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Gerson Machado de Avillez - Universo Diamante - CRÔNICAS ATEMPORAIS (Timelless Chronicles)

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Gerson Machado de Avillez

- Universo Diamante -

CRÔNICAS ATEMPORAIS (Timelless Chronicles)

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CRÔNICAS ATEMPORAIS ®

Gerson Machado de Avillez

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Copyright © Gerson Machado de Avillez 2014

Todos os direitos reservados a Gerson Machado de Avillez

Twitter: www.twitter.com/GersonAvillez

E-mail: [email protected]

Blog: http://filoversismo.blogspot.com

Facebook: www.facebook.com/Filoversismo

Título Original

Crônicas Atemporais

Capa

Gerson Machado de Avillez

Revisão

Gerson Machado de Avillez

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Prefácio Romance do Tempo

Logo após 'Crônicas do Tempo' acabei por perceber que tal

projeto saiu melhor que concebi originalmente, e assim acabei viciado

em minha própria criação e universo o que me levou a esta continuação

direta de 'Crônicas do Tempo', apesar de que após da concepção do

original em seu final surpresa resolvi colocar os contos diretamente

ligados como capítulos episódicos mesmo que concebidos para

funcionar individualmente tanto como no todo em concordância com

sua premissa original. Aqui o livro finalmente ganha status de thriller -

não mero romance mesmo que agregue alguns destes elementos – sob

uma síntese entre os demais gêneros literários. Mesmo que os padrões

limites auto-impostos de informações e argumentos igualmente devem

servir a qualidade, jamais a quantidade, abrangendo mais no universo

proposto em 'Quantum of Time' e retornando a premissa original de

novela episódica como seriados, do qual fora concebido primeiramente

os rascunhos de argumentos de T.E.M.P.U.S.

Entretanto, não se pode pensar numa continuação sem se re-

inventar, tem de trazer algo novo e diferencial que justifique tal e assim

se diferencie de um mero enlatado sem sentimentos, novas concepções

de pensar além do senso comum estipulado mesmo que evite fugir da

premissa original. A sofisticação conceitual é necessária virtualmente,

evoluí-lo, mesmo que não seja contra os fundamentos originais

propostos numa mitologia original se aprofundando não numa

desfiguração conceitual onde se resume numa contradição teórica, aqui

quero buscar parâmetros que expliquem e comprovem determinado

ponto de vista e nisso entra a ciência onde as entidades sombrias

representam o exato oposto, o transtorno do saber e da lei geral do

universo. A autocrítica auto-homenagem mitológico se tornam

importantes neste caso, sobretudo não sobre si mesma, mas

valorizando a humanidade. LOST se aprimorou sobre outras séries

inclusive em suas faltas, e eu procuro fazer o mesmo evitando os

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autoclichês como bordões conceituais, que acreditam se tornar verdade

pela mera repetição. Assim não quis me limitar a contar histórias

anteriores e posteriores numa mera re-visitação, mas sim explicar

algumas ligações contando estes detalhes apenas se necessário.

Busco fugir das conceituais meramente por identificação por

temer a criação de problemas retribuítivos assim criando meus próprios

e originais conceitos mesmo que sem contrariar a verdade-mor do livro

sagrado, assim como inviabilidades em nossa realidade como

personagens que simplesmente voem e tenham superpoderes

miraculosamente inexplicáveis. Vale lembrar que apesar de partir de

conceitos e crenças particulares principalmente propostos em 'ECCE

LIBRO' e ‘Cronologos’, nada mais é do que ficção-cientifica, para

aqueles que sabem isso distinguir. Mas as propostas são de buscar

trazer uma nova visão sobre o Tempo e nosso próprio pensamento. O

que é a realidade e o tempo? Como estes se distinguem dos sonhos?

Qual é nosso propósito neste mundo e de onde viemos? O que é

destino e propósito? Nossa razão e realidade poderia ser mero fruto da

perceptividade limitada assim como nossa própria interação perante o

quantum do tempo? O que é o mal? Justamente são destes temas e

questões que tratam na linha de discussão deste livro dando

continuidade ao anterior, como o mister supra-sumo verdadeiro do sci-

fi, assim como tantos outros filmes que não somente entretém, mas

levam a tais questões tal como fez os não menos sensacionais ‘Efeito

Borboleta’ e ‘Minorty Report’. Mesmo que os conceitos da Narcose

Temporal propostos em ‘Butterfly Effect’ sejam anteriores ao proposto

neste filme, mas nestes casos o feedback inspirativo (não plagiador) foi

interessante.

Sendo mentira ou verdade, as questões e desdobramentos

especulativo e filosófico não são tão absurdos, pois deve-se lembrar

que décadas antes do homem na lua ou dos submarinos Julio Verne já

os escrevia. A ficção-cientifica assim não é a personificação da mentira

ou da verdade, mas dos sonhos e anseios quando não até mesmos ecos

temporais por mentes de criatividade ansiosa.

Este livro não é um debate sobre religião, mas os debates estão

na linha moral de propostas inerentes a paradoxos e os desdobramentos

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filosóficos das possibilidades das viagens do tempo tal como as demais

tecnologias, abrangendo assim o ético e razão. Mas tão pouco é uma

propaganda governamental de qualquer sistema político-econômico,

mesmo que procure constantemente jamais contradizer minha crença

no cristianismo pelo fato de na prática nada ter visto de melhor, mas

falo acima disto de teorias científicas mesmo que poderia explicar

alguns casos tidos como sobrenaturais. Assim entre contornos pessoais

por ser um autor meramente autônomo e teses a conceitual de contar

um ótimo argumento nestas estórias, mesmo que sob condições

pedantes por vezes de terror absoluto. Porém aqui resolvi dedicar-me

mais aos diálogos não tão explorados nos contos anteriores de

‘Crônicas Temporais’, talvez como um reflexo subliminar de minhas

necessidades sociais.

As minhas concepções sobre o universo devem ser

consistemente compreendida nas propostas conceituais de ‘Ecce Libro’

assim como as demais obras de não-ficção, fugindo das contradições

que representam a anomia – em causa ou efeito quando não sua quebra

- e rumando aos paradoxos em explicações imparciais de legislações

universais do que se propõe como Logos funcionando neste mosaico

que deve se encaixar sob todos os sentidos tanto de perto quanto de

longe, por dentro e por fora, fugindo de esteorótipos desequilibrados

ou extremados que levam ao erro conceitual perceptivo, mas para isso

sendo necessário a compreensão de que a busca da onisciência e

onipresença pelo homem se resume o erro por si só, o desvario

impossível de autograndeza de se achar criatura-criadora, mas quando

tal sendo funcional apenas pela onisofia. Desde modo, ao se abordar o

paradigma da mente humana e sua consciência ainda inexplicável

perante a própria ciência a determinar o que liga-se ao suposto espírito

e a relatividade perceptiva proposta nas conceituais de mundos

paralelos, não representando uma contra verdade ou sua ausência, mas

sim parcialidade relativa perceptiva de nossa consciência. Afinal a

concepção tanto do tempo quando da realidade dela dependem de

modo que um mundo paralelo in concrecto se determinaria como uma

contradição aos próprios conceitos do espírito único. Logo, aqui o

tocante discursivo sobre tais nada mais é que resultantes da

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interatividade quântica de nosso saber provocando a sobrecarga de

memórias na referida na hipotética Narcose temporal que curiosamente

liga-se a Flor de mil-petálas que na realidade os homo nulus buscam

desesperadamente atingir, com a resultante de consciência anomia.

Assim os homo nulus são um disparate paralelos aos demônios os

decaídos, anomias que querem alcançar Logos Paradoxia-mor, numa

representação física-espiritual da anomia, pois em suma são a

contradição, por isso são ‘nulo’ pois se auto-anulam conceitualmente,

tal como a nós.

O Tempo pode e é mudado por nós, não é uma via de mão

única, mas fluídico a transcorrer em todas direções, e sua oposição

ainda ao propor mundos paralelos é nada mais que exemplar

contradição, pois o mesmo seria resultante de nosso interação, mesmo

que as realidades diferentes possam ser meramente perceptivas. Aqui o

Tempo como ‘T’ maiúsculo serve para designar o acronológico, ao

passo que ‘Atemporal’ representa assim o Anti do ‘t’ menor, ou seja,

além da cronologia onde estes supostos (semi)deuses e anjos não são

quimeras parciais de credo, mas podendo se explicar junto a tantos

outros fenômenos como a dos OVNIS e onde os males ligam-se a

anomia que é a exemplificação plena do mal e antinatural ou

subnatural. Assim nomes, títulos e situações aqui nada mais servem

para exemplificar a conceitual proposta onde exige-se flexibilidade

mental desprendida de partes e mero “agora”, pois é justamente a

ditadura do pensar o erro-mor da contradição (“minha crença é a

melhor e correta, não se fala mais sobre isso”).

Aqui 'Crônicas Atemporais' trata das fundações da própria

T.E.M.P.U.S. e seu conflito com as misteriosas entidades sombrias

chamada homo nulus e o vilão Designium onde a busca pelos cinco

desaparecidos após um dos primeiros experimentos de Tempo se

tornará vital. Enquanto John Roberts no passado (Oitavo Peregrino)

após evitar uma guerra entre judeus e mulçumanos e salvar a linhagem

Seth foge dos Templários e faz um acordo secreto para guardar os

segredos das viagens temporais, chamada Ordo Christianitas Ad

Ventus que, porém um destes acaba se pervertendo se aliando aos

homo nulus, onde funda a precursora da Bug´s Time do qual Álvaro

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Watchman participa. Separados numa outra linha temporal Octavios

após encontrar um dos cinco desaparecidos do incidente do futuro, que

lucrava no século XX com descobertas temporais (Sem Previsão) e

resolve pedir auxilio do lendário Nikola Tesla para tentar retornar a

T.E.M.P.U.S., onde acaba por rumar de encontro a um acidente

temporal no Triangulo Das Bermudas para consegui-lo, porém retorna

muito mais no tempo indo parar numa antiga civilização das

americanas, onde agora completamente barbudo descobrirá que alguns

segredos rompem não somente o tempo, mas o espaço (Mitos dos

Tempos) onde ele seria uma entidade chamada Kukulkan ligada a

Quetzalcoatl que, no entanto, gera uma religião duvidosa por um

primitivo povo. Ao conseguir retornar a T.E.M.P.U.S. Octavios

começa a apresentar sintomas da Narcose Temporal, mas vai a uma

missão onde armadura de John Roberts junto um artefato criado por ele

e Tesla vai parar nas mãos de uma facção de pesquisadores nazistas

liderada pelo misterioso Designium em meio a Segunda Guerra

Mundial junto a misteriosa pedra espacial sendo necessário eles se aliar

a outros nazistas para impedir tal, e após cair num lapso temporal se vê

preso num loop onde passa acreditar que tudo que viveu fora um

devaneio (Requiem da Humanidade). Após John Roberts acordar

descobre que estava sofrendo dos princípios de uma Narcose Temporal

que perdurou por um tumor anomia, mas fora curado após operado na

T.E.M.P.U.S. Porém ele agora calvo terá de enfrentar como um

temponauta honorário com Dayane e Octavios contra uma aberração

espaço-temporal surgida no futuro que acaba por atingir a terra no

passado e onde encontraram a lenda do desaparecimento de Ronoake

(Anomia) enquanto Kaab e Hanus enfrentam um desvio adaptativo

evolucionário onde criaturas grotescas surgem, plantas carnívoras

gigantes, insetos carnívoros, morcegos diurnos, répteis humanóides e

mamíferos ultra-sexuais infestam o mundo criando amalgamas

humanóides por cruzamentos inter espécie em lugares secretos do

espaço-tempo terreno contando com o apoio de um dos cinco, o

misterioso anti-herói Max Zulu, onde se param com uma estranha

cidade “temporal” que não deveria existir (Uma Cidade Qualquer),

mas que não impedirá uma última investida de Designium e as

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misteriosas entidades no futuro nas próprias fundações da

T.E.M.P.U.S. visando a destruir (Anomia of Solage e Meia-Noite da

humanidade). O objetivo de ataque a T.E.M.P.U.S. é de eliminar as

próprias pendências cronológicas num paradoxo anomia que visem

tornar Desinigmin existente por si só! Porém enquanto John Roberts é

enviado de volta ao passado, estes conseguem eliminar Octavios que,

entretanto ressurge junto a Max Zulu milagrosamente revelando um

segredo restante da pilar de Seth e Zulu revelando o traidor da

T.E.M.P.U.S.

"Quando eu estiver diante de Deus, no fim da vida, espero não

ter mais nenhum pingo de talento, para dizer: ‘Usei tudo o que

me deu’."

Erma Bombeck

Após o argumento original o natural foi se aprimorar e assim

alguns ajustes e mudanças que tornam muito mais interessante o

argumento central. Alguns contos separados novamente foram

associados como fruto da união de projetos anteriores como mil

histórias do fim do mundo e a própria novela T.E.M.P.U.S., reuniu os

argumentos de ‘O Oitavo Peregrino que deveria ser um livro e alguns

contos deslocados de ‘Devaneios Oníricos’, tal como ‘Uma cidade

qualquer foi um conto original do primeiro livro, e alguns outros que

servem para narrar algumas lacunas não preenchidas em ‘Crônicas do

Tempo’, aqui se interligando, porém aqui não se trata de Flashbacks ou

Flashfowards como seriados tipo Lost, pois não segue a cronologia

linear, sendo o presente uma mera questão de pesperctiva, Réquiem da

Humanidade é um exemplo. Assim o livro é ao mesmo tempo um

prequel e sequel, mesmo que me perdoe J.J.Abrams mas o sidefoward

é meu desde o "Crônicas Temporais". O conto introdutório

anteriormente introduzido no livro-crítica ‘Procurando o Novo’ tem

por pretensa exemplificar um mundo do qual as coisas constantemente

se repetem redundantemente onde o personagem-título sendo fictício

demonstra o despertar da sociedade diante da redundância mesmo

diante de aparente novidades e modas, mas que são formas travestidas

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das mesmas velhas coisas anteriores que não levam a lugar algum

apenas direcionando tal personagem a uma completa imersão num

mundo de clichês, tão vivos nos cinemas autorais. É uma ironia sobre

clichês, apesar de ser inicialmente bastante dramático, mesmo tendo

um argumento complexo filosoficamente se declina na realidade

originalmente muito mais ao humor involuntário pelas situações que se

coloca o personagem pelas repetições deliberadamente absurdas como

condutor da narrativa utilizando-se dos principais clichês catalogados

em "Procurando o Novo", demonstrando a importância das obras

anteriores de não-ficção junto a esta tal como o próprio ‘Ecce Libro’.

Desejo que seja uma boa viagem imaginária e reflexiva aos sabores do

intelecto que os levem a pesquisar e compreender os fenômenos que

nos cerca de forma imparcial e correta perante os fatos, que tais que

lêem sejam como mero entretenimento ou linha discursiva, pois o

fundamental é poder justamente estimular o pensamento livre e longe

de formulas pré-estabelecidas sem querer com isso estabelecer-se uma

verdade irrefutável e inquestionável, mas justamente levar a

questionar, a verdadeira luta contra a ditadura do saber, o mister do

conhecimento é não decorar qualquer proposta, mas aprende-la e

investigar a verdade.

"O destino embaralha as cartas, e nós jogamos."

Arthur Schopenhauer

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Índice

Parte I – O Oitavo Peregrino – pág.15

John Roberts no passado após se ver obrigado a se juntar aos

Templários foge com auxílio de Octavios onde acabam por impedir

uma guerra entre judeus e os chamados hashishin graças uma

conspiração interna de alguns dos Templários para eliminar a linhagem

Seth.

Parte II - Sem Previsão – pág.64

Octavios vai parar num ponto onde um desaparecido dum dos

primeiros experimentos da T.E.M.P.U.S. lucra milhares de dólares com

descobertas e histórias roubadas da T.E.M.P.U.S. tornando o mundo

cada vez mais imprevisível caoticamente. Pede auxilio de Nikola Tesla

e um relojoeiro na criação de um equipamento para retornar no tempo,

mas algo parece sair errado.

Parte III – Mitos dos Tempos – pág.96

Após passar a ser venerado como um deus alienígena para um povo

das americanas séculos antes da descoberta ocidental, Octavios agora

barbudo terá de contar com auxilio de um misterioso viajante, uma

espécie de semideus que o salva de dois estranhos humanóides gêmeos

simétricos, porém ele passa a ser venerado como Kukulkan, a serpente

voadora.

Parte IV - Eyes Only – pág.125

Octavios antes da Narcose Temporal é enviado a encontrar um pacto e

homem de família Roberts no passado e é levado a Segunda Guerra

Mundial enquanto alguns continuam onde precisarão do auxilio de

pesquisadores nazistas para fugir graças ao misterioso Designium, um

Seth Pervertido disposto a utilizar de um projeto secreto nazista

chamado Die Glocke para criar anomias para fugir.

Parte V - Requiem da Humanidade – pág.158

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John Roberts acredita que tudo que viveu fora um devaneio ao acordar

como um escritor num mundo do qual seria oriundo extremamente

repetitivo que, no entanto, passam a persegui-lo após descobrir um

outro homem com identidade exatamente igual à dele.

Parte VI - Fantasmas do Tempo – pág.189

2052, depois de um experimento global realizado num dia 29 de

fevereiro, um dos fundadores da T.E.M.P.U.S., Leonel Lennox, num

futuro remoto se vê preso num tipo de wormhole graças a interferência

dos homo nulus. Misteriosamente leva ao desaparecimento instantâneo

da humanidade onde apenas ele se torna o único habitante da terra

tendo de conviver apenas com espectros humanos que ficaram presos a

uma outra realidade. Seria ele quem teria ficado preso na outra

realidade? Seria ele o causador da anomia espaço-temporal?

Parte VII - Anomia – pág.213

Após John Roberts acordar descobre que estava sofrendo dos

princípios de uma Narcose Temporal que perdurou por um tumor

anomia. E terá de enfrentar como um temponauta honorário com a

equipe uma aberração espaço-temporal de surgida bomba quântica no

futuro que atinge a terra no passado ligando a lenda do

desaparecimento de Ronoake e desvios adaptativos onde criaturas

grotescas surgem, infestando o mundo e criando amalgamas

humanóides por cruzamentos inter espécie.

Parte VIII - Uma Cidade Qualquer – Pág.244

A Prisão Perfeita: Um lugar perdido num ponto do espaço-tempo

continum aparentemente guardando pessoas abduzidas de diversos

lugares do tempo, vivem numa penumbra existencial onde parecem

servir um governo contra-natural, mas que na realidade seria a

preparação de um exército para invadir a T.E.M.P.U.S. Dominic

Kaspar, um jovem desiludido pode por fim a isso.

Parte IX – Anomia of Solage – pág.260

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Depois que uma sonda enviada quando a terra acabou misteriosamente

caí na terra séculos antes, a T.E.M.P.U.S. se vê numa intriga espaço-

temporal envolvendo os homo nulus e a Bug´s Time que estariam

tramando uma invasão a T.E.M.P.U.S. que poderia ser

simultaneamente a causa do fim do mundo, eventos que se ligam a

Síndrome Celestial. Eles tentaram num último esforço impedir a

verdade por John Roberts.

Parte X - Meia-Noite da humanidade – Pág.289

Homens recrutados de diversos locais do espaço-tempo simplesmente

aniquilam a ZT do Brasil e torna em ruínas a ZT Londres. Stoneset em

vão é atacado por estranhas entidades que dizem procurar as pedras do

Alasca, enquanto John Roberts ao retornar no passado observa uma

tempestade anomia.

Appendix: Apêndices de Crônicas Atemporais – pág.300

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Parte I

O Oitavo Peregrino Gold Age: Honor and Glory

Houve tempos remotos onde mesmo após séculos e séculos após a

morte e a ressurreição de um homem ao qual se referia todos milagres

perdurou a cortar civilizações e culturas inteiras, onde seu lugar se

tornou sagrado e nestes tempos, em pleno século XII na Jerusalém, seu

nome se tornou alvo de milhares de peregrinos que junto a um povo

não menos forte a disputavam como Meca por seu profeta Maomé.

Eram os tempos dos cruzados onde a terra pobre entre miseráveis e

homens e mulheres fé dividiam e faziam de tudo em busca de milagres,

tempos dominados pela Ordem dos Templários e outras ordens

militares, assim como tantos outros que pouco a pouco se desviavam

de seus ideais. Porém um homem diferente dos demais que caminhava

por estas terras certamente teria respostas.

"A honra não consiste em não cair nunca, mas levantar cada vez

que se cai."

Confúcio

Castelo Peregrino, Reino Latino de Jerusalém, entre a Palestina e Terra

Santa, 1137.

O vento soprava silencioso, mas persistente diante de uma pequena

multidão de gente miserável, no geral camponeses que vagavam com

suas carroças a carregarem palhas e lenha em meio a gritos de crianças

que brincavam, e de animais como de bodes, bovinos, a galinhas. A

Grande maioria era de viajantes e peregrinos que rumaram a Jerusalém

em busca de bênçãos e milagres, mas acabaram por estender-se raízes

por lá nas mediações da cidade Santa de Israel, talvez por viverem não

menos miseravelmente em outros lugares. Porém, aquele lugar

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aparentemente estava monopolizado, não era mais qualquer um que

fazia riquezas, a não ser que conseguisse alguma filiação e

recrutamento aos Templários que cresciam rapidamente em poder e

número.

Aqueles homens e mulheres exibiam eventuais sorrisos com os

dentes apodrecidos e roupas envelhecidas, seus olhos não eram tão

vivos, mas havia esperança para elas ao buscar locais considerados

sagrados mediante o livro sagrado, como se o lugar fizesse milagres,

mas tão raro era qualquer testemunho tal como achar pepitas de ouro

no deserto. Mas, dentre os seus casebres e cabanas pobres se erguia um

imponente castelo onde se havia muitas e muitas riquezas, uma quase

espécie de banco medieval. Em sua entrada, muitos destes camponeses

estavam em fila a entregar ofertas, pesos e pedágios, os poucos bens

materiais que tinham a cavalheiros templários por taxas constantes de

pagamento que os enriqueciam desenfreadamente. Não obstante, eles

mantinham alguns segredos protegidos como modo de resguardar sua

qualidade de vida soberba e luxuriante que muitos destes viviam, desde

uma descoberta realizada há alguns anos eles enriqueceram

profundamente transtornando de forma desfigurada sua missão original

a algo que visava o próprio benefício.

Porém um homem que com olhar entristecido e profundo que

vagava com uma pesada roupa como colete protetor de elos e botas

igualmente pesadas entre coberto por um manto branco com sua cruz

vermelha. Quase como um fantasma, trazia profundas semelhanças

com um jovem de um longínquo futuro, este, porém não se chamava

mais por John Roberts um lendário homem que casualmente acabara

indo parar lá, mas sim Heidrun Adail, o nome que adorara afim de não

transtornar a linha do tempo do qual chegou até mesmo revelar num

momento, mas a alto custo, e temendo repercussões nas linhas futura e

assim sobre ele próprio resolveu negar. Ele surgiu a contemplar do alto

do muro do castelo a pequena multidão de miseráveis a vagar como um

mar de gente completamente passivo de comandos exteriores e a

qualquer fulgor que se figurasse a crescer entre eles, quando em meio a

fila, uma linda jovem estava com o cesto onde se havia algumas

especiarias a ofertar aqueles homens, mas que ao chegar sua vez um

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destes cavalheiros com um largo sorriso apodrecido lançou-lhe olhar

de desejo se levantando e a agarrando junto a mais dois homens e a

levou até um canto.

- Ela é quem ama Heidrun Adail? - disse um deles - pelo jeito

garantimos nossa cota de prazer, Abbas Hartmut.

Abbas Hartmut, colocou a mão no nariz e lançou um riso

abafado de tentação ao contemplar os seios da moça, e estes a levaram

para dentro enquanto ele os seguia dando risinhos de escárnio, mesmo

que a moça pálida por não saber o que fariam com ela apenas obedeceu

por temer pior represarias. Porém, John Roberts que apenas não vivia

numa condição de pior escravidão graças a alguns outros cavalheiros

que mantinham as condições originais propostas pela Santa Sé,

comentou com um destes que desceu e sacando com grande e veloz

destreza a espada sobre o pescoço de um deles disse:

- Não gosto de brincar com a morte, mas tão pouco não

costumo negar que para alguns cuja existência se limita a nos trazer

dor e roubo é inevitável - disse ele agora descendo a espada até suas

calças abertas próximo a sua virilha o fazendo estremecer diante da

jovem que agora se encontrava ajoelhada.

O cavalheiro Abbas Hartmut, um homem branco quase

cinzento como as nuvens que se dispunham pelo céu a se espalharem

como as cinzas dos corpos de muitos mortos nas cruzadas pela força do

vento, um jovem soberbo que meses atrás entregara seu próprio amigo

a morrer numa embosca no fim de uma cruzada, porém, ele então

agora balbuciando palavras quase indecifráveis com claras babas a

escorrer de sua boca disse que apenas a fazia rezar naquele lugar por

não aceitar as condições. Porém, ele se virou a jovem e a perguntou.

- Mesmo que não seja uma de nós, procuramos zelar por nossa

imagem, mesmo que infelizmente alguns destes pareça fazer nosso

esforço vão. - disse ele e então prosseguiu - diga-me minha cara, é

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verdade? Pois alguns vivem de tomar as que de outros amam por serem

incapazes de ter quem os ame.

A Jovem negou tudo o que fora dito por aqueles homens, que

diante do povo revelava quais tipos eram, trazendo horror àquela gente,

mas fora levados a serem punidos. A Santa Sé, já andava observando

eles enviando eventuais bispos e delegados e até alguns ligados a

inquisição sob diversas denúncias que se sucediam mesmo que aos

olhos do agora Heidrun Adail nem todos eram tão néscios de

conhecimento e fieis apenas para com a injustiça e hipocrisia. Subsistia

mesmo que ainda longe de ser justiçado pelo que lhe ocorrera, porém,

acreditava que alguns daqueles homens agiam na boa fé, mesmo que

muitos entregues a conceitos ligados a maneira como fora encontrado

em suas crenças que pouco a pouco se distanciava mais do Vaticano, e

que por mais que ele tentasse explicar o absurdo da situação, parecia

vão.

Para ser sincero, ele ganhava se não comida - de má qualidade

- e dormia num chão duro perto da torre onde sentia o frequente odor

dos porcos abaixo, não tinha nada deles a não ser obrigado a vestir

àquelas roupas quentes e pesadas e fazer eventuais poses ao exterior

por simplesmente ter lhes contado e dito alguns argumentos notórios

para salvar-se sob a promessa de mais posterior, assim foram de grande

valia e que os fortaleceram nas riquezas mesmo que muitos passaram a

chantagear os demais com o conhecimento que o mantinha vivo. Mas

nem mesmo isso o tornava digno de ser minimamente respeitado e de

ser ouvido no mais, e retribuído proporcionalmente, pois eram muito

facilmente ofendidos aqueles homens, e muitos simplesmente o

espreitava constantemente com olhares maliciosos sob muitos

aspectos, especial Abbas Hartmut que constantemente observava o que

fazia e como costumava escrever, andando como sorrateiros por entre

sombras e frestas de portas fechadas, mesmo que nada tivesse a não ser

conhecimentos dos quais muitos, obviamente não contou nem contaria

por temer não somente resultar em sua morte, mas a transtornar o

tempo.

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Seu olhar vazio e quase sem fé, contemplava a multidão apenas

a perguntar se qualquer coisa que lá fizesse de melhor valeria a pena,

pois de seu ponto de vista perceptivo, o futuro, tudo aquilo já havia

ocorrido. Mas haviam estranhos rumores, mesmo que fossem

constantemente deixando de fora, de alguma trama envolvendo um

grupo de mulçumanos num provável ataque em Jerusalém, do qual

tinham por dever de origem guardar os caminhos, mas que perante a

riqueza que obtinham ficava claro que cada vez mais sua própria

existência se torcia numa contradição quanto mais mediante os votos

deles aceitos livremente e objetivamente desde sua criação. O

problema é que, não fora por seu próprio mérito, mas sim em grande

parte de Heidrun Adail. Afim, se houvesse alguém que deveria estar

rico e a usufruir seria ele, não homens que nem mesmo eram capazes

de compreender as questões morais e físicas mediante o tempo

colocadas por ele, se não viver a dizer qualquer coisa que se fosse

genial nunca discordasse deles, a salvo exceções, como Sahar

Aaminah, um cavalheiro magro com barba esbranquiçada, discreto e

elegante que tem a oportunidade de trocar algumas palavras e idéias

dos quais aparentemente alguns dos seus parecia compartilhar com

certa comoção, eram estilosos e de bom viver, mas não por custa dele

meramente estes mantinham sua posição com sagacidade de sabedoria

verdadeiramente nobre como pessoas distintas no portar diário. Por

vezes parecia que ele gostaria de tirar Heidrun Adail para algum lugar

realmente seguro, pois sabia que alguns deles tinham más intenções,

mas infelizmente sua vontade mesmo que como um líder não era

soberana em relação ao líder da Ordem, Robert de Craon. Apesar de

ser filhos de judeus seu nome era mulçumano, pois tais viveram

algumas gerações entre estes, mesmo que procurassem manter os

costumes originais.

E assim fora numa tarde, que este e um outro homem que não

vira se aproximou dele e o chamou. E então Sahar Aaminah se virou a

Heidrun Adail e disse:

- Este homem veio a nós e mesmo que não o conheçamos,

parece que nos conhece como ninguém. Seja lá de onde veio este

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viajante, ele diz lhe conhecer, e realmente nos disse algumas coisas que

não haveria como saber.

Atrás mais cinco dos homens de Sahar Aaminah, do qual

parecia compartilhar anteriormente a mesma posição verdadeiramente

nobre com aquele homem estava a observar o tal homem enquanto

comentavam ao pé do ouvido sobre ele. Mas, sobretudo a aparência do

homem - mesmo que este não o conhecesse antes - era bastante

conhecida de Heidrun, só não se lembrava de quem. Porém,

sabiamente ele preferiu nada dizer sobre tal apenas acenando com a

cabeça a fim de ver o que aquele homem tinha a dizer-lhe e assim foi,

após Sahar Aaminah se retirar mesmo que com obvia desconfiança,

afinal mesmo assim eles gostavam de ter controle sobre tudo, até

mesmo sobre o que não tinham.

- Sei quem você é John Roberts - disse o homem em voz baixa

com o capuz ocultando boa parte de seu rosto e deixando Roberts

simplesmente completamente perplexo. - não precisa mentir para mim.

Porém relutando por acreditar ser algum tipo de feitiçaria ou

adivinhação, Adail, deu um passo atrás e se virou como quem fosse se

retirar apenas dizendo não saber do que ele falava. Mas o homem

colocou sua mão sobre seu ombro de maneira firme a segura-lo e disse:

- Sei que não deveria estar nesta linha temporal e que tem

segredos que não pode revelar aqui, neste tempo. Você não é o único. -

disse o homem num tom baixo, mas firme.

- Não sei quem é você ou como sabe sobre mim e meu

conhecimento, mas porque lhe confiaria minha fé?

O homem então abaixou o capuz e disse - Meu nome é John

Octavios.

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A essa altura, a luz do sol já se esvairia por de trás dos montes

do campo árido onde vivia aquela pobre população de camponeses

apenas iluminando seu rosto algumas luzes de fogueiras e velas que

pouco-a-pouco se acendiam. John Roberts então frangiu a testa a

enrugado numa perplexidade que lhe proporcionou um certo

desconforto até se centrar novamente. E dizer:

- Nunca o conheci pessoalmente. Você era de meu tempo? -

Questionou Roberts a ele.

- Não exatamente, mas não tenho tempo a explicar, estamos

sendo observados, só quero que saiba que estou providenciando um

modo de retira-lo deste lugar, pois sua posição não é exatamente esta

em que se encontra, você não é um agente passivo do tempo. -

Octavios então virou-se para trás desconfiado - Preste atenção, para

todos efeitos, sou um cavalheiro de Portugal, Otávio Ramos da coroa

portuguesa, consegui algum apoio junto a família real de lá, eles são

muito impressionáveis com meu conhecimento. Porém alguma coisa

está ocorrendo aqui, que pode transtornar o tempo, e não creio que seja

você. Mil negativos, mil negativos! - completou ele praticamente

praguejando, seja lá o que ele quis dizer.

Um súbito arrepio sobreveio nos braços Adail, que pela

primeira vez em muitos anos ficou sem palavras de tamanho

surpreendido por aquilo, a última vez fora com uma jovem nos tempos

que trabalhava no Alasca. Mas o homem saiu tão repentinamente

quando surgiu apenas falando algo com Sahar Aaminah. Era noite John

Roberts e não conseguia dormir, apenas ficou a contemplar a fraca luz

da vela que iluminava a palha do chão entre mil pensamentos sobre o

que poderia estar ocorrendo naquele lugar e com ele mesmo.

Quando um som interrompeu seu profundo pensar silencioso

fazendo a porta se abrir e um fedor de suor velho entrou. Era Abbas

Hartmut que com uma vela nas mãos o puxou pelos braços e começou

a escarnecer dele dizendo coisas como, "vamos seu tosco, quem você

acha que é para receber visitas?"

Ao sair no mais claro, notou mais outros homens que com ele

estava que imediatamente começaram dele zombar puxando suas

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roupas quando o chefe da bagunça, Abbas Hartmut, o empurrou numa

cadeira e disse:

- Sente-se na cadeira seu tosco! Vi você comentando com

Sahar Aaminah sobre nós! Você acha que vai ficar assim? Você é

nada!

Mesmo que aquelas ofensas fossem não menos que mentiras

descarada por parte daquele homem repleto de rancor e inveja, John

sentia-se obviamente não somente constrangido mas até mesmo com

sua vida em risco. Porém, novamente um ruído os interrompeu em

meio a noite, e desta vezes não era a turma de Abbas, mas levou este a

se aproximar da sacada próxima a torre onde costumava ficar John ao

fim da tarde para saber de onde vinha o som quando um flecha

irrompeu do lado de fora atravessando seu ombro e o fazendo cair de

cima até um monte de palha. Ao verem isto rapidamente os homens

sacaram as espadas mesmo que em parte andando tortos pelo caminho,

e ao abrirem a portão do Castelo tentaram atingir em vão um vulto que

se lançou até atrás de uma moita com um golpe de espada

completamente torto fazendo quase Abbas cair ao chão com a

manobra, mas, ao se virar ele notou dois de seus homens mortos no

chão e ao olhar para a cadeira onde estava John não mais lá se

encontrava, e assim começou a gritar por socorro dos demais

templários, mas era tarde.

Non inultus premor

Em meio ao mato dos grandes campos do oriente médio, apenas sob a

luz do luar cortado por brilhos cada vez mais distantes de tochas de

alguns soldados Templários que saiam ao encalço de Roberts e aquele

que o libertou, Octavios que corria ferozmente carregando uma besta –

arma aprimorada dos arcos e flechas - entres os diversos motes de mato

junto a dois homens não menos misteriosos. Ainda em meio a corrida

Octavio disse para John ofegante ao encontrar seis cavalos escondidos

atrás de um pequeno monte enquanto preparava para subi-los:

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- Por mais que sejam bons, nunca, jamais dê as costas a um

Templário até que se tenha certeza se é digno de confiança imparcial!

John Roberts subiu o cavalo enquanto escutu dos demais

homens, algumas palavras em francês e com eles foram trotando até se

perderem por completo na escuridão do horizonte quando finalmente

chegaram a um local onde ficava os chamados Franj, ou Cavalheiros

Francos, um pequeno forte que em meio ao escuro Roberts não era

capaz de identificar o local a não ser algumas edificações e armas de

proteção como dois Trebuchet após o muro. Porém somente agora John

Roberts conseguiu contemplar a face dos demais cavalheiros que

acompanhavam. Eles vestiam uma fina cota de malha com capacetes e

escudos que apesar de serem feitos de madeira dois destes (os demais

de metal), eram artesanalmente acabados a demonstrar uma arte onde

utilizando-se de adornos de couro.

Lado dentro após descerem do cavalo, um homem não menos

peculiar com aparência esbelta e nobre surgiu perante eles e cruzou os

braços após algumas intraduzíveis palavras em francês respondida por

Octavios, ou melhor Otávio Ramos. Depois o homem se voltou a

Roberts.

- Adail, espero que tenha ótimas palavras a justificar tal

operação, pois mesmo que estes Templários apresentem riscos, são

infelizmente poderosos demais para nos arriscar um conflito. –

completou o homem numa língua carregada no sotaque francês e

completou – espero que justifique, pois aqueles são, digamos

inflexíveis.

John, sem saber o que dizer olhou para Otávio Ramos, pois

pela apresentação percebeu que alguns segredos relacionados ao tempo

não poderia contar, mas para sua sorte o silêncio que antes deveria ser

preenchido pelas palavras dele, fora completado por Otávios ao dizer

que todos estavam cansados e deveriam esperar o sol raiar para

debaterem sobre o assunto, oportunidade perfeita para poder explicar

tudo que ocorria a John Roberts. E assim eles se retiraram até alguns

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aposentos simples, porém muito mais seguros e limpos que o anterior,

onde ao fechar a porta Octavios disse, ao retirar sua espada das costas a

colocando encostada na parede.

- O Quatum do tempo está oscilando por estes locais! – disse

Octavios – Apesar de ter vindo aqui inicialmente para leva-lo de volta

a sua linha temporal descobri algumas coisas de enorme valor

envolvendo você John e por isso querem te matar, é a anomia que

curiosamente está intervindo por aqui em contra-ponto com uma

linhagem que conseguimos rastrear, como alvo desta anomia, Seth.

- Que tal me contar primeiro quem é você e como aqui veio

parar? – disse Roberts de modo enfático.

- Sou um temponauta, e não poderei ficar muito tempo aqui.

Por isso vou-lhe instruir o mais rápido possível, pois é de suma

importância o que tem ocorrido na adaptabilidade do quantum contigo

nesta linha temporal, que influí diretamente no futuro. Os olhos da

anomia estão sobre nós.

Neste momento Roberts notou uma pulseira discretamente

colocada sob a cota de malha de sua roupa de cavalheiro, quando lhe

mostrou e começou a lhe contar segredos inerentes a própria

T.E.M.P.U.S., de onde vinha e de como ele e seus próprios

descendentes tinham enorme poder ativo não somente na fundação da

T.E.M.P.U.S., mas com eventos futuros e agora passado. John Roberts

sentou-se no chão e prestou atenção cuidadosamente em tudo que ele

dizia por longas horas da noite até o sol quase finalmente completar

mais uma volta sobre nosso mundo e com sua luz a revelar o horizonte

e o que nele se escondia.

- Não ficaremos aqui. – disse Octavios – porém nossos

movimentos são perigosos, pois estamos indo para lados onde estes

não costumam ir, assim todo cuidado é pouco, pois podem tentar nos

acusar. – completou – Mas diga ao Don René de que você é o presente

conterrâneo de Seth, assim como Saladino é para os Nobres de

Ayúbida. Eles são nosso objetivo, alguns destes aliados a alguns

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fedayin e templários aparentemente descobriram o que não deveria,

Seth, e querem elimina-los por completo.

Tudo transcorreu conforme planejado no dialogo com o nobre

René, porém, ainda pairava sob seus olhos firmes alguma dúvida e

ressalvas sobre quem seria este sujeito chamado Heidrun Adail. Assim

com certo voto de desconfiança, René depositou sobre os cavalos de

Roberts e Octavios alguns mantimentos e cota, agradecendo a eles por

informações tão importantes sobre tecnologias mesmo que tenha sido

apenas alguns conceitos irrelevantes perante as oscilações quânticas

estudadas antes por Octavios, e assim rumaram em direção ao

horizonte, por longas horas de cavalgada sob o sol até que pararam

próxima as pequenas ruínas, numa sombra.

- Não gosto de mentir, e não costuma ser um prazer, e já que

creio que isto não seja uma estória de ficção receio que menti – disse

Roberts.

- Meu caro, talvez não seja mentira o que você disse. –

completou Octavios - porém ao seu tempo. Levante-se lhe mostrarei

como empunhar uma espada.

- Já tive a oportunidade de utiliza-la antes, mesmo que aqueles

homens preferissem me deixar desarmado para não poder me defender.

Assim Octavios sacou a espada e numa posição de ataque a

manobrou habilmente até virar seu punho para Roberts oferecendo-a

para ele pegar.

- Sinta o peso. – disse Octavios – ela foi feita sob medida pela

família Real Portuguesa como um presente quase secreto. Ela tem

lamina dobrada personalizada com um oito - de Octavios - incrustado

em sua lamina até uma rosa dos ventos.

John observou atentamente a belíssima espada e após isso

manobrou-a como quem cortasse o vento, e como seus movimentos

apesar de inicialmente serem desajeitados pelo peso que ainda não se

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acostumara rapidamente começou a realizar alguns movimentos que

demonstravam grande perícia onde o vento parecia assoviar com cada

momento como signo de respeito profundo por aquele belo artefato.

- Creio que esteja em ti a função de ser hábil no que faz – disse

Octavios demonstrando surpresa – ao contraio de alguns que ostentam

títulos, mas não habilidades equivalentes. Essa espada é sua, é nossa

John. Mas use-a com destreza também de mente, pois o combate não

reside apenas em empunhar espadas.

Octavios, pegou um pouco de água para limpar seu rosto do

suor e oferecer o mesmo a John que abriu um pouco a cota de malha de

sua roupa a revelar uma tatuagem que dizia: Non inultus premor, o que

fez Octavios lançar um rápido riso mas não de escárnio se não

demonstrando felicidade e disse quase que como para si próprio.

- Como Stoneset disse mudam-se o nome, mas jamais a pessoa.

- Quem é Stoneset? – Perguntou Roberts

- Digamos que seja um descendente futuro seu, que deu

continuidade em seu importante trabalho. Talvez algum dia possa

conhece-lo, foi ele quem me recrutou na T.E.M.P.U.S.

Octavios então após dizer que era hora de voltarem a cavalgar

arrumou seus mantimentos nos cavalos e pegou a besta para substituir

a espada dada a Roberts, mas retirou de dentro duma bolsa um pequeno

livro e jogo-o para Roberts.

- Vai ser muito útil este livro. Transcreva, mas jamais deixem o

roubarem!

John o abriu e sem muito esforço percebeu que obviamente

aquele livro não era daquele tempo, mas sim do futuro trazendo

diversas datas de eventos espaço-temporais como Triangulo das

Bermudas e em outras partes do mundo, assim como descrições das

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formulas mesma que cifradas sob um código-mestre intitulado 541-

751.

Entretanto, no momento em que Octavios montava o cavalo

um homem sai de meio as ruínas a atacar Roberts. De pele escura,

parecia inicialmente um mulçumano pela maneira como se vestia,

porém ao investir contra ele rapidamente notou sob seu rosto uma

enorme cicatriz que vinha de sua testa até a bochecha passando sobre

seu olho esquerdo completamente cego. No entanto, aquilo não

impedia a destreza do homem que investiu com a espada mesmo que

aparentemente cansado até que numa manobra o homem recuou caindo

sobre si mesmo e deixando o pescoço vulnerável, que apesar de John

apontar-lhe apenas ameaçou a se identificar.

- Zulu! Não me mate! Apenas busco impedir o mesmo que

vocês!

- Impedir o que? – perguntou Roberts

- O fim do mundo! Vocês também querem matar Seth! – disse

o homem suado ao chão, mas com voz firme e forte como quem

estivesse decidido no que sabia.

John neste momento virou-se para Octavios, porém antes que

ele pudesse perguntar algo, o homem aproveitou a distração de Roberts

a sair astutamente até sumir nas ruínas. Será que o homem havia

ouvido a conversa deles?

Entre os Anjos e os Demônios

Mesmo mediante estas novas dúvidas que permeavam eles, pois o

próprio Octavios mediante as leituras feitas em sua pulseira quântica

notou uma obvia discrepância a determinar que aquele homem não

pertencia aquela linha temporal, aquele período de tempo onde se

encontravam agora. Mas, prosseguiram até o fim da tarde quando o sol

se impressionou e cansado se escondeu por de trás dos montes no

horizonte permitindo as estrelas iluminarem o céu em seu lugar. E foi

quando estes não mais esperavam encontrar o que desejavam quando

atrás de umas colinas sob o inicio da noite viram um acampamento.

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John Roberts e Octavios saíram de seus cavalos e agachados se

aproximaram da beirada da colina a observar aqueles homens.

Mesmo que resguardado naquela linha temporal Octavios

retirou dentre seus itens um pequeno binóculo de visão noturna o que

definitivamente deixariam aqueles homens completamente pasmos

com tal tecnologia. Logo, Octavios, que havia feito um estudo,

brienfing, de missão antes de rumar a este período logo notou pelo

modo de vestir que eram os Hashishin um grupo xiita de mulçumanos

extremistas conhecidos por saques e ataques violentos em prol de sua

fé e crença. Mas isso ainda não era nada quando ele notou dois

cavalheiros se aproximar do local. Eram Templários, que uma vez

reconhecidos Octavios passou a Roberts os binóculos e este os

reconheceu por Amir Mahafara e Abbas Hartmut, dois supostos

mulçumanos que desejavam o matar quando estava no Castelo

Peregrino antes de ser liberto por Octavios. Mas isso ainda não era

tudo ao constatar duas milícias armadas completamente opostas e

rivais de credo se aproximarem livre e cordialmente, mas recebida por

Ayúbida, considerado o mais alto nível de nobreza entre os cavalheiros

mulçumanos!

- Certamente este encontro não tem bom cheiro. Esse fedayin –

nome dado a quinta em hierarquia dos Hashishin – é na verdade um

Ayúbida. Certamente os Saladinos não gostariam de saber desta vida

dupla deles. - Terminou Octavios

- Assim como nós de estarmos aqui – disse Octavios – mesmo

que aleguemos ser espiões, alguns dentre os Templários agora deve me

considerar igualmente após ter fugido.

- Eu sei meu caro jovem, por isso devemos ser igualmente

astutos. Para fugir do laço, mas graças a Deus temos alguns

brinquedinhos a nosso favor, e eles os denunciam quanticamente. –

Terminou ele olhando para sua pulseira.

- O que fazemos? – perguntou Jonh Roberts

- Vamos nos aproximar, quem sabe podemos ver mais de perto

o que ocorre. – disse Octavios – Seguirei com o apoio deste artefato

que denunciará qualquer mudança temporal com nossa presença.

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Então eles desceram lentamente a colina até correrem

abaixados até atrás de uma pedra onde observaram um soldado que

fazia guarda acabar de se retirar dando as costas e seguiram até outro

lado, onde outra pedra impedia a visão direta deles. Octavios observou

mais uma vez sua pulseira e acenou com a cabeça dizendo que estava

tudo legal e prosseguiram até ter uma visão de uns 35 metros deles.

- Você reconheceu o Ayúbida? – Perguntou John Roberts a

Octavios, mas ele apenas respondeu negando com a cabeça.

Ao focar um pouco mais o pequeno aparelho conseguiu

amplificar o som do que eles conversavam. Porém havia muito ruído o

que deixou preocupado Octavios por achar se tratar de interferência

quântica. Mas tão logo eles notaram que eles pareciam estar utilizando

de alguns artefatos muito antigos para evocar algo. Seria algum tipo de

ritual? Mesmo que como parte dos estudos de brienfing de Octavios,

estudar até mesmo demonologia e angeologia, pois naquele caso muito

isto envolvia, sobretudo pelo fato de que muitos outros registravam

manifestações de uma entidade sombria chamada pela TEMPUS de

homo nulus presentes em muitas tragédias como em períodos antes de

terremotos e outros, como responsáveis por ‘más novas’.

E ali pelo jeito não se fez diferente, quando ao notar que alguns

atos condiziam com o comutar de status potencializador deles por

oferendas violentas e uma estranha soma de adivinhação neste caso

não como as comuns dos típicos videntes, mas com claro intuito de

transtornar a linha do tempo favorecendo sua aparição / evocação desta

entidade que recebia o nome de nulus por isso, procurava curiosamente

estar a anular não somente a realidade a transtornando, mas a própria

verdade. E não demorou muito para que verdadeiras anomalias

quânticas começassem a surgir em seu pequeno visor da pulseira

obrigando eles se retirarem do lugar quando os soldados rapidamente

sentiram-se alvoroçados o que poderia denunciar a presença deles.

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- Mesmo que a aparência destes homo nulus sejam as mais

variadas muitas vezes sua forma real é descrita como a similaridade

das sombras, eles podem passar algumas informações eventuais sobre

o futuro estritamente para transtorna-las, a enganar muitos por toda

nossa história. – disse Octavios após subir novamente a colina onde

estavam os cavalos ao aguarda-los – não são humanos como nós, nem

mesmo o foram.

- Seriam eles o mesmo que demônios ou anjos caídos –

perguntou John Roberts.

- Não poderia afirmar nem negar em absoluto, mas pelo menos

podem enganar como um ou outro. – disse Octavios em resposta a John

Roberts – porém, devemos nos focar agora nos desdobramentos que

estes seres provocam sobre este lugar, precisamos procurar aquele seu

contato dos Templários para revelar o que está ocorrendo.

Assim os dois partiram de lá até algum local distante e

escondido o suficiente para que estivessem razoavelmente seguros para

passar a noite, sem qualquer aparição surpresa dos Hashishin.

No dia seguinte o sol surgiu sobre eles e não sabendo ser efeito

do calor ou de algo que sonhos Octavios revelou sentir uma estranha

tontura ao acordar e um estado de confusão de memórias que diz não

ter sentido antes, mas eles estavam aparentemente preparados para

aquele sol a não dar qualquer trégua mediante constantes torções do

chão pelo calor intenso que se intensificava a cada hora os deixando

completamente fracos de tanto calor perante o corpo que estagnado

pelo suor parecia estar prestes a sucumbir. Porém não demorou muito a

encontrarem um pequeno mote de arvores que crescia e parecia

denunciar uma pequena lagoa, ou algo assim.

No dia seguinte o sol surgiu sobre eles aparentemente

preparado a não dar qualquer trégua mediante constantes torções

ópticas do chão pelo calor intenso que se intensificava a cada hora os

deixando completamente fracos de tanto calor perante o corpo que

estagnado pelo suor parecia estar prestes a sucumbir. Porém não

demorou muito a encontrarem um pequeno mote de arvores que crescia

e parecia denunciar uma pequena lagoa, ou algo assim.

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Ao chegarem lá, Octavios tirou o elmo, e capacete, um

pequeno turbante e mergulharam numa pequena poça de água que

parecia ser limpa o suficiente para poderem ao menos se lavar, e dar

sentido pleno e total a palavra Oásis, como uma biota de paraíso em

meio do nada.

Após isto Octavios sentou-se e comeu um pouco dos

mantimentos dividindo-o com John Roberts sob a sombra de um

coqueiro. Octavios aproveitou a oportunidade para poder ver os

diálogos da noite anterior com mais calma e consegue traduzir alguns

trechos onde falavam de que a linhagem Seth estava próxima como

alvo deles, a ser eliminada.

John Octavios compartilhou as informações com Roberts e

mesmo que não tivesse ainda informações completas sobre o caso

sabiam que deveriam impedir tal, pois era o motivo da discrepância

quântica seja provocada por Roberts ao chegar lá ou não. Mas tinham

de pedir auxílio cooperativo entre algumas pessoas do qual Roberts se

tornara chave por estar pouco a pouco fazendo parte daquele período

mediante suas leituras. Por fim, Octavios resolveu arriscar aproximar-

se de Sahar Aaminah a fim de relatar os ocorridos e contar para ele

sobre quem ele acreditava ser Adail, mas apenas no momento poderia

saber de acordo como o tempo se transtornava quanticamente.

Ao chegarem novamente a terra Santa, John Roberts tratou de

cobrir o rosto com o turbante como se fosse um mulçumano

acompanhado por Octavios que apesar de não carregar qualquer

insígnia passou a ser chamado de Cavalheiro Misterioso do Norte. Mas

logo que entraram a cidade e passaram entre a multidão dentre os quais

muitos com cabeça raspada por infestações de piolhos, sentiram-se

hostilizados por rumores constantes sobre os mulçumanos de que

queriam invadir o local. Mas temendo ser reconhecido não retirou até

que entrasse numa das cavernas do local enquanto ficaria a aguardar

Octavios retornar do Castelo Peregrino. Porém para sua curiosidade,

encontrou lá dentro meio que por acaso dois vasos onde contiam

pergaminhos, resolveu vê-los discretamente, mas por não compreender

a língua e temer que poderiam ainda ser descobertos no futuro o largou

em seu devido local.

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Enquanto Octavios se aproximava do castelo Peregrino, viu

alguns soldados se agitarem do qual imediatamente Abbas saí e vai até

Sahar Aaminah dizer que o cavalheiro misterioso estava retornando até

eles. Então da porta Octavios parou dizendo e chamou.

- Sou Otávio Ramos aliado da Coroa Portuguesa. Desejo

dirigir a palavra a Sahar Aaminah. Receio ser de interesse dele.

Um dos soldados demonstrando profundo desdém e ao dar as

costas para chamar o homem cuspiu ao chão como clara ofensa, porém

antes mesmo que ele chega-se até Sahar Aaminah, Abbas já estava lá

reclamando com Sahar Aaminah e falando palavras de que tal

cavalheiro deveria ser mal. Obviamente que Sahar Aaminah não

negaria ou afirmaria, pois sendo um homem de parecer neutro e

imparcial buscava tentar dar exemplo de mediante o povo que vivia

entre o medo traumático dos Templários e o fugir especialmente após

os rumores que se espalhavam entre o povo sobre os mulçumanos.

Sahar Aaminah surge elegante como sempre, mas com um

olhar vazio e frio de quem apenas estivesse cumprindo uma norma de

etiqueta.

- Perdoe-me, incomodar o senhor cujos exemplos de

cavalheirismo ecoam por entre o povo, como esperança de confiar

perante seus cavalheiros, mesmo constantes e infelizes casos de

violência e injustiça a vocês atribuídos. – disse Octavios o

reverenciando – mas receio que em minhas viagens tenha notícias que

não tornem mais este lugar seguro ao senhor quando ao povo.

- O que seria honrado e educado cavalheiro misterioso? – disse

ele retribuindo o respeito, mesmo que a retribuição fosse do próprio

Octavios.

Octavios naquele momento temia por sua vida, pois ao contar

tal, não poderia mostrar fotos que comprovassem o que iria dizer ao

homem, de modo que seria apenas sua palavra o que na boca de Abbas

– que rondava o local por frestas a observar nervosamente - poderia

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soar duvidosos, afinal apesar de passar a ser conhecido por dar

informações circunstanciais sobre diversas coisas naqueles tempos o

que lhe rendeu justamente diversos títulos em pouquíssimo tempo,

ainda assim era um estranho e entre confiar nele ou num dos seus não

seria surpresa se ele confiasse no Abbas e sua língua pronta a inventar

males inclusive contra John Roberts que vivia quase como escravo a

ser abatido naquele local.

- O certo se faz duvidoso na boca daqueles que não distinguem

lendas de fatos meu senhor, e por isso o povo teme, por não saber o

que podem se tornar, mas receio que o que tenha a lhe contar exija um

pouco de restrição pessoal. Fiquei eu sabendo sobre que Heidrun Adail

fugiu, tenho informações sobre seu fugir, porém, também de algumas

que este revelara sobre o que ocorre aqui. – disse Otávios – porém

necessito que confie em mim mesmo em tempos onde os homens se

tornem mais cruéis que animais.

Mesmo apresentando ressalvas de dúvidas, por acreditar que

fora ele obviamente o responsável, este chamou um dos seus, e após

dirigir-lhe a palavra apontando em direção Otávio e então pegou sua

espada e montou sobre seu cavalo e veio galopante até onde estava

Otávios e parando a sua volta disse:

- Se até o por do sol não ressurgir, saberemos a quem culpar.

- Quanto a isso não tenho o que me preocupar senhor, pois

certamente se o fizerem mal, a mim também fará.

Assim seguiram e após galoparem por entre o povo por alguns

minutos chegaram até um lugar próximo aos montes onde Jesus Cristo

fizeram milagres em suas inúmeras passagens em seu ministério onde

pessoas aparentemente se desligavam da miséria a orarem nos locais

desejando milagres e bênçãos, em grande parte os fazendo crer ser uma

ilusão, o que aumentava a instabilidade naqueles tempos.

Lá eles saem dos cavalos os deixando sob a sombra presos

próximos a um tanque de água e sobem uma pequena murada onde

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leva a uma colina, onde por fim encontrasse a entrada desta caverna

escondida. Lá dentro uma luz de velas lança sombras distorcidas contra

as paredes de pedra como se temessem ao próprio homem que lá

estava. John Roberts havia padecido tantas coisas que sinceramente

mesmo Sahar Aaminah não confiaria sob tais circunstâncias.

Mas Sahar Aaminah demonstrou grande surpresa e afeição ao

encontra-lo mesmo que se reluta-se a expor tal. Assim cruzou os

braços em sua pompa tentando se manter frio e imóvel como se fosse

uma pedra e sem nada dizer assim permaneceu até que Octavios

interrompe-se o silêncio quase junto a Heidrun Adail.

- Encontramos Heidrun Adail, a nos pedir auxílio – disse

Otávio mesmo que fosse uma mentira falando diretamente, pois fora

ele quem o tirou de lá sem que Roberts pedisse socorro, mesmo que

seus olhos isso conclamasse todos os dias – e tão logo não demorou a

descobrirmos que as coisas que ele disse são verdades irrecusáveis, e

longe daqui descobrimos algumas associações suspeitas sobre sua

gente. Por acaso alguém de vocês tem associações com mulçumanos

xiitas como os Hashishin?

- Porque levanta tais suspeitas? Meus homens jamais me

trairiam! – disse Sahar Aaminah com firmeza – pois se o fazem que

digam seus nomes e me tragam provas!

- Amir Mahafara e Abbas Hartmut, talvez não sejam

exatamente que o senhor pensa ser, mas como nestes tempos da

palavra dos homens e a própria verdade se faz duvidosa – disse

Otácvios – talvez tenha sido uma miragem o que vimos sob o horizonte

ao inicio da noite. Não obstante, muitos já sabem de mim e deste

jovem do qual colhemos estima de realezas e gente nobre, tal como

nosso parecer já é conhecido aos olhos do povo, de modo que se nos

punir por apenas relatar o que põe em risco este povo e vocês e da

condição que Abil se encontrava, não seria um exemplo a honrar os

nomes que aqui já viveram, a não ser que prefiram optar a serem

conhecidos como meros carrascos.

- Por acaso dúvida de nossa ciência e sabedoria? – disse Sahar

Aaminah – por acaso eu sou homem vão de puni-los por mero parecer

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e em parcialidade? Não obstante não posso eu acreditar num fugitivo e

num forasteiro por meras palavras!

- Não questiono de modo algum sua posição ou nobreza

espiritual, pelo contrário, sua cordialidade e humanidade perante nós e

em me receber – disse Otávios que parou por um momento e após

observar discretamente seu leitor quânticos cerrou a vista e prosseguir

após olhar para Roberts – talvez tenha provas, porém, o senhor deve se

surpreender com que temos.

- Quanto a isso não tema homem! – disse Sahar Aaminah em

tom de soberba repentinamente alterado – Já perdi tempo meu vindo

aqui, posso me acometer de mais uma loucura!

Porém neste momento John retirou a malha que havia sobre o

aparelho que tinha em seu pulso exibindo luzes e um pequeno visor,

fazendo ele quase ir para trás em dúvida. Numa clara confusão mesmo

que rapidamente tenha buscado sua posição anterior como quem nada

o surpreendesse.

- Se que pode parecer absurdo ou loucura, mas como o senhor

se questionava de onde surgi estivera o tempo todo correto, tanto eu

quanto Otávios que aqui se encontra não somos originais deste lugar. –

disse Roberts – Somos peregrinos do tempo.

Nisso Otávio lhe mostrou o visor de seu aparelho. Porém

claramente sentindo-se vulnerável ele se recusou a ver mais e disse.

- Não sei que tipo de feitiçaria vocês tem aqui, mas se não são

deste lugar então devem ser sacrificados! – disse Sahar Aaminah

completamente perdido e desorientado falando palavras quase

trocadas.

- O Senhor não é capaz de compreender. – disse Otávios – o

problema é justamente nos querer matar, alguns eventos tem os levado

ao engano, vocês estão sendo ludibriados e o senhor será traído neste

rumo que toma. O mero fato de estarmos lhe dirigindo a palavra pode

transtornar algo poderoso no tempo chamado quantum.

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Porém neste exato momento eles foram interrompidos por

barulhos de passos que entravam a caverna exibindo sombras

tenebrosas e cumpridas que se estendiam nervosamente sobre eles os

fazendo sacar suas espadas, e Otávios sua besta. E para surpresa de

Sahar Aaminah eram exatamente Amir Mahafara e Abbas Hartmut

junto a um punhado de homens que ao ver Adail lá imediatamente

chamou Sahar Aaminah de traidor.

Mus umi non fidit antro

Eles rendidos pelo fato de se verem em óbvia desvantagem numérica

acabar por desistir mesmo que Sahar constantemente tentasse explicar

a situação. Porém, Abbas via naquela oportunidade a chance perfeita

para poder subir na hierarquia quanto mais após pegar um de seus

líderes fazendo aquilo enquanto preparava seus planos sombrios contra

o povo. O homem ao ver Roberts lançou-lhe um sorriso plenamente

malicioso como quem demonstrasse que não somente voltaria a

escravidão, mas os fatos que ele vivia todos os dias apontava de quem

certamente iria sofrer nas mãos daquele homem vil.

Assim foram os três presos sobre seus cavalos atravessando a

cidade sob os olhos de todos, onde Abbas a frente dizia aos gritos:

"Aqui temos traidores, nosso cachorrinho fugiu sob apoio deles e eles

serão sacrificados!"

O Povo não demonstrava nada além de pavor, pois sabia que

tipo de homens eram aqueles que estavam presos, John Roberts

literalmente havia fabricado dinheiro para toda essa gente os

enriquecendo e como retribuição sofria aquela cena lastimável

mediante um povo praticamente apático. Assim constrangedoramente

eles chegaram de volta ao Castelo Peregrino, porém em sua entrada

John Roberts reconheceu um olhar, metade cego e cuja cicatriz varava

o rosto, era o homem misterioso que encontrara no deserto, que lhe

olhou diretamente desta vez com um capuz sobre o rosto.

O Portão do lugar se abriu e após entrarem fora levados até a

sala onde Roberts costumava dormir no chão e lá ficaram até que um

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dos homens de confiança de Sahar Aaminah, se aproximou como quem

surpreendido, mas antes que algo pudesse dizer.

- Preciso que confie em mim, mais uma vez Násser. – falou

Sahar Aaminah - Descobri elementos que levem a crer que Abbas e

Amir Mahafara estão tramando sob o juramento do Vaticano.

- Como o senhor acharia que poderia tirar-lhe daqui? -

perguntou Násser de forma objetiva a seu mestre.

- Você precisa ir até os Hospitaleiros pedir auxílio, lá tenho

homens poderosos de confiança e o delegado do Vaticano deve estar

por lá, para saberem o que ocorre aqui. - Disse Sahar, e viu apenas

Násser acenar com a cabeça e se retirar.

Porém, quando Abbas entrou trazendo uma pequena maleta,

John Roberts previu com grande certeza de que seria um dia

longamente doloroso especialmente para ele do qual aquele homem

nutria profunda inveja e ódio contra Roberts. E assim ele retirou da

maleta uma faca com serra e se aproximou com um sorriso sádico

como quem tivesse com profundo prazer "Finalmente vou poder

tortura-lhe com toda liberdade."

Mas antes mesmo que este começasse ele escutou um de seus

homens grunhir do lado de fora e como se caísse sobre a porta fechada

fez Abbas abri-la e quando o fez o homem caiu morto com flechadas

no peito. A expressão de rancor no rosto do homem fora tanta que ele

empunhou a espada e gritou para outro que estava agachado do outro

lado da murada, porém ao correr até ele tomou uma flechada em cheio

na cabeça a atravessando como se fosse uma maçã, caindo morto no

ato. Abbas saiu correndo até quando viu um homem utilizando uma

corda se levantar sobre o muro, Abbas era um grande medroso,

somente agia em companhia de seus capangas e vendo-se sozinho

fugiu. Quanto ao homem misterioso entrou coberto com o capuz e John

Roberts perguntou quem era ele afinal.

- Já lhe disse que meu nome é Zulu. Max Zulu Milles. Talvez

tenha me enganado quanto a você e lhe peço sinceras desculpas com

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este ato, junto a seus amigos. - respondeu o homem enquanto

desamarrava os três.

Os dois, ao saírem enquanto via Max arrumar o arco sob suas

costas junto à espada, desceram pelo mesmo lugar que ele subiu se

jogando sobre um monte de femo, e deixando seus cavalos para trás

apenas subindo sobre o cavalo de Max Zulu onde guardava mais um

que carregaram os dois pela cidade quando os portões do castelo se

abriu enviando dezenas de cavalheiros atrás deles. Os homens corriam

a toda velocidade galopando em meio às ruas quase atropelando quem

cruzasse seus caminhos e logo Max e os libertos viram-se rapidamente

serem alcançados, até quando ao chegarem ao fim da rua viram mais

um grupo de Templários surgir os fechando, estavam encurralados se

não fosse por um detalhe: os Hospitaleiros chegavam junto com Násser

e ao verem aquela situação se viram num impasse onde restava apenas

para o povo correr deixando as ruas rapidamente vazias.

- Aqui é o Lorde Monttgorry, em nome dos Hospitaleiros o que

está ocorrendo aqui?

Os homens de Abbas já haviam empunhado espadas prontas a

atacarem Max e seu grupo quando viram-se em número similar do

outro lado da rua pelos Hospitaleiros o fazendo obviamente recuar.

- Não cruzemos nossas espadas irmãos aliados - disse

astuciosamente Abbas - defendamos o povo das mãos destes traidores

da fé cristã!

Porém, antes que prosseguisse Sahar gritou falando.

- Palavras mentirosas são a deste homem! - disse - Eles tramam

contra nossa Ordem e povo, assim como nossa fé!

- E em qual destas palavras deveria eu crer? - perguntou o

Lorde

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- Por acaso não seria eu o homem de posição e que muito

trouxe a nós, tal como seu amigo que aqui se encontra em posição de

desonra? - disse Roberts junto a Octavios. - Se por acaso estamos nós

mentido sobre o que ocorre, e nada fazemos nestas terras a não ser

miséria, mas creio que junto a estes homens tenha muito mais feito em

dinheiro e pela fé que qualquer um em tempos recentes, mas se

estamos mentido, que derrame nosso sangue diante do povo e sua fama

voz será por condenação!

- Vejam! Vejam a insolência deste homem! - disse

astuciosamente Abbas - Falas como se fosse um nobre a ter seus pés

beijados enquanto preparam-se para nos destruir!

- Se fosse então má astúcia defenderia muito dos seus? - disse

Roberts - Ou por acaso falto-lhes com respeito lhes roubando e

humilhando como estes homens que vos fala.

- Basta! - disse o Lorde - Como superior presente ordeno que

todos abaixem suas armas! Estes homens virão comigo ter com o

delegado da Santa Sé.

Mesmo contrariado assim fez Abbas e seus homens enquanto

novamente Octvaios e Sahar se viram novamente na situação que agora

queriam fugir.

Eles foram conduzidos pelas estreitas ruas até os campos

abertos aonde chegaram ao delegado que lá se encontrava sobre

descobertas recentes de possíveis heresias e de que alguns homens

estariam praticando homossexualismo na terra Santa. Imediatamente

notaram que alguns homens não se portavam como devidos cavalheiros

perante o povo o que trazia crescente desconfiança ao Vaticano e

Papado, mesmo que constantes ofertas, jogos políticos e econômicos

estivessem em cena.

Porém ao adentrarem os corredores da pequena fortaleza, um

dos homens veio ao delegado a reclamar que um dos homens havia

desaparecido, Max. Ao se aproximarem de Otávio Ramos, o

perguntaram assim como Sahar e Roberts que definitivamente não

notaram nada. Entretanto, Otávios desviou o olhar até seu pulso

discretamente a fim de tentar observar se havia ocorrido qualquer

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mudança de discrepância espaço-temporal a ser denunciada pelo

quantum. Mas o soldado ao ver aquilo avançou sobre ele a fim de ver o

que tinha no pulso sendo apenas salvo por Roberts que interveio a

tempo de impedir que ele o fizesse e descobrisse o segredo tecnológico

que tinham.

- Ali! Foi por aquele corredor! – gritou Roberts.

Realmente, havia passado por lá um homem muito parecido

com ele, com vestes similares mesmo que obviamente não deveria ser

ele, pois para quem estava amarrado sobre um cavalo dificilmente

saltaria tão habilmente e simplesmente passearia diante dos olhos

deles. Não chegava ser uma mentira completa, mesmo que aquele não

fosse o feitio de Roberts.

Depois que retiraram eles o delegado do Vaticano e o Lorde

Monttgorry resolveu desamarrar Sahar e olhou para Roberts e Octavios

com desconfiança, mas ao pensar sobre o que eles já haviam feito

resolveu cumprir justamente uma correspondente atitude digna, pois

ele odiava se ver como um hipócrita.

- Não sou nenhum tipo de pervertido a blasfemar não somente

sobre o nome de Deus e nosso credo, mas também aqueles que nos

proporcionam melhoras, como alguns relatos não admito que nossos

homens ajam como bandidos hipócritas entre o povo – disse o

Delegado – O Vaticano tem notícias curiosas sobre vocês dois, vocês

são quase minha missão secreta.

Após entrarem no local, passaram algumas perguntas pelo

mesmo, mas sem atos de ameaças ou tortura – não vejo motivo para

isso – dizia. O homem elegante com seu crucifixo, se retirou após ser

chamado quando já era inicio da noite e então entrou junto com ao

Lorde a observa-los então este os disse.

- Vocês devem sair da Terra Santa, para longe deles,

principalmente Heidrun Adail, pois pelo jeito alguns Templários estão

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irredutíveis a querer mata-lo por acreditar ser algum tipo de divindade.

- Eles costumam pisotear, humilhar e matar o que adoram? –

perguntou Otávios.

- Você sabe no que alguns crêem, e são capazes de se

destruírem apenas para satisfazer sua vontade e extremismo. – disse o

Lorde olhando para Heidrun Adail, falando diretamente a ele.

- Vou com vocês, os levarei até uma pessoa a fim de esclarecer

esta história - disse o delegado.

Assim os homens se prepararam ainda no meio da noite para

saírem, porém, quando Octavios estava ao portão Roberts comentou

com ele sobre quase terem descoberto a pulseira dele, mas para sua

surpresa quando a verificava novamente a noite enquanto o delegado

não vinha. Fora surpreendido por um peregrino que por lá passava no

escuro e ao ver as luzes de seu aparelho comentou nervosamente com

claros sinais de embriagueis:

- Este homem é o Cristo, vi sair de suas mãos luzes e fogo!

Esta é a segunda Vinda de nosso Cristo a estabelecer seu reino na terra

sagrada! Pronunciemos suas novas ao povo!

Com mais aquela situação constrangedora Octavios temia que

surgisse o delegado no momento, mas quando este surgiu o próprio

Roberts começou a falar nervosamente com este.

- Delegado? Blasfêmia! Este homem chama Otávio Ramos de

Cristo, quando nem mesmo ressuscita mortos, louco deve ser! – disse

ele.

Porém casos de fanatismo extremista eram freqüentes por

aquele lugar, principalmente por pessoas ávidas por milagres o que

levava muitas vezes a erros categóricos e até mortes, sem falar na

própria guerra “santa”. Mas o Delegado tinha outras preocupações

maiores a um mero extremista que via Jesus até mesmo em ferro

fundido de espadas. E assim partiram praticamente ignorando o

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homem, Násser, Sahar, Otávio, Heidrun Adail como era conhecido

entre eles, John Roberts, e por fim o bispo que se chamava Alexis Anor

Zanini.

- Essa foi por pouco – disse Otávio para Roberts um pouco

atrás do delegado e Sahar a frente. – Você viu como raios desapareceu

aquele sujeito que nos salvou do castelo Peregrino?

- Não faço a menor idéia começava achar que era um dos seus

– respondeu Roberts.

- Não mesmo, eu saberia, mas houveram leituras quântico-

temporais estranhas no momento em que fugiu. – disse ele.

O Oitavo dia

Assim eles seguiram cavalgando até o amanhecer à procura de um

mulçumano nobre que morava entre as colinas do deserto. Porém o sol

tornava-se escaldante e mesmo que tivesse água e tenham efetuado

paradas no caminho pareciam já desgastados da longa noite sobre os

cavalos. Mas quando acreditavam não mais nada encontrar

viram um falcão que sobrevoando o deserto e passou-lhe rasantes

seguidos até desaparecer como quem tivesse protegendo um ninho.

Tão logo, Sahar afirmou se tratar do Falcão de Osmar Olavo, um

Ayúbida com quem junto ao delegado se aproximava, e não demorou

muito a surgir imponente sob a colina o homem tendo seu falcão

pousado sobre sua mão protegida por uma grossa luva contra o vento

que remexia as malhas do senhor e as penas do belíssimo pássaro. Seu

traje era de seda de Damasco com turbante feito em linho egípcio, com

arabescos de ouro. Apesar de serem polígamos, aquele grupo não era

um grupo fechado como os Hashishin e costumavam ter um rígido

código moral especialmente para que exaltasse suas qualidades e

nobreza respeitável.

Assim tão logo, outros homens surgiram de locais antes

ocultos lhes apontando armas, mas sob a ordem dele a abaixaram

abrindo caminho para ele.

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- Perdoe meu pássaro - disse ele - mas ele é uma quase

extensão minha, meus olhos para o que não vejo, e certamente de

espírito mais nobre que muitos dos homens que vagam por aqui. Meu

nome é Osmar Olavo, e defendo nossa fé e meu povo com honradez e

respeito, o que lhes trazem aqui?

Certamente aquele pássaro parecia nutrir uma relação de

simbiose com respeito onde após os orientarem até um lugar de sombra

onde havia água fresca e límpida este os contou que para se ter tal não

se é muito esforço de cria-lo livremente, bastando tratar assim como

qualquer criatura que caminhe sobre o mundo com respeito e este o

retribuirá proporcionalmente em plena confiança, e sempre retornará e

o defenderá. Assim ele não considerava tão pouco seu dono, mas

amigo daquele pássaro tão belo e por isso pronto a defende-lo –

deveriam ensinar esses truques a alguns que se intitulam cavalheiros –

pensou Roberts consigo mesmo. Mas ao entrarem no local arejado e

completamente civilizado mesmo que em harmonia com a natureza a

seu redor, Otávio imediatamente reconheceu um homem que havia

visto dois dias atrás, um Hashishin que vestia-se como um daqueles

Ayúbidas de Saladino. O Ayúbida se aproximou e Osmar o vendo

resolveu lhes apresentar:

- Este Saliba Tânuz, um dos nossos conterrâneos de confiança -

disse Osmar para os cincos que lá estavam.

O Homem que mascava discretamente algo os cumprimentou

respeitosamente sem nada dar a entender. Mal parecia o homem que

tramava naquele acampamento contra eles, apenas alguns dias atrás.

Porém, astutamente Roberts quis conhece-lo um pouco melhor e para

sua surpresa não demorou, este a lhe oferecer um pouco de hashishe o

que era uma das características comum dos Hashishin de onde vinha

inclusive seu nome. Definitivamente Roberts não mais tinha dúvidas

de que era aquele o homem.

Enquanto isso Osmar Olava colocava seu Falcão sobre um

poleiro donde ficava a observar o horizonte eventualmente alçando

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alguns vôos no geral para alguma caça própria, outras atacando e

alertando os demais de viajantes que passassem lá por perto.

- Fico honrado com sua presença aqui Bispo Alexis Anor

Zanini, mesmo mediante nossas diferenças devo admitir que o

Vaticano sabe escolher seus porta-vozes. - disse Osmar.

- Não buscamos nós a guerra, mas sim conciliar os povos nesta

terra sofrida, e de mistérios e de nossos profetas, e apenas retirar

aqueles que proferem blasfêmia entre os nossos, tornado tal lugar

inseguro a peregrinos ou mulçumanos. No entanto, a honra é recíproca

- disse o Bispo inclinando levemente sua cabeça como respeito.

- Porém como bem sabes infelizmente não controlamos tudo,

não bastando historicamente e em credo diferentes há extremistas de

ambos lados que não se interessam em coexistir, mas sim se combater.

- disse Osmar - Não obstante, todos os esforços sejam diplomáticos ou

legislados tem sido constantemente sabotados em ambos de nossos

lados.

Enquanto eles conversavam Saliba Tânuz observava

atentamente cada palavra dita, mesmo que sob certa distância como se

quisesse ler os lábios deles. Foi neste momento quando Otávio e

Roberts começavam a relaxar do calor externo que entraram alguns

guardas correndo falando num fluente árabe que eles não eram capazes

de entender, quando viram Osmar ter interrompido a conversa antes

mesmo que o Bispo chegasse ao ponto em que envolviam Roberts e

Otávio. Alguns soldados para fora correram e ao perguntarem do que

se tratava, o Bispo disse terem encontrado alguém ferido.

Otávios e os demais de seu grupo saíram para ver o que ocorria

quando encontraram um homem caído sendo arrastado pelos braços

por dois dos homens de Osmar. Ao levarem lá para dentro

completamente ferido lhe deram água e este recobrou sua consciência

lentamente. Otávio discretamente fez uma leitura em seu aparelho a

observar que era o homem quem procurava, um dos da linhagem de

Seth!

