gerindo seu negócio com a contabilidade

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE Orientações práticas para o empresário

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Orientações práticas para o empresário

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 1

GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE

Orientações práticas para o empresário

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE2

Realização:Conselho Regional de Contabilidade de Goiás - CRC-GO

Contatos: Conselho Regional de Contabilidade de Goiás - CRC-GO Rua 107 nº. 151 - Setor Sul - Goiânia - GO Fone/Fax: 62 3240-2211 Site: www.crcgo.org.br

Coordenador da Edição:Roberto Martins Alves

Revisão e acompanhamento da edição: Hélia Maria Ramos Domingues

Diagramação e ilustração:Varal de Cores

Esta obra é uma compilação de conceitos feita a pedido do CRC-GO, �ican-do sua reprodução, cópia e comunicação ao público sujeitos à autorização prévia.

1ª edição – Tiragem: 2.500 exemplaresDistribuição gratuita. PROIBIDA A VENDA

Conselho Regional de Contabilidade de Goiás. Gerindo seu negócio com a contabilidade: orientações práticas para o empresário / coordenador, Roberto Martins ; colaboradores, Deise Rodrigues Silva Souza...[et al.]. Goiânia: Conselho Regional de Conta-bilidade de Goiás, 2013. 32 p. il.

1. Tributos. 2. Métodos contábeis. 3. Contabilidade gerencial. I. Souza, Deise Rodrigues Silva. II. Martins, Roberto. III. Título.

G321

Bibliotecária Responsável: Ana Maria Ribeiro CRB1/2338

CDU: 658.1511

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 3

ColaboradoresDeise Rodrigues Silva SouzaDouglas de Freitas DornelasHélia Maria Ramos DominguesIngryd GonçalvesLeiliany Barros FacundesMarco Antônio GarciaMarcus Vinícius Cardoso SilvaRoberto Martins (Coordenador)Rosana Machado da Silva Moura

GERINDO SEU NEGÓCIOCOM A CONTABILIDADE

Orientações práticas para o empresário

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE4

ApresentaçãoEmpresários e contadores lutam juntos na mesma trincheira para gerar

empregos e crescimento para nosso Estado.Em tempos de redes sociais e da informação em tempo real, as empresas

precisam de informação rápida e o novo desa�io é ajustar processos que fo-ram criados há décadas aos paradigmas do mundo on-line.

Empresários e contabilistas tomam cada vez mais consciência de preci-sam juntar forças para trabalhar unidos em um mundo informatizado, onde as informações são cruzadas em poderosos computadores e as multas por descumprimento de obrigações acessórias tornaram-se mais preocupantes que o próprio recolhimento dos impostos.

O empresário organizado, informado sobre os números de seu empreen-dimento, sabe que o seu contador escreve a história de sua empresa, mas a sua importância vai além.

Ele tem ainda uma função terapêutica dentro do processo produtivo, pois pela análise das demonstrações contábeis ele pode diagnosticar problemas, da mesma forma que o clínico consegue ver nos exames laboratoriais, a pre-sença de doenças.

Reconhecer a importância deste pro�issional é con�irmar uma certeza que se consolida a cada dia no segmento empresarial: a Ciência Contábil é essencial para o bom andamento dos negócios.

“Gerindo o Negócio com a Contabilidade” é uma excelente iniciativa para incentivar empresários e contabilistas a usarem mais a contabilidade nos processos de gestão, trazendo claros bene�ícios para as empresas e para a economia.

Para a Acieg, é motivo de muito orgulho a parceria de décadas com o CRC-GO e uma alegria participar de tão importante lançamento.

A�inal, temos todos o mesmo objetivo e lutamos juntos pela mesma no-bre causa.

Helenir QueirozEmpresária e presidente da Acieg

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 5

ApresentaçãoPara gerir um negócio, independente de seu porte, é fundamental que o

empresário conheça bem seu produto e/ou serviço, o mercado, as preferên-cias do consumidor e também todo o funcionamento do mesmo.

Com esta pequena obra ensejamos contribuir para que não falte também o conhecimento desta que é uma importante ferramenta de gestão: a Con-tabilidade.

