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Página 1 Ano 1 | Nº 10 - Edição Especial | Votorantim | 27 de março de 2013 Distribuição gratuita Pedro Guerra: vereador da primeira legislatura Pág. 06 Um dos primeiros veículos Municipais Pág. 15 Votorantim em pleno crescimento Na instalação éramos menos de 10 mil, hoje somos mais de 110 mil habitantes 48 anos de instalação do município A Gazeta de Votorantim traz uma edição especial em comemoração à data.

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Página 127 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

Ano 1 | Nº 10 - Edição Especial | Votorantim | 27 de março de 2013

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Pedro Guerra:vereadorda primeira legislaturaPág. 06

Um dos primeiros veículos MunicipaisPág. 15

Votorantim em pleno crescimentoNa instalação éramos menos de 10 mil,hoje somos mais de 110 mil habitantes

48 anos de instalação do municípioA Gazeta de Votorantim traz uma edição especial em comemoração à data.

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Página 2 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

Uma cidade não se faz somente de prédios e pessoas, ela precisa estar planejada e orga-

nizada, o crescimento deve ser sustentável e equilibrado para que existam as condições ideais para o desenvolvimento com justiça social.

Para atingir esse direciona-mento ela passa por todo um estágio embrionário e de ama-durecimento que pode ser ob-servado historicamente a partir de sua formação, o despertar de suas vocações, a apresentação de suas potencialidades e ana-lisar as etapas naturais de um curso, que começa na maioria das vezes, por meio de um vila-rejo ou um bairro ligado a outro município, que ganha o reco-nhecimento de distrito, almeja e viabiliza sua emancipação, gerando o desmembramento da cidade-mãe e passa a ter vida autônoma, ao gerir seus próprios recursos e buscar o almejado de-senvolvimento.

Votorantim, assim como as mais de 5.500 cidades brasileiras também tem suas particularida-des e enfrentou desafios para sua formação e crescimento, pois desmembrada constituiu os poderes Executivo e Legislativo local objetivando se organizar e nortear sua trajetória dentro do

Instalação do Município garantiu nossa autonomiauniverso fe-derativo.

Se levar-mos em con-sideração que um município deve ser um gerador de oportunidades aos seus habi-tantes, como forma de incen-tivar o desenvol-vimento de suas necessidades bá-sicas e responder ao chamamento do atendimento público, dentro de um processo de relacionamento interpessoal e no cumprimento de suas ativi-dades, a máquina administrativa deve estar preparada para aten-der aos anseios da conjuntura.

As ações tomadas a partir da emancipação de Votorantim são uma referência para analisar-mos de que forma estabeleceu sua estrutura, cumpriu com as responsabilidades, norteou as atribuições, organizou os servi-ços, sem deixar de destacar o or-denamento e proteção dos seus interesses e zelo pelo bem estar da coletividade.

Para compreendermos as motivações que levaram Voto-

rantim a esse pro-cesso, é preciso buscar inicial-mente conhecer os motivos que inspiraram o processo anterior a criação do município, assim te-mos as razões que motivaram o desmembramento, ao destacar as evidências que culminaram na formação do movimento emancipacionista e apontar os meios utilizados pelos grupos organizados.

É preciso levar em conside-ração uma abordagem do ponto de vista socioeconômico ao lon-go dos anos seguintes enquanto cidade autônoma, para observar de que maneira esses desafios foram enfrentamos e superados

a tal ponto que teria influenciado de forma positiva a formação dos momentos subse-quentes.

Uma história que não pode ser contada somen-te por meio de papéis, status e comportamen-tos, mas agluti-nar os desejos colocados em prática pelas forças vivas da sociedade, que

se mobilizaram, deram ao município criado a personalida-de jurídica, a autonomia política e a capacidade processual para compor um governo que inspi-rasse realizações em prol do co-letivo.

Podemos observar que a emancipação, no caso de Voto-rantim, valeu a pena, sem a ne-cessidade direta do município de viver na dependência de cidades vizinhas e de outros entes fede-rativos, podendo ser respeitado os seus aspectos político-admi-nistrativos e em relação às condi-ções financeiras.

Sua elevação a município trouxe de fato o orgulho de es-tabelecer as condições de cons-

tituir e administrar seus bens, promovendo o ordenamento territorial e a valorização social.

Votorantim se tornou uma circunscrição administrativa no meio de um universo que com-põe os municípios brasileiros. Por isso, após fazer uma leitura de seu aspecto histórico de for-mação e desenvolvimento, ana-lisar as etapas vivenciadas pela municipalidade, chegaremos ao momento atual, observando as perspectivas que levam a cida-de a visualizar um horizonte de crescimento e ascensão socioe-conômica, dentro de um cenário regional e que atende aos desa-fios estabelecidos nas adminis-trações municipais.

* Cesar Silva (trecho do TCC “Nasce uma cidade” - Unirio)

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Página 4 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

Cada prefeito deu sua contribuição ao desenvolvimento da cidade

Todos tiveram méritos em seu tempo de governo, foram acertos e tentati-vas buscando melhorar

as condições de vida da popu-lação, mas nem tudo foi motivo para comemorar afirmam os opositores políticos e os críticos de cada gestão municipal. O que ficou foi a certeza da doação e entrega para colocar em prática o seu plano de governo, deixar

suas marcas na administração e ser lembrado como um prefeito que contribuiu para gerar opor-tunidades, promover a justiça social e avalancar o desenvolvi-mento local.

