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AÇÃO DECLARATÓRIA PROCESSO 04.032.772-9 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS Resposta à Manifestação da Unimed de 06-12-2011 São Paulo, 05 de Março de 2012 Preparada pelo Assistente Técnico da SCI Wilson Fukushima

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Page 1: Resposta sci

AÇÃO DECLARATÓRIA PROCESSO

04.032.772-9 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

CAMPINAS

 

 

 

 

Resposta à

Manifestação da Unimed de 06-12-2011

São Paulo, 05 de Março de 2012

Preparada pelo Assistente Técnico da SCI

Wilson Fukushima

Page 2: Resposta sci

Sumário

O contrato de prestação de serviços de licenciamento de uso, atualização, 

treinamento e configuração dos softwares ScanDo e InterDo para proteger o 

ambiente da Unimed contra o ataque de “hackers”  e vírus requeria 

responsabilidades tanto da Unimed como da fornecedora SCI.

Como amplamente esclarecido na literatura de negócios, existe uma diferença 

fundamental entre produtos e serviços. Os produtos são tangíveis, na sua 

maioria materiais, sensíveis aos cinco sentidos e a satisfação do cliente está 

diretamente relacionada a atributos físicos que devem estar de acordo com os 

anunciados e esperados. As responsabilidades do cliente são acessórias e 

limitam-se ao uso adequado do produto.

Em contrário, os serviços são intangíveis, muitas vezes não sensíveis aos cinco 

sentidos e a satisfação do cliente estão relacionados a resultados de 

atividades como, por exemplo a segurança e proteção de programas, no caso 

da Unimed. As responsabilidades do cliente são essenciais para o bom 

resultado de serviços e estendem-se desde a correta especificação da 

abrangência esperada dos serviços, da provisão de condições necessárias ao 

bom desempenho das atividades do fornecedor de serviços, à colaboração no 

caso de alguma dificuldade imprevista. Em resumo, a prestação de serviços, 

mesmo um simples corte de cabelo, dependem de um ambiente de  

colaboração entre e o cliente e o fornecedor dos serviços. Essa necessidade 

de colaboração do cliente é essencial neste caso específico de instalação de 

produtos antivírus no ambiente computacional da cliente Unimed.

Após o estudo da abundante documentação do presente caso e do Laudo do Perito 

distinguimos duas fases no contrato de prestação de serviços entre a SCI e a 

Unimed.

A primeira fase refere-se ao  período em que a  área de informática da Unimed 

esteve sob a gestão do Sr. Valmir Piaia. Neste curto período de tempo os 

softwares ScanDo e InterDo foram instalados, corretamente configurados e 

protegeram o ambiente da Unimed contra o ataque de vírus e “hackers”. O 

software foi alugado por três meses até a comprovação da sua efetividade, 

após o 2

Page 3: Resposta sci

que, a aquisição de licença permanente foi submetida ao rigoroso Conselho de 

Administração da Unimed que  a aprovou em reunião geral.

Em consequência dos bons serviços prestados pela SCI, a Unimed emitiu atestado 

de competência técnica da mesma tanto como representante dos softwares ScanDo 

e InterDo como  fornecedora dos serviços de instalação, configuração e 

treinamento de operação dos mesmos. Na primeira fase o comportamento da 

Unimed também foi adequado, criando as condições necessárias para a prestação 

dos serviços.

A segunda fase refere-se ao período da gestão da área de informática da Unimed 

pelo Sr. Maurício Rosa, caracterizado por conflitos políticos. Neste período foram 

feitas muitas modificações nos programas da Unimed que requeriam nova 

configuração dos programas ScanDo e InterDo.  A Unimed não cumpriu com suas 

responsabilidades neste período: dificultou os horários, não preparou um ambiente 

de testes, não efetivou as  modificações de ambiente requeridos pela SCI. 

Finalmente, não entregou as chaves de acesso aos aplicativos da Unimed e 

interrompeu os trabalhos de forma súbita e unilateral.

De todas as ações e omissões que prejudicaram e impediram os serviços nesta 

segunda fase, a não entrega das chaves de acesso aos programas da Unimed e a 

interrupção unilateral dos trabalhos foram as mais necessárias e indispnesáveis 

para a conclusão dos serviços e de responsabilidade exclusiva da Unimed. 

Ademais, A UNIMED fechou-se a qualquer possibilidade de negociação do 

cronograma de trabalho e iniciou uma série de acusações infundadas que pudemos 

verificar falsas no Laudo do Perito. 

