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Ano 8

Cari

tas

Chri

sti

U

rget

Nos

Edição da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste

Gerações

www.scmn.org

Maio 09

Boletim

Carnaval - Pág.4

Opinião - Pág. 5, 7, 12, 14

97º Aniversário - Pág. 8 a 11N.º21

Semana do Divino - Pag.13

97º Aniversário

Ao nosso ritmo

Caritas Christi Urget Nos

2 GERAÇÕES Janeiro 2009

A Caminho docentenário

A Misericórdia acaba de celebrar o seu

97º aniversário, a caminho do centenário que

convém começar a preparar, dado tratar-se de

uma data memorável, com forte carga histórica

para a Instituição.

Quase um século escrito na rota da vida

deste Concelho, por onde passaram

nordestenses ilustres que à causa deram

importantes contributos, a favor dos que mais

precisam, em cumprimento dos Estatutos e do

pensamento altruísta e solidário que os envolve.

Não se trata de fazer festa por festa. É

comprovado o objectivo de que em primeiro

lugar estão os utentes e para eles se planeia e se

desenvolve a panóplia de actividades que ao

redor do ano se vão concretizando em todas as

freguesias e pelos motivos mais diversos. Eles

tudo merecem e, por isso, nunca se esgota o

nosso esforço, o nosso empenho, a nossa

dedicação.

Acções de formação têm sido

desenvolvidas contemplando diversas áreas e

acudindo as necessidades detectadas. Trata-se

de um investimento que nunca se esgota.

O Carnaval foi bem vivido e a Quaresma

também. Cada um a seu modo, já estão no

calendário da memória que não esquece a cada

um deles.

Mas o ponto alto foram as celebrações

do 97º aniversário da Santa Casa, que culminou

com a Missa de Acção de Graças, em Achada,

presidida pelo Vigário Episcopal, Rev. Pe. Dr.

Octávio Medeiros e a conferência proferida pelo

Professor da Universidade Católica Portuguesa,

Doutor João César das Neves.

Momentos de grande elevação e de

assinalável participação que registamos com

grande apreço e que dignificaram a Misericórdia

de Nordeste virando-se, deste modo, mais uma

brilhante página a sua história quase secular.

PROVEDOR DR. EDUARDO DE MEDEIROS

Quase um século escrito narota da vida deste Concelho, poronde passaram nordestensesilustres que à causa deramimportantes contributos.

Janeiro 2009GERAÇÕES 3


PE. AGOSTINHO LIMA

Tia JosefinaMisericórdia

em festa.

A Santa Casa da Misericórdia de Nordeste celebrou, em meados de Maio de 2009, os

seus 97 anos de vida. Parabéns, Santa Casa!

A celebração dos 97 anos trouxe a Nordeste dois personagens que destaco e suscitou um gesto que registo:

1º Octávio Henrique Medeiros. Padre. Professor de Sociologia na Universidade dos Açores, até há pouco e,

há pouco, nomeado Vigário Episcopal para a Ilha de S. Miguel. Simples. Transparente. Próximo. Afável. Em suma,

diferente! Encantou a Achada, a paróquia e a terra que acolheram este ano a celebração da efeméride.

2º João Luís César das Neves. Professor doutor da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa. Um professor

de Economia renomado. Católico convicto. Muito solicitado pelos órgãos de comunicação social no debate de assuntos

de alguma complexidade. Destemido. Jornalista frontal sempre à descoberta da verdade e preocupado com a dignificação

da pessoa.

3º A Placa, homenagem a tantos homens e mulheres, reza assim:

Registo – A todos os Irmãos e Benfeitores desta terra, das outras do Concelho, e também de fora dele que,

ao longo dos anos, exerceram a caridade em favor dos Irmãos mais necessitados desta Instituição.

A Santa Casa da Misericórdia, na celebração do seu 97º aniversário, profundamente agradecida, regista

tão nobre gesto.

Nordeste, 12 de Maio de 2009.

Um aniversário que antecede o cento de anos, a celebrar daqui a pouco. De uma Instituição sempre ao lado dos

mais pobres e desfavorecidos. Que assim seja. Sempre!

Uma palavra de gratidão para a Irmã Conceição que por aqui passou na fidelidade à vocação religiosa a que,

um dia, disse SIM!

