geopolítica

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11/02/2015 Geopolítica: Quais são e o que querem os territórios que brigam por independência? Resumo das disciplinas UOL Vestibular http://vestibular.uol.com.br/resumodasdisciplinas/atualidades/geopoliticaquaissaoeoquequeremosterritoriosquebrigamporindependencia.htm 1/7 Geopolítica: Quais são e o que querem os territórios que brigam por independência? Andréia Martins Da Novelo Comunicação 17/10/2014 12h00 Imprimir Comunicar erro Não é de hoje que territórios e países em diferentes partes do mundo buscam independência. O ano de 2014 foi agitado neste quesito. Da Crimeia, que foi recentemente anexada à Rússia em um controverso processo, à Escócia, que desejava a independência em relação ao Reino Unido, assim como Irlanda do Norte e País de Gales, à Catalunha, na Espanha, vários movimentos tentaram obter ou persistem na ideia de separação. Direto ao ponto: Ficha-resumo Os movimentos separatistas surgem por diferentes motivos. Podem ter cunho político, étnico ou racial, religioso ou social. Em sua maioria, trata-se de colônias ou territórios pequenos que se sentem desvalorizados pelos governos principais de seus países e buscam na independência uma forma de valorizar e garantir mais direitos e investimentos à sua população. A Europa é o continente que mais vivencia essa situação de “desejo de independência”. Tal situação preocupa a União Europeia, que teme que caso um grupo separatista ganhe a causa provoque um efeito cascata nos demais movimentos. Quando uma região ou território se torna independente mudam-se fronteiras, alianças, relações econômicas e blocos, e os “novos” países têm que iniciar uma série de reformas, criando instituições próprias como Banco Central, Forças Armadas, entre outras, e o “novo” país precisa ser reconhecido por outros países. Conheça os principais territórios e países que, atualmente, desejam a separação ou ainda buscam o reconhecimento de sua independência, e os objetivos de cada um. REINO UNIDO O Reino Unido é um país europeu formado por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Sua capital é Londres, a mesma da Inglaterra, o que já aponta uma liderança desse país no bloco. Essa liderança, enxergada como favorecimento por uns, é um dos motivos do surgimento de movimentos separatistas nos demais países. Arte/UOL Mapa do Reino Unido Atualidades Related Searches Vestibular Rehabilitation Balance Disorders Vestibular Schwannoma Dizziness And Vertigo Solution Real

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11/02/2015 Geopolítica: Quais são e o que querem os territórios que brigam por independência? ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

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Geopolítica: Quais são e o quequerem os territórios que brigampor independência?Andréia MartinsDa Novelo Comunicação 17/10/2014 12h00

m n o H J Imprimir F Comunicar erro

Não é de hoje que territórios e países em diferentes partes do mundo buscam

independência. O ano de 2014 foi agitado neste quesito. Da Crimeia, que foi

recentemente anexada à Rússia em um controverso processo, à Escócia, que

desejava a independência em relação ao Reino Unido, assim como Irlanda do Norte

e País de Gales, à Catalunha, na Espanha, vários movimentos tentaram obter ou

persistem na ideia de separação. 

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Os movimentos separatistas surgem por diferentes motivos. Podem ter cunho

político, étnico ou racial, religioso ou social. Em sua maioria, trata-se de colônias ou

territórios pequenos que se sentem desvalorizados pelos governos principais de

seus países e buscam na independência uma forma de valorizar e garantir mais

direitos e investimentos à sua população.

A Europa é o continente que mais vivencia essa situação de “desejo de

independência”. Tal situação preocupa a União Europeia, que teme que caso um

grupo separatista ganhe a causa provoque um efeito cascata nos demais

movimentos.

Quando uma região ou território se torna independente mudam-se fronteiras,

alianças, relações econômicas e blocos, e os “novos” países têm que iniciar uma

série de reformas, criando instituições próprias como Banco Central, Forças

Armadas, entre outras, e o “novo” país precisa ser reconhecido por outros países.

