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Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

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Page 1: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Gestão Estratégica do Conhecimento

Prof. José Pereira de Oliveira

Page 2: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Para sobreviver e competir na “sociedade do conhecimento”, as empresas devem aprender a administrar seus ativos intelectuais.

O conhecimento é o único recurso que aumenta com uso.

A principal vantagem competitiva das empresas baseia-se no capital humano ou ainda no conhecimento tácito que seus funcionários possuem.

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CONCEITOSGESTÃO DO CONHECIMENTO

É um processo sistemático, articulado e intencional, apoiado na geração, codificação, disseminação e apropriação de conhecimentos, com o propósito de atingir a excelência organizacional.

É uma tarefa de identificar, desenvolver, disseminar e atualizar o conhecimento estrategicamente relevante para a empresa, seja por meio de processos internos, seja por meio de processos externos às empresas. (FLEURY; OLIVEIRA JR. , 2001).

Uma mistura fluída de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais. (DAVENPORT e PRUSAK (1998, p. 6)

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Para conceituar conhecimento Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi partem de

uma revisão epistemológica do conhecimento.

NONAKA e TAKEUCHI (1997, p. 23-28) afirmam que há (...) duas tradições opostas, ainda que

complementares. Uma é o ‘racionalismo’, que afirma essencialmente ser possível adquirir conhecimento

por dedução, através do raciocínio. A outra é o ‘empirismo’, que diz essencialmente ser possível

adquirir conhecimento por indução, a partir de experiências sensoriais.

Page 5: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

CRAWFORD (1994, p. 21) diz que (...) A informação é a matéria-prima para o

conhecimento (...) o conhecimento é a capacidade de aplicar informação a um trabalho ou a um resultado específico”.

Page 6: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Conhecimento e Informação

O conhecimento, ao contrário da informação, diz respeito a crenças e compromissos. O conhecimento é uma função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica.O conhecimento, ao contrário da informação, está relacionado à ação. É sempre o conhecimento “com algum fim”.O conhecimento, como a informação, diz respeito ao significado. É específico ao contexto e relacional.

Page 7: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi classificamos o conhecimento humano em dois tipos:

Um é o conhecimento explícito, que pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais,

expressões matemáticas, especificações, manuais e assim por diante. Esse tipo de conhecimento pode ser então

transmitido, formal e facilmente, entre os indivíduos. Esse foi o modo dominante de conhecimento na tradição filosófica ocidental. Argumentamos, contudo, que o

conhecimento tácito, difícil de ser articulado na linguagem formal, é um tipo de conhecimento mais importante. É o

conhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores intangíveis como, por exemplo, crenças

pessoais, perspectivas e sistemas de valor. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997, p. XIII).

Page 8: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Conhecimento — o novo fator de produção

TIPOLOGIA DO CONHECIMENTO

Page 9: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Conceitos básicos

Conhecimento =Informaçã

ointernaliza

da+

Capacidade para utilizar

a informação

TIPOLOGIA DO CONHECIMENTO

Page 10: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Características do conhecimento

Conhecimento- “Crença verdadeira e justificada”

Construção da realidade;Dinâmico;Individual;Orientado para a ação; Depende da situação e das pessoas envolvidas;Depende do contexto .

TIPOLOGIA DO CONHECIMENTO

Page 11: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

DADOS: É um registro a respeito de um determinado evento.

INFORMAÇÃO: É um conjunto de dados com um determinado significado para o sistema.

CONHECIMENTO: É a informação devidamente tratada que muda o comportamento do sistema.SABER: É um conjunto de

conhecimentos a respeito de um determinado tema, utilizado para a resolução de problemas no sistema.

TIPOLOGIA DO CONHECIMENTO

Page 12: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

TIPOLOGIA DO CONHECIMENTOCONHECIMENTO EXPLÍCITO

Refere-se ao conhecimento transmissível em linguagem formal e sistemática.Conhecimento codificado através de conceitos,manuais,procedimentos,especificações e outras representações simbólicas

CONHECIMENTO TÁCITOÉ pessoal, relativo ao contexto,experimental e difícil de ser formulado e transferido.É composto de elementos técnicos e cognitivos.

Page 13: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Gestão do ConhecimentoO que é Gestão do Conhecimento?Conjunto de técnicas e ferramentas que permitem identificar, analisar e administrar, de forma estratégica e sistêmica, o ativo intelectual da empresa e seus processos associados.

Page 14: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

OBJETIVOS

Criar um repositório de conhecimento constituído de: conhecimento externo, conhecimento interno estruturado, e informal;

Melhorar o acesso ao conhecimento através de: identificação das “páginas amarelas”, criação de rede de contatos com especialistas;

Desenvolver um ambiente e uma cultura organizacional que estimule a criação, a transferência e o uso do conhecimento;

Gerenciar o conhecimento como um recurso mensurável.

