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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE TURISMO CURSO DE TURISMO Naiara Bevenuto da Silva GESTÃO AMBIENTAL EM MEIOS DE HOSPEDAGEM DE MÉDIO E GRANDE PORTES: PERCEPÇÃO E PRÁTICAS (NATAL-RN) Natal/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE TURISMO

CURSO DE TURISMO

Naiara Bevenuto da Silva

GESTÃO AMBIENTAL EM MEIOS DE HOSPEDAGEM DE MÉDIO E GRANDE

PORTES: PERCEPÇÃO E PRÁTICAS (NATAL-RN)

Natal/RN

2017

Naiara Bevenuto da Silva

GESTÃO AMBIENTAL EM MEIOS DE HOSPEDAGEM DE MÉDIO E GRANDE

PORTES: PERCEPÇÃO E PRÁTICAS (NATAL-RN)

Monografia apresentada ao Curso de Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Turismo. Orientador (a): Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre, Dr

Natal/RN

2017

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Silva, Naiara Bevenuto da.

Gestão ambiental em meios de hospedagem de médio e grande portes:

percepção e práticas (Natal-RN)/ Naiara Bevenuto da Silva. - Natal, RN, 2017.

50f.

Orientador: Prof. Dr. Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre.

Monografia (Graduação em Turismo) - Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de

Turismo.

1. Gestão Ambiental - Meios de hospedagem – Monografia. 2.

Sustentabilidade - Monografia. 3. Hotelaria – Monografia. I. Alexandre,

Mauro Lemuel de Oliveira. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 338.484

Naiara Bevenuto da Silva

GESTÃO AMBIENTAL EM MEIOS DE HOSPEDAGEM DE MÉDIO E GRANDE

PORTES: PERCEPÇÃO E PRÁTICAS (NATAL-RN)

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de

Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do

título de Bacharel em Turismo.

Natal/RN, __09_ de ____Junho__de ___2017_____.

_____________________________________________________________

Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre- Dr. – (UFRN)

Orientador – Presidente da Banca Examinadora

_____________________________________________________________

Lissa Valéria Fernandes Ferreira - Dr. – (UFRN)

Membro da Banca Examinadora

_____________________________________________________________

Jose Eneas Montenegro Dutra- MSc . – (UFRN)

Membro da Banca Examinadora

Dedico este trabalho a todos os

meus familiares e amigos

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo que ele tem feito em minha vida, por

ele nunca ter me abandonado, por sempre estar ao meu lado me ajudando em tudo

e me dando forças para continuar em meio a tantas dificuldades, vários foram os

obstáculos que apareceram pelo caminho para que eu desistisse, porém a minha

força de vontade foi bem maior que tudo, e chegar até aqui me sinto vitoriosa.

Agradeço a toda a minha família em especial a minha mãe Maria Neuzanira

mulher incrível e guerreira, por te me dado os melhores exemplos e ensinamentos a

qual tenho grande orgulho e admiração que sempre esteve ao meu lado dando o

seu melhor, as minhas irmãs Carla Beatriz, Ionara Bevenuto por toda ajuda com

meu filho nos momentos que precisei para estudar e até mesmo para que eu

conseguisse concluir o curso, meu filho Nicolas Gabriel que chegou inesperado em

nossas vidas e foi mais um incentivo, a minha avó Maria Gumercina por todos os

conselhos. Agradeço a minha madrinha por sempre ter me ajudado com meus

estudos, por todo seu carinho e ao meu padrinho Francisco das Chagas Wanderley

que não está mais entre a gente, mais não poderia deixar de agradecer por tudo que

ele fez por mim, durante todos esses anos, agradeço imensamente a vocês por todo

apoio e por acreditar em mim.

Agradeço a todos os meus Colegas e amigos da UFRN em especial a três,

Elayne Cristina, Déborah Bezerra e Edjane Silva, elas que conheci ao ingressar na

Universidade, sou grata a Deus por ter colocado vocês em minha vida, que tanto me

ajudaram durante a graduação, pela paciência e por sempre está presente em todos

os momentos, fácil não foi, cada uma com sua dificuldade e seus problemas, e o

mais importe é que superamos tudo, uma contando sempre com a ajuda da outra, a

presença de vocês nesses quatro anos de graduação foi muito importante em minha

vida, tenho grande admiração e respeito por todas, por isso não poderia deixar de

dizer obrigada por todos os momentos compartilhados.

Agradeço a todos os professores de Turismo da UFRN, eles que foram parte

fundamental de todo esse processo de aprendizagem, por todo esforço e dedicação

a seus alunos, muitos foram os conhecimentos compartilhados. Agradeço

especialmente ao professor Mauro por toda sua ajuda, orientação, e pela paciência

comigo.

Agradeço a minha querida amiga Jéssyca Rodrigues, pela motivação e

incentivo por sua disponibilidade de me ajudar sempre que precisei, ela que esteve

presente em todo desenvolvimento deste trabalho, me falta palavras para te

agradecer por tudo.

“A mente que se abre a uma nova ideia

jamais voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

RESUMO

O presente estudo busca apresentar as percepções e práticas ambientais que os

gestores de hotéis adotam na cidade de Natal/RN. Conhecida como a cidade do Sol,

a mesma comporta um setor de hospedagem com visibilidade e destaque no

Nordeste brasileiro pela sua dimensão. A metodologia aplicada na realização desta

pesquisa foi o estudo de caráter qualitativo, através da aplicação de entrevistas com

gestores de quatro hotéis da cidade. Quanto aos objetivos à pesquisa será

exploratória-descritiva, observando as diferentes ações empregadas nos

estabelecimentos a partir de uma percepção de gestão ambiental sustentável para

os empreendimentos. A gestão do hotel é responsável pela organização geral do

estabelecimento e por isso a mais indicada para responder de forma mais

abrangente sobre esse determinado assunto dentro da organização: gestão

ambiental. Em busca por formas de minimizar os efeitos danosos causados sobre o

meio ambiental, no turismo, a gestão ambiental também deve ser uma estratégia

competitiva no mercado, tendo em vista uma parcela maior de turistas que optam

por meios de hospedagem voltados para a sustentabilidade. Percebeu-se que as

práticas consideradas sustentáveis nos hotéis em Natal-RN, trazem resultados

positivos na visão dos gestores, entretanto a concepção e os esforços de alguns

hotéis ainda são incipientes, e restam gargalos neste setor complexo e com

possibilidade de maior colaboração na gestão ambiental. Portanto através da

pesquisa que é possível observar as atividades direcionadas para práticas

ambientalmente corretas, e os hotéis que buscam adotar tais medidas tem recebido

retorno financeiro e maior cooperação com o meio ambiente.

Palavras-chave: Gestão Ambiental. Sustentabilidade. Hotelaria.

ABSTRACT

The present study seeks to present the environmental perceptions and practices that

hotel managers adopt in the city of Natal / RN. Known as the city of the Sun, it

includes a lodging sector with visibility and prominence in the Brazilian Northeast due

to its size. The methodology applied in this research was the qualitative study,

through the application of interviews with managers of four hotels in the city. The

objectives of the research will be exploratory-descriptive, observing the different

actions employed in the establishments from a perception of sustainable

environmental management for the enterprises. The management of the hotel is

responsible for the overall organization of the establishment and therefore the most

appropriate to respond more comprehensively on this particular subject within the

organization: environmental management. In search of ways to minimize the harmful

effects caused on the environment, in tourism, environmental management should

also be a competitive strategy in the market, in view of a larger portion of tourists who

opt for means of lodging aimed at sustainability. It was observed that the practices

considered sustainable in the hotels in Natal-RN, bring positive results in the view of

managers, however the design and efforts of some hotels are still incipient, and there

remain bottlenecks in this complex sector and with the possibility of greater

corroboration in environmental management. Therefore, through research it is

possible to observe the activities directed towards environmentally correct practices,

and the hotels that seek to adopt such measures have received financial return and

greater cooperation with the environment.

Keywords: Environmental Management. Sustainability. Hospitality.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 1- A esfera de alcance do conceito de ambiente......................................17

Imagem 2- Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida.........................20

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1.PROBLEMÁTICA ................................................................................................ 12

1.2.JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14

1.3.OBJETIVOS ........................................................................................................ 15

1.3.1.Objetivo geral ................................................................................................... 15

1.3.2.Objetivos específicos ........................................................................................ 15

2.REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 16

2.1.TURISMO E MEIO AMBIENTE ........................................................................... 16

2.2.GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ................................................ 20

2.3.GESTÃO AMBIENTAL NA HOTELARIA ............................................................. 23

3.METODOLOGIA ..................................................................................................... 27

3.1.CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................... 27

3.2.UNIVERSO DA PESQUISA ................................................................................ 27

3.3.INSTRUMENTO DE COLETA E ANÁLISE DADOS ............................................ 28

4 .ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 29

4.1.PERFIL E INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO ......................... 29

4.2.PERCEPÇÃO AMBIENTAL ................................................................................. 30

4.3.AÇÕES E PRÁTICAS AMBIENTAIS NOS HOTEIS ............................................ 37

5.CONCLUSÃO ......................................................................................................... 43

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45

APÊNDICE - ROTEIRO DA ENTREVISTA ............................................................... 48

12

1. INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMÁTICA

.