Conheça os principais territórios e países que, atualmente, desejam a separação ou

ainda buscam o reconhecimento de sua independência, e os objetivos de cada um.

REINO UNIDOO Reino Unido é um país europeu formado por Inglaterra, Escócia, País de Gales e

Irlanda do Norte. Sua capital é Londres, a mesma da Inglaterra, o que já aponta

uma liderança desse país no bloco. Essa liderança, enxergada como favorecimento

por uns, é um dos motivos do surgimento de movimentos separatistas nos demais

países.

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Escócia: Em 2014, a Escócia realizou um plebiscito para se tornar independente

em relação ao Reino Unido. Em um dia histórico, 53% dos 3,6 milhões de eleitores

votaram pelo “não”. Os partidários da independência, liderados pelo SNP (Partido

Nacional Escocês), maioria no parlamento, buscam mais liberdade constitucional e

autonomia fiscal, o que, segundo os críticos, estão centralizadas demais na

Inglaterra. Outro objetivo é criar um fundo de reserva com o valor obtido na

exploração de petróleo do Mar do Norte, cerca de £1 bilhão, ou US$ 1,6 bi, de

acordo com os cálculos da ala favorável à separação.

País de Gales: Também deseja se separar do Reino Unido. Em um referendo em

2011, 63,49% dos eleitores votaram a favor da atribuição de maiores poderes à

Assembleia Nacional de Gales. O partido Plaid Cymru é um dos principais

promotores da ideia de separação. O objetivo da campanha é construir um Estado

Nacional Autônomo.

Irlanda do Norte: Os irlandeses devem realizar um plebiscito sobre a

independência em relação ao Reino Unido em até quatro anos. Em 1921, após a

guerra de independência irlandesa contra o Reino Unido, Londres assinou uma

trégua com Dublin e, dois anos depois, fundou o Estado Livre Irlandês. Nesse

processo, o governo britânico ficou com seis dos nove condados que compõem a

região do Ulster, província irlandesa. O objetivo da independência é juntar esses

seis territórios à República da Irlanda. A independência é também uma das

principais bandeiras do IRA (Exército Republicano Irlandês).

ESPANHAO país convive há anos com os desejos de independência dos catalães e bascos,

motivados, principalmente, pelo desejo de manter suas tradições culturais.

Arte/UOL

Mapa da Espanha

Catalunha: Um referendo sobre a independência acontece em novembro de 2014;

a Espanha já declarou que o referendo é inconstitucional. O movimento de

independência catalão é antigo. A Catalunha se considera um território a parte. É

uma comunidade autônoma, tem autossuficiência legislativa e competências

executivas, além de ter o próprio idioma, o catalão. Com a independência querem

mais autonomia e o fortalecimento da sua cultura. Caso isso ocorra, Barcelona, uma

das principais cidades turísticas da Espanha, se tornará a capital do novo país.

País Basco: Localizado no norte da Espanha, a oeste da França, busca separação

desde 1959, quando nasceu o grupo separatista ETA (sigla para “País Basco e

Liberdade”). O grupo propagou pela luta armada o desejo de independência, o que

o fez ser considerado uma organização terrorista pela União Europeia e EUA. Em

2011, o ETA anunciou o fim da luta armada, mas segue em busca da separação.

Com língua própria e um Parlamento desde 1980, os bascos ainda não têm

território. Embora a região tenha autonomia desde a constituição espanhola de

1978, os separatistas querem que Espanha e França reconheçam a independência

do País Basco que compreende os territórios de Álava, Guipúzcoa, Vizcaya,

Navarra e Baixa Navarra, Lapurdi e Zuberoa, esses três últimos, territórios do País

Basco Francês.

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11/02/2015 Geopolítica: Quais são e o que querem os territórios que brigam por independência? ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/geopolitica­quais­sao­e­o­que­querem­os­territorios­que­brigam­por­independencia.htm 3/7

EX-UNIÃO SOVIÉTICAMuitos movimentos separatistas que existem hoje na área da antiga União Soviética

(composta pelos países Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Transcaucásia, Estônia,

Lituânia, Letônia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão,

Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguizão e Tadjiquistão) ainda remontam da época

do final do país, em 1991, que deu à região uma nova configuração, com novos

países. Muitos territórios ainda brigam pelo reconhecimento de sua independência.