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- Qual seu nome? - perguntou o Bispo Alexis Anor Zanini

- Jobson, Jobson Xenomedes Stoneset. - Respondeu o homem

praticamente sem força e com diversos hematomas pelo corpo.

Neste momento Roberts que sempre ficava ao lado de Otávio

como um quase líder particular, lhe perguntou o óbvio como se

praticamente tivesse adivinhado.

- É um Seth? - perguntou

- Creio que sim mediante as leituras, mas seria provável que

talvez nem ele mesmo saiba - disse Otávios - Mas digamos que pelo

jeito não fomos os únicos a rastrear sua linhagem, como não sei.

- Homo nulus? - disse Roberts

- Provável - concordou Otávio - obviamente para querer anula-

los do existir.

Conforme o homem melhorava, Otávio se aproximou enquanto

deitado numa confortável cama permanecia imóvel, queimado pelo sol,

com cortes, lacerações e hematomas, percebeu-se que obviamente ele

fugira de alguém ou algo. Saliba Tânuz, rondava o lugar passando em

frente constantemente a lançar olhares perturbadores como quem

estivesse claramente preocupado de que revelasse algo que o

comprometesse, porém, enquanto isso o Bispo e Osmar revelavam o

que eles tinham descoberto e após temiam, no entanto, revelar que pelo

menos um dos traidores andava com eles.

- De onde você és caro Xenomedes? - perguntou Otávio -

quem lhe fez tais feridas?

- Vim de longe, onde uma vila fora dizimada, preciso de

refúgio, onde...alguns...dos parentes se encontram... - completou ele

com certa dificuldade quase se engasgando.

- Qual seria sua linhagem e família? - Perguntou Otávio.

- Tal se perde pelo tempo, nebuloso mediante tantas guerras,

dolorosa nossa origem, mas não estou certo de onde venho. -

respondeu ele lentamente.

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- Nós iremos salvar os seus! - disse Otávios enfaticamente.

Porém quando Osmar se aproximava deles, o homem viu

Saliba Tânuz e arregalou os olhos a apontar-lhe os dedos: - Ele...ele,

eles estava lá, assistiu da colina!

Quando Saliba Tânuz viu a expressão dele, no entanto, saiu

praticamente correndo antes que Osmar notasse, pois sabia que sua

trama de massacre e guerra seria desmascarada.

Completamente surpreso com tudo aquilo Osmar sentou-se

sentindo-se profundamente traído naquele homem que viva no luxo

dele, a desfrutar até mesmo de mulheres no harém quase secreto deles.

Mas quando Osmar mandou seus homens chamá-lo, este já havia

saindo a galope rumo ao horizonte.

- Receio que vocês agora também estejam em perigo, o veneno

deles tem sido de acusar de traição àqueles que traem, o mesmo

sucedeu a Sahar Aaminah e até mesmo eu. - disse Otávio

- Conheço este jogo! - disse Sahar Aaminah - Por acaso fora

ele quem viu com Abbas e seu cão fiel?

- Sim, mas receio que um dos motivos não seja apenas a

guerra, mas eliminar a gente deste homem - disse Otávios - precisamos

tirar os seus, resgata-los.

- Podem contar comigo! - disse Sahar Aaminah demonstrando

um tom de bravura antes não visto numa habitual conversa.

Tão logo que seguiu as informações de Xenomedes eles

prepararam soldados de Osmar junto ao pessoal de Otávios e Sahar

Aaminah, este dizendo poder agora contar com o apoio do Bispo - logo

o Vaticano - e conseqüentemente de alguns Templários mesmo que

causasse algumas divisões.

E então eles rumaram até o local determinado por Xenomedes

enquanto Násser seguia como mensageiro aos Hospitaleiros e o

Vaticano.

Porém o que viu Násser no caminho jamais esquecerá. Uma

aldeia de peregrinos nas mediações da Terra Santa sendo

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completamente saqueado e destroçado a espadadas por Templários

ressurgentes. Quem teria mandado o ataque? Quem organizara aquilo?

Não bastando, ver o mesmo rosto de Abbas, este viu a de alguns

Hashishin disfarçados de Templários! Ele não estava certo se eram

mulçumanos ou peregrinos cristãos, mas certamente aquilo provocaria

repercussões, porém um dos homens o viu do algo do monte e fazendo

sinal aos demais matou estes correrem até ele a galopadas enquanto

lançava-lhe flechadas e sacavam suas espadas. Násser correu

galopando tudo que podia com seu veloz cavalo puro sangue, mas estes

eram muitos e tal bufava ao cansaço após alguns minutos quando um

flecha o atingiu nos lombos fazendo este desequilibrar e num galope

levantar suas patas dianteiras após parar caindo e depois se levantando.

Násser estava com o rosto no pó mesmo que o céu nebuloso começasse

a fazer cair chuva onde pouco a pouco as gotas abafavam a nuvem de

poeira e o solo seco. Násser levantasse e sacando sua espada com

despreza feroz a empunha mesmo que sabendo que aqueles homens

não queriam uma luta justa os cercando e lançando uma flechada como

uma seta venenosa em seu peito. Ainda assim feroz quando um dos

homens se aproximou lançou um golpe fatal de espada vindo de seu

braço - arrancando com espada e tudo - até suas costas após passar por

ele a galope caindo em seguida contra outros cavalheiros. Mas aqueles

homens não tinham dó. Násser caindo de joelhos no chão com o

ferimento apenas observou Abbas descer do cavalo com um olhar

sorrisos sádicos de satisfação.

- Sempre tive vontade de fazer isso com o favorito de Sahar

Aaminah. Você e sua pompa, essa inteligência indulgente! - disse ele

com profundo rancor - Por acaso vê livros e suas criações salvar eles,

seu sonhadores desgraçados, pessoas como você e Heidrun Adail

devem morrer vivem de criar motivos e leis que castrem nossa

vontade! O futuro é a guerra!

Assim ele o decapitou diante dos olhos dos demais homens

enquanto os observavam.

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Enquanto isso Otávios chegava ao local designado por

Xenomedes, uma caverna aonde ao chegarem algumas pedras rolam do

alto, demonstrando que alguém os observava. Eles ficaram de sobre

aviso e soltaram de seus cavalos enquanto os homens de Osmar

montavam guarda de vigilância quando um flecha bateu no solo aos

pés de Roberts. Rapidamente Otávio sacou sua besta a apontar para os

lados quando viu pequeno papel preso a flecha. Era um bilhete que

uma vez desenrolado dizia para eles saírem de lá. Porém, Otávios

gritou com toda sua voz a dizer que não vieram a lhes fazer mal, mas

sim resgata-los d adversário iminente. O silêncio se manteve na colina

fazendo os homens apenas ouvir o eco da voz de Roberts pelo longo

corredor de pedras. Porém uma outra flechada bateu no chão, desta vez

aos pés de Otávios. Eles se entreolharam, e Otávios receoso se abaixou

a pegar o bilhete e quando o abriu viu a seguinte mensagem em latim:

Non inultus premor

Exatamente a mensagem da tatuagem de Roberts, ele apenas

esticou sua mão a Roberts após chamá-lo discretamente por “Heidrun

Adail!” Este coçou a cabeça abaixo do elmo de seu capacete, mas

quando deu um passo a frente escutou o chacoalhar de pedras do alto

da colina. Um desmoronamento sobre eles! O som sucedeu fora

ensurdecedor, dando apenas tempo dos homens saírem correndo cada

qual a seu lado protegendo-se o quanto podiam, uma nuvem de poeira

branca se levantou a seu redor cobrindo a tudo, quando de repente um

golpe atingiu certeiro Otávio no rosto o arrastando.

Tudo ficou escuro e quando ele abriu os olhos, viu apenas uma

sucessão de borrões e formarem lentamente silhuetas desconfiadas

sobre ele enquanto uma voz persistente gritava a seu ouvido: “Quem

são vocês e o que querem conosco! Vieram violar nossas mulheres

como faziam com qualquer uma do qual me aproximava?”

- Viemos a mando de Jobson Xenomedes, um dos seus, de sua

linhagem.

Então subitamente os homens se afastaram e se entre olharam

preocupados, afinal eram poucos e estavam sendo caçados,

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praticamente castrados a fazerem sua sucessão natural de linha. Um

senhor então idoso se aproximou a dizer:

- Não queremos ser mais seus brinquedinhos, mas se o que

disse fora verdade onde está ele? – disse o homem calmamente.

- Seguro com os homens de um certo Osmar. – respondeu ele –

agora se puderem me soltar, pois a recepção já fora demasiada

agradável preciso falar com nossos homens.

O homem acenou com a cabeça e então um a um foram saindo

da caverna onde se escondiam para sobreviver enquanto a poeira se

assentava lentamente e os homens de Osmar se levantavam ainda

atordoados. O velho então acenou para o alto da colina onde saiu um

homem e a desceu. Eles preparam pedras equilibradas a rolarem colina

abaixo para atingi-los como defesa se prosseguissem.

- Nos perdoem o percalço – disse o homem – iremos onde está

nosso Xenomedes, a muito separado de nós.

Otávios se limpava assim como os demais obviamente

aborrecidos pelo caso, mas os compreenderam, pois certamente não

fariam o mesmo, pois não seriam capazes de ter a mesma idéia genial

de convencer seus raptores a desistir. A maneira como viviam por

aquele lugar, era uma tristeza, como confinados obrigatoriamente a

cavernas como ancestrais dos nefelins a viver num platonismo

hipócrita até que conseguissem um meio de irem a um lugar seguro.

Dentre alguns homens, saíram mulheres somando cerca de 35 pessoas.

Mas uma dentre as demais chamou atenção de Roberts, cujos olhos

lindos e delicados demonstrava todo estado de sincera verdade entre os

seus mesmo que seu corpo coberto por malhas belas mesmo que

encardidas pela poeira, seu nome era Aagje Stoneset,uma virgem que

tinha proteção dos demais e que ao verem que tais homens eram

confiáveis – pois não a tocaram – seguiram o longo percurso.

Assim no caminho de volta, todos seguros sob a proteção dos

demais, Octávios parecia estar introspectivo a observar

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silenciosamente o visor de sua pulseira o que incomodava Roberts por

temer que começassem a desconfiar. Enquanto isso o bispo relatava

tudo que estava ocorrendo e esperava que Násser tivesse entregado o

recado.

Foi quando Octavios se aproximou de Roberts calmamente

lado a lado com seus cavalos quando este estava próximo dos demais.

- Vejo que tens observado certa jovem - disse ele.

Porém Roberts cerrou a visão e fechou o semblante dizendo.

- Me perdoe, mas desde quando isso passa a ser de sua conta? -

respondeu enfaticamente - por acaso ela tem compromisso com um de

vocês ou a ti ela ama?

- De forma alguma. - disse Octavios - mesmo que estes tempos

não sejam tão selvagens, compreendo sua visão, muitos dentre estes

costumam viver a lançar olhares maliciosos onde você lança os seus

apenas a lhe julgar e executar falsos juízos. Definitivamente não tem

muito que fazerem de produtivo por este mundo, como muitos de nós a

não ser copular e limitar a existência de muitos ao mesmo. Mas

acredite, existe sentimentos legítimos.

- Acredite, o que uns chamam por amor prefiro chamar de dor,

se você diz saber de mim, pelo jeito mais que eu mesmo, deve saber,

amor não reside no repetir do erro e da mera dor, amor não é suicídio

sentimental. - disse John Roberts.

- Amor não é uma palavra John, mas concausa de plena

bondade, são mais que palavras e poemas resultantes, mas atitudes

correspondentes. Amar é entregar um pedacinho de algo somente seu

para alguém que de fato é digno de tal por valoriza-lo, entregar com

exclusividade apenas para quem ama, e esta não deixar ninguém tirar

retribuindo de igual modo. Não existe "amor" solitário e unilateral de

eterno e vão sacrifício platônico, este é amor tolo, dos masoquistas. -

disse Octavios - Portanto esqueça os que disso muito falam, pois pouco

dizem se não o contrário na prática, pois não se pode tanto explicar,

mas no certo apenas o vulgarizam. Amor ninguém pode tocar ou

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apenas provocar ferimentos, se o faz então não o é. Amor não é um

rótulo de mercadoria popular onde simplesmente se coloca preços

muitas vezes irregulares e desproporcionais.

- Como dizem, seria como voar sem asas, ou talvez suas

próprias asas. É o encontro único de unificação de dois no espiritual,

simbiose da alma. Sublime status? - disse John Roberts.

- Chame do que quiser, o nome pouco importa - disse Octavios

- mas é algo muito mais raro e por isso valioso, do que muitos dizem.

Amor é um lugar onde ninguém pode tocar, só seu e de quem ama, não

diga a ninguém. Mas certamente quando digo que você tem muito mais

haver com ela do que pensa, acredite, mesmo que não seja um mero

cupido. Você não tem somente de protege-la John, mas não entregarei

detalhes, pois a beleza nisso está na descoberta, sentimentos

verdadeiros não podem ser meramente induzidos como num apertar de

botões, pois não é um mero jogo, talvez você descubra quando chegar

o momento. - completou Octavios.

- E como você sabe disso? - perguntou John Roberts

- Porque este sentimento quando verdadeiro não é somente

nobre, mas rompe o tempo. - respondeu John Octavios.

Quando chegaram a noite no local onde morava Osmar

receberam, porém uma notícia ruim. Násser teria sido morto durante

um ataque de autoria ainda duvidosa a um acampamento. O que os

deixavam preocupados é que não muito longe da terra Santa rumava

um pequeno exército em direção à mesma, porém Osmar, dizia não ser

seus homens, mas sim Hashishin. John Roberts virou-se a perguntar

sigilosamente a Octavios se aquilo seria normal, pois não se lembrava

de tal nos livros de história. Porém, desconhecia tal, mesmo que nada

na mesma terra santa o saberia.

- Temos de impedir isso. Poderá manchar a imagem dos

mulçumanos por séculos – disse Osmas – Vamos encontrar estes

homens, seja quem forem, defender nossa honra mesmo que este

pequeno exército nosso.

- Nós não temos nenhum plano - disse Heidrun Adail.

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- Mas temos um objetivo e motivo. – respondeu Osmar –

partiremos logo, descansem enquanto preparemos nossos soldados,

ficaram alguns aqui a proteger a família de Xenomedes.

Do Combate Secreto

Quando lá fora o um silêncio fúnebre se alastrava pela escuridão

apenas cortada pelo nem tão silencioso vento que fazia as penas do

Falcão de Osmar ficarem a esvoaçar gloriosamente, Roberts observa da

pequena abertura que dava ao exterior onde também repousava o

Falcão. Não se poderia ver muita coisa se não as luzes das estrelas no

horizonte a brilharem com uma intensidade tão magnífica que se

tornava possível ver os contornos dos braços de nossa galáxia como se

fossem nuvens brilhosas do mais alto quilate. Roberts pensava do qual

aquela imensidão não somente se limitava aquela galáxia tão pouco,

mas muito além. Porém, quando apenas ouvia a silenciosa sinfonia das

estrelas a cintilar oscilantes no céu um ruído repentino ocorreu abaixo

dos aposentos onde estava Aagje Stoneset e os demais. Roberts desceu

correndo as curtas escadas circulares naquela pequena fortaleza

incrustada nas rochas até ver um vulto de um homem correr sorrateiro

por seus estreitos corredores. Roberts chegou a porta e viu Aagje

chorando assustada e então seguiu a sombra misteriosa até um ponto

onde não havia saída para ele poder, após de sacar a faca, ver que era

Saliba Tânuz. Ele se virou com um sorriso seco no rosto e investiu

sobre Robert com uma faca curvada a fim de perfura-lhe sua barriga,

mas Roberts desviou-se puxando seu braço adiante se utilizando sua

própria investida até cair sobre alguns jarros de água e azeite que lá

estavam. Porém, ele não desistiu e levantou-se atacando-o desta vez

por cima com as duas mãos juntas a segurar a faca sobre seu peito,

mas Roberts o segurou com a faca apenas alguns centímetros sobre tal

enquanto seu rosto contorcia a expressão de raiva. Porém quando a

faca quase perfurava seu peito, vários homens surgiram no local

empunhando espadas a ameaça-lo. Saliba Tânuz, parou e abaixo a faca,

porém com a mesma expressão de sadismo, proferiu algumas palavras

intraduzíveis em árabe e cravou a faca em si próprio, na barriga o

fazendo cair no chão de joelhos, quando ele viu seus olhos ficarem

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vermelhos e sua sombra se contorcer como se algo saísse dele e num

grito sufocado caiu curvado no chão, quando o Bispo Alexis Anor

Zanini surgiu a observar a cena, certamente uma possessão. Retirou,

então, o crucifixo do bolso sobre o homem a proferir palavras de latim,

mas antes que acabasse tal estava sem um suspiro de vida.

Porém, antes de qualquer coisa Roberts correu ao quarto onde

estava Aagje Stoneset e agora se encontrava com seus pais ao seu lado

enquanto ela curvada abraçando suas pernas dobradas chorava

silenciosa. Roberts se abaixou e perguntou o que o homem tinha feito,

mas ela respondeu que a tentou esfaqueá-la, mas que acordara instantes

antes. John Roberts pegou em sua mão e disse-lhe palavras de conforto

e de que estavam seguros. A jovem o olhou nos olhos e lhe agradeceu

assim como teve o consentimento respeitoso de seus pais ao acenar

com a cabeça.

- Graças a Deus, estava acordado - disse à senhora -

provavelmente seu amigo Otávio Ramos sabe quem escolhe como

aliado e defensor.

Xenomedes se aproximou agora recuperado, e Heidrun Adail

após colocar-lhe uma das mãos sobre os ombros disse-lhe para zelar

por eles enquanto estaria longe, ele respondeu que sabia manejar a

espada e machados assim como muitos dos demais, não bastando à

guarda montada na pequena fortaleza. Heidrun Adail, então acenou e

retirou-se quando viu Octavios próximo à porta do local olhando para

ele. Octavios então o seguiu e disse que Heidrun Adail deveria ficar

naquela linha temporal não somente porque não mais poderia retornar

sem transtornar o tempo dele, que para assegurar-se de que os Stoneset

ficariam protegidos.

Já surgiam os primeiros raios solares que parecia denunciar o

combate diário da noite contra o dia, onde as poucas estrelas persistiam

a serem obscurecidas pelo sol escaldante que irradiava pelas areias

quentes do deserto. Mais o frio da noite ainda persistia e era neste

momento que Roberts viu quase secretamente Osmar Olavo no topo da

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colina que era como o terraço de sua fortaleza secreta a estar de joelhos

sobre um pequeno tapete a descer seu rosto sobre este respirando o pó

da terra numa oração a Alá.

Antes que fosse dizer algo, ele preferiu apenas a contemplar a

cena silencioso como o amanhecer, mas ao acabar este se virou a ele

perguntou se os homens já estavam prontos, Roberts apenas acenou

com a cabeça e então Osmar dobrou seu pequeno tapete depois de

limpa-lo e guardo-o carinhosamente enquanto eles descendo viram os

demais fazerem a mesma coisa. Osmar veio até o falcão que parecendo

o reconhecer como num salto de felicidade foi até seu pulso já

protegido pela luva de couro, e assim juntou-se aos demais homens em

formação lá fora já visíveis da janela onde estava o Falcão. Foi quando

Otávios surgiu junto a um homem e lhe mostrou uma armadura a

Roberts dizendo-o: veste e certamente resistirá!

Foi longe o percurso e árduo seu seguir, Sahar parecia estar

visivelmente entristecido pela perda de Násser, mas não menos que

com seu desejo de vingança por tal. Não obstante, sentia-se traído por

aquela escória que viviam de trazer desgraças e destruir vidas. Osmar,

seguia com seu standard à frente e logo atrás Otávio Ramos e Heidrun

Adail sucedido por sua vez por Bispo Alexis Anor Zanini apenas como

observador a dar apoio espiritual a Otávios e Sahar ao seu lado, rumo a

um combate não descrito em qualquer livro conhecido ao povo.

Porém ao longe uma pequena mancha avermelhada parecia se

mover e tomar forma pouco a pouco contra o sol que agora nem mais

encima estava, mas já se dirigiam próximos aos montes do deserto.

Aqueles que se tornavam como pontos, similares a formigas eram

numerosos, um tanto quanto os que eram do pequeno exército de

Osmar e seguido por fumaça que pareciam preceder incêndios e

assassinatos foram sucedidos pouco a pouco por pequenos gritos ao

longe ao verem o mesmo se aproximar. Osmar então parou e

levantando sua mão esquerda acenou aos seus homens que silenciosos

apenas viam suas pequenas bandeiras tremular com o vento que

soprava a favor e aliviar aquele calor. Quando do outro lado um

homem fez movimento similar e se aproximou num suposto dialogo.

Vindo seguido de mais dois homens galopando em seus cavalos

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velozes disse-lhe ao chegar numa demonstração de destreza com seu

garanhão. Era Abbas Hartmut e Amir Mahafara junto a um árabe

provavelmente Hashishin, quando apontando para o alto disse-lhe

Amir a Sahar:

- Daremos a ti Sahar uma chance de retornar ao ventre de sua

ordem, antes que o vento mude. Não terás o mesmo posto, não terás a

mesma posição. - disse-lhe com grande soberba - matemos Heidrun

Adail para comemorar e este exército que nos siga ou morra.

- Traidores! - respondeu Sahar com firme repúdio - Não fui em

quem traí ordem algum - mas vocês tomaram a dianteira contra todos,

somente porque muitos vos seguem os seguirei? Mataram os poucos

que eram de espírito nobre, mataram Násser, e ousam me falar?

Porém naquele instante mesmo vendo se tratar de algo pessoa,

o exército aliado era de Osmar que vendo-se diante daquilo proferiu

tais palavras:

- Este homem que vos acusam é cavalheiro e não apenas por

título, tal como Heidrun Adail que perseguem por puro rancor assim

como seu mestre Otávios Ramos. Vocês se aliaram a traidores de nosso

povo, que nos traíram em nosso âmago e nos vem com estas palavras

mentirosas? Temos aqui um representante de vossa Santa Sé e nós de

nosso Maomé, neste acordo contra o acordo de vocês.

Rindo então com claro desdém de respeito para com eles por se

acharem em vantagem numérica disse Abbas:

- Então saiam de nosso caminho ou vos atropelaremos como a

gazela do campo e a donzela com seu sentimento frívolo.

Em meio à discussão o silêncio se fez quando a voz de Heidrun

Adail se levantou dizendo.

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- Quem são a julgar os sentimentos e coração duma mulher ou

de um nobre homem por meros títulos? Ou talvez dum homem que

tenha feito mais em pouco tempo do que vocês com todas as suas

ostentações de rotulo e demonstrações de vilania e injustiça? Vivem

balbuciando a desonrar homens honrados por querer oferecer o que lhe

é próprio enquanto vocês vagam como a doença do campo a dizimar

centenas e devora-las pelo coração! Bárbaros, não nos contaminaram

com seu rancor!

Então um pequeno coro se fez entre os soldados de Osmar

quase como num grito de guerra, quando este sentindo-se desprotegido

e assim que nada era seus homens cuspiram ao chão com rancor e

recuaram não sem antes dizer Amir Mahafara: "Passaremos aqui,

pedras entre a terra santa! Quem não é dos nossos nos é inferior!"

Os homens se misturam a multidão dos seus, quando gritos

irromperam e flechas sobre veio fazendo apenas estes levantarem seus

escudos a se protegerem. Uma atingiu diretamente a armadura de

Roberts, mas em vão, fazendo Osmar em seguida apenas apontar-lhe a

espada alto e gritar "atacar" após a primeira leva de flechas. Seu Falcão

decolou e sumiu pelos céus, mas sabiamente mais alto que as flechas

atingiam enquanto o Bispo Alexis recuava até uma colina a observar,

não era papel com tais votos daqueles se envolver em derramamentos

de sangue.

Os homens se aproximaram como se fossem carros na contra-

mão em rota de colisão, fazendo apenas entre os gritos sons de ferro

das espadas a baterem uma nas outras enquanto o sol se esvairia

fazendo deles silhuetas ensangüentadas a jorrarem sangue. Abbas

matando um a um ferozmente inclusive os que até mesmo no chão

estavam inúteis, incluindo os seus, tendo seu rosto coberto de sangue

como um animal, uma espécie de vampiro quando contemplou Roberts

seus olhos cerraram como de um cão feroz que se dirigiu a ele com

toda força como se fosse uma folha de papel a ser cortada, mas

defendido prontamente por um golpe de espada dele e assim suculento

diversos golpes entre tantos outros. Porém, quando pouco-a-pouco

vencia o confronto Amir Mahafara surgiu por trás covardemente a lhe

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aplicar um golpe que entrou entre as ligas de sua armadura, mas ao ver

isso Sahar como quem surgindo do nada lhe desferiu um golpe certeiro

sobre a cabeça apenas dando tempo de Roberts olha-lo em

agradecimento e seguiu em meio a multidão. Otávios se aproximou

com sinal claro de querer protege-lo por temer por sua vida, porém

grande era o combate e feroz o ataque quando Abbas ainda persistia

após fugir da derrota eminente por combate de Roberts apenas

surgindo novamente no momento oportuno por já demonstrar claro

cansaço o desferindo uma espada no peito que não foi pior porque

Otávio o atingiu na dobra da armadura atravessando seu peito e o

matando.

Porém, quando este olhava por Roberts caído ao chão e vendo

que já poucos homens restavam de pé a lutar Abbas num último golpe

o atingiu no pulso exatamente onde estava sua pulseira fazendo gerar

uma pequena onda de impacto no local chamando atenção dos demais.

Otávios olhou para Roberts nervosamente antes que algo dissesse e

simplesmente desapareceu diante dos olhos inclusive de Abbas que

morreu agora assombrado pela dúvida.

Nisso um homem enorme com um machado surgiu

simplesmente aniquilando diversos dos hashinshin ali presentes,

gritando ferozmente limpou o caminho como um touro arrastando suas

presas numa tourada mesmo que ferido por duas flechadas e em

seguida caiu.

Tudo escureceu, Roberts abriu os olhos e contemplou

novamente o céu ainda claro e o Falcão a sobrevoa-lo quando tentou

levantar-se apoiando-se na espada e viu Sahar morto ao chão nem sabia

como, ele ficara desacordado e vivo por pura sorte quando ao olhar ao

horizonte viram diversos hashinshin que sobreviveram correr

montando os cavalos completamente ensangüentados, mas de repente

se viu cara a cara com um destes que sem espada ao vê-lo sacou uma

faca, mas na hora que fora investir contra Osmar que surgia cansado,

mas triunfante surgiu ao céu antes que Roberts investisse contra o

homem perverso seu falcão num ataque certeiro no rosto do homem

que lhe atingiu a faca na ave, mas antes que algo mais ocorresse

recebeu um golpe fatal de Roberts.

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A ave caída no chão, foi pega gentilmente por Osmar que com

carinho a protegeu num pedaço de seda a enrolado e estancando a

ferida e disse a Roberts.

- Obrigado meu jovem.

- Agradeça a ave, pois boas personalidades transcende o

humano. - completou Roberts.

Os poucos homens que restavam mal tinha forças a gritar sua

vitória, mas ainda assim caminhavam aliviados por terem sobrevivido

entre tantos corpos. Apenas cerca de uma dezena viveram para

servirem de testemunho ao evento ali descrito, dos quais os poucos que

fugiram não se havia garantias de sobreviver uma vez que não tinham

água. Porém quando Osmar perguntara a Roberts onde jazia Otávios,

uma luz já no inicio da noite iluminou o local com vinda do céu. Mas

não como algo doloroso ou fatigante lhes trouxeram felicitações onde

do alto da colina parecia obscurer a vista dos demais. Sua intensiva de

tons amarelos apenas traziam a estes homens cansados um renovo de fé

mediante o milagre que praticamente ali ocorrera enquanto Alexis

descia a colina oposta a contemplar o mesmo enquanto fazia o sinal da

cruz. Pouco-a-pouco sua forma parecia a se tornar semelhante à de um

homem, mas cujas luzes lhes formavam suas asas que eram mais de

duas. Assim tão logo, não somente Alexis como os demais se

ajoelharam e ao pó reconheceram a miséria que eles sobreviveram

como se tal os tivessem lhe prestado algum auxílio. Osmar, não mais

sabia dizer qual era sua fé, mas certamente como um cristão realizou o

mesmo ato do Bispo reconhecendo-se como tal.

Porém como se algo vos falassem por pensamento sobre o que

naquele lugar ocorreu seguro estiveram de que o mal não atingira seu

objetivo e de que muito provavelmente não poderiam contar das

façanhas ali ocorridas se não ostentar para si tal experimento como

título do qual qualquer homem pode ter sem permissão ou por simples

querer.

Desaparecendo tão rápido quanto surgiu, a luz se misturou as

estrelas desaparecendo entre o lindo céu que surgia diante deles que

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agora sem palavras seguiam a preparar seus cavalos silenciosos numa

penumbra entre a vitória e o mistério e assim seguiram noite adentro se

sentindo sujos e indignos pelo sangue de homens tão vis ali

derramados. Osmar com nobre seu falcão em sua mão percebera que

suas feridas cicatrizaram e ele agora após beber água senti-se forte

assim como os demais. Assim seguiram Heidrun Adail, Bispo Alexis

Anor Zanini, e o fiel amigo de Osmar Muhamed Aanisan tal como

Osmar Olavo e os poucos soldados que naquele dia tiveram seus status

multiplicados por uma obra do "acaso".

Vici Ad Anomia

Quando chegaram completamente sujos e feridos durante as primeiras

horas do dia seguinte, Xenomedes surgiu a contempla-los, mas todos

apenas permaneceram em silêncio, porém um olhar diferente lançou

Aagje Stoneset ao ver que Heidrun Adail sobreviveu as atrocidades dos

homens sangrentos e então a gente de Xenomedes tratou de junto aos

guardiões do lugar lhes trazer água quente e provisões para se

limparem, não havia muito a dizer realmente se não de que foi algo que

eles jamais pensaram passar.

Tão logo Aagje Stoneset cuidou de Heidrun Adail que ainda se

perguntava para onde havia parado Octavios, enquanto com um pano

úmido Aagje Stoneset lhe limpou o rosto ensangüentado como quem

na realidade limpasse a alma dolorida da lama daquela miséria no

campo de batalha. Seus olhos trocaram como palavras silenciosas de

reciproquidade do qual ninguém mais poderia ler ou escutar, foi algo

apenas deles, dos dois.

Logo, no dia seguinte aqueles homens tão civilizados a se

entregarem a tamanha violência pareciam carregar a dor do remorso da

perda de companheiros no retorno ao estado civilizado do qual alguns

pareciam esquecer no front. Perdoe-me, diziam uns aos outros por

eventuais confusões que tinham cometido entre seus amigos no

combate, mas isso agora não importava, eles haviam vencido pelo

menos por enquanto, mas era algo que não poderiam contar por algum

motivo, pelo ocorrido de diversas descobertas aqueles que não a

deveriam ter descobertos Roberts juntar-se-ia apenas a um encontro

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improvável, mas muito nobre em verdade, os homens se perguntavam

sobre como Otávio Ramos com seu pulso brilhante desapareceu diante

de seus olhos criando torções “como um vento de realidade” a sua

volta conforme suas próprias palavras, e o que viram ao fim do

combate seria um anjo? O que fosse certamente havia mudado a vida

de Osmar para sempre, além de qualquer letra ou argumento o que

viveram foi único, foi um milagre.

Uma vez vendo Roberts - para todos efeitos, Heidrun Adail - o

que eles haviam sobrevivido e presenciado, constou-se este tratado

como uma Ordem, a resguardar daqueles perniciosos cujo intento eram

matar, roubar e destruir em toda forma de desproporcionalidade a

transtornar tal verdade, se nestas mãos caíssem, mesmo que distante

em tecnologia. Roberts então revelou seus conhecimentos aqueles

confiáveis homens que com demonstrações factuais os assistiram

calados e pasmos, mas sem realizar errôneos acréscimos típico dos

ignorantes daquela época. Foram estes então a uma capela vazia e

longe dos blasfemos que o Vaticano combatia. Estes homens então

convocados mediante a importância deste trabalho sério acima de olhos

escusos e loucos por tocar em dor, sucederam cada qual com seu credo

mesmo que sinceramente Osmar e os seus mudaram secretamente sua

visão sobre o cristianismo mediante o vivenciado, foi quando Heidrun

Adail parado de pé com um pequeno papel os seis outros presentes

começou a ler um breve discurso onde deveriam assinar papéis de

responsabilidade pelo que era dito ali e de qualquer vazamento ilícito

realizado por homens vãos.

- A Ciência mundana da telúrica geocentrista apenas é uma

ínfima bolha mediante a um universo de possibilidades do Tempo do

qual devemos proteger daqueles que não conseguem se desprender dos

esteorotipos telúricos de controle e terror. - disse John Roberts - Não

devemos de modo algum utilizarmos destes conhecimentos a anular e

transtornar o tempo, em atitudes irracionais, e que desta estrela do

espaço-tempo a nos orientar a verdade em Cristo e não somente ao

norte e sul mundanos, mas sim ondulares do tempo, pois no espaço não

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existe encima ou embaixo tal como no tempo apenas antes e depois

mediante a mera perceptividade do agora.

- Que aqui se decrete Ordo Christianitas Ad Ventus do qual

todo e qualquer usurpador se anule a demonstrar a desonra e toda

torção pela injustiça perante a verdade de se glorificar pela

incapacidade de consciência mediante o quantum. Ao Oitavo que aqui

não se encontra, honras, e a linhagem Seth perseguida pela vilania da

desonra cujo intento é defender ao seu propósito futuro maior, aqueles

cujas babas proferem o rancor e ódio maquiavélico, duma

deteriorização intelectual, em seus falsos juízos de pura vergonha.

Então o Bispo Alexis Anor Zanini, interviu ao fim destas

palavras a dizer diante de Osmar Olavo, Heidrun Adail (John Roberts),

Muhamed Aanisan, Xenomedes:

- Como um propósito de proteger o conhecimento da verdade,

não ocultá-lo ou torce-lo a seu bel prazer, mas mediante os fatos

presentes tal como em Cristo. Daqueles cujos olhos cobiçosos de

rancor apenas em sua negatividade subtraí o positivo, a cobrar pelo que

não provém, a medir o incalculável, a nos constranger e limitar por

uma concepção de Deus ditador a nos atingir no pensar e em nosso

coração, não livremente a sua vontade. Corrobo Ordo Christianitas Ad

Ventus pelo Papa a honrar não somente nossa fé correta, mas nossa

liberdade em Cristo em nosso viver de livre escolher mediante nosso

pensar consciente. - Alexis Anor Zanini fez uma pausa a contemplar os

demais presentes e então prosseguiu - que aqui não se faça meras

palavras ou letras que apenas matam tal como os que as lançam como

batedoras de suas perversões, mas sentido e razão mediante os

segredos protegidos acima dos credos de nossos fieis aqui presente

com respeito a seu credo. Que todos aqui presentes digam amém.

Assim, os homens seguiram sob as luzes de velas a assinar

com uma pena sobre um papel onde relatava apenas o superficial

inexplicável para os de fora pela complexidade dos temas e suas

finalidades protetivas contra a injustiça e toda sucessão desordenada

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meramente ligada ao material. Após o término mesmo aqueles que não

preferiam a fé do cristianismo, cumprimentaram os demais que foram

exemplos do que na verdade era a fé autêntica e de grande honradez.

Após isso, cada quando trocaram algumas lembranças e

presentes feitos sob medida para lembrar deste acordo secreto mediante

tal situação onde tocariam informações mediante qualquer anomia

observada e seguiram seu caminho como se nunca tivessem se

conhecido algum dia.

Um lugar secreto para amar, onde reine o poético prosaico em

algum lugar daquele passado. Foi num destes lugares que Heidrun

Adail e Aagje Stoneset passeavam onde nenhum mal e dor alcance, um

pequeno paraíso no espaço-tempo, onde toque tais como os corações

dos amantes, foi este lugar onde rumou John Roberts e os de

Xenomedes. E agora eles caminham por belos campos como se fossem

dois sentimentos exclusivos num coração, onde apenas os próprios

podem tocar e viver. Roberts começava a escrever seus diários sobre o

que ocorrera, assim como transcrever alguns pontos sobre as janelas

temporais de falha telúrica prevista em diversos pontos do espaço-

tempo e o chamou, O Tratado do Tempo assinado como Heidrun

Adail. Alguns poucos meses se passaram desde que a sangrenta batalha

entre os sedentos insanos sucederam em seu rancor. Desde então

Roberts aprimorara seus conhecimentos e sua armadura utilizada na

batalha começou a realizar diversas modificações e experimentos

mesmo mediante a tecnologia tão rudimentar da época num pequeno e

improvisado laboratório, junto a um pequeno fragmento da pedra

deixada por Octavios. Se preparava a fugir para um local seguro junto

a jovem Aagje Stoneset em toda sua delicadeza e graciosidade onde

viveriam seguros dos vis perseguidores.

Heidrun Adail, viu Xenomedes preparando-se para um trajeto

solitário a encontrar o seu sonho literal, separando mantimentos e

preparando um cavalo bom, o melhor para a longa viagem só por

desertos e perigos quando se virou a Heidrun Adail e o cumprimentou

assim curvou-se a sua prima Aagje Stoneset e disse:

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- Vocês têm um grande homem aqui, dos quais sobreviveram

aos que tal não valorizaram, zele por ele e certamente lhe fará o

proporcional, pois muito ainda tem a criar. - e então virou-se até ele e

prosseguiu - algo me diz que você já era dos nossos, sinto-me honrado

não somente por toda semelhança, mas poder ter combatido ao seu

lado honrado homem.

- Faço minhas suas palavras se me permitir a honra de toma-las

emprestas, grande Xenomedes, que algum dia nos encontre! - terminou

Heidrun Adail.

Assim o homem seguiu a porta da casa onde a abriu em com

um grande sorriso disse.

- Certamente nos veremos. - disse ele com um sorriso

encantador de felicidade - Como amo estas viagens, espero que fique

longe dos que nos trazem dor. Adeus!

Saiu ele como quem estivesse cantarolando algo muito baixo,

quase sussurrando. Mas mesmo que a saudade já bate-se ele se

lembrou de que agora estaria distante dos loucos que apenas vos trazia

dor e poderia finalmente poder viver um pouco de verdade, então ele

olhou nos olhos da bela donzela e segurou em sua mão, pois agora

tinham um ao outro a quem confiar e todo tempo do mundo para poder

curtir um ao outro longe de rótulos e dor de homens vis e sanguinários

e ladrões que não tinham vida própria...

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Parte II

Sem Previsão

Marcapasso do Tempo

John Octavios, um homem além do tempo. Como se tivesse tido um

sonho acorda praticamente sufocado, se levanta e se vê em um beco

pobre em Nova York provavelmente no século XX. Cercado de muito

papelão e muito lixo este assustado e completamente desorientado se

levanta cambaleante como se tivesse bebido uma garrafa de cachaça

inteira, para tão logo notar que além de uma enorme dor de cabeça, sua

pulseira de Quantum está quebrada por uma lasca em seu meio

provocado por um golpe de espada. Desanimado e sem saber o que

fazer este portando roupas completamente desconformes do tempo

chama a atenção de um mendigo que ao vê-lo nestes trajes dele

debocha, mas tão logo vendo haver algo de valor naquilo Octavios

oferece seu colete de elmos ligados em troca de sua roupa, afinal seria

melhor para ele caminhar como um morador de rua do que como um

cavalheiro medieval até que se localizasse evidentemente.

Mais um surto de confusão lhe sobrevém, algo entre a amnésia

e confusão de memórias que o leva a se questionar quem é e onde está.

Ao sair na rua carros velhos passavam ruidosamente enquanto pessoas

com ternos vagavam de um lado a outro quando este vê num dos

jornais o período do tempo em que se encontra, 5 de maio 1908, New

York Times. Então repentinamente começa a chover enquanto a

poucos instantes fazia sol, mas não só, a observar a água que corria da

calha de um dos imóveis a cair completamente irregular como se

oscilasse suas seqüências de queda numa dispersão sobre as poças

completamente estranha provocando ondas desconformes e

desproporcionais.

Ele coloca a mão num dos seus bolsos e nota haver alguns

dobrões de ouro de onde veio, seja tenha sido verdade ou não, mas o

suficiente para trocar por outras roupas e comer, pois após aqui sentia

seu estomago como se tivesse vida própria a roncar. Ao entrar numa

loja de penhores ele mostra o dobrão para o homem que após vê-lo de

perto fica impressionado e em troca pede dólares, e um relógio de

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bolso com o desenho de uma rosa dos ventos, sendo atendido

imediatamente, pois o sujeito pareceu ficar particularmente

impressionado como dobrão, porém ao sair, John Octavios por acaso

esbarra numa peça de abajur antigo que caí sobre uma pilha de caixas

que caí sobre um vidro o quebrando e com o barulho distraindo um

motorista que bate com o carro no poste e em seguia os demais carros

atrás num engavetamento. Impressionado com a situação o homem

ainda tendo os dobrões em suas mãos observa como algo tão pequeno

pode ter provocado tamanha seqüência de acidentes, mas Octavios

ainda confuso saí enquanto a pensar consigo mesmo sobre as

condições atípicas daquele mundo como se algo tivesse simplesmente

errado com o se poderia chamar de marcapasso do tempo onde os

extremos da imprevisibilidade tanto quando oposto sempre liga-se ao

erro e negativismo expostos nas seqüências de grande

desproporcionalidade contra a lei de equilíbrio universal. Porém, não

sabendo se tal é provocado por sua presença vai até outro lugar a

comprar roupas melhores e típicas do período e em seguida a um

restaurante onde finalmente come, quando vê um homem passar com

uma revista mostrando na capa a foto de um homem com braços

cruzados tendo um outro a seu fundo com um sorriso no rosto, que

estranhamente lhe era familiar sob o seguinte título: Andy Wellignton

é Deus? Saiba tudo sobre como este homem ficou rico com suas idéias

e histórias geniais!

Rapidamente Octavios tem um insight sobre aquele homem

que já havia visto antes mas não se lembra onde, mas que certamente

por tamanha imprevisibilidade certamente estava longe de ser um

Deus. Assim ele se levanta e corre até um jornaleiro onde compra um

exemplar da revista e abre desfolhando nervosamente quando a revista

simplesmente rasga do nada em suas mãos fazendo-se desmantelar-se,

mas ao ver um papel desta onde diz que numa entrevista parecia

falando sobre ilusões e a realidade e de que sua criação era a melhor

"um debate filosófico com Andy" dizia o título. Mais abaixo tal falava

tarde de autógrafos com o glorioso Andy na Brodway e seu novo

projeto 'Procurando o Jardim Secreto' um thriller pós-apocalíptico

emocionante!

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John Octavios parece paralisado com aquilo tudo aquela

situação presa a um agora sem previsão das conseqüências futuras a

médio e longo prazo onde numa reportagem aparecia até mesmo

falando sobre meteorologias perplexos com uma atípica condição

climática de extremos e imprevisíveis “só podemos falar do agora”

dizia o papel.

Seu rosto olhando ao vazio emergiu em suas memórias

embaralhadas como cartas num poker a lembrar quem era o homem,

quando um insight mais completo lhe veio sobre este certo Andy, este

era um jovem que havia se perdido supostamente no tempo junto a

outros após oito num acidente quando se realizava os primeiros

experimentos temporais do futuro, a mudança atípica na linha do

tempo num contra destino de anomia conforme antes debatido por

Teogoras determinava que falecimentos irracionais estão a determinar

ecos e interferências temporais mediante as residuais quânticas do

consciente, no que ele preferiria chamar de “fantasmas metafísicos”,

mas tal parecia até mesmo ter excedido tal por romper a linha do tempo

comum. Mas como ele foi parar lá sem que soubessem ou fossem

registrados pela história conhecida dele ou da T.E.M.P.U.S? As

propostas de mundos paralelos não correspondiam às expectativas da

T.E.M.P.U.S., por isso Octavios se recusava ter parado num mundo

onde este homem se tornou famoso as custas dele. Ele parecia ter

adquirido conhecimentos inclusive após a própria formulação da

T.E.M.P.U.S. e estava alterando a linha temporal a seu bel prazer

utilizando numa outra linha temporal, tais conhecimentos que não

poderiam ser utilizadas de seus autores tal como da CEET do qual

Octavios fazia parte e algum tempo procurava estas pessoas.

Obviamente John sem nem pestanejar se dirigiu ao local onde o

homem estaria.

Ao chegar lá após passar por placas onde falava de uma

apresentação de um certo Nikola Tesla, aplausos e aplausos onde Andy

surgiu ligeiramente ruborizado com tanto esplendor das informações

que não lhe pertenciam enquanto carregando um copo de Wiski e

vestindo um smoke ao se lado uma mulher estranha - particularmente

Octavios tinha dúvidas se era mulher - estendeu as mãos e depois

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colocou seu braço direito sobre o peito se abaixando como

agradecimento aos aplausos e imediatamente um jovem com uma

revista gritou em meio a flashs de fotos: "Você é o melhor!"

- Grato! Vocês devem se perguntar sobre toda beleza de minha

obra e genialidade - disse Andy enquanto mulheres lindas vestindo

plumas e fumando cigarros cumpridos e finos paravam ao seu lado. -

Mas o meu novo projeto tratará de dois viajantes no tempo, um homem

chamado Gustavo e John Fiennes que vêm de um futuro próximo! - ele

é interrompido pelos aplausos quando de repente em meio a multidão

vê Octavios olhando firmemente para ele e de repente se assusta

deixando a pergunta feita por um repórter sem ser respondida, quando

ele finalmente se localiza e diz:

- O filme tratará de um personagem chamado Gustavo que se

torna muito mal e rouba conhecimentos do Tempo! Sim, tudo que

vivemos é uma ilusão, sim eles voltarão para o Futuro, De Volta para o

Futuro! - aplausos nervosos da platéia em delírio, quando de repente

um garçom tropeça e caí com uma bandeja cheia de bebidas.

Algo estava errado com o marcapasso do Tempo provocado

por algo poderoso que atingiu sua metafísica obviamente provocada

por torções do conhecimento aplicado de forma não somente usurpada,

mas injusta num outro tempo do qual não pertencia, Andy não havia

simplesmente feito uma descoberta sozinho ou por muito trabalho no

que pesquisou solitariamente como o co-fundador da T.E.M.P.U.S.,

Leonel Lennox que, no entanto, um de seus experimentos fugiu ao

controle.

Aquilo deixou Octavios invocado, como pode aquele homem

que nem temponauta era simplesmente roubar as informações e ainda

querer retrata-lo como se fosse o vilão? Gustavo era claramente uma

versão dele naquele mundo plagiado de Andy. Não bastando ele ainda

olhou para Octavios fazendo um semblante de quem estivesse se

vingando de algo que ele nem fizera! Porém pacientemente Octavios

esperou até o fim do discurso de ego inflamado de Andy em sua

autoglorificação para após dar dezenas de autógrafos esperar junto aos

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fãs sua oportunidade de lhe dirigir a palavra. Mas quando chegou a vez

dele Andy ao lado da mulher estranha demonstrou tamanho desdém

como se nem o conhecesse apenas dizendo para sair logo após receber

uma foto com ele e a mulher autografado, mas antes que saísse John

Octavios disse.

- Você não pertence a essa linha do tempo e está usando algo

que não é seu, não foi você quem criou ou escreveu! – disse Octavios.

- Ora, ora, temos aqui um fã enaltecido. – disse Andy – Não

leve tão a sério estas histórias de ficção científica meu caro!

- Mas como raios você sabe quem sou se nunca lhe vi

pessoalmente? – disse Octavios – quer que comece a falar sobre quem

é você aqui?

Diante disso Andy ficou completamente sem jeito e olhando

para os lados apenas sussurrou:

- Espere acabar isso que converso com você, mas, por favor

sem alarde! – disse Andy agora sorrindo para poder disfarçar suas

mascaras diante de todos.

A Chuva parou tão repentinamente quanto começou. Agora,

essa era a palavra a determinar unicamente o que todos naquele lugar

viviam naquele lugar, certamente se seu medidor quântico funcionasse

determinaria flutuações quânticas tão grandes que varariam as escalas

isso se até mesmo não provocassem mudanças na elasticidade do

tempo o tornando por vezes mais rápido ou mais lento, imperceptível

obviamente aos relógios comuns, mas percebidos apenas sutilmente a

consciências mais apuradas. Não bastando tais oscilações como um

pendulo aumentava enormemente o nível da caótica ao negativismo

residual, onde sua aceleração mesmo que não detectável a qualquer

relógio estagnaria gradualmente aquela realidade de forma similar ao

homo nulus em sua busca perpetua contra a verdade numa incessante

busca pela anulação de vidas a uma redundância existencial. Assim,

Octavios ficou parado na saída de trás do auditório à espera de Andy

para poder lhe dirigir a palavra enquanto encarava um cartaz sobre as

proezas das descobertas de Nikola Tesla. Este notável homem que por

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si só foi alvo de sabotagens que buscaram o anular por sua vida,

haviam feito descobertas – algumas das quais secretas – muito

aproveitáveis a T.E.M.P.U.S. num futuro distante, mesmo que sua

posição de constante perseguição o obrigou a sobreviver em união

aqueles que na prática não gostavam muito de seus inventos, mas

muito provavelmente seria útil a Octavios para tentar sair daquela linha

temporal “atípica”, isto é se aquele louco não o resolvesse mata-lo

antes. Foi quando a porta de abriu e saiu Andy e a estranha mulher com

ele, que ao demonstrar um fiapo de consciência deu um sorriso sem

graça mediante a situação em que colocara Octavios.

- Você veio de 2052 após um experimento de um certo Lennox

dar errado – disse Octavios – mas como você veio aqui parar? E

descobriu todas estas coisas que apenas ocorreriam no futuro?

- Ai cara, tudo que sei é que de repente acordei neste lugar me

lembrando não somente de meu futuro, mas do seu. – disse ele – tinha

que sobreviver não mendigar e apenas resolvi utilizar estes

conhecimentos para poder melhorar minha condição.

- Estas histórias não são suas! Não foi você quem criou, mas

pelo que parece você não somente sobreviveu como superou suas

expectativas não acha – disse Octavios apontando para todo luxo em

que vivia e a capa da revista em suas mãos. Se você sabe sobre nós,

deve saber o que revelações do futuro ao passado pode provocar, isto

desestruturou todo este ponto do espaço-tempo. Não se trata de uma

mera previsão ou ficção cientifica e você sabe!

- O que você quer que eu faça? Vendo tudo isso como se fosse

ficção? Ninguém acredita! – disse ele.

- Não importa! Toda torção sobre a verdade provoca torções

sobre a realidade e seus transtornos sobre o tempo podem ser

incalculáveis a médio e longo prazo principalmente se for

conhecimentos do futuro, por mais que se deseje segurar um dos lados

vazará para outro, pois a injustiça conceitual sempre estará a escoar,

acho que este caos comprova que se é impossível ter controle sobre

todas as nuances e variáveis.

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Andy, porém vendo-se claramente em desvantagem moral,

estando errado mediante os fatos começou a gaguejar, pois todo seu

feito tão pouco foi por talento próprio, mas roubo e injustiça sobre

Octavios e assim recuou dizendo alto: Jesus! Quando surgiu um

homem – seu guarda-costas sacando uma arma de seu casaco sob clara

ameaça.

- Não tem jeito, você é como os ordinários das histórias que

você roubou, nada faz você perceberem o óbvio da verdade. – disse

Octavios – isso tem conseqüências queira ou não, está além do poder

de qualquer homem neste mundo, você não é Deus Andy e Jesus está

acima de sua injustiça!

Octavios sentiu-se seriamente em risco e vendo-se que não era

mais possível dialogar, pois nada poderia convencer aquele homem a

tomar uma atitude mais sensata, rapidamente seguiu até a rua

resolveria esperar um certo Nikola Tesla.

Do Outro lado do Espelho

Algumas horas após o show de horrores e injustiça promovido por

Andy Wellington, Octavios solitário e amargurado finalmente viram

Tesla subir ao palco após um equipamento seu ser ligando emitindo

raios para todos os lados. Sua fama de excêntrico e anti-social – tinha

traumas de tocar pessoas – apenas exaltava um dos réves da

genialidade evidentemente um passo a frente na evolução humana,

transtornos e até mesmo casos de amnésia eventuais lhe sobreviam

com seu intenso trabalho naquele lugar. Mas John Octavios mesmo

diante de tudo aquilo esqueceu seus problemas se colocando numa

posição de fã que certamente o era, mesmo que fosse dum tempo muito

posterior ao dele. Assim o estranho Tesla entrou no local igualmente

estranhamente cativante como se fosse carente do reconhecimento

justo de seu trabalho e tamanho de sua personalidade e história

simplesmente notáveis, Octavios estava diante de um gênio verdadeiro

em fim praticamente injustiçado pela história e por invejosos.

Porém quando ele começava a exibição de um de seus

maquinários um ruído como numa explosão surgiu a explodir raios

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para todos os lados fazendo as luzes do local se apagarem e todos

saírem correndo! Em seguida o equipamento enorme caiu no chão

provocando um estrondo ainda maior e fogo que parecia se alastrar.

Foi obra de Thomas Edison, sabotagem dele! Um dos de Tesla dizia

aos berros. Mas certamente não o era, se não um eventual e evidente

crescimento do que alguns chamavam de lei de Murphy.

Porém, quando Tesla abaixando sobre si mesmo colocou as

mãos na testa Octavios se aproximou e lhe estendeu a mão a toca-lo,

porém antes mesmo que o tocasse este se levantou repentinamente a

olha-lo assustado e disse como se estivesse surpreso:

- Quem é você?

Tesla curioso com o que ocorreu acabou aceitando o convite de

Octavios a tomar um drink não muito longe dali. Mesmo que

claramente deprimido em especial com o último ocorrido sentia-se

completamente inútil como se todo seu trabalho fosse vão, mas ao

receber uma palavra de Octavios em que disse saber o que ele sentia

Tesla se tornou mais receptivo.

- Sei que às vezes parecem haver forças negativas que as são

por parecer estar constantemente a trabalhar contra nós, subtraindo do

significo de nosso viver. - disse Octavios. - Mas mesmo que às vezes

tudo possa parecer perder sentido, podemos encontra-lo sim.

- Apenas quero compartilhar com o mundo dos meus talentos e

o que posso fazer! - disse Tesla finalmente num claro desabafo - mas a

cada passo que dou em frente parece que algo nos faz recuar dois!

- Deve ser difícil para um gênio como você viver cercado de

moscas que apenas lhe infernizam, mas mesmo que eles tentem não

vão conseguir apaga-lo, pois a verdade não se apaga, no tempo fica

gravado para sempre independente das variáveis. - Disse Octavios

Neste momento Tesla ficou curioso com seu jeito peculiar de

falar e então mudando repentinamente o rumo do dialogo lhe

perguntou:

- Mas afinal o que lhe trás o senhor a mim Dr.Octavios? O que

deseja de mim?

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- Você faz serviços onde recebe dinheiro e em troca construí

equipamentos e inventos para esta gente, e mantém sigilo sobre o

assunto - disse Octavios - Não quero nada diferente disto, porém, o que

tenho a lhe oferecer pode ser muito mais valioso do que dinheiro.

- Vivemos num mundo capitalista Sr.Octavios, infelizmente

idéias não o move, mas sim dinheiro - disse Tesla.

- Mas são as idéias que fazem dinheiro meu caro jovem, e esse

é o futuro. - disse Octavios

- E você por acaso seria algum profeta? - Perguntou Tesla

ironizando-o.

- De certo modo sim - respondeu Octavios rindo baixinho -

Porém, você deve saber disso como ninguém, especialmente num

mundo se tornando tão rapidamente caótico e negativo como este.

- Então percebo que tenho aqui, também um fã que estudou

sobre mim - disse Tesla

- Mas não como extremistas que lhe são como moscas sobre

uma carniça. - Respondeu Octavios - Não obstante, já que chegamos ao

ponto receio que devamos tratar de negócios se assim o senhor aceitar

o que lhe tenho a oferecer.

John Octavios sabia que não poderia passar simplesmente

qualquer conhecimento futuro, pois assim incorreria exatamente no

mesmo erro de Andy Wellington mesmo que neste caso Tesla soubesse

guardar segredo apenas a aprimorar suas pesquisas, era um homem de

ciência. Porém mediante os estudos de Octavios sobre paradoxismo ele

sabia que não poderia simplesmente falar tudo para quando poder

voltar a T.E.M.P.U.S. anular a chegada de Andy e assim tornando

desnecessária sua chegada naquele local, logo caindo na contradição

do tempo onde por não realizar tal viagem anularia sua forma de

impedir a própria chegada de Andy o levando assim a repetição do

mesmo. Mas sabiamente Octavios sabia que ele estaria a realizar

projetos e experimentos com o que ele chamou de Raio da Morte,

mesmo que tal assim como sua máquina de ressonância que seguia os

mesmos parâmetros freqüências poderiam ser utilizados numa janela

de tempo do Triangulo das Bermudas mesmo que ele não soubesse

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quando seria. Deste modo Octavios estaria apenas antecipar Tesla em

seu conhecimento sendo na realidade ele a oferece-lo e assim ao invés

de criar um transtorno anulatório do tempo criaria um paradoxo auto-

completativo, pois curiosamente parte das pesquisas posteriores foram

feitas encima das de Tesla!

Claro, que Octavios teve muito cuidado ao saber o que contava

dizendo apenas se tratar de um projeto chamado Filadélfia que de fato

existiria alguns anos à frente - após o final da Segunda Guerra Mundial

- assim apenas criando vultos de histórias conspiratórias jamais

confirmadas ou negadas plenamente pela história, John Octavios

novamente faria parte das lendas da humanidade.

- Você sabe que minha área de especialidade é a eletrônica -

disse Tesla ao contar o que queria que fizesse aproveitando que estava

num período que tinha bons investidores nele.

- Mas também sei que, sobretudo você é um homem das

ciências e onde estiver a verdade, utilizando-se da eletrônica ou não

você tentará alcança-la! - disse Octavios de forma tentadora – mas,

sobretudo meu caro e lendário Tesla, lhe ofereço a oportunidade de dar

seguimento aos experimentos com tais conhecimentos, e os

desdobramentos deste campo podem ser utilizado de formas

impensáveis, acredite.

Tesla simplesmente sentiu-se como uma criança novamente

com a oportunidade de ter novos brinquedos em mãos para poder

contemplar as possibilidades da ciência e seu proveito para a

humanidade e contendo sua empolgação - afinal não queria dar tanto

na pinta - disse apenas onde conseguiria tais itens necessários para tal.

- Talvez precise de um sino e fazer uma visita ao Vaticano -

disse Octavios colocando as mãos sob queixo - afinal não sei se seria

interessante fazer um cruzeiro a uma estação baleeira abandonada no

Alasca.

Telsa perplexo e curioso mesmo que desajeitado estendeu sua

mão com seus tiques de quem temia tocar uma pessoa, mas mesmo

assim apertou sua mão com um sorriso no rosto olhando com ar de

curiosidade para seus olhos selando uma amizade e parceria jamais

descrita. As amizades são trocas, disse Octavios consigo mesmo, não

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vias de mão única e tenho certeza que os bons sempre tem algo de

muito bom a oferecer uns aos outros. Porém como garantia Octavios

lhe fez esboços de cálculos que ele ainda iria descobrir para seu Raio

de Morte como pagamento adiantado.

- Que o que tratamos aqui neste tempo permaneça entre nós, e

apenas nós. - disse Octavios.

A linguagem de Octavios deixava Tesla desconcertado, afinal

porque falava tanto em tempo e variáveis, porém tão logo quando saiu

ao ver um bueiro ter sua tampa jogada para fora com o passar de um

calhambeque sobre a direção deles entendeu o porque do significado, o

carro perdeu o controle e bateu num outro e a tapa rolando salto pela

vitrine de uma loja destruindo o vidro e os manequins, mas quando

Tesla deu um passo em frente tropeçou sendo apenas impedido de cair

de cara no chão por Octavios.

- Devemos ter cuidado com "acidentes" - disse ele limpando o

terno de Tesla que ficou completamente desajeitado diante de tal ato.

Foi quando um sino tocou na cidade chamando a atenção deles, era de

uma catedral de lá próxima, mas o som simplesmente silenciou-se

sendo sucedido por um ruído de impacto do sino no chão.

- Então Newton descobre a gravidade - disse Octavios rindo -

Acho temos nosso sino!

John Octavios e ele rumaram até o local onde um padre e o

coroinha observava o sino no chão sobre alguns bancos quebrados, por

sorte, não havia ninguém lá! Foi então que Octavios retirou mais um

dobrão de seu bolso e ofereceu ao homem dizendo.

- Aos bons tempos, sou um colecionador e desejo comprar esta

sucata. - disse Octavios, obviamente para desvalorizar o que queria

adquirir,e que certamente rapidamente vai ganhar valor imensurável,

até mais do que pensa.

- Notou como tudo parece andar despencado ultimamente? -

perguntou Tesla curioso após encontrar um de seus assistentes. - Deixe

que meus assistentes se encarregam de levar o sino para meus

laboratórios mesmo que não compreenda o porque.

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- Apenas siga as instruções tal como seus assistentes as suas

que certamente você vai ter entendimento posterior, e não se

arrependerá, garanto. - disse Octavios - Porém, agora tenho que fazer

uma viagem, mas preciso de alguém a me acompanhar.

Porém, quando um dos jovens foi dado a seguir Octavios, este

notou que um dos homens de Andy Wellignton os vigiavam o levando

a relatar sobre o caso para Tesla mesmo que de modo apenas

superficial, dizendo que tal nada mais era que um usurpador pronto a

sabotar seus esforços e por isso deveria ser impedido.

Moscas do Tempo

Roma, Vaticano. John Octavios após desembarcar na Itália seguiu sem

demora até a Santa sé junto com o assistente de Nikola Tesla chamado

Anthony e após chegarem até a biblioteca onde haviam relíquias

diversas abertas apenas parcialmente a visitação Octavios, porém

indentificou-se e falou que procurava por arquivos relacionados a um

certo Heidrun Adail e um delegado e bispo da Santa Inquisição dos

tempos medievais chamado Alexis Anor Zanini, o jovem que atendia

portando trajes típicos dos frades se retirou a falar com um padre que

mais ao fundo se encontrava e este imediatamente olhou para Octavios

e o jovem que o acompanha como se tivesse surpreendido pelo fato.

Este se dirigiu a ele e rapidamente lhe perguntou seu nome.

- Sou John Octavios, vim de longe a pesquisar tais arquivos

que sei que estão indisponíveis ao público. - respondeu ele.

- Mas como o senhor ficou sabendo deste livro, Sr.Octavios? -

respondeu o homem.

- Foi você quem disse ser livro meu caro, não eu. - respondeu

ele em tom de sarcasmo e continuou - Mas creio que seu nome seja

'Tractatus Ad Tempus'.

O homem praticamente arregalou os olhos de susto com tal

afirmação, porém sem exitar curvou a cabeça pedindo para aguardar

um pouco e se retirou, apenas retornando algum tempo depois com um

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manuscrito nem tão grande, mas cujos papéis claramente envelhecidos

demonstrava que sua grandeza se encontrava no tempo. Com muito

cuidado ele então colocou sobre um pequeno balcão onde o abriu

lentamente retirando o pano de proteção e disse.

- Este livro é uma relíquia muito preciosa para nós e por isso

praticamente em se encontra segredo, pois trás algumas informações

precisamente curiosas a respeito do futuro. - disse o homem -

pensávamos se tratar de um livro profético ou um apócrifo, porém é

datado de aproximadamente do século XII e faz poucas menções

bíblicas, escrito como o senhor afirmou por um certo e distinto

cavalheiro misterioso chamado Heidrun Adail e passado pelo Bispo

Alexis Anor Zanini. Não sei como o senhor conheceu a história, mas

apenas estamos lhe oferecendo tal porque no mesmo dava instruções

de apenas ser entregue a quem soubesse seu nome e procedência.

- Fico muito agradecido pelo zelo com estas informações caro

irmão. - disse Octavios - receio que não demoremos muito com este.

- Este livro é muito valioso para nós - disse o homem -

Portanto mesmo que estejamos apenas seguindo o que nele contém por

respeito ao seu autor, gostaríamos de saber como o senhor soube deste

e o que pretende com tal.

- Se não disser, não altera o pedido do mesmo, amado, portanto

receio que no momento deverá apenas contar com minha confiança e

sincero agradecimento, pois tão logo será devolvido em segurança, não

sou homem desonrado a mentir nestes negócios. - respondeu Octavios,

que após se afastar viu o frade que o havia atendido inicialmente

praticamente cochichar curioso ao pé do ouvido do homem que

entregou o livro enquanto este passava por uma fileira de antiguíssimos

livros e outras peças raras num tipo de museu sacro sob a grande

curiosidade do jovem Anthony.

No caminho para o Hotel após sigilosamente tirar uma cópia

das páginas principais deste ao atravessar a rua este seguiu até um café

próximo dali onde ao ver um caminhão descarregar antiguidades

simplesmente um sujeito caiu no chão derrubando um caixote repleto

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de peças de platina e ouro a caírem no chão diante de todos na rua.

Rapidamente os homens encarregados vieram ao local para poder

recolher novamente quando John puxava uma cadeira a sentar, mas

Anthony o puxou por pouco lhe mostrando que ela estava quebrada e

certamente iria cair. Octavios agradeceu e sentou noutra cadeira e

começou a desfolhar as páginas do valioso livro lentamente, quando o

jovem interrompeu perguntando.

- Me perdoe Dr.Octavios, mas qual a relevância deste livro

para o projeto do senhor?

- Muito mais do que você imagine, jovem Anthony. -

respondeu ele sem tirar os olhos do mesmo, quando chegou numa

sessão de páginas repletas de datas em ordem cronológica até chegar

ao ano presente, 1908. Ele então viu mais três especificações escritas

em inglês dizendo:

- Falha Telúrica de forte intensidade como janela temporal às

8:17 (am) em 15 de janeiro de 1908, local e hora das ilhas Bikini.

Local não exato, oscilante.

- Anomalia espaço-temporal resultando tempestade

eletromagnética com provável discrepância espaço-temporal as 18:43

em 25 de março de 1908 nas mediações da Flórida.

- Janela temporal de difícil alcance nas proximidades das ilhas

Bikini as 13:08 aproximadamente, 13 de junho de 1908 (estranha

imprevisibilidade caótica extremada).

- Achei! - disse Octavios apontando o dedo e fazendo Anthony

se inclinar diante do livro curiosamente - Este é o período mais

próximo!

- O que é isto Doutor? - perguntou o jovem.

- Podemos dizer que sejam prazos para que seu chefe consiga

construir o equipamento para um experimento cientifico sensacional

digamos. - respondeu Octavios quando virou mais algumas páginas a

notar outras datas aonde muitos aviões e navios iriam se perder nos

anos seguintes.

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- Uma pena que não poderemos fazer nada por estes. - acabou

pensando alto e apenas deixando o jovem ainda mais confuso.

O Jovem olhou espantando para o papel onde diversas datas se

dispunham dizendo como, 4 de março de 1918, 30 de outubro de 1954

e assim seguidamente até que ao final da década de 70 simplesmente

fica um enorme espaço com raríssimas ocorrências de datas similares

com suas respectivas descrições. Quando repentinamente um vento

forte veio sobre eles arrastando diversos guardas-sol e derrubando

placas fazendo com que Octavios recolhesse as páginas, mas não sem

uma das cópias voar fazendo Anthony correr para pega-la de volta.

Começou a chover torrencialmente então e estes correram até o hotel

que ficava a uma quadra dali.

Eles foram para o Hotel onde finalmente após um banho

Octavios sentou-se em sua cama para dormir um pouco, pois estaria

devolvendo o livro ao Vaticano no amanhecer enquanto ainda chovia

forte fazendo as gotas escorrerem pelo vidro da janela em disposições

estranhas o fazendo ir até tal e abri-la.

Rapidamente ele notou que a calha de cima fazia com que as

goteiras caíssem ao invés de retas até o chão, tal como a chuva,

simplesmente parecesse fazer zingue-zangue como se dois ventos

contrários estivessem sobre elas. Ele então fechou a janela e quando ia

pegar um copo de água que havia deixado sobre uma mesinha um raio

caiu o assustando quando levava este até a boca para somente então

notar que havia uma mosca dentro do copo a se remexer nervosamente

na tentativa de sair da água. Ao observar aqui, Octavios ficou intrigado

ao notar os estranhos movimentos e ondulações provocadas pela

mosca, mas então outro estrondo ocorreu, mas mesmo que parecendo

um raio não o era, fui no quarto do jovem Anthony o fazendo se dirigir

imediatamente para lá quando ao abrir a porta tomou uma coronhada

certeira em seu rosto sem saber quem era, mas certamente um bandido.

Então o que estava a sua volta se apagou para Octavios.

Ao abrir os olhos vendo tudo embaçado viu Anthony amarrado

e uma mulher estranha, exatamente a mesma que acompanhasse Andy

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naquele dia quando esta viu ele acordar e se dirigiu a ele e com uma

voz grossa disse:

- Você é o tão comentado por Andy porque afinal, heim - disse

à pessoa que na verdade era um homem travestido.

Ele sentou-se, mas como se fosse uma mulher com uma faca

na mão e disse.

- Me perdoe, meu nome é Lorriane, parece que você tem

algumas preciosidades para Andy - disse ela mostrando o livro que ele

havia pegado no Vaticano. - A propósito seu servente não sabe fazer

direito, essa gente quando fica nervosa não consegue de forma alguma

se expressar sexualmente. Mas fui gostosinho.

Ela então levantou e com um movimento repentino cortou a

garganta do jovem com a faca em sua mão fazendo jorrar o seu sangue

no quarto enquanto ela ria com a cena demonstrando toda sua

perversão e prazer naquilo. John Octavios completamente assustado

murmurou algo que não se compreendia, pois estava amordaçado

quando ela se aproximou dele com a faca e brincando com ela passou

por seu rosto e pescoço quando disse.

- Você está suando muito, mas até que é atraente - disse ela

apertando agora seu rosto com uma das mãos e lhe lascou um beijo,

após tirar-lhe a mordaça. - Se você se comportar prometo que não sofre

belo Octonaut. - terminou ela.

Só neste momento Octavios notou que haviam mais dois

homens no lugar, pois afinal aquela "donzela" não iria fazer nada

sozinha, mas a cena que seguiu foi simplesmente bizarra ela começou a

dançar na sua frente como se quisesse seduzi-lo quando Octavios notou

- ainda tendo suas mãos amarradas atrás da cadeira - que a madeira

desta estava cedendo quando num movimento brusco ele a quebrou se

levantando sobre ela que caiu no chão deixando a faca ir para o lado

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dele dando tempo dele a pegar repentinamente quando os homens

retiraram suas armas a aponta-lo dando tempo apenas para Octavios

saltar sobre Lorriene e colocar a faca também em seus pescoço como

ameaça e garantia de se viver.

- Vocês podem arriscar atirar em mim, e matar ela enquanto

envio estava faca em seu gogó de macho. - disse Octavios todo torto

por causa das vendas nas mãos - ou me entregar o livro e deixar-me

sair.

Lorriene rapidamente acenou que sim para os homens quando

um destes abaixo a arma e lentamente entregou o livro a John Octavios

enquanto ele rapidamente tirava as presas de seus pulsos e voltando a

faca ao pescoço de Lorriene disse para estes lhe entregar suas armas.

Rapidamente John se levantou e viu o jovem morto no chão e se retirou

rapidamente pela porta praticamente voando pelo corredor antes que

eles aparecessem. Ele precisava urgentemente encontrar Nikola Tesla!

Ainda era noite e sinceramente não sabia para onde ir. E tão

pouco tempo a polícia local estaria o procurando como suspeito de

assassinato, ele resolveu então se dirigir ao aeroporto e esperar o mais

próximo vôo que ao chegar lá descobriu que seria apenas as 6 da

manhã. Rapidamente Octavios embrulhou o livro o destinando ao local

de onde havia pegado pedindo a um dos homens da guarda do

Vaticano para entrega-lo em mãos, pois não o poderia por estar

fechado.

Ao sentar-se nos bancos do aeroporto sentiu-se mais aliviado

com a segurança local até que adormeceu após observar seu relógio de

bolso quando teve um sonho muito estranho. Como se estivesse no

futuro Octavios aparentemente havia fundado junto a outros um centro

de pesquisas chamado Sindicato dos Filósofos, onde para sua surpresa

um jovem muito conhecido dele chamado John Roberts trabalhou num

experimento, porém chamado Gary Kane!

Assim repentinamente ele acorda após um incidente e a

constatar que já eram 6 horas e as pessoas se dirigiam ao local do

embarque. Ao entrar Octavios pensou seriamente o que seria aquilo

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uma vez que tais sonhos pareciam surgir como memórias vividas dele,

talvez graças às modificações no quantum do tempo naquele período

fazendo com que alterasse até mesmo seu nascimento assim como a do

próprio John Roberts. Ele estava sem sua pulseira de quantum assim

sua mera presença naquele tempo estava provocar oscilações temporais

claras mesmo mediante todo seu zelo e discrição, além das provocadas

por Andy de forma muito mais anômala diretamente que ele pelo uso

aberto de conhecimentos futuros que nem pertenciam a ele.

O Relojoeiro Ao chegar nos laboratórios de Nikola Tesla, ele rapidamente notou que

o local era protegido por uma cerca elétrica. Ao ser atendido, Octavios

sem saber como explicar o ocorrido lhe contou o que contou com o

jovem assistente dele. Completamente preocupado e entristecido com o

caso – afinal já não bastasse o acidente dos dias anteriores no teatro.

Deixou alguns investidores receosos afinal uma clara campanha contra

ele e os seus pareciam estar em voga plenamente, e assim além do

pesar da perda daquele talentoso rapaz e suas repercussões ainda teria

de aturar dos fatos nas mãos de homens como Andy. Porém apesar dos

problemas Octavios tinha que persistir em preparar o maquinário a

tempo para aquele período de falha espaço-temporal. Assim em

segredo Octavios retirou de sua pulseira quântica um pequeno

fragmento da pedra para utilizar no sino onde ligado a outros

equipamentos deveria produzir ondas vibratórias em freqüências que

alinhadas a falha no Triangulo das Bermudas o estabilizaria o

suficiente para transportar o barco – e ele – junto. Porém agora eles

precisavam se dirigir a um homem misterioso que trabalhava com

relógios que segundo o mesmo livro descrevia como “proporcionador

atemporal da peça restante”, uma espécie de cronômetro a regular e

medir as mudanças e variáveis temporais como uma espécie de

pulseira quântica rudimentar.

Ao chegarem ao local, relógios pequenos e grandes, de todos

tamanhos se dispunham num constante ritmo coreografado e

orquestrado como num coral de tic-tac´s. Foi quando um senhor magro

e simpático surgiu dentre eles e lhes perguntou o que desejavam,

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porém antes mesmo que respondessem este olhou ao relógio e disse

para tamparem os ouvidos, pois acabou de completar 6 horas da tarde e

todos os relógios se dispunhavam a berrar numa coreografia

embaralhada de diversos sons e 'toing´s' contínuos do qual tornava-se

impossível ouvir qualquer outra coisa. Tesla entrou em pânico e

simplesmente caiu no chão a se contorcer com os enormes ruídos a sua

hiper-sensibilidade. Quando o som parou, Octavios e o senhor tentaram

ajuda-lo a levantar e com o pedido de desculpas do próprio mediante

tal condição o homem prosseguiu.

- O senhores podem comprar relógios, mas não subornar o

tempo ao mais lento ou mais rápido, nada o segura. - Disse o homem. -

Aqui temos relógios de bolso, portáteis, e este exclusivo modelo de

pulso criado por um distinto brasileiro, chamado Santos Dumont.

- Na verdade não é isto que nos trás aqui. - disse Octavios

- Tenho conhecimentos de que você é a pessoa a nos auxiliar

num projeto que envolve além dos meros marcadores de tempo como

estes relógios, mas precisamos determinar as variáveis de oscilações. -

disse Octavios - para podermos sintonizar a freqüências com nosso

experimento.

- Percebo que sabes mais que o comum sabe. - respondeu o

homem misterioso - mas como?

- Não creio que esta seja a pergunta que importa no momento. -

respondeu Octavios enquanto Tesla ainda nervoso com os sons dos

relógios se ajeitava. - Temos gente trabalhando constantemente contra

nós criando toda forma de desproporção mediante conhecimentos

futuros de forma ilícita. O fato é que se eles prosseguirem deste modo

tolamente eles serão capazes até mesmo de destruir o trabalho de Tesla

o que não pode ocorrer de forma alguma.

- Seu nome é Octavios, correto? - disse o homem - Mas antes

que você então me pergunte como sei seu nome, respondo com suas

mesmas palavras.

Octavios ficou então sem palavras como se aquele homem

literalmente as tivesse tirado de sua boca, assim como Tesla

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completamente perplexo pra não dizer zonzo com tudo aquilo. O

homem então os orientou até um local no fundo do estabelecimento

enquanto parecia falar normalmente como se todas ocorrências até ali

fossem comuns.

- Amo este lugar, pois tenho tudo que eu preciso, não existem

perturbações nem mesmo gente importuna do qual visitas como a de

vocês não se enquadram obviamente - disse o homem - sempre é bom

receber cavalheiros gentis como vocês sempre a poder somar aos meus

conhecimentos e minha vida social, claro.

