conexão nordeste

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O nordeste do Brasil tem como uma das maiores características a música regional, conhe- cida internacionalmente e que exerce uma enorme influência sobre diversos artistas de diferentes gêneros. Toda essa diversidade de profissionais da música influenciada pelos ritmos nordestinos, é refletida na pluralidade cultural que essa região do país possui. A música popular brasileira é composta principalmente dessa cultura nordestina, direta ou indiretamente, já que boa parte de muitos dos gran- des nomes que ilustram esse cenário são de origem nordestina. Essa influência consegue abranger diferentes vertentes do universo fonográfico, em alguns casos, ela exerce uma ação sobre gêneros inimagináveis, como o death metal. A banda recifense Cangaço, consegue mes- clar elementos fortes da música tradicional do nor- deste e death metal técnico de uma forma completa- mente harmoniosa, causando uma impressão de que ambos são gêneros indissolúveis, assim, tornando o som da banda único. Toda a técnica e criatividade, rendeu a banda o primeiro lugar no Wacken Metal Battle de 2010, e sua participação no Wacken Open Air, o maior evento do cenário metal mundial, que ocorre na Alemanha desde 1990. A banda prestou entrevista ao site Hango- ver Music, com alguns trechos abaixo: O nome da banda associa diretamente o Canga- ço com a região a qual vocês pertencem - o nor- deste. Até onde, musicalmente e até liricamente, a música nordestina os influenciam? Cangaço: O objetivo inicial do projeto era buscar uma identidade própria para o Heavy Metal do nordeste do país, por conta disso, tudo que reme- tesse como característica do folclore da região foi pesquisado e avaliado. Na música, essa influência se mostra na construção harmônica dos riffs e toda a riqueza que essa atmosfera propicia, encaixando muito bem com o peso do Metal, além da explora- ção dos diversos ritmos característicos. A temática lírica da banda tem menos influência. Por enquanto os sentimentos refletidos nas músicas seguem uma linguagem mais universal e conflitos da realidade contemporânea. Sabemos da extensa riqueza das histórias relacionadas ao cangaço e ao nordeste, porém, sentimos que, no atual momento, devemos explorar nas letras assuntos mais próxi- mos da realidade comum . Há objetivo que tal influência seja permanente no som da banda? Ou existe possibilidade de vocês explorarem outros territórios? R. Certamente desejamos aprender bastante sobre música brasileira e Metal, explorando a mistura de ambas, sabemos também o quão abstratas são as fronteiras da música universal. Em nosso som utilizamos, mesmo que inconscientemente diversas influências de música oriental que também remetem à música nordestina, materializando uma mistura que no fim das contas se mostrará como o som que desejamos fazer verdadeiramente. Não pensamos em limites para influências ou territórios. Como surgiu a ideia de mesclar a música típica com o death metal? Houve inspiração em ban- das de folk metal europeias – que misturam a música extrema com o regional - ou a ideia foi genuína? R. Seria uma grande mentira afirmar que a ideia é genuína pois vem sendo feita a décadas por grupos musicais das mais diversas regiões do mundo, escu- tamos muito folk metal europeu ao longo de nossa formação e, a ousadia de tais bandas, só serviu para nos inspirar quanto à possibilidade de quebrar os limites impostos à música. O documentário “Global Metal” é um excelente trabalho de como o metal se adapta a qualquer música de qualquer lugar do mundo. Nada se cria, tudo se mistura. Apesar do que é pobre tendencialmente fazer mais sucesso, existe no nordeste música boa e bons músicos vide Heraldo do Monte, Herme- to Pascoal, Luciano Magno etc. O que vocês indicariam, dentro da música regional, para os ouvintes do Cangaço? R. Fred Andrade, Ebel Perreli, Luciano Magno, Sivuca, Alceu Valença, Lula Côrtes, bandas como Ave Sangria, Cabruêra, Mandinga, Neural Code, Sotaque e infinitos outros músicos e projetos que só mostram o quão competente e diversificada é a música brasileira. Nós estamos constantemente tentando entendê-la. Recentemente o Cangaço alcançou um feito expressivo – a participação no festival Wacken Open Air. Como foi tocar pela primeira vez fora R. Foi exatamente um sonho, um ano atrás nem imaginávamos tocar fora do país. Quando soubemos que iríamos ao Wacken e ain- da tocar, ficamos um tempo meio desnorteados quanto a objetivos na vida, foi difícil manter o equilíbrio. A experiência de participar de um festival de tamanho porte além da confiança dos jurados brasileiros em nos dar essa vaga só serviu para nos dar a confiança necessária para investir naquilo que acreditamos. Levar o nome do Metal do Brasil e de Pernambuco para os quatro cantos do planeta. Para encerrar... quais álbuns e bandas vocês indicaria para um leigo - que não conhecesse a banda - ouvir antes de conhecer o Cangaço? E entre as músicas das bandas, qual aquela que vocês julgam melhor e indicariam? R. From Mars to Sirius do Gojira, Annihilation of the Wicked do Nile, Maboo do Orphaned Land e o Domination do Morbid Angel são álbuns que todos da banda gostam e respeitam muito. Quanto a música sempre achamos a mais recente a mais interessante, atual- mente é Statu Variablis que faz parte da segunda demo. Pocket Show da banda Cangaço 10/11/2013 Saraiva RioMar Cangaço, o verdadeiro metal nordestino do país, e estreando em um festival tão grande? 01 Conexão Nordeste

