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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
DENISE STORTI SOARES
ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUE DA EMPRESA
MELLO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA.
São Leopoldo
2007
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
DENISE STORTI SOARES
ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUE DA EMPRESA
MELLO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS.
Orientador: Prof. Dr. Carlos A. Diehl
São Leopoldo
2007
AGRADECIMENTOS
Ao meu amado esposo Antônio, por todo o seu carinho, compreensão e apoio ao
abdicar do seu próprio estudo para que eu
pudesse concluir esta jornada.
Aos meus queridos pais, por serem meus exemplos de coragem, dedicação e
perseverança, me ensinando a trilhar sempre pelo caminho do bem.
Às minhas irmãs e cunhados, pela amizade e carinho que sempre me dedicaram.
Ao meu orientador, prof. Carlos Diehl, por toda a atenção, flexibilidade e ativa participação na construção deste estudo.
À empresa Mello, em especial, à Crisleni de Mello, pela confiança depositada em mim,
abrindo as portas de sua empresa.
À Deus, porque sem Ele, nada seria possível.
EPÍGRAFE
“As pessoas que valem a pena vão atrás de seus sonhos e aprendem a arriscar. Não
deixam que o medo domine sua força interior e sua capacidade de transformação.
Aceitam o jogo da vida, encaram os desafios. Principalmente sabem que a vida
só tem sentido porque se sentem capazes de transformar não apenas a si mesmas mas
também aqueles que amam.”(Shinyashiki)
RESUMO
Este trabalho foi realizado na empresa Mello Materiais de Construção Ltda., com o
objetivo de propor melhorias na gestão de seu estoque. Para isto foi utilizada uma pesquisa de
caráter exploratório e qualitativo. A partir da pesquisa em documentos internos, entrevistas
com funcionários e observação direta e participativa, pode-se levantar informações
importantes sobre a gestão de estoque da empresa. Após a análise destas informações, pode-se
fazer várias sugestões de melhorias para os processos internos da Mello que caso sejam
implantadas acredita-se que proporcionará à empresa um maior controle de seus estoques.
PALAVRAS-CHAVE: Logística, Estoque, Varejo.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
QUADRO 1 – Procedimentos fundamentais da Administração de Materiais ........................ 11
FIGURA 1 – Gráfico Custo Total de Estoque ........................................................................ 14
FIGURA 2 – Curva ABC típica e usual .................................................................................. 15
TABELA 1 – Interpretação do gráfico da curva ABC referente à figura 2 ............................ 16
FIGURA 3 – Quantidade disponível versus tempo ................................................................ 19
FIGURA 4 – Fases do recebimento de materiais..................................................................... 22
QUADRO 2 – Fases da armazenagem .................................................................................... 23
FIGURA 5 – Rotatividade do estoque .................................................................................... 28
FIGURA 6 – Fluxo de sistemas de informações ..................................................................... 31
FIGURA 7 – Vista parcial da empresa Mello Materiais de Construção Ltda. ....................... 37
FIGURA 8 – Vista da doca do Setor 1 (acesso aos clientes)................................................... 38
FIGURA 9 – Foto das prateleiras do setor de tintas ............................................................... 39
FIGURA 10 – Foto das prateleiras do setor de parafusos ....................................................... 40
FIGURA 11 – Fluxo do processo de recebimento .................................................................. 44
QUADRO 3 – Sugestões de Melhorias para a área de Recebimento ..................................... 50
QUADRO 4 – Sugestões de Melhorias para a área de Almoxarifado .................................... 51
QUADRO 5 – Sugestões de Melhorias para a área de Distribuição ....................................... 52
QUADRO 6 – Sugestões de Melhorias para a área de Inventário .......................................... 53
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................4 1.1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA...................................................5 1.1.1 Definição do Problema de Pesquisa ...............................................................................6 1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO .................................................................................................6 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................6 1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................6 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................7 2 LOGÍSTICA DE ESTOQUE ...............................................................................................9 2.1 A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA ..............................................................................10 2.2 ATIVIDADES LOGÍSTICAS ..........................................................................................10 2.3 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS .............................................................................11 2.3.1 Definição de Estoque ...................................................................................................11 2.3.2 Função e objetivo do Estoque ....................................................................................12 2.3.3 Princípios Básicos para o Controle do Estoque ........................................................12 2.3.4 Custos de Estoque .......................................................................................................13 2.3.5 Classificação ABC .......................................................................................................15 2.3.6 Níveis de Estoque ........................................................................................................ 16 2.3.7 Rotatividade .................................................................................................................17 2.3.8 Estoque de Segurança .................................................................................................17 2.3.9 Tempo de reposição ....................................................................................................18 2.3.10 Ponto de Pedido ..........................................................................................................19 2.3.11 Ponto de ruptura .........................................................................................................19 2.3.12 Intervalo de ressuprimento .......................................................................................20 2.4 ARMAZENAGEM DE MATERIAIS ...............................................................................20 2.4.1 Almoxarifado ................................................................................................................20 2.4.2 Controle do Almoxarifado ...........................................................................................21 2.4.3 Recebimento .................................................................................................................22 2.4.4 Armazenagem ...............................................................................................................23 2.4.5 Distribuição ...................................................................................................................23 2.4.6 Lay-Out do Almoxarifado ............................................................................................24 2.5 INVENTÁRIO FÍSICO .....................................................................................................24 2.5.1 Objetivo do Inventário .................................................................................................25 2.5.2 Planejamento para o Inventário .................................................................................25 2.5.3 Cartão de Inventário ....................................................................................................25 2.5.4 Arrumação física ..........................................................................................................26 2.5.5 Cut-off ............................................................................................................................26 2.5.6 Atualização e registros de estoque ..............................................................................26
2.5.7 Contagem do estoque ...................................................................................................26 2.5.8 Reconciliações e Ajustes ..............................................................................................27 2.6 CONTROLE DE ESTOQUE NO VAREJO ......................................................................27 2.7 PROCESSOS E OPERAÇÕES .........................................................................................29 2.7.1 Fluxograma ...................................................................................................................31 3 MÉTODO ............................................................................................................................33 3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................................33 3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................33 3.3 UNIDADE DE ANÁLISE ................................................................................................34 3.4 COLETA DE DADOS ......................................................................................................34 3.5 ANÁLISE DE DADOS ....................................................................................................35 4 O CASO MELLO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA. ......................................36 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ...........................................................................36 4.2 APRESENTAÇÃO DO ALMOXARIFADO: SETOR 1 ..................................................37 4.2.1 Lay-Out do Almoxarifado .............................................................................................38 4.2.2 Controle de estoque no Almoxarifado .........................................................................41 4.3 DESCRIÇÃO DE PROCESSOS .......................................................................................42 4.3.1 Compra de materiais ....................................................................................................42 4.3.2 Recebimento ..................................................................................................................43 4.3.3 Armazenagem ................................................................................................................45 4.3.4 Distibuição interna ........................................................................................................45 4.4 CONTROLE DE ESTOQUE NA EMPRESA ...................................................................47 4.4.1 Codificação e classificação do estoque ........................................................................48 4.4.2 Custos e níveis do estoque ............................................................................................48 4.4.3 Inventário do estoque ....................................................................................................49 4.5 ANÁLISE E SUGESTÕES DE MELHORIA ...................................................................49 4.5.1 Recebimento e lançamento contábil ............................................................................49 4.5.2 Armazenagem ................................................................................................................50 4.5.3 Distribuição ....................................................................................................................51 4.5.4 Inventário .......................................................................................................................52 4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................54 5 CONCLUSÕES ...................................................................................................................56 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................58 ANEXOS .................................................................................................................................61 ANEXO 1: Roteiro de entrevista .............................................................................................62 ANEXO 2: Autorização de entrega de mercadoria ..................................................................63 ANEXO 3: Cupom fiscal com indicação de saída de material ................................................64 ANEXO 4: Guia de entrega .....................................................................................................65
4
1 INTRODUÇÃO
As empresas, atualmente, trabalham em um ambiente altamente competitivo,
encontrando muitos concorrentes e grandes ameaças em todos os segmentos. Graças a Internet
informações e dados são transmitidos quase instantaneamente por toda parte do mundo. Os
clientes, por sua vez, com toda esta interatividade à sua disposição, estão cada vez mais
exigentes.
Decorrente disto, surge a grande necessidade das empresas estarem cada vez mais
competitivas, procurando adaptar-se a este mercado. Elas precisam dispor do produto que o
cliente deseja no momento certo e com um preço competitivo.
Para um negócio varejista sólido existe a necessidade de sortimento e variedade de
estoque, o que é um requisito muito importante. Para que possa manter uma empresa lucrativa
um negociante deve ter condições de oferecer aos seus clientes o que eles querem, e sob a
forma que preferem. Contudo, ainda que a empresa desenvolva adequadamente a avaliação
das necessidades do seu consumidor, manter estoque armazenado é um investimento de
grande valor.
Neste ambiente altamente competitivo, aspectos econômicos, como o controle de
recursos internos da empresa, vem trazendo constantes estudos, tanto por parte dos
empresários, quanto por especialistas da área.
O presente trabalho visa abordar a administração de materiais da empresa Mello,
fazendo uma análise dos principais processos envolvidos, tais como recebimento,
armazenagem e distribuição de mercadorias. Pretende-se com esta análise, identificar
oportunidades de melhoria na gestão do estoque da empresa.
5
Para tanto, será utilizado, como método de pesquisa, o estudo de caso, que é um
método caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou alguns objetos, permitindo o
conhecimento detalhado do mesmo.
A coleta de dados será feita através de pesquisas documentais, como registros de
estoques, notas fiscais, entre outros. Também através da observação direta, pretende-se
participar do ambiente de trabalho, interagindo com funcionários nas suas rotinas diárias,
facilitando a compreensão dos processos. Outro método para a coleta de dados, será através
de entrevistas com pessoas envolvidas, onde será estimulado um diálogo aberto.
Estes dados coletados serão organizados por categorias de conteúdo, e agrupados em
uma tabela de forma ordenada e classificada de acordo com cada assunto, como por exemplo
nota fiscal, dados de inventário, entre outros. Com isto pretende-se interpretar e analisar os
resultados, utilizando as teorias relevantes, com o objetivo de propor sugestões de melhoria
para a gestão do estoque da empresa.
1.1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA
A empresa MELLO vem atuando no mercado de Comércio Varejista no ramo de
Materiais de Construção há mais de 19 anos e desde então, busca oferecer os melhores
produtos e um atendimento de qualidade aos seus clientes.
Ela está situada na região metropolitana, na cidade de São Leopoldo, que fica a 30 km
da capital e na confluência de rodovias importantes como a BR 116 e a RS 240, o que facilita
a expansão de sua carteira de clientes.
Dados obtidos no site FEE (2006), revelaram que o volume de vendas do comércio
varejista da Região Metropolitana de Porto Alegre, apresentou uma variação positiva de 7,3%,
no mês de setembro de 2006, comparado ao mesmo mês do ano de 2005. Com o
desenvolvimento deste setor, os gestores da empresa estão procurando melhorar seus
processos com o objetivo de permitir reais oportunidades neste ambiente.
Recentemente a empresa identificou alguns aspectos negativos na área da gestão de
seus estoques, tais como:
Falta da informação do montante do material estocado;
Falta da informação do valor dos custos envolvidos;
6
Falta da informação de quais os materiais devem ser comprados e em que
momento;
Falta da informação do material que está há tempos parado e desta forma, perdendo
a oportunidade de promoção do mesmo.
Entre outros.