Arte/UOL

Área da antiga URSS - hoje separada em países e territórios que buscam oreconhecimento de sua independência

Ossétia do Sul (Geórgia): Com o fim da URSS essa área foi entregue à Geórgia. A

partir daí, uma série de conflitos ocorreu entre russos e georgianos pelo controle da

região. A Ossétia do Sul declarou independência em 2008, reconhecida apenas por

Rússia, Venezuela, Nicarágua, Nauru e Tuvalu. EUA, UE (União Europeia) e ONU

não reconhecem a separação. Os ossetianos do sul querem se juntar à Ossétia do

Norte, uma república autônoma dentro da federação russa. A independência

valorizaria mais a tradição dos ossetianos, que têm identidade e cultura diferentes

dos georgianos e uma língua própria.

Abecásia (Geórgia): A Abecásia se considera um Estado independente desde a

derrota das forças georgianas na guerra de 1992-1993. No entanto, sua

independência não foi reconhecida pela ONU.

Nagorno-Karabakh (Azerbaijão): Em Nagorno-Karabakh a maioria da população é

armênia. O território declarou sua independência em relação ao Azerbaijão, mas

esta não foi reconhecida por nenhum país. O desejo dos separatistas é unir-se ao

território da Armênia.

Transdnístria (Moldávia): Localizada na fronteira da Ucrânia com a Moldávia, a

região do Leste Europeu declarou independência do governo moldávio em 1990.

Moscou, apesar de não reconhecer a independência deu apoio econômico e

político. Em um referendo de 2006, a região reiterou sua vontade de se separar e

de uma eventual anexação à Rússia -- quase metade da população é de etnia

russa. A Transdnístria tem sua própria moeda, Constituição, Parlamento e bandeira,

mas quer ser reconhecida como um Estado independente e a anexação à Rússia.

OUTRAS PARTES DA EUROPAFlanders (Bélgica): Com uma população de 6,4 milhões de habitantes, Flandres

busca sua independência completa da Bélgica. A causa é defendida por partidos da

ala conservadora, como o Vlaams Belang. A crise econômica que abala o país

desde 2009 ajudou esses partidos a reforçarem a necessidade da separação. O

objetivo é instituir a República de Flandres, que seria composta pelas regiões de

Flandres, Bruxelas e Valônia.

Arte/UOL

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Mapa da Bélgica

Ilha de Córsega (França): Na terra natal de Napoleão Bonaparte a vontade de

tornar-se um território independente existe desde 1976. Quem mais difunde esse

ideal é a FLNC (Frente de Libertação Nacional da Córsega), movimento político

nacionalista e de luta armada. Os moradores da ilha tem seu próprio idioma e se

referem ao resto da França como “continente”. Em 2013 o FLNC reiterou que

continuará sua luta pela separação. Os nacionalistas querem mais autonomia em

relação à França, que consideram enxergar a ilha apenas como reduto turístico e de

exploração imobiliária.

Arte/UOL

Mapa da França

Padania (Itália): A unificação da Itália na segunda metade do século 19 não

eliminou as diferenças regionais de seus territórios. Desde 1991 a Liga Norte (Lega

Nord), grupo criado pelo político Umberto Bossi, defende a separação de uma área

da região norte chamada de 'Padania'. Para o grupo, a região sul atrapalharia o

progresso no norte do país. De acordo com a proposta, a Padania seria constituída

por onze regiões da atual Itália (Lombardia, Veneto, Piemonte, Emilia-Romagna,

Ligúria, Friuli, Trentina, o vale de Aosta, Úmbria, Marcas e Toscana), com uma

população de 34 milhões de pessoas.

