gerenciamento de texturas para aplicaÇÕes de...
TRANSCRIPT
INFLUÊNCIA DO PROJETO DE FILTROS NA
MODELAGEM DE RESPOSTAS IMPULSIVAS DE SALAS
Rafaela Martins Berberick Fonseca
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia Eletrônica e de Computação da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Engenheiro.
Orientador: Júlio Cesar Boscher Torres
Rio de Janeiro
Setembro de 2016
iii
RESUMO
A simulação acústica baseia-se em modelar e prever como o som se comporta ao
se propagar em determinado ambiente, permitindo a síntese das respostas impulsivas. As
respostas impulsivas caracterizam a relação fonte-receptor em um determinado local, pois
representam o histórico de pressão do som, produzido por ondas que perderam energia ao
refletir nas superfícies absorvedoras. A construção dessas respostas depende de projetos
de filtros digitais que distribuem energia de maneira diferente no tempo, influenciando a
distribuição geral de energia da resposta de um par fonte-receptor, que é resultado do
somatório das respostas obtidas de cada filtro. O projeto visa implementar e avaliar como
os projetos de filtro digitais influenciam na construção da resposta impulsiva e
consequentemente nos parâmetros de qualidade acústica.
Palavras-Chave: simulação acústica, filtros digitais.
iv
ABSTRACT
Acoustic Simulation is based on modeling and predicting how sound behaves in
a room. Besides that, it allows the synthesis of impulsive responses, which represent de
pressure history of sound featuring the source- receptor relation. The construction of these
responses depends on filter designs that distribute energy differently overtime,
influencing the overall energy distribution of a pair source-receptor, which is result of the
responses sum obtained from each filter. The project proposal is to implement and
evaluate how the filter design influences the impulse response construction and
consequently its acoustic quality parameters.
Key words: acoustic simulation, digital filters.
v
SIGLAS
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
RI – Resposta Impulsiva
FIR – Resposta ao Impulso Finita (Finite Impulse Response)
IIR – Resposta ao Impulso Infinita (Infinite Impulse Response)
TF – Transformada de Fourier
RT – Tempo de Reverberação (Reverberation Time)
SPL – Nível de Pressão Sonora (Sound Pressure Level)
EDT – Tempo de Decaimento Inicial (Early Decay Time)
G – Força Sonora (Strenght)
BR – Razão de Graves (Bass Ratio)
TR – Razão de Agudos (Treble Ratio)
LFC – Fração de Energia Lateral (Lateral Fraction)
ITDG – Intimismo (Initial Time Delay Gap)
IACC – Impressão Espacial (Interraural Cross Correlation)
vi
Sumário
1 Introdução.............................................................................................. 1
1.1 Motivação e Objetivo .................................................................................................... 1
1.2 Organização do Documento .......................................................................................... 2
2 Fundamentação Teórica ....................................................................... 3
2.1 Acústica de Salas ........................................................................................................... 3
2.2 Resposta ao Impulso da Sala ......................................................................................... 3
2.2.1 Características do Decaimento .............................................................................. 5
2.2.2 Método do Impulso Integrado de Schroeder ........................................................ 7
2.2.3 Medição da Resposta Impulsiva .......................................................................... 10
2.3 Parâmetros de Qualidade Acústica ............................................................................. 13
2.3.1 Parâmetros de Qualidade Subjetivos .................................................................. 13
2.3.2 Parâmetros de Qualidade Objetivos ................................................................... 14
2.3.3 Relação entre os Parâmetros Acústicos Subjetivos e Objetivos ......................... 17
2.4 Simulação Acústica ...................................................................................................... 18
2.4.1 Modelos de Simulação ........................................................................................ 18
2.5 Acústica Geométrica ................................................................................................... 21
2.5.1 Método do Traçado de Raios .............................................................................. 21
2.5.2 Construção da Resposta ao Impulso ................................................................... 22
2.5.3 Síntese das Frentes de Onda ............................................................................... 26
2.6 Tipos de Projeto de Filtro Digital ................................................................................. 27
2.6.1 Filtros FIR ............................................................................................................. 28
2.6.2 Filtros IIR .............................................................................................................. 30
3 Influência do Projeto de Filtro na Resposta Impulsiva ................... 31
3.1 Determinação da Resposta Impulsiva ......................................................................... 31
3.2 Avaliação dos Cenários do Projeto .............................................................................. 33
3.2.1 Cenário A ............................................................................................................. 33
3.2.2 Cenário B ............................................................................................................. 34
4 Resultados ............................................................................................ 36
vii
4.1 Tempo de Reverberação (T30) .................................................................................... 36
4.2 Clareza (C80) ............................................................................................................... 40
4.3 Curva de Decaimento de Energia (EDC) ...................................................................... 43
4.4 Tempo Central (CT) ..................................................................................................... 45
4.5 Definição (D50) ............................................................................................................ 48
4.6 Tempo de Decaimento Inicial (EDT) ............................................................................ 50
5 Conclusões............................................................................................ 54
6 Referências ........................................................................................... 55
A Tabelas .................................................................................................. 56
viii
Lista de Figuras
Figura 1 Faixas de frequência do som .............................................................................. 3
Figura 2 Diagrama de blocos de um sistema .................................................................... 4
Figura 3 Resposta impulsiva de um sistema linear .......................................................... 4
Figura 4 Decaimento Característico da Energia ............................................................... 6
Figura 5 Método da Interrupção Sonora ........................................................................... 7
Figura 6 Curvas de decaimento: (a) obtida por métodos antigos (b) obtida pelo Método
de Schroeder (Kuttruff, 2000) ........................................................................................ 10
Figura 7 Período de uma sequência MLS ....................................................................... 11
Figura 8 Definição do RT60 ........................................................................................... 15
Figura 9 Classificação de modelos de simulação para propagação do som. .................. 20
Figura 10 Lei de Snell .................................................................................................... 22
Figura 11 Exemplo de propagação com reflexões chegando em diferentes instantes de
tempo .............................................................................................................................. 23
Figura 12 Exemplo de propagação com reflexões atingindo o receptor no mesmo
instante de tempo ............................................................................................................ 24
Figura 13 Frentes de Onda.............................................................................................. 26
Figura 14 Módulo da frequência discreta ....................................................................... 27
Figura 15 Exemplo de frente de onda sintetizada no domínio do tempo ....................... 27
Figura 16 Diagrama de um Filtro Digital ....................................................................... 28
Figura 17 Resposta impulsiva obtida por Hann ............................................................. 32
ix
Figura 18 Resposta impulsiva obtida por Chebyshev .................................................... 32
Figura 19 Resposta impulsiva obtida por Yulewalk ....................................................... 32
Figura 20 Vista real da sala ............................................................................................ 33
Figura 21 Vista de topo da sala ...................................................................................... 33
Figura 22 Vista de topo do cenário B ............................................................................. 35
Figura 23 Tempo de reverberação, cenário A, receptor 1 .............................................. 38
Figura 24 Tempo de reverberação, cenário A, receptor 2 .............................................. 38
Figura 25 Tempo de reverberação, cenário A, receptor 3 .............................................. 39
Figura 26 Tempo de reverberação, cenário B................................................................. 39
Figura 27 Clareza, cenário A, receptor 1 ........................................................................ 41
Figura 28 Clareza, cenário A, receptor 2 ........................................................................ 41
Figura 29 Clareza, cenário A, receptor 3 ........................................................................ 41
Figura 30 Clareza, cenário B .......................................................................................... 42
Figura 31 Curva de decaimento, cenário A, receptor 1 .................................................. 44
Figura 32 Curva de decaimento, cenário A, receptor 2 .................................................. 44
Figura 33 Curva de decaimento, cenário A, receptor 3 .................................................. 44
Figura 34 Curva de decaimento, cenário B .................................................................... 45
Figura 35 Tempo central, cenário A, receptor 1 ............................................................. 46
Figura 36 Tempo central, cenário A, receptor 2 ............................................................. 46
Figura 37 Tempo central, cenário A, receptor 3 ............................................................. 46
x
Figura 38 Tempo central, cenário B ............................................................................... 47
Figura 39 Definição, cenário A, receptor 1 .................................................................... 48
Figura 40 Definição, cenário A, receptor 2 .................................................................... 48
Figura 41 Definição, cenário A, receptor 3 .................................................................... 49
Figura 42 Definição, cenário B....................................................................................... 49
Figura 43 Tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 1 ..................................... 51
Figura 44 Tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 2 ..................................... 51
Figura 45 Tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 3 ..................................... 51
Figura 46 Tempo de decaimento inicial, cenário B ........................................................ 52
xi
Lista de Tabelas
Tabela 1 Relação entre os parâmetros objetivos e subjetivos ........................................ 18
Tabela 2 Algoritmos básicos de simulação acústica computacional .............................. 21
Tabela 3 Matriz de implementação das contribuições de energia de cada caminho ...... 25
Tabela 4 Informações do arquivo texto obtidas pelo traçado de raios ........................... 31
Tabela 5 Coeficientes de absorção do cenário A ............................................................ 34
Tabela 6 Coeficientes de absorção do cenário B ............................................................ 35
Tabela 7 Valores obtidos do parâmetro tempo de reverberação, cenário A, receptor 1 . 37
Tabela 8 Valores obtidos do parâmetro tempo de reverberação, cenário A, receptor 2 . 37
Tabela 9 Valores obtidos do parâmetro tempo de reverberação, cenário A, receptor 3 . 37
Tabela 10 Valores obtidos do parâmetro tempo de reverberação, cenário B ................. 38
Tabela 11 Erros dos filtros para tempo de reverberação, cenário A, receptor 1 ............ 39
Tabela 12 Erros dos filtros para tempo de reverberação, cenário A, receptor 2 ............ 39
Tabela 13 Erros dos filtros para tempo de reverberação, cenário A, receptor 3 ............ 40
Tabela 14 Erros dos filtros para tempo de reverberação, cenário B ............................... 40
Tabela 15 Erros dos filtros para clareza, cenário A, receptor 1...................................... 42
Tabela 16 Erros dos filtros para clareza, cenário A, receptor 2...................................... 42
Tabela 17 Erros dos filtros para clareza, cenário A, receptor 3...................................... 43
Tabela 18 Erros dos filtros para clareza, cenário B ........................................................ 43
Tabela 19 Erros dos filtros para tempo central, cenário A, receptor 1 ........................... 47
xii
Tabela 20 Erros dos filtros para tempo central, cenário A, receptor 2 ........................... 47
Tabela 21Erros dos filtros para tempo central, cenário A, receptor 3 ............................ 47
Tabela 22 Erros dos filtros para tempo central, cenário B ............................................. 48
Tabela 23 Erros dos filtros para definição, cenário A, receptor 1 .................................. 49
Tabela 24 Erros dos filtros para definição, cenário A, receptor 2 .................................. 49
Tabela 25 Erros dos filtros para definição, cenário A, receptor 3 .................................. 50
Tabela 26 Erros dos filtros para definição, cenário B .................................................... 50
Tabela 27 Erros dos filtros para tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 1 .... 52
Tabela 28 Erros dos filtros para tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 2 .... 52
Tabela 29 Erros dos filtros para tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 3 .... 52
Tabela 30 Erros dos filtros para tempo de decaimento inicial, cenário B ...................... 53
1
1 Introdução
A simulação acústica consiste em modelar e prever o comportamento do som ao
se propagar em determinado ambiente. A modelagem pode basear-se na equação da onda,
na acústica geométrica (Vorländer, 2008) ou em métodos artificiais. Em geral, é
necessário também conhecer a geometria do ambiente e as condições de propagação do
espaço, tais como atenuação do ar e perdas de energia da onda acústica.
A simulação acústica permite sintetizar respostas impulsivas capazes de
caracterizar a relação fonte-receptor em um dado recinto. Quanto mais próximas essas
respostas forem daquelas obtidas por medições, mais precisos e confiáveis serão os
resultados da simulação acústica.
A resposta impulsiva apresenta o histórico da pressão sonora entre o ponto de
excitação e o de recepção. O som emitido pela fonte percorre um caminho no interior da
sala, sofrendo reflexões e, consequentemente, perdendo energia para as superfícies
absorvedoras. A energia é dissipada principalmente na forma de calor e esse fenômeno é
conhecido como absorção sonora.
O avanço tecnológico e o desenvolvimento da capacidade de processamento de
dados em computadores, associado ao avanço dos estudos de acústica das salas,
contribuíram para a utilização da simulação acústica.
1.1 Motivação e Objetivo
As respostas impulsivas caracterizam as relações entre fonte e receptor em uma
sala e permitem calcular parâmetros de qualidade para a sala. Além disso, a convolução
de um sinal anecóico com essa resposta impulsiva possibilitam ouvir o som simulado (ou
medido) no ambiente.
Na simulação acústica, a construção das respostas impulsivas depende do projeto
de filtros digitais, pois a cada reflexão em uma superfície, o espectro do sinal emitido se
altera em função das características de absorção dos materiais.
No entanto, cada projeto de filtro produz uma resposta impulsiva com uma
determinada distribuição de energia no tempo. Isso impacta na distribuição geral de
2
energia da resposta impulsiva do par fonte-receptor, pois essa resposta impulsiva (RI) é
obtida através de um somatório das respostas de cada filtro que representa um caminho
de reflexão do som. Dessa maneira, altera os parâmetros de qualidade calculados em
função do decaimento de energia da resposta impulsiva.
O objetivo do projeto é, portanto, implementar e avaliar a influência de diferentes
projetos de filtro na construção de respostas impulsivas em acústica de salas. Além disso,
avaliar como cada projeto de filtro afeta os valores dos parâmetros de qualidade acústica
(T60, C80, D50, etc.).
Este projeto investiga o projeto de filtros digitais com respostas impulsivas finitas
(FIR) e Infinitas (IIR).
1.2 Organização do Documento
O presente trabalho está organizado de forma a apresentar, primeiramente,
embasamento teórico para o desenvolvimento e análise dos objetivos do projeto. Em
seguida, descrever a influência dos filtros para obtenção da resposta impulsiva. Por fim,
apresentar uma avaliação dos resultados e conclusões do projeto.