Os gestores acreditam que esta situação de descontrole acarreta um ônus aos clientes.
Comentam que para manter um alto nível de estoque, necessitam de um alto investimento e
conseqüentemente o preço de suas mercadorias se elevam. Além disto, a desordem em seu
estoque ocasiona um mau atendimento aos clientes, em função da demora pela procura da
mercadoria que foi comprada, ou, também pelas más condições, embalagens com poeiras, que
são entregues os produtos aos clientes.
Visto que a empresa tem o compromisso de atender à sua clientela com qualidade,
seus gestores estão à procura de um profissional capaz de fazer uma análise da Gestão de seu
Estoque, com o intuito de propor reais oportunidades de melhoria.
1.1.1 Definição do Problema de Pesquisa
Quais são os principais aspectos que podem ser melhorados na gestão de estoque da
empresa Mello Materiais de Construção Ltda.?
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a gestão de estoque da empresa Mello Materiais de Construção Ltda. e
identificar oportunidades de melhoria.
1.2.2 Objetivos Específicos
Descrever e analisar os processos envolvidos;
Identificar principais problemas no controle do estoque;
Propor sugestões de melhoria para a gestão de estoques.
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1.3 JUSTIFICATIVA
O mercado está cada vez mais competitivo. E para a sobrevivência neste ambiente, as
empresas preocupam-se em criar vantagens através de melhorias contínuas em seus produtos
ou serviços a fim de satisfazer as necessidades de seus clientes.
Em 2006, as empresas continuarão a focar no serviço ao cliente como forma de se diferenciarem de seus concorrentes. À medida que os principais varejistas diretos aumentam o nível de atendimento, as expectativas do consumidor também crescem e isso cria mais pressão para a redução dos custos e do tempo de processamento dos pedidos dentro da empresa (LOGÍSTICA, 2005, p.49).
O investimento feito em material estocado significa grande parte dos ativos de uma
empresa. Estes ativos, poderiam talvez proporcionar um retorno maior à empresa caso
tivessem sido investidos em algo diferente.
Sabe-se, por outro lado, que a principal preocupação de uma empresa varejista diz
respeito ao tamanho e à variedade de seus estoques. Para um negócio varejista sólido existe a
necessidade de sortimentos e variedades adequados à demanda, pois para não haver a
possibilidade de perder um cliente, é preciso garantir que o mesmo encontre o produto que
procura e no momento que deseja comprar. Por outro lado, manter um alto nível de estoque
acumulado gera um alto investimento. Ou seja, deve haver um equilíbrio entre nível de
estoque e demanda.
Conforme Miranda (1997) a maior parte das empresas varejistas não possuem um
profissional qualificado para assuntos pertinentes à gestão de estoque. Desta forma, este
estudo torna-se um aliado servindo como instrumento para o conhecimento das práticas mais
adequadas referente à Gestão de Estoque.
Este estudo tem muito a contribuir, pois pode ser aplicado a diversas outras empresas
varejistas, servindo como guia para aquelas que desejam conhecer um pouco mais sobre
assuntos relacionados à ‘Gestão de Estoque’.
Outro fator importante, é a possibilidade de aprofundar o conhecimento científico a
respeito deste tema, sendo possível aplicar e compilar conceitos, o que proporcionará uma
relação importante entre a teoria e a prática.
O momento é oportuno para realizar esta pesquisa, pois os gestores da empresa
percebendo não possuir o controle adequado de seus estoques, se mostraram bastante
interessados por este estudo. A empresa está muito preocupada, pois a cada ano aumenta a sua
8
atuação no mercado, fazendo crescer e desenvolver seu negócio. Para dar continuidade neste
crescimento ela percebe que precisa adequar-se a um modelo mais dinâmico, onde todos os
seus custos, principalmente os referentes a seus estoques, precisam ser controlados para que
seu negócio se torne lucrativo.
O projeto é viável devido ao conhecimento adquirido pela autora durante o Curso de
Administração de Empresas e à sua experiência profissional na área. Também o tempo que
possui disponível, as informações que foram liberadas pela empresa e o investimento
insignificante, viabiliza a realização desta pesquisa.
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2 LOGÍSTICA DE ESTOQUE
Apesar de distribuição física ser o conceito mais popular, esta área é representada por
nomes como transportes, suprimentos e distribuição, administração de materiais, operações
logísticas. Implica tanto no suprimento como na distribuição física de materiais.
Conforme IMAM (1996, p.1), “a logística preocupa-se com o gerenciamento do fluxo
físico que começa com a fonte de fornecimento e termina no ponto de consumo”. Ou seja, diz
respeito muito mais do que apenas a distribuição física, e sim controla todos os processos de
entrada, processamento e saída dos materiais.
Há uma infinidade de conceitos e definições para logística. Ballou (1995, p.24) afirma
que:
Logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.
Já, de acordo com IMAM (1996, p.1), “a definição empregada é que logística diz
respeito ao processo que integra, coordena e controla: a movimentação de materiais, o
inventário de produtos acabados e as informações relacionadas; para satisfazer as
necessidades dos clientes”.
Apesar de vários conceitos e definições, vários autores concordam que a missão do
profissional de logística é colocar as mercadorias certas no lugar, tempo e condições
desejadas, ao menor custo.
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2.1 A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA
Conforme Dias (1996) existe crescente interesse pela administração logística por
diversas razões:
Rápido crescimento dos custos de transporte e armazenagem;
Desenvolvimento de técnicas matemáticas e de sistemas informatizados, capaz de
rapidamente resolver um problema logístico;
Complexibilidade crescente tanto na administração de materiais quanto na
distribuição física;
Mudança de mercado e de canais de suprimento;
Tendência da transferência da responsabilidade da administração dos estoques para
os fabricantes.
2.2 ATIVIDADES LOGÍSTICAS
De acordo com IMAM (1996) o processo logístico refere-se a operações internas e
externas a uma empresa específica. Internas, como operações de distribuição física e
fornecimento físico, e externas, como operações entre fornecedores e clientes. O ponto
crucial é que o processo globalizado cruza as fronteiras da empresa.
De um modo resumido, conforme Dias (1996) podem ser incluídas entre atividades
logísticas as seguintes:
Aquisição da matéria-prima ou mercadoria;
Armazenagem;
Transportes;
Processamento de pedidos;
Serviços de pós-venda.
Entre as atividades da logística, pode-se destacar a administração de materiais, que
será detalhada abaixo.
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2.3 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Conforme Viana (2000) o objetivo fundamental da Administração de Materiais é
determinar quando e quanto adquirir, para repor o estoque. Atingir o equilíbrio ideal entre
estoque e consumo é o objetivo principal da administração de materiais.
Na opinião deste mesmo autor, os insumos materiais (matéria-prima, materiais
secundários e outros) carecem de uma coordenação específica, permitindo assim a
racionalização de sua manipulação. A Administração de Materiais coordena essas atividades,
de forma que todo o sistema possa ser mantido harmonicamente em funcionamento.
Administrar com eficiência e exatidão o movimento de entradas e saídas dos materiais
não é tarefa simples. Seguem os procedimentos fundamentais para uma eficiente
administração de materiais.
PROCEDIMENTO ESCLARECIMENTO
O que deve ser comprado Quais as necessidades da empresa
Como deve ser comprado Qual o procedimento recomendável
Quando deve ser comprado Qual é o melhor momento
Onde deve ser comprado Quais os melhores segmentos de mercado
De quem deve ser comprado Quais os fornecedores com condições adequadas
Por que preço deve ser comprado Qual é o preço do mercado
Em que quantidade deve ser comprado Qual é a quantidade ideal, que proporcionará maior economia na compra
Quadro 1 Procedimentos fundamentais da Administração de Materiais. Fonte: Viana (2000)
2.3.1 Definição de estoque
De acordo com Moreira (2001) entende-se por estoque quaisquer quantidades de bens
físicos que sejam conservados por algum intervalo de tempo. Constituem estoques tanto os
produtos acabados que aguardam venda ou despacho, como matérias-primas e componentes
que aguardam utilização na produção.
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Já Viana (2000) afirma que o termo estoque é muito elástico. Pode ser representado
pelos materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, ou por uma
reserva para ser utilizada em tempo oportuno.
2.3.2 Função e objetivo do Estoque
Segundo Dias (1996) o estoque funciona como amortecedor entre vários estágios,
desde a compra até a venda do mesmo.
Viana (2000) ressalta que as principais causas que exigem estoque permanente para o
imediato atendimento do consumo interno e das vendas da empresa são:
Necessidade de continuidade operacional;
Incerteza da demanda futura ou de sua variação ao longo do período de
planejamento;
Disponibilidade imediata do material nos fornecedores e cumprimento dos prazos
de entrega.
Como é impossível prever a demanda futura e como nem sempre os suprimentos estão
disponíveis no momento desejado, é necessário ter estoque para assegurar a venda.
Conforme Viana (2000) manter estoque é necessário por diversas razões:
Melhoram o nível de serviço;
Permitem economias na compra de lotes e também no transporte;
Agem como proteção contra aumentos de preços;
Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento;
Servem como segurança contra contingências.
2.3.3 Princípios Básicos para o Controle do Estoque
Dias (1996) afirma que para organizar um setor de estoque é necessária a definição
dos seguintes aspectos:
a) Número de itens: ‘o que’ deve permanecer em estoque;
b) Periodicidade: ‘quando’ deve ser reabastecido o estoque;
c) Quantidade de reabastecimento: ‘quanto’ de estoque é necessário para um
determinado período;
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Após estas definições, segundo o mesmo autor, deve-se manter o controle das
seguintes funções:
Solicitação e execução da compra do material;
Recebimento, armazenagem e atendimento dos materiais estocados, de acordo com
as necessidades;
Inventários periódicos;
Identificação e retirada de estoques obsoletos e danificados.
2.3.4 Custos de Estoque
Conforme Moreira (2001) é essencial a todos os sistemas de gestão de estoque, o
conhecimento dos custos incorridos em função da existência do estoque. Além do custo de
aquisição da mercadoria, existem outros diversos custos associados ao estoque. Estes podem
ser divididos pelas seguintes categorias:
a) Custo do pedido: são todos os custos incorridos desde o momento em que o pedido
é feito até o momento em que a mercadoria é estocada. Incluem os custos para a
manutenção da área de compras (pessoal, aluguel, despesas de escritório), os
custos de transporte da mercadoria e os custos de inspeção da mercadoria antes de
enviá-la ao estoque.
b) Custo de manutenção: são todos os custos para se manter certa quantidade de
mercadorias por um determinado período de tempo, geralmente um ano. São os
seguintes:
Custo do capital: é a soma de dinheiro que foi investida em estoque e que não
poderá ser aplicada em outras oportunidades que poderiam gerar um melhor
retorno.
Custo de armazenagem: são todos os custos do espaço ocupado pelas
mercadorias, seguros, taxas, perdas, obsolescência do material ou sua deterioração.
Arnold (1999) ressalta também o Custo de risco: que são os riscos de se manter
estoque. Dividem-se em:
• Obsolescência – perda do valor do produto resultante de uma mudança
no modelo ou estilo;
• Danos – estoques danificados enquanto o manuseio;
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• Pequenos furtos – mercadorias perdidas ou furtadas;
• Deterioração – estoque que perde a validade.
c) Custo da falta de estoque: reflete as conseqüências econômicas da falta de estoque
ou atraso de pedido, tais como vendas perdidas, cancelamento de pedidos, não
cumprimento dos prazos contratuais ocasionando multas, perda de imagem e
futuros negócios.
d) CustoTotal: é o somatório do Custo de Armazenagem e do Custo de pedido. Toda
a teoria de dimensionamento e controle de estoque baseia-se em minimizar o custo
total do estoque.