Além de ser indispensável para cumprir as vastas exigências legais, atra-vés dela o empresário pode ter o diagnóstico exato da saúde �inanceira de sua organização, decidir a melhor hora para comprar, vender e investir e, ainda, mensurar a lucratividade que o negócio é capaz de gerar.

Ressalto duas importantes ações para o empresário ser bem sucedido em sua gestão:

Conhecer, ainda que de forma super�icial, os principais relatórios contá-beis torna-se um grande facilitador para a tomada de decisões acertadas;

Manter um estreito relacionamento com o Pro�issional da Contabilida-de responsável por sua empresa, cuidando para escolher aquele que tiver maior conhecimento na área de atuação de seu negócio e garantir que não falte a ele as informações necessárias para a realização do seu trabalho com excelência.

Bons negócios e Boa leitura!

Henrique Ricardo BatistaPresidente do CRC-GO

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Parte 1 - Entendendo os Aspectos Tributários......................................................................................... 8Obrigação Tributária Principal e Acessória ............................................................................................ 11Formas de Tributação dos Lucros............................................................................................................... 12Outra forma de Lucro Presumido ............................................................................................................... 12Lucro Real ............................................................................................................................................................. 13Super Simples ...................................................................................................................................................... 14Confronto Eletrônico das Informações Fiscais ...................................................................................... 15Incentivos Fiscais ............................................................................................................................................... 16Dicas para Reduzir a Carga Tributária ...................................................................................................... 17Parte 2 - Conhecendo os Métodos contábeis ......................................................................................... 18Conceito de Contabilidade ............................................................................................................................. 19Ciclo Econômico ................................................................................................................................................. 20 Representação grá�ica do Patrimônio ...................................................................................................... 21Patrimônio Líquido ........................................................................................................................................... 21Origens e aplicações dos recursos .............................................................................................................. 22Passivo: Origem dos recursos ....................................................................................................................... 22Ativo: Aplicação dos recursos ....................................................................................................................... 22Contas Patrimoniais .......................................................................................................................................... 23Balanço Patrimonial ......................................................................................................................................... 23Balancete de Veri�icação ................................................................................................................................. 23Resultado do Exercício .................................................................................................................................... 23Função e funcionamento das contas .......................................................................................................... 24Fatos administrativos ....................................................................................................................................... 24Método das Partidas Dobradas .................................................................................................................... 24Fundamento Geral do Método Contábil ................................................................................................... 25Entendendo o Débito e o Crédito ............................................................................................................... 25Parte 3 - Aplicando as Informações Contábeis no Controle e Gestão do seu Negócio ......... 26Um exemplo: O Fluxo de Caixa ..................................................................................................................... 29Conclusão .............................................................................................................................................................. 30

Sumário

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 7

PARTE 1Entendendo os

Aspectos Tributários

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE8

Entendendo os Aspectos TributáriosTributos são Impostos, Taxas e Contribuições e podem ser Federais,

Estaduais e Municipais. Assim, a União, Estados e Municípios são os responsáveis pela cobrança dos tributos que lhes couber.

Nenhum tributo pode ser cobrado sem lei que o estabeleça e esta lei, tem que estar em conformidade com a Constituição Federal.

Dessa forma, temos de um lado o �isco, sujeito ativo que desenvolve a atividade de tributação e o contribuinte, sujeito passivo, indivíduo sujeito a tributação, ou aquele que tem a obrigação de pagar tributos.

A escrituração contábil é impor-tante, independente do regime de apuração do tributo, até para dar suporte �iscal a outras opera-ções, além de gerar as informa-ções para a administração e os usuários externos destas infor-mações, por exemplo, os bancos.

