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GESTÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE I A LUZ
DO CADSUAS/MDSA 2015: um estudo do Estado do Rio Grande do Norte
Suzaneide Ferreira da Silva1 Ádilla Jacionária Albano da Silva2
Jéssica Ellen de Souza Silva3 Karla Cristina da Silva Félix4
Júlia Andrade da Silva5
RESUMO A abordagem acerca da gestão da assistência social em 139 municípios de pequeno porte I, no RN, compreende um estudo dos dados contidos no Sistema de Informação da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI), unidade responsável pela gestão da informação, monitoramento e avaliação do MDSA. A pesquisa documental revelou que esses entes federados possuem em sua estrutura o básico a gestão do SUAS, que os trabalhadores tem vínculos precarizados, que os serviços de convivência e fortalecimento de vinculo ocorrem em sua maioria nos CRAS e que as equipes de gestão não atende aos preceitos da NOB-SUAS RH.
Palavras-chave: Gestão SUAS; Sistema de informação; Capacidade instalada.
ABSTRACT The approach on the management of social assistance in 139 small municipalities I, in the RN, comprises a study of the data contained in the Information System of the Information Evaluation and Management Secretariat (SAGI), a unit responsible for information management, monitoring and Evaluation of the MDSA. The documentary research revealed that these federated entities have in their structure the basic management of SUAS, that workers have precarious links, that the services of coexistence and strengthening of the link occur mostly in CRAS and that the management teams do not meet the The precepts of NOB-HIS RH. Keywords: SUAS Management; Information system; Capacity installed
1 Docente da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN, Dra. em Ciências Sociais,
líder do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Políticas Públicas. Coordenadora do Projeto de Pesquisa: Gestão da rede socioassistencial, condições de trabalho e perfil das equipes de referencia nos município do Estado do Rio Grande do Norte capacitados no Programa CAPACITASUAS UERN 2014. E-mail. [email protected] 2
Discente do Curso de Serviço Social - Bolsista PIBIC – UERN -EDITAL N° 008/2014-DP/PROPEG/UERN e membro do projeto de pesquisa. 3 Assistente social, colaboradora e membro do projeto de pesquisa
4 Discente do Curso de Serviço Social e membro do projeto de pesquisa
5 Discente do Curso de Serviço Social e membro do projeto de pesquisa
1 INTRODUÇÃO
Discutir a política de assistência social a partir do foco da gestão pública
municipal, nos municípios de pequeno porte I, compreende um momento impar, pois é fruto
de um processo investigativo realizado através do projeto de pesquisa “Gestão da rede
socioassistencial, condições de trabalho e perfil das equipes de referencia nos municípios
do Estado do Rio Grande do Norte capacitados no Programa CAPACITASUAS UERN
2014”1, ainda em andamento, haja vista ser uma pesquisa com previsão para dois anos.
Sendo assim, optamos por abordar neste o processo de gestão, a estrutura e o perfil dos
trabalhadores conforme as informações contidas no Sistema de Informação da Secretaria de
Avaliação e Gestão da Informação (SAGI), unidade responsável pela gestão da informação,
monitoramento e avaliação do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).
Destacam-se nesse cenário, a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) e a
Secretaria Extraordinária de Superação da Extrema Pobreza (SESEP).
Atualmente o Presidente do Brasil, Michel Temer, ao assumir a presidência em
substituição a presidente Dilma Rousseff, em virtude do impeachment, em 2016, promove
reforma administrativa, extinguindo ou reagrupando ministérios, redesenhando o arranjo
institucional, dentre estes a integração do Ministério do Desenvolvimento Agrário ao
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome para formar o Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário, segundo a Lei nº. 13.341, de 29/09/216, inciso V, Diário
Oficial da União (DOU), nº. 189, de 30 de setembro de 2016. Muito embora tenham ocorrido
essas mudanças, optamos por trabalhar com os dados contidos no sistema em 2015, visto
que no ano seguinte seria um período de eleição municipal e, consequentemente, os dados
sofreriam mudanças, principalmente gestores e demais equipe de trabalhadores da
assistência social.
