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1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO VOLUME 2 LIVRO DO PROFESSOR Geografia Maria das Graças de Castro

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LIVRO DO PROFESSOR 1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO VOLUME 2 Maria das Graças de Castro

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1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO

VOLUME 2

LIVRO DO PROFESSOR

Geografia

Maria das Graças de Castro

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Geografia 1ª Série EM - Volume 2

LIVRO DO PROFESSOR

Carta aos professores

“O homem só pode tornar-se homem pela educação.Ele é apenas o que a educação faz dele”

Kant

Caro professor,

O que os estudantes precisam saber para serem bem sucedidos?

Precisamos preparar as crianças e adolescentes para serem bem sucedidos no mundode amanhã, mas sem perder a perspectiva da construção do presente e o fato de que eles têmde vivenciar esse processo com alegria e felicidade.

Para isso, algumas questões difíceis exigem respostas:

— O que nós, educadores, devemos fazer para preparar nossos alunos?

— O que eles necessitam saber?

— Quais comportamentos e habilidades são importantes?

— Como a escola pode contribuir para o sucesso de nossas crianças e adolescentes?

habilidades, apontadas por 55 personalidades mundiais (educadores, empresários e outros

1 - Qualificação e aptidões acadêmicas.

1.2 - Leitura abrangente e habilidade de compreensão.1.3 - O uso da Matemática lógica e habilidade de raciocínio, alfabetização funcional e

operacional.1.4 - Habilidade para usar computadores e outras tecnologias.1.5 - Habilidade para fazer pesquisas e aplicar e interpretar os dados.

1.7 - Conhecimento da Geografia mundial e de línguas estrangeiras.

A pergunta que circula em nossa sociedade e nas escolas, em especial neste século é:

Gilberto Dimenstein, em um artigo intitulado Habilidades Globais, apresenta-nos essas

especialistas), dos quais sintetizei aquelas que considerei as mais importantes:

1.1 - Habilidade para escrever, e capacitar os estudantes a efetivamente comunicarem-se.

1.6 - Conhecimento da história e dos negócios de seu país e do mundo.

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Geografia 1ª Série EM - Volume 2

LIVRO DO PROFESSOR

2 - Habilidades pessoais e interpessoais.2.1 - Comunicação escrita e oral.2.2 - Raciocínio e pensamento crítico e de resolução de problemas.

3 - Habilidades e aptidões civis.

mundial.3.2 - Resolução de conflitos e habilidades de negociação.

3.4 - Capacidade de assumir maior responsabilidade por suas próprias ações.

À medida que olharmos para a nossa prática educativa com essa visão, perceberemosque é grande a nossa responsabilidade. Cabe a cada um de nós abrir possibilidades paraque nossos alunos aprendam.

Que você “transgrida” em sua prática educativa diária!

Sucesso!

Maria das Graças Drumond Andrade

Diretora Pedagógica

3.3 - Entendimento da honestidade e integridade como regra de ouro.

2.3 - Autodisciplina; agir com responsabilidade, aplicar princípios éticos, estabele-cer e avaliar metas.

2.5 - Motivação.

O que as escolas podem fazer para desenvolver as habilidades e competências citadas?

para o desenvolvimento dessas e de outras habilidades e competências necessárias ao cidadão

conteúdos.

Iniciamos a 2ª etapa do ano de 2007. Que este material constitua-se em uma ferramenta

do século XXI. Você está recebendo um CD com projetos para ajudá-lo a re-significar esses

2.4 - Habilidades interpessoais; assertividade, saber ouvir e trabalhar em grupo.

3.1 - Entendimento multicultural, que inclua idéias de diversidades em uma perspectiva

ativa. Simples aulas expositivas não motivam os alunos; estudantes fazem o melhor quan- do propiciamos um aprendizado ativo. Assim, deve-se utilizar algumas atividades de en-

mentação. Novas tecnologias também contribuem para melhorar enormemente o ensino. Pesquisas demonstram que os estudantes aprendem aquilo que está ligado ao mundo real, que lhes traga um benefício. Se não tiver significado, logo perdem o interesse.

habilidades e competências, que passam a ser tarefa de todos nós, já constam das DCENse vêm sendo avaliadas pelo ENEM. Essa tarefa cabe a todos os professores, em todas as

desenvolvimento dessas habilidades.disciplinas, uma vez que os conteúdos de cada matéria passam a ser instrumentos para o

Respeitar a capacidade de aprender de todos os estudantes e promover a aprendizagem

sino-aprendizagem que incluam projetos práticos, trabalhos de grupo, de campo e de experi-

Em primeiro lugar, deslocar o foco da informação e do conteúdo para o desenvolvimento de

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Geografia 1ª Série EM - Volume 2

LIVRO DO PROFESSOR

Refletindo sobre o Sistema de Avaliação

Maria das Graças D. Andrade

“Eu sou especial”Professor, talvez eu não sigaAs suas instruções tão bemComo o senhor gostaria.

Talvez eu não expresse minhas idéias por escrito com igual precisãoMas estou aprendendo no meu próprio ritmo.

Falk, 2000, p. 93 (citando o poema de uma professora)

Um dos grandes nós do processo de ensino-aprendizagem é a avaliação. A forma comoo professor conduz o processo de avaliação expressa a sua concepção do processo de ensino-aprendizagem. Ao analisarmos o sistema de avaliação de caráter classificatório, primitivo,

pouco mudou nos últimos anos.

têm caído “no abandono”, não tendo parâmetros nem critérios claros para avaliar. A escola não

Cada professor(a) tem uma teoria que orienta e sustenta a sua prática docente. A avaliação

realizadas apontam que a forma de cada professor(a) “fazer a avaliação” é determinada poralguns fatores como:

2 - A experiência de cada um como professor.

3 - A cultura e normas institucionais.

O pesquisador Dino Salinas, em seu livro Prova Amanhã, sugere 21 indicadores para queo(a) professor(a) possa refletir sobre a sua prática avaliativa.

O senhor se dá conta disso?

Talvez eu não lei com tanta fluidez como o senhorTalvez eu não fale tão cl ramente como o senhora

a

se conscientizou que o seu papel é ensinar, e se os alunos não aprendem ela atesta a sua

1 - O seu conhecimento e a sua experiência vivenciada como ensinante-aprendente, ou

incompetência, o seu fracasso. É urgente que educadores assumam o seu papel de ensinantes,

expressa a nossa concepção teórica do processo de ensino-aprendizagem. Pesquisas

por culpa de suas famílias?

responsabilizem-se pelo processo de ensino-aprendizagem, abandonem o jogo do

hospital em que os médicos não tratassem seus pacientes e afirmassem que eles morreram

Em muitos casos observamos que, ao sair do “modelo tradicional”, muitos educadores

“empurra-empurra” e assumam os erros pelo fracasso escolar. O que seria de um

seja, aquilo que vivenciou como aluno, principalmente, no processo avaliativo.

cumulativo e exclusivo, que prevalece em nossas escolas, constatamos que o sistema educacional

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Geografia 1ª Série EM - Volume 2

LIVRO DO PROFESSOR

Meu sistema de avaliação

1. É capaz de ajudar-me a saber não apenas se cada criança alcançou (ou está alcançando)as capacidades básicas, mas também a compreender suas dificuldades e suas limitações?

3. É certo que em nenhum caso supõe frustração para a criança?

5. Proporciona informação para planejar programas ou ações individualizadas para deter-minadas crianças?

como “superadas”( ou insistir nelas), ou ajustar melhor o tempo, utilizar melhor os recursos...

8. Disponho de instrumentos que servem para recopilar e guardar episódios e situações

10. O registro de atividades que elaboro de cada criança tem mais do que a qualificação de

11. A informação registrada permite falar aos pais sobre as realizações e a evolução de seu

13. Parte da idéia de que não se avaliam todos da mesma maneira, mas cada um de acordo

15. As atividades de aula podem ser planejadas em diferentes níveis de dificuldade, e, por-

16.Cada criança tem a oportunidade, em algum momento, de sentir-se protagonista pelo

17. Os exercícíos, os controles, os trabalhos, os deveres... são devolvidos ao aluno corrigidos

eles, para que possam entender com facilidade o que lhes estamos informando e o sentido

6. Evidencia porque algumas atividades de aula são melhores que outras?

7. Obriga-me a revisar o plano no sentido de retomar algumas coisas que já se tinham

significativos de cada criança?

seus trabalhos e me permite apontar problemas e dificuldades detectados?

filho com o maior grau de concretude possível?

12. O aluno sabe que os relatórios de avaliação tentam levar em conta o “cada dia”?

com suas possibilidades e limitações?

14. Serve de motivação para cada criança em seu desenvolvimento?

tanto, pode-se adaptar a sua avaliação a diferentes níveis?

que fez bem ou sabe fazer bem?

e comentados e não apenas pontuados?

18. Os relatórios escritos dirigidos aos pais estão em uma linguagem compreensível para

da avaliação?

19. Uma das fontes de informação para conhecer a criança é a entrevista com os pais?

20. Os pais percebem que conhecemos o seu filho e que tentamos ajustar o nosso ensino asuas possibilidades e limitações?

2. Ajuda os meus alunos a formarem critérios para avaliarem-se, bem como às suas reali-zações?

4. Dá a oportunidade de saber como ele é como pessoa, dentro e fora da escola?

9. Os instrumentos onde vou guardando e sistematizando as observações são simples deserem completados?

necessariamente, devem ser levados de forma coordenada com a escola?21. Os pais percebem e assumem que há aspectos da formação de seu filho em casa que,

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LIVRO DO PROFESSOR

Bibliografia:SALINAS, Dino - Prova Amanhã - Ed. Artmed - Porto Alegre, 2004.

E aí está a grande questão, pois esses julgamentos ultrapassam “as paredes da sala deaula, o espaço escolar”, tornam-se referências oficiais e públicas do rendimento de umapessoa, a sua auto-referência, e perdendo, assim, uma grande parte do seu possível valorformativo.

Enfim, esse é um tema que não se esgota em poucas páginas. O que queremos sinalizar avocê, professor(a), é que ao final do processo de avaliação, por mais qualificado e sensívelque você seja, encontrará um menino, uma menina, ou um adolescente, aos quais alémde oportunizar-lhes situações de ensino-aprendizagem que “valham a pena”, você deve julgar.

Enfim, para proceder à avaliação é necessário um grande conhecimento técnico sobreprocedimentos e instrumentos mas, sobretudo, um conhecimento profissional a partir da reflexão e do debate bem fundamentado.

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SEMANA CONTEÚDO (POR AULA) SEMANA CONTEÚDO (POR AULA)

1a

2a

3a

4a

5a

6a

7a

8a

9a

10a

CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO

CONTEÚDO DE GEOGRAFIA

Geo

grafia 1ª S

érie EM

- Volu

me 2

LIV

RO

DO

PR

OFESSO

R

1

2a ETAPA

• A Terra: Geologia/ Geomorfologia (camadas da

superfície terrestre; eras geológicas).

• A Terra: Geologia/ Geomorfologia (eras geológicas).

• A Terra: Climatobotânica (fenômenos atmosféri-

cos).

• A Terra: Climatobotânica (fenômenos atmosféri-

cos).

• Ajuste da programação.

• A Terra: Geologia/ Geomorfologia (estrutura da Ter-

ra: camadas).

• A Terra: Geologia/ Geomorfologia (minerais, rochas,

solos).

• A Terra: Geologia/ Geomorfologia (forças internas).

• A Terra: Geologia/ Geomorfologia (forças internas).

• A Terra: Geologia/ Geomorfologia (forças externas).

• A Terra: Geologia/ Geomorfologia (formas de relevo).

• A Terra: Climatobotânica (fenômenos atmosféricos).• A Terra: Climatobotânica (tempo e clima, paleoclimas

e climas atuais).

