gestao de desastres
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Guia de Gestão de Desastres da Defesa Civil de SC/Brasil.TRANSCRIPT
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GESTO DE DESASTRES
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3DEFESA CIVIL - SANTA CATARINA
Gesto de Desastres
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GESTO DE DESASTRES
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DEFESA CIVIL - SANTA CATARINA
SUMRIO
Gesto de Desastres .........................................................................................................................................7
a. Introduo .....................................................................................................................................................9
b. O que um Desastre ....................................................................................................................................9
c. Gesto Integrada de desastres ...................................................................................................................10
d. Desastres como situaes crticas .............................................................................................................10
e. Princpios da gesto dos desastres ............................................................................................................10
f. Os eixos alinhadores da gesto dos desastres ...........................................................................................12
EIXO 1 SOCORRO
1.1 Sistema Comando de Operaes SCO..................................................................................................16
1.2 Alerta e alarme para a comunidade ..........................................................................................................26
1.3 Informar constantemente sobre o evento .................................................................................................29
1.4 Acolher e socorrer a populao vulnervel ...............................................................................................37
EIXO 2 ASSISTNCIA HUMANITRIA E LOGSTICA DE DESASTRE
2.1 Logstica ....................................................................................................................................................57
2.2 Demandas de logstica ..............................................................................................................................60
2.3 Padres de oramento ..............................................................................................................................61
2.4 Documentos necessrios para aquisio .................................................................................................62
2.5 Adquirindo por Dispensa de Licitao DL ..............................................................................................63
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2.6 Aquisio direta .........................................................................................................................................64
2.7 Exemplos de itens de assistncia .............................................................................................................65
2.8 Aes do grupo de gesto municipal .......................................................................................................71
2.9 Campanhas de doao .............................................................................................................................74
EIXO 3 RESTABELECIMENTO E REABILITAO DE CENRIOS ATINGIDOS
3.1 Reabilitao e Restabelecimento ..............................................................................................................79
3.2 Destinao do resduo slido de desastre ................................................................................................82
3.3 Relatrio de vistorias e laudos especiais ..................................................................................................84
3.4 Planos de trabalho ....................................................................................................................................88
3.5 Detalhamento das aes de Defesa Civil..................................................................................................92
3.6 Aes de Resposta ...................................................................................................................................98
a. Plano de Trabalho de Resposta - Socorro e Assistncia (anexo I) .........................................98
b. Plano de Trabalho de Restabelecimento e Reabilitao (anexo ll) .........................................99
c. Plano de Trabalho de Recuperao (anexo lll) ........................................................................99
Anexo l ...........................................................................................................................................................103
Anexo ll ..........................................................................................................................................................107
Anexo lll .........................................................................................................................................................111
Referncias Bibliogrficas .............................................................................................................................115
Ficha Catalogrfica .......................................................................................................................................117
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O mundo encontra-se em plena modificao. Movimentos sociais, revolues
tecnolgicas, substituio de ideologias polticas e, principalmente, as transformaes
ambientais e geogrficas.
Porm, como caracterstica intrnseca do ser humano frente a toda essa realidade, o
homem exercita seu dom de adaptao, necessrio para permitir sua sobrevivncia.
Sobreviver e viver de forma segura, principalmente quando o assunto : desastre
natural.
Prevenir , por certo, a ao mais coerente e eficaz de ser realizada. O estudo das
reas de risco, o projeto e execuo de obras protetivas, a preparao da comunidade
vulnervel para a modificao de sua percepo quanto ao risco que a cerca, todas
essas aes so necessrias para garantirmos a proteo de nossas famlias.
Porm, o meio ambiente bem mais rpido do que nossas atividades preventivas.
Registramos anualmente eventos inditos e inesperados, como ndices de chuvas
acima da mdia ou muito abaixo, movimentos de solo, avano da gua do mar, ventos
severos, e so esses apenas exemplos de eventos adversos que podem trazer a
destruio em questo de poucos minutos.
Por esses motivos que devemos estar sempre preparados. Tcnicas, processos,
equipes e agncias integradas so alguns exemplos do que precisamos para poder
responder a casos de desastres.
Nesse manual, voc leitor, encontrar informaes valiosas que complementam a
oficina de capacitao.
Conceitos de resposta a desastre, integrao de equipes, sistema de comando de
operaes, aquisies e compras emergenciais de itens de Assistncia Humanitria,
tratamento do resduo slido, so alguns exemplos dos assuntos que voc ir encontrar.
Desejamos uma excelente leitura, e principalmente, muita disposio e esprito
empreendedor para estimular as pessoas e colocar todos os ensinamentos em prtica.
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UMA AO INTERSETORIAL
a. INTRODUO Os desastres representam um motivo de crescente preocupao mundial, pois a
vulnerabilidade exacerbada pela evoluo da urbanizao sem planejamento, o
subdesenvolvimento, a degradao do meio ambiente, as mudanas climticas, a
concorrncia pelos recursos escassos e o impacto de epidemias, pressagiam um
futuro de ameaa crescente para a economia mundial, para a populao do planeta
e para o desenvolvimento sustentvel.
De acordo com a Estratgia Internacional para a Reduo de Desastres (UN/ISDR,
2009, p.27), a expresso reduo de desastres concentra-se no conceito e na
prtica de: reduzir o risco de desastres mediante esforos sistemticos dirigidos
anlise e gesto dos fatores causadores dos desastres, o que inclui a reduo
do grau de exposio s ameaas (perigos), a diminuio da vulnerabilidade das
populaes e suas propriedades, uma gesto prudente dos solos e do meio ambiente
e o melhoramento da preparao diante dos eventos adversos.
b. O QUE UM DESASTRE?Uma sria interrupo no funcionamento de uma comunidade
ou sociedade, com impactos sobre pessoas, bens, economia
e meio ambiente que excede a capacidade dos afetados para
lidar com situao mediante o uso de seus prprios recursos.
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c. GESTO INTEGRADA DE DESASTRESA boa administrao da resposta a desastres no apenas a extenso de bons procedimentos de emergncia
no dia-a-dia. mais do que simplesmente mobilizar recursos, instalaes e pessoal adicionais, pois os
desastres criam problemas peculiares, raramente enfrentados cotidianamente.
d. DESASTRES COMO SITUAES CRTICASSo aquelas cujas caractersticas de risco exigem das agncias envolvidas, alm de uma interveno
imediata de profissionais treinados com equipamentos adequados, uma postura organizacional no rotineira
para a coordenao e o gerenciamento integrados das aes de resposta.
e. PRINCPIOS DA GESTO DOS DESASTRESQuatro so os itens que compem os princpios a serem seguidos para a gesto de uma Crise (desastre);
Se durante a gesto de um desastre, o coordenador e seu staff conseguirem cumprir os princpios, as aes
tero o reconhecimento e o envolvimento de todos os participantes e as expectativas sero supridas, pois
as necessidades sero respeitadas e cumpridas. Desta forma, as crticas encontraro pouca sustentao.
1 - A ferramenta de gesto de desastre deve ser compartilhada num ambiente prprio, desenhado
ou mesmo improvisado, para comportar a administrao de uma crise;
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2 - Aes e decises so multidisciplinares e multisetoriais;
3 - O necessrio e suficiente, para o mximo de pessoas, deve estar contido
no mnimo espao de tempo possvel;
4 - As aes devem suprir prioritariamente as necessidades tcnicas e sociais
com a participao do ente poltico que est envolvido na soluo da crise.
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f. OS EIXOS ALINHADORES DA GESTO DOS DESASTRES
Eixo 1- Socorro;
Eixo 2 - Assistncia humanitria e Logstica para Desastres; e
Eixo 3 - Restabelecimento e Reabilitao.
So esses 3 elementos que constituem os eixos da ao de Resposta aos Desastres.
Seguindo cada fase e respeitando os momentos de progresso do evento e as instituies
vocacionadas para as operaes, o gestor do desastre estar em condio favorvel de
alcanar o sucesso na gesto da crise instalada.
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EIXO 1SOCORRO
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SOCORROAs aes de controle de sinistros e socorro s populaes em risco ocorrem
com mais intensidade nas reas prximas ao local mais impactado pelo
evento adverso. Elas se dividem em: aes de atendimento e combate a
sinistros (conter os efeitos do evento adverso, isolar as reas de riscos
intensificados ou reas crticas, atuao direta sobre o evento, segurana da
rea sinistrada, controle de trnsito, etc) e aes de socorro s populaes
afetadas (busca e salvamento, primeiros socorros, atendimento pr-
hospitalar, atendimento mdico cirrgico de urgncia, etc).
Para que as aes de socorro atendam s expectativas da populao afetada
por desastres, preciso que efetivamente todas tenham planejamento,
organizao, direo e controle. Faz-se necessria, portanto, a gesto de
todas as aes que envolvem a resposta ao desastre, ou seja, a gesto de
desastre ou a gesto da resposta ao desastre.
A expresso gesto de desastres , por vezes, tambm utilizada como
gesto de emergncias ou gesto de crise. A gesto de desastres foi
recentemente conceituada pela Estratgia Internacional para a Reduo de
Desastres das Naes Unidas, UNISDR (2009, p.18) como:
Na fase do socorro que so desencadeadas as principais aes integradas do Plano de Contingncia do municpio.
A organizao e a gesto dos recursos e responsabilidades para abordar todos os
aspectos das emergncias, especialmente a preparao, a resposta e os passos iniciais
da reabilitao (reconstruo).
Vale destacar ainda que uma crise ou emergncia uma condio de perigo/ameaa que
requer a tomada de aes urgentes. Uma ao eficaz de emergncia pode evitar que um evento
cresa at o ponto de converter-se em um desastre. A gesto de emergncias inclui planos e
arranjos institucionais para comprometer e guiar os esforos do governo, das organizaes
no governamentais, das entidades voluntrias e dos rgos privados de forma coordenada e
integral para responder a todas as necessidades relacionadas a uma emergncia.
