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GESTÃO DAS LÍNGUAS NA COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL DAS EMPRESAS
INOV CONTACTO 15º EDIÇÃO 2011
Editor: AICEP Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal ISBN: 978-972-737-228-7Janeiro 2012
3GESTÃO DAS LÍNGUAS NA COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL DAS EMPRESAS
INOV CONTACTO 15º EDIÇÃO
Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
GESTÃO DAS LÍNGUAS NA COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL DAS EMPRESASINOV CONTACTO 15º EDIÇÃO
COORDENAÇÃO
JOANA NEVES ÁREA DO CONHECIMENTO - AICEP
ALEXANDRA ALBUQUERQUE ISCAP-IPP/CLUNL
O presente estudo, que tem por título Gestão das Línguas na Comunicação Interna-
cional das Empresas, decorreu entre Dezembro de 2010 e Setembro de 2011, incidindo num
total de 56 organizações a operar em 20 países, as quais foram agrupadas e classifi cadas em
oito tipologias, de forma a poderem ser delineados objetivos gerais e operacionais comuns.
Foram envolvidos neste estudo 83 estagiários da 15ª Edição do Programa Interna-
cional de Estágios INOV-CONTACTO, os quais procederam à recolha dos dados com base
num Guião de Referência Metodológico desenvolvido para o efeito.
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INOV CONTACTO 15º EDIÇÃO
Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
Estagiários que participaram na recolha dos dados
AFONSO DUARTE SANCHES GONÇALVES CUSTÓDIO CORREIA
ALEXANDRE LUÍS DE BASTOS COUTINHO GONÇALVES GOUVEIA
BETINA, ALVES ALCOBIA
ANA DA SILVA SUMMAVIELLE
ANA DE JESUS MARIA PESSOA DE CARVALHO DE MENDIA
ANA ISABEL SANTOS SOARES
ANA RITA COSTA E FREITAS
ANA VANESSA DAS NEVES SARAIVA
ANDRÉ DE MACEDO RIBEIRO
ANDRÉ FILIPE FONTELONGA DE LEMOS
CARMINDA SILVA ANTUNES
CECÍLIA ARAÚJO MICHELLI
CLÁUDIO RIBEIRO NEVES
DAVID MIGUEL RAMOS MARTINS
DIANA MAIO OLIVEIRA ALVES IGREJA
DIANA RITA DA SILVA DUARTE
DIOGO ALEXANDRE GOMES PIO
EDUARDO MARQUES E SILVA ROCHA DE OLIVEIRA
ELSA MARGARIDA FONSECA PICÃO
FILIPA ALEXANDRA DE SOUSA RODRIGUES
FILIPE MANUEL BRÁS TRALHÃO
FILIPE VASQUES CAMELO
FRANCISCO JOSÉ DA COSTA BAIO
FREDERICO DE AZEVEDO PORTILHO FERREIRA DA CUNHA
FREDERICO MANUEL GUIA PIRES
GUSTAVO SALAZAR BRAGA PINHEIRO LOPES
HÉLIO JORGE BORGES PAULINO PEREIRA
JOANA FILIPA COSTA PINA MOSA
JOANA LEÃO CERQUINHO RIBEIRO DA FONSECA
JOANA MARIA MIMOSO REIS ARAÚJO
JOANA RAQUEL TAVARES SANTOS
JOÃO AFONSO MAIA GONÇALVES
JOÃO CARLOS DA FONSECA FERRÃO GIL
JOÃO FILIPE TRAVASSOS HENRIQUES
JOÃO RICARDO DE AZEVEDO FERREIRA
JOÃO TIAGO BARBOSA PINTO
JOSÉ ARLINDO PAIVA DA SILVA
JOSÉ FILIPE MOUTINHO SALRETA
JULIANA LOURENÇO ANTUNES
LEILA DE CASTRO DARBANDI TEHRANI
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
LEONOR SANCHES DE SOUSA UVA
LUDOVIC BAIRREIRO ANACLETO
LUÍS FILIPE FERNANDES PEREIRA RODRIGUES
LUÍS FILIPE HILÁRIO DA SILVA
LUÍS GONÇALVES SILVA NINA MORÃO
LUÍS PEDRO MOTA PEREIRA DA COSTA
MAFALDA FERREIRA DA COSTA E SILVA VAZ
MANUEL DE BETTENCOURT BOTELHO FRANCO FRAZÃO
MARIA CARLOS CANDEIAS DA SILVA LUÍS
MARIA INÊS CARVALHO PEREIRA DA CUNHA ABRANTES
MARIA MENÉRES PIMENTEL DE MELO
MÁRIO GABRIEL DOS SANTOS SILVA
MIGUEL ALEXANDRE SILVA VALENTE
MIGUEL DE CASTRO BENTO
NELSON ALEXANDRE MARINHO CARVALHO
NICOLAU GUILHERME RIBEIRO DE SOUSA MAGALHÃES
NUNO BARATA DA ROCHA FALCÃO CARNEIRO
PEDRO ALMEIDA LEITÃO
PEDRO JOSÉ ALMEIDA LEBRE
PEDRO MANUEL ALVES DOS SANTOS COELHO
PEDRO MIGUEL AZEVEDO ALVES
RICARDO GOMES RODRIGUES
RICARDO JORGE DA SILVA MONTEIRO
RICARDO JORGE MORAIS DE CASTRO MEIRELES
RICARDO MANUEL FERREIRA GOMES
RUBEN DUARTE BARRETO FIGUEIRA
RUI ANDRÉ MOURA GOMES DE PAULA
RUI ANTÓNIO MOREIRA DE SOUSA MARTINS
SARA CRISTINA FARIA GERAZ
SARA DOS REIS RIBEIRO DA MOTA
SEBASTIÃO RICHARDSON REBELLO DE ANDRADE
SOFIA ALEXANDRA NEVES CRUZ
SOFIA DA SILVA
SUSANA MARGARIDA DE CARVALHO E SARAIVA DE CASTILHO
SUSANA MARIA AMORIM DE BRITO
TIAGO MIGUEL DOS SANTOS SACADURA
TOMÁS FERREIRA PINTO SALGADO
VASCO MANUEL CANAVARRO CID NEVES E CASTRO
VERA LUCIA LOPES CRISTINA
VIRGINIA MANUELA SANTIAGO PINTO
VITOR LUIS GOMES DE LIMA
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
Índice
1. Enquadramento 9
2. Objetivos Gerais 10
3. Metodologia 11
4. Recolha de Dados 12
5. Análise dos Resultados 15
6. Caso Particular - Estudo de Caso 18
7. Algumas Ressalvas 20
8. Notas Finais 21
9. Pistas para o Futuro 22
Anexos 23
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
Enquadramento
Afi rmar que vivemos num mundo global já se transformou, há algum tempo, num lugar-comum. No entanto, as transformações económicas, sociais, políticas, culturais, tecno-lógicas e linguísticas que o fenómeno da globalização acarretou, estão longe de estar resolvidas.