O homem obviamente não parecia estar muito acostumado a

receber visitas tanto que parecia um pouco deslocado socialmente com

o aparecimento repentino destes, mas em suas próprias palavras a

social era como andar de bicicleta, jamais se esquece.

- Existe gente louca e pervertida lá fora meus caros - disse ele -

por isso todo cuidado é pouco. - Disse ele abrindo um pequeno sistema

de segurança muito incomum naquele período de tempo onde este

utilizava de um relógio como senha para abrir algo similar a um cofre.

Até que lá dentro este entre alguns objetos de antiguidade como

relógios de água, areia e outros trouxeram até ele uma caixa onde tirou

um objeto circular e o ligou emitindo pequenas luzes e disse:

- Parece que este objeto lhe esperava Octavios - disse ele

revelando alguns desenhos interessantes como um "oito" disposto no

centro de um cronômetro dentro de outro cujos ponteiros pareciam

funcionar em velocidades diferentes, fazendo números de três dígitos

girarem a demonstrar constantemente variações. - Mas não o entregue

em mãos erradas, pois os danos serão piores, a fonte de injustiça desta

gente cujas resultantes sabemos está em condições de vida patéticas

como a de muitos, mesmo mediante grandes feitos, existe anomia

desproporcional maior que isto? Cuidado com estes, pois os que muito

cobram são os que menos tem de bom a oferecer. Porém, este aqui

apenas determina as resultantes de padrões caóticos simétricos de fonte

temporal.

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O homem simplesmente deu tal nas mãos de Octavios sem

nada mais dizer com um sorriso amigável no rosto, o homem calvo

pegou então uma muleta se seguiu andando como quem estivesse

cansado quando Octavios interrompeu dizendo:

- O senhor não me pedirá nada em troca?

- Não seria errado se eu até mesmo fosse um mercenário -

disse o homem - porém, não fiz tal objeto não derramei uma gota de

suor e sacrifício se quer para tal, esse aparelho é teu, sou apenas seu

guardião.

- Mas para completar, o interferir do consciente humano no

quântico como variável das constantes deve ser determinado em sua

intensidade de alcance tanto espaço quanto temporalmente.

Ao sair após despedir-se do estranho relojoeiro John Octavios

percebe que havia começado a nevar fortemente sobre Nova York,

rapidamente formando quantidade de montes desproporcionais nas ruas

quando observa um floco de neve pousar sobre seu braço esquerdo e o

pega. Octavios pergunta se Tesla tem um microscópio em seu

laboratório e responde que sim mesmo que curioso com o porque e

assim estes seguem até o objeto onde Octavios após pegar um bocado

de neve o dispõe neste microscópio a observa-los quando nota que

todos apresentam formações fractais completamente desconformes e

falhas sem qualquer indicio de simétrico regular, quando finalmente

sem conter-se Tesla pergunta.

- Porque você está verificando isto?

- Observe você e descobrirá. - respondeu Octavios e em

seguida Tesla se inclinou sobre o microscópio e vendo as formações se

levantou surpreso ao dizer.

- Parece fugir aos padrões normais do simétrico comum - disse

- mas porque?

- Aqui temos a resposta para os problemas das imprevisíveis

que temos enfrentado, o erro. Conforme o livro 'Cronologos' os

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elementos simétricos são fundamentais tanto em resultante quanto

formação para o universo em seu nível de caótica previsível e

imprevisível. Os extremos da imprevisibilidade ocorrem pela ausência

de proporção equivalente de forças re-ativas responsáveis por imagens

simétricas em suas formações como signo da previsibilidade mediante

a intensidade de sua simetrização.

- Fascinante - Respondeu Tesla - não conheço este livro.

- Creio que não - disse Octavios, afinal não poderia dizer-lhe

que apenas seria escrito muitas décadas depois. - A questão é que a

fonte de desequilíbrio aqui parece ser proporcionada por uma

desestruturação do Tempo resultando conflitos nas demais forças

interagentes. Creio que pela propagação de conhecimentos antes de

serem descobertos naturalmente em sua linha temporal de origem. Isso

atingiu o Tempo como um soco e cada pulsação de imprevisibilidade

seria como compulsões do Tempo, ondulações repulsivas.

- Mas você então afirma que simplesmente deveria estar morto,

pois vi algo muitos anos atrás para poder me salvar de morrer preso de

baixo dágua assim como tenho certeza de ter visto um flash seu a

antecipar-me ante de ti. - questionou Tesla.

- Muito diferente nestes casos - respondeu Octavios - Nestes

casos foram ressonâncias temporais por algum motivo, similar às

chamadas profecias bíblicas que, porém não afetam o tempo por terem

pontos de revelação não exatos suficiente a impedir sua mudança total,

mesmo assim provocando nuances a exemplo das sete cartas do

Apocalipse. Pois somente o ato faz o fato, e qualquer tipo de nevoa

sobre a verdade representa-se como uma torção à realidade, pois a

mesma advém de tal.

- Receio que agora estejamos fugindo do empirismo - disse

Tesla.

- Nem tanto quanto pensa, pois na Bíblia se é possível

encontrar fatos notáveis sobre o futuro em claras antecipações à

própria ciência, sem que estes jamais tivessem visto tais elementos e

conhecimentos por isso chamada revelação o retirar deste véu de

obscurecimento mesmo que além dos sentidos comuns do homem tal

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como você - disse Octavios - Porém confesso que realmente não seja

nosso foco no momento, por isso devemos retornar ao nosso trabalho

quanto antes, antes que o clima piore por estas torções.

Temporal Brain Storm

Longos dias se passaram no laboratório de Tesla onde seguindo as

instruções de Octavios ele e seus assistentes faziam surgir um

maquinário diferente de tudo já construído por Tesla e seus homens a

começar a tomar proporções a cada teste. Dedicação intelectual total

onde muitos dobravam noites seguidas e muitas vezes nem chegavam

irem em casa apenas dedicando-se a tal sob o sigilo do experimento.

Num dos deste testes "sino" todo local vibrou provocando

ressonâncias a alguns quilômetros o que pouco a pouco chamava

atenção da população. Mas não somente tal, alguns relatos do qual

diferenciações no horário de relógios constantemente desajustados

ocorriam nas mediações. Obviamente que aquilo chamou atenção do

ganancioso Andy em sua pretensa de manipular e ter controle absoluto

sobre tudo que envolvesse aquilo. Verdade seja dita, que ele não

conseguia conceber ter algo que ele não pudesse ver ou controlar e

logo olheiros eram frequentemente visto nas mediações onde segundo

os homens de Tesla uma possível aliança com Thomas Edison teria

sido feita. Sendo paranóia ou não, a verdade é que definitivamente eles

mesmos a esta altura se tornaram alvo de especulações e teorias. Eles

não construíam um mero anunciador do vento, mas um alterador

quântico-temporal que fomentado em sincronismo com o fenômeno do

Triangulo das Bermudas certamente deixaria margem para uma janela

temporal.

Antes que aqueles homens surgissem com todos os pretextos

para incomodar aqueles homens, Octavios viu que deveria impedido-

los de seus propósitos escusos e egoístas, desejavam mais que ninguém

tornar a vida de Tesla de um sonho a um pesadelo, todos seus dons a

maldições.

- Querem me jogar na pobreza - disse Tesla.

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- Creio que sim, é um mal não próprio dos gênios, mas que

atraí estes tipos de parasitas - disse Octavios - Porém, dons não são

pesos, mas asas, com elas um brasileiro voou.

Octavios se identificou bastante com Tesla sobretudo porque

seus estranhos surtos de visões se assemelhavam muito com que ele

passou freqüentemente cada vez mais. Como se fosse algum tipo de

narcose temporal a embaralhar informações e conhecimentos de

tempos futuros a curto ou médio prazo. Ele sentia-se assim como o

misterioso relojoeiro, como um sensitivo que são como os morcegos,

não se guiam apenas pelo que vêem, mas pelas ressonâncias temporais.

Cada vez mais Tesla sentia-se desconfortável mediante sua imersão no

trabalho onde sente medo de que as pessoas as toquem pela

hipersensibilidade onde os efeitos da narcose temporal o aguça os

sentidos o tornando supersensível principalmente após encontrar

Octavios. Seria como ele se encontrar um passo a frente na evolução

humana sensorialmente falando, mas que apresentou transtornos pela

grande capacidade não plenamente controlada.

No entanto, o calibrador frequencial feito apartir do aparato

oferecido pelo Relojoeiro quase pronto ficou junto o tecnológico

conhecido erroneamente por 'Máquina de Terremoto de Tesla" e que

dali surgiria o seu Raio da Morte ao alinhar - nestes casos - as

vibrações freqüências a partir do sino. Porém quando quase ficou

concluído os homens de Andy surgiram junto a policia como quem

tivesse os denunciado pela criação de algum tipo de arma. Aqueles

homens torcidos do querer se não meramente pelo próprio gostavam de

monopolizar qualquer coisa que eles senti-se não ter controle total

inclusive sobre o querer.

- Verdades são facas afiadas do qual somente se pode usar com

sinceridade e fere o mentiroso. - disse Octavios ao ver os carros se

aproximarem - o transtorno temporal que Andy está provocando com

suas torções pelo desvio desta tem se tornando de extrema

imprevisibilidade.

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A Sorte, porém, era de que o maquinário estava completamente

pronto se não pequenos ajustes que poderiam ser feitos no trajeto até o

local de destino, um barco comprado por Octavios em troca de

conhecimentos importantes sobre alguns elementos que em tão breve

iriam ocorrer, aos próprios. Assim, os homens de Tesla após atenderem

a policia e perceberem que queriam entrar no local junto com Andy

para poder saberem o que realizavam e assim botar tudo a perder

mesmo que crime algum ali houvesse, rapidamente carregaram os

equipamentos até um caminhão, pois mesmo que os argumentos de

Tesla bastasse a policia a fazendo sair, os homens de Andy persistiram

no local a cerca-los e tentarem até mesmo entrar por não admitirem de

forma alguma não terem domínio sobre aquilo. Logo as portas foram

cercadas e vendo que a situação se agravou após um destes se ferir

gravemente num dos utensílios de proteção de Tesla rapidamente

empunharam armas e atiraram sobre uma das portas. Quando os

homens entraram o caminhão saiu jogando-se sobre a porta arrastando-

a junto aos carros de Andy.

Quando já estavam no porto a tirarem os equipamentos do

caminhão para o barco, ao longe Octavios notou os carros de Andy se

aproximar obcecadamente a persegui-los, e ao saltarem, quando o

barco já zarpou estes começaram a atirar enquanto Andy visivelmente

transtornado gritou ao lado de Lorriene que sem qualquer expressão

observou eles navegarem, para mar aberto em águas internacionais.

Durante uma noite, após dois dias de navegação até o local

determinado a faltar apenas mais dois dias determinados a janela de

tempo aberta pela falha telúrica, o tempo se tornava cada vez mais

instável constantemente surgindo temporais como quem urgissem, não

somente ao fim da tarde, mas durante o dia que fechava

repentinamente como as tempestades de verão de lugares tropicais.

Porém, aquela noite longe de quaisquer luzes da cidade, o céu límpido

manifestava estrelas vistas como poucas vezes apenas ofuscada

parcialmente por uma lua no horizonte que se dispunha a se erguer

lentamente. Seu reflexo em águas tranquilas naquele momento

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transparecia uma paz longe de qualquer ato de violência levando

Octavios a bombordo refletir, uma vez que gostaria de escrever um

diário, mas naquelas ocasiões nem mesmo haveria certeza de que

poderia levar tal consigo.

Foi quando ele escutou as águas harmoniosas sob aquele céu

de incontáveis estrelas se remexer espumando não muito longe do

barco revelando uma carcaça imensa de um ser formidável do qual a

formosura não poderia se expressar naquele momento. Uma Jubarte

que imigrava de um local a outro. Dentre seres que vagam pelo mundo

carregando seus mistérios onde marcas de prováveis batalhas

inimagináveis ao homem por seres talvez apenas descrito na

criptozoologia seriam capazes de descrever. John Octavios sentiu-se

não mais solitário naquele momento, mas como se visse num espelho

foi como se encontrasse com aquele animal, a vagar por águas e águas

vivendo numa criptohistória indescritíveis por sua característica

meramente científica do qual se encontrava, não interferir com o

natural daquele tempo. Sendo assim Octavios mais deslocado que o

gigante ser marinho, pois se encontrava distante de seu mundo, não

sendo obrigado a viver numa hipocrisia contraditória, mas ser discreto

mediante tal.

Porém, certamente se tudo corresse corretamente como ele

planejou tão logo estariam com os seus companheiros totalmente

confiáveis a poder relatar os porquês da missão que ainda não foram

respondidos pelo próprio. Férias num lugar intocável pelos homens

tolos em algum lugar do espaço-tempo em que poderia usufruir dum

pequeno paraíso, ou talvez em sua linha temporal de origem a poder

ser conhecido pelo que sempre foi, um cronologo, um temponauta, o

notável Octnaut e seus feitos.

Entretanto, mesmo que aquela jubarte não lhe dirigisse

palavras ao homem, como em compreensão pelo que passava, colocou

fora d'água seus pequenos olhos a expressar dores mútuas, olhos que,

entretanto, enxergavam mais distante que quaisquer seres. Foi quando

uma pequena luz surgiu no horizonte a tomar forma, mas uma forma

negativa do qual remetia o terror aquele ser, um baleeiro como

daqueles japoneses que caçavam indiscriminadamente estes pacíficos

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seres viajantes do inimaginável. Foi quando a baleia como se virasse

em sua direção soltou um enorme jato de água como um humano a

bufar por mais uma perseguição eminente. Seres tolos muitas vezes

eram aqueles homens, parecia falar com Octavios a jubarte, e então

submergiu nas águas pacificas e maravilhosas como se tivesse se

perdido nas nevoas do tempo.

Um homem chamou Octavios, era um dos assistentes de Tesla

dizendo que aquele barco era identificável - segundo fontes pelo rádio -

como o mesmo que estava no porto de onde zarparam, pego por Andy

Wellington!

Tão logo ao aproximar, Octavios se viu com um elo de ligação

muito mais profundo com aquela jubarte do que pensou, como sendo

uma baleia estava sendo perseguido por aqueles homens tendo por

testemunha apenas as estrelas, o mar e o luar pequeno no horizonte.

Tão mais próximo ficou se ouvia gritos dos homens a se armar por uma

abordagem de grande violência a tomar o navio desta vez sem qualquer

preocupação jurídica, pois se encontravam e águas internacionais tal

como julgavam o tempo ser. Lá dentro, Octavios sugeriu utilizar um

pouco da fonte de combustível mesmo que limitado para ativar o

equipamento contra eles como forma de desestruturar a embarcação da

vilania, mas tão logo o tempo curto de duração poderia intervir em seu

objetivo do qual deveria utilizar de força total para poder se alinhar

com a falha no Triangulo das Bermudas. Eles não tinham tantas armas

e ao verem por binóculo os homens navegavam rápidos e neuróticos

pelo mar armados com o melhor de seu tempo, tornando a abordagem

inevitável por aqueles assassinos cruéis, entretanto, quando esta parava

ao lado da embarcação de Octavios e Tesla - que a esta altura

começava a expor revertérios pela sua hiper-sensibilidade - um barco

desce do baleeiro repleto de homens armados, mas que no momento

que tocaram a carcaça daquele barco um imenso solavanco vindo de

baixo levantou tão grande espuma que numa só onda virou o bote para

longe como se um soco vindo das águas emergisse revelando ser

aquela jubarte que parecia nutrir um trauma profundo e natural daquele

tipo de homens. Tão logo viu-se os mesmos sitiadores jogados para

todos os lados a ficarem a deriva jogando suas armas pesadas para não

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afundarem e agora pedirem socorro aos mesmos homens que

pretendiam matar.

Porém estático com o súbito ocorrido Octavios e os dois

homens de Tesla apenas assistiam a cena daqueles tolos soberanos

entregue ao rancor fundamentado daquele agora monstro marinho que

tão logo jogou-se contra eles enquanto iam ficando para trás nas ondas

do mar tal como os tolos nas ondas do tempo.

Arpões e mais armas se preparam do baleeiro, desta vez contra

o cachalote jubarte que ao passar pelo lado toma um pelas costas de

forma covarde tão típico como eles, mas com tal agulha fincada em seu

corpo por uma corda esta mergulhou carregando o arpão junto graças à

inexperiência dos tolos marinhos, dando uma choaqualhada no casco

do navio em troco e desaparecendo em seguida como se tivesse se

teletransportado. Aquilo deu tempo para que Octavios colocasse o seu

barco a deixa-los para trás, mas que aqueles obcecados mais uma vez

pareceu - após pegar os poucos que sobreviveram à deriva - seguir a

toda força, mas sem saber que a mesma jubarte em definitivo havia

comprado o combate de Octavios como um aliando formidável e

completamente inesperado. A jubarte surge outra vez ao lado do barco

de Octavios desta vez diante dos olhos de todos trazendo de volta ao

consciente Tesla que parecia mergulhar no pânico sensorial, seus olhos

como quem estivessem com lágrimas desceu novamente a desaparecer,

mas tão logo realizando um salto magnífico contra o casco do baleeiro

o fazendo quase virar. Desta vez os poucos homens que ficaram de pé

lançaram tiros e arpões contra esta, mas vendo novamente sua

proximidade Octavios pegou armas junto aos dois assistentes de Tesla

e lhe lançou diversos tiros atingindo dois a caírem no mar, desta vez

era o gigante de metal que parecia estar ferido, mas mesmo assim

numa fúria seguia perseguia revelando ao próximo olhar gelado de

Andy Wellignto desta vez obcecado a mata-los.

O tempo sem que notasse se fechou mais uma vez, e agora

raios tomavam conta daquela arena em que Andy parecia vibrar

gritando de ódio por vê-los prosseguir, desta vez o barco que parecia

afundar lentamente pelo golpe desferido pela jubarte parecia navegar

como de lado com a cauda lentamente desnivelando todo baleeiro

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quando uma forte chuva começou a cair torrencialmente e como um

deus da miséria Andy todo encharcado viu-se novamente próximo a

eles quando pegou uma arma e ele mesmo andando inclinado sobre o

navio torto apontou e começou atirar contra o barco de Octavios

quando repentinamente outro solavanco atingiu o baleeiro fazendo com

que Andy fosse jogado longe no mar junto com a arma, mas sem dizer

uma só palavra permaneceu a olhar para Octavios que agora colocou

sua cabeça pela janela de seu pequeno barco a contemplar ele levanto a

arma e ainda apontar em direção a Octavios quando a jubarte numa

última e grandiosa investida se lançou sobre o homem o fazendo

desaparecer entre a espuma das águas nervosas.

Foi assim que Octavios se viu livre de Andy Welligton,

homem rico de mulheres e dinheiro as custas do sacrifício e miséria de

Octavios quando tão rapidamente quanto surgiu o temporal se

desvaneceu revelando novamente o formoso céu estrelado.

The Joy Of Quantum

Ao prosseguirem rumo ao fenômeno quântico da área de convergência

temporal já no dia 13 de junho, naquele experimento estritamente

científico, Octavios se perguntou o porque daquela gente, uma vez que

se lembrou de um grupo chamado Bug´s Time do qual costumava

matar em extermínio todos aqueles que não concordassem com seus

ideais. Eram pessoas como estas por de trás dos piores atos da

humanidade, genocídios, violência, discriminações das quais minavam

a nós mesmos como civilização nos desfigurando conceitualmente por

se desviarem das leis e de algo pleno perante a verdade factual o que

deixou ao logo da história verdadeiros rombos e presentes apenas nos

piores momentos da mesma. Assim ao ver o horizonte, Octavios

contemplou como quem senti-se o que ainda viria sobre aquele mundo,

do holocausto, a guerras e guerras sucedidas por genocídios não tão

diferentes dos que ocorreriam na Segunda guerra mundial, fossem pelo

comunismo ou meros credos rotuladores. Perdemos séculos e séculos

sobre este mundo combatendo a nós mesmos em nossos semelhantes

por incapacidade de dividirem o mundo com aqueles não

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compartilhavam das mesmas opiniões, enquanto tínhamos um universo

de possibilidades e descobertas a nos aguardar.

O mundo se desfiguraria cada vez mais até finalmente

conseguirem sobreviver aquelas anomias conceituais que faziam a

humanidade regredir a menos que primatas sem qualquer senso de

proporção por serem ainda mais estúpidos e violentos em profundos

rancores, até finalmente poderem perder seus tabus falsídicos de

presunção e pseudo-superioridade que transtornavam até mesmo a

ciência factual, impedindo o progresso pleno e natural. Mas assim

como aquele que obcecado por destruir Octavios apenas provou que o

tempo é um poder que se desconhece o que é capaz e de onde é, e que

não se pode brincar com a linha temporal, assim como muitos fazem

com pessoas mediante algo que não são capazes de compreender.

Foi finalmente no inicio do dia que Octavios chegou vivo ao

local determinado onde esperaria até o horário específico para acionar

seu equipamento concentrando todo combustível para gerar os campos

vibratórios necessários. Tesla temia que tal provocasse transtornos e

até matasse alguém ou criasse câncer, mas se os cálculos de Octavios

estivessem corretos na pior das hipóteses poderia ocorrer é Octavios

ser impulsionado para algum lugar do espaço-tempo indeterminado.

Foi exatamente isso que preocupava Octavios, pois uma vez saindo

daquela linha temporal a janela não tinha qualquer ponto de exatidão a

ser determinado similarmente a um wormhole nos tempos pouco

adiante do que veio de onde veio, sendo capazes da fuga daqueles que

deixaram nosso mundo em espaçonaves em busca de outros mundos, o

que levou ele a pergunta porque raios a humanidade só foi aprender

com seus erros tão tarde? Pois aquela altura não mais havia chance de

repeti-los em elementos tão fracos funcionalmente que nos condenava

a não menos que isso, repetir nos fazendo de meros repetentes neste

mundo.

Entretanto, ao se focar no trabalho as águas calmas das

mediações das ilhas bikini as 12:27 (pm), o céu parecia estar em

constante movimento ao revelar constantes mudanças nas temperaturas

e variáveis inconstantes, chuva e sol se sucediam em diversos lugares.

Raios então sucederam em pontos diversos do horizonte entrecortados

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por locais em que as nuvens ficavam esparsas deixando raios solares

tocar as águas tranqüilos atipicamente. O primeiro teste com o

maquinário foi realizado com sucesso demonstrando que todas as

condições propostas por Octavios pareciam corretas para Tesla o

deixando realmente perplexo com as conjunções que se formavam no

céu até que por volta das um da tarde, eles notaram como se uma

nuvem, uma espécie de nevoa começasse a se formar e foi então que

Octavios desceu a um bote e navegou a alguns metros do barco onde se

encontrava Tesla que direcionou o raio do maquinário a vibrar em sua

direção. A estranha nevoa que inicialmente cobria o horizonte deixou

as bússolas desorientadas a não se fixar num ponto específico dos

pólos magnéticos quando o céu perdeu a tonalidade natural ficando

numa cor alaranjada e Octavios simplesmente já sem ser visto no meio

da nevoa falou por rádio para acionar o equipamento. Tesla ficou

eufórico com as condições que o cercavam por jamais ter visto algo

similar a constatar que fazia parte dum experimento único e

indescritível paras as ciências exatas de empíricas deste então mediante

argumentos falhos e ambíguos, mas em suas descrições no diário

demonstravam que a objetividade do projeto pareceu a ele como se

tirasse o mesmo de seu próprio eixo.

Enquanto isso Octavios só em seu bote, viu que com o receptor

de quantum improvisado o maquinário estava alinhado com as

freqüências do evento eletromagnético aparente, mas do qual já

identificou oscilações temporais e a produção de alguns "ecos" de si

próprio até que o mundo a sua volta se embaralhou e então as nuvens

se dispersaram aleatoriamente tornando novamente o local claro

apenas fazendo com que Tesla visualizasse seu bote vazio a alguns

metros de seu barco. Com o maquinário desligado eles dirigiram o

barco até o local do bote e com binóculos seus dois assistentes

observaram em todas direções qualquer vestígio deixado por Octavios

quando um fiapo de rasgo no céu pareceu diante de seus olhos a se

fechar e suas bússola voltarem ao normal apontando para seus pólos

magnéticos, da abertura espaço-temporal registrada diante de seus

olhos e mais, por uma rudimentar maquina fotográfica de um de seus

assistentes, provas conclusivas do que ocorreu naquele lugar seria

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descrito por muitos como um milagre, mas sendo na realidade até mais

que um mero credo qualquer a justificar qualquer atitude de má fé.

O Silêncio tomou conta do pequeno barco parado em meio ao

mar até que estes simplesmente sem o que dizer - pois o magnífico

ocorrido disse por si só - resolveram marcar trajeto de retorno até seu

lar e assim foram, perplexos por algo que guardaram para si, para

sempre, pois poucos foram os que realmente presenciaram um

fenômeno tão único e singular, e assim quem os poderiam julgar? Ou

dizer o que viram ou o que deveriam fazer?

No entanto, ao chegarem no porto as autoridades

governamentais os aguardavam mediante o ocorrido nas mediações e

foram escoltados por um barco da guarda-costeira até que ao verem o

barco o artefato definido pelo mesmo como "Projeto científico de

provável risco as condições da civilização" foi apreendido por um

homem que apesar de parecer acompanhar aquelas autoridades seguiu

com este artefato triunfante até nunca mais ser visto. Uma arma sem

precedentes que poderia ser capaz de realizar as maiores maravilhas

assim como horrores. O misterioso homem vestindo um sobretudo com

um chapéu marron sobre a cabeça apenas se identificou por

Designium, e desde aquele dia Nikola Tesla tentou recriar condições

similares deste experimento em vão mas após presenciar tal nunca

mais foi o mesmo.

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Parte III

Mitos dos Tempos

O Futuro do passado

Londres, 2043. Uma cidade enorme está diante do horizonte, mas

completamente em ruínas, prédios gigantes abandonados com suas

janelas quebradas e ao fundo se dispunha o Big Bean com seu eterno

relógio agora com seus ponteiros parados para sempre, marcando

12:21. Dois homens dentro ruas desertas de gente, mas repletas de

destroços de carros andam armados com dois rifles empunhado em

suas costas. Vindo de algum lugar, mas sem saberem para onde iriam.

Os dois eram ainda razoavelmente jovens, mas com suas vidas

interrompidas no seu auge. Um destes virou-se para o homem que

caminhava ao seu lado cujos passos firmes parecia seguir o compasso

dele:

- Eles vão lhe pegar, Octavios. Os ordinários, nunca desistem

por isso o mundo está assim. - disse o homem demonstrando uma

amizade fielmente incondicional - Nossos gênios não impediram 2012

apenas adiaram sua data.

- Não se preocupe comigo - disse Octavios mostrando em seu

pescoço um cordão contendo algum tipo de ampola - o vírus letal se

me tocarem os farão se arrepender de terem existido, em alguns

momentos as DST se tornaram uma dádiva neste mundo sujo.

- Nossa expectativa de vida caiu mesmo - completou o

companheiro de Octavios - não há quem viva muito neste mundo, mas

ao menos os ponteiros deste velho relógio estão certos duas vezes ao

dia.

- O milagre tornou-se maldição, e a maldição milagre. -

terminou Octavios.

O que ele carregava em seu pescoço era uma versão mais feroz

e instável da SIDA criada por alguns cientistas como forma de

sobreviverem às perversões descontroladas dos ordinários e os usavam

em ampolas do qual se vivessem cercados as usava como um tipo de

"remédio moral" de efeito quase instantâneo.

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Foi quando um tiro certeiro e repentino cortou o silêncio da

cidade atravessando o crânio do jovem ao seu lado o fazendo cair

morto instantaneamente.

- Robson! - gritou Octavios - Não!

Ele correu em seguida até entre as pilastras de um enorme

prédio em ruínas e pegando seu rifle rastejou dentre escombros de

alguma explosão anterior quando ele escutou um trinque ao pé de seu

ouvido.

- Adoro vermes - disse o homem que apontava a arma a ele. -

Adoro faze-los rastejar, mas fico grato Octavios nem precisei pedir.

Foi quando ele se virou e rapidamente se vendo cercado pegou

a ampola de seu pescoço, mas na hora que iria crava-la em seu pulso

um homem empurrou com a arma para o chão.

- Octavios, você nasceu para ser nossa mulher - disse o homem

com cabelos brancos.

Mas vendo que o inferno por aqueles seres potrefos viria sobre ele,

ainda assim se arrastou após uma forte pancada e cravou a ampola em

seu pescoço e começou a rir.

- Se divirtam com meu sangue vampiros! Se divirtam com seus

coitos já que é apenas o que fazem. Mas lembre-se de usar viagra

porque não sabem nada além disso. - disse Octavios e então uma série

de ponta pés lhe veio até que novamente uma sucessão de tiros se

ouviu simplesmente aniquilando não uma, mas várias cabeças duma

vez.

Octavios sem nem saber quem eram se rastejou mais pela lama

que se encontrava daquela cidade chuvosa e eternamente cinzenta até

um bueiro onde entrou e saiu correndo completamente torto até cair

sobre a água suja dos esgotos, mas prosseguir desesperadamente até

parar num lugar onde ele costumava chamar por lar.

Repleto de engenhos ele pegou o que podia incluindo um

pouco de comida, mesmo que soubesse que agora com aquela doença

não viveria se não mais que alguns anos graças a seu biótipo

geneticamente forte constatado por exames. Normalmente Octavios

vivia de comer ratos de esgoto, pois aqueles proibiam até mesmo que

lhe enviasse comida e assim levantou uma arapuca com uma corda

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para aqueles que chegassem ao local ativando uma mina que explodiria

com eles juntos.

Ele começou a caminhar e caminhar pelos longos corredores

com cheiro de podridão, se arrastando e já sentindo os primeiros

efeitos da doença que ele se infectara. Agora ninguém mais me tocará

sem trazer esta praga para si mesmo, já que não posso ter mulher nem

família, pensou ele consigo mesmo. Ele abriu um diário e começou a

ler sobre o que ele mesmo escreveu sobre os crimes que foi obrigado a

cometer para sobreviver aquele mundo hostil dominado pelos

ordinários. Todos choram um dia, todos choram...

Foi quando ao se encontrar numa das paredes sentiu um tijolo

em falso que ao empurrar caiu e junto com ele caiu a parede e com a

parede revelou um lugar estranho a seus olhos diferente de tudo que já

viu naquela cidade. Ele acendeu sua lanterna e vendo o lugar notou

diversos equipamentos que apesar de parecerem ultramodernos

estavam tão envelhecidos, telas, monitores, teclados, mesas, e um

galpão contendo equipamento enormes que nunca seus olhos havia

visto e ao tirar o pó duma placa com suas mãos viu escrito: TEMPUS

ZN Conorte.

Um novo estalido se ouviu atrás dele e ele se virou quando viu o

homem que jogou a luz sobre seu rosto apenas perguntou quem era e

ele disse:

- O que lhe salvou neste mundo no qual até ficar doente é

melhor? - disse a voz misteriosa.

- Que lugar é esse?- perguntou Octavios aflito. - porque está

abandonado?

- Você vê o fim de algo antes mesmo de ter começado, a

questão não é o que haveria aqui, mas sim do que haverá no futuro,

futuro do passado. - disse o homem misterioso. - Somente os tolos

deste mundo dizem que "está feito" para aquilo que apenas sempre

quiseram fazer, mas até o inevitável a eles se faz duvidoso, acredite. A

propósito, meu nome é Stoneset, Herbet Stoneset. - completou

abaixando as luzes de sua lanterna do rosto de Octavios.

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Octavios permaneceu imóvel e calado ainda sem conseguir

compreender uma só palavra dita pelo homem. Quando Stoneset

interrompeu dizendo:

- Você é o homem Octavios, você é um Ás na manga do

Tempo, é um Seth, venha conosco nós não somente lhe curaremos de

tal doença como de qualquer outra como lhe daremos o que nunca teve

com eles, dignidade.

- Como você sabe meu nome? - perguntou Octavios

- Seu nome corre os tempos, a TEMPUS este lugar que assiste

as ruínas, posso não saber o que ocorreu aqui, mas sei que o lugar que

existe você poderá ser você, ser reconhecido e não sobreviver ao terror

daqueles homens cruéis. - disse Stoneset.

Octavios ao ouvir aquilo se encolhe no chão abraçando suas

pernas a chorar em prantos, por alívio de saber que existia alguém que

seus segredos poderiam ser compartilhados, alguém estranho, mas

confiável, não um louco que não tentar impedir o pior como trabalha

pra ele se realizar. Assim Octavios foi resgatado da lama a dedicar-se

por algo maior que lhe trouxe todo sentido de existir ao contrário

daquele mundo imundo.

Resonance Of Fate

Yucatán, finais século XV. Em meio uma densa floresta tropical um

homem com parecer muito diferente dos nativos locais que se

esperavam surge. Um homem barbudo que em meio uma clareira

parece plantar milho para seu sustento quando dois homens nativos

surgem correndo do mato falando uma língua do qual seria

desconhecida levando o homem de barba grisalha responder no mesmo

modo de falar. De costas podemos ver ele observar os dois homens que

se abaixaram diante dele demonstrando profundo respeito e se

retiraram correndo para dentro da mata novamente, após falarem

Kukulcán!

Esse homem era Octavios, após três longos anos sobrevivendo

à selva viu-se a necessidade de usar seu farto conhecimento para

sobreviver e impressionar o povo local a lhe respeitar, mas passando a

ser visto como um deus, a Serpente emplumada. Pois alguns o

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confundiram dizendo ser ele o homem de alguma profecia. Ainda era

vívido o dia em que lá surgiu no fim da manhã pela posição do sol,

quando o povo espantado por alguma aparição anterior de algum tipo

de OVNI acreditaram que ele foi deixado por esta "nave". Sem saber

falar uma palavra se quer da língua daquela gente logo cercado pelo

povo que mal sabia se o adoravam ou o mataria, os primitivos o qual a

qualquer coisa diferente o comum era sinal de espanto a deixa-los

numa euforia perigosa. Sendo levado para dentro da selva chegou ele

até uma pequena cidade que começava a ser erguida por pedras acima

de pedras quando realizou "mágica" diante dos olhos deles ao resolver

um de seus problemas com seu conhecimento tecnológico fazendo

estes se ajoelharem diante dele e o chamarem Kukulcán.

Desde então passou a ser reverenciado e cortejado pelos

melhores frutos da terra, em parte graças a suas técnicas de plantio por

ele passadas, o povo temia até mesmo toca-lo por acreditar que

poderiam morrer fulminados, assim Octavios pouco-a-pouco aprendeu

sua língua e logo tratou de desmistificar o excesso das tendências

extremistas daquele povo ignorante, e assim estes lhe ofereciam suas

melhores mulheres, as melhores ofertas daquela cidade que crescia no

coração da América Central.

Não é que Octavios não gostasse de ser tratado por um

verdadeiro deus – ele tentou inúmeras vezes dizer o oposto - por aquele

povo carente, mas sentia-se só, aquele não era seu local, seu tempo, sua

vida. Sua barba agora cumprida já exibia o quão velho ficou Octavios

com o passar de tanto tempo e sofrimento, mesmo que agora como um

deus apenas aqueles que Kukulcán permitisse toca-lo lhes tocavam,

Octavios tinha um povo sob ele, os selvagens foram contidos de seus

impulsos estúpidos e pareciam cada vez mais ganhar contornos duma

verdadeira civilização a crescer e frutificar, e assim passaram a

depender dos conselhos e feitos de Kukulcán em todas suas áreas.

O Vazio de Octavios, no entanto, era por saudade daqueles que

lhe salvaram de homens mais vis e selvagens aos seus próprios

impulsos que daquele povo humilde e que se tornaram uma espécie de

família a substituir a sua que fora destroçada num futuro que se tornou

seu passado de miséria.

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Octavios não tenha nenhum equipamento para poder saber em

que período do tempo estava a não ser tentar fazer medições pela

posição das estrelas para tentar determinar por seu conhecimento

básico sobre astronomia o período aproximado que se encontrava

naquele lugar, até mesmo chegou fazer um relógio de sol e um de água,

mas por receio do que tal conhecimento poderia provocar ele acabou

por desfaze-los e viver de contar o tempo pela posição dos astros

exclusivamente. Num processo similar ao que levou os cientistas

calculares o período em que foram construídas as pirâmides de Gizé,

por exemplo, uma vez que o eixo da terra se desloca ao longo dos

milhares de anos e tais construções fora feitas com suas posições tendo

por base sua alinhamento com pólo norte e as estrelas.

John Octavios se tornou um homem nostálgico de tempos

futuros que pare ele passou, a lembrar das repercussões do que seu

consciente pode provocar naquele período de tempo perante o futuro,

John Octavios se tornou um homem à frente de seu tempo. Só não mais

desiludido com a situação por ser tratado com muito respeito não

somente pelos homens, mas especialmente mulheres onde Octavios se

viu prestes a se apaixonar por uma virgem a ele oferecido.

Stoneset surge a orientar Octavios completamente limpo pelos

corredores daquele lugar arejado após um rápido tratamento por

injeção de nanorobores para lhe curar a variante da SIDA que ele se

contaminou. Foi uma combinação de vírus modificados em laboratório

por uma sofisticada engenharia genética especificamente codificado

em seu RNA a caçar os vírus HIV como uma doença feita para destruir

outra doença se tornando inativa após sua destruição total como uma

espécie de anticorpos extracorporal a ser expelido pela urina. Graças, a

Deus este conhecimento na prática não era utilizado naqueles tempos,

onde quase ciborgues turbinados por todo tipo de drogas e terapias

genéticas se tornavam maquinas de sexo que mal dormiam se tornando

assim como não tão diferentes que mortos-vivo, cujo período de vida

médio não passava a de 60 anos quando começavam apresentar

desgaste físico e efeitos colaterais.

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- Você deve sentir uma febre contra os dois tipos de vírus, mas

dentro de alguns dias não terá mais doença alguma. – disse Stoneset –

Esse processo engenhoso similar ao Gene Specific é aplicado também

no cancro onde vírus programados a localizar anomia no DNA de

células as atacam apenas parando ao receberem um sinal induzido

similar ao do quorum sensing das bactérias, um frequêncial

sensacional.

- Como vocês conseguiram fazer tais descobertas? - Perguntou

Octavios ainda no leito da enfermaria em algum lugar do futuro.

- Tal você nos responderá daqui alguns anos Octavios. – disse

Stoneset – Você mostrou para mim o meio e o caminho. Seus crimes

serão esquecidos Octavios, e seus talentos lembrados pela eternidade. -

disse Stoneset - Sabemos que seus crimes foram para sobreviver, mas

seus talentos são para nós vitais. Seríamos mais estúpidos que os

estúpidos ordinários que lhes caçaram injustamente por toda sua vida a

lhe condenar em tamanha miséria. Homens maus nunca desistem de

suas maldades, pois são maus, nós não desistimos porque vimos e

fazemos o impossível. Temos em mãos não somente o melhor do

conhecimento em sua singularidade, mas, sobretudo somos

amadurecidos o suficiente para termos tal. Nós apenas criaremos

condições humanas para você se desenvolver livremente com o suporte

necessário e recompensatório para tal. Aqui não é o paraíso, mas não

precisamos conhecer o tempo todo a dor para saber o que é ruim, não

precisamos da amargura pra saborear o doce. Não se preocupe que

entendemos e compreendemos a condição de gênio que se pressionado

nada faz.

A Seguir Octavios foi orientado ao treinamento típico de um

agente mesmo que já houvesse talentos e habilidades com armas

típicas. O Treinamento físico-sensorial contou além do treinamento

físico habitual o aprendizado de artes marciais para auto defesa e uso

das armas especiais, porém as três classes posteriores deste

treinamento são eliminatórias. A primeira estes novos agentes devem

passar quatro dias com vendas nos olhos num terreno repleto de

desafios onde deverão resolver estes apenas utilizando a audição e

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olfato para aprimora-los, o segundo vocês deverão pegar uma fina e

natural folha de pedra de poucos milímetros de espessura e de

dimensões de apenas uns 25 cm, e subir o alto deste monte correndo, e

se esta partir-se demonstrará que não és apto para as viagens temporais

no frágil equilíbrio do mundo que os maus rompem pela brutalidade

sem proporção. Se passar recitará o que nela está escrito após

decodificá-la com a palavra-chave no topo e então receberás o

proporcional prémio justo. O último desafio será um combate num

labirinto de espelhos, dentre seis, cada qual utilizando armas de tinta

com cores diferentes, deverão um caçar o outro, mas sem atirar contra

os espelhos do qual contará como pontuação negativa. Somente um

escolhido será para trabalho em campo, quem não atirar contra reflexos

de seus opositores. Os demais serão dedicados como auxiliares nas

bases e sede da T.E.M.P.U.S..

John Octavios não somente passou nos testes como um dos

melhores como se tornou um homem diferente em dignidade antes

destituído de esperanças a vagar apenas sobrevivendo pelo mundo.

Sabendo-se que seus conceitos herdados geneticamente e criações que

realizou para aquele mundo, Octavios foi condenado a morrer por

aqueles bárbaros em tribunais da miséria contra qualquer lei justamente

por tanto já ter realizado de bom e sendo obrigado a se tornar um

marginal por ter sido abandonado pelo verdadeiro governo e seu povo

agora moribundo a vagar perdidos agonizando no sentido de viver,

tendo somente por companheiro Robson um jovem que teve também

tudo que fora seu destruído. Não era tão inteligente, mas o suficiente

para sobreviver, afinal naquele mundo de anarquia hostil não

importava quem era inteligente e fazer grandes descobertas, mas sim a

mentira, corrupção e crueldade, os que mais a realizavam, “melhores”

eram.

Mas aquele dia, seja onde fosse no local do espaço-tempo foi

diferente de todos que Octavios já teve, um dos melhores momentos de

toda sua passagem por este mundo, uma inauguração da ZN Conorte

de Londres em meados do século XIX.

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Todos em trajes de gala com uniformes típicos da

T.E.M.P.U.S. em formaturas de agentes cronologos e topologos foram

levados até a pedra fundamental visível após a construção daquele

ponto do espaço-tempo desconhecido aos nativos da superfície, um

fragmento dos pilares de Seth encontrado num deserto do oriente

médio. As pessoas observaram Octavios entrar junto a Stoneset e

rapidamente um homem distinto dos demais se aproximou se

apresentando, era Teogoras o sucessor de Herbet Stoneset.

- Este homem a quem vos fala é um de nossos gênios – disse

Stoneset sobre Teogoras – meu sucessor natural na hierarquia da

T.E.M.P.U.S. por laços-consanguineo e você deve ser o dele. Ele anda

desenvolvendo os estudos aprimorados sobre teorias da

Monoconsciência, Biconsciência, policonsciência dos quais as

variáveis podem provocar o que ele chama de Narcose Temporal que

por apresentar sentidos em vários sentidos temporais comprova o

extra-sensorial.

- Muita satisfação em conhece-lo – disse Teogoras – somente

os melhores, os Seth estão no topo da TEMPUS, e como tal temos

justificar nosso posto a realizar grandes descobertas por nós mesmos.

- Vocês então descobriram se Deus existe de fato? – perguntou

Octavios – com tantos feitos e evoluções conceituais...

- Tal questão nunca foi descartada meu caro e futuro amigo. –

disse Teogoras – o que é mais interessante nisso tudo é que existem

períodos do espaço-tempo que parecem bloqueados mesmo que muita

informação exista no quantum. Ou seja, presumimos que exista algo

maior que nós. Afinal nosso próprio cérebro não é preparado para a

sobrecarga consciente dos tempos o que provocaria a Narcose

Temporal.

Eles foram interrompidos quando Stoneset próximo a pedra

fundamental começou a falar um discurso sobre a inauguração daquele

lugar batendo leve com uma pequena colher sob uma taça de cristal e

começou:

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- 105 -

- Meus amados, aqui estão a mais uma inauguração dentre três

em pontos específicos do espaço-tempo a triangular a verdade de

maneira empírica e imparcial no estudo das oscilações do quantum em

simultâneo não somente sob o espaço, mas pelo mundo. Somos apenas

um dentre três espaçonaves neste imenso espaço de possibilidade do

Tempo para nossa sede em nosso saudoso futuro, mas eterno futuro.

Por este mundo e seus secretos para que possam ser tocados por

mentes sãs sem torções de ego, pois estamos apenas competindo com

nosso próprio eu, a sermos melhores que nós mesmos, que toda medida

seja individual para nos superarmos não em relação ao próximo, mas

conquistemos respostas que possam nos salvar do fim apenas adiado

pelos segredos que guardo e apenas compartilhado aos meus futuros

sucessores. Que usufruam seus trabalhos, façam o que ninguém jamais

fez, vejam o que nenhum olho jamais viu e cheguem a lugares deste

mundo onde nem a imaginação tocou, para contemplarem do topo uma

vista singular da eternidade. Amém.

Todos aplaudiram e então uma música clássica começou a

tocar, Bach, St.Matthew Passion enquanto as pessoas começavam a

passear pelo salão da T.E.M.P.U.S. repletos de equipamentos

sofisticadíssimos, os mesmos que Octavios presenciou em ruínas o

fazendo perplexo mas rapidamente tal noção de estranheza

desapareceu quando algumas pessoas dele se aproximaram após

cumprimentar Stoneset. Quando veio um senhor de idade conhecido

por grandes descobertas que levaram a construção da teia de viagens

temporais, Leonnel Lennox.

- Vivemos tempos muito empolgantes sem dúvidas! - disse o

homem após se apresentar - Fico honrado em conhece-lo Dr.Octavios

poderei assim chamá-lo.

- E eu sou Kimberley Kaab, me parece que serei seu parceiro

em sua primeira missão, apesar de não ser formado por esta ZT. - disse

um jovem que parecia estar começando na TEMPUS assim como ele. -

Vim de um passado, salvo de morrer e descobri um mundo de

maravilhas infindáveis.

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As pessoas se confraternizaram alegres e felizes naquele

momento singular tocaram suas taças e entre conversas e risos

Octavios sentiu-se tão feliz como poucas vezes em toda sua miserável

vida até então. E assim rapidamente se identificou com aqueles que

compartilhavam das mesmas motivações e ideais que ele, como se já

fossem amigos de longa data, a sorrirem entre eventuais olhares

brilhantes de felicidade com aquele momento e uma mulher duma

beleza singular lhe surgiu dizendo, branca com os cabelos loiríssimos

até quase a cintura:

- Octavios, finalmente podemos cumprimentar aqueles que

tentam fazer deste mundo um lugar melhor - disse ela e em seguida se

identificou - Sou Dayanne Conrad, uma topologa, pode-se dizer que

sou da corregedoria deste lugar aqui, assim como este ao meu lado

Joseph Hanus.

Octavios por alguns momentos pensou se o que ele viu era um

sonho, ser reconhecido, ter gente que ele simplesmente não somente se

identificou, mas podia confiar, pois todos estavam naquele mesmo

barco, que segundo as palavras de Stoneset confiar mutuamente era

vital. Octavios finalmente ficou vivo, vivo como nunca com seu rosto

corado pouco a pouco se libertando dos receios de ser apunhalado e ou

traído, e agir feito um animal por seus instintos de sobreviver.

Paradoxo Ilimitado

O sol daquele período do ano tal como do período em que chegou

ficava exatamente por cima estendendo longas horas de intenso calor

somente suprimido pela floresta úmida mediante algumas fontes de

água. Talvez por isso alguns passavam a lhe chamar até mesmo como

um tipo de deus-sol o que soou ao ouvidos de John Octavios como um

absurdo, as noites claras e estreladas estavam a demonstrar exatamente

que tais longicuas luzes estavam a sufocar constantemente os olhares

de qualquer possibilidade de se julgar de tal forma a este povo

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primitivo e por isso mesmo que hospitaleiro de constantes cuidados

com suas tendências extraordinárias ao sobrenatural, extremista.

Assim foi numa destas noites estreladas enquanto após se

deitar com a bela virgem numa pequena casa feita de bambu e madeira

que Octavios ao sair no escuro notou perante os céus algo incomum

aos olhos humanos até mesmo aqueles acostumados a verem as coisas

mais incríveis possíveis e impossíveis. Uma fugaz luz desceu como de

além órbita a uma impressionante velocidade como sendo uma estrela

cadente, porém sob as camadas mais baixas desta reduziu rapidamente

sua velocidade como se estivesse a realizar uma aproximação

cuidadosa tal como as aeronaves de seu tempo.

Suas luzes se modificaram a demonstrar definitivamente que

não se tratava de um mero bólido, mas antes seus movimentos

pareciam deliberar - mesmo que sem qualquer motivo aparente, se não

de exibição - movimentos altamente inclinados e com grandes saltos de

velocidade a demonstrar claramente seje o que fosse certamente não

pertencia a tecnologia humana conhecida por ele. Este objeto então se

dirigiu até atrás duma montanha a uns quilômetros daquele lugar a

desaparecer, mas como sendo tarde da noite, obviamente Octavios

preferiu retornar a seu humilde leito a repousar ao lado da bela jovem.

Porém, tão logo Octavios viu-se como não sendo o único

visitante a viajar de "terras longínquas" a chegarem aquele lugar.

Faltava muito, até perante seus cálculos o mundo ocidental chegar

aquele local e descobri-lo como o 'Novo Mundo' e instalar logo mais

acima do hemisfério uma das maiores civilizações de todos os tempos.

Entretanto, dois homens esbeltos - quase albinos - e dum

parecer claro, completamente desprovidos de pêlos e calvos como se

não demonstrassem quase quaisquer expressões em seus rostos como

sendo uma espécie de mascara chegaram à pequena cidade que crescia,

eram como gêmeos perfeitamente simétricos a completarem um o

movimento do outro de maneira oposta simetricamente. Tão logo

trataram de impressionar os habitantes de igual modo que fez Octavios

com feitos considerados a estes como milagrosos e sobrenaturais, e em

descrições de desenhos nas colunas do que desejariam construir

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apareceram incrustados ao se intitularem como "anjos" dos quais suas

asas estariam ocultas pela luz do dia.

Não que Octavios viu-se em sério risco com sua autoridade

perante o povo local naturalmente conquistada por seus grandes

conhecimentos futuros, mas que estes chamaram atenção por serem

diferentes de qualquer outro temponauta que ele conhecesse e

duvidando de seus propósitos tratou de tentar aproximar-se, porém

estes estranhamente se comportaram de aparente igual forma perante

Octavios.

Tão logo, os dois arrebataram para si diversas mulheres do

local e instigado pelas perguntas e questões em relação a sua

procedência Octavios resolveu seguir a única pista que tinha, a do

avistamento naquela noite incomum. Assim, Octavios e sua longa

barba grisalha, portanto um cajado seguiu com um jovem, portanto

água e comida numa curta expedição por aquelas matas até atrás

daquela montanha a descobrir qualquer coisa que ligassem a origem

dos viajantes que segundo descrições de lá vieram.

O longo e árduo caminho por densas matas abrindo-se trilhas

com seus rudimentares equipamentos de corte, Octavios após muitas

horas, quando o sol já se escondia por de trás daquela montanha do

qual quase alcançava o cume, ele do alto viu-se com uma singular vista

que estendeu-se num entardecer cujo horizonte perdia-se a seus olhos e

vendo-se cansados Octavios que o jovem tolteca prepararam uma

pequena fogueira para ali passarem a noite partindo ao amanhecer.

Mas as lacunas de um vazio lhe perpetuavam pelo fato de que

mesmo que agora sendo aquele lugar seu lar não sentia-se parte deste.

Hebert Stoneset faz um convite a John Octavios onde após se

formar vai até a sede da T.E.M.P.U.S. na linha do tempo em que foi

oriunda, num esplendoroso futuro de infindáveis descobertas segundo

o próprio Hebert Stoneset. Porém o tom dele era de que todo aquele

quase paraíso iria desaparecer graças a um cataclismo sem precedentes

oriundo das fronteiras do espaço-tempo.

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- O Fim vem, o fim vem - disse ele - mesmo meu olhar sobre

nosso futuro não consegui impedir quando não fomos nós mesmos a

construir o fim, isto é, os egocêntricos ordinários, fora nosso próprio

consciente, quando finalmente conseguimos alcançar o esplendor de

nossa evolução. Mas ao menos o mundo poderia ter acabado antes de

termos construído todas estas maravilhas tecnologias a nos possibilitar

conhecer outros mundos! Por isso somos vitais - concluí Stoneset num

quase surto de euforia extravagante ao finalmente se dirigir a uma das

janelas da T.E.M.P.U.S. após sair do wormhole.

Fato, Octavios não se esqueceu de tal vista nem em longos

anos. Florestas de grande formosura se estendiam como um tapete por

terras, mesmo que entre cortadas por caminhos suspensos sobre elas,

ou túneis quase infindáveis, uma cidade quase inteira construída sobre

a floresta onde carros sem rodas a flutuar silenciosamente transitavam

num grande fluxo sobre estas pistas suspensas até perder-se de vista

junto aos vários gigantes de concreto e fibra de vidro que cresciam a

formar como se fosse quase espelhos refletindo o céu azul e límpido

daquele majestoso lugar enquanto pássaros dividiam espaço entre os

prédios, e ao fundo do lado esquerdo daquela impressionante vista uma

gigantesca rampa se erguia sobre o mar que ao ser perguntado por

Octavios o que era tal obra Stoneset disse ser uma pista de lançamento

de espaçonaves que faziam a ponte lua-terra, mas agora utilizado a um

experimento duma tecnologia similar a da T.E.M.P.U.S. - o próprio

Lennox participa deste projeto - constrói no espaço uma magnífica

espaçonave feitas a cruzar a galáxia a buscar outras formas de vida e

um outro lugar habitável.

- Sua fascinante tecnologia utiliza-se de sistemas vibracionais

aprimorados duma artefato similar ao giroscópio, mas utilizando-se

duma fonte inesgotável do próprio quantum nos alinhamos a

freqüências calculadas deste para nos alinhar com as ondas temporais

anteriores pertinentes aos pontos específicos do espaço-tempo do qual

desejamos ir. Na realidade é como uma espécie de T.E.M.P.U.S.

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espacial. - completou Stoneset triunfante após respirar fundo a

demonstrar seu orgulho das maravilhas daquele mundo.

Octavios permaneceu sem palavras, ali parado quase estático

sem o que perguntar ao vislumbrar tamanha formosura e avanço

conseguido e então antes mesmo que pensasse em formular uma

pergunta Stoneset prosseguiu após o curto silêncio dele.

- Não temos doenças aqui, nosso corpo pode ser

constantemente reparado apartir de partes re-criadas de nossas próprias

células tronco e podemos viver mais de cem anos facilmente, nossos

radicais livres são quimeras a muito por nós compreendidas e

contornadas. - disse Stoneset - Apesar de preferimos a concepção 'in

natura' de nossa descendência podemos alterar melhorar e aprimorar

nossos embriões geneticamente eliminando possíveis doenças

herdadas, aprimorando qualidades, e após o crescimento por alguns

implantes e modificação amplificar nossos sentidos como visão e

audição. Porém, a maior maravilha de nós mesmos é o que nestes

tempos começam a descobrir explorar os ínfimos de nossa mente e seu

potencial inonimavel e termos descoberto coisas simplesmente

fascinantes, John! O resultado disso tudo, daqui algumas poucas

décadas nos levarão a curvatura de singularidade, muitos sentem-se

como quase deuses ao romper as medidas.

Finalmente John Octavios após recobrar-se de tamanha

maravilha virou-se a Octavios a lhe perguntar.

- Então eles sabem do que virá ao futuro? Das descobertas ao

seu derradeiro e fatal fim?

- Não! Infelizmente não - disse Stoneset - somente eu e

Teogoras, e agora você, evidentemente, sabem das resultantes, o povo

sabem quem somos e o que fazemos e que sobre o futuro nada

podemos contar, não podemos colocar em risco a nós mesmos nestes

casos, chegamos tentar intervir no fim, porém, não conseguimos êxito

se não de combater crescentes ameaças em outros tempos, é como se

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algo ocorresse simultaneamente em linhas diversas linhas temporais de

maneira interligada, isso é muito estranho.

Após aquele papo na sacada do imenso prédio da T.E.M.P.U.S.

diante da brisa e o sol já amarelado pelo seu por, fazendo parecer que o

céu se tornava dourado, Stoneset conduziu Octavios até o pátio onde

alguns visitantes - boa parte turistas - passavam. Rapidamente estes

portando roupas estranhas ao ver de Octavios se dirigiram a Stoneset a

cumprimenta-lo com grande orgulho sobre as histórias relatadas por ele

sobre o passado. Havia até mesmo uma linha de entretenimento

destinada a produção de documentários sobre nossa história resgatando

pontos completamente obscuros até então nas páginas dos livros.

Stoneset passou ao lado de um grande holograma onde mostrava

imagens dele e Lennox, já idoso, se cumprimentando na fundação e

então seguiram adiante.

- Infelizmente para conquistarmos paz e vencer toda nossas

dores e doenças tivemos de sobreviver àquela guerra que dizimou dois

bilhões de pessoas Octavios, mas hoje com o planejamento

populacional e a extinção da pobreza podemos nunca mais fazer com

que ajam descontroles demográficos. - disse Stoneset. - Porém agora

devemos tratar de negócios como um homem do tempo que agora eis.

Eles foram para uma sala de brienfing onde uma grande tela

holográfica dispunha imagens das outras ZT T.E.M.P.U.S. e seus

horários num continuo wormhole que alguns apelidavam

carionhasamente de ponte área espaço-temporal. Dentro deste lugar

Octavios pegou sua pasta com fotos, mapas e fichas sobre sua primeira

missão quando ele encontrou um empolgado Kaab ao seu lado a

cumprimenta-lo com um sorriso e disse.

- Vamos mostrar o quão inteligentes somos, Octavios e valer o

que sabemos!

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Depois disso Stoneset chamou Octavios até seu escritório

particular onde após sentar-se enquanto Octavios desfolhava o briefing

ele começou:

- Você vai a missão de uns seis anos no começo do século XXI

onde seu propósito é de criar condições que possibilitem o resgate de

John Roberts e que se assegure seja libertando do silo no Alasca e

procurar pistas que levem aos cinco desaparecidos do experimento de

Lennox. Você terá o apoio de algumas pessoas confiáveis da Defense

Inteligence Agency onde desenvolverá projetos virtuais, mesmo que

alguns não sejam confiáveis lá, e alguns de fora vão querer mata-lo por

simplesmente não concordar com eles. Mas não se preocupe, pois a

grande maioria deles apenas pensam em sexo. A missão é vital para se

impedir o fim do mundo ou ao menos atrasa-lo quanto mais possível.

Você contará com o apoio como informante Kaab.

- Tal missão não afetará nossa linha temporal? - perguntou

Octavios

- Sim, mas como Seth estaremos sempre aqui independente das

variáveis que sim haverão. - respondeu Stoneset. - Nós Seth somos as

constantes nas variáveis e inconstantes, acima das oscilações mutáveis

do querer alheio, como um tipo de pilar de sustentação ao Tempo,

neste mundo ao menos, a designação do propósito ao um fim de

continuidade. Como, não me pergunte, mas certamente tal explica

porque outras forças desejam tanto nos destruir numa Cassandra

patética, mas também procurar atingir o ser humano em geral. O que

eles procuram em nós está em nossa mente, não cérebro. Algo que eles

não tem. - disse Stoneset. - A mente desde os primórdios fora um

mistério para a ciência humana, mas curiosamente mais que um

mistério a chave para segredos relativo ao próprio tempo quântico. O

que eles buscam a um modo de tentar atingir nosso livre-arbítrio e

pelos Seth uma errônea designação, contra o natural que nos

encontramos de sobreviver a todas variáveis do habitat, é como se

fossémos um nível mais nosso existir vital para os demais e por isso

como desejam constantemente nos eliminar deste, e não somos muitos

se não uma linhagem oprimida constantemente.

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- Você quer dizer que tal liga-se ao conceitual de liberdade em

nossa mente? - Perguntou Octavios.

- Desde o primeiro evento de experimento temporal realizada

casionalmente por Lennox, ele percebeu que sua mente consciente

apresentava um nível de interatividade temporal muito improvável até

então perante a ciência. O problema residia no fato de que ele era um

Asperger e como tal, assim como sensitivos são conscientemente mais

sensíveis...

- Mas onde isso leva exatamente? - perguntou

- O problema é que sabíamos que a mente humana era capaz de

gerar campos eletromagnéticos muito sensíveis e que representavam a

identidade de cada um. Porém, mesmo que a nível quântico tal não

fosse capaz de realizar grandes alterações por tais serem tão ínfimas

não era perceptível por aparelhos do período. Porém, a nível temporal

tal como previsto e teorias como a do efeito borboleta mediante a

distância de interação temporal esta variação cresce exponencialmente

em nível interativo. - Completou Stoneset

- Você quer dizer que o mero perceber pode alterar o tempo a

nível quântico? - perguntou

- Sim e não. Em nossa linha padrão de tempo essas mudanças

são ínfimas por estarmos com as mesmas assinaturas comum do tempo

oriundo como se acompanhássemos suas ondulações, podendo apenas

variar em maior número no que se considera o passo óbvio evolutivo

dos Asperger e sensitismo por mentes que buscavam o constante

autocontrole e jamais podem ser dominadas como a de Lennox. – fez

então pausa e após olhar em volta prosseguiu. Tais mentes apresentam

um nível de assinatura tão sutil e fino do qual apenas alguns

conseguiram em meu futuro desenvolver capacidades telepáticas

mesmo que exclusivamente parciais de comunicação, mas que ao

contrário de alguns ocorrem em concordância plena entre duas mentes

por identificação de assinaturas o que a indução forçada do mesmo

curiosamente diminui seu impacto alterando a assinatura a uma leitura

anômala, algo que não somente se liga ao conceito de livre-arbítrio,

mas pode ser sua expressão, o querer livre. Alguns chamaram isso de

Pensamento Quântico Gêmeo, e tal era justamente o que

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aparentemente estes seres buscam em nós por curiosamente serem

incapazes de apresentar o mesmo nível de interatividade quântica, por

meio a anulações, por isso homo nulus.

Após sair e finalmente rumar para tal linha do tempo passada,

Octavios foi apresentado a pulseira quântica colocada em sua mão

esquerda, feita para ser discreto como pouco mais que um sofisticado

relógio sob pretextos de que media-se suas condições físicas o que não

era mentira, mas que, porém, era como quase um supercomputador a

registrar por diversos sensores as menores variáveis em diversos níveis

e forças.

Paradox Way

Ao amanhecer uma leve nevoa esbranquiçada tomava conta da

montanha de onde estavam, rapidamente se dissipando enquanto estes

comiam algo, não demorou a revelar o quão lindo era aquele lado da

montanha enquanto desciam entre rochas e algumas nascentes de águas

límpidas. O sol cujos raios ainda não alcançavam aqueles lados, apenas

faziam um pequeno espetáculo ao cortar entre as arvores mais altas em

meio a residual da nevoa. Octavios se perguntava o porque daquele

povo primitivo chegou até referir-se a ele como homem do sol, uma

vez que as noites escuras não eram mais claras com ele, e não demais

tão logo quando alcançasse horas mais avançadas do dia o sol

demonstrava uma faceta cruel por um calor escaldante do qual poucos

eram os que suportassem não fosse as arvores e algumas nascentes nem

tão freqüentes. Mas não demorou Octavios encontrar numa estranha

formação rochosa um artefato que parecia esconder-se dos olhos não

comuns ao local, porém a luz daquele horário denunciou a posição do

objeto metálico que reluziu como quase um espelho entre a vegetação.

Com grande dificuldade de acesso Octavios e o jovem se arriscaram

por pedras íngremes e repletas de lodo pelo movimento de águas

pluviais e as noites muitas vezes úmidas utilizando algumas cordas

rudimentares e alguns equipamentos improvisados por Octavios estes

conseguiram alcançar o ponto donde para sua surpresa puderam

contemplar uma marca feita num platô de pedra quase como uma

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extensa placa de pedra reta, na parte mais inferior a posição do objeto

onde um símbolo estranho com dois círculos riscado ao meio, talvez

para designar a posição onde se encontrava o objeto para outros objetos

que por ventura o procurassem. Obviamente aquele sinal era feito para

ser visto do alto, do céu, para indicar a posição deste artefato.

Mas ao chegarem rapidamente o jovem começou a referir tal

objeto como sendo "casa dos deuses" em sua própria língua e com

medo de tocar tal chegou quase se desequilibrar a beira das pedras

sendo seguro por Octavios. Realmente era impressionante o quão

aquele povo poderia ser facilmente ludibriado e assim induzido por

qualquer um com maior conhecimento graças sua ignorância em

considerar qualquer coisa diferente como 'divino' ou dos 'deuses'.

Octavios, no entanto, rapidamente chegou a aeronave a constatar ser a

mesma vista por ele alguns poucos dias atrás para poder notar que

obviamente a tecnologia dela era desconhecida por completo, mesmo a

ele que vinha dum futuro de grandes descobertas cientificas. Octavios,

entretanto, não conseguiu descobrir nenhum ponto de entrada visível,

qualquer indicio de porta ou janela com sendo uma liga metálica

desconhecida para ele onde não havia dobras ou junções, mesmo que

completamente sólido.

Frustrado com tal o fato de não ter conseguido nada que lhe

desse uma pista sobre a origem e intenção dos seres Octavios rumou

pela trilha de volta sob o intenso sol da tarde, mas desta vez chegando

ao inicio da noite de volta a cidade tolteca. Mas para sua surpresa estes

homens sentados sobre tronos feitos por eles e recebendo oferendas tão

logo viraram os atos de Octavios como sendo ruins fazendo este povo

passar a desconfiar dele, e mais rumores de que tais seres pediam seu

sacrifício como deus dos toltecas, se intitulado mensageiros dele.

Obviamente aquilo enfureceu Octavios ao perceber que sem nem ao

menos ser consultado pelos lideres do povo sobre tais questões e uma

vez que havia feito tantas descobertas de grande valia para estes, pelo

mero fato de sua aparência incomum e por estes demonstrarem alguns

outros conhecimentos considerados milagrosos perante o povo.

Pouco a pouco, o clima no local esquentava onde cada qual

parecia estar desconfiando de suas próprias sombras e constantes

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brigas ocorriam, e não menos indícios de uma praga a começar fazer

vítimas imediatamente foi ligada a Octavios provavelmente por

intrigas provocadas por estes seres estranhos que buscavam a todo

custo evitar Octavios como se temessem que algo fosse descoberto.

Não demorou muito para que numa noite alguns se

aproximassem da pequena tenda de Octavios carregando tochas de

fogo e pedindo para que a jovem que ele tomou se retirasse, em tom de

ameaça disseram que os deuses ordenavam o sacrifício dele para poder

curar a praga eminente. Sem saber o que dizer se não de que tais atos

eram grandes mentiras colocadas por estes seres - mesmo que Octavios

não poderia desmascara-los por realmente não saber sua procedência -

ele sentiu-se claramente ameaçado sendo apenas salvo por dentre estes

que pediu para que se calassem. Quando ele se virou, notou que era

ninguém menos que Kaab seu parceiro disfarçado!

Como, e desde quanto andava entre o povo ele não sabia, mas

pouco se importou se não com o fato de que salvou Octavios de um

principio de tumulto:

- Sou de carne e osso, vocês estão vendo? - disse Octavios na

língua deles - Não curei os seus, pois não faço milagres, não sou um

deus, mas tão pouco trouxe tais doenças que vocês dizem aqui!

Aliviado por ter sido salvo por Kaab das mãos dos cada vez

mais atordoados toltecas, imediatamente Kaab relatou como e quanto

tempo chegou naquele lugar nas pesquisas espaço-temporais para

poder localizar seu paradeiro depois do incidente medieval com os

templários.

- Conseguimos rastrear sinais seus no inicio do século XX,

porém o quantum ficou turvo criando curvaturas reflexivas desta linha,

creio que você tenha encontrado um dos cinco desaparecidos do tempo,

certo? - terminou Kaab perguntando.

- Sim, porém apesar de ter morrido, creio que temos outros

problemas com estes estranhos aqui. Porque não conseguiram me tirar

antes daqui? - perguntou Octavios praticamente reclamando.

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- Infelizmente andamos tendo dificuldades em focalizar

determinados pontos do espaço-tempo mais do que antes. Algo está

ocorrendo a provocar tais anomalias, mesmo que parecemos eliminar

dum lado doutro surge novamente, num outro ponto do espaço-tempo.

- disse Kaab - e mesmo depois de localiza-lo aqui, não conseguimos

fixar antes no tempo, para evitar que vocês passassem três anos

sozinho aqui.

- Receio que agora não adianta lamentar meu tempo perdido.

Temos que descobrir o que está ocorrendo aqui, mas devo lhe dizer que

tal tecnologia desconheço por completo. - disse Octavios a Kaab.

- Você sugere ser extraterrenos? - perguntou Kaab curioso -

Sempre nos perguntamos por tais pistas, no entanto, mesmo após

começarmos nossas viagens não foi explicado tais sinais como nossos.

- Nem do outro lado do espelho. - completou Octavios -

encontrei o transporte deles doutro lado daquela montanha - disse ele

apontando para a direção - visualizarei sua aterrissagem vindo de além

atmosfera. Realizei uma expedição com um jovem tolteca até lá e o

que vi me surpreendeu, tal artefato é feito dum material que jamais vi.

- Receio que tenhamos um paradoxo de alta magnitude em

nossas mãos. - disse Kaab.

- Mil negativos, mil negativos! - completou Octavios enquanto

pegava suas coisas até irem de volta a cidade, afinal o tumulto já havia

cessado.

Ao chegarem no local Kaab relatou que os homens estavam

seguindo os planos da construção de algum tipo de templo, mas que de

acordo com pesquisas parecia ser algum tipo de repositório de energia

a provocar oscilações quânticas podendo ser tanto positivas quanto

negativas.

- Esse fenômeno incrível é uma demonstração do poder destes

que não sabemos ao certo se teêm ligação com os homo nulus se não os

mesmos. Mas sabemos que onde existem tais construções ao menos em

alguns momentos ocorreram grandes discrepâncias quânticas como se

tal servisse para canalizar algum tipo de sinal ou onda proveniente do

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espaço. - disse Kaab. - porém, não existe até agora nenhuma evidência

de quem sejam tais.

- Mas certamente explicaria muita coisa. - disse Octavios

Porém, em meio à trilha pela selva algo pareceu se esvoaçar

por entre a vegetação, a remexendo rapidamente, e como se tivesse

saltado para algum outro ponto. Tal foi o alvoroço que pássaros

voaram e até mesmo outros animais passaram por entre eles mesmo

sendo habituados por aqueles locais a serem caçados.

O rápido reboliço assustou ambos e levou imediatamente Kaab

a observar sua pulseira quântica para poder tentar determinar o tipo de

interferência que este, e seja o que for, provocou, e para sua surpresa

viu o sinal saltar bruscamente e em seguida retornar ao normal. Mas

sem verem mais qualquer outro sinal, estes seguiram até a cidade onde

todos pareciam estar a trabalhar na construção do dito templo, e

mesmo que sendo reverenciado por alguns Octavios sentiu-se

estranhamente hostilizado. Algo estava ocorrendo, mas agora estavam

determinados a utilizarem toda sua influência para chegarem os

misteriosos visitantes.

Assim na porta eles se depararam a notar que foram

bloqueados mesmo que o homem se ajoelharam a pedir suplicas a

Octavios, porém ignorando tal Kaab disse que deveria vê-lo ou

Octavios utilizaria seus poderes de deuses para entrar. Aquilo assustou

Octavios que fez ele se virar imediatamente para Kaab como quem o

repreendesse com os olhos, mas Kaab piscou para ele em sinal de

confiança e então Octavios prosseguiu.

- Exijo eu falar com estes senhores viajantes! Se não haverão

danos!

- Não posso eu meu senhor, tenho ordens diretas dos deuses! -

disse o homem abaixando a cabeça com grande e claro temor de

Octavios.

- Então que assim seja. - disse ele decidido.

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Kaab acenou para ele a mostrar discretamente sua pulseira

quântica e ao apertar um botão provocou diversas ondulações de

ressonâncias que fizeram criar torções que trepidaram as rochas que

estavam sendo colocadas no local e o homem a cair de joelhos

implorando por sua vida.

- Quão grandioso és este milagre a comprovar seu poder

Kulkulkan, quem sou eu a impedir sua vontade! - disse o homem

assustado visivelmente em sua língua.

Mas diante daquilo nem precisaram entrar que os ruídos

provocados fizeram chegar os dois viajantes a eles num claro confronto

pedindo para que o homem saísse e assim o fez correndo.

- Vejo que finalmente. - disse um destes e sendo completado

pelo outro - não enganamos mais vocês!

- Mas sabes. - disse um e o outro completou - que não podem

nos enfrentar viajantes do tempo. - e o outro seguiu - existem coisas

muito - e seguindo a outro completou - maiores que vocês!

- O que estão fazendo com este povo? Porque constroem tais

Templos-piramides? - Perguntou Octavios coçando sua barba e

tentando impedir de demonstrar mais curiosidade que medo.

- Não são meros templos como tantos outros - disse um e em

seguida completado por outro - são canais de ligação, mas não é de

vossa conta! - os dois olharam um a outro e então seguiram olhando

para Octavios - Agora, você deve ser eliminado - e o outro completou -

da existência.

- Terão de passar por cima de mim! - disse Kaab apontando

para sua pulseira quântica.

Foi então que os dois levantaram sua mão e criaram ecos

modulares parecidos com os ecos temporais parecendo fundir a

imagem dos dois idênticos homens numa só e fez com que Kaab

simplesmente fosse jogado longe sobre o mato.

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Aquilo deixou Octavios furioso, e sem se acovardar ele pegou

um pedaço de pau mesmo que nada fosse diante daquilo, porém antes

que apontasse para ele estes olharam para a mata onde viram pássaros

voar e as arvores sacudindo como se algo passasse por ela a rasgando.

Estes então olharam um ao outro e seguindo movimentos exatos saíram

deixando Octavios como se temesse tal.

Nunca Octavios viu tal poder em todo o tempo que esteve vivo

viajando no tempo e confrontando o futuro de fantásticas descobertas e

o fim das doenças, de modo que ele quando foi levantar seu parceiro se

perguntou se realmente aqueles seres não seriam algum tipo de deus

por tamanho poder milagroso sem aparente tecnologia, tal como eles

utilizavam, nenhum homem detinha tal poder, seriam algum tipo de

viajantes temporais ainda mais evoluídos que eles? Extraterrenos?

Porém, tão logo Kaab parecia claramente irritado e decidido a

seguir o rastro das criaturas mesmo que agora o povo parecia estar em

polvorosa com a situação, e assim viram que eles pareciam ir em

direção a montanha de onde vieram para encontrar seu artefato. Eles o

seguiram por cerca de uma hora até que repentinamente um dos dois

viajantes "gêmeos" parece seguir o movimento imprevisto do outro,

mas antecipando um repentino ataque e destruiu uma série de arbustos

abrindo uma pequena clareira na floresta. Ao verem tal Octavios e

Kaab se jogaram no chão assustados ao notar que parecia ainda haver

algo mais poderoso, em que aqueles seres que agora pareciam lutar por

si próprios.

Foi quando Octavios e Kaab completamente estáticos

assistiram algo que fizeram eles sentirem-se não muito diferentes dos

nativos toltecas, um ser surgiu como quem flutuasse pela grama tendo

cruzado seus braços e fazendo com que algo como um vento saísse de

seus pés a levaram folhagens para todos os lados, e para seu espanto

este ser esbelto, cumprido e com uma pele diferente da nossa. Um dos

seres "gêmeos" saltou sobre ele num ato desesperado e num só golpe

desapareceu fazendo a imagem do outro trepidar e este riu mesmo que

claramente amedrontado a dizer, algo numa língua que eles não

souberam compreender, mas antes de algo foi também aniquilado, mas

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sem deixar rastro é como se tivesse apenas criado algumas oscilações

temporais.

O ser então parou diante deles como se soubessem da presença

deles ali e então falou a eles dizendo em sua própria língua.

- Estão seguros agora e por momento. Voltem a sua linha

temporal e relatem que tão logo a batalha começará, a tempestade dos

tempos. - disse o ser demonstrando-se benéfico.

- Mas e estes viajantes? O que lhes ocorreu? - perguntou

Octavios.

- Octavios - disse o ser sabendo seu nome - ecos reflexivos não

morrem, mas sim o original, compreende agora porque eles se

completavam sincronizadamente? - Mas vão agora e digam que

seguirão viagem ao mar, pois aqui o dano já foi feito.

Obviamente sem pestanejar mediante tamanha demonstração

não somente de poder inexplicável, mas conhecimento, restou apenas a

Octavios concordar com a cabeça com agradecimento, mas quando se

retirava Kaab não resistiu e perguntou:

- Quem é você afinal? É algum tipo de anjo ou deus?

- Mais ou menos isto, mas sugiro que vão agora. - disse o ser.

Universo em Três Tempos

Após retornarem a T.E.M.P.U.S. Octavios a caminhar entre os seus,

completamente diferente do que era pela passagem longa de tempo

para ele, mas curta para os seus fazendo deles como algo mais que

memórias vivas numa mente com saudades, todos os observavam

quando Teogoras lhe disse ser bom tê-lo de volta entre seus fiéis

amigos quando pararam suas tarefas a recebe-lo observando seus

passos com espanto ao vê-lo envelhecido de tal maneira.

Diante do espelho se observou, sua pele enrugada levemente

pelo sol e as condições que viveu, mas tranqüilo por finalmente

encontrar seus pertences no pequeno, mas confortável quarto seu,

retirou sua barba lentamente e teve seu cabelo aparado adequadamente

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o fazendo ele se lembrar de como ele mesmo costumou sempre ser.