• A Terra: Climatobotânica (áreas de climas quentes).

• A Terra: Climatobotânica (áreas de climas frios e

climas temperados).

• A Terra: Climatobotânica (conclusão).

• A Terra: Hidrografia (hidrosfera, águas continentais).

• A Terra: Hidrografia (águas marinhas).

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LIVRO DO PROFESSOR

Caro(a) colega,

Continue incentivando seu aluno para que ele procure, principalmente, justificar suaescolha nas questões de múltipla escolha, identificando as incorreções, corrigindo-as sempre.Uma questão objetiva, se analisada devidamente, pode contribuir muito para a aprendizagem. In-centive-o também a voltar ao texto sempre que necessário, pois apesar de, provavelmente, nãose encontrar as mesmas palavras da questão proposta, com certeza ele encontrará ajuda pararespondê-la. O conteúdo pode parecer excessivo e os textos podem lhe parecer longos, mas nemtodos necessitam ser lidos em sala de aula e se nosso aluno deseja ter realmente um maior domíniodo conteúdo estudado ele deve ser orientado para não se contentar apenas com este livro comoúnica fonte de informação, pois o mesmo deve apenas servir de roteiro para despertar-lhe o interes-se de forma mais formal e organizada.

As questões propostas ao longo do texto, sob o título “EXERCITANDO O RACIOCÍNIO” devemser respondidas pelo aluno antes do mesmo dar continuidade à leitura, mesmo que ele constate,posteriormente, que sua resposta foi inadequada ou insatisfatória.

Visando possibilitar a continuidade da formação de um espírito crítico e desejoso de mudanças,no sentido de construção de uma sociedade mais justa, nossa orientação deverá ser para quenosso aluno não aceite ou deseje respostas prontas, procurando sempre se posicionar e refletirsobre a possibilidade de cada um frente às rápidas mudanças do mundo atual.

Bom trabalho!

A autora.

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LIVRO DO PROFESSOR

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ESTRUTURA DO LIVRO

As atividades deste livro serão agrupadas por capítulos e tipos:

VOCABULÁRIO: sabemos que não é hábito da maioria dos estudantes estar “ligada”ao vocabulário,seja ele específico ou não. Isto constitui um grande problema para a aprendizagem, pois é essencialque você domine a linguagem para que possa entender, concordar ou discordar do que está lendo.Faça sempre o levantamento de todos os termos desconhecidos, procurando conceituá-los de acor-do com o contexto em que foram empregados.

EXERCÍCIOS: as questões propostas, muitas delas selecionadas de vestibulares ou ENEM, carac-terizam-se por diferentes graus de dificuldades, variando desde as mais elementares (memorização,tradução) até as mais complexas (aplicação, análise, síntese, avaliação).

• QUESTÕES ABERTAS: nestas questões você deve buscar uma resposta, a mais completa pos-sível, apresentando argumentos lógicos e coerentes. Não tenha receio de expressar idéias!

• QUESTÕES OBJETIVAS: você não deve apenas marcar a opção, mas principalmente justificar aescolha. Uma questão de “múltipla escolha”, se analisada devidamente, pode contribuir muito paraa construção de seu conhecimento.

PESQUISAS: com certeza você já é um bom pesquisador e sabe que para se realizar uma pesquisadevemos procurar consultar várias fontes, após avaliá-las como adequadas e confiáveis, citando-asao terminar o trabalho. Sabe também que pesquisar não é copiar e muito menos “imprimir da Internet”.Realize suas pesquisas com seriedade e com a maturidade de quem está se preparando paranovas competências.

TEMAS PARA DEBATES: ao debater opiniões, procure utilizar argumentos adequados para justifi-car seus posicionamentos e para isto deve estar informado. Procure estar “por dentro” dos aconte-cimentos, dos mais próximos aos mais distantes, sempre procurando acessá-los através de váriasfontes. Respeite, apesar das divergências, as opiniões alheias e mude as suas, quando for conven-cido!

CINEMA: uma boa forma de unir o útil ao agradável, ou seja, de se divertir enquanto aprende ou deaprender enquanto se diverte, é assistindo a um bom filme. Existem muitos filmes relacionados aotemas que você estará estudando. Alguns serão indicados, mas tenho certeza de que poderá desco-brir muitos outros.

TRABALHO EM GRUPO: é cada vez mais importante desenvolver a capacidade de trabalhar emgrupo, de saber respeitar os limites impostos pela convivência com o outro, de ouvir e se fazer ouvirde forma racional e ética, de se conscientizar da necessidade de união para viabilizar mudanças.Por isto não se isole. Trabalhe em grupo, sempre que possível, sem ser relapso a ponto de apenasassinar trabalhos ou fazer trabalhos para que outros assinem. Procure usufruir de todos os benefíci-os de um bom relacionamento.

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LIVRO DO PROFESSOR

ESTUDO DE TEXTOS COMPLEMENTARES: os textos complementares, tanto do livro texto quantodo livro de exercícios, devem ser lidos com atenção, pois têm como objetivo apoiar e incentivar odebate, constituindo oportunidades de contato com idéias às vezes até divergentes. Procure, sem-pre, extrair deles as idéias principais.

ESQUEMATIZANDO: elaborar resumos, sínteses e esquemas será uma maneira de obter umavisão geral do assunto e um mecanismo que lhe dará a oportunidade de reler os capítulos e refletirsobre o que considere realmente importante quanto ao que foi abordado. Uma dica: folheie cadacapítulo (se for um texto, faça por parágrafos) copiando títulos e subtítulos, e quem sabe poderácomeçar daí o seu trabalho.

GABARITO: não se contente com as respostas prontas; analise-as e, quem sabe, até discordedelas. Não é incomum encontrarmos erros em gabaritos até de vestibulares de Universidades famo-sas e conceituadas, ocasionando anulação de questões. Aqui, serão apresentadas respostas ape-nas de algumas questões abertas, pois é importante que você se capacite para respondê-las, sendoque muitas possibilitam mais de uma resposta.

Faça bom proveito deste material!Caro aluno(a),

Entre os objetivos que nos propusemos alcançar ao elaborar este livro vamos destacar alguns, quejulgamos de enorme importância e que acreditamos você já vem buscando:

• ampliar a capacidade de investigar, analisar e interpretar informações;• ter contato com diferentes formas de informação, utilizando-se adequada e criticamente das mes-

mas;• conhecer, analisar e inserir-se em sua realidade de forma crítica e criativa;• comparar diferentes espaços, inferindo causas e conseqüências dos diferentes aspectos;• compreender-se como avaliador, produtor e usuário das “ferramentas” obtidas através da aquisi-

ção de conhecimentos;• estar apto a experimentar mudanças, com espírito de iniciativa.

Lembre-se:

• não se limite às respostas prontas ou a uma única fonte de informação;• mesmo as questões de “múltipla escolha” devem ser analisadas detalhadamente, não bastando

conferir as respostas automaticamente;• ao debater opiniões, procure utilizar argumentos adequados para justificar seus posicionamentos,

respeitando, apesar das divergências, as opiniões alheias, podendo mesmo mudar as suas, quan-do for convencido;

• você é o principal responsável pela construção de seus conhecimentos e a busca de novas compe-tências deve ser contínua.

Nosso desejo é que, ao procurar atingir os objetivos propostos, você se sinta capaz de se colocarcomo Ser participativo não só para transformar a realidade, mas para construí-la mais justa, onde afelicidade seja buscada com ética e união.

Certa de seu sucesso, nos colocamos à sua disposição.Maria das Graças de Castro.

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Textos Complementares

Texto 1

Tremores em Caruaru, cidade do agreste de Pernambuco, são

cíclicos

Pesquisadores da Universidade de Brasília revelam que os sismos no município se repetem acada nove anos. O último antes dos ocorridos este ano foi em 1993.

Os abalos sísmicos em Caruaru, a 130 quilômetros do Recife, são cíclicos, revelam pesquisa-dores da Universidade de Brasília (UnB). Eles se repetem a cada nove anos. O último antes do ciciodeste ano, lembra o sismólogo Vasile Marzo, ocorreu em 1993. De 1o de maio até 30 de junho de2002 foram registrados sete sismos superiores a 2,0 na Escala Richter, que vai até 10. (vertabela abaixo).

Antes houve abalos entre 1983 e 1994, 1974 e 1975 e em 1967 (ver tabela abaixo). Marzo afirmaque, numa área sísmica ativa, a magnitude tende a crescer. “É difícil fazer uma projeção, masacredito que, em cem anos, os tremores de Caruaru possam atingir 5,0”, avalia o professor, ementrevista por telefone. Segundo ele, os sismos dessa magnitude resultam em danos estruturais eaté desabamentos de casas.

Em Caruaru, onde há registros sismológicos confiáveis desde a década de 60, os tremores jáultrapassaram 3,0. “A cidade tem uma atividade sísmica considerável, que merece ser estudadaprofundamente”, opina Marzo.

O professor explica que os ciclos obedecem à periodicidade das acomodações de terra do lugar,localizado sobre uma falha geológica, chamada de zona de cisalhamento Pernambuco- Leste. O siste-ma, que se estende por 254 quilômetros, começa no Recife e vai até Arcoverde, no Sertão. Caruaru estánuma das zonas de fraqueza desse sistema, composto por dois grandes blocos de rochas.

Os tremores são estudados no Brasil desde 1908, mas os dados passaram a serinstrumentados apenas nos anos 60. O Observatório Sismológico, no entanto, também faz levanta-mento de registros históricos, disponíveis desde o século 16. Um sistema de 16 sismógrafos, dosquais 10 estão funcionando, registra os abalos atualmente.

Esses sismógrafos, instalados a 20 quilômetros de Brasília, são os que fazem os registros dostremores ocorridos em Caruaru para a UnB. Marzo explica que os ciclos, embora comprovados,sofrem uma variação de até três anos, chamada estatisticamente de desvio padrão. “Ou seja, osciclos são de nove anos, mais ou menos três.”

No Brasil, além de Caruaru, foram registrados tremores em João Câmara (5,1, em 1986), no RioGrande do Norte, há zonas sísmicas no Ceará (5,2, em 1980) e em áreas desabitadas do Espírito Santo(6,3, em 1955), Mato Grosso (6,6, em 1955) e Amazonas (5,5, em 1983).

A magnitude dos abalos sísmicos registrados em Caruaru:

Em 2002 No passado:

1o de julho > abaixo de 2,0 21 de janeiro de 1967 > 3,830 de junho > 3,5 29 de janeiro de 1970 > 3,9 > o sismo mais grave, maior

18 de junho > 2,1 tremor registrado no município!3 de junho > 2,0 20 de outubro de 1974 > 3,629 de maio > abaixo de 2,0 4 de maio de 1983 > 3,028 de maio > 2,3 7 de maio de 1983 > 3,51o de maio > 3,2 16 de dezembro de 1983 > 3,5

8 de novembro de 1984 > 3,83 de outubro de 1993 > 3,4

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LIVRO DO PROFESSOR

Universidade começa a instalar dois sismógrafos no município

Dois sismógrafos portáteis começaram a ser instalados ontem, em Caruaru, pela UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte (UFRN), em convênio com a prefeitura. Os equipamentos, cada umavaliado em U$ 20 mil, vão ficar nas proximidades do Aeroporto Oscar Laranjeiras e na Serra dosPintos, no distrito de Malhada de Pedras.

O do aeroporto, adquirido pela UFRN com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos(Finep), é digital e fornece os dados mensalmente. Ele ficará no lugar durante dois anos. O outro éanalógico e pode ser lido em tempo real, mas ainda não há pessoal para fazer o trabalho. “Possivel-mente, será treinado um morador do local para fazer esse acompanhamento”, diz o professor Joa-quim Mendes Ferreira, coordenador do trabalho, em entrevista por telefone. Ele permanecerá emCaruaru pelo menos um mês.