Durante o processo de perícia técnica, o Perito perguntou da possibilidade de 

continuar com os trabalhos de configuração do InterDo ou renegociar outra 

solução técnica. A SCI se dispôs a fazê-lo. O Sr. Maurício Rosa, representando a 

Unimed, foi irredutível.

Com base no Laudo do Perito e nos demais documentos juntados demonstramos

3

Page 4: Resposta sci

que a primeira fase, sob gestão do Sr. Valmir Piaia, é uma prova de que os 

softwares ScanDo e InterDo funcionaram de acordo com o anunciado no contrato e 

na propaganda protegendo o ambiente da Unimed, quando tanto a SCI como a 

Unimed cumpriram com suas responsabilidades.

A segunda fase, sob gestão do Sr. Maurício Rosa, não chegou a termo por culpa 

exclusiva da Unimed que interrompeu, de forma súbita e incongruente com suas 

responsabilidades, os trabalhos de configuração do ScanDo e InterDo, deixando 

desprotegidos os programas da Unimed contra o ataque de  vírus e “hackers”. 

Por isso a conclusão do Perito às Fls. 340:

“No entanto tais problemas poderiam ser minimizados caso tivesse sido negociado

um novo cronograma de instalação entre as partes, com novos prazos.”

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Page 5: Resposta sci

 I. Introdução

Histórico e Comportamento da SCI

Como já foi informado nestes autos, a SCI foi a primeira empresa de software 

fundada no país (1972), portanto conta com mais de 40 anos de atuação 

e de experiência no ramo. Tem como clientes as maiores e mais 

reputadas empresas e organizações do país, dentre as quais o Banco 

Bradesco, a Caixa Econômica Federal, o Serpro (serviço federal de 

processamento de dados) e até o Ministério da Justiça.

Foi por essas qualificações técnicas e sua reputação de serviços de alta 

qualidade que a UNIMED selecionou a SCI, para instalar nos seus 

sistemas de computação os softwares antivírus ScanDo e InterDo.

Como já foi também amplamente comprovado  nestes autos, a SCI:

11. Concedeu  formalmente a Licença de Uso dos softwares

12. Instalou o software nos equipamentos da Unimed

13. As funcionalidades do software eram as anunciadas

14. Conduziu o treinamento

15. Não tinha controle (nem deveria tê-lo) sobre o ambiente técnico da 

Unimed

16. Trabalhou fora dos dias e horários normais de trabalho

17. Não recebeu da Unimed as chaves de acesso para “vacinar” os 

aplicativos

18. Foi surpreendida pela interrupção unilateral dos trabalhos por parte da 

Unimed

19. Fez todo o possível para instalar e configurar os softwares ScanDo e 

InterDo, mesmo perante o comportamento inconsistente da Autora.5

Page 6: Resposta sci

Analogia Médica

Para melhor explicar que o sucesso da SCI para implementar  o software  antivírus 

requeria a efetiva participação e colaboração da Unimed, a SCI se utilizou de um 

exemplo médico comparando a colocação do antivírus nos computadores da 

Unimed com a vacinação de crianças, mostrando que, da mesma forma que o pai 

das crianças precisa permitir que o médico aplique a vacina nas crianças,  era 

necessário que a Unimed permitisse o acesso da SCI ao seu sistema e aos seus 

aplicativos.  Ou seja, da mesma maneira que sem a colaboração dos pais as 

crianças não podem ser vacinadas, sem a colaboração da Unimed, seu ambiente e 

seus aplicativos não podem ser protegidos pelo software antivírus, pois sem a 

colaboração efetiva da Unimed a SCI não tem acesso aos sistemas e aplicativos da 

Unimed. 

Note-se que antes da aquisição permanente do sistema antivírus, a Unimed já o 

tinha utilizado em regime de locação provisória durante três meses. Só após essa 

utilização foi que decidiu comprá-lo. Ou seja, já conhecia o sistema.

Note-se ainda que o interesse de uma empresa de software como a SCI é instalar

o software que representa no país. Ou seja, não fazia o menor sentido para a SCI,

principalmente por sua experiência, competência e tradição no mercado de

software, deixar de instalar o antivírus na Unimed. Pelo contrario, deixar de

instalar o antivírus seria contra seu interesse comercial e contra a reputação de

mais de 40 anos de atuação perante os clientes nacionais e perante o fornecedor

estrangeiro da tecnologia.