Figura 1 Gráfico Custo Total de Estoque. Fonte: (Diehl, 2006)
Conforme Dias (1996) existem duas variáveis que aumentam estes custos, que são a
quantidade em estoque e o tempo de permanência em estoque. Grandes quantidades em
estoque somente poderão ser movimentadas com a utilização de pessoal ou, com o maior uso
de equipamentos, tendo como conseqüência a elevação destes custos.
15
2.3.5 Classificação ABC
Moreira (2001) afirma que gerenciar os estoques de todos os itens de uma empresa
com a mesma atenção e os mesmos métodos pode ser bastante dispendioso, obrigando a que
se encontre alguma forma de dar atenção diferenciada a certos itens.
Existem vários critérios para a classificação dos itens, mas o mais evidente de todos os
possíveis é o investimento que se faz para cada um deles. Itens que demandam altos
investimentos durante um determinado período de tempo, merecem atenção especial.
A curva ABC, ressalta Dias (1996), é um importante instrumento, que permite
classificar de acordo com os critérios propostos, e identificar aqueles itens que justificam
maior atenção e tratamento adequados quanto à sua particularidade e especificidade.
Os itens devem ser agrupados pela importância relativa, da seguinte forma:
Classe A: Grupo de materiais mais importantes que devem ser tratados com maior
atenção;
Classe B: Grupo de itens em situação intermediária;
Classe C: Grupo de itens menos importantes.
Figura 2 Curva ABC típica e usual. Fonte: Viana, 2000, p. 65
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A interpretação deste gráfico conduz-nos ao resumo abaixo:
Tabela 1 Interpretação do gráfico da curva ABC referente à figura 2. Fonte: Viana 2000,p.65
Classe % quantidade de itens % de valor
A 5 75
B 20 20
C 75 5
O que se observa neste gráfico, é que a classe A representa o grupo de maior valor de
consumo e menor quantidade de itens, que devem ser gerenciados com especial atenção. Na
classe B, estão representados os itens de situação intermediária. Já na classe C, estão os itens
de menor valor e maior quantidade de itens, portanto menos importantes, que justificam
menor atenção no gerenciamento.
2.3.6 Níveis de Estoque
Em função de vários obstáculos no sistema de controle do estoque, os quais uma
empresa está sujeita, tais como: consumo variável de determinado item, falha administrativa
na solicitação da compra, atraso de fornecedores, entrega de material danificado, entre outros,
é importante que a empresa identifique um nível ótimo de material, que alcance um equilíbrio
entre o nível de disponibilidade e os custos de estoque.
Conforme Chopra (2003) a opção entre um nível ótimo de disponibilidade do produto
alto ou baixo depende do foco que a empresa quer dar a um determinado elemento que
acredita poder maximizar seus lucros. Por exemplo, as usinas elétricas garantem que nunca
ficam sem combustível porque a suspensão temporária do funcionamento é extremamente
onerosa. Ao contrário, a maioria dos supermercados mantém o suprimento de um determinado
produto para apenas alguns dias, em função do prazo de validade do mesmo.
O responsável pela cadeia de suprimento deve estar atento para os fatores que
influenciam o nível ótimo de disponibilidade do produto. Esse conhecimento pode ser usado
para estabelecer qual será o nível de estoque que deverá ficar armazenado e disponível em
determinado período de tempo.
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2.3.7 Rotatividade
Também conhecida como giro de estoque, conforme Dias (1996), é uma relação
existente entre o consumo anual e o estoque médio do produto.
Rotatividade = Consumo médio anual Estoque médio
Por exemplo: o consumo anual de um item foi de 800 unidades e o estoque médio de
100 unidades. O giro foi:
Rotatividade = 800 unidades/ano = 8 vezes/ano 100 unidades
O giro de estoque foi igual a 8, ou seja, o estoque girou 8 vezes ao ano.
Este índice também pode ser obtido através de valores monetários de custo ou de
venda:
Rotatividade = Custo das vendas ($/ano) Estoque médio de produtos
Dias (1996) ressalta que para fins de controle deve-se determinar a taxa de rotatividade
adequada à cada empresa e também a cada grupo de materiais que corresponda a uma mesma
faixa de preço ou consumo.
De acordo com Viana (2000) a apreciação do índice de rotatividade fornece
informações importantes, por meio da comparação com índices de anos anteriores ou mesmo
com índices de empresas congêneres, fornecendo subsídios valiosos para ações e decisões que
se fizerem necessárias.
2.3.8 Estoque de Segurança
Para reduzir a possibilidade da empresa não ter disponível o estoque que necessita, em
função de alguma eventualidade, seja atraso de fornecedor, rejeições da qualidade ou
alterações de consumo, entre outros, é importante manter uma quantidade mínima de estoque
reservada.
Conforme Viana (2000) o estoque de segurança é também denominado estoque
mínimo, e representa a quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de
ressuprimento superior ao programado ou um consumo desproporcional.
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Chopra (2003) afirma que tanto a variedade, como a pressão por disponibilidade,
ambas crescentes, induzem as empresas a aumentarem seu nível de estoque de segurança.
Porém, um alto nível de estoque acumulado implica em um alto custo.
Para determinar o nível adequado de estoque de segurança é importante conhecer a
incerteza de demanda ou de suprimento e também o nível desejado de disponibilidade do
produto. À medida que a incerteza de demanda ou de suprimento cresce o nível de estoque de
segurança exigido também aumenta, e vice-versa.
2.3.9 Tempo de reposição
De acordo com Dias (1996) uma das informações básicas de que se necessita para
calcular o estoque mínimo, ou estoque de segurança, é o tempo de reposição. O tempo de
reposição representa o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto
até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa. Este tempo pode ser
desmembrado em três partes:
a) Emissão do pedido: tempo desde a emissão do pedido de compra pela empresa até
chegar ao fornecedor;
b) Preparação do pedido: tempo que o fornecedor necessita para fabricar os produtos,
separá-los, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados;
c) Transporte: tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento dos materiais
encomendados.
Já, segundo Viana (2000, p.156), “o tempo de reposição é composto por tempos
internos da empresa como também externos”:
a) TPC - Tempo de Preparação da Compra;
b) TAF - Tempo de Atendimento do Fornecedor;
c) TT - Tempo de Transporte;
d) TRR - Tempo de Recebimento e Regularização.
Resultando na fórmula:
TR = TPC + TAF + TT + TRR
19
2.3.10 Ponto de pedido
Conforme Dias (1996) quando o saldo disponível de um determinado item do estoque
estiver abaixo ou igual a determinada quantidade chamada de ponto de pedido, significa que
este item necessita de um novo suprimento.
Arnold (1999) ressalta que utilizando esse sistema, um pedido deve ser emitido
quando ainda há estoque disponível suficiente para satisfazer à demanda do momento em que
o pedido é emitido até que o novo estoque chegue (período que se chama lead time).
Figura 3 Quantidade disponível versus tempo. Fonte: Arnold, 1999, p. 320
A figura 3 mostra a relação entre o estoque de segurança, o lead time, a quantidade do
pedido e o ponto do pedido. Conforme o mesmo autor, com o sistema de ponto de pedido:
As quantidades dos pedidos geralmente são fixas;
O ponto de pedido é determinado pela demanda média durante o lead time;
Os intervalos entre reposições variam conforme a demanda real durante o ciclo de
emissão do novo pedido.
2.3.11 Ponto de Ruptura
É o ponto em que o estoque torna-se nulo e ainda existe demanda para o mesmo.
Como, por exemplo, quando um usuário requisita um material do almoxarifado e não pode ser
atendido em virtude do estoque encontrar-se em nível zero (VIANA, 2000).
20
2.3.12 Intervalo de ressuprimento
É o intervalo de tempo entre dois ressuprimentos. Estes intervalos podem ser fixados,
dependendo das quantidades compradas do tempo de entrega do fornecedor e do consumo
médio (DIAS, 1996).
2.4 ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
Moura (2003, p.3) assim explica “armazenagem: atividade que diz respeito à
estocagem ordenada e à distribuição de produtos acabados dentro da própria fábrica ou em
locais destinados a este fim, pelos fabricantes, ou através de um processo de distribuição”.
Dias (1996) reforça que a eficiência de um sistema de estocagem e o capital
necessário depende da escolha do sistema. O almoxarifado deve ser adaptado às condições
específicas da empresa, e também às características e natureza do material movimentado e
armazenado.
2.4.1 Almoxarifado
De acordo com Viana (2000, p.272), pode-se definir que:
Almoxarifado é o local destinado à fiel guarda e conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado a sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e disposição interna condicionados à política geral de estoques da empresa.
Ele ressalta ainda que, para cumprir sua finalidade, o Almoxarifado deverá possuir
instalações adequadas, bem como recursos de movimentação e distribuição suficientes a um
atendimento rápido e eficiente.
Arnold (1999) comenta que os objetivos do almoxarifado são minimizar custos e
maximizar o atendimento aos clientes. Para tanto, as operações de um almoxarifado devem
desempenhar as seguintes tarefas:
Oferecer atendimento pontual aos clientes;
Manter um controle dos itens, de modo que possam ser encontrados pronta e
corretamente;
21
Minimizar o esforço físico, e conseqüente custo de transporte dos produtos na
entrada e saída do depósito;
Fornecer elos de comunicação com os clientes.
2.4.2 Controle do Almoxarifado
Viana (2000) afirma que o controle dos estoques depende de um sistema eficiente, o
qual deve fornecer, a qualquer momento, as quantidades que se encontram à disposição e
onde estão localizadas.
Conforme Arnold (1999) a localização do estoque, ou arranjo físico do almoxarifado,
relaciona-se com a localização de itens individuais, ou seja, o local aonde devem ser
armazenados os produtos, depende do tipo de produto, do tipo de instalações, do
processamento e tamanho de pedidos. Abaixo, alguns sistemas básicos de localização
sugeridos pelo autor:
Agrupar itens funcionalmente relacionados. Por exemplo, colocar todos os itens de
ferragens na mesma área do depósito;
Agrupar os itens de giro rápido. Assim o trabalho para movimentar estes itens é
reduzido.
Agrupar itens fisicamente semelhantes. Os itens semelhantes muitas vezes exigem
instalações semelhantes. Itens de pequeno porte podem exigir prateleiras, já itens
pesados, exigem instalações diferentes.
Colocar o estoque de trabalho e o estoque de reserva em locais separados.
Quantidades pequenas do estoque de trabalho, aquele do qual são feitas as retiradas,
podem ser posicionados perto da área de entrega, enquanto o estoque de reserva,
utilizado para repor o estoque de trabalho, pode ser colocado em um ponto mais
remoto.
Arnold (1999) ressalta ainda alguns elementos que podem ajudar no controle do
almoxarifado:
Um bom sistema de numeração de peças;
Um sistema de transação (entrada e saída de materiais) simples, porém bem
documentado.
22
2.4.3 Recebimento
Conforme Viana (2000) as atividades do recebimento abrangem desde a recepção do
material na entrega pelo Fornecedor até a entrada nos estoques.
De acordo com o mesmo autor, o recebimento compreende quatro fases:
a) Entrada de materiais;
b) Conferência Quantitativa;
c) Conferência Qualitativa;
d) Regularização.