Charitas Christi urget nos (2 Cor 5,14)Charitas Christi urget nos (2 Cor 5,14)Charitas Christi urget nos (2 Cor 5,14)Charitas Christi urget nos (2 Cor 5,14)Charitas Christi urget nos (2 Cor 5,14)

Gerações - Edição da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste

Ano 8 Nº21Maio 09Direcção - Dr. Eduardo de Medeiros

Colaboradores:

- Pe. Agostinho Lima - Francisco Couto - Telefone - 296 480 050- Drª. Patrícia Oliveira - Fátima Helena - Email - [email protected]

- João de Deus Sousa - Tec. Nivaldo Melo - www.scmn.org

Impressão - Gráfica Açoriana, Lda.Tiragem - 400 Exemplares

6

Cortejo Carnavalesco na Vila de Nordeste


4 Janeiro 2009GERAÇÕES

Por iniciativa da Misericórdia de Nordeste,

realizou-se no dia 19 de Fevereiro, durante a tarde,

um cortejo carnavalesco que contou com a

participação de cerca de 100 idosos, utentes da

Santa Casa da Misericórdia de Nordeste,

provenientes de todas as localidades do Concelho,

que frequentam os Centros de Convívio e outras

Valências da Instituição, incluindo funcionários.

Integraram também o cortejo, cerca de 50

crianças dos CATL’S de Achadinha, Fazenda,

e Vila de Nordeste cuja animação esteve a cargo

da orquestra da Eco Edificante”, que alegrou o

ambiente.

O trajecto incluiu o centro da Vila de Nordeste,

com passagem pelo Viaduto de Sete Arcos e

Volta à Praça da República.



«O mundo em que vivemos é cadavez mais complexo e multicultural. Ummundo em que as migrações são umfenómeno global, em que os gruposminoritários reclamam o direito àdiferença, mas que, ao mesmo tempo,sofre das maleitas dahomogeneização.» (Araújo e Pereira).

As sociedades estão, hoje,confrontadas com novos desafios eproblemas provocados, em boamedida, por aquilo que se designa porglobalização. Aceleradora dasmigrações humanas, a globalizaçãoacentua a necessidade de seaprofundar a reflexão sócio-antropológica em torno das questõesétnicas e culturais.

É necessário repensar o papel daSociedade, do Estado e das instituiçõeseducativas e a acção dos educadoresneste contexto económico, social epolítico mais complexo, atravessadopor desigualdades e exclusões dos maisvariados tipos, nomeadamente as quese relacionam com a identidade e adiversidade.

Fala-se da educação para osvalores, para a paz, para a cidadania,para os direitos humanos e igualdadede oportunidades, para a tolerância econvivência, de educação anti-racistae anti-xenófoba, etc., ou seja,educação multi-intercultural. Porém, nonosso dia-a-dia, somos,frequentemente, confrontados comestereótipos e preconceitos, commanifestações de intolerância,marginalização, racismo, xenofobia nosmais variados espaços sociais.

Não obstante, como em tudo, éimportante reconhecer que há maiorsensibilidade para a integração

estrutural dos diferentes gruposminoritários (étnicos, migrantes,culturais, etc.) nos espaços educativos.Mas também se sabe que nasociedade não há uma preocupaçãoefectiva com os problemas dos maisdesfavorecidos e dos novos pobres eexcluídos. «A globalização económica,cega pela cultura do consumismo eindividualismo, tem dificuldade emrespeitar a natureza, a dignidadehumana e as culturas contra-hegemónicas.» (Araújo e Pereira)

Perante este cenário, há que lutarcom valentia cívica e vigilância críticapelas convicções em que acreditamos:promover os Direitos Humanos edemocratizar as sociedades para alémdo Estado-Nação, numa perspectivatransnacional. A educação como umatarefa da sociedade e a sociedadecomo uma tarefa da educação. Estedever de ligar a educação à sociedadeé fundamental. Alguém tem que fazeresta ponte. É que sem educação nãohá cidadão e a cidadania global nãose constrói discriminando os grupossociais inferiorizados, violando osdireitos políticos e civis, económicose sociais, ambientais, todos elessolidários e a necessitarem de políticasque os validem.

