gemologia ao alcance de todos

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  • 7/27/2019 Gemologia Ao Alcance de Todos

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    D O S S I T C N I C O

    Gemologia ao alcance de todos

    Jos Maria Leal

    Carolina Duarte Becattini

    Victria Carolina Pinheiro Lopes

    Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais

    CETEC

    outubro

    2007

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    DOSSI TCNICO

    Sumrio

    1 INTRODUO ............................................................................................................................ 2

    2 HISTRICO DAS GEMAS .......................................................................................................... 2

    3 HISTRICO DAS GEMAS NO BRASIL ..................................................................................... 3

    4 CONCEITOS DE GEMOLOGIA .................................................................................................. 5

    5 DEFINIES............................................................................................................................... 6

    5.1 Unidades gemolgicas........................................................................................................... 66 GEMAS SINTTICAS E IMITAES......................................................................................... 6

    7 EQUIPAMENTOS GEMOLGICOS ......................................................................................... 10

    8 GEMOLOGIA ECONOMICA ..................................................................................................... 148.1 O sistema de classi ficao das gemas de cor................................................................... 148.1.Peso ....................................................................................................................................... 148.2 Cor ......................................................................................................................................... 148.2.1 Matiz: ................................................................................................................................... 148.2.3 Tom: .................................................................................................................................... 148.2.4 Saturao: ........................................................................................................................... 14

    8.3 Pureza.................................................................................................................................... 148.4 Lapidao/Acabamento ....................................................................................................... 168.5 Obteno do Preo Referencial da Gema .......................................................................... 169 EQUIPAMENTOS NECESSRIOS PARA CLASSIFICAO DAS GEMAS .......................... 17

    CONCLUSES E RECOMENDAES ...................................................................................... 18

    REFERNCIAS............................................................................................................................ 18

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    DOSSI TCNICO

    Ttulo

    Gemologia ao alcance de todos

    Assunto

    Extrao de gemas

    Resumo

    O Dossi apresenta informaes para empresrio, empreendedores e profissionais do ramo depedras preciosas, abordando conceitos bsicos de mineralogia e as principais propriedadesfsicas dos minerais, pontos importantes para o conhecimento de uma gema, termo designado

    para qualquer pedra ornamental de valor. Aborda, alm dos conceitos fundamentais,informaes sobre os principais equipamentos gemolgicos e os processos de identificao,classificao e avaliao das gemas.

    Palavras chave

    Extrao de gema; extrao mineral; gema (mineralogia); refratmetro

    Contedo

    1 INTRODUO

    As pedras preciosas na histria da humanidade sempre foram palco das atenes, elasimpulsionaram o comrcio, trouxeram riquezas e guerras. Por suas caractersticas intrnsecas,de portabilidade, alto valor agregado, raridade, dureza, e atemporalidade, elas possuem extremabeleza, e so cobiadas pela humanidade atravs dos tempos.

    2 HISTRICO DAS GEMAS

    As gemas tem uma caracterstica marcante na histria da civilizao.Contudo, seu valor empocas remotas no era o mesmo que lhe atribudo hoje. Provas do valor dado as gemas sofacilmente enumeradas.

    Um bom exemplo a presena de lpis-lazli e esmeraldas em tmulos egpcios, h tambm

    referncias bblicas, como as doze pedras, representado as doze tribos de Israel, cravadas nopeitoral de Aaro, Sumo Sacerdote dos Judeus. No entanto, sobre o diamante, denominadopelos orientais de ALMA, pela sua pureza e raridade, um dos mais antigos documentosexistentes uma estatueta grega, do sculo V. a. C., atualmente no Museu Britnico, cujo doisolhos so de diamante.

    Cercados por uma viso mstica e usados na aplicao medicinal , fato comprovado pelo uso emlarga escala por amuletos mgicos nas civilizaes antigas, as primeiras informaes que omundo ocidental teve das gemas iniciaram- se provavelmente, quando Alexandre Magno (356-323 a. C.) conquistando o oriente da Prsia ndia, propiciou maior intercmbio entre os povos,divulgando as lendas criadas pelos orientais sobre as gemas.

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    O incio da era crist aceito pela grande maioria dos historiadores, como o inicio de um perodoonde se estudou mais profundamente as gemas, devido ao grande comrcio na poca. Porm,existia grande confuso nas denominaes das gemas, fato determinado pela ausncia detestes especficos, sendo a cor o diagnstico mais utilizado.

    Os valores e usos atribudos s gemas mudaram nos diversos perodos da histria, sendomarcante na Idade Mdia o uso das gemas em rituais e celebraes religiosas, visto a grandeinfluncia e poder acumulados nas mos da Santa Igreja Catlica, padres e sacerdotes

    adotaram a ametista como gema principal em seus adornos.

    Os maiores valores mgicos e medicinais se restringiam ao diamante, safira e esmeraldaque, segundo o joalheiro e estudioso de gemas Benevenuto Cellini (1500 1571), poderiam sercomparados, pela sua importncia, gua, ao cu, ao fogo e vegetao, respectivamente.(e orubi)Pergaminhos gregos e romanos traziam inmeros conhecimentos mgicos das pedras, como,por exemplo: aquele que beber vinho em um copo talhado em ametista, jamais ficar bbado.Alm desses conhecimentos, era comum a associao de gemas com os signos astrolgicos,para resguardar ou dar mais sorte ao portador desta.De vrios documentos antigos se extraem consideraes medicinais sobre as gemas, algumasdelas bastante peculiares, sendo a prtica do charlatanismo amplamente difundida.

    O uso do cristal de rocha, quartzo, para a cura da dor de cabea, do rubi, contra mordida decobra e da esmeralda contra a hemorragia, era prtica normal na poca. Alm dessas e outrasgemas medicinais, os remdios especiais, feitos a partir da mistura do p de diversas gemas,eram tambm de efeito eficaz, preservando at os maridos da infidelidade das esposas.

    Assim, a Idade Mdia marca a poca da oficializao do uso de gemas como medicamento.Essa prtica persistiu amplamente at meados do sculo XVIII, no deixando, no entanto, deexistir dissidentes para, vez ou outra contest-la, como o professor Tauvry, no seu Tratado deMatria Mdica, no sculo XVII.

