gietra - 11/03/2015 - assédio moral no ambiente de trabalho

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1 ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

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Page 1: GIETRA - 11/03/2015 - Assédio Moral no Ambiente de Trabalho

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ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE

TRABALHO

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CONCEITO

Dano Moral

Assédio Moral

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Assédio Moral no Trabalho

Conduta sem conotação sexual, ligadaao abuso de poder e caracterizada porpráticas de humilhação e de intimidaçãoao assediado

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Condutas reconhecidas como Assédio Moral

retirar a autonomia do empregado

contestar a todo momento as decisõesdo empregado

sobrecarregar o colaborador comnovas tarefas

retirar o trabalho que normalmentecompetia àquele empregado

ignorar a presença do empregado,dirigindo-se apenas aos demaistrabalhadores

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Condutas reconhecidas como Assédio Moral 2

passar tarefas humilhantes

falar com o colaborador aos gritos

espalhar rumores a respeito docolaborador

não levar em conta seus problemasde saúde

criticar a vida particular doempregado

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Vítimas

Idade – idosos e mulheres jovens

Gênero – mulheres

Discriminação -

–em função de deficiência física oudoença

–em função da orientação sexual

–em função da representatividadesindical

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Ações de Assédio Moral

Ações mais apontadas:

– ter sido alvo de intrigas e fofocas

– deixar de receber informações

– receber metas impossíveis

– ter a competência questionada

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Consequências Saúde do Trabalhador

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ESTATÍSTICA

A médica do Trabalho Margarida Barreto informa que “42% dos trabalhadores são vítimas de assédio nas empresas”.

Levantamento da OIT, no mesmo sentido, foi realizado no ano de 2000.

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ESTATÍSTICA 2

a) 70% são mulheres, 30% homens;

b) o ataque proveniente da hierarquia responde por 58% dos casos; praticado por diversas pessoas 29% dos casos; por colegas da mesma hierarquia 12% dos casos; e por subordinado 1% dos casos;

c) 4% das pessoas tiveram interrupção do trabalho por afastamento para tratamento de saúde;

d) em 36% dos casos, o assédio moral é seguido da saída do empregado da organização;

e) ocorre em maior incidência nos empregados lotados em área de gestão, contabilidade e funções administrativas, com 26% dos casos (Hirigoyen, 2002).

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ESTATÍSTICA 3

Nenhum caso relatado de Assédio Moral antes de 25 anos;

8% (oito por cento) entre 26 e 35 anos;

29% (vinte e nove por cento) entre 36 e 45 anos;

43% (quarenta e três por cento) entre 46 e 55 anos (sendo 21% entre 45 e 50 anos e 24% entre 51 e 55 anos);

19% (dezenove por cento) com mais de 56 anos (HIRIGOYEN, 2005, p. 95).

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Prevenindo o Assédio Moral no local de trabalho

estabelecer procedimentos dentro daempresa para lidar com queixas deAssédio Moral (CDM; comissão deprevenção de assédio)

desenvolver políticas de treinamentopara os colaboradores e para osgestores

possibilitar um ambiente de trabalhosaudável

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Previsão legal

Constituição Federal de 1988 (art. 5, V e X,da CF – direito a honra e indenização pordano moral)

Código Civil de 2002 (art. 186, indenização do dano moral)

exceto no que diz respeito ao Código Penal, que possui apenas o Projeto de Lei 4742/2001

Leis estaduais e municipais prevendo, para servidores públicos

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Projeto de Lei

Projeto de Lei 4742/2001, no seguinte teor:

“Art. 146 A. Desqualificar, reiteradamente, por meio de palavras, gestos ou atitudes, a auto-estima, a segurança ou a imagem do servidor público ou empregado em razão de vínculo hierárquico funcional ou laboral”

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O Assédio Moral e a extinção do Contrato de Trabalho

São várias as formas de extinção docontrato de trabalho, contudo estaremosnos atendo à rescisão por ato unilateral doempregador ou do empregado,configurando a Justa Causa ou a RescisãoIndireta, respectivamente.

