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Galáxias Sandra dos Anjos IAG/USP - 2020

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Galáxias

Sandra dos AnjosIAG/USP - 2020

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Outras Galáxias

Descoberta de outras galáxias

Lei de Hubble e a Expansão do Universo

Sistema de Classificação de Hubble

Traçadores da topologia do UniversoTraçadores da topologia do Universo

Galáxias Ativas: radiogaláxias, seyferts e quasares

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Vimos no roteiro anterior que a origem do nome “galáxias” está associada a observação de uma faixa no céu com aparência nebulosa e esbranquiçada conhecida como “caminho de leite”

Galáxias, em grego (leite) → Via-Láctea, (caminho de leite) em Romano

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Além da extensa faixa esbranquiçada observa-se também estrelas, planetas e também objetos “nebulosos”.

Qual a natureza destes objetos nebulosos? eles fazem parte da Via-Láctea? …as respostas a estas perguntas dependeriam das estimativas de distância, como veremos a

seguir…

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Sem ter a informação das distâncias, os estudos da época (1771-1908) foram direcionados essencialmente a confecção de Catálogos.

Paralelamente, avanços tecnológicos foram engatilhados, como, por exemplo, a construção de telescópios.

Charles Messier (1730-1817)

1781: Publica catálogo com 103 objetos difusos, e que leva a inicial de seu sobrenome

na identificação dos objetos (ex: M31, Andrômeda-31a “entrada” do Catálogo)

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1850: Parsons constrói o maior telescópio da época (Irlanda)

“Resolve” pela 1a vez a estrutura espiral de algumas nebulosas Sugere que estes objetos poderiam estar rodando

1864: J. Herschel --> amplia o General Catalogue - GC (5000 objs) 1888: Dreyer--> New General Catalogue (NGC) com ~ 7000 objs e constrói 2 extensões: IC (1895), IC (1908), com ~ 13.000 objs … Telescópios já eram conhecidos no séc XVIII, ..mas não ¨resolviam¨

todas as nebulosas...!

Avanços da Época (1771-1908)

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Uma descoberta relevante nesta época que mais tarde seria a chave para as estimativas de distancia dos objetos nebulosos e que foi utilizada por outro cientista, Hubble, foi feita por Henrietta Leavitt (1868-1921)

Ela descobre uma relação entre período (P) e luminosidade (L) de estrelas variáveis na nuvem de Magalhães:

Estrelas variáveis são estrelas massivas e evoluídas que podem ser observadas na faixa de instabilidade do Diagrama-HR.

Estas estrelas pulsam regularmente devido a expansão e contração do envelope, e como consequencia, a luminosidade também varia. Esta variação regular e cíclica é observada e medida, gerando uma “Curva de Luz” .

Com a relação entre P-L encontrada por Henrietta e conhecendo-se a variabilidade, e portanto o período, é possível inferir a magnitude absoluta, na banda B:

MB = -2,222 log P (dias) – 1,182

“Curva de Luz”

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Seus resultados foram utilizados por cientistas como Ejnar Hertzsprung, Harlow Shapley e Edwin Hubble, e contribuíram significantemente para o desenvolvimento da Astrofísica e da Cosmologia.

Considerada candidata a receber o prêmio Nobel em 1925

Faleceu antes de receber o prêmio.

Em homenagem a sua contribuição, o asteróide 5383-Leavitt e Cratera-Leavitt na Lua receberam seu nome

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Edwin Hubble (1923-1936)…identifica Cefeida em M31 -Andrômeda

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Edwin Hubble - 1a grande contribuição

Aplica a relação Período-Luminosidade descoberta por Henrietta a partir da identificação de uma Cefeida em M31 e determina sua distância

4 - Identificando-se uma Cefeida com período de oscilação de P = 30 dias e sabendo-se que a magnitude aparente no filtro B é m

B = 20, obtem-se a distância d da seguinte forma:

eq. 1 → M

B = -1,182 – 2,222 log(30) → M

B = -4,464

eq. 2 → mB- M

B = 5 log d (pc) – 5 d= 780 Kpc ASTRONOMIA EXTRAGALÁCTICA !

1- Equação da Relação Período-Luminosidade (H.L)

3 - Mede o fluxo da Cefeida (Mte Wilson) identificada em M31 (Andrômeda) e obtem a magnitude aparente, (m), pela equação abaixo: m

B = -2,5 log F

B + C

2- Conhecia a equação do “módulo de distância” , que correlaciona a magnitude aparente (m) e a

magnitude absoluta (M), com a distância, d :

mB - M

B = 5 log d (pc) – 5

MB = -2,222 log P (dias) -1,182

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∆⋋ = ⋋obs - ⋋lab = Vr = z ⋋ ⋋lab c

onde ⋋ representa os comprimentos de onda observado (obs) e de laboratório (lab)

ou em repouso, Vr a velocidade radial de recessão, e z é definido como sendo “redshift”.