Assim, das muitas questões que se poderiam levantar a partir da análise daquele fenó-meno, pretende este estudo contribuir para a questão da mediação linguística como instru-mento de comunicação internacional, e incidir, muito particularmente, sobre o valor do uso do português como língua global de chegada no espaço económico da CPLP.
Com este objectivo, a AICEP, em colaboração com o ISCAP – Instituto Superior de Con-tabilidade e Administração do Porto e CLUNL – Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa, realizou um Estudo Sobre a Gestão das Línguas na comunicação Internacional das Empresas, no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU) – plataforma de conheci-mento para suporte ao negócio internacional quer envolve universidades, empresas e vários departamentos do Estado.
TABELA 1 – CORPORA DE EMPRESAS DO ESTUDO GLCIE
TIPO QUANTIDADE
1 Externas1 8
2 Multinacionais (sede) 4
3 Multinacionais (delegações) 8
4 Empresas portuguesas sem mercados lusófonos 6
5 Empresas portuguesas com mercados lusófonos 20
6 Mediadoras2 8
7 Casos particulares3 2
1 Empresas não portuguesas que distribuem produtos portugueses no estrangeiro;
2 Empresas através das quais os estagiários deveriam, acima de tudo, conseguir respostas a um inquéri-to por parte de empresas internacionais.
3 Organizações não empresariais, mas de representação de Portugal.
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
Objetivos Gerais
O primeiro objetivo deste estudo foi a recolha de dados através de um inquérito por questionário sobre o investimento em tradução técnica de empresas internacionais com mercados lusófonos4 que servirá de base a outro estudo5.
Em segundo lugar, pretendia-se caracterizar/analisar a estratégia de internacionaliza-ção de empresas portuguesas (nomeadamente ao nível a gestão de línguas), bem como a gestão linguística de empresas portuguesas e internacionais em mercados lusófonos.
Foram ainda defi nidos objetivos operacionais, de modo a especifi car melhor o traba-lho a desenvolver em cada corpus de empresas, nomeadamente observar a estratégia de internacionalização de empresas portuguesas em termos de gestão de línguas, dessas mesmas empresas, em mercados lusófonos.
4 Disponível em: https://sites.google.com/site/estudosobrealinguaportuguesa/HOME/INTRODUO/inquerito-1---inquerito-a-sectores-da-industria
5 Projeto de doutoramento sobre o valor da língua portuguesa no mercado de tradução especializada e de localização.
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
Metodologia
De forma a contextualizar o estudo, explicar os objetivos e sensibilizar os estagiários para o trabalho a desenvolver para a obtenção de um maior número de respostas ao inqué-rito, bem como de outros dados relevantes para o estudo da língua portuguesa no mercado de tradução, procedeu-se à realização de um seminário no Campus Inov Contacto 2010/2011, com o grupo de estagiários afetos ao presente estudo, para apresentação do contexto e dos objetivos do estudo.
Também se procedeu à defi nição das organizações de acolhimento e adequação dos objetivos do estudo aos perfi s daquelas, assim como à elaboração do guião de trabalho e do fi cheiro6 para recolha de dados, referentes respetivamente ao estagiário, à empresa e ao investimento e gestão linguísticos, bem como ao envio do guião e do fi cheiro ao grupo de estagiários envolvidos no estudo.
O envio dos dados por parte dos estagiários ocorreu em duas fases, aquando do rela-tório intercalar e do relatório fi nal. Houve, no entanto, necessidade de ajuste de metodolo-gia em casos pontuais, em que se previa maior difi culdade de recolha de dados, nomeada-mente após o envio do relatório intercalar. Finalmente, procedeu-se ao tratamento e análise dos resultados.
Das 56 instituições envolvidas no estudo7, 8 funcionaram apenas como mediadoras e tinham como objetivo operacional recolher respostas aos inquéritos 1a e 1b. Duas deve-riam funcionar também como mediadoras e realizar um relatório específi co sobre a gestão de línguas no contexto particular da diplomacia. Nas restantes 46 organizações, de tipologia 1-5, foram enviados, na maioria dos casos, 2 relatórios com os dados solicitados, os quais foram depois compilados num único livro Excel, organizado por tipologia de empresas.
6 Em anexo.
7 Omissão das entidades por sua recomendação.
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).Recolha dos dados efectuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
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Recolha dos Dados
Foram recolhidas 79 respostas ao inquérito (1a e 1b), das quais 20 respeitavam a empresas não pertencentes ao público-alvo, ou seja, empresas portuguesas, e 17 a empresas sediadas na Indonésia, sem muita relevância no mercado de tradução técnica. Neste sentido, a análise incidiu apenas em 40 empresas8.