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Os tributos são apurados através da escrituração contábil. Os tributos mais comuns são:

Federais

IRRF - Imposto de Renda Retido na FonteIPI-Imposto sobre Produtos IndustrializadossPIS-Programa de Integração SocialCOFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade SocialIRPJ - Imposto de Renda sobre o LucroCSLL- Contribuição Social sobre o Lucro LíquidoINSS-Contribuição Social PrevidenciáriaITR-Imposto Territorial RuralIOF-Imposto sobre Operações Financeiras

Estaduais

ICMS-Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços de Transporte e de ComunicaçãoIPVA-Imposto sobre Propriedade de Veículos AutomotoresITCD- Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos

Municipais

ISS-Imposto sobre Serviços de Qualquer NaturezaIPTU-Imposto Predial e Territorial UrbanoITU-Imposto Territorial UrbanoITBI- Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE10

SPEDComo resultado da o�icialização do Sistema Público de Escrituração Di-

gital - SPED, as empresas brasileiras estão passando por um uma mudança de procedimento em seu relacionamento com o �isco, devendo informatizar ainda mais seus processos de escriturações contábil e �iscal. Os elementos mais visíveis neste momento são: a Nota Fiscal Eletrônica – NF-e, a Escrita Fiscal Digital do ICMS – EFD-ICMS, Escrita Fiscal Digital do PIS e COFINS – EFD-Contribuições, que já estão sendo exigidas as transmissões mensais e a Escrita Contábil Digital – ECD, de obrigação anual para as empresas tribu-tadas pelo Lucro Real. Outras exigências já existem relacionadas ao SPED e outras estão em fase de estudo.

O Sistema Público de Escrituração Digital - SPED mudou a forma de re-lacionamento entre as empresas brasileiras e o �isco, sobretu-

do quanto aos processos de escrituração contábil e �iscal que passam a ser informatizados.

A Nota Fiscal eletrônica (NF-e), a Escrituração Fiscal Digital do ICMS - EFA - ICMS, Escrita Fiscal

Digital do PIS e Co�ins - EFD contribuições. Já são exigidos mensalmente e a Escrita Contábil Digi-

tal - ECD, que é entregue todos os anos pe-las empresas tributdas pelo Lucro Real.

O SPED é um ambiente eletrônico, sobre o qual têm acesso a Receita Fede-ral, Secretarias de Fazen-da Estaduais e algumas Secretarias de Fazenda Municipais. O acesso des-tes órgãos é irrestrito às informações transmitidas ao SPED.

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Obrigação Tributária Principal e AcessóriaA obrigação tributária pode ser principal ou acessória.A obrigação principal é aquela que surge com a ocorrência do fato gera-

dor, tem por propósito o pagamento e o tributo. A obrigação acessória são aquelas exigência que o �isco faz ao contri-

buinte, com o objetivo de controlar as operações sujeitas a incidência dos tributos.

Exemplo: DCTF, DIPJ, EFD-ICMS, EFD-Contribuições, DACON, ECD, DECRED, entre outras.

Normalmente estão relacio-nadas com a prática de alguns atos ou apresentação de in-formações (cadastros, emis-são de documentos, declara-ções, escriturações, etc.).

É responsabilidade da em-

presa, enviar informações rela-cionadas à obrigação acessória ao �isco. Normalmente as multas pela falta ou apresentação incor-reta, são muito altas. É comum as empresas estarem com todos os seus tributos corretamente pa-gos, mas com autos de infração volumosos por descumprimento de uma determinada obrigação acessória.

Atualmente, todas as Obriga-ções Acessórias estão sendo canalizadas para transmis-são ao ambiente do SPED, fato que aumenta a necessi-dade de cuidado com as mes-mas, principalmente quanto à exatidão e prazos.

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Formas de Tributação dos LucrosOs lucros podem ser tributados com base em dois regimes: Lucro Presu-

mido e Lucro Real. Os tributos sobre o lucro são dois: IRPJ e CSLL.

Outra forma de Lucro PresumidoO lucro presumido, é o lucro estabelecido com base em um percentual

de�inido pela Receita Federal, conforme a atividade da empresa. Os tributos são apurados a cada trimestre. Os percentuais são aplicados sobre a receita da atividade para apurar a “base de cálculo”.

Em regra geral, a opção pelo Lucro Pre-sumido está condicionada a um limi-te máximo de receita bruta no ano anterior. Para o ano de 2013, este limite é de R$ 48 milhões, já para o ano de 2014 este limite foi ele-vado para R$ 78 milhões (Lei nº 12.814/2013).