O Efeito Doppler é responsável pelo deslocamento das linhas no espectro...

Se a fonte de luz se afasta o deslocamento das linhas ocorre em direção ao vermelho, ou seja, “redshift”

Se a fonte de luz se aproxima, vai ocorrer deslocamento das linhas para o azul “blueshift”

Vesto Slipher (1875-1969)

1912: durante 40 anos registra espectros de diferentes objetos nebulosos e verifica a presença de linhas espectrais desviadas pelo efeito Doppler, a partir da relação abaixo pode-se calcular a velocidade de recessão:

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Lembrando o Efeito Doppler do Som...

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As linhas verticais observadas nas imagens ao lado

indicam as linhas do espectro de

laboratório, portanto linhas em repouso.

No centro das imagens vemos o espectro real das

galáxias.

As flexas amarelas horizontais indicam, o deslocamento das

linhas, ou seja, a diferença entre o comprimento de onda da linha de

laboratório e a da galáxia observada

Abaixo das 1as figuras ao lado

temos as velocidades radiais

Os números entre as imagens da coluna 1

e da 2 indicam os valores de distância

em Mpc.

Na última coluna pode-se ver as imagens das

galáxias estudadas.

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Hubble utiliza as medidas da velocidade de recessão obtidas por Slipher e constrói um gráfico da distância (D) em função da velocidade radial de Recessão (Vr),.... e faz uma das maiores descobertas da Astrofísica Extragalactica...!!!!

Vamos ver.....

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2a grande contribuição de Hubble: 1923-19361923-1936

Interpretação dos deslocamentos das linhas espectrais em galáxias → Expansão do Universo

∆⋋ = ⋋obs - ⋋lab = Z = Vr = Hod → H0 = (71.9 km/s/Mpc) = Vr (Km/s) = 1

⋋ ⋋lab c c d (Km) TH

TH = 1 H0

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Distancias de galáxias → “topologia” do Universo

4000 galáxias mapeadas aqui representam menos de um décimo milionésimo do número total no universo observável.

Via-Láctea

Representação de uma fatia do espaço, de dimensão da ordem de 150.000 kpc da Terra. Cada ponto amarelo representa uma galáxia.

Outros métodos para se calcular distâncias

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Resultado de vários “Surveys”

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Galáxias – são os traçadores da topologia do Universo

Estes sistemas são semelhantes na forma ?

E no conteúdo?

Como se formaram?

Que mecanismos físicos são responsáveis pelas morfologias observadas?

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Hubble observou uma enorme diversidade morfológica entre galáxias próximas e brilhantes

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Edwin Hubble - 3a grande contribuição

Hubble (1926-1936) propõe um Sistema de Classificação Morfológico, esquematizado na (1926-1936) propõe um Sistema de Classificação Morfológico, esquematizado na figura abaixo, conhecido também como Diagrama em Diapasão (D-TF) figura abaixo, conhecido também como Diagrama em Diapasão (D-TF)

Agrupa diferentes morfologias em diferentes classes,

como as Elípticas (E), Lenticulares (SO), as Espirais (S)

e as Irregulares (Irr)

As E apresentam uma única estrutura que varia desde a forma esférica até as mais achatadas, com

luminosidade suave, e de coloração mais avermelhada.

As S apresentam 2 famílias, muitas sub-estruturas (bojo, disco, barras, halo) e coloração mais

azulada.

Grupo das Elípticas (E)

Grupo das Espirais (S e SB)

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Quase 1 década após a proposta do Sistema de Classificação de Hubble...

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Walter Baade...introduz o conceito de “populações estelares"

MMtete Wilson Observatory Wilson Observatory

1944: Conferência no Vaticano mostra que Conferência no Vaticano mostra que diferentes componentes das galáxias,diferentes componentes das galáxias, abrigam abrigam diferentes populações estelaresdiferentes populações estelares sugerindo o sugerindo o conceito de População Estelar.

População estelar de componentes estelar de componentes esferoidais (bojo e halo) é relativamente é relativamente maismais velha que a de discos. que a de discos. São estrelas com abundâncias muitoSão estrelas com abundâncias muito baixas em elementos baixas em elementos químicos pesadosquímicos pesados, ou seja, , ou seja, pobre em metais,pobre em metais, como o C, O, N, como o C, O, N, Si, Mg, Fe, e consequentemente mais avermelhadas.Si, Mg, Fe, e consequentemente mais avermelhadas.