O que aconteceu, conforme também já relatado, foi que conflitos internos na

Unimed que levaram à demissão do então diretor de informática e até a saída do

presidente da entidade, resultaram num comportamento inconsistente e errático

da área de informática da Unimed que passou a ser dirigida por um novo diretor

indicado pelo novo presidente. Ou seja, na briga interna entre

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Page 7: Resposta sci

“marido e mulher”, as crianças acabaram não sendo levadas ao médico para 

vacinação”.

Comportamento da Unimed na Primeira Fase

Antes da crise política, a gestão de informática da Unimed era de responsabilidade 

do Sr. Valmir Piaia. Neste período,a Unimed especificou o ambiente a ser 

protegido, concedeu as chaves de acesso e correspondeu a todas as necessidades 

para instalação e correta configuração dos softwares ScanDo e InterDo. Como 

consequência, o ambiente da Unimed ficou protegido contra o ataque de 

“hackers”. Todo o trabalho foi feito de maneira rápida e eficaz e a Unimed decidiu 

alugar o software por três meses até que o rigoroso processo de compras da 

Unimed cumprisse todos os trâmites incluindo uma demonstração na reunião do 

Conselho de Administração, na presença de toda a Diretoria da Unimed. 

Comportamento Errático da Unimed na Segunda Fase

Como consequência da crise política, a área de informática passou a ser 

comandada pelo Sr. Maurício Rosa. Em sua gestão foram introduzidas muitas 

mudanças no ambiente de computadores da Unimed assim como um novo 

conjunto de programas de computador interligados aos programas anteriores, 

tornando um ambiente mais complexo.

Nesta nova realidade, se fazia necessário re-instalar novamente o ScanDo (um 

programa que pesquisa as vulnerabilidades dos programas de computador) para 

adaptar a configuração do InterDo, o programa que faz a proteção dos programas a 

partir de regras  de acesso indicadas pelo programa ScanDo.

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Page 8: Resposta sci

Ao iniciar esta segunda fase, a SCI não encontrou mais a disponibilidade e a 

responsabilidade da Unimed com relação ao ambiente, horários e chaves de acesso 

aos programas da Unimed.  

Na sua mais recente manifestação, imbuída do mesmo espírito de confusão e falta 

de responsabilidade desta segunda fase da Unimed, a autora apenas nega os pontos 

da SCI sem acrescentar qualquer nova prova.  Além disso, confunde a sequência 

lógica das provas dos autos, repete folhas e defende posições sem fundamentá-las. 

Não tendo como negar que demorou e não entregou as chaves de acesso, nesta 

última manifestação a Unimed alega que o programa InterDo de proteção 

independia da entrega das chaves. Como já anteriormente demonstrado pelo 

Perito, executar o programa InterDo sem antes ter feito a verificação de 

vulnerabilidades pelo programa ScanDo deixaria os programas da Unimed 

vulneráveis aos ataques de “hackers”.

Esse comportamento errático é o mesmo demonstrado durante a configuração dos 

softwares ScanDo e InterDo na segunda fase. É consequência do ambiente político 

 instável da Unimed que se reflete na mudança frequente de diretores e gerentes. 

Um ambiente instável acaba por produzir percepções contraditórias. Na analogia 

da vacina corresponde à percepção do pai de que a mãe teria levado as crianças ao 

médico e vice-versa. O resultado prático e real é que, de fato, as crianças não 

foram levadas ao médico.

A principal conclusão deste documento é que o contrato de prestação de serviços 

foi levado a bom termo na primeira fase sob a gestão do Sr. Valmir Piaia, porém na 

segunda fase, sob a gestão conflituosa do Sr. Maurício Rosa, o contrato foi 

interrompido por culpa exclusiva da Unimed. A SCI manteve sempre a disposição 

de renegociar e encontrar soluções para a complexidade crescente do ambiente 

técnico da Unimed.

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Page 9: Resposta sci

Organização deste Documento

Este documento contém esta Introdução seguida dos seguintes tópicos:

II. Resumo da Inicial e Laudo do Perito

Neste capítulo destacamos as principais questões da Inicial e as respostas do Laudo 

do Perito comprovando que a SCI cumpriu suas obrigações contratuais e a Unimed 

não. Resumimos também os fatos observados no Laudo do Perito que se referem à 

primeira fase  distinguindo-as dos fatos da segunda fase da gestão Unimed da área 

de informática.

III. Respostas à Ultima Manifestação da Unimed

Neste capítulo apresentamos o descuido no tratamento das questões e os erros da 

última manifestação da Unimed, reflexos de um ambiente  de conflitos internos da 

segunda fase da gestão do Sr. Maurício Rosa. 