No capítulo 2 encontram-se os fundamentos teóricos de acústica das salas e os
métodos utilizados para obtenção e medição da resposta impulsiva das salas. Além disso,
apresenta-se a descrição dos parâmetros subjetivos e objetivos de qualidade acústica e
dos modelos de simulação acústica. Enfim, a construção da resposta ao impulso e o estudo
dos diferentes filtros que são descritos no projeto.
O capítulo 3 apresenta a descrição do procedimento utilizado para a obtenção da
resposta impulsiva e o cenário de avaliação.
Os resultados obtidos serão avaliados no capítulo 4, serão avaliadas as simulações
feitas em duas salas e comparados com os valores medidos.
Por fim, as conclusões e propostas de trabalhos futuros serão expostas no capítulo
5.
3
2 Fundamentação Teórica
2.1 Acústica de Salas
A acústica pode ser definida como a ciência do som, que estuda a geração, a
transmissão e a recepção de energia na forma de ondas vibracionais na matéria (Larsen et
al, 2008). A geração e transmissão das ondas acústicas têm origem da atuação conjunta
da inércia do sistema e da força restauradora. Essa força é elástica e tende a restaurar as
configurações originais de átomos ou moléculas em sólidos ou fluidos que são deslocados
em relação à posição inicial.
As ondas acústicas, ao se propagarem, transmitem energia que se espalha em todas
as direções, com diferentes frequências. Quando vibram na faixa de 20 a 20.000 Hz elas
podem ser percebidas pelo sistema auditivo humano. Abaixo de 20 Hz são chamadas de
infrassônicas e acima de 20.000 Hz são denominadas ultrassônicas, como ilustrado na
figura 1.
Figura 1 Faixas de frequência do som
2.2 Resposta ao Impulso da Sala
A resposta ao impulso medida entre dois pontos de uma sala é o que caracteriza o
comportamento acústico da sala, para esse par de pontos.
Um sistema é responsável pela manipulação de um ou mais sinais para realizar
uma função e gerar novos sinais, como ilustrado na figura 2.
4
Figura 2 Diagrama de blocos de um sistema
Em um sistema de comunicação, por exemplo, o sinal de entrada é a fala ou dados
computacionais. O sinal de saída é uma função da informação inicial. Dessa maneira, o
sistema responsável por essa modificação é composto de um transmissor, um canal e um
receptor.
Uma sala pode ser vista como um sistema linear invariante no tempo desde que
determinadas condições sejam satisfeitas. Quando suas variáveis físicas, como
temperatura e pressão, são constantes ao longo do tempo, o sistema é classificado como
invariante no tempo. Desse modo, a resposta impulsiva do sistema será constante em
qualquer instante de tempo.
Um sistema é dito linear quando sua resposta a uma soma de sinais na entrada for
igual à resposta quando os sinais são aplicados isoladamente e somados. Dessa forma, um
sinal de entrada age no sistema independente dos outros sinais aplicados. Isso garante o
princípio da superposição e, consequentemente, a linearidade de um sistema.
O comportamento de um sistema linear é caracterizado pela sua RI, que
corresponde à reação do sistema quando um impulso é aplicado em sua entrada, conforme
ilustrado na figura 3.
Figura 3 Resposta impulsiva de um sistema linear
Um som emitido dentro de uma sala se comporta como um sistema linear. As
ondas sonoras emitidas são refletidas inúmeras vezes nas paredes e/ou nos obstáculos da
5
sala, perdendo energia de acordo com o coeficiente de absorção de cada material. Toda
essa influência estará representada na resposta impulsiva da sala, referentes aos pontos
onde se localizam a fonte sonora e os receptores. Para cada par fonte-receptor tem-se uma
RI diferente, em função das suas posições na sala.
Na simulação acústica, um impulso é propagado simultaneamente em diversas
direções no interior de uma sala. A resposta da sala será determinada pelo somatório das
respostas individuais dessas direções, visto que o sistema é linear.
Para se obter o sinal 𝑦(𝑡) captado por um receptor na sala, é necessário convoluir
o sinal de entrada (fonte) 𝑥(𝑡) com a RI ℎ(𝑡), como representado na equação (1):
𝑦(𝑡) = 𝑥(𝑡) ∗ ℎ(𝑡) = ∫ 𝑥(𝑡)ℎ(𝑡 − 𝜏)𝑑𝜏∞
0. (1)
Como a sala possui elementos que respondem de forma diferenciada para cada
frequência, é interessante avaliar as respostas no domínio da frequência. A equação (2) é
equivalente à equação (1) para o domínio da frequência:
𝑌(𝑗𝜔) = 𝑋(𝑗𝜔)𝐻(𝑗𝜔), (2)
onde 𝜔 é a frequência e 𝑌(𝑗𝜔), 𝑋(𝑗𝜔) 𝑒 𝐻(𝑗𝜔) correspondem, respectivamente, às
transformadas de Fourier (TF) do sinal captado, gerado e resposta impulsiva da sala.
Para um sinal de entrada 𝑥(𝑡), a TF é dada por:
𝑋(𝜔) = ∫ 𝑥(𝑡)𝑒−𝑗𝜔𝑡𝑑𝑡+∞
−∞. (3)
2.2.1 Características do Decaimento
As salas possuem um decaimento natural de energia em função das reflexões nas
paredes e/ou obstáculos, onde perdem energia. O decaimento característico de energia é
exponencial, como ilustrado na figura 4.
6
Figura 4 Decaimento Característico da Energia
Quando uma fonte em regime permanente é ligada no recinto, a energia se mantém
constante. Porém quando a fonte cessa, a energia decai novamente. O tempo que o som
leva desde o desligamento da fonte sonora até não ser mais ouvido é denominado Tempo
de Reverberação (RT). Essa definição foi dada em 1895 por Wallace C. Sabine, membro
do Departamento de Física da Universidade de Harvard.
Sabine foi convocado para solucionar o problema de um auditório, onde os sons
se misturavam e era difícil compreendê-los. Ele notou que o tempo que o som demorava
para cessar dependia da quantidade de energia sonora perdida para os materiais da sala.
Dessa maneira, ele determinou o coeficiente de absorção de diversos materiais e
desenvolveu o primeiro método para medir o tempo de reverberação. Ele mostrou que o
RT é proporcional ao volume total da sala 𝑉 pela área de absorção, conforme as equações
(4) e (5):
𝑅𝑇 = 0,163
𝑉
𝐴
(4)
e
𝐴 = ∑ ∝𝑖 𝑆𝑖 ,𝑖
(5)
onde ∝𝑖 e 𝑆𝑖 correspondem, respectivamente, aos coeficientes de absorção e a área da i-
ésima superfície da sala.
No entanto, em 1965 o método experimental de Sabine tornou-se obsoleto.
Manfred Schroeder (Schroeder, 1979) desenvolveu o Método do Impulso Integrado, o
qual, a partir da resposta impulsiva da sala, permite calcular a curva de decaimento da
7
energia acústica. A partir dessa curva são calculados outros parâmetros, que avaliam a
qualidade acústica de uma sala.
2.2.2 Método do Impulso Integrado de Schroeder
Até o ano de 1965, as técnicas de medição do tempo de reverberação eram
extremamente imprecisas. Além disso, gastava-se muito tempo na obtenção das curvas
de decaimento, as quais apresentam grandes diferenças entre si. Manfred Schroeder
propôs um método para determinar a média de medições em um determinado ponto
através de apenas uma medição.
Schroeder propôs o uso do Método de Interrupção do Ruído, no qual um ruído
branco 𝑟(𝑡), com espectro plano de energia, estimula a sala até alcançar uma situação
estável. Após o sinal ser desligado, o som que permanece na sala é resultado da
reverberação (regime permanente). A figura 5 ilustra o método da interrupção.
Figura 5 Método da Interrupção Sonora
Ao longo de todo o estímulo, o sinal captado y(𝑡) é resultado da convolução do
sinal gerado 𝑥(𝑡) com a resposta impulsiva da sala ℎ(𝑡), a qual é constituída pela sala e
pelos equipamentos de reprodução e gravação.
A integral apresentada na equação (6) é analisada a partir de um instante bem
anterior ao cessamento do sinal. O instante em que o sinal cessa é considerado nulo, sendo
8
assim a integral de convolução também será nula, pois o sinal de excitação presente no
integrando também se anula:
𝑦(𝑡) = ∫ 𝑥(𝑧)ℎ(𝑡 − 𝑧)𝑑𝑧0
−∞. (6)
Realizando a seguinte troca de variáveis:
𝑡 − 𝑧 = 𝑟, 𝑑𝑧 = −𝑑𝑟, 𝑧 = 0 𝑒 𝑟 = 𝑡,
e fazendo
𝑧 → ∞ 𝑒 𝑟 → ∞,
encontra-se:
𝑦(𝑡) = ∫ ℎ(𝑟)𝑥(𝑡 − 𝑟)𝑑𝑟
∞
𝑡
(7)
A autocorrelação está associada à média conjunta e pode ser definida como uma
medida de quanto uma função se preserva no tempo. No caso de funções aleatórias, ela
tende a zero para dois instantes de tempo distintos. A autocorrelação de uma variável
aleatória 𝑓(𝑡) é dada pela equação (8):
⟨𝑓(𝑡1). 𝑓(𝑡2)⟩ =
1
𝑛 ∑𝑓𝑘(𝑡1)𝑓
𝑘(𝑡2),
𝑛
𝑘=1
(8)
onde 𝑘 é o descolamento no tempo e 𝑓𝑘 é uma função aleatória deslocada no tempo.
Aplicando-se o quadrado na equação (7) e, em seguida, fazendo a média, obtemos:
⟨𝑦2(𝑡)⟩ = ⟨∫ ℎ(𝑥)𝑥(𝑡 − 𝑟)𝑑𝑟∞
𝑡
∫ ℎ(𝑧)𝑥(𝑡 − 𝑧)𝑑𝑧∞
𝑡
⟩
= ∫ ℎ(𝑟)𝑑𝑟∞
𝑡
∫ ℎ(𝑧)𝑑𝑧⟨𝑥(𝑡 − 𝑟)𝑥(𝑡 − 𝑧)⟩.∞
𝑡
(9)
9
Devido à aleatoriedade do sinal de ruído branco, a sua autocorrelação vai ser zero
sempre que os instantes de tempo forem diferentes. Essa característica pode ser
representada pelo delta de Dirac:
⟨𝑥(𝑡 − 𝑟)𝑟(𝑡 − 𝑧)⟩ = 𝛿(𝑟 − 𝑧). (10)
Substituindo a equação (10) na equação (9) e utilizando a propriedade de filtragem
do Delta de Dirac, encontramos o Método do Impulso Integrado:
⟨𝑦2(𝑡)⟩ = ∫ ℎ2(𝑟)𝑑𝑟
𝑡∞
𝑡
. (11)
A utilização desse método permite encontrar a média de 𝑦2(𝑡) através da
integração da resposta impulsiva quadrática.
A partir da média dos valores do sinal de entrada é possível determinar a resposta
impulsiva. Dessa maneira, pode-se calcular a curva de decaimento de energia acústica,
que é importante para o estudo da acústica das salas. Isso porque, dela deriva o RT e os
outros parâmetros musicais, que avaliam a qualidade acústica de uma sala.
A figura 6 apresenta as curvas experimentais de reverberação obtidas através dos
métodos antigos, e com a utilização do Método de Integração do Impulso de Schroeder.
10
Figura 6 Curvas de decaimento: (a) obtida por métodos antigos (b) obtida pelo Método de Schroeder (Kuttruff,
2000)
2.2.3 Medição da Resposta Impulsiva
Até a década de 70, as técnicas de obtenção da RI eram insatisfatórias. Um dos
métodos utilizados baseava-se na captação da RI de uma sala a partir do estímulo
impulsivo provocado por um tiro de pistola ou estouro de balões.
Todavia, essas técnicas possuíam uma relação sinal/ruído precária, baixo grau de
repetibilidade e irregularidade no espectro de energia das frequências. Com isso, para
reduzir as incertezas das medidas era necessário observar um número grande de
decaimentos, o que implicava em um tempo de medição maior.
Na tentativa de superar os pontos negativos das técnicas de medição da RI, em
1979, Schroeder sugeriu o uso de sequências MLS (Maximum Lengh Sequence)
(Kuttruff, 2000), que são periódicas e compostas de pulsos unitários positivos e negativos,
conforme ilustrado na figura 7. Uma característica importante das sequências MLS é que
seu espectro é praticamente plano, similar a um impulso.
11
Figura 7 Período de uma sequência MLS
Ao realizar a correlação cruzada entre o sinal captado na sala e o sinal MLS
gerado, obtemos a resposta impulsiva da sala.
Essa técnica gerava uma relação sinal/ruído bem maior do que nas técnicas
antigas. Dessa maneira, o método MLS permite a obtenção de uma RI com um espectro
de energia praticamente plano, alto grau de repetibilidade e relação sinal/ruído aceitável.
O método foi otimizado pelo uso da Transformada Rápida de Hadamard (Chu, 1990).
A utilização da Transformada Rápida de Fourier (FFT) (Oppenheim & Schafer,
1989, 1999), algoritmo desenvolvido na década de 60, agilizou o processamento da
Transformada Discreta de Fourier. Isso proporcionou uma melhoria da capacidade e
velocidade do processamento de dados.
2.2.3.1 Varredura de Senos
Como alternativa ao método com MLS, foi proposta a variação da frequência de
uma senoide no tempo, obtendo-se uma varredura senoidal, utilizada como um sinal de
excitação sonoro. A varredura pode ser de dois tipos: linear ou logarítmica (exponencial).
Os sinais de varredura diferenciam-se pela taxa de variação do aumento da frequência ao
longo do tempo.
