brasil Hder em pooondal ~ grande comunidade­

a comunXlade Iuso-tropica:l- pet cebe«. 0 que tOO c~ SUo

gere <k: vitotl1dade cult-ural ,000 00 porruguesa como t!a'mb6m brasi­ma, a aptidao e '3 capacidade que pc:nugtreses 'e bl'asileiros vm

(e) Vol. I, n." 1. Paris, Abril de 1951. 917-50.

' 84

I

~ando para' resistir a terrr.arl"l.ar; de gr'upas etmcos S1\J.bna­cionais, como eel ce.rt'a q><>ea os a4emles ml Santa Catarina', para se const'itufmn nn ·minocias etrucO<:\llturais ~ ao todo nado­nel. Seriar (.'()JIlO \91": estivesge1ll numa saaiedade rirquic3lr1'llellJre plu­ral, onde yaries WUPOS nao sOmcmte fa~ ling.u1a6 difemntes, ~ dif.eren-tes almmntos, U5a9'>fIm roupas d:if('ft;DtI!!'>, babi­t.1fRm tipos di~ de casas e reverenoiassem deumi d.nTentr:'li mas, taffilb6m - 0 que os 'tollll3lria ck to:IoindesejaveWi de urn pooto de vl9ta ,naC'ionat - ·tendeocia para cootr..--iairem uzna. «VORl­

tlade naci.ooal oomumll. ConfQll~ ~, 0 Prof. Eric Walker em ~ livro C%nies. sern e'&\C «vontark camum» nao hoi axnu­nidarlies ou cultn.l!r.!.s prOpri;ammte nacioTJalis (f) , Talis oonta·m.vas da parte de subgrupos alml3es, j~ 00 '(lO~, em levamn 00 Bra&H Ulmta V'ida separadia, comowbgropos que SIe acrediNJV'a!m SU'~rupos - baseados oa mm:a <k somn Illio sOmente diieren­tes. mas sUJX:f'iores 3 collltunaK'hKIe luso-brasileira - tern falhado oompletame:nre: e ja agem seriam ~.uda5. Seria diflctl i(l'Wa urn ~ogo tt«:UI~T m, Amcrka uma sooiedade na.cional que. a dwpeiro do V.a9lO rem.t6rio que ooupa, m vmIade urn subconti­MDte - 9(*, do psico16gica e rulrura!hnente unHicad:a como a, do Brasil de -t:ala portlLguesa. mn !l"eb;:ao ,No 56 a -t:oc:too os sennmen­too e estilos cubrais que formam seAl complexo araciOtliaiI como tm:'JlIbem qnn.nto as form-as deaisivas que 0 mra<:rerizam como 9Ocie­dade e ,n30 apenas cano cuitul'Ol. SociocIade e OIltul'a' que podlem senir de «campo clal'31mwte ~V'el» para 0 ffltUdo hist'6-MO, socidl6gico e sociopsiooJOgko do amjuntt> que fcnnam e que e urn ccmj'WltD, !<116m de rnacionat ~al.

o Brasfi nao esta jgoJado como co~xo soc:»h!i9t6rioo e eco16gi.oo. t pam:, e pa,rte vital, da> gnande corm.lnidade: ruso-nropi­cal. e. como .taI. urn ex«mpJo da. aplka~ que pode ser feita. a mareira die Oscar' Ha·lecki, da tJoOroa do Prof. Toynbee a a.nalises hlw6ricas e molbgicamentc ooncT~ de siW~ regionais. Para Ha1ecki. roqualll'OO ospoucos h!i9toriado:res prOCl\llMtn UIll'idades ~no-res do que os conti~, 00 polo mMoo ~s de seus Umites flsicos. que ~ geTVir como campo c1ar3Jt1len~

(') Cambridge, lnglaterra. '5114, p. 73·

'85

cOmpreenslvel de estudo, e ronstiruam aproxima{iies ou antecipa­t;Oes a trememcb taref.a de uma sfntese mwJdral, os estudiosos das dviliza.r;o.es devem csntdar antffi regiOes do que na-;5es, de modo a melhor comprecmderern <l' (rela-;ao co:nCretla entre 0 homem e a terral), fsta ultlima e recente aiinnativa de tao IUcido .soci610g0 barmorna-SIe pufeitamem.e corn minha ja antiga ~o de que, para COInpttlLder a civUiz:at;io brasileira, e predso C'Oruilider.i-la 0

<maNa romo civiliz-at;,Jo regional mcr; ~icos, )Dlli:m.amence rela­cioDada com outr3LS civj,li7~6t:!s esrabe~a5 e m3!llllidas pelas por­tugue.9f'S em terTa5 'trop;tais. Por c~, como paa1Ie de urn conjuMn vastarIllC!!lJte traMregion~ de sociiOOadrs dina~e nendenres a homoge'OC3.'i. 0 contnirio, .pon::mto. de depend&rias oofoniais., soh 3: fmma de 9OCl'iOOades pIur.;W; ~kadas, que vern resul:tando dos -merodos que ~ e ingleses tern ~ DaIS areas tropiC'ais sob setlS" OOmino>: os de pluralNno ,rl~amtmte para!elo em vez de, como Sf': vern vcriDfcando entre porNgueses, com .r:end&riais a corwergente. Parnlelismo 'sociol6gico que. ao contrano do OlIrtro, toode a tftxar de ser paralelismo, encontran­do-se :rs: tinhas atraves d.a in~ de t."Cni.as e ~ culwl'¥.

56 poderemos comp~r 0 estado X'O.r.Jl dos ~pos n3o-poJ11llguCSt'S Ipol StraS origen<; e na<J suas cu,lwras, preseIltes na oornunidaide brasiJeirn - ~1mente uma com.unidade luso­-brasilcim e palTtle de uma rot~ l~icaI transnational ­COm\) rontr3'St.es 'tr:m;irOrias em fuce do con;unto. 0 conjunto for· mado pcb realidade ~~l, que durante mais de cinco sb:\llos vun se desrnvolvendo ~ de mn 'proasso !,Wdul3.l, em novo t'ipo de civ.iliz~ao -nos -tr6picos. U.ffi3I civ.iliz<M;io que, sendo ~Vlimlente europcia e crista em SU1a6 oaracrerist:iCa5 priincipais,

rno tom procu:rado permanecer, nem pem1l3'llIece, exclusivamente t'\lropeia e ccista ern seus ~ de vida.

Por outro lado, esstiI: aus&xia de exclusividade j~ signifi. coo aqueIe pruralismo socia1 OJ cillruraJ que. baseado em moOV'OS e iIllScioS" 5roi.tQment'e econ6rnioo& ou cstt"ateg.icos au 6tnicos de europeus dominraiore:s de :W-eas tropiaaDs, ~ 0 f~6meno que perspicaz analista ingl~ dos prob:leJroos roloniads "llO'i trOpicos asi<i­ticos, J. S. Funmva.Jl, descreve como uana lI.'~ociedai!k plu'l't;1,h: a socledade iplural na qua! di-ferenbes comunidades viV'iam bdo a

186

lado. ma6 Slep~arr.eme. l1ao tendo inteteSS1eS comuns. a NO gef

ode rodos ganhartm dinheiro, un> m.ais, 0IJtm> menos (~). _0 gee­men do aparthf?id.

Tend&ncias a 'IJ)m Tdarivo plllJl'laWmo nao tern estado de todo ausentes dOS" esfoo;os da colonizar;ao portugu.esa lOS trOplc06'. Mes:mo hoje em mao, sao v:tsi",-ris em certi> subareas do cmjunto ~I que mclu.i mntonios tropicaois em otlo difermtes pams do mundo. M<lS 3' verdade e que tais ttmd800ias numca chegaram nen ohegam hoje ao POOIto de obsoJ'1'eCeT. em qualquer dessas :9UM~, uana caracreri9tlica comum 'a 1'oda5 clas: a tendtmcia para convergirem numal umdade fundamental - -tIal'ttD soc.i:a.l oom(l psi· col6gica - a despeKo daquilo que os etn~afus .poderiam consi­<terar, caup:mando as difer~ de 00I11pJ9ic;ao ~. e mesmo config\r.tt;Oes de ooltuTa nes.sas v4rias subareas Iuso-tropicais. ('(l[DI)

sendo ((JJlOISa!iC05 multicores de di.v~)). No proprio Brasil nao M convergeooila absoJulla de e1tt1'ias e die cult\ll\1S em todas '3'S suas s'll!bareas. Per.si~ 'D'IJma au noutra 3l!~ plutralismo ou algum paraleliwno. Mas sao exc~Oes .a ~ancia geral que se incma a con-vergencOO-. atJ'IaIVc!s da fn~ de Cltnias e de culturas. ~, par esge me.io. urn como padrio COII1\Im.