Um comportamento característico da Unimed é de contrapor fatos da primeira fase 

como respostas a questões surgidas na segunda fase. Por exemplo alegar que a 

falta de um ambiente de testes e a restrições de horários eram conhecidas da SCI 

no momento da contratação e portanto o prazo de execução dos trabalhos já 

contemplava estas restrições. Ou seja de confundir o sucesso com a instalação 

provisória do sistema na primeira fase com o insucesso da instalação na segunda 

fase por falta de condições técnicas cuja responsabilidade era da Unimed.

IV. Conclusão

Concluímos que a SCI cumpriu suas obrigações, porém a Unimed não cumpriu

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Page 10: Resposta sci

parte devido a um ambiente político de muitos conflitos internos e interrompeu

unilateralmente os trabalhos, fechando-se à negociação de prazos e condições

por sua decisão exclusiva.

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Page 11: Resposta sci

I. Resumo da Inicial e Laudo do Perito

 Após perícia realizada nos computadores da Unimed e exame das provas 

juntadas aos autos, o  Laudo do Perito demonstra que as alegações da 

Inicial da Autora carecem de fundamento.

Alegações da Inicial

da Autora.

Laudo do Perito

Texto em itálico transcrito do Laudo.

O software não teria 

sido instalado

A SCI instalou o software (Fls. 339 a 349)

“Ocorreu a instalação do programa ...”

A SCI teria feito 

propaganda enganosa

A SCI não fez propaganda enganosa

 (Fls. 343)

“ O certificado da ABES do anexo III a estes

quesitos atesta que a SCI era representante

exclusiva da empresa KaVaDo e que os softwares

ScanDo e InterDo tinham as funcionalidades que a

SCI apresentou à Unimed na proposta comercial

das fls. 50 a 63 dos autos?

Sim, à época, a requerida era representante da

empresa KaVaDo no Brasil e os programas

apresentados continham as funcionalidades

apresentadas na proposta mencionada.”

11

Page 12: Resposta sci

Alegações da Inicial

da Autora.

Laudo do Perito

Texto em itálico transcrito do Laudo.

A licença de uso do 

software não teria sido 

entregue

A SCI entregou devidamente a licença de uso (Fls. 

349 e 358)

“ A carta confirmando a Licença de Uso da própria

KaVaDo à fls. 142 e traduzida às fls. 143 e recebido

pela Sra. Silvia Couto Regina, advogada da

UNIMED conforme página 152, esclarece que o

fornecedor KaVaDo reconhecia o direito de uso do

software pela UNIMED e que a UNIMED estava

ciente deste direito?

Sim. Aliado a este fato ambas as partes

concordaram que a licença de uso estava

regularizada e estava emitida em nome da

UNIMED.”

“b) Durante a sessão de perícia os assistentes da

UNIMED e o próprio Sr. Maurício Rosa

confirmaram que estavam cientes de que a licença

havia sido fornecida?

Sim, conforme descrito acima, não restam dúvidas

de que a licença havia sido fornecida.”

12

Page 13: Resposta sci

Alegações da Inicial

da Autora.

Laudo do Perito

Texto em itálico transcrito do Laudo.

A SCI não teria 

concluído os trabalhos

A Unimed interrompeu unilateralmente os trabalhos 

(Fls. 355)

 

O  Laudo Oficial afirma às fls.  353 e 354 :

“d) Para proteger cada aplicativo seria necessário

a SCI receber da UNIMED as chaves e perfis de

acesso de usuários exemplo destes aplicativos?

No caso do programa ScanDo, sim. Com esta chave

o programa deveria efetuar os testes necessários

para descobrir possíveis pontos de falha e fornecer

essas informações ao InterDo para que este faça a

proteção.

e) Quem detém essas chaves e perfis de acesso, a

UNIMED ou a SCI?

Quem detém o controle dessas chaves é a UNIMED.

f) Poderia a SCI sem a colaboração da gerência e

dos técnicos da UNIMED incluir os aplicativos da

própria UNIMED sob a proteção do InterDo e

ScanDo?

Não, para incluir os aplicativos da UNIMED sob a

proteção do InterDo e para a supervisão do ScanDo

a SCI necessitaria do apoio técnico da

13

Page 14: Resposta sci

Alegações da Inicial

da Autora.

Laudo do Perito

Texto em itálico transcrito do Laudo.

UNIMED incluir os aplicativos da própria

UNIMED sob a proteção do InterDo e ScanDo?