População do disco achatado é mais é mais jovem, , mais azulada, mais azulada, com com proporções maiores de elementos pesados proporções maiores de elementos pesados e, portanto,e, portanto,ricas em metais.ricas em metais.

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População jovem = população I:assentada no disco, estrelas azuladas possuem predominantemente rotação

População velha = população II: depositada nas componentes elipsoidas/esferoidais (halo e bojo), estrelas avermelhadas e pobres em metais, possuem predominatntementedispersão de velocidades

Outros pesquisadores verificam que as diferentes populações estelares tem comportamento cinemático diferentes...

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O conjunto destas propriedades, ou seja, da estrutura, da população estelar e da cinemática, para cada uma das classes identificadas

por Hubble, nos leva a ter o seguinte cenário...

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Galáxias que se encontram no início do SCH e conhecidas

como “early-type”

1- Estrutura – estudada via fotometriavia fotometria1 única componente com morfologia elipsoidal e com diferentes graus de achatamento (e):

(Eo até E7) → e = 1-b/a 2- Cor - a - aproximadamenteproximadamente cte e avermelhada...sugerindo 1 única pop. estelar dominante (pop II) velha

3- Cinemática

domínio de velocidade anisotrópica, ou seja, estrelas domínio de velocidade anisotrópica, ou seja, estrelas possuem movimento aleatório, ou seja, possuem movimento aleatório, ou seja, ““dispersão de velocidades”

4- MIS (gás + poeira) (gás + poeira) quase desprovidas de gás e poeiraquase desprovidas de gás e poeira

Elípticas (E)

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Lenticulares (S0 ou SB0) → propriedades intermediárias entre E e S

1- Estrutura - via fotometriavia fotometria 2 componentes: bojo e disco sem presença de braços. Com morfologia elipsoidal no bojo, semelhante às elípticas e disco achatado semelhante às espirais.

2- Cor - - apaproximadamenteroximadamente cte e avermelhada, sugerindo 1 única pop estelar dominante (pop II) e velha

3- Cinemáticadomínio de velocidade isotrópica no disco e anisotrópica (dispersão de velocidade) no bojo.domínio de velocidade isotrópica no disco e anisotrópica (dispersão de velocidade) no bojo.

4- MIS 4- MIS quase desprovida de gás e poeiraquase desprovida de gás e poeira

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Irregulares (Irr)

Morfologia sem simetria de rotaçãoMais azuladas → população jovem Apresentam gdes quantidades de poeira (da ordem de até 25% da massa total da galáxia)Cinemáticamente, com dispersão de velocidades

Galáxias que se encontram no fim do SCH

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2 grupos ou famílias de galáxias:

Espirais comuns (S) e Espirais barradas (SB)

Bojo e Halo com morfologia esferoidal, cor avermelhada representando população velha (pop. II) ; dispersão de velocidade

Disco com morfologia achatada contendo braços espirais e algumas vezes barras e/ou anéis, cor azulada representando predomínio de população jovem (pop. I); rotação é preponderante

Espirais

Estrutura, cor e cinemática

Mais complexa do que as E pq tem Mais complexa do que as E pq tem várias componentes: bojo, disco, halo (S) e algumas vezes, barra (SB) e anel (não contempladas no SCH)

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Espirais

Estas famílias de espirais, (S) ou (SB), (Sa-SBa, Sb-SBb, Sc-SBc), podem ser diferenciadas considerando a dimensão relativa do bojo e o grau de enrolamento dos braços. Também conhecidas como late-type Sa --> Sb --> Sc SBa --> SBb --> Sbc ---------------------------------------> ....ordem decrescente dos bojos de a para c ....ordem de braços mais desenrolados de a para c …ordem crescente de gás + poeira das E para as S

(S) (SB)

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Considerações importantes sobre o SCH

Entretanto, estas 2 possibilidades são inviáveis pois: 1. Brilho superficial das E é muito maior do que o das S

2. “Rotação” das S muito maior que a das E, incompatível c/ um cenário onde galáxias são formadas como S e vão necessariamente se transmutando em E...e vice-versa...

….ou seja, o SCH NÃO representa uma sequência evolutiva!

Hubble acreditava que diferentes morfologias poderiam estar representando uma sequência evolutiva: ... das E para S … ou … das S para E...

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Considerações importantes sobre o SCH

Se aplica bem a galáxias brilhantes

SCH não é representativo de todas as morfologias encontradas em galáxias como por ex: cD’s SCH não é representativo de todas as morfologias encontradas em galáxias como por ex: cD’s (E supergigantes), anãs de baixo brilho superficial, anelares, peculiares, etc...(E supergigantes), anãs de baixo brilho superficial, anelares, peculiares, etc...