A cidade teve oito prefeitos, que se dividiram com Erinaldo Alves da Silva vencendo quatro pleitos eleitorais, Jair Cassola e Luiz do Patrocino Fernandes sendo vencedores e garantindo presença à frente de dois man-

datos e tendo uma gestão mu-nicipal os chefes do Executivo: Pedro Augusto Rangel, José de Oliveira Souza (Zeca Padeiro), João Souto Neto e recentemente Carlos Augusto Pivetta. Já Lázaro de Góes Vieira (Lazinho) era vice--prefeito na segunda gestão de Luiz do Patrocino Fernandes, o “Luizinho”, que veio a falecer. Coube a Lazinho a continuidade desse trabalho como prefeito num mandato que se estendeu por mais quatro anos.

A segunda sede do Paço foi esse casarão na rua do Comércio

Reforma do casarão garantiu o seu funciona-mento até o final dos anos 80

Em 1991 era inaugurado o atual Paço

Pedro Augusto Rangel Luiz do Patrocino Fernandes

Erinaldo Alves da SilvaLazaro de Goes Vieira

José de Oliveira Souza João Souto Neto

Jair Cassola Carlos Augusto Pivetta

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Página 527 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

O momento do maior surgimento de muni-cípios do Brasil ocor-reu nas décadas de

50 e 60, conforme estudo do IBGE que apontou como causa e efeito o sistema de tributos partilhados gerado pelo FPM (Fundo de Participação dos Mu-nicípios), a partir de sua criação pela constituição nacional de 1946. As cotas eram iguais para todos os municípios, não havia distinção e por isso os gover-nos de estados incentivavam a criação e formação de novas ci-dades, com o interesse claro de atrair mais recursos da União.

Mas se por um lado uma maior quantidade de municí-pios poderia trazer mais recur-sos para determinado Estado, não existia clareza dentro de um movimento emancipacio-nista quanto a estabelecer nor-mas e critérios que pudessem ser seguidos à risca para atestar as condições plenas para o de-senvolvimento pós-desmem-bramento, como viabilidade socioambiental e urbana, o registro de bens e valores cul-turais de importância à comu-nidade, sem contar essencial-mente os fatores econômicos, já que antes mesmo da instala-ção do município deveria mos-trar que era possível garantir a arrecadação suficiente visando fazer frente aos desafios da nova administração, como ma-nutenção, fortalecimento e im-plantação de ações.

Foi nesse mesmo período, que surgiu uma agitação po-pular, ganhando força e culmi-nando numa campanha que incentivava a comunidade a conhecer os pontos favoráveis, em caso de emancipação do então distrito de Votorantim da cidade de Sorocaba. Ape-sar da movimentação intensa em todos os estados pelo in-centivo da criação de novos municípios, Votorantim que viveu a mesma época, tinha

A formação do distrito de Votorantim

particularidades que justifica-vam seu desmembramento, independente do interesse de representantes de outros entes federativos, mas que garantiam a certeza de sua manutenção e viabilidade econômica.

Votorantim se constituiu numa região onde houve mar-ca histórica da presença de bandeirantes e tropeiros, sur-giu como um vilarejo perma-necendo por cerca de trezentos anos, com o passar do tempo ganhou a condição de bairro de Sorocaba. Houve a elevação à condição de distrito em 1912 com a instalação do Cartório de Registro Civil de Pessoas Natu-rais, esse era um degrau rumo à autonomia que viria a ser con-quistada 51 anos depois.

Logo após Votorantim se tornar um distrito de Sorocaba começou a receber algumas empresas de porte considerá-vel, vindo a ser conhecida como um distrito industrial. Era um período que gerava muitos em-pregos e por não serem absor-vidos em sua totalidade pelos próprios moradores do distrito, necessitava atrair a mão-de--obra de pessoas que residiam em cidades vizinhas e de outras partes do Estado. A migração começou a acontecer por que a notícia se espalhou para muitos lugares, onde ouviam dizer que ali havia grande número de em-pregos disponíveis.

As empresas de maior des-taque eram uma de tecidos (Indústria Votorantim), uma de papel celofane e outra cimen-teira, todas essas que viriam contribuir na formação do Gru-po Votorantim, mantinham vi-las operárias em torno de suas plantas para acomodar os tra-balhadores e suas famílias.

Mas se Votorantim assumia a condição de distrito e passava a gerar grande quantidade de impostos mediante a presen-ça de suas indústrias, passou a conviver com a reclamação dos

moradores das vilas operárias quanto ao descaso do Executi-vo sorocabano, que não rever-tia o que arrecadava em seus cofres em melhorias ao distrito, como serviços e atendimento público. Fábricas como a de tecidos Votorantim, que era a maior de todas, mostrava-se so-lidária com a população no seu entorno e fazia a manutenção dos passeios públicos, que para muitos era mais um motivo para acomodação de Sorocaba.

Chegou certo momento que as empresas instaladas no distrito passaram a cuidar de quase tudo, desde limpeza, for-necimento de água, assistência médica com a construção de um hospital, educação com a construção de escolas e creche, assistência social das mais va-riadas com populares manten-do contato em busca de ajuda diretamente à gerência das fábricas, sem contar que lazer e entretenimento em eventos populares também eram ban-cados pelas empresas locais.

