gestão de resíduos sólidos na construcão de hidrelétricas

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Mestrado em Tecnologia Ambiental Exame de Defesa de Dissertação Prof. Orientador : Prof. Dr. Nestor Henji Yoshikawa Gestão de Resíduos Sólidos na Construção Civil de Hidrelétricas Mestrando: Ruiz da Silva 04.10.2011

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Estudo minucioso sobre geração disposição e tratamento de resíduos sólidos durante a construção de grandes empreendimentos em áreas remotas.

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Page 1: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Mestrado em Tecnologia Ambiental

Exame de Defesa de Dissertação

Prof. Orientador : Prof. Dr. Nestor Henji Yoshikawa

Gestão de Resíduos Sólidos na Construção Civil de Hidrelétricas

Mestrando: Ruiz da Silva

04.10.2011

Page 2: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas
Page 3: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

ESTRUTURA DO TRABALHO

1. INTRODUÇÃO

2. OBJETIVOS

3. ASPÉCTOS RELEVANTES DA OBRA PARA A GESTÃO AMBIENTAL NA

CONSTRUÇÃO DE UHEs

4. REVISÃO SOBRE AS BARRAGENS

5. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

6. REVISÃO SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS

7. A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

8. ESTUDO DE CASO DA UHE SERRA DO FACÃO

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

10.CONCLUSÕES

11.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 4: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

INTRODUÇÃO

Page 5: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

UHEs SÃO OBRAS IMPORTANTES PARA A

HUMANIDADE PORQUE:

PROMOVEM O DESENVOLVIMENTO DAS REGIÕES

ONDE SÃO CONSTRUÍDAS

AUMENTAM A DISPONIBILIDADE DE RECURSOS COM

RELAÇÃO A

• GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

• ÁREAS IRRIGADAS

• CONTROLE DE INUNDAÇÕES

• ABASTECIMENTO DE ÁGUA

MOTIVAÇÃO PARA A PESQUISA

Page 6: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

1. A IMPORTÂNCIA DAS UHEs NO BRASIL

2. A UHEs ONDE TRABALHEI

3. DIFICULDADES E DESVIOS NO MANUSEIO DE

RESÍDUOS

MOTIVAÇÃO PARA A PESQUISA

Page 7: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• RIO SÃO MARCOS

• ENTRE OS MUNÍCIPIOS DE CATALÃO E DAVINÓPOLIS EM GOIÁS

• EMPREENDIMENTO DE R$ 1 BILHÃO

• CRIAÇÃO DE 4.800 EMPREGOS

• GERAÇÃO DE 212,58 MEGAWATTS DE ENERGIA

• CAPACIDADE PARA ATENDER UMA CIDADE DE 1,2 MILHÕES DE

HABITANTES

A UHE SERRA DO FACÃO

Page 8: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

ACESSOS DÍFICEIS ÀS UHEs EM CONSTRUÇÃOACESSOS DÍFICEIS ÀS UHEs EM CONSTRUÇÃO

Page 9: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

1. CULTURA GERENCIAL

2. CUSTO AMBIENTAL NÃO INCLUIDO NA PROPOSTA COMERCIAL

3. PESSOAL COM POUCA CAPACITAÇÃO NAS QUESTÕES

AMBIENTAIS

4. POUCA FISCALIZAÇÃO E COBRANÇA DAS COMUNIDADES

VIZINHAS (vêem a obra como um benefício)

5. DEFICIÊNCIA NO SISTEMA DE GESTÃO (implantação defasado do

período de mobilização)

6. CARÊNCIA DE TEMAS E ESTUDOS CORRELATOS

7. EMPREENDIMENTOS COMPLEXOS

8. EXIGE UMA INFRA ESTRUTURA COMPLEXA

9. LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO , GERALMENTE ERMOS E

DISTANTES DE GRANDES CENTROS

DIFICULDADES PARA SE IMPLANTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DURANTE A CONSTRUÇÃO DE UHEs

Page 10: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

UHEs GERALMENTE SÃO CONSTRUIDAS EM LOCAIS DE DIFICIL ACESSO

Page 11: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

UHEs GERALMENTE SÃO CONSTRUIDAS EM LOCAIS DE DIFICIL ACESSO

Page 12: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Vista aérea do canteiro de obras da UHE Serra do Facão no início da construção

Page 13: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

ESTUDAR E ANALISAR QUALITATIVA E

QUANTITATIVAMENTE AS FORMAS DE

GERAÇÃO, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DOS

RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NO PERÍODO DE

CONSTRUÇÃO CIVIL DE UMA UHE.