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Em toda emergncia, faz-se necessrio o uso de ferramentas de gesto
que facilitem o processo de planejamento, organizao, direo e controle
das aes necessrias num cenrio afetado por desastres.
O Sistema de Comando em Operaes (SCO), portanto, uma ferramenta
gerencial, com caractersticas sistmicas, para planejar, organizar, dirigir
e controlar as aes de resposta, fornecendo um meio de articular os
esforos de agncias individuais quando elas atuam com o objetivo comum
de estabilizar uma situao crtica e proteger vidas, propriedades e o meio
ambiente.
Fora Tarefa CBMSC: Atendimento em bairro da cidade de Blumenau-SC.
A Defesa Civil Nacional adotou o Sistema de Comando em Operaes (SCO) como ferramenta padro de resposta a desastres.
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1.1 SISTEMA DE COMANDO EM OPERAES
O SCO pode ser conceituado como um modelo gerencial ou uma metodologia
de trabalho que serve para facilitar e melhorar o comando, o controle e a
coordenao das aes de resposta em situaes emergenciais ou planejadas
de qualquer natureza ou tamanho.
O SCO permite que seus usurios adotem uma estrutura organizacional
integrada para enfrentar as demandas e complexidades de uma situao
crtica, sem prejuzo de suas competncias e limites jurisdicionais.
Utilizando as melhores prticas de administrao, o SCO ajuda a garantir:
Maior segurana para as equipes de resposta e demais envolvidos na
situao crtica;
O alcance de objetivos e prioridades previamente estabelecidas; e
O uso eficiente e eficaz dos recursos (humanos, materiais, financeiros,
tecnolgicos e de informao) disponveis.
PRINCPIOS E CARACTERSTICAS BSICAS DO SCO Princpios do Sistema de Comando em Operaes
A administrao de desastres , por natureza, complexa e dinmica. Desde
sua origem, o SCO representou a consolidao de modernos princpios
administrativos, que continuam relevantes at nossos dias. De acordo com
Gomes Jr. (2006, p.48), o SCO deve basear seu emprego em 3 princpios
fundamentais: a concepo sistmica, contingencial e para todos os riscos e
situaes.
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Concepo sistmica
Contrapondo o paradigma reducionista caracterizado pelo planejamento
prvio e especfi co para diferentes cenrios de risco, o SCO prope o
uso do pensamento sistmico ao abordar a complexidade das operaes
de resposta aos desastres (emergncias e situaes crticas). Assim, o
planejamento e as aes de resposta ao desastre tendem a ser realizados
a partir de um entendimento integral da realidade por meio de fl uxos
sucessivos de aes (planejamento, organizao, direo e controle) em
vez de apenas por meio de aes lineares de causa e efeito.
Essa abordagem sistmica , segundo Daft (2005, p.40), uma extenso
da perspectiva humanstica que descreve as organizaes como sistemas
abertos caracterizados pela entropia, sinergia e interdependncia de
subsistemas .
PROCESSAMENTO
REALIMENTAO
IMPORTAO DE ENERGIA
RECURSOSHumanos
FinanceirosInformao
Tecnolgicos
DESEMPENHOAlcance das metas
EficinciaEficcia
PLANEJAMENTOSeleciona metas
DIREOMotiva, influencia
CONTROLEMonitora,
corrige
ORGANIZAOAtribui
responsabilidades
EXPORTAODE ENERGIA
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Concepo contingencial
De acordo com a concepo contingencial, a estrutura organizacional de resposta aos desastres deve
ser capaz de adaptar-se ao ambiente (se expandindo ou diminuindo) de acordo com cada situao. Essa
abordagem contingencial , segundo Daft (2005, p.41), uma extenso da perspectiva humanstica em que
a resoluo bem-sucedida dos problemas organizacionais depende da identifi cao das variveis de cada
situao .
Tal modelo garantido mediante o emprego de estruturas administrativas modulares e fl exveis de comando
e comunicao que fazem com que a estrutura se adapte de acordo com os objetivos estratgicos de cada
situao crtica.
PLANEJAMENTO ADAPTATIVO
PLANEJAMENTO PARA A CONTINGNCIA - FUTURO
AMBIENTE DE RISCO ELEVADO,DINMICO, INCERTO, COMPLEXO
ANTECIPAR EVENTOS FUTUROSE IDENTIFICAR AES ADEQUADAS
DO MODELO REATIVOAO MODELO PR-ATIVO
Concepo para todos os riscos e operaes
Esse princpio indica que o modelo tem carter universal, ou seja, deve ser utilizvel como ferramenta gerencial
para planejar, organizar, dirigir e controlar situaes crticas de qualquer natureza, independentemente de
sua causa, tamanho, confi gurao, localizao ou complexidade.
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CARACTERSTICAS BSICAS:Quanto padronizao de condutas:
Emprego de terminologia comum O SCO recomenda o uso de
terminologia comum para facilitar a comunicao entre as pessoas e as
organizaes envolvidas na operao. O uso de cdigos e expresses
peculiares a uma determinada atividade ou organizao deve ser evitado
a fim de no dar margem a interpretaes inadequadas ou falta de
compreenso da mensagem.
Uso de formulrios padronizados O SCO recomenda o emprego de
formulrios pr-estabelecidos com vistas padronizao do registro de
informaes e recursos, a consolidao do plano de ao e a documentao
de tudo que foi realizado durante a operao. O formato dos formulrios,
alm do seu fluxo previamente determinado, estabelece os canais de
comunicao vertical e horizontal do SCO, consolidando a cadeia e unidade
de comando.
Quanto ao comando das operaes:
Estabelecimento e transferncia formal de comando O SCO recomenda enfaticamente que entre os
primeiros que chegam na cena da emergncia algum assuma formalmente o comando da operao. A
partir da, as demais funes vo sendo implementadas de acordo com a necessidade e a disponibilidade
de pessoal.
Cadeia e unidade de comando A cadeia de comando uma linha ininterrupta de autoridade que liga
as pessoas dentro do SCO. Essa linha representa o caminho por onde fluem as ordens, orientaes e
informaes entre os diferentes nveis organizacionais.
Comando nico ou unificado O termo comando nico usado quando apenas uma pessoa, representando
sua organizao, assume formalmente o comando da operao como um todo, sendo o responsvel pelo
gerenciamento de todas as atividades relativas situao crtica. O uso desse modelo ocorre quando apenas
uma organizao conduz as aes de resposta ou quando a organizao a principal responsvel pela
resposta e as outras organizaes atuam apenas apoiando e colaborando com suas aes.
O termo comando unificado usado numa abordagem mais cooperativa, na qual representantes das
organizaes envolvidas na resposta a situao crtica atuam em conjunto, a partir do estabelecimento
de objetivos e prioridades comuns. O uso desse modelo ocorre quando mais de uma organizao tem
participao destacada na operao como um todo.
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QUANTO ESTRUTURA DE PLANEJAMENTO E ORGANIZAO DAS OPERAESOrganizao modular e flexvel O SCO utiliza uma estrutura organizacional padronizada, porm flexvel,
na sua implantao. Assim, apenas as funes realmente necessrias para o alcance dos objetivos
comuns do comando so ativadas. No incio da operao a funo comando estabelecida e a partir da,
as demais funes vo sendo implementadas de acordo com a necessidade e a disponibilidade de pessoal.
Administrao por objetivos Como modelo administrativo a APO estabelece objetivos (resultados) a
serem alcanados por determinadas pessoas ou grupos de pessoas, num determinado perodo de tempo e
acompanha o desempenho (controle) procedendo s correes necessrias.
O principal apelo da APO est em converter prioridades e objetivos comuns em metas especficas
para cada indivduo dentro do sistema. Cada integrante da estrutura, desde o comando at o lder de
um recurso nico, precisa de objetivos claramente definidos. Esses objetivos devem estabelecer que
desempenho se espera que ele apresente, que contribuio se espera que sua equipe ou unidade apresente,
e que contribuio se espera que o comando e todas as demais funes estabelecidas na estrutura do SCO
devem oferecer em conjunto para que elas atinjam os objetivos e prioridades comuns.
De forma geral, o estabelecimento dos objetivos da operao so
estabelecidos de acordo com as seguintes prioridades:
a. Salvar vidas;
b. Estabilizar a situao;
c. Preservar bens e propriedades.
Uso de planos de ao O SCO consolida a APO atravs de um plano de ao (PA) elaborado pelo
comando da operao. O PA fornece s pessoas e organizaes envolvidas uma ideia geral da situao,
dos recursos disponveis e, especialmente, dos objetivos e prioridades a alcanar num determinado perodo
operacional, otimizando os esforos e gerando sinergia. Inicialmente, o PA pode ser apenas verbal, mas
medida em que a operao se desenvolve (e sua complexidade aumenta) ele acaba se tornando mais formal
e exigindo o preenchimento de formulrios padronizados (plano escrito).
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O QUE SO OS PLANOS?O plano apenas o documento que registra o planejamento (situao futura desejada).
No plano devem ser previstas as responsabilidades de cada pessoa, grupo ou
organizao, as prioridades e as medidas iniciais a serem tomadas e a forma como os
recursos sero empregados.
Adequada amplitude de controle A amplitude de controle se refere ao nmero ideal
de pessoas que um superior pode supervisionar pessoalmente, de maneira eficiente
e eficaz. A amplitude de controle influenciada por vrios fatores, tais como: o tipo
da emergncia ou situao crtica, a natureza das tarefas, os riscos e fatores de
segurana exigidos, a distncia entre as pessoas e os recursos, etc. O SCO recomenda
que o nmero de pessoas ou recursos sob a responsabilidade de um determinado
coordenador, encarregado ou lder, seja compatvel com a sua capacidade gerencial,
logo, no deve ser inferior a 3, nem superior a 7.
