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GERENCIAMENTO DE RISCO EM UM POSTO DE TRABALHO DE PROVA DE CARGA EM ESTACAS Francismara Martins Gawlik (UTFPR) MAILA TEIXEIRA DE FARIA (UTFPR) Luiz Carlos Wicnewski (UTFPR) Rodrigo Eduardo Catai (UTFPR) Resumo A construção civil é um dos setores que mais contribuem para os altos índices de acidentes de trabalho, desta forma os custos relacionados a esses acidentes vêm fazendo com que algumas empresas adotem uma política eficiente para prevenção ddos mesmos. O objetivo desta pesquisa foi fazer um estudo comparativo em uma empresa de fundações e geotécnica, analisando a contribuição e benefícios que a implantação do setor de segurança do trabalho proporcionou à mesma, e especificamente, apresentar os riscos que compõe o posto de trabalho de execução de prova de carga em estacas. A metodologia empregada foi composta de várias visitas in-loco para levantar todo o processo atual de prova de cargas bem como a realização de entrevistas com trabalhadores e administradores. Para todos os problemas encontrados foram dadas sugestões de melhoria, as quais foram acatadas e neste trabalho apresenta-se a comparação do antes e depois da segurança nos processos analisados. Os resultados mostraram que as condições de segurança eram bem complicadas para os trabalhadores e a empresa não possuía muitos documentos de segurança do trabalho imprescindíveis para a obra. Com as melhorias implementadas tais problemas foram sanados e os trabalhadores puderam passar a contar com mais segurança nos seus postos de trabalho. Palavras-chaves: Prova de carga; Estacas; Acidentes; Segurança. 12 e 13 de agosto de 2011 ISSN 1984-9354

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GERENCIAMENTO DE RISCO EM UM

POSTO DE TRABALHO DE PROVA DE

CARGA EM ESTACAS

Francismara Martins Gawlik

(UTFPR)

MAILA TEIXEIRA DE FARIA

(UTFPR)

Luiz Carlos Wicnewski

(UTFPR)

Rodrigo Eduardo Catai

(UTFPR)

Resumo A construção civil é um dos setores que mais contribuem para os altos

índices de acidentes de trabalho, desta forma os custos relacionados a

esses acidentes vêm fazendo com que algumas empresas adotem uma

política eficiente para prevenção ddos mesmos. O objetivo desta

pesquisa foi fazer um estudo comparativo em uma empresa de

fundações e geotécnica, analisando a contribuição e benefícios que a

implantação do setor de segurança do trabalho proporcionou à mesma,

e especificamente, apresentar os riscos que compõe o posto de

trabalho de execução de prova de carga em estacas. A metodologia

empregada foi composta de várias visitas in-loco para levantar todo o

processo atual de prova de cargas bem como a realização de

entrevistas com trabalhadores e administradores. Para todos os

problemas encontrados foram dadas sugestões de melhoria, as quais

foram acatadas e neste trabalho apresenta-se a comparação do antes e

depois da segurança nos processos analisados. Os resultados

mostraram que as condições de segurança eram bem complicadas para

os trabalhadores e a empresa não possuía muitos documentos de

segurança do trabalho imprescindíveis para a obra. Com as melhorias

implementadas tais problemas foram sanados e os trabalhadores

puderam passar a contar com mais segurança nos seus postos de

trabalho.

Palavras-chaves: Prova de carga; Estacas; Acidentes; Segurança.

12 e 13 de agosto de 2011

ISSN 1984-9354

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1. INTRODUÇÃO

A construção civil é um setor diversificado, que abrange obras pesadas e de infra-

estrutura, industrial e residencial. Para todas essas áreas existe um tipo de empresa que presta

serviços logo que se iniciam as obras: são as empresas de fundações e geotécnica. Essas

empresas fazem vários tipos de estudos durante a fase inicial da obra, como por exemplo:

sondagens, ensaio de prova de carga estática em estacas, ensaios de solos, etc. e se utilizam de

diversas tecnologias, geralmente com equipamentos que podem ser prejudiciais à saúde e

segurança do trabalhador, como é o caso do ensaio de prova de carga estática, citado acima,

que é a técnica mais tradicional de ensaio para a determinação da capacidade de carga em

estacas, onde o elemento da fundação é solicitado por um ou mais macacos hidráulicos,

empregando-se um sistema de reação estável. Para tanto, é comum o uso de vigas metálicas e

ancoragens embutidas no terreno. Fazendo-se necessário também o uso de caminhão munk

para a montagem da estrutura do sistema de reação.