E AO MESMO TEMPO CONTRIBUIR PARA

MINIMIZAR AS DIFICULDADES DE GESTÃO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS NOS EMPREENDIMENTOS

FUTUROS.

OBJETIVO GERAL

Page 14: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• DISCUTIR TECNOLOGIAS AMBIENTAIS

• DESENVOLVER CONHECIMENTO DE

CONSTRUÇÃO CIVIL MAIS LIMPA

• APRESENTAR MODÊLO DE GESTÃO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

• APRESENTAR RESULTADOS E INFORMAÇÕES

SOBRE GERAÇÃO DE RESÍDUOS DO

EMPREENDIMENTO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Page 15: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

ASPECTOS RELEVANTES CONSIDERADOS

• CARÊNCIA DE INFORMAÇÕES SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS

• POTENCIAL PARA IMPACTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS E

IRREVERSÍVEIS

• CRONOGRAMAS DE CONSTRUÇÃO APERTADOS ATRASOS GERAM

GRANDES PERDAS FINANCEIRAS À EMPRESA CONSTRUTORA

(INDUZ A PRESSA EM TUDO – “FAZER NA FUMAÇA”)

• REQUER OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA POR SER DISTANTE DE

CENTROS URBANOS

• CULTURA DA CONSTRUÇÃO CIVIL PESADA DE SE COMEÇAR A OBRA

ANTES DE ESTAR PRONTA A INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA.

Page 16: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

ASPECTOS RELEVANTES CONSIDERADOS

• Na fase de mobilização pouca atenção se dá à questão dos

resíduos sólidos;

• Baixo comprometimento da Liderança operacional com a gestão

de resíduos sólidos;

• Azáfama nas contratações, falta de projetos executivos;

• Locais improvisados para realização das primeiras atividades;

• Coleta seletiva deficiente;

Page 17: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

ASPÉCTOS RELEVANTES CONSIDERADOS

PORQUE FOCO NA PRODUÇÃO?

• Atrasos dos marcos contratuais x multas.

• Atraso no prazo de entrega da usina : multa diária

• Requer um monitoramento rigoroso e diário das metas

de produção

• Provoca pressa nos gestores que priorizam os fatores de

produção, em detrimento das responsabilidades

ambientais também contidas no contrato.

Page 18: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

BARRAGENS

E

HIDRELÉTRICAS

Page 19: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• Uma barragem pode ser definida como uma

barreira física, construída na seção transversal

de um rio, de forma a acumular um volume de

água desejado, para depois controlar o seu

fluxo, e usá-lo perenemente para diversos fins.

As barragens variam de tamanho, deste simples

aterros, até gigantescas construções de

concreto.

As barragens no Brasil e no Mundo

 

Page 20: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• 800.000 barragens em todo o mundo,

• Cerca de 45.000 são construções com altura acima de

15 metros e com volume de água maior do que 3

milhões de metros cúbicos.

• A construção de barragens é uma indústria, cujo

volume financeiro anual gira em torno de US$ 50

bilhões de dólares em todo o mundo;

• Atualmente existe em torno de mil e seiscentas obras

de barragens em construção no mundo.

As barragens no Brasil e no Mundo

 

Page 21: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• Investimentos da ordem de US$ 2

trilhões

• Energia elétrica das UHEs no mundo

equivale a 600 milhões de toneladas de

petróleo por ano.

As barragens no Brasil e no Mundo

 

Page 22: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• Brasil rural até o final do século XVIII.