Finalmente aliviado por poder cortar seu cabelo, porém as repercussões

levaram a grandes tragédias no passado após saírem, verdadeiros

massacres eram realizados em nome duma fé do qual acreditavam que

os sacrifícios agradavam tal “entidade” que era Octavios.

Para todos daquele lugar a única surpresa é que ele envelheceu

em questão de minutos enquanto para ele passou-se quase quatro anos

de situações insólitas, mas finalmente sentiu-se seguro como nos

tempos em que foi resgatado por Stoneset agora aposentado em algum

lugar do espaço-tempo de modo similar a John Roberts. Mas ao

encontrar Kaab estes se dirigiram a sala de conferências para poderem

passar o relatório ao novo chefe da T.E.M.P.U.S. Conorte, Teogoras.

Seriam aqueles alienígenas mesmo? Os estranhos gêmeos pareciam ser

ecos reflexivos, mas qual seria o original? Infelizmente no relatório

deles permaneceram mais perguntas que respostas mediante as

ocorrências aos olhos de Teogoras desconhecidas por completo. Mas

como sucessor em hierarquia de Teogoras este lhe virou dizendo.

- Sempre nos confrontamos com perguntas, cujas respostas

estão além de nosso conhecimento. Somos humildes em reconhecer tal

condição, perguntas maiores que nós. - disse ele - Porém, creio que tal

mistério será respondido ao seu tempo, ficamos muito felizes por ter

você de volta Octavios, os bons não tem prazo de validade.

- E sobre a missão em New York do século XX? - perguntou

Octavios.

- Apesar de termos captado grandes oscilações quânticas por

lá, aparentemente a linha temporal está como sempre deveria, talvez

por você ter retornado ao tempo, não sei ao certo. - disse ele. - porém,

o sino que você descreveu curiosamente descobrimos algo sobre ele,

tal existe de fato e se tornou alvo de disputas entre duas facções

opostas do nazismo, uma muito má.

Octavios demonstrou-se claramente perplexo com tais

desdobramentos provocado por suas interações e sobre um dos cinco

desaparecidos, apesar de Teogoras acreditar em Octavios ele disse não

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ter encontrado qualquer vestígio dele no referido período onde esteve

presente, mesmo que tais conceituais de mundos paralelos

freqüentemente fossem descartadas pela T.E.M.P.U.S.. Talvez tenham

se tornado ecos assim como Lennox teria se tornado num período de

tempo, eles não sabiam ao certo...

No século XXI John Octavios se encontra numa reunião com

importantes pessoas da Defense Inteligence Agency após dois anos de

missão a debater um problema ético imensurável.

- O abismo que se cria são de dois mundos irreconciliáveis, um

legal e outro maquiavélico abaixo das leis cujo confronto será

inevitável numa colisão moral que poderá mergulhar o mundo numa

anarquia global, o quadro se torna imprevisível...

Após sair, Octavios chegou ao seu laboratório onde realizava

um experimento secretamente com nanotecnologia modificando vírus a

uma mutação. Inicialmente utilizando o próprio vírus da SIDA

modificado a simplesmente se combaterem parecia surtir os primeiros

resultados positivos na contenção da doença, o que ele demonstrou

com um sorriso de satisfação em seu rosto. Re-programar vírus com tal

tecnologia se tornou algo maravilhoso, mas apenas em mãos de

pessoas eticamente corretas e com iguais boas pretensas, mal sabia ele

o que estava a lhe vir onde em três tempos o homem da T.E.M.P.U.S.

teve um estranho reflexo de estranheza sobre ele ao ver uma foto de

onde John Roberts veio, um lugar no Rio de Janeiro chamado Pedra da

Gávea, ele se virou e olhou-se no espelho como se visse quase outro

Octavios, um eco seu...

Porém, mal sabia ele que há muitos séculos atrás naquele

mesmo lugar onde viu na foto do lado oculto desta pedra uma grande

construção se realizou diante das grandes florestas tropicas num lugar

completamente desconhecido ao mundo ocidental, um paraíso perdido

dum espaço-tempo nunca tocado pelo homem moderno. Uma face se

ergueu esculpido e entalhado naquela grande pedra onde um rosto se

formou, um homem do qual a aparência era John Octavios, gravado

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para sempre nas linhas do espaço-tempo diante de pássaros como

memórias perdidas apenas a nossa civilização, mas guardadas para

sempre onde por de trás desta pedra entalhes paralelos orientava a uma

secreta caverna cujo acesso não se poderia aos primitivos daquele

período e que guardava um estranho artefato, a pulseira quântica

quebrada de Octavios. Como tal foi ali parar, antes mesmo que os

toltecas existissem? Como saber se não de que Octavios se tornou parte

do mosaico cujo esplendor apenas se contempla em totalidade por

peças desconhecidas pela humanidade...

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Parte IV

Eyes Only

Tabus do tempo: Petra Ad Seth

Aproximadamente 5.000 anos atrás nas mediações das cidades de

Moabe um homem montado numa jumenta após caminhar um longo

período pelo deserto deixando habitações chega finalmente do alto das

colinas a ter uma vista de um enorme acampamento que se estendia ao

horizonte repleto de barracas de diversos tipos. Ele desce lentamente

até se deparar com um camping um pouco separado dos demais

próximos a algumas formações rochosas onde alguns homens

trabalhavam carregando pedras. Ao se aproximar os homens pararam

de fazer o que faziam a observa-lo quando este soltou de sua jumenta e

se dirigiu a um homem que veio a seu encontro.

- Venho eu em paz até a vocês em nome dos moabitas, me

chamo Balaão - disse o viajante mesmo que mal conseguia conter sua

curiosidade sobre o que aqueles homens faziam nas formações

rochosas - venho trazer palavras em nome de Balaque.

- Paz seja contigo - respondeu o homem - Mas no que

poderíamos nós ser úteis se não nosso grande líder.

- Talvez vos possa me dirigir a este - respondeu Balaão.

Neste momento outros dois homens se aproximaram e o que

atendeu Balão virou-se para estes que vinham o que chamou atenção

de Balaão ao que faziam lá e então ele disse.

- O que fazem nas colinas de Moabe? - perguntou Balaão

finalmente sem conter a curiosidade

- Temos nós negócios de nossos antepassados aqui, muito

antes de qualquer cidade aqui crescer e surgir. - respondeu o homem -

Mas levarei você até quem deseja, Moisés nosso líder.

- Que seja então - respondeu Balaão contrariadamente ao ver

que o homem simplesmente não quis falar sobre seu negócio naquelas

pedras.

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Assim caminhou Balaão ao lado do homem montado a seu

cavalo que se identificou por Rochael até se orientado a falar com

algum representante do povo que, no entanto, não foi Moisés. Porém,

Balaão perplexo não conseguiu dizer as palavras que deveria dizer ao

povo, mas sem conter-se após ter visto o que considerou improvável e

sua curiosidade movida pela cobiça seguiu novamente ao local donde

acampava Rochael e os seus, quase como sendo uma tribo de Israel,

pois acreditou ele se tratar de pedras de grande valor que ali se

encontrava e esperando a noite cair desceu silencioso até o local vendo

o camping ao lado quando adentrou um lance de pedras e passando

como numa quase caverna viu junto o material escavado conchas do

mar e um pilar com desenhos que se erguia separadamente dentre as

rochas endurecida pelo passar dos anos. Nestes desenhos dos quais

faziam disposições de contagens relacionadas aos astros e ao Tempo

como sendo informações que ele desconhecia por completo. Assim

utilizando-se duma pequena tocha as iluminou, mas sem compreender

o significado daquilo quando um zunido de espada lhe surgiu por de

trás. Era Rochael e mais um homem que protegeu o local daquela

intromissão.

- Não existe nada a ser compreendido por você aqui. - disse

Rochael rispidamente. - Apenas memórias daqueles que nos colocarem

e nosso mundo.

- Muito mais parece ser isto do que aparenta - disse o homem.

- Mas nada há que possa ser compreendido por ti Balaão -

insistiu Rochael - São verdades dos quais protegemos até seu próprio

tempo, não mentiras ou ambigüidades, apenas lê o que não é próprio a

sua língua.

Não se dando por satisfeito Balaão saiu e retornando a jurou

que sua jumenta começou a relatar sobre o que fora visto. Porém seu

respeito mediante o relatado apenas o fez sentir-se inferiorizado e por

isso a escrever sobre tais como uma linhagem de Sete como Deus, mas

ao mesmo que deveriam ser mortos num falso juízo de fé torcida. E

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assim o deixou seu escrito posteriormente sobre uma rocha não muito

longe dali para os que descobrissem. Quando prosseguiu com seu

plano a tentar fazer o povo de Israel tropeçar em mentiras para que não

tomassem aquela cidade e após tal apenas se dirigiu ao povo dizendo

sobre Rochael e Sete.

- Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto;

uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel, que ferirá os

termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete.

O povo sem entender apenas assistiu o homem se retirar como

quem estivesse triunfante, mas mesmo assim registrando em seus

livros, a compartilhar de um rancor contra Sete que levou a destruição

aparente dos pilares no combate que sucedeu e numa tentativa

constante de adentrarem seus segredos que ainda assim foram salvos

geração após geração, sem que a praga de rancor de Balaão fosse

completa.

Londres, século XIX

John Octavios parece se divertir relaxando um pouco com um

sofisticado engenho virtual que recreativo que utiliza sua própria

psiquê para um tipo de software de realidade que entrecruza memórias

dele mesmo com um jogo de realidade interativa recriando-as em

simbiose com sua própria mente. Tal equipamento, obviamente vindo

do futuro destoa completamente do mundo da superfície, onde

inclusive não se trata de um mero brinquedo, mas um sistema de

investigação da psique que teve suas origens na primeira metade do

século XXI. Muito bom para ele era tal de modo que o fez

praticamente viajar nestes tempos onde teve participação ativa como

um temponauta, mas sendo conhecido como filosofo e cientista dos

meios de biologia e informática.

Mesmo que sendo constantemente oprimido em décadas mais adiante

quando de fato nasceu e assim foi oriundo, Octavios aparentemente

gostou do fato de poder viajar com o melhor de suas lembranças,

mesmo que ultimamente andava tendo estranhos problemas de

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memórias onde em aparentes sonhos ele parecia viver em realidades

diferentes, e assim tão logo ele teve um estranho surto quando viu a si

próprio como num tipo de realidade diferente diante de um jovem lhe

mostrando uma caixa do qual disse guardar segredos para a fé humana

e a salvação do mundo. A Caixa de Auster que, no entanto, era um tipo

de placebo. Tal despertar de memórias lhe provocou uma grande

confusão o deixando literalmente tonto e fazendo ele se retirar do

equipamento assustado e transpirando. Um tipo de mascara com alguns

leds que indicavam a movimentação e intensidade dos pulsos de seus

neurônios que obviamente soou um pequeno alarme quando ocorreu

tal. Octavios imediatamente salvou tal visualização num pequeno disco

e levou para a enfermaria onde foi questionar o psiquiatra sobre tal.

- Tenho tido tais sonhos, mas que se embaralham em minha

mente, deixando-me confuso sobre de onde vim na primeira missão

que tive no século XXI. Talvez fruto de algum tipo de interação a

sobrecarregar meu córtex, o que é isto? - perguntou Octavios

estendendo a mão ao doutor com o disco para ele ver.

- Você não é o único a relatar tal fenômeno, acredito ser um

dos efeitos colaterais de nossa interação com o tempo fora de nossa

própria linha temporal de origem, não estamos fisicamente preparados

para tal. - respondeu o doutor colocando o disco e fazendo surgir

leituras em seu monitor sobre suas memórias. - Muito interessante, mas

somente posso cruzar alguns dados a seu favor, com sua devida

permissão a acessar sua mente do qual apenas a ti pertence suas

memórias. - concluiu o homem.

- Talvez esteja precisando de umas férias, pois mesmo que este

trabalho em si seja algo magnífico e seu salário seja acesso a

informações formidáveis e um usufruir destas tecnologias de algo que

mais nenhum pode, talvez procurar um dos pontos secretos do espaço-

tempo fosse legal. - disse Octavios.

- Sei como deve ter sido sua última missão naquele lugar com

tantos primitivos. Mas alguns elementos exigem um senso de

emergencial, afinal nada pode substituir seu consciente, sua mente do

qual somente em si próprio com sua própria permissão. - disse o doutor

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e prosseguiu - claro, aqui não somos monstros e como homens do

cientifico empírico indicarei tal a Teogoras, pois mesmo que seje um

dom poder fazer parte disto, seu corpo e mente cansam e precisam se

recrear muito mediante este stress.

- Fico grato por tal. - disse Octavios, mas antes que saísse um

sinal solicitando sua presença, justamente Teogoras quem o lhe

solicitou.

Após chegar até o local onde se encontrou Teogoras sentando

em sua mesa vendo focado o monitor de seu micro quando ele desviou

o olhar a Octavios onde agradeceu por ter vindo e pediu desculpas por

atrapalhar seu merecido descanso, afinal Teogoras apesar de ser um

homem rigoroso conhecia muito o conceito de retribuição como meio

de fazer valer todo esforço dos presentes fazendo ele criar uma

reputação de homem justo e honesto mesmo que não compartilhasse da

mesma aura de mito do antecessor Herbet Stoneset, e por isso

aposentos confortáveis e acesso a sistemas recreativos faziam destas

pessoas sempre empolgadas tanto em suas missões quanto no dia-a-dia

interno da T.E.M.P.U.S. Conorte.

Porém, assim que tão logo recebeu Octavios este o orientou a

segui-lo até onde ficava a exposição através de um vidro à prova de

fogo e bala a pedra fundamental daquela ZT, um fragmento do que

dizia ser um dos pilares de Seth. Aquele pedaço antigo de pedra era um

achado arqueológico valioso do qual ele acreditou se tratar duma das

provas das viagens temporais pelo fato de que contia codificado não

somente conhecimentos de localização de alguns astros onde

possivelmente contiam vida, mas de uma das principais equações que

permitiram a concepção de viagens temporais, algo que foi

razoavelmente influente em cultos como a do setianismo.

- Este é um dos achados mais incríveis junto à do homem

fossilizado com o que aparenta ser uma pulseira quântica recém

descoberto e vindo pra cá. - disse Teogoras. - Mas espantosamente este

fragmento descoberto por acaso em 2046 no final da guerra nos lados

do Oriente médio, serviu para que Lennox completasse sua equação

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que permitiu as viagens no tempo! – ele fez uma pausa a observar os

desenhos da pedra e prosseguiu - Conhecimentos sobre lugares

desconhecidos, pela ciência, em período como Sirius B, do qual um

povo indígena chamado Dogons, na África (Mali, uma região do antigo

Sudão francês) compartilham, nossas investigações determinam que

teriam semelhanças herdadas com antigos egípcios e algumas ligações

com judeus antigos, talvez do tempo de Moisés, logo, provavelmente

Seth.

- Fascinante, mas onde o senhor quer chegar? - perguntou

Octavios

- Recebemos estranhas leituras quânticas da ZT Coneste que

identificou uma área de discrepância na Europa exatamente no período

da Segunda Guerra Mundial. - disse Teogoras - Segundo nossas

sondagens iniciais percebemos que mesmo que seus relatos fantasmas

do inicio do século XX não corrobem, alguns elementos o levam a tal,

o sino que você desenvolveu com Nikola Tesla, e este artefato a

provocar a onda de discrepâncias espaço-temporal neste período, estão

fazendo algum experimento com este.

- Como pode ser possível? - perguntou Octavios.

- Assim como os segredos que ainda contém esta pedra,

queremos que você descubra! - disse Teogoras. - Receio que esta

missão seja feita sob medida para você, mas não só. Queremos John

Roberts nisso também.

- Porque? - perguntou Octavios - ele está protegido num ponto

do espaço-tempo secreto.

- Porque encontramos informações transcritas e descobertas

por ele nas mãos destes homens do século XX, John. - disse Teogoras -

e quando algo é criado por uma mente, a maior qualificação é uma

investigação pela própria. Ou você pretende tirar conclusões pelo mero

achar?

- Mas você não pretende que mate Hitler ou evite o

holocausto? - perguntou Octavios num tom cético.

- Você sabe que não podemos influir em nada na história até a

descoberta oriunda temporalmente das viagens temporais, afinal para

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nós tal já ocorreu. - disse Teogoras. - Você não pertenceu à década de

1940, John.

Tractatus Ad Tempus

Uma vez tendo recebido tal brienfing de modo tão particular, Octavios

admitiu a si mesmo que tinha até alguma curiosidade em conhecer

aqueles tempos, mesmo que numa passagem discreta e com a promessa

de ter uma excelente retribuição, ferias num lugar maravilhoso a seu

escolher ou usufruir um pouco do futuro onde pode ser reconhecido,

relatando seus atos e fatos passados em grandes aventuras pelo tempo

que ele já tinha em sua bagagem. Mas passando pela preparação onde

recebeu roupas adequadas ao período, informações, nomes, e

calibrando sua pulseira quântica diante do maquinário peculiar que

gerava energia suficiente para abrir o wormhole a romper as barreiras

do espaço-tempo até a freqüência desejada, Octavios se viu empolgado

mesmo sabendo que retornaria primeiramente ao passado para buscar

John Roberts, ou melhor chamá-lo a participar como temponauta

honorário.

Rapidamente no local de transferência temporal Teogoras

acenou para John após perguntar se estava legal com ele e pronto

levando este a concordar quando um campo forte gerou ondas no

compartimento isolado da T.E.M.P.U.S. criando torções temporais

contida apenas pelo isolamento quântico até que ele pouco-a-pouco

tornou-se como um "eco múltiplo" e desapareceu por completo.

Um céu límpido diante de maravilhosos campos verdes cujo

gramado era um convite a um piquenique, ao horizonte algumas

nuvens flutuavam a vagar pelo imenso azul como algodões. O vento

cortava as plantas as fazendo balançar livremente dum lado a outro

como numa dança prosaica e harmoniosa enquanto pássaros cantavam

completando a trilha sonora ritmada pela suave brisa apenas

interrompida por um súbito vácuo a gerar um movimento de vento

repentino a provocar um solavanco nestas plantas. Surge então John

Octavios naquele quase paraíso onde qualquer forma de violência não

atingia mesmo que em tempos violentos, mas que mediante todos

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relatos o homem oriundo daquele tempo não o alcançaria pelo menos

no próximo século.

Logo, Octavios notou latidos a se aproximar, eram dois lindos

cães ladradores como anunciantes da visita inesperada. Octavios olha

para sua pulseira e percebe que naquele lugar havia se passados seis

anos após sua saída depois do incidente de Jerusalém, e tão logo surge

um homem da janela a abrir a porta de uma humilde, mas confortável a

aconchegante casa. John Roberts caminha lentamente chamando os

cães para que retorne e abre um sorriso de surpresa e felicidade ao ver

Octavios novamente após todos aqueles anos.

- Que sorte me trouxe os bons ventos hoje! - exclamou Roberts

- Surpresas agradáveis sempre me dá vontade de deixar as portas de

meu humilde lar abertas. Por onde andaste?

- Felicitações da TEMPUS em nome do Tempo. - respondeu

Octavios com um sorriso receptivo ao rosto. - Espero eu não ter lhe

interrompido em negócio algum!

- Como você poderia tal? - perguntou Octavios estendendo a

mão esquerda em direção ao seu lar como convite - Siga-me e venha

tomar um chá antes de me dizer o que lhe trás aqui.

Seguido pelos dois felizes cães saltando e cheirando Octavios,

John Roberts passou por um jardim lindo e empurrou a porta de

madeira da edificação feita de pedra a revelar sons de crianças

gritando.

- Não se admire com a bagunça, meus filhos são pessoas

ansiosas pelo saber, e fazer, diga-se de passagem. - disse Roberts.

Tão logo Octavios surpreso ao perceber que agora havia tido

filhos com a jovem parente de Xenomedes que surgiu com o chá na

mão sorridente e em seguida pegou os filhos os levando para o quarto

afim de deixa-los conversar, enquanto Octavios não deixou de notar

diversos livros, peças de madeira, pedra e relógios que Roberts

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construía naquele lugar e ao fundo a armadura dele completamente

"turbinada" de mecanismos engenhosos que chamavam atenção.

- Quão agradável é constatar que um homem justo possa ainda

criar raízes e deixar suas sementes por este mundo! - disse Octavios -

Você tem belos filhos aqui, creio.

- Fico grato, afinal em grande parte foi graças a ti, mesmo que

tal seja mais que uma vontade, mas necessidade ao futuro creio. -

respondeu John Roberts.

Octavios, notou o quão havia adaptado seus conhecimentos

mediante o mínimo suporte primitivo daquele lugar a realizar

experimentos num laboratório improvisado utilizando peças feitas por

ele mesmo mediante algumas ferramentas fornecidas pela própria

T.E.M.P.U.S., mesmo que em minoria mediante o receio de transtorno

temporal, não obstante o lugar de grande tranqüilidade e formosura

mediante o habitat longe de pessoas más Octavios sentiu-se livre para

poder criar e recriar, e cuidar de sua linda e carinhosa mulher. Porém

tão logo Octavios virou-se a pegar o livro que ele havia pegado há

tantos anos no futuro lá no Vaticano 'Tractatus Ad Tempus', no inicio

do século XX.

- Por onde você esteve Jonh Octavios? - Perguntou John

Roberts - conte o que há de novo! Procuramos por você após a batalha,

mas desapareceu diante dos olhos, apenas recebi notícias suas por um

outro misterioso homem que me trouxe tais ferramentas que utilizo,

apenas dizendo que você estava seguro. Seu nome era Kaab,

Kimberley Kaab.

- Curioso ele nada me relatou. - refletiu Octavios - Mas você

ficaria impressionado com o que ocorreu após ter sumido deste tempo!

- disse Octavios - Minha pulseira foi atingida e fui parar longe no

espaço-tempo. Porém creio ter negócios mais importantes a tratar

contigo do qual certamente lhe contarei o mais pelo caminho.

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- Fale, afinal o quanto você disse até hoje foi mentira? -

respondeu John Roberts. - Talvez devamos dar um pouco de tempo ao

Tempo. - concluiu ele.

Assim o papo seguiu até que os últimos raios do sol se

escondessem por de trás de algumas montanhas ao horizonte cobertas

pela fina neve que apenas os alcança naqueles campos verdejantes no

inverno, onde John Roberts profundamente interessado no assusto e

desdobramentos de sua viagem temporal e seus feitos naquele mesmo

local conversavam. Tão logo a luz do sol foi substituída por luzes de

velas e lampiões, mas nada que impedisse mediante o coral agora de

grilos. John Roberts vivia feliz naquele lugar longe do egocentrismo

antropotorcido conforme costumava dizer em suas próprias palavras, e

ficou simplesmente sem palavras com as desventuras de Octavios no

nem tão breve período de tempo em que ficou perdido.

- Então quer dizer que lhe consideravam um deus naqueles

tempos não distante daqui? - perguntou John Roberts. - surpreendente

como primitivos ao ficarem fascinado com suas descobertas trabalham

contraditoriamente contra o que você mesmo diz a determinar absurdos

desproporcionais. Mas como poderia eu deixar este lar com meus

filhos e mulher aqui solitários?

- O tempo é uma questão de Tempo. - disse Octavios - como

sabes pela própria relatividade de Einstein o período em que fica

ausente não significa o período em que saiu do local necessariamente.

Precisamos de você porque foi você quem construiu tais conceitos que

me salvaram no século XX. Estou certo de que será uma aventura

agradável a você.

- Uma aventura?! - perguntou John Roberts num sarcasmo

alarmante - os desdobramentos destas "aventuras" através dos tempos

podem criar transtornos maiores!

- Não tema quanto isso. - disse Octavios - você receberá o

equipamento adequado e terá o meu pleno auxílio. - disse ele lhe

mostrando um de dentro de seu sobretudo um outro monitorador

quântico e alguns outros objetos menores.

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Tão longo que se viu que as horas daquele dia eram avançadas,

e sabendo estes que na realidade pouco importa eles saírem

rapidamente ou não, John Octavios seguiu o convite de Roberts em

dormir em seu aconchegante lar enquanto ele pareceu muito

interessado em seus filhos que se tornaram muito sociáveis com o

mesmo. Ali residia uma família feliz que repousava tranqüilamente sob

a sombra da TEMPUS na opção do local distante de todo e qualquer

mal do qual freqüentemente os perseguiam a viverem de modo

adequado a uma criação para seus filhos antes que a civilização e seus

males lá alcançassem. Óbvio, que sua mulher estranhou suas

vestimentas atípicas com aquele período, mas afinal não havia sido a

única vez que viu coisas estranhas, do qual seu marido John Roberts

freqüentemente realizava em experimentos com parafernálias

esquisitas recebidas por um homem ainda mais estranho, mas nada que

ela soubesse mais, seu marido lhe contava pouco por temer o que

poderia ocorrer em conseqüência.

John Roberts a sós com sua amada Aagje em seu quarto sobre

sua confortável cama a abraçou carinhosamente e entre seus braços ela

se recostou até seu ombro, Roberts desejou poder lhe contar sobre os

feitos incríveis e até mesmo de onde veio, mas para ela era um

misterioso amante que veio de lugar algum direto a seus braços. E

agora Roberts a deixaria não sabia por quanto tempo e assim num tom

de quase alarmismo seu rosto correu lentamente até seu pescoço e

sentir seu cheiro suave enquanto sua respiração parecia sintonizar-se

com a dele, sua formosura lhe deixava simplesmente entregue, não

bastando sua voz doce e grandemente compladicente para com o

sofrimento dele, no entanto, nem sempre palavras eram necessárias se

não um olhar que parecia brilhar mesmo diante do escuro. John

Roberts, por vezes sentia-se o homem mais sortudo do mundo em ter

tal mulher com ele, a ponto de às vezes querer lhe dizer e expressar

todas suas magoas, mas que impossibilitado lhes substituía por caricias

e eventuais lágrimas. Suas mão sobre sua barriga a passear até seus

belos seios carinhosamente e o toque suave de seus lábios nos seus

como um selo de que eles compartilhavam algo exclusivo do qual

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ninguém mais poderia ter, seus movimentos eram apenas causas dum

sentimento ímpar apenas ganhando par na unificação de seus corações

e corpos num só a se envolverem arrancando lentamente os lençóis da

cama, mediante a intensidade maior de sua respiração e suspiros de

prazer. O suor por vezes pareciam como lágrimas de felicidade e

satisfação mútua como uma coreografia de formosura que somente os

dois poderiam compartilhar. John Roberts poderia morrer assim, que

morreria feliz, depois de suas realizações e feitos, finalmente sentia-se

um homem realizado com tantos feitos...

Porém tão logo ao amanhecer, os dois homens após um

desjejum partiram a uma caminhada do qual desapareceram do alto da

colina enquanto Aagje Stoneset cuidava de seus filhos, porém Octavios

e Roberts partiram na realidade a muitas e muitas auroras adiante que a

mente dos moradores daquele local poderia presumir.

18 de julho de 1943, algum lugar da Polônia invadida.

Foi como se John Roberts tivesse apagado e desperto num local

ritmado por seqüências intermináveis de explosões, ao se levantar viu

Octavios cambaleando sobre suas próprias bases como resultado de

mais uma transferência temporal, cujos efeitos costuma atordoar.

Porém, tão logo eles começaram a se situar e perceber uma cidade

desolada e destruída, em ruínas, por constantes ataques aéreos e por

terra, uma tentativa dos aliados de retomar a Polônia invadida anos

atrás. Ao ver o céu enevoado por uma camada cinza de fumaça e

cheiro de pólvora, John Roberts notou que baterias antiáreas lançavam

intermináveis tiros para o alto a fim de atingir esquadras de aviões que

lançavam sucessões de bombas sobre os prédios. Eventuais pessoas

corriam sorrateiramente entre os escombros carregando seus filhos se

protegendo da maneira que poderiam. Octavios puxou Roberts ainda

atordoado com o ataque e pela viagem até para dentro de um

restaurante destruído onde retirou papéis de seu bolso e lhe ajeitou

sobre a cabeça o quepe nazista da SS, Schwarze Sonne, o disfarce para

adentrar as instalações dum secreto experimento que lá ocorria com o

sino de Tesla que ganhou o nome de Die Glocke. Ele segurou o rosto

de Robert com firmeza a dizer:

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- Olha pra mim! Preste atenção! Se focalize! - disse ele com

num tom severo - A pulseira que você está não deixem que as vejam,

ouviu? Deixe que fale tudo com essa gente, não diga nada se não o

essencial que você arranhe no alemão.

John Roberts apenas acenou com a cabeça concordando, e em

seguida Octavios olhou para o mapa em suas mãos e a localização de

onde estavam tal como o período em comparação a pulseira quântica.

- Há uma margem de erro para o salto temporal. - disse ele -

mediante a interferência quântica pode variar entre minutos e dias,

metros a quilômetros, mas creio que tivemos uma margem de acerto

razoável, apenas erramos exatas 22 horas e 32 minutos. Vamos,

estamos apenas seis quadras do local.

Eles seguiram agachados com suas fardas negras saindo do

local para não chamarem atenção mediante tiros que agora se ouviam

no fim das ruas. Repentinamente uma explosão ensurdeceu seus

ouvidos fazendo estilhaços caírem para todos os lados, fazendo apenas

Roberts virar-se em direção a um choro de criança, quando viu uma

mulher morta e ensangüentada no chão. Crimes de guerra. Octavios, o

puxa novamente pedindo para que não tente fazer nada e apenas o siga.

Foi quando finalmente viram dois soldados parados num lugar que

aparentemente não havia qualquer entrada visível próximo as minas de

Wenceslau que ao os verem sinalizaram e ao chegarem perto, os

cumprimentaram com a saudação nazista e em seguida um destes

disse:

- Identifikation bitte!

- Wir Herr Joseph Octavios - disse Octavios retirando de seu

bolso uma identificação da SS obviamente criada pela TEMPUS.

- Wir Herr Hans Roberts - disse John Roberts um pouco

embaraçado retirando atrapalhadamente de seu bolso sua identificação

e vendo o tal embaraço Octavios seguiu dizendo.

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- Wir kamen auf den Namen Hitler für das Projekt dringend.

Vendo que sua documentação estava em ordem estes soldados

apenas acenou com a cabeça e lhes dando as costas viraram-se abrindo

uma porta que estava no chão, escondida. Era um Bunker onde

experimentos eram realizados com o chamado Die Glocke, o sino de

Tesla era realizado.

Ao descerem mediante alguns tremores provocados por

explosões lá fora que faziam descer pó do teto rapidamente Octavios

viu um homem que não tinha uma aparência alemã. Segundo as fotos e

orientações dadas por Teogoras era um dos possíveis cinco

desaparecidos dum experimento futuro, um homem chamado pelos

alemães de Beschreibung Schmerz, ou traduzindo Desígnio da dor. Por

este nome, obviamente ele não deveria esperar que fosse um homem

bom e justo, mas mesmo mediante sua pose vestindo um longo

sobretudo negro destoava dos demais homens que, no entanto, seguiam

suas ordens. Segundo fontes era um homem secreto da Schwarze

Sonne, guardião do castelo Wewelsburg, na cidade Paderborn do qual

se pretendia tornar como “centro do universo”, como um dos monstros

por de trás de experimentos e torturas físicas lideradas por Menguele,

por exemplo. Rapidamente o homem se aproximou dos dois, e vendo

isto Octavios perguntou:

- Herr Doktor Beschreibung Schmerz? Wir Herr Joseph

Octavios.

- Zufriedenheit - respondeu ele com um sorriso no rosto e

fazendo a reverência nazista também para Roberts.

Die Glocke: Queimando um Picasso

Rapidamente John Roberts apenas assistiu o dialogo entre

Beschreibung Schmerz e Octavios sem entender muita coisa onde

apenas foram orientados a segui-lo até um nível ainda mais abaixo da

superfície que os fizeram visualizar um grande poço por onde um

elevador descia até chegar um local onde um zumbido intermitente

seguia de maneira constante e irritante, quando a porta se abriu

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Octavios viu o sino que seu amigo Nikola Tesla construiu cercado por

homens de jaleco branco com ferramentas e equipamentos fazendo

leituras a sua volta sem toca-lo. Ele retirou seu quepe quase

assombrado pela visão do artefato em sua familiaridade particular com

seu mesmo passado "fantasma".

- Die Glocke - disse Beschreibung Schmerz direcionando sua

mão para o artefato com um sorriso de satisfação no rosto.

Tal artefato entre eles era considerado um Wunderwaffe, uma

super-arma alemã mesmo ainda em fase de experimentação.

Naturalmente, que Octavios sabia que tal não havia sido criado por eles

mesmo que tivessem somado algumas adaptações e turbinagens que ele

ainda não compreendia quais eram. Paul Joseph Göbbels do ministério

de Propaganda do Terceiro Reich, visava utiliza-la mais como

mecanismo de ameaça do que arma efetiva, pois cria se tratar de algum

tipo de máquina capaz de abrir um portal dimensional, no caso a

permitir estabilizar um wormhole natural e permitir passagem, e do

qual seu uso incorreto também poderia criar verdadeiras anomalias a

partir do momento em que alcançava a energia de ponto zero onde as

ondas de freqüências sintonizadas erroneamente poderia tanto provocar

câncer quanto a fazer pessoas entrarem em coma.

As dimensões de 2,6 metros de diâmetro e 3,6 a 5,0 de largura

não impressionariam a John Roberts tanto se não fosse pelas histórias

relatadas por Octavios, do qual ele permaneceu parado apenas a

contemplar este. Rapidamente ao se aproximar deste, Octavios

discretamente fez uma leitura em seu isolante quântico que pareceu

interagir no funcionamento deste a faze-lo discretamente se afastar ao

ver o homem misterioso falar para Roberts:

- Isso não é bom. Está emanando radiação a interagir com o

quantum, talvez estas adaptações - disse ele apontando para dois

cilindros translúcidos que carregavam um líquido prateado como

mercúrio numa luminosidade próxima ao violeta chamado Xerum 525.

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Nisso rapidamente retornou Beschreibung Schmerz

acompanhado de um homem que os cumprimento sem as formalidades

nazistas se identificando por Jakob Sporrenberg.

Aquele homem fora um dos maiores responsáveis conhecidos

pelas atrocidades então secretas do nazismo, mas que mediante

registros desapareceram. Octavios sabia que estava cercado de

usurpadores e assassinos e não poderiam falsear, se não eles seriam

suas próximas vítimas. Foi então que um dos cientistas alemães vira-se

para Octavios e com expressão de espantado diz:

- Doppelgänger! Doppelgänger!

- O que ele quis dizer? - Perguntou Roberts discretamente, mas

não menos assustado.

- Talvez você não queira saber. - Respondeu Octavios quase

sussurrando.

Eles seguiram até um local onde anotações eram feitas após

tentarem disfarçar o espanto do alemão diante de Octavios, como se o

tivesse visto antes, e rapidamente Octavios trocou algumas palavras

Jakob dizendo ter algumas informações que faltavam para fazer

funcionar tal artefato, mas na realidade para preparar uma sabotagem a

fim de que não provoque uma falha no espaço-tempo continum, pois

estes não tinham conhecimento dos usos freqüências modulados que

em alinhações discrepantes com as ondas temporais poderiam provocar

grandes problemas. Porém, Jakob andava muito irritado com os

constantes ataques norte-americanos e aliados contra a Polônia, cada

vez mais pertos, em parte por saberem por meio de sua inteligência que

naquele local contia informações sigilosas roubada em grande parte de

patentes de Nikola Tesla que se declinava a viver na miséria mesmo

depois de tantos feitos, graças a estes monstros sem escrúpulos moral

qualquer, o que era o risco maior. Porém após repassar alguns cálculos

que surpreendeu Jakob e o sempre próximo Beschreibung Schmerz

cujo olhar parecia sobre eles numa presunçosa superioridade, viu-se

que as horas eram avançadas e para seguir o fuso dos demais - e para

não chamar atenção deles - resolveram ceder ao convite de dormirem

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um pouco afinal a viagem havia sido stressante, de fato. A aparência de

Beschreibung Schmerz era impressionantemente plástica como se

tivesse uma simetria que somada a sua frieza lhe fazia parecer como

um tipo de ciborgue.

Ao chegarem até o local onde estavam sós, finalmente viram

naquela oportunidade, o momento perfeito para passarem parte do

plano sobre o que faziam uma vez que John Roberts apenas

compreendeu as partes dos cálculos e poucas palavras do dialogo deles.

- Confesso que sinto muita saudade de meu tempo - disse John

Roberts.

- Sei. Mas você não pode voltar ao seu tempo novamente do

qual é oriundo se não meramente por consciência, tudo que pode

ocorrer ao ver a si mesmo é se não um eco existencial de si, tal como

se ao observar diante de um espelho. - disse Octavios – Não sei porque

este local está assim.

- Mas creio que tenha um amigo neste tempo. - disse John

Roberts

- Não estou certo de que ele se lembre de mim. - respondeu

Octavios – Mas Tesla é um bom homem, mas pertence a um quase

devaneio temporal. Porém vamos nos concentrar primeiramente em

nossa missão, pois sinto haver algo de muito errado nisso. Temos de

encontrar o livro que você mesmo escreveu no medieval, o 'Tractatus

ad Tempus' que teria seguido por um consórcio do Vaticano chamado

Maistrini dedicado as pesquisas envolvendo a suposição de viagens

temporais por tal partindo de dissidentes da Ordo Christianitas ad

Tempus fundada por você, para evitar os vazamentos de viagens

temporais no passado.

- O livro estaria aqui? - perguntou John Roberts

- Creio que sim, pois desapareceu do Vaticano poucos anos

antes do começo da Segunda Guerra Mundial com a subida do III

Reinch ao poder. - respondeu Octavios.

- O Vaticano estaria envolvido com as ocorrências aqui? -

perguntou John Roberts alarmado.

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- Creio que não, mas sim de dissidentes deles como este

estranho Beschreibung Schmerz.

Após reavaliarem tal, Octavios e Robert se deitaram num

beliche estreito, mas minimamente confortável a fim de dormirem

mesmo que eventualmente alguns tremores eram ouvidos deixando na

dúvida se era provocado pelas explosões na superfície ou experimentos

contínuos no sino de Tesla o que preocupava Octavios do qual Herr

Doktor Beschreibung Schmerz obviamente parecia ter algo muito

maior a esconder deles. Claro, que os cálculos passados por Octavios

eram apenas uma distração para estes serem levados a acreditarem no

que faziam por lá o que obtém aparente sucesso.

John Roberts ao acordar constata estar num lugar

completamente diferente do que pensava estar, cercado por duas lindas

mulheres rapidamente ficou confuso por não saber o que estava

vivendo, antes era um sonho. Ao se levantar notou que estava numa

boa forma física como nunca estivera antes, quando uma das lindas

mulheres se levanta e por de trás dele acaricia seu ombro perguntando.

- Como dormiu meu Amantti Amatore. - disse ela encostando

seu rosto em sua nuca. - hoje teremos uma tarde de autógrafos com

seus fãs, para o lançamento de seu livro. - disse ela.

- Então finalmente me tornei profissional? - disse ele.

- Como assim? Você é um grande escritor Amatore, um dos

melhores!

Rapidamente ele se afastou da mulher e a olhou com olhos de

espanto e estranheza - quem é você? - Perguntou ele.

A mulher riu e fez cara com quem ele estivesse brincando, e

em seguida apontou-lhe o dedo dizendo que ele estava viajando demais

nos seus escritos.

- Estava na Alemanha! - disse ele - durante a segunda guerra

mundial.

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- Sei. - disse ela - o nome deste capítulo que é o quarto é 'Eyes

Only' do seu 'Crônicas Atemporais'. Você fez até uma menção a nós

neste capítulo lembra?

Rapidamente ele pegou o livro que estava entre outros sobre

uma escrivaninha e desfolhou vendo exatamente os relatos deste lá. Ele

arregalou os olhos com espanto dizendo:

- Como é possível?

- Vamos meu neném, teremos um dia maravilhoso hoje. - disse

ela.

John Roberts acorda assustado e ofegante a notar que na

realidade era aquele o sonho. Que sonho diga-se de passagem, saído do

luxo para uma masmorra nos subterrâneos nazistas no meio do

formigueiro do III Reinch. Ele olhou para suas próprias mãos a notar

que agora não era um sonho, mas sim aquela a realidade.

Foi quando escutou abaixo dele Octavios se levantar assustado

batendo a cabeça abaixo dele.

- Por acaso também teve algum sonho bizarro. - perguntou

John Roberts.

Octavios com a mão no nariz apenas acenou, e ao retirar viu

sangue que saia deste fazendo Robert mudar seu semblante a descer

rapidamente para acudi-lo. Octavios, porém parecia mais preocupado a

ver sua pulseira quântica e notar que as discrepâncias estavam ainda

maiores.

- Talvez tal interferência esteja afetando nossa origem no

espaço-tempo. - disse ele enxugando as mãos e nariz com um pano

úmido dado por Roberts. - sonhei que estava num mundo onde você se

tornou um escritor famoso onde adquiriu tais lembranças por algum

tipo de narcose temporal similar a que estamos sofrendo, similar ao

que ocorreu com Nikola Tesla.

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- Engenhoso, simplesmente fantástico. - disse John Roberts. -

Mas certamente preferiria viver daquela maneira que esta.

Ao subirem depois de um rápido, mas farto café da manhã,

Octavios parecia muito preocupado com o que ocorria naquele local,

mas rapidamente tiveram sua atenção chamada ao verem a armadura

de John Roberts feita a séculos atrás junto a outras armas medievais.

Quando aproveitando um descuido de Jakob, ele entrou em sua cabine

compartilhada pelo Beschreibung Schmerz, enquanto John Roberts

discretamente vigiava a entrada. Ele viu diversos relatórios de alguns

cientistas que entraram em coma misteriosamente e apresentaram

diversos sintomas como sangramento pelo nariz e até mesmo o

desenvolvimento de câncer no cérebro. Efeitos colaterais graves do que

faziam naquele local. Quando Octavios falou baixo - achei!

John Roberts ao se virar e ver o livro ficou perplexo o quão

parecia envelhecida sua própria obra naquele lugar e disse:

- Quem diria, eu criando relíquias. O que fazemos agora?

Porém, antes mesmo que Octavios respondesse sua pergunta

apenas ouviu uma voz atrás como um vulto contra a luz a dizer

- Es war nur ein Fehler.

Ao revelar-se, Beschreibung Schmerz com um sorriso seco no

rosto e apontando uma arma para eles, fechou a porta e pediu em seu

idioma para que se sentassem.

- Quem é você afinal? - perguntou John Octavios assustado e

curioso - Você faz parte do Maistrini?

- Por favor, aquela gente do Vaticano são uns fracos! - disse

Beschreibung Schmerz com um sorriso no rosto. - Procuro por muitos

anos um meio de sair desta linha temporal e finalmente alcançar meu

próprio desígnio sobre o mundo!

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- Você se infiltrou entre eles apenas para poder transtornar o

tempo? - Perguntou John Roberts.

- Não vamos nos enganar, vocês sabem tanto quem sou quanto

eu sei quem são. Apesar do que vocês pensam mesmo que Ordo

Cristianitas Ad Ventus tenha se tornado por muitas gerações uma mera

sociedade do meme cujas histórias passadas para os descendentes de

suas testemunhas se tornaram não mais que lendas, se tornaram um

grande estorvo pra nossos planos, uma pedra em meu sapato, assim

digamos. - respondeu Beschreibung Schmerz - Uma lástima a constatar

que vocês tão certinhos e presos às leis temporais patéticas não

resolvam submete-las e ainda ser meus ancestrais!

- Você também é um Seth? - perguntou John Roberts – Porque,

tenta aniquilar sua própria origem?

- Você não entende, não? - disse Beschreibung Schmerz - Um

Seth sempre existirá pateticamente, assim mata-los é apenas um

exercício impossível e divertido, mas apenas a provar que nós podemos

submeter o próprio Tempo a nós!

- Então você está por de trás da perseguição contra nós? -

Perguntou Roberts

- Creio que seja eu a fazer as perguntas por aqui, meu jovem. -

respondeu Beschreibung Schmerz - Afinal sou eu quem posso mata-los

com esta arma! Mas para responder sua pergunta, não. Não sou eu a

perseguir a tanto tempo, caí nesta linha temporal a uns 17 anos graças

ao trouxa do Lennox. Mas o problema é que sua sujeira permitiu que

alguns dissidentes do Hashishin e Templários seguissem seus rastros e

se infiltrasse na Ordo Christianitas Ad Tempus fazendo desta uma

sociedade tão secreta que nem mesmo a mais secreta destes sabem a

não ser as malas do Mastrinni que tinha seu belo-livro trunfo em mãos.

Porém, vendo isto John Octavios interrompeu dizendo:

- Pensei que a realidade passada com Tesla tivesse apenas se

tornando um eco após retornar ao passado. - disse Octavios. - Mas

como você sabia sobre ele e eu?

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- Já disse que sou um Seth, estou em todas as variáveis como

constante. Ou você vai dizer que acredita em fadas? Por favor, de onde

você acha que surgiu essas lendinhas idiotas? - disse Designium -

Foram alguns dos nossos que não se conformavam, e sabendo de nosso

domínio parcial sobre a caótica resolvemos utiliza-lo. Apenas derrube

uma peça e uma reação se inicia, uma pedra diminuta pode criar

grandes ondulações na água. Assim se o fizerem conosco, brincam

com algo que desconhecem, por isso ao invés de mata-los devo sugerir,

juntem-se a mim!

John Roberts riu simplesmente ridicularizando o convite dele.

O que obviamente deixou enfurecido e lhe desferindo um golpe.

- Você é louco! - disse Octavios - Se cada fatalidade pode ter

repercussões na teia metafísica quanto mais um temponauta! Porém,

lhe perguntou como Nikola Tesla desenvolveu o sino, se não esteve

comigo? Uma vez que tal apenas fora um eco temporal - perguntou

Octavios.

- Você se esqueceu que ele é um caso aparte, a frente dos

demais, ele percebe as nuances temporais extra-sensorialmente assim

como outras descobertas realizadas de formas "milagrosas". Mas

porque acha que ficou em segredo tal projeto, e ninguém sabe que foi

ele a realizar? Muitos dos estúpidos são incapazes de compreender tal

evolução, mas com este sino talvez mostre tal poder para os demais

neste lugar! E é claro vou fugir através do tempo...

Beschreibung Schmerz se dirigiu para a porta enquanto John

Roberts limpava o rosto do sangue em seu nariz e chamou Jakob

Sporrenberg lhe dizendo em alemão palavras que eles não conseguiram

ouvir ao certo.

- Eles vão criar um problema aqui, estão longe de ter as

freqüências corretas, muita gente vai morrer se acionar esta máquina da

maneira como diz, pois tal nada vai criar se não anomias escalares. -

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disse Octavios a John Roberts. - Mas pelo jeito caímos numa

armadilha.

Jakob Sporrenberg se aproximou deles com um sorriso cínico

no rosto e disse próximo ao rosto de John Roberts.

- Sie sehen jetzt, anomalie.

Zero Absoluto

Então aconteceu que Jakob após mandar alguns de seus soldados os

amarrarem, os levaram até o sino onde viram Beschreibung Schmerz

junto a outros cientistas visivelmente contrariados darem seguimento a

ativação do maquinário do sino, gerando um zumbido forte de maneira

crescente, até que pouco a pouco se tornasse insuportável. John

Roberts e Octavios discretamente notaram em suas pulseiras - ainda

não descobertas - que tal parecia agredir o próprio equipamento deles,

o sobrecarregando. Porém, tal, aos ouvidos de Beschreibung Schmerz

era como uma agradável sinfonia a lhe proporcionar um prazer

imensurável especialmente ao ver os demais sofrerem seus efeitos, e

até mesmo ele, que estava por de trás de uma parede de chumbo, que

na realidade pouco protegia, mas sua dor pouco importava, pois

vibrava aparentemente na mesma intensidade que o aparelho

provocava no local, quando assistiu diversos dos seus caírem um a um

de joelhos no chão.

- Beenden Sie den Test! - gritou em alemão um destes

correndo para desligar, e assim o fez silenciando todo local duma

maneira fúnebre mesmo que pouco a pouco os demais levantassem.

Beschreibung Schmerz se dirigiu ao cientista e o esbofeteou no

rosto por ter feito tal. Em seguida Schmerz e Jakob Sporrenberg os

levaram até um ponto da instalação, a uma parede atrás do sino onde

havia uma grande cela com diversos judeus que pareciam jazidos

mortos no chão empoçados sobre seu próprio sangue.

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- Você é mal! - gritou Octavios - Porque vocês estão matando

tais?

- Quanto mais melhor! - disse ele - Vamos recomeçar uma

nova ciência Octavios, esquecer o que já foi criado! Criemos nossa

própria verdade, nossa realidade!

- Você quer dizer esquecer os fatos, e simplesmente tentar

apagar tudo que somos e fizemos, todas nossas descobertas? -

perguntou Octavios.

- Você não vê a beleza do que estamos criando aqui? -

respondeu ele com outra pergunta, e saiu o dando as costas com grande

desdém, os deixando entre os judeus mortos inclusive mulheres e

crianças.

Os homens de Beschreibung Schmerz, mesmo contrariados

fizeram a contagem dos mortos judeus e incluindo os dentre eles, o que

totalizou cerca de 60 pessoas, todas posteriormente levadas até a

superfície, e numa só vala enterradas juntas, mesmo mediante o fogo

cruzado da invasão. - Malditos números! - disse um deles

murmurando.

Após isto Beschreibung Schmerz ordenou que um de seus

homens levassem alguns artefatos para um local seguro e assim

separaram de documentos a alguns elementos como a armadura

modificada por John Roberts séculos atrás quando o homem disse –

Paris poderia ser um bom lugar, nas catacumbas talvez.

Eles sabiam que não tinham sido mais afetados pelo

experimento graças a seu isolante quântico, porém ainda assim seus

efeitos eram bastante fortes. Passaram-se pouco mais de um dia quando

John Roberts adormeceu após sentir grande tontura.

- Senhor presidente, João Roberto? Está uma bagunça em

Brasília. Acorde! - disse um homem de terno para ele. Lentamente

então ele se levanta a notar algo estranho no local e quando ele sai vê

galinhas passeando pelo planalto enquanto alguns homens de bermuda

e terno corriam atrás. Estava em Brasília, no Brasil!

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Rapidamente ele se dirige ao espelho e se vê bastante acima do

peso, mas percebe que alguém andava realizando algum protesto

bastante sarcástico por aquele local soltando galinhas pelo jardim da

presidência. Foi quando o telefone toca e ele o pega ainda atordoado e

após atender ouve uma voz familiar:

- Sr.João Roberto? Sou eu João Otávio!

Aquilo o deixou ainda mais confuso, parecia um sonho

bastante surreal de modo que permaneceu quieto ao telefone e ele

apenas seguiu dizendo.

- O que estamos fazendo aqui? Não deveríamos estar

impedindo um experimento nazista? - disse Octavios.

- Do que você está falando? Voltou a beber? - disse ele sem

certeza do que acreditar quando notou sangue sair de seu nariz e o fez

desmaiar apagando sobre a mesa do escritório oficial.

John Roberts acorda, no bunker assustado colocando sua mão

sobre o nariz e vendo que não havia sangrado nada, em seguida

percebe Octavios dormindo e o acorda que reage de forma igualmente

assustada.

- Sonhei que estava no Brasil e falava com você! - disse ele -

Fui o único ou você também?

- Creio que se foi um sonho, foi digamos um sonho bastante

compartilhado, pois me lembro de ter falado com você! - disse John

Roberts

- Mil negativos! - exclamou ele - o que está acontecendo neste

lugar?

Já era noite quando tal ocorreu, e um dos cientistas surgiram

diante da cela onde os interrompendo começou a lhes dirigir a palavra

no idioma deles, carregado pelo sotaque alemão e quase sussurrando

dizendo:

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- Não sei quem são vocês estranhos. Seriam de fato o que

sussurram? Temponautas? - disse - mas certamente devem ser homens

honestos tentando lutar contra estas atrocidades creio, porém, lamento,

somente queria fazer ciência de maneira moral. Ele nos fez promessas

grandiosas e pensávamos que não tivéssemos de nos entregar a algo tão

inescrupuloso.

- Quando realizamos um experimento cientifico legítimo, do

qual os conhecimentos poderosíssimos caiem em mãos erradas e sem

qualquer senso moral, podem criar tragédias, o que é um segredo de

estado, do qual este é. No Tempo, o que é do futuro ao futuro, e do

passado ao passado. - disse John Roberts - Cada informação ao seu

concebedor original, as torções da verdade e conseqüentemente da

realidade surgem quando estes as roubam e utilizam erroneamente em

injustiça.

- Nada faz esta gente deixar seu ego-estufa. - disse o homem -

Hitler, apenas parece seguir com seus preceitos de que tais ou tal é

superior a outrém ou tais, nós a eles. Mas na realidade ele apenas quer

saber do luxo e opulência de onde comanda suas tropas dos quais não

são mais que números e nomes a receber ordens a partir de um mapa

jogado sobre uma mesa com seus ministros.

- O pior é que o mesmo tende a se repetir no futuro - disse

Octavios decidido - Foram os conceitos de auto-superioridade que

levaram ao holocausto, a fonte dos preconceitos com as medidas,

tamanho, cor, idade e sexo, talvez da mesma fonte de anomia.

- Existem judeus bons aqui que fizeram parte do experimento,

mas são eliminados arbitrariamente por estes meros conceitos. - disse o

homem.

- Assim como certamente grande parte de seus homens são

pessoas ótimas. - disse Octavios - por isso nesta guerra o que ganha é a

ignorância, pois no mais todos perdem muito. Se todos os homens

fossem julgados não pelo "achar" mas sim por seus feitos bons ou

maus, por seus dons e descobertas próprias o mundo seria um lugar

melhor. Porém, creio que você precise nos tirar daqui, para impedir tal,

pois resta pouco tempo para a invasão.

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O homem então olha para trás e retira uma chave do bolso e

em seguida a gira na fechadura os fazendo sair do local.

- Meu nome é Robert Wolfberg - disse o homem - sou um

físico e astrônomo recrutado pelo III Reinch, tenho alguns amigos que

compartilham comigo da mesma opinião, confie em mim.

Mesmo receosos não por ele - que transparecia sinceridade -

seguiram temendo ser descobertos quando um outro alemão, este loiro

branquíssimo e de olhos azuis, os viram, mas parecia estar com

Wolfberg a orienta-los pelos corredores. Com ele indo a frente sempre

verificando se havia algum outro, chegaram a uma sala fechada onde

estes diziam ser segura momentaneamente até tentarem os tirar de lá.

- Você é mesmo um dos lendários fundadores da Ordo

Christianita Ad Tempus? - perguntou Wolfberg - Fico honrado em

conhece-lo! Realmente fantástico poder conhecer um temponauta!

John Robert ficou sem jeito até porque mesmo que estes não

conhecessem no geral o que ocorriam e quem eram - afinal Octavios é

quem era um temponauta de fato - John Roberts apenas acenou com a

cabeça, pois mesmo assim era muito importante para a TEMPUS,

assim como a Ordo Christianita Ad Tempus, fundada pelo próprio

mesmo que alguns a torcessem em seus segredos até então.

- Precisamos sabotar este maquinário, se não muitos outros

podem morrer aqui. - disse John Octavios enquanto o loiro observava

calado por não saber falar sua língua.

- Não somente tal, mas creio aqui haver algo que talvez

interesse a vocês muito. - disse Wolfberg quando um terceiro homem

surgiu na sala carregando algo embrulhado no pano e o abriu

lentamente diante deles.

- Estas peças dizem ser parte de um outro fragmento - disse

Wolfberg – antigo, que parece ter informações sobre vocês.

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- É um fragmento do pilar de Seth! - disse Octavios - Temos

uma parte dele na Conorte, talvez explique alguns pontos não

decifrados deste além da própria equação. Onde conseguiu?

- Herr Beschreibung Schmerz trouxe para cá junto com o

'Tractatus Ad Tempus' e o sino, creio que fazia parte do arcevo do

consórcio Maistrinni do Vaticano. - respondeu Wolfberg enquanto

enrolou novamente o fragmento nos panos e o entregou junto ao livro.

– Vamos, temos pouco tempo até descobrirem!

Quando saiam do local um alarme tocou, temendo se era pela

invasão dos aliados ou por terem descoberto o roubo dos artefatos e

por soltarem os homens. Resolveram correr rapidamente os

escondendo através duma pequena porta, porém, antes que fizessem

algo um estalido ressoou pelas costas deles e um tiro seguiu ferindo

mortalmente o loiro que com eles estava o fazendo cair no chão de

joelhos e sangrar pela boca até cair de bruços desfalecido. Era

Beschreibung Schmerz que disse com raiva dizendo - verdammt

bastards! - e olhou em seguida para sua mão esquerda dizendo

"Fatality Seth!". Cerrou a visão sobre eles quando vinham mais

soldados e disse - Kommen! Die Russen sind eindringenden

Amerikaner und haben wenig Zeit!

Imediatamente amarraram novamente os homens, desta vez

também Roberts Wolfberg e os levaram para sala do sino para deixa-

los sofrer seus efeitos enquanto ele se dirigia para trás de sua parede de

chumbo. A sorte é que Beschreibung Schmerz não conhecia tão

perfeitamente o próprio funcionamento, tal como as frequências destes,

sendo quase um experimento de autodestruição. Antes animais e

plantas havia desenvolvido sintomas cancerosos e outros elementos

que os levaram a morrer, e por isso visto pela SS mais como uma arma

do que artefato temporal.

Quelle der Zeit

O Local próximo onde se encontrava o sino era o local decorado com

algumas armas medievais como machados e espadas, foi então que

Octvaios percebeu a mesma espada que utilizara séculos atrás e havia

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sido passada para John Roberts, forjada pelos portugueses

especialmente para Octavios.

- Ainda sabe lutar de espada? - perguntou Octavios

- Porque pergunta? Estamos amarrados e eles com armas de

fogo! - disse John Roberts.

- Tenho um plano. - respondeu Octavios apenas dizendo isto.

Foi quando ele cortou a corda da mão roçando uma parte

sobressalente da pulseira. - parece quase um canivete suíço - pensou

ele. Porém, Jakob após descansar de cálculos, se aproximou dele e

notou que havia se soltado. Gritando aos soldados e descobrindo sua

pulseira e mostrando a Designium, deu tempo, no entanto, suficiente

para que John Roberts fizesse o mesmo se soltando e puxando a espada

da parede atravessando um dos homens e passando tal no peito de

outro deixando sua arma cair, sucedido por uma manobra ágil e a

colocando para trás a fim de que não ferisse os seus. Rapidamente John

Octavios pegou a arma deles e soltou os dois cientistas alemães que

estavam com eles, quando surgiu outros homens lhes apontando as

armas, mas Jakob gritou dizendo para que não atirassem naquele local

- Nicht schießen hier! - disse.

Neste momento um destes abaixou a arma Longer e com um

sorriso pegou uma espada do local e em seguida realizou uma série de

movimentos como um convite a uma batalha entre os dois. John

Roberts olhou para Octavios - armado, mas igualmente receoso em

atirar a não ser que vissem que iriam morrer - e o homem avançou

sobre ele quando Roberts movimentou a espada em resposta. Os dois

começaram um embate no meio da sala, entre mesas com microscópios

e tubos de ensaio que iam sendo quebrados ao chão seguiram lutando

quando os outros homens pegaram as demais espadas e até machados

indo em direção a eles mesmo que mal as soubesse manusear, assim

dando tempo de Octavios correr com os demais. Todo local tremeu os

deixando momentaneamente atordoados - um ataque aliado - pensou

Octavios, devem estar invadido. Octavios apontou a arma para o sino

como ameaça se viessem, e assim eles pararam diante dele mesmo

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sendo em maior número. A essa altura os cientistas haviam se retirado

correndo pelos corredores enquanto Jakob aos berros gritava que tinha

que ligar o equipamento o quanto antes.

Enquanto isso o homem que lutava com John Roberts o

desferiu um corte no ombro quando este esbarrou na última mesa da

sala, mas rapidamente virando o encurralar contra ele e desferindo um

golpe fatal. Roberts tirou a espada ensangüentada do homem e viu o

símbolo de Octavios nela e disse - Parece que passou-se pouco tempo!

Sempre com ótimo fio!

O alarme soava e tão logo vendo-se encurralado Octavios viu

apenas os dois alemães amigos irem para de trás do sino e puxarem

dois fios quando viu da pequena janela de chumbo Jakob correr após

ativar o equipamento, e rapidamente fazendo o oscilador aumentar

exponencialmente por sobrecarga pelos dois fios retirados. Vendo este

alarme - que a esta altura se confundia com o da invasão e incidente

interno - os homens entraram em desespero e começaram a correr para

todas as direções enquanto Jakob e Beschreibung Schmerz xingavam

de dentro da cabine por eles os abandonarem acionando um botão para

fechar as portas de emergência. - O último a sair desligue, por favor -

disse Designium ao ligar o sino com força total diante da invasão

eminente.

Vendo isto, Octavios, John Roberts e Wolfberg junto com o

outro cientista alemão correram até o elevador, que havia subido com

os homens que tinham conseguido fugir.

Apertando o botão que chamou o elevador notaram que lá

encima a situação não era das melhores, uma vez que descia poeira e

cinzas mediante frequentes tremores, quando de repente viu um

homem cair gritando pelo enorme poço do elevador até seu fundo e

desaparecer nele. Octavios e Roberts notaram que tal interferência

impedia a sintonização de suas pulseiras para que saíssem de lá

provocando uma interferência que deixou até mesmo estas

desorientadas como bússolas num nevoeiro do triangulo das bermudas.

Viram, então, que somente restava fugir para o mais longe possível,

pois a onda de anomia residual certamente poderia matar a todos

naquele local. Subindo o elevador mediante vibrações cada vez

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maiores que perturbava de tal modo suas pulseiras que pareciam estar

quase desligando, notaram a espessa poeira da derrubada de paredes

pelos aliados, e vendo corpos de soldados no chão perceberam que

estariam ainda em perigo por acharem obviamente que os dois também

eram da SS, afinal estavam uniformizados e com documentos.

Repentinamente soldados surgiram diante de Wolfberg e ele e os

demais se renderam (talvez ele quisesse que John Roberts ganhasse

tempo), mas que sendo visto como cientistas foram levados seguros

enquanto Octavios e Roberts se esconderam.

Rapidamente eles tiraram seus sobretudos e seus quedes e

correndo até em cima ao notarem que os soldados aliados estavam

igualmente desorientados com as ondas provocadas abaixo nos

subterrâneos aproveitaram o momento para entrarem num triciclo

destes que estava parado e deram partida quando um abalo maior fez

com que o chão vibrasse de modo que quase perderam o controle, não

bastando o terreno já acidentado por ruínas e carcaças de outros

veículos abandonados em chamas. Porém seguiram, mas não sem antes

notarem sua presença como sendo inimigo deles e começaram a atirar

quando uma edificação sobre o pequeno canhão caiu sobre eles os

soterrando.

- Somos aliados infiltrados - gritava John Roberts - não atirem.

- mas era em vão.

Lá embaixo um grande distúrbio parecia ruir os pilares da

edificação subterrânea quando um portal temporal se abriu diante dos

olhos de Designium que juntando suas mãos sorriu dizendo -

finalmente!

Ao entrar nesta desapareceu, e Sporrenberg ao tentar fazer o

mesmo viu um dos pilares cair sobre o gerador criando uma sobrecarga

no equipamento de modo que criou um zumbido tão intenso que fez

todos presentes na sala em desespero cobrirem seus ouvidos e

começarem a sangrar pelo nariz e depois pelos ouvidos e olhos. Foi

quando uma onda de torção tão grande seguiu atingindo estes que

agonizando caíram ao chão e Jakob ao levantar seu braço direito o viu

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atrofiar como se decrescesse em sua frentenum tipo de retrocesso

biotemporal, assim como os demais membros. Um cientista colocava

suas mãos entre as pernas completamente ensangüentado e então um a

um foram se incinerando numa Combustão Humana Espontânea

caindo de joelhos até que os escombros os cobrissem.

Enquanto isso a situação de Octavios e Roberts que haviam

deixando Roberts Wolfberg que tinha se rendido, para trás, era que eles

se viram num ponto que estava cercados, mas para sua sorte o protetor

quântico havia alcançado sua normalidade fora da interferência

negativa do experimento nos subterrâneos, lhes dando tempo para se

esconderem e ativarem tal simplesmente desaparecendo daquele tempo

junto com os artefatos.

Ao re-surgirem de volta a T.E.M.P.U.S. John Roberts, porém

caí desmaiado num aparente coma. Levado até o local seguro onde

suas atividades cerebrais foram monitoradas, para espanto de Octavios

parecia estar funcionando numa freqüência desconhecida como se

estivesse consciente. Os homens do local ficaram assustados com o que

ocorria e vendo os revés da missão Dayane Conrad se aproximou

pedindo para que Octavios lhe fizesse um relatório detalhado sobre o

que ocorreu em sua missão que apesar de terem sabotado o sino

aparentemente, Designium conseguiu êxito ao fugir através do tempo.

John Octavios se encontrava muito cansado tanto física quando

psicologicamente, mas ainda assim seguiu com tal sendo depois

interrogado pela mesma a fim de saberem o que estava ocorrendo.

Enquanto isso, Teogoras muito curioso com o fragmento do

pilar encontrado o levou até o local onde se encontrava o outro pedaço

maior deste a coloca-lo duma maneira que se encaixou perfeitamente

formando uma figura maior, que, no entanto, não lhe fazia sentido

aparente algum. Mas compreendendo uma parte maior dos cálculos lá

propostos e alguma informação aparentemente relacionada a

T.E.M.P.U.S.! Algum tipo de alerta...

O livro fora devolvido ao Vaticano, assim como a espada de

Octavios fora levada junto ao acervo arqueológico da T.E.MP.U.S., o

tesouro material além do documental e de conhecimento, este maior

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que qualquer outro jamais registrado na história da humanidade se não

um futuro distante e por isso alvo de tantos ataques e inveja de outros

que sabendo de tal tesouro parecia querer sabotar os Tempunautas

como Octavios tal como o próprio Roberts. Talvez o segredo da tão

duradoura perseguição...

Mas ao fim da Segunda Guerra Mundial, a cidade em ruínas

fazia emergir diante dos olhos alheios de moradores que retornavam

pouco a pouco, diversos soldados russos e americanos a tirarem

entulhos e restos do desabamento subterrâneo quando finalmente

tiveram acesso ao túnel do elevador até onde se encontrava o sino.

Porém, quando o descobriram uma briga interna fez com que estes

caíssem num tiroteio numa disputa entre tal artefato, entre tantos outros

saqueados literalmente após a guerra inclusive dentre o próprio povo

invadido e isolado em campos de concentração. Mas tal sino se

encontrava sem as partes necessárias, que estavam destruídas

parcialmente tal como as informações que jamais conseguiriam afim de

coloca-la para funcionar novamente. Peças soltas como aquelas nada

eram sem o verdadeiro tesouro do conhecimento, fazendo eles terem

algo não mais que um mero e engenhoso artefato enigmático. Graças, a

incapacidade de muitos destes de dialogar, matando boa parte dos

cientistas apenas rendendo Roberts Wolfberg quando fugia do local,

mas certo como era, não abriu a boca a lhes entregar quaisquer

segredos dos quais, na realidade não sabia nem poderia provar, e

mesmo sendo levado pelos norte-americanos como parte de uma

operação que saqueou o os experimentos dos nazistas seguiram a

realizar alguns experimentos não mais que interessantes e entregar

apenas alguns aspectos do experimento, do qual nem ele mesmo sabia

as freqüências corretas. Peças de um mosaico do qual estes pareciam

na realidade apenas capazes de catar migalhas, enquanto o sino

carregado para um enorme galpão num lugar frio se via um documento

emitido onde estampado entre agências de inteligência do mundo como

'Eyes Only' do qual somente os funcionários que tinham autorização

podiam apenas ver o artefato neste depósito inóspito numa secreta base

da URSS chamada Saratov.

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Parte V

Requiem da humanidade

Quod sapiens prius facit, stultus posterius

Silêncio e escuro. Era isso que praticamente tomava o lugar até ser

rompido o silêncio por um ritmo intermitente de gotas d'água em

algum lugar. Ao vagar pelos cômodos o som aumenta gradualmente até

que vemos uma torneira a despejar lenta e constantemente gotas d'água

que ao caírem sobre uma banheira cria ondulações perfeitamente

circulares a se propagarem e se rebaterem de volta. Mas de repente,

sem qualquer explicação, seu ritmo diminuiu até simplesmente

paralisar-se, a gota em meio a sua queda paralisa. Como poderia algo

simplesmente parar temporalmente sem que as próprias propriedades

vibratórias provocadas e permitidas pelo tempo simplesmente

estancassem qualquer forma de existência? Deveria ser algo mais

rápido que o tempo, uma onisciência onipresente, a velocidade

absoluta, sendo capaz de vagar através desta casa até a rua enquanto

um tiroteio ocorria vagando entre bandidos e policia até encontrar um

grupo de crianças a brincar com um hidrante aberto no meio da rua.

Suas gotículas pareciam flutuar paralisadas no ar enquanto estas

igualmente paradas sorrindo diante do calor intenso. Uma sucessão de

clichês, banais urbanas, uma sucessão de repetições que mediante o

barulho acorda o pobre homem que tentava viajar em seus devaneios

adormecidos.

Assustado e ainda em meio ao escuro só podemos ver sua

silhueta a vagar pelas sombras até ao banheiro quando ao acender a luz

vemos um rosto que é familiar, muito familiar.

Após lavar o rosto e contemplar sua própria face com certo

espanto, este lentamente se dirige ainda em tom de dúvida adormecida

a fechar a torneira cessando a goteira. Mas para a surpresa dele mesmo

numa estranha dúvida de identidade ao ligar a Tv que passava uma

reportagem com Isabel Lourenço e pegar sua carteira vê o nome menos

improvável possível John Doe Demócrito.

Quem sou? Meu nome não era Jonh Roberts? Quem são meus

pais? Onde estou? Quem sou? Um turbilhão de memórias

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repentinamente escoavam em sua mente a deixa-lo confuso e lhe

provocando tonteira. O telefone toca simplesmente interrompendo os

pensamentos de John, era seu empresário cobrando os manuscritos de

seu trabalho para cumprir o contrato e finalmente conseguir alguma

coisa para si. John fica desnorteado ao contemplar numa mesa uma

máquina de escrever e muitos papéis jogados sobre ela e como num

estalo lembra-se da penumbra criativa que vivera ao acordar. -

Simplesmente não consigo criar nada novo – respondeu John quase

que involuntariamente, mas antes que percebesse já havia falado. Antes

que falasse mais alguma coisa, o homem o interrompeu dizendo que

seus fãs esperavam a publicação de seu novo trabalho. Que fãs?

Ele se dirigiu a janela e ao abri-la viu-se numa pequena

comunidade pobre onde se ouvia tiros. Que raios de escritor sou?

Ninguém prestava atenção nele, ninguém o conhecia, na verdade era

ele a se sentir ninguém, John Doe. Ao ler os textos viu, no entanto, que

a história contata nada mais era que a dele mesmo ao enfrentar a Bug´s

Time de Carlos Watchman, como pode? Perplexo leu alguns parágrafos

do seu livro intitulado ‘Crônicas do Tempo’ para perceber que a obra

de ficção era a realidade, ou seria a realidade que acreditava viver a

ficção? Então pensou com si próprio: Não estou entre templários

medievais, nem sobrevivendo a Santa Inquisição.

Porém algo parecia incomoda-lo profundamente ao rever seus

escritos estranhamente familiares sendo mais que meros devaneios

vividos, mas num dos papéis viu uma estranha carta com ameaças

diretas a ele sobre algumas propostas em seu livro onde uma foto

rabiscada com um homem morto dizia palavras como ‘acidentes

ocorrem’. Mas abaixo um papel do MIT onde assinado por Rachel

Smoths deixava um telefone.

Suas mãos correm pela testa que rapidamente exprimiu suor a

catar as gotículas que desta escorriam, e em seguida olhou o calendário

para poder ver o dia que estava, e era nada mais que seu presente.

Talvez estivesse sofrendo uma alucinação e tudo que vivera fora

apenas um devaneio temporal onde por nisto trabalhar acabara

sonhando. A primeira coisa que pensou então fora procurar Octavios,

mas ao procurar qualquer contato simplesmente até ele, e sabia que

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Rachel tinha contato com ele, mesmo que ao seu ver tinha morrido.

Mas ao ligar ao telefone informado no final do papel para sua surpresa

a própria Rachel Smoths atende.

- Rachel? Você está viva – disse ele ao demonstrar surpresa.

- Quem fala? – respondeu ela perguntando e demonstrando

curiosidade.

- É John Roberts! Não reconhece minha voz?

- Com quem você quer falar meu caro? – respondeu ela, então

num tom frio como se ele fosse algum tipo de doido.

Ficando então por um instante confuso num breve momento

sem responder, até que interrompeu o silêncio perguntando:

- Posso falar com Octavios?

- Dr.Octavios faleceu! – disse a mulher asperamente.

John desligou o telefone e em silêncio permaneceu até ser

interrompido repentinamente pela campainha do telefone que ao

atender uma voz fina, mas firme perguntou direta e friamente.

- Sr.John Doe Demócrito

- Sim – respondeu John curioso.

- Aqui é a investigadora Ranya Zinara, gostaria de encontra-lo

para lhe fazer algumas perguntas, seria possível?

- Sim, mas do que se trata? – disse John demonstrando

surpresa.

- Encontramos um corpo de um homem a dois dias numa

cidade vizinha, e nele digamos que havia digitais que batem

com a sua.

Como poderia aquilo, ele não havia saído de casa e havia álibi

de sobra para provar que não estava no local, mas curiosamente

também aquela mulher revelará haver provas circunstânciais sobre o

envolvimento dele em algum crime.

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Ao chegar no local adentrando a porta de vidro, todos os

oficiais, portanto grandes olheiras e cuja maioria comiam rosquinhas, o

observavam com profunda curiosidade, entre alguns cochichos

intraduzíveis. Enquanto aguardava, ele observou uma mulher histérica

dentro da delegacia, notou um quadro onde diversas fotos de

desaparecidos se disponham cujos nomes de crianças eram Sean Silva,

Sean Roberts, e um homem que apesar de muito de John diferente era

chamado de John Doe Campbell. Ao ser conduzido até a sala de Ranya

e sentar na cadeira de sua mesa, a mulher branca de meia idade e com

cabelos curtos entrou na sala e sentou-se com uma pasta e após respirar

fundo como se tomasse força disse:

- Realmente estou perplexa. Todos nós aqui estamos, Sr. John -

disse ela - não sei se é um erro de nosso sistema, mas ao verificar as

digitais encontramos a de outro homem que morreu há muitas décadas

atrás, em 1974. – completou ela estendendo a mão com um cartão dela,

com seu telefone: 555-7575.

- Eu não era nem nascido - respondeu John.

- Porém, não foram somente as digitais similares, Sr.John, mas

pelo jeito a aparência - disse ela ao tirar uma foto da pasta que ao virar

para ele mostrou um rosto de um homem idêntico a ele.

- Seu nome era Yves - disse ela, completando ao levantar

sobrancelha. E então colocou a foto dele ao lado de sua foto atual.

O silêncio tomou-se à volta e apesar deles terem entrado num

lugar um pouco mais privativo, algumas pessoas observavam ao longe

pela porta entreaberta. Então ela se levantou fechou a porta e voltou a

sentar-se olhando fixamente para ele.

- Não sei o que dizer, mas curiosamente havia escrito sobre um

personagem similar num livro meu. - disse John.

- Gostaria muito de vê-lo. Mas tenho de perguntar onde esteve

há dois dias atrás. - disse ela para John.

- Em minha casa escrevendo meu manuscrito, pois tenho

prazos estipulados a serem cumpridos pelo meu empresário para poder

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ganhar meu sustento e publicarem minha obra. Receio se não entrega-

lo perco o contrato e não posso viver de ar.

- Presumo que sim, Sr.John, mas mesmo que este homem lhe

dê dinheiro e salário também temos os mesmos compromissos aqui,

sendo na realidade um pouco mais sérios, pois envolve crimes de

sangue. - Ranya então virou-se e pegou a foto da vítima que para sua

surpresa era ninguém menos de Octavios! - Sabe quem é este homem?

- Perguntou ela.

Rochelle´s Eyes

Foi inevitável John não demonstrar surpresa, pois ele juraria que o

conhecia, mesmo que anteriormente já soubesse, por telefone, que

havia morrido. Mas para sua surpresa, era ele a vítima do crime que

envolvia seu nome, suas digitais, num enigma que rompia os segredos

de seus próprios contos que contia ele como referência. Como seria

possível? John ficou sem respostas para aquela pergunta e num espanto

apenas acenou com a cabeça confirmando que o conhecia, mas não era

capaz de dizer se o conhecia pessoalmente, pois mesmo que memórias

aparentemente contraditórias martelassem em sua cabeça ele sentia que

não. Porém, apesar disso John retirou uma pasta, com uma cópia

inacabada de seu livro para Ranya com ressalvas de não divulgado por

questões obvias de direitos autorais.

Ele saiu com mais perguntas que respostas em sua cabeça, mas

teve a curiosa idéia de procurar uma outra pessoa que lhe via em

mente, uma vez que os contatos que ele acreditava haver pareciam

seguir vidas onde desconhecia a existência dele por completo. John

Doe ganha significado literal ao seu nome, um pleno anônimo, um

escrito nem mesmo reconhecido por seu trabalho mesmo que naquele

contrato visse a oportunidade de mudar para melhor sua condição.