Relativamente aos dois casos particulares, Delegação de Portugal junto da OCDE e Repre-sentação Permanente de Portugal junto da EU, onde estavam afetadas 3 estagiárias, apenas é de considerar um relatório – da estagiária colocada na Delegação de Portugal junto da OCDE – uma vez que as restantes não recolheram informação relevante. No que se refere à gestão línguas das 46 empresas de tipo 1 a 5, apresenta-se, de seguida, um quadro resumo dos prin-cipais dados recolhidos.
8 No âmbito de projeto de doutoramento.
1. EXTERNAS [8]
2. EMPRESAS PORTUGUESAS SEM MERCADOS LUSÓFONOS [6]
3. EMPRESAS PORTUGUESAS COM MERCADOS LUSÓFONOS [20]
4. MULTINACIONAIS (SEDE) [4]
5. MULTINACIONAIS (filiais) [8]
CARATERIZAÇÃO DO CORPUS
8 empresas: 6 empresas 20 empresas portuguesas
4 empresas internacionais
8 empresas internacionais
6 micro-empresas; Filiais micro ou pequenas de empresas de grande dimensão (3) e de pequena/média dimensão (3)
5 empresas de grande dimensão (+ de 500 colaboradores)
Empresas de grande dimensão (+ de 500 colaboradores)
5 empresas de grande dimensão; 3 de média dimensão.
2 empresas de média dimensão;
10 de média dimensão (50-500)
NOTAa Force 21 não apresentou dados linguísticos, por isso os resultados referem-se a 3 empresas.
NOTA1 empresa, Alcatel SB, não opera em mercados lusófonos.
NOTA1 moçambicana, 6 distribuidoras de produtos portugueses no estrangeiro (uma delas em Macau), 1 a operar em Portugal;
5 de pequena dimensão (10-50 colaboradores)
SETORES DE ATIVIDADE
Distribuição de bebidas (6);
Comércio e distribuição de produtos (4);
2 do ramo automóvel, 5 do ramo da construção civil, 5 de consultoria/ gestão; 2 do da energia (elétrica e renovável), 6 do ramo de bebidas e alimentação.
Saúde; tecnologias; consultoria de inovação
Tecnologias (3), saúde (1), telecomunicações (1), alimentar (1), hotelaria(1), marketing (1)
ÍNDICE MULTICULTURAL
3 têm apenas colaboradores com 1 nacionalidade ou, num caso, com dupla nacionalidade (EUA/PT); nos restantes 4 casos há sempre 2 ou mais nacionalidades, apesar de serem microempresas.
Apenas 2 com menos de 3 colaboradores de nacionalidades diferentes
Elevado (apesar de a maioria dos dados ser referente aos locais de estágio, a globalização dos mercados é indicado-ra de um elevado nível de colaborado-res de diferente nacionalidade.)
Elevado Elevado
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).Recolha dos dados efectuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
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MERCADOS
EUA, México, Bélgica, Espanha, Hong Kong, Macau, Moçambique, Portugal
Espanha, EUA, Reino Unido, Polónia, Itália, França, Holanda, Kuwait; Irlanda
GLOBAL GLOBAL GLOBAL
Brasil, Portugal e outros mercados lusófonos.
Brasil, Portugal (4) e outros mercados lusófonos (2);Macau (1)
LÍNGUAS DE CHEGADA
Português (3) Português (3) Português (5) Português (3)
NOTA: Naturalmente há maior investi-mento em Pt_br, pela dimensão do mercado (CISCO),
Português (2)
sendo utilizados nalguns casos documentos em pt_br em mercados que falam pt_pt (CSH).
Outras línguas de chegada: inglês (4), espanhol (1), francês (1). Chinês (2), outras (1)
Outras línguas de chegada: inglês (3), espanhol (2), francês (1), alemão (1)
Outras línguas de chegada: inglês (15), espanhol (4), francês (4). Chinês (4), outras (6)
As dos mercados onde operam.
Todas as dos mercados onde operam.
DOCUMENTOS TRADUZIDOS
Contratos; apresentações; guiões; especifi -cações técnicas; manuais de instruções; rótulos; outros documentos técnicos.
Documentaçãotécnica (especifi -cações técnicas, catálogos, propostas, contratos), promo-cional (brochuras, apresentações), relatórios, documen-tos científi cos.
Documentação técnica (catálogos, propostas, contratos), promocional (brochuras, apresen-tações) e relatórios fi nanceiros.
Currículos, relatórios, documentos de projetos; manuais de instruções; Brochuras/ Folhetos e outras publicações de \marketing, anúncios, sites, manuais descritivos/ técnicos, documentos ofi ciais, documentos CEE, normas.
Contratos, circulares, brochuras, apresentações, documentos técnicos.
SERVIÇO DE TRADUÇÃO
Colaboradores internos (7)
Colaboradores internos (5)
Colaboradores internos (de engenheiros ao departamento fi nanceiro) (9)
Colaboradores internos (1)
Colaboradores internos (1)
NOTAmesmo no caso da empresa cujo mercado-alvo é Portugal.
Empresa de tradução (2)
Empresa de tradução (3)
Empresa de tradução (2)
Empresas de tradução (2)
Colaboradores da empresa e empresas de tradução/ freelancers (8)
Colaboradores da empresa e empresas de tradução/ freelancers (1)
Distribuidores/ concessionários locais (2)
VERBA ALOCADA A TRADUÇÃO/ SERVIÇOS LINGUÍSTICOS POR ANO
0 (7) O valor gasto é considerado irrisório (sic)
Dados de 9 empre-sas: dos 1000,00 aos 25,000 /ano, sendo a média cerca de 8000,00 .