Os municípios pequenos ou de pequeno porte I para o SUAS, a partir de dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), possuem número de até 20.000
habitantes, que devem possuir no mínimo um CRAS por até 2.500 famílias referenciadas,
onde cada CRAS deveria atender até 500 famílias ano, enquanto requisito básico de gestão,
conforme as áreas de vulnerabilidade social, no espaço urbano e rural, para gerenciar e
executar ações de proteção básica, no qual devem através deste equipamento desenvolver
ações socioassistenciais, prestando serviços e executando ações no âmbito da Proteção
Social Básica (NOB-SUAS, 2011; PNAS, 2005).
O Estado do Estado do Rio Grande do Norte é composto por 167 municípios,
destes 03 com 100.000 habitantes ou mais; 05 com população entre 50.001 a 100.000 hab.;
20 com número de habitantes entre 20.001 a 50.000 caracterizados como pequeno porte II;
139 são de pequeno porte I com população abaixo de 20.000 hab., sendo este último objeto
de estudo.
Metodologicamente adotamos a revisão de literatura e a pesquisa documental,
na qual compilamos os dados contidos no Sistema de Informação da Secretaria de
Avaliação e Gestão da Informação (SAGI), os quais retratam a situação atual destes entes
federados, acerca das Unidades Públicas da Rede de Proteção – CADSUAS; recursos
humanos conforme as informações do SUAS ambiente de gestão – MDSA – SUASVISOR –
Relatórios e informações para a gestão; estrutura do SUAS e Gestão SUAS com base no
Censo SUAS 2015. A partir desse processo analisamos as informações a partir de
agrupamentos, encontrando convergência e divergências que podem ser oriundas de
equívocos ou ausência de dados no sistema.
Nesse contexto, iniciamos as discussões a partir de algumas considerações
acerca da gestão da assistência social, conforme veremos a seguir.
2 GESTÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE I NO RN
A assistência social compreende uma política não contributiva que vem ao longo
dos anos sendo alvo de interesse por parte de pesquisadores que buscam compreender sua
efetivação para além do aspecto conceitual. No caso estamos pautando nossas discussões
no campo da gestão, independente da relação conjunta entre o poder público e a inciativa
privada e da tentativa incessante em atender às necessidades básicas da população em
situação de vulnerabilidade e risco social.
O Sistema Único de Assistência Social – SUAS, enquanto instrumento de
consolidação da Política Nacional de Assistência Social – PNAS, tem consagrado os eixos
estruturantes para o pacto federativo entre os três entes federados. Todavia, limitamos as
nossas análises para o poder local ou o executivo municipal. Dentre os eixos estruturantes
de gestão do sistema, destacamos os eixos de informação, monitoramento, avaliação e
sistematização de resultados, por ser este vinculado ao objeto de estudo (NOB-SUAS-
2005).
Para entender a relevância e a complexidade desse eixo estruturante, adotamos
como ferramenta de investigação as pesquisas de avaliação, ferramentas informacionais e
painéis de monitoramento da Secretaria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome – SAGI, que subsidia os técnicos e gestores trabalhadores da assistência social
para a tomada de decisão e aperfeiçoamento de suas atividades. Esta secretaria está
organizada em quatro departamentos que trabalham de forma integrada: o Departamento de
Avaliação, o Departamento de Monitoramento, o Departamento de Gestão da Informação e
o Departamento de Formação e Disseminação, os quais gerenciam o sistema permitindo à
sociedade obter informações que o governo produz na gestão das políticas públicas, como
gastos públicos, contratos, pagamentos, quantidade e valor de benefícios, serviços e
resultados de suas ações, em conformidade a Lei de Acesso à Informação (Lei nº
12.527/2011) que obriga os órgãos públicos a atender pedidos de informação de qualquer
cidadão.
Portanto, por ser a SAGI que organiza o acervo de dados do MDS e cria
ferramentas informacionais para técnicos, gestores e cidadãos possam filtrá-los e analisá-
los, além de garantir a publicização ou a consulta pública. Para esta análise optamos pelo
uso da ferramenta Sistema de Cadastro do SUAS, instituído pela Portaria nº 430, de 3 de
dezembro de 2008. Além das informações obtidas no âmbito do Censo SUAS2 que “têm por
objetivo proporcionar subsídios para a construção e manutenção de indicadores de
monitoramento e avaliação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), bem como de
sua gestão integrada”, como preceitua o Decreto n. 7.334/2010, em seu art.1º, parágrafo
único. Comportando as informações cadastrais de prefeituras, órgãos gestores, fundos e
conselhos de assistência social, rede socioassistencial e, as informações dos trabalhadores
do SUAS em todo o território nacional.