As fases do recebimento podem ser melhor compreendidas após análise da Figura 4:
Figura 4 Fases do recebimento de materiais. Fonte: Viana 2000, p.277
23
2.4.4 Armazenagem
Viana (2000, p.277) afirma que “cuidados especiais devem ser tomados quanto à
disposição dos materiais no Almoxarifado, o qual pode conter produtos perecíveis,
inflamáveis, tóxicos e outros, sendo que as características de cada produto definirão os meios
de armazenagem”.
A armazenagem compreende cinco fases, conforme demonstra a Figura 3:
FASES DESCRIÇÃO
1˚ fase Verificação das condições pelas quais o material foi recebido, quanto à proteção e embalagem.
2˚ fase Identificação dos materiais.
3˚ fase Guarda da localização adequada.
4˚ fase Informação da localização física de guarda ao controle.
5˚ fase Verificação periódica das condições de proteção e armazenagem.
6˚ fase Separação para distribuição.
Quadro 2 Fases da armazenagem. Fonte: Viana (2000, p. 278)
2.4.5 Distribuição
Conforme Viana (2000) os materiais devem ser distribuídos mediante programação e
pleno conhecimento dos envolvidos. Além disto, somente pessoas autorizadas poderão
exercer a retirada do estoque, e mediante a apresentação de algum documento.
Abaixo, documentos sugeridos por Viana (2000) para a requisição do material:
a) Ficha de controle de estoque: documento destinado ao controle manual, por meio
de apontamentos de quantidades correspondentes à entrada e saída de material.
b) Ficha de localização: documento utilizado para indicar as localizações do
material;
c) Ficha de assinatura credenciada: documento utilizado para identificar os
funcionários autorizados a movimentar o estoque;
d) Requisição de material: documento utilizado para a retirada de material;
24
e) Devolução de material: documento utilizado para devolver material ao estoque.
Atualmente a retirada de material do estoque também pode ser feita por outro tipo de
controle, como por exemplo, leitor óptico.
2.4.6 Lay-Out do Almoxarifado
Dias (1996) define lay-out como sendo o arranjo de homens, máquinas e materiais
combinados com as características que conferem maior produtividade ao elemento humano e
o máximo de economia e rendimento na armazenagem de determinado produto.
De acordo com Moura (2003) os objetivos do lay-out de um armazém devem ser:
Assegurar a utilização máxima do espaço;
Propiciar a mais eficiente movimentação de materiais;
Propiciar a estocagem mais econômica, em relação às despesas de equipamento,
espaço, danos de material e mão-de-obra do armazém;
Propiciar flexibilidade máxima para satisfazer as necessidades de mudança de
estocagem e movimentação;
Fazer do armazém um modelo de boa organização.
De acordo com Provar (2004) a função básica para um bom gerenciamento do lay-out é
a de dispor a loja de forma confortável e estimulante para o consumidor e também de forma
que atenda aos interesses da empresa. Ou seja, dispor os produtos do mix em uma ordem
sinergética (seção, setor e grupo), numa disposição estratégica que promova a passagem
obrigatória dos clientes pelos produtos de seu interesse e também de produtos de interesse de
venda da empresa. Ressalta ainda que o lay-out é, portanto, a primeira e mais importante
comunicação da loja com o consumidor.
2.5 INVENTÁRIO FÍSICO
De acordo com Viana (2000, p.381) “o inventário físico é uma contagem periódica
dos materiais existentes para efeito de comparação com os estoques registrados e
contabilizados em controle da empresa”.
Dias (1996) ressalta que o inventário físico é geralmente efetuado através de duas
modalidades:
25
Inventários Gerais: são efetuados ao final do exercício e abrangem todos os itens
do estoque de uma única vez.
Inventários Periódicos: São contagens ao longo do ano, com maior freqüência,
porém concentrada em menor quantidade de itens, o que dará melhores condições
de análise das causas de ajustes visando ao melhor controle.
2.5.1 Objetivo do Inventário
Para Dias (1996) a empresa deve efetuar contagens físicas de seus itens de estoque
para verificar:
Discrepâncias em valor, entre o estoque físico e o contábil;
Discrepâncias em quantidades, entre o estoque físico e o contábil;
Apuração do valor total do estoque para efeito de balanços.
2.5.2 Planejamento para o inventário
Dias (1996, p.193) afirma que “um bom planejamento e preparação para inventário é
imprescindível para a obtenção de bons resultados”. Deverão ser providenciados:
a) Folhas de convocação (convocados, datas, horários e locais);
b) Fornecimento de meios de registros adequados para uma correta contagem;
c) Reanálise da arrumação física;
d) Método do inventário e treinamento;
e) Atualização e análise dos registros;
f) Cut-off para a movimentação de materiais a serem inventariados.
2.5.3 Cartão de inventário
Conforme Dias (1996) o cartão de inventário é um documento que deve ser utilizado
para o registro das informações dos itens inventariados. Os mesmos podem ser impressos em
cores distintas para identificar tipos de estoque a serem contados, e também conter partes
destacáveis para até três contagens. Devem conter espaços reservados para as seguintes
informações: código, descrição, localização, unidade, quantidade e data do inventário.
26
2.5.4 Arrumação física
O mesmo autor comenta também a importância da arrumação física. Ressalta que as
áreas e os itens a serem inventariados deverão estar organizados da melhor forma possível. Os
corredores livres e desimpedidos e os itens com suas respectivas identificações. Os
equipamentos que serão utilizados também deverão estar preparados, como por exemplo,
balanças aferidas, escadas, equipamentos de movimentação entre outros.
2.5.5 Cut-off
Consiste em um mapa com todos os detalhes dos três últimos documentos emitidos
antes da contagem (notas fiscais, notas de entrada, requisição de materiais, devolução de
materiais). Não é recomendado que haja movimentação de materiais na data da contagem,
porém existem situações em que deverão ser feitos inventários sem parar a linha de produção,
neste caso, o controle de cut-off necessita ser mais rígido, para não correr o risco de existência
de itens contados duas vezes ou não contados (DIAS, 1996).
2.5.6 Atualização e registros de estoque
Todas as entradas e saídas dos itens deverão estar obrigatoriamente atualizadas até a
data do inventário. Os emitentes dos documentos que implicam movimentações de estoque
devem realizar carimbos com “antes do inventário” nos documentos emitidos um dia antes da
data da contagem, e “depois do inventário” nos documentos emitidos no dia seguinte ao
inventário. O saldo atualizado informará a quantidade disponível do estoque na data do
inventário, e será utilizado para fins de reconciliação com o inventário físico e eventual ajuste
(DIAS, 1996).
2.5.7 Contagem do estoque
Todo item do estoque, sujeito ao inventário será contado necessariamente duas vezes.
A primeira equipe fixa os cartões de contagem nos materiais e efetua a primeira contagem,
fazendo as devidas anotações no cartão. Logo após, destaca esta primeira parte do cartão, e
27
entrega para o responsável pela segunda equipe. Após a segunda contagem e o registro do
resultado na segunda parte do cartão, o mesmo será entregue para o coordenador do
inventário. Se a primeira contagem conferir com a segunda contagem, o inventário para este
item está correto; caso não confira, é necessário uma terceira contagem. A tala identificadora
do lote permanecerá afixada ao material e somente poderá ser retirada após o término do
inventário (DIAS, 1996).
2.5.8 Reconciliações e Ajustes
Os setores envolvidos nos controles de estoque deverão providenciar justificativas
para as variações ocorridas entre o estoque contábil e o inventariado. O Departamento de
Controle de Estoque providenciará a valorização do inventário, onde constará a somatória dos
valores contábil, físico e diferenças. Dentro da política da empresa, os percentuais de
diferenças podem ser aceitos ou não. Caso aprovados, o Controle de Estoque emitirá relação
dos devidos ajustes necessários (DIAS, 1996).
2.6 CONTROLE DE ESTOQUE NO VAREJO
Existem inúmeras definições para o Varejo. Las Casas (1992) o define como sendo a
atividade comercial responsável por providenciar mercadorias e serviços desejados pelos
consumidores. Phillip Kotler (1996, p.480) em uma definição um pouco mais abrangente
afirma:
O Varejo inclui todas as atividades envolvidas na venda de bens e serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Qualquer organização que utiliza esta forma de venda, seja um fabricante, atacadista ou varejista, está praticando varejo. Não importa como os bens ou serviços são vendidos (venda pessoal, correio, telefone ou máquina automática), ou onde eles são vendidos (em uma loja, na rua ou na residência do consumidor).
Independente da forma com que as definições são apresentadas, a essência do Varejo é
a comercialização de produtos e serviços a clientes finais.
De acordo com Levy e Weitz (2000) o estoque de mercadorias é a força vital do
varejista. Ele representa grande parte do total de ativo de uma empresa.
28
Provar (1994) ressalta que já se tornou evidente e essencial manter dados do estoque
permanentemente confiáveis. Estes dados precisam ser mantidos atuais, não apenas para
atender a decisões gerenciais da área de abastecimento, mas também para informar a respeito
da circulação dos produtos na empresa.
Para isto, os autores afirmam a necessidade da realização de inventários parciais
constantes por seção, setor ou grupo de produtos que podem ser feitos em plena operação da
loja, sem a necessidade de fechá-la para o balanço. Estes inventários permitem manter os
dados confiáveis do estoque, como também, propiciam a detecção mais imediata das
alterações do estoque. A mais expressiva é o nível de desaparecimento ou furtos, cujas
correções podem ser feitas a tempo, e não simplesmente constatados, para fins de balanço, nos
inventários totais.
Levy e Weitz (2000) comentam sobre outro controle importante e necessário ao
varejista: a rotatividade do estoque. Afirmam que este indicador é usado para avaliar a
eficiência dos gerentes quanto ao investimento feito em estoques.
Figura 5 Rotatividade do estoque. Fonte: Levy / Weytz (2000)
A figura acima demonstra o conceito de rotatividade de estoque. A mercadoria é
entregue à loja, armazenada e logo após é vendida. Pode-se considerar a rotatividade de
estoque como sendo a quantidade de vezes, na média, que o estoque circula pela loja durante
um período de tempo específico, geralmente um ano.
O cálculo para a rotatividade do estoque é definido abaixo:
29
Rotatividade do estoque = Vendas líquidas Estoque médio
O estoque médio deve ser expresso ao preço de varejo ao invés do preço de custo.
Quanto maior a rotatividade, melhor, ou seja, quanto maior forem as vendas e menor for o
estoque armazenado, mais a empresa estará lucrando. Pode-se concluir que a rotatividade do
estoque é um dos indicadores mais significativos da eficiência no varejo.
Levy e Weitz (2000) ressaltam algumas vantagens da alta rotatividade do estoque:
1. Aumento do volume de vendas, uma vez que as mercadorias mais novas e mais
fáceis de vender estão disponíveis aos clientes;
2. Menos riscos de obsolescência e remarcações;
3. Melhora na disposição dos vendedores (ninguém gosta de vender a mercadoria
de ontem);
4. Mais dinheiro para oportunidades de mercado;
5. Diminuição das despesas operacionais;
6. Aumento da rotatividade de ativos.
Já que o controle do estoque é vital para o sucesso do empreendimento, sistemas de
gestão estão sendo amplamente utilizados no varejo. Atualmente, conforme os mesmos
autores, os varejistas trabalham junto com os seus fornecedores para prever a demanda do
cliente, diminuir o tempo de espera para receber mercadorias e reduzir o investimento em
estoque.
Estes sistemas informatizados podem determinar exatamente o que está sendo vendido
por item, por classificação, por loja ou por fornecedor de minuto em minuto. Como resultado,
o investimento em estoque pode ser reduzido e os níveis de atendimento ao cliente,
aprimorados.