* Cesar Silva (trecho do TCC “Nasce uma cidade” – Unirio)

Saída de operários da Fábrica Votorantim - Década de 20-40

Rua Lacerda Franco, antigo centro

O bairro da Chave

Casas de Santa Helena e a fábrica cimenteira

Bonde era o meio de transporte dos operários

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Página 6 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

A Câmara de Votorantim realizará nesta quin-ta, sessão solene em comemoração ao 48°

ano de Instalação do Município. O evento ocorrerá às 19 horas, no Plenário da Câmara Munici-pal, situado à Boulevard Anto-nio Festa, 88 – Centro, oportu-nidade em que serão entregues

Câmara homenageará vereadores da primeira legislatura

títulos de honra aos ex-verea-dores que prestaram relevantes serviços ao nosso município e atuaram na primeira legislatura (1965-1968): Armando Benedet-ti, José Carlos de Oliveira, o “Lui-zão”, José Moreira Souza Filho, o “Zico Moreira”, Lázaro Alberto de Almeida, o “Labrego” e Pedro Guerra.

A Câmara na rua Antonio Festa, atualmente na condi-ção de boulevard

A atual sede ao lado do Paço Municipal

O Legislativo entre a avenida 31 de Março e rua Monte Alegre

José Moreira Souza Filho, o Zico Moreira

Lázaro Alberto de Almeida, o Labrego

Pedro Guerra

Armando Benedetti

José Carlos de Oliveira,

o Luizão

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Página 727 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

O movimento pela eman-cipação só veio a ga-nhar corpo quando começou a existir um

sentimento coletivo que inspirou a luta pela causa. Naquele perí-odo a população que não ultra-passava a 15 mil pessoas, não se sentia atendida e valorizada pela administração sorocabana. No início dos anos 60, a Câmara de Sorocaba tinha 21 vereadores, dos quais, três representavam o distrito de Votorantim e levavam suas queixas, porém não encon-travam o respaldo desejado.

Naquele período, os movi-mentos pela formação e eman-cipação de distritos em nível na-cional tinham como referência a chamada “lei quinquenal” que foi instituída a partir da consti-tuição brasileira, apontando que os distritos poderiam buscar o desmembramento, desde que atendesse aos parâmetros es-tabelecidos em lei, por meio de aprovação da Assembléia Legis-lativa do respectivo estado.

Essa lei era conhecida como “quinquenal” por permitir que a cada cinco anos fosse dado permissões para entrar com tal pedido no Legislativo Estadual. Para que fosse acatado era ini-cialmente previsto constar as assinaturas de cem eleitores do distrito, para então dar sequên-cia aos encaminhamentos legais.

O distrito de Votorantim foi incluído nessa possibilidade, pois em 9 de outubro de 1963, houve a autorização para a rea-lização de um plebiscito, onde seus eleitores poderiam optar pela emancipação, dando o voto

de sim ou de não à emancipação, decidindo sobre a possível per-manência enquanto território da cidade de Sorocaba.

No meio de tamanha agita-ção entre os moradores que se organizaram para ir democra-ticamente às urnas, o dia 01 de dezembro de 1963 foi marcado como a data do plebiscito e o re-sultado registrou vitória esmaga-dora, com mais de 70% dos votos favoráveis ao desmembramento.

Com o resultado divulgado e as comemorações populares percorrendo as ruas de vilas ope-rárias como Chave e Barra Funda, era momento de aguardar o aval da Assembléia Legislativa de São Paulo com o anúncio da auto-rização para o primeiro pleito eleitoral.

O período entre a proclama-ção do resultado do plebiscito até a chegada da data para a pri-meira eleição municipal serviu para que Votorantim e Sorocaba pudessem estabelecer pontos de concordância quanto ao uso de equipamentos e benfeitorias (patrimônio), entre outras situ-ações que não poderiam deixar para depois.

Quanto aos limites territo-riais, houve a participação direta do Instituto Geográfico e Geoló-gico da Secretaria de Agricultura do Estado, conforme a lei esta-dual 8.092, tendo a missão de organizar o mapa do novo mu-nicípio e proceder a demarcação das divisas entre as cidades. Vo-

torantim foi concebida com 177 quilômetros quadrados e uma nova demarcação dos limites territoriais viria posteriormente apontar a cidade com 184 quilô-metros quadrados.

* Cesar Silva (trecho do TCC “Nasce uma cidade” - Unirio)

Resultado do plebiscito garantiu a emancipação

O povo expressando o desejo pelo desmembramento

A festa democrática envolveu o distrito

Estampa usada na Campanha do Sim

Slogan incentivava a separação de Sorocaba

Tecidos eram distribuídos pela fábrica Votorantim

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Página 8 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

Ettore Marangoni, que nasceu em 1907, na Su-íça, se mudou com sua família para Votorantim

quando tinha 8 anos. Com a morte dos pais, começou a tra-balhar na Fábrica de Tecidos Votorantim, onde aprendeu a arte da gravura. Começou a pintar pequenos quadros aos 12 anos. Mais tarde, Ettore combinava suas criações como fotogravurista na Cia. Nacional de Estamparia (Cianê) com a arte que colocava nos quadros e nas esculturas. Foi consagra-do como artista em 1951 com a obra “Elevação de Sorocaba à

Ettore Marangoni pintou a nossa história

Vila”, popularmente conhecida como “Fundação de Sorocaba”, nascida de muitos estudos so-bre as feições de Baltazar Fer-nandes. Antes disso, o artista já tinha participado de expo-sições e conquistados alguns prêmios por suas telas. Além da riqueza dos próprios traços e da sensibilidade em retratar momentos, Ettore é reconheci-do por valorizar em suas cenas os escravos, as fundições de ferro, a fundação de Sorocaba e Votorantim, suas fábricas, a agricultura, a pecuária. A vida do homem simples do interior do Estado de São Paulo.