O pesquisador explica que os sismógrafos são capazes de registrar até microtremores. “Paraavaliar a evolução da atividade sísmica é preciso conhecer todos os abalos, até os que não sãopercebidos pela população”, diz. Ferreira pretende enviar um boletim semanal para a prefeitura so-bre a evolução da atividade sísmica em Caruaru. “Pretendemos descobrir se está aumentando oudiminuindo”, adianta.

Os sismógrafos serão instalados numa estrutura de fibra de vidro, montada na UFRN. O equi-pamento é composto de um sismômetro e um sismógrafo. O primeiro, uma espécie de tensor, captao movimento do solo e transforma essa informação em impulso elétrico. O impulso é então amplifi-cado e registrado no sismógrafo.

O secretário de Administração e Assuntos Jurídicos de Caruaru, Jan Grunberg, informa que acontrapartida de Caruaru é de R$ 5 mil, que serão destinados ao transporte e acomodação dostécnicos da UFRN. O secretário disse que a prefeitura não tem recursos para comprar sismógrafos.“Vamos tentar renovar o convênio com a universidade enquanto for possível”, afirma Grunberg.

Saiba mais sobre abalos sísmicos

Terremotos são vibrações naturais da crosta terrestre que se propagam por meio de vibra-ções, podendo ser percebidos diretamente com os sentidos ou por meio de instrumentos. No mun-do, o maior terremoto ocorreu no Chile, onde o abalo chegou a 9,5 na Escala Richter.

Resultam da liberação imediata da energia aplicada à rocha, que recebe tensão, tensãoesta que se vai acumulando no decorrer de longo tempo.

Distinguem-se, assim, dos demais movimentos tectônicos realizados na crosta terrestre, semprelentos e reconhecíveis somente pelas comparações de medidas sucessivas durante milhões de anos.

O número de abalos sísmicos por ano vem demonstrar que a crosta terrestre onde vive-mos se acha continuadamente perturbada por tremores, ora mais fortes, ora mais fracos, orafortíssimos, causando destruição e a morte.

O tremores fracos, os mais comuns, não são perceptíveis aos nossos sentidos. São constata-dos por meio de instrumentos chamados sismógrafos (do grego seismos, tremor). Os registrosobtidos dos sismógrafos são denominados sismogramas.

Os antigos filósofos já discutiam as causas dos abalos sísmicos. Hoje, em dia admite-se que osterremotos sejam originados por três causas diferentes, motivados por três diferente pro-cessos geológicos:

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LIVRO DO PROFESSOR

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1. Desmoronamentos internos superficiais > provocados pela dissolução de rochas pelaságuas subterrâneas. Este tipo de terremoto é geralmente de pequena intensidade e local, afe-tando somente a área próxima do colapso.

2. Causas vulcânicas > as atividades podem, também, ocasionar terremotos locais, geralmen-te de pequena intensidade, afetando somente as imediações do centro do abalo. Resultam deexplosões internas, ou de colapsos, ou acomodações verificadas nos vazios resultantes daexpulsão do magma. Com certa freqüência os tremores de terra antecedem as erupções vulcâ-nicas, como, por exemplo, nas do Vesúvio.

3. Causas tectônicas > estas são as mais importantes, as responsáveis pela formação degrandes terremotos, que podem propagar-se por toda a Terra. As vibrações perceptíveis sem oauxílio de aparelhos, denominadas macrossismos, que atingem de um a dois mil quilômetros dolocal onde se originou o abalo, o hipocentro. A distância do foco em relação ao local do terremotoinflui na sua intensidade.A propagação dos abalos sísmicos dá-se pela formação de três tipos de onda, que se

propagam graças à elasticidade das rochas, que vibram da mesma maneira que o ar ou qualqueroutro meio, sólido ou líquido, durante a propagação da vibração sonora. São ondas denominadas P,S e L, abreviações de “prima”, “secunda” e “longa”.

Ondas P > são ondas longitudinais. Por serem as mais rápidas, são as que chegam em primeirolugar, determinando as primeiras oscilações registradas nos sismogramas.

Ondas S > diferem das ondas P na sua velocidade, que é menor, e na natureza do movimentovibratório, que é de caráter transversal, análoga à vibração da luz.

Ondas L > representam uma terceira categoria de onda sísmica, de velocidade ainda menor que asprecedentes, propagam-se com velocidade de 3 a 4 km por segundo. Estas ondas nãose propagam nas profundezas da Terra, mas sim, ao longo da superfície terrestre.

Abalos sísmicos no Brasil, e o caso dos tremores de terra em Caruaru

O Brasil encontra-se em área tectonicamente estável, isenta de terremotos freqüentes e devulcanismo, graças à cicatrização definitiva da crosta pré-cambriana onde nos situamos. Apesardesta estabilidade, não estamos de todo livres de abalos sísmicos.

Grande parte dos tremores brasileiros é de pequena magnitude (até 4,5 na Escala Richter). Emgeral, eles ocorrem a baixa profundidade (30 km) e, por isso mesmo, são sentidos até poucos quilô-metros do epicentro.

São freqüentes as linhas de fraqueza mesmo no Pré-Cambriano, e a reativação destasfalhas é um fenômeno perfeitamente possível. É o caso do lineamento Pernambuco que corta oEstado na horizontal.

Efeitos dos abalos, segundo a Escala Richter- 3 a - 1 : Ocorrência de nanoterremotos. São abalos tão pequenos que apenas equipamentos

muito sensíveis são capazes de captar. Não provocam danos.

-1 a 1 : Ultramicroterremotos. Somente os sismógrafos são capazes de captar.

1 a 3 : Microterremotos. Embora não causem problemas aparentes, geralmente as pessoassentem a terra tremer.

3 a 5 : Sismos leves. Podem causar rachaduras nas casas.

5 a 7 : Tremores moderados. São capazes de resultar em danos estruturais nas construçõesou mesmo queda das casas.

de 7 a 10 : Tremores intensos. São os mais perigosos e que podem acarretar grandes catás-trofes.

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LIVRO DO PROFESSOR

Falha geológica motiva tremores em Caruaru

Entre as causas dos tremores de terra no Agreste Pernambucano, no qual localiza-se Caruaru, é aexistência de uma zona de fraqueza do sistema de falhas, que se estende por 254 quilômetros, do Recifeaté Arcoverde. Deste modo, Caruaru está numa das zonas de fraqueza desse sistema, composto pordois grandes blocos de rochas. Movimentos na crosta terrestre provocam acomodações nessas zonas.São dois os principais movimentos, chamados de tectonismos: um proveniente do Atlântico Sul e outrodo Pacífico. É como se a América do Sul estivesse sendo comprimida por uma “gigantesca mão”, a títulode comparação.

O movimento proveniente do Atlântico é provocado pela dorsal mesoceânica, que se encon-tra submersa no oceano, a meio caminho da África e da América do Sul. A dorsal mesoceânica exerceum esforço no sentido Leste-Oeste, sobre a América do Sul, resultante da zona de divergência,separação entre América do Sul e África. O tectonismo proveniente da dorsal mesoceânica é resultadodo magma, material do interior do planeta Terra, que aflora nessa espécie de cordilheira submersa.

No sentido contrário está um outro esforço, proveniente de uma placa chamada Nazca, quetem origem no fundo do Oceano Pacífico. A Nazca, que entra embaixo da América do Sul, provocandouma zona de subducção (ou zona de convergência), é a responsável pelos tremores de terra na Cordi-lheira dos Andes.

Os tremores de terra em Caruaru são resultado de acomodações nas rochas que compõem umsistema de falhas chamado de zona de cisalhamento. Caruaru possui uma zona sísmica ativa, devidoa uma falha geológica que está bem próximo à cidade. Deste modo, Caruaru está numa das zonas defraqueza desse sistema. A zona de cisalhamento (ou Lineamento) Pernambuco-Leste, teve suaúltima atividade tectônica há 580 milhões de anos. Os tremores registrados entre maioe junho de 2002 são de pequenas proporções. Devido às características geológicas de Caruaru, osabalos devem atingir um máximo de 4,0 na Escala Richter a longo prazo, não acarretando grandesproblemas.

O Lineamento ou Cisalhamento Pernambuco (representado pelo risco que corta Pernambuco),passa próximo a Caruaru, e é um dos mais importantes aspectos da Geologia Estrutural do NordesteOriental. Ele possui um comprimento de aproximadamente 750 km, tendo uma direção geral E - O,estirando-se desde as imediações do Recife até o município de Paulistana, no Estado do Piauí. Caracte-riza-se pela presença de uma extensa falha de rejeito direcional, aquela em que o rejeito é paralelo àdireção da falha, isto é, horizontal.

A expressão “Lineamento” significa uma zona de estrutura tectônica especial prolongada que seestende através dos continentes, mas de largura estreita comparada com a extensão.

Fonte: Earthlink > Geografia Regional > Abalos sísmicos - Acesso em 5/11/2002.

Texto 2

Terremoto

Geólogo Pércio de Moraes Branco

O Brasil é tido como um país livre de terremotos, o que não impede que alguns deles sejamsentidos aqui. No dia 8 de junho de 1994, por exemplo, a cidade de Porto Alegre (RS) foi atingida pelasondas sísmicas provocadas por um terremoto que ocorreu na Bolívia, a 2 200 km de distância.

O abalo, que atingiu 7,8 graus na escala Richter, foi mais forte que aquele ocorrido nos EstadosUnidos em janeiro daquele ano, e que, com uma magnitude de 6,6 graus, destruiu diversos bairrosde Los Angeles. O terremoto da Bolívia, porém, teve conseqüências bem menos sérias porque seuhípocentro (local no interior da Terra onde ele ocorre) situou-se a grande profundidade, 600 km abaixoda superfície. Em 90% dos casos, a magnitude de um terremoto não passa de 7,0 graus. Deve-selembrar que a Escala Richter é uma escala logarítmica. Isso significa que a magnitude 7 é dez vezesmaior que a 6,0, cem vezes maior que a 5,0, mil vezes maior que a 4,0 etc. Essa escala avalia osterremotos de acordo com a energia liberada ou, mais precisamente, de acordo com a amplitude

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das ondas sísmicas que eles provocam. Em áreas urbanas, como Porto Alegre, a importância doterremoto é avaliada de modo mais apropriado com a escala de Mercalli, que classifica os sismosconforme os efeitos que provocam sobre a população e as edificações. O sismo de 8 de junho foisentido desde o Canadá até a Argentina. Em Porto Alegre, ele:

• foi sentido por algumas pessoas;

• fez sacudir lustres e objetos suspensos;

• fez vibrar móveis nos andares mais altos de alguns edifícios;

• fez girar ventiladores que estavam desligados.

Esses sinais permitem dizer que ele teve uma intensidade IV na escala de Mercalli, que varia deI a XII, sendo por isso classificado como moderado.

A escala Richter, ao contrário da escala de Mercalli, não tem um limite definido. Aimprensa costuma informar equivocadamente que ela vai de 1 a 9 porque nunca se registrou umterremoto com magnitude 9,0.

O terremoto boliviano de 8 de junho de 1994 levou 5 min 38 s para ser sentido em Porto Alegre.Este foi o tempo que as ondas sísmicas, viajando a 6,5 km/s, levaram para percorrer os 2 200 kmque nos separam do seu epicentro (ponto da superfície situado exatamente acima do hipocentro).