Esses trabalhos, na sua grande maioria, são desenvolvidos “in loco” e a maioria das

vezes são solicitados por empresas contratantes de grande porte e que adotam um sistema de

gestão de segurança sério e realmente atuante. A partir disso, as prestadoras de serviços dessa

área, sentiram a necessidade de criar seu próprio setor de segurança para adaptar-se ao

mercado, percebendo assim o quão importante é o papel que o setor desenvolve, contribuindo

para melhores condições de trabalho e proporcionando inúmeros benefícios, tanto para o

empregado como para o empregador.

Destaca-se que na indústria da construção civil, o setor de segurança do trabalho, tem

seu principal enfoque na prevenção de acidentes, e isto acontece por meio de intervenções, na

correção de erros já ocorridos, na previsão de falhas que poderão ocorrer e na conformidade

com as legislações vigentes, evitando assim, as conseqüências que podem representar o

acidente.

Desta forma, este trabalho tem como objetivo realizar uma análise comparativa,

através de um estudo de caso realizado em uma empresa prestadora de serviços na área de

fundações e geotécnica, entre o antes e depois da implantação do setor de saúde e segurança

do trabalho, demonstrando as mudanças e melhorias geradas dentro da mesma, enfocando

principalmente os procedimentos e análise de riscos referentes ao posto de trabalho para prova

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de carga estática em estacas, verificando ainda, se todos os riscos à que os trabalhadores ficam

expostos estão sendo contemplados nos procedimentos e análises, objetivando propor

melhorias caso haja necessidade.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo Oliveira Filho (1988), com o passar dos tempos os construtores viram a

necessidade de assentar as construções em solos cada vez mais sólidos. Os egípcios

construíram e apoiaram suas pirâmides em terrenos devidamente nivelados, recobertos com

blocos calcáreos, para resistir à carga das mesmas. Um exemplo marcante deste fato é a

pirâmide de Quéops (2006 a.c) com cerca de sete milhões de toneladas, até hoje as suas

fundações resistem sem nenhum sinal de recalque.

Destaca-se que com o decorrer dos anos diversos procedimentos foram utilizados na

execução das fundações. A revolução industrial foi que originou o progresso da engenharia

civil, e particularmente, das técnicas de fundações, com novas teorias dado o advento da

mecânica dos solos admissível. Com o início do século XX, o concreto armado estendeu-se às

fundações, e entre as duas guerras mundiais, evoluíram rapidamente os conceitos sobre o

comportamento dos solos. Desenvolveu-se o ensaio de prova de carga direta no solo,

permitindo o conhecimento da sua capacidade de carga e, conseqüentemente, a pressão

máxima admissível (OLIVEIRA FILHO, 1988).

2.1. Prova de Carga Estática

A prova de carga estática é a técnica mais tradicional de ensaio para a determinação

da capacidade de carga de estacas. No Brasil, a metodologia está normatizada pela NBR

12.131/92 (Estacas-Prova de Carga Estática). Os critérios da NBR-6122/96 (Projeto e

Execução de Fundações) recomendam que 1% do estaqueamento seja submetido a esse tipo

de ensaio.

Na prova de carga estática, o elemento da fundação é solicitado por um ou mias

macacos hidráulicos, empregando-se um sistema de reação estável. Para tanto, é comum o uso

de vigas metálicas e ancoragens embutidas no terreno. O tipo de ensaio mais comum envolve

a aplicação de carregamentos de compressão à estaca, em estágios crescentes da ordem de

20% da carga de trabalho, registrando-se os deslocamentos correspondentes.

A medição dos esforços com uma célula de carga, posicionada no topo da estaca, traz

uma maior precisão e qualidade ao ensaio. A NBR 12.131/92 prescreve que as estacas sejam

solicitadas a até duas vezes a carga de trabalho. Também é possível realizar carregamentos

horizontais e de tração. O conjunto constituído pela estaca, macaco hidráulico e sistema de

reação deve ser projetado e montado de modo a se garantir que a carga aplicada atue na

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direção desejada. É importante ainda assegurar que o carregamento previsto seja alcançado

com sucesso.

2.2. Gerência de Riscos

A gerência de riscos pode ser definida como um conjunto de sistemáticas e

procedimentos gerenciais que buscam o controle, a redução ou a manutenção dos níveis de

riscos dentro dos critérios de aceitabilidade norteados pela sociedade ou pelas próprias

empresas. O papel do gerente, muitas vezes um engenheiro de segurança, não é o de eliminar

os riscos, mas avaliar este risco verificando a magnitude do mesmo e decidindo se este é ou

não tolerável. Destaca-se que o risco tolerável é o que foi reduzido a um nível que pode ser

suportado pela empresa, levando em conta as obrigações legais e a política de Segurança e

Saúde do Trabalho – SST da empresa (FARIA, 2008).