F.*. padrao <:OmlUm deruva, do faxo de que tais sociedades lU504ropicafs (e 0 Brasil e 0'1 mads a<v~ de todas, ecan6mica ou cultura~mente falando, a&!Jim como a mms amaduTeoida ponti­camente) correspondem ja. emboraJ imperflf.'litlamente, aquda con­di~ao <{Ya!!.Ie ideal para 0 degenvolvimento numano e social nos tr6picos -de6envolvi.n1em:o, e. claro. do ponto de ~ atrOpeU

e ba6eado nurna corJcq>e;10 europeita de pIogle5S0 - descrita, pelo Bra£. Eric A. Walker, e'm seu exooomtle ~jo sobre Colonies, ja mencionaOO. f$a oondi.<;ao quase imm se 1f."Sta£rTi'.l tomando possfvel pela existencia - conf"-otmIC admire 0 citado al\I.,t',or e como vern soodo confinnado pela realicb:le da cMliza.;ao iuoo-trapica.l de nfJSSOS dia5 -----de «SJOciedades mGas» que ~;am bast!a:nte bo:llOg'!­!leas porque iSIOOS vari05 gt'IpoG rac.fais pet·tetkXml a 'IneSmt.1J civili­zac;ao e t6m as rnesmas mehs fundamentais, itndepenOenremente

(11 1. s. Fmll'>rvALl, CQlonial Po/icy and Practice. A Comparatit't Swdy 01 Burma and Nethf"rlancs India . Cambridge. lnglatem, 1918.

187

de soo. pigmen~ ou do fatio de seu nariz. fSSla ... feliz ~)), ~, "ai'Ilda e muiOO rara:». E1a se comrap6e a sinua~ao daqudas sociedades tr'OJXCatS sob inlJuencia ruropeia, que comis.­tern ((em grupm malis' ou meJJ05 aQitOCOlllscionmr>, comUtmmemte

diferenciados Mtre si pot cores ~. que 'flmCam river v.Klas separada& dentro de urn !.i,moo arcabou~ polftico». Parece·me que o Prof. Walker ·tern Tazlo qlQIlo gmo-alim que «a oor 00' pete e 0 prob1.errua, mundial de mitoias tl'amladado em 'k1'ITl06 tropi. caii., com e9t!a <tiferen~: <l'le em Il"tJUitas roI6nTas 25 c1a<ises apri. midas COJl9ti'tUt'm a' m'Mcria (')n.

A posi<;ao de minorias ethica5 C!m. rtmIrta> de cor 0\1 de rac;a llWlCa foi p~ grave no B~, nlCl!> dias pre..mciomis ou nos mcionais; e si.m problema de meoor im~cia. Probliema 9OCia<1 e pontic~ ~icailtt, mtbora ~ ~nha pa' vez:es feico sel1tir entre nOs. Nas sociedades ha pouco ~as, estaIbele-­em e a! desenvolvidas ~ de <XJeXi«&ria; paralelas peios wropeus 'nos tropkC"l'> e em :A~ta5 repUolic:m Jatino--ameri.calnas imlls do 8rar;liJ, I() «problema Indro» - 0 problrema do!; .arlw:rindios face a'O desenvolvimemo 'n'3.c.ioroal de pa!i'ses comb 0 Peru, a Bolivia, o Eqllador - tm1 pm vezes ~ fonnaiS dram3ticas. sendo que as ~Ci(s entre gr:upos ~ se 1&n tr.msformado ~. 9fmao em moti.VQ~, 001. combusti'vei. para gtJm1aS civis e parca: I'e'V'O­

Iu.;15es sangrt'flllas. No BrasrI, a as9imU~ao iocompl6t'a. mas consi. deravei nQ'O sOmeme cia; amerindlos, mas rtamMm de negros airl. amos, em uma sociedade IfIacionaJ c-ujoo ·~ ~ vern 9Mdo os C'Ultural e psicologicamente '}X)r1lU.guroes e 0""i;t3~, tml-5e p~ ressado. q\la5Ie st'Impre, de modo rebt~ suave e padtico. emborn nao tenh"m Slidb dJetodto T'aTOS nornplos de coruflirtns cuJ. rurais e rutas de da~. nos qU<¥is 0 am'3gonismo racial ge trnDa. fuiJto sentir; e de oWu.90s de IDdigMas pot «civiidzadu<;». Nal polfrica irasileirn, porro., nllnca lim probIem;a- .~tcme:n~ ecmco geaipresontou como questao ~, it Sleltl1dha!"lQl do «pr0-

blema indton 00 ~ru, 00 Mexico, m. BolIvia e 0UtnIIS repl1blica6 latino-arnericanas. A prOpria manoira pacifica com que S1e fez a

(.) Idem, p. 7L

188

aOOli~ao da escr.widJeo no Brasil e ~ oonhecida par tQdo& os I":StUdi0905 daJ hist6ni.3 socml da Alrn6I1ica l.abioa.

Quanto ao problema da6 «mimr,iaso alema. polonesa e jap>­

nesa. wmnte a Segunda Grande OueJUla, 0 que houve fo:i. rna·is uma sene de ooruativas deliberada. da. parte des pode:ros nazi.Jta e par'3"

faa::ista" de <Hplicar, no nCf>SO palfs, re;:es narzrlstas, ~ra pon­licarnente ~-a J.i<bs em outms oire:as' orwie as Ifninorias etnicas ja se tiivessem corstitufdo grupos ~, do que problem\! cdado par ccmdi~Olos trasiJ,eiras. e: verdade que emalgurnas: suh-regiiSes do Sui db paas, pa'I'lt!idu<; politicos, ou elemmta; desilCS parrtidos. arnes de 1937 vinham tratanm de:itore5 de origan aie.rna 0\1 de proo'!'"

d&ncia itaHana como «(eleitt>resalem.acs» au «elmtOre5 itali>anosn. Atraves de mwml'lri.arios cb mesma~, tais eJcitt:fts votlrvam com 0 Go\.wro, 000 sent redramarem mOOs para sell grupo. cuI· tural mais do que otnico, rerrtoi priva~os que 'Ilormalmtlr¥te. e de aconb com 'a5 anais genufill3S ,ta1adiaYOeS ·brasileiras nao lMs deve­riarn seT co:m:edidos: 0 direitD. per 'exemplo. de terr:m suas pro­prias escolil!>, onde 0 .msiTIO fOSl!lle millistNdo exclusivaInmre em Sll"!'U idDma naci.orla1. Parnlel:ismo do picc. Mas circunscrito a 9.IM­~ tao peqoenat; que nao ge tnn"JoIU problema auc:ional grarve.

Quranrl'o urn :regi-me, sanao parafastista. confonne alguns de 9!'!lIS critiro:ls. pelo -mcnoo. "OWOOritaJOO, SIe ~ ern 1937. sob a ohcna de Got.Ulio VaTgatS, indopendrmte de ekiotores de qualq:uer ~. eXoeoJtQU no SUI do Br-as:il-oom a cobbom;lo do Exer­cito - umtal poUtica :rracianalistla que talYe'Z. ap~ ooguns eX'CtS50S, mas q\re {oi ~m pam 0 desenvoiV'imenro do pais como cornunirla:Qe in·transilgentem~ nackmal. Inspirou-se e;sa

polftica Da: ~Iha ter«lencia Jooo-tropical .para; JX¥lb;3es: 00 all­turas predominamternetllte. iWlda que MO IeXd~ de ori­gem ~, e9tabclecidas 'nOS trOpKos. otmOO a lingua. portu­guesa como Ifngua gemI, quer p:re.mcioml. quer 'IlraCionaI. filrma­rem .'Ala. unidade cultural a base da \ldopf;ao de urn o;:m!UOlO de valores e de eslilos de vidal comuns,aos qlU'ais se adaptassem ad'V'ell­ticios au elemenrus de outras origms, que!" 6tnicas, quer cuhurais. £ como 0 SrCKiiI. ~ se tbenvolvmOO em ClaI;3D espalhada sabre va6tD ~ quase {odo tropical.