Na varredura linear a frequência aumenta com uma taxa por unidade de tempo
constante e um valor constante adicionado à sua fase (𝐼𝑛𝑐𝜑):
12
log (
𝑓2𝑓1)
𝑇1 − 𝑇2= 𝑐𝑡𝑒,
(12)
𝑥(𝑡) = 𝐴 sin 𝜑,
𝜑𝑖+1 = 𝜑𝑖 + ∆𝜑 + 𝐼𝑛𝑐𝜑,
(13)
onde 𝐴 é a amplitude, 𝜑 a fase e 𝜑𝑖 a fase inicial da senoide.
Já a varredura exponencial tem o valor da frequência dobrado a uma taxa fixa de
unidade de tempo e pode ser gerada multiplicando-se o incremento de fase por um fator
constante (𝑀𝑢𝑙𝜑):
log (
𝑓2𝑓1)
𝑇2 − 𝑇1= 𝑐𝑡𝑒,
(14)
𝑥(𝑡) = 𝐴 sin 𝜑,
𝜑𝑖+1 = 𝜑𝑖 + ∆𝜑.𝑀𝑢𝑙𝜑,
(15)
A primeira amostra possui fase inicial igual a zero, sendo assim o ∆𝜑 pode ser
calculado da seguinte maneira:
∆𝜑 = 2𝜋 𝑓𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙𝑓
.
Obtém-se os fatores através da maneira apresentada a seguir:
𝐼𝑛𝑐𝜑 = 2𝜋
𝑓𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑓𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑓𝑠. 𝑁
(16)
e
13
𝑀𝑢𝑙𝜑 = 2
𝑙𝑜𝑔2(𝑓𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙−𝑓𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
𝑁 . (17)
Considerando a função de transferência da alto-falante 𝐴(𝑗𝜔) e a função de
transferência da sala 𝐻(𝑗𝜔), aplicando a equação (2) temos:
𝑌(𝑗𝜔) = 𝑋(𝑗𝜔). [𝐴(𝑗𝜔).𝐻(𝑗𝜔)] (18)
A técnica não é menos sensível às não-linearidades e apresenta uma excelente
razão sinal/ruído. Esses fatores associados tornam o método vantajoso e, por isso, será
aplicado no presente trabalho.
2.3 Parâmetros de Qualidade Acústica
Os parâmetros de qualidade acústica começaram a ser sistematizados em 1962 por
Leo Beranek, após análises das características acústicas encontradas em 54 salas
espalhadas pela Europa, permitindo uma classificação da qualidade acústica das salas de
música.
A partir desse estudo, diversas salas de concerto foram medidas com o objetivo
de averiguar as semelhanças entre os resultados objetivos, medidos a partir dos
parâmetros de Beranek, e dos subjetivos, medidos pela percepção dos júris técnicos.
Foram então definidos os principais critérios que determinam a qualidade acústica de uma
sala de música, classificados como objetivos e subjetivos.
2.3.1 Parâmetros de Qualidade Subjetivos
Os parâmetros acústicos subjetivos estão correlacionados às percepções de um
júri técnico, sendo eles: Vivacidade, Calor, Brilho, Nível de Som Direto, Nível de Som
Reverberante, Intimismo, Clareza/Definição, Impressão Espacial, Equilíbrio e Conjunto.
Uma sala “Viva”, com Vivacidade, permite que o ouvinte capte as diversas
reflexões em altas e médias frequências. Sendo assim, a sala deve refletir (reverberar) o
som em médias e altas frequências (maior de 500 Hz). Isso não acontece em salas com
materias que absorvem muito o som, sendo denominadas de salas mortas ou secas.
14
Associa-se o Calor à presença de graves. Para que o ouvinte tenha a sensação de
calor sonoro é necessário que o tempo de reverberação para frequências baixas (menores
que 250 Hz) seja grande o suficiente para garantir que o ouvinte perceba.
O Brilho de uma sala vem do destaque dos harmônicos superiores e de um baixo
decaimento relativo para essas frequências. A diferença da chegada do som direto e as
primeiras reflexões pode impactar no brilho de um recinto.
Para ter um bom Nível de Som Direto, uma sala deve ser elaborada para que todos
os ouvintes possam ter uma audibilidade confortável do som direto tocado pelos músicos,
sem que haja reflexão.
Nível de Som Reverberante corresponde ao nível de som das reflexões sonoras.
Esse parâmetro associado ao nível de som direto contribuem para a impressão de volume
de uma música, formando o nível sonoro total.
A percepção que o ouvinte tem de estar em um ambiente pequeno refere-se ao
Intimismo, que pode ser determinado pela diferença de tempo entre o som direto e sua
primeira reflexão.
O Grau de clareza de uma sala está relacionado à definição do som, que
independente do andamento, soa como articulações sonoras límpidas e precisas.
A Impressão Espacial tem relação com à sensação que as reflexões sonoras vindas
de diversas direções causam em um ouvinte. Trata-se de um efeito pscicoacústico, no qual
o sistema auditivo provoca uma sensação acústica espacial do ambiente.
Chama-se Equilíbrio o grau de unidade musical, no qual o som do conjunto
musical deve possuir harmonia para o ouvinte.
O Conjunto está diretamente relacionado à orquestra, à facilidade que os músicos
apresentam de escutarem os seus instrumentos e os outros em equilíbrio.
2.3.2 Parâmetros de Qualidade Objetivos
Os parâmetros subjetivos mais importantes podem ser representados por
expressões matemáticas que geram índices objetivos. Eles são mensurados de acordo com
grandezas físicas, determinando quantitativamente as características qualitativas da sala,
são eles: Tempo de reverberação (RT), tempo de decaimento inicial (EDT), força sonora
(G), razão de graves (BR), razão de agudos (TR), clareza (C), definição (D), tempo central
15
(CT), intimismo (ITDG), fração de energia lateral (LFC), impressão espacial (IACC),
razão entre som direto e reverberante (RDR) e parâmetro de suporte (ST1).
A reverberação do som resulta da reflexão do som pelas superfícies de um
ambiente fechado, e corresponde à sua continuação depois de cessada a fonte que o
emitiu.
O tempo entre a emissão de um som e a sua extinção em um espaço fechado
denomina-se de Tempo de Reverberação (RT). Esse tempo é expresso em segundos, e é
equivalente ao decaimento da pressão sonora em 60dB após o fim da excitação sonora,
como ilustrado na figura (8).
Figura 8 Definição do RT60
O Tempo de decaimento inicial (EDT) é um parâmetro similar ao Tempo de
Reverberação, mas para o EDT consideram-se os primeiros 10dB da curva de decaimento.
Esse parâmetro difere do tempo de reverberação pois trata-se da reverberação que o
ouvinte percebe, enquanto o RT relaciona-se às propriedades físicas que a sala apresenta.
O parâmetro Força Sonora (G) relaciona-se à sensação de força, volume, ou
intensidade, que correspondem à impressão acústica de nível sonoro. É determinado pela
diferença entre o nível sonoro em um certo ponto de captação e o da fonte.
𝐺 = 10 log10 [
∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡𝑡
0
∫ 𝑝𝑠2(𝑡)𝑑𝑡𝑡
0
] (19)
16
Onde P(t) corresponde à resposta impulsiva em certo ponto da sala, e p(s) é a
resposta impulsiva quando a fonte está a 10m do microfone em campo livre.
Obtém-se a Razão de Graves (BR) a partir da divisão do tempo de reverberação
em baixas frequências pelo tempo de reverberação em médias frequências.
Obtém-se a Razão de agudos (TR) a partir da divisão do tempo de reverberação
em altas frequências pelo tempo de reverberação em médias frequências.
Associa-se a Clareza à sensação subjetiva de definição/clareza, do som percebido
pelo ouvinte, ela é medida pela razão logarítmica entre o nível de energia recebida no
início e no fim do som.
𝐶𝑡 = 10 log10 [
∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡𝑡
0
∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡∞
0
] 𝑑𝐵 (20)
A razão logarítmica entre a energia que chega no início do som, nos primeiros
50ms ou 80ms, e a energia total do som, estabelecem a Definição (D).
𝐷𝑡 = 10 log10 [
∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡𝑡
0
∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡∞
0
] 𝑑𝐵 (21)
O Tempo Central (CT) é equivalente ao centro de gravidade da resposta ao impulso,
corresponde ao tempo do decaimento da metade da energia da resposta impulsiva. Um
CT alto produz a sensação de um som reverberante, por outro lado, um CT baixo
corresponde à um som claro.
𝑇 =
∫ 𝑡. 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡∞
0
∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡∞
0
[𝑚𝑠] (22)
A medida que correspondente ao intervalo de tempo entre a incidência do som
direto medido em certo ponto e o tempo em que ocorre a primeira reflexão, pode ser
definida como Intimismo (ITDG).
17
A fração de energia lateral (LFC) trata-se da razão entre a energia que atinge
lateralmente e a energia total, que atinge por todos os lados.
Impressão espacial (IACC) pode ser caracterizada como a medida que
corresponde ao valor máximo da diferença dos sinais que atingem o ouvido esquerdo com
relação aos que atingem, ao mesmo tempo, o direito.
A razão logarítmica, captada em um ponto, entre a energia do som reverberante e
do som direto, equivale ao parâmetro RDR.
Associa-se o parâmetro de suporte (ST1) com o parâmetro subjetivo “conjunto”,
através dele pode-se mensurar o desempenho simultâneo dos músicos. Mede-se pela
resposta impulsiva, p(t), captada ao colocar um microfone localizado a 1m de uma fonte
omnidirecional.
2.3.3 Relação entre os Parâmetros Acústicos Subjetivos e Objetivos
A tabela a seguir apresenta a correlação matemática entre os parâmetros acústicos
subjetivos e objetivos (ISO3382, 1997).
Parâmetro
Subjetivo
Parâmetro
Objetivo
Expressão Física
Reverberação RT60 𝑆𝑐ℎ𝑟𝑜𝑒𝑑𝑒𝑟 (1965)
Calor BR 𝑅𝑇125 + 𝑅𝑇200𝑅𝑇500 + 𝑅𝑇1000
Brilho TR 𝑅𝑇2000 + 𝑅𝑇4000𝑅𝑇500 + 𝑅𝑇1000
Razão D/R RDR 10 𝑙𝑜𝑔 [
𝐸𝑑𝐸𝑟]
Intimismo ITDG 𝑡𝑑 − 𝑡𝑟
Clareza C80
10 log10 [∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡80 𝑚𝑠
0
∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡𝑓
80 𝑚𝑠
]
Definição D50 ∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡𝑡50 𝑚𝑠
0
∫ 𝑝2(𝑡)𝑑𝑡𝑓
0
18
Impressão
Espacial
IACC
𝑚𝑎𝑥 |[∫𝑝𝑒(𝑡) 𝑝𝑑(𝑡 + 𝛼)𝑑𝑡] . [∫𝑝𝑒2(𝑡)∫𝑝𝑑
2 (𝑡)𝑑𝑡]−12|
LFC ∫ 𝑝𝑙𝑎𝑡2 (𝑡)𝑑𝑡
80 𝑚𝑠
5 𝑚𝑠
∫ 𝑝𝑜𝑚𝑛𝑖2 (𝑡)𝑑𝑡
80 𝑚𝑠
0
Tabela 1 Relação entre os parâmetros objetivos e subjetivos
2.4 Simulação Acústica
O constante avanço da tecnologia digital e da capacidade de processamento dos
computadores tornou viável o uso do processamento de sinais para manipular sinais de
áudio e sua transmissão (simulação acústica).
A simulação acústica consiste em modelar e prever o comportamento do som ao
se propagar em um recinto. Essa modelagem pode ser realizada com base na equação da
onda, na acústica geométrica ou em métodos artificiais.
Resultados mais precisos são obtidos, quando se considera a geometria real do
ambiente e as condições de propagação no espaço. A precisão dos modelos pode ser
estudada em bases física e psico acústica. A base física relaciona-se com o tamanho dos
objetos em relação ao comprimento de onda (difração), com a possibilidade de
negligenciar os efeitos de fase e com os diversos tipos de onda que contribuem para a
função de transferência e dos recursos elementares dos sinais simulados, levando em
consideração a densidade de amostras no tempo e no domínio da frequência.
2.4.1 Modelos de Simulação
O modelo de propagação do som pode ser realizado de três maneiras distintas:
através de algoritmos de onda, da acústica geométrica e por métodos artificiais, como
mostra a figura 9.
Um problema de propagação do som pode ser descrito analiticamente pelas
funções de Green. São obtidas através da formulação de uma equação de onda usando a
função potencial g (r/r0), que corresponde à quantidade de campo sonoro a partir de
derivações no espaço e no tempo:
19
𝑝 = 𝑝0 �̇� (23)
𝑣 = −∇𝑔 (24)
onde 𝑝 é a pressão sonora e 𝑣 a velocidade do som.
As Funções de Green (Larsen et al, 2008) são usadas pois são vantajosas quando
aplicadas em fontes e em propagações espaciais de um ponto inicial 𝑟0 até um outro ponto
qualquer r. Essas funções ao serem associadas a um tipo específico de equação diferencial
parcial conhecido como Equação de Helmholtz com o termo da fonte 𝑓 = 𝑗𝑘𝑧0𝑞,
resultam na Integral de Helmholtz-Huygens, representada na equação (25):
𝑝(𝑟) = ∭𝑓(𝑟0 𝑔(𝑟|𝑟0 )𝑑𝑉0 + ∬(𝑔(𝑟|𝑟0 )
𝜕𝑝(𝑟0 )
𝜕𝑛
− 𝑝(𝑟0 )𝜕𝑔(𝑟|𝑟0 )
𝜕𝑛) 𝑑𝑆0
(25)
O uso dessa integral permite o cálculo da pressão do som resultante de vários tipos
de fonte. No entanto, dependendo da geometria do ambiente essa integral não resolve o
problema diretamente. Dessa maneira, os modelos podem ser analisados numericamente
nos domínios da frequência e do tempo. Em geral, realiza-se a discretização espacial em
pequenos elementos, na qual a equação de Helmholtz pode ser transformada em um
sistema linear de equações e sua resolução pode ser através da integração da equação de
Helmholtz ou pelo princípio de conservação de energia.
