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MARINA GROPPO MARTIM GESTÃO EMPRESARIAL: SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL Assis 2011

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MARINA GROPPO MARTIM

GESTÃO EMPRESARIAL: SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

Assis 2011

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MARINA GROPPO MARTIM

GESTÃO EMPRESARIAL: SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis, como requisito do Curso de Graduação.

Orientadora: Tânia Regina de Oliveira Machado

Área de Concentração: _______________________

Assis 2011

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FICHA CATALOGRÁFICA

MARTIM, Marina G. Gestão Empresarial: Sistemas de Gestão Ambiental / Marina Groppo

Martim, Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA – Assis, 2011. 94p.

Orientadora: Tânia Regina de Oliveira Machado Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Municipal de Ensino

Superior de Assis – IMESA. 1. Gestão Ambiental; 2. Sistemas de Gestão Ambiental; 3.

Licenciamento Ambiental.

CDD: 658 Biblioteca da FEMA

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GESTÃO EMPRESARIAL: SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

MARINA GROPPO MARTIM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis como requisito do Curso de Graduação analisado pela seguinte comissão examinadora.

Orientadora: Tânia Regina de Oliveira Machado

Analisador (1): João Carlos da Silva

Assis 2011

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família bem mais precioso, e por serem todas as vezes meu porto seguro.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus por me permitir o dom da vida, a perseverança para não desistir.

A professora Tânia, pela orientação e pelo constante estímulo transmitido durante o trabalho.

Aos meus pais, por me ensinarem quão válido é estudar e por todo sacrifício feito para que essa data chegasse. E por me ensinarem valores que me fazem seguir pelo caminho certo.

Ao meu irmão, por quem eu sinto um amor enorme.

Ao pessoal do trabalho que me ajudaram com idéias, materiais. Entendendo minha situação, quando eu necessitei me ausentar para resolver questões do trabalho. E, por tantas vezes me fazerem perceber quanto eu gosto de estar na presença deles diariamente.

Aos meus amigos que me atentavam quando me chamavam para sair e eu resistia e dizia: não posso tenho o tcc para terminar (risos). E também, por eles entenderem, me mandando mensagens sutis, com gozações. (risos)

Aos professores por aceitarem minha ausência na sala de aula para finalizar o trabalho.

Aos colegas de faculdade, me ajudando na conclusão do trabalho e na descontração nos momentos de tensão.

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O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda.

Edson Marques

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RESUMO

O presente trabalho descreve os conceitos de meio ambiente do ponto de vista

jurídico e considerações feitas por diversos autores, os modelos de desenvolvimento

sustentável com suas particularidades e aborda as principais conferências voltadas à

preservação do ambiente, seus objetivos, seus reflexos e os principais documentos

elaborados a partir desses movimentos.

O segundo capítulo apresenta toda expansão econômica da Região Sudeste,

principalmente do Estado e da cidade de São Paulo, as transformações ocasionadas

na economia e na infra-estrutura e, a consequência dessas ações para o meio

ambiente. O progresso brasileiro a favor do meio ambiente, iniciou-se com a criação

do primeiro Parque Nacional, denominado Parque do Itatiaia em 1937, criação de

leis específicas e outras ações demonstraram um avanço na defesa dos recursos

naturais.

Adentrando no propósito do trabalho, o terceiro capítulo expõe a definição da Gestão

Ambiental e seus avanços, considerando-a como fator de competitividade na visão

da própria organização que ao aplicá-la verifica os befenícios e encontra dificuldades

quando da não implantação. Compreende alguns dos diversos Sistemas de Gestão

Ambiental, tais como a produção mais limpa, a ISO 14001 e o licenciamento

ambiental paulista.

O objetivo é demonstrar o desenvolvimento econômico e sustentável dentro de uma

organização a partir da aplicação de alguns Sistemas de Gestão Ambiental

existentes, especificamente para auxílio de micro e pequenos empreendedores

quanto aos procedimentos para redução da utilização dos fatores produtivos através

da elaboração de um material de apoio que relaciona documentos, etapas e

procedimentos baseados no licenciamento ambiental no Estado de São Paulo.

Os dados deste trabalho foram obtidos através de pesquisas bibliográficas e estudos

acerca do desenvolvimentos da Gestão Ambiental a nível empresarial.

Palavras-chave: 1. Gestão Ambiental; 2. Sistemas de Gestão Ambiental; 3.

Licenciamento Ambiental.

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ABSTRACT

This work describes the concepts of the environment in terms of legal and

considerations made by several authors, models of sustainable development with its

own peculiarities and addresses the major conferences aimed at preserving the

environment, your goals, your reflexes and key documents prepared from these

movements.

The second chapter presents economic expansion throughout the Southeast,

especially the state and the city of São Paulo, the changes caused in the economy

and infrastructure, and the consequence of these actions to the environment. The

Brazilian progress in favor of the environment began with the creation of the first

National Park, called Itatiaia Park in 1937, creation of specific laws and other actions

have demonstrated a breakthrough in the protection of natural resources.

Entering the purpose of the paper, the third chapter sets out the definition of

Environmental Management and its progress, considering it as a competitive factor in

the vision of their organization to apply it scans and finds befenícios difficulties when

not deploying. It comprises some of the various environmental management systems,

such as cleaner production, ISO 14001 environmental licensing and Sao Paulo.

The goal is to demonstrate the economic and sustainable development within an

organization from the application of some existing environmental management

systems, specifically to help micro and small entrepreneurs on the procedures for

reducing the use of productive factors by developing a material related support

documents, steps and procedures based on the environmental licensing in the State

of São Paulo.

The data in this study were obtained through library research and studies on the

development of Environmental Management at the enterprise level.

Keywords: 1. Environmental Management 2. Environmental Management Systems

3. Environmental Licensing.

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RESUMEN

Este documento describe los conceptos de medio ambiente en términos de las

consideraciones legales y realizado por varios autores, los modelos de desarrollo

sostenible con sus propias peculiaridades y las direcciones de las principales

conferencias dirigidas a preservar el medio ambiente, sus objetivos, sus reflejos y

documentos clavo preparados de estos movimientos.

El segundo capítulo presenta la expansión económica en el sureste, sobre todo el

estado y la ciudad de São Paulo, los cambios producidos en la economía y la

infraestructura, y la consecuencia de estas acciones para el medio ambiente. El

progreso de Brasil en favor del medio ambiente comenzó con la creación del primer

Parque Nacional, llamado Itatiaia Park en 1937, la creación de leyes específicas y

otras medidas han demostrado un gran avance en la protección de los recursos

naturales.

Entrando en el propósito de este trabajo, el tercer capítulo establece la definición de

la gestión ambiental y su desarrollo, considerándolo como un factor competitivo en la

visión de su organización para aplicar lo busca y encuentra dificultades befenícios

cuando no desplegar. Se compone de algunos de los diferentes sistemas de gestión

ambiental, tales como la producción más limpia, ISO 14001 de licencia ambiental y

Sao Paulo.

El objetivo es demostrar el desarrollo económico y sostenible dentro de una

organización de la aplicación de algunos sistemas de gestión ambiental existentes,

especialmente para ayudar a los micro y pequeños empresarios sobre los

procedimientos para reducir el uso de los factores productivos mediante el desarrollo

de un material relacionados con los documentos de apoyo, medidas y

procedimientos basados en la licencia ambiental en el Estado de São Paulo.

Los datos de este estudio fueron obtenidos a través de la investigación bibliográfica

y estudios sobre el desarrollo de la gestión ambiental a nivel de empresa.

Palabras-clave: 1. Gestión Ambiental; 2. Sistemas de Gestión Ambiental; 3.

Licenciamiento Ambiental.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Modelo de desenvolvimento atual ............................................................19

Figura 2 – Modelo conveniente de desenvolvimento sustentável..............................20

Figura 3 – As dimensões da Gestão Ambiental.........................................................42

Figura 4 – SGA – requisitos com orientações para uso.............................................51

Figura 5 – Fases do Licenciamento...........................................................................59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Avanços Ambientais Brasileiro.................................................................34

Tabela 2 – Órgãos que compõe o SISNAMA.............................................................36

Tabela 3 – Família de normas da GA.........................................................................49

Tabela 4 – Fator de Complexidade e prazo de validade da licença de operação.....51

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

BS Britich Standard Institute

CD Compact Disc

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CICPAA Comissão Intermunicipal de Controle da Poluição das Águas e do

Ar

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial

CNTL Centro Nacional de Tecnologias Limpas

CNUMAD Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento

DEMPI Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria

DIES Desenvolvimento Industrial Ecologicamente Sustentável

DMA Departamento do Meio Ambiente

EIA Estudo de Impacto Ambiental

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

G A Gestão Ambiental

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia

ISO International Organization for Standardization

JUCESP Junta Comercial do Estado de São Paulo

LI Licença de Instalação

LO Licença de Operação

LP Licença Prévia

MCE Memorial de Caracterização do Empreendimento

MMA Ministério do Meio Ambiente

NBR Norma Brasileira

ONG Organização Não-governamental

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ONU Organização das Nações Unidas

ONUDI Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial

P+L Produção mais Limpa

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PREPCOM Comitê Preparatório da Conferência

RIMA Relatório de Impacto Ambiental

SAGE Strategic Advisory Group on the Environmental

SBC Sistema Brasileiro de Certificação

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SGA Sistema de Gestão Ambiental

SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente

SUSAM Superintendência de Saneamento Ambiental

TC 207 Technical Committe 207

UICN/IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza

WWF Fundo Mundial para a Natureza

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................... 15

2. MEIO AMBIENTE .................................. ..................................... 17

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................ 18

2.3 TRATADOS ...................................................................................... 22

2.3.1 Principais Conferências Internacionais sobre o Meio Ambiente ..... 23

2.3.1.1 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo 1972 ................................................................................................................................... 23

2.3.1.2 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio de Janeiro 1992 .............................................................................................................. 25

2.3.1.3 Conferência de Jhoannesburgo ..................................................................... 29

3. HISTÓRICO DA REGIÃO SUDESTE E DA CIDADE DE SÃO P AULO ....................................................................................................... 30

3.1 ACONTECIMENTOS AMBIENTAIS NO BRASIL ............................. 34

4. DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ....... .... 39

4.1 A GESTÃO AMBIENTAL COMO FALTA DE COMPETITIVIDADE . 43

4.2 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ............................................ 45

4.2.1 Histórico da ISO ........................... ........................................................ 47

4.2.1.1 ISO 14001 ...................................................................................................... 51

4.2.2. Produção mais Limpa ....................... .................................................. 54

4.2.3 Licenciamento Ambiental para o Estado de São Paulo .................... 56

CONCLUSÃO ........................................ ....................................... 63

REFERÊNCIAS ............................................................................. 64

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1.INTRODUÇÃO

A industrialização da região sudeste, em especial do estado de São Paulo, e da

capital paulista desencadeou fatores positivos, como o desenvolvimento da

tecnologia e seus respectivos avanços, e negativos, como a degradação do meio

ambiente causada pela má utilização dos recursos naturais. Diante dessa situação,

que acontece no mundo inteiro, houve grandes movimentos preocupados com o

desenvolvimento sustentável como forma de precaver e/ou reparar o passivo

ambiental – disposição de resíduos industriais na natureza que ignoram

procedimentos de tratamento – conciliando meio ambiente e crescimento

econômico.

No Brasil, a criação da Política Nacional de Meio Ambiente, a inclusão de um

capítulo que se refere ao meio ambiente no artigo 225 da Constituição Federal de

1988, e a criação de leis específicas, Alteraram os mecanismos de produção

utilizados pelas indústrias. Desse modo, os procedimentos se tornaram mais

condizentes com as novas exigências e os novos valores, que são mais benéficos

ao meio ambiente. Como no caso da Lei nº 9.605 de fevereiro de 1998 que definiu

os crimes ambientais e passou a responsabilizar a pessoa jurídica pelo passivo

ambiental gerado pela empresa.

A partir de princípios e da conscientização, a Gestão Ambiental tem ocupado um

lugar de destaque dentro das empresas, sendo possível constatar através dos

sistemas de gestão ambiental aplicado no espaço industrial e organizacional. Esses

sistemas, além de reduzirem desperdícios e certificarem em qualidade, trazem

consigo um fator de competitividade, agregando valor a empresa e a marca, visto

que a conscientização da sociedade faz com que esta busque produtos e serviços

que tenham seu impacto ambiental diminuído e controlado.

É importante pesquisar sobre esse assunto para auxiliar outros pesquisadores. Além

de servir como material a empresários que tenham interesse em constituir uma

empresa econômica e sustentavelmente desenvolvida, considerando o meio

ambiente na geração de seus produtos.

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O objetivo desse trabalho é auxiliar todo micro ou pequeno empreendedor

interessado em associar produção e meio ambiente. Em especial, apresentar o

licenciamento ambiental utilizado no estado de São Paulo, utilizando esse trabalho

como um auxiliador às dúvidas referentes a documentos e etapas e, genericamente,

às formas de diminuir excessos.

Os dados deste trabalho foram obtidos através de pesquisa bibliográfica e estudos

sobre o desenvolvimento da gestão ambiental em nível empresarial.

O primeiro capítulo apresenta o conceito de meio ambiente definido por leis

específicas do Brasil e por citação de autores, e as principais conferências sobre o

meio ambiente em nível internacional, como as Conferência de Estocolmo, na

Suécia, Rio92, no Brasil, e de Joanesburgo, na África do Sul.

O segundo capítulo aborda o desenvolvimento econômico do estado e da cidade de

São Paulo, mostrando a evolução e seus reflexos e os principais acontecimentos

nacionais dedicados ao meio ambiente.

Já no terceiro capítulo, adentra-se no propósito do trabalho, que é a Gestão

Ambiental e os seus fatores positivos, que vão desde a redução de materiais e/ou

recursos na produção, o reconhecimento na sociedade e o aumento da

competitividade da empresa. Nesse capítulo também são tratados temas como

alguns Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) existentes e possíveis de aplicação nas

empresas, como a Produção Mais Limpa (p+l), a certificação da ISO 14000 e, com

maior aprofundamento, o licenciamento ambiental no estado paulista para o leitor ter

mais informações do que trata cada SGA.

E, finalizando o trabalho, a conclusão feita pela autora, apresentando as principais

considerações e os fatores mais importantes da pesquisa.

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2.MEIO AMBIENTE

A Lei Federal nº. 6.938 de 31 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional do

Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação:

Artigo 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abrigar e rege a vida em todas as suas formas;

II - degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente;

III - poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

IV – poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

Através dessa Lei Nacional, pode-se compreender, em termos jurídicos, o

significado de meio-ambiente, poluição e poluidor.

O artigo 225 da Constituição Federal de 1988, no capítulo VI do meio ambiente,

refere-se:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao

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Poder Público o dever de defendê-lo e à coletividade o de preservá-lo para presentes e futuras gerações.