Regionais de Defesa Civil: Profissionais da SDC sendo treinados nas tcnicas de SCO, 2012.
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QUANTO S INSTALAES, REAS DE ACESSO E RECURSOS OPERACIONAIS E LOGSTICOS
Instalaes e reas padronizadas O SCO recomenda o uso
padronizado de instalaes e reas de trabalho. As principais
instalaes (espaos fsicos mveis ou fixos) so:
a. Posto de comando;
b. Base de apoio;
c. Acampamento;
d. Centro de informaes ao pblico;
e. Helibases; e
f. Helipontos.
Acampamento da fora tarefa CBMSC: Simulado de Desastre, Lages-SC, 2012.
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AS PRINCIPAIS REAS SO:a. rea de espera (local onde os recursos operacionais so
recepcionados, cadastrados e permanecem disponveis at seu
emprego); e
b. rea de concentrao de vtimas (local onde as vtimas so
reunidas, triadas e recebem atendimento inicial at serem
transportadas para estabelecimentos hospitalares).
O SCO recomenda tambm a organizao da rea em diferentes zonas de
trabalho (ZT), de acordo com o tipo de emergncia, a natureza das tarefas
a serem realizadas e o risco presente no cenrio em questo.
As ZT so divididas em:
a. rea quente (local de maior risco, com acesso restrito, local onde houve os principais registros de
dano do impacto do evento adverso);
b. rea morna (local intermedirio, no totalmente seguro, com acesso e circulao igualmente
restritos); e
c. rea fria (local seguro, que abriga as instalaes e recursos que daro suporte operao).
GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RECURSOS O SCO orienta que todos os recursos empregados na operao sejam gerenciados de forma integrada. Para
isso, faz-se necessrio que todos os recursos (operacionais ou logsticos), assim que cheguem prximos
cena da emergncia, sejam imediatamente encaminhados para uma rea de espera previamente definida,
local onde esses recursos so recepcionados, cadastrados e permanecero disponveis at seu emprego de
acordo com o plano de ao e sob controle do respectivo encarregado.
Os recursos podem ser agrupados em 2 categorias:
a. Recursos operacionais (so recursos em condies de pronto emprego operacional, como por
exemplo, um helicptero com a sua tripulao, uma ambulncia com sua equipe de socorro); e
b. Recursos logsticos (necessrios para dar suporte s operaes, por exemplo: alimentao,
colches, travesseiros e cobertores, equipamentos de comunicao, etc).
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importante observar que um helicptero sem sua tripulao ou uma ambulncia sem sua equipe no so
considerados como um recurso operacional.
QUANTO AO GERENCIAMENTO DE INFORMAES E COMUNICAESGerenciamento integrado das comunicaes A capacidade de comunicao entre os diferentes atores
do SCO fundamental para o sucesso de qualquer operao. Para tal, faz-se necessrio o desenvolvimento
de um plano de comunicaes (que diz quem conversa com quem e como) que estabelecer diferentes
redes de comunicao, de acordo com as necessidades da cada caso.
Gerenciamento integrado de informaes e inteligncia O SCO recomenda que a coleta de informaes
relativas situao crtica devam ser obtidas, analisadas e disseminadas de forma a favorecer uma
administrao eficiente e eficaz do sistema. Dependendo da natureza, complexidade e magnitude do evento,
ser necessrio coletar e analisar diferentes informaes, tais como: dados meteorolgicos, caractersticas
geogrficas, informaes populacionais, dados socioeconmicos e culturais, explicaes sobre fenmenos
naturais especficos, etc.
QUANTO AO PROFISSIONALISMO DOS ENVOLVIDOSControle de pessoal Uma das grandes preocupaes do SCO o adequado controle do efetivo envolvido
na operao. Saber exatamente quantas pessoas esto envolvidas, onde elas esto trabalhando e o que esto
fazendo, representa um fator importante de segurana. Alm disso, um controle adequado da disponibilidade
e emprego do pessoal envolvido na operao representa uma grande vantagem administrativa, sob a tica
da eficincia e eficcia gerencial.
Controle da mobilizao/desmobilizao O gerenciamento dos recursos (necessidade e alocao) deve
ser realizado de forma eficiente e eficaz. A mobilizao de pessoal e equipamentos deve ser gerenciada
adequadamente por uma autoridade competente.
Assim, uma unidade de mobilizao e desmobilizao pode ser necessria nos eventos de maior repercusso
(a unidade de mobilizao/desmobilizao ligada ao planejamento).
Embora o SCO j tenha se consolidado como modelo padro para a administrao de desastres em vrios
pases, ainda possvel encontrar alguma resistncia ao seu emprego ou mesmo um desconhecimento de
suas vantagens como ferramenta de gesto.
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O simples fato de conhecer os princpios do SCO no garante seu adequado
funcionamento.
Reunio preparatria para evento, sala de gesto de crise: Defesa Civil de Blumenau - SC, 2011.
fundamental que a organizao que ir servir-se do modelo
utilize-o desde os primeiros minutos da situao crtica, de
forma sistemtica, a partir de trs grandes etapas:
a. Etapa de resposta imediata;
b. Etapa de elaborao do plano de ao; e
c. Etapa final de desmobilizao.
A implantao do Sistema de Comando em Operaes e do Comando
Unificado deve iniciar assim que se perceba a sua necessidade. De
forma geral, as primeiras aes no local da emergncia so guiadas por
procedimentos operacionais padronizados (POPs). Assim que mais
informaes so obtidas, os procedimentos passam a ser guiados por
planos de contingncias (caso eles existam, obviamente). Finalmente,
quando o cenrio claramente estabelecido, planos de ao sucessivos so
elaborados e implementados at a resoluo da situao crtica (Gomes
Jnior, 2009, p.83).
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1.2 ALERTA E ALARME PARA A COMUNIDADE
Ocorre na fase de pr-impacto, e corresponde ao intervalo de tempo entre
o prenncio do evento adverso e o desencadeamento do desastre. Sua
durao varia de acordo com as caractersticas do desastre e a eficincia
dos sistemas de previso.
Uma vez que temos pouca possibilidade de modificar as caractersticas
intrnsecas dos eventos adversos, o monitoramento, alerta e alarme
so fundamentais para aumentar este espao de tempo visando:
1. reduzir o fator surpresa;
2. minimizar as vulnerabilidades das populaes em risco;
3. reduzir danos e prejuzos;
4. otimizar as aes de resposta aos desastres.
Na situao de alerta, ou seja, de desastre previsvel a curto prazo, os
elementos previstos no Plano de Contingncia so colocados em condies
de emprego imediato. Pessoal de folga pode ser acionado, carros extras de
socorro podem ser ativados ou geradores serem colocados em situao de
pronto emprego, dependendo da situao.
Na situao de alarme, ou de desastre iminente, o dispositivo de resposta
evolui para uma situao de incio ordenado das operaes. Equipes
podem se deslocar para as reas de risco e iniciar evacuaes, o fluxo
de trnsito pode ser alterado ou abrigos serem ativados, de acordo com a
natureza e a magnitude do evento adverso.
Pessoal de folga pode ser acionado, carros extras de socorro podem ser ativados ou geradores serem colocados em situao de pronto emprego.
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Sistemas de monitoramento e alerta para desastres, em linhas gerais, so
instrumentos utilizados para acompanhar a evoluo de sinais perceptveis
de que h a probabilidade de acontecer eventos adversos que podem resultar
em danos comunidade.
H uma tendncia em acreditar que os sistemas de monitoramento e alerta
devem ser estabelecidos a partir de sofisticados instrumentos tecnolgicos que
permitem informaes precisas sobre situaes causadoras de calamidades.
Na realidade, sistemas de monitoramento e alerta devem ser a unio de
todas as informaes disponveis ou desenvolvidas pelos interessados
ou destinatrios, que vo propiciar a tomada de decises preventivas e de
preparao, com o mximo de antecedncia possvel.
O acompanhamento feito tanto pela observao humana quanto atravs de
equipamentos sofisticados ou mais simples, considerando a meteorologia, o
oceano, as variaes geolgicas, geofsicas, geomorfolgicas e geogrficas,
o aumento populacional, a ocupao de encostas e reas de risco,
intervenes humanas e tecnolgicas, enfim, tudo o que pode gerar risco ou
prever ameaas.
Cada cidade, dependendo de seu tamanho, populao, quantidade e qualidade de suas reas de risco,
vai desenvolver seu sistema de monitoramento e alerta, baseado na sua possibilidade tecnolgica e na
criatividade para atendimento de suas necessidades.
Identificadas as suas possibilidades, o sistema municipal de defesa civil deve estabelecer junto com
a populao as formas de monitoramento e os meios de comunicao dos alertas, de modo a manter
permanente credibilidade e principalmente o desenvolvimento de aes preventivas e de preparao,
descritas no plano de contingncia.
Se as cidades mais populosas, com mais recursos oramentrios, tm as maiores possibilidades tecnolgicas,
a grande extenso territorial ocupada e a alta concentrao populacional dispersa em muitas reas de risco
podem desfavorecer uma comunicao eficiente dos alertas emitidos.
J as cidades menores, se por um lado, pela escassez financeira no tm tanto acesso as caras tecnologias,
por outro a proximidade da populao com o poder pblico local, a geografia propcia a uma comunicao
rpida e prxima e o menor nmero de locais de risco, favorecem e muito o sucesso da emisso e
entendimento dos alertas. Sem contar que o uso de solues criativas como o uso de sinos de igrejas,
sistemas de comunicao de alto falantes disponveis em parquias e carros de som so muito eficientes
nestas comunidades menores.
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As Redes Sociais so ferramentas importantes para divulgao de alertas e instrues preventivas. Muito
acessadas pelas pessoas, principalmente pela juventude que permanece por vrias horas em contato,
essas redes proporcionam importante elo de relacionamento entre a COMDEC e a comunidade. Com o
cuidado de manter esses espaos sempre atualizados, para que no caiam em descrdito, o uso de redes
sociais deve ser implementado em todas as cidades onde as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil so
verdadeiramente atuantes.