A análise de risco constitui um conjunto de métodos e técnicas que aplicadas a uma

atividade proposta ou existente identificam e avaliam qualitativa e quantitativamente os riscos

que essa atividade representa para o trabalhador, ao meio ambiente e à própria empresa. Os

principais resultados de uma análise de riscos são as identificações de cenários de acidentes,

suas freqüências esperadas de ocorrência e a magnitude das possíveis conseqüências (FEPAM,

2001).

Os tipos de riscos existentes são (BARBOZA FILHO, 2001):

- Riscos Físicos – São consideradas as diversas formas de energia tais como: ruído, vibrações,

pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes,

bem como infra-som e ultra-som;

- Riscos Químicos – São substâncias, compostos, ou produtos que possam penetrar no

organismo, pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblina, gases, ou

vapores, ou que pela sua natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser

absorvido, pelo organismo através da pele ou por ingestão;

- Riscos Biológicos – São microorganismos que se apresentam como bactérias, fungos,

bacilos, parasitas, protozoários, vírus, etc;

- Riscos Ergonômicos – São riscos potenciais que podem vir a causar danos físicos a saúde do

trabalhador, devido a não adaptação das condições psicofisiológicas dos trabalhadores, como

LER ⁄ DORT, posturas inadequadas, esforços físicos acima da capacidade do trabalhador, etc;

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- Riscos de acidentes – São riscos responsáveis por lesões imediatas no trabalhador provocado

de maneira direta ou indiretamente, proveniente de qualquer acontecimento ocorrido na

empresa, como: falta de manutenção de peças e máquinas, falta de atenção, negligência, etc.

2.3. Método Utilizado Para a Análise de Riscos

Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste do estudo, durante a fase de concepção

ou desenvolvimento preliminar de um novo projeto ou até mesmo sistema, com o objetivo de

se determinar os possíveis riscos que poderão ocorrer na sua fase operacional (TAVARES,

2004).

A APR pode ser aplicada portanto para uma análise inicial, qualitativa, desenvolvida

na fase de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, tendo

especial importância na investigação de novos sistemas de grande inovação e/ou pouco

conhecidos (SALIBA, 2010; FARIA, 2011).

Ressalta-se que a política e diretrizes básicas de segurança do trabalho, tem o objetivo

de orientar todos os programas, instruções e procedimentos relacionados com prevenção de

acidentes e doenças do trabalho. Contudo para a implementação da política é necessário

desenvolver e manter procedimentos para tudo o que for feito. Coisas simples, textos claros, o

quanto possível isentos da necessidade de interpretação (ZÓCCHIO, 2001).

3. METODOLOGIA

A metodologia adotada para a realização deste artigo foi:

- Levantamento junto ao RH os dados referentes à situação atual da empresa e quais as

documentações e medidas adotadas a partir da implantação do setor de segurança na mesma;

- Através de visitas às obras, acompanhou-se os funcionários durante as etapas do ensaio de

ensaio de prova de carga estática em estacas, verificando os equipamentos, procedimentos,

cargos e funções envolvidos no processo;

- Com auxílio dos registros fotográficos e informações adquiridas com os profissionais mais

antigos, fez uma análise comparativa com o intuito de conhecer as mudanças ocorridas no

processo de montagem de prova de carga em estacas, após a implantação do setor de

segurança do trabalho;

- Propor ações para minimizar os riscos de acidentes.

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A empresa estudada atua no mercado de prestações e serviços na área de fundações e

Geotécnica, há 17 anos, possuía cerca de 100 funcionários e está classificada como uma

empresa prestadora de serviços de arquitetura e engenharia e de assessoramento técnico, grau

de risco 2 e código CNAE - 74.20-9, de acordo com o Quadro I* (Classificação Nacional de

Atividades Econômicas) da NR-4 (BRASIL, 2010a).

A organização não possui uma política de segurança específica, pois, a empresa

integra os serviços, o meio ambiente e a segurança do trabalho em uma mesma política. Desta

forma a empresa estudada possuía os seguintes princípios: atender aos requisitos dos clientes

em termos técnicos, de qualidade e prazo; buscar a incorporação contínua de novas

tecnologias; proporcionar a satisfação dos colaboradores; racionalizar seus processos e custos;

minimizar os impactos ambientais causados por suas atividades.

Para ilustra melhor o processo será apresentado a seguir todos os passos do ensaio

anteriores a implantação do setor de Segurança do Trabalho na empresa.

