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. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS MATEMÁTICA LICENCIATURA GEOMETRIA DINÂMICA: Um blog dedicado às curvas planas TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Adriano Fior Dos Santos Santa Maria, RS, Brasil 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS

MATEMÁTICA LICENCIATURA

GEOMETRIA DINÂMICA: Um blog dedicado às

curvas planas

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Adriano Fior Dos Santos

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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GEOMETRIA DINÂMICA: Um blog dedicado às

curvas planas

Adriano Fior Dos Santos

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de

Matemática Licenciatura, do Centro de Ciências Naturais e Exatas, da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS), como requisito parcial

para obtenção do grau de Graduado em Matemática Licenciatura

Orientadora: Carmen Vieira Mathias

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Naturais e Exatas

Curso de Licenciatura em Matemática

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

GEOMETRIA DINÂMICA: Um blog dedicado às curvas planas

elaborado por:

Adriano Fior dos Santos

Comissão Examinadora:

Carmen Mathias Vieira, Dr

(orientadora)

Edson Sidney Figueiredo, Dr

Inês Farias Ferreira, Dr

Santa Maria, 02 de dezembro de 2014

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RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso, tem como objetivo a apresentação de blog,

desenvolvido pelo autor, no qual expõem-se algumas curvas planas. A ideia do trabalho

é dar suporte as pesquisas virtuais sobre curvas planas na rede.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6

1. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ........................................ 8

2. CURVAS PLANAS ............................................................................................................ 11

3. O BLOG: ALGUMAS CURVAS PLANAS....................................................................... 13

3.1 Secções Cônicas .......................................................................................................... 14

3.2 Parábola ....................................................................................................................... 15

3.2.1 Mecamismo articulado ............................................................................................... 15

3.2.2 Parametrização .......................................................................................................... 17

3.2.3 Aplicação .................................................................................................................... 18

3.3 Elipse ........................................................................................................................... 19

3.3.1 Mecanismo Articulado ............................................................................................... 19

3.3.2 Parametrização ........................................................................................................... 21

3.3.3 Aplicação .................................................................................................................... 23

3.4 Hipérbole ..................................................................................................................... 23

3.4.1 Mecanismo Articulado ........................................................................................ 24

3.4.2 Parametrização .................................................................................................... 27

3.4.3 Aplicação ............................................................................................................. 28

3.5 Ciclóide ....................................................................................................................... 29

3.5.1 Parametrização .................................................................................................... 30

3.5.2 Ciclóide reduzida e Alongada ............................................................................. 31

3.6 Epiciclóide ................................................................................................................... 32

3.6.1 Parametrização .................................................................................................... 33

3.6.2 O traço da epiciclóide .......................................................................................... 34

3.6.3 Epiciclóide reduzida e alongada .......................................................................... 36

3.6.4 Casos especiais .................................................................................................... 37

3.7 Hipociclóide ................................................................................................................ 38

3.7.1 Parametrização .................................................................................................... 39

3.7.2 O traço da hipociclóide ....................................................................................... 40

3.7.3 Hipociclóide reduzida e alongada ....................................................................... 41

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 43

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 44

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INTRODUÇÃO

Vive-se sob um fluxo intenso e dinâmico de informação e comunicação, talvez

inimaginável para muitos que viveram a algumas décadas atrás. Segundo Kenski (2007,

p. 28) o avanço tecnológico das últimas décadas garantiu a produção e propagação de

informações, assim como a interação e a comunicação em tempo real, ou seja, no

momento em que o fato acontece. Neste contexto, a internet, tem tomado um papel

importante, não apenas como um meio de interação entre indivíduos, mas também como

veículo de informações. Com seu uso, tornou-se muito prática a realização de pesquisas

dos mais variados assuntos, desde entreterimento a conhecimentos científicos.

Os conteúdos matemáticos não representam uma exceção, para as pesquisas

virtuais, e com isso é importante que existam sites capazes de suprir com confiabilidade

tais pesquisas. Com isso, propõe-se neste trabalho o desenvolvimento de um blog, sobre

algumas curvas planas, contendo definições, desenvolvimento e organização histórica.

A construção desse blog tem o intuito de facilitar a compreensão deste assunto.

Pretende-se apresentar nesse espaço elementos dinâmicos, com os quais serão

exploradas as propriedades das curvas, assim como os efeitos da variação dos

parâmetros que as determinam.

Os elementos dinâmicos presentes no blog são applets, desenvolvidos por meio

do software GeoGebra, que contém animações que exemplificaram como a curva é

obtida. Por exemplo, no caso da ciclóide, que é um curva descrita por um ponto de um

circunferência que rola, sem deslizar, ao longo de uma reta. Para representar esse

movimento, foi produzida uma animação de um círculo girando sobre uma reta e

deixando um rastro do ponto �. Acredita-se que isso ajuda no entendimento, visto que

representa a situação de forma dinâmica.

A escolha do assunto, curvas planas, foi devido a um trabalho realizado durante

a graduação, na disciplina de Cálculo III, no qual recebeu-se a definição de uma

determinada curva e como tarefa foi solicitado sua parametrização, um apanhado

histórico e apresentação de aplicações de tal curva. Durante a realização desse trabalho,

pouco se encontrou sobre tais curvas no meio virtual. Se percebeu ainda, no decorrer

das aulas da disciplina, a grande dificuldade que a maioria dos colegas de turma

possuíam na visualização através da representação estática dada pelo “giz e quadro

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negro”. Tal disciplina possui uma grande evasão, possivelmente esta dificuldade foi

uma das responsáveis por esse número de alunos desistentes. Desta forma, o intuito

deste trabalho é dar um apoio didático aos alunos, para que através de visualizações

mais dinâmicas, possam melhor compreender os conceitos envolvidos em curvas

planas.

A escolha do software GeoGebra para produção dos applets se deve

principalmente por se tratar de um software de domínio público, que gera applets quase

automaticamente. Com isso, as pessoas que acessarem o blog, poderão baixar o

GeoGebra e trabalhar o assunto de forma autônoma, ou depois de analisarem as

construções podem desenvolver outros applets sobre o assunto.