• Industrialização nas últimas décadas do

século XIX e primórdios do século XX.

• Relêvo geográfico de elevado potencial.

As barragens no Brasil

 

Page 23: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• Matriz energética mais limpa ,

economicamente viável e com possibilidade

de rapidamente aumentar a capacidade de

geração do país.

• Hoje, aproximadamente 70%, da energia

elétrica gerada no país é oriunda das suas

mais de 600 UHEs/PCHS.

As barragens no Brasil

 

Page 24: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Empreendimentos no Brasil

2101 619

104858 mW 41000 mW

Instaladas

171 em construção448 outorgadas

Page 25: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• Itaipu - Rio Paraná, 14.000 mW

• Tucuruí - Rio Tocantins, 8.730 mW

• Belo Monte - Rio Xingu, 6.411 mW (média anual)

• Ilha Solteira - Rio Paraná, 3.444 mW

• Jirau - Rio Madeira, 3.300 mW (licitada)

• Xingó - Rio São Francisco, 3.162 mW

• Santo Antônio - Rio Madeira, 3.150 mW

• UHE Paulo Afonso IV- Rio São Francisco, 2.462 mW

• Itumbiara - Rio Paranaíba, 2.082 mW

• São Simão- Rio Paranaíba, 1.710 mW

AS MAIORES HIDRELÉTRICAS DO BRASIL

Page 26: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• Adoção de novos paradigmas, novas formas

de pensar e de engenhar na implantação de

projetos mais criativos e com resultados

mais eficientes

• Consumir menos recursos por unidade de

energia gerada

• Minimizar os danos ambientais causados.

O maior desafio na construção de hidrelétricas

Page 27: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Empreendimentos Geradores de

Energia no Brasil

EMPREENDIMENTOS BRASIL  

TIPO QUANT   POTENCIA (kW)  %HIDRELÉTRICA 796 77.851.332 68,88       GAS      Natural 90 10.599.802 9,38Processo 31 1.244.483 1,10

PETRÓLEO      Óleo Diesel 784 4.137.061 3,66Óleo Residual 27 1.708.011 1,51

BIOMASSA      Bagaço de cana 270 3.956.678 3,50Licor Negro 14 1.145.798 1,01Madeira 32 265.017 0,23Biogás 7 41.842 0,04Casca de Arroz 7 31.408 0,03NUCLEAR 2 2.007.000 1,78

CARVÃO MINERAL 8 1.455.104 1,29

EÓLICA 33 414.480 0,37

ENERGIA IMPORTADA      Paraguai 5.650.000 5,00Argentina 2.250.000 1,99Venezuela 200.000 0,18Uruguai 70.000 0,06  2.101 113.028.016 100,00

Page 28: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

MÉTODO DEDUTIVO (ENTRADAS DO

SISTEMA QUE CONTRIBUEM PARA A

GERAÇÃO DE RESÍDUOS).

MÉTODO INDUTIVO (QUANDO

NECESSÁRIO RASTREIA-SE UM

RESÍDUO PARA DEFINIR AS PROVÁVEIS

ENTRADAS).

Page 29: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

ETAPAS DO PROJETO DE PESQUISA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ELABORAÇÃO DE PLANILHA

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE CONSTRUÇÃO DA UHE

DESCRIÇÃO DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO APLICADAS

TRABALHO DE CAMPO ( 2 SEMANAS)

CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS E INFORMAÇÕES

REDAÇÃO DO TEXTO DE QUALIFICAÇÃO

APRESENTAÇÃO À BANCA EXAMINADORA

Page 30: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

REVISÃO SOBRE

RESÍDUOS

SÓLIDOS

Page 31: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• EXPLORAÇÃO DA NATUREZA

• NOSSO FUTURO DEPENDE DELA

• MODELO DE USO DOS RECURSOS NATURAIS

COMPROMETIDO

( Estamos seguindo o modêlo dos países ricos)

• É CONSENSO DE QUE A REDUÇÃO DOS RESÍDUOS É

UM FATOR IMPORTANTE PARA INTERROMPER A

MUDANÇA CLIMÁTICA ATUAL.