Quando se resolve o problema pela integração e discretização da equação de
Helmholtz, trata-se do Método dos Elementos de Contorno. Esses problemas
caracterizam-se por condições de contorno. Por outro lado, quando um determinado
volume discretiza-se em elementos de volume finitos, trata-se do Método dos Elementos
Finitos. Para esses elementos utiliza-se a formulação de equações das energias do campo
harmônico, onde qualquer perturbação do sistema em equilíbrio retorna à um estado de
equilíbrio, de energia mínima.
A propagação de ondas também pode ser estudada no domínio do tempo, enquanto
que a propagação de um pulso pode ser analisada de nó em nó em uma malha, no caso do
Método das Diferenças Finitas.
20
Como resultado do estudo das frentes de onda que se propagam no tempo, pode-
se calcular as reflexões, difrações, entre outros efeitos de propagação. Além disso, pode-
se obter a resposta ao impulso em um determinado ponto.
Figura 9 Classificação de modelos de simulação para propagação do som.
Os métodos experimentais ainda representam uma excelente ferramenta de
avaliação da acústica das salas. No entanto, as simulações em computadores estão sendo
largamente utilizadas. Para realizar simulação acústica, primeiro deve-se definir como
objetos matemáticos a arquitetura da sala, a fonte e o receptor. A partir dessas
informações pode-se simular a propagação de uma onda acústica e alterar, por exemplo,
a distância da fonte, a arquitetura da sala, o material das paredes, entre outras mudanças.
A simulação acústica através de modelagem computacional em salas foi proposta
por Schroeder em 1962 e posta em prática por Krokstad em 1968 (Xiang, 2014) e, cinco
anos depois, em 1973 pelo próprio Schroeder.
Os algoritmos mais comuns de simulação acústica são baseados na acústica
geométrica, onde as frentes de onda são modeladas por linhas retas, com comportamento
similar ao da luz. No entanto, essa abordagem só é válida para comprimentos de onda
muito menores que os tamanhos dos objetos, das salas e suas dimensões, e com
frequências acima da frequência de corte (𝑓𝑠), denominada frequência de Schroeder.
21
𝑓𝑠 ≈ 1200 √𝑇
𝑉
(26)
onde 𝑇 é o tempo de reverberação e 𝑉 é o volume da sala.
2.5 Acústica Geométrica
Na acústica geométrica dois métodos são frequentemente utilizados: o traçado de
raios e o método das imagens.
As técnicas de traçado de raios e das fontes de imagem devem ser distinguidas,
independente da implementação do software, pois elas representam diferentes
aproximações físicas. As principais diferenças entre esses métodos encontram-se na
maneira como se detecta a energia e na natureza da propagação.
Na tabela 2, é apresentada uma comparação entre os métodos de traçado de raios
e das imagens, cujas diferença são determinadas pelo espalhamento de energia e pelos
detectores de energia.
Tabela 2 Algoritmos básicos de simulação acústica computacional
2.5.1 Método do Traçado de Raios
Trata-se de um método estatístico, já que pode gerar resultados diferentes em
função da variação das posições da fonte, do receptor e dos raios, além de não haver
garantira de que um raio atingirá o receptor.
O método consiste em uma fonte sonora, geralmente omnidirecional, que irradia
com as mesmas propriedades e em todas as direções, um elevado número de raios, a fim
de garantir que haja recepção. Cada raio carrega uma energia e se propaga com a
Algoritmo Categoria Energia Espalhada pela DistânciaDetectores de
Energia
Traçado de Raios Estatístico Estatístico por contagem Volume
Fonte de Imagem Determinístico Determinístico pela distância Pontos
22
velocidade do som. No entanto, esses raios ao atingirem as paredes da sala, ou objetos,
são refletidos de acordo com a Lei de Snell.
Figura 10 Lei de Snell
Nesse momento, os raios perdem energia para o obstáculo, de acordo com o
coeficiente de absorção de cada material (∝), e são refletidos em uma nova direção, que
pode ser calculada da seguinte maneira:
𝑟𝑟 = 𝑟𝑖 − 2(𝑟𝑖 . 𝑛) 𝑛 (27)
onde 𝑛 é o vetor normal à superfície no ponto de interseção do raio 𝑟𝑖.
2.5.2 Construção da Resposta ao Impulso
A RI pode ser obtida através do somatório das energias dos raios que interceptam
o receptor em um determinado instante. Os raios emitidos por uma fonte sonora podem
incidir diretamente no receptor ou sofrer uma ou mais reflexões nas paredes e/ou
obstáculos da sala.
Cada parede/obstáculo possui um coeficiente de absorção ∝𝑖, onde 𝑖 corresponde
ao número de elementos de superfície presentes na sala 𝑖 = 1,… , 𝑖. A figura 11 ilustra
uma sala hipotética em duas dimensões, com uma fonte sonora (F) e um receptor (R).
Nesse caso, a sala possui quatro paredes, sendo assim 𝑖 = 4.
23
Figura 11 Exemplo de propagação com reflexões chegando em diferentes instantes de tempo
Considerando que o raio emitido possui uma energia inicial 𝐸0, ao percorrer o
caminho 𝑎, o raio incide nas paredes 2 e 4 antes de atingir o receptor. Sendo assim, a
contribuição de energia que esse raio fornece no instante de tempo 𝑡 = 𝑑 𝑐⁄ pode ser
definida como:
𝐸(𝑡𝐴) = 𝐸0(1 −∝2)(1 −∝4), (28)
onde 𝑡𝐴 = 𝑑𝐴 𝑐⁄ , 𝑑 equivale ao comprimento do raio da fonte até o receptor e 𝑐
corresponde à velocidade de propagação do som, que é aproximadamente 340m/s.
No caso em que o raio continua sua propagação e atinge novamente o
receptor após refletir três vezes na parede 2 e 4 e uma vez na parede 3, a energia do
caminho 𝑏 é dada por:
𝐸(𝑡𝐵) = 𝐸0(1 −∝1)0(1 −∝2)
3(1 −∝3)1(1 −∝4)
3. (29)
Observa-se que como o raio não incide na parede ele não exerce influência na
energia. Pode-se generalizar a obtenção da energia percorrida em um caminho de acordo
com a seguinte equação:
𝐸(𝑡𝑝) = 𝐸0∏(1 −∝𝑖)𝑁𝑖,p ,
𝑖
𝑖=1
(30)
24
onde 𝑁𝑖,𝑝 corresponde ao número de vezes que o raio atingiu determinada superfície 𝑖 ao
percorrer um caminho 𝑝 no intervalo de tempo 𝑡𝑝.
Além disso, apesar de sua ocorrência ser rara, em um mesmo instante de
tempo, dois raios podem interceptar o receptor. A figura 12 ilustra essa situação.
Figura 12 Exemplo de propagação com reflexões atingindo o receptor no mesmo instante de tempo
A contribuição da energia de cada caminho é dada pela equação (30).
A contribuição de energia total em um instante 𝑡 pode ser fornecida através do
somatório das energias de todos raios cujos caminhos possuem um mesmo tempo de
propagação, conforme mostra a equação (31):
𝐸(𝑡𝑝) =∑𝐸(𝑡𝑝),
𝑝
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑝 = 𝑡. (31)
Pode-se obter a resposta impulsiva completa, a partir de qualquer instante de
tempo 𝑡 da equação (31).
Após refletir N vezes em uma sala, em obstáculos com diferentes materiais e
consequentemente com coeficientes de absorção distintos, cada raio apresentará uma
energia dada por:
𝐸 =
𝐸𝐹𝑁𝑅
𝐷𝜃𝜀𝐴 ∏ (1 − 𝛼𝑖)𝑖
(32)
25
onde 𝐸𝐹 corresponde à energia da fonte, 𝑁𝑅 ao número de raios emitidos pela fonte, 𝐷 é
um fator de direcionalidade, 𝜃 e 휀 são os ângulos de azimute, A é um fator exponencial
que corresponde ao fator de atenuação do ar e ∏ (1 − 𝛼𝑖)𝑖 é o produtório dos coeficientes
de absorção.
Calcula-se a energia para cada instante de tempo pela soma da energia de todos
os raios no mesmo instante de tempo.
Nem todos os raios interceptam o receptor, inúmeros raios o atingem em instantes
de tempo distintos e com energias diferentes. A resposta impulsiva do conjunto fonte-
receptor será formada por esses raios.
Ao utilizar os métodos de simulação do traçado de raio ou das imagens, a
contribuição de cada caminho em um instante de tempo pode ser organizado em uma
matriz, cujas linhas apresentam a contribuição de uma dada trajetória. Um mesmo raio
pode apresentar mais de um caminho, mas com diferentes intervalos de tempo. A primeira
coluna da matriz corresponde o tempo gasto para percorrer um caminho 𝑖. A tabela 3
ilustra a representação matricial dos caminhos.
Tabela 3 Matriz de implementação das contribuições de energia de cada caminho
A primeira linha da tabela corresponde ao caminho 𝑎 (figura 11) e a segunda linha
ao caminho 𝑏 (figura 11). A terceira linha representa um caminho com o mesmo tempo
de propagação 𝑡𝑏, nesse caso as linhas 2 e 3 devem seguir a equação (31) para a obtenção
da energia para os dois caminhos no mesmo tempo.
Esse é o procedimento adotado para o cálculo da RI, que depende apenas dos
coeficientes de absorção e do número de reflexões em cada material para cada caminho
do som.
Tempo
0 1 0 1
0 3 1 3
1 2 0 4
2 5 3 8
∝1 ∝2 ∝3 ∝4
𝑡𝑎
𝑡
𝑡𝑏
𝑡𝑏
26
2.5.3 Síntese das Frentes de Onda
As frentes de onda são constituídas pelos pontos em fase, após o instante de
excitação da fonte.
Figura 13 Frentes de Onda
Toda frente de onda apresenta um espectro de energia distinto. Isso porque, ela
perde energia para o ar e para os materiais onde ela reflete.
Para serem reconstituídas e usadas nas simulações acústicas, deve-se contemplar
o instante de tempo em que o receptor é atingido por ela, a direção de incidência do raio,
que corresponde à direção que a frente de onda atingirá o receptor, e a função de pressão
da frente de onda, que representa a maneira como a pressão sonora varia ao incidir no
receptor.
O método de acústica geométrica fornece apenas as informações de energia, no
entanto não se tem informações sobre a fase das frentes de onda. Dessa maneira, o projeto
de filtro baseia-se apenas no módulo da função de transferência, que são representadas
pelos valores de energia de cada raio.
Os módulos das frentes de onda são obtidos para frequências discretas, como
ilustra a figura 14. No entanto, para ser representado como uma função da pressão no
tempo, conforme a figura 15, pode-se utilizar a transformada de Fourier inversa caso a
fase seja conhecida. A problemática do projeto encontra-se no desconhecimento da fase
da resposta em frequência de cada frente de onda. Dessa maneira, não é possível obter a
forma no domínio do tempo. Para solucionar esse problema existem diversas
possibilidades, nesse projeto serão utilizados diferentes projetos de filtros digitais.
27
Figura 14 Módulo da frequência discreta
Figura 15 Exemplo de frente de onda sintetizada no domínio do tempo
2.6 Tipos de Projeto de Filtro Digital
Um filtro digital realiza o processamento de uma sequência de números 𝑥[𝑛]
através da amostragem dessa sequência, e a transforma em uma nova sequência de
números 𝑦[𝑛], como pode ser visto na figura 16. Quando 𝑥[𝑛] = 𝛿(𝑛) (impulso) tem-se
na saída a resposta ao impulso do filtro 𝑦(𝑛) = ℎ[𝑛].
28
Figura 16 Diagrama de um Filtro Digital
Os filtros digitais realizam uma determinada função de transferência, associada a
uma equação de diferenças a parir da transformada 𝑧. A transformada 𝑧 de uma sequência
discreta 𝑥[𝑛] é dada por:
𝑋(𝑧) = ∑ 𝑥[𝑛]𝑧−𝑛
∞
𝑛= −∞
. (33)
Pode-se classificar os filtros digitais de acordo com a duração da sua resposta ℎ[𝑛]
quando um impulso é aplicado na entrada. Quando a RI tiver duração finita, trata-se de
um filtro digital FIR (Finite Impulse Response). Por outro lado, caso a RI tenha duração
infinita, o filtro é denominado IIR (Infinite Impulse Response).
2.6.1 Filtros FIR
Os filtros digitais de resposta ao impulso de duração finita (FIR) apresentam uma
natureza não recursiva, caracterizam-se por equações lineares de diferença, com
coeficientes constantes, na forma:
𝑦(𝑛) = ∑ 𝑏𝑙𝑥(𝑛 − 𝑙),
𝑀
𝑙=0
(34)
onde 𝑏𝑙 relaciona-se com a resposta ao impulso de comprimento finito do sistema. Isso
significa que 𝑏𝑙 = ℎ(𝑙).
A função de transferência discreta que define esse filtro está representada na
equação (35):
𝐻(𝑧) = 𝑌(𝑧)
𝑋(𝑧)=
∑ 𝑏𝑙𝑧(𝑀−𝑙)𝑀
𝑙=0
𝑧𝑀= ∑ℎ(𝑙)𝑧−1
𝑀
𝑙=0
. (35)
29
Esse tipo de filtro possui três características importantes: possuem memória finita,
são sempre BIBO (bounded-input bounded-output) estáveis e podem implementar uma
resposta com fase linear.