No caminho para casa, entre memórias, se perguntava se estava

ficando louco mediante o que ocorria, mas isso não explicava as

ocorrências onde aparentemente ele havia ou descoberto pessoas que

deveria existir apenas em seu imaginário, ou como alguns fanáticos

certamente acreditariam que sua própria mente criara aquilo, tornando-

o real. Seria tudo uma alucinação? A pouco ele acreditava ser o próprio

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John Roberts, mas era apenas um João Ninguém, talvez ele tenha

viajado no próprio personagem em sua crise criativa...

Mas entre alguns que havia tentado anteriormente ele resolveu

ligar para a única pessoa que ainda não havia feito contato, uma bela e

genial jovem cientista Rochelle Nickols, que curiosamente parecia

saber seu telefone de cor. A tocar o telefone rapidamente fora atendido

e assim que solicitado, passado para ela que atendeu ao telefone com

um sonoro "oi"?

- Sra.Rochelle? A senhora conhece um certo John Doe ou John

Roberts? - Perguntou ele que para sua surpresa respondeu, um "talvez"

bastante estranho.

- Sou ele - disse John demonstrando ainda um pouco de

insegurança, mas sendo sucedido por um incomodo silêncio que

permeava a ligação. Até ele mesmo interromper novamente e dizer -

pode parece loucura, mas após a morte de Octavios creio tanto eu

quanto você poder ter alguma ligação com tal crime.

- Como assim? - disse ela com sua voz doce, mas firme. - Só vi

pessoalmente Octavios uma vez num congresso sobre a anomia virtual

do TerrAlfa.

- Eu sei que pode soar loucura, mas preciso encontra-la

pessoalmente. - disse ele num apelo sonoro, novamente sucedido pelo

silêncio, até que ela disse para surpresa dele:

- Bom, daqui, três horas no Chá Imax, pode ser?

- Feito.

Após isso ela desligou o telefone o fazendo mergulhar

novamente em seus pensamentos silenciosos e indeferíveis para que

estava de fora, o fazendo mudar os itinerários até o local determinado

que já lhe era conhecido.

Ao entrar lá estava parada de pé, Rochelle, de forma elegante

deixando a mostra um pequeno crucifixo de Jesus Cristo, a quem ela

chamava de maior celebridade de todos os tempos. Cheirosa, era uma

companhia agradável a todos seus sentidos, bela de se ver e de se

conversar por horas a fio, na verdade John parecia ser sinceramente

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apaixonado por seus olhos cujo olhar singelo confrontava-se com uma

personalidade firme e de muita sagacidade intelectual. Era quase como

o John Roberts de calcinha, só que pelo jeito muito sucedida no que

fazia.

Para seu espanto Rochelle o reconheceu com um breve e

tímido sorriso até ser conduzida por ele até o local onde sentaram-se,

mas John transpareceu o nervoso, não somente de sua timidez, mas

pela situação.

- Desculpe solicita-la desta maneira, tão repentinamente. Não

pretendo tomar muito de seu tempo, Sra.Rochelle. - Disse ele.

- Olha, não tenho certeza de quem você possa ser, mas estou

aqui porque também tenho dúvidas - disse ela.

- Sobre o que? - perguntou com curiosidade antes mesmo de

concluir o que iria falar.

- Receio que tenha uma estranha impressão de que o conheça

mesmo que conscientemente deva recusar, mas, sobretudo com seu

envolvimento com Octavios após morrer.

- Creio que seja uma contradição afirma que me conhece e ao

mesmo tempo não. - disse ele - Porém este não é o caso exatamente se

não de me sugerir como possa eu saber sobre determinadas coisas que

não haveria como saber.

Jonh então retirou duma pasta um manuscrito descrevendo

todo seu ambiente de trabalho, que ao lê-lo certamente ela sentiu frio

na espinha pela precisão dos relatos, mesmo que aquele Jonh Roberts

fosse como uma memória vaga para ela, mas ficou divida por uma

paixão que nutria por ele e a realidade que vivia, não como uma

hipocrisia, mas que a obrigava dizer: - Você é algum tipo de demente

tarado?

- Não sou Rochelle, e você sabe disso! Talvez você tenha tido

sonhos que não é capaz de explicar o como ou porque, mas é como se

eu tivesse de algum modo em algum tempo vivido com você.

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- E daí? - disse ela se relutando acreditar mesmo que

transparecesse certo interesse proporcional ao medo.

- Preciso que você me dê informações, nós pesquisamos sobre

isso antes, temos certeza.

A determinação dele a deixou desconcertada, e mesmo ela

parecia agora deslocada e a transpirar olhando em volta. Mas fez uma

expressão ao tirar um laptop da pasta e ao abri-lo entraram em alguns

arquivos que falava sobre o assunto.

- Não sei porque estou fazendo isso. Lhe passo tais

informações e sigo meu caminho.

John acenou com a cabeça e se inclinou para ver na tela do

laptop onde uma figura antiga e bizarra saltava sobre a tela. Sob o

título de Doppelgänger. O lendário monstro alemão que teria o poder

de se tornar uma cópia exata de uma pessoa que escolhe e passa a

acompanhar, como se pouco-a-pouco roubasse o seu ser numa espécie

demoníaca de 'Talentoso Ripley'. Vindo dos termos alemães doppel

que significa duplo, réplica ou duplicata e gänger que significa

andante, ambulante ou aquele que vaga. Porém ao seguir o texto,

noutro aspecto o Doppelgänger pode ser caracterizado como um

distúrbio mental onde a vítima assiste a uma representação de si

própria, quando não até mesmo ligada a dupla personalidade. Há casos

verídicos onde alguns expressam os mais variados relatos teóricos de

anomalia temporal e até mesmo a própria visualização como no futuro.

- Pode parecer absurdo, mas tenho tido estranhos sonhos com

você, seja lá quem for de fato - Disse Rochelle.

- Vim trabalhando por anos num projeto teórico sobre

mecânica temporal, e aparentemente algum experimento seria

estranhamente capaz de geral algum tipo de ressonância temporal

como se fossem ecos existenciais a refletirem numa falsa existência,

como um reflexo torcido de nós mesmo por ondulações temporais.

Estive prestes a descobrir algo muito grande envolvendo o Tempo, mas

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fui obrigado a desistir. Mas senti o cheiro da verdade, e é algo muito

bom. Algo não quer que a humanidade descubra a verdade.

- Viagem no tempo e mundos paralelos? - perguntou ela.

- Não exatamente, mas e se o que você acredita ser realidade

na verdade é apenas um eco, cujas memórias aparentemente

conflitantes nada mais seriam que as resultantes da verdadeira

realidade ao qual pertencemos. São como de javu, sonhos surreais ao

passo que o próprio mundo não pareça tão real.

- Talvez tenha outro nome para isso, John. Esquizofrenia. -

disse ela quase ironizando.

- Pode ser, mas de mesmo modo tem gente que acredita na

reencarnação com sustento menos forte que este, e não são chamados

de loucos, por exemplo, mas acreditar em maior escala, isso também os

fariam de loucos. - disse ele.

- É um ponto de vista original, mas vai além de minha ossada,

você deve saber presumo. - Respondeu Rochelle. Agora se me permite,

tenho que seguir, pois já acho por demais louco ter vindo encontra-lo.

Repentinamente então ela se levantou fechando o laptop e se

dirigindo para fora do local retirando as chaves de seu carro, mas se

virando e dando uma rápida olhada atrás num tom de não estar

convencida do que ela mesmo disse. Seus olhos não mentiam.

O Fim do novo

Paredes e paredes, corredores e corredores intermináveis se sucediam

onde qual John de repente se viu perdido. Inicialmente caminhando por

eles a procura duma saída, ou ponto a se chegar não demorou muito, no

entanto, que fosse tomado pouco a pouco por um nervosismo ao ouvir

ruídos como de besouro do outro lado das paredes do qual não

conseguia subir. Assim John começou a correr, indo de um lado a

outro, mas a todo ponto parecia não mais variações do mesmo, mesmo

que o ruído agora mais próximo parecia tomar contornos de vozes

humanóides mesmo que pronunciando palavras intraduzíveis para ele.

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Agora transpirando, corria ofegante por entre estas paredes até parar

numa estranha sala onde um homem sentado escrevia. John se

aproximou, e quando este homem levantou o rosto era exatamente

como ele, porém um pouco gordo e então este o encarou dizendo: "sou

eu!"

- Onde está Octavios, Yuri! - Perguntou então John, como se

soubesse quem era, mesmo sem saber.

- Não está aqui, garanto - respondeu ele ironicamente ao olhar

para seu bolso enquanto sua mão tocava este bolso, e então começa a

rir.

John como se corresse de si próprio sai correndo e ouve os

ruídos destes seres babulgiando um monte de palavras intraduzíveis

quando este simplesmente tropeça em sua própria sombra e caí. Ao

levantar, o seu rosto, nota a sombra se contorcer separado a ele e ataca-

lo quando num grito se afasta deste mundo a contemplar o labirinto de

fora, era sua própria digital do dedo polegar!

John Doe acorda em polvorosa, ofegante e olha para o relógio.

5:41 da madrugada, amanhecendo. Ele então se pergunta o que faz ali?

Porque estava vivendo aquele mundo novamente? Queria ele ter

retornando a sua linha temporal do qual era oriundo, mas fora

impedido por Octavios, e agora estava ali num aparente 'presente'

destorcido apenas vendo sucessões das mesmas coisas, como

simplesmente estivesse perdido num filme repletos de clichês. Mas de

repente nota algo em seu nariz. Estava sangrando. O que houve?

Aquele sonho era vivido demais para ser apenas um sonho, havia algo

enfadonho nele que o fez tremer nas bases como se um frio o tomasse

conta, o devorando mesmo que transpirasse de nervoso.

John se lavou no banheiro. Se recomponha John, temos de

prosseguir! Pensou ele consigo próprio. John liga o rádio e ouve o

radialista dizer: "Bom dia, hoje é um novo dia!" Foi então que após

pensar teve uma idéia inteligente de tentar chegar até o TerrAlfa, pois

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sabia que de alguma forma que poderia ter ligação com a consciência e

a misteriosa pedra do Alasca.

O céu estava cinzento. Ao sair de casa uma senhora com a cara

sonolenta se aproxima dele o pedindo para resgatar um gatinho que

está preso sobre a árvore, este resolve faze-lo, mas sem dar-se muito ao

trabalho o gato se assusta com ele e desce correndo. John, então se

dirige a máquina de refrigerante e coloca uma moeda, mas ao

selecionar o refrigerante - uma Pepsi - esta não sai e engolhe a ficha.

Nervoso, então ele bate na máquina quando dois homens - um negro e

outro branco - que bebiam saem e perguntam se ele está com algum

problema, porém quando estes o começaram a empurra-lo ameaçando

bate-lo, um raio caí e começa a chover imediatamente, John aproveita

o momento empurra um dos homens que caí bruscamente sobre uma

janela de vidro a espatifando e então ele saí sorrateiro deixando os dois

brutamontes par trás, não demorou muito caminhar até um local onde

pudesse ter acesso ao jornais antigos para pesquisar sobre Yves,

entretanto ainda no caminho a chuva parou igualmente de forma

repentina, mas ao entrar no local John Doe vê num carro dois homens

vigiando ele, mesmo que fingissem ler jornal. Naquele momento ele

teve uma estranha sensação de realmente já ter visto aquilo, nem que

fosse num filme, mas prosseguiu.

Lá dentro, os arquivos procurados por datas e locais onde

teriam ocorrido a suposta morte de Yves, e viu notícias estranhas nos

jornais como: “Investigações sobre morte de escritor volta a estaca

zero”. Onde mostrava uma foto de Yves com um de seus livros na mão

sorrindo. “Yves foi encontrado em petição de miséria: resta agora

colocar a casa em ordem”. Ao ler um pouco sobre a notícia, descobre

que o crime ocorreu num lugar onde curiosamente funcionária um dos

laboratórios da MIT sobre estudos de computação e tempo. E assim ele

segue para lá imediatamente.

Ao chegar, no entanto, ele descobre um lugar completamente

abandonado, em ruínas o prédio se tornou abrigo de mendigos entre os

quais curiosamente pensa ver Octavios entre eles, mas ao se aproximar

e colocar sua mão sobre seu ombro nota que era outro homem. O lugar

é escuro, ele tenta acender a lanterna em vão, o cheiro de podre e urina

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parece se alastrar pelos corredores, mas uma música vindo baixo de

algum lugar, uma música antiga, que ao buscar sua origem - onde ao

final encontra uma luz piscando - o som enguiça e começa a se repetir,

é uma vitrola enguiçada em meio alguns equipamentos jogados e

enferrujados repleto de teias e ratos asquerosos que vagam sorrateiros

entre tais. O que aconteceu? Perguntou para si próprio. John vê um

armário fechado, mas estranhamente tem um pressentimento, deve

haver alguém morto lá dentro. Ao se dirigir lentamente abre a porta e

caí o corpo de um aparentemente morador de rua. John olha em torno,

e resolve ver em seus bolsos e encontra um papel e algumas fotos de

Rochelle.

Ela deve correr perigo, pensou com si próprio. Mas quando ele

se vira se depara com um homem alto vestindo sobretudo que o tenta

atingi-lo com uma coronhada de arma, mas como se pressentisse ele se

desvia e pega uma barra de ferro no chão o atingido, quando um

estalido de arma soa atrás dele novamente, era outro homem a rende-

lo.

John é levado vendado daquele lugar decrépito e decadente,

aquele poço de tristeza e melancolia até um quarto velho onde

finalmente suas vendas são retiradas. John se levanta e olha por uma

fresta deste cômodo a notar que os responsáveis estão vendo na Tv um

seriado, talvez LOST, enquanto outros jogam carta e comem pizza

ruídosamente como quase animais falando de boca cheia.

John pede para ir ao banheiro, e mesmo ao perguntar porque o

pegaram e quem eram estes nada disseram. Porém, para sua surpresa

percebe misteiorsamente uma facilidade especial de fuga pela janela do

banheiro de onde era o prédio onde agora se encontrava. Ele então pula

sobre uma cesta de lixo de onde saí correndo. Porém antes que

conseguisse sair do pequeno beco onde se encontrava um dos capangas

surgem da janela e grita para pega-lo. John corre e pula o muro de uma

casa onde no quintal havia um homem fazendo churrasco o assustando,

mas antes que fizesse algo outros pularam atrás. Ele pula mais um

muro e desta vez uma linda mulher de biquíni deitada numa cadeira

mesmo que com o tempo nublado, muito estranho aquilo pensa ele,

parecia ser para chamar sua atenção. Mas antes mesmo que pensasse

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mais sobre a mulher um cão vem latindo correndo atrás dele o que faz

entrar numa das casas onde se depara com uma velhinha que quase o

atinge com a vassoura.

Correndo agora pela rua, ele vê um shopping e resolve entrar,

lá dentro caminha ainda que assustado, entretanto lento para não

chamar atenção, quando um dos homens o avistam saca a arma e atira

quando John passava por de trás de um menino carregando balões que

estouram com o tiro, todos no lugar entram em pânico o que faz ele

aproveitar a oportunidade e fugir.

John Doe acredita ter pouco tempo, pois a vida de Rochelle

deve estar em perigo, assim ele entra num bar e se dirige ao balcão

onde ao pedir informações sobre onde teria telefone, mas antes que a

completasse ele olhou para um local e percebeu que era lá onde havia

um. John procura o nome de Rochelle no catalogo telefone e arranca a

folha - todos fazem isso nos filmes, porque não posso eu fazer, pensou

ele - mas quando liga para ela caí na secretária telefônica o obrigando

apenas deixar um recado: Você corre perigo!

John agora liga para o MIT onde para seu espanto Yates atende

a voz de um conhecido.

- Yates? é John lembra-se de mim? - perguntou quase

nervosamente.

- Não - quem é?

- Estão me seguindo, e creio que não seja a DIA ou FBI.

Acredito que Rochelle esteja em perigo, você precisa falar com ela,

estou indo próximo a cabana de férias de Ângelus Bishop.

Antes mesmo que Yates pensasse em falar algo John desliga o

telefone. Porém ao desligar os dois homens que havia o encontrado no

refrigerante, aparecem no bar novamente querendo arrumar briga com

ele, porém, desta vez John prevendo tal, faz algo impensável

simplesmente agarrando uma senhora gorda a beijando, deixando os

homens completamente deslocados e saí, enquanto a gordinha sorri

com o beijo recebido.

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John finalmente encontra seu carro estacionando há algumas

quadras do prédio onde havia ido originalmente. Entretanto, ao entrar

nota que perdeu a chave da ignição, claro, ele tinha uma reserva no

para sol. Durante o percurso ele reflete no caminho a fim de tentar

entender o que ocorria com ele, o que ele fez? Como ele fará para sair

daquilo?

Aquela "realidade" era estranha demais para ele, John tinha

certeza de que aquele não era correto, seus sonhos se tornavam surreais

demais, às vezes mais que a própria realidade. Tudo estava se

repetindo infinitamente e como num filme tal conclusão apontava para

um previsível final pateticamente triste. Tenho que conseguir uma

amostra da pedra e utiliza-lo no acelerador de partículas, seria o único

modo de tentar voltar a sua realidade, pensou. Para isso novamente iria

precisado auxílio de Rochelle que naquele instante o ruído das rodas de

seu carro sobre o solo feito de pequenas pedras irrompia o silêncio no

inicio da noite, com seus faróis cortando a escuridão. Meu pequeno

oásis no inferno de imundice daquele mundo.

- Você de novo? - perguntou Rochelle ao sair do carro com um

homem aparentemente um guarda pra protege-la.

- De novo. É uma questão muito interessante Rochelle, talvez o

'X' da questão. Juro que realmente o que tenho vivido hoje não é foi

nada de novo. Alguém quer me matar assim como fez com o meu

"clone sei lá do que", me rendendo uma sucessão de situações nenhum

pouco elaboradas ou originais digamos.

- O que você quer que eu faça? - Perguntou ela - Você disse

que também corro perigo, porque?

- Não posso responder, pois não sei ainda. - disse John - Mas

parece que essa gente quer matar, apenas para matar, creio ser um risco

para o mundo previsível deles. Você não tem notado a repetição

constante de padrões rotineiros no cotidiano? Sempre os mesmo

crimes, violência, sexo, e injustiça? Tem algo errado, parece que onde

deveriam funcionar laboratórios se tornou um repositório de mendigos

e viciados que querem fugir deste mundo. - Vá direto ao ponto - disse

Rochelle.

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- Sabemos nós aqui que você na realidade não realiza apenas

experimentos e pesquisas na área de biologia e mutações, mas tem

pesquisado extra-oficialmente sobre a pedra encontrada no Alasca.

Acredito que possa haver algo nela que você possa descobrir que

justamente levam estes a querer mata-la.

- Como você sabe disto? - Perguntou Rochelle após olhar para

o guarda ao seu lado.

- Não me pergunte como, uma vez que você não acreditou em

minha resposta anterior. Mas esta pedra tem algumas propriedade

vibratórias curiosas, como aparentemente deter dentro de si algum tipo

de luz que se auto-reflete indeterminadamente. O que ela emite não é

uma radiação comum, mas sim sutis torções temporais que se

canalizadas pode permitir até mesmo viagens temporais.

- Como você sabe destas informações, John? - no momento em

que Rochelle disse isto, o homem sacou a arma e apontou para ele

claramente na intenção de prende-lo. Porém para surpresa deles um tiro

irrompeu atingindo o homem em seu peito seguidamente o fazendo

cair no chão morto.

Abaixados, John e Rochelle se aproximam agachados mas não

sem tempo de verem sair de trás da cabana Ranya junto a um homem

armado com rifle. Com um olhar maligno sobre John, ela parece pouco

se importar com a vida de qualquer outro, assim como a deles. O

homem aponta então a arma para John, mas é interrompido por ela

dizendo:

- Não mate ele ainda, pode ser útil. Antes tiremos as

informações dele.

O homem o agarra e arrastando-o após amarrar Rochelle - não

sei deixar de contemplar seus seios com um sorriso cobiçoso - o leva

para dentro da cabana, mas após amarra-lo numa cadeira e ao bater

nele logo percebe que tortura não surte muitos efeitos, não

simplesmente por estar nervoso não conseguir raciocinar direito

mediante a dor, que falando ou não saberá que acabará morto. Ranya

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então se aproxima, e após olhar com profundo desdém para Rochelle

diz:

- Depois vocês podem se divertir com ela. Mas agora este John

Doe não pode desprender o povo de nossa vontade. - diz Ranya com

claro rancor e então prossegue agora em direção a John - sei que você

não é um simples zé ninguém, mas se acha que pode brincar com seu

próprio reflexo no espelho também estará enganado.

- Não sei do que você está falando.

- Você tem que morrer John! Você nasceu pra morrer! Você é

o erro em nossos cálculos - gritou ela então repentinamente deixando

saliva escorrer por sua boca como se fosse um cão raivoso a balbuciar

palavras de profundo rancor contra ele.

- Nem tudo pode ser calculado ou previsto neste mundo - disse

ele com o rosto sangrando e também escorrendo baba de sua boca por

ter sido esbofeteado no rosto diversas vezes. - Pensava eu que você

tivesse compromisso com as leis.

- Tenho compromisso é com algo maior John, tenho

compromisso com o controle, controle absoluto! E você está

atrapalhando nosso programa - disse ela com os olhos quase faiscando

- nada pode escapar ao nosso controle, e posso não saber como você

pode estar no passado, mas por isso mesmo deve ser deletado.

- Vocês têm medo de qualquer coisa inexplicável a seus

preceitos? - disse ele rindo sarcasticamente mesmo que visivelmente

desgastado - não se pode esconder o que vocês não têm controle sobre

ou consiga explicar sob seus conceitos, existe algo muito mais

poderoso que vocês no universo.

- Você não conseguirá provar seus argumentos, não

deixaremos! - gritou ela, balançando a arma na mão sobre seu rosto.

Neste momento, sem que percebessem Rochelle se soltava das

cordas que amarravam suas mãos para trás, utilizando-se de um pedaço

de espelho quebrado, enquanto o homem observava o pequeno

espetáculo daquela mulher que agora se revelava como uma louca

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descontrolada, disposta a qualquer coisa para não ter contrariado o que

acreditava ser sua verdade indiscutível e indebativel.

O rifle do homem está encostado sobre a porta fechada da

cabana enquanto ele agora empunhava uma faca com serra nas mãos.

Ranya então esbofeteou-a John o fazendo cuspir sangue e falando

coisas sem sentido como "você está cheio de ódio" mesmo que

visivelmente ela estivesse.

O homem então se aproxima e levanta a faca e aproveitando

este momento, Rochelle se esgueira até o rifle após se soltar quando

escutam um estalido por de trás de Ranya, o rifle engatilhado contra

ela. O homem vira-se rapidamente, mas vendo que apenas tinha uma

faca fica imóvel. Ranya então com arma na mão, ri para Rochelle e diz

para abaixar a arma.

Neste momento, Rochelle exita, pois mesmo que tivesse

treinamento em armas não era uma eximia atiradora ou assassina fria

como aparentava ser Ranya, e aproveitando isso Ranya levanta

repentinamente a arma contra ela, mas como num reflexo Rochelle

atira a fazendo cair. Vendo isto o homem com a faca nas mãos solta

um gruindo e parte para cima de Rochelle desviando o rifle e fazendo-a

bater contra o vidro da porta que se quebra. Neste momento, John

mesmo amarrado na cadeira, vendo que obviamente ela não era pário

para um homem com quase o dobro de tamanho dela, parte mesmo

amarrado na cadeira, sobre ele, apenas fazendo este desviar a atenção

por alguns instantes, mas o suficiente para poder dar tempo a Rochelle

de reagir correndo até a arma nas mãos de Ranya caída no chão e

aponta contra o homem dando uma sucessão de tiros sobre seu peito

quando avançava sobre ela com a faca não mão, pronto para picota-la

toda.

Rochelle assiste o homem cair ainda apontando a arma para

ele, e ofegante se arrasta até John caído no chão amarrado na cadeira e

pegando a faca do homem corta as cordas o soltado.

- Vamos sair deste lugar - diz ele.

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Ao abrirem a porta, eles saem correndo, porém quando estes

iam em direção ao carro, Rochelle se dá conta de que a chave estava

dentro da cabana, e quando pensa em olhar para trás vê Ranya saindo

pela porta com o Rifle nas mãos e gritando "morraaaa" começa atirar

sobre eles.

John somente consegue empurrar Rochelle com toda força para

de trás do carro a fazendo cair no chão de terra, mas antes que ele

possa sugerir algo, ela corre agachada para o bosque mesmo que ele

grite: para lá não!

- Porque não? - pergunta ela por de trás de uma moita,

enquanto Ranya começa a caminhar em direção ao carro com o barulho

de seus passos sobre a areia pedregosa.

- Você vai acabar tropeçando numa raiz e caindo - diz ele

nervosamente encostado abaixado na lataria do carro do outro lado de

onde Ranya se aproxima. Um outro homem então surge em sua frente,

mas para Ranya que lhe fez um sinal, se dirige em direção à moita

como se não percebesse John. Ele pega a arma para apontar-lhe, mas

quando vê Ranya está sobre ele lhe apontando o rifle, só dando tempo

dele dizer: corre!

- Levante-se lentamente. - disse Ranya limpando a boca

sangrando, provavelmente pelo efeito do tiro em seu peito, mas

abrindo a camisa para revelar um colete a prova de balas. - queria

brincar com você antes, mas receio que não teremos muito tempo.

Porém, quando John se levantava pegou em sua mão um

punhado de areia mediante aquela situação de desproporcionalidade

plena e quando ela menos pensava jogou sobre seu rosto a fazendo

gritar e dar um tiro, mas a esmo por não ver onde ele estava. Nisso

John empurra o rifle e toma de sua mão virando o coldre contra sua

cabeça e a fazendo cair no chão desmaiada. Ele então sem nem pensar

corre em direção ao bosque...

Lá o homem corria em meio ao escuro como um cão a farejar

Rochelle, sentindo seu suor mas como se guiado por seus feromônios

selvagens enquanto ela saltava sobre as raízes de arvores através dos

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poucos fiapos de luz que restava em parte da lua, e em parte da própria

cabana não muito longe dali, quando de repente ao olhar para trás

vendo-o se aproximar tropeça com um dos pés numa raiz e caí

bruscamente no chão.

O homem então se aproxima apontando-lhe a arma e diz.

- como um saco de batatas caindo. É uma pena matar tão

rápido uma gracinha como você.

Então o estalido do engatilhar se ouve e em meio ao escuro o

som do tiro. Ele matou Rochelle?

Para surpresa dela mesma, seus olhos ainda brilhavam no

escuro, vendo com espanto o homem enorme cair de joelhos com a

boca sangrando fartamente e revelando John logo atrás, dizendo:

- Isso não é maneira de tratar uma donzela em perigo.

Porém, o homem ainda balbuciando fez John se aproximar em

parte por piedade, mas aproveitar para tirar informações. Ele então

retira rasgando parte do moletom e o enrola sobre o ferimento,

enquanto pergunta:

- Quem são vocês, e o que querem afinal? Você não são do

governo!?

- Não, fazemos parte de um programa de previsão sócio-

antropológica e sua existência está atrapalhando o programa de

controle absoluto. - disse ele balbuciando - nem todos queriam ser

como eu, mas algo nos compele, me perdoe...

O homem após dizer estas palavras paralisa seus olhos ao

vazio enquanto John e Rochelle assiste a cena silenciosamente. Eles

então se levantam e se dirigem novamente para a cabana após pegar a

arma dele, mas apenas para tentarem agora sair daquele lugar o quanto

antes, por temer que outros surjam querendo os matar. Mas ao chegar

no local para surpresa dele, o corpo de Ranya havia sumido, ele então

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olhou para Rochelle e diz para saírem de lá o mais rápido possível. Ele

abre a porta do carro sem chaves, pois o vidro está quebrado, mas ao

entrar ela diz que perdeu as chaves, mas John para surpresa dela abaixa

o para sol e tira uma cópia de lá, o que faz Rochelle olhar com surpresa

e desconfiança para ele que apenas diz:

- Força do hábito.

No caminho inicialmente eles ficaram em silêncio. Mas logo

ela como se tentasse se segurar acabou perguntando:

- Como raios vocês sabia que iria tropeçar no bosque? Você é

algum tipo de vidente?

- Por acaso não é o que acaba ocorrendo com as donzelas

vulneráveis? - respondeu ele com outra pergunta - Parece que aqui as

coisas são muito previsíveis, só isso. Sobretudo parece que neste

mundo Murphy é uma quimera aliada de alguns, mas também sei

utiliza-la a meu favor.

- Legal, você me impressionou, seja lá o que esteja

acontecendo dou-lhe o beneficio da dúvida sobre o que eu mesmo

questionei antes. Desculpe por ter sido rude e não ter acreditado em

você e obrigado por ter me salvado.

- Bom, mas preciso de um favor seu então - disse ele - preciso

acessar o terrAlfa e procurar um hipnoterapeuta.

- Olha, acho que depois de hoje todos nós precisamos de

terapia imparcial, mas não creio que seja o momento oportuno ainda -

disse ela ironizando. - Vou entrar em contato com a Defense Intelice

Agency para saber o que devemos fazer.

Porém antes que eles completasse o dialogo, John olhou pelo

pára-brisa e antes e gritou: "Cuidado!"

Neste momento, uma mulher surgiu no meio da rua quando

começava a chover torrencialmente do nada, era Ranya Zinara, toda

encharcada a apontar-lhe a arma contra o carro em movimento, mas

sem tempo de desviar a atropelou, fazendo seu corpo rachar o pára-

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brisa. O carro perdeu o controle e acabou por bater contra uma arvore.

Eles ainda que um pouco tontos com o impacto saíram em meio à

chuva empunhando as armas em mãos, mas ao chegar no local, seu

corpo se dispunha completamente imóvel com os olhos abertos assim

como a boca. Estava morta.

Ecos do Vazio

Após finalmente chegarem na casa de Rochelle, John liga a tv e estava

passando 'De Volta para o Futuro Parte II' ele muda, e está passando

'Cidade das Sombras'. Mas sem muito o que fazer naquele momento, e

por ela estar claramente introspectiva preferiram ir dormir, e assim

John deitado no sofá da sala dela pega no sono, mas sem ter qualquer

sonho, desta vez para sua própria surpresa acorda repentinamente

durante a madrugada e vê a Tv ligada enquanto passava um comercial

do Polishop em que um homem vendendo uma faca diz "Esqueça tudo

que você já viu!"

Ao levantar John vai até o banheiro lavar o rosto quando sem

querer bate com o cotovelo num frasco contendo tintura de cabelo caí

sobre uma bacia de água, e o seu conteúdo ao se entornar duma forma

perfeitamente simétrica, ele para a observar a cena da dispersão do

produto como se ao cair na água completamente parada simplesmente

criassem ondulações simétricas resultantes em variáveis imprevisíveis.

Mas não contendo-se John joga a água pelo ralo e a enche novamente,

então ele joga novamente mais do conteúdo do frasco para observar, e

nota que ao cair na mesma posição anterior à dispersão do produto se

dispersa aparentemente de forma exatamente igual a anterior.

Claramente assustando John recua com a cena como se fosse um claro

deja vu a ponto de fazer ele esfregar as vistas por crer ter sido engano

dele por ter acabado de acordar, mas não era...

Rochelle surge com o cabelo lindamente arrumado, mas com

uma cara pálida dizendo não ter conseguido dormir e estranhamente

nenhum sonho a não ser um único pesadelo exatamente igual a da

semana anterior. Sem o que dizer John junto a ela fazem um farto café

da manhã e prossegue.

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Ao chegarem no lugar onde era realizada a hipnose, um

simpático, mas apático senhor por tal responsável, ele se identificou o

cumprimentando por Ulva. O nome estranho chamou atenção de John

como se já tivesse ouvido antes, mas ignorando por acreditar ser mais

um fruto de seu cansaço seguiu enfrente enquanto Rochelle linda, mas

visivelmente esgotada os observava.

Ulva era um homem altivo, mas estranhamente distante

daquela realidade, mas como bom profissional rapidamente o induziu

ao relaxamento o fazendo emergir em imagens desconhecidas para o

próprio John, ele estava num estado descrito como Hipnoíde. Porém,

para a surpresa dele sua mente parecia vagar num lugar muito diferente

daquele onde um homem de meia idade parecia viver num futuro

razoavelmente distante.

Em meio a equipamentos computadorizados e uma espécie de

Acelerador de Partículas, utilizava a pedra do Alasca a fim de

desvendar suas propriedade e assim recria-la. Ele aciona o

equipamento e utilizando-se de um pequeno gravador, faz um pequeno

relatório dos acontecimentos.

- Estranhamente parece criar ressonâncias quânticas que fogem

a escala, isso parece repercutir me larga escala em nosso mundo

mediante as leis previstas do tempo fluídico.

De repente o homem parou como se alguém o observasse e

completasse tal observação ao dizer sintindo-se como se estranhamente

estivesse sendo observado, não sei se isso é um efeito residual. Mas

acho que seriamos capazes de recriar estas pedras mesmo que sem o

mesmo potencial.

Depois fora como se tivesse o visto num outro dia, onde ao

chegar ao local rende um dos funcionários plantonistas e inicia o

experimento em maior intensidade, porém para a surpresa dele

observar que os relógios marcavam outro horário, como se ele tivesse

regredido ao dia anterior.

- Receio que talvez tenha descoberto a viagem temporal. –

disse ele. – Porém, isso provoca alguns efeitos que não sou capaz de

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determinar, é como se estivesse predisposto a repetir os mesmos atos

do dia anterior. A oscilações quânticas que fogem a escala, temos de

criar algum tipo de isolamento quântico para impedir isso, é como uma

radiação residual que vara o tempo! Farei algumas modificações e

repetirei o procedimento!

John ao sinal de Ulva acorda ainda mais confuso do que antes,

apesar de ter descrito tais efeitos para seu hipnotizador este parece não

se surpreender. Após saírem do local sinceramente decepcionado com

os resultando que não trouxeram resposta ao menos clara, John ao

escutar de Rochelle que havia – para sua surpresa - uma sede da Bug´s

Time próxima dali, resolveram para lá seguir.

No caminho observam as pessoas na cidade caminharem com

olhos profundos e grandes olheiras de forma apática quando um

homem carregando uma bandeja de doces tropeça e caí de cara no chão

com o traseiro para o alto, fazendo estes doces se espalharem pelo

chão. Ele os recolhe e volta andar como se nada ocorresse, mas logo

adiante tropeça e caí novamente exatamente na mesma posição de

antes, fazendo todos os doces se espalharem numa disposição

exatamente igual a anterior enquanto John observa ele se levantar

novamente e se aproxima deles, John diz para Rochelle observar: "Ele

caíra de novo agora". E caí numa mesma disposição de doces

espalhados no chão com a cara no chão e o traseiro para o alto em

seguida recolhendo os doces da mesma maneira, Rochelle

impressionada com a situação pergunta como ele sabia e ele responde:

- Foram exatos 11 passos antes de cair. Eu contei.

Rochelle sem palavras nada disse a não ser olhar para ele com

uma cara de cansada, mas impressionada. O pobre homem com o olhar

vazio e agora com nariz já sangrando parecia um robô apenas guiado

por sentidos de instintos primários e óbvios a caminhar, sem um mero

querer.

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- Isso só tende a piorar - disse John – um efeito é que essa

anomia tende apontar para me eliminar numa igual repetição vazia... -

completou John com expressão de preocupação - mas apenas para

confirmar as repetições, afinal o que busca a anomia se não eliminar o

normal? Aqui estas mesmas repetições vazias tendem a tentar me

eliminar por representar o vazio e eu o imprevisto e novo. Será que se

me crucificarem ressuscitarei - terminou ele num tom de sarcasmo.

Quando finalmente o guarda saiu do local pontualmente, John

e Rochelle saíram a tentar entrar disfarçadamente na Bug´s Time.

Caminharam como se fossem funcionários entre os demais enquanto

observava os locais, quando chegaram a um lugar monitorado por

câmeras que parecia regular o movimento do corpo das pessoas as

medindo.

- É aqui onde realizam o experimento, o programa. - mas

estranhamente Rochelle parece estar distraída e com dificuldades e dar

respostas claras, complexas e objetivas como se pouco a pouco sua

consciência se dispersasse.

Porém, o estranho equipamento que vigiava o local

demonstrou num monitor uma série de desenhos geométricos de

medida com cálculos e números sobre a posição de seus membros,

expressões e movimento fazendo surgir uma disposição de infindáveis

números e termos que demonstravam os sentimentos deles ou se estava

inseguros. Não bastando tal artefato curiosamente lançava uma medida

quântica sobre eles para poder determinar a parcialidade de sua

previsibilidade que para a surpresa de John disparou um alarme

vermelho ao dizer: "Elemento com previsibilidade de 14%, Nível

crítico! Nível Crítico!"

Rapidamente dois homens surgiram com as mãos no bolso

como se ele fosse algum tipo de assaltante, mas para a surpresa deles,

John respondeu acidamente estendendo as mãos:

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- Sou apenas uma pessoa criativa e original, sou apenas eu

mesmo.

Um dos homens puxou um rádio e falou algo quando não

demorou muito a surgir um homem desta vez muito familiar a ele.

Álvaro Watchman!

Para surpresa de John desta vez o homem o reconheceu e disse

como se aquilo não o assustasse:

- John! Esperava por você!

A Essa altura John tinha certeza de que o livro que escrevi não

era meramente um devaneio, mas ou uma clara previsão ou

simplesmente a verdade. Porém mecanicamente Rochelle olhou para

Watchman como se aquilo nada fosse e após Watchman convida-los a

entrar com estranha cordialidade ela o seguiu sem questionar. John a

olhou nos olhos, mas ela não o olhou de volta.

Pouco a pouco parecia um boneco vazio de querer se não

apenas simula-lo, para decepção de John como se aquilo fosse nada

mais que uma decepção, Rochelle Nickohls conseguiu ser uma mulher

com atitudes verdadeiramente diferentes das demais que haviam

topado com John, se valorizava e não fazia atos de grotesca

promiscuidade como um robô recebendo comandos de um cafetão.

Enquanto caminhavam John continuou a olha-la então subitamente

resolveu dizer:

- Você vai continuar com essa cara de peixe morto ou vai fazer

algum esboço emotivo?

- Estou me sentindo estranha John – disse ela – às vezes parece

que isso é um sonho. Na realidade um pesadelo.

Ao chegarem ao local, John observa as pessoas que monitoram

os equipamentos externos de monitoramento de previsões astrológicas,

infindáveis monitores onde um destes um funcionário fora pego a

observar uma mulher tomando banho deixando Watchman

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envergonhado diante dos jovens. Porém após apresentar o local como

Sistema de Previsões Antropologias Quântico-Fractal (SPAQF) como

extensão do próprio TerrAlfa que era um complemento a controlar o

querer do povo, se virou e disse orgulho para John:

- Quando Einstein disse que Deus não brincava de jogar dados

parece ser verdade, e nós fazemos o mesmo!

Porém, John não demonstrou nenhuma felicidade ou surpresa

com tudo aquilo e disse enfaticamente pra Watchman.

- Vocês não são Deus! E Isso não é uma mera caixa de

Skinner, Watchman, o que ocorre aqui não é normal. Existe um índice

de regularidade de transferência de padrões caóticos, as margens de

imprevisibilidade, que devem manter um nível padrão de

imprevisibilidade percentual. - disse ele - quando este ultrapassa as

variáveis excedendo enormes nuances ou simplesmente estas nuances

se tornam praticamente imperceptíveis percentuais é porque há algo

errado de muito sério. Essa margem de acerto e erro não pode sair

destes parâmetros-margem pré-estabelecidos onde à previsão absoluta

somente poderia se dar por uma “profecia” o que está longe de ser o

caso pela generalização.

- Como você sabe disso tudo? - perguntou Rochelle como se o

seu QI tivesse uma queda vertiginosa e repentina. - pensava que isto

somente se identificava em quadros específicos de estudos estatísticos.

- Acredite em mim, pode ser aplicado no que se chama de

caótica quântica, assim como fazem aqui, mas que neste caso é para

suprimir as variáveis. Mas é o principio de Heinsenberg, não se poderia

simplesmente calcular tudo sem demonstrar margens de erro ou fuga

de cálculos e números tornando tal impossível, o que ocorre aqui é uma

anomia quântica. Quando a previsibilidade chega a níveis tão elevados

em que as variáveis são ínfimas determina a estagnação generalizada

do ser, o livre-arbítrio, a criatividade, o novo, talvez por isso vocês tem

tido dificuldade para dormir numa apatia incomum e eu represento a

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chave nisso, pois curiosamente não me prendo a este quadro de anomia

e por isso oferecendo aparente risco por determinar o indeterminado.

- Isso é loucura! - disse Watchman - mas o que posso fazer, o

que podemos fazer?

- Pela milésima vez digo, pode parecer loucura sim, mas por

isso mesmo não é normal. - disse Roberts - estamos a mil negativos,

mil negativos! – expresou Roberts tomando as palavras de Octavios - E

sinceramente alguns dos seus ao quererem me matar com certeza

piorara as coisas. Sangue gera sangue.

- Você está afetando nosso programa! – disse Watchman –

Você não consegue se enquadrar em nossos quadros de previsibilidade

destinatária!

- O mistério se encontra no querer, e pelo jeito por isso é

combatido aqui, pois para vocês previsão é controle e controle é

previsão assim o sistema de previsibilidade tende até mesmo prever os

movimentos do governo se não induzi-lo de alguma forma.

Porém, aquela conversa parecia redundante assim como tudo

naquele mundo, pois certamente mesmo que no fiapo de humanidade

de Watchman certamente ele não daria o braço a torcer, pois pensavam

apenas em beneficio próprio para lucrarem com todas aquelas

manipulações graças a alguns segredos temporais do próprio TerrAlfa

mesmo que claramente eles pareciam apenas se aproveitar das

resultantes de algo talvez de algum experimento realizado no futuro

conforme ele presenciou e que utilizavam de nossa consciência

coletiva para poder alterar o tempo, mas curiosamente a anomia parece

realizar o mesmo numa coletividade. Mas mesmo que Watchman fosse

receptivo com ele sabia que lá estava correndo claro perigo e de lá

tinham de se retirar.

Rancor Temporal

Partindo-se de sua hipnoide, John rumou com Rochelle até um lugar

restrito e seguro a fim de entrar no TerrAlfa a entrar até lá como o fator

surpresa estancar toda aquela repetição redundante onde o querer de

todos se resume a números e ele próprio era atacada como uma mera

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criação excedente que fugiu ao controle e que por querer fugir daquilo

deveria ser perseguido. Neste lugar não adianta esquecer o passado,

pois o futuro é uma exata repetição anterior.

Rochelle lê lança um último olhar vazio onde um fiapo de

sentimentos sinceros ainda, com esforço emergem e ela diz:

- Te amo John, sempre quis dizer isso pessoalmente lhe

encarando em seus olhos.

Porém, John com seus olhos brilhantes por sentimentos jamais

consumados e reciproquidade sabendo do que passaram quando o

mundo era um pouco menos previsível, que como aquilo sendo apenas

um devaneio temporal, patético e redundante, disse:

- Gosto muito de você, e não gosto nada disso, não sei porque.

Mas isso é apenas um devaneio Rochelle, onde te conheci você era

uma mulher esplendida. E disso jamais esquecerei.

Ela então demonstrando fragilidade mexeu seus belos cabelos

ruivos chorando e apenas disse:

- Lamento muito que este mundo seja tão horrível e

deprimentemente previsível. Não podemos ter sentimentos, mas te

amo, e isso é verdadeiro, pelo menos isso é.

Naquele momento John a contemplou uma última vez mesmo

que seu coração fervilha-se de milhões de sentimentos que desejaria

com todas as forças do mundo expor, mas procurou se focar e com

seus olhos repletos de carinho e desejo de um último beijo disse adeus.

Lembrou-se de conceitos como Bio-PK, onde ao saber que seu poder

de influência poderia simplesmente trazer aos padrões de

previsibilidade ao normal libertando-os de tudo aquilo e nem emergiu

enquanto cães lá fora latiam como se alguém chegasse. Porém

enquanto homens armados entravam no local e Rochelle permanecia

apenas inerte completamente a mercê da vontade deles, John

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mergulhava no mundo de cores artificiais habitado por pessoas-

números se focando da melhor maneira possível fazendo com que estes

homens simplesmente tivessem seus equipamentos de leitura em curto

e ficasse tão desorientados por dependerem de todo aquele aparato com

seus comunicadores agora mudos como se tornassem formigas

desligadas de seu formigueiro enquanto lá fora pessoas e carros

simplesmente pararam em meio a rua e as pessoas deles saíssem e

olhassem para si próprias como se pela primeira vez descobrissem que

eram seres livres, conscientes e portadores de livre-arbítrio. O sistema

caiu, o TerrAlfa estagnou e aquele mundo desapareceu para John e

apenas escutou um vago eco de um amor jamais consumado.

Rochelle, seus olhos, seu toque, sua respiração, sua delicadeza,

seu gênio, seu beijo dado naquele bloco de gelo chamado Iceberg.

Queria muito e muito dizer-lhe, mas não posso, não posso ser eu, não

aqui. Mas jamais te esquecerei. Adeus, foi bom revê-la apesar de

tudo...

Existem pessoas cuja existência apenas se justifica numa

função de tirar o nosso sentido de existir numa eterna repetição do erro

a demonstrar o vazio desta existência. Ao retornar neste passado que é

seu futuro demonstra-se que nem tudo pode-se tornar, mas as vezes se

transtornar, apenas a uma repetição vazia e assim desprovido de

qualquer sentido. Por isso para “John Doe” aquele mundo se tornou a

perda de si próprio, um purgatório existencial de nosso eu mediante o

querer de modo que para ele quanto para tantos outros, um vago eco de

um anterior sonho de utopia desfeito numa civilização que parece

desmoronar e perder a alma em essência, a humanidade.

Um infinito e redundante ciclo ressoante de agonia onde tudo

parece se estilizar artificialmente numa verdadeira indústria

involuntária de clichês maquiavélicos cujos atores são cada "cidadão".

Entretanto, curiosamente mediante essa força anomia, John Doe

Demócrito se tornou à personificação da agonia de uma sociedade em

estágio terminal de vida, como um corpo moribundo, repleto de

chagas, onde os cidadãos-números monitorados por câmeras

infravermelhas e quânticas, espalhadas pela cidade apenas dá a

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verdadeira dimensão do que tais são para tal governo: apenas números,

a serem calculados estatisticamente.

John Doe seria apenas um Doppelgänger de John Roberts

existencial de um passado ou presente esquecidos? Aquele mundo de

John Doe, seja reflexo ou não, se tornou espiritualmente doloroso, os

imprevistos e caos são guiados por um maquiavelismo governamental

implantado por este TerrAlfa que aqui conseguiu êxito. Mas a alto

custo, mas apenas uma simetria desconforme onde o mundo gira e

sempre volta ao mesmo lugar como um velho relógio de ponteiro que

marca à mesma hora todo dia, um eco temporal ressoante infinitamente

amplificado pelas vibrações de seu herói assimilado pela fé humana de

conseguir se tornar livre, em busca de um fim do propósito e

conclusão, num mundo em que nunca há final mediante motivo e

conclusão.

John Doe acaba sendo não mais que espécie de fractal de si

próprio para este mundo, por uma simetria temporal causada por uma

experiência temporal que prendeu esta linha temporal num infinito

Loop determinando o fim do novo, do criativo, e de novas descobertas,

onde seus conceitos passam a ser abominados, por um programa que

re-cria mundo em fractais, e apesar de não os controlar, prevê através

de cálculos as possibilidades do imprevisto, podendo através da

interação influenciar no seu andamento a fim de tomar a direção

querida, a anomia se torna nomia. E justamente John Doe por

representar o novo estes descobrem sua existência e passa a persegui-

lo. Porém, por não haver nada de novo, não há criatividade,

originalidade e o novo, apesar de ser constantemente pregado, à muito

não existe, o pioneirismo fora sepultado e substituído por recordes e

recordes ilógicos num mundo preso a clichês repetitivos, um

abominável mundo novo.

"Bom dia, hoje é um novo dia" se houve no rádio enquanto ao

amanhecer pessoas caminham em direção ao trabalho como gado ao

abate! Aquele mundo fora deixado para trás a se tornar não mais que

isso, um mero eco vazio de propósito ou fim.

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Parte VI

Fantasmas do Tempo

Futuro Revistado

28 de fevereiro de 2052, Arkansas, Texas. Um conversível preto com

um design simplesmente único como se fosse uma quase máquina de

formula um, mas com os contornos unificados e completamente

fechado se aproxima de um local aparentemente abandonado, como

uma indústria desativada, uma Ferrari, um modelo novo, que

contrastava belamente com aquele local dos períodos pós-guerra

mundial. O carro para exibindo um som baixo duma antiga música do

Eric Clapton - Secret Garden, e a porta se abre após o som ser

desligado onde podemos observar os passos de um homem que ruma

em direção a uma porta construída de algum metal brilhante e

desconforme com a ferrugem de todo aquele lugar vazio, e cujo

silêncio apenas era interrompido por ruídos de ratos e de objetos que

eventualmente caiam com o vento. Ele retira um cartão de

identificação do bolso onde podemos ver o nome Leonel Lennox,

PMTO (Pesquisas de Mecânica Temporal Ondular) Setor 6, ele passa o

cartão num pequeno painel que emite um estalido e faz se abrir

revelando uma tela onde ele coloca sua mão esquerda e olha num visor.

A porta se abre revelando um ambiente ainda mais destoante do

exterior. Um lugar frio, refrigerado e completamente arejado com luzes

azuladas que rapidamente revelam computadores interligados mediante

um som intermitente do sistema de ventilação refrigerada do local.

Seus passos prosseguem até encostar sua maleta numa mesa

após dizer bom dia para um dos assistentes que lá passou a noite

apenas o aguardava para terminar seu turno. Em Seguida ele abre um

embrulho de papel onde retira um sanduíche e vemos sua boca a

começar mastiga-lo, enquanto senta-se e num teclado digita no monitor

uma senha para projeto experimental: TEMPUS.

Ao entrar numa outra tela do micro é revelado a posição de um

artefato identificado por 'The Stone', ele aciona algo e se levanta aonde

vai até um grande corredor repleto de cabos que se perdiam ao

horizonte a encontrar um imenso objeto circular que se estende

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igualmente a seu final ao longo deste interminável corredor circular.

Aparentemente tranqüilo naquele lugar que era seguro, e revelava uma

espécie de Acelerador de Partículas que começa a emitir um sinal

quando vemos seu rosto. Um homem de meia idade, calvo, elegante.

Repentinamente um ruído intermitente interrompe e faz ele

correr de volta até o computador cray 3001 quando vê as leituras e diz

para um pequeno gravador ao retira-lo do bolso:

- Estranhamente parece criar ressonâncias quânticas de

taquions e observações de similares quixtons que fogem a escala, isso

parece repercutir em larga escala em nosso mundo mediante as leis

previstas do tempo ondular em seu fluir ressoante.

Então ele se vira a um relógio de alta precisão e vê a hora, e

em seguida observa pelo monitor das câmeras um outro relógio

distante a notar uma variação de tempo de milésimos, mas o suficiente

para perceber as alterações que provocou.

Ele re-avaliou os cálculos, mas as discrepâncias eram enormes

a nível quântico. Está faltando algo nisso, pensou ele com si próprio.

Assim Lennox passou o restante do dia revendo cálculos e o conjunto

de equações formuladas muito tempo antes por seus precursores, talvez

devesse haver algum tipo de isolamento quântico, pois o campo gerado

por tal parece exceder a escala criando discrepâncias, ou talvez seja

resultante do poder interativo de nosso consciente conforme previsto

sob experimentos de engenhosidade tão complexa como este, em que

registrava tão pequenas variações em nossa psique que antes não eram

percebidas pela tecnologia anterior.

Porém, mediante tantas perguntas Lennox ao fim do dia

claramente exausto de tanto pensar sobre as suposta flutuação no

conjunto de equações e formulas de Gerson, resolveu seguir para seu

lar dando continuidade no dia seguinte, apenas deixando em seu lugar

um dos pesquisadores para dar continuidade ao pensamento e cálculos

de Lennox, porém, se assustou com algo que parecia ter visto passar no

reflexo dos metais do equipamento fazendo algum barulho.

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Ao amanhecer seus movimentos e atos foram quase idênticos

ao do dia anterior, porém, rendendo um dos funcionários dele que

permaneceu à noite lá dando continuidade nos cálculos, e logo após

rende-lo e se atualizar sobre os possíveis progressos. Desta vez ele

pega seu pequeno gravador e anuncia que realizará um experimento de

maior intensidade desta vez, e isto sucedeu, mas aparentemente não

resultou qualquer efeito, mas o que deixou surpreendido foi ao

observar que os relógios marcavam horários diferentes, como se ele

tivesse regredido ao dia anterior, o que levou ele a seguinte conclusão.

- Receio que talvez tenha descoberto a viagem temporal. -

disse ele. - Porém mesmo pendente de repetição dos experimentos,

provocam alguns efeitos que não sou capaz de determinar, é como se

estivesse predisposto a repetir os mesmos atos do dia anterior. A

oscilações quânticas que fogem a escala, temos de criar algum tipo de

isolamento quântico para impedir isso já que não funcionou, é como

uma radiação residual que vara o tempo! Farei algumas modificações e

repetirei o procedimento!

Entretanto, havia algo de muito errado com tudo a sua volta

além do que pensava estar. Ao ligar a Tv esta simplesmente ficou

muda e sem qualquer sinal a não ser alguns ruídos estranhos. Ele pegou

o telefone e estava mudo. Assustando com aquilo ele resolveu seguir

até a porta do laboratório e ao abrir em seu terraço a contemplar o

local, mesmo que pouca vida lá tivesse constatou que não havia uma só

ave a voar, ou aqueles roedores que freqüentemente espreitavam, e

nem movimentos de aviões ou qualquer outra aeronave nos ares, como

se o próprio vento tivesse parado de soprar e ficasse estagnado de

qualquer existir numa estática onde as pessoas pareciam ter sumido,

todos, inclusive os guardas que ficavam em pontos a proteger o local.

Ele observa seu relógio a notar que estava apagado. O que houve? O

que deu de errado no projeto?

O silêncio tomou conta de todo lugar, acreditando se tratar

apenas do fato de estar cansado mentalmente resolveu seguir até o

exterior, no terraço passado por um pequeno jardim de inverno que

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havia no interior do prédio destoando com o concreto e ferro que eram

cortados por tijolos velhos da construção original. Lá de cima olhou

novamente ao seu avançado X-Palm uma versão moderna do celular e

computadores de mão que se ligava diretamente ao sistema do prédio

tendo por wi-fi acessando o sistema de segurança e notou se havia

alguma variação entre sua hora e a hora do relógio do qual ele havia

direcionado sua câmera. Entretanto qualquer outro sinal além do wi-fi

havia interferência e não conseguiu realizar qualquer ligação, de igual

modo sintonizar qualquer tipo de Tv virtual ou de ondas abertas. Já era

fim de tarde e no horizonte agora dourado o silêncio ecoava de tal

maneira que parecia estar diante da face dum imenso vale mesmo que a

sua frente se estendiam grandes prédios metálicos recém construídos

diante de outras edificações em ruínas desde a Terceira Grande Guerra.

Não haviam pássaros, cães, vento. Ao chegar da sacada procurou um

dos seguranças em vão e por meio do wi-fi tentou contata-lo em vão,

sem resultado. Lennox sentia-se estranhamente só.

Aturdido com aquilo que lhe ocorria desligou os equipamentos,

pegou sua maleta e retirando as chaves magnéticas do bolso seguiu até

seu carro a fim de ir pra casa, pois ainda assim algo insistia que seria

apenas cansaço e algum tipo de falha ocorrida naquele local e uma vez

em seu lar simplesmente entraria em contato com a empresa de

segurança assim como os seus companheiros de equipe.

Ao entrar no veiculo, este se acendeu após reconhecer

pequenas mudanças em seus batimentos cardíacos, pois estava nervoso

devido o caso, porém ainda assim traçou curso até seu lar, mas à

medida que saiu do local onde havia a antiga indústria desativada o

carro se viu em lugares não menos desolados e desertos que aquele

onde trabalhou por longos meses. A noite caiu, e ele estava apenas a

uns 5 minutos de seu lar mesmo que seu GPS não funcionasse. Lennox

parou o carro em meio a uma movimentada via de acesso no centro da

cidade a contemplar todo comercio fechado e carros parados

encostados na rua e até mesmo no meio do caminho.

Ele saiu e contemplou a cena assustado e levou sua mão a

cabeça calva, se sentou no veículo e após ficar parado por um tempo

observando a sua volta re-ligou o carro e acelerou até finalmente

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chegar a seu lar a uns três quarteirões dali. Ao subir pelo elevador

chegou a sua porta que ao entrar as luzes de seu apartamento se

acenderam o cumprimentando com um relaxante som ambiente.

Colocou as chaves sobre uma mesa e chamou por seu cachorro

em vão, ele também havia simplesmente desaparecido. Ligou a Tv, e

procurou algum sinal novamente em seu celular agora quase em pânico

com a situação, mas em vão o fazendo procurar remédios calmantes

após constatar que sua pressão havia subido e retirou o X-Plam de seu

pulso que o colocou enquanto dirigia para acessa-lo e ver

constantemente o que ocorria.

Ele se sentou no sofá e após pegar uma antiga revista com as

fotos de John Roberts, sorriu ao ler a reportagem observando as

condições em que ele desenvolveu suas teses e descobriu tais leis

inerentes ao tempo. Ele se deitou com uma pequena garrafa de Rum e

diante dos retratos dele com personalidades ao fim da Guerra

demonstrando o quão importante de fato sempre foi, um dos criadores

de novos tipos de armamentos não-letais, mas que simplesmente

incapacitava o inimigo em larga escala, sendo um dos responsáveis

pelo fim desta guerra que quase devastou o mundo. Um artefato capaz

de simplesmente anular a consciência de tropas as fazendo mergulhar

num coma pela emissão de um raio a distância como uma versão

aprimorada e sem os graves efeitos colaterais da HAARP para o clima

do mundo, e sendo apartir daí responsável por ele finalmente fazer

importantes descobertas sobre a interação da mente humana e o

quantum tal como o tempo. Lennox, se tornou um gênio

comprovadamente para aquele mundo a beira da ruína completa e

assim merecidamente tinha sobre suas estantes prêmios como o Nobel

de física e da paz.

Lennox adormeceu com sua mão esquerda caída no chão

segurando o copo vazio. Mesmo que os calmantes do futuro

induzissem até mesmo o estado de sono REM e não apresentar efeitos

colaterais em reação ao álcool, beber naquelas circunstâncias não foi a

melhor das opções, pois mesmo que cada vez mais descobertas

notáveis surgissem como os primeiros passos dados por um certo

Octavios na descoberta para a cura da SIDA, não haviam descoberto a

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cura para o porre duma noite de embriaguez fazendo sua cabeça latejar

de dor ao amanhecer enquanto caminhou lentamente até o seu moderno

banheiro, e ainda acreditando que aquilo se tratava apenas de um

pesadelo. Lavou o rosto e seguiu até seu X-Palm onde viu que dia era,

um de março as 10:51 da manhã. Pegou algo para comer na geladeira e

seguiu até seu laboratório novamente.

No caminho ele notou que nada havia mudado a sua volta,

casas, prédios e ruas desertas, carros parados como se tivessem sido

abandonados enquanto no céu sem qualquer nuvem parecia não menos

estático.

Diários de Lennox - Fantasmas Metafísicos

Não havia ninguém na entrada do local onde ficava os laboratórios do

experimento TEMPUS, ele entra e segue por seus corredores frios

rapidamente, e num tom decidido como que tivesse tido alguma idéia

do que ocorreu com seu mundo então senta-se na cadeira onde acessa o

cray 3001 e re-faz leituras tanto de sua própria mente quanto a do local

por todos os tipos de energia, partícula ou força que pudesse sair da

escalda de normalidade, e então nota leituras nunca antes observadas

de sua própria consciência que o levou a se perguntar sobre o que

ocorreu com ele? Teria ele sido atingido pelo experimento a alterar sua

percepção? Pois simplesmente soou um absurdo ter sido tal projeto

fazer a humanidade desaparecer diante de seus olhos. Mas havia algo

errado com aquele lugar, ou talvez ele havia ido parar em algum tipo

de dimensão a dispersar ao imaterial, sua mente mesmo que sua

interação fosse parcial com este mundo em relação a objetos

inanimados.

Ele procurou em livros de pesquisa sobre qualquer caso similar

e não o encontra, assim segue até outros livros onde houve das mais

variadas propostas, de espíritos fantasmas a dimensões paralelas a se

entre cruzar com livros antigos de um certo Stephen King, pura

imaginação pensou ele, mas ainda assim os argumentos científicos não

explicavam tais propostas. Seria por causa então da conjunção de

planetas ou por ser ano bissexto? Os anos bissextos surgem por uma

discrepância nos cálculos dos dias solares onde as sobras das horas são

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adicionadas há um ano excedente com um dia a mais. Mas deve haver

algo mais pensou ele.

Foi neste momento que um ruído interrompeu seu pensamento

e ao correr em direção a tal observou um pequeno relógio caído no

chão. Como este caiu uma vez que aparentemente não há mais forças

interagentes neste mundo, nem vento, nem quantum? Estou eu preso

em minha própria mente? Será um devaneio?

Porém, como se fosse para responder sua pergunta o ruído se

repetiu e desta vez ele observou uma sombra sorrateira pelo reflexo

metálico de um dos cilindros de resfriamento do maquinário.

Não poderia ser nenhum animal naquele local, até porque

somente o consciente quântico do ser humano não se compara com a

dos animais, cujo potencial interativo era muito inferior e limitado

apenas pela força física. Mas ao seguir tal viu o reflexo de algo por um

espelho metálico próximo, algo como um vulto a vagar como se

corresse de mim. Olhou para o espelho e em volta, porém, nada vi. O

diário sobre a mesa deu uma idéia do que fazer enquanto as pesquisas

sobre o campo de Mesmer eram feitas e simuladas no Cray 3001. Um

diário a relatar a solidão do qual se encontra dia após dia.

28 de abril de 2052. O Que move o mundo? Desde as primeiras

observações de Newton a Galileu, sobre as forças interagentes sobre o

universo percebemos que dos astros que se movem e por sua interação

não somente eletromagnética, mas mediante a própria relatividade em

proporção à massa do corpo que está a afetar nosso mundo sutilmente

assim com a lua suas marés. Mas onde começa e onde termina tais

interações? Qual são os limites entre astronomia e astrologia? O tempo

está a se mover assim como a se interagir mediante a intensidade

destes corpos, assim como nossa própria consciência livre a interagir

neste mundo como pedras a criar ondulações no oceano do espaço-

tempo do qual Aristóteles apenas passou perto.

Mesmo que não saiba exatamente se teria sido resultantes de

forças mediante um momento específico do tempo em relação à

interação externa destes, certamente sei que tais interações que estão a

gerar as estações do ano, tal como ritmos poucas vezes expressos de

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forma facilmente perceptível, não poderiam determinar as nuances que

resultou neste problema. Seriam interferências de tempestades solares

imprevistas?

Vencemos os rudimentos ferozes do preconceito e dos

absurdos indiscutíveis do qual por falta de fatos e provas apenas se

escoram por uma inflexibilidade do querer contra o tempo, nosso

passado que são nada mais que nossas raízes e origens no tempo, por

julgamentos superficiais do 'agora' e que jamais admitem terem seus

credos debatidos ou outros divergentes.

Estou trabalhando num campo de isolamento quântico como

resposta ao fenômeno que tem ocorrido aqui, como uma clara torção à

realidade. Bastante similar ao Campo de Mesmer este, porém não

necessita de um giroscópio que antes feito de forma rudimentar se

escorava tal procedimento. Foi utilizado algo similar no projeto 'Never

Mind' durante a Terceira Guerra para proteger os soldados aliados no

front contra as interferências de consciência, ainda hoje, porém, não

esqueço-me do incidente ocorrido no front da África em 23 de janeiro

2042.

Experimentos anteriores em pequena escala haviam surtido

efeitos positivos sem os efeitos colaterais do que chamaram para meu

azar de 'Síndrome de Lennox' uma torção de consciência que levava

suas vítimas a extrema violência. Os acertos foram feitos mediante

pequenas nuances frequênciais para tal que não ocorresse no front e

assim foi. Os soldados aliados armados com a variante do campo de

Mesmer seguiram até o forte do adversário após receber uma carga do

Black-program Never Mind. Parecia um local morto. Com mascaras a

enxergar durante a noite e tendo nos visores elementos que fizessem

leituras das modificações climático-energéticas do local rapidamente

ao entrar no lugar sem ser lhes oferecida qualquer residência, onde

corpos de soldados caídos sem qualquer sangue ou sinal de violência se

dispunham em seus devidos postos segurando suas armas como uma

resposta positiva de que o ataque funcionou sem maior revés. Porém, à

medida que avançaram, gritos começaram a ser ouvidos no fundo dos

corredores. Os soldados em constante contato com a base do projeto do

qual monitorava alertou sobre o incidente e rapidamente se prepararam

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para um eventual confronto direto, mas o que encontraram naquele

lugar estes soldados - assim como eu - jamais esquecerei. Havia sangue

por todo lado, partes de corpos mutilados e ao fim no bunker de

seguranças os remanescentes se digladiavam se mutilando mutuamente

que ao verem os soldados os atacaram como se fossem não mais do

que animais raivosos demonstrando uma força física além do comum

notado anteriormente, e simplesmente desconhecendo de quem eram

antes de tal.

Os soldados obviamente os aniquilaram por temer que os

ferissem mesmo que aparentemente tenham esquecido até mesmo de

como usarem as armas de projeteis os atacando com objetos que lhes

viam a frente, um regressivismo nato a um estado de plena selvageria

anomia, que estarreceu os homens do grupo especial de elite que

participou do projeto. Claro, que incidente acabou sendo acobertado

pelos governos aliados, mas permaneceu em nossas memórias como

um terror duma face de malignidade que jamais vimos antes...

Porém, leituras realizadas sobre minha própria mente

determinaram que não estou sofrendo do mal daqueles homens ou

similar, muitos menos a própria Síndrome que é minha chará, mas

leituras que de fato não poderia determinar em paralelos, afinal se

tratando de minha própria consciência e terceiros como poderia eu ter

certeza de algo assim?

Mesmo que experimentos como o de Momento Londres

pudessem dar-me respostas sobre tais leituras a fim de tentar reiniciar

todo experimento que me levou a tal condição, certamente não

responderia o principal. O que aconteceu?

Se descobrimos algo em pesquisas diversas é que os olhos

sensíveis são os que enxergam mais, mas que curiosamente são os mais

voláteis a brutalidade ofuscante, como os gênios sendo em sua

perceptividade aguçada os altos ruídos não somente audíveis

interferem nas receptações como telescópios terrenos que apontando

para o céu são obscurecidos pela poluição e luzes das cidades que

ofuscam não somente a visão do mesmo, mas de nós diante do céu pelo

cotidiano de autrora e a correria substituída por explosões de guerras

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pelo ser humano sempre com pressa em realizar o pior, caminhando a

lugar algum chegar. Tal não se demonstra diferente quando se trata em

ciência onde os detalhes muitas vezes praticamente imperceptíveis

podem fazer toda diferença, mas talvez a solidão esteja justamente

ofuscando minha razão de modo que me perguntou se estou eu vendo

algo que não existe. É como se as sombras pouco a pouco ganhassem

vida própria a tramarem contra mim, como a própria luz com esta se

fundisse num ser híbrido que, no entanto, sente-se o arrepio infernal de

um frio inexpressável por minha razão cada vez mais falível. Preciso

conversar, sinto falta de minha amada e musa de inspiração, talvez

sejam devaneios de uma mente cansada a buscar o escape racional no

irracional como uma porta de saída à situação em que vivo.

Curiosamente o experimento realizado quando presenciei tais

vultos pareceram reagir como interação aos campos que resultaram

num similar Momento Londres. Foi como se tivesse visto, mesmo que

por instantes, um eco de mim mesmo no passado a refletir

interferências como se eu mesmo tivesse me percebido vagamente no

passado. Talvez esteja perto de uma resposta, ecos de consciência tal

como ecos de mortes cujos conscientes de pessoas possam vagar

ressoantes pelo tempo como residuais que rompessem a sutil teia

metafísica no que alguns chamam por fantasmas, seria por fim sob

algum aspecto a pseudociência, ciência?

Se analisarmos estes estão em toda parte pela ciência, dos

reflexos nas estrelas e seus ecos temporais correspondentes apenas a

sua imagem, estes nunca correspondem o ser em essência, mesmo que

curiosamente talvez aqui, neste caso, possa ter interagido comigo

mesmo.

Na realidade creio que lembro-me desta cena, pouco antes de

iniciar o experimento que me prendeu neste "mundo" a vagar entre o

cilindro metálico onde me encontrava quando ocorreu.

Sempre fui lúcido o suficiente, porém para distinguir ciência

de religião mesmo que com nossos avanços descobrimos e

desmistificamos muitos dos fenômenos antes descritos misticamente,

mas afinal qual é a barreira entre um e outro? Entre o brilho eterno

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duma estrela a bilhões de anos aos fenômenos da mente e seus ainda

inexplorados poderes?

Sendo estes ecos temporais interagentes ou não certamente

desqualificaria a proposta da Ponte de Einstein-Rossen que na

realidade não dobra o espaço-tempo do qual a força bruta seria

imensuravelmente ilógica, o que é um absurdo, mas sim rompe suas

barreiras frequênciais como os anéis das arvores a determinarem os

períodos ondulares de seu crescimento. John Roberts deve estar

correto, a verdadeira religião não contradiz a verdadeira ciência por

mais que esta possa parecer marginal, dos ciclos infindáveis, afinal

todos somos como ecos torcidos de nossos ancestrais em busca do

verdadeiro equilíbrio e proporção do qual se resume a justiça do

universo em suas legislações apenas interrompida por um grilhão de

anomalia vertente como o câncer em nossas vísceras. A ciência antes

considerada marginal e proposta por John Roberts e o misterioso John

Octavios parecer não mais a ser enfim, afinal jamais contrariou as leis

universais anteriores de Einstein a Newton.

Talvez esteja perto de descobrir a fonte de energia inesgotável,

ou curas de doenças que ainda nem surgiram como se apenas

aguardassem serem descobertas pelo veio da ignorância como as

plantas da Amazônia entregues a extinção antes que ao menos fossem

descobertas em seus valores medicinais.

Mind´s World

Passaram-se três meses desde que saí de minha realidade, a esta prisão

por onde passei a vagar nas horas vagas entres lojas e estabelecimentos

desertos, lendo e vendo o que costumava ser parte da vida alheia, casas

vazias, carros abandonados, apartamentos que certamente receberam

muito sentimento de casais, filhos recém nascidos, a desamores, dores,

e por fotos vidas que nunca vi ou compartilhei. Somos resultantes de

nosso passado e escolhas, somos ecos de nós mesmos a vibrar por um

universo a procura de um sentido, proporção.

O Cemitério não parecia deserto, mas assombrado mais do que

nunca, mas pelo que? As árvores estáticas pela ausência de vento e dos

cantos de pássaros que amenizavam as dores dos vivos, assim como

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dos mortos, pareciam evidenciar mais as dores do vazio retumbante

como se apenas as sobras destas arvores realizassem suas sinfonias

dolorosas perante uma mente exausta de tanta maldade. Mas tão logo

noto como se um vento movesse o solo a presenciar pegadas deixadas

pelo "nada", pego meu visor quântico do qual faço leituras discrepantes

e aparentemente contraditórias como se as fizessem de dois mundos

diferentes, duas leituras para uma só visão? Mas algo se move e com

este visor as vejo como se algo tomasse forma entre outras a uma

lapide, meu enterro!

Lá estavam flores e pessoas que choravam, mas dum passado

do qual não pertenço, minha amada, minha musa, meu cão, minha tia, e

alguns amigos do projeto. Na Lápide vazia por um enterro simbólico

diz 14 de junho de 2052, flores são jogadas sobre um caixão vazio

enterrando o vazio, mas os deixando vivo em seus corações por

perguntas sem resposta, por uma verdade soterrada pelo segredo,

jamais pela contradição.

Ah! Quero tocar minha amada! Preciso dizer que lá estou,

sentir sua pele, sua respiração a ouriçar meus pelos num arrepio que

provoca um frio em minha barriga como se fosse nosso primeiro

encontro, no primeiro beijo cujo molhando morno parecia ser

combustor para reações muito além de químicas, tenho certeza que é

ela, conheço seu jeito, seus movimentos, seu cabelo a esvoaçar com o

vento que agora não sinto e como orgasmo que mútuo

compartilhávamos como numa sinfonia cuja ausência agora me

provoca agonia. Nada substituí o toque, o ato...

Mas percebo que não somente eu estou a observar de fora, mas

como se minha sombra estivesse ao meu lado não somente a me imitar,

mas inverter meus atos como uma laranja mecânica de um reflexo no

espelho pervertido a se virar pouco a pouco contra mim. Mais fria que

o vento mais frio, mas cuja intensidade não se mede por termômetros a

se juntar as demais entre as lápides cujos corpos jazidos pareciam

agonizar em suas residuais de consciência, são os verdadeiros

fantasmas que parecer emitir outros tipos de sinais que ainda não

decifrei, mas gravei no receptor para buscar uma interpretação nos

laboratórios...

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No laboratório já durante a noite constato numa verificação das

informações de leituras gravadas que estes são sinas de áudio, como

sussurros dispersos e variados, de vozes ecoadas e perdidas, mas cujo

apenas pequenos trechos pude perceber que estão invertidos como num

backsmashing, não muito diferente da Lei de Zipf. Palavras

aparentemente sem nexo, mas normalmente negativas como de vocês

rocas dizendo nomes e palavras como 'die Lennox, die' ou então até

mesmo nomes que desconheço como algo chamado 'Stoneset' e 'mate

Roberts'. Talvez aqueles do final do século XX estivessem certos sobre

mensagens em álbuns músicas mesmo que obviamente muitos

brincassem com tais, mas certamente Pinky floyd nunca mais será

ouvido de mesmo modo por mim.

Refiz algumas adaptações de leituras no visor do qual

amplifiquei o espectro de alcance frequêncial a fim de captar mais

leituras tal como um acessório ainda improvisado que busque

redimensionar meu campo "quântico" do qual fora de suas freqüências

padrões podem gerar até mesmo doenças, algo como ocorrido com as

próprias descobertas de outro notório cientista do século XX sobre

campos telúricos.

23 de abril de 2052. Mesmo após utilizar este visor e conseguir captar

diversos elementos e "vultos" discrepantes em relação ao espaço-

tempo oriundo sugere como sendo um eco convergente de tempo,

como se o local onde estivesse pudesse ter acesso visual a pontos

determinados do espaço-tempo. Talvez tal concepção explique o

porque deste lugar parecer estático como se o tempo nele não se

movesse o que me leva obviamente a perguntas sobre eu mesmo e

como estou vivo, é como se estivesse fora do tempo a observar

diversas épocas e eras, e assim tal posição pouco importasse, se não

uma cronologia particular deste ponto de vista. Seria possível?

O mais estranho e peculiar, no entanto, pode ser resultado de

minha mente cansada com o isolamento onde tenho observado muitas

destas leituras misteriosamente dentre os espelhos, o que não me soa

muito científico, mas como se vivesse uma alucinação. Não bastando

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ocorrências estranhas tem disposto aparentemente algo como sombras

a vagar sob o sol como se saíssem de seu eixo a simplesmente andarem

livres sendo mais que algo impresso numa outra forma, mas a ganhar

entorno verdadeiro como um corpo a se mover com profundidade e

oscilasse entre a escuridão, mas com pontos estranhamente luminosos

dentro de si. O que seria isto? A cada experimento realizado com

campos de Lennox por liberação de energias em doses e freqüências

específicas esta realidade torna-se cada vez mais estranha, como se

fosse algo por de trás da realidade, mas que pareça contrariar algumas

leis descritas, como se, no entanto, pudesse interagir parcialmente com

a realidade que busco tocar vendo por vezes as pessoas caminharem

como fantasmas sem poder toca-las, mas podendo interagir

parcialmente com alguns objetos que as fazem se assustar como se

observassem tal interação. Como seu eu fosse um fantasma mesmo que

elas sejam assim para mim.

O Metafísico Temporal 25 de abril de 2052. Retornei ao meu lar, e lá notei discrepâncias de

leituras onde o programa adotado ao visor receptor de sensores de

leituras quânticas que são capazes de determinar o período de tempo

exato que nos encontramos, por catalogo de diversas freqüências

temporais de períodos específicos fui capaz de determinar leituras

diferentes como se estas se misturassem e demonstrassem tais vultos

de atos situacionais muitas vezes embaralhados. Assim resolvi fazer

modificações no Acelerador de partículas de modo a produzir força

suficiente a gerar um campo frequencial que se alinhe com tais

freqüências especificas de modo que pela tabela construída por mim e

minha equipe se é capaz de determinar tal leitura com uma precisão

razoável mesmo que interferências diversas possam provocar

oscilações que dificultem sua sintonização fina com este período de

tempo. Ou seja, se conseguir êxito certamente terei descoberto um

modo de ao menos viajar no tempo parcialmente!