Não, para incluir os aplicativos da UNIMED sob a

proteção do InterDo e para a supervisão do ScanDo

a SCI necessitaria do apoio técnico da UNIMED,

como ocorreu em todas as sessões relatadas nos

relatórios técnicos de visitas anexos ao processo.

Respondendo ao quesito  suplementar Parte II item 5 

à folha 357 

“a) A demora em fornecer as chaves de acesso

impediria a SCI de continuar os trabalhos?

Sim, essa demora implicaria em suspensão dos

trabalhos até o fornecimento das chaves.

b) De quem foi à iniciativa de interromper os

trabalhos, da SCI ou da UNIMED?

Conforme notificação extrajudicial as folhas 75 e

76, a iniciativa foi da UNIMED.

c) Sem autorização da UNIMED poderia a SCI ter

dado continuidade aos trabalhos?

Não, sem a autorização da UNIMED a SCI não

poderia ter dado continuidade aos trabalhos.”

14

Page 15: Resposta sci

Alegações da Inicial

da Autora.

Laudo do Perito

Texto em itálico transcrito do Laudo.

Mais Adiante às Fls. 356 item 4 subitem e):

“e) Se as chaves de acesso aos aplicativos foram

solicitados em 1/12/2003 e fornecidas por volta do

dia 26/02/2004, durante este período a SCI poderia

ter continuado a proteger os respectivos aplicativos

sob o software ScanDo e InterDo?.”

Sem as chaves de acesso, a SCI não poderia ter

executado o programa ScanDo para analisar os

aplicativos da UNIMED, poderia apenas ter

executado o programa InterDo em seu modo básico,

sem que o mesmo estivesse corretamente

configurado para proteger os pontos falhos dos

aplicativos alvo.”

 Conclusão do Perito às Fls. 340:

 

“No entanto tais problemas poderiam ser

minimizados caso tivesse sido negociado um novo

cronograma de instalação entre as partes, com

novos prazos.”

15

Page 16: Resposta sci

 III. Respostas à Última Manifestação da Unimed

A Manifestação da Unimed juntada em 06 de Dezembro de 2011 não 

acrescenta provas relevantes e repete argumentos já anteriormente 

expostos. Adicionalmente introduz erros que mostram pouco cuidado 

com o objeto da lide e inconsistência devido à frequente troca de 

diretores e gerentes na Unimed.

A pior inconsistência refere-se ao item 7 – Falha na Entrega das Chaves. Nesta 

manifestação a Unimed alega que as chaves só eram necessárias para a 

execução do programa ScanDo e que portanto a configuração do 

programa InterDo independia das chaves e poderia ser feita sem a 

entrega dos mesmos.

7. Trabalhou fora dos dias e horários normais de trabalho

8. Não recebeu da Unimed as chaves de acesso para “vacinar” os 

aplicativos

9. Foi surpreendida pela interrupção unilateral dos trabalhos por parte da 

Unimed

10. Fez todo o possível para instalar e configurar os softwares ScanDo e 

InterDo, mesmo perante o comportamento inconsistente da Autora.

Ora, como já foi explicado pelo perito no Laudo, o programa ScanDo verifica 

os programas aplicativos da Unimed para descobrir os pontos 

vulneráveis. “Scan” em inglês pode ser traduzido por “Verificar”. A 

partir dos pontos vulneráveis o programa InterDo cria as barreiras de 

proteção, também chamadas de regras. A execução do programa 

ScanDo, por sua vez, dependia das chaves de acesso aos programas 

aplicativos da Unimed de forma que o programa ScanDo verificasse um 

a um os programas aplicativos da Unimed. 

Em nossa analogia do médico, o ScanDo funciona como um exame preliminar 

para verificar se as crianças já tomaram a vacina e se têm alguma alergia 

ou rejeição aos componentes da vacina. O InterDo  funciona como a 

própria vacina.

16

Page 17: Resposta sci

O Laudo do Perito deixa claro que a configuração e correto funcionamento do 

InterDo dependia de uma execução preliminar do programa ScanDo através da 

chave de acesso.

Por outro lado, a Unimed, ao declarar que a SCI deveria ter configurado o InterDo 

mesmo sem as chaves de acesso ao aplicativo, corrobora a posição da SCI de que 

efetivamente as chaves não foram entregues antes do dia 26/02/2004, um dia antes 

da Unimed subitamente tomar os crachás dos técnicos da SCI e interromper 

unilateralmente os trabalhos.