É importante (re)inventar uma novarealidade política, económica, sociale educativa. «Esta refundação de umanova ordem mundial, transformadora/emancipadora e não adaptadora,exige novas perspectivas críticas emeducação que nos ajudem a encontrarrespostas a questões como as queenunciamos: como encontrar umpassado para o futuro, criando ereconstruindo tempos e espaços

existenciais para unir e não dividir.Como lutar contra as desigualdadessócio-económicas e as exclusõessócio-culturais, mostrando que o outromundo é possível.» (Araújo e Pereira)

Como encontrar coesões de sentidoque conciliem a identidade com adiversidade, promovendo a educaçãopara a cidadania e a cultura solidária?Como desocultar factos, processos ediscursos que nos impedem deaprender a viver juntos?

Este inventário de questões não éexaustivo, mas serve para orientar aconstrução da cidadania interculturaldefendendo um processo partilhadoque exige paz, segurança, habitação,igualdade, equidade, justiça,solidariedade, liberdade eresponsabilidade. Uma viagem emdirecção ao outro que só acontecequando aprendermos a gostar de nóse a superar as barreiras entre o “nós”e o “outro” levando a uma convivênciasaudável com todos.

Conviver com todos…

Drª Patrícia Oliveira

(Animadora Sócio Educativa)



Tarde Quaresmal

A Santa Casa da Misericórdia

promoveu, no Centro Municipal de

Actividades Culturais, uma actividade

intitulada «Tarde Quaresmal», que

contou com cerca de 100 idosos de todas

as freguesias daquele concelho.

O encontro iniciou-se pelas 14.30

horas, com o acolhimento dos

participantes, seguindo-se uma

interessante intervenção por parte do

Padre Mariano, da Ordem Hospitaleira

de S. João de Deus, que fez um

ensinamento sobre as Bem –

aventuranças e a Família no

enquadramento da Quaresma, com uma

encenação sobre a Paz.

A tarde ainda contou com uma

peça intitulada «Recordar é Viver», que

emocionou os utentes que participaram

naquela iniciativa de cariz popular, que

mereceu fortes aplausos da assistência.

GERAÇÕES Janeiro 2009 7


Dia Mundial da ÁrvoreOs CATL’S da

I n s t i t u i ç ã o

comemoraram o “Dia

Mundial da Árvore”

com actividades

alusivas à efeméride,

como comprovam as

fotos.

Gerações: a importância de Dar e Receber

O estudo das gerações envolve questõesde grande relevância e é um tema frequentementeabordado pelas diferentes ciências sociais.

De uma forma simplista, uma geração refere-se a um conjunto de indivíduos nascido nummesmo tempo que detêm uma experiênciacomum, e expressa uma determinada forma deencarar a vida e os seus problemas.

Todos nós sabemos que ninguém escapacom o passar dos anos ao envelhecer mas,quando somos jovens, este facto é, por vezes,esquecido.

O convívio entre as gerações implica aaceitação da diferença onde é visível acomunicação, a troca de experiência e deconhecimentos possibilitando a vivência dediversos modos de pensar, de agir e de sentir econtribuindo também, para a renovação deopiniões e visões acerca do mundo e daspessoas.

Contudo, cada individuo deseja ter as suaspróprias experiências e acaba por não aceitar,ou até mesmo, rejeita, adaptar a sua vida combase no que os outros já viveram. Aprende-se a

viver, vivendo e passando por situaçõesvantajosas e menos vantajosas.

Daí que, a convivência entre as diferentesgerações, causa inúmeros conflitos.

Deste modo, o diálogo é um dos melhorestrunfos para atenuar esses conflitos visto que,conduz à reflexão do conhecimento que étransmitido entre as distintas gerações.

Devemos dar mas também devemosreceber!

Há que haver aceitação, compreensão eflexibilidade entre os indivíduos nascidos emtempos diferentes.

Os adolescentes de hoje tornar-se-ãoidosos amanhã! “Nem todo o velho pode o quesabe, nem todo o jovem sabe o que pode!”

João de Deus Sousa



Misericórdia celebra 97º AniversárioA Misericórdia comemorou o seu 97º aniversário comuma Missa de Acção de Graças, em Achada, presididapelo Vigário Episcopal, Pe. Dr. Octávio Medeiros e quefoi concelebrada por mais quatro sacerdotes doConcelho.