    3 HISTRICO DAS GEMAS NO BRASILNa poca do Brasil-Colnia, os viajantes, marcados pelo esprito aventureiro, viam nos tesourosdo oriente, principalmente as especiarias, o ouro, o diamante e as safiras, uma chama para arenovao constante de suas aspiraes. A descoberta dos grandes tesouros nas AmricasCentral e do Sul levou os europeus a invadirem as civilizaes Asteca e Inca, a pilharem seustesouros e a exterminarem sua cultura.

    No Brasil no foram encontrados, primeira vista, os tesouros do j afamado Novo Continente.Os documentos de Pedro Vaz de Caminha coroa relataram a existncia de ouro e prata naColnia, sem apresentar provas de tais descobertas. Desiludidos pela falta desses metais, idiaesta confirmada pela ausncia dos mesmos em ornamentos e armas dos nativos, tinham os

    portugueses que se contentar com a riqueza propiciada pelas valiosas madeiras e pela forahumana representada pelos ndios.Voltaram-se, ento, para a alternativa de procurar aschamadas pedras preciosas, pois elas eram mais freqentes entre os habitantes da nova terra.

    Na segunda metade do sculo XVI tiveram incio as Entradas e Bandeiras, no af da descobertade esmeralda e ouro, que os nativos afirmavam existir no interior do continente. Designados porDuarte da Costa, ento Governador, a Entrada teve incio em 1554, chefiada por FranciscoBruza Spinosa. O roteiro dessa viagem por sinal bastante confuso, foi interpretado peloprofessor Capistrano de Abreu e pelo professor Pandi Calgeras. Segundo esta interpretao,a entrada se prendeu ao rio Jequitinhonha, chegando aos arredores de onde se localizam hojeas cidades do Serro e Diamantina.

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    Seguiram, ento at o So Francisco, sendo impossvel a continuao do percurso,atravessaram a regio entre o rio So Francisco e o rio Verde Grande, caindo na bacia do rioPardo, margeando-o at o encerramento da expedio.

    Todo esse itinerrio, cerca de 1800km, foi infrutfero para a descoberta de metais e gemas. Porvolta de 1568 houve nova investida, desta vez comandada por Martim Carvalho, incitado porindgenas que levaram a Porto Seguro algumas pedras verdes. Percorrem o Jequitinhonha at aaltura da serra de Itacambira, descobrindo areias com pepitas de ouro (areias aurferas de Minas

    Novas) e desceram o rio So Mateus.Como na entrada chefiada por Spinoza, os resultadosforam negativos. No se deixando abater, a coroa ordena a Fernandes Tourinho novaexpedio.Esta se inicia ao norte do rio Doce, seguindo-o at a cabeceira do Caoe, ondeencontraram turmalinas azuis (as falsas turquesas). Voltaram at a cabeceira do Itamarandibado Mato, onde eram abundantes as turmalinas verdes (falsas esmeraldas) as rubelitas,indigolitas e berilos.Chegaram ento at o rio Araua e desceram depois do Jequitinhonha at ooceano.

    Dessas primeiras incurses chegou-se a uma gama de conhecimentos que poderiam ser assimresumidos; jazidas de turmalinas, berilos, e guas-marinhas (identificadas na poca comoesmeraldas, safiras e turquesas), localizadas na serra divisora das bacias do Mucuri,Jequitinhonha, Rio Doce, e no Espinhao, entre os rios So Francisco e Jequitinhonha.

    Em 1672, cercada de uma flama patritica, a aristocracia paulista se disps, pelos seus prpriosrecursos, a percorrer continente adentro na pesquisa de gemas. O nome de Ferno Dias PesLeme , sem dvida, o mais importante dessa fase, iniciada em 1674, com a sua investida embusca da terra das esmeraldas. A nova concepo empregada, ou seja, o estabelecimento deroado e trilhas, marcaram o real comeo da colonizao do interior.

    Os Bandeirantes entraram pelas cabeceiras do rio Grande, passando pelo Ibituruna em direoao norte via rio Paraopeba. Atingiram o vale do rio das Velhas, seguindo at a localidade doSerro. Chegaram s montanhas de Itacambira passando pelo vale do Jequitinhonha, subirampelo rio Itamarandiba, um tributrio do rio Araua, at chegarem nas Montanhas dasesmeraldas.

    Um total de 128 gemas foram enviadas a Lisboa, em 1698, outros suprimentos de gemas foramenviados para serem analisados por especialistas indianos. O veredito foi que as gemas noeram esmeraldas autnticas.

    Observando no mapa das Entradas, as gemas classificadas erroneamente como esmeraldasconcentram-se na regio leste-nordeste do Estado de Minas Gerais. Ainda hoje, esta regio importante economicamente pela abundncia de seus depsitos e alto valor de suas gemasexploradas at os dias atuais.

    Se no bastasse o ouro e pedras preciosas exploradas pela coroa portuguesa, esta ficou ainda

    mais extasiada quando descobriu pela primeira vez diamantes no Brasil no comeo do sculoXVIII.Esta descoberta atribuda oficialmente a Bernardo da Fonseca Lobo, em 1721, contudo outrosdebitam o mrito a Sebastio Leme do Prado, que descobriu diamantes no rio Manso, umtributrio do rio Jequitinhonha, em 1725. A partir da o Brasil passou a ser o maior produtormundial de Diamantes, com o Tijuco (atual Diamantina) o centro produtor.Com a super produo de diamantes no Brasil, os preos caram at 25%, forando o governoportugus a tomar rigorosas medidas no controle da produo.

    At o comeo do sculo XIX, havia pequenas exportaes das falsas esmeraldas contudo,ouro e diamantes continuaram sendo descoberto nos riachos do Quadriltero Ferrfero de MinasGerais, guas-marinhas e topzios principalmente na vizinhana de Ouro Preto.

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    Pelo meio do sculo, o tringulo mineiro tambm se tornou importante fonte de diamantes dealta qualidade e tamanho. Em 1853, foi descoberto nessa regio o famoso Estrela do Sul,pesando 245.5 quilates no estado bruto.

    O final do sculo at as alturas da segunda grande guerra mundial a explorao no Brasil serestringiu a ouro e diamantes. Durante esse perodo, foram descobertos novos camposdiamantferos em Canavieiras na Bahia, Tibagi, Pitangui no Par, e outros nos estados doAmazonas, Par, Amap, e no rio Garas um tributrio do rio Araguaia em Gois.