Esse artigo define os direitos da sociedade, bem como seus deveres em relação ao

meio ambiente, para que haja preservação da qualidade de vida, e ainda confere

responsabilidade ao Poder Público, todos em termos jurídicos.

Christiano Silva (2008), baseado em José Afonso Silva (2007), compreende o meio

ambiente em três aspectos relevantes: meio ambiente natural, constituído pelo solo,

ar, água, flora; meio ambiente cultural, integrado pelo patrimônio paisagístico,

arqueológico, artístico-histórico; e meio ambiente artificial, composto pelo espaço

urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações e dos equipamentos

públicos (ruas, áreas verdes, espaços urbanos abertos).

Rattner (1992) demonstra semelhança com essas definições ao citar que

entendemos “o meio ambiente como sendo o produto de interação entre homens e a

natureza e da interação entre os próprios homens, em espaço e tempo concretos e

com dimensões históricas e culturais específicas”.

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Analisando a base do desenvolvimento sustentável e considerando seu modelo

atual, que representa um sistema aberto, Braga et al. (2002), considera esse modelo

dependente de um suprimento contínuo e inesgotável de matéria e energia. Isto é,

depois de utilizadas, matéria e energia devolvida ao meio ambiente. Esse modelo

atual é representado pela figura abaixo.

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Energia

Figura 1 – Modelo de desenvolvimento atual. (In: BRAGA et al.. Introdução à Gestão Ambiental. 2002 pag. 47)

Para que esse modelo tivesse sucesso de desenvolvimento seria necessário que a energia, a matéria e a capacidade do meio de reciclar e absorver resíduos fosse infinita. A realidade é oposta a esse modelo e tem seus limites, como já comprovaram diversas pesquisas; portanto, é válida uma revisão desse modelo, que, como sugere Braga et al. (2002), pode se tornar fechado ao serem consideradas algumas premissas:

• dependência do suprimento externo contínuo de energia (Sol);

• uso racional da energia e da matéria com ênfase à conservação, em contraposição ao desperdício;

• promoção da reciclagem e do reuso dos materiais;

• controle da poluição, gerando menos resíduos para serem absorvidos pelo ambiente;

• controle do crescimento populacional em níveis aceitáveis, com perspectivas de estabilização da população.

(INTRODUÇÃO À ENGENHARIA AMBIENTAL, 2002, pag. 48)

Abaixo, o modelo idealizado por Braga, apresentando o modelo fechado e mais

apropriado, fazendo as considerações reais:

USO DE RECURSOS PROCESSAMENTO MODIFICAÇÃO DE

RECURSOS

TRANSPORTE CONSUMO

RESÍDUO/IMPACTO RESÍDUO/IMPACTO RESÍDUO/IMPACTO RESÍDUO/IMPACTO

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Energia

Recuperação do Recurso

Resíduo/Impacto

Figura 2 – Modelo conveniente de desenvolvimento sustentável. (In: BRAGA, et al.. Introdução à Engenharia Ambiental. 2002 pag. 48)

Para BRAGA et al., (2002), esse segundo modelo está despertando a sociedade para a percepção do esgotamento das fontes de energia. Com a educação e a cooperação mundial a favor do meio ambiente há um avanço gradativo do

desenvolvimento sustentável. Usufruindo de maneira consciente e responsável, perpetua-se a espécie.

Segundo Nomura (2004) a busca pela sustentabilidade é definida da seguinte

maneira:

(...) estratégias e diretrizes de ações determinadas e conceituadas pelos agentes públicos e privados, que interagem no processo de uso dos recursos naturais. É o estabelecimento do modus operandi para o desenvolvimento das gerações presentes e futuras”. (SEGURANÇA AMBIENTAL – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: PRINCÍPIOS E PRÁTICAS INSTITUCIONAIS, 2004, p. 41 - 42)

Nomura (2004), baseado em Sachs (1997), divide o desenvolvimento sustentável em três visões:

USO DE RECURSOS PROCESSAMENTO MODIFICAÇÃO DE

RECURSOS

TRANSPORTE CONSUMO

Impacto minimizado pela restauração ambiental

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− sob uma perspectiva de competição, onde se vê o interesse ambiental como propulsor do crescimento econômico. O crescimento como parte da solução e não do problema.

− sob a perspectiva de um astronauta, que ressalta o aspecto sistêmico da vida do planeta e elege a sustentabilidade dos recursos como o grande desafio para um manejo global.

− e, finalmente, sob a perspectiva do lar, que não se concentra na estabilidade biosférica ou na excelência econômica, mas sim, na busca pela sustentabilidade local. Nela, o foco é o objetivo e a estrutura do desenvolvimento, que é visto nos países do Sul, como uma força de diminuição de poder das comunidades e, do Norte, como uma diminuição do bem-estar. Propõe-se um novo tipo de racionalidade que, poder-se-ia dizer, assume as características de um jargão popular: “pensar globalmente e agir localmente”. (SEGURANÇA AMBIENTAL – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: PRINCÍPIOS E PRÁTICAS INSTITUCIONAIS, 2004, p. 42)

Destacando a última perspectiva, observar-se um olhar sustentável de ação local.

Nomura (2004) ainda identifica que nos hemisférios Norte e Sul essa busca tenha

significados diferentes, mas com reflexos no mundo todo.

Para o autor, o conceito de sustentabilidade está atrelado à ecologia, às relações

sociais e do homem com a natureza. Assim, proporciona-se condições para o

surgimento de distintas dimensões: sustentabilidade ecológica, sustentabilidade

social, sustentabilidade espacial, sustentabilidade cultural e sustentabilidade

econômica.

O termo ‘desenvolvimento sustentável’ impõe que seja abandonada a idéia de que o progresso só será alcançado por meio do padrão de desenvolvimento dos países, capitalistas centrais o que, diga-se, não é fácil, pois significa a superação do apego ao crescimento econômico como propulsor do desenvolvimento. (SEGURANÇA AMBIENTAL – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: PRINCÍPIOS E PRÁTICAS INSTITUCIONAIS, 2004, p. 43)

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), o Fundo Mundial

para a Natureza (WWF) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

(PNUMA) publicaram o documento Cuidando do Planeta Terra: uma estratégia para

o futuro da vida, onde elegeram nove princípios para a construção de uma

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sociedade sustentável: (1) Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos; (2)

Melhorar a qualidade de vida humana; (3) Conservar a vitalidade e a diversidade do

planeta Terra; (4) Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis; (5)

Permanecer nos limites da capacidade de suporte do planeta Terra; (6) Modificar

atitudes e práticas sociais; (7) Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio

meio ambiente; (8) Gerar uma estrutura nacional para a integração de

desenvolvimento e conservação; (9) Constituir uma aliança global. (UICN; PNUMA;

WWF, 1991).

2.3 TRATADOS

Em uma publicação da Secretaria do Meio Ambiente (1997), Tratados e

Organizações Internacionais em matéria de Meio Ambiente, descreve-se que os

“Tratados Internacionais são acordos concluídos entre Estados de forma escrita e

regulados pelo Direito Internacional”.

É importante esclarecer que a palavra Tratado é utilizada aqui em seu sentido amplo, incluindo todas as espécies de acordos internacionais, que podem ser de natureza variada, por exemplo: convenções, declarações, atos, protocolos, entre outros. (TRATADOS E ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS EM MATÉRIA DE MEIO AMBIENTE, 1997, p. 7)

Os Tratados se aplicam a todo território de países que o celebraram. É uma relação

de Estado a Estado. “Eles acarretam de modo indireto obrigações para os poderes

estatais (Executivo, Legislativo e Judiciário) [...], e o descumprimento das obrigações

neles estipuladas acarreta a responsabilidade internacional do Estado”. (Secretaria

do Meio Ambiente, 1997)

Para que um tratado entre em vigor e torne-se vinculativo, uma série de etapas devem ser transcorridas, e podem variar de país para país. De modo

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geral as etapas incluem os seguintes momentos: (i) negociação; (ii) assinatura; (iii) ratificação; (iv) promulgação; (v) publicação. (TRATADOS E ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS EM MATÉRIA DE MEIO AMBIENTE, 1997, p. 8)

No caso do Brasil, compete ao Presidente da República “celebrar tratados,

convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”.

(artigo 84, VIII, Constituição Federal).

2.3.1 Principais Conferências Internacionais sobre o Meio Ambiente

Das reuniões das Nações Unidas para debater questões globais buscando soluções

para os problemas de ordem ambiental que afligem o Planeta Terra surgiram três

principais conferências internacionais: a primeira em Estocolmo em 1972, Suécia a

segunda, no Rio de Janeiro, no Brasil, em 1992 e a terceira em Joanesburgo, África

do Sul, em 2002. A seguir, apresentam-se duas dessas conferências a partir da

publicação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (1997) no Tratados e

organizações internacionais em matéria de meio ambiente, volume I. E em seguida,

a publicação comentando a Conferência em Johanesburgo

2.3.1.1 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo 1972

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (1997) menciona que os sérios problemas

ambientais que afetavam o mundo até 1968 foram a causa da convocação pela

Assembléia Geral ONU, no mesmo ano, da Conferência das Nações Unidas sobre o

Meio Ambiente Humano, que aconteceu em junho de 1972 em Estocolmo. Essa

conferência chamou a atenção das nações para o fato de que a ação humana

estava degradando seriamente a natureza e criando severos riscos para o bem estar

e para a própria sobrevivência da humanidade. Foi marcada por uma visão

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antropocêntrica do mundo, em que o homem era tido como o centro de toda a

atividade realizada no planeta, desconsiderando o fato de a espécie humana ser

parte da grande cadeia ecológica que rege a vida na Terra.

A Conferência foi marcada pelo confronto entre as perspectivas dos países

desenvolvidos e dos países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos estavam

preocupados com os efeitos da devastação ambiental sobre a Terra e proporam um

programa internacional voltado para a conservação dos recursos naturais e

genéticos do planeta, pregando que medidas preventivas teriam de ser encontradas

imediatamente para que se evitasse um grande desastre. Por outro lado, os países

em desenvolvimento argumentaram que se encontravam assolados pela miséria,

com graves problemas de moradia e de saneamento básico, atacados por doenças

infecciosas e que necessitavam desenvolver-se economicamente. Questionaram a

legitimidade das recomendações dos países ricos, que já tinham atingido o poderio

industrial através do uso indiscriminado de recursos naturais e que queriam impor a

eles complexas exigências de controle ambiental, que poderiam encarecer e retardar

a industrialização de suas nações. (Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 1997)

A Conferência contou com representantes de 113 países, 250 organizações-não-

governamentais e os organismos da ONU. Produziu a Declaração sobre o Meio

Ambiente Humano, a qual instituiu princípios de comportamento e responsabilidade

que deveriam reger as decisões referentes a questões ambientais. Outro resultado

formal foi um Plano de Ação que convocava todos os países, os organismos das

Nações Unidas, bem como todas as organizações internacionais a cooperarem na

busca de soluções para uma série de problemas ambientais.

Da declaração surgiram 26 princípios que servem de orientação para as legislações

internas dos países e para as relações internacionais. Barbieri (2007) referencia a

importância do 21º princípio, já que considera uma reivindicação dos países não

desenvolvidos:

21º: Garante aos países o direito soberano de explorar os seus recursos de acordo com a sua política ambiental, desde que as atividades realizadas

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dentro de suas jurisdições não prejudiquem o meio ambiente de outros países ou de zonas situadas fora dos limites de suas jurisdições nacionais. (GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL, 2007, p.35)

2.3.1.2 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio de Janeiro 1992

Em 1988 a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou uma Resolução

determinando a realização, até 1992, de uma conferência sobre o meio ambiente e

desenvolvimento que pudesse avaliar como os países haviam promovido a proteção

ambiental desde a Conferência de Estocolmo de 1972. Na sessão, que aprovou

essa resolução, o Brasil ofereceu-se para sediar o encontro em 1992.

Em 1989 a Assembléia Geral da ONU convocou a Conferência das Nações Unidas

sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) e marcou sua realização para

o mês de junho de 1992, de maneira a coincidir com o Dia do Meio Ambiente.

(Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 1997)

Dentre os objetivos principais dessa conferência destacaram-se os seguintes:

• examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com o estilo de desenvolvimento vigente;

• estabelecer mecanismos de transferência de tecnologia não-poluente aos países subdesenvolvidos;

• examinar estratégias nacionais e internacionais para a incorporação de critérios ambientais ao processo de desenvolvimento;

• estabelecer um sistema de cooperação internacional para prever ameaças ambientais e prestar socorro em casos emergenciais;

• reavaliar o sistema de organismos da ONU, eventualmente criando novas instituições para implementar as decisões da conferência. (TRATADOS E ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS EM MATÉRIA DE MEIO AMBIENTE, 1997, p. 16)

Esse encontro foi organizado pelo Comitê Preparatório da Conferência (PREPCOM),

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que foi formado em 1990 e tornou-se responsável pela preparação dos aspectos

técnicos do encontro. Durante as quatro reuniões do PREPCOM antecedentes à

Conferência, foram preparados e discutidos os termos dos documentos que foram

assinados em junho de 1992 no Rio de Janeiro.

O PREPCOM foi também importante na medida em que inovou os procedimentos

preparatórios de conferências internacionais, permitindo um amplo debate político e

o intercâmbio de idéias entre as delegações oficiais e os representantes dos vários

setores da sociedade civil, por meio de entidades e cientistas. Em geral, pode-se

dizer que representantes de ONGs (Organização não-governamental) e do setor

privado têm tido um papel significativo na elaboração de importantes acordos

internacionais, participando dos encontros como ouvintes e, em alguns casos

ativamente dos encontros oficiais. (Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 1997)

A Conferência da ONU propiciou um debate e a mobilização da comunidade

internacional em torno da necessidade de uma urgente mudança de comportamento,

visando a preservação da vida na Terra. A Conferência ficou conhecida como

“Cúpula da Terra” (Earth Summit) e realizou-se no Rio de Janeiro entre 3 e 14 de

junho de 1992 contando com a presença de 172 países – apenas seis membros das

Nações Unidas não estiveram presentes – representados por aproximadamente

10.000 participantes, incluindo 116 chefes de Estado. Além disso, receberam

credenciais para acompanhar as reuniões cerca de 1.400 organizações-não-

governamentais e 9.000 jornalistas.

Segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (1997), como produto dessa

Conferência foram assinados 5 (cinco) documentos. Entre eles estão a “Declaração

do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento” e a “Agenda 21”.

• Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

Trata-se de uma carta, que contém 27 princípios e visa estabelecer um novo

estilo de vida, um novo tipo de presença do homem na Terra, através da

proteção dos recursos naturais, da busca do desenvolvimento sustentável e

de melhores condições de vida para todos os povos. (Secretaria de Estado do

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Meio Ambiente, 1997)

• Agenda 21

Para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (1997), esse acordo é

resultado do amadurecimento dos debates da comunidade internacional a

respeito da compatibilização entre desenvolvimento econômico e proteção

ambiental e, consequentemente, sobre a continuidade e sustentabilidade da

vida no Planeta Terra.

Entre a realização das duas grandes conferências da ONU sobre o meio

ambiente, a de 1972 e a de 1992, houve momentos em que a comunidade

internacional reuniu-se para discutir os grandes temas que afetavam a

sustentabilidade da vida no planeta; a partir dessas reuniões, foram

publicados significativos relatórios, que abordam a compatibilidade entre o

desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente. Dentre esses

relatórios, é importante destacar alguns que serviram de subsídios para a

definição do conteúdo da Agenda 21, especificamente: a) Estratégia Mundial

para a Conservação da Natureza, resultado de esforços das organizações

WWF e IUCN (1980); b) o Nosso Futuro Comum, relatório da Comissão sobre

o Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU (1987); c) Cuidando do Planeta

Terra: Um estratégia para o Futuro da Vida, resultado de esforços do

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em conjunto com a WWF

e a IUCN (1991).

Dentre os acordos assinados na Cúpula da Terra, destaca-se a Agenda 21, de

particular importância por seu ineditismo, por representar um consenso

mundial e um compromisso político de alto nível, e, ainda, por constituir o

primeiro esforço de sistematização de um amplo programa de ação que visa a

transição para o desenvolvimento sustentável. Esse programa estava voltado

para os problemas urgentes da época, mas seu objetivo principal era de

preparar o mundo para os desafios do próximo século, XXI.

Para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (1997), a Agenda 21 é um

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abrangente plano de ação possível de ser implementado pelos governos,

agências de desenvolvimento, Organizações das Nações Unidas e grupos

setoriais independentes, em cada área onde a atividade humana afeta o meio

ambiente. A execução deste programa deverá levar em conta as diferentes

situações e condições dos países e regiões e a plena observância de todos

os princípios contidos na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento. Trata-se de uma pauta de ações a longo prazo, que

estabelece projetos, objetivos, metas, planos e mecanismos de execução

para diferentes temas da Conferência. Esse programa contém 4 (quatro)

seções, 40 (quarenta) capítulos, 115 (cento e quinze) programas e,

aproximadamente, 2.500 (duas mil e quinhentas) ações a serem

implementadas. As quatro seções se subdividem em capítulos temáticos que

contêm um conjunto de áreas e programas. Essas quatro seções abrangem

os seguintes temas:

(1) Dimensões Econômicas e Sociais: trata das relações entre o meio

ambiente e pobreza, saúde, comércio, dívida externa, consumo e

população;

(2) Conservação e Administração de Recursos: trata das maneiras de

gerenciar recursos físicos para garantir o desenvolvimento sustentável;

(3) Fortalecimento a Grupos Sociais: trata das formas de apoio a grupo

sociais organizados e minoritários que colaboram para a

sustentabilidade;

(4) Meios de Implementação: trata dos financiamentos e do papel das

atividades governamentais e não-governamentais. (Secretaria de

Estado do Meio Ambiente, 1997)

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2.3.1.3 Conferência de Joanesburgo

O fato mais recente a nível internacional aconteceu em 2002 em Johanesburgo, com

a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, onde foram avaliados os

avanços obtidos desde a conferência realizada em 1992 no Rio de Janeiro e incluiu

as chamadas Metas do Milênio. Lucon e Coelho (2002) citam de forma resumida

essas metas:

Erradicar a fome e a pobreza extrema; alcançar uma mínima educação primária com iguais oportunidades para homens e mulheres; reduzir a mortalidade infantil com especial enfoque ao combate à AIDS e à malária; melhorar as condições de vida dos que moram em favelas e de outras populações necessitadas; ampliar o acesso à água potável; desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento que incluísse sistemas internacionais de comércio e financiamentos não discriminatórios e atendesse as necessidades especiais dos países em desenvolvimento, aliviando suas dívidas externas, provendo trabalho aos jovens e acesso a remédios e novas tecnologias. (DEPOIS DA RIO+10: AS LIÇÕES APRENDIDAS EM JOHANNESRBURGO, 2002, p. 11)

Segundo Lucon e Coelho (2002) “muito se evoluiu em termos de conscientização

ambiental com o que se presenciou na arena de Joanesburgo (...) um balanço

realista indica que muitos avanços foram obtidos. Os novos renováveis, ou energia

positiva – fontes mais limpas de energia que incluem a solar, a dos ventos, a

geotérmica, das pequenas hidrelétricas e a da biomassa – são apenas um deles”. É

considerado pelos autores como mais importante “o novo patamar de

conscientização pública atingido graças aos debates”. (LUCON; COELHO, 2002)

A proposta brasileira de energia trazia um sistema denominado trading: os países

que não conseguissem atingir suas metas, podem comprar os certificados de

produção de energia renovável de outras nações. (LUNCON; COELHO, 2002)

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3. HISTÓRICO DA REGIÃO SUDESTE E DA CIDADE DE SÃO P AULO

Antes de adentrar no propósito do trabalho – Gestão Ambiental – faz-se necessário

apresentar a industrialização do estado de São Paulo e seus reflexos. A seguir,

apresentamos a base histórica tirada de uma obra do Governo do Estado de São

Paulo, denominada: Brasil 92 – Perfil Ambiental e Estratégias.

A região sudeste engloba os estados de Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro

e São Paulo e abrange uma área de cerca de 924.000 km², correspondendo a

apenas 10,86% do território nacional, e, em virtude de um conjunto de condições

favoráveis, organiza-se e assume a posição de região mais importante do país. Até a

década de 20, a região apoiava-se a uma estrutura econômica baseada na

agricultura de produtos tropicais de exportação, cana-de-açúcar e café, e na

pecuária extensiva. Então, evoluiu rapidamente rumo à industrialização,

principalmente em São Paulo.

O surto industrial provocou importantes transformações na economia e na infra-

estrutura da região, que conta hoje com grande contingente demográfico, densa

malha urbana e complexa rede de transportes e comunicações. As três mais

importantes regiões metropolitanas do país – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo

Horizonte – encontram-se no Sudeste.

Por conta do atual estágio de desenvolvimento econômico, é a região que sofreu a

mais severa ação predatória, apresentando os maiores problemas ambientais. Das

matas originais tropicais restam apenas áreas muito limitadas, que revestem as

encostas mais íngremes e úmidas. O mesmo ocorre com outras coberturas vegetais

naturais. Os solos das áreas rurais estão degradados, observando-se por toda a

região sérios problemas de erosão. Nas cidades, são graves os problemas de

poluição do ar, dos recursos hídricos e do solo, além de outras mazelas típicas dos

desequilíbrios criados pelo modelo de desenvolvimento adotado, como a carência de

habitações, segurança precária, a poluição sonora e os problemas de transporte.

(Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente. Brasil 92 - Perfil

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Ambiental e Estratégias)

O processo econômico brasileiro fixou-se em duas atividades: pequena produção

agrícola e extração de minerais, ambas voltadas para o mercado externo.

Assentadas em princípios que privilegiavam a grande propriedade fundiária, a

tecnologia primitiva e a exploração de mão-de-obra escrava, ou subremunerada,

empregaram métodos nitidamente predatórios e agressivos em relação aos recursos

naturais do país. No Sudeste, o processo foi similar.

Se, em âmbito nacional, o primeiro ciclo extrativista baseou-se na exploração do

pau-brasil, na região foi caracterizado pela produção de açúcar. Assim, o plantio da

cana-de-açúcar irradiou-se do litoral para o interior e as áreas de plantio sofreram

intenso desmatamento e esgotamento da qualidade do solo. Em Minas Gerais, a

ocupação territorial vinculou-se decididamente, a partir do século XVII, ao

extrativismo mineral. Essa foi a marca predominante da economia brasileira até o

final do século XIX: localizados ciclos produtivos e extrativistas efêmeros,

dependentes das flutuações e crises dos mercados internacionais e dos interesses

da metrópole. (Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente.

Brasil 92 – Perfil Ambiental e Estratégias)

No final do século XVIII, o café passou a assumir importância no mercado

internacional, alterando o contexto colonial. Neste aspecto, São Paulo foi favorecido

pelas condições do clima e pela quantidade de solo, elementos necessários ao

plantio em grande escala. Em contrapartida, o dano ambiental foi enorme,

principalmente por causa do emprego do antigo sistema de queimar a mata antes do

plantio, levando à degradação das melhores terras do território paulista. (Governo do

Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente. Brasil 92 – Perfil Ambiental e

Estratégias)

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) refletiu no dependente mercado nacional.

Acabou sendo um catalisador do processo de industrialização ao obrigar o governo

federal a editar legislação específica de estímulo à produção interna e a criar

barreiras alfandegárias, para reter no Brasil o capital excedente da comercialização

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do café. O reflexo foi imediato, fazendo surgir novos estabelecimentos industriais. As

aproximadas 400 indústrias do início do século, vieram a somar mais de 4.000 após

o término da guerra.

O impulso fabril decisivo veio com a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945),

provocando um impacto significativo na economia brasileira, dada a diversificação da

produção industrial, dirigida a um mercado consumidor bastante ampliado e muito

mais exigente em suas aspirações. É o período da instalação das indústrias de

produção de insumos básicos e o começo dos investimentos estatais de grande

porte em transporte, comunicação, energia e em setores industriais, como

siderúrgica, mecânica e derivados de petróleo, únicas alternativas viáveis para

superar os vínculos de dependência. (Governo do Estado de São Paulo, Secretaria

do Meio Ambiente. Brasil 92 – Perfil Ambiental e Estratégias)

As décadas de 50 e 60 fortaleceram a filosofia da conversão do país em um Estado

capitalista, altamente aberto à penetração intensiva do capital estrangeiro. Este

momento modifica profundamente a qualidade de vida dos núcleos metropolitanos

da Região Sudeste. A filosofia de desenvolvimento que prevalece é a do crescimento

econômico a qualquer preço, sem obstáculos, inclusive no que diz respeito às

restrições de ordem ambiental. Naquele momento, a ocupação desordenada em

geral era fato consumado, em especial nas regiões metropolitanas, onde as

municipalidades, encantadas com o rápido crescimento das cidades e pretenso

enriquecimento dos cofres públicos, evitaram adotar qualquer sistema de restrição à

ocupação do solo, principalmente em relação ao uso industrial. Em curto espaço de

tempo, o resultado ambiental mostrou-se desastroso.

Um grande contingente de pessoas passou a ocupar não só a periferia das cidades,

mais também os espaços naturais e os espaços frágeis, que deveriam ser

preservados. Essa ocupação deu-se em forma de loteamentos clandestinos, de

construções irregulares e inseguras, como favelas e cortiços, provocando, entre

outros problemas, a degradação dos mananciais, a ocupação de mangues, várzeas

e morros e a proliferação de doenças devido à falta de saneamento básico.

(Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente. Brasil 92 – Perfil

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Ambiental e Estratégias)

Foi nesse contexto que o Sudeste chegou ao atual estágio de crescimento industrial,

agroindustrial e urbano. Nela se concentram os maiores problemas de poluição das

águas, do solo e do ar.

Em outra obra do Governo do Estado de São Paulo, São Paulo 92 – Perfil Ambiental

e Estratégias, apresenta-se a evolução da industrialização específica da cidade de

São Paulo.

O desenvolvimento industrial dos últimos 50 anos foi acompanhado por significativa

perda de qualidade dos sistemas ambientais, devido à maneira acelerada com que

se deu e ao emprego de processos tecnológicos que, além de explorar não

racionalmente os recursos naturais, consomem altas quantidades de matérias-

primas e energia. Assim, o resultado desse processo foi enormes volumes de

rejeitos, sem levar em conta sua disposição adequada. A concentração de

instalações industriais, com geração e uso de energia, influiu para modificar a

qualidade do ar, contribuindo para o aumento sensível da temperatura atmosférica e

para a alteração do microclima. (Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do

Meio Ambiente. Brasil 92 - Perfil Ambiental e Estratégias)

Avalia-se a gravidade dos problemas ambientais ao considerando dois fatores: a

posição que São Paulo ocupa na economia brasileira e os desequilíbrios causados

pela concentração geográfica das instalações industriais.

Os maiores problemas de poluição do ar decorrem do lançamento de gases e de

partículas na atmosfera, devido à atividade industrial e aos veículos automotores. A

ação dos contaminantes do ar se agrava ainda mais quando há condições

desfavoráveis de dispersão ocasionadas pelas chamadas inversões térmicas -

névoa de gases tóxicos que fica sobre a cidade ocasionada pela poluição das

metrópoles e que prejudica a saúde. (Governo do Estado de São Paulo, Secretaria

do Meio Ambiente. Brasil 92 – Perfil Ambiental e Estratégias)

Em termos de poluição do ar, o Estado de São Paulo apresenta áreas bem distintas.

A Região Metropolitana de São Paulo e Cubatão são áreas críticas, por isso,

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prioritárias. Seu grau de comprometimento da qualidade do ar requer um sistema de

monitoramento que leve em conta, além do acompanhamento da qualidade a longo

prazo, a possibilidade de ocorrência de episódios agudos de poluição. Já o interior

se caracteriza ou pela existência de problemas isolados ou por cidades cujo

tamanho merece um tipo de atenção especial. (Governo do Estado de São Paulo,

Secretaria do Meio Ambiente. Brasil 92 - Perfil Ambiental e Estratégias)

3.1 ACONTECIMENTOS AMBIENTAIS NO BRASIL

No Brasil, houve manifestações a favor do meio ambiente, e seu primeiro

acontecimento se deu em 1937 com a criação do primeiro Parque Nacional

Brasileiro. “Seguindo a tendência mundial de preocupação com o meio ambiente e

principalmente com a proteção dos recursos naturais, em 1937 criou-se o primeiro

parque nacional brasileiro, o Parque de Itatiaia” (SECRETARIA DO MEIO

AMBIENTE, 1997), com uma área de 30.000 hectares. Está localizado no Maciço do

Itatiaia, na Serra da Mantiqueira na divisa de Minas Gerais e Rio de Janeiro, próximo

a São Paulo. (NASCIMENTO, 2004)

A seguir apresentamos um quadro cronológico da evolução ambiental brasileiro.

ANO FATO

1937 Primeiro Parque Nacional Brasileiro

1959/1961 Parques Nacionais como instrumento de controle

1965 Criação do Código Florestal

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1973 Secretaria Especial do Meio Ambiente

1981 Lei Federal nº. 6.938/81 Política Nacional do Meio Ambiente

1986 EIA/RIMA – Resolução CONAMA nº. 001/86

1988 Inclusão do capítulo VI do meio ambiente

1998 Lei Federal nº. 9.605 de 12/02/1998 – Lei de crimes ambientais

Tabela 1 – Avanços Ambientais Brasileiro. (In: SILVA, 2006 com adaptações feitas

pela autora).