O projeto de um filtro FIR inicia-se pela determinação da RI ℎ(𝑛), dada por:
ℎ(𝑛) =
1
2𝜋∫ 𝐻(𝑒𝑗𝜔𝑛)𝑒𝑗𝜔𝑛𝑑𝜔.𝜋
−𝜋
(36)
No entanto, a RI obtida na equação (36) possui duração infinita, o que torna os
filtros não-realizáveis. Com o objetivo de tornar um filtro realizável, define-se uma
sequência auxiliar ℎ′(𝑛) de comprimento finito, resultando no filtro a seguir de ordem M:
ℎ′(𝑛) = {ℎ(𝑛), 𝑝𝑎𝑟𝑎 |𝑛| ≤
𝑀
2
0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 |𝑛| > 𝑀
2,
(37)
no caso de M par, pode-se determinar a função de transferência:
𝐻′(𝑧) = ℎ(0) +∑[ℎ(−𝑛)𝑧𝑛 + ℎ(𝑛)𝑧−𝑛].
𝑀 2⁄
𝑛=1
(38)
A função de transferência encontrada na equação (38) não é causal, ao multiplica-
la por 𝑧−𝑀 2⁄ a FT se torna causal.
Esse método de aproximação dos filtros digitais, que trunca a RI ℎ(𝑛) e uma
sequência ℎ′(𝑛), denomina-se método das janelas. Cada janela possui uma ordem 𝑀 e
uma sequência distintas, consequentemente possuem características diferentes. Dentre as
janelas mais utilizadas, destacam-se: a retangular, triangular, de Bartlett, de Hamming,
de Hann, de Blackman, de Kaiser e de Chebyshev.
30
2.6.2 Filtros IIR
Os filtros digitais de resposta ao impulso de duração infinita apresentam natureza
recursiva. Caracterizam-se por equações lineares de diferença na entrada e na saída, com
coeficientes constantes.
A função de transferência discreta que define esse filtro está representada na
equação (39):
𝐻(𝑧) =
𝑌(𝑧)
𝑋(𝑧)=
∑ 𝑏𝑖𝑧(𝑀−𝑖)𝑀
𝑖=0
1 + ∑ 𝑎𝑖𝑧−𝑖𝑀𝑖=0
. (39)
Percebe-se que as funções de transferência dos filtros IIR são racionais em 𝑧−1.
Com isso, o uso do filtro IIR para uma determinada resposta em frequência tende a
apresentar um comprimento de filtro menor do que o do FIR correspondente. Tal melhoria
é obtida a partir da distorção de fase e a um intervalo de tempo transitório.
Os principais métodos utilizados para aproximações de filtros IIR são os de
Butterworth, de Chebyshev, Yulewalk e elíptica. Deve-se utilizar um método para
transformá-los do tempo continuo para o tempo discreto. Pode-se utilizar os métodos da
invariância ao impulso e da transformação bilinear (Diniz & et al, 2014).
31
3 Influência do Projeto de Filtro na
Resposta Impulsiva
3.1 Determinação da Resposta Impulsiva
Para avaliar a influência dos tipos de filtros para síntese das frentes de onda, foram
escolhidos dois cenários reais para medição e comparação dos resultados.
Em cada cenário foram feitas simulações acústicas utilizando o método do traçado
de raios. Toda vez que um raio (frente de onda) atinge o receptor, a informação contida
nele é armazenada em um arquivo texto.
As frentes de onda são reconstruídas a partir das informações de energia por banda
de frequência e do instante de tempo no qual a onda intercepta o receptor. A tabela 4
exemplifica as informações do arquivo texto.
Tabela 4 Informações do arquivo texto obtidas pelo traçado de raios
Na simulação da RI, cada tipo de projeto de filtro utiliza os raios armazenados no
arquivo texto a fim de sintetizar cada frente de onda, conforme o projeto adotado.
As figuras 17, 18 e 19 representam as respostas ao impulso obtidas a partir dos
projetos de filtro utilizando as respectivas aproximações: de Hann, Chebyshev e
Yulewalk.
62.5 125 250 500 1K 2K 4K 8K 16K
41092 9,67E-12 9,67E-12 8,54E-11 6,29E-10 4,27E-10 8,74E-10 1,64E-10 1,64E-10 1,64E-10
41370 7,74E-12 7,74E-12 7,26E-11 5,66E-10 3,84E-10 8,30E-10 1,47E-10 1,47E-10 1,47E-10
41743 1,85E-10 1,85E-10 1,25E-09 7,08E-09 5,71E-09 1,50E-08 2,38E-09 2,38E-09 2,38E-09
29980 8,66E-09 8,66E-09 3,31E-08 1,10E-07 9,50E-08 1,85E-07 5,06E-08 5,06E-08 5,06E-08
25275 3,80E-08 3,80E-08 1,16E-07 3,15E-08 2,77E-07 4,76E-07 1,61E-07 1,61E-07 1,61E-07
Tempo de
Chegada
Energia por Banda
32
Figura 17 Resposta impulsiva obtida por Hann
Figura 18 Resposta impulsiva obtida por Chebyshev
Figura 19 Resposta impulsiva obtida por Yulewalk
A partir da análise das simulações, pode-se observar que há uma grande
semelhança entre as respostas impulsivas, porém essa interpretação visual não caracteriza
corretamente as RI’s.
As características das RI’s são dadas pela curva de decaimento e pelos parâmetros
acústicos.
33
3.2 Avaliação dos Cenários do Projeto
Foram utilizados dois cenários reais nesse projeto. Para cada cenário foram
considerados as características dos materiais e a posição da fonte e do receptor.
3.2.1 Cenário A
Para o cenário A, foi utilizada uma sala de aula da Escola Politécnica da UFRJ,
apresentada na figura 20, que possui formato retangular, 15 m de comprimento, 8 m de
largura e 4 m de altura. As mesas da sala de aula foram dispostas espaçadamente como
mostra a figura 21, que exibe a vista de topo da sala.
Figura 20 Vista real da sala
Figura 21 Vista de topo da sala
34
A área da sala é de 120 m² e um volume de 480 m³. Além disso, quando a sala
está vazia possui uma frequência de Schroeder de 125 Hz.
A sala é composta por: palco, portas e fundo de madeira; piso de taco, teto, paredes
e pilar de cimento; janelas de vidro; e mesas e quadro de fórmica. Na tabela 5, encontram-
se os coeficientes de absorção dos materiais presentes nas superfícies refletoras da sala,
obtidas na literatura.
Tabela 5 Coeficientes de absorção do cenário A
As respostas medidas no Cenário A foram obtidas em trabalho realizado pelo
Departamento de Expressão Gráfica na UFRJ (Peixoto, 2015).
3.2.2 Cenário B
Para o cenário B, foi utilizada uma câmera reverberante, localizada no Instituto
de Acústica Técnica (ITA) da Universidade RWTH Aachen, na Alemanha. A câmara tem
como objetivo criar um campo difuso, onde todas as ondas possuem a mesma
probabilidade de ocorrer.
A vista de topo da sala e as localizações do alto-falante e de fonte sonora podem
ser vistas na figura 22.
62Hz 125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
Madeira 0,14 0,14 0,10 0,06 0,08 0,10 0,10 0,10 0,10
Taco 0,20 0,20 0,15 0,10 0,10 0,05 0,10 0,10 0,10
Cimento 0,07 0,07 0,08 0,09 0,09 0,10 0,10 0,10 0,10
Vidro 0,08 0,08 0,04 0,03 0,03 0,02 0,02 0,02 0,02
Formica 0,14 0,14 0,10 0,06 0,08 0,10 0,10 0,10 0,10
Coeficiente de AbsorçãoMaterial
35
Figura 22 Vista de topo do cenário B
A sala possui uma área de 46 m² e um volume de 125 m ³. Além disso, quando a
sala está vazia possui uma frequência de Schroeder de 500 Hz.
Para gerar a varredura sonora, foi utilizada uma fonte com duas saídas de alto-
falante, modelo O100 Klein & Hummel. As RI’s foram medidas por microfone, modelo
KE-4 Sennheiser.
A tabela 6 apresenta os coeficientes de absorção das paredes da sala e do painel
de lã de rocha instalado.
Tabela 6 Coeficientes de absorção do cenário B
As respostas medidas no Cenário B foram obtidas em trabalho desenvolvido no
Instituto de Acústica Técnica (ITA) da Universidade RWTH Aachen, na Alemanha
(Torres, Pelzer, Vorlander, & Tenebaum, 2014).
62Hz 125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
Parede 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01
Painel 0,05 0,13 0,30 0,56 0,79 0,92 0,95 0,97 0,98
Coeficiente de AbsorçãoSuperfície
36
4 Resultados
Os resultados foram obtidos a partir de simulações feitas no Matlab, variando os
tipos de projeto de filtro para cada par fonte-receptor dos cenários A e B descritos
anteriormente.
Além disso, para cada cenário foram avaliados os parâmetros acústicos a partir
das respostas impulsivas obtidas por filtros FIR e IIR. Os filtros FIR foram projetados
através do método de amostragem na frequência (função FIR2 no Matlab), com resposta
arbitrária e usando as seguintes janelas: Chebyshev, Bartllet, Retangular, Hann, Kaiser,
Tukey, Gaussian. O projeto de filtros IIR utilizando o método dos mínimos quadrados
pela aproximação de Yulewalk.
4.1 Tempo de Reverberação (T30)
A expressão de Sabine que determina o tempo de reverberação da sala é uma
função do volume total e da área equivalente de absorção. Por isso, em geral, as salas
menores apresentam um tempo de reverberação menor. No entanto, essa avaliação
depende também do somatório da área equivalente de absorção.
As tabelas 7, 8, 9 e 10 mostram os resultados do parâmetro T30 obtidos a partir
das simulações. Nota-se que os resultados são todos semelhantes e possuem uma
variância menor do que 1%. Isso ocorre porque os filtros FIR concentram energia no
centro da resposta impulsiva e no projeto todas as RI’s possuem o mesmo tamanho. Dessa
maneira, para análise dos resultados numéricos e gráficos, será utilizado o projeto de filtro
FIR tipo 2, que possui menor erro para a média. Os demais parâmetros também possuem
o mesmo comportamento, como pode ser observado nas tabelas do Apêndice A. Por isso,
para todos os parâmetros serão avaliados os mesmos filtros.
37
Tabela 7 Valores obtidos do parâmetro tempo de reverberação, cenário A, receptor 1
Tabela 8 Valores obtidos do parâmetro tempo de reverberação, cenário A, receptor 2
Tabela 9 Valores obtidos do parâmetro tempo de reverberação, cenário A, receptor 3
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 2,19 2,34 2,10 1,95 2,11 1,90 1,37 0,74
Fir Tipo 2 2,22 2,33 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Chebyshev 2,22 2,32 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Bartllet 2,22 2,32 2,43 2,31 1,90 1,58 0,96 0,56
Rectwin 2,21 2,33 2,45 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Hann 2,22 2,33 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Kaiser 2,21 2,33 2,45 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Tukeywin 2,21 2,33 2,45 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Gausswin 2,22 2,33 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Média 2,22 2,33 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Variância 0,0030% 0,0006% 0,0052% 0,0001% 0,0001% 0,0002% 0,0002% 0,0001%
FiltroT30 (s) - Cenário A R001
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 2,45 2,26 2,11 2,03 2,10 1,94 1,40 0,77
Fir Tipo 2 2,40 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Chebyshev 2,41 2,31 2,46 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Bartllet 2,40 2,31 2,46 2,24 1,96 1,51 1,01 0,61
Rectwin 2,38 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Hann 2,40 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Kaiser 2,38 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Tukeywin 2,40 2,32 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Gausswin 2,40 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Média 2,40 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,01 0,60
Variância 0,0093% 0,0008% 0,0021% 0,0001% 0,0001% 0,0003% 0,0007% 0,0002%
FiltroT30 (s) - Cenário A R002
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 2,62 2,30 2,19 1,98 2,16 1,92 1,41 0,76
Fir Tipo 2 2,39 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Chebyshev 2,40 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Bartllet 2,39 2,49 2,36 2,25 2,06 1,58 1,11 0,64
Rectwin 2,39 2,51 2,38 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Hann 2,39 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Kaiser 2,39 2,51 2,38 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Tukeywin 2,38 2,51 2,38 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Gausswin 2,40 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Média 2,39 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,64
Variância 0,0036% 0,0033% 0,0013% 0,0000% 0,0001% 0,0004% 0,0003% 0,0003%
FiltroT30 (s) - Cenário A R003
38
Tabela 10 Valores obtidos do parâmetro tempo de reverberação, cenário B
As figuras 23 a 26 apresentam os resultados do parâmetro T30 para a resposta
medida nas salas e para as respostas impulsivas obtidas pelos projetos de filtro FIR e IIR.
Pela análise visual das figuras 23, 24 e 25, observa-se que os projeto de filtros não
interferem no parâmetro T30, pois ambos apresentam o mesmo comportamento nos 3
receptores do cenário A. Já no cenário B, a influência só é visível nas frequências acima
de 8 kHz, pois o filtro Yulewalk afasta-se da RI medida.
Figura 23 Tempo de reverberação, cenário A, receptor 1
Figura 24 Tempo de reverberação, cenário A, receptor 2
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 12,40 10,77 5,80 5,78 5,22 3,31 1,58 0,54
Fir Tipo 2 6,44 4,94 4,53 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Chebyshev 6,41 4,97 4,55 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Bartllet 6,41 4,93 4,55 4,33 4,01 3,45 2,48 1,02
Rectwin 6,58 4,78 4,49 4,33 4,01 3,44 2,47 1,04
Hann 6,42 4,95 4,53 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Kaiser 6,58 4,79 4,49 4,33 4,01 3,44 2,47 1,04
Tukeywin 6,42 4,91 4,51 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Gausswin 6,43 4,95 4,53 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Média 6,46 4,90 4,52 4,33 4,00 3,44 2,46 1,01
Variância 0,5421% 0,5212% 0,0571% 0,0007% 0,0007% 0,0025% 0,0118% 0,0371%
FiltroT30 (s) - Cenário B
39
Figura 25 Tempo de reverberação, cenário A, receptor 3
Figura 26 Tempo de reverberação, cenário B
As tabelas 11, 12, 13 e 14 apresentam os resultados das simulações para o filtro
FIR tipo 2 e para o Yulewalk (IIR) e os seus respectivos erros em relação à resposta
medida.