O presente trabalho possui a seguinte organização. Os dois primeiros capítulos

refém-se a referenciais teóricos, respectivamente às Tecnologias da Informação e

Comunicação e às curvas planas. No terceiro capítulo, apresenta-se o blog produzido,

nesta seção, encontra-se em textos as postagens realizadas no blog. Por fim, são

realizadas as considerações finais.

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1. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Quando se faz uso da expressão “tecnologia”, as primeiras coisas que vêm em

mente são equipamentos e aparelhos eletrônicos, como celulares, computadores entre

outros. No entanto, o conceito de “tecnologia” engloba muito mais que isso, sendo a

totalidade de coisas que o homem com sua engenhosidade consegue criar em todas as

épocas, suas formas de uso e suas aplicações.

Neste contexto, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são vistas

como toda criação realizada com a finalidade de comunicação e trocas de informações.

Referimos-nos, desde a linguagem oral, que se desenvolveu de forma particular em cada

agrupamento humano, criando a possibilidade de que o conhecimento e a cultura de

cada agrupamento fosse transmitido de geração em geração. Passando pela escrita que

proporcionou uma forma para que a transmissão do conhecimento e da cultura não

dependesse unicamente da repetição e memorização de diálogos, além de possibilitar

um maior afastamento físico e temporal daquele que escreve para os que lêem. Entre

outras tantas criações humanas com a finalidade de ampliar a comunicação e difundir as

informações. Segundo Kenski:

Jornais, revistas, rádio, cinema, vídeos etc, são suportes midiáticos populares, com enorme penetração social. Baseados no uso da linguagem oral, da escrita e da síntese entre som, imagem e movimento, o processo de produção e uso desses meios compreendem tecnologias específicas de informação e comunicação, as TICs. (KENSKI, 2007, p. 27).

Com os avanços tecnológicos das últimas décadas, surgiram Novas

Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC), como a televisão e recentemente as

redes digitais, a internet. Com a difusão do uso dessas tecnologias, o adjetivo “novas”

vai sendo largado e todas são ditas TIC. A utilização das NTIC no ensino,

especificamente a internet e os softwares educacionais, tem sido alvo de grande

interesse. Visto que, estas tecnologias tornaram-se grandes aliadas na busca por novas

proposta de ensino, nas quais visa-se despertar a curiosidade e o interesse sobre um

assunto específico.

Assim, pensando na inclusão das tecnologias no ensino, muitos pesquisadores

investigam sobre a utilização de ferramentas interativas destinadas ao ensino e

aprendizagem. Uma dessas ferramentas são os blogs, originalmente criados para outros

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fins, conforme argumenta Bitencourt (2014), segundo essa autora, blogs são páginas na

internet onde as pessoas escrevem sobre diversos assuntos, que podem vir

acompanhadas de figuras e sons. Tais sites podem ter caracter colaborativos, ou seja,

outras pessoas poderem colocar comentários sobre o que está sendo escrito e ou

colaborar com conteúdo para incrementar o site. É um recurso que pode servir de

comunicação entre família, amigos, grupos de trabalho, ou até mesmo empresas. Muitos

utilizam como diários virtuais, escrevendo mensagens envolvendo o lado pessoal,

emocional e profissional.

Ainda sobre blogs Montovani afirma que:

Os blogs, em seu aspecto estrutural de publicação, se apresentam na forma de uma página web atualizada frequentemente, composta por pequenos parágrafos apresentados de forma cronológica, como uma página de notícias ou um jornal que segue uma linha de tempo com um fato após o outro. Estes blocos de textos são chamados de posts que podem ser escritos apenas pelo autor do blog ou por uma lista de membros que ele convide e autorize a postar mensagens. (MONTOVANI, 2006, p. 331)

No caso o Blog que se propõem nesse trabalho, será voltado à área

educacional, que corroborando com o que diz Boeira (2008), esa ferramenta é um

importante instrumento de comunicação, interação e compartilhamento de idéias,

informações e conhecimentos de forma colaborativa, e por essas características, torna-se

importante e pode ser explorada potencialmente na área educacional.

Acredita-se que, por meio da utilização de um blog, que é mais uma entre as

várias ferramentas tecnológicas que podem ser encontradas na rede, o professor de

Matemática e ou outras áreas, pode introduzir essa ferramenta em meia às aulas, criando

oportunidades diferentes aos seus alunos, podendo motivá-los e desafiá-los com outros

tipos de recursos.

Algumas pesquisas realizadas vem ao encontro das possibilidades vislumbra-

das, como por exemplo o trabalho de Saviscki (2013), que apresenta resultados do uso

de um blog no ensino de trigonometria na 2ª série do Ensino Médio. Essa autora,

destaca que por meio desses recursos, professores e estudantes podem fazer pesquisas,

analisar, refletir e encontrar soluções para problemas propostos, ao mesmo tempo em

que se apropriam de maneiras diversas do uso das tecnologias dígitais.

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Além dessa pesquisa, destaca-se o trabalho de Rancan e Giraffa (2011) que

investigou o uso de um blog como elemento de extensão às atividades presenciais.

Segundo as autoras.

A proposta metodológica se fundamenta na criação de atividades utilizando materiais concretos e atividades complementares disponibilizadas no Blog, apresentando uma abordagem diferente da tradicional. Os resultados obtidos com esta investigação indicaram que a criação de propostas metodológicas que incluam os recursos de comunicação utilizados por esta geração digital, associados a materiais concretos, facilitam o entendimento e o estudo dos alunos, além de auxiliarem na e aproximarem a melhora a comunicação da turma entre si e com o professor. (RANCAN, GIRAFFA, 2011, p.1)

Ambas pesquisas apontam pontos positivos na utilização de ferramentas do

tipo blog no processo de ensino aprendizagem de conteúdos de Matemática, sejam eles

da grade curricular, como é o caso da trigonometria, ou como é o caso dos origamis, no

trabalho de Rancan e Giraffa. Além disso, acredita-se que o trabalho realizado por

Santos (2013), mereça destaque, visto que utiliza de um blog para investigar seu uso

como apoio para a formação de professores, proporcionando aos mesmo, uma

experiência sobre o uso de recursos tecnológicos na sua prática docente.