Altran: “horas indiscriminadas dos projetos”;
“sem dados nessa área”
1. EXTERNAS [8]
2. EMPRESAS PORTUGUESAS SEM MERCADOS LUSÓFONOS [6]
3. EMPRESAS PORTUGUESAS COM MERCADOS LUSÓFONOS [20]
4. MULTINACIONAIS (SEDE) [4]
5. MULTINACIONAIS (filiais) [8]
1. EXTERNAS [8]
2. EMPRESAS PORTUGUESAS SEM MERCADOS LUSÓFONOS [6]
3. EMPRESAS PORTUGUESAS COM MERCADOS LUSÓFONOS [20]
4. MULTINACIONAIS (SEDE) [4]
5. MULTINACIONAIS (fi liais) [8]
LÍNGUASMAIS VALORIZADAS
Português (4); inglês (2); chinês (2), francês (2)
Inglês e as línguas dos mercados.
Inglês (16); Espanhol (6), Chinês (4), Português (6), Outras (4)
inglês (4); mandarim (1), espanhol (1)
inglês (8), espanhol (3), alemão (2), francês (1)
PERCENTAGEM DE COLABORADORES FALANTES DE PORTUGUÊS
100% (1) Em média 12%: Mais de 50% (15) Sempre que o mercado o exige (3).
Até 10% (7)
50%:(1) NOTANa empresa em que toda a comunicação é em inglês e não há tradução para português, 85% dos colaboradores são portugueses (Outsystems). Apenas em 2 empresas é exigida competência linguística em português aos colaboradores.
até 49% (10) Sem considerar 1, sediada no Brasil (90%),
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LOCALIZAÇÃO DOSSÍTIOS WEB
inglês (4), português (4), espanhol (1)
Salvo uma exceção (porque opera apenas num mercado francófono) todos localizados para inglês, para além de outras línguas (2 ou 3, incluindo português).
À exceção de 1 empresa, todas têm site em pelo menos 2 línguas, sendo a comum o inglês, e muitas nas línguas dos mercados onde operam.
O site encontra-se em inglês e, quase sempre, na língua local do mercado, pelo menos parcialmente.
Inglês (5), português (2), outras: espanhol, alemão…
No caso da empresa dos EUA, o site está apenas em inglês.
INVESTIMENTO EM LÍNGUA PORTUGUESA
4 empresas exigem conhecimentos de português aos colaboradores
Sem dados relevantes 6 empresas pagam cursos de português a colaboradores;
2 empresas pagam cursos de PT a colaboradores;
3 contratam falantes de português, especialmente para os mercados lusófonos13 contratam falantes
de português;
4 contratam falantes de português;
9 têm publicações em português;
11 empresas exigem competência em português.
2 contratam falantes de português para os mercados lusófonos e uma (CISCO) tem fi liais
LÍNGUASDE TRABALHO
ORAL: inglês (4), português (3), espanhol (1), mandarim/cantonês (1), francês (1);
ORAL: entre colaboradores na fi lial: língua local e inglês; em comunicação com a sede: português; com clientes: inglês, português e língua local;
ORAL: entre colaboradores na fi lial: inglês ou português ou língua local; com clientes: inglês, português ou língua local;
ORAL: inglês (4); mandarim (1); espanhol, francês, português (1):
ORAL: inglês (5), espanhol (3), português (2), alemão (1);
Comunicação Escrita formal: inglês (4); português (3); espanhol (1); outras (3)
Comunicação escrita formal: na língua do mercado e, quando necessário, em português.
Comunicação escrita formal: maioritariamente em inglês e, nalguns casos também em português ou na língua local; 4 utilizam apenas PT
Comunicação escrita formal: inglês e língua local (3)
Comunicação escrita formal: inglês (5), espanhol (2), português (1), alemão (1), francês (1)
1. EXTERNAS [8]
2. EMPRESAS PORTUGUESAS SEM MERCADOS LUSÓFONOS [6]
3. EMPRESAS PORTUGUESAS COM MERCADOS LUSÓFONOS [20]
4. MULTINACIONAIS (SEDE) [4]
5. MULTINACIONAIS (filiais) [8]
TABELA 2 – ESTRATÉGIA E GESTÃO DE LÍNGUAS DAS EMPRESAS DO ESTUDO GLCIE - QUADRO RESUMO.
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
Análise dos Resultados
Com base nos dados obtidos, pode afi rmar-se que apesar da diversidade dos corpora (em termos de dimensão, setor de actividade, mercados, entre outros), o índice multicultural9 das empresas é bastante elevado, o que não surpreende em empresas de grande dimensão, muito embora seja igualmente relevante em microempresas, onde em mais de 50 por cento dos casos há colaboradores de pelo menos duas nacionalidades.
Este facto pode explicar, juntamente com a necessidade de contenção de custos e oti-mização de recursos, indicadas por algumas empresas, o fraco investimento em serviços lin-guísticos profi ssionais, nomeadamente de tradução.
De facto, como se pode constatar na tabela 2, e essencialmente nas empresas de tipo 1 a 3 (i.e. empresas menos internacionalizadas), a prestação de serviços linguísticos, mormente de tradução técnica, é realizada por colaboradores internos, com conhecimentos da língua de chegada e do domínio de trabalho mas muito raramente com conhecimentos de tradução.
Pode, assim, afi rmar-se, que o investimento em serviços de tradução externos à empresa aumenta à medida que a dimensão da empresa e dos mercados também aumenta. Tal facto é bem evidente na maioria dos casos, quando a língua de chegada ou partida é desconhecida, como é o caso, por exemplo do chinês, ou quando a complexidade dos documentos a traduzir é maior; ou ainda quando o volume de documentos ou número de línguas envolvidos é relevante.