Para a empresa optante pelo Lucro Presumido, a alíquota do PIS é de 0,65% e da COFINS de 3%.

O lucro presumido deve ser apurado ao �inal de cada trimestre civil, devendo o tributo ser pago até o mês se-guinte ao término do trimestre, podendo ser parcelado.

Uma grande vantagem do Lu-cro Presumido é que os tributos (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS), po-dem ser recolhidos conforme a empresa receber do cliente, este critério é denominado de “regi-me de caixa”. Esta opção é exce-lente para a empresa, pois, não tem que pagar o imposto antes de receber do cliente, nem paga imposto sobre os “calotes”.

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Lucro RealO Lucro Real é obtido a partir do lucro apurado na escrita contábil, do

qual são “excluídas as receitas não tributáveis” e “adicionadas as despesas indedutíveis”.

Ao contrário do Lucro Presumido, que as bases de cálculo dos tributos são apuradas, pela aplicação de percentuais pré-estabelecidos. No Lucro

Real, a base de cálculo é o resultado da operação ex-plicada no parágrafo anterior, podendo até gerar

prejuízo que poderá ser compensado nos pe-ríodos seguintes.

A base de cálculo é o resultado da opera-ção que exclui as receitas não tributávéis e adiciona as despesas indedutívéis.

O Lucro Real pode ser apurado trimes-tralmente ou anualmente. Porém, se a em-

presa optar pela apuração anual, ela terá que efetuar recolhimentos mensais do IRPJ e da

CSLL, seguindo regras especí�icas. A maioria das empresas optan-

tes pelo Lucro Real estão sujei-tas ao cálculo do PIS, alíquotas de 1,65%, e da COFINS, alíquota

de 7,6%. Todavia, neste caso, a empresa tem direito a abater os PIS e a COFINS incidentes

sobre compras e algumas despe-sas. Este é denominado de regime

“não cumulativo”.

A empresa deve, a cada ano, re-alizar um estudo para veri�icar qual a melhor opção de tributa-ção para o ano seguinte, se Lu-cro Real ou Presumido.

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Super SimplesO Super Simples ou Simples Nacional é uma Lei Com-

plementar que institui, a partir de 01/07/2007, o Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. Isso pos-sibilita às empresas referidas, a opção pelo “Regime Especial Uni�icado de Arrecadação de Tributos e Contribui-ções”.

Consideram-se microempresas (ME) ou empresas de pequeno porte (EPP) a sociedade empresária, a so-ciedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de janeiro de 2002.

No caso das ME, a receita bruta anual não poderá ser superior a R$ 360.000,00. (Lei Complementar 139/11).

No caso das EPP, a receita bruta anual terá de ser superior a R$ 360.000,00 e inferior a R$ 3.600.000,00. (Lei Complementar 139/11).

O Super Simples uni�ica vários impos-tos e os reduz na maioria dos casos.

São uni�icados os seguintes impostos e contribuições: IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, INSS, ICMS e ISS.

As microempresas e empresas de pe-queno porte optantes pelo Simples Na-cional �icam dispensadas do pagamen-to das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação pro�issional vincu-ladas ao sistema sindical

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É contudo, evidente que, devido à grande variedade de ramos de ativi-dade e às diversas formas de tributação, cada caso acaba sendo um caso diferente e, é necessária uma veri�icação analítica especí�ica do objeto social a que se propõe a empresa, para saber se a mesma poderá efetivamente enquadrar-se aos sistemas reduzidos de tributação propiciados pelo Super Simples.

Confronto Eletrônico das Informações FiscaisA modernização constante do sistema tributário brasileiro, através da

adoção de instrumentos eletrônicos de aperfeiçoamento das obrigações acessórias e �iscalização, que visam o cerco cada vez mais intenso à sonega-ção �iscal, está cada vez mais di�icultando a ação das empresas que vendem produtos e ou serviços sem a emissão de nota �iscal. Ou seja, a formação do “caixa dois” está com seus dias contados.