No final da Eucaristia “coroou”, como étradicional nas Domingas em louvor do Divino EspíritoSanto, uma utente com 88 anos, Salomé Amaral, naturalde Achada.

Antes das tradicionais Sopas servidas aos utentese aos convidados foi descerrada uma placa, assinalandoo aniversário e registando os benfeitores da instituição,pela utente de Achadinha, Maria José Correia, com aprovecta idade de 97 anos, tantos quantos celebrava aMisericórdia.

O ofertório solene

A coroação como manda a tradição



Presentes o Presidente da Câmara, Dr. JoséCarlos Carreiro, o Presidente da Assembleia Municipal,Autarcas e membros dos órgãos da instituição, que aindativeram oportunidade de apreciar um agradávelmomento de animação, iniciativa de um grupo de utentes.Já quase a terminar a festa o Provedor, Dr. Eduardo deMedeiros, enalteceu o importante papel que aMisericórdia desempenha no Nordeste, o dinamismoque se tem procurado imprimir nas actividades quedesenvolve, dando a conhecer o projecto do CentroComunitário da Salga, obra que se prevê possa arrancarainda no corrente ano.A celebração daquele aniversário encerrou na Sexta-Feira com uma conferência pelo Doutor João Césardas Neves, docente da Universidade CatólicaPortuguesa, que abordou o tema “Os Meios deComunicação Social na Promoção dos Valores”,conforme se destaca na página seguinte.

D. Maria José Correia, de 97 anos, descerrou a placa

As sopas servidas... como manda a tradição

Não faltou a animação ... nem a alegria das nossas funcionárias.

Janeiro 2009GERAÇÕES


10

Dia da MisericórdiaConferência do Prof. Doutor João César das Neves

Fim da Conferência proferida pelo Prof. Doutor João César das Neves, o Provedor , na circunstância, teceu as seguintesconsiderações:

Senhor Professor João César

das Neves, Senhor Ouvidor

Eclesiástico de Nordeste, Senhor

Director do Jornal “ Correio dos

Açores”, meu caro e velho amigo.

Começo por confessar uma

espécie de desabafo pessoal quando

nestes últimos dias me confrontei com

a realização desta Conferência.

E repeti para mim mesmo – terá sido

atrevimento da nossa parte ter

convidado tão ilustre orador? Mesmo

assim fiquei na dúvida!

Vindo de Lisboa, de propósito,

em apressada e, se calhar, atribulada

viagem até aos confins do Nordeste ,

em São Miguel, no reino da velha sina

dos Nordestes existentes por esse

mundo fora, convidar um professor

Catedrático da Universidade Católica

Portuguesa, para ser o nosso orador,

no culminar da celebração do 97º

aniversário da Santa Casa da

Misericórdia deste Concelho, terá sido

mesmo um atrevimento, embora para

nós, não tenha deixado de ser uma

honra, uma espécie de registo

nobilitante no quadro da Memória

desta Instituição quase secular.

Valeu-nos a oportuna

intervenção do senhor padre Agostinho

Lima, a quem muito agradeço, que

após os primeiros contactos

descansou a natural ansiedade de

quem organiza um evento como este e

procura elevar a participação de quem

se convida. O Nordeste merece-o,

disto não tenho dúvidas.

Assim, sejamos dignos uns dos

outros neste calor que irmana todos os

que aqui estão hoje, nesta noite

celebrativa.

Senhor Doutor João César

das Neves

Habituado a vê-lo na televisão e

nos jornais, fluente , claro e conciso,



sabemos que é sempre ouvido na

frequência dos momentos e nas

questões da actualidade política,

com relevância para a Economia e

que nunca esconde a sua qualidade

de católico capaz de pensar, de

comentar e de discernir frente a

interlocutores que não raro

procuram o acessório, em vez do

essencial. Não vou alongar-me nem

repetir o brilhante currículo aqui já

referenciado.

Como Provedor desta

Misericórdia quero manifestar-lhe o

nosso profundo reconhecimento

por ter aceite vir até nós nesta

efeméride, falar de um tema que é

candente e que a muitos certamente

preocupará , quando a actual

sociedade esbarra com o

consumismo e com o facilitismo e

com o horizonte varrido de ilusão!

E cercada de crises!