Tabela 11 Erros dos filtros para tempo de reverberação, cenário A, receptor 1
Tabela 12 Erros dos filtros para tempo de reverberação, cenário A, receptor 2
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 2,22 0,03 2,33 0,01 2,44 0,34 2,31 0,36 1,90 0,21 1,57 0,32 0,96 0,42 0,56 0,18
Yulewalk 2,28 0,09 2,33 0,01 2,36 0,26 2,34 0,39 1,96 0,15 1,59 0,31 0,98 0,39 0,57 0,17
Filtro8KHz125Hz 250Hz 500Hz
0,741,371,90
T30 (s) - Cenário A R001
2,111,952,102,342,19
16kHz1KHz 2KHz 4KHz
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 2,40 0,05 2,31 0,05 2,47 0,36 2,24 0,21 1,96 0,14 1,51 0,43 1,00 0,39 0,60 0,17
Yulewalk 2,43 0,01 2,30 0,03 2,42 0,31 2,29 0,27 2,02 0,08 1,54 0,41 1,05 0,34 0,64 0,14
Filtro125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz
2,102,45 2,26 2,11 2,03 1,94 1,40 0,77
16kHz8KHz4KHz
T30 (s) - Cenário A R002
40
Tabela 13 Erros dos filtros para tempo de reverberação, cenário A, receptor 3
Tabela 14 Erros dos filtros para tempo de reverberação, cenário B
A partir da análise dos resultados percebe-se que o Cenário B apesar de ser menor
possui um tempo de reverberação maior do que o Cenário A, isso porque o Cenário A
possui mais superfícies absorvedoras.
No Cenário A, conforme esperado pela análise das figuras 23 a 25, o erro em
relação à resposta medida é bem pequeno. Isso mostra que os projetos de filtro não
influenciaram o tempo de reverberação.
No Cenário B, em frequências abaixo de 500 Hz o T30 é aproximadamente o
dobro do valor medido. Esse erro é esperado, pois, para valores abaixo da frequência de
Schroeder os métodos geométricos não funcionam bem. Conforme observado na figura
26, em frequências acima de 8 kHz o Fir 2 é o filtro que mais se aproxima do valor
medido.
4.2 Clareza (C80)
A medida da razão logarítmica entre a intensidade de energia recebida nos
primeiros 80ms e a energia restante, caracteriza o parâmetro C80. As características de
cada cenário e a posição do receptor na sala e em relação à fonte determinam essa
distribuição de energia ao longo do tempo, dessa maneira pode-se esperar que haja uma
diversidade no comportamento do C80 em diferentes cenários.
A análise das figuras 27 a 30 permite constatar que os projetos de filtro possuem
o mesmo comportamento, sendo assim não interferem no parâmetro C80.
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 2,39 0,23 2,50 0,20 2,37 0,18 2,25 0,27 2,06 0,10 1,57 0,34 1,10 0,31 0,63 0,13
Yulewalk 2,44 0,18 2,48 0,18 2,34 0,15 2,29 0,31 2,10 0,06 1,61 0,31 1,15 0,27 0,67 0,09
Filtro2KHz 4KHz 8KHz125Hz 250Hz 500Hz
1,41 0,76
T30 (s) - Cenário A R003
16kHz
2,62 2,30 2,19 1,98 2,16 1,92
1KHz
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 6,44 5,96 4,94 5,83 4,53 1,27 4,33 1,46 4,00 1,22 3,44 0,13 2,45 0,88 1,00 0,46
Yulewalk 6,59 5,81 5,05 5,71 4,89 0,90 4,49 1,29 4,06 1,16 3,59 0,28 3,25 1,67 5,73 5,19
Filtro8KHz4KHz2KHz1KHz500Hz250Hz125Hz
12,40 10,77 5,80 5,78 5,22 3,31 1,58
16kHz
0,54
T30 (s) - Cenário B
41
Figura 27 Clareza, cenário A, receptor 1
Figura 28 Clareza, cenário A, receptor 2
Figura 29 Clareza, cenário A, receptor 3
42
Figura 30 Clareza, cenário B
No cenário A, a partir de 1 kHz as respostas obtidas afastam-se da RI medida
conforme o receptor afasta-se da fonte, como pode-se observar na figura 27, que
corresponde ao receptor 1 e está mais próximo da fonte, seguido pelo receptor 2 (figura
28), um pouco mais afastado da fonte, e do receptor 3 (figura 29), que é o mais afastado.
No cenário B, figura 30, em frequências menores que 500 Hz se observa que a
resposta medida está bem diferente das simuladas, devido ao baixo desempenho dos
métodos geométricos em frequências abaixo da de Schroeder.
As tabelas 15, 16, 17 e 18 apresentam os valores do parâmetro C80 para cada filtro
e o erro correspondente, em relação à resposta medida.
Tabela 15 Erros dos filtros para clareza, cenário A, receptor 1
Tabela 16 Erros dos filtros para clareza, cenário A, receptor 2
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 1,53 2,66 4,10 2,45 2,09 1,88 1,20 0,44 1,94 1,15 3,77 0,96 8,35 0,35 15,49 0,68
Yulewalk 1,54 2,67 4,19 2,54 2,48 2,27 1,11 0,53 1,62 1,46 3,75 0,99 7,59 0,41 15,44 0,63
C80 (dB) - Cenário A R001
4KHz
4,73
8KHz
8,00
16kHz
14,81
1KHz
-1,13 1,65 0,21 1,64
2KHz
3,09
125Hz 250Hz 500HzFiltro
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 -0,25 2,60 1,38 0,27 1,52 2,06 -0,20 1,36 0,89 1,45 3,34 1,80 6,46 1,88 13,04 2,82
Yulewalk -0,19 2,66 1,54 0,44 1,66 2,19 0,09 1,08 0,64 1,20 3,29 1,75 6,06 1,49 12,94 2,73
C80 (dB) - Cenário A R002
4KHz
1,54
8KHz
4,58
16kHz
10,21
500Hz
-0,53
1KHz
1,17
2KHz
-0,57
125Hz
-2,85
250Hz
1,10
Filtro
43
Tabela 17 Erros dos filtros para clareza, cenário A, receptor 3
Tabela 18 Erros dos filtros para clareza, cenário B
Em ambientes com pouca superfície absorvedora (cenário B), as ondas refletem
mais vezes pela sala, o que resulta em valores mais baixos de C80, pois há mais energia
após os 80ms iniciais, conforme observa-se nos valores da RI medida no cenário B, na
tabela 18.
Conforme esperado, o parâmetro C80 sofre variações em função das
características da sala e da posição do receptor em relação à fonte e na sala. No entanto,
os projetos de filtro não influenciam nesse parâmetro.
4.3 Curva de Decaimento de Energia (EDC)
A curva de decaimento de energia pode ser obtida pelo Método da Integração de
Schroeder a partir da resposta impulsiva da sala. As figuras 31 a 34 representam as curvas
de decaimento obtidas em cada cenário.
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 -0,74 0,99 0,05 2,09 0,98 0,64 -0,18 0,26 1,87 1,98 2,79 2,56 6,40 3,74 12,34 4,51
Yulewalk -0,90 1,15 0,27 1,87 1,46 1,13 0,05 0,50 1,89 2,00 2,68 2,44 6,06 3,39 12,43 4,59
4KHz
0,24
16kHz
7,83
8KHz
2,66
500Hz
0,34 -0,44 -0,11
1KHz 2KHzFiltro
C80 (dB) - Cenário A R003
125Hz
0,25 2,14
250Hz
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 -5,81 7,34 -5,39 4,60 -3,28 1,12 -3,95 2,23 -3,38 1,99 -1,97 0,50 2,37 1,39 8,66 4,63
Yulewalk -5,01 8,14 -5,72 4,26 -4,06 0,33 -4,04 2,14 -3,29 2,08 -1,95 0,48 2,20 1,57 8,47 4,81
-5,37
4KHz
-1,47-13,15
250Hz
-9,98
500Hz
-4,40
1KHz
-6,18
125Hz 2KHz 16kHz
13,293,77
8KHzFiltro
C80 (dB) - Cenário B
44
Figura 31 Curva de decaimento, cenário A, receptor 1
Figura 32 Curva de decaimento, cenário A, receptor 2
Figura 33 Curva de decaimento, cenário A, receptor 3
45
Figura 34 Curva de decaimento, cenário B
Observa-se que no cenário B a curva de decaimento é mais lenta, isso porque a
câmara reverberante possui pouco material absorvedor fazendo com que a energia se
mantenha constante por mais tempo. Já o decaimento de energia no cenário A é mais
rápido, em função da quantidade de material na sala, que absorvem energia a cada
reflexão.
O projeto de filtro não influência na curva de decaimento de energia, pois as
diferenças encontradas entre eles são bem pequenas.
No cenário A observa-se que o receptor mais próximo da fonte recebe mais
energia, sendo assim a curva de decaimento é mais lenta, enquanto que os receptores 2 e
3 que se afastam da fonte possuem um decaimento mais rápido. Em relação à resposta
medida, observa-se nas figuras 32 e 33 que a curva de decaimento na simulação é mais
rápida, principalmente devido à distância da fonte, pois dessa maneira recebem mais
reflexões que já perderam energia.
No cenário B não há muita diferença em relação à resposta medida, pois a câmara
reverberante cria um ambiente difuso, no qual todas as ondas possuem a mesma
probabilidade de ocorrer. Além disso, trata-se de um ambiente com pouca superfície
absorvedora.
4.4 Tempo Central (CT)
O parâmetro CT equivale ao tempo que a resposta impulsiva leva para decair até
a metade. Os CTs nos cenários A e B comportaram-se conforme esperado. O cenário B,
que é uma câmara reverberante, possui CT mais alto, produz a sensação de som
46
reverberante, enquanto um CT mais baixo (cenário A) corresponde à um som claro, como
pode ser observado nas figuras 35 a 38.
Figura 35 Tempo central, cenário A, receptor 1
Figura 36 Tempo central, cenário A, receptor 2
Figura 37 Tempo central, cenário A, receptor 3
47
Figura 38 Tempo central, cenário B
As tabelas 19, 20, 21 e 22 mostram que os projetos de filtro não influenciam no
tempo central independente do cenário e da frequência. Os valores obtidos na simulação
são muito próximos aos medidos.
Tabela 19 Erros dos filtros para tempo central, cenário A, receptor 1
Tabela 20 Erros dos filtros para tempo central, cenário A, receptor 2
Tabela 21Erros dos filtros para tempo central, cenário A, receptor 3
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 0,10 0,04 0,09 0,01 0,11 0,01 0,10 0,01 0,10 0,02 0,06 0,00 0,03 0,00 0,01 0,00
Yulewalk 0,11 0,04 0,08 0,01 0,10 0,01 0,11 0,01 0,10 0,02 0,06 0,00 0,03 0,00 0,01 0,00
0,01
CT (s) - Cenário A R001Filtro
1KHz
0,10
2KHz
0,08
125Hz
0,15
250Hz
0,10
500Hz
0,11
4KHz
0,06
8KHz
0,03
16kHz
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 0,14 0,02 0,14 0,03 0,13 0,00 0,13 0,00 0,10 0,02 0,08 0,04 0,04 0,03 0,02 0,01
Yulewalk 0,14 0,02 0,14 0,03 0,12 0,00 0,13 0,00 0,10 0,02 0,08 0,04 0,05 0,03 0,02 0,01
0,08 0,030,12 0,11 0,13 0,13 0,12 0,12
FiltroCT (s) - Cenário A R003
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 0,10 0,05 0,10 0,03 0,12 0,01 0,12 0,02 0,10 0,04 0,07 0,02 0,04 0,01 0,02 0,00
Yulewalk 0,11 0,04 0,10 0,03 0,11 0,02 0,12 0,02 0,10 0,04 0,08 0,02 0,05 0,01 0,02 0,00
0,020,06
8KHz4KHz
0,100,14
2KHz 16kHz1KHz
0,100,15
125Hz 250Hz
0,12
500Hz
0,13
FiltroCT (s) - Cenário A R002
48
Tabela 22 Erros dos filtros para tempo central, cenário B
4.5 Definição (D50)
O parâmetro D50 é estabelecido pela razão logarítmica entre a energia de chegada
nos primeiros 50ms e a energia total do som. Os valores no cenário A são maiores em
comparação ao cenário B, principalmente devido à quantidade de material absorvedor
presente no cenário A, que absorve mais energia ao longo do decaimento.
Figura 39 Definição, cenário A, receptor 1
Figura 40 Definição, cenário A, receptor 2
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 0,57 0,27 0,48 0,16 0,36 0,02 0,35 0,07 0,33 0,02 0,20 0,01 0,09 0,02 0,03 0,02
Yulewalk 0,51 0,33 0,51 0,14 0,43 0,05 0,37 0,05 0,33 0,02 0,21 0,02 0,10 0,03 0,04 0,02
8KHz 16kHz
0,84 0,64 0,38 0,42 0,34 0,19 0,07 0,02
FiltroCT (s) - Cenário B
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz
49
Figura 41 Definição, cenário A, receptor 3
Figura 42 Definição, cenário B
Os projetos de filtro não influenciam a definição, pois os valores obtidos são muito
próximos, assim como os erros em relação à RI medida, como mostrado nas tabelas 23,
24, 25 e 26.