    Com a necessidade de produzir minerais estratgicos para a Segunda Guerra, a regiopegmtica do nordeste do Brasil e Minas Gerais foram intensamente trabalhados, tornando-seas primeiras fontes de pedras coradas. Atualmente, os pegmatitos de Minas Gerais, sul daBahia, oeste do Esprito Santo e o nordeste do Brasil so os mais importantes produtores degemas no pas, colocando o Brasil como um dos maiores exportadores mundiais de gemas dealta qualidade gemolgica.

    4 CONCEITOS DE GEMOLOGIA

    A gemologia um ramo da mineralogia que se refere pesquisa dos materiais gemolgicos,sejam naturais ou produzidos pelo homem. Dentre esse estudo, podemos relacionar aspropriedades fsica, qumicas e pticas das gemas, tcnicas utilizadas para sntese delas,mtodos aplicativos em sua identificao atravs de instrumentos gemolgicos e avaliao, almda lapidao e polimento.

    Para um mineral ser gemolgico deve possuir cinco atributos:

    Beleza (cor, transparncia, disperso-brilhana ou fogo)Durabilidade (dureza 7)Raridade (taafetta Mg3Al8BeO16, violeta avermelhada, D = 8)Moda (misticismo gema de baixo valor)Portabilidade (instabilidade econmica e perodo de guerra)

    As gemas podem ser classificadas em duas categorias:

    Materiais amorfos materiais orgnicos, vidros e plsticosMateriais cris talinos minerais e as substncias sintticasNaturais orgnicas e inorgnicasSintticas amorfas e cristalinas

    Algumas peculiaridades relacionadas s gemas:

    mbar 1 gema usada pelo homem; Pintura em tmulos egpcias = lapidao malaquita e lpis-lazli;

    - tcnica rudimentar (5.000 a. C.),- 4.700 a. C. vidro,- 2.000 a. C. esmeralda,- 1.922 achado o tmulo do Fara Tutancmon,- gata tingimento a. C. (mtodo mais primitivo de tratamento de gema),

    Usado como Talism = poder mgico, contra misria, fantasma; Litoterapia: cura pela presena;

    - Colocada na parte doente,- Pulverizada e ingerida (Clepatra = prola moda),

    Astrologia = signo do zodaco; Investimento: sobrevive a instabilidade poltica e econmica.

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    5 DEFINIES

    Gema: materiais que por suas propriedades fsicas (cor, brilho, dureza, etc.), so usados comoenfeite pessoal ou ornamento. Atualmente no se deve os termos pedra preciosa e semipreciosae sim GEMA.

    Nomenclatura das gemas: (1 Simpsio Internacional de Gemologia em Idar-Obertein-10/83):

    Topzio Rio Grande = ametista queimada (citrino Rio Grande)Titanita = xido de titnio TiO2YAG = trio + alumnio +granada Y3Al5O12GGG = gadolnio = glio = granada Gd3Ga5O12Zircnia cbica = xido de zircnio de estrutura cbica ZrO2Fabulita = xido de estrncio e titnio SrTiO3

    5.1 Unidades gemolgicas

    A unidade bsica de medidas das gemas o kilate (quilate ou carat, ct).Definido como 1/5 dograma (200mg) e no deve ser confundido com o termo Kilate (K) utilizado para a definio de

    pureza do ouro.

    Em 1907, o Comit Internacional de Pesos e Medidas definiu o quilate como 0,20 gramas. Tendoem vista o avano do comrcio de pedras pequenas, menores que um quilate, foi necessriosubdividi-lo em 100 pontos. Cada ponto corresponde 2mg. Para se ter uma idia daequivalncia entre peso e dimetro, apresentado na figura abaixo uma srie de diamantestalhados no tipo lapidao brilhante.

    De maneira geral, uma gema comercializada em quilate, quando lapidada e em gramasquando em estado bruto. Bastante difundida para a confeco de jias a gema calibrada oumilimetrada, que separada por tamanho, utilizando-se, para tanto o paqumetro.

    O quilate do ouro usado em relao quantidade de liga. O ouro puro considerado1000 ou 24 kilates, ouro 18 K que em 24 partes de ouro 6 de liga, ou seja, 75% de ouro e25% de liga.

    O ponto usado mais para o comrcio de diamantes, sendo 1 ponto equivalentes 0,01 ct.

    O gro outra medida usada em gemologia.Usada principalmente no comrcio de prolas.1 gro equivale a 0,25 ct, que igual a 0,05g.1 ct = 100 pontos = 0,2g = 4gro

    6 GEMAS SINTTICAS E IMITAES

    Gemas sintticas so as que no se formaram por processos naturais, ou seja foramsintetizadas pelo homem. Elas so fabricadas obedecendo mesma composio qumica eestrutura interna dos cristais naturais, obtendo as mesmas propriedades fsicas, pticas eestrutura cristalina destes cristais. No entanto, algumas diferenas como impurezas e presenade bolhas nestes cristais so notadas. As imitaes so aquelas fabricadas para se pareceremcom as gemas naturais, no possuindo, no entanto, nenhuma propriedade semelhante sdestas. A gema reconstituda formada por fundio ou sinterizao de pequenos fragmentosde material natural, usados como semente.

    As primeiras tentativas de se sintetizar gemas foram causadas, possivelmente, pela escassez delpis-lazli no Egito, aproximadamente no ano 4000.C., quando se tentou transformar esteatito

    por aquecimento, em lpis-lazli.

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    Em 1837, Marc A. Gondin fundiu sulfato de potssio e alumnio e cromato de potssio, obtendocristais de rubi pelo processo denominado fuso de fluxo (flux fusion). Nessa poca, foramdesenvolvidos processos de recristalizao da esmeralda, processo que se usa parte da gemanatural (reconstituio).

    As tentativas de sintetizar o diamante tomaram rumo certo em 1797, quando Smithson Tennantdescobriu que o diamante constitudo s de carbono (C). Em que 1955, a General Eletricpublicou oficialmente a descoberta da sntese dos diamantes, sendo estes de pequeno tamanho,

    tendo o maior diamante sintetizado 6mm de dimetro e 1ct, no sendo economicamente vivel asntese de diamantes com a finalidade de gemas.