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Trabalho da cadeira de Computação gráfica e editoração eletrônica. Jornalismo, 2º semestre. Novembro, 2014

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Page 1: Conexão Nordeste

O nordeste do Brasil tem como uma das maiores características a música regional, conhe-cida internacionalmente e que exerce uma enorme influência sobre diversos artistas de diferentes gêneros. Toda essa diversidade de profissionais da música influenciada pelos ritmos nordestinos, é refletida na pluralidade cultural que essa região do país possui. A música popular brasileira é composta principalmente dessa cultura nordestina, direta ou indiretamente, já que boa parte de muitos dos gran-des nomes que ilustram esse cenário são de origem nordestina. Essa influência consegue abranger diferentes vertentes do universo fonográfico, em alguns casos, ela exerce uma ação sobre gêneros inimagináveis, como o death metal. A banda recifense Cangaço, consegue mes-clar elementos fortes da música tradicional do nor-deste e death metal técnico de uma forma completa-mente harmoniosa, causando uma impressão de que ambos são gêneros indissolúveis, assim, tornando o som da banda único. Toda a técnica e criatividade, rendeu a banda o primeiro lugar no Wacken Metal Battle de 2010, e sua participação no Wacken Open Air, o maior evento do cenário metal mundial, que ocorre na Alemanha desde 1990. A banda prestou entrevista ao site Hango-ver Music, com alguns trechos abaixo: O nome da banda associa diretamente o Canga-ço com a região a qual vocês pertencem - o nor-deste. Até onde, musicalmente e até liricamente, a música nordestina os influenciam?

Cangaço: O objetivo inicial do projeto era buscar uma identidade própria para o Heavy Metal do nordeste do país, por conta disso, tudo que reme-tesse como característica do folclore da região foi pesquisado e avaliado. Na música, essa influência se mostra na construção harmônica dos riffs e toda a riqueza que essa atmosfera propicia, encaixando muito bem com o peso do Metal, além da explora-ção dos diversos ritmos característicos. A temática lírica da banda tem menos influência.Por enquanto os sentimentos refletidos nas músicas seguem uma linguagem mais universal e conflitos da realidade contemporânea. Sabemos da extensa riqueza das histórias relacionadas ao cangaço e ao nordeste, porém, sentimos que, no atual momento,

devemos explorar nas letras assuntos mais próxi-mos da realidade comum. Há objetivo que tal influência seja permanente no som da banda? Ou existe possibilidade de vocês explorarem outros territórios?

R. Certamente desejamos aprender bastante sobre música brasileira e Metal, explorando a mistura de ambas, sabemos também o quão abstratas são as fronteiras da música universal. Em nosso som utilizamos, mesmo que inconscientemente diversas influências de música oriental que também remetem à música nordestina, materializando uma mistura que no fim das contas se mostrará como o som que desejamos fazer verdadeiramente. Não pensamos em limites para influências ou territórios.

Como surgiu a ideia de mesclar a música típica com o death metal? Houve inspiração em ban-das de folk metal europeias – que misturam a música extrema com o regional - ou a ideia foi genuína?