No processo de levantamento de documentos importantes para a pesquisa, nos
delimitamos no CADSUAS e CENSO SUAS por ser relevante, por ser complexo, por ser
confiável e acessível. A partir de então adotamos como fonte o sistema, priorizando o ano
de 2015, visto que em 2016 os municípios passariam por eleição municipal, os municípios
iriam preencher um novo censo que só seria publicado no ano seguinte, bem como ocorreria
mudança nas equipes de gestores e trabalhadores da assistência social, que
consequentemente inviabilizaria a pesquisa.
O ente federado estadual foi o Estado do Rio Grande do Norte, que é composto
por 167 municípios. Todavia, delimitamos para os municípios de pequeno porte I, num total
de 139, com população abaixo de 20.000 habitantes estão estruturados, para uma melhor
compreensão em quatro subgrupos conforme número de habitantes, sendo estes: 49 até
5.0003; 47 de 5.001 a 10.0004; 37 de 10.001 a 15.0005 e 06 (seis) de 15.001 a 20.0006. A
partir desta classificação iniciamos o processo de sistematização de dados e análise,
iniciando com a abordagem acerca das unidades públicas da rede de proteção – Cadastro
Único e a estrutura do SUAS, em ordem decrescente conforme o seu número de habitantes.
Para uma melhor visualização elaboramos um quadro com base nos dados da
SAGI/ CADSUAS -2015. Acerca das Unidades públicas da rede de proteção, abordando a
partir de sua classificação o número de equipamentos sociais e estrutura necessários a
efetivação da política em nível de município. No entanto, não estamos abordando a
capacidade instalada do ente, mas como estes através de suas secretarias estão
cadastrando seus equipamentos e os serviços socioassistenciais ofertados aos munícipios.
Além de garantir a existência de mecanismos de compartilhamento, afim de articular a rede
interinstitucional, seja através de “(...) sistema de comunicação formal e contínuo entre
estruturas e órgãos para viabilizar iniciativas, recursos, lideranças e processos de
acompanhamento e controle, com as câmaras intersetoriais e os conselhos de controle
social articulados (...)” (BRASIL,Caderno SUAS,2013,p.42).
A política de assistência social tem suas especificidades, precisa fazer
interlocução com outras políticas sociais, construir agendas comuns, formular legislações
aplicáveis e articuladas as normativas nacional, além de definir funções dos equipamentos e
demais serviços que compõem a rede socioassistencial7, de forma que os fluxos ocorram
adequadamente e com fluidez, conforme a tipificação é o de que “a eficácia das normas
depende de decisões, operações de gestão e de controle social, inclusive de custos e
resultados”8 (CADERNO 2, CapacitaSUAS, 2013).
De acordo com os registros contidos no sistema de cadastro do SUAS 9 ,
percebemos que os municípios mantem em suas estruturas de gestão municipal (secretaria
ou órgão similar), além de órgãos governamentais tipo: Conselho Municipal, Fundo
Municipal de Assistência Social e nas prefeitura municipais. Nos 139 municípios com
população até 20.000, que comporta todas as informações relativas essas estruturas,
portanto, na gestão SUAS, se apresenta da seguinte forma:
I - GESTÃO SUAS – UNIDADE PÚBLICA DA REDE DE PROTEÇÃO E SUA ESTRUTURA – CADSUAS – 2015
CLASSIFICAÇÃO
ESTRUTURA SUAS UNIDADE PÚBLICA DA REDE DE PROTEÇÃO
– CADSUAS
INSTRUMENTO ARTICULADOR
E FISCALIZADOR
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S Até 5.000
MU
NIC
ÍPIO
S 49 49 49 04 00 29 01 49
5.001 a 10.000 47 47 47 04 00 26 03 47
10.001 a 15.000 37 37 37 13 00 05 12 37
15.001 a 20.000 06 06 06 02 00 04 03 06
Total 139 139 139 23 00 61 21 139
Ainda em relação à gestão SUAS, os municípios mantêm em sua estrutura
órgãos, equipamentos e mecanismos fiscalizadores de controle social considerados
essenciais a gestão do SUAS, ou seja, o mínimo exigido para alguns municípios. No caso
das Unidades Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo - Exceto CRAS (USCFV)
e Unidade de Acolhimento estes não existem em todos os municípios, sejam destinadas a
pessoas idosas, crianças e adolescentes ou família.