A polmca ·nadonaJista evitou que a1mtaes • . poloneses, japo-

189

JlCSleS eitalimos tivessem escola'> ,MS quais 0 ensino fosse todo rnlnNrado em suas propr1as lIDguas como Sl'! cstive9SeJl\ .nao no BraSliI, mas sim <:ada urn ~ subgnupos, em territ6rio niio<hrasi­leiro. Ouna.s medidas foram Intlab; sendo a1~ dela5 por

de . mais sevtraS au rigidas em s.ua. e~ rigida. Tinham par finalidade a. rt:entativa de desooraazar completa e vJolcn~ bra­

~ de origem nao-~ de ooas oultur.as mat\"n'la6. Evi­donte exagero. Puis eram e sao cuJrura5 caparz.es de oonttibuir, dt:htro da; nm1tes I"a:zoovets, Ipara 0 mr1quecimerltO - ~ de OlIhuras sul>mgionais, tempera<hs flOC esta ou aquela rulwra nan­-portuguesa - da cu'lrura nadcmal, pan.-brasiloin, do Brasill. Ana­l~s e intbprete'S <h$sa cultlltla geral, paD-bra<iJeira, e que a con­s&arn cornhiJJa.r;ao paI'ticulaJ'ITlledlte rfeliz de .om tipo pUmico da ctviliza r;ao ouropeia e crusta com culturas tIrOpicais, como as arne­rindias e a<l afuOC:r.nas, ge'fI1 pn.1t:fuderem que 'a me5tl1a dewa ser exclusivameote OU qU'35e exclusj:v~ ~esG. e crista, MO dci xarm de reconhece:r como a na~o brasil:cim pode heneficiar".-se de wna- participac;ao 'maS"s liv.rY!, 1\0 9ft! desenvolvirtwnto cukurat de braS'ileiros de origens n3o-llUsita!nas e, mesrno de br~leitos n~o­-cristaos, i9to e, budistGS, moomet;nn;, judeus. A urUca rest~ao SL'ria cc:mtra os nao-portugueses. e 'na~ que exigissem 0

djrejro de vi\"~ desJigados da comunidade LuSO-nroplcal que 0

Brasil Vm1 sondo hii tl'I:Ji<; de qualro s600bi com wn idiom'), .nacio­nal e aQ"a!Ves de proces:su5 MsicU'> de ~ao de curopoos 'aos trOpic os, que 0 tempo jii mootrou serem ,icIiIo:ma e ~ socio-

100000000te v;i lidos para a orgaoni2la~ doo bra&iJciros ern Va5to sNttna nadon.al

De ,modo geraJ, essa 'aco~ao ja foi aJc<ml;ada de forma bastance satisfatOria . Os primriros grupos de f'Ul"OpmlS nao.portu­gueses '<II S(! e5ltaibelecttem no Brasil cedo revt'damm a tenrl&1da ou

atJitude-as exceps:5es MO invalidam a regra- geral.- 'para adopta­rem vaJores doo }IN)-ttupicais. '35Sim <Dl1lI() .gelIS metodos de Voiver e de lidar com a na;t\u"'eZ$ tropical , com ~ulaifJe5 tropicais e COOl cutturas humanas tropicais. E a6Sim agirxIo, Iillgun'; de~ vern cxnseguindo mtroduzir it.al~, germanismos, angHcismos, gaJi­aGnos, ,na cult"llra bras-ileira" de modo qU>e SIe :vern moorraDdo cola­boradores \"a~iosos para 0 ~nriquecimenQ) dessa mesma c ultura,

190

! I

sem lovarem a sociedade brastleira ao potigooo exCleQiO do !<plura­lismo p.3.calelo\\ - germen do apartheid; e sem introduzin:m na poli~ca brasileirm Mhito igualrn~e perigooo, de grtIJ'Cl5 et.nico­-cuh:umis vo.r:."lrt"l1l sblidameote. de urn modo ou de ooltra, como gropos (InackmaiS» ou estri·t.amcnte emoc8ntricoo.

Alias, e inrert"SS3llte assinalar-se que brasileiros de origem ita­liana, par exomplo, tao ·numerosos no Estado de S30 Fa/Illo e em partes do Rio GralrlQe do SuI, em rugal" de se conrerm-arem em urn sO partido palmeo . ou em vOf:lr roroo urn gAl'PO monolitico, tem-se ~Ihado em varios -parrtidos ,a ponoo de p~ totalmemte ~~l Hgar 0 !Cvoto ita;liaIno!J, 00 Bra:sil moderno, a quaJquer tendef1lcia a ql.lalquer ~a poHtiat .parGa.dar. A1&'lllS brasi~

lciros de origem iralia·flIa sao ronserVlaidares ~ tiveram. por a\.gurn tempo, como sal representante du·~ «IKE. depu('ado, e no tim da vida Embaixador do Brasil '11'iI! BelgK:3', Girilo ]U'IlIior, brilh.mte advogado e e!()q"J."e"Dte orador. que presidio durarne algum tm1po a Ca.mara dos Deputadoo com 0 tarto e a finesse de urn cardeal itIaliano ~ntiJnamleoJl'te familiariz,ado com as mads ca.racterlsticas sub\iJoezas Hnguisticas luso-tropicais, asskn como com as yanam-C'S JEoolOgioas do COOlporta'rrl'eTlto dios br-asi~eiros m s vams regl5es do pais. N~ ponto ele reve La·uro MUlier - brasikrlro de oogml

alemii - camo pred~ .005 prtmeiros dias <b tq)liblic:a Filho de modestos coloJ)Q'i alemaes, narurru. die Santa. Catarina, Lauro MUlier rapidalmrotc se transformou num politico tio astuto e tao brasileiro 'mIlS :9U3S manhas como se ,tivesse nascido fl'3 Bahia,. Durante I3'noo. foi uma ccpossioolidade presidelriahl . ll!film como Davdd Gmlpista - brasiJ.ci,i'o fitho de judeu aimnao e, pot" a1tvrn tmlpo, I1l6IIlbro cornpea-mf$imo do Congraso Nacional, que reve­lou, tam"bem. seu ~lento politico no cargo de Ministro da Fawmda. Ambos <mdaor.am TOOt-to pE'flO de st'!" ca~ a Pres"iOOncia· da RepUMica e de S'e toroorem Preside'l1t1C5 de urn Brasll que souberam romprmnder. <lmar e servir. E, em ambos os oaoos, a c~ao de mhos de cok;:mos 'n.io-portugu65leS, em Didt ;nf!u.ju para que 00-X3S'ien1 de chegar a, postos e minentes na vida publica do pais_

E vttdad.e que brasileir"os fithos de rolone6 nao-portugueses e que acruam .nit politica, OIl me:.9mO na vida il¥Justrial e comc:I"Ciai da n~o, tern em alguns Ca!SOS, TeYolado falta de maiores escru-

191

l __________________ _

I

I

pub; fllOI'3!ti: 0 q\le 1he'S vern dmdo a ~o de serem moral 00 etnkamenrte inf~s. Isto foi verdade rom relaor;ao a 'adgulllS fk:ls mais ~ Ifderes cit: gnq>a; pWnoos da Rqldblica. de 1930: brastleiros cam soibrmoJru5 ooo,pol1tlUigUeses. que se fizleIram pelo reveTSlO de espfrito pUblico ou da mais elementar 6tica poll­rim: e dt:ada>, par crit6rioS' le\nlanos, como exemplos de que os fij.lhos de lIimigmntrs» sao gem-pre mc.Wm1f!lltle ·iDmiores :aros: {,Ihas das velhas falffiilias em actividades de nao sO ,uderes rpo-litiCQ'> C()IDO

de negociantrs 00 de pioneiros nJustriais. ~ claro que os fmXll5 de imirwantes que !il!guC!ll ta:is c3.ffl!ims sao mais 'livt?s do que os mhos das velhas e conheoidas famr1iac> quanta a <"eIit'af> resni~

m()l'ais que acttJt:m'l sabre os hOOQlS profu:nrda!monte enrnizadas em sua", cidadJ!os, 'paiges OIl rogiOes. Alguns ~leims tendo deixado de ~frtr a saud3vel mtlU&K1a <b padroes. 0'1XlIIaIis do . sw. gnIpo n'aciorrai de origem, sent 1l'rem adquirido a etIica ou a moral da nova· patria oomam« homens de t:r'aJGr;i1o. Sucumbem ficilmente as tentat;5es que cercam os Im-es rpoUticos. industriais e comer­dais lila m.se - taanbem fage de transM;lo-de rapida indumiali­zac;ao como a que 0 Brasil vern atra~ nas: llltimas decadas.

Seria, contudio, injW>tD ~-se a generaliza<;ao de que os f1lhos de itniwame;, quando empenhaJdos em taris actividades, agem semp-e deotro de padrOes morais elnicamente inferiores. Inu­meros ex:emrplos em conmh'lio podem ser avocados. 0 de homens como 0 Dr. Raul PiHa:. filho ~ roJonos italianos que, durante t1'W.itoo anos, foi grande Hder poHnoo, urn brasileiro notavel pe1a sua mnegridade 1I'I"tOra1, quer <nnD oidadao par.ticular, qua como politrlco e munbro do. C~ Nadonal. Exemplos dema eipCde Silo tao n.une:t'OS06 como aqueles de hocnens <b «tipo de ¢l'an9i~ao» que para congeguir fortuna ;t'II)S negOOios, na industria ou ita poli­ticot. nao hesit.;an em praticar velharca:rias 00 patifarias. fm reb­~iio a ~ ~o e pred:so nao esqruec:eo que lu::trnen5 do tipo parol~co de traJ'G\ao tem 9.argido taIllhbn ~ bm!li.ieH-os de amiga origem port:u:guesa, oriundos das provincias agrari'<fi 00 pas­toris do Nordeste ou do Brasiol central: e que, vindos para as cen~ tro,<; industriais do Sui do pals, l"CSVa!Jam nos truSma> desmandai dos filhos de !migmn~ eu:ropeuos. sao todn5 vitimas do mesmo ambien(e para 6los esttanho, da· ~ aus6ncia dos contr6Ies

19'.l

marais a que est:warn haibituaOas SIlas faJInflia5 provindarnas. Con­troles muito mals poderosos 'rrum amt.fente <meestral do que em outro I!lOVO estranho.