SCH não pode ser aplicado, pelo menos SCH não pode ser aplicado, pelo menos isoladamente a galáxias que estão a altos ¨red-shifts¨ (z)isoladamente a galáxias que estão a altos ¨red-shifts¨ (z)

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Recentes avanços desde a década de 1960, mostram enorme complexidade estrutural e dinâmica...…uma decorrência da combinação de aplicação de melhores tecnologias para observações e técnicas de análise de imagens, além de avanços teóricos, como veremos adiante alguns exemplos

→ Diversidade de subestruturas em discos e bojos, como

- Discos: finos e espessos

- Barras: diferentes em galáxias jovens e tardias

- Barras aninhadas

- Anéis: internos e externos

- Faixas de poeira: radiais e paralelas

- Bojos: clássico, retangular, pseudobojos

- Braços: floculentos (FL) → fragmentados, descontínuos, segmentos de forma espiral

grand-design (GD) → contínuos, bem delineados e em forma de espiral

→ Origem da estrutura em braços espirais e barras....

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Discos de Galáxias Espirais

Já vimos no caso da Galáxia, os cosntituintes do disco, que são os mesmos para todas as galáxias espirais.

O que veremos agora e que complementa as informações de discos de espirais são os aspectos dinâmicos, como rotação diferencial, ondas de densidade e rotação diferencial..

Disco em espirais: Pop I e II (essencialmente jovem - rica em metais) Braços – população jovem (I) Gás + poeira confinados no disco Barra (2-3Kpc) – dados recentes, na VL Vamos ver fenômenos dinâmicos que envolvem a presença de gás, poeira e também estrelas.

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Algumas observações em relação ao movimento do material do disco:

1- As estrelas não rotacionam de forma semelhante ao longo do disco

2- É preciso considerar o movimento do Sol em relação as medidas

Discos: a questão da rotação....

A medida da velocidade orbital do “material ” do disco a diferentes distâncias do centro de galáxias define o que chamamos de “Curva de Rotação"

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Comportamento da Curva de Rotação Galáctica “esperada”...2 regimes de comportamento

No caso da rotação rígida, ou de corpo sólido, todos os objetos deslocam-se à mesma velocidade angular, e a velocidade de rotação aumenta linearmente com a distância galactocêntrica (exemplo disco compacto ou DVD). Esse caso aplica-se de maneira aproximada às regiões mais internas da Galáxia.

2o- Rotação kepleriana no disco 1o-Rotação rígida no bojo

rotação de corpo sólido

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Órbita das estrelas ou Material do Disco Rotação Rígida x Rotação Kepleriana

No caso da rotação rígida, todos os

objetos deslocam-se à mesma

velocidade angular (W) -

W = Vlinear

/Raio),

No caso da rotação diferencial, objetos

mais distantes viajam com

velocidade angular menor do que os mais próximos ao

bojo

e a velocidade de rotação aumenta

linearmente com a distância galactocêntrica.

e a velocidade de rotação

diminui linearmente

com a distância galactocêntrica.

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e nuvens moleculares

Medindo a Rotação - Via-Láctea

• Difícil, pois estamos dentro do disco da Galáxia.

• As flechas (vetores) indicam a velocidade orbital.

Mapa feito com observações em rádio do hidrogênio neutro (HI)

Sol

centrogaláctico

Curva de Rotação é obtida em 2 etapas: Até ≈ 15 kpc: usa-se como traçadores regiões HII, estrelas O e B (visível, IV, rádio)- objs brilhantes)

Além de ≈ 15 kpc: HI (rádio, 21cm)

• Para medir a velocidade de rotação precisamos levar em conta o movimento do Sol.

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Regimes de Rotação na Galáxia e a Curva de RotaçãoObservada da Via-Láctea

Reparem que objetos que estão menos distantes do centro do que o Sol podem estar também em rotação diferencial, e llevam menos tempo para dar uma volta completa.

Regime de rotação de corpo sólido

regime de rotação diferencial

Regime de rotação de corpo sólido, onde os objetos levam o mesmo tempo para dar uma volta completa e a velocidade angular aumenta com a distância

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A partir do gráfico, observamos que o Sol se move com cerca de 200--220 km/s.

• O Sol está a cerca de 7,5--8,0 kpc do centro da Galáxia.

• Logo, uma volta do Sol leva de 210--225 milhões de anos.

No último “ano Galáctico” a Terra estava no Triássico.

O Sol neste panorama.....

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Comparação da Curva de Rotação observada e prevista pela teoria de Kepler (3a Lei)

teoria

Como interpretar esta diferença ?