Todavia, o recurso a serviços externos de tradução nem sempre é sinónimo de serem contratados serviços profi ssionais de tradução, podendo tratar-se de escritórios de advoga-dos, distribuidores ou concessionários locais.
Parece haver, nestes casos, valorização da competência técnica em detrimento da lin-guística, ao contrário dos casos em que estes serviços são prestados por colaboradores internos com conhecimentos linguísticos da língua de chegada (i.e. secretárias, estagiários, entre outros).
Quanto à documentação traduzida, verifi ca-se que o corpus é bastante comum a todas as empresas e que o grau de especialidade e de exigência estilística da língua e dos contextos de comunicação em causa é bastante elevado. Não obstante, e como atrás explanado, o recurso a tradutores não profi ssionais é recorrente.
Por outro lado, esta aparente falta de investimento em tradução pode demonstrar alguma incapacidade de valorizar a língua e a comunicação técnica como um factor essen-cial às actividades e comunicação comerciais. Tal facto parece ser visível relativamente a:
• Estratégia de gestão de línguas atrás descrita;
• Ao facto de, na maioria das empresas, ter sido muito difícil, quando não impossível, obter valores concretos de despesas em serviços de tradução10; ou
• Pelo facto de o investimento na língua de chegada do mercado estar quase sempre no fi nal da “cadeia de produção”.
9 Conceito proposto pelos autores para medir a multiculturalidade do corpo de colaboradores, como indicador da diversidade linguística já existente no capital humano das empresas em análise.
10 À exceção de casos de empresas multinacionais e de âmbito altamente técnico.
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De referir que a ausência deste tipo de dados foi em muitos relatórios justifi cada pelo facto dos serviços de tradução serem geridos pelos distribuidores locais, ou não serem con-tabilizados como item nos orçamentos, em virtude de serem realizados por colaboradores internos não tradutores (i.e colaboradores temporários, como o caso vertente dos estagiá-rios do INOV Contacto). De facto, a esmagadora maioria dos 83 estagiários realizou, nalgum momento do seu estágio, independentemente da sua área formativa e do plano de estágio específi co, trabalhos de tradução, sendo, em certos casos11 o único recurso da empresa para português como língua de chegada.
No que se refere às línguas de chegada, verifi ca-se que todas as empresas não nacio-nais, que operam em mercados lusófonos, traduzem para português. No entanto, a existência de duas normas linguísticas é considerada prejudicial para a otimização da gestão de línguas, nos casos das empresas que têm mercados de português europeu e do Brasil. Dada a diferente dimensão dos mesmos, o investimento é maior na tradução de documentos para português do Brasil que são, por vezes, usados em mercados de português europeu, sendo disso exemplo a localização do sítio web12.
Também algumas empresas portuguesas, mesmo a operar fora de mercados lusófonos, dizem ter o português como língua de chegada, muito embora, em todos os corpora, a pri-meira língua de chegada seja, naturalmente, o inglês, sendo em muitos casos, como é visível no tipo 3, a única, tendo porém o espanhol, o francês e o chinês bastante relevância.
Sem surpresas, o inglês parece ser usado como lingua franca, quer na língua de chegada
das traduções da documentação mais técnica, quer na presença online, quer na comunicação interna, oral e escrita.
Como se pode verifi car na tabela 2, todas as empresas têm o sítio web traduzido para inglês e em mais de 50 por cento dos casos para outra língua, normalmente a do(s) mercado(s) onde opera(m) que, sendo lusófono, tem versão em português (embora nem sempre nas duas normas).
Por outro lado, tratando-se de empresas com um índice multicultural relevante, o inglês aparece como a língua de trabalho mais natural, especialmente naquelas em que aquele índice é mais elevado, mas o português é usado na comunicação escrita, sempre que é língua local13 ou a língua de partida da empresa-mãe.
O inglês é, deste modo, a língua mais valorizada pelas empresas, sendo outras línguas também valorizadas de acordo com os mercados em que as empresas operam.
Neste contexto, parece ser claro para as empresas que, apesar de a profi ciência em inglês ser uma mais-valia transversal a vários mercados e públicos, há que ser competente na língua local, constatando-se, assim, que sobretudo nas empresas com mercados mais globais, o investimento em línguas, nomeadamente no português, é gerido de acordo com a neces-sidade dos mercados em que operam.
11 Empresas Tipo 1 e Tipo 5.
12 Não tendo um corpus signifi cativo que nos permita generalizar esta conclusão, estes dados foram recolhidos de empresas com maior volume de documentos de tradução obrigatória por lei, dada a sua natureza mais tecnológica ou técnica
13 À exceção de uma empresa consultoria de gestão, do tipo 2, que tem como língua de trabalho escrita o inglês, para qualquer mercado, apesar de 85% dos seus quadros serem falantes nativos de português.
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
Assim, e de acordo com a tabela 2, a falta de investimento em serviços profi ssionais de tradução atrás descritos, parece ser compensada pelo investimento em capital humano14, seja pela contratação de falantes nativos das línguas locais, seja pela formação linguística de falantes não nativos, que funcionam como ativos mais polivalentes e com mais retorno para a empresa, nomeadamente no campo da comunicação intercultural, onde podem dominar a comunicação comercial e técnica, escrita e oral, com os mercados alvo e, ao mesmo tempo, garantir relações comerciais que a comunicação escrita per se não consegue.
14 Pelo menos por parte das empresas com menor volume de documentação de tradução obrigatória por lei.
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Caso Particular - Estudo de Caso
Dada a especifi cidade do local de estágio – a Delegação Portuguesa junto da Organi-zação para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) - a estagiária propôs realizar um estudo de âmbito diferente, nomeadamente com o objetivo de ali avaliar a presença e utilização da língua portuguesa ao nível da comunicação escrita.