A sua presença honra a nossa

Instituição e todos aqueles que nela

trabalham, e a sua palavra e a sua

mensagem não deixarão , estou

certo, de produzir fruto no

pensamento de cada um de nós e

principalmente no nosso coração de

ilhéus remetidos a um idílico recanto

desta ilha açoriana. Creia que não

estamos habituados a receber, com

a frequência que desejávamos ,

figuras de tanto relevo e tão

marcantes a nível nacional, como é

o caso do orador desta noite. Isto

para resumir a nossa imensa

gratidão pela sua presença e pela

sua palavra. E queira, por favor,

aceitar a sinceridade deste

reconhecimento!

Resta-me também uma

palavra de gratidão ao dinâmico

Director do “ Correio dos Açores”,

Américo Natalino de Viveiros, que

desde logo aceitou a incumbência

de apresentar o nosso ilustre orador

. O tema assim o exigia.

Colega e amigo das velhas

lides políticas, Américo Viveiros foi

também um aguerrido político e

governante de relevo destes Açores

com bandeira de Autonomia,

conquista de que ele foi um dos

principais baluartes. Muito

obrigado pela tua presença amiga.

E a todos vós o meu sincero

agradecimento pela vossa presença.

Vale a pena cumprir uma efeméride

desta dimensão quando estão a

nosso lado tantos utentes que de

nós esperam um sorriso, uma

palavra, um gesto de ternura, um

rasgo de esperança. Tal qual a

mensagem que nos deixou o

Professor João César das Neves.

Muito Obrigado a todos.

O conferencista

Américo Viveiros apresentou o Orador

O Nuno Costa animou a plateia ... que provou o bolo de aniversário


Janeiro 200912 GERAÇÕES

Gerações - Edição da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste

O meu dia-a-dia no SAD-Reabilitação

Francisco Couto

(Ajudante de Reabilitação)

O serviço de Apoio Domiciliário ao

Idoso na área de Reabilitação é o

serviço onde desempenho funções há

cinco anos, tendo como objectivo

manter o idoso no seu domicilio, junto

da família e amigos, evitando

internamentos precoces (quer seja num

lar ou Centro de Saúde) dotando-o da

maior autonomia possível, de modo a

manter-se integrado na sociedade.

O serviço é coordenado pela Santa

Casa da Misericórdia do Nordeste em

parceria com o Centro de Saúde de

Nordeste, englobando uma vasta

equipa: uma médica, duas enfermeiras,

uma terapeuta ocupacional, um

fisioterapeuta, assistentes sociais e

quatro ajudantes de reabilitação.

O desempenho do meu trabalho no

dia-a-dia tem por base três áreas de

orientação: enfermagem, terapia

ocupacional e fisioterapia.

Na área de enfermagem: realizo a

avaliação dos sinais vitais (tensão

arterial, pulso, respiração, temperatura)

e glicémia capilar; procedo ao controlo

e preparação semanal da medicação

que o utente está a efectuar (toma,

validade e medicação em falta), estou

alerta para o aparecimento de sinais e

sintomas de descompensação de

patologias crónicas como sejam a

hipertensão, diabetes mellitus,

demência, etc, efectuo a avaliação do

estado do sistema tegumentar do idoso

(cor, temperatura, integridade, turgor e

edema da pele), bem como estou

desperto para o surgimento de úlceras

de pressão e outras feridas. Para além

disso, dirijo os familiares e cuidadores

do utente para a importância do

cumprimento de uma alimentação

saudável.

No que diz respeito á área de

terapia ocupacional: desenvolvo treino

funcional e nas AVDS (Actividades de

Vida Diária), para que o idoso

mantenha funcional as capacidades

que ainda possui (alimentar-se, lavar-

se, vestir-se, etc); procedo ao treino

de transferências (atendendo à

patologia base de cada idoso) para

melhoramento da locomoção (tanto

no interior como no exterior),

prevenção de acidentes e melhoria da

autonomia pessoal e social do idoso.

Para além disso trabalho a

socialização do idoso, promovendo

passeios, convívios e festas, evitando

o isolamento que ameaça o idoso.