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Página 927 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

Pedro Augusto Rangel,

o primeiro prefeito

Nascido na Barra Funda, no dia 21 de

fevereiro de 1925, Pedro Augusto Rangel

acompanhou todos os detalhes para o des-

membramento do município e articulou o

grupo para assumir a primeira equipe que

iria governar a cidade.

Ainda jovem, entrou trabalhar na fábri-

ca de tecidos Votorantim e com o passar

dos anos e o espírito de liderança o levou

a gerência na fábrica papeleira Votocel.

Casou-se com Alcir Rodrigues Rangel (fa-

lecida em 6 de dezembro de 2005), com quem teve os filhos: Eliana Mariza,

Pedro Augusto Rangel Filho (in memorian) e Paulo Augusto.

Homem da política foi vereador em Sorocaba e chegou a presidência da

Câmara Municipal. Encampou a luta pelo desmembramento do então distri-

to de Votorantim, onde participou ativamente. Como primeiro prefeito tinha

a missão de iniciar tudo aquilo que o município ainda não possuía, como as

obras de saneamento básico a que deu início.

Uma de suas marcas era a casa sempre cheia de gente, pessoas amigas

que o apoiavam para o desenvolvimento da cidade. Após cumprir seu man-

dato que foi de 1965 a 1968, pensava em se candidatar novamente, mas veio

a falecer no dia 28 de fevereiro de 1972, vítima de um acidente de carro.

Domingos Meti-dieri Filho, o pri-meiro presidente da Câmara

Nascido no distrito de Votorantim, em 17 de no-vembro de 1923, Domingos Metidieri Filho tinha pai ita-liano, mãe espanhola e mais nove irmãos. Começou a trabalhar logo cedo, ao lado de seu pai Domenico Paolo Metidieri, popularmente co-

nhecido como “Domingos Metidieri”, na plantação de eucaliptos, no bairro Ventania, onde morava. Depois viria com a família residir na parte urbana do distrito, trabalhando como carroceiro e poste-riormente na indústria Metidieri, que foi constituída pelo seu pai, em sociedade com um de seus irmãos, Alfredo Metidieri e Luis Peinado. Constituiu matrimônio em 21 de junho de 1952, com Su-zana da Silva Metidieri, com quem teve uma filha, Eliza Metidieri.

Foi vanguardeiro ativo e a comunidade reconheceu seu esfor-ço o elegendo vereador. Tomou posse em 27 de março de 1965, se tornando o primeiro presidente da Câmara. Exerceu dois manda-tos de vereador, o primeiro sendo de 1965 a 1968 e o segundo de 1973 a 1976. Chegou a ser candidato a deputado estadual.

Colaborou com manifestações artísticas como o carnaval, pa-trocinou como forma de incentivar times de futebol local, além de realizar diversas ações sociais. Faleceu em 11 de fevereiro de 1993.

Laurindo Alves da Silva, primeiro vice-prefeito

O primeiro vice-prefeito foi Laurindo Alves da Silva. Natural de Bofete/SP, nas-ceu em 13 de maio de 1913. Em 1942 veio com a família para o distrito de Votoran-tim, para trabalhar na fábrica de tecidos Votorantim onde passou a exercer a fun-ção de carpinteiro, mais tarde foi trans-ferido para a empresa papeleira Votocel. Nessa época foi morar na vila operária da Chave e depois na rua Monte Alegre.Casado com Angelina Sartori (falecida em 1996) teve os filhos Idair, Laís e Luci.Como gostava muito do distrito encampou a luta pelo desmembramento fazendo parte do grupo do “Sim”. Depois veio a primeira eleição, então para ajudar o partido candidatou-se a vice-prefeito, sendo o mais votado e eleito ao lado do primeiro pre-feito Pedro Augusto Rangel.

Laurindo, sempre quis a benfeitoria à pequena cidade que aos poucos foi implan-tando as primeiras obras de saneamento. Depois de cumprir seu mandato passou a acompanhar a política e costumava elogiar a atuação dos prefeitos. Foi também muito atuante na Igreja Presbiteriana Independente onde dirigiu muitos trabalhos e foi presbítero. O primeiro vice-prefeito de nosso município faleceu no dia 23 de maio de 2005, aos 92 anos.

O primeiro prefeito em um de seus discursos Seu Laurindo foi atuante na Igreja Presbiteriana Independente

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Página 10 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

Toda eleição é uma “caixa de surpresa” apontando velhos conhecidos e revelando novos nomes no Legislativo

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Página 1127 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

Toda eleição é uma “caixa de surpresa” apontando velhos conhecidos e revelando novos nomes no Legislativo

Dentro de um processo eleitoral a população expressa o seu sentimento nas urnas e quando são apurados os votos vêm surpresas e novidades que estimulam as rodas de conversas sobre a votação de cada um dos candidatos a verea-dor.

Em Votorantim não é diferente, poucos saem vitoriosos e muitos sentem o gosto amargo do resultado. A cada qua-tro anos o ciclo se renova com a certeza que o eleitor teve a oportunidade de apontar aqueles que julgam em condi-ções de representá-lo.