Porém, a força necessária para a produção de tal campo deve

ser proporcional à distância da referida freqüência de modo que

tornaria virtualmente impossível com a tecnologia disponível a

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possibilidade de mergulhar mais distante no passado. Preciso fazer

modificações no gerador quântico e melhorar o campo por ele

produzido. Porém, nada disso ainda explica como estou aqui preso,

talvez tal engenho tenha produzido algum tipo de wormhole do qual a

profusão de tempo relativo demonstre-se que tenha ficado preso dentro

dele, pois mesmo que em nossa realidade possa durar apenas uma

fração de milésimos aqui dentro pode-se demonstrar a eternidade! Se

tal tese for verdadeira assim poderia estica-lo mediante tal força gerada

até o ponto do espaço-tempo que quiser, porém tais podem gerar

interferências e flutuações perceptíveis por equipamentos específicos,

mas podendo interferir negativamente no tempo o que me coloca em

paradoxos temporais estipulados teoricamente por John Roberts e

Gerson.

Talvez a criação aprimorada de um campo de proteção de

Lennox poderia impedir que tal interferência seja maior podendo

danificar esta estrutura metafísica do tempo, a teia temporal.

27 de abril de 2052. Depois de passar dois dias trabalhando em

cálculos e fazendo testes com o acelerador de partículas tais teorias

parecem ser comprováveis de ser verdadeiras! Estou prestes a

sintonizar um ponto do espaço-tempo tão logo após meu

“desaparecimento”, porém o curioso é que daqui sigo ainda assim uma

cronologia particular do qual utilizando como ponto de referência o

tempo do qual sou oriundo.

18:16. Algo deu errado. Aparentemente os estranhos vultos

interferiram na interação gerada pelo campo a criar problemas no

próprio engine, estranhamente eles apresentaram-se como ecos

refletindo a si próprios como ressonâncias multiplicativas como se as

contemplassem num tempo "paralisado" sucessivo, é difícil de se

explicar tal observação. Tentarei novamente.

22:46. Depois de concentrar energia suficiente o campo conseguiu

abrir uma visualização do espaço-tempo simplesmente perfeita e clara!

Pude visualizar o relógio do espaço-tempo sintonizado com clareza

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suficiente e com uma margem de erro de poucas horas, porém, tão logo

fui capaz de ver um dos guardas junto a um policial e como se me

percebesse tornou tal visualização complicada e novamente nebulosa

se perdendo, fazendo com que os estranhos vultos agora como borrões

de luz crescessem com tal dificultando o trabalho e me fazendo

desligar tal. Senti um profundo medo mediante tal espectro cujas

leituras não corresponde nada racionalmente natural legislado no

universo, muito estranho, mas no saldo geral considerei tal projeto um

sucesso!

30 de Abril de 2052. Aparentemente após alguns experimentos creio

que das viagens tempo-frequenciais pode acabar por atingir

diretamente as mentes aproximadas em seu tempo oriundo talvez

porque a ressonância de nossos corpos estejam normalmente em

sincronia com as resultantes eletromagnéticas de maneira interativa

onde as próprias mentes estão a provocar - em menor intensidade -

ondulações em feedback. Tais concepções nos permitiram aprimorar

uma tecnologia que nos dá acesso parcial a uma leitura da mente pela

identificação frequencial da mesma. Talvez tal explique porque estão

muitas vezes a suceder a evazividade por meio de sonhos onde

permanecem as residuais adquiridas muitas vezes sem se perceber pelo

sensorial consciente, mas curiosamente por uma monitoração detalhada

de meu próprio estado de sono REM nestes períodos em que me

encontro nesta condição um sonho me surgiu duma maneira que jamais

fui capaz de interpretar segundo a óptica de Freud, ou qualquer outro

estudioso sobre as explicações do sono, a confrontar tal teoria

possivelmente a justificando. Neste sonho um adulto completamente

calvo surge diante de mim e comigo conversa, este do qual não

lembro-me de jamais ter visto começou então a me dizer cálculos e

equações detalhadas sobre os procedimentos a serem tomados numa

sintonização mais fina destas freqüências, por fim parecia eu

reconheço-lo, mas como um personagem do qual sou fã, John Roberts

que há muitas décadas atrás teria desaparecido num incidente num

imenso bloco de neve sob a mesma perspectiva temporal

possivelmente.

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Ao acordar constatei para minha surpresa que tais cálculos

batem! E assim dou graças a Deus por ter todo aparato cientifico

necessário por um investimento muito zeloso daqueles que

resguardaram-me em segurança plena tais projetos desenvolvidos aqui

tendo acesso às informações, ferramentas e um ótimo salário mesmo

que agora tal pareça pouco importar.

Mas algumas leituras discrepantes que batem com as destes

estranhos "espectros" parecem ter aumentado cada vez mais sua

incidência em plena negativa a interagir aparentemente sabotando

todos meus esforços para com este descobrimento magnífico e sem

precedentes por mais fantástico que seja. Mais uma vez observo estes

aparentemente criar rupturas, erros, derrubar objetos e até mesmo

interferências frequênciais mais grosseiras como se buscasse me

aterrorizar e até mesmo me sabotar, anular-me por completo. Tais te

me provocado enorme desconforto, não obstante, a condição de

isolamento stressante em que sou submetido a longas semanas.

23:35. Estou perto de ativar um teste de maior intensidade neste

domínio em que me encontro preso, esta bolha temporal do qual

consigo ter acesso a diversos pontos do espaço-tempo parcialmente,

datado para o dia em que o experimento me prendeu a isto

prosseguirei, sinto incomodo e muito tenso como se tais seres

estivessem a me cercar observando-me e a exalar um estranho frio

mórbido que me remete a um medo primitivo.

Todos os dados foram checados e os compressores calibrados

para poder determinar a condição de inicio do teste onde concentra-se

força nos condutores pela grande extensão de subterrâneos que agora

soam como corredores de medo repletos de "sombras" malignas.

Obviamente o foco será em mim mesmo a criar uma onda

frequencialmente oposta a que estou preso como uma tentativa de

anular o wormhole onde me encontro ou prender-me em segurança a

retirar-me de tal. O zunido rapidamente é sentido a aumentar

intensidade e estes seres parecem nenhum pouco gostar de tal, o que

estranhamente parece me indicar que estou no caminho certo.

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23:46. Escuto sussurros ao contrário, pensei em traduzi-los, mas creio

que sejam apenas distrações a fim de me desconcentrar nestes cálculos,

duvido que fale algo bom se não apenas desejos em matar-me, tal

como nomes e fatos que nem ao menos conheço. Este laboratório

tornou-se pior que uma mansão assombrada por espectros vazios de

puro terror, mas tento seguir firme sem dar atenção a tais ocorrências

colocando meu visor enquanto espero chegar ao ponto exato de ruptura

a se enviar a carga de choque a produzir este campo, que neste caso é

muito mais que uma simulação.

23:51. Ponto de emissão confirmado, lançando a carga pelos

condutores a culminar na criação do campo, índices altos de

discrepâncias temporais me preocupam. Os seres parecem agonizar

aparentemente derrubando objetos pela sala, abre-se uma brecha que

assegure que meu feito segue o procedimento correto, mas uma ferida

apareceu em meu corpo, aparentemente estes seres tornaram-se mais

fortes e querem me ferir, matar-me!

27 de março de 2052, às 15:35.

O local não mais isolado para perícia que investigava o

desaparecimento Lennox, agora, porém encontrava deserto, pois tal

projeto ficou suspenso durante o período em que ele sumiu, porém,

alguns ruídos junto ao zumbido tipicamente comum a do maquinário

quando ligado em suas simulações surgiram a criar um som de vácuo e

em seguida retornando ao silêncio total. Uma fina nevoa surgiu entorno

de uma pessoa e quando se desfez pouco a pouco se viu Lennox ao

chão zonzo, mas tentando-se erguer novamente quando. Ainda

desorientado, ele caminha sentindo frio por seu corpo e até ao cray

3001 senta-se a iniciar as tarefas de rotina descobrindo que estava no

local de onde saiu com a defasagem de um mês. Mesmo que tenha

errado em muito o período ainda assim tal comprovou-se ao menos em

sua perspectiva como uma viagem temporal completa em que ao

observar, sobretudo seu relógio constatou a diferença de período-hora.

Ele ligou a pequena Tv e a transmissão era normal, passando um

seriando antigo dos da primeira década do século XXI, e em seguida

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seu X-Palm percebeu ter ligação normal e ligando para o lar de sua

amada esta atendeu, mas recusando-se acreditar que era ele, desligou.

Ele saiu, e seu carro de fato não mais se encontrava lá - lógico, por

acreditar-se até mesmo que havia morrido - mas tão logo viu um

segurança de terceira idade que costumava ficar lá durante a noite o

reconhecendo imediatamente e ficando tão assustado que quase atirou

contra ele.

- Senhor Lennox? Por tudo que há de melhor, não creio vê-lo

aqui! O senhor foi dado por morto! E não achamos vestígios de sua

saída do prédio por qualquer câmera de segurança, como pode?

- Pelo jeito, não mais! - respondeu Lennox - mas talvez por fim

seu salário valha a pena mais do que ficar parado sem nada a fazer!

- Certamente - respondeu ele pegando o rádio imediatamente

para comunicar aos demais.

Tão logo, Lennox voltou a ser notícia nos jornais referindo-se a

ele como um a retornar da morte, quase como uma divindade. O

milagre, mesmo que Lennox rapidamente tratou de explicar perante a

ciência tal "erro milagroso". Sua amada chegou até mesmo desmaiar ao

saber deste fato tamanha surpresa que tiveram, graças a Deus Lennox

não mais estava preso naquela bolha de horror solitário dum vácuo

existencial. Porém, quando se passou o enorme alvoroço com seu re-

aparecimento alguns seguranças trataram de relatar terem visto em

vários momentos vultos que se assemelhavam a ele, tal como em

espelhos, durante todo o mês em que havia desaparecido, tanto que

alguns em desespero mesmo vivendo num século cético - com razão,

afinal foram os extremistas responsáveis pelas maiores atrocidades -

chamaram até mesmo um padre, nada que resolvesse obviamente.

Flight From the Future

Ao ligar a Tv um programa especial, um documentário revela sobre

uma das maiores mentes de seu tempo, na realidade a frente de seu

tempo, onde desde sua infância até as descobertas científicas que

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- 208 -

revolucionaram tal fizeram dele o homem mais poderoso de seu tempo,

Leonel Lennox.

"Leonel Lennox, nasceu numa pequena cidade do interior do

Texas. Filho de pais brasileiros rapidamente se destacou no

colegial por sua criatividade e talentos como em desenhos e

dimensão espacial. Com o inicio da III Grande Guerra, porém

as oportunidades se fecharam de modo que não pode realizar a

faculdade desejada e assim após servir no front da África

rapidamente seu talento com concepções que buscassem trazer

facilidades as pessoas de seu grupamento se destacou sendo

chamado para o setor de inteligência, tal fez com que Lennox

aprendesse com outros que lá serviam como o professor de física

Jameson Joe a compartilhar teorias e teses sobre a tese de John

Roberts em relação ao tempo e tão logo mesmo sem faculdade,

mas reconhecido por seu pensamento e como um gênio foi

chamado junto a este para o setor de desenvolvimento de novas

armas conceituais, onde lá desenvolveram o modificador de

consciência mesmo que levando a 'Síndrome de Lennox' o efeito

colateral provocado por oscilações frequênciais com a mente e

que custou a vida de Jameson Joe, porém rendendo a este um

nobel póstumo da paz pela descoberta duma eficaz arma

pacifica que permitiu os soldados inimigos entrar num profundo

coma o que se tornou vital para se vencer a guerra contra a

União Avisista, chamados popularmente por ordinários, um

crescente grupo terrorista. A seguir em experimentos num

Acelerardor de Partículas construído no Texas, Lennox

descobriu que tais campos não somente interagia com a mente

humana, mas com o próprio tempo quando ao ficar preso no que

ele acredita ter sido um buraco de minhoca quando chegou a ser

dado como morto e descobriu o que pode ser as viagens

temporais, fazendo dele um dos mais poderosos e ricos homens,

comprando empresas e investimentos enormes em novos tipos

tecnologias conceituais que ele mesmo desenvolveu em grande

parte, tais que possibilitam as viagens temporais. Hoje casado e

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pai de quatro filhos se diz ainda estar no meio de um percurso

de grandes descobertas que mudaram para sempre a face da

humanidade."

Ao sair duma reunião com grandes personalidades do meio

científico como parte de um projeto para impedir o efeito estufa,

flashes de fotos e diversos repórteres se aproximaram fazendo-lhe

diversas perguntas ao mesmo tempo quando uma delas gritou.

- Você é um deus! – Exlcmaou o entrevistador, porém vendo

isto ele respondeu rindo.

- Só me chamem assim quando tiver ações de 51% de todas

empresas do mundo. - disse ele - Então realmente serei poderoso o

suficiente para se poder dizer que tenho domínio sobre a maior parte

do mundo e que assim ele gira ao meu redor e depende de mim.

Quando cada acionista do planeta depender de meu parecer claro e

direto sobre investimentos e opiniões sobre qualquer assunto

pertinente.

- Mas como você se sente tornando-se uma das maiores

personalidades de todos os tempos? Sendo conhecido e reconhecido

nos lugares mais remotos do mundo? - perguntou um outro repórter.

- Prefiro eu ser conhecido pelo meu trabalho, minhas

descobertas e meu nome do que pelo que sou. - disse ele e em seguida

finalizando e saindo em direção a uma limusine dourada que o

esperava enquanto alguns seguranças afastava as pessoas dele ainda

fazendo diversas perguntas.

Ao chegar na premiação, este recebe seus prêmios e sob

aplausos sente-se cansado de tanto ser ovacionado e espiado por

paparazzos e assim segue ao banheiro do luxoso auditório onde ao

entrar o lugar feito de pedras brancas até as paredes e com maçanetas

de ouro entrou e após "tirar a água do joelho" lava suas mãos quando

vê um homem de meia-idade se aproximar dele pelo espelho. Este

rapidamente se vira tendo a impressão de que era novamente o

pesadelo que viveu, mas o homem estava realmente lá e este lhe diz:

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- 210 -

- Você então é o grande Leonel Lennox? Seria como nos

quadrinhos, Lex Luthor? - disse ele sorrindo.

- Longe de ser tão excêntrico. - respondeu ele com naturalidade

- não tenho a pretensa de dominar o mundo, mas apenas fazer o que

sempre soube fazer!

- Quando tal pode estar certo de que conseguiu êxito! - disse o

homem também lavando suas mãos - E muito mais num próximo

futuro, mas que certamente não ecoara somente no futuro, mas no

passado...

Neste momento Lennox virou-se assustado para o homem e

achando se tratar de algum tipo de fã extremista e psicótico - ele temia

esse tipo de gente - perguntou tentando disfarçar.

- Qual é seu nome?

- Herbet Stoneset! - respondeu o homem - Pode estar certo de

que descobriu as viagens temporais, pois eu vim do futuro.

Neste momento Lennox gelou e quase saiu correndo a pedir

auxílio dos seguranças. Mas ainda persistindo em manter a compostura

respondeu num tom de sarcasmo.

- Então diga-me o que ocorrerá tão logo!

- Entrará daqui três minutos - disse ele olhando para o relógio -

um senhor com bengala.

E ele rindo, disse que tal até se o fosse nada provava, pois

poderia estar combinado tal situação como uma peça pra ele.

- Ligue a Tv e descobrirá que o time a vencer o campeonato

brasileiro desta vez será o Coríntias por 6 a zero no último jogo que

está ocorrendo. - ao completar tal frase viu a porta se abrir e um

homem de bengala entrar, então este olhou para Lennox com um

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sorriso, e Lennox por sua vez respirou fundo num tom de reprovação e

quando saia Stoneset falou:

- Tão logo quando descobrir que o que digo é verdade procure

por um jovem chamado Enzo Stoneset que será meu pai daqui a três

semanas, então me recrute e acompanhe meu crescimento, pois

também sou importante.

Ao sair Lennox sentiu-se obviamente irritado com toda aquela

loucura de fanáticos e extremistas do qual acreditou estar cercado tal

como o misterioso homem que lhe abordou no banheiro, mas não

demorou ao sair do local até seu lar ao ver na Tv que realmente tal time

venceu o torneio com o mesmo número de gols para sua surpresa o que

o deixou sinceramente confuso, pois fez sentido.

Assim ele começou a pesquisar sobre o referido nome na

internet quando localizou um site de um certo físico chamado Enzo

Stoneset, um homem moreno de meia idade que com os cabelos

levemente grisalhos utilizando-se óculos inspirava confiança. Tinha

ficado um pouco famoso ao aprimorar alguns conceitos propostos por

John Octavios no inicio do século assim como tal site falava de quem

era este homem. Não se demorou um mês e Lennox entrou em contato

com ele para poder lhe perguntar se era pai - tal pergunta foi feita

discretamente durante uma conversa sobre os temas estudados por eles,

por temer cair na esquisitice - e este disse que estaria para ter tal filho

do qual colocaria o nome de Hebert. Aquilo bastou para uma sensação

de estranheza perdurar até seus ossos quando ele viu que certamente

haveria de ter uma amizade duradoura com este homem e sua família.

E foi num dia destes enquanto buscou um meio de aprimorar as

sintonias e estabilização deste wormhohle que recebeu uma ligação em

seu laboratório lhe informando sobre o incidente ocorrido há dois

meses atrás em que algumas pessoas desapareceram aos arredores do

laboratório na ocasião que utilizando-se de equipamentos de leituras

descritos por ele, achou-se o mesmo tipo de leitura dada ao seu

desaparecimento, eram cinco nomes, de cinco homens, um dentre eles

um carregador de seu laboratório que chamavam por Designium, um

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jovem chamado Max Miles Zulu, Andy Welligton, Elora Adrastéia e

um certo Anderton Mirta.

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Parte VII

Anomia

Involução

O som de batidas como numa porta soam três vezes seguidas "toc toc

toc" quando do escuro os olhos de John Roberts se abrem e assiste

diante dele uma mulher alva e com longos cabelos loiros de braços

cruzados diante dele em pé e ao seu lado um homem sentado numa

pequena mesa enquanto um médico o observa.

- Despertando - disse ele e em seguida olhando para a mulher

se retira.

Desorientado John Roberts senta-se assustado ainda mole e

observa eletrodos ligados a sua cabeça e monitores ultramodernos

realizando diversas leituras quando ele gaguejando pergunta.

- on-on-onde estou? Quando? Quem são vocês?

- Fique tranqüilo? Você está na TEMPUS Conorte. Havia

ficado desacordado num estranho tipo de coma por três dias na

cronologia local. - respondeu a mulher - meu nome é Dayane Conrad e

este é Joseph Hanus, somos os monitores corretores da TEMPUS e

estamos investigados um possível traidor interno, somos do Comitê

Especial de Estudos Temporais (CEET).

Neste momento enquanto a mulher falava a ele, este pega um

pequeno espelho que lá havia e se olha para observar que está

completamente calvo, assim ele passa as mãos sobre a pele

entrecortada por diversos eletrodos colocados a fim de monitora-lo,

mas ainda mais, havia um corte na parte traseira de seu crânio fechado

por pontos indicando que havia sido operado.

- Não foi nada demais. - respondeu o homem sentado - Apenas

retiramos um coagulo, acreditamos que você estivesse desenvolvendo

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um tumor, mas foi menos que isto, mesmo que tal não se explique. Não

faríamos nada além disso sem sua permissão.

- Sonhei com um homem distinto que teria descoberto as

viagens temporais. Seria seu nome Lennox? - perguntou ele ainda

desorientado e tendo por resposta os dois agentes se entre olhando.

- Fascinante. Nunca subestime o poder da mente. - respondeu

Dayane - Enfim o que Teogoras e Stoneset tem tido sobre a possível

narcose temporal abre precedentes inacreditáveis. Você deve o ter visto

mesmo...

- O coagulo ocorreu porque seu crânio a pressão aumentou

muito devido à sobrecarga de informações pelo córtex, em alguns

casos ocorrem o surgimento de até mesmo câncer. - disse Joseph

Hanus. – Porém, não estamos aqui por isto, mas sim porque

gostaríamos de ter seu testemunho sobre o incidente nazista e este

Designium, segundo monitoramentos ele fugiu e acreditamos que tenha

contato com gente daqui de dentro, por conhecimentos específicos, a

menos que ele sofra do mesmo "mal" que você. - completou ele

sinalizando com aspas entre os dedos.

- Temos que nos certificar de qualquer informação que possa

vir ser relevante, o vazamento de conhecimentos sem permissão

expressa e utilizados por outros tal como o incidente de Andy

Welligton pode criar grandes problemas. - disse Dayane.

Neste momento eles foram interrompidos por uma batida na

porta "toc toc toc" e ao abrir era John Octavios que entrou e olhou para

os agentes e em seguida disse resmungando.

- Não é só porque estamos no século XIX que não signifique

que tenhamos que usar portas não-automáticas. - neste momento então

se dirigiu a John Roberts e disse - Mas fico feliz que você esteja

sentido-se melhor John, ficamos preocupados com seu estado, parecia

imerso num estado além do REM, pensei que havia sido uma falha no

transporte novamente para cá. - disse Octavios.

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- Pensei que realmente tivesse dado errado. - respondeu John

Roberts - visualizei o tempo do qual sou oriundo, mas tudo estava

estranho e você havia morrido.

- Isso explicaria as estranhas leituras daquele período após

você entrar neste estado - disse Octavios - possivelmente mais um eco

temporal, o aumento de sua incidência tem preocupado muito todos

nós.

- Então estou na TEMPUS? - perguntou John Roberts - os

aposentos não parecem tão diferentes de onde vim.

- E não é pra ser! - respondeu Octavios - este lugar não foi

feito para existir pra sempre, a salvo perante a eternidade do qual neste

tempo será eterno. Porém, receio que tenhamos muito a fazer e a lhe

ser dito por aqui. A começar por estes senhores com quem lhe

receberam de volta ao mundo físico.

- Mas nós esperaremos que você se recomponha. - disse

Dayane - sabemos o quão importante é e que obviamente vai precisar

estar descansado para dar respostas do que precisamos, afinal a pressão

pelo jeito quase lhe matou ao invés de trazer respostas.

Após trocar-se das roupas típicas de hospital com suas roupas

que se encontravam dobradas próximo a ele, se dirigiu junto a Octavios

até o centro de controle onde se vislumbrou com a parafernália

construída mostrando cálculos, horas diversas, algumas imagens de

câmeras - acreditou ele ser das entradas da T.E.M.P.U.S. com a

superfície - e um grande telão translúcido tal como imagens

holográficas que visualizassem facilitar os trabalhos da equipe central

da T.E.M.P.U.S. ZT Conorte. Tal chegou a tanto que por um instante

chegou a dizer para esquecer sobre o que tinha dito sobre achar os

aposentos similares à de seu tempo, afinal mesmo que tudo aquilo não

ficasse lá para sempre, sempre estará lá naquela linha do tempo, assim

como cada qual em seu lugar e neste aspecto não menos eterno que as

luzes fosseis das estrelas.

Tão logo se dirigiu a ele Teogoras que vindo mancando de sua

perna parcialmente escorado sob a muleta lhe cumprimentou dizendo-

se muito feliz em poder finalmente conhece-lo. Porém, havia algo que

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perturbava o pessoal daquela sala, uma luz vermelha piscando como

sendo um alarme.

- Qual problema temos desta vez? - Perguntou Octavios

quando um dos assistentes de comunicação vestindo um macacão

vermelho se aproximou dizendo.

- Perdoe-me interrompe-los, porém, encontramos uma outra

área de enorme discrepância espaço-temporal, queremos enviar uma

sonda para abrir uma janela temporal e ver se há condições de enviar

um grupo de reconhecimento. - disse o homem.

- Feito, permissão concedida. Diga-me o local e período -

respondeu Teogoras

- Aparentemente, senhor, é no século V antes de Cristo em

algum lugar da América do Norte, creio que onde será o Arizona. O

mais curioso é que as estruturas lidas são modernas como deste tempo!

Teogoras suspirou fundo como se aquilo fosse normal, uma

operação de rotina mesmo que estressante e então se virou para eles e

disse:

- Como se pode notar infelizmente não poderei dar atenção

pessoal suficiente, nossa equipe tem sido substituída freqüentemente

em intervalos de descansos, pois os stress tem sido grande, o

“continum espaço-tempo” tem parecido mais um queijo suíço de tantas

bolhas temporais e anomias que rompem suas ondas frequênciais como

estas ultimamente. Me parece óbvio que há intervenções negativas de

outrém, talvez este caso acabe por comprovar.

Neste momento um outro alarme soa, desta vez sonoro,

fazendo alguns dos monitores correrem de um lado a outro

modificando imagens na tela e falando entre si, e neste momento tanto

Octavios quanto Teogoras se dirigiram a ver do que se tratava

enquanto John Roberts ainda completamente perdido em meio aquela

tecnologia assistiu de braços cruzados enquanto estes falavam de

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termos que ele desconhecia por completo, por mais que seu

conhecimento já fosse farto o bastante sobre eles.

- Senhor temos um desvio temporal nível 5 - disse um homem

enxugando a testa que transpirava - porém é há aproximadamente cerca

de um milhão de anos atrás - completou ele antônimo.

Um outro homem então se levantou e disse - Tal tem se

espalhado e criado ecos existenciais, anomias, mas não creio que seja a

origem dos demais.

Vendo isto, Octavios então se virou até John Roberts e pediu

para que o seguisse.

- O que está acontecendo aqui?- perguntou John Roberts

assustando a Octavios. - Que nível desvio nível cinco é este?

- Aparentemente o quantum do tempo é de impossível correção

plena, sempre está surgindo novas anomias - disse Octavios num tom

tranqüilizador - A escala Stoneset regula os cinco níveis de anomias

espaço-temporais em nível crescente de gravidade.

- Estamos seguros? - Perguntou John Roberts

- Apesar do nível cinco demonstrar-se com mais que causador

de ecos existenciais torcidos mediante a flor de mil pétalas,

normalmente não nos atinge, mas às vezes é tão grave que pode gerar

danos a estrutura temporal do qual vivemos por não ser meramente

completiva ou de correção. Porém, a maioria das vezes passa a ser

considerados abertamente não mais que um Folie a Deux ou uma mera

síndrome de Ekbom, isto é alucinação por sugestão. A maioria das

vezes, os monitoramentos têm registrado tal com a presença precursora

dos homo nulus que em alguns casos ocorridos a exemplo dos Estados

Unidos chegou ganhar o nome de Mothman, ou homem mariposas.

Eventualmente estes criam pontos do espaço-tempo interrompidos ao

continum flutuando de um lado a outro no tempo como as relacionadas

a algumas lendas como a de Bragadoon, Paititi e Akator, acredito que

tais bolhas temporais sejam provas da gravidade da anomia espaço-

temporal.

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- Realmente impressionante - respondeu John Roberts.

- Estes são meus aposentos, fique a vontade, pois receio que

Teogoras precisará de mim, tão logo Dayane deve lhe procura-lo -

disse Octavios pegando um objeto e dizendo em seguida para coloca-lo

em sua cabeça, pois era um tipo de videogame futurista.

- Muito melhor que o TerrAlfa - disse John Roberts após

coloca-lo na cabeça.

Tão logo ao sair Teogoras havia convocado uma reunião de

emergência na sala de conferências convocando todos do topo assim

como seus melhores agentes como Kimberley Kaab e junto Joseph

Hanus quando Octavios chegou e viu toda sala se escurecer e abrindo

uma tela de contado com Stoneset. Repleto de chuvisco e alguns ecos

residuais sua tempo-conferência foi convocada como emergencial

direto de seus aposentos em algum lugar do espaço tempo a ser

compartilhado com as demais ZT da T.E.M.P.U.S. dividindo as telas.

- Somos da Conoeste, espaço-tempo oriundo subterrâneos de

São Paulo, século XVIII. A disposição sinal de áudio e vídeo

compreensíveis.

- Somos da Coneste, espaço-tempo oriundo cavernas Nevada,

século III. Sinal de áudio e vídeo compreensíveis.

- Triangulação espaço-temporal em tempo real estabelecida

com sucesso senhor. - disse um homem para Teogoras.

- Bom, já que minha aposentadoria foi interrompida - disse

Stoneset pelo vídeo - aguardo todos dados e relatórios resumidos das

três ZT da TEMPUS a serem analisadas posteriormente pelo comitê

sediado no futuro. Mas de certo receio pelo percebido que todas as

leituras sem sido recebidas simultaneamente pelas três ZT, todas com

leituras similares da origem das duas anomias espaço-temporais.

- Exato - disse Teogoras - porém obviamente não temos

fornecimento de energia suficiente para gerar um campo até este ponto

passado de ruptura, tal missão somente pode ser realizada diretamente

do futuro donde estamos sediados.

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- Óbvio - respondeu Stoneset - coloquem Octavios como líder

do grupo de campo e verifiquem qual anomia interfere em qual.

- Acreditamos que já temos tal resposta - disse Teogoras e

apontando uma caneta para a tela mostrando um gráfico tridimensional

com linhas temporais ondulares sobrepostas - ela vem do futuro!

Rapidamente cochichos se ouviram não somente na sala, mas

pela expressão dos demais na tempo-conferência demonstrando

enorme surpresa.

- Segundo leituras quânticas seguimos uma assinatura de

interferência desde o projeto de Lennox que foi precursor da própria

TEMPUS, acredito que relacionado com os cinco desaparecidos. -

respondeu Teogoras.- Precisamos de algumas idéias brilhantes sua

Stoneset.

- Não creio que tal anomia tenha sido causa por Lennox - disse

Stoneset no meio de um repentino turbilhão de chuvisco e ecos

temporais com expressões sobrepostas. - Foi muito retardada sua

resultante, deve ter ligação direta com os cinco desaparecidos e é

lógico, estes espectros nulus.

Neste instante Dayane entra na sala interrompendo eles

dizendo:

- Temos novas informações sobre as interferências de anomia -

disse fazendo todos se virarem para ela - registramos leituras que

identificam dois dos desaparecidos no espaço-tempo, pelo menos.

- Ótimo - disse Teogoras - relate para nós.

- Senhores - disse ela - creio que minhas dúvidas estão sanadas

no tocante a uma possível sabotagem, algumas leituras de

conhecimentos não podem se ligar de modo algum à mera interferência

mental pelo quantum do tempo na referida narcose temporal estudada

por Teogoras. Mas creio, que de fato haja um traidor entre nós,

possivelmente a criar a sabotagem no experimento de Lennox no

futuro.

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Novamente as pessoas começaram a falar umas com as outras

assustadas com tal.

- Você é uma agente genial Dayane - disse Teogoras enquanto

Octavios apenas observava - Porém acredito que tal afirmação seria

precipitada.

- Seria apenas uma tese não fosse uma investigação mais

afundo sobre tais leituras, algo foi feito deliberadamente para poder

transportar aqueles cinco. - disse ela.

- Silêncio! - disse Stoneset percebendo o grande alvoroço na

sala - escutemos ela!

- O relatório está neste momento sendo concluído por meu

assistente, acabei que pegar o testemunho de John Roberts e parece

corrobar tal hipótese - completou ela. - os dados específicos têm sido

disposto em relação a um índice de ocorrências destas anomias desde

sua descoberta. A maioria confere.

Passaram-se umas três horas até John Roberts nos aposentos de

Octavios receber uma nova visita, desta vez de Teogoras e Octavios

juntos. Rapidamente interrompido da pequena viagem mental pelo

sistema daquele tipo engenhoso de videogame do qual Roberts parecia

tão concentrado – tanto, que mal queria ser interrompido externamente

-, quando finalmente o tirou vendo Teogoras parado a sua frente

segurando firme sua bengala e disse:

- É incrível constatar como sempre acabamos por necessitar de

você - disse ele enquanto John Roberts apenas levantou as

sobrancelhas como quem nada soubesse.

- No relatório de Dayane descobrimos que algumas leituras

batem com sua presença, não como causador, mas simplesmente como

perseguido. - disse Octavios - Apesar dela aparentemente identificar as

leituras residuais dos homo nulus estes sugerem necessitar de alguns

humanos enquanto outros a serem descartados como você, por ser um

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Seth. Porém, há leituras completativas futuras de sua presença do qual

acreditamos ser vital. Ecos ressonantes se sua presença.

- Resumindo - disse Teogoras - precisamos de você no grupo

de Octavios.

- Grupo para o que? - disse Roberts coçando sua cabeça calva.

- Para a investigação de uma das fontes da anomia espaço-

temporal, serão lançados diretamente do futuro de nossa sede a um

passado muito remoto. - disse Tegoroas - Afinal espírito aventureiro

sempre foi seu forte. Você tem 4 horas para pensar e nos encontrar na

sala de conferência particular.

Abyssus abyssum invocat

Depois de pensar durante todo este período, não sem antes desejar

retornar aos braços de Aagje em seu seguro lar longe de qualquer

violência e perversidade, entretanto percebendo que tal causa era

justificável em combater uma fonte donde jorrava toda maldade, cujo

um dos objetivos inclusive era destruí-los deste mundo, ele se dirigiu à

sala de conferência junto a Octavios, onde o plano foi debatido por

Teogoras junto a Kaab, Hanus e Dayane.

- O objetivo dos homo nulus é anular as ondulações temporais

numa sabotagem da linha temporal levando a um evento desconhecido

personificado pelo surgimento da matéria Darktron similar ao quixton.

- disse Teogoras - porém estamos trabalhando numa antimatéria que

busque igualmente anular os darktrons do qual aparentemente afeta até

mesmo nosso consciente, o anulando em seu livre arbítrio.

- Você quer dizer que viramos meros robores sem querer

próprio? - perguntou Hanus

- Mais ou menos isso. - respondeu Teogoras. - Bom, segundo

sondagens feitas, o ponto de ruptura espaço-temporal foi provocado

por algum tipo de bomba quântica que vara o tempo nos dois sentidos,

passado e futuro, a criar torções genéticas e evolucionarias. Agora

Dayane vai mostrar um estudo sobre tal.

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Dayane Conrad se dirige à frente com uma pasta e abre e em

seguida aponta para a tela onde imagens surgem e começa a falar:

- A fonte fora uma bomba quântica colocada a milhares de

anos que leva desvios adaptativos desativando parcialmente o gene hox

o que faz com que ocorram cruzamentos interespécies criando

verdadeiros amalgamas aberrativos, inclusive entre homens e animais.

- disse ela quando Octavios sussurrando ao lado de Octavios disse, mil

negativos!

- O incidente de Chernobyl ocorrido no tempo cronológico

terreno de 1986 não somente destruiu a cidade matando milhares de

pessoas e fazendo desaparecer diversas espécies da fauna. Porém,

posteriormente foram descobertas diversas mutações nas ruínas da

cidade. A exemplo destas ilustrações feita por uma mulher chamada

Cornelia Hesse-Honegger em 1967. - terminou ela apontado para tela

onde apareceram pequenos insetos mutantes. - mesmo que tais

mutações tenham sido pequenas graças à influência limitada deste tipo

de radiação, mas tiveram outros pares posteriores durante a última

guerra por armas sujas. Sobretudo a suposição da bomba quântica de

procedência desconhecida sugere o surgimento do terrorismo temporal

que tem por função não mais que destruir o tempo anulando nossa

própria espécie numa anomia que perambula sem qualquer função pelo

mundo e acredito parcialmente que sua onda provocada já esteja

afetando a linha temporal a criar seres classificados pela

criptozoologia, tal como tipos de doenças peculiares, assim como as

resultantes da radiação comum onde surgem verdadeiras quimeras

humanóides por uma avançada Heteroplasia. - ela novamente aponta

para a tela onde revela fotos de seres considerados lendas ou

simplesmente fruto do folclore popular. - Constatamos o surgimento de

um Fireweed, um crescimento descontrolado de cianobactérias que

liberar poderosas toxinas no mar o tornando similar aos mares

primitivos nas mediações da ZT coneste tal como casos crescentes de

hipertricose uma doença que transtorna humanos e que deu origem à

lenda do lobisomem e outros seres como o Yokai ao passo que também

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pode gerar o oposto e curiosamente tende atacar classes de genes

específicos como a dos Seth.

- Você então sugere que até mesmo a lenda dos vampiros

sugadores de sangue pode ter tido origem nesta anomia? - disse John

Roberts.

- Possível. - respondeu ela - estamos vasculhando toda linha

temporal a trás disto, o vampirismo curiosamente como lenda se

determina como uma doença que atinge classes específicas não sendo

hereditário, óbvio.

- E sobre a estranha cidade espaço-temporal anômica? -

perguntou Octavios.

- Estamos também pesquisando e aparentemente foi arrastada

através do tempo para este ponto específico, tão logo o brienfing

também será passado para vocês. - respondeu Teogoras. - Porém, no

momento a missão de vocês e localizar estas quimeras em sua origem e

elimina-las, alguns curiosamente são como amalgamas interespécies

que teriam dado origem a outras lendas como a dos dragões e das

próprias quimeras, e são incrivelmente violentos e agressivos. -

terminou ele e em seguida agradeceu Dayane pela instrução - Obrigado

Dayane.

- Octavios é o líder do grupo de campo e deve zelar pela

observação de Dayane e Hanus. Vocês terão 22 horas para se

prepararem recebendo instruções e armamentos específicos que não

deixem rastros interferentes espaço-temporal, terão 6 horas para dormir

neste tempo antes de se prepararem para o desembargue espaço-

temporal. - disse Teogoras - estão dispensados.

Após sair, John Roberts observou a postura realmente

exemplar e lúcida de Dayane como um exemplo de coragem ao sexo

feminino, e ela se aproximou dele e o cumprimentado disse que seria

uma honra fazer parte de uma equipe de mitos temporais, e então

Joseph Hanus disse:

- Não se preocupem, apesar de não termos muitas experiências

em campo nosso treinamento cobre tais expectativas, e graças a nossa

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tecnologia e a experiência de Kaab e Octavios estou certo de que a

missão terá êxito, ao contrário leituras irregulares já demonstrariam

uma margem de erro maior.

Após saírem de lá, mesmo ansioso, John Roberts sentia um

pouco de medo e desconforto mediante o risco da missão, porém

aqueles agentes lhe passaram grande segurança ao tratarem do assunto

firmes e demonstrando grande coragem a exemplo da própria Dayane

Conrad. Tão logo ele se dirigiu novamente ao aposento de Octavios

onde este sugeriu descansar um pouco por um sono induzido, pois a

missão poderia durar dias e até meses, e assim foi.

O homem acorda e vai ao banheiro urinar, era John Roberts,

porém, este quando abre sua calça observa que simplesmente não tinha

pênis, como se tivesse nascido sem ele! Como se tal anomia o tivesse

atingido de tal modo que transtornou sua existência. Ele deu um salto

da cama acordando assustado e suado ruborizado inclusive tirando do

sono Octavios que perguntou o que houve quando ele ia ao banheiro

não lavar o rosto, mas se certificar de que estava legal com ele.

- Foi apenas um pesadelo. Psicológico, creio. - respondeu John

Roberts a retornar. - Me pergunto sobre algo, e se os próprios

Neandertais tivessem surgido nesta anomia por algum tipo de

cruzamento ou mera mutação?

- Não sei, mas certamente parece tal anomia não segue nem

mesmo padrões de genes mais fortes ou fracos simplesmente os

destruindo indiscriminadamente. - disse Octavios – Porém, por sorte

você acordou faltando apenas 40 minutos para acordamos mesmo. Não

se preocupe.

Ao comerem algo, eles seguiram até o saguão onde trajes de

proteção com mascaras e diversos tipos de armas que jamais viu

estavam dispostos como se fosse uma loja peculiar do futuro de venda

de armas.

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- Vocês devem ganhar um bom salário por este serviço. -

indagou John Roberts.

- Pode estar certo, assim como você também terá seu lucro,

mas o melhor de tudo é o que vivemos. - respondeu Dayane Conrad.

- Aqui nos tempos uma arma metagênica. - interrompeu Hanus

- esta tem por função pegar uma amostra do gene dominante da anomia

e criar um vírus que a atinja como uma doença de gene específico só

que muito mais poderosa e especifica pura e simplesmente porque se

trata de nano-robos, vírus de silício criados e programados em

laboratório.

- Fascinante - disse Roberts pegando uma cápsula nas mãos.

- E este é uma bomba negra. Tem por função criar um campo

de sucção dimensional em determinado ponto do espaço similar as

condições de um buraco negro controlado. - completou Joseph Hanus.

- estas duas armas estarão apenas à disposição minha e de Octavios por

serem os únicos competentes a utiliza-las e conter a explosão de

tempo.

- Acabamos de registrar uma forma de vida subterrânea que se

enquadra com o padrão de um macro-vírus que se estende por

quilômetros, meu trabalho será registrar todos estes padrões de vida

singulares antes de vocês as eliminarem - disse Dayane, enquanto

Roberts sentia-se como criança diante daquele “brinquedo”.

Enquanto eles pegavam outras armas incomuns do qual John

Roberts não fazia a menor idéia do que eram, Teogoras surgiu na porta

e chamou John Roberts para ir até um lugar. Sentiu-se lisonjeiro com

tal chamado, afinal o homem mais importante da TEMPUS não

costumava fazer convites tão particulares como estes, mas como

Roberts era um caso a parte parece se justificar a exceção. Octavios o

olhou com orgulho e sinalizou para ir com ele.

Legis Ad Tempus

Sigilosamente então Teogoras conduziu John Roberts entre a sala de

controle central até um dos locais de treinamento dos novos

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temponautas, num labirinto de espelhos onde após revelar alguns

segredos a ele pergunta.

- Sabe para que foi criada esta sala de espelhos?

- Seria para treino de pesperctivas e tiro para treinamento dos

aspirantes a temponautas? - respondeu perguntando John Roberts

- Não apenas um jogo meu caro Roberts. Mas é o que se

resume muito da realidade onde nem sempre o que aparenta não é,

alguns caminhos podem ser ilusão, pois tudo no universo se resume a

reflexos e ressonâncias proporcionais de medidas, ou nem tanto,

mediante a precisão das forças em suas discrepâncias e torções. -

respondeu Teogoras - tal como o próprio tempo.

- E quando o espelho é torto, ele reflete torcidamente este

reflexo o diminuindo ou aumentando. - completou John Roberts -

retorna o que lhe foi refletido sem proporção equivalente logo fugindo

ao natural.

- Existem espelhos tortos no caminho, mas eles apenas torcem

a realidade, não a verdade, os fatos. Não atire em ecos existenciais

Roberts - disse Teogoras - às vezes seu próprio reflexo pode assusta-lo,

mas assim como você erra outros também podem, veja além dos

espelhos e acerte seu alvo.

- Os espelhos seriam como pessoas? - perguntou Roberts

- Eles são consciências, John Roberts, é a percepção que se

rebate, como você percebe e se percebe, cada qual reflete de forma

similar, mas nunca igual nesta sala, por isso todos são diferentes, mas

assim como a realidade é reflexo da verdade, estes não podem mentir,

mas simplesmente torcer a verdade a rebatendo, interagindo numa

contradição no máximo. - respondeu Teogoras. - Mentiras não refletem

na realidade apenas se perpetuam como um meme ao contrário dos

fatos.

Então ele olhou ao espelho e deu uma volta observando os

demais espelhos onde reflexos dele repleto de ondulações, magro,

gordo, baixo e alto surgiam, assim como diversos "eus" refletidos

infinitamente por entre seus corredores que deste modo se tornava fácil

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se perder e não encontrar saída, afinal não se poderia determinar a

mera vista qual caminho era o correto, se deveria utilizar algo mais,

mas sem o original o reflexo não existe. E então Teogoras prosseguiu.

- Não devemos de modo algum alterar o passado, seria um tiro

no pé de nossa própria existência - disse ele - a salvo exceções, como

você, você é um Seth e independe as mudanças sempre virá a existir e

pré-existir. Algumas coisas nem voltando ao tempo consegue se

apagar, muito menos a verdade...

- Mas porque tal? - se perguntou John Roberts

- O universo necessita de constantes na inconstante, como

resultante de algo maior. Você não é a perfeição, mas sim filho dela,

algo concausual inexpressivel e por isso alguns desejam tanto seguir o

oposto querer que você apenas dê pra trás. Mas por isso é centro da

maior das histórias, resultante da busca pelo equilíbrio do universo.

- Tal é uma condição genética? - perguntou ele.

- A maioria das vezes, mas nem sempre. De Noé a outros

foram Seth, Octavios também é um seth, porém dum nível maior,

Moisés era um Seth, assim como um certo "deus" egípcio, no entanto,

este desviado a anomia. - respondeu ele.

- E Jesus Cristo - indagou ele, não demonstrando o sarcasmo

por respeito à pessoa de Teogoras.

- Jesus Cristo é algo que não se enquadra nisto, pois estava

acima de todo natural, assim não fosse não faria milagres

inquestionáveis, ele curiosamente parecia acertar o ponto de anomia se

submetendo a ela do qual toda repetição fora apenas um eco temporal

vazio. Talvez tal explique porque morreu e ressuscitou - disse ele

passando a mão na cabeça quase introspectivo. - Este ponto do espaço-

tempo é de difícil visualização. - concluiu.

- Mas você é descendente da própria linhagem que protege, e

agora faz parte assim com Octavios, porém ele não sabe, pois ainda

não ocorreu.

- Ele não é um Seth genético. - disse John Roberts

- Não, mas tão logo seus filhos sim. - disse Teogoras - ele terá

algo com uma descendente sua. Sei que parece loucura, mas não é.

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John Roberts virou-se ao espelho onde se viu enorme e diante

de outros, vários John Roberts refletidos sucessivamente até se tornar

incontáveis. Teogoras sorriu após dizer tal e assim eles saíram de lá.

Todos eles então se encontraram no local de transporte onde a

sede da T.E.M.P.U.S. diretamente do futuro desviaria energia

suficiente para o wormhole ser aberto diretamente ao passado. O

primeiro grupo formado por Octavios, Roberts e Dayane partiu

enquanto o outro formado por Kaab e Hanus foi afim exterminar as

anomias.

Mesmo mediante a experiência anterior de muitos deles

obviamente a tensão era evidente pelo fato de ser algo que provocava

sensações muito estranhas, tanto que muitos sofriam de males como a

narcose temporal.

Eles se posicionaram diante de Teogoras e o assistente técnico,

quando um zunido começou a ecoar forte em seus ouvidos e uma

torção azulada surgiu criando ecos, e como um buraco fez com que a

aparência deles se alongassem como se fossem elásticos dando

oscilações que tornava visível até mesmo os ossos deles e então

desapareceram diante de seus olhos.

Ao surgirem no local coberto por uma escassa vegetação típica

de florestas equatoriais, onde o horizonte vazio e ausente de qualquer

construção do qual um dia seria uma cidade, parecia revelar ser um

lugar comum, onde eventuais sons de pássaros e outros ruídos

ocorriam. Tão logo que se passou a náusea provocada pelo transporte

de deslocamento da barreira espaço-temporal Octavios imediatamente

se focalizou no visor para procurar a anomia biológica subterrânea que

se estenderia por vários quilômetros abaixo deles. Rapidamente

procuraram uma abertura por alguma fenda no solo, uma caverna que

desse acesso a estes subterrâneos. Rapidamente Dayane Conrad

lembrou a eles que tal lugar era próximo a uma das primeiras colônias

inglesas, na América do Norte que teria tido um fim rápido e

misteriosamente insolúvel.

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- Fizemos algumas leituras deste ponto do espaço-tempo que,

no entanto, nunca havíamos estudado antes. - disse Dayane - talvez o

fim desta colônia tenha alguma ligação com esta anomia de acordo

com leituras realizadas e que sugere uma assinatura de consciência

quântica similar a um dos desaparecidos dentre os cinco do futuro.

- Mas nosso foco não é intervir no incidente de Ronoake -

disse Octavios - mas sim destruir a anomia subterrânea. O Macro-

vírus.

- Evidentemente - responde ela - porém, entraremos em

contato com a conorte afim de possíveis mudanças na missão

dependendo do grau de influência da anomia neste incidente.-

completou ela enquanto junto aos demais se dirigiam a uma pequena

caverna que daria acesso ao local.

- É aqui. - respondeu Octavios olhando para o visor de

quantum, enquanto John Roberts com uma pistola sônica olhava ao

redor pela vegetação.

- Tenho a impressão de que estamos sendo observados - disse

ele.

- Não há nada em meu visor, deve ser residual. - respondeu

Octavios - vamos, temos muito que fazer e a descobrir.

Tão logo que entraram, a luz do exterior sumiu dando lugar a

uma escuridão que, porém rapidamente deu lugar a pequenos pontos

luminosos.

- São algumas variações de seres com luciferase - disse Dayane

- as leituras quânticas dizem que são oriundos daqui mesmo. Só os

seres que vivem no escuro desenvolvem esta habilidade singular.

- Para alguém da CEET até que você conhece muito de

biologia - disse Roberts.

- Mas em meu tempo fui bióloga até sabotarem meu avião pra

morrer, sendo salva pouco antes pela TEMPUS. - respondeu ela.

- Porque? - perguntou Roberts enquanto utilizando um visor de

visão noturna observava tais criaturas.

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- Digamos que descobri algumas coisas na "natureza" que não

gostaram muito, anomias talvez originadas deste incidente - respondeu

ela - e como tal, quando os fatos não estão a favor deles, alguns tentam

"apagar", porém, nossa existência.

Após alguns minutos de caminhada em descida até o local

finalmente se depararam, com organismos desconformes que parecia

mais uma enorme e única alga terrena que se estendia até as partes de

rochas que não se poderia ver. Porém, havia algumas pequenas

oscilações como pequenos movimentos em reação a presença deles.

Tão logo Dayane colheu algumas amostras do ser e tirou algumas fotos

enquanto Octavios preparou a arma metagênica com amostras e

leituras da mesma.

- Lançarei os vírus sintéticos. - disse Octavios - eles são

biodegradáveis e após a realização da tarefa se desintegram no solo se

juntando ao humo.

Tão logo Octavios lançou um pequeno spray sobre o ser, que

pareceu imediatamente reagir a este, se movendo e fazendo

rapidamente um pequeno abalo sísmico ocorrer revelando o potencial

do ser os assustando.

- Incrível este ser não? Mesmo que seja um só ser, suas partes

separadas reagem em concordância como se tivesse algum tipo de

Quorum Sensing - disse ela ao notar a amostra se mover - mas é

melhor sairmos daqui caso desmorone a caverna.

Assim tão logo subiram a superfície enquanto sucessivos

pequenos abalos sísmicos ocorriam tornando-se visível até a vegetação

por alvoroçar os pássaros que fugiam, em seguida, percebendo tal.

Rapidamente mandaram um sinal de comunicação pedindo autorização

de Teogoras para iniciar uma observação da colônia que ficaria acima

deste ser gigante, a apenas alguns quilômetros dali, e assim obtiveram

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uma vez que os sismos deveriam se estender até lá, logo já ser um tipo

de interferência negativa com aquele ponto do espaço-tempo.

Ao logo de uma hora caminharam se orientando pelo visor e

observando as oscilações do ser pelo subterrâneo por uma monitoração

que acompanhava os sinais dos nano-robores que se espalhavam por

ele, quando a vegetação a frente se moveu e fizeram estes apontar suas

armas pensando se tratar de algum animal assustado com o sismo,

porém, revelando-se ser um homem que saiu correndo como se fugisse

de algo. Era um homem bastante conhecido dele no incidente do século

XII, Max Milles Zulu, um dos cinco desaparecidos do espaço-tempo

que somente depois Roberts e Octavios descobriram!

Rapidamente eles apontaram as armas para o homem que

vestido como escravo, no entanto, não deu a menor atenção ou

surpresa, e continuou a correr os deixando legitimamente preocupados.

- Eu vou atrás - disse John Roberts recebendo o aceno de

consentimento de Octavios, afinal tinham pendências.

Tão logo John Roberts começou atravessar a vegetação

correndo, porém percebeu que não estava sozinho. Entretanto, sem dar

atenção a isto prosseguiu até que Zulu chegou à beira de um penhasco

e vendo-se sem pra onde correr parou ofegante e virou-se para John

Roberts o esperando surgir.

- Receio que vocês chegaram um pouco tarde pra variar, para

viajantes temporais atrasos são uma quase contradição, não acha? -

disse Max ainda ofegante, porém num tom sarcástico.

- De quem você está fugindo? - perguntou John Roberts lhe

apontando a arma.

- A pergunta correta não é de quem, mas sim do que. -

respondeu ele levantando as mãos. - Vamos lá, estou desarmado,

abaixe a arma.

John Roberts lembando-se de ter sido salvo por ele mesmo que

antes fora derrubado pelo mesmo resolveu abaixar a arma mesmo que

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desconfiado olhando a volta quando Max se aproximou e num

movimento súbito lhe tirou a arma e lhe deu um empurrão que o fez

cair no chão e em seguida o imobilizou e disse:

- Sabemos que você não é um mero John Doe, mas que

também isso não é mais uma mera brincadeira na frente do espelho. -

disse Max.

- Afinal quem é você? Porque está fazendo isso? - perguntou

Roberts com o rosto no chão.

- Quem sou não importa, mas sim para o que sou. Mas não sou

exatamente o vilão, apenas uma pessoa que se viu obrigado a fazer o

serviço sujo para evitar o pior. - respondeu ele.

- Você é quem matou o pessoal da colônia? - perguntou

Roberts enquanto era amarrado com uma corda que Max tinha

escondida. - Maquiavelismo não é exatamente algo novo ou original

neste ramo, mas na prática tenho visto apenas criar mais problemas. -

prosseguiu Roberts em tom de sarcasmo. - Porém você ainda não

explicou o que está acontecendo.

- Receio que não deva. Mas também receio que sua posição é

desfavorável a tais piadinhas. - disse o homem misterioso.

Neste momento, mesmo que disfarçadamente John notou em

seu pulso esquerdo uma pulseira de nível quântico similar a da

TEMPUS, que ao ser identificada por ele, o homem notou, e sorriu

dizendo.

- Você é muito perceptivo John, mas infelizmente tento

proteger alguns interesses da própria TEMPUS assim como nosso

próprio mundo, de algo muito maior que a TEMPUS. Vocês não sabem

nem da metade. – disse Max Zulu

- Você não é da TEMPUS. E se sabe mais que eu deve também

saber que se me matar terá conseqüências muito ruins sob todos

aspectos. - respondeu Roberts.

- Posso ser rude, mas não idiota. - disse ele - Na realidade vim

ter contigo, algumas trocas de informações necessárias, protege-lo.

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- Depois do que você falou? - perguntou John enquanto - Se

quer me proteger, porque me prende e me ameaça?

- Posso fazer-lhe uma pergunta? - falou o homem

- Já que perguntou... - disse ele com sarcasmo.

- Você por acaso sabe há quanto tempo às entidades sombrias

neste mundo? - disse ele

- Não, mas talvez tempo suficiente para nos infernizar assim

como você. - respondeu Roberts - O que você quer conosco? Roubar

nossa carteira e nós estuprar? - disse ele ironizando mesmo que

claramente tenso.

- Não sou um ordinário, nem mero trombadinha, mas aqui não

lidamos como meros marginais às leis de qualquer governo, mas sim

perante as próprias leis do universo físico-temporal - disse ele. - Mas se

você prometer se comportar te soltarei logo.

- Para onde você acha que iria, pode falar, tenho todo tempo do

mundo. - disse Roberts.

- Parece haver uma corrida para se atingir essa tal de flor de

mil pétalas - disse Max - mas não somente de homens, mas outros

seres que apenas usam alguns.

The Lost Colony

Tão logo que seguiu o dialogo e Max se acalmou ele começou a relatar

que acabou envolvido naquilo tudo por acaso, mas se viu obrigado não

somente a salvar a si próprio, mas ao saber de determinadas coisas

disse ter vindo de um "futuro" quando a própria TEMPUS foi destruída

e enviado por seus remanescentes. Claro, que na cronologia particular

e fechada desta eles não poderiam interferir com si próprios e assim ele

estando de fora acabou se tornando uma agente honorário mesmo após

o fim desta em sua retomada das cinzas.

- Mas quem, e como destruíram a TEMPUS? - perguntou John

Roberts.

- Algumas coisas têm instrução de não revelar ainda -

respondeu ele - pois pode transtornar a linha do espaço tempo em

espacial à linha dentro da linha que vocês criaram com a TEMPUS

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como forma de tentar observar o tempo de fora, similarmente ao

incidente de Lennox que me jogou nisto. Agora se levante e me leve

até Octavios, pois precisamos conversar.

Tão logo que retornaram até a colônia ela já estava

completamente dizimada, porém deserta, e pelas leituras do visor de

quantum dos dois, Octavios e Dayane lá estavam caminhando pelo

local desolado e completamente estarrecidos pelo que ocorria.

- Acho que nos influenciamos o incidente de roanoke - disse

Dayane se lamentando.

- Duvido um pouco. - respondeu Octavios - uma rápida

passada pelo monitoramento temporal observamos uma normalidade

aparente.

- "Normalidade" a que notei me observando? - disse John

Roberts surgindo repentinamente diante dos dois junto a Max.

- Porque este homem não está preso? - perguntou Octavios -

Você deveria tê-lo rendido, ele deve estar com Designnium!

- Não é comigo que você deveria se preocupar - respondeu

Max Zulu - mas sim com o que está escrito naquela arvore - disse ele

apontando para o local.

John Octavios desconfiado seguiu até o local com Dayane após

este empunhar a arma e dizer que se tentar algo mataria com a arma na

carga limite. Na madeira estava entalhado 'CROATOAN', do qual fez

leituras dos talhos na árvore e disse aparentemente estar normal.

- Tirando o fato de estarmos presenciando o surgimento de

uma lenda urbana do futuro e do folclore norte-americano, não há nada

que seja de interesse meramente histórico. - completou.

- Pois é. Tão logo virá John White e descobrirá tal a entrar para

os livros e etc. - disse Max ironizando - Porém, Croatoan não é apenas

de ligação a uma tribo indígena local, mas sim o nome de uma entidade

sombria, um homo nulus que passou a ser adorado entre os índios pelo

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engano. Eles estão brincando conosco, não são meros arqueólogos

como alguns. - completou.

- Você está sugerindo que um homo nulus foi responsável pelo

fim desta colônia? -perguntou Octavios apontando para os talhos na

madeira.

- Não é um qualquer, mas sim um dos mais poderosos, e ele

não matou a população daqui, mas digamos que a abduziu. - respondeu

ele - talvez estejam formando um pequeno exército.

- Exército de abduzidos humanos pra que? - perguntou ele

- Uma só peça derrubada pode causar o fim, principalmente se

for uma importante. - disse Max - porém, obviamente muito fica ao seu

entorno, o que faz ser a TEMPUS ser a TEMPUS.

- Você quer dizer que querem destruir os Seth para tentar

destruir a TEMPUS? - disse Dayane.

- Agora sim você está quente. - respondeu Max ele com

sarcasmo.

- Mas como?! - perguntou John Roberts.

- Primeiramente como vocês sabem existem lugares no espaço-

tempo do qual vocês não conseguem acessar, vocês se limitam a

preencher lacunas ou corrigir falhas temporais. De Éden a Shangri-la,

existem, porém outros pontos que não são assim tão positivos. -

completou ele.

- Você vai começar a falar de Lemúria e atlantis? Você então

vai dar uma aula de kripto.História para nós, por favor, nos poupe! -

disse John Roberts irritado.

- Espere! - disse Octavios o interrompendo - talvez ele esteja

correto nisso. Você se refere a uma cidade-anomia que não deveria

existir? Nos a registramos junto ao surgimento da anomia subterrânea

neste local!

- Exato! - respondeu Max Zulu lhe apontando o dedo - Tal

deverá ser parecida como uma cidade comum, porém seus habitantes

são alguns destes abduzidos aparentemente "reclicados" a viver numa

penumbra estranha, tipo contra-natural onde seus talentos devem ser

negados a justificar como anomia, é uma cópia da realidade, como um

plágio anomia nosso. Esta é uma das características comum. E lá deve

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haver mais um dos cinco desaparecidos creio. Mesmo que alguns casos

estas aparições de cidades podem ser reflexos ressoantes de outros

tempos.

- Como você sabe disto tudo? - perguntou Dayane.

- Tenho acesso a informações que vocês ainda não tem, assim

digamos, mas sou muito mais dos seus que você pensa. - respondeu ele

- agora que esclareci vocês dê-me licença que tenho de sair.

Assim ele se dirigiu para o meio da vegetação deixando os três

praticamente sem palavras enquanto os observavam com o visor de

quantum no pulso que ele mexia sem nem ao menos temer a arma de

Octavios que lhe era apontada quando de repente se virou e disse:

- Ah! Se você encontrarem, mas alguma cidade que fique

deserta do nada, pode ter certeza que tem influência do mesmo ser

desta viu? E John você vai me encontrar antes de conhece-lo, pegue

leve comigo. - terminou Max e então simplesmente desapareceu, no

mato, e daquele tempo diante do visor de Dayane, enquanto John

Roberts ficou sem nada entender.

Sem mais o que fazer naquele local, tudo que restou a eles foi

retornar a TEMPUS depois de Dayane e Roberts tirar algumas fotos do

local e colher quanto mais dados o possível, e assim ao retornarem

relataram toda ocorrência diretamente a Teogoras que ficou igualmente

perplexo e impotente por saber que não poderia adiantar-se muito no

tempo da própria TEMPUS a não ser uma pessoa, Hebert Stoneset.

- Entrarei em contato direto com eles, porém a missão na

cidade-anomia está em andamento com Kaab e Hanus, vocês precisam

ir até lá encontra-los, porém paralelo a nossa própria linha temporal

interna. - disse Teogoras. - O objetivo é libertar as pessoas da anomia

que lá se encontra e de fato algumas informações batem, e parece haver

pessoas abduzidas de diversos locais do espaço-tempo por lá, a

viverem sem nem saberem quem são e contra seu próprio natural, o

que sempre foram.

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Cansados com a última viagem, afinal mais do que qualquer

coisa o transporte dimensional isto provocava eles tiraram apenas seis

horas de descanso deixando Dayane lá, por temer o que poderia lhe

ocorrer e assim partiram apenas John Roberts e Octavios, pesquisando

antes por uma pequena janela temporal um modo de se infiltrarem

junto a Kaab e Hanus, porém as notícias de lá não eram boas,

aparentemente os dois após terem eliminado algumas criaturas

amalgamas haviam sido pegos e provavelmente iriam querer os

assimilar a anomia!

The Time Supremacy

Enquanto isso a muitos milhares de anos atrás em algum lugar da

África. Lugar este cuja densa nevoa de gases dum pântano parecia

conflitar-se com as águas do mar a se rebaterem nervosamente contra

as pedras, no que se via pelo horizonte eram silhuetas de vegetações

incomuns as típicas samambaias gigantes do período cretáceo, mas

estas intercaladas por grades "bocas-flores" que na realidade eram

armadilhas de enormes plantas carnívoras a devorar animais de porte

médio assim como enormes insetos com ferrões. Tão logo que

surgiram naquele local inóspito Joseph Hanus e Kimberley Kaab

perceberam que sem suas mascaras se intoxicariam a seguirem pelo

local as trajando assim como armas de projeteis articulado -

adaptadores de distância - típicas do final do século XXI.

- Acho que este é o ponto do espaço-tempo mais longe que

fomos - indagou Hanus ao seguirem pelo local que os faziam sentir-se

mais como astronautas num mundo estranho que terrenos em seu

planeta de origem.

- Desvios evolucionários aqui podem gerar uma nova raça de

hominídeo - disse Hanus

- Como no filme Planeta dos Macacos? - disse Kaab em tom de

sarcasmo - pensei que já tivesse ocorrido a exemplo dos neandertais!

- Sem brincadeiras. Devemos destruir o foco desta anomia

seguindo o precursor de quantum. - disse Hanus.

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Neste momento um zunido rompeu por de trás deles os

fazendo virar bruscamente apontando suas armas para sua direção. Era

um inseto enorme com um grande ferrão, quando de repente uma

planta carnívora o devorou inteiro.

- Este bicho está descrito em nosso catalogo? As leituras são

naturais? - perguntou Kaab demonstrando legítimo medo.

- Não. - respondeu ele - é algum tipo de inseto carnívoro e

venenoso. Óbvio que este ponto do espaço tempo não conseguimos

pesquisar muito, pois exige muito gasto de energia, uma vez acabamos

por gerar um blecaute no Brasil e Paraguai em 2009 por causa disto.

Mas vamos ao foco da anomia é por aqui. - Terminou ele apontando o

dedo para o sudeste após olhar o monitor de quantum.

Não demorou muito até chegarem a um local desolado distante

das formas de plantas originais vistas na chegada deles a este local

hostil, revelando um vácuo por uma enorme cratera como um buraco

que se estendia por quase um quilometro.

- Uma explosão? - indagou Kaab olhando o leitor de quantum

assustado.

- Sim - respondeu Hanus vendo também leitor - uma bomba de

quantum diria conforme descrito apenas em teoria por Teogoras.

Parece que alguém foi além e criou uma verdadeira. Observe o leitor,

parece revelar uma seqüência de formas de vidas a de redor.

- Impressionante. - respondeu Kaab. - mas também medonho,

vamos lago fazer o que temos e sair daqui.

O som abafado de suas vozes pareciam ecoar ainda mais

inóspitas naquele mundo repleto de gases e fumaça onde pipocavam

seres esquisitos de todos os lados, quando repentinamente um ruído

como de terra e lama se moveu em sua direção revelando da nevoa um

ser completamente bizarro que abriu-se uma enorme boca, não

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bastando à vista do local que os compreendia ver diversos vultos de

seres que vagavam pelo local.

- Acho que para este temos classificação pela criptozoologia

contemporânea - disse Hanus - um Dobhar Chu um tipo de crocodilo

"mamífero" que é peludo e gigante.

- Pode ser também um Pakicetus remanescente. - indagou

Kaab.

- Pode, mas as leituras não batem. Vamos, temos que acionar a

bomba de antitempo no centro de onde foi colocada a anterior. - disse

Hanus. - ele deve gerar um campo de onda de impacto que rompe as

direções espaciais, mas retrocedendo no tempo criando um pequeno

vácuo temporal como um buraco negro de condições controladas.

- Você é o expert não eu. - disse Kaab demonstrando medo

genuíno quando novamente um ruído irrompeu novamente pelos ares

revelando um enorme mamífero alado que sobre eles voou, fazendo

Hanus atirar imediatamente contra este o derrubando no chão morto.

- O circo de horrores deve ter começado aqui. - disse Kaab -

obrigado por me livrar desta! Seria um Ahool - perguntou ele vendo

imagens referentes pelo leitor de quantum.

- Ou um Kongamato, um tipo de morcego gigante, estudado

pela criptozoologia que pelo jeito nunca terão a chance de provar se foi

verdade, pois lá é apenas um eco daqui.

- Mas pode ser também um Asema como da lenda do

Suriname. - disse Kaab revelando um claro declínio ao mistificar o

assunto.

- Qualquer hora você acreditará que aquela ilhota é um peixe

gigante como o Jasconius. - respondeu Hanus apontando para um

aglomerado de rochas não longe no mar.

A estranha explosão de vida que naquele local ocorreu

demonstrava um desvio completamente bizarro, mas mesmo que estes

estivesse monitorando cada passo por vídeos e fotos tal como leituras

de quaisquer energias e suas fontes, o lugar atraiu em muito o olhar de

pesquisador de Joseph Hanus pelo fascínio dos desdobramentos que

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lhe proporcionou a diversidade semi-alienigeno que lá habitava num

habitat praticamente singular em todo espaço-tempo continum. Da

ilhota naquele local, um enorme pescoço se ergue da água revelando

um ser exótico que, no entanto, parecia ser o único original.

- Creio que agora encontramos um Champ como a do lago

Champlain dos Estados Unidos! ou seria um Mokele-mbembe ou

Morgawr? - apontou ao longe Kaab.

- Vamos Kaab, deve ser apenas um plesiossauro do qual relatos

futuros podem ser não mais que uma transladação acidental ou

renascente mesmo.

- Mas tal explicaria o porque tais relatos são tão vagos e

confusos - respondeu Kaab e em seguida resmungando ao descer o

buraco do local repleto de pedras. - repare, as leituras saltam!

- Por isso não podemos perder tempo, certamente o sinal difuso

deve impedir que saiamos a partir deste ponto. - respondeu Hanus

concentrado em seu objetivo por mais interassado que tivesse.

- Poderíamos comercializar a idéia com um jurassic park

anomia. Uma pena. - disse Kaab.

- Vai render um bom documentário para nosso futuro com todo

material coletado. - respondeu seu parceiro já muitos passos à frente.

- Quero que coloque o nome daquele bicho, o meu! Eu

descobri! - disse Kaab rindo.

A esta altura Hanus que costuma ser um homem sério já estava

se irritando com Kaab em tanto fazer piadas como uma maneira de

extravasar seu medo do local. Mas não demorou muito quando no

centro da cratera se encontraram, e Hanus retirou duma mochila atrás

dele um artefato não muito grande cabendo nas duas mãos e em

seguindo o colocando no chão para aciona-lo. Tão logo o timer marcou

18 minutos, um pouco mais de tempo que levaram para eles chegarem

até lá, a fim de dar tempo de que saíssem até um ponto de sinal mais

estável do espaço-tempo. Porém, quando Hanus colocou o dispositivo

acionado e seguiu em passos acelerados novamente um ruído nervoso

surgiu entre eles, na verdade vários.

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- São humanóides! - disse Hanus.

- Talvez os pares do Loup-Garou ou Orange Kubu da

Indonésia. - disse Kaab olhando para o visor de quantum, mas desta

vez demonstrando claro o nervosismo ao apontar sua arma para

diversas direções.

O que se viu em seguida, no entanto, não se configurava com

qualquer primata, mas seres humanóides como reptilianos, um destes

montados sobre uma espécie de crocodilo-rinocerante em que a

criptohistória futura relatava como um Emela-Ntouka junto a outro ser

ainda mais bizarro como um amalgama ambulante, como um anfíbio

que tinha apenas as pernas dianteiras classificado por Tatzelwurm.

- Legal, o zoológico do bizarro nos visitou. - disse Kaab dando

um tiro em seguida, sem pensar praticamente.

- Não atire! - gritou Hanus apontando as mãos para ele - Isso

pode provocar mais sua raiva, vamos sair.

Porém, o estrago foi feito quando Kaab deu aquele tiro fazendo

gritos ecoarem pelo local pelas bocas dos próprios reptilianos fosse

eles nativos dali ou não, e em seguida começarem a correr atrás deles o

forçando ao mesmo, correr

Já havia passado longos minutos quando alcançaram o topo da

cratera saindo desta quando Kaab praticamente aliviado viu um objeto

saltar da espessa nevoa sobre ele. Era a bomba ativada colocada por

Hanus, restando apenas 5 minutos!

Eles nem ao menos conseguiram dizer nada, apenas se olharam

num profundo medo pelo esforço vão e agora até mesmo Hanus quase

em pânico não podia negar o problema.

- Presumo que você possa desativa-la. - disse Kaab jogando a

bomba pro seu colo.

- A questão é se consigo a tempo destes monstros chegarem! -

respondeu ele passando a luva sobre o capacete como se tentasse

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enxugar o suor, pois estava realmente suando. - arme guarda e atire pra

matar! - disse ele para Kaab.

Os zumbidos aumentavam em meio a nevoa como se fossem

mortos-vivos dum filme de terror em sua insurreição, quando Hanus

simplesmente afastou suas duas mãos da bomba que estava no chão

dizendo:

- Acabei com o problema! Tive uma grande idéia! - falou ele

nervosamente vendo que restava agora pouco mais de 2 minutos.

Joseph Hanus pegou sua arma de assalto similar a um rifle e

com um projétil sobressalente do lado de fora do cano, pegou uma

massa e uma corda fina que tinha e amarrou a pequena - mas potente -

bomba no projétil e recalculou a trajetória do tiro em relação ao peso

da bomba amplificando o impulso do tiro no contador.

- MacGayer, espero que você saiba o que faz. - disse Kaab.

Mas sem responder ele apontou a arma para o alto em direção

ao centro da cratera a atirou no momento em que as criaturas bizarras

começavam a surgir da nevoa sobre eles. Eles observaram a trajetória

do objeto por um momento e em seguida eles correram como se já

soubesse que se não o fizesse não somente poderiam ser atacados pelas

criaturas como mortos pela explosão correrem. Até que chegaram a

beira do mar, nas rochas, e ativaram por seus visores a fim de que

fossem lançados a próxima fase da missão deixando um vácuo

temporal sobre os seres horrorosos que saltavam sobre eles no

momento, armados com lanças e facas. Porém, um clarão irrompendo

por de trás os fazendo olharem e ao ver seus corpos como se

começassem a decrescer, agonizaram até terem seus tamanhos

reduzidos a serem engolidos pela luz não menos bizarra mediante

aquele local deixando um eco quase non-sense dos seres que o

precederam.

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Hanus e Kaab ressurgiram assustados no chão, mas num lugar

aparentemente muito melhor que aquele, atmosfera com céu azul,

vegetação aparentemente comum o que fez Hanus retirar o capacete-

mascara aliviado e em seguida Kaab que ao ver as leituras de que tal

havia conseguido sucesso fez Kaab começar a rir e em seguida Hanus

no chão de terra, quando repentinamente um barulho do mato surgiu

revelando diversos homens que apontaram antigas armas de projeteis

como do século XX para eles. Da frigideira para panela de pressão.

- Grandes saltos evolucionários, mas um pequeno passo para a

humanidade. - disse Kaab.

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Parte VIII

Uma Cidade Qualquer

Equinócio do Tempo

Um lindo campo cujo gramado esvoaçando com o vento tranqüilo que

soava por este longo campo repleto de flores amarelas próximo ao mar

cujos sons das ondas pareciam ritmar o movimento destas foi

interrompido por um som de sininhos revelando uma bicicleta com

dois jovens - na verdade um jovem casal de pré-adolescentes. Caíram

sobre o gramado e rolaram rindo das brincadeiras que faziam, sem

qualquer preocupação. Porém, rapidamente uma sombra surgiu

aparentemente do nada sobre eles revelando dois homens grandes que

com um sorriso maldoso revelando seus dentes podres lhes cercaram

fechando seus punhos como que fossem ataca-los violentamente. E

então gritos irrompeu a sinfonia dos ventos e ondas até uma pequena e

aconchegante cidade típica do mediterrâneo, construída a beira do mar,

e revelou assim outros homens similares que pareciam vir de todos os

lados a cercando.

O tempo se passou, e logo a seguir o que se viu foi uma cidade

deserta cujas portas e janelas ainda abertas diante da noite abriam e se

fechavam sem parar com um vento, cruelmente gélido quando

repentinamente um clarão aparentemente devorou todas as formas de

construções daquela simpática cidade de remotos tempos a uma

penumbra existencial, deixando apenas uma enorme cratera apenas

iluminado pela luz da lua.

Muito distante daquele lugar no espaço-tempo, silhuetas altas

de diversas residências se dispunham no horizonte se confrontando em

contraste com o habitat externo de selva e o céu azul. Parecia mais

como um pedaço de civilização dentro de alguma floresta equatorial

típicas em locais como da Europa.

Era uma cidade aparentemente como outra qualquer. As

pessoas tinham uma rotina, um cotidiano do qual aparentava um lugar

comum bem como outras cidades. No entanto, essa cidade além da

superfície do aparente era diferente, havia algo como um fantasma que

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rondava estampado nos rostos de cada um dos habitantes como reflexo

de algo jamais dito como uma mokita sem expressão, o medo sentia-se

no olhar das pessoas, em cada gesto, algo que parecia leva-los a muitas

vezes se trancarem dentro de seus lares em determinados períodos após

o trabalho. Era como se elas não fossem verdadeiras, não fossem elas

mesmas, a felicidade soava mais como uma mera palavra, um placebo

induzido por misteriosos sonhos que conflitavam com eventuais

memórias destoantes sobre suas origens, pois elas não tinha passado,

não tinham origem, não tinham história, não tinham identidades, mas

como papéis vagavam carregados por ventos artificiais a sopra-las para

onde quisessem.

Havia um mal que parecia vagar sorrateiramente por cada rua

deserta daquela cidade, de sombra em sombra a pular adentrando nem

sempre as casas, mas o ímpeto das pessoas as tornando em seres

covardes e acorvadados. De perto, então, a cidade ganha contornos

perigosamente tristes.

Mais uma manhã, Dominic Kaspar, um jovem típico daquela

cidade, de aparência rústica, cabelos crespos completamente rebelados

e com dois dentes faltantes em sua boca, era de baixa estatura e

curiosamente um padrão de beleza naquela cidade. Muito respeitado

pelos habitantes e os visitantes que ao passarem no posto de gasolina

que ele trabalhava a beira de uma suposta interestadual do qual

ninguém jamais ousou atravessar de fato. Dominic parecia ser uma

quase celebridade, pois mesmo que a cidade estivesse localizada no

meio do nada, todos pareciam conhece-lo, ainda que sendo um simples

frentista, pois ele era um grande filosofo e escritor.

No entanto, algo o incomodava juntamente aos demais, um

amigo muito estimado por ele simplesmente desapareceu do dia para a

noite. Porém, isto não era muito falado entre as pessoas daquele lugar

misteriosamente, simplesmente a população todos os meses mudava

seu número de habitantes para menor, encolhendo literalmente. Uns

chegavam dizer escondidos que se tratava de um caso de abdução por

alienígenas, e outros ataque de vampiros, e até mesmo duma trama de

temponautas quando não lá estavam abduzidos. Mas estes que tal

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diziam, de um dia para outro, ou também sumiam ou ressurgiam como

se fossem verdadeiros mortos-vivos ignorando tudo e a todos.