--> não observamos objetos que possam traçar a CR além de 50 (x 1000 ly).

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Curva de rotação da Galáxia esperada x observada

• O que “segura” as estrelas, o gás e a poeira em órbita é a massa da Galáxia contida dentro da distância R.

• Se não observamos mais estrelas a distâncias maiores que 16 Kpc (50 mil anos luz), e pouco gás a distâncias maiores que 30Kpc, "não haveria” mais massa, então a velocidade orbital deveria diminuir com a distância......mas não é o que se observa...!

ve

lo

ci

da

de

raio

v ∝ R

v = cte

Se a CR continua crescendo, isto implica em que existe massa, mas não observamos....!!!!

→ Conclui-se que ela existe, porém de natureza invisível → Matéria escura

~16 kpc

massa ∝ raio

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Curva de Rotação da Galáxia

ve

lo

ci

da

de raio

v ∝ R

v = cte

Massa dentro da órbita

raio da órbita

• 3a Lei de Kepler:

vµ√ M

R

velocidade orbital

• A velocidade orbital constante a partir de um raio R implica que a massa aumenta com a distância ao centro da Galáxia. Porque?

massa ∝ raio

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Halo de Matéria Escura

O que pode ser a matéria escura?

Gás (atômico ou molecular) que emite tão pouca radiação que não podemos vê-lo?

Talvez as leis da dinâmica dos corpos (leis de Newton) não sejam válidas?

Material “exótico” que interage apenas através da gravitação?

Créditos: Jose Wudka

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46

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São delineados por estrelas jovens, regiões HII, nuvens moleculares e poeira.

A Galáxia é uma espiral com 3 braços.

Mal definidos pelas estrelas velhas.

Muito mais fáceis de se identificar em outras galáxias.

centrogaláctico

Sol

M101 visível rádio Via Láctea

Assentados no disco observamos os braços espirais....

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Vários braços espirais no disco GalácticoVários braços espirais no disco Galáctico S.Solar localizado entre 2 braços – zona neutra

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Como eles se formam? ...seriam eles formados pelo matérial que gira no disco? ...ou seja, seriam os braços de espirais, materiais?

Se assim o fosse, seriam desfeitos depois de um certo número de rotações.Fato: observamos eles até hoje !Vamos examinar mais detalhadamente esta possibilidade...

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- 1a possibilidade: Braços espirais são materiais ?

Resultam da rotação diferencial?

Após várias voltas, observa-se que os braços espirais não se comportam como uma estrutura material, que se espirala gradualmente devido à rotação diferencial do disco.

Se fosse esse o caso, deveríamos observar galáxias com braços extremamente apertados devido ao efeito acumulado de dezenas de revoluções de órbitas. Como não se observa objetos com este efeito na natureza....., ou eles tem vida curta, ou eles não são materiais...

Imagine 4 estrelas em órbitas circulares

inicialmente alinhadas ao longo do centro galactico e com velocidade linear, viajando em órbitas a

diferentes distancias...

Quando a estrela A completou ½ volta, as

estrelas B, C e D completaram apenas ¼ de

volta, ou menos...

Após 1 volta completa da estrela A, a estrela B completou ½ volta e

as estrelas C e D a caminho ...

Quando a estrela A completa sua 2a órbita,

a espiral continua a enrolar ainda mais ...

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vv

Simulação abaixo mostra que após várias voltas os braços se desmancham

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2a possibilidade: onda de compressão se propagando pelo disco. …..... Correta!

Teoria de ondas de densidade originalmente proposta por Bertil Lindblad e posteriormente desenvolvida pelo matemático C. C. Lin e o astrônomo chinês Frank H. Shu nos anos 1960.

Origem da compressão ?

Braços Espirais

T -> instante inicial orbitas alinhadas --> órbitas desalinhadas devido ao

congestionamento

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Uma visualização deste processo consiste em imaginar a propagação de ondas em um líquido. Se o mesmo estiver em repouso teremos ondas circulares.

Mas o movimento de rotação faz com que esta estrutura em forma de ondas se modifique criando um padrão espiral.

Em repouso: ondas circulares Em rotação: padrão espiral

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Órbitas elípticas de estrelas muito próximas entre sí geram congestionamento e consequentemente perturbação no disco. O congestionamento provoca a compressão do gás e novas estrelas nascem. Provoca também instabilidade que se propaga globalmente, na forma de onda espiral que percorre todo o disco, resultando no padrão espiral observado.

Ver simulação em http://www.astro.iag.usp.br/~gastao/BracoEspiral/index.html

As novas estrelas vão se formar no padrão espiral... Este padrão ou perturbação está percorrendo o disco em uma velocidade diferente das estrelas e do material do disco (gás e poeira).