Aqui nos defroma:mos com urn problema que nao e peculiar ao Brasil, nl«'> comum a todas as comunidades em que a mama do> filhos de imigrantes atravessem periOOo de tr.msi~o que seja, .10 mesmo tempo. de z;:sj.mila\ao incomp1eta. do adventicio pelo mero. AssVrrI sendo, em lugar de gef'eIm posi'triva; no papel que mpresentam na ~ e na poHtica do pais, par-a eles, novo. alguns se tomatn famosos pelas SIlas 3ICt'ividades neg:nivas: nega­tivas sob 0 ponto de visra otico.

Ao 1idar com problemas 9'nelhantes - aquele dos jrni.grantes incompk-tamente assimilados que se ·tern tornado gonasters nos Estados U'll'iOOs, 0 Prof. Max ~ol1 assimla IfITIl l/1'teligente paglna mre 0 3SJSUnto, que alguns deks «se tomaram amerlC3flOS QIllteS

mesmo de serem italianos, sendo asrnn lazrgamente inc:orroen.tes da dvili~ao de sua terra de origem pdo facro de nao renm , na ltalia, pae:;sado de rUsticos camponeses», e 9Ugt'Jre que, «para- des, Milao seria- uma cidade tao estrangeira como Nova lorque>J, Quantx>

a «gegunda gern.;:ao)) - i9to e, a primeira gorat,:ao de amNicaoos nascXlas de pais italiaoos -, os especialisrz no assunoo v&n obf,er­

vande que um:a carreira politrlca regular, 9f:InIdo parra des, extre­mamente dilfdL porque teriam de agir «dcntro de maquinas niti­darnente judaicas ou ir.la'l1des.a5», explka-se que indivfduos com essa voc~o rom rerorrido a ~ irregu~ de se tomarem Ude­res parapolhicos. Dai suas tentali'V'a5 de obr.e.- ~xito por meios irre­gularisshnos. Felizmente. no Brasil, nunca rivemos. na poIitica elcitoril , fffllaqumas» juda<i.cas 00 irJa.ndIesa5; e as filhos de imi­grantes nao-pol"lrugtle5eS tem, alCtUa'J.menore, amplas oportunidades de alCl!)(;'at" alras ~Oes de Jidtran<;a, nao sOmeJlte na carreira poIltica. mas tamb6m nas carreiras edesis~'tica , militar. tecnica e romerda:l.

lsto explic3i 0 ntimero sempre maOOr' de famflias nlo-portu­

guesas ·ms «cvlunas sociais!! dn<> jomJais; e laI11bCrn 0 mimero cres­ccnte de tais nom~ entre os ,~ do Congresso Naciona1 e no ~~ diplomatico l:nsileiro; e, ainda, no berato, na A~ na'lJtica e na Ma,rinha - em cufa oficialidade, duram.t:r: algum

13 • TRO\'lCOS 193

.

tempo, sO tinh:am ingresso 0tS ncrnes estrangtiros ari:soocra·ocos como os Von Hoonholtz. ao lado de velhos .n~ portugue;es como Saldanha da G3ffl3 . Isto explica, iguai:mmJite. 0 grande mimero de bispos da Jgreja Cat6lic.1. Roma,na brnsildra que sao filhoo e neros de imigrantes nao-portugtJl(;'!9('S e allgum de humilde origem ~I. que v&n COI"l.geguindo .ukrapassar, itIIeSr3! e em oo·tr.'115 posi­

.:;5e:s de lideran~a e de aut<:llidade os doscen:iwJtes da velha arism. cracia agciria au urooOOi de oti~ iberica. as -rez.es - como no caso do primeiro cardeal da America Lalbina. que ~ra UIlI\ brasi­}eiro de velha bnflia per;rt<Cmbucma - com urn (ndio ou arntrin-00, ~. cacique all cnpi.tao, Mtre seu> omcestra.<i5.

Fiihos e neros de im6gran~ modtsoos ;rem chegado e chegam rnp~e, no Brasil de ho;e, a lideranQa 00 comer-aio, na irldU:s.­tria e'), m politica, 00 reJigiao, na· imprema; na medicina, homens c.uno wtz; na ~ncia, como cesar Lattes; ata arte. como O nd2do Portilml'ri; na a rq.'uKootu·na, como Henrique Mindlin; na mUska, como MigtKXle. E tamb6m -a~ .prtcmiOOnd a na literarum.,

uma actividade na qual alg:um deles vern so~uj'ardo os dtscen,.

delliteS de yelhrus famf.H.as J·UoSttanas, como me:snres das .9Ubtilezas do idioma· portugu&;, muftoo como if:HOIogos, ourtros como artistaf; lite­rarios. Quase no mesmo ru'vel de urn MaclYadro de A'liis - 0 ~ ti('cionist!a que 0 Brasil produziu. que em de a9CeDdencia portu­guesa, mas tam'bem africaoo em su·a oondi~o eouca, e plebeu em !:U.l; origem social. - hoi agora, :na hteratura brasilera, mu.i.tos QUIto­

res de origem nao-porliuguesa que ~o rontribwndo greondenn~ para Q tlr.m9fOJlmac,:ao da lingua portuguesa llIIJ'lTJ dos maiores idio­mas lkerarios do mundo modenno: Augusto Meyer, erudito e entu­

siawco 3Il'alista dos cla.ss.icos portlUgueses; Viana Moog, oovebsta

(1' ) No capitulo «Industria. COID~rcio e Finan~as~ do seu livro Brazil (obr" colectiva o rganizada por LAWRENCL F. HILL, BERKELEY e Los ANCELES.

1917) , 0 Prof. F~EDEJUC \VILLIAM GAtaEII.T escreve quanta .\ rela~o enlre a

imigratio e a indunr ia liza~o no Brasil moderno: ..0 fmpec.o industrial do s~10 xx resultou ua superprodw;:ao do caft!, a quaillberou grande numero de trabalhadores que se voltaram para a indUstria ( ... ). ~ A medida que a onda imigrat6ria proveniC' nte dOl Europa n azia mOlls mbalhadores. e a medida. tambl!m, que a!. ferrovias e estradu enm constJuidas e abuod.antes

194

I I ; •

e ecsaista: Menotti dd Picch,ia·, poeta, e como poeta. nacionalism; Augusto Frederico Schmidt . outro poeta de a lcance rant'O nadonat como u'fl iv"ersa~: sergio Millie!, cri~co Im ario; Marcos K"O'llder, jovem poeorJo; Gastao Cruls, ttovcJista q\le se especializou t anto em

aiSSuntos dOl regiao amaz6nica como na am,Hise da SlOC'iedade bur· glreSa do ruo, 113> primeira TIlt'1:ade do seoolo xx; Raul Bopp. ootro espa:ialista om aGSW)tos da Ama'lfmia que elJ;1olteceu em bon<; versos modernlsta.s: tao bons quanta Ol'i do bra.s:i:l<'liri~ paulista e mulato _ Mano de Andr.ade sabre Belo Horizonte.

Quando a wmila.;ao val. ao pcmto de lincluir a litfr.Jl\lrn da

especie m"3ls lin ea< e intima, isla stgni:f.ica que br.DJriros de cI'i~ OOl'opeia nao-portJuguesa de faoro se estao Itransformarnoo em nova fo.n;a lIla vid"a- e na cu ~tura de IflCl'SO .p ... ao lado des descondmtes de pot1l1gtl(scs, ameriOOios II! negra;; e emprega!ll:b i.nmumentos de expre5l5ilo p:rura eles rvvos. como a Jingua e a tradio;lo llrica portuguesa com urn dOmlnio, sobre ~ lmgua e urma sensibiHd'ade a essa tradh;.ao, iguais aas dos brasileiros de or.igem lusitana e llao 90 netos como ttU.tnC'!tos de bramtl'!iros enraiz'ados ha skukls no

Brasil.

fontes de {oTl;a el(ctrio cram utilizadas. as indl'lstrias se multiplkaram e novGS e importantes merrados se desen\·olver3m. (pp. 254·5)·

Visitando 0 Brasil na ultima decada do seculo XIX. M.~ruIlIN M . BALI,.OU

teve a impressao que ns imigranles italianos oao eram do tipo mais dese. j.hcl, scndo que muitos deles .d,wam muito tTab.alho a poHci.a_ (Equatorial America, Boston e Nova lorque, '892. p. 163). Uma geneuliza~o prcdpi­tada mas cuacten sti c.a da atitudc de algulLi angio-s.al(Qes que, n.aquela al tu ra .

eram hO!itis ilo imignu;10 italiana. A verdade e que 05 jrnigrantes it.alian05 se constitufnm ekmento valioslssimo para .a vJda brasileira, mostrando uma pl.asticid.-.de de ad;;pta(:.io ~ condil;lles tropica.is que perdi3 sbmente p.ara aque!a dos portugums.