O alerta a iminncia da probabilidade de desastre. A partir do mapa de risco se pode saber quais so
os nveis crticos que antecedem o desastre e, a partir deles, decidir quais as formas mais eficientes de
alerta. Alguns exemplos de instrumentos de alerta so: mensagens de celular, e-mail ou mdias sociais,
comunicados em meio de comunicao, carros de som ou mesmo o telefone convencional. O alerta deixa
todos de prontido, as equipes relacionadas no plano de contingncia e a comunidade em risco.
No momento em que a ameaa ultrapassa o nvel crtico e o risco comea a se tornar um desastre o
momento do alarme. o momento em que se coloca o plano de contingncia em ao. Os mtodos de
alarme so os mesmos do alerta. Mas nunca se deve confiar em apenas um instrumento de alerta e alarme,
pois qualquer um deles pode falhar.
A diferena entre alerta e alarme fica ento estabelecida da seguinte forma: o alerta uma condio prxima
da ocorrncia do desastre, a preparao; o alarme o
desastre acontecendo, j a resposta.
O alerta o elemento principal, a partir do qual se estabelece um sistema de
monitoramento eficaz, um veculo para dinamizar a informao e faz-la chegar a
todos os locais. Uma comunidade, que conhece o risco e interpreta a informao
dada pelo alerta, possui a capacidade de responder. Este ltimo fator fundamental.
No se pode dar o alerta se a comunidade no est preparada, pois isso apenas vai
gerar desordem.
O certo que no h como conceber uma COMPDEC, por mais simples que seja, que
no tenha um mapa com os riscos e ameaas da cidade, um plano de contingncias
e que no possua um sistema de alerta com os recursos e possibilidades disponveis
na comunidade.
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1.3 INFORMAR CONSTANTEMENTE SOBRE O EVENTO
A eficcia da gesto do risco e da gesto dos desastres depende cada vez
mais da participao inteligente de todos os atores envolvidos no processo.
A esse respeito, torna-se indispensvel promover a troca de informaes
e o fcil acesso aos meios de comunicao, posto que sem informao
no possvel investigar, planificar e monitorar as ameaas e avaliar riscos,
nem responder adequadamente a um desastre (UN/ISDR, 2004, p. 214).
Processos de comunicao de risco so fundamentais ao funcionamento
e aperfeioamento de sistemas de alerta antecipados que so essenciais
para salvar vidas diante de um desastre.
Na ocorrncia de um desastre, a mdia um ator da comunicao, pois
parte de uma determinada cultura e possui uma motivao, alm do bvio
interesse pblico e a obrigao social de informar. A compreenso do
cenrio e do meio no qual est inserida primordial na disseminao das
informaes corretas.
A consultora internacional da Estratgia Internacional para Reduo de
Riscos de Desastres (EIRD/ONU) na Argentina, Gloria Bratschi, alerta para
a diferena entre comunicar e informar:
Confunde-se INFORMAO com COMUNICAO. Se usam ambos
os termos como sinnimos, pode-se supor que as pessoas foram
comunicadas sobre algum tema em particular, quando realmente o que
possuem a informao, dados. Na realidade, toda mensagem contm
informao. Mas comunicao somente quando, ao ser percebido,
CORRETAMENTE COMPREENDIDO, h retroalimentao. Assim,
cada pessoa expressar essa compreenso em conduta, atitude,
resposta e produtividade.
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Hoje, o grande desafio ter os meios de comunicao como aliados
no repasse das informaes sobre desastres antes mesmo de eles
acontecerem, resultando na minimizao dos riscos e garantindo a
participao da sociedade de forma preventiva.
Planejamento e gesto devem existir nos rgos de gerenciamento da
crise, incluindo os ncleos de comunicao, tanto da parte da imprensa
quanto da assessoria governamental.
A contribuio da mdia no processo de reduo de risco de desastres
, comprovadamente, essencial. Da mesma forma, a participao da
imprensa durante e aps a ocorrncia de uma tragdia torna-se primordial
na emisso de alertas, recomendaes e repasse de informaes.
Por meio da informao, a populao capaz de formar uma opinio e,
a partir da, partir para a ao. Villalobos garante que os jornalistas tm
participao fundamental na gesto dos riscos, pois possuem credibilidade
das pessoas e so capazes de interpretar e facilitar a compreenso dos
fatos transformados em notcias. Ela garante que a mdia pode contribuir
na preveno de riscos, mesmo que no seja um tema to atrativo, como a
resposta ao desastre.
Os veculos de comunicao podem atuar nos nveis municipal, regional,
estadual, nacional ou internacional. Cada veculo de comunicao possui
um perfil e estilo prprios de contato com o pblico, dividindo as notcias,
basicamente, em dois tipos: hardnews e softnews. A primeira refere-se
notcia no minuto e aos eventos que so reportados imediatamente.
Softnews possuem informao de segundo plano ou histrias de interesse
mais social, com personagens reais.
importante reconhecer as diferenas dentro da mdia (impressa x televisiva,
rdio x televiso, nacional x internacional) e considerar suas caractersticas
distintas, seus potenciais e necessidades (CATE, 1994).
Para compreendermos este trabalho da imprensa, devemos respeitar
a caracterstica noticiosa e a linha editorial de cada meio, a exemplo do
rdio, da televiso, do jornal impresso e dos portais de notcias, e mais
recentemente as mdias sociais.
Os jornalistas tm participao fundamental na gesto dos riscos, pois possuem credibilidade das pessoas e so capazes de interpretar e facilitar a compreenso dos fatos transformados em notcias.
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Entretanto, a cobertura de desastres e de riscos tem pecado pelo fato
de no incorporar um planejamento adequado, pela ausncia prvia de
informaes qualificadas sobre as suas causas e consequncias, e pelo
sensacionalismo que costuma caracterizar a mdia em momentos de crise.
O planejamento para a cobertura de um desastre implica,
obrigatoriamente, em resposta s seguintes questes:
1. o que realmente aconteceu?
2. como aconteceu?
3. por que aconteceu?
4. quais so os pblicos atingidos e em que proporo?
5. quais as sadas para superar o problema?
A superficialidade evidenciada pela mdia na resposta a estas questes acaba contribuindo para que a
cobertura de desastres e riscos incorpore uma srie de lacunas e vulnerabilidades, de que resultam,
obrigatoriamente, informaes equivocadas, conceitos imprecisos, utilizao de fontes sem credibilidade e,
sobretudo, o que deveria ser evitado a todo custo: uma comunicao difusa com os pblicos envolvidos e
com a opinio pblica de maneira geral. Pouco ou mal-informada, a populao toma medidas inadequadas
e coloca em risco a sua sade e, em casos dramticos, a prpria vida.
Assim sendo, o planejamento para a cobertura de riscos e desastres deve, obrigatoriamente, incluir a
identificao de fontes investidas de legitimidade tcnico-cientfica e poltico-social, de modo a evitar que
a utilizao de porta-vozes no credenciados tumultue o processo de comunicao e de esclarecimento.
Quando a imprensa lana mo de fontes no confiveis e amplifica as suas falas, cria no apenas embaraos
para o entendimento correto do fato ou tema e de suas solues por parte do pblico, mas pode desencadear
resistncia atuao das pessoas legitimamente constitudas para encaminhar a superao da crise.
Interesses comerciais e polticos podem sobrepor-se ao interesse pblico e que, se no identificados
previamente, podero conduzir a cobertura para o terreno perigoso da manipulao.
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No caso especfico das epidemias ou de situaes de riscos associadas sade, no se pode ignorar a
relao estreita entre a reao das pessoas atingidas e a sua percepo geral sobre a sade. Isso significa
que culturas especficas determinam formas de conduta, ou seja, concebem de maneira muito particular as
noes de sade e doena.
Nas culturas ocidentais, na latina em especial, h uma interferncia significativa do olhar religioso e mstico,
sobre as razes pelas quais adoecemos e inclusive sobre as alternativas para vencer as doenas. Esse
fato tem impedido muitas vezes que aes adequadas, sugeridas pelos especialistas e indicadas pelas
autoridades competentes, possam ser implementadas de imediato ou a qualquer tempo.
O brasileiro, em particular o que se insere nos segmentos menos favorecidos, acredita em solues
mgicas, em curas milagrosas, e costuma dar ouvido ou ateno a pessoas mal-intencionadas ou que no
esto capacitadas para propor solues adequadas. Em momentos de crise, ele se torna vulnervel ao
charlatanismo que ganha corpo tambm pela falta de vigilncia da mdia que, descuidada, repercute suas
propostas danosas sade da populao.
A elaborao de mensagens ou contedos como estratgia para informar as pessoas em emergncias
provocadas por desastres ou riscos deve prever as diferenas reais entre pblicos que tm nveis
sociolingusticos, econmicos ou instrucionais distintos, de tal modo que ser necessrio adapt-los a esta
pluralidade de conhecimentos ou de acesso s informaes.
Para segmentos da populao mais esclarecidos ou de maior poder aquisitivo, o uso das novas tecnologias,
em particular a Web, pode ser fundamental, visto que, particularmente, os mais jovens tm estreita relao
com a internet. As prprias redes sociais potencializadas pela Web (Twitter, Orkut, etc.) e espaos de
disseminao de contedos ou materiais, como o YouTube, so alternativas viveis e que podem ser eficazes
no processo de esclarecimento ou mobilizao. A utilizao da mdia tradicional no impressa, como a TV
aberta e o rdio, pode ser fundamental para acelerar a disseminao de informaes relevantes junto a
pblicos que exibem baixa escolaridade.
As estratgias a serem definidas para a cobertura de desastres e riscos no podem descartar a existncia
dessa complexidade e precisam ser desenhadas para dar conta de demandas e expectativas mltiplas, sob
pena de excluir parcelas importantes das populaes atingidas.