Tabela 23 Erros dos filtros para definição, cenário A, receptor 1
Tabela 24 Erros dos filtros para definição, cenário A, receptor 2
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 50,20 22,77 57,83 7,64 50,03 9,85 40,46 9,60 48,41 12,18 57,53 10,74 79,62 1,00 94,56 0,63
Yulewalk 50,96 23,53 58,31 8,11 51,32 11,14 39,07 10,99 46,41 14,19 56,93 11,34 75,91 4,70 94,48 0,55
D50 (%) - Cenário A R001
93,9327,43 50,20 40,18 50,06 60,60 80,62
16kHz8KHz4KHz
68,27
1KHz 2KHzFiltro
500Hz250Hz125Hz
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 33,60 2,02 49,83 20,73 42,93 9,03 32,45 16,75 39,97 4,84 49,16 0,03 66,12 3,61 87,23 4,07
Yulewalk 33,72 2,13 50,76 21,67 44,63 10,72 33,91 15,29 38,42 3,28 48,54 0,60 63,41 0,90 87,18 4,02
2KHz
35,13
D50 (%) - Cenário A R002
16kHz
83,16
8KHz
62,51
4KHz
49,14
250Hz
29,10
500Hz
33,90
1KHz
49,21
125Hz
31,59
Filtro
50
Tabela 25 Erros dos filtros para definição, cenário A, receptor 3
Tabela 26 Erros dos filtros para definição, cenário B
Os valores das simulações e o medido apresentam um erro relativo grande,
principalmente porque os valores de energia são muito sensíveis aos coeficientes de
absorção e os valores simulados são diferentes dos medidos. Porém os erros são
aproximadamente os mesmos para os dois tipos de projetos de filtro.
4.6 Tempo de Decaimento Inicial (EDT)
O parâmetro EDT relaciona-se ao decaimento de energia nos primeiros 10dB da
curva de decaimento. Através da análise das figuras 43 a 46, nota-se que os projetos de
filtro não influenciam o tempo de decaimento inicial.
Assim como o T30, os valores para a câmara reverberante são maiores do que a
sala de aula, que possui maior superfície absorvedora. Por isso com o objetivo de avaliar
melhor as diferenças, as figuras 43, 44 e 45 possuem uma escala menor do que a 46.
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 30,51 17,22 27,52 12,51 34,99 3,08 36,69 2,10 41,42 0,24 53,41 14,61 69,21 14,04 87,93 8,53
Yulewalk 30,25 17,48 28,13 11,90 37,40 5,49 37,40 1,39 41,82 0,65 53,28 14,48 67,67 12,50 88,35 8,95
55,17 79,4047,73 40,03 31,91 38,79 41,18 38,79
FiltroD50 (%) - Cenário A R003
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 11,78 10,72 13,01 7,58 24,86 6,22 22,28 9,85 23,23 6,00 26,76 2,28 48,41 6,71 77,39 10,59
Yulewalk 13,26 12,20 11,95 6,52 21,72 3,07 22,14 9,71 23,30 6,06 26,99 2,06 47,56 7,56 77,03 10,96
8KHz 16kHz
1,05 5,43 18,64 12,43 17,24 29,05 55,12 87,98
FiltroD50 (%) - Cenário B
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz
51
Figura 43 Tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 1
Figura 44 Tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 2
Figura 45 Tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 3
52
Figura 46 Tempo de decaimento inicial, cenário B
Percebe-se que há muita diferença das respostas simuladas em relação à medida
no cenário A. As tabelas 27, 28 e 29 apresentam esses erros.
Tabela 27 Erros dos filtros para tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 1
Tabela 28 Erros dos filtros para tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 2
Tabela 29 Erros dos filtros para tempo de decaimento inicial, cenário A, receptor 3
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 2,11 0,05 1,68 0,10 1,70 0,10 1,45 0,42 1,71 0,24 1,14 0,80 0,91 0,64 0,42 0,26
Yulewalk 2,25 0,19 1,69 0,11 1,66 0,14 1,48 0,39 1,74 0,22 1,14 0,80 0,86 0,69 0,43 0,27
EDT (Módulo) - Cenário A R001
16kHz
0,16
2KHz
1,95
4KHz
1,94
8KHz
1,551,80
500Hz 1KHz
1,881,58
250Hz125Hz
2,06
Filtro
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 1,18 0,92 1,32 0,46 1,76 0,19 1,64 0,13 1,37 0,93 1,08 0,82 0,75 0,66 0,46 0,41
Yulewalk 1,29 0,81 1,34 0,45 1,70 0,25 1,64 0,13 1,38 0,92 1,10 0,80 0,75 0,66 0,46 0,42
4KHz
1,89
2KHz
2,30
EDT (Módulo) - Cenário A R002
16kHz
0,88
8KHz
1,411,95
500Hz 1KHz
1,77
250Hz
1,792,10
125HzFiltro
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 1,75 0,08 2,01 0,48 2,04 0,10 2,04 0,01 1,61 0,40 1,24 0,62 0,76 0,59 0,43 0,38
Yulewalk 1,81 0,02 2,02 0,49 1,94 0,00 2,02 0,03 1,60 0,41 1,25 0,60 0,77 0,57 0,43 0,38
1,34 0,811,83 1,53 1,94 2,05 2,02 1,86
FiltroEDT (Módulo) - Cenário A R003
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
53
Tabela 30 Erros dos filtros para tempo de decaimento inicial, cenário B
RI Medida
Filtro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro Valor Erro
Fir Tipo 2 9,32 2,38 7,36 1,21 5,88 0,40 5,64 0,17 5,14 0,25 2,99 0,11 1,48 0,23 0,61 0,21
Yulewalk 8,67 3,04 7,79 0,77 7,11 1,64 5,97 0,15 5,28 0,39 3,10 0,22 1,54 0,29 0,63 0,23
8KHz 16kHz
11,70 8,56 5,47 5,82 4,89 2,89 1,25 0,40
FiltroEDT (Módulo) - Cenário B
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz
54
5 Conclusões
Os resultados encontrados mostraram que os projetos de filtro digital utilizados
na construção de respostas impulsivas em acústica de salas não influenciam nos
parâmetros acústicos, pois todos possuem o mesmo comportamento, apesar de cada
projeto de filtro distribuir energia de maneira diferente.
No entanto, os resultados das simulações foram influenciados pela posição dos
receptores na sala e em relação à fonte. Além disso, os parâmetros acústicos são muito
sensíveis aos coeficientes de absorção de um ambiente, por isso foram obtidos resultados
dos parâmetros diferentes dos medidos. Isso ocorre porque as simulações dependem da
pressão acústica, que depende dos coeficientes de absorção. Para melhorar os resultados,
pode-se ajustar os coeficientes de absorção da sala. Contudo, este não era o objetivo do
trabalho, que teve seu foco em analisar de que forma o tipo de projeto de filtro poderia
influenciar nas respostas impulsivas.
A precisão dos resultados também foi influenciada nas baixas frequências, pois o
método geométrico não funciona bem nas frequências abaixo da de Schroeder. Na câmara
reverberante essa frequência é de 500 Hz, já na sala de aula (cenário A) não se observou
o aumento do erro em baixas frequências, pois a frequência de Schroeder é 125Hz.
O objetivo do trabalho era implementar e avaliar a influência de projetos de filtro
digital distintos na construção da resposta impulsiva em acústica de salas. Foram
realizadas simulações para diferentes tipos de filtro e comparadas às medições. A partir
das comparações, constatou-se que os projetos de filtros utilizados não influenciam na
modelagem da resposta impulsiva de salas. Dessa maneira, os objetivos do projeto foram
alcançados.
Como não foram observadas alterações consideráveis das respostas impulsivas
devido aos projetos de filtro, como proposta de trabalho futuro, sugere-se tentar variar o
tamanho dos filtros para avaliar se o tamanho influencia na distribuição de energia e
utilizar outro projeto com fase mínima e transformada de Hilbert.
55
6 Referências
Beranek, L. (1962). Music,Acoustics & Architecture. London: John Wiley & Sons.
Chu, W. T. (1990). Impulse Response and Reverberation Decay Measurements Made by
Using a Periodic Pseudorandom Sequence Applied Acoustics Vol.29, 193-205.
Diniz, P. S., & et al. (2014). Processamento Digital de Sinais - Projeto e Análise de
Sistemas, 383-448. Bookman.
ISO3382. (1997). Acoustics – Measurement of the reverberation time of rooms with
reference to other acoustical parameters.
Kuttruff, H. (2000). Room Acoustics. London: Spoon Press.
Larsen et al, E. (2008, Julho). On the minimum audible difference in direct-to-
reverberant energy ratio. Beckman Institute for Advanced Science and
Technology, University of Illinois at Urbana-Champaign,Urbana. The Journal of
the Acoustical Society of America.
Oppenheim, A. V., & Schafer, R. W. (1989, 1999). Discrete-Time Signal Processing,
629-692. Prentice Hall.
Peixoto, E. B. (2015). Avaliação Quantitativa de Simulador Acústico Baseado em
Traçado de Raios. Rio de Janeiro: Jornada de Iniciação Científica, PR-2/UFRJ.
Sabine, W. C. (1923). Collected Papers on Acoustics, 3-62. Harvard University Press.
Schroeder, M. (1979). Binaural dissimilarity and optimum ceilings for concert halls:
More lateral sound diffusion J. Acoust. Soc. Am. Vol 65, 958-963.
Torres, J. C., Pelzer, S., Vorlander, M., & Tenebaum, R. A. (2014). Comparative study
of two models for binaural acoustic simulation. In: 7th Forum Acusticum, 2014,
Cracóvia. Anais do 7th Forum Acusticum 2014, 2014. v. 1. p. 1.
Vorländer, M. (2008). Auralization. Fundamentals of Acoustics, Modelling, Simulation,
Algorithms and Acoustic Virtual Reality, RWTH edition. Springer.
Xiang, N. (2014). Acoustics, Information, and Communication: Memorial Volume in
Honor of Manfred R. Schroeder, 15-20. Springer.
56
Apêndice A
Tabelas
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 2,19 2,34 2,10 1,95 2,11 1,90 1,37 0,74
Fir Tipo 2 2,22 2,33 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Chebyshev 2,22 2,32 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Bartllet 2,22 2,32 2,43 2,31 1,90 1,58 0,96 0,56
Rectwin 2,21 2,33 2,45 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Hann 2,22 2,33 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Kaiser 2,21 2,33 2,45 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Tukeywin 2,21 2,33 2,45 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Gausswin 2,22 2,33 2,44 2,31 1,90 1,57 0,96 0,56
Yulewalk 2,28 2,33 2,36 2,34 1,96 1,59 0,98 0,57
FiltroT30 (s) - Cenário A R001
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 2,45 2,26 2,11 2,03 2,10 1,94 1,40 0,77
Fir Tipo 2 2,40 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Chebyshev 2,41 2,31 2,46 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Bartllet 2,40 2,31 2,46 2,24 1,96 1,51 1,01 0,61
Rectwin 2,38 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Hann 2,40 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Kaiser 2,38 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Tukeywin 2,40 2,32 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Gausswin 2,40 2,31 2,47 2,24 1,96 1,51 1,00 0,60
Yulewalk 2,43 2,30 2,42 2,29 2,02 1,54 1,05 0,64
FiltroT30 (s) - Cenário A R002
57
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 2,62 2,30 2,19 1,98 2,16 1,92 1,41 0,76
Fir Tipo 2 2,39 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Chebyshev 2,40 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Bartllet 2,39 2,49 2,36 2,25 2,06 1,58 1,11 0,64
Rectwin 2,39 2,51 2,38 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Hann 2,39 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Kaiser 2,39 2,51 2,38 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Tukeywin 2,38 2,51 2,38 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Gausswin 2,40 2,50 2,37 2,25 2,06 1,57 1,10 0,63