195

-------------- --.- -,. "i

o

XI

o BRASILEIRO COMO TIPO NACIONAL

E HOMEM EUROTROPICAL

que aqui se apresenta, em tra~os que, par exptimirem urn difidl esf~o de sfntese, podem rewalar por vezes em extrernos de si!mplifica~ao, e simples tenrta'tiva de

resunw do que vern sendo a cresceI1Jte def~ao, no BrasH, no tempo hi'itoru:o de u-rn tipo IlIacio~ de homem projectado sobre 0 actU31i

e sobre 0 futuro. Defini~ao que vern irnpo:rtando ooma camo swpe­tw;ao de urn tipo ·nadonal de homem que se definisse em tennos raciais e em termos supra-raciais. Numa meta-ra.-;:a-. Numa alerrHa~a.

Porque esta e a principal caracter(stica do braslWO como tipo ·nadona.l de homem: ser crescemtemente supra-rncial. Meta­-racial. AD mesmo tempo, urn exemplo de homem que, aBSIim meta-rao:::ial, desenrvolve a maior civiliza~ao moderna em esp~ tropic all.

Inclui esse tip<> rupra-racial ou meta-racial de homem situGdo no tr6pico sua crescente morenrdade que nao exdui, entretanto, brasileiros de aspecto nordico, lQuros e clams, da ca~goria de auten­ticos brasileiros. Indui sua harununiza"Yao, tambt':m crescente, com a sua condk:ao de homem siruado principalmente nurna ecologia

323

tropicaL Indui sua tambem crescente con:[email protected] de cOnciliar, no toempo - como set' national sit!Uado no tempo - tempo vivido, tempo presentemente vivido e tempo a .sec vivido. Tris (emp05, que, em sua ,~ 00 em sua {u&io diIllmica, ~, para 0: br~lelro de hoje, urn ~ <tribio, lI1ao lhe repugnando nero a experienda do pas!'ado ·J)C'l'll1 a preooupa-;30 com 0 fu,turn, pe1a sO ade<>OO ;a. uma vi\i&ncia -actual que f<llSge uan vivt!r geparado dos <lois autr05.

Hoi urn tipo jii nacional de hom.em brasHeiro para 0 qual vern

convergindo varios subtipos regiooais que podemos consider-ar basicos na forma<;ao - que ra-inda se procosa. - desse tipo bio-socio­cuLtural totaL Esse tipo - pen5atnOS a1'guns - no .seu aspecto bio-16gko. e menos uma' sint'eSe racial que uma sfmese ultra-rada~:

urn3- m~a. Uma alem...,al,;a. Toll hornem, tal meta..ra~a, tal rociedade, oral cultur?, tal tipo,

apresentam semelhailll,;as <om ou{ros ,tirpos nadcmais. Mas sua, sin­

gularidade, como t!po que possa ser denominadonacional. nao e apen.as urn mita, embora tenha a~guma coisa de mito e ate de fkc;ao como todo tipo dos chamados nacionais. Nao ba fantasia em pretendetr-se harvet ja uma singuJ.aridade bl1asileira que se exprime num tipo geraJ. de brasileiro - 0 pan-brasWeiro, chOlme-­mo-Io ;w;irn - caracrerizado por urn conjWllO de modos, que Ihe sao peculiareo:;, de aOOar, de fabr, de rorrir; lIor tpreferencias gerais, adma das regionais, algumas dessas regionais s~o muito expres­sivas, de paladar; por urna general~ade de a!.1pt'Cto ffsko mal'C'ada peda predominancia de morcrrros .9Obre individl.l.QS de elDia pura, de

dionisiacos sobre apoHneos. rom essas predom~nancias de modo aIgum significando exclusividade absolu.ta de aspeotos e de modos de cornpont.vnento que exoluam os cont:ri.rios au d!em .2 esses coon-arias., 0 cariorer de aspwoos e ~tl<IITrenta; arntibrasiJeiros. Ha brmlileiros ruivos - nord:icam1OlYOe miNos, M:e - sent que a

~ ~ cnrresponda SlCUrlIpre 0 modo de compoortaaMmto .a.po­Imeo ~ ordinaria 3:'i9OCiado ao ot!po tt.cdioo do mesmo modo que hli. brasUriros ~ pele pret!a de urn compexitallcllto antt'S apolinoo - 0 <los ing!e:gs classiro; - que dOOnisiaco, como ° da mama de negra> amca.nos. Recordo tres excmplo5: 0 Arcebispo nom Sil­verio, 0 psiqttiatra Julian) Moreim, 0 engrenhieiro Teodoro Sam-

paio. Enqu3!Ilto ° brasileiro de oriwm n:JrIk-<europera Gennaoo Hasslocker foi urn quase puro dionisiaco.

Essa pluralidade an~gka de a:;pecros fisicos, cromaticoo. bios.sociais, e caracta"~ica do brasueiro sem que falte ao homem, siru.ado em esP<l9> tao Va9JO como 0 do Br.asil - c:omiderado esse homem menos COmo indMduo 'biol6gko ou romo aparenc:fa. etnk:a ou cromarica do que como pessoa no seotido sociol6gicu dOl. expres­sao - uma unidade geral que ~ ao ob6lorvadoc, ~se de gente, isto e, de homem. espalhado em sub-regi5es divet5as de urn tio vasto espaC;o continental, embora quase todo de fa,yorivel

a essa unidade pela 9Ua ao:ti~, qU3S1e toda. de tropical e de ~ tropical. CondM;:ao it qual pen9a'Ill alguns que iSle vern juntanOO, na<;

sub·regi6es fi sicamente nao-tropicais, a· sbtua<;:ao sociocultutal ou psM:oculturai de sub-regi5cs ·tropicalizadas por contagio com as sublTopicais e tropicais, em crescente proce.sso de identifica.;ao­segundo pa-re<ee a alguns <rllali5tas do assunto - com uma cultura nadonal brasileira de vivencias e convivoodas predamin3.'l1temente tropicais piN'a 0 Homem m ais: impregnado oem cu&nwa_

o homem viYente e corrvivente nl0 pock ser deftnido apenas em ,termos abstractos, matema.ricos, estatisticos. Predsamos de IlO6

defrontar com 0 que mele SIeja 0 qu e Unamuno chamava «came e OSSOJ>. Pnrisamos de considera-io, 0 rnais posslve). na sua totatidade bio-sodorukural: nao sO 0 SIel que perY>a~ sente, sonha. !alar, ft, reza, dan~a. fabcica, pinta, toca viola, fuma disting\dndo-se, por essas aptidrJes hUIDanas, dos demais animals como 0 que oopuJa., come, de£eca, ca Rta, sua, corre. grlpa. sobe as hares, dest:e as aguas,

nada, sendo,.nessas express3es de vida, a-o mesmo rempo que uni· versal como indiv£duo biol6gko, particular, dive:rso, regional. pre­-nad ona:L como pessoo., islo e, como individ uo socializado e acuitu­rado de acordo com uma ecologia, uma cwt\lra, urn grupo a que perrt:en.;a. ou dentro do quaJ 'nasceu au cresceu; e, de acomo com esses condidonamentos, pratkando actas animais de diferenres m3'lleiras bio-sociorultu!'ais.

~ em virtude dessas .particulariz~Oes de comportamento, decor­rentes de situa1;Oes ecol6gkas e culturais 'partkula:ri.zadora:s da con­dil,;ao hurmana, que se pode ja ralar de urn 'homem brasileiro como de urn homem £ranc~. de wn home.m portugu~, de urn homern

325

cspanhol. de \Jill hom~rn russo, de urn hornem mexicano. de urn homem paraoguaioo, de vanos 'OOtro5 lromens ·nacionais; de varlos outros tipos: nacionais au r~gionais de Homem. Para e.1Sie tipo nado­norl de Homem brasildro - ainda em fOJma~ao mas ja bastiUlte

defi.nido. anlropol6gica e socioIogicamente -sabemos que t!m concor6do. e continuam a cOllCorrer. v;irios sublipos regionais. a-lguns dinamizados em traonsregionais: 0 caso cl2ssico do Bandei­rante. 0 do norde:stino. 0 do prOprio gaUcho que 51: lem pro;ectado sabre 0 Brasil Central.