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ANTES DO DESASTRETodo o trabalho de comunicao que antecede a ocorrncia de um desastre
considerado estratgico, uma vez que permite o repasse de informaes
com foco na minimizao dos riscos. A imprensa, nesta fase, ser pautada
nas questes relativas preveno e preparao de desastres. O principal
desafio criar a conscincia e a promoo de uma cultura de preveno.
Atualmente, os veculos dedicam muito mais espao divulgao das
tragdias do que s possibilidades de evit-las ou de lidar com elas.
O primeiro passo assumir a responsabilidade da mdia e o compromisso
efetivo com a reduo dos riscos de desastres. A partir disso, preciso que
o assunto seja discutido e abordado, respeitando as caractersticas de cada
meio de comunicao, bem como as vulnerabilidades sociais. Fazer chegar
a informao de maneira correta e apropriada uma tarefa difcil, que em
situaes de crise merece ateno redobrada para que as mensagens no
gerem novos fatores de risco.
A responsvel pelo setor de comunicao da Estratgia Internacional para
Reduo de Desastres da Organizao das Naes Unidas (EIRD/ONU), no
Panam, Margarita Villalobos, cita e diferencia os aspectos importantes da
imprensa escrita, do rdio, da televiso, da internet e de outras formas de
comunicao para o trabalho a ser realizado na preveno de desastres, da
seguinte maneira:
Imprensa escrita possvel detalhar e aprofundar muito mais o tratamento do tema. A palavra escrita tem
vida til mais longa, embora tenha um valor documental permanente. O tratamento da informao preventiva
poder proporcionar mensagens que influenciam o comportamento das pessoas.
Rdio este meio de comunicao ouvido por milhes de pessoas, comunica-se com um pblico
heterogneo composto pelos diversos degraus socioculturais da comunidade, de forma simultnea e
instantnea. Mensagens preventivas podem ser transmitidas por meio de entrevistas, comentrios, crnicas
e informes especiais. Falar por meio do rdio significa explicar, contar, dialogar com o receptor. Por isso, este
tipo de comunicao deve ser coloquial.
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Televiso importante considerar a simultaneidade, instantaneidade e atualidade de informaes
transmitidas por esta mdia. Para que a comunicao preventiva televisionada tenha xito, deve-se gerenciar
corretamente os trs cdigos fundamentais da mensagem mediatizada: o icnico, o sonoro e o lingustico. A
televiso, alm da mensagem falada, transmite imagens, que contextualizam o telespectador e possibilitam
uma leitura mais completa dos fatos.
Internet as vantagens desta mdia esto na capacidade de oferecer aos usurios exatamente a informao
que necessitam, organizada de acordo com seus requerimentos, podendo ser de forma simultnea. Porm,
apesar de ser uma mdia em expanso, ainda restrita ao nmero de usurios.
Outros canais alternativos por meio de feiras, atividades, redes de
comunicadores, empresas privadas, entre outros.
A partir destas informaes podemos destacar que a imprensa
antes do desastre precisa:
1. Conhecer as vulnerabilidades sociais, discutir e mostrar os
riscos e contribuir com sua minimizao, por meio do repasse de
informaes confiveis, sobre o tema, para a populao.
2. Ampliar a divulgao de temas que contribuam com o
processo de reduo de risco e que despertem o interesse social
sobre o assunto.
3. Fiscalizar o trabalho das instituies responsveis pelo
gerenciamento de desastres.
4. Conhecer e organizar fontes para subsidiar a produo de
informaes relativas aos desastres, em suas diferentes fases.
5. Promover a discusso sobre o tema entre os comunicadores.
6. Profissionalizar jornalistas para atuar em situaes de
emergncia.
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DURANTE O DESASTRENesta fase, as instituies responsveis pelo gerenciamento do desastre trabalham com foco nas atividades
de resposta ao evento adverso, ou seja, no socorro, assistncia s vtimas e reabilitao de cenrios.
Todas as informaes precisam ser avaliadas antes de serem divulgadas. Cada palavra, dado, imagem,
etc, quando repassados populao, criaro reaes e influenciaro o comportamento das pessoas.
Uma informao incompleta ou divulgada em um momento imprprio pode provocar pnico desnecessrio
na populao.
Durante o desastre, portanto, a imprensa precisa:
1. Divulgar as informaes de forma responsvel, priorizando sempre o bem-estar e a segurana
da populao.
2. Respeitar as determinaes das equipes que atuam no gerenciamento do desastre e
contribuir com elas.
3. Corrigir rumores falsos sobre a situao.
4. Apurar e levar informaes at a populao que ajudem a minimizar os danos e prejuzos.
5. Repassar orientaes corretas e de interesse pblico, com agilidade.
6. Consultar fontes que enriqueam e acrescentem outros dados s informaes disponveis.
7. Avaliar as informaes antes da divulgao.
8. Agir de forma responsvel e comprometida com a reduo dos riscos.
Ambiente reservado e planejado para atendimento da imprensa.
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DEPOIS DO DESASTREAps a fase crtica do desastre, quando os riscos diminuem e a populao est em segurana, inicia-se o
perodo chamado de ps-desastre.
Neste momento, apesar dos riscos no serem mais iminentes, surgem novas problemticas. O desastre
provoca danos sociais e econmicos que podem durar semanas, meses e at anos, dependendo de sua
magnitude. Problemas estruturais, como quedas de pontes, danificao de rodovias, falhas nos servios
pblicos essenciais, perda de produes, desemprego, medo na populao, interferncias no convvio social
das pessoas, entre tantos outros, fazem parte da realidade das comunidades que j passaram por uma
situao de emergncia.
Nesta fase ps-desastre, a comunicao continuar tendo papel fundamental, agora no processo de
reabilitao dos cenrios, contribuindo com o restabelecimento da normalidade.
Caber imprensa a transmisso de informaes para a sociedade sobre os danos e prejuzos ainda
existentes e aes para a reabilitao. O evento adverso e suas consequncias no podem ser esquecidos.
As atividades da comunicao social ps-desastre devem ser avaliadas e os erros corrigidos, contribuindo
para que a percepo de novos riscos melhore nas comunidades.
Depois do desastre, a imprensa pode:
1. Contribuir para que o assunto no caia no esquecimento.
2. Fomentar a divulgao de informaes para evitar que
novas tragdias aconteam.
3. Acompanhar o restabelecimento da normalidade junto s
comunidades e divulgar informaes que favoream a retomada
do cotidiano das vtimas.
4. Participar da avaliao dos danos e prejuzos.
5. Informar sobre as mudanas que o desastre provocou e
colaborar com o processo de reconstruo.
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1.4 ACOLHER E SOCORRER A POPULAO VULNERVEL
As normas mnimas em matria de abrigo e planejamento dos locais de alojamento da populao so uma
expresso prtica dos princpios e direitos enunciados na Carta Humanitria, inspirada na Declarao
Universal dos Direitos Humanos. A carta se concentra nos requisitos fundamentais para manter a vida e a
dignidade das pessoas afetadas por catstrofes ou conflitos, segundo o consignado no conjunto do direito
internacional relativo aos direitos humanos, no direito humanitrio internacional e no direito relativo aos
refugiados.
sobre estes preceitos que as organizaes humanitrias oferecem os seus servios, comprometendo-se
a atuar de acordo com os princpios de humanidade, neutralidade e imparcialidade, dentre outros definidos
no Cdigo de Conduta do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e das
Organizaes No Governamentais (ONGs) de Assistncia Humanitria em situaes de desastre. A Carta
Humanitria reafirma a importncia fundamental de trs princpios-chaves:
a. O direito vida com dignidade;
b. A distino entre combatentes e no combatentes;
c. O princpio da no repulso.
As normas mnimas dividem-se em duas grandes categorias:
1. As relacionadas diretamente com os direitos das pessoas;
2. As relacionadas com a atuao das organizaes que contribuem para que as pessoas
usufruam desses direitos.
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A IMPORTNCIA DOS ABRIGOS E DO PLANEJAMENTO DOS LOCAIS DE ALOJAMENTO EM SITUAES DE EMERGNCIAJuntamente com o abastecimento de gua, o saneamento, a nutrio e os cuidados
mdicos, o abrigo um fator decisivo para a sobrevivncia na fase inicial de uma
situao de emergncia. Faz-se necessrio para aumentar a resistncia s doenas
e proporcionar proteo contra as condies ambientais, assim como para manter
a dignidade humana e sustentar, tanto quanto possvel, a vida da famlia e da
comunidade em circunstncias difceis.
O objetivo das intervenes referentes aos abrigos e seleo e planejamento de
locais de alojamento satisfazer as necessidades fsicas e sociais elementares
das pessoas, das famlias e das comunidades, de modo a disporem de um espao
protegido, seguro e confortvel para viver, incluindo no processo, tanto quanto
possvel, a autossuficincia e a autogesto.
As intervenes devem ser concebidas e realizadas de modo a que sejam reduzidos
ao mnimo todos os efeitos negativos na comunidade acolhedora ou no meio
ambiente. Trs tipos de situaes possveis indicam as necessidades bsicas das
pessoas diretamente afetadas por um desastre no que toca a abrigo. Estes tipos de
situao so determinados pelo tipo de desastre, o nmero de pessoas envolvidas,
o contexto poltico e a capacidade da comunidade para enfrentar a situao.
Preparao para Desastres: Simulao de abrigamento de emergncia na cidade de Itaja.
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A. AS PESSOAS PERMANECEM NAS SUAS CASASNem sempre acontece que, em caso de desastre, as pessoas se desloquem das
suas casas. Os membros de comunidades diretamente afetadas por um desastre
natural quase sempre preferem permanecer nas suas casas ou nas proximidades,
se isso for possvel. Mesmo que as casas tenham sido destrudas ou danificadas, a
assistncia s pessoas onde elas se encontram muito mais sustentvel e ajuda
a restabelecer a normalidade mais rapidamente do que a assistncia que as obriga
a afastar-se em busca de um refgio temporrio. A ajuda canalizada para o local
onde as pessoas vivem e se conhecem entre si ajuda-as a manter as estruturas
sociais e permite que continuem a viver o mais normalmente possvel.