A partir dessas informações começa um processo de detalhamento que tem
revelado algumas distorções quando comparadas as informações do CADSUAS e do
CENSO SUAS - 2015. Há nesse cenário, a preocupação com o desenho da rede
socioassistencial, por se constituir num conjunto integrado de ações de iniciativa pública e
da sociedade, que ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que
supõe a articulação entre todas estas unidades de provisão de proteção social, sob a
hierarquia de básica e especial e ainda por níveis de complexidade (PNAS, 2005/NOB-
SUAS,2005).
É no campo dos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos ofertado
no CRAS ou em centros de convivência que se encontra as maiores fragilidades, assim
como no de acolhimento. Os usuários podem chegar ao CRAS por demanda espontânea,
busca ativa, encaminhamento da rede socioassistencial ou encaminhamento das demais
políticas públicas. De acordo com a LOAS, artigo 15, que trata das competências dos
municípios, inciso III – executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a
parceria com organizações da sociedade civil; (...); V – prestar os serviços assistenciais de
que trata o art. 23 desta lei; VI – cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, os
programas e os projetos de assistência social em âmbito local; VII – realizar o
monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito (LOAS, 2016,
p. 11).
A partir desses dados compreendemos que há um número reduzido de unidades
de serviços de convivência e de acolhimento, entendendo que a capacidade instalada ainda
está aquém, principalmente na segunda categoria, haja vista que o CRAS pode desenvolver
esse tipo de serviço. Todavia, temos a confirmação de que o espaço de efetivação da
assistência limita-se aos órgãos da estrutura governamental, o que ainda é insuficiente para
que possamos entender como se encontram os trabalhadores nesse cenário.
Assim sendo, conforme quadro abaixo percebe-se que a gestão SUAS
apresenta a seguinte constituição.
II- GESTÃO SUAS – ESTRUTURA SUAS EXCETO CRAS POR MUNICÍPIO – CADSUAS - 2015
CLASSIFICAÇÃO
ESTRUTURA SUAS EXCETO CRAS
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TE
S Até 5.000
MU
NIC
ÍPIO
S 49 22 27 29 01 48 01
5.001 a 10.000 47 19 28 26 02 45 03
10.001 a 15.000 37 20 17 37 05 32 05
15.001 a 20.000 06 05 01 10 00 06 00
.
Outro aspecto a ser considerado é a articulação destes equipamentos é o
registro de trabalhadores da assistência social. No geral temos um total de 1.792
trabalhadores, sendo 289 do sexo masculino e 1.503 do sexo feminino. Existe ainda um
processo de predominância de mulheres.
Para um melhor entendimento sistematizamos o quadro abaixo.
III- GESTÃO SUAS – TRABALHADORES DA ASSISTENCIA SOCIAL – CADSUAS - 2015
CARACTERIZAÇÃO/ habitantes
MUNICÍPIO Nº DE
PROFISSIONAIS
SEXO
MASCULINO FEMININO
Até 5.000 49 521 81 440
5001 a 10.000 47 570 89 481
10.001 A 15.OOO 37 562 92 470
15.001 A 20.000 06 139 27 112
Total 139 1.792 289 1.503
A partir desses dados elaboramos um quadro mais complexo em que
percebemos em alguns municípios apresentam duplicidade de registro de profissionais em
mais de um equipamento, que há profissionais de ensino médio assumindo a coordenação
dos equipamentos ou da secretaria, que há equipamentos de proteção básica e de proteção
especial, que não aparece vinculado a um equipamento em específico ou está cadastrado
em dois equipamentos ao mesmo tempo, com funções diferentes. Tal assertiva remete a
outra discussão que é a ausência de equipes de referências completas, assim como está
servindo para mascarar a ausência de trabalhadores do tipo educador social e de apoio
técnico.