    H muitos substitutos do diamante, no entanto, nenhum consegue reunir todas as propriedadesdesta gema. O espinlio sinttico foi a primeira tentativa, produzido pelo processo Verneuil.Sua disperso maior e apresenta dureza e ndice de refrao menor que o diamante. Quandoimerso em iodeto de metileno ou mesmo em gua, apresenta relevo muito mais baixo que o dagema natural.

    O rutilo, xido de titnio (TiO2) usado como substituto do diamante, principalmente na dcada de50, facilmente reconhecido pela grande disperso (a maior de todas as gemas), birrefringnciae dureza (7 na escala de Mohs). Esse material foi vendido com os nomes de Titnia, DiamanteMgico, Titanium, Miridis e outros.

    As granadas naturais (QUADRO. 1) no so encontradas incolores, devido principalmente aoferro, sempre presente em sua estrutura. A sntese da estrutura da granada, como substituto dodiamante, feita observando-se a substituio do silcio pelo alumnio e do magnsio pelo rio. OYAG (Ytrium Aluminium Garnet), tambm chamado DIAMONAR, tem a frmula Y3Al5O12 ealguns gemologista discordam de se enquadrar o YAG no grupo das granadas. A adio decromo na estrutura produz a cor verde, o mangans torna o vermelho, o cobalto o azul e o titnioo amare1o. O YAG tem ndice de refrao, dureza e disperso menores que os do diamante,alm de apresentar densidade em torno de 4,55. O YAG tambm um cristal muito usado natecnologia de LASERS.

    QUADRO 1

    Material Dureza I.R BIR. DispersoDiamante 10 2,42 0 0,044Corndon 9 1,76 0,008 0,018YAG 8 8.5 1,833 0 0,026YA10 8 8.5 1,988 0,017 0,039Espinlio 8 1,72 0 0,020Zirco Cbico 7.5 8.5 2,15 0 0,060Zirco 7.5 1,92 0,059 0,039GGG 6.5 2,02 0 0,038Rutilo 6 7 2,60 0,287 0,280

    Fabulita* 5 6 2,41 0 0,190* Titanato de EstrncioFonte: ELWELL, 1979.

    Outra granada, denominada GGG (Gadolinium Galium Garnet) foi sintetizada a partir dasubstituio do rio, do YAG pelo gadolnio (Gd) e do alumnio pelo glio (Ga), obtendo-se afrmula Gd3Ga5O12.Ela tem IR maior que o do YAG, e assim, mais prximo do diamante, temmaior disperso, mas apresenta dureza entre 6,5 e 7,0 bastante inferior do diamante (videtabela acima).

    O substituto do diamante, atualmente (entenda-se bem essa colocao do tempo), o zircocbico (zircnia cbica, zirconita), que entrou no mercado de jias em 1976. Sua sintetizao sebaseia no material natural chamado zirco (ZrO2), de estrutura cbica, que preservada

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    aps resfriamento pela adio de um estabilizante. O zirco cbico tem ndice de refrao de2,15 a 2,17, prximo do diamante, disperso de 0,060, tambm prxima dos 0,044 do diamantee dureza ligeiramente inferior. A densidade deste , no entanto, muito alta, em torno de 5,65,mas, para gemas montadas, esta propriedade difcil de se testar. O melhor teste deidentificao feito pelo raio X, pois, esta irradiao num filme fotogrfico mostra para odiamante uma transmisso melhor que qualquer outra gema, por ser ele extremamentetransparente ao raio X.

    A esmeralda, pela sua beleza, raridade e, da, altos preos no mercado de gemas, despertouinteresse em sua sintetizao. Foi a partir do berilo que se tentou, por um processo dereconstituio, sua primeira sntese.

    O processo em que se obteve resultados mais positivos se iniciou em 1911 no IG FarbenIndustrie, na Alemanha, conseguindo vinte anos mais tarde, os primeiros cristais de esmeraldasinttica denominada igmeralda. O processo uma fuso de BeO,Al2O3 e SiO2 dissolvidoscom molibdeto de ltio, tendo o produto valores de ndice de refrao, peso especfico e duplarefrao mais baixos que os das gemas naturais.

    As mais modernas snteses de esmeraldas so divididas entre Caroll Chattan e Pierre Gilson. Oprimeiro usa basicamente o processo do IG Farben Industrie, sendo o perodo para ocrescimento normal de aproximadamente um ano. No processo de Pierre Gilson, ocrescimento se d na razo de 1mm por ms, durante nove, meses, para uma semente decristal de 4cm x 1mm. Mesmo no conhecendo os processos de sntese de esmeraldaprofundamente, acredita-se que todas usam o crescimento de fluxo (flux grown) como base.

    Para a diferenciao entre esmeraldas sintticas e naturais pode-se, primeiramente, observar apresena de incluses ou no. As incluses em gemas naturais, de uma maneira geral esimplificada, so bi ou trifsicas (slido, gs e liquido), apresentando incluses de minerais comopirita, mica, etc. Nas gemas sintticas, so observadas incluses bifsicas (slido e gs) eincluses do mineral fenaquita.

    A constncia nos valores de densidade no mantida para gemas naturais. Alm disso,esmeraldas sintticas, fluorescem a vermelho sob ultravioleta, o que no acontece com asgemas naturais. O exame minucioso das incluses o teste recomendado.

    Bons exemplares gemolgicos de gua-marinha so encontrados com certa facilidade nanatureza. Portanto, o desenvolvimento do processo de sntese, embora seja o mesmo da snteseda esmeralda, no foi acionado. Atualmente, so usados como substitutos da gua-marinha,topzio azul e incolor bombardeado, alm do vidro.

    A granada, como foi descrito anteriormente, pode ser sintetizada e obtm-se boas cores, quandose usa partes do YAG ou GGG e se introduz o mangans na sua estrutura. Depende tambm decotao no mercado para produzir sistematicamente esta gema.

    A turmalina, um borossilicato complexo, j foi experimentalmente sintetizado usando-se omtodo hidrotermal, obtendo-se turmalina de diversas cores.

    A alexandrita, uma variedade de crisoberilo, teve sua sntese acelerada devido escassez deboas gemas naturais, fator sempre importante para se produzir ou no gemas sinteticamente. Asntese desta gema foi feita primeiro pelo processo Verneuil e ultimamente pelo processo decrescimento de fluxo (flux grown). A sntese da alexandrita se deveu em parte sua aplicaoem LASERS.