Mas argoz dor do desaparecimento como uma pedra no rim

soou tal como uma gota dágua restante na constante sensação de

estranheza de Dominic, desde que ocorrera tal caso o entregando a uma

silenciosa paranóia assim como os demais a rondar cada esquina

daquela cidade de ilusões.

Assim ao sair do trabalho ele passou numa barraca para tomar

caldo de cana que ele tanto amava, naquele quase conglomerado de

culturas divergentes como se fosse um pouco de cada cidade.

Aproveitando a oportunidade resolveu trocar umas palavras com o

homem que fazia o caldo, um astrofísico que se identificou por

Octavius, e lá se encontrou a tempo mesmo que tais novos habitantes

não fossem surpresa assim como os desaparecidos. Após Octavius

mostrar alguns cálculos complexos de física quântica este agradeceu,

porém, em troca discretamente perguntou por dois homens que

estariam e trajes muito pouco usuais áquele local. Após ignorar ter os

visto mesmo que o bizarro e sinistro não fosse exatamente um

escândalo naquele local, Dominic acostumado com mais este pedido se

retirou agradecendo.

Mas um dia havia chegado ao fim, e ele sobreviveu para repetir

e se repetir, novamente e novamente no dia seguinte e assim quando

rumava a residência uma pessoa o chamou. Era Deolinda, uma

engraxate que era sua vizinha pedindo para espera-lo para ir junto com

ela antes de anoitecer. E assim foi. No caminho enquanto ia

escurecendo e as luzes dos postes iam se ascendendo uma por uma,

seguindo algum tipo de ordem, ela perguntou como ele se sentia após o

desaparecimento de seu amigo, afinal ele era PhD em psicologia, pobre

garçom. Mas sem muito o que dizerem, claramente em seus olhares

expunha determinados receios até que ela entrou em sua casa, depois

de se despedir dele, e a luz do poste enfrente a casa dele se apagam,

misteriosamente, como muitas vezes ocorria.

Depois de tomar um banho e relaxar, este se sentou para ver Tv

antes de dormir como todos os dias fazia após chegar do trabalho

doloroso e muito mal remunerado, enquanto passava num programa

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uma entrevista com a escritora Odemira Násser e o cantor Saião Mirta,

da rica família Mirta. Dominic pega uma foto em que tirara com seu

amigo desaparecido. Johnson Scott, muito bonito, alto e moreno,

Dominic com seu olhar exalava quase palavras de tristeza enquanto se

escutava as pessoas na Tv debatendo alegremente temas sobre contos

filosóficos do livro de Odemira, entrevista que já havia passado umas

cinco vezes. Este então pegou um pequeno papel, onde Octavius, o

homem do caldo de cana lhe passou, que ao virar havia alguns números

do qual na realidade era um código para Dominic, uma mensagem, que

ao decifrar revelou uma pessoa que deveria procurar para saber sobre o

seu amigo desaparecido. Era João da Silva...

Como consegui perceber isto? Se perguntou Dominic e seguiu

endagando-se, quem era João da Silva? Alias quem era Octavius? Se

perguntou o pobre homem desiludido e carcomido dia após dia por um

vazio retumbante que ecoava em seu coração como se tal pedido fosse

seu próprio sentido de existir, mediante essa doença do vazio

existencial que todos os dias parecia não somente mata-lo em lentas

punhaladas, mas a população como lemmings deliberadamente

orientados a um penhasco sem fundo, sem fim.

Todo Talento deve se castigado?

No dia seguinte, Dominic se levantou subitamente a perceber que havia

adormecido ali mesmo, no sofá. Correu, principalmente porque queria

encontrar-se a tempo com sua vizinha. Deolinda era uma bela mulher

do qual Dominic com dificuldade se aproximou mesmo sendo sua

vizinha. O local verdadeiramente, não fosse pelos problemas sociais

traziam ventos frescos de esperança, como daqueles que num renovo

distante da poluição da interferência faziam todos os que sonhavam

acreditar que estes sonhos de liberdade poderiam ser possíveis. Isto é,

aqueles que ainda se lembravam. Após comer rapidamente, como

quem come andando praticamente engolindo o desjejum seguiu aos

tropeços deixando o papel com as anotações para trás e abriu a porta da

casa com uma maçã na boca como se fosse um alvo de treinamento de

tiro ou um porco abatido indo para o forno.

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Porém, tão logo, percebeu que não era o único a sair naquele

horário, praticamente todos os vizinhos se dirigiam quase

sincronizadamente aos seus portões como se fossem robores recebendo

comandos por choque, enquanto os postes por sua vez apagavam suas

luzes aleatoriamente. Mas obviamente seus olhos no momento apenas

procuravam Deolinda que se revelou na casa ao lado com seus cabelos

arrepiados com um súbito vento dando-lhe a impressão de ser como

uma medusa. Mas ignorando tal, rapidamente se dirigiu a jovem

segurando suas pastas enquanto ela ajeitava seu cabelo e então

seguiram conversando pela rua junto a tantos outros que assim faziam.

De fato ela havia dado todos os sinais típicos de uma jovem

que estava legitimamente interessada nele, e talvez por isso quando

chegaram ao local onde ela trabalhava, uma sapataria ficaram por

alguns minutos conversando quando surgindo um guarda do nada e

levantou seu cassetete entre os dois e sorrindo para a jovem encostou

tal sobre seus seios e disse para o homem.

- Você está proibido de fazer sexo.

- Porque? - o indagou - Só estava conversando com ela!

- Você usou seus talentos para lucrar com estes! - disse o

homem após apreciar o traseiro da mulher - Deus errou ao faze-lo deste

modo! E por isso deve pagar...

- Você quer dizer que Deus não sabe o que faz? Um teste

vocacional nesta cidade a destruiria - disse Dominic, enquanto

Deolinda demonstrou verdadeiro nervosismo e assim ele continuou. -

O chão é o mesmo para todos nós, a terra, assim como o ar é o mesmo,

assim como as leis sejam naturais ou de um governo.

- Não ouse desafiar a autocracia! - disse quase esbravejando o

homem - cada um é cada um, para ser todos cuidados de cada um.

Antes que ele respondesse mais alguma coisa, o homem

levantou o cacete lhe ameaçando atingi-lo na cabeça enquanto as

pessoas olhavam e fingiam que não viam o que ocorria por demonstrar

profundo medo.

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O homem retirou um papel de advertência para ele e então este

guardou em seu bolso, dizendo em seguida que estaria observando

especialmente ele. Uma vez tendo acabado seu prazeroso contato com

a jovem, Dominic se despediu obviamente entristecido como quem a

dissesse acordado de um sonho para um pesadelo que era aquele

mundo, e assim se focando num modo de fugir e poder ser ele mesmo,

finalmente ter um sentido de existir, e agora ele tinha um nome por

mais improvável que fosse, e o nome era João da Silva. Este misterioso

homem ninguém sabia quem era, ou onde morava. Era um senhor do

qual se dizia ser responsável por todos os ditos populares daquela

cidade, o narrador por de trás de cada mito ou lenda, a fonte legítima

de todo o saber daquele lugar. Era um anônimo famoso, era alguém,

era ninguém, era mais um meme peranbulante por mentes desesperadas

que uma pessoa a compartilhar espaço com sonhos discrepantes onde

cada qual vislumbravam estarem em lugares e tempos diferentes.

E por isso, no dia seguinte, aproveitando que era sua folga

depois de seis anos de trabalhos sem férias, ele resolve seguir as pistas

dadas por Octavius, chegando até um barraco no pé do morro onde

morava um senhor idoso, que ao perguntarem as crianças que

cercavam um menino negro de uma perna só, veio até Dominic e disse

que a casa dele era ali mesmo. Após com certa dificuldade conseguir

passar por elas, bateu na porta e escutou uma voz abafada dizendo para

entrar. O som da Tv entrecortava o ranger da porta e logo viu um

homem curvado sentado de costas para a entrada. Estava escuro e

assim não era possível ver seu rosto, apenas a textura do ambiente

mudava graças à variação das luzes da tela da Tv.

No entanto, curiosamente João parecia saber o porque dele

estar ali. E disse sem demora se queria saber onde estava seu amigo.

Impressionado, Dominic, estranhou de tal modo que por uns instantes

chegou a pensar que este estaria envolvido de alguma forma, e quis se

aproximar dele para ver seu rosto, mas antes que pudesse este se

levantou e foi até a cozinha.

Daquele lugar escuro, ele pegou algo, e receoso Dominic deu

dois passos atrás, quando ao se aproximar a luz da Tv iluminou parte

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de seu corpo revelando ser na realidade uma xícara de chá para ele, que

cordialmente lhe ofereceu estendendo a mão para ele se sentar.

Dominic, num misto de respeito e medo falou que a muito

ouvia falar dele, mas não poderia se demorar, quando então João pegou

um papel e anotando algo com um lápis velho e muito pequeno disse

que deveria evitar os "controladores de massa", eles eram o próprio

inferno. Foi então que ao levantar o papel revelou uma série de

inúmeros nomes de tantos e tantos outros desaparecidos naquela

cidade. Mas a pergunta que ele fez, foi o que mais chamou atenção de

Dominic.

- Você se lembra quando era criança? Ou talvez quem é sua

avó, suas tias? - perguntou João.

Porém, como compelido quase automaticamente este

respondeu que tal pouco importava naquele momento se não aqueles

que conhecia e sumiram. Não bastando descontente com tal, Dominic

disse que seu amigo, por não ser o único a desaparecer, havia

desaparecido em circunstâncias similares aos demais, do qual havia

dito para Dominic um dia antes que havia visto algo que o assustara

muito, e nervoso parecia literalmente ter corrido para sua casa.

João então receoso disse para ele que a fonte de todas as suas

dúvidas e perguntas estavam na chamada Pizzaria do Anoitecer, um

imenso restaurante mantido pelos Mirta, e frequantado pelas

celebridades da cidade. Desapontado, Dominic saiu.

O curioso, no entanto, é que os Mirta na realidade não era uma

família, mas como se autodenominavam aqueles que controlavam a

pequena cidade de poucos quilômetros quadrados no meio do vazio, do

nada, com uma estrada que diziam chegar a lugar algum. Eram homens

e uma misteriosa mulher assombrosamente bizarra.

Após ficar o resto do dia refletindo no banco de uma praça,

resolveu ir até a tal Pizzaria durante a noite. No caminho encontrou

uma antiga amiga dele, uma ex-miss que se prostituía por cinco 'inras',

a moeda local. Ao revelar que estava indo até o local, ela disse que não

seria tratado com respeito, afinal ela mesma era obrigada a viver

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naquela vida por mais bela que fosse. E ao lembrar de seu amigo, um

chef de cozinha daquele restaurante que trabalhava como camelô, após

ser substituído por um dos novos Mirta que cozinhava para um

botequim, ela falou que naquele lugar não iria ter oportunidade

alguma, mas antes iria ser tratado como um bicho.

Mas Dominic, como ingênuo persistente, seguiu em frente. Ao

chegar sentiu uma clara discriminação, as pessoas olhavam para ele

com tamanho desdém que fazia ele se sentir desconfortável naquele

lugar. Não estava desarrumado mas, era como se todos discretamente o

observassem adentrando o recinto por pouco não sendo abordado por

um segurança que por falta de motivos não poderia coloca-lo para fora.

Mas ficara rodeando próximo quando o vira se aproximar de um

garçom.

O Desconforto era tanto, que o fazia se sentir quase como um

marginal naquele lugar, mesmo que sendo em puro luxo, e repleto de

gente importante, ele sentia penetrar por seus olhos tamanha

negatividade que o fazia sentir-se enfraquecido até a exaustão, como se

algo subtraísse suas forças. Após falar com o garçom ficou a aguardar

o gerente.

Ao olhar para a mesa do lado observou que lá estava Odemira,

extremamente gorda e com os cabelos desgrenhados, ela não tirava os

olhos dele como se o secasse, assim como Saião Mirta, um dos seres

mais esquisitos que já vira, calvo, baixinho e com um imenso nariz, ele

no entanto estava cercado por duas mulheres espetacularmente belas.

Até hoje, Dominic não era capaz de compreender como um homem

que cantava tão mal conseguiu ganhar discos de platina e de ouro,

enquanto todos diziam que os escritos de Dominic eram medíocres.

No entanto, o pensamento de Dominic lhe escapava, sentia-se

como se tudo a sua volta começasse a girar até sua vista escurecer que

ao virar-se para o lado simplesmente desabou sobre uma mesa

derrubando diversos pratos e fazendo a maior barulheira. Desta vez

fora ele quem apagou...

Ao abrir os olhos, o embaçar ia desaparecendo lentamente até

os objetos a sua volta começarem a tomar forma e tornando-o capaz de

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tentar identificar o lugar onde estava, porém era outro recinto,

igualmente opulento e enorme, mas vazio.

Seus olhos rapidamente correram de um lado a outro sem

encontrar ninguém o deixando nervoso, até que ao se levantar viu um

homem na porta de um elevador, como uma espécie de recepcionista

que lia um livro chamado 'Através do Espelho'. Assustado, Dominic

lhe perguntou o que lhe acontecera e o homem disse:

- Você apagou, então lhe trouxe até aqui, pois não desejava

falar com Baron Mirta?

Surpreso por ter conseguido mediante os obstáculos, Dominic

presumiu que fora pelo fato de desmaiar e que para não se chamar à

atenção fora levado para lá. Baron Mirta era o patriarca desta fictícia

família Mirta presente em todos os lugares, da política, na arte, e até

nas religiões, numa espécie de monopólio do qual os colocava numa

posição de cobrar impostos, mais impostos do povo, por qualquer

coisa.

Ao se levantar, o homem do elevador então abriu a porta e

apertou a tecla de um dos andares sem que ele visse. Ao entrar e a

porta fechar depois de um breve interlúdio sob a trilha sonora de um

funk (play-back), a porta se abriu revelando uma imensa mesa na

frente de uma janela cuja vista revelava toda a cidade. No meio do

enorme sofá vermelho, estava Baron Mirta quase como que se

estivesse sendo engolido por ele enquanto um homem estranho de

sobretudo duma aparência completamente simétrica e plástica saiu do

local. Ele então se virou de uma dezena de diversos monitores de onde

via todo o movimento não somente da pizzaria, mas da cidade e antes

que este dissesse algo ele falou que não poderia dar a resposta de onde

estava seu amigo.

Novamente surpreso Dominic antes que abrisse a boca, ficava

se perguntando como estas pessoas conseguiam saber de tudo antes

dele saber, e o principal como sempre um dizia que outro tinha

resposta, e quem deveria tê-la de fato. Baron então falou algo que o

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deixou ainda mais confuso, ele disse que não era quem

verdadeiramente governava.

Havia um homem próximo a uma usina hidrelétrica que no

subterrâneo vigiava cada habitante e era responsável pelas luzes da

cidade. Identificando-o apenas como O Zelador, deveria procura-lo a

fim de sanar suas dúvidas.

O Zelador

Muito desapontado Dominic saiu do recinto passando por todos no

restaurante que em silêncio agora os acompanhava, era muito mórbido.

Ao pegar a rua, por onde ele passava as luzes dos postes apagavam,

mas não era meramente azar, ele agora era capaz perfeitamente de

entender aquilo. Na central de luz da cidade havia uma enorme sala do

qual contia os interruptores de cada poste público da cidade do qual um

homem ao anoitecer ia passando por uma escada como daquelas das

bibliotecas acendendo tudo, interruptor por interruptor, era O Zelador.

Porém, ao lado havia uma outra sala maior, repleta de

monitores de câmeras externas e internas onde se acompanhava o

movimento de todos da cidade e aqueles que ele não gostava ia até ao

relativo interruptor e apagava a luz dos postes onde este passasse.

Entretanto, após Dominic pegar um ônibus desapareceu.

Depois de um longo período de silêncio que agonizava O Zelador, ele

de repente escutou o som da campainha. Tomando imenso susto ao

localizar a equivalente câmera, ele se deparou com o rosto imenso de

Dominic na tela, fazendo este cair da cadeira e perder os óculos fundo

de garrafa que ele usava, apenas re-encontrado após tatear alguns

instantes. Revoltado, este vai até a porta da usina pegando um micro-

fone e fala que não vai deixa-lo entrar.

Determinado, porém, Dominic jogou seu casaco sobre um

cercado de arame, sobre este farpado do alto e pulou. Nervoso, o

Zelador completamente magricela então abriu um painel onde revelava

mais algumas câmeras e junto alguns botões, apertou um que fez abrir

um buraco no chão que o jogaria diretamente do alto da represa, mas

Dominic se esquivou se agarrando num cano que se partiu deixando

escapar muita fumaça, mas não antes dele sair da armadilha. Seguindo

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enquanto o Zelador aos berros dizia que iria mata-lo, acionou uma rede

que vindo do chão visava prende-lo, mas esta nem perto dele passou.

Ao alcançar a porta, com um chute ele a abriu, dando tempo

apenas do Zelador sair correndo dando uns grunhidos finos e histéricos

e deixando um livro que lia no caminho 'O Mágico de Oz'. Tremendo

por de trás de um imenso computador que emitia um ruído intermitente

e constante, O Zelador disse que os ordinários chegariam logo, logo

ali. Perplexo Dominic o agarrou pelo jaleco sujo e o levantando disse

que queria saber do amigo dele. Então nervoso o Zelador disse.

- Somente Adrastéia sabe, não brinque com Deus, pois Ela é.

Já sem paciência Dominic perguntou onde deveria acha-la, e o

largando foi até os monitores e num teclado digitou o nome dela

enquanto O Zelador se encolhia num canto em pânico. Então piscou na

tela a mensagem escrita: nível restrito vermelho. Franzindo então a

testa Dominic se virou e viu que O Zelador tinha um cartão com este

acesso pendurado no jaleco. Arrancando-o passa este no computador e

dá um click revelando o lugar, exatamente no prédio onde era a

pizzaria.

Ao retornar a Pizzaria um homem na portaria diz que ele não

pode entrar, mas quando ele revela o cartão vermelho este se assusta e

diz para ir por de trás, no acesso de empregados. Ao entrar por um

estreito corredor e segui-lo até o fim leva um enorme susto ao ver uns

homens passando com um volumoso tapete tirado de um caminhão,

mas que ao verem o crachá na mão dele pararam recuando com grande

temor. Chegou até o acesso, a um elevador, e ao apertar o botão

fazendo este abrir a porta e o homem que antes o havia atendido fica

em pânico ao ver o cartão na mão dele ao passa-lo no painel do

elevador, liberando um andar não especificado neste e, em seguida

aperta o botão para o próximo andar que ao chegar neste saí correndo

por um longo corredor até entrar num banheiro próximo a seu fim.

De repente, silêncio se faz, e a porta ao se abrir revela um lugar

estranhamente deserto. Porém, um grunhido o chamou a atenção, eram

dois homens que por uma pequena janela de poucos centímetros

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tentavam se expressar com os olhos pedindo socorro e murmurando

algo indecifrável por estarem com uma atadura na boca. Dominic sai

receoso e escutando seus próprios passos ecoando no pelo saguão

vazio e segue até a maior das portas locais, a única que estava escrito

Elora Adrastéia, a maior, e foi até ela. Ao abrir viu curiosamente uma

mulher com um vestido velho e sujo tendo a única saída outra janela

que mostrava a vista de toda cidade tal como a de Baron, mas esta

ainda mais alta. Dominic tentou abrir a porta próxima, porém, em vão,

e então disse que tentaria voltar.

Elora Adrastéia, essa mulher ele só havia curiosamente visto

em sonhos, na realidade pesadelos do qual parecia querer falar-le

coisas ruins, mas ali ela tinha um charuto na mão, e de uma aparência

suja, branca, quase Albina, se virou mostrando uma aparência

simplesmente feia, repleta de espinhas no rosto que apesar da idade

dava-lhe uma impressão indescritível, enquanto em suas mãos tinha

dezenas de pastas e uma antiga máquina de escrever onde ela escrevia

destinos absurdos para muitas pessoas. Numa das pastas o nome de seu

amigo, diante desta com uma cara de desdém ergueu até ele sem falar

nada, e cuidadosamente ele a desfolhou, vendo fotos e detalhes

íntimos, até ver uma página escrita seguimento do Caso #1, Ordem

785. Com o tom de revolta suprimida pelo medo de estar diante

daquela estranha mulher, ele ainda perguntou porque e o que aquilo

significava, e ela então começou a contar uma história muito antiga.

Future Imperfect

Elora Adrastéia, ainda era jovem, num lugar muito distante dali, mais

do que ele era capaz de imaginar, pois sua distância era medida,

sobretudo em tempo, não quilômetros. Enquanto caminhava por um

lugar abandonado encontrou um estranho objeto dentro das ruínas de

uma indústria. Era uma pequena agenda do qual ao abrir viu relatos de

estranhos de outros tempos e uma estranha pétala multicolorida que

jamais havia visto. Perplexa com aquilo olhou a volta como se um

ruído ocorresse. Foi quando então, o chão e as paredes tal como o ar a

sua volta oscilassem e simplesmente desaparecessem a sua volta.

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Ela desmaiou e ao acordar acreditando se tratar de um mero

desmaio se levantou, mas para perceber que se encontrava num lugar

diferente, muito diferente do que ela jamais esteve, onde se encontram

aquela cidade. Ela caminhou até que finalmente encontrou um outro

homem, Anderton Mirta, que se dizia estar na mesma situação, os dois

igualmente desorientados, porém, tão logo foram abordados no imenso

espaço vazio em que se encontravam numa floresta equatoria,l um

homem estranho de aparência plástica que se identificou por

Designium, este homem lhe falou que ele fazia parte de algo especial

que mudaria o mundo e o tempo para sempre e tão logo outros

chegariam aquele local. O tempo passou, e mesmo que naquele lugar

houvesse um pequeno celeiro onde os dois ficaram nada aconteceu,

estes então leram uma agenda, descobriram que tal tinha sido escrita

misteriosamente naquele lugar onde haveria dois corpos enterrados.

E Nesta tal misteriosa pétala teria poderes sobrenaturais de ver

o futuro, passado e alternativas mediante o livre-arbítrio. Ao utilizarem

tal, Adrastéia teve para sempre sua percepção alterada ao ter uma

compreensão única daquele lugar através dos tempos, e insights futuros

de que deveria construir algo naquele local, porém num ataque de

delírio e devaneio esta impediu que Anderton Mirta a utilizasse mais, e

tão logo, este passou a espia-la com a invenção de tirar tal relíquia que

a fez saber de coisas que não tinha como saber inclusive sobre ele

mesmo.

Porém, na manhã seguintes pessoas estranhas e igualmente

perdidas começaram a aparecer pelo enorme terreno deserto cercado de

florestas, se questionando sobre onde estavam e quem ela era. Os dois

assim sentindo-se ameaçados de seu segredo, resolveram ocultai-lo,

mas sendo constantemente vistos, um dos jovens num dia o

descobrium, e num ataque de delírio Adrastéia o apunhalou o matando

durante a noite. Desesperada, pediu auxílio de Anderton para ocultar o

corpo dos demais junto aos dois mortos, porém, os outros sentiram sua

falta, criando um clima negativo. Um homem se aproximou certo dia e

os chantagenado disse que havia os visto enterrando o corpo e se não

quisesse que revelasse seu segredo deveria contar-lhe o que mais

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escondiam, mas ambos cobiçosos dissimularam e ao demonstrar

ganância armaram um laço para lhe matar igualmente, e assim foi.

Mas eles não esperavam que o local que se construía a seu

entorno tomava grande vulto, com casas rústicas e de madeira e tão

logo se vendo isolados e sem esperanças de retornar a seu tempo, pois

todos conforme se conheciam notaram que cada um era duma parte

diferente não somente do mundo, mas do tempo, resolveram assim

começarem uma comunidade tendo sob a liderança, por ter

conhecimentos estranhos sobre aquele local a própria Adrastéia. Mas

estes não sabiam porque, um número crescente de pessoas desaparecia,

o que pouco a pouco levavam a Anderton e Adrastéia como suspeitos

por na realidade matar um a um a fim de ocultar seus segredos e fonte

secreta de seu saber. Até que num certo dia as pessoas tramaram contra

os dois e estes encurralados em seu celeiro matando Anderton, e ela em

desespero notou que o misterioso Designium havia retornado.

Junto com outros homens, rapidamente tratou de dispersar a

multidão fazendo revelações esplendorosas de onde veio e o porque de

lá estarem. Porém, tão logo à medida que todo tipo de tecnologia para

lá era levada eles começaram a ter sonhos tão estranhos que pareciam

os consumir em suas memórias até que eles as foram perdendo, pouco

a pouco, assim como suas identidades e voltando a se perguntarem

quem eram, de onde eram, e o que faziam, apenas quebrados por

sonhos eventuais sobre seu tempo de origem. E assim nasceu esta

cidade, numa penumbra existencial onde apenas Designium retorna a

levar alguns destes ao seu benefício próprio e que ela mesma

desconhece, como se ele fosse um ceifador, enquanto Adrastéia se

incumbia de escrever sobre o que aqueles homens e mulheres daquela

cidade tinham de fazer. E assim o celeiro se tornou uma pizzaria onde

reinava a mediocridade e a mentira como centro de todas as

assombrações daquela não menos estranha população. Neste momento

Dominic finalmente compreendeu o porque de seus sonhos, como

vindo dum lugar distante dali, no século XVI em algum lugar do

Oriente Médio. Enquanto seu amigo sempre lhe contava sonhos de que

vinha dum lugar chamado Alemanha pós-segunda guerra mundial,

após encontrar um bunker nazista desativado.

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Naquele lugar estavam os arquivos, o amigo de Dominic havia

visto um daqueles que descobriram a verdade e fora levado pelo

Designium a um desígnio até mesmo a ela obscuro. Apenas lhe sendo

dito que havia chegado sua hora.

Tal ocorreu com a chegada de dois visitantes estranhos que

diziam que os libertariam daquela cidade, homens que se encontravam

presos na cela que ele havia visto. Seus nomes era Hanus e Kaab.

Desde então aquilo não mais se sustentava, e indo ao fundo

descobriu os vestígios daquela dita pétala, mas Adrastéia ao vê-lo se

aproximar com uma bengala o atingiu chamando a segurança, mas não

sem antes ele quebrar a janela e um enorme vendaval entrar jogado

para fora do prédio todos os arquivos sobre as pessoas.

Estava amanhecendo, quando se viu cercado por capangas

daquela gente, mas era tarde, o que se viu eram pessoas de todos os

lados saindo de suas casas pegando os inúmeros arquivos sobre a vida

delas, que eram vigiadas, controladas, todos olharam para cima e então

Adrastéia se ajoelhou em dores no chão e sem agüentar infartou.

Dominic então seguiu até a cela donde já aberta e escapando

notou um vulto ao virar do fim do corredor, onde o estranho homem do

qual ela lhe falava estava falando com um dos dois presos enquanto

outro caído se encontrou, seguindo a este e vendo que estava sendo

visto, Desinginium desferiu o soco contra o preso caindo no chão de

joelhos, mas ao abrir a porta do elevador surgiu o homem que Dominic

conheceu em pouco tempo, Octavius, que com algum tipo de arma

apontou-lhe para Designium, mas este ignorando conseguiu fugir. Um

outro homem lhe seguia. Os dois então se viraram e lhe agradeceram

por fazer tal descoberta a eles, pois eles não queriam levantar suspeitos

naquele local como os dois presos fizeram.

- Você mesmo libertou essa gente destes homens - disse

Octavius mostrando da janela dezenas de pessoas vindo em direção

àquele local que cercado os seus seguranças se viram obrigados a se

render diante de uma silenciosa multidão.

- Lhe agradeço, pois nós não podíamos fazer isto, para não nos

expor – disse um homem e em seguida se apresentando - John Roberts.

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- Mas há quanto tempo aqui estão? - indagou o jovem.

- O suficiente para que tomasse posições importantes. -

respondeu Octavios

Essa é a história de Dominic Kaspar, um homem que mudou

uma cidade inteira, onde todos voltaram a sorrir espontaneamente e ele

como bom cidadão rumou a sua casa, até que ao abrir a porta viu que a

luz do poste hoje não se apagara, e foi dormir um bom sono, sem saber

o que ocorreria no dia posterior, em meio aos gritos de seus

moradores...

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Parte IX

Anomia of Solage

Estorvo Temporal

2013. Órbita terrestre, um satélite com o símbolo da Bug´s Time gira

numa órbita estacionária entre os Estados Unidos e as Américas se

interligando a outros numa rede que rivaliza com a de grupos de

comunicação e científicos. O mundo mal sabia, mas acabara de ser

salvo graças aos atos de John Octavios como um personagem

conhecido a impedir os vetores que levariam ao fim do mundo. Foi

dele o argumento que se tornou possível criar uma sonda a ser enviada

ao Sol a fim de transtornar uma tempestade solar para que não se

virasse contra a terra provocando a queda completa dos sistemas de

comunicação e eletrônicos.

Na frente do satélite se torna visível o símbolo da Bug´s Time

com seus ponteiros, tendo ao lado os captadores e espelhos de suas

asas, quando de repente uma pequena luz verde começa a piscar como

se enviasse algum tipo de sinal mudando para vermelho. Um objeto de

fora desta órbita surge por de trás do satélite terreno em grande

velocidade, e em direção sua direção até que seu tamanho revela-se

cerca de umas 30 vezes maiores colidindo contra ele, e simplesmente o

destruindo. É um UTR (Uncorrelated Targets Reports) não um mero

bólido, porém estacionando numa órbita regular em torno do pequeno

planeta azul.

Os alarmes de diversas agências que monitoram não somente

os satélites, mas de possíveis asteróides em rota de colisão soam a

determinar tal objeto de tamanho peculiar aos demais.

Rapidamente o ônibus espacial Columbia que estava na

ocasião estacionado a ISS é enviado com um suporte de combustível e

suprimento extra a fim de se acoplar e fazer imagens do objeto.

Apesar de sua superfície estar claramente marcada por

pequenos buracos provocados por pequenos meteoritos, o tornando no

externo parcialmente queimado, este sem dúvidas era um artefato

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artificial construído por algum tipo de inteligência de fora da terra.

- Receio que tenhamos descoberto provas conclusivas sobre

vida fora da Terra. - disse um dos homens da NASA ao fazer imagens

ao vivo para a terra. - permissão para acoplar e interceptar tal UTR.

- Permissão concedida - respondeu Houston

Dois homens trajando seus universos saíram de seu

compartimento utilizando-se de propulsão para alcança-lo e

encontrando uma comporta que utilizando um sistema simples de

abertura conseguiram abri-la. Ao entrarem o ambiente amplo, mas

escuro apenas era irrompido pelas luzes das lanternas de seus trajes que

rapidamente iluminou algo que os deixaram confusos. Palavras escritas

em português e inglês 'Ark of Time' onde em diversos compartimentos

haviam nomes de amostras genéticas de plantas, e animais diversos,

coletâneas de nossa história, com músicas, filmes, obras de artes e

literatura, um pedaço completo de nosso mundo compactado naquele

artefato onde ao se acessar um computador viu-se a data 2254.

A Nasa e as demais agências espaciais entraram em polvorosa,

mesmo que tais imagens não tivessem sido divulgadas para o mundo,

pela rápida intervenção de diversos homens como Álvaro Watchman,

queria descobrir do que se tratava aquilo. Um objeto vindo diretamente

do futuro e revelar que nosso mundo havia acabado.

John Octavios está a flutuar, mas como dentro de um fluído

fino como se fosse dentro de um útero simplesmente viu suar partes e

membros transcenderem recuando no crescimento até que ele se tornou

um feto novamente.

Era um sonho, Octavios acordou perplexo com tal e ao receber

o contato de sua fonte dentro do DIA descobriu sobre o incidente na

órbita terrestre, completamente estarrecido resolveu contatar a

T.E.M.P.U.S. secretamente sobre o ocorrido, a ser relatado diretamente

a Teogoras. A transmissão de dados do vídeo era péssima, graças à

interferência provocada pela recente entropia.

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- Você quer dizer que a concorrência de vocês são os ÓVNIS?

- perguntou Octavios - e o papo de estarmos sós no mundo?

- Chame do que quiser, eles trabalham nisso aparentemente

mais tempo que nós, e dominam a tecnologia para tal, mesmo que

querem algo em nós que não sejam capaz de ter. - respondeu Teogoras.

– Porém, acredito particularmente que este caso tenha sido uma

interferência para nos sabotar a nós mesmos, ataque medíocre típico

dos homo nulus.

- Eles não podem atuar diretamente deste modo. - disse

Octavios

- Por isso mesmo vivem de sabotar, roubar, anular e utilizar

seus pares para atuar diretamente em seu lugar. - respondeu sem

paciência Teogoras.

- Podemos impedir isso numa missão preventiva a nós

mesmos? - indagou Octavios.

- Não podemos nos contatar a nós mesmos no passado

existencial para interferir numa missão anterior. Os danos que

provocariam podem ser imprevisíveis e irremediáveis. Por tanto neste

caso, quando este artefato trazendo descobertas e história do futuro,

talvez seja um favor que Watchman esteja fazendo em impedir a

publicação, mesmo que involuntariamente.

- Concordo - respondeu ele - Porém me preocupa se lá tiver

informações sobre nós, anos querer sabotar.

- Infelizmente é um risco que temos que correr. Desligando, e

retorne a base, sua missão foi cumprida com sucesso, não se prenda ao

sucesso deste lugar. - finalizou Teogoras.

- Afirmativo. - terminou Octavios a ligação intertemporal.

Octavios sabia que havia gente cuja mentalidade medíocre e

injustificável, que pós fogo na biblioteca de Alexandria, impedia a

verdade de ser revelada se não contra os fatos numa falsificação da

realidade. Mesmo que no caso da T.E.M.P.U.S. por estar fora de sua

linha temporal oriunda tinha por diretriz não faze-lo a salvo exceção de

Octavios, os transtornos históricos que estes provocavam no mundo

eram imensuráveis, sendo capazes de criar guerras por mera disputa de

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conhecimentos onde pessoas que viviam em condições sub-humanas

deveria se submeter as suas regras parciais e injustas de constante

castigo mesmo que num lado completamente oposto estivesse

expostas, hipocritamente expostas.

Alguns anos depois após esta missão dentro da T.E.M.P.U.S.,

na Zona Neutra XT-1001 Conorte, um dia antes da perda de contato

com as demais, a Zona Temporal Neutra 086 Conoeste. Alguns novos

agentes após aceitarem a missão nobre da T.E.M.P.U.S. resolveram

participar do programa de nossos temponautas, aspirantes após os

conhecimentos adquiridos. Estes salvos após incidentes de diversos

pontos do espaço-tempo onde diversos abduzidos de outras épocas

eram colocados, e viviam praticamente sem memória. Entre estes

estavam alguns sobreviventes de Ronoake e Dominic Kaspar que teve

papel importante na cidade secreta e graças a Deus poderia ser alguém

por seus próprios talentos, e se encontrou empolgado após ter suas

memórias recuperadas junto aos demais que agora, não poderia

retornar ao tempo original, afinal já eram crescidos pra dizer no

mínimo.

John Octavios foi designado a instruí-los, apresentando o

recinto após os testes preliminares destes aspirantes e depois de

conhecer o próprio futuro de quando a T.E.M.P.U.S. foi fundada, onde

os demais permanecerem numa re-integração no esplendido lugar onde

a pobreza era o único ser extinto junto à injustiça e a dor.

- O nome verdadeiro deste lugar deveria ser segredo científico,

pois aqui é onde estes correm como o sangue nas veias de seu corpo,

segredos bons e segredos venosos, segredos de todas as cores e

tamanhos, mas por isso mesmo você precisa de um que seja apenas seu

e diga apenas a respeito de você, mas ninguém, um segredo criado ou

não, sentido ou pensado do qual você possa se segurar quando o tempo

fechar e não tiver como correr. - disse Octavios para os aspirantes e em

seguida perguntou. - Alguma pergunta?

- A quanto tempo existe a TEMPUS? - disse um deles

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- Depende, cronologicamente na terra? Pois se o é não seria

mentira dizer que estamos há séculos. Mas a existência de serviço de

nossas bases ultra-secretas? Não mais que uns 28 anos numa

cronologia própria, mesmo que incluindo a interrupção daria uns 50

anos de acordo com a cronologia local. Mais alguém? - disse Octavios

quando apontou para Dominic que levantou a mão.

- Se uma pessoa morre numa linha temporal, no passado,

continua viva, então para onde vai a alma? - perguntou.

- Isso aqui não é aula de teologia ou religião meu caro, mas

ciência. Porém, Teogoras, não confundam seu nome, tem algumas

teorias formuladas sobre tal chamada poli-consciência. -finalizou

Octavios

Um outro jovem levantou a mão e perguntou sob a permissão

de Octavios.

- Se o futuro não existe e você é um agente do futuro, logo não

deveria existir. - disse outro destes.

- Tais concepções são estudas por anos pelo nosso Teogoras e

como disse se resume nas concepções de policiência ou multi-

consciência. - respondeu Octavios - Porém, como se podem perceber,

não podemos retornar mais de duas vezes as mesmas linhas temporais

resumindo nossas viagens à observação mediante o isolamento do

quantum, ao preenchimento de lacunas e correções temporais.

Após as perguntas serem finalizadas os jovens foram

orientados pelos grandes saguões do local onde diversos trabalhavam

enquanto Octavios explicava cada um destes lugares em particular aos

seus alunos.

- Como podem observar - disse Octavios - Neste nosso

pequeno acervo consta artefatos lisonjeiros que provam nossas viagens

temporais através dos tempos, mesmo que aqui, não esteja o mapa de

Piri-reis e as pilhas rudimentares feitas por Stoneset em tempos

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remotos. Artefatos conhecidos em linhas temporais futuras

abertamente.

Em seguida chegaram ao local onde os equipamentos diversos

utilizados pelos temponautas eram usados, tecnologias ultramodernas

que graças ao trabalho dos gênios da T.E.M.P.U.S. foram

desenvolvidos em pleno suporte técnico e condições de trabalho. E

assim ele pegou o medidor quântico utilizado por eles nas missões pelo

espaço-tempo e disse:

- Como vocês podem observar esta é a pulseira quântica, sem

ela vocês não são nada em suas missões temporais, estas fazem leituras

de entropias e regularidades quânticas e suas interferências pertinente à

interação e observação previamente planejada, do qual um único átomo

pode criar uma explosão nuclear. Tenham em mente isto. - disse

Octavios e após um curto tempo de silêncio disse - Os Taquions e

outras partículas devem sempre corresponder cotas equilibradas de

limites que não podem ser menores nem excessivos a criar distúrbios

nas teias metafísicas do tempo quântico, cujos exemplos das simetrias

proporcionais são provas do caos positivo e negativos mediante

interações temporais dos qual a tese da flor de mil pétalas são provas

das ressonâncias temporais proporcionais.

Ao finalizar este discurso, porém Octavios sente náuseas e

tonteira e sai e após pedir desculpas se retira do recinto deixando para

seu auxiliar os orientar até suas salas de aulas teóricas.

Anibal Ad Portas

Teogoras carregando uma Pasta com a sigla TDAC (Temporal

Denfense And Correction) sobre propostas de um grupo de campo

avançado liderada diretamente pelos Topologos, se dirigiu aos

aposentos de Otcavios onde o perguntou como se sentia, uma vez que

tais náuseas e sangramentos pelo nariz fossem cada vez mais

freqüentes corrobando com seus estudos sobre multi-consciência. Mal

que andava sofrendo outros agentes como Hanus após o incidente da

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cidade secreta. Havia se passados dois dias desde que Octavios

abandonou a turma de aspirantes a temponautas e sentindo-se tal se

confinou em seus aposentos com um breve tratamento neurológico.

Uma estranha interferência nas comunicações havia se acentuado

fazendo a comunicação entre as demais caírem fosse na Zona Neutra

XT-1001 Conorte deles, a Zona Temporal Neutra 086 Conoeste e

Coneste, graças a anomia do qual Octavios já havia achado incidios no

tempo em que ficou no século XXI para salvar John Roberts e impedir

o fim do mundo. Vendo porém, a similaridade de tal evento com a

anomalia que destruiu o mundo no futuro, Teogoras convocou

Octavios junto a John Roberts antes de retornar ao seu tempo numa

missão para contemplarem o futuro pós-apocalípco.

- Como meu sucessor, creio que seja natural compartilhar com

você este segredo do qual o mistério ainda não deciframos por

completo. - disse Teogoras - por tanto a não ser que não esteja em

condições físicos e psicológicas lhe convoco para tal.

Assim foi, uma vez que uma missão futura não poderia alterar

necessariamente o passado a salvo a exceção do incidente de Lennox.

Teogoras após reunir os dois, caminhando sob uma bengala

instruiu Octavios e John Roberts até o CEET e de lá programou um

wormhole para um lugar do futuro que segundo eles somente os

fundadores da T.E.M.P.U.S. foram até então. Ao se transportarem

surgiram atordoados diante de uma longa cordilheira pontuda que

recortava nuvens negras e avermelhadas que se estendia até o fim do

horizonte, um lugar inóspito, cinzento e que não havia quaisquer tipos

de fauna e flora.

- Estamos numa Zona de Crepúsculo - disse Teogoras -

Somente Herbet Stoneset, eu e Lennox conhecemos este ponto do

espaço-tempo. Estamos no futuro de nosso mundo, isto é, sua

destruição.

- Este lugar é a terra do futuro? - exclamou Octavios enquanto

um vento quente vinha em sua direção.

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- O que um dia era algo chamado terra. - respondeu Teogoras e

deu dois passos à frente com sua bengala continuando enquanto

contemplava o horizonte - Um enorme asteróide colidiu contra nós no

final do século XXII, em sentido anti-horário fazendo simplesmente a

terra parar sua rotação e consumindo toda superfície aniquilando quase

nossa atmosfera. O que sucedeu é que uma face vive numa gélida

penumbra de escuridão e outra sob um interminável e escaldante dia de

sol terrivelmente quente. Somente estes pontos onde não se é nem

noite e dia é que o clima se torna suportável, porém a formas de vida

extremamente hostis.

- Zonas de Crepúsculo - completou John Roberts.

- Exato. - disse Teogoras - muitos fugiram pelo espaço para

justamente os lugares determinados no pilar de Seth, mas nós

permanecemos, a TEMPUS ganhou seu verdadeiro sentido de existir e

tentar compreender porque só conseguimos adiar o fim do mundo, não

impedi-lo por completo.

Neste momento um pequeno tremor surgiu num ponto onde

notaram sob a terra um ser a irromper como um verme gigante repleto

de espinhos e enormes dentes em sua boca multifacetada. Fazia

lembrar uma versão muito maior e pior a do Allergorhai Horhai uma

lenda de um tipo de "superminhoca" da Mongólia. Teogoras assim

prosseguiu a relatar tudo sobre o que ocorreu neste mundo, agora não

menos alienígena que qualquer outro como marte...

26 de Maio de 2217

A Humanidade estava em seu apogeu, a T.E.M.P.U.S. prosseguia em

sua missão de conhecer pontos de nossa história obsoletos quando

topamos com elementos incomuns independentes da época do tempo.

Uma anomia, algo que crescia a carcomer o que era nosso universo,

desde então percebemos que algo estava errado. Chegamos pensar que

fosse nossa própria culpa por algum erro que provocamos na linha

temporal a determinar tal anomia que parecia ir contra as leis naturais

do universo, até então somente Hebert Stoneset conhecia o sombrio

futuro que nos aguardava como seu maior segredo inerente a

T.E.M.P.U.S. numa de suas primeiras viagens com apoio de Lennox.

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Havia neste período um grupo da maior elite intelectual que o

mundo já viu, pessoas realmente sobre-comuns dotadas de capacidades

superiores às demais graças a um aprimoramento genético onde

características que os possibilitavam feitos e poderes antes impossíveis,

tirando-se exceções ao longo de nossa existênci, tais a os faziam serem

capazes de viajar por mentes, os chamados imaginologos, outros com

capacidade de principio de telecinese entre outros poderes

assombrosos. Alguns Seth obviamente eram parte deste grupo assim

como o próprio Stoneset e um certo Apocon Keystone. Ele conseguia

ser o mais poderoso mentalmente dentre os demais, de modo que logo

que se percebeu que o poder da mente fazia do poder de nosso corpo

menos do que nada, a mente é que importa realmente.

Ao logo de toda nossa existência percebemos que perto dos

animais da natureza sempre fomos em proporção e relação os mais

fracos fisicamente, mas o que nos fez vencer foi justamente nosso

maior diferencial, a mente, o poder da mente sobre o corpo. Assim

mesmo que algumas elites tentassem se especificar em aprimoramentos

físicos nada eram perto dos mentais. Este grupo era capaz de grandes

feitos, descobertas, pouco a pouco revelou as chaves de nossa mente

para o universo de modo que fez o ser humano conseguir expandir aos

limites jamais explorador por nossa mente. Vencemos as pestes,

pragas, fome, miséria, a dor, pouco a pouco descobrimos que a nossa

verdadeira razão de existir estava a desvendar os segredos do universo

e nossa própria mente.

Porém, algo deu errado no dia 26 de maio de 2252 quando

Apocon Keystone supostamente teria visualizado um asteróide que se

desviando do cinturão de Oort rumou em rota de colisão com a terra.

Muitos acreditaram por se tratar do fato de uma intriga entre o grupo

dos banais dedicados ao corpo que o desejavam mata-lo, e como

resposta a sua poderosa mente inconscientemente atraiu este asteróide

do qual a colisão foi inevitável. Armas e tiros foram lançados, mas

apenas a criar outras partes deste contra nosso mundo, foi se tentado

desvia-lo, mas em vão, ele parecia atraído pela terra como um pedaço

de metal por um imã. Assim seguiu-se tentativas secretas da própria

T.E.M.P.U.S. por tentar evitar tal, retornando no tempo e procurando

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Apocon Keystone e tentando impedir a intriga para mata-lo o que

certamente o impediu de realizar grandes descobertas graças à

interferência destes vazios homens. Mas ainda assim algo deu errado,

varou o tempo como um eco a se repetir de maneiras diferentes em

diversas épocas e períodos, uma força anomia crescia gradualmente em

proporção em diversos pontos do espaço tempo criado torções de

repetições e ecos infindáveis.

Em parte descobrimos que a mente de Apocon conseguiu varar

não somente o espaço, mas o tempo como um semideus a navegar por

nuances e ecos temporais e assim até mesmo interferir com esta

positivamente. O problema não era ele, mas mesmo todos nossos

esforços não impediram o fim do mundo, houveram até mesmo aqueles

que sugerissem mata-lo, mas tal proposta criou oscilações ainda piores

favorecendo a anomia, a loucura temporal contra a legislação do

universo.

Todos sabiam que deveriam tomar uma decisão, nem todos

poderiam ser salvos e assim se dividiram em dois grupos, um que se

dirigiu a explorar os pontos do espaço-tempo determinados como

habitáveis e outros por buscar exílio no passado de nosso mundo, em

pontos de espaço-tempo secretos onde criaram pequenas cidades onde

coexistiam pacificamente com seu habitat afim de que não

transtornasse a linha do tempo de modo algum. Porém, além dos erros

de alguns que não conseguiram conter-se em explorar a nós mesmos

como deuses, houveram casos estranhos de outras interferências não

determináveis como a enfrentada por Octavios nas Américas.

Enquanto os demais lançaram sondas em direções especificas

do espaço com informações sobre nosso mundo e toda nossa existência

como verdadeiras arcas espaciais contendo amostras de genes e outros.

O asteróide surgia a tornar nossas noites em dia e cuja

dramática entrada na atmosfera perpetuou o sentimento daqueles que lá

permaneceram por não poderem ser carregados, tal como os poucos

moradores da lua agora abandonados, a contemplar o último

crepúsculo, e o maior e mais tristes do amanhecer, o amanhecer

cósmico do asteróide a consumir todo o planeta com uma enorme onda

de impacto cujo centro de re-encontro expulsou vestígios de nosso

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mundo pelo espaço e a separando da lua e parando seu movimento de

rotação. O mundo se escureceu numa penumbra de décadas duma

espessa nuvem de fumaça cuja atmosfera arruinada somente após logos

anos se recuperou parcialmente a isto que vocês vêem aqui. Porém, o

curioso que mesmo que toda forma de vida tenha sido destruída, restou

algo entre suas ruínas que com o passar dos séculos se transformou a

sobrevivência como verdadeiros seres pós-históricos, os únicos a

habitarem este mundo agora tão hostil...

Ao ouvirem tal, Octavios e John Roberts completamente

perplexos e destituídos de palavras por tal, sentiram uma tristeza a

toma-los de modo que os enfraqueceu nas pernas, o conceito de

imaginar que havia um futuro de tempo indeterminado pela frente

soava incrível, porém agora o oposto soava não menos desolador e

bizarro. Enquanto ao lado esquerdo do horizonte se observou uma

enorme nuvem em alta velocidade, em que Teogoras disse se tratar de

um grande furacão que durava a mais de uma década similar ao de

Júpiter e seu 'olho' vermelho.

- Existe um embate interminável de forças opostas ao longo de

todo nosso existir - disse Teogoras - Algo que suprime todo sentido e

razão de existir, o propósito mediante as legislações imparciais do

universo responsável por toda proporcionalidade e equilíbrio, e uma

oposta a destituir nossa existência contra nossos talentos e dotes a nós

anular de qualquer sentido a um vazio contra o que somos e temos de

fazer realmente, uma anomia, que não obstante, parece carcomer o

tempo a criar verdadeiras anomias posteriores. Por isso, nós lutamos a

conter tal força de anomia ao longo do espaço-tempo que curiosamente

parece não só persistir em vencer no nosso futuro. E muitos as

venceram antes, mas apenas a atrasa-las um pouco mais as

sobrepujando por feitos considerados milagrosos.

Após saírem daquele lugar medonhos o silêncio introspectivo

tomou conta de todos, especialmente Octavios e John Roberts. Porém,

este quando ajeitava seu cabelo negro que já havia crescido desde as

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últimas missões a se preparar para o seio de sua família a cuidar de

seus pequenos filhos se aproximaram-se de Teogoras e lhe perguntou o

porque de ter revelado tais descobertas a ele. Mas este apenas com um

sorriso, disse que foi necessário dado o seu nível influente, mas que, no

entanto, tudo que tinha de se preocupar no momento era em usufruir de

sua amada, no passado.

John Roberts acenou respeitosamente a ambos em

recripocuidade, homens nobres numa missão nobre do qual John

Roberts sentia-se orgulhoso em fazer parte, finalmente tinha algum

sentido de existir. Assim, a imagem deles se torceu diante de seus

olhos o fazendo aparecer no local a muitos quilômetros de onde tinha

seu secreto e humilde, mas confortável lar, mas que recobrar

consciência completamente desorientado levantou-se se deparando

com Max Zulu igualmente desorientado como se tivesse saído do

mesmo wormhole. Nervoso e temeroso com as atitudes nenhum pouco

civilizada de seu último encontro com ele, John Roberts se levantou,

mas este igualmente assustado ficou em posição defensiva, mas não

impedindo um empurrão de John Roberts sobre ele o fazendo rolar por

um pequeno penhasco repleto de mato, dando apenas tempo de John

Roberts perguntar quem ele era. Mesmo que tal atitude o tenha feito

sentir o tom de revanchismo mediante seu encontro nenhum pouco

sociável com ele, rapidamente se lembrou das próprias palavras do

estranho sujeito que lhe disse que o encontraria numa posição de

desvantagem, pedindo para que pegasse leve com ele.

Mas John Roberts pouco se importou com o homem, e seguiu a

passos rápidos entre uma trilha até após algumas horas visualizar seu

antigo lar...

Designnium´s Delirium

Cronologia local: seis de outubro de 1896. Havia se passado um dia

desde que John Roberts havia saído de volta ao seu tempo onde após

um breve dialogo, Octavios foi convocado para uma reunião dentro

três horas. Logo, assim sendo Octavios dormiu e após mais um

estranho sonho, desta vez com a própria anomia no futuro, ele se

dirigiu à sala de conferências ás 13:41. Aparentemente numa

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averiguação na superfície alguns anos antes naquele mesmo local Kaab

havia perdido seu sinal com a base e assim Octavios resolveu

intercepta-lo. E assim sucedeu tal missão onde a anomia, no entanto,

pareceu crescer mesmo que com dificuldade conseguiram estabelecer

as conexões e forçando Octavios acabar por envolver uma civil nativa

daquele tempo, com quem teve um envolvimento mais particular.

Porém, mesmo não sabiam eles em todo seu conhecimento

sobre o tempo que uma anomia contra-destinatária consumiria numa

emboscada tirando a vida de Octavios por um infectado, mas antes

mesmo que lamentassem estes sua perda mal sabiam que era apenas o

começo de um ataque aos agentes da T.E.M.P.U.S., Joseph Hanus

entrou num profundo coma onde sem poder acordar permaneceu inerte

diante de um ataque sincronizado as demais bases através do tempo

demonstrando que as teorias de Dayane estavam corretas, havia um

traidor entre eles, porém tarde, pois ela havia desaparecido...

Entre tubos de ensaios, microscópios em algum lugar do

espaço-tempo do século XXI Designium nasceu, forjando em

laboratórios secretos após o inicio duma guerra onde a Rússia após um

saque em Saratov teve um certo sino roubado e utilizado na incubação

destes genes que sofreram uma estranha mutação simétrica donde junto

a genes do próprio Álvaro Watchman este surgiu como um híbrido

humanóide, pois não se sabia ao certo o quanto era humano esta

estranha criança dotada de estranhas capacidades de gerar campos de

aparente anomia a criar verdadeiros erros e degeneração, de certo

metade dele corriam genes de John Roberts, o jovem que preso por sua

capacidade a um modo de viver sub-humano resistia até finalmente se

liberto graças aos esforços dos enviados de Octavios.

Designnium cresceu e como um homem frio e de extrema

perversidade se tornou temido entre os seus, uma criatura criada por

meios duvidosos e que não se sabia ser uma criatura de Deus, mas um

homem artificial criado por mentes moralmente torcidas enfurnando

em seus laboratórios.

Com sangue Designium conquistou não o respeito, mas o

medo dos seus, vivendo na opulência graças a seu "dom" para matar e

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sabotar seus inimigos se destacou na guerra e na sub-guerra. Lá estava

Designium diante de um largo campo de plantação chinês onde

observava a distância os camponeses a plantar seus sustentos a espera

de que colhessem no dia seguinte seus mantimentos, aqueles eram, no

entanto, aliados aos seus inimigos que buscavam re-estabeleceras

condições socialmente habitáveis e minimamente justas naquele

mundo a vencer estes ordinários homens. Quando este com um sorriso

após falar num pequeno comunicador viu uma aeronave se aproximar e

despejar uma carga de Napalm sobre a plantação a consumindo em

fogo num rápido furor, assim como as casas destes que saíram de

dentro delas ou pegando fogo ou simplesmente rolando pelo chão em

desespero em meio a prantos.

Designium juntou suas mãos como se rezasse diante daquela

visão e como se não soubesse se sorria ou chorava demonstrou grande

emoção com aquilo, esticou os braços e chorou vendo o sofrimento

deles e dizendo o quão lindo era tal, parecia não querer sair de lá e tão

pouco comunicar o sucesso de sua missão.

- Lindo demais! Lindo demais! - exclamou ele enquanto o

outro homem se comunicava com a Bug´s Time - Coitados estão

sofrendo, isso é muito lindo!

Seu rosto perfeitamente simétrico parecia destoar da

desproporção de seu pensamento, onde sua obsessão mesmo vivendo

em anonimato demonstrava um senso estético e ético tão estranho -

para não dizer bizarro - quanto sua forma incomum.

- Vamos! - disse o homem que estava com ele - Estamos sendo

aguardados a retornar para a base.

Porém Designium não admitia parar de olhar diante daquela

cena até que o último corpo flamejante caísse morto no chão enquanto

suas casas eram consumidas como papel pelo fogo. Ele se retirou, mas

se retirou triste por ver que alguns escaparam, afinal poderia render

mais sofrimento!

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Quando os anos se passaram, finalmente os males pareciam ser

vencidos diante do mundo, porém, aparentemente herdando as

qualidades de seu meio pai, Designium persistiu e resistiu, seguindo

muito tempo depois até o lugar de onde Lennox foi realizar o primeiro

experimento temporal, por acaso. Secretamente algumas informações

compartilhadas desde que o misterioso satélite foi usurpado pelos

remanescentes da Bug´s Time como Designium do qual datavam

aquele período do tempo onde tal experimento seria realizado. Assim

seguindo como um quase script estes o seguiam a risca buscando

recriar todas as condições para as viagens temporais não bastando os

conhecimentos inerentes a Ordo Christianistas Ad Tempus do qual foi

formada a Bug´s Time em sua origem como seus remanescentes. Eles

criam religiosamente nas viagens temporais com meio de se atingir a

Deus, serem Deus, e em seu íntimo já especulavam sobre os supostos

temponautas, mediante provas existentes.

Imagine então os quais eram aqueles tempos empolgantes para

mentes torcidas como a de Designium, que não somente buscava

interferir nos experimentos e descobertas como até usurpa-los para se

considerarem donos da verdade.

Lembravam eles de Watchman que como um quase Deus

realizou o experimento casualmente naquele estranho iceberg que

levou John Roberts ao passado, e assim acreditavam fazer a vontade de

Deus, e mais queriam fazer mais: criar eles mesmos suas leis do

tempo...

Imagine Designium como um anônimo a vagar pelas frestas da

história a sabotar a ciência e a história? Como um mero contador dos

equipamentos dos laboratórios se aproximou de Lennox a espia-lo, o

ingênuo homem mal imaginava o que fazia naquele local, para o bem e

para o mal.

Seguiu seu experimento, mas antes que o fizesse Designium

entrou em seu sistema a modificar circuitos e intensidade de energias a

induzir um campo que permitisse atingir outros através dos tempos e

assim foi. Designium que aguardou pacientemente escondido pela

ativação do sistema foi engolido pelo tempo mesmo que junto a outros

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quatro, e antecipando seus pares foi parar em algum lugar do espaço-

tempo por onde vagou e espiar e contemplar dores alheias e assim

também as criou. Era a Primeira Guerra Mundial, soldados histéricos

com tanto estress, cegos pelo gás mostarda, e perdidos em si mesmos

pareciam vagar de um lado a outro destituído do sentido de existir, e

assim ele encontrou um jovem Adolf Hitler e se maravilhou.

Vagou mais, e ele até encontrar um certo grupo chamado

Pionierkommando 36 em 22 de abril de 1915, eram 17 horas da tarde

quando os soldados num campo de batalha pode contemplar uma

espessa nuvem amarelo-esverdeada se aproximar, os levando ao

pânico, uns corriam e outros sem saber para onde ir ficavam pasmos

parados ao contemplar sua lenta aproximação com o vento, estas os

engoliram como uma tempestade deixando apenas corpos agonizantes

no chão ao passar. Foi dali que Designium encontrou então perdido um

certo Kimberley Kaab, ao fim da Primeira Guerra até que diante do

fato que morreria novamente foi resgatado por um temponauta num

lugar obscuro mesmo que este estranhou algo como se notasse sua

presença. E ele se maravilhou...

Vendo isto logo desejou estes, e viu que tais lendas eram

verdades, e como uma questão de Tempo saberia que seria re-

descoberto pelos seus, mas não sem passar mais de duas décadas nestes

tempos se infiltrando e conquistando até o incidente do sino na

Polônia. Ao conseguir sair de volta ao seu tempo foi recebido com

vislumbre pelos seus, seguiu ao local onde vendo que estes

conseguiram com limitações tal capacidade, mas sabiam que seguiam

contra aqueles que sem saber os combatia, a T.E.M.P.U.S., mas agindo

assim na clandestinidade tal como das leis universais tramarem seus

próprios planos contra a T.E.M.P.U.S. em segredo para tomarem seu

lugar tal como a criatura o criador, até que chegou aquele dia onde um

pequeno exército formado por diversos através do tempo usurpados, de

suas rotinas diárias com meros abduzidos se posicionaram contra eles.

Todos ainda sentiam o peso da perda de Octavios quando

perceberam o padrão por de trás das leituras a determinar a

procedência da interferência que se auto-alimentava da anomia nas

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fronteiras do sistema solar mesmo que permanecesse obscura sua

ligação, mas a comprovar com tal nível de entropia se atrelava à teia do

caos negativamente. O alarme de invasão, porém soou junto as demais

bases através do Tempo.

De um lado, no Brasil uma caravela surgiu como cortando um

nevoeiro de modo inesperado até aportar a barlavento nos portos de

São Paulo, mas o que lhes traziam não eram bons ventos, mas só vento

tempestuoso tal com a da estranha neblina que cobriu tal cidade ainda

nascente. Seguiram com estranho desdém até o porto e desceu como

sendo guardas imperiais diretamente dos poderosos de Portugal, a se

dirigirem, porém a uma missão do qual ninguém jamais imaginava, até

um local nos subterrâneos apenas mostrando papéis – falsificados –

com supostos pedidos do Imperador para visitar estranhas instalações

ainda em construção dos esgotos de São Paulo, porém o que buscavam

não eram meros esgotos ou um subterrâneo qualquer, mas algo além

das paredes de rocha e das de tijolo que todos os seus operários

desconheciam haver.

- Vois me cê, deve sair deste local com seus homens. - Disse

um destes com uma estranha e fria pompa. E por terem suas armas e

posições assim o fizeram.

Ao cercar e invadir a base secreta da T.E.M.P.U.S., do qual

portas não haviam se não pelos wormholes, todos aqueles que lá se

encontravam após explodirem as paredes com cargas de dinamite do

próprio local de trabalho, um a um foram mortos impiedosamente,

tirando-os que tinham os segredos e senhas de acesso ao sistema, sendo

estes torturados, mas graças ao sistema de segurança que visualizava e

monitorava as condições psicológicas destes – assim como sua

habitabilidade – a não revela-las pouco conseguiram. E assim foram

invadidos e somente três dos seus sobreviveram, massacrados

secretamente e devorados pelo tempo, soterrados pelas entranhas do

solo e duma cidade que lhes serviu por lápide de enorme concreto, não

sem antes seus equipamentos e todo tecnologia possível fosse

saqueada.

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Enquanto isso na velha Londres, Teogoras nervoso com sua

bengala a cutucar o chão como quem fosse seus inimigos, caminhou

mesmo com dificuldade de um lado a outro enquanto aqueles perversos

e cruéis homens espreitavam buscando a falha na defesa para entrar no

local, quando por monitoramentos perceberam que a ZT do Brasil

sucumbia parcialmente, e a de Londres também seguia o mesmo rumo.

- Temos um traidor! - exclamou Teogoras diante da Tempo-

conferência - precisávamos de Octavios neste momento. Dayane e

Kaab estão provavelmente mortos. O que fazemos?

- Não podemos arriscar um de nossos agentes da TEMPUS cair

nas mãos destes homens. Pois se existe algo que eles sabem de melhor

e aplicar a dor, essa gente transpira o inferno independente do que se

digam. - disse Stoneset num tempo-conferência.

- Mas o que eles querem tanto de nós? - Perguntou Octavios

- Essa gente deve ser apenas batedores anomia dos homo

nulus. - respondeu Teogoras nervoso diretamente ao seu par dos

Estados Unidos em seu passado remoto.

- Estamos falando de anjos e demônios? - perguntou este num

quase sarcasmo - Em todas as minhas viagens nunca vi Deus!

- As evidências da existência do mal, não desqualifica a

existência de algo da mais pura bondade, algo imensurável e

sobrenatural. O porque acha que os homo nulus tanto desejam nos usar

para atingir a nossa "pobre" concepção da flor de mil pétalas?

Porém, aqueles homens agora desorientados se armaram com o

melhor que tinham assim que suas portas foram explodidas um

combate se travou por homens indistintos e como re-programados de

outro tempo, em seus uniformes o símbolo da Bug´s Time como um

relógio, justamente o horário que marcava na cronologia interna deles.

Judas Ad Tempus

Uma mosca passa pela tubulação de ar voando em zigue-zague, e

saindo pelas frestas horizontais do ar-condicionado vindo sobre os

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aspirantes que estavam em formação, homens estes que mesmo com o

local refrigerado tinham alguns destes, como Dominic Kaspar, o suor

escorrendo pela testa após formar gotículas numa curta fileira de gotas

quando o zumbido intermitente do não tão pequeno ser alado passado

por seu ouvido esquerdo e o fez levantar sua mão que passou próximo

ao irritante ser. Por um rápido momento Dominic se perguntou como

um inseto conseguiu entrar naquele local uma vez que mesmo não

sendo como a ZT do Brasil era fechado e poucos saiam dali por tais

portas. Talvez fosse algum tipo de mosca pré-histórica que atravessou

o wormhole quando Octavios retornou com Jhenny e Kaab, a julgar

pelo tamanho. Entretanto, naquele momento tal pouco importava, pois

sabiam eles que teriam de enfrentar pela frente.

Todos os homens se armam com o melhor que tem para

guardarem as duas únicas entradas da T.E.M.P.U.S. de Londres,

mesmo que alguns dos aspirantes recebessem antigas armas de

projeteis. Tendo uma porta cujo lado externo imitava uma parede tal

como a do metrô, aparentemente a tecnologia daqueles homens

invasores era capaz de detectar através destas paredes qualquer tipo de

material metálico ou que não fosse verdadeiramente feito de barro,

mármore ou concreto. Deste modo mesmo com o segredo para que tal

porta abri-se o que alguns agentes que saiam para superfície chamavam

carinhosa e sarcasticamente de "Open de Sessámo" ou "Abracadabra",

mesmo que tal estivesse longe de ser o ali Babá e os quarenta ladrões,

aqueles invasores – estes sim ladrões - poderiam com um pouco de

esforço identificar a entrada do local e arrumarem um modo de abrir a

porta.

Tão rápido foi que até mesmo os aspirantes a temponauta

como Dominic Kaspar receberam armas mesmo que sob a supervisão

de outro temponauta experiente, a ficarem em locais específicos

aguardando tal ataque do qual irrompeu por uma explosão que

derrubou a porta como sinal de que o combate começou. Tiros e

pequenas explosões irromperam pelos corredores enquanto, alguns

corriam. Neste instante sem saberem, alguns desertaram pelo portal

wormhole fugindo para outras linhas temporais do qual antes mesmo

que Teogoras tivesse oportunidade de perceber e verificar, o

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mainframe central foi atingido e se tornou inoperável de qualquer outra

estação portátil de seus pequenos computadores pulso.

Alguns dos aspirantes rapidamente se viram encurralados pelos

homens de Designium que agiam friamente matando a todos

indiscriminadamente, quando tinha tal oportunidade, até mesmo

quando se rendiam, na realidade agiam feito robores como se tivessem

sido programados a comportamentos pré-estabelecidos de manobra

ofensiva sempre realizando os mesmos movimentos. Neste momento

Dominc Kaspar orientou alguns dos colegas aspirantes até a sala de

treinamento de espelhos onde correram, mas que pela inexperiência

rapidamente muitos se perderam no labirinto.

Porém, os homens da Bug´s Time aparentemente tal como

máquinas tiveram dificuldade e agir neste local, constantemente

atirando contra o reflexo dos homens que viam inclusive sobre suas

próprias imagens, estilhaçando pedaços de espelhos onde alguns

acabaram por morrer pelos fragmentos. Neste momento Dominic viu

aquele que antes desaparecido era seu amigo na Cidade Secreta e

vendo tal o incitou a reconhece-lo, por palavras amistosas, porém,

mesmo aparentemente diante dele por um momento o semblante do

homem mudou ao ouvir as palavras do jovem Dominic, este como se

estivesse a contemplar o vazio que exalava de dentro dele por seus

olhos, porém, levantou a arma e atirou, porém atingindo um reflexo de

Dominic que se despedaçou. Neste momento Dominic viu que seu

colega não mais o era, mas foi substituído por um ser que destituiu o

verdadeiro homem que havia nele, como se tivesse se tornando não

mais do que uma carcaça a agir e reagir sob parâmetros e diretrizes

nele implantado.

O homem branco e de cabelos loiros então levantou a arma em

direção a todos espelhos, como se recebendo ordens externas a

obedeceu disparando para os lados em intensidade limite de sua

máquina de matar fazendo com que os muros daquele labirinto se

tornassem num monte de espinhos de vidro a saltarem para todos os

lados atingindo o próprio, mas que como se fosse um pouco mais que

um ciborgue apenas contorceu levemente o rosto no sentido de dor,

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mas sem dizer um "ai" prosseguiu até que a munição da arma de

projéteis parou de disparar, pois acabara a munição.

O silêncio tomou o local com as poucas paredes que

permaneceram de pé, por serem solidificadas em concreto fazendo-se

apenas o ruído de vidro quebrando sob os pés do homem que caminhou

lentamente sobre os cacos do chão provocando uma sensação de medo

nos que haviam se escondido e apenas ouvia tal entre os corpos tanto

dos inimigos quanto dos aliados. Entretanto neste momento no fim de

uma das paredes, espelhos se dispunham fazendo surgir novos reflexos

de Dominic que num estalido engatou uma antiga arma de projétil em

sua direção e lhe disse.

- Não sei no que você se tornou, mas não posso deixar matar-

me! Largue a arma!

O homem não esboçou qualquer reação de volta e ao ver seu

próprio ombro jorrar sangue por um grande pedaço de vidro nele

fincado notou que verdadeiramente com quem ele falava não mais

morava naquele corpo, mas deve ter perdido seu consciente em algum

lugar secreto de sua mente. E então vendo o homem que se encontrou

encurralado este retirou o caco de seu ombro com uma das mãos que

por estar sem munição resolveu ataca-lo com o próprio, sendo, porém

impedido por um tiro sobre a perna, e ainda assim resistindo e

insistindo em mata-lo, quando um tiro fatal lhe foi dado.

O corpo então lentamente caiu sobre os pedaços de espelho no

chão multiplicando o reflexo de Dominic diante do corpo cujo cada um

se curvou de desgosto, este seguiu sobre o jazido corpo sem emoções

não muito diferente quando estava de pé, e percebeu nos seus olhos

igualmente vazios de qualquer entendimento e porque algo que ele

agora sentia ao se ver nos pedaços de espelho fragmentados pelo chão,

como se o seu reflexo fragmentado sobre eles fossem pedaços de seu

próprio eu decepcionado com a situação. Dominic estava partido em

pedaços, como os espelhos desfeito por dentro, desconstruído como se

tivesse se autotraído.

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Mas uma voz interrompeu a introspecção, Teogoras gritando

junto a outros temponautas armados os chamou para baterem em

retirada após ativarem o sistema de autodestruição como modo de

proteger a tecnologia lá contida. Foi quando uma outra voz estranha

corta a de Teogoras concebendo um súbito silêncio sombrio como se

suas palavras mais frias que o zero absoluto congelassem suas almas

naquele tempo. Era Designnium do qual rapidamente notaram

Kimberley Kaab sair de trás dele sob sua proteção.

- Todos temos sombras Teogoras - disse Kaab - Ser um homem

sem sombras significar ser um homem invisível, inexistente.

- Nossas sombras nada são sem nós, nada são além de

replicantes residuais de nossa existência, tal como os reflexos nestes

espelhos. - respondeu Teogoras - Entretanto, o que vocês fazem se não

comprometer toda a linha temporal, no anulando ao inexistir? Porque

nos traíste se tinha o que necessitava e desejou?

- Simplesmente percebi que não sendo um Seth jamais poderia

alcançar o topo de TEMPUS e seus segredos, seu poder e superar a

narcose temporal e conhecer os segredos da mente e do Tempo. - disse

Kaab - queria apenas compartilhar e como ser um deus como vocês! E

Designnium, o mesmo que me salvou outra vez, me salvou daqueles

pervertidos, e me prometeu seus poderes, e com eles um mundo de

possibilidades infinitas! E vocês onde estavam quando era torturado na

cidade secreta? Ele me revelou segredos do Tempo e me salvou!

Neste momento Teogoras virou-se para Designium e lhe disse:

- Vocês criaram um outro grupo com nossa tecnologia, nossas

descobertas, para nos destruir pouco se importando com as

repercussões do Tempo, a estrutura espaço-temporal. - disse Octavios.

- Vocês não traíram apenas nós, mas a humanidade! Porque foram

incapazes de simplesmente ser nossos parceiros, fazer sociedade

conosco!

- Apenas estamos a nos inserir nas legislações universais,

queremos e podemos refaze-las! - disse Designium - Para isso bastou

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uma forcinha de vocês mesmos como sólidas constantes temporais,

entregando ferramentas necessárias, dando corda para que depois nós

puxássemos! Mas os pouparei deste momento Scooby-doo. Lamento

por Dayane, até me simpatizei por ela além, mas estava me

atrapalhando...

- Desgraçado, você matou Dayane Conrad! - exclamou furioso

Teogoras - o fóssil então encontrado é dela?

Kaab acenou com a cabeça e disse que precisava de alguém

para forjar sua morte no passado. Porém ainda ironizou a dizer que eles

não foram capazes de identificar pelos ossos se era mulher ou homem.

Tempus ad Mirabilis

Na superfície de Londres as sombras dividiam lugar com seus

habitantes sob o céu cinzento de espessas nuvens a constantemente

ameaçar chover. Entre estes lugares repletos de becos e frestas por

onde mendigos e prostitutas revestiam a clara decadência do local no

período, Joseph Hanus surgiu vestindo uma cartola preta e um casaco

como um quase sobretudo, este caminhou apressadamente como se

estivesse com medo, quando repentinamente ao virar numa rua, na

esquina, topou com um homem do qual este derrubou uma pasta cheia

de papéis que este carregava e sem jeito com tal situação Hanus se

abaixou mas deixando expor seu visor de quantum no pulso estarreceu

o homem que vendo tal segurou seu pulso e olhou para ele assustado.

- Que tecnologia dos infernos é esta? - indagou o homem num

tom tipicamente primitivo diante de tal avançada tecnologia.

Hanus olha para os lados assustado e puxa seu braço das mãos

do homem e em seguida o segura pelo ombro após pegar seus papéis e

diz:

- Sou apenas um viajante que venho de terras distantes. - disse

ele sem graça e olhando em volta.

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- Mas de que terras trazem tal artefato miraculoso? Ou seria

feitiçaria?

Neste momento, Hanus notou dois homens que lhe seguiam e

assim praticamente puxou o homem da esquina que completamente

vislumbrado com tal descoberta seguiram pelas ruas quando este

apesar de notar que tal estava sendo seguido respondeu como se todo

seu susto fosse com tal descoberta. O sujeito com um cavanhaque

grisalho emprumado sob um bom terno e de parecer simpático lhe foi

atencioso. Deveria ter os uns 60 anos e com um sotaque francês o que

lhe dava mais o tom cortez se apresentando em seguida:

- Meu nome é Júlio, Júlio Verne. Sou escritor e creio ter

encontrado alguma inspiração em ti. - disse o homem num profundo

respeito - porém, receio que no momento você esteja necessitando mais

de socorro que minha condição financeira, pois não tenho lucro com

meus trabalhos.

- Veja meu caro! - disse Hanus nervoso - Estais certo de que

necessito de seu auxílio, porém, não faça tal de descrever-me em tal

tecnologia, acredite, lhe trará problemas. Mas vejo quem és, e sei de

seu talento, assim certamente lhe darei argumento, mas não estes.

Os homens seguem juntos até um bar onde Julio sentia-se

avontade para poder beber e até mesmo afogar as magoas, naquele

lugar alguns bons amigos de copo praticamente moravam naquele

recinto, um dos poucos em que eles podiam sentir-se em casa. Existem

bares e bares, costumava dizer eles de passagem por aquele local onde

alguns aspirantes a escritores se encontraram. O ano era 1863 e ele

escrevia 'Viagem ao centro da terra', mas buscava inspiração para um

livro que o teor científico ultrapassasse o comum antes abordado por

ele.

Obviamente, Hanus, não sentiu-se à vontade no local, mas

permaneceu tempo o suficiente a notar que os homens que lhe seguia

sentiram-se incomodados lá, por justamente perceber que tal Julio

Verne era deles chegado e assim se retiraram como bons forasteiros.

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Da esquina, entretanto, se encontrava um outro homem cujo capuz

cobia seu rosto apenas revelando quem era quando estes homens dele

se aproximou, era Kimberley Kaab.

Mas enquanto isso na T.E.M.P.U.S. alguns tempos após tal

incidente classificado pelo próprio Teogoras, agora se via rendido

diante dos homens de Designium e seu agora aliado Kaab, seguindo

praticamente em fileiras como gado ao abate, quando repentinamente

um ruído oco cortou o ar tão subitamente quanto o surgir de Designium

para aqueles homens fazendo com que um dos que armados estavam

contra os homens da T.E.M.P.U.S. caísse morto no chão. Ainda

estavam na sala de espelhos quando uma voz em seguida irrompeu os

homens que agora apontavam para todos os lados a procura do

atirador.

- Como vocês amam o peso da gravidade! - disse a voz - como

se não pesassem em suas consciências que vivem na gravidade zero!

Kaab gelou ao ouvir tal voz, percebendo lhe ser familiar

quando ao se virar um outro tiro irrompeu antes que ele levantasse sua

arma e em seguida surgiu, John Octavios.

- Como raios pode estar vivo, se lhe vi morrer com meus olhos

ao distante? - indagou ele que agora tinha a arma de Octavios apontada

sobre ele fazendo com que os homens de Designnium ficassem

imóveis.

- Vocês brincam numa sala de espelhos e não sabem? -

indagou Octavios como resposta. - São vocês a caçar e criar quimeras,

matando reflexos, um mero eco existencial de mim provocado pela

mesma anomia que compartilham. Vítimas de si próprios!