3.1. Procedimentos de Ensaios Anteriores ao Setor de Segurança do

Trabalho

As fotos que serão apresentadas para demonstrar o processo anterior ao setor de

segurança do trabalho, não seguem a uma seqüência de montagem, elas apenas estão

ilustrando problemas encontrados em algumas obras executadas sem a orientação prévia do

setor de saúde e segurança do trabalho.

Faltam Protetores

Auriculares e Óculos de

Segurança

Falta de proteção nas

pontas dos vergalhões

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Figura 1 – Preparação da estaca teste

Na figura 1 pode-se observar que os funcionários estavam preparando a estaca teste

utilizando uma britadeira, isentos de protetores auriculares e óculos de segurança. Os

vergalhões das estacas não possuíam proteção nas pontas e o local não possuía escada para o

deslocamento de nível.

A figura 2 ilustra a preparação do local demonstrando: o nivelamento do local

inadequado para o ensaio; a escada inadequada para o deslocamento de nível; e o isolamento

da área preparado de forma inadequada e com material prejudicial ao meio ambiente.

Figura 2 - Preparação do local

A figura 3 ilustra o armazenamento inadequado das vigas, pois as mesmas deveriam

estar alocadas uma ao lado da outra e em local limpo para o livre acesso dos funcionários.

Escada inadequada

para o deslocamento

de nível

Fita plástica

utilizada para o

isolamento da

área

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Figura 3 – Armazenamento das Vigas

Nas figuras 4 e 5 pode-se observar que: o local do ensaio não está isolado, durante o

processo de montagem; os funcionários não seguem a um procedimento de segurança durante

o processo de montagem, pois se observa na figura 4 o funcionário abaixo da viga

longitudinal, durante o içamento das vigas transversais e na figura 5, os funcionários

nivelando a viga principal abaixo da mesma.

Figura 4 – Montagem – Içamento das Vigas Secundárias

Armazenamento

inadequado das

vigas

Obstruções no local de

armazenamento das

vigas

Funcionário

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Figura 5 – Montagem – Nivelamento da Viga Principal

A figura 6 mostra o funcionário sem EPI para prevenir uma eventual queda de nível.

Figura 6 - Montagem – Trabalhador sem EPI em Altura

Na figura 7 pode-se observar o uso de vigas de referência metálicas em contato com as

conexões elétricas, que muitas vezes encontra-se danificada em alguns locais, podendo

induzir uma descarga elétrica no trabalhador.

Funcionário

Funcionários

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Figura 7 – Vista das Vigas de Referência

A figura 8 demonstra a montagem do ensaio pronta, porém sem o uso barras de aço

(cabos de cordoalha) para o controle das reações.

Na figura 9 pode-se observar que a área foi isolada inadequadamente durante o ensaio

e com material prejudicial ao meio ambiente. Também não foi utilizada nenhuma proteção

contra as intempéries durante o ensaio. Na figura 10 percebe-se que não havia controle na

manutenção dos equipamentos, pois se observa que algumas partes do cabo elétrico está

danificada.

Figura 8 – Montagem Pronta

Vigas de

Referência

(Metálica)

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Figura 9 – Isolamento Inadequado do Local

Figura 10 – Conexões Elétricas Danificadas

Nas figuras 11 e 12 observa-se que: há vazamento de óleo proveniente do macaco do

hidráulico e por conseqüência a contaminação do solo com o mesmo; estão sendo usados

extensômetros analógicos, fazendo com que o funcionário necessite estar próximo do

conjunto e ficar abaixo das vigas para a realização das leituras; o funcionário esta em uma

postura ergonomicamente incorreta.

Conexões

Elétricas

Danificadas

Fita plástica

utilizada para

isolar o local

durante o

ensaio

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Figura 11 – Equipamentos

Figura 12 – Coleta de dados - Leitura

3.2. Segurança do Trabalho na Empresa

Com o objetivo de levantar um panorama geral sobre o trabalho realizado pelo setor

de segurança dentro da empresa, buscou-se junto ao mesmo quais as medidas, documentações

e programas adotados.

O setor de segurança do trabalho foi implantado há dois anos com o intuito de se

adequar às leis vigentes para que a empresa pudesse se adaptar e acompanhar o mercado, que

esta cada vez mais exigente, tendo em vista principalmente a melhoria contínua de seus

processos organizacionais, demonstrando dessa forma que o trabalho de qualidade esta

intimamente aliada ao bem estar e a saúde e segurança do trabalhador.