A Lei Federal nº. 4.771 de 15 de setembro de 1965 institui o Código Florestal, que

define área de preservação permanente, reserva legal, determina medidas para

supressão parcial ou total de florestal através de autorização.

Em 1973, o Executivo Federal cria a Secretaria Especial do Meio Ambiente e

diversos estados criam suas agências ambientais especializadas, como a

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, criada para atender todo

o estado de São Paulo. É responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e

licenciamento de atividades geradoras de poluição, com objetivo de preservar e

recuperar a qualidade das águas, do ar e do solo. (CETESB, 2011)

Criada em 24 de julho de 1968, pelo Decreto nº 50.079, a CETESB, com a

denominação inicial de Centro Tecnológico de Saneamento Básico, incorporou a

Superintendência de Saneamento Ambiental – SUSAM, vinculada à Secretaria da

Saúde, que, por sua vez, absorvera a Comissão Intermunicipal de Controle da

Poluição das Águas e do AR – CICPAA, a qual desde agosto de 1960, atuava nos

municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Mauá,

na região do ABC da Grande São Paulo. (CETESB, 2011)

Em 07 de agosto de 2009, entrou em vigor a Lei 13.542, que criou a nova CETESB,

a qual ganhou nova denominação e novas atribuições, principalmente no processo

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de licenciamento ambiental no estado. Além de manter a função de órgão

fiscalizador e licenciador de atividades potencialmente poluidoras, a CETESB passa

a licenciar atividades que impliquem no corte de vegetação e intervenções em áreas

consideradas de preservação permanente e ambientalmente protegida. (CETESB,

2011)

A Lei Federal nº. 6.938/81, de 31 de Agosto de 1981, dispõe sobre a Política

Nacional do Meio Ambiente seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Em

seu Artigo 2º define:

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana[...].

Essa lei nstituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), responsável pela

proteção e melhoria do meio e constituído por órgãos e entidades da União, dos

estados, do Distrito Federal e dos municípios. (BARBIERI, 2007)

Baseado em BARBIERI (2007), tem-se o tabela 2 que mostra os órgãos que

compõem o SISNAMA e suas divisões.

Órgão superior Conselho do Governo, que deve auxiliar o Presidente da República na formulação de políticas públicas.

Órgão consultivo e deliberativo

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), presidido pelo Ministro do Meio Ambiente. Esse órgão analisa, delibera e

propõe diretrizes e normas sobre política ambiental.

Órgão central Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA). É o órgão responsável pelo

planejamento, coordenação, supervisão e controle da Política Nacional do Meio Ambiente.

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Órgão executor Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA). Autarquia vinculada ao Ministério do Meio

Ambiente que executa e fiscaliza a política ambiental no âmbito federal.

Órgãos seccionais Órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de

atividades capazes de provocar a degradação ambiental.

Órgãos locais Os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades nas suas respectivas

jurisdições.

Tabela 2 – Órgãos que compõe o SISNAMA (In: Barbieri, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos, 2007)

Em 23 de janeiro de 1986, foi criada a Resolução CONAMA 001, publicado em 17 de

fevereiro de 1986. Nela são feitas considerações sobre o impacto ambiental,

relacionando as alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, que afetem direta ou indiretamente:

I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II – as atividades sociais e econômicas;

III – a biota;

IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos naturais.

O CONAMA estipula a criação de um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) as

grandes atividades que tenham potencial modificar a vida naquele meio que será

implantado. Esse relatório deve ser submetido à aprovação do órgão competente,

estadual ou federal, dependendo da dimensão da atividade.

O Artigo 5º da Resolução CONAMA dispõe que o estudo de impacto ambiental, além

de atender à legislação, expressas na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente,

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deve atender as seguintes diretrizes gerais:

I – Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;

II – Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade;

III – Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;

IV – Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.

Para o desenvolvimento do RIMA, deve ser feito por uma equipe multidisciplinar

habilitada e ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. É

necessária linguagem acessível, com ilustrações de mapas, quadros, gráficos, de

modo que possam entender as vantagens e desvantagens do projeto. Respeitado o

sigilo industrial, o RIMA será acessível ao público. Será estipulado um prazo para

recebimento de comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais

interessados.

Na Constituição Federal de 1988, foi incluído o Capítulo VI sobre o Meio Ambiente,

que trata sobre os direitos do cidadão ao meio ambiente equilibrado, para o bom uso

comum do povo, essencial a qualidade de vida e estabelece ao poder público e a

coletividade o dever de defender e preservar o meio para as presentes e futuras e

gerações.

A lei de crimes ambientais (9.605, de fev/ 98) estabelece a responsabilidade da

pessoa jurídica, inclusive penal, chegando à possibilidade da liquidação da empresa,

em certos casos.

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4. DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL

Antes de adentrar no propósito do trabalho, apresenta-se uma definição de gestão

ambiental. Dentre muitas definições, destaca-se aquela adotada por Barbieri (2007):

Os termos administração, gestão do meio ambiente, ou simplesmente gestão ambiental serão aqui entendidos como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles surjam. (GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL, 2007, p. 25)

Em se tratando de uma evolução de conteúdo e de sentido da sua incorporação, sua

definição muda, com a introdução progressiva de um novo cargo ou de uma nova

função: “o responsável pelo meio ambiente”. Em seu artigo Corraza (2003) relembra

as modificações da atividade baseada em Groenewegen & Vergragt (1991):

• Antes de 1980, o tamanho dos departamentos era reduzido e suas atividades focalizavam essencialmente a evolução da regulamentação e a produção de diversos documentos, atestando os esforços realizados pela empresa [...]. As atribuições do responsável pelo departamento ambiental envolviam a busca da conformidade com as normas ou com quaisquer outros dispositivos de regulamentação ambiental;

• Durante os anos 80, as atividades dos departamentos se orientaram progressivamente para a elaboração de programas de prevenção, com a formação de pessoal, a avaliação das diferentes unidades ou setores de atividade [...]. A responsabilidade dos membros da equipe ambiental se estendia à aplicação de medidas internas e de proteção;

• Desde o final dos anos 80, a atenção do departamento ambiental é voltada às possibilidades de desenvolvimento em torno das questões ambientais. A busca de oportunidades estratégicas e a elaboração de políticas ambientais proativas são centrais nas atividades do departamento. O responsável e a equipe ambiental se inserem na estrutura decisória e influenciam progressivamente as escolhas estratégicas e de desenvolvimento tecnológico da firma. (GESTÃO AMBIENTAL E MUDANÇAS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, 2003, p.4)

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Corraza (2003) observa a nova fase histórica da gestão ambiental a partir de

meados dos anos 90 e destaca: a perspectiva de sustentabilidade, proliferação dos

engajamentos coletivos – convênios, códigos de conduta e os acordos voluntários -

interação entre as esferas pública e privada – com participação dessas organizações

na formulação de objetivos e na escolha de instrumentos de política ambiental e, um

maior envolvimento da sociedade civil organizada como, por exemplo, as

Organizações Não-Governamentais.

Para desenvolver a função de gestão ambiental, não pode apenas um departamento

responder pelo o que acontece em outros setores, deve haver incorporação geral

pelas demais atividades, para que a integração seja plena em suas competências.

Donaire (1999) reúne em quatro categorias um conjunto de habilidades:

(1) Habilidade técnica para poder avaliar as diferentes alternativas, em relação a insumos, processos e produtos, considerando-os sob o aspecto ambiental e seu relacionamento com os conceitos de custos e de tempo.

(2) Habilidade administrativa relacionada com o desempenho das tarefas do processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar, pois caberá a ele a responsabilidade de executar a política de meio ambiente ditada pela organização.

(3) Habilidade política para sensibilizar os demais administradores da empresa, que lhe podem dar apoio e respaldo organizacional no engajamento da temática ambiental, propagando e consolidando a idéia de que sua atividade, antes de ser uma despesa a mais para a organização, é uma grande oportunidade para a prospecção de novas formas de redução de custos e melhoria de lucros.

(4) Habilidade de relacionamento humano para conseguir a colaboração e o engajamento de todos os funcionários para a causa ambiental da empresa, pois o sucesso desse empreendimento está intimamente ligado à participação coletiva e à incorporação desta variável à cultura da organização. (GESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA, 1999, p. 86,87)

Quando há alteração de conduta entre as estruturas internas da organização, é

possível reconhecer que todas as áreas de competência passam a se envolver e

avançar na questão ambiental. Andrade (1997) apud Fernandes et al. (2001)

menciona essa evolução começando com a estratégia reativa, passando pela

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estratégia ofensiva e finalizando com a estratégia inovativa.

Na estratégia reativa as empresas se limitam a um atendimento mínimo e relutante da legislação ambiental. A maior preocupação está voltada portanto para a incorporação de equipamentos de controle da poluição na saída dos efluentes para o meio ambiente (tecnologia de fim de tubo). A dimensão ambiental é percebida como um custo a mais e desta forma representa uma ameaça à competitividade empresarial.

Na estratégia ofensiva os princípios orientadores passar a ser a prevenção da poluição, a redução do consumo de recursos naturais e o cumprimento além das exigências da legislação. Neste sentido são implementadas mudanças incrementais nos processos, produtos ou serviços, de modo a vender uma boa imagem para o consumidor conscientizado para a questão ambiental bem como para reduzir custos. A dimensão ambiental, muito embora seja gerenciada pela área de produção, já é encarada como uma oportunidade de redução de custos de produção.

Na estratégia inovativa o princípio básico adotado é a integração entre as estratégias ambientais e de negócios de tal forma que elas passam a ser quase indiferenciáveis. A excelência ambiental passa a ser condição necessária para o sucesso da empresa, mais não é suficiente. Torna-se necessária a integração da excelência ambiental com a comercial através do desenvolvimento, produção e comercialização de produtos com mudanças substanciais de performance ambiental e o gerenciamento dos ciclos de vida dos mesmos. A dimensão ambiental passa a ser uma função de toda a administração e é percebida simultaneamente como uma alta ameaça e uma alta oportunidade. (INTRODUZINDO PRÁTICAS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM SISTEMA DEGESTÃO AMBIENTAL CERTIFICÁVEIS: UMA PROPOSTA PRÁTICA, 2001, p. 158,159)

Pode-se perceber o avanço da gestão ambiental na mudança das prioridades da

empresa, passa a considerar mais o meio ambiente. A primeira impressão na

empresa é negativa, já que deve-se atender a legislação que estípula medidas de

contensão da poluição e de tratamento de seus efluente feitos de forma correta.

Com o amadurecimento da gestão ambiental nota-se que a empresa com

maleabilidade percebe os benefícios de controle da poluição existente e até mesmo

a boa visão adquirida por parte da sociedade, e, por último a integração de todos os

setores atentos as ameaças e oportunidades.

Roome (1994) apud Sanches (2000) explica que a empresa que adota uma postura

proativa não deve apenas aplicá-la em seu produto e processos, mas também em

sua organização. “Ao realizar essas inovações nos processos, nos produtos, nas

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estratégias e na organização, a empresa desenvolve uma capacidade de se

antecipar às exigências externas, dos governos, mercados ou da própria sociedade.”

(SANCHES, 2000)

Barbieri (2007) divide a gestão ambiental em três dimensões: “(1) a abrangência

espacial; (2) a iniciativa; e (3) as questões ambientais”. Essas três dimensões estão

representadas na figura 2, que são indicadas por eixos de cada dimensão.

Abrangência espacial

Global

Regional Iniciativa

Nacional etc.

Local Instituição multilateral

Setorial Sociedade Civil

Empresarial Governo

Etc. Empresa

Ar

Águas

Solo

Fauna e Flora

Recursos Minerais

etc. Questões ambientais

Figura 3 – As dimensões da Gestão Ambiental. (In: Barbieri, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos Modelos e Instrumentos, 2007).

Essa figura relaciona a gestão ambiental com as dimensões apresentadas pelo autor

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e engloba em cada aspecto a visão do mundo e a relação entre o ser humano e

natureza. Analisando separadamente cada dimensão, a abrangência espacial situa o

tamanho do impacto proposto ao aplicar a gestão ambiental, seja ela setorial e fica

restrita a apenas um grupo de pessoas de uma mesma organização, ou empresarial

que implica na mudança de atitudes de toda organização. Ainda em extremos

maiores quando delimitado a gestão ambiental para uma região, um país ou até

mesmo mundial.

A iniciativa corresponde ao sujeito autor dessa gestão, seja ela a sociedade, a

empresa, o governo ou organismos internacionais, que criam medidas, ajustes,

posturas e ações para aplicá-las.

A questão ambiental diz respeito para qual finalidade essa gestão será aplicada, seja

para prevenir danos ambientais, para não contaminar as águas, o solo, o ar, para

preservar a fauna e a flora específica daquele bioma e outras medidas válidas para

conter qualquer impacto negativo sobre o meio ambiente.

4.1 A GESTÃO AMBIENTAL COMO FATOR DE COMPETITIVIDADE

As empresas introduzem a gestão com o intuito de prevenir o impacto ambiental que

sua atividade pode causar. E como mostrado anteriormente, nas novas atribuições –

a partir da década de 80, considerados por Porter & Van Der Linde (1995) e citado

por Sanches (2000) – como construção de uma competitividade do empreendimento

baseado em investimentos ambientais. A gestão ambiental deve ser encarada como

um fator de concorrência pelas organizações.

As exigências do mercado, dos consumidores, as ações de entidades não

governamentais, novas legislações, multas e imposição de restrições, faz com que

as empresas não se limitem apenas a oferecer produtos com qualidade, mas

também, a implantar uma administração responsável com o social, o econômico e o

ambiental. Sanches (2000) baseado em Donaire (1995) entende que essa atenção

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dada ao meio ambiente faz com que obtenha-se um diferencial competitivo

empresarial e, ao mesmo tempo, consiga atender a sociedade.

Mas, para Maimon (1996), muitas empresas encontram-se fora dessa evolução,

mesmo que mentalidade em relação às questões ambientais tenha modificado em

poucas décadas, “na maioria dos casos, as empresas brasileiras não tem uma

consciência ambiental, podendo ser classificadas como empresas reativas que

respeitam as normas [legislação ambientais] quando da pressão fiscalizadora.”

Maimon (1996) também aponta as empresas nacionais de acordo com duas

principais condutas: “(...) aqui [Brasil] encontramos dois grupos de empresas:

aquelas 'responsáveis', que assumem efetivamente um compromisso com o meio

ambiente, e as 'mentirosas', cujo discurso não corresponde à ação, recorrendo à

mídia e lobby para mascarar sua performance.”