Arte/UOL

Mapa da Itália com a marcação de qual seria a região da Padania

Page 5: Geopolítica

11/02/2015 Geopolítica: Quais são e o que querem os territórios que brigam por independência? ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

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Kosovo (Sérvia): Declarou sua independência da Sérvia em 2008, é reconhecido

por vários países, mas não é membro da ONU. Sérvia, Rússia, China e outros

países também não reconhecem a separação. Por esse motivo, sua independência

não é tida como bem-sucedida. A separação visa preservar e garantir direitos e

liberdades para a majoritária população albanesa do Kosovo, que não era vista com

bons olhos pelo governo sérvio, que operou várias ofensivas militares contra o

território.

Arte/UOL

Mapa da Sérvia

OUTRAS PARTES DO MUNDOQuebéc (Canadá): O movimento de independência é liderado pelo PQ (Parti

Québécois). No entanto, contra eles pesam os resultados de dois referendos sobre

a questão, um em 1980 e outro em 1995, onde o “não” saiu vitorioso. Mesmo assim,

o PQ quer convocar um terceiro referendo. A principal motivação é cultural. A

maioria da população da província do Quebéc descende de franceses – o que faz

do francês a língua principal--, ao contrário das outras províncias, onde a maioria

descende de ingleses ou escoceses. A forte influência francesa tornaria a província

sensivelmente diferente do resto do país. Os separatistas consideram ainda que a

província não é beneficiada economicamente pelo governo canadense.

Arte/UOL

Mapa do Canadá

Tibete (China): O Tibete manteve o status de país independente entre 1911 e

1950. A situação mudou com a chegada de Mao Tsé-tung ao poder. Em 1963, a

região foi nomeada Região Autônoma e hoje tem um governo apoiado pela China,

que não abre mão de controlar o território. Os que defendem a independência

consideram que a região está em atraso em relação às demais províncias costeiras

chinesas, embora a China alegue ter levado progresso e benefícios materiais ao

Tibete. Além disso, a população local enfrenta uma forte concorrência por emprego

com os chineses e veem na ‘dura’ política chinesa uma ameaça às tradições

religiosas e a liberdade.

Arte/UOL

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Mapa da China

República Turca do Chipre do Norte (Chipre): Parte do território da ilha de Chipre

que se considera independente desde 1983 e vive de acordo com as próprias leis

sem, no entanto, ter sua independência reconhecida pela comunidade internacional.

A região foi invadida pela Turquia em 1974 após um golpe militar greco-cipriota. A

independência é reconhecida apenas pela Turquia, o que impossibilita a entrada do

país na União Europeia, grupo do qual o Chipre faz parte.

Arte/UOL

Mapa do Chipre

Curdistão (Iraque): Considerada a área mais estável do Oriente Médio, o Curdistão

iraquiano já é uma região autônoma, mas ainda busca sua plena independência.

Além do Iraque, a área do Curdistão se distribui pela Turquia, Irã, Síria, Armênia e

Azerbaijão. Os curdos são um grupo étnico com sua própria língua e cultura,

diferentes das populações árabe, persa e turca predominantes na região. As

diferenças culturais, a estabilidade econômica (a área é rica em petróleo) e a visão

não tão radical da religião motiva os curdos iraquianos a desejarem a

independência.

Arte/UOL

Mapa do Iraque

DIRETO AO PONTO

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Os movimentos separatistas podem ter cunho político, étnico ou racial, religioso ou social. Em sua maioria,trata-se de colônias ou territórios pequenos que se sentem desvalorizados pelos governos principais deseus países e buscam na independência uma forma de valorizar e garantis mais direitos e investimentos àsua população.A Europa é o continente que mais vivencia essa situação de “desejo de independência”. Tal situaçãopreocupa a União Europeia, que teme que caso um grupo separatista ganhe a causa provoque um efeitocascata nos demais movimentos.Apresentamos os principais países que hoje vivenciam uma situação de “desejo de separação” de seusterritórios e províncias, como é o caso de Catalunha e País Basco, na Espanha; os territórios que buscamreconhecimento completo de sua independência após o fim da União Soviética, entre outros.

 

Andréia Martins

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