Origem dos terremotos

A crosta terrestre, camada rígida e mais superficial da Terra, está dividida em blocos, chamadosplacas tectônicas. Essas placas movem-se muito lentamente (alguns centímetros por ano) e podemse chocar umas contra as outras. Daí surgem os terremotos. A América do Sul é uma dessas placase desloca-se para Oeste. Neste movimento, afasta-se da placa onde está a África (à qual já esteveunida no passado) e choca-se contra a placa de Nazca, que forma uma parte do fundo do oceanoPacífico. Desses choques, surgiu a cordilheira dos Andes, um amarrotamento da crosta terrestre.Isso explica por que ocorrem fortes terremotos nos países andinos, mas apenas abalos pouco inten-sos no Brasil.

Sismógrafos e sismogramas

Os terremotos são registrados e estudados nas estações sismográficas. Em Porto Alegre, en-contra-se a única dessas estações existentes na Região Sul do Brasil, pertencendo à UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul e coordenada pelo *Prof. Antônio Flávio Uberti Costa, que até recente-mente trabalhou na CPRM.

Nas estações sismográficas, aparelhos chamados sismômetros medem os terremotos e ou-tros, chamados sismógrafos, registram seus efeitos numa folha de papel. Esse registro é chamadode sismograma.

O sismograma é desenhado por uma agulha que se apóia sobre um papel, o qual, por sua vez,envolve um cilindro giratório. A medida que o cilindro vai girando, a agulha vai desenhando osismograma, através de movimentos em ziguezague. Quando não há atividade sísmica (abalos), alinha é praticamente reta. Quando os abalos surgem, a agulha começa a dar saltos, movendo-sehorizontalmente.(*) Coordenador do Museu de Geologia

Fonte: http:www.cprm.gov.br/sureg-pa/boletim.html

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Texto 3

Terremotos: como prevê-los?

Embora a ciência já tenha revelado muito sobre as causas do terremoto, os pesquisadoresainda se ressentem da falta de segurança para prever a sua ocorrência.

* Giovanni Vasconcelos

Terremotos são fenômenos naturais que ainda impressionam tanto pela capacidade de destruiçãocomo pela dificuldade de prevê-los, dada a complexidade dos processos físicos envolvidos. Desde aAntigüidade - o primeiro instrumento para detecção sísmica foi inventado pelos chineses no século II -,buscamos aperfeiçoar nossos métodos de predição.

Nos últimos 15 anos, têm se acumulado evidências de que os terremotos exibem carac-terísticas comuns a vários outros sistemas físicos, tais como os sistemas caóticos e os fractais.O estudo desses novos aspectos da física de terremotos transcende o interesse meramente acadê-mico e pode ser de grande importância prática, como argumentaremos abaixo. A moderna teoria daorigem dos terremotos assenta-se sobre dois pilares: a teoria da tectônica de placas e a teoriado rebote elástico.

Segundo a teoria tectônica, a crosta terrestre está fragmentada em diversos segmentos (pla-cas) que se movem lentamente uns em relação aos outros. Por exemplo, a placa da América do Sul,que se estende até o meio do Oceano Atlântico, está se afastando da placa africana a uma taxa deaproximadamente 3 centímetros ao ano. Em uma falha geológica, que corresponde à região decontato entre duas placas tectônicas, o atrito se opõe ao deslizamento relativo das placas, tentandomantê-las “coladas” entre si.

Impedidas de se mover ao longo da falha, a crosta terrestre vai se deformando lentamente emvirtude de suas propriedades elásticas. Um terremoto acontece quando a força elástica em algumponto da falha supera a força de atrito, provocando então um deslizamento brusco, o chamadorebote elástico. (Os tremores sentidos na superfície da Terra são causados por ondas sísmicas,ou seja, vibrações da crosta terrestre originadas durante o terremoto e que podem se propagar pormilhares de quilômetros.)

A origem tectônica dos terremotos é confirmada pela observação experimental de que a grandemaioria dos abalos sísmicos acontece, de fato, nas fronteiras entre placas. Isso explica, por exem-plo, por que o Brasil, que se encontra no centro da placa da América do Sul, está relativamente livrede terremotos, enquanto o Chile, por se situar próximo à borda ocidental da nossa placa, está emuma zona de risco.

Terremotos podem acontecer também em falhas existentes no interior de uma placa, mas es-ses são, em geral, de pequena intensidade. É o caso, por exemplo, dos tremores sentidos emCaruaru recentemente e em João Câmara (RN), em 1986. Embora os aspectos gerais da origemdos terremotos sejam bem compreendidos, os detalhes de como se dão esses deslizamentosainda precisam ser mais bem elucidados, e nessa empreitada o estudo de modelos físicossimples é uma ferramenta bastante útil.

Um modelo simplificado para terremotos consiste de dois blocos de rocha apoiados um sobre ooutro, com o bloco inferior fixo e o superior ligado por meio de uma mola a um suporte horizontal quese move lentamente. À medida que o suporte avança, alonga-se a mola e aumenta, portanto, a forçaelástica sobre o bloco superior, até chegarmos a uma situação em que a força elástica supera aforça de atrito e o bloco começa a deslizar.

Dependendo do tipo de atrito cinético entre as rochas, o deslizamento resultante podeser rápido (terremoto) ou apenas gradativo (creep). Assim, se conhecêssemos o atrito atuandonuma dada falha, poderíamos determinar, a priori, se essa falha apresenta atividade sísmica ou se

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seria inativa. Infelizmente, determinar o atrito em condições geológicas não é fácil, de modo quenesse aspecto nosso modelo é mais de interesse teórico do que prático.

Recentemente, estudamos uma versão mais sofisticada do modelo acima, em que o blocosuperior está ligado ao suporte móvel através de duas molas dispostas perpendicularmente entre si.Nesse caso, a dinâmica do sistema é muito mais complexa, apresentando um comportamento caó-tico em que terremotos acontecem de maneira imprevisível.

Concluindo, a existência de caos em modelos simples de terremotos deve ser vista comouma forte evidência de que terremotos reais são, muito provavelmente, fenômenos caóti-cos. Esse fato, por si só, tem sérias implicações práticas, pois limita consideravelmente nossacapacidade de predição.

* Giovanni Vasconcelos é professor do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco.

Fonte: Earthlink > Geografia Física > Artigo

Texto 4A água e as boas intenções

Washington Novaes1

A chamada crise da água foi um dos temas centrais da recente cúpula de Johannesburg eobjeto de uma das decisões ali tomadas: no Plano de Implementação (das convenções e da Agenda21 aprovadas em 1992) se escreveu que se pretende, até 2015, reduzir à metade o número depessoas que hoje não têm acesso a água de boa qualidade (1,1 bilhão) e das que não dispõem deredes de esgotos (em torno de 2,5 bilhões). Mas não há compromisso formal de nenhum país decontribuir para o fundo voluntário ali mencionado.

Sai-se, portanto, da África do Sul, sem nada concreto diante do que a própria ONU entende sera mais grave crise deste século no mundo. Em 2025, quando a demanda já tiver aumentado mais56%, duas em cada três pessoas no mundo sofrerão com a crise - por escassez, poluição ouconflitos pelo uso.

De volta ao Brasil, encontra-se um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz mos-trando uma ameaça de “falência a curto prazo” no abastecimento de água de 330 mil pessoas da regiãode Piracicaba pelo Rio Corumbataí, que teve sua vazão reduzida, em 30 anos, de 14 para 10 metroscúbicos por segundo. Causa: desmatamento, principalmente das matas ciliares.

Provavelmente, se o estudo for repetido nos demais rios brasileiros, vai-se encontrar quase o mes-mo quadro - e as mesmas razões. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) já está fazendoum estudo a respeito da influência do desmatamento no regime hidrológico em algumas regiões brasilei-ras e logo poderá dizer qual é a situação - que se teimou em não considerar na recente “crise energética”,apesar dos indícios muito fortes, que também levaram a Agência Nacional de Águas (ANA) a iniciar umapesquisa.

A própria ANA informou recentemente que outro problema grave, a poluição, está “fora de con-trole” nos principais rios de oito Estados, da Bahia ao Rio Grande do Sul; 70% das bacias hidrográficasapresentam “alto índice de contaminação”. Numa dessas bacias, a do Paraíba do Sul (que abaste-ce, entre outras áreas, 80% da população do Grande Rio), pesquisa do Centro de Tecnologia Mineralde Brasília nos municípios de Resende e Volta Redonda mostrou há pouco alta concentração decobre, chumbo, zinco e arsênico no material sedimentar.

Inquieta. O consumo de água per capita no Brasil multiplicou-se por dez ao longo do século 20. Sóem duas décadas (1975-95), dobrou. E ainda estamos com dezenas de milhões de pessoas sem aces-so a água de boa qualidade, mais de 70 milhões sem redes de esgotos. Não estranha, assim, que 70%das internações de crianças na rede hospitalar pública se dêem por doenças veiculadas pela água. Eanualmente ocorram 9,8 mil mortes de crianças de até 1 ano por essa razão. Embora o Brasil e aAmérica do Sul estejam entre as regiões com maior disponibilidade de água (36,9 metros cúbicos por

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ano por pessoa - na América do Norte, são 16,8; na Europa Ocidental, 1,7; e na Oceania, 53,7), suadistribuição é muito desigual, com a maior parte, no caso brasileiro, concentrada na Região Amazônica,onde está a menor fatia da população. E o desperdício de água nas redes públicas de distribuição conti-nua em níveis inaceitáveis, em torno de 40% do que sai dos reservatórios, em média.

Nas discussões de Johannesburg, um dos focos mais freqüentes foi o atual uso insustentável daágua na agricultura, onde cresceu 75% nos últimos anos e passou de 1 850 quilômetros cúbicos anuaispara 3 250 em 2000 (1 km3 equivale a 1 trilhão de litros). Outra ênfase foi na preocupação com o aumentodo consumo total, que tem dobrado a cada 20 anos. Em 1900, o consumo total era de 700 km3 por ano;na virada do século, chegou a 3 940 km3. Hoje está além disso. A disponibilidade de água por pessoareduziu-se 58% desde 1950 e vai cair mais nos próximos 50 anos.

A agricultura responde hoje por mais de 70% do consumo total de água, no mundo e no Brasil. Maso desperdício aí pode chegar a 60% (ou 42% do consumo total em todas as formas), principalmente nossistemas de irrigação por pivôs centrais, em que é altíssima a perda por evaporação (que pode aindacontribuir para a depleção dos aqüíferos que suprem os mananciais). No planeta, 40% da produção dealimentos já é realizada com sobreuso de água (mais do que é reposto nos aqüíferos), principalmentenas áreas de expansão mais recente - em 30 anos, as áreas irrigadas passaram de 200 milhões dehectares para 270 milhões. E produzir uma tonelada de grãos, por exemplo, está exigindo mil toneladasde água.

Sistemas alternativos de irrigação - como o gotejamento e a microaspersão -, mais econômi-cos, encontram resistência dos produtores, que alegam a necessidade de investimento maior - oque exige pensar sem perda de tempo em políticas públicas e de crédito que induzam à substituição.

Diante dos números do comércio global de água engarrafada - entre US$ 20 bilhões e US$ 30bilhões anuais -, não falta quem pense no problema centrado apenas nas possibilidades nessa área.Ou quem raciocine unicamente em termos de soberania e estratégias de domínio do recurso. Mas oproblema é bem mais vasto, exige muitos outros enfoques. E será muito preocupante se o País secontentar apenas com os termos da equação em Johannesburg e ficar apenas no terreno das inten-ções (como está hoje).

É preciso rediscutir com urgência as políticas públicas, escapar do atoleiro em que está noCongresso o debate sobre privatizações do saneamento (que podem ter conseqüências muito proble-máticas, já comentadas aqui). Começar a pensar quais serão as conseqüências de mudanças cli-máticas na agricultura brasileira, tema para o qual chamou a atenção, na África do Sul, o presidentedo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. E, de novo, estranhar que uma área da im-portância dos recursos hídricos não freqüente as discussões sobre a sucessão no País e nos Esta-dos.