Para os empreendedores que decidem implantar a GA dentro de suas organizações,

diversos fatores positivos são apresentados, conforme cita Filho e Sicsú 2003, em

seu artigo:

• Redução de custos, procedente da redução do consumo dos recursos naturais e dos resíduos gerados, com a consequente diminuição dos gastos com tratamento, armazenagem, disposição dos mesmos;

• Possibilidade de conquista de mercados internacionais, por adequar-se a normas de exigência comercial;

• Cumprimento às exigência das legislação ambientais vigentes;

• Melhoria da imagem da empresa pela implantação de um modelo de administração responsável;

• Facilidade de obtenção de financiamento junto às agências financiadoras da qual estabelecem a necessidade de certificação ambiental. (PRODUÇÃO MAIS LIMPA: UMA FERRAMENTA DA GESTÃO AMBIENTAL APLICADA ÀS EMPRESAS NACIONAIS, 2003, p.4)

Rattner (1992) concorda quando diz que a visão dos empreendedores está mudando

o meio ambiente deixou de ser considerado apenas um custo e se tornando

oportunidade para abrir mercados, baixar custos e prevenir contra restrições futuras

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em relação ao acesso a mercados internacionais.

4.2 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Segundo a ISO (International Organization for Standardization) o sistema de gestão

ambiental envolve uma estrutura formada por responsabilidades, recursos, práticas,

procedimentos e processos. Nahuz (1995) concorda quando diz que esse sistema é

desenvolvido em função de vários aspectos de impactos ambientais, da necessidade

de as organizações conhecerem – e a ela se adequarem – a uma legislação

ambiental complexa e em constante mudança, do controle dos custos ambientais, da

necessidade da melhoria contínua, dos cuidados com a imagem corporativa e a

opinião pública.

Segundo Barbieri (2007) “sistema de gestão ambiental é um conjunto de atividades

administrativas e operacionais inter-relacionadas para abordar os problemas

ambientais atuais ou para evitar o surgimento”. É necessário formular diretrizes,

definir objetivos, coordenar atividades, envolver diferentes segmentos da empresa

de modo integrado com as demais atividades e avaliar resultados. O benefício da

aplicação do SGA é a possibilidade de obter melhores resultados com menos

recursos, já que as ações são planejadas e coordenadas. (BARBIERI, 2007)

Para Cleverson V. Andreoli, “este sistema vem ao encontro da necessidade das

empresas em adotarem práticas gerenciais adequadas às exigências do mercado,

universalizando os princípios e procedimentos.”

Mesmo diante da resistência de algumas empresas a adotarem um sistema de

gestão ambiental, por alegarem a inviabilização do custo, outras optam por

implantar, devido à visão de ser muito mais caro não ter o sistema, ficando expostos

a diversos riscos, como acidentes ambientais e consequentes multas aplicadas

pelos órgãos ambientais, processos na justiça, danos a imagem, gastos

obrigatoriamente para remediar o passivo ambiental, perda de competitividade, etc.

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(MOREIRA. O DESAFIO DA GESTÃO AMBIENTAL, 2008).

Diante dessas definições observa-se que mesmo com palavras diferentes utilizadas

para definir sistema de gestão ambiental, o significado permanece, onde são

reunidas legislação, estrutura organizacional, procedimentos e imagem corporativa.

Moreira (2008) também considera que os principais motivos para uma empresa

adotar um sistema de gestão ambiental seriam: barreiras à exportação, pressão por

parte de um cliente significativo, pressão de concorrência, percepção de riscos e

principalmente pelas exigências externas a empresa. E assim como para Nahuz,

Moreira também concorda quando relaciona a gestão ambiental à imagem,

tornando-a mais atraente para o mercado.

Figueiredo (1996) apud Padoin aborda uma performance ambiental dentro dos

padrões estabelecidos para a legislação relativa ao meio ambiente, que deve

atender a alguns princípios:

1) Internamente ao processo:

Treinar: assegurando o perfeito entrosamento dentro do processo.

Manter vigilância nos sistemas: permitindo o trabalho em condições seguras.

Manter o ambiente limpo e seguro: garantindo a saúde dos técnicos.

2) Externamente ao processo:

Tratar afluente: garantindo a qualidade dos recursos naturais (água, ar e solo).

Informar: garantindo à população o nível de risco da atividade desenvolvida.

Monitorar sistemas externos: evitando danos ambientais.

Minimiza impacto ambiental: desenvolvendo atividades visando eliminar ou minimizar os requisitos industriais. (IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA – ESTUDO DE CASO, p. 02)

O interessante do SGA é que a empresa pode adotar um sistema próprio – desde que

tenha objetivo definidos – superiores ao que a legislação exige, ou aqueles definidos

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por entidades nacionais ou internacionais, conforme cita Barbieri (2007):

A empresa pode criar o seu próprio SGA ou adotar um dos modelos genéricos propostos por outras entidades nacionais ou internacionais [...]. A criação e a operação de um SGA, próprio ou baseado num modelo genérico, podem ser consideradas uma espécie de acordo voluntário unilateral [...], desde que a empresa se comprometa a alcançar um desempenho superior ao exigido pela legislação ambiental a que está sujeita. No mínimo, o SGA deve contribuir para que a empresa atue conforme a legislação num primeiro momento, mais com o compromisso de promover melhorias que a levem gradualmente a superar as exigências legais. (GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL, 2007, p.154)

A partir desse raciocínio desenvolvido pelo autor acima citado, percebe-se que há

uma grande possibilidade de desenvolver medidas iniciais próprias de um sistema

de gestão ambiental que provoque resultados positivos, como diminuição de

desperdícios, destinação de resíduos e outros fatores. Sem a necessidade de

adotar, em um primeiro momento, os SGA’s estipulados de forma voluntária e

mundialmente conhecidos, como a ISO 14000. As empresas que almejem

desenvolver sua atividade conciliando produção e meio ambiente desenvolver seu

próprio SGA adaptando a sua estrutura e a sua realidade empresarial.

4.2.1 Histórico da ISO

A Secretaria do Meio Ambiente define a missão da ISO: “promover o

desenvolvimento da normalização, por meio de acordos técnicos globais publicados

como normas internacionais”. E procura fornecer uma nova visão para facilitar as

trocas internacionais de serviços e produtos, nas esferas tecnológicas, intelectuais e

científicas, visando a otimização de benefícios para a comunidade.

A ISO (International Organization for Standardizantion) é uma organização não-

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governamental internacional fundada em 23 de fevereiro 1947, com sede em

Genebra, na Suíça, que atua como uma federação mundial de organismos nacionais

de normatização. Seu conhecimento universal se deu quando passou a integrar os

textos da administração através da ISO 9000, que é um conjunto de normas que se

referem aos Sistemas de Gerenciamento de Qualidade na Produção de Bens de

Consumo e Prestação de Serviço. (DONAIRE, 1999).

Em 1991, o grupo SAGE (Strategic Advisory Group on the Environmental) realizou

um estudo sobre as normas internacionais a cerca do meio ambiente. Utilizaram a

norma BS 7750 (BRITISH STANDARD INSTITUTE) – que foi preparada pelo Comitê

de Política de Normalização Ambiental e da Poluição da Inglaterra – como

referência para o trabalho. O resultado deste estudo foi a formação do Technical

Committe 207 (TC 207) e o início do desenvolvimento da série ISO 14000.

(CAJAZEIRA, 1998)

Em 1996, a ISO oficializou as primeiras normas da série ISO 14000, com base na

BS 7750, procurando estabelecer diretrizes para a implementação de sistema de

gestão ambiental nas diversas atividades econômicas que possam afetar direta ou

indiretamente o meio ambiente. (DONAIRE, 1999)

As normas ISO 14001 e ISO 14004 referem-se aos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA). Na primeira são definidas as diretrizes para uso da especificação e se estabelece interessante correspondência entre a ISO 14001 e ISO 9001, demonstrando a compatibilidade entre os dois sistemas e mostrando a viabilidade da aplicação das normas da ISO 14001 para aquelas que já estão aplicando a ISO 9001. Na ISO 14004 são descritas as diretrizes gerais sobre os princípios, os sistemas e as técnicas de apoio [...]. (GESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA, 1999, p.116)

O TC 207 produziu uma família de normas sobre SGA concernentes às seguintes

áreas: (1) sistemas de gestão ambiental, (2) auditoria ambiental, (3) avaliação do

desempenho ambiental, (4) avaliação do ciclo de vida do produto, (5) rotulagem

ambiental e (6) aspectos ambientais em normas de produtos. As três primeiras

normas referem-se as organizações, e as demais ao produtos e processos.

(BARBIERI, 2007)

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Sistemas de gestão

ambiental

NBR ISSO 14001:2004 SGA: requisitos com orientação

para uso; e a NBR ISSO 14004:2005 – SGA – diretrizes

gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio

Auditoria ambiental Processo permanente de coleta e análise de dados e

informações para verificar a situação atual e prever

tendências futuras com base em indicadores

estabelecidos

Avaliação do

desempenho ambiental

Juntamente com a auditoria ambiental é um instrumento

de GA que permite a administração avaliar o status da

atuação ambiental organizacional e identificar as áreas

ou funções que necessitam de melhorias.

Avaliação do ciclo de

vida

Estágios consecutivos e interligados de um sistema de

produto, desde a aquisição da matéria-prima ou extração

dos recursos naturais até a disposição final

Rotulagem ambiental Informação dada aos consumidores ou usuários sobre as

características benéficas ao meio ambiente presentes

em produtos ou serviços específicos, como

biodegradabilidade, retornabilidade, eficiência energética

e outras.

Aspectos ambientais em

normas de produtos

Guia para inclusão de aspectos ambientais. Estipula

diretrizes para integração do ambiente no

desenvolvimento de produtos

Tabela 3 – Família de normas da GA. (In: Barbieri, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 2007)

A certificação ambiental apresenta alguns pontos básicos que a caracterizam

(NAHUZ, 1995):

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� é voluntária e independente, pois é aplicada por terceiros a quem se disponha

a integrar o sistema;

� é aplicada, conforme critérios bem definidos, a produtos, famílias de produtos

e processos;

� é positiva, ou seja, representa premiação, e, como tal, torna-se um

instrumento de marketing das empresas;

� difere dos rótulos informativos de produtos, que apresentam dados técnicos,

como composição, reciclabilidade;

� difere das etiquetas de advertência ou alerta, normalmente obrigatórias,

quanto a periculosidade de venenos, cigarros, etc.

Moreira (2008) diz que “a aceitação da responsabilidade ambiental pressupõe uma

tomada de consciência, por parte da organização, de seu verdadeiro papel. Uma

empresa existe e se mantém viva enquanto estiver atendendo a uma demanda da

sociedade. Se a demanda cessar, ou se não for atendida pela empresa, esta perde

sua razão de existir.”

Segundo Moreira (2008), as empresas têm buscado se adequar aos requisitos legais

e à certificação ISO 14001, demonstrando uma clara tendência à mudança de

postura em relação aos custos ambientais. As empresas têm dado maior atenção

para que a situação não chegue a extremos, já que correm risco de responder pelos

procedimentos adotados pela empresa e seu passivo ambiental.

No Brasil, o Conselho Nacional de Metrologia publicou a Resolução nº3, de 4 de

setembro de 1995, que dispõe sobre os critérios a serem atendidos por uma

organização, por meio de estrutura de avaliação de conformidade, para a área

ambiental. A Resolução CONMETRO Nº 2/92, de 24 de agosto de 1992, nomeou o

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia – como organismo credenciador do

Sistema Brasileiro de Certificação – SBC. (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE)

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4.2.1.1 ISO 14001

Segundo Donaire (1999), “a Norma ISO 14001 tem por objetivo prover às

organizações os elementos de um Sistema de Gestão Ambiental eficaz, passível de

integração com os demais objetivos da organização”. Essa norma foi idealizada de

forma a aplicar-se a todos os tipos de organizações, independente de suas

condições geográficas, culturais e sociais. (DONAIRE, 1999)

Figura 4 – SGA – requisitos com orientações para uso. (In: DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 1999)

Para Barbieri (2007), mesmo a ISO 14001 podendo ser aplicável a qualquer

organização, há particularidades na aplicação do SGA, e pode ser implementada na

organização como um todo, em um departamento específico, em grandes e

pequenas empresas:

Política Ambiental

Planejamento

Implementação e Operação

Verificação e Ação Corretiva

Análise Crítica pela Administração

Melhoria Contínua

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A empresa tem liberdade e flexibilidade para implementar o SGA para toda organização ou para unidades operacionais ou atividades específicas. Embora seja essa uma norma aplicável a qualquer tipo de organização, o nível do detalhamento e complexidade do SGA, a amplitude da documentação e a quantidade de recursos alocados dependem do porte e da natureza da atividade da organização. Essa flexibilidade derruba um argumento muito freqüente de que a norma só é viável para as grandes empresas em virtude do elevado grau de formalismo exigido. (GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL, 2007, p. 168)

São apresentados a seguir os princípios e os elementos integrantes de um Sistema

de Gestão Ambiental, baseado na obra de Donaire Gestão Ambiental na Empresa:

(1) Princípio – Política Ambiental

É importante a empresa definir sua política ambiental apropriada e garantir seu

comprometimento com o seu SGA:

• comprometimento e liderança da Alta Administração para uma melhoria

contínua;

• avaliação ambiental inicial;

• estabelecimento da política ambiental de acordo com sua natureza;

(2) Princípio – Planejamento

Formulação de um plano para cumprir sua política ambiental:

• identificação de aspectos ambientais e avaliação dos impactos ambientais

associados;

• requisitos legais;

• critérios internos de desempenho;

• objetivos e metas ambientais;

• programa de gestão ambiental.

(3) Princípio – Implementação e Operação

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Desenvolver a capacitação e os mecanismos de apoio necessários para atender sua

política, seus objetivos e metas ambientais:

• assegurando a capacitação:

� recursos humanos, físicos e financeiros;

harmonização e integração do SGA;

� responsabilidade técnica e pessoal;

� conscientização ambiental e motivação;

� conhecimentos, habilidades e atitudes.

• ações de apoio:

� comunicação e relato;

� documentação do SGA;

� controle operacional;

� preparação e atendimento a emergências.

(4) Princípio – Avaliação e Verificação

A organização deverá medir, monitorar e avaliar seu desempenho ambiental:

• medição e monitoramento;

• ações corretiva e preventiva;

• registros do SGA e gestão de informação.

(5) Análise Crítica pela Administração

A organização deverá analisar de forma crítica para aperfeiçoar constantemente seu

SGA com o objetivo de melhorar seu desempenho ambiental global:

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• análise crítica do SGA;

• melhoria contínua.