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Página 12 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

Em 1965 Votorantim teria a almejada instalação do mu-nicípio. Como cenário mun-dial naquele ano houve a

morte do cantor norte-americano de jazz Nat King Cole, a rainha Elizabeth II concederia o título de Membro do Império Britânico aos Beatles, tropas dos Estados Uni-dos entraram na Guerra do Vietnã e um golpe militar na Indonésia deixou 300 mil comunistas mortos em apenas seis meses. No Brasil, houve a inauguração da Tv Globo no Rio de Janeiro, as primeiras elei-ções municipais depois do golpe militar com Faria Lima sendo eleito prefeito de São Paulo e a fundação dos partidos MDB e ARENA.

Na esfera local, nesse mesmo ano, precisamente no dia 07 de mar-ço, os votorantinenses sentiram o gosto de ir às urnas e eleger os pri-meiros representantes dos poderes Executivo e Legislativo local. Naque-le período, ao contrário dos dias atu-ais, o candidato a prefeito não podia fazer uma “dobrada de chapa” como popularmente é conhecido, quando compõe com um candidato a vice--prefeito da sua base partidária, pois o voto era feito de forma separada.

Os eleitos para a gestão 1965 a 1968 foram o prefeito Pedro Augus-to Rangel (UDN-PSP-PTB-PR), o vice--prefeito escolhido em votação se-parada Laurindo Alves da Silva (PTB) e houve ainda a eleição da primeira legislatura da Câmara Municipal, con-tendo nove vereadores e posterior-mente assumindo como seu primei-ro presidente, o vereador Domingos Metidieri Filho.

Os eleitos não puderam contar com uma estrutura formada para exercerem seus mandatos, coube como representantes do povo a missão de organizar a Prefeitura e a Câmara para prestar os serviços públicos de interesse local. Mas ao ser criada a estrutura munici-pal como garantir a formalização de suas ações, com uma estrutura administrativa e orçamentária para

Instalação do Município e os primeiros desafiosmanter em funcionamento a má-quina administrativa? Essas foram situações enfrentadas por aqueles que foram os primeiros detentores dos cargos eletivos.

O município estava emancipado, as eleições já ocorridas. Mas não ha-via um prédio que pudesse ostentar a condição de sede do Executivo local, nem mesmo funcionários e mobília existia. Foi preciso apelar para o em-préstimo de mesas e cadeiras e rece-ber um imóvel emprestado gracio-samente pelo prazo de um ano para então conseguir abrir as portas da Prefeitura em 27 de março de 1965.

Existiam tantas situações a se-rem resolvidas a partir do dia 27 de março. Em seu primeiro despacho, o prefeito Pedro Augusto Rangel assinou o decreto 01, onde consta-va a nomeação interina, conforme o item IV do artigo 16 da Lei Esta-dual 13.030, de um diretor geral que viria ser o primeiro funcioná-rio público municipal, era Messias Skif, filho do colaborador que ha-via cedido o prédio, sem custos de aluguel, para se tornar o Paço.

Durante os dois primeiros me-ses, trabalhavam somente no ad-ministrativo o prefeito e o diretor geral, que contavam com um con-tingente de braçais para a manu-tenção da cidade e estes ao serem admitidos entravam com suas fer-ramentas de trabalho, além disso, haviam as professoras de pré-es-colas que vieram transferidas da cidade de Sorocaba, num acordo costurado entre os dois municí-pios. Para regularizar essa situação foi assinada a lei 01 de 1965 para organização dos serviços públicos municipais, onde além de consti-tuir o Gabinete do Prefeito e a Di-retoria Geral, foi criado um quadro funcional com 52 servidores.

Precisamente quatro meses de-pois (27 de agosto), é que um novo decreto, o de número 06, garantiu a nomeação efetiva do diretor ge-ral Messias Skif e a posse dos novos funcionários: Carlos Violino como

assistente do setor de Finanças, Wil-son Menna como contador, Cândido dos Santos como tesoureiro e Maria Ângela Belini dos Santos como escri-turária.

Todos sabiam que a nova ci-dade tinha uma situação próspera pela frente, afinal uma população de aproximadamente 20.000 ha-bitantes contava com grandes empresas instaladas na localidade, sendo do setor têxtil, papeleiro e cimenteiro que garantiriam sozi-nhas, sem contabilizar os tributos gerados por outras indústrias, co-mércio e prestação de serviços, as condições necessárias para se manter financeiramente.

Mas como diz um ditado que nem tudo são flores, esses recursos financeiros provenientes de impos-tos não estavam disponíveis nas pri-meiras semanas de funcionamento da Prefeitura e era preciso esperar chegar os primeiros repasses, foi nesse momento que houve dificul-dades, não se tinha máquinas e até ferramentas.

A população apoiou, foram for-madas pequenas frentes de traba-lho para ajudar na manutenção de vias públicas e muitos colocaram à disposição suas ferramentas como pás, inchadas, enxadões, picaretas e rastelos, até mesmo participaram das primeiras obras.

Votorantim ficou no aguardo de repasses de recursos financeiros do governo do Estado, mas no primei-ro ano de instalação do município não tinha arrecadação suficiente para gerir suas próprias despesas. A Prefeitura levou alguns meses até receber o primeiro repasse que serviu para iniciar o pagamento de salários de vários meses a seus fun-cionários que mantinham despren-dimento por entender tal situação, além de bancar outras despesas de manutenção e custeio do atendi-mento público.