O turismo é uma importante atividade econômica em âmbito mundial,

caracterizada pelo seu enorme potêncial como fator de desenvolvimento

socioeconomico. O setor turistico é composto por diferentes tipos de empresas que

juntos compõem o produto turistico em uma determinada região.

Dentre os diversos tipos de empresas que integram o setor, podemos

citar a hotelaria como peça fundamental nesse sistema. O setor hoteleiro pode ser

definido como empresas que prestam serviços de hospedagem aos turistas. Esses

meios de hospedagem compõem um dos principais impulsionadores econômicos do

turismo em uma localidade ou região.

Para aumentar a competivividade entre os emprendimentos hoteleiros o

Ministério do Turismo, Inmetro, a Sociedade Brasileira de metrologia-SBM e a

Sociedade Civil, desenvolve Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de

Hospedagem (Sbclass) que atende requisitos baseados em infraestrutura, prestação

de serviços e sustentabilidade, sendo o ultimo novidade nesse modelo o sistema

utiliza a simbologia de estrelas para diferenciar as categorias em todos os tipos de

meios de hospedagem. A classificação é um instrumento de divulgação de

informações objetivas e claras sobre os meios de hospedagem, sendo um

mecanismo importante de comunicação do mercado. O Sistema Brasileiro de

Classificação estabeleceu sete tipos de meios de hospedagem para atender a

diversidade da hotelaria nacional esta dividida em sete categorias (Hotel, Resort,

Hotel Fazenda, Cama e Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/Apart-Hotel (BRASIL,

2011).

De acordo com a pesquisa “Hotelaria em Números- Brasil 2016” realizada

com aproximadamente 500 hotéis, resorts, flats no país, sobre seu desempenho em

2015, com destaque nos parâmetros de distribuição das receitas e despesas da sua

operação. A pesquisa apresentou uma queda no REVPAR (Receita por Quarto

Disponível) uma queda de quase 4% do PIB brasileiro no desempenho dos hotéis,

pela oferta hoteleira houve também um decréscimo na taxa de ocupação, que

acabou caindo 7%, com relação à média do país o REVPAR caiu aproximadamente

15% em 2015 comparado com o ano de 2014. A performance dos hotéis também foi

13

impactada negativamente em 2016, devido o processo político de impeachment da

Presidente Dilma Rousseff (JLL, 2016).

Silva Filho (2008) explica que:

As pressões interna e externa no mundo dos negócios, tem provocado mudanças no contexto competitivo mundial e, devido as suas características, estas mudanças, também tem atingido o setor hoteleiro. Estas mudanças são inevitáveis para um novo mercado que exige compromisso com o meio em que a organização está inserida e que a empresa tenha entre seus objetivos a responsabilidade social, inclusive na questão ambiental.

A sustentabilidade é um tema que atualmente vem sendo discutido,

devido a vários problemas ambientais que afetam a fauna, flora o solo o ar, bem

como as mudanças climáticas, poluição dentre outros. Os meios de hospedagem se

inserem nesse contexto, pois utiliza os recursos naturais causando impactos ao

meio ambiente, seja pelo alto consumo de energia, água, alimentos, produtos de

limpeza, como também o desperdício (GRYCZARK LUBCZYK, 2013). “Hoje,

considera-se gestão ambiental e desenvolvimento sustentável, como sinônimo de

sustentabilidade do negócio” (OLIVEIRA FILHO, 2004, p.3).

Percebe-se a necessidade de um planejamento adequado para o

gerenciamento dessa atividade em todos os processos, de forma que possa diminuir

ou até mesmo evitar os impactos negativos. A gestão ambiental tem como objetivo

desenvolver ações responsáveis, para preservação do meio ambiente. Trata-se de

uma ferramenta de gestão que através de procedimentos, normas e zelo que tem

por capacidade de evitar impactos ou agressões irreversíveis ao meio ambiente,

usufruindo de maneira ambientalmente responsável (OLIVEIRA FILHO, 2004).

Desse modo, busca-se através do presente estudo um levantamento das

principais ações/atividades desenvolvidas nos empreendimentos com relação às

práticas sustentáveis e ambientalmente corretas adotadas pelos gestores hoteleiros,

sendo assim, o trabalho pretende analisar: Quais as percepções e práticas de gestão

ambiental adotadas pelos hoteis de médio e grande portes da cidade do Natal-RN?

14

1.2 JUSTIFICATIVA

A cidade do Natal/RN pode ser considerada uma das principais cidades

turísticas do nordeste brasileiro, dispondo de uma gama de empresas hoteleiras,

concentradas a maior parte no bairro de Ponta Negra e ao longo da Via Costeira,

cuja localização é próximo às praias da cidade. Dessa forma, constitui-se como um

importante local para análise de práticas ambientais dado a importância dos hotéis e

da atividade turística para a região.

A sustentabilidade, juntamente com as práticas de gestão ambiental

necessitam cada vez mais de discursões e estudos que se aprofundem na temática,

percebe-se que são poucos os estudos encontrados na literatura com tal abordagem.

Empresas de diversos segmentos precisam cada vez mais se atentar a

questão de responsabilidade ambiental, buscando um diferencial, frente a um mercado

competitivo, transparecendo preocupação com questões ambientais. “O novo contexto

econômico se caracteriza por uma rígida postura dos clientes voltada à expectativa

de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem institucional no

mercado, e que atuem de forma ecologicamente responsável” (OLIVEIRA FILHO,

2004, P. 1).

Percebe-se que empresas que não se adequem as novas mudanças,

desempenhando seu papel de responsabilidade social, poderão deixar de serem

competitivas, e tenderão a perder clientes.

Assim, vantagem competitiva é principalmente associar a imagem da organização à consciência ecológica. Os produtos ecologicamente corretos agregam em seus preços mais recursos tecnológicos, menos desperdícios e menor poluição. A satisfação dessa postura da empresa agrada ao público externo e também a seus segmentos internos, como colaboradores e acionistas (OLIVEIRA FILHO, 2004, p.2).

A sustentabilidade é importânte para o turismo, já que o mesmo necessita do

meio ambiente para seu desenvolvimento, sendo necessário um planejamento da

atividade para que não haja a degradação ambiental. “O hotel, assim como outras

atividades produtivas e prestadoras de serviço, ocuparão um espaço em um

determinado ambiente, o qual comportará instalações físicas e operacionais que

gerarão resíduos, causando impacto ambiental” (SILVA FILHO, 2008, p.2).

15

Percebe-se que é totalmente necessário saber utilizar os recursos ambientais

de forma responsável, para que assim possa ser utilizado pela sociedade no presente,

porém, sem comprometer a sobrevivencia das gerações futuras (BENI, 2006).

O trabalho ira contribuir para futuras pesquisas na área do turismo, sobre a

temática e irá servir de fonte para trabalhos relacionados à sustentabilidade hoteleira,

bem como contribuir para uma discursão mais profunda sobre as questões de gestão

ambiental na hotelaria.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo do estudo

Analisar quais as percepções e práticas de gestão ambiental adotadas pelos

hoteis de médio e grande portes da cidade do Natal-RN.

1.3.2 Objetivos intermediários

a) Identificar os princípios e estratégias de gestão ambiental nos hotéis;

b) Verificar quais as ações e práticas ambientalmente corretas praticadas pelos

estabelecimentos.

16

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 TURISMO E MEIO AMBIENTE

Para muitas pessoas o turismo significa apenas fazer uma viagem na qual o

indivíduo é intitulado de turista, conhecendo lugares diferentes ou mesmo fazendo

um passeio distante do seu convívio. O turismo é um fenômeno bastante complexo,

e não existe uma definição concreta universal. Contudo, pode ser visto a partir de

diversas óticas como a econômica, social e ambiental.

A importância do meio ambiente natural para o turismo também contribui para a elevação da qualidade de vida das populações residentes, pois mantêm-se limpas as praias e os parques; constroem-se infra-estruturas que são aproveitadas também pela comunidade local; ocorrem a melhoria e a manutenção de paisagens naturais com restrições a construções que as prejudiquem, entre outras vantagens. (DIAS, 2008, p.99)

Segundo Marujo (2008), a percepção do turismo somente com o significado

de lazer deu lugar a uma atividade responsável pela transformação social onde a

mesma se desenvolve, sendo ainda um dos fenômenos mais significativos do ponto

de vista econômico, político, sociocultural e ambiental.