Para Fernandes, Gonçalves, Andrade e Kiperstok (2001) em “Introduzindo práticas

de produção mais limpa em sistema de gestão ambiental certificável: uma proposta

prática”, é necessário unir a ISO 14001 e a produção mais limpa para que a GA

tenha mais efeito:

O sistema de gestão em conformidade com a ISO 14.001 deverá, para ser mais eficaz em termos de melhoria de desempenho ambiental, ser norteado pelos princípios e objetivos da Produção mais Limpa que consistem em prevenir a geração de resíduos e todos os seus desdobramentos quanto ao processo produtivo, produto, embalagens, descarte, destinação, manejo do lixo industrial, relacionamento com os clientes e a política ambiental da empresa. (INTRODUZINDO PRÁTICAS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL CERTIFICÁVEIS: UMA PROPOSTA PRÁTICA, 2001, p. 159)

4.2.2 Produção mais Limpa

Barbieri (2007) define a Produção Mais Limpa (p+l) como “uma estratégia ambiental

preventiva aplicada a processos, produtos e serviços para minimizar os impactos

sobre o meio ambiente”.

Esse modelo de produção vem sendo desenvolvido pelo PNUMA e pela ONUDI –

Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial – desde a

década de 1980 para conceituar e instrumentalizar o desenvolvimento sustentável. A

Produção Mais Limpa teve sua origem na Conferência de Estocolmo em 1972,

baseada no conceito de tecnologia limpa (clean tecnology), e abrangeria três

propósitos distintos: (1) lançar menos poluição no meio ambiente, (2) gerar menos

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resíduos e (3) consumir menos recursos naturais, principalmente os não-renováveis.

Esse conceito foi proposto pela Comissão da Comunidade Econômica Européia em

1970 e referia-se a qualquer tecnologia que pudesse reduzir a poluição e

economizar recursos. (BARBIERI 2007)

O DIES (Desenvolvimento Industrial Ecologicamente Sustentável) foi concebido

como um novo padrão ou modelo de industrialização, que contribui econômica e

socialmente para as indústrias presentes e futuras, sem causar muita degradação

nos processos ecológicos básicos, atendendo aos seguintes critérios: (1) usar com

eficiência os recursos não-renováveis, conservar os renováveis e (2) não ultrapassar

a capacidade do meio ambiente. (BARBIERI, 2007)

Produção Mais Limpa (P+L) foi definida, num seminário realizado pelo PNUMA em 1990, como uma abordagem de proteção ambiental ampla que considera todas as fases do processo de manufatura ou ciclo de vida do produto, com o objetivo de prevenir e minimizar os riscos para os seres humanos e o ambiente a curto e a longo prazos. Essa abordagem requer ações para minimizar o consumo de energia e matéria-prima e a geração de resíduos e emissões. A P+L envolve produtos e processos e estabelece uma hierarquia de prioridades de acordo com a seguinte sequencia: prevenção, redução, reuso e reciclagem, tratamento com recuperação de materiais e energia, tratamento e disposição final. Conforme um documento da PNUMA de 1993, a P+L é uma abordagem compreensiva e preventiva para a proteção ambiental, que requer a criatividade das pessoas para investigar as fases dos processos de manufatura e o ciclo de vida dos produtos, inclusive os produtos usados nos escritórios e nos lares. Essa abordagem requer ações para conservar energia e matéria-prima, eliminar substância tóxicas e reduzir os desperdícios e a poluição resultantes dos produtos e dos processos produtivos. (IBID, p. 47-49; UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME (UNEP/PNUMA, 1993, p. 1. apud BARBIERI, 2007)

O autor apresentou o significado de P+L e complementou o ao dizer que não há um

consenso universal para padronizar esse sistema de gestão ambiental e os

principais objetivos são reduzir desperdícios e prevenir a poluição, etc., a fim de

alcançar benefícios sociais e econômicos para o meio ambiente e a saúde humana.

No Brasil essa missão vem sendo coordenada pelo Centro Nacional de Tecnologias

Limpas do SENAI do Rio Grande do Sul (CNTL/SENAI-RS). De acordo com o CNTL:

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produção mais limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentas a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, por meio da não-geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados. (CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 1999 apud BARBIERI, 2007, p.136)

Segundo Barbieri (2007) a ecoeficiência comentada na P+L refere-se “a redução de

materiais e energias por unidade de produto ou serviço aumenta a competitividade

da empresa, ao mesmo tempo que reduz as pressões sobre o meio ambiente, seja

como fonte de recursos, seja como depósito de resíduos”. E é considerado um

modelo de produção e consumo sustentável, contribuindo para melhorar a qualidade

de vida, ressaltando a produção de bens e serviços necessários.

Barbieri (2007) apresenta a principal diferença entre P+L e ecoeficiência:

A reciclagem interna e externa é muito valorizada pela ecoeficiência, diferentemente da P+L, na qual essa é opção de segundo e terceiro níveis. A preocupação com os produtos da P+L, decorre basicamente da necessidade de prevenir a poluição durante o seu processo de produção, enquanto a ecoeficiência preocupa-se também com o produto em si e seus impactos ambientais, daí as recomendações a respeita da sua durabilidade (GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL, 2007, p.138)

Apesar dessa diferença, esses dois modelos possuem muita semelhança. Ao

conciliá-las e aplicá-las na organização, beneficiar-se-irá tanto o processo produtivo

quanto o produto.

4.2.3 Licenciamento Ambiental para o Estado de São Paulo

Esse capítulo aborda o licenciamento ambiental específico para o Estado de São

Paulo, bem como a legislação trabalhada e o significado das licenças ambientais.

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Esta dividido em tópicos com o assunto e aborda o significado de cada tema. Todas

as informações citadas foram retiradas de um cartilha realizada pela Fiesp –

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – DMA – Departamento do Meio

Ambiente – DEMPI – Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria – e

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Essa cartilha foi

desenvolvida especialmente para micro e pequenas empresas, com o objetivo de

“promover, por meio da prática da educação ambiental, a reflexão da classe

empresarial quanto a sua responsabilidade na prevenção e controle da poluição

ambiental”. (LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS, 2006, p.7)

• Licenciamento Ambiental

O licenciamento ambiental no Estado de São Paulo é regulamentado pela Lei

Estadual nº 997/76 e aprovado pelo Decreto Estadual nº 8468/79, que dispõe sobre

a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente. É obrigatório às atividades

industriais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou que podem causar

degradação ambiental. É um procedimento administrativo, pelo qual o órgão

ambiental competente analisa a localização, instalação, ampliação e operação de

empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais.

O licenciamento ambiental é essencial para garantir a qualidade ambiental, que

abrange a saúde pública, o desenvolvimento econômico e a preservação da

biodiversidade.

• Licença Ambiental

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“O órgão ambiental competente estabelece as regras, condições, restrições e

medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, [...],

para localizar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos

recursos ambientais”. Essa definição é utilizada pela CETESB para especificar a

validade das licenças ambientais emitidas.

Essa é uma ferramenta fundamental, pois permite tomar conhecimento dos riscos

existentes nas atividades, das possíveis fontes de poluição e as formas de controles.

A licença permite que a atividade funcione compativelmente com os padrões de

qualidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e o controle de poluição

focando nos aspectos relativos ao ar, solo, águas, ruído e vibração.

Toda atividade que necessita de licenciamento ambiental está relacionada no artigo

57 do Decreto Estadual 47.397/02. No caso das indústrias as atividades são

apresentadas no anexo 5 deste Decreto.

No Estado de São Paulo, as empresas instaladas a partir de 8 de setembro de 1976

e que funcionam sem as licenças ambientais “estão sujeitas às sanções previstas

em lei, tais como: advertências, multas, paralisação temporária ou definitiva da

atividade. Incluem-se as punições relacionadas à Lei de Crimes Ambientais”.

(LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2006:9)

• Tipos de Licença

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Figura 5 – Fases do Licenciamento. (In: CETESB, disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/licenciamento/cartilhas/cartilha1.pdf . p. 10. Acesso em: 02 de maio de 2011.)

O licenciamento é concedido em etapas, podendo ocorrer duas situações: (1)

emissão da Licença Prévia, posterior a Licença de Instalação e, encerrando, a

Licença de Operação, ou (2) emissão da Licença Prévia e de Instalação

concomitantes e, encerrando, a Licença de Operação.

1. Licença Prévia

Na cartilha desenvolvida para micro e pequenas empresas é definido a licença

prévia como “a licença concedida na fase do planejamento do empreendimento ou

atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade

ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e exigências técnicas a serem

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60

atendidas”.

2. Licença de Instalação

De acordo com a CETESB, a licença de instalação autoriza “a instalação do

empreendimento ou de uma determinada atividade de acordo com as

especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo

medidas de controle ambiental e demais exigências técnicas necessárias”.

3. Licença de Operação

Ainda de acordo com a definição da CETESB, é reconhecida a autorização do

“funcionamento da atividade mediante o cumprimento integral das exigências

técnicas contidas na licença de instalação”.

• Documentação necessárias para obtenção das licenças

Para a licença prévia a documentação exigida é:

� Impresso denominado “Solicitação de”, utilizado para quaisquer solicitações

de licenças, parecer ou certificados e dispensa, em duas vias;

� MCE – Memorial de caracterização do empreendimento, em CD e impresso;

� Certidão da prefeitura de uso e ocupação do solo;

� Manifestação do órgão ambiental municipal;

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� Planta baixa e lay-out dos equipamentos;

� Contrato Social da empresa;

� Declaração de enquadramento emitido pela JUCESP – Junta Comercial do

Estado de São Paulo;

� Conta de água.

Para a licença de instalação e de operação é necessário apenas apresentar o

impresso “solicitação de”, em duas vias.

• Prazo de validade das licenças

A Licença Prévia tem validade máxima de 2 (dois) anos, após emitida, para que seja

solicitada a Licença de Instalação. Com a Licença de Instalação emitida, é dado

prazo máximo de 3 (três) anos para solicitar a Licença de Operação

A Licença de Operação terá prazo de validade de até 5 (cinco) anos, estabelecido

de acordo com o fator de complexidade (fator w) da atividade, assim definido:

W Prazo de Validade

1 e 1,5 5 anos

2 e 2,5 4 anos

3 e 3,5 3 anos

4, 4,5 e 5 2 anos

Tabela 4 – Fator de Complexidade e prazo de validade da licença de operação. (In: CETESB, disponível em: www.cetesb.sp.gov.br . Acesso em: 05 de fevereiro de 2011)

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• Fiscalização

A fiscalização nas empresas acontece de forma preventiva e/ou corretiva:

• Preventiva:ocorre a partir da solicitação do licenciamento.

• Corretiva: por meio de reclamações e/ou denúncias da população. As reclamações podem ser dirigidas à Agência Ambiental, à Ouvidoria da CETESB[...], ao Ministério Público, [...] e outros. Essa fiscalização atinge tanto as empresas licenciadas quantos aquelas que operam irregularmente (sem licença). (LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2006, p. 17)

• Possibilidade de cancelamento das licenças

Constatado o não atendimento das exigências técnicas ou inconsistência das

informações prestadas pelo usuário (empreendedor), a licença emitida poderá ser

cancelada, cassada ou ter seus efeitos suspensos. Uma vez atendidas as

exigências técnicas, a empresa poderá reaver-la, desde que atenda as mesmas

exigências.

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63

CONCLUSÃO O presente trabalho de pesquisa teve como objetivo auxiliar todo micro ou pequeno

empreendedor a associar desenvolvimento econômico e desenvolvimento

sustentável. Para tanto, apresentou-se um material de apoio composto por

documentos, etapas e procedimentos baseados no Licenciamento Ambiental vigente

no Estado de São Paulo.

Com o levantamento histórico de todos os acontecimentos a favor do meio ambiente

e os motivos que levaram a esses movimentos nos aspectos mundial, nacional e

regional, buscou-se conhecer os conceitos de meio ambiente e desenvolvimento

sustentável atrelado à gestão ambiental inserido nas organizações, ressaltando os

benefícios diversos existentes em implementar medidas que contenham os impactos

negativos sobre o meio ambiente, de forma a reduzir o passivo ambiental ou até

mesmo o desenvolvimendo ações que evitem qualquer agressão ao ambiente.

A partir do trabalho foi possível entender a evolução da conscientização dos

empreendedores, desde a resistência em aplicar a gestão ambiental à integração de

todos os departamentos da organização e das estratégias de negócios e meio

ambiente.

A abordagem da melhoria da imagem corporativa perante a sociedade, ao governo e

a outros organismos, faz com que os empreendedores utilizem como uma forma de

agregar valor e na construção de uma competitividade baseado em investimentos

ambientais.

Os dados apresentados neste trabalho foram obtidos através de pesquisa

bibliográfica e estudos sobre o desenvolvimento da gestão ambiental em nível

empresarial. Foram abordadas as principais conferências sobre o meio ambiente

internacional e a influência no desenvolvimento do Estado de São Paulo, assim

como também é tratado de alguns Sistema de Gestão Ambiental existentes e

possíveis de aplicar na organização, desde a produção mais limpa à certificação da

ISO 14000 e mais profundamente o licenciamento ambiental no estado paulista para

o leitor obter mais informações do que trata cada SGA.

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Anexo 1

Declaração do Rio de Janeiro sobre o meio ambiente e desenvolvimento

Princípio nº 1 – Os seres humanos estão no centro das preocupações com o

desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em

harmonia com o meio ambiente.

Princípio nº 2 – Os Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e os

princípios do Direito Internacional, têm o direito soberano de explorar os seus

próprios recursos, segundo suas próprias políticas de meio ambiente e

desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua

jurisdições ou controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou

de áreas além dos limites da jurisdição nacional.

Princípio nº 3 – O direto ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir

que sejam atendidas equitativamente as necessidades de gerações presentes e

futuras.

Princípio nº 4 – Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental

deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento, e não pode ser

considerada isoladamente deste.

Princípio nº 5 – Todos os Estados e todos os indivíduos, como um requisito

indispensável para o desenvolvimento sustentável, devem cooperar na tarefa

essencial de erradicar a pobreza, de forma a reduzir as disparidades nos padrões de

vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do mundo.

Princípio nº 6 – A situação e necessidades especiais dos países em

desenvolvimento, em particular dos países de menor desenvolvimento relativo e

daqueles ambientalmente mais vulneráveis, devem receber prioridade especial.

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Ações internacionais no campo do meio ambiente e do desenvolvimento devem

também atender os interesses e as necessidades de todos os países.

Princípio nº 7 – Os Estados devem cooperar, em um espírito de parceria global, para

a conservação, proteção e restauração da saúde e da integridade do ecossistema

terrestre. Considerando as distintas contribuições para a degradação ambiental

global, os Estados têm responsabilidades comuns, porém diferenciadas.

Princípio nº 8 – Para atingir o desenvolvimento sustentável e a mais alta qualidade

de vida para todos, os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de

produção e consumo e promover políticas demográficas adequadas.