Relativamente à área de fisioterapia:

sigo um programa de exercícios

adequados a cada idoso, tendo em

vista promover o aumento da

capacidade física, massa muscular,

resistência, coordenação motora,

flexibilidade e equilíbrio, melhorando

a marcha e diminuindo assim o risco

de quedas; prevenir a perda óssea

diminuindo o risco de fracturas e

retardando o envelhecimento do

sistema músculo-esquelético. Com a

execução do plano pretende-se

diminuir a dependência do idoso para

a realização das actividades físicas

diárias, melhorar o desempenho e auto-

confiança; bem como o seu bem-estar

físico, psicológico e social.

Em termos pessoais, o idoso é o

espelho da minha vida, pela sua

experiência já vivida. O facto de ser

novo ou velho, rico ou pobre, bem

vestido ou mal vestido, é insignificante

para mim; uma vez que dou valor á

atenção, afecto e confiança que cada

idoso deposita em mim. É o estarem á

minha espera, com a sua mão

estendida, prontos para me receberem;

são aqueles olhos a brilhar com um

sorriso ou lágrimas de um ser que sente

dor, que me fazem estar pronto todos

os dias e disponível para trabalhar com

estas pessoas e acima de tudo, partinhar

uma grande parte do meu tempo com

os mesmos.

Como nota conclusiva, trabalhar

neste Serviço é gratificante e

enriquecedor, uma vez que estou

sempre aprendendo algo com cada

idoso e partilhando com o mesmo

experiências já vividas.

“ O idoso é o espelho

da minha vida, pela

sua experiência já

vivida”



Misericórdia celebra Semana do Divino

A Santa Casa da Misericórdia, à

semelhança de anos anteriores, celebrou no

Centro de Dia e Centros de Convívio as

tradicionais festividades em honra do Divino

Espírito Santo.

Diz-se que estas festas tiveram origem no

druidismo, religião professada pelos povos

celtas das Gálias e Ilhas Britânicas até à época

da conquista romana (I a.C. - I d.C.), outros que

tiveram origem nas folias do bispo inocente,

como se praticava em França (S. Martinho de

Tours), outros ainda relacionam esse

aparecimento com a aparição da Ordem dos

Hospitalários do Espírito Santo, fundada por

Guido de Montpellier no século XII, com a

finalidade de albergar idosos e enfermos e

finalmente um grande número de historiadores

concorda que o surgimento deste culto ocorreu

na Alemanha tendo por origem numa instituição

criada por Oto IV, Duque da Baviera, para

socorrer os pobres de seu império, arrasado pela

fome, no século XIII, daí espalhando-se pela

Europa.

O que não há dúvidas, segundo os

cronistas da época, é que o culto foi instituído

em Portugal pela Rainha Isabel, a Rainha Santa,

com a construção da igreja do Espírito Santo,

em Alenquer, ainda no século XIII.

De começo nada mais era que um simples bodo,

distribuição de esmolas aos pobres.

Assim, com sentimento de profunda

religiosidade por parte de reis, e depois de

nobres, tiveram início estas festividades, com a

permissão para que se fizesse uma réplica da

coroa portuguesa – a Coroa Real do Divino

Espírito Santo.

A primeira festa nos Açores teria

acontecido na Ilha de Santa Maria, onde se

edificou a construção de uma ‘ermida de

invocação’ dedicada ao Espírito Santo - os

impérios Marinenses. Há referência da presença

do ‘Império dos Nobres’ em Angra do Heroísmo,

na ilha Terceira em 1492. Enquanto na ilha de

São Miguel, de acordo com os registos

históricos, teria se iniciado por volta de 1522,

época em que a ocorrência de um terramoto

destruiu Vila Franca do Campo. A população,

abalada e fervorosa, passa a prestar o culto ao

Divino Espírito Santo, colocando as Coroas do

Divino Espírito Santo sobre estrados enfeitados.

Actualmente as celebrações em honra do

Divino Espírito Santo iniciam-se no domingo de

Pascoela, prolongando-se até ao dia de

Pentecostes e até ao Domingo da Santíssima

Trindade.

A Misericórdia ao celebrar esta festividade

com bastante rigor leva a que os idosos

recordem uma velha tradição, proporcionando-

lhes praticar o culto ao Espírito Santo em

ambiente apropriado, incluindo celebração da

missa e coroação, após uma semana de

profunda vivência cristã.

Fonte: Apontamento litúrgico etnográfico. S. Miguel e S. Maria. Volume 1. Direcção escolarde Ponta Delgada.