IV- GESTÃO SUAS – TRABALHADORES DA ASSISTENCIA SOCIAL –
CADSUAS - 2015
CARACTERIZAÇÃO/ habitantes N
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PROFISSÃO
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Até 5.000 521 102 59 75 134 33 118
5001 a 10.000 570 124 59 82 128 37 140
10.001 A 15.OOO 562 117 58 83 131 35 138
15.001 A 20.000 139 15 6 7 47 14 50
Total 1.792 358 182 247 440 119 446
Os dados acima descritos possibilitam entender que temos 139 CRAS, porém
temos 358 assistentes sociais, embora este não seja uma divisão equânime entre os
equipamentos, assim como é a mesma lógica para os demais profissionais, ou seja, 182
pedagogos; 247 psicólogos e 440 trabalhadores de ensino superior. Ao compararmos esses
mesmos números com as funções e com a precarização do vinculo empregatício, resultando
na visibilidade da precarização dos vínculos e das condições de trabalho, visto que as
funções não estão de acordo com a NOB-SUAS RH, os contratos são temporários, portanto,
atualmente deve haver em média uma mudança de mais de 70% dos trabalhadores.
As equipes de acordo com a NOB-SUAS RH dependem do nível de proteção
social, do tipo de serviço (básica ou especial, de média ou alta complexidade). No caso
desta particularidade, municípios de pequeno porte I, o CRAS com número de Até 2.500
famílias referenciadas, deverá ter dois técnicos de nível superior, sendo um profissional
assistente social e outro preferencialmente psicólogo. Além de dois técnicos de nível médio.
A Resolução no 17/2011, do Conselho Nacional de Assistência Social, ampliou o elenco das
categorias profissionais que podem compor a equipe de referência dos serviços de proteção
social básica, assim como reconheceu as categorias de profissionais de nível superior para
atender as funções de gestão do SUAS, o que abre possibilidades de adequação no campo
da gestão a outros profissionais, dos quais destacam-se: Gestão do Sistema Municipal de
Assistência Social, Coordenação da Proteção Social Básica, Coordenação da Proteção
Social Especial, Planejamento e Orçamento, Gerenciamento do Fundo Municipal de
Assistência Social, Gerenciamento dos Sistemas de Informação, Monitoramento e Controle
da Execução dos Serviços, Programas, Projetos e Benefícios, Monitoramento e Controle da
Rede Socioassistencial, Gestão do Trabalho, Apoio às Instâncias de deliberação
(FERREIRA, 2011, P. 20).
V- GESTÃO SUAS – TRABALHADORES DA ASSISTENCIA SOCIAL POR
CARGO E VÍNCULO– CADSUAS - 2015
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Até 5.000 49 521 164 64 61 101 24 62 45 91 224 120 36 50
5001 a 10.000 47 570 192 68 53 105 57 59 36 173 259 88 15 35
10.001 A 15.OOO
37 562 194 58 55 128 40 49 38 89 314 88 65 6
15.001 A 20.000
06 139 19 11 8 45 0 27 29 21 67 21 0 30
Total 139 1.792 569 201 177 379 121 197 148 374 864 317 116 121
Sem dúvidas, muitas são as reflexões que podem gerar a partir do sistema de
informação, por isso, compreendemos que este é apenas um viés para a análise a partir de
um sistema que embora de grande relevância, ainda apresenta falhas em virtude dos
equívocos de preenchimento por parte do profissional responsável pela inserção de dados,
sendo esta uma hipótese, visto que pode ser também fruto da ausência de relatórios ou
informações imprecisas, fato este sem comprovação em virtude das limitações do uso da
metodologia adotada.
3 CONCLUSÃO
Em resultado deste estudo, compreendemos o quanto o Sistema de Informação
da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI), é uma ferramenta eficaz,
eficiente e efetiva no qual ela se propõe. Por outro lado, a gestão SUAS, a partir da
realidade dos 139 municípios de pequeno porte I no RN, percebemos a importância da
capacitação do técnico que alimenta o sistema. A unidade responsável pela gestão da
informação, monitoramento e avaliação da secretaria municipal de assistência social, além
de está em consonância com as diretrizes do MDSA, requer atenção e compromisso
profissional e ético de quem insere esses dados.
A pesquisa documental revelou que possuem uma capacidade institucional
fragilizada, tem em sua estrutura o mínimo exigido pelo MDAS para a gestão do SUAS,
entretanto, os trabalhadores tem vínculos precarizados, ocasionando uma constante
rotatividade de profissionais, consequência da ausência de concurso e programas de
permanência dos trabalhadores, reiniciando o processo de proximidade a realidade posta
pelos usuários da assistências social, adequando demandas e ao mesmo tempo, ofertando
serviços sem a devida qualidade, visto que os serviços de convivência e fortalecimento de
vinculo ocorrem em sua maioria nos CRAS, tendo poucas unidades de convivência e de
acolhimento.