A empresa terceiriza o SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho), conforme faculta a NR-4 – 4.16. A prestadora desses

serviços é o SECONCI/SINDUSCON/PR, sendo responsável pelo PCMSO (Programa de

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Controle Médico e Saúde Ocupacional), tendo também revisado o PPRA (Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais) com base em informações prestadas pelo técnico de

segurança responsável pela empresa.

Todos os empregados recebem treinamentos de forma a assegurar que estejam

informados sobre os riscos e medidas preventivas, para os agentes ambientais aos quais

estiverem expostos. Os treinamentos incluem: - Os procedimentos de trabalho seguro, para

proteção dos empregados contra exposições aos riscos ambientais apontados em cada

atividade; - Instruções para a correta utilização e orientação sobre as limitações dos EPI´s; - O

que fazer em casos de emergência; - Primeiros socorros; - Prevenção e combate a incêndio;

- Equipamentos de proteção individual (Utilização; Obrigação; Conservação); - Todos os

riscos existentes nas frentes de trabalho abordando os serviços na construção civil

(DDSSMA); - Animais Peçonhentos; - Acidente de Trânsito; - Mapa de Risco; - Rota de fuga

e pontos de encontro;

Também é ministrado um treinamento: - Para os novos empregados (Integração); -

Para mudanças de função, de novas tarefas; -Quando novas substâncias, processos,

procedimentos ou equipamentos forem introduzidos no local de trabalho; - Quando um novo

equipamento de proteção individual for disponibilizado para uso;

Este treinamento também denominado de “Integração” ou “Treinamento Introdutório

de segurança no trabalho” tem duração de 8 horas.

3.3. Descrição das Etapas do Ensaio de Prova de Carga Estática em Estacas

A prova de carga estática tem como objetivo a determinação da capacidade de carga

das estacas através de uma aplicação de carregamentos em estágios crescentes da ordem de

20% da carga de trabalho, registrando-se assim os deslocamentos correspondentes,

proporcionando a utilização com segurança de outras estacas expostas às mesmas condições e

que possuem as mesmas características.

A prova de carga estática analisada na pesquisa foi um ensaio realizado em uma

estaca teste, com esforço à compressão e aplicação de uma força acima de 200 toneladas em

cada célula de carga, através de uma montagem “H” (Figura 13 e 14).

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Figura 13 – Planta - Esquema de montagem H

Figura 14 – Corte - Esquema de montagem H

No que se refere à montagem do processo de montagem da prova de carga estática

foi verificado o nivelamento do terreno, a preparação da estaca teste e o isolamento da área.

Em seguida seguem as etapas da montagem dos equipamentos para a realização da prova de

carga: - Executar a fogueira; - Posicionar a placa circular se aplicável; - Posicionar o cilindro

hidráulico sobre a estaca/placa com apoio do caminhão munk; - Posicionar a viga principal

sobre a fogueira, com o apoio do caminhão munk; - Posicionar as vigas secundárias sobre a

principal, com o apoio do caminhão munk; - Emendar as barras de aço para tirantes com as

luvas de emenda e a chave de grifo; - Posicionar as placas de ancoragem sobre as vigas

secundárias; - Posicionar as porcas de ancoragem e apertá-las com a chave de grifo; - Fixar as

vigas de referência; - Cobrir a área da prova de carga com a lona plástica; - Descrição da

atividade para a montagem da parte fina do ensaio; - Posicionar a rótula e a célula de carga

sobre o cilindro hidráulico; - Ligar o cilindro hidráulico à bomba e ao manômetro; -

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Posicionar o sistema de iluminação; - Posicionar os extensômetros na viga de referencia e na

estaca/placa; - Conectar todo o sistema com a parte elétrica.

3.4. Prova de carga Estática – Coleta de Dados em Campo

Após a montagem dos equipamentos partiu-se para a coleta de dados, ou seja, a

prova de carga estática. Esta etapa compreendeu as seguintes atividades: - Obter as leituras

iniciais de cada extensômetro; - Aplicar pressão no cilindro hidráulico com a bomba até o

carregamento do estágio; - Fazer a leitura do carregamento na célula de carga e da pressão do

óleo no manômetro; - Obter as leituras em cada extensômetro nos devidos intervalos de

tempo; - Prosseguir com os estágios de carregamento até a carga última; - Realizar o

descarregamento em estágios; - Descarregar completamente a estaca/placa.