AS VISÕES DA HUMANIDADE SOBRE RESÍDUOS

Page 32: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• Sob o ponto de vista econômico, resíduo é todo material que uma dada

sociedade ou agrupamento humano o desperdiça (Calderoni, 2003).

• Resíduo é uma coisa boa colocada em lugar errado (Ecologista José

Antonio Lutzenberger).

• “Resíduo é matéria prima mal aproveitada” (Provérbio chinês).

• “Lixo é tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis,

velhas e sem valor” (Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda).

•  

• “Se quer quer, se não quer, tem quem queira” (música de Rita Ribeiro,

cantora maranhense, letra de Antonio Vieira).

Definições de Resíduo

Page 33: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• Os resíduos sólidos podem ser entendidos, como os "restos

das atividades humanas, considerados como inúteis,

indesejáveis ou descartáveis, pelos geradores”, podendo-se

apresentar no estado sólido, semi-sólido ou pastoso.

• ABNT estabelece na NBR 10.004 que:

Os resíduos sólidos podem ser definidos como quaisquer

resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de

atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

Definições de Resíduo

Page 34: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

• É importante salientar que a Resolução

307/2002 do CONAMA estabelece que a

responsabilidade sobre os resíduos

produzidos pelas atividades de

construção, de reforma, reparos,

demolições, desmatamento é do gerador

do resíduos.

Responsabilidade pelo resíduo

Page 35: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

CADA GERADOR É RESPONSÁVEL PELA

MANIPULAÇÃO E DESTINO FINAL DO

SEU RESÍDUO.

(PNMA) LEI 6.938 DE 31/08/1981

PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR

Page 36: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Classificação dos resíduos

Tóxico

Corrosivo

Inflamável

Reativo

Patogênico

Tóxico

Corrosivo

Inflamável

Reativo

Patogênico

Page 37: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Tratamento é o processamento dos resíduos

sólidos visando o seu beneficiamento,

reutilização ou redução de volume a fim de

torná-lo inócuo à saúde humana, ou facilitar a

sua disposição final. Podemos citar como

tratamento, a incineração, reciclagem,

compostagem, compactação e trituração de

resíduos sólidos. 

Conceitos de Tratamento de Resíduos Sólidos

Page 38: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Disposição é a solução que se dá

para a descarga e armazenamento

de resíduos, em condições

adequadas de higiene e salubridade,

em aterros sanitários e aterros

controlados.

Conceitos de Disposição Final de Resíduos Sólidos

Page 39: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

POLÍTICA NACIONAL DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

Page 40: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

LEI 12.305 DE 02/08/2010 – PNRS - Artigo 1º

•Institue a PNRS•Dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos;•Dispõe sobre gestão integrada e gerenciamento de resíduos sólidos;•Dispõe sobre as responsabilidades dos geradores e do poder público;•Dispõe sobre os instrumentos econômicos aplicáveis.

Page 41: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

DEFINIÇÕES DA LEI 12.305 DE 02/08/2010 - PNRSXV - rejeitos: Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada;

XVI - resíduos sólidos: Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;

Page 42: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

DOS PRINCÍPIOS I - a prevenção e a precaução; II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; III - a visão sistêmica;IV - o desenvolvimento sustentável; V - a ecoeficiência; VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; IX - o respeito às diversidades locais e regionais; X - o direito da sociedade à informação e ao controle social; XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.

Page 43: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;

V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;

DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA

Page 44: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização e participação social, incluindo a realização de audiências e consultas públicas.

Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 

Art. 20.  Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos: I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I do art. 13; II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que: a) gerem resíduos perigosos; b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal; 

III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama; 

PLANOS SOBRE RESÍDUOS

Page 45: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Estudo de Caso da

UHE Serra do

Facão

Page 46: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE A UHE SERRA DO FACÃO

A Barragem tem 660,90 metros de comprimento;

O Vertedouro tem duas comportas, com largura total de 33,90 metros;

A Tomada d’água tem duas unidades para captar água do reservatório e levá-la ate as duas unidades de geração atraves de dois Condutos Forçados, de 78 metros de comprimento e seis metros de diâmetro;

A Casa de Força tem duas turbinas tipo Francis e potência instalada de 212,58 megawatts;

A Linha de  Transmissão (LT) de 138 kV tem 32,5 quilômetros de extensão e leva a energia gerada pela Usina ate a subestação da Celg (Centrais Eletricas de Goiás) em Catalão.

Page 47: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Potência Instalada Total 210,58 mW

Geração atraves de 02 turbinas Francis 105 mW

Área do Reservatório no nível máximo 218,84 km2

Área do Reservatório no nível mínimo 94,54 km2

Vazão media máxima em 1979 (serie histórica de

1999)

1290,9 m3/s

Vazão Máxima (Pico) 3205 m3/s

Vertedouro de 2 vãos 11,20 m x

15,00mVolume de concreto 22400 m3

Volume de escavação comum 188705 m3

Data Prevista para operação comercial 1ª turbina–Maio/10

2ª turbina-Jul/2010

Dados tecnicos da UHE Serra do Facão. Fonte: SEFAC.

Page 48: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Área Total 218,84 km²

Extensão 60 km em linha reta

Perímetro 1.357 km

Volume do reservatório 5.277.000.000 m³

Profundidade média 24 m

Período de enchimento 1 ano

N.A.de montante 756 m

N.A.de jusante 675,81 m

Áreas inundadas 218,84 km²

Vida útil 100 anos

Dados do reservatório. Fonte SEFAC.

Page 49: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Municípios Área (em quilômetros quadrados)

Catalão/GO 141,64

Campo Alegre de Goiás/GO 63,79

Davinópolis/GO 9,66

Paracatu/MG 3,06

Ipameri/GO 0,40

Cristalina/GO 0,30

Total 218,84

Área de terra dos municípios a ser ocupada pelo reservatório. Fonte: SEFAC

Page 50: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

INFORMAÇÕES TÉCNICAS – UHE SERRA DO FACÃO

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimÔnia de inauguração da UHE em 19/10/2011

Page 51: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

- Objetivos claros e abrangentes

- Responsabilidades de cada nível hierárquico bem

definidas

- O atendimento às exigências e conformidade com as

leis, normas técnicas e cláusulas contratuais

- Satisfazer os anseios de todas as partes interessadas

no negócio

- Propor e assegurar a adoção de tecnologias limpas,

seguras e economicamente viáveis

- Incluir e assegurar que empresas subcontratadas

sigam o plano

Estrutura do Plano de Gestão Ambiental para a Construção de Hidrelétrica

Page 52: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Parte do Programa de Gestão Ambiental da UHE Serra do Facão.

Objetivo e Meta Metodo de Cálculo Descrição das Ações

Reduzir a geração de resíduos classe B, madeira.Meta: Reduzir o volume gerado em 5%

. Indicador: m³ resíduo gerado por m² de fôrma. Forma de Cálculo: m³ apuradopelos registros de saída / m² deforma aplicado (media móvel dos últimos três meses). Freqüência de Coleta: mensal

. Desenvolver projetos focando o usode formas metálicas. Reaproveitamento dos paineis e Escoramento.. Levantar o indicador dos 3 últimos meses para aferir a meta.

Reduzir a geração do resíduo classe D – perigoso.Meta: Substituir uso deestopas/trapos em todas as frentes

. Indicador: Quantidade de Aquisição de trapos e estopas. Zerar

. Trocar estopa e trapos para toalha lavável na produção civil. Na central de britagem e concreto e na montagem eletromecânica.

Reduzir a geração de solo contaminado com óleos e graxas.Meta: Reduzir o volume gerado em 15%

. Indicador: m³ resíduo gerado por m³ de água consumido na lavagem.

- Estabelecer etapa de limpeza e raspagem previa de partes não contaminadas.