Yulewalk 2,44 2,48 2,34 2,29 2,10 1,61 1,15 0,67
FiltroT30 (s) - Cenário A R003
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 12,40 10,77 5,80 5,78 5,22 3,31 1,58 0,54
Fir Tipo 2 6,44 4,94 4,53 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Chebyshev 6,41 4,97 4,55 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Bartllet 6,41 4,93 4,55 4,33 4,01 3,45 2,48 1,02
Rectwin 6,58 4,78 4,49 4,33 4,01 3,44 2,47 1,04
Hann 6,42 4,95 4,53 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Kaiser 6,58 4,79 4,49 4,33 4,01 3,44 2,47 1,04
Tukeywin 6,42 4,91 4,51 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Gausswin 6,43 4,95 4,53 4,33 4,00 3,44 2,45 1,00
Yulewalk 6,59 5,05 4,89 4,49 4,06 3,59 3,25 5,73
FiltroT30 (s) - Cenário B
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida -1,13 1,65 0,21 1,64 3,09 4,73 8,00 14,81
Fir Tipo 2 1,53 4,10 2,09 1,20 1,94 3,77 8,35 15,49
Chebyshev 1,58 4,13 2,11 1,20 1,94 3,77 8,35 15,49
Bartllet 1,54 4,11 2,13 1,22 1,94 3,78 8,33 15,45
Rectwin 1,53 4,02 2,05 1,22 1,95 3,77 8,35 15,49
Hann 1,53 4,11 2,09 1,20 1,94 3,77 8,35 15,49
Kaiser 1,53 4,03 2,05 1,22 1,95 3,77 8,35 15,49
Tukeywin 1,44 4,07 2,08 1,20 1,94 3,77 8,35 15,49
Gausswin 1,54 4,11 2,10 1,20 1,94 3,77 8,35 15,49
Yulewalk 1,54 4,19 2,48 1,11 1,62 3,75 7,59 15,44
FiltroC80 (dB) - Cenário A R001
58
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida -2,85 1,10 -0,53 1,17 -0,57 1,54 4,58 10,21
Fir Tipo 2 -0,25 1,38 1,52 -0,20 0,89 3,34 6,46 13,04
Chebyshev -0,27 1,43 1,54 -0,20 0,89 3,34 6,46 13,04
Bartllet -0,21 1,39 1,56 -0,18 0,90 3,33 6,44 13,00
Rectwin 0,24 1,36 1,57 -0,20 0,89 3,34 6,45 13,03
Hann -0,30 1,38 1,52 -0,20 0,89 3,34 6,46 13,04
Kaiser 0,21 1,36 1,56 -0,20 0,89 3,34 6,45 13,03
Tukeywin -0,28 1,25 1,50 -0,19 0,89 3,34 6,46 13,04
Gausswin -0,25 1,39 1,53 -0,20 0,89 3,34 6,46 13,04
Yulewalk -0,19 1,54 1,66 0,09 0,64 3,29 6,06 12,94
FiltroC80 (dB) - Cenário A R002
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 0,25 2,14 0,34 -0,44 -0,11 0,24 2,66 7,83
Fir Tipo 2 -0,74 0,05 0,98 -0,18 1,87 2,79 6,40 12,34
Chebyshev -0,80 0,06 1,00 -0,18 1,87 2,79 6,40 12,34
Bartllet -0,75 0,06 1,02 -0,16 1,88 2,79 6,38 12,30
Rectwin -0,65 -0,13 0,95 -0,21 1,86 2,80 6,40 12,34
Hann -0,75 0,06 0,98 -0,18 1,87 2,79 6,40 12,34
Kaiser -0,65 -0,12 0,95 -0,21 1,86 2,80 6,40 12,34
Tukeywin -0,67 0,05 0,96 -0,18 1,87 2,79 6,40 12,34
Gausswin -0,76 0,05 0,98 -0,18 1,87 2,79 6,40 12,34
Yulewalk -0,90 0,27 1,46 0,05 1,89 2,68 6,06 12,43
FiltroC80 (dB) - Cenário A R003
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida -13,15 -9,98 -4,40 -6,18 -5,37 -1,47 3,77 13,29
Fir Tipo 2 -5,81 -5,39 -3,28 -3,95 -3,38 -1,97 2,37 8,66
Chebyshev -5,78 -5,43 -3,33 -3,94 -3,38 -1,97 2,37 8,66
Bartllet -5,69 -5,35 -3,33 -3,94 -3,36 -1,98 2,35 8,61
Rectwin -5,86 -5,40 -3,25 -3,96 -3,37 -1,97 2,39 8,68
Hann -5,81 -5,39 -3,28 -3,95 -3,38 -1,97 2,37 8,66
Kaiser -5,85 -5,39 -3,25 -3,96 -3,37 -1,97 2,39 8,68
Tukeywin -5,79 -5,31 -3,24 -3,96 -3,38 -1,97 2,37 8,66
Gausswin -5,80 -5,40 -3,29 -3,95 -3,38 -1,97 2,37 8,66
Yulewalk -5,01 -5,72 -4,06 -4,04 -3,29 -1,95 2,20 8,47
FiltroC80 (dB) - Cenário B
59
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 27,43 50,20 40,18 50,06 60,60 68,27 80,62 93,93
Fir Tipo 2 50,20 57,83 50,03 40,46 48,41 57,53 79,62 94,56
Chebyshev 50,44 57,97 50,10 40,46 48,40 57,53 79,62 94,56
Bartllet 50,36 57,89 50,20 40,56 48,42 57,55 79,58 94,52
Rectwin 50,52 57,08 49,94 40,44 48,47 57,53 79,61 94,56
Hann 50,17 57,90 50,04 40,46 48,41 57,53 79,62 94,56
Kaiser 50,49 57,11 49,94 40,44 48,47 57,53 79,61 94,56
Tukeywin 49,77 57,72 50,01 40,45 48,42 57,52 79,62 94,56
Gausswin 50,27 57,86 50,04 40,46 48,41 57,53 79,62 94,56
Yulewalk 50,96 58,31 51,32 39,07 46,41 56,93 75,91 94,48
FiltroD50 (%) - Cenário A R001
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 31,59 29,10 33,90 49,21 35,13 49,14 62,51 83,16
Fir Tipo 2 33,60 49,83 42,93 32,45 39,97 49,16 66,12 87,23
Chebyshev 33,51 50,13 42,99 32,44 39,97 49,16 66,11 87,23
Bartllet 33,79 49,94 43,10 32,52 40,01 49,17 66,07 87,16
Rectwin 35,92 49,39 43,40 32,44 39,96 49,15 66,11 87,23
Hann 33,38 49,87 42,89 32,46 39,97 49,17 66,12 87,23
Kaiser 35,80 49,40 43,36 32,44 39,96 49,15 66,11 87,23
Tukeywin 33,47 49,30 42,79 32,48 39,97 49,17 66,12 87,23
Gausswin 33,59 49,91 42,95 32,45 39,97 49,16 66,12 87,23
Yulewalk 33,72 50,76 44,63 33,91 38,42 48,54 63,41 87,18
FiltroD50 (%) - Cenário A R002
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 47,73 40,03 31,91 38,79 41,18 38,79 55,17 79,40
Fir Tipo 2 30,51 27,52 34,99 36,69 41,42 53,41 69,21 87,93
Chebyshev 30,36 27,52 35,08 36,70 41,42 53,40 69,21 87,93
Bartllet 30,54 27,59 35,16 36,81 41,47 53,39 69,15 87,86
Rectwin 30,67 26,41 34,87 36,49 41,46 53,43 69,21 87,93
Hann 30,49 27,61 35,00 36,71 41,41 53,40 69,21 87,93
Kaiser 30,67 26,47 34,87 36,50 41,46 53,43 69,21 87,93
Tukeywin 30,71 27,75 34,96 36,71 41,41 53,41 69,22 87,93
Gausswin 30,47 27,51 35,01 36,70 41,42 53,40 69,21 87,93
Yulewalk 30,25 28,13 37,40 37,40 41,82 53,28 67,67 88,35
FiltroD50 (%) - Cenário A R003
60
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 1,05 5,43 18,64 12,43 17,24 29,05 55,12 87,98
Fir Tipo 2 11,78 13,01 24,86 22,28 23,23 26,76 48,41 77,39
Chebyshev 11,89 12,88 24,65 22,31 23,24 26,76 48,41 77,39
Bartllet 12,03 13,11 24,68 22,32 23,31 26,73 48,30 77,24
Rectwin 11,53 13,00 24,95 22,24 23,27 26,75 48,51 77,60
Hann 11,80 13,01 24,85 22,28 23,23 26,76 48,41 77,39
Kaiser 11,54 13,01 24,95 22,24 23,27 26,75 48,51 77,60
Tukeywin 11,77 13,33 25,02 22,25 23,23 26,77 48,41 77,39
Gausswin 11,80 12,98 24,80 22,29 23,24 26,76 48,41 77,39
Yulewalk 13,26 11,95 21,72 22,14 23,30 26,99 47,56 77,03
FiltroD50 (%) - Cenário B
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 2,06 1,58 1,80 1,88 1,95 1,94 1,55 0,16
Fir Tipo 2 2,11 1,68 1,70 1,45 1,71 1,14 0,91 0,42
Chebyshev 2,11 1,68 1,70 1,45 1,71 1,14 0,91 0,42
Bartllet 2,12 1,68 1,70 1,45 1,71 1,14 0,91 0,42
Rectwin 2,14 1,69 1,70 1,45 1,71 1,14 0,91 0,42
Hann 2,11 1,68 1,70 1,45 1,71 1,14 0,91 0,42
Kaiser 2,14 1,69 1,70 1,45 1,71 1,14 0,91 0,42
Tukeywin 2,11 1,68 1,71 1,45 1,71 1,14 0,91 0,42
Gausswin 2,11 1,68 1,70 1,45 1,71 1,14 0,91 0,42
Yulewalk 2,25 1,69 1,66 1,48 1,74 1,14 0,86 0,43
FiltroEDT (Módulo) - Cenário A R001
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 2,10 1,79 1,95 1,77 2,30 1,89 1,41 0,88
Fir Tipo 2 1,18 1,32 1,76 1,64 1,37 1,08 0,75 0,46
Chebyshev 1,18 1,32 1,75 1,64 1,37 1,08 0,75 0,46
Bartllet 1,18 1,32 1,74 1,64 1,37 1,08 0,76 0,47
Rectwin 1,18 1,32 1,76 1,64 1,37 1,08 0,75 0,46
Hann 1,18 1,32 1,76 1,64 1,37 1,08 0,75 0,46
Kaiser 1,18 1,32 1,76 1,64 1,37 1,08 0,75 0,46
Tukeywin 1,17 1,33 1,76 1,64 1,37 1,08 0,75 0,46
Gausswin 1,18 1,32 1,75 1,64 1,37 1,08 0,75 0,46
Yulewalk 1,29 1,34 1,70 1,64 1,38 1,10 0,75 0,46
FiltroEDT (Módulo) - Cenário A R002
61
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 1,83 1,53 1,94 2,05 2,02 1,86 1,34 0,81
Fir Tipo 2 1,75 2,01 2,04 2,04 1,61 1,24 0,76 0,43
Chebyshev 1,76 2,00 2,03 2,04 1,61 1,24 0,76 0,43
Bartllet 1,76 2,00 2,02 2,03 1,61 1,24 0,76 0,43
Rectwin 1,74 2,02 2,04 2,04 1,61 1,24 0,76 0,43
Hann 1,76 2,01 2,04 2,04 1,61 1,24 0,76 0,43
Kaiser 1,74 2,02 2,04 2,04 1,61 1,24 0,76 0,43
Tukeywin 1,76 2,02 2,05 2,04 1,61 1,24 0,76 0,43
Gausswin 1,75 2,01 2,04 2,04 1,61 1,24 0,76 0,43
Yulewalk 1,81 2,02 1,94 2,02 1,60 1,25 0,77 0,43
FiltroEDT (Módulo) - Cenário A R003
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 11,70 8,56 5,47 5,82 4,89 2,89 1,25 0,40
Fir Tipo 2 9,32 7,36 5,88 5,64 5,14 2,99 1,48 0,61
Chebyshev 9,27 7,44 5,94 5,64 5,14 2,99 1,48 0,61
Bartllet 9,17 7,34 5,95 5,65 5,14 3,01 1,49 0,61
Rectwin 9,41 7,31 5,80 5,64 5,14 2,99 1,48 0,61
Hann 9,31 7,36 5,88 5,64 5,14 2,99 1,48 0,61
Kaiser 9,40 7,31 5,80 5,64 5,14 2,99 1,48 0,61
Tukeywin 9,29 7,27 5,84 5,65 5,14 2,99 1,48 0,61
Gausswin 9,30 7,38 5,89 5,64 5,14 2,99 1,48 0,61
Yulewalk 8,67 7,79 7,11 5,97 5,28 3,10 1,54 0,63
FiltroEDT (Módulo) - Cenário B
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 0,15 0,10 0,11 0,10 0,08 0,06 0,03 0,01
Fir Tipo 2 0,10 0,09 0,11 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01
Chebyshev 0,10 0,08 0,10 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01
Bartllet 0,10 0,08 0,10 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01
Rectwin 0,10 0,09 0,11 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01
Hann 0,10 0,09 0,11 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01
Kaiser 0,10 0,09 0,11 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01
Tukeywin 0,11 0,09 0,11 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01
Gausswin 0,10 0,09 0,11 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01
Yulewalk 0,11 0,08 0,10 0,11 0,10 0,06 0,03 0,01
FiltroCT (s) - Cenário A R001
62
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 0,15 0,12 0,13 0,10 0,14 0,10 0,06 0,02
Fir Tipo 2 0,10 0,10 0,12 0,12 0,10 0,07 0,04 0,02
Chebyshev 0,11 0,10 0,11 0,12 0,10 0,07 0,04 0,02
Bartllet 0,10 0,10 0,11 0,12 0,10 0,07 0,04 0,02
Rectwin 0,10 0,10 0,11 0,12 0,10 0,07 0,04 0,02
Hann 0,11 0,10 0,12 0,12 0,10 0,07 0,04 0,02
Kaiser 0,10 0,10 0,11 0,12 0,10 0,07 0,04 0,02
Tukeywin 0,10 0,10 0,12 0,12 0,10 0,07 0,04 0,02
Gausswin 0,11 0,10 0,11 0,12 0,10 0,07 0,04 0,02
Yulewalk 0,11 0,10 0,11 0,12 0,10 0,08 0,05 0,02
FiltroCT (s) - Cenário A R002
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 0,12 0,11 0,13 0,13 0,12 0,12 0,08 0,03
Fir Tipo 2 0,14 0,14 0,13 0,13 0,10 0,08 0,04 0,02
Chebyshev 0,14 0,14 0,13 0,13 0,10 0,08 0,04 0,02
Bartllet 0,14 0,14 0,13 0,13 0,10 0,08 0,04 0,02
Rectwin 0,14 0,14 0,13 0,13 0,10 0,08 0,04 0,02
Hann 0,14 0,14 0,13 0,13 0,10 0,08 0,04 0,02
Kaiser 0,14 0,14 0,13 0,13 0,10 0,08 0,04 0,02
Tukeywin 0,14 0,14 0,13 0,13 0,10 0,08 0,04 0,02
Gausswin 0,14 0,14 0,13 0,13 0,10 0,08 0,04 0,02
Yulewalk 0,14 0,14 0,12 0,13 0,10 0,08 0,05 0,02
FiltroCT (s) - Cenário A R003
125Hz 250Hz 500Hz 1KHz 2KHz 4KHz 8KHz 16kHz
RI Medida 0,84 0,64 0,38 0,42 0,34 0,19 0,07 0,02
Fir Tipo 2 0,57 0,48 0,36 0,35 0,33 0,20 0,09 0,03
Chebyshev 0,56 0,49 0,36 0,35 0,33 0,20 0,09 0,03
Bartllet 0,56 0,48 0,36 0,35 0,33 0,20 0,09 0,03
Rectwin 0,57 0,47 0,35 0,35 0,33 0,20 0,09 0,03
Hann 0,57 0,48 0,36 0,35 0,33 0,20 0,09 0,03
Kaiser 0,57 0,48 0,35 0,35 0,33 0,20 0,09 0,03
Tukeywin 0,57 0,48 0,35 0,35 0,33 0,20 0,09 0,03
Gausswin 0,57 0,48 0,36 0,35 0,33 0,20 0,09 0,03
Yulewalk 0,51 0,51 0,43 0,37 0,33 0,21 0,10 0,04
FiltroCT (s) - Cenário B