R. Seria uma grande mentira afirmar que a ideia é genuína pois vem sendo feita a décadas por grupos musicais das mais diversas regiões do mundo, escu-tamos muito folk metal europeu ao longo de nossa formação e, a ousadia de tais bandas, só serviu para nos inspirar quanto à possibilidade de quebrar os limites impostos à música. O documentário “Global Metal” é um excelente trabalho de como o metal se adapta a qualquer música de qualquer lugar do

mundo. Nada se cria, tudo se mistura.Apesar do que é pobre tendencialmente fazer mais sucesso, existe no nordeste música boa e bons músicos vide Heraldo do Monte, Herme-to Pascoal, Luciano Magno etc. O que vocês indicariam, dentro da música regional, para os ouvintes do Cangaço?

R. Fred Andrade, Ebel Perreli, Luciano Magno, Sivuca, Alceu Valença, Lula Côrtes, bandas como Ave Sangria, Cabruêra, Mandinga, Neural Code, Sotaque e infinitos outros músicos e projetos que só mostram o quão competente e diversificada é a música brasileira. Nós estamos constantemente tentando entendê-la. Recentemente o Cangaço alcançou um feito expressivo – a participação no festival Wacken Open Air. Como foi tocar pela primeira vez fora

R. Foi exatamente um sonho, um ano atrás nem imaginávamos tocar fora do país. Quando soubemos que iríamos ao Wacken e ain-da tocar, ficamos um tempo meio desnorteados quanto a objetivos na vida, foi difícil manter o equilíbrio. A experiência de participar de um festival de tamanho porte além da confiança dos jurados brasileiros em nos dar essa vaga só serviu para nos dar a confiança necessária para investir naquilo que acreditamos. Levar o nome do Metal do Brasil e de Pernambuco para os quatro cantos do planeta.

Para encerrar... quais álbuns e bandas vocês indicaria para um leigo - que não conhecesse a banda - ouvir antes de conhecer o Cangaço? E entre as músicas das bandas, qual aquela que vocês julgam melhor e indicariam?

R. From Mars to Sirius do Gojira, Annihilation of the Wicked do Nile, Maboo do Orphaned Land e o Domination do Morbid Angel são álbuns que todos da banda gostam e respeitam muito. Quanto a música sempre achamos a mais recente a mais interessante, atual-mente é Statu Variablis que faz parte da segunda demo.

Pocket Show da banda Cangaço 10/11/2013 Saraiva RioMar

Cangaço, o verdadeiro metal nordestino

do país, e estreando em um festival tão grande?

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Conexão Nordeste

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Caracterizado acima de tudo pelo pluralismo, diversidade de propostas musicais, formações e tendências, o programa Rock-Cordel vem mais uma vez garantir a democratização do acesso da população a equipamentos e serviços culturais que privilegiam a juventude e promovem a inclusão e integração de músicos e a formação de novos públicos. A oitava edição do Festival Rock Cordel começou em julho em Fortaleza e na Região do Cariri e Sousa (PB). Músicos de várias regiões ligados ao movimento alternativo do rock se apresentam no Centro Cultural Banco do Nordeste e nas dependências dos Centros Urbanos de Arte, Cultura, Ciência e Esporte (CUCAs). Na programação, estão oficinas, shows e debates.De um total de 65 atrações, 45 bandas são locais selecionadas a partir de um universo de mais de 500 grupos que já se apresentaram nas edições anteriores do Festival e outras que possuem incontestável expressividade no interior do Estado do Ceará. Os grupos de outros estados (RJ, PI, MA, RN, AL e BA), cons-tituem uma parcela do universo da música independente atuando em todo o País. São grupos premiados que têm participação ativa na ca-deia produtiva da música, com presença marcante em diversas feiras, festivais, turnês nacionais e internacionais, selecionados a partir de contatos mantidos com seus respectivos coletivos, produtores ou re-presentantes nessas cidades, além de criteriosa pesquisa de mercado.