2.7 PROCESSOS E OPERAÇÕES
Segundo Martins e Laugeni (2002) em uma empresa industrial, entende-se que
processo é o percurso realizado por um material desde sua entrada na empresa até a sua saída
com um determinado grau de transformação. Já uma operação é o trabalho desenvolvido
sobre o material por homens ou máquinas em um certo período de tempo.
30
Em empresas de serviços, de acordo com os mesmos autores, o material fundamental
é a informação. A informação circula pela empresa entre diferentes áreas e pessoas, e é
utilizada para a tomada de decisões ou para a execução de ações, denominadas operações.
Portanto, os processos e operações estão presentes em todas as empresas,
indiferentemente do porte e do ramo em que atuam.
De acordo com Oliveira (2006) processo é um conjunto estruturado de atividades
seqüenciais que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e,
preferencialmente, suplantar as necessidades e as expectativas dos clientes externos e internos
da empresa.
Arnold (1999) afirma que um processo é um método de fazer algo, geralmente
envolvendo vários passos ou operações. Tudo o que as pessoas fazem envolve um processo de
algum tipo. Quando alguém vai ao banco para depositar ou retirar dinheiro, está envolvido em
um processo. Várias pessoas, aguardando em um fila de espera, já se perguntaram por que a
administração não criou um processo melhor de atendimento aos clientes.
Martins e Laugeni (2002) afirmam que para a melhoria de um processo é necessário
primeiramente entendê-lo, e para isso os autores sugerem o uso do modelo 5W1H, que
significa:
1. What? (O quê?) - Objeto
2. Who? (Quem?) - Sujeito
3. How? (Como?) - Método
4. Where? (Onde?) - Local
5. When? (Quando?) - Tempo
6. Why? (Por quê?) - Razão
Os passos seguintes para obter as melhorias são:
1. Envolvimento no problema, entendendo-o claramente.
2. Geração de idéias para a solução.
Arnold (1999) ressalta que a melhoria de processo relaciona-se com a melhoria da
utilização efetiva dos recursos disponibilizados pela empresa. É o melhor modo de se fazer
um trabalho no tempo em que ele deve ser feito.
Para tanto, o autor apresenta seis passos:
1. Selecionar o processo a ser estudado.
2. Registrar o método existente para coletar os dados necessários de forma útil.
31
3. Analisar os dados registrados para gerar métodos alternativos de melhoria.
4. Avaliar as alternativas para desenvolver o melhor método de desempenhar o
trabalho.
5. Instalar o método como prática padrão, por meio de um treinamento do operador.
6. Manter o novo método.
2.7.1 Fluxograma
Existem diferentes maneiras utilizadas para registrar o fluxo dos processos. De acordo
com Arnold (1999) um registro é necessário porque é difícil manter na memória uma grande
massa de detalhes por toda a duração da análise. O registro ajuda a considerar todos os
elementos do problema em uma seqüência lógica e garante que todos os passos do processo
são realmente considerados. Ele fornece a base tanto para um exame crítico quanto para o
desenvolvimento de um método melhorado.
Conforme Martins e Laugeni (2002) o Fluxograma utiliza a simbologia de algumas
figuras conforme é demonstrado abaixo:
Figura 6 Fluxo de sistemas de informações. Fonte: Martins / Laugeni (2002)
32
Arnold (1999) afirma que estes símbolos são universalmente utilizados. Diz que ilustra
gráfica e seqüencialmente os vários passos, eventos e operações que constituem o processo.
Oferece um quadro, na forma de diagrama, do que realmente ocorre quando um produto é
feito ou um serviço é desempenhado.
33
3 MÉTODO
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
O método que foi utilizado para o desenvolvimento desta pesquisa, o estudo de caso,
segundo Roesch (1999) é um método caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um
ou alguns objetos, permitindo o conhecimento detalhado do mesmo.
Este método foi escolhido em função de ser o mais adequado aos objetivos propostos
para o trabalho, já que pretende-se melhor compreender os principais processos envolvidos
com o controle do estoque da empresa MELLO, analisá-los levando em consideração a
revisão bibliográfica e após identificar sugestões de melhorias.
Para isto utilizou-se uma pesquisa de caráter exploratório, contendo, preliminarmente,
uma etapa de investigação e coleta de dados para após a análise e sugestões de melhorias.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
De acordo com Malhotra (2001) a pesquisa qualitativa é uma metodologia de pesquisa
não-estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras, que proporciona melhor
compreensão do contexto do problema.
Desta forma, pode-se classificar esta pesquisa como sendo exploratória qualitativa,
pois buscou-se conhecer e descrever os processos envolvidos com o controle do estoque da
empresa, através dos dados que foram coletados, proporcionando um entendimento geral
sobre o tema estudado.
Quanto ao tempo, a pesquisa adotou o corte-transversal, onde foram analisados apenas
dados de um determinado período de tempo.
34
3.3 UNIDADE DE ANÁLISE
A unidade escolhida para a realização da pesquisa foi a empresa MELLO Materiais de
Construção Ltda., localizada no município de São Leopoldo, no estado do Rio Grande do Sul.
A empresa possui dois almoxarifados chamados de Setor 1 e Setor 2. No Setor 1 estão
armazenados materiais de menor porte que são vendidos unitariamente, como fechaduras,
lâmpadas, fios, tintas, etc. e no Setor 2 estão armazenados materiais brutos como cimento,
pedra, brita, etc.. Esta pesquisa pretende analisar o controle de estoque do Setor 1.
3.4 COLETA DE DADOS
Algumas técnicas de coleta de dados, tais como: pesquisa em documentos internos,
entrevistas com funcionários e observação direta e participativa, foram aplicadas com o
objetivo de obter dados relevantes ao problema estudado.
Primeiramente foram analisados alguns documentos internos da empresa, como
relatórios de estoque, formulários utilizados para o controle do estoque, solicitações de
compras, notas fiscais, entre outros, onde foi possível o conhecimento de dados importantes
para a futura análise.
Após, foram realizadas entrevistas com diversos funcionários:
Um funcionário do departamento de Compras (comprador);
Dois funcionários do departamento de Almoxarifado (almoxarifes);
Uma funcionária da área fiscal (assistente fiscal);
Duas funcionárias da área de vendas (gerente de vendas e vendedora);
Uma funcionária do caixa (caixa).
Para estas entrevistas foi utilizado um roteiro, que está em anexo ao final deste estudo,
com questões referente aos assuntos relacionados com o controle do estoque na empresa.
Todavia optou-se por estimular um diálogo aberto deixando os entrevistados à vontade de
expressar suas percepções a respeito do assunto.
E por fim, a observação direta e participativa do ambiente de trabalho dos funcionários
envolvidos com os processos de compra de material, recebimento, lançamento contábil,
armazenagem e distribuição do material, possibilitou a compreensão destas atividades,
permitindo maior visibilidade do processo como um todo.
35
3.5 ANÁLISE DE DADOS
Segundo Roesch (1996, p.156) “O pesquisador ao encerrar sua coleta de dados, depara
com uma quantidade imensa de notas de pesquisa ou de depoimentos, que se materializam na
forma de textos, os quais terá de organizar para depois interpretar”.
O método utilizado para a análise dos dados coletados foi a análise de conteúdo.
Este método busca classificar palavras, frases, ou mesmo parágrafos em categorias de
conteúdo. Cabe ao pesquisador interpretar e explicar esses resultados, utilizando teorias
relevantes.
Abaixo, é apresentado um roteiro simples, sugerido por Roesch (1996), para a análise
de conteúdo:
a) defina as unidades de análise (palavra, parágrafo, texto completo);
b) defina as categorias;
c) codifique todo o texto;
d) se houver um número grande de casos, estratifique as respostas, elaborando
comparações entre grupos;
e) apresente os dados de forma criativa;
f) interprete os dados utilizando teorias conhecidas, ou procure levantar algumas
hipóteses.
Seguindo orientação da mesma autora, os dados coletados foram organizados em uma
tabela e classificados por categorias de conteúdo, como por exemplo: todos os dados que
foram coletados referente ao assunto Notas Fiscais, foram agrupados na categoria de Nota
Fiscal, e assim sucessivamente.
Com este agrupamento de dados, tornou-se mais fácil a compreensão dos mesmos.
Também, permitiu que fossem feitas comparações e confrontações de informações e
opiniões, auxiliando na análise final, para enfim, tornar possível que fossem feitas sugestões
de melhorias na gestão do estoque da empresa.
36
4 O CASO MELLO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A história da empresa MELLO começa em 1987, quando o Sr. Evaldo Mello e sua
esposa, Sra. Carmen Mello, na busca de ter o seu próprio negócio, construíram em São
Leopoldo, na região do Vale do Sinos, uma pequena loja num terreno alugado, aonde
começaram vendendo apenas areia, brita, pedra e cimento. Os únicos funcionários eram
apenas os dois proprietários, onde a Sra. Carmen cuidava das vendas no balcão e o Sr. Evaldo
preocupava-se com a compra do material.
Em 1991, um forte cliente apostou na empresa, efetuando o pagamento antecipado de
uma alta quantia em dinheiro para a futura retirada do material, assim que fosse necessário.
Todo este valor foi aplicado, e como na época o Brasil enfrentava elevadas taxas de inflação,
a empresa obteve um alto rendimento desta aplicação. Este fato foi fundamental para
impulsionar o crescimento da empresa.
Atualmente a Mello está situada no mesmo local, porém sendo proprietária desta área
e tendo agora dimensões em torno de 6.000 m2, dos quais 4.000 são cobertos. Possui uma
estrutura com três níveis hierárquicos, formados pelos seus dois sócios, Sr. Evaldo Mello e
sua esposa Sra. Carmen Mello, que possuem largas margens de controle, dois gerentes, um
para a área de vendas e outro para a área de entregas e uma equipe com 40 funcionários.
A Empresa trabalha com uma completa linha de materiais básicos e de acabamentos
para construções, reformas e manutenção predial. Portanto, seus principais clientes são
consumidores finais, profissionais do ramo, construtoras e pessoas jurídicas.
A Mello vem atuando neste mercado há 20 anos e, desde então, busca oferecer os
melhores produtos e um atendimento de qualidade aos seus clientes. Para isto, além do bom
37
atendimento na loja, a empresa também conta com uma frota própria de 10 caminhões que lhe
permite entregar as suas encomendas de forma rápida e eficiente.
Figura 7: Vista parcial da empresa Mello Materiais de Construção Ltda.
4.2 APRESENTAÇÃO DO ALMOXARIFADO: SETOR 1
De acordo com Viana (2000) o almoxarifado é o local destinado à fiel guarda e
conservação de materiais.
No almoxarifado do Setor 1 da empresa Mello, estão armazenados aproximadamente
10.000 itens. Ele é destinado a mercadorias de menor porte, às quais são vendidas
unitariamente, como por exemplo, fechaduras, lâmpadas, fios e tintas.
Está situado logo atrás dos balcões de vendas, e possui acesso fácil a todos os
funcionários da empresa, não sendo necessário a autorização para a entrada no local.
Também há um acesso aos clientes, que é conhecido como doca do Setor 1. Esta doca
é utilizada para retirar mercadorias de maior porte. Logo na entrada, existe uma campainha,
que é utilizada pelos clientes para chamar os almoxarifes, caso eles não estejam no local.
38
Figura 8: Vista da doca do Setor 1 (acesso aos clientes).