Com base nas informações prestadas pelos di-versos setores da economia (Instituições Finan-ceiras, Administradoras de cartões de crédito, cartórios, imobiliárias, notas Fiscais Eletrônicas - NF-e, SPED etc.) o �isco realiza os cruzamentos com as declarações e escriturações entregues pe-las empresas e pessoas �ísicas, com o “supercom-putador” da Receita, conhecido como “T-Rex”.

Estas, ações são chamadas de “inteligência �iscal”, que nada mais é do que o cruzamento de milhares de informações.

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Um planejamento tributário preventivo, elaborado antes que ocorra o fato gerador dos tributos e de forma lícita pode reduzir os tributos. Trata-se de um ato jurídico real, autêntico e admitido por lei, conhecido como elisão �iscal.

Em contrapartida, um mau planejamento pode levar à prática de atos lí-citios, que descumprem as obrigações �iscais, levando à sonegação �iscal ou evasão �iscal.

Incentivos FiscaisO Estado institui impostos com o intuito de arrecadar valores monetá-

rios, porém, ele pode se privar de receber certos valores a �im de incentivar algum desenvolvimento regional ou algumas atividades, como por exemplo: agropecuária, cultura, indústria, entre outras. Esta ação é conhecida pela destinação de alguns impostos para outros �ins que não seja apenas o de arrecadação. É de competência do Poder Executivo, mediante lei, decidir deixar de arrecadar determinado imposto com esta �inalidade. Sendo assim a atitude do Executivo, constitui um bene�ício �iscal para o contribuinte, que deverá observar com atenção os requisitos que a lei determina para poder utilizar-se do direito ao bene�ício.

É possível pagar menos tributos legalmente, basta planejar! Fale com seu con-tador. Planejamento Tribu-tário, o caminho para redu-ção de tributos.

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 17

Dicas para Reduzir a Carga Tributária1. Se a empresa é tributada pelo Lucro Real: fazer um estudo detalhado

para veri�icar se está aproveitando todos os créditos de PIS, COFINS, ICMS e IPI.

2. Apurar corretamente o IRRF sobre aplicações �inanceiras e compen-sá-los direto no IRPJ a pagar.

3. Se tiver duas atividades distintas dentro da mesma empresa, fazer um estudo para veri�icar se é viável uma separação em duas empresas (ci-são), a �im de reduzir a carga tributária.

4. Calcular adequadamente as depreciações do Imobilizado. Empresas que tem mais de um turno de oito horas pode acelerar a depreciação

5. Manter um rigoroso controle sobre os ativos, para aproveitar ao má-ximo a dedutibilidade das perdas.

6. Apesar de não ser uma redução de carga tributária, o pagamento do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS pelo regime de caixa no lucro presumido, pode ge-rar um bom capital de giro para a empresa, pois, neste caso, não há o risco de pagar o tributo antes de receber do cliente.

7. Aproveitar corretamente os créditos de ICMS, PIS e COFINS gerados sobre as compras de Ativo Imobilizado. Em muitos casos as empresas não aproveitam o cré-dito do ICMS contido nas compras para o Imobilizado e, se tributada pelo Lucro Real, também não aproveitam os crédi-tos do PIS e da COFINS.

Há uma in�inidade de ma-neiras de reduzir a carga tributária da empresa, sem incorrer em riscos �is-cais, ou seja, a redução é sempre com base na lei.

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE18

PARTE 2Conhecendo os

Métodos Contábeis

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 19

Conceito de ContabilidadeDe maneira geral, a contabilidade está pautada entre os recursos da em-

presa, investidores, sócios e terceiros. Os recursos da empresa dizem res-peito aos seus disponíveis, bens e direitos. Os investidores são quem injeta dinheiro na empresa. Já os terceiros são outros meios que a empresa utiliza para captação de recursos, como os bancos.