B. AS PESSOAS DESLOCAM-SE E INSTALAM-SE EM COMUNIDADES ACOLHEDORAS OU ANFITRISDurante um conflito armado, e aps certos desastres naturais como grandes
inundaes, comunidades inteiras podem ver-se obrigadas a abandonar os seus
lares e a sua zona de residncia. Nessas situaes, as pessoas deslocadas podem
permanecer na comunidade anfitri local, com outros parentes ou outras pessoas
com quem partilham laos histricos, religiosos ou de outro tipo. A assistncia
nestas situaes inclui ter em conta os direitos e as necessidades da populao
afetada, bem como daqueles que sejam indiretamente afetados pela situao de
desastre.
C. AS PESSOAS DESLOCAM-SE E VIVEM EM GRUPOS (ABRIGOS EMERGENCIAIS)As povoaes temporrias para refugiados ou populaes deslocadas so necessrias quando, dadas as
circunstncias do desastre natural, as pessoas tm de abandonar os seus lares e a sua regio e instalar-
se noutros locais. Nestes casos, as populaes deslocadas vivem em grupos, por perodos de tempo
indeterminados. A assistncia exige que se d resposta s necessidades tanto das pessoas instaladas em
povoaes espontneas, como em locais de alojamento selecionados (abrigos emergenciais).
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Importante: a experincia e a bibliografia produzida internacionalmente
a respeito, sugere a que a participao das mulheres nos programas de
abrigo e planejamento de locais de alojamento pode contribuir para que
elas prprias e todos os membros da populao afetada tenham acesso
equitativo e seguro aos abrigos, roupa, aos materiais de construo,
ao equipamento de produo de alimentos e a outros viveres essenciais.
As mulheres devem ser consultadas sobre uma srie de assuntos, como
segurana e privacidade, fontes e meios de combustvel para cozinhar,
e ainda sobre a maneira de obter um acesso equitativo aos abrigos e s
pessoas. Ser necessria uma ateno especial para evitar e dar resposta
a situaes envolvendo violncia baseada no gnero e explorao sexual.
Por exemplo, o melhoramento do sistema de iluminao e das patrulhas de
segurana pode ajudar a que a povoao construda de forma emergencial
seja segura e acessvel para toda a populao, mas particularmente
para os grupos que correm mais riscos de sofrer atos de violncia. Por
isso importante fomentar a participao das mulheres na concepo
e implementao dos programas de abrigo e planejamento de locais de
alojamento sempre que isso seja possvel.
Alguns dos maiores desafios do gestor de desastre so preparar, ativar,
manter e desmobilizar abrigos emergenciais, e por esse motivo, traremos
dados realtivos a administrao desses lugares.
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GERENCIAMENTO DE ABRIGOS
Para melhor entender o funcionamento dos abrigos temporrios importante conhecer algumas definies:
Abrigo: o local ou a instalao que proporciona hospedagem a pessoas necessitadas.
Abrigo temporrio: organizado em uma instalao adaptada para esta finalidade, por um perodo
determinado e/ou especfico.
Afetado qualquer pessoa que tenha sido atingida ou prejudicada por um desastre.
Desalojado pessoa que foi obrigada a abandonar temporria ou definitivamente sua habitao, em funo
de evacuaes preventivas, destruio ou avaria grave decorrente do desastre e que no necessariamente
carece de abrigo provido pelo Sistema. Ex.: casa de parentes, amigos, etc.
Desabrigado pessoa cuja habitao foi afetada por dano ou ameaa de dano e que necessita de abrigo
provido pelo Sistema. Ex.: no tem para onde ir.
CLASSIFICAO DE ABRIGOS:
a. Permanentes;
b. Temporrios.
- Fixo: edificaes pblicas e/ou privadas, adaptados para
habitao temporria. Ex.: Ginsios, sales de festas, etc;
- Mvel: constitudo por barracas de campanha, trailers, contineres
modificados, instalados em reas destinadas emergencialmente
como local de abrigamento. Ex.: campos de futebol, ptio de
estacionamento, etc.
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REQUISITOS PARA INSTALAODeve se levar em considerao:
a. Estrutura adequada, habitvel, segura, privada e protegida de riscos variados;
b. Meio de transio entre a situao emergencial e a acomodao em residncias a mdio e
longo prazo;
c. Adaptada cultura local, ao clima e as caractersticas da regio, com acesso aos
servios bsicos e atendida pelo esforo intergrado dos diferentes rgos governamentais e no
governamentais.
Quando organizar
1. Nos perodos de Normalidade;
2. Nos perodos de Anormalidade.
QUEM DEVE GERENCIAR UM ABRIGO OFICIAL DO MUNICPIO
De acordo com a Lei n 12.435, de 2011, na Tipificao de Servios (Assistncia Social): o Servio de Proteo
em Situao de Calamidades Pblicas e Emergncias integra a Proteo Especial de Alta Complexidade e
este servio se d atravs de oferta de alojamento provisrio, atenes e provises materiais, conforme a
necessidade detectada.
Art. 22. - entende-se por benefcio eventual as provises suplementares e provisrias que integram
organicamente as garantias do SUAS e so prestadas aos cidados e s famlias em virtude de nascimento,
morte, situaes de vulnerabilidade temporria e de calamidade pblica.
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INSTALAO DO ABRIGODeve-se anteriormente instalao realizar a vistoria e inventrio
preliminares das condies do espao fsico;
1. Identificar o tipo e as caractersticas da edificao
2. Verificar a Infraestrutura
3. Proceder a delimitao do espao fsico
4. Estabelecer medidas de segurana
5. Verificar a capacidade de acolhimento
6. Estabelecer Indicadores mnimos
Para o estabelecimento do abrigo, importante que as atribuies sejam
bem divididas e organizadas. Neste sentido, h necessidade de estabelecer
as atividades por equipe, quais sejam:
1. Gestor do Abrigo
a. Caractersticas relevantes:
- Conhecer a realidade da comunidade com a qual ir atuar;
- Ser organizado e pragmtico;
- Ter liderana (centralizao x delegao de funes);
- Ter capacidade de mediar conflitos (escuta, tolerncia, firmeza).
b. Atribuies:
- Planejar aes a serem desenvolvidas no abrigo;
- Organizar e coordenar as equipes;
- Estabelecer articulao com rgos do governo, instituies e imprensa;
- Estar atualizado sobre todas as informaes referentes ao abrigo;
- Tomar medidas para o retorno das famlias s suas vidas cotidianas.
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2. Equipe de Operaes
a. Atribuies:
- Instalao do abrigo;
- Recepo dos desabrigados;
- Acautelamento de bens e animais de estimao;
- Triagem de sade;
- Triagem social;
- Ateno psicossocial e de sade integrais e continuados.
3. Equipe de Planejamento
a. Atribuies (responsvel em planejar as atividades do abrigo a cada
7 dias):
- Atualizao diria da lista de abrigados;
- Definir medidas para diminuir o tempo de abrigamento;
- Elaborao da rotina do abrigo;
- Confeco de relatrio;
- Arquivamento e guarda de documentos.
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4. Equipe de Logstica
a. Atribuies (responsvel em disponibilizar os recursos materiais):
- Acomodao das famlias;
- Entrega de Kits;
- Requisio e recebimento de materiais;
- Confeco e distribuio de alimentos;
- Controle de entrada e sada de materiais e produtos.
5. Equipe de Finanas
a. Atribuies (responsvel por administrar os recursos financeiros,
podendo ser feito pela gesto de uma secretaria municipal):
- Administrar recursos financeiros disponveis, inclusive doaes.
INDICADORES DE ASSISTNCIA HUMANITRIA INTERNACIONALAtendendo ao conceito de Assistncia Humanitria, o ideal fazer a
gesto dos abrigos seguindo os indicadores mnimos estabelecidos pelo
Projeto Esfera (www.sphereproject.org), o qual estabelece um conjunto de
princpios e normas comuns ou universais mnimos e aplicveis a todos
os setores bsicos da resposta humanitria: gua, abrigo, alimentao e
sade.
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QUANTO AO ACIONAMENTOPrimeiro contato, ainda na fase de alerta, com a equipe de gerenciamento
do abrigo, para inform-la da possvel necessidade de mobilizar os
recursos destinados para o mesmo e proceder a verificao do local que
ser utilizado.
MOBILIZAOConjunto de medidas, na fase de alarme, que visa reunir e concentrar,
de forma ordenada, os recursos institucionais, humanos, econmicos e
materiais para instalao do abrigo temporrio.
Recursos Humanos /Recepo
Pessoas responsveis por:
- controle da entrada e sada
de pessoas do abrigo;
- cadastro;
- acautelamento de bens;
- disposio dos animais;
- almoxarifado.
Sade
Mdicos;
Enfermeiros;
Dentistas;
Nutricionistas.
Vigilncia / Segurana
Acautelamento de bens,
disposio de animais e
vigilncia no abrigo.
Guarda municipal;
Policiais militares;
Voluntrios.
Ateno psicossocial
Assistentes sociais;
Psiclogos;
Agentes psicossociais.
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Algumas atribuies so importantes e devem ser observadas para o
estabelecimento e funcionamento do abrigo:
Recepo dos desabrigados
Primeira atividade a ser desenvolvida no abrigo.
o momento no qual so realizados:
- Disposio dos animais;
- Acautelamento dos bens;
- Disponibilidade de kits familiares (almoxarifado);
- Disposio das famlias.