1 Jornalista especializado em questões ambientais - O Estado de São Paulo, 13 de setembro de 2002

Texto 5

Guerra pela água

Da água, do oxigênio, do carbono e do Sol, com o auxílio dos demais minerais, depende toda avida, em forma de flora e fauna, do Planeta.

A água está presente em todos os organismos vivos e é essencial aos seus metabolismos.O homem não resiste se privar de água por mais de 48 horas. Logo, ter água para a satisfação das

necessidades biológicas é caso de vida para o homem e, nem por isso, ele pára de conspurcá-la.A guerra pelo petróleo já é uma realidade. Toda vez que os países da OPEP fecham as torneiras é

um rebuliço mundial. A economia mundial sofre reflexos de imediato e todos nós sentimos nos bolsos.Toda vez que há conflitos lá pelas bandas do Golfo Pérsico, os EUA e aliados deslocam suas

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frotas guerreiras, visando proteger seus tradicionais fornecedores e resguardar seus investimentosna região.

Da mesma forma que o grande filão de petróleo é aquela região, o grande filão de água doceestá mesmo é por aqui.

É muito rara a quantidade de água doce total no Planeta, e mais rara aquela que está facilmenteretirável para uso, ou seja, em rios, lagos e nos subsolos não muito profundos.

Acontece que 1/5 dessa água doce disponível está na Bacia Amazônica, sendo, portanto, ina-cessível até para nós brasileiros, proprietários de praticamente toda a Bacia Amazônica e que estamoslonge dela.

A floresta é a grande fábrica de água doce, visto que é responsável por grande parte do ciclo daságuas doces das chuvas e principalmente pela capacidade de reter a água e fazer com que oslençóis freáticos sejam abastecidos e também os mananciais (rios e lagos).

Se hoje já se pensa em buscar a água doce, considerada inacessível, nas geleiras dos pólos, aum custo exorbitante, chegará a hora em que o mundo, sedento, virá buscar água na Bacia Amazô-nica e o Brasil, sendo a “OPEP” das águas doces, terá que reforçar suas estratégias para que nãoseja surpreendido por invasões ou mesmo dominações alienígenas que venham a influenciar emsua soberania territorial.

Não é à toa que é voz mundial que a Floresta Amazônica é intocável. O Mundo sabe da importân-cia dessa intocabilidade, já vendo o futuro, não muito longínquo.

Enquanto isso, o que temos mesmo que fazer, nós brasileiros, é gerenciar muito bem nossasbacias hidrográficas que estão próximas de nós, a fim de que possamos ter água “guardada” naBacia Amazônica por muito tempo, como fonte de sobrevivência e quem sabe, como fonte de divi-sas. Não é assim que os americanos procedem com o petróleo que têm no Alasca, guardando-ocomo reserva estratégica?

Gil Portugal - Eng. Ambiental

Fonte: http://www.gpca.com.br/Gil/artigos.htm

Texto 6

Desenvolvimento sustentável

A rigor, a sobrevivência do homem depende da geração de riquezas pelo próprio homem. Porsua vez, a geração de riquezas depende de materiais que, ainda, por sua vez, dependem direta ouindiretamente de recursos naturais. Vale a pena, então, procurar definir o que são recursos naturais.

Numa definição simplista, podemos dizer que recursos naturais são matéria e energia que anatureza coloca à nossa disposição para que, transformando-os ou usando-os diretamente, possa-mos sobreviver e termos qualidade de vida.

Nesse entender, podemos, agora, definir o desenvolvimento sustentável como o procedimentoque leva à produção, de uma forma ampla, preservando os recursos naturais. Vamos falar um poucomais de recursos naturais.

Para um melhor entendimento e para começar, podemos dizer que há duas grandes classes derecursos naturais: os renováveis que são os que a natureza repõe e os não renováveis que são osque a natureza não repõe.

Para ambos os recursos, as regras básicas do desenvolvimento, que se quer, sustentável, são:economizar, reutilizar e buscar sucedâneos.

Acontece que, contrariando a definição, há recursos naturais renováveis que a natureza, àsvezes, não repõe, e se não repõe é porque os meios que possibilitam essa reposição estão saturadospor agentes estranhos que dificultam a reposição.

Surge, então, para os recursos renováveis, outra regra básica no desenvolvimento que se quer

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sustentável: não saturar o meio que possibilita a reposição.A água de um rio, por exemplo, é um recurso natural renovável, no que diz respeito a sua quali-

dade mas, conforme for castigada por agentes poluidores, é possível que ela não possa recuperarsua qualidade economicamente, tornando-se um recurso não renovável.

Um vegetal sempre sucederá outro que foi extraído do solo, a menos que o solo e o ambienteem geral não estiverem comprometidos pela ausência de elementos básicos ou pela presença deelementos nocivos.

O homem é o saturador por excelência do ambiente, muitas vezes em grande escala e de umavez só, acidentalmente, propositadamente ou desidiosamente, como no caso das bombas deHiroshima e Nagasaki, por Tchernobil e pelas experiências atômicas no atol de Mururoa, que inunda-ram o ambiente com partículas radiotivas de meias-vidas de durações as mais diversas. Pelo petro-leiro Exxon-Valdez que inundou o mar do Alasca com óleo. Pelo derrame de substâncias tóxicas noRio Reno. Por Bhopal, pela Guerra do Golfo etc.

E outras vezes o homem satura gradualmente o meio ambiente, quando causa a chuva ácida,destrói a camada de ozônio, aumenta o efeito estufa, lança aos corpos d’água esgotos não tratados,permite a deposição de lixos de toda a natureza e inadequadamente, realiza queimadas, faz devas-tações de florestas e por aí a fora. Em resumo, a toda a hora se coloca a natureza à prova.

O pobre polui porque usa indiscriminadamente os recursos naturais. O rico polui porque usa emdemasia os recursos naturais.

A globalização da economia, forçando a competição, trouxe a série de normas denominadasISO 9.000, visando aumentar a qualidade e abaixar custos. Através dessas normas muitas empre-sas sobreviveram.

A série ISO 14.000, que está para chegar, terá o mérito de ajudar a sobrevivência do meioambiente, através de normatizações que cuidarão de: emissões líquidas e gasosas, de lixos de todaespécie e procedência, de combustíveis e seus aspectos importantes no meio, da liberação deenergias térmicas e vibratórias e até de impactos visuais.

Tais normatizações, com a ISO 14.000, serão postas em prática através de sistemas de ges-tão, da avaliação do desempenho ambiental de quem produz, da obrigação de auditorias e da avali-ação do produto, segundo sua implicação no meio, desde sua origem até o seu uso e descarte doresíduo dele originado.

Enquanto isso, temos que ser mais realistas e imediatistas quando se trata de preservação,porque o tempo está passando e as agressões ao meio ambiente estão sendo cometidas a cadainstante.

Vale a pergunta: por onde começará a conscientização de todos os habitantes do planeta darealidade desse quadro? Eu mesmo respondo: pelos jovens, desde que tenham a oportunidade dese educarem ambientalmente. Levando ao povo uma educação ambientar maciça e permanente, emostrando o inexorável caminho que estamos seguindo, talvez convençamos nossos empresários,dirigentes e àqueles que elaboram nossas leis a adotarem posturas mais concretas para reversãodo quadro.

Gil Portugal (janeiro/96)

Texto 7

Homem explora 83% da Terra, diz estudo

Afora as florestas geladas do Alasca, do Canadá e da Rússia, além dos igualmente frios planal-tos elevados do Tibete e da Mongólia, sobram cada vez menos terras virgens para a vida selvagemno planeta - a maioria delas na Amazônia.

Todas somadas, estima-se que representem apenas 17% da superfície da Terra.

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Os outros 83% da área do planeta já são utilizados para o sustento da humanidade, por meio deagricultura, mineração ou extrativismo (inclusive pesca e caça). No que diz respeito às terras ará-veis, 98% se encontram tomadas pela agricultura, com forte predominância de apenas três lavouras:arroz, trigo e milho.

As cifras estão num estudo lançado ontem na Internet pelo Centro para a Rede Internacional deInformações de Ciência da Terra, da Universidade Colúmbia (Nova York) e pela organização não-governamental Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS, na abreviação em inglês).

As duas instituições produziram, como peça central do relatório, o mapa “The Human Footprint”(literalmente, A Pegada Humana, uma forma de designar o espaço ambiental ocupado pela espéciehumana). O endereço do estudo na Internet é http://wcs.org/humanfootprint.

O mapa fornece uma visão agregada das pressões exercidas pelo homem sobre o ambiente,como densidade populacional, redes de estradas e hidrovias, infra-estrutura para geração e distribui-ção de energia elétrica e a própria área tomada por cidades e fazendas. “O mapa da ‘pegada’ huma-na é uma visão desanuviada de nossa influência sobre a Terra”, disse à agência Reuters EricSanderson, o ecólogo de paisagens da WCS que coordenou o estudo.

“Ele fornece um modo de encontrar oportunidades para salvar a vida selvagem e terras virgensem áreas intocadas, e também para entender como as formas de conservação de matas, ambienterural, subúrbios e cidades estão todas relacionadas.” Foram identificadas 568 áreas prioritárias paraconservação.

Segundo o estudo, a ciência já demonstrou que cerca de 40% da produtividade primária doplaneta (ou seja, em sentido geral, tudo aquilo que é produzido por fotossíntese) é apropriada pelahumanidade, a cada ano -seja pelo consumo direto, seja impedindo que outras espécies dela sebeneficiem. Pelo menos 60% da água doce corrente disponível é desviada para atividades humanas.

Embora sejam somente estimativas, afirma a WCS, essas estatísticas testemunham que nãotem precedentes na história a escalada no consumo de recursos naturais ao longo do século 20. Aconclusão é que o mundo se encontra numa grave crise ambiental. Segundo o naturalista Edward O.Wilson, citado no estudo, a extensão do padrão de consumo americano a todos as pessoas da Terraexigiria três planetas adicionais.

Fonte: Folha de São Paulo, 23/10/2002.

Texto 8

Amazônia: a floresta combate (sim) o efeito estufa

Pesquisas provam que a região capta muito mais gás carbônico do que emite

José Tadeu Arantes Galileu-jun/2002

A Amazônia não pára de surpreender. Medidas efetuadas em pontos diferentes da floresta mos-traram que ela absorve muito mais gás carbônico (CO2) do que emite. Até agora, a cartilha ecológicapropunha que a absorção só era maior do que a emissão em florestas jovens, nas quais as árvoresse encontram em processo acelerado de crescimento. Mas isso vem ocorrendo também na Amazô-nia. Essa atividade, que desafia os modelos teóricos, talvez seja o mais importante mecanismonatural de moderação do efeito estufa em todo o planeta.

Mais biomassa

Os novos dados foram comunicados pelos integrantes do LBA (sigla para Experimento de Gran-de Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), uma pesquisa de 80 milhões de dólares que reúnedezenas de instituições brasileiras e internacionais - entre elas, INPE (Instituto Nacional de Pesqui-

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sas Espaciais), INPA (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia) e NASA (agência espacial ameri-cana). Sabe-se que, durante o dia, os vegetais captam gás carbônico da atmosfera no processo defotossíntese. E, à noite, liberam CO2 na respiração. Numa floresta antiga, como a amazônica, oscientistas acreditavam que esse balanço era nulo. Isto é, a quantidade liberada à noite seria captadadurante o dia. Mas não é o que acontece. “A floresta está fixando de uma a cinco toneladas decarbono por hectare ao ano”, informa o físico Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, um doscoordenadores do LBA.