De fato, vários autores admitem a atividade turística como importante nas

áreas que a recebem, todavia defendem que ela tem ocasionado constantemente a

degradação ambiental nesses espaços (BARRETTO, 2005; COSTA, 2001;

RUSCHMANN, 2008).

Não obstante de outras atividades, o turismo acontece no meio e por

causa do meio ambiente. Para a OMT (2001) O turismo é um consumidor especifico

de recursos naturais, pois estes constituem a base para o desenvolvimento da

atividade turística. As paisagens, praias, lagoas, serras, enfim todos os espaços

naturais são grandes atrativos para o turismo. Mesmo o meio ambiente não sendo

restrito a essas áreas, há uma grande concentração e desejo por esses lugares. O

meio ambiente é constituído pelo meio natural, rural, vida selvagem, recursos

naturais e o meio ambiente construído, como ilustra a figura abaixo.

17

Imagem 1 - Turismo Sustentável – A esfera de alcance do conceito de ambiente.

Fonte: John Swarbrooke, p.76

O meio ambiente é tudo que está a nossa volta. O meio ambiente natural é

tudo que engloba a natureza; vida selvagem é constituído de todos os animais e

vegetais; recursos naturais é tudo aquilo que a natureza oferece para a

sobrevivência do ser humano; o meio ambiente construído é aquele transformado

pelo homem e o meio ambiente rural, são áreas utilizadas para criação de peixes,

florestas criadas pelo homem e paisagens agrícolas.

No Brasil, além das belezas naturais, outras razões foram responsáveis pelo

crescimento do turismo:

Vários fatores foram responsáveis pelo incremento do turismo no Brasil nas últimas décadas: aumento da renda da população, crescimento das companhias aéreas, ampliação da infraestrutura viária e dos serviços ligados ao turismo. Com a realização da Rio/92, a PNT (Política Nacional de Turismo) foi obrigada a incorporar as questões ambientais, até então pouco consideradas nos empreendimentos turísticos. (SCHUSSEL 2012 P. 107)

Em outros tempos, a atividade turística limitava-se as camadas sociais mais

altas: tempo de lazer e maiores condições financeiras para realização de viagens.

Atualmente esse cenário antes limitado, está acessível devido às facilidades

oferecidas por agências de viagens, seja através das formas de pagamentos ou das

ofertas turísticas.

18

Nesse sentido, localidades turísticas têm por desafio encontrar formas de

equilíbrio entre os interesses econômicos que são despertados pelo turismo e o

desenvolvimento da atividade para evitar a degradação do meio ambiente. A tarefa é

difícil, pois dependem de critérios e valores subjetivos, princípios ambientais e

turísticos adequados, que no Brasil e em outros países não foram encontrados

(RAMOS, 2004.).

A atividade turística em massa causa danos ao meio ambiente, e as zonas

litorâneas estão sendo afetada cada vez mais, tendo em vista que a procura de

turistas por esses ambientes tem aumentado e com isso cresce a expansão

imobiliária, tendo um crescimento de empreendimentos turísticos na costa, e essas

ocupações de forma desenfreada acabam causando danos ao meio ambiente.

Para Ruschmann (2008, pag. 9)

O turismo contemporâneo é um grande consumidor da natureza e sua evolução, nas últimas décadas, ocorreu como consequência da “busca do verde” e da “fuga” dos tumultos dos grandes conglomerados urbanos pelas pessoas que tentam recuperar o equilíbrio psicofísico em contato com os ambientes naturais durante seu tempo de lazer.

É fundamental que haja o planejamento do turismo para evitar grandes

prejuízos ao meio ambiente, melhor uso de recursos naturais e controle da atividade.

O Planejamento turístico tem por objetivo organizar as ações do homem sobre o

território, e preocupa-se com a construção de equipamentos, para que desta forma

venha evitar efeitos negativos nos recursos, que destroem ou diminuem sua

atratividade (RUSCHMANN, 2008).

Para Ramos (2004, p. 20) “Esse planejamento surge como uma forma de

evitar a degradação do meio ambiente, diminuindo os custos sociais que afetam os

moradores das regiões visitadas e melhorando os benefícios do desenvolvimento

turístico”. O planejamento é uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento

turístico para evitar futuros problemas.

O turismo , quando bem planejado, e com uma gestão responsável, que

promova um monitoramento permanente da atividade, avaliando a

capacidade de suporte dos recursos, é altamente positivo ao meio

19

ambiente, podendo tornar-se cada vez mais a principal atividade econômica

responsável pela preservação dos recursos naturais (DIAS, 2008, p. 102).

A preocupação com o meio ambiente tem sido tema de discursões após

grandes desastres naturais no mundo. Entre as nações, medidas vêm sendo

tomadas a esse respeito, durante os meses de novembro á dezembro no ano de

2015, no qual foi realizado em Paris um acordo sobre o clima: a 21º Conferência das

Partes (COP 21º) da Convenção-Quadro das Nações Unidas (UNFCCC- sigla em

inglês) que se trata de um acordo internacional. No evento, os países se

comprometem a diminuir a emissão de gases do efeito estufa (GEE) no contexto do

desenvolvimento sustentável e a medida foi aprovada por 195 países, tendo por

objetivo fortalecer e reforçar a capacidade que os países têm em lidar com as

ameaças e impactos resultantes das mudanças climáticas, o compromisso foi de

manter o aumento da temperatura média global bem menos de 2ºC acima dos níveis

pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC

acima dos níveis pré-industriais.

De acordo com o documento do acordo as partes deverão:

Tomar medidas para combater as mudanças climáticas, respeitar, promover e considerar suas respectivas obrigações em matéria de direitos humanos, o direito à saúde, os direitos dos povos indígenas, comunidades locais, migrantes, crianças, pessoas com deficiência e pessoas em situação de vulnerabilidade, o direito ao desenvolvimento, bem como a igualdade de gênero, empoderamento das mulheres e a igualdade intergeracional. (NAÇÕES UNIDAS, 2016)

O período de assinaturas do acordo iniciou em abril de 2016 e se estendeu

até abril de 2017. Os governos de cada país se responsabilizaram pela criação de

seus próprios comprometimentos.

Através da iNDC (Contribuição Nacionalmente determinada pretendida) cada

país apresenta suas contribuições. A imagem abaixo demostra o compromisso que o

Brasil tem em reduzir as emissões de gases e efeito estufa.

20

Imagem 2 - Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida

Fonte: Ministério do meio ambiente, 2016.

A iNDC do Brasil tem compromisso em reduzir 37% das emissões de gases

do efeito estufa até 2025 e 43% em até 2030. O país tem outras metas como

exemplo aumentar a participação de fontes alternativas sustentáveis energéticas e a

recuperação de áreas desmatadas e recuperar 12 milhões de hectares de florestas

até 2030. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2016)

Um dos primeiros países a assinar o acordo e confirmar participação foi o

Brasil, aprovado em agosto pelo Senado Federal.

2.2 GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

A gestão ambiental tem se tornado relevante dentro das organizações, e

exigem dos gestores uma nova postura e atitudes com relação as suas atividades e

impactos que são causadas ao meio ambiente. Dessa forma, é necessário buscar

formas alternativas de gerenciamento de suas atividades que possam

reduzir/minimizarem seus efeitos sobre o meio ambiente e possa conservar os

recursos naturais.

21

De um modo geral a gestão ambiental é um sistema empresarial que abrange

a sustentabilidade, que objetiva reduzir os impactos das atividades humanas sobre o

meio ambiente com práticas que causem menos danos aos recursos naturais.

(BARBIERI 2007, p.25) expõe que gestão ambiental é “as diretrizes e as atividades

administrativas e operacionais, tais como, planejamento direção, controle, alocação

de recursos e outras realizadas com objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio

ambiente”.

Na visão de Ruesga (2000) a gestão ambiental traz um conceito global de

estratégias de produção, que na realidade analisa o ambiente de uma organização,

que permitirá verificar e controlar as ameaças relacionadas às questões do meio

ambiente de forma a eliminar desde o processo de produção erros, e que possa

apresentar soluções alternativas para esses problemas. Para Barbiere (2007) a

expressão gestão ambiental pode ser aplicada a uma variedade de iniciativas que

relacionadas a qualquer tipo de problema ambiental, e que a mesma inclui três

dimensões: espacial, temática, e institucional.

A primeira espera-se que as ações de gestão tenha êxito. A segunda

determina as questões ambientais as quais as ações se destinam. A terceira está

relacionada aos agentes que estavam à frente da gestão.