Manifestação Unimed Resposta da SCI

“Argumentos da SCI às fls. 521 a 541

não são suficientes aos argumentos

da Unimed às fls. 418 a 449.”

 A Unimed não diz porque os 

argumentos são insuficientes.

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Page 18: Resposta sci

Manifestação Unimed Resposta da SCI

1.Instalação do software

 

A Unimed afirma que o Laudo do 

Perito confirma que houve a 

instalação mas não obteve sucesso na 

configuração de modo que o 

ambiente não ficou protegido.

O Laudo do Sr Perito confirma que 

houve a instalação do software.O 

sucesso  na configuração dependia da 

disposição da Autora em colaborar 

com horários, ambiente e 

disponibilização das chaves dos 

programas a serem protegidos no 

ambiente da Unimed.

 

Na primeira fase do projeto, sob 

gestão do Sr. Valmir Piaia, quando 

existia a colaboração, os softwares 

ScanDo e InterDo protegiam o 

ambiente da Unimed. O Laudo do 

Perito refere-se a este ambiente como 

“ambiente antigo”. Às Fls 343, 

respondendo a quesito da própria 

Autora diz:

 

“Segundo os dados apresentados, em

18/03/2003 o ScanDo foi executado

para analisar o ambiente antigo”

“Segundo os dados apresentados, em

19/03/2003 o InterDo foi colocado

para proteger o ambiente antigo”

 

Na segunda fase do projeto, devido ao 

ambiente político interno 

caracterizado por18

Page 19: Resposta sci

Manifestação Unimed Resposta da SCI

desentendimentos que levaram à saída 

do Gerente de Informática Sr. Valmir 

Piaia substituído pelo Sr. Maurício 

Rosa, esta disposição não se verificou. 

A partir de então, a Unimed  

dificultou os horários de instalação e 

configuração, impediu a criação de 

um ambiente de testes adequado e não 

entregou em tempo hábil as chaves 

dos programas a serem protegidos. 

2.Propaganda enganosa

 

Junta email do Sr. Valmir Piaia 

perguntando a Sr. Lincoln Firmino o 

que deve dizer no atestado de 

capacidade técnica.

Não há relação entre a acusação de 

propaganda enganosa e um email em 

que o Sr. Valmir Piaia pergunta ao Sr. 

Lincoln Firmino o que deve dizer no 

atestado de capacidade técnica.

Ademais o Laudo do Perito 

demonstrou amplamente que não 

houve propaganda enganosa.

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Page 20: Resposta sci

Manifestação Unimed Resposta da SCI

3.Licença de Uso “OK”

Este texto lacônico só demonstra o 

pouco cuidado com que a Unimed está 

tratando este caso. 

O Laudo do Perito explicita que na 

reunião de perícia os próprios 

representantes da Unimed  

reconheceram que a Licença de Uso 

foi devidamente entregue e que 

portanto a acusação carecia de 

fundamento. 

4. Treinamento Técnico

A Unimed alega que somente foi 

ministrado um workshop de duas 

horas e insinua que este workshop 

teria sido insuficiente. 

O Laudo do Perito já demonstrou que 

o treinamento foi ministrado.

O email juntado refere-se a um 

workshop de duas horas e encerra 

colocando a SCI à disposição para 

maiores esclarecimentos.

Conforme já demonstramos, existe 

outro email nos autos  às Fls em que a 

SCI declara não ter recebido nenhum 

pedido adicional de treinamento e que 

se surgir a necessidade, o treinamento 

poderá ser repetido seguindo a 

conveniência da Unimed.

 

Portanto o email juntado não é prova 

de que o treinamento não fora 

ministrado.

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Page 21: Resposta sci

Manifestação Unimed Resposta da SCI

5.Ambiente Técnico

 

A Unimed alega agora que a 

separação do tráfego havia sido feita 

pela empresa Compugraf e 

“validada”  pela SCI em relatório ao 

CA.

A Unimed não apresenta uma prova 

de que a separação foi efetivada. A 

SCI validou uma proposta de 

separação. A separação de tráfego não 

foi efetivamente feita e funcionando 

adequadamente para que o InterDo 

conseguisse proteger os programas da 

Unimed sem ser sobrecarregado pelo 

tráfego de outros componentes do 

ambiente da Unimed.

6.Restrição dos horários de

trabalho

A Unimed junta uma nova prova que 

não tem nenhuma relação com  o 

impacto que a restrição de horários e 

ambientes provocou na configuração 

do InterDo. Apenas diz que a SCI 

tinha pleno conhecimento destas 

restrições.