A empresa precisa de recursos para gerir seu negócio, como dinheiro, bens e pessoas. Através da movimentação organizada desses recursos, a empresa exerce uma atividade econômica, que gera resul-tado. Esses resultados são revertidos aos seus inves-tidores, a terceiros e em bene�ício a própria em-presa. E assim funciona o seu ciclo econômico de uma empresa. Dessa forma, entende-se que tudo o que a empresa possui aplicado em recursos (Bens e Direitos), foi oriundo de investidores (Patrimônio Líquido) ou de terceiros (Obrigações a Pagar).

A técnica contábil consiste em regis-trar as origens dos recursos econômicos utilizados pela empresa em contrapartida às suas aplicações. Assim, na prática há si-multaneamente o registro “de onde veio e para onde foi o recurso”. Este conceito tem o nome técnico de registro a “dé-bito (aplicações)” e registro a “crédi-to (origens)” ou partidas dobradas.

A principal �inalidade da Contabi-lidade é fornecer informações sobre o patrimônio de ordem econômica e �inanceira.

Informações de ordem econômi-ca: movimentação das compras e vendas, despesas e receitas, evidenciando os lu-cros ou os prejuízos.

Informações de ordem �inanceira: referem-se ao Fluxo de Caixa.

Escrituração é uma das técnicas uti-lizadas pela Contabilidade; consiste em registrar, nos livros próprios, os acontecimentos que provocam modi-�icações no patrimônio da empresa.O patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações avaliado em moeda.

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Ciclo Econômico

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Page 21: Gerindo seu negócio com a contabilidade

GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 21

Representação grá�ica do PatrimônioNa representação grá�ica temos, de um lado, os Bens e os Direitos, que

formam o grupo dos elementos positivos (Ativo); de outro lado, as Obriga-ções, que formam o grupo dos elementos negativos (Passivo).

PATRIMÔNIOElementos Positivos (Ativo) Elementos Negativos (Passivo)

Bens ObrigaçõesCaixa (dinheiro) Duplicatas a pagar

Estoque de Mercadorias Aluguéis a PagarMóveis e Utensílios Impostos a Pagar

Direitos Salários a PagarDuplicatas a Receber

Promissórias a Receber

Patrimônio LíquidoÉ o quarto grupo de elementos patrimoniais

que, juntamente com os Bens, os Direitos e as Obrigações, completará a demonstração con-tábil denominada Balanço Patrimonial.

É composto pelo capital que os sócios in-vestem na empresa (Capital Social), reservas de lucros e lucros acumulados. Assim como o Passivo, o Patrimônio Líquido também é uma origem de recursos para a empresa. Este gru-po é denominado de Capital Próprio, pois, ao contrário do Passivo, ele não é exigível.

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE22

Origens e aplicações dos recursosCapital Total: representa os recursos que a

empresa possui. Contabilmente falando é o total do Ativo (bens e direitos).

Passivo: Origem dos recursosCompõe o grupo de elementos patrimoniais e

representam as Obrigações, ou seja, os montan-tes que a empresa tem a pagar. É denominado de Capital de Terceiros à disposição da empresa. É subdividido em dois gru-pos: Circulante e Não Circulante.

Passivo CirculanteÉ composto pelas obrigações vencíveis nos

próximos doze meses (tomando por base inicial a data do balanço patrimonial que está sendo apresentado).

Passivo Não CirculanteÉ composto pelas obrigações vencíveis após

doze meses.

Ativo: Aplicação dos recursosÉ composto pelos Bens e os Direitos. Entende-se por bens os recursos

que estão à disposição da empresa e por direitos, todos os recursos que a empresa possui e não estão sob seu domínio. É o capital total à disposição da empresa, ou seja, é uma contrapartida dos elementos do Passivo e do Patrimônio Líquido. Como o Passivo, também se subdivide em Circulante e Não Circulante.

Ativo CirculanteÉ composto pelos bens e os direitos que serão realizados nos próximos

doze meses (tomando por base inicial a data do balanço patrimonial que está sendo apresentado).

Ativo Não CirculanteÉ composto pelos bens e os direitos que serão realizados após os próxi-

mos doze meses.