3.5. Prova de Carga Estática – Desmontagem

Após a coleta de dados em relação à aplicação da carga de prova, fez-se a

desmontagem segundo as atividades descritas a seguir: - Retirar os extensômetros; - Retirar a

célula de carga e a rótula; - Retirar o sistema de iluminação; - Retirar a cobertura; - Retirar as

vigas de referência; - Retirar as porcas e as placas de ancoragem; - Retirar as barras de aço

para tirantes; - Com o caminhão munk, retirar as vigas secundárias; - Com o caminhão munk,

retirar a viga principal; - Retirar o cilindro hidráulico com o apoio do caminhão munk; -

Desmontar a fogueira.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo é apresentada a análise comparativa do ensaio de prova de carga em

estacas entre antes e após a implantação do setor de segurança do trabalho.

Com o intuito de analisar comparativamente o ensaio de prova de carga em estacas,

no que tange a área relacionada à segurança do trabalho, foi feita uma análise através de

registros fotográficos antigos e acompanhamento de um ensaio atual. Também foram

realizadas entrevistas com alguns profissionais antigos na empresa que acompanharam as

mudanças desde o início da implantação do setor de segurança do trabalho.

Com o objetivo de visualizar de forma clara as etapas de análise foram definidas as

verificações em se tratando de treinamento, documentação, aparelhagem e as etapas de

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execução das atividades que envolvem a prova de carga em estacas. Desta forma tem-se a

caracterização do antes e o após as verificações.

Em se tratando de treinamento foi observado que houve um avanço considerável no

que se refere às informações de todo o processo que envolve a atividade, com treinamentos e

documentação para as atividades, conforme o Quadro 1.

Quadro 1 – Comparação entre o antes e depois quanto a aplicação do treinamento

SETOR DE SEGURANÇA DO TRABALHO ANTES E APÓS TREINAMENTO

ANTES APÓS

TREINAMENTO

Os funcionários não recebiam treinamentos

relativos à segurança do trabalho, apenas recebiam

um treinamento para a execução do ensaio.

Todos os funcionários recebem treinamentos de forma

a assegurar que estejam informados sobre os riscos e

medidas preventivas, para os agentes ambientais aos

quais estiverem expostos.

Os funcionários recebem um treinamento específico

para a realização do ensaio de PCE, seguindo os

procedimentos de segurança, conforme estabelece o

PPRA e a Ordem de Serviço.

Em se tratando da documentação foi observado que houve um avanço significativo

dentro do processo onde a empresa definiu a documentação para as atividades atendendo a

legislação e mensurando os incidentes e acidentes para melhoria no processo (Quadro 2).

Quadro 2 – Comparação entre o antes e depois quanto a padronização de documentos.

SETOR DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ANTES E APÓS A ELABORAÇÃO DE

PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS

ANTES APÓS

DOCUMENTAÇÃO

A empresa não possuía nenhuma documentação

referente à segurança do trabalho.

Também não havia qualquer controle ou registro

sobre os acidentes ou incidentes ocorridos no local

de trabalho.

As principais documentações geradas pelo setor,

referentes ao ensaio de PCE, são:

PPRA;

Ordem de Serviço;

APR.

Atualmente qualquer acidente, mesmo que pequenos,

ou incidentes, devem ser reportados e são registrados

pelo setor.

Em se tratando da aparelhagem foi observada uma atenção não só ao equipamento,

mas também aos acessórios, e observando-se manutenção não só durante o processo, mas ao

longo das atividades. O quadro 3 apresenta a comparação do antes e depois quanto ao uso da

aparelhagem (Quadro 3).

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Quadro 3 – Comparação entre o antes e depois quanto a padronização de documentos.

SETOR DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ANTES E APÓS QUANTO

AO USO DA APARELHAGEM

ANTES APÓS

APARELHAGEM

A empresa não possuía um controle

rigoroso de manutenção, nos fios e

conexões elétricas.

Atualmente antes de cada trabalho que será

executado é feita uma inspeção rigorosa em

fios e conexões elétricas.

Também não existia um sistema de

calibração e manutenção adequadas das

aparelhagens que envolvem o ensaio de

PCE, provocando muitas vezes o

vazamento de óleo hidráulico.

Um selo de validade, porém se

eventualmente ocorrer algum vazamento de

óleo hidráulico durante o ensaio, os

funcionários são treinados para remover o

solo contaminado com o óleo, utilizando um

kit de mitigação, que inclui pó de serragem,

uma pá e uma espátula para remover todo o

material contaminado.

Eram usados somente extensômetros

manômetros analógicos.

Tanto os extensômetros quanto os

manômetros analógicos, estão sendo

substituídos aos poucos por um sistema

digital, que além de proporcionar uma maior

precisão nas leituras, permitem maior

segurança ao trabalhador, pois os mesmos

não necessitam ficar abaixo das vigas para

fazer as leituras enquanto a carga é aplicada.