Gestão do Conhecimento

Page 15: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

DESAFIOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO

Conectar eficientemente “aqueles que sabem” com aqueles que “necessitam saber”;

Converter conhecimento pessoal em conhecimento da organização.

Gestão do Conhecimento

Page 16: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Inteligência Competitiva e Gestão do Conhecimento

INTELIGÊNCIA COMPETITIVARefere-se ao conhecimento sobre o ambiente externo da organização, aplicado a processos de tomada de decisão, nos níveis estratégico e tático, tendo em vista a consecução dos objetivos da organização e a criação de vantagens competitivas sustentáveis.

Page 17: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

ABORDAGENS CONCEITUAISAs atividades críticas para a geração do conhecimento: Resolução de problema — buscar soluções, de

forma compartilhada, para os problemas atuais - presente;

Implementação e integração — consiste em implementar e integrar novas metodologias e ferramentas nos processos atuais - interno;

Experimentação — construir protótipos e realizar projetos-piloto para construir competências para o futuro - futuro;

Importação de conhecimento — se refere a importar e absorver metodologias e tecnologias externas - externo.

Page 18: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Sveiby — A arte de gerar valor a partir de ativos intangíveis

Gerar receitasa partir de ativos intangíveis

A organização deve ser vista comoestruturas de conhecimento e não de

capital

ABORDAGENS CONCEITUAIS

Page 19: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Classificação dos ativos intangíveis: Estrutura externa – inclui relações com

clientes, fornecedores, marcas e a imagem que a empresa projeta no mercado;

Estrutura interna – inclui patentes, modelos, softwares e sistemas de gestão, além da cultura organizacional;

Competência do funcionário – envolve a capacidade de agir dos empregados em diversas situações de modo a desenvolver as estruturas interna e externa e agregar valor à empresa.

ABORDAGENS CONCEITUAIS

Page 20: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

” A criação do conhecimento é um processo em espiral, que começa no nível individual e vai subindo, ampliando comunidades de interação que cruzam fronteiras entre seções, departamentos, divisões e organizações”.

(NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p.82)

Nonaka e Takeuchi — Criação do Conhecimento

ABORDAGENS CONCEITUAIS

Page 21: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

“Criação do conhecimento organizacional é a capacidade de uma empresa de criar novo conhecimento, difundi-lo na organização como um todo e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas”.

(NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p.1 )

Nonaka e Takeuchi — Criação do Conhecimento

ABORDAGENS CONCEITUAIS

Page 22: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Nonaka e Takeuchi — Criação do Conhecimento

Conhecimentotácito

Nível do conhecimento

Conhecimentoexplícito

Dimensãoepistemológica

Dimensão

ontológica

Individual

Grupo

Org. Interorg.

Externalização

Internalização

Combinação

Socialização

ABORDAGENS CONCEITUAIS

Page 23: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Uma organização não pode criar conhecimento sozinha. O conhecimento tácito dos indivíduos constitui uma base da criação do conhecimento organizacional. A organização tem de mobilizar o conhecimento tácito criado e acumulado no nível individual. O conhecimento tácito mobilizado é ampliado “organizacionalmente” através dos quatro modelos de conversão do conhecimento e cristalizado em níveis ontológicos superiores. Chamamos isso de “espiral do conhecimento”, na qual a interação entre conhecimento tácito e conhecimento explícito terá uma escala cada vez maior na medida em que subirem os níveis ontológicos. Assim, a criação do conhecimento organizacional é um processo em espiral, que começa no nível individual e vai subindo, ampliando comunidades de interação que cruzam fronteiras entre seções, departamentos, divisões e organizações.

Espiral de criação do conhecimento organizacional

Page 24: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Modos de conversão do conhecimento

Socialização

CONHECIMENTOCOMPARTILHAD

O

Externalização

CONHECIMENTO

CONCEITUAL

CONHECIMENTOOPERACIONAL

Internalização

CONHECIMENTO

SISTÊMICO

Combinação

Conhecimentotácito

de

Conhecimentoexplícito

Conhecimentotácito

Conhecimentoexplícito

para

Page 25: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Descrição dos quatro modos de conversão do conhecimento

MODO DE CONVERSÃO DESCRIÇÃO

SocializaçãoÉ um processo pelo qual um indivíduo transmite ao outro seus conhecimentos tácitos (modelos mentais ou habilidades técnicas) através do compartilhamento de experiências. Isto pode ser realizado, por exemplo, através de sessões de brainstorming.

ExternalizaçãoÉ um processo pelo qual o conhecimento tácito é articulado (mediante o emprego de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos) e transformado em explícito (através da linguagem formal ou de expressões matemáticas).

FONTE: NONAKA e TAKEUCHI (1997, p. 69-79).