    O vidro foi, provavelmente descoberto h milhares de anos, havendo informaes seguras deque os egpcios j o usavam na imitao de gemas como esmeraldas, lpis-lazli e turquesa. De

    fato eles preferiram muitas vezes os vidros opacos, coloridos artificialmente do que as gemasnaturais de cores mais plidas e transparentes.

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    O vidro composto de uma ou mais substncias que se solidificam sem se cristalizarem, ouseja, no apresenta estrutura interna ordenada. O material empregado nas imitaes o vidroduro (flin glass), feito com a mistura de slica, xido de potssio e xido de sdio, acrescentandoo agente de cor. So imitaes principalmente do quartzo, berilo e topzio. facilmentedetectado pelo brilho vtreo nas superfcies de fratura, pelo sentido de aquecimento quando nocontato com a mo, pela presena de bolhas esfricas, pela dureza em torno de 5,5 at 6,0 epor apresentar tambm, linhas de fluxo.

    O plstico, usado geralmente para imitar o mbar, turquesa e esmeralda, facilmenteidentificado pela baixa dureza e densidade.

    O doublet um conjunto de duas partes de materiais diferentes ou no, com o intuito de imitardeterminada gema. Quando unidas as trs partes, so chamadas triplet. Elas podem sercimentadas ou fundidas juntas, antes ou depois do talhe. Gemas compostas podem serconstitudas de gemas naturais, imitao ou somente com parte que seja imitao.

    O doublet de granada bastante comum, com uma parte de almandina e vidro incolor nopavilho. A esmeralda soldada um triplet formado de duas partes, de quartzo incolor e, entreeles, o quartzo verde. A identificao do doublet e triplet pode ser feita pelo mtodo da imerso,onde ficam evidentes os planos de separao e as partes unidas.

    A identificao de gemas compostas, usando-se a fluorescncia, tambm de grande efeito.Quando iluminado com radiao de 2537 , o cimento da juno fluoresce distintamente daspartes.

    usado comumente o aquecimento de gemas para identificar ou mudar a cor e melhorar obrilho. Muitas gemas naturais sofrem bombardeamento variados, para intensificar a cor mesmopara imitar outra gema. A maioria destas gemas, quando sofrem outro aquecimento, ou mesmoquando exposta luz solar, perdem a cor intensa, voltando cor original. O QUADRO 2, abaixo,ilustra alguns tipos de gemas:

    QUADRO 2Tipos de gemas

    Quanto a natureza da gema Exemplos1- Vidro Berilo, corndon, diamante2- Rocha Lpis- lazli, obsidiana3-Orgnicas Prola, coral, marfim, mbar4- Gemas sintticas Rubi, safira, esmeralda, espinlio5- Imitao (substitutos ou similares) gua Marinha/ Topzio Azul: zircnia

    cbica/diamante6- Gemas reconstitudas turquesa; coral7-Gemas revestidas esmeralda, rubi8- Gemas tratadas termicamente ametista, gua marinha, turmalina

    9-Gemas tratadas por irradiao (raios g) topzio10- Gemas tratadas por difuso Safira11- Gemas tratadas por tingimento gatas(+ 90% so tingidas)12- Gemas tratadas por impregnao esmeralda com leo epxi, (quartzo- verde

    esmeralda)13- Gemas tratadas com raios laser incluses slidas resina14- Mtodos combinados topzio azul irradiao + trmico15- Gemas compostas doublets e triplets16- Gemas falsas vidros, plsticos, fabulita, YAGFonte: ELWELL, 1979.

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    QUADRO 3

    Caractersticas de materiais usados como imitaes de gemasVidros PlsticosPobre condutor de calor, fria aotoque, apresenta presena debolhas de gs e redemoinhos

    N entre 1,44 e 1,90d entre 2,3 e 4, 5D entre 5 e 6

    N entre 1,45 e 1,66D entre 1,3 e 1,8D = 2

    Fonte: ELWELL, 1979.

    7 EQUIPAMENTOS GEMOLGICOS

    Existem inmeros equipamentos para identificar as gemas, porm alguns so imprescindveispara a identificao. Podemos destacar alguns deles como:

    PINA o equipamento mais simples, utilizadas para manusear as gemas, evita o contato das moscom estas.

    FIGURA 1 - PinaFonte: Hall, 2002.

    LUPADe uma ou duas lentes, com aumento de 10 x o suficiente para o uso gemolgico. Ela deve seracromtica e aplantica. Muito eficiente para se observar incluses, defeitos de lapidao e se agema composta, isto um doublet ou triplet.

    FIGURA 2 - LupaFonte: Hall, 2002.

    DICROSCPIOConsistem em um tubo metlico, uma lente e dois polarizadores. O de calcita semelhante. Este

    instrumento utilizado para se observar as cores ou tons de pleocrosmo. Para as substnciasanisotrpicas e no incolores podemos ter dois tipos de pleocrosmo.

    FIGURA 3 - DicroscpioFonte: Hall, 2002.

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    QUADRO 4

    Dicricos n tricicos nTurmalina Verde nw=verde forte

    nx=verde claroCordierita na=amarelo

    nb=azul clarong=violeta escuro

    Rubi nw=vermelho fortenx=vermelho

    amarelado

    Andaluzita na=vermelhonb=verde claro

    ng=cor de olivaSafira nw=azul forte

    nx=azul amareladoKunzita na=incolor

    nb=rosa plidong=cor de ametista

    Fonte: Newmann, R. Gemstone Buying Guide

    POLARISCPIOO polariscpio um aparelho para distinguir pedras istopos, de pedras que mostrambirrefringncia. O polariscpio constitudo pelas seguintes partes: uma fonte luminosa e duasplacas polarizadoras. Ao passar na placa polarizadora inferior a luz que chega da fonte luminosa polarizada: na placa Polaroid superior (analisador) a luz que sai da pedra (esta placa

    montada com sua direo de polarizao perpendicular da placa inferior).

    FIGURA 4 - PolariscpioFonte: Hall, 2002.

    Uma pedra examinada no polariscpio entre polarides cruzados pode exibir os seguintesfenmenos: A pedra mostra-se iluminada e permanece iluminada durante uma rotao de 360.