Dia 0715h Toxic Trash (Thrash Metal)16h Sacrilegious Salacious (Death Metal)17h Decomposing (Death Metal)18h Evil Land (Death Metal)

Dia 1415h Birosca (Blues Rock)16h Overtrio (Johnny Winter Tributo)17h In Blues (Blues) 18h Caike Falcão (Blues Alternativo)

Dia 2115h Magnum Opus (Malmsteen Tributo)16h Total Eclipse (Iron Maiden Tributo)17h Hollywood Roses (Guns & Roses Tribu-to)18h Bluesnake (Whitesnake Tributo) Dia 2815h Roadsider (Stoner/Thrash)16h Zeppelin Blues (Led Zeppelin Tributo)17h Declite – RN (Thrash Metal)18h Sabbathage (Black Sabbath Tributo)

Show da banda Decomposing em 07/11

Ace

rvo

pess

oal

Programa Rock Cordel 2014

Programação

Italo Cesar, Sacrilegious Salacious Local: NOVA SEDE do Centro Cultural Banco do Nordeste, Rua Conde D’eu, 560, Centro, Fortaleza-CEDias 07, 14, 21 e 28, às sextas-feiras, a partir das 15h

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Jessyka Amaral (Enfermagem), Cilene Batista (Fisioterapia)

Acer

vo

Novos profissionais na saúde

Cilene Batista, 1º semestre de FisioterapiaJessyka Amaral, 2º semestre de Enfermagem

-Qual a opinião de vocês sobre a saúde no momento atual do país?Cilene: Nesse momento, a saúde pública no Brasil pode ser considerada até precária, por conta de uma falta de investimento “correto” feito pelo governo, pode se perceber pelos hospitais em que não há atendimento correto, superlotação, etc. Jessyka: A saúde pública no país evoluiu sim, mas, ainda precisa melhorar. Podemos perceber pelo índice de mortalidade infantil, que está baixíssimo.

-O que vocês acham que pode ser feito para melhorar a situação do sistema de saúde brasileiro?Cilene: Um investimento maior feito pelo go-verno nos hospitais públicos, assim a popu-lação que busca pelo serviço poderá ter um atendimento de maior qualidade.

-Quais as expectativas que vocês tem em relação a inserção no mercado de traba-lho?Jessyka: Como futura enfermeira, eu preten-do fazer bem o meu trabalho, e também vou me dedicar a trabalhos voluntários.Cilene: Eu pretendo trabalhar na área de tera-pia intensiva, igual minha professora.Jessyka: Algo que eu penso muito é sobre a rotina em um hospital, que realmente é cansativa.

-Quais são as maiores dificuldades enfren-tadas nessa área?Cilene: Não é a maior, mas, numa grande maioria das vezes, o trabalho dos profissio-nais da saúde não é devidamente reconheci-do, em alguns casos, pela própria comunida-de.

A área da saúde pública vem se renovando a cada dia, e um grande número de novos profissionais está fazendo parte desse período de mudanças visíveis. Com a chegada de diversos meios tecnológicos para auxiliar na medicina, há uma visão mais confiante em uma melhoria no sistema público. Foi realizada uma entrevista com universitárias de Enferma-gem e Fisioterapia, a respeito dessa abertura de novos hori-zontes nessa fase de democratização dos avanços científicos.

Conexão Nordeste

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Falésias

Zé Pereira, de família tradicional dessa região

Comércio feito no mirante

Morro Branco, das falésias ao povo

Situada em Beberibe-CE, a praia de Morro Branco é mundialmente conhecida pelos seus labirintos de falésias e pela hospitalidade do seu povo. Nativo na localidade, Zé Pereira, concedeu entrevista e esbanjan-do simpatia, contou a história do turismo nessa região desde o seu princípio.

“Nem sempre o turismo foi assim. O sustento daqui antes era todo da pesca, da pesca da lagosta, agora pode ver que não tem mais nenhu-ma embarcação. Antigamente isso aqui era vazio, só depois de uns 15, 20 anos que veio essa quantidade toda de turista.”

“Aqui tem incentivo demais pro turismo, até uma hora dessas (fim de tarde) vem gente ver as falésias, eles (turistas) sempre compram do artesanato, o trabalho com areia colorida...”

“Uns anos atrás, o movimento de turistas era pouco, só no domingo, e pouca gente... Agora aqui é todo dia, não existe mais baixa estação no Morro Branco.”

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Paisagem de novela. Literalmente. Com suas falésias vermelhas e recortadas formando labirintos naturais, as praias de Morro Branco, em Beberibe, no Ceará, já serviram de cenário para algumas produções televisivas. As novelas “Tropicaliente” e “Final Feliz”, a minissérie “Sansão e Dalila”, o fil-me “O Noviço Rebelde” e o programa “No Limite” estão na ponta da língua dos guias turísticos que se orgulham de falar da fama alcançada pelo paraíso cinematográfico.