Para isso, apresentou uma matriz de resultados que espelha a participação dos países da CPLP nos trabalhos da OCDE nos diversos comités e grupos subsidiários. É, ainda, descrita a natureza e impacto da referida participação e apresentada a lista da documentação tradu-zida para português no período 2008-2011.
• Portugal é o único país da CPLP membro da OCDE.
• O Brasil é o parceiro de cooperação por excelência da OCDE, pelo que enquanto economia emergente, faz farte do grupo de países com os quais a OCDE estabeleceu um compromisso de cooperação reforçada (Brasil, China, Índia, Indonésia e África do Sul).
• Em resultado deste exercício, o Brasil participa com diversos estatutos em 63 comités, grupos de trabalhos ou grupos de especialista dentro da Organização.
• O Brasil é ainda Membro do Centro de Desenvolvimento da OCDE, ou seja, do Insti-tuto de Investigação em Desenvolvimento da OCDE.
• Em Janeiro de 2011, ao ser aceite como Membro, Cabo Verde tornou-se no segundo país da CPLP a pertencer ao Centro de Desenvolvimento.
• Angola e Moçambique fazem parte do grupo de participantes no Fórum Global para o Investimento Internacional, sendo Moçambique também observador regular no Grupo de Trabalho sobre a Efi cácia da Ajuda, em que participa ativamente.
• As línguas ofi ciais de trabalho da OCDE são o inglês e o francês.
• O português, à semelhança de outras línguas ofi ciais de países membros, não é con-siderado como língua de expressão em reuniões em sede de Comité ou demais acti-vidades desenvolvidas pela Organização.
• No que respeita à comunicação escrita, isto é, à produção de estudos em português ou tradução de publicações para língua portuguesa, os mesmos só são equacionados mediante contribuição fi nanceira voluntária do país que os solicita, que no caso da lín-gua portuguesa pode ser feito por Portugal, enquanto membro da OCDE, pelo Brasil e Cabo Verde, enquanto membros do Centro de Desenvolvimento. Por este motivo, Portugal, via IPAD, contribui para o fi nanciamento numa base regular do estudo e tra-dução das Perspectivas Económicas para África – uma análise económica que con-templa, assim, todos os PALOP.
• No período entre 2008 e 2011, foram publicados alguns estudos cuja tradução para português foi comparticipada por Portugal. Destaque para a publicação do Exame de Avaliação da Ajuda ao Desenvolvimento de Portugal e para as publicações da versão condensada das Perspectivas Económicas para África, centradas nos países da lusofo-nia (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe).
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
• Não obstante, a maioria da documentação traduzida para português é constituída por sumários executivos de publicações da OCDE ou folhetos informativos, docu-mentação cuja tradução para português não tem um custo fi nanceiro para Portugal. Das publicações recentes destacam-se as que respeitam ao crescimento verde, uma das prioridades estratégicas na agenda da OCDE.
• A tradução e disponibilização de documentação em português, referente às publica-ções ou dos sumários executivos de publicações e folhetos informativos, tem um impacto concreto na disseminação e assimilação da informação por parte dos vários agentes nos países da lusofonia, particularmente nos países africanos.
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Recolha dos dados efetuada no âmbito do consórcio Business Intelligence Unit (BIU).
Algumas Ressalvas
De referir os principais obstáculos registados na condução deste estudo, que estiveram essencialmente relacionados com:
A SELEÇÃO DE MERCADOS E ORGANIZAÇÕESEsta seleção esteve dependente da rede de empresas de acolhimento do Programa
INOV Contact, sustentada principalmente em empresas portuguesas, sendo que para o pre-sente estudo, as empresas-alvo seriam, essencialmente, empresas internacionais presentes em mercados de língua portuguesa. Assim, e apesar do esforço de seleção do perfi l adequa-do de empresas para o estudo, a percentagem dos corpora envolvidos com este perfi l rondou apenas os 21 por cento.
A SELEÇÃO DE ESTAGIÁRIOSO estudo envolveu 83 estagiários, licenciados de diversas áreas formativas, demons-
trando alguns deles uma certa difi culdade em lidar com questões linguísticas.
A COOPERAÇÃO DAS EMPRESAS DE ACOLHIMENTO E DE CONTACTOApesar de todas as empresas de acolhimento terem cooperado e fornecido dados para
o preenchimento do fi cheiro enviado, alguns estagiários tiveram difi culdade em obter res-postas ou interesse para as questões colocadas, muito especialmente no caso das empresas mediadoras (inquérito 1a e 1b).
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Notas Finais
Em jeito de conclusão e com base nos dados recolhidos dos corpora das 46 empresas analisadas, pode-se afi rmar que a gestão de línguas de empresas portuguesas em mercados internacionais e a de empresas internacionais em mercados lusófonos é muito semelhante:
• O inglês é a língua franca de comunicação internacional e a língua de trabalho em equipas multiculturais.
• A língua é reconhecida como um fator indispensável à internacionalização, pelo que outras línguas, para além do inglês, são valorizadas pelas empresas, especialmente as dos mercados em que operam ou pretendem operar;
• Mais do que prestação de serviços linguísticos (de tradução, por exemplo), contra-tam-se colaboradores (com conhecimentos linguísticos e interculturais) que domi-nam a comunicação nas línguas locais.
• O recurso a serviços profi ssionais de tradução verifi ca-se essencialmente quando é estritamente necessário ou obrigatório.