    Concluso:A pedra anisotrpica e formada por um agregado de vrios cristais(agregado cristalino), ou um cristal maclado

    Durante uma rotao de 360 a pedra apresenta-se quatro vezes iluminada, alternadas comquatro momentos, em que se apresenta, totalmente escura (extinta).

    Concluso: A pedra anistropatrpa, sendo esta constituda por um monocristal.

    A pedra apresenta um comportamento diferente dos descritos acima, isto , umcomportamento birrefringente anmalo.Concluso: Na maioria dos casos, trata-se de uma gema istropa, mas recomenda-se aconfirmao com a utilizao de refratmetro.

    REFRATMETRO GEMOLGICOO refratmetro o aparelho gemolgico usado para medir os ndices de refrao das gemas. Ele baseado no ngulo crtico de reflexo total da luz. O ndice de refrao a constante pticamais importante para a determinao (identificao) das gemas, e uma propriedade comimportncia diagnstica.

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    Por isso, o refratmetro ser o instrumento mais usado na identificao das gemas, uma vez queele fornece um mtodo relativamente rpido e de grande confiabilidade. A construo de umrefratmetro gemolgico consiste nas seguintes peas:

    FIGURA 5 RefratmetroFonte: Hall, 2002.

    1- Janela de entrada para a luz, vindo da unidade de iluminao;2- Um sistema ptico (filtro de luz + prisma + escala + ocular + polarizador)3- Corpo de vidro de alta refrao4- Escala calibrada para leitura do valor do (s) ndice (s) de refrao (colocada no caminho daluz entre as lentes)

    Funcionamento

    A luz vindo da fonte monocromtica amarela ou de um filtro de luz (comprimento de onda =589mm) passa atravs do sistema ptico e do corpo de vidro de alta refrao. No limite vidro-pedra (em rigor: vidro-lquido-pedra) a luz refletida, totalmente, em funo do ngulo crtico dereflexo total da pedra (porque o ndice de refrao da pedra (np) menor do que o vidro (nv) e

    do lquido de contato).

    O ngulo crtico medido, mas o que dado na escala calibrada no o ngulo crtico, mas simo prprio valor do ndice de refrao da pedra.Os raios refletidos totalmente, ou apenas parcialmente, so projetados pelo sistema de lentessobre a escala transparente, a qual vista atravs da ocular. parte da escala iluminada pelosraios refletidos totalmente, ficar relativamente escura. O valor lido na posio da linha escuradivide a escala calibrada, representa o ndice de refrao.

    Campo de aplicao do refratmetro:

    O refratmetro permite os seguintes dados pticos de uma gema, os quais apresentam umgrande valor de refrao: A medio de ndices de refrao; A determinao se a pedra istropa ou anisotropa; A determinao da birrefringncia (abirrefringncia ou dupla refrao a diferena entre o

    maior e o menor valor dos ndices de refrao da gema); A determinao do nmero de eixos pticos (uniaxial ou biaxial) e se a gema anisotropa

    positiva ou negativa.

    Uso do refratmetro

    Examinando uma gema em diferentes posies no refratmetro, pode-se encontrar as seguintes

    possibilidades:

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    A gema mostra um nico valor para o ndice de refrao (invarivel). Concluso: a pedra anisotrpica e uniaxial, pertence ao sistema cbico ou amorfa.

    Obtm-se dois valores dos ndices n e n dos qual um constante (n) e o outro varivel(n) (existe a possibilidade de em uma dada posio, a gema apresentar uma nica leitura).Concluso: a pedra anistropa e uniaxial, pertence a um dos sistemas cristalinos seguintes:tetragonal, trigonal ou hexagonal.

    Para as pedras uniaxiais existem dois casos:

    a) o carter ptico da pedra positivo se n > n (n n > 0)

    b) o carter ptico da pedra negativo se n < n (n n < 0)

    c) Obtm-se dois valores dos ndices, que so ambos variveis. (existe a possibilidade de emuma dada posio, a gema apresentar uma nica leitura) Concluso: A pedra anisotropa ebiaxial, (+) ou (-) e pertence a um dos seguintes sistemas: ortorrmbicos, monoclnico outriclnico.

    Em pedras biaxiais existem trs ndices de refrao principais , e . Embora existam apenas

    dois raios polarizados, passando ao longo de uma direo no cristal, os trs ndices de refraocorrespondem aos raios vibrando em trs direes, mutuamente perpendiculares.Por conveno: < < ( no a mdia aritmtica)O carter ptico, (+) ou (-), depende da relao do ndice de refrao mdio () com os ndicesde refrao e .

    Regra: Se estiver mais prximo de do que de , o carter ptico positivo.Se estiver mais prximo de do que de , o carter ptico negativo.Para calcular usamos a seguinte frmula: = + /iSendo i = nmero dos valores medidos, ou seja, de leituras efetuadas.Determinao do carter ptico em pedras uniaxiais:So feitas medidas com a gema em quatro ou cinco posies diferentes. Cada posio fornecedois valores, um dos quais constante e o outro varivel:Exemplo1- 1 1.618 1.638 ( o ndice constante neste caso o ndice maior);2- 1.620 1.638 (o ndice varivel neste caso o ndice menor3- 1.622 1.638 (n = 1.618 e n= 1.6384- 1.619 1.6385- 1.618 1.638

    Birrefringncia: A diferena entre o valor maior (1.638) e o valor menor (1.618) que igual b =0,0201.638 1.618 b = 0,020

    Carter ptico: como neste caso n maior do que n , a gema negativa.Exemplo b):1- 1.600 1.6342- 1.600 1.6303- 1.600 1.629 (como nessa pedra n o ndice menor, a gema positiva4- 1.600 1.633 n = 1.600 n = 1.6345- 1.600 1.6321.634 1.600 b = 0,034

    Determinao do carter ptico em gemas biaxiais.Recomenda-se fazer medidas com a pedra em oito ou mais posiesExemplo: 1- 1.550 1.580

    2- .557 1.5803- .560 1.5684- .550 1.5670

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    5- .555 1.581 = 1.5506- .560 1.580 = 1.5887- .550 1.588 - = b = 0,0388- .555 1.5389 .550 1.56310 .555 1.575

    = + /i + = 31.32 = 15.55 = 15.77i = 20 + /i = 31.32: 20 = 1.566 = 1.566 - = 0.016 Como est mais prximo de do que de , a gema positiva- = 0.022

    8 GEMOLOGIA ECONOMICA

    8.1 O sistema de classif icao das gemas de cor

    Assim como para os diamantes, a classificao de gemas de cor no mercado internacional utilizaquatro fatores como base: o peso, a cor, a pureza e a lapidao.