Page 26: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Descrição dos quatro modos de conversão do conhecimento

MODO DE CONVERSÃO DESCRIÇÃO

Combinação

É um processo pelo qual os conhecimentos explícitos são catalogados, sistematizados, combinados e categorizados, através de documentos, reuniões, banco de dados computadorizados, com o intuito de se produzir novos conhecimentos explícitos. Um exemplo de combinação é o que ocorre em cursos, treinamentos e ensino escolar e superior.

Internalização

É um processo pelo qual os conhecimentos explícitos são incorporados aos conhecimento tácitos. Para tanto, é necessário que os conhecimentos explícitos sejam verbalizados ou transcritos em documentos e manuais e disseminados pela organização, para que os indivíduos possam incorporar os conhecimentos.

FONTE: NONAKA e TAKEUCHI (1997, p. 69-79).

Page 27: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento organizacional

O modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento organizacional, proposto por Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi, compreende as seguintes fases:

Compartilhamento do Conhecimento TácitoCriação de ConceitosJustificação dos ConceitosConstrução de um ArquétipoDifusão Interativa do Conhecimento

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Descrição do modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento

FASES DO PROCESSO

DE CRIAÇÃO DOCONHECIMENTO

DESCRIÇÃOMODO DE

CONVERSÃOEQUIVALENTE

Compartilhamento do conhecimento tácito

O compartilhamento do conhecimento tácito entre vários indivíduos com diferentes históricos, perspectivas e motivações torna-se a etapa crítica à criação do conhecimento organizacional. As emoções, sentimentos e modelos mentais dos indivíduos têm de ser compartilhados para permitir o desenvolvimento de confiança mútua.

Socialização

Criação de conceitos

Quando um modelo mental compartilhado é formado no campo de interação, a equipe auto-organizada expressa esse modelo através do diálogo contínuo, sob a forma de reflexão coletiva. O modelo tácito compartilhado é verbalizado em palavras e frases e, finalmente, cristalizado em conceitos explícitos.

Externalização

Page 29: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

Descrição do modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento

Justificação de conceitos

Envolve o processo de determinação de que os conceitos recém-criados valem realmente a pena para a organização e a sociedade. É semelhante ao processo de filtragem. Os indivíduos parecem estar justificando ou filtrando informações, conceitos ou conhecimento contínua e inconscientemente durante todo o processo.

Internalização

Construção de umarquétipo

Nesta fase, um conceito justificado é transformado em algo tangível ou concreto, ou seja, em um arquétipo. Um arquétipo pode ser considerado um protótipo no caso do processo de desenvolvimento de um novo produto. No caso de serviço ou inovação organizacional, um mecanismo operacional modelo poderia ser considerado um arquétipo. Em ambos os casos, o arquétipo é construído combinando-se o conhecimento explicito recém-criado e o conhecimento explícito existente.

Combinação

Difusão interativa doconhecimento

O novo conceito, que foi criado, justificado e transformado em modelo, passa para um novo ciclo de criação de conhecimento em um nível ontológico diferente. Esse processo interativo e em espiral, que chamamos de difusão interativa do conhecimento, ocorre tanto dentro da organização quanto entre organizações.

FONTE: NONAKA e TAKEUCHI (1997, p. 95-102).

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Edvinsson e Malone — Capital intelectual

“Capital humano — o conhecimento, a experiência, o poder de inovação e a habilidade dos em-pregados de uma companhia para realizar as tarefas do dia-a-dia”.

(EDVINSSON; MALONE, 1998, p. 10)

Modelo com foco em três tipos de recursos organizacionais e seus inter-relacionamentos:

Page 31: Gestão Estratégica do Conhecimento Prof. José Pereira de Oliveira

“Capital estrutural — os equipamentos de informática, os softwares, os bancos de dados, as patentes, as marcas registradas e todo o resto da capacidade organizacional que apóia a produtividade daqueles empregados”.

(EDVINSSON; MALONE, 1998, p. 10)

...é o conhecimento que “não vai embora para casa depois do expediente”.

Edvinsson e Malone — Capital intelectual

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Capital de clientes — refere-se ao valor do relacionamento com os principais clientes; traduz-se pela lealdade do cliente ao preferir os bens /serviços de determinada empresa.

Terra — Práticas gerenciais

A Gestão do Conhecimento implica na adoção de práticas gerenciais compatíveis com as teorias de aprendizagem organizacional e, também, na coordenação sistêmica de esforços em vários planos: organizacional e individual; estratégico e operacional; normas formais e informais.

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Visão e Estratégia — Alta Administração, Cultura & Valores Organizacionais, Estrutura Organizacional, Administração de Recursos Humanos, Sistemas de Informação, Mensuração de Resultados, Aprendizado com o Ambiente.

Sete dimensões da prática gerencial (Terra):

ABORDAGENS CONCEITUAIS