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Para Assediador

Justa Causa (art. 482 da CLT)

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Para Assediado

Rescisão Indireta (Art. 483 da CLT)

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Consequências para o Empregador e/ou para o

Preposto Assediador

Despesas com indenização por Dano Moralou Material, responsabilização noscampos Civil, Trabalhista e Criminal

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A JURISPRUDÊNCIA

O ministro Ives Gandra Martins Filho, num das primeiras decisões do TST relativas ao tema (RR 122/2001-036-12-00.0), ressalta que a ausência de critérios específicos para fixação de dano moral na legislação trabalhista “leva o julgador a lançar mão do princípio da razoabilidade, cujo corolário é o princípio da proporcionalidade, pelo qual se estabelece a relação de equivalência entre a gravidade da lesão à imagem e à honra e o valor monetário da indenização imposta.”

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TRT-PR (Xingamentos)

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TRT-PR-04-11-2014 ASSÉDIO MORAL. XINGAMENTOS. TRATAMENTO HOSTIL. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DEVIDA. Inequívoco que ser xingado de burro e incompetente por seu superior desestabilizou o reclamante, como pessoa e trabalhador, agredindo sua esfera íntima e a sua integridade, em desrespeito aos seus direitos de personalidade, ao valor social do trabalho e à dignidade da pessoa humana, previstos no art. 1º, III e IV, CF. Presente o ato ilícito, deve ser mantida a r. sentença quanto ao dever de indenizar, porque a superioridade hierárquica não autoriza o tratamento hostil, devendo haver tratamento respeitoso no ambiente de trabalho. Recurso ordinário dos reclamados a que se nega provimento.

TRT-PR-07999-2013-863-09-00-0-ACO-36067-2014 - 3A. TURMA

Relator: THEREZA CRISTINA GOSDAL

Publicado no DEJT em 04-11-2014

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TRT-PR (Uso do banheiro)

TRT-PR-29-08-2014 ASSÉDIO MORAL/DANO MORAL POR RESTRIÇÃO AO USO DE BANHEIRO. A ocorrência de uma situação incômoda e generalizada, que teria, em tese, ocorrido em relação a todas as funcionárias e não somente em relação à reclamante, não implica necessariamente em assédio moral. Ocorre que o assédio moral é caracterizado por perseguição contínua, incisiva, direcionada e predisposta a alcançar o brio do trabalhador. Meros aborrecimentos, indisposições ou dissabores decorrentes de situações isoladas ocorridas no ambiente de trabalho não caracterizam, por si só, dano moral. Assim, em não havendo prova contundente de que a reclamante realmente sofresse restrição ao uso de banheiro, não há que se falar em condenação ao pagamento de indenização por danos morais. Recurso da reclamante ao qual se nega provimento.

TRT-PR-04819-2013-019-09-00-4-ACO-28091-2014 - 1A. TURMA

Relator: ADAYDE SANTOS CECONE

Publicado no DEJT em 29-08-2014

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TRT-PR (Metas)

TRT-PR-20-01-2015 ASSÉDIO MORAL - EXIGÊNCIA DE METAS -AUSÊNCIA DE PROVA DE COBRANÇA ABUSIVA - REGULAR EXERCÍCIO DO PODER DIRETIVO - ILICITUDE NÃO CONFIGURADA. O reconhecimento da existência de assédio moral nas relações trabalhistas exige a comprovação de conduta abusiva e reiterada do superior hierárquico, voltada a constranger e humilhar o empregado. A instituição e a cobrança de metas são inerentes ao poder diretivo do empregador. Assim, desde que estipuladas e exigidas com razoabilidade, não têm o condão de caracterizar assédio moral. Recurso ordinário da reclamante a que se nega provimento.

TRT-PR-22669-2013-012-09-00-6-ACO-01040-2015 - 7A. TURMA

Relator: BENEDITO XAVIER DA SILVA

Publicado no DEJT em 20-01-2015

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TRT-PR (Metas)

TRT-PR-15-02-2013 ASSÉDIO MORAL. COBRANÇA DE METAS. A cobrança de metas, a exigência de cumprimento de prazos e a manifestação do poder diretivo por meio de ordens são ínsitas a qualquer atividade econômica e seu exercício, enquanto respeita os limites da licitude, não necessita sofrer ingerência estatal. Porém, tal exercício encontra limites postos na Constituição Federal, como a dignidade e a honra do trabalhador, assegurada pelos preceitos expostos no artigo 1º, III, e 5º, V e X, da CF, o que implica vedação de tratamento abusivo dirigido aos empregados, como cobrança de metas de difícil cumprimento, atitudes desrespeitosas, ou, ainda, ameaças de dispensa, como verificado no caso em análise. Recurso ordinário da reclamada a que se dá parcial provimento, para reduzir a indenização por danos morais para o importe de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