A população, portanto, fica sem muitas opções para a garantia desse tipo de
serviço, por outro lado, as equipes não atendem aos preceitos da NOB-SUAS RH, em
relação à questão gestão, limitando-se a garantir o mínimo de profissionais de referência
para os CRAS e CREAS, ficando a gestão sem o devido cuidado, pois a gestão do sistema
municipal de assistência social, as práticas político-administrativas de planejamento e
orçamento, gerenciamento do fundo municipal de assistência social, gerenciamento dos
sistemas de informação, monitoramento e controle da execução dos serviços, programas,
projetos e benefícios, monitoramento e controle da rede socioassistencial, gestão do
trabalho ficam a mercê do gestor local, podendo ou não ser efetivados, salvo o apoio às
instâncias de deliberação, os cargos de coordenação da Proteção Social Básica,
Coordenação da Proteção Social Especial.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei orgânica da Assistência Social (LOAS). 3. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2016.
_______. CapacitaSuas. SUAS: Configurando os Eixos de Mudança / Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Instituto de Estudos Especiais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Brasília: MDS, 2008.
_______. CapacitaSuas. Desafios da Gestão do SUAS nos Municípios e Estados / Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Instituto de Estudos Especiais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 1 ed. Brasília: MDS, 2008, 120 p
_______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Registro de Atendimentos CRAS, CREAS e Centro POP. Brasília. Disponível em:
http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/assistencia-social/vigilancia-social/vigilancia-de-riscos-e-vulnerabilidades/registro-de-atendimentos-cras-e-creas>. Acesso em: 10 jul. 2015.
_______. Portaria Nº- 430, de 3 de Dezembro de 2008. Brasília, 2008.
_______. Portaria CNAS nº 15, de 17 de dezembro de 2010. Brasília, 2010, 11 p.
_______. Resolução CIT n° 20, de 13 de dezembro de 2013. Brasília, 2013, 07 p.
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_______. Resolução CNAS nº 130, de 15 de julho de 2005. , que aprovou a NOBSUAS 2005 foi revogada pela Resolução CNAS nº33/2012 que aprova a NOB/SUAS 2012 em 03 de janeiro de 2013.
_______. Resolução nº 269, de 13 de dezembro de 2006. Brasília, 2006.
FERREIRA, Stela da Silva. NOB-RH Anotada e Comentada. Brasília, DF: MDS, 2011. 144 p.
PIMENTEL, Alessandra. O método da análise documental: seu uso numa pesquisa historiográfica. Cadernos de Pesquisa, n. 114, p. 170-195/ 2001.
SÁ-SILVA, Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristóvão Domingos; GUINDANI, de Joel Felipe. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais. Ano I - Número I - Julho de 2009.
1 Vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Políticas Públicas, linha de pesquisa, área de
concentração do mestrado Serviço Social e Direitos Sociais, Linha de pesquisa do mestrado - Serviço Social, questão social e políticas públicas, da FASSO/UERN.
2 O Censo SUAS de 2011 é composto por oito questionários: Questionário Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS): identificação, estrutura física, caracterização dos serviços ofertados, gestão do território, articulação e recursos humanos; Questionário do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS): identificação, estrutura física, caracterização dos serviços ofertados, gestão, articulação e recursos humanos; Questionário Conselhos Estadual e Municipal de Assistência Social e Conselho de Assistência Social do Distrito federal (CAS/DF): identificação; lei de criação, regimento interno e legislações; orçamento e infraestrutura; secretaria executiva; dinâmica de funcionamento; com posição do conselho e conselheiros; Questionário da Gestão Estadual: identificação; estrutura administrativa; gestão SUAS; regionalização; serviços socioassistenciais; benefícios socioassistenciais; gestão financeira; gestão do trabalho; apoio técnico e financeiro aos municípios; monitoramento, avaliação e vigilância social; apoio ao exercício da participação e do controle social; Questionário da Gestão Municipal: identificação; estrutura administrativa; gestão SUAS; gestão financeira; gestão do trabalho; gestão de serviços, programas e projetos; gestão de benefícios; ações de inclusão produtiva; Questionário da Rede Socioassistencial Privada: identificação, caracterização; funcionamento; caracterização dos serviços/atividades ofertados pela entidade, público alvo/situações atendidas; recursos humanos e financiamento da entidade e parcerias com órgãos públicos; Questionário Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centros POP): identificação; estrutura física, serviços ofertados; gestão; articulação e recursos humanos.