• Traduzir o investimento linguístico em números revelou-se uma tarefa muito difícil, já que, como se afi rmou anteriormente, mais do que um produto, um serviço ou uma ferramenta, as línguas parecem ser consideradas pelas empresas como um ativo natural do capital humano, tal como ler, escrever, realizar cálculos ou comunicar.
No que respeita especifi camente à língua portuguesa, verifi ca-se que a existência de duas normas não contribui para o investimento em serviços linguísticos de e para português e que no caso das empresas com mercados de português europeu e português do Brasil, os colabo-radores locais asseguram a tradução/ adaptação dos documentos, sendo que se regista maior nível de investimento em tradução para português do Brasil, em face da distinta dimensão dos mercados. No que se refere ao registo oral, este problema não parece colocar-se aos colaboradores dos diferentes mercados, para os quais o português é língua comum.
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Pistas para o Futuro
Com base nestes resultados, pode afi rmar-se que num contexto profi ssional e empre-sarial, a língua é, indubitavelmente, um instrumento de mediação importantíssimo e um ativo do capital humano.
Entre culturas, essa mediação é especialmente importante, nomeadamente através da tradução, como fi cou claro pelo facto de praticamente todos os 83 estagiários terem, em algum momento, realizado trabalhos de tradução e da grande maioria das empresas envol-vidas no estudo solicitarem este serviço a colaboradores internos não tradutores.
Por este motivo, parece que a tradução ou mediação linguística deve ser, especialmente no caso das PME, cada vez mais uma competência transversal a todas as áreas de formação, uma vez que aliada ao conhecimento especializado, permite à empresa rentabilizar o seu capital humano e melhorar a gestão e produção linguística.
Assim, afi gura-se pertinente que, no futuro, as entidades envolvidas no processo de internacionalização e a academia, possam promover um projeto-piloto conjunto de forma-ção de recém licenciados (de todas as áreas de formação) no domínio da terminologia, tradução especializada, tradução assistida por computador e outras ferramentas de tradu-ção e comunicação, no sentido de permitir aos quadros e/ou outros intervenientes realizar as traduções requeridas pelas empresas com maior efi ciência e efi cácia, otimizando assim o seu desempenho e criando mais valor naquelas.
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QUADRO DE REFERÊNCIA METODOLÓGICOGUIÃO, METODOLOGIA E CHECKLIST
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GUIÃOO presente Guião é constituído por três folhas:
• “Metodologia”, onde se encontra o perfi l da empresa de acolhimento e a metodo-logia sugerida à obtenção dos dados.
• “Dados a Recolher”, tabela que devem preencher com a informação solicitada sobre a empresa.
• “Checklist”, com vista a não esquecer nenhum pormenor.
OBS: Devem enviar o anexo com todas as folhas ou, em alternativa, com a folha 2. e 3
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MetodologiaPERFIL DA EMPRESA PAÍS
DE ACOLHIMENTOOBJETIVOS METODOLOGIA
Empresa Portuguesa, sem mercados lusófonos
EspanhaPolóniaMarrocosReino UnidoItáliaChinaE.U.A.Bélgica
Objetivo Operacional 2
Observar a estratégia de internacionalização de empresas portuguesas (nomeadamente ao nível da gestão de línguas)
• Contactar o departamento de marketing/ relações públicas/relações externas da empresa e conseguir contacto de pessoa que possa acompanhar o projeto e fornecer as informações necessárias.
• Recolher materiais traduzidos.• Verifi car se a empresa tem contactos de empresas
internacionais que operem em mercados de expressão portuguesa e, em caso afi rmativo, contactá-las e solicitar preenchimento do inquérito 1.
• Contactar a secção de Recursos Humanos para obter dados sobre a nacionalidade dos colaboradores e requisitos de competências linguísticas e culturais para o desempenho de funções.
Empresa Portuguesa, com mercados lusófonos
LíbiaE.U.A.EgiptoChinaAlemanhaMarrocosEspanhaReino UnidoArgéliaChileQatarFrança
Objetivo Operacional 3
Analisar a gestão de línguas de empresas portuguesas em mercados lusófonos
• Contactar com o departamento de marketing/relações públicas/ relações externas da empresa e conseguir contacto de pessoa que possa acompanhar o projeto e fornecer as informações necessárias.
• Recolher exemplos de comunicação comercial e empresarial nos vários mercados lusófonos e indicar públicos-alvo de cada um deles.
• Verifi car se a empresa tem contactos de empresas internacionais que operem em mercados de expressão portuguesa e, em caso afi rmativo, contactá-las e solicitar preenchimento do inquérito 1.
• Contactar a secção de Recursos Humanos para obter dados sobre a nacionalidade dos colaboradores e requisitos de competências linguísticas e culturais para o desempenho de funções.
Empresas Mediadoras
MarrocosMacauTimorChinaMéxicoReino UnidoE.U.A.BélgicaEgiptoIndonésiaFrança
Objetivo Operacional 1
Recolher respostas a um inquérito dirigido a Empresas Multinacio-nais que operem em mercados de expressão portuguesa (Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Timor e Macau) – vide inquérito 1(https://sites.google.com/site/estudosobrealinguaportuguesa/HOME),
• Encontrar o interlocutor indicado a quem apresentar o projeto e solicitar o preenchimento do inquérito 1. (*)
• Entrar em contacto com as empresas através de uma pessoa a quem devem apresentar o projecto e solicitar o preenchimento do inquérito.
• Monitorizar o preenchimento: sensibilizar a pessoa de contacto para garantir o preenchimento.
• Contactar a secção de Recursos Humanos para obter dados sobre a nacionalidade dos colaboradores e requisitos de competências linguísticas e culturais para o desempenho de funções.