Para criar um ambiente dinâmico, no blog, foram usados applets, que são

softwares aplicativos executados no contexto de outro programa. No caso deste

trabalho, os applets foram gerados com o software GeoGebra, os quais foram incluído

no blog que foi criado.

O GeoGebra é classificado como um software de geometria dinâmica.

Segundo Alves e Soares.

O termo geometria dinâmica foi inicialmente usado por Nick Jakiw e Steve

Rasmussen da Key Curriculum Press, Inc. com o objetivo de diferenciar este

tipo de software dos demais softwares geométricos. Comumente ele é

utilizado para designar programas interativos que permitem a criação e

manipulação de figuras geométricas a partir de suas propriedades, não

devendo ser visto como referência a uma nova geometria. (ALVES E

SOARES, 2003, p. 4)

Através das representações dinâmicas oferecidas pelo GeoGebra, os aplicativos

construidos e incluidos no blog possuem ter uma representação mutável, diferentemente

das representações estáticas dadas pelo “lápis e papel” ou “giz e quadro negro”. Por

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exemplo, a presença de controles deslizantes, que permitem modificar os parâmetros

que definem as construções das curvas, assim alterando as mesmas.

2. CURVAS PLANAS

Nessa seção, a bibliografia de apoio foi Alencar (2003), cuja definição intuitiva

de curva plana é dada da seguinte forma.

(...) gostaríamos de pensar em uma curva no plano como um subconjunto que tenha dimensão igual a 1, por exemplo, o gráfico de uma função de uma variável real ou figuras “desenhadas” com um único traço, sem tira o lápis do papel. De forma um pouco mais precisa, uma curva é uma deformação contínua de um intervalo, ou ainda, a trajetória de um deslocamento de uma partícula no plano. (ALENCAR, 2003, p.11)

Ainda conforme o mesmo autor, em um primeiro ponto de vista, pode-se

considerar uma curva plana como o conjunto de pontos ��, �� ∈ ℝ, que satisfazem

uma equação do tipo

���, �� = 0

Nesse ponto de vista, são exemplos de curvas planas: as Elipses, as Hipérboles, a

Lemniscata. Todavia, nem sempre é fácil descrever uma curva desse modo. E também,

existem curvas que se enquadram muito bem nessa visão, mas que não se enquadram na

idéia intuitiva de uma figura “traçada” sem tirar o lápis do papel, por exemplo a

hipérbole, que para trabalhar com essa cônica neste trabalho iremos considerá-la a união

de duas curvas, que serão seus dois ramos.

Em Geometria Diferencial, Alencar (2003, p. 14) toma a idéia intuitiva que

uma curva plana descreve a trajetória contínua do movimento de uma partícula no

plano. Assim, dado que um ponto ���� represente a posição de uma partícula em

movimento contínuo, quando o tempo � varia num intervalo [� , �], o conjunto que

iremos considerar é � = � ���� ∈ ℝ, � ∈ [ �, �] �. A vantagem dessa abordagem é que

ela poderá ser facilmente formalizada e conterá várias informações sobre como o ponto ���� percorre o subconjunto �, o sentido que o ponto “anda”, podemos definir a sua

velocidade e sua aceleração no instante � entre outras informações.

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Uma definição formal para curvas planas encontrada em Alencar (2003, p14) é a

que segue: Uma curva contínua no plano ℝ é uma aplicação contínua � ∶ � → ℝ, definida num intervalo � ⊂ ℝ. A aplicação �, dada por ���� = �����, �����, é

contínua se cada função coordenada �, � ∶ � → ℝ é uma função contínua.

O conjunto imagem � dessa aplicação, é chamado de traço da curva. Observe

que, essa definição permite estudar todo movimento da partícula, não apenas o seu

traço. Por exemplo, a curva dada pela aplicação ���� = �2 cos �, 2 "#$ �� com � real,

tem como traço uma circunferência de raio 2 centrada na origem, no entanto quando t

percorre os reais, o ponto ���� move-se sobre esta circunferência um número infinito de

vezes.

Se ���� é uma curva num intervalo � = [�, �] e ���� = ����, a curva é dita

fechada. Se a cada ponto da curva correspondente um único valor do parâmetro t

(exceto quando � = � e � = �), a curva é dita simples. Uma curva �: ℝ → ℝ é dita

periódica se existe un número real & > 0, tal que:

��� + &� = ����, ∀ � ∈ ℝ. O menor valor &* para o qual a equação acima se verifica é chamado de período

de �. A curva fica totalmente determinada por uma restrição a um intervalo da forma [�*, �* + &*]. Exemplos de curvas períodicas são as ciclóides, as elipses, entre outras.

No que segue, descreve-se o blog sobre curvas planas que foi construído com

base nas definições e considerações anteriormente colocadas.

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3. O BLOG: ALGUMAS CURVAS PLANAS

Como mencionado na introdução o blog aqui apresentado foi pensado para

alunos de diversos níveis, não especificamente àqueles que estão cursando alguma

disciplina de graduação. O mesmo foi desenvolvido pelo autor deste trabalho, utilizando

a ferramenta online Blogger (SANTOS,2014). A figura 1, apresenta a tela inicial.

Figura 1: Tela inicial do blog: Algumas curvas planas

Um problema na produção do blog foi a escrita de termos matemáticos, visto

que a linguagem HTML ainda não propicia a escrita de equações matemáticas com boa

estética nos textos publicados (pelo menos, não facilmente). As equações inseridas no

blog foram inseridas com o uso de imagens. Para realizar as inserções utilizou-se o

editor online de equações CODECOGS.

A seguir, apresentamos as postagens do blog na sua ordem cronológica. As

figuras aqui expostas representam elementos inseridos no site, que representam,

imagens, vídeos e applets.

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3.1 Secções Cônicas

Parábola, elipse e hipérbole são conhecidas como as secções cônicas, por serem

curvas que inicialmente eram obtidas da secção de cones: acutângulo, retângulo e

obtusângulo. A figura 2, apresenta um esboço da situação acima descrita.