4.2.1 Lay-Out do Almoxarifado
O almoxarifado do Setor 1 está subdividido em dois andares. No térreo encontram-se
os itens de maior circulação e também os de menor porte. Já no primeiro andar estão os itens
de menor circulação e de maior porte. Também encontra-se no primeiro andar o estoque
auxiliar dos itens de maior circulação, que será melhor detalhado ao longo deste estudo.
No térreo existem vários corredores com diversas prateleiras. Cada corredor possui um
tipo de mercadoria, como por exemplo, material elétrico, soldável, tintas ou ferramentas,
conforme é demonstrado na Figura 8.
39
Figura 9: Foto das prateleiras do setor de tintas.
A maioria das prateleiras que estão neste andar possui uma identificação anexada à sua
frente, com a descrição da mercadoria que ali está armazenada. Esta descrição auxilia tanto
para o armazenamento de um novo lote de mercadorias recebidas, quanto para a separação das
mercadorias que constam no pedido feito pelo cliente. Estas prateleiras estão demonstradas na
Figura 9.
40
Figura 10: Foto das prateleiras do setor de parafusos.
No primeiro andar do almoxarifado do Setor 1 a grande maioria das prateleiras não
possui identificação. Apenas os itens de maior porte possuem locais pré-determinados e
identificados. Os itens de pequeno volume ficam normalmente em um mesmo local. Porém
este local não possui identificação, muitas vezes ocorre destes itens serem armazenados nas
prateleiras que possuem espaço disponível.
Um dado já comentado é a existência do estoque auxiliar para algumas mercadorias.
Em função do espaço do almoxarifado térreo ser muito restrito, tornou-se necessário
armazenar este estoque no primeiro andar. Desta forma, é possível que um mesmo item possa
estar em dois locais diferentes.
Também não existe um local pré-determinado para este estoque auxiliar no primeiro
andar. Como a rotatividade é muito alta, ele fica armazenado nas prateleiras que possuem
espaço disponível.
41
4.2.2 Controle de estoque no Almoxarifado
Existem hoje na empresa, duas pessoas responsáveis pelo almoxarifado do Setor 1.
Além de receberem as mercadorias dos fornecedores, as armazenam em seus respectivos
locais. Em algumas situações, os almoxarifes também auxiliam os vendedores, levando
mercadorias de maior porte ao balcão de vendas quando é solicitado, ou ainda, fazendo a
entrega ao cliente através da Doca do Setor 1.
Não existe qualquer tipo de registro a respeito dos locais exatos onde estão
armazenadas as mercadorias. O armazenamento é feito por feeling, ou seja, os almoxarifes
sabem o local onde estão determinados itens em função da prática. Todavia, na grande
maioria das prateleiras existe a identificação da mercadoria, o que também os auxilia.
Em alguns casos, prateleiras do almoxarifado do térreo são pequenas demais para
comportar a quantidade total das mercadorias recebidas. Desta forma, o restante do estoque de
um determinado item é armazenado no primeiro andar. Ou seja, é possível que uma mesma
mercadoria possa estar em dois locais diferentes.
Os almoxarifes não tem a informação de quais as mercadorias possuem estoque
auxiliar. Desta forma, eles precisam procurá-las no primeiro andar para identificar se existem
ou não. Entretanto, o almoxarifado do primeiro andar, não possui um local exato para o
armazenamento deste estoque auxiliar, que normalmente é colocado em alguma prateleira
disponível, o que dificulta a sua procura.
Como anteriormente comentado, todos os funcionários da empresa tem livre acesso ao
almoxarifado, não necessitando de autorização. Também para retirar alguma mercadoria, não
é necessária nenhuma solicitação, ou seja, qualquer funcionário a qualquer momento pode
retirar mercadorias da prateleira, sem restrição alguma.
Através da doca do Setor 1, os almoxarifes podem fazer a entrega de mercadorias
diretamente aos clientes. Esta entrega somente é feita com a apresentação do formulário de
“Autorização de Entrega de Mercadoria”, ou com o “Cupom Fiscal”, o que indica que aquele
cliente já efetuou o pagamento pela mercadoria.
A “Autorização de Entrega de Mercadoria”, que está demonstrada no anexo 2, é
emitida pelo caixa somente em determinados casos. Por exemplo, quando o cliente, dono da
propriedade que está sendo construída, solicita à Mello que não entregue o Cupom Fiscal à
pessoa que está buscando o material, por exemplo: algum pedreiro. Normalmente, no final da
42
semana o cliente, dono da propriedade em construção, vai até à empresa buscar os seus
Cupons Fiscais e fazer o devido pagamento de suas compras.
4.3 DESCRIÇÃO DE PROCESSOS
De acordo com Arnold (1999) processo é um método de fazer algo, geralmente
envolvendo vários passos ou operações.
Abaixo serão detalhados os processos mais importantes relacionados com o controle
de estoque da empresa Mello.
4.3.1 Compra de materiais
Existe atualmente na empresa, uma pessoa responsável pelas compras das mercadorias
do almoxarifado do Setor 1.
Este comprador, todas as sextas-feiras, sábado e segundas-feiras pela manhã visita o
almoxarifado para fazer o levantamento das necessidades de compra. Com o auxílio de uma
planilha e também de sua percepção sobre o estoque mínimo/mês e sobre o tempo de
ressuprimento de cada fornecedor, o comprador verifica visualmente em todos os corredores e
prateleiras o que é necessário comprar.
Esta verificação ocorre da seguinte forma:
Ao perceber uma determinada mercadoria que ele normalmente compra 100 uns
por mês, e que neste momento tem apenas 20 uns na prateleira, conclui que deve
fazer uma nova encomenda.
Também, existe um livro de faltas que fica em uma gaveta no balcão de vendas, onde
os almoxarifes e vendedores anotam as mercadorias que estão faltando. Esta informação é
importante ao comprador, pois o auxilia a identificar a necessidade de compra.
Depois deste levantamento da necessidade de compra, o comprador faz o contato com
os fornecedores através do telefone para agendar as visitas para a negociação.
Todas as terças, quartas e quintas-feiras o comprador recebe os fornecedores na
empresa. Neste momento é negociada a compra da mercadoria: quantidade, preço e prazo de
entrega. Após o comprador emite uma “Ordem de Compra” no sistema e o fornecedor
preenche a sua “Ordem de Pedido”, contendo itens, quantidades e preços que foram
43
acordados. A segunda via desta Ordem de Pedido, juntamente com a cópia da Ordem de
Compra são encaminhadas ao almoxarifado para a futura conferência no momento do
recebimento das mercadorias.
Em alguns casos a compra pode também ser efetuada através de telefone, ou através de
e-mail. Após, o comprador emite a “Ordem de Compra” no sistema e envia uma cópia ao
almoxarifado. Desta forma o almoxarifado terá apenas a “Ordem de Compra” para a
conferência das mercadorias recebidas.
Existe um quadro de avisos anexado na parede na área de vendas, onde o comprador
indica a previsão de recebimento das mercadorias de maior circulação. Esta informação
auxilia os vendedores a identificarem as mercadorias que estão em falta e informar aos
clientes que as solicitarem quando as terão disponíveis na empresa.
4.3.2 Recebimento
Conforme Viana (2000) as atividades do recebimento abrangem desde a recepção do
material na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques.
Na empresa Mello este processo acontece da seguinte forma:
No momento de um novo recebimento de mercadorias, algumas conferências são
feitas. Estas são necessárias para manter o controle do que foi recebido ser
exatamente igual ao que foi comprado. Seguem:
1. Nota fiscal confere com a Ordem de Compra?
2. Volumes recebidos conferem com a nota fiscal?
3. Quantidade total recebida confere com a nota fiscal?
Após todas estas conferências, o material é recebido e a nota fiscal encaminhada
ao setor fiscal para ser processado o recebimento no sistema.
Para melhor detalhamento deste processo, abaixo segue um fluxograma com todas as
atividades envolvidas no recebimento das mercadorias.
44
Almoxarife recebe a Nota Fiscal e compara com a ordem de compra.
NF igual à Ordem de Compra?
Almoxarife solicita ao forne-cedor descarregar o cami-nhão, colocando as merca-dorias na área de recebi-mento
Almoxarife confere volumes recebidos com a informação que consta na nota fiscal.
Volumes e Nota fiscal conferem?
Almoxarife assina o canhoto da nota fiscal e entrega ao fornecedor, liberando-o para a saída.
Almoxarife confere quanti-dade total recebida com a informação que consta na nota fiscal.
Almoxarife solicita a presen-ça do comprador para auto-rizar ou não o recebimento.
Comprador autoriza re-cebimento?
Almoxarife devolve a nota fiscal ao fornecedor e o libera.
Qtde total confere
com N.F.
Almoxarife entrega a NF para o setor Fiscal e inicia o armazenamento.
Sim
Não
Não
Sim
Sim
Não
Sim
Chegada do caminhão com um novo recebimento.
Almoxarife repassa informa-ção ao comprador para ten-tativa de negociação com o fornecedor.
Não
FINAL
Figura 11 – Fluxo do processo de recebimento.
45
4.3.3 Armazenagem
Moura (2003) explica armazenagem como sendo a atividade que diz respeito à
estocagem ordenada em locais destinados a este fim.
Os almoxarifes da empresa Mello, fazem a armazenagem das mercadorias recebidas,
levando em consideração os seguintes critérios:
a) Tomar o devido cuidado para não avariar nenhum produto;
b) Controlar os prazos de validade, ou seja, colocar os itens mais antigos atrás dos
mais novos na prateleira.
Seguindo estes critérios eles fazem a transferência das mercadorias que estão na área
de recebimento para as suas respectivas prateleiras.
Como não existe qualquer tipo de registro a respeito dos locais exatos onde estão
armazenadas as mercadorias. O armazenamento é feito por feeling, ou seja, os almoxarifes
sabem o local onde estão determinados itens em função da prática. Todavia, na grande
maioria das prateleiras existe a identificação da mercadoria, o que também os auxilia.
4.3.4 Distribuição interna
Conforme Viana (2000) os materiais devem ser distribuídos mediante programação e
pleno conhecimento dos envolvidos. Além disto, somente pessoas autorizadas poderão
exercer a retirada do estoque, e mediante a apresentação de algum documento.
Porém na empresa Mello, a distribuição de mercadorias não acontece desta forma.
Todo e qualquer funcionário da empresa pode pegar um item no almoxarifado sem ser
necessário qualquer solicitação ou autorização de alguém.
A movimentação das mercadorias na empresa, é alta e dinâmica. A entrega das
mercadorias aos clientes pode acontecer de várias maneiras, por diversas pessoas e em
diferentes locais. As pessoas podem ser: vendedores, caixas ou almoxarifes; e os locais onde
podem ocorrer: o balcão de vendas, o balcão do caixa, a doca do Setor 1, o setor de entregas e
a própria residência do cliente.
Dependendo do tipo de mercadoria que o cliente está comprando, a entrega acontecerá
em diferentes locais, conforme segue:
46
Entrega de mercadorias de pequeno volume:
a. Balcão de Vendas: o cliente faz o pedido com os vendedores, efetua o pagamento no
caixa e com o cupom fiscal retira a mercadoria com os próprios vendedores. Neste
caso, os vendedores pegam as mercadorias no almoxarifado e fazem a entrega ao
cliente no balcão de vendas. Após esta entrega o vendedor efetua a saída no cupom
fiscal, ou seja, escreve um certinho com caneta ao lado das descrições dos itens que
foram entregues ao cliente, conforme está demonstrado no anexo 3.
b. Balcão do Caixa: o cliente faz o pedido com os vendedores, é encaminhado ao caixa e
após efetuar o pagamento aguarda para retirar suas mercadorias. Os vendedores fazem
a separação do material e levam até o balcão do caixa onde entregam aos clientes e
efetuam a saída no cupom fiscal.