Disposio dos animais
- A anotao deve ser feita na lista de cadastro do respectivo
dono (campo para observaes);
- Deve-se estabelecer local apropriado para a
guarda de animais;
- Cabe gerncia do abrigo prover os alimentos;
- Cabe aos donos dos animais cuidar destes.
Cadastro dos desabrigados
Tem por objetivo informar o nmero total e direcionar
o trabalho no abrigo.
Deve, preferencialmente, ser realizado:
- Em um nico momento;
- No local do desastre ou na entrada do abrigo;
- Em um espao delimitado.
-
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Acautelamento dos bens
Em local seguro, sob a responsabilidade de uma pessoa
designada pela gerncia do abrigo.
Preenchimento de formulrio apropriado em 3 vias;
Prazo para devoluo dos bens at a sada do desabrigado;
Disposio das Famlias
O alojamento deve ser organizado por famlia.
Situaes traumticas - perda de referncias, desamparo;
Fundamental no romper a coeso familiar;
Sensao de acomodao: conforto X prostrao;
Acolhimento -> movimento.
Almoxarifado
Espao destinado distribuio dos materiais de uso dirio.
Local especfico;
Horrio de funcionamento;
Pessoal responsvel;
Ficha de controle de entrada e sada.
Kit a ser disponibilizado por famlia:
- uma escova de dentes por pessoa
- uma pasta de dente por famlia
- um sabonete por famlia
- um sabo para lavar roupa por famlia
Dica: materiais com pouca durabilidade devem ser repostos conforme a necessidade.
Materiais descartveis, como fraldas, absorventes e lminas de barbear devem ser disponibilizados conforme a solicitao.
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GESTO DE DESASTRES
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Triagem de Sade - Identificar agravos na populao afetada para elaborar aes preventivas
Implica em estabelecer: Medidas de ateno sade, Visitas peridicas
para o atendimento aos desabrigados, Vigilncia epidemiolgica para
doenas infecciosas (controle de surtos).
Procura: Viabilizar a resoluo de problemas como:
- Remoo dos desabrigados;
- Avaliao e tratamento;
- Encaminhamento de casos suspeitos de doenas infecto-contagiosas e
de doenas crnicas para acompanhamento.
Triagem Social
a entrevista familiar direcionada para o responsvel que melhor conhea
as informaes sobre os integrantes da famlia.
Objetivo:
- Acolher os desabrigados;
- Coletar dados para a anlise da situao familiar;
- Realizar encaminhamentos necessrios;
- Viabilizar o retorno s suas vidas cotidianas;
- Iniciar as orientaes gerais quanto ao funcionamento do abrigo.
A triagem social deve ser realizada:
- Aps o acolhimento e a disposio das famlias;
- Por agentes capacitados ou profissionais qualificados.
Implica em fazer:
- Categorizao dos desabrigados;
-Articulao com outros rgos;
-Informao sobre a temporalidade.
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ATENO PSICOSSOCIAL
Visa:
- facilitao da identificao de problemas;
- Ao acolhimento do sujeito;
- implicao da comunidade no processo de elaborao das perdas e de reconstruo da vida;
- identificao das reaes comuns aos desabrigados aps a experincia de uma situao
traumtica.
Deve levar em considerao: Gravidade das reaes; Caractersticas do evento; Perdas ocorridas;
Personalidade do sujeito; Suporte oferecido.
AS FAMLIAS PODEM SER CATEGORIZADAS COMO:
1. Aquelas cuja residncia no apresenta danos que impossibilitem o retorno em curto prazo.
2. Aquelas cuja residncia apresenta danos ou est sob risco, mas possuem redes de solidariedade
que as apoiem.
3. Aquelas cuja residncia est danificada ou destruda (sem chance de retorno em curto prazo) e
no possuem rede de solidariedade.
Para a convivncia harmoniosa entre as
pessoas, as regras devem ser:
Pr-formuladas, mas negociadas;
Adequadas ao contexto sociocultural;
Claras;
Vlidas para todos;
Afixadas em locais de fcil visibilidade;
Baseadas nos direitos dos desabrigados.
Sugestes para organizao e
funcionamento do abrigo:
- Estabelecimento de horrios;
- Circulao de informaes;
- Atualizao da lista de cadastrados;
- Regulao do trnsito de pessoas;
- Atividades de manuteno;
- Assistncia religiosa;
- Espao recreativo;
- Alimentao.
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COMUNICAOA circulao de informaes muito importante para o bom funcionamento
do abrigo. Deve-se levar em considerao:
Troca de informaes entre a equipe de gerenciamento e os desabrigados.
Importncia de pessoas capacitadas para repassar as informaes.
O repasse das informaes pode ser realizado:
- Em grupo;
- Individualmente;
- Por escrito.
ATUALIZAO DA LISTA DE CADASTRADOSLista gerada aps o cadastro que tem por objetivo controlar o quantitativo
de desabrigados e os recursos disponibilizados.
Deve ser atualizada constantemente por um responsvel.
Possveis atualizaes:
- Hospitalizao do desabrigado;
- Falecimento do desabrigado;
- Sada definitiva do abrigo;
- Condio de desalojado.
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A cada atualizao, a lista deve ser distribuda aos diversos setores:
- Administrao;
- Recepo;
- Refeitrio;
- Almoxarifado.
REGULAO DO TRNSITO DE PESSOASRecomenda-se:
A definio de um nico local de entrada e sada.
Disponibilizar uma pessoa responsvel neste local.
A entrada e a sada dos desabrigados sero livres, desde que respeitadas
as regras.
Que a entrada de pessoas que no estejam abrigadas deve ser evitada.
Todas as pessoas que trabalham no abrigo devem ser identificadas por
crachs ou uniformes.
Assistncia Religiosa
Pode servir como fonte de reestruturao emocional.
Pode ser realizada desde que solicitada e previamente autorizada pela
gerncia do abrigo.
Deve-se destinar local apropriado para tais manifestaes.
Espao Recreativo
um espao preparado para estimular a criana a brincar, possibilitando o acesso a diferentes tipos de atividades ldicas.
Tem por objetivo tornar a permanncia da criana menos traumatizante.
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FASE DA DESMOBILIZAO DO ABRIGO um conjunto de atividades empreendidas pela gerncia do abrigo, com
vistas retomada da rotina do local utilizado para instalao do abrigo
temporrio, uma vez completadas as medidas de retorno e relocao das
famlias na comunidade.
O encerramento das atividades no abrigo est diretamente vinculado:
- determinao da desativao pelas autoridades responsveis;
- possibilidade de retorno das famlias s suas vidas cotidianas;
- A aes da equipe de gerenciamento que possibilitem um processo de
finalizao organizado.
Para tanto preciso:
Propiciar o retorno ao local de moradia;
Facilitar o acolhimento das famlias em residncias de familiares,
amigos, entre outras redes de solidariedade;
Encaminhar as famlias a abrigos permanentes ou a residncias
disponibilizadas pelo poder pblico;
Vistoriar instalaes;
Executar a limpeza das instalaes;
Entregar as instalaes do abrigo s autoridades competentes;
Realizar a reunio de encerramento;
Preparar a entrega do relatrio final ao Coordenador de Defesa
Civil e s autoridades competentes.
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EIXO 2ASSISTNCIA HUMANITRIA E LOGSTICA DE DESASTRE
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ASSISTNCIA HUMANITRIA E LOGSTICA DE DESASTRE
Distribuio de Kits para enfrentamento da Estiagem: Oeste de SC em 2012.
Nesse momento encerramos o eixo de socorro, passaremos principalmente
para a LOGSTICA do desastre, quais as aes necessrias para manter
todo o planejamento e estrutura das aes ps-impacto. A exemplo da
manuteno de abrigos e as aquisies emergenciais.
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2.1 LOGSTICA
Logstica um ramo da gesto das atividades humanas, cuja misso est
voltada para o planejamento da armazenagem, circulao (terra, ar e mar) e
distribuio de todo tipo de produto.
Porm, as alteraes climticas experimentadas pelo homem nos tempos
modernos indicam que o mundo est em constante transformao, onde
os desastres naturais sero cada vez mais frequentes, intensos e mortais;
seja pela falta de planejamentos urbanos, ou pela prpria magnitude da
ameaa natural.
Diante deste cenrio, o homem est cada vez mais ciente da necessidade de
estruturao de aes de resposta a essas situaes crticas. Logicamente
os atos que visam reduo do risco de desastres iniciam-se ainda no
universo pr-impacto e se prolongam no transcorrer da ocorrncia do
evento adverso e nas atividades ps-desastre.
Entretanto, as aes de resposta retratam a fragilidade do ser humano
diante da fora da natureza, e ressaltam a necessidade cada vez maior de
proteo da populao frente a essas adversidades.
Por esse motivo, foram criados diversos mecanismos de atuao para
a gesto dessas situaes crticas, desde a ferramenta para a sua
administrao, conhecida como Sistema de Comando em Operaes, at
a adoo da experincia desenvolvida pelo segmento empresarial na rea
de logstica e cadeia de suprimentos, aplicando-a em aes no campo de
auxlio humanitrio, com o atendimento das pessoas vulnerveis afetadas
por desastres a partir desse momento, surge ento a logstica humanitria.
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GESTO DE DESASTRES
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OBJETIVOS Um dos objetivos mais importantes da logstica conseguir criar mecanismos
para entregar os produtos ao destino final no tempo mais curto possvel,
reduzindo os custos da entrega.
Para isso, os especialistas em logstica estudam rotas de circulao, meios
de transporte, locais de armazenagem (depsitos) entre outros fatores que
influenciam nos custo e no tempo resposta.
Para a Secretaria de Estado da Defesa Civil, a logstica tem por objetivo
disponibilizar para as cidades afetadas por situaes de emergncia ou
em estado de calamidade pblica, os itens de assistncia humanitria, no
menor espao de tempo possvel, com qualidade de produtos, lembrando
sempre da necessidade legal de se respeitar o regramento das aquisies,
institudas pela lei 8.666/93.