Os objetivos e metas devem ser dinâmicos e alinhados às atividades

desenvolvidas, e com foco na melhoria contínua dos processos produtivos.

Page 53: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

PROCEDIMENTOS E RECURSOS PARA UM SISTEMA DE GESTÃO

# TIPO DE PROCEDIMENTO

1 Procedimento para identificação das fontes de resíduos, modo de geração, balanço de quantidades e determinação do destino ambientalmente adequado para cada um deles.

2 Procedimento para construção e padronização de praças de resíduos, segregação e coleta seletiva, transporte ate o destino do resíduo.

3 Procedimento para liberação de cargas e transporte de resíduos para aterro sanitário, empresas tratadoras, ou clientes que usam os resíduos como materia prima em seus processos produtivos.

4 Procedimento para identificar a legislação aplicada a cada resíduo e a forma de ter acesso às possíveis alterações e legislação existentes surgimento de novas leis, normas e estatutos aplicados. Definição da periodicidade de avaliação do atendimento à legislação aplicada.

5 Procedimento para identificação das competências e dos treinamentos básicos necessários de cada função para atendimento às exigências da gestão de resíduos sólidos. Todo trabalhador deve saber como incluir na Análise Preliminar de Riscos das suas tarefas,os impactos ambientais causados pelos resíduos, o que fazer para minimizá-los e segregá-los da forma correta.

6 Procedimento para comunicar, investigar e documentar atraves de relatórios contaminações e outros acidentes ambientais provocados por desvios na gestão de resíduos sólidos.

Page 54: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

PROCEDIMENTOS E RECURSOS PARA UM SISTEMA DE GESTÃO

# TIPO DE PROCEDIMENTO

7 Procedimento para aprovação, emissão e controle de documentação relativa a resíduos sólidos (FISPQ, manifesto de resíduos, planilha de quantidades, relatórios de acidentes, etc.).

8 Procedimento para atendimento de emergência para cenários que envolvam contaminações por resíduos sólidos no empreendimento.

9 Procedimento para determinação das quantidades de resíduos gerados. Forma de medição, unidades de medida, periodicidade e quantidades ótimas de remessa para cada resíduo, etc.. )

10 Procedimento para solução de não conformidades detectadas na gestão de resíduos sólidos, ações corretivas e preventivas.

11 Procedimento para auditoria interna que pode ser combinada auditorias com programas do tipo 5 Ss, organização e limpeza, etc..

12 Procedimento para controle de registros da gestão de resíduos sólidos. Deve incluir as formas de identificação, armazenamento, proteção, recuperação, retenção e descarte de registros.

Page 55: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Codificação de cores para classes de resíduos sólidos

Classificação DescriçãoCor do

Recipiente

Plástico

Plásticos, copos plásticos, recipientes de plástico reciclável, sacos de embalagem não contaminados por óleo, tinta e produtos químicos. Vermelho

Papel/papelãoPapeis e papelões não contaminados por óleo, tinta e outros produtos químicos.

Azul

VidroVidro não contaminado por óleo, tinta ou produtos químicos.

Verde

Material metálicoSucata de ferro em geral, alumínio, cobre, pó de polimento metálico, aço, manganês, resíduos de solda e outros do gênero.

Amarelo

Sobras de alimentos orgânico

Restos de comida, cascas de frutas, legumes e outros do gênero. Marrom

Resíduos Não

Recicláveis

Borracha, isopor, panos, espumas, louças, resíduos de lixamento, discos de corte e outros do gênero. Cinza

Page 56: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

PROCEDIMENTOS E RECURSOS PARA UM SISTEMA DE GESTÃO

Descrição dos Recursos Função do Recurso

Prédio do Centro Integrado de Educação Ambiental

Local para realização de palestras de proteção ambiental a alunos das escolas primárias da região e visitantes do empreendimento.

Sala da Equipe de Gestão Ambiental Local com os postos de trabalho para o Engenheiro, Encarregado, técnico e auxiliares técnicos, com mesas, cadeiras, computador, arquivo e área e vivência.