Com esses v1irios olementos ~tnicocuJ-rurais, estare-mas ;4 com~a.ndo a nos desenvolver como urn sistema nacional liber.tado de europefsmos au de ianquismos excessivOlS que desp~igiem a 'm.agem que de nOs pr6prios devemos fazer como Homem., como Cultu.ra. como N~ao, situados:. em gt.andepavre, em esp'~o tropi­ca'i ~. em g1rande parte, ~ Oil mirigel'laldlos em ve~ de isto au aquilo, pu·ra ou exclusiv-amente? Estaremns C'OMiderarndo nossa can· d~ao de gente, tm1 grande parte, morena, e ate amarela., uma con­d~ao ecologicamente positrva. em vez de negativa. dado 0 facto, eslabelecido pero.s estudiosos maDs profundos do aSSlJln(o - como H. F. Blum. em seu llLight and the Melanin of Human Skin ll (New

York Academy of Science. Sp. Vol. -4 (1948) eN. A. Barnicot, em «Human Pigmenollationn (Man. n. I+f (1957) - de ser a pele e9CUra. isto e. amarela . parda., preta. morena:. mais eficionte do que a alva na resistencia ao que haja de deleterio n05" efeitos. sobre 0 Homem. da lux ·m'3is ihtensa dos tr6picos. podendo considtrar-se sl3ud.\ve4-mente C('oI6gioo 0 aJn'3relo-adr gksy yeJlow stem» - cla. peJe d05 mesti~os da Ambica >tropical. em geral - inclusi'Ve do Brasi'! Sendo, assim, e ~vidente. a vantagem fisiol6gica , sabre br.1nC06 alves, do c hamado .,amarelin'ho» brasileiro. a quem 0 folc1ore

atribui quaJidades que contrastam com a sua cor, aparen(emente doemt.;, e com a sru fra·nzino de corpo. Preciosa 0 brasileiro de inteirar-se do facto de que a identificac;:ao, em termos absolutos. de faces cor-de-rosa de homem com saude, vigor. ¥iI;o, superioridade f(sic a. e urn eurapdsmo convendonal como e urn ialnquismo con­vendona! a associa1;ao da eS!tatura elevada ao vigor flsico: mito ja tlo desmentido pe-lo vigoroso, em!rgico e efidente tipo nacionad que. de arcalico, passou a moderno, que e 0 japon& pequeno e

amarelo. Donde a t!l:ev~ao de e6tat'Ura de americanos dos Estados Unidos, nos uItirnos decenios, como a de japonegeS ap6s longa pemnanencia nail mesmos Estados UnidDS e ai nutrjdos a maneb'a anglo-amerit::ana. nao se poder attibuk vantagem que valorize de modo absoluto tal elev~ao.

Pode-se reconhecer urn tipo bmsUciro,. jii nacional. de Homem, que se define majs par ca ractel'fsticos pskocukurais, que ilhe.seriarn prq,rios, do que par ca.-acterfmic06 blofiskos especlfkamell'te bra­si1eiros. Admite-se que a esse tipo nacional de Homem possa ja seT

atribuida, alem d~ umao media de cor trigu~ira OIl morena, que va do mo:reno-eSICuro ao c1aro-amarelado - e que permite 0 uso actual da ·palavra. «moroooJ!, no Brari, paraddignar ate individuus de ccr preta. que a delic.ade2:a nacionaol evita chamar negros: outra tese defendida ooquela conferoncia em Sussex - uma media· de estaotura antes baixa do que alta. Nao basta., entrotamo, a constataoc;:ao dessas m6dias para poder urn anu0p6l0g0 caracter.izar 0 brasileiro actual como tip<> jot racial, novo. 0 braoco brasildro - 0 IeucodertmO da dassificatt,;ao de Roquette Pinto no seu olissico Notas sobre os tipos antropoI6gicos do Brasil, puMicado -no Rio de Janeiro em 1929-apresenta dais subtipos de estanlra , em torno de 1,63 e 1,69, 0 faiD­demJo - vWigal'tt'lle!l1te chamado rnuJrato - e, na ~a grande maioria. indivfduo com a esf'a.tura, media de 1,64. 0 ~, 00 seja. 0 de onii:n<irio denorninado mameJuco. apresenta-se com uma media de estatura tambern mais baixa do que .J!t.1~ em rodor de 1.63 e r ,69. Tooos. porta'llto. indiv~ com Ulna. mblia de rstatura abaixo de 1.70 son que essa predominancia de esta(ura media venha impe­<lindo 0 Brasii de produzir a'l.\etas de agJIidade e do vigor de Qfrt(lS

morenos brasileirissimos - urn deIt'S 0 hoje famooo Pele - e more­nas bern dassificad25 em concuroos intmlaCtonais de beJeza .. More­:000; rrrorerta6" motHaOais: simpltMtItlllte bcasiJeiros.

Par meta-ra~a, entenda-ge a superac;ao de uma conSIC~ia de ra1;a peia, semiio inconsciencia, ir.di.ferenc;a., <II essa situ~l.(;ao pura­mente biol6gica. A conscienda de uma morenidade a:mpia como caracteristka nacional brasLleira - ernbora admitidos como genu}· namente brasileiros a1tbionos, em minania que procura, por yaROS dos SellS mernbros, a'brarileirar-se, cromatic3llTlente amarenando-se ou b-ronzoonrlO-5le ao sol de CopacalbafrllaJ e de outras prada!'; - e uma

consci~ncia que corresponde a crescente tendbcia do brasUeiro para peI1SM de si mesInQ como urn tipo nacional de hamem que, qualJquer que seja sua origem etnica predominame, e urn moreno <.TOm3.ticamente, barrocamenre, tropicalmente vane na sua more­nidade. sao essas variantes com efeitos e sedu-t;5es de cadcter este­tieo que dao a 'I.lIlnia cromamcamoote vcT.ria:, divemificada, multipla, morena brasileira, ca:racterfsticos de Ulffi tipo ja nadona:l de mulbe!". Pais era .ge apl'lt"Se!llta sellaO una, qua5e wna, peIo modo de andar, palo de sor.rir e por urn encanto Oll ucrna graw;a. comum a todas essas variantes. Encamos que a situam entre os tipos femininos mais atraeIllte.s do tempo moderno. rom 3ilguma ooisa - pode-se sugerir - de urn tipe grego tropicalizado.

Quanto it cor da pele -pa.!l"3 voltaT-5e a este a'specto do aSSUMO

com algum:a. minucia - espeoifuque-se, dobMnoo bmsi1ftmo que, oomem de pelf. em gerat, rtrigueira ou morena (n.o 10 a n,- 19. da escarla de Von LuschalO). a esse moreno de pele correspondem cabe­los, em getral negros, o!hoo. em 'gera:I, escuros e braquicefa:lia. Do outrora: cham-ado ({mUlIato» brasileiro, especifique-se que a suapoIe e parda mal<; ou mmos esoura' do pardo ao amare10 (n." 20 ao 1I;.0 30 cIa eooail.a de Von LU.9Chan) - os oIhos esouros, e que e mesocefalo. Do {(mamelucon - expressa:o crescentemente arcaica, em face do ~ de oontido da pabaw:a. !Jll.Orel)<li - ,porn:neDlCJlriza,.se que se apresenta depe1e entre parda e ammela (do [1." 20 00 n." 30 da esc:a;la Von Luschan), cabelos negros, mhos escuros, e que e bra­quicefalo. Do negro-outra eJOPress3o quase obsoleta no Brasil para designac tipo etnico -se e9Claret;a que sua pele e mais ou menos negIT.a - como pete de subtipo cromatico brasileiro (vai do n." 30 a.o n.O 36 da escala· de Von Luschan) - que seus olbos sao escuros, seus cabeloo escuros e e hraquicOfado. Compreende-se que com a predominancia estadstica, en·tre os hrasileir06 actuais, des

depeJe ou apa~ncia morena - !parda, parda amareIada, ama­rella, preta - de cabeIos e de dlhos escuros, de braquicefaaia, se possa falar nohrasileiro como urn dpo illaCional de homem pre­dominantemente - embora de modo algum exclusivamente: sao nwnerosos os brasileiros brancos,alvos, albin06, qUJando muno apenas amorenados polo 501 - moreno, havendo aJgum apoio antro­poIOgiro paa"a 0 uso amplo, el.iro:co, do qllllDfioatiyo moreno pam