- Não tenho dúvidas de que você é um homem surpreendente -

disse Designium ao ver a cena friamente. - Não obstante, receio que

Kaab não me seja mais importante. - completou ele olhando para seus

homens como sinal para deixar mata-lo.

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Entretanto, vendo que Designnium igual a qualquer um apenas

utilizava a seus fins e depois matava se possível, Octavios viu que não

se importariam com o refém que tinha em suas mãos e para poder tirar

qualquer chance de tal atiraram sobre Kaab que morreu

instantaneamente, e em seguida Octavios atirou sobre outro dos

homens o matando dando, porém, tempo suficiente para que os demais

que deles eram reféns corressem cada qual para um lado, quando todos

- inclusive os invasores - se esconderam, mas dando tempo a Octavios

de pegar Teogoras que junto a Dominic seguiram agachados entre os

espelhos que restavam, ate ficarem num canto e Teogoras olhar

assustado para Octavios dizer:

- Tem certeza que é você mesmo? Como? Sabemos da

multiconsciência, mas como um "reflexo" pode transpassar deste

modo? E se você for o reflexo? - disse Teogoras momentaneamente

mais fascinado com o milagre ocorrido do que com a situação de

perigo que se encontravam.

- Vamos lá, você estudou sobre Doppelgänger! - respondeu

Octavios - Mas tenho pouco tempo para explicações agora. Temos que

fugir daqui. Receio que descobri um mistério que restou para o pilar de

Seth.

Ao saírem do local Dominic olhando para trás, ao corpo de seu

colega notou a mesma mosca que havia visto não muito longe dali,

agora pousada sobre o corpo jazido deste. Seguiram então John

Octavios, que aprendeu a conhecer a planta daquele lugar melhor até

mesmo que Teogoras e Stoneset, seguiram por alguns pontos após

conseguir entrar no sistema de segurança interligado utilizando seu

registro intransferível de digital, íris e voz onde no pequeno monitor se

viu imagens selecionadas das câmeras de monitoramento tanto

externas quanto internas do local para saberem onde estava se

dirigindo, esperando os homens saírem ou acabarem de passar pelos

locais onde se dirigiam.

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- Antes de acionar remotamente o capacitor de direcionamento

do wormhole, receio que temos de ir até a pedra fundamental de

TEMPUS. - disse Octavios para Teogoras enquanto Dominic apenas os

seguia sem muito entender o que ocorria.

Com certa dificuldade Teogoras chegou até o local agachado

com auxílio de Dominic onde contemplaram a pedra do pilar de Seth

diante de seus olhos. Ao abrir a compota de vidro, Octavios enquanto

Dominic fazia guarda, pegou com uma das mãos a pedra e observando

os desenhos pegou um dos papéis de relatórios e documentos que

estavam sobre o chão quando começou a fazer desenhos das escritas

hebraicas contidas nele juntando palavras como num quebra-cabeça do

qual juntando o fragmento que antes restava ele notou que se encaixou

não somente perfeitamente quanto pareceu descrever um mapa, porém,

um mapa não como terreno, mas planetário de estrelas em disposições

espaço-temporal junto a fragmentos numéricos que sugeriam ser da

equação.

Enquanto isso barulho de explosões e gritos em meio a tiros

eram ouvidos pelos corredores e salas da T.E.M.P.U.S. quando

repentinamente Dominic começa a atirar em direção a um alvo e

recebendo tiros de volta. Vendo que não tinham muito tempo,

Teogoras disse:

- Espero que além dos documentos salvos da TEMPUS, espero

que tenha descoberto algo muito importante.

- Sei o que estou fazendo. - disse Teogoras - coodernadas para

onde devemos ir entre outras.

Neste momento uma voz gritou do corredor após se ouvir um

tiro.

- Não atire, estou com vocês! – disse a voz.

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Então Octavios foi até o local enquanto adicionava as

coodernadas em seu visor de quantum remotamente a direcionar o

wormhole artificial, quando viu o sujeito.

- Max Zulu? - disse Octavios ao tirar o rosto do visor. - Você é

um deles! - exclamou ele olhando para Dominic que, entretanto

abaixou a arma e disse.

- Ele tem a mesma pulseira que vocês, e além do mais matou

dois daqueles homens. - disse Dominic.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou Teogoras.

- Fui enviado por você mesmo - Respondeu praticamente

ironizando-o e deixando Teogoras confuso. - Vim do futuro da própria

TEMPUS após sua destruição! Apesar de alguns terem fugido para o

futuro, receio que nosso colega Octavios esteja correto, não devemos

retornar ao futuro agora.

Entretanto, muitos dos anteriores ao escaparem pelo tempo

notaram um estranho mal funcionamento do qual uma abertura atípica

do wormhole provocou uma concepção de imagem incomum conforme

relatado nos arquivos emergenciais da T.E.M.P.U.S. onde se notificava

o termo 'manfuncionalmento' e 'discrepância de procedência não

identificada', mas estes ainda assim mergulharam pelo vortex aberto

cuja imagem transcrever raios na semelhança as pétalas da flor de mil

pétalas que, entretanto um ser de aparente tranqüilidade pareceu querer

atravessa-lo.

Ao ver este vídeo rapidamente eles demonstraram legítima

preocupação por acreditar que as descrições de Stoneset estavam

corretas sobre as interferências nestas viagens temporais por dois tipos

distintos de seres diametralmente opostos em essência e objetivos. Mas

vendo-se eles praticamente cercados, viram que não estavam sozinhos

sob a presença destes seres misteriosos e de grande poder não

identificável pela ciência deles. E assim foram pelo wormhole sendo

transladados diante dos muitos que fugiam e aqueles invasores que

perceberam eles no local, não dando tempo a estes lhe tocar. Afinal de

seres assim só se poderia esperar milagres.

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Parte X

Meia-Noite da humanidade

Logotopos & Cronologos

O Sol está prestes a se tornar uma supernova. Mas como, se antes se

encontra em sua idade média? Tal pergunta fez com que os cientistas

ficassem confusos e desorientados, afinal atividades fortes e fora do

comum passaram a criar tempestades e ventos solares que provocaram

incidentes diversos na terra, destruindo equipamentos eletrônicos,

provocando blackouts e doenças, sua intensidade se amplificou como

se houvesse dois sois lado a lado. Estranhamente o fenômeno no

sentido oposto nas fronteiras do sistema solar parecia exercer uma

ligação importável com a das tempestades solares como se algo os

ligassem.

- Aparentemente uma ruptura no espaço-tempo continuo está

em andamento afetando diretamente a estabilidade do sol. - disse um

dos homens num seminário ao lado de John Octavios. - acredito que se

tal anomia não for contida pode fazer o sistema solar entrar em colapso

e só Deus sabe mais o que.

- Surgir algo como um buraco negro? - perguntou outro

homem.

- Sim, mas capaz de sugar não somente luz, mas o tempo, para

si, e provavelmente varando o próprio tempo - disse Octavios atraindo

os olhares para ele. - Este evento sem dúvidas altera o nível de entropia

em escala quântica, mas generalizada, ou seja, toda caótica inerente ao

espaço-tempo criando flutuações extremas desta entropia.

- E o que você sugere para conter tal anomia? - perguntou um

dos homens de barba grisalha.

- Temos que saber melhor como ela funciona e criar algum

dispositivo capaz de criar ondas opostas a esta a fim de anular seu

efeito. - respondeu ele, mas deixando os demais sem compreender -

Falo de uma bomba negra, cujo se utiliza não do poder to átomo para

explodir, mas do quantum numa ligação que sob determinada

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freqüência pode consumir o efeito oposto, similar a um buraco negro

de curta duração.

- Você sugere a criação de uma arma do qual desconhecemos,

para um evento que pouco sabemos? - disse um dos homens.

- Se os senhores tiver argumento melhor... - respondeu ele -

Podemos, entretanto lançar mão de algumas sondas ao sol a tentar

bloquear com espelhos a passagem de parte das tempestades, mas seria

bastante ineficaz sobre outros aspectos, além de dispendioso.

Um vez vendo isto, estes seguiram aquele mundo que sem

dúvidas era muito moderno em relação ao nosso, mas não o bastante

para terem construído tal tecnologia, fazendo com que Octavios

visualizasse fenômeno similar ao presenciado por ele adormecido pelas

discrepâncias espaço-temporais provocadas por suas viagens

temporais, a narcose temporal e a flor de mil pétalas.

O lugar deste mundo sucedia a um clima mais quente que do

deserto a sessões de trevas absolutas do qual quando não matava os

expostos os traziam estranhas doenças de pele que pareciam mais

torna-los como seres escamosos por algum tipo de radiação não

determinada que lhes provocava tal mutação. O que levou Octavios se

perguntar como aquele mundo aconteceu? O que na viagem temporal

fez ele interagir com este reflexo que parecia tornar as atitudes das

pessoas torcidas como se criassem ecos delas mesmas? Não bastando

seu visor de quantum parecia literalmente surtar com as explosões

solares vistas a olho nu, quando repentinamente ele saltou no tempo

saindo daquele lugar.

Ao acordar se viu caído nas ruas de Londres sem compreender

o que lhe ocorreu, quando uma dor intermitente por súbita sobrecarga

de informação por memórias em seu cérebro o fez se contorcer

colocando suas mãos sobre a cabeça enquanto se levantava. Ele viu seu

visor de quantum e notou que funcionava corretamente e teve imagens

em sua própria cabeça de que teria morrido ao passo que levou ele a

crer que somente poderia ser um Seth do qual morrer da condição

comum provocaria enorme dado metafísico e assim no quantum.

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Lentamente ele caminhou até os subterrâneos onde viu homens

estranhos andarem carregando o símbolo da Bug´s Time - como pode?

Se perguntou - e foi assim que ele chegou ao local onde pareceu ter,

repentinamente sob sua mente o enigma do pilar de Seth resolvido.

Após Max contar rapidamente o que ocorreu com Octavios

dizendo que foi o próprio que lhe contou quando o recrutou, ele falou

sobre que somente ele poderia retornar a interagir nas missões da

própria T.E.M.P.U.S. por estar fora do tempo deles.

- Vocês sem saberem criaram uma bolha temporal do qual teve

participação na anomia, tal parece seguir uma cronologia particular,

porém, mas uma defasagem de tempo similar à relatividade. - tentou

explicar Max - por isso estou aqui, para tentar corrigir alguns erros e

salvo-los das discrepâncias a criar flutuações temporais e oscilações

enormes.

- Resumindo? - disse Octavios junto a Teogoras com cara de

assustado.

- Qualquer coisa de ruim pode acontecer até sairmos desta

bolha temporal, é uma zona de entropia negativa. - responde Max e

apontou para Teogoras - foi você mesmo quem explicou isso pra mim.

Sem palavras, entretanto, eles não questionaram mediante o

tamanho de informações corretas que passou inclusive sobre o próprio

Octavios, de modo que permaneceu vital eles naquele momento seguir

Max Zulu. Enquanto agora um alarme soava, era a de explosão da

T.E.M.P.U.S. Eles correram e viram que outros homens da Bug´s Time

também corriam pelos corredores, porém entre a fumaça e faíscas

surgiram Designnium estranhamente imponente diante daquilo. E

gritou a eles dizendo:

- Octavios! Somos Seths, se isto desmoronar e acabar conosco

você sabe o que pode ocorrer! - disse ele rindo - O caos “ocasional”

nos protege!

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Mas sem dar atenção ao que dizia eles seguiram correndo até

um local onde o sinal se tornou melhor receptivo para o transporte. -

Não se preocupe - disse Teogoras para Octavios - nós, salvamos todo o

conhecimento, documentos e arquivos. Porém neste momento o

comunicador temporal tocou era Stoneset que ao atender nervosamente

notou grande interferência a lançar ecos crescentes de sua própria

imagens como fantasmas, mas a realizar atos diferentes do mesmo.

Rapidamente ele relatou os acontecimentos e disse que estava saindo

do local para coodernadas passada por Octavios e disse ao finalizar:

lamento. E finalmente eles se transportaram até as coodernadas

destinadas nas pedras de Seth.

Ao desligar o comunicador, Hebert Stonset seguiu em direção

ao belo e exótico jardim de sua casa cuja vista para uma fauna e flora

extintas nos tempos do homem moderno mantinham espécimes

fantásticos e muitos desconhecidos até mesmo por fósseis. Porém, o

que viu Stoneset ao horizonte ao entardecer foram objetos estranhos

que desceram do céu em grande velocidade entrando na atmosfera

como pequenos bólidos.

Já surgiam as primeiras estrelas intocáveis no céu, quando ele

avistou tal do qual pensando ser uma estrela rapidamente se

demonstrou como sendo mais que isso, rapidamente a intensidade de

suas luzes refletiram-se no mar como se fossem pequenos sóis em

movimento oscilante.

Estes aterrissaram a poucos metros de sua casa onde atrás dum

mote de grandes plantas e samambaias gigantes que obscureceram sua

visão. Rapidamente o que se sentiu, entretanto, ao contrário do que ele

descrevia do que ele chamou de Teo sapiens era um medo profundo

como se um frio o atingisse até a alma provocando dores psíquicas,

estes surgiram como quase robores a caminhar pela areia sem qualquer

esboço de emoção, onde uma forma sombria não muito diferente dos

homo nulus pouco a pouco tomava forma diante de seus olhos e o que

viu não fora nada bom. Olhos grandes similares a de grays, porém, pele

escamosa num tom esverdeado e altos quando um destes levantou a

mão esquerda em sua direção e lhe disse em sua própria língua:

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- Procuramos nós as pedras do Alasca. Leve-nos até elas!

Hebert Stoneset como um homem sábio e muito experiente em

suas inúmeras missões não costumava se atemorizar por qualquer

motivo, mas tal abriu precedentes que ele mesmo desconhecia cujo

potencial parecia ser maior do que qualquer coisa que já tenha

enfrentando tirando-se os poucos incidentes com os tais Teo Sapiens.

Sem saber o que responder apenas lhe disse que não sabia onde tais se

encontravam, mesmo que fragmentos houvesse dentro dos próprios

visores de quantum dos temponautas.

Sucedeu então que estes como se concentrando-se em seus

olhos fixamente o paralisou num estranho estado de transe como se

penetrasse em sua mente em busca de respostas, e em seguida o

jogando longe o que fez cair desacordado. Os dois seres passaram

pelos dois cães assustados e acuados e foi até seus equipamentos onde

havia um monitorador de quantum e estes o abriu com uma só pancada

retirando de dentro dele a estranha pedra.

Eyes Anomia: Mil abaixo de zero

Em meio ao escuro um alarme soava continuamente com um esboço de

voz do qual não se era possível compreender quando Joseph Hanus

abriu seus olhos e vislumbrar o ambiente ao seu redor completamente

deserto. Ele se levantou lentamente da maca para constatar que estava

na T.E.M.P.U.S., porém só. Rapidamente colocou sua mão sobre a

cabeça atordoado e ainda se lembrando do surto de memórias em seu

cérebro onde encontrou Octavios vivendo como um tipo de relojoeiro

entre outros onde pareceu tomar ciência de algo que não havia como

tomar deste modo.

A Flor de mil pétalas, eu vi! Pensou ele com si próprio,

entretanto, havia algo de errado com aquele lugar do qual lhes chamou

atenção mais repentinamente a se focar naquilo. Ele caminhou após

retirar eletrodos de sua cabeça calva e com cicatrizes para poder notar

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no monitor que suas leituras cerebrais estavam sendo analisadas

constantemente, mas ao seguir alguns passos viu um dos médicos caído

morto no chão afogado em seu próprio sangue. Ele se lembrou de tudo

que lhe havia ocorrido e como parou naquele lugar, mas não se

lembrou o que aconteceu ali, quando a voz em meio ao alarme soou

mais clara dizendo que o local estava a explodir "procedimento de

autodestruição por segurança de informação tecnológica". Disse tal voz

quase robótica.

Ele caminhou pelos corredores e mais corpos haviam,

temponautas, aspirantes e um homem com um uniforme diferente, com

o símbolo da Bug´s Time. De repente, um jovem saiu de trás duma

mesa sobre ele era um dos sobreviventes que haviam ficado para trás

clamando por socorro. Hanus se concentrou e correu até o centro a fim

de tentar desativar o sistema de autodestruição, quando viu três homens

saírem correndo carregando equipamentos diversos - eram os malditos

pilhadores da Bug´s Time - mesmo que provavelmente Teogoras tenha

salvado o principal em seus arquivos. Não conseguiu desativar junto ao

jovem e tão pouco o sistema de wormholes funcionava (provavelmente

desativado pelo último a sair, que, entretanto esqueceu de apagar a

luz), e então num último ato pegou uma das roupas nativas do tempo

da superfície e correu com o jovem até a porta da T.E.M.P.U.S. que se

encontrava arrombada. Eles se esgueiraram pelos corredores indo parar

em catacumbas onde pequenos tremores começaram ocorrer e sombras

dos homens da Bug´s Time corriam sorrateiramente até que ao sair na

superfície viu um pequeno tumulto no local com prostitutas e homens

correndo assustados de um lado a outro quando uma espécie de "eco"

refletiu seus movimentos os deixando desorientados, mas estáticos.

Este era o fim da ZT XP-1001 de Londres, e agora Hanus está por

conta própria junto com aquele jovem sem saber a quem recorrer...

Joseph Hanus ainda se lembrava de quando era um jovem

espião quando em meio a guerra fria foi capturado pelos adversários

russos que após lhe torturarem de diversos modos lhe prenderam numa

cela escura e fria, sem cama onde recebia sua comida no chão. Passou

ele naquele lugar muitos dias sob as constantes torturas psicológicas de

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vozes de pessoas que rondavam a cela lhes falando particularidades e o

ameaçando. Num certo dia alguns ruídos o acordaram, algo como

objetos sendo posicionados a sua volta cuja porta da cela encontrava-se

aberta e então as luzes de poderosos holofotes se acenderam

repentinamente sobre ele o cegando temporariamente. Vozes de

homens cheia de sotaque começaram a lhes fazer perguntas sobre sua

missão e informações e ele tentando vê-los mal conseguia esboçar suas

silhuetas que pareciam sombras em meio aquela luz sem proporção

sobre ele, porém haviam cinco homens, armados e com objetos

cortantes e de tortura estes o pegaram do chão pelos braços e o

arrastaram pelo corredor onde ele começou finalmente ver algo a sua

volta, mas fechar os olhos era melhor, ele tinha de pensar num modo

de sair daquela gélida prisão russa quanto antes...

Não atoa tal era chamada cortina de ferro, assim como o

regime chinês cortina de bambu, mas mesmo que em tempos atuais ele

buscasse outro nome para designar os atos dos ordinários, foi ali que

ele se forjou da pior maneira possível, sobrevivendo ao horror que lhe

deixou cicatrizes irrecuperáveis até através dos sonhos.

Após ser esbofeteado, levar choques, tapas, cuspes e ser

xingando em seu idioma ele foi deixado sozinho amarrado de pé

pendurado pelos braços que estavam amarrados, quando ele viu uma

faca no chão. Estivou então seus pés até ela e puxando-a até si se

contorceu conseguindo a levar até a boca, afinal já havia sido ginasta

olímpico, se inclinando conseguiu com muito custo cortar a corda de

um dos braços e assim o outro se tornou mais fácil. Sentindo-se quase

um Houdini ele pegou um jaleco e guardou a faca dentro, mas vendo

que haviam homens na porta seguiu por trás onde numa pequena janela

enrolou um pano nas mãos e a quebrou revelando uma pequena

tubulação de ar por onde rastejou por longos metros até de deparar com

a saída do local, uma outra janela que dava para um exterior onde uma

densa neve caia, mas sem pestanejar ele saiu.

Entretanto rapidamente um alarme soou e carros saíram do

local repletos de soldados quando ele correu a um beco repleto de lixo

praticamente implorando em silêncio por si mesmo quando viu um

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homem surgir diante dele como repentinamente, era Teogoras que lhe

disse rapidamente.

- Se quiser viver sugiro que me siga rapidamente.

Obviamente mesmo sem saber quem era tal homem este o

seguiu quando ouviu o barulho de carros e homens correndo no beco

atrás dele e dando tiros sobre o lixo por achar que lá estava escondido,

e estaria não fosse Teogoras.

Teogoras segurou nele e disse para nele confiar quando

ativando algo em seu pulso simplesmente viu aquele lugar desaparecer

diante de seus olhos indo parar na T.E.M.P.U.S.

Interludium: Compass of Quantum

Alguns muitos dos fugitivos do espaço-tempo que agiram por liberdade

própria contrariando o pedido de Teogoras, tentaram retornar ao futuro

donde a base da T.E.M.P.U.S. foi fundada, porém, no ato de desespero

mesmo notando o erro de funcionamento do sistema interligado de

wormhole seguiram e foram parar num local desconhecido a seus

olhos.

Não demorou muito para que os primeiros ao se recobrarem

conscientemente da viagem procurarem por suas tecnologias não

somente contato com as bases da T.E.M.P.U.S. espalhadas pelo espaço-

tempo, mas sim a central do futuro ao conceberem estar no local

errado, entretanto foi em vão. Seus equipamentos não recebiam

qualquer sinal de atemporalidade ou de comunicação-temporal

aparentemente desligados tornando tais pulseiras apenas passíveis de

identificar o local do espaço-tempo onde foram parar, Brasil de

aproximadamente 10.000 anos antes de Cristo!

Desolados com tal percepção e vendo-se presos naquele tempo

por não serem capazes de se re-conectar ao sistema de wormholes

seguiram por longos anos como se a T.E.M.P.U.S. não mais existisse e

tão logo com seu conhecimento se depararam com povos nômades do

local que lhes trataram com grande temor por estes conhecimentos

comprovadamente superior. Muitos destes então seguiram as

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mediações de onde um dia seria o Rio de Janeiro, onde utilizando-se de

suas técnicas buscaram um meio de deixar seus recados apenas áqueles

que lhes conheciam do futuro e foi então que encontrando uma isolada

caverna sob a pedra da gávea diante do esplendido mar que se estendia

até ao horizonte lhe desceram por equipamentos manufaturados pelos

próprios construindo talhes paralelos nas pedras como indicação, e em

seu interior cujo acesso apenas poderia ser com auxílio destes

equipamentos deixaram uma de suas pulseiras de quantum sob uma

pedra preciosa encontrada no local e sob transcrições descreveram

pelas liga dos mesmos a história do qual eram tratados como quase

deuses entre aquele povo. Mas seguiram eles e contando a lenda dum

homem cujas viagens no tempo realizou grandes feitos fizeram um

rosto sob a outra face da pedra onde aqueles primitivos lhe chamaram

de rei do infinito, este homem era Octavios.

Mas ainda nestas lendas seguriam eles deixando por seus

caminhos grandes riquezas e descobertas, mas que não perduraram

para sempre por quererem por tais conhecimentos pouco a pouco

manipular este povo que não demorou a descobrirem estarem sendo

enganados, mas suas lendas tal como a cidade onde moraram e

passaram suas gerações era de grande esplendor e passaram a ser

conhecidas por Akator até seu fim súbito por algo inexplicável

permanecendo assim de mente em mente, por geração a geração entre

os nativos daquele lugar.

Algum lugar do século XV. John Roberts finalmente se

aproxima de seu lar após constatar uma defasagem de apenas uns 46

minutos de ausência no visor de quantum desde quando retornou no

tempo - o retirando em seguida - naquele período desde quando saiu

até o trajeto percorrido. Finalmente ele avista seu lar e contempla sua

formosa mulher a caminhar só pelo jardim, ela o vê, e se aproxima dele

com um sorriso receptivo no rosto a criar um visual incrível mediante

aqueles belos campos formosos e brilhantes com uma suave luz do sol

e com o mar a alguns metros a vista no horizonte e das montanhas

cobertas com uma camada de neve noutro. Então ela o abraçou com

seus cabelos esvoaçantes sob o vento que cortava o gramado leve e

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pequenas plantas, e então perguntou carinhosamente após alisar seu

rosto.

- Onde esteve Heidrun? Procurei você por todo local.

- Fui apenas regar as raízes de uma flor e refletir sobre o tempo

hoje. - respondeu ele olhando em seus olhos, agora um pouco tristes.

- Você está diferente, não havia notado em você estas rugas. -

disse ela ao continuar acariciando sua face.

- Vamos entrar, ver como estão nossos filhos. - disse ele

praticamente a ignorando, mas na realidade disfarçando.

Lá dentro seus filhos brincavam tranqüilamente, e ele, então,

silenciosamente a contempla-los os viu com muito afeto, mas

preocupação. No entanto, um temporal estava a se formar no horizonte

chamando a atenção de seus filhos do qual sabia que eram muito mais

que meros filhos. Nuvens cinzas carregadas e um forte vendaval a

adentrar pela janela fazendo as cortinas voarem, quase apagando a

lareira. Estamos sendo observados por algo ruim, pois estamos em

risco, pensou ele consigo mesmo quando um dos filhos lhe perguntou.

- Papai, o que que é isso no horizonte?

Enquanto isso em outro ponto do espaço-tempo um homem

chamado por Joseph Ávila, um descente de John Roberts preso numa

caravela observa o mesmo fenômeno no céu a despertar os viajantes

durante a madrugada, mas sendo muito mais que um mero temporal,

mas algo que parecia atingir as vísceras do céu como se engolisse as

próprias estrelas. O pobre homem preso como um escravo vindo da

África levantou suas mãos presas por correntes a contemplar tal evento

como se pudesse toca-las através das frestas de madeira da embarcação

do qual se encontrava no porão enquanto os passos nervosos de

homens dum lado a outro caminhavam nervosos diante deste evento.

O dia clareou e a luz do sol veio e foi como os muitos dias que

se sucederam até quando começou a cair água congelada dos céus, e

foi numa destas noites que Joseph teve um sonho, sonho que

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aparamente outro do seu teve, e se viram onde um estranho ser cujo

parecer era a do mesmo visto por Kaab e Octavios na América do sul

contemplaram os dois homens puxando por uma só linha áqueles dois

tempos numa só direção. O sedento homem por liberdade, na

esperança de ser recompensado por seus feitos criou fé mesmo sendo

tal apenas um sonho como quem visse anjos do qual, entretanto, as

palavras ditas para o outro homem - John Roberts - foram interpretadas

apenas por ele mesmo.

“O tempo voltou a ficar seguro desta guerra, além do que vossa

tecnologia pode tocar, mas terão de auxiliar Octavios, e juntos recrutar

outros sabendo-se que são peça fundamental do mosaico.”

Como Joseph poderia fazer tal? Preso estava, nas mãos de

homens que apenas os queriam usar e depois descartar porque nada

tinham a lhe dar, mas sem preoculpar-se encostou sua leve cabeça e

voltou a dormir a espera dum outro sonho como este, quer tenha sido

mero sonho ou não...

Enquanto no outro tempo, John Roberts despertou com as

mesmas perguntas de quem era tal ser e tal homem que viu, ofegante e

assustado se recostou novamente no travesseiro a pensar

silenciosamente quando sua mulher acordou, e lhe dirigiu a palavra a

perguntar-lhe que mesmo confortável leito, o que tivera por sonho, ou

pesadelo? E ele respondeu:

- Aanjie, tive somente um sonho estranho...

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APPENDIX Apêndices de Crônicas Atemporais

O Universo Conceitual Segundo a TEMPUS

Desde os primórdios quando os primeiros organismos vagavam pelo

mundo se determinou um preceito de sobrevivência por associações

mediante a natureza em comum. Os seres em suas mais diversas

espécies e classes, os considerados mais inteligente aprenderam a

desenvolver uma maneira comum de se viver em famílias protegendo

seus descentes, ancestrais, dos elefantes que choram seus mortos, ao

Deus que na Bíblia teria instituído a família como a primeira

instituição do mundo, termo que acabou por designar a diversidade do

reino animal e vegetal em sua complexidade. Fora por tais mecanismos

que povos sobreviveram por séculos e séculos à infiltração de povos

inimigos e destrutivos, aqueles que apenas parece desintegrar todo esse

complexo desenvolvido pelo maior dos engenheiros. O caos agora

oscilando como um pendulo, um barco em marés irregulares num

contra-destino parece ir de extremos a outro, mas como a anular as

ondas temporais, nossas genealogias, descobertas, os fatos, histórias,

anular a nós mesmos a nos tornar semelhante àqueles que isso

planejam, homo nulus.

Se vamos sobreviver? Parece que desta vez nem o tempo tem

respostas para uma batalha que rompe nossa cronologia como se fosse

uma mera folha de papel, mas em algum lugar certamente existirão

respostas...

Algumas curiosidades é que pensei em colocar um momento

em que Octavios encontra o corpo de um homem aparentemente

similar a ele nas florestas das Américas do passado no conto 'Mitos do

Tempo', mas apesar de ter por objetivo lançar a pergunta sobre quem

era tal - o verdadeiro serpente emplumada ou um reflexo dele mesmo

alguns anos à frente - acabei deixando de lado pura e simplesmente por

considerar mais um mistério desnecessário. Aqui a pretensa não foi de

se colocar contra religião, mas simplesmente porque o personagem

lendário verdadeiro aparentemente não tinha qualquer relação religiosa

com tal, tomando este vulto apenas posteriormente pelo povo local

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numa mistificação seja deliberada ou não, o que é a proposta central

deste, separando o cientifico da religião a exemplo de 'O Oitavo

Peregrino' onde novamente é colocado à posição mediante a ciência

dos referidos anjos, mesmo que o cientifico serve para quase tocar ou

compreender estes nos exemplos posteriores. Obvio que parte deste

mosaico proposto que em seu limite é apenas extrabíblico se completa

com o livro 'Síndrome Celestial', que infelizmente sofre grandes

interferências diversas por plágios. Não obstante, deste modo a única

preensão é se não de formular uma teoria do tudo mediante o

especulativo não num sincretismo pretensas pseudodomínio da

verdade, não sendo uma "nova bíblia" - o que dá medo - mas antes a

reconhecido mesmo devido o crédito que como histórias humanas

verídicas pertence ao domínio público tal como o próprio narrado da

serpente emplumada aqui pega emprestado uma vez que o semelhante -

homem branco de olhos azuis - se assemelhariam.

O Tempo é o maior responsável pela grande variação de

fenômenos universais sejam explicados ou não, dentre estes sejam por

permissão do Tempo ou simplesmente resultante deste, manifesta-se

um universo rico de variações perceptivas simplesmente inscritíveis

perante o homem, e ocultado por muitos por temer que possam os

diminuir conceitualmente mediante a magnitude do maior fenômeno

energético responsável pelo o Universo em si. Mesmo de tempos

diferentes Octavios não existe sem John Roberts de mesmo que John

Roberts não existe sem Octavios, tal como a própria existência da

T.E.M.P.U.S. deles depende, e assim o mundo como reflexos

interagentes.

Em meio a isso sobrevive a T.E.M.P.U.S. cujos feitos tem de

ser não somente pesquisar sobre a natureza do que é o tempo, mas

resguardar nossa linha temporal de outros misteriosos seres que

parecem vagar pela existência a muito mais tempo. O Tempo

transcorre em todas as direções, ondular suas ondas perfeitamente

circulares apenas tem sua resistência quebrar por algo vibratoriamente

que ofereça maior resistência contra o Tempo, e destes surgem toda a

gama de fenômenos partindo-se de conceituais legisladas e simples, os

ecos temporais nada são como exemplo responsáveis muitas vezes por

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fenômenos descritos por alguns como fantasmas ou mundos paralelos

transcrever a reflexão do Quantum do Tempo que contém informações

ainda indecifráveis ao todo para os cientistas da Tempos. Em meio a

isto algo, uma força, que parece querer anular as ondas temporais a

atingi-la em sua fonte, os homo nulus, que contam com auxilio de

outros seres de procedência não menos misteriosa que uns chamam de

alienígenas que nos estudam por séculos em busca de respostas em

nossa mente para a questão perceptiva do quantum, o livre-arbítrio

num poder interativo que estes são incapazes de conceber, tal com

memórias misteriosamente guardadas em nossos próprios genes de

forma aparentemente e igualmente quântica que alguns poderiam

definir a resultante aparente como reencarnação, mas não mais que

memórias ancestrais guardadas na linha do Tempo. Estes seres

malévolos, nos enganam por séculos, se transformam no que nós

desejamos, de falecidos a anjos até mesmo, fazendo o possível para

poder tocar o ponto chave de nossa ligação, os sentimentos, nosso

querer, nosso coração, mesmo que por vezes pela violência, são não

mais que a personificação da contradição e anomia que muitas vezes

está a transtornar nossa consciência. Essa poderosa anomia que cresce

pelo universo partindo deste mundo é responsável por algumas das

discrepâncias mais berrantes, da origem de lendas de criaturas

maléficas como lobisomens e até mesmo os vampiros, é a

representação do rancor e o que se trata por negativo neste mundo,

prendendo o mundo em constantes ressonâncias temporais, ecos vazios

de existência, o fim do novo.

Aqui a conceitual de antagonismo propõe uma profusão de

extremos opostos numa luta por anulação mútua, não auto-

completação. Tal argumento mesmo que batido, no entanto, não se

limita a um embate dialético ou maniqueísta em deliberação, aqui a

divisão personificada nas entidades sombrias está justamente como o

verdadeiro véu de escuridade a verdade no universo, quase como uma

personificação inteligente do quixton, aqui chamado por darktrons, não

se trata do típico e banal conceito de luz Vs trevas, mas sim de

anulação onde tal embate mais que material é concausual assim

espiritual onde tal dualismo e materialidade anomia apenas resultante.

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Tal personificação por transtornar elementos pode se transtornar e

assim porque não figurar-se por luz? Aqui tudo que torce e distorce a

verdade a escondendo se demonstra como tal anomia. Fica claro assim

que tal objetivo destas entidades é não mesmo que tentar perverter as

próprias leis do universo. A inspiração destes seres é de origem de

sonhos meus (pesadelos) onde tais nas duas ocasiões representam não a

escuridão em suma, mas sim a contradição. No sonho que inspirou

Unknow Mainstrem (Crônicas Temporais), tais são observados como

sombras no céu a sugar nosso ser, existência, e razão como se a nos

tornar em nada e por isso batizado por mim com este nome. Noutro se

identificam mais pessoalmente como sombras que ganham vida própria

e assim consciência.

Estas entidades sombrias tem seus representantes entre os

humanos. Eles conhecem nossa fisiologia em nossas fraquezas e

pontos fortes como poucos seres no universo, mas somos para eles não

menos que degraus para atingir seus desígnios questionáveis, usados e

manipulados por cordas como fantoches num cenário em que a verdade

parece se perder mediante a perceptividade e realidades ambíguas. A

realidade nunca fora absoluta, mas para se buscar a verdade nela nem

sempre devemos, por isso, confiar em nossos sentidos, mas alguns

seres assim como seus equivalentes humanos nos querem na penumbra

do conhecimento em atingir a verdade inexpugnável nem que para isso,

usem de toda violência possível, buscar a verdade tornou-se um grande

perigo. Fuja deles, sobreviva, mas se estes o cercar evite discordar

deles.

O Medidor de Quantum e a revisão das viagens temporais

O universo repleto de possibilidades tecnológicas, onde num futuro da

descoberta da cura para a SIDA, engenhosas armas a um maquinário

capaz de gerar wormhole artificiais e estabilizar olutro, que são capazes

de se sintonizar com freqüências de outros tempos rompendo suas

ondulações. Entre todos os aparatos ultratecnológicos deste vislumbre

do futuro, o mais usual de todos está um pequeno artefato colocado no

pulso dos chamados cronologos ou topologos, os temponautas com a

chamada popularmente entre ele por pulseira quântica. Na realidade

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parecendo mais um bracelete, revestido duma liga metálica apenas

feita num futuro, a tornam mais resistente e conter o material

utilizando-se da misteriosa pedra e xerum 525. Sendo capazes de

passar informações sobre interações do quantum com suas presenças

em determinadas linhas temporais tal como leituras diversas de

energias, forças e eletromagnetismo funciona como um isolante a criar

um pequeno campo quantum a seu entrono como forma de diminuir tal

influência nas viagens temporais. Passando freqüentes assinaturas para

o tempo de onde é oriundo através duma comunicação intertemporal

onde todos os dados são constantemente atualizados este pequeno

artefato é como um pequeno supercomputador a dar precisos dados de

localização espaço-temporal, e a canalizar wormholes produzidos pelas

T.E.M.P.U.S. de seus tempos oriundos para outros pontos específicos

do espaço-tempo. Não obstante, utiliza de um mecanismo de busca

onde se determinar pequenos wormholes naturais que se interligam na

teia do espaço-tempo terreno os amplificando ao canalizar energia das

ZT da TEMPUS.

Sem estes artefatos o campo quântico que protege os

temponautas estagnam podendo os fazer inclusive saltar por algum

outro ponto do espaço-tempo de maneira imprevisível. Tal serve para

poder também localizar zonas de anomia ou anomias provocadas por

vetores intertemporais ou interdimensionais mediante as imprecisões

quânticas casuais ou concausuais.

Sobre a Ordo Christianita Ad Ventus

Desde o seu fundamento por Heidrun Adail com auxílio dos

Xenomedes Stoneset, Alexis Anor Zanini no século XII, Osmar Olavo

entre outros poucos após presenciarem uma manifestação de

singularidade a fim de resguardar os segredos pertinentes às viagens

temporais no passado. Os chamados Cavalheiros Inexpugnáveis apesar

de ter sido inicialmente não mais que uma sociedade do meme de

cunho cristão acabou por ganhar outros contornos por seus segredos

terem sido passados de geração em geração por seus guardiões. Porém,

com o misterioso livro guardado pelo Consórcio Secreto do Vaticano

chamado Maistrini, cujo título é ‘Tratactus Ad Tempus’ supostamente

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escrito pelo templário Heidrun Adail contém segredos pertinentes a

fenômenos temporais e eletromagnéticos ao longo dos tempos assim

como a misteriosa armadura por ele construída que dariam pistas sobre

as viagens temporais. Livro que teria sido utilizados supostamente no

obscuro e duvidoso projeto Philadelphia.

Entre os elementos ditos no livro ‘Tratactus Ad Tempus’

estariam da suposta hierarquia adotada posteriormente como uma

sociedade super secreta a procurar desvendar os segredos do Tempo

assim como de seus supostos viajantes temporais. Como símbolo a

estrela dos ventos que seria uma analogia para a lenda Flor de mil-

pétalas num paralelo as horas do dia e posições de direção, e por isso

também sendo chamada por alguns de Ordo Christianitas Rosae Ad

Ventus (OCRV), mesmo que seja uma corruptela ganhando outras

ligações com importância algum com os fundamentos iniciais do

mesmo. Seus níveis se divide em módulos que se interagiam entre si

demonstrando sua posição mediante o cristianismo, por ter sido

protegido do mesmo.

1 - Norte: Jaspe - Primeiro Discípulo do Filoverbalismo:

Paulo, com um livro e uma espada (Hora / grau: 12:00 / 0) –

Escudo: “Crescit in egregios parva juventa viros” (Salmos

85.10)

2 – Noroeste - Safira: Seguidor da Eqüidade ou Cavalheiro /

Amazonas da Onisofia (Caballarius Inexpugnabilis) - Tomé,

com uma lança (Hora / grau: 13:30 / 45°) – Escudo: “A digito

cognoscitur leo” (II Co 13.8) - Agora um cristianita!

3 - Oeste: Calcedônia - Honrado cavalheiro ou dama do

Advento (Hora / grau: 15:00 / 90°) – Escudo: “Alteri ne facias

quod tibi fieri non vis” (Pr. 21.8)

4 - Sudoeste: Esmeralda – Diácono da verdade (Hora / grau:

16:30 / 135°) – Escudo: “Aequitas praeferitur rigore” (Pr 2.7)

5 - Sul: Sardônia - Guia Apolíneo: Bartolomeu, com um livro

(Hora / grau: 18:00 / 180°) – Escudo: (Pr 18.15)

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6 - Sudeste: Sárdio - Avoengo Espiritual: José, com um

pergaminho (Hora / grau: 19:30 / 225°) – Escudo: “Docem

velle summs est eruditio” (João 15.15)

7 - Leste: Crisólito: Peregrino Designado (Peregrinus ad

vertatis verbalis perfectus) - (Hora / grau: 21:00 / 270°) –

Escudo: “Dictum et factum” (II Co 13.11b)

8 - Nordeste: Berilio: Guerreiros Inexpugnáveis da paz

(Prophetes ad Veritas Singularis) - Mateus, com um machado

- (Hora / grau: 22:30 / 310°) - Escudo: "Audacem reddit felis

absentia murem: Fallacia alia aliam trudit" (Salmos 91.4)

Segundo Modulo

9 - Norte dourado: Topázio: Lorde Inexpugnabilis ou

Primeiro Mestre de 8 - João, com uma cobra (Hora / grau:

12:00 / 0) – Escudo: “Amicus certus in re incerta cernitur”

10 - Oeste Dourado: Crisópraso: Guardião da Bússola Verbalis

ou Guardianus Ad Veritatis (Guardianus Ad Veritatis) - (Hora

/ grau: 15:00 / 90°) – Escudo: “Beati monoculi in terra

caecorum” (Jó 4.3)

11- Sul Dourado: Terceiro Mestre de 8 ou Guardião da Chave

Dourada (Hora / grau: 18:00 / 180°) – Escudo: “Bene imperat

qui bene paruit aliquando” (Pr 14.8)

12 - Leste Dourado: Ametista - Quarto Mestre de 8, Guardião

Ametista ou Palatinus Ad Veritatis (Hora / grau: 21:00 / 270°)

- Sabedoria e proteção: “Barba non facit philosophum: Non

deterret sapientem mors (Cicero)”

Arbor ex fructu cognoscitur

Arbor bona fructus bonos facit

A fructibus eorum cognoscetis eos

Non male sedet qui bonis adhaeret

A Combinação destes em duplas (mestre e discípulo, sem

conotação templária) do primeiro nível com a do segundo formula uma

grande quantidade de horários relacionando o mestre dourado como

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horas e o discípulo minutos (tendo a variação numérica de 7 a 8

minutos entre cada), resultando em 32 onde 4 mestres recebiam 8

discípulos cada, estes referidos em sua combinação iniciado no grau

zero (norte) onde no final forma uma rosa dos ventos num quadrado,

conforme descrito por horas grau abaixo. São 32 ventos nas suas 32

direções, assim os desenvolvimento destes em relação a cada um dos 4

mestres não se posiciona em tal, como representa cada uma destas

posições, as dos quatro cantos do mundo:

Si mea non coenes, gratior hospes es

Aspirando Idéias

O Limite entre plágio e inspiração pode ser sutil e por isso muitas

vezes fácil de se ludibriar mesmo que por outras vezes seja tão berrante

que se identifique claramente como plágio. Posso assim determinar tal

como sendo percentual onde tal excede o ponto comum conceitual que

oriente o dito autor a uma criação própria, mas do qual a ausência de

respeito para com o original inspirado pode também se incluir como

um dos fatores decisivos para sua definição, ou seja, ausência de

menção mediante o artigo 46 do código brasileiro, seja por

homenagem-tributo ou crédito como fonte biográfica. Como se diz

comumente é quase impossível se criar algo 100% original, entretanto,

mesmo que num roteiro semelhanças possam ocorrer em detalhes

irrelevantes existem aqueles filmes e séries cujas propostas inspirem

outrem num nível de meme ou meramente casual. Por isso aqui neste

texto como tributo justo a tais inspirações conscientes ou não, as

menciono, mesmo que no primeiro 'Crônicas Temporais' as menções

tenha sido ditas até mesmo anteriormente aos contos, neste o faço sob

forma deste texto. A despeito dos plágios que mais uma vez se

sucedem a dificultar se não destruir meu trabalho, 'Fringe' transcreveu

os Seth a um personagem chamado September numa premissa similar

onde busca-se salvar Peter como um quase paralelo a John Roberts.

Mesmo que estes sejam incapazes de se retratar diante das evidências

claras de tal, afetando meu trabalho que não é remunerado, aqui deixo

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o pesar sobre a conduta obscena e escandalosa como exemplo factual

de falta de talento.

Uma das consultas e inspirações relevantes sem dúvidas foi o

livro 'Eram os deuses astronautas' que apesar de haver alguns

argumentos posteriormente comprovados como errôneos trás muitos

fatos relevantes e informações sobre estes seres mais adiantados em

tecnologia e conhecimento do que nós. 'Triangulo das Bermudas' de

Charles Bernitz também serviu de inspiração e consulta informal sobre

os desdobramentos especialmente sobre o conto 'Sem previsão' que

incluem datas legítimas de algumas ocorrências do fenômeno.

Não é de hoje que argumentos sobre viagens temporais

rodeiam o imaginário humano como sonho-comum sendo não uma

convenção, mas tema de H.G.Wells a filmes mais modernos e não

menos inesquecíveis como a trilogia 'De Volta Para o Futuro' onde

estes chegam a ganhar regras imaginárias, assim como seriados como

‘Voyager’, do qual acompanhei desde a infância mesmo que não me

lembre claramente, mas inspiraram meu universo composto por estes

livros. Existem ainda livros do qual não li até o fechando deste

manuscrito como ‘Operação Cavalo de Tróia’, do qual se trata como

verídico por seu autor, J.J. Bernitz e não sem o grau de semelhança.

Aqui, neste 'Crônicas Atemporais' resolvi reformular tais

regras submetidas invariavelmente num argumento-tese que vise

amarrar as pontas soltas das anteriores desde o livro 'Ecce Libro' e pelo

livro-base 'Kairos: O Livro do Tempo' anteriormente chamado por

'Fronteira de Deus' de modo similar a Isaac Asminov sobre os robores.

As propostas de viagens temporais por "coincidência" ganharam peso

com o filme 'Efeito Borboleta' onde inclusive é quase expresso o

conceito da narcose temporal mesmo que em meus escritos estes sejam

anteriores, logo sendo um aparente mero feedback. Existe outro do

qual tem algumas semelhanças apesar de não ter me inspirado

conscientemente, como ‘O Som do Trovão’. Já ‘Time Cop’, outro

filme cujo protagonista foi Van Danne, que lida com os

desdobramentos das viagens temporais sob o signo duma agência

temporal, porém na mesma convencional abordagem, mas alguns

elementos comuns como os momentos do transporte temporal trazem

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semelhanças com as ondas temporais propostas em 'Kairos'. Porém,

entre os filmes do gênero se existe um que sempre é inspirativo,

‘Minority Report’ (não retórica em si), e há um seriado que mesmo não

sendo acompanhado por mim é uma quase inspiração coincidente,

'Contratempos', que relata as viagens temporais de um sujeito

encarnando personagens históricos mesmo que aqui sem a mesma

profundidade verossímil tal como alguns episódios excelentes do

seriado 'The Dead Zone' onde a inspiração justamente deve ser

mencionada assim como a do episódio 'Inner Light' de 'Jornada Nas

Estrelas - A Nova Geração', onde chego a fazer um tributo quase

aberto a este. O conceito de aparentemente se viver outra pessoa

durante um curto tempo foi fascinante e já quase um tema explorado

em outros filmes como ‘Décimo Terceiro Andar’ e ‘Avatar’, mesmo

que no 'Crônicas Temporais' tais memórias sejam mais, digamos,

realistas e não condizendo com um curto período de tempo

necessariamente. Muito digno de ser lembrado é o clássico cult

"Alucinações do passado" é outro projeto interessante de ser notado

pelo tematicamente surpreendente final.

Mesmo que 'LOST' e 'Matrix' possa ter tido algum nível

influente, não superam de modo algum o filme 'Décimo Terceiro

Andar' do qual inclusive considero muito superior poeticamente

falando que o próprio 'Matrix' por sua sensibilidade ao relatar a

condição do que seja algo conscientemente vivo, vida artificial,

chegando a ser claramente mencionado nos três contos da série 'Rex

Virtualis', mas cuja concepção de mundos dentro de mundos coincidem

parcialmente - e aqui involuntário - com as propostas da flor de mil

pétalas e outros "mundos" reflexivos, tal como o conceito de viagens

de consciência a outrem inclusive em que 'Matrix' chupou deste em sua

continuação 'Reloaded', mas virou tema recorrente em outros filmes

como o já mencionado 'Avatar' deixando assim o posto de proposta

exclusiva ao ser publicado e discutido abertamente, e por isto tema

debatível. Porém, tal filme assim como outros citados são dignos de

serem homenageados por muitas vezes ter a qualidade moral-artistíca

muito melhor, afinal nem sempre o maior é o melhor. Enquanto LOST

poderia até dizer que o episódio ‘The Constant’ teria alguma

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inspiração, porém os argumentos propostos neste são posteriormente

similar aos meus, novamente.

As inspirações mais interessantes, no entanto, estão pelo conto

'Uma Cidade Qualquer' em que filmes como 'Cidade das Sombras' do

qual é uma inspiração geral inclusive até demasiada pelo filme 'Matrix'

que relata uma cidade onde seus moradores sofrem um experimento

coletivo por alienígenas que alteram a psique destes, tendo suas

memórias delatadas, mas do qual um destes adquire um poder sem

precedentes para quebrar a rotina opressora deste lugar. Numa 'cidade

qualquer' os experimentos sendo similares, mas suas fundações como

lugar secreto do espaço-tempo se determinam num ciclo vicioso sem

fim responsável pelo controle opressor e os desaparecimentos sendo

estes influenciados pelo excelente filme francês 'Cidade das Crianças

Perdidas' onde o tom de ficção-cientifica como tributo dá espaço a um

mister de fantasia deliberadamente quase infantil do filme ao conto. No

'Cidade das Crianças Perdidas' crianças são seqüestradas e seus sonhos

roubados, numa metáfora perfeita para o que ocorre em 'Uma Cidade

Qualquer'. Um outro seriado interessante de se notar dentro da mesma

temática indicada é o The 4400 que mesmo haver elementos similares

em outros como Supernatural, aqui a semelhança é coincidente, tal

como no mediano ‘A Vila’. A trama que envolve diversos

desaparecidos em diversos pontos do espaço-tempo re-aparecem todos

duma só vez apresentando, porém, superpoderes. Não se pode deixar

de citar neste sentido 'Show de Truman' que funciona no sentido de

expressar uma mentira dominante, que é a própria cidade em questão.

Tendo-se em vista, no entanto, que os argumentos originais de 'Uma

Cidade Qualquer' são mais antigos que o próprio 'Crônicas Temporais'

e que pelo nível de percepção involuntária no período em que tive tal

'insight' resolvi deixa-lo praticamente intacto, como um exemplo quase

profético.

Dialogando: Ficção ou Fato?

Mundos Paralelos e encontros com si próprio em linhas temporais

passadas ou futuras. O impossível pelas leis naturais apenas permitidos

pelo imaginário humano nos levou as perguntas essenciais sobre nós

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mesmos, mas desde as descobertas da Relatividade de Einstein e o

aprimoramento de nosso conhecimento sobre o quantum nos fez

entender que nossa existência é uma constante jornada através do

Tempo, e assim rompe-la é uma possibilidade mesmo que improvável

mediante nossa tecnologia atual. Livros como ‘Kairos: O Livro do

Tempo’, já decreta que os mistérios do tempo são a última fronteira

entre o homem e a verdade rotulada por Deus, nos levando a debates

sobre o espírito, livre-arbítrio, e seus desdobramentos. Mas somos

únicos tanto como espécie, tanto quanto individuo de modo que

encontrar a si próprio num mundo físico implicaria um erro não

somente de inviabilidade quântica, mas espiritual: não podemos ter

duas almas numa divisão conceitual, ou quanto mais infinitas, em

infindáveis mundos paralelos mesmo que tal seja uma demonstração de

nossos poderes interativos espaço-temporalmente a nível quântico, pois

se todos fossemos presos a um destino acima do querer não haveria

qualquer nuance. As respostas para isso estão em nossa própria mente,

somos resultado de nossas próprias escolhas ativas de modo que todos

os excedentes se resumem a não menos reflexos e reflexões de nossas

atitudes mediante o rumo nosso neste mundo.

Mesmo sendo apenas uma lenda, o mito de Doppelgänger

serve perfeitamente para ilustrar sob diversos aspectos muitos dos

fenômenos observados na humanidade, dos déjàvu, aos fantasmas que

seriam não mais que ressonâncias temporais de um tempo ondular dos

quais outros seres lendários sejam tidos como espirituais (demônios)

ou aberrativos descritos pela criptozoologia e em diversas culturas

como os japoneses Yokai, mitos vezes descritos como partindo de

aberrações genéticas dentre os inúmeros segredos de nossos genes

como o Gene Hox e o DNA Junk onde relata-se casos verídicos sobre

pessoas que ao receberem órgãos doados passaram a ter visões da vida

do doador, o que poderia da veracidade a conceitos como da memória

genética onde propõe até mesmo explicação para alguns fenômenos

tido como reencarnação. Sob o aspecto mental demonstra-se aqui uma

ligação com tantos fenômenos tidos por paranormais, das projeções

astrais e sonhos premonitórios onde estabelece ligação com a hipnose,

e outros como Hipnoíde e Narcolépsia.

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Conceitos mais recentes que propõe supercondutividade na

medula humana daria sentido aos fenômenos da mente numa ligação

com o mundo quântico, a justificar-se a inexplicável capacidade

interativa deste e até mesmo ligar-se sob certos aspectos ainda vagos,

mas pesquisados por projetos como Consciência Global tal como

outros eventos tidos como Folie a Deux e o placebo, como uma

interação física de nossa consciência no quantum, mesmo que sob

nosso próprio corpo inicialmente, mas até mesmo a nível micro, as

bactérias estabelecem meios de comunicação chamado Quorum

pesquisado por empresas como Quorex. Nota-se aqui, poderia-se até

mesmo relacionar o fim abrupto e anômalo duma pessoa acabar por

provocar um eco temporal ou residual desta consciência em relação ao

quantum que poderia alguns chamar de fantasmas, o que de certo modo

não seria mentira pois poderia conter sim traços da própria consciência

do individuo. Nota-se assim que os mundos paralelos estão em nossa

própria mente, de igual modo foi eu capaz de conceber um aqui, ou

seja, todos demais 'eu´s' seriam não mais que flutuações de nossa

própria consciência a nível quântico, projeções.

Como o tema central, sobretudo determina-se a questão do

Tempo quântico em sua óbvia ligação fluídica e por isso ressoante e

reflexiva, com o mundo material e nossa consciência podendo por sua

vez explicar uma série de outros eventos físicos e astronômicos tal

como outras lendas como as Bragadoon e Paititi, no Brasil como outros

ecos temporais e lugares nunca alcançados pelo homem ao menos

moderno revelando que alguns mitos de cidades perdidas podem ser

verídicos, tal como alguns animais classificados pela criptozoologia

que apesar de ser considerada uma pseudociência comprovou a

existência ainda hoje de alguns animais considerados extintos como os

pré-históricos celacanto, mas que nos demais casos – tal como de

vampiros e lobisomens, sejam lendas.

As entidades sombrias por sua vez poderiam perfeitamente ter

um paralelo de responsabilidade pelos Darktrons e outros elementos, e

se ligar a outras lendas como a do Mothman dito que sempre surgem

em lugares antes de sua destruição, são seres repensáveis apenas por

trazer as ‘más novas’ ou seja, são ligados direta ou indiretamente e

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responsáveis por tudo ligado à tristeza, dor e violência. Estes

fenômenos curiosamente tem grande semelhança com outro grande

conhecido, os ÓVNIS. Tido como o incomprovavel comprovado,

mesmo mediante a grande maioria de fraudes, é um fenômeno verídico

inclusive já testificado pelo autor, do qual entre as teorias está não

somente de seres extraterrenos, mas dimensionais e(ou) temporais. Tal

como as abduções inexplicáveis por OVNIs também sejam fato mesmo

mediante a grande margem de invencionices de testemunhos errados, e

tão pouco sabe-se se há alguma ligação com viagens temporais mesmo

que relatos novamente na bíblia indiquem fenômenos similares, não

somente sobre o arrebatamento, mas de transladações similares a dos

temponautas como Elias e Enoque.

Tal síntese acrescida da anomia representada pelos homo nulus

cuja pretensa nada mais é que buscar anular as ondas temporais pela

contradição analítica aonde o próprio termo assombração vem do

termo sombra. Seria então um universo simples em leis, mas complexo

em fenômenos resultantes ou discrepantes, sobretudo um universo de

muitas e muitas possibilidades e em eterna expansão. Somente então

será necessário separar ficção de realidade e mito da verdade e curtir a

viagem se não explica-los perante tal. Tirem suas conclusões com as

teorias e teses propostas, pois o que maior se propõe é do debate.

Mesmo nos argumentos de ‘Rex Virtualis: Mistério na Ilha Branca’ no

primeiro livro se escora em fatos, onde, por exemplo, um imenso

iceberg de aproximadamente 2,5 mil km² com 400 metros de altura se

desprendeu do Glaciar Mertz (Antártida) após a colisão com outro

iceberg chamado B9B desprendido em 1987, tendo o poder de alterar o

fluxo das águas por bloquear este fluxo no sul da Austrália e assim

perturbar a biodiversidade da região.

Por sua vez sobre a suposta linhagem de Seth descrita em

diversos trechos da Bíblia são de fatos verdades, mesmo que tenham se

perdido nas nevoas de nosso cronologia falha, e que por tão desejada e

assim invejada a destruí-la acabou-se perdendo sua genealogia, mas

que por tal perseguição acredito ter função e propósito. O nome Sete

significa do hebraico designado, e originalmente no livro sagrado é

tido como um filho que nasceu após a morte de Abel (Genises 5.3),

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porém mencionado muito pouco se não referido na enciclopédia bíblica

como "raça desconhecida" citada em Número 24.17, os filhos de Sete,

provavelmente os descendentes do mesmo. Mas sendo hoje esta

existente ou não, o que aqui relato não seria menos mentira que supor

uma linhagem de Jesus onde não há qualquer referência bíblica ou

histórica razoável, mesmo que conceitos do Santo Graal não tenham

sido discutidos tal como da linhagem Merovigions se não apenas

ficando como sugestão e aparentemente até mesmo a bíblia negar

como em Atos 13.6. Mas particularmente apenas aceito como fato

religioso o que é descrito conforme o livro sagrado, mesmo que

valendo-se lembrar até mesmo um dos conceitos originais deste

colocava tal como sendo na realidade uma pedra tal como nos contos

do Rei Arthur, o que poderia ser não mais que uma torção.

Sobretudo conceitos sobre a linhagem de Seth até hoje são

discutidas onde num livro chamado 'Antiguidades Judaicas' (Flavio

Josefo) teriam criado dois pilares chamado por 'pilares de sete' onde

estariam registradas descobertas científicas, invenções principalmente

no campo da astronomia, baseado nas supostas previsões de Adão

sobre o dilúvio como forma de assegurar a perpetuação destes

conhecimentos. Segundo um apócrifo gnóstico chamado "A Revelação

de Adão" descoberto em 1945 no Egito (Nag-Hammadi), Adão é

descrito como pai de Seth responsável por passar todo conhecimento

secreto a ele: "Estas são as revelações que Adão desvelou ao seu filho

Seth; e o seu filho ensinou a seus descendentes. Este é o conhecimento

secreto que Adão entregou a Seth; é o santo de batismo daqueles que

adquirem o conhecimento eterno..."

Até mesmo existe um antigo movimento gnóstico chamado

Setianismo (no inglês, Sethianism) dedicado à devoção a Sete que

segundo estes teriam sido escolhidos por Deus a criar a sociedade

humana perfeita. Este movimento seria anterior ao próprio cristianismo

sendo judaica mesmo que com ligações ao platonismo. Assim o

contexto mostrado no conto 'Anibal Ad Portas' em que relata o

encontro de Balaão com os Seth na re-descoberta dos pilares de Sete

são apenas especulações fictícias por não terem bases sólidas mesmo

que tão pouco se proponha como doutrina ou evangelho, mas que no

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conto levou Balaão a dizer a praga descrita em Números 24.17. Apesar

de jamais haver conhecimento destes supostos pilares, existem não

somente um, porém, vários casos de povos ao longo dos tempos com

avançado conhecimento em diversos ramos como astronomia ao caso

dos Dogons, uma tribo real da África mencionada em 'Eys Only' onde

foram pesquisados para um livro chamado The Sirius Mystery (O

Mistério de Sirius) do Robert K. G. Temple, um especialista em

sânscrito da Universidade da Pensilvânia.

Do mapa de Pire Reis, as linhas de Nazca aqui o conhecimento

de estrelas invisível a tecnologia do período demonstra no mínimo o

tom de mistério mesmo que obviamente mistificado num mitologia

particular. Já a Ordo Cristianitas Ad Ventus foi criada puramente por

mim e determinadamente como não mais que uma Sociedade do

Meme, assim como os conceitos da própria Bug´s Time, T.E.M.P.U.S.

e a Ordo Christianita Ad Peregrinus. Entretanto os argumentos do

suposto consórcio chamado Maistrini são mera ficção e não tem

qualquer relação com segredos de Fátima e qualquer outro. Ao passo

que a Bug´s Time é aquele que tem por objetivo subverter as leis

temporais. Seu nome é um trocadilho com o nome dos problemas

dados aos computadores na virada do milênio com insetos, ou seja,

uma maquina de problemas que está sempre a dificultar quando não

romper as legislações universais.

Porém, o misterioso sino utilizado nos experimentos de

Beschreibung Schmerz – Designium, personagem fictício cujo nome

do alemão significa ‘designar dores’ - acredita-se ser verdadeiro e que

teria matado cerca de 60 pessoas nas mediações da fronteira Theca

relacionado a projetos secretos que supostamente envolveria a

tecnologia de discos voadores, mas sendo realmente muito similar as

desenvolvidas por Nikola Tesla apesar de não se saber qualquer

ligação. Por sua vez Jakob Sporrenberg, foi um personagem real, um

general da SS que foi um dos responsáveis por experiências grotescas

com judeus e que fugiu após o final da guerra sem jamais ser

encontrado.

Sobre ‘Mitos dos Tempos’ os Toltecas e o mito de Kulkulkan

são verídicos e compartilhados por outras civilizações americanas

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antes do velho mundo aqui chegar. Sobre a pedra da Gávea apesar da

referida Face do imperador ser considerada apenas um devaneio

aqueles que enxergam desenhos onde não há, existem entalhes

estranhamente simétricos por de trás a orientar a um ponto cego desta

pedra, onde relatos num livro diz-se haver uma caverna não acessível

as pessoas de tempos remotos havendo inscrições que se ligariam aos

maias. Apesar de ter feito tal pergunta a National Geographic estes

disseram desconhecer qualquer informação, mas que li num livro sobre

Atlântida e que tais entalhes vi com meus próprios olhos quando lá

subi. Sobre os personagens gêmeos simétricos apesar de serem

completamente fictício, há desenhos e inscrições entre achados

arqueológicos que fazem imagens similares de anjos relatados na

Bíblia. Quanto a Ronoake o incidente verídico cujo nome Croatoan

realmente foi encontrado talhado numa árvore, porém, diversas teorias

indicam que os habitantes da vila teriam se misturado aos índios,

mesmo que pendam de provas mediante os fatos.

Já as visões do futuro pós-histórico por Teogoras, Octavios e

John Roberts alguns elementos corrobam tal como fato possível onde a

exemplo do terremoto ocorrido no Chile no final de fevereiro de 2010

comprovou que se tal foi capaz de interferir no movimento da rotação

mesmo que neste caso diminuindo duma maneira infimamente

imperpecptivel, chegando a ser publicado pela revista Bussness Week

onde o cientista da NASA Richard Gross confirmou tal onde por

cálculos feitos por sua equipe, constataram que a terra se deslocou 8

cm de seu eixo e perdeu 1,26 microssegundos de rotação o que será

então que um asteróide colidido de modo estratégico causaria ao nosso

planeta ou talvez bombas nucleares? Se sua rota fosse no sentido

contrário a rotação da terra poderia não somente fazer a terra

desacelerar radicalmente como sair de sua órbita, criando cenários

muito similares aos propostos no conto, neste caso completamente

estático não somente dias e noites superlongos e assim de temperatura

extremas, mas verdadeiras zonas de crepúsculos.

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Lista de nomes

Aagje Stoneset: Uma virgem,

parente de Xenomedes da

linhagem Seth que se casa com

John Roberts no conto 'O

Oitavo Peregrino', significa do

grego, formosa.

Abbas Hartmut: Amigo de

Amir Mahafara é um dos

Templários traidores do conto

'O Oitavo Peregrino'.

Albert Tucson: Investigador

criminal descendente de índios

nos contos Rex Virtualis.

Amir Mahafara: Um cruel

Templário traidor no conto ‘O

Oitavo Peregrino’.

Andy Wellignton: Um

empresário inescrupuloso e

cruel que lucra com

descobertas e histórias de

temponautas como Octavios,

no conto Sem Previsão.

Anthony: Um assistente

fictício de Nikola Tesla que

morre nas mãos de um

transformista chamado

Lorriene no conto ‘Sem

Previsão’.

Alexis Anor Zanini: O Bispo

é um delegado enviado pelo

Vaticano a investigar possíveis

heresias na Terra Santa e

protege Octavios e Roberts no

conto, ‘O Oitavo Peregrino’.

Alvaro Watchman: O

fundador da misteriosa Bug´s

time e responsável pelo

TerrAlfa no contos de Rex

Virtualis.

Akihiro Sadao: Investigador

japonês no conto Rex Virtualis

II

Amantti Amatore: um eco

existencial fantasma de John

Roberts, onde é um escritor de

sucesso casado com quatro

mulheres que aparece num

sonho de Roberts em Crônicas

Atemporais.

Anderton Mirta: Um dos

cinco desaparecidos morto no

conto 'Uma Cidade Qualquer'.

Anemone Aniceto: Mercenário que faz parte do

Ordo Cristianita Peregrinus em

Éden.

Angelus Bishop: Chefe de

segurança da equipe do MIT.

Apocon Keystone: Poderoso

imaginológo do futuro do qual

a tentativa de mata-lo acabou

por provocar o fim do mundo.

Arquiofonte: Personagem

relatado no mito de

Xenomedes em Éden.

Aster Hamilton: Um

mercenário grego do grupo

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Ordo Cristianita Peregrinus em

Éden.

Athos Vougan: Espião

legionário no grupo Ordo

Cristianita Peregrinus em

Éden.

Beschreibung Schmerz: Um

dos nomes de Designium

durante a Segunda Guerra

Mundial no conto 'Eyes Only'.

Bianor: um dos Líder dos

ordinários no conto Éden.

Brittany Century: Genial

mulher resgatada por Octavios

no conto Unknow Mainstream.

Chikako Aiko Kame: Traduzindo os nomes em

respectivas ordem, Filho da

sabedoria, homem brilhante e

tartaruga, um signo da

longevidade. Um cientista que

seria morto após viver sob

condições inóspitas pela Bug´s

Time, mas servindo a

T.E.M.P.U.S. após ser liberto e

salvo, no livro Acrologias.

Chikako Hajime: Um

prisioneiro hacker encontrado

no Japão no conto Rex

Virtualis II.

Chieko Chiharu: Mil bençãos,

mil nascentes. Um dos

responsáveis pela recriação do

PAT ao lado Chikako que foi

salvo dos extremistas da Bug´s

Time, no livro Acrologias.

Dayanne Conrad: Uma

temponauta topologa em 'Mitos

dos Tempos'.

Designium: Também

conhecido por Beschreibung

Schmerz entre os nazistas é um

misterioso Seth de aparência

hiper-simetrica que é

pervertido, a determinar

(designar) anomias em ‘Eyes

Only’. Consta como sendo um

dos cinco desaparecidos do

tempo.

Deolinda: Vizinha de Dominic

no conto 'Uma Cidade

Qualquer'.

Dominic Kaspar: Um jovem

genial e desiludido no conto

'Uma Cidade Qualquer' que

posteriormente é recrutado na

TEMPUS.

Éderson Montgomery: General da Defense Agency

Inteligence procurado pelo

grupo Ordo Cristianita

Peregrinus, do conto Éden.

Edwin Farrell: Ex-membro da

Legião Estrangeira no grupo

Ordo Cristianita Peregrinus

que resgata Yves em Éden.

Elora Adrastéia: Um das

cinco desaparecidas do espaço-

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319

tempo no conto 'Uma Cidade

Qualquer'.

Eric Cardino: Um ex-

presidente morto no conto

Éden.

Eric Fingal: Personagem da

história lida por Yuri no conto

Praeteritus Perfectus.

Enzo Stoneset: Um físico dos

anos 50 do século XXI, pai de

Herbet Stoneset no conto

'Fantasmas do Tempo'.

Fedon Wade: O bispo líder do

grupo que resgatará Yves, no

conto Éden.

Garnet Melahel: Suposto anjo

dimensional que guardaria a

entrada para o Éden, no conto

de mesmo nome.

Gary Kane: Cientista

responsável pela descoberta da

Matéria Espelhada em 1969:

Praeteritus Percfetus, um

fantasma reflexivo de John

Roberts.

Gene Ravell: Ordinário que

tortura Octavios no conto

Unknow Mainstream.

Gesur Nierming: Um escravo

em Unknow Mainstream,

fantasma existencial de John

Roberts.

Hebert Stoneset: Um dos

fundadores da TEMPUS,

presente nos contos Quantum

of Time e Anibal Ad Portas.

Heidrun Adail: Um nome

adotado por John Roberts no

conto 'O Oitavo Peregrino'.

Herbie Pool: Geneticista no

conto Rex Virtualis II.

Herbie Von Zanquarius: Cientista traidor do Sindicato

dos Filósofos no conto

Kriptofbia.

Hugh Sacha:um ex-agente da

KGB que faz parte da Bug

Time no conto Rex Virtualis II.

Isabel Lorenço: Repórter

brasileira no conto Rex

Virtualis III.

Jameson Joe: Um cientista

militar companheiro de Leonel

Lennox no final da terceira

década do século XXI, no

conto 'Fantasmas do Tempo'.

Jakob Sporrenberg: Um

cientista e general verdadeiro

do III Reinch que desapareceu

após a Segunda Guerra

Mundial.

Jenny Laureen: Uma

descendente de John Roberts

que tem um filho de Octavios

no século XIX e é protegida da

deteriorização social, no conto

Quantum of Time.

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320

João da Silva: Um disfarce de

John Roberts no conto 'Uma

Cidade Qualquer'.

John Doe Demócrito: Fantasma reflexivo anômalo de

John Roberts em Requiem da

Humanidade.

John Roberts: O personagem

que viaja no tempo a completar

sua própria linhagem como

descendente de si próprio nos

três Rex Virtuais e em

Crônicas Atemporais.

John Smiths: Cientista virtual

teórico em Ex Virtualis.

Joseph Avila: Descendente de

John Roberts em Rex Virtualis

Parte II.

Joseph Hanus: Um

Temponauta que sofre da

Narcose Temporal no conto

Quantum of Time, cujos ecos

existenciais se refletem em

Ulva e no relojoeiro no conto

‘Sem Previsão’.

Jonathan Haydan Strong: hacker que auxilia Roberts no

conto Rex Virtualis II.

Josie: Mulher da equipe de

Yuri que morre em

Kriptofobia.

Julia Fill: Investigadora

criminal no Alasca, no conto

Ex Virtualis.

Lane Isra Raja: Uma das

mulheres do grupo de Suzanna

no conto Éden.

Leonel Lennox: Um cientista

responsável pelo primeiro

experimento oficial de viagem

no tempo.

Loriene: Um transformista que

vive com Andy Welligton no

conto ‘Sem Previsão’.

Lory Ferguson: Um hacker

fanático extremista seguidor de

Watchman nos contos Rex

Virtualis II e III.

Kermit Maxwell: Um

cientista amigo de Dionísio no

conto ‘A Sete Passos do

Paraíso’ dentro do conto

‘Quantum os Time’.

Kimberley Kaab: Um

Temponauta parceiro de

Octavios que acaba morrendo

na pré-história tendo seus ossos

encontrados fossilizados no

futuro pela TEMPUS, no conto

Quantum of Time.

Knox Damon: Legionário

Atirador excepcional do grupo

Ordo Cristianita Peregrinus

que se torna amigo de Yves, no

conto Éden.

Malvino Bronwen: Investigador no conto

Kriptofobia.

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321

Marshal Gale: Um paralítico

extremista da Bug´s Time no

conto Rex Virtualis II.

Max Zulu Milles: Um dos

misteriosos não pertencente a

TEMPUS.

Melahel, Yehudi Martin: A

Sete passos do paraíso, é uma

variação de eco existencial de

John Roberts, no conto

Quantum of Time.

Monique Burnier: Senhora

que morre misteriosamente no

Brasil, no conto Rex Virtualis

II.

Násser: Fiel aprendiz de Sahar

no conto 'O Oitavo Peregrino'.

Nikola Tesla: Personagem real

conhecido pela descoberta da

corrente alternada cuja

trajetória e envolta em

mistérios.

Octavios, John: Um dos

primeiros agentes da TEMPUS

e descendente de John Roberts

no livro ‘Crônicas do Tempo’ e

‘Crônicas Atemporais’.

Odemira Násser: Uma

escritora cega de um olho no

conto 'Uma Cidade Qualquer'

Osmar Olavo: um nobre

Ayúbida que esteve presente na

fundação da Ordo Christianitas

Ad Ventus, no conto 'O Oitavo

Peregrino'.

Otávio Ramos: Outro nome de

Octavios identificado no conto

‘Oitavo Peregrino’, de

'Crônicas Atemporais'.

Percy Rufus: A besta dos

olhos vermelhos, no conto

Éden.

Porchat Penafort: Traidor do

grupo Ordo Cristianita

Peregrinus, conhecido por ser

mercador de mulheres em

Éden.

Rachel Smoths: Cientista

computacional que tenta

resgatar John Roberts em Ex

Virtualis.

Ranya Zinara: Misteriosa

investigadora que faz parte do

programa secreto de controle

caótico, no conto Réquiem da

Humanidade.

Relojoeiro: Misterioso

personagem sem nome do

conto ‘Sem Previsão’ que na

realidade é um eco existencial

de Joseph Hanus de ‘Quantum

of Time’.

Richard Newman: Um dos

fundadores do Sindicato dos

Filósofos que sofre de TOC, no

conto Kriptofobia.

Robert Wolfberg: Um físico e

astrônomo alemão no conto

'Eyes Only' também presente

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no livro 'Psiquiatra de Fuher'

como uma vítima de histeria.

Rochelle Nickols: Uma genial

e bela cientista bióloga em Rex

Virtualis III e Requiem da

Humanidade.

Sahar Aaminah: Um nobre

cavalheiro templário que

depois se alia a John Roberts,

no conto ‘Oitavo Peregrino’.

Saião Mirta: Um cantor no

conto 'Uma Cidade Qualquer'.

Saliba Tânuz: Um Ayúbida

mulçumano que na realidade é

um Hashishin xiita que faz

parte do complô para destruir a

linhagem Seth em ‘O Oitavo

Peregrino’.

Simetric Twin: Dois

misteriosos viajantes

provavelmente do espaço que

seriam como reflexo oposto e

exato um do outro, no conto

‘Mitos dos Tempos’.

Shimomura Abner

Nakamoto: investigador

virtual da MIT, nos contos Rex

Virtualis.

Spation Venter: Biólogo no

conto Rex Virtualis III.

Suzanna Menes: A líder de um

grupo de mulheres

sobreviventes dos ordinários

no conto Éden.

Tatsuya: Misterioso japonês

extremista pertencente ao

grupo Bug´s Time, no conto

Rex Virtualis II.

Teogoras: Diretor e um dos

fundadores da TEMPUS, no

conto Quantum Of Time e no

livro ‘Crônicas Atemporais’.

Theodore Mitnick: Ex-hacker

filho de brasileiros que se alia

ao grupo de John Roberts nos

contos Rex Virtualis.

Tino Dionísio: Um cientista

que persegue Melahel no conto

Sete Passados do Paraíso, de

Quantum of Time.

Ulva Sansone: Uma ex

curandeira cega amiga de

Tucson no conto Rex Virtualis

III e re-aparecendo como um

homem preso injustamente no

conto Praeteritus Perfectus,

sendo apenas reflexos de

Joseph Hanus.

Xarif Nabih: Protetor de uma

pequena cidade que se une ao

grupo dos 7 Peregrinos

substituindo Prochat no conto

Éden.

Xenir: Mãe protetora de

Xenomedes no mito relatado

no conto Éden.

Xenomedes Stoneset, Jobson: Um descente de John Roberts

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323

no conto ‘Éden’ e ‘O Oitavo

Peregrino’.

Yates Winston: Professor do

MIT nos contos Rex Virtualis

II e III.

Yogini Newman: Psicopata

assassino e estuprador que

doou os órgãos a Gary Kane no

conto Praeteritus Perfectus.

Yves Pálmer: Variação

fantasma de John Roberts em

Éden.

Yuri Zelliva: Um cientista

responsável pelas descoberta

das variáveis temporais

fluídicas. Fantasma

dimensional e variável de John

Roberts (Kriptofobia)

Zahara Úlima: Mulher que

segue os 7 peregrinos no conto

Éden.

Zayd Parsifal: o líder da

pequena cidade invadida pelos

ordinários no conto Éden.

Zemina: Irmã de Roberts no

conto, Rex Virtualis II.

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324

Bibliografia Referencial:

- Ecce Libro - o Livro das Sinteses - Gerson Machado de Avillez -

2009

- Cronologos: Fronteiras do Tempo - Gerson Machado de Avillez -

2010

- Eram os deuses astronautas - Eric Von Danikien

- The Sirius Mystery (0 Mistério de Sírius) - Robert K. G. Temple