As restrições de horários e ambientes 

eram de conhecimento tanto da 

Unimed como da SCI. Estas restrições 

existiam por motivos de força maior 

em função das necessidades da própria 

Unimed.

 

A Unimed sabia que  estas restrições  

impactariam o prazo que poderia 

esperar para a configuração total do 

InterDo. Tanto é que não existem 

emails ou comunicações reclamando o 

cumprimento estrito dos prazos   

propostos no cronograma. 

 

Durante a gestão do Sr. Valmir Piaia, 

as dificuldades eram apontadas e a 

Unimed 

21

Page 22: Resposta sci

Manifestação Unimed Resposta da SCI

tomava as providências para resolver 

os problemas. Este quadro foi 

profundamente modificado na gestão 

seguinte.

 

A SCI  se esforçou em instalar e 

configurar os softwares mesmo 

sabendo das restrições de horários e 

ambientes, disponibilizando técnicos 

em finais de semana e no período 

noturno, em caráter especial e arcando 

com custos extraordinários. Porém a 

Unimed não seguiu as recomendações 

solicitadas e não entregou as chaves 

de acesso em tempo hábil.

7.Falha na entrega das chaves de

acesso aos aplicativos pela Unimed

Campinas

 

 

A Unimed alega que as chaves de 

acesso não eram necessárias para a 

configuração do InterDo e só 

serviam para a execução do ScanDo. 

Portanto a configuração do InterDo 

deveria ser feita independentemente 

das chaves dos aplicativos.

De todos os descuidos e equívocos 

desta manifestação da Unimed, este é 

o pior.

 

Tecnicamente a execução do ScanDo 

PRECEDE a configuração do InterDo. 

 

O ScanDo pesquisa as 

vulnerabilidades dos aplicativos da 

Unimed. Assim como um médico 

cuidadoso deve primeiro examinar as 

crianças e saber quais vacinas estas 

crianças já tomaram anteriormente e

22

Page 23: Resposta sci

Manifestação Unimed Resposta da SCI

que alergias manifestaram aos 

componentes da fórmula.

A palavra “Scan” em inglês denota o 

ato de verificar e pesquisar. 

 

O programa ScanDo  portanto 

pesquisa os pontos vulneráveis dos 

aplicativos da Unimed para então 

configurar o programa InterDo que 

efetivamente protegerá contra os 

ataques de “hackers”.

 

O Laudo do Perito também confirma 

que o programa ScanDo pesquisa as 

vulnerabilidades que posteriormente 

são configuradas para que o programa 

InterDo proteja.

 

Portanto as chaves eram igualmente 

necessárias para que o ScanDo 

pesquisasse as vulnerabilidades. Uma 

vez identificadas as vulnerabilidades, 

o programa InterDo seria configurado 

para proteger os aplicativos da 

Unimed.

 

A SCI se viu impedida de concluir o 

processo pela interrupção unilateral 

dos trabalhos pela Unimed.

23

Page 24: Resposta sci

Manifestação Unimed Resposta da SCI

8.Interrupção unilateral dos trabalhos pela Unimed “Respondida juntamente com item 9”.

A interrupção unilateral ocorreu de 

fato e neste documento a Unimed não 

apresenta documento em contrário 

porque sabe perfeitamente este foi o 

fato.

 

Alega responder no item 9, mas 

efetivamente não o faz. 

9.Comportamento Inconsistente da

Autora

Refere-se a um email do dia 

27/02/2004, não juntado aos autos, 

do Sr Maurício Rosa dirigindo-se ao 

Sr. Lincoln Firmino solicitando para 

que a configuração do InterDo seja 

finalizado.

Conforme já consta nos autos, no dia 

26/02/2004 a Unimed entregou as 

chaves do aplicativos e um dia depois 

no dia 27/02/2004, sem tempo hábil 

para que o trabalho técnico fosse 

realizado, a Unimed interrompeu 

unilateralmente os trabalhos. Esta 

interrupção se deu de forma 

intempestiva e humilhante para os 

técnicos da SCI que tiveram seus 

crachás de ingresso ao ambiente da 

Unimed literalmente arrancados.

Enviar ao mesmo tempo um email 

como o que é citado no mesmo dia 

27/02/2004 confirma o 

comportamento inconsistente do 

Gerente de Informática da época.

 

24

Page 25: Resposta sci

Manifestação Unimed Resposta da SCI

A Unimed promete no item 8 

responder à observação de que 

interrompeu unilateralmente os 

trabalhos juntamente com o item 9. 