Figura 2: Secções cônicas

Por não serem definidas como lugares geométrico num plano que satisfaziam

uma propriedade, e por isso, eram classificadas por geômetras gregos como “lugares

sólidos” (Boyer, 1996, p. 101). E por cerca, de um século e meio, foram apenas

designadas pelo modo de sua descoberta, por exemplo, secção de um cone acutângulo.

Segundo Rooney (2012, p. 101), o primeiro trabalho importante sobre cônicas,

foi escrito por Apôlonio de Perga, o qual, superou todos os demais trabalhos realizados

já publicados na época sobre cônicas. Apôlonio, aparentemente pela primeira vez,

mostrou que era possível obter todas as secções de um único cone, apenas alternando a

inclinação do plano de secção. Visto que, até então, tais planos de secção eram sempre

perpendiculares a um elemento do cone seccionado. Além de substituir o cone de uma

só folha, por um duplo, aproximando as curvas antigas, ao ponto de vista moderno. E

com isso, a hipérbole passou a ter dois ramos, como conhecemos hoje.

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Apôlonio, ainda introduziu os nomes elipse e hipérbole, possivelmente seguindo

sugestão de Arquimedes, que já teria se referido a secção de um cone retângulo por

parábola. (Boyer, 1996, p. 101)

Atualmente, essas curvas apresentam uma definição por lugares geométricos, em

relação a pontos chamados focos. Nas próximas postagens trataremos um pouco mais de

cada uma dessas cônicas.

3.2 Parábola

A parábola é descrita pela trajetória, em um plano, de um ponto P que se

mantém equidistante de um ponto F, nomeado como foco, e de uma reta desse plano,

nomeada por reta diretriz.

3.2.1 Mecamismo articulado

Assim como foi concebido o compasso, para traçar uma circunferência, tem se o

parabológrafo (figura 3), que traça parte de uma parábola.

Figura 3: Parabológrafo

Uma reprodução do parabológrafo, no GeoGebra, se baseia em um losango

ABCD articulado nos vértices, cujos lados possuem um comprimento fixo, o foco da

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parábola é o vértice B o qual é fixado, o vértice oposto D percorre a reta diretriz. E os

vértices A e C se movem, e variam os ângulos do losango. E completando o

mecanismo, um segmento perpendicular a reta diretriz que intercepta a diagonal AC, no

ponto P, o qual é o local onde é alocada no mecanismos a lapiseira, que traçará a

parábola. A figura 4 é uma representação do applet que reprodução o mecanismo no

GeoGebra. Para fazer uso dela, basta movimentar o ponto D sobre a reta.

Figura 4: Reprodução do parabológrafo no GeoGebra

Note que, o mecanismo usa o fato da diagonal AC estar contida na mediatriz do

segmento BD, que é o lugar geométrico dos pontos que equidistam das extremidades do

segmento BD.

Observe que não foram reproduzidos todos os elementos do parabológrafo

(figura 3) na reprodução com o GeoGebra, porém os que não estão reproduzidos são

meros suportes do mecanismo real, os quais mantém as propriedades necessárias, sendo

que no aplicativo utilizado não são fundamentais visto que os elementos foram

construídos de forma que as propriedades se mantenham.

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3.2.2 Parametrização

Para a parametrização da parábola, consideremos primeiramente que o foco

tenha as coordenadas +0, ,-, onde . é a distância do foco a reta diretriz (conforme a

figura 5).

Figura 5: Parábola

A figura 5, representa a imagem de um applet, onde pode ser alterada a distância

entre o foco F e a diretriz (reta tracejada), assim como movimentar o ponto D sobre a

reta.

Considera-se, sem perda de generalidade, o vértice da parábola com coordenadas �0, 0�, ou seja, será a origem do plano cartesiano. Com isso, o ponto P que descreve a

parábola, terá coordenadas ��, ��.

Assim, considera-se o parâmetro t, a abscissa do ponto P, ou seja, � = �.

Considerando D a projeção perpendicular de P, sobre a reta diretriz, tem-se (observa-se

que no decorrer do texto a notação /01111 denotará a medida do segmento XY, onde X e Y

são pontos quaisquer).

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�21111 = � + .2

e

��1111 = 3�² + +� − .2-. Como por definição, �21111 = ��1111, então:

� + .2 = 3�² + +� − .2-, O que implica

+� + .2- = � + � − �. + .4 . E portanto,

�. = � − �.. Daí,

2�. = �² ⇒ � = �2.. Logo, as equações paramétricas são:

8 � = �� = �2.

E para encontrar a equação cartesiana canônica, basta substituir t por x e

obtém-se:

� = �2.. 3.2.3 Aplicação

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Uma aplicação bem conhecida dessa curva, são as antenas parabólicas que

utilizam se da propriedade refletora do parábola, para ampliar a captura de sinal, para o

receptor, que é posicionado no foco, e assim todos os sinais que incidem na direção do

eixo da superfície parabolóide, ao serem refletidos pela antena tomam a direção do

receptor.

3.3 Elipse

Dados, dois pontos no plano, �9 e �, nomeados como focos, um ponto P, que se

move no plano de forma que a soma das distâncias dos focos ao ponto P, se mantém

sempre igual a uma constante 2�, descreve uma elipse.

3.3.1 Mecanismo Articulado

Um dos mecanismos mais utilizados para traçar elipses foi o Elipsógrafo de

Arquimedes. Apesar do seu nome, não existem nenhum documento que ateste sua

autoria, por este matemático. Todavia, Arquimedes foi um grande mecânico e construiu

mecanismos muito mais complexos que o elipsógrafo. A figura 6, é uma imagem de um

vídeo postado no blog que apresenta tal mecanismo.

Figura 6: Elipsógrafo de Arquimedes

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A reprodução do elipsógrafo de Arquimedes no GeoGebra, na figura 7, é

constituída por uma semirreta, na qual o ponto L representa a lapiseira do mecanismo. A

semirreta é fixada em dois pontos A e B móveis, os quais se movem sobre dos

segmentos fixos e perpendiculares. Com isso, ao passo que se move a semirreta, como a

distância entre A e B é fixa, estes pontos se movem sobre os segmentos para manter

essa distância. Nesse movimento o ponto L traça a elipse. E para realizar tal movimento

no GeoGebra o ponto B teve suas coordenadas associadas a um controle deslizante t, de

modo que ao variar esse controle, o ponto B percorre o um segmento fixo, e com isso

dando movimento a reprodução. Ao selecionar, a caixa “conferir se é uma elipse” são

exibidos, os focos �9 e �, os segmentos :�9 e :� e um texto dinâmico no qual pode se

verificar que a soma das distância do ponto L aos focos se mantém constante.