Passivo ePatrimônio Líquido

Origem dosrecursos Ativo

Aplicação dos recursos

Page 23: Gerindo seu negócio com a contabilidade

GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 23

Contas PatrimoniaisRepresentam os Bens, os Direitos, as Obrigações e o Patrimônio

Líquido.

Balanço PatrimonialObjetivamente o Balanço

Patrimonial é uma demons-tração das contas patri-moniais em uma data es-pecí�ica, que compõem os saldos das contas do passivo e patrimônio líquido (origens de recur-sos) da empresa, comparativamente, com os saldos das contas de Ativo (aplicações dos recursos).

Balancete de Veri�icaçãoO balanço patrimonial é formado pela totalidade das contas do balancete

de veri�icação do razão contábil. O balancete é uma relação analítica dos saldos de todas as contas, extraída dos registros contábeis em determinada data.

Resultado do ExercícioOs elementos diretamente relacionados com a mensuração do

desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas.As contas de resultado dividem-se em:Contas de Despesas: decorrem do consumo de Bens e da utilização de

serviços.Contas de Receitas: decorrem da venda de Bens e da prestação de

serviços.

Page 24: Gerindo seu negócio com a contabilidade

GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE24

Função e funcionamento das contasAs contas tem por função possibilitar que a Contabilidade registre e con-

trole as operações que modi�iquem ou possam modi�icar a situação patri-monial da empresa.

As contas patrimoniais possuem saldos cumulativos no tempo, ou seja, pelo re�lexo dos aumentos e baixas ocorridos no período sobre o saldo ini-cial, é determinado o montante do saldo �inal na data do Balanço.

Já as contas de resultados acumulam saldos apenas no decorrer do exer-cício (período de 12 meses). Os saldos destas contas são zerados no �inal de cada exercício para aferição de�initiva do lucro ou prejuízo daquele período.

Fatos administrativosSão os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais,

podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido.

Método das Partidas DobradasNão há devedor sem que haja credor e não há

credor sem que haja devedor, sendo que a cada débito correspondente um crédito de igual va-lor. É o registro simultâneo da origem e da apli-cação do recurso econômico.

O “débito” representa a aplicação do recurso, enquanto que o “crédito” registra a origem do recurso.

Pelo entendimento do método das Parti-das Dobradas, conclui-se que a “escrituração da aplicação do recurso” exige que, a “origem deste recurso” seja identi�icada e simultanea-

mente escriturada.O comportamento das variações das contas Pa-

trimoniais e de Resultado pode ser objeti-vamente explicado pelo seguinte resumo:

Page 25: Gerindo seu negócio com a contabilidade

GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE 25

Fundamento Geral do Método Contábil

Variações Ativo Passivo Receita DespesaAumento Débito Crédito Crédito DébitoRedução Crédito Débito Débito CréditoNaturezados Saldos

Devedora Credora Credora Devedora

Entendendo o Débito e o

Crédito

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PARTE 3Aplicando as Informações

Contábeis no Controle e Gestão do seu Negócio

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Aplicando as Informações Contábeis no Controle e Gestão do seu Negócio

1. Qual a utilidade da contabilidade na gestão da empresa?

A contabilidade é uma ferramenta muito e�icaz para o planejamento e controle dos seus negócios. É através das informações geradas pela conta-bilidade que um gestor consegue avaliar onde ele está, qual seu volume de vendas, as margens de lucro, planejar um lucro esperado em determinado período de tempo e ainda controlar se a empresa está atingindo suas metas conforme esperado.

Os registros contábeis são essenciais para que a administração alcance seus objetivos, pois a exatidão e e�iciência dos mesmos servem como ferra-menta gerencial para a tomada de decisões. A contabilidade deve possuir relatórios simples, nítidos e atualizados para que o administrador possa analisar e gerir seu negócio de maneira e�icaz.

A contabilidade também é útil na orientação das transações da empresa o que ela gasta, compra e utiliza na fabricação, comercialização ou da pres-tação de serviços, o que a empresa vende para o mercado, estoca nos seus estabelecimentos, o que paga a seus fornecedores e empregados, o que dis-tribui de lucros para seus sócios.