TRT-PR-27326-2011-004-09-00-1-ACO-03467-2013 - 4A. TURMA

Relator: CÁSSIO COLOMBO FILHO

Publicado no DEJT em 15-02-2013

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TRT-PR (Ócio forçado)

TRT-PR-26-08-2014 AFASTAMENTO DAS FUNÇÕES. ÓCIO FORÇADO. ASSÉDIO MORAL. INDENIZAÇÃO. O isolamento do trabalhador, forçando-o ao ócio no ambiente de trabalho, é conduta que não se admite, porque violadora da dignidade do empregado, caracterizando-se assédio moral. Configurado o abuso de poder por parte da reclamada, e a situação vexatória e humilhante a que foi submetido o empregado, emerge o dever de indenizar.

TRT-PR-15002-2013-084-09-00-0-ACO-27482-2014 -1A. TURMA

Relator: ADAYDE SANTOS CECONE

Publicado no DEJT em 26-08-2014

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TRT-PR (Assédio Horizontal e

estratégico)

TRT-PR-10-05-2013 ASSÉDIO MORAL HORIZONTAL E ESTRATÉGICO. Caracteriza-se assédio moral horizontal as atitudes de empregada em relação a outro empregado, participante de equipe adversária na disputa por obtenção de prêmios dados pela empresa, com o intuito de desacreditá-lo diante dos colegas, superiores e subordinados, atribuindo-lhe problemas de saúde ao chamá-lo de bêbado, colocando a equipe que supervisionava em desvantagem em relação aos demais. A perseguição era conveniente para a empresa, pois instigava o empregado a pedir demissão, objetivo que pretendia atingir. Também caracterizado o assédio estratégico da parte da empresa por perceber as atitudes da empregada assediante e limitar-se a afirmar que averiguaria os fatos, fomentando a dúvida nos demais empregados quanto à suposta conduta desabonadora do reclamante. Devida a indenização, por violação dos direitos à integridade moral e à dignidade da pessoa humana, sendo a dor, a tristeza ou o desconforto emocional da vítima sentimentos presumidos (presunção "hominis). Aplicação dos artigos 5º, V e X, da Constituição Federal e 159 do Código Civil.

TRT-PR-03805-2012-005-09-00-0-ACO-17772-2013 - 4A. TURMA

Relator: LUIZ EDUARDO GUNTHER

Publicado no DEJT em 10-05-2013

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TRT-PR (Dirigente Sindical)

TRT-PR-28-09-2012 ASSÉDIO MORAL - DESVIO DE FUNÇÃO EM RAZÃO DE O TRABALHADOR SER REPRESENTANTE DO SINDICATO DE SUA CATEGORIA -DEVER DE INDENIZAÇÃO. Hipótese em que o Autor logrou comprovar a existência de situações vexatórias, humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, sendo que o obreiro era alvo de constantes brincadeiras efetuadas por clientes em relação à função exercida, eis que não condizente com as atividades de chefia que então desempenhava. A prova oral revelou, ainda, que o fato de o Autor ser dirigente sindical interferia nas atividades laborais a serem exercidas, em nítida atitude discriminatória do Réu, o que enseja a condenação do Reclamado ao pagamento de indenização por danos morais (art. 5º, incisos V e X, da Constituição Federal).

TRT-PR-01034-2011-023-09-00-7-ACO-44566-2012 - 4A. TURMA

Relator: LUIZ CELSO NAPP

Publicado no DEJT em 28-09-2012

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Conclusão

A informação é a melhor prevenção do Assédio Moral.

Empregados precisam reconhecer e ter mecanismosseguros para denunciar.

Empregadores precisam criar mecanismos seguros parareceber denúncias e investir fortemente notreinamento dos seus gestores. Estabelecer políticasinternas para fiscalizar e reconhecer situações deAssédio, agindo imediatamente.

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Contato

Alexandre E. Rocha – OAB/PR 24.495

www.rochaadvogados.com

[email protected]

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