Figura 7: Elipsógrafo de Arquimedes

A figura 7, imagem do applet que possui movimento, para ativá-lo basta clicar

no botão no canto inferior esquerdo, ou variar o controle deslizante t.

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.

No elipsógrafo de Arquimedes os focos não são pontos do mecanismo, como no

caso do parabológrafo, então para criá-los afim de realizar a verificação, primeiro

precisamos determinar qual é a elipse que o mecanismo esta traçando.

Tomando como origem do plano cartesiano, a intersecção dos segmentos

perpendiculares fixos. E considerando :;1111 = �, :<1111 = � e o ângulo � que a semirreta

faz com o segmento fixo horizontal, das coordenadas do ponto L tiramos as seguintes

equações

=�� = cos ��� = sen � . Elevando se ambas as equações ao quadrado e as somando temos:

�� + �� = cos � + sen � , Logo,

�� + �� = 1

Chegamos assim, na equação cartesiana de uma elipse. De acordo com o sistema

cartesiano adotado, temos que os focos são os pontos �9 = �−A , 0� e � = �A, 0�, onde A² = �² − �.

3.3.2 Parametrização

Para determinar as equações paramétricas de uma elipse, com focos �9 =�−A, 0�, � = �A, 0� de modo que a soma das distância dos pontos L da elipse aos focos

seja 2�, vamos considerar duas circunferência de centro na origem de raio � e �, onde �² = �² − A². Note que isso implica que � > �.

A figura 8, é a imagem de um applet, que apresenta uma elipse entre duas

circunfências especificadas acima, ao alterar os controles deslizantes a e c altera a

elipse.

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.

Figura 8: Elipse

Com isso, seja um ponto : = ��, �� da elipse, por ele traçamos uma

perpendicular ao eixo das abscissas que intercepta a circunferência de raio � em um

ponto B = ��, �C� no mesmo quadrante.

Considerando o ângulo �, formado entre o segmento OC, onde O é a origem do

plano cartesiano, com o eixo x positivo, temos:

� = a cos �

E portanto

: = �� cos � , ��. Como L é um ponto da elipse então:

�� + �� = 1,

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.

Como L é um ponto da elipse então:

�� + �� = 1, Logo,

� = � sen �. Com isso podemos concluir, que a paralela ao eixo x passando por L, intercepta

o segmento OC, no ponto D, o qual é a intersecção da circunferência de raio b com o

segmento OC.

E portanto a elipse, tem como equações paramétricas:

E� = � cos �� = � sen �. 3.3.3 Aplicação

Segundo Pérez (2006 p. 236), o primeiro a estudar a elipse foi Menecmo (380-

320 a.c). Os focos de uma elipse foram estudados por Pappus de Alexandria. A elipse

foi aplicada na teoria de movimentos de planetas, por Johannes Kepler (1571-1630).

3.4 Hipérbole

Dados, dois pontos no plano, �9 e �, nomeados focos, um ponto P, que se move

no plano de forma que a diferença das distâncias dos focos ao ponto P, se mantém

sempre igual a uma constante 2�, ou seja, |��911111 − ��11111| = 2�, descreve no plano um

ramo de uma hipérbole.

Se os focos dados tem coordenadas: �9 = �−A, 0� e � = �A, 0�, para A > 0, e

seja � = ��, �� então:

GH�� + A� + � − H�� − A� + �G = 2�.

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Simplificando a equação acima, temos a equação cartesiana de uma hipérpole:

�� − �A − � = 1. Fazendo �² = A² − �², ficamos com a equação:

�� − �� = 1 , �1�

3.4.1 Mecanismo Articulado

Um dos mecanismos usados para traçar hipérbole é o Hiperbológrafo de

Delaunay, apresentado na figura 9.

Figura 9: Hiperbológrafo de Delaunay

Uma reprodução do Hiperbológrafo de Delaunay, no GeoGebra, é constituída

por um losango ABCD articulado, três retas, concorrentes num mesmo ponto O, das

quais duas são perpendiculares entre si, e a outra é oblíqua. Nesta última reta, tem-se um

ponto M, o qual esta ligado, por segmentos de mesma medida e menor que a medida do

losango, aos vértices A e C do losango, os quais estão sobre uma das outras duas retas.

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.

Com isso, a medida que o ponto M se move na reta oblíqua, ele movimenta os

vértices A e C sobre outra reta. Nos vértices B e D, que representam as lapiseiras, as

quais traçam, cada uma, um ramo da hipérbole. A figura 10, representa um applet da

reprodução do hiperbológrafo no GeoGebra, nela pode-se variar as medidas das varetas

que compõem o mecanismo, para dar movimento ao mecanismo deve-se movimentar o

ponto M sobre a reta obliqua.

Figura 10: Hiperbológrafo reproduzido no GeoGebra

Uma pergunta que pode ser realizada é se acurva apresentada se trata mesmo de

uma hipérbole? Vamos verificar que o mecanismo traça, de fato, uma hipérbole. Para

isso, escolhe-se as duas retas do mecanismo, perpendiculares entre si, como os eixos de

um sistema de coordenadas retangulares. Mostraremos que as coordenadas dos pontos

que traçam a curva, respeitam uma equação do tipo (1).

Designando como o eixo das ordenadas a reta na qual se movem os vértices A e

C, e o ponto O , que é a intersecção entre as três retas do mecanismo, será a origem do

sistema de eixos. E portanto como o eixo das abscissas a reta perpendicular a ela.

Considerando a diagonal BD do losango ABCD, das propriedades desse

quadrilátero, sabemos que o segmento BD, está contido na mediatriz do segmento AC, e

que portanto é perpendicular ao eixo das ordenadas. Como M é equidistante dos pontos

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A e C ele também pertence a mediatriz do segmento AC. As coordenadas dos pontos M,

B, D são respectivamente ��C, ��, �−�, �� e ��, ��. Conforme figura 11.