2. Que informações contábeis são mais utéis?

A contabilidade disponibiliza uma série de informações capazes de aju-dar na tomada de decisão e no controle de gestão do negócio. As demons-trações contábeis como o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resul-tado do Exercício e a Demonstração do Fluxo de Caixa, trazem informações fundamentais para o gestor, pois mostram de forma clara e objetiva a real situação da empresa.

As informações geradas pela contabilidade auxiliam também em análises internas e departamentais, demonstrado o desempenho de cada gestor. Ou-tra análise despertada pela contabilidade é a de mercado, veri�icando atra-vés de demonstrações contábeis a situação atual da economia do setor.

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3. Qual a diferença para o gestor que utiliza as informações contábeis?

O gestor quando utiliza as informações contábeis para analisar o desem-penho do seu negócio, tem uma importante ferramenta em suas mãos para decidir o futuro da empresa, visualizando sua real situação �inanceira, no curto e longo prazos, o ganho verdadeiro e principalmente, o seu potencial de crescimento.

4. Qual a vantagem na utilização dos informações contábeis no pla-nejamento e tomada de decisão?

A utilização das informações contábeis e �iscais no planejamento, gestão dos negócios, de seus custos, despesas, obtidas das compras de matéria-pri-ma, compras de embalagens, gastos com pessoal, gastos com tributos, são importantes sobre o negócio, pois proporciona redução dos riscos e auxilia na elaboração do �luxo de caixa, previsão das despesas e receitas com segu-rança.

5. Qual o nível de con�iabilidade das informações contábeis?

A contabilidade possibilita a identi�icação do lucro contábil com segurança para ser distribuído aos sócios ou empregados que participam dos lucros. A contabilidade con�irma com segurança os diversos controles da empresa, tais como:a. Controles �inanceiros (bancos, aplicações �inanceiras, empréstimos);b. Controle dos estoques de matéria prima, embalagens e outros custos;c. Estoques do almoxarifado, produtos, mercadorias etc.;d. Con�irmação dos valores da composição na formação dos preços e mar-gem dos produtos e mercadorias;e. Controle dos bens do patrimônio;f. Auxílio nas informações tributárias.

A contabilidade ainda é utilizada para dar garantia do conjunto de da-dos gerados pelas diversas declarações, escriturações e demais informações prestadas aos �iscos Federal, Estadual e Municipal.

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Um exemplo: O Fluxo de CaixaO �luxo de caixa é um demonstrativo que destaca

de onde originaram os recursos �inanceiros uti-lizados pela empresa no período e onde estes recursos que não �icaram no Banco, nem no Caixa, foram aplicados. Ou seja, é onde se ana-lisa as entradas e saídas de caixa.

Através da projeção do �luxo de caixa a em-presa será capaz de veri�icar a capacidade de pagamento por determinado período, se há possibilidade de investimentos, em qual data será melhor para se programar determinada compra, en�im é o orientador �inanceiro de curto prazo para suas to-mada de decisão.

Na Demostração de �luxo de caixa (DFC) os recebimentos e pa-gamentos são classi�icados por grupo de atividade: a) Atividade Operacional; b) Atividade de Investimento; c) Atividade de Financiamento.

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Conclusão

De posse destas orientações, o empresário tem condições de compreender a gama de exigências que lhe são feitas pelo pro�issional contábil para que este possa produzir as infor-mações que visam atender as obrigações legais, bem como gerar relatórios que vão embasar a tomada de decisão.

É preciso que haja sintonia entre o trabalho do empresário e o do pro�issional da contabilidade para assegurar o êxito de ambos. Portanto, é importante que o pro�issional se inteire do negócio de seu cliente, assim como é fundamental que o empresário conheça e valorize o trabalho realizado por seu contador.

Deve-se procurar por pro�issionais devidamente habilita-dos, com comprovado conhecimento do assunto, procurando manter uma relação de con�iança mútua. Devido à importân-cia da prestação deste serviço, convém evitar o critério do menor preço como decisivo na hora de escolher o pro�issio-nal que cuidará da saúde �inanceira de seu negócio.

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