As vigas de referência usadas eram

metálicas.

As vigas de referência utilizadas atualmente

são de madeira, evitando assim que

eventualmente algum trabalhador, possa

sofrer algum choque durante o ensaio.

Os locais onde eram executados os

ensaios na maioria das vezes não eram

isolados e quando a empresa contratante

exigia o isolamento da área, eram

utilizadas fitas de plástico zebradas, que

normalmente eram descartadas de forma

imprudente no meio ambiente, sem

qualquer cuidado.

- Atualmente, toda e qualquer obra é

utilizada cerquite da cor alaranjada para

realizar o isolamento do local, são feitas de

um material resistente que permite o uso da

mesma diversas vezes, sendo descartada

apenas quando não houver mais condições de

uso e em lixo apropriado para material

reciclado.

Em se tratando das etapas de execução foi observado que houve uma integração em

relação a todo o processo, envolvendo todas as etapas do processo, não ficando somente na

execução, mas atendendo o propósito sinalizar a importância do processo do gerenciamento

de risco como um todo (Quadro 4).

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Quadro 4 – Comparação entre o antes e depois da aplicação do treinamento para execução das

etapas de ensaios.

SETOR DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ANTES E APÓS TREINAMENTO

ANTES APÓS

ETAPAS DE EXECUÇÃO

Os EPI‟s utilizados pelos funcionários eram

apenas, capacete, botas de segurança e uniforme.

Todos os funcionários recebem EPI‟s como: capacete,

botas de segurança, uniformes, protetores auriculares,

óculos de segurança, protetor solar, luvas de raspa de

couro, e também um treinamento específico para

orientar quanto ao uso de todos os EPI‟s.

Não havia uma inspeção preliminar no local, para

que se pudessem prever os agentes de riscos.

Atualmente todas as obras recebem uma visita do

engenheiro responsável e do técnico de segurança para

uma análise preliminar, verificando todo e qualquer

agente de risco existente no local onde será realizado

o ensaio.

Em muitas obras não eram usadas escadas

obrigando o trabalhador a pular quando precisasse

deslocar-se de nível, porém quando se utilizava

escada, era inadequada, dificultando a evacuação

rápida do local caso houvesse alguma emergência.

Atualmente todo local de ensaio que houver diferença

de nível, deve possuir escadas confeccionadas

conforme orientação do setor de saúde e segurança do

trabalho da empresa, permitindo maior segurança caso

haja necessidade de uma evacuação rápida do local.

Não existiam treinamentos de segurança, portanto,

o trabalhador não seguia a procedimentos

preventivos, e muita vez arriscava-se fazendo o

nivelamento das vigas embaixo das mesmas, e

também não tomando o cuidado de estar a uma

distancia segura durante o içamento das vigas pelo

caminhão munk.

Os funcionários são treinados e orientados a seguir as

seguintes especificações:

Ficar em uma posição segura durante o içamento das

vigas pelo caminhão munk.

Nivelar as vigas ficando apenas por fora do sistema,

jamais entrar embaixo das mesmas para executar o

nivelamento.

Esperar que a viga se aproximasse para então segura-

la por fora e orientar o local onde a mesma deve ser

depositada.

Não havia orientação a respeito de ergonomia,

como por exemplo, posturas inadequadas, peso

máximo a ser carregado.

Postura correta de flexionar os joelhos caso haja

necessidade de se baixar para coletar algum material

no chão ou ate mesmo executar as leituras nos

extensômetros, e peso máximo a ser carregado de 2,5

kg, sendo necessário ajuda de outros meios caso o

equipamento ultrapasse esse peso.

O trabalhador não usava nenhum EPI de segurança

para o risco de queda, quando executava a tarefas

em altura para fixar as vigas metálicas.

Atualmente o trabalhador ainda não utiliza nenhum

EPI, como cinto de segurança para realizar os

trabalhos em altura.

O armazenamento das vigas metálicas eram

empilhadas e não havia nenhum critério quanto ao

local onde eram depositadas as vigas, muitas vezes

locais com entulhos dificultando o acesso,

obrigando o trabalhador a subir sobre as vigas

empilhadas para conectar o cabo de aço ligado ao

caminhão munk.

Embora as vigas sejam armazenadas empilhadas o

local onde se encontra as mesmas deve estar limpo

permitindo o livre acesso em torno das vigas.

SETOR

Não havia o controle de reações por cabos de

cordoalha, fazendo com que pudesse haver o

rompimento súbito de algum cabo de aço usado

para fixar as vigas, e consequentemente à queda

repentina de alguma delas.