Morro Branco tem uma beleza rara e impressio-nante, que fica ainda mais realçada nos dias ensola-rados. A luz forte e duradoura das proximidades da Linha do Equador ressalta o contraste entre o verde do mar e o vermelho das falésias, de onde saem areias de diversas cores. Elas servem de material para artesãos produzirem os mais diversos objetos decorativos em garrafas.

Com tantas cores, o nome Morro Branco parece não fazer sentido, a princípio. Mas uma duna branca e alta, de onde se tem uma das mais bonitas vistas do pôr-do-sol na praia justifica o batismo.

Em Morro Branco, a principal atração, o La-birinto das Falésias, é acessível a pé. A entrada, a partir do centrinho da vila, é sinalizada. A cami-nhada por entre os paredões coloridos é curta e pode ser feita sem guia, mas vale a pena contratar um monitor local para ouvir algumas histórias da região e vê-lo formar a aquarela de cores com as areias coletadas de onde não se imagina. A saída do labirinto é no mar, nas barracas que vendem souvenires. Fonte: http://viagem.uol.com.br/

Além da Praia do Morro Branco, Beberibe também é conhecida pela Praia das Fontes e a do Diogo, onde existem muitos outros pontos turísticos, como o passeio de bugre, as dunas e a gruta. Outro aspecto marcante também é o trabalho de sericografia produzi-do e vendido na praia.

SERICOGRAFIA (artesanato com areia colorida)De modo especial, sobressai o artesanato feito com areias coloridas, originado das falésias multicoloridas misturadas com tinta e areia da praia (as cores vem dos minerais encontrados na areia como o ferro e o enxofre) Com muita habilidade e imaginação artística, os artesãos criam várias paisagens de praia e da cultura nordestina, originando peças decorativas e em vários formatos. O trabalho artesanal muitas vezes é acompanhado pelos olhos atentos e incrédulos dos turistas e transformado em souvenir através de garrafas de vidro de vários tamanhos e outros recipientes para comercialização. A arte das garra-finhas de areia colorida é chamada de “sericografia”.

-Como morador da cidade, quais os outros pontos que o senhor indica para as pessoas irem visitar?

“Além aqui do Morro Branco, as falésias, tem a praia das Fontes, a praia do Diogo. As dunas também são bem visitadas, os passeios de bugre, conhecer as areias coloridas. Toda essa trilha de praia até chegar em Canoa Quebrada. Quem vai pra Canoa Quebrada passa aqui sempre.”

Conexão Nordeste

Inicialmente, região de Beberibe foi habitada por índios Potiguaras. Durante o século XVII, as pri-meiras missões militares de religiosas chegaram a região para catequização dos indígenas. Em 1961 o governo português concedeu terras na região para o plantio da cana de açúcar. Nesta época um pescador (Luis Gama) vindo da região de Canoa Quebrada “fundou” uma vila de pescadores próxima à praia de Morro Branco.

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Já passaram pelo Ponto.CE:

- Bad Religion (EUA)– Marky Ramone (EUA)– The Exploited (UK) – Ludov (SP) –Nação Zumbi (PE) – Montage (CE) – Mombojó (PE) – Mundo Livre S/A – Vanguart (MT) – Edisca (CE) – Cia. Dita (CE) – Mr. Niterói (RJ)

– Leonardo Amaral (MG)– Dellani Lima (MG) – Cachorro Grande (RS)

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Rachel de Queiroz, professora, jornalista, romancista, cronista e tea-tróloga, nasceu em Fortaleza, CE, em 17 de novembro de 1910. Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Eleita para a Cadeira n. 5 em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Cândido Mota Filho, foi recebida em 4 de novembro de 1977 pelo acadêmico Adonias Filho.

Filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, des-cende, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar, parente portanto do autor ilustre de O Guarani, e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas no Quixadá e Beberibe.

Estreou no jornalismo em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queluz, publicando trabalho no jornal O Ceará, de que se tornou afinal redatora efetiva. Ali publicou poemas à maneira modernista, cujos ecos do sul, da Semana de Arte Moderna de 1922, chegavam a Fortaleza. Em fins de 1930, publicou o romance O Quinze, que teve inesperada e funda repercussão no Rio e em São Paulo. Com vinte anos apenas, projetava-se na vida literária do país, agitando a bandeira do romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca.