A Logstica Humanitria
Segundo BEAMON (2004), a logstica humanitria a funo que visa o
fluxo de pessoas e materiais de forma adequada e em tempo oportuno
na cadeia de assistncia, com o objetivo principal de atender de maneira
correta o maior nmero de pessoas vtimas de desastres.
De acordo com o entendimento formado pela Federao Internacional
da Cruz Vermelha (2007) apud MEIRIN (2007), logstica humanitria so
processos e sistemas envolvidos na mobilizao de pessoas, recursos e
conhecimento para ajudar comunidades vulnerveis, afetadas por desastres
naturais ou emergncias complexas. Ela busca a pronta resposta, visando
atender o maior nmero de pessoas, evitar falta e desperdcio, organizar as
diversas doaes que so recebidas nestes casos e, principalmente, atuar
dentro de um oramento limitado.
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DEFESA CIVIL - SANTA CATARINA
Para Fabiano de Souza e Laureano Junior (2012), ao analisar os conceitos
supramencionados, podemos concluir que logstica humanitria ou
cadeia de suprimentos humanitria a forma de se trabalhar os conceitos
empresariais de logstica, substituindo seu objetivo primordial de obteno
de lucro, por uma causa mais humana, que busque minimizar o sofrimento
alheio provocado por situaes adversas de pessoas que habitam lugares
vulnerveis.
Em resumo, a logstica humanitria envolve processos e sistemas capazes
de mobilizar habilidades, conhecimentos, especialidades, recursos
materiais e humanos com a finalidade de auxiliar as pessoas afetadas por
desastres ou que vivem em reas de conflitos. Destina-se ao uso efetivo
dos conceitos de logstica empresarial s causas de auxlio humanitrio,
tendo por intuito levar s reas afetadas uma maior quantidade de itens de
assistncia, num curto e adequado espao de tempo.
O conceito de logstica humanitria, portanto, est diretamente
relacionado com a necessidade de se prover, com itens de subsistncia
e necessidades primrias, no menor tempo possvel, o abastecimento
de uma determinada localidade atingida por desastre, utilizando-se de
forma eficiente e eficaz os meios disponveis para tal operao.
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GESTO DE DESASTRES
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DEFESA CIVIL - SANTA CATARINA
2.2 DEMANDAS DE LOGSTICA
Para atender aos municpios atingidos por eventos adversos, a Secretaria
de Estado da Defesa Civil, atravs de sua Gerncia de Logstica, faz o
levantamento das necessidades, com base nas informaes enviadas
pelas solicitaes das Prefeituras Municipais.
Aps anlise de informaes e identificao de demandas, os pedidos se
transformam em solicitaes da Gerncia de Logstica.
Importante observar que o atendimento do pedido municipal se dar atravs
do fornecimento direto de bens, produtos ou servios. Esses itens sero
adquiridos por sistema de Registro de Preo ou processo de Dispensa de
Licitao (nesse caso em especfico, o municpio ter decretado situao
anormal e essa situao dever obrigatoriamente ser homologada pelo
Estado).
GERNCIA DE LOGSTICA - DiRD
A LGICA DA LOGSTICA
Recebe a demandaautorizada pela Gernciade Operaes; Consulta fornecedores; Solicita aquisio; Acompanha e registra aentrega nas cidades ou Celog.
CENTRO DE LOGSTICA REGIONAL - CELOG
Recebe produto; Armazena; Dene rotas e modal; Envia aos municpios.
SANTACATARINA
CELOG
Centros de Logstica Regional: quando for necessrio trocar o modal rodovirio para atender grandes regies atingidas (isoladas).
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GESTO DE DESASTRES
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2.3 PADRO DE ORAMENTOS
Uma vez gerada a demanda pelo municpio atingido pelo desastre, a
Gerncia de Logstica ir providenciar a aquisio dos itens de assistncia
necessrios para a comunidade, conforme solicitado e avaliado.
No caso de itens catalogados pelo sistema e Registro de Preo, o pedido
ser realizado repassando ao fornecedor o nome da cidade atingida, tipo e
material e quantidade. Bem como sero informados a rota mais segura e o
modal preferencial, restando empresa informar prazo de entrega. O prazo
fundamental, pois a Gerncia de Logstica ir manter o monitoramento da
ao e informar aos solicitantes.
No caso de itens diversos dos Kits de assistncias mantidos pela SDC, o
processo de Dispensa de Licitao ser iniciado, para aquisio e entrega
de material.
Importante observar que, esse segundo procedimento acaba sendo mais
moroso, devido necessidade jurdica de seguir obrigatoriamente ritos
legais, prazos e publicaes.
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GESTO DE DESASTRES
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DEFESA CIVIL - SANTA CATARINA
2.4 DOCUMENTOS NECESSRIOS PARA AQUISIO
Ao receber os oramentos a Gerncia de Logstica ir analisar se os itens
solicitados esto contemplados, e ainda solicitar da empresa vencedora
documentos atualizados que comprovem sua regularidade fiscal, conforme
prev a Lei Federal n 8.666/93.
Os documentos exigidos so os que seguem:
Certido Negativa de Dbito Federal;
Certido Negativa de Dbito Estadual;
Certido Negativa de Dbito Municipal;
Certido Negativa de Dbito Trabalhista;
Certido Negativa de Dbito com a Previdncia Social;
Certificado de Regularidade com o FGTS;
Contrato Social;
Declarao de Menor.
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2.5 ADQUIRINDO POR DISPENSA DE LICITAO
Aps aferir toda a documentao da empresa que apresentou a proposta
de menor preo, encaminha-se Gerncia de Licitaes e Compras para
confeco da dispensa de licitao.
Confeccionada e aprovada pelo Jurdico, a Dispensa de Licitao assinada
pelo Secretrio de Estado da Defesa Civil, para assim ser publicada em
Dirio Oficial do Estado e empenhada pelo setor financeiro.
Aps estes trmites, comunica-se empresa vencedora para entregar o
produto no local previsto, bem como ao Coordenador Regional de Defesa
Civil. Ento o Coordenador Regional de Defesa Civil recebe, confere o
produto e faz a distribuio, colhendo informao de cada cidado que
recebe o kit, conforme modelo abaixo:
FICHA DE CONTROLE DE ENTREGA DE MATERIAL PARA POPULAO ATINGIDA
Nome: CPF / RG:
Endereo: Fone:
Quantidade Material
Assinatura: Data Entrega:
Feita a distribuio dos kits, o Coordenador Regional de Defesa Civil certifica manualmente
a nota, junta os recibos de entrega de material e encaminha para a Gerncia de Logstica
que a certifica no sistema financeiro SIGEF, e segue para pagamento dentro das datas pr-
estabelecidas pela secretaria da fazenda estadual.
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2.6 AQUISIO DIRETA
Quando tratamos de desastre, o sistema de aquisio dos itens de
assistncia deve ser o mais rpido possvel, respeitando as leis que
regem este sistema para rgos pblicos no Brasil. Para isso, temos na
Lei 8.666/93, no seu Art. 24, condies que dispensam a licitao, dando
maior agilidade na contratao. Dentre algumas que beneficiam o trabalho
da Defesa Civil Estadual, podemos destacar com o texto que segue:
Lei 8.666/93 no seu Art. 24:
IV ...nos casos de emergncia ou de calamidade pblica, quando
caracterizada urgncia de atendimento de situao que possa ocasionar
prejuzo ou comprometer a segurana de pessoas, obras, servios,
equipamentos e outros bens, pblicos ou particulares, e somente para os
bens necessrios ao atendimento da situao emergencial ou calamitosa e
para as parcelas de obras e servios que possam ser concludas no prazo
mximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados
da ocorrncia da emergncia ou calamidade vedada a prorrogao dos
respectivos contratos;
Importante: Uma ressalva que a Dispensa de Licitao no deve ser a
regra, mas a exceo, e para isso, cabe aos municpios estarem preparados
e utilizarem a ferramenta Registro de Preos, pois dessa forma podero
dar celeridade ao processo de aquisio e assistncia, uma vez que o valor
j est registrado por 12 meses.
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2.7 EXEMPLO DE ITENS DE ASSISTNCIA
Seguem para consulta dos municpios e sugesto, os itens de Assistncia
Humanitria, reunidos por diversos Kits, utilizados pela SDC:
ITEM ORDEM PRODUTO ESPECIFICAO
1 1 GUA MINERAL
gua Mineral em vasilhame tipo PET, translcido, com tampa, lacre e ala para transporte, com capacidade para 5 litros, acondicionada em fardos contendo 4 unidades cada, sendo os fardos reunidos de forma proporcional em paletes e protegidos por cobertura plstica ou cintas de fixao.Unidade: Vasilhame de 5 Litros. Dentro da validade.
ITEM ORDEM PRODUTO ESPECIFICAO
1 PO FATIADO
Po de forma branco, em fatias com peso aproximado de 25 gramas cada, acondicionado em embalagem inicial de plstico atxico, resistente, devidamente lacrada, contendo 500 gramas, isento de gorduras trans, com no mnimo 1200 Cal. Dentro da validade. 4 unidades.
2 BARRA DE CEREAIS
Barra de cereal, para consumo imediato, com sabores variados, acondicionadas em caixas contendo 03 unidades de no mnimo 20 gr, cada. Unidade: Cx (03 unidades cada caixa 20 gr cada barra). Dentro da validade. 4 unidades.
3SALSICHA
TIPO VIENA
Salsicha tipo Viena, acondicionada em latas de 250 gr cada.Unidade: latas (250 gr). Dentro da validade.
2 4SARDINHA
EM CONSERVA
Sardinha em conserva, em leo comestvel, acondicionada em latas de 125 gr cada. Unidade: latas (125 gr). Dentro da validade. Lata com peso drenado de 0,30 ou 0,50 kg.
5
PSSEGO EM
CALDA
Pssego em calda, sem car