* Cesar Silva (trecho do TCC “Nasce uma cidade“– Unirio)

Messias Skif, o primeiro servidor municipal

Rua do Comércio, hoje avenida 31 de Março, em 1964

Os primeiros funcionários da Prefeitura

Rede de água sendo instalada na rua Sebastião Lopes, no final dos anos 60

Irineu Campos, Pedro Augusto Rangel e Miguel Franco (Pingo) em serviços de infra-estrutura em 1965

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Página 1327 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

Votorantim celebra seus 48 anos de instalação, uma história marcada de lutas, conquistas, de

busca incessante de geração de oportunidades e de bem estar de seus cidadãos.

Passado todo esse tempo, a ci-dade está aí, cheia de vida, impo-nente aos olhos daqueles que não faz muito tempo desejavam sua emancipação, por isso exerceram esse direito, formando uma equa-ção cujo resultado é o desenvolvi-mento. Hoje contribui para formar uma unidade federativa e possui toda a estrutura que requereu que era o necessário para gerar moti-vação e entusiasmo naqueles que celebram moradia nessa cidade.

Votorantim conseguiu dar respostas mostrando que era possível acreditar, ser sustentá-vel e não depender somente de repasses do Estado e da União para sobreviver, pois sabemos que muitos municípios brasilei-ros encontram dificuldades até

Comemoramos avanços e conquistasos dias de hoje para manter a máquina administrativa em fun-cionamento, carecendo de recur-sos e sendo quase que totalmen-te dependentes dos governos estadual e federal.

Por isso fica a certeza que não se pode emancipar sem ter a clare-za de desenvolver, é preciso que o desmembramento da cidade-mãe possa gerar um novo município que tenha as plenas condições de existência, que esse desenvol-vimento seja real e que a nova administração esteja próxima dos interesses de seus moradores.

Felizmente Votorantim se desenvolveu em poucos anos, gerou condições de emprego e de oportunidades, incentivou a diversidade de sua economia, fortalecendo os setores da indús-tria, do comércio e da prestação de serviços e manteve algumas de suas vocações.

* Cesar Silva (trecho do TCC “Nasce uma cidade” – Unirio)

Vista parcial da cidade

Festa Junina, um dos nossos maiores orgulhos

Avenida 31 de Março, o principal corredor viário

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Página 14 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

A montagem da estru-tura de obras só veria a ocorrer de fato em 1966, quando nas leis

municipais de números 53 e 60 foi possível criar e estruturar a diretoria de Engenharia. Uma reestruturação administrativa só ocorreria em 1968 com a cria-ção de novas diretorias.

Foi então que em 1968, um novo ato oficial, a lei 108, possi-bilitou reorganizar os trabalhos administrativos fazendo a divisão do sistema, mantendo o Gabine-te, mas dividindo a Diretoria Geral pela Secretaria e diretorias da Re-ceita, da Contabilidade, de Obras, de Assistência Social e elevação para 103 cargos públicos.

De lá para cá, novos funcio-nários foram sendo sistematica-mente contratados, de acordo com as necessidades e para fa-zer frente ao desenvolvimento da cidade. Quando é citado o quadro funcional é preciso ficar atento ao orçamento, que im-plica em garantir recursos para honrar a folha de pagamento, a manutenção dos serviços, o atendimento de projetos e programas e recursos para ge-rar novos investimentos como construções e melhorias para alavancar o desenvolvimento.

Os recursos eram poucos no início da vida autônoma de Votorantim. No primeiro ano

A estrutura da máquina administrativade administração (1965), não contava, praticamente, com ne-nhum melhoramento público, sentindo ainda as dificuldades de um orçamento irrisório, NCr$ 280.330,00.

Levou dois anos para se organizar e elaborar os seus planos. A partir de 1967, a arre-cadação passou a ser de NCr$ 2.372.796,44 (dois milhões e trezentos e setenta e dois mil e setecentos e noventa e seis cru-zeiros novos e quarenta e qua-tro centavos), graças ao novo sistema tributário.

Em 1968, com apenas cinco anos de vida independente, a cidade começou a viver aquilo que antes era defendido pelos vanguardeiros, que é a figura da-

queles que foram às ruas defen-der a emancipação, eles diziam que não faltaria recursos para garantir o desenvolvimento tão sonhado. Nesse ano, Votorantim se tornava o 16º em arrecada-ção, num Estado que contava com mais de 500 municípios. Neste momento de prosperida-de, fábrica como a de cimento já correspondia com 1/7 da produ-ção nacional, destacando que a cidade era uma das três em todo o Estado de São Paulo, que con-tava com uma cozinha-piloto, devidamente aparelhada e des-tinada exclusivamente ao Servi-ço de Merenda Escolar.

Votorantim vivia de sua característica tipicamente in-dustrial e isso alavancou sua

economia pelas duas décadas seguintes. Foi somente nos anos 90 que após sentir os efeitos da crise econômica, da globaliza-ção e da falta de investimentos em suas indústrias, que a cidade sentiu os efeitos e a Prefeitu-ra precisou projetar ações que garantiriam posteriormente a diversificação de sua economia, fortalecendo o comércio e a prestação de serviços, para as-sim fazer frente a segmentação existente.

Continua na página 15 Alcir Rangel em 1967 ao lado do esposo e prefeito Pedro Augusto Rangel

Na Escola de Artes o prefeito Pedro Augusto, Noêmia Ramos e primeira dama Alcir, em 1967 Cozinha Piloto na primeira gestão municipal

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Página 1527 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

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Continuação da página 14

Mas quando voltamos ao passado e relembramos a se-gunda parte dos anos 60, no estágio de formação da parte administrativa da cidade de Votorantim, não podemos dei-xar de lembrar sobre a primeira aquisição de veículo para com-por a frota municipal de veícu-los, anteriormente haviam sido emprestados pelo Grupo Voto-rantim.