Dias (2011) argumenta que no atual contexto as organizações se inserem

como principal agente de conquista para o desenvolvimento sustentável, levando em

consideração a gestão ambiental como principal instrumento de fomento.

Ainda de acordo com o autor a sustentabilidade está baseada em três

elementos: o social que deve propiciar um ambiente de trabalho que seja bom para

os colaboradores. O ambiental que adote medidas para redução de seus impactos

sobre o meio ambiente. E econômico que seja viável e traga retornos financeiros

para a organização.

A preservação do meio ambiente converteu-se em um dos fatores de maior influência da década de 90, com grande rapidez de penetração de mercado. Assim, as empresas começam a apresentar soluções para alcançar o desenvolvimento sustentável e ao mesmo tempo aumentar a lucratividade de seus negócios (ANDRADE, 2000, p. 7)

É fundamental à harmonia entre os três elementos que garante o equilíbrio

dessas dimensões que podem ser vistas como subsistemas, quando integrados

garantem a sustentabilidade do turismo.

22

As questões de desenvolvimento sustentável deixaram de ser um mero controle da poluição, passando a ser controle ambiental integrando às práticas e os processos produtivos das organizações. [...] as questões relativas à preservação do meio ambiente deixarão de ser uma preocupação meramente global, para evoluir para uma situação empresarial em que as decorrências ambientais e ecológicas [...] que ditaram a própria sobrevivência da organização em seu mercado de atuação (ANDRADE, 2000, p.66).

A gestão ecológica não discute a ideologia do pensamento econômico,

que é uma atividade com grande força nas políticas atuais econômicas, e

consequentemente da destruição do meio ambiente em geral. A gestão ecológica

reconhece que o crescimento econômico ilimitado, pode levar a um desastre dos

recursos naturais. Desta maneira observa-se que é fundamental atrelar o conceito

de crescimento introduzindo-se a sustentabilidade ecológica, como sendo

fundamental de todas as atividades (ANDRADE, 2000).

Portanto a sustentabilidade tem a preocupação de suprir as necessidades

atuais, sem que prejudique as futuras gerações. Na perspectiva ambiental deve-se

adotar estratégias que diminuam os impactos ambientais adotando uma atitude

ambientalmente correta (DIAS, 2011)

De acordo com Almeida (2002) a sustentabilidade busca atitudes de

prevenção para que qualquer empreendimento possa identificar o que há de positivo

em suas ações para maximizar, e de negativo para que venha minimizar seus

efeitos no meio ambiente.

Valle (2002) ressalta que a gestão ambiental são medidas e

procedimentos organizados que tem como intuito reduzir e verificar os impactos que

um empreendimento pode causar sobre o meio ambiente.

A gestão ambiental torna-se um importante instrumento gerencial para capacitação e criação de condições de competitividade para as organizações, qualquer que seja o seu segmento econômico. Dessa maneira, empresas siderúrgicas, montadoras automobilísticas,indústria de papel e celulose, química e petroquímica investem em gestão ambiental e marketing ecológico (OLIVEIRA FILHO, 2004, p.2).

A Gestão ambiental é um instrumento de grande importância, para o

gerenciamento de uma organização dando condições para que a mesma tenha um

diferencial competitivo, e venha se destacar no mercado, onde os clientes estão

cada vez mais atentos a questões de responsabilidade ambiental. Sendo assim, ela

23

introduz práticas modernas de gerenciamento de atuação consciente baseadas em

princípios de Desenvolvimento Sustentável.

2.3 GESTÃO AMBIENTAL NA HOTELARIA

A gestão ambiental entende-se como um processo contínuo participativo, que

visa promover a harmonização das atividades humanas com a qualidade pensando

na preservação do meio ambiente.

A sociedade atual tem-se mostrado preocupada com questões de

degradações ambientais, buscando respeitar a natureza. Diversos segmentos dentre

eles a hotelaria questões ambientais tornou-se um tema de grande relevância. Para

Barbieri (2007) os empresários e administradores devem ter uma nova postura,

considerar a variável ambiental na tomada de decisões, para resolver os problemas

ambientais ou a sua minimização.

O hotel, assim como outras atividades produtivas e prestadoras de serviço, ocuparão um espaço em um determinado ambiente, o qual comportará instalações físicas e operacionais que gerarão resíduos, causando impacto ambiental, degradado de alguma forma este ambiente, e conforme as preocupações durante a concepção do projeto, na construção e operação, estes impactos podem ter diversos graus de agressão, podendo ser: permanentes, frequentes, esporádicos e raros e dependendo do caso pode ser que a remediação ou a recuperação deste ambiente se torne impossível (SILVA FILHO, 2008, p.3 )

Atuar de maneira responsável e equilibrada traz benéficos para o

empreendimento e ao mesmo tempo estará contribuindo com o meio ambiente,

evitando problemas futuros.

Para Andrade et al. (2000) a gestão ambiental é um processo constante

adaptável, que a empresa define e redefine metas e objetivos levando em

consideração á proteção do meio ambiente, saúde e á segurança de seus

empregados, clientes e comunidade.

A indústria do turismo em geral e o setor hoteleiro deve ter sua parcela de

responsabilidade com a preocupação ambiental, fazendo com que a

sustentabilidade seja parte integrante de suas metas, já que necessitam do meio

ambiente para o seu crescimento.

24

Como a questão ambiental está em destaque atualmente, muitas empresas também tem se utilizado do maior interesse dos consumidores por esse assunto, para trabalhar com produtos ambientalmente corretos, fazendo disto um diferencial competitivo para a seu empreendimento e assim se destacando perante o mercado (GRYCZARK LUBCZYK, 2013, p. 49).

Para Silva Filho (2008), é necessário que desde o processo de construção do

hotel, seja implantado o conceito de gestão ambiental, pois o mesmo gera resíduos

dos mais variados tipos, esta consciência deve começar desde o projeto, passando

assim por um Sistema de Gestão Ambiental.

De acordo com Gonçalves (2004, p.18).

Atualmente, devido ao crescente aumento da conscientização ambiental, as empresas vêm despertando para a necessidade de processos sustentáveis, objetivando uma adaptação à nova cultura social baseada na ética ambiental. Uma das ferramentas que tendem a ser eficientes nessa tarefa é a implementação de programas de gestão ambiental.

Segundo os autores Philippi Jr e Ruschamann (2010) a implantação de

sustentabilidade nos meios de hospedagem deve ser buscada por meio das

tecnologias alternativas, que são instrumentos que, pelo seu processo tecnológico,

possuem caraterísticas que mitigam os impactos ambientais.

Para Babieri (2007, p. 114).

A solução dos problemas ambientais, ou sua minimização, exige uma nova atitude dos empresários e administradores, que devem passar a considerar o meio ambiente em suas decisões e adotar concepções administrativas e tecnológicas que contribuam para ampliar a capacidade de suporte do planeta.

Na visão do autor espera-se que a empresa deixe de ser problema e que

possa contribuir com suas ações, que seja parte da solução. De modo a evitar

prejuízos por meio de suas ações no meio ambiente, para ele gestão ambiental

empresarial é a maneira como empresas resolvem seus problemas de modo a

compensar para evitar falhas fruto de suas ações no ambiente.

Para a Organização Mundial do Turismo (2003):

Considera-se como sustentável e seguro o turismo que possui entorno humano e institucional envolvendo aspectos físicos e ambientais

25

capazes de influênciar diretamente as condições de saúde, qualidade de vida e a segurança das pessoas e comunidades.

Segundo Gonçalves (2004), o segmento da hospitalidade é constituido por

inúmeros pequenos operadores que se pensado separadamente não causaria danos

aos recursos naturais, mas quando somados pode-se observar um grande potencial

poluidor causando danos ao meio ambiente.

Aos poucos o segmento hoteleiro passou a ganhar grande visibilidade dentro

do turismo. A empresa hoteleira é considerada como um dos elementos essenciais

da infraestrutura turística constitui um dos suportes básicos para o desenvolvimento

turísticos de um país (CASTELLI, 2003, p.34).

Pode ser entendida como sendo uma organização que mediante pagamento

de diárias, oferece alojamento á clientela indiscriminada, sendo de grande

importância para o setor turístico.

Os planejadores de empresas preocupados com a questão ambiental muitas vezes caem em um verdadeiro impasse quando, ao tentarem adotar um enfoque ecológico, se vêem ás voltas com as exigências conflitantes de interessados que rivalizam entre si, principalmente os acionistas cujas expectativas giram em torno dos balancetes contábeis e das demonstrações financeiras (ANDRADE, 2000, p.12).