Propagação das instabilidades

Note que a espiral não é feita pelas mesmas estrelas.

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Simulação mostrando a rotação da onda de densidade (espirais azul e vermelha) e a rotação das estrelas com o material do disco (pontinhos pretos)

• Os braços espirais, resultado da propagação

da instabilidade, tem velocidade angular

constante e giram como corpo rígido. As

estrelas do disco têm velocidade diferencial.

• Como resultado da rotação diferencial, na

região mais central, as estrelas giram mais

rápido do que os braços. Na região mais

externa os braços giram mais rápido do que

as estrelas.

• Existe uma situação onde os braços e as

estrelas giram com a mesma velocidade. É o

que chamamos de Ressonância de

Corrotação

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A onda espiral se propaga com velocidade diferente das estrelas e das nuvens moleculares. Ela se propaga como corpo sólido....

Quando a onda espiral atravessa o material do disco que contêm gás, poeira, nuvens moleculares, ela comprime o gás, gerando a formação de novas estrelas. Estrelas massivas então nascem, “acendem” os braços espirais, mas evoluem rápido, vivem pouco e se apagam...

Mas, conforme a onda espiral se propaga, ela vai “acendendo” novas estrelas....

Como a instabilidade se mantêm, vai ocorrer...

"A Persistência dos Braços Espirais”

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Este efeito de passagem das estrelas pelos braços espirais é semelhante ao que ocorre em um engarrafamento de carros em uma rodovia. Para quem observa a partir de um helicóptero existe ali um excesso de veículos. Mas em cada instante a composição desta região se altera com a evolução gradual do tráfego, ou seja, não são sempre os mesmos carros que provocam congestionamento.

Região do braço espiral

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Persistência dos Braços Espirais ...um exemplo do dia-a-dia...

Esta perturbação se propaga na estrada e não são sempre os mesmos carros que são responsáveis pelo congestionamento.

Nesta analogia, os braços espirais seriam gerados como consequencia das perturbações geradas pelo congestionamento de órbitas das estrelas. A propagação da onda de densidade por um disco constituído de estrelas, gás e poeira, comprime o gás, gerando assim novas estrelas. Como a forma da perturbação em grande escala é espiral, as estrelas que nascem vão traçar a mesma forma...gerando os braços espirais que observamos nas galáxias espirais.

Congestionamento na estrada provoca perturbação....

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Em síntese:

Perturbações causadas pelas órbitas das estrelas (cinemática) geram instabilidades globais que se propagam no disco, provocando um efeito de empilhar o material (gás e poeira) do disco na crista da onda. Como consequencia deste empilhamento o gás e poeira são comprimidos e novas estrelas temporariamente formadas.

Uma vez formadas vão então traçar temporariamente os braços. Como esta instabilidade se propaga continuamente, os braços são persistentes e novas estrelas nascem continuamente enquanto existir o gás para alimentar este processo. O tempo que o material leva para passar pelo braço espiral é da ordem de 107 anos

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Barras também são produzidas por perturbações

O padrão de onda espiral (perturbação), bem como as barras, giram com uma velocidade angular constante.

Existem vários tipos de instabilidades de órbitas de estrelas que geram perturbações

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Entre as galáxias que apresentam morfologia comum, associadas aquelas definidas na Classificação Morfológica de Hubble (SCH), existem algumas que possuem um fenômeno de extrema importância relacionado com a energia gerada em galáxias, que não aquela produzida pela luminosidade das estrelas, nem a luminosidade atribuída ao gás e poeira, e que divide estes objetos em 2 grandes grupos: - galáxias comuns (acabamos de ver...) e - galáxias ativas

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Galáxias Ativas

...Pode-se dizer, essencialmente, que as galáxias ocorrem em 2 estados: fundamental (1) e excitado (2)

(1)- Fundamental, ou comum, onde a amplitude de energia gerada pela galáxia encontra-se entre os limites abaixo:

~ ~ 1038 < L < < L < 1040 ergs.sergs.s-1-1 ou, em termos de luminosidade solar - L ~ ~ 105 < L < < L < 1012 L L

lembrando que... (L ~ 1033 ergs.s-1), e que esta L é de origem térmica, ou seja, produzida pela luz das estrelas, pela emissão radiotérmica do gás (gás quente) e emissão infra-vermelho (IR) da poeira aquecida do MIS

(2)- Excitado, onde os valores medidos variam de

~ ~ 1043 < L < < L < 1048 ergs.sergs.s-1-1 ~ ~ 10233 < L < < L < 1038 L L ...de onde vem o adicional de energia...! ?