Porém, Ao chegar ao item 9, não  faz 

referência ao que prometera no item 8. 

Este é o mesmo comportamento 

inconsistente já demonstrado  durante 

a execução dos trabalhos de instalação 

e configuração dos softwares ScanDo 

e InterDo.

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Page 26: Resposta sci

A Unimed promete no item 8 

responder à observação de que 

interrompeu unilateralmente os 

trabalhos juntamente com o item 9. 

Porém, Ao chegar ao item 9, não  faz 

referência ao que prometera no item 8. 

Este é o mesmo comportamento 

inconsistente já demonstrado  durante 

a execução dos trabalhos de instalação 

e configuração dos softwares ScanDo 

e InterDo.

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Page 27: Resposta sci

 IV. Conclusão

A SCI cumpriu com suas obrigações contratuais e sempre esteve disposta a 

renegociar as condições para que a Unimed pudesse se beneficiar da 

proteção dos seus programas de computador, também chamados de 

aplicativos, pelos softwares ScanDo e InterDo. 

O contrato da SCI com a Unimed é de prestação de serviços de licenciamento, 

instalação, treinamento e configuração dos softwares ScanDo e InterDo 

que efetivamente protegeram os programas de computador da Unimed 

contra o ataque de “hackers” à época da gestão do Sr. Valmir Piaia. Após 

três meses de aluguel do software, comprovada a utilidade do mesmo 

para a proteção dos programas de computadores, a Unimed fez a 

contratação da licença de uso permanente.  Emitiu inclusive um atestado 

de capacidade técnica como referência dos serviços da SCI para outros 

eventuais clientes. Este período de bom funcionamento dos softwares 

atestam a capacidade dos mesmos, da SCI, da efetividade do 

treinamento dado aos técnicos da Unimed, da entrega correta da licença 

de uso, do bom suporte técnico e do correto anúncio de todas as 

funcionalidades dos softwares.

A Unimed passou então por um período de mudanças nos sistemas de

computadores que requeriam novos serviços de instalação e

configuração dos mesmos softwares ScanDo e InterDo. A SCI foi então

contratada para executar tais serviços. Ao mesmo tempo a Unimed

enfrentou conflitos políticos internos que culminaram com a troca do

presidente e do diretor de informática. O novo diretor de informática

( Sr. Maurício Rosa) tomou uma atitude de criar obstáculos à prestação

de serviços da SCI: não atendeu as mudanças no ambiente

recomendadas pela SCI, dificultou os horários de trabalho da equipe

técnica da SCI, não entregou as chaves dos aplicativos em tempo hábil

e de forma intempestiva, humilhando os técnicos da SCI, interrompeu

de maneira abrupta e unilateral os trabalhos da SCI.27

Page 28: Resposta sci

Não existiam motivos para a SCI não completar os trabalhos. A continuada 

disposição da SCI em concluir, apesar das restrições de horários e de recursos de 

testes da Autora, foi comprovada pelo Perito. A interrupção dos trabalhos foi súbita 

e unilateral por parte da Autora. O Perito concluiu que o projeto teria chegado a 

bom termo se o prazo tivesse sido estendido.

Fica claro que a ação contra a SCI não tem como objetivo resolver a questão 

técnica  pois em diversas ocasiões a SCI renovou sua intenção de completar os 

trabalhos, sem qualquer ônus adicional para a Unimed. Completar com sucesso a 

instalação dos seus produtos de software, mesmo perante a deficiência do ambiente 

dos clientes, é o objetivo profissional da SCI. Interromper os serviços não faz 

sentido para a Ré. Atestam as dezenas de contratos da SCI honrados em empresas 

do porte do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Telefônica e 

Banco Itaú. Em 40 anos de existência, a SCI nunca se viu reclamada de falta de 

sucesso na instalação e configuração de seus softwares.

Em nossa analogia do pai de família, a razão para que ele não seguisse as medidas 

indicadas pelo médico seriam as brigas internas do casal. 

Como vimos ao longo do processo, o comportamento da Unimed foi altamente 

inconsistente e até contrário aos seus melhores interesses pois estava em risco a 

proteção dos seus aplicativos. É o que se observou na Unimed: os conflitos 

políticos internos resultaram num vai e volta da gestão de tecnologia da 

informação, na substituição do Sr. Valmir Piaia  pelo Sr. Maurício Rosa e em 

demissões de diretores da Unimed que chegaram aos tribunais de Campinas. 

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