Empresas de diversos segmentos têm buscado a redução de custos

operacionais utilizando os sistemas de gestão ambiental, dentre eles podemos citar

as empresas hoteleiras. De acordo com Gonçalves (2004) os sistemas de gestão

ambiental no segmento hoteleiro foram adotados na década de 1980 mundialmente

e só em 2000 foram adotados no Brasil, ainda de acordo com o mesmo, feito uma

pesquisa e foi constatada a existência de quatro principais sistemas ambientais na

hotelaria brasileira: Sistema ambiental ABIH (Associação Brasileira da Indústria

Hoteleira) “Hóspedes da Natureza”, sistema ambiental baseado na metodologia de

Produção Mais Limpa (P+L), sistema ambiental autônomo e sistema ambiental

baseado na norma ISO 14000, todos esses sistemas visam à internacionalização da

variável ambiental.

O Sistema de gestão ABIH “Hóspedes da Natureza” é um programa que tem

como finalidade a divulgação e encentivo a práticas ambientais na hotelaria, que foi

inspirado no projeto desenvolvido pela International Hotel Environment Iniciative-

IHE,I após a criação da Eco-92 na Inglaterra. O sistema de Produção Mais Limpa

tem como foco acabar com a poluição durante todo proceso de produção. Já a ISO

26

(International Organization for Standardization) é uma federação mundial cujo

principal objetivo é de propor normas padrões, criado em Genebra, na Suíça em

1947.

Até o ano de 2002 não existia uma legislação nacional que obrigassem

empreendimentos hoteleiros a implantação de qualquer sistema de gestão

ambiental, no entanto essa postura mudou com o surgimento da classificação do

Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), em parceria com a Associação

Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). Sendo assim essa classificação que

Gonçalves (2004), insere critérios aos estabelecimentos o zelo pelo conceito de

responsabilidade e gestão ambiental para obterem a avaliação de excelência. Nesse

contexto as empresas hoteleiras passam a ter uma preocupação com o

monitoramento contínuo de suas atividades, como gasto de água e energia, da

produção e disposição de resíduos e seus afluentes, dos fornecedores dentre outras

ações.

27

3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

O estudo caracteriza-se como sendo de natureza qualitativa, de acordo com

Rodrigues, (2006, p. 90) o estudo qualitativo é utilizado para “investigar problemas

que os procedimentos estáticos não podem alcançar ou representar, em virtude de

sua complexidade”. Entre esses problemas, podemos destacar aspectos

psicológicos. Sendo assim o pesquisador tenta descrever a complexidade de uma

determinada hipótese, analisar a interação entre as variáveis e ainda interpretar os

dados, fatos e teorias.

A investigação também caracteriza-se como uma pesquisa de campo, já que

foi necessário o deslocamento até os hotéis para obtenção dos dados e análise dos

fatos. Vergara (2007) destaca que a pesquisa de campo condiz com uma

investigação empírica no local onde ocorrem ou ocorreram os fatos.

Quanto aos objetivos à pesquisa será Exploratória - descritiva, de acordo com

Dencker (1998, p.156) os estudos exploratórios “compreendem além do

levantamento das fontes secundárias o estudo de casos selecionados e a

observação informal”.

Já a pesquisa descritiva Rodrigues (2006, p. 90) descreve que é realizada

para descrever fenômenos ou estabelecer relações entre variáveis, nesse caso, o

pesquisador procura observar, registrar, analisar e interpretar os fenômenos por

meio de técnicas padronizadas de coleta de dados como questionário e a

observação sistemática. A pesquisa descritiva se faz necessário para caracterização

da organização.

3.2 UNIVERSO DA PESQUISA

Em relação aos participantes da pesquisa, realizou-se a aplicação de

entrevistas com gestores de 4 hotéis da cidade do Natal/RN. Acreditou-se que os

gestores seriam as pessoas mais indicadas para responder a pesquisa tendo em

vista que foi investigado a gestão ambiental dentro da organização, sendo assim,

28

essas pessoas são as responsáveis pelas decisões gerenciais em relação a toda a

empresa, inclusive no que tange as estratégias.

Já o tipo de amostra utilizada foi do tipo não probabilístico por conveniência,

Segundo Dencker (1998, p.214), a amostra não probabilística é “qualquer tipo de

amostragem em que a possibilidade de escolher determinado elemento do universo

é desconhecida”.

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA E ANÁLISE DADOS

A coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas semi-estruturadas com

os gestores nas próprias organizações. O questionário utilizado foi dividido em três

partes sendo elas: a) Dados do perfil dos hoteis; b) Percepção ambiental;c) Ações e

práticas ambientais dos hoteis.

A análise realizada foi, através de uma análise de conteúdo no qual, as

respostas dos participantes foram agrupadas de acordo com cada pergunta e

posteriormente foi realizada a análise do material de acordo com cada respondente

buscando similaridades nas respostas e aplicando as interpretações do pesquisador.

29

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

De acordo com os dados coletados e o questionário aplicado, a análise

dos dados será dividida em três tópicos principais sendo eles, Perfil e informações

gerais do empreendimento; Percepção ambiental dos gestores e Ações e práticas

ambientais dos hotéis, conforme será demonstrado a seguir. Os quatro hotéis

entrevistados foram tratados pelas siglas E1 (Hotel 1) E2 (Hotel 2) E3 (Hotel 3) e E4

(Hotel 4), de modo a facilitar a análise.

4.1 PERFIL E INFORMAÇÕES DO EMPREENDIMENTO

Nos Quadros abaixo está especificado a classificação dos empreendimentos

hoteleiros, número de leitos, taxa de ocupação anual, número de funcionários, grau

de escolaridade/ou formação e tempo de serviço dos gestores.

Quadro 1: Dados do perfil do empreendimento

HOTEIS E1 E2 E3 E4

Classificação do

empreendimento

3 estrelas 4 estrelas 3 estrelas 5 estrelas

Capacidade/

Quantidade de UHs/

Número de leitos

160

apartamentos

e 120 leitos

30

apartamentos e

41 leitos

34

apartamentos e

60 leitos

315

apartamentos

e

aproximadame

nte 1.000

leitos

Taxa de ocupação

anual

78% 85% 70% 80%

Número de

funcionários

60

funcionários

13 funcionários 15 funcionários Aproximadam

ente 350

funcionários

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Quadro 2: Dados do entrevistado

Dados do entrevistado

30

E1 E2 E3 E4

Grau de

escolaridade/ Área

de formação

Turismo e

Administração,

pós-graduado

em gerência

de negócios.

Graduação em

hotelaria

Contabilista Ensino

fundamental

completo/Técnic

o em

hospedagem.

Tempo de serviço

na empresa

9 anos 8 anos 4 meses 11 anos

Fonte: Dados da pesquisa 2017.

Como pode ser observado nos Quadros 1 e 2, o empreendimento 1 é

classificado na categoria 3 estrelas, possui 160 apartamentos que comportam 120

leitos, tem uma taxa anual de ocupação de 78%, e possui 60 funcionários, o

entrevistado possui formação em turismo e administração, pós-graduado em

gerência de negócios, e tem 9 anos de serviço no empreendimento. O hotel 2 é

classificado na categoria 4 estrelas, possui 30 apartamentos com 41 leitos, a taxa de

ocupação anual é de 85%, possui 13 funcionários, o participante tem graduação em

hotelaria, e tem 8 anos de serviço na empresa. O empreendimento 3 também é

classificado na categoria 3 estrelas, possui 34 quartos e 60 leitos, a taxa anual de

ocupação é de 70%, possui 15 funcionários, a área de formação do entrevistado é

contabilista, e tem 4 meses de serviço no hotel. O empreendimento 4 é classificado

na categoria 5 estrelas, possui 315 unidades habitacionais e aproximadamente

1.000 leitos, a taxa de ocupação anual é de 80%, possui aproximadamente 350

funcionários, o entrevistado tem ensino fundamental completo/ técnico em

hospedagem e possui 11 anos de serviço na empresa.

4.2 PERCEPÇÃO AMBIENTAL

4.2.1 Entendimento dos gestores sobre responsabilidade ambiental

31

De modo a compreender o que os participantes entendem por

responsabilidade ambiental, foi realizado a pergunta aos mesmos de modo que

pudessem expor suas compreensões livres sobre o tema.

Percebeu-se que dois dos entrevistados (E1 e E2) não demonstraram um

bom entendimento sobre o conceito de responsabilidade ambiental, atribuindo o

conceito as práticas que realizam na empresa. Somente o E3 e E4 demonstrou um

conceito mais completo sobre o tema, conforme o exemplo a seguir:

A responsabilidade ambiental é algo muito importante que todas

as pessoas deveriam ter, porque o meio ambiente é algo vivo,

ou seja, e com o avanço da sociedade das tecnologias e

infelizmente as pessoas estão esquecendo um pouco esse lado

de se preocupar com a gestão ambiental, ou seja, deveria ter

vários programas de incentivo pra que isso fosse mais abordado

isso deveria nascer na essência do ser humano (E3).