Hoje todos os ensaios são realizados executando

também o controle de reações por cabos de cordoalha,

permitindo o monitoramento mais seguro das forças

aplicadas nos sistema.

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4.2 Propostas de melhorias no processo atual

Conforme ficou constatado, todas as etapas relacionadas ao ensaio de prova de carga

estática em estacas apresentaram riscos ao trabalhador, umas mais graves, outra menos. É

visível a importância das melhorias que o setor de saúde e segurança do trabalho

proporcionou a empresa, gerando a correção de falhas e também a previsão de riscos que

podem ocorrer durante o processo. No entanto, analisando a documentação fornecida pela

empresa, as entrevistas com os funcionários e também acompanhando um dos ensaios foi

possível perceber que alguns riscos ainda não foram previstos pelo setor.

Os riscos detectados e não contemplados pelo setor de segurança do trabalho são:

- Risco de queda por nível diferente;

- Risco de esmagamento;

- Risco de atropelamento.

O risco de queda por nível diferente foi detectado durante a etapa de fixação dos

cabos de aço nas vigas metálicas, pois, o trabalhador necessita subir sobre o conjunto de vigas

que na maioria das vezes ultrapassa a 2 metros de altura sem nenhuma proteção contra queda.

A APR realizada pelo setor prevê no item de possíveis conseqüências o risco de

queda por nível diferente, porém, no item das recomendações prevencionistas não há

nenhuma recomendação para a prevenção desse risco.

Para esse tipo de risco é recomendado que se use um cinto de segurança ligado a um

cabo vida instalado acima do conjunto de vigas.

Embora o setor de segurança tenha detectado o risco de esmagamento, durante a

etapa de armazenagem das vigas e tenha orientado o trabalhador quanto ao risco de subir

sobre a viga durante a tarefa para prender as vigas ao cabo guia ligado ao caminhão munk,

alguns trabalhadores insistiram em subir, e houve a queda de uma viga, porém não atingiu

nenhum trabalhador. Sendo assim o setor de segurança está orientando o armazenamento das

vigas uma ao lado da outra.

Também foi percebido que há a circulação de veículos durante todos os períodos na

obra e muitas vezes é necessário permanecer no período noturno para realizar o ensaio,

sugerisse então que o trabalhador possua um colete sinalizador enquanto estiver transitando

pela obra no período noite.

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5. CONCLUSÕES

Com a análise comparativa pode-se observar que a empresa evoluiu e vem

melhorando a cada dia mais na questão relativa a segurança do trabalhador.

Embora o processo de implantação de um setor de segurança, que exige treinamentos,

confecção de documentos e principalmente o trabalho de conscientização do funcionário, não

seja uma tarefa rápida e fácil, a administração da empresa sempre demonstrou grande

interesse em colaborar e os funcionários na sua maior parte entendem que todas as mudanças

apesar de muitas vezes fazer com que a execução do trabalho demore um pouco mais durante

a fase de adaptação, são necessárias e também os protege de um eventual acidente.

Os treinamentos ministrados foram fatores decisivos para melhoria das atividades

desenvolvidas ao longo do processo de prova de carga estática. Acredita-se que desta forma

atual, as chances de acidentes do trabalho sejam bem menores e os trabalhadores poderão

trabalhar com mais segurança em seus postos de trabalho.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7678. Segurança na execução de

obras e serviços de construção. Rio de Janeiro, 1983.

BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho & Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2001.

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR4 – Serviços

Especializados em Engenharia e Segurança do Trabalho. Manual de Legislação Atlas. 64ª Edição,

2010a.

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR18 – PCMAT. Manual de

Legislação Atlas. 64ª Edição, 2010b.

FARIA, M. T. de. Apostila de Gerência de Riscos. Curso de Especialização em Engenharia de

Segurança do Trabalho. UTFPR – Campus Curitiba, 2011.

FEPAM. Manual de Análise de Riscos. Disponível em: http://www.fepam.com.br. Acesso em

01/02/2009.

OLIVEIRA FILHO, U. M. Fundações Profundas: estudos. 2. ed. Porto Alegre: D.C. Luzzatto, 1988.

SALIBA, T. M. Curso básico de segurança e higiene ocupacional. São Paulo: LTR , 2010.

TAVARES, J. C. Noções de prevenção e controle de perdas em segurança do trabalho. 3ª Edição, São

Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.

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ZÓCCHIO, Á. Práticas de Prevenção de Acidentes: 7 ed. São Paulo: Atlas, 2001.