P.O


GERAÇÕES Janeiro 200914

Centro de Convívio da Salga

O Centro de Convívio

de Idosos da freguesia da Salga

é um núcleo da Santa Casa da

Misericórdia de Nordeste. Está

a funcionar com 19 utentes

desenvolvendo uma acção

junto de um grupo de cidadãos

idosos. O Centro funciona

todos os dias prestando um

serviço público com a

necessária qualidade, ajudando

a quebrar muitas solidões.

O maior número dos

frequentadores são mulheres

viúvas que vão sobrevivendo

com as suas pequenas reformas

e apoiadas pela Santa Casa da

Misericórdia tem sido um

benefício para a freguesia de

São José da Salga e é muito

reconhecido e apreciado por

todos os utentes que o

frequentam. Procuramos dar

uma resposta satisfatória a

partir dos interesses dos utentes

do Centro de Convívio.

As actividades são muito

diversificadas: vão desde o

jogo de cartas, contos de

histórias antigas, onde

recordam as suas vivências

com emoção e alegria, canções,

troca de receitas de culinária,

passeios organizados, sessões

de esclarecimento sobre a

segurança e saúde até à oração,

como a recitação do terço.

às 23 horas da noite, onde

brincavam a vários jogos.

Na semana de 25 até 31

de Maio temos o Divino

Espírito Santo no Centro de

Convívio onde fizemos a sua

armação do quarto com a

participação dos utentes, com

muita alegria. Também vamos

fazer a Coroação à Igreja feita

pelas senhoras, onde vai haver

as famosas sopas do Espírito

Santo, o arroz doce e a massa

sovada.

Todos têm participado

com grande interesse e alegria

porque “Recordar é Viver”.

Todos os utentes e eu,

como funcionaria da Santa Casa

da Misericórdia, só temos de

agradecer ao Sr. Dr. Eduardo de

Medeiros por tudo o que tem

feito pelo nosso Centro

juntamente com a Da.

Alexandrina que tem sido uma

pessoa sempre a lutar pelo bem-

estar dos idosos. Assim

queremos agradecer a todos os

que trabalham em função do

idoso.

Fátima Helena Melo(Ajudante/Familiar)

Temos vindo a verificar,

com este Serviço prestado pela

Santa Casa da Misericórdia,

que os idosos está mais feliz e

raramente faltam a todas as

actividades já referidas. Temos

também vindo a proporcionar

as celebrações das festas

religiosas e populares, que são

sempre momentos muito

fortes.

Basta olhar para o rosto

dos idosos para sentirmos a

felicidade que transborda nos

seus olhares.

Estamos agora a

preparar as festas do Divino

Espírito Santo fazendo a

recolha de histórias antigas

sobre os jogos dos serões até 30 de Maio 2009

“Basta olhar para o rosto dos idosos parasentirmos a felicidade que transborda nosseus olhares”



Horário de Visitas aosutentes

Todos os dias

Das 10.00 às 11.00 horas

Das 13.00 às 15.30 horas

Sábados às 17.30 horas+ Faleceu no passado dia 09 de Abril, no Centro de Saúdede Nordeste, a utente Conceição Alves Câmara, viúva,natural de Achadinha. Contava 86 anos de idade.

+ Faleceu no passado dia 23 de Fevereiro, no Centro deSaúde de Nordeste, a utente Maria do Rosário Soares,natural de Achada. Contava 87 anos de idade.

Foram admitidas no nosso Lar as utentes Senhora Mariade Fátima Teixeira Cabral, natural de Vila de Nordeste e asenhora Maria do Rosário Cabral, natural da Vila deNordeste.

ADMISSÕES

Missa no Lar

FALECIMENTOS

+ Faleceu no passado dia 12 de Maio, no Centro de Saúdede Nordeste, a utente Maria Rosa Pacheco, natural daFazenda. Contava 94 anos de idade.

PRÓXIMAS ACTIVIDADES:

Santos Populares – Algarvia - 23 de Junho

Convívio Anual de Utentes – 23 de Julho

Passeios pelas Terras de Origem dos Utentes – Agosto

Passeios pela Ilha – 21 e 22 de Setembro

Misericórdia de Nordeste

97 anos de vida

Por Causas Nobres

Ano 2009

Recordar é Viver…

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