    8.1.Peso

    O peso das gemas de cor tambm expresso em quilates (ct = 0,2g).

    8.2 Cor

    Normalmente, a cor o fator de maior importncia na classificao das gemas de cor,

    representando cerca de 50% do seu valor. O grau de cor determinado pelo julgamento feitosobre trs aspectos bsicos, definidores das cores:

    8.2.1 Matiz: o principal aspecto e se refere ao tipo de cor ou combinao de cores de umapedra. Exemplos: verde amarelado, verde azulado, azul esverdeado.

    8.2.3 Tom: a medida da cor no que se refere sensao de claro-escuro. Outro termo usado:Tonalidade. Geralmente expresso em porcentagens.

    8.2.4 Saturao: a posio numa escala que se estende do vivido (vivid) ao sem vida (dull). (Afora, a pureza, a intensidade do matiz).

    A melhor qualidade de cor aquela que bem distribuda na gema, no apresentando manchas(zonas de cor); a saturao deve ser vivida, e o tom, o melhor conhecido no mercado para cadavariedade de pedra.

    Para a graduao da cor, usa-se como referncia o sistema Gem Set do GIA ou o GemDialoguede Howard Rubin, que so indiscutivelmente os dois sistemas mais utilizadosinternacionalmente.

    8.3 Pureza

    Esta considerada o segundo fator para classificao e avaliao das gemas de cor,representando aproximadamente 30% do valor da gema.

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    Refere-se ausncia ou presena de incluses e/ou imperfeies externas, sua qualidade equantidade, que interferem na diminuio da sua transparncia e beleza da gema. O exame daspedras deve ser feito primeiramente a olho nu e, posteriormente, com lupa de 10 aumentos.

    Para o julgamento da pureza, as gemas so previamente classificadas em trs grupos:

    QUADRO 5Grupo I: Gemas que freqentemente so encontradas puras ( sem incluses)

    Exemplos : gua marinha, turmalina verde e topzioGrupo II: Gemas que normalmente apresentam pequenas incluses ou

    imperfeies internas.Exemplos: safira, rubi, granada, alexandrita e rubelita

    Grupo III: Gemas que raramente so encontradas puras ou sem imperfeiesinternas.Exemplos:turmalina vermelha e esmeralda

    Fonte: DNPM, 2005

    Isso significa que, por exemplo, uma esmeralda, que pertence ao Grupo III, receber uma notamxima em pureza mesmo quando apresentar incluses leves. J uma gua-marinha, do GrupoI, s receber nota 10 em pureza quando no tiver incluses nem imperfeies externasexaminada com lupa de 10x. O quadro abaixo apresenta os graus de purezas das gemas de cor.

    QUADRO 6Grau de pureza Descr io do grau de purezaSI Sem incluses e sem imperfeies externas, quando examinada

    sob a luz difusa, com lupa 10X.IL Incluses leves ou muito pequenas, quando examinada com lupa

    10X. Pequenas imperfeies externas.A categoria IL descritacomo muito prxima da categoria SI.

    IM Incluses moderadas que podem ser vistas facilmente com lupa10X, e com pouca dificuldade a olho nu. Pequenas imperfeiesexternas. Nesta categoria as incluses ou imperfeies no podem

    afetar a mesa da gema.IA Incluses acentuadas, facilmente vistas a olho nu. Imperfeiesexternas tambm so facilmente encontradas.

    IE Incluses excessivas. Esta categoria envolve todas as gemas queapresentam muitas incluses e imperfeies externas, afetandoseriamente a beleza, a transparncia e a durabilidade do material.As gemas desta categoria so quase sempre translcidas a opacas.

    Fonte: DNPM, 2005

    O quadro abaixo demonstra com clareza a variao na classificao dos graus de pureza entreas gemas do grupo I, II e III.

    QUADRO 7

    VARIAO DOS GRAUS DE PUREZA DOS GRUPOS I, II E IIIGrupo/ Pureza SI IL IM IA IEGrupo I +++++++++++++++++++++++++++++++++++Grupo II +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++Grupo III ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    Fonte: DNPM, 2005

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    8.4 Lapidao/Acabamento

    Finalmente, a lapidao e acabamento o fator de menor peso na classificao das gemas decor, representando 20% do total. Na lapidao devemos considerar diversos aspectos, tais comoas propores, a simetria e o acabamento final.

    Para julgamento das propores, tomamos como base os seguintes itens: Contorno bem balanceado; Boa proporo entre o comprimento e a largura; Perfil bem equilibrado; Porcentagem da altura total (o total no deve ultrapassar 65%); Altura da coroa e profundidade do pavilho (1/4 a 1/3 deve ser acima do rondzio e 2/3 a

    deve ser abaixo do rondzio); Excesso de peso no pavilho; Tamanho da mesa; Brilho.

    Para o julgamento do acabamento, consideramos as caractersticas da superfcie da gema que

    no foram levadas em considerao quando da classificao da pureza.Para a classificao da simetria, so examinados a forma, a posio e o arranjo das facetas.

    8.5 Obteno do Preo Referencial da Gema

    Para se obter o preo referencial da gema necessrio que se analise a sua cor, pureza e aqualidade de sua lapidao/acabamento, dando-se uma pontuao ou nota de 01 a 10,conforme os critrios a seguir descritos. Aps definidas, as notas devem ser multiplicadas pelopercentual correspondente a cada item, ou seja, Cor = 50%, Pureza = 30% e Lapidao = 20%.So os seguintes os critrios da Classificao utilizados:

    Excelente ou extra (notas de 8 a 10)

    Quanto cor: Matiz puro e uniforme. Brilho intensoQuanto a pureza: Gemas do Grupo I: Minsculas incluses invisveis a olho nu e pouco visveiscom lupa de 10x.Gemas do Grupo II: Pequenas incluses pouco visveis a olho nu e visveis com lupa de 10x.Gemas do Grupo III: Pequenas e pouco acentuadas incluses visveis a olho nu e, obviamente,tambm com a lupa de 10x.Quanto lapidao: Boas propores, simetria perfeita, culaa bem centrada, bom polimento,facetas bem colocadas, sem estarem remontadas

    Boa ou primeira (notas de 6 a 8)

    Quanto a cor: Matiz puro com algum desvio de tom, de mais intenso para o maisclaro(manchas). Brilho intenso.Quanto a pureza: Gemas do Grupo I: Minsculas incluses aparentes com lupa de 10xdificilmente visveis a olho nu.Gemas do Grupo II: Incluses bastante aparentes com lupa de 10x e facilmente visveis a olhonu.Gemas do Grupo III: Incluses bastante aparentes a olho nu.Quanto lapidao: Pequenas variaes nas propores, nas linhas de simetria (rondzio) epequena janela na mesa, quando vista pela coroa.