Princípio nº 9 – Os Estados devem cooperar com vistas ao fortalecimento da

capacitação endógena para o desenvolvimento sustentável, pelo aprimoramento da

compreensão científica por meio do intercâmbio de conhecimento científico e

tecnológico, e pela intensificação do desenvolvimento, adaptação, difusão e

transferência de tecnologias, inclusive de novas e inovadoras.

Princípio nº 10 – A melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a

participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível

nacional, cada indivíduo deve ter acesso adequado a informações relativas ao meio

ambiente de que disponham autoridades públicas, inclusive informações sobre

materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade

de participar em processos de tomada de decisões. Os Estados devem facilitar e

estimular a conscientização e a participação pública, colocando a informação à

disposição de todos. Deve ser propiciado acesso efetivo a mecanismos judiciais e

administrativos, inclusive no que diz respeito à compensação e reparação de danos.

Princípio nº 11- Os Estados devem adotar legislação ambiental eficaz. Padrões

ambientais e objetivos e prioridades em matéria de ordenação do meio ambiente

devem refletir o contexto ambiental e de desenvolvimento a que se aplicam. Padrões

utilizados por alguns países podem resultar inadequadamente para outros, em

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especial países em desenvolvimento, acarretando custos sociais e econômicos

injustificados.

Princípio nº 12 – Os Estados devem cooperar para o estabelecimento de um sistema

econômico internacional aberto e favorável, propício ao crescimento econômico e ao

desenvolvimento sustentável em todos os países, de modo a possibilitar o

tratamento mais adequado dos problemas da degradação ambiental. Medidas de

política comercial para propósitos ambientais não devem constituir-se em meios para

a imposição de discriminações arbitrárias ou justificáveis ou em barreiras

disfarçadas ao comércio internacional. Devem ser evitadas ações unilaterais para o

tratamento de questões ambientais fora da jurisdição do país importador. Medidas

destinadas a tratar de problemas ambientais transfronteiriços ou globais devem, na

medida do possível, basear-se em um consenso internacional.

Princípio nº 13 – Os Estados devem desenvolver legislação nacional relativa à

responsabilidade de indenização das vítimas de poluição e outros danos ambientais.

Os Estado devem ainda cooperar de forma expedita e determinada para o

desenvolvimento de normas de direito internacional ambiental relativas à

responsabilidade e indenização por efeitos adversos de danos ambientais causado,

em áreas fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu

controle.

Princípio nº 14 – Os Estados devem cooperar de modo efetivo para desestimular ou

prevenir a realocação ou transferência para outros Estados de quaisquer atividades

ou substâncias que causem degradação ambiental grave ou que sejam prejudiciais à

saúde humana.

Princípio nº 15 - De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução

deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades.

Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta

certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes

e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.

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Princípio nº 16 – Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o

custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem procurar promover a

internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando

na devida conta o interesse público, sem distorcer o comércio e os investimentos

internacionais.

Princípio nº 17 – A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, deve

ser empreendida para atividades planejadas que possam vir a ter impacto negativo

considerável sobre o meio ambiente, e que dependem de uma decisão de

autoridade nacional competente.

Princípio nº 18 – Os Estado devem notificar imediatamente outros Estados, de

quaisquer desastres naturais ou outras emergências que possam gerar efeitos

nocivos súbitos sobre o meio ambiente destes últimos. Todos os esforços devem ser

empreendidos pela comunidade internacional para auxiliar os Estados afetados.

Princípio nº 19 – Os Estados devem prover, oportunamente, a Estados que possam

ser afetados, notificação prévia e informações relevantes sobre atividades

potencialmente causadoras de considerável impacto transfronteiriço negativo sobre

o meio ambiente, e devem consultar-se com estes tão logo quanto possível e de boa

fé.

Princípio nº 20 – As mulheres desempenham papel fundamental na gestão do meio

ambiente e no desenvolvimento. Sua participação plena é, portanto, essencial para a

promoção do desenvolvimento sustentável.

Princípio nº 21 – A criatividade, os ideias e a coragem dos jovens do mundo devem

ser mobilizados para forjar uma parceria global com vistas a alcançar o

desenvolvimento sustentável e assegurar um futuro melhor para todos.

Princípio nº 22 – As populações indígenas e suas comunidades, bem como outras

comunidades locais, têm o papel fundamental na gestão do meio ambiente e no

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desenvolvimento, em virtude de seus conhecimentos e práticas tradicionais. Os

Estados devem reconhecer a identidade, cultura e interesses dessas populações e

comunidades, bem como habilitá-las a participar efetivamente da promoção do

desenvolvimento sustentável.

Princípio nº 23 – O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos á

opressão, dominação e ocupação devem ser protegidos.

Princípio nº 24 – A guerra é, por definição, contrária ao desenvolvimento sustentável.

Os Estados devem, por conseguinte, respeitar o direito internacional aplicável à

proteção do meio ambiente em tempos de conflito armado e cooperar para seu

desenvolvimento progressivo, quando necessário.

Princípio nº 25 – A paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são

interdependentes e indivisíveis.

Princípio nº 26 – Os Estados devem solucionar todas as suas controvérsias

ambientais de forma pacífica, utilizando-se dos meios apropriados, em conformidade

com a Carta das Nações Unidas.

Princípio nº 27 – Os Estados e os povos devem cooperar de boa fé e imbuídos de

um espírito de parceria para a realização dos princípios consubstanciados nesta

Declaração e para o desenvolvimento progressivo do direito internacional no campo

do desenvolvimento sustentável.

Fonte: Gestão ambiental empresarial. BARBIERI, 2007.

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Anexo 2

Atividades que devem ser licenciadas

Segundo o Artigo 58 do Regulamento da Lei nº 997/76 aprovado pelo Decreto nº

8.468/76 e alterado pelo Decreto nº 47.397/02 são sujeitas ao Licenciamento

Ambiental (Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação) as

seguintes atividades:

− Construção, reconstrução, ampliação ou reforma de edificação destinada à

instalação de fontes de poluição;

− Instalação de uma fonte de poluição em edificação já construída;

− Instalação, ampliação ou alteração de uma fonte de poluição.

O Anexo 5 Regulamentado pela Lei nº 997/76 aprovado pelo Decreto nº 8.468/76 e

alterado pelo Decreto nº 47.397/02 traz as fontes consideradas como poluidoras:

Extração e/ou beneficiamento de carvão mineral, petróleo e gás natural

- Extração e/ou beneficiamento de carvão mineral

- Extração de petróleo e gás natural

- Extração e/ou beneficiamento de xisto

- Extração e/ou beneficiamento de areias betuminosas

Extração e/ou beneficiamento de minerais metálicos

- Extração de minério de ferro

- Pelotização, sinterização e outros beneficiamentos de minério de ferro

- Extração e/ou beneficiamento de minério de alumínio

- Extração e/ou beneficiamento de minério de estanho

- Extração e/ou beneficiamento de minério de manganês

- Extração de minérios de metais preciosos

- Extração de minerais radioativos Extração de nióbio e titânio

- Extração de tungstênio

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- Extração de níquel

- Extração e/ou beneficiamento de cobre, chumbo, zinco e de outros minerais

metálicos não-ferrosos

Extração e/ou beneficiamento de minerais não-metálicos

- Extração e/ou beneficiamento de ardósia

- Extração e/ou beneficiamento de granito

- Extração e/ou beneficiamento de mármore

- Extração e/ou beneficiamento de calcário/dolomita

- Extração e/ou beneficiamento de gesso e caulim

- Extração e/ou beneficiamento de areia, cascalho ou pedregulho

- Extração e/ou beneficiamento de argila

- Extração e/ou beneficiamento de saibro

- Extração e/ou beneficiamento de basalto

- Extração e/ou britamento de pedras e de outros materiais para construção não

especificados

Extração de minerais para fabricação de adubos, fertilizantes e produtos químicos

- Extração de sal marinho

- Extração de sal-gema

- Refino e outros tratamentos do sal

- Extração de gemas

- Extração de grafita

- Extração de quartzo e cristal de rocha

- Extração de amianto

- Extração de outros minerais não-metálicos não especificados

Fabricação de produtos alimentícios de origem animal

- Abate de bovinos e preparação de produtos de carne

- Abate de suinos e preparação de produtos de carne

- Abate de eqüinos e preparação de produtos de carne

- Abate de ovinos e caprinos e preparação de produtos de carne

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- Abate de bubalinos e preparação de de produtos de carne

- Abate de aves e preparação de produtos de carne

- Abate de pequenos animais e preparação de produtos de carne

- Preparação de carne, banha e produtos de salsicharia não associadas ao abate

- Preparação de subprodutos não associado ao abate

- Preparação e conservação do pescado e fabricação de conservas de peixes,

crustáceos e moluscos

- Fabricação de farinhas de carnes, sangue, osso. peixes, penas e vísceras e

produção de sebo

- Processamento, preservação e produção de conservas de frutas, legumes e outros

vegetais

- Processamento, preservação e produção de conservas de frutas

- Processamento, preservação e produção de conservas de legumes e outros

vegetais

- Produção de sucos de frutas e de legumes

Produção de óleos e gorduras vegetais e animais

- Produção de óleos vegetais em bruto

- Refino de óleos vegetais

- Preparação de margarina e outras gorduras vegetais e de óleos de origem animal

não comestíveis

Produção de laticínios

- Preparação do leite

- Fabricação de produtos do laticínio

- Fabricação de sorvetes

Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais

- Beneficiamento e fabricação de produtos de arroz

- Moagem de trigo e fabricação de derivados

- Produção de farinha de mandioca e derivados

- Fabricação de fubá, farinha e outros derivados de milho - exclusive óleo

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- Fabricação de amidos e féculas de vegetais e fabricação de óleos de milho

- Fabricação de rações balanceadas para animais

- Beneficiamento, moagem e preparação de outros produtos de origem vegetal

Fabricação e refino de açúcar

- Usinas de açúcar

- Refino e moagem de açúcar de cana

- Fabricação de açúcar de cereais (dextrose) e de beterraba

- Fabricação de açúcar de Stévia

Torrefação e moagem de café

- Torrefação e moagem de café

- abricação de café solúvel

Fabricação de outros produtos alimentícios

- Fabricação de biscoitos e bolachas

- Produção de derivados do cacau e elaboração de chocolates

- Produção de balas e semelhantes e de frutas cristalizadas

- Fabricação de massas alimentícias

- Preparação de especiarias, molhos, temperos e condimentos

- Preparação de produtos dietéticos, alimentos para crianças e outros alimentos

conservados

- Fabricação de outros produtos alimentícios

Fabricação de bebidas

- Fabricação, retificação, homogeneização e mistura de aguardentes e outras

bebidas destiladas

- Fabricação de vinho

- Fabricação de malte, cervejas e chopes

- Engarrafamento e gaseificação de águas minerais

- Fabricação de refrigerantes, refrescos, xaropes e pós para refrescos

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Fabricação de produtos têxteis

- Beneficiamento de algodão

- Beneficiamento de outras fibras têxteis naturais

- Fiação de algodão

- Fiação de outras fibras têxteis naturais

- Fiação de fibras artificiais ou sintéticas

- Fabricação de linhas e fios para coser e bordar

- Tecelagem de algodão

- Tecelagem de fios de fibras têxteis naturais

- Tecelagem de fios e filamentos contínuos artificiais ou sintéticos

Fabricação de produtos do fumo

- Fabricação de produtos do fumo

Fabricação de artefatos têxteis, incluindo tecelagem

- Fabricação de artigos de tecido de uso doméstico, incluindo tecelagem

F- abricação de outros artefatos têxteis, incluindo tecelagem

Acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis

- Estamparia e texturização em fios, tecidos e artigos têxteis, não desenvolvidas em

confecções

- Alvejamento, tingimento e torção em fios, tecidos e artigos têxteis, não

desenvolvidas em confecções

- Outros serviços de acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis, não

desenvolvidas em confecções

- Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos - exclusive vestuário - e de outros

artigos têxteis

- Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos, exclusive vestuário

- Fabricação de artefatos de tapeçaria

- Fabricação de artefatos de cordoaria

- Fabricação de tecidos especiais - inclusive artefatos

- Fabricação de outros artigos têxteis - exclusive vestuário

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Fabricação de tecidos e artigos de malha

- Fabricação de tecidos de malha

- Fabricação de meias

- Fabricação de outros artigos do vestuário produzidos em malharias (tricotagem)

Fabricação de acessórios do vestuário e de segurança profissional

- Fabricação de acessórios do vestuário

- Fabricação de acessórios para segurança industrial e pessoal

Curtimento e outras preparações de couro

- Curtimento e outras preparações de couro

Fabricação de artigos para viagem e artefatos diversos de couro

- Fabricação de malas, bolsas, valises e outros artefatos para viagem, de qualquer

material

- Fabricação de outros artefatos de couro

Fabricação de calçados

- Fabricação de calçados de couro

- Fabricação de tênis de qualquer material

- Fabricação de calçados de plástico

- Fabricação de calçados de outros materiais

Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado - exclusive móveis

- Desdobramento de madeira

- Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada

ou aglomerada

- Produção de casas de madeira pré-fabricadas

- Fabricação de esquadrias de madeira, venezianas e de peças de madeira para

instalações industriais e comerciais

- Fabricação de outros artigos de carpintaria

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- Fabricação de artefatos de tanoaria e embalagens de madeira

- Fabricação de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e material trançado -

exclusive móveis

Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel

- Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel

Fabricação de papel, papelão liso, cartolina e cartão

- Fabricação de papel

- Fabricação de papelão liso, cartolina e cartão

Fabricação de embalagens de papel ou papelão

- Fabricação de embalagens de papel

- Fabricação de embalagens de papelão - inclusive a fabricação de papelão

corrugado

Fabricação de artefatos diversos de papel, papelão, cartolina e cartão

- Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina e cartão para escritório

- Fabricação de fitas e formulários contínuos - impressos ou não

- Fabricação de outros artefatos de pastas, papel, papelão, cartolina e cartão

Edição; edição e impressão

- Edição; edição e impressão de jornais

- Edição; edição e impressão de revistas

- Edição; edição e impressão de livros

- Edição de discos, fitas e outros materiais gravados

- Edição; edição e impressão de produtos gráficos

Impressão e serviços conexos para terceiros

- Impressão de jornais, revistas e livros

- Impressão de material para uso escolar e de material para usos industrial,

comercial e publicitário

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- Execução de outros serviços gráficos