328

inclu·ir 05 varios graus da escala de Von Luschan: do n.O 10 ao 36. Compreende-se, mais, que, com e.<lia extensao do qualliicativo moreno para 0 homem brasileiro m3'is t£pico. quer preto. quer apenas trigueiro, ou somente arnardo, esteja a desenyolrver-se. itlCO'1l.SlCientemente, no Brasil uroa COlllQ mistica de morenidade­com 0 indivfduo moreno de cor amarelada dominame em algumas areas do pais - que se opOe, de modo sociologkamente significa~ tiVQ, a nllsticas de exolusiV'idade racial: a da negritude e a de branquitude como express5es espedficas de ra~a ou de emia pura. Morenidade ou m{)1"e11ltude.

o Homembrasileiro '*PresenOOrSe actuaUrumte - aoentua-se-00 maior mlmem de cases. rum homem IimItJes bahro do ql\re alto e antes moremo-amareiarlo do que rosado, antles magro do que re­dJondameme encorpado, sem que ta1s caracoor!sticas signilfjquerm inferioridaJde de f{sico ou de bi6Upo. ~ wn 'homem, em casos tam­bern numerosos, m~, au rmisc~, em varios gmrus de mesti<;agem ou de miscigena.;ao sem que IllOS seja predso nos des­cuJ;pannos dIessa condi~o cresamtenwnte met:arlacial die gmnde parte da popuIa~o nacional, lper3ntle popula¢Jes que ainda SIe

ufaDem de ~r b\:'mcatmente .pum'S e preteOOaan ~ essa su­posta pureza a prete.ns6es de pas;itJiva supemoridade de sua cuI­turanacionaL 0 mestic;o ja ·nOO e considerado uma vergonha. pam a humooldade mas, ao contrano, por alguns o'bservadol'eS id6moos - H. G. Wells foi urn deles, Boas foi. outJro-a aIlIt:e:cipa<;3 de

uma hurrumidade que venh:a a Slejrmenos dividida, do que 3lti agora, pela6 chamadas fr~ etnicas.

Ao Professor Ar:noJd Toynbee impressiooou, como a Aldous Huxley, 0 que 'ihe pareceu 0 aspecto f.wor.ivel 00 gramde e>Operi­mento brasiftro <bl. misci~o. Em seu COIltacto rom 0 Brasil, <leu ele ail) autor des1es oomen'tarios, a honra de II.l!1llIai vi9irtaJ, du­rante a qual estJe e OUtr06 a&9lIOt06 foram COllSIiderados. 0 P!ro­fessor Toynbee nao ve solus:ao m<ris SaJtisfattOrla para 00 proble­mas de confl:ito enb"e gropes etnioos que a miscigeura~ao: a soIuc;ao brasilcira.

Mads do que qualq.uea- outrn das grandes popuIac;Oes nacio­nais modemas, a, ipOpwlat;1io do Brasil de formaot;ao prillloipaimeme portuguesa, e uma poputao:;ao miscigenada, rom cmrcasOides e D.e-

329

, ; ,

I

l

gr6ides presell'tes nessa C~O, sem que the mnham fakado amerindios e SIeIm que the falte, hoi. mdo secuilO, 0 sangu.e j~. Mesmo a5l!ilim . a ~a· europeia. nessa populac;3o. val ¥tC 62%. M'lIoi,'Ir) meJlQ6 que 05 80% que SIe fu7.tmllnotar rra popub;lo da. Costa Rica, q~ 05 90 % que .wukam na populaf;ao llItlgUaia: au 0$ 97 % que sobres&aem dot popul~o argoru::ma. porbn su­puior. como pelcentagml, ao que e actuaImm1le l"ma mesma pre· sm~ . oem qwJquer au-tira popu~ latino-amoe:l'ic31l.3. Por 000'0 hd:>, depots do Panama. e 'no Brasil que a preoo[u;::a afric~ mais ilV\lha como 'percentargem de 'popula<;ao nac:ian:al m. America- La· cina: 11 %. Sa:be-se, rotretanoo, que, 00 s€allo XVI, 0 numero de negros: foi maior. no Mexico, que 0 de europe~, ~ redu· zido 3 rmenos de I %. aboorvldo pe+a ntlIll'lIerosa 'popula<;ao mesd~ dessa< plde ~ublica h~~nica da! Am6rtica, andre os europous sao, alC't'Ua:bmenre, apenas 15% <fa rpopulac;ao, 00 amerindios. 29% e os ~sti\'OS-inci:usive 00 descendJenWets de n.egros diLuol­dos em mest:i900 - 55 %. A ~ da culturr'ai meXiicatna !>Ubre outras C\llt\I'l'aS latino-~ talV't'Z dec:orra do!.1!;a, aISSi­mila~o de saugues e de valoJ'1e5 negros aliricaI1lO6 que ,t,erlo enri­q\lecido os va10res amerI~ e europoeus.

Da popuJaq30 bra9ileim, tao .~ om V3nas das sub­-regic3es do pals. iii fflQis mi6cigenada e a do Norde9:e. ~ada em sao Paulo, oom gropo considerado ~co de mordt:stinos. e pelo& nrais ~ metoda> de analise 'IleB! seottt. pelo!> gent(iicistas D. F. Roberts e R. W. Hnnt. Cak:ubn t=k=s a ~ao dcssIe nordestino ciopico como .ge1ld:> 65 % porw~. 25 % alrkana e 9% Gme:rindia. oao coma. de sua pesqtrisa ,no ~ ((Me­thods: of Analysis of Q Hybl'id Popobtion» (Human Biology. vol. 37. n.' 1 (1965). £ pre<isammte ..., 0 suMpo que antrop61ogos como 0 autor desres corn.enu.rios, desde 1937, e Bastos de Avila. em Hvro pubUcado em 1959. e intitulado Amropologia Ffsica. e. mails rec::entemJeIrlte, MlCS'tre FTIX'S <la, FOIl.geCa, a ba6e de observa· ~Oes dinx::tas da: siituac:;ao I1Orde;tina, vern collt.'lid~ndo mais es-, rahilizado como SUlbtipo bilOS9:)ciai brasileiro, I'llnibora a oodos os "res n:pu~e a idcia de harver wna ((~)) brasileira)) propriamente <lira'.

Com 0' exodo, que . n:a decada: 50, chegou 3' 5e!' impresslionante.

'30

de onordesti.nos 'Para 0 CenO'O-SuI- ,l'IOr'destinos tipicos e ,na idade bioJOgica maDs vigorosa - dessa. presenc;a. de brasileiro& grande­mente ID&igemdos em swa ~ao biol6gica. e ]l"OfwxlallJlelD(e teltiricos e m SIUa cond~O' ecol6gtca. -'mut\'CG ddes. apresental1· oo-se mals da co~ao amarda do que da 'Par'da - entre popu­I~. como as do ~Su l , desrle 0 inido da Segwnda Gra1Wie GlJIerra, q'U'4l5e e!riticas coo\o popu~&s predorninantemente ca!UcaOOides au bratl(as. vern resulraooo aherr~ nada insignifi· ca:nn=s, nessa. :¥parente unifornUdade albina, a qU3'1 se vern sob~­poodo nao poo.ca . embora moderada rnos 'S1OOS ~s mats exttla .. ~uropeus, de helMiza~ao. Se de ta~ bodo SI' .pode diz.er que vern rep:reseotando 'para' 0' N<::Ildesce urn r<!pto de algmlS dos ~ me­Ihores elementos biol6gicos. ou biossociais, pm ou(ro lado, essa migra<;ao lnremal Vt."ITI '(.10000, maJis lima, va. 0 brasileiro do Nor­de9te em furu;:ao pan-bra9ileira como e leornlento biol6gico e cultu­ratLrnenre unmcldor ou mediador enn ex!preSsDffi extremamMte dmerenciadats do Homem do Brasil. ~o exercid~ OU/trora pelo mesIllO nordestino com re1a<;ao a gcnrte demasiadaimente amen'll­dia do extrt'mlO Norte: genre que. rom '3 consideravel preseno:;a nordestin:a na Arnaz6nia noS gra:ndes mas da borracha 3Ibmsilei­TOU« em comequ&cia de <l'C'r6sciInos 010 seu numero e de alte­rac;:6es as suas predominand as de fonn:a e de COT ~ desscs seus ja rnisc~ comparuiotas.