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As classes de Galáxias Ativas...o percentual de cada classe e a distribuição por volume...

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Qual a aparencia (em diferentes comprimentos de onda…) ...das Galáxias Ativas ?

…alguns exemplos…

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Espectros de diferentes tipos de galáxias ativas comparados com galáxias normais

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Quasar RD 300 a z=5,5um exemplo dos mais

longínquos

Exemplos de espectros de Quasares

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Exemplos de espectros de Seyferts

O espectro visível de uma galáxia de Seyfert típica. As linhas de emissão devidas ao hidrogênio (H), nitrogênio (N), oxigênio (O), enxofre (S), entre outros elementos, são evidentes como linhas escuras verticais.

Fonte:Â skyserver

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Galáxias Ativas…algumas propriedades gerais que caracterizam estes objetos…

...a emissão de energia por processos não-térmicos pode estar associada a fontes puntuais ou fontes extensas

4- Em placas fotográficas, alguns destes objetos apresentam aparência estelar, como veremos adiante

1- Emissão dominada por processos não-térmicos como Radiação Síncroton, gerada por eletrons relativísticos espiralando em campo magnético

++ Processos térmicos envolvendo energias muito altas

2- Quando associada a fontes puntuais, a energia vem de um núcleo muito pequeno, com diametro angular menor do que 1” (1 segundo de arco - alguns parsecs))

3- Variabilidade

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Observação de Seyferts, quasares, radio galáxias e blazares sugere a presença de um buraco negro na região central. A similaridade entre estes diferentes objetos nos leva a interpretação no sentido de um Modelo Unificado, onde todas são galáxias com disco de acresção central e buracos negros vistos em difrentes ângulos.

Linhas estreitas e linhas largas observadas nos espectros são resultantes de observações em diferentes direções, como ilustra a figura abaixo...

Vamos ver com um pouco mais de detalhes a seguir...

Modelo Padrão:

Região central da galáxia com produção de fotons altamente energéticos que ao atravessarem a galáxia encontram regiões de gás com diferentes densidades, produzindo linhas estreitas permitidas e largas, permitidas e proibidas…

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Dependendo do ângulo que o observador está olhando o disco de acresção e o anel de poeira (toro) estará observando diferentes classes de galáxias ativas.

Veja figura abaixo.....por exemplo, a observação na direção que faz um ângulo de 30-60o graus acima do disco, resultaria em um espectro de “linhas largas” no espectro, ou seja, estaríamos observando e identificando uma Seyfert 1.

Mas se o observador estiver olhando na direção perpendicular (de perfil) ao longo do toro, onde existem nuvens de poeira e gás quente distantes do Buraco Negro, estaría identificando uma galáxia Seyfert 2. Caso a observação seja “de face” , onde não estaria na direção do observador, a presença do Toro, estaríamos observando um BL Lac.

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Vamos ver algumas propriedades das galáxias ativas mais conhecidas: Radiogaláxias, Galáxias Seyferts e Quasares

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São tipicamente Elípticas, frequentemente elipticas gigantes, encontradas em centros de aglomerados de galáxias ricos.

Geralmente tem aparência peculiar como a presença de jatos (M87) ou um cinturão de gás ionizado e poeira ao longo do disco da galáxia, como Centaurus A (NGC 5128 – Fig. direita).

Radiogaláxias

Visível x Rádio

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Parecem ter sido formadas via fusão.

2 tipos:

1. Radiogaláxias compactas → a emissão vem da região central (gás quente) 2. Radiogaláxias extensas (75%) → emissão vem dos 'lobos' e não da galáxia visível Os lobos em geral são muito maiores do que a galáxia visível e consistem de gás ionizado que são ejetados do centro da galáxia em direções opostas.

Radioemissão gerada no processo “Syncroton”, que requer fortes campos magnéticos onde particulas de altas energias, tipicamente elétrons, estão se movendo a velocidades próximas a da luz gerando a radiação.

Radiogaláxias

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Exemplos de Radiogaláxias ...reparar nas diferentes formas dos lobos, e que podem denunciar a presença

de gás intergalactico....

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Seyfert em 1930 identifica visualmente 6 galáxias espirais com núcleo azul muito brilhante, não usual, cujos espectros apresentavam linhas de emissão muito alargadas. Estas linhas alargadas foram interpretadas como sendo devido ao movimento local de gás da ordem de milhares de km/s.

O grau de ionização representado pelas linhas de emissão indicam temperaturas do gás local tão altas quanto 1 milhão de graus Kelvin.

Galáxias Seyferts

Frequentemente variam o brilho em escalas de tempo curtas, da ordem de dias.