Veículos para atendimento da equipe de gestão ambiental

Transporte de profissionais e materiais relacionados à gestão.(um carro e uma pick up traçada).

Provisão orçamentária para realização da SIMA – Semana Interna de Meio Ambiente (anual), palestras nas escolas e reuniões coletivas sobre temas de meio ambiente.

Aumentar conscientização sobre proteção ambiental, prover treinamentos e exigências contratuais .

Page 57: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

PROCEDIMENTOS E RECURSOS PARA UM SISTEMA DE GESTÃO

01 Engenheiro Ambiental (coordenador de meio ambiente)  01 Técnico de Meio Ambiente por grupo de 200 trabalhadores (10 equipes) 02 Auxiliares Técnico em Meio Ambiente 03 Auxiliares Técnicos para o viveiro de mudas

Page 58: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

Quantidades geradas de resíduos na UHE Serra do Facão

Classificação Tratamento e Disposição Quantidade

PlásticoDoação para entidade filantrópica

36.332 kg

Papel/papelãoDoação para entidade filantrópica

33.860 kg

MadeiraVenda ou doação do material para comunidade 403.117 kg

Material metálicoVenda para Empresas Recicladoras de Sucata Metálica 914.657 kg

OrgânicoAterro Sanitário de Catalão

86.634 kg

Contaminados por óleos e graxas

Empresa Recuperadora Autorizada de Catalão 614.210 kg

ContaminadosAterro Sanitário e Incinerador de Catalão

4.751 kg

Pneus e Borracha Empresa Recicladora 50.460 kg

Page 59: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

FLUXOGRAMA - SUCATA FERROSA

COMPRA DE

VERGALHÕES

FERRO E AÇO

ORIGEM SEPARAÇÃO PRIMÁRIA

PROCESSO GERADOR

COMPRA DE

ARAME

RECOZIDO

MONTAGEM DA ARMAÇÃO PARA ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

COMPRA DE

FERRAMENTAS

DE CORTE

SEPARAÇÃO SECUNDÁRIA

TAMBORES CAÇAMBAS NOS LOCAIS DE GERAÇÃO

MATERIAL CONTAMINADO

TRANSPORTE PARA O PÁTIO DE SUCATA , ACÚMULO QUANTIDADE ÓTIMA

DISPOSIÇÃO FINAL

RECICLADOR EXTERNO PARA DESCONTAMINAR RESÍDUO

TAMBORES CAÇAMBAS NOS LOCAIS DE GERAÇÃO

MATERIAL NÃO CONTAMINADO

TRANSPORTE PARA O PÁTIO DE SUCATA , ACÚMULO QUANTIDADE ÓTIMA

VENDA COMO MATÉRIA PRIMA PARA PROCESSOS SIDERÚRGICOS

MATERIAL CONTAMINADO?

SIM

NÃO

ATERRO

SANITÁRIO

DADOS DE PROCESSO: GERAÇÃO TOTAL = 768 TON

Page 60: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

É importante considerar os aspectos inerentes a uma

geração de líderes que passam atualmente pelo

período de transição entre uma época da construção

civil pesada quando as questões ambientais não eram

consideradas como fatores tão críticos para os dias

atuais em que as cobranças e exigências de todas as

partes interessadas no empreendimento com relação

ao meio ambiente se tornam cada vez mais críticas e

restritivas.

CONCLUSÕES

Page 61: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

A gestão de resíduos sólidos durante a

construção civil de uma hidrelétrica

requer uma fase de estudo,

desenvolvimento e planejamento com o

mesmo nível de importância e prioridade

aplicadas aos outros estudos de

engenharia de construção.

CONCLUSÕES

Page 62: Gestão de Resíduos Sólidos na Construcão de Hidrelétricas

O aumento das atenções aos programas de

gestão de resíduos sólidos durante a

construção de empreendimentos remotos,

pode ser entendida como uma base

importante para a dissiminação dos

princípios, conceitos e novas tecnologias de

proteção ao meio ambiente e de

desenvolvimento sustentável.

CONCLUSÕES