É utilizar os espaços e os descartes de forma consciente

visando o menor dano possível ao meio ambiente (E4).

Para os gestores dos E1 e E2, a responsabilidade ambiental seria o

cuidado e preocupação com o meio ambiente, algo importante para o

empreendimento que seria direcionado a ações como a separação correta do lixo, o

reaproveitamento da água.

No meu entendimento seria como empresa a gente poder fazer

uma reciclagem, uma coleta seletiva, a gente ter área verde no

hotel, que é até uma das obrigações da legislação, além de nós

termos a possibilidade de reuso da água (E1).

Nossa responsabilidade ambiental é a questão do cuidado, o

reaproveitamento, a reciclagem das coisas, o que é que a gente

faz, a gente reutiliza muito, incentivamos os clientes não

gastarem tanto essa questão do papel, o trabalho do plástico

32

tudo isso que é utilizado, então assim diretamente a gente não

tem direcionamento para o meio ambiente (E2).

4.2.2 Ações das empresas para melhorar a gestão ambiental

Para o E1 as empresas devem estar atentas às questões ambientais, porque

é algo que trará benefícios para as futuras gerações, e que os clientes já

demonstrando essa preocupação ambiental e consequentemente estão buscando

empresas que também tenham essa preocupação com a responsabilidade

ambiental, e que investir nessa parte ambiental demanda um pouco mais de dinheiro

e de tempo.

Hoje as empresas precisam focar nessa questão ambiental,

primeiro que é para o futuro, é algo que nós vamos ter essas

benfeitorias para nós e para as próximas gerações, mas também

acho que hoje o cliente tá buscando mais isso, então assim

entre uma empresa sustentável ambiental e outra não, a pessoa

está mais focada na questão ambiental (E1).

Já o participante do E2 e E4, focou mais em ações de incentivo aos funcionários no

reaproveitamento das coisas, de ouvir deles ideias, incentivando participação de

todos para tomar as decisões que possa trazer benefícios para o empreendimento e

meio ambiente.

Aqui a gente tem a gente sempre está incentivando os

funcionários no reaproveitamento das coisas, na orientação

deles na questão de reaproveitar, melhorar até mesmo na

questão de ter ideias deles, do que eles podem trazer para estar

melhorando (E2).

Reduzir, reutilizar e reciclar, capacitar o colaborador com

conhecimento para gerar uma consciência ambiental (E4).

33

Na fala do participante do E3 “As empresas deveriam ao recrutar um indivíduo para

fazer parte do seu quadro, já abordar também esse tema, ou seja, deveria perguntar

a ele o que ele entende e caso ele fosse leigo colocar isso, ou seja, na sua rotina na

sua missão”, para que a gestão ambiental seja valorizada no ambiente de trabalho.

Ou seja, para esse hotel, as práticas para melhoria ambiental deve ser algo

trabalhado na cultura da empresa já com a criação desses valore nos funcionários.

4.2.3 Conceito de Meio ambiente

Quando feito esta pergunta pode-se perceber que os participantes não

conseguiram responder com firmeza, e apresentaram respostas vagas sobre o tema.

Observou-se que apesar dos participantes possuírem graduação em turismo,

os mesmos não detinham esse conhecimento bem definido, conforme poderá ser

demonstrado a seguir:

Meio ambiente eu acho que são praias, lagos (E1).

Os empreendimentos 2 3 e 4 foram os que mais se aproximaram de uma definição

mais ampla sobre o termo Meio ambiente e explicaram que se refere a tudo o que

nos cerca, ou seja, todo o meio em que podemos habitar e viver.

Meio ambiente é o espaço onde a gente vive, a questão do

nosso dia a dia, vamos dizer o tratar das coisas para estar num

ambiente agradável tudo isso, eu entendo mais isso, é o nosso

espaço onde agente convive o dia a dia, é estar observando o

que está errado (E2).

Meio ambiente é o meio que a gente vive, é nossa rua nossa

casa nosso quintal, ou seja, é o meio que a gente vive, nós

temos que cuidar desse meio (E3).

É um sistema onde cada peça tem sua função e a degradação

destas peças ou espaço onde estão inseridas afeta o meio em

que vivemos (E4).

34

4.2.3 Principais problemas e desafios ambientais atualmente

Com base nas falas dos entrevistados, os principais desafios para questões

ambientais é a dificuldade na construção de empreendimentos ambientalmente

corretos, seguindo todas as normas previstas em lei, e fazendo a análise correta dos

impactos causados pelo empreendimento.

O E1 colocou na fala dele o exemplo que a construção de um hotel, é uma

das maiores dificuldades, pois o empreendimento deve atender todas as normas

ambientais que tenha a gestão ambiental como prioridade, ele utilizou duas

vertentes, a questão de tempo e investimento como pode-se perceber no relato

abaixo:

Acho que uma das dificuldades é a questão, um exemplo do

hotel, é questão de tempo pra poder parar e fazer isso, é

questão de investimento pra poder fazer isso.

Já o E2 percebeu-se obteve uma maior dificuldade em fornecer a resposta mais

completa “A gente não tem muito o que falar não, tem a questão da água que é

tranquilo, o esgoto também, aqui em ponta negra é bem tranquilo” (E2).

Entretanto o participante E3 respondeu que os grandes problemas ambientais estão

nas corporações que não tem preocupação com esse tema, que apenas pensam em

lucro, sem dar uma real atenção a aspectos ambientalmente corretos.

Os grandes problemas ambientais ainda são as corporações,

essas empresas elas não se preocupam com esse tema, ou

seja, elas querem lucro, lucro seja por cima de pau e pedra (E3).

Já o E4 abordou a questão do descarte correto dos dejetos de forma a não

prejudicar o meio ambiente e a fabricação de matérias biodegradáveis.

Resolver a questão do descarte dos dejetos e desenvolver

tecnologia para fabricação de materiais biodegradáveis (E4).

35

4.2.4 Relação do turismo com questões ambientais

Para os participantes, a atividade turística e a questão ambiental estão

interligados. De acordo com os entrevistados, através do turismo se trabalha a parte

ambiental, ao mesmo tempo em que o turismo precisa do meio ambiente para se

desenvolver. Por meio do ambiente de suas belezas naturais que se atrai o turista.

Está tudo ligado ainda mais o Rio Grande do Norte, que as

nossas belezas culturais, não são belezas arquitetônicas, não

são belezas estruturais, construções neoclássicas, o destino

nosso é procurado através de praias, dunas, lagoas, mergulhos,

a recifes corais, hoje a relação turismo eu vou dizer com Natal,

Rio Grande do Norte, tá totalmente ligado, que agente é

conhecido por isso, vou dar um exemplo à Espanha é conhecido

por suas belezas arquitetônicas, então você vai lá para ver um

museu, para poder ver uma estrutura (E1).

Os dois estão interligados, no caso a questão ambiental agente

trabalha com o turismo e o meio ambiente unidos, a gente tem a

questão do parque das dunas um exemplo que tem o turismo

ecológico que a pessoa pode fazer os visitantes que vem a Natal

que fazem a dunas de Genipabu, alguns passeios das praias

que são bem buscados e o trabalho com o turismo ele é

interligado coma a questão ambiental (E2).

Eles estão ligados porque é pelo meio ambiente que atraem

turistas, ou seja, as pessoas visitam os lugares onde são bonitos

aos seus olhos então pra que eu visite alguma coisa algum

lugar, aquele lugar tem que ser atrativo tem que ter uma atração

e a atração mais importe o meio ambiente (E3).

O crescimento rápido e desordenado do turismo interfere de

forma impactante no meio ambiente prova disso são destinos

36

turísticos que já não existem mais devido a degradação do meio

ambiente (E4).

4.2.6 Colaboração da hotelaria com a gestão ambiental

De acordo com os entrevistados a hotelaria tem contribuído através de ações

que visem à conscientização e práticas de ações de conscientização dos hospedes

quanto aos aspectos ambientais, com consumo, por exemplo, de água e energia.

Além disso, para os entrevistados as grandes redes hoteleiras que chegaram à

cidade tem uma política de conscientização mais organizada o que contribui para

essa valorização da gestão ambiental.

Hoje os hotéis, a gente tá com uma cadeia de hotéis chegando

na cidade, então quer dizer tem hotel de padrão internacional,

existe uma exigência que eu não vou dizer assim ou esta

equiparado ou quase equiparada com os que os órgãos

fiscalizadores pede, hoje os hotéis estão ficando mais atentos a

isso, hoje nós temos hotéis que consegue fazer a diminuição do

gasto de água do chuveiro, a gente consegue economizar quase

40 %, não só do chuveiro mais também do vaso sanitário, a

gente consegue comprar um equipamento que além de gerar ar

condicionado para o hotel, então a gente consegue fazer uma

troca de calor e essa troca de calor já é reaproveitada para

esquentar a água que é utilizada no banho coleta seletiva, área

verde (E1).