Como não podia se pren-der somente a repasses finan-ceiros de outros entes federa-tivos e o objetivo era viabilizar os recursos necessários para fazer frente às novas despesas que surgia, o município este-ve já em seu primeiro ano de instalação dispondo da cria-ção do Código Tributário, por meio da lei 46, onde foi pos-sível apontar fatos geradores, a incidência, as alíquotas, o lançamento, a cobrança e a

fiscalização dos tributos mu-nicipais, além de estabelecer normas de direito fiscal a eles pertinentes.

Um dos parâmetros para se mediar o crescimento de uma cidade é a quantidade de instalações elétricas exis-tentes. Basta lembrar que, em 1965, com uma popula-ção de 20.948 habitantes, Vo-torantim tinha apenas 1.218 ligações. Em 1968, sua popu-lação chegava a marca de 25 mil habitantes, já havia 2.818 ligações. Em 1978, ou seja, num espaço de dez anos, o número de ligações já chega-va a 6.780, demonstrando o quanto a cidade cresceu na-quele curto período de vida própria.

Mas sabemos que nem to-das as cidades que foram con-cebidas nesse período de maior onda expansionista municipal (décadas de 50 e 60) tiveram o privilégio que Votorantim teve,

pois tinha as indústrias como uma verdadeira locomotiva para proporcionar e impulsio-nar os recursos necessários para sua manutenção. Natural-mente aguardou os primeiros anos, para que esses repasses se regularizassem e fossem re-cebidos para a manutenção da máquina administrativa.

Aquela luta pela emancipa-ção daqueles que a defendiam exaustivamente, segurando cartazes, faixas e colocando camisas personalizadas para desfilar nas ruas do distrito, despertou um sentimento de grandeza naqueles que são filhos da terra ou que a adota-ram de coração, para mante-rem viva essa luta, em bene-fício e doação de uma cidade, Votorantim, que não para de crescer.

* Cesar Silva (trecho do TCC “Nasce uma cidade” – Unirio)

O caminhão-pipa auxiliava no abastecimento das casas

O início da formação da frota municipal de veículos

A primeira retroescavadeira

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Página 16 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

A comemoração do 48º aniversário de Instalação do Município nesta quarta-feira, dia 27 de março, terá início às 08 horas, defronte ao Paço Munici-pal, com hasteamento de bandeiras, mensagem

do prefeito Erinaldo Alves da Silva e presença de autorida-des civis e militares. Já às 19 horas, haverá evento come-morativo no Auditório Municipal “Francisco Beranger” com diversas atividades culturais, entre elas, a exibição de um filme histórico sobre a cidade. Já estão confirmadas as par-ticipações dos corais Liber Art e APAE, da Orquestra de Vio-la Caipira de Votorantim, Coletivo Cê, vanguardeiros, entre outros, além da presença do ator Paulo Betti. A entrada é gratuita e aberta ao público em geral. O Auditório Munici-pal fica na avenida Newton Vieira Soares, s/nº, ao lado do Estádio Municipal.

Prefeitura realiza

evento comemorativo no Auditório Municipal

Estamos orgulhosos de estarmos situados em uma cida-de que a cada ano que passa cresce em ritmo acelerado!

Não bastaria simplesmente Votorantim ter se emancipa-do, com sua instalação política administrativa, se os nossos governantes não fossem empreendedores com visão futu-rista; se não estivessem preocupados com o social e se não houvesse a preocupação principalmente com o ser humano, com certeza não teríamos chegado aonde chegamos!

Assim sendo, nossa cidade cresceu de tal forma que, se todos os vanguardeiros fossem vivos, simplesmente estariam abismados com a transformação que houve nos últimos tem-pos!

Votorantim tem aproximadamente 110 mil habitantes e entre estes, temos 21 mil aposentados e pensionistas, repre-sentando praticamente 20% dos munícipes residentes em nossa cidade.

A APEVO, apesar de ainda jovem, com apenas 21 anos de existência, sente-se honrada em ter de alguma maneira con-tribuído para que Votorantim tenha chegado a este patamar, salientando que tanto o município quanto nós, buscamos a cada dia nos aperfeiçoarmos e nos estruturarmos, sempre buscando meios de podermos melhorar ainda mais a quali-dade de vida de todos!

Temos acompanhado e participado do crescimento de nossa cidade, procurando ajudar unindo forcas através de parcerias, pois entendemos ser esta a maneira ideal de se tra-balhar. Portanto, queremos continuar a crescer juntos e efeti-vamente continuar a ajudar a nova administração municipal em projetos que estejam dentro de nossas possibilidades.

Estamos orgulhosos de estarmos de alguma maneira co-laborando com o crescimento de Votorantim, principalmen-te no que tange a área da saúde, sobre a qual prometemos novidades em breve. Salientamos que temos atualmente em nosso quadro associativo, inclusos dependentes, em torno de 10% dos munícipes!

Além de nossa atuação no âmbito local, devemos res-saltar nossa luta juntamente com nossa Federação FAPESP e nossa Confederação COBAP, para recuperarmos as perdas dos aposentados de todo o Brasil, e assim sendo, recuperan-do nosso poder de compra, estaremos fortalecendo nossa economia local.

Parabéns à administração Erinaldo Alves da Silva, a todos que no passado lutaram para que chegássemos à con-dição de município, aos que por aqui passaram e deram sus-tentabilidade para chegarmos triunfantes há estes 48 anos! Que Deus os abençoe e até breve!

Aristides Fernandes é presidente da APEVO – Associação dos Aposentados e Pensionistas de Votorantim.

Votorantim por seus

48 anos!

A APEVO parabeniza

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Página 1727 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

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Página 18 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município 27 de março de 2013

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Página 1927 de março de 2013 Gazeta de Votorantim - Edição especial de aniversário de instalação do município

O povoamento de Vo-torantim aconteceu em meados do século XVII, quando Paschoal

Moreira Cabral, primeiro habi-tante do Município, parente de Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, instalou-se no local conhecido como Itapeva (pedra chata), hoje sede da Fazenda de São Francisco, de propriedade do Grupo Votorantim, iniciando o periodo rural com a plantação de cana eção da primeira moen-da, utilizando-se do trabalho de indios escravizados.

Em 1679, foi construida, no terreiro da casa grande , uma capela em homenagem a Nossa Senhora do Pópulo. Posterior-mente essa capela foi enriqueci-da com a imagem de São Fran-cisco, que deu nome à serra e à fazenda.

Na época, também, eram ex-plorados o cultivo de produtos de sobrevivência e a pecuária.O número de habitantes era pe-queno e o comércio rudimentar.

Por volta de 1750, numa su-cessão de compras e vendas, a fazenda chegaria às mãos do Capitão Mor Manoel Fabiano de Madureira. Essa mesma fazenda, em 1890, seria vendida ao Banco União de São Paulo.

A maior atração local era

Votorantim: de povoado à Cidade

uma cachoeira denominada pelos indigenas de “Botu-ra-ti”/Boturantim, cujo étimo em tupi guarani significa Grande Espuma Branca/Cascata Branca, originan-do o nome Votorantim, atribuido ao vilarejo e posteriormente ao Município.

Conta-se que a cachoeira era de tal beleza, pelo volume de água e recantos naturais, que teria motivado a vinda do impe-rador D. Pedro II e da Imperatriz D. Tereza Cristina, para apreciar a região.

Os empreendimentos indus-triais implantados pelo Banco União no final do século XIX e pelo imigrante português Anto-nio Pereira Inácio, no inicio do século XX, deram novos impul-sos ao local.

O primeiro empreendimento industrial implantado na região pelo Banco União de São Pau-lo em parceria com os ingleses, deu-se, em 1890, com escolha de uma antiga propriedade dos Madureira, que levava o nome de “Cachoeira”, para a construção da barragem das corredeiras do Rio Grande.

Dessa forma, foi montada e acionada a primeira usina. Nascia, assim, a chamada fase industrial com a instalação da Fábrica de Chitas, que começou

a funcionar em 1.892, iniciando a mção que se fundiu com ção italiana em Votorantim. A fábrica foi construida em estilo inglês com tijolos aparentes, posterior-mente conhecida como “Fábrica Velha”, que pode ser vista, ainda hoje, ao final da rua Bernardino de Campos.

O potencial hidrográfico e a topografia de Votorantim foram de notória importância para a consolidação de seu desenvolvimento, tendo em vista que favoreceram inves-timentos hidroelétricos, como a usina de Itupararanga, inau-gurada em 1.914, considerada de grande porte para a época, cuja energia gerada seguia na totalidade para a cidade de São Paulo.

Outras usinas foram construi-das, possibilitadas pela exube-rância das cachoeiras, formadas na extensão do curso em declive do Rio Grande, como Ligth, San-ta Helena, Votocel e Cachoeira da Chave, marcando a origem dos povoados que surgiram ao seu redor.

Em 1.940 ocorreu outra imi-gração, pela oferta de empre-gos na tecelagem da Fábrica de Chitas e na Fábrica de Cimento Votoran, já construida e em fun-cionamento.

Os imigrantes assentavam-se nos mesmos bairros, consideran-do que muitos formavam grupos ligados por parentesco. Legaram ao Município seus costumes, seu folclore, a arte musical e, espe-cialmente, contribuiram para o seu desenvolvimento.

No final da década de 50, a

localidade contava, aproximada-mente, com 15.000 habitantes, concentrados em bairros pionei-ros como Rio Acima, Vila Alberti-na, Vossoroca e Itapeva.

A população, também se concentrava, nas vilas indus-triais, que se formaram acompa-nhando a trajetória do desenvol-vimento industrial como Barra Funda, Chave, Santa Helena e Vo-tocel.

Na década de 60, Sorocaba não mais administrava a conten-to o Distrito de Votorantim, ago-ra com mais de 30 núcleos po-pulacionais dispersos. Surgiram, então, as primeiras aspirações a favor da separação do Distrito de Votorantim, de Sorocaba. Aspira-ções essas, que se acentuaram e eclodiram em significativo movi-

mento de luta pela emancipação politica. Periodo de marcantes polêmicas criadas em torno de duas tendências: a do SIM, a fa-vor do desmembramento, e a do NÃO, contra.

Realizado o plebiscito em 1º de dezembro de 1963, o SIM venceu por grande margem de votos, desmembrando Votoran-tim de Sorocaba.

A primeira eleição municipal realizada em Votorantim ocorreu em 7 de março de 1.965, con-firmando a vitória do Sr. Pedro Augusto Rangel como primeiro prefeito de Votorantim.

A instalação do Município ocorreu em 27 de março de 1965, marcando a posse de sua primei-ra administração autônoma. (Fonte: site Prefeitura de Votorantim)

Rancho de Tropeiros

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