Abra'ilill'~ semelhante tq)ita-se que vern se vmificando, nos t'iJcimo.s anos. em cer.tas SlI~ do Centro-Sui , car.llC'teriz:a.­daS' pcb predomin{m:r.t. Jl'3S SIU'3IS popuJacOes e nas suas cultll7aS. de elemen«xs neobrasileiros. AbrasileiJauJdlIto iltraves d:a. ja refe­

rida 'l""""l~ .~. repte9OIl<ad' pritrip;<Ime,,", pdc>; ja refuidoo machn<> n:a fior (b vida.: haroon<;, 'ID1.I'ims deles, ante<; 00-

geniC05 que cat:ogenicoo, a' despeko da:s artedotas em torno dos por vezt:S tao carkaturados (\cabe:.;as ch.atas » ou "paous de aranll» OIl ((.amarelos de Gaia-nail . NeSlS3IS suMreas. ,Dao ,poucos nardesti­

nos tern I.lII'lido a f;u~o biol6gica. de desvirginadcm'!l5' da purcza racial nleD-e'Ull'Op."!iao, a culwral. de ,t'r31nSITI.isso, a neo-brasileil'05, daqiUeles u'>os. daquelas vivencias. <hlqud$ experiencias. C3J]"am­risticos dal 9\l'a ja Icmga inregrar;ao Il'\O Brasil. Ao mesmo tempo, alguns desses nordestinoo (em absorvTdo. de nro-brasHeiros, valo-

*- -

• , ! , 1

I

• I I

res ' e uoos suscq>tiveis de !itt abrasileirados CQrn v<mtagotn para

aquele procesoo de deseovolvnento IflIeltao.rac:ia:l e. ate certo ponto, multicultural, do qua! pode-ge ~ que venba a emeI'gir urn Homem canpJexa e plmammm:: rbmsUeiro, a:) mcmno -tempO ,sin.

5'11ar e phIrai em sua brasileirOOade e 1m sua generalizada, mas nao exclusiva. morenidade.

o BmsHeiro. e mcluido • .pe.\o que onele e mas quaminativa­mente caracex:rmco de uma popular;.ao ;naci0bal dinArn.ica:oente mesti~a. :mas a,ionda vitima t'm certaIS camadas: dcssao popu~o, de condic;:5es precarias de vida rugienioa, entre as nar;5es clascsm­cadas par 9JOiOIogos-mewcos ou soci61ogos-~, como naor;6es <k popul-a¢e'; !(jov~» . nao pe:lo que !IIe'bi geja Snimo jU'lenll em ~ <I deslni:mo Slmil mas peb ainda pouca present;a estads­tica, entre as brasilei.ros, de .iodtvfduos ~ rroois de cin<penta 00. de mais de ~.t::al ou de sessenoa e cinco aDOS, em re'~o oom os de :rnenos de Wnte, estando, por e<Hl, axno par outlras. defioi6n­alas, entre as .~ ~. Poti <er popula.;io daspro­porciomIlIICDte ·jovem nao e van~ .nom. motivo de vangl6ria p:ara. uma popu.~o nadooal: e evid&ria. do seu ~ pelo me­

IlO5 nos sectx:Jre> &a.nit3rios, medico -e h~co. Com ma.;ao ao Brasil, a ,iodi.ca~ao est:.atii9t:ica', de .geI" pals com

~ """""'-'" de p,msna .... popular;30. nilo corresponde senlo ao impact'O, sobre a siruar;:ao gteral, de ~Oes par1licu,lares, ,Iroes9iudas, por sua degra~o, de esfurt;OS de re­

cupeora~o eooomn-ic-a que sejam t:aImbem esfort;OS de valorix.a~lo de popular;:i5es regionais potenciakneotle ioogev'as, oomo as do NOl"­de9re e do extlUno Norte. Pois a te:nd&K:ia. ro BraRI - ioticam as estadsticas com.pletadas por eviden,cias de c.ar.icter qualia.l<ivo, dentre as ~as de 'arencao medica e de <apre9) antln:lpOl6-gico au sociol6gico - e para 0 SOU deslemolvirnento rociail- mais

~tante que 0 apenas ecoo6rnial • . pais incJui 0 econ6mioo ­demonstrar '<l cap:acidade de urn homem naa:.nal-em g:r;nw:k par·te, ac~, situado 00 tt'Opico e no quase--tropico - para altas formoo de civiliza~ao. ~ 'tlaanMm ,para dtern.onm:rar que 0

Homem brasHeiro se aeba ja apro a eXlprimdor« num. tipo euge.. nioo. inclusive quanta a -lon~. que caracteriza hoie. C'OOlO

indice de civilizaw;3;o degenvolvic:b. as chmnadas 'fla~ de popuia-

, '. ,

~ idosas - sa.udavel1MDJte idooas - pela -pJ"dilCl1.~, ~ elas­presenp parocularmente honrooa }XIn as suas tecmcas de medi­dna nao sO a.watiV"3" mas prevmti-va e educativa e. par conse­

gu.iore. sociol6gica - de individuos de idatde superior a· sesseN:a

e cinco anos, ern :perCe11tagern consi.deravel. I-ndivid'llos. estes.

actu:amte'S e ate cmdoIT:S e 11'130 pesos mOJ"ltQ> pau os de meia~ ·idade. Pais os :individuOfi ec:ooOmicamente dependentes cia. gente de mcia-iiade sao, eon ~ numero. os de monos de vinte 3'00S,

~tados primeiro de ..-nparo familial. ~ de educa~o em SU~SiyaiS au dife~nt<.'S ripos de escol~, de assisthria, medica e de assistblcia' dmtam: a'tniparo. OOucac;:50 e assistenda, que sO sao econamic3'mente po!>Sfveis deviido ao que produzern 00 maio­res de vinte :mu;. IJm conjunto 'lima l))OPu}a(;ao naciOOlQI I:: <DlSId. tuida pdo que e vario na sua composiqio 100!.6gica:: - cOO9titui­c;:ao. ctnia, maior 0'\.1 rmmor adalpta"9'ao a ambi'M'teS e acti.'vidades regiooais. Tambem os v.irios grupos de .idade que constituem va­riaveis num compor.ramento omciooaJ de Homem, tarnbem afee· tado pefo quoe- I:: biolOgic.a e 9OciocuIrurabmnte dilDente entre os sexos. 0 brasileiro. como tipo nacional, reflec:te todas essas diflt:­renc;:as, sem que lhe blte UIOidade: uma unidade psic0550dal q,ue

raros tipos macionais apresentara.o tao forte. Algwns oun-os -aspec1Xl& da co~lio actlJal do Hcmem Ma­

silaro como exmlplo de HO/llml muardo rnon tempo e num espa~o - este (0<10 tropioca{ ou par;lltropkal- que Ihe dao carac· "tllT!sticafi particu'laires: sua distl'ibui-c;:ao q,uarntitartiva" com COIIl5Ie­

Cj'l@!llcias vams, inclusive de c<m""~ real au apare.Mement:e qualit'3tivo. no ~o naci()llaol-distri~ <ksigual, com a re­giao ~ de!t'endo cerca de wm ot~ do total da popula<;ao e a regiao amaz6nica -aprcse:ntmldo-se como um quase deserto demogcl.firo: 'as rcla<;5es ;rcgionahnente diferen.tes entre 05 ele­memos etmco-e-ultur.as que ellJtram, desde 0 sOCulo Xvt. na com­pa;iyio do t"()(laI da popuJac;ao; 5Ua'> difermtes medias de vida confurme desiguais situa¢les ~ de canktm bio-soc:i<tl que. podendo :resuJotar, em parte, de ~ca5 de a::ologi.a f!sica., pa~

recem resu1t:ar. principaJm~, de ccmdi¢es de ecologia .9OCi:aIl, nessa categoria incluidos desclveis socio-ecooOmioog. Tais: desni­veis consUtuem urn do.s pl'Obkna; mais pumgentes o::m que se

,

I \ , r ! 1 ,

I ,

\ I , • •

I ,

dtinmta 0 Brasil de boje, empenhado cmt iltMu'M d6p;aidades reo giom.is que ~ a inregrridade do Homem brn&iJ.eiro quando consideorado como urn home.m ~ total: como ex. pn!S5iio maxnna. quer de inoogr~ <b2IcOOnaI, qua de desertvoIvi­menta pan-bras:ileiro Il'llD. ~r;o quase tOOo tropical.

"., ..... .. -'---

,

i INDICE

f"reUcio iI ~if;.io em lingua portuguesa (de Lisbw) .. ,

pre{ildo 11. primeira edi\ao em lCngua portuguesa (Sao Paulo) ..

Introdu\jo

1- Antecedentes europeus da Hist6ria Brasileira

lJ - Fronteir;lS e planu\OrS

lJI- Unidade e divers.idade, Nat;lIo e RegUlo ..

IV - Condi\Ocs l tnicas e sociais do Brasil moderno ..

v - 0 Brasil como ch'iliza\ao europeia nos tr6picos

VI - A polhica exte rior do Brasi l e os faetores sociais c ~nico!i

que a condidonam

Vo - Escra\' idlo, mon.lrquia c 0 Brasil moderno

Vlil ·- A literatun moderna do Brui! considerada em alguns dos

.geU' aspectos soci ~is

7

"

" 6,

' 13

'7 '

'" "7

IX-A moderna arquiteuun brasileir.l : _Moura_ e .Roman~ ~ 26S

x - Por que Chin .. tropical: 291

Xl-O brasiltiro como t ipo nadonal e homem eurotropical 111

. •

I

i ,