Figura 11: Hiperbológrafo

Temos que o ponto M pertence a uma reta que passa pela origem, portanto suas

coordenadas respeitam uma equação do tipo: � = I�, onde k é um número real, não

nulo. Daí temos que suas coordenadas são +JK , �-. Agora considerando L a medida dos lados do losango e M a medida dos

segmentos AM e CM, note que com isso L > M. E sendo S a intersecção das diagonais

AC e BD, temos pelo triângulo retângulo SAD que:

� + N<B2 O = L, �2�

E pelo triângulo retângulo SAM temos que:

+�I- + N<B2 O = M², �3�

Então subtraindo (3) de (2) vem,

� − �I = �L − M�.

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Dividindo ambos os membros da equação por �L − M� temos,

�L − M − �I�L − M� = 1 . Fazendo �² = L² − M² e �² = I²�L − M� chegamos em (1).

Observe que o exposto acima é válido para as coordenadas do ponto B, sendo

que suas coordenadas são �−�, ��, que irão respeitar a mesma equação visto que �−�� = �².

Agora analisemos um pouco o mecanismo, a medida que � determina o valor

do semi-eixo da hipérbole, e são os tamanhos dos lados do losango e do segmento AM,

que determinam o valor de �. Se nos perguntarmos quais os elementos que determinam

as coordenadas dos focos, sabemos que os focos possuem coordenadas �−A, 0� e �A, 0�

onde A² = �² + �². E com isso, analisando veremos que as coordenadas dos focos

dependem da inclinação I da reta onde o ponto M se desloca além, é claro, das medidas

dos lados do losango e do segmento AM.

3.4.2 Parametrização

Considerando as funções cosseno hiperbólico e seno hiperbólico dadas,

respectivamente, por

cosh � = #R + #SR2

e

"#$ℎ � = #R − #SR2 . Como cosh � − "#$ℎ � = 1, podemos parametrizar o ramo direito da hipérbole

pelo traço da curva �: ℝ → ℝ, definida pelas seguintes equações paramétricas:

U� = � cosh �� = � senh �.

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3.4.3 Aplicação

A hipérbole tem como propriedade refletora que se a partir de qualquer ponto C

for direcionado um sinal a um dos focos, estando este foco no lado oposto a um dos

ramos da curva, em relação ao ponto C, então o sinal ao incidir sobre um ramo da

hipérbole, será refletido tomando a direção do outro foco. A figura 12, é uma applet que

apresenta esta propriedade, onde os controles deslizantes a e b referem-se aos

coeficientes da equação cartesiana mencionada acima.

Figura 12: Propriedade refletora da hipérbole

Uma aplicação dessa propriedade, são os telescópios de reflexão. Os quais são

constituídos basicamente por dois espelhos, um maior, chamado de primário, o qual é

parabólico, e um menor, hiperbólico. Os espelhos são dispostos, de forma que os eixos

da parábola e da hipérbole coincidam e que o foco da primeira coincida com um dos

focos da segunda.

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Quando os raios de luz paralelos ao eixo da parábola, são refletidos pelo espelho

primário são dirigidos ao foco, pela propriedade refletora da parábola. E como este

também é foco da hipérbole, pela propriedade refletora da hipérbole os raios de luz são

refletidos e dirigidos ao outro foco da hipérbole. Os raios passam por um orifício, no

centro do espelho primário, atrás do qual encontra-se um lente ocular que permite

corrigir a trajetória da luz, que chega finalmente aos olhos do observador ou à película

fotográfica.

3.5 Ciclóide

A ciclóide é definida como o lugar geométrico do ponto fixo P da circunferência

de um círculo de raio V, que rola com velocidade constante e sem deslizar sobre uma

reta de um mesmo plano que o círculo. A figura 13 representa um applet sobre a

ciclóide, onde vizualiza-se o movimento descrito na definição acima.

Figura 13: Ciclóide

Segundo Pérez (2006, p. 93), o primeiro a estudar a ciclóide foi Nicolás de Cusa

(1401-1464), em 1450, quando tentava encontrar a área de um círculo por integração.

Marin Mersenne (1588-1648), deu a primeira definição própria da ciclóide e expressou

algumas propriedades elementares, como por exemplo: que a distância entre duas

cúspides adjacentes é igual a circunferência do círculo rolante. Mersenne tentou

encontrar a área abaixo da curva por integração, porém não obteve sucesso, e com isso,

em 1615, propôs a questão a outros matemáticos. O nome, ciclóide, foi atribuído por

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Galileu Galilei (1564-1642) em 1599, que estudou suas propriedades durante 40 anos,

escrevendo sobre a ciclóide para Evangelista Torricelli (1608-1647), em 1639.

Segundo (Martins, 2005, p. 4) a ciclóide é a solução para um famoso problema:

Determinar entre todas as curvas suaves de um plano vertical, que une dois pontos �9 e �, estando o primeiro acima do segundo, na qual uma partícula deslizará de �9 a � no

menor tempo possível. Esse problema foi resolvido por Johann Bernoulli em 1696 e

recebeu o nome de problema da Braquistócrona (do grego tempo mais curto). A solução

também foi apresentada por Leibniz (1646-1716), Newton (1642-1727), Jacob Bernoulli

(1654-1705) e L’Hôspital (1661-1704).

3.5.1 Parametrização

Para a parametrização da ciclóide, consideraremos sem perda de generalidade

que o ponto P está na origem do sistema cartesiano e o eixo � é a reta na qual o círculo

de raio V rola, conforme a figura 14.

Figura 14: Ciclóide

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Note que quando o círculo gira um ângulo t, seu centro O se move um

comprimento ;<1111. E como não existe deslizamento no movimento, temos que ;<1111 =<�W = V�. Como P pertence ao círculo, temos também que: X<1111 = V, XB1111 = V cos �

e �B1111 = V sen �. E com isso, as equações paramétricas da ciclóides são:

U���� = ;<1111 − �B1111 = V� − V sen ����� = X<1111 − XB1111 = V − V cos � .

3.5.2 Ciclóide reduzida e Alongada

Uma generalização dessa curva, é dada ao fixar uma haste de comprimento �,

sobre o raio que contém o ponto P, de tal forma que uma das extremidades da haste

coincida com o centro O do círculo. O lugar geométrico descrito pela outra

extremidade da haste, quando o círculo rola, tem como equações paramétricas:

U���� = ;<1111 − �B1111 = V� − � sen ����� = X<1111 − XB1111 = V − � cos � . Se V > �, obtém-se uma ciclóide reduzida. Que tende a se tornar uma reta,

quanto menor for o valor de �, conforme a figura 15.

Figura 15: Ciclóide reduzida

Se V Y �, obtém-se uma ciclóide alongada ou trocóide, conforme apresenta a

figura 16.

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Figura 16: Trocóide.

3.6 Epiciclóide

A epiciclóide é definida como a trajetória de um ponto P, fixo a uma

circunferência de um círculo de raio r, que rola exteriormente, sem deslizar e com

velocidade constante, sobre a circunferência exterior de outro círculo fixo de raio R. A

figura 17, representa um applet sobre a curva. Nela pode-se variar os valores dos raios

dos círculos, além poder restringir o número de voltar que círculo rolante dá sobre o

fixo, usando o controle deslizante n.

Figura 17: Epiciclóide

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A epiciclóide pode ser vista como uma generalização da ciclóide, onde troca-se

a reta, na qual um círculo rola, por outro círculo fixado. E como o círculo, rola sobre a

circunferência exterior do fixo, o que explica o nome de epiciclóide, visto que epi vem

do grego (sobre ou acima).

Segundo Pérez (2006, vol 1, p. 239), entre alguns dos nomes que estudaram, a

epiciclóide, se encontram: Alberto Durero (1471-1528), Girard Desargues (1591-1661),

Isaac Newton (1642-1727), Jacob Bernoulli (1654-1705) e Leonhard Euler (1707-

1783).

3.6.1 Parametrização

Para determinar a parametrização, da epiciclóide, iremos considerar como

origem do sistema cartesiano o centro O do círculo fixo. Por definição, os círculos são

tangentes, com isso temos que, o ponto de tangência A, esta sobre o segmento XXC, onde X’ é o centro do círculo rolante. Para determinar as coordenadas do ponto P,

iremos analisar as coordenadas do ponto X’, e assim encontrar as coordenadas de P, em

relação a X’. Tomaremos, que no início do movimento o ponto P, coincidia com o ponto

de tangência, com coordenadas �[, 0�, conforme figura 18.

Figura 18: Epiciclóide

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Primeiramente, toma-se como parâmetro o ângulo � formado, entre o segmento XX′ e o eixo � positivo. Assim sendo as coordenadas do ponto X′ são dadas por:

U� = �[ + V� cos �� = �[ + V� sen �. Sendo ; = �[, 0�, o ponto de partida do ponto P, como não ocorre deslizamento

no movimento, temos que para qualquer ângulo �, os arcos <;W # <�W possuem a mesma

medida. E com isso temos que o ângulo � = XX′] � é igual a:

� = [V �. E considerando a reta perpendicular ao eixo � passando por X′, temos também

que o ângulo entre ^X′] �, onde H é o pé da perpendicular sobre o eixo �, é igual a:

^X′] � = � − +_2 − �- = [ + VV � − _2. E com isso, podemos determinar as coordenadas do ponto P, que são:

=� = �[ + V� cos � + V sen N[ + VV � − _2O� = �[ + V� sen � − V cos N[ + VV � − _2O.

Usando agora as propriedades de diferença de arcos temos:

=� = �[ + V� cos � − V cos N[ + VV �O� = �[ + V� sen � − V sen N[ + VV �O.

3.6.2 O traço da epiciclóide

O traço da epiciclóide, é sensível a razão ` = [ V⁄ . Se m for um número inteiro,

então o traço será constituído por m ramos, que não se cruzam, possuindo também m

cuspídes, que são os pontos de contatos da curva com círculo fixo. A figura 19,

apresenta um exemplo.

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Figura 19: Epiciclóide com m sendo inteiro

Se m, for uma fração do tipo � �⁄ com `bA��, �� = 1, com � c 1, então o traço

terá � ramos que se cruzam, conforme figura 20, e o círculo rolante completará um

período em b voltas sobre o círculo fixo. E se m for um número irracional, então ao

contrário dos outros dois casos, a curva não será fechada, não possuíndo assim um

período.

Figura 20: Epiciclóide de razão m=2,5.

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3.6.3 Epiciclóide reduzida e alongada

Analogamente ao caso da ciclóide, pode-se generalizar fixando se uma haste de

comprimento A, sobre o raio que contém o ponto P, de tal forma que uma das

extremidades da haste coincida com o centro X′ do círculo rolante. O lugar geométrico

descrito pela outra extremidade da haste, quando o círculo rola, tem como equações

paramétricas:

=� = �[ + V� cos � − A cos N[ + VV �O� = �[ + V� sen � − A sen N[ + VV �O.

E quando V > A, chama-se a curva de epiciclóide reduzida, e quando V Y A

chama-se de epiciclóide alongada ou epitrocoide. A figura 21, representa um applet,

semelhante a da figura 17, onde além dos raios pode-se variar o tamanho da “haste” de

comprimento c..

Figura 21: Epitrocoide,

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3.6.4 Casos especiais

Há dois casos especiais da epiciclóide, quando [ = V, tem-se a cardioide,

conforme a figura 22.

Figura 22: Cardióide

Quando [ = 2V, tem-se a nefroide, conforme a figura 23.

Figura 23: Nefróide.

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O primeiro a atribuir o nome cardióide a curva, segundo Pérez (2006, p. 81), foi

Francesco de Castillon (1704-1791). Seu nome é devido a sua semelhança com um

coração: da palavra grega kardia (coração) e eidos (forma).

E o nome da nefróide tem sua origem no termo grego nephros, que significa

forma de rim, e foi empregado por Proctor em 1878. Essa curva começou a ser estudada

por Huygens e Tschirnhausen em 1679. Alguns anos depois, os irmãos Bernoulli

dedicaram seus esforços: Jacob Bernoulli em 1692 e Daniel Bernoulli em 1725.

3.7 Hipociclóide

Dado um círculo fixo de raio R, e outro círculo de raio r, sendo que [ > V. Hipociclóide é o lugar geométrico, do ponto P fixo sobre a circunferência do círculo de raio r, quando este move-se sobre a parte interna da círcunferência do círculo de raio R, com velocidade constante e sem deslizar. A figura 24, representa um applet, sobre a curva, nela pode-se variar os valores dos raios dos círculos, além poder restringir o número de voltar que círculo rolante dá sobre o fixo, usando o controle deslizante n.

Figura 24: Hipociclóide

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3.7.1 Parametrização

Considera-se, sem perda de generalidade, o sistema cartesiano cuja origem será o centro O do círculo fixo. Por definição, os círculos são tangentes, com isso temos que, o centro X′ do circulo rolante, esta sobre o segmento X<, onde A é o ponto de tangência entre os círculos. Para determinar as coordenadas do ponto P, iremos analisar as coordenadas do ponto X’, e assim encontrar as coordenadas de P, em relação a X’. E tomaremos, que no ínicio do movimento o ponto P, coincidia com o ponto de tangência, com coordenadas �[, 0�. Veja na figura 25.

Primeiramente, toma-se como parâmetro o ângulo � formado, entre o segmento XX′11111 e o eixo � positivo. Assim sendo as coordenadas do ponto X′ são dadas por:

U� = �[ − V� cos �� = �[ − V� sen �.

Figura 25: Hipociclóide.

Sendo ; = �[, 0�, o ponto de partida do ponto P, como não ocorre deslizamento

no movimento, temos que para qualquer ângulo �, os arcos <;W # <�W possuem a mesma

medida. E com isso temos que o ângulo � = <X′] � é igual a:

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� = [V �. E considerando a reta perpendicular ao eixo � passando por X′, temos também

que o ângulo entre ^X′] �, onde H é o pé da perpendicular sobre o eixo �, é igual a:

^X′] � = <X′] � − <XCW^ = [V � − +_2 + �- = N[V − 1O � − _2. E com isso, podemos determinar as coordenadas do ponto P, que são:

=� = �[ − V� cos � − V sen N[ − VV � − _2O� = �[ − V� sen � − V cos N[ − VV � − _2O.

Usando as propriedades de diferença de arcos tem-se:

=� = �[ + V� cos � + V cos N[ + VV �O� = �[ + V� sen � − V sen N[ + VV �O.

3.7.2 O traço da hipociclóide

O traço da hipociclóide, é sensível a razão ` = [ V⁄ . Se m for um número inteiro, então o traço será constituído por m ramos, que não se cruzaram, possuindo também m cuspídes, que são os contatos da curva com círculo fixo. Na figura 26, temos que a razão é 4, e verifica-se que a curva possui quatro cúspides.

Figura 26; Hipociclóide com m=4

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Se m, for uma fração do tipo � �⁄ com `bA��, �� = 1, com � c 1, então o traço terá � ramos que se cruzam, conforme figura 27. E se m for um número irracional, então ao contrário dos outros dois casos, a curva não será fechada, não possuíndo assim um período.

Figura 27: Hipociclóide de razão m=10/3

3.7.3 Hipociclóide reduzida e alongada

E como no caso da ciclóide e da epiciclóide, pode-se generalizar a hipociclóide fixando se uma haste de comprimento A, sobre o raio que contém o ponto P, de tal forma que uma das extremidades da haste coincida com o centro X′ do círculo rolante. O lugar geométrico descrito pela outra extremidade da haste, quando o círculo rola, tem como equações paramétricas:

=� = �[ − V� cos � + A cos N[ − VV �O� = �[ − V� sen � − A sen N[ − VV �O.

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Quando V > A, chama-se a curva de hipociclóide reduzida, e quando V Y A chama-se de hipociclóide alongada ou hipotrocoide. A figura 28, representa um applet,

na qual pode-se variar as medidas dos raios e da “haste” de comprimento c.

Figura 28: Exemplo de uma hipociclóide reduzida.

E quanto as hipociclóides reduzidas, existe um tipo de régua especial, conhecida como régua mágica (figura 29), que desenha hipociclóides reduzidas.

Figura 29: Régua Mágica.

A régua, é composta por regiões circulares dentadas, com raios diferentes. E três peças circulares de tamanhos diferentes com dentes, para encaixarem nas regiões. E nessas peças existem furos, nos quais se introduz uma caneta ou lápis, e ao fazer que a peça movimente-se sobre as circunferências das regiões, obtem-se uma hipociclóide reduzida.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ideia inicial do trabalho era realizar a construção de um site.No entanto, visto

que no projeto “Aplicativos para o Ensino de Geometria”, do qual participou-se em

2013, apresentou problemas de hospedagem do site, optou-se pela construção de um

blog para evitar problemas semelhantes, e para que tivessemos êxito em nossa proposta

de divulgação do trabalho na rede.

A ideia central do trabalho foi mostrar a capacidade de usar meios virtuais para

disseminar o conhecimento sobre conteúdos matemáticos, especificamente sobre

curvas. Acredita-se que o blog poderá continuar recebendo publicações, sendo estas de

autoria do proponente, ou caso algum professor do curso tenha interesse e queira

continuar, poderá desenvolver um projeto com alunos, ou ser ele próprio o responsável

por alimentar o ambiente. Pensamos que a ideia de um projeto com este viés

(tecnologias e matemática), é algo extremamente interessante, visto que propiciaria uma

oportunidade a alunos do curso de Matemática, de associar os aprendizados da

disciplina de Recursos Tecnológicos, recentemente colocada no currículo, com os

contéudos de Matemática Superior.

Por fim, acredita-se que o trabalho possibilitou ao autor uma experiência com a

ferramenta blog, voltado para o ensino de matemática, que poderá ser útil caso queira

desenvolver algo semelhante na prática docente. Além disso, esse trabalho proporcionou

uma revisão dos conceitos de curvas planas e um aprendizado maior sobre as mesmas,

visto que as construções realizadas demandaram um estudo mais aprofundado sobre o

tema.

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REFERÊNCIAS

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