AnotePara navegar: http://www3.cptec.inpe.br/lba/indexp.htmlPara ler: Amazonian Deforestation and Climate, Carlos Nobre e outros, Ed. John Wiley

Acima das árvoresAs medidas são feitas por anemômetros, instalados no topo de torres de 55 m

Para se ter idéia do que isso significa, deve-se levar em conta que a área total da floresta é de4,5 milhões de quilômetros quadrados, quase a metade da Europa. Atribuindo à taxa de fixação decarbono um valor conservador de duas toneladas por hectare ao ano e extrapolando esse númeropara a floresta inteira, conclui-se que a Amazônia retira anualmente da atmosfera nada menos que900 milhões de toneladas desse elemento.

Ninguém sabe dizer por que isso vem ocorrendo. Para terem certeza de que a fixação docarbono não é um fenômeno temporário, os pesquisadores continuarão a fazer medições nos pró-ximos dez anos. Se ela for confirmada, isso significa que, apesar do desmatamento e das agres-sões contra a Amazônia, a parte intacta da floresta está aumentando sua reserva de biomassa.

Novo estímulo

O carbono fixado agora será devolvido à atmosfera em 150 anos, quando as árvores que estãocrescendo encerrarem seu ciclo vital. Mas esse intervalo de tempo pode ser providencial para quepolíticas preservacionistas e novas opções tecnológicas revertam a atual taxa de crescimento doefeito estufa.

A Amazônia já foi erroneamente chamada de “pulmão do mundo”, porque se acreditava queela abastecia a atmosfera de oxigênio. Verificou-se, mais tarde, que a floresta produz tantooxigênio quanto consome - o que fez com que sua importância para o equilíbrio do planetapassasse a ser subestimada. Ela volta a ser valorizada agora com a última descoberta do LBA.E isso traz um novo estímulo para os ambientalistas de todo o mundo.

Enquanto isso, avança o desmatamento

O Protocolo de Kyoto, voltado ao controle do efeito estufa, prevê que os países emissores deCO2 transfiram recursos para preservação das florestas onde esse gás está sendo mais absorvido.Se tais resoluções fossem implementadas, isso poderia trazer para a Amazônia cerca de 10 dóla-res por tonelada de carbono fixado.

Considerando a absorção total, o aporte anual de dinheiro chegaria à casa dos bilhões de dóla-res. Mas o governo brasileiro se recusa a aceitar os termos do protocolo. Enquanto isso, a devasta-ção se acelera.Só no ano passado foi desmatada uma área de 30 mil quilômetros quadrados, equi-valente à da Bélgica. E o desmatamento total já alcança 14% da superfície da floresta (630 000 km²),algo maior do que a França.

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Texto 9

Efeito estufa

Seqüestro de carbono em três estados

Multinacionais investem em três projetos de “seqüestro de carbono” no Brasil

Três projetos de seqüestro de carbono - como é chamado o processo de fotossíntese de absor-ção de carbono e a emissão de oxigênio pelas árvores - estão em andamento no país. São empre-sas multinacionais investindo milhões de dólares em reflorestamento no Mato Grosso, Tocantins eParaná, em empreendimentos que visam ao combate ao efeito estufa, provocado pelo anel de gásque envolve o planeta. O principal responsável por esse efeito, similar ao provocado por uma estufaonde se cultivam flores, daí o seu nome, é o gás carbônico (CO2). Desde a Revolução Industrial, noséculo XVIII, foram mais de 270 bilhões de toneladas de gases lançados pelo homem na atmosfera,formando hoje uma “cobertura” a 20km de altitude, que impede o escape do calor do Sol refletidopela Terra.

O efeito estufa é agravado pelos milhões de escapamentos dos automóveis que expelem parao ar dióxido de carbono e óxido nitroso; pela eletricidade produzida por queima de combustíveisfósseis que emitem toneladas de carbono; pela decomposição de lixo a céu aberto que libera gásmetano; toneladas de dióxido de carbono por desmatamento e queima de árvores; e pela liberaçãodo gás clorofluorcarbono (CFC), usado em geladeiras, espumas plásticas e aerossóis, que dissolvea camada de ozônio, um protetor natural contra a radiação solar nociva aos seres humanos.

A idéia de seqüestrar carbono da atmosfera foi lançada na Conferência de Kioto, em 1997, noJapão, quando foi criado também o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Uma das solu-ções práticas encontradas foi a de que empresas, sobretudo nos países industrializados, invistambilhões de dólares no seqüestro do carbono ou em novas tecnologias em países em desenvolvimen-to. Entretanto, a organização não-governamental Greenpeace afirma que isso seria apenas umapermissão para que as nações industrializadas empurrem o problema do aquecimento global paraos países pobres, liberando-as da necessidade de reduzir emissões nos próprios territórios. So-mente os Estados Unidos, que possuem apenas 4% da população mundial, respondem por 25% daemissão desses poluentes.

No município de Juruena, no Mato Grosso, a fabricante francesa de veículos Peugeot estáinvestindo 12 milhões de dólares para replantar espécies nativas da Floresta Amazônica, em umaárea de dez mil hectares. É o projeto Poço de Carbono, com a participação da ONG brasileiraInstituto Pró-Natura e a empresa Office National des Forêts (Onfi), órgão ligado ao governo de Paris,para quem o investimento foi repassado. O objetivo é resgatar 50 mil toneladas de carbono em 40anos. Pensando em investir na imagem de uma empresa comprometida com o desenvolvimentosustentável, a montadora francesa não vai reivindicar créditos.

A Pró-Natura busca parceria com assentadores, agricultores, o setor madeireiro e outras áreaseconômicas locais, procurando mostrar soluções compatíveis com o uso sustentável dos recursosnaturais, como alternativas ao desmate e à ocupação irracional. O reflorestamento de áreas deantigas pastagens, trabalho de dimensões inéditas na região, representa cinco mil hectares (1 hec-tare = dez mil m2 = 1 campo de futebol).

No estado de Tocantins, a companhia de energia inglesa AES Barry fez como a Peugeot einvestiu 1 milhão de dólares para reflorestar 60 mil hectares na ilha do Bananal. Em parceria com aNatural Resources International, selecionará projetos capazes de seqüestrar sete milhões de tone-ladas de carbono, em 25 anos. E no litoral do Paraná, a norte-americana Central and South WestCorporation replanta espécies nativas em sete mil hectares na Reserva Serrado Itaqui, em um pro-jeto de 5,4 milhões de dólares, com previsão de seqüestrar um milhão de toneladas de carbono em40 anos. (Nestor Cozetti)

Fonte: Revista Ecologia e Desenvolvimento - Edição 90 - 2001

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Texto 10

A poluição causa doenças e mata

O aumento do nível de poluição atmosférica, que acontece principalmente no período do inver-no, pode aumentar até 12% o risco de morte por doenças respiratórias em dias de “pico” de conta-minação do ar. Mas os danos à saúde não acontecem apenas nessas ocasiões. Uma exposiçãoprolongada por meses ou anos, mesmo a níveis relativamente baixos de poluição, pode provocardoenças das vias respiratórias em pessoas saudáveis, agravar o quadro de quem já tem problemasrespiratórios e também levar à morte.

Essas são conclusões de uma pesquisa realizada em São Paulo por um grupo de cientistas daFaculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que avalia a relação entre meio-ambiente e saúde através de estudos epidemiológicos e laboratoriais. Além de colherem dados emprontos-socorros da cidade, relacionando números de atendimentos, internações e mortes por pro-blemas respiratórios com indicadores de poluição, eles observaram os chamados efeitos crônicosda má qualidade do ar sobre o organismo, realizando testes com ratos saudáveis.

Colocados em locais de alto índice de poluição em São Paulo, depois de três meses os animaisficaram com o nariz entupido, um dos primeiros sintomas da rinite alérgica, muitos tiveram crises deasma (bastante semelhante à asma de seres humanos) e quase todos tiveram as suas defesas pulmo-nares reduzidas. Além disso, o risco de contrair câncer se tornou 2,5 vezes maior do que o normal.

A pesquisa, que se desenvolve como um projeto temático, Poluição Atmosférica na RegiãoMetropolitana de São Paulo: Impacto sobre Saúde da População e Proposição de Medidas Sanea-doras, está sendo coordenada pelo professor Paulo Hilário Saldiva, chefe do Departamento de Po-luição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP, e está sendo financiada pela FAPESP, que jáinvestiu recursos da ordem de R$ 68 mil.

Os principais poluentes

A pesquisa utilizou como ponto de partida dados levantados pelo professor Gyorgy Böhm, daFMUSP, anos antes, que mediam a emissão de gases dos combustíveis usados no transporte e osefeitos deles no ambiente urbano. De acordo com Paulo Hilário Saldiva, o ar de São Paulo recebeanualmente cerca de 3 milhões de toneladas de poluentes, sendo 90% deles emitidos por gasesdos veículos automotores.

O principal poluente é o monóxido de carbono, do qual são emitidas 1,9 milhão de toneladas porano. Suas principais fontes são os carros a gasolina (49%), os veículos a diesel (28%) e os carrosa álcool (17%). Grandes concentrações desse poluente prejudicam a oxigenação do organismo,causando diminuição dos reflexos e da percepção visual.

Os outros poluentes mais importantes são os hidrocarbonetos (430 mil toneladas por ano),óxido de nitrogênio (450 mil toneladas), óxido de enxofre (130 mil toneladas) e material particulado(núcleo de carbono no qual se aderem várias substâncias tóxicas, como compostos de enxofre enitrogênio e metais - 95 toneladas). No caso da cidade de São Paulo, as indústrias são responsáveispela emissão apenas das partículas inaláveis (10%) e de dióxido de enxofre (15%). O restante éemitido por veículos

No inverno, estação caracterizada no Centro-Sul e Sul do país pela pouca ocorrência de chu-vas e ventos (fatores responsáveis pela dispersão de poluentes) e época em que acontecem comfreqüência as inversões térmicas, os índices de poluição aumentam na cidade.

“As pessoas mais afetadas com a poluição nos centros urbanos são aquelas pertencentes aoschamados grupos de risco, que são as crianças desnutridas, os idosos e pessoas que já sofrem dealguma enfermidade, como asma e bronquite crônica”, diz Saldiva, acrescentando que “os padrõesde qualidade do ar são eficientes para preservar a saúde da média da população, mas não impedemefeitos adversos, especialmente sobre os grupos mais suscetíveis da sociedade”.

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Efeitos da poluição doméstica

Dados da pesquisa apontam um aumento de 25% na procura por atendimento em prontos-socor-ros infantis em dias subseqüentes a ocorrências de elevadas concentrações de poluentes na atmos-fera. No Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, o número de internações por motivos respirató-rios durante o período de inverno aumenta até 15%. No Instituto da Criança da FMUSP esse índicechega a 20%. Além disso, a taxa de mortalidade de idosos acima de 65 anos aumenta até 12%.

Esses números caracterizam os chamados efeitos agudos da poluição: aqueles que aconte-cem em pessoas com doenças respiratórias ou mais suscetíveis e se manifestam bruscamente,em dias de maior concentração de poluentes. Foram obtidos com base em índices de mortalidadee de internações de pessoas com problemas respiratórios em hospitais de São Paulo, fornecidosrespectivamente pelo SUS e pelo Programa de Aprimoramento de Informações sobre Mortalidade(PROAIM), da Prefeitura do município. No levantamento, relacionou-se o número de ocorrências demortes ou internações, ao longo de anos, com fatores sazonais como estação do ano, mês ou diada semana, indicadores de temperatura e umidade relativa do ar, e o nível de poluição.

“Quanto maior a exposição dos habitantes aos gases e maior a sua debilidade física, menor acapacidade de expelir as partículas tóxicas, que se acumulam por mais tempo nas vias respiratóri-as”, destaca Saldiva. E acrescenta: “A poluição tem sempre um efeito mensurável sobre a saúde.Quando agudo, esse efeito é quase imediato”.