    Segunda ou mdia (nota de 4 a 60)Quanto cor: Muito clara ou muito escura. Pouqussima saturao, ou em excesso (quase

    incolor ou quase toda preta). Translcida a opaca.

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    Quanto pureza: Gemas do Grupo I: Incluses visveis a olho nu, facilmente visveis com lupade 10x.Gemas do Grupo II: Incluses acentuadas vistas a olho nu.Gemas do Grupo III: Muitas incluses vistas a olho nu, tornando a gema translcida ou opaca.Quanto lapidao: Grandes variaes de simetria, com propores distantes do idealPolimento fraco.

    Exemplo prtico para indicao do preo referencial de uma gema a ser analisada:

    Esmeralda com peso de 2 qui lates.Nota para a cor 8 x 50% = 4.0Nota para Pureza 8 x 30% = 2,4Nota para Lapidao 6 x 20% = 1,2Total: 7,6

    Depois de encontrada a nota final (7.6) que reflete a sua qualidade do ponto de vistacomercial.Deve-se encontrar, no quadro correspondente ao tipo da gema examinada, a linhahorizontal que demonstra o peso da gema (neste caso 2 quilates) at o encontro desta com acoluna correspondente qualidade da gema (7.6). Existe no Brasil o Boletim Referencial dePreos, editada em parceria do Departamento Nacional da Produo Mineral (DNPM), rgogovernamental ligado ao Ministrio das Minas E Energia e O Instituto Brasileiro de Gemas EMetais Preciosos (IBGM), rgo ligado aos exportadores brasileiro de pedras e metais preciosos.A nvel internacional, existe o The Guide, editado nos Estados Unidos da Amrica.

    NOTA: Os valores apresentados no quadro abaixo servem somente para exemplo e as cotaesso em dlares americanos (U$), POR QUILATE.

    QUADRO 8CABOCHO

    FRACA(TTERCEIRA)

    MDIA(SEGUNDA)

    BOA(PRIMEIRA)

    EXCELENTE(EXTRA)

    NOTAS DE 2-4 4-6 6-8 8-10

    de 0.50 a 0.99ct 20 30 150 460

    1 a 2.49 ct 30 50 300 10003 a 4.99 ct 50 75 480 13005 a 7.99 ct 60 100 600 1500Fonte: Boletim Referencial de Preos - DNPM

    Teremos portanto, para a nossa pedra, um valor referencial de U$ 300,00 por quilate.Como nossa gema exemplo pesa 2ct, teremos conseqentemente o preo final de U$ 600,00 (2ct x U$ 300,00).

    9 EQUIPAMENTOS NECESSRIOS PARA CLASSIFICAO DAS GEMAS

    Para a execuo da classificao de gemas de cor ou de diamantes essencial possuir oequipamento correto.A baixo indicamos uma lista dos equipamentos bsicos:

    microscpio gemolgico ou lupa de 10x;1. Lupa de 10 aumentos (aplantica/acromtica);2. Iluminao fluorescente especfica (imitando luz do dia) e incandescente;3. Sistema de graduao da cor (GemSet. Do GIA ou o GemDialogue, de Howard Rubin);4. Balana de preciso;5. Balana hidrosttica para determinao da densidade de gemas;6. Micrmetro;7. Calculadora;

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    Para a classificao dos diamantes, adicionar ainda os seguintes equipamentos:8. Conjunto de pedras-padro (masterstones) para classificao da cor dos diamantes;9. Proporcionoscpio de mesa do diamante;10. Rgua para medio da mesa do diamante;11. Canetas de tinta vermelho, verde e preto;12. Diagramas com vrias formas de lapidao;13. Folhas de trabalho especficas para diamante.

    Concluses e recomendaesCONCLUSES E RECOMENDAESA metodologia acima descrita e os critrios utilizados se basearam, em grande parte, emtrabalhos traduzidos de informativos internacionais e adaptado para o mercado brasileiro pelogemlogo Walter Martins Leite, diretor da Cmara de Gemas do IBGM , e pela Gemloga doIBGM/AJORIO ngela Carvalho de Andrade.

    RefernciasREFERNCIASBIOMICRO. Polariscpio. Disponvel em:. Acesso em: 22 jul. 2007.

    DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUO MINERAL- DNPM. Boletim Referencial dePreos 2005.

    ELWELL, D. Man made gemstone.Acta Crystal lographica - Section A . s.l. v. 36, n. A36; 1979.

    GIA INSTRUMENTS & BOOKS. Product catalog. Disponvel em:. Acesso em:22 jul. 2007.

    Hall, Cally. Smithsonian handbooks gemstones, New York, NY, Dorling Kindersley. 2002.

    Newman, Rene. Gemstone buying guide, Los Angeles, CA, International Jewelry Publications,

    1998.

    ZIMBRES, Eurico. Dicionrio liv re de geocincias. Disponvel em:. Acesso em: 22 jul. 2007.

    Nome do tcnico responsvel

    Jos Maria Leal - Engenheiro Gelogo, especialista em Gemologia, Mestre em GeologiaEconmica e Doutorando em Engenharia dos Materiais.

    Carolina Duarte Becattini - Bolsista de Iniciao Cientfica do 6 perodo do Curso Design deProduto - UEMG.

    Victoria Carolina Pinheiro Lopes - Bolsista de Iniciao Cientfica do 6 perodo do Curso Designde Produto - UEMG.

    Nome da Instituio do SBRT responsvel

    Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais - CETEC

    Data de finalizao

    17 out. 2007