Multinacionais (Sede)
EspanhaE.U.A.AlemanhaTunísia
Objetivo Operacional 1
Recolher respostas a um inquérito dirigido a Empresas Multinacio-nais que operem em mercados de expressão portuguesa (Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Timor e Macau) – vide inquérito 1 (https://sites.google.com/site/estudosobrealinguaportuguesa/HOME)
• Encontrar o interlocutor indicado a quem apresentar o projeto e solicitar o preenchimento do inquérito 1.
• Monitorizar o preenchimento: sensibilizar a pessoa de contacto para garantir o preenchimento.
• Sensibilizar pessoa de contacto para enviar o inquérito 1 a empresas parceiras com o perfi l solicitado.
• Verifi car se a empresa tem contactos de empresas internacionais que operem em mercados de expressão portuguesa e, em caso afi rmativo, contactá-las e solicitar preenchimento do inquérito 1.
• Contactar a secção de Recursos Humanos para obter dados sobre a nacionalidade dos colaboradores e requisitos de competências linguísticas e culturais para o desempenho de funções.
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PERFIL DA EMPRESA PAÍS DE ACOLHIMENTO
OBJETIVOS METODOLOGIA
Multinacionais (Delegações)
ChinaEspanhaBrasilE.U.A.SingapuraFrançaIrlanda
Objetivo Operacional 1
Recolher respostas a um inquérito dirigido a Empresas Multinacion-ais que operem em mercados de expressão portuguesa (Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Timor e Macau) – vide inquérito 1 (https://sites.google.com/site/estudosobrealinguaportuguesa/HOME)
• Encontrar o interlocutor indicado a quem apresentar o projeto e solicitar o preenchimento do inquérito 1.
• Monitorizar o preenchimento: sensibilizar a pessoa de contacto para garantir o preenchimento.
• Sensibilizar pessoa de contacto para enviar o inquérito 1 a empresas parceiras com o perfi l solicitado.
• Verifi car se a empresa tem contactos de empresas internacionais que operem em mercados de expressão portuguesa e, em caso afi rmativo, contactá-las e solicitar preenchimento do inquérito 1.
• Contactar a secção de Recursos Humanos para obter dados sobre a nacionalidade dos colaboradores e requisitos de competências linguísticas e culturais para o desempenho de funções.
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Recolha dos Dados
1. DADOS DO ESTAGIÁRIO DESCRIÇÃO GERAL
Nome E-mail Descrição da empresa
Localização Tipologia(Sede/Filial/Delegação)
Setor deActividade
Rede de Clientes/Entidades parceiras
Mercados onde opera
2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA
Dimensão Índice Multicultural Sobre os mercados lusófonos onde a empresa opera
Faturação Anual Nº Empregados Nº Nacionalidades
Tipo de Nacionali-dades
Tipo de ligação a mercadoslusófonos (direta ou indiretamente)
Entidades parceiras
Projetos Outro (especifi car)
2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA 3. DADOS SOBRE INVESTIMENTO E GESTÃO LINGUÍSTICOS
Identifi carMercadosLusófonos
Variante deportuguês usada
Há uma estratégia linguística na seleção/ gestão dos mercados?
Serviços linguísticos não usados na comunicação interna e externa
Portuguêsde Portugal
Portuguêsdo Brasil
Sim Não Nalguns (especifi car) Tradução Interpretação Consultoria Linguística
Cursos de Língua
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3. DADOS SOBRE INVESTIMENTO E GESTÃO LINGUÍSTICOS
Tradução e Localização
De que língua (s) para que língua (s)
Que documentos são traduzidos?
Quem traduz? (tradutores da empresa, empresa de tradução, tradutores freelance, outros)
Qual o montante do investimento feito em tradução especializada/localização?)
Em que língua (s) se encontra localizado o site da empresa e para que mercado (s)?
3. DADOS SOBRE INVESTIMENTO E GESTÃO LINGUÍSTICOS
Há investimento na língua portuguesa?Aprendizagem do português (se aplicável)
Sim Não
Cursos Contratação de falantes de português
Publicaçõesem português
Outro (especifi car)
Fomentada pela empresa
Autónoma Outra (especifi que)
3. DADOS SOBRE INVESTIMENTO E GESTÃO LINGUÍSTICOS
Canais de comunicação comercial e empresarial (escrita e oral) mais usados
Comunicação escrita e oral
Correio electrónico
Redes internas
Cartas ofícios memoran-dos
Língua(s) de trabalho oral na empresa (entre colaboradores, entre empresas, entre empresa e clientes)
Identifi car língua(s) de comunicação escrita (manuais, relatórios trimestrais/ semestrais/anuais; emails;cartas;ofícios; balanços; etc.)
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3. DADOS SOBRE INVESTIMENTO E GESTÃO LINGUÍSTICOS
Competências linguísticas dos colaboradores da empresa/ entidade de acolhimento
% de colaboradoresque são competentesem português e/ouestão a aprenderportuguês (se aplicável)
São exigidas/valorizadascompetências linguísticas aos colaboradores
LínguasmaisValorizadas
Em queníveis daorganização?
Em quedepartamentos?
Para quefunções?
É exigidoconhecimento deportuguêsaos colaboradores?
Sim Não Sim Não
3. DADOS SOBRE INVESTIMENTO E GESTÃO LINGUÍSTICOS
Competências linguísticas dos colaboradores da empresa/ entidade de acolhimento Observações
Nos mercados-alvo são contratados …
colaboradores que falam a língua materna desses mercados
colaboradores competentes na língua desses mercados
Checklist
V
1.Respondi ao inquérito 3a
2. Respondi ao inquérito 4a (porque sou engenheiro/a)
3. Respondi a todos os campos da tabela “Dados a Recolher”
4. Anexo documentos que fundamentam os dados fornecidos
5. Consegui que várias empresas respondessem ao inquérito 1