Alterações orgânicas

Os chamados efeitos crônicos da poluição sobre a saúde se caracterizam por alterações orgâ-nicas, muitas vezes irreversíveis, que se processam ao longo de meses ou anos de exposiçãocontínua a um ar inadequado. Para registrar essas alterações, os pesquisadores utilizaram ratos,criados em diferentes ambientes, mas sob as mesmas condições climáticas. Mais especificamen-te, as cidades de São Paulo e de Atibaia, no interior do estado, onde os animais foram mantidos porperíodos de três meses a um ano.

Em São Paulo, os ratos foram colocados na torre da Igreja Nossa Senhora do Rosário, noLargo do Paissandu, região central da cidade, local de grande concentração de poluentes. Após trêsmeses, os ratos tiveram diversos tipos de reações alérgicas, como rinite e asma, redução de defe-sa do organismo e maior chance de contrair câncer de pulmão. Além disso, 18% dos ratos em SãoPaulo tiveram morte espontânea, contra 5% dos que ficaram expostos ao ar de Atibaia. Estes últi-mos tiveram apenas os problemas respiratórios normais aos ratos, já que é comum à espécie umacerta ocorrência de doenças respiratórias.

Os problemas de saúde nos animais expostos à poluição do ar decorreu de alterações inflama-tórias difusas do tecido respiratório, que se estendem das vias aéreas superiores até os alvéolospulmonares. No processo de troca de ar entre o meio externo e os pulmões, ficam aderidas sobre omuco respiratório substâncias e partículas inaladas que são removidas através da ação do batimentociliar (cílios localizados no canal respiratório).

A poluição provoca uma disfunção do aparelho mucociliar (aquele que funciona como umaespécie de filtro do ar inalado), com redução da freqüência de batimento ciliar. Em conseqüência,pode haver um aumento da vulnerabilidade para a contração de doenças respiratórias na populaçãoexposta. Ou seja, uma exposição prolongada por meses ou anos pode levar uma pessoa sadia aficar doente. E mais, segundo Saldiva: por estar exposto a agentes cancerígenos do cigarro e dapoluição, o fumante, em São Paulo, corre mais riscos de contrair câncer de pulmão do que o aquelede uma cidade não poluída como Atibaia.

Crianças e idosos.

Atualmente, em paralelo aos experimentos em laboratório, o pesquisador Paulo Saldiva estádirecionando sua pesquisa para crianças e idosos, observando a relação entre poluição atmosféricae mortalidade por doenças respiratórias, especificamente entre pessoas nessas faixas etárias. Para

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isto, ele está utilizando dados de poluição medidos pelas estações de monitoramento de poluentesda Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb).

Desde janeiro do ano passado todas as crianças que são internadas no Instituto da Criança sãomedidas, pesadas e avaliadas, observando-se manifestações alérgicas, exposição ao fumo emcasa e outros fatores poluentes ambientais. Além disso, os alunos com idades entre 4 e 7 anos deescolas municipais de educação infantil próximas a estações da Cetesb, estão tendo também suascondições de saúde avaliadas.

“Todas as vezes que aumenta a poluição naquelas regiões, uma hora depois as crianças apre-sentam prejuízo de sua função pulmonar”, diz o pesquisador. O mais grave, segundo ele, é que nãohá níveis de segurança para os poluentes, ou seja, até mesmo quando dentro dos limites de tolerân-cia, a poluição pode causar aumentos da morbidade e mortalidade da população a ela exposta.Efeitosda poluição doméstica

Os efeitos da exposição à poluição doméstica podem surgir imediatamente ou levar anos atése manifestar. Os efeitos mais imediatos incluem irritação dos olhos, nariz e garganta, cefaléia,tonteira e fadiga e, em geral, são temporários e tratáveis. Algumas vezes o tratamento se restringea eliminar a exposição à fonte poluidora - quando esta pode ser identificada.

A reação à presença da poluição doméstica depende de vários fatores. Idade, sensibilidadeindividual e doenças pré-existentes. Infelizmente, as pessoas mais expostas à poluição doméstica -idosos, jovens e criticamente doentes - são exatamente aquelas mais susceptíveis aos seus efeitose mais prejudicados.

A maioria dos efeitos imediatos assemelha-se a resfriados e outras doenças virais leves. Em mui-tos casos é difícil determinar se os sintomas foram causados por exposição à poluição doméstica. Porisso é importante ficar atento ao local e ao período em que os sintomas ocorreram: sintomas recorrentessempre que se tem contato com determinado ambiente sugerem poluição doméstica como causa.

Ainda não estão bem definidos a concentração dos poluentes domésticos e o período de expo-sição necessário para afetar seriamente a saúde. As reações individuais variam grandemente emuitos efeitos (ex: doenças respiratórias, cardiopatias e câncer) podem levar anos para se manifes-tar ou surgirem apenas após um longo período de exposição. Por isso, é prudente melhorar a qua-lidade do ar em sua casa mesmo na ausência de quaisquer sintomas.

Estratégias básicas para controle da poluição doméstica

As soluções para o problema da qualidade do ar em casa envolvem medidas como eliminar oucontrolar a fonte poluente, aumentar a ventilação e instalar dispositivos de renovação e limpeza doar ambiente.

1) Controle da fonte: em geral, a maneira mais eficaz de melhorar a qualidade do ar em suacasa é eliminar as fontes poluentes ou reduzir sua emissão. Algumas fontes, como aqueles quecontêm asbestos, podem ser seladas ou fechadas. Outras, como sistemas de gás, podem serajustadas para diminuir o volume de emissão. Na maioria dos casos, o controle da fonte é a soluçãomais eficaz.

2) Melhorando a ventilação: manter janelas e portas abertas sempre que possível ou acionara função de exaustor quando estiver utilizando o ar-condicionado são medidas viáveis que podemajudar. Melhorar a ventilação é especialmente importante quando está sendo desenvolvida algumaatividade produtora de poluentes (ex: pinturas, cozimentos, soldas, reformas em geral etc).

3) Limpadores de ar: alguns modelos são realmente eficazes, mas a maioria deles geralmen-te não remove poluentes gasosos. Além disso, o uso destes dispositivos não exclui a necessidadede eliminar ou controlar a fonte emissora de poluentes. Há algum tempo havia a crença de queplantas poderiam reduzir os níveis de poluentes dentro de casa, mas até o momento não existemevidências científicas significativas comprovando isto. Ainda, plantas no interior da casa regadasexcessivamente podem abrigar fungos na terra que lhes sustenta, afetando indivíduos alérgicos.

Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) - acesso em 13-11-02 - www.fapesp.br

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Texto 11Desmatamento

Situação das florestas nos principais países:

LOCAL Cobertura original Cobertura atual Área desmatada/ano

Brasil 2 860 000 km2 2 200 000 km2 50 000 km2

América Central 500 000 km2 90 000 km2 3 300 km2

Zaire 1 245 000 km2 1 065 000 km2 4 000 km2

Índia 1 600 000 km2 1 000 000 km2 4 000 km2

Indonésia 1 220 000 km2 860 000 km2 12 000 km2

Os números acima, relacionados por Elísio Márcio de Oliveira, em seu livro “Educação Ambiental- uma possível abordagem”, descrevem o estado atual e perspectivas de progressão do processo dedesmatamento no planeta e foram extraídos da Revista Super Interessante, no 6, julho de 1992, p. 37 .

Segundo o Sr. Elísio Márcio - atual Coordenador da DIED do IBAMA, nas áreas desmatadas,podem desaparecer 35 mil espécies todos os anos, provocando perda de espécies sequer conhe-cidas. Neste livro, ele ressalta a importância das espécies vegetais no equilíbrio entre os sistemasHidrosfera, Biosfera, Litosfera e Atmosfera:

“Os desmatamentos e queimadas liberam CO2 (gás carbônico), CH4 (metano) e NOx (óxidosnitrosos), gases que vão agravar o efeito estufa e as chuvas ácidas. Sem árvores, o solo, afetado poressas chuvas, pode ficar estéril e as águas, sem as barreiras das raízes, levam os nutrientes, aumen-tando a erosão e empobrecendo os solos. Esses produtos irão sedimentar os rios, comprometendoos recursos hídricos e provocando a desertificação que é prejudicial à vida” (p. 66).

Texto 12

Curiosidades

Dinossauro vegetariano sobrevivia mais tempo

Quantos anos viviam os dinossauros?

Muitos, principalmente os grandalhões herbívoros. Calcula-se que os de sangue quentechegavam a 120 anos e os de sangue frio, semelhantes aos répteis atuais, a 200 anos. “Por teremum metabolismo lento, animais de sangue frio gastam menos energia e chegam a idades avançadas”,diz o paleontólogo Edio Kischlate, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mas não há consensosobre que espécies tinham qual tipo de metabolismo. Alguns cientistas supõem até que essa regrasó vale para os herbívoros. Os carnívoros pré-históricos seriam mais parecidos com os atuais, quevivem cerca de 30 anos.

Fonte: Globo Ciência. fev./97

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Continentes siameses já não são tão parecidos

A América do Sul e a África estiveram unidas por 400 milhões de anos. Mas, depois de umaseparação de 110 milhões de anos, as diferenças entre os dois se acumularam.

Se a América do Sul e a África estiveram unidas, por que os animais que habitam esses conti-nente são tão diferentes hoje?

Faz 110 milhões de anos que eles se separaram, tempo suficiente para cada um desenvolverseus próprios bichos. Devido ao movimento das placas tectônicas – pedaços de crosta terrestre quese movem alterando a superfície do planeta –, cada continente passou por uma história geológicadiferente. A África ficou sempre ligada a outras massas de terra e teve oportunidade de trocar ani-mais com essas regiões. Já a América do Sul enfrentou um longo período de isolamento, transfor-mando-se em uma ilha. Acabou dando origem a uma fauna própria. “O fenômeno é parecido com oque aconteceu com a Austrália, que ainda hoje permanece isolada”, conta o paleontólogo ReinaldoBertini, da Universidade Estadual Paulista , em Rio Claro.

1 Infográficos Rogério Maroja 2 Rodrigo Ribeiro3 Fotomontagem Rogério Maroja sobre fotos de Eduardo Albarello

cc 1

as duas regiões quando isso aconteceu.

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Juntando as partes de um fóssil despedaçado

Como se sabe que ossos encontrados distantes uns dos outros pertenceram a um mesmo ser?

Rodrigo N. NishiTerra Rica, PR

Sabe-se que os ossos encontrados à distância pertencem a um mesmo ser através da compa-ração com esqueletos de outros animais semelhantes, quevivem até hoje e cujos ossos são bem conhecidos. Osdinossauros, por exemplo, são répteis fósseis, cujos esque-letos são parecidos com os dos lagartos atuais. Muitas ve-zes, porém, não é possível saber se os ossos que são usa-dos para reconstruir o esqueleto de um fóssil pertenceramrealmente ao mesmo indivíduo. Os esqueletos também po-dem ser reconstituídos usando ossos de diversos indivídu-os, levando-se em conta sua idade e tamanho.

Fonte: Rocha Campos, professor do Instituto de Geociências daUniversidade de São Paulo.

Água do mar não limpa ninguém

Por que o sabonete não funciona direito com água salgada?

Por mais que se esfregue, não adianta. A sujeira, que é com-posta em grande parte de gordura, só vai embora quando o sabone-te é usado com água pura, sem sal. “Isso porque os sabões funcio-nam como uma ponte, unindo as moléculas de gordura às de água,que leva tudo ralo abaixo”, explica o químico Atílio Vanin, da Universi-dade de São Paulo. Na água salgada, existem substâncias, comocálcio e magnésio, quebagunçam tudo: elas

reagem com o sabão impedindo que ele grude na água.Assim, a ponte não consegue se formar e a sujeira não sai .Quanto mais sais, menor a eficiência da limpeza. Banhohigiênico, mesmo, é o de chuveiro.