Consequência: tamanho da região emissora deve ser pequeno

Não são, em geral, fontes intensas de rádio ou R-X, mas são intensas fontes de Infravermelho.

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10% das Seyfert são também emissoras de rádio e 1% das Espirais (S) são Seyferts

Núcleo destas galáxias são regiões onde imensas quantidades de energia são emitidas a partir de um pequeno volume, sugerindo que buracos negros podem ser responsáveis por este efeito

Alguns estudos mostram que as Sey são parte de sistemas binários

Hoje, milhares conhecidas e encontram-se relativamente próximas 0.003 < z < 0.06

Galáxias Seyferts

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Quasares - “quasi stellar radio sources”...a classe das ativas de L extrema…

Emitem rádio e com aparência estelar → Quasi stellar

1os decobertos – 3C48 e 3C273 com velocidade de recessão muito grande, de 30% e 15% de c, respectivamente.

Os objetos mais luminosos e distantes do Universo com desvios para o vermelho (“redshift”) entre 0.14 < z < 6

Quando muito distantes a estrutura ao redor da galáxia não é visível, e o que observamos então é o núcleo da galáxia, que tem aparencia estelar (QSOs – quasi stellar objs)

Quasares são fortes emissores em radio e emitem em toda faixa do espectro eletromagnético.

Emitem em 1 segundo....o que o Sol emite em 200 anos, ou seja, 100 vezes mais brilhante que a VL

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Quem seria responsável por tanta emissão de energia ?...um modelo que explica as observações

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Quem seria responsável por tanta emissão de energia ?...um modelo que explica as observações

Centro das galáxias espirais parece existir um Buraco Negro (BN) supermassivo com massas entre 1 milhão a 1 bilhão de Msolar

Não sabemos explicar como este BN é formado exatamente

Gás e estrelas estariam sendo capturados por um disco de acresção, com alta viscosidade.

Este disco de acresção se encontra muito próximo do Buraco Negro

A captura de matéria, em alta velocidade, pelo disco de acresção, é convertida em imensa produção de energia (Epot → Luminosidade)

Eficiencia do processo muito maior que a fusão do H em He...

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Produção dos Jatos

Nem todo material disponível próximo do BN é capturado pelo BN. Parte do material é ejetado, em 2 direções opostas, criando jatos de gás

Os jatos de gás superaquecidos que vêm do núcleo e saem na direção do eixo de rotação do disco de acresção:

- Estes jatos são produzidos por combinação de forças rotacional + magnética

- São constituídos por gás de partículas relativísticas que viajam em campo magnético e que geram radiação Syncroton

- Estes jatos são responsáveis por gerar os lobos radioemissores em galáxias rádio e em BL Lac (um outro tipo de galáxia ativa)

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Uma Possível Sequência Evolucionária…para explicar as galáxias de hoje

Galáxias observadas hoje e que possuem “núcleo ativo” podem ser decendentes de QSO's

Com o tempo, a atividade central diminuiria devido a quantidade de matéria que cairia no disco de acresção

Uma possível Sequencia Evolutiva dos QSO's seria (ver fig. ao lado):

- QSO´S em Seyfert e em galáxias normais

- QSO's em rádiogaláxias e em galáxias E

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Se estamos observando objetos a profundidades muito grandes, estamos observando objetos que surgiram enquanto o Universo era ainda jovem ..então é possível que eles sejam os núcleos de galáxias jovens, vistas a bilhões de anos atrás...

Algumas evidências sugerem que os QSO's se formaram na fase inicial do Universo, a partir de “mergers” de protogaláxias (galáxias em processo de formação).

- Frequência de colisões e “mergers” entre galáxias muito distantes no início

da evolução do Universo era maior.

Consequências

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Dica de Bibliografia Galáxias Ativas

Astronomia & Astrofísica (Kepler &Maria de Fátima)

No Coração das Galáxias (Sueli Maria Marino Viegas)

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Vimos então que em galáxias comuns a energia é gerada por processos térmicos, que incluem a luz das estrelas, emissão radiotérmica do gás quente e pela emissão infra-vermelho (IR) da poeira aquecida do MIS. Em galáxias ativas os processos que geram energia, além dos térmicos, são também não-térmicos...como a radiação Syncroton e a luminosidade gerada pela queda do material no disco de acresção

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Vamos agora analisar os possíveis Cenários de Formação e Evolução de Galáxias que poderiam explicar a estrutura de toda a gama de morfologias observadas, como também o comportamento cinemático e a população estelar associada.

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Bibliografia Adicional

Sobre galáxias lenticulares

https://astropontos.org/2018/09/19/lenticulares-um-grupo-de-galaxias-hibridas/