Entrega de mercadorias de alto volume:
c. Doca do Setor 1: O cliente, após fazer o pedido com o vendedor, efetua o pagamento
no caixa e com o próprio cupom fiscal vai até a doca do Setor 1 e retira a mercadoria.
Neste caso o almoxarife separa o material, entrega ao cliente e efetua a saída no
cupom fiscal, ou seja, escreve um certinho com caneta ao lado da descrição do item
que foi entregue ao cliente.
Existem alguns casos, conforme já mencionado no capítulo sobre “Controle de
estoque no Almoxarifado” onde o cupom fiscal deve permanecer no caixa em função
da solicitação feita pelo cliente, dono da propriedade que está sendo construída, que
não entregue o Cupom Fiscal à pessoa que está buscando o material, por exemplo:
algum pedreiro.
Neste caso é emitido o formulário de “Autorização de Entrega de Mercadoria”,
o qual o cliente utiliza para fazer a retirada da mercadoria na doca do Setor 1.
Entrega de mercadorias de pequeno e alto volume:
d. O cliente faz o pedido com o vendedor e efetua o pagamento no caixa. Com o cupom
fiscal, retira com o vendedor a mercadoria de pequeno volume, após o vendedor efetua
a baixa no cupom fiscal sinalizando o material que já foi entregue no balcão de vendas
e encaminha o cliente à doca do Setor 1. Lá, o almoxarife separa a mercadoria faltante,
entrega ao cliente e efetua a baixa no cupom fiscal.
47
Entrega de mercadorias na residência do cliente:
e. O cliente faz o pedido com o vendedor e neste momento indica que deseja receber em
casa as suas mercadorias. O vendedor coloca no pedido esta informação, indicando
data, horário e local aonde as mercadorias devem ser entregues. O cliente pode efetuar
o pagamento neste momento ou ao receber a sua mercadoria. Após é emitido no caixa
a “Guia de Entrega”, conforme demonstrada no anexo 4, onde constam informações
sobre os itens e quantidades que foram comprados, local e data para a entrega. O
cliente leva uma cópia desta “Guia de Entrega” e a outra cópia é colocada em uma
gaveta próximo ao balcão das Vendas. Uma campainha é acionada duas vezes,
indicando aos almoxarifes que existem Pedidos para serem entregues na residência de
clientes. Os almoxarifes pegam estes pedidos, separam o material e levam ao Setor de
Entregas. Neste setor de entrega o material é conferido e embarcado no caminhão, em
seguida é solicitada a emissão da nota fiscal, referente ao número do pedido que estará
sendo transportado. O pessoal do Setor de Entregas busca a nota fiscal e então faz o
transporte das mercadorias até a residência do cliente. O cliente assina o canhoto da
nota fiscal indicando o recebimento. Após, este canhoto é entregue ao pessoal do caixa
para o devido arquivo.
4.4 CONTROLE DE ESTOQUE NA EMPRESA
Dias (1996) afirma que para organizar um setor de estoque é necessário ter a definição
do número de itens que devem permanecer em estoque, de quanto tempo precisam continuar
em estoque e da quantidade de estoque que é necessária para um determinado período.
A empresa Mello não possui a informação da quantidade exata de estoque existente,
nem do tempo que estão em estoque.
Quando algum funcionário, geralmente os almoxarifes, percebem que um item está
parado no estoque há muito tempo, avisam a gerência de vendas. Normalmente, são feitas
promoções destas mercadorias, fazendo assim girar o estoque.
Em relação a quantidade de reabastecimento, a empresa conta com a percepção do
comprador em função de sua prática. Também há um sistema utilizado pela empresa,
chamado SIGAM, que auxilia neste conhecimento. Existe um módulo que informa todos os
itens e quantidades que foram compradas em um determinado período de tempo.
48
4.4.1 Codificação e classificação do estoque
Apesar de existir uma codificação no sistema para todas as mercadorias armazenadas
na empresa, este código não é utilizado. As mercadorias são identificadas pela sua descrição e
especificação.
A maioria das mercadorias possuem o código de barras do fornecedor. Este código,
que é digitado no sistema a cada novo recebimento, também auxilia na identificação do
material, pois identifica qual é o fornecedor
A empresa não utiliza nenhum sistema de classificação de estoque. Os funcionários
que manuseiam as mercadorias, apenas tem uma percepção de quais mercadorias são mais
frágeis e quais são mais onerosas para a empresa e que precisam ter um maior cuidado.
4.4.2 Custos e níveis do estoque
Conforme Moreira (2001) é essencial a todos os sistemas de gestão de estoque, o
conhecimento dos custos incorridos em função da existência do estoque.
A empresa Mello desconhece estes valores. Ela não sabe qual é o montante de estoque
que possui armazenado e também não possui controle sobre os outros diversos custos
associados ao estoque.
Uma das preocupações da empresa é com o custo de obsolescência. Existem
atualmente na empresa várias mercadorias que possuem prazo de validade. Quando alguma
destas mercadorias está com o prazo vencido, como por exemplo tintas, eles tentam fazer a
troca com o fornecedor, caso não consigam eles a utilizam na própria empresa, e em último
caso a mercadoria vai para o lixo.
A empresa também está preocupada com as mercadorias que são avariadas dentro do
almoxarifado. Este evento acontece esporadicamente. Porém eles não tem outra alternativa
senão descartar esta mercadoria.
A empresa desconhece o montante de mercadorias vencidas e avariadas, porém sabe
da existência destes eventos está analisando a viabilidade de inserir algum procedimento para
manter este controle.
49
4.4.3 Inventário do estoque
De acordo com Viana (2000, p.381), “o inventário físico é uma contagem periódica
dos materiais existentes para efeito de comparação com os estoques registrados e
contabilizados em controle da empresa”.
O inventário do estoque na empresa Mello acontece uma vez por ano. Ele é realizado
durante o expediente normal de trabalho, ou seja, com mercadorias sendo recebidas e
vendidas no mesmo momento em que está acontecendo a contagem física.
Duas ou três pessoas, normalmente vendedores, almoxarife e comprador fazem a
contagem dos itens. Após este levantamento, as informações sobre as quantidades de cada
item são entradas no sistema, sem prévia conciliação do que já constava anteriormente, em
função de não haver um controle no módulo de estoque do sistema utilizado pela empresa.
Porém os dados do último inventário realizado não foram registrado no sistema em
função da empresa estar mudando de software de gestão na mesma época. Desta forma as
informações que constam no novo sistema não são confiáveis.
4.5 ANÁLISE E SUGESTÕES DE MELHORIAS
4.5.1 Recebimento e lançamento contábil
Conforme Viana (2000) o recebimento compreende quatro fases: entrada de materiais,
conferência quantitativa, conferência qualitativa e regularização.
Durante o período de observação no setor de recebimento foi possível verificar que os
procedimentos acontecem de forma a garantir que o material que está sendo recebido é o que
foi devidamente comprado.
Porém a conferência quantitativa, ou seja, a verificação se a quantidade total da
mercadoria recebida é igual a quantidade que consta na nota fiscal, é feita somente após a
liberação do caminhão do fornecedor. Caso haja alguma discrepância torna-se difícil a
correção do erro, visto que o canhoto de recebimento da nota fiscal já foi assinado e o
fornecedor já foi liberado.
Outro fator observado diz respeito ao lançamento contábil da mercadoria no sistema,
que, de acordo com Viana (2000), é a última fase do recebimento, ou seja, a regularização.
50
Na Mello, o lançamento da nota fiscal, ou a entrada do saldo no sistema é feito ao longo do
mês corrente do recebimento da mercadoria.
Este procedimento ocasiona total descontrole do estoque através do sistema, pois é
possível que as mercadorias que estão sendo vendidas ainda nem constem no sistema. Para
que o saldo lógico reflita exatamente o saldo do estoque físico, todos os lançamentos
contábeis devem ser feitos logo após o recebimento da mercadoria.
Outra oportunidade que foi verificada diz respeito ao uso do código de barras para
agilizar o lançamento contábil e não dar margens a possíveis erros de digitação. A maioria
das mercadorias recebidas, cerca de 95%, possuem o código de barras do fornecedor e a
empresa Mello também possui leitores de código de barras, porém não os utiliza porque os
computadores não estão preparados para utiliza-los.
Área responsável Problema evidenciado: Sugestão de melhoria:
Recebimento Conferência quantitativa após a assinatura do canhoto da nota fiscal e liberação do caminhão do fornecedor.
Conferir se a quantidade total recebida corresponde a quantidade que consta na nota fiscal, antes da assinatura do canhoto da nota fiscal e da liberação do caminhão do fornecedor.
Recebimento Lançamento contábil realizado ao longo do mês corrente ao recebimento da mercadoria.
Realizar o lançamento contábil logo após o recebimento da mercadoria.
Recebimento Não utilização do leitor de código de barras das mercadorias no momento do lançamento contábil.
Preparar os computadores para o uso dos leitores de código de barras das mercadorias.
Quadro 3 – Sugestões de Melhorias para a área de Recebimento.
4.5.2 Armazenagem
Viana (2000) comenta na página 23 deste estudo sobre as cinco fases da
armazenagem. A quarta fase diz respeito à informação da localização física de guarda ao
controle. Na Mello os corredores e prateleiras não possuem identificação, o que impossibilita
esta informação quanto à localização física dos materiais.
51
Ainda sobre a localização de materiais, a empresa trabalha com estoque auxiliar, ou
seja, uma mesma mercadoria pode estar em dois locais diferentes. Porém, as mercadorias que
possuem estoque auxiliar não estão identificadas, dificultando tanto ao comprador no
momento do levantamento das necessidades de compra, quanto ao vendedor no momento da
separação das mercadorias de um novo pedido.
Outra das cinco fases comentada pelo mesmo autor é referente à verificação periódica
das condições de proteção e armazenagem. Na empresa Mello existem várias mercadorias que
estão há muito tempo paradas no depósito e algumas embalagens estão danificadas e/ou
empoeiradas. Além de ser um incômodo para o cliente receber sua mercadoria com a
embalagem empoeirada, também, é possível que este descuido das condições em que as
mercadorias estão armazenadas provoque algum estrago, sendo necessário o descarte da
mercadoria.
Área responsável Problema evidenciado: Sugestão de melhoria:
Almoxarifado Corredores e prateleiras sem identificação.
Identificar todos os corredores e prateleiras.
Almoxarifado Não há o conhecimento da localização física das mercadorias.
Criar um relatório de estoque que contenha todas as mercadorias existentes e seus respectivos locais no depósito.
Almoxarifado Mercadorias com embalagens empoeiradas e/ou danificadas.
Verificação periódica das condições de proteção e armazenagem do almoxarifado.
Quadro 4 – Sugestões de Melhorias para a área de Almoxarifado.
4.5.3 Distribuição
Conforme Viana (2000) os materiais devem ser distribuídos mediante programação e
pleno conhecimento dos envolvidos. Além disto, somente pessoas autorizadas poderão
exercer a retirada do estoque, e mediante a apresentação de algum documento.
Acredita-se que o processo de distribuição de mercadorias na empresa Mello é um dos
problemas mais críticos que devem ser tratados. Todo e qualquer funcionário da empresa tem
52
livre acesso ao almoxarifado e pode, sem a necessidade de solicitação ou apresentação de
algum documento, exercer a retirada de mercadorias do depósito.