Coquerias

- Coquerias

Refino de petróleo

- Refino de petróleo

Elaboração de combustíveis nucleares

- Elaboração de combustíveis nucleares

Fabricação de álcool

- Fabricação de álcool

Fabricação de produtos químicos inorgânicos

- Fabricação de cloro e álcalis

- Fabricação de intermediários para fertilizantes

- Fabricação de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos

- Fabricação de gases industriais

- Fabricação de outros produtos inorgânicos

Fabricação de produtos petroquímicos básicos

- Fabricação de produtos petroquímicos básicos

- Fabricação de intermediários para resinas e fibras

- Fabricação de outros produtos químicos orgânicos

Fabricação de resinas e elastômeros

- Fabricação de resinas termoplásticas

- Fabricação de resinas termofixas

- Fabricação de elastômeros

Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos

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- Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos artificiais

- Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos sintéticos

Fabricação de produtos farmacêuticos

- Fabricação de produtos farmoquímicos

- Fabricação de medicamentos para uso humano

- Fabricação de medicamentos para uso veterinário

- Fabricação de materiais para usos médicos, hospitalares e odontológicos

Fabricação de defensivos agrícolas

- Fabricação de inseticidas

- Fabricação de fungicidas

- Fabricação de herbicidas

- Fabricação de outros defensivos agrícolas

Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza e artigos de perfumaria

- Fabricação de sabões, sabonetes e detergentes sintéticos

- Fabricação de produtos de limpeza e polimento

- Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos

Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas, solventes e produtos afins

- Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas

- Fabricação de tintas de impressão

- Fabricação de impermeabilizantes, solventes e produtos afins

Fabricação de produtos e preparados químicos diversos

- Fabricação de adesivos e selantes

- Fabricação de pólvoras, explosivos e detonantes

- Fabricação de artigos pirotécnicos

- Fabricação de catalisadores

- Fabricação de aditivos de uso industrial

- Fabricação de chapas, filmes, papéis e outros materiais e produtos químicos para

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fotografia

- Fabricação de discos e fitas virgens

- Fabricação de outros produtos químicos não especificados ou não classificados

Fabricação de artigos de borracha

- Fabricação de pneumáticos e de câmaras-de-ar

- Recondicionamento de pneumáticos

- Fabricação de artefatos diversos de borracha

Fabricação de produtos de plástico

- Fabricação de laminados planos e tubulares de plástico

- Fabricação de embalagem de plástico

- Fabricação de artefatos diversos de material plástico

Fabricação de vidro e produtos de vidro

- Fabricação de vidro plano e de segurança

- Fabricação de embalagens de vidro

- Fabricação de artigos de vidro

Fabricação de cimento

- Fabricação de cimento

Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque

- Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque

- Fabricação de massa de concreto e argamassa para construção

Fabricação de produtos cerâmicos

- Fabricação de artefatos de cerâmica ou barro cozido para uso na construção civil -

exclusive azulejos e pisos

- Fabricação de azulejos e pisos

- Fabricação de produtos cerâmicos refratários

- Fabricação de outros produtos cerâmicos não-refratários para usos diversos

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Aparelhamento de pedras e fabricação de cal e de outros produtos de minerais não

metálicos

- Britamento, aparelhamento e outros trabalhos em pedras (não associados à

extração)

- Fabricação de cal virgem, cal hidratada e gesso

- Fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos

Fabricação de produtos siderúrgicos

- Produção de laminados planos de aço

- Produção de laminados não-planos de aço

- Produção de tubos e canos sem costura

- Produção de outros laminados não-planos de aço

- Produção de gusa

- Produção de ferro, aço e ferro ligas em formas primárias e semi-acabados

- Produção de arames de aço

- Produção de relaminados, trefilados e retrefilados de aço, e de perfis estampados -

exclusive em siderúrgicas integradas

- Fabricação de tubos de aço com costura - exclusive em siderúrgicas integradas

- Fabricação de outros tubos de ferro e aço - exclusive em siderúrgicas integradas

Metalurgia de metais não-ferrosos

- Metalurgia do alumínio e suas ligas

- Metalurgia dos metais preciosos

- Metalurgia de outros metais não-ferrosos e suas ligas

Fundição

- Produção de peças fundidas de ferro e aço

- Produção de peças fundidas de metais não-ferrosos e suas ligas

Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada

- Fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, torres de transmissão,

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andaimes e outros fins

- Fabricação de esquadrias de metal, associada ao tratamento superficial de metais

- Fabricação de esquadrias de metal, não associada ao tratamento superficial de

metais

- Fabricação de obrasde caldeiraria pesada

Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras

- Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento

central

- Fabricação de caldeiras geradoras de vapor - exclusive para aquecimento central e

para veículos

Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais

- Produção de forjados de aço

- Produção de forjados de metais não-ferrosos e suas ligas

- Produção de artefatos estampados de metal

vMetalurgia do pó

- Têmpera, cementação e tratamento térmico do aço, serviços de usinagem,

galvanotécnica e solda

Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas manuais

- Fabricação de artigos de cutelaria

- Fabricação de artigos de serralheria, exclusive esquadrias

- Fabricação de ferramentas manuais

- Fabricação de produtos diversos de metal

Fabricação de embalagens metálicas

- Fabricação de artefatos de trefilados de ferro, aço e de metais não-ferrosos

- Fabricação de artigos de funilaria e de artigos de metal para usos doméstico e

pessoal

- Fabricação de outros produtos elaborados de metal

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Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão

- Fabricação de motores estacionários de combustão interna, turbinas e outras

máquinas motrizes não elétricas, inclusive peças -exclusive para aviões e veículos

rodoviários

- Fabricação de bombas e carneiros hidráulicos, inclusive peças

- Fabricação de válvulas, torneiras e registros, inclusive peças

- Fabricação de compressores, inclusive peças

- Fabricação de equipamentos de transmissão para fins industriais - inclusive

rolamentos e peças

Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral

- Fabricação de fornos industriais, aparelhos e equipamentos não-elétricos para

instalações térmicas, inclusive peças

- Fabricação de estufas elétricas para fins industriais - inclusive peças

- Fabricação de máquinas, equipamentos para transporte e elevação de cargas e

pessoas - inclusive peças

- Fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação de uso industrial

- inclusive peças

- Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso geral - inclusive peças

Fabricação de máquinas e equipamentos de uso específico

- Fabricação de máquinas e equipamentos para agricultura, avicultura e obtenção de

produtos animais - inclusive peças

- Fabricação de tratores agrícolas - inclusive peças

- Fabricação de máquinas-ferramenta - inclusive peças

- Fabricação de máquinas e equipamentos para a indústria de prospecção e

extração de petróleo - inclusive peças

- Fabricação de outras máquinas e equipamentos para a extração de minérios e

indústria da construção - inclusive peças

- Fabricação de tratores de esteira e tratores de uso na construção e mineração -

inclusive peças Fabricação de máquinas e equipamentos de terraplenagem e

pavimentação

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- Fabricação de máquinas para a indústria metalúrgica, inclusive peças - exclusive

máquinas-ferramenta

- Fabricação de máquinas e equipamentos para as industrias alimentar, de bebidas e

fumo - inclusive peças

- Fabricação de máquinas e equipamentos para a indústria têxtil - inclusive peças

- Fabricação de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuário, couro e

calçados - inclusive peças

- Fabricação de máquinas e aparelhos para a indústria de celulose, papel e papelão

- inclusive peças

- Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico - inclusive peças

Fabricação de armas de fogo, munições e equipamentos militares

- Fabricação de armas de fogo e munições

- Fabricação de equipamento bélico pesado

Fabricação de eletrodomésticos

- Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso

doméstico - inclusive peças

- Fabricação de outros aparelhos eletrodomésticos - inclusive peças

Fabricação de máquinas para escritório

- Fabricação de máquinas de escrever e calcular, copiadoras e outros equipamentos

não-eletrônicos para escritório - inclusive peças

- Fabricação de máquinas de escrever e calcular, copiadoras e outros equipamentos

eletrônicos destinados à automação gerencial e comercial - inclusive peças

Fabricação de máquinas e equipamentos eletrônicos para processamento de dados

- Fabricação de computadores

- Fabricação de equipamentos periféricos para máquinas eletrônicas para tratamento

de informações

Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos

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- Fabricação de geradores de corrente contínua ou alternada, inclusive peças

- Fabricação de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e

semelhantes, inclusive peças

- Fabricação de motores elétricos, inclusive peças

Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica

- Fabricação de subestações, quadros de comando, reguladores de voltagem e

outros aparelhos e equipamentos para distribuição e controle de energia, inclusive

peças

- Fabricação de material elétrico para instalações em circuito de consumo

Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados

- Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados

Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos

- Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos - exclusive para veículos

- Fabricação de baterias e acumuladores para veículos

Fabricação de lâmpadas e equipamentos de iluminação

- Fabricação de lâmpadas Fabricação de luminárias e equipamentos de iluminação -

exclusive para veículos

Fabricação de material elétrico para veículos - exclusive baterias

- Fabricação de material elétrico para veículos - exclusive baterias

Fabricação de artigos para uso elétrico, aparelhos e equipamentos para sinalização

e alarme e outros aparelhos e equipamentos não especificados

- Fabricação de eletrodos, contatos e outros artigos de carvão e grafita para uso

elétrico, eletroimãs e isoladores

- Fabricação de aparelhos e equipamentos para sinalização e alarme

- Fabricação de outros aparelhos ou equipamentos elétricos

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Fabricação de material eletrônico básico

- Fabricação de material eletrônico básico

Fabricação de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de

transmissores de televisão e rádio

- Fabricação de equipamentos transmissores de rádio e televisão e de equipamentos

para estações telefônicas, para radiotelefonia e radiotelegrafia, de microondas e

repetidoras - inclusive peças

- Fabricação de aparelhos telefônicos, sistemas de intercomunicação e semelhantes,

inclusive peças

Fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação

ou amplificação de som e vídeo

- Fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação

ou amplificação de som e vídeo

Fabricação de aparelhos, equipamentos e instrumentos para usos médico-

hospitalares, odontológicos e laboratórios

- Fabricação de aparelhos, equipamentos e mobiliários para instalações hospitalares,

em consultórios médicos e odontológicos e para laboratórios

- Fabricação de instrumentos e utensílios para usos médicos, cirúrgicos,

odontológicos e de laboratórios

- Fabricação de aparelhos e utensílios para correção de defeitos físicos e aparelhos

ortopédicos em geral

Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle - exclusive

equipamentos para controle de processos industriais

- Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle - exclusive

equipamentos para controle de processos industriais

Fabricação de máquinas, aparelhos e equipamentos de sistemas eletrônicos

dedicados a automação industrial e controle do processo produtivo

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- Fabricação de máquinas, aparelhos e equipamentos de sistemas eletrônicos

dedicados a automação industrial e controle do processo produtivo

Fabricação de aparelhos, instrumentos e materiais óticos, fotográficos e

cinematográficos

- Fabricação de aparelhos fotográficos e cinematográficos, peças e acessórios

- Fabricação de instrumentos ópticos, peças e acessórios

- Fabricação de material óptico

Fabricação de cronômetros e relógios

- Fabricação de cronômetros e relógios

Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários - inclusive peças e acessórios

- Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários

- Fabricação de chassis com motor para automóveis, camionetas e utilitários

- Fabricação de motores para automóveis, camionetas e utilitários

- Fabricação de caminhões e ônibus

- Fabricação de motores para caminhões e ônibus

- Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para caminhão

- Fabricação de carrocerias para ônibus

- Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos

- Fabricação de peças e acessórios para o sistema motor

- Fabricação de peças e acessórios para os sistemas de marcha e transmissão

- Fabricação de peças e acessórios para o sistema de freios

- Fabricação de peças e acessórios para o sistema de direção e suspensão

- Fabricação de peças e acessórios de metal para veículos automotores não

classificados em outra classe

Construção e reparação de embarcações

- Construção e reparação de embarcações de grande porte

- Construção e reparação de embarcações para uso comercial e para usos

especiais, exclusive de grande porte

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- Construção de embarcações para esporte e lazer

Construção, montagem e reparação de veículos ferroviários

- Construção e montagem de locomotivas, vagões e outros materiais rodantes

- Fabricação de peças e acessórios para veículos ferroviários

- Reparação de veículos ferroviários

Construção, montagem e reparação de aeronaves

- Construção e montagem de aeronaves

- Reparação de aeronaves

Fabricação de outros equipamentos de transporte

- Fabricação de motocicletas - inclusive peças

- Fabricação de bicicletas e triciclos não-motorizados - inclusive peças

- Fabricação de outros equipamentos de transporte

Fabricação de artigos de mobiliário

- Fabricação de móveis com predominância de madeira

- Fabricação de móveis com predominância de metal

- Fabricação de móveis de outros materiais

- Fabricação de colchões

Fabricação de produtos diversos

- Lapidação de pedras preciosas e semi-preciosas

- Fabricação de artefatos de joalheria e ourivesaria

- Cunhagem de moedas e medalhas

- Fabricação de instrumentos musicais, peças e acessórios

- Fabricação de artefatos para caça, pesca e esporte

- Fabricação de brinquedos e de outros jogos recreativos

- Fabricação de canetas, lápis, fitas impressoras para máquinas e outros artigos para

escritório Fabricação de aviamentos para costura

- Fabricação de escovas, pincéis e vassouras Fabricação de fósforos de segurança

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- Fabricação de produtos diversos

Reciclagem de sucatas

- Reciclagem de sucatas metálicas

- Reciclagem de sucatas não-metálicas

Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores- incluindo postos

revendedores, postos de abastecimento, transportadores revendedores retalhistas

(TRR) e postos flutuantes

- Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores - incluindo postos

revendedores, postos de abastecimento, transportadores revendedores retalhistas

(TRR) e postos flutuantes

Depósito e comércio atacadista de produtos químicos e inflamáveis

- Depósito e comércio atacadista de produtos químicos

- Depósito e comércio atacadista de produtos inflamáveis

Armazenamento de embalagens vazias de agrotóxicos

Armazenamento de embalagens vazias de agrotóxicos

Operação de jateamento de superfícies metálicas ou não metálicas, excluídos os

serviços de jateamento de prédios ou similares

- Operação de jateamento de superfícies metálicas ou não metálicas, excluídos os

serviços de jateamento de prédios ou similares

Usinas de concreto pré-misturado

- Usinas de produção de concreto pré-misturado

Usinas de produção de concreto asfáltico

- Usinas de produção de concreto asfáltico

Lavanderias, tinturarias, hotéis e similares que queimem combustível sólido ou

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líquido

- Lavanderias, tinturarias, hotéis e similares que queimem combustível sólido ou

líquido

Atividades que utilizem incinerador ou outro dispositivo para queima de lixo e

materiais, ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, inclusive os crematórios

- Atividades que utilizem incinerador ou outro dispositivo para queima de lixo e

materiais, ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, inclusive os crematórios

Hospitais, sanatórios, maternidades e institutos de pesquisas de doenças

- Hospitais, sanatórios, maternidades e institutos de pesquisas de doenças

Fonte: www.cetesb.sp.gov.br