3 Coronel João Pessoa, Ouro Branco, Almino Afonso, Serrinha dos Pintos, Lajes Pintadas, São José
do Seridó, Messias Targino, Rodolfo Fernandes, Senador Georgino Avelino, São Bento do Trairi, Olho-d'Água do Borges, Riacho de Santana, Paraná, São Francisco do Oeste, Frutuoso Gomes, Venha-Ver, Barcelona, Tibau, Lucrécia, Major Sales, Jundiá, Paraú, Pilões, Ruy Barbosa, Caiçara do Rio do Vento, São Fernando, Riacho da Cruz, Severiano Melo, Pedra Grande, Triunfo Potiguar, Água Nova, Rafael Godeiro, Vila Flor, Passagem, Fernando Pedroza, Francisco Dantas, São Bento do
Norte, Lagoa de Velhos, João Dias, Santana do Seridó, Jardim de Angicos, Galinhos, Pedra Preta, Taboleiro Grande, Timbaúba dos Batistas, Bodó, Ipueira, Monte das Gameleiras, Viçosa.
4 Boa Saúde (Januário Cicco), Serra Caiada (Presidente Juscelino), Campo Grande (Augusto
Severo), São Miguel do Gostoso, Pureza, Florânia, Baía Formosa, Jaçanã, Martins, Marcelino Vieira, São Rafael, Lagoa Salgada, Cruzeta, Serra Negra do Norte, Carnaúba dos Dantas, Riachuelo, Portalegre, Lagoa de Pedras, Itajá, Antônio Martins, Doutor Severiano, Pedro Avelino, Jandaíra, Lagoa d'Anta, Porto do Mangue, Caiçara do Norte, Serrinha, São Vicente, São João do Sabugi, São Pedro, Senador Elói de Souza, Equador, José da Penha, Felipe Guerra, Itaú, Serra de São Bento, Tenente Laurentino Cruz, Encanto, Coronel Ezequiel, Várzea, Bento Fernandes, Sítio Novo, Santa Maria, Janduís, Japi, Parazinho, Rafael Fernandes.
5 Guamaré, Pendências, Pedro Velho, Jardim de Piranhas, Upanema, Arês, Alto do Rodrigues,
Alexandria, Tibau do Sul, Ielmo Marinho, Santana do Matos, Governador Dix-Sept Rosado, São José do Campestre, Passa-e-Fica, Patu, Brejinho, Jardim do Seridó, Taipu, Vera Cruz, Maxaranguape, Angicos, Serra do Mel, Montanhas, Acari, Cerro Corá, Lajes, São Tomé, Afonso Bezerra, Campo Redondo, Rio do Fogo, Umarizal, Tenente Ananias, Espírito Santo, Carnaubais, Grossos, Bom Jesus, Luís Gomes,).
6 Jucurutu, São Paulo do Potengi, Tangará, Lagoa Nova, Ipanguaçu e Poço Branco .
7 Rede Socioassistencial: Cras: Centro de Referência de Assistência Social, Creas: Centro de
Referência Especializado de Assis. Social, Creas Regional, Centro POP: Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, Unidade de Acolhimento: Abrigos, Casa-lares, Casas de passagem, entre outros, Centro de Convivência, Centro-Dia e Similares.
8BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais (Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009). Brasília, MDS: 2009
9 O CADSUAS compreende o Cadastro referente a rede socioassistencial (CRAS, CREAS e Unidade
de Acolhimento); Cadastro dos órgãos governamentais e Cadastro de trabalhadores do SUAS – referente aos recursos humanos do SUAS. Instrução Operacional e a Portaria nº 430, de 03 de dezembro de 2008 estão disponíveis no site do MDS: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/redesuas/cadsuas.
10 Gestão municipal (secretaria ou órgão similar) - Órgãos Governamentais: Conselho: Conselho
Municipal, Estadual e DF de Assistência Social e CAS/DF, Fundo: Fundo Municipal, Estadual e DF de Assistência Social, Governo Estadual: Governos Estaduais e DF, Prefeitura: Prefeituras Municipais, Órgão Gestor: Secretaria Municipal, Estadual e DF de Assistência Social, Outras: Cadastro de outros entes como Autarquias, Câmaras e Assembleias.
11 Unidade Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo - Exceto CRAS (USCFV).