O processo de entrega das mercadorias aos clientes é realizado por diversas pessoas e
em diferentes locais. Além de não ser confortável ao cliente, pois o deixa confuso no
momento da retirada da mercadoria, abre a possibilidade de um funcionário entregar ao
cliente uma mercadoria que não foi devidamente solicitada pelo mesmo.
A sugestão que é proposta para a resolução deste problema é a criação de um balcão
de entregas, onde somente funcionários autorizados a requisitar mercadorias do
almoxarifado e que fossem devidamente treinados a fazerem a conferência das mercadorias
que estão sendo entregues aos clientes.
Também, seguindo a orientação do mesmo autor, a entrada de pessoas no
almoxarifado e a retirada de mercadorias somente poderiam acontecer com a devida
autorização do responsável pelo almoxarifado e/ou com a devida requisição do material, para
futura comprovação da saída da mercadoria.
Área responsável Problema evidenciado: Sugestão de melhoria:
Expedição A entrega de mercadorias aos clientes é realizada por diversos funcionários e em diferentes locais.
Criação de um setor de entregas, com funcionários devidamente treinados para a conferência das mercadorias que foram compradas pelo cliente e que estão sendo entregues.
Almoxarifado Entrada de pessoas no almoxarifado sem autorização e retirada de mercadorias sem requisição.
Isolar o almoxarifado onde somente pessoas autorizadas pudessem entrar e as mercadorias fossem entregues somente com requisições ou com o conheci-mento do almoxarife.
Quadro 5 – Sugestões de Melhorias para a área de Distribuição.
4.5.4 Inventário
De acordo com Provar (1994) já se tornou evidente e essencial manter dados do
estoque permanentemente confiáveis. Estes dados precisam ser mantidos atuais, não apenas
53
para atender a decisões gerenciais da área de abastecimento, mas também para informar a
respeito da circulação dos produtos pela empresa.
Para isto, os autores afirmam a necessidade da realização de inventários parciais
constantes por seção, setor ou grupo de produtos que podem ser feitos em plena operação da
loja, sem a necessidade de fechá-la para o balanço. Estes inventários permitem manter os
dados confiáveis do estoque, como também, propiciam a detecção mais imediata das
alterações do estoque. A mais expressiva é o nível de desaparecimento ou furtos, cujas
correções podem ser feitas a tempo, e não simplesmente constatados, para fins de balanço, nos
inventários totais.
Na Mello são realizados apenas inventários gerais ao final de cada ano, sendo que os
dados do último inventário realizado não foram entrados no sistema, em função da empresa
estar migrando para outro software de gestão. Com isto, as informações sobre o estoque que
constam no sistema não são confiáveis.
Os vendedores da empresa ressaltam que não podem finalizar uma venda com
segurança sem antes ter que conferir no depósito se existe realmente o saldo da mercadoria
solicitada pelo cliente. Eles afirmam que esta demora prejudica a efetivação da venda.
Muitas vezes, eles acreditando que a empresa possui a mercadoria que o cliente deseja,
efetivam a venda sem a devida verificação no depósito e solicitam ao cliente ir até o caixa
processar o pagamento. No momento da separação das mercadorias percebem que o item que
foi solicitado pelo cliente não possui saldo. Quando isto ocorre é necessário fazer o
cancelamento da compra. Este é um fato muito desgastante que prejudica a imagem da
empresa perante seus clientes.
Desta forma, é imprescindível manter atuais os dados do estoque no sistema. Além de
facilitar o processo da venda, auxilia no levantamento das necessidades de compras, e informa
a respeito da circulação das mercadorias na empresa.
Área responsável Problema evidenciado: Sugestão de melhoria:
Almoxarifado Dados do último inventário geral realizado não entrados no sistema.
Realizar novo inventário geral e entrar dados no sistema.
Almoxarifado Não há inventários periódicos. Ao final de cada semana fazer um inventário por grupo de mercadorias.
Quadro 6 – Sugestões de Melhorias para a área de Inventário.
54
4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatou-se que a empresa Mello tem grandes oportunidades de melhorias no
controle de seu estoque. Através da pesquisa participante foi verificado que não é dada a
devida importância para as atividades relacionadas com o estoque da empresa.
Já no início do processo - no recebimento de materiais do fornecedor - a conferência
final (quantidade total x informação que consta na nota fiscal) é feita somente após a liberação
do caminhão, não tendo a oportunidade de correção caso ocorra alguma divergência. Na
seqüência, o lançamento contábil é processado no sistema ao longo do mês corrente do
recebimento, sendo que para o devido controle do estoque, deveria acontecer logo após o
recebimento da mercadoria.
Também na armazenagem não existem procedimentos que auxiliem esta atividade.
Fato claro, são os almoxarifes, que, não tendo a informação exata do local onde deve ser
armazenada a mercadoria, a executam através de feeling.
E ao final da movimentação do estoque pela empresa - na distribuição e saída de
mercadorias - não existe qualquer controle. Todos funcionários da empresa tem livre acesso
ao depósito e desta forma podem retirar mercadorias sem o devido controle ou conhecimento
dos responsáveis pelo almoxarifado.
Acredita-se que o problema chave para o descontrole do estoque é a informalidade dos
processos. A Mello por ser uma empresa familiar e de pequeno porte atua na confiança de que
seus funcionários, muitos com vários anos na função, cumprirão suas tarefas sem a
necessidade de regras e procedimentos.
Porém a empresa percebendo o crescimento e desenvolvimento de sua estrutura e a
complexidade crescente tanto na administração de materiais quanto na distribuição física,
acredita que necessita de um maior controle de seu estoque, tanto para a rápida tomada de
decisões básicas como a compra de mercadorias, quanto para a informação dos custos
envolvidos com seus estoques, fornecendo-lhe ciência do investimento que está sendo feito
em relação ao estoque.
Desta forma a empresa está há procura de pessoas capacitadas que possam lhe auxiliar
na busca deste controle. A Mello está totalmente aberta e receptiva às sugestões que lhe
ofereçam um maior controle de seu estoque. Esta postura da empresa proporcionou este
55
estudo, o qual, receberá a análise de viabilidade de implementação das sugestões de melhorias
que foram propostas.
56
5 CONCLUSÃO
A realização deste estudo teve como objetivo geral analisar a gestão de estoque da
empresa Mello Materiais de Construção Ltda. e identificar oportunidades de melhorias para o
controle de estoque na empresa.
Para tanto, foram utilizadas algumas técnicas para a coleta de dados, tais como:
pesquisa em documentos internos, entrevistas com funcionários, observação direta e
participativa nas atividades envolvidas no controle de estoque da empresa.
Estes dados coletados foram analisados de acordo com um método conhecido por
Análise de Conteúdo. Os dados foram agrupados por categorias de assuntos, onde tornou-se
possível confrontar informações e opiniões, facilitando a compreensão e análise do assunto.
Este estudo teve como objetivos específicos a descrição e análise dos processos
envolvidos, o reconhecimento dos principais problemas no controle do estoque e a
identificação de oportunidades de melhorias.
Sendo assim, os processos mais importantes envolvidos com o controle de estoque na
empresa - recebimento, armazenagem e distribuição interna - foram detalhados e estudados.
Com base na revisão bibliográfica pode-se identificar alguns problemas que dificultam o
controle de estoque na empresa e então propor algumas sugestões de melhorias.
Na área de recebimento, a principal sugestão de melhoria diz respeito ao momento em
que é feita a conferência final, ou seja, a verificação se a quantidade total é igual à quantidade
que consta na nota fiscal. Tal conferência deve acontecer antes da assinatura do canhoto da
nota fiscal e da liberação do caminhão, pois caso ocorra alguma divergência, ainda é possível
a correção.
Analisando a área de armazenagem pode-se também propor algumas sugestões de
melhorias. Entre as quais, pode-se citar a identificação em todos os corredores e prateleiras do
57
almoxarifado, tendo como objetivo facilitar a localização das mercadorias e também
possibilitar a criação de um relatório de estoque, que contenha todos os itens existentes na
empresa e seus respectivos locais no depósito.
Os principais problemas no controle de estoque da empresa foram detectados na área
da distribuição interna. Conforme Viana (2000) os materiais devem ser distribuídos mediante
programação e pleno conhecimento dos envolvidos. Porém na Mello todo e qualquer
funcionário da empresa tem livre acesso ao almoxarifado e pode, sem a necessidade de
solicitação ou apresentação de algum documento, exercer a retirada de mercadorias do
depósito. Para este problema foi sugerido o isolamento do almoxarifado, onde somente
pessoas autorizadas pudessem entrar e as mercadorias fossem entregues mediante a
apresentação de requisições ou com o devido conhecimento do responsável.
Por último, foi analisado o processo de inventário na empresa. De acordo com Provar
(1994) já se tornou evidente e essencial manter dados do estoque permanentemente
confiáveis. Estes dados precisam ser mantidos atuais, não apenas para atender a decisões
gerenciais da área de abastecimento, mas também para informar a respeito da circulação dos
produtos pela empresa. Na Mello são realizados apenas inventários gerais ao final de cada
ano, sendo que os dados do último inventário realizado não foram entrados no sistema. Desta
forma, foi sugerido a realização de um inventário geral e a devida atualização do sistema.
Além disto, também achou-se necessário a realização de inventários periódicos, com o
objetivo de manter os dados do sistema sempre atualizados e confiáveis.
Os resultados desta pesquisa são relevantes para a Mello, pois possuem sugestões de
melhorias para seus processos internos que caso sejam implantadas acredita-se que
proporcionará à empresa um maior controle de seus estoques.
Outro fator importante foi a possibilidade da acadêmica aprofundar seu conhecimento
científico a respeito deste tema. Aplicando e compilando conceitos, proporcionou à
pesquisadora uma relação importante entre a teoria e a prática.
58
REFERÊNCIAS
ARNOLD, J.R.Tony. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 1999.
BALLOU, Ronald H.. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e
distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.
CHOPRA, Sunil Peter Meindl. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. Tradução
Claudia Freire. Revisão técnica Paulo Roberto Leite. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
DIAS, Marco Aurélio Pereira. Administração de Materiais: uma abordagem logística.
4.ed.São Paulo: Atlas, 1996.
DIEHL, Carlos Alberto. Apostila da Disciplina de Fundamentos de Operações e Logística.
São Leopoldo: Unisinos, 2006.
FEE, Fundação de Economia e Estatística. Índice de Vendas do Varejo. Disponível em:
<http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/estatisticas/pg_ivv.php>. Acesso em: 29 de nov.
2006.
Gerenciamento da logística e cadeia de suprimentos / Logistics Training International. I
Tradução Sônia Mello.São Paulo: IMAM, 1996.
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60
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61
ANEXOS
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ANEXO 1: Roteiro de entrevista
• Número de itens armazenados;
• Custos do estoque (espaço ocupado, seguros, manutenção, etc.);
• Classificações do estoque;
• Sistema de informação utilizado pela empresa;
• Processo de solicitação de compra;
• Fornecedores;
• Tempo de reposição;
• Processo de recebimento, armazenagem e distribuição do estoque;
• Controle do estoque no almoxarifado;
• Periodicidade de inventários;
• Treinamento de pessoas responsáveis pelo controle do estoque;
• Métodos de reposição;
• Obsolescência / danificados.
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ANEXO 2: Autorização de entrega de mercadoria
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ANEXO 3: Cupom fiscal com indicação de saída de material
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ANEXO 4: Guia de entrega