O que a gente pode fazer a gente faz a questão do

reaproveitamento da questão ambiental, isso ai agente trabalha

o turismo eu acho assim não vou dizer que 100% é feito porque

não é, o que a gente pode fazer orienta aqui os hospedes a não

fumar dentro da parte interna dos apartamentos tem placas de

sinalização, a questão agente sempre está trabalhando a parte

de higienização da área social de tudo na parte do jardim mais o

meio ambiente com o turismo eu acho que deixa um pouco a

37

desejar na minha opinião, eu acho que não tem uma parte

direcionada só para o meio ambiente (E2).

Ao definir normas e formas de uso consciente de produtos e

incentivar o descarte correto do lixo assim como projetos para

descarte inteligente dos dejetos (E4)

4.3 AÇÕES E PRÁTICAS AMBIENTAIS NOS HOTÉIS

4.3.1 principais ações/práticas ambientalmente na empresa

Com relação às ações e práticas ambientais dos hotéis pode-se perceber que

o E1 possui maior atenção a questões ambientais que os demais, podemos destacar

o gerador de energia, tem uma central que gera o ar e a temperatura que é gerada

por este equipamento e reaproveitada para aquecer a água. Possui redutores de

água para chuveiros e vasos, coleta seletiva de lixo, o lixo orgânico é tratado pela

própria empresa, plásticos papelão tem uma empresa responsável, as pilhas,

baterias tem um coletor, eles descartam de forma ambiental, tem o coletor de óleo

na cozinha, e informativos dentro dos quartos.

Com relação a energia o empreendimento ainda não possui energia solar,

mas é um projeto que eles querem, e destaca como problema o custo para não

implantação. Porém, o empreendimento já está fazendo a troca das lâmpadas

florescentes e colocando já as leads.

O E2 informou que não trabalha diretamente com a questão ambiental eles

fazem algum trabalho como a coleta seletiva, e alguns informativos como podemos

ver na fala do respondente, onde o mesmo afirma que:

Diretamente a gente não tem direcionamento para o meio

ambiente, agente reaproveita algumas coisas e utiliza na

questão do reaproveitamento, de alguns itens, diretamente a

gente não trabalha tanto na questão ambiental, o que a gente

faz, agente recicla o lixo, divide o que é vidro agente separa, a

gente faz algum trabalho indiretamente, não direcionado a gente

38

não tem nada direcionado para essa questão ambiental mesmo

não (E2).

Já o E3 também possui coleta seletiva, tratamento do esgoto, usam a energia

solar, tem essa preocupação do descarte correto do lixo da cozinha e informativos.

O E4 trabalha com papéis recicláveis assim, reutilizam para rascunhos,

treinamentos frequentes de conscientização, incentivando-os a reduzirem os

resíduos, diminuir o gasto de água, reduzir o consumo de energia, através de alertas

em murais e adesivos distribuídos no hotel.

4.3.2 Disponibilidade de programas para questões ambientais

Apenas o E1 afirmou ter pelo menos dois programas, o primeiro programa é o

das tolhas onde eles colocam informativos nos quartos pedindo para os clientes

reutilizarem as toalhas, e o outro programa todos os hotéis da rede escolhem um dia

no ano que ficam por uma hora com todas as luzes apagadas.

O E2, afirmou não possuir nenhum programa voltado para essa questão

ambiental, pode-se perceber que a parte de gestão ambiental não está presente na

rotina do empreendimento, a única coisa que é feita é a parte da coleta seletiva e

reciclagem. Já no H3, o gerente não tinha conhecimento, pois fazia apenas quatro

meses que estava empregado no empreendimento.

Pode ser que o hotel ele participe mais eu ainda não tive tempo

de verificar isso a fundo, eu até já verifiquei em pastas ali que

nós temos um plano só que não me aprofundei (E3).

4.3.3 Processo de separação do lixo

Quando feito esta pergunta pouco foi falado, como se pode observar nas falas

abaixo, já que em perguntas anteriores foi obtida essa resposta.

A gente separa o orgânico com o reciclado (E1).

39

A gente não joga no meio ambiente não, a gente pega vende e

reaproveita tem uma empresa que vem e faz a coleta, pilhas

essas coisas assim, a gente tem o maior cuidado para não estar

jogando no meio ambiente, questão de vidro essas coisas

agente coloca tudo dentro de uma caixa adesiva para também

não prejudicar o pessoal que faz a coleta os lixeiros que vem,

vendo a hora se furar, ou coisa desse tipo (E2).

Nós temos uma coleta de separar plástico, papel, separar lixo

da cozinha, ou seja, nosso esgoto é tratado, ou seja, temos esse

cuidado até mesmo por economia nos dispomos aqui de um

poço artesiano (E3).

Em lixo úmido e lixo reciclável, sendo sinalizado através dos

adesivos e das sacolas preta e azul, respectivamente (E4).

4.3.4 Destinação dos resíduos sólidos

Quando questionado sobre as práticas para a destinação de residuos sólidos,

apenas o E1 informou não possuir uma empresa responsável por fazer a coleta do

lixo. Como não possui uma demanda muito intensa, o próprio serviço urbano realizar

o trabalho. Já os E2 e E3 e E4 têm empresas que fazem esse trabalho, o que

demonstra uma preocupação com a destinação adequada para o lixo produzido pelo

estabelecimento. Observar nas falas abaixo:

A gente não joga no meio ambiente, nós vendemos e

reaproveitamos tem uma empresa que vem e faz a coleta (E2).

Sempre tem um pessoal que vem fazer essa coleta nos

separamos esse material em garrafões de plásticos (E3).

Os lixos sólidos são encaminhados para o aterro sanitário,

localizado em Ceará-Mirim (Braseco S/a) (E4)

40

4.3.5 Medidas para a redução do consumo de água

Sobre as medidas para redução do consumo de água, foi observado que

todos os hotéis possuem redutores de água e demostram preocupação na economia

do recurso, a principal medida apresentada pelos três estabelecimentos refere-se a

regulagem dos chuveiros. Observar as falas a seguir:

Colocamos redutores de água, tanto para o vaso como o

chuveiro (E1).

Aqui nossos chuveiros eles têm uma regulagem que a gente

coloca uma peça que diminui a vazão da água (E2).

Nossos chuveiros ele é regulável de maneira que só sai aquele

nível de água, nós temos um sistema que nós mesmos

regulamos então a agua que cai é só aquela (E3).

Sim, trabalhamos com metas semestrais obtendo o controle do

consumo, e buscando melhoria continuamente (E4).

4.3.6 Medidas para redução do consumo de energia

O E1 informou está colocando nos apartamentos lâmpadas leads para reduzir

o consumo de energia, além disso, tem um sistema chamado cinercon que se trata

de um sistema de presença, no momento que a porta é aberta tem sensores nos

quartos que identifica a presença dos hóspedes, então de fato se ele sair à energia é

desligada, o que facilitou, pois antes era um sistema de cartão diferente.

Já E2 não possui nenhuma medida para redução de energia, não possui

nenhum sistema, e não foi falado nem um projeto futuro para tentar diminuir esse

gasto de energia, para o participante não tem como fazer isso no momento.

A energia não tem como, o que a gente faz, se entra dentro do

apartamento o hóspede e deixa o ar ligado, o ar a gente não tem

41

controle, é questão mesmo de bom senso quando a camareira

vem e faz a limpeza aí elas vão desligando (E2).

O E3 possui apenas placas solares em algumas partes do hotel, de acordo com

entrevistado “Nós ainda vamos pensar em outros meios melhores” (E3). Já o E4

busca através de indicadores levantados, calcula uma meta e busca atingi-la.

.

4.3.7 Medidas para minimizar a emissão de gases e odores provenientes de

veículos, instalações e equipamentos

O E1 não possui medidas, o empreendimento é fornecido por gás natural, tem

uma cozinha para serviços pequenos, pois a mesma é abastecida pela matriz, então

é uma cozinha de coibição e não de produção, o empreendimento possui apenas um

veículo que é usado para pegar as coisas do café da manhã.

O E2 possui apenas exautores dentro dos banheiros. E o E3 e E4 não possui

nenhuma medida e informou que no momento usa apenas o convencional.

4.3.8 Medidas para minimizar a emissão de ruídos das instalações, maquinário

e equipamentos das atividades de lazer e entretenimento.

Foi questionado se os hotéis faziam uso de algum tipo de medida para

minimizar a emissão de ruídos nas instalações e maquinários dos equipamentos das

atividades de lazer e entretenimento de modo a não perturbar os demais hospedes e

a comunidade local.