Obras: O quinze, romance (1930); João Miguel, romance (1932); Caminho de pedras, romance (1937); As três Marias, romance (1939); A donzela e a moura torta, crônicas (1948); O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950); Lampião, teatro (1953); A beata Maria do Egito, teatro (1958); 100 Crônicas escolhidas (1958); O brasileiro perplexo, crônicas (1964); O caçador de tatu, crônicas (1967); O menino mágico, infanto-juvenil (1969); As menininhas e outras crônicas (1976); O jogador de sinuca e mais historinhas (1980); Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986); Memorial de Maria Moura, romance (1992). Obras reunidas de ficção: Três romances (1948); Quatro romances (1960). Seleta, seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973).

Personalidades nordestinas Ao longo de sete edições, o Ponto.CE se conso-ligou no calendário nacional de festivais indepen-dentes com o objetivo de promover a interação de artistas cearenses com nomes de outros estados e países. Esta meta foi plenamente alcançada nas realizações anteriores do evento, o que foi confirma-do através de fatos como:

– A associação do festival à Abrafin– Crescimento constante do público em suas edições– As aprovações consecutivas em editais federais– O reconhecimento das secretarias de cultura do estado e do município.– As parcerias firmadas com os principais centros culturais da cidade– A adesão crescente de novas empresas ao evento.– A parceria firmada com a Bienal Internacional de Dança do Ceará.

Os pontos acima mencionados comprovam os crescimento e a relevância do projeto no cenário cultural do estado. Em sete anos de festival, ocor-reram apresentações de mais de 800 músicos – de 14 estados do Brasil e de outros países -, de 11 companhias infanto-juvenil de dança, 31 dançari-nos – entre locais e outros oriundos de São Paulo e de Minas Gerais-, e a exibição de 101 curtas e documentários.

PONTO.CE

Comida como preservação da cultura

A comida nordestina é, sem dúvida, uma das maiores características dessa região, mas, pode ser deixada de lado com passar dos anos. Para evitar que isso ocorra, muitas pessoas mantém vivas as tradições e lembranças culinárias, passando de geração à geração.

Entrevistamos Maria Eleida, uma moradora do interior cearense, a respeito disso:

Você acredita que a culinária ainda é um dos maio-res pontos que atraem os turistas, e que ela trás uma certa curiosidade por parte deles?-Com certeza. Pros visitantes, tudo isso é novidade, e as pessoas gostam de novidade. Querem conhe-cer mais, saber, provar

No seu ponto de vista, está havendo uma certa perca desse costume e das comidas típicas?- Sim, e muito. Tem gente que ainda se preocupa em manter, mas a gente já percebe os mais jovens que sequer conhecem a culinária da própria região. Em tempo de festa junina que aparecem muitas dessas coisas, mas mesmo assim, ainda está se perdendo. A sorte é que ainda tem gente cuidando de não perder as raízes.Antigamente, quando eu era criança, a gente via muito em feiras livres mesmo, vendia pé de mole-que, um negócio chamado refresco de murici, que hoje a gente nem vê mais e era muito conhecido antes, comida feita com miúdos de boi ou bode, canjica, comida feita de milho, se aproveitava tudo do milho. Hoje você sai até em festa junina e tem pouca coisa do que se tinha antes, hoje é bolo, bolo mole, bolo fofo... Coisas mais modernas. Uma culinária que as pessoas pegam da internet e já mudam tudo. Se bobear a gente só vai ver esse tipo de comida em museu, essas coisas, o que é uma pena.

Rachel de Queiroz

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Seu Pereira e Coletivo 401

O grupo Seu Pereira e Coletivo 401 representa uma nova safra de artistas paraibanos. A banda apresenta um trabalho pautado na originalidade de suas canções autorais com uma força poética marcante. Ritmo híbrido e músicas que retratam o cotidiano, eles navegam pelo rock, sambafunk e MPB.

As letras da banda são crônicas da vida de personagens reais, que moem suas angustias, desejos e dúvidas nos automóveis e coletivos lotados. O som do Seu Pereira carrega o balanço e a freada brusca. É baião nervoso, é samba rock nordestino e funk Paraíba.

Com 6 anos de formação, a banda Seu Perei-ra e Coletivo 401 já se apresentou nos princi-pais festivais de música na Paraíba, e circulou por várias cidades do país, a exemplo de Natal, Brasília, Taguatinga, Goiânia e São Paulo. Em 2011 fez várias apresentações no Senegal, junto com o grupo Chico Correa & Electronic Band e em 2012 realizou sua primeira viagem pra Europa