Fonte: Globo Ciência. fev. / 97

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Texto 13

Nuvens regam a Terra e controlam a energia que entra e sai do planeta. Mas os cientistasainda não compreenderam como esses flocos flutuantes, feitos de água e gelo, influem noclima terrestre.

Por Thereza Venturoli

Quando você olha para o céu, vê figuras de carneiros e castelos esvoaçando sobre sua cabeça.Quando os cientistas olham para as nuvens, enxergam esfinges. Essas ilhas de água no teto domundo estão longe de serem decifradas.

Por um lado, elas refrescam a Terra, captando parte da radiação solar e devolvendo-a ao espa-ço. O planeta recebe do Sol uma quantidade de energia equivalente à produção de 10 milhões deusinas de Itaipu. Se toda essa luz e todo esse calor chegassem à superfície, o mundo esturricaria. Atemperatura média, de cerca de 15 graus Celsius, subiria 11 graus. Isso só não acontece porque asnuvens refletem 22% da radiação solar.

Mas, ao mesmo tempo, parte dessa radiação chega ao solo e nos aquece, e o planeta irradia devolta esse calor ao espaço. Aí, as nuvens funcionam como uma tampa de panela. Retêm o calor aquiembaixo e, assim, aumentam o efeito estufa — o aquecimento da Terra resultante do bloqueio da suairradiação pelos gases da atmosfera.

O balanço final é uma charada. Os cientistas simplesmente ignoram se o telhado aquoso estáaquecendo ou resfriando o planeta. “Além de existirem muitas nuvens diferentes, um mesmo tipopode atuar tanto como abafador quanto como refrigerante, dependendo da sua altura, do solo que elaencobre e da temperatura local”, aflige-se o físico Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidadede São Paulo (USP). “O comportamento das nuvens é tão complexo que ainda não conseguimosconstruir um modelo matemático que preveja, com precisão, seus efeitos”, diz Carlos Nobre, doCentro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, do instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE), em Cachoeira Paulista, São Paulo.

O problema é que não há informações suficientes. A especialista em ciências atmosféricasMaria Assunção da Silva Dias, do Instituto Astronômico e Geofísico da USR resume: “Os dadoscoletados por satélites ainda não são suficientes para chegarmos a uma conclusão definitiva sobreo papel das nuvens, globalmente”.

Nuvens, umas somem outras não chovem

Para começar, há menos nuvens no céu do que deveria haver. Essa constatação desconcertanteperturba os pesquisadores do clima. O raciocínio é simples. Nos últimos 100 anos, a temperaturamédia da Terra subiu 0,6 graus Celsius, devido à emissão de gases poluentes que abafam a atmos-fera. Parece pouco, mas já é um décimo de todo o aquecimento que o planeta sofreu desde o fim daúltima era glacial, há 18 000 anos, quando um terço do globo estava coberto de gelo. Ou seja, não épouco, é muito.

Se a temperatura se elevou, a evaporação de água dos rios e mares também só pode ter au-mentado. Portanto, a cobertura de nuvens agora é maior, certo? Errado. Todas as tentativas de mediresse aumento global de nebulosidade fracassaram. Onde estão essas nuvens? As medições emsolo tampouco indicam que esteja chovendo hoje mais. Hoje, chove praticamente os mesmos 1 000milímetros de água por ano que chovia no início do século. “Esse quadro é incompatível com as leisda Física”, ressalta, inconformado, Paulo Artaxo.

A única nebulosidade que os climatologistas sabem que está crescendo é a gerada por restosde combustível lançados pelos aviões entre 10 e 17 quilômetros de altitude. O vapor d’água e aspartículas de sujeira que escapam das turbinas congelam assim que saem. Formam nuvens que

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demoram a se desmanchar e já cobrem 0,2% da superfície do globo. Em regiões onde o tráfegoaéreo é mais intenso, como a Europa Central, essa cobertura já chega a 0,5%.

Um relatório elaborado por uma equipe internacional de 100 pesquisadores prevê que, até o ano2050, o aumento no número de vôos deve triplicar o consumo de combustível. Com isso, o materialemitido pelas turbinas pode aumentar em até quatro vezes a quantidade de nuvens de grande altitu-de. O documento foi divulgado em junho passado pelo Painel Intergovernamental de Mudança Climá-tica (IPCC), um comitê de cientistas e técnicos ligado à ONU. O quanto isso vai esfriar ou aquecer oplaneta é ainda impossível calcular. Responder a essa dúvida é um dos objetivos da Meteorologianos próximos anos.

Fonte: Revista Superinteressante. agosto 1999 - Excertos.

Texto 14

O sal da água do mar

Por que a água do mar é salgada?

Thiago dos SantosBruna Raquel Araújo Penido

Luciana Paganini DiasCamila Fernanda Guimarães

Gabriela Mendes e SilvaJuliana Emília TavaresKelly Casimiro Matoso

Contagem, MG

Por que, com o passar dos séculos, a água do mar vai ficando mais salgada?

Adriana C. de S. GonçalvesBelo Horizonte, MG

A água do mar é uma solução rica em sais, onde predomina o cloreto de sódio (NaCl), tambémconhecido como sal comum. Ele representa cerca de 85% do total de sais ali dissolvidos. Há duashipóteses para explicar a presença de sais na água do mar. A primeira, a mais conhecida e que pormuito tempo acreditou-se ser a única, era de que eles teriam origem na dissolução das rochas dasuperfície terrestre (contendo sais) e de seu transporte pelos rios até os oceanos. Porém, umasimples análise comparativa entre os sais dissolvidos pelos rios e a composição da água do mardemonstra que nem todo sal existente poderia ter-se originado apenas por esse processo.

A segunda hipótese está relacionada aos processos vulcânicos que ocorrem nos fundos oceâni-cos. As lavas originárias do manto (camada logo abaixo da litosfera, a mais superficial da Terra) trazempara os oceanos água que está contida nas camadas mais interiores do planeta. Essa água contém,em solução, constituintes químicos – dissolvidos através de um conjunto de processos que envolvemtrocas entre os oceanos, atmosfera, fundos marinhos, rios, rochas da superfície, material do manto eoutros – levam a um estável balanço geoquímico do meio marinho, fazendo com que a quantidade desais dissolvidos mantenha-se constante por milênios. Portanto, a água do mar não vai ficando maissalgada com o passar do tempo, a não ser que ele seja represado ou tenha pouca comunicação comoutros mares: neste caso, devido à evaporação, aumenta a concentração de sal. É o caso do MarMorto, si tuado no Oriente Médio.

Fonte: Rosane Gonçalves Ito, oceanógrafa química do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. in RevistaGlobo Ciência. janeiro 1996

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Gabarito

Livro de Exercícios

1. Resposta pessoal, de acordo com a fonte de consulta.

2. d 3. d 4. d 5. c 6. b 7. d 8. c

9. e (diminuição da velocidade e aumento do trabalho erosivo, ocasionando a diminuição da altitude).

10. b 11. d 12. b 13. c 14. d 15. (3) (1) (2)

16. (3) (5) (1) (6) (2) (4) 17. b 18. b 19. c 20. a 21. b

22. (3) (4) (5) (1) (7) (6) (2) 23. (c) (o) (d) (a) (b) 24. d 25. a 26. a

27. c 28. d 29. a 30. a 31. c 32. b 33. d 34. a

35. a 36. (5) (6) (3) (4) (1) (2) 37. b 38. d

39. b (1 - juventude; 2 - maturidade; 3 - velhice; 4 - rejuvenescimento)

40. a) forma de relevo: Taça (Vila Velha-PR) - Agente: vento (erosão eólica)

b) Forma de relevo: Falésia - Agente: abrasão marinha)

41. d

42. Resposta pessoal, de acordo com a fonte de consulta.

43. e (desloca-se das áreas FAPAE para as áreas QBPCR).

44. a 45. c 46. e 47. b 48. a 49. d 50. c 51. b

52. e 53. a 54. d 55. a 56. c 57. b 58. b

59. a) O clima de monções caracteriza-se por chuvas que, ocor-rem no verão quando os ven-tossopram, carregados de umidade, do mar para o conti-nente, e ocasionam catás-trofes.

b) O setor primário é afetado pelas chuvas torrenciais, na medida em que os campos de cultivosão inundados, perdendo-se as colheitas,

60. (2) (1) (3) 61. d 62. a 63. d 64. d 65. b 66. d

67. a) As estações do ano invertidas de acordo com os hemisférios (Roma -Hemisfério Norte- verão- Junho/Julho; Luziânia - Hemisfério Sul - inverno - junho/julho)

b) Luziânia - clima tropical ; Roma - clima mediterrâneo (caracte-rize os tipos climáticos)

68. Clima desértico quente (caracte-rize-o).

69. b 70. c 71. b 72. c 73. e 74. c 75. c 76. a 77. a

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Geografia 1ª Série EM - Volume 2

LIVRO DO PROFESSOR

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78. c 79. c 80. b 81. d 82. d 83. e 84. 57 (a, d, e, f)

85. a) Isotermas.

b) As estruturas habitacionais (dos centros das áreas urba-nas) constituem um dos prin-cipaiselementos urbanos mo-dificadores do clima (micro-clima). Um edifício, ainda que em escaladiminuta, conver-terá em calor a radiação solar, dependendo da cor, textura e densidade domaterial de construção. O asfaltamento também altera o nível do albedo.

86. Inversão térmica.

(O “normal” é que a camada de ar quente, menos densa, tenda a subir e o ar frio, mais densodas camadas superiores, desça, aquecendo-se e subindo e assim sucessivamente. Estacirculação vertical do ar faz com que haja também circulação de poluentes. Nos dias frios, issonão acontece e não havendo o aquecimento não há a circulação dos poluentes, formando-seuma camada de névoa, que concentra altos níveis de poluentes sobre a cidade provocandoalergias e doenças respiratórias em grande parte da população, principalmente idosa e infantil).

87. Resposta pessoal, de acordo com a fonte consultada.

88. e 89. e 90. e 91. c

92. Bacia hidrográfica

A - Rio principal

B - Afluente

C - Nascente

Rede hidrográfica

D - Confluência

E - Subafluente

F - Foz (Delta)

93. d 94. a 95. e 96. d 97. d

98. C (localizada a uma altitude maior do que as fossas, o que evitará a contaminação da água porinfiltração de resíduos no lençol freático).

99. Este exercício poderá ser feito em grupos, sob a forma de “Painel integrado” , cada um se encarre-gando de um rio, previamente escolhido. Depós é só misturar os grupos e socializar as informações.

100. Resposta pessoal, de acordo com a fonte consultada.

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Geografia 1ª Série EM - Volume 2

ABRIL

O aprender e o pensar não podem ser concebidos como simples resultados de processos cognitivos,

mas como interações em que estão envolvidos interesses, contextos e experiências

organizadas de dentro - e de fora - da escola.

SCALCO e UDE, 2003. p. 71

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MAIO 2007

“Criar, dar vida e função a algo original, que expresse nossos pensamentos e necessidades através dos tempos,

é algo que podemos, com certa liberdade, chamar de arte.”

Autor desconhecido

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JUNHO2007

Para ser grande, sê inteiro Põe quanto és, no mínimo que fazes

Nada teu exagera ou exclui Assim, em cada lago a lua toda brilha,

Sê todo em cada coisa. Porque alta vive.

Fernando Pessoa

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JULHO 2007

“Acreditar em algo e não vivê-lo é desonesto”.

Mahatma Gandhi

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