O E1 possui medidas, conforme foi citado, em toda parte interna dos

apartamentos tem acústico nas janelas, para não sair e nem entrar barulho. Na parte

de equipamentos tem isolamento acústico, e todo maquinário possui um

revestimento para que o som não se propague.

No E2 não possui nenhuma medida a esse respeito, foi falado pelo

participante que eles não têm problemas com som, como pode ser observado em

seu relato “Aqui não é tão atingido porque não temos vizinhos, aqui a área de lazer

do restaurante não tem som, não tem banda, não tem barulho ou ruído, aqui é

tranquilo”. O E3 informou fazer uso apenas de acústica para inibir a propagação do

son. Já o E4 informou que os equipamentos não barulhentos e os que possuem

42

mais barulho, são instalados estrategicamente fora do alcance das UH´s e área de

lazer.

4.3.9 Medidas de sensibilização para os hóspedes em relação à

sustentabilidade

Pode-se identificar que todos os hotéis possuem informativos para

sensibilização que fica exposto em diversos ambientes dentro dos hotéis,

principalmente nos quartos dos hóspedes, conforme podemos destacar nas falas

abaixo:

Temos informativo dentro do quarto, que a gente fala sobre

responsabilidade ambiental e também a questão da toalha que a

gente já aproveita o texto (E1).

Tem a sinalização como disse, e a questão de fumar da parte

interna (E2).

Olha... Nós colocamos sempre algumas mensagens nos

apartamentos para que eles possam ter cuidado com toalhas as

roupas de cama de maneira geral desperdício de papel que tem

gente que simplesmente pega um bolo de papel (E3).

Sim, temos em todo hotel sinalização de alerta para

conscientizar o hóspede e motiva-lo junto com a gente a reduzir

o consumo dos recursos ambientais. Preservando o meio

ambiente (E4).

Desse modo, os gestores responderam a todos os questionamentos da pesquisa

abertamente. Percebe-se que pelo tempo e experiência dos mesmos alguns hotéis

tem escassa contribuição para a questão ambiental, como também não

compreendem claramente sobre responsabilidade ambiental, aparentando estar

retardados na literatura turística acerca desta relevante temática.

43

5 CONCLUSÃO

O turismo é um segmento atrativo para área economica, social e cultural.

Sendo a hotelaria um dos produtos indispensáveis para compor qualquer viagem.

Tendo em vista sua importancia, espera-se que as empresas do setor estejam

atentas e colaborem com as questões ambientais do local a qual estão inseridas.

Sabe-se que a questão ambiental é ampla, e deveria estar inserida no

planejamento do empreendimento como um todo, e não como um setor a mais da

empresa. Percebe-se então que o conhecimento acerca desse tema é incipente por

parte de alguns hoteis e não atendem as exigencias do mercado. A falta de

conhecimento do tema tem levado a não aplicação de principios básicos da literatura

na prática.

Divergindo da ideia de Silva Filho (2008) de que é necessário que desde o

processo de construção do hotel, seja implantado o conceito de gestão ambiental,

pois o mesmo gera resíduos dos mais variados tipos, esta consciência deve

começar desde o projeto, passando assim por um Sistema de Gestão Ambiental, é

possível afirmar de acordo com a pesquisa que na realidade tais práticas nem

sempre acontecem.

A respeito de identificar os princípios e estratégias de gestão ambiental nos

hotéis, a tecnologia é a ferramenta mais utilizada para as mudanças sustentáveis,

que é congruente com Philippi Jr e Ruschamann (2010) “A implantação de

sustentabilidade nos meios de hospedagem deve ser buscada por meio das

tecnologias alternativas, que são instrumentos que, pelo seu processo tecnológico,

possuem caraterísticas que mitigam os impactos ambientais”.

É licito afirmar que as ações e práticas ambientalmente corretas praticadas

pelos estabelecimentos refletem primeiramente na área financeira do hotel, trazendo

economia para o empreendimento, por exemplo: economia água e energia. Sendo

as mais comuns encontradas nos estabelecimentos, as coletas seletivas e algumas

ações para conscientizar os hóspedes das ações de sustentabilidade.

Pode-se dizer que o processo de sustentabilidade e praticas

ambientalmente correta, por parte dos gestores é incipiente, sendo necessário se

trilhar um caminho que precisa de esforço dos gestores em inserir novos conceitos,

ideias criativas que possam chamar atenção do entorno, da população, tanto quanto

44

de seus funcionários, a fim de trazer a competitividade e com isso mais ações

sustentáveis em todos os setores da empresa.

A pesquisa contribuiu para sensibilizar os gestores dos hotéis sobre a

realidade que os hotéis da cidade do Natal-RN, necessita para se adequar as ações

de sustentabilidade de forma mais significativa. Através de práticas no âmbito

sustentável, deverá visar à possibilidade de futuramente a cidade ter a categoria de

um destino “sustentável”. Contudo, as mudanças afetarão não apenas o mercado

turístico, mais todo o ambiente e a população. No meio cientifico, o estudo poderá

estimular novos estudos a buscar novos conceitos, criar novas estratégias para

gestão ambiental para empreendimentos turísticos.

Durante a pesquisa, ocorreram algumas limitações como: dificuldade de

locomoção e pouca acessibilidade aos gestores. O fato de buscar pessoalmente os

dados em campo através das entrevistas, sendo necessário aguardar pela

disponibilidade dos gestores ocasionou um relativo atraso na coleta.

Como sugestão para pesquisas futuras, sugere-se ampliar a pesquisa

para outros tipos de empreendimentos turísticos, tais como agencias de viagens,

restaurantes, empresas de transportes, lazer e entretenimento em geral.

O modelo Sol e praia de turismo da cidade do Natal-RN despertam

interesse de turistas em todo lugar, quer do Brasil, ou do mundo. Ver belas

paisagens encantam, mas isso não é suficiente quando se fala de meio ambiente,

são muitos os setores interligados na atividade turística.

Acredita-se através desse estudo que os turistas estão cada vez mais

conscientes de sua obrigação como cidadãos e manter a limpeza e organização do

seu ambiente. O turismo pode, e deve colaborar mais com as questões ambientais,

na própria gestão dos empreendimentos, e é possível encontrar pessoas com o

pensamento desprovido de novos conceitos, que estão deixando para trás tanto

ações básicas (caso de alguns hotéis entrevistados) quanto na parte da gestão.

45

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE - ROTEIRO DA ENTREVISTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE TURISMO

CURSO DE TURISMO

ROTEIRO DE ENTREVISTA Essa pesquisa possui o objetivo de analisar as percepções e práticas de gestão ambiental em empresas hoteleiras de médio e grande portes da cidade do Natal/RN.

PARTE 1 - PERCEPÇÃO AMBIENTAL

1.1 O que o senhor (a) entende por responsabilidade ambiental?

1.2 O que as empresas devem fazer para melhorar a gestão ambiental?

1.3 Em sua opinião, em que consiste meio ambiente?

1.4 Quais os principais problemas e desafios ambientais atualmente?

1.5 Como você da à relação do turismo com a questão ambiental?

1.6 Até que ponto a hotelaria colabora com a gestão ambiental?

PARTE 2- AÇÕES E PRÁTICAS AMBIENTAIS NOS HOTEIS

2.1 Quais as principais ações/práticas ambientalmente na empresa?

49

2.2 O hotel dispões de algum programa voltado para questões ambientais? Em caso

afirmativo, qual o programa e como se desenvolve?

2.3 Como é realizado o processo de separação do lixo?

2.4 Qual destinação dos resíduos sólidos?

2.5 O hotel possui alguma medida para a redução do consumo de água? Se sim

quais?

2.6 Existe alguma medida para redução do consumo de energia? Se sim quais?

2.7 Existem medidas para minimizar a emissão de gases e odores provenientes de

veículos, instalações e equipamentos?

2.8 O hotel dispõe de medidas para minimizar a emissão de ruídos das instalações,

maquinário e equipamentos das atividades de lazer e entretenimento, de modo a

não perturbar o ambiente natural, conforto dos hóspedes e a comunidade local?

2.9 Existem medidas permanentes de sensibilização para os hóspedes em relação à

sustentabilidade?

__________________________________________________________

PARTE 3 - IDENTIFICAÇÃO DO EMPRENDIMENTO / ENTREVISTADO Dados do empreendimento: 3.1 Nome da empresa/ data de fundação/ Nome do proprietário: 3.2 Classificação do empreendimento: 3.3 Capacidade/ Quantidade de UHs/ Número de leitos 3.4 Taxa de ocupação anual: 3.5 Número de funcionários

50

Dados do entrevistado 3.6 Nome do entrevistado/cargo que ocupa: 3.7 Grau de escolaridade/ Área de formação: 3.8 Tempo de serviço na empresa: