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GEOGRAFIA

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REGIÃO NORDESTE e AMAZÔNIA

• A ocupação da região nordeste;

• O Quadro Social do Nordeste Brasileiro;

• O Caminho de Volta;

• Zona da Mata, Sertão, Agreste e Meio-Norte.

• A AMAZÔNIA

• Aspectos Naturais;

• Ocupação Humana e Projetos Desenvolvidos na região amazônica;

• Agricultura e Pecuária e a Importância dos Rios.

• O HOMEM E O AMBIENTE NO ESPAÇO E NO TEMPO

• Conseqüências da ação do Homem na Biosfera

Objetivos.

� Você vai identificar o quadro social do nordeste, com as causas principais da migração nordestina.

� Verá os contrastes existentes nessa região, bem como as diferenças do nordeste com as demais regiões do país.

� Você vai identificar o espaço ocupado pela Amazônia e os projetos desenvolvidos na região.

� Vai reconhecer a importância da Amazônia para o Brasil e o mundo. � Deverá concluir que todo ser humano faz parte do ambiente que o cerca e que

deve preservá-lo para que possa continuar existindo em boas condições de vida. � Verá que o ambiente humano se situa na biosfera e que variações de ambientes

formam ecossistemas fechados. � Você estudará as conseqüências da ação do homem na Biosfera, destruindo o

ambiente com: desmatamentos, industrialização, poluição das águas e da atmosfera.

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Saiba que...

As mudas de cana-de-açúcar vieram para o Brasil das Ilhas de Açores e Cabo Verde. O açúcar era comprado na Europa a preços altíssimos e chegava a ser vendido em gramas nas farmácias.

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO NORDESTINO O nordeste foi a primeira área ocupada e colonizada no espaço brasileiro, e, por

muito tempo, foi o principal centro econômico e social do Brasil. A partir de 1530, foi introduzido o cultivo da cana-de-açúcar no litoral nordestino.

O seu desenvolvimento se deve à fatores naturais, como o clima quente e úmido (tropical) e ao solo massapê.

Os estados que compõem a região Nordeste são nove, como você pode

observar no mapa abaixo.

A partir da capitania de Pernambuco, as plantações de cana-de-açúcar

espalharam-se rapidamente e passaram a tomar conta da chamada zona da mata. O tipo de organização econômica e social determina a formação e organização

do espaço. A economia açucareira influenciou muito na formação e organização do espaço nordestino. A sociedade nordestina era formada pelos senhores de engenho e suas famílias, alguns trabalhadores assalariados e pelos escravos que constituíam a maior parcela da população. Aos senhores de engenho cabia o poder de governar a sociedade açucareira.

Disso, se conclui que a sociedade do

espaço nordestino se organizou de acordo com o interesse da classe dominante, representada pelos senhores de engenho.

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Saiba Que... Na Bahia, desenvolveu-se o cultivo

do fumo, que era utilizado para a compra de escravos. Essa região, ainda hoje, e uma das maiores produtoras de fumo do país.

A prosperidade da economia açucareira do nordeste durou até a segunda metade do século XVII, quando o açúcar produzido na América Central, pelos holandeses passou a concorrer com o açúcar produzido no nordeste, prejudicando o comércio e a sua produção.

A CRIAÇÃO DE GADO

Paralelamente ao cultivo da cana-

de-açúcar no nordeste, foram introduzidas as primeiras cabeças de gado que serviam para fornecer carne e movimentar engenhos e transportes. Com a utilização da faixa litorânea apenas para plantio de cana, o gado passou a ser criado mais para o interior. Desta forma, a criação de gado contribuiu para a ocupação do interior do nordeste.

Que aspectos naturais favoreceram a interiorização da criação de gado no

nordeste? A vegetação cerrado, (com cobertura vegetal mais aberta, rasteira), os depósitos

de sal-gema e a abundância das águas dos rios Paranaíba e São Francisco.

O Algodão

Com o desenvolvimento da indústria têxtil (tecidos), na Inglaterra, Portugal iniciou o cultivo do algodão na colônia e, devido ao clima quente e seco, o sertão nordestino destacou-se nessa atividade. Assim como a cana, o algodão era produzido para exportação. Desta forma, exportávamos matéria-prima e importávamos produtos industrializados (roupas e tecidos).

Uma história comum.

“Vim direto para São Paulo, eu, minha mulher e três filhos pequenos. O primeiro contato

com a cidade assusta...” E Raimundo, paraibano, 48 anos continua: “Quando descemos do ônibus fiquei assim meio sem saber pra onde ir. Os motoristas

de táxi gritavam oferecendo para levar a gente. Fiquei confuso. Depois de um tempo cheguei pra um que tinha um jeito assim de falar meio nordestino e disse pra ele que estava procurando um colega que morava aqui”.

Aí ele perguntou: -Você tem o endereço da casa dele? Eu mostrei o papel e ele falou: -É fácil, entra...

O colega mora numa casinha simples na periferia. Deu pra se acomodar todo mundo... Hoje sou ferramenteiro numa indústria. Minha mulher lava para fora. Os filhos estudam e ajudam em casa.

Aqui a gente sofre. Quando chove, inunda tudo com aquele córrego ali, imundo; mas pelo menos tenho trabalho. Até pedi para meu amigo lá da Paraíba: vem, foge da seca.

Veio sozinho. O difícil foi arrumar morada. Ficou com a gente até arrumar trabalho: servente de pedreiro. E passou a morar na obra.

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Depois perdi ele de vista. Me disseram que tá desempregado, parado na favela do Pato Feio, e pensa em voltar para a terrinha natal...”

Observando esse texto você pode perceber que essa é uma história comum nos

nossos dias, pode ser a história de alguém que você conhece, ouviu falar, ou mesmo a sua.

Grande parte da população do Centro-Sul é formada por migrantes nordestinos. Você sabe de que estados vêm essas pessoas? A região nordeste é composta pelos

estados: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas, leste do Maranhão e norte de Minas Gerais. Como você pode observar no mapa ao lado.

Quando você pensa no nordeste, o

que geralmente vem a sua cabeça? Sem dúvida, a seca e a miséria. Ouvindo histórias como a que você leu

anteriormente, lendo notícias no jornal ou mesmo assistindo ao noticiário da televisão, a pobreza da população surge como uma característica marcante do nordeste.

Isso não ocorre somente no sertão. Esse quadro social é encontrado em grande

proporção na Zona da Mata, região que possui os melhores solos e climas do Nordeste. Esse dramático quadro social não deriva das adversidades do meio natural (a seca, por exemplo), como muitas pessoas procuram justificar. Deriva da forma como está organizada a sociedade e da distribuição de renda.

Veja no quadro abaixo, que os nordestinos recebem os menores salários do

país, as crianças são subnutridas, os índices de analfabetismo são grandes, quando comparados com outras regiões do Brasil. A maior prova da pobreza nordestina está no fato de sua população ter se espalhado por todo o Brasil. O nordestino não migra porque desgoste de sua terra. Seu sonho é ganhar dinheiro e voltar para viver em melhores condições do que quando partiu obrigado a buscar emprego em outros lugares, viaja fascinado pelas notícias que chegam do Rio, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

O nordeste não foi sempre uma região pobre, mas a partir do século XVIII iniciou-se a decadência da economia nordestina dificultando a sobrevivência de todos os habitantes. Com a decadência da atividade canavieira e a modernização da economia de outras regiões brasileiras, a população nordestina começa a migrar à procura de emprego.

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No Norte e no Nordeste brasileiros, a porcentagem de crianças entre 7 e 14 anos que têm acesso ao ensino fundamental não passa de 89%. Nessas regiões registra-se o maior número de crianças excluídas do país. Além disso, parte daquelas que consegue matrícula acaba sofrendo graves problemas, como reprovação e abandono, ou é obrigada a estudar em escolas precárias. As escolas mais pobres situam-se principalmente no interior dos estados e muitas não dispõem de estrutura básica, como merenda, material escolar e professores suficientes. Crédito: Sergio Dutti

Portanto, os pobres do nordeste ajudaram a desenvolver o Sudeste trabalhando nas indústrias, no comércio, construindo prédios, casas e estradas.

O Caminho de Volta

De acordo com dados do IBGE, a

migração com destino ao nordeste aumentou nesta década. Cerca de 384.000 imigrantes desembarcaram nos estados nordestinos entre 1991 - 1996. Segundo os demógrafos (estudiosos da distribuição no espaço da população) está ocorrendo “a migração de retorno”: os nordestinos que haviam migrado para outras regiões do país estão voltando para seus estados de origem.

Os brasileiros encontram cada vez

menos motivação para deixar as regiões onde nasceram. O sul “maravilha” perdeu seu apelo. Assim também as regiões

O Quadro Social do Nordeste Brasileiro

O nordeste do Brasil, que sustentou Portugal com suas exportações de açúcar nos séculos XVI e parte do século XVII, apresenta hoje um dramático quadro social, possuindo:

� 51% da população analfabeta do Brasil com idade superior a 10 anos; � 50% das moradias subumanas do país; � Quase dois terços da população subnutrida do Brasil; � Quase a metade dos trabalhadores cuja renda não atinge meio salário mínimo; � Alta ocorrência de nanismo - deficiência no porte e estatura física das crianças -

causada pela insuficiência dos alimentos.

Os Três Complexos Regionais

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norte, centro-oeste e sudeste deixaram de atrair tantos brasileiros como nas décadas passadas.

A falta de preparo profissional, o subemprego nas cidades, precárias condições

de moradias, transportes, fazem com que os nordestinos se decepcionem e voltem ao seu estado em busca de condições de sobrevivência. (Folha de S. Paulo - 06/08/97)

Mas a região nordeste não é

homogênea, existem áreas mais industrializadas e outras de agricultura tradicional subdesenvolvidas. Costuma-se dividir a região em quatro sub-regiões: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte.

Zona da Mata

Zona da Mata: é a sub-região

mais povoada, urbanizada e industrializada, no sentido leste-oeste. É uma estreita faixa de terras que vai do litoral oriental até o Planalto de Borborema.

O clima nessa área é o tropical úmido com temperaturas elevadas e

chuvas abundantes concentradas de março a junho. Observando o mapa A você pode concluir que são encontrados os seguintes

tipos de climas: tropical úmido, tropical típico e semi-árido.

Por causa do clima úmido encontrado nessa área da região nordeste, a

vegetação original era a Mata Atlântica, hoje quase totalmente destruída.

Sub-regiões do Nordeste

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De acordo com o mapa B os tipos de vegetação encontrados na região nordeste são: Mata dos Cocais, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Vegetação Litorânea.

A Zona da Mata pode ser dividida em três partes: Zona da Mata açucareira - vai do Rio Grande do Norte até o norte da Bahia.

Nessa região predominam as grandes propriedades rurais (latifúndios) que cultivam a cana-de-açúcar (desde a época colonial), voltada para a fabricação do açúcar para exportação.

Recôncavo Baiano - área situada ao redor da cidade de Salvador, destaca-se pela exploração de petróleo e pelas indústrias (petroquímicas).

Sul da Bahia, zona do

cacau - área em torno das cidades de Itabuna e Ilhéus, voltada para o cultivo do cacau, importante produto de exportação.

Na Zona da Mata

encontra-se a maioria da população nordestina e as metrópoles de Recife e Salvador. É a área mais rica do nordeste, mas é também onde se localizam os maiores problemas sociais: é grande o número de desempregados e mendigos nas ruas. No meio rural, os salários são baixíssimos, muitas vezes inferiores ao mínimo.

O sertão corresponde às terras interioranas,

abrangendo mais da metade da área total do nordeste. O que mais caracteriza o sertão é o clima semi-árido: é um clima tropical com temperaturas elevadas e baixa quantidade de chuvas. As chuvas concentram-se durante dois ou três meses do ano, com longos períodos de estiagens (secas). A vegetação típica dessa região é a caatinga, uma mata esparsa que consegue sobreviver em solos rasos e arenosos com pouca quantidade de água, possui raízes longas que buscam água no subsolo,

com folhas pequenas e às vezes espinhos que evitam a perda de água pela evaporação.

Exercícios. Responda em seu caderno:

01. Por que o nordeste é considerado a região “problema” do Brasil?

02. Cite os tipos de climas encontrados no nordeste.

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Você sabe o que é “indústria da

seca?”.

São formas de tirar proveito da seca em benefício das pessoas poderosas, sem contribuir para resolver os terríveis problemas da população pobre.

O Nordeste sofre períodos de seca mais intensa por causa do fenômeno climático El Niño, que provoca graves estiagens na região, como em 1998. A área mais crítica é o chamado polígono das secas, onde fica o semi-árido nordestino: no interior dos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe, estendendo-se ao norte da Bahia e do estado de Minas Gerais, especialmente no vale do Jequitinhonha. Crédito: Ana Araújo

Os rios do sertão nordestino são em geral, intermitentes, isto é, secam por longos períodos do ano. O Rio São Francisco corre mesmo nos períodos de seca sendo, portanto, perene.

Com a construção de açudes ou represas tenta-se regularizar o curso de rios

intermitentes como o rio Jaguaribe, no Ceará. O verdadeiro motivo da migração da população sertaneja é a estrutura fundiária

(distribuição das terras), onde um pequeno número de proprietários é o dono de grande parcela das terras férteis para agricultura. No entanto, sendo a seca um fenômeno natural, é uma justificativa bem mais simples e cômoda para a pobreza nordestina. Com a grande divulgação dos efeitos dramáticos da seca pelos meios de comunicação, os grupos dominantes do nordeste conseguem verbas e auxílio do governo. Esses recursos são utilizados para atender suas necessidades particulares: os fazendeiros constroem em suas propriedades, estradas, açudes e poços artesianos.

A seca.

Dentro desse contexto histórico do Nordeste, que nos mostra um passado rico e um presente cheio de conflitos, a seca, sempre esteve presente.

Contudo, a ação do homem sobre a natureza vem agravando o problema da seca, pois a constante destruição da vegetação natural através das queimadas ocasionou a expansão do clima semi-árido.

Todavia, apesar da seca ser realmente um problema grave, ela costuma ser exagerada e supervalorizada. Por exemplo: a maior parte dos brasileiros pensa que a seca é o principal problema do Nordeste, porém, o Brasil como um todo, é subdesenvolvido e a maioria da população tem um baixo nível de vida. Inclusive, os grandes problemas do Nordeste, como a luta pela posse de terras, remuneração baixa entre outros, ocorrem muito mais na Zona da Mata, onde não existe o problema da seca, como no Sertão.

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A maioria não migra devido à seca, mas porque a estrutura agrária e fundiária (distribuição das propriedades rurais) da Zona da Mata não permite que o número de empregos seja suficiente para atender à quantidade de pessoas que a cada ano se incorpora à força de trabalho.

Entretanto, é mais cômodo culpar a seca- um fenômeno natural - pela pobreza e deixar de lado a questão social da distribuição.

Surge assim, a “Indústria da Seca”: grupos de influência políticos ou economicamente poderosos, desde alguns prefeitos até fazendeiros e empresários – conseguem tirar proveito da seca através de sua divulgação. Noticiando a seca de forma dramática, através de meios de comunicação, esses grupos têm chance de conseguir mais verbas e auxílios governamentais. Graças ao argumento da seca, muitos empresários conseguem deixar de pagar suas dívidas bancárias, além de contrair novos empréstimos em condições especiais.

Assim, a forma pela quais as autoridades brasileiras combatem a seca (ou melhor, apenas os seus efeitos) não beneficia nem a maioria da população, nem os pequenos proprietários, mas, sim, grandes proprietários e política de influência.

O Agreste

No Agreste, predominam as pequenas propriedades, os minifúndios. A atividade econômica mais importante é a agricultura, desenvolvida sob a forma de policultura (cultivo de vários produtos), associada à pecuária leiteira semi-intensiva.

Os principais cultivos do Agreste são: algodão, café e agave (planta da qual se extrai o sisal, fibra utilizada para fabricar tapetes, bolsas, cordas etc.).

Existem, no agreste, algumas importantes cidades comerciais, isto é, centros

urbanos com intenso comércio, que constituem sua principal atividade econômica. São as chamadas cidades regionais do Agreste, entre as quais se destacam Campina Grande, na Paraíba; Feira de Santana, na Bahia; Caruaru e Garanhuns, em Pernambuco.

O Meio-Norte É uma área de transição entre o norte (Amazônia) e o nordeste, especialmente o

Sertão. Apesar de tradicionalmente ser considerada como meio-norte ou nordeste ocidental todo o Maranhão e Piauí, na verdade somente uma área que vai da bacia do rio Grajaú, a oeste até a bacia do rio Paranaíba, a leste, pode de fato ser considerada como meio-norte ou área de transição entre o Sertão semi-árido e a Amazônia úmida. A parte ocidental no Maranhão é amazônica. E a maior parte de Piauí é sertaneja, com clima semi-árido e vegetação de caatingas.

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O coqueiro de carnaúba, denominado cientificamente de “Copernicia cerifera” é uma palmácea que atinge em média 20m de altura e aparece em grandes concentrações nos vales mais úmidos do interior nordestino, principalmente nos estados de PI, CE e RN.

A área situada entre o Sertão e a Amazônia é uma faixa de terras que ocupa alguns vales fluviais: os rios Grajaú, Mearim e Itapecuru, no Maranhão, e o rico Paranaíba que serve de limite entre o Maranhão e o Piauí.

Nessa faixa de terras encontra-se a Mata dos Cocais, paisagem típica do meio

norte. A zona dos Cocais é de fato considerada uma vegetação de transição entre a caatinga e a floresta Amazônica. É constituída por palmeiras como a carnaúba e o babaçu.

A economia baseia-se no extrativismo vegetal

e na agricultura. Do caule do babaçu se extrai o palmito, de

suas sementes, um óleo utilizado na fabricação de cosméticos e de aparelhos de alta precisão. Do caule da carnaúba pode-se retirar uma cera, de seu caroço é extraído um óleo. Tanto a cera quanto o óleo da carnaúba são utilizados na fabricação de ceras, velas, lubrificantes, etc.

A agricultura do meio-norte é tradicional,

baseada no algodão, na cana-de-açúcar e no arroz. São Luiz, capital de Maranhão, é uma das

cidades mais importantes do meio-norte.

Leitura Complementar. A transposição do Rio São Francisco.

Rio São Francisco, chamado de “rio da integração nacional”, foi devastado durante décadas. Surge, agora, o plano de salvação. O ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional, garante que começa em agosto /01 a obra de transposição das águas do Rio São Francisco, a construção de gigantescas tubulações e canais num percurso de 1440 quilômetros de extensão para irrigar o sertão dos Estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Ao final de todas as obras, em 2026, o chamado “rio da integração nacional” terá dividido seu líquido com centenas de regatos, riachos e ribeirões, que tornarão perenes e darão fim, segundo se promete, à seca no sertão do Nordeste. Milagre igual só se viu até hoje no cinema. O trabalho de irrigação do deserto em Israel é quase nada quando comparado ao que se planeja no semi-árido brasileiro.

Exercícios. Responda em seu caderno: 03. O que vem a ser “a migração de retorno”? E por que está ocorrendo? 04. Que influência tem o planalto da Borborema em relação à distribuição de chuvas

no nordeste? 05. Defina o que é Meio-Norte. E quais as características naturais do Meio-Norte em

relação ao Maranhão e ao Piauí?

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O Brasil está cheio de rios que deram a vida para que o homem sobrevivesse em suas margens. O Tietê, em São Paulo, e o Rio das Velhas, em Minas Gerais, ambos transformados em esgoto em grande parte dos seus cursos, são dois exemplos disso. Com o projeto da transposição, o São Francisco está na rota certa para justificar seu nome de santo. Tanto poderá tornar-se o rio abençoado que acabou com maior flagelo das secas nordestinas, caso corra bem como pode virar o mártir de um projeto ambicioso, na hipótese de sua água não ser suficiente para sustentar ao mesmo tempo o próprio curso mais toda a rede de irrigação que se pretende construir. Se a transposição der certa, ela será o mais importante de uma enorme lista de benefícios que o rio tem proporcionado desde que, há exatos 500 anos. 2700 km do rio já atravessa o chamado Polígono da Seca, a área mais castigada por estiagens que chegam a durar três anos, como a que começou em 1877, que matou meio milhão de pessoas. Nessas ocasiões, só o Rio São Francisco segue em frente, dando vida e esperança a 15 milhões de moradores das regiões em torno do vale. Tudo o mais, rio ou planta, seca e esturrica. Moradores de mais de 500 cidades ocupam a bacia, bebem de sua água e pescam seus peixes. A energia elétrica gerada nas turbinas de nove hidrelétricas construídas ao longo de seu curso vai ainda mais longe. Parte dela abastece Salvador, que está a 500 km de suas margens. O rio é usado também para transporte de carga e para irrigar plantações de café, soja, manga, aspargo e até uva. Se a transposição falhar, entrará para uma lista de descasos e violências sofridos pelo rio. Ex.: mais de 80% da vegetação nativa foi devastada para a produção agrícola, pecuária e de carvão vegetal; na principal hidrovia, entre as cidades de Pirapora e Juazeiro, na Bahia, o assoreamento já quase impede a navegação; depois de 1982, com a conclusão da Usina de Sobradinho, a 540 km de Salvador, a vazão na foz do rio encolheu 30%, por causa dessa redução no volume de água, secaram 72 lagoas; muitas espécies de peixes não são vistas no rio; o mercúrio dos garimpos e o ferro da mineração vão matando aos poucos alguns afluentes do rio. Diante de tamanha coleção de problemas, há quem denuncie a transposição como um crime mortal contra o rio. Porque acreditam que o rio não suportará essa transposição. Por outro lado, espera-se que a transposição crie condições para pôr fim a essa lenta agonia do São Francisco.

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O que falta esclarecer. � A secular polêmica em torno à

transposição do Rio São Francisco ainda não consegue produzir um projeto totalmente conclusivo. Há no ar dúvidas em alguns pontos fundamentais.

� O Impacto ambiental. O efeito na bacia do rio ainda não foi suficientemente avaliado. O relatório de impacto ambiental se deteve na região por onde irão passar os canais e não foram analisadas as conseqüências sobre a própria bacia do São Francisco e nos rios que receberão as suas águas.

� 75% de suas águas já estão comprometidas com desenvolvimento da região. Que compensação os estados doadores terão.

O que o projeto pretende...

� Serão dois canais totalizando 703 quilômetros. � Serão empregados 1,1 milhão de metros cúbicos

de concreto, 390.000 toneladas de cimento e 71.000 toneladas de aço.

� O governo espera criar 500.000 empregos com transposição

� Espera-se que a transposição tenha potencial para irrigar 100.000 hectares

� As bacias dos rios que receberão a água do São Francisco somam 10.000 quilômetros quadrados com uma população total de 12 milhões de habitantes

� A água será levada, através de dois canais de concreto, até os açudes e reservatórios no semi-árido. Para chegar lá, terá de passar por túneis e vencer alturas de até 500 metros, com auxilio de bombas hidráulicas. A distribuição local caberá aos governos estaduais.

Artigo-(Resumo) Revista Veja, 28/02/01 - Gisela Sekeff. Veja,12/10/05 – Ronaldo

França.

AMAZÔNIA Quando você pensa em região amazônica o que normalmente vem na sua cabeça?

Provavelmente deve ter sido a imensa Floresta Equatorial (região cortada pela linha do Equador) que cobre essa imensa região natural.

A Amazônia se estende por 6,5 milhões de Km² no norte da América do Sul. Essa

mesma área pode ser identificada de três maneiras:

� Amazônia Legal (veja mapa); � Região Norte; � Amazônia Internacional, ocupando territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Equador,

Venezuela e Guianas. Qual a porção da Amazônia que se localiza em território brasileiro?

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• A Amazônia Brasileira abrange quase 5 milhões de Km² e mais da metade ( 58%) do território nacional. Essa área pode ser identificada de duas formas:

• Amazônia legal - que corresponde à Amazônia Brasileira.

• Região Norte - que é uma das cinco regiões em que o Brasil foi dividido pelo IBGE.

Aspectos Naturais Nenhuma outra vegetação do mundo possui tanta variedade em espécies como a

floresta Amazônica. É uma mata perene (permanente), latifoliada (folhas largas e grandes), densa (com árvores muito próximas uma das outras). Essa vegetação é conseqüência do clima equatorial (quente e bastante úmido).

Por causa da grande quantidade de chuvas, a hidrografia da região é riquíssima. A

bacia hidrográfica formada pelo Rio Amazonas e seus afluentes é a maior do planeta. Os rios dessa bacia estão entre os maiores do mundo: Amazonas, Tocantins, Xingu, Tapajós, Madeira etc.

O relevo da Amazônia é baixo, com predomínio de depressões e terras altas ao norte na divisa da Venezuela e Guiana.

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O solo amazônico é pobre, alimentado pela vegetação através da decomposição vegetal, é protegido da erosão das águas das chuvas pela proximidade de uma planta da outra.

Os elementos naturais dessa região são interdependentes: a vegetação protege e nutre o solo e contribui para a umidade do ar, importante para a hidrografia. O ar úmido é responsável pelas freqüentes chuvas que alimentam rios e plantas.

Floresta Amazônica

A Floresta

Amazônica ocupa cerca de 40% do território brasileiro em uma área que abrange a totalidade da Região Norte, o norte de Mato Grosso e o oeste do Maranhão, estendendo-se ainda pelos países vizinhos (Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia), além da Guiana Francesa. É uma floresta latifoliada (do latim lati, que significa "largo"), ou seja, com predominância de espécies vegetais de folhas largas.

Com características próprias de clima

equatorial, tipicamente quente e bastante úmido, é também conhecida como hiléia. Apresenta grande heterogeneidade de espécies animais e vegetais e caracteriza-se por três diferentes matas: de igapó, várzea e terra firme. A mata de igapó corresponde

à parte da floresta onde o solo se encontra inundado.

Ocorre principalmente no baixo Amazonas e reúnem espécies como liana, cipó, epífita, parasita e vitória-régia. A mata de várzea é própria das regiões que são periodicamente inundadas, denominadas terraços fluviais. Intermediárias entre os igapós e a terra firme, as espécies da mata de várzea têm formações variadas, como seringueira, palmeira, jatobá e

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É do pau-rosa, encontrado na floresta Amazônica, que se extraí o linalol, óleo que serve de matéria-prima para a fabricação do perfume francês Chanel nº 5. Para encontrar a madeira, os mateiros da região do Alto Rio Nhamundá ficam isolados na selva por até três meses, por isso têm de levar mantimentos. Porém, se não caçarem, não comem. Além do árduo trabalho dos mateiros, que cortam cerca de 2 mil árvores por ano, o pau-rosa está em risco de extinção. Crédito: Pedro Martinelli

maçaranduba. A altura dessas espécies aumenta à medida que se distanciam dos rios. As matas de terra firme correspondem à parte mais elevada do relevo. Com solos

secos, livres de inundação, as árvores podem chegar a 65 m de altura. O entrelaçamento de suas copas, em algumas regiões, impede quase totalmente a passagem de luz, o que torna seu interior muito úmido, escuro e pouco ventilado. Em terra firme encontram-se espécies como o castanheiro, o caucho e o guaraná. Os principais produtos extraídos da floresta são o guaraná, o látex e a castanha-do-pará.

A OCUPAÇÃO DO NORTE BRASILEIRO

A ocupação da Região Norte só ocorreu após um século da chegada dos portugueses ao Brasil. Durante muito tempo, a ocupação limitou-se à construção de fortes, instalações de missões religiosas e expedições à procura de ervas nativas na região.

Até a década de 70 a região Amazônica apresentava baixíssimas densidades demográficas. Com o crescimento da agropecuária e da mineração nas últimas décadas, grandes levas de migrantes chegam vindos do nordeste e centro-sul aumentando o número de cidades e provocando um intenso desmatamento.

O extrativismo vegetal já ocupa lugar de menor importância na economia regional, mas a borracha (látex) e a castanha, continuam a sustentar milhares de famílias. A ocupação e a exploração desordenada tornaram a Amazônia um problema mundial. Organizações não governamentais (ONGs) de todo o mundo se preocupam com a preservação da flora e fauna dessa região.

A Amazônia atualmente caracteriza-se por conflitos pela posse de terra, por desmatamentos e pela violência entre posseiros, grileiros, empresários e colonos.

A população da região vem aumentando e segundo o último censo do IBGE (1996), a porcentagem da população em relação ao restante do país aumentou significativamente.

Muitos projetos foram desenvolvidos pelo Governo Federal, para aumentar a fixação de pessoas na Região Amazônica.

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Desde o final do século passado, alguns acontecimentos colaboraram para aumentar a ocupação da região, tais como a extração de látex da seringueira, árvore nativa da Amazônia onde as condições de clima e solo são favoráveis ao seu desenvolvimento.

Projetos Desenvolvidos na Região

� Estrada de Ferro - Madeira - Mamoré (1903-1912), ligando Porto Velho a

Guajará- Mirim; representou um fracasso devido ao número de mortes de trabalhadores provocados por doenças tropicais e a queda da procura da borracha na época de sua conclusão.

� A Fordlândia (1928 - 1946) - ambicioso projeto de plantações de seringueiras em áreas próximas ao Tapajós. No Pará foram plantadas 3 milhões de árvores que morreram atacadas por uma praga.

� Serra do Navio (Amapá) - reserva mineral de manganês (matéria básica para a produção de aço), minério intensamente explorado nas últimas décadas usado na exportação para os Estados Unidos. Esse projeto não favoreceu a ecologia e nem os trabalhadores. Só os proprietários ganharam muito com essa exploração.

Todos esses projetos foram anteriores à criação da SUDAM (Superintendência do

Desenvolvimento da Amazônia), cujos incentivos fiscais multiplicaram os investimentos na região. Depois da criação da SUDAM foram desenvolvidos grandes projetos públicos ou privados, dentre os quais:

• Zona Franca de Manaus (1967 - 1972) teve por objetivo instalar um pólo industrial

na cidade de Manaus, através da isenção (dispensa) de impostos dos produtos aí fabricados. Os produtos estrangeiros são mais baratos que no restante do país, por não pagarem impostos de importação.

O projeto fez de Manaus a segunda metrópole da região, depois de Belém.

Esse desenvolvimento

trouxe conseqüências negativas: concentração populacional na área urbana, multiplicação da pobreza, desempregados e subempregados vivendo em favelas na periferia da cidade.

Fundada em 1616, a cidade de Belém

conserva suas construções históricas ao lado de modernos

prédios que proliferaram a partir dos anos 60, com a

construção das estradas Belém–

Brasília e Transamazônica. As

mangueiras destacam-se na vegetação, ocupando todo o

centro urbano. Crédito: André Penner

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Maior empreendimento de extração mineral do país, o Projeto Grande Carajás, localizado no estado do Pará, abrange uma região rica em jazidas de estanho, manganês e ferro, que vêm sendo exploradas pela Companhia Vale do Rio Doce. O ferro extraído é transportado por ferrovia até o Porto de Itaqui, no Maranhão, de onde segue para o mercado externo.

Crédito: André Penner

• Projeto Grande Carajás (Pará - 1980 - 1986) implantado inicialmente pela Companhia Vale do Rio Doce. Hoje privatizada, e de propriedade de um consórcio de empresas nacionais e estrangeiras.

Essa privatização foi motivo para muitos

protestos políticos e populares em todo país, mas acabou se efetivando (acontecendo).

A Serra dos Carajás no Pará é uma área

onde estão as maiores reservas de ferro do mundo, além de manganês, cobre, níquel, ouro, bauxita (minério do alumínio) e cassiterita (minério do estanho). Daí são exportados 30 milhões de toneladas de ferro por ano, principalmente com destino ao Japão.

Da mesma forma que a área representa

lucros para quem explora, traz conseqüências para o ecossistema da região: desmatamento, extinção de espécies vegetais e animais, poluição dos rios etc. Hidrelétricas: • Tucuruí: rio Tocantins no Pará. • Balbina: rio Uatumã ao norte de

Manaus. • Samuel: rio Javari em Rondônia.

Conseqüências da construção dessas usinas:

� Problemas ambientais causados pelas grandes áreas inundadas que cobrem grandes trechos da mata.

� Apodrecimento das vegetações cobertas pela água que libera gases como o metano e óxido de enxofre tornando a água ácida e exterminando um grande número de peixes.

� Destruição da fauna que vivia nos trechos alagados pela construção de barragens.

� Deslocamento da população das áreas atingidas, principalmente indígenas, tirando-as do lugar de origem.

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Chico Mendes

Veja no mapa a seguir os principais problemas ambientais que Amazônia enfrenta.

Você já ouviu falar em Chico Mendes? Sabe por que ele é o nome de um parque

natural em Sorocaba? Chico Mendes foi um líder seringalista da Amazônia. Foi assassinado em 1988.

Seu crime? Tentava impedir o desmatamento da região através da união dos seringueiros, indígenas e população ribeirinha (que vive às margens dos rios) em defesa de seus direitos e de seu modo de vida. Assassinos: pistoleiros contratados por grandes fazendeiros.

É sempre bom saber mais. Chico Mendes.

Líder seringueiro e sindicalista acreano. Militante da defesa dos seringueiros e da floresta Amazônica, ganhador do Prêmio Global 500 das Nações Unidas. Francisco Alves Mendes Filho (1944-22/12/1988) nasce na colocação Bom Futuro, no seringal Porto Rico em Xapuri.. Entra para a política sindical nos anos 60 e, na década de 70, cria os "empates", estratégia não violenta de defesa contra o desmatamento na Amazônia. Em 1977 ajuda a fundar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, do qual é

presidente de 1982 até sua morte. Elege-se vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1978. Quatro anos

depois se candidata a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mas é

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derrotado. Torna-se mundialmente conhecido por suas denúncias de destruição da floresta Amazônica. Em 1985 participa da fundação do Conselho Nacional dos Seringueiros. Ganha o Prêmio Global 500, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), em 1987. Depois de receber várias ameaças de morte, em 1988 é assassinado em sua casa por pistoleiros a mando do fazendeiro Darli Alves da Silva. Em 1990, Darli e seu filho Darci Alves Pereira são condenados a 19 anos de prisão pelo crime. Foragidos do presídio de Rio Branco três anos depois, voltam a ser preso em 1996. Fonte. Almanaque Abril.

A luta pela posse de terra na Amazônia é

notícia constante em jornais e revistas. A população indígena é constantemente expulsa de suas terras pelos fazendeiros e empresas, por projetos de mineração, hidrelétricas, abertura de estradas e derrubada da mata para exploração da madeira.

Dos cinco milhões de índios brasileiros, subsistem pouco mais de 200 mil, concentrados principalmente na Amazônia, onde lutam corajosamente para sobreviver e conservar suas

terras, costumes e tradições. Saiba mais lendo o texto complementar abaixo.

Fique por dentro. Índios no Brasil.

O Brasil tem mais de 700 mil índios, que representam 0,4% da população brasileira,

segundo o Censo de 2000, do IBGE. Na virada do milênio, a população indígena tem uma taxa de crescimento de 2,5%, superior à da média da população brasileira, e vive

Movimento dos Sem Terra,

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A região da Serra do

Navio, no Amapá, é rica em minérios,

principalmente o manganês, usado na

manufatura de liga de aço, pilhas e baterias. Na área

da Serra do Navio exploram-se também pequenas jazidas de

cassiterita, columbita e tantalita.

Crédito: Nani Gois

uma situação completamente diferente da verificada no Censo de 1990. Na época, sua contagem populacional era de 358 mil indivíduos, com tendência a diminuir, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai). Vários fatores contribuíram para a reversão dessa tendência, como o fortalecimento da identidade cultural indígena, a melhoria das condições de saúde dessa população e a aceleração de processos de demarcação de terras reservadas aos índios.

De acordo com a Funai, eles ocupam 587 áreas indígenas, que totalizam mais de 100 milhões de hectares – equivalentes a 12% do território brasileiro. Dividem-se em aproximadamente 215 etnias, comunicam-se em 180 línguas e dialetos e estão presentes em quase todo o país, exceto no Distrito Federal, no Piauí e no Rio Grande do Norte. A maior concentração indígena está no Norte do país, sobretudo no Amazonas (17% do total), seguido de São Paulo e Mato Grosso do Sul. É também no Amazonas que se encontra a maior parcela das terras indígenas (36%). As etnias mais populosas são a guarani, a caingangue e a ticuna.

Os maiores problemas que os povos indígenas enfrentam são as invasões e as tentativas de exploração econômica de suas terras por fazendeiros, posseiros, madeireiros e garimpeiros. O homem branco tem disseminado doenças até então desconhecidas dos índios, além de destruir o meio ambiente e suas tradições culturais.

Numa região coberta por florestas, com reduzido número de cidades importantes, quais seriam as principais atividades econômicas? O extrativismo, a agricultura, a pecuária e a Indústria.

O EXTRATIVISMO O extrativismo; a exploração da floresta se concentra em 4 atividades básicas: � Coleta de frutas: castanha, guaraná, etc. � Extração do látex para a produção de borracha. � Exploração de madeiras. � A pesca - elemento importante n o comércio local e base direta de grande parte

da população. � Extração Mineral – como você já viu anteriormente, o subsolo amazônico é rico

em ferro (Serra de Carajás - Pará), manganês (Serra do Navio - Amapá), bauxita (região do rio Trombetas) que é utilizada para produzir alumínio, cassiterita (Rondônia) minério de estanho, petróleo (rio Uruau - Amazonas) e ouro explorado em diversos locais da região Amazônica: Serra Pelada, rio Madeira, rio Tapajós etc.

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A ATIVIDADE EXTRATIVA DA

BORRACHA

Observando o mapa de clima da Região Norte, podemos constatar que o clima predominante é o equatorial (quente e bastante úmido), favorável ao desenvolvimento da seringueira (árvore de onde provém a borracha).

Além do clima, dois fatores do meio natural são também muito importantes: o solo e a vegetação.

O solo da região Amazônica em geral é muito pobre. Por sua cobertura vegetal

(floresta), torna-se bastante fértil pela decomposição de materiais orgânicos (folhas cascos, galhos). Através da ação da umidade, do calor e dos microorganismos do solo, esse material se decompõe dando origem ao húmus, permitindo que a floresta esteja sempre exuberante (verde).

A SERINGUEIRA - GRANDE PRODUTORA DE LÁTEX

Para que era extraído o látex da região Amazônica? O látex era extraído para a produção de borracha. A borracha passou a ter

importância internacional com a fabricação de pneus e tecidos impermeáveis, passando a ser exportada em grandes quantidades.

O responsável pela extração do látex é o seringueiro, que percorre o seringal

recolhendo pequenas quantidades do produto. O látex é defumado e entregue ao seringalista (dono do seringal) que é quem realmente lucra com a comercialização do produto.

O seringueiro, geralmente nordestino, foi responsável pela ampliação da região norte. Duas cidades prosperaram bastante: Manaus (capital do Amazonas) e Belém (capital do Pará).

A borracha começa a ser explorada no Brasil no século XIX, na Região Norte. A partir de 1869, a atividade ganha o reforço da mão-de-obra nordestina. Entre 1934 e 1940, ocorre o segundo movimento migratório do Nordeste para a Amazônia. O extrativismo gera muita riqueza para a região até o início do século XX, quando começa a enfrentar a concorrência da Malásia, para onde as sementes de seringueiras foram levadas.

Crédito: Nani Gois

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A extração do látex, porém, entrou rapidamente em decadência devido a vários fatores:

� Aparecimento da borracha sintética (produzida em laboratório); � A maior produtividade das seringueiras plantadas na Ásia (concorrência); � As condições precárias do trabalho dos seringueiros.

Você pode observar que o Brasil foi sendo ocupado aos poucos, por pessoas que se concentravam em lugares que atendiam melhor às suas expectativas de vida, que a ocupação do território nacional (Brasil) se deu de acordo com os ciclos econômicos (cana-de-açúcar, algodão, borracha) desenvolvido através dos séculos.

Os recursos naturais tiveram importância significativa no estabelecimento das

atividades econômicas que se desenvolveram nas regiões brasileiras. Como os recursos são diversificados, foram se formando no Brasil, espaços

diversificados que, a partir de 1930 passaram por um processo de integração nacional.

AGRICULTURA, PECUÁRIA E A INDÚSTRIA.

Agricultura: lavouras de subsistência (destinadas ao sustento da família e às vezes a um pequeno comércio local) e lavouras comerciais: juta, pimenta do reino. A agricultura regional é dificultada pela pobreza dos solos: abaixo da fina camada de humos (camada fértil) vem à argila, areia. A terra, depois de esgotada sua camada fértil, é devorada pela erosão, alimentada pelas constantes chuvas da região. Pecuária: feita quase sempre de forma

extensiva (gado criado solto) ou nas grandes fazendas agrícolas de áreas antes cobertas por florestas. “É uma estupidez desmatar para plantar, porque aquele solo não serve para agricultura e pastagens”.

Geógrafo. AzizAb'baber

Segundo Aziz, apenas nos três primeiros anos o cultivo de qualquer cultura dá resultados razoáveis, com o passar do tempo a água das chuvas carrega para os rios toda riqueza orgânica dos solos.

Indústria: as maiores concentrações industriais da região são encontradas em Manaus e Belém. São indústrias de bens de consumo, visando abastecer a região, o mercado interno brasileiro e à exportação (Zona Franca de Manaus).

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Do encontro desses dois rios nasce o maior rio do planeta em extensão e em volume de água, o Amazonas. As águas barrentas do Solimões quando se encontram com as águas escuras do rio Negro demoram a se misturar, num fenômeno que atrai inúmeros turistas. Crédito: Pedro Martinelli

IMPORTÂNCIA DOS RIOS Na Amazônia estão cerca de 15% das águas fluviais do planeta. Rios, canais,

lagoas, formam uma extensa rede interligando os espaços amazônicos. Além da pesca, da produção de energia (que você já viu anteriormente), os rios são

o principal meio de transporte da região.

As hidrovias são o meio de transporte mais barato que podemos encontrar. Em

Abril/97 foi inaugurada a hidrovia do rio Madeira, ligando Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM), percurso de 1.135 Km. Através de modernas barcaças com 2 mil toneladas (equivalente a 75 caminhões), é escoada a safra agrícola (soja) produzida numa extensa região que engloba Rondônia, Acre, Sul do Amazonas e oeste do Mato Grosso, através dos rios Madeira e Amazonas.

A soja produzida na região depois de descer o rio Amazonas, chega ao porto de

Itacoatiara (AM) onde é embarcada em navios graneleiros rumo ao exterior. No transporte de produtos, na circulação de pessoas, os rios amazônicos são vitais

para a economia regional. Como preservar a riqueza Amazônica e o desenvolvimento econômico? Na concepção capitalista, voltada para a obtenção de lucros em curto prazo e

pensar no futuro, a terra é um meio de negócio e simples mercadoria.

Em outras concepções (maneiras de pensar) a terra é fonte de vida, um meio de trabalho para o sustento da família e da comunidade. Procura-se um uso produtivo do solo, com a conservação do ambiente.

Para uns, desenvolver a Amazônia

significa derrubar florestas, exterminar a fauna (animais), expulsar índios e pequenos proprietários para organizar grandes fazendas e empresas de extração mineral e vegetal.

Porém, o ideal seria uma ocupação racional do espaço Amazônico através da preservação natural, da garantia de terra para as populações indígenas e do incentivo às atividades extrativas vegetais que não destruam a fauna e nem a flora local.

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O HOMEM E O AMBIENTE NO ESPAÇO E NO TEMPO Através do estudo das regiões, feito nas últimas apostilas, você pode

observar que o nosso país apresenta grandes diversidades (diferenças) regionais nos aspectos humanos e naturais.

No aspecto humano: Por sua grande extensão e pelas diferenças regionais, nosso país chega a ser chamado de país-continente, pois é formado por povos de muitas etnias (grupos de indivíduos com cultura e origem comuns) que através de seus hábitos culturais criaram paisagens bastante diferenciadas. Não só culturalmente as diferenças são grandes, mas também ao nível de desenvolvimento econômico, padrão de vida da população, da distribuição de riquezas. No aspecto natural: encontramos diversos tipos de ecossistemas.

Você sabe o que é um

ecossistema? Ecossistema é um sistema

biológico no qual há uma cadeia alimentar com vegetais e animais que dependem uns dos outros, onde há influência entre os seres vivos com o seu meio ambiente (solo, ar, clima, água, etc.).

Como você viu, a floresta Amazônica é um exemplo de um dos mais ricos ecossistemas que existem, por sua imensa variedade de espécies vegetais e animais que aí se desenvolvem.

Além da grande quantidade de plantas e animais, o solo é o elemento que

mais chama a atenção na floresta Amazônica, porque apesar de ser muito pobre em fertilidade, abriga o mais rico e diversificado ecossistema da Terra.

O solo é um recurso básico, pois sem ele outros recursos não podem existir como é o caso da flora.

Como se forma o solo? Pela decomposição das rochas e materiais

orgânicos que sofrem a ação do tempo (chuva, umidade, vento etc).

Para melhor compreender o que é o solo, observe o quintal de sua casa, um

jardim, uma rua de terra, uma estrada. Observe que a rocha já está bastante decomposta, tornando-se arável e permitindo o plantio. O solo mais adequado para uma boa produção agrícola deve conter, além de matéria orgânica, uma grande variedade de elementos minerais. Também o relevo e a topografia plana, favorecem a atividade agrícola.

SOLO: é a camada superficial da crosta terrestre, que tem vida microbiana (micróbios) e permite o crescimento das plantas.

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Por que o solo amazônico é pobre? Porque não contém os elementos minerais de que as plantas necessitam,

formados principalmente por areia e argila.

Como nesse solo se desenvolve uma floresta tão rica?

Isso ocorre porque esta vegetação vive praticamente de si mesma, a floresta se auto reproduz. A grande umidade e calor da região provocam a rápida decomposição dos frutos, folhas e galhos que caem da árvore para o solo, produzindo nutrientes que são absorvidos pelas plantas ou das plantas novas que se desenvolvem a partir de sementes caídas.

A floresta protege o solo da erosão, pois suas árvores muito juntas formam uma camada densa que o protege das enxurradas.

A fauna (espécies animais), também depende da vegetação para a sua proteção e sobrevivência.

Como você observou no exemplo acima, os elementos naturais da região amazônica, como em outros ecossistemas, se relacionam e dependem uns dos outros.

Observe que um animal se alimenta de outro e ou das plantas para sobreviver.

Num ecossistema, há um equilíbrio perfeito entre essa cadeia alimentar e a continuidade da espécie. Quando há um desequilíbrio ecológico, provocado pela natureza ou pelo próprio homem, pode haver a extinção de algumas espécies.

Por isso, o homem tem que preservar a natureza e não alterar o ecossistema com mudanças que possam prejudicar o equilíbrio ecológico.

Todos os ecossistemas do planeta estão interligados formando um sistema integrado de vida na superfície da Terra. Esse sistema é a biosfera.

A Terra é um planeta vivo, um sistema de vida onde as partes só existem em função do conjunto, funcionando como um gigantesco organismo do qual fazem parte todos os ecossistemas do planeta.

Um organismo reage diante das alterações que sofrem, procurando recuperar partes danificadas: um corte acaba cicatrizando sozinho, a pele queimada é naturalmente substituída por outra, e assim por diante.

A Biosfera também apresenta esse comportamento. Todos os seus elementos são integrados e complementares. Se um é destruído, com o tempo todos os outros sofrerão as conseqüências dessa destruição.

Nos últimos séculos, o homem tem tido um comportamento destrutivo em relação à Biosfera, encarando a natureza como mero instrumento a seu serviço. As árvores, os animais, o solo, a água, só têm importância se servirem a um objetivo econômico, ligado à busca do lucro ou da satisfação material.

Você sabe o que é biosfera? É a camada da Terra onde os seres vivos se relacionam com o meio físico (clima, solo, água etc.), permitindo a vida no planeta.

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Durante muito tempo se acreditou que a natureza fosse infinita e seus recursos inesgotáveis. Porém, hoje sabemos que a biosfera tem limites muito claros e a humanidade já começou a atingir esses limites.

CONSEQÜÊNCIAS DA AÇÃO DO HOMEM NA BIOSFERA

1) Desmatamentos

Cada vez que se derrubam árvores de uma floresta, diminui a quantidade de vapor d'água retido pelas folhas, que vai para a atmosfera, provocando uma diminuição da umidade do ar e conseqüente aumento das secas. A diminuição das chuvas, por sua vez, causa a morte de outras árvores e também de espécies animais. Outra mudança importante que ocorre nas regiões desmatadas é a elevação da temperatura no meio ambiente. Muitas regiões que já

foram bosques ou florestas tropicais podem tornar-se desérticas por causa do desmatamento.

Desmatamento na Amazônia

Calcula-se que as madeireiras ilegais tenham produzido no ano passado cerca de 8 milhões de metros cúbicos, com um lucro de pelo menos 1,8 bilhão de dólares. O último levantamento disponível sobre a quantidade de máquinas e equipamentos envolvidos na extração de madeira, realizado em 1998, identificou a existência de cerca de 8.478 caminhões e 5.006 tratores usados pelos madeireiros na Amazônia. As fábricas de motos serras – cuja venda é controlada como a de armamentos – nunca faturaram tanto nas lojas mais próximas à floresta. Segundo os registros do Ibama, o número de motos serras registradas em 2004 cresceu 11% em relação ao ano anterior.

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O setor de defensivos agrícolas também ganha. Desfolhantes – utilizados para eliminar ervas daninhas – estão na lista de opções dos desmatadores que pulverizam a mata para agilizar seu trabalho. Há incremento de negócios até com correntes de amarrar navios – usadas numa técnica de derrubada de mata, esticadas entre dois tratores.

A rede de estradas clandestinas criadas nessa atividade é de 100.000 quilômetros, conforme estudos do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. Essas vias funcionam como artérias por onde penetram os germes que consumirão ainda mais a floresta. Os primeiros a utilizar esses caminhos são os posseiros, que desmatam para vender a madeira restante e para fazer pequenas roças. Em toda a Amazônia, há mais de 800.000 famílias vivendo desse modo. Seja invasora ou

assentada por programas de reforma agrária e colonização, cada uma dessas famílias pode desmatar até 3 hectares por ano, para cultivo de subsistência. A fatia que cada uma tira anualmente da floresta é insignificante. A soma do que todas tiram – 470.000 hectares – é um problema. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as pequenas propriedades respondem por 18% das taxas oficiais de desmatamento.

Saiba mais! Deu na Impressa. As sete Pragas da Amazônia

1. FOGO As queimadas causam perdas de 121 milhões de dólares por ano. Considerada a emissão de carbono, os prejuízos chegam a 5 bilhões de dólares.

2. MADEIREIRAS Há mais de 3 000 empresas cortando árvores. Para cada unidade retirada, os madeireiros danificam pelo menos outras quinze árvores.

3. ESTRADAS Mais de 80% das queimadas acontecem perto das rodovias. A colonização se dá ao longo de 100 000 quilômetros de estradas clandestinas.

4. GARIMPOS Além de poluírem os rios e devastarem reservas ambientais, os garimpeiros foram responsáveis pela chegada da aids às aldeias indígenas.

5. PASTAGENS A soja avança sobre pastos antigos e capitaliza pecuaristas, que abrem novas áreas na mata. Cerca de 12% da Amazônia já virou pasto.

6. CORRUPÇÃO Só a Operação Curupira, realizada em junho, prendeu 47 funcionários do Ibama envolvidos na exploração ilegal da floresta.

7. BUROCRACIA De 539 milhões de reais em multas aplicadas em 2004, só 63 milhões de reais foram pagos e apenas 3 milhões de reais ficaram com o Ibama. Fonte Revista Veja Outubro de 2005

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2) Desenvolvimento Industrial

Os impactos provocados por uma indústria

podem ir além do espaço físico que ela ocupa. Você se lembra do processo para a

fabricação do caderno? Para a fabricação do papel era necessária a celulose.

As fábricas de celulose utilizam como matéria-prima à madeira extraída de milhares de hectares de florestas ajudando na quase extinção dos pinheirais do Paraná.

As siderúrgicas utilizam minérios que são extraídos de extensas escavações deformando paisagens, poluindo os rios, assoreando (obstruindo com areia) lagos e matando peixes.

As indústrias são grandes consumidoras de energia elétrica, necessitando da construção de enormes barragens, que vão ocasionar alagamentos de áreas cobertas por vegetação.

A instalação de termoelétricas, com a queima do óleo diesel para o seu funcionamento, também provoca a poluição do ar atmosférico; usinas nucleares com riscos de vazamentos acidentais podem provocar contaminação radiativa.

As indústrias provocam a poluição de rios e morte de peixes pelos compostos químicos que são lançados sobre eles. Poluem o ar atmosférico com gases tóxicos, fumaças e poeiras, causando irritação das vias respiratórias, bronquite e falta de ar.

O consumismo faz com que as pessoas comprem mais do que realmente necessitam. Por meio da propaganda, cria necessidades às pessoas, o que garante a ampliação contínua das instalações industriais.

O consumismo não gera apenas os impactos ambientais decorrentes da

necessidade crescente de energia e do próprio processo industrial, mas é a causa do esgotamento dos recursos naturais não renováveis, como é o caso do petróleo e os minérios em geral.

3) Poluição Atmosférica A camada de ar que envolve a Terra chama-se Atmosfera e é nessa camada

que acontece a chuva ácida, o buraco na Camada de Ozônio e o Efeito estufa. A seguir você tem um esquema da atmosfera e suas subdivisões.

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A poluição atmosférica pode ser altamente corrosiva por meio de um fenômeno conhecido como chuva ácida. A presença do ácido sulfúrico no ar ocasiona a alteração de pinturas dos imóveis, o desgaste das pedras dos edifícios e a má qualidade da água consumida pela população.

A chuva ácida não é causada exclusivamente por grandes indústrias, pode ser também o resultado da poluição causada por automóveis.

Na região da mata Atlântica, por influência da poluição que é produzida

pelas indústrias de Cubatão - SP, está ocorrendo a morte principalmente de árvores de grande porte que possuem maior superfície de folhas expostas à ação da atmosfera contaminada.

4) O buraco na camada de ozônio

Você já deve ter visto em muitas propagandas que determinado produto não contém CFC (cloro-fluor-carboneto), que é um gás sintético usado principalmente nos sistemas de refrigeração e em produtos aerosóis.

Mas, por que essa preocupação com o CFC? O que o CFC tem a ver com a camada de ozônio?

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A camada de ozônio existe nas altas regiões da atmosfera e protege a vida na Terra das radiações ultravioletas do sol. Se essas radiações atingissem a Terra com toda a sua intensidade, a vida seria impossível.

O CFC usado nos refrigeradores, perfumes e inseticidas pode provocar verdadeiros "rombos" na camada de ozônio.

Esses buracos já foram encontrados sobre a Antártida e sabe-se que esse fenômeno vem ocorrendo em outras regiões do globo terrestre.

Vários acordos têm sido firmados no sentido de reduzir e banir o uso desse gás, porém, isso depende da descoberta de substâncias que possam substituí-lo.

5) Efeito estufa Você já ouviu falar que a temperatura da Terra está aumentando?

E que esse aumento da temperatura está provocando o degelo das regiões

polares? Esse derretimento aumenta o volume de águas do mar e poderia provocar grandes inundações?

Por que isso acontece? Por causa de uma camada de gases que envolvem a Terra como um vidro e,

impede o calor terrestre de ir para o espaço, esquentando o planeta. Esse calor é responsável pela vida na Terra, mas por causa das emissões

de gases poluentes provocados pelas indústrias e pelos automóveis, esse calor passou a ficar preso dentro de uma "estufa" atmosférica, provocando o aumento da

Deu no Jornal CAMADA DE OZÔNIO – Buraco aumenta e atinge recorde

Em 11/10/00, o jornal Folha de S.Paulo publica que, de acordo com o periódico americano The New York Times, o buraco que se abre na camada de ozônio sobre a Antártica, no hemisfério sul, durante a primavera formou-se mais cedo este ano e atingiu o recorde de 28,5 milhões de km². Em 1981 ele cobria 23 milhões de km². Suspeita-se que o aquecimento global esteja favorecendo as reações químicas que destroem o ozônio ou que o aumento do buraco seja conseqüência de variações meteorológicas naturais.

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temperatura, o derretimento das geleiras e o conseqüente aumento do nível das águas do mar.

6) A poluição das águas

Os cursos d'água em nosso planeta quase perderam as suas finalidades naturais (transporte, abastecimento de água, irrigação, alimentação) para transformar-se em depósitos de esgoto, lixos industriais e urbanos contaminados por agrotóxicos, o que, além de impossibilitar a vida nos rios, interfere na vida marinha.

Os rios que anteriormente

transportavam para o mar várias quantidades de nutrientes indispensáveis para a vida aquática, hoje levam contaminação e poluição ao ambiente marinho.

Outro problema sério nas águas oceânicas é o derrame de petróleo, tanto na produção como em

seu transporte. O óleo causa a morte de peixes, além de provocar um sabor horrível nas carnes dos peixes.

7) Poluição Urbana.

Com o desenvolvimento da atividade industrial, a população passou a se acumular nos espaços urbanos. Essa ocupação feita em muitas regiões de forma desordenada trouxe vários tipos de problemas para o ambiente e para a vida das pessoas em geral. Você sabe quais os principais problemas urbanos do nosso município? Provavelmente, você deve ter falado sobre os mesmos problemas que hoje atingem as principais cidades do país: poluição do ar por acúmulo de veículos nas ruas; falta de

filtro nas chaminés industriais; despejo de esgotos e detritos industriais sem tratamento nos rios; a poluição sonora provocada por veículos, indústrias e casas noturnas, que perturbam moradores de muitos bairros; a poluição provocada pelo lixo urbano que é espalhado pelas ruas e calçadas, assim como em terrenos baldios e se constituem em verdadeiros depósitos, criando problemas de proliferação de moscas e outros animais.

Curiosidades. Você sabia...

O Brasil possui a maior reserva mundial de recursos hídricos. Abriga, em seu território, uma das maiores redes hidrográficas do planeta, além de extensas reservas de águas subterrâneas. Teoricamente, cada brasileiro tem cerca de 34 milhões de litros de água à sua disposição. Apesar de todo esse potencial, o país ainda sofre com a falta de água. O Nordeste enfrenta sérios problemas de seca periodicamente. São Paulo, a grande metrópole do país, vive um longo período de estiagem e racionamento de água.

Deposito de lixo. O homem, o mais prejudicado.

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Pelos vários tipos de poluição e agressão que o desenvolvimento econômico provocou no meio ambiente, parecem-nos impossível conciliar preservação ambiental e desenvolvimento tecnológico.

Fala-se muito numa forma de desenvolvimento econômico denominado sustentável, ou seja, um desenvolvimento não predatório (destruidor), que é obtido de forma compatível com a preservação dos recursos naturais de um determinado país.

Visa ao planejamento de uma região baseada em suas potencialidades, ou seja, o uso de suas reservas de acordo com a sua velocidade de renovação ou pela reciclagem natural.

Na verdade, o desenvolvimento mais do que auto-sustentável deveria ser

auto-preservante, ou seja, criar condições de preservar os recursos naturais.

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EQUIPE DE GEOGRAFIA CEESVO 2005

Jaime Aparecido da Silva Maria de Fátima Pinto

Deise Quevedo Bertaco

COLABORAÇÃO

PCP Neiva Aparecida Ferraz Nunes Equipe de Geografia do CEESSO 2004

DIREÇÃO

Elisabete Marinoni Gomes Maria Isabel R. de C. Kupper

APOIO.

Prefeitura